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DISSOLUÇÃO PARCIAL DA SOCIEDADE Marcos Puglisi de Assumpção [email protected]

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DISSOLUÇÃO PARCIAL DA SOCIEDADE

Marcos Puglisi de Assumpção [email protected]

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SUMÁRIO

Capítulo 01 SOCIEDADES - CONSIDERAÇÕES GERAIS

Capítulo 02

DA DISSOLUÇÃO DAS SOCIEDADES 02.1 – DAS CAUSAS DE DISSOLUÇÃO DAS SOCIEDADES

02.2 – DA DISSOLUÇÃO PARCIAL DA SOCIEDADE POR CAUSA MORTIS 02.3 – DA DISSOLUÇÃO PARCIAL DA SOCIEDADE PELO DIREITO DE RETIRADA

02.4– DA DISSOLUÇÃO PARCIAL DA SOCIEDADE PELA EXCLUSÃO DE UM SÓCIO 02.5– DA DISSOLUÇÃO PARCIAL A PEDIDO DO CREDOR DE UM SÓCIO

02.6– DA DISSOLUÇÃO PARCIAL DA SOCIEDADE POR RENÚNCIA DE UM SÓCIO

Capítulo 03 DA APURAÇÃO DE HAVERES

03.1 – DA APURAÇÃO DE HAVERES NAS SOCIEDADES SIMPLES E LIMITADAS 03.2 – DA APURAÇÃO DE HAVERES NAS SOCIEDADES ANÔNIMAS

Marcos Puglisi de Assumpção [email protected]

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Capítulo 01 SOCIEDADES - CONSIDERAÇÕES GERAIS

Marcos Puglisi de Assumpção [email protected]

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SOCIEDADES

CLASSIFICAÇÃO PELO FIM ECONÔMICO

O Código Civil Brasileiro classifica as sociedades que tenham um fim

econômico, em duas classes:

Sociedade Simples (não empresária)

Embora tendo uma atividade econômica, não se conceitua como uma

sociedade empresária.

Ex: Atividade intelectual

Sociedade Empresária

Aquela que tem uma atividade econômica organizada para produção

de bens ou serviços.

Ex: Comércio, indústria, etc.

OBS: Sociedades de fim Não Econômico:

Associações, Clubes, ONGs, OCIPs

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SOCIEDADES

CLASSIFICAÇÃO POR TIPO SOCIETÁRIO A sociedade simples (não empresária) pode constituir-se de 3 tipos :

• Nome Coletivo,

• Comandita Simples,

• Limitada (Simples Limitada)

• ou não adotar nenhum deles, quando então será regido pelo regime jurídico

das sociedades simples (Simples Pura)

A sociedade empresária, terá que adotar um dos cinco tipos:

• Nome Coletivo,

• Comandita Simples,

• Limitada,

• Anônima,

• Comandita por Ações.

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SOCIEDADES

CLASSIFICAÇÃO - RESUMO

Nosso estudo se concentrará em estudar 4 tipos societários:

• 1. Sociedades simples puras

• 2. Sociedades simples limitadas

• 3. Sociedades empresárias limitadas

• 4. Sociedades empresárias anônimas

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SOCIEDADE DE PESSOAS vs. SOCIEDADE DE CAPITAL Intuitu Personae - Intuitu Pecuniae

Sociedade de Pessoas (Intuitu personae) - características: • Os sócios, ao se associarem, escolhem-se mutuamente, justamente

por já se conhecerem;

• Terceiros, ao se relacionarem com a sociedade, têm mais em linha de

conta as pessoas dos sócios.

Sociedade de Capital (Intuitu pecuniae) - características: • Os sócios, ao se associarem, destacam mais o capital aportado do

que as relações pessoais;

• Os terceiros, ao se relacionarem com a sociedade, atentam antes

para o capital social do que para as pessoas dos sócios.

