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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ECOLOGIA E CONSERVAÇÃO MESTRADO EM ECOLOGIA E CONSERVAÇÃO DISSERTAÇÃO DE MESTRADO DIVERSIDADE TAXONÔMICA, FILOGENÉTICA E FUNCIONAL DE AVES EM GRADIENTES AMBIENTAIS NA CAATINGA Mestranda: Kelly Isadora de Oliveira Correia São Cristóvão 2016

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ECOLOGIA E CONSERVAÇÃO

MESTRADO EM ECOLOGIA E CONSERVAÇÃO

DISSERTAÇÃO DE MESTRADO

DIVERSIDADE TAXONÔMICA, FILOGENÉTICA E FUNCIONAL DE

AVES EM GRADIENTES AMBIENTAIS NA CAATINGA

Mestranda: Kelly Isadora de Oliveira Correia

São Cristóvão – 2016

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KELLY ISADORA DE OLIVEIRA CORREIA

DIVERSIDADE TAXONÔMICA, FILOGENÉTICA E FUNCIONAL DE AVES EM

GRADIENTES AMBIENTAIS NA CAATINGA

Dissertação de mestrado apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Ecologia e Conservação da Universidade Federal de Sergipe, como requisito a obtenção do título de Mestre em Ecologia e Conservação.

Orientador: Prof. Dr. Sidney Feitosa Gouveia.

JULHO – 2016

SÃO CRISTÓVÃO – SERGIPE

BRASIL

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FICHA CATALOGRÁFICA ELABORADA PELA BIBLIOTECA CENTRAL UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE

C824d

Correia, Kelly Isadora de Oliveira. Diversidade taxonômica, filogenética e funcional de aves em

gradientes ambientais da caatinga / Kelly Isadora de Oliveira Correia ; orientador Sidney Feitosa Gouveia. – São Cristóvão, 2016.

54 f.: il.

Dissertação (mestrado em Ecologia e Conservação)– Universidade Federal de Sergipe, 2016.

1. Ave. 2. Animais da caatinga. 3. Diversidade biológica. I.

Gouveia, Sidney Feitosa, orient. II. Título.

CDU 639.12

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AGRADECIMENTOS

Agradeço inicialmente ao meu Orientador Dr. Sidney Feitosa Gouveia pela orientação e toda

a paciência que teve comigo e a quem devo grande parte do aprendizado que acumulei ao

longo destes anos na academia e a que sempre serei grata por sua a acolhida na macroecologia

e na vida.

A Erivelton (Eriveltis), meu companheiro nas aventuras da macroecologia, que caminhou

junto comigo desde o início no laboratório de Ecologia e Conservação, além de ter sido muito

bom em aguentar minhas loucuras enquanto a gente adentrava nesse novo universo.

À minha mãe, irmãs e irmãos que de um modo ou de outro sempre estiveram ao meu lado e

me incentivaram em todo o processo do mestrado.

Às minhas amoras Natasha, Vivi e Rafaella que, como todo o amor, tornaram a jornada do

mestrado bem mais leve para mim - não sei o que teria sido de mim sem elas. Rafinha, amigo

muito importante e que me deu muito apoio em todo esse período. À toda a equipe Saginegue

catingueira maravilhosa e todos do mestrado que, de alguma forma estiveram ao meu lado

ao longo desse processo, como Rodrigo, Eduardo, Saulo, Ari e Isaac. A todos os colegas e

professores do laboratório de Ecologia e Conservação, incluindo Caroline (e Miguel) que

mesmo ausente se fez presente sempre que preciso.

Às amigas e amigos doces e pacientes, especialmente Juju, Jana e Bia, que entraram há pouco

na minha vida, mas que foram essenciais para me ajudar a manter a lucidez e equilíbrio

durante esse período.

Ao Dr. Fabrício Villalobos pelo auxílio e colocação importantes no processo de construção

deste trabalho. Ao Msc. Danilo Fortunato pelo inestimável suporte e insights que melhoraram

muito a qualidade do trabalho.

Agradeço também a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior –

CAPES e Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico – CNPq pelo

suporte financeiro a este trabalho.

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SUMÁRIO

LISTA DE FIGURAS ............................................................................................................ v

LISTA DE TABELAS .......................................................................................................... vi

RESUMO ............................................................................................................................. vii

ABSTRACT ........................................................................................................................ viii

INTRODUÇÃO ...................................................................................................................... 9

As Diversas Diversidades ................................................................................................... 9

A Caatinga ........................................................................................................................ 11

As aves .............................................................................................................................. 12

OBJETIVOS ......................................................................................................................... 14

Objetivo Geral .................................................................................................................. 14

Objetivos específicos ........................................................................................................ 14

MATERIAL E MÉTODOS .................................................................................................. 15

Área de estudo .................................................................................................................. 15

Coleta e preparação dos dados ........................................................................................ 15

Seleção de métricas de diversidade filogenética e funcional ........................................... 18

Análises ............................................................................................................................. 19

RESULTADOS .................................................................................................................... 21

DISCUSSÃO ........................................................................................................................ 28

CONCLUSÕES .................................................................................................................... 32

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................................. 33

APENDICE I ........................................................................................................................ 47

REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS – APENDICE I ....................................................... 50

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v

LISTA DE FIGURAS

Figura 1. Relação entre riqueza observada e esforço amostral dos inventários locais que

adotaram método de observação direta. Excluímos desta relação, portanto, as localidades que

foram amostradas através do método de redes de neblina, devido a discrepância entre as

medidas de esforço (horas) entre os métodos.........................................................................15

Figura 2. Frequências de números de ocorrências de espécies de aves em 123 assembleias

na Caatinga............................................................................................................................20

Figura 3. Correlações entre riqueza e as diferentes métricas de diversidade filogenética (PD,

SPD, AvPD e AvTD) e funcional (FD, SFD, AvFD, AVTDfunc) das aves da

Caatinga................................................................................................................................21

Figura 4. Padrões de especial de riqueza (tamanho dos símbolos), diversidade filogenética

(a), diversidade funcional total (b) e diversidade funcional de traço individuais, status

migratório (c), micro-habitat (d), dieta (e) e tamanho corporal (f) das assembleias de aves da

Caatinga................................................................................................................................22

Figura 5. Relação entre a diversidade observada e estimada pelo modelo de clima atual para

diversidade filogenética (a) e funcional (b) das assembleias de aves da

Caatinga.................................................................................................................................23

Figura 6. Correlogramas dos resíduos dos modelos de regressão entre os descritores

ambientais do clima atual e riqueza filogenética (preto) e funcional (vermelho). As linhas

que descrevem os padrões espaciais estão situadas próximo à linha pontilhada (zero),

indicando autocorrelação espacial controlada.......................................................................25

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vi

LISTA DE TABELAS

Tabela 1. Estatísticas dos modelos de regressão entre riqueza e diversidade filogenética

(SPD) de aves da Caatinga. * p-valor com nível de significância de <

0.001......................................................................................................................................24

Tabela 2. Estatísticas dos modelos de regressão entre riqueza e diversidade funcional (SFD)

de aves da Caatinga. * p-valor com nível de significância de <

0.001......................................................................................................................................24

Tabela 3. Estatísticas dos modelos de regressão entre os traços funcionais testados

separadamente em relação às hipóteses ambientais. * p-valor com nível de significância de <

0.001......................................................................................................................................26

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RESUMO

Diversidade biológica é um conceito amplo, profundo e multifacetado que descreve toda

variabilidade de formas de vida em diferentes escalas espaciais, temporais e níveis de

organização. Mesmo entre espécies, a diversidade pode assumir distintos caráteres, incluindo

o taxonômico, o evolutivo e funcional. Ecossistemas semiáridos como a Caatinga foram

pouco estudados sob uma perspectiva integrada da biodiversidade. A região possui alta

variabilidade biótica e sofre intensa pressão de fatores abióticos e antrópicos. Com cerca de

500 espécies conhecidas no bioma, as aves compõem um grupo biológico expressivo da

Caatinga, com distintas linhagens evolutivas e características ecológicas. Este trabalho

objetiva compreender os aspectos evolutivos e ecológicos da diversidade de aves da Caatinga

e seus determinantes ambientais. Especificamente, buscamos (i) sumarizar o conhecimento

existente sobre as assembleias de aves do bioma, suas relações filogenéticas e diferenças

ecológicas (funcionais); (ii) investigar as inter-relações entre a diversidade taxonômica,

filogenética e funcional, incluindo distintas medidas destas; (iii) avaliar os efeitos de

diferentes gradientes ambientais (climáticos e estruturais) sobre essas diferentes dimensões

da diversidade; e (iv) avaliar os efeitos desses fatores sobre a diversidade funcional de traços

individuais. Reunimos informações de 123 assembleias de aves da Caatinga a partir da

literatura disponível e utilizamos uma árvore filogenética das espécies e um conjunto de

traços funcionais espécie-específicos para estimar a diversidade filogenética e funcional,

respectivamente. Ainda, exploramos diferentes métricas de diversidade, a fim de entender

suas inter-relações e selecionar aquelas menos enviesadas pela riqueza e esforço amostral.

