ditadura militar
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História – Terceiro Ano
DITADURA MILITAR
(1964-1985)
História – Terceiro Ano
Posse oficial provisória: Ranieri Mazilli (presidente da Câmara dos Deputados)
DEPOSIÇÃO DE JOÃO GOULART
Controle político: Junta militar com representantes das três corporações (Comando Supremo da Revolução)
Objetivos iniciais alegados: • Restabelecer a ordem social; • Conter avanço do comunismo e da corrupção; • Retomada do crescimento econômico.
História – Terceiro Ano
Ato Instituição nº 1: Suspensão de direitos políticos de eventuais adversários;
Estabelecimento de censura; Início de processos de
perseguições, vigilância, prisões, torturas e assassinatos pelos órgãos repressores;
ASPECTOS DA DITADURA
Abandono do nacionalismo reformista e adoção de aliança com:
• Burocracia técnica estatal (civil e militar); • Empresariado nacional e estrangeiro.
História – Terceiro Ano
Efeitos do Ato Instituição nº 1: • Cassação de mandatos e de direitos
políticos de quaisquer cidadãos; • Possibilidade de alterações
constitucionais; • Possibilidade de decreto de estado
de sítio sem autorização do Congresso Nacional;
Governo Castello Branco 15 de abril de 1964 – 15 de março de 1967
Indicação de Castello Branco para homologação forçada pelo Congresso Nacional
História – Terceiro Ano
Apoio dos EUA: • Reconhecimento imediato; • Adoção da Doutrina de Segurança Nacional: Compromisso de
combater o comunismo (ações influenciadas por cooperações com agentes norte-americanos);
• Perseguições imediatas, com casos de deportações e prisões de mais de 300 lideranças políticas (incluindo JK, Jânio Quadros e João Goulart);
• Rompimento com Cuba; • Extinção da Lei de Remessa de Lucros;
Governo Castello Branco 15 de abril de 1964 – 15 de março de 1967
História – Terceiro Ano
Medidas econômicas: • Programa de Ação Econômica do Governo (PRAEG); • Tentativa de combate à inflação através de favorecimento às
empresas (restrição ao crédito e redução de salários); • Perda de direitos trabalhistas (fim da estabilidade), supressão
do direito de greve, intervenção em sindicatos.
Governo Castello Branco 15 de abril de 1964 – 15 de março de 1967
História – Terceiro Ano
Autoritarismo através da legislação: • AI-2 (outubro de 1965): Ampliação dos poderes presidenciais
para cassar mandatos, definição de eleição indireta pelo Congresso para “escolha” de presidente e extinção de partidos políticos;
• AI-3 (fevereiro de 1966): Fim das eleições diretas para governadores e prefeitos de capitais (governadores indicados pelo presidente e prefeitos indicados pelos governadores);
• AI-4 (dezembro de 1966): Poderes ao governo de elaborar uma Constituição (posteriormente promulgada em janeiro de 1967) e enfraquecimento do Legislativo e do Judiciário.
Governo Castello Branco 15 de abril de 1964 – 15 de março de 1967
História – Terceiro Ano
Autoritarismo através da legislação: • Lei de Segurança Nacional (março de 1967): Instrumento que
enquadrava como “inimigos da pátria” quem se opusesse ao regime;
• Bipartidarismo: • ARENA (Aliança Renovadora Nacional) • MDP (Movimento Democrático Brasileiro): Oposição
“aceita”
Governo Castello Branco 15 de abril de 1964 – 15 de março de 1967
História – Terceiro Ano
Aprofundamento da repressão; Reação por parte de movimento
estudantil, do operariado, de políticos oposicionistas (inclusive Carlos Lacerda e sua tentativa de criar uma “frente ampla” contra ditadura) e do clero católico progressista; • Janeiro de 1968: Passeata dos 100
Mil (protesto pela morte do estudante Edson Luís de Lima Souto, 18 anos, assassinado pela polícia em uma manifestação estudantil)
Governo Costa e Silva 15 de março de 1967 – 31 de agosto de 1969
História – Terceiro Ano
Discurso de Márcio Moreira Alves (MDB) contra abusos e violência, responsabilizando o governo por mortes de manifestantes e opositores e propondo protesto para o dia 7 de setembro de 1968
Governo Costa e Silva 15 de março de 1967 – 31 de agosto de 1969
• Militares exigiram retratação pela “ofensa contra a honra das Forças Armadas”, mas o Congresso Nacional se recusou a iniciar processo contra o deputado;
• Reação: Fechamento do Congresso Nacional
História – Terceiro Ano
AI-5 (dezembro de 1968): • Amplos poderes ao presidente para perseguir opositores
sem responder questionamentos judiciais ou constitucionais através do STF ou do Congresso Nacional;
• Prisões de vários opositores que ainda estavam livres e atuantes (incluindo Moreira Alves, Carlos Lacerda, JK, o marechal Teixeira Lott), cassação de vários parlamentares, deputados estaduais, vereadores e prefeitos e afastamento de quatro ministros do STF.
