diretrizes para a concepção de estradas (dce)

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Departamento de Estradas de Rodagem de Santa Catarina Diretoria de Estudos e Projetos Diretrizes para a Concepção de Estradas (DCE) Parte: Condução do Traçado DCE-C Fevereiro/2000 DER

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Page 1: Diretrizes para a Concepção de Estradas (DCE)

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Departamento de Estradas de Rodagem de Santa Catarina

Diretoria de Estudos e Projetos

Diretrizespara a Concepção de Estradas

(DCE)

Parte: Condução do Traçado

DCE-C

Fevereiro/2000

DER

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Diretrizespara a Concepção de Estradas

(DCE)

Parte: Condução do Traçado

DCE-C

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Notas Preliminares

Esta Publicação é tradução da publicação de origem alemã intitulada “ Richtlinien für die Anlage von Strassen( RAS ) , Teil: Linienführung ( RAS - L ), Ausgabe l995 . Será utilizado pelo Departamento de Estradas deRodagem de Santa Catarina para a Condução do Traçado de Estradas. As diferenças sensíveis, se houverem, entrealguns dados usados na aplicação do processo por força de comportamento dos participantes do trânsito,diferenças entre veículos, etc., por hora serão desconsiderados, pois, as diferenças de resultados, se existirem,não representariam um erro grosseiro a ponto de comprometer a praticidade destes resultados. Mesmo porque,nos levantamentos dos dados e na manipulação destes para a obtenção dos parâmetros utilizados na aplicaçãodo processo, existe tal empirismo que, talvez, uma busca por um preciosismo não seria nem realistico e nemprático.

A opção de traduzir a publicação original e aplicar os seus conceitos é perfeitamente válida, partindo doprincípio de que, essa publicação original, desde a sua idealização até sua finalização, foi, sem dúvida, objetode amplas pesquisas e estudos e não caberia a nós mudar ou adaptar conceitos sem pesquisas e/ou estudosconduzidos propriamente. Se assim procedêssemos, isto é, tentássemos adaptar a publicação original sem estescuidados, ai sim estaríamos incorrendo em erros grosseiros quando da aplicação do método. Caberá ao DER-SC,portanto, no futuro, promover pesquisas, estudos e observações do método aqui contido.

Com a divulgação dessa Publicação objetivamos, portanto, suprir o DER-SC de ferramentas práticas e simplespara resolver seus problemas relacionados à condução do traçado de uma estrada..

Talvez algum conceito dessa publicação não possa ser aplicado devido à insuficiência de dados. Nestes casosentão procurou-se uma outra forma de solucionar o problema com a aplicação de um outro processo, o qualconstará em local apropriado. Por força de legislação brasileira e outras diferenças marcantes, poderão aparecervalores diferentes relativamente à publicação original. Estas mudanças, sempre que existirem, estarão devida-mente anotadas.

Para finalizar, queremos deixar aqui nossos votos de um bom uso desta publicação, que seja aplicada comcritério e racionalidade e que, cada vez mais, tenhamos boas soluções para os nossos problemas na área deengenharia de estradas.

NOTA : O DER - SC não é responsável por erros de tradução porventura existentes.

Diretoria de Estudos e Projetos

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Índice1. INTRODUÇÃO .......................................................................................................... 9

1.1 Conteúdo .......................................................................................................................................91.2 Área de Aplicação ........................................................................................................................91.3 Objetivo.........................................................................................................................................91.4 Aplicação.....................................................................................................................................13

2. O Desenrolar da Concepção e suas Etapas ............................................................ 152.1 Estudo de Alternativas...............................................................................................................182.2 O Anteprojeto para Aprovação do Mantenedor .....................................................................182.3 O Anteprojeto para Aprovação da Entidade Governamental................................................192.4 O Projeto Executivo ...................................................................................................................19

3. Velocidades Determinantes ...................................................................................... 213.1 Explanação dos Conceitos .........................................................................................................213.2 Determinação..............................................................................................................................213.3 Compatibilidade entre a Velocidade de Projeto Vp e a Velocidade V85................................213.4 Uniformidade ..............................................................................................................................22

4. Elementos do Projeto no Plano Horizontal ............................................................ 234.1 A Reta..........................................................................................................................................23

4.1.1 Aplicação .......................................................................................................................................... 234.1.2 Valores Referênciais ........................................................................................................................ 23

4.2. A Curva Circular ......................................................................................................................234.2.1 Aplicação .......................................................................................................................................... 234.2.2 Valores Limites e de Referência ..................................................................................................... 24

4.3 A Curva de Transição ................................................................................................................254.3.1 Aplicação .......................................................................................................................................... 254.3.2 Valores Limites ................................................................................................................................ 254.3.3 Formas de Curva de Transição...................................................................................................... 26

5. Elementos Altimétricos............................................................................................. 295.1 Inclinação Longitudinal.............................................................................................................29

5.1.1 Aplicação .......................................................................................................................................... 295.1.2 Valores Limites e de Referência ..................................................................................................... 295.1.3 Áreas de Giro em Inclinações Longitudinais Relativamente Pequenas ..................................... 30

5.2 A Curva Vertical ........................................................................................................................305.2.1 Aplicação .......................................................................................................................................... 305.2.2 Valores Limites e de Referência ..................................................................................................... 305.2.3 Inclinação Longitudinal Mínima da Calha para Drenagem de Borda-Alta nas Mudanças de

Inclinações Longitudinais ................................................................................................................... 31

6. O Traçado Espacial .................................................................................................. 336.1 Elementos do Traçado Espacial ................................................................................................336.2 A Concepção do Espaço de Trânsito .........................................................................................34

6.2.1 Elementos do Plano Horizontal ..................................................................................................... 346.2.2 Elementos do Plano Vertical Longitudinal ................................................................................... 356.2.3 A Sobreposição do Plano Horizontal com o Plano Vertical Longitudinal ............................... 36

Page 8: Diretrizes para a Concepção de Estradas (DCE)

8 DCE-C - 02/2000

7. Elementos de Projeto na Seção Transversal ........................................................... 417.1 A Inclinação Transversal na Reta ............................................................................................41

7.1.1 A Inclinação Transversal da Pista de Trânsito............................................................................. 417.1.2 A Inclinação Transversal dos demais Elementos da Seção Transversal na Reta ................. 41

7.2 A Inclinação Transversal na Curva Circular ..........................................................................417.2.1 A Inclinação Transversal da Pista de Trânsito............................................................................. 417.2.2 Inclinação Transversal dos Demais Elementos da Seção Transversal na Curva Circular....... 427.2.3Inclinação Transversal com Caimento no Sentido da Borda Externa da Curva (“Incli-

nações Negativas”) .............................................................................................................................. 427.3 Rampas e Giros ..........................................................................................................................42

7.3.1 Aplicação .......................................................................................................................................... 427.3.2 Valores Limites e de Referência ..................................................................................................... 437.3.3 Consideração ao Escoamento das Águas ...................................................................................... 447.3.4 Formas de Giro da Pista de Trânsito ............................................................................................ 447.3.5 Casos Especiais de Giro .................................................................................................................. 47

7.4 Alargamento da Pista de Trânsito ............................................................................................477.5 A Largura Adicional da Pista em Curvas ................................................................................477.6 Voltas ...........................................................................................................................................48

8. Elementos de Projeto relacionados com a Visibilidade ......................................... 498.1 Distâncias de Visibilidade Necessárias .....................................................................................49

8.1.1 Distância de Visibilidade Necessária para Paradas ......................................................... 498.1.2 Distância de Visibilidade Necessária para Ultrapassagens ......................................................... 49

8.2 As Distâncias de Visibilidade Existentes para Parada e para Ultrapassagem......................50

9. Coletânea dos Elementos de Projeto ....................................................................... 51

Glossário ........................................................................................................................ 69

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9DCE-C - 02/2000

1.1 Conteúdo

A parte Condução do Traçado das Diretrizes para a Con-cepção de Estradas (DCE-C) contém os princípios, ametodologia e valores limites e referencias para a con-cepção de estradas novas (implantação), para a refor-ma e para a ampliação de estradas fora e dentro deáreas urbanizadas (tabela 1).