523 espécies compuseram a diversidade regional da Caatinga. Os padrões de diversidade

filogenética e funcional foram coincidentes quanto à distribuição espacial e a hipótese

ambiental, tendo o clima atual como fator principal. Entretanto, a diversidade de traços

funcionais individuais divergiu qualitativa e quantitativamente da diversidade funcional total.

Esses resultados reforçam a necessidade de intensificar os esforços amostrais na Caatinga,

permitem compreender o efeito das condições ambientais na formação das assembleias de

aves em termos ecológicos e evolutivos, e por fim, alerta para o problema de selecionar traços

ecológicos para descrever a diversidade funcional.

Palavras-chave: assembleias de aves; biodiversidade; gradientes ecológicos; incerteza

filogenética; semiárido, traços funcionais.

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ABSTRACT

Biological diversity is a broad, deep and multifaceted concept that describes all variability of

living forms on different spatial and temporal scales and levels of organization. Even among

species, diversity can assume distinct characters, including a taxonomic, a phylogenetic and

a functional one. Semiarid ecosystems such as the Caatinga were poorly addressed from an

integrated perspective of its biodiversity. The region possess high biotic variability and

undergoes intense pressures from abiotic and anthropogenic factors. With around 500 species

known in the biome, birds compose an expressive biological group in the Caatinga, with

distinct evolutionary lineages and ecological features. This study aims to understand the

evolutionary and ecological aspects of the diversity of birds of the Caatinga and their

environmental drivers. Specifically, we aim to (i) summarize the existing knowledge on birds

assemblages in the biome, their phylogenetic relationships and ecological (i.e., functional)

differences; (ii) investigate the interrelationships among taxonomic, phylogenetic and

functional diversity, including their distinct measures; (iii) evaluate the effects of different

environmental (climatic and structural) gradients on these different dimensions of bird

diversity; and (iv) evaluate the effects of these factors on the functional diversity based on

individual traits. We gathered information of 123 birds assemblages from the Caatinga based

on the available literature, and used a species-level phylogenetic tree and a set of species-

specific functional traits to estimate the phylogenetic and functional diversities, respectively.

Also, we explored different diversity metrics, aiming to understand their interrelationships

and select those less biased by species richness and sampling effort. 523 species composed

the regional diversity of the Caatinga. The phylogenetic and functional diversity patterns

were coincident regarding spatial distribution and environmental hypothesis, with current

climate as the leading factor. Nonetheless, the diversity of individual traits diverged

qualitatively and quantitatively from the total functional diversity. These results reinforce the

need to intensify the sampling efforts in the Caatinga, allow us to comprehend the effects of

environmental conditions on birds assembling in ecological and evolutionary terms and,

finally, warns to the problem of selecting ecological traits to describe functional diversity.

Keywords: birds assemblages; biodiversity; ecological gradients; phylogenetic uncertainty;

semiarid; functional traits.

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INTRODUÇÃO

As Diversas Diversidades

Diversidade biológica – ou biodiversidade – compreende toda forma de variabilidade

dos organismos vivos, em todos os ambientes, escalas espaciais e temporais, e níveis de

organização (CBD, 2014). Essa definição implica em uma complexidade enorme do

conceito, sobretudo para a ecologia, que tem entre seus objetivos centrais entender a origem

e a dinâmica desse componente da Terra. Descrever a biodiversidade é, portanto, uma tarefa

complexa e requer clareza sobre quais aspectos (e.g., escalas e níveis de organização) são de

interesse e para que propósito específico (Magurran e McGill, 2011). Parte da complexidade

de entender a biodiversidade decorre do fato de que ela se distribui de maneira heterogênea

no planeta (Rozensweig, 1995). Enquanto algumas áreas concentram grande parte da

biodiversidade, como as regiões tropicais, outras regiões possuem valores muito baixos de

diversidade biológica, como polos e desertos. (Gaston, 2000).

Essa propriedade da distribuição heterogênea da biodiversidade tem motivado

gerações de naturalistas, ecólogos e biogeógrafos a entender as causas dessa heterogeneidade

(Ricklefs e Schluter, 1993; Rozensweig, 1995; Whittaker et al., 2001). As principais vias de

explicação da variação na diversidade biológica têm se concentrado nos fatores ecológicos,

evolutivos e estocásticos que operariam em diferentes escalas espaciais e temporais para

gerar a variação na diversidade (Rozensweig, 1995; Hubbel, 2002; Ricklefs, 2004). Neste

sentido, as linhas dominantes de explicação da variação da diversidade biológica entre

regiões diferentes têm evidenciado sobretudo a disponibilidade de espaço (MacArthur e

Wilson 1968; Rozensweig, 1995), quantidade de energia e recursos (Currie 1991; Willig

2003) e o tempo de acumulação de espécies em uma determinada região (Pianka, 1966;

Wiens e Donoghue 2004; Roy e Goldberg, 2007).

Um aspecto importante das investigações sobre os padrões de distribuição da

biodiversidade é que elas, por muito tempo, concentraram seus esforços no nível de espécies,

especificamente em função da quantidade de espécies (i.e., riqueza) e de indivíduos (i.e.,

abundância) (Magurran, 2004). Esses aspectos serviriam, portanto, como um descritor dos

demais aspectos da biodiversidade. Entretanto, evidentemente, a abordagem taxonômica não

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capta adequadamente a abrangência da variação da biodiversidade, mesmo em nível de

espécies (Ricotta, 2005). Características ecológicas das espécies variam entre estas em

desconformidade com sua nomenclatura (i.e., taxonomia), expressando respostas, interações

e funções ecológicas diversas (Tilman, 2001). Estas variações ecológicas, por sua vez,

resultam de variados processos de adaptação e diferenciação ao longo da história evolutiva

daquelas espécies, resultando em divergências, convergências e paralelismos, os quais

descrevem por sua vez uma dimensão da biodiversidade diferente da diversidade taxonômica

e da ecológica (Davies e Buckley 2011). Avaliar a diversidade sob as perspectivas ecológicas

(i.e., funcionais) e evolutivas (i.e., filogenéticos), portanto, permite entender uma porção

maior da multiplicidade de processos envolvidos na geração e manutenção dos padrões de

diversidade (Pavoine e Bonsall, 2011; Stevens e Tello, 2014), bem como do seu papel nos

processos ecossistêmicos (Hooper et al., 2005).

A diversidade filogenética (PD) descreve a variedade de linhagens evolutivas das

espécies das assembleias (Faith 1992). Embora tenha sido proposta inicialmente como uma

métrica para fins de conservação da história evolutiva local, a diversidade filogenética tem

sido extensamente explorada para compreender o papel de processos bióticos (e.g.,

interações), abióticos (e.g., clima) e biogeográficos (e.g., dispersão e extinções) na estrutura

e composição das assembleias, sobretudo em função do tempo evolutivo (Pavoine e Bonsall,

2011). Atualmente existem diversas métricas diferentes para descrever a diversidade

filogenética de uma assembleia (revisado por Schweiger et al., 2008; Pavoine et al., 2011;

Chao et al., 2013). A maioria dessas métricas podem ou não levar em conta a riqueza absoluta

de espécies (Schweiger et al., 2008), mas de modo geral são generalizações das métricas

clássicas de diversidade de espécies em que se ponderam pelas distâncias filogenéticas entre

as espécies (Chao et al., 2013).

A diversidade funcional (FD), por sua vez, reflete a variedade nas características

morfológicas, fisiológicas, comportamentais e ecológicas das espécies nas assembleias

ecológicas (Hooper et al., 2005; Petchey e Gaston, 2006) que podem influenciar o

funcionamento das assembleias ou responder a estes (Tilman, 2001). Em termos de

desenvolvimento de índices e medidas, a diversidade funcional, em grande parte, tem sido

paralela ao desenvolvimento das métricas de diversidade filogenética. Ou seja, índices de

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diversidade funcional têm servido a descrever as dissimilaridades (ou distâncias) entre

espécies a partir de um ou um conjunto de traços funcionais de interesse, tal qual é feito para

as distâncias filogenéticas (Petchey e Gaston, 2002; Pavoine e Bonsall, 2011). Essa analogia

tem despertado grande interesse, sobretudo diante da possibilidade de medidas

matematicamente equivalentes e comparáveis poderem informar sobre as divergências entre

os padrões filogenéticos e os padrões funcionais nas assembleias (e.g., Kraft et al., 2007; Safi

et al., 2011).

