diÁrio de bordo virtual malba tahan - capes · 2020. 7. 23. · campo multiplicativo ... além das...

88
Universidade do Estado do Rio de Janeiro Instituto de Aplicação Fernando Rodrigues da Silveira Programa de Pós-Graduação de Ensino em Educação Básica Glória Maria Paes Brito Miranda DIÁRIO DE BORDO VIRTUAL MALBA TAHAN Rio de Janeiro 2017

Upload: others

Post on 11-Mar-2021

3 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: DIÁRIO DE BORDO VIRTUAL MALBA TAHAN - CAPES · 2020. 7. 23. · Campo multiplicativo ... além das atividades desenvolvidas, diariamente, as observações do que foi vivido pelas

Universidade do Estado do Rio de Janeiro

Instituto de Aplicação Fernando Rodrigues da Silveira

Programa de Pós-Graduação de Ensino em Educação Básica

Glória Maria Paes Brito Miranda

DIÁRIO DE BORDO VIRTUAL MALBA TAHAN

Rio de Janeiro

2017

Page 2: DIÁRIO DE BORDO VIRTUAL MALBA TAHAN - CAPES · 2020. 7. 23. · Campo multiplicativo ... além das atividades desenvolvidas, diariamente, as observações do que foi vivido pelas

Glória Maria Paes Brito Miranda

DIÁRIO DE BORDO VIRTUAL MALBA TAHAN

Produto final apresentado, como requisito parcial para

obtenção do título de Mestre, ao Programa de Pós-

Graduação de Ensino em Educação Básica, da

Universidade do Estado do Rio de Janeiro.

Orientadora: Prof.a Dra. Mônica Regina Ferreira Lins

Rio de Janeiro

2017

Page 3: DIÁRIO DE BORDO VIRTUAL MALBA TAHAN - CAPES · 2020. 7. 23. · Campo multiplicativo ... além das atividades desenvolvidas, diariamente, as observações do que foi vivido pelas

Glória Maria Paes Brito Miranda

DIÁRIO DE BORDO VIRTUAL MALBA TAHAN

Produto Final apresentado, como requisito parcial para

obtenção do título de Mestre, ao Programa de Pós-Graduação de Ensino em Educação Básica, da

Universidade do Estado do Rio de Janeiro.

Aprovada em 28 de agosto de 2017.

Banca Examinadora:

_____________________________________________

Prof. Dra. Mônica Regina Ferreira Lins

Instituto de Aplicação Fernando Rodrigues da Silveira — UERJ

_____________________________________________

Prof. Dr. Ilydio Pereira de Sá

Instituto de Aplicação Fernando Rodrigues da Silveira — UERJ

_____________________________________________

Prof. Dra. Márcia Marin Vianna

Colégio Pedro II - Engenho Novo I

Rio de Janeiro

2017

Page 4: DIÁRIO DE BORDO VIRTUAL MALBA TAHAN - CAPES · 2020. 7. 23. · Campo multiplicativo ... além das atividades desenvolvidas, diariamente, as observações do que foi vivido pelas

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO .................................................................................................

1.

OBJETIVO DO DIÁRIO DE BORDO VIRTUAL MALBA

TAHAN....................................................................................................

7

2. CARACTERÍSTICAS DO DIÁRIO DE BORDO VIRTUAL................... 8

3. CONSIDERAÇÕES FINAIS................................................................... 14

4. TEXTOS ................................................................................................. 15

Malba Tahan: o homem que calculava .................................................... 16

D'Ambrósio entrevista Paulo Freire............................................................... 18

Aprender a ler problemas em Matemática............................................... 22

Gérard Vergnaud: "Todos perdem quando a pesquisa não é colocada em

prática........................................................................................................................

25

Campo aditivo........................................................................................... 30

Campo multiplicativo .............................................................................. 31

Sabor e saber: matemática é vida.............................................................. 32

Faz-de-conta: uma banca de revista na sala de aula .................................... 36

Qual é o problema: o problema só é problema quando é desafiador ............ 40

Puxa vida! Textos desafiadores................................................................... 43

Jogando também se aprende: o jogo também pode ser desafiante................. 48

Multiplicando com as mãos........................................................................ 60

A tabuada dos nove e os dedos das mãos...................................................... 61

Soluções criativas contra o tédio dos currículos......................................... 62

5. JOGOS ..................................................................................................... 63

Tabuleiro de multiplicação................................................................................. 64

Jogo do Pare.............................................................................................. 65

Cinco em Linha.......................................................................................... 66

Multiplicação em linha.............................................................................. 68

Contando pontos ...................................................................................... 69

Bingo da multiplicação ............................................................................. 71

Jogo dos dados .......................................................................................... 73

Page 5: DIÁRIO DE BORDO VIRTUAL MALBA TAHAN - CAPES · 2020. 7. 23. · Campo multiplicativo ... além das atividades desenvolvidas, diariamente, as observações do que foi vivido pelas

Jogos com soma 10 .................................................................................... 74

Jogo dos números grandes ........................................................................ 75

Dados da multiplicação .............................................................................. 76

6. DESAFIOS ............................................................................................... 77

Quadrados mágicos .................................................................................... 78

Sempre 10 e sempre 12 ............................................................................... 79

Labirintos de números ............................................................................... 80

7. Bibliografia ................................................................................................ 84

Page 6: DIÁRIO DE BORDO VIRTUAL MALBA TAHAN - CAPES · 2020. 7. 23. · Campo multiplicativo ... além das atividades desenvolvidas, diariamente, as observações do que foi vivido pelas

6

INTRODUÇÃO

(...)talvez o primeiro saber que deve virar uma sabedoria e que exatamente a gente incorpora é o seguinte: a prática educativa se funda não apenas na inconclusão

ontológica do ser humano, mas na consciência da inconclusão. É em cima desses

dois pés, de um lado a minha inconclusão, do outro a minha consciência da

inconclusão, é aí que se funda a educação. A educabilidade humana não tem outra explicação senão nesta assunção de minha inconclusão consciente. Como também é

ai que se fundamenta a minha esperança. Você imagine que incongruência seria que

ser inconclusos como somos e conscientes da inconclusão, não nos lançássemos num permanente movimento de procura, de busca. O ser que não procura é aquele

que sendo inconcluso não se sabe inconcluso. (Paulo Freire, numa entrevista com Ubiratan D'Ambrósio1, disponível em:

ubiratandambrosio.blogspot.com.br; http://ubiratan.mat.br/videos/v3.html)

O Produto Final, exigido para a finalização do Mestrado Profissional do Programa de Pós-

Graduação de Ensino em Educação Básica - PPGEB, do Instituto de Aplicação Fernando Rodrigues

da Silveira - CAp/UERJ, é dividido em duas partes. A primeira é a própria dissertação, material que

traz discussões sobre o processo ensino-aprendizagem no campo dos conhecimentos matemáticos,

através do resgate das memórias de sujeitos integrantes do grupo de profissionais que já passaram ou

ainda permanecem no atual Departamento de Ensino Fundamental do CAp/UERJ. Além de ser

suporte para futuras discussões, narra um pouco da história desse departamento no contexto

histórico do CAp/UERJ.

A pesquisa realizada traz em seu bojo as transformações das práticas de ensino da

Matemática nos anos iniciais do ensino fundamental do CAp/UERJ e as concepções que nortearam e

ainda norteiam os saberes-fazeres de um grupo de docentes. As buscas, os investimentos, os estudos,

enfim, as mudanças realizadas confirmam a inconclusão de nossa prática educativa e de sua própria

consciência, como nos diz Freire. Então, partindo dessa premissa, o Diário de Bordo Virtual Malba

Tahan, vem para complementar a ideia da dissertação, sendo a segunda parte do Produto Final desse

mestrado, confirmando a necessidade de continuarmos nesse movimento de busca e procura, pois no

cotidiano de uma sala de aula isso não acaba nunca. É um constante pensar e repensar da nossa

1 A cópia da entrevista fará parte do acervo de textos desse produto.

Page 7: DIÁRIO DE BORDO VIRTUAL MALBA TAHAN - CAPES · 2020. 7. 23. · Campo multiplicativo ... além das atividades desenvolvidas, diariamente, as observações do que foi vivido pelas

7

prática pedagógica aliada ao pano de fundo constituído pelos aportes teóricos e, dessa forma, retomo

aqui à proposta que tenho em mente às professoras e ao professor do Departamento do Ensino

Fundamental.

(...) tenho a intenção de trazer como proposta ao grupo de docentes do DEF,

essa pesquisa, como instrumento inicial de discussão sobre o processo

ensino-aprendizagem no interior do campo dos conhecimentos matemáticos.

Esse material será usado como parte do produto final desse programa de pós-

graduação. Além de ser um instrumento que poderá gerar reflexões acerca da

prática e das concepções, essa dissertação poderá ser uma aliada para as

novas gerações de profissionais do DEF a fim de que conheçam um pouco da

história desse departamento através do garimpo das memórias. (MIRANDA,

p.24)

Assim, a dissertação acabou tornando-se parte inicial do Produto Final desse Programa de

Pós-Graduação e a ferramenta de apoio das discussões coletivas, nos moldes das Tecnologias de

Informação e Comunicação (TICs), intitulada como Diário de Bordo Virtual Malba Tahan, é a

segunda parte, complementando esse produto. O suporte técnico será um AVA - Ambiente Virtual

de Aprendizagem - pois já contamos com essa tecnologia no ambiente virtual do CAp/UERJ e já foi

realizada a inscrição de um "Grupo de Estudos" para a formalização do Diário, onde todos os

docentes e também, mais adiante, os bolsistas do projeto Grupo de Estudo para Jogos e Desafios

Matemáticos serão convidados a participar dessa empreitada.

Dessa forma, poderá favorecer também aos futuros docentes que vão chegando e ampliando

esse grupo, para que cada novo membro conheça um pouco mais acerca das práticas que vêm sendo

realizadas pelo departamento e tenham a possibilidade de ampliar esse material. Seria como um

grande Diário de Bordo Coletivo do DEF, aos moldes do "diário de bordo", presente em cada uma

das salas de aula, como já mencionado na dissertação.

Cabe informar que o Diário de Bordo não é o Diário de Classe, mas sim, o caderno de

registros de cada turma, organizado pelas professoras do Núcleo Comum - disciplina

ministrada nos anos iniciais pelo Departamento do Ensino Fundamental. Fica documentado,

além das atividades desenvolvidas, diariamente, as observações do que foi vivido pelas

crianças e pelas professoras, as dúvidas, as inseguranças, as quase certezas, os confrontos de

ideias, os pontos comuns, os desejos, enfim, a memória das vivências desses profissionais

em seus afazeres no cotidiano com a turma (MIRANDA, 2017, p.19)

Page 8: DIÁRIO DE BORDO VIRTUAL MALBA TAHAN - CAPES · 2020. 7. 23. · Campo multiplicativo ... além das atividades desenvolvidas, diariamente, as observações do que foi vivido pelas

8

1. OBJETIVO DO DIÁRIO DE BORDO VIRTUAL MALBA TAHAN

O objetivo desse produto é fomentar uma proposta de discussão e reflexão acerca de nossa

prática atual em relação ao ensino de Matemática. Há a necessidade de organizarmos encontros

pedagógicos, para que todos os docentes conheçam como as diferentes equipes desenvolvem seus

saberes-fazeres e a possibilidade de trocar ideias novas e também as que perpetuaram.

O Diário de Bordo Virtual Malba Tahan poderá ser um elemento favorável na manutenção

do diálogo no grupo em relação às práticas e saberes desenvolvidos no cotidiano da sala de aula,

envolvendo os profissionais pela busca de caminhos possíveis, podendo até ampliarmos os estudos e

as discussões para as outras áreas de conhecimento. Este produto tem a proposta de ser usado para a

organização inicial das discussões e depois o grupo poderá discutir mais amplamente em reuniões

pedagógicas, nas diferentes equipes e, posteriormente, com todos os docentes do departamento.

Novas ideias serão bem vindas, novas organizações poderão surgir, mas o importante é que todos

participem dessa empreitada, com a possibilidade de ampliarmos os nossos olhares em relação à

Educação Matemática pensando num conjunto de procedimentos didáticos para potencializar o

aprendizado das crianças, pensando na diversidade com vistas a uma maior individualização nesse

processo e até uma possível configuração diferente na atual trama curricular.

