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Formação Territorial do Brasil DISCIPLINA A penetração da colonização para o interior: entradas e bandeiras alargam o território colonial e tranformam o Tratado de Tordesilhas em “letra morta” aula 05 Antonio Albuquerque da Costa Paulo Sérgio Cunha Farias Autores Fo_Te_A05_VML_080710.indd Capa1 Fo_Te_A05_VML_080710.indd Capa1 08/07/10 11:46 08/07/10 11:46

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Formação Territorial do BrasilD I S C I P L I N A

A penetração da colonização para o interior: entradas e bandeiras alargam o

território colonial e tranformam o Tratado de Tordesilhas em “letra morta”

aula

05

Antonio Albuquerque da Costa

Paulo Sérgio Cunha Farias

Autores

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Governo Federal

Presidente da RepúblicaLuiz Inácio Lula da Silva

Ministro da EducaçãoFernando Haddad

Secretário de Educação a Distância – SEEDCarlos Eduardo Bielschowsky

Coordenador de EdiçãoAry Sergio Braga Olinisky(UFRN)

Projeto Gráfi coIvana Lima (UFRN)

Revisoras Tipográfi casAdriana Rodrigues Gomes (UFRN)

Margareth Pereira Dias (UFRN)Nouraide Queiroz (UFRN)

Arte e IlustraçãoAdauto Harley (UFRN)Carolina Costa (UFRN)

Heinkel Hugenin (UFRN)Leonardo Feitoza (UFRN)

DiagramadoresIvana Lima (UFRN)Johann Jean Evangelista de Melo (UFRN)José Antonio Bezerra Junior (UFRN)Mariana Araújo de Brito (UFRN)Vitor Gomes Pimentel (UFRN)

Revisora de Estrutura e LinguagemRossana Delmar de Lima Arcoverde (UFCG)

Revisora de Língua PortuguesaMaria Divanira de Lima Arcoverde (UEPB)

Universidade Federal do Rio Grande do Norte

ReitorJosé Ivonildo do Rêgo

Vice-ReitoraÂngela Maria Paiva Cruz

Secretária de Educação a DistânciaVera Lúcia do Amaral

Universidade Estadual da Paraíba

ReitoraMarlene Alves Sousa Luna

Vice-ReitorAldo Bezerra Maciel

Coordenadora Institucional de Programas Especiais – CIPEEliane de Moura Silva

Ficha catalográfi ca elaborada pela Biblioteca Central - UEPB

910.9

C837f Costa, Antônio Albuquerque da.

Formação Territorial do Brasil/ Antônio Albuquerque da Costa; Paulo Sérgio Cunha

Farias. – Campina Grande: EdUEP, 2009.

385 p.: il.

ISBN: 978-85-7879-050-9

1. Geografi a - Brasil. 2. Geografi a – Estudo e Ensino. I. Farias, Paulo Sérgio Cunha.

II. Titulo.

21. ed. CDD

Secretaria de Educação a Distância (SEDIS) – UFRN

Todos os direitos reservados. Nenhuma parte deste material pode ser utilizada ou reproduzida sem a autorização expressa da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) e da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB).

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Aula 05 Formação Territorial do Brasil 1

ApresentaçãoAtenção pessoal! Vamos iniciar o nosso papo?

Como você pôde perceber na nossa aula anterior, durante praticamente todo o século XVI a ocupação portuguesa do Brasil colônia teve um caráter periférico e litorâneo. A razão disso estava no próprio sentido da colonização - voltada para o enriquecimento da metrópole e baseada na política mercantilista da época.

Assim, o litoral apresentava certas vantagens, estava mais próximo da Europa, era, portanto, o acesso mais fácil à metrópole e ao comércio europeu. O fator geográfi co da proximidade era de extrema importância em um período no qual a navegação era o único meio usado para deslocar, a longa distância, pessoas e mercadorias entre os espaços na escala do mundo. A proximidade relativa entre o litoral da colônia com a metrópole portuguesa e com a Europa em geral, evitava grandes dispêndios fi nanceiros com os transportes das mercadorias. É importante também lembrar para você que, além da localização, o litoral apresentava outras vantagens geográfi cas, nele se encontravam as condições edafoclimáticas (solos aluviais férteis e clima quente e úmido) essenciais para a opção econômica que Portugal escolheu para ocupar produtivamente o seu espaço colonial no Novo Mundo – a cana-de-açúcar.

