dl 127 2013 regime emissoes industriais pcip

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5324 Diário da República, 1.ª série — N.º 167 — 30 de agosto de 2013 respetiva nota discriminativa e justificativa, nos termos e prazos previstos no artigo 25.º do RCP. 2 — [Revogado.] Artigo 46.º […] Até à publicação da portaria prevista no n.º 5 do artigo 533.º do Código de Processo Civil, as custas da parte vencedora são suportadas pela parte vencida e são garantidas as isenções e benefícios previstos na lei, independentemente do recurso a qualquer estrutura de resolução alternativa de litígios.» Artigo 3.º Entrada em vigor A presente portaria entra em vigor em 1 de setembro de 2013. A Ministra da Justiça, Paula Maria von Hafe Teixeira da Cruz, em 14 de agosto de 2013. MINISTÉRIO DA AGRICULTURA, DO MAR, DO AMBIENTE E DO ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO Decreto-Lei n.º 127/2013 de 30 de agosto No quadro da política do ambiente da União Europeia, e no sentido de cumprir as conclusões das comunicações relativas à estratégia temática sobre a poluição atmosférica, a proteção do solo e a prevenção e reciclagem de resíduos, aprovadas na sequência da Decisão n.º 1600/2002/CE, do Parlamento Europeu e do Conselho de 22 de junho de 2002, que estabelece o sexto programa comunitário de ação em matéria de ambiente, foi publicada a Diretiva n.º 2010/75/UE, do Parlamento Europeu e do Conselho, de 24 de novembro de 2010, relativa às emissões industriais (prevenção e controlo integrados da poluição – reformu- lação). O reconhecimento de que a existência de abordagens diferentes no controlo das emissões para o ar, para a água e para os solos refletidas em diversos diplomas legais es- pecíficos poderia favorecer a transferência dos problemas de poluição entre os vários meios físicos, em vez de favo- recer a proteção do ambiente no seu todo, conduziu a uma abordagem integrada do controlo das emissões através de um novo quadro jurídico que agregue num único diploma legal os seguintes regimes: a) Prevenção e controlo integrado da poluição prove- niente de certas atividades, estabelecido pelo Decreto-Lei n.º 173/2008, de 26 de agosto, alterado pelo Decreto-Lei n.º 60/2012, de 14 de março, que transpõe para a ordem jurídica interna a Diretiva n.º 96/61/CE, do Conselho, de 24 de setembro de 1996, com as alterações que lhe foram introduzidas pela Diretiva n.º 2003/35/CE, do Parlamento Europeu e do Conselho, de 26 de maio de 2003, codificada pela Diretiva n.º 2008/1/CE, do Parlamento Europeu e do Conselho, de 15 de janeiro de 2008; b) Limitação das emissões para o ar de certos poluentes provenientes das grandes instalações de combustão, esta- belecido pelo Decreto-Lei n.º 178/2003, de 5 de agosto, alterado pelo Decreto-Lei n.º 60/2012, de 14 de março, que transpõe para a ordem jurídica interna a Diretiva n.º 2001/80/CE, do Parlamento Europeu e do Conselho, de 23 de outubro de 2001; c) Incineração e coincineração de resíduos, constante do Decreto-Lei n.º 85/2005, de 28 de abril, alterado pelos Decretos-Leis n.ºs 178/2006, de 5 de setembro, e 92/2010, de 26 de julho, que transpõe para a ordem jurídica interna a Diretiva n.º 2000/76/CE, do Parlamento Europeu e do Conselho, de 4 de dezembro de 2000; d) Limitação da emissão de compostos orgânicos vo- láteis resultantes da utilização de solventes orgânicos em certas atividades e instalações, constante do Decreto-Lei n.º 242/2001, de 31 de agosto, alterado pelos Decre- tos-Leis n.ºs 181/2006, de 6 de setembro, e 98/2010, de 11 de agosto, que transpõe para a ordem jurídica interna a Diretiva n.º 1999/13/CE, do Conselho, de 11 de março de 1999; e) Estabelecimento das condições de licenciamento para a descarga, armazenagem, deposição ou injeção no solo de águas residuais ou de resíduos da indústria de dióxido de titânio, constante da Portaria n.º 1147/94, de 28 de dezembro, que transpõe para a ordem jurídica interna as Diretivas n.º 78/176/CEE, do Conselho, de 20 de fevereiro de 1978, relativa aos resíduos provenientes da indústria de dióxido de titânio, n.º 82/883/CEE, do Conselho, de 3 de dezembro de 1982, relativa às moda- lidades de vigilância e de controlo dos meios afetados por descargas provenientes da indústria de dióxido de titânio e n.º 92/112/CEE, do Conselho, de 15 de dezembro de 1992, que estabelece as regras de harmonização dos programas de redução da poluição causada por resíduos da indústria do dióxido de titânio tendo em vista a sua eliminação. Considerando o objetivo transversal a todas as políticas do XIX Governo Constitucional de promover o crescimento económico e o emprego, o presente regime visa potenciar o ambiente favorável ao investimento e ao desenvolvi- mento sustentável. Neste contexto, o novo quadro jurídico facilita a captação de novos investimentos e a geração de novos projetos para as empresas, baseado num modelo com procedimentos mais céleres e transparentes, facilita o licenciamento ou autorização no domínio do ambiente e, por outro lado, promove uma maior responsabilização dos operadores económicos e das demais entidades inter- venientes no processo. A consolidação num único diploma legal dos cinco regimes referidos facilita a harmonização e a articulação sistémica dos respetivos regimes jurídicos, bem como a adoção, pelas entidades públicas, de condições técnicas padronizadas e a intervenção de entidades acreditadas na garantia da boa instrução dos processos de licenciamento ou autorização, permitindo uma redução significativa dos prazos. Outra alteração significativa consubstancia-se no facto de passar a ser emitida uma única licença que incor- pora as condições de exploração das instalações nos vários domínios ambientais. Considerando que o presente regime de licenciamento se articula com outros regimes legais, designadamente o Sistema da Industria Responsável (SIR), aprovado pelo Decreto-Lei n.º 169/2012, de 1 de agosto, ou o novo regime do exercício da atividade pecuária (NREAP), aprovado pelo Decreto-Lei n.º 81/2013, de 14 de junho, observa-se que se procurou salvaguardar a harmonização dos procedi-

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  • 5324 Dirio da Repblica, 1. srie N. 167 30 de agosto de 2013

    respetiva nota discriminativa e justificativa, nos termos e prazos previstos no artigo 25. do RCP.

    2 [Revogado.]

    Artigo 46.[]

    At publicao da portaria prevista no n. 5 do artigo 533. do Cdigo de Processo Civil, as custas da parte vencedora so suportadas pela parte vencida e so garantidas as isenes e benefcios previstos na lei, independentemente do recurso a qualquer estrutura de resoluo alternativa de litgios.

    Artigo 3.Entrada em vigor

    A presente portaria entra em vigor em 1 de setembro de 2013.

    A Ministra da Justia, Paula Maria von Hafe Teixeira da Cruz, em 14 de agosto de 2013.

    MINISTRIO DA AGRICULTURA, DO MAR,DO AMBIENTE E DO ORDENAMENTO DO TERRITRIO

    Decreto-Lei n. 127/2013de 30 de agosto

    No quadro da poltica do ambiente da Unio Europeia, e no sentido de cumprir as concluses das comunicaes relativas estratgia temtica sobre a poluio atmosfrica, a proteo do solo e a preveno e reciclagem de resduos, aprovadas na sequncia da Deciso n. 1600/2002/CE, do Parlamento Europeu e do Conselho de 22 de junho de 2002, que estabelece o sexto programa comunitrio de ao em matria de ambiente, foi publicada a Diretiva n. 2010/75/UE, do Parlamento Europeu e do Conselho, de 24 de novembro de 2010, relativa s emisses industriais (preveno e controlo integrados da poluio reformu-lao).

    O reconhecimento de que a existncia de abordagens diferentes no controlo das emisses para o ar, para a gua e para os solos refletidas em diversos diplomas legais es-pecficos poderia favorecer a transferncia dos problemas de poluio entre os vrios meios fsicos, em vez de favo-recer a proteo do ambiente no seu todo, conduziu a uma abordagem integrada do controlo das emisses atravs de um novo quadro jurdico que agregue num nico diploma legal os seguintes regimes:

    a) Preveno e controlo integrado da poluio prove-niente de certas atividades, estabelecido pelo Decreto-Lei n. 173/2008, de 26 de agosto, alterado pelo Decreto-Lei n. 60/2012, de 14 de maro, que transpe para a ordem jurdica interna a Diretiva n. 96/61/CE, do Conselho, de 24 de setembro de 1996, com as alteraes que lhe foram introduzidas pela Diretiva n. 2003/35/CE, do Parlamento Europeu e do Conselho, de 26 de maio de 2003, codificada pela Diretiva n. 2008/1/CE, do Parlamento Europeu e do Conselho, de 15 de janeiro de 2008;

    b) Limitao das emisses para o ar de certos poluentes provenientes das grandes instalaes de combusto, esta-belecido pelo Decreto-Lei n. 178/2003, de 5 de agosto,

    alterado pelo Decreto-Lei n. 60/2012, de 14 de maro, que transpe para a ordem jurdica interna a Diretiva n. 2001/80/CE, do Parlamento Europeu e do Conselho, de 23 de outubro de 2001;

    c) Incinerao e coincinerao de resduos, constante do Decreto-Lei n. 85/2005, de 28 de abril, alterado pelos Decretos-Leis n.s 178/2006, de 5 de setembro, e 92/2010, de 26 de julho, que transpe para a ordem jurdica interna a Diretiva n. 2000/76/CE, do Parlamento Europeu e do Conselho, de 4 de dezembro de 2000;

    d) Limitao da emisso de compostos orgnicos vo-lteis resultantes da utilizao de solventes orgnicos em certas atividades e instalaes, constante do Decreto-Lei n. 242/2001, de 31 de agosto, alterado pelos Decre-tos-Leis n.s 181/2006, de 6 de setembro, e 98/2010, de 11 de agosto, que transpe para a ordem jurdica interna a Diretiva n. 1999/13/CE, do Conselho, de 11 de maro de 1999;

    e) Estabelecimento das condies de licenciamento para a descarga, armazenagem, deposio ou injeo no solo de guas residuais ou de resduos da indstria de dixido de titnio, constante da Portaria n. 1147/94, de 28 de dezembro, que transpe para a ordem jurdica interna as Diretivas n. 78/176/CEE, do Conselho, de 20 de fevereiro de 1978, relativa aos resduos provenientes da indstria de dixido de titnio, n. 82/883/CEE, do Conselho, de 3 de dezembro de 1982, relativa s moda-lidades de vigilncia e de controlo dos meios afetados por descargas provenientes da indstria de dixido de titnio e n. 92/112/CEE, do Conselho, de 15 de dezembro de 1992, que estabelece as regras de harmonizao dos programas de reduo da poluio causada por resduos da indstria do dixido de titnio tendo em vista a sua eliminao.

    Considerando o objetivo transversal a todas as polticas do XIX Governo Constitucional de promover o crescimento econmico e o emprego, o presente regime visa potenciar o ambiente favorvel ao investimento e ao desenvolvi-mento sustentvel. Neste contexto, o novo quadro jurdico facilita a captao de novos investimentos e a gerao de novos projetos para as empresas, baseado num modelo com procedimentos mais cleres e transparentes, facilita o licenciamento ou autorizao no domnio do ambiente e, por outro lado, promove uma maior responsabilizao dos operadores econmicos e das demais entidades inter-venientes no processo.

    A consolidao num nico diploma legal dos cinco regimes referidos facilita a harmonizao e a articulao sistmica dos respetivos regimes jurdicos, bem como a adoo, pelas entidades pblicas, de condies tcnicas padronizadas e a interveno de entidades acreditadas na garantia da boa instruo dos processos de licenciamento ou autorizao, permitindo uma reduo significativa dos prazos. Outra alterao significativa consubstancia-se no facto de passar a ser emitida uma nica licena que incor-pora as condies de explorao das instalaes nos vrios domnios ambientais.

