dispositivos de drenagem para rodovias

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UNIFEV – CENTRO UNIVERSITÁRIO DE VOTUPORANGA ENGENHARIA CIVIL DISPOSITOVOS DE DRENAGEM PARA RODOVIAS

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Trabalho básico sobre dispositivos de drenagem p/ rodovias

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UNIFEV CENTRO UNIVERSITRIO DE VOTUPORANGAENGENHARIA CIVIL

DISPOSITOVOS DE DRENAGEM PARA RODOVIAS

VOTUPORANGA SP2015

UNIFEV CENTRO UNIVERSITRIO DE VOTUPORANGAENGENHARIA CIVIL

DISPOSITOVOS DE DRENAGEM PARA RODOVIAS

VOTUPORANGA SP2015

Resumo

O trabalho a seguir apresenta breve estudo sobre dispositivos de drenagem, sua importncia no visa apenas carcter estrutural, mais tambm visa a segurana na via. Uma Drenagem mal feita pode alm de diminuir a vida til do pavimento, mas tambm pode causar risco para quem trafega nela, como por exemplo aquaplanagem.Em nosso trabalho destacamos os dispositivos que ira reduzir ou at mesmo eliminar os problemas que podero ocorrer na via.

Palavra chave: Dispositivos de Drenagem para Rodovias.

ABSTRACT

The work below shows brief study of drainage devices, its importance aims not only structural, but also addresses the security on the road.A poorly draining fair can also decrease the life of the floor, but can also cause risk to anyone who travels in it, such as aquaplaning.In our work we highlight the devices that will reduce or even eliminate the problems that may occur on the road.

Key word: Drainage Devices for Highways.SUMARIO

1INTRODUO62DRENAGEM DE TRANSPOSIO DE TALVEGUES72.1Bueiros72.2Pontilhes92.3Pontes103DRENAGEM SUPERFICIAL113.1Valetas de Proteo de Corte123.2Valetas de Proteo de Aterro133.3Sarjetas de Corte143.4Sarjetas de Aterro153.5Valeta do Canteiro Central163.6Decidas dgua173.7Sadas de gua183.8Caixas Coletoras193.9Bueiros de greide203.10Dissipadores de energia213.11Dissipadores localizados223.12Dissipadores contnuos223.13Escalonamento de taludes223.14Corta-rios234DRENAGEM DO PAVIMENTO244.1Objetivo e caractersticas244.2Camada Drenante244.3Drenos Rasos Longitudinais254.4Drenos Laterais de Base264.5Drenos Transversais265DRENAGEM SUBTERRNEA OU PROFUNDA275.1Drenos Profundos295.2Drenos Em Espinha De Peixe305.3Colcho Drenante305.4Drenos sub-horizontais325.5Valetes Laterais325.6Drenos Verticais346CONCLUSO367REFERNCIA37

INTRODUO

Em rodovias temos o problema de precipitao, conduo atravs de talvegues, infiltraes e os lenis freticos que podem vir a trazer problemas pelo fenmeno da capilaridade formando a franja capilar, ento foram desenvolvidas vrias tcnicas para resolver esses problemas. Pois a m drenagem dessa gua pode acarretar vrios danos ao pavimento como a deteriorao do pavimento, e segundo Marcos Dutra de Carvalho, especialista em pavimentos, da ABCP, a exposio contnua a umidade tem como consequncias a perda de rigidez das camadas de fundao com a saturao e a degradao da qualidade dos materiais, causadas pela interao da umidade, junto com isso outros defeitos como o trincamento do pavimento e o aumento da irregularidade longitudinal com o tempo.Dentre essas tcnicas podemos dividi-las em quatro grandes grupos, drenagem de talvegues, drenagem superficial, drenagem do pavimento e drenagem subterrnea ou profunda.Nesse trabalho temos o objetivo abordar os tipos de drenagem de rodovias a fim de otimizar o escoamento e transio das guas pelo mesmo, evitando danos via, aumentando a durabilidade dos pavimentos e a segurana dos usurios.Procuraremos tambm definir, explicar e esclarecer como a drenagem feita, porque feita, e tentar exemplificar. Vamos abordar todos os grupos citados a cima, e esclarecer suas finalidades.