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Sociedade de Pessoas vs. Sociedade de Capital

SOCIEDADE DE PESSOAS:

1. Sociedades Simples Puras: Escritórios de advocacia

2. Sociedades Simples Limitadas: Consultórios médicos

3. Sociedades Empresárias Limitadas FECHADAS (caráter híbrido):

3.1. Clinicas médicas

SOCIEDADE DE CAPITAIS:

3. Sociedades Empresárias Limitadas ABERTAS (caráter híbrido):

3.2. Sociedades Holdings

4. Sociedades Empresárias Anônimas

4.1. FECHADAS: Indústrias

4.2. ABERTAS : Bancos

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SOCIEDADES

CLASSIFICAÇÃO - RESUMO Nosso estudo passará a estudar 6 tipos societários:

SOCIEDADE DE PESSOAS:

• 1. Sociedades (não empresárias) Simples Puras

• 2. Sociedades (não empresárias) Simples Limitadas

• 3. Sociedades empresárias Limitadas Fechadas

SOCIEDADE DE CAPITAL:

• 4. Sociedades empresárias Limitadas Abertas

• 5. Sociedades empresárias Anônimas Fechadas

• 6. Sociedades empresárias Anônimas Abertas

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SOCIEDADES EMPRESÁRIAS LIMITADAS REGÊNCIA SUPLETIVA

O Código Civil reconhecendo o caráter híbrido da sociedade limitada, permite que

a autonomia privada molde-a conforme o interesse dos sócios.

• No Silêncio do Contrato Social:

Prevalecerá o caráter de uma sociedade de pessoas (intuitu personae):

A sociedade será regida pela regra das Limitadas, e

As regras da sociedade Simples funcionam como “Regra Geral”.

• O Contrato Social opta pela regência supletiva das regras da sociedade anônima:

Prevalecerá o caráter de uma sociedade de capitais (intuitu pecuniae):

A sociedade será regida pela regra das Limitadas, e

Supletivamente pelas regras da sociedade Anônima.

As regras da sociedade Simples funcionam como “Regra Geral” (*)

(*) Importante observar que mesmo que o contrato social de uma sociedade limitada estipule a regência

supletiva pela lei das anônimas, na hipótese em que essas regras descaracterizarem o tipo societário das

limitadas, deve-se entender que as regras da sociedade simples, funcionam como regra geral.

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SOCIEDADE NÃO EMPRESÁRIA (SIMPLES) - RESUMO

SOCIEDADE NÃO EMPRESÁRIA

INTUITU REGÊNCIA

1. Simples pura Sociedade de pessoas (Intuitu personae puro)

Lei das sociedades Simples Responsabilidade ILIMITADA dos sócios

2. Simples Limitada Sociedade de pessoas

(Intuitu personae puro) Lei das sociedades Limitadas, Lei das sociedades Simples funciona como regra geral Responsabilidade LIMITADA dos sócios ao Capital Social

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SOCIEDADE EMPRESÁRIA - RESUMO

SOCIEDADE EMPRESÁRIA

INTUITU REGÊNCIA

3. Limitada Fechada Sociedade de pessoas (Intuitu personae)

Lei das sociedades Limitadas, Lei das sociedades Simples funciona como regra geral Responsabilidade LIMITADA dos sócios ao Capital Social

4. Limitada Aberta Situação intermediária entre sociedade de pessoas e sociedade de capital.

Lei das sociedades Limitadas, Contrato Social OPTA pela regência supletiva pela lei das Anônimas, Lei das sociedades Simples funciona como regra geral. Responsabilidade LIMITADA dos sócios ao Capital Social

5. Anônima Fechada Sociedade de capital (Intuitu pecuniae mitigado)

Lei das sociedades Anônimas Responsabilidade LIMITADA dos sócios à sua quota Social

6. Anônima Aberta Sociedade de capital (Intuitu pecuniae puro)

Lei das sociedades Anônimas Responsabilidade LIMITADA dos sócios à sua quota Social

