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Antonio Albuquerque da Costa Paulo Sérgio Cunha Farias Formação Territorial do Brasil DISCIPLINA O “arquipélago” de “ilhas” econômicas do Império e da Primeira República Autores aula 10 Fo_Te_A10_ML_080710.indd Capa1 Fo_Te_A10_ML_080710.indd Capa1 08/07/10 11:55 08/07/10 11:55

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Antonio Albuquerque da Costa

Paulo Sérgio Cunha Farias

Formação Territorial do Brasil D I S C I P L I N A

O “arquipélago” de “ilhas” econômicas

do Império e da Primeira República

Autores

aula

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Governo Federal

Presidente da RepúblicaLuiz Inácio Lula da Silva

Ministro da EducaçãoFernando Haddad

Secretário de Educação a Distância – SEEDCarlos Eduardo Bielschowsky

Coordenador de EdiçãoAry Sergio Braga Olinisky(UFRN)

Projeto Gráfi coIvana Lima (UFRN)

Revisoras Tipográfi casAdriana Rodrigues Gomes (UFRN)

Margareth Pereira Dias (UFRN)Nouraide Queiroz (UFRN)

Arte e IlustraçãoAdauto Harley (UFRN)Carolina Costa (UFRN)

Heinkel Hugenin (UFRN)Leonardo Feitoza (UFRN)

DiagramadoresIvana Lima (UFRN)Johann Jean Evangelista de Melo (UFRN)José Antonio Bezerra Junior (UFRN)Mariana Araújo de Brito (UFRN)Vitor Gomes Pimentel (UFRN)

Revisora de Estrutura e LinguagemRossana Delmar de Lima Arcoverde (UFCG)

Revisora de Língua PortuguesaMaria Divanira de Lima Arcoverde (UEPB)

Universidade Federal do Rio Grande do Norte

ReitorJosé Ivonildo do Rêgo

Vice-ReitoraÂngela Maria Paiva Cruz

Secretária de Educação a DistânciaVera Lúcia do Amaral

Universidade Estadual da Paraíba

ReitoraMarlene Alves Sousa Luna

Vice-ReitorAldo Bezerra Maciel

Coordenadora Institucional de Programas Especiais – CIPEEliane de Moura Silva

Ficha catalográfi ca elaborada pela Biblioteca Central - UEPB

910.9

C837f Costa, Antônio Albuquerque da.

Formação Territorial do Brasil/ Antônio Albuquerque da Costa; Paulo Sérgio Cunha

Farias. – Campina Grande: EdUEP, 2009.

385 p.: il.

ISBN: 978-85-7879-050-9

1. Geografi a - Brasil. 2. Geografi a – Estudo e Ensino. I. Farias, Paulo Sérgio Cunha.

II. Titulo.

21. ed. CDD

Secretaria de Educação a Distância (SEDIS) – UFRN

Todos os direitos reservados. Nenhuma parte deste material pode ser utilizada ou reproduzida sem a autorização expressa da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) e da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB).

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Aula 10 Formação Territorial do Brasil 1

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Apresentação

Não é novidade para você que a expansão territorial do Brasil se deu em função de determinados produtos destinados ao mercado externo, foi assim com o litoral brasileiro no momento que o único produto de valor era o extrativismo do pau-brasil e depois

com a plantation açucareira que se manteve próxima à costa. Porém, vimos que o extrativismo amazônico, a pecuária e a mineração alargaram o território brasileiro para o interior.

No entanto, estas atividades econômicas mantinham-se ilhadas no território colonial, o mesmo aconteceu, com o território brasileiro, após a independência de Portugal. Não fossem pela pecuária e pela agricultura alimentar, estas importantes “ilhas” econômicas, não manteriam elos de comunicações entre si, voltadas que eram para o mercado mundial.

Nesta aula iremos abordar três importantes atividades (a extração do látex na Amazônia, a cotonicultura no Nordeste e a cafeicultura no Sudeste) que contribuíram para a formação territorial do Brasil, duas das quais (a borracha e o café) de ápices econômicos simultâneos, mas que se mantiveram espacialmente isoladas, atendendo aos interesses do capital externo, sem promover uma integração nacional.

Vamos mergulhar em mais essa etapa da nossa formação territorial, para tanto convidamos você a dedicar a máxima atenção ao conteúdo dessa aula, realizar todas as atividades sugeridas, consultar a bibliografi a complementar e, em caso de dúvidas, buscar esclarecimentos junto ao tutor ou ao professor da disciplina. Boa aula!