Iniciar pelo campo dos conhecimentos matemáticos é a proposta, mas poderemos ampliar

os estudos para as demais áreas que compõem o currículo voltado para os anos iniciais do ensino

fundamental. Para essa empreitada, a pesquisa precisará se expandir, tendo como ponto de

referência a dissertação com a qual não tinha essa intenção inicial, mas ao longo dessa caminhada

senti a necessidade de compartilhar com o meu departamento o que estava sendo desvelado,

podendo colaborar com uma nova perspectiva de mudança.

Page 9: DIÁRIO DE BORDO VIRTUAL MALBA TAHAN - CAPES · 2020. 7. 23. · Campo multiplicativo ... além das atividades desenvolvidas, diariamente, as observações do que foi vivido pelas

9

2. CARACTERÍSTICAS DO DIÁRIO DE BORDO VIRTUAL

Esse instrumento foi pensado para uso exclusivo do Departamento de Ensino Fundamental

do CAp/UERJ, onde as discussões precisam acontecer internamente, mas as produções organizadas

pelo grupo poderão ser disponibilizadas num blogspot, com provável lançamento em março de

20182, às professoras e aos professores de outras instituições, mas neste material há os textos, jogos,

desafios e uma bibliografia inicial que já faz parte do Diário de Bordo Virtual Malba Tahan.

Cabe informar que esse nome foi escolhido devido a importância desse professor para a

Educação Matemática e gostaria de confirmar esse valor trazendo o registro da opinião de uma

professora que foi para mim uma grande mestra. Ela foi minha professora de Didática da

Matemática, na licenciatura em Matemática, realizada na Universidade Santa Úrsula (USU), a

professora Stella Kaufman Faiguelernt que, por sua vez, teve como seu grande mestre Julio César de

Mello e Souza, o próprio Malba Tahan. Ela nos revela, com carinho, um pouco do que ele

representou na sua carreira.

Além de prender nossa atenção, as histórias que contava, desafiava-nos em relação a• veracidade ou falsidade das afirmações matemáticas, ali, presentes. Personalidade atraente,

conversador, simples, professor dedicado e envolvente, encantou gerações com seu talento

de escritor e mestre, conseguindo tornar o ensino da Matemática divertido e agradável.

Malba Tahan sempre procurou ensinar e instruir, ao mesmo tempo que procurava

divertir. Criou métodos próprios, desmistificando o ensino de Matemática, tirando dessa

disciplina o medo de aprender e a fama de difícil. As muitas histórias maravilhosas, cheias

de sabedoria, em que revelava o mistério da construção do pensamento matemático, sempre nos surpreenderam. (Malba Tahan: Cem anos de Matemática e Literatura Prof. Dra. Estela Kaufman Faiguelernt - Artigo apresentado no Simpósio de Malba Tahan, Queluz, 2006, p.3)

É um Ambiente Virtual de Aprendizagem, com objetivo de estabelecer entre os professores e

bolsistas do Departamento de Ensino Fundamental uma possibilidade de troca de experiências e um

diálogo inicial de discussão sobre questões pertinentes ao ensino-aprendizagem no campo da

Matemática, desenvolvido nos anos iniciais do Ensino Fundamental. Compreendendo o quanto as

Tecnologias da Informação e Comunicação (TICs) vêm sendo utilizadas em diversos setores,

2 Podendo ser adiado devido a crise enfrentada pela UERJ.

Page 10: DIÁRIO DE BORDO VIRTUAL MALBA TAHAN - CAPES · 2020. 7. 23. · Campo multiplicativo ... além das atividades desenvolvidas, diariamente, as observações do que foi vivido pelas

10

inclusive na área da educação, usaremos esse recurso para garantirmos a continuidade das

discussões sobre o nosso cotidiano. Teremos essa ferramenta para nos auxiliar nos processos de

interação entre os profissionais deste departamento, como uma versão atualizada de um Diário de

Bordo, mas protagonizado a muitas mãos.

O Diário de Bordo Malba Tahan, disponível para os docentes do departamento, já possui o

primeiro "debate" sobre o uso dos algoritmos convencionais, que foi uma divergência levantada na

pesquisa e um acervo instalado: a dissertação e esse material. Tal acervo será ampliado pelo próprio

grupo.

Nessa produção, que trata sobre a segunda parte do Produto Final, estão disponíveis alguns

textos, jogos, desafios e uma bibliografia inicial e que será ampliada pelo próprio grupo. As

contribuições ampliarão esse acervo e estará disponível num "Blogspot" a ser organizado mais

adiante.

Seguem abaixo, os caminhos percorridos para chegarmos ao Diário de Bordo Virtual Malba

Tahan, ambiente virtual que poderá ser usado apenas por profissionais do nosso departamento.

a. A entrada no AVA-CAp é realizada através do "endereço virtual": ava.cap.uerj.br e depois,

podemos entrar no Diário, clicando em: "Grupos de Estudo", inscrito no Ensino Fundamental I.

Page 11: DIÁRIO DE BORDO VIRTUAL MALBA TAHAN - CAPES · 2020. 7. 23. · Campo multiplicativo ... além das atividades desenvolvidas, diariamente, as observações do que foi vivido pelas

11

b. Chegamos ao Diário de Bordo Virtual Malba Tahan, podemos participar das discussões e

acessar o material disponível.

c. A partir daí, só poderão entrar no Diário os docentes do DEF, usando o e-mail como usuário e

entrando com uma senha de acesso. As professoras e o professor do departamento receberão um

e-mail da equipe responsável pela manutenção do AVA-CAp para a realização do primeiro

acesso.

Page 12: DIÁRIO DE BORDO VIRTUAL MALBA TAHAN - CAPES · 2020. 7. 23. · Campo multiplicativo ... além das atividades desenvolvidas, diariamente, as observações do que foi vivido pelas

12

d. A partir da criação da senha, o profissional entrará no Diário de Bordo Malba Tahan.

e. Iniciamos pela apresentação do Ambiente de Discussão.

Page 13: DIÁRIO DE BORDO VIRTUAL MALBA TAHAN - CAPES · 2020. 7. 23. · Campo multiplicativo ... além das atividades desenvolvidas, diariamente, as observações do que foi vivido pelas

13

f. A seguir, vem o "Tópico 1", com o primeiro fórum de discussão, com a questão sobre o uso dos

algoritmos convencionais.

g. No "Tópico 2", há duas pastas. A primeira com a cópia da parte textual da dissertação.

Page 14: DIÁRIO DE BORDO VIRTUAL MALBA TAHAN - CAPES · 2020. 7. 23. · Campo multiplicativo ... além das atividades desenvolvidas, diariamente, as observações do que foi vivido pelas

14

h. Já na segunda pasta, encontra-se esse material.

Após a defesa da dissertação, cada docente do DEF receberá um e-mail da equipe de

manutenção do AVA-CAP com as instruções para que cada um possa acessar o Diário Virtual Malba

Tahan.

Page 15: DIÁRIO DE BORDO VIRTUAL MALBA TAHAN - CAPES · 2020. 7. 23. · Campo multiplicativo ... além das atividades desenvolvidas, diariamente, as observações do que foi vivido pelas

15

3. CONSIDERAÇÕES FINAIS

A ideia do Diário de Bordo Virtual Malba Tahan pressupõe criar uma nova possibilidade na

construção do conhecimento do coletivo desse departamento, seria um espaço virtual de registro das

práticas relacionadas aos conteúdos de Matemática nos anos iniciais, que estará sempre em aberto.

Essa nova versão de diário digital, alia a prática aos fundamentos teóricos e vice-versa e

ainda propicia a ampliação do conhecimento docente. Assim, teremos mais um espaço garantido

para pensarmos nas nossas práticas, reconstruindo nossos fazeres, como o mestre Paulo Freire

afirmava que "...ensinar não é transferir conhecimento, mas criar as possibilidades para sua

própria produção ou a sua construção" (FREIRE, 2003, p. 47)3. Estaremos criando possibilidades

de novas ações no cotidiano das salas de aula dos anos iniciais do ensino fundamental, construindo e

reconstruindo nossos saberes tendo como ponto de partida o que foi coletado na pesquisa.

A seguir, seguem alguns textos, jogos, desafios e uma bibliografia iniciada para contribuir

com as discussões iniciais das práticas voltadas para o ensino da Matemática.

3 Incluído nas referências da dissertação.

Page 16: DIÁRIO DE BORDO VIRTUAL MALBA TAHAN - CAPES · 2020. 7. 23. · Campo multiplicativo ... além das atividades desenvolvidas, diariamente, as observações do que foi vivido pelas

16

(Imagem retirada de:http://www.demostenestorres.com.br/post/memorizacao-de-livros-

textos-e-roteiros/)

Page 17: DIÁRIO DE BORDO VIRTUAL MALBA TAHAN - CAPES · 2020. 7. 23. · Campo multiplicativo ... além das atividades desenvolvidas, diariamente, as observações do que foi vivido pelas

17

Malba Tahan

O escritor Malba Tahan vestido a caráter.

Você conhece Malba Tahan?

Foi um grande professor, dentre outras

atribuições.

Por isso a escolha desse nome, tão significativo e

bastante propício para este Produto Final.

Então, para começar,

um pouco dessa figura tão incrível, que estava

além da sua época.

O HOMEM QUE CALCULAVA

Conheça o divertido mundo do professor de matemática e escritor

Malba Tahan

O que é, o que é? Ou melhor: quem é, quem é? Que escrevia histórias árabes, mas era

brasileiro? Gostava de sapos e de geometria? Se você não sabe, a gente responde: é o Malba

Tahan! Um professor de matemática e, também, escritor muito criativo, que adorava elaborar

enigmas em sala de aula para iniciar suas explicações. Malba nasceu no Rio de janeiro, no dia 6

de maio de 1895 e seu verdadeiro nome era Júlio César de Mello e Souza.

O primeiro nome falso que ele adotou foi R.S.Slade para fingir que era um escritor de outro país

e conseguir publicar uma história dele num jornal, uma vez que seus contos já haviam sido

rejeitados pelo editor do mesmo jornal quando assinou seu nome verdadeiro. E deu certo! Por

isso ele decidiu usar sempre um nome estrangeiro. Mais tarde, escolheu Malba Tahan, porque

adorava escrever histórias árabes.

Page 18: DIÁRIO DE BORDO VIRTUAL MALBA TAHAN - CAPES · 2020. 7. 23. · Campo multiplicativo ... além das atividades desenvolvidas, diariamente, as observações do que foi vivido pelas

18

Suas histórias eram sobre aventuras misteriosas, com beduínos do deserto, xeques, vizires,

magos, princesas e sultões. Seu livro mais famoso é O Homem que Calculava , que conta as

aventuras de Beremís, um árabe que gostava de resolver os problemas da vida com soluções

matemáticas.

Por mais incrível que pareça, ele não foi sempre um ótimo aluno em matemática. Só quando

teve um professor de quem gostava é que começou a entender melhor a matéria. O que ele

adorava mesmo, quando criança, era colecionar sapos – argh! – e escrever pequenas revistas que

se chamavam Erre, com histórias, notícias e jogos.

O livro mais famoso de Tahan e a revista que fazia quando criança

Já adulto, quando se tornou professor e escritor, ele continuou a colecionar sapos, mas de louça.

Já imaginou um professor que entra em sala de aula, se curva diante de um aluno e diz Salam

Aleikum, que quer dizer ―a paz esteja contigo‖, em árabe, e depois escrevia uma charada sobre

sapos no quadro-negro para dar uma explicação matemática?

Os números e as propriedades numéricas eram para ele como seres vivos. Dizia haver números

alegres e bem-humorados, frações tristes, multiplicações carrancudas e tabuadas sonolentas.

Havia, para ele, algarismos arábicos com túnicas brancas e turbantes vermelhos, além das

contas-de-faz-de-contas.

Essa é uma parte da história do professor Mello e Souza ou Malba Tahan, o “carioca das

arábias”, que misturava diversão com matemática. Se estivesse vivo, ele teria completado

110 anos em 2005. Para saber mais a seu respeito, leia esse artigo na íntegra na CHC 54.