Contudo, esse caráter litorâneo e periférico da territorialidade portuguesa no Brasil colonial não deve ser considerado em absoluto. Mesmo no século XVI e, fundamentalmente, nos séculos subseqüentes, a ocupação colonial portuguesa, embora de forma rarefeita e dispersa, estendeu-se para o interior, movida pelos deslocamentos das entradas, das bandeiras e das missões. Esses deslocamentos para o interior do espaço colonial tinham como objetivos: aprisionar os indígenas para vendê-los como escravos, procurar os metais preciosos e as drogas do sertão, estabelecer currais, para a prática da pecuária, e roçados, para a agricultura acessória, fundar aldeias para evangelizar os índios etc.

Nessa epopéia, entradistas, bandeirantes e missionários transpuseram os limites territoriais portugueses na América e foram muito além dos marcos defi nidos para eles pelo Tratado de Tordesilhas. Essa expansão para além desse tratado obrigou a Portugal e a Espanha renegociarem os limites das suas possessões coloniais na América do Sul. Isso foi concretizado através da assinatura de novos tratados, a exemplo do Tratado de Madri (1750) e do Tratado de Santo Ildefonso (1777), que expandiram os domínios portugueses em detrimento dos espanhóis no subcontinente sul-americano.

É importante lembrar para você que, durante o período da União Ibérica, no qual Portugal fi cou sob o domínio da Espanha, não havia nenhum impedimento legal para que os portugueses se adentrassem ao interior do espaço colonial sul-americano, já que, nesse momento, tudo pertencia a um mesmo dono: a Espanha.

Portanto, nosso mergulho no túnel do tempo, nessa aula, pretende levar você aos recônditos da história territorial do Brasil, para fazê-lo desvendar os movimentos de penetração

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para o interior, que alargaram bastante as possessões portuguesas no continente. Para viajar no túnel do tempo e desvendar mais esse capitulo da história da formação territorial do Brasil. é importante que você estude com atenção o conteúdo dessa aula, realize as atividades, consulte a bibliografi a complementar e, em caso de persistência de dúvidas, busque esclarecimentos com o tutor ou professor da disciplina.

Objetivos Com esta aula, esperamos que você:

Conheça os fatores que motivaram e possibilitaram a penetração da colonização portuguesa para o interior do espaço do Brasil colônia.

Perceba o papel que tiveram as entradas e as bandeiras na ampliação dos domínios portugueses na América do Sul.

Reconheça que a expansão portuguesa além dos seus limites territoriais de direito, transformou o Tratado de Tordesilhas em “letra morta”.

Conheça os efeitos da expansão portuguesa para o interior na formação territorial do Brasil.

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Aula 05 Formação Territorial do Brasil 3

A interiorização da colonização: as entradas e as bandeiras

Vamos retomar o nosso papo.

Desde os primeiros anos da colonização os portugueses empreenderam esforços no sentido de conhecer o interior da sua colônia americana. Essa penetração para o interior visava, sobretudo,

[...] pesquisar a existência de ouro, de prata, de pedras preciosas, esmeraldas e também procurar indígenas para escravizá-los, de vez que, instalada a atividade agrícola [a cana-de-açúcar], logo perceberam que a mão-de-obra era escassa (ANDRADE, 2003, p. 61).

Contudo, essas frentes de ocupação do interior da colônia tiveram também outros objetivos, tais como:

1. Estabelecer os currais para a criação de gado, a exemplo do Sertão nordestino.

2. Destruir os territórios construídos pelos escravos negros, a exemplo da expedição de Domingos Jorge Velho, que destruiu o território construído pelos negros escravos fugidos na Serra da Barriga em Alagoas (Quilombo dos Palmares). Esse entradista, após dois anos de campanha, destruiu esse território em 1697.

3. Explorar as drogas do sertão, principalmente nos vales dos rios amazônicos – essa função foi executada pelas missões religiosas através do uso da mão-de-obra indígena.

Esses, entre outros objetivos da penetração da colonização portuguesa para o interior, serão mais bem estudados na aula seis. Importa agora para você se deter no papel das entradas e das bandeiras para a interiorização do colonizador e, conseqüentemente, para a ampliação dos domínios portugueses no interior da América do Sul. Contudo, para começo de conversa, você sabe o que eram as entradas e as bandeiras?