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Capítulo 02 DAS CAUSAS DA DISSOLUÇÃO DAS SOCIEDADES

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DISSOLUÇÃO TOTAL DAS SOCIEDADES - CAUSAS

• Término do prazo de duração;

• Falência;

• Mútuo consenso;

• Não atendimento ao objeto social;

• Existência de um único sócio (CCJ acaba de aprovar Limitada Unipessoal);

• Causas previstas no contrato ou estatuto;

• Anulação do contrato ou da constituição da sociedade;

• Extinção da autorização para funcionar;

• Decisão administrativa governamental (Ato do príncipe).

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DISSOLUÇÃO PARCIAL DAS SOCIEDADES - CAUSAS

02.5 - Renúncia (Direito das Coisas) 1275, II CC 1275, II CC 1275, II CC SAs Fechadas

Causas de Código Civil Lei

Dissolução Parcial de Sociedades Sociedades Sociedades Sociedades

Simples Limitadas Anônimas

02.1 - Morte de Sócio 1028 Não regula (1028 CC)

Não regula

02.2 - Direito de Retirada 1029 1077 (1029 CC)

137, 221, 236, 256, 264

02.3 - Exclusão de Sócio (expulsão) 1030 1085 (1030 CC)

107

02.4 - Liquidação de cota a pedido de credor de sócio

1026 Não regula (1026 CC)

Não regula

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Capítulo 02.1 DA DISSOLUÇÃO PARCIAL DAS SOCIEDADES

PELA MORTE DE UM SÓCIO

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DISSOLUÇÃO PARCIAL – CAUSA MORTIS

Sociedade: Dissolução Causa Mortis:

Simples Pura

Simples Limitada

Limitada Fechada

Limitada Aberta

(*) Art. 1032 CC: A Morte de sócio, não exime, ou a seus herdeiros, da responsabilidade pelas obrigações sociais anteriores, até dois anos após averbada a resolução da sociedade.

(**) Art. 1808 CC: Não se pode aceitar ou renunciar a herança em parte, sob condição ou a termo.

1. Regra Geral: Silêncio do Contrato (art. 1028 caput – opção dos demais sócios):

a) Dissolução parcial com redução de capital e Pagamento aos herdeiros dos haveres do sócio falecido, ou

b) Dissolução Total

2. Com cláusula específica ou acordo:

a) Substituição do sócio falecido pelos seus herdeiros: (Recomendável... Porém!) [observar aspectos de

responsabilidade societária (*) e renúncia à herança (**) - Herdeiros podem abdicar de seus direitos e optar pela apuração de seus haveres ]

b) Aquisição das quotas do sócio falecido pela sociedade e/ou pelos demais consócios: sem redução de capital.

Anônima Fechada

Anônima Aberta

As ações transmitem-se diretamente aos sucessores do sócio falecido seguindo o rito do direito das sucessões. Não há dissolução parcial da sociedade nem apuração de haveres.

Responsabilidade societária não de transmite! Melhor tipo societário

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APURAÇÃO DE HAVERES NA DISSOLUÇÃO CAUSA MORTIS

Sociedade: “Marcos Zero” para cálculo dos haveres

“Marcos Zero” para cessação dos direitos políticos e patrimoniais

Simples Pura

Simples Limitada

Limitada Fechada

Limitada Aberta

Data de falecimento do sócio

Registro da alteração contratual na Junta Comercial (e pagamento dos haveres aos herdeiros)

O inventariante fica com os direitos até então.

Anônima Fechada

Anônima Aberta

Não há cálculo de haveres, pois as ações se transmitem aos herdeiros

O inventariante fica com os direitos até a partilha quando estes são transferidos aos herdeiros.