Um aspecto importante do desenvolvimento conceitual dos índices de diversidade

filogenética e funcional é que a diversidade filogenética foi usada como um substituto da

funcional (e.g., Cavender-Bares et al., 2009; Vamosi et al., 2009). Essa analogia parte da

premissa de que espécies filogeneticamente mais próximas são também mais semelhantes

em termos fisiológicos, morfológicos e ecológicos, ou seja, as espécies apresentam

conservatismo filogenético de nicho (Wiens e Graham 2005; Wiens et al., 2010). Entretanto,

como descrito anteriormente, diferenças entre a divergência cladogenética e a diferenciação

ecológica não é necessariamente linear (Safi et al., 2011). Embora PD e FD, de fato, sejam

geralmente correlacionadas entre si (Losos, 2008; Safi et al., 2011), várias discrepâncias são

esperadas entre as variações de PD e FD entre as mesmas assembleias e diferentes atributos

morfológicos, fisiológicos ou comportamentais (i.e., funcionais) podem ser selecionados por

processos diferentes. Por exemplo, o tamanho corporal de uma espécie pode evoluir em

resposta a distintas pressões adaptativas (Peters, 1983; Smith e Lyons, 2013), as quais podem

diferir das pressões de outros atributos, como hábito alimentar ou período de atividade. Isso

implica em possíveis discrepâncias entre as diversidades filogenética e funcional das

assembleias e nos processos envolvidos em sua formação (Tsianou e Kallimanis, 2016).

A Caatinga

As discrepâncias entre diferentes dimensões da diversidade podem ser

particularmente interessantes e expressivas em ambientes climaticamente mais extremos, em

que a história biogeográfica não necessariamente está relacionada a suas atuais condições

ambientais. Esse pode ser o caso das regiões semiáridas, como a Caatinga. Localizado

predominantemente na região Nordeste do Brasil, a Caatinga é um bioma semiárido que

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sofreu importantes mudanças ambientais ao longo de sua história recente. Estas incluem

ciclos de expansão e retração em contato com ecossistemas úmidos e intercâmbios com

outros ecossistemas sazonalmente secos, como o Cerrado e o Chaco (Werneck et al., 2011;

Cardoso e Queiroz, 2013; Thomé et al., 2016). Essa dinâmica teve influência marcante sobre

a origem da biota local, a qual atualmente enfrenta médias térmicas elevadas e baixos índices

de precipitação anual (veja abaixo). Essas condições, por sua vez, impõem importantes

restrições ecológicas às espécies residentes, sobretudo em relação à disponibilidade de água

e outros recursos, como também quanto à própria tolerância fisiológica das espécies

(Dawson, 1954; Bartholomew e Cade, 1956).

Além dos aspectos biogeográficos que tornam a Caatinga particularmente

interessante com respeito às distintas faces da diversidade da sua biota, o bioma é um dos

mais ameaçados e menos conhecidos do Brasil (Leal et al., 2003). Altos índices de

desmatamento e formação de núcleos de desertificação estão entre os principais fatores

antropogênicos que ameaçam a biodiversidade da Caatinga (Leal et al., 2003; Albuquerque

et al., 2012). Paralelamente, os esforços de investigação da sua biota têm sido tardios quando

comparados a outras formações no país, de modo que o entendimento dos fatores evolutivos

e ecológicos envolvidos na formação das assembleias locais têm importância central na

compreensão da origem, dinâmica e conservação da biodiversidade regional.

As aves

Dentre os vertebrados terrestres, as aves constituem um dos grupos biológicos mais

bem conhecido quanto à taxonomia, biologia e distribuição geográfica (Wilman et al., 2014;

BirdLife International, 2015). Além disso, as aves possuem mais de 10 mil espécies uma

história evolutiva e biogeográfica extremamente bem-sucedida (Jetz et al., 2012), o que faz

delas um grupo adequado particularmente à investigação de processos ecológicos e

evolutivos relacionados a seus padrões de diversidade e regras de assembleia (e.g., Diniz-

Filho et al., 2007; Graham et al., 2012; Duchêne e Cardillo, 2015).

Com cerca de 500 espécies de aves (Silva et al., 2003), a Caatinga representa uma

região importante no contexto dos padrões de evolução e distribuição de aves neotropicais,

inclusive atuando como um dos centros de endemismos de aves sul-americanas (Cracraft,

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1985; Prado e Gibbs, 1993). Além disso, as condições ambientais específicas da Caatinga,

sobretudo relativas à temperatura, disponibilidade e irregularidade de precipitação e recursos,

e configuração atual da cobertura vegetal nativa, podem representar pressões ecológicas e

adaptativas importantes no contexto de formação das assembleias de aves locais.

Grande parte dos trabalhos realizados no bioma Caatinga consiste em levantamentos

da avifauna da região, os quais provavelmente apresentam um retrato incompleto da real

diversidade de aves local. Além disso, as assembleias de aves da Caatinga nunca foram

investigadas a partir de outras perspectivas da sua diversidade além da riqueza (e.g., Oliveira

e Diniz-Filho, 2010, Oliveira e Diniz-Filho, 2011), incluindo a diversidade filogenética e

funcional. Desse ponto de vista, é possível que a história biogeográfica peculiar da Caatinga,

e das respostas que as aves tenham apresentado a essa história sejam particularmente

informativos sobre como condições ambientais tropicais mais extremas afetem os padrões de

distribuição e organização das comunidades em função de seus aspectos evolutivos e

ecológicos.

Neste sentido, este trabalho busca investigar as inter-relações entre as dimensões da

diversidade taxonômica, filogenética e funcional das aves da Caatinga, e como fatores

ambientais críticos no contexto da Caatinga se relacionam com esses padrões. Dentre esses

gradientes ambientais, testamos os efeitos da 1) produtividade ambiental, que prediz uma

maior diversidade em condições de maior a produtividade primária (Currie et al., 2004); 2)

condições climáticas médias, que pressupõe que a diversidade seja maior em condições mais

mésicas do que em áreas mais quentes e secas da Caatinga (Hawkins et al., 2003); 3)

estabilidade histórica do clima, que prevê que maior diversidade em regiões climaticamente

mais estáveis por longos períodos (Fisher 1960, Pianka 1966); e 4) heterogeneidade

ambiental, que pressupõe que ambientes mais heterogêneos possuem mais nicho disponível

e, assim, comportam mais espécies para um nicho específico (MacArthur e MacArthur,

1961). Embora todas as hipóteses enumeradas tenham sido propostas para medidas de

diversidade taxonômicas, esperamos que a diversidade filogenética e a diversidade funcional

sejam previstas por essas relações. Entretanto, esperamos discrepâncias entre diferentes

medidas de diversidade e os diferentes efeitos individuais. Além disso, buscamos entender

como os diferentes componentes da diversidade funcional se relacionam aos gradientes

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ambientais, individualmente. A pergunta central aqui é, portanto, quais são os determinantes

ambientais de diferentes dimensões da diversidade de aves da Caatinga.

OBJETIVOS

Objetivo Geral

O objetivo deste estudo é reunir o conhecimento disponível sobre a diversidade de

assembleias locais aves da Caatinga e investigar os padrões espaciais, inter-relações e

principais fatores ambientais responsáveis pela variação dessas diferentes dimensões da

diversidade desse grupo no bioma.

Objetivos específicos

1. Sumarizar o conhecimento existente sobre a diversidade taxonômica, filogenética e

funcional das assembleias de aves da Caatinga;

2. Investigar as inter-relações entre a diversidade taxonômica e diferentes medidas de

diversidade filogenética e funcional;

3. Determinar quais os fatores determinantes dos padrões espaciais de diversidade

filogenética e funcional independentemente do padrão observado de diversidade

taxonômica (i.e., riqueza);

4. Como traços funcionais que sintetizam a diversidade funcional das espécies se

relacionam aos gradientes ambientais individualmente.

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MATERIAL E MÉTODOS

Área de estudo

A área estudada abrange localidades distribuídas ao longo do bioma Caatinga, a qual

compreende cerca de 800.000 km2, predominantemente no Nordeste brasileiro. A região é

composta por mosaicos vegetacionais e climáticos (Sampaio, 1995), com média de

precipitação de 750mm anuais e 26ºC em grande parte da região (Nimer, 1989). Ab’Saber

(1977) designa a região como semiárida devido às fisionomias de solo, vegetação,

precipitação e temperatura características do bioma. Com grande heterogeneidade espaço-

temporal, o bioma é caracterizado por vegetação de áreas abertas com temperatura e

precipitação que o classificam como floresta tropical estacional (Menezes e Sampaio, 2000;

Albuquerque et al., 2012). O status de conservação para o bioma que abrange grande parte

do Nordeste do Brasil é ponto importante, principalmente se analisado sob a ótica das

mudanças climáticas decorrente do processo de desertificação. Isto quer dizer que, mesmo

que grande parte das espécies da Caatinga seja adaptada à escassez de água, as rápidas

mudanças climáticas podem impor consequências negativas a grande parte dessas espécies

(Albuquerque et al., 2012).