É tratado aqui a configuração geométrica do traçadoda estrada e das faixas de trânsito e também são dadasindicações e princípios para a elaboração espacial dotraçado e a concepção do espaço de trânsito.

1.2 Área de Aplicação

As estradas para o trânsito público, de acordo com asDiretrizes para a Concepção de Estradas, Parte: Encade-amento Funcional de Redes (DCE-R), são divididas emcinco categorias de A até E, apresentadas nas Tabelas1 e 2, de acordo com:

- posição (fora ou dentro de áreas urbanizadas);

- ocupação das margens (com ou sem urbanização);

- função determinante (interligação, integração deáreas, local).

De acordo com sua importância para interligações econexões na rede viária, identificados pelas escalas defunções I até VI, pode-se, de acordo com a DCE-R,dividir as estradas dos grupos de categoria A até E em16 subgrupos significativos. A Tabela 2 mostra estascategorias de estradas e suas determinadas caracterís-ticas de projeto e de operação.

A DCE-C se aplica para a implantação, a reforma e aampliação de estradas do grupo de categoria A e paraas das categorias B I e B II. Para as estradas sem urba-nização nas margens das categorias B III e B IV etambém para as estradas com urbanização nas mar-

1. INTRODUÇÃO

1) Recomendações para a Concepção de Estradas Urbanas Principais.

2) Recomendações para a Concepção de Estradas para Integração de Áreas.

gens dos grupos de categoria C até E, se aplicam asRCE-EVP1 ) e as RCE-EIA2 ).

As estradas da categoria A VI (caminhos rurais e flo-restais) são concebidas de acordo com outros modelostécnicos.

1.3 Objetivo

As DCE-C formam a base para a concepção de estradasseguras e adequadas à função a que se destinam. Elasdocumentam o nível técnico atual de conhecimento esuas especificações são baseadas em fundamentos te-óricos, resultados de pesquisas e na experiência.

Sua aplicação deve fomentar tanto a uniformidade cons-trutiva de estradas de mesma função bem como devetornar claramente diferenciáveis, através de regulamen-tações específicas, as estradas com diferentes funções.Os princípios básicos de projeto das DCE-C relaciona-dos às categorias de estrada são apresentadas na Ta-bela 3.

A diferenciação dos princípios básicos relativamente àfunção possibilita um melhor alcance dos objetivos re-lacionados ou não com o tráfego e o trânsito nas di-versas estradas. Por meio de uma definição diferencia-da dos elementos de projeto, são atendidos também osrequisitos:

- da estruturação regional e do planejamento regional;

- da proteção à natureza e do cuidado paisagístico;

- do plano diretor e também como da concepção dageometria espacial da estrada;

- da economia na construção e na operação;

- da economia de combustível;

- da proteção contra emissões poluentes.

Page 10: Diretrizes para a Concepção de Estradas (DCE)

10 DCE-C - 02/2000

Tabela 1: Campo de Aplicação da DCE-C

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Grupo de Categoria

Funçªo

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interligaçªo integraçªo local

A B C D Einterligaçªo longa I A I B I C I

interligaçªo supra-regional /regional II A II B II C II D II

interligaçªo de comunidades III A III B III C III D III E III

integraçªo de Æreas IV A IV B IV C IV D IV E IV

interligaçªo secundÆria V A V D V E V

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11DCE-C - 02/2000

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inho

rur

al

auto

-est

rada

urb

ana

A B

Page 13: Diretrizes para a Concepção de Estradas (DCE)

13DCE-C - 02/2000

1.4 Aplicação

As Diretrizes para a Condução do Traçado de Estradasnão podem oferecer soluções padronizadas para todosos trabalhos de concepção devido a sua própria natu-reza e objetivo. Elas contém, por esta razão, uma tole-rância quanto ao cálculo e a avaliação e tal tolerânciadeverá ser utilizada juntamente com uma ponderaçãocuidadosa nas necessidades do planejamento mencio-nadas abaixo.

Na aplicação das diretrizes não se deve utilizar parâ-metros rígidos, mas sim terão que ser ponderadas asrelações entre o traçado e :

- a segurança e a facilidade de movimentação do tráfegomotorizado e não motorizado;

- as restrições paisagísticas e urbanisticas;

- a economia na construção e na operação;

- a proteção ecológica ao meio ambiente;

- as exigências dos usos não relacionados com otrânsito.

As definições encontradas nas diretrizes não isentamde uma cuidadosa avaliação do projeto caso a caso,especialmente quando se tratar das considerações dasexigências do meio ambiente e de sua ponderação comos requisitos de segurança e aspectos econômicos. Nes-tes casos, a função de planejamento deve ser vista sobo aspecto da análise das situações de conflito entre ademanda do tráfego e os demais requisitos, devendo-se, com a análise dos diversos objetivos, encontrar so-luções individuais.

Em alguns casos especiais justificados podem tambémocorrer desvios dos valores limites exigidos pelo deslo-camento dinâmico. As justificativas para estes desviosdevem então ser incluidas na documentação do proje-to. Este desvios geralmente efetiva uma redução dopadrão técnico de trânsito e podem levar a uma redu-ção da segurança do tráfego. Principalmente em estra-das da categoria B I e B II, tais reduções do padrãotécnico de trânsito são freqüentemente inevitáveisdevido a restrições urbanas. No caso de tais desvios,após uma avaliação dos conflitos locais resultantes edas possibilidades de solução, deve estar fundamenta-do que a solução escolhida está mais de acordo com asnecessidades concorrentes e é a mais aceitável em re-lação à segurança do tráfego e, se for o caso, reforçaresta segurança com medidas compensatórias de con-dução visual e de sinalização com placas.

Em estradas fora de áreas urbanizadas, o traçado deverespeitar o espaço vital marginal. Portanto, na con-cepção destas estradas, deve haver preocupação comas necessidades da obra da estrada e do tráfego emrelação a

- proteção ambiental e o tratamento paisagístico;

- preservação dos recursos naturais;

- proteção contra as emissões poluentes

e o estabelecimento de um equilíbrio.Conseqüêntemente, a segurança do tráfego deve sersempre preferencialmente ponderada.

O tipo de relevo é decisivo para o traçado da estrada.Isto significa que a condução do traçado relacionadaàs dimensões dos raios (traçado de relação) é impor-tante, acentuadamente para estradas em relêvos rela-tivamente acidentados, como, por exemplo, em mon-tanhas e colinas, tendo portanto, este relêvo, influên-cia decisiva sobre a segurança. A obediência ao traça-do de relação é aqui mais importante do que a obedi-ência aos valores limites de traçado para os raios circu-lares. Em relevos relativamente planos e acidentados,um traçado de relação raramente atende as exigênciasde um traçado econômico e adaptado ao meio ambien-te. Em regiões extensas relativamente planas, a ex-pectativa dos motoristas não está essencialmentedirigida para um trecho relativamente denso em cur-vas. Nestes casos, para orientar o traçado, podem serusadas linhas demarcatórias, como, por exemplo, li-mites de loteamentos, traçados de linhas de transmis-são e outros traçados de trânsito e linhas marcantesna característica da paisagem, como por exemplo bor-das de florestas. Um traçado “forçado” e relativamentedenso em curvas se torna, em muitos casos, anti-na-tural e “pesado”. Em relevo característico de monta-nhas, no qual, por exemplo, para se vencer grandesdiferenças de cotas é feito um traçado em reversão(voltas), o motorista não espera um trecho confortá-vel em termos de trânsito segundo o traçado de rela-ção, mas sim espera um trecho com uma quantidaderelativamente grande de curvas e de trânsito difícil.Desde que a irregularidade do traçado seja anunciadaao motorista em tempo hábil, o traçado de relação nãoprecisa ser empregado, em ambos os casos.