As entradas e as bandeiras eram expedições de penetração do interior do Brasil colônia, organizadas pelos portugueses. Mas, em que essas duas formas de penetração territorial se diferenciavam? De acordo com Manuel Correia de Andrade:

[...] Hélio Viana considera como entradas as que partiram das várias capitanias do Brasil [colônia], com exceção de São Vicente, e, como bandeiras, as que partiram desta capitania. Assim, poderíamos dizer que as bandeiras foram paulistas, enquanto as entradas foram maranhenses, pernambucanas, baianas, espírito-santenses e fl uminenses. Outros autores distinguem os dois movimentos, considerando como entradas as expedições organizadas e dirigidas pelo poder público, enquanto as bandeiras seriam as expedições particulares (ANDRADE, 2003, p. 61).

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Aula 05 Formação Territorial do Brasil4

Sertão

O termo é aqui utilizado para designar as regiões

distantes da costa, é o Brasil interiorano. Não tem

o mesmo signifi cado que se emprega no Nordeste

do Brasil onde o termo Sertão refere-se a uma

região natural específi ca, o semi-árido nordestino.

Vamos conversar um pouco sobre as entradas

As primeiras entradas antecederam o início do estabelecimento da colonização de fato do território português na América. Essas tiveram como objetivo procurar metais preciosos no interior do espaço colonial. Foi com esse objetivo que, em 1503, Américo

Vespúcio fez partir uma expedição de Cabo Frio (RJ) para o interior. Com esse mesmo afã, Martim Afonso, após chegar a Cananéia, enviou uma expedição com 80 homens ao Sertão para procurar ouro e pedras preciosas. Essas duas expedições jamais regressaram (ANDRADE, 2003, p. 61).

Algumas expedições pernambucanas também devassaram o interior do atual Nordeste visando aprisionar índios para escravizar. Entre essas expedições consta a organizada no governo Duarte Coelho de Albuquerque. Esse donatário, com o auxílio do padre do Ouro, reduziu muitos indígenas à escravidão. Contudo, essas expedições pernambucanas não obtiveram muito sucesso. As mais famosas entradas tiveram como ponto de partida a Bahia, entre elas podemos destacar: a de Antônio Dias Adorno, que explorou o norte de Minas; a de Gabriel de Sousa, que explorou a Chapada Diamantina; e a de Belchior Dias, que percorreu o sertão do São Francisco. Todas elas buscavam encontrar os metais e as pedras preciosos. Outras entradas partiram de Porto Seguro, promovidas pelos donatários do Espírito Santos e do Rio de Janeiro. Essas não foram bem-sucedidas, ou seja, não encontraram os metais e as pedras preciosos, limitando-se a trazer alguns escravos índios para os entornos das suas capitanias. (ANDRADE, 2003, p. 61-63).

Contudo, algumas entradas de penetração do interior do espaço colonial foram empreendidas com o intuito de estabelecer currais para a criação de gado. O sertão nordestino foi devassado e ocupado por criadores de gado, que partiram de Olinda e Salvador. Essas marchas de ocupação do interior anexaram também o Agreste nordestino ao projeto de colonização portuguesa - para as funções de cultivar alimentos e criar gado (ver mapa 01).

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Mapa 01 – Penetração do Gado nos Sertões nordestino a partir de Olinda e Salvador

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Enfi m, as entradas, mesmo estabelecendo um modelo de povoação disperso e rarefeito, cumpriram os seus objetivos econômicos - assegurar a manutenção das atividades acessórias à plantation açucareira litorânea, e geopolítico - assegurar a coroa portuguesa o domínio s e a defesa do território constantemente ameaçado pelas invasões externas, além de possibilitar aos lusitanos ampliarem as sua possessões coloniais além do limites defi nidos pelo Tratado de Tordesilhas.

Vamos falar um pouquinho sobre as bandeiras

As bandeiras foram expedições formadas por várias frentes de ocupação do interior do território colonial. Ocorreram durante os séculos XVII e XVIII e tiveram como local de origem, principalmente, São Paulo ou, na época, São Paulo de Piratininga.

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As bandeiras tinham como objetivos principais a busca de metais preciosos e a caça de índios para serem aprisionados e vendidos como escravos (ver fi gura do aprisionamento dos índios pelos bandeirantes).