Coleta e preparação dos dados

Inicialmente, conduzimos uma revisão da literatura de estudos que descreviam a

composição de espécies de aves de localidades individuais ao longo do bioma e regiões

limítrofes. Os estudos incluíram inventários de espécies, estudos de assembleias locais e

compilações de levantamentos de diferentes localidades disponíveis até 2014 (Apêndice 1).

A partir dos estudos, construímos então uma matriz de incidência (presença e ausência) das

espécies de aves distribuídas nas assembleias cuja localidade (longitude e latitude) era

conhecida. Cada localidade foi designada como uma assembleia. A diversidade taxonômica

(riqueza) de cada assembleia foi dada pelo número de espécies em cada localidade.

Entretanto, as assembleias amostradas tiveram esforço amostral bastante variável entre si

(Figura 1), o que pode afetar comparações, inferências de relações ecológicas e também

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perturbar medidas de diversidade filogenética e funcional dependentes da riqueza (veja

próxima seção).

Figura 1. Relação entre riqueza observada e esforço amostral dos inventários locais que adotaram

método de observação direta. Excluímos desta relação, portanto, as localidades que foram amostradas

através do método de redes de neblina, devido a discrepância entre as medidas de esforço (horas)

entre os métodos.

Para a avaliação das relações filogenéticas entre as espécies e a estimativa da

diversidade filogenética, usamos a filogenia de Jetz et al. (2012), utilizando a árvore-base

(backbone) de Hackett et al. (2008). Para as estimativas de diversidade funcional, reunimos

um conjunto de atributos ecológicos das espécies segundo Wilman et al. (2014) e BirdLife

International (2015). Os traços funcionais foram organizados nas seguintes categorias e

subcategorias:

Status migratório – migratório completo, não migratório, migratório altitudinal e

nômade;

Dieta – dada pela % de cada item, incluindo invertebrados, endotérmicos, ectérmicos,

vertebrados em geral ou desconhecido, carniça, frutas, néctar, sementes, outras partes

vegetais;

Microhabitat – abaixo da água, ao redor da água, chão, abaixo do sub-bosque, abaixo

do dossel, dossel, acima da vegetação ou qualquer estrutura, pelágico;

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Massa corporal (em gramas).

Esses traços funcionais foram selecionados porque indicam posições diferentes no

espaço ambiental das assembleias de aves descrevendo aspectos importantes da partição de

nicho entre elas. Qualquer diferença nesses traços vai levar às espécies a ocuparem nichos

diferentes dentro da comunidade. Para descrever a relação entre as espécies quanto ao

compartilhamento de traços funcionais, calculamos uma matriz de dissimilaridade dos traços

através do método de distância de Gower (Gower, 1971), o qual permite incluir variáveis

contínuas, binárias ou categóricas.

Os dados ambientais utilizados incluíram dez variáveis ambientais, sendo sete

bioclimáticas e três estruturais. As variáveis bioclimáticas incluíram a temperatura média

anual (Bio1), sazonalidade de temperatura (Bio4), sazonalidade de precipitação (Bio15),

evapotranspiração real (AET), evapotranspiração potencial (PET), mudança histórica da

temperatura e mudança histórica da precipitação. As duas últimas consistem nas diferenças

nas temperaturas e índices de precipitação, respectivamente, entre o último máximo glacial

(há aproximadamente 21 mil anos) e o presente, para a mesma localidade. Variáveis

descritoras da estrutura física (heterogeneidade ambiental) incluíram a amplitude altitudinal,

porcentagem da cobertura vegetal e o a diversidade de tipos vegetacionais.

A variáveis Bio1, Bio4, Bio15, mudança histórica da temperatura e precipitação e

altitude foram obtidas do banco de dados WorldClim (Hijmans et al., 2005). AET e PET

foram obtidas do Banco de Dados Global de Balanço Hídrico do Solo (CGIAE-CIS;

Trabucco e Zomer 2010). Os valores correspondentes às variáveis de cobertura vegetal foram

obtidos de Hansen et al. (2013), em uma resolução espacial de 1km. Os valores das variáveis

foram extraídos da localização geográfica de cada uma das assembleias. Para estimar a

proporção de cobertura vegetal e a diversidade de tipos vegetacionais das assembleias,

definimos um buffer de 5 km de raio em torno de cada localidade, do qual estimamos os

valores. A proporção de cobertura foi descrita pela proporção de células com níveis de

densidade florestal maior que zero. A diversidade de tipos vegetacionais foi dada pelo

número de classes de densidade florestal, o qual é dividido em intervalos de 0,1 de densidade

(i.e., 10%), variando de 0 (solo exposto) a 1 (solo completamente encoberto pela vegetação).

Para testar os efeitos das variáveis ambientais sobre as diferentes medidas de

diversidade, agrupamos as variáveis em quatro hipóteses potencialmente relevantes para

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descrever gradientes de diversidade de aves na Caatinga. AET foi usada como um descritor

da produtividade ambiental (Wright, 1983); as variáveis PET, temperatura média anual,

sazonalidade de temperatura e sazonalidade de precipitação foram agrupadas como um

descritor do clima atual (Hawkins, 2001); as variáveis cobertura vegetal, diversidade de tipos

vegetacionais e amplitude altitudinal foram empregadas como uma medida de

heterogeneidade ambiental (Pianka, 1966); as mudanças históricas de temperatura e

precipitação foram agrupadas para descrever a hipótese de estabilidade climática (Pianka,

1966).

Seleção de métricas de diversidade filogenética e funcional

Diferentes medidas de diversidade filogenética existem atualmente na literatura

(Schweiger et al., 2008; Pavoini et al., 2011; Chao et al., 2013), para as quais é possível

calcular uma métrica equivalente de diversidade funcional. Conduzimos, portanto, uma

análise exploratória para selecionar as medidas mais adequadas de diversidade filogenética e

funcional. Devido a influência do esforço amostral sobre a diversidade taxonômica descrita

acima, a escolha dessas métricas, buscamos, portanto, estimativas de diversidade filogenética

e funcional que fossem o mais independente possível da riqueza. Além de minimizar o

problema do esforço amostral, medidas independentes da riqueza permitem ainda inferir

sobre processos que atuam diretamente sobre os componentes filogenéticos e funcionais

exclusivos das assembleias.

A diversidade filogenética (PD) de Faith (1992) é a medida de diversidade

filogenética mais difundida e é calculada pela soma de todos os comprimentos de ramo da

árvore filogenética que conectam todas as espécies dentro de uma comunidade. Portanto, a

métrica é altamente correlacionada com a riqueza de espécies, sendo então pouco indicada

para descrever comunidades com esforços de coleta variáveis (Schweiger et al., 2008).

Apresentamos PD aqui como um ponto de partida e comparações com as outras métricas.

Calculamos também o de diversidade filogenética média (AvPD) que consiste na

média dos comprimentos de ramo entre as espécies da comunidade (Clarke e Warwick,

2001). O valor de AvPD é efetivo na remoção de parte da dependência no valor médio sobre

o S, mas isso depende da relação entre as espécies. Ou seja, a adição de novas espécies irá

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aumentar ou diminuir o valor de AvPD caso as espécies sejam mais distantes ou mais

próximas, respectivamente, para o conjunto de espécies existente. (Schweiger et al., 2008).

Outra métrica avaliada foi a distinção taxonômica média (AvTD), que calcula a

distância média entre dois pares aleatoriamente escolhidos nas comunidades (Warwick e

Clarcke, 1998). AvTD seria também um índice adequado para ser aplicado quando se deseja

controlar a influência da riqueza de espécies no conjunto de dados (Schweiger et al., 2008).

Por fim, utilizamos uma métrica padronizada de diversidade filogenética (SPD)

baseada na métrica PD de Faith (1992), obtida a partir de aleatorizações (999 neste caso) dos

táxons nos ramos terminais da filogenia e da razão entre a diferença de PD observada e nula

e o desvio padrão de PD nula.

Para a diversidade funcional, calculamos os índices equivalentes aos estimados para

diversidade filogenética, partindo da mesma lógica para cada um deles, substituindo apenas

as distâncias filogenéticas pelas distâncias funcionais determinadas pela matriz de traços

ecológicos. Obtivemos, portanto, os índices FD (baseado no PD), AvFD (análogo ao AvPD),

AvTDfunc (baseado no AvTD) e SFD (equivalente ao SPD). Além disso, testamos ainda os

efeitos dos preditores ambientais sobre a diversidade de cada traço, individualmente.

Análises

Para avaliar as relações entre a riqueza de espécies e as medidas de diversidade

filogenética e funcional e selecionar aquela menos relacionadas com a riqueza, utilizamos o

teste de correlação de Pearson.