Também nas ampliações e nas reformulações de estra-das, muitas vezes se deve aceitar desvios do traçado derelação. Isto é aceitável quando existir visibilidade su-ficiente e quando os locais de perigo possam ser reco-nhecidos em tempo hábil ou se possa alertar para osperigos por meio de placas de sinalização.

Em estradas dentro de áreas urbanizadas, o efeito so-bre as margens depende da exigência dos terrenoslimítrofes e das edificações. Por isto, o projeto de es-tradas das categorias B I e B II requer especialmente ocontrole de sua tolerância com o meio marginal, vi-sando:

- os requisitos de aproveitamentos não relacionadoscom o trânsito;

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14 DCE-C - 02/2000

- os efeitos de ruídos e substâncias nocivas;

- a utilização de áreas verdes;

- a imagem da cidade.

No texto da diretriz, bem como nas tabelas e quadrospara a concepção da pista de trânsito, são dados valo-res limites (mínimos e/ou máximos), cujas definições

se derivam dos requisitos para um desenrolar segurodo tráfego em termos de deslocamento dinâmico, damovimentação, da visibilidade e da drenagem, relati-vamente à um veículo individual. As definições queresultarem por motivos de uniformização e de estéticasão caracterizados como valores orientativos.

Page 15: Diretrizes para a Concepção de Estradas (DCE)

15DCE-C - 02/2000

A concepção de uma estrada, definida como ciclo detrabalho desde a idéia até a sua implantação, é efetu-ada em diversas fases, com o resultado de um trabalhoiterativo de progressão, definido para registro atravésde desenhos, cálculos e descrição dos projetos.

Estas fases seguem em etapas de desenrolar que seinter-relacionam, nas quais a documentação se tornacada vez mais detalhada e precisa. Em cada fase sãorealizadas decisões de avaliação e decisões intermedi-árias, as quais devem ser documentadas cuidadosamen-te. Somente assim o desenrolar lógico dos trabalhosde uma concepção se torna consultável também nofinal do processo. Uma componente abrangente e in-tegrado de todas as fases da concepção é o Exame deSuportabilidade com o Meio Ambiente (ESMA).

Em todas as fases do planejamento deve ser realizadoum trabalho de projeto nas quais também as DCE-Sencontram aplicação.

O desenrolar geral da concepção e as etapas de traba-

2. O Desenrolar da Concepção e suas Etapas

lho é mostrado no Quadro 1 como exemplo para umaobra de implantação. Em outras categorias de estradase em medidas de melhoramento, com base em legisla-ções territoriais diferenciadas, resultam seqüências maisou menos modificadas.

A aplicação das DCE-C e de outras diretrizes e publica-ções técnicas importantes para a concepção de estra-das é mostrado no Quadro 2 para as distintas fase daconcepção .

Os múltiplos inter-relacionamentos entre o comporta-mento do tráfego, concepção da estrada e aspectosambientais, requerem, nos trabalhos de projeto e tam-bém dentro das diversas fases do planejamento, umprocedimento iterativo. Para se caracterizar este pro-cesso iterativo, é então representado no Quadro 3, noexemplo das diretrizes para concepção do traçado, ametodologia do desenrolar da concepção e, novamen-te, com seu relacionamento com as diretrizes para aconcepção e publicações técnicas mais importantes.

Quadro 1: Fases de Planejamento e Etapas de Projeto de uma Concepção de Implantação1)

Estudo de Alternativas(projeto do traçado)

definição da documentação básicaestudo de alternativasestudos de suportabilidade com o meio ambiente

plantas dos projetosplano de acompanhamento ambiental

Processo de OrdenaçãoEspacial (*)

Definição da Linha (*)

Fase de Aprovação(anteprojeto)

Verificações do Projetoe Aprovação

Fase de Definição

Processo de Definiçãodos Projetos

Projeto Executivo projeto executivo

(*) se for aplicável

Concepção/Projeto Etapas

documentação para aprovação

1) Adaptado parcialmente para nossa situação

Page 16: Diretrizes para a Concepção de Estradas (DCE)

16 DCE-C - 02/2000

Quadro 2: Aplicação das DCE-C e outras Diretrizes e Publicações por Etapas Distintas da Concepção

DCE-TP : Tratamento PaisagísticoDPCR : Proteção Contra RuídosFTPA : Poluição Atmosférica

Estudo deAlternativasProjeto doTraçado

Fase deAprovaçªo

(anteprojeto)Fase de Definiçªo Projeto Executivo

Qualidade deTrânsito

Segurança

Meio Ambiente

Econômia

Redes deEstradas (DCE-R)

Dimensionamento da Seção Transversal (DCE-S)

Condução do Traçado (DCE-C)

Seção Transversal (DCE-S)

Interseções (DCE-I)

Detalhamentos Finos

Impacto Ambiental

Plano de Acompanhamento de Proteção Ambiental (ver DCE-TP-1)

Plano Executivode Proteção

Ambiental (verDCE-TP-2)

Emissões (DPCR, FTPA)

Análise de Custos/Benefício (IS-02)1)

1) adaptado

Page 17: Diretrizes para a Concepção de Estradas (DCE)

17DCE-C - 02/2000Quadro 3: Metodologia do Desenrolar da Concepção de acordo com as DCE-C (estradas rurais)

Relevo, Pontos Obrigatórios

Escolha da Velocidade de Projeto VpDCE-R

Vp da função na rede

Categoria A I

Categoria A II

Categoria A III...

120 100 90

100 90 80

90 80 70 60...

ESMA

Estudos de Suportabilidadecom o Meio Ambiente

áreas com poucos conflios

DCE-C

com Vp valores limites para A,R, Rvv, Rvc, i max

definição do traçado com A I ... A III relações de raios

IS-02

OtimizaçãoTécnico-Econômica

DCE-I

Localização das InterseçõesForma BásicaEquipamentos

DCE-S

largura da pista de rodagem B

no planohorizontal

e no planovertical

Ri : Ri+1

traçado espacialsobreposição dos planoshorizontal e vertical

Curvacidade (C) = Σ | γ | L

curva isolada(melhoramentos e ampliações)

determinação da V85 por segmentos

Caso 1Anexo 1

Caso 2Anexo 1

determinação da V85 por elementos

Dimensionamento

visibilidade

com V85 : Dp ; Du

deslocamento dinâmico

qmáx ; ∆i máxcom V85 : q nec.

drenagem

q min.∆i min.

V85

C

V85

R

BB

Page 18: Diretrizes para a Concepção de Estradas (DCE)

18 DCE-C - 02/2000

2.1 Estudo de Alternativas

O estudo de alternativas serve para a definição do tra-çado e inicia geralmente com base na documentaçãode um plano diretor de estradas, com a definição doslimites e a análise do espaço do projeto. Ele deve in-cluir todos as variantes significativas do ponto de vis-ta de trânsito e deve apresentar uma quantidade talque possam ser determinados todos os efeitos signifi-cativos para as áreas marginais da futura estrada.

Com isto, também são estudados os possíveis efeitossobre os patrimônios naturais protegidos de acordo coma legislação, dentro de um Estudo de Suportabilidadecom o Meio Ambiente (ESMA). Em uma análise da sen-sibilidade são avaliadas as áreas do espaço da concep-ção, levando em conta também os patrimônios natu-rais sob proteção oficial. A partir desta análise espaci-al resultam, de um lado, as regiões que possuem situ-ações especialmente conflitantes e, por outro lado, asregiões mais pobres em conflitos ou corredores maispobres em conflitos, nas quais o engenheiro de estra-das desenvolve então diversas variantes para o empre-endimento de implantação nos planos vertical e hori-zontal. Neste caso, devem ser consideradas todas asvariantes dentro deste corredor que forem razoáveise, se for o caso, incluída também uma variante demelhoria da ligação existente.