    Considerando que o presente regime de licenciamento se articula com outros regimes legais, designadamente o Sistema da Industria Responsvel (SIR), aprovado pelo Decreto-Lei n. 169/2012, de 1 de agosto, ou o novo regime do exerccio da atividade pecuria (NREAP), aprovado pelo Decreto-Lei n. 81/2013, de 14 de junho, observa-se que se procurou salvaguardar a harmonizao dos procedi-

  • Dirio da Repblica, 1. srie N. 167 30 de agosto de 2013 5325

    mentos de forma a facilitar a sua execuo e cumprimento por parte do operador.

    Por outro lado, no mbito dos deveres de comunica-o das instalaes abrangidas pela licena ambiental, estabelecida a obrigao de apresentar, com o pedido de licenciamento ou autorizao, um relatrio de base que inclua informaes que permitam determinar o estado de contaminao do solo e das guas subterrneas, de modo a permitir estabelecer uma comparao quantitativa com o estado do local aps a cessao definitiva das atividades.

    Por fim, o presente decreto-lei incorpora ainda as orien-taes em matria de egovernment e pretende contribuir para as boas prticas de relacionamento entre os operadores econmicos e a Administrao Pblica.

    O regime de emisses industriais foi submetido a con-sulta pblica, tendo beneficiado do contributo de vrias entidades de referncia que atuam no mbito do sector, representativas dos interesses das empresas, das entida-des pblicas e de associaes no governamentais para a proteo ambiental.

    Foram ouvidos os rgos de governo prprio das Re-gies Autnomas e a Associao Nacional de Municpios Portugueses.

    Foram ouvidos, a ttulo facultativo, os principais agen-tes econmicos, associaes empresariais e organizaes no governamentais que desenvolvem a sua atividade nos setores industriais abrangidos pelo presente regime.

    Assim:Nos termos da alnea a) do n. 1 do artigo 198. da Cons-

    tituio, o Governo decreta o seguinte:

    CAPTULO I

    Disposies preliminares

    SECO I

    Disposies gerais

    Artigo 1.Objeto

    O presente decreto-lei estabelece o regime de emisses industriais aplicvel preveno e ao controlo integrados da poluio, bem como as regras destinadas a evitar e ou reduzir as emisses para o ar, a gua e o solo e a produo de resduos, a fim de alcanar um elevado nvel de proteo do ambiente no seu todo, e transpe para a ordem jurdica interna a Diretiva n. 2010/75/UE, do Parlamento Europeu e do Conselho, de 24 de novembro de 2010, relativa s emisses industriais (preveno e controlo integrados da poluio).

    Artigo 2.mbito

    1 - O presente decreto-lei aplica-se s seguintes ativi-dades:

    a) Atividades previstas no anexo I ao presente decre-to-lei, do qual faz parte integrante;

    b) Atividades que usam solventes orgnicos e com li-miares de consumo superiores aos previstos no anexo VII ao presente decreto-lei, do qual faz parte integrante;

    c) Atividades de incinerao e de coincinerao de re-sduos.

    2 - Sem prejuzo do disposto nos captulos seguintes, excluem-se do mbito de aplicao do presente decreto-lei as atividades de investigao e desenvolvimento, bem como o ensaio de novos produtos e processos.

    Artigo 3.Definies

    Para efeitos do presente decreto-lei, entende-se por:a) Adesivo, qualquer mistura, incluindo todos os

    solventes orgnicos ou misturas que contenham solventes orgnicos necessrios sua adequada aplicao, utilizada para colar partes distintas de um determinado produto;

    b) guas subterrneas, as guas subterrneas na aceo da definio constante da alnea f) do artigo 4. da Lei n. 58/2005, de 29 de dezembro, alterada pelos Decretos-Leis n.s 245/2009, de 22 de setembro, 103/2010, de 24 de setembro, 60/2012, de 14 de maro, e 130/2012, de 22 de junho;

    c) Alterao substancial, uma alterao da natureza ou do funcionamento ou uma qualquer modificao ou ampliao de uma instalao, de uma instalao de com-busto, de uma instalao de incinerao de resduos ou de uma instalao de coincinerao de resduos, que seja suscetvel de produzir efeitos nocivos e significativos na sade humana ou no ambiente;

    d) Licena de explorao ou LE, deciso final emi-tida pela Agncia Portuguesa do Ambiente, I.P. (APA, I.P.), sobre o licenciamento da explorao de instalao de in-cinerao ou coincinerao de resduos nos casos em que seja aplicvel o procedimento de licenciamento articulado, previsto na seco III do captulo IV;

    e) Aves de capoeira, as aves de capoeira na ace-o do n. 1 do artigo 5. do anexo VIII ao Decreto-Lei n. 79/2011, de 20 de junho, relativo s condies de po-lcia sanitria que regem o comrcio intracomunitrio e as importaes de aves de capoeira e de ovos para incubao provenientes de pases terceiros;

    f) Biomassa, produtos que consistem, na totalidade ou em parte, numa matria vegetal proveniente da agricultura ou da silvicultura que pode ser utilizada como combus-tvel para efeitos de recuperao do seu teor energtico, bem como os seguintes resduos quando utilizados como combustvel:

    i) Matria-prima vegetal resultantes de atividades nos domnios da agricultura e da silvicultura;

    ii) Resduos vegetais da indstria de transformao de produtos alimentares, se o calor gerado for recuperado;

    iii) Resduos vegetais fibrosos da indstria de pasta virgem e de produo de papel, se forem coincinerados no local de produo e se o calor gerado for recuperado;

    iv) Matrias-primas de cortia;v) Resduos de madeira, com exceo dos que pos-

    sam conter compostos orgnicos halogenados ou metais pesados resultantes de tratamento com conservantes ou revestimento, incluindo, em especial, resduos de madeira deste tipo provenientes de obras de construo e demolio;

    g) Capacidade nominal da instalao:i) A capacidade produtiva de uma instalao para um

    perodo de laborao de 24 horas, 365 dias por ano, inde-pendentemente do seu regime, turnos, horrio de laborao ou valor da produo efetiva para resposta procura do mercado;

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    ii) A capacidade mxima de projeto de uma instalao nas condies de funcionamento normal e com o volume de produo para que foi projetada, no caso das instalaes de combusto previstas no captulo III;

    iii) A adio das capacidades de incinerao dos fornos que constituem uma instalao de incinerao de resduos ou uma instalao de coincinerao de resduos, tal como definidas pelo construtor e confirmadas pelo operador, tendo devidamente em conta o valor calorfico do res-duo, expressas em quantidade de resduos incinerados por hora;

    iv) A entrada mxima, expressa em massa, de solventes orgnicos calculada em mdia diria para uma instalao nas condies normais de funcionamento e com volume de produo para que foi projetada;

    h) Caudal mssico de compostos orgnicos volteis, a quantidade de compostos orgnicos volteis libertados, expressa em unidades de massa por hora;

    i) Chamin, o rgo de direcionamento ou controlo da exausto dos efluentes gasosos atravs do qual se faz a sua descarga para a atmosfera;

    j) Combustvel, qualquer matria combustvel slida, lquida ou gasosa;

    k) Combustvel slido produzido no pas, o combust-vel slido presente em estado natural e extrado localmente, queimado numa instalao de combusto especialmente concebida para esse combustvel;

    l) Combustvel determinante, o combustvel que, de todos os combustveis utilizados em instalaes de combusto equipadas com fornos mistos que queimem resduos de destilao e de converso da refinao de petrleo bruto para consumo prprio, com ou sem outros combustveis, tenha o valor limite de emisso (VLE) mais elevado fixado nos termos do artigo 46., ou, no caso de vrios combustveis terem o mesmo VLE, o combustvel com a potncia trmica mais elevada de todos os combus-tveis utilizados;

    m) Composto orgnico, qualquer composto que con-tenha pelo menos o elemento carbono e um ou mais dos elementos hidrognio, halogneos, oxignio, enxofre, fs-foro, silcio ou azoto, exceo dos xidos de carbono e dos carbonatos e bicarbonatos inorgnicos;

    n) Composto orgnico voltil ou COV, um com-posto orgnico, bem como a frao de creosoto, com uma presso de vapor igual ou superior a 0,01 kPa a 293,15 K ou com uma volatilidade equivalente nas condies de utilizao especficas;

    o) Condies de confinamento, as condies em que uma instalao funciona de modo a que os COV libertados pela sua atividade sejam recolhidos e emitidos de forma controlada por uma chamin ou por um equipamento de reduo das emisses, no sendo por conseguinte emisses exclusivamente difusas;

    p) Condies normais de presso e temperatura, as condies referidas temperatura de 273,15 K e presso de 101,3 kPa;

    q) Consumo, as entradas totais de solventes orgni-cos numa instalao por ano civil ou por qualquer outro perodo de 12 meses, deduzidos os COV recuperados para reutilizao;

    r) Dioxinas e furanos, todas as policlorodibenzo-p-dio-xinas e policlorodibenzofuranos enumerados na parte 1 do anexo VI;

    s) Efluentes gasosos, fluxo de poluentes atmosfricos sob a forma de gases, partculas ou aerossis;

    t) Emisso, a libertao direta ou indireta de subs-tncias, vibraes, calor ou rudo para o ar, gua ou solo, a partir de fontes pontuais ou difusas com origem numa instalao;

    u) Emisses difusas de COV, quaisquer emisses de COV para o ar, gua ou solo, no contidos em efluentes gasosos, bem como de solventes contidos em quaisquer produtos, salvo indicao em contrrio constante na parte 2 do anexo VII;

    v) Emisses totais, a soma das emisses difusas e das emisses de gases residuais;

    w) Entidade coordenadora ou EC, a entidade a quem compete, nos termos da legislao aplicvel, a coor-denao do procedimento de licenciamento ou autorizao das atividades abrangidas pelo presente decreto-lei e a emisso da autorizao ou da licena para a instalao, alterao e explorao dessas atividades, ou receo da mera comunicao prvia;

    x) Entrada, a quantidade de solventes orgnicos e a sua quantidade presente em misturas, utilizadas no exerc-cio de uma atividade, incluindo solventes reciclados dentro e fora de uma instalao e que so contabilizados sempre que sejam utilizadas para executar a atividade;

    y) Fornalha mista, qualquer instalao de combusto suscetvel de ser alimentada, simultnea ou alternadamente, por dois ou mais tipos de combustvel;

    z) Horas de funcionamento, o perodo de tempo, ex-presso em horas, durante o qual uma instalao de com-busto funciona total ou parcialmente e liberta emisses para a atmosfera, excluindo os perodos das operaes de arranque e de paragem;

    aa) Inspeo ambiental, todas as inspees, incluindo visitas a locais, controlo das emisses e verificao dos relatrios internos e dos documentos de acompanhamento, verificao do autocontrolo, verificao das tcnicas uti-lizadas e da adequao da gesto ambiental da instalao, efetuadas pela entidade referida no artigo 110. ou em seu nome, para verificar e promover a conformidade das insta-laes com as condies de licenciamento e, se necessrio, para monitorizar o seu impacto ambiental;

    bb) Instalao, uma unidade tcnica fixa onde so de-senvolvidas uma ou mais atividades previstas nas alneas a) e b) do n. 1 do artigo 2., bem como outras atividades diretamente associadas ou que tenham uma relao tcnica com as atividades exercidas no local e que possam ter efeitos sobre as emisses e a poluio;

    cc) Instalao de combusto, qualquer equipamento tcnico em que sejam oxidados produtos combustveis a fim de utilizar o calor assim produzido;

    dd) Instalao de combusto mista, qualquer ins-talao de combusto suscetvel de ser alimentada si-multnea ou alternadamente por dois ou mais tipos de combustvel;

    ee) Instalao de coincinerao de resduos, uma unidade tcnica fixa ou mvel que tem como principal finalidade a gerao de energia ou a produo de materiais e que utiliza resduos como combustvel habitual ou com-plementar, ou na qual os resduos so sujeitos a tratamento trmico com vista sua eliminao atravs da incinerao dos resduos por oxidao ou por outros processos de tratamento trmico, como a pirlise, a gaseificao ou processos de plasma, se as substncias resultantes do tra-tamento forem subsequentemente incineradas;