DRENAGEM DE TRANSPOSIO DE TALVEGUES

Tem por objetivo permitir a passagem das guas que escoam pelo terreno natural, no as interceptando, de um lado para outro do corpo estradal projetado. Assim, estes dispositivos de drenagem, isolados ou em conjunto, so estruturas projetadas para conduzir as guas dos crregos, bacias e audes interceptados pela estrada. As guas que escoam por talvegues, (Figura 1) os quais atravessam a rodovia, devem ser transpostas sem comprometer a estrutura do pavimento. Isso pode ser feito com a locao de uma ou mais linhas de bueiros sob os aterros e construo de pontilhes ou pontes transpondo os cursos d'gua.

Figura 1: TalvegueFonte: http://geodinamica.no.sapo.pt/

Podem ser separados em trs tipos: Bueiros Pontilhes Pontes

Bueiros

Os bueiros permitem a passagem das guas, cruzando as estradas. Eles so compostos de bocas e corpo. Corpo a parte localizada abaixo de cortes e aterros. As bocas constituem os dispositivos de admisso e lanamento, a montante e a jusante. No caso de o nvel da entrada d'gua na boca de montante estar situado abaixo da superfcie do terreno natural, a referida boca dever ser substituda por uma caixa coletora.Os bueiros podem possuir vrias formas, dentre elas tubulares (seo circular) e celulares (seo retangular) entre as principais, podendo haver tambm perfis especiais (elipses e ovides).Os bueiros so definidos quanto ao nmero de linhas, sendo simples, duplo e triplo, (Figura 2) com uma, duas ou trs linhas, respectivamente.Esses perfis podem ser confeccionados em concreto simples, concreto armado, chapa metlica corrugada ou polietileno de alta densidade (PEAD), alm do plstico reforado de fibra de vidro (PRFV).Pode-se classificar os bueiros quanto esconsidade. Segundo o Manual de Drenagem de Rodovias (2006) DNIT, a esconsidade definida pelo ngulo formado entre o eixo longitudinal do bueiro e a normal ao eixo longitudinal da rodovia.Os bueiros podem ser normais, quando o eixo do bueiro coincidir com a normal ao eixo da rodovia, ou esconsos, quando o eixo longitudinal do bueiro fizer um ngulo diferente de zero com a normal ao eixo da rodovia.Os bueiros devem estar sob os aterros, para a transposio dos talvegues, nas bocas dos cortes, para evitar eroso, e nos cortes, se o volume de gua for grande e superar a capacidade das sarjetas.

Figura 2: Bueiro Triplo Itatiba do Sul-RSFonte: http://tercon.com.br/

Pontilhes

Segundo Manual de Drenagem de Rodovias verso preliminar (2006), os pontilhes so obras usadas para a transposio de talvegues nos casos em que, por imposio da descarga de projeto ou do greide projetado, no possam ser construdos bueiros. O processo de construo de um pontilho, segue o mesmo roteiro pr - designado para execuo de uma ponte, onde a principal diferena entre ambas consiste na extenso.Quando para a transposio de talvegues no possvel a construo de bueiros, utilizam-se pontilhes. Os pontilhes so como pontes em dimenses menores (vos de at dez metros).

Figura 3: Pontilho DuploFonte: http:// engenhariacivil.com/box-culverts-analise-dimensionamento

Pontes

De acordo com Perci Odebrecht (2002), as pontes so construes que permitem interligar ao mesmo nvel pontos no acessveis, separados por rios , vales , ou outros obstculos naturais ou artificiais sendo construdas para permitirem a passagem, sobre o obstculo, de pessoas, automveis, trens e outros. Quando construda sobre um curso de gua, o seu tabuleiro situado a uma altura que calculada de forma a possibilitar a passagem de embarcaes com segurana sob a sua estrutura. 37

