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Divórcio sem guerra

XX MÚTUO CONSENTIMENTO

O ideal é que ambas as partes se entendamquanto ao destino da casa, responsabilidadescom os filhos menores, pensão de alimentos e relação de bens

Odivórcio por mútuo consentimento foi simplificado em 2007. Pode fazer a partilha, os registos e pagar impostos numa con-servatória do registo civil. Sem acordo, a mediação familiar é

a alternativa mais rápida e informal.

Mais fácil se estiverem de acordoQuando os cônjuges estão de acordo quanto ao divórcio, não têm de justificar a decisão.

O procedimento é relativamente simples. Deslocam-se a uma conservatória do registo civil com balcão de divórcios (quase todas o possuem) e fazem o pedido. Ao requerimento, devem juntar:

> acordo sobre as responsabilidades parentais a aprovar pelo Minis-tério Público ou certidão da sentença de regulação judicial relativa aos filhos menores. Este acordo especifica com quem ficam a residir, o re-gime de visitas, o valor da pensão de alimentos e o modo como é paga;

> acordo sobre a pensão de alimentos a pagar ao ex-cônjuge ou decla-ração em como os cônjuges prescindem dela;

> acordo sobre o destino da casa da família; > certidão da convenção antenupcial (caso haja); > lista com o valor dos bens comuns, incluindo casa, veículos e

empréstimos.Se conseguirem entender-se quanto à partilha dos bens, podem

formalizá-la logo na conservatória.Após a entrega do requerimento, são convocados para uma con-

ferência. Confirmada a vontade de se divorciarem e, desde que haja acordo em relação a todos os aspetos da separação, é decretado o divórcio.

500 euros para pôr fim ao casamentoA conservatória do registo civil cobra 250 euros pelo processo e 250 euros pela partilha do património e registo dos bens: se houver mais de 5 imóveis, pede 25 euros por cada bem suplementar e 20 euros adicionais por cada bem móvel (carro ou mobília, por exemplo).

Quem não tem meios está isento, desde que apresente um com-provativo da Segurança Social. Se as dificuldades financeiras só se aplicarem a um dos elementos, o outro paga metade das despesas do processo.

Alternativa ao tribunalSem entendimento, a mediação familiar é um passo a dar antes de recorrer ao tribunal. Custa 50 euros a cada um. Permite resolver al-guns conflitos:

> regulação, alteração e incumprimento das responsabilidades com os filhos; > divórcio ou separação de pessoas e bens; > reconciliação de cônjuges separados; > atribuição e alteração de pensões de alimentos; > uso dos apelidos do outro cônjuge; > utilização da casa da família.O serviço funciona em todo o País. Basta contactar o Sistema de

Mediação Familiar por email ([email protected]) ou pelo telefone (808 262 000). O Gabinete de Resolução Alternativa de Litígios entra em contacto com o casal para uma audiência individual. Numa segunda fase, reúne-o para uma audiência conjunta. Os pro-cessos duram, em média, 1 a 3 meses. ■

FILHO EM DUAS DECLARAÇÕES DE IRS

■■ Na declaração de IRS a entregar em 2013, os pais divorciados que partilhem as responsabilidades relativas aos filhos podem deduzir as despesas “a meias”. Nestas, incluem-se as deduções à coleta pessoalizantes, as relativas aos dependentes com deficiência, os encargos de saúde, educação e com lares e os benefícios fiscais.

Consulte o dossiê completo na DINHEIRO & DIREITOS n.º 111,

maio 2012

Disponível em www.deco.proteste.pt

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XX Contacte-nos 808 200 145Problemas de consumo, testes, estudos, crédito, impostos e parcerias

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XX HERANÇAS

Filhos não pagam imposto

Cônjuge, unidos de facto, filhos e netos estão isentos de imposto de selo. Mas têm de declarar bens e rendimentos

Se receber uma herança, pode ter de suportar encargos fiscais, como o imposto de selo. Os bens ou valores monetários a favor do cônjuge ou unido de facto, descendentes (filhos e netos) e

ascendentes (pais e avós) estão isentos. Os restantes beneficiários da herança ou da doação, independente-

mente do grau de afinidade ou parentesco, mesmo os irmãos, pagam 10% sobre os bens.

