distribuição das chuvas para a região oeste e sudoeste de goias comparacao entre os postos...

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    UNIVERSIDADE ESTADUAL DE GOIS

    UNIDADE ESTADUAL DE IPOR

    HUGO ALVES CARNEIRO

    DISTRIBUIO DAS CHUVAS PARA A REGIO OESTE E

    SUDOESTE DE GOIS: COMPARAO ENTRE OS POSTOS

    PLUVIOMTRICOS DE IPOR E MONTIVIDIU NO PERIODO DE

    1980 - 1990

    Ipor 2010

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    UNIVERSIDADE ESTADUAL DE GOIS

    UNIDADE ESTADUAL DE IPOR

    HUGO ALVES CARNEIRO

    DISTRIBUIO DAS CHUVAS PARA A REGIO OESTE E

    SUDOESTE DE GOIS: COMPARAO ENTRE OS POSTOS

    PLUVIOMTRICOS DE IPOR E MONTIVIDIU NO PERIODO DE

    1980 - 1990

    Trabalho apresentado pelo aluno Hugo Alves Carneiro,

    como exigncia para obteno do grau de licenciado no

    curso de Geografia da Universidade Estadual de Gois

    Unidade Universitria de Ipor.

    Orientador: Prof. Ms. Valdir Specian

    Ipor 2010

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    DISTRIBUIO DAS CHUVAS PARA A REGIO OESTE E

    SUDOESTE DE GOIS: COMPARAO ENTRE OS POSTOS

    PLUVIOMTRICOS DE IPOR E MONTIVIDIU NO PERIODO DE

    1980 - 1990

    Monografia defendia no curso de geografia da UEG de Ipor para obteno do grau de

    licenciatura em Geografia , aprovado em _____/______ de_______, pela banca Examinadora

    constituda pelos seguintes professores:

    BANCA EXAMINADORA

    ________________________________________________

    Prof. Ms................................

    ___________________________________________________

    Prof. Ms...............................

    _____________________________________________________

    Prof. Ms.....................................

  • 3

    AGRADECIMENTO

    Primeiramente ao nosso Deus todo poderoso pela sua infinita bondade e amor que

    me concedeu fora, coragem, motivao, determinao e inspirao para concluir este

    trabalho.

    A minha ME Hely Alves de Rezende, que a pessoa mais especial de minha

    vida, que sempre abre mo de seus sonhos para realizar os meus.

    Ao Meu PAI Wilmar Divino Carneiro, que s me deu carinho, ateno e exemplo

    do caminho que devo andar para que seja uma pessoa cada dia melhor, para que meu futuro

    seja brilhante.

    Ao meu PADRASTO David Pereira da Silva, que est sempre me apoiando e

    demonstrado como me transformar em um ser humano mais realizado.

    Aos amigos da turma, pelo companheirismo na socializao dos nossos saberes.

    Por fim, a todos que de alguma forma contriburam significativamente para o meu

    desenvolvimento acadmico.

    O MEU MUITO OBRIGADO!

  • 4

    importante que uma cultura identifique as verdades, as belezas e as virtudes que valoriza, e destine recursos para inculcar sua compreenso em suas crianas e jovens.... Procuramos pessoas que no sejam admirveis apenas como pensadores ou criadores, mas tambm como seres humanos.

    Howard Gardner

  • 5

    SUMRIO

    RESUMO................................................................................................ 06

    ABSTRACT........................................................................................... 07

    INTRODUO..................................................................................... 08

    1. MECANISMOS DE TEMPO E PRECIPITAO................................ 10

    1.1 Precipitao.................................................. ......................................... 10

    1.1.1 Atmosfera.................................................. ............................................ 10

    1.2 Massas de ar.................................................. ......................................... 13

    1.2.1 Massas de ar que atuam na regio centro-oeste.................................... 14

    2. PROCEDIMENTOS, MATERIAIS E MTODOS:............................... 17

    2.1 Caracterizando a rea de estudo............................................................ 17

    2.2 Materiais. ............................................................................................... 22

    2.3 Mtodos e Tcnicas: .............................................................................. 22

    2.4 A Escolha dos Anos Padro................................................................... 23

    2.5 Anos Padro........................................................................................... 23

    3. ANLISE E DISCUSSO DOS RESULTADOS................................ 26

    3.1 Variabilidade e tendncias anuais dos valores extremos das chuvas

    nos postos de Ipor e Montividiu...........................................................

    26

    3.2 Distribuio das chuvas nos postos de Ipor e Montividiu................... 27

    3.2.1 Variaes mensais da pluviosidade....................................................... 29

    3.3 Anos-padro chuvoso............................................................................. 32

    3.4 Anos-padro seco................................................................................... 33

    3.5 Anos-padro habitual.............................................................................. 33

    4. CONSIDERAES FINAIS................................................................. 34

    5. REFERNCIAS BIBLIOGRAFICAS................................................... 36

    ANEXOS.................................................. ............................................. 39

  • 6

    RESUMO

    O presente trabalho visa apresentar a variao de precipitao pluviomtrica para as regies Sudoeste e Oeste de Gois, considerando os valores dirios, mensais e anuais (totais) de duas estaes em dois municpios da regio. O objetivo verificar a variao de precipitao dentro ms e ano, alm de comparar duas diferentes estaes instaladas sobre condies geogrficas distintas. A perspectiva da pesquisa se d pela constatao de que as chuvas na regio apresentam mdias anuais equivalentes para pontos distintos, mas com distribuio irregular ao longo do ano. Conhecer de forma qualitativa a variabilidade da distribuio da precipitao pluviomtrica e permitir melhorar o planejamento ambiental e agrcola. Para realizar a pesquisa usamos os dados fornecidos pela rede pluviomtrica da ANA (Agncia Nacional de guas), sendo escolhidos postos pluviomtricos que tinham as melhores sries histricas completas, preferencialmente um no municpio de Ipor (rea na borda da bacia sedimentar do Paran) e outra no interior da bacia (rea de chapado do goiano). Os dados foram tabulados mensalmente e organizados conforme intervalos de classe de frequncia de intensidade e foram transformados em grficos. Usamos alguns anos (1980 1990) como referncia para escolha dos anos-padro chuvoso, seco e habitual que ilustram a variabilidade do regime pluviomtrico entre os postos. PALAVRAS CHAVES: Precipitao pluviomtrica; planejamento e distribuio.

  • 7

    ABSTRACT This paper presents the variation of rainfall for the Southwest and West of Gois, considering the daily, monthly and annual (total) from two stations in two counties in the region. The goal is to determine the variations of precipitation in months and years, and compare two different stations located on different geographical conditions. The research perspective is given by the observation that rainfall in the region show mean annual equivalent for different points, but with uneven distribution throughout the year. To know qualitatively the variability of the distribution of rainfall and allow to improve environmental planning and agriculture. To conduct the survey used the rain gauge network data provided by the ANA (National Water Agency) and selected climatic stations that had the best complete historical series, preferably in a municipality of Ipor (area on the edge of the sedimentary basin of Parana) and another within the basin (area of the plateau in Gois). The data are tabulated monthly and organized according to class intervals of frequency and intensity were graphed. We use some years (1980 - 1990) as a reference for choosing the standard wet years, dry and normal to illustrate the variability of rainfall between the stations KEY WORDS: Rainfall; planning and distribution.

  • 8

    INTRODUO

    Este trabalho tem como objetivo analisar a distribuio de chuvas mensais e

    anuais no perodo de 1980 a 1990 em dois postos pluviomtricos instalados nas Regies

    Sudoeste e Oeste de Gois, sendo um no municpio de Ipor e o outro no municpio de

    Montividiu, para conhecermos melhor as influncias dessas precipitaes nos dois

    municpios. Ipor localiza-se na borda da Bacia Sedimentar do Paran, sendo que parte do

    municpio foi instalada em uma regio identificada como Arco Magmtico de Gois.