Figura 4: PonteFonte: http:// engenhariacivil.com/box-culverts-analise-dimensionamento

DRENAGEM SUPERFICIAL

O sistema de drenagem superficial tem por objetivo a captao ou interceptao e remoo das guas precipitadas, sobre as estradas e reas adjacentes, que escoam superficialmente. A gua superficial a gua que resta de uma chuva aps serem deduzidas as perdas por evaporao e por infiltrao.As guas superficiais devem ser removidas ou conduzidas para fora do corpo estradal, ou para locais apropriados de desge seguro, para evitar a sua acumulao na estrada, bem como visando proporcionar estabilidade aos macios de terra que constituem a infra-estrutura e no causar eroso nos terrenos marginais.So utilizados vrios sistemas e dispositivos de drenagem, os quais esto enunciados a seguir, que sero explanados separadamente.

Valetas de proteo de corte; Valetas de proteo de aterro; Sarjetas de corte; Sarjetas de aterro; Sarjeta de canteiro central; Descidas d'gua; Sadas d'gua; Caixas coletoras; Bueiros de greide; Dissipadores de energia; Escalonamento de taludes; Corta-rios.

Valetas de Proteo de Corte

As valetas de proteo de cortes interceptam as guas que escoam montante do talude de corte, evitando que elas saturem o solo e desencadeiem a ruptura do talude, o que geraria danos rodovia ou at acidentes. O Manual de Drenagem de Rodovias (2006)DNIT, relata que as valetas devem ser construdas paralelas s cristas dos cortes, a uma distncia entre 2,0 a 3,0 metros. O material resultante da escavao deve ser colocado entre a valeta e a crista do corte e apiloado manualmente.As valetas de proteo de cortes podem possuir sees trapezoidais, retangulares ou triangulares. As triangulares no so recomendadas para grandes vazes, pois cria um plano preferencial de escoamento da gua (favorecem a eroso do solo), as retangulares so adotadas no caso de cortes em rocha, por facilidade de execuo e as trapezoidais tm maior eficincia hidrulica.O revestimento da valeta depende da velocidade do escoamento e do tipo do solo natural. sempre aconselhvel revestir as valetas, principalmente em terrenos permeveis, que possam facilitar a infiltrao da gua e causar instabilidade nos taludes. Os revestimentos podem ser de concreto, alvenaria de tijolo ou pedra, pedra arrumada ou vegetao.

Figura 5: Valeta de Proteo de CorteFonte: http://deflor.com.br/produtos-2/sistema-de-drenagem/attachment/k7/

Valetas de Proteo de Aterro

As valetas de proteo de aterros interceptam as guas que escoam nas partes superiores dos aterros, impedindo-as de atingir o p do talude de aterro, evitando a eroso do solo, alm de conter o guas provenientes das sarjetas e valetas de corte, conduzindo-as para algum dispositivo de transposio de talvegues. De acordo com o Manual de Drenagem de Rodovias (2006) DNIT, as valetas de proteo de aterro devero estar localizadas, aproximadamente paralelas ao p do talude de aterro a uma distncia entre 2,0 e 3,0 metros. O material resultante da escavao deve ser colocado entre a valeta e o p do talude de aterro, apiloado manualmente com o objetivo de suavizar a interseo das superfcies do talude e do terreno natural. As sees adotadas podem ser trapezoidais (figura 6) ou retangulares (figura 7).O revestimento da valeta de proteo de aterro, assim como as de proteo de corte, dever ser escolhido de acordo com a velocidade do escoamento, tipo do solo ou alguma outra convenincia esttica. Os revestimentos podem ser em concreto, alvenaria de tijolo ou pedra, pedra arrumada ou vegetao.

Figura 6: Valeta de Proteo de Aterro TrapezoidalFonte: Manual de Drenagem de Rodovias (2006) DNIT

Figura 7: Valeta de Proteo de Aterro RetangularFonte: Manual de Drenagem de Rodovias (2006) DNITSarjetas de Corte

A sarjeta de corte conduz longitudinalmente as guas que precipitam sobre os taludes de corte e a plataforma da rodovia, levando-as at uma caixa coletora ou algum outro desge seguro. As sarjetas so essenciais em todos os cortes, localizadas margem dos acostamentos.As sarjetas de corte podem ter seo triangular, que tem como principal importncia a reduo de riscos de acidente, trapezoidal, para grandes vazes, e retangular, para terrenos rochosos, devido a facilidade na execuo.As sarjetas podem ser revestidas em concreto, alvenaria de tijolo, alvenaria de pedra argamassada, pedra arrumada revestida, pedra arrumada ou simples revestimento vegetal, que tem alto custo de conservao.

Figura 8: Sarjeta de CorteFonte: http:// notisul.com.br/n/geral/pr//

Sarjetas de Aterro

As sarjetas de aterro so semelhantes s de corte. Localizadas nas bordas dos acostamentos, impedem a eroso do talude de aterro, captando as guas precipitadas sobre o pavimento e conduzindo-as at as descidas de gua ou algum outro local seguro.A seo transversal pode ser triangular, trapezoidal ou retangular, sempre analisando a viabilidade e segurana, conforme discutido nos itens anteriores.Um tipo de sarjeta de aterro muito utilizada atualmente, quando se cria uma espcie de seo triangular entre o desnvel do pavimento e o meio fio, formando o meio-fio-sarjeta. Os dispositivos podem ser em concreto, CBUQ, solo betume, solo cimento ou solo.

Figura 9: Sarjeta de AterroFonte: Manual de Drenagem de Rodovias (2006) DNIT

Valeta do Canteiro Central

Os canteiros centrais so divisores de pistas muito utilizados nas rodovias em pista dupla. Esses canteiros quando cncavos necessitam desta valeta, que tem como objetivo conduzir longitudinalmente as guas que incidem sobre ela, devido precipitao sobre a pista e sobre o prprio canteiro. Essas guas so lanadas nas caixas coletoras ou bueiros de greide.As sees transversais so geralmente triangulares, podendo tambm ser usado sees semicirculares, meia cana. Outros tipos de sees so usados apenas para casos especiais ou por insuficincia hidrulica. Quanto ao revestimento, pode ser empregado qualquer tipo, como citado anteriormente, dependendo da necessidade, vazo, custo ou razes estticas. Aconselha-se sempre o uso de algum tipo de revestimento.

Figura 10: Valeta do Canteiro CentralFonte: www.br101nordeste.com.br/index.php

Decidas dgua

As descidas d'gua so os dispositivos que transpem as inclinaes do terreno, principalmente nos taludes de corte e aterro, tendo como objetivo conduzir as guas captadas por outros dispositivos de drenagem. As descidas de gua so colocadas quando as valetas e sarjetas atingem seu comprimento crtico, no caso dos taludes de corte, levam as guas da valeta de proteo de corte at uma caixa coletora ou sarjeta de corte, j no caso dos taludes de aterro, elas conduzem principalmente as guas provenientes das sarjetas de corte ou das sadas de bueiros, visando conduzir o fluxo pelo talude at o terreno natural.Dependendo da velocidade do escoamento as descidas podem ser em degraus, dissipando um pouco a energia do fluido. As sees podem ser retangulares, em calha tipo rpido ou em degraus, ou semicirculares, meia cana, construdas em concreto ou em metal. Aconselha-se evitar a construo em mdulos, que podem acarretar desjuntamento das peas.

Figura 11: Descida DguaFonte: http://comiteobrasbr116.blogspot.com.br/

Sadas de gua

As sadas d'gua ou tambm denominadas de entradas d'gua, so dispositivos de transio que conduzem as guas das sarjetas de aterro para as descidas d'gua. Elas localizam-se junto aos acostamentos, na borda da plataforma, ou em locais prprios para sua execuo, levando as guas aos pontos baixos junto s pontes, pontilhes e viadutos.As sees das sadas dgua devem permitir uma rpida captao das guas conduzindo-as s descidas d'gua de forma eficiente. A captao pode ser feita com o rebaixamento gradativo da seo. Quanto ao revestimento, as sadas d'gua podem ser de concreto ou com chapas metlicas.