Governo Costa e Silva 15 de março de 1967 – 31 de agosto de 1969
História – Terceiro Ano
Preocupação de Costa e Silva: Não figurar na História como promotor do AI-5 • Designação ao vice-presidente Pedro Aleixo
(constitucionalista contrário ao AI-5) de missão de elaboração de nova Constituição;
• Afastamento de Costa e Silva por motivos de saúde: Militares não admitiram a posse do vice e formaram uma junta militar para assumir governo;
• Reabertura do Congresso Nacional (após 10 meses fechado) e oficialização da cassação de congressistas através do AI-5;
• Reconhecimento da impossibilidade de retorno de Costa e Silva: Indicação e oficialização do sucessor.
Governo Costa e Silva 15 de março de 1967 – 31 de agosto de 1969
História – Terceiro Ano
Engajamento de artistas contra a ditadura: Manifestações através da música, do teatro, do cinema e da literatura
Governo Costa e Silva 15 de março de 1967 – 31 de agosto de 1969
História – Terceiro Ano
“Anos de Chumbo”; Ampliação da repressão e violência
sob a censura, que escondia os fatos da população;
Luta armada: • Opção ao fechamento político; • Ações como assaltos a bancos
para financiar grupos, sequestros, guerrilha e atuação de grupos clandestinos;
• Atuação intensa dos órgãos repressores: DOI-CODI e DOPS
Governo Médici 30 de outubro de 1969 – 15 de março de 1974
História – Terceiro Ano
Governo Médici 30 de outubro de 1969 – 15 de março de 1974
Morte da Carlos Marighella (4 de novembro de 1969)
História – Terceiro Ano
Governo Médici 30 de outubro de 1969 – 15 de março de 1974
Presos políticos trocados pelo embaixador dos EUA, sequestrado por grupo clandestino em 1969.
História – Terceiro Ano
Governo Médici 30 de outubro de 1969 – 15 de março de 1974
Foto de 1970: Dilma Rousseff sendo interrogada na sede da Auditoria Militar do Rio de Janeiro, após 22 dias de tortura.
História – Terceiro Ano
Governo Médici 30 de outubro de 1969 – 15 de março de 1974
Os corpos de Lamarca e Zequinha Barreto no chão da base aérea de Salvador após a morte em Pintada, interior da Bahia (setembro de 1971).
História – Terceiro Ano
Propaganda: • Exploração da TV
(apoio da Rede Globo, criada em 1965);
• Apelo para elementos populares, como o futebol através da conquista da Copa do Mundo em 1970.
Governo Médici 30 de outubro de 1969 – 15 de março de 1974
História – Terceiro Ano
“Milagre Brasileiro” • Crescimento econômico, ampliação da produção industrial,
aumento das exportações, realização de obras monumentais e altos investimentos com capitais estrangeiros e empréstimos internacionais;
• Arrocho salarial com sindicatos e trabalhadores sem condições de reação;
• Alta taxa de concentração de renda; • “A economia vai bem, mas o povo vai mal”: Frase atribuída
ao próprio Médici; • Fim do “milagre”: Efeitos da Crise do Petróleo (1973) e
fatores internos (inflação, desemprego, endividamento)
Governo Médici 30 de outubro de 1969 – 15 de março de 1974
História – Terceiro Ano
Governo Geisel 15 de março de 1974 – 15 de março de 1979
Eleito indiretamente e, pela primeira vez, contra um oponente – o “anticandidato” Ulysses Guimarães (MDB);
Membro da ala moderada: Defesa de uma abertura “lenta, gradual e segura” (desde que impedisse o avanço das esquerdas);
Contexto de crise econômica e enfraquecimento do regime;
História – Terceiro Ano
Governo Geisel 15 de março de 1974 – 15 de março de 1979
Tentativa de diminuição da dependência resultante do alinhamento aos EUA: Realização de relações bilaterais com países na Ásia e África; • Reaproximação com a China, negociações diretas com países
produtores de petróleo (Arábia Saudita, Iraque, Líbia, Argélia, Angola, Moçambique e Guiné Equatorial);
• Reconhecimento da OLP (Organização para a Libertação da Palestina);
• Acordos com outras potências capitalistas: Japão e Alemanha.