Entretanto, a diversidade filogenética pode ser afetada pela incerteza filogenética,

uma vez que a filogenia utilizada (Jetz et al., 2012) é incompleta para as espécies encontradas

na Caatinga. Para levar em conta essa incerteza filogenética nas estimativas de diversidade

filogenética, uma vez selecionada a métrica de diversidade mais independente da riqueza,

adotamos um procedimento para incorporar esse efeito na estimativa de diversidade

filogenética. Para isso, obtivemos um conjunto de 100 árvores filogenéticas, em que cada

árvore tinha as posições das espécies faltantes da árvore resolvidas aleatoriamente nos clados

mais distais (dentro de gênero). Calculamos, então, a medida de diversidade filogenética para

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todas as 100 árvores, das quais foi obtida a diversidade filogenética média para cada

comunidade analisada. Esse problema de incerteza em torno da estimativa de diversidade não

existe para a diversidade funcional.

Para testar as hipóteses individualmente e compará-las entre si, utilizamos modelos

de regressão linear múltipla, os quais foram comparados através do coeficiente de

determinação (R2) e do Critério de Informação de Akaike corrigido para pequenas amostras

(AICc). Esse procedimento descreve a distância matemática entre os dados observados e os

modelos obtidos (distância de Kullback-Leibler), de modo que o melhor modelo apresenta o

menor valor de AICc (Burnham e Anderson 2002).

Devido à natureza espacial dos padrões de diversidade, as variáveis envolvidas

podem apresentar autocorreção espacial. Autocorrelação espacial consiste em uma

propriedade de dados espacialmente distribuídos em que localidades mais próximas possuem

valores mais parecidos entre si do que com localidades mais distantes (Legendre e Legendre,

1998). Essa propriedade dos dados pode afetar a inferência estatística obtida por métodos

analíticos convencionais, como a regressão. Para investigar a existência de autocorrelação

espacial nas relações entre as medidas de diversidade e os preditores ambientais,

inspecionamos a estrutura espacial dos resíduos dos modelos de regressão mais explicativos

(i.e., os melhores modelos) através de um correlograma. O correlograma descreve

graficamente a estrutura espacial dos dados através da relação entre índices de autocorrelação

espacial I de Moran, obtidos a diferentes intervalos de distância, e a própria distância

(Legendre e Legendre 1998). Caso haja autocorrelação espacial nos resíduos (i.e., existência

de valores de I de Moran significativos nas primeiras classes de distância), então outras

estratégias analíticas devem ser adotadas, como, por exemplo, o mapeamento espacial por

autovetores (Spatial Eigenvector Mapping – SEVM; Griffith e Peres-Neto, 2006) ou modelos

autorregressivos (ARM; Lichstein et al., 2002).

Os índices de diversidade e as análises foram realizadas com os softwares SAM

(Spatial Analyses in Macroecology; Rangel et al., 2006), e R 3.1.1 (R Core Team, 2013),

utilizando os pacotes cluster (Maechler et al., 2015), ape (Paradis et al., 2004) e

picante (Kembel et al., 2010). Os testes estatísticos foram realizados ao nível de

significância de 5%.

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RESULTADOS

Reunimos informações de ocorrência de 123 assembleias, cujos valores de riqueza

local variou entre 21 e 254 espécies. Estas somaram 532 espécies de aves, pertencentes a 339

gêneros de 67 famílias. Cerca de 12% (n = 63) das espécies ocorreram em apenas uma

assembleia, e aproximadamente metade (n= 257) das espécies foram registradas em 10

assembleias ou menos (Figura 2). As espécies mais conspícuas (> 100 assembleias) foram

Cyclarhis gujanensis (pitiguari) e Troglodytes musculus (corruíra).

Figura 2. Frequências de números de ocorrências de espécies de aves em 123 assembleias na

Caatinga.

A correlação entre riqueza e as diferentes métricas de diversidade filogenética

variaram entre r = 0,475 (p < 0.001) entre riqueza e SPD e r = 0,978 (p < 0.001) entre riqueza

e PD. Para a diversidade funcional, as correlações com a riqueza variaram similarmente, entre

r = 0,489 (p < 0.001) para SFD e r = 0,982 (p < 0.001) para FD (Figura 3). Desse modo, as

medidas baseadas em procedimentos de aleatorização foram menos correlacionadas com a

diversidade taxonômica e, portanto, selecionadas para testas os efeitos dos preditores

ambientais. Portanto, em função da incerteza filogenética discutida acima, a medida SPD foi

calculada para as 100 árvores de cada comunidade, do qual calculamos a SPD média para

cada assembleia de aves da Caatinga, como uma medida de diversidade filogenética das

assembleias.

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Figura 3. Correlações entre riqueza e as diferentes métricas de diversidade filogenética (PD, SPD,

AvPD e AvTD) e funcional (FD, SFD, AvFD, AVTDfunc) das aves da Caatinga.

Devido às discrepâncias nos esforços amostrais entre as assembleias reunidas, o

padrão espacial de riqueza de aves da Caatinga observado não é informativo de um gradiente

real. Em vez disso, é provável que a variação espacial na riqueza observada reflita

principalmente a variação de esforço amostral. Quanto à diversidade filogenética e funcional,

os índices de SPD e SFD sugerem uma leve concentração de maiores valores de diversidade

no centro-norte da Caatinga, além de algumas localidades na região da Chapada Diamantina

(Figura 4).

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Figura 4. Padrões de especial de riqueza (tamanho dos símbolos), diversidade filogenética (a),

diversidade funcional total (b) e diversidade funcional de traço individuais, status migratório (c),

micro-habitat (d), dieta (e) e tamanho corporal (f) das assembleias de aves da Caatinga.

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Além dos padrões espaciais coincidentes, a variação de diversidade filogenética e

funcional apresentaram respostas semelhantes aos fatores ambientais. O clima atual foi o

principal preditor da diversidade filogenética e funcional (Tabela 1; Figura 5), seguidos da

heterogeneidade de habitat e da produtividade, os quais relacionaram-se significativamente

aos padrões de diversidade. A variação histórica do clima não teve efeito significativo sobre

os padrões de diversidade (Tabela 1).

Figura 5. Relação entre a diversidade observada e estimada pelo modelo de clima atual para

diversidade filogenética (a) e funcional (b) das assembleias de aves da Caatinga.

Quanto aos fatores ambientais individualmente, a relação (descrita pelos slopes dos

modelos) entre componentes do clima atual e os índices de diversidade foi consistente com

um declínio da diversidade filogenética e funcional em áreas com temperaturas mais altas,

precipitações mais baixas e irregulares e maiores índices de PET, ou seja, áreas mais quentes

e secas da Caatinga. Para as variáveis do segundo preditor mais importante, a

heterogeneidade de habitat, que incluíram quantidade e variedade de coberturas florestais e

amplitude altitudinal, a relação de todos estes foi negativa para a diversidade filogenética.

Ou seja, maiores diversidades evolutivas estão em área com melhor variação altitudinal e

com coberturas florestais mais homogêneas. Com relação à diversidade funcional, contudo,

apenas a amplitude altitudinal foi negativamente relacionada. As variáveis relacionadas à

cobertura florestal foram positivamente relacionadas com a diversidade funcional, ou seja,

áreas mais heterogêneas contêm assembleias mais diversas ecologicamente.

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Tabela 1. Estatísticas dos modelos de regressão entre riqueza e diversidade filogenética (SPD) de

aves da Caatinga. * p-valor com nível de significância de < 0.001.

Hipóteses Variáveis Slope R2 AICc

Produtividade AET -0.317 0.101* 463.006

Clima atual

PET

Temperatura média

Sazonalidade da

temperatura

Sazonalidade da

Precipitação

-0.201

0.581

0.533

0.284

0.319* 435.403

Heterogeneidade

habitat

Cobertura vegetal

Tipo vegetacional

Amplitude altitudinal

-0.332

-0.033

-0.274

0.240* 446.613

Variabilidade

histórica do clima

Variabilidade da

temperatura

Variabilidade da

precipitação

-0.073

-0.200 0.056 471.097

Tabela 2. Estatísticas dos modelos de regressão entre riqueza e diversidade funcional (SFD) de aves

da Caatinga. * p-valor com nível de significância de < 0.001.

Hipóteses Variáveis Slope R2 AICc

Produtividade AET -0.401 0.161* 462.167

Clima atual

PET

Temperatura média

Sazonalidade de

temperatura

Sazonalidade de

precipitação

-0.159

0.468

0.659

0.313

0.303* 445.869

Heterogeneidade de

habitat

Cobertura vegetal

Tipo vegetacional

Amplitude altitudinal

0.314

0.139

-0.206

0.190* 462.084

Variabilidade

histórica

Temperatura

histórica

Precipitação histórica

0.024

-0.160

0.023 482.950

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A estrutura espacial dos resíduos dos modelos de regressão entre o clima e os índices

de diversidade filogenética e funcional não indicaram autocorrelação espacial significativa

(Figura 6). Esse padrão indica que os modelos de regressão empregados são adequados para

descrever os efeitos dos preditores ambientais sobre as medidas de diversidade filogenética

e funcional. Portanto, outros métodos analíticos mais complexos, que levam em conta a

autocorrelação espacial, não foram empregados.