  • Dirio da Repblica, 1. srie N. 167 30 de agosto de 2013 5327

    ff) Instalao de incinerao de resduos, qualquer unidade ou equipamento tcnico fixo ou mvel destinado ao tratamento trmico de resduos, com ou sem valorizao do calor gerado pela combusto, atravs da incinerao dos resduos por oxidao e outros processos de tratamento trmico, como a pirlise, a gaseificao ou processos de plasma, se as substncias resultantes do tratamento forem subsequentemente incineradas;

    gg) Instalao de incinerao de resduos nova, qual-quer instalao de incinerao de resduos no abrangida pelo disposto no artigo 59.;

    hh) Licena, autorizao para explorar a totalidade ou parte de uma instalao;

    ii) Licena ambiental ou LA, deciso que visa garantir a preveno e o controlo integrados da poluio proveniente das instalaes que desenvolvem uma ou mais atividades constantes do anexo I, estabelecendo as medidas destinadas a evitar, ou se tal no for possvel, a reduzir as emisses para o ar, gua e solo, a produo de resduos e a poluio sonora, constituindo condio necessria da explorao dessas instalaes;

    jj) Licena padronizada, licena ou autorizao que incorpora condies tcnicas padronizadas por tipo de atividade prevista no presente decreto-lei e aprovadas por despacho dos membros do Governo responsveis pela rea tcnica em causa e do ambiente e que dispensa a permis-so administrativa nesse domnio, substituda por termo de responsabilidade de cumprimento de todas aquelas condies tcnicas padronizadas;

    kk) Motor a gs, um motor de combusto interna que funciona segundo o ciclo de Otto e que utiliza ignio por fasca ou, no caso dos motores duplos, ignio por compresso para queimar combustvel;

    ll) Motor a diesel, um motor de combusto interna que funciona segundo o ciclo de Diesel e que utiliza ignio por compresso para queimar combustvel;

    mm) Mistura, uma mistura de solues composta por duas ou mais substncias, conforme ponto 2 do artigo 3. do Regulamento (CE) n. 1907/2006, do Parlamento Eu-ropeu e do Conselho, de 18 de dezembro de 2006, relativo ao registo, avaliao, autorizao e restrio de substn-cias qumicas (REACH) e que cria a Agncia Europeia dos Produtos Qumicos, alterado pelo Regulamento (CE) n. 1272/2008, do Parlamento Europeu e do Conselho, de 16 de dezembro de 2008;

    nn) Norma de qualidade ambiental, conjunto de re-quisitos legais que devem ser satisfeitos num dado mo-mento por um determinado meio fsico ou por uma parte especfica do mesmo;

    oo) Operaes de arranque e de paragem, as operaes efetuadas para colocar em servio ou fora de servio ou para retirar de servio ou de fora de servio uma atividade, um equipamento ou um reservatrio, excluindo as fases de oscilao nas condies normais de funcionamento;

    pp) Operador, qualquer pessoa singular ou coletiva, pblica ou privada, que pretenda explorar, explore ou seja proprietrio de instalao;

    qq) Pequena rede isolada, rede cujo consumo anual, em 1996, tenha sido inferior a 3 000 GWh e em que menos de 5 % do consumo anual seja obtido por interligao a outras redes;

    rr) Poluio, a introduo direta ou indireta, em re-sultado de ao humana, de substncias, vibraes, calor ou rudo no ar, gua ou solo, suscetveis de prejudicar a sade humana ou a qualidade do ambiente e de causar de-

    terioraes dos bens materiais ou deteriorao ou entraves ao usufruto do ambiente ou a outras utilizaes legtimas deste ltimo;

    ss) Pblico interessado, pblico afetado ou suscetvel de ser afetado pela tomada de uma deciso, no mbito dos procedimentos administrativos de emisso, renovao de uma licena ou atualizao das condies de licenciamento ou interessado por essa deciso, designadamente as orga-nizaes no-governamentais de ambiente;

    tt) Regras vinculativas gerais, VLE ou outras con-dies, pelo menos a nvel setorial, que se destinam a ser diretamente utilizadas na definio de condies de licenciamento;

    uu) Relatrio de base, informao sobre o estado de contaminao do solo e das guas subterrneas por subs-tncias perigosas relevantes;

    vv) Resduo, quaisquer substncias ou objetos de que o detentor se desfaz ou tem a inteno ou a obrigao de se desfazer;

    ww) Resduo perigoso, os resduos que apresentam uma ou mais caractersticas de perigosidade constantes do anexo III ao Decreto-Lei n. 178/2006, de 5 de setembro, alterado pelo Decreto-Lei n. 173/2008, de 26 de agosto, pela Lei n. 64-A/2008, de 31 de dezembro, e pelos De-cretos-Leis n.os 183/2009, de 10 de agosto, e 73/2011, de 17 de junho;

    xx) Resduos produzidos na instalao de incinerao ou coincinerao de resduos, qualquer resduo lquido ou slido gerado por uma instalao de incinerao ou coincinerao de resduos;

    yy) Resduos urbanos mistos, os resduos domsticos e os resduos comerciais, industriais e institucionais que, pela sua natureza e pela sua composio, so anlogos aos resduos domsticos, excluindo as fraes referidas na posio 20 01 do anexo da Deciso n. 2000/532/CE, da Comisso, de 3 de maio de 2000, que so recolhidas separadamente na fonte, bem como os outros resduos referidos na posio 20 02 desse anexo;

    zz) Responsvel tcnico ambiental, tcnico designado pelo operador, competente para a gesto ambiental da instalao de incinerao e coincinerao de resduos e ou interlocutor preferencial tanto durante o procedimento de licenciamento como para acompanhamento das licenas emitidas ao abrigo do presente decreto-lei;

    aaa) Resumo no tcnico, documento que integra o pedido de licenciamento, de suporte participao do pblico, que descreve, de forma coerente e sinttica, em linguagem e apresentao acessveis generalidade do pblico, as informaes constantes do respetivo pedido de licena;

    bbb) Reutilizao, a utilizao de solventes orgnicos recuperados de uma instalao para quaisquer fins tcni-cos ou comerciais, nomeadamente para utilizao como combustvel, mas excluindo a sua eliminao definitiva como resduos;

    ccc) Revestimento, qualquer mistura, incluindo sol-ventes orgnicos ou misturas que contenham solventes orgnicos necessrios sua adequada aplicao em super-fcies, para fins decorativos, protetores ou outros efeitos funcionais;

    ddd) Solo, a camada superior da crosta terrestre situada entre a rocha-me e a superfcie, composta por partculas minerais, matria orgnica, gua, ar e organismos vivos;

    eee) Solvente orgnico, qualquer COV utilizado para um dos seguintes fins:

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    i) Sozinho ou combinado com outros agentes, sem so-frer alterao qumica, para dissolver matrias-primas, produtos ou resduos;

    ii) Como agente de limpeza para dissolver a sujidade;iii) Como dissolvente;iv) Como meio de disperso;v) Para o ajustamento da viscosidade;vi) Para o ajustamento da tenso superficial;vii) Como plastificante;viii) Como conservante;

    fff) Substncia, qualquer elemento qumico e seus compostos, com exceo das seguintes substncias:

    i) Substncias radioativas, na aceo do Decreto-Lei n. 165/2002, de 17 de julho, alterado pelos Decretos-Leis n.s 215/2008, de 10 de novembro, e 30/2012, de 9 de fevereiro, que estabelece as competncias dos organismos intervenientes na rea da proteo contra radiaes ioni-zantes, bem como os princpios gerais de proteo;

    ii) Microrganismos geneticamente modificados, um microrganismo cujo material gentico foi modificado de uma forma que no ocorre naturalmente por reproduo sexuada e ou por recombinao natural, nos termos do disposto na alnea b) artigo 2. do Decreto-Lei n. 2/2001, de 4 de janeiro;

    iii) Organismos geneticamente modificados, qualquer organismo, com exceo do ser humano, cujo material gentico foi modificado de uma forma que no ocorre na-turalmente por meio de cruzamentos e ou de recombinao natural, entendendo-se que a modificao gentica ocorre, pelo menos, quando so utilizadas as tcnicas referidas na parte 1 do anexo I-A ao Decreto-Lei n. 72/2003, de 10 de abril, alterado pelo Decreto-Lei n. 164/2004, de 3 de julho, sendo que as tcnicas referidas na parte 2 do anexo I-A do mesmo decreto-lei no so consideradas como dando origem a modificao gentica;

    ggg) Substncias perigosas, substncias ou misturas na aceo dos pontos 7 e 8 do artigo 2. do Regulamento (CE) n. 1272/2008, do Parlamento Europeu e do Conse-lho, de 16 de dezembro de 2008, relativo classificao, rotulagem e embalagem de substncias e misturas;

    hhh) Solvente orgnico halogenado, um solvente orgnico cuja molcula contenha, pelo menos, um tomo de bromo, cloro, flor ou iodo;

    iii) Taxa de dessulfurizao, a razo entre a quan-tidade de enxofre no emitida para a atmosfera por uma instalao de combusto durante um determinado perodo e a quantidade de enxofre contida no combustvel slido introduzido nos dispositivos da instalao de combusto e utilizado na instalao durante o mesmo perodo;

    jjj) Tinta, uma mistura, incluindo todos os solventes orgnicos ou misturas que contenham solventes orgni-cos necessrios sua adequada aplicao, utilizada numa atividade de impresso para imprimir texto ou imagens numa superfcie;

    kkk) Ttulo de explorao, documento emitido pela entidade coordenadora competente que habilita a explo-rao de instalaes ou estabelecimentos sujeitos a pro-cedimentos de licenciamento ou autorizao legalmente estabelecidos;

    lll) Turbina a gs, qualquer mquina rotativa que converta energia trmica em trabalho mecnico, constituda fundamentalmente por um compressor, por um dispositivo

    trmico que permite oxidar o combustvel a fim de aquecer o lquido de transmisso e por uma turbina;

    mmm) Valores de emisso associados s Melhores Tcnicas Disponveis (MDT), o leque de nveis de emis-so obtidos em condies normais de funcionamento uti-lizando uma das MTD ou uma combinao de MTD, tal como descritas nas concluses MTD, expresso em mdia durante um determinado perodo, em condies de refe-rncia especificadas;

    nnn) Valor limite de emisso ou VLE, a massa, ex-pressa em funo de determinados parmetros especficos, a concentrao ou o nvel de uma emisso, que no deve ser excedido durante um ou mais perodos determinados;

    ooo) Verniz, um revestimento transparente.

    Artigo 4.Entidades competentes

    1 - Sem prejuzo das competncias que lhe so espe-cificamente atribudas no presente decreto-lei, compete APA, I.P.:

    a) A emisso de licena ambiental ou de incinerao ou coincinerao de resduos;

    b) Manter, atualizar e disponibilizar o registo das insta-laes que utilizam compostos orgnicos volteis;

    c) Comunicao e articulao com a Unio Europeia;d) Disponibilizar informao ao pblico;e) Receber e analisar os dados da monitorizao das

    instalaes abrangidas pelo regime de monitorizao em contnuo das emisses atmosfricas de, pelo menos, um poluente.

    2 - Sem prejuzo das competncias que lhe so especi-ficamente atribudas no presente decreto-lei, compete s Comisses de Coordenao e de Desenvolvimento Re-gional (CCDR):

    a) Emitir parecer sobre as emisses atmosfricas no mbito do procedimento de licenciamento das instalaes no abrangidas pela monitorizao em contnuo, na se-quncia do envio do processo pela entidade coordenadora do licenciamento;

    b) Receber e analisar os dados da monitorizao das instalaes abrangidas pelo regime de monitorizao pon-tual, bem como os dados sobre o cumprimento do disposto nos n.s 2 a 4 do artigo 100., no caso das instalaes no abrangidas pelo regime de monitorizao em contnuo;

    c) Enviar APA, I.P., at 30 de junho de cada ano, a identificao das instalaes abrangidas pelo captulo V, que reportaram o respetivo autocontrolo de compostos orgnicos volteis, bem como a informao relativa ao artigo 98..

