dna prisional: identidade à da flor pele · desejarem falar sobre os reais motivos que os |evaram...

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DNA prisional: identidade à flor da pele CURIMBABA, RG ',' FERREIRA, A. C.M. 2; ZANINOTTI,D.C'; PINHEIHO,O.J.3; BOTURA JUNIOH, Gq ; PASCHOAHELLL L. C.3 Resumo - Artigo proposto paraevidenciar características correlatasao comportamento de indivíduo prisional mediante as execuções de tatuagens, em próprio corpo. Evidencia-se como fator não simplesmente este'tico, como também de identificação de um grupo, comunicação com o meio e externalização de desejo, como por exemp|o a Iiberdade. Palavras-chave - tatuagem; identidade; dna prisionaL 1 - INTRODUÇÃO Segundo historiadores, através da arte pre'-histórica, podemos encontrar indícios de povos que cobriam seus corpos com imagens. A hipótese mais consideravel é de que nossos ancestrais adquiriam involuntariamente cicatrizes oumarcas através de guerras tribais, lutas corporais ou durante a caça. Estes sinais por sua vez geravam orgulho aos queos possuíam eeram reverenciados pelos demais,pois traziamumsignificado de vigor e vitória. Posteriormente eles passaram a produzir em seus corpos suas próprias marcas, através de espinhos e tintas vegetais. Dentro do contexto prisional, as tatuagens também podemrevelar ohistórico criminal de um detento, assim como também oferecer dados que evidenciem sua hierarquia dentro do mundo do crime, funcionando como um verdadeiro DNA do 1 CURIMBABA R.G,' ZANIN0777.D.C. - Aluna de Mestrado no Programa de Pós Graduação em Des›g'n na Faculdade de Arquitelura Artes e Comunicação. UNESP - UnIv'eIsidade Estadual Paulista. Baulu, Brasil 2 FERREIRA, A.C.M, - Aluna de Doutorado no Programa de Pos' Graduação em Desayn na Faculdade de Artwüetura Artes e Comunmçã'0. UNESP - UnIve'rs¡d'ade Estadual Paul¡s'ta, Bauru, BrasiL 3 PINHEIR0,0.J ,'BOTURA JUNIOH. G. ; PASCHOARELLL LC., - Prof. Dr. no Programa de Pos' Graduaçao' em Des¡g'n na Fawldade de Arquñetwa Artes e Comumca'ça'o. UNESP- Universtda'de Estadual Pauista, Bauru, BrasiL

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Page 1: DNA prisional: identidade à da flor pele · desejarem falar sobre os reais motivos que os |evaram se tatuar.a NÍVEIS DE COMUNICAÇÃO De acordo com Bordenave (1983), comunicação

DNA prisional: identidade à flor da pele

CURIMBABA, RG ',' FERREIRA, A. C.M. 2; ZANINOTTI,D.C'; PINHEIHO,O.J.3;

BOTURA JUNIOH, Gq ; PASCHOAHELLL L. C.3

Resumo - Artigo proposto para evidenciar características correlatas ao

comportamento de indivíduo prisional mediante as execuções de tatuagens, em próprio

corpo. Evidencia-se como fator não simplesmente este'tico, como também de

identificação de um grupo, comunicação com o meio e externalização de desejo, como

por exemp|o a Iiberdade.

Palavras-chave- tatuagem; identidade; dna prisionaL

1 - INTRODUÇÃO

Segundo historiadores, através da arte pre'-histórica, podemos encontrar indícios

de povos que cobriam seus corpos com imagens. A hipótese mais consideravel

é de que nossos ancestrais adquiriam involuntariamente cicatrizes ou marcas

através de guerras tribais, lutas corporais ou durante a caça. Estes sinais por

sua vez geravam orgulho aos que os possuíam e eram reverenciados pelos

demais, pois traziam um significado de vigor e vitória. Posteriormente eles

passaram a produzir em seus corpos suas próprias marcas, através de espinhos

e tintas vegetais.