    O Municpio de Montividiu localiza-se sobre a Bacia Sedimentar do Paran, nas

    reas onde afloram a formao Serra Geral e as Formaes Irati e Corumbata do Grupo Passa

    Dois, composto basicamente por folhelhos, rico em fsseis de mesossauros, alm de depsitos

    sedimentares recentes. De classificao climtica que define o clima do Estado de Gois

    como Tropical Semi-Umido e que o Estado e as Regies Oeste e Sudoeste esto sujeitas a

    mudanas bruscas, ocasionados pelo sistema de correntes perturbadas.

    Para a anlise comparamos os dados pluviomtricos dos postos, instalados sobre

    condies geogrficas distintas, considerando os valores dirios, mensais e anuais de uma

    srie histrica para conhecermos melhor os ndices de chuvas sobre os dois municpios.

    Verificamos a diferenciao de distribuio de chuvas para reas sob o mesmo

    regime climtico visto que os postos estudados esto sobre a mesma regio, avaliando se os

    fatores de superfcie como o relevo e as massas de ar so responsveis por uma possvel

    variao no regime de chuvas. Onde a precipitao pluviomtrica constitui, entre os

    elementos atmosfricos aquele que apresenta maior interesse da sociedade. As esferas

    socioeconmicas e at mesmo culturais mantm uma relao de troca e dependncia com esse

    elemento.

    Segundo Nery e Parizotto (2007) as quantidades relativas de chuvas, seu regime

    sazonal ou dirio e a intensidade de chuvas individuais so algumas das caractersticas que

    afetam direta ou indiretamente a populao, a economia e o meio ambiente em que vivemos.

    Devido a esse interesse pela sociedade e a facilidade de registrar as chuvas, em comparao

    aos outros elementos do clima, tem-se o acumulo de informaes, dados histricos, de vrios

    pontos do territrio brasileiro, principalmente nas reas mais povoadas.

    O estudo da precipitao pluviomtrica serve h uma srie de atividades, tanto nas

    reas urbanas, quantos nas rurais. Zavatine (1998) aponta a relao de dependncia entre a

  • 9

    dinmica climtica e consequetemente o ritmo das chuvas com a produo de energia no

    Brasil. Considerando que o Brasil possui grande parte de sua base energtica relacionada s

    usinas hidroeltricas fundamental o estudo do regime de chuvas nas bacias de captao.

    Para Conti (1975) o estudo da chuva particularmente atraente, devido

    dependncia que possumos com esse fenmeno. Vrios autores relacionam as chuvas

    dinmica do ambiente, considerando a mesma como fundamental nas trocas de energia dentro

    do sistema (SANTOS, 1993; NETO E BAPTISTA, 1995; BOIN, 2000). O trabalho de

    Salami (1996) relaciona a condies climticas e, principalmente as chuvas com a dinmica

    fsico-qumica de um rio.

    Para Monteiro (1963) os quadros climticos regionais esto relacionados com os

    sistemas dinmicos transientes, com os elementos da paisagem geogrfica, tais como o relevo,

    a latitude, a maritimidade e a continentalidade. Assim a pluviosidade condicionada pela

    dinmica atmosfrica em relao ao relevo que, atravs de sua compartimentao, promove a

    distribuio espacial da chuva. Para a regio em estudo pretende-se identificar se o relevo

    pode ser um fator proeminente da diferenciao da frequncia de chuvas ao longo do perodo

    ( 19980-1990), considerando que a regio possa estar em regime de transio da ao da

    massa de Ar Polar e a massa de Ar Equatorial Continental.

    A verificao da sazonalidade do regime de chuva, dentro de abordagem regional

    ampla, realizada em outras regies, principalmente no Sul e Sudeste do Brasil, com destaque

    para o trabalho de Souza e Galvani (2007), que estudaram a distribuio das chuvas para

    duas cidades do Norte do Paran e verificaram que anlise pontual da frequncia que permite

    visualizar diferentes aspectos de distribuio das chuvas nessas localidade prximas uma da

    outra.

    Para as constataes dos nossos objetivos foram confeccionados quadros e

    grficos para analisar e entender os dados encontrados junto a ANA ( Agencia Nacional das

    guas) das informaes sobre as chuvas nos anos de 1980 a 1990.

    A pesquisa, bsica e aplicada, sobre a variao de precipitao nos municpios de

    Ipor e Montividiu nas regies Sudoeste e Oeste de Gois tem como meta o exerccio da

    cincia e do estudo de um tema relevante para a sociedade e o meio cientfico, alm da

    insero de um acadmico na iniciao cientfica. Os resultados podem contribuir para o

    entendimento do regime pluviomtrico da regio e pautar pesquisas mais aprofundadas, com

    maior nmero de postos pluviomtricos, para a real interpretao da freqncia e

    variabilidade das chuvas para a rea de estudo.

  • 10

    1. MECANISMOS DE TEMPO E PRECIPITAO

    1.1 Precipitao

    Para uma compreenso terica sobre a precipitao esta sendo apresentado como

    se forma a precipitao (chuva), onde os estudos iniciaram com o entendimento da atmosfera

    do planeta, para a compreenso dos fatores meteorolgicos e geogrficos, depois seguindo por

    massas de ar predominante na Amrica do sul e predominante na regio centro-oeste.

    1.1.1 Atmosfera

    Os fenmenos atmosfricos determinam as condies do tempo que um estado

    momentneo da atmosfera num determinado local, que influencia os elementos climticos de

    um local como dito para a compreenso dos fatores meteorolgicos e geogrficos.

    Monteiro (1964) apud Alves (2008) referencia na questo da dinmica climtica

    no Brasil por que trata do conforto entre a analise meteorolgica e a geogrfica, conforme se

    segue:

    Apesar das diferentes escalas de tempo ou espao, desde analise comparativas de vrios anos tomados como padres representativos da circulao de um continente, nas variaes sazonais, dentro de um ou alguns anos numa regio, at a analise episdica de um fenmeno local ser necessria continuidade da seqncia. Por coerncia com a noo de sucesso de que se reveste o carter geogrfico do clima. Porque s o encadeamento dos estados atmosfricos mostra os tipos esquematizados na analise meteorolgica procedente, em suas perspectivas reais revestidas de suas infinitas gradaes e facetas, tambm, pela sucesso que se percebem as diferentes combinaes dos elementos climticos entre si e suas relaes e com os demais elementos do quadro geogrfico. a seqncia que conduz ao ritmo, e o ritmo e essncia de analise da dinmica. (Monteiro, 1969, p.13).

    De acordo com Dias (2007) chama-se troposfera (atmosfera terrestre) a camada

    composta por radiao, gases e material particulado (aerossis) que envolve a Terra e se

    estende por centenas de quilmetros acima da superfcie. Assim responsvel por fornecer

    sensaes fsicas que sentimos no dia a dia, como o calor, o frio, entre outros.

  • 11

    nesta camada de ar da atmosfera, especificamente na troposfera ( 12 km da

    superfcie terrestre) que se formam as nuvens, que so agregados de gotculas de gua muito

    pequena, de cristais de gelo, ou uma mistura de ambos, com suas bases acima da superfcie

    terrestre, sendo formada pelo movimento vertical do ar mido. Sendo classificadas pelas

    estruturas, forma, aparncia, e sua altura na atmosfera tambm classificadas pelos seguintes

    critrios, nuvens cirriformes com aparncia fibrosa, estratiformes, apresentam camadas e

    nuvens cupuliformes que apresentam empilhadas. (AYOADE, 1986).

    Nesta formao de nuvens, de acordo com Silva Dias (1979) e Justi da Silva

    (2003), preciso ocorrer um processo de ascenso do ar. O ar sobe se resfria e o vapor dgua

    condensa para formar gotas que caem depois como chuva. Este ar pode ser levantado

    espontaneamente se for aquecido por contato direto com a superfcie aquecida pelo sol.

    Quando uma frente fria se desloca levantando o ar mais quente, isso provoca nas

    nuvens a chuva que est associada passagem da frente. O clima local determina o regime de

    chuvas de um local, sendo uma mistura de fatores locais e remotos. Portanto sempre que

    vemos chuva, isso quer dizer que o vapor dgua se condensou para formar gotas de gua

    liquida ou que houve formao de gelo diretamente do vapor ou por congelamento de gotas de

    gua.

