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- 1 - Disciplina: História do Brasil Professor: Nilton Ururahy Data: / 03 /2020 Lista Nº: 05 Turma: 2ª Série Aluno: 1. (Uece 2018) Leia atentamente o seguinte excerto: “Na tentativa de impor “civilidade” ao habitante da urbe, Pereira Passos vai emitindo, ao longo de sua gestão, uma série de proibições relativas a práticas urbanas comuns na cidade: proíbe que se cuspa na rua e nos bondes, proíbe a vadiagem de caninos, proíbe que se façam fogueiras nas vias da cidade, que se soltem balões, proíbe a venda ambulante de loterias, de exposição de carnes à venda nas ruas, também proíbe o trânsito de vacas leiteiras na cidade e andar descalço e sem camisa. Em uma ação conjunta com tais restrições, Pereira Passos buscou substituir antigas práticas urbanas por novos hábitos tidos como “civilizados”. Desta forma, o prefeito proíbe o entrudo, substituindo-o pela batalha de flores e derruba os quiosques do centro da cidade, estimulando com a sua reforma a abertura de lojas para o chá da tarde”. AZEVEDO, André Nunes de. A reforma Pereira Passos: uma tentativa de integração conservadora. Revista tempos históricos, volume 19, 2º semestre de 2015, p.167. O texto acima diz respeito a) ao processo de transformações ocorridas no Rio de Janeiro com a vinda da Família Real para o Brasil, após a invasão napoleônica em Portugal no início do século XX. b) ao processo de remodelamento e disciplinarização dos espaços urbanos, típicos das reformas ocorridas em várias cidades brasileiras no período da chamada Belle Époque. c) às medidas disciplinadoras impostas ao povo pelos governos militares após a derrubada do governo de João Goulart em 1964. d) ao modelo de administração proposto pelo Partido Conservador no início da redemocratização pós-64 e adotado, no Rio de Janeiro, pelo então prefeito da cidade. 2. (Uece 2017) Em agosto de 2016, completaram-se 100 anos do fim da Guerra do Contestado e o ano de 2017 marcará os 120 anos da queda de Canudos, ocorrida em outubro de 1897, frente à poderosa expedição militar enviada pelo Estado republicano brasileiro. Sobre esses dois eventos, é correto afirmar que a) se caracterizam pela oposição dos senhores de terra ao novo modelo político da República que implantara o fim do escravismo e a igualdade legal entre os brasileiros. b) marcam reações negativas dos setores médios da população urbana contra as mudanças promovidas pela modernização e pela República, que reduziram seus privilégios. c) demonstram a capacidade do Estado brasileiro daquela época em lidar com questões sociais, como a distribuição de terras e riquezas, de forma pacífica e integradora. d) se caracterizam pelo messianismo de seus líderes, aliado aos descontentamentos em relação às condições concretas de vida das populações rurais exploradas. 3. (Pucrj 2017) A charge acima foi publicada na revista O Malho, em 1905, quando as reformas urbanas de Pereira Passos se encontravam em estágio avançado. Assinale a alternativa que melhor se relaciona com a imagem. a) Um dos principais custos sociais das obras de renovação urbana carioca foi o desalojamento de um elevado número de pessoas, em função da demolição de suas casas pelos poderes públicos, para a abertura de avenidas e alargamento de ruas. b) Um grande contingente populacional foi atraído pela oferta de empregos nas obras da cidade do Rio de Janeiro, onde se pagava a trabalhadores não qualificados salários razoavelmente compatíveis com o custo da moradia popular. c) Houve melhoria nas condições de vida da classe trabalhadora, que foi beneficiada pelos avanços na estrutura urbana da cidade e, assim, pôde mudar-se para casas mais estruturadas, próximas dos locais de trabalho e de equipamentos culturais. d) Ocorreu um movimento voluntário dos trabalhadores pobres, cientes de que suas formas de morar (em cortiços e morros) não correspondiam à chamada “regeneração” da capital da República, tendo por esse motivo abandonado suas habitações no Centro da cidade, sem conflitos. e) Aconteceu uma marcha dos moradores removidos de suas casas pela Prefeitura para as muitas vilas operárias custeadas por essa mesma instância governamental, que tratou a habitação de tipo social como prioridade de 1902 a1906. 4. (Puccamp 2017) Os modernistas produziram manifestos e profissões de fé, fundaram revistas, formaram grupos, mesmo depois de estarem evidentes as diferenças dentro do grande grupo inicial. Os escritores de 30 não produziram um único manifesto estético. (...) Para entender essas diferenças pode ser útil voltar um pouco a algo apenas esboçado acima: aquela diferença entre as gerações formadas antes e depois da Primeira Guerra, articulada à dinâmica do funcionamento dos projetos de vanguarda. (...) O modernismo nasceu em São Paulo e não há quem deixe de apontar o quanto do desenvolvimento industrial da cidade alimentou a esperança de que a modernização do país, quando generalizada, poderia até mesmo tirar da marginalidade as massas miseráveis. BUENO, Luís. Uma história do Romance de 30. São Paulo: Edusp. Campinas: Editora da Unicamp, 2006, p. 66-67. O conhecimento histórico permite afirmar que a eclosão da Primeira Guerra Mundial deu grande impulso ao desenvolvimento industrial brasileiro, na medida em que a) a ampliação do mercado externo impulsionou a produção de bens de consumo e de máquinas e equipamentos, contribuindo para a consolidação do capitalismo industrial no país, após a guerra. b) a conversão da indústria europeia à produção bélica levou a uma diminuição gradual das importações brasileiras de produtos industrializados, com o consequente estímulo à produção nacional. c) a indústria passou a desenvolver-se a passos largos e novos produtos começaram a ser produzidos no país, como bens de consumo duráveis, para atender à demanda dos países em guerra. d) o Estado passou a intervir fortemente na economia, possibilitando a criação e desenvolvimento de indústrias de base e de produção de bens de consumo para atender às necessidades do mercado. e) o empresariado estrangeiro, com sua técnica e capital, prestou grande ajuda na construção do parque industrial brasileiro e no desenvolvimento da produção voltada para os países em guerra. 5. (Unicamp 2016) “O Rio civiliza-se!” eis a exclamação que irrompe de todos os peitos cariocas. Temos a Avenida Central, a Avenida Beira Mar (os nossos Campos Elíseos), estátuas em toda a parte, cafés e confeitarias (…), um assassinato por dia, um escândalo por semana, cartomantes, médiuns, automóveis, autobus, autores dramáticos, grandmonde, demi-monde, enfim todos os apetrechos das grandes capitais. (“O Chat Noir”, em Fon-Fon! Nº 41, 1907. Extraído de www.objdigital.bn.br/acervo_digital/div_periodicos/fonfon/fonfon1907.) A partir do excerto, que se refere ao período da Belle Époque no Brasil, no início do século XX, é correto afirmar que:

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Page 1: Disciplina: Professor: Data: História do Brasil Nilton Ururahy / 03 … · 2020-03-27 · início da redemocratização pós-64 e adotado, no Rio de Janeiro, pelo então prefeito

- 1 -

Disciplina:

História do Brasil Professor:

Nilton Ururahy Data:

/ 03 /2020 Lista Nº:

05

Turma:

2ª Série Aluno:

1. (Uece 2018) Leia atentamente o seguinte excerto:

“Na tentativa de impor “civilidade” ao habitante da urbe, Pereira Passos vai emitindo, ao longo de sua gestão, uma série de proibições relativas

a práticas urbanas comuns na cidade: proíbe que se cuspa na rua e nos bondes, proíbe a vadiagem de caninos, proíbe que se façam fogueiras nas vias da cidade, que se soltem balões, proíbe a venda ambulante de

loterias, de exposição de carnes à venda nas ruas, também proíbe o trânsito de vacas leiteiras na cidade e andar descalço e sem camisa. Em uma ação conjunta com tais restrições, Pereira Passos buscou

substituir antigas práticas urbanas por novos hábitos tidos como “civilizados”. Desta forma, o prefeito proíbe o entrudo, substituindo-o pela batalha de flores e derruba os quiosques do centro da cidade,

estimulando com a sua reforma a abertura de lojas para o chá da tarde”. AZEVEDO, André Nunes de. A reforma Pereira Passos: uma tentativa de integração conservadora. Revista tempos históricos, volume 19, 2º

semestre de 2015, p.167.

O texto acima diz respeito a) ao processo de transformações ocorridas no Rio de Janeiro com a

vinda da Família Real para o Brasil, após a invasão napoleônica em Portugal no início do século XX.

b) ao processo de remodelamento e disciplinarização dos espaços

urbanos, típicos das reformas ocorridas em várias cidades brasileiras no período da chamada Belle Époque.

c) às medidas disciplinadoras impostas ao povo pelos governos

militares após a derrubada do governo de João Goulart em 1964. d) ao modelo de administração proposto pelo Partido Conservador no

início da redemocratização pós-64 e adotado, no Rio de Janeiro,

pelo então prefeito da cidade. 2. (Uece 2017) Em agosto de 2016, completaram-se 100 anos do fim

da Guerra do Contestado e o ano de 2017 marcará os 120 anos da queda de Canudos, ocorrida em outubro de 1897, frente à poderosa expedição militar enviada pelo Estado republicano brasileiro.