Pedro Paulo Salles, Notícias da CHC, 28-06-2010

http://chc.org.br/o-homem-que-calculava/ visitado em: 07/07/2017

Page 19: DIÁRIO DE BORDO VIRTUAL MALBA TAHAN - CAPES · 2020. 7. 23. · Campo multiplicativo ... além das atividades desenvolvidas, diariamente, as observações do que foi vivido pelas

19

D’Ambrosio entrevista Paulo Freire (ubiratandambrosio.blogspot.com.br)

This is the transliteration - faithful, withou adjustments of language - to the complete interview (not

the edited one shown in Seville)

MC - Estamos aqui reunidos para uma conversa, um bate papo informal, com o Professor Paulo Freire e o

Professor Ubiratan D'Ambrosio, sobre educação e educação matemática.

U - Devo dizer que para mim é um privilégio raro poder entrevistar o mestre. Formalmente, nunca fui seu

aluno, mas sou daquele exército de educadores do mundo inteiro que se consideram discípulos de Paulo

Freire. Ter a oportunidade desta conversa é para mim uma grande honra.

P - Para mim também. Sobretudo compreendendo, como nós três aqui compreendemos, a continuidade

desta conversa dentro de algum tempo mais na Espanha, diante de um grande número de matemáticos, de

educadores que se metem com os problemas do ensino da matemática, da compreensão da matemática.

Para mim também é uma grande satisfação estar nessa conversa e gostaria que ela até tomasse corpo

imediatamente.

U - Hoje nós todos reconhecemos o Paulo Freire grande filósofo que inspira uma serie de medidas novas

em educação, propostas. É o nosso filósofo da educação. No inicio, há muitos anos, quando você começou

a sua carreira, a sua grande preocupação parece ter sido, claro educação em geral, mas sempre se fala no

Paulo Freire como ensinando, alfabetizando, ensinando a ler. Existe claro uma preocupação muito grande

em todo seu discurso com a importância de o indivíduo se expressar, saber ler, participar do mundo. Eu

pergunto: desde aquele momento até hoje, você vê uma importância equivalente em ele saber participar

matematicamente do mundo. Você vê um equivalente ao literacy, uma forma de matheracy? Existe um

equivalente matemático à alfabetização na sua obra?

P - Essa é uma pergunta primeira. É a primeira vez que eu me defronto com essa pergunta e eu acho que

ela tem sentido. Tem sentido como uma pergunta não apenas feita a mim, mas feita a nós todos. Confesso

que na época eu não pensei nisso. Não iria eu agora mentir e dizer ah, já naqueles anos, há quarenta anos

atrás, eu já vivia pensando nisso. Não, na verdade eu não pensei nisso. Mas eu hoje entendo isso

perfeitamente. Eu não tenho dúvida nenhuma da importância de qualquer esforço, que não deve inclusive

ser um esforço exclusivo do matemático, professor de matemática por exemplo, mas que deveria ser no

meu entender um esforço do homem e da mulher, matemático ou físico ou carpinteiro, que é exatamente o

esforço de nos reconhecer como corpos conscientes matematicizados. Eu não tenho dúvida nenhuma de

que a nossa presença no mundo, que implicou indiscutivelmente a invenção do mundo... Eu venho

pensando muito que o passo decisivo que nos tornamos capazes de dar, mulheres e homens, foi

exatamente o passo em que o suporte em que estávamos virou mundo e a vida que vivíamos virou

existência, começou a virar existência. E que nessa passagem, nunca você diria uma fronteira geográfica

para a história, mas nessa transição do suporte para o mundo e que se instala a história, é que começa a se

instalar a cultura, a linguagem, a invenção da linguagem, o pensamento que não apenas se atenta no objeto

que está sendo pensado, mas que já se enriquece da possibilidade de comunicar e comunicar-se. Eu acho

que nesse momento a gente se transformou também em matemáticos. A vida que vira existência se

matematiza. Para mim, e eu volto agora a esse ponto, eu acho que uma preocupação fundamental, não

apenas dos matemáticos mas de todos nós, sobretudo dos educadores, a quem cabe certas decifrações do

mundo, eu acho que uma das grandes preocupações deveria ser essa: a de propor aos jovens, estudantes,

alunos homens do campo, que antes e ao mesmo em que descobrem que 4 por 4 são 16, descobrem

também que há uma forma matemática de estar no mundo. Eu dizia outro dia aos alunos que quando a

gente desperta, já caminhando para o banheiro, a gente já começa a fazer cálculos matemáticos. Quando a

gente olha o relógio, por exemplo, a gente já estabelece a quantidade de minutos que a gente tem para, se

acordou mais cedo, se acordou mais tarde, para saber exatamente a hora em que vai chegar à cozinha, que

vai tomar o café da manhã, a hora que vai chegar o carro que vai nos levar ao seminário, para chegar às

oito. Quer dizer, ao despertar os primeiros movimentos, lá dentro do quarto, são movimentos

Page 20: DIÁRIO DE BORDO VIRTUAL MALBA TAHAN - CAPES · 2020. 7. 23. · Campo multiplicativo ... além das atividades desenvolvidas, diariamente, as observações do que foi vivido pelas

20

matematicizados. Para mim essa deveria ser uma das preocupações, a de mostrar a naturalidade do

exercício matemático. Lamentavelmente, o que a gente vem fazendo, e eu sou um brasileiro que paga,

paga caro... Eu não tenho dúvida nenhuma que dentro de mim há escondido um matemático que não teve

chance de acordar, e eu vou morrer sem ter despertado esse matemático, que talvez pudesse ter sido bom.

Bem, uma coisa eu acho, que se esse matemático que existe dormindo em mim tivesse despertado, de uma

coisa eu estou certo, ele seria um bom professor de matemática. Mas não houve isso, não ocorreu, e eu

pago hoje muito caro, porque na minha geração de brasileiras e brasileiros lá no Nordeste, quando a gente

falava em matemática, era um negócio para deuses ou gênios. Se fazia uma concessão para o sujeito

genial que podia fazer matemática sem ser deus. E com isso, quantas inteligências críticas, quantas

curiosidades, quantos indagadores, quanta capacidade abstrativa para poder ser concreta, perdemos. Eu

acho que nesse congresso, uma das coisas que eu faria era, não um apelo, mas eu diria aos congressistas,

professores de matemática de várias partes do mundo, que ao mesmo tempo em que ensinam que 4 vezes

4 são 16 ou raiz quadrada e isso e aquilo outro, despertem os alunos para que se assumam como

matemáticos.

U - Em todo o seu discurso, a sua teorização, a sua prática, se vê a importância política da aquisição da

linguagem. Você diz que o homem para ser livre tem que ser capaz de se expressar, tem que ser capaz de

ler, ser capaz de discursar. Você vê alguma coisa equivalente no domínio da matemática?

P - Eu acho que indiscutivelmente essa possível alfabetização da matemática, uma mate-alfabetização,

math-literacy, eu não tenho dúvida nenhuma que isso ajudaria a própria criação da cidadania. E vou dizer

como eu vejo, e não como se deve ver. Eu falo como eu vejo. Eu acho que no momento em que você

traduz a naturalidade da matemática como uma condição de estar no mundo, você trabalha contra um

certo elitismo com que os estudos matemáticos, mesmo contra a vontade de alguns matemáticos, tem.

Quer dizer, você democratiza a possibilidade da naturalidade da matemática, e isso é cidadania. E quando

você viabiliza a convivência com a matemática, não há dúvida que você ajuda a solução de inúmeras

questões que ficam aí às vezes entulhadas, precisamente por falta de um mínimo de competência sobre a

matéria. E porque não está havendo isso? Porque a compreensão da matemática virou uma coisa

profundamente refinada, quando na verdade não é e não deveria ser. Eu não quero com isso dizer que os

estudos matemáticos jamais devessem ter a profundidade e a rigorosidade que eles tem que ter. Como o

filosofo tem também que ser rigoroso, o biólogo, não é isso que eu digo. Mas o que eu digo é o seguinte:

na medida em que você não faz simplismo, mas torna simples, a compreensão da existência matemática

da existência humana, aí não há dúvida nenhuma que você perceberá a importância dessa compreensão

matemática, tão grande quanto a linguagem.

MC - Essa é a matemática natural, a matemática que fala da quantificação natural. Então o menino

pequeno tem alguma coisa a falar, por exemplo sobre a multiplicação como ele entende, e o professor não

vê isso como sendo válido. É uma outra visão de matemática.

P - Isso não se dá apenas com a matemática, isso se dá com a presença do homem e da mulher no mundo.

Eu acho que tem muito que ver com um certo desprestígio do senso comum. Isso tem muito que ver com a

postura elitista da escola, relegando toda a contribuição que o aluno possa dar à escola. No fundo, é a

super-valoração do conhecimento chamado acadêmico diante da desvalorização do conhecimento comum.

É a posição epistemológica segundo a qual entre um e outro conhecimento você tem uma definitiva

ruptura. No meu entender o que há não é uma ruptura, o que há é uma superação. Uma das coisas que a

escola deveria fazer, e eu venho insistindo nisso há 30 anos ou mais, e fui muito mal entendido, e ainda

hoje continuo a ser, mas no começo fui muito menos entendido, quando eu insistia que o ponto de partida

da prática educativa deve ser não a compreensão do mundo que tem o educador e o seu sistema de

conhecimento, mas a compreensão do mundo que tem, ou que esteja tendo, o educando. A gente parte do

que o educando sabe para que o educando possa saber melhor, saber mais e saber o que ainda não sabe.

Eu acho que está nesse desrespeito, que é um desrespeito elitista, está na superação desse desrespeito, está

no aprofundamento de uma postura democrática, eu acho a superação desse ser.

Page 21: DIÁRIO DE BORDO VIRTUAL MALBA TAHAN - CAPES · 2020. 7. 23. · Campo multiplicativo ... além das atividades desenvolvidas, diariamente, as observações do que foi vivido pelas

21

MC - É um elemento de ordem epistemológica querer que o aluno conheça melhor, mas é um desrespeito.

U - O aluno vai para a escola para receber.

P - É isso, e ele inclusive está convencido disso.

U - Para levar adiante essa nova postura pedagógica é necessário mudar o professor. A maneira como o

professor tem sido formado tem sido fundamental, e eu sei que um dos seus projetos atuais é escrever um

livro sobre formação de professores. Daria para falar um pouco sobre isso, de uma forma mais dirigida à

nossa preocupação, como educadores matemáticos? Como a formação de professores deve ser revitalizada

nesse seu pensamento?

P - Eu estou realmente escrevendo um livro agora, que eu espero não seja nem um caderno nem um

compêndio, um livro à minha maneira. O título provisório do livro vai ser formação docente e saberes

necessários fundamentais à prática educativa crítica. A minha preocupação ao estar escrevendo esse livro

é mostrar, às vezes até mais do que saberes, mostrar certas sabedorias indispensáveis a um professor, ou à

formação do educador. Por exemplo, talvez o primeiro saber que deve virar uma sabedoria e que

exatamente a gente incorpora é o seguinte: a prática educativa se funda não apenas na inconclusão

ontológica do ser humano, mas na consciência da inconclusão. É em cima desses dois pés, de um lado a

minha inconclusão, do outro a minha consciência da inconclusão, é aí que se funda a educação. A

educabilidade humana não tem outra explicação senão nesta assunção de minha inconclusão consciente.

Como também é ai que se fundamenta a minha esperança. Você imagine que incongruência seria que ser

inconclusos como somos e conscientes da inconclusão, não nos lançássemos num permanente movimento

de procura, de busca. O ser que não procura é aquele que sendo inconcluso não se sabe inconcluso.

Exemplo: a jaboticabeira que eu tenho no quintal da casa é inconclusa também, porque o fenômeno da

inconclusão é um fenômeno vital, não é exclusivo do ser humano. Mas o nível de inconclusão da

jaboticabeira não tem nada a ver com meu nível de inconclusão. Ela é inconclusa, como é inconcluso meu

pastor alemão no quintal, mas eles não se sabem inconclusos. No caso da gente, a gente assumiu a

inconclusão e ao assumir a inconclusão, a gente é levada à busca. Seria um absurdo buscar sem esperança.