Figura 6. Correlogramas dos resíduos dos modelos de regressão entre os descritores ambientais do

clima atual e riqueza filogenética (preto) e funcional (vermelho). As linhas que descrevem os padrões

espaciais estão situadas próximo à linha pontilhada (zero), indicando autocorrelação espacial

controlada.

Ao avaliar os traços funcionais separadamente, observou-se que o padrão encontrado

para dois traços – status migratório e tamanho corporal – diferiram qualitativamente do

encontrado para SFD. Para estes traços funcionais individualmente, a produtividade

ambiental foi o fator mais explicativo (Tabela 3). Para a dieta, o clima atual permaneceu

como o fator mais informativo, e com um poder explicativo maior que aquele encontrado

para SFD envolvendo todos os traços combinados (R2 = 0.415). Para o traço funcional micro-

habitat, nenhum preditor for estatisticamente significativo (Tabela 3).

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Tabela 3. Estatísticas dos modelos de regressão entre os traços funcionais testados separadamente

em relação às hipóteses ambientais. * p-valor com nível de significância de < 0.001.

Traço funcional Hipótese R2 AICc

Produtividade 0.130* 286.237

Clima atual 0.108 295.715

Status migratório Heterogeneidade de

habitat 0.09 296.014

Variabilidade

histórica 0.034 301.140

Produtividade 0.163* 495.816

Clima atual 0.415* 458.254

Dieta Heterogeneidade de

habitat 0.313* 475.700

Variabilidade

histórica 0.065 511.510

Produtividade 0.06 416.526

Clima atual 0.103 417.213

Microhabitat Heterogeneidade de

habitat 0.074 418.978

Variabilidade

histórica 0.042 420.935

Produtividade 0.156* 401.357

Clima atual 0.117 413.552

(Log) massa corporal Heterogeneidade de

habitat 0.146* 407.152

Variabilidade

histórica 0.022 421.687

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DISCUSSÃO

A diversidade taxonômica regional observada neste estudo (523 espécies) coincide

amplamente com a principal compilação anterior que inclui diversos tipos de formação da

Caatinga, como brejos de altitude e campos rupestres (Silva et al., 2003, 510 espécies). A

pequena discrepância entre Silva et al. (2003) e este estudo (13 espécies) parece resultar da

adição de espécies raras (um ou poucos registros), a partir de estudos recentes. No entanto,

devido à ainda limitada cobertura geográfica dos esforços de coleta ao longo da região e da

própria ineficiência de estudos individuais em descreverem completamente a riqueza local,

como descrito pela Figura 1, é provável que a diversidade taxonômica total seja

substancialmente maior que a atualmente conhecida. Neste sentido, novos esforços de coleta

são necessários para contemplar uma maior abrangência e detalhamento espacial dos

inventários de aves ao longo da Caatinga.

Esse efeito da amostragem sobre o reconhecimento dos padrões de diversidade

taxonômica é, de fato, um dos principais fatores responsáveis da falta de compreensão dos

determinantes da diversidade regional de aves. Estudos recentes têm recorrido a utilização

de bancos de dados com baixa resolução especial (e.g., Oliveira e Diniz-Filho, 2010), embora

os resultados sejam relativamente semelhantes aos encontrados neste estudo. Ainda assim,

compilações detalhadas dos estudos locais permitem identificar de maneira mais acurada a

composição e de outros aspectos da diversidade das assembleias, como as próprias lacunas

de conhecimento existentes (Hortal et al., 2015). A partir desse conhecimento detalhado da

composição local de espécies, medidas de outros aspectos da diversidade, como a

filogenética e a funcional, que são independentes da riqueza, são mais informativas sobre os

padrões e processos envolvidos (e.g., Graham et al., 2012). Além disso, essas facetas da

biodiversidade independente da riqueza podem ser úteis para a definição de estratégias de

conservação para a biota da Caatinga (Moilanen et al., 2005). Neste sentido, nossos

resultados são triplamente relevantes. Seja com a relação à possibilidade de informar planos

de conservação a partir de dados incompletos de assembleias (Cayuela et al., 2009), seja do

ponto de vista de informar prioridades de conservação de aspectos evolutivos e funcionais

dessas assembleias (Nunes et al., 2015), como também de usar aves, um grupo que tido com

um dos principais substitutos da biodiversidade, dada sua alta diversidade taxonômica e

ecológica (Pinto et al., 2008).

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Com relação à associação entre diversidade taxonômica e os índices de diversidade

taxonômica e funcional, a escolha dos índices é fundamental para se descrever os aspectos

evolutivos e ecológicos envolvidos nas formações das assembleias ecológicas da maneira

mais informativa possível e independentes entre si (Schweiger et al., 2008; Cadotte et al.,

2010; Schleuter et al., 2010). Ao avaliarmos diferentes alternativas, verificamos que os

índices de PD e FD padronizados (SPD e SFD), baseados em procedimentos de aleatorização,

são mais efetivos em descrever a variação dos aspectos filogenéticos e funcionais

independentemente da diversidade taxonômica. De fato, procedimentos de aleatorização (ou

Monte Carlo) têm sido fundamentais em estudos de componentes não enviesados de medidas

de interesse a partir de dados ecológicos e evolutivos (Crowley, 1992). Isso é válido mesmo

quando as medidas de diversidade filogenética e funcional tenham sido relacionadas entre si

e de terem sido explicadas pelos mesmos fatores ambientais. Neste caso, é esperado que

aspectos ecológicos das espécies apresentem conservatismo filogenético (Wiens e

Donoghue, 2004), e que essa propriedade se manifeste em nível de assembleia (Webb et al.,

2002).

As relações entre os diferentes índices de diversidade filogenética e funcional com a

diversidade taxonômica ilustram a necessidade de se explorar as inter-relações entre essas

medidas, não apenas para selecionar aquelas mais informativas possível, mas também a fim

de se compreender as diferentes nuances de cada descritor de diversidade (Schweiger et al.,

2008; Pavoini et al., 2011). As formas da relação entre PD, AvPD e AvTD e seus análogos

funcionais coincidem largamente com o descrito por Schweiger et al. (2008). PD e AvTD

relacionam-se positivamente com riqueza, embora o último de modo não linear e altamente

dependente da riqueza local e do par de espécies avaliado (veja Material e Métodos). Para

pequenos valores de riqueza, AvTD apresenta alta variabilidade de diversidade filogenética,

embora a diversidade funcional (AvTDfunc) tenha sido menos variável. Essa mesma

propriedade de expressar valores variáveis para pequenas riquezas ocorre também em AvPD

(e AvFD), embora este se relacione negativamente com a riqueza. Essa dependência da

riqueza observada nos valores de AvPD e AvTD é importante quando se busca estimar

diversidade de assembleias com esforços amostrais diferentes. Apesar de serem defendidas

como opções melhores do que PD, elas também podem gerar distorções importantes nas

descrições de diversidade filogenética e funcional das assembleias quando suas riquezas são

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baixas ou subestimadas. Mesmo sendo correlacionados positiva e significativamente com a

riqueza, SPD e SFD se relacionam linearmente com a riqueza, sendo assim menos sujeitas a

distorções provocadas por esforços amostrais variáveis.

Quanto aos determinantes ambientais da diversidade filogenética e funcional, nossos

resultados, em geral, corroboram com o descrito por Oliveira e Diniz-Filho (2010) para

diversidade taxonômica, a partir da sobreposição de mapas de distribuição das espécies. O

clima atual é o principal determinante da diversidade taxonômica (Oliveira e Diniz-Filho,

2010), filogenética e funcional das aves da Caatinga. Devido às características ambientais da

região, esse predomínio de fatores climáticos era esperado, sobretudo quanto ao efeito da

energia térmica e da disponibilidade hídrica, que estão diretamente relacionadas à capacidade

das espécies de tolerar suportar altas energias e baixas disponibilidade de água e outros

recursos (Hawkins et al., 2003). Para mamíferos, por exemplo, Mares et al. (1985) sugeriram

que, no período Quaternário, com a expansão e retração das savanas e florestas na região, a

caatinga se retraiu, criando numerosos refúgios semiáridos e as espécies não tiveram sucesso

em adaptar-se ao ambiente seco da região. Aqui, observamos que as variações climáticas

ocorridas desde este período geológico (descritas aqui através da diferença entre o máximo

glacial e o presente) não tiveram nenhuma influência sobre a diversidade da avifauna atual.

Ou seja, as condições experimentadas pelas espécies parecem exercer uma influência

contínua nas composições das espécies e de suas interações locais ao longo do tempo,

apagando constantemente a impressão deixada por condições passadas. Por outro lado, as

regiões dos brejos de altitude – regiões florestadas mantidas por chuvas orográficas –

serviram como refúgios para espécies de ambientes mésicos durante o máximo glacial e

continuam ainda servindo como refúgios durante as secas imprevisíveis que caracterizam o

atual clima da Caatinga (Taberelli et al., 2004; Ruiz-Esparza et al., 2012). A ocorrência de

algumas assembleias mais diversas filogenética e funcionalmente nesses ambientes indica,

portanto, que suas condições mais amenas favorecem a presença de maior diversidade

filogenética e maior variedade de tipos funcionais de espécies de aves.