Índios aprisionados por bandeirantes

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As bandeiras penetraram sertão adentro, atacaram aldeias, exterminaram grandes contingentes indígenas e aprisionaram e escravizaram outro tanto. Em outros casos, a forma de atuar dos bandeirantes paulistas (homens que compunham as bandeiras) como sertanistas e sua experiência na luta contra os índios geraram o chamado Bandeirantismo de Contrato. Nos lugares mais recônditos da colônia onde existissem lutas entre os colonizadores e os indígenas, os primeiros recorriam aos bandeirantes paulistas, contratando tropas sob comando de determinados chefes, para liquidarem os índios. Um bandeirante de contrato bastante evidenciado nos estudos historiográfi cos, pelo seu “trabalho” de eliminar índios para terceiros, foi Domingos Jorge Velho. Este lutou contra os índios revoltados nos sertões paraibanos, na chamada Guerra dos Bárbaros. Contudo, entrou para a historiografi a brasileira por comandar, através de contrato com o Governo de Pernambuco, a destruição do Quilombo de Palmares na Serra da Barriga, em Alagoas. Como soldo pela destruição desse território de resistência do escravo negro fugido, o referido bandeirante de contrato recebeu grandes sesmarias no atual Estado de Alagoas.

Em seu rastro despovoador e desterritorializador, os bandeirantes destruíram as missões jesuíticas de Tape e do Uruguai, nas quais havia uma grande quantidade de indígenas catequizados e disciplinados para o trabalho agrícola. Esses índios foram escravizados e trazidos para o Planalto de Piratininga. Após esse ataque, os jesuítas recuaram para o sul e fundaram os chamados sete povos das missões. Depois de destruir essas missões, os bandeirantes

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se dirigiram para o sul do Mato Grosso e destruíram as missões de Itatim, trazendo os seus habitantes como escravos para os campos de São Paulo (ANDRADE, 2003, p. 63-64).

Dentre os bandeirantes mais famosos nessa empreitada de caça ao índio para escravizá-lo, destaca-se Antônio Raposo Tavares. Esse, partindo de São Paulo alcançou o Rio Paraná, passando deste para o Paraguai e daí para o Guaporé, o Madeira e o Amazonas, descendo a foz desse rio (ANDRADE, 2003, p. 64) (ver mapa 02 das entradas e das bandeiras).

Mapa 02 – Entradas e bandeiras

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Contudo, os bandeirantes fi caram mais famosos pela descoberta do ouro das Minas Gerais, em 1695. Essa descoberta é atribuída ao bandeirante Garcia Rodrigues Paes. Primeiramente, foi descoberto o ouro na região próxima ao Pico do Itacolomi, nos atuais municípios de Ouro Preto e de Mariana, começando, em seguida, a exploração dessas jazidas. Depois, outras áreas adjacentes passaram, também, a ser exploradas: Sabará, São João Del

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Rey, Congonhas do Campo, Caeté etc. A essas áreas foi incorporado, em seguida, o chamado Distrito Diamantino, muito rico em diamantes (ANDRADE, 2003, p. 63-64). A mineração ainda se espraiou pelos atuais Estados de Goiás e Mato Grosso, que também dispunham de boas jazidas de metais e pedras preciosos.

A descoberta das minas deslocou o eixo econômico da colônia para o centro-sul; direcionou os fl uxos de portugueses, dos habitantes de outras áreas da colônia (baianos, fl uminenses, pernambucanos, paulistas etc.) e da mão-de-obra escrava negra para a região mineradora; deu origem a muitas cidades, nas quais a vida e as funções urbanas eram mais intensas que as do litoral açucareiro. Como desdobramento do apogeu da mineração, Mato grosso e Goiás foram elevados à condição de capitanias, separados de São Paulo, em 1748. O deslocamento do eixo econômico para o centro-sul, patrocinado pela mineração, mudou, também, o centro de gestão do território colonial de Salvador para o Rio de Janeiro (1763), que se constituiu, também, no principal porto para o envio dos metais e das pedras preciosos à Europa.

Cabe aqui uma pequena digressão para falar a você sobre o papel que tiveram as missões religiosas no projeto de expansão, de domínio e de defesa territorial para os portugueses.