História – Terceiro Ano
Governo Geisel 15 de março de 1974 – 15 de março de 1979
PND II (Plano Nacional de Desenvolvimento – 1975-1979): Adoção de estratégias desenvolvimentistas nacionais (criação de programas como Proálcool e acordos nucleares com a Alemanha Ocidental) • Necessidade de recursos: Empréstimos internacionais
sucessivos;
História – Terceiro Ano
Governo Geisel 15 de março de 1974 – 15 de março de 1979
Distensão política conflituosa: • Eleições parlamentares de 1974: MDB elege maioria; • Reações da “linha dura” e adoção de mecanismos para frear
a oposição: • Lei Falcão (1976): Restrição para campanha eleitoral; • Pacote de Abril (1977): Fechamento temporário do
Congresso e adoção de medidas para garantir maioria governista (escolha indireta de 1/3 do Senado);
História – Terceiro Ano
Governo Geisel 15 de março de 1974 – 15 de março de 1979
Linha dura mantém reação contra abertura: • Denúncias de novas ações
repressoras como a morte do jornalista Vladimir Herzog (janeiro de 1976) e do operário Manuel Fiel Filho, ambos vítimas de torturas.
Avanços do MDB apesar das tentativas de impedir vitórias da oposição;
Revogação dos 17 Atos Institucionais
História – Terceiro Ano
Governo Figueiredo 15 de março de 1979 – 15 de março de 1985
Mandato sob tensões e críticas abertas ao regime;
Compromisso de concluir o processo de abertura;
Atuação intensa de vários segmentos da sociedade pela garantia do fim da ditadura;
Situação de crise econômica, com alta dívida externa, inflação (200% ao ano) e desemprego.
História – Terceiro Ano
Governo Figueiredo 15 de março de 1979 – 15 de março de 1985
História – Terceiro Ano
Governo Figueiredo 15 de março de 1979 – 15 de março de 1985
Movimento sindical: • Mobilizações, greves e contestações políticas; • Liderança: Luís Inácio da Silva, o Lula • Greves de 1979.
História – Terceiro Ano
Governo Figueiredo 15 de março de 1979 – 15 de março de 1985
Lei da Anistia (1979): • “Perdão” aos opositores presos, foragidos ou expulsos do
país; • Benefício incluiu militares praticantes de abusos e crimes,
mas não permitiu que os militares contrários à ditadura fossem readmitidos nas Forças Armadas.
História – Terceiro Ano
Governo Figueiredo 15 de março de 1979 – 15 de março de 1985
Fim do bipartidarismo (1979): Extinção da Arena e do MDB e fundação de 6 partidos: • PDS (Partido Democrático Social) – Herdeiro da ARENA; • PMDB (Partido do Movimento Democrático Brasileiro) _
Sucessor do MDB • PT (Partido dos Trabalhadores) – Criado por operários e
intelectuais; • PTB (Partido Trabalhista Brasileiro) – Pretenso sucessor do
partido de Vargas; • PDT (Partido Democrático Trabalhista) – Alegado partido
sucessor do Varguismo; • PP (Partido Popular) – Dissidentes da ARENA
História – Terceiro Ano
Governo Figueiredo 15 de março de 1979 – 15 de março de 1985
“Diretas Já!” • Atuação de partidos, militantes políticos, intelectuais,
artistas, sindicatos, imprensa, segmentos empresariais, estudantes, profissionais liberais, etc.
• Proposta de lei (Emenda Dante de Oliveira) derrotada pela maioria no Congresso Nacional sob pressões em ambos os lados (abril de 1984)
História – Terceiro Ano
Governo Figueiredo 15 de março de 1979 – 15 de março de 1985
Disputa no Colégio Eleitoral: Trancredo Neves (PMDB) X Paulo Maluf (PDS)
• Vitória de Tancredo, que foi internado na véspera da posse e acabou morrendo em 21 de abril de 1985, resultando então na condução à presidência de seu vice, José Sarney.