No caso dos imóveis, acresce 0,8% sobre o seu valor. Se herdar, por exemplo, um apartamento de um tio, com valor patrimonial tribu-tário de 150 mil euros, paga 16 200 euros a título de imposto de selo (150 000 euros × 10% + 150 000 euros × 0,8%).

Cabeça-de-casal participa falecimentoO cabeça-de-casal da herança (por exemplo, o cônjuge ou o filho mais velho) tem de comunicar o falecimento às Finanças da área de resi-dência. Preenche o modelo 1 do imposto de selo e identifica o autor da sucessão (o falecido), a data e local da morte, os sucessores, as relações de parentesco e a lista dos bens da herança.

A declaração deve ser entregue até 3 meses a contar do início do mês seguinte à data da morte. O prazo pode ser prolongado pelo chefe de finanças por mais 60 dias, se houver motivo (por exemplo, falta da planta de um imóvel).

Se não participar o falecimento, a declaração contiver erros ou omissões ou o chefe de finanças descobrir uma transmissão gratuita, pode ser aberto um processo de liquidação oficioso. O Fisco indica, por sua iniciativa, os bens não declarados e cobra o imposto que en-tender sobre o seu valor.

Cônjuge não paga, mas declaraOs bens recebidos pelo cônjuge, unido de facto, ascendentes e des-cendentes não pagam imposto, mas devem ser declarados.

O cabeça-de-casal tem ainda de fazer a relação de bens, para se-rem registados. É o caso dos imóveis, como apartamentos, terrenos

ou armazéns, e de alguns bens sujeitos a registo, como automóveis ou barcos. Para isso, deve preencher os anexos I e II do modelo 1. Se houver mais de 4 herdeiros, entregue ainda o anexo III.

Vejamos o seguinte exemplo. O Fernando faleceu e deixou 2 filhos. Não fez testamento, mas possuía uma casa com valor patrimonial de 200 mil euros, um carro de 15 mil euros, cerca de 30 mil euros deposi-tados no banco, ações com cotação de 10 mil euros e o recheio da casa com objetos pessoais.

À partida, o filho mais velho assume o cargo de cabeça-de-casal. Tem de entregar o modelo 1 e o anexo I: o tipo 1 para declarar a casa; o tipo 3 para identificar os bens móveis sujeitos a registo (neste exem-plo, o carro); e o tipo 4 para indicar as ações.

O dinheiro depositado no banco e o recheio da casa, desde que não inclua peças valiosas (por exemplo, objetos de arte), não precisam de ser declarados. ■

VEJA O PORTAL DO CLIENTE BANCÁRIO

■■ Se herdar dinheiro, mesmo que depositado em contas bancárias, fica sujeito a imposto. Só o cônjuge, o unido de facto, os ascendente ou os descendente do falecido ficam isentos do pagamento.

■■ Para levantar o dinheiro, o beneficiário tem de entregar o comprovativo do pagamento do imposto ou demonstrar que está isento.

■■ Desde 2008, é possível saber se um falecido tinha ativos financeiros em bancos (contas e investimentos). O cabeça- -de-casal pode pedir a informação no portal do cliente bancário (http://clientebancario.bportugal.pt).

Consulte o artigo

na DINHEIRO & DIREITOS n.º 103, janeiro 2011

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XX CONDOMÍNIO

Dúvidas do rés-do-chão ao telhado

No topo dos interesses dos nossos leitores, o condomínio suscita muitas questões todos os anos. Respondemos às mais frequentes

E m janeiro, as salas de condóminos animam-se com as reuniões para discutir e aprovar relatórios e contas do ano transato e o orçamento para o seguinte.

“Na última reunião, votámos se o arranjo do elevador deveria ser dividido por todos ou calculado em função da permilagem. Ganhou a primeira opção. O que fazer quando não existe acordo?”Em princípio, a repartição das despesas com obras de conservação deve seguir a regra dos serviços comuns: os condóminos pagam con-soante a permilagem. Para mudar e, por exemplo, dividir os encargos de forma equitativa, a medida tem de ser aprovada por maioria de dois terços, sem oposição. Na ata, o condomínio deve ainda justificar os critérios para a nova distribuição dos custos.

Se a decisão alterar o regulamento e este estiver fixado no título constitutivo, é mais difícil mudar: a lei exige que todos os moradores estejam de acordo. Todos os condóminos devem pagar, desde que pos-sam beneficiar. Ou seja, um morador do rés-do-chão só fica isento se não tiver acesso aos espaços servidos pelo elevador.