    3 - O disposto no presente artigo no prejudica as com-petncias legalmente atribudas s Direes Regionais de Economia, Direo-Geral de Energia e Geologia, s Di-rees Regionais de Agricultura e Pescas, Direo-Geral de Alimentao e Veterinria e Direo-Geral da Sade, no mbito das Operaes de Gesto de Resduos (OGR).

    Artigo 5.Obrigao de titularidade de uma licena

    1 - As instalaes que desenvolvem uma ou mais ati-vidades previstas no anexo I, bem como as instalaes de

  • Dirio da Repblica, 1. srie N. 167 30 de agosto de 2013 5329

    combusto e as instalaes de incinerao de resduos e de coincinerao de resduos, s podem ser exploradas aps a emisso das licenas previstas no presente decreto-lei.

    2 - O titular de LA, emitida para as instalaes que desenvolvem as atividades previstas no anexo I, o nico responsvel pelo desenvolvimento de todas as atividades, independentemente das outras entidades que operem na mesma instalao e sem prejuzo do exerccio do direito de regresso, quando aplicvel.

    3 - Qualquer transferncia de responsabilidades efe-tuada mediante documento assinado pelos representantes legais das partes e deve discriminar a atribuio de res-ponsabilidades, nomeadamente na operao das atividades, utilidades, emisses e reporte de dados.

    Artigo 6.Simplificao da licena

    1 - Quando a atividade principal a gesto de resduos, emitida apenas a LE que integra as condies de licen-ciamento ambiental.

    2 - Nos casos no abrangidos pelo disposto no nmero anterior, emitida apenas a licena ambiental que integra as condies de licenciamento, de acordo com os proce-dimentos previstos no presente decreto-lei.

    3 - Nos termos do disposto no nmero anterior:a) A LA integra as condies relativas ao licenciamento

    de instalaes de incinerao ou coincinerao de resduos;b) A LA integrada na LE sempre que a atividade prin-

    cipal da instalao seja a incinerao ou a coincinerao de resduos;

    c) So integradas na LA as condies relativas ao licen-ciamento de instalaes de combusto ou de produo de dixido de titnio, ao abrigo dos captulos III e VI, bem como as condies relativas ao licenciamento das instala-es que desenvolvem a atividade de tratamento de guas residuais no abrangidas pelo Decreto-Lei n. 348/98, de 9 de novembro.

    4 - O disposto no presente artigo no prejudica a obriga-o de pagamento e cobrana das taxas devidas ao abrigo dos regimes de licenciamento aplicveis.

    Artigo 7.Obrigaes gerais do operador

    1 - So obrigaes gerais do operador, no mbito da explorao da instalao:

    a) Cumprir o disposto no presente decreto-lei e as con-dies de licenciamento especificamente estabelecidas;

    b) Adotar as medidas preventivas adequadas ao com-bate poluio, designadamente mediante a utilizao das MTD;

    c) No causar poluio significativa;d) Evitar a produo de resduos, promover a sua valori-

    zao ou a sua eliminao, por esta ordem de prioridades, de modo a evitar ou reduzir o seu impacte no ambiente;

    e) Utilizar a energia e a gua de forma eficiente;f) Adotar as medidas necessrias para prevenir os aci-

    dentes e limitar os seus efeitos;g) Adotar, na fase de encerramento dos locais, as me-

    didas necessrias destinadas a evitar qualquer risco de poluio e a repor o local da explorao em estado am-bientalmente satisfatrio.

    2 - O operador assegura que as instalaes cumprem os VLE aplicveis e as condies de monitorizao as-sociadas.

    Artigo 8.Regras vinculativas gerais e condies tcnicas padronizadas

    1 - Sempre que existam regras vinculativas gerais apro-vadas, as licenas podem incluir apenas uma referncia s mesmas.

    2 - As regras vinculativas gerais aplicveis s instalaes previstas no anexo I baseiam-se nas MTD, sem impor a utilizao de tcnicas ou tecnologias especficas, nos ter-mos dos artigos 30. e 41., e so atualizadas atendendo evoluo das MTD e a publicao das concluses MTD.

    3 - A APA, I.P., pode definir, sempre que possvel, con-dies tcnicas padronizadas por tipo de atividade e ou operao que constitua objeto de autorizao, licena ou parecer nas reas da respetiva atuao.

    4 - As condies padronizadas mencionadas no nmero anterior so aprovadas por despacho dos membros do Governo responsveis pelas reas tcnica em causa e do ambiente e so disponibilizadas no balco nico.

    5 - Para adotar as condies tcnicas padronizadas aprovadas no domnio das atividades e ou operaes a desenvolver na sua instalao, o operador submete ao balco nico declarao de responsabilidade pelo cum-primento integral das respetivas obrigaes e condies, em conformidade com o definido no despacho referido no nmero anterior.

    Artigo 9.

    Acidentes e incidentes

    Sem prejuzo do disposto no regime jurdico da respon-sabilidade por danos ambientais aprovado pelo Decreto-Lei n. 147/2008, de 29 de julho, alterado pelos Decretos-Leis n.s 245/2009, de 22 de setembro, 29-A/2011, de 1 de maro, e 60/2012, de 14 de maro, se ocorrer algum in-cidente ou acidente que afete de forma significativa o ambiente, o operador deve:

    a) Executar imediatamente as medidas consideradas adequadas para limitar as consequncias para o ambiente e para evitar novos incidentes ou acidentes;

    b) Informar a APA, I.P., no prazo mximo de 48 horas, por qualquer via disponvel que se mostre eficiente;

    c) Executar as medidas complementares que a APA, I.P., defina como necessrias para limitar as consequncias para o ambiente e evitar novos incidentes ou acidentes.

    Artigo 10.Incumprimento de condies das licenas

    1 - Sempre que se verificar o incumprimento de al-guma das condies das licenas previstas no presente decreto-lei, o operador deve:

    a) Informar a EC e a APA, I.P., ou a CCDR territorial-mente competente, conforme aplicvel, no prazo mximo de 48 horas por qualquer via disponvel que se mostre eficiente;

    b) Executar imediatamente as medidas necessrias para repor as condies da licena num prazo to breve quanto possvel;

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    c) Executar as medidas complementares que as autori-dades referidas na alnea a) considerem necessrias para restabelecer o cumprimento.

    2 - Se o incumprimento das condies de licenciamento constituir um perigo imediato para a sade humana ou ameaar produzir um efeito nocivo imediato significa-tivo para o ambiente, interrompido o funcionamento da instalao, at que sejam executadas as medidas previstas nas alneas b) e c) do nmero anterior e restabelecido o cumprimento das condies de licenciamento.

    SECO II

    Disposies procedimentais comuns

    Artigo 11.Emisso de licena

    1 - A emisso das licenas previstas no presente de-creto-lei condio obrigatria prvia explorao da instalao.

    2 - O ttulo de explorao de uma instalao emitido pela EC precedido do deferimento do pedido de LA ou do seu deferimento tcito.

    3 - So nulas as decises relativas ao incio da explora-o da instalao proferidas em violao do disposto nos nmeros anteriores.

    4 - O indeferimento pela EC do pedido de emisso de ttulo de explorao ou da licena ou autorizao de explorao determina a caducidade da LA com efeitos imediatos.

    Artigo 12.Registo de operadores de instalaes

    1 - Esto sujeitos a inscrio e a registo de dados na APA, I.P., os operadores de instalaes abrangidas pelo anexo I, bem como de instalaes de incinerao e coin-cinerao de resduos.

    2 - O registo deve ser efetuado data do respetivo pe-dido de licenciamento e ser atualizado pelo operador, no prazo de cinco dias, sempre que ocorrer a alterao do responsvel tcnico ambiental.

    3 - A APA, I.P., assegura a atualizao dos dados relati-vos ao inventrio das instalaes sempre que proceder :

    a) Emisso, aditamentos ou atualizaes de LA;b) Emisso e averbamentos de licenas de incinerao

    ou coincinerao de resduos;c) Alterao da titularidade ou da denominao social

    das instalaes.

    4 - Para efeitos do nmero anterior, a EC envia informa-o APA, I.P., aquando da emisso do ttulo de explorao ou do registo da alterao no processo.

    Artigo 13.Administrao eletrnica

    1 - Todos os pedidos, comunicaes e notificaes pre-vistos no presente decreto-lei, entre o operador, o pblico interessado e as entidades competentes, so realizados atravs do balco nico eletrnico, adiante designado por balco nico.

    2 - O balco nico compreende as plataformas ele-trnicas de cada regime de licenciamento ou autoriza-o, institudas como balco nico eletrnico nacional, para a realizao das formalidades previstas no presente decreto-lei.

    3 - As plataformas eletrnicas de cada regime de li-cenciamento devem assegurar a interoperabilidade com o Portal do Cidado e da Empresa e outros que venham a ser considerados teis para o processo integrado e partilhado por todas as entidades envolvidas na avalia-o dos pedidos submetidos, assegurando a tramitao processual, de forma a tornar o processo mais gil e a disponibilizar s entidades e aos titulares dados sobre o andamento dos processos e as decises definitivas, nos termos da lei.

    4 - O acesso s plataformas eletrnicas de cada regime de licenciamento pode ser protocolado com outros orga-nismos da administrao, de forma a permitir que estes promovam diretamente alguns procedimentos previstos no presente decreto-lei e que acompanhem os processos que foram por si submetidos, assegurando tambm que sejam desencadeados alertas automticos para todas as entidades envolvidas sempre que novos elementos sejam adicionados ao processo.

    5 - O balco nico deve produzir notificaes autom-ticas para as entidades envolvidas, alertas sobre prazos e novos elementos adicionados ao processo, bem como permitir ao operador o preenchimento dos formulrios e sua instruo, e o acesso a documentao de apoio sobre o regime legal aplicvel e de carcter tcnico relevante em cada setor de atividade.

    6 - Sempre que o operador opte pela adoo de con-dies tcnicas padronizadas, nos termos previstos nos n.s 3 a 5 do artigo 8., o pedido deve ser apresentado em conformidade com o disposto no despacho referido no n. 5 daquele artigo.

    7 - Quando, por motivos de indisponibilidade das pla-taformas eletrnicas, no for possvel o cumprimento do disposto no nmero anterior, pode ser utilizado formulrio editvel disponibilizado no stio na internet das entidades competentes ou, na sua falta, qualquer outro meio legal-mente admissvel.

    8 - Os formulrios dos pedidos de licena ou autoriza-o e respetivos elementos instrutrios so definidos por portaria do membro do Governo responsvel pela rea do ambiente.

    9 - A data do pedido de licena ou autorizao a data indicada no respetivo comprovativo do pagamento das taxas previstas no captulo VII.

    10 - O recibo comprovativo da receo do pedido de li-cena identifica os condicionamentos aplicveis ao mesmo, bem como as entidades cuja consulta obrigatria.

    Artigo 14.Formulrio nico

    1 - Os operadores enviam APA, I.P., os relatrios, dados ou informaes relativos a monitorizao das emis-ses, atravs do formulrio eletrnico disponvel para o efeito no seu stio na Internet, de acordo com o regime legal aplicvel.

    2 - At implementao do disposto no nmero anterior, os operadores de instalaes abrangidas pelos captulos II e IV podem enviar APA, I.P., o relatrio ambiental anual em suporte digital.

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    Artigo 15.Princpio da economia processual

    O operador dispensado de juntar os elementos que j tenham sido apresentados no mbito de procedimen-tos de licenciamento anteriores abrangidos pelo presente decreto-lei, desde que os identifique para esse efeito e que os elementos em causa se mantenham vlidos.

    Artigo 16.Entidades acreditadas

    1 - As entidades acreditadas visam garantir a boa ins-truo dos processos de licenciamento abrangidos pelo presente decreto-lei.

    2 - Se da verificao sumria dos pedidos de licencia-mento resultar a sua no conformidade e caso o processo instrutrio tenha sido validado por entidade acreditada, o pedido liminarmente indeferido e o procedimento extinto.

    3 - Consideram-se entidades acreditadas as que sejam re-conhecidas formalmente por Organismo Nacional de Acre-ditao, nos termos do Regulamento (CE) n. 765/2008, do Parlamento Europeu e do Conselho, de 9 julho de 2008, com competncia para realizar atividades especficas no mbito da instruo do procedimento de licenciamento.