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Caso de divórcio ou falecimento de cônjuge de sócio:

Art. 1.027 CC. Os herdeiros do cônjuge de sócio, ou o cônjuge do (... sócio) que se separou judicialmente (...se divorciou), não podem exigir desde logo a parte que lhes couber na quota social, mas concorrer à divisão periódica dos lucros, até que se liquide a sociedade.

Os herdeiros do cônjuge de sócio e o cônjuge divorciado, continuarão como sócios da sociedade e somente quando da liquidação da sociedade ou de sua quota social, estará obrigado a trazer à sobrepartilha o que então lhe couber, caso já esteja o inventário encerrado. Do ponto de vista prático, essa esdrúxula situação não é confortável para nenhuma das partes. Por essa razão é aconselhável introduzir no contrato social cláusula que regule esse fato: ou liquida-se de vez as quotas cabentes aos herdeiros ou ao cônjuge, ou define-se quorum para aceitá-los como sócios. Obs: Exclui-se dessa regra os casamentos sob a égide do regime da separação total, já que a morte do consorte, ou o divórcio, em nada refletirá sobre as quotas sociais que o sócio detenha na sociedade.

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Capítulo 02.2 DA DISSOLUÇÃO PARCIAL DAS SOCIEDADES

PELO DO DIREITO DE RETIRADA

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DIREITO DE RETIRADA:

O Direito de Retirada ou Direito de Recesso é a prerrogativa que um sócio tem de desligar-se da sociedade mediante recebimento de seus haveres do patrimônio social. Pelo exercício do Direito de Retirada haverá redução do patrimônio da sociedade e, consequentemente, do capital social pela liquidação das quotas do sócio retirante. Art. 1032 CC: A retirada de um sócio, não o exime da responsabilidade pelas obrigações sociais anteriores, até dois anos após averbada a resolução da sociedade, nem pelas posteriores, em igual prazo, enquanto não se requerer a averbação. Conclusão: Requerer a imediata averbação de sua retirada da sociedade.

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DISSOLUÇÃO PARCIAL PELO DIREITO DE RETIRADA:

Sociedade de Prazo Indeterminado

Dissolução parcial pelo Direito de Retirada:

Simples Pura Direito de retirada imotivado (exercido com 60 dias de antecedência) - Aplica-se o art. 1029 CC

Simples Limitada

Limitada Fechada

Limitada Aberta (*)

Direito de retirada imotivado (*) (notificar com 60 dias de antecedência) - Aplica-se o art. 1029 CC.

Direito de retirada motivado (notificar a sociedade 30 dias após o ato que dissentiu) – Aplica-se o art. 1077 CC.

Anônima Fechada

Anônima Aberta

Direito de retirada somente motivado nas 11 situações, adiante numeradas, previstas na lei 6404/76 . (a seguir)

Obs: Nas sociedades Anônimas fechadas, instituídas com intuitu personae há a possibilidade do direito de retirada ser exercido pela quebra da affectio societatis.

Obs 01: Nas sociedades Simples e Limitadas, ambas de prazo determinado, o direito de retirada somente pode ser exercido provando-se judicialmente a “justa causa”.

Obs: Em todos os casos de exercício do direito de retirada deve estar atendido os principio da boa fé objetiva e da função social dos contratos (arts. 421 e 422 CC).

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DIREITO DE RETIRADA NAS SAs:

A lei das SAs em seus arts. 136, I a VI e IX, e 137, 236, 256, 264 e 221, elencou, como causas de recesso, as seguintes: (numerus clausus):

1. criação de ações preferenciais ou aumento de classes de ações preferenciais existentes, sem guardar proporção com as demais classes de ações preferenciais, salvo se já previstos ou autorizados pelo estatuto;

2. alteração nas preferências de vantagens e condições de resgate ou amortização de uma ou mais classes de ações preferenciais, ou criação de nova classe mais favorecida;

3. redução do dividendo obrigatório;

4. fusão da companhia, ou sua incorporação em outra;

5. participação em grupo de sociedades (art. 265);

6. mudança do objeto da companhia;

7. cisão da companhia;

8. desapropriação de controle de sociedade de economia mista (art. 236);

9. incorporação de todas as ações, para conversão em subsidiária integral (art. 256, § 2°);

10. incorporação de companhia controlada (art. 264, § 3°);

11. transformação da sociedade (art. 221).