“Um vizinho quer instalar dispositivos para afastar pombos. A obra custa 7 mil euros. Tem de haver acordo de todos os condóminos?”Como outras obras de inovação, basta ser aprovada por maioria de dois terços do valor do prédio e não prejudicar a utilização das partes comuns ou apartamentos. Os custos são divididos por todos, quer tenham votado a favor ou contra, em função da permilagem.

Os moradores que não aprovarem podem recorrer a tribunal. Se a recusa for considerada fundada, a obra avança e faz-se uma redistri-buição dos custos por quem participa na despesa. Regra geral, a lei aceita como motivos válidos de recusa as obras de natureza recreativa ou supérflua, como uma piscina ou um parque infantil, ou quando o custo da intervenção é desproporcional ao valor do prédio.

“A administração do meu prédio não marca reunião desde 2007. O que devo fazer?”Um dos papéis do administrador é convocar as assembleias de con-dóminos, sobretudo aquelas em que presta contas do seu mandato. Quando não o faz, pode ser um grupo de condóminos a convocar a reunião, desde que as suas frações representem, pelo menos, 25% do valor do imóvel.

Para terem acesso aos documentos da administração anterior, con-vém incluir na convocatória um ponto para a apresentação das atas e dos relatórios e contas dos anos em falta. Pode ser pertinente eleger um novo administrador e afastar o anterior.

Se a reunião não tiver quórum ou o administrador não entregar os papéis em falta, a solução é recorrer aos julgados de paz ou tribunais.Qualquer condómino pode pedir para o administrador ser afastado, se provar que este cometeu irregularidades ou foi negligente. A nova administração deve iniciar outro dossiê para o condomínio até que a anterior devolva os documentos em falta.

“O meu condomínio elegeu dois administradores. Esta situação é legal?”Em certos casos, é até recomendável. Aliás, nos edifícios com muitas frações, convém mesmo haver mais do que um.

Compete ao administrador agir sempre que as partes comuns estejam em risco. Como nem sempre é fácil encontrar quem aceite o lugar, é fre-quente “distribuir o mal pelas aldeias”: o primeiro mandato é exercido pelo proprietário da fração A, o segundo pelo da letra B e assim suces-sivamente. Mas também pode ser boa ideia eleger mais de uma pessoa. Ao repartir as tarefas, a função torna-se mais leve.

Criar incentivos para quem desempenha o cargo, por vezes, tem um efeito motivador. A assembleia pode atribuir um salário ao administrador ou recorrer aos serviços de uma empresa. Se não hou-ver candidatos, o tribunal pode nomear um, a pedido de qualquer condómino. ■

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XX RESOLVER CONFLITOS

Braço-de-ferro com a seguradora

Na altura de reclamar da seguradora, DECO, centros de arbitragem e julgados de paz são alternativas rápidas e baratas ao tribunal

Se não lhe agrada o modo como a sua seguradora está a tratar determinado assunto ou discorda da solução dada a um sinis-tro, não tem de cruzar os braços e aceitar.

Tentativa de acordoComece por tentar chegar a acordo. Envie um email ou uma carta, registada e com aviso de receção, à administração ou departamento competente. Identifique-se, refira o número da apólice e exponha o problema de forma clara. Dê à seguradora um prazo máximo para resolver a situação (15 dias, por exemplo). Junte todas as provas, como cópias de documentos, e mencione eventuais testemunhas.

Se optar por um acordo, peça um recibo de receção e guarde có-pias de todas as comunicações.

Recorra ao provedorNo caso de não surtir efeito, pode também recorrer ao provedor do cliente de seguros, independente e obrigatório desde 2009.

Muitas seguradoras delegaram a tarefa no Centro de Informação, Mediação, Provedoria e Arbitragem de Seguros (CIMPAS), em cujo por-tal - www.cimpas.pt - encontra uma lista das companhias aderentes. Se a sua seguradora não constar, contacte-a para saber onde se dirigir. O provedor analisa a situação e emite um parecer indepen-dente. Mas não é vinculativo: a seguradora só o acata se quiser.

Contacte a sua associação de consumidoresA companhia mantém-se intransigente? Apresente o caso ao nosso Serviço de Informação. Ligue para 808 200 145 (a partir da rede fixa) ou 218 410 801 (rede móvel). Tentaremos mediar o conflito e chegar a um acordo.