Eu posso até ao buscar não encontrar, mas a minha esperança faz parte do processo de buscar. Não há

busca desesperançada. É um contra-senso. Esse saber ... nem sempre os educadores foram um dia

desafiados para saber-se interminados. Eu estou escrevendo sobre isso. Um outro saber, que eu acho que é

uma sabedoria já, sem a qual não dá para ir para uma escola, é o saber de que mudar é difícil mas é

possível. Como é, Ubiratan, que tu poderias andarilhar pelo mundo como tu andas, na África, na Europa,

nos Estados Unidos, discutindo o que é a matemática e discutindo como propor a matemática, se tu não

estivesses convencido que um dia pode mudar. É o impulso. Esse saber precisa ser discutido, não imposto,

mas tem que ser posto em cima da mesa, para que o jovem que está se formando para ser professor

amanhã, repouse nesta verdade: eu me movo como professor porque apesar de saber quão difícil é mudar,

eu sei que é possível mudar. Pode ser até que o agente da mudança mais radical não seja nem sequer

minha geração, mas sem a minha geração a outra não vai mudar.

U - Nós trabalhamos para um outro futuro, no qual nós acreditamos.

P - Exato. Um outro saber que eu preciso saber é que ensinar não é transferir conhecimento, transferir

conteúdo. É lutar para com os alunos, criar as condições para que o conhecimento seja construído, seja

reconstruído. Isso para mim é que é ensinar. Enquanto eu não estiver convencido disso, enquanto eu

estiver pelo contrário convencido que ensinar é chegar às nove horas da manhã e despejar um discurso

transferidor de objetos, e que são apenas perfis de objetos, que são os conteúdos, então eu não sei o que é

ensinar, eu não sei o que é aprender. É preciso que eu, como professor, saiba que do ponto de vista

histórico, o homem e a mulher primeiro aprenderam, para depois ensinar. O aprender precedeu sempre o

ensinar. O que é que está acontecendo na sistemática da escola? O ensinar virou o mais importante, e o

aprender foi burocratizado com a burocratização do ensinar. Na verdade, o que eu não posso é deixar de

conhecer os dois em processo contraditório dialético, em que quanto melhor eu aprendo tanto melhor eu

posso ensinar e quanto mais eu ensinar tanto melhor se pode aprender. Mas foi aprendendo socialmente

que historicamente as mulheres e os homens descobriram no ato de aprender diluída a prática de ensinar.

Um dia na história dos homens e das mulheres, um dia mais ou menos recente, é que descobriram que

Page 22: DIÁRIO DE BORDO VIRTUAL MALBA TAHAN - CAPES · 2020. 7. 23. · Campo multiplicativo ... além das atividades desenvolvidas, diariamente, as observações do que foi vivido pelas

22

porque aprendiam era possível ensinar, e aí se sistematizou o trabalho de ensino. A gente perdeu essa

noção da história e inverteu os papéis. Eu também estou escrevendo sobre isso. Eu acho que às vezes é

preciso recuperar historicamente o grande papel de aprender, sem que isso signifique nenhuma diminuição

do ensinar.

U - A escola deve ser um ambiente, ser tornado um ambiente mais para compartilhar esse processo de

busca, e não um ambiente onde se passa conhecimento.

P - Claro. Poderia se pensar que eu estou defendendo aqui um papel subalterno para o professor. De jeito

nenhum. Indiscutivelmente o papel do professor, o papel do ensinante, é um grande papel. Ele/ela tem

uma grande responsabilidade de ensinar. E professor que não ensina não se justifica, ele não se explica a

si mesmo. Agora, é preciso clarear e esclarecer o que significa mesmo ensinar. E quando a gente busca

compreender na própria prática o que é ensinar, a gente tem que concluir que o próprio esforço do

processo social da produção do conhecimento põe de lado qualquer possibilidade de transferir

conhecimento. Eu produzo, eu crio, eu recrio o conhecimento, eu não engulo conhecimento. Eu me

lembro de uma expressão irônica de Sartre, quando ele criticava o que ele chamava de concepção

nutricionista do saber. Ele diz: trágica e dolorosa a concepção nutricionista do saber, em que o professor

alimenta, e você vê as metáforas todas que a gente vê na linguagem comum para nos referir ao problema

do conhecimento. Tem muito a ver com alimento. Você fala de fome de saber, sede de saber. Você não

fala na curiosidade de saber. Você fala na sede do saber. Eu não tenho que beber saber, nem tenho que

comer saber. Eu como uma feijoada, não conhecimento. Conhecimento eu produzo socialmente.

U - A idéia da produção do conhecimento, sobretudo em matemática, parece que ficou muito esquecida.

P - Muito, muito, muito.

U - Se produz muito pouco no sistema escolar. Eu acho que essa oportunidade desse papo com Paulo

Freire foi realmente um momento muito importante para todos nós, e esses do congresso que nos assistem

vão sentir aquela pontinha de inveja, porque nós tivemos o privilégio dessa conversa com o Paulo.

P - Eu quero mandar através de vocês que estarão lá, o meu grande abraço a todos e a todas que vão

comparecer ao congresso e lhes dizer que minha ausência só se poderia explicar mesmo por uma questão

de cuidados que eu e meus médicos estão tendo. Eles estão fazendo força, e eu concordo com o esforço

deles, no sentido de ver se eu demoro um pouco mais no mundo. E com isso eu concluo.

MC - Gostaria também de agradecer estar com o Sr. Quando o Prof. Ubiratan começou dizendo que todos

nós fomos, de algum modo, alunos de Paulo Freire, é verdade, mas nem todos conseguiram entender.

Porque cada vez tem uma coisa nova. A gente está sempre aprendendo coisas novas. Os dois representam

para nós uma mudança de modelo. o Sr. em geral, em educação, e o Prof. Ubiratan D'Ambrosio em

educação matemática.

P - Com o D'Ambrosio você extrapola o adjetivo matemático e pode ficar só na educação mesmo. Eu

acho que D'Ambrosio é na verdade até mais que um educador, ele é também um pensador da educação

atual. Agora eu peço desculpas para vocês e eu vou correndo para o doutor.

Page 23: DIÁRIO DE BORDO VIRTUAL MALBA TAHAN - CAPES · 2020. 7. 23. · Campo multiplicativo ... além das atividades desenvolvidas, diariamente, as observações do que foi vivido pelas

23

Aprender a Ler Problemas em Matemática

(http://mathema.com.br/reflexoes/aprender-a-ler-problemas-em-matematica/)

Katia Stocco Smole e Maria Ignez Diniz

Diretoras do Grupo Mathema

Muitos professores acreditarem que as dificuldades apresentadas por seus alunos em ler e interpretar

um problema ou exercício de matemática estão associadas a pouca competência que eles têm para

leitura. Também é comum a concepção de que, se o aluno tivesse mais fluência na leitura nas aulas de

língua materna, consequentemente ele seria um melhor leitor nas aulas de matemática.

Embora tais afirmações estejam em parte corretas, pois ler é um dos principais caminhos para

ampliarmos nossa aprendizagem em qualquer área do conhecimento, consideramos que não basta

atribuir as dificuldades dos alunos em ler problemas a sua pouca habilidade em ler nas aulas de

português. A dificuldade que os alunos encontram em ler e compreender textos de problemas estão,

entre outras coisas, ligadas à ausência de um trabalho pedagógico específico com o texto do

problema, nas aulas de matemática.

O estilo nos quais geralmente os problemas de matemática são escritos, a falta de compreensão de um

conceito envolvido no problema, o uso de termos específicos da matemática e que, portanto, não

fazem parte do cotidiano do aluno, e mesmo palavras que têm significados diferentes na matemática e

fora dela – total, diferença, ímpar, média, volume, produto – podem se constituir em obstáculos para

que a compreensão ocorra. Para que tais dificuldades sejam superadas, ou mesmo para que elas não

surjam, é preciso alguns cuidados com a proposição dos problemas desde o início da escolarização

até o final do Ensino Médio.

Cuidados com a leitura que o professor elabora o o problema, cuidados em propor tarefas específicas

de interpretação do texto dos exercícioscaracterizamum conjunto de intervenções didáticas destinadas

exclusivamente a levar os alunos a lerem problemas de matemática com autonomia e

compreensão.Neste artigo, pretendemos indicar algumas intervenções que temos utilizado em nossas

ações junto a alunos e professores e que têm auxiliado a tornar os estudantes melhores leitores de

problemas.

A Leitura dos Problemas com Alunos no Início da Alfabetização

Quando os alunos ainda não são leitores, o professor lê todos os problemas para eles e, como leitor,

auxilia os alunos , garantindo que todos compreendam, cuidando para não enfatizar palavras chave e

usar qualquer recurso que os impeça de buscar a solução por si mesmos. Mas há outros recursos dos

quais o professor pode se valer para explorar a alfabetização e a matemática enquanto trabalha com

problemas.

Page 24: DIÁRIO DE BORDO VIRTUAL MALBA TAHAN - CAPES · 2020. 7. 23. · Campo multiplicativo ... além das atividades desenvolvidas, diariamente, as observações do que foi vivido pelas

24

Um deles é escrever uma cópia do problema no quadro e fazer com os alunos uma leitura cuidadosa.

Primeiro do problema todo, para que eles tenham ideia geral da situação; depois mais vagarosamente,

para que percebam as palavras do texto, suas grafias e seus significados.

Propor o problema escrito e fazer questionamentos orais com a classe, como é comum que se faça

durante a discussão de um texto, auxilia o trabalho inicial com problemas escritos:

Quem pode me contar o problema novamente?

Há alguma palavra nova ou desconhecida?

Do que trata o problema?

Qual é a pergunta?

Novamente o cuidado é para não resolver o problema pelos alunos durante a discussão e, também,

não tornar o recurso uma regra ou conjunto de passos obrigatórios que representem um roteiro de

resolução. Se providenciar para cada aluno uma folha com o problema escrito, o professor pode

ainda:

Pedir aos alunos que encontrem e circulem determinadas palavras;

Escrever na lousa o texto do problema sem algumas palavras;

Pedir para os alunos em duplas olharem seus textos, que devem ser completos, e descobrirem

as palavras que faltam.

Conforme as palavras são descobertas, os alunos são convidados a ir ao quadro e completar os

espaços com os termos ausentes. Em todos os casos, o professor pode escolher trabalhar com palavras

e frases que sejam significativas para os alunos ou que precisem ser discutidas com a classe, inclusive

aquelas que se relacionam com noções matemáticas. Os problemas são resolvidos após toda a

discussão sobre o texto, que a essa altura já terá sido interpretado e compreendido pela turma, uma

vez que as atividades que sugerimos contemplam leitura, escrita e interpretação simultaneamente.

Ampliando Possibilidades para os Leitores

Para os alunos do Ensino Fundamental e Médio que já lêem com mais fluência textos diversos, o

professor pode propor outras atividades envolvendo textos de problemas. A primeira delas, sem

dúvida, é deixar que eles façam sozinhos a leitura das situações propostas.

A leitura individual ou em dupla auxilia os alunos a buscarem um sentido para o texto. Na ocasião, o

professor pode indicar que cada leitor tente descobrir sobre o que o problema fala, qual é a pergunta,

se há palavras desconhecidas. Aí, então, é possível conduzir um debate com toda a classe para

socializar as leituras, dúvidas, compreensões. Novamente não se trata de resolver o problema

oralmente, mas de garantir meios para que todos os alunos possam iniciar a resolução do problema

sem, pelo menos, ter dúvidas quanto ao significado das palavras que nele aparecem. Assim, se houver

um dado do problema, um termo que seja indispensável e que os alunos não conheçam ou não saibam

ler, principalmente no início do ano, o professor deve revelar seu significado, proceder à leitura

correta. Esse processo para quando os alunos entendem o contexto dos problemas.