A heterogeneidade de habitat foi o segundo fator mais influente na variação da

diversidade filogenética e da funcional. Além disso, dentre os descritores de heterogeneidade,

a cobertura vegetal foi o aspecto mais importante. Isso indica que a cobertura florestal parece

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exercer, de fato, uma influência importante na estrutura filogenética e funcional das

assembleias (Flynn et al., 2009; Helmus et al., 2010; Newbold et al., 2014). Entretanto,

curiosamente, a cobertura vegetal apresentou efeitos opostos sobre a diversidade filogenética

e diversidade funcional. Enquanto a diversidade filogenética diminuiu com a redução da

cobertura, a diversidade funcional foi mais alta em áreas com menos cobertura. Esse padrão

sugere uma estruturação peculiar dessas assembleias que envolve a exclusão de algumas

espécies mais sensíveis e o favorecimento de espécies oportunistas que possuem a capacidade

de explorar ambientais mais perturbados. Ou seja, ao tempo em que espécies evolutivamente

únicas são perdidas com a perda de cobertura florestal, outras espécies filogeneticamente

próximas, mas com traços funcionais divergentes e adaptados a essa condição, são

favorecidas, tais como espécies generalistas (Devictor et al., 2010).

Um resultado importante consiste na discrepância entre os efeitos dos preditores

ambientais sobre diferentes componentes da diversidade funcional, descritos por de traços

ecológicos individuais. Os padrões de diversidade de status migratórios e de tamanhos

corporais foram predominantemente explicados pela variação espacial da produtividade

ambiental (AET), a qual foi pouco relacionada aos padrões de diversidade funcional com

todos os traços juntos. Esses resultados são coerentes com a ideia de que a dinâmica de

migração das espécies depende basicamente da disponibilidade de recursos nas zonas de

ocorrência das espécies migrantes (Greenberg e Marra, 2005). Da mesma forma, a

produtividade ambiental pode favorecer espécies com demandar energéticas mais diversas

(Zeveloff e Boyce, 1988). É interessante notar que a maior diversidade de status migratório

concentra-se principalmente ao longo de fontes constantes de recursos, como ao longo do

Rio São Francisco (Figura 4c). Além disso, a diversidade de micro-habitat entre as espécies

das assembleias não foi significativamente relacionada com nenhum fator ambiental. Esse

resultado tem duas consequências imediatas para seleção de traços descritivos da diversidade

funcional. A primeira é que a variação de uso de micro-habitat entre as espécies da Caatinga

parece ser dominada por fatores estocásticos relacionados ao pool regional de espécies e à

própria disponibilidade de micro-habitat nos ambientes da Caatinga. Além disso, esse

resultado indica que esse traço ecológico é pouco informativo sobre a diversidade funcional

das assembleias de aves na região, uma vez que ele não responde aos mesmos gradientes

ambientais que os demais traços (Violle et al., 2007; Tsianou e Kallimanis, 2016).

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CONCLUSÕES

Este estudo sumariza o conhecimento atual sobre assembleias de aves da Caatinga e

evidencia uma ampla necessidade de novos e mais intensos esforços de amostragem desse

grupo na região. Além de apresentar grandes regiões com nenhum conhecimento

documentado, a maioria dos estudos existentes parecem sofrer com limitações na capacidade

de identificar a avifauna local de forma mais completa. Entretanto, apesar dessa deficiência

do conhecimento, pudemos estimar medidas de diversidade filogenética e funcional que

minimizam esse efeito do conhecimento incompleto das assembleias. Isso foi possível

através da descrição dos índices de diversidade obtidos a partir de procedimentos de

aleatorização, os quais se mostraram mais apropriados para descrever esses aspectos da

diversidade de forma manos enviesada, e assim identificar os fatores ambientais responsáveis

pela variação na diversidade filogenética e funcional das aves da Caatinga. Essas dimensões

da diversidade foram altamente coincidentes entre si e tiveram o mesmo componente

ambiental como principal de determinante, o clima atual. Este deve afetar os padrões de

diversidade filogenética e funcional através das respostas de tolerância das espécies aos

gradientes térmico e hídrico da Caatinga. Entretanto, quando avaliados individualmente, os

padrões de diversidade de traços funcional podem responder de forma independente entre si

e a gradientes ambientais diferentes. Essa discrepância tem consequências diretas na escolha

dos traços ecológicos que irão compor índices de diversidade funcional e sobre a própria

congruência da diversidade funcional com a diversidade filogenética.

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APENDICE I

Área Long Lat Riqueza Referência

Sítio Sinimbu (CE) -38.927 -4.189 79 ALBANO E GIRÃO 2008

Hotel Remanso (CE) -38.93 -4.244 90 ALBANO E GIRÃO 2008

Serra da Aratanha (CE) -38.633 -3.983 112 ALBANO E GIRÃO 2008

Serra de Maranguape (CE) -38.717 -3.883 110 ALBANO E GIRÃO 2008

Estação Ecológica do Seridó (RN) -37.286 -6.611 174 BEZERRA et al. 2013

RP Parna Fazenda Almas (PB) -36.881 -7.471 157 ARAUJO et al. 2012

Parque Estadual da Mata Seca (MG) -43.955 -14.898 242 DORNELAS et al. 2012

Icó Mandante (PE) -38.298 -8.869 137 FARIAS 2007

Município de Xique-xique (BA) -42.436 -10.482 150 FREITAS et al. 2013

Vila do Pará (PE) -36.403 -7.875 138 LAS-CASAS et al. 2012

Estação Biológica de Canudos (BA) -38.988 -9.943 176 LIMA et al. 2011

Gongo (PI) -42.5 -8.667 230 OLMOS et al. 2012

Serra do Mudo (PE) -36.138 -8.524 138 PEREIRA et al. 2011

Fazenda Pindorama (PE) -36.151 -8.518 138 PEREIRA et al. 2011

Floresta Nacional Contendas do Sincorá (BA) -41.12 -13.919 179 FREITAS et al. 2011

Faz. Campo Alegre, Cajuí, Sento Sé (BA) -42.183 -10.007 78 ROOS et al. 2006

Faz. Serrote, Piri, Sento Sé (BA) -41.314 -9.742 63 ROOS et al. 2006

Assentamento Canaã, Sobradinho (BA) -40.815 -9.592 61 ROOS et al. 2006

Remanso (BA) -42.343 -9.645 70 ROOS et al. 2006

Pau-a-pique, Remanso (BA) -41.646 -9.527 39 ROOS et al. 2006

Umbuzeiro, Casa Nova (BA) -41.178 -9.406 58 ROOS et al. 2006

P2 - Sítio Bálsamo, Jati (CE) -39.706 -8.039 117 OLMOS et al. 2005

P3 - Serrote do Lineto, Mombaça (CE) -39.693 -5.669 105 OLMOS et al. 2005

P4 - Pedra Branca (CE) -39.64 -5.669 100 OLMOS et al. 2005

P5 - Santa Rita, Ouricuri (PE) -40.171 -7.813 70 OLMOS et al. 2005

P6 - Fazenda do Julio, Parnamirim (PE) -39.706 -8.039 92 OLMOS et al. 2005

P7 - Riachos Recreio e Garças (PE) -40.177 -8.832 94 OLMOS et al. 2005

P8 - Lagoas de Petrolina (PE) -40.373 -9.175 123 OLMOS et al. 2005

Cachoeira do Inferno, Pedra Branca (CE) -39.69 -5.518 48 OLMOS et al. 2005

Monumento Natural Grota do Angico (SE) -37.667 -9.65 140 RUIZ-ESPARZA et al. 2011

Fazenda São Gonçalo (Matões-MA) -43.198 -5.35 70 SANTOS et al. 2010

Fazenda Castiça (Matões-MA) -43.218 -5.475 76 SANTOS et al. 2010

Fazenda Tabocal (Matões-MA) -43.375 -6.227 70 SANTOS et al. 2010

Fazenda Santa Rita (Colinas-MA) -44.397 -6.098 108 SANTOS et al. 2010

Fazenda Sipaúba (Codó-MA) -43.753 -4.715 81 SANTOS et al. 2010

Fazenda Normasa (Parnarama-MA) -43.478 -5.607 77 SANTOS et al. 2010

Fazenda Espinhos (Curitimá-PI) -44.217 -10.117 88 SANTOS 2004

Fazenda Tábua Lascada (Parnaguá-PI) -44.733 -10.2 79 SANTOS 2004

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Fazenda Jatobá (Parnaguá-PI) -44.717 -10.4 80 SANTOS 2004