    O ar tem peso e este denominado presso atmosfrica, quanto mais denso for o

    ar, maior ser a presso exercida por ele. no nvel do mar que o ar encontra-se mais denso,

    mais concentrado, ento a presso atmosfrica maior nessa rea. Conforme aumenta a

    altitude o ar torna-se menos denso mais rarefeito e consequentemente a presso exercida por

    ele diminui(BRANCO 2003). Dias, (2007) Essas regies de alta presso tm como

    caractersticas ventos calmos e associadas a massas de ar frio chamadas de anticiclones.

    (SILVA, 1979)

    A temperatura da superfcie terrestre esta ligada com o aquecimento da superfcie

    atravs da incidncia dos raios solares. Sendo que a atmosfera comporta uma quantidade de

    vapor de gua, e existe um momento em que o limite de armazenar o vapor de gua se esgota

    transformando a atmosfera num momento de saturao.

    O ar pode ser classificado em: ar seco, ar mido e saturado, existe uma presso de

    saturao do vapor dgua sendo que a presso atmosfrica a soma do vapor dgua e os

    diversos constituintes da atmosfera, portanto a presso de saturao no depende da presso

    atmosfrica e sim da temperatura. (AYOADE,1991).

    Segundo Ayoade (1991) o vapor dgua possui um destacado papel nas funes

    da atmosfera destacando-se: o vapor d gua dando a origem a todas as formas de condensao

  • 12

    e precipitao atmosfrica, e desempenha a tarefa de regular a temperatura da superfcie, pois

    absorve tanto a radiao solar quanto a terrestre. Assim a umidade se divide em:

    A umidade absoluta, que medida em gramas de vapor por metro cbico, a massa de vapor dgua existente na unidade de volume de ar. Variando com o decorrer do dia, estao do ano ou regio do planeta; A umidade especifica do ar a relao entre a massa de vapor dgua e a massa do ar (mido), que contem, em razo do vapor dgua diminuir com a altitude, umidade especifica tambm diminui com a altitude. A umidade relativa do ar tem relao percentual existente entre a quantidade de vapor dgua realmente contida no ar e a quantidade mxima que ele poder suportar, na presso e temperatura em que o ar se encontra. (AYOADE,1986. P 35).

    Segundo Silva,(1979) a regio tropical tem um excesso de energia gerada pela

    incidncia dos raios solares, e as regies polares tm um dficit de energia. O ar frio dos plos

    e o ar quente dos trpicos e subtrpicos esto separados pelas chamadas frentes. Quando o ar

    frio avana para o equador, a frente denominada frente fria, e quando avana para os plos a

    frente denominada de frente quente.

    Segundo Cavalcanti, (2009) As frentes frias afetam o tempo na Amrica do sul

    durante o ano todo, geralmente se deslocam de sudoeste para nordeste sobre o continente e

    oceano Atlntico adjacente. Durante o inverno esses sistemas so acompanhados de massas de

    ar de latitudes altas que causam geadas e friagens em reas agrcolas no sul do Brasil. No

    vero as frentes frias avanam para o norte, em algumas vezes elas interagem com o ar mido

    e quente tropical produzindo conveco profunda e organizada e chuvas fortes sobre o

    continente provocando precipitao em excesso e inundaes, deslizamentos de encostas e

    ventos fortes e granizo.

    Portanto a precipitao se forma quando uma nuvem no pode mais conter o

    excesso de umidade condensada, sendo originadas das nuvens as gotas de chuva ou gotas de

    gua, flocos de neve, gro de gelo precipitam atravs da gravidade. (AYOADE,1986).

    Pode-se, de acordo com o autor supracitado, classificar a precipitao em trs

    tipos principais, tomando-se por base a maneira de elevao do ar.

    Conveco a chuva originada das correntes ascendentes, quando ocorre um forte aquecimento desigual na superfcie , chamadas de chuvas de vero sendo chuvas passageiras e em reas restritas, e so passageiras. Frontal - so formadas por trs tipos de frentes que provocam a chuva frontal, que se dividem em: frentes quentes - geralmente chuvas finas e generalizadas, frentes frias aguaceiros localizados e freqentes, frentes estacionarias chuvas leves e prolongadas. E as orogrficas a formao de nuvens orogrficas quando o vento sopra de encontro a uma montanha provocando um levantamento do ar que ocorre as correntes ascendentes promovendo a chuva abundante. (AYOADE,1986. P 40).

  • 13

    Segundo Ayoade, (1986), em meteorologia, o termo precipitao usado para

    qualquer deposio em forma liquida ou slida e derivada da atmosfera. Refere se s vrias

    formas liquidas ou e congeladas de gua como chuva, neve, granizo, orvalho, geada e

    nevoeiro. Contudo somente a chuva e a neve contribuem significantemente com os totais de

    precipitao.

    1.2 Massas de ar

    Segundo Hare (1963) Apud. Ayoad (1986) massa de ar pode ser definida, como

    um grande corpo de ar horizontal e homogneo deslocando-se como uma entidade

    reconhecvel e tendo tanto origem tropical quanto polar. As massas de ar se originam em

    reas onde existem condies que favorecem o desenvolvimento de corpos de ar horizontais e

    uniformes.

    A atmosfera est em constante movimento. O movimento atmosfrico a soma do

    movimento em relao a superfcie da terra e movimento em conjunto da terra ao girar em seu

    eixo. A circulao primaria a circulao geral da atmosfera, sendo os padres de larga escala

    ou globais de vento, de presso, que se mantm ao longo do ano ou se repetem sazonalmente.

    Barry e Chorley (1976).

    Tambm em reas suficientes estagnao da circulao da atmosfera para permitir

    que a massa de ar adquira a umidade e as propriedades trmicas da superfcie subjacente, as

    principais reas produtoras de massas de ar no mundo no so somente homogenias, mas so

    caracterizadas por circulaes anticiclonicas que favorecem o desenvolvimento da

    uniformidade trmica horizontal exigida numa massa de ar. (TREWARTHA,1968)

    Segundo Viana (2006) apud Alves, (2008), as interaes entre a circulao geral

    da atmosfera e suas caractersticas de superfcie so responsveis pela formao da massas de

    ar , dos sistemas frontais, das zonas de convergncia e das zonas de instabilidade e os

    sistemas atmosfricos que atuam na Amrica do sul so os seguintes:

    Massa Tropical Atlntica (mta) - tem origem no anticiclone do Atlntico, localizado no oceano Atlntico nas imediaes do tropico de Capricrnio e exerce enorme influencia sobre a parte litornea do Brasil. Tem como caractersticas as altas temperaturas e umidade com ventos predominantes do leste-noroeste. Ao adentrar o continente a (mta), sofre um processo de continentalizaao, originando um ramo chamado de massa tropical continentalizada, com temperatura mais elevada e umidade baixa.

  • 14

    Massa tropical continental (mtc) origina-se na depresso do Chaco, e abrangendo uma rea limitada e permanece em sua rea de origem o ano todo. Esta massa de ar fica responsvel pelo aquecimento da regio no vero sendo quente e seca. Massa equatorial continental ( mEc) como o centro de origem na parte ocidental da Amaznia , os Doldrums, que domina a parte noroeste da Amaznia , durante o ano. Formada em baixas presses equatoriais, tendo como caractersticas principais altas temperaturas e umidade. Massa equatorial Atlntica (mEa) dominando a parte litornea da Amaznia e no nordeste, sendo quente e mida em algumas ocasies do ano. Sendo originada no Oceano Atlntico. Massa polar Atlntica (mPa) origina-se de um anticiclone polar migratrio que se orienta norte sul, na cordilheira dos Andes. Transformando em Massa polar Atlntica, se deslocando em direo sul-sudeste, produzindo avanos de sistemas frontais, tendo atuao no inverno. (ALVES, 2008, p.25)

    1.2.1 Massas de ar que atuam na regio centro-oeste

    Na regio centro-oeste predomina a massa tropical Atlntica (mTa), que devido a

    ala de um anticiclone no Atlntico sul , atua o ano inteiro. No vero quando entra em contato

    com continente, sofrendo um aquecimento basal, e tambm pelo sistema orogrfico do

    Atlntico. No inverno ocorre um resfriamento basal, aumentando a estabilidade superior,

    ocorrendo um bom tempo. (STEINKE, 2004 apud ALVES,2008,P 58).