Sobre esses dois eventos, é correto afirmar que

a) se caracterizam pela oposição dos senhores de terra ao novo modelo político da República que implantara o fim do escravismo e a igualdade legal entre os brasileiros.

b) marcam reações negativas dos setores médios da população urbana contra as mudanças promovidas pela modernização e pela República, que reduziram seus privilégios.

c) demonstram a capacidade do Estado brasileiro daquela época em lidar com questões sociais, como a distribuição de terras e riquezas, de forma pacífica e integradora.

d) se caracterizam pelo messianismo de seus líderes, aliado aos descontentamentos em relação às condições concretas de vida das populações rurais exploradas.

3. (Pucrj 2017)

A charge acima foi publicada na revista O Malho, em 1905, quando as

reformas urbanas de Pereira Passos se encontravam em estágio avançado.

Assinale a alternativa que melhor se relaciona com a imagem.

a) Um dos principais custos sociais das obras de renovação urbana

carioca foi o desalojamento de um elevado número de pessoas, em

função da demolição de suas casas pelos poderes públicos, para a abertura de avenidas e alargamento de ruas.

b) Um grande contingente populacional foi atraído pela oferta de

empregos nas obras da cidade do Rio de Janeiro, onde se pagava a trabalhadores não qualificados salários razoavelmente compatíveis com o custo da moradia popular.

c) Houve melhoria nas condições de vida da classe trabalhadora, que foi beneficiada pelos avanços na estrutura urbana da cidade e, assim, pôde mudar-se para casas mais estruturadas, próximas dos

locais de trabalho e de equipamentos culturais. d) Ocorreu um movimento voluntário dos trabalhadores pobres, cientes

de que suas formas de morar (em cortiços e morros) não

correspondiam à chamada “regeneração” da capital da República, tendo por esse motivo abandonado suas habitações no Centro da cidade, sem conflitos.

e) Aconteceu uma marcha dos moradores removidos de suas casas pela Prefeitura para as muitas vilas operárias custeadas por essa mesma instância governamental, que tratou a habitação de tipo

social como prioridade de 1902 a1906. 4. (Puccamp 2017)

Os modernistas produziram manifestos e profissões de fé, fundaram revistas, formaram grupos, mesmo depois de estarem evidentes as

diferenças dentro do grande grupo inicial. Os escritores de 30 não produziram um único manifesto estético. (...) Para entender essas diferenças pode ser útil voltar um pouco a algo apenas esboçado acima:

aquela diferença entre as gerações formadas antes e depois da Primeira Guerra, articulada à dinâmica do funcionamento dos projetos de vanguarda. (...) O modernismo nasceu em São Paulo e não há quem

deixe de apontar o quanto do desenvolvimento industrial da cidade alimentou a esperança de que a modernização do país, quando generalizada, poderia até mesmo tirar da marginalidade as massas

miseráveis.

BUENO, Luís. Uma história do Romance de 30. São Paulo: Edusp.

Campinas: Editora da Unicamp, 2006, p. 66-67. O conhecimento histórico permite afirmar que a eclosão da Primeira

Guerra Mundial deu grande impulso ao desenvolvimento industrial brasileiro, na medida em que

a) a ampliação do mercado externo impulsionou a produção de bens de consumo e de máquinas e equipamentos, contribuindo para a consolidação do capitalismo industrial no país, após a guerra.

b) a conversão da indústria europeia à produção bélica levou a uma diminuição gradual das importações brasileiras de produtos industrializados, com o consequente estímulo à produção nacional.

c) a indústria passou a desenvolver-se a passos largos e novos produtos começaram a ser produzidos no país, como bens de consumo duráveis, para atender à demanda dos países em guerra.

d) o Estado passou a intervir fortemente na economia, possibilitando a criação e desenvolvimento de indústrias de base e de produção de bens de consumo para atender às necessidades do mercado.

e) o empresariado estrangeiro, com sua técnica e capital, prestou grande ajuda na construção do parque industrial brasileiro e no desenvolvimento da produção voltada para os países em guerra.

5. (Unicamp 2016) “O Rio civiliza-se!” eis a exclamação que irrompe de todos os peitos cariocas. Temos a Avenida Central, a Avenida Beira

Mar (os nossos Campos Elíseos), estátuas em toda a parte, cafés e confeitarias (…), um assassinato por dia, um escândalo por semana, cartomantes, médiuns, automóveis, autobus, autores dramáticos, grandmonde, demi-monde, enfim todos os apetrechos das grandes

capitais.

(“O Chat Noir”, em Fon-Fon! Nº 41, 1907. Extraído de

www.objdigital.bn.br/acervo_digital/div_periodicos/fonfon/fonfon1907.) A partir do excerto, que se refere ao período da Belle Époque no Brasil,

no início do século XX, é correto afirmar que:

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a) O Rio de Janeiro procurava apagar aspectos da época do Império e impulsionar a cultura francesa, renegada por D. Pedro II.

b) A cidade expressava as contradições de um processo de transformações urbanas, sociais e políticas nas primeiras décadas da República.

c) Os costumes franceses eram elementos incorporados pela sociedade carioca como sinônimo da modernização republicana obtida pelo tenentismo.

d) A modernização representou um processo de exclusão social e cultural, patrocinado pelo governo francês, que financiava obras públicas e impunha os produtos franceses à população brasileira.

6. (Uerj 2019)

No início da noite de 26 de janeiro de 1893, por ordem do prefeito do Distrito Federal, Cândido Barata Ribeiro, a polícia ocupou o mais célebre dos cortiços cariocas, conhecido como Cabeça de Porco, no

centro da cidade. A estalagem, conjunto de casinhas onde viviam de 400 a 2000 pessoas, foi em seguida desocupada, sem que se desse aos moradores o tempo necessário para recolherem suas coisas. Em

poucas horas, foi demolida. Não tardou para que a expressão “cabeça de porco” se impusesse como sinônimo de cortiço.

Adaptado de projetomemoria.art.br.

A ordem de desocupação e demolição do famoso cortiço em 1893, ironizada em capa de revista da época, representou mudanças na ação do então prefeito com relação aos problemas sociais da cidade do Rio

de Janeiro. Um desses problemas sociais e o objetivo dessa demolição estão

indicados, respectivamente, em: a) deficit escolar – planificação da expansão urbana

b) fluxo migratório – integração de novos logradouros c) criminalidade elevada – reordenação da ação repressora d) crescimento demográfico – erradicação de habitações populares

7. (Fatec 2019) Leia o texto.

Assistimos ontem à entrada de cerca de 60 menores às 19 horas, na sua fábrica da Mooca. Essas crianças, entrando àquela hora, saem às

6 horas. Trabalham, pois, 11 horas a fio, em serviço noturno, apenas com um descanso de 20 minutos, à meia-noite! O pior é que elas se queixam de que são espancadas pelo mestre de fiação. [...]

Uma há com as orelhas feridas por continuados e violentos puxões. Trata-se de crianças de 12, 13 e 14 anos.

Jornal O Combate, São Paulo, 4/09/1917. Apud CENPEC; Ensinar e aprender História. V.3: ficha 10, 1998.

Considerando o contexto da industrialização de São Paulo, no início da Primeira República, assinale a alternativa correta.

a) A legislação republicana estabeleceu a obrigatoriedade do trabalho infantil como forma de disciplinar e educar as crianças das famílias de baixa renda envolvidas em pequenos delitos.

b) A participação do Brasil na Guerra Franco-Prussiana e a convocação militar dos homens obrigaram mulheres e crianças a ocupar seus postos de trabalho e a participar dos esforços de guerra.

c) A Consolidação das Leis Trabalhistas, conjunto de leis de inspiração fascista promulgadas após a abolição da escravidão, preconizava o trabalho infantil como parte do programa de qualificação profissional.

d) Os baixos salários pagos aos homens tornavam necessário o trabalho de mulheres e crianças das famílias operárias que, embora tivessem as mesmas obrigações que os homens, recebiam salários

menores. e) Os sindicatos anarquistas, fundados por operários italianos recém-

chegados ao Brasil, incentivavam a participação de crianças no

mercado de trabalho com o objetivo de garantir a adesão precoce aos seus ideais.

8. (Famerp 2019) De 1889/1890, começo da República, até 1930-1940 mais ou menos, a indústria e as cidades apresentaram determinadas características.

A atividade industrial, sempre crescente, era conduzida fundamentalmente no interior de empresas de pequeno e médio porte, ainda que as grandes fábricas existentes concentrassem o maior

número de operários e a maior quantidade de capital, sendo responsáveis também pela maior parte da produção industrial. [...] Apenas a partir das décadas de 1940 e 1950 as indústrias de bens de consumo duráveis e bens de capital desenvolveram-se de modo

significativo.