Serra da Guia (SE) -37.867 -9.95 142 RUIZ-ESPARZA et al. 2012

Caicó (RN) -37.09 -6.46 101 SILVA e PICHORIN et al. 2012

Estação Ecológica do Seridó, Serra Negra do Norte (RN) -37.333 -6.583 159 SILVA e PICHORIN et al. 2012

Acari (RN) -36.601 -6.478 80 SILVA e PICHORIN et al. 2012

Campo Grande (RN) -37.381 -5.822 121 SILVA e PICHORIN et al. 2012

Tibau (RN) -37.332 -4.853 93 SILVA e PICHORIN et al. 2012

Carnaubais (RN) -36.792 -5.179 114 SILVA e PICHORIN et al. 2012

Alto do Rodrigues (RN) -36.795 -5.347 97 SILVA e PICHORIN et al. 2012

Pendências (RN) -36.663 -5.257 94 SILVA e PICHORIN et al. 2012

Taipú (RN) -35.608 -5.678 82 SILVA e PICHORIN et al. 2012

Porto do Mangue (RN) -36.869 -5.021 108 SILVA e PICHORIN et al. 2012

Macau (RN) -36.501 -5.095 164 SILVA e PICHORIN et al. 2012

Guamaré (RN) -36.383 -5.117 156 SILVA e PICHORIN et al. 2012

Macaíba (RN) -35.378 -5.587 156 SILVA e PICHORIN et al. 2012

Parque Nacional Serra das Confusões_Toca da Cabloca/Canto Verde(PI)

-43.45 -8.9 217 SILVEIRA et al. 2012

Fazenda Tamanduá (PB) -37.4 -7.017 141 TELINO-JUNIOR et al. 2005

MN Talhado do SF- Fazenda Baixa da Quixaba (BA) -38.068 -9.441 116 Lyra-Neves et al. 2012

MN Talhado do SF-Fazenda Luna (AL) -38.069 -9.492 115 Lyra-Neves et al. 2012

MN Talhado do SF-Fazenda Mundo Novo (SE) -37.995 -9.558 139 Lyra-Neves et al. 2012

MN Talhado do SF-Fazenda Olho d’Aguinha (AL) -37.914 -9.503 120 Lyra-Neves et al. 2012

MN Talhado do SF-Fazenda Santa Rosa (SE) -37.901 -9.609 133 Lyra-Neves et al. 2012

MN Talhado do SF-Fazenda Mecejana (AL) -37.785 -9.597 129 Lyra-Neves et al. 2012

BR 316 -37.672 -9.099 100 Araujo & Rodrigues 2011

Parque Nacional Catimbal_Sítio Sao José (PE) -37.274 -8.515 201 Sousa et al. 2012

Campus I da UEPB (Campina Grande - PB) -35.917 -7.208 61 MENEZES et al. 2004

Estação Ecológica do Raso da Catarina - BA (Área 1) -38.513 -9.651 115 NUNES et al. 2012

Raso da Catarina - BA (Área 2) -38.444 -9.651 133 NUNES et al. 2012

Açudinho_RP Parna Maurício Dantas (PE) -38.2 -8.309 120 MMA 2005

Cavalo-morto_RP Parna Maurício Danta (PE) -38.206 -8.289 78 MMA 2005

Estrada_RP Parna Cantidiano Valgueiro (PE) -38.48 -8.476 102 MMA 2005

Rio_RP Parna Cantidiano Valgueiro (PE) -38.515 -8.449 108 MMA 2005

Pedra da Boca_Parque Estadual da Pedra da Boca (PB) -35.689 -6.462 81 MMA 2005

Fazenda Cachoeira da Capivara -35.754 -6.677 68 MMA 2005

Melancias/São Luis_ RP Parna Serra das Almas (CE) -40.913 -5.142 103 MMA 2005

Lajeiro/Croatá_ RP Parna Serra das Almas (CE) -40.929 -5.147 92 MMA 2005

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Sítio/Tucuns (CE) -40.904 -5.268 107 MMA 2005

Grajáu_RP Parna Serra das Almas (CE) -40.872 -5.117 104 MMA 2005

Estreito (CE) -41 -5.043 99 MMA 2005

Alto Salitre - Chapéu - BRS (BA) -41.165 -11.409 117 SILVEIRA et al. 2012

Médio Salitre - Umburanas e Campo Formoso - BRS (BA)

-41.331 -10.505 114 SILVEIRA et al. 2012

Baixo Salitre - Juazeiro - BRS (BA) -40.558 -9.692 96 SILVEIRA et al. 2012

Ibotirama - BA -43.284 -12.264 139 SCHUNK et al. 2012

Boqueirão da Onça - BA -41.395 -10.323 192 SCHUNK et al. 2012

Parque Nacional Serra de Itabaiana- SE -37.417 -10.667 120 D'HORTA et al. 2005

Floresta Nacional de Negreiros -39.406 -7.975 159 FARIAS et al. 2010

APA da Chapada do Araripe -41 -7 188 NASCIMENTO et al. 2000

Parque Nacional Catimbau (PE) -37.274 -8.515 201 SOUSA et al. 2012

RP Parna Fazenda Morrinhos -39.667 -11.2 117 MAJOR et al. 2004

Serra Vermelha-Ponto A (PI) -44.29 -9.761 134 SANTOS et al. 2012

Serra Vermelha-Ponto B (PI) -44.358 -9.539 139 SANTOS et al. 2013

Serra Vermelha-Ponto C (PI) -44.296 -9.674 149 SANTOS et al. 2014

Serra Vermelha-Ponto D (PI) -44.591 -9.862 117 SANTOS et al. 2015

Parque Nacional Serra da Capivara -42.596 -8.513 215 VASCONCELOS et al. 2012

Brejinho das Ametistas (BA) -42.524 -14.263 254 VASCONCELOS et al. 2012

Parna Chapada Diamantina - Caverna Lapa Doce -41.603 -12.333 24 PARRINI et al. 1999

Parna Chapada Diamantina - Rio Preto -41.573 -12.508 56 PARRINI et al. 1999

Parna Chapada Diamantina - Serra de Rio das Contas -41.817 -13.621 62 PARRINI et al. 1999

Parna Chapada Diamantina - Rio das Flores -40.183 -13.667 37 PARRINI et al. 1999

Parna Chapada Diamantina - Bananal -41.798 -13.585 64 PARRINI et al. 1999

Parna Chapada Diamantina - Vilas Semidouro e Paulista -41.44 -13.259 51 PARRINI et al. 1999

Parna Chapada Diamantina - entre Palmeiras/Lençóis -41.456 -12.479 47 PARRINI et al. 1999

Parna Chapada Diamantina - Perto de Mucugê -41.301 -12.93 66 PARRINI et al. 1999

Parna Chapada Diamantina - Serra das Almas -41.962 -13.512 39 PARRINI et al. 1999

Parna Chapada Diamantina - Cachoeira do Fraga -41.82 -13.57 28 PARRINI et al. 1999

Parna Chapada Diamantina -Cachoeira do Rio Ferro Doido

-41.001 -11.628 60 PARRINI et al. 1999

Parna Chapada Diamantina - Fazendas Lagoa Bonita e Grama

-40.517 -12.533 166 PARRINI et al. 1999

Parna Chapada Diamantina - Antiga Usina -41.428 -12.468 35 PARRINI et al. 1999

Parna Chapada Diamantina - Capitinga e Toalhas -41.361 -12.478 82 PARRINI et al. 1999

Parna Chapada Diamantina - Fazendas Horizonte e Teramater

-41.306 -13.236 109 PARRINI et al. 1999

Parna Chapada Diamantina - Limites de Pau Ferrado -41.422 -13.177 26 PARRINI et al. 1999

Parna Chapada Diamantina - Serra de Bonito -41.217 -12.006 49 PARRINI et al. 1999

Parna Chapada Diamantina - Fazenda da Mata Doida -41.26 -11.851 75 PARRINI et al. 1999

Ntao -41.339 -12.669 92 PARRINI et al. 1999

Fazenda Concórdia (BA) -39.778 -9.174 152 Barnett et al. 2014

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Prazeres (BA) -39.894 -9.147 21 Barnett et al. 2014

Gruta Patamuté (BA) -39.609 -9.323 55 Barnett et al. 2014

Ilha de Curaçá (BA) -39.918 -8.991 72 Barnett et al. 2014

Poço do Baú (BA) -39.91 -9.13 47 Barnett et al. 2014

Horto Florestal-Ubajara -40.939 -3.838 74 NASCIMENTO et al. 2005

Parna Ubajara -40.9 -3.817 40 NASCIMENTO et al. 2005

Parna Ubajara- Rio Gavião -40.908 -3.83 26 NASCIMENTO et al. 2005

Parna Ubajara- Morro Pendurado -40.726 -3.833 30 NASCIMENTO et al. 2005

Parna Ubajara- Trilha do Valdemar -40.893 -3.826 55 NASCIMENTO et al. 2005

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