Dentro do contexto prisional, as tatuagens também podem revelar o histórico

criminal de um detento, assim como também oferecer dados que evidenciem sua

hierarquia dentro do mundo do crime, funcionando como um verdadeiro DNA do

1 CURIMBABA R.G,' ZANIN0777.D.C. - Aluna de Mestrado no Programa de Pós Graduação em Des›g'n na Faculdadede Arquitelura Artes e Comunicação. UNESP- UnIv'eIsidade Estadual Paulista. Baulu, Brasil

2 FERREIRA, A.C.M, - Aluna de Doutorado no Programa de Pos' Graduação em Desayn na Faculdade de ArtwüeturaArtes e Comunmçã'0. UNESP- UnIve'rs¡d'ade Estadual Paul¡s'ta, Bauru, BrasiL

3 PINHEIR0,0.J ,'BOTURA JUNIOH. G. ; PASCHOARELLL LC., - Prof. Dr. no Programa de Pos' Graduaçao' emDes¡g'n na Fawldade de Arquñetwa Artes e Comumca'ça'o. UNESP- Universtda'de Estadual Pauista, Bauru, BrasiL

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cn'minoso. Normalmente feitas em condições precárias e sem muitos recursos.

estas tatuagens costumam ser grosseiras e opacas, porém isto não impede de

que através destas marcas sejam identificados os tipos de crimes cometidos,

assim como o número de vítimas entre outros dados.

Este estudo tem como principal objetivo trazer a qu informações sobre a

arte no corpo através das tatuagens encontradas com maior frequência nos

detentos do sistema prisional brasileiro, assim como seus significados. A

relevância do presente artigo está no fato de que o tema até o momento foi

pouco abordado em âmbito acadêmico.

2 - METODOLOGIA

Foi adotada a pesquisa bibliográfica exploratória através do estudo de artigos

publicados anteriormente e pesquisa de campo realizada junto a unidades

prisionais, com a finalidade de reunir materiais que possam nortear a pesquisa

A amostra é composta de 100 indivíduos do sexo masculino com idade entre 30

e 60 anos que possuírem pelo menos uma tatuagem em seu corpo e estiverem

em cumprimento de pena em unidades prisionais brasileiras. Através de

entrevistas informais serão colhidos depoimentos de alguns detentos que

desejarem falar sobre os reais motivos que os |evaram a se tatuar.

NÍVEIS DE COMUNICAÇÃO

De acordo com Bordenave (1983), comunicação é a forma de interação humana

pelo qual os indivíduos se comunicam entre si através do uso de signos. Para o

autor as mensagens são agrupamentos de signos de um ou mais códigos,

ordenados de modo que possam expressar a intenção do emissor, sendo

possível o emprego de vários códigos diferentes para a transmissão de uma

mesma mensagem. Bordenave (1983) eIenca como códigos de comunicação, o

corpo e o comportamento do indivíduo, os objetos utilizados a maneira como

1 CUHIMBABA, R.G; ZANINO777,D.C. - Aluno de Mestrado no Programa de Pos' Graduação em Des¡g'n na Faculdadede Arquitetura Anes e Comunicaçãa UNESP - UnIv'ersidade Esladual Paulista, Bauru. Brasil.

2 FERREIRA, A.C.M, - Aluna de Doutorado no Programa de Pos' Graduação em Design na Faculdade de Arqune'!ura,Anes e Comunicaçãa UNESP - Univers¡d'ade Estadual Paulls'ta, Bauru, Brasil.

3 PINHEIH0,0.J ,'BOTURA JUNIOR, G. ,' PASCHOARELLL L.C., - Prof. Dr. no Programa de Pos' Graduação emDesign na Faculdade de Arqunerura AItes e Comunicaçãa UNESP - Universidade Estadual Pauista Bauru, BrasiL

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este emprega o espaço e o tempo, assim como dos signos transmitidos pelos

meios.