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Apuração de Haveres na Dissolução Parcial pelo Direito de Retirada:

Sociedade: “Marcos Zero” para cálculo dos haveres

“Marcos Zero” para cessação dos direitos políticos e patrimoniais

Simples Pura

Simples Limitada

Limitada Fechada

Limitada Aberta

Retirada extrajudicial (motivada ou imotivada): Data da notificação da sociedade.

Retirada judicial (sempre motivada): Data da citação da sociedade da ação de dissolução parcial e apuração de haveres.

Retirada extrajudicial (motivada ou imotivada): Data do Registro da alteração contratual na Junta Comercial e pagamento dos haveres ao retirante.

Retirada judicial (sempre motivada): Trânsito em julgado da ação de dissolução parcial e apuração de haveres.

Anônima Fechada

Anônima Aberta

Retirada extrajudicial (sempre motivada): Data da notificação à sociedade.

Retirada judicial (sempre motivada): Data da citação da sociedade da ação de exercício de direito de recesso e apuração de haveres.

Retirada extrajudicial (sempre motivada): Data do pagamento dos haveres e registro no livro de ações.

Retirada judicial (sempre motivada): Trânsito em julgado da ação de exercício de direito de recesso e apuração de haveres.

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Capítulo 02.3 DA DISSOLUÇÃO PARCIAL DAS SOCIEDADES

PELA EXCLUSÃO DE UM SÓCIO

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EXCLUSÃO DE UM SÓCIO:

Direito de Retirada: Objetiva a proteção do sócio minoritário. Exclusão de um sócio: Objetiva a proteção da sociedade. Base: Princípio da conservação da empresa. Todos os casos de não adimplemento de um sócio pelos deveres sociais, não importando se com ou sem culpa, incluem-se como falta de dever de colaboração social caracterizadora de falta grave (art. 1030 CC) ou atos de inegável gravidade (art. 1085 CC), para justificar a exclusão desse sócio inadimplente. Art. 1032 CC: A exclusão de um sócio, não o exime da responsabilidade pelas

obrigações sociais anteriores, até dois anos após averbada a resolução da

sociedade, nem pelas posteriores, em igual prazo, enquanto não se requerer a

averbação.

Conclusão: Requerer a imediata averbação de sua exclusão da sociedade.

Marcos Puglisi de Assumpção [email protected]

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DISSOLUÇÃO PARCIAL PELA EXCLUSÃO DE UM SÓCIO:

Sociedade Dissolução parcial pela Exclusão de um sócio:

Causas comuns:

Simples Pura

Simples Limitada

Limitada Fechada

Limitada Aberta

Exclusão Extrajudicial por simples alteração contratual e deliberação dos “demais sócios”: do sócio remisso, do falido e daquele que tenha suas quotas liquidadas para pagamento de dívidas; Exclusão Judicial por decisão dos “demais sócios”: do sócio que cometer “falta grave” e por incapacidade superveniente de sócio.

Obs: os minoritários podem excluir, judicialmente, o majoritário

Exclusivamente:

Limitada Fechada

Limitada Aberta

Exclusão Extrajudicial por alteração contratual e deliberação dos “sócios que representem mais da metade do capital social”: por atos de inegável gravidade, admitindo o direito de defesa e desde que haja previsão contratual (art. 1085 CC)

Obs: somente os majoritários podem excluir, extrajudicialmente, um minoritário

Anônima Fechada

Anônima Aberta

A sociedade Anônima apenas pode excluir o sócio remisso, para tal tem 4 alternativas (art.107 LSA):

a) Mantendo o estado de sócio: i) execução judicial ou extra;

b) Via exclusão extrajudicial do sócio através de: ii) venda da posição acionária via Bolsa de Valores; iii) aquisição da posição acionária utilizando-se de lucros e reservas; iv) redução do capital, somente após um ano.