ObjetivosCom essa aula esperamos que você:

Perceba que território brasileiro se organizava economicamente como “ilhas”, cujo interesse se voltava exclusivamente para o comércio exterior.

Conheça a importância do extrativismo amazônico da borracha para a ampliação e consolidação das fronteiras brasileiras.

Reconheça na cotonicultura uma atividade que integrou o semi-árido nordestino ao mercado internacional.

Compreenda a importância que teve a cafeicultura na consolidação de São Paulo como centro econômico capitalista do país.

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Aula 10 Formação Territorial do Brasil 2

O algodão e a integração dos sertões do Nordeste a economia mundial

Vamos iniciar nossa conversa...Já conversamos, na aula 6, sobre a ocupação dos sertões nordestinos com a pecuária

extensiva, uma atividade que exigia pouca mão-de-obra, mas que garantia a posse de imensos latifúndios. Falamos também sobre a importância do descobrimento das minas de ouro e diamantes para a ocupação do Brasil central e para o crescimento da população, num momento em que as demais atividades econômicas enfrentavam profunda crise. Acontece, porém, que no último quartel do século XVIII, houve o esgotamento das minas e das demais atividades econômicas da colônia, que enfrentavam um período de sérias difi culdades. Foi nesse momento que, em virtude do contexto internacional o Maranhão desponta como a mais importante área econômica da colônia.

O Maranhão havia se mantido como a Capitania mais pobre da colônia, com uma economia baseada na agricultura de subsistência e no apresamento de índios para serem vendidos nas áreas agrícolas mais prósperas. Portanto, sem despertar o interesse da Metrópole, já que sua economia não era voltada para o mercado externo, e permanecia quase isolado do restante do território colonial. Seu povoamento se limitava em fi ns do século XVIII as áreas do entorno do Golfão Maranhense e da ilha de São Luís, na porção litorânea e, de forma dispersa, na região de Cerrado, no Sul da Capitania, com os pecuaristas provenientes da Casa da Torre.

O Maranhão desperta dessa letargia econômica em fi ns século XVIII para se tornar na principal área econômica do Brasil até as duas primeiras décadas do século XIX, como importante exportador de algodão e arroz. Isso foi conseqüência da utilização do algodão como matéria-prima para a indústria têxtil britânica e da retirada dos Estados Unidos como fornecedor desse produto aos teares ingleses, por motivo da sua Guerra de Independência (1775 - 1783). Nesse clima de guerra as colônias inglesas da América do Norte também se retiraram do comércio de arroz, que era exportado para o Sul da Europa, onde este produto apresentava consumo crescente.

Esse clima de euforia econômica maranhense coincidiu com a atenção especial que o Marquês de Pombal deu a esta capitania, dando importante ajuda fi nanceira através da Companhia Geral do Comércio do Grão-Pará e do Maranhão que estimulou a produção do algodão através de créditos para a lavoura, para compra de equipamentos e escravos. Desta forma São Luís passou a ser um importante porto receptor de escravos africanos, o que modifi cou por completo a composição étnica do Maranhão.

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Aula 10 Formação Territorial do Brasil 3

A produção algodoeira seguiu pelo vale do Itapecuru, tornando a cidade de Caxias num importante centro cotonicultor, mas também capturou a produção pecuarista instalada no Sul do Maranhão, que fi cava sob a infl uência de Salvador, para a esfera de São Luís, integrando dessa forma todo o território do Maranhão, que além das exportações do algodão e do arroz passou também a exportar couro.

A euforia da cotonicultura que se iniciou no Maranhão com bases comercial-exportadoras, em meio à crise que atravessava o restante da colônia, fez com que por todo o território colonial se disseminassem as plantações de algodão, porém, dado as características dessa malvácea, logo após a euforia do boom econômico o algodão foi abandonando às áreas mais úmidas, especialmente aquelas destinadas a cana e ao tabaco, com quem disputara espaços, para ir se defi nir pelos ecossistemas semi-áridos, onde encontrou as condições propícias para o seu desenvolvimento.

Foi nos sertões nordestinos que a cotonicultura encontrou a simbiose perfeita com a pecuária, formando o tradicional sistema gado/algodão que passou a caracterizar a região sertaneja. Por apresentar um ciclo vegetativo curto, o algodão, passou a ser cultivado em meio à agricultura de subsistência onde após a colheita, servia de ração para o gado, que era posto para pastar alimentando-se da palha do milho e da rama do algodão. Desta forma a cotonicultura abriu perspectivas para uma região que até então só tinha sido utilizada para o pastoreio.