As vantagens e desvantagens de todas as variantesdevem finalmente ser determinadas através de umalarga comparação de variáveis e serem confrontadas.Juntamente deve ser também considerada a assim de-nominada solução zero (fazer nada) como caso de re-ferência. São importantes os seguintes critérios deavaliação, entre outros:

- efeitos sobre o tráfego e o trânsito (qualidade dainterligação, a capacidade, a segurança, o alívio devias dentro de áreas urbanizadas)

- efeitos sobre bens de proteção ambiental (homem,animais, plantas, solo, água, ar, clima, paisagem,bens culturais e demais bens específicos).

- preocupações de planejamento espacial (p. ex.:paisagem local, possibilidades de crescimentourbano, restrições nas periferias de localidades,intenções de planejamento por terceiros)

- intervenções em estruturas existentes (p. ex.:estrutura habitacional e econômica, agricultura emanejo florestal, requisição de edificações e áreas,seccionamento do terreno, acessibilidade)

- preocupações de ordem econômica (p. ex.: custosespeciais de construção, execução da obra, custosoperacionais).

A variante resultante deste processo de comparação e

do processo de filtragem é a variante preferencial. Estaservirá como esboço do estudo de alternativas (proje-to do traçado) para o processo de definição da linha.De acordo com as legislações sobre estradas e as ge-rais, se for o caso deve ser estabelecido um processo deordenação espacial e/ou um processo de definição dotraçado. O objetivo deste processo de definição de tra-çado é coordenar o empreendimento da implantaçãoda estrada com outros planejamentos significativos doespaço e com os objetivos da ordem espacial e do pla-nejamento territorial. Ao lado de uma participação doórgão mantenedor com as preocupações de ordem pú-blica, neste contexto, inicialmente, há também umaparticipação formal da comunidade e das associaçõesde proteção ambientais reconhecidas.

2.2 O Anteprojeto para Aprovação doMantenedor

Para que os levantamentos, avaliações e definiçõesefetuados no anteprojeto tenham uma consistênciaampla, dentro do possível,até a definição da concep-ção, as etapas devem ter uma seqüência rápida. Pro-cura-se realizar um “projeto em uma única etapa”, talprojeto tendo então diferentes componentes de acor-do com os propósitos dos diferentes processos (autori-zações da administração interna, definição de proje-to).

Com base no esboço do estudo de alternativas acorda-do, é elaborado então o projeto para aprovação (ante-projeto). Este serve para os controles administrativosinternos, técnicos, controles de ordem econômica epara a concessão das medidas de construção da estra-da e forma a base para a aquisição antecipada de ter-renos.

O anteprojeto é elaborado de acordo com as “Instru-ções e Diretrizes Concernentes”, geralmente na escala1:5.000 ou 1:1.000. No âmbito da configuração des-ta fase, devem ser elaborados, especialmente, os se-guintes componentes:

- projeto geométrico da estrada no plano horizontale no vertical

- plano de acompanhamento de tratamentopaisagístico

- estudos hidrológicos

- estudos técnicos de emissões (ruídos, substânciasnocivas).

Além disto, para as demais partes do empreendimentode implantação de uma estrada, podem ser necessári-os projetos de detalhamento especiais (p. ex.: interse-ções, obras especiais, etc.).

Page 19: Diretrizes para a Concepção de Estradas (DCE)

19DCE-C - 02/2000

2.3 O Anteprojeto para Aprovação daEntidade Governamental

Nesta fase dos trabalhos, o Estudo de Altenativas temseu desenrolar continuado até o anteprojeto para apro-vação pela entidade governamental correspondente.Neste são representados todos os detalhes legais rele-vantes com suficiente exatidão, geralmente na escala1:1.000 ou 1:1.500 . A partir do anteprojeto paraaprovação, deve ser possível então identificar o tipo eo grau de envolvimento de cada técnico participante.O mesmo constitui a base para uma avaliação geral detodos os requisitos oficiais, legais e privados e para aregulamentação das questões de desapropriação e in-denização.

2.4 O Projeto Executivo

Para a preparação da execução da obra é elaborado entãoum projeto executivo. Neste são assumidos os regula-mentos do processo do anteprojeto e com seus efeitossobre o empreendimento e incluídos na concepção.Assim, é necessário então um elevado grau dedetalhamento (p. ex.: plantas de estações, perfis trans-versais etc.). O projeto deve ser concretizado a tal pontoque possa servir como uma base segura para a concor-rência pública e distribuição dos lotes de construçãoe para execução da obra.

Page 20: Diretrizes para a Concepção de Estradas (DCE)

20 DCE-C - 02/2000

Page 21: Diretrizes para a Concepção de Estradas (DCE)

21DCE-C - 02/2000

3.1 Explanação dos Conceitos

A velocidade de projeto Vp como grandeza técnicaorientativa e econômica é determinada de acordo comas condições locais e a função prevista da estrada narede. É levado em consideração a qualidade desejadapara esta função no desenrolar do tráfego. A Vp defineos limites e valores orientativos para a maioria doselementos de projeto (ver item 9), especialmente:

- os raios mínimos de curvas horizontais;

- os parâmetros mínimos das clotóides;

- as inclinações longitudinais máximas; e

- os raios mínimos dos cumes e das baixadas.

Com isto são influenciados, de modo decisivo, a carac-terística do trecho e, conseqüentemente, a segurançae a qualidade do desenrolar do tráfego e também osaspectos econômicos. A velocidade de projeto Vp deve,por isto, dentro do possível, ser constante ao longo desegmentos interligados de trechos.

A velocidade V85 representa uma grandeza para o con-trole do projeto e de seus elementos no plano horizon-tal para o dimensionamento dinâmico e de elementosno plano vertical longitudinal e transversal relevan-tes para a segurança. Ela deve representar o real com-portamento do tráfego e é conceituada como sendouma velocidade que não é ultrapassada por 85 % doscarros de passeio, numa condição de pista livre e mo-lhada. Para estradas de pista simples estão disponíveissuficientes processos para a avaliação da V85

(ver item

3.2 e o anexo 1). No entanto, em estradas rurais depista dupla e em estradas do grupo de categoria B, avelocidade V85 é uma grandeza pré-definida de acor-do com a avaliação dos requisitos de segurança e eco-nomia.

A velocidade V85 normalmente varia ao longo de umtrecho. Os limites de variação permissíveis constamnos Itens 3.3 e 3.4. Com a V85 são determinados:

- a inclinação transversal na curva;

- raios mínimos para os casos de inclinação trans-versal com caimento no sentido da borda externada curva

- as distâncias de visibilidade para parada;

- as distâncias de visibilidade necessárias paraultrapassagem.

3.2 Determinação

A velocidade de projeto Vp é obtida na Tabela 2 emfunção da categoria da estrada. De acordo com a qua-

3. Velocidades Determinantes

lidade de trânsito desejada ( definida pela velocidademédia de viagem de acordo com a DCE-R) e pelas difi-culdades do relevo ou pelo acúmulo de pontos obriga-tórios, devem então ser escolhidos os valores superio-res ou inferiores das velocidades indicadas.

Em estradas das categorias B I e B II, a velocidade deprojeto Vp corresponde, em geral, à velocidade máxi-ma admissível Vadm.

A velocidade V85 é definida ou calculada como a seguir:

- em estradas de pista simples da categoria A, a velo-cidade V85 varia de acordo com a geometria do seg-mento em consideração. Então, para estas estra-das, com base nos relacionamentos conhecidos en-tre a característica do segmento e a velocidade detrânsito, a velocidade V85 é avaliada de acordo comos processos contidos no Anexo 1. Estes processosdevem ser utilizados separadamente de acordo como tipo de obras: Implantação, Caso 1 ou reforma eampliação, Caso 2.