Figura 12: Sada De guaFonte: http://estadodeminas.vrum.com.br/

Caixas Coletoras

As caixas coletoras coletam as guas provenientes das sarjetas, descidas dgua e reas a montante que se destinam aos bueiros de greide. Uma das caractersticas a possibilidade de inspeo dos condutos que por elas passam, para verificao de funcionalidade e eficincia.As caixas coletoras podem ser classificadas em coletoras, caixas de inspeo ou caixas de passagem, podendo ser abertas ou tampadas. As caixas coletoras localizam-se nas extremidades dos comprimentos crticos das sarjetas de corte, pontos de passagem de cortes para aterros, nas extremidades das descidas dgua de corte e nos canteiros centrais das rodovias com pista dupla, conduzindo as guas para o bueiro de greide, que garantir um desguem seguro.As caixas de inspeo so colocadas nos locais destinados a vistoriar os condutos e os drenos profundos, possibilitando a verificao do funcionamento e do estado de conservao. As caixas de passagem ficam nos locais onde houver necessidade de mudanas de dimenso, declividade, direo ou cotas de instalao de um bueiro.As caixas com tampa podem t-la removvel ou no, dependendo da funo. As caixas com tampa fixa so para finalidades coletoras e as removveis so para inspeo. As caixas com finalidade coletora no necessitam de tampa, mas apenas em locais que no comprometam a segurana do trfego.

Figura 13: Caixas Coletoras Fonte: http://lpeng.br.tripod.com/artigos/

Bueiros de greide

Os bueiros de greide so dispositivos que levam as guas captadas pelas caixas coletoras at um desgue adequado. So semelhantes aos bueiros de transposio de talvegues, s difere da fonte das guas que, nesse caso, provm de outros sistemas de drenagem e no dos cursos dgua dos talvegues.Consiste numa linha de tubos de concreto, normalmente armado, com dimetro de 0,80m, apoiado num bero de concreto magro, quase a superfcie da plataforma de terraplenagem, com objetivo de propiciar adequadas condies de desge das guas coletadas por dispositivos de drenagem superficial cuja vazo admissvel tenha sido atingida ou drenar pontos baixos. So localizados em sees mistas, passagens de corte para aterro, pontos mais baixos dos aterros e transposies de pistas quando necessrio.

Figura 14: Bueiros de graideFonte: http://www.acque.com.br/?pagina=rib-loc-aplicacoes

Dissipadores de energia

Os dissipadores de energia reduzem a energia do fluxo dgua, reduzindo a velocidade, o que diminui as possibilidades de eroso do solo ou at o desgaste do revestimento das sarjetas e valetas, principalmente quando estas so de cobertura vegetal.Os dissipadores de energia classificam-se localizados e contnuos.

Figura 15: Dissipadores de EnergiaFonte: http://ampliarambiental.blogspot.com.br/2010_10_01_archive.html

Dissipadores localizados

Os dissipadores localizados, tambm chamados de bacias de amortecimento, tm como principal funo evitar o fenmeno da eroso quando a gua encontra com o terreno natural. Esses dispositivos dissipam a energia para reduzir a velocidade da gua.Os dissipadores localizados so instalados no p das descidas dgua nos aterros, na boca de jusante dos bueiros, na sada das sarjetas de corte e nos pontos de passagem de corte-aterro.

Dissipadores contnuos

O dissipador contnuo tem a funo de reduzir a velocidade do escoamento da gua para evitar a eroso dos locais que possam comprometer a estabilidade do pavimento.Os dissipadores contnuos so encontrados nas descidas dgua, com degraus, ao longo do aterro, para escoar a gua que incide sobre a plataforma, conduzindo-a pelo talude, de forma contnua, no o afetando.