No Agreste e no Sertão o algodão foi cultivado por ricos e pobres, em grandes propriedades que utilizaram inclusive a mão-de-obra escrava, mas também por pequenos produtores. Porém, vale salientar que a cotonicultura nunca deu preferência nem se desenvolveu a partir das relações de trabalho exclusivamente escravistas. O baixo preço da força de trabalho era mantido por relações de produção que envolvia sitiantes, moradores, meeiros e posseiros. Além de utilizar largamente o trabalho de mulheres e crianças. Foi a cultura que possibilitou aos agricultores pobres adquirirem alguns bens com a venda da produção, que era cultivada juntamente com o milho, o feijão e a fava.

O algodão ao contrário da pecuária contribuiu desde os primeiros tempos, em que se tornou lavoura comercial, para o desenvolvimento da vida urbana, pois foi nas cidades e vilas onde os comerciantes se instalaram e efetuavam as primeiras etapas do benefi ciamento. Também divergia da plantation açucareira, tanto no sentido da imobilização de capitais quanto na forma de mais diversifi cada e complexa de utilização das forças produtivas. Observa Andrade (1995, p.50) que a expansão dos algodoais por necessitar de um benefi ciamento local contribuiu para o crescimento da população e para a formação de novos grupos sociais no Sertão.

A expansão dos algodoais ocorreram em momentos distintos assim como as demais lavouras de exportação, merecendo destaque o período da Guerra da Secessão (1861 -1865), quando o Sul dos Estados Unidos se retirou do mercado mundial e o Nordeste brasileiro não-açucareiro, do Maranhão a Bahia, se transformou num imenso algodoal como diz Oliveira (1977, p.47). Foi das riquezas provenientes dessa cultura que surgiu no Sertão nordestino uma oligarquia agrária que passou a comandar os destinos dessa região e a cooptar o Estado brasileiro em defesa dos seus interesses: os coronéis.

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Vamos refl etir sobre o que aprendemos.

a) Como você justifi ca ter sido a cotonicultura considerada uma atividade mais democrática que a atividade canavieira?

b) Veja a defi nição que demos para plantation na aula 4. Analise os aspectos da produção algodoeira e responda por que ela não seja considerada plantation, mesmo tendo utilizado a mão-de-obra escrava e tendo sido produzido do Maranhão a Bahia com fi ns comerciais?

c) Observe o contexto histórico do Maranhão no momento da implantação da cultura algodoeira e responda, por que esta Capitania utilizou o trabalho escravo nos algodoais muito mais do que as outras?

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Aula 10 Formação Territorial do Brasil 5

c)

A borracha e a ocupação da Amazônia

Como nós vimos na aula 6, o povoamento na Amazônia fi cou restrito ao curso dos grandes rios de forma dispersa e muito distante entre si numa imensa área de fl oresta cujo único meio de comunicação era os rios.

Em 1850 o governo brasileiro atendeu aos apelos da população e criou a Província da Amazonas, com capital em Manaus, separando-a da Província do Grão-Pará que tinha capital na cidade de Belém, e da qual era comarca. Isso ocorreu pela negligência de Belém com esta parte do alto-Amazonas e pelo medo das autoridades de que houvesse invasões estrangeiras na região. Por essa época a população da província era de aproximadamente 30 mil habitantes em sua maioria índios e caboclos.

Em virtude de uma forte campanha iniciada pelos Estados Unidos que tinha interesse na região utilizava o falso argumento de aproveitamento da Amazônia em benefício do progresso geral da humanidade, o governo brasileiro, criou a Companhia de Navegação e comércio do Amazonas, cujo privilégio de navegação foi dado ao Barão de Mauá, dessa forma a navegação a vapor passou a controlar o comércio da região e possibilitou o acesso aos rios inexplorados, em virtude da produção de borracha que já se fazia por essa época. Isso ocorreu também em função da pressão exercida, sobretudo, pela França e Inglaterra para internacionalização da navegação no Amazonas. Era pretensão desses países alargar seus domínios através das Guianas até as margens desse grande rio.

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Aula 10 Formação Territorial do Brasil 6

O látex que começou a ser utilizado como matéria-prima pela indústria em 1823, como impermeabilizante e, em 1839 na indústria de vulcanização, deu início a um processo crescente de produção de borracha e a conseqüente fase áurea da economia amazônica, que substituiu o extrativismo diversifi cado das drogas do sertão pelo monoextrativismo da borracha. Toda a região passou a ser explorada através dos cursos dos seus rios e a população amazônica que no início do século XIX era de aproximadamente 100 mil habitantes já ultrapassava a soma de um milhão de habitantes em 1910.