- nas estradas de pista simples (2+1) (três faixas), asfaixas para ultrapassagens proporcionam trânsitoem alta velocidade e, portanto, este tipo de estradanão pode ser considerada como uma estrada de pis-ta simples regular para os processos de determina-ção das velocidades V85. A V85 é portanto determi-nada de acordo com a Equação (2), não podendoporém exceder o valor V85 = 1001) km/h, (veloci-dade máxima admissível para estradas de pista sim-ples)

- mesmo em estradas de pista dupla da categoria Anão há conhecimentos seguros sobre o relaciona-mento da característica do segmento e a velocidadede trânsito. A velocidade V85 nestas estradas é de-finida então conforme as Equações (1) e (2):

V85 = Vp + 10 km/h para Vp ≥ 100 km/h (1)

V85 = Vp + 20 km/h para Vp < 100 km/h (2)

- em estradas das categorias B I e B II a velocidadeV85 é fixada em V85 = Vadm.

3.3 Compatibilidade entre a Velocidade deProjeto Vp e a Velocidade V85

A velocidade de projeto Vp e a velocidade V85 devemestar em uma proporção equilibrada entre si. Com istopretende-se que a característica do segmento e o com-portamento dinâmico dos motoristas sejam ajustadosentre si. Isto é válido especialmente para estradas com

1) De acordo com a Legislação Alemã

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22 DCE-C - 02/2000

raios de curva relativamente pequenos ou umacurvacidade relativamente grande.

Em velocidades de projeto relativamente médias, umtraçado horizontal com raios mínimos permite tam-bém velocidades V85 bem acima do que as que foramdesejáveis através da escolha da Vp. Conseqüentemente,o ajuste entre Vp e V85 se torna dificultoso. Se, nestescasos, não for possível a escolha de uma Vp superiorpara o segmento do trecho considerado, pelo menos atransição entre segmentos de características diferen-tes deve ser concebida cuidadosamente com o uso demedidas de compensação de traçado (anexo 2).

3.4 Uniformidade

A velocidade de projeto Vp deve, dentro do possível,permanecer constante em segmentos os mais longos einterligados dentro de um mesmo relevo, para que acaracterística do segmento no percurso de um traçadode estrada seja equilibrado para o motorista. Ao longode um segmento mais longo pode, no entanto, ocorrertambém uma mudança da característica deste e assimser possível uma troca da velocidade de projeto. En-tão, nestes casos, os elementos de projeto são cuida-dosamente ajustados entre si, devendo ser modifica-dos gradualmente.

A velocidade realmente utilizada, ajustada pela V85,deve ser a mais constante possível. Isto é assegurado

antes de tudo através das relações de raios exigidas deacordo com o Item 4.2.2. Uma seqüência de elemen-tos equilibrada dinamicamente dentro de segmentoscom a mesma velocidade de projeto favorece um modode trânsitar constante e econômico. Em estradas dacategoria B I e B II, o modo de trânsitar é influencia-do mais pela velocidade máxima admissível do que pelaescolha dos elementos de projeto baseada no desloca-mento dinâmico. Ainda assim não se deve abrir mãodo princípio do equilíbrio entre elementos consecuti-vos do projeto, se, com isto, não houver desvantagenssubstanciais para outros objetivos (por exemplo con-cepção urbanística e proteção a monumentos).

Caso as velocidades V85 determinadas em segmentosseqüênciais se diferenciarem em mais de 10 km/h,deve então ser verificado se os valores de velocidadede ambos os segmentos podem ser adaptados entre siou se, através de um segmento adicional intermediá-rio, pode ser criada uma transição progressiva de umnível de velocidade para o outro.

Na ampliação de segmentos de estradas existentes,devem ser observados os elementos de projeto dos seg-mentos interligados. Quando existirem diferenças ní-tidas na característica do segmento, então as transi-ções devem ser projetadas cuidadosamente. Na transi-ção de segmentos ampliados para os não ampliados deestradas existentes, aconselha-se sempre uma sinali-zação adequada.

Page 23: Diretrizes para a Concepção de Estradas (DCE)

23DCE-C - 02/2000

4.1 A Reta

4.1.1 Aplicação

A reta pode ser vantajosa, como elemento do projeto,para estradas do grupo de categoria A:

- em circunstâncias específicas de relevo, como,por exemplo, em regiões planas e em vales largos;

- na área de interseções;

- na geração de distancias de visibilidade paraultrapassagem em estradas de pista simples,especialmente em baixadas; e

- no caso de traçado paralelo a ferrovias, canais efronteiras.

Para estradas do grupo de categoria B I e B II existemvantagens :

- quando houver restrições urbanas pré-estabelecidas; e

- na área de interseções.

No entanto, as retas longas, com inclinação longitudi-nal constante, especialmente em estradas da catego-ria A, tem a desvantagem de:

- dificultar a avaliação das distâncias e dasvelocidades dos veículos que vem em sentidocontrário e dos que estão no mesmo sentido;

- induzir o motorista a trânsitar em velocidadesexcessivas;

4. Elementos do Projeto no Plano Horizontal

- aumentar o perigo de ofuscamento por veículosvindos em sentido contrário, à noite;

- se adaptarem com dificuldade à estrutura dapaisagem em relevo acidentaddo.

Conseqüêntemente, na implantação de estradas dogrupo de categoria A, devem ser evitadas retas muitolongas com inclinações longitudinais constantes e de-vem, portanto, ser substituídas por curvas com raiosrelativamente grandes.

4.1.2 Valores Referênciais

Devido ao ofuscamento noturno, o comprimento má-ximo das retas, Lmax (m), com inclinação longitudi-nal constante, em estradas do grupo de categoria A,não deve ultrapassar numéricamente à um valor cor-respondente a 20 vezes a velocidade de projeto Vp

(km/h).

Caso, entre curvas fletidas para lados contrários, sejanecessário a introdução de uma reta relativamentecurta, então o seu comprimento máximo permissível édeterminado de acordo com a Equação (7) (ver item4.3.3.2).

Em estradas do grupo de categoria A deve-se evitarum segmento reto entre curvas fletidas para o mesmolado. Caso isto não seja possível, o comprimento míni-mo deste segmento L (m) deve ser numéricamenteem torno de 6 vezes o valor da velocidade de projetoVp (km/h), para que seja garantida a constância dacondução ótica.

Em estradas do grupo de categoria A, as retas, as cur-vas circulares e as curvas de transição devem ser com-binadas entre si, de tal forma que, sob consideraçãodos elementos do plano vertical longitudinal, seja con-seguido um bom traçado espacial.

4.2. A Curva Circular

4.2.1 Aplicação

Os raios das curvas devem ter tal dimensão, que:

- se adaptem em dimensão e seqüência à estruturado relevo e aos elementos marcantes da paisagem edo relevo;

- estejam em equilíbrio com os elementos do planovertical longitudinal em dimensão, seqüência eefeito espacial;

- proporcionem um modo de dirigir constante, ouseja, uma relação equilibrada entre a velocidade deprojeto Vp e a velocidade V85.

Raio

da

Curv

a R2

(m

)

Raio da Curva R1 (m)

Quadro 4: Relacionamento entre RaiosSeqüênciais nas Estradas do Grupo deCategorias A

Área

Ace

itáve

l

Área

Apro

priad

a

Área Acei

tável

Page 24: Diretrizes para a Concepção de Estradas (DCE)

24 DCE-C - 02/2000

Comprimento L (m)da Reta

R min (m) do Arcode Circunferência

L > 300 m R min > 400 m

L < 300 m R min > L

Vp R min (m) L min (m)

30

35

40

45

50

55

65

50

60

70

80

90

100

120

80

120

180

250

340

450

720

Tabela 4: Raios Mínimos das Curvas Circularesna Seqüência de Elementos Reta -Clotóide - Arco de Circunferência

Tabela 5: Raios Mínimos e ComprimentosMínimos dos Arcos deCircunferência

Na ampliação de estradas existentes do grupo de cate-goria A e na implantação, na reforma e na ampliaçãode estradas das categorias B I e B II, principalmenteas exigências de proteção à paisagem e às condiçõesmarginais de urbanização requerem, isoladamente, nadefinição dos raios, um cuidadoso equilíbrio entre osrequisitos dos aproveitamentos das áreas marginais eda harmonia do traçado.

