divaldo e raul teixeira - diretrizes de seguranÇa

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Divaldo P. Franco J. Raul Teixeira

Diretrizes de SeguranaUm dilogo em torno das mltiplas questes da mediunidade

Sociedade Esprita Fraternidade Site: www.sef.org.br Email: [email protected] Editora Frter Livros Espritas Ltda. Site: www.editorafrater.com.br Email: [email protected]

Monet O Palheiro

Contedo resumidoEsta obra traduz a longa experincia desses dois grandes tarefeiros espritas, Divaldo Franco e Raul Teixeira, no sagrado exerccio da mediunidade. Rene 104 perguntas, respondidas pelos autores, enfocando questes essenciais em torno do tema central, que a atividade medinica. Destacam-se os cuidados bsicos a serem observados pelos mdiuns e pelos grupos medinicos, especialmente com relao vivncia evanglica que deve nortear a vida do tarefeiro medinico.

Divaldo P. Franco Nascido em Feira de Santana, no Estado da Bahia, no dia 5 de maio de 1927, filho de Francisco Franco e de Ana Pereira Franco, desde muito jovem adotou a Doutrina Esprita como roteiro para sua vida, assumindo a tarefa medinica e associando-a aos relevantes labores da pregao da mensagem esprita, para os coraes sequiosos de conhecimento e de consolao, em toda parte. Fundou, em 7 de setembro de 1947, com um grupo de companheiros, o Centro Esprita Caminho da Redeno, em Salvador, e logo depois criou a Manso do Caminho, obra modelar de educao de crianas socialmente rfs, sob a gide do pensamento esprita. Tendo viajado e levado a sua palavra, firme e empolgante, por todo o Brasil e a cerca de 45 pases, avana Divaldo para mais notveis realizaes na Seara Esprita.

J. Raul Teixeira Nascido em Niteri, no Estado do Rio de Janeiro, no dia 7 de outubro de 1949, filho de Raul dos Santos Teixeira e de Benedicta Maria da Conceio, a partir dos tenros anos da mocidade, ao travar contato com a Doutrina Esprita, entusiasmou-se com ela e iniciou seu caminho de pregao doutrinria, ao mesmo tempo em que a dedicao mediunidade foi-lhe abrindo veredas e viso novas nos arraiais do Movimento Esprita. Junto de alguns companheiros, fundou, em 4 de setembro de 1980, a Sociedade Esprita Fraternidade, em Niteri, desenvolvendo, a seguir, um trabalho de assistncia a crianas faveladas e seus familiares, atividade hoje transferida para os labores do Remanso Fraterno, em fase de estruturao. Conhecido por sua vibrante pregao em todo o Brasil e em diversos pases estrangeiros, prossegue Raul, buscando atender aos objetivos do Espiritismo.

Sumrio:Nota dos Autores ........................................................... 7 Diretrizes de Segurana ................................................ 8 Segura Diretriz ............................................................ 10 I Mediunidade ................................................................ 12 II Grupo Medinico......................................................... 36 III Desenvolvimento Medinico ....................................... 54 IV Comunicaes .............................................................. 57 V Doutrinao .................................................................. 61 VI Mentores ....................................................................... 65 VII Passes ............................................................................ 69 VIII Alimentao ................................................................. 77 IX Estudos, Participao, Receiturio ............................ 80 X Escolhos da Mediunidade ........................................... 84 XI Usos e Costumes ........................................................... 89

Nota dos AutoresAo lanarmos o presente volume ateno dos nossos irmos, vlido assinalemos que das questes nele propostas, muitas no haviam sido publicadas antes, enquanto outras j eram do domnio pblico, por sua divulgao pelas imprensas esprita e leiga. Na abertura de cada Unidade, a fim de permitir uma viso geral dos tpicos abordados nas perguntas e nas respostas, apresentamos um ndice remissivo dos vrios enfoques. Neste volume esto as questes contidas no opsculo Mediunidade, publicado pela AME - Belo Horizonte, em 1986, cujos diretores, gentilmente, nos concederam direito documental de utilizao, aos quais agradecemos.

Diretrizes de SeguranaO homem moderno vive massificado por expressiva soma de informaes que no consegue digerir emocionalmente. Tm preferncia as notcias que o agridem, atingindo-lhe o sentimento e perturbando-lhe a razo, graas violncia em alucinao e ao sexo em desgoverno, exibindo os mitos do prazer e do triunfo, como se a criatura fosse apenas um ser fisiolgico, dirigido pela sensao. Esmaecem a cultura e a tica no universo da atualidade comportamental, enquanto o despautrio prope modelos psicolgicos alienados que passam a conduzir a mole que os alimenta e os atende com paixo. As filosofias imediatistas surgem pela madrugada e desaparecem ao entardecer das emoes, deixando os vazios perturbadores na mente e no sentimento dos seus aficionados. As doutrinas religiosas, esquecidas do homem e preocupadas com os grupos, associam Dionsio e Paulo, Cristo e Baco, realizando banquetes em favor dos seus deuses, enquanto os atiram s masmorras dos vcios e das degradaes. As conquistas cientficas beneficiam as elites, enquanto o indivduo, esquecido, encharca-se de rebeldia, contaminado pela desesperao que campeia. H tambm, inegavelmente, homens que so extraordinrios exemplos de amor e de abnegao, como Instituies de beneficncia e dignificao humana, de solidariedade e de progresso, quais floraes de bnos nas terras ridas dos sentimentos individuais e coletivos. Assim considerando, saudamos, neste pequeno livro, o esforo conjugado de dois obreiros do Cristo, interessados em esclarecer os companheiros da marcha evolutiva, em torno da vida e da sua finalidade, dos fenmenos existenciais e da morte fsica, da paranormalidade e da sobrevivncia

do Esprito, da obsesso e do servio ao bem, nos encontros fraternos de estudos espritas, nos quais foram sabatinados pelo desejo honesto e saudvel, por parte dos seus interrogadores, ansiosos por aprenderem mais. No so conceitos novos, nem trazem nada de original, porquanto a Doutrina Esprita os explicita com admirvel claridade, mas constituem uma contribuio louvvel e prtica para quem deseja uma vida pautada nas diretrizes da sadia moral e do bom tom. Esperamos que estas pginas logrem oferecer segurana comportamental e discernimento mental a todos aqueles que, desconhecendo os temas abordados ou tendo deles uma informao apenas superficial, resolvam-se por medit-los, incorporando-os ao seu cotidiano. Exorando ao Senhor que a todos nos abenoe, formulamos votos de paz e plenitude para os nossos caros leitores. Joanna de ngelis Pgina psicografada pelo mdium Divaldo P. Franco, em 30/08/1989, na sesso medinica do Centro Esprita Caminho da Redeno, em Salvador-Bahia.

Segura DiretrizMeditando sobre as pginas fulgurantes da Boa Nova, identificaremos o questionamento, a pergunta, como elemento de capital importncia, no relacionamento do Divino Amigo com os diversos indivduos que o rodeavam, nos instantes mais variados dos caminhos. Senhor, que farei para conseguir a vida eterna?, 1 perguntou-lhe o intrprete da lei, desejando obter a preciosa orientao. Por que dizem os escribas ser necessrio que Elias venha primeiro?, 2 indagaram os discpulos, que com Ele desciam do Tabor, aps expressiva demonstrao da imortalidade gloriosa. Que tenho eu contigo, Jesus, filho do Deus Altssimo?,3 interrogou Legio, identificando a autoridade do Bem sobre a iluso malfica e perturbadora. Essas e muitas outras questes foram respondidas pelo Mestre, buscando atender cada qual, de acordo com a necessidade e o entendimento dos questionadores. Entretanto, Jesus, por sua vez, indagou aos que o cercavam, procurando faz-los meditar, considerando-se que Ele sabia o que lhes ia nas almas, nos pensamentos, na condio de Celeste Zagal do rebanho humano. Quem dizem os homens que eu sou?. 4 E fez ressaltar, junto aos discpulos, a crena popular no fenmeno da reencarnao. Mas, se falei bem, por que me feres?. 5 Deu ocasio, assim, para que a exibio vaidosa e a cobardia fossem denunciadas e abatidas pela coragem e grandeza de esprito. Que queres que eu te faa?. 6 E ensinou a importncia de que tenhamos superiores e claros objetivos, em nossa f, quando nos dirijamos s Supremas Fontes da Vida. *

Perguntas, profundas ou simples, compuseram a pauta de formidveis ocasies de aprendizado feliz, ao longo de todo o Evangelho de Jesus Cristo. Desse modo, quando, no Movimento Esprita, vemos os irmos das lides terrenas se encontrarem para o estudo e, dentro dele, dedicarem algum tempo para dissiparem dvidas, de modo honesto e salutar, vibramos com a possibilidade de que tais questes e suas respectivas respostas apaream documentadas para a elucidao de muitos, em torno de diversos pontos da doutrina veneranda do Espiritismo. Louvamos ao Senhor, frente a esse pequeno trabalho, que, com certeza, se no representa novidade no contexto esprita, ser segura diretriz, para tantos que anseiam por entender melhor ou ampliar reflexes e conhecimentos sobre a prtica espiritista. Certo da bno do Excelente Mestre para este singelo livro, anelamos por prosseguir estudando e avanando a servio da Seara do Bem, na qual nos encontramos engajados, pela misericrdia de nosso Pai. Camilo Pgina psicografada pelo mdium Raul Teixeira, em 04/09/1989, na sesso medinica da Sociedade Esprita Fraternidade, em Niteri-RJ. (Notas do mdium)

Primeira parte

Mediunidade1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. 8. 9. 10. 11. 12. 13. 14. 15. 16. 17. 18. 19. 20. 21. 22. 23. 24. 25. 26. 27. finalidade da mediunidade na Terra; informes e diretrizes no contato com os desencarnados; superioridade de alguns mdiuns sobre outros; mediunidades mais importantes; os dons e a mediunidade; anseio de ser mdium como os mdiuns de destaque; sobre os mdiuns inconscientes; responsabilidade dos mdiuns inconscientes; vida moral e intercmbios; defesas magnticas do Centro Esprita; dificuldade de concentrar-se no bem durante a prece; recursos para mdiuns conscientes; controle do mdium sobre as comunicaes; cacoetes e viciaes dos mdiuns; bocejo e eliminao de toxinas; requisitos necessrios aos mdiuns para as lides medinicas; necessidade do estudo para os mdiuns; transferncia da responsabilidade dos mdiuns para os desencarnados comunicantes; relao entre os fenmenos anmicos e medinicos; sobre influncias espirituais sobre os mdiuns fora da reunio medinica; importncia da educao medinica; necessidade de o mdium estudar-se para conhecer-se; assimilao ambiental por parte dos mdiuns; prtica medinica e afinidades espirituais; utilidade da vidncia; colaborao do mdium vidente durante a sesso medinica; precariedade da faculdade medinica;

28. 29. 30. 31. 32. 33. 34. 35. 36. 37. 38. 39. 40. 41. 42. 43. 44. 45. 46. 47. 48. 49. 50.

diferentes percepes dos videntes; descries diferentes sobre a mesma viso medinica; finalidade dos mdiuns curadores; o que representa o mdium curador; sobre o uso de instrumentos cirrgicos e indumentrias entre mdiuns curadores; mdiuns curadores e o Cdigo Penal; curandeirismo, superstio e explorao da ingenuidade popular; perigo do endeusamento de mdiuns; perante o elogio danoso e o incentivo indispensvel; expresso medinica atual e sua vinculao com o pretrito reencarnatrio; troca da tarefa medinica por outra atividade doutrinria; referncia a Henrique Kemper Borges; danos decorrentes da interrupo da tarefa medinica; mediunidade e predisposio orgnica; mediunidade compromisso para toda a vida; sobre sintonia, ressonncia e vibraes compensadas; compensao vibratria defluente da orao; centros vitais e intercmbio medinico; centros: coronrio, cerebral, larngeo, cardaco, gstrico, esplnico e bsico; correspondncia entre veias e artrias do corpo fsico e linhas de fora do perisprito; correspondncia entre os plexos somticos e centros de fora perispirituais; livro Painis da Obsesso e a convivncia do mdium com cenas e episdios; doena fsica e obsesso.

1. Qual a finalidade da mediunidade na Terra? Divaldo A mediunidade , antes de tudo, uma oportunidade de servir, bno de Deus, que faculta manter o contato com a vida espiritual. Graas ao intercmbio, podemos ter aqui, no apenas a certeza da sobrevivncia da vida aps a morte, mas tambm o equilbrio para resgatarmos com proficincia os dbitos adquiridos nas encarnaes anteriores. graas mediunidade que o homem tem a anteviso do seu futuro espiritual e, ao mesmo tempo, o relato daqueles que o precederam na viagem de volta erraticidade, trazendo-lhe informes de segurana, diretrizes de equilbrio e a oportunidade de refazer o caminho pelas lies que ele absorve do contato mantido com os desencarnados. Assim, a mediunidade tem uma finalidade de alta importncia, porque graas a ela que o homem se conscientiza das suas responsabilidades de Esprito imortal. Conforme afirmava o Apstolo Paulo, se no houvesse a ressurreio do Cristo, para nos trazer a certeza da vida espiritual, de nada valeria a mensagem que Ele nos deu. 2. H mediunidades mais importantes que outras? E mdiuns mais fortes que outros? Raul Verdadeiramente no pode haver mediunidades mais importantes que outras, nem mdiuns mais fortes do que outros. Existem mdiuns e mediunidades. Segundo Paulo de Tarso, existem os "dons" e ele se refere viso, audio, cura, palavra, ao ensino, mas disse que um s o Senhor.7 Eles provm da mesma fonte. Os indivduos que psicografam, que psicofonizam, que materializam, podero todos realizar um trabalho apostolar, na realidade em que se encontram. No o nmero de possibilidades que d importncia ao mdium. O que engrandece espiritualmente o mdium aquilo que ele faz com os dons que possua. Verificamos que a importncia do mdium se localiza na honra que tem de poder servir. No existem, na Doutrina Esprita, mdiuns mais fortes que outros, mas, sim, os que so mais dedicados que outros, mais

afervorados que outros, que esto renunciando matria e efetuando o esforo do auto-aprimoramento mais que outros. Isso ocorre. E esse esforo para algo mais alto que confere ao mdium, ou a outro servidor qualquer, melhores condies de estar frente na lide. Mas isso no significa que o que venha na retaguarda no poder alcan-lo, realizando os mesmos esforos. Conversando, oportunamente, com um grupo de amigos, o nosso venervel Chico Xavier dizia para os companheiros que o questionavam que o dia em que no chora, no viveu. Depreendemos disso que quanto mais se alteia a mediunidade, colocando aquele que dela portador numa posio de destaque, numa posio de claridade, naturalmente, os que no desejam a luz mais atiraro pedras lmpada, tentando quebr-la, quando no desejam derrubar o poste que a sustenta. Da, o mdium mais importante ser aquele que mais disposto esteja para enfrentar essas lutas em nome do Cristo, Mdium de Deus por excelncia, e o mais importante Senhor da mediunidade que conhecemos. No caber nenhum desnimo a nenhum de ns outros que ainda nos localizamos numa faixa singela de mediunidade, galgando os primeiros passos. Isto porque j ouvimos companheiros que gostariam de receber mensagens como o Chico recebe, desejariam receber obras daquele talante, desejariam ser mdiuns da envergadura desse ou daquele companheiro que se projeta na sociedade, mas desconhecem a cota de sacrifcios dirios, de lutas, de lgrimas, de renncias a que eles tm de se predispor e se dispor. Por isso, em Espiritismo, no h mdiuns superiores a outros, nem mediunidades mais importantes que outras; existem oportunidades para que todos ns tomemos a charrua da evoluo sem olharmos para trs, crescendo sempre. 3. Existe mediunidade inconsciente? Divaldo Sem dvida. Kardec classificava os mdiuns, genericamente, em dois tipos: seguros e inseguros. Dentro dessa classificao, os seguros so aqueles que filtram com fidelidade a mensagem, aqueles que so automticos, sonamblicos, in-

conscientes portanto, por meio dos quais o fenmeno ocorre dentro de um clima de profundidade, sem que a conscincia atual tome conhecimento. Podem ser os mdiuns conscientes, semiconscientes e inconscientes. Quanto s suas aptides e qualidades morais, eles tm vasta classificao. 4. Tem o mdium inconsciente responsabilidade pelo que ocorra durante as comunicaes? Divaldo O fenmeno sonamblico, mas a comunicao est relacionada com a conduta moral do mdium. Este sempre responsvel pelas ocorrncias, assim como em muitas obsesses, quando o indivduo entra numa faixa de subjugao e perde a conscincia, ele parece no ser responsvel pelo que se passa; no entanto, o por haver sintonizado com aquele esprito que o dominou temporariamente. Est no Evangelho de Jesus o assunto colocado de uma maneira brilhante pelo Mestre quando diz aos recm-liberados: Vai e no tornes a pecar, para que te no acontea algo pior. 8 Porque o indivduo que no se modifica permanece numa faixa vibratria negativa e sintoniza com as entidades mais inditosas, portanto, semelhantes. Colocando-nos no plano da mediunidade, a nossa vivncia moral digna interdita o intercmbio com as entidades frvolas. As entidades malvolas dificilmente se adentram na Casa Esprita que tem um padro vibratrio nobre, porque as defesas impedem que tais espritos rompam as barreiras magnticas. Mas, a pessoa que se adentra sem o perseguidor dever reformarse enquanto est no ambiente espiritual. O que ocorre ento? Tal indivduo, ao invs de acompanhar o doutrinador, de observar e meditar a respeito das lies que lhe so ministradas, por uma viciao mental continua com os mesmos clichs que trouxe l de fora, ficando dentro do Centro, porm ligado aos espritos com os quais se afina, mantendo vinculao hipntica, teleptica. H pessoas que no conseguem orar, e, quando vo orar, ocorrem-lhes pensamentos de teor vibratrio muito baixo. Na hora da prece so assistidas essas pessoas por lembranas de coisas

desagradveis vulgares, sensuais, e no sabem compreender como isso lhes sucede. resultado de hbito mental. Se ns, a vida inteira, jogamos para o inconsciente idias depressivas, vulgaridades, criamos ideoplastias perniciosas. A nossa memria anterior ou subconsciente fica encharcada daquelas fixaes. Na hora em que vamos exercitar um pensamento ao qual no estamos habituados, lgico que, primeiro, aflorem os que so freqentes. Ilustraremos melhor: Imaginemos aqui um vaso comunicante em forma de letra U De repente vamos orar ou sintonizar com os espritos nobres. Pelo superconsciente vem a idia, passa pelo consciente e desce ao inconsciente. Ao passar por ali recebe o enxerto das idias arquivadas e chega novamente razo, influenciada pela mescla do que est em depsito. Se pegamos um vaso que est com fuligem, com poeira e colocamos gua limpa, ela entra cristalina, porm sai suja, at que, se perseverarmos e continuarmos colocando gua limpa, ela ir assear aquele depsito e sair, por fim, como entrou. necessrio, ento, porfiar na idia, insistir nos planos positivos, permanecer nos pensamentos superiores. Somos sempre responsveis por quaisquer comunicaes, desde que somos o fator que atrai a entidade que se vai apresentar, graas s nossas vibraes e conduta intelecto-moral. 5. De que dispe o mdium psicofnico consciente para distinguir seu pensamento do pensamento da entidade comunicante? Divaldo O mdium consciente dispe do bom senso. Eis porque, antes de exercitar a mediunidade deve estud-la; antes de entregar-se ao ministrio da vivncia medinica -lhe lcito entender o prprio mecanismo do fenmeno medinico. Allan Kardec, alis, sbio por excelncia, teve a inspirao ditosa de primeiro oferecer Humanidade O Livro dos Espritos, que um tratado de filosofia moral. Logo depois, O Livro dos Mdiuns, que um compndio de metodologia do exerccio da faculdade medinica. H de ver-se, no captulo 3, que dedicado ao mtodo, sobre a necessidade de o indivduo conhecer a funo

que vai disciplinar. Ento o mdium tem conhecimento de suas prprias aptides e de sua capacidade de exercit-las. Na mediunidade consciente ou lcida o fenmeno , a princpio, inspirativo. Naturalmente os espritos se utilizam do nvel cultural do mdium, o mesmo ocorrendo nas demais expresses medinicas: na semiconsciente e na inconsciente ou sonamblica. O mdium, no comeo, ter que vencer o constrangimento da dvida, em cujo perodo ele no tem maior certeza se a ocorrncia parte do seu inconsciente, dos arquivos da memria anterior, ou se provm da induo de natureza extrnseca. Atravs do exerccio, ele adquirir um conhecimento de tal maneira equilibrado que poder identificar quando se trata de si prprio animismo ou de interferncia espiritual mediunismo. Atravs da lei dos fluidos, pelas sensaes que o mdium registra, durante a influncia que o envolve, passa a identificar qual a entidade que dele se acerca. A partir da, se oferece numa entrega tranqila, e o esprito que o conduz inspira-o alm da sua prpria capacidade dando leveza s suas idias habituais, oferecendo-lhe a possibilidade de sntese que no lhe comum, canalizando idias s quais no est acostumado e que ocorrem somente naquele instante da concentrao medinica. S o tempo, porm, pelo exerccio continuado, oferecer a lucidez, a segurana para discernir quando se trata de informao dos seus prprios arquivos ou da interferncia dos bons Espritos. 6. Pode o mdium, em algumas comunicaes, no conseguir evitar, totalmente, as atitudes desequilibradas dos espritos comunicantes? Divaldo medida que o mdium educa a fora nervosa, logra diminuir o impacto do desequilbrio do comunicante. compreensvel que, em se comunicando um suicida, no venhamos a esperar harmonia por parte da entidade em sofrimento; algum que foi vtima de uma tragdia sendo arrebatado do corpo sem o preparo para a vida espiritual apresentar no mdium o estertor do momento final, na prpria comunicao,

algumas convulses em virtude do quadro emocional em que o esprito se encontra. H, porm, certos cacoetes e viciaes que nos cumpre disciplinar. H mdiuns que s incorporam (termo incorreto), isto , somente do comunicao psicofnica, se bocejarem bastante. Para dar um toque de humor: quando eu comecei a freqentar a Casa Esprita, na minha terra natal, a primeira parte era um Deus-nos-acuda! Porque as pessoas bocejavam e choravam, demasiadamente. Eu, como era mdium principiante, cria que tambm deveria bocejar de quebrar o queixo. A mdium principal, que era uma senhora muito catlica, iniciava as comunicaes sempre depois de interminveis bocejos e tosses que a levavam s lgrimas. Hoje no bocejo, nem no meu estado normal. Quando eles vm eu cerro os dentes e os evito. lgico que uma entidade sofredora nos impregna de energia perniciosa, advindo o desejo de exteriorizar pelo bocejo. uma forma de eliminar toxinas. Mas ns podemos elimin-las pela sudorese, por outros processos orgnicos, no necessariamente o bocejo. H outros mdiuns que tm a dependncia, em todas as vezes que vo comunicar-se os espritos, de bater na mesa ou bater os ps, porque se no baterem no se comunicam. Lembro de uma vez em que tivemos uma mesa redonda. O presidente da mesa era um homem muito bom, muito evangelizado, mas no havia entendido bem a Doutrina, tendo idias doutrinrias muito pessoais. Ele me perguntou quando que o esprito incorpora no mdium. Mas logo respondeu: A gente chupa... chupa... at engolir! No verdade?. So cacoetes, destitudos de sentido e lgica. Os mdiuns tm o dever de coibir o excesso de distrbios da entidade comunicante. Na minha terra, vi senhoras que se jogavam no cho, e vinham os cavalheiros prestimosos ajud-las... Graas a Deus eram todas magrinhas... O mdium deve controlar o esprito que se comunica, para que este lhe respeite a instrumentalidade, mesmo porque o esprito no entra no mdium.

A comunicao sempre atravs do perisprito, que vai oferecer campo ao desencarnado. Todavia, a diretriz do encarnado. 7. Quais so os requisitos necessrios aos mdiuns que militam na tarefa medinica? Raul Percebendo que a mediunidade uma faculdade mental, ela independe de o indivduo ser nobre ou devasso. Sendo a mediunidade essa luz do esprito que se projeta atravs da carne, admitiremos tambm poder encontr-la representando a treva do esprito que escorre atravs do soma. E exatamente por isso, percebemos que o mdium dever ajustar-se, quando deseje servir com o Cristo. Atrelado s foras do bem, ajustar-se- ao esforo de vivenciar as lies evanglicas, renovando, gradativamente, os panoramas da prpria existncia, domando as inclinaes infelizes, inferiores, elevando o padro mental para que sua mentalizao se dirija para o sentido nobre, fazendo-o cada vez mais vibrtil nas mos das Entidades felizes. Logo, os requisitos para o exerccio da mediunidade no enfoque esprita sero o exerccio da humildade, da humildade que no se converte em subservincia, mas que a atitude de reconhecimento da grandeza da vida em face da nossa pequenez pessoal; o esprito de estudo, de apercebimento continuado das leis que nos regem, que nos governam. O mdium esprita dever estar sempre voltado para aumentar o seu patrimnio de conhecimento das coisas, dando-nos conta de que o Esprito da Verdade nos disse ser necessrio o amor que assiste, que guarda, que renuncia, que serve, e, ao mesmo tempo, a instruo que de maneira alguma representar apenas o diploma acadmico, mas que esse engrandecimento do carter, da inteligncia, esse amadurecimento que, muitas vezes, o diploma no confere. Exatamente a o mdium dever ater-se ao estudo, ao trabalho, abnegao ao semelhante, e nesse esforo estar logrando tambm subir a ladeira para conquistar a humildade. Numa colocao feita pelo esprito Albino Teixeira, atravs de Chico Xavier, no livro Paz e Renovao,9 diz ele que o melhor mdium para o mundo espiritual no o que seja portador

de mltiplas faculdades, mas aquele que esteja sempre disposto a aprender e sempre pronto a servir. 8. O mdium responsvel por toda e qualquer comunicao medinica? Divaldo Deve s-lo, porque no um autmato. Quaisquer comunicaes que lhe ocorram so atravs do seu psicossoma ou perisprito. A conduta do mdium de sua responsabilidade e, graas a essa conduta, ele responde pela aplicao de suas foras medinicas. muito comum a pessoa assumir comportamentos contrrios ao bom-tom e depois dizer que foram as entidades perniciosas que agiram dessa forma. Isso uma evaso da responsabilidade, porque os espritos somente atuam pelo mdium, nele encontrando receptividade para as suas indues. importante saber que o mdium responsvel pela manifestao que ocorra atravs dele. Para que se torne um mdium seguro, um instrumento confivel, necessrio que evolua moral e intelectualmente, na razo em que exercita a faculdade. Gostaria de dar uma informao que nos transmitem os Amigos Espirituais: referem-se seriedade com que as entidades que aqui trabalham esto encarando este encontro. 10 Um dos fatores mais importantes para a divulgao da Doutrina Esprita, alm do estudo srio, a mediunidade na vivncia, no comportamento dos mdiuns. Porque os nefitos atrados para a Doutrina vm, invariavelmente, ansiosos pelos fenmenos e por solues para problemas que eles no querem equacionar. A invigilncia de alguns aprendizes do Espiritismo, trabalhando na mediunidade, responde pela desero dos inseguros, pelos desequilbrios na comunidade medinica. Esses Mentores esto empenhados em nos ajudar para o bom discernimento das nossas realizaes. Registro, outrossim, a presena de vrios desses amigos que prosseguem colaborando, vivamente empenhados no trabalho de educao e de iluminao das almas. Eles hoje aqui capitaneados pelo esprito Dr. Camilo Chaves, que tambm convidou um nmero muito grande de antigos colaboradores da Doutrina Esprita nesta cidade, tais como Pascoal Comanducci, Henriot,

Bady Elias Guri, Dolores Abreu, professor Ccero Pereira, Virglio Almeida, Clia Xavier, Schembri e outros trabalhadores afeioados ao bem, que se encontram empenhados em promover o Consolador em nossas vidas para que as mesmas sigam, por acrscimo de misericrdia, na direo de Jesus. 9. H mdiuns inconscientes que, aps a manifestao do esprito, no se recordam do que o comunicante disse ou fez por seu intermdio? Divaldo Sim. H e ocorre com uma boa parcela dos sensitivos. medida que a faculdade se torna malevel, que os filtros se fazem mais fiis, o mdium no se recorda atravs da conscincia plena, mas ele sabe algo, porque todo fenmeno medinico se d mediante uma co-participao do esprito encarnado. 10. Essa co-participao seria um controle remoto do subconsciente? Divaldo Exatamente. O esprito encarnado quem ca a mensagem da entidade desencarnada. Ento, ao mesmo tempo, exerce a fiscalizao, o controle, e cobe, quando devidamente educado, quaisquer abusos, preservando o instrumento de sua reencarnao, que o corpo. 11. Quer dizer que, no fundo, sempre o mdium o responsvel, mesmo que tenha faculdade inconsciente, por aquilo que vem atravs dele? Divaldo Da dizer-se que em todo fenmeno medinico h um efeito anmico, assim como em todo fenmeno anmico h uma expresso medinica. Por melhor que seja o pianista, o som sempre do piano. 12. O que deve fazer o mdium quando influenciado por entidades da reunio, no trabalho, no lar? Quais as causas dessas influncias? Divaldo No captulo 23 de O Livro dos Mdiuns, Da Obsesso, o Codificador reporta-se invigilncia das criaturas. natural que o indivduo seja mdium onde quer que se encontre.

A mediunidade no uma faculdade que s funcione nas reunies especializadas. Onde quer que se encontre o indivduo, a esto os seus problemas. perfeitamente compreensvel que no apenas na oficina de trabalho, mas tambm na rua, na vida social, ele experimente a presena dos espritos; no somente presenas positivas, como tambm perniciosas, entidades infelizes, espritos levianos, ou aqueles que se comprazem em perturbar e aturdir. Cumpre ao mdium manter o equilbrio que lhe proposto pela educao medinica. Mediante a educao medinica pode-se evitar a interferncia desses espritos perturbadores em nossa vida de relao normal, para que no venhamos a cair na obsesso simples, que o primeiro passo para a subjugao etapa terminal de um processo de trs fases. Quando estivermos em lugar no apropriado ao exerccio da mediunidade ou exteriorizao do fenmeno, disciplinemo-nos, oremos, volvamos a nossa mente para idias otimistas, agradveis, porque mudando o nosso clich mental, transferimo-nos de atividade espiritual. necessrio que os mdiuns estejam vigilantes, porque muito comum, graas quele atavismo a que j nos reportamos, a pessoa se caracterizar como mdium por meio de pantomimas, de manifestaes exteriores. Como querendo provar ser mdium, a pessoa insensata faz caretas, toma choques, caracterizando-se com patologias nervosas. A mediunidade no tem nada a ver com essas extravagncias muito ao gosto dos exibicionistas. O mesmo acontece com pessoas que, quando escrevem com a mo, tambm escrevem com a boca, retorcendo-se, virando-se. No tem nada a ver uma coisa com outra. A pessoa para escrever assume uma postura correta, que aprendeu na escola. De forma anloga, o mdium deve tambm aprender a escrever e a incorporar sem esses transtornos nervosos. No exerccio da mediunidade preciso educar a postura do mdium, para que ele seja intermedirio equilibrado, no dando ensejo a distonias na rea medinica.

13. possvel ao mdium distinguir as alteraes psquicas e orgnicas que lhe so prprias das que esto procedendo dos espritos desencarnados? Divaldo Um dos comportamentos iniciais do mdium deve ser o de estudar-se. Da ser necessrio estudar a mediunidade. Eu, por exemplo, quando comecei o exerccio da mediunidade, ia a uma festa e assimilava de tal forma o psiquismo do ambiente, que me tornava a pessoa mais contente dali. Se ia a um casamento eu ficava mais feliz que o noivo. Se ia a um enterro ficava mais choroso que a viva, porque me contaminava psiquicamente, e ficava muito difcil saber como era a minha personalidade. Pois, de acordo com o local, havia como que um mimetismo, isto , eu assimilava o efeito do ambiente. Lentamente, estudando a minha personalidade, as minhas dificuldades e comportamentos, logrei traar o meu perfil pessoal, e estabelecer uma conduta medial para que aqueles que vivem comigo saibam como eu sou, e da possam avaliar os meus estados medinicos. De incio, o mdium ter algumas dificuldades, porque o fenmeno produz uma interposio de personalidades estranhas sua prpria personalidade. Somando-se velhas dificuldades sensibilidade medinica, o sensitivo passa a ter muito aguadas as reminiscncias das vidas pretritas, no o carter da conscincia, mas o somatrio das experincias. Recordo-me que, em determinada poca da minha vida, terminada uma palestra ou reunio medinica, eu tinha uma necessidade imperiosa de caminhar. Caminhar at a exausto fsica. Naquele perodo claro-escuro da mediunidade, sem saber exatamente como encontrar a paz, os espritos me receitaram trabalho fsico, para que, cansado, fosse obrigado ao repouso fsico, porque tinha dificuldades de dormir. A vida fsica era-me muito ativa e, mesmo quando o corpo caa no colapso, a mente continuava excitada, e eu me levantava no dia seguinte pior do que havia deitado. Ento, s vezes, eu preferia no deitar. Com o tempo fui formando meu perfil de comportamento, de personalidade, aprendendo a assumir a responsabilidade dos

insucessos e a transferir para os Mentores os resultados das aes positivas que so sempre de Deus, enquanto os erros so sempre nossos. Estaremos sempre em sintonia com espritos de comportamento idntico ao nosso. Da, o mdium vai medindo as suas reaes, suas mgoas, cimes, invejas, e ir identificando as reaes positivas, a beleza, o desejo de servir. Por fim, aprende a selecionar quando ele e quando so os espritos que esto agindo por seu intermdio. 14. O que determinar a qualidade dos espritos que, pela lei das afinidades, sero impelidos a se afinarem conosco nas prticas medinicas? Raul Compreendemos que todos ns renascemos com determinadas tarefas a realizar, e para esse entendimento, h aqueles que renascem com a tarefa da mediunidade. O chamamento da mediunidade na hora correta mostra ao seu portador o compromisso ajustado. Normalmente, as entidades que devero trabalhar, que devero atuar no campo medinico, dirigindo as lides entre os companheiros da Terra, j vm ajustadas desde os seus contatos no mundo espiritual. Elas se posicionam como verdadeiros guardies para que, em momento oportuno, o indivduo se apresente diante do chamado. H outros espritos que esto associados a essa programtica reencarnatria e que se afinam com o encarnado fora do labor da mediunidade; e, semelhana de algum que se transfira de uma casa para outra, de um bairro para outro, vai surgindo a vizinhana nova e vo se mostrando os espritos que se unem por afinidades, por sintonia de gosto com aqueles que so os mdiuns. O mdium, desejoso de que a sua vizinhana espiritual seja do melhor naipe, dever preparar-se para ser tambm de bom teor a sua vida. Como nos ensina Emmanuel, dever o mdium ligar-se aos que esto na faixa do Cristo.11 E, mesmo quando se manifestem entidades enfermas, o mdium estar servindo enfermagem espiritual, da mesma forma que um enfermeiro num hospital da comunidade. Embora atenda a diversos doentes, a vrios pacien-

tes de mltiplas caractersticas, nem por isso assimilar as mazelas do doente. Um mdico que trabalhe com doenas contagiosas, nem por isso contrair as molstias das quais trata. Ento, esses mdiuns que esto laborando com os diversificados tipos espirituais procuraro ajustar-se aos Espritos Benfeitores, unirse pela vivncia, pela prtica do amor e da caridade, em suas vrias dimenses. Entendemos, com a Doutrina Esprita, que para nos ajustarmos aos Espritos nobres ser necessrio enquadrar nossa romagem, pensamentos e hbitos ao bem e ao trabalho da caridade. 15. Que utilidade tem a mediunidade de vidncia? Divaldo A utilidade a de desvelar os painis do mundo espiritual, sabendo observ-los, e, melhor ainda, mantendo discrio no traduzi-los, para no a transformar num informativo de leviandades. 16. Qual a colaborao que um mdium vidente pode dar no transcurso de uma sesso medinica? Divaldo Fazendo observaes, anotando pontos capitais e colaborando com o mdium doutrinador, para que ele esteja informado da qualidade dos espritos que ali se comunicam. 17. sempre segura e permanente essa faculdade? Divaldo Como toda faculdade medinica, ela transitria e oscilante, dependendo muito do estado moral do mdium. 18. Por que dois mdiuns enxergam, ao mesmo tempo, quadros diferentes? Divaldo Porque as percepes visuais so em faixas vibratrias, que oscilam de acordo com o grau de adiantamento do esprito do mdium. Um registra uma faixa, na qual se manifestam os espritos, e outro registra um tipo de faixa diversa. Ocorre, tambm, que a maioria dos mdiuns videntes clarividente e, nesse caso, a imaginao, quando indisciplinada,

elabora construes e imagens que ele no sabe traduzir, perturbando-se com aquilo que capta. 19. Podem, simultaneamente, dois mdiuns, em se referindo mesma entidade, fazer descries diferentes e serem verdicas, ambas? Divaldo Seria o mesmo que duas pessoas de graus de cultura diversos descrevendo uma tela. Cada uma informar os detalhes que lhe chamem a ateno, com as possibilidades da sua capacidade descritiva. Mas o conjunto geral ser o mesmo. 20. Dever ser? Divaldo Deve ser. 21. Qual a finalidade de mdiuns curadores ? Divaldo A prtica do bem, do auxlio aos doentes. O Apstolo Paulo j dizia: Uns falam lnguas estrangeiras, outros profetizam, outros impem as mos... Como o Espiritismo o Consolador, a mediunidade, sendo o campo, a porta por meio da qual os Espritos Superiores semeiam e agem, a faculdade curadora o veculo da Misericrdia para atender a quem padece, despertando-o para as realidades da Vida Maior, a Vida Verdadeira. Aps a recuperao da sade, o paciente j no tem o direito de manter dvidas nem suposies negativas ante a realidade do que experimentou. O mdium curador o intermedirio para o chamamento aos que sofrem, para que mudem a direo do pensamento e do comportamento, integrando-se na esfera do bem. 22. normal que mdiuns dessa natureza se utilizem de instrumental cirrgico, de indumentria, que os caracterizem como mdicos? Divaldo Na minha forma de ver, trata-se de ignorncia do esprito comunicante, que deve ser devidamente esclarecido, e de presuno do mdium, que deve ter alguma frustrao e se realiza dessa forma, ou de uma exibio, ou, ainda, para gerar maior aceitao do consulente que, condicionado pela aparncia,

fica mais receptivo. J que os espritos se podem utilizar dos mdiuns que normalmente no os usam, no vejo porque recorrer tcnica humana quando eles a possuem superior. 23. Quais os cuidados que se deve tomar para que o mdium curador no se apresente como um curandeiro e no esteja enquadrado no Cdigo Penal, pela prtica ilegal da medicina? Divaldo Primeiro, que ele estude a Doutrina Esprita, porque todo e qualquer mdium que ignora o Espiritismo algum que caminha em perigo. Por que algum que caminha em perigo? Porque aquele que ignora os recursos que possui, que se desconhece a si mesmo, incapaz de realizar um trabalho em profundidade e com equilbrio. Se estuda a Doutrina, fica sabendo que a faculdade de que se encontra revestido temporria, o acrscimo de responsabilidade, tambm uma provao, na qual ele estar sendo testado constantemente e deve sempre, em cada exame, lograr um resultado positivo. Depois de se dedicar ao estudo da Doutrina, deve se vincular a um Centro Esprita, porque um dos fatores bsicos do nosso comportamento a solidariedade, em trabalho de equipe. Estando a trabalhar num Centro Esprita, ele estar menos vulnervel s agresses das pessoas frvolas, irresponsveis, dos interesseiros; ter um programa de ao, em dias e horas adrede estabelecidos. Ento, no ficar merc da mediunidade, em funo dela, mas ser um cidado normal, que tem seus momentos de atender, trabalhando para viver com dignidade e renunciando s suas horas de descanso em favor do ministrio medinico. Para que ele se poupe de ficar incurso no Cdigo Penal, deve fazer o exerccio da mediunidade sem prometer, sem anunciar curas retumbantes, porque estas no podem ser antecedidas, e a Deus pertencem, e no retire da mediunidade nenhum proveito imediato, porque o curandeirismo implica em explorao da ingenuidade do povo, da superstio e da m-f. Se ele dotado de uma faculdade medinica, seja qual seja, dentro de uma vida regular e equilibrada, preservar-se- a si mesmo. Se, eventual-

mente, for colhido nas artimanhas e nas malhas da Lei, isto ser conseqncia da Lei Divina. Que ele saiba pagar o preo do ministrio que executa, que lhe foi confiado pelo Senhor. 24. O endeusamento do mdium constitui perigo para a mediunidade? Por qu? Raul Evidentemente que tudo aquilo que constitui motivo de tropeo na estrada de qualquer criatura naturalmente poder lev-la queda. Em se tratando de mdium e de mediunidade, todo e qualquer endeusamento plenamente dispensvel, mesmo porque entendemos que o mdium no fala por si prprio. O que ele apresenta de positivo, de nobre, de engrandecedor, deve-se assistncia e misericrdia dos Espritos do Senhor, no havendo motivo, portanto, para que se vanglorie de uma virtude, de uma grandeza que ainda no lhe pertencem. Por outro lado, se o fenmeno ao qual ele serve de intermedirio no constitui essa grandiosidade, se so fenmenos modestos, ou se houve algum equvoco ou alguma fragilidade nas colocaes que alguma entidade apresentou, tambm no motivo para que o mdium se atormente, se entristea, porque ter sido apenas o filtro. Necessita, sim, a partir de ento, de ter o cuidado de estar cada dia mais vigilante, para que esse empobrecimento no se amplie, para que no seja co-participante dessa deficincia e para que ele, cada vez mais, se d conta de que a vaidade poder ser-lhe prejudicial. Por isso, qualquer endeusamento desnecessrio, improfcuo. Isso no dispensa que os companheiros, que estejam lidando com o mdium, o possam incentivar para que ele cresa, para que ele se desenvolva cada vez mais e melhor, para que estude, para que sirva, para que trabalhe. Assim afirmamos porque temos visto oculta por trs desse broquel do no-endeusamento uma parte muito considervel de um personalismo infeliz, de um despeito torturante. Muitas vezes, diz-se que no se deve elogiar o mdium, porque no haveria necessidade para tanto. Porm, no se lhe diz nenhuma palavra que o impulsione para a frente, determinando

uma posio de despeito, ou de indiferena. Se no precisamos dizer criatura que ela um mdium melhor que Chico Xavier, e todos sabero que uma inverdade, poderemos dizer: prossiga, meu irmo ou minha irm, v adiante... O Chico tambm comeou nas lutas das suas experincias iniciais, claro que estamos deixando de lado aquela continuidade de tarefas que ele vem fazendo desde reencarnaes anteriores, mas, de qualquer maneira, mesmo em encarnaes anteriores ele iniciou pelo simples, pelas coisas mais modestas, e se hoje ele esse filo de grandiosa mediunidade, porque esforou-se, devotou-se nesse anelo da perfeio espiritual. O endeusamento, ento, ser sempre dispensvel, mormente para aqueles mdiuns que estejam comeando, mas no deveremos deixar de incentiv-los, doutrinariamente, para que no sejam desanimados pela onda terrvel que agride mdiuns e mediunidades, nesses dias, que lana descrdito e tenta jogar desdouro por sobre a tarefa medinica. 25. O mdium pode trocar a tarefa medinica por outra atividade doutrinria? Divaldo A tarefa medinica estar presente na vida do instrumento, onde quer que ele se localize. bvio que a tarefa medinica foi por ele elegida e no seria lcito que a abandonasse a meio do caminho, num mecanismo de fuga responsabilidade, para a realizao de outra que, certamente, no levar adiante. O indivduo, por exercer a mediunidade, pode e deve assumir outras tarefas que dizem respeito ao labor da Casa Esprita, mesmo porque a mediunidade no ir tomar-lhe o tempo integral, de modo que o impea de vivenciar a programtica da Doutrina Esprita em outros nveis. Neste momento, eu vejo aqui um mdium desencarnado, que viveu em Belo Horizonte. Era militar e se chama Henrique Kemper Borges. Entregou-se mediunidade, trabalhando por longos anos a fio, sem que isso lhe perturbasse o labor da vida militar, social e doutrinria abraado, porque a educao da mediunidade, diz ele, faz parte do Evangelho de Jesus e, luz da Codificao Esprita, uma diretriz de equilbrio no culto do

dever que o esprito encarnado assume, para liberar-se do passado comprometido com aqueles a quem prejudicou e que ainda se encontram na erraticidade inferior, necessitando de sua ajuda e de seu apoio. Qualquer motivo que objetive desvi-lo da tarefa abraada mecanismo de fuga para acumpliciamento com a ociosidade. 26. Se o mdium interrompe sua tarefa medinica, pode isto lhe causar danos? Por qu? Divaldo O xito de qualquer atividade depende do exerccio da aptido de que se objeto. A mediunidade, segundo Allan Kardec, uma certa predisposio orgnica 12 de que as pessoas so investidas. A faculdade medinica do esprito. A mediunidade -lhe uma resposta celular do organismo. Apresenta-se como sendo uma aptido. Se a prtica no convenientemente educada, canalizada para a finalidade a que se destina, os resultados no so, naturalmente, os desejados. A pessoa, no conduzindo corretamente as suas foras medinicas, no logra os objetivos que persegue. Abandonando a tarefa a meio termo, natural que a mesma lhe traga os efeitos que so conseqentes do desprezo a que est relegada. Qualquer instrumento ao abandono vtima da ferrugem ou do desajuste. Emmanuel, atravs da abenoada mediunidade de Chico Xavier, afirmou com lgica: Quanto mais trabalha a enxada, mais a lmina se aprimora. A enxada relegada ao abandono vai carcomida pela ferrugem. Quando educamos a mediunidade, ampliando a nossa percepo parafsica, desatrelamos faculdades que jaziam embrionrias. Se, de um momento para outro, mudamos a direo que seria de esperar-se, bvio que a mediunidade no desaparece e o intercmbio que se d muda de condutor. O indivduo continua mdium, mas j que ele no dirige a faculdade para as finalidades nobres vai conduzido pelas entidades invigilantes, no rumo do desequilbrio. Da dizer-se, em linguagem popular, que a mediunidade abandonada traz muitos danos quele que dela portador. Isso ocorre porque o indivduo muda de mos. Enquanto est no exerccio correto de suas funes, encontra-se sob o amparo de

entidades responsveis. Na hora que inclina a mente e o comportamento para outras atividades, transfere-se de sintonia, e aqueles com os quais vai manter o contato psquico so, invariavelmente, de teor vibratrio inferior, produzindo-lhe danos. Tambm seria o caso de perguntarmos ao pianista o que acontece com aquele que deixa de exercitar a arte a que se dedica no campo da msica. Ele dir que perde o controle motor, que as articulaes perderam a flexibilidade, a concentrao desapareceu e ele vai, naturalmente, prejudicado por uma srie de temores que o assaltam, impedindo-lhe o sucesso. A mediunidade um compromisso para toda a vida e no apenas para toda a reencarnao. Porque, abandonando os despojos materiais, o mdium prossegue exercitando a sua percepo parafsica em estgios mais avanados e procurando chegar s faixas superiores da Vida. 27. Em mediunidade, o que seriam sintonia, ressonncia e vibraes compensadas? Divaldo A sintonia, como o prprio nome diz, a identificao. Estamos sempre acompanhados daqueles que nos so afins. A emisso de uma onda encontra ressonncia num campo vibratrio equivalente. A temos a sintonia, como numa rdio que emite uma onda e captada por um receptor na mesma faixa vibratria. A sintonia de Chico Xavier com o Esprito Emmanuel d essa ressonncia maravilhosa, que a obra abenoada que o Instrutor mandou Terra. A ressonncia seria o efeito que decorre do mecanismo de sintonia. E as vibraes compensadas so aquelas que oferecem, como o prprio nome coloca, a resposta dentro do padro de reciprocidade. Quando Chico sintoniza com Emmanuel recebe a compensao do benefcio que decorre daquela onda provinda do Benfeitor, que lhe responde ao apelo atravs do bem-estar que lhe proporciona. Essa compensao pode ser positiva ou negativa. Se elaboramos idias infelizes somos compensados pelas respostas das entidades afins, que se comprazem em nos utilizar na viciao toxicmana, alcolica, tabagista ou no exagero em qualquer funo ou hbito.

Quando oramos ao Cristo, ou oramos a Deus, recebemos imediatamente a compensao do bem-estar que decorre de estarmos sintonizados com o Alto. 28. Qual o papel dos centros vitais no intercmbio medinico? Raul Encontramos os centros vitais como sendo representaes do corpo psicossomtico ou perisprito, correspondendo aos plexos no corpo fsico. So verdadeiras subestaes energticas. proporo que encontramos no mapa fisiolgico do indivduo os diversos entroncamentos nervosos, de vasos, de veias, temos a um foco de expanso de energia. O nosso centro coronrio, que a porta que se abre para o cosmo, a esponja que absorve o influxo de energia e o distribui para o centro cerebral, para o centro larngeo, e, respectivamente, para outros centros que se distribuem com maior ou menor intensidade, atravs do corpo. Sabemos que tais energias, antes de atingir o corpo fsico, abrigam-se no corpo espiritual. Do mesmo modo como se tivssemos uma grande cisterna de gua abastecendo uma cidade, tendo em cada residncia a nossa particular, verificamos no organismo a grande cisterna que absorve as energias de maior vulto, que o citado centro coronrio, e as pequenas cisternas que vo atendendo s outras regies: o centro cerebral, atendendo s funes intelectivas do homem, acionando as funes da mente; o centro larngeo, responsvel pela respirao, pela fala e todas as funes importantes do aparelho fonador; temos o centro cardaco, que ativa as emoes, as emisses do sentimento do homem, atuando sobre o msculo cardaco. Conhecemos o centro gstrico, responsvel pela digesto energtica e naturalmente achamos a, no campo da mediunidade, uma contribuio muito grande, porque os mdiuns invigilantes, ou que esto nas lides sem o devido policiamento, sem as devidas defesas, quando entram em contato com atormentados, sentem as tradicionais nuseas, absorvendo energias que os alimentam de maneira negativa e provocam malestares de repercusso no soma, no corpo fsico; a dor de cabea,

to comum aos mdiuns, so energias atingindo o centro cerebral. Lembramos, ainda, o centro esplnico, responsvel pela filtragem de energia, atuando sobre o bao, do mesmo modo que este responsvel pelo armazenamento do sangue, pela filtragem; e, achamos o centro bsico ou gensico, por onde absorvemos a energia provinda dos minerais, do solo, o chamado pelos jogues de kundalini ou fogo serpentino. Esses centros espalhados so tidos como os mais importantes, mas, ao longo do corpo, temos vrios outros centros por onde as energias penetram ou por onde elas so emitidas. Dessa forma, os centros de fora so distribuidores de energia ao longo do corpo psicossomtico que tm a funo de atender ao corpo somtico. Identificamos a correspondncia das veias, das artrias e dos vasos no corpo fsico com as linhas de fora do corpo perispiritual. Eis porque, quando recebemos o passe, imediatamente, sentimos bem-estar, nos sentimos envolvidos numa onda de leveza que normalmente provoca-nos emoo. Porque as energias penetram o centro coronrio e so distribudas por essas linhas de fora, semelhana de qualquer medicamento, elas vo atingir as reas carentes. Se estivermos com uma problemtica cardaca, por exemplo, no haver necessidade de aplicarmos as energias sobre o msculo cardaco, porque em penetrando nossa intimidade energtica, aquele centro lesado vai absorver a quantidade, a parcela de recursos fludicos de que necessita. Do mesmo modo, se temos uma dor na ponta do p e tomamos um analgsico, que vai para o estmago, a dor na ponta do p logo passa. Ento, o nosso cosmo energtico est, como diz a Doutrina Esprita, ligado clula por clula ao nosso corpo somtico. Por isso, os centros de fora do perisprito tm seus correspondentes materiais nos plexos do corpo carnal, ou, diramos de melhor maneira, os plexos do corpo carnal so representantes materiais, so a expresso materializada dos fulcros energticos ou dos centros de fora, ou, ainda, dos centros vitais do nosso perisprito.

29. Considerando os vrios casos medinicos abordados no livro Painis da Obsesso, perguntamos: durante a recepo do livro o irmo desdobrou-se e conviveu com o ambiente espiritual? Divaldo Durante o trabalho de psicografar o livro romanceado, os espritos permitiram-me acompanhar o que grafavam. Como so psicografias feitas em horas especficas, adrede reservadas para esse mister, registramos cenas, medida que os espritos iam escrevendo, atravs dos clichs mentais que me projetavam. Certa vez, quando psicografava o Prias em Redeno,13 que foi o nosso primeiro romance medinico ditado por Victor Hugo, observamos toda a paisagem que ele mostrava enquanto meu brao escrevia. Para minha surpresa, notei, quando li as pginas, que havia visto muito mais do que ali estava escrito. Ocorreu-me a idia de explicar aos confrades de nossa Casa, que era o mesmo que ir ao cinema acompanhado por um cego e estar explicando-lhe as cenas que se projetam na tela. A capacidade visual muito maior do que a palavra ou a grafia. Assim, quando Manoel Philomeno escreveu a obra Painis da Obsesso,14 eu acompanhei o que estava anotando, havendo sido levado Colnia onde se realizavam as duas intervenes cirrgicas na personagem central de nome Argos, que havia contrado a enfermidade fsica, graas a um processo obsessivo que, atuando por meio de vibraes viciosas nos centros vitais, a que se referiu Raul, terminou por matar as defesas imunolgicas do organismo, dando margem a que o bacilo de Koch, que se encontrava no organismo, viesse a formar colnias em seus pulmes.

Segunda parte

Grupo Medinico1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. 8. 9. 10. 11. 12. 13. 14. 15. 16. 17. 18. 19. 20. 21. 22. 23. 24. 25. conceito de grupo medinico; tipos de participantes; sobre o nmero de participantes; objetivo da sesso medinica; ajuda recproca entre mdiuns e desencarnados; prontido dos mdiuns; estado geral do mdium hora da reunio; ao dos integrantes da sesso medinica, aps seu trmino, no mundo espiritual; avaliao da reunio medinica; comportamento dos integrantes do grupo, antes e depois da sesso; preparo ntimo dos integrantes da sesso medinica; hbitos mentais e comportamentos morais; ao dos perturbadores desencarnados nos dias das tarefas; sobre prece e leitura antes da sesso medinica; sobre a exigncia da manifestao do Mentor para a abertura da sesso; condicionamentos prejudiciais no incio das sesses; uso de frmulas faladas para a abertura das sesses medinicas; ausncia de comunicaes nas sesses medinicas; conseqncias da queda do padro vibratrio das sesses; atitude do dirigente das sesses quando no ocorram manifestaes; procedimento dos dirigentes para que alcancem seus objetivos doutrinrios; alvitre para os dirigentes e candidatos direo de sesses; identificao de fenmenos anmicos e mistificadores; funo do grupo medinico; necessidade do fluido animal;

26. 27. 28. 29. 30. 31. 32. 33. 34. 35. 36. 37. 38. 39. 40. 41. 42. 43. 44. 45. 46. 47. 48. 49. 50.

reunio medinica pblica; xito da reunio depende da equipe; privacidade da reunio medinica; influncia da equipe sobre o mdium em transe; grupos fechados em torno de si mesmos; sobre o encaminhamento de pessoas com perturbaes medinicas para as sesses; importncia e necessidade do estudo para os mdiuns; atendimento a quem chegue com problemas medinicos; perturbao medinica como chamamento moral; freqncia do mdium a reunies e soluo de problemas; ansiedade de muitos mdiuns e o trabalho por fazer; reunies medinicas domiciliares; evangelho no lar com atividade medinica; lugar ideal para as sesses medinicas; programao dos benfeitores desencarnados para as sesses; sesses medinicas fora do Centro Esprita; para identificar a natureza dos espritos nas sesses medinicas; idade mnima para o servio medinico; importncia da maturidade espiritual; no suficiente o conhecimento terico para a participao medinica; sobre psicofonias mltiplas, uma atrs da outra, por um mesmo mdium; nmero de manifestaes por mdium; problema do sono nas sesses medinicas; sugestes para os tarefeiros cansados da lide diria, contra o sono; sono como adversrio terrvel do aprendizado.

30. O que um grupo medinico e qual o nmero adequado de pessoas que deve constitu-lo? Divaldo Entendemos por grupo medinico a associao de pessoas que tm conhecimento da Doutrina Esprita e que pretendem dedicar-se ao estudo da fenomenologia medianmica e, simultaneamente, praticar a excelente lio do prprio Espiritismo, que a caridade. O nmero de pessoas oscila de acordo com as possibilidades dos que dirigem o grupo. Ideal que este seja constitudo de elementos, como diz Allan Kardec, 15 simpticos entre si, que persigam objetivos superiores, que desejem instruir-se e que estejam dispostos ao ministrio do servio contnuo; entretanto, merece considerar que todo grupo de experincias medinicas fundamentado num nmero excessivo de membros est relativamente fadado ao fracasso. Os espritos prescrevem um nmero em torno de 15 (quinze), no mximo 20 (vinte), ou no inferior a 6 (seis), para que haja a equipe dos que trabalharo na mediunidade propriamente chamada, bem como a equipe dos que atendero no socorro dos passes e atravs da mediunidade de doutrinao, e, ao mesmo tempo, o grupo dos que podero atender como assessores para qualquer outra cooperao necessria. 31. Qual o objetivo de uma sesso medinica? Divaldo acima de tudo uma oportunidade de o indivduo auto-reformar-se; de fazer silncio para escutar as lies dos espritos que vm a ns, depois da morte, chorando e sofrendo, sendo este um meio de evitarmos cair em seus erros. tambm para fazer-nos esquecer a iluso de que ns estejamos ajudando os espritos, uma vez que eles podem passar sem ns. No mundo dos espritos, as Entidades Superiores promovem trabalhos de esclarecimento e de socorro em seu favor; ns, entretanto, necessitamos deles, mesmo dos sofredores, porque estes so a lio de advertncia em nosso caminho, convidando-nos ao equilbrio e serenidade. Assim, vemos que a ajuda recproca. O mdium algum que se situa entre os dois hemisfrios da vida. O membro de um labor de socorro medianmico algum

que deve estar sempre s ordens dos Espritos Superiores para os misteres elevados. hora da reunio, devem-se manter, alm das atitudes sociais do equilbrio, a serenidade, um estado de paz interior compatvel com as necessidades do processo de sintonia, sem o que, quaisquer tentames nesse campo redundaro incuos, seno negativos. Depois da reunio necessrio manter-se o mesmo ambiente agradvel, porque, hora em que cessam os labores da incorporao, ou da psicografia, o fenmeno objetivo externo, em si, no cessam os trabalhos medinicos no mundo espiritual. Quando um paciente sai da sala cirrgica, o ps-operatrio to importante quanto a prpria cirurgia. Por isso, o paciente fica carinhosamente assistido por enfermeiros vigilantes que esto a postos para atend-lo em qualquer necessidade que venha a ocorrer. Quando termina a lide medinica, encerra-se, momentaneamente, a tarefa dos encarnados, a fim de estes recomecem-na, logo mais, no instante em que penetrem a esfera do sono, para prosseguir sob outro aspecto, ajudando os que ficaram de ser atendidos e no puderam, por uma ou outra razo. Ento, convm que, ao terminar a reunio medinica seja mantida a psicosfera agradvel, em que as conversas sejam edificantes. Pode-se e deve-se fazer uma anlise do trabalho realizado, um estudo, um cotejo no campo das comunicaes e depois uma verificao da produtividade; tudo isto em clima salutar de fraternidade, objetivando dirimir futuras inquietaes e problemas outros. 32. Como se devem portar os mdiuns e os demais membros de um grupo, antes e depois do trabalho medinico? Divaldo Como verdadeiros cristos. Devem manter a probidade, o respeito a si mesmos e ao seu prximo; ter uma vida, quanto possvel, sadia, sabendo que o exerccio medinico no deve ser emparedado nas dimenses de apenas uma hora de relgio, reservada a tal mister.

33. Os participantes de uma sesso medinica devem fazer algum tipo de preparo ntimo durante o dia, antes mesmo do incio da reunio? Divaldo O esprita deve fazer um preparo normal, porque um dever que lhe compete, uma vez que nunca sabe a hora em que ser convocado ao retorno conscincia livre. O esprita que freqenta o labor medinico, alm de esprita, pea importante no mecanismo de ao dos espritos na direo da Terra. Ele deve fazer uma preparao, no somente nos dias da reunio, mas sempre, porque tal preparao seria insuficiente e ineficaz, j que ningum muda de hbitos, apenas por alterar sua atitude momentnea. Nos trabalhos medinicos, so exigveis hbitos mentais de comportamento moral enobrecido, e estes no podem ser improvisados. Ento, os membros de uma sesso medinica so pessoas que devem estar normalmente vigilantes todos os dias e, em especial, nos reservados ao labor, para que se poupem s incurses dos espritos levianos e adversrios do bem, que, nesse dia, tentaro prejudicar a colaborao e perturbar-lhes o estado interior, levando distrbios ao trabalho geral, que o que eles objetivam destruir. Ento, nesse dia, a vigilncia deve ser maior: orar, ler uma pgina salutar, meditar nela, reflexionar, evitar atitudes da chamada reao e cultivar as da ao, pensar antes de agir, espairecer e se, eventualmente, for colhido pela tempestade da ira, pela tentao do revide, que s vezes nos chega, manter a atitude recomendada pelo Evangelho de Jesus. 34. Uma sesso medinica esprita deve ser sempre iniciada com uma prece, e logo passar-se leitura de O Evangelho Segundo o Espiritismo? Agindo sempre assim, no se estar criando um ritualismo? Divaldo Pode-se estar criando um hbito, no um ritual, porque a no chega a ser um dever inadivel. Ns, por nossa vez, fazemos ao revs. Lemos uma boa pgina de esclarecimento, comentamo-la e fazemos a prece posteriormente, depois do que a reunio tem incio.

35. Alguns grupos medinicos exigem a manifestao dos Mentores Espirituais para declararem iniciados os trabalhos. isto necessrio? Divaldo Exigir a manifestao do Mentor inverter a ordem do trabalho. Quem somos ns para exigir alguma coisa dos Mentores? Quando o trabalho est realmente dirigido, so os Mentores que, espontaneamente, quando convm, se apressam em dar instrues iniciais, objetivando maior aproveitamento da prpria experincia medinica. Ocorre que, se o incio do trabalho for condicionado a incorporaes dos chamados Espritos guias, criar-se- um estado de animismo nos mdiuns que, enquanto no ouam as palavras sacramentais, no se sentiro inclinados a uma boa receptividade. Isso criao nossa, no da Doutrina Esprita. 36. H necessidade de se abrir um trabalho medinico usando expresses como: aberto com a chave de paz e amor, aberto com a proteo da corrente do Himalaia ou outras do gnero? Divaldo Pessoalmente, no utilizamos nenhuma frmula, porque, na Doutrina Esprita, no existem chaves, rituais, palavras cabalsticas. Normalmente, dizemos que os trabalhos esto iniciados como sendo uma advertncia para as pessoas saberem que j estamos em condies de entrar em sintonia. Penso mesmo que seja desnecessrio dizer que a sesso est aberta ou iniciada. Feita a prece, evocada a proteo divina, automaticamente est iniciado o labor. Desse modo, acrescentar quaisquer palavras que faam relembrar mantras, condicionamentos, conspirar contra a pureza doutrinria, criando certas manifestaes circunstanciais, que somente cultivam a ignorncia e a superstio.

37. Por que acontece, s vezes, nas sesses medinicas, no haver nenhuma manifestao? O que determina ou impede as manifestaes? Divaldo O baixo padro vibratrio reinante no ambiente. A sintonia psquica dos membros da reunio responde pelos resultados da mesma. 38. E a justificativa que dada, s vezes, de que durante esses trabalhos a movimentao dos Espritos utiliza os fluidos dos encarnados presentes para realizao de tarefas somente no campo espiritual? Divaldo Para que eles realizem as tarefas no campo espiritual, no necessitam da nossa presena. Retiram os fluidos em outras circunstncias. que quando ocorre a queda do padro vibratrio, e como os Espritos so trabalhadores, eles aproveitam o tempo da nossa ociosidade para produzirem. Ento, diante de um possvel dano que poderia ser grave, eles diminuem as conseqncias realizando trabalhos espirituais, conquanto os homens no sintonizem-se com eles. 39. Seria justo, ento, se encerrasse a reunio depois de alguns minutos, desde que no se obtenha comunicao nenhuma? Divaldo No, porque esta uma forma de disciplinar os membros da sesso a terem responsabilidade e prepararem-se para o trabalho, que assumem espontaneamente. 40. Como deve proceder o dirigente das sesses medinicas para alcanar os objetivos superiores do trabalho? Raul A fim de atingir a meta proposta pelos Dirigentes Espirituais das sesses, ser de bom alvitre que o dirigente encarnado atenda a tarefa com a mxima seriedade, considerando-a como o seu encontro mais ntimo com a Espiritualidade. Na condio de condutor encarnado do cometimento medinico, dever preparar-se para filtrar as inspiraes do Invisvel

Superior, por meio das indispensveis disciplinas do carter, de uma vida enobrecida pelo cumprimento do dever, pela renncia aos vcios de todos os tipos, que enodoam tanto seu psiquismo quanto seu organismo fsico. Ser de grande valia, tanto para o dirigente quanto para aqueles que se candidatam a tal direo de trabalhos medinicos, o gosto por estudar as obras literrias do Espiritismo, assim como o hbito das meditaes em redor do que haja lido, facilitando a identificao das diversas ocorrncias que podero se dar nas sesses, como permitindo interferncias indispensveis nessas ocasies, com conhecimento de causa. O fenmeno do animismo, assim como o das mistificaes, somente s custas de muita reflexo em torno de muito estudo e amadurecimento, com o conseqente conhecimento do ser humano, podero ser identificados satisfatoriamente. 41. Qual a funo da mesa medinica em uma reunio? Raul Entendemos que o agrupamento de companheiros de uma reunio medinica se destina a fomentar maior vinculao entre as mentes. Disse Nosso Senhor Jesus Cristo que onde estivessem duas ou mais criaturas trabalhando em Seu nome, entre elas ou com elas estaria. A dita mesa medinica permite maior envolvimento dos encarnados mdiuns com os Benfeitores da Vida Mais Ampla, que tero uma vibrao mental de boa qualidade, quando os mdiuns esto sintonizados na atividade do bem, para que eles possam dela se utilizar. As entidades que se comunicam em estado de necessidade carecem do chamado fluido animal, ou fluido magntico animal, como afirma Allan Kardec em O Livro dos Mdiuns,16 e essa sintonia faz com que se aprimore a assistncia, facilita o servio do bem na mediunidade, e essa a oportunidade que os Cus concederam a ns outros, os homens da Terra, para que, ao mesmo tempo em que estejamos crescendo, cooperemos tambm para o crescimento dos outros, enxugando as nossas lgrimas com o mesmo leno que enxugamos as lgrimas alheias. Ento, a

mesa medinica, ou grupo medinico, se destina a fomentar a formao de um corpo vibratrio. A reunio medinica uma reunio energtica por excelncia, em que as energias dos dois campos, encarnado e desencarnado, se fundem para que se elevem as criaturas da Terra na conquista da felicidade interior. 42. As reunies medinicas devem ser pblicas? Por qu? Divaldo O Codificador recomenda pequenos grupos, graas s dificuldades que h nos grandes grupos, em relao sintonia vibratria e harmonia de pensamentos. Uma reunio medinica de carter pblico um risco desnecessrio, porque vm pessoas portadoras de sentimentos os mais diversos, que iro perturbar, invariavelmente, a operao da mediunidade. Afirmam os Benfeitores que uma reunio medinica um grave labor, que se desenvolve no campo perispirtico, e se a equipe no tem um conhecimento especializado, compreensvel que muitos problemas sucedam por negligncia da mesma. A reunio medinica no deve ser de carter pblico, porque teria feio especulativa, exibicionista, destituda de finalidade superior, atitudes tais que vo de encontro negativamente aos postulados morais da Doutrina. Mesmo nas reunies medinicas privativas deve-se manter um nmero ideal de membros, no excedente a 20 pessoas, para que se evitem essas perturbaes naturais nos grupamentos massivos. Onde haja um grupo medinico com grande nmero, que seja dividido em dois trabalhos separados (porque, em Movimento Esprita, na ordem do bem, dividir multiplicar o benefcio daqueles que se repartem). Igualmente necessrio que as pessoas sejam afins entre si no grupo. Por motivos bvios, se estamos numa reunio medinica e no somos simpticos a um indivduo, toda a comunicao que por ele venha, os nossos recalques e conflitos pem-nos carapuas, acreditando serem indiretas a ns dirigidas. Se, por acaso, algum no nos simptico, quando ele entra em transe ficamos bombardeando: Imagine o fingido; v se eu vou acreditar nele! Formamos assim,

uma antena emissora de dificuldades para o companheiro que est sendo agredido pela nossa mente, porque desde que o indivduo mdium, ele no o exclusivamente dos espritos desencarnados, mas tambm dos encarnados. O xito de uma reunio medinica depende da equipe que ali comparece e no apenas do mdium. Os Mentores programam, mas aquela equipe em funcionamento responder pelos resultados. Nunca demais recomendar que as sesses medinicas sejam de carter privado. 43. Recebe o mdium, em transe, a influncia mental do grupo de que participa? Raul Aprendemos em O Livro dos Mdiuns,17 com Allan Kardec, que a reunio um ser coletivo. Todos aqueles que dela participam, com qualquer funo que seja, esto automaticamente vinculados s suas ocorrncias, de maneira que, muitas vezes, o grupo no estando bem sintonizado e realizando um trabalho de alta envergadura, os mdiuns que so filtros dos espritos encarnados e desencarnados estaro filtrando, encharcando-se daquelas nuances vibratrias que o ambiente lhes permite fruir. Dessa maneira que se justifica a desnecessidade de reunies medinicas com pblico que no esteja sintonizado com a realidade do estudo doutrinrio, porque os mdiuns ficam merc desses influxos de dardos mentais de indiferena, de descrena e de petitrios e, muitas vezes, a mensagem que eles veiculam sair com o sabor dessas insinuaes, desses desejos e perturbaes. O grupo participa, tambm, das comunicaes com esse suporte energtico apoiando ou desequilibrando o mdium, porque a reunio um corpo coletivo.

44. E aqueles grupos que se fecham em torno deles mesmos e seus membros no freqentam palestras, reunies doutrinrias e se dedicam to somente ao fenmeno em si, ao intercmbio medinico? Estaro procedendo corretamente? Divaldo O mandamento este: que vos ameis uns aos outros como eu vos amei e que faais ao prximo quanto desejardes que o prximo vos faa, equivalendo a dizer que todo aquele que se isola perde a oportunidade de evoluir, porque todo enquistamento degenera em enfermidade. 45. Uma pessoa com problemas medinicos deve ser encaminhada, sem risco, para uma reunio medinica? Divaldo A pergunta j demonstra que a pessoa, tendo problemas, deve primeiro equacion-los, para depois estudar e aprimorar a faculdade que gera aqueles problemas. Como na mediunidade os problemas so do esprito e no da faculdade medinica, necessrio que primeiro se moralize o mdium. Abandonando as paixes, mudando a direo mental, criando hbitos salutares para sua vivncia, reflexionando no Evangelho de Jesus, aprendendo a orar, ele equaciona na base, os problemas que inquietam o efeito, que a faculdade medinica. Somente aps o qu, lhe lcito educar a mediunidade. No captulo 1 de O Livro dos Mdiuns o Codificador examina o assunto na epgrafe: H Espritos?. Explica Allan Kardec que ningum deve levar a uma sala de qumica por exemplo, algum que no entenda das frmulas e das composies qumicas. Explico-me: um leigo chega numa sala e v vrios vidros, com gua branca e uma anotao que lhe parece cabalstica: HNO 3 + 3HCI.18 Para ele a anotao no diz nada. Mas, se misturar aqueles lquidos corre perigo. Assim, tambm necessrio primeiro que o indivduo conhea no laboratrio do mundo invisvel as solues que vai manipular, para depois partir para as experincias. de bom alvitre, portanto, que algum que tenha problemas de mediunidade seja encaminhado s sesses doutrinrias de estudos, para primeiro evangelizar-se, conhecendo a doutrina, a

fim de que, mais tarde, canalize as suas foras medinicas num bom direcionamento. H uma praxe entre as pessoas pouco esclarecidas a respeito da Codificao Esprita, que induz se leve o indivduo a uma sala medinica para poder equacionar problemas, como quem tira uma coisa incmoda de cima da pessoa. O problema de que a criatura se v objeto pode ser o chamamento para mudana de rota moral. A mediunidade que aturde um apelo para retificao das falhas. E necessrio ir-se s bases para modificar aqueles efeitos perniciosos. Da, diante de uma pessoa com problemas medinicos, a primeira atitude nossa ser encaminhar o necessitado aprendizagem da Doutrina Esprita, que a teraputica para seus problemas. A mediunidade ser educada a posteriori como instrumento de exerccio para o bem, mediante o qual granjear ttulos para curar o mal de que se portador. 46. Basta ao mdium freqentar as reunies para resolver seus problemas? Raul A questo de resolver problema se torna relativa. Os problemas que o mdium resolve no trabalho dedicado Doutrina Esprita so de ordem moral, porque ele passa a entender porque sofre, passa a compreender porque enfrenta dificuldades na famlia, na sade, mas isto no quer dizer que a mediunidade seria o suporte, o apoio para que ele possa vencer, vitoriar a etapa de lutas. A percebemos que, se estivermos pensando nestes tipos de problemas fsicos, a mediunidade no vai conseguir alij-los do mdium. Mas, no somente a vamos achar a necessidade do mdium, pois dever ser levado ao trabalho de assistncia aos que precisam, renovao atravs dos estudos continuados, participao efetiva, ao ato da caridade, que, conforme nos diz um Esprito Benfeitor, ter que iniciar-se pelo dever, tornando-se um hbito, at que isso se lhe penetre na alma em nome do amor, para que se torne um mdium srio, sensvel, e no um mdium que apenas freqenta a reunio, recebe seu guia, seu espiritozinho e depois volta para casa, sem ligar para o sofrimento da humanidade (no da humanidade do Vietn, do

Camboja) a humanidade da sua rua, do seu bairro, dessa gente que sofre e que geme volta de todos ns. Vemos tantos mdiuns preocupados em ouvir o gemido dos espritos desencarnados e no ouvem os gemidos dos encarnados. Temos outros ansiosos por ver espritos, sem notarem os que sofrem sua volta; vrios desejosos de materializar entidades, sem a preocupao de espiritualizar-se. Ento, para o mdium ser importante que ele se ajuste dinmica da Doutrina Esprita, no trabalho da caridade, no esforo da renovao, sua e daqueles que o cercam. 47. Seria desaconselhvel o desempenho medinico isolado, bem como em reunies domiciliares ou recintos estranhos aos Centros ou locais similares? Divaldo desaconselhvel esse comportamento como hbito, o que no impede que, excepcionalmente, ocorra o fenmeno com a anuncia do mdium sob a inspirao dos bons Espritos. No chegaremos ao absurdo de supor que, no lar, periodicamente, no venham os Benfeitores Espirituais para o dilogo de emergncia, para uma palavra fraternal, para um encontro de estmulo entre aqueles que se renem para orar. desaconselhvel que se transforme o estudo esprita e evanglico realizado em famlia em reunio medinica, porque, como o nome diz, trata-se de uma oportunidade para estudar e meditar e no para o exerccio da mediunidade. Mas, vez que outra, dependendo dos Instrutores Espirituais, pode ocorrer comunicao de Entidade Benfeitora para trazer um contedo que, no entendimento desse Benfeitor, parea relevante. No se deve permitir, entretanto, que tal se transforme num hbito. desaconselhvel que, em lugares no preparados para o mister medinico, venha a ocorrer fenmeno com anuncia do sensitivo. Perguntar-se- por qu? Responderemos: pelos danos que podero advir. Se o meio for hostil, leviano e de recursos psquicos negativos, podem ocorrer mistificaes, distonias, aberturas vibratrias para espritos que no tenham propsitos superiores. Seria o mesmo que requisitar determinada cirurgia

num consultrio mdico onde no haja requisitos da assepsia, do instrumental, etc. Portanto, a Casa Esprita o lugar ideal, porque ali os Benfeitores instalam equipamentos de socorro de emergncia; nesse local encontram-se entidades zelosas que se postam para defender o recinto, alm de trabalhadores especializados que vm para o ministrio previamente programado. Porque se na Terra, que o mundo dos efeitos, so tomados cuidados antes das realizaes, compreensvel que no mundo espiritual as realizaes meream um tratamento muito especializado, no que tange ao progresso da criatura e da humanidade. Os Benfeitores programam as tarefas medinicas e aqueles que se vo comunicar, para que tudo ocorra em clima de ordem e de paz. O mdium que se submete a fenmenos de ocasio est sujeito a graves perigos, porque seria o mesmo que colocar instrumentos de alta sensibilidade nas mos de pessoas inescrupulosas ou desconhecedoras de seu mecanismo. Concluindo, desaconselhvel. 48. O que pensar do costume de fazer-se sesses medinicas fora dos Centros Espritas? Divaldo um hbito muito perigoso. Seria o mesmo que se levar pacientes para serem operados em qualquer lugar, s porque h boa vontade, mas no se dispondo de conveniente assepsia nem dos requisitos necessrios que se encontram nos hospitais. Nesse caso, os xitos seriam raros. Alm disso, ocorre que, realizada a sesso em qualquer lugar, este fica marcado pelos Espritos sofredores, que vo sendo informados uns pelos outros, e comeam a freqent-lo. Se for um lar, como a no existem as defesas necessrias para as incurses de tais Espritos, transforma-se em um pandemnio. Indagar-se-: e antes de haver os Centros Espritas? Enquanto ignoramos, temos uma responsabilidade menor. Mesmo quando no se entendia de assepsia, faziam-se operaes, mas o nmero de bitos era muito maior.