No início da exploração dos seringais a principal mão-obra utilizada foi a dos nativos, os quais foram forçados a trabalhar na extração do látex, tiveram suas terras invadidas, suas aldeias arrasadas e sofreram brutal processo de aculturação e de extermínio físico. Só escaparam dessa violência os índios que fugiram para os altos cursos dos rios, acima das áreas encachoeiradas, e os povos que habitavam áreas onde não havia ocorrência de seringais, que foi o caso dos Yanomami e dos Waimiri-Atroari.

Como sabemos a região amazônica não se limita ao território brasileiro e entraram nessa euforia econômica Bolívia, Equador, Peru, Venezuela e Colômbia, países que também produziam látex e nos quais a utilização da mão-de-obra indígena foi ainda mais intensa. No Peru as atrocidades praticadas contra os índios pelo empresário Júlio César Arana del Águila, sócio dos ingleses na companhia Peruvian Amazon Company, que se tornou conhecida como Casa Arana, ganhou repercussão internacional e comoveu de tal forma o mundo que o Peru se viu forçado a criar um serviço de proteção ao índio em 1912.

Iniciou-se com a exploração dos seringais na Amazônia a primeira grande corrente de migração nordestina, sobretudo cearenses, que tangidos pelas secas de 1877, 1888 e1889, constituíram-se na principal força de trabalho dos seringais.

Nesse espaço estabeleceram-se relações de trabalhos que fi caram conhecidas como sistema de aviamentos, no qual, o seringalista através do sistema de barracão fornecia ferramentas e alimentação aos seringueiros em troca das pelas. (ver fotos 01 e 02)

Látex

É o líquido leitoso extraído de alguns vegetais e serve

de matéria-prima para a produção de borracha. Na

Amazônia os principais vegetais produtores de

látex foram a Seringueira (Hevea brasilensis) a mais

conhecida , e o Caucho (Castilloa ulei).

Seringalista

São os donos ou posseiros dos seringais.

Seringueiros

São os trabalhadores que estão na base da

cadeia produtiva, são os responsáveis pela coleta

do látex, feita diariamente ao longo de trilhas,

onde corta determinado número a árvores de sua responsabilidade e fi nca uma tigela para recolher

o líquido que escorre das seringueiras. Viviam em

regime de semi-escravidão.

Pelas

São as bolas de borrachas produzidas pelo processo

de defumação

Foto 01 – Seringueiro recolhendo o látex

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Foto 02 – Seringueiro defumando uma pela

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Como ao seringueiro não lhe sobrava tempo para a produção de subsistência, nem lhe era permitido plantar nas terras dos seringais, toda a sua alimentação era fornecida pelo barracão cujos preços exorbitantes dos gêneros alimentícios eram determinados pelo seringalista. Do mesmo modo, era o seringalista quem estabelecia o baixo preço da compra das pelas. Desta forma, o seringueiro vivia num eterno processo de endividamento com o patrão, que geralmente lhes fi nanciava os custos da viagem entre o Nordeste e a Amazônia. Sendo assim, não podia deixar o seringal enquanto não pagasse a dívida e como seu saldo com o barracão sempre era defi citário fi cava preso ao patrão num regime de semi-escravidão, pois, mesmo que tentasse a fuga era perseguido e geralmente assassinado pelos capangas dos seringalistas.

Se por um lado o seringueiro vivia nessa situação de miséria absoluta, isolado no meio da mata, sujeito a todo tipo de perigo, de doenças e de privações era dele que se extraída a mais-valia que sustentava toda uma cadeia produtiva, cujos altos lucros auferidos aos seringalistas e aos comerciantes instalados em Manaus e Belém geravam um estilo de vida de abundância e ostentação.

Sendo o látex matéria-prima exclusivamente industrial, cuja industrialização ocorria no exterior, no espaço regional amazônico os lucros com sua exportação desvia-se para obras faraônicas, para o luxo e para as grandes festas dessa burguesia mercantilista que não investia produtivamente o capital adquirido com a venda da borracha. Desta forma, Belém, mas principalmente Manaus, se tornaram caricaturas das principais cidades européias. Manaus se tornou uma das capitais mais modernas e saiu à frente de todas as demais cidades brasileiras na implantação de iluminação elétrica e na instalação de bondes. Formou-se na Amazônia um espaço onde a única atividade econômica era o comércio, pois nada era produzido, além da borracha, e tudo era importado.