4.2.2 Valores Limites e de Referência

Em estradas do grupo de categoria A, por motivo desegurança do tráfego, os raios das curva circularesseqüenciais devem estar em uma proporção equilibra-da entre si (traçado de relação).

O relacionamento entre os raios circulares em curvasseqüênciais esta apresentado no Quadro 4. Em estra-das das categorias A I e A II, a seqüência de raios deveestar posicionada na área apropriada. Em estradas dascategorias A III e A IV, é suficiente a aplicação daárea aceitável.

Na ampliação de estradas existentes, a observância daseqüência permitida de raios leva muitas vezes à con-flitos com os objetivos relacionados aos cuidadospaisagísticos ou urbanisticos das edificações urbanas.Somente poderá ser dispensada a obediência à seqüên-cia admissível de raios em estradas das categorias AIII e A IV se, devido a isto, forem evitadas conseqü-ências especialmente desvantajosas. Nestes casos de-vem ser previstas medidas compensatórias (ver tam-bém item 1.4 e o anexo 2).

Arcos de raios variáveis, fletidos para o mesmo lado,com curvacidades diferentes e com tangente comumno ponto de união (Curvas de Cesto) devem, por prin-cípio, ser evitados. Nestes casos, é necessário a inclu-são de um arco de transição entre estes arcos (linhaovóide).

Para a seqüência Reta - Curva de Transição - CurvaCircular, os raios mínimos de curvatura da Tabela 4em dependência do comprimento L (m) da reta semostraram eficientes, não representando porém umlimite rígido. Na aplicação da Tabela 4 deve ser verifi-cado se, através da Vp, já não são necessários raiosmínimos maiores (tabela 5).

Os arcos circulares interligados através de uma retadevem manter, pelo menos, as relações do Quadro 4,quando o comprimento desta reta for de L <<<<< 300 m. Adispensa de arcos de transição para certos valores deraios consta no Item 4.3.1.

O arco de circunferência deve ter um comprimentosuficiente para que, nele, o deslocamento do veículo,com a velocidade de projeto Vp, demore no mínimodois segundos ou mais (tabela 5)

Os raios mínimos de curvas circulares Rmin são apre-sentados na Tabela 5. Eles dependem da velocidadede projeto Vp, do aproveitamento n da força radial edos valores limites da inclinação transversal q. NoQuadro 28 (ver item 7.2.1) e no Anexo 3 podem serobtidos detalhes sobre as relações entre os raios e as

inclinações transversais

Caso os raios mínimos de curvatura de acordo com aTabela 5, ou a seqüência de raios conforme o Quadro4 não puderem ser mantidos, em casos excepcionais,os efeitos de redução de segurança queconseqüêntemente ocorrerem devem ser atenuados poroutras medidas, como, por exemplo, melhoria do reco-nhecimento da curva pela liberação do campo visual.No caso de um valor inevitávelmente abaixo do valormínimo do raio de curvatura ou da seqüência de raiosnecessários, é adequado também sinalizar a curva complantio, com dispositivos condutores ou com sinais detrânsito (ver anexo 2).

Em estradas de pista dupla, os obstáculos visuais noespaço central separador (por exemplo, cercas anti-ofuscantes, vegetação), resultam freqüentemente naredução da distância visual para paradas. Portanto, nes-tes casos, deve ser verificada para a faixa interna detrânsito, a distância visual suficiente para paradas con-forme o Anexo 10. Caso as distâncias visuais mínimaspara parada não sejam alcançadas, deverá então sercogitado, quando for o caso, uma limitação da veloci-dade em pista molhada, um alargamento do espaço

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25DCE-C - 02/2000

central separador, um deslocamento das defensas emrelação a borda da pista ou a escolha de raios maiores.

Os raios mínimos de Voltas são tratados no Item 7.6.

4.3 A Curva de Transição

4.3.1 Aplicação

A curva de transição deve:

- através da modificação progressiva da curvatura,proporcionar um traçado homogêneo e, assim, pos-sibilitar uma velocidade constante e uma variaçãocontínua da aceleração centrifuga que ocorre nosdeslocamentos em curvas;

- servir de transição para a giro transversal da pista;

- efetivar um traçado satisfatório sob o aspecto visual.

O seu uso é necessário em todas as estradas.

A curva de transição é formada por uma clotóide. Nes-te tipo de curva, a curvatura se modifica linearmenteao longo da curva (ver o anexo 4). A lei de formaçãoda clotóide é:

A2 = R ⋅⋅⋅⋅⋅ L (3)

A (m) parâmetro da clotóide

R (m) raio do final da clotóide

L (m) comprimento da clotóide até o raio R

Somente se pode dispensar uma curva de transiçãoquando o raio em questão tiver valor maior do queaqueles indicados na Tabela 6. Caso porém se trate decurvas com inclinação transversal com caimento nosentido da borda externa da curva, podem também sernecessários raios maiores do que os mínimos, confor-me a Tabela 12.

Em caso de restrições locais pode-se aplicar os valoresde excessão contidos da Tabela 6. Os valores deexcessão podem também ser utilizados nos casos emque a deflexão total da curva γγγγγ for menor do que 10grados (curva plana). Porem, neste caso, o compri-mento mínimo da curva Lmin (m) deve ser o dobro dovalor numérico da velocidade de projeto Vp (km/h).

4.3.2 Valores Limites

Para que a curva de transição se destaque visualmen-te, ela deve provocar uma alteração da direção de, nomínimo, τττττ = 3,5 grados, a partir do ponto de início.Disto resulta, para o menor parâmetro de clotóide per-mitido, a seguinte condição:

A min = R3

(4)

onde:

A (m) parâmetro da clotóide

R (m) raio do final da clotóide

Da Equação (4) resultam os valores dos parâmetrosmínimos da clotóide da Tabela 7.

Vp (km/h) Rmin (m)

< 80 1 500 [1000]

> 80 3 000 [2000]

[...] valor de exceção

Tabela 6: Raios Mínimos de Curva Circularespara a Dispensa de Curvas deTransição

Vp (km/h) Amin (m)

[...] valor de exceção

50

60

70

80

90

100

120

30

40

60

80

110

150 [120]

240 [120]

Tabela 7: Parâmetros Mínimos das Clotóides

No caso de raios relativamente grandes, resultam en-tão, desta condição, curvas de transição muito longas.Para se evitar problemas com a drenagem nestes casos,em geral é necessário uma giro da pista em partes (veritem 7.3). Como, neste caso, podem ocorrer prejuízosao conforto de trânsito e à dirigibilidade, o compri-mento da clotóide, em raios relativamente grandes, deveser reduzido, na medida do possível, ao necessário paraa giro da plataforma com ∆∆∆∆∆imin segundo a Tabela 13.Além disto, em curvas de transição excessivamentelongas relativamente, dependendo das circunstâncias,não existe espaço para uma curva principal com com-primento suficiente. Por isto, nestes casos, pode-se

escolher o parâmetro de clotóide inferior a A = R3

[ver anexo 5, equação (40)]. Assim é possível desvi-ar-se da exigência de τττττ

≥≥≥≥≥ 3,5 grados. Em ângulos rela-tivamente pequenos, a clotóide quase não é percebidapelo motorista.

Em curvas com ângulo central relativamente pequeno,nas quais o comprimento da curva não é suficientepara se conseguir, por meio de uma clotóide de A ≥≥≥≥≥

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26 DCE-C - 02/2000

União Usar Evitar

Clotóide Simples Clotóide de Cesto

Clotóide Reversa

Clotóide Oval

Clotóide de Vértice

Retas comCurva

Circular

DuasRetas comsomenteCurvas deTransição

DuasCurvas

Circulares

Quadro 5: Aplicabilidade das Clotóides

R3

, um comprimento da curva principal correspondente

a um tempo de deslocamento sobre ela de 2,0 s com aVp, deve-se atribuir às clotóides e à curva principal omesmo comprimento (LA1 = LR = LA2 ).

Por motivos de segurança, como limite superior para oparâmetro de clotóide, é válida a Equação (5). Asclotóides que daí resultam possuem uma variaçãodirecional máxima de τττττ = 31,8 grados.