Como já foi observado por você, as entradas e as bandeiras tanto asseguraram a apropriação, o uso econômico e o controle do território aos portugueses, mesmo que de forma rarefeita e dispersa, quanto serviram ao seu projeto geopolítico de ampliar e estabelecer a defesa do território colonial, transformando, assim, os acordos do Tratado de Tordesilhas em “letra morta”. No tocante à Amazônia, o estabelecimento de fortes e de missões religiosas serviu para que Portugal se estabelecesse na região, assegurando o seu controle sobre a sua maior parte. Conforme afi rma Caio Prado Júnior:

No litoral norte, o Rio Amazonas foi estratégico, por sua extensão e ampla navegabilidade, até 2.000 km no interior em meio à fl oresta equatorial. Durante a União das duas Coroas de Portugal e Espanha (1580-1640), holandeses, franceses e ingleses, trataram de ocupar militarmente esta área. Para defender a Bacia Amazônica, as formas iniciais de ocupação foram pequenos fortes, sendo o primeiro deles na foz do Amazonas, em Belém (1616).

Para assegurar a ocupação a longo prazo, bem como a pacifi cação e a lealdade das tribos aborígenes contra os holandeses, ingleses e franceses, os portugueses resolveram dividir a bacia entre ordens religiosas católicas. Seguiram assim os jesuítas espanhóis, que já haviam estabelecido um verdadeiro cordão estratégico ininterrupto de missões jesuítas no coração do continente, do Prata ao Alto Amazonas, no século XVI e primeira metade do século XVII (PRADO JÚNIOR apud BECKER e EGLER, 2003, p. 42-43).

As missões religiosas dos séculos XVII e XVIII, além de catequizar os índios, deram início à exploração das “drogas” do sertão (canela. cravo, salsa-parrilha, cacau nativo) na Amazônia. Segundo Bertha Becker e Cláudio Egler:

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No vale do Amazonas, a Coroa estimulou a ação das missões, que se tornaram as maiores exploradoras das “drogas” (canela, cravo, salsa-parrilha, cacau nativo), além de produzirem alimentos para a subsistência e deterem o monopólio sobre a mão-de-obra indígena. Fortes e missões penetraram profundamente no território amazônico assegurando a futura soberania de Portugal numa área imensa, ainda que com fraca base econômica e esparsamente povoada (BECKER e EGLER, 2003, p. 45).

A ação catequizadora e disciplinadora dos índios para o trabalho, realizada pelas missões, chamou a atenção de algumas tropas de resgate, que visavam à caça de indígenas para escravizá-los. Os índios cativos eram, após serem retirados das missões, arrebanhados para as lavouras ao redor das cidades e vilas da região, a exemplo de Belém do Pará, Bragança, Santarém, Óbidos, Monte Alegre etc.

É importante lembrar para você que o período da União Ibérica (1580-1640) é considerado, por alguns estudiosos, como de muita importância à expansão portuguesa para além de Tordesilhas. Com a União Ibérica, as Coroas portuguesa e espanhola foram unificadas sob um único comando: o espanhol. Com isso, não existiam impedimentos legais que freassem os portugueses no seu afã de alargar os seus domínios ou estabelecer as bases de defesa do seu espaço colonial no Novo Mundo. Para isso, valeram-se das entradas, bandeiras e missões, que lhes possibilitaram se estender por um vasto território, que no Tratado de Tordesilhas pertencia à Espanha. Nesse sentido,

Após a separação das duas Coroas (1640), a colonização portuguesa em pouco mais de um século invadiu áreas que pertenciam à Espanha e ocupou o território que é hoje o Brasil. O rompimento da linha de Tordesilhas tornou-se, para a metrópole, um objetivo, e não apenas uma conseqüência da defesa do território (BECKER e EGLER, 2003, p. 43).

A expansão portuguesa pelo interior no Norte-Nordeste, através das entradas; pelo canto-oeste, sul e norte, através das bandeiras; pela Amazônia, através das fortifi cações e das missões religiosas, alargou, sobremaneira, as suas possessões na América do Sul em detrimento das possessões espanholas. Como uma das conseqüências, forçou à adoção de mudanças nos princípios jurídicos que defi niam o direito de uma metrópole sobre um território colonial, substituindo o princípio do direito por descoberta pelo princípio do direito de posse. Dessa forma, como bem nos lembram Bertha Becker e Claudio Egler:

O rápido movimento da mineração e a lenta expansão das fazendas e dos caminhos de gado, a posse de facto ao longo das bacias, consolidaram e expandiram a ocupação do território muito além dos limites de jure fi xado pelo Tratado de Tordesilhas. A geopolítica da metrópole mostrou-se, assim, acertada. Em 1750, o Tratado de Madri estabelecendo pela primeira vez as linhas divisórias entre os domínios de Portugal e Espanha, adotando como critério o utis possidetis, isto é, o reconhecimento do direito de posse a partir do efetivo povoamento e exploração da terra. Legitimou-se, assim, a apropriação do território cujos limites permanecem grosseiramente os mesmos hoje (BACKER e EGLER, 2003, p.

46) (ver mapa 03 do Tratado de Madri).

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Forte Principeda Barra

Forte Tabatinga

Forte São Gabriel

Forte São José de Marabitanas

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Rio Grande

OceanoAtlântico

OceanoAtlântico

Avanço da Bandeirase o recuo do Meridiano

Desterro

Meridiano de Tordesilhas

Meridiano de Tordesilhas

Domínio portuguêssegundo Tordesilhas

Domínio portuguêssegundo TRatado de Madri

Várias linhas de expansão bandeirista

Laguna

Mapa 03 – Brasil a partir do Tratado de Tordesilhas e do Tratado de Madri

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Em face da persistência das disputas por algumas áreas – na Bacia do Prata e na região das Missões, por exemplo, outros tratados foram posteriormente assinados. Em 1761, foi assinado o Tratado de El Pardo, que anulou o Tratado de Madri. Em 1977, foi assinado o Tratado de Santo Ildefonso, que praticamente confi rmou o Tratado de Madri. Contudo, foi o tratado de Badajoz, assinado em 1801, que restituiu a Portugal as Missões e outros territórios do Rio Grande do Sul e restabeleceu a divisão defi nida 50 anos antes pelo tratado de Madri. Todavia, a demarcação das fronteiras não foi toda realizada no período colonial. De toda a extensa fronteira brasileira com os seus vizinhos na América do Sul, apenas 17% foram demarcadas nesse período. Esse assunto será tratado com você na aula dez.

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Aula 05 Formação Territorial do Brasil 11

Atividade 1

Teste a sua aprendizagem

Observe a representação cartográfica das entradas e das bandeiras, e responda:

a) Diferencie as entradas das bandeiras.

b) Explique o papel que tiveram as entradas para a ocupação colonial do interior do Nordeste brasileiro.

c) Analise a importância geoeconômica e geopolítica das bandeiras para a metrópole portuguesa.

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Aula 05 Formação Territorial do Brasil 13

Atividade 2

Belém

São Luis Fortaleza

NatalParaibaOlinda

Recife

Salvador

Vitória

Vila Boa

São Paulo

Rio de Janeiro

ForteCoimbra

ForteIguatami

Vila bela

Forte Principeda Barra

Forte Tabatinga

Forte São Gabriel

Forte São Joséde Marabitanas

Cuiaba

Rio Grande

OceanoAtlântico

OceanoAtlântico

Avanço da Bandeirase o recuo do Meridiano

Desterro

Meridiano de Tordesilhas

Meridiano de Tordesilhas

Domínio portuguêssegundo Tordesilhas

Domínio portuguêssegundo Tratado de Madri

Várias linhas de expansão bandeirista

Laguna

Vamos refl etir mais um pouco sobre a expansão portuguesa pelo interior da América do Sul.

Observe o mapa abaixo e responda:

a) A partir da análise do mapa explique as principais mudanças nos domínios territoriais de portugueses e espanhóis na América do Sul.

b) Diferencie os princípios jurídicos utilizados para demarcar os territórios representados no mapa.

c) Que conclusões você tira sobre os papéis das entradas e das bandeiras para a formação territorial do Brasil?