    Artigo 17.Informao prestada por operadores de instalaes sujeitas

    ao regime de preveno e controlo integrado de poluio

    1 - A informao de monitorizao prevista no ar-tigo 14., relativa s instalaes abrangidas pelo anexo I, previamente validada por verificadores qualificados.

    2 - Os critrios e metodologia para o reconhecimento de verificadores qualificados so fixados em portaria do membro do Governo responsvel pelo ambiente e publi-citados no stio na Internet da APA, I.P.

    3 - At existncia de verificadores qualificados, dispensada a validao prvia prevista no n. 1.

    Artigo 18.Disponibilizao de informao ao pblico

    1 - Aps a tomada de deciso, a APA, I.P., atravs dos meios adequados, designadamente no seu stio na internet, procede divulgao das seguintes informaes:

    a) Deciso proferida no procedimento de LA, incluindo a licena e respetivos aditamentos;

    b) Fundamentao da deciso, nos casos em que seja concedida uma derrogao, nos termos previstos no n. 6 do artigo 30.;

    c) Relatrio que inclua a fundamentao da deciso, os resultados das consultas prvias deciso e a descrio do modo como estas consultas foram consideradas na deciso, o ttulo dos documentos de referncia MTD relevantes para a instalao ou a atividade em causa, e o modo como as condies de licenciamento, incluindo os VLE, foram definidas em funo das MTD e dos valores de emisso associados s MTD;

    d) Informaes relevantes sobre as medidas tomadas pelo operador aps a cessao definitiva das atividades da instalao;

    e) Resultados das monitorizaes das emisses que lhe tenham sido comunicadas pelo operador:

    i) De instalaes abrangidas pelo anexo I, designada-mente nos termos da respetiva LA;

    ii) De instalaes de incinerao e coincinerao de resduos;

    iii) De instalaes que utilizam solventes orgnicos;

    f) Deciso proferida no procedimento de licenciamento de novas instalaes de incinerao e coincinerao de resduos, incluindo a licena e respetivas atualizaes;

    g) Relatrio anual sobre o funcionamento e o controlo da instalao de incinerao e de coincinerao de res-duos com uma capacidade instalada igual ou superior a 2 toneladas por hora;

    h) Lista das instalaes de incinerao e de coincinera-o com uma capacidade instalada inferior a 2 toneladas por hora;

    i) Lista das instalaes que utilizam solventes orgnicos sujeitos a licenciamento e registo;

    j) Regras vinculativas gerais relativas s instalaes que utilizam solventes orgnicos.

    2 - Sem prejuzo do previsto no artigo 11. da Lei n. 19/2006, de 12 de junho, o disposto nas alneas e), i) e j) do nmero anterior aplicvel no caso de instalaes abrangidas pelo captulo V.

    Artigo 19.Alterao da instalao

    1 - Consideram-se alteraes de explorao para efeitos de LA:

    a) A modificao das caractersticas ou do funciona-mento ou uma ampliao da instalao que possa ter con-sequncias no ambiente, nomeadamente as que induzam um efeito relevante nas condies especificamente esta-belecidas na LA emitida;

    b) A alterao substancial nas atividades desenvolvidas numa instalao que corresponda aos limiares estabeleci-dos no anexo I;

    c) A transmisso, a qualquer ttulo, da explorao ou pro-priedade de parte da instalao, sujeita a uma mesma LA;

    d) A atualizao da LA decorrente do disposto no n. 7.

    2 - O operador requer EC a alterao da instalao sujeita a LA, devendo a APA, I.P., emitir parecer sobre a proposta, a pedido da EC.

    3 - Em caso de alterao substancial da instalao, no prazo de 15 dias a contar da data da receo do pedido previsto no nmero anterior, a APA, I.P., comunica EC a necessidade de o operador desencadear o pedido de LA.

    4 - Quando no for efetuada a comunicao nos termos do nmero anterior, a APA, I.P., emite, se necessrio, adita-mento LA que integra a alterao proposta pelo operador, dando conhecimento EC no prazo de 30 dias a contar da data da receo da proposta.

    5 - Os prazos previstos nos n.s 3 e 4 so suspensos quando for necessrio solicitar esclarecimentos adicionais ao operador.

    6 - O disposto no nmero anterior no se aplica s alte-raes das instalaes sujeitas a LA padronizada, devendo o operador cumprir o disposto no artigo 35..

    7 - Sem prejuzo do disposto no n. 1, o operador deve requerer, atravs da EC, a atualizao da LA da instalao, sempre que:

    a) Sejam publicadas decises sobre as concluses MTD referentes atividade principal da instalao, no prazo mximo de 4 anos aps a sua publicao;

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    b) A evoluo das MTD permitir uma reduo significa-tiva das emisses, nos casos em que a instalao no esteja abrangida por nenhuma das concluses MTD;

    c) A poluio causada pela instalao for tal que exija a reviso dos VLE estabelecidos na licena ou a fixao de novos VLE;

    d) Ocorram alteraes significativas das MTD que per-mitam uma reduo considervel das emisses, sem impor encargos excessivos;

    e) A segurana operacional do processo ou da atividade exija a utilizao de outras tcnicas;

    f) Alteraes legislativas que assim o exijam.

    8 - No caso de instalaes novas ou alteraes subs-tanciais de instalaes existentes, cuja construo seja iniciada aps a emisso da LA, o operador remete EC e APA, I.P., informao relativa data de incio de constru-o, bem como memria descritiva de eventuais alteraes ao projeto licenciado, para que seja avaliada a necessidade de atualizar a licena.

    9 - A licena de explorao (LE) da instalao de in-cinerao ou coincinerao de resduos pode ser alterada nos seguintes casos:

    a) Por deciso fundamentada da APA, I.P., que imponha ao operador a adoo das medidas adequadas para mini-mizar ou compensar os efeitos negativos no previsveis para o ambiente ou para a sade pblica ocorridos durante a explorao da instalao;

    b) Por requerimento do operador quando pretenda in-troduzir uma alterao ou ajustamento ao projeto da ins-talao, nos termos do disposto no captulo IV.

    10 - No caso da alnea b) do nmero anterior, o pedido de alterao instrudo com os elementos relevantes re-feridos no artigo 71..

    Artigo 20.Transmisso de licenas

    1 - As licenas podem ser transmitidas mediante re-querimento do transmitente ou do transmissrio dirigido EC, apresentado junto da APA, I.P., aps confirmao do averbamento ao processo, do qual conste:

    a) Identificao do transmissrio, designadamente a denominao social e sede, caso se trate de pessoa coletiva, e nmero de identificao fiscal;

    b) Declarao comprovativa da vontade do titular da licena de transmitir a mesma;

    c) Declarao do transmissrio obrigando-se explo-rao da instalao nas condies constantes da licena emitida;

    d) Identificao do responsvel tcnico ambiental e respetivas habilitaes profissionais.

    2 - A APA, I.P., receciona o averbamento previsto no nmero anterior, atualiza a licena e comunica EC as alteraes.

    Artigo 21.Renovao de licenas

    1 - O operador envia APA, I.P., atravs da EC, at seis meses antes do termo do prazo de validade fixado na respetiva licena, os elementos que instruram o pedido

    de licenciamento que caream de atualizao, com vista renovao das licenas.

    2 - Caso no seja cumprido o disposto no nmero ante-rior, a APA, I.P., notifica o operador para informar sobre a existncia de alteraes na instalao.

    3 - Para efeitos do nmero anterior, se o operador no prestar as informaes solicitadas, a licena caduca.

    4 - Se o operador informar que no existem alteraes na instalao, a licena renovada por igual perodo, sendo previamente realizada vistoria se esta for conside-rada necessria ou quando seja obrigatria, nos termos do captulo IV.

    5 - O disposto no presente artigo no dispensa o ope-rador da entrega do relatrio de base previsto no n. 1 do artigo 42., quando aplicvel.

    6 - A deciso de renovao das licenas em caso de atu-alizao proferida nos prazos previstos nos artigos 40. e 60..

    Artigo 22.Caducidade das licenas

    1 - A ausncia de atividade de uma instalao por mo-tivo imputvel ao operador determina a caducidade das licenas, nos seguintes termos:

    a) Por perodo igual ou superior a trs anos, no caso da LA;

    b) Por perodo igual ou superior a um ano, no caso da LE.

    2 - A LA caduca ainda nas seguintes situaes:a) Caducidade do ttulo ou da autorizao de explo-

    rao;b) Diminuio da capacidade instalada para valores

    inferiores aos limiares de abrangncia do anexo I;c) Obteno da excluso de aplicao do presente re-

    gime;d) Transmisso de parte da instalao que desenvolva

    atividades previstas no anexo I, sem o cumprimento do disposto na alnea c) do n. 1 do artigo 20.;

    e) Nos casos previstos no n. 3 do artigo anterior.

    3 - A LE caduca igualmente nos termos do disposto no n. 3 do artigo anterior e ainda quando a explorao da instalao de incinerao ou coincinerao de resduos no seja iniciada no prazo de seis meses a contar da data da sua emisso.

    4 - O prazo previsto no nmero anterior pode ser pror-rogado por igual perodo e uma nica vez, caso o operador demonstre motivo atendvel que justifique o atraso no incio de explorao.

    5 - Aps a caducidade da licena, a subsequente explo-rao da instalao implica a formulao de novo pedido de licena, sujeito ao regime aplicvel s instalaes no-vas, podendo a APA, I.P., determinar, em deciso funda-mentada, quais os procedimentos que no necessitam ser repetidos.

    6 - A APA, I.P., procede ao averbamento, no respetivo processo, da caducidade das licenas.

    Artigo 23.Deferimento tcito

    1 - Decorrido o prazo estabelecido para a deciso do pedido de licena sem que esta tenha sido proferida e no se

  • Dirio da Repblica, 1. srie N. 167 30 de agosto de 2013 5333

    verificando nenhuma causa de indeferimento, considera-se tacitamente deferido o pedido de licenciamento.

    2 - O deferimento tcito do pedido de licenciamento no dispensa o cumprimento de todas as obrigaes legais aplicveis, designadamente, das seguintes:

    a) VLE aplicveis;b) Valores de emisso associados utilizao das MTD;c) Deveres de informao e resultados da participao

    do pblico;d) Condies estabelecidas na Declarao de Impacte

    Ambiental (DIA) e ou no parecer sobre o relatrio des-critivo da conformidade do projeto de execuo com a respetiva DIA, no parecer sobre avaliao de compatibi-lidade de localizao, no relatrio de segurana aprovado pela entidade competente e, no caso de j haver deciso sobre a mesma, na LA;

    e) Condies estabelecidas no ttulo ou na informao prvia de utilizao de recursos hdricos;

    f) Condies estabelecidas no ttulo de emisso de gases com efeito de estufa (TEGEE).

    3 - Ocorrendo o deferimento tcito do pedido de LA, a APA, I.P., emite automaticamente, atravs do balco nico, certido comprovativa do decurso do prazo para a emisso da LA.

    4 - A certido prevista no nmero anterior substituda pela LA respetiva assim que possvel, devendo a deciso da EC sobre o incio da explorao ter em conta o contedo do pedido de LA.

    SECO III

    Articulao com outros regimes

    Artigo 24.Emisses de gases com efeito de estufa

    1 - A licena de uma instalao que desenvolva ativi-dades abrangidas pelo regime de comrcio europeu de licenas de emisso de gases com efeito de estufa (CELE), enumeradas no anexo II do Decreto-Lei n. 38/2013, de 15 de maro, no deve incluir um VLE aplicvel s emis-ses diretas de um gs com efeito de estufa (GEE), previsto no mesmo anexo, salvo nos casos em que for necessrio assegurar que no causada qualquer poluio local sig-nificativa.

    2 - O operador pode efetuar o pedido de TEGEE simulta-neamente com o pedido de LA ou em momento anterior.

    3 - O TEGEE anexado LA ou LE sempre que uma instalao esteja sujeita ao regime CELE.

    4 - Sem prejuzo do disposto no nmero anterior, o TEGEE mantm-se em vigor como ttulo autnomo e independente da referida licena, regendo-se pelas normas constantes do regime CELE.

    5 - O TEGEE no deve impor requisitos em matria de eficincia energtica relativamente s unidades de com-busto ou outras unidades que emitam dixido de carbono no local.