    A Massa Equatorial Continental (mEc), tendo sua origem na plancie da

    Amaznia, quente e mida. No vero se desloca para o interior do continente, atingindo a

    regio centro-oeste, provocando elevaes na temperatura, umidade e precipitaes.

    (STEINKE, 2004 apud ALVES,2008,P 60).

    Segundo Nimer (1989) apud Alves (2008, p.394), a situao de bom tempo para

    regio centro-oeste, sugere mudanas bruscas, relacionando com as correntes perturbadas,

    destacando as correntes perturbadas do oeste, de linhas de instabilidades tropicais (IT),

    sistemas de correntes perturbadas do norte, da zona de convergncia intertropical (CIT),

    sistemas de correntes perturbadas do sul, do anticiclone polar e frente polar Atlntica (FP).

    Os sistemas de correntes perturbadas do oeste ocorrem das invases de ventos do

    oeste a noroeste, trazidos por linhas de instabilidades tropicais (IT), at a regio centro-oeste,

    no final da primavera e inicio do outono. Quando se est no centro da linha da (IT),o ar em

    convergncia provoca trovoadas e chuvas no interior do Brasil na estao de vero.

    A origem deste sistema parece estar relacionada com o movimento ondulatrio da

    frente polar Atlntica (FPA), em contato com o ar quente da zona tropical formando uma ou

    mais linhas de instabilidade no continente. Aps sua formao, ocorre uma movimentao

  • 15

    numa extrema mobilidade, seguindo para o equador elas se deslocam para o leste e tambm

    para o sudeste com nuvens e formaes de chuvas tropicais com antecedncia de 24 horas.

    Ento, o sistema de circulao perturbada do oeste se caracteriza por uma freqncia de

    tempos instveis (NIMER, 1989 apud ALVES 2008, p394, 396).

    Segundo Nimer 1989 apud Alves, (2008 p.396), as correntes perturbadas do norte

    provocam as chuvas de Doldrum da convergncia intertropical (CTI), chegam no vero,

    inverno, outono ao norte de Gois e Mato Grosso, com mxima no outono. Na primavera,

    com a ZCIT localizada ao norte do Equador geogrfico, no ocorrendo chuvas de Doldrum na

    regio centro-oeste.

    Portanto o sistema de correntes perturbadas do sul, que apresentado pela invaso

    do anticiclone polar tendo sua ao bem distinta na regio centro-oeste, no inverno e vero.

    No vero o aprofundamento e a expanso da baixa do chaco dificulta, ou impede a penetrao

    do anticiclone polar (provocador de chuvas frontais e ps frontais), ao norte da regio centro-

    oeste. Nesta poca aps transpor a cordilheira dos Andes a frente polar Atlntica (FPA);

    avana para o nordeste em sua extremidade meridional, alcanando a regio centro-oeste pelo

    sul e sudeste de Mato Grosso, onde em contato com a baixa do Chaco, entra em frontolise

    (dissipa-se), ou recua como frente quente, mantendo-se, contudo, em frontogenese (em

    avano), ao longo do litoral. Assim no centro ao norte da regio centro-oeste, no vero fica

    ausente s chuvas frontais. (NIMER, 1989 apud ALVES 2008, p.396).

    No inverno, o anticiclone polar fica mais forte, e consegue transpor a cordilheira

    dos Andes, e a FP acaba atingindo o Mato Grosso com orientao NWSE. A clula de baixa

    presso abandona o Chaco e se refugia sobre o Acre e a Bolvia. A baixa presso do interior

    desloca-se para o continente no sentido NE e E, provocando chuvas frontais e ps frontais em

    toda a regio durante um a trs dias. Depois da passagem a regio fica sobre domnio do

    anticiclone polar, com o cu limpo e pouca umidade e forte queda na temperatura, geralmente

    durante dois dias, aps os quais retornam regio centro-oeste, os ventos estveis e

    relativamente quentes do anticiclone subtropical ( NIMER, 1989 apud ALVES, p 396-397).

    Desse modo Nimer (1989) apud Alves, (2008, p. 397), conclui que apesar do setor

    setentrional da regio centro-oeste, ser atingido pelas chuvas do norte da CTI no vero,

    outono e inverno. Sendo pouco frequentes, no chegam a participar do regime trmico, nem

    mesmo no regime pluvimetro. Os sistemas de circulao que so de fato responsveis pelas

    condies do tempo e de clima na regio centro-oeste so: o sistema circulao estvel, do

    anticiclone do Atlntico sul, o sistema de correntes perturbadas de W a NW das instabilidades

  • 16

    tropicais e o sistema de correntes perturbadas de S e SW da FPA, sucedidas geralmente, pelo

    anticiclone polar, com um bom tempo, seco e temperaturas amenas e frias.

  • 17

    2. PROCEDIMENTOS, MATERIAIS E MTODOS

    2.1 Caracterizando a rea de estudo

    O tema deste trabalho indica que os dois postos pluviomtricos esto inseridos na

    regio denominada politicamente de Oeste de Gois, consideramos este ttulo para agregar a

    idia que os municpios esto bastantes prximos um do outro (sentido da dinmica climtica

    regional), o municpio de Montividiu integrante da micro-regio denominada Sudoeste

    Goiano e Ipor esta na regio que leva o seu nome, micro-regio de Ipor.

    Os postos de coletas escolhidos para o estudo esto instalados, como mencionado,

    nos municpios de Ipor e Montividiu. O primeiro localizado a 162556 Sul e 510445

    Oeste, altitude de 617 m, identificado pelo nmero 01651001, operou de 01/09/1973 at

    01/11/2008. O segundo posto pluviomtrico, instalado em Montividiu, localiza-se a 1719

    42 Sul e 511539 Oeste, altitude 746 m, identificado pelo nmero 01751004, operou de

    01/06/1974 at 01/12/2006. Os postos se distanciam em 100 Km (em linha reta).

    A rea de estudo compreende duas feies geolgicas distintas, enquanto Ipor

    localiza-se na borda da Bacia Sedimentar do Paran, sendo que parte do municpio foi

    instalada em uma regio identificada como Arco Magmtico de Gois (FUCK et al, 1994

    apud NAVARRO e ZANARDO, 2007). O Municpio de Montividiu localiza-se na Bacia

    Sedimentar do Paran, nas reas onde afloram a formao Serra Geral e as Formaes Irati e

    Corumbata do Grupo Passa Dois, composto basicamente folhelhos, rico em fsseis de

    mesossauros, alm de depsitos sedimentares recentes (PREMAOR et al, 2006).

    O relevo das reas responde as feies geolgicas descritas. O relevo em partes do

    municpio de Ipor suavemente ondulado e apresentando afloramentos desgastados do arco

    magmtico, com vertentes mais abruptas e elevaes de 850 m contrastando com a mdia de

    altitude do municpio que de 600 m. Em Montividiu o relevo varia de plano nos chapades

    mais elevados, constituindo a maior parte do municpio (mdia 850 m) para as reas

    suavemente onduladas que so recortados pela rede hidrogrficas que ao longo do tempo

    escavou de forma concordante e discordante os depsitos sedimentares da Bacia do Paran,

    nessas reas os rios formam pequenos canyons na paisagem, provocados, sobretudo pelo

    processo de escavao remontante dos Rios Caiap e Verde e seus afluentes. A indicao das

  • 18

    coordenadas geogrficas do posto pluviomtrico de Montividiu aponta que o mesmo se

    encontra na borda de um desses rios.

    A ocupao, uso do solo, segue a lgica da prpria caracterstica do relevo, em

    Ipor predomina as pastagens e a economia tem sua base na pecuria de corte e de leite

    desenvolvidas de forma extensiva, alm do comrcio que atende aos outros municpios da

    micro-regio. Para Montividiu predomina a agricultura mecanizada, introduzida na dcada de

    80 e que ocupam os extensos chapades goianos, os produtos mais cultivados so soja e milho

    e recentemente foi introduzida cana-de-acar.