Amax = R (5)

onde:

Amax (m) parâmetro máximo da clotóide

R (m) raio do final da clotóide

Além das condições citadas, o parâmetro da clotóidedeve ser escolhido de tal maneira que a inclinação trans-versal total da curva seja formada dentro da curva detransição, sem que se ultrapasse as inclinações longi-tudinais máximas permitidas para as bordas da pista∆∆∆∆∆imax. (ver item 7.3.2 e o anexo 5).

4.3.3 Formas de Curva de Transição

Para as diversas formas da curva de transição resultamas possibilidades de aplicação mostradas no Quadro5.

4.3.3.1 Clotóide Simples

A clotóide simples permite a transição entre a reta e acurva circular. Basicamente devem ser consideradas ascondições conforme o Item 4.3.2, isto é, o parâmetroda clotóide terá que ser tanto maior quanto menor foro raio da curva circular. A transição torna-se assimmais longa e visualmente mais suave. Do mesmo modovale também que a clotóide deve permitir a transiçãotão mais gradual quanto mais longa for a reta e quan-to mais larga for a seção transversal da estrada. Estasrecomendações valem para estradas em que a seqüên-cia de raios, conforme o Item 4.2.2, se posicione naárea apropriada e nas quais se espera uma velocidadeuniforme.

Caso as exigências quanto à seqüência de raios nãopuderem ser cumpridas, então terá que se chamar aatenção para curva circular com suficiente antecedên-cia, principalmente em retas relativamente longas.Neste caso pode ser vantajosa, excepcionalmente, a

escolha de um parâmetro de clotóide A = R3

. A tran-

sição terá efeito mais “pesado” e, devido a isto, o tra-çado de curva circular se torna mais claro ao motoristasendo então este levado a diminuir a velocidade nomomento que possa reconhecer visualmente e em tem-po hábil esta transição mais “pesada”.

4.3.3.2 Clotóide Reversa

A clotóide reversa é composta de duas clotóides, fletidaspara lados diferentes, as quais se tocam em seus pon-tos de origem (R = ∞∞∞∞∞). Para cada clotóide valem ascondições da clotóide simples (ver item 4.3.3.1). Nointeresse de um traçado harmônico de linhas e de umaformação regular das rampas da inclinação transver-sal, ambos os ramos da clotóide devem ter aproxima-damente o mesmo parâmetro, especialmente em es-tradas das categorias A I e A II. No caso de parâmetrosdesiguais em estradas das categorias A I e A II e, sepossível, também nas estradas das categorias A III, BI e B II, deverá ser observada a seguinte condição paraos casos de A2 ≤ 200 m:

A1 ≤ 1,5 · A2 (6)

onde:

A1, A2 (m) parâmetros das clotóides

Para a seqüência de raios das duas curvas circularesentre as quais é inserida uma clotóide reversa deve-seobservar o Quadro 4.

Para um ajustamento aos pontos obrigatórios locais,são permitidas retas curtas entre as duas clotóides.Para que seja mantida a impressão visual da clotóidede volta, o comprimento da reta intermediária não deve

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27DCE-C - 02/2000

exceder o valor da Equação (7).

Quando uma reta intermediária relativamente maislonga for inevitável, deve então ser observado que,nesta reigião, o valor da curvacidade do plano verticallongitudinal permaneça menor do que o valor dacurvacidade do plano horizontal, para que sejam evi-tadas descontinuidades visuais.

LI ≤ 0,08 · (A1 + A2) (7)

onde:

A1, A2 (m) parâmetros das clotóides

LI (m) comprimento da reta intermediária

4.3.3.3 Clotóide Oval

A clotóide oval é um segmento de clotóide que uneduas curvas circulares fletidas para o mesmo lado. Ascurvas circulares devem estar dispostas de tal formaque não se interceptem e que não tenham o mesmocentro.

Para a seqüência dos raios das duas curvas circularesentre as quais é inserida uma clotóide oval devem serobservados os limites citados no Quadro 4 . Para que aclotóide oval apareça visualmente, ela deve apresentaruma modificação da direção de τττττ ≥ 3,5 grados.

Se as duas curvas circulares a serem unidas estiveremlado a lado ou se cruzarem, então a ligação terá queser procurada através de uma círcunferênciaenvolvente. Assim resulta a seqüência curva circular -clotóide oval - curva circular (envolvente) - clotóideoval - curva circular. Para a sua aplicação valem os prin-cípios da clotóide oval.

4.3.3.4 Clotóide de Cesto

A clotóide de cesto consiste de uma seqüência declotóides, fletidas para o mesmo lado, as quais apre-sentam raios iguais e tangente comum no ponto deunião. Deve ser evitada, sempre que possível, por mo-tivos de segurança. Se não for possível evitar o seuuso devido a situações de pouco espaço disponível,então os parâmetros das clotóides não devem ter valo-res muito diferentes entre si, por motivos de desloca-mento dinâmico. Especialmente em estradas das cate-gorias A I e A II e, conforme a possibilidade, tambémem estradas das categorias A III, B I e B II, os parâme-tros das clotóides em seqüência não devem ser dife-

rentes entre si de modo relativamente grande. O me-nor dos dois parâmetros não deve estar abaixo dos va-lores mínimos definidos no Item 4.3.2.

4.3.3.5 Clotóide de Vértice

A clotóide de vértice é formada por duas clotóides sim-ples (ver item 4.3.3.1), com os parâmetros A1 e A2,as quais se juntam em um ponto de mesma curvaturaR1 = R2. Deve ser usada somente em casos especiais,como, por exemplo, em angulos de mudança de dire-ção relativamente pequenos, pois exige, em seu pontocomum, teoricamente um movimento brusco do vo-lante, o qual condiciona, conforme a experiência, àum modo de dirigir inconstante. Os parâmetros deambos os ramos da clotóide de vértice devem ser, den-tro do possível, idênticos, (A1 = A2), especialmenteem estradas das categorias AI e AII. Clotóides de Vér-tice com raios de união abaixo dos valores mínimoscitados na Tabela 8 devem ser evitadas. No traçadocom clotóides de vértice valem, para os parâmetrosmínimos das clotóides, os valores conforme o Item4.3.2 e, para os raios mínimos no ponto de união dasclotóides, para estradas de todos os grupos de catego-ria, os valores do Item 4.2.2.

Rmin (m) em Estradas do Grupo de Categoria

Α Β Ι / Β ΙΙ

450 250

Tabela 8: Raios Mínimos no Ponto de União emClotóides de Vértice

Por motivos de deslocamento dinâmico e técnicos, ainclinação transversal máxima deve ocorrer numa re-gião em torno do ponto de contato e em segmentosiguais para ambos os ramos da clotóide. A extensãoda área com inclinação transversal constante é deter-minada através da Equação (8). Esta extensão deveser posicionada de tal modo que fique metade numaclotóide e metade na outra.

Lq const

= 0,3 · Vp

(8)

Lq const (m) segmento com q = constante

Vp (km/h) velocidade de projeto

Page 28: Diretrizes para a Concepção de Estradas (DCE)

28 DCE-C - 02/2000

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29DCE-C - 02/2000

5. Elementos Altimétricos

5.1 Inclinação Longitudinal

5.1.1 Aplicação

As inclinações longitudinais devem ser as menorespossíveis, por motivos de segurança do tráfego, de re-dução dos custos operacionais e de energia, de dimi-nuição de emissão de gases e de qualidade do fluxo detráfego. Considera-se adequadas as inclinações longi-tudinais abaixo de 4,0 %. Por outro lado, para a redu-ção das intervenções na paisagem e no quadropaisagístico e para a redução dos custos de constru-ção, a inclinação longitudinal deve ser ajustada ao ter-reno da melhor forma possível.