    Artigo 25.Utilizao dos recursos hdricos

    1 - Os ttulos de utilizao de recursos hdricos (TURH) necessrios explorao da instalao so anexados LA e mantm-se em vigor como ttulos autnomos e inde-

    pendentes da referida licena, regendo-se pelas normas constantes do Decreto-Lei n. 226-A/2007, de 31 de maio, que estabelece o regime da utilizao dos recursos hdricos, alterado pelos Decretos-Leis n.s 391-A/2007, de 21 de dezembro, 93/2008, de 4 de junho, 107/2009, de 15 de maio, 245/2009, de 22 de setembro, e 82/2010, de 2 de julho, e pelas Leis n.os 44/2012, de 24 de agosto, e 58/2005, de 29 de dezembro.

    2 - So definidas na LA as condies de explorao das instalaes de tratamento de guas residuais no abrangidas pelo Decreto-Lei n. 152/97, de 19 de junho, alterado pelos Decretos-Leis n.s 348/98, de 9 de novembro, 261/99, de 7 de julho, 172/2001, de 26 de maio, 149/2004, de 22 de junho, e 198/2008, de 8 de outubro.

    Artigo 26.Gesto de efluentes pecurios

    No caso de instalaes onde se exera atividade de gesto de efluentes pecurios, a emisso de licena apenas proferida aps a aprovao ou a aprovao condicional do Plano de gesto de efluentes pecurios (PGEP), pre-visto no novo regime do exerccio da atividade pecuria (NREAP), aprovado pelo Decreto-Lei n. 81/2013, de 14 de junho.

    Artigo 27.Avaliao de impacte ambiental ou regime de preveno de acidentes graves que envolvam substncias perigosas

    1 - Caso a instalao esteja sujeita a avaliao de impacte ambiental (AIA) ou ao regime de preveno de acidentes graves que envolvam substncias perigosas (RPAG), pre-visto no Decreto-Lei n. 254/2007, de 12 de julho, a deciso no mbito de LA ou LE tem tambm em considerao os seguintes elementos:

    a) O contedo e as condies eventualmente prescritas na DIA ou na deciso sobre a conformidade ambiental do projeto de execuo com a DIA, ou o contedo e as con-dies que eventualmente resultem da deciso de dispensa do procedimento de AIA;

    b) Os elementos constantes do Estudo de Impacte Am-biental (EIA) apresentado pelo proponente, bem como o parecer da Comisso de Avaliao e o relatrio da consulta pblica, em caso de deferimento tcito do procedimento de AIA, nos termos da lei;

    c) Os elementos constantes do RECAPE apresentado pelo proponente, o parecer da Comisso de Avaliao e o relatrio de Consulta Pblica, em caso de deferimento tcito do procedimento de verificao da conformidade ambiental do projeto de execuo com a DIA, nos termos da lei;

    d) O contedo e as condies eventualmente prescritas na deciso relativa ao relatrio de segurana, a que se refere o artigo 18. do RPAG.

    Artigo 28.Gesto de resduos

    1 - Nos casos em que as OGR no sejam a atividade principal, as condies relativas ao licenciamento de OGR da competncia da APA, I.P., so integradas na LA, me-diante parecer prvio emitido pela autoridade competente, nos termos do regime de licenciamento aplicvel em funo do tipo de OGR desenvolvidas.

  • 5334 Dirio da Repblica, 1. srie N. 167 30 de agosto de 2013

    2 - O disposto no nmero anterior no prejudica a obri-gao de pagamento e a cobrana das taxas devidas ao abrigo dos regimes de licenciamento de OGR.

    3 - O parecer previsto no n. 1 emitido no prazo de 20 dias aps solicitao, equivalendo a ausncia de pro-nncia no prazo fixado a parecer favorvel.

    CAPTULO II

    Instalaes que desenvolvam as atividadesprevistas no anexo I

    SECO I

    Disposies gerais

    Artigo 29.Excluso

    1 - Os operadores das instalaes que demonstrem no se encontrar em condies de utilizar a capacidade nomi-nal da instalao podem requerer junto da EC, de forma fundamentada, a sua excluso de sujeio ao regime de preveno e controlo integrados da poluio (RPCIP), enquanto se mantiver essa situao.

    2 - Se a instalao para a qual solicitada a excluso possuir LA, esta caduca quando for emitida, pela EC, deciso favorvel excluso.

    3 - A APA, I.P., emite parecer vinculativo sobre o pedido de excluso, no prazo de 15 dias contados da receo do processo enviado pela EC.

    4 - O prazo previsto no nmero anterior suspenso quando forem solicitados esclarecimentos adicionais ao operador.

    5 - Caso o pedido de excluso previsto no n. 1 seja deferido, a EC indica, na deciso relativa explorao da instalao, o limite de capacidade a que o operador se encontra autorizado, bem como as condies impostas pela APA, I.P.

    6 - Sem prejuzo do disposto nos nmeros seguintes, caso no seja comunicada a deciso prevista no n. 3, ocorre deferimento tcito nos termos do disposto no artigo 23., com as devidas adaptaes.

    7 - A excluso de sujeio ao RPCIP no dispensa o licenciamento da utilizao dos recursos hdricos, quando aplicvel, nem o cumprimento da demais legislao am-biental aplicvel.

    8 - As instalaes excludas ao abrigo do disposto no n. 1 so sujeitas a verificao anual da capacidade nominal da instalao autorizada, mediante vistoria ou outro meio a decidir pela EC, que comunica APA, I.P., no prazo de 10 dias o resultado da diligncia.

    9 - A EC, quando verifique que a instalao ultrapassa a capacidade para a qual o operador se encontra autori-zado, revoga a deciso de excluso de sujeio ao RPCIP, dando disso conhecimento APA, I.P., Inspeo-Geral da Agricultura, Mar, Ambiente e Ordenamento do Territrio (IGAMAOT) e Autoridade de Segurana Alimentar e Econmica (ASAE).

    10 - O operador deve efetuar o pedido de LA em caso de revogao da excluso de sujeio ao RPCIP ou de al-terao que conduza abrangncia da instalao ao mesmo regime.

    Artigo 30.Valores limite de emisso, parmetros equivalentes, medidas

    tcnicas e requisitos de monitorizao

    1 - Os VLE so aplicveis no ponto onde so libertadas as emisses sada da instalao, ou, caso no seja poss-vel, no ponto considerado mais adequado, aps deduo de uma eventual diluio.

    2 - Em caso de libertao indireta para meios aqu-ticos, pode ser considerado o efeito de uma estao de tratamento ao serem fixados os VLE da instalao, desde que se garanta que o nvel de proteo do ambiente no seu todo equivalente e que no conduz a uma maior contaminao do ambiente, sem prejuzo do disposto na Lei n. 58/2005, de 29 de dezembro, alterada pelos De-cretos-Leis n.s 245/2009, de 22 de setembro, 103/2010, de 24 de setembro, 60/2012, de 14 de maro, e 130/2012, de 22 de junho.

    3 - Os valores limite de emisso e os parmetros e as medidas tcnicas equivalentes baseiam-se nas MTD, sem impor a utilizao de uma tcnica ou de uma tecnologia especfica.

    4 - Os VLE definidos nas LA em condies normais de funcionamento no devem exceder os valores de emisso associados s MTD estabelecidas nas concluses MTD, reportados ao mesmo perodo, ou a perodos mais curtos, e s mesmas condies de referncia.

    5 - Caso no existam valores de emisso associados s MTD nas concluses das MTD, os VLE a definir nas LA devem garantir os melhores nveis de desempenho ambiental que a instalao consegue atingir, em operao normal.

    6 - A APA, I.P., pode, desde que no seja gerada uma poluio significativa e desde que seja atingido um nvel elevado de proteo global do ambiente, definir VLE me-nos rigorosos caso o operador demonstre que a obteno destes valores acarretaria custos desproporcionadamente elevados face aos benefcios ambientais obtidos, devido a uma das seguintes situaes:

    a) localizao geogrfica ou s condies ambientais locais da instalao em causa;

    b) s caractersticas tcnicas da instalao em causa.

    7 - Nos casos referidos no nmero anterior, a APA, I.P., deve anexar LA o resultado da avaliao e a justi-ficao das condies impostas s condies de licen-ciamento.

    8 - Os VLE previstos no n. 6 no podem exceder os VLE definidos nos anexos ao presente decreto-lei, quando aplicveis.

    9 - Os requisitos de monitorizao so, sempre que possvel, definidos com base nas concluses sobre a mo-nitorizao descritas nas concluses MTD.

    10 - A frequncia da monitorizao peridica deter-minada pela APA, I.P., na LA concedida a cada instalao ou nas regras vinculativas gerais, sem prejuzo do disposto no nmero seguinte.

    11 - Sempre que possvel, o operador deve utilizar m-todos de monitorizao cujo limite de deteo seja, no mximo, de 10% do VLE estabelecido na LA.

    12 - Para as guas subterrneas e solo, a periodicidade mnima da monitorizao de 5 e 10 anos, respetivamente, salvo se se basear numa anlise sistemtica dos riscos de contaminao, a monitorizar periodicamente nos termos do disposto no n. 10.

  • Dirio da Repblica, 1. srie N. 167 30 de agosto de 2013 5335

    Artigo 31.Melhores tcnicas disponveis e objetivos de qualidade ambiental

    1 - As MTD correspondem fase de desenvolvimento mais avanada e eficaz das atividades e dos respetivos modos de explorao, que demonstre a aptido prtica de tcnicas especficas para constiturem a base dos VLE e de outras condies de licenciamento, com vista a evitar e, quando tal no seja possvel, a reduzir as emisses e o impacte no ambiente no seu todo, considerando-se o seguinte:

    a) Melhores, as tcnicas mais eficazes para alcanar um nvel geral elevado de proteo do ambiente no seu todo;

    b) Tcnicas, o modo como a instalao projetada, construda, conservada, explorada e desativada, bem como as tcnicas, incluindo tecnologias, utilizadas no processo de produo;

    c) Disponveis, as tcnicas desenvolvidas a uma es-cala que possibilite a sua aplicao no contexto do sector econmico em causa em condies econmica e tecnica-mente viveis, tendo em conta os custos e os benefcios, quer sejam ou no utilizadas ou produzidas a nvel na-cional, desde que acessveis ao operador em condies razoveis.

    2 - A determinao das MTD tem em conta os custos e benefcios que podem resultar de uma ao e os princ-pios da precauo e da preveno, bem como os critrios constantes do anexo III ao presente decreto-lei, do qual faz parte integrante, e ainda os seguintes documentos de referncia sobre as MTD:

    a) Os documentos de referncia MTD visam as ati-vidades previstas anexo I e resultam do intercmbio de informaes provenientes do Frum Europeu de especia-listas da Comisso Europeia, descrevendo, em particular, as tcnicas aplicadas, os nveis de emisso e de consumo atuais, as tcnicas consideradas para a determinao das MTD, bem como as concluses MTD e quaisquer tcnicas emergentes, tendo especialmente em conta os critrios referidos no anexo III; e

    b) As concluses MTD referem-se a um documento que contm as partes de um documento de referncia MTD, em que so expostas as concluses a respeito das MTD, a sua descrio, as informaes necessrias para avaliar a sua aplicabilidade, os valores de emisso associados s melhores tcnicas disponveis, as medidas de monitori-zao associadas, os nveis de consumo associados e, se adequado, medidas relevantes de reabilitao do local.

    3 - Se para cumprimento de um objetivo de qualidade ambiental forem exigveis condies mais restritivas do que as previsivelmente obtidas com a utilizao das MTD, a licena deve prever condies suplementares para atingir o mesmo efeito.

    4 - A APA, I.P., assegura a coordenao nacional dos documentos de referncia sobre as MTD e o processo de intercmbio de informaes com as partes interessadas.

    Artigo 32.Tcnicas emergentes

    Devem ser promovidos o desenvolvimento e a aplicao de tcnicas emergentes, em especial das que so indicadas

    nos documentos de referncia MTD, consideradas como as tcnicas utilizadas pela primeira vez numa atividade industrial que, se comercialmente desenvolvida, pode asse-gurar um nvel geral de proteo do ambiente mais elevado ou permitir, pelo menos, o mesmo nvel de proteo do ambiente e maiores poupanas.