Page 25: DIÁRIO DE BORDO VIRTUAL MALBA TAHAN - CAPES · 2020. 7. 23. · Campo multiplicativo ... além das atividades desenvolvidas, diariamente, as observações do que foi vivido pelas

25

Nesse processo é possível, ainda, que o professor proponha aos alunos o registro, no caderno ou em

um dicionário, das palavras novas que aprenderam, ou mesmo daquelas sobre as quais tinham dúvida

para que possam consultar quando necessário. Em relação àqueles termos que tenham significados

diferentes em matemática e no uso cotidiano, o ideal é que sejam registrados no caderno dos alunos

com ambos os significados, podendo inclusive escrever frases que ilustrem os dois sentidos. Vejamos

outras estratégias:

Apresentar aos alunos problemas com falta ou excesso de dados para que eles analisem a

necessidade ou não de informações no texto;

Apresentar aos alunos o texto de um problema no qual falte uma frase ou a pergunta, deixar

que eles tentem resolver e completar o que falta para o problema ser resolvido;

Apresentar um problema com frases em ordem invertida e pedir que os alunos reorganizem o

texto;

Pedir que os alunos elaborem problemas com palavras que apresentam sentidos diferentes

quando utilizadas na matemática e no cotidiano: tira, produto, domínio, diferença etc.

Desejamos finalizar nossas considerações com o alerta de que essas ações para tornar o aluno leitor

de um problema não podem ser esporádicas, nem mesmo isoladas. É necessário que haja um trabalho

constante com as estratégias, em todas as séries escolares, pois será apenas enfrentando a formação

do leitor e do escritor como uma tarefa de todos os professores da escola, inclusive de matemática,

que criaremos oportunidades para que todos desenvolvam as habilidades essenciais para o

aprendizado de qualquer conceito, em qualquer tempo. Ler e escrever nas diferentes disciplinas

constitui uma das chaves mais essenciais para a formação da autonomia por meio da escola.

Para Saber Mais:

Pozo, J.I. (Org.) A solução de problemas. Porto Alegre, Artmed: 1998.

Reys, R.E. e Krulik, S. (orgs.). São Paulo: Atual, 1998.Smole, K., Diniz, M.I. e Cândido, P.

Resolução de Problemas, Coleção Matemática de 0 a 6, vol. 2. Porto Alegre: Artmed, 2000.

Smole, K. S. e Diniz, M.I. (orgs.) Ler, Escrever e Resolver Problemas: Habilidades Básicas para

Aprender Matemática. Porto Alegre: Artmed, 2001.

Page 26: DIÁRIO DE BORDO VIRTUAL MALBA TAHAN - CAPES · 2020. 7. 23. · Campo multiplicativo ... além das atividades desenvolvidas, diariamente, as observações do que foi vivido pelas

26

Gérard Vergnaud: "Todos perdem quando

a pesquisa não é colocada em prática"

O pesquisador francês, uma referência na didática de Matemática, diz que só

conhecendo a forma como os alunos aprendem é possível ensinar

https://novaescola.org.br/conteudo/960/gerard-vergnaud-todos-

perdem-quando-a-pesquisa-nao-e-colocada-em-pratica

Por: Gabriel Pillar Grossi /Setembro de 2008

Gérard Vergnaud

No campo do ensino da Matemática, poucos nomes são tão respeitados quanto o de Gérard Vergnaud.

Aos 75 anos de idade e depois de orientar mais de 80 teses de mestrado e doutorado, ele continua

trabalhando como diretor emérito de estudos do Centro Nacional de Pesquisas Científicas (CNRS, na

sigla em francês), em Paris. Formado em Psicologia, fez a própria tese de doutoramento com ninguém

menos que Jean Piaget. "O título era A Resposta Instrumental como Resolução de Problemas. Pura

teoria", lembra Vergnaud. De lá para cá, passou a se dedicar cada vez mais aos aspectos práticos - a

didática da disciplina. Sua descoberta mais importante é a chamada Teoria dos Campos Conceituais,

que ajuda a entender como as crianças constroem os conhecimentos matemáticos. "Infelizmente, na

Educação, não temos o hábito de levar o resultado das pesquisas para dentro da sala de aula, como

fazem regularmente médicos e outros cientistas, e isso é uma perda muito grande para nós", diz. Em

outubro, ele vem a São Paulo a convite da Fundação Victor Civita para falar sobre seus estudos

durante a Semana de Educação. Saiba mais por que é tão importante conhecer os processos de

aprendizagem dos alunos na entrevista a seguir, concedida no fim de abril, quando Vergnaud esteve

na capital gaúcha para prestar consultoria a professores locais.

O que é, resumidamente, a Teoria dos Campos Conceituais?

GÉRARD VERGNAUD O resultado de muita pesquisa com estudantes, que nos leva a compreender

como eles constroem conhecimentos matemáticos. Ela é fundamental para ensinar a disciplina, pois

permite prever formas mais eficientes de trabalhar os conteúdos. Na minha palestra, quero mostrar a

relação entre essa teoria e a prática escolar.

Page 27: DIÁRIO DE BORDO VIRTUAL MALBA TAHAN - CAPES · 2020. 7. 23. · Campo multiplicativo ... além das atividades desenvolvidas, diariamente, as observações do que foi vivido pelas

27

É fácil fazer essa transposição para a sala de aula?

VERGNAUD Nem sempre. Mas, se não levamos os resultados das pesquisas para a sala de aula,

perdemos muito. Na maioria dos campos da Ciência, existe a percepção de que, se alguém cria uma

teoria, isso é bom. Em Educação, essa idéia infelizmente não é tão difundida. Muitos resistem às

descobertas por acreditar que basta repetir o que é feito há séculos.

Como aumentar o interesse dos professores pelas pesquisas didáticas?

VERGNAUD É preciso entender que tudo é muito novo. Há 30 anos, ninguém estudava isso. Aos

poucos, foram sendo feitos trabalhos para explicar como a criança aprende. Hoje, quando um

pesquisador apresenta resultados que mudam conceitos amplamente difundidos, a primeira reação é

de surpresa. Em seguida, alguns falam: "Ah, é interessante". Daí a mudar a prática de sala de aula,

leva tempo. A Teoria dos Campos Conceituais está apenas começando a ser utilizada nos cursos de

formação.

Mas os ganhos para quem usa esse conhecimento são enormes.

VERGNAUD Sem dúvida, porque o professor passa a compreender melhor o que faz em classe. No

caso da Matemática, é muito claro que as crianças têm necessidade de assimilar aquilo que pedimos

que elas façam. Por isso, temos de propor situações nas quais a soma faça sentido, a subtração faça

sentido - e isso vale para a escolha dos dados, não só para as contas. E vale também para o professor.

Se ele vê os alunos errar sem entender o percurso que estão trilhando, todo o trabalho se perde, não

funciona.

Como o professor consegue sair do estágio de "entender a teoria" para "usá-la na

prática"?

VERGNAUD Só com muita formação. Aqueles que usam bem a Teoria dos Campos Conceituais no

dia-a-dia são os que voltaram a ela, testaram coisas com seus alunos, cometeram erros, recomeçaram.

Só assim é possível dominar o assunto e se sentir seguro na prática.

"Se o professor vê os alunos errar sem entender o percurso que estão trilhando, o trabalho não

funciona."

Como os professores podem interferir nesse processo?

VERGNAUD Jean Piaget disse que o conhecimento é uma adaptação a situações nas quais é necessário

fazer algo. Por isso, se não confrontamos as crianças com situações nas quais elas precisem

desenvolver conceitos, ferramentas, limites, elas não têm razão para aprender. Isso vale para a escola,

mas também para a vida, para a experiência profissional. Em Matemática, por exemplo, insistimos na

Page 28: DIÁRIO DE BORDO VIRTUAL MALBA TAHAN - CAPES · 2020. 7. 23. · Campo multiplicativo ... além das atividades desenvolvidas, diariamente, as observações do que foi vivido pelas

28

chamada resolução de problemas - propor situações que as crianças não sabem resolver para fazer

evoluir em seus conhecimentos. Portanto, queremos desestabilizá-las. E se desestabilizarmos demais?

Elas também não vão aprender. Portanto, gerenciar o aprendizado é gerenciar ao mesmo tempo a

desestabilização e a estabilização. Portanto, temos de pensar mais e propor situações corriqueiras aos

que estão aprendendo. Sempre fizemos isso, às vezes de forma intuitiva. O que minha teoria propõe é

que precisamos pensar de forma mais sistemática. O grande desafio do professor é ampliar as

dificuldades para as crianças, mas sabendo o que está fazendo e aonde quer chegar.

O senhor pode dar alguns exemplos de como as crianças constroem o

conhecimento matemático?

VERGNAUD Aos 5 anos, as crianças já compreendem alguns aspectos da adição. O primeiro modelo

que elas aprendem é a reunião de duas partes em um todo: três meninos, quatro meninas, quantas

crianças no total? Só mais tarde, porém, elas vão conseguir entender, por exemplo, como saber

quantas meninas há no grupo se o total é sete e o número de meninos é três. Na minha pesquisa,

descobri que, em média, são dois Anos para passar do primeiro estágio para o segundo. Dois Anos!

Outro exemplo é a transformação que tem relação com o tempo, não com o espaço. Eu tinha 4 reais

no bolso, minha avó chegou e me deu mais 3 reais. Ou: eu tinha 9 reais e agora tenho 4. O que

aconteceu? Parece fácil, mas para uma criança não é. Outro caso: tenho 5 reais a mais do que você.

Eu tenho 12, quanto você tem? E ainda há as transformações sucessivas. Ganhei quatro bolas de gude

e depois perdi seis. Mais quatro, menos seis. Ah, perdi duas. Não é tão óbvio aos 8 ou 9 Anos. Vamos

complicar um pouco mais. Joguei duas rodadas de bola de gude. Sei que perdi seis na segunda e que,

no total, ganhei 15. O que aconteceu na primeira partida? Até os 13, 14 Anos, muitos jovens não

conseguem achar o resultado. "Não consigo resolver o problema porque não sei quantas eu tinha no

início", eles dizem.

O que é possível fazer diante de situações desse tipo?

VERGNAUD O que descobri é que há seis tipos de problemas ligados à adição e subtração. E é óbvio

que, se os números forem grandes, ou decimais, tudo fica ainda mais complicado. No caso de frações,

nem se fala. Na sala de aula, o professor até pode propor atividades, mas, se não souber como os

alunos avançam, passo a passo, eles talvez compreendam o jogo proposto, porém não vão saber

calcular. Para um adulto, o exercício de subtrair as bolas de gude que ganhou, para saber quantas

tinha no início do jogo, pode parecer simples. Mas, aos 7, 8 ou 9 anos, não é nada fácil compreender

esse conceito matemático. Mesmo com números pequenos, as crianças costumam ter muitas

dificuldades. Se o professor sabe disso e dispõe de uma boa variedade de exercícios para propor,

ótimo. Se ele fica numa única atividade, a garotada que não entende a própria proposta do trabalho

perde o interesse e nem se preocupa mais em acertar.

A Matemática é difícil de verdade? Por que tanta gente diz não gostar dessa

disciplina?

Page 29: DIÁRIO DE BORDO VIRTUAL MALBA TAHAN - CAPES · 2020. 7. 23. · Campo multiplicativo ... além das atividades desenvolvidas, diariamente, as observações do que foi vivido pelas

29

VERGNAUD O problema é que a escola valoriza demais os símbolos e pouco a realidade. Os alunos

não vêem utilidade naquilo e pensam: "Isso não me interessa. É abstrato e não serve para nada".

O senhor já esteve no Brasil uma dezena de vezes. É possível comparar a situação

daqui com a da França?

VERGNAUD Alguns problemas são semelhantes, ainda que no Brasil o tamanho da rede seja muito

maior. A repetência e o analfabetismo, por exemplo, afetam uma proporção muito maior da

população. Quando você observa a reprovação na França, no entanto, cai nas mesmas dificuldades

daqui: a Língua e a Matemática. O paradoxo é que as crianças aprendem a falar sem dificuldades,

mas não aprendem a ler e escrever sem problemas. Isso ocorre porque a função da escrita não é óbvia

para as crianças, sobretudo se as famílias não têm o hábito de ler. Se os pais lêem o jornal todo dia,

isso faz uma diferença enorme. E aqui há um abismo entre a França, cuja população é muito mais

letrada, e o Brasil, onde milhões de alunos chegam à escola sem as noções básicas da estrutura e do

funcionamento da língua. Percebo também que muitos professores brasileiros são obrigados a dar

aula em mais de uma escola. Na França, as crianças passam o dia todo em classe. Aqui, é um turno

só. E há a questão da formação, que também é pior aqui. Não podemos esperar grandes sucessos com

professores que são mal formados, trabalham muito e, além de tudo, não são bem pagos na rede

pública.

"A questão é que a Educação é considerada custo, não investimento. São os homens que

produzem coisas novas, não é o capital."

O que é necessário mudar na dinâmica das escolas atuais?

VERGNAUD Muitas coisas. A Educação é um universo muito complexo e é preciso enxergá-la como

um grande sistema. Se o ministro comete erros na definição das políticas, se não existem objetivos

claros e se não há recursos adequados para a formação inicial e continuada, é ridículo responsabilizar

o educador individualmente. A responsabilidade pelo fracasso é do sistema. A questão principal é que

a Educação das crianças e a formação dos adultos são consideradas custo, e não investimento. São os

homens que produzem coisas novas, não é o capital. Só que ainda não sabemos calcular que retorno a

formação dá sobre esse investimento.

Qual é o papel da formação docente nesse contexto?

VERGNAUD É primordial, ainda que seja necessário ter consciência de que não existem milagres, que

ninguém vai conseguir eliminar todos os problemas de um dia para o outro. Mas, se podemos dar ao

professor os meios de conhecer melhor seu trabalho, os limites de sua ação, os obstáculos que vão

encontrar e as formas de controlar a evolução das turmas, é absurdo não fazer isso. Eu gosto de uma

metáfora da aviação: se não tenho os instrumentos para pilotar, me falta algo essencial para atingir

meus objetivos.

Page 30: DIÁRIO DE BORDO VIRTUAL MALBA TAHAN - CAPES · 2020. 7. 23. · Campo multiplicativo ... além das atividades desenvolvidas, diariamente, as observações do que foi vivido pelas

30

Esses instrumentos, no campo da Educação, são a didática?

VERGNAUD Sim, a didática é a chave do conhecimento escolar hoje. Mas é mais do que isso.

Precisamos compreender que existe a didática da Matemática, a da Física, a da História etc. E, dentro

da didática da Matemática, a das estruturas aditivas não é a mesma das estruturas multiplicativas. E

assim por diante. É essencial tomar consciência dessas especificidades dentro da especificidade de

cada disciplina, pois elas têm seu papel. O fato novo dos últimos 30 Anos é dizer: "Prestem atenção

nas didáticas da Matemática. A da Educação Física não é igual para o vôlei e o tênis, ainda que exista

uma relação entre esses dois esportes".

E se não fizermos isso?

VERGNAUD O preço a pagar será o fracasso escolar - ao menos para um grupo de estudantes. Alguns

aprendem, mesmo se mal ensinados. Porém outros, mesmo se bem ensinados, fracassam quando o

professor não domina a didática. Há quem considere isso um problema dos alunos. "Uns são

inteligentes e se dão bem, outros não são e não conseguem." Mas o fato é que existe uma margem de

manobra muito importante, um papel essencial a ser desempenhado, dentro da sala de aula, pelos

professores. Esse avanço é lento, mas percebo que cada vez mais gente fala essa mesma língua.

Quer saber mais?

BIBLIOGRAFIA

As Ciências da Educação, Eric Plaisance e Gérard Vergnaud, 152 págs., Ed. Loyola, tel. (11) 2914-1922,

22,40 reais

Atividade Humana e Conceituação, Gérard Vergnaud, 65 págs., Geempa, tel. (51) 3226-5218, 30 reais

Campo Conceitual da Multiplicação, Gérard Vergnaud, 41 págs., Geempa, 3 reais

Page 31: DIÁRIO DE BORDO VIRTUAL MALBA TAHAN - CAPES · 2020. 7. 23. · Campo multiplicativo ... além das atividades desenvolvidas, diariamente, as observações do que foi vivido pelas

31

CAMPO ADITIVO (Resumo/Nova Escola)

Page 32: DIÁRIO DE BORDO VIRTUAL MALBA TAHAN - CAPES · 2020. 7. 23. · Campo multiplicativo ... além das atividades desenvolvidas, diariamente, as observações do que foi vivido pelas

32

CAMPO MULTIPLICATIVO (Resumo/Nova Escola)

Page 33: DIÁRIO DE BORDO VIRTUAL MALBA TAHAN - CAPES · 2020. 7. 23. · Campo multiplicativo ... além das atividades desenvolvidas, diariamente, as observações do que foi vivido pelas

33

TEXTOS PARA OS PROGRAMAS - UM SALTO PARA O FUTURO

Page 34: DIÁRIO DE BORDO VIRTUAL MALBA TAHAN - CAPES · 2020. 7. 23. · Campo multiplicativo ... além das atividades desenvolvidas, diariamente, as observações do que foi vivido pelas

34

Page 35: DIÁRIO DE BORDO VIRTUAL MALBA TAHAN - CAPES · 2020. 7. 23. · Campo multiplicativo ... além das atividades desenvolvidas, diariamente, as observações do que foi vivido pelas

35

Page 36: DIÁRIO DE BORDO VIRTUAL MALBA TAHAN - CAPES · 2020. 7. 23. · Campo multiplicativo ... além das atividades desenvolvidas, diariamente, as observações do que foi vivido pelas

36

Page 37: DIÁRIO DE BORDO VIRTUAL MALBA TAHAN - CAPES · 2020. 7. 23. · Campo multiplicativo ... além das atividades desenvolvidas, diariamente, as observações do que foi vivido pelas

37

Page 38: DIÁRIO DE BORDO VIRTUAL MALBA TAHAN - CAPES · 2020. 7. 23. · Campo multiplicativo ... além das atividades desenvolvidas, diariamente, as observações do que foi vivido pelas

38

Page 39: DIÁRIO DE BORDO VIRTUAL MALBA TAHAN - CAPES · 2020. 7. 23. · Campo multiplicativo ... além das atividades desenvolvidas, diariamente, as observações do que foi vivido pelas

39

Page 40: DIÁRIO DE BORDO VIRTUAL MALBA TAHAN - CAPES · 2020. 7. 23. · Campo multiplicativo ... além das atividades desenvolvidas, diariamente, as observações do que foi vivido pelas

40

Page 41: DIÁRIO DE BORDO VIRTUAL MALBA TAHAN - CAPES · 2020. 7. 23. · Campo multiplicativo ... além das atividades desenvolvidas, diariamente, as observações do que foi vivido pelas

41

Page 42: DIÁRIO DE BORDO VIRTUAL MALBA TAHAN - CAPES · 2020. 7. 23. · Campo multiplicativo ... além das atividades desenvolvidas, diariamente, as observações do que foi vivido pelas

42

Page 43: DIÁRIO DE BORDO VIRTUAL MALBA TAHAN - CAPES · 2020. 7. 23. · Campo multiplicativo ... além das atividades desenvolvidas, diariamente, as observações do que foi vivido pelas

43

Page 44: DIÁRIO DE BORDO VIRTUAL MALBA TAHAN - CAPES · 2020. 7. 23. · Campo multiplicativo ... além das atividades desenvolvidas, diariamente, as observações do que foi vivido pelas

44

Page 45: DIÁRIO DE BORDO VIRTUAL MALBA TAHAN - CAPES · 2020. 7. 23. · Campo multiplicativo ... além das atividades desenvolvidas, diariamente, as observações do que foi vivido pelas

45

Page 46: DIÁRIO DE BORDO VIRTUAL MALBA TAHAN - CAPES · 2020. 7. 23. · Campo multiplicativo ... além das atividades desenvolvidas, diariamente, as observações do que foi vivido pelas

46

Page 47: DIÁRIO DE BORDO VIRTUAL MALBA TAHAN - CAPES · 2020. 7. 23. · Campo multiplicativo ... além das atividades desenvolvidas, diariamente, as observações do que foi vivido pelas

47

Page 48: DIÁRIO DE BORDO VIRTUAL MALBA TAHAN - CAPES · 2020. 7. 23. · Campo multiplicativo ... além das atividades desenvolvidas, diariamente, as observações do que foi vivido pelas

48

Page 49: DIÁRIO DE BORDO VIRTUAL MALBA TAHAN - CAPES · 2020. 7. 23. · Campo multiplicativo ... além das atividades desenvolvidas, diariamente, as observações do que foi vivido pelas

49

Page 50: DIÁRIO DE BORDO VIRTUAL MALBA TAHAN - CAPES · 2020. 7. 23. · Campo multiplicativo ... além das atividades desenvolvidas, diariamente, as observações do que foi vivido pelas

50

Page 51: DIÁRIO DE BORDO VIRTUAL MALBA TAHAN - CAPES · 2020. 7. 23. · Campo multiplicativo ... além das atividades desenvolvidas, diariamente, as observações do que foi vivido pelas

51

Page 52: DIÁRIO DE BORDO VIRTUAL MALBA TAHAN - CAPES · 2020. 7. 23. · Campo multiplicativo ... além das atividades desenvolvidas, diariamente, as observações do que foi vivido pelas

52

Page 53: DIÁRIO DE BORDO VIRTUAL MALBA TAHAN - CAPES · 2020. 7. 23. · Campo multiplicativo ... além das atividades desenvolvidas, diariamente, as observações do que foi vivido pelas

53

Page 54: DIÁRIO DE BORDO VIRTUAL MALBA TAHAN - CAPES · 2020. 7. 23. · Campo multiplicativo ... além das atividades desenvolvidas, diariamente, as observações do que foi vivido pelas

54

Page 55: DIÁRIO DE BORDO VIRTUAL MALBA TAHAN - CAPES · 2020. 7. 23. · Campo multiplicativo ... além das atividades desenvolvidas, diariamente, as observações do que foi vivido pelas

55

Page 56: DIÁRIO DE BORDO VIRTUAL MALBA TAHAN - CAPES · 2020. 7. 23. · Campo multiplicativo ... além das atividades desenvolvidas, diariamente, as observações do que foi vivido pelas

56

Page 57: DIÁRIO DE BORDO VIRTUAL MALBA TAHAN - CAPES · 2020. 7. 23. · Campo multiplicativo ... além das atividades desenvolvidas, diariamente, as observações do que foi vivido pelas

57

Page 58: DIÁRIO DE BORDO VIRTUAL MALBA TAHAN - CAPES · 2020. 7. 23. · Campo multiplicativo ... além das atividades desenvolvidas, diariamente, as observações do que foi vivido pelas

58

Page 59: DIÁRIO DE BORDO VIRTUAL MALBA TAHAN - CAPES · 2020. 7. 23. · Campo multiplicativo ... além das atividades desenvolvidas, diariamente, as observações do que foi vivido pelas

59

Page 60: DIÁRIO DE BORDO VIRTUAL MALBA TAHAN - CAPES · 2020. 7. 23. · Campo multiplicativo ... além das atividades desenvolvidas, diariamente, as observações do que foi vivido pelas

60

TEXTOS CURIOSOS

Multiplicando com as mãos

Tobias Dantzig, no interessante livro que já lhe recomendamos, relata um curioso processo para

fazer multiplicações com os dedos das mãos. Este método era usado, até pouco tempo, por

camponeses de uma região da França. Eles sabiam de cor a tabuada até a do 5 e, para multiplicar

números compreendidos entre 5 e 10, como por exemplo, 6 x 9 ou 7 x 8, usavam seus dedos.

Vejamos como faziam para obter, por exemplo, 6 x 8.

Numas das mãos, abaixamos tantos dedos quantas unidades o 6 passa de 5; portanto abaixamos 1 dedo.

Na outra mão, abaixamos tantos dedos quantas unidades o 8 passa de 5; portanto abaixamos 3 dedos.

Somamos o número de dedos abaixados, exprimindo a soma em dezenas. No nosso caso temos 1 + 3 = 4 dezenas, isto é, 40 unidades.

A seguir multiplicamos os números de dedos levantados: 4 x 2 = 8 unidades.

Para obter o resultado final, somamos os valores encontrados: 40 + 8 = 48

De fato: 6 x 8 = 48

Embora, para nós, este procedimento possa não ser prático, ele é, sem dúvida, curioso.

Use-o para obter, por exemplo, 7 x 8, 6 x 7, 7 x 9 e 6 x 9. Verifique que o método também vale para os fatores 5 e 10, que são os extremos do intervalo em que o processo pode ser usado.