    Devido ao tipo de ocupao a regio de Ipor apresenta-se mais preservada,

    caracterizada por vrias reas com remanescentes do cerrado. J na regio de Montividiu

    pouco sobrou de remanescentes de cerrado, nem mesmo reas de reserva legal.

    Para efeitos de classificao climtica para o Estado de Gois consideramos a

    proposta de Nimer (1989), que define o clima do estado de Gois como Tropical Semi-Umido

    e que o Estado e a Regio Centro Oeste esto sujeitas a mudanas bruscas, ocasionados pelo

    sistema de correntes perturbadas. O estudo de Alves e Specian (2008) indica que o clima de

    Ipor primeiro mido com moderado dficit de gua no inverno e grande excesso no

    vero.

    O clima da Regio Centro Oeste dominado por uma srie de sistemas

    atmosfricos, como destaque para massa Tropical Atlntica (mTa) que, devido ao

    persistente do anticiclone do Atlntico Sul, possui atuao relevante durante o ano todo, sendo

    que no inverno, o resfriamento basal aumenta a estabilidade superior, contribuindo para a

    ocorrncia de bom tempo (STEINKE, 2004). O autor afirma ainda que durante o vero a

    massa Equatorial Continental (mEc) em conjunto com outros sistemas responsvel pelo

    aumento de umidade e chuvas na regio.

    Vale destacar que o regime de chuvas tpico do ambiente de cerrado, com chuvas

    abundantes de outubro a maro e meses secos de abril a setembro. Esses dados sero

    comprovados nos grficos apresentados no decorrer do trabalho.

  • 19

    Mapa 01: Localizao do Municpio de Montiviu. Fonte: Atlas Climatolgico do Estado de Gois Goinia: LOBATO, J,V. ET all. Ed. UFG, 2002

  • 20

    Mapa 02:. Localizao do Municpio de Ipor . Fonte: Adaptado do IBGE

  • 21

    Mapa 03: Precipitao Pluvial Anual (mm) perodo 1945 1990. Fonte: Atlas Climatolgico do Estado de Gois Goinia: LOBATO, J,V. ET all. Ed. UFG, 2002

  • 22

    2.2 Materiais.

    Para a realizao desta pesquisa os materiais que sero utilizados so os seguintes:

    Dados de precipitao de dois postos pluviomtricos nas regies Sudoeste e Oeste

    de Gois, um no municpio de Ipor (rea inserida na borda da bacia sedimentar do Paran) e

    outro posto para as reas mais elevadas no interior da bacia, conhecido regionalmente como

    Chapado Goiano.

    Os postos foram escolhidos, ainda, segundo a uma srie histrica que apresentam

    a maior srie e com menor nmero de falhas, selecionados os anos de 1980 a 1990. Os dados

    de precipitao foram adquiridos junto a Agncia Nacional de guas (ANA) atravs do site

    www.hidroweb.ana.gov.br.

    Outro material utilizados foi o Software Excel para tabulao e anlise

    estatstica dos dados de precipitao, alm da confeco de grficos de freqncia de chuvas.

    2.3 Mtodos e Tcnicas:

    Para atingir os objetivos propostos de analisar a distribuio de chuvas e a

    correlao entre os dois postos pluviomtricos, atravs da aquisio dos dados de chuvas

    junto a ANA, tabulao e classificao dos dados utilizando o software excell, atravs de

    construo de planilhas dirias, mensais e anuais do perodo de estudo.

    A organizao dos dados permite verificar para cada ms o percentual de dias com

    ocorrncia de precipitao em relao aos dias analisados e confeccionar histogramas de

    variaes, para cada um dos meses, de forma a mostrar a distribuio da precipitao e

    tambm a frequncia com o qual cada um dos intervalos de classe de precipitao se repetiu,

    conforme metodologia apresentada por Soriano e Galdino (2002).

    Para comparar os nveis de distribuio de precipitao entre os postos

    pluviomtricos foram escolhidos alguns anos com os dados completos para confeco de

    grficos mensais e anuais de espacializao de chuvas para os dois postos.

    Com o apoio do referencial terico foram identificados os anos padro e

    analisadas as consequncias para o regime pluviomtrico da regio, classificando os em anos-

    padro chuvoso, seco e habitual.

  • 23

    2.4 A escolha dos anos padro

    Durante a realizao do trabalho para a escolha dos anos padro, foram utilizadas

    as informaes adquiridas juntos a ANA, com os quantitativos das precipitaes dos anos de

    1980 a 1990 dos postos de Ipor e Montividiu para a confeco de grficos e a escolha dos

    anos padro, classificando-os em anos padro chuvoso, seco e habitual.

    Inicialmente foi utilizado os dados para a confeco de uma planilha cromtica

    para definir as distribuies das chuvas conforme o percentual de participao do total mensal

    em relao ao ano, para isso foi utilizado clculos de regra de trs: valor total anual=100%,

    valor total mensal= x, ou valor total mensal X 100/valor total anual. (Ver quadro 01, 02 e 03)

    Em seguida utilizou-se o programa Excel para confeccionar os grficos de barras

    com os ndices mensais, para o conhecimento das mdias anuais e consequentemente a

    definio dos anos padro que um dos objetivos desse trabalho.

    Aps a confeco dos quadros 01, 02 e 03 percebe que aparece mais de um ano

    padro seco, chuvoso e habitual, e para a escolha desses trs anos, foi analisado as quadriculas

    mensais em cada ano, e com isso fica estabelecido os anos chuvosos de 1989 para Montividiu

    e Ipor, 1985 como ano seco para o municpio de Ipor e 1990 para Montividiu, e como ano

    habitual o ano 1986 para os dois municpios.

    2.5 Anos Padro

    Na prtica da anlise rtmica em climatologia conveniente a utilizao de anos-

    padro (ou perodos padro), conforme props Monteiro (1973), pois so amostras

    verdadeiras dos diferentes tipos de tempo ocorridos sobre um dado local (ou regio) e revelam

    os encadeamentos rtmicos que os diversos sistemas atmosfricos ali esto envolvidos.

    Como em nosso pas as caractersticas climticas predominantes so do tipo

    tropical ou subtropical, compreensvel que a chuva seja o elemento climtico com melhor

    capacidade de traduzir as variaes rtmicas presentes num dado ano, ou as que se alternam de

    um ano para outro, seja ele um ano civil, agrcola, ou relativo a qualquer outra conveno

    peridica. Explica-se, assim, a preponderncia de temas ligados pluviosidade na maioria dos

    estudos de climatologia geogrfica realizados no Brasil. Porm, como lembra Monteiro

  • 24

    (1971), a fim de manter o carter geogrfico da anlise, a caracterizao de um ano-padro

    (ou perodo-padro) no pode estar presa somente s informaes quantitativas (meros totais

    anuais ou mensais, por exemplo), devendo tambm considerar certos critrios qualitativos,

    especialmente aqueles ligados ao ritmo de sucesso dos estados atmosfricos ou, em outras

    palavras, variao diria do tempo meteorolgico num ponto da superfcie terrestre.

    Segundo Barros (2009) possvel afirmar que, de maneira geral, a Climatologia

    Separativa (ou Tradicional) se utiliza de dados reais e os transforma em abstratos, j que os

    mesmos so convertidos em valores mdios e, portanto, tornam-se desprovidos de seu

    significado real. J a Climatologia Sinttica (ou Dinmica) procura analisar as variaes dos

    elementos do clima atravs de dados concretos, preferencialmente dirios, na tentativa de

    alcanar as seqncias rtmicas que explicam tais variaes. Assim, a perspectiva da

    Climatologia Geogrfica dinmica e parece no haver dvida que o seu paradigma o

    ritmo. Entretanto, a abordagem da Climatologia Dinmica no exclui a da Climatologia

    Tradicional.