Escalonamento de taludes

O escalonamento de taludes tem a funo de dissipar a energia do escoamento das guas que incidem sobre os taludes, diminuindo a velocidade das guas limites aceitveis e reduzindo a eroso.As banquetas so os nveis do escalonamento e so providas de dispositivos de drenagem como as sarjetas de banqueta.

Figura 16: Escalonamento de TaludesFonte : http://www.isa.utl.pt/ceabn/projectos/1/1/listagemCorta-rios

Os corta-rios so canais de desvio abertos para evitar que um curso d'gua existente interfira com a diretriz da rodovia, obrigando a construo de sucessivas obras de transposio de talvegues e para afastar as guas que serpenteiam em torno da diretriz da estrada, colocando em risco a estabilidade dos aterros.

Figura 17: Escalonamento de TaludesFonte : http://www.isa.utl.pt/ceabn/projectos/1/1/listagem

DRENAGEM DO PAVIMENTO

Objetivo e caractersticas

As tcnicas de drenagem dos pavimentos, que objetivam proteg-lo contra a ao da gua, vm sofrendo grandes melhorias no decorrer dos ltimos anos. De um modo geral, essa drenagem se faz necessria, no Brasil, nas regies onde anualmente se verifica uma altura pluviomtrica maior que 1500 milmetros e nas estradas com um TMD de 500 veculos comerciais.(DNIT, 2006)As infiltraes de gua podem ocorrer de duas maneiras: provenientes de guas de chuva e vindas de lenis dgua subterrneos. Tais processos podem danificar seriamente a estrutura do pavimento se a drenagem no ocorrer.So quatro o nmero de tcnicas de drenagem utilizadas: camada drenante, drenos rasos longitudinais, drenos laterais de base e drenos transversais. As tcnicas citadas sero abordadas a seguir.

Camada Drenante

Consiste em uma camada de brita, com granulometria apropriada, localizada diretamente abaixo do pavimento e acima da base ou sub-base. A espessura de tal camada varia de acordo com o ndice de chuvas da regio e a necessidade de drenagem.

Figura 18: Camada drenanteFonte: Manual de Drenagem de Rodovias (2006) DNIT

Drenos Rasos Longitudinais

Tm por funo coletar as guas drenadas da camada e base drenante e lev-las at o local onde essas iro desaguar. O dreno longitudinal possui forma de um pentgono ou ento de um retngulo e localiza-se abaixo da camada drenante e deve ter, no mnimo, a mesma condutividade hidrulica da camada acima.Esse dispositivo tem como principal funo receber as guas drenadas pela camada drenante, conduzindo-as longitudinalmente at o local de desgue.A construo desse dispositivo torna - se necessria em duas situaes: quando no houver outra tcnica economicamente aconselhvel para estender a camada drenante a toda largura da plataforma e quando no for possvel ou aconselhvel interconectar a camada drenante com drenos longitudinais profundos que se faam necessrios aos projetos, sendo estes localizados logo abaixo da face superior da camada drenante e de modo que possa receber todas as suas guas.

Figura 19: Drenos Rasos longitudinaisFonte: http://geofoco.com.br/blog/drenagem-de-base-do-pavimento

Drenos Laterais de Base

Possuem a mesma funo dos drenos rasos longitudinais, ou seja, coletar a gua que foi drenada pela camada drenante, mas aproveitando mais sua capacidade de escoar as guas. Localizam-se entre a borda da camada drenante e a borda livre do acostamento, fazendo com que o material drenado passe a correr junto a base dos acostamentos, at chegar nos drenos laterais e serem levados para desaguar em um local seguro.

Figura 20: Escalonamento de TaludesFonte: http://www.portaldetecnologia.com.br/pavimentacao-obras/1293/

Drenos Transversais

So drenos dispostos transversalmente pista de rolamento, objetivando drenar as guas que atravessam as camadas do pavimento. Localizam-se em pontos baixos de curvas verticais e em locais onde haja guas acumuladas e que no foram drenadas pelos demais drenos.Esse dispositivo consiste na instalao de drenos cegos (sem tubos), ou com tubos ranhurados ou perfurados. Os materiais empregados nesse dispositivo, tanto quando houver tubos como quando no houver, devem possuir coeficientes de condutividade hidrulica maiores ou pelo menos iguais aos dos agregados da base drenante.