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APURAÇÃO DE HAVERES NA EXCLUSÃO DE UM SÓCIO:

Sociedade: “Marcos Zero” para cálculo dos haveres

“Marco Zero” para cessação dos direitos políticos e patrimoniais

Simples Pura

Simples Limitada

Limitada Fechada

Limitada Aberta

Exclusão extrajudicial: Data do Registro da alteração contratual na Junta Comercial.

Exclusão judicial: Data da citação do sócio da ação de exclusão.

Exclusão extrajudicial: Data do Registro da alteração contratual na Junta Comercial.

Exclusão judicial: Trânsito em julgado da ação de exclusão.

Anônima Fechada

Anônima Aberta

Exclusão extrajudicial (apenas do sócio remisso): Não há apuração de haveres. Valores definidos no boletim de subscrição.

Exclusão extrajudicial (apenas do sócio remisso): Data do Registro da Assembléia Geral que determinou a exclusão do sócio.

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Capítulo 02.4 DA DISSOLUÇÃO PARCIAL DAS SOCIEDADES

PELA LIQUIDAÇÃO DE QUOTA A PEDIDO DE CREDOR DE UM SÓCIO.

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DISSOLUÇÃO PARCIAL DE SOCIEDADE PELA LIQUIDAÇÃO DE QUOTA A PEDIDO DE CREDOR DE UM SÓCIO:

Sociedade Dissolução parcial pela Liquidação da Quota a pedido de um credor de um sócio:

Simples Pura

Simples Limitada

Limitada Fechada

Limitada Aberta

A quota social é passível de penhora (CPC arts. 591 e 655, III), atendidas algumas condições prévias (1026 CC):

1ª condição: a penhora somente recairá sobre as quotas sociais se houver “insuficiência de outros bens do devedor” para sofrer a constrição. (principio da preservação da empresa)

2ª condição: antes de liquidar a quota do sócio devedor, primeiro se executem os lucros dessa sociedade, ou se a sociedade houver sido dissolvida, executa-se a parte que lhe tocar na liquidação.

Somente depois de atendidas as condições acima dar-se-á a penhora das quotas sociais, as quais serão objeto de liquidação, obedecendo ao disposto no art. 1031 CC.

Anônima Fechada

Anônima Aberta

As ações são plenamente penhoráveis, sem condições prévias.

Não há previsão de “liquidação” das ações . O credor se tornará “sócio” da sociedade.

Não haverá dissolução parcial da sociedade

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CLÁUSULAS RESTRITIVAS DE DIREITOS SOBRE AÇÕES E QUOTAS SOCIAIS:

Sociedade Cláusulas restritivas de direitos:

Simples Pura

Simples Limitada

Limitada Fechada

Limitadas Abertas

O penhor, a caução, o usufruto, o fideicomisso, a alienação fiduciária, a promessa de venda de quotas e a preferência para sua aquisição, são admissíveis se livremente cessível as quotas ou omisso o contrato à respeito.

Se houver restrição essas devem estar atendidas.

Cláusulas de inalienabilidade, impenhorabilidade e incomunicabilidade são sempre admitidas.

Anônima Fechada

Anônima Aberta

O penhor, a caução, o usufruto, o fideicomisso, a alienação fiduciária, a promessa de venda de ações e a preferência para sua aquisição, são plenamente admissíveis, assim como cláusulas de inalienabilidade, impenhorabilidade e incomunicabilidade.

