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DISCIPLINA Ecossistemas do cerrado e caatinga Autoras aula 08 Maria das Graças Ouriques Ramos Márcia Rejane de Queiroz Almeida Azevedo Ecossistemas Brasileiros Eco_Bra_A08_VMD_230610.indd Capa1 Eco_Bra_A08_VMD_230610.indd Capa1 23/06/10 11:48 23/06/10 11:48

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D I S C I P L I N A

Ecossistemas do cerrado e caatinga

Autoras

aula

08

Maria das Graças Ouriques Ramos

Márcia Rejane de Queiroz Almeida Azevedo

Ecossistemas Brasileiros

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Secretaria de Educação a Distância (SEDIS) – UFRN

577

R175e

Ramos, Maria das Graças Ouriques.

Ecossistemas Brasileiros/ Maria das Graças Ouriques Ramos, Márcia Rejane de

Queiroz Almeida Azevedo. – Campina Grande; Natal: EdUEPB; EDUFRN Editora da

UFRN, 2010.

248 p. il.

ISBN 978-85-7879-049-3

1. Ecossistemas - Brasil. 2. Biodiversidade. 3. Equilibro Ecológico I. Azevedo, Márcia

Rejane de Queiroz Almeida II. Título.

21. ed. CDD

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1Aula 08 Ecossistemas Brasileiros

1

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Apresentação

Começamos nesta aula a estudar os ecossistemas brasileiros de forma isolada, iniciando pelos ecossistemas do Cerrado e algumas informações a mais sobre a Caatinga, pois grande parte deste ecossistema já foi estudado na disciplina de Ciências da Natureza e

Realidade (aulas 04, 05 e 06), não havendo necessidades de repetição.

Nesta aula iremos falar das características físicas do Cerrado e acrescentar algo a mais sobre a Caatinga, já que este ecossistema é um dos mais alterados pelas atividades humanas, por isto vamos dar mais ênfase aos problemas ambientais que afetam a Caatinga.

Trabalharemos conteúdos teóricos, leituras complementares, glossários e atividades que possam envolvê-lo (la) nos estudos sobre esses ecossistemas.

As relações de interação com colegas do curso, tutores e professores é de suma importância para tirar as dúvidas e dessa forma buscar esclarecimentos necessários.

ObjetivosAo fi nal desta aula esperamos que você seja capaz de:

Diferenciar as características que existem entre os ecossistemas do cerrado e da caatinga;

Entender a importância da preservação ambiental destes ecossistemas;

Compreender que a educação ambiental é o melhor caminho para a preservação da natureza.

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2 Aula 08 Ecossistemas Brasileiros

Geossinclínio

[...] corresponde às zonas de intensa

movimentação tectônica onde aparecem os

diversos tipos de dobras, falhas e vulcanismos, [...]

acumulação de grandes espessuras de materiais.

Convexizados

Encosta que apresenta formas convexas.

Pedogênese

Processos de formações dos solos.

Para começar a nossa aula...

Vamos começar esta aula falando de um importante ecossistema, o Cerrado, característico da região central do Brasil, onde ocupa cerca de 23% da superfície deste país. De acordo com Capobianco (1997) cobre uma área de dois milhões de km², sendo considerado

o maior ecossistema da América do Sul. Estende-se pela região central do Brasil nos Estados de Goiás, Tocantins, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, oeste de Minas Gerais e da Bahia, sul do Maranhão e parte do Piauí, chegando a Rondônia e Pará.

Características físicas do cerrado

Segundo POPP (2007), a estrutura geológica do Brasil central é formada pelo embasamento cristalino que compreende as rochas afetadas por dobramentos e metamorfi smo antes da sedimentação. A grande estrutura conhecida do Escudo Brasileiro é o geossinclínio do

Espinhaço, que se estende de Minas Gerais ao Maranhão, formado por rochas mais antigas na idade de 3 bilhões de anos. Na unidade geomorfológica se destaca os chapadões cobertos por cerrados, com formações que ocupam terrenos planos ou levemente convexizados do Brasil Central, com algumas ocorrências isoladas na Amazônia, São Paulo e Minas Gerais (ROSS, 1995).