Tribunal em último casoSe o problema persistir, antes de recorrer aos tribunais, pondere outras soluções, que dependem do tipo de seguro e da natureza do

conflito. Para recorrer a um centro de arbitragem, a seguradora tem de aceitar resolver o assunto por esta via. Nos julgados de paz, já não. No caso de reclamações relacionadas com o seguro automóvel, multirriscos ou de responsabilidade civil, dirija-se ao CIMPAS. Nos restantes, recorra ao julgado de paz da área onde o contrato foi cele-brado. O tribunal é a última opção, pelos custos e tempo despendido.

Informe o Instituto de Seguros de PortugalEm qualquer situação, se considera que a conduta da companhia não foi a mais correta, dê conhecimento ao Instituto de Seguros de Portugal (ISP), a entidade que supervisiona a atividade. Para o efeito, apresente uma queixa na área do portal do consumidor de seguros e fundos de pensões, no sítio www.isp.pt. ■

CIMPAS: PARA PROBLEMAS SIMPLES

■■ O Centro de Informação, Mediação, Provedoria e Arbitragem de Seguros (CIMPAS) substituiu o Centro de Informação, Mediação e Arbitragem de Seguros Automóveis (CIMASA). Possui serviços de provedoria, mediação e arbitragem. Tem competência para resolver litígios relacionados com o seguro automóvel (sem limite de montante) e ainda multirriscos (habitação e comercial) e responsabilidade civil (caçador, uso e porte de arma, exploração e familiar), ambos até 50 mil euros.

■■ O sinistro tem de ocorrer em Portugal. Caso haja ferimentos, devem ser ligeiros. Mas só pode dirigir-se ao centro após reclamar junto da seguradora sem êxito. Preencha o formulário no portal (www.cimpas.pt) e envie-o com toda a documentação, por correio ou email.

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XX CONVOCAR ASSEMBLEIAS

Partilhe as decisões com os vizinhos

Quando um morador falta a uma reunião de condomínio, ainda pode alterar as decisões. Mas, se não comparecer, o melhor é nomear um procurador

Todos os anos, em regra, logo na primeira quinzena de janei-ro, o administrador deve convocar os condóminos para uma assembleia. Em causa, está a aprovação das contas do ano an-

terior e do orçamento para o seguinte. No entanto, outros assuntos são possíveis.

Algum tempo depois destas reuniões, por vezes, os condóminos que não estiveram presentes pretendem alterar as decisões. Em certas situações, a lei confere-lhes essa possibilidade.

Nem tudo está perdidoMesmo que as decisões exijam unanimidade, é possível aprová-las se comparecerem, pelo menos, os representantes de dois terços do prédio. Mas quem faltou ainda vai a tempo de agir. As decisões têm de ser comunicadas a todos os condóminos ausentes no prazo de 30 dias a contar da sua aprovação e respetivo registo no livro de atas. Estes têm 90 dias para comunicar por escrito se as aceitam (de preferência, através de carta registada com aviso de receção). No caso de as rejeitarem, ficam sem efeito, dado que exigiam unanimidade. Presume-se que concorda quem não responder nesse prazo.

Ainda que falte algum condómino, as decisões que não exigem unanimidade podem ser aprovadas sem problemas. Basta que seja respeitado o quórum (ver quadro).

Se não houver quórum, em segunda convocatória, a assembleia pode deliberar por maioria dos votos presentes, desde que represen-tem, pelo menos, um quarto do valor do imóvel.

Faça respeitar as regrasNa eventualidade de ser tomada uma decisão contrária ao regula-mento ou à lei, tanto os ausentes, como os presentes que votaram vencidos, podem alterá-la.

No prazo de 10 dias, devem pedir ao administrador que convo-que uma assembleia extraordinária. Os presentes contam o pra-zo a partir da decisão e os ausentes da data em que a deliberação

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QUANTOS CONDÓMINOS PARA DECIDIR? Votação Assunto

Unanimidade

› alterar o título constitutivo (1) › destino a dar a bens ou partes comuns › obras de reconstrução, em caso de destruição do edifício

superior a 3/4 do seu valor

Dois terços do valor do imóvel

› obras de inovação › obras que modifiquem a linha arquitetónica ou a estética do imóvel › mudar a forma de pagamento dos serviços de interesse comum (2) › alterar o fim a que se destina uma fração (3)

Sem votos contra› proibir atividades ou comportamentos não interditos pelo título constitutivo › dividir frações autónomas em novas frações

(1) Exceto se as alterações resultarem da junção ou divisão de frações autónomas autorizadas pela lei e pela assembleia de condóminos. (2) Não pode haver votos contra, mas são admitidas abstenções. (3) Desde que o título constitutivo não o refira.

lhes é comunicada. Na nova reunião, é possível anular a decisão en-tretanto tomada.