    Por um lado, a abordagem tradicional quantitativa demanda longos perodos de

    observao e de registro dos fenmenos meteorolgicos, ao passo que o tratamento dinmico

    qualitativo usa amostras cronolgicas do tempo atmosfrico que melhor representem a

    realidade climtica (episdios, perodos, anos-padro). Por outro lado, os valores mdios de

    longas sries temporais so capazes de apontar as tendncias, as freqncias e as amplitudes

    dos diversos elementos climticos no espao geogrfico.

    Porm, a verdadeira compreenso do ritmo climtico s ser possvel se os

    valores mdios forem deixados de lado, para que os extremos sejam visualizados e

    considerados como parte integrante da realidade climtica de um lugar. Por esta razo, o que

    de fato importa qual ser o tratamento estatstico a ser aplicado aos elementos climticos

    observados, coletados e armazenados pela rede meteorolgica de uma dada regio. Tambm

    importante a maneira pela qual os resultados obtidos sero analisados, pois a retirada de

    amostras em Climatologia Geogrfica vai alm de uma mera anlise quantitativa. Ela

    depende, sempre, da capacidade do pesquisador em definir, do ponto de vista rtmico, o que

    habitual e o que excepcional na sua rea de estudo. E, tal definio, est diretamente ligada

    sucesso dos estados atmosfricos, ou seja, ao conceito climtico de Sorre (1951).

    O tratamento dinmico no invalida nem substitui o tradicional, mas representa,

    sim, um complemento necessrio ao aprofundamento dos conhecimentos climatolgicos da

    Terra, uma vez que as duas tcnicas de anlise, que devem andar juntas, assumem atitudes

    diferentes em suas projees no tempo e no espao (MONTEIRO, 1969, p. 14).

  • 25

    Como este trabalho objetiva-se analisar a distribuio espao-temporal das chuvas

    numa escala mensal, trimestral, sazonal, anual e interanual, buscando detectar os padres de

    distribuio pluvial existentes a partir de sua gnese e dinmica. Para tanto, ser utilizada a

    metodologia de anlise rtmica proposta por Monteiro (1971) para trs anos-padro,

    habitual, seco e chuvoso, na tentativa de explicar o ritmo climtico. (BALDO 2009).

    Segundo Tavares (1976), anos padres secos ou Chuvosos no se referem aos

    totais anuais de chuvas, mas a distribuio delas no decorrer do ano. O ano padro seco

    caracterizar-se-ia por uma distribuio das precipitaes que apresentasse um grande desvio

    em relao aos dados mdios, em funo de perodos com intensa falta de chuvas, enquanto o

    ano padro chuvoso deveria suas discrepncias ao excesso de chuva em relao aos dados

    mais frequentes e o ano padro normal, (aqui chamado de habitual), seria aquele em que a

    distribuio da precipitao anual de um determinado lugar fosse semelhante a distribuio

    das precipitaes mdia, obtidas atravs de vrios anos para esse local.

  • 26

    3. ANLISE E DISCUSSO DOS RESULTADOS

    3.1 Variabilidade e tendncias anuais dos valores extremos das chuvas nos postos de

    Ipor e Montividiu.

    Aps o tratamento estatstico dos dados pluviomtricos dos postos de Ipor e

    Montividiu referentes ao perodo histrico escolhido (1980 a 1990), foram calculados os

    totais anuais de chuvas em cada posto, bem como suas mdias, desvios padro e coeficientes

    de variao que passaram a representar, respectivamente, as duas regies que compem a rea

    de estudo.

    Quadro 01 Desvios padro (positivos e negativos) em relao mdia anual histrica do ano de 1980 1990. Fonte: dados fornecidos pela ANA, e organizado por Hugo Alves 2010.

    Ipor desvio

    Montividiu desvio

    ano total mm % ano total mm %

    1980 2025,70002 417,1 25,9 1980 1338,7 -158,4 -10,6

    1981 1227,6 -381,0 -23,7 seco 1981 1347,6 -149,5 -10,0

    1982 1432,39998 -176,2 -11,0 1982 1947,7 450,6 30,1

    1983 2143,49999 534,9 33,3 1983 1593,0 95,9 6,4

    1984 1379,59998 -229,0 -14,2 Tendncia seco 1984 1180,6 -316,5 -21,1 seco

    1985 1171,00001 -437,6 -27,2 seco 1985 1386,8 -110,3 -7,4

    1986 1614,59998 6,0 0,4 habitual 1986 1568,9 71,8 4,8 habitual

    1987 1394,49999 -214,1 -13,3 1987 1639,7 142,6 9,5

    1988 1605,8 -2,8 -0,2 habitual 1988 1474,6 -22,5 -1,5 habitual

    1989 2272,10003 663,5 41,2 chuvoso 1989 2103,6 606,5 40,5 chuvoso

    1990 1427,69999 -180,9 -11,2 1990 887,0 -610,1 -40,8 seco

    total 17694,5 total 16468,2

    mdia 1608,59091 mdia 1497,1 desvio padro 374,041762

    desvio padro 337,353944

    coef. Variao 23,3

    coef. variao 22,5

    Os resultados mostraram que a mdia histrica anual de chuvas para as regies

    estudadas so diferentes sendo 2272,1mm para a regio de Ipor e de 2103,6mm para

    Montividiu percebendo uma diferena mnima entre as duas, com maior ndice para Ipor.

    (quadro 01). O ano com maior mdia pluviomtrica foi o de 1989.

  • 27

    Em contrapartida, o ano com a menor mdia anual de chuvas foi 1990 para

    Montividiu com 887,0mm, seguido pelo ano de 1984 com 1180,6mm, e o ano de 1985 para

    Ipor com 1171,00001mm, seguido do ano de 1981 com 1227,6mm (quadro 01).

    Outra analise que se pode fazer entre as mdias dos anos estudados (1980-1990)

    para Ipor de 1608,59091mm, com um desvio padro de 374, 041762mm tendo uma

    variao de 23,3mm. E para Montividiu em mdia 1497,1mm com um desvio padro de

    337, 353944mm com uma variao de 22,5mm.

    Fazendo-se a compensao dos desvios padro positivos e negativos dos postos e

    para toda a srie histrica, obtiveram-se resultados que sintetizam o saldo pluviomtrico de

    cada ano nas duas regies (quadro 01). Embora no passe de um exerccio estatstico, foi

    possvel observar que o ano com maior saldo positivo para Montividiu foi o de 1989, seguido

    pelos anos de 1982 e de 1987, e para Ipor foram 1989, seguidos pelos anos de 1983 e 1980.

    Em contrapartida, os anos com os maiores saldos negativos para Montividiu foram os de

    1990, 1984 e 1980 e para Ipor foram 1985, 1981 e 1984. Isto j d uma idia aproximada de

    quais anos foram mais chuvosos ou mais secos na rea.

    3.2 Distribuio das chuvas nos postos de Ipor e Montividiu.

    Ao nvel de detalhamento mensal, os grficos mensais e anuais com os valores

    mdios indicaro, a princpio, a existncia de dois perodos pluviais bem distintos na rea de

    estudo. O perodo chuvoso tem incio no ms de outubro e termina no ms de maro,

    enquanto que o perodo de estiagem vai do ms de abril at o ms de setembro, indicando,

    portanto, seis meses de chuvas volumosas e outros seis de chuvas bem menos volumosas.

    Entretanto, a passagem da estao chuvosa para a seca, ou vice-versa, se d de maneira

    gradual, ou seja, os volumes de chuvas vo diminuindo ou aumentando com o passar dos

    meses, at chegaram aos valores mximos, quando, da em diante, recuam gradativamente at

    atingirem aos valores mnimos.

    Estas caractersticas pluviais, por sua vez, esto intimamente ligadas ao dos

    diversos sistemas atmosfricos que agem sobre os municpios de Ipor e Montividiu, cujos

    movimentos rtmicos vo moldando os meses e estaes do ano na rea, do ponto de vista da

    pluviosidade

  • 28

    Quadro 02 Mdia anual cromtico histrica do ano de 1980 1990 Do Municpio de Montividiu. Fonte: dados fornecidos pela ANA, e organizado por Hugo Alves 2010.

    Quadro 03 Mdia anual cromtico histrica do ano de 1980 1990 Do Municpio de Ipor. Fonte: dados fornecidos pela ANA, e organizado por Hugo Alves 2010.