    Artigo 33.Comisso Consultiva para a Preveno e Controlo

    Integrados da Poluio

    1 - A Comisso Consultiva para a Preveno e Controlo Integrados da Poluio (CCPCIP) visa o acompanhamento da atividade das respetivas instalaes e funciona sob a presidncia da APA, I.P..

    2 - A CCPCIP composta por representantes das reas do ambiente, da agricultura, das finanas, da economia, da energia e da sade, bem como das regies autnomas e das associaes ou confederaes representativas dos setores de atividade.

    3 - Os membros da CCPCIP so designados por despa-cho do membro do Governo responsvel por cada uma das reas representadas, sem prejuzo do disposto no nmero seguinte.

    4 - Os membros da CCPCIP representantes das regi-es autnomas so designados por despacho do respetivo membro do Governo Regional.

    5 - As competncias da CCPCIP so as seguintes:a) Promoo da participao nacional nos grupos de

    trabalho destinados elaborao e reviso dos documentos de referncia sobre MTD (Best Available Technologies Reference documents, BREF);

    b) Apoio na identificao e anlise das MTD em uso por sector de atividade;

    c) Apreciao de documentos de suporte e de infor-mao sobre as MTD, nomeadamente os documentos de referncia sobre as MTD;

    d) Acompanhamento da evoluo e a promoo da ado-o das MTD, das medidas de monitorizao associadas e demais aspetos relacionados;

    e) Pronncia sobre questes da sua competncia sempre que solicitada pelas restantes entidades intervenientes.

    6 - O funcionamento da CCPCIP definido por por-taria dos membros do Governo responsveis pelas reas do ambiente, da economia, da agricultura, da energia e da sade.

    7 - Sempre que se justifique, podem ser convidados a participar nas reunies da CCPCIP outras entidades com competncia sobre os assuntos em anlise com estatuto de observador.

    SECO II

    Procedimento de licena ambiental

    Artigo 34.Licena ambiental

    1 - Ao procedimento de emisso da licena ambiental (LA) aplica-se o disposto na seco II do captulo I, com as alteraes previstas na presente Seco.

    2 - A LA parte integrante do ttulo de explorao da instalao emitido pela EC, que precedido do deferimento do pedido de LA ou do seu deferimento tcito.

  • 5336 Dirio da Repblica, 1. srie N. 167 30 de agosto de 2013

    3 - A deciso da EC sobre o pedido de autorizao de instalao pode ser proferida antes da deciso final no procedimento de LA.

    4 - So nulas as decises relativas ao incio da explo-rao da instalao proferidas em violao do disposto no presente artigo.

    5 - O disposto no n. 3 no se aplica emisso de li-cenas padronizadas.

    Artigo 35.Pedido de licena ambiental

    1 - O pedido de LA apresentado pelo operador EC atravs do formulrio relativo preveno e controlo in-tegrados da poluio, aprovado por portaria dos membros do Governo responsveis pelas reas do ambiente e da atividade econmica abrangida, do qual constam os se-guintes elementos:

    a) Descrio da instalao, da natureza e da extenso das suas atividades;

    b) Nome e habilitaes do responsvel tcnico ambiental da instalao;

    c) Identificao das matrias-primas e matrias secun-drias, incluindo a gua, de outras substncias utilizadas ou produzidas na instalao, bem como das origens da gua;

    d) Identificao das fontes de emisses da instalao;e) Descrio do estado do local onde se prev a implan-

    tao da instalao e, quando aplicvel, um relatrio de base em conformidade com o n. 2 do artigo 42.;

    f) Apresentao das peas desenhadas em suporte di-gital;

    g) Identificao do tipo e volume das emisses pre-visveis da instalao para os diferentes meios fsicos, bem como dos efeitos significativos dessas emisses no ambiente, incluindo os valores de emisso, que o operador da instalao se prope atingir para os poluentes caracte-rsticos da atividade, em consonncia com os valores de emisso associados s MTD nos documentos de refern-cia MTD ou, caso divergentes, anlise custo-eficcia que justifique os valores propostos;

    h) Descrio da tecnologia prevista e de outras tcnicas destinadas a evitar as emisses provenientes da instalao ou, se tal no for possvel, a reduzi-las, tal como referido nos documentos de referncia MTD aplicveis instalao, incluindo listagem das MTD a implementar e justificao para a eventual no observncia de MTD aplicveis;

    i) Descrio das medidas de preveno e de valorizao, incluindo a preparao para reutilizao e a reciclagem dos resduos gerados pela instalao;

    j) Descrio de outras medidas previstas para dar cum-primento s obrigaes do operador referidas no artigo 7.;

    k) Identificao das medidas previstas para a monitori-zao das emisses para o ambiente;

    l) Um resumo das principais alternativas, estudadas pelo operador, tecnologia, s tcnicas e s medidas pro-postas;

    m) Dados referentes ao destino dos efluentes pecurios e cadveres de animais, caso aplicvel;

    n) Resumo no tcnico dos dados enumerados nas al-neas anteriores, com vista a facilitar a participao do pblico;

    o) Dados relevantes para efeitos de pedido de TEGEE, nos casos em que o operador opte por efetuar o respetivo

    pedido em simultneo com o pedido de LA, nos termos previstos no artigo 24.;

    p) Dados relevantes para a emisso de deciso relativa s OGR e utilizao de recursos hdricos, nos casos em que o operador opte por efetuar os respetivos pedidos em simultneo com o pedido de LA, nos termos previstos nos artigos 28. e 25., respetivamente;

    q) Meno expressa de entrega do EIA ou do relat-rio de conformidade ambiental do projeto de execuo (RECAPE) com a DIA, do pedido de parecer relativo localizao ou do relatrio de segurana, nos casos em que o procedimento de AIA ou o procedimento previsto no RPAG decorram em simultneo com o pedido de LA, nos termos do artigo seguinte.

    2 - Os dados ou informaes fornecidos EC ou APA, I.P., em cumprimento da legislao em vigor, nome-adamente no mbito do licenciamento ou da autorizao da explorao de instalao, do regime jurdico de avaliao de impacte ambiental (RJAIA), do regime CELE, da aplica-o do RJPAG ou do regime de ecogesto e auditoria, que permitam dar cumprimento ao disposto no nmero anterior, podem ser usados para efeitos de instruo do pedido de LA, desde que o operador os identifique em concreto.

    3 - No prazo previsto no respetivo regime jurdico do li-cenciamento ou da autorizao da explorao da instalao, aps assegurar a devida instruo do pedido, a EC envia APA, I.P., o pedido de LA, bem como o comprovativo da transferncia da quota-parte da APA, I.P., na receita da taxa aplicvel, em conformidade com o disposto no artigo 106..

    4 - O prazo de envio do pedido de LA APA, I.P., de trs dias contados da data da receo do formulrio previsto no n. 1, salvo disposio legal em contrrio.

    5 - No caso de uma alterao da instalao que obrigue a alterao da LA, o pedido abrange apenas as partes da instalao e os elementos referidos no n. 1 que possam ser afetados por essa alterao.

    6 - Qualquer alterao, nos termos do artigo 19., a uma instalao detentora de uma LA padronizada obriga o operador a remeter a informao prevista no n. 1.

    Artigo 36.Instalaes sujeitas ao regime de avaliao de impacto

    ambiental e ao regime de prevenode acidentes graves que envolvam substncias perigosas

    1 - No caso de uma instalao sujeita a AIA, o pedido de LA entregue aps:

    a) A emisso da DIA favorvel ou favorvel condicio-nada, no caso de o procedimento de AIA decorrer em fase de projeto de execuo;

    b) A emisso de deciso de conformidade ambiental do projeto de execuo com a DIA, no caso de o pro-cedimento de AIA decorrer em fase de estudo prvio ou anteprojeto;

    c) A deciso de dispensa do procedimento de AIA;d) Termo do prazo de deferimento tcito nos termos

    previstos no RJAIA.

    2 - Sem prejuzo do disposto no n. 1, e no caso de uma instalao sujeita ao RPAG, o pedido de LA entregue aps a emisso do parecer da APA, I.P., favorvel localizao e ou aps a aprovao do relatrio de segurana, nos termos do respetivo regime jurdico.

  • Dirio da Repblica, 1. srie N. 167 30 de agosto de 2013 5337

    3 - A pedido do operador, o procedimento de LA pode decorrer em simultneo com o procedimento do RPAG ou com o procedimento de AIA se for relativo a um projeto de execuo.

    Artigo 37.Instruo do pedido

    1 - A APA, I.P., no prazo de 15 dias, verifica se o pedido de LA se encontra devidamente instrudo e delibera:

    a) Convocar o operador para a realizao de confern-cia instrutria, com vista ao esclarecimento dos aspetos considerados necessrios para a boa deciso do pedido, dando conhecimento EC;

    b) Solicitar EC a prestao, pelo operador, das re-tificaes necessrias e dos elementos em falta ou das informaes complementares;

    c) Indeferir liminarmente o pedido, com a consequente extino do procedimento, nas seguintes situaes:

    i) Projeto sujeito a AIA, em fase de execuo, sem DIA vlida ou no se encontrando a decorrer, em simultneo, o procedimento de AIA ou o procedimento de verificao da conformidade do projeto de execuo com a DIA;

    ii) Projeto sujeito a AIA, em fase de estudo prvio ou anteprojeto, sem deciso de conformidade ambiental do projeto de execuo com a DIA, sem se encontrar a de-correr, em simultneo, o procedimento de verificao da conformidade ambiental do projeto de execuo com a DIA ou sem que tenha decorrido o prazo de deferimento tcito;

    iii) Projeto sujeito a AIA sem deciso de dispensa do procedimento;

    iv) Projeto abrangido pelo RPAG, sem emisso de pa-recer de compatibilidade de localizao e ou aprovao do relatrio de segurana, ou com meno que este processo decorre em simultneo;

    v) Proposta de valores de emisso para os poluentes caractersticos da atividade em dissonncia com os valores de emisso associados s MTD referidos nos documentos de referncia MTD e sem a respetiva anlise custo-eficcia, prevista na alnea g) do n. 1 do artigo 35.;

    vi) Proposta de utilizao de tcnicas ou tecnologia no consideradas MTD nos documentos de referncia MTD, sem a devida justificao;

    vii) Deficiente instruo do pedido de LA, que no seja suscetvel de suprimento ou correo.

    2 - O operador dispe de um prazo de 45 dias para res-ponder no caso previsto na alnea b) do nmero anterior, sob pena de indeferimento liminar do pedido.

    3 - O prazo para deciso do pedido de LA suspende-se com o pedido de informaes ou elementos complementa-res EC at receo pela APA, I.P., de todos os elementos adicionais solicitados.

    4 - A APA, I.P., indefere liminarmente o pedido no prazo de cinco dias a contar da juno ao processo de elementos adicionais pelo requerente no caso previsto no n. 2, se subsistir a no conformidade com os condicionamentos legais e regulamentares.

    5 - No ocorrendo o indeferimento liminar previsto no nmero anterior, o pedido de LA passa fase de avaliao tcnica e consulta pblica.

    6 - Verificando-se o recurso a entidades acreditadas, o operador, em conformidade com o estabelecido no n. 3

    do artigo 10. do Sistema da Industria Responsvel (SIR), previsto no Decreto-Lei n. 169/2012, de 1 de agosto, en-trega o pedido de LA EC, acompanhado de um relatrio de conformidade, elaborado e validado de acordo com o formato disponibilizado no portal da APA, I.P..

    Artigo 38.Avaliao tcnica

    1 - A avaliao tcnica visa garantir uma abordagem integrada e efetiva de todas as vertentes ambientais que assegure a preveno e o controlo da poluio para a gua, ar e solo, incluindo medidas relativas ao rudo e aos res-duos, de modo a assegurar um nvel elevado de proteo do ambiente no seu todo.

    2 - Para efeitos da avaliao tcnica referida no nmero anterior, o operador deve facultar APA, I.P., as informa-es solicitadas e o acesso ao local das instalaes.