Soluções fora do tribunalTambém pode expor o caso a um centro de arbitragem no prazo de 30 dias. Mas, como estes centros são caros (os custos podem chegar aos 1500 euros), devem ser considerados sobretudo para questões que envolvam montantes elevados (por exemplo, obras avultadas).

Os condóminos que não tenham aprovado a decisão ainda podem propor uma ação em tribunal ou num julgado de paz, nos 20 dias pos-teriores à assembleia extraordinária. Caso esta não tenha ocorrido, o prazo passa a ser de 60 dias a partir da decisão. ■

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XX PRODUTOS DEFEITUOSOS

Garantias preto no branco

Para reclamar de bens com defeito, escreva. A carta registada com aviso de receção é uma forma de garantir que o problema fica resolvido

Em matéria de consumo, para garantir que os seus direitos são respeitados, é essencial que tudo fique escrito. Acompanhe as reclamações de dois associados para saber o que fazer em

situações idênticas.

Portátil com 1 ano e 5 reparaçõesNo período de 1 ano, o portátil comprado por um associado de San-ta Maria da Feira avariou 5 vezes, sempre com o mesmo problema. A marca foi reparando o equipamento, mas, no final, o leitor solici-tou um novo, com receio de nova avaria.

Como todos os bens móveis, o portátil beneficia de uma garantia de 2 anos. Durante este período, o consumidor tem várias opções em caso de avaria: reparação, substituição, redução do preço ou devo-lução do dinheiro. O ideal é escolher a mais apropriada, dentro dos limites do bom senso. Ou seja, se, em condições normais, deveria optar pela reparação (o vendedor tem 30 dias para reparar), ao fim de 5 avarias iguais, é natural que pretenda a substituição.

A recusa da marca só faz sentido se o modelo de computador es-tiver esgotado, caso em que o consumidor é reembolsado do que pagou, ou houver um abuso de direito (por exemplo, o consumidor exigir outro artigo quando o defeito é facilmente reparável).

Caso o conflito se mantenha, para fazer valer as suas pretensões, o leitor deve apresentar queixa no livro de reclamações ou recorrer a um centro de arbitragem ou a um julgado de paz. A primeira opção depende da aceitação da marca. Ambos são meios mais rápidos e baratos do que os tribunais.

Defeitos numa casa com garantia de 5 anosEm abril de 2007, outra associada comprou uma moradia na Louri-nhã. Desde cedo, começou a notar problemas: a lareira nunca puxou bem o fumo e foi alvo de três reparações. Dois anos após a compra, começaram a surgir também as primeiras fissuras nas paredes.

Contactado pela leitora, o construtor pretendia corrigir o

problema só em 2012, após terminar o prazo da garantia. Após mui-ta insistência, acedeu a fazê-lo mais cedo. Tapou as fendas e pintou as paredes. Mas, ao fim de 6 meses, aquelas começaram de novo a ceder e outras fissuras surgiram.

No caso dos imóveis, a garantia é de 5 anos. O construtor é obriga-do a reparar todos os defeitos, as vezes que forem necessárias, caso não fiquem resolvidos com a primeira intervenção.

Após detetar as falhas, o consumidor dispõe de 1 ano para denun-ciá-las. A queixa deve ser enviada ao construtor ou vendedor, por carta registada e com aviso de receção. No entanto, a lei não fixa um prazo para o construtor resolver o problema.

No caso de continuar a negar o arranjo, a solução é avançar com uma ação em tribunal, julgado de paz ou centro de arbitragem, no prazo de 3 anos. Findo este período, deixa de poder acionar os meios legais. ■

GUARDE TODAS AS PROVAS

■■ No caso de bens móveis, o consumidor tem 2 meses a contar da data em que deteta a falha para denunciá-la. Guarde faturas, recibos e garantias.

■■ Se o defeito for evidente e, mesmo assim, comprar o produto, não pode reclamar mais tarde. É preferível desistir, negociar um bom desconto ou exigir uma cláusula a comprometer o vendedor a reparar o dano.