Ainda segundo Ross (op. cit.,) os solos dos cerrados são, naturalmente, pobres em nutrientes, devido a sua origem associada a depósitos sedimentares antigos, que vêm sofrendo pedogênese há milhares de anos.

De acordo com as diferentes condições geológicas, geomorfológicas e climáticas, os solos dos cerrados variam em textura, estrutura, perfi l e profundidade. Estes solos possuem altas concentrações de alumínio, que é tóxico para a maioria das espécies utilizadas na agricultura.

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Atividade 1Fo

nte:

IBGE

, 200

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Pesquise na Internet fi guras sobre o cerrado brasileiro e faça comparações com as características ambientais do local onde você mora.

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Continuando a nossa aula...

Características ambientais do cerrado

Condições climáticas, temperatura e hidrografi a do cerrado

Na região central do Brasil, coberta pela vegetação do cerrado onde predomina o clima tropical, com apenas duas estações seca e chuvosa bem diferenciadas. De acordo com Vianello e Alves (2002) o verão é essencialmente quente e chuvoso, enquanto o inverno é menos quente e seco, pois características climáticas sofrem infl uencias de sistemas oriundos do norte e do sul do continente. Afi rmam ainda os autores que “as linhas de instabilidade ocorrem tanto no verão, associadas à convergência de baixos níveis, quanto no inverno, antecipando-se às penetrações frontais”.

As temperaturas em média são acima de 18 ºC em todos os meses do ano. A área é banhada pela bacia hidrográfi ca do Rio Tocantins, formada pelas sub-bacias dos rios Pará e Guamá (IBGE, 2000).

A biodiversidade do cerrado Para Ross (1995) no Brasil as savanas recebem o nome de cerrado e compreendem

diversos tipos de formações. “A vegetação do cerrado se caracteriza pela presença de arvores de porte médio, de três a seis metros, com indivíduos que podem chegar a vinte metros, com troncos e galhos retorcidos, cascas espessas, folhas coriáceas e raízes profundas, atingindo muitas vezes o lençol freático” (CAPOBIANCO e LIMA 1997, p. 135), que afi rma ainda

“Considerado até recentemente como um ambiente pobre, o cerrado brasileiro é reconhecido hoje como a savana mais rica do mundo, com a presença de alta diversidade vegetal e ambiental”.

Os cerrados brasileiros, em contraste com as savanas africanas, são úmidas mesmo nas estações mais secas. Hoje, extensas áreas de cerrados do Brasil Central estão ocupadas com a produção de grãos, principalmente com a soja, arroz, e trigo.

Ainda segundo Capobianco e Lima (op.cit.) nas décadas de 1970 a 1980 houve um acelerado crescimento das fronteiras agrícolas, levando a desmatamentos, queimadas, uso

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de fertilizantes químicos e agrotóxicos. Atualmente, restam apenas cerca de 20% de área de cerrado em estado de conservação (IBAMA, 2002).

O cerrado era considerado até recentemente como um ambiente pobre. Segundo o IBAMA, o cerrado brasileiro é reconhecido hoje como a savana mais rica no mundo, com a presença de alta diversidade vegetal e animal. Numa estimativa de mais de 10 mil espécies de plantas com mais de 4 mil endêmicas. A fauna apresenta mais de 800 espécies de aves quase 200 mil espécies de mamíferos, mais de 150 espécies de anfíbios, espécies de répteis, dentre todas estas espécies estão as endêmicas e uma variedade de espécies de insetos.

vegetação do cerrado lobo guará anta (animais do cerrado)

No cerrado brasileiro destacam-se por sua beleza e raridade as bromélias, as orquídeas, as sempre-vivas e a canela-de-ema; plantas medicinais como a macela, a aroeira e o capim-santo. Principalmente na Chapada Diamantina, onde o relevo segundo Pereira (2007) é semelhante uma montanha com colinas de 800 metros de altitude e vales com 400 a 600 metros de profundidade onde são encontradas fl orestas e matas ciliares; com planaltos e serras com altitude média de 1.000 metros, onde aparecem os conhecidos cerrado de altitude. Nas altitudes de 1200 a 1500 metros encontram-se os campos rupestres, com espécies herbáceas e subarbustivas de pequeno porte.