5.1.2 Valores Limites e de Referência

5.1.2.1 Inclinação Longitudinal Máxima

As inclinações longitudinais máximas indicadas naTabela 9 não devem ser excedidas por motivos da se-gurança do tráfego. Os valores mais altos para as es-tradas das categorias B I e B II são em função dasexigências especiais em áreas urbanizadas.

Tabela 9: Inclinações Longitudinais Máximas

Vp (km/h) imáx (%) em Estradas das Categorais

A B I / B II

50

60

70

80

90

100

120

9,0

8,0

7,0

6,0

5,0

4,5

4,0

12,0

10,0

8,0

7,0

6,0

5,0

Quando for imperativo a utilização de i ≥≥≥≥≥ 10,0 % ,então a inclinação máxima para deslizamento é exce-dida (ver item 7.2.1).

Na área de interseções de nível único, inclinações lon-gitudinais com mais de 4,0 % devem, se possível, serevitadas, por motivos de técnicas de projeto (conexãoda estrada secundária) e de operação de tráfego (limi-tação da distância necessária para paradas).

Nos segmentos de túneis em estradas dos grupos decategorias A, as inclinações longitudinais devem serlimitadas, se possível, no máximo a imax = 4,0 %. Es-pecialmente nos casos de extensões relativamente gran-des, deverá ser almejado imax = 2,5 %. Inclinações lon-

gitudinais acima deste valor em túneis tem as seguin-tes desvantagens:

- maior emissão de gases de combustão;

- perigo maior de acidentes de trânsito;

- propagação mais rápida de líquidos inflamáveis;

- diminuição das velocidades dos veículos pesados.

Quando a inclinação longitudinal recomendada forexcedida, eventualmente poderá ser necessária umaproibição para o tráfego de cargas perigosas através detúneis.

Se, na inclinação longitudinal escolhida para estradasdo grupo de categorias A, não se alcançar a velocidadede deslocamento desejada pelo planejamento da redede estrada e por ser esta velocidade fortemente influ-enciada pela velocidade de percurso do veículo de car-ga padrão de dimensionamento, deve-se então verifi-car se esta velocidade pode ser alcançada por meio damodificação da seção transversal (faixa adicional detrânsito) ou da modificação do traçado.

5.1.2.2 Inclinações Mínimas na Área de Giro daPista

Estradas sem Borda-Alta

Em estradas sem borda-alta deverá ser procurada umainclinação longitudinal mínima de i ≥≥≥≥≥ 0,7 % , ou,melhor ainda, de i ≥≥≥≥≥ 1,0 %, para evitar áreas de difí-cil escoamento das águas na área de giro da pista ondeesta tem inclinação transversal contrária ao giro. Paraque seja proporcionada uma drenagem suficiente dapista de trânsito, deve-se procurar uma diferença de0,2 % (melhor ainda de 0,5 %) entre a inclinaçãolongitudinal do eixo de giro e o gradiente de inclina-ção longitudinal (ver também o item 7.3.2).

i- ∆i ≥ 0.2 % (melhor ainda 0.5 %) (9)

onde:

i (%) inclinação longitudinal do eixo de giro

∆i (%) gradiente da inclinação longitudinal(diferença entre a inclinação longitudinalda borda da pista e o eixo de giro)

Com isto se consegue que nenhum ponto das bordasda pista apresente um gradiente de inclinação oposta.O valor de 0,5 % deve ser procurado devido às tolerân-cias admitidas na execução da camada final do pavi-mento.

Se, em casos excepcionais, o eixo de giro não for coin-cidente com o centro da pista (ver item 7.3.1), então

Page 30: Diretrizes para a Concepção de Estradas (DCE)

30 DCE-C - 02/2000

a inclinação longitudinal no centro desta, resultanteda inclinação longitudinal do eixo de giro (greide) eda inclinação longitudinal da borda, deve acontecerem dependência de i + ∆i ≥≥≥≥≥ 0.7 %. A exigência deuma inclinação longitudinal mínima de 0.5 % de acordocom a DCE-D1 ) poderá resultar em valores superiores.

Estradas com Borda-Alta

Em estradas com borda-alta deve ser prevista uma in-clinação longitudinal mínima de imin = 0.5% para to-das as calhas para drenagem. A inclinação do eixo dapista nesta área de giro deverá ser 0,5% maior do queo gradiente de inclinação longitudinal sempre que oescoamento das águas de superfície não seja assegura-do através de dispositivos especiais de drenagem.

i - ∆i ≥ 0.5 % (10)

onde:

i (%) inclinação do eixo da pista

∆i (%) gradiente de inclinação longitudinal:diferença entre a inclinação longitudinalda borda da pista e o eixo de giro.

5.1.2.3 Inclinações Longitudinais Mínimas emObras Especiais (Os.Es.) RelativamenteLongas

Para a drenagem da estrada na área de passagens su-periores, estas devem ser normalmente projetadas detal modo que seja mantida uma inclinação longitudi-nal mínima de i = 0.5 %.

5.1.3 Áreas de Giro em Inclinações LongitudinaisRelativamente Pequenas

Se, devido às condições de relevo ou de urbanização, ainclinação longitudinal mínima não puder ser mantida,mesmo deslocando-se o ponto de inclinação transver-sal 0,0 (zero) % com relação ao ponto de início daclotóide (ver item 7.3.3), então a área de giro daplataforma deve ser formada de forma oblíqua (ver item7.3.3). Para que sejam evitadas áreas de fraco escoa-mento, podem também ser consideradas inclinaçõestransversais negativas (ver item 7.2.3).

5.2 A Curva Vertical

5.2.1 Aplicação

Os arredondamentos de cumes e de baixadas são regu-larmente feitos através de parábolas quadráticas naforma aproximada de arcos circulares. A característicapara a grandeza do arco de arredondamento é o raio decurvatura Rv no vértice da parábola quadrática (veranexo 6).

Para uma melhor adaptação do perfil longitudinal(greide) ao terreno natural, podem ser escolhidos tam-bém, em casos excepcionais, outros tipos de curvas.Os elementos de projeto terão que assegurar, de qual-quer maneira, distâncias de visibilidade suficientes (veranexo 10).

As curvas verticais são geralmente unidas por retasmas também podem se tocar diretamente. No casos deunião de duas curvas verticais através de uma retaintermediária relativamente curta em estradas da ca-tegoria A, é válida a observação do traçado espacial.

As curvas verticais devem ser escolhidas de tal manei-ra que, juntamente com os elementos de projeto emplanta,

- proporcionem um traçado espacial equilibrado;

- proporcionem altos índices de segurança através dasdistâncias visuais adequadas;

- preservem a imagem da paisagem; e

- se adaptem o melhor possível ao relevo, reduzindoassim os custos da obra.

Especialmente em estradas do grupo de categorias B Ie B II as exigências do traçado geométrico são hierar-quicamente inferiores às necessidades de ajuste às con-dições de urbanização.

Se na reforma e/ou na ampliação de estradas existen-tes dos grupos de categorias B I e B II os parâmetrosdas curvas verticais adaptados às circunstâncias dorelevo ficarem abaixo dos valores mínimos citados e seas circunstâncias inerentes à urbanização não permi-tirem um aumento suficiente destes parâmetros, en-tão terá que ser ponderado uma limitação de velocida-de (na eventualidade de pista molhada) por motivosde segurança.

5.2.2 Valores Limites e de Referência

Os raios das curvas verticais sempre são dimensionadosespacialmente. Através das alturas desejadas da Tabe-la 20 (ver anexo 10), para cada região de maior cur-vatura, com observância da velocidade V85 e da incli-nação longitudinal média, deverá ser comprovada adistância visual para paradas (ver item 8).

Para o caso especial de ocorrência de reta no planohorizontal, valem os raios de curvatura verticais decumes constantes da Tabela 10. Os raios mínimos devértice das curvas já mostraram ser suficientementeseguros através de sua aplicação prática. As profundi-dades dos cortes na região dos vértices não são exage-radas e o greide pode ser amplamente ajustado ao re-levo. O valor mínimo do raio para o vértice da parábolapara uma curva qualquer é obtido utