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XVIII Encontro Baiano de Educação Matemática A sala de aula de Matemática e suas vertentes UESC, Ilhéus, Bahia de 03 a 06 de julho de 2019 2019. In: Anais do XVIII Encontro Baiano de Educação Matemática. pp.1-12. Ilhéus, Bahia. XVIII EBEM. ISBN: DISCALCULIA NO ENSINO DE MATEMÁTICA: CONCEPÇÕES DE PROFESSORES DA REDE MUNICIPAL DE SENHOR DO BONFIM, BAHIA Amanda Silva de Santana Universidade do Estado da Bahia, DEDC VII/Senhor do Bonfim - BA [email protected] Caio Sérgio Oliveira Xavier Colégio Marechal Antônio Alves Filho/Petrolina-PE Colégio Estadual Rotary Clube/Juazeiro - BA [email protected] Helder Luiz Amorim Barbosa Universidade do Estado da Bahia, DEDC VII/Senhor do Bonfim - BA [email protected] Resumo: Muitos alunos apresentam dificuldades para a compreensão dos conceitos de Matemática, sendo esta uma das possíveis causas da discalculia. Nesse contexto, o presente artigo tem como objetivo investigar as concepções dos professores que lecionam Matemática nos anos finais do ensino fundamental na rede municipal em Senhor do Bonfim, Bahia, em relação a discalculia. Para isto, utilizamos uma pesquisa de cunho qualitativo, com a coleta de dados realizada por meio de questionário aplicado para doze professores que lecionam Matemática. O questionário foi composto por perguntas abertas e fechadas sobre discalculia. As perguntas abordavam a presença do tema na formação, experiência profissional, conhecimento específico e estratégias pedagógicas utilizadas. Os resultados obtidos indicaram que os professores entrevistados não possuem muito conhecimento sobre a discalculia, o que dificulta a sua capacidade em identificar um caso suspeito. Diante da realidade vivenciada na sala de aula, é importante que sejam oferecidas formações continuadas a esses profissionais de maneira a auxiliá-los a identificar os alunos com dificuldades no desenvolvimento cognitivo. Palavras-Chave: Discalculia. Dificuldade de Aprendizagem. Ensino de Matemática. Formação do Professor. INTRODUÇÃO Tradicionalmente a Matemática é vista como uma disciplina de difícil compreensão. Muitos alunos demonstram dificuldades na aprendizagem por diversos fatores, dentre eles: não fazem a leitura do texto Matemático, não compreendem o enunciado dos problemas, ou até mesmo, não sabem que operação utilizar. É importante salientar, que nem sempre essas

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XVIII Encontro Baiano de Educação Matemática

A sala de aula de Matemática e suas vertentes

UESC, Ilhéus, Bahia de 03 a 06 de julho de 2019

2019. In: Anais do XVIII Encontro Baiano de Educação Matemática. pp.1-12. Ilhéus, Bahia. XVIII EBEM. ISBN:

DISCALCULIA NO ENSINO DE MATEMÁTICA: CONCEPÇÕES DE

PROFESSORES DA REDE MUNICIPAL DE SENHOR DO BONFIM, BAHIA

Amanda Silva de Santana

Universidade do Estado da Bahia, DEDC VII/Senhor do Bonfim - BA

[email protected]

Caio Sérgio Oliveira Xavier

Colégio Marechal Antônio Alves Filho/Petrolina-PE

Colégio Estadual Rotary Clube/Juazeiro - BA

[email protected]

Helder Luiz Amorim Barbosa

Universidade do Estado da Bahia, DEDC VII/Senhor do Bonfim - BA

[email protected]

Resumo: Muitos alunos apresentam dificuldades para a compreensão dos conceitos de

Matemática, sendo esta uma das possíveis causas da discalculia. Nesse contexto, o presente

artigo tem como objetivo investigar as concepções dos professores que lecionam Matemática

nos anos finais do ensino fundamental na rede municipal em Senhor do Bonfim, Bahia, em

relação a discalculia. Para isto, utilizamos uma pesquisa de cunho qualitativo, com a coleta de

dados realizada por meio de questionário aplicado para doze professores que lecionam

Matemática. O questionário foi composto por perguntas abertas e fechadas sobre discalculia.