(Maria Auxiliadora Guzzo de Decca. Indústria e trabalho no Brasil,

1991.) 8. (Famerp 2019) O texto divide a industrialização brasileira em dois

ciclos distintos. O primeiro deles caracteriza-se a) pelo esforço de atendimento à demanda externa provocada pela

desindustrialização norte-americana durante a Primeira Guerra Mundial.

b) pelo avanço maior da industrialização no Sudeste e no Nordeste, que

dependeu de capitais deslocados da produção de café e de cana. c) pela valorização da livre iniciativa empresarial, estimulada pelas

campanhas industrialistas e de renúncia fiscal do governo brasileiro.

d) pelo investimento prioritário na produção de aço, com o desenvolvimento de uma tecnologia industrial autônoma.

e) pelo desenvolvimento maior das indústrias têxtil e alimentícia, com o

prevalecimento de capital nacional. 9. (Unesp 2018) Entre as manifestações místicas presentes no

Nordeste brasileiro no final do Império e nas primeiras décadas da República, identificam-se

a) as pregações do Padre Ibiapina, relacionadas à defesa do protestantismo calvinista, e a literatura de cordel, que cantava os mitos e as lendas da região.

b) o cangaço, que realizava saques a armazéns para roubar alimentos e distribuí-los aos famintos, e o coronelismo, com suas práticas assistencialistas.

c) a liderança do Padre Cícero, vinculada à dinâmica política tradicional da região, e o movimento de Canudos, com características de contestação social.

d) a peregrinação de multidões a Juazeiro do Norte, para pedir graças aos padres milagreiros, e a liderança messiânica do fazendeiro pernambucano Delmiro Gouveia.

e) a ação catequizadora de padres e bispos ligados à Igreja católica e a atuação do líder José Maria, que comandou a resistência na região do Contestado.

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10. (Uece 2018) Atente ao seguinte enunciado: “Há 120 anos, em 5 de

outubro de 1897, a quarta expedição militar enviada por órgãos do Estado conseguiu, enfim, destruir a comunidade. Ao final de tudo, apenas quatro pessoas a defendiam. Quando foi incendiada pelo

exército, este registrou que a comunidade contava com 5.200 casebres. Aqueles que, depois da morte de seu líder, dias antes, haviam se rendido após receber promessas de garantia de vida foram também

degolados pelas tropas, inclusive mulheres e crianças”. O enunciado acima diz respeito ao evento denominado

a) Guerra do Contestado, ocorrida numa região fronteiriça do Paraná

com Santa Catarina, e que teve líderes religiosos que se

antepuseram à dominação da região por empresas madeireiras estrangeiras que receberam aquelas terras do governo brasileiro.

b) Massacre do Caldeirão, evento transcorrido no município do Crato,

Ceará, e que teve como líder José Lourenço Gomes da Silva, o Beato José Lourenço, que conduziu os desvalidos enviados por Pe. Cícero durante vários anos em uma próspera comunidade.

c) Revolta da Vacina, ocorrida no Rio de Janeiro, quando agentes públicos invadiam à força as comunidades pobres da cidade para impor a vacinação obrigatória contra a febre amarela e a varíola a

todos os moradores. d) Guerra de Canudos, ocorrida no sertão da Bahia e que teve no

cearense Antônio Vicente Mendes Maciel, o Antônio Conselheiro, o

principal líder daquela comunidade rural, formada por sertanejos miseráveis que fugiam da fome e buscavam a salvação eterna.

11. (Espm 2018) Cidade de fronteiras abertas. Assim se configurou São Paulo no início deste século: palco que se preparava para ser território sob domínio do capital. Em menos de 30 anos, São Paulo passa de

cidade/entreposto comercial de pouca importância no país escravocrata para cidade-vanguarda da produção industrial. De 30 mil habitantes em 1870, São Paulo passará a abrigar em 1907, uma população de 286 mil

habitantes. Por outro lado, esta explosão populacional foi acompanhada por enorme crescimento industrial.

(Lúcio Kowarick. São Paulo Passado e Presente: as lutas sociais e a cidade)

O enorme crescimento industrial mencionado no texto ocorreu graças a

estabelecimentos industriais, em sua maioria: a) navais, metalúrgicos, siderúrgicos e têxteis;

b) têxteis, alimentícios, serrarias e cerâmicas; c) bélicos, alimentícios, metalúrgicos e siderúrgicos; d) automobilísticos, metalúrgicos, siderúrgicos e cerâmicas;

e) serrarias, cerâmicas, automobilísticos, navais. 12. (Ufpr 2017) Observe a imagem e leia o fragmento a seguir:

Desde 1853, a disputa territorial entre o Paraná e Santa Catarina vinha se arrastando e, já no início do século XX – após a Proclamação da

República e o princípio de autonomia dos estados da Federação – constituiu motivo de discussões acirradas entre as instâncias de poder desses estados brasileiros, contando, em diversos momentos, com as

opiniões de representantes políticos de outras regiões do país. Diversos foram os pareceres emitidos pelo poder federal, ora dando ganho de causa a um, ora a outro.