■■ Estas regras aplicam-se às garantias legais, de 2 anos. Por isso, se lhe propuserem uma garantia voluntária, deverá ser superior. Se o vendedor recusar a reclamação ou discordar da solução, reclame por carta registada e aviso de receção.

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XX CARRO EM SEGUNDA MÃO

Roteiro para uma compra de êxito

Os veículos usados podem ser um bom negócio, mas exigem cuidados redobrados a nível mecânico, das garantias e do financiamento

Os veículos em segunda mão podem ser um ótimo investimen-to, sobretudo devido à rápida desvalorização dos modelos novos. Em contrapartida, exigem especial cautela, em parti-

cular se o negócio for entre particulares ou for realizado pela Internet. Para não correr riscos, pesquise o valor justo do carro, peça uma vis-toria técnica e informe-se das garantias.

Rodagem por vários bancosDepois de optar pelo stande com a melhor oferta, é provável que lhe proponham um financiamento. Convém negociar ao cêntimo e não ceder à primeira oferta. Visite o maior número de instituições de crédito, a começar pelo seu banco, e peça simulações. Nestes, pode usar produtos já contratados ou que esteja disposto a subscrever para reduzir a taxa (por exemplo, domiciliar o ordenado e pagamentos ou contratar um cartão de crédito).

Compare a taxaAntes de assinar o contrato, compare a TAEG do financiamento pro-posto com a máxima prevista pelo Banco de Portugal para a moda-lidade e o trimestre em causa. Se a taxa efetiva que lhe propuserem for superior à permitida, recuse. Na hipótese de já ter contratado um financiamento com taxa acima da legal, apresente queixa no livro de reclamações e exija o que pagou em excesso.

Da antena ao tubo de escapeConvém ter uma ideia da qualidade antes de comprar. Se tem conhe-cimentos, procure vestígios de ferrugem na carroçaria, amolgadelas, mossas ou deformações. Verifique a abertura das portas e capô, o esta-do dos pneus, luzes e pintura. No interior, certifique-se de que não há danos nos estofos, de que os bancos e cintos funcionam bem e de que não há estragos nos espelhos, botões, fechadura e chave de ignição.

Ligue o motor e veja se há indicação de avarias ou revisões no

painel. Controle o nível do óleo, validade da bateria e depósito de refrigeração. Peça para circular com o carro e verifique se os travões funcionam, a direção está alinhada, a transmissão e a caixa de veloci-dades não fazem ruídos nem bloqueiam. Se não tiver conhecimentos de mecânica, procure a ajuda de um técnico.

Atenção às garantiasFique atento à garantia proposta pelo stande. Tal como os novos, os veículos usados têm direito a 2 anos. Mas muitos estabelecimen-tos oferecem só 1 ano ou fazem desconto se o cliente prescindir de qualquer garantia, o que é ilegal. A lei admite a redução até 1 ano por acordo entre vendedor e comprador, mas nunca para menos.

Alguns standes também excluem da garantia peças ou componen-tes, como o leitor de CD, o ar condicionado, a embraiagem, a correia de distribuição ou a bateria. Outros limitam-na a uma certa quilome-tragem ou valor máximo por reparação. Não aceite nenhuma destas possibilidades, pois são ilegais. Se houver defeitos visíveis, como mos-sas ou riscos, deixe escrito que não os aceita e dê um prazo para serem reparados, ou peça uma redução do preço.

No caso de lhe proporem uma garantia voluntária, exija o docu-mento completo com as condições e a descrição detalhada do carro.

Se detetar um defeito durante a garantia, tem 2 meses para apre-sentar a fatura e pedir a reparação. A partir daí, goza de 2 anos para avançar com uma ação em tribunal ou julgado de paz, caso o assunto não fique resolvido. Pode optar pela reparação, substituição por outro veículo idêntico (ou diferente, com ajustamento de preço), redução do preço ou anulação do contrato. A lei não define uma solução. A decisão é do consumidor com base no bom senso.

Nos negócios entre particulares, não há garantia, mas continua a existir alguma proteção. Nos 6 meses seguintes à entrega do auto-móvel, pode provar que este não tem as características anunciadas e exigir a reparação ou anulação do contrato. ■

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na DINHEIRO & DIREITOS n.º 113, setembro 2012

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