O processo de realimentação, para Bordenave (1983), é muito importante, pois

enquanto o emissor envia a mensagem ele permanece em contato com o meio

que o cerca, deste modo, a mensagem pode ser rea|imentada com novos fatos

constantemente, o que pode influenciar os processos.

Segundo Brasil (1973), comunicação é um processo de interação humana que

se dá entre dois ou mais indivíduos e um ego. Diz que um processo só é

completo quando uma ou mais receptores conseguem interpretar o estímulo

proveniente de um emissor, havendo um vínculo entre essa interpretação e

alguma referência que o receptor tenha do emissor.

HISTÓRIA DA TATUAGEM

Os primeiros registros do emprego da tatuagem estão datados de 5300 A.C.,

encontrados com o “Homem do Gelo”, exemplar humano mais antigo encontrado

intacto até os dias de hoje. De acordo com Marques (1997), os povos primitivos

se tatuavam para retratar sobre a pele a sua história de vida, com passagens

como a entrada na puberdade, casamento, reprodução, guerras que |utou, entre

outros. Durante o início da era cristã, os primeiros seguidores do cristianismo,

que na época eram perseguidos pelos povos de religião paga', reconheciam seus

pares através de várias tatuagens, como cruzes, a sigla lHS, peixes e algumas

Ietras gregas. Já na era modema os indivíduos dotados dos referidos adornos,

ficaram a margem da sociedade durante um Iongo período de tempo. Conforme

as tatuagens foram sendo adotadas por atores, cantores e demais membros da

sociedade, deixaram de ter o significado marginal e passaram a ser interpretadas

como forma de expressão indivídual de arte.

1 CURIMBABA, R.G,' ZANINOTTI.D.C. - AIuno de Mestrado no Programa de Pos' Graduação em Des¡g'n na Faculdadede Arquitetura, AIIes e Comunicação. UNESP- Umv'ers›d'ade EstadJal Paulista. Bauru, BrasiL

2 FERHEIHA, A.C.M, - Aluna de Doulorado no Programa de Pos' Graduaçâo em DeSIg'n na Faculdade de ArqunetumAnes e Comunicaçãa UNESP- Univers¡d'ade Estadual Paul¡s'ta. Bauru, BrasiL

3 PINHEIR0.0.J ;BOTURA JUNIOFL G. ; PASCHOARELLL L.C., - ProI. Dr. no Programa de Pós Graduação emDesign na Faculdade de Arqun'etura, Artes e Comumca'ção. UNESP - Universwade Estadual Paulista. Bauru, Brasl

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TIPOS DE TATUAGEM

Existem inúmeros tipos de tatuagens empregadas por tatuadores pelo mundo,

dependendo da Iocalidade ou cultura. As mais adotadas são:

o Sumi: Técnica oriental na qual ao invés da agulha é empregado o bambu

em sua confecção;

o Realista: lmitam o mundo real, como animais, mulheres e

personalidades;

o Alto relevo: comumente adotada entre os povos indígenas e aborígenes

de origem africana, na qual a pele é dissecada, formando desenho de

diversas cores.

o Celta: Desenhos e imagens entrelaçadas, podendo ser coloridas ou

pretas;

o Tribal: Com desenhos de tribos, fazendo uso de formas geométricas ou

abstratas.

o Orientalz Geralmente são trabalhos que ocupam grande faixa do corpo,

as figuras mais usadas são de samurais, gueixas, dragões e carpas;

o Psicodélicasz Trabalhos muito coloridos com formas geométricas;

o Religiosas: São desenhados sobre a peIe personagens bíblicos, como

santos e cruz.

o Branding: Feitas com o uso de metais quentes, que queimam a pele e

que após a cicatrização formam imagens.

o Tradicionaisz Assim como a realista, são imagens rotineiras, muito

utilizadas por marinheiros e presidiários, alguns exemplos desta classe,

são âncoras gaivotas, cavalos marinhos, peixes, carave|as, pores-do-sol

e paisagens.