    1980 2025,7

    1981 1227,6 ESCALA

    1982 1432,4 20,0%

    1990 1427,7 meses jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez

    Aps a anlise da distribuio espacial dos valores mdios de chuvas nas escalas

    temporais discutidas anteriormente, realizou-se, ento, verificao dos totais anuais de chuvas

    nos anos de 1980 a 1990 da srie histrica. Este procedimento, alm de auxiliar na

    visualizao da distribuio das chuvas nos municpios estudados, garantiu, tambm, a

    identificao prvia dos anos mais chuvosos, bem como dos mais secos, para a futura seleo

    dos anos padro. Tais interpolaes, nos quadros 02 e 03, foram confeccionadas no excel, de

    1980 1338,7

    1981 1347,6 ESCALA

    1982 1947,7 20,0%

    1990 887,0 meses jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez

  • 29

    maneira que se pode comparar um ano ao outro ou dentro de um mesmo ano, seja ele

    chuvoso, habitual ou seco.

    Aprofundando a anlise, foi detectado que o total de chuvas nas datas estudadas

    foram 17694.5mm para Ipor e 16468.2mm par Montividiu com isso nota-se que o ano mais

    chuvoso de toda a srie histrica foi 1989 para Ipor e para Montividiu, com grandes volumes

    de chuvas detectadas pelos postos em estudo. Nestes anos os volumes totais chegaram a

    ultrapassar os 2272.10003mm em Ipor e 2103.6 mm em Montividiu, sendo assim apontado

    como anos-padro para os dois municpios.

    Por outro lado, os anos de 1990, 1984 e 1980 para Montividiu e 1985, 1981 e

    1984 para Ipor, nesta ordem, se destacaram como sendo os mais secos, tendo em vista que,

    alm dos valores mais baixos de chuvas em relao aos dos demais anos, nestes, os menores

    valores pluviomtricos, tal e qual ocorreu nos anos mais chuvosos, tambm tiveram

    distribuio generalizada, atingindo os dois municpios, e como os perodos de seca foram

    melhor distribudos entre os meses foi escolhido o ano de 1985 para Ipor e o ano de 1990

    para Montividiu como o representante do ano-padro seco nas regies.

    O ano de 1986, com um volume de 1614,59998mm para Ipor e 1568,9 para

    Montividiu e 1988, com 1605,8 para Ipor e 1474,6mm para Montividiu aparecem com uma

    harmonia maior na distribuio de chuvas nas regies estudadas, pois nesses anos as chuvas

    foram menos volumosas que nos anos chuvoso e mais volumosas do que nos anos secos e ele

    foi equiparado nas duas regies, com isso o ano de 1986 foi escolhido como anos-padro

    habitual devido a aproximao entre os resultados e as precipitaes demonstradas no quadro

    01.

    3.2.1 Variaes mensais da pluviosidade

    Durante as pesquisas e analises dos dados percebe-se que existe uma variao

    inter anual, no Municpio de Ipor tendo uma variao no ano de 1985 de 1171,00001mm

    para o ano de 1983 de 2143,49999mm distanciando muito os ano chuvosos dos secos, mesmo

    assim esses valores refletem que as chuvas so bem distribudas no perodo histrico

    estudado. E para Montividiu apresentou-se uma variao maior no ano de 1989 foi de

    2103,6mm para o ano de 1990 de 887.0mm. Com essas informaes verifica-se que em Ipor

  • 30

    no perodo estudado as chuvas foram melhores distribudas e as variaes entre os anos so

    menores que Montividiu. Como podemos verificar nos grficos 03, 04 e 05.

    Grfico 03 - Pluviosidade Mdia anual para Montividiu (1980 1990). Fonte: dados fornecidos pela ANA, e organizado por Hugo Alves 2010.

    Grfico 04- Pluviosidade Mdia anual para Ipor (1980 1990). Fonte: dados fornecidos pela ANA, e organizado por Hugo Alves 2010.

  • 31

    Grfico 05- Pluviosidade Mdia anual para Ipor e Montividiu (1980 1990). Fonte: dados fornecidos pela ANA, e organizado por Hugo Alves 2010.

    Tambm atravs de analises dos resultados sobre dados e os grficos verificou

    que o desvio padro e as mdia anuais dos dois postos so parecidas, mas com resultados um

    pouco diferentes sendo que o total do perodo estudado para Ipor de 17694,5mm e para

    Montividiu de 16468,2mm, e os desvios padres para Ipor 374,041762 enquanto para

    Montividiu de 337,353944, tornando os coeficientes de variao de 23,3 para Ipor e 22,5

    para Montividiu. O quadro 01 mostra que durante os anos estudados os desvios em milmetros

    aparecem do positivo ao negativo para os dois postos.

    Quanto a participao mensal para a relao total anual, ela de suma

    importncia, pois durante as precipitaes mensais que se chega a mdia anual, e os grficos

    de precipitao anual confrontando Ipor e Montividiu colaboraram para a concluso das

    mdias anuais em alguns anos estudados como 1980, em Montividiu o grfico mostra que os

    meses de chuva caracterizado entre outubro e abril neste ano tiveram mdias mensais nos

    ms de fevereiro 432.7mm, maro de 79.9mm e no perodo de seca nos meses de junho com

    23.6mm e agosto com 1.4mm. J em Ipor o ano de 1980, nos meses de fevereiro teve a

    mdia de 560.4mm, maro 102.2mm, mas tambm teve o ms de junho com 55.2mm e agosto

    com 0mm, esses dados mostra que os dois postos caracterizam os dois perodos bem

    parecidos caracterizando o ano e dividindo-o em duas estaes bem definidas.(grfico 06 no

    anexo)

  • 32

    3.3 Anos-padro chuvoso

    A variao pluviomtrica descritas no grfico anual mostra que o ano de 1989 o

    ano mais chuvoso para os dois postos estudados, visto que a analise mensal tambm deixa

    claro que os volumes elevados bem distribudos durante todos os meses do ano o caracteriza

    como ano-padro chuvoso.

    Em Montividiu o ano de 1989 apresentou um total de 2103.6mm durante todo o

    ano e tendo como o ms coma precipitao mais elevada o ms de dezembro com 694mm e

    julho com a menor precipitao que de 15.6mm. mesmo no perodo de menos chuvas o ano

    aparece com chuvas bem distribudas por todo o ano como nos mostra os grficos 04 e 15 (no

    anexo).

    J em Ipor que tambm tem como o ano padro chuvoso o ano de 1989 entre os

    estudados, as chuvas tambm esto bem distribudas durante todo o ano com uma diferena

    que os ndices apresentados so um pouco maiores tendo um total anual de 2272,10003mm

    com o ms mais chuvoso que o ms de dezembro com 805.5m e o menos chuvoso o ms de

    julho com 21.5mm, tambm podendo ser verificado nos grficos 05 e 15(no anexo).

    Fazendo uma breve analise fica claro que o ano de 1989 chuvoso para os dois

    municpios com uma variao um pouco maior para Ipor.

    O grfico abaixo mostra que nas analises trimestrais o perodo de chuvas esto

    definidos nos dois municpios e vo aumentando gradualmente de outubro a abril, e

    aparecendo com maior volume para Ipor, mesmo os dois postos estando em regies bem

    prximas.

    Grfico 01- Pluviosidade Mdia trimestral para Ipor(1988 1989). Fonte: dados fornecidos pela ANA, e organizado por Hugo Alves 2010.

    Grfico 02- Pluviosidade Mdia trimestral para Montividiu (1988 1989). Fonte: dados fornecidos pela ANA, e organizado por Hugo Alves 2010.

  • 33

    3.4 Anos-padro seco

    Os anos-padro seco no foram os mesmo para os municpios estudados. Aps

    analises dos grficos e dos quadros aqui apresentados pde-se verificar que a variao de

    chuvas era bem diferente nos postos estudados e o que ficou estabelecido pela pesquisa que

    o ano-padro seco para Ipor o ano de 1985 e para Montividiu o ao de 1990.