    Artigo 39.Acesso informao e justia e participao do pblico

    1 - O pedido de LA divulgado pela APA, I.P., de forma a garantir a informao e a participao do pblico, nos seguintes casos:

    a) Incio de explorao de novas instalaes;b) Desenvolvimento de alterao substancial;c) Renovao da LA ao abrigo do disposto no artigo 21.;d) Adeso s condies tcnicas padronizadas relativas

    ao licenciamento ambiental.

    2 - O acesso informao e a participao do pblico processam-se de acordo com o disposto no anexo IV ao presente decreto-lei, do qual faz parte integrante.

    Artigo 40.Deciso final

    1 - A APA, I.P., profere a deciso sobre o pedido de LA no prazo de 80 dias, contados da data da receo do pedido, sem prejuzo do disposto nos nmeros seguintes.

    2 - Tratando-se de uma instalao com projeto subme-tido a procedimento de AIA prvio, o prazo previsto no nmero anterior de 50 dias.

    3 - Caso o pedido de LA seja instrudo por uma entidade acreditada, os prazos referidos nos nmeros anteriores so reduzidos para metade.

    4 - Quando o procedimento de LA decorrer em simult-neo com o procedimento de AIA ou com o procedimento de RPAG, a deciso sobre o pedido de LA proferida no prazo de 10 dias aps a emisso da DIA, ou da emisso do parecer de localizao e ou da aprovao do relatrio de segurana.

    5 - No caso de ser necessrio TURH para a explorao da instalao e este no seja emitido nos prazos referidos nos n.s 1 a 3, a deciso sobre o pedido de LA proferida no prazo de 3 dias aps a sua emisso.

    6 - O pedido de LA indeferido com fundamento em:a) DIA desfavorvel ou deciso de no conformidade

    ambiental do projeto de execuo com a DIA, concluso do procedimento de AIA, nos casos em que este procedimento decorre em simultneo com o pedido de LA;

    b) No aprovao do relatrio de segurana e ou parecer desfavorvel localizao;

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    c) Indeferimento do pedido de TEGEE;d) Indeferimento do pedido de TURH;e) Indeferimento do PGEP;f) Incapacidade da instalao atingir os VLE constantes

    das disposies legais e regulamentares ambientais em vigor;

    g) Desconformidade das condies de explorao da instalao com as MTD, designadamente incapacidade da instalao atingir valores de emisso dentro da gama dos valores de emisso associados utilizao das re-feridas tcnicas, sem a justificao prevista no n. 6 do artigo 30.;

    h) Ausncia dos elementos essenciais deciso ou definio das condies de explorao;

    i) Demais caractersticas e especificaes da instalao, descritas no pedido de LA, que contrariem ou no cum-pram condicionamentos legais e regulamentares em vigor e desde que tais desconformidades tenham relevo suficiente para no permitir a emisso da LA.

    7 - A emisso da LA ou a deciso de indeferimento referida no nmero anterior so comunicadas EC, com conhecimento ao operador, devendo a APA, I.P., remeter a LA EC.

    8 - O prazo mximo de validade da LA de 10 anos.9 - O disposto no presente artigo no se aplica s licen-

    as padronizadas.

    Artigo 41.Contedo da licena ambiental

    1 - A LA observa os documentos de referncia sobre as MTD para a definio das condies de licenciamento das atividades previstas no anexo I e inclui as medidas necessrias ao cumprimento das condies referidas nos artigos 7. e 31., a fim de assegurar a proteo do ar, gua e solo e de prevenir ou reduzir a poluio sonora e a pro-duo de resduos, com o objetivo de alcanar um nvel elevado de proteo do ambiente no seu todo.

    2 - A LA respeita o previsto no Decreto-Lei n. 78/2004, de 3 de abril, relativo preveno e controlo das emisses atmosfricas, a fim de assegurar a proteo do recurso natural ar, com o objetivo de alcanar, evitar ou reduzir a nveis aceitveis a poluio atmosfrica originada pelas instalaes abrangidas.

    3 - A LA fixa, designadamente:

    a) Os VLE para as substncias poluentes, especialmente as mencionadas na lista constante do anexo II ao presente decreto-lei do qual faz parte integrante, suscetveis de serem emitidas pela instalao em causa em volume sig-nificativo, tendo em conta a sua natureza e potencial de transferncia de poluio de um meio fsico para outro, concretamente gua, ar e solo;

    b) As indicaes que, na medida do necessrio, garantam a proteo do solo e das guas subterrneas, o controlo do rudo e medidas sobre a gesto dos resduos gerados pela instalao;

    c) As medidas de monitorizao das emisses da insta-lao, incluindo a descrio da metodologia, a frequncia e o processo de avaliao das medies, de modo a as-segurar a verificao do cumprimento das condies da licena, bem como a previso da respetiva comunicao autoridade competente, em conformidade com a legislao aplicvel;

    d) A obrigao de comunicao APA, I.P., dos dados relativos monitorizao das emisses e sua periodicidade, tal como referido no artigo 14.;

    e) Os requisitos para a manuteno e controlo peridicos das medidas para prevenir as emisses poluentes previstas na alnea b), no que se refere ao solo e s guas subterr-neas, bem como os requisitos de monitorizao peridica relativos a substncias perigosas relevantes, suscetveis de estarem presentes no local ou que apresentem a possibili-dade de causar poluio do solo e das guas subterrneas no local da instalao;

    f) As medidas relativas s condies no habituais de explorao que possam afetar o ambiente, designadamente o arranque, as fugas, as avarias, as paragens momentneas e a desativao definitiva da instalao;

    g) Os prazos de entrega de relatrios ou planos comple-mentares, nomeadamente para a melhoria do desempenho ambiental ou para a desativao da instalao, quando aplicvel;

    h) O prazo de validade da LA.

    4 - A LA deve, ainda, prever condies suplementares para garantir o cumprimento do objetivo de qualidade ambiental, se para esse efeito forem exigveis condies mais restritivas do que as que podem ser obtidas com a utilizao das MTD.

    5 - A APA, I.P., pode, sempre que necessrio, comple-mentar ou substituir, na LA, os VLE, previstos na alnea a) do n. 3, por parmetros ou medidas tcnicas equivalentes.

    6 - Quando as condies de licenciamento forem esta-belecidas com base numa MTD no descrita em nenhuma das concluses MTD relevantes, a APA, I.P., certifica se a tcnica determinada tendo especialmente em conta os critrios enunciados no anexo III e se esto cumpridos os requisitos previstos no artigo 30..

    7 - Se as concluses MTD referidas no nmero anterior no mencionarem VLE associados s MTD, a APA, I.P., certifica se a tcnica garante um nvel de proteo ambien-tal equivalente s MTD descritas nas concluses MTD.

    8 - Nos casos em que uma atividade ou um tipo de pro-cesso de produo, executado numa instalao, no esteja abrangido por nenhuma das concluses MTD, ou quando as concluses no abordem todos os efeitos potenciais da atividade ou do processo sobre o ambiente, a APA, I.P., es-tabelece, aps consulta prvia ao operador, as condies de licenciamento com base nas MTD que tenha determinado para as atividades ou processos em questo, dando especial ateno aos critrios constantes do anexo III.

    9 - Sem prejuzo do disposto no n. 4, os VLE referidos na alnea a) do n. 3 e os parmetros e as medidas tcnicas equivalentes referidos no nmero anterior devem:

    a) Basear-se nas MTD, sem impor a utilizao de uma tcnica ou de uma tecnologia especficas;

    b) Ter em considerao as caractersticas tcnicas da instalao em causa, a sua implantao geogrfica e as condies ambientais do local, nomeadamente a compatibi-lizao das utilizaes por parte dos diferentes utilizadores dos meios recetores.

    10 - Em qualquer dos casos previstos no nmero an-terior, as condies da LA devem prever disposies re-lativas minimizao da poluio a longa distncia ou transfronteiras e garantir um nvel elevado de proteo do ambiente no seu todo.

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    11 - A LA de uma instalao que desenvolva atividades abrangidas pelo anexo II do Decreto-Lei n. 38/2013, de 15 de maro, no deve incluir um VLE aplicvel s emis-ses diretas de um GEE, previsto no mesmo anexo, salvo se for necessrio assegurar que no causada qualquer poluio local significativa.

    Artigo 42.Fase de encerramento dos locais

    1 - Quando a atividade envolver a utilizao, produo ou libertao de substncias perigosas relevantes, tendo em conta a possibilidade de poluio do solo e das guas subterrneas no local da instalao, o operador elabora e submete APA, I.P., um relatrio de base antes de iniciar a explorao daquela instalao ou no momento da primeira renovao da LA, de alterao substancial ou atualizao da licena.

    2 - O relatrio de base inclui as informaes necessrias para determinar o estado de contaminao do solo e das guas subterrneas, de modo a permitir estabelecer uma comparao quantitativa com o estado do local aps a cessao definitiva das atividades, tal como previsto no nmero seguinte, designadamente:

    a) Dados sobre a utilizao atual do local e, se existirem, sobre as utilizaes anteriores do local;

    b) Dados sobre as medies efetuadas no solo e nas guas subterrneas que reflitam o seu estado data da elaborao do relatrio ou, em alternativa, novas medi-es do solo e das guas subterrneas relacionadas com a possibilidade de estes serem contaminados pelas substn-cias perigosas que a instalao em causa venha a utilizar, produzir ou libertar.

    3 - Aquando da previso de cessao definitiva total ou parcial das atividades, o operador elabora e submete APA, I.P., para aprovao, plano de desativao da ins-talao ou de partes desta, com o objetivo de adotar as medidas necessrias a evitar qualquer risco de poluio e a repor o local da explorao em condies ambientalmente satisfatrias e compatvel com o futuro uso previsto para o local desativado.

    4 - No plano referido no nmero anterior, o operador avalia o estado de contaminao do solo e das guas sub-terrneas por substncias perigosas relevantes utilizadas, produzidas ou libertadas pela instalao, propondo as me-didas necessrias para eliminar essa poluio, de modo a repor o local em condies ambientalmente satisfatrias, ou no estado inicial, caso a instalao tenha originado uma poluio significativa do solo ou das guas subterrneas por substncias perigosas relevantes, em comparao com o estado descrito no relatrio de base referido no n. 2, podendo ser tida em conta a exequibilidade tcnica dessas medidas.

    5 - Aps o encerramento definitivo total ou parcial da instalao, o operador dever entregar APA, I.P., um relatrio de concluso do plano, para aprovao.

    6 - A falta de comunicao das decises da APA, I.P., previstas no n. 3 e no nmero anterior determina o de-ferimento tcito do pedido, respetivamente, no prazo de 90 dias a contar da data de apresentao do plano de de-sativao e no prazo de 30 dias a contar da data de entrega do relatrio, aplicando-se o disposto no artigo 23., com as devidas adaptaes.

    7 - No caso do encerramento definitivo de toda a ativi-dade PCIP, a licena mantm-se vlida, nos pontos apli-cveis, at a aprovao pela APA, I.P., do relatrio final de desativao.

    8 - Nos casos em que no tenha sido exigida a elabo-rao do relatrio de base previsto no n. 1, o operador, aquando da cessao definitiva das atividades, toma as medidas necessrias destinadas a remover, controlar, conter ou reduzir a quantidade de substncias perigosas relevantes, para que o local, tendo em conta a sua utili-zao presente ou futura, deixe de apresentar um risco significativo para a sade humana ou para o ambiente devido contaminao do solo e das guas subterrneas resultante das atividades autorizadas, e tendo em conta o estado do local da instalao.

    Artigo 43.

    Consulta entre Estados-Membros da Unio Europeia

    1 - Nos casos em que a APA, I.P., verifique que a explo-rao de uma instalao pode ter efeitos significativos no-civos no ambiente de outro Estado-Membro, transmite-lhe a informao constante do pedido de LA referida nos n.s 1, 2 e 9 do anexo IV, de modo a permitir a participao do pblico desse Estado-Membro antes da tomada de deciso relativa ao pedido.

    2 - A informao referida no nmero anterior igual-mente transmitida pela APA, I.P., a outro Estado-Membro potencialmente afetado por um projeto sujeito a procedi-mento de LA, quando a respetiva autoridade competente manifeste formalmente a int