J que temos o Centro, por que desrespeit-lo, fazendo sesses medinicas noutro lugar, se ele o determinado para tal? Se o problema ir-se a um lugar, por que no ao ideal? 49. De que recursos dispe o participante de uma reunio medinica para identificar a natureza dos Espritos? Divaldo Pelos frutos conhecem-se as rvores, pelas aes o carter dos homens, pela qualidade das comunicaes aqueles que as trazem. Em O Livro dos Mdiuns,19 o Codificador estabelece um critrio quase infalvel. Em primeiro lugar, examinemos o que dizem os Espritos. Depois, reflexionemos em torno do instrumento do qual eles se utilizam. E, por fim, vejamos quem assina o contedo do que eles apresentam. Os participantes observaro a qualidade da mensagem, o carter do mdium e, depois, o mensageiro que se apresenta. 50. A partir de que idade o jovem esprita pode participar de trabalhos medinicos? Divaldo Desde quando esteja disposto a assumir responsabilidades. As jovens mdiuns que colaboraram com Kardec oscilavam entre 12 e 15 anos de idade, mas h muita gente de 40 anos que no sabe manter perseverana nem responsabilidade. O problema no de idade cronolgica e sim de maturidade espiritual. 51. No basta que o jovem esprita tenha conhecimento terico da Doutrina? Divaldo Tudo aquilo que fica reduzido a palavras carece de fundamentos, de atos. Se ele tem conhecimento terico da Doutrina, necessita pr prova esses conhecimentos atravs da boa prtica do Espiritismo.

52. Que pensar dos mdiuns psicofnicos que recebem Espritos durante a sesso, um atrs do outro? Ser indcio de grande mediunidade? Raul A mediunidade amadurecida no identificada pelo nmero de desencarnados que se comuniquem por um nico mdium, numa mesma sesso, mas ser identificada pelo teor das comunicaes, pela qualidade do fenmeno, que demonstrar a maior ou menor afinao do mdium com as responsabilidades da tarefa. Cada mdium, quando devidamente esclarecido e maduro para o desempenho dos seus compromissos, saber que o nmero avultado de comunicaes por sesso poder indicar descontrole do instrumento encarnado e no a sua pujana medinica. H mdiuns que prosseguem dando passividade a entidades durante a prece de encerramento, sem qualquer disciplina, quando no justificam que tais entidades estavam programadas, como se os Emissrios do Alm, responsveis por lides to graves, tivessem menor grau de bom senso do que ns, os encarnados. Um nmero de at duas comunicaes, ou at trs, em caso de grande necessidade e carncia de outros mdiuns, parece bastante coerente. Todos os mdiuns, assim, tero chance de atender aos irmos desencarnados, sem desgastes desnecessrios. 53. Quais as causas do sono de que muitos companheiros se queixam quando participam de uma reunio medinica? Como evit-lo? Raul As causas podem ser vrias. Desde o cansao fsico, quando o indivduo vem de atividades muito intensas e, ao sentar-se, ao relaxar-se, naturalmente tomado pelo torpor da sonolncia. Tambm, pode ser causado pela indiferena, pelo desligamento, quando algum est num lugar, fisicamente, entretanto pensando em outro, desejando no estar onde se acha. Compelido por uma circunstncia qualquer, a pessoa se desloca mentalmente.

O sono pode, ainda, ser provocado por entidades espirituais que nos espreitam e que no tm nenhum interesse em nosso aprendizado para o nosso equilbrio e crescimento. Muitas vezes, os companheiros questionam: Mas ns estamos no Centro Esprita, estamos num campo protegido. Como o sono nos perturba? Temos que entender que tais entidades hipnotizadoras podem no penetrar o circuito de foras vibratrias da Instituio, ficam do lado de fora. Mas, a pessoa que entrou no Centro, na reunio, no sintonizou-se com o ambiente, continua vinculada aos que se conservam fora, e atravs dessa porta, desse plug aberto, ou dessa tomada, as entidades que ficaram l de fora lanam seus tentculos mentais, formando uma ponte. Ento, estabelecida a ligao, atuam na intimidade dos centros neuroniais desses incautos, que dormem, que se dizem desdobrar: Eu no estava dormindo... apenas desdobrei, eu ouvi tudo... Eles viram e ouviram tudo o que no fazia parte da reunio. Foram fazer a viagem com as entidades que os narcotizaram. Deparamos a com distrbios graves, porque quando termina a reunio o indivduo est fagueiro, timo e sem sono, e vai assistir televiso at altas horas, depois de se haver submetido aos fluidos enfermios. Por isso recomendamos queles que esto cansados fisicamente, que faam um ligeiro repouso antes da reunio, ainda que seja por poucos minutos, para que o organismo possa beneficiar-se do encontro, para que fiquem mais atentos durante o trabalho doutrinrio. Levantar-se, borrifar o rosto com gua fria, colocar-se em uma posio discreta, sempre que possvel ao fundo do salo, em p, sem encostar-se, a fim de lutar contra o sono. Apelar para a prece, porque sempre que estamos desejosos de participar do trabalho do bem, contamos com a eficiente colaborao dos Espritos Bondosos. Faze a tua parte que o cu te ajudar. Temos, ento, o sono como esse terrvel adversrio de nossa participao, de nosso aprendizado, de nosso crescimento espiritual. No permitamos que ele se apodere de ns. Lutemos o

quanto conseguirmos, e deveremos conseguir sempre, para combat-lo, para termos bons frutos no bom aprendizado.

Terceira parte

Desenvolvimento Medinico1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. 8. 9. etapas da educao medinica; necessidade do estudo esprita; atendimento ao mdium atormentado; aplicao de passes para facilitar o transe medinico; efeitos dos passes sobre os mdiuns na realizao medinica; sensaes psquicas e orgnicas durante o transe medinico; desenvolvimento de mdiuns principiantes; tempo mdio para o estabelecimento e para o desfazimento do transe medinico; nmero mximo de manifestaes para mdiuns principiantes.

54. Quais seriam as etapas a serem percorridas pelo mdium na sua educao medinica? Raul Segundo Allan Kardec, em O Livro dos Mdiuns,20 a mediunidade no dever ser explorada antes que venha a eclodir. Dever-se-ia esperar que ela brotasse e, a partir de ento, se lhe daria o devido trato. Sendo assim, embora encontremos muitos companheiros que se candidatam ao exerccio da mediunidade, sem que jamais hajam sentido coisa alguma que lhes demonstre serem portadores desse grau ostensivo de mediunidade, as nossas Instituies Espritas devem estar sempre em guarda cuidadosa, para que no inaugurem o sistema de fabricao medinica destituda de qualquer valor doutrinrio, uma vez que h companheiros que se aproximam das Instituies Espritas, portando tais peculiaridades medinicas j em processo de desabrochamento. A Instituio orientada pela Doutrina dever aproxim-los dos estudos doutrinrios, das reunies doutrinrias, do trabalho assistencial em favor de necessitados, daqueles labores que possam gradativamente disciplinar a criatura. No oportuno que ela chegue ao Centro e seja, de imediato, encaminhada mesa de trabalhos medinicos, mas, sim, introduzida no campo de estudo, de conhecimento doutrinrio esprita. Se a pessoa estiver com a mediunidade atormentada ser encaminhada para tratamento atravs de passes, explicaes doutrinrias e da participao nas reunies de estudos, para que possa, gradualmente, ir assentando essas energias revoltas, equilibrando-se at que possa chegar atividade propriamente medinica. Isto porque, se aproximarmos a criatura, sem nenhum conhecimento esprita da mediunidade, aquilo no lhe sendo compreensvel poder afast-la ou perturb-la ainda mais. No sabendo o que ocorre consigo mesma, a pessoa, ao invs de entregar-se ao labor, procura fugir, procura criar empecilhos de maneira consciente ou inconsciente. E exatamente por isso que, no oferecendo a mediunidade nenhum espetculo, sendo um fenmeno natural, exigir que o companheiro tenha, pelo menos, as primeiras noes basilares do que a Doutrina Esprita nos fala a respeito desse tentame. Por isso, aqueles que se aproximam da

mediunidade devero encontrar, nas Instituies Espritas, a orientao para o tratamento, para o trabalho e para o estudo, conforme Allan Kardec nos preceitua. 55. No desenvolvimento da faculdade em mdiuns principiantes, h alguma utilidade em se lhes aplicar passes para facilitar, por exemplo, a psicofonia? Divaldo Este exerccio , s vezes, positivo, porque estando o mdium com os centros psquicos ainda no disciplinados durante a hora da concentrao, entra em conflito, por no saber distinguir as suas prprias sensaes e emoes daquelas que ele registra e que pertencem ao esprito desencarnado. Experimenta taquicardia, h o resfriamento corporal, colapso perifrico, a ansiedade, que so tpicos da presena dos espritos que padecem, mas que muitas vezes so devidas sua prpria expectativa. No caso da aplicao do passe objetivando ajudar, aumenta no mdium a carga vibratria e isso facilita-lhe o fenmeno. Mas, por outro lado, no deve ser habitual, para no lhe criar condicionamentos. Por isto, deve-se aplicar passes s esporadicamente. 56. Em trabalhos de desenvolvimento medinico com mdiuns principiantes, haver necessidade de mais de uma comunicao ou uma seria suficiente? Divaldo Para exercitar a mediunidade, o que importa no o nmero de comunicaes, mas a qualidade delas. O mdium deve esperar sentir-se dominado pela vontade do hspede, que o vai controlando, a fim de que consiga registrar, em plenitude, a mensagem. Esse processo demora uns cinco minutos, antes do ato de falar, e perdura por uns dez a quinze minutos, depois do silncio, quando as energias vo retornando ao estado primitivo e reequilibrando o psiquismo do mdium. No caso de desenvolvimento de um mdium principiante num grupo expressivo, recomenda-se no mximo duas comunicaes de sofredores por sesso.

Quarta parte

Comunicaes1. nmero de comunicaes por sesso; 2. manifestao do esprito-mentor, aps a do esprito sofredor; 3. comunicaes de pretos-velhos e de outras entidades; 4. linguagem dos comunicantes; 5. reflexos condicionados e manifestaes; 6. importncia da educao medinica; 7. interferncia anmica nociva.

57. Quantas comunicaes um mesmo mdium pode receber durante a sesso medinica de atendimento a espritos sofredores? Divaldo Um mdium seguro, num trabalho bem organizado, deve receber de duas a trs comunicaes, quando muito, para que d oportunidade a outros companheiros de tarefas, e para que no tenha um desgaste exagerado. Tenho tido o hbito de observar, em mdiuns seguros, conhecidos nossos, que eles incorporam, em mdia, trs entidades sofredoras ou perturbadoras e o mentor espiritual; raramente ocorrem cinco manifestaes pelo mesmo instrumento, principalmente num grupo. 58. H necessidade, aps uma comunicao de um esprito infeliz, sofredor, de imediata incorporao do esprito mentor ou guia, para que haja a limpeza psquica do mdium? Divaldo Absolutamente, no h. 59. Por que que, comumente, no vemos comunicaes de pretos-velhos ou de caboclos, nas sesses medinicas espritas? Isso se deve a algum tipo de procedimento? Raul A expresso da pergunta est bem a calhar. Realmente, a maioria dos participantes no v os espritos que se comunicam, mas eles se comunicam. O Espiritismo no tem compromisso de destacar essa ou aquela entidade, em particular. Se as sesses medinicas espritas so abertas para o atendimento de todos os tipos de espritos, por que no viriam os que ainda se apresentam como pretos-velhos ou novos, brancos, amarelos, vermelhos, ndios, ou caboclos, e esquims? O que ocorre que tais espritos devem ajustar-se s disciplinas sugeridas pelo Espiritismo e s no as atendem quando seus mdiuns, igualmente, no as acatam. Muitos espritos que se mostram no Alm como antigos escravos africanos, ou como indgenas, falam normalmente, sem

trejeitos, embora as formas e