(Site: educar.sc.usp.br/matemática)

Page 61: DIÁRIO DE BORDO VIRTUAL MALBA TAHAN - CAPES · 2020. 7. 23. · Campo multiplicativo ... além das atividades desenvolvidas, diariamente, as observações do que foi vivido pelas

61

A tabuada dos nove e os dedos das mãos Há um modo interessante para se obter a tabuada do nove usando os dedos das mãos.

Coloque as mãos abertas sobre a mesa.

Vamos obter, por exemplo, 3 x 9. Dobre o 3° dedo, a contar da esquerda para a direita.

Veja que, á esquerda do dedo dobrado, ficaram dois dedos e, á sua direita, 7 dedos.

Eis o resultado: 3 x 9 = 27 !

Veja como se obtém 6 x 9:

Não é curioso? Experimente obter as outras multiplicações da tabuada do nove.

(Site: educar.sc.usp.br/matemática)

Page 62: DIÁRIO DE BORDO VIRTUAL MALBA TAHAN - CAPES · 2020. 7. 23. · Campo multiplicativo ... além das atividades desenvolvidas, diariamente, as observações do que foi vivido pelas

62

Page 63: DIÁRIO DE BORDO VIRTUAL MALBA TAHAN - CAPES · 2020. 7. 23. · Campo multiplicativo ... além das atividades desenvolvidas, diariamente, as observações do que foi vivido pelas

63

Jogos Infantis - Pieter Brueghel, 1560

(Disponível em: http://virusdaarte.net/pieter-bruegel-o-velho-jogos-infantis/)

Page 64: DIÁRIO DE BORDO VIRTUAL MALBA TAHAN - CAPES · 2020. 7. 23. · Campo multiplicativo ... além das atividades desenvolvidas, diariamente, as observações do que foi vivido pelas

64

Jogo 1

(Livro: Matemática através de Jogos, Atual Editora )

Page 65: DIÁRIO DE BORDO VIRTUAL MALBA TAHAN - CAPES · 2020. 7. 23. · Campo multiplicativo ... além das atividades desenvolvidas, diariamente, as observações do que foi vivido pelas

65

Jogo 2

JOGO DO PARE

Objetivo: terminar cada linha de operações

mais rapidamente que os adversários.

Como jogar : 1- Seu professor (ou algum aluno) vai dizer

um número maior que 100 para ser

anotado na 1ª coluna.

2- Após a anotação, todos os participantes

devem fazer as operações indicadas na 1ª linha usando o número escolhido.

3- O primeiro a conseguir realizar todas as

operações grita ―Pare !‖, e os demais

participantes devem parar de escrever em suas tabelas.

4- Os resultados devem ser conferidos no

quadro ou com a calculadora. Cada

resposta certa vale 10 pontos.

5- Repetem-se as etapas anteriores para

cada linha da tabela.

6- Ao final, verifica-se o total de pontos. Aquele que conseguir maior pontuação

será o vencedor !

Número de jogadores: 2 ou mais (pode ser a classe inteira)

Material: Tabela, lápis e borracha.

JOGO DO PARE

NÚMERO

+ 1

+ 10

+ 100

- 1

- 10

- 100

PONTOS

TOTAL GERAL:

.............................................................................................................................................

Page 66: DIÁRIO DE BORDO VIRTUAL MALBA TAHAN - CAPES · 2020. 7. 23. · Campo multiplicativo ... além das atividades desenvolvidas, diariamente, as observações do que foi vivido pelas

66

Jogo 3- CINCO EM LINHA

Page 67: DIÁRIO DE BORDO VIRTUAL MALBA TAHAN - CAPES · 2020. 7. 23. · Campo multiplicativo ... além das atividades desenvolvidas, diariamente, as observações do que foi vivido pelas

67

CINCO EM LINHA

TABULEIRO DO JOGO

34

27

38

32

47

66

26

29

31

42

36

51

70

30

33

35

29

44

63

23

26

40

55

74

34

37

49

68

28

31

83

43

46

62

65

25

TABULEIRO DE

ESCOLHA

15

19

12

23

17

32

51

11

14 ......................................................................................................................................................... ..................

Page 68: DIÁRIO DE BORDO VIRTUAL MALBA TAHAN - CAPES · 2020. 7. 23. · Campo multiplicativo ... além das atividades desenvolvidas, diariamente, as observações do que foi vivido pelas

68

JOGO 4

MULTIPLICAÇÃO NA LINHA

36

1

6

5

8

15

3

25

4

30

16

10

24

2

20

2

8

9

Multiplicação na Linha

Material necessário:

Tabuleiro

Dois dados

9 fichas de uma cor e 9 de outra cor (pode usar 2 lápis de cores

diferentes)

Como jogar:

Os jogadores jogam alternadamente.

Cada jogador joga os dados e multiplica os dois números que

saírem, cobrindo o resultado com uma ficha de uma cor (ou

marcando um “X” com uma cor)

Se o jogador errar o resultado, o seu adversário poderá

acusar o erro e colocar a sua ficha no local certo.

Ganha o jogo quem colocar 3 fichas da sua cor em linha reta (horizontal, vertical ou diagonal)

Do livro: Cadernos de matemática.

Obs. As regras foram reorganizadas por crianças de uma turma de 3º ano.

.......................................................................................................................... .................................................

Page 69: DIÁRIO DE BORDO VIRTUAL MALBA TAHAN - CAPES · 2020. 7. 23. · Campo multiplicativo ... além das atividades desenvolvidas, diariamente, as observações do que foi vivido pelas

69

JOGO 5

Page 70: DIÁRIO DE BORDO VIRTUAL MALBA TAHAN - CAPES · 2020. 7. 23. · Campo multiplicativo ... além das atividades desenvolvidas, diariamente, as observações do que foi vivido pelas

70

CONTANDO PONTOS

15

80

120

560

700

345

75

140

125

780

40

130

10

70

550

400

65

90

300

450

85

70

5

780

900

25

55

105

60

35

85

870

505

960

TABELA DE PONTOS

NÚMERO

NÚMERO

OPERAÇÃO

RESULTADO

TOTAL DE PONTOS

............................................................................................................................. ............

Page 71: DIÁRIO DE BORDO VIRTUAL MALBA TAHAN - CAPES · 2020. 7. 23. · Campo multiplicativo ... além das atividades desenvolvidas, diariamente, as observações do que foi vivido pelas

71

JOGO 6

BINGO DA MULTIPLICAÇÃO

Como jogar:

1. Cortar as fichas da cartela; 2. embaralhar as fichas e colocá-las num "montinho" com as faces viradas para

baixo; 3. combinar, previamente, como será o bingo - pode completar uma coluna ou uma

linha ou a diagonal (pode compor uma linha e uma coluna, etc.); 4. a professora ou uma criança retira uma ficha e fala para a turma o que há na

ficha; 5. todas as crianças marcam ou colorem o resultado no quadro do bingo; 6. ganha quem completar o que ficou combinado.

Observações: 1. Esse bingo foi uma adaptação realizada por mim com uma turma. 2.Pode-se fazer diferentes quadros para o bingo, para as crianças colarem no caderno ou fazê-los em cartolina para usarem em duplas ou em trios e, também, fazer mais fichas diferentes. O importante é que as crianças expliquem à turma como pensaram para encontrarem o resultado "de cabeça" para cada ficha. 3. Pode-se fazer para as diferentes tabuadas. 4. As próprias crianças podem fazer para o acervo da sala de aula.

BINGO DA MULTIPLICAÇÃO POR 3

15

39

3

0

9

21

18

6

27

42

12

45

30

33

66

24

93

36

99

360

60

149

90

246

123

180

210

150

309

120

603

300

195

240

600

270

.............................................................................................................................................

Page 72: DIÁRIO DE BORDO VIRTUAL MALBA TAHAN - CAPES · 2020. 7. 23. · Campo multiplicativo ... além das atividades desenvolvidas, diariamente, as observações do que foi vivido pelas

72

Fichas, para usar no bingo, para recortar:

3X0=

3X1=

3X2=

3X3=

3X4=

3X5=

3X6=

3X7=

3X8=

3X9=

3X10=

3X11=

3X12=

3X13=

3X14=

3X15=

3X20=

3X22=

3X25=

3X30=

3X31=

3X33=

3X40=

3X41=

3X50=

3X53=

3X60=

3X65=

3X70=

3X80=

3X82=

3X90=

3X100=

3X103=

3X110=

3X120=

3X150=

3X200=

3X201

3X210=

Page 73: DIÁRIO DE BORDO VIRTUAL MALBA TAHAN - CAPES · 2020. 7. 23. · Campo multiplicativo ... além das atividades desenvolvidas, diariamente, as observações do que foi vivido pelas

73

JOGO 7

JOGO DOS DADOS:

1ª RODADA:

2ª RODADA:

3ª RODADA:

TOTAL:

Como jogar: Cada grupo recebe dois, três ou mais dados (combinar com a turma). Cada criança

do grupo lança os dados, registrando o que saiu na rodada, através de desenho

e/ou usando a linguagem matemática e, depois, passa os dados para outro

participante. Quando todos terminarem os lançamentos dos dados, precisam

encontrar o total de pontos e ver quem conseguiu a maior pontuação.

Page 74: DIÁRIO DE BORDO VIRTUAL MALBA TAHAN - CAPES · 2020. 7. 23. · Campo multiplicativo ... além das atividades desenvolvidas, diariamente, as observações do que foi vivido pelas

74

JOGO 8 - JOGOS COM SOMA 10

DESÇA 10

Número de jogadores: 4

Materiais: 54 cartões com numerais de 1 a 9, seis de cada.

Desenvolvimento: Uma carta é retirada do maço e colocada de lado durante todo o jogo, de modo que uma outra no final ficará sem par. As demais são distribuídas entre

os jogadores.

Cada jogador procura no seu maço pares que formam 10 e os descarta no meio da mesa.

Os jogadores se revezam deixando que aquele à sua esquerda pegue uma carta de sua

mão ao acaso ( como no jogo do Mico Preto). Se fizer um par deve abaixá-lo sobre a

mesa, se não fica com a carta, oferecendo o seu maço ao próximo jogador. A partida termina quando apenas um jogador sobrar com a última carta, sendo ele o

perdedor.

VÁ PARA O 10

Número de jogadores: 3 ou 4 ( com duas pessoas esse jogo tem algumas

vantagens e desvantagens ).

Materiais: 54 cartões com numerais de 1 a 9, seis de cada.

Desenvolvimento: Todas as cartas são distribuídas igualmente entre os jogadores, que as

olham e pedem uma carta específica a qualquer outro jogador ( pode ser jogado

seguindo o sentido horário). Por exemplo: Pedro pede ao Gabriel a carta com o 2, se

o colega tiver deverá entregá-la. Então, Pedro abaixa o par 2 e 8 ( 2+8 = 10). Cada jogador abaixa os pares que formar, na sua vez. Ganha aquele que formar mais

pares.

MEMÓRIA DE 10

Número de jogadores: No máximo 4

Materiais: 54 cartões com numerais de 1 a 9, seis de cada.

Desenvolvimento: Todas as cartas devem ser arrumadas sobre a mesa, em fileiras e colunas, viradas para baixo .

Cada jogador, na sua vez, desvira duas cartas e tenta formar 10 (como por exemplo: 6

+ 4 = 10) e continua formando pares até errar. Quando não conseguir vire-as de novo ( igual ao Jogo da Memória de figuras).

A partida acaba quando terminarem as cartas da mesa e ganha aquele que formar mais

pares.

..................................................................................................................................... ................................

Page 75: DIÁRIO DE BORDO VIRTUAL MALBA TAHAN - CAPES · 2020. 7. 23. · Campo multiplicativo ... além das atividades desenvolvidas, diariamente, as observações do que foi vivido pelas

75

JOGO 9

JOGO DOS NÚMEROS GRANDES

Material: fichas do Jogo Memória de 10

Número de jogadores: 2 a 4

Como jogar:

Cada jogador fica com as fichas do seu jogo.

Cada jogador embaralha as suas fichas e coloca-as com as faces numeradas voltadas

para baixo em um monte a sua frente.

Ao sinal ―Já‖, cada um vira duas cartas do seu monte e forma o maior número

possível.

Aquele que formar o maior número ganha 2 pontos. O jogo continua até acabarem

todas as fichas.

Ganha quem obter o maior número de pontos.

OBS. Pode-se jogar também virando 3 cartas.