Marcos Puglisi de Assumpção [email protected]

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APURAÇÃO DE HAVERES NA DISSOLUÇÃO PARCIAL DE SOCIEDADE PELA LIQUIDAÇÃO DE QUOTA A PEDIDO DE CREDOR DE UM SÓCIO:

Sociedade: “Marcos Zero” para cálculo dos haveres

“Marcos Zero” para cessação dos direitos políticos e patrimoniais

Simples Pura

Simples Limitada

Limitada Fechada

Limitada Aberta

Liquidação sempre judicial: Data do trânsito em julgado da ação de execução.

Liquidação sempre judicial: Data do trânsito em julgado da ação de execução.

Anônima Fechada

Anônima Aberta

Não há liquidação para cálculo dos haveres.

Não há dissolução parcial (não há redução de capital)

Os direitos políticos e patrimoniais transferem-se para o exequente com o trânsito em julgado da ação de execução.

Marcos Puglisi de Assumpção [email protected]

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Capítulo 02.5 DA DISSOLUÇÃO PARCIAL DAS SOCIEDADES

PELA RENÚNCIA DE UM SÓCIO.

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RENÚNCIA DE UM SÓCIO:

Além do direito de se retirar da sociedade, na forma prevista em lei ou no contrato social, o sócio tem o direito de renunciar à sua qualidade de sócio e, com isso, desligar-se da sociedade. Na renúncia, o sócio manifesta igualmente sua vontade de sair da sociedade, mas, diferentemente da retirada, não passa a ter, com tal ato qualquer direito a receber a título de haveres. Art. 1032 CC: A retirada de um sócio, não o exime da responsabilidade pelas

obrigações sociais anteriores, até dois anos após averbada a resolução da

sociedade, nem pelas posteriores, em igual prazo, enquanto não se requerer a

averbação.

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DISSOLUÇÃO PARCIAL DE SOCIEDADE PELA RENÚNCIA DE UM SÓCIO:

Sociedade Dissolução parcial pela Renúncia de um sócio:

Simples Pura

Simples Limitada

Limitada Fechada

Limitada Aberta

Anônima Fechada

Na renúncia, o sócio abdica do status socii e suas quotas passam a pertencer à sociedade, sem que ocorra qualquer desembolso por parte dela e, portanto, sem a redução do capital social.

Base art. 1275, II CC.

Anônima Aberta Mecanismo das Bolsas de Valores

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APURAÇÃO DE HAVERES NA DISSOLUÇÃO PARCIAL DE SOCIEDADE PELA RENÚNCIA DE UM SÓCIO:

Sociedade: “Marcos Zero” para cálculo dos haveres

“Marcos Zero” para cessação dos direitos políticos e patrimoniais

Simples Pura

Simples Limitada

Limitada Fechada

Limitada Aberta

Anônima Fechada

Não há cálculo de haveres Data do protocolo da renúncia perante a Junta Comercial.

A Responsabilidade Patrimonial permanece pelo período que foi sócio! (art. 1032 CC)

Anônima Aberta Sócio deve se utilizar dos mecanismos da Bolsa de Valores.

Os direitos políticos e patrimoniais transmitem-se ao comprador da ação

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Capítulo 03 CONSIDERAÇÕES SOBRE APURAÇÃO DE HAVERES

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APURAÇÃO DE HAVERES

O artigo 668 do Estatuto processual de 1939, ainda vigente, estabelece: “Se a morte ou retirada de qualquer dos sócios não causar a dissolução da sociedade, serão apurados exclusivamente seus haveres, fazendo-se o pagamento: (1) pelo modo estabelecido no contrato social (estatuto social); (2) pelo convencionado entre as partes; (3) pelo determinado na sentença”.