As importações de produtos fi nos para a região amazônica eram controladas por empresas européias, enquanto que a população pobre era atendida pelos regatões, comerciantes de origem libanesa, síria, turca e judia, que cruzavam a Amazônia em pequenos barcos. Era através desses comerciantes que os seringueiros conseguiam os produtos que não eram vendidos nos barracões. Esse comércio ocorria através do escambo que trocava os produtos

Mais-valia

Conceito desenvolvido por Karl Marx para designar a diferença entre o salário pago ao trabalhador e o valor do trabalho produzido por este, é a base da exploração do trabalho no sistema capitalista.

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Aula 10 Formação Territorial do Brasil 8

dos regatões por produtos regionais ou pela borracha que os seringueiros sonegavam da quota que deveria ser entregue ao patrão. Os regatões eram também o único meio de contato entre os seringueiros e o mundo exterior. Por tais motivos eram pessoas não gratas aos seringalistas e muitas vezes impedidos de entrarem nos seringais.

Com a crise da borracha que ocorreu em 1913, pela concorrência dos seringais plantados no Sudeste Asiático, a Amazônia entrou em franca decadência: a maioria dos seringalistas fi cou na miséria, as empresas que não faliram abandonaram na região, parte dos imigrantes retornaram para o nordeste. A fome assolou a região com a derrocada das exportações de borracha que fi nanciavam os alimentos provenientes do Sul e deram dinâmica a pequena produção familiar do planalto Meridional. O Brasil que detinha 50% da fatia mundial das exportações da borracha em 1910 era responsável por apenas 5% no ano de 1926 e em baixa cotação no mercado internacional.

Em termos territoriais a borracha foi fundamental à incorporação do Acre ao território brasileiro. Até a valorização do látex pela indústria automobilística o Acre não tinha despertado nenhum interesse econômico e, portanto, não tinha havido a preocupação entre o Brasil e a Bolívia de defi nir claramente suas fronteiras na região amazônica. Quando a exploração dos seringais do Acre chamou a atenção dos bolivianos, estes já encontraram nesse território a presença de seringueiros brasileiros, na maioria os cearenses.

Estabeleceu-se entre brasileiros e bolivianos confl itos armados que só foram resolvidos através do Tratado de Petrópolis, em 1903, no qual a Bolívia cedia o território do Acre ao Brasil em troca de 2 milhões de libras esterlinas e a construção de uma ferrovia ligando o rio Madeira ao rio Mamoré, com a qual se permitia o escoamento da produção de borracha boliviana através do Atlântico. Esta ferrovia que ceifou milhares de vidas passou quase 50 anos para ser construída, teve as obras paralisadas por duas vezes, ao ter suas obras concluídas, já não atendias aos objetivos iniciais que justifi cavam sua construção, ou seja, a viabilização da exportação da borracha produzida pela Bolívia nos altos cursos dos rios Mamoré e Beni, e pelo Brasil, no rio Guaporé, pois o comércio internacional do látex já se apresentava decadente. (Foto 03 – trecho da ferrovia)

Foto 03 – trecho da ferrovia.

Autoridades em visita a trecho concluído da ferrovia (1910). Foto: Dana Marrill

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Aula 10 Formação Territorial do Brasil 9

Atividade 2

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Vamos refl etir sobre a Amazônia durante a fase áurea do mono-extrativismo dos seringais.

a) Estabeleça a relação entre o sistema de aviamentos e a ausência de uma agricultura alimentar na Amazônia.

b) Podemos dizer que as riquezas geradas pelo extrativismo do látex não contribuiu para o desenvolvimento econômico e social da Amazônia? Justifi que.

c) É correto afi rmar que o Estado do Acre foi uma conquista dos seringueiros nordestinos? Justifi que.

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Aula 10 Formação Territorial do Brasil 11

A expansão cafeeira sobre trilhos:a fl uidez do território para atender a nova fase capitalista

Na fase imperial do Brasil, após o país atravessar uma longa fase de estagnação econômica e do território se manter em regiões isoladas, sem vínculos internos entre si, o grande feito desse período é seguramente a preservação da unidade nacional,

mesmo diante da relativa autonomia que apresentavam as províncias e dos vários movimentos separatistas comandados pelas oligarquias que comandavam a vida das diversas regiões produtivas e defendiam seus próprios interesses.

Essas regiões produtivas, que paulatinamente foram sendo incorporadas à economia colonial se mantiveram quase que isoladas, eram verdadeiras ilhas vinculadas a um porto que viabilizava a drenagem da produção para o mercado exterior (ver mapa 01 – A economia colonial do século XVIII). Exceto pela pecuária e pela agricultura de subsistência que abasteciam as principais áreas econômicas da Colônia, não se estabelecia nenhuma comunicação ente estas partes, comunicação estas que se faziam com difi culdades, morosidade, rompendo enormes obstáculos, em um território gigantesco no qual era preciso percorrer imensas distâncias por caminhos que não passavam de estreitas e tortuosas veredas, na maioria das vezes em terrenos acidentados e em meio à densa vegetação. (Ver mapa 02 – Traçado esquemático das grandes vias de circulação do arquipélago econômico brasileiro).

Mapa 01 – Economia Colonial do século XVIII

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Aula 10 Formação Territorial do Brasil 12

Agora vamos discutir um pouco como à cafeicultura foi capaz de operar as mais signifi cativas transformações espaciais que ocorreram no espaço brasileiro.

Até 1830 o café era uma planta disseminada pelo Brasil, cultivada apenas para consumo interno. Foi, porém, a partir deste ano que começou a ser cultivado nas imediações da cidade do Rio de Janeiro com fi ns comerciais. As famílias enriquecidas com as exportações do ouro e que haviam retornado para seus locais de origem, após a crise da mineração, passaram a utilizar a mão-de-obra escrava, que se encontrava semi-ociosa, como também o capital mercantil acumulado na capital do Império para produzir café, que se tornava um investimento atrativo.

Da baia da Guanabara as plantações de café seguiram pelo vale do rio Paraíba do Sul, um graben formado pela serra do Mar e a serra da Mantiqueira (ver foto 01), que servia a muito tempo como via de comunicação entre o Rio de Janeiro e São Paulo e era utilizado como caminho para o abastecimento das minas. Do vale do Paraíba, o café seguia no lombo das mulas, que eram abundantes e o tradicional meio de transporte da região, até o porto do Rio de Janeiro, de onde seguia para o exterior.

Graben

É o mesmo que fossa tectônica, ou seja, uma depressão formada por afundamento tectônico

que tem forma de um vale alongado com fundo plano, com a presença de escapas

de falhas de ambos os lados da depressão.

Mapa 02 – Traçado esquemático das grandes vias de circulação do arquipélago econômico brasileiro

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Aula 10 Formação Territorial do Brasil 13

No vale do Paraíba o café adquiriu a característica de plantation e provocou em poucos decênios o rápido esgotamento dos solos pelas práticas inadequadas. Pois a destruição das matas que revestiam essa topografi a de declives acentuados deixou o solo desnudo gerando um intenso processo de erosão. Motivo pelo qual o café se expandiu para as áreas fronteiriças de Minas Gerais, Rio de Janeiro, Espírito Santo e São Paulo na busca por um melhor habitat, deixando para trás terras arrasadas que só se prestavam para a pecuária. (ver mapa 03 – A marcha do café)

Foto 01 – Vista da Vale do Paraíba encaixado entre as serras do Mar e da Mantiqueira Font

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Mapa 03 – A marcha do café

Ao alcançar o as terras roxas do Planalto Paulista em 1870, a cafeicultura se deparou com o esgotamento da mão-de-obra escrava e a transição para o trabalho livre. O próprio desenvolvimento industrial em curso na Europa vai estabelecer que esta produção se dê sobre novas bases: A Itália passava por um processo de industrialização e de expropriação dos camponeses, tinha mão-de-obra excedente que representou a principal corrente migratória que substituiu o trabalho escravo.

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Por outro lado, a Inglaterra em plena segunda revolução industrial buscava mercados para seus produtos, motivo pelo qual a marcha do café para o oeste paulista vai se dar sobre trilhos e com a incorporação de máquinas e equipamentos que serão utilizados no benefi ciamento do café. Os próprios fazendeiros de café foram os principais investidores da maior parte das ferrovias que se tornaram o destino de parte do capital adquirido com o café, eram lucrativas e diminuíam os custos dos cafeicultores. Aliás, é esse espírito investidor dos cafeicultores que diversifi caram suas atividades e aplicaram o capital proveniente da venda do café em outros setores econômicos (fi nanceiro, comercial, viário e industrial) que possibilitou a São Paulo comandar a economia nacional, mesmo após a crise mundial de 1929, quando o café sofreu um grande golpe com a quebra da Bolsa de Nova York

A importância das ferrovias não estava só em drenar a produção cafeeira até os portos do Rio de Janeiro e de Santos ou ao fato de se antecipar a expansão de novas terras para os cafezais, mas também em preparar uma mão-de-obra para início de nossa industrialização ao exigir um grande aparato técnico em termos de construções e assistência mecânica.