(DALFRÉ, Liz A. Outras narrativas da nacionalidade: o movimento do

Contestado. Coleção Teses do Museu Paranaense. v. 8. Curitiba: SAMP. 2014. p. 38-39.)

Sobre o movimento do Contestado, considere as seguintes afirmativas:

1. O movimento do Contestado se deu no leste paranaense, no qual vários missionários buscavam resgatar terras adquiridas por Santa Catarina no final do século XIX.

2. Entre as figuras mais emblemáticas do movimento está a de José Maria, um monge leigo que teve vários seguidores, dando feição messiânica ao combate.

3. Em 1912, o governo federal deu por finalizado o conflito, após a batalha de Irani, em que morreram vários sertanejos, entre eles, José Maria.

4. O movimento do Contestado compreende o conflito que ocorreu entre sertanejos catarinenses e paranaenses e as forças do governo federal e local.

Assinale a alternativa correta.

a) Somente as afirmativas 1 e 3 são verdadeiras. b) Somente as afirmativas 2 e 4 são verdadeiras. c) Somente as afirmativas 1, 3 e 4 são verdadeiras.

d) Somente as afirmativas 2, 3 e 4 são verdadeiras. e) As afirmativas 1, 2, 3 e 4 são verdadeiras.

13. (Uece 2017) Atente à letra da música “Padre Cícero”, de Tim Maia. No sertão do Crato,

Nasce um homem pobre Porém muito jovem, porém muito jovem

Todo mundo vai saber, Quem ele é

Este homem estuda, Mesmo sem ajuda Se formou primeiro

E no Juazeiro Todo mundo respeitou, O padre Cicero, padre Cicero,

Daí então tudo mudou, De reverendo a lutador Desperta ódio e amor,

passaram anos pra saber Se era bom ou mal, Mas ninguém

Até hoje afirmou. Era um triste dia,

Pois alguém jazia Cego, surdo e pobre, Cego, surdo e pobre

Desse jeito faleceu, o padre Cicero Padre Cicero, padre Cicero.

Em sua obra, Tim Maia nos mostra sua percepção sobre Padre Cícero, personagem que marcou a história brasileira das primeiras décadas do século XX, não apenas no Ceará, mas em todo o Nordeste. A respeito

de Padre Cícero, é correto afirmar que a) foi um líder espiritual que conduziu o povo nordestino dentro da

ortodoxia da fé católica e se absteve de qualquer atuação fora do espaço religioso.

b) apesar de ter sido o primeiro prefeito do município de Juazeiro do

Norte, padre Cícero não teve papel importante na política cearense de sua época.

c) além de ser um referencial da religiosidade popular nordestina, foi,

também, um chefe político importante, a ponto de ter sido vice-governador do Ceará.

d) ao romper com a Igreja Católica de Roma, Padre Cícero fundou sua

própria denominação religiosa, na qual é cultuado como um santo até hoje.

14. (Unesp 2017) A industrialização contemporânea requer investimentos vultosos. No Brasil, esses investimentos não podiam ser feitos pelo setor privado, devido à escassez de capital que caracteriza

as nações em desenvolvimento. Além disso, o crescimento econômico do Brasil, um recém-chegado ao processo de modernização, processou-se em condições socioeconômicas diferentes. Um efeito

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internacional de demonstração, na forma de imitação de padrões de vida, entre países ricos e pobres, e entre classes ricas e pobres dentro

das nações, resultou em pressões significativas sobre as taxas de crescimento para diminuir a diferença entre nações desenvolvidas e em desenvolvimento. Em vista das aspirações de melhores padrões de

vida, o governo desempenhou um papel importante no crescimento econômico recente do Brasil. (Carlos Manuel Peláez e Wilson Suzigan. História monetária do Brasil,

1981. Adaptado.)

De acordo com o texto, uma das particularidades do processo de industrialização brasileira é a) o controle das matérias-primas industriais pelas nações imperialistas

do planeta. b) a escassez de mão de obra devido à sobrevivência da pequena

propriedade rural.

c) o domínio da política por setores sociais ligados aos padrões da economia colonial.

d) a emergência da industrialização em meio a economias

internacionais já industrializadas. e) a existência prévia de um amplo mercado consumidor de produtos

de luxo.