As perguntas abordavam a presença do tema na formação, experiência profissional,

conhecimento específico e estratégias pedagógicas utilizadas. Os resultados obtidos indicaram

que os professores entrevistados não possuem muito conhecimento sobre a discalculia, o que

dificulta a sua capacidade em identificar um caso suspeito. Diante da realidade vivenciada na

sala de aula, é importante que sejam oferecidas formações continuadas a esses profissionais de

maneira a auxiliá-los a identificar os alunos com dificuldades no desenvolvimento cognitivo.

Palavras-Chave: Discalculia. Dificuldade de Aprendizagem. Ensino de Matemática.

Formação do Professor.

INTRODUÇÃO

Tradicionalmente a Matemática é vista como uma disciplina de difícil compreensão.

Muitos alunos demonstram dificuldades na aprendizagem por diversos fatores, dentre eles: não

fazem a leitura do texto Matemático, não compreendem o enunciado dos problemas, ou até

mesmo, não sabem que operação utilizar. É importante salientar, que nem sempre essas

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SANTANA, Amanda Silva de; XAVIER, Caio Sérgio Oliveira; BARBOSA, Helder Luiz Amorim. Discalculia

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dificuldades estão atreladas a falta de motivação ou desinteresse, podendo estar associadas a

um transtorno de aprendizagem denominado “discalculia”.

De acordo com Rebelo (1998, p. 230) “Discalculia deriva dos conceitos “dis” (desvio)

+ “calculare” (calcular, contar). Trata-se de um transtorno de aprendizagem em Matemática que

interfere negativamente [...].”, nas crianças, causando dificuldade em calcular, entender,

avaliar, refletir e raciocinar conceitos relacionados a números. Para Campos (2015, p. 22) a

discalculia pode ser definida como “[...] uma dificuldade significativa no desenvolvimento das

habilidades matemáticas e não é ocasionada por deficiência mental, deficiência visual ou

auditiva nem por má escolarização, é a falta do mecanismo do cálculo [...]”, ou seja, por

transtorno neurológico.” Já para Garcia (1998, p. 37):

A Discalculia é um distúrbio neurológico que afeta a habilidade com números. É um

problema de aprendizado independente, mas pode estar também associado à dislexia.

Tal distúrbio faz com que a pessoa se confunda em operações matemáticas, fórmulas,

sequência numérica, ao realizar contagem sinais numéricos e até na utilização da

matemática no dia-a-dia.

Desta maneira, os discalcúlicos apresentam dificuldades com medida, aritmética,

resolução de problema, podendo suceder com pessoas de qualquer nível de Quociente de

Inteligência (QI). É importante enfatizar que os discalcúlicos tem uma inteligência normal e que

sua dificuldade é somente em Matemática.

Existem, entretanto, poucos estudos sobre essa temática se comparado a outros

transtornos de aprendizagem, o que impossibilita a avaliação e tratamento por parte dos

professores. Apesar de reconhecer que o professor não é o único responsável para identificar se

o aluno é discalcúlico ou não, mas esses estudos de alguma forma, se baseiam na avaliação do

professor em relação ao comportamento do aluno. Se a discalculia não for identificada pelo

professor pode causar muitos danos na aprendizagem levando o aluno a perda de autoestima e

autoimagem.

Partindo desse pressuposto, levantamos o seguinte questionamento: Qual a concepção

referente a discalculia que é apresentada por professores que lecionam Matemática nos anos

finais do ensino fundamental? Quando se refere a discalculia, é preciso conhecer e compreender

o que permeia tal enfoque e como deve ser tratado no meio escolar.

No intuito de responder a esse questionamento traçamos como objetivo geral do

presente estudo: investigar as concepções dos professores que lecionam Matemática nos anos

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finais do ensino fundamental da rede municipal em Senhor do Bonfim, Bahia, em relação a

discalculia.

FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

De acordo Garcia (1998), o termo discalculia foi proferido pela primeira vez por

Ladislav Kosc no ano de 1974, sendo definido como uma desordem estrutural nas habilidades

em Matemática, sua origem em desordens genéticas ou congênitas nas partes do cérebro. O

estudioso classifica ainda a discalculia em seis subtipos. São eles:

QUADRO 1 – TIPOS DE DISCALCULIA Discalculia Verbal Dificuldades em nomear quantidades matemáticas, os números, os termos, e os símbolos

Discalculia Practognóstica Dificuldades para enumerar, comparar, manipular objetos reais ou em imagens

Discalculia Léxica Dificuldades na leitura de símbolos matemáticos

Discalculia Gráfica Dificuldades na escrita de símbolos matemáticos

Discalculia Ideognóstica Dificuldades em fazer operações mentais e na compreensão de conceitos matemáticos

Discalculia operacional Dificuldades na execução de operações e cálculos numéricos

FONTE: KOSC, 1974 (apud GARCIA, 1998, p. 213).

Registramos no Quadro 2, algumas causas desse transtorno de acordo com Bombonatto

(2004 apud PERETTI, 2009, p. 17).

QUADRO 2 – TRANSTORNOS DA DISCALCULIA Neurológica Desenvolvimento neurológico implica na maturação progressiva através das modificações do sistema

nervoso que se caracterizam pelas diferentes funções, que vão se estabelecendo ordenada, progressiva e cronologicamente [...]

Linguística O aluno com Discalculia apresenta carência na elaboração do pensamento devido às dificuldades no processo

de interiorização da linguagem

Psicológica Os indivíduos com alguma alteração psíquica tendem a apresentar transtornos da aprendizagem, pois o emocional também interfere no controle de determinadas funções como a atenção, a memória, a percepção,

entre outras.

Genética Não há comprovações, mas existem explicações da determinação do gen responsável por transmitir a herança dos transtornos no cálculo. Há significativos registros de antecedentes familiares de discalcúlicos

que também apresentem dificuldades em matemática

Pedagógica É a causa determinante, pois está diretamente vinculada aos fenômenos que se sucedem no processo da

aprendizagem

FONTE: BOMBONATTO, 2004 (apud PERETTI, 2009, p. 17).

Para a pesquisadora Lara (2004), a desordem estrutural pode ser notada até mesmo na

educação infantil. Uma criança que apresenta esse transtorno comete várias falhas durante as

atividades desenvolvidas, evidencia dificuldades, como por exemplo, na compreensão dos

números, sinais e contagem, apresenta ainda problemas verbais, ou não identifica o número que

vem antes ou depois. As dificuldades também podem ser percebidas nos processos de

construção das noções matemáticas, proporcionando baixo desempenho aritmético de acordo o

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esperado para a sua série/idade. É importante compreender que tais dificuldades muitas vezes,

podem aparecer bem mais tarde.

Neste sentido, concordamos com Silva e colaboradores (2017, p. 7) quando mencionam

que “[...] são poucos os literatos brasileiros que discutem o transtorno de aprendizagem na

Matemática, havendo necessidade de ampliar tais discussões sobre o tema que se destaca no

contexto escolar.” Desse modo, é importante que os professores estejam atentos as dificuldades

apresentadas, bem como, a evolução e questionamentos dos alunos, a ausência na participação

das aulas e no que está sendo desenvolvido. Conforme assegura Peretti (2009, p. 7), “A

discalculia é pouco conhecida entre os professores. No entanto, torna-se necessário verificar de

que forma esse transtorno interfere no processo da aprendizagem Matemática [...]”. Diante

disso, entendemos que o maior desafio do professor pode estar relacionado com as dificuldades

de aprendizagem e a busca por outras metodologias na forma de ensinar.

A inclusão de alunos com transtorno de aprendizagem no ensino regular é legitimada

pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, Lei 9.394/1996. No artigo 12 desta Lei,

verifica-se que os estabelecimentos de ensino necessitarão promover meios para recuperação

dos alunos que apresentarem rendimento abaixo do esperado. Já o artigo 13, determina que os

docentes deverão zelar pela aprendizagem, além de promover meios para recuperar os alunos

que não atingem os objetivos de aprendizagem esperados.

A Resolução CNE/CEB n.º 4 de 2009, modifica a LDB 9.394/1996, por meio do

disposto no capítulo V, Da Educação Especial, no que se refere ao Atendimento Educacional

Especializado (AEE). Desta maneira, a escola deve matricular os alunos com deficiência nas

classes do ensino regular e disponibilizar o AEE em salas de recursos multifuncionais na escola

ou em outra da rede pública. Em 2007 o Parecer CNE/CEB n.º 6 estabelece que o atendimento

educacional especializado, feito nas salas de recursos, é de natureza pedagógica conduzido por

profissional da educação especial. Para Pereira (2012, p. 36):

[...] é fato que o professor não pode sozinho dar conta das necessidades dos alunos

com distúrbios de aprendizagem em sala de aula, afinal mal somos preparados para

lidar com questões relacionadas a dificuldades de aprendizagem, o que dirá se

tivermos que trabalhar sozinhos e sem auxílio exterior as dificuldades dos alunos com

distúrbios?

Dessa forma, é de grande valia ao professor que leciona Matemática conhecer sobre a

discalculia. Além de saber levantar suspeita de alunos que podem apresentar indícios desse

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transtorno, o professor precisa também informar aos setores pedagógicos da escola, para que

possam serem feitos os encaminhamentos necessários para a avaliação, seja ela

psicopedagógica, psicológica e neurológica. Ou seja, é preciso um trabalho em conjunto.

Assim, terão como ofertar aos alunos intervenções essenciais a fim de resgatar suas habilidades

prejudicadas e minimizar os problemas vivenciados.

CAMINHOS DA PESQUISA

Segundo Marconi e Lakatos (2010, p. 65), “o método é o conjunto das atividades

sistemáticas e racionais que, com maior segurança e economia, permite alcançar o objetivo –

conhecimentos válidos e verdadeiros – traçando o caminho a ser seguido, detectando erros e

auxiliando as decisões do cientista”.

Para o desenvolvimento dos estudos e coleta dos dados necessitamos delimitar a questão

de pesquisa e, por isso, estabelecemos como objetivo geral: investigar as concepções dos

professores que lecionam Matemática nos anos finais do ensino fundamental na rede municipal

de Senhor do Bonfim, Bahia, em relação a discalculia.

Para compreender o problema optamos por uma pesquisa qualitativa, pois, de acordo

com Godoy (1995), possibilita o contato direto com os sujeitos e facilita a compreensão do

fenômeno que será pesquisado.

Quanto ao tipo de pesquisa, desenvolvemos uma pesquisa de campo, que permitiu obter

informações de acordo a realidade do objeto do estudo. Nesse sentido, Gonsalves (2001, p. 67)

sinaliza que “a pesquisa de campo é o tipo de pesquisa que pretende buscar a informação

diretamente com a população pesquisada. [...]”, ou seja, num contato mais direto.

O ambiente e os sujeitos da pesquisa são peças fundamentais para o objeto investigado.

Partindo dessa compreensão, a pesquisa foi desenvolvida em seis escolas municipais de Senhor

do Bonfim, Bahia, já que estas comtemplam os anos finais do Ensino Fundamental II, e teve

como sujeitos doze professores que lecionam Matemática, adotando como critério de inclusão,

aqueles que atuavam do 6° ao 9° ano no momento da coleta. Para analisar as respostas

fornecidas e manter sigilo dos nomes dos sujeitos, optamos por identificá-los com a letra P,

seguida de números em ordem crescente (P1, P2, P3, P4, P5, P6, P7, P8, P9, P10, P11 e P12).

Para a coleta de dados, utilizamos um questionário composto por quinze questões

agrupadas em duas partes. A primeira, trazia aspectos relacionados a identificação dos sujeitos

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(escola, nome, formação, tempo de atuação, sexo, idade). Já a segunda parte, consta de

perguntas específicas como, a presença do tema na formação, metodologia utilizada,

experiência profissional, concepções sobre discalculia e estratégias pedagógicas.

Para a análise dos dados, utilizamos a técnica da análise de conteúdo proposta por

Bardin (1977, p. 38) como “[...] um conjunto de técnicas de análise das comunicações, que

utiliza procedimentos sistemáticos e objetivos de descrição do conteúdo das mensagens. [...]”.

Com base nisso, as respostas foram organizadas e tabuladas e, após sucessão de leituras

cuidadosas buscamos compreender o sentido das falas presentes nos depoimentos dos sujeitos

investigados. Esses procedimentos foram realizados através dos agrupamentos das ideias

centrais tomando como base a similaridade das respostas.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Conforme sinalizamos na seção anterior, apresentamos os resultados considerando

inicialmente os aspectos relativos a identificação dos sujeitos (formação, tempo de atuação), e

em seguida, discutimos os relatos encontrados nas entrevistas. Analisando as respostas obtidas

na primeira parte, temos o quadro a seguir:

QUADRO 3: PERFIL DOS SUJEITOS DA PESQUISA

NOMES FORMAÇÃO TEMPO DE ATUAÇÃO

P1 Lic. em Matemática 20 anos

P2 Mestre em Educação Matemática 9 anos

P3 Lic. em Matemática 27 anos

P4 Lic. em Matemática 18 anos

P5 Pedagoga/ Lic. em Matemática em Curso 19 anos

P6 Lic. Em Ciências 35 anos e meio

P7 Lic. em Matemática 10 anos

P8 Lic. Em Letras 13 anos

P9 Lic. em Matemática 8 anos

P10 Lic. em Biologia 19 anos

P11 Pedagogia 9 anos

P12 Lic. em Matemática 15 anos

FONTE: Dados da Pesquisa, novembro, 2018.

Diante dos participantes apresentados, observa-se como algo positivo que grande parte

dos entrevistados são licenciados em Matemática. Outro dado importante é o fato dos

professores já estarem há um período significativo atuando na educação municipal. A

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experiência desses profissionais no convívio com os alunos que apresentam dificuldades em

Matemática, pode ser um diferencial na rapidez do diagnóstico.

Quanto as questões da segunda parte do questionário, perguntamos inicialmente quais

os transtornos de aprendizagem conhecidos pelos professores. Esse questionamento foi

realizado com o intuito de saber se já conheciam a discalculia, além de saber qual dos

transtornos mais conheciam. Analisando os resultados obtidos, verificamos que os transtornos

mais conhecidos apontados pelos entrevistados foram: déficit de atenção, hiperatividade e

dislexia. Identificamos que poucos reconhecem a discalculia. Sobre isso, Garcia (1998) afirma

que são recentes as pesquisas referentes às dificuldades de aprendizagem da Matemática, já que

o interesse resultou geralmente nas habilidades verbais e na leitura.

Os entrevistados também foram inquiridos sobre seu conhecimento acerca da

discalculia. Dos 12 participantes, 4 responderam que conhecem, enquanto 8 declararam

desconhecer a discalculia. Um importante dado verificado nas respostas indicaram que a

maioria dos participantes que afirmaram conhecer a discalculia tinham mais de dez anos de

atuação.

Conforme observado, diante das respostas dos professores, o termo discalculia é

desconhecido pela maioria dos pesquisados. Alguns citaram: “Já ouvir falar, porém nunca

pesquisei ou procurei adentrar no conteúdo.” (P2). Outro professor ainda destaca: “Já ouvir

falar em algum momento.” (P4). “Discalculia acho que seria dificuldade em aprendizagem de

Matemática.” (P10). “Não, depois de pesquisado conseguimos identificar alguns alunos com

essas características.” (P3).

Considerando a resposta do professor P10, vale alertar a necessidade de cuidado especial

para não rotular todos os alunos que apresentam dificuldades em Matemática, seja por

discalculia. Muitas vezes a dificuldade pode ser por conta da forma de ensino ou da metodologia

utilizada. Ainda em relação as respostas, neste caso a do professor P3, podemos entender que

existe possibilidade de haver dentro da sala de aula alunos que apresentaram tais características,

sem que o professor tenha identificado o transtorno.

Quanto a isso, Jacinto (2005, p. 8) menciona algo relevante ao dizer que o professor

deve ter cautela quanto ao pré-diagnóstico da discalculia. No geral, os professores não estão

habilitados para elaborar um diagnóstico exato e nem é o profissional habilitado para tal. Por

falta de conhecimento aprofundado acerca do problema, o professor pode, inclusive, rotular a

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criança que apresenta tais características, de dificuldade de aprendizagem matemática, como

discalcúlico.

Os professores que afirmaram conhecer, definem a discalculia como uma dificuldade

ou um transtorno do processamento da Matemática. Um deles afirmou: “Dificuldade que

impede o aluno de compreender as relações de quantidade, ordem, tamanho, distância, espaço

e as quatro operações.” (P8). Outro professor afirmou: “Transtorno de Matemática, ou seja,

atividades que envolvem conceitos matemáticos, raciocínio lógico são afetados.” (P1).