Figura 21: Drenos TransversaisFonte: http://www.alcantaraflores.com.br/sitenovo/galeria/construcao%20civil/Servico%20de%20Drenagem/index.html

DRENAGEM SUBTERRNEA OU PROFUNDA

A drenagem subterrnea ou profunda tem como objetivo interceptar o fluxo subterrneo e rebaixar o lenol fretico. A soluo de projeto de drenagem subterrnea exige segundo o 2 Edio do Manual de Drenagem de Rodovias do DNIT os seguintes tpicos: conhecimento da topografia da rea; observaes geolgicas e pedolgicas necessrias, com obtenes de amostras dos solos por meio de sondagens a trado, percusso, rotativa e em certos casos, por abertura de poos por meio de p e picareta; conhecimento da pluviometria da regio, por intermdios dos recursos que oferece a hidrologia.Para eliminar esses problemas foram desenvolvidos esses dispositivos: Drenos profundos; Drenos espinhas de peixe; Colcho drenante; Drenos horizontais profundos; Valetes laterais; Drenos verticais de areia.

Drenos Profundos

Esses drenos so instalados a cerca de 1,5 a 2 metros de profundidade, para interceptar o fluxo de gua subterrnea e aliviar o lenol fretico, em cortes em solo ou rocha, captando e escoando as guas, de forma a impedir a deteriorao progressiva do suporte das camadas dos terraplenos e pavimentos.So feitos com matrias filtrantes ( areia, agregados britados), materiais condutores ( tubos) e matrias drenantes (britas, cascalhos grossos lavados). Eles devem ser instalados onde haja o objetivo de interceptar e rebaixar o lenol fretico. Os drenos variam conforme seus elementos constituintes bem como suas classificaes. Como detalhado na seqncia.

Figura 22: Dreno ProfundoFonte: www2.uel.br/pessoal/amanthea/ctu/arquivos/estradas/pista_seca.pdf

Drenos Em Espinha De Peixe

So drenos normalmente usados em srie quando o lenol fretico estiver prximo da superfcie, e tambm quando o solo natural no for permevel. Geralmente so de pequena profundidade e por isso usados sem tubos, embora possam ser usados com tubos. Para exemplificar veja essa figura retirando da Edio do Manual de Drenagem de Rodovias do DNIT:

Figura 23: Dreno espinha de peixeFonte: Manual de Drenagem de Rodovias (2006) DNIT

Colcho Drenante

O objetivo das camadas drenantes captar a gua de pequena profundidade do corpo estradal que os drenos de espinha de peixe no possam drenar. So usados nos cortes de rocha, nos cortes em que o lenol fretico estiver prximo do greide de terraplenagem, na base de aterros onde houver gua livre prximo do aterro natural e nos aterros constitudos sobre terrenos impermeveis. E retirada da gua captada pelos colches drenantes feita por drenos longitudinais.

Figura 24: Colcho drenanteFonte: http://www.sobrenco.com.br/fernao_dias.html

Drenos sub-horizontais

Os drenos sub-horizontais so aplicados para a preveno e correo de escorregamentos nos quais a causa determinante da instabilidade a elevao do lenol fretico ou do nvel piezomtrico de lenis confinados. No caso de escorregamentos de grandes propores, geralmente trata - se da nica soluo econmica a se recorrer.So constitudos por tubos providos de ranhuras ou orifcios na sua parte superior, introduzidos em perfuraes executadas na parede do talude, com inclinao prxima horizontal.Estes tubos drenam a gua do lenol fretico , aliviando a presso nos poros. Considerando - se que mai s importante que o alvio da presso a mudana da direo do fluxo d'gua, orientando assim percolao para uma direo que contribuir para o aumento da estabilidade.

