distribuição de música on-line cria nova era de negócios
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A popularidade dos downloadsde música, gratuitos ou pagos,facilitou o acesso a álbuns e can-ções.Mas, longe de ser controla-do, o processo criou um desafioinédito para a indústria fonográ-fica: a geração de caixa.O último relatório da Associa-
ção Brasileira de Produtores deDisco mostra que o setor movi-mentou R$ 373,2 milhões em2011, 38%menos que o valor deseis anos antes. Em 2003, a cifraera de R$ 601 milhões, e aindanão incluía a venda online demúsicas, como no levantamen-to mais recente.“Atualmente não há espaço
público sem ao menos meia dú-zia de pessoas ouvindo músicano telefone. O consumo cresce,mas as organizações que viviamdesse negócio antes da digitali-zação estão em risco”, diz o pro-fessor Marcelo Coutinho, daFundação Getúlio Vargas de SãoPaulo, especializado na área denovas tendências.
Nova geraçãoO cenário - em que as músicascirculam livremente na inter-net - fez nascer uma nova gera-
ção de gravadoras, que se rei-venta todo dia. “Foca-se muitona questão do download, mas,há 20 anos, só se podia mostrara música na rádio e na TV, en-quanto hoje é possível fazer issopor meio do boca a boca daweb”, afirma JoãoMarcello Bôs-coli, presidente da Trama.Empresa que, aliás, ele não
gosta de se definir como grava-dora. “Vemos música como al-go multidisciplinar.” Esse pen-samento faz a Trama ir além davenda de músicas, como faz aiTunes Store, da Apple. “Sobre-vivemos com anunciantes, sho-ws, a sonorização das salas doCinemark, o canal no YouTube,que tem 2,3 milhões de visitaspormês, o programa na TV Cul-
tura [Radiola]”, diz Bôscoli.“Não herdei omodelo das gran-des gravadoras.” Resultados:cresceu 11,3% em 2011 e devecrescer 17% este ano.No Sonora, do Terra, que ven-
de músicas a partir de assinatu-ras pagas, a proposta é ser umaalternativa barata ao comparti-lhamento gratuito.O diretor do portal, Tiago Ra-
mazzini, afirma que os sites dedistribuição demúsicagrátis ofe-recemriscos comovírus escondi-dos em alguns arquivos. "Achoque projetos de lei dos EUA comoo SOPA e o PIPA beneficiam omercado", dizRamazzini, aludin-do às propostas americanas quequerem endurecer a proteção àpropriedade intelectual.■
José Gabriel [email protected]
AGRONEGÓCIO
Louis Dreyfus compra unidade de produçãode suco de laranja da Cocamar no Paraná
AVIAÇÃO
Qantas Airways e China Eastern Airlinesinvestem US$ 198 milhões em jointventure
Divulgação
Marcela Beltrão
Distribuição demúsica on-linecria nova era de negócios
Divulgação
SomLivre jáconvive comalternativas
A australiana Qantas Airways criará uma companhia de baixo custocom a China Eastern Airlines para operar rotas para Hong Kong,que abriga o quarto aeroporto mais movimentado da Ásia. As duascompanhias vão investir US$ 198 milhões na nova Jetstar, queoperará com aviões Airbus A320 já no próximo ano. A frota deveráalcançar 18 aeronaves até 2015, informaram as companhias.
“
A Louis Dreyfus & Cie acertou a compra de uma unidade de produçãode suco de laranja da Cocamar Cooperativa Agroindustrial nacidade paranaense de Paranavaí por um valor não revelado, segundocomunicado. Com a aquisição, a Louis Dreyfus aumentará suacapacidade anual de processamento de laranja para mais de 7 milhõesde caixas, atingindo o total de cerca de 80 milhões de caixas no Brasil.
Gaby Amarantos, cantora detecnobrega vinda do Jurunas,periferia de Belém (PA), tem ga-nhado cada vez mais espaço namídia, após virar hit na inter-net. Só há um mês fechou seuprimeiro contrato comuma gra-vadora, quase a contragosto."Senti a necessidade de aten-
der a um novo pedido dos fãs,que querem pagar mais por umdiscomais elaborado", conta Ga-by. "Nunca me vi como artistade gravadora. Porque o tecno-brega propõe algo além: a gentevai usar a pirataria a favor do ar-tista ou só julgar isso ruim? ASom Livre entendeu que omer-cado de internet é importante."Gaby começou distribuindo
CDsdegraçaemcamelôse, emal-guns casos, gravados e vendidospor R$ 2 nas próprias apresenta-ções, chamadas aparelhagens,“raves tecnobregas”. ■ J.G.N.
EMPRESAS
Consumo em altafaz gravadorasinovarem paraengordar o caixa
Toda inovaçãotecnológica, numprimeiro momento,descontinua omodelo de negócioanterior: isso faz omercado se adaptare ficar mais forte
Marcelo CoutinhoProfessor da FGV-SP
JoãoBôscoli, presidentedaTrama:“Nãoherdeiomodelodasgrandesgravadoras”
AmusadotecnobregaGabyAmarantos
EMPRESA COMO GERA RECEITA DIFERENCIAL
Afinal, como lucram as empresas digitais de música?
Fonte: Brasil Econômico
CANÇÕES QUE VALEM OURO
Também vende jogos, filmes, videoclipes, livros em áudio, programas de TV e podcasts, mas ganha destaque mesmo com músicas: é a número 1 em vendas nesse segmento nos EUA há exatos 4 anos, e líder global há 2 anos
É o suporte direto para a área de música de sua empresa-mãe, a Apple. Na prática, isso faz da loja virtual opção única para usuários de iPods, iPhones e iPads
Fornece músicas a partir de seis planos de assinaturas pagas, além de oferecer canções gratuitas, acompanhadas por publicidade
Com 6 milhões de visitantes únicos por mês, tem potencial para ampliar a plataforma com publicidade, ainda restrita a 20% da receita
Além de funcionar como gravadora, com estúdios, produz programas para TV e rádio, eventos, e sonoriza salas de cinema
Já nasceu como uma “gravadora do século XXI”, ou seja, aposta muito mais em outras maneiras de conseguir dinheiro, como a publicidade, do que em vender as músicas (seja em CDs ou em mp3)
SONORA
iTUNESSTORE
TRAMA
24 Brasil Econômico Terça-feira, 27 de março, 2012