15. (Uerj 2016)

O cartão-postal é o melhor veículo de propaganda e reclame de que podem dispor os homens, as empresas, a indústria, o comércio e as

nações.

Olavo Bilac, A cartophilia, 15/06/1904.

A frase de Olavo Bilac assinala a ampliação da produção de cartões-postais no início do século XX, que animou colecionadores e o trabalho

de editores, fotógrafos e gravuristas. As imagens dos cartões do Rio de Janeiro, capital brasileira naquele momento, associaram-se à propaganda das ações governamentais

indicadas em a) modernização e progresso material de espaços públicos

b) planejamento e racionalização do crescimento urbano c) valorização e preservação dos monumentos arquitetônicos d) remodelamento e expansão das vias de transportes coletivos

16. (Ufpa 2016) No início do século XX, as principais cidades brasileiras foram invadidas por estrangeiros atraídos pela propaganda do fácil

enriquecimento. No cenário das cidades, tornaram-se comuns os pregões dos vendedores de rua. A historiadora Ecléa Bosi destaca um pregão famoso nas ruas de São Paulo de um vassoureiro francês:

“Liberté, Egalité, Fraternité, Vassouré”. Também em Belém do Pará, ouvia-se um pregão dos chamados turcos: “Ouro quebrado pra vender? Eu compra... Ouro quebrado, meu freguesa...”, retratado pelo escritor

De Campos Ribeiro.

BOSI, Edéa. Memória e Sociedade. SP: 3º ed., Cia das Letras, 1994.

A presença de vendedores de rua estrangeiros, tanto em São Paulo quanto em Belém do Pará, decorreu da urbanização das cidades em

razão do(a) a) concentração de fábricas na cidade de São Paulo, as quais exigiam

mão de obra estrangeira; e da exploração do látex na região amazônica, que exigia um numeroso exército de trabalhadores, na cidade de Belém, que também tivessem o pendor para o comércio.

b) desenvolvimento industrial que ocorreu na cidade de São Paulo; e da expansão da economia da borracha na região amazônica, atraindo para ambas as cidades um expressivo contingente de

estrangeiros. c) declínio do trabalho artesanal nas cidades do sudeste, especialmente

São Paulo; e da existência de uma economia gomífera a qual exigia

que os trabalhadores nacionais fossem para os seringais, enquanto os estrangeiros preferiam ficar na cidade, comercializando nas ruas

por existirem poucas vendas na cidade. d) fracasso na arregimentação de libertos para o comércio nas

indústrias, visto que esses trabalhadores estavam mais afeitos ao

canavial; e na situação da coleta do látex, que envolveu a maioria dos trabalhadores nacionais porque os estrangeiros se recusavam ao trabalho extrativista.

e) declínio da produção caseira pelos trabalhadores libertos, que não davam conta das encomendas dos capitalistas paulistas; e do fato de o comércio de rua, em Belém, depender exclusivamente dos

estrangeiros considerados mais hábeis no trato com os moradores da cidade.

17. (Ufu 2016) Palavras do Barão de Geremoabo, latifundiário baiano: O trabalho estava desorganizado porque a maioria das famílias estava

sempre pronta para seguir o Conselheiro, muitos pequenos proprietários também vendiam seus bens e partiam para Canudos.

ATAÍDE, Yara Dulce Bandeira de. As origens do povo do Bom Jesus do Conselheiro. Revista da USP. São Paulo, n. 20, 1993-94. p. 89

(Adaptado).

A forte mobilização gerada em torno da figura de Antonio Conselheiro foi um dos elementos causadores da rebelião de Canudos, pois

a) o modelo de organização da produção que defendia, baseado em

larga extensões de terra, conseguia atrair um grande número de

trabalhadores assalariados. b) sua aliança com os setores republicanos mais radicais foi

fundamental na luta do governo federal contra o poder dos oligarcas.

c) seu carisma messiânico expressava concepções religiosas tradicionalistas e muito identificadas ao modo de vida camponês.

d) a sua aproximação com os setores tradicionais da Igreja Católica

teve grande importância na mobilização dos camponeses, quase todos eles profundamente religiosos.

18. (Fgv 2013) O conhecimento da industrialização no Brasil, isto é, das formas particulares da industrialização no Brasil, deve estar, explícita ou implicitamente, apoiado na análise das relações entre o café e a indústria. E a análise correta dessas relações é impossível se

considerarmos café e indústria como elementos opostos. É indispensável reunir café e indústria como partes da acumulação de capital no Brasil; mais precisamente, como partes das novas formas de

acumulação cuja formação encontra as suas origens na década de

1880 a 1890.