Figura 25: Dreno sub-horizontaisFonte: www.fernandanascimento.com.br/Apostila_2o_Sem_2010_Drenagem.pdf

Valetes Laterais

feito no bordo da rodovia, assim deixando as laterais da rodovia mais confiveis nas pocas de chuva. Em regies planas o dispositivo pode funcionar tanto como sarjeta como dreno profundo ao mesmo tempo.Existem casos em que se recomendam os valetes laterais formados a partir do bordo do acostamento, sendo este constitudo, de um lado, pelo acostamento e do outro pelo prprio talude do corte, processo este designado por falso-aterro.No obstante a economia obtida no sistema de drenagem estrada ficar sem acostamento confivel na poca das chuvas e nos tempos secos ter um acostamento perigoso, face rampa necessria, a no ser que haja alargamentos substanciais, o que equivale dizer que os valetes laterais vo funcionar independentemente da plataforma da rodovia.O dispositivo (valeto lateral), por outro lado, em regies planas, pode exercer sua dupla funo sem dificuldade, visto que, poder trabalhar como sarjeta e dreno profundo, ao mesmo tempo. Recomenda-se o revestimento dos taludes do canal com gramneas. A profundidade do mesmo ser de 1.5 a 2.0 m e os taludes de 3/2, quando possvel.

Figura 26: Valetes LateraisFonte: www.fernandanascimento.com.br/Apostila_2o_Sem_2010_Drenagem.pdf

Drenos Verticais

Aterros onde existem depsitos de solos moles com pouca condio de permeabilidade como argilas, siltes e turfas, onde nesses casos necessrio solues difceis e onerosas, entre essa solues entra os drenos verticais como os de areia, carto e fibro-qumicos.A opo pela soluo mais favorvel,tcnica e econmica, deve ser procedida de um amplo estudo de campo e laboratrio e de um criterioso estudo comparativo de custos.Sob o ponto de vista tcnico-econmico, a garantia da estabilidade dos aterros construdos sobre depsitos de argila mole saturada, pode normalmente ser alcanada com o uso da velocidade de compresso controlada ou pr-adensamento, usando, algumas vezes, uma sobrecarga que, ao reduzir os recalques ps-construtivos vai contribuir para o aumento da resistncia ao cisalhamento e, assim, atender ao equilbrio do macio.

Muitas vezes, porm, os depsitos de solos compressveis so, alm de espessos, de baixa condio de permeabilidade, fazendo com que o adensamento se produza de modo muito lento, tornando ento recomendvel, para a acelerao desse processo de adensamento, o uso de drenos verticais de areia ou drenos fibro-qumicos

Figura 27: Drenos Verticais IFonte: http://www.brasfond.com.br/fundacoes/msolo.html

Figura 28: Drenos Verticais IIFonte: http://www.brasfond.com.br/fundacoes/msolo.html

Figura 29: Drenos Verticais IIIFonte: http://www.brasfond.com.br/fundacoes/msolo.html

CONCLUSO

No trabalho foram apresentados diversos tipos de dispositivos que fazem parte da drenagem do pavimento rodovirio. Estes dispositivos devem ser dimensionados adequadamente para garantir a integridade da estrutura do pavimento e a segurana dos usurios.Os vrios sistemas com funes distintas devem interagir harmoniosamente entre si, evitando principalmente a eroso do solo e tambm uma possvel ruptura de taludes, devido grande quantidade de gua que pode incidir no solo.Devem ser avaliadas as condies financeiras, nos vrios tipos de revestimentos para as sarjetas e valetas, o que pode ser de baixo custo de implantao posteriormente poder gerar grande manuteno.Tambm se conclui que o projetista da drenagem dos pavimentos deve interagir com as caractersticas naturais do terreno, propondo solues adequadas para cada tipo de situao, na drenagem superficial, profunda, transposio de talvegues, o que est ligado diretamente com a vida til da via e a qualidade do pavimento.

REFERNCIA

DNIT Manual de Drenagem de Rodovias, 2edio. Publicao IPR 724, Rio de Janeiro, 2006.