Pode-se jogar com a turma toda. Precisa ter muitas fichas no acervo de jogos da

sala. Entregar para cada criança 2, 3 ou mais fichas (combinar, previamente, com a

turma) e ao sinal da professora, todas viram as fichas e, uma de cada vez, diz o

maior número formado.

Page 76: DIÁRIO DE BORDO VIRTUAL MALBA TAHAN - CAPES · 2020. 7. 23. · Campo multiplicativo ... além das atividades desenvolvidas, diariamente, as observações do que foi vivido pelas

76

JOGO 10

VARIAÇÃO DO JOGO DE DADOS

DADOS DA MULTIPLICAÇÃO x

1

2

3

4

5

6

1

2

3

4

24

5

6

24

Como jogar:

1. Pode jogar em dupla, trio ou com a turma toda. (com a turma, cada criança

recebe o seu quadro de registros para colar no caderno)

2. Cada criança, na sua vez, joga os dois dados e anota o resultado nas

quadrículas correspondentes. Por exemplo, no lançamento dos dados saiu: 4

e 6, então, marcará como aparece no quadro acima. (Foi uma decisão

discutida pela turma em marcar as duas possibilidades.)

Page 77: DIÁRIO DE BORDO VIRTUAL MALBA TAHAN - CAPES · 2020. 7. 23. · Campo multiplicativo ... além das atividades desenvolvidas, diariamente, as observações do que foi vivido pelas

77

upouiy

https://pt.123rf.com/photo_15389710_stock-photo.html

http://pensandoitarare.blogspot.com.br/

?

Page 78: DIÁRIO DE BORDO VIRTUAL MALBA TAHAN - CAPES · 2020. 7. 23. · Campo multiplicativo ... além das atividades desenvolvidas, diariamente, as observações do que foi vivido pelas

78

1- QUADRADOS MÁGICOS COMPLETE OS QUADRADOS MÁGICOS PARA OBTER A SOMA DAS LINHAS E DAS COLUNAS IGUAIS, COM OS VALORES:

12

6

5

1

15

3

7

5

Page 79: DIÁRIO DE BORDO VIRTUAL MALBA TAHAN - CAPES · 2020. 7. 23. · Campo multiplicativo ... além das atividades desenvolvidas, diariamente, as observações do que foi vivido pelas

79

DESAFIO 2 Você precisa pintar, na horizontal ou na vertical quando encontrar o resultado.

SEMPRE 10

5

4

1

3

2

5

7

3

6

4

3

5

3

2

8

3

9

1

0

1

4

6

2

2

1

SEMPRE 12

5

5

2

1

1

10

6

3

7

5

9

3

6

3

2

2

2

6

4

3

10

11

7

2

8

3

2

1

3

1

12

0

8

4

2

9

.............................................................................................

Page 80: DIÁRIO DE BORDO VIRTUAL MALBA TAHAN - CAPES · 2020. 7. 23. · Campo multiplicativo ... além das atividades desenvolvidas, diariamente, as observações do que foi vivido pelas

80

DESAFIO 3 - LABIRINTOS

VOCÊ CONHECE ESSE DESAFIO ? ENTRE NO JOGO PELA SETA E FINALIZE O LABIRINTO NA SAÍDA. VOCÊ SÓ

PODERÁ ANDAR NA VERTICAL OU NA HORIZONTAL, COLORINDO O CAMINHO.

DEVERÁ SEGUIR PARA UMA CASA VIZINHA ACRESCENTANDO 10.

15

4

18

7

36

59

11

27

14

74

81

101

60

21

170

24

34

19

8

97

68

49

54

44

100

76

40

107

25

64

74

84

94

13

91

127

154

43

52

104

114

149

71

196

57

66

82

124

134

FOI DIFÍCIL PASSAR PELO LABIRINTO ?_________

O QUE AJUDOU A VOCÊ PENSAR NESSE DESAFIO?

_________________________________________________________________

_________________________________________________________________

...............................................................................................................................................................

SA

ÍDA

Page 81: DIÁRIO DE BORDO VIRTUAL MALBA TAHAN - CAPES · 2020. 7. 23. · Campo multiplicativo ... além das atividades desenvolvidas, diariamente, as observações do que foi vivido pelas

81

VOCÊ JÁ CONHECE ESSE DESAFIO !!! ENTRE NO JOGO PELA SETA. SÓ PODERÁ ANDAR NA VERTICAL OU NA

HORIZONTAL, COLORINDO O CAMINHO. DEVERÁ SEGUIR PARA UMA CASA

VIZINHA ACRESCENTANDO 5 ATÉ CHEGAR NA SAÍDA.

15

20

19

37

58

90

13

2

25

35

18

73

21

60

50

30

40

91

40

102

64

40

35

105

65

70

75

170

45

50

55

60

94

80

34

137

154

68

16

70

85

101

85

112

44

93

125

90

95

VOCÊ PASSOU POR ESSE LABIRINTO COM MAIS FACILIDADE?

_________________________________________________________

POR QUÊ ? ________________________________________________

_________________________________________________________

................................................................................................................................

SA

ÍDA

Page 82: DIÁRIO DE BORDO VIRTUAL MALBA TAHAN - CAPES · 2020. 7. 23. · Campo multiplicativo ... além das atividades desenvolvidas, diariamente, as observações do que foi vivido pelas

82

ENTRE NO JOGO PELA SETA E FINALIZE O LABIRINTO NA SAÍDA. VOCÊ SÓ

PODERÁ ANDAR NA VERTICAL OU NA HORIZONTAL, COLORINDO O CAMINHO.

DEVERÁ SEGUIR PARA UMA CASA VIZINHA ACRESCENTANDO 2.

11

34

9

17

26

4

10

16

14

12

10

8

6

29

18

44

31

18

12

71

67

20

26

28

30

32

30

82

22

24

49

91

34

15

101

78

93

41

62

36

38

40

74

94

78

63

38

55

42

33

91

55

50

48

46

44

O QUE HÁ DE COMUM ENTRE ESSES NÚMEROS ENCONTRADOS?

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

...............................................................................................................................................

SA

ÍDA

Page 83: DIÁRIO DE BORDO VIRTUAL MALBA TAHAN - CAPES · 2020. 7. 23. · Campo multiplicativo ... além das atividades desenvolvidas, diariamente, as observações do que foi vivido pelas

83

ENTRE NO JOGO PELA SETA E FINALIZE O LABIRINTO NA SAÍDA. VOCÊ SÓ

PODERÁ ANDAR NA VERTICAL OU NA HORIZONTAL, COLORINDO O CAMINHO.

DEVERÁ SEGUIR PARA UMA CASA VIZINHA SUBTRAINDO 2.

98

91

76

34

27

87

16

96

100

28

82

80

78

45

94

92

35

84

83

76

101

61

90

88

86

53

74

48

72

91

29

44

70

72

55

58

62

64

66

68

67

68

41

60

33

67

51

79

42

98

58

56

54

52

50

47

O que você achou desse labirinto? Explique.

______________________________________________________________

______________________________________________________________

.................................................................................................................................................................

SA

ÍDA

Page 84: DIÁRIO DE BORDO VIRTUAL MALBA TAHAN - CAPES · 2020. 7. 23. · Campo multiplicativo ... além das atividades desenvolvidas, diariamente, as observações do que foi vivido pelas

84

upouiy

0

1

2

3

4

5

6

7

8

9

Page 85: DIÁRIO DE BORDO VIRTUAL MALBA TAHAN - CAPES · 2020. 7. 23. · Campo multiplicativo ... além das atividades desenvolvidas, diariamente, as observações do que foi vivido pelas

85

BIBLIOGRAFIA INICIAL

BRASIL. Parâmetros curriculares nacionais: Matemática. Secretaria de Educação Fundamental,

1997.

D'AMBRÓSIO, U. Educação Matemática: da teoria à prática - 23ª ed. Campinas, SP: Papirus,

2012.

_________ Etnomatemática - elo entre as tradições e a modernidade. Belo Horizonte: Autêntica,

2001.

_________ Sociedade, cultura, matemática e seu ensino . Educação e Pesquisa, São Paulo, v. 31,

n. 1, p. 99-120, mar. 2005. ISSN 1678-4634. (Disponível em: http://www.revistas.usp.br/ep/article/view/27965)

_________ Por que se ensina Matemática? Ubiratan D'Ambrósio como Professor do Programa

de Pós-Graduação da PUC Disciplina à distância, oferecida pela SBEM.

KAMII, C. Reinventando a Aritmética: implicações da teoria de Piaget. Campinas: Papirus, 1988.

_________ A Criança e o Número. 13 ed. Campinas, SP: Papirus, 1991.

_________ Crianças Pequenas Reinventam a Aritmética (séries iniciais): implicações da teoria de

Piaget. 2 ed. Porto Alegre: Artmed, 2002

_________ Crianças Pequenas Continuam Reinventando a Aritmética (séries iniciais):

implicações da teoria de Piaget. 2 ed. Porto Alegre: Artmed, 2005

MAGINA, S. A pesquisa na sala de aula de matemática das séries iniciais do ensino fundamental.

Contribuições teóricas da psicologia. Educar em Revista, Curitiba, Brasil, n. Especial 1/2011, p.

63-75, 2011. Editora UFPR. (Disponível em: www.scielo.br/pdf/er/nse1/05.)

OLIVEIRA, M. K. Vygotsky: Aprendizado e desenvolvimento: um processo sócio- histórico. São

Paulo: Scipione, 1997.

Page 86: DIÁRIO DE BORDO VIRTUAL MALBA TAHAN - CAPES · 2020. 7. 23. · Campo multiplicativo ... além das atividades desenvolvidas, diariamente, as observações do que foi vivido pelas

86

PARRA, C.; SAIZ, I.(Org). Didática da Matemática: reflexões psicopedagógicas. Porto Alegre:

Artes Médicas, 1996.

SÁ. I.P. A Magia da Matemática: atividades , curiosidades e histórias da Matemática. 3ª ed. Rio

de Janeiro: editora Ciência Moderna Ltda., 2011.

_________"Matema Truques": Matemática recreativa para as aulas da escola básica. Rio de

Janeiro: editora Ciência Moderna Ltda., 2017.

SMOLE, K. S. Jogos de matemática de 1º ao 5º ano.Porto Alegre: Artmed, 2007.

SMOLE, K. S.; DINIZ, M. I. (Org.) Ler, escrever e resolver problemas: habilidades básicas

para aprender matemática. Porto Alegre: Artmed, 2001 (reimpressão 2007).

SOUZA, J.C.M. (Malba Tahan) Matemática Divertida e Curiosa. 31ª ed. Rio de Janeiro: Record,

2014.

TAHAN, M. Os números governam o mundo: folclore da matemática. Rio de Janeiro: Ediouro,

1998.

UM SALTO PARA O FUTURO. Série XII. Ensino Fundamental. TVE. MEC. 1997.

VERGNAUD, G. A criança, a Matemática e a Realidade: problemas do ensino da matemática na

escola elementar. ed. revisada. - Curitiba: Editora da UFPR, 2014.

VIGOTSKY, L. S. A formação social da mente: o desenvolvimento dos processos psicológicos

superiores. São Paulo: Martins Fontes - selo Martins, 2007.

Page 87: DIÁRIO DE BORDO VIRTUAL MALBA TAHAN - CAPES · 2020. 7. 23. · Campo multiplicativo ... além das atividades desenvolvidas, diariamente, as observações do que foi vivido pelas

87

NA INTERNET:

1. http:www.malbatahan.com.br/sobre_artigos.pdf

2. http://mathema.com.br/

3. http://mundogloob.globo.com/programas/esquadrao-bizarro

4. Magina Campos Conceituais de Vernaud .pdf

5. mailto:[email protected] (Edição especial - Etnomatemática)

6. Sociedade, Cultura, matemática e seu ensino - Ubiratan D'Ambrósio.pdf

7. Ubiratan_DAmbrosio_dois Textos.pdf

8. Ubiratan em matemática para a paz.pdf

9. ubiratandambrosio.blogspot.com.br

Page 88: DIÁRIO DE BORDO VIRTUAL MALBA TAHAN - CAPES · 2020. 7. 23. · Campo multiplicativo ... além das atividades desenvolvidas, diariamente, as observações do que foi vivido pelas

88