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A partir dessa breve exposição, esperamos que você tenha percebido os papéis das entradas, bandeiras e missões - possibilitadas, em parte, pelo período em que vigorou a União Ibérica (1580-1640), tiveram para efetivar o domínio, o controle, a defesa e a expansão territorial portuguesa no continente americano. Para essa efetivação, o estabelecimento de atividades econômicas e de fortes nos territórios conquistados foi de suma importância. Esperamos que você tenha, também, aprendido que a expansão mudou os mecanismos jurídicos defi nidores do direito de apropriação de territórios entre os países ibéricos, passando do direito defi nido pela descoberta para o direito de posse efetiva. Esses mecanismos foram usados nos tratados que foram assinados entre esses países em várias ocasiões: os de Madri e Santo Ildefonso, por exemplo. Por fi m, esperamos que sua viagem por esse capítulo da história da formação territorial brasileira tenha sido cheio de êxito.

Leituras complementares Para o aprofundamento da conversa que tivemos nessa aula, sugerimos como leituras complementares:

ANDRADE, Manuel Correia de. Formação territorial e econômica do Brasil. Recife: FUNDAJ/Editora Massangana, 2003.

O comentário sobre essa obra você vai encontrar na aula quatro. Sugerimos que, para aprofundar essa aula, você faça a leitura do capítulo sete, que trata da penetração da colonização para o interior através das entradas e das bandeiras.

BECKER, Bertha; EGLER, Claudio A. G. Brasil: uma potência regional na economia-mundo. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2003 (Coleção Geografi a).

Nessa obra, os autores procuram desmistifi car o discurso dos que acreditaram no projeto Brasil potência dos militares. Recomendamos nela, para você a aprofundar o tema dessa aula a leitura do capítulo dois, que, entre outros temas, trata do projeto geopolítico português para a sua colônia do sul do Novo Mundo.

Vale à pena assistir

A Muralha

O seriado produzido pela rede Globo de Televisão e exibida em 2000, quando da comemoração dos 500 anos do “descobrimento” do Brasil, mostra de uma forma crua a realidade dos primeiros habitantes portugueses que se instalaram no Brasil. Sua busca pelo ouro e a caça ao índio pelo interior de terras belas, porém de natureza hostil.

O seriado ajuda a desmistifi car a visão glamourosa sobre os bandeirantes e os primeiros colonizadores e leva a refl exão sobre o etnocídio e o genocídio praticados aos povos indígenas.

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Se você já assistiu a este seriado, vê-lo agora com um olhar crítico fundamentado nas nossas discussões será muito mais interessante e enriquecedor.

Lutas sangrentas entre brancos e índios, aldeias inteiras passadas ao fio da espada. Assaltos, embustes, emboscadas: há sangue nas trilhas. Um mundo entre a cruz e o arcabuz. Duelos em ruas enlameadas: caçadores de homens, foras-da-lei e mestiços renegados apresentam suas armas. Tesouros escondidos, juras de sangue, ouro e maldição - sim, amigos, o Brasil teve o seu faroeste! Muito antes, e com muito mais ação, do que nos Estados Unidos. O que o Brasil não teve foi uma indústria como Hollywood para produzir mitologia a partir da própria história. Mas você tem nas mãos o embrião do projeto: A muralha, minissérie produzida e exibida pela TV Globo no ano do quinto centenário do descobrimento do Brasil, desbrava o caminho e aponta a direção: faz a mistura fi na entre ação, refl exão e entretenimento. Eis a história, outra vez ao ar livre. Escrita por Maria Adelaide Amaral, inspirada no livro homônimo que Dinah Silveira de Queiroz (1910-1982) publicou em 1954, A Muralha, dirigida por Denise Saraceni, mergulha nos primórdios do século XVI e nos conduz ao coração das trevas de São Paulo de Piratininga, a capital dos temíveis bandeirantes. Um épico vigoroso sobre o nascimento de uma nação, com toda paixão, fulgor e sangue sobre os quais nunca nos falaram na escola.

Ficha TécnicaGênero: Séries Cinema/TV Atores: Tarcísio Meira, Maria Luisa Mendonça, Matheus Nachtergaele, Alexandre Borges, Cacá Carvalho, Caco Ciocler, Cecil Thiré, Paulo José, Direção: Denise Saraceni, Eduardo Figueira,Idioma: Português, Legendas Português, Ano de produção 2002 País de produção Brasil,Duração: 810 min.Distribuição: Som Livre Região: Multizonal Áudio Dolby Digital 2.0 Vídeo Tela CheiaCor: Colorido

http://www.2001video.com.br/detalhes_produto_extra_dvd.asp?produto=4640

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ResumoNessa aula, você teve oportunidade de aprender que:

a) as entradas, bandeiras e missões tiveram lugares de destaque nas estratégias geopolíticas e geoeconômicas da Coroa portuguesa para a manutenção e expansão da sua colônia no sul do continente americano;

b) o período da União Ibérica (1580-1640) contribuiu, em parte, para a expansão portuguesa para além do Tratado de Tordesilhas;

c) a expansão portuguesa para o interior, ao incorporar territórios da Espanha ao seu domínio, tornou inválido o Tratado de Tordesilhas;

d) a expansão portuguesa sobre os territórios da Espanha gerou conflitos, que deram origem a outros tratados de limites das possessões territoriais dos dois países ibéricos na América do Sul: Tratado de Madri, de El Pardo, de Santo Ildefonso e de Badajoz;

e) os princípios jurídicos do direito a um território pela descoberta foram substituídos pelo princípio jurídico da ocupação de fato (utis possidetis);

f) os limites da colônia portuguesa definidos pelo Tratado de Madri permanecem, grosseiramente, até hoje como os contornos do território brasileiro.

Auto-avaliação

Observe a seqüência de mapas abaixo.

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A MARCHA DO POVOAMENTOE A URBANIZAÇÃO – SÉCULO XVI

Cidades e Vilas

Áreas provavelmente sob a influência das Cidades e Vilas

Áreas conhecidas e povoadas de maneira mais ou menos estável, mas sem nenhuma Vila ou Cidade

Seg. Pasquale Petrone, "Povoamento e Colonização", em Brasil – A Terra e o Homem.

Natal – 1599FILIPÉIA – 1585Iguaraçu – 1536

Olinda – 1537

São Cristóvão – 1590SALVADOR – 1549

Ilhéus – 1536Santa Cruz – 1536Porto Seguro – 1535

Vitória – 1551Espírito Santo – 1551

Santos – 1543São Vicente – 1532

São Paulo – 1558

Itanhaém – 1561Cananéia – 1600

RIO DE JANEIRO – 1565

MAPA 1 (ocupação colonial portuguesa no século XVI)

MAPA 2 (ocupação colonial portuguesa no século XVII)

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1

MAPA 3 (ocupação colonial portuguesa no século XVIII)

Com base nos conhecimentos adquiridos nessa e nas outras aulas, na leitura e na interpretação dos mapas, faça uma análise da expansão territorial da colonização portuguesa no sul do continente americano.

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2Relacione a expansão territorial da colonização portuguesa aos contornos atuais do território brasileiro.

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Anotações

Referências ANDRADE, Manuel Correia de. Formação territorial e econômica do Brasil. Recife: FUNDAJ/Editora Massangana, 2003.

BECKER, Bertha; EGLER, Claudio A. G. Brasil: uma potência regional na economia-mundo. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2003 (Coleção Geografi a).

PRADO JÚNIOR, Caio. História Econômica do Brasil. 35ª ed. São Paulo: Brasiliense, 1987.

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EMENTA

> Antonio Albuquerque da Costa

> Paulo Sérgio Cunha Farias

Formação territorial e econômica; federalismo e fragmentação territorial; desenvolvimento das forças produtivas e dinâmica

territorial; o brasil no contexto da economia globalizada e a divisão territorial do trabalho.

Formação Territorial do Brasil – GEOGRAFIA

AUTORES

AULAS

01 Sobre o território brasileiro: como teorizar a sua formação à luz dos conceitos da Geografi a

02 A territorialização ibérica do mundo e a expansão do capitalismo na sua fase embrionária

03 A chegada dos portugueses ao continente americano: do “descobrimento” às primeiras formas de territorialização do colonizador português no Brasil (as feitorias)

04 A territorialização de fato do colonizador português: as capitanias hereditárias e a plantation açucareira

05 A penetração da colonização para o interior: entradas e bandeiras alargam o território colonial e transformam o Tratado de Tordesilhas em “letra morta”

06 A ocupação do Sertão nordestino e da Amazônia

07 A mineração e agricultura alimentar na ocupação do Brasil central

08 A ocupação antiga do Brasil meridional

09 A ocupação moderna e defi nitiva do sul

10 O “arquipélago” de “ilhas” econômicas do Império e da Primeira República

11 A Primeira República e a consolidação das fronteiras

12 Do arquipélago de “ilhas” econômicas à integração do território

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