Não obstante todo o dinamismo que o espaço cafeeiro apresentou, incorporando-se a uma nova fase do capitalismo industrial, com a utilização do trabalho assalariado e a criação de um mercado consumidor potencial, em linhas gerais tal espaço ainda se reproduziu com base no princípio das ”ilhas” que confi guravam o “arquipélago econômico” braseiro, no qual, não havia uma integração do território nacional e onde a instalação das ferrovias tinha o simples objetivo de ligar uma área produtora a um porto de drenagem para o exterior conforme podemos observar no mapa 04.

Mapa 04 – Economia Colonial do século XIX

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Atividade 3

sua

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b)

Vamos refl etir sobre o que aprendemos com a reprodução espacial do Sudeste a partir da cafeicultura.

a) Que elementos herdados da atividade aurífera possibilitaram ao Rio de Janeiro ser o pioneiro na produção de café?

b) Ao observar a marcha do café para São Paulo, que características podemos apontar para que nesse Estado tal atividade fosse capaz de provocar uma dinâmica espacial bastante diferente da que provou no Rio de Janeiro.

c) Em São Paulo a marcha do café se fez acompanhar pela ferrovia. Tal fato anulou o arquipélago econômico brasileiro por proporcionar maior fl uidez à produção? Justifi que.

d) A exemplo das demais atividades econômicas do Brasil que se voltavam para o exterior e sofriam fl utuações no mercado internacional, o café também seguiu este modelo. No entanto, mesmo com a grande crise que se abateu sobre a produção em 1929, a região produtora paulista conseguiu se recuperar e manter seu dinamismo, como se pode explicar tal fato?

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c)

d)

Uma palavrinha fi nal...Aqui encerramos nossa aula. Esperamos que no decorrer desses 10 encontros você já

tenha bastante clareza sobre o processo de formação do território brasileiro. Na próxima aula falaremos sobre a consolidação das atuais fronteiras brasileiras, que foi o resultado histórico de confl itos e acordos.

Esperamos que você tenha tido o interesse de ler e assistir os livros e fi lmes que temos sugerido ao longo da disciplina, pois isto contribuirá de forma signifi cativa para a sua formação. Encontraremos-nos na próxima aula. Até lá.

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ResumoComo esta aula nós aprendemos que: a) A produção de borracha na Amazônia não foi capaz de gerar um complexo econômico tão dinâmico como foi o do espaço cafeeiro, em função do sistema de aviamentos cujos lucros auferidos não eram reinvestidos na produção. Por outro lado, foi esta a atividade que possibilitou ao Brasil ampliar seu território. b) Vimos também que a cotonicultura possibilitou ao Maranhão não apenas entrar no circuito da economia capitalista mundial mas também integrar sua porção Sul, que havia sido colonizada a partir da Casa da Torre e matinha-se economicamente atrelada a Salvador. c) Observamos ainda, que no restante do Nordeste, a produção algodoeira incorporou produtivamente as áreas que só se prestavam, até então, para a pecuária. Não teve o algodão sertanejo, a característica de plantation, como a cana-de-açúcar, confi gurou, no entanto, relações produtivas bem mais complexas, consorciando-se perfeitamente com o gado e a agricultura de subsistência, mas também possibilitando a ascensão de uma nova oligarquia agrária, que passou a disputar o poder regional com os senhores do açúcar. d) Por fi m, estudamos o papel da cafeicultura no Sudeste, num momento em que o desenvolvimento das forças produtivas do capitalismo permitiu uma nova dinâmica de acumulação, e transformou São Paulo na principal área econômico do país, ainda que sob o modelo de arquipélago herdado do sistema colonial.

AutoavaliaçãoAgora que concluímos esta aula vamos verifi car o que aprendemos e se nos restam algumas dúvidas.

a) Em termos territoriais, que importância podemos atribuir àcotonicultura nordestina?

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b) Estabeleça a diferença entre a atividade extrativista da borracha na Amazônia e a cafeicultura paulista, em termos de transformações socioeconômicas dos seus respectivos espaços.

c) Observe os mapas 02 e 04 da nossa aula. Com base neles é possível negar ou confi rmar a idéia de arquipélago econômico atribuída ao Brasil durante o período que estamos estudando? Justifi que.

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d) Que relações podemos estabelecer entre o dinamismo sócio-espacial apresentado pela cafeicultura no Estado de São Paulo e o desenvolvimento das forças produtivas apresento pelo capitalismo industrial.