ONDE E COMO

As cores das tatuagens são obtidas através do uso de pigmentos de origem

minera|, colocadas sob a pele com o uso de artefatos específicos para

1 CURIMBABA, R.G,' ZANINOT77,D.C. - Aluno de Mestrado no Programa de Pos' Graduação em Design na Faculdadede Arquñetura Anes e Comunicaçãa UNESP - Umv'ersidade Estadual Paulista. Bauru, Brasil.

2 FERREIRA, A.C.M, - Aluna de Doutorado no Programa de Pos' Graduação em Design na Faculdade de Arqurt'etura,Anes e Comunlcaça"o. UNESP- Universidade Estadual Paulls'ta, Bauru, BrasiL

3 PINHEIR0.0.J ;BOTURA JUNIOR, G. ,'PASCHOARELLI, L.C., - Prol. Dr. no Programa de Pos' Graduação emDestg'n na Faculdade de Arquñetura Ana e Comunicaçãa UNESP- Universidade Estadual Pauüsta Bauru, Brast

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tatuadores, como máquinas elétricas com ponteiras de aço inox cirúrgico, que

após cada uso devem ser Iimpas através de uItrassom e esterilizadas a

temperatura de 170°- por 3 horas. Os pigmentos são introduzidos sob a pele

através de agulhas específicas e descartáveis. Muitos cuidados devem ser

empregados afim de que seja evitado o risco de contaminação cruzada, como o

uso de máscara e luvas descartáveis pelo tatuador e um ambiente Iimpo e

arejado.

TATUAGENS EM AMBIENTE PRISIONAL

Em estabelecimentos prisionais, o emprego da arte sobre a peIe é feita de forma

rústica e sem condições mínimas de higiene e saúde, com o uso de artefatos

artesanais, adaptados pelos detentos, agulhas reutilizadas (fato que alavanca o

crescimento de contaminações), e tintas sinte'ticas, causadoras de muitas

doenças na pe|e. Por estes motivos, entre outros, a prática de tatuagens em

ambiente prisional é proibida e deste modo, são feitas de modo velado.

3 - ANÁLISE DE RESULTADOS

PESQUISA DE CAMPO

Através do uso entrevista aberta e questionário fechado, foram obtidos dados

sobre incidência e Iocais onde as tatuagens são feitas. A amostra foi composta

por 100 indivíduos com idade entre 30 e 60 anos, das mais variadas etnias, em

cumprimento de pena na região sudeste do BrasiL Foram registradas imagens

das tatuagens dos detentos e indicados os Iocais onde estas estavam

Iocalizadas no corpo. Mais de miI imagens foram catalogadas durante o estudo,

alguns exemplos e seus significados podem ser vistos á segu¡r.

1 CURIMBABA, R.G,' ZANINOTTI,D.C. - AIuno de Mestrado no Programa de Pós Graduação em Design na Faculdadede Arquitetura, Mes e Comunicaçãa UNESP- UnIv'ersidade Estadual Paulista, Bauru, BrasíL

2 FEHREIRA, A.C.M, - Aluna de Doutorado no Programa de Pos' Graduação em Design na Faculdade de Arqurt'elura,Anes e Comunicaçãa UNESP- Universidade Estadual Paul¡s'ta, Bauru. BrasiL

3 PINHEIR0.0.J ;BOTURA JUNIOH, G. ;PASCHOAHELLI, L.C., - Prof. Dr. no Programa de Pós Graduação emDesign na Faculdade de Arquñetura Artes e Comunicaçãa UNESP- Universidade Estadual Paulisza, Bauru, Brasd'.

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Fontez Arqulvo pessoal

Imagens de animais que ostentam força, poder ou perigo são constantemente

vistos em tatuagens no meio prisionaL Usuários de drogas com frequência

costumam gravar na pele imagens de bruxos ou duendes.

Fonte: Arquivo pessoal

Tatuagem de cava|o alado é outro exemplo muito presente no ambiente

carcerário, que segundo alguns detentos entrevistados, representam o desejo

de retornar Iogo ao seu convívio familiar, o anseio pela sua |iberdade.