“Por causa da diversidade de relevo, temperatura e luminosidade, a vegetação forma uma espécie de mosaico com diferentes associações vegetais” (PEREIRA, op.cit.).

Chapada Diamantina

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Atividade 2

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De acordo com o que foi estudado desenhe o mapa do Brasil e resolva as seguintes propostas.

Destaque no mapa a região que corresponde ao cerrado brasileiro.

Coloque a bacia hidrográfi ca mais importante da região.

Destaque a Chapada Diamantina no mapa.

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Seguindo com a nossa aula...Você estudou o ecossistema da caatinga na disciplina Ciências da Natureza e Realidade.

Onde foram vistos os recursos minerais, hídricos, fl orestais e a fauna. E a ainda, na ultima aula da disciplina foi estudado o Nordeste, o homem e a seca.

Nesta aula, iremos estudar a caatinga juntamente com o ecossistema do cerrado, pois ambos possuem características bem semelhantes. Iremos fazer um diagnostico geral da sua biodiversidade e as principais características deste ecossistema de vegetação extremamente diversifi cada e diferenciada.

Principais característicasda caatinga

Os morros têm aparência acinzentada e esbranquiçada porque no período da seca a maior parte das suas árvores perdem as folhas. Por isso a origem do seu nome “caatinga”, que em tupi-guarani quer dizer mata branca (caa – signifi ca mata e tinga – branca).

Segundo Araújo (1998) a caatinga cobre mais de 70% da região Nordeste e se caracteriza pelas baixas precipitações medias e anuais, com seca que se prolonga por 9 meses ou mais. Para Copobianco e Lima (1997) o ecossistema da caatinga é considerado o único exclusivamente brasileiro, pois os demais podem ser encontrados nos países vizinhos sendo portanto um ecossistema de grande heterogeneidade pela existência de diversas paisagens úmidas.

Para Vianelho e Alves (2000) “climaticamente, a região Nordeste está associada a temperaturas elevadas o ano todo, com amplitudes térmicas máximas em torno de 6ºC”. o clima semi-árido nordestino sofre grandes períodos de seca porque as chuvas são irregulares e esparsas. Ainda segunda Vianelho e Alves (op.cit.) a relativa homogeneidade térmica contrasta-se com a grande variabilidade espacial e temporal das chuvas. No litoral, a precipitação anual supera 1600mm anuais, enquanto no interior não ultrapassa a 400mm certas áreas, a região do “polígamo das secas”. Com este volume torna-se insufi ciente as práticas convencionais da agricultura e da pecuária.

Por isso o Nordeste é considerado uma região anômala com anos chuvosos que causam inundações e podem seguir-se de estiagens catastrófi cas. Ross, (1995, p. 174) afi rma,

“as massas de ar que trazem as chuvas produzem ventos que sopram de noroeste, leste e sudeste. A perda de água por evaporação, propiciada pelos ventos, temperaturas altas e vegetação, podem alcançar 1800mm anuais, (...) a região podem evaporar mais água do que recebem num ano (...) a área do polígamo das secas a evaporação é maior que

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Atividade 3

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a precipitação, com uma radiação solar que podem chegar a 3200 horas anuais, o que equivale a 266,6 dias do ano com 12 horas de luz (op.cit.)”.

A ausência de nuvens e a escassez de chuvas fazem o clima da caatinga se assemelhar ao deserto, com dias muitos quentes e noites bem frias. Embora a temperatura fi que entre 27 e 29ºC durante todo o dia a população chama de inverno a estação chuvosa e de verão o período seco.

O rio São Francisco é o corpo d’água mais importante e tem no seu vale a região mais produtiva deste ecossistema. Os demais rios são temporários, desaparecendo na época das estiagens e a população utiliza como alternativa a água dos rios que se acumulam debaixo da terra arenosa.

Qual a explicação para o contraste climático desta região? Quais são as causas das anomalias, já que são intensamente pesquisadas?

Segundo Vianelho e Alves (2000), ainda não existem conclusões defi nitivas, das causas dessas anomalias. “Entretanto, inúmeros fenômenos atuam na região, isolados ou combinados entre se: circulações de Hadley – Walker, Zona de Convergência Internacional, elevado albedo da superfície penetração de sistemas frontais, anomalias de temperaturas das águas oceânicas do Atlântico e do Pacifi co, mecanismos de brisas marítimas e terrestres, linhas de instabilidade, mecanismos atmosférico de grande escala, dentre outros. Os autores afi rmam ainda, que a própria topografi a da região parece ser determinante em escala local, pois as chuvas de barlavento (diz da encosta voltada para o vento) são destacavelmente mais abundantes em relação as de sotavento (a encosta fi ca oposta ao abrigo do vento); em alguns locais a circulação de vale e de montanha parece importante. Mas, que todos estes fenômenos citados merecem pesquisas mais detalhadas, a fi m de conhecer melhor as causas da anomalia climática da região Nordeste.

Dentre os ecossistemas estudados (cerrado e caatinga), responda as questões.

Quais as características ambientais que mais se identifi cam com a sua realidade?

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Qual a temperatura e a umidade do local onde você moral?

Procure saber qual o tipo de chuva que é mais comum na sua região (se chuvas de barlavento ou sotaventos).

Um pouco mais de aula...A biodiversidade da região Nordeste é bem diversifi cada tanto a fl ora quanto a fauna.

Vamos agora estudar esta paisagem interessante das muitas caatingas com a beleza da sua fauna.

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10 Aula 08 Ecossistemas Brasileiros

O Nordeste das muitas caatingas

A caatinga nordestina abrange 10% do nosso país, pois sua vegetação é bastante diversifi cada, entre formações campestres e fl orestais. Segundo MMA (2004), a grande variedade de espécies se encontra nas áreas mais altas de serras, que se caracterizam

como refúgios montanhosos; nas regiões de maior umidade, como as ilhas úmidas e agrestes e nas zonas mais secas, a uma boa adaptação da vegetação às condições climáticas.

Existem entre as paisagens do Nordeste nas regiões mais elevadas, a exemplo da Chapada Diamantina, uma vegetação mista de cerrado e caatinga como bromeliáceas e orquidáceas dentre outras. O ecossistema da caatinga não possuem uma vegetação homogênea e uniforme e o fator determinante é o clima, o tipo de solo e o relevo, mas, a falta de água é o principal fator limitante.

Ainda, de acordo o MMA (op.cit.) o clima seco com chuvas irregulares do semi-árido e o solo raso deram origem a uma paisagem de árvores e arbustos, que possuem características como:

Perdem as folhas em períodos de baixa umidade (as caducifólias);

Adaptam-se a seca, como as espécies suculentas de cactos que armazenam água nos caules e tecidos (as xerófi las), a exemplo do mandacaru, o xique-xique, a palma, a macambira e muitas outras;

Têm folhas e caules reduzidas, com estruturas de espinhos e acúleos ( o espinho fi ca preso ao caule, o cacto, o acúleo é parecido com o espinho, mas é superfi cial, exemplo a rosa);

Outras árvores da caatinga são bem altas e mais desenvolvidas na região do agreste, a exemplo do ipê-amarelo;

Algumas plantas têm alto valor de mercado e são extraídas para a exportação, é o caso do babaçu, da mangaba, da carnaúba, andiroba, paluseiras e muitas outras;

Outras se destacam pelo valor da madeira, podendo citar a aroeira, barriguda lisa, a braúna do sertão, o angico, pau-ferro, pau-pereiro e outros. Como frutos comestíveis: o cajueiro, o juazeiro, oiticica, ubuzeiro.

Na caatinga também existem as plantas medicinais que funcionam como uma farmácia viva, destacando-se a aroeira, o juazeiro, a braúna, o angico e o cajueiro.

O mundo animal da caatinga nordestinaAo contrario da fl ora, que se adapta facilmente à seca, os animais não conseguem resistir

a longos períodos de falta de água, por isso estima-se que a fauna da caatinga não seja muito

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11Aula 08 Ecossistemas Brasileiros

Atividade 4

grande, pois segundo Pereira (2007) a riqueza e a diversidade de animais da caatinga ainda são pouco estudadas.

Como fauna da caatinga encontramos cobras como a cascavel, a jibóia, a jararaca, lagartos, tatus, o tamanduá, a suçuarana, a onça pintada. Se destaca como maioria os morcegos e os roedores, como o mocó, um mamífero típico da caatinga. Quanto as aves, há mais de 400 espécies, adaptadas aos vários ambientes deste ecossistema (PEREIRA, op.cit.).

O cartunista Henrique de Souza Filho, o Henfi l (1944-1988), discutia os problemas políticos, sociais e econômicos no Brasil dos anos 1970 com bom humor, através de personagens que apareciam no semanário Pasquim, no Jornal do Brasil e na Revista Fradim. Analise e comentem as seguintes proposições:

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12 Aula 08 Ecossistemas Brasileiros

sua

resp

osta

I Henfi l criou um trio curioso: a Graúna (uma ave magrinha, mas muito combativa), Francisco Orelana (um bode que gostava de devorar livros) e Zeferino (um cangaceiro macho e lutador, mas dado a gestos carinhosos). Eles habitavam um lugar chamado Alto da Caatinga onde tudo era uma metáfora sobre o Brasil da época.

II As discussões travadas pelos personagens de Henfi l eram densas. Um tema recorrente era o das diferenças regionais - o descompasso existente entre o Sul-Sudeste desenvolvido e o Norte-Nordeste subdesenvolvido.

A caatinga e as ações antrópicasA caatinga é um dos ecossistemas brasileiros mais alterados pelas atividades humanas,

pois a infl uência das ações antrópicas sobre a sua expansão vêm ao longo dos anos pós-descobrimento. Conforme afi rma Araújo,

“O uso humano desordenado da caatinga vem deixando suas marcas, muitas vezes, irreversíveis, como a desertifi cação. Suas ações se fazem presentes através dos grandes latifúndios da prospecção e exploração da água subterrânea e de combustíveis fósseis, de siderúrgicas, olarias e outras industrias, formação de pastagens, grandes projetos de irrigação e drenagem mal conduzidas e exploração da lenha como combustível” (1998, p.36).

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13Aula 08 Ecossistemas Brasileiros

Atividade 5

Na canção popular nordestina, Asa Branca, de Luís Gonzaga o retrato da vida e do ambiente das caatingas brasileiras.

Asa BrancaLuíz GonzagaComposição: Luiz Gonzaga / Humberto Teixeira

Quando oiei a terra ardendoCom a fogueira de São JoãoEu preguntei a Deus do céu,aiPor que tamanha judiação

Que braseiro, que fornaiaNem um pé de prantaçãoPor farta d’água perdi meu gadoMorreu de sede meu alazão

Inté mesmo a asa brancaBateu asas do sertão“Intonce” eu disse adeus Rosinha

Guarda contigo meu coração

Hoje longe muitas léguasNuma triste solidãoEspero a chuva cair de novoPara eu vortar pro meu sertão

Quando o verde dos teus olhosSe espanhar na prantaçãoEu te asseguro não chore não, viuQue eu vortarei, viu

Meu coração

Devido à caça predatória e ao desmatamento de seus habitats, varias espécies estão em extinção, a exemplo da ararinha-azul (Cyanopsitta spixii), a arara-azul-de-lear (Anodorhynchus leari) que se encontra com uma população selvagem limitada na região de Canudos, na Bahia; o urubu-rei e o canário-da-terra (COPOBIANCO e LIMA,1997); (PEREIRA, 2007).

O Ministério do Meio Ambiente selecionou 35 áreas que priorizam a conservação avifauna, podendo-se destacar a Serra de Capivara, a Chapada Diamantina e Bom Jesus da Lapa.

A vegetação da caatinga mantém o solo protegido, pois as folhas que caem das árvores formam uma espécie de tapete que protege a terra contra o sal forte e a erosão. Com o desmatamento os problemas durante a seca aumentam ainda mais.

As atividades econômicas como a pecuária, a agricultura de subsistência e o extrativismo vegetal causam grandes impactos ao ambiente. Pereira (op.cit. p. 115), afirma que “o desmatamento da caatinga é tão serio que em estados como o Piauí, Pernambuco e Ceará observam-se grande áreas de desertifi cação”.

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14 Aula 08 Ecossistemas Brasileiros

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Responda as questões:

Que lição você tira da canção?