A partir dos dados colhidos na entrevista, podemos verificar que um grande número de

professores entrevistados, não apresentaram conhecimento sobre discalculia. Foi possível

perceber, dessa forma, na busca de neutralizar a falta de compreensão sobre o tema, que os

entrevistados apresentam características das dificuldades de aprendizagem como características

de discalculia.

Ao perguntar se na formação acadêmica tiveram disciplinas que abordaram essa temática,

a maioria dos professores relataram não ter cursado qualquer disciplina relacionada ao assunto.

Apesar disso, dois professores mencionaram que: “Não. Mas busquei me inteirar por necessidade,

pois a oito anos tive um aluno com discalculia.” (P1). “Não. Só dislexia, disgrafia.” (P3).

Vale salientar a importância de discutir os transtornos de aprendizagem no processo de

formação inicial, pois é uma preparação para o professor aprender a lidar com alunos que

apresentam dificuldades de aprendizagem. Thiele e Lara (2017, p. 46) corrobora, “ Embora a

discalculia seja um tema essencial para os professores, pouco se estuda sobre ela nos cursos de

graduação e pós-graduação [...]”. As autoras ainda complementam, em que propõem uma

formação continuada para os professores, como uma maneira de minorar as lacunas deixadas na

formação docente, em que explanam, “A formação continuada de professores proporciona a

possibilidade de reflexões e discussões sobre as práticas de ensino e as dificuldades decorrentes

desse processo[...]”. (THIELE e LARA, 2017, p. 46).

Ao serem questionados se já lecionaram para alunos que o fizeram suspeitar de

discalculia, oito professores, dos doze pesquisados, apontaram: “Sim, porém nunca

diagnosticado.” (P2). “Sim, isso é comum.” (P3). “Não tive como identificar, também não sei

identificar.” (P4). “Sim.” (P1, P5, P7). “Acredito que sim, embora não tenha conhecimento

deste distúrbio.” (P6). “Não sei diagnosticar apenas percebo um número grande de alunos com

dificuldades em Matemática.” (P11).

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Observando a maioria das respostas, identificamos uma contradição visto que na

pergunta que questionava sobre o entendimento da discalculia, a maior parte dos entrevistados

afirmaram desconhecer, o que não os qualificam como aptos a apontar casos suspeitos. Esse

transtorno específico de Matemática necessita de celeridade na sua identificação, pois se não

for diagnosticado previamente pode comprometer no desenvolvimento escolar do indivíduo.

Garcia (1998) registrou a importância de que esses alunos contem com a ajuda do professor

num diagnóstico pedagógico e encaminhamento para a equipe multidisciplinar em tempo hábil.

Ao serem questionados se adotaram diferentes métodos de ensino de acordo as

dificuldades dos alunos, muitos professores afirmaram que não trabalharam com metodologias

diferenciadas para aqueles que apresentaram dificuldades de aprendizagem. Estas informações

podem indicar possível desmotivações dos alunos. Sobre isto, alguns professores afirmaram:

“Às vezes.” (P5). “Nem sempre, mas gosto de trabalhos em grupos.” (P3). “Sim na medida do

possível.” (P4). “Sim, jogos e usos das tecnologias.” (P11).

De acordo Bernardi (2014), o professor pode ajudar o aluno proporcionando

intervenções pedagógicas que envolvam o conteúdo e a sua realidade. A autora orienta ainda,

que o professor instigue aos alunos as suas competências e habilidades, ajudando-os no

desenvolvimento de sua autoestima e da autoimagem, e não apenas aprofundando-se no déficit.

Em relação a adequação da escola para atender alunos com dificuldades de

aprendizagem, perguntamos se a escola oferece meios para ajudar o professor no processo de

ensino. As respostas mostraram o seguinte contexto: “Em parte, pois é ofertado o profissional

da área, porém não existe material e tempo adequado.” (P1). “Temos uma sala de recursos

equipada, porém nunca tivemos aluno com o diagnóstico de discalculia.” (P10). “Sim, com

projetos como o mais educação, feira de Matemática, projeto de leitura.” (P3).