Fonte: Arqulvo pessoal

1 CUHIMBABA, R.G,° ZANINOTTI,D.C. - AIuno de Mestrado no Programa de Pos' Graduação em Design na Faculdadede Arqun'etura, Anes e Comunicaçãa UNESP- Umv'ersidade Estadual Paulista. Bauru, BrasiL

2 FERREIRA, A.C.M. - Aluna de Doutorado no Programa de Pos' Graduagáo em Dxign na Faculdade de Arqune'tura,AItes e Comunicaçáa UNESP - Universidade Estadual Paulls'ta, Bauru, BrasiL

3 PINHEIRQOJ ;BOTURA JUNIOR, G. ,'PASCHOARELLI, L.C., - Prof. Dr. no Programa de Pós Graduação emDesign na Fawldade de Arquüetura Anes e Comum'cação. UNESP - Universidade Estadual Paulisla, Bauru Brasd'.

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|y-Ir"v"'

Fonte: Arqulvo pessoal

Os nomes de cônjuges, fiIhos, pais e amigos também são estampados em

diversas partes do corpo.

FoMe-. Arqulvo pessoal

Um exemplo de identificação no meio carcerário através das tatuagens são

imagens de carpas e palhaços, que podem determinar a que facção criminosa o

criminoso pertence.

Fonte: Arquivo pessoal

Após a obtenção, os dados foram tabulados e convertidos nos infográficos á

segu¡r'.

1 CUHIMBABA. R.G; ZANINO1TI,D.C. - Aluno de Mestrado no Programa de Pós Graduação em Design na Faculdadede Arquitelura Anes e Comunicação. UNESP- Universidade Estadual Paulista. Bauru, BrasiL

2 FERREIRA. A.C.M. - Aluna de Doutorado no Programa de Pos' Graduação em Design na Faculdade de Arqune'tura.Arles e Comunimçãa UNESP - Universidade Estadual Paulls'ta, Bauru, BrasiL

3 PINHEIR0.0.J ;BOTURA JUNIOFL G. ;PASCHOAHELLI, L.C., - Proí. Dr. no Programa de Pós eruação emDesign na Faouldade de Arqun'e!ura, Artes e Comunicaça'o. UNESP- Universidade Estadual Pauñsta Bauru, Brastl'.

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Quanto a divisão por idade, os indivíduos se apresentaram num percentual

de 30% com idade entre 30 e 40 anos; 29% com idade entre 40 e 50 anos e 41%

com idade entre 50 e 60 anos.

Etnia

í Ê\% Negros

' bj~*q I|'Pardos

Brancos *

i

Asiáticos

Quanto a etnia, os dados apontam que a amostra é formada por 20% de negros,

35/o° de pardos, 41% de brancos e 4% de asiáticos.

lncidência

fãl íL'2

3 ou mais i

1L

No que se refere em número de tatuagens por detento, 27% afirmaram possuir

apenas uma tatuagem, 17% duas tatuagens e 56% informaram ter 3 ou mais.

1 CUFIIMBABA. R.G,' ZANINOTTI,D.C. - Aluno de Mestrado no Programa de Pós Graduação em Design na Faculdadede Arquiletura, Anes e Comunicação. UNESP - UnIv'ersidade Estadual Paulísla, Bauru, Brasil.

2 FEHREIRA, A.C.M, - Aluna de Doutorado no Programa de Pos' Graduação em Design na Faculdade de ArquñeturaLAnes e Comunicaçáa UNESP - Universidade Estadual Paulista, Bauru, Brasíl.

3 PINHEIR0,0.J ;BOTUHA JUNIOR, G. ;PASCHOARELLI, L.C., - Prof. Dr. no Programa de Pós Graduação emDesign na Faculdade de Arquñetura Anes 9 Comunicação. UNESP- Universidade Estadual Paulista Bauru, Brasü

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A incidência sobre as partes do corpo são feitas as tatuagens também foi obtida

com a pesquisa e é ilustrada abaixo.

Vista Anterior Vista Posterior

Os dados obtidos apontam que 26,8% possuem tatuagens no braço

direito, 20,2% no braço esquerda, 9,5/o° no antebraço direito, 8,9% no Iado

esquerdo do to'rax, 8,4% no antebraço esquerda, 5,9/o° no ombro direito, 4,7%

no ombro esquerda, 4,1% no Iado direito do to'rax, 2,9% nas costas, 2,3% na

panturrilha esquerda, 1,2% na panturrilha direita, 1,2% na coxa esquerda, 1,2%

na mão esquerda, 1,2% na nuca, 0,5% na coxa direita e 0,5% no abdome

esquerdo.

4 - DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

De modo geraL foi observado que embora seja proibida a prática de tatuagens

em unidades prisionais, é grande a incidência desta. As condições em que esta

prática acontece são de cIandestinidade, e total falta de higiene e limpeza, e que

os motivos que Ievam os detentos a fazerem estas tatuagens variam desde a

simples este'tica, homenagem a parentes, cônjuges ou amigos, designação de

facção cn'minosa ou contar sobre a pele sua históna no “mundo do cn'me”.

1 CURIMBABA. RG; ZANINOTT7,D.C. - Aluno de Mestrado no Programa de Pós Graduação em Design na Faculdadede Arquitetura, Anes e Comunicaçãa UNESP- Umv'ersidade Estadual Paulista, Bauru, BrasiL

2 FERREIRA. A.C.M, - Aluna de Doutorado no Programa de Pos' Graduação em Design na Faculdade de Arquitetura,Anes 9 Comunicaçãa UNESP- Universidade Esladual PauIIs'ta. Bauru, BrasiL

3 PINHEIR0,0.J ,'BOTUFIA JUNIOH, G. ;PASCHOARELLI, L.C.. - Prof. Dr. no Programa de Pós Graduação emDesign na Faculdade de Arquñetura Anes e Comunicaçâa UNESP- Universidade Estadual PauIista. Bauru, BrasiL

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5 - CONCLUSÕES

Após a realização do estudo, podemos concluir que ao Iongo da história

da humanidade, o uso de tatuagens pelo corpo tem sido utilizado como

instrumento de comunicação e arte, e que no contexto do ambiente prisiona|,

este recurso igualmente é utilizado para que os indivíduos possam se identificar

sem o uso de palavras, e que somente com as imagens é possível determinar

a histo'n'a, ou seja o “currícu|o cn'mina|" do detento.

5 - REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BORDENAVE, J. E.D.; Além dos meios e mensagensz lntrodução a comunicação

como processo, tecnologia, sistema e cie^ncia. Rio de Janeiro: Vozes, 1983.

BRASIL, J.P.S.; Fundamentos antropológicos da comunicação. IN: SÁ, Adísia,

Fundamentos científicos da comunicação. Petrópolis, RJz Vozes, 1973.

MARQUES, T.; O Brasil Tatuado e Outros Mundos. Rio de Janeiro: Rocco, 1997.

A História da Tatuagem, disponível em:

http://whiplash.net/materias/biografias/OOO1 17.html#ix223ETDu3Btn (Acesso

em 29/09/14 ás 21h14min)

1 CURIMBABA, FLG; ZANINOTTI,D.C. - Aluno de Mestrado no Programa de Pós Graduação em Design na Faouldadede Arquitetura. Altes e Comunicação. UNESP - UnIv'ersidade Estadual Paulista, Bauru, BrasiL

2 FERREIRA. A.C.M, - Aluna de Doutorado no Programa de Pos' Graduação em Design na Faculdade de Arqune'tura.Anes e Comunicaçãa UNESP - Universidade Estadual PauIIs'ta, Bauru, BrasíL

3 PINHEIR0,0.J ;BOTURA JUNIOR, G. ; PASCHOAHELLL L.C., - Prof. Dr. no Programa de Pos' Graduação emDesign na Fawldade de Arqurt'etura, Artes e Comunicação. UNESP- Universidade Estadual Paultst'a. Bauru. Brasd'.