(Sérgio Silva, Expansão cafeeira e origens da indústria no Brasil)

No contexto do Brasil da passagem do século XIX para o XX, acerca

das relações entre a produção cafeeira e a indústria, é correto considerar que

a) o avanço da produção industrial foi inversamente proporcional ao crescimento da produção cafeeira, uma vez que a entrada de recursos derivada da exportação de café era reaplicada apenas na

produção cafeeira. b) a ampliação do trabalho livre permitiu que parcelas dos capitais

acumulados fossem investidas nas atividades industriais, desse

modo, a economia cafeeira e a indústria fazem parte de um mesmo processo de desenvolvimento.

c) os empresários ligados à produção e exportação do café tinham

representação política hegemônica e seus interesses eram defendidos pelo Estado brasileiro, que impedia a inversão de capitais cafeeiros na indústria.

d) os interesses dos cafeicultores e os dos industriais eram excludentes, visto que, com a expansão cafeeira, as maciças exportações desse produto atrapalharam os investimentos na indústria.

e) a exportação cafeeira atrelou o comércio externo brasileiro às importações de produtos industrializados da Europa e dos Estados Unidos, impedido o desenvolvimento da indústria no Brasil antes de

1930. 19. (Fuvest 2017) Mas o pecado maior contra a Civilização e o

Progresso, contra o Bom Senso e o Bom Gosto e até os Bons Costumes, que estaria sendo cometido pelo grupo de regionalistas a quem se deve a ideia ou a organização deste Congresso, estaria em

procurar reanimar não só a arte arcaica dos quitutes finos e caros em que se esmeraram, nas velhas casas patriarcais, algumas senhoras das mais ilustres famílias da região, e que está sendo esquecida pelos

Page 5: Disciplina: Professor: Data: História do Brasil Nilton Ururahy / 03 … · 2020-03-27 · início da redemocratização pós-64 e adotado, no Rio de Janeiro, pelo então prefeito

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doces dos confeiteiros franceses e italianos, como a arte – popular como a do barro, a do cesto, a da palha de Ouricuri, a de piaçava, a dos

cachimbos e dos santos de pau, a das esteiras, a dos ex-votos, a das redes, a das rendas e bicos, a dos brinquedos de meninos feitos de sabugo de milho, de canudo de mamão, de lata de doce de goiaba, de

quenga de coco, de cabeça – que é, no Nordeste, o preparado do doce, do bolo, do quitute de tabuleiro, feito por mãos negras e pardas com uma perícia que iguala, e às vezes excede, a das sinhás brancas.

Gilberto Freyre. Manifesto regionalista (7ª ed.). Recife: FUNDAJ, Ed.

Massangana, 1996.

De acordo com o texto de Gilberto Freyre, o Manifesto regionalista,

publicado em 1926,

a) opunha-se ao cosmopolitismo dos modernistas, especialmente por

refutar a alteração nos hábitos alimentares nordestinos.

b) traduzia um projeto político centralizador e antidemocrático associado ao retorno de instituições monárquicas.

c) exaltava os valores utilitaristas do moderno capitalismo industrial,

pois reconhecia a importância da tradição agrária brasileira. d) preconizava a defesa do mandonismo político e da integração de

brancos e negros sob a forma da democracia racial.

e) promovia o desenvolvimento de uma cultura brasileira autêntica pelo retorno a seu passado e a suas tradições e riquezas locais.

20. (Ibmecrj 2013) O escritor e político peruano Mario Vargas Llosa recebeu da Academia Sueca o Prêmio Nobel de Literatura de 2010 pelo conjunto de sua obra, da qual podemos destacar “A guerra do fim do

mundo”, publicada em 1981, tendo como tema básico: a) as previsões feitas pelos maias sobre uma possível catástrofe que

ocorrerá no dia 21 de dezembro de 2012; b) a queda do Muro de Berlim, fato que mudou de forma radical as

relações internacionais ao pôr fim à Guerra Fria;

c) a ocorrência, na Bahia, da Guerra de Canudos, tomando como referência a obra “Os Sertões”, de Euclides da Cunha;

d) um inevitável desastre ecológico, resultado da ação predadora do

homem ao longo do tempo em todo o planeta; e) uma análise comparativa entre a Guerra da Coreia e a Guerra do

Vietnã, tomando como referência a ótica norte-americana sobre os conflitos.