Nas respostas dos entrevistados fica evidente que a realidade difere do que são

apresentadas nas legislações. Nota-se que algumas escolas não estão preparadas para receber

alunos, a depender de sua dificuldade. Conforme salienta Pereira (2012, p. 36) “É fato que a

legislação precisa ser revista, afinal estamos passando por uma fase de inclusão nas escolas, e

a não-inclusão destes alunos nas salas de recurso é a forma mais explícita que se pode ter de

exclusão.”

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Por fim, apresentamos uma situação problema, com o objetivo de saber como os

entrevistados lidariam com a presença de um aluno discalcúlico em sala de aula. Para isso,

apresentamos o seguinte enunciado:

Um aluno de 12 a 16 anos não consegue compreender os conceitos Matemáticos, usar

números na vida cotidiana, leitura de quadros, gráficos e mapas, entendimento do

conceito de probabilidade, resolver problemas, execução mental e concreta de

cálculos numéricos. Você como professor saberia perceber a discalculia? Como você

lidaria com esse aluno na sala de aula?

Alguns professores afirmaram conseguir perceber a discalculia: “Sim, ao perceber tal

limitação, acionaria uma profissional da área da escola e juntos avaliaremos esse aluno através

de atividades/desafios para daí encaminhar a criança/adolescente ao médico, visando ajudar

esse aluno a lidar cada dia melhor com sua dificuldade/transtorno” (P1). “Sim. Encaminharia

para um atendimento especial” (P5). Outros professores responderam: “Não sei identificar.”

(P8). “Infelizmente não sei identificar a discalculia” (P4). “Gostaria que houvesse formação

nesta área, se eu estivesse aluno com discalculia tentaria outras formas de trabalho

(metodologia) para facilitar o processo de ensino aprendizagem” (P9).

As respostas evidenciam outra contradição por parte de alguns dos professores

entrevistados. Nos questionamentos anteriores afirmaram não saber distinguir a discalculia e

também afirmaram que não ouviram falar desse transtorno. Na situação-problema proposta,

entretanto, declararam conhecer e saber como lidar com alunos discalcúlicos. Se o professor

desconhece, por certo, impossibilita adotar novas metodologias, intervenções e, portanto, agir

diante de tal problema.

Diante disso, observamos que pode ser comum ter discalcúlico na sala de aula e que

muitas vezes o professor pode ter dificuldades em identificar, pois a discalculia não apresenta

uma única causa. Desta maneira, verificamos que há necessidade de um acompanhamento mais

aproximado dos professores e toda a equipe pedagógica da escola em relação ao processo de

ensino aprendizagem.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Nos dias atuais podemos encontrar diversas obras que versam sobre metodologias para

o ensino aprendizagem, mas relativamente pouca a respeito dos alunos e suas limitações. Diante

disso, construímos a presente pesquisa que buscou investigar as concepções dos professores

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que lecionam Matemática nos anos finais do ensino fundamental na rede municipal em Senhor

do Bonfim, Bahia, em relação a discalculia.

Os dados coletados mostraram que maioria dos professores pesquisados têm formação

em Licenciatura em Matemática, no entanto não eram conhecedores da discalculia e que

também não conseguiriam identificá-la em seus alunos. Os dados mostraram também que

maioria destes professores não buscaram metodologias diferenciadas para melhorar as

dificuldades de alunos quando estes não tiveram êxito na aprendizagem. Os dados mostraram

ainda que as escolas, na percepção dos professores, não estavam preparadas para o atendimento

a alunos com discalculia.

Diante das análises, podemos indicar que os professores necessitam de melhores

condições na escola e individualmente para identificar e acompanhar o aluno com discalculia,

seja por meio de formação continuada, práticas pedagógicas diferenciadas, seja por participação

ou promoção de projetos instituídos nas unidades escolares. Os resultados mostraram também

que a formação na Licenciatura em Matemática, obtida pela maioria dos professores

pesquisados, não abrange a temática em seus componentes curriculares. Este fato, inclusive,

pode ser um dos indicativos para o desconhecimento da discalculia dentre a maioria dos

pesquisados e que passaram pela mesma formação.

Entendemos, deste modo, que as escolas precisam estar preparadas para receber alunos

que apresentam tais dificuldades e assim, promover meios que possibilitem a aprendizagem.

Esta aprendizagem, entretanto, somente ocorrerá quando os professores, os principais

mediadores do aprendizado, estiverem preparados para lidar com esses alunos.

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