Faça comparações entre as características ambientais retratadas nos versos da canção, com o lugar onde você mora.

Concluindo a nossa aula...

Ao término desta nossa aula você deve ter percebido o quanto é importante ter a consciência de que a preservação destes ecossistemas, torna-se necessária e urgente para o equilíbrio ecológico dos mesmos. Pois a fragilidade destes ambientes torna-se

cada vez mais eminentes e devemos lembrar que as gerações futuras herdarão da atual, os benefícios e malefícios gerados por nós.

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15Aula 08 Ecossistemas Brasileiros

Resumo

Leitura complementarSugerimos o livro Grande Sertão: veredas. Como aprofundamento do assunto estudado.

Este livro, de Guimarães Rosa, retrata a diversidade do sertão que vai de Minas Gerais a Bahia, passando pelo Centro Oeste do país. Mostra bem a vegetação típica do cerrado com mata densa e o ambiente pedregoso e branco da caatinga. Fala do sertão – caatinga, do sertão – cerrado, e explora o termo de maneira poética, comparando a paisagem seca e quase desértica aos sentimentos e às relações humanas.

Nesta aula aprendemos sobre as características físicas, ambientais e a biodiversidade dos ecossistemas do cerrado e da caatinga. Vimos ainda, a beleza, a diversidade e raridades destes ambientes tão impactados pela ação antrópica. Vimos o quanto estas regiões possuem características ambientais e bióticas tão semelhantes e algumas áreas que o Ministério do Meio Ambiente selecionou para a proteção e preservação de espécies, principalmente, a avifauna. Podemos destacar a Serra da Capivara, a Chapada Diamantina e Bom Jesus da Lapa.

Auto-avaliaçãoPara saber se você atingiu os objetivos propostos responda à questão que segue. Em

caso de dúvidas, procure tirá-las voltando ao texto ou buscando ajuda com o tutor.

Faça uma síntese sobre a importância da preservação dos ecossistemas do cerrado e da caatinga. Não esqueça de destacar as ações predatórias que o homem vem causando a estes ambientes, principalmente, a caatinga nordestina.

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16 Aula 08 Ecossistemas Brasileiros

Anotações

ReferênciasARAÚJO, S. M. de. Introdução à Ciências do Ambiente para Engenharia. Apostila. Campina Grande: UFPB, 1998, 68p.;

CAPOBIANCO , J. P. R. e LIMA, A. R. Mata Atlântica: avanços legais e institucionais para sua conservação: In Documentos do ISA, n. 4. São Paulo: Instituto Sócio – ambiental, 1997;

IBGE. Gerência de Recursos Naturais da Unidade Estadual da Bahia. Rio de Janeiro: UCM/ Universidade Cândido Mendes, 2000;

Ministério do Meio Ambiente. Biodiversidade da Caatinga: áreas e ações prioritárias para a conservação. Brasília, 2004;

PEREIRA, L. F. Faces do Sertão. Série (Em) cantos do Brasil. São Paulo: Escala Educacional, 2007;

POPP, J. H. Geologia Geral. Rio de Janeiro: LTC – Livros Técnicos e Científi cos, 5ª ed. 1998, reimpressão, 2007;

ROSS, J. L. S. (org). Geografi a do Brasil. São Paulo: Edusp, 1995.

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EMENTA

Introdução a princípios, conceitos e fatores ecológicos; defi nição de ecossistema; equilíbrio ecológico e sustentabilidade; ecossistemas brasileiros: Caatinga, Cerrado, Pantanal, Litorâneo, Amazônico, Floresta de Serras.

Ecossistemas Brasileiros – GEOGRAFIA

AUTORAS

> Maria das Graças Ouriques Ramos

> Márcia Rejane de Queiroz Almeida Azevedo

AULAS

01 Introdução a princípios e conceitos ecológicos

02 Fatores ecológicos

03 Defi nição de ecossistemas

04 Ecossistemas aquáticos

05 Equilíbrio ecológico

06 Sustentabilidade

07 Estrutura física do Brasil

08 Ecossistemas do cerrado e da caatinga

09 Ecossistemas da Amazônia

10 Ecossistema do Pantanal

11 Ecossistema litorâneo

12 Ecossistema de fl oresta de serras

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