    Em Montividiu o ano de 1990 apresentou um total de chuvas de 887.0mm, com o

    ms de novembro com maior ndice de chuvas sendo 153mm e o ms de junho como o mais

    seco com 1mm de chuva, e tendo um perodo de estiagem que vai de fevereiro a setembro.

    Em Ipor o ano de 1985 apontado como ano-padro seco, pois apresentou um

    total de chuvas 1171,0001 tendo o ms de janeiro como o mais chuvoso com 486.6mm e um

    prolongado perodo de estiagem que vai de abril a outubro e tendo agosto como o mais seco

    com 1.4mm.

    Diante dos resultados dos dois postos, apesar de ser o ano-padro seco Ipor

    apresenta maior ndices de chuvas do que o municpio de Montividiu.(grficos 05 e 16-anexo)

    3.5 Anos-padro habitual

    Como aconteceu na escolha dos anos-padro chuvoso o ano de 1986 foi apontado

    como ano-padro habitual para os dois municpios estudados. Podendo notar que as chuvas

    foram bem distribudas por todo ano.

    No municpio de Ipor foi encontrado um total de chuva neste ano de 1.614.6mm,

    e dezembro como o ms mais chuvoso com 427.3mm, e os meses de junho e julho como os

    menos chuvosos do ano com 0mm, e apresentou um desvio positivo em 0.4%.

    Em Montividiu foi detectado um total de chuvas de 1.568.9mm, tendo dezembro

    como o ms mais chuvoso com 396.5mm e junho como o menos chuvoso com 0mm, tendo

    um desvio tambm positivo de 4.8%.

    Os resultados obtidos nos anospadro habituais so bem parecidos, com pouca

    diferena entre os postos estudados, e mesmo o perodo de estiagem teve poucas variaes

    entre os municpios. Mesmo assim o municpio de Ipor apresenta maior nmero de chuvas

    durante o ano, podendo ser verificados nos grficos 05 e 12(no anexo) e no quadro 01.

  • 34

    4. CONSIDERAES FINAIS

    A idia inicial desta pesquisa foi construda com o objetivo de analisar a

    distribuio da precipitao pluviomtrica mensal e anual para dois postos pluviomtricos

    instalados nas Regies Sudoeste e Oeste de Gois, sendo um em Ipor e outro em Montividiu.

    Onde os mesmos se encontram instalados sobre condies geogrficas distintas, considerando

    os valores dirios, mensais e anuais de uma srie histrica (1980 a 1990).

    Para que os objetivos fossem alcanados procurou-se atravs de pesquisas na

    internet a Agencia Nacional das guas (ANA) disponibilizou um grande volume de dados

    pluviomtricos, com os quais possibilitaram o inicio das anlises j relatados. Com eles os

    trabalhos com confeco de grficos e quadros demonstraram que o tratamento a eles aplicado

    foi adequado e assegurou o mximo de fidelidade aos valores reais de chuvas das reas de

    estudo.

    Aps este procedimento foi gerado alguns quadros e grficos dos postos e dos

    municpios aos quais foram aplicadas tcnicas utilizadas pela Climatologia Tradicional, tais

    como a mdia, o desvio padro e o coeficiente de variao. Elas foram teis no entendimento

    do comportamento cronolgico das chuvas nas regies estudadas, em vrias escalas temporais

    de anlise, que foram: a anual, a mensal e a diria, chegando obteno dos anos-padro.

    Para a escala no nvel anual e histrico foram ainda confeccionados os quadros

    cromticos coloridos que muito auxiliaram na classificao, hierarquizao, e seleo dos trs

    anos-padro mais representativos (seco, chuvoso e habitual), no perodo 1980- 1990.

    Diante de todas as pesquisas aqui apresentadas pode se dizer que alm da

    interferncia do relevo ( no muito aprofundada neste estudo) conclui-se que as massas de ar

    tem grandes influncias nas precipitaes de chuvas, bem como na deciso dos anos padro

    que podem interferir na produo agrcola e nas questes ambientais das duas regies.

    Com a analise dos resultados verificou-se que a distribuio pluviomtrica nos

    dois municpios so iguais, ficando aqui comprovado atravs dos grficos que o anos-padro

    chuvoso para as duas regies o ano de 1989 e o anos-padro seco o de 1985 para Ipor e

    1990 para Montividiu, bem como os anos-padro habitual o de 1986 para os dois postos. E o

    conhecimento desses resultados podem contribuir muito para a agricultura, pecuria e a

    preservao do ambiental das regies estudadas.

  • 35

    Uma questo tambm verificada que no municpio de Ipor as chuvas so mais

    intensas que no municpio de Montividiu, mesmo as duas regies estando prximas e sobre a

    influncia dos mesmos fatores climticos.

    Outro fator que ficou claro nesta pesquisa que ainda tem muito o que se

    pesquisar, para conhecer mais sobre o clima, o relevo e a vegetao destas regies, mas

    tambm ela pode ajudar a futuros pesquisadores, pois os dados aqui encontrados podem

    contribuir com trabalhos sobre a precipitao, os anos-padro dos dois postos ( Ipor e

    Montividiu).

    E o mais importante das pesquisas aqui apresentadas que o autor iniciou suas

    atividades cientificas como pesquisador e com certeza contribui com sua formao e tambm

    com seu futuro profissional de professor pesquisador.

  • 36

    5. REFERNCIAS

    ALVES, E. D. L; SPECIAN, Valdir. Caracterizao do Balano Hdrico e Clima do

    Municpio de Ipor (GO). In: 1 Encontro de Divulgao da Produo Cientfica do Oeste

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    Room.

  • 39

    ANEXOS

  • 40

    Grfico 06 Frequncia de precipitao anua l 1980 dos Municpios de Montividiu e Ipor. Fonte: dados fornecidos pela ANA, e organizado por Hugo Alves 2010

    Grfico 07 Frequncia de precipitao anual 1981 dos Municpios de Montividiu e Ipor. Fonte: dados fornecidos pela ANA, e organizado por Hugo Alves 2010

    Grfico 08 Frequncia de precipitao anual 1982 dos Municpios de Montividiu e Ipor. Fonte: dados fornecidos pela ANA, e organizado por Hugo Alves 2010

  • 41

    Grfico 09 Frequncia de precipitao anual 1983 dos Municpios de Montividiu e Ipor. Fonte: dados fornecidos pela ANA, e organizado por Hugo Alves 2010

    Grfico 10 Frequncia de precipitao anual 1984 dos Municpios de Montividiu e Ipor. Fonte: dados fornecidos pela ANA, e organizado por Hugo Alves 2010

    Grfico 11 Frequncia de precipitao anual 1985 dos Municpios de Montividiu e Ipor. Fonte: dados fornecidos pela ANA, e organizado por Hugo Alves 2010

  • 42

    Grfico 12 Frequncia de precipitao anual 1986 dos Municpios de Montividiu e Ipor. Fonte: dados fornecidos pela ANA, e organizado por Hugo Alves 2010

    Grfico 13 Frequncia de precipitao anual 1987 dos Municpios de Montividiu e Ipor. Fonte: dados fornecidos pela ANA, e organizado por Hugo Alves 2010

    Grfico 14 Frequncia de precipitao anual 1988 dos Municpios de Montividiu e Ipor. Fonte: dados fornecidos pela ANA, e organizado por Hugo Alves 2010

  • 43

    Grfico 15 Frequncia de precipitao anual 1989 dos Municpios de Montividiu e Ipor. Fonte: dados fornecidos pela ANA, e organizado por Hugo Alves 2010

    Grfico 16 Frequncia de precipitao anual 1990 dos Municpios de Montividiu e Ipor. Fonte: dados fornecidos pela ANA, e organizado por Hugo Alves 2010

    Grfico 17 Frequncia de precipitao trimestral dirio 1988/1989 do Municpio de Ipor. Fonte: dados fornecidos pela ANA, e organizado por Hugo Alves 2010

  • 44

    Grfico 18 Frequncia de precipitao trimestral dirio 1988/1989 do Municpio de Montividiu. Fonte: dados fornecidos pela ANA, e organizado por Hugo Alves 2010