Leituras complementaresComo você sabe, é necessário aprofundar mais um pouco o conteúdo que estudamos

nesta aula e para isso sugerimos as seguintes leituras:

ANDRADE, Manuel Correia de A terra e o homem no Nordeste: contribuição ao estudo da questão agrária no Nordeste. 5 ed. São Paulo: Atlas, 1986.

Nessa consagrada obra, o autor aborda a produção algodoeira no Nordeste do Brasil, mais precisamente nos capítulos 4 (Propriedade, policultura e mão-de-obra no agreste), 5 (O latifúndio, a divisão da propriedade e as relações de trabalho no Sertão e no Litoral Setentrional) e 6 (O Meio-Norte e a Guiana Maranhense). Observando questões gerais da produção e as relações de trabalho pertinentes à cotonicultua.

ESTEVES. Antonio R. A ocupação da Amazônia. São Paulo: Brasiliense, 1993. (tudo é história)

Trata-se de uma leitura bastante didática sobre todo o processo de ocupação da região amazônica, abordando desde a possível passagem do capitão francês Jean Cousin, em 1488 ou 1490, pela foz do rio Amazonas até 1988 com a morte de Chico Mendes, nos confl itos que envolve a destruição da fl oresta.

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CANO, Wilson. Raízes da concentração industrial em São Paulo. 3ª ed. São Paulo: Hucitec, 1990.

O autor mostra nessa obra, um tanto densa, como passou a ocorrer o processo desigual e de integração entre o complexo cafeeiro paulista e as demais regiões brasileiras.

CATELLI JUNIOR, Roberto. Brasil: do café à indústria. São Paulo: Brasiliense, 1992. (tudo é história)

É também, um livro bastante didático, que aborda o desenvolvimento da atividade cafeeira no Brasil, mas precisamente no Estado de São Paulo, porém com foco na transformação do trabalho escravo pra as relações capitalistas de produção.

ReferênciasANDRADE, Manuel Correia de A questão do território no Brasil. São Paulo: Hucitec, 1995

______, A terra e o homem no Nordeste: contribuição ao estudo da questão agrária no Nordeste. 5 ed. São Paulo: Atlas, 1986.

BECKER, Bertha; EGLER, Claudio A. G. Brasil: uma potência regional na economia-mundo. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2003 (Coleção Geografi a).

CANO, Wilson. Raízes da concentração industrial em São Paulo. 3ª ed. São Paulo: Hucitec, 1990.

CATELLI JUNIOR, Roberto. Brasil: do café à indústria. São Paulo: Brasiliense, 1992. (tudo é história)

ESTEVES. Antonio R. A ocupação da Amazônia. São Paulo: Brasiliense, 1993. (tudo é história)

FURTADO, Celso. Formação Econômica do Brasil. 22ª ed. São Paulo: Editora Nacional, 1987.

MOREIRA, Ruy. Formação do Espaço Agrário Brasileiro. São Paulo: Brasiliense, 1990. (Coleção tudo é história, número 132).

OLIVEIRA, Francisco de. Elegia para uma Re(li)gião: Sudene, Nordeste.Planejamento e confl itos de classe. 6ª ed. São Paulo: Paz e Terra, 1993.

PRADO JÚNIOR, Caio. História Econômica do Brasil. 35ª ed. São Paulo: Brasiliense, 1987.

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AULAS

01 Sobre o território brasileiro: como teorizar a sua formação à luz dos conceitos da Geografi a

02 A territorialização ibérica do mundo e a expansão do capitalismo na sua fase embrionária

03 A chegada dos portugueses ao continente americano: do “descobrimento” às primeiras formas de territorialização do colonizador português no Brasil (as feitorias)

04 A territorialização de fato do colonizador português: as capitanias hereditárias e a plantation açucareira

05 A penetração da colonização para o interior: entradas e bandeiras alargam o território colonial e transformam o Tratado de Tordesilhas em “letra morta”

06 A ocupação do Sertão nordestino e da Amazônia

07 A mineração e agricultura alimentar na ocupação do Brasil Central

08 A ocupação antiga do Brasil Meridional

09 A ocupação moderna e defi nitiva do Sul

10 O “arquipélago” de “ilhas” econômicas do Império e da Primeira República

11 A Primeira República e a consolidação das fronteiras

12 Do arquipélago de “ilhas” econômicas à integração do território

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EMENTA

> Antonio Albuquerque da Costa

> Paulo Sérgio Cunha Farias

Formação territorial e econômica; federalismo e fragmentação territorial; desenvolvimento das forças produtivas e dinâmica

territorial; o brasil no contexto da economia globalizada e a divisão territorial do trabalho.

Formação Territorial do Brasil – GEOGRAFIA

AUTORES

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