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1. APURAÇÃO DE HAVERES PELO MODO ESTABELECIDO NO CONTRATO

SOCIAL (ESTATUTO SOCIAL)

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1. APURAÇÃO DE HAVERES PELO MODO ESTABELECIDO NO CONTRATO SOCIAL (ESTATUTO SOCIAL)

Sociedade Cálculo da Apuração de Haveres pelo modo estabelecido no contrato social (estatuto social)

Simples Pura

Simples Limitada

Limitada Fechada

Limitadas Abertas

Podem os sócios disciplinar, no contrato social, a forma como se efetivará o pagamento dos haveres: Prazos mais longos para pagamento, correção monetária, juros, pagamento em bens ou direitos, regras para a apuração dos haveres, tais como: Balanço de determinação, fluxo de caixa descontado, valor econômico, etc.

No silêncio do contrato, o pagamento se dará na forma estabelecida no artigo 1031 CC que determina que a apuração dos haveres do sócio retirante será com pagamento em dinheiro, no prazo de 90 dias, “com base na situação patrimonial da sociedade, à data da resolução, verificada em balanço especialmente levantado”. Se o sócio retirante não aceitar, por si ou pelos seus herdeiros, o último balanço apurado, outro deverá ser feito, o chamado Balanço de Determinação, como se tratasse de dissolução total, com exata verificação física e contábil dos bens e direitos da sociedade, inclusive dos bens intangíveis como marcas, patentes, direitos, etc. (jurisprudência pacífica)

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1. APURAÇÃO DE HAVERES PELO MODO ESTABELECIDO NO CONTRATO SOCIAL (ESTATUTO SOCIAL)

Sociedade Cálculo da Apuração de Haveres pelo modo estabelecido no contrato social (estatuto social)

Anônima Fechada

Anônima Aberta

Nas SAs , o cálculo de haveres de sócio, somente é cabível, pela utilização do direito de retirada do sócio (direito de recesso) , nos 11 casos previstos em lei, ou, nas SAs fechadas, pela quebra da affectio societatis.

No silêncio do estatuto, a apuração de haveres do sócio retirante, é feito em 120 dias, com base em balanço especial de determinação, porém, caso o estatuto social assim o determine, o cálculo pode ser feito pelo chamado “valor econômico” da companhia, a ser apurado em avaliação, feita por três peritos ou empresa especializada. (art. 45 LSA).

Assim, uma vez introduzido no estatuto social, o critério de cálculo pelo “valor econômico” este prevalecerá sobre o critério de apuração patrimonial.

O valor econômico que alternativamente dispõe a lei, e que deve ser objeto de laudo de avaliação, equivale à perspectiva futura de rentabilidade da empresa (forecast profit ou fluxo de caixa descontado)

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2. APURAÇÃO DE HAVERES PELO CONVENCIONADO ENTRE AS PARTES

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2. APURAÇÃO DE HAVERES PELO CONVENCIONADO ENTRE AS PARTES

Omisso o contrato social (estatuto social) sobre o pagamento de

haveres, podem os sócios acordar sobre a forma, prazo, maneira, como se efetivará o pagamento dos haveres nos casos de dissolução parcial da sociedade (CC art. 1031, § 2º e CPC 39 art. 668) O modo convencionado pelas partes para a apuração de haveres há de surgir depois de resolvidas as causas determinativas da dissolução parcial da sociedade (judicial ou extrajudicialmente)

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3. APURAÇÃO DE HAVERES PELO MODO DETERMINADO NA SENTENÇA

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3. APURAÇÃO DE HAVERES PELO MODO DETERMINADO NA SENTENÇA

O sócio retirante, caso não concorde com o método utilizado pela sociedade, para apuração dos haveres, deverá promover ação para que esta seja feita judicialmente, e os haveres sejam pagos na forma estabelecida pelo judiciário. Se as partes recorrerem a judiciário, pode ocorrer que elas cheguem a um consenso na forma de apuração de haveres e encerrem o processo por meio de transação (CPC art. 794, II).

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Marcos Puglisi de Assumpção ASSUMPÇÃO & SANTOS – SOCIEDADE DE ADVOGADOS

www.aesadv.com.br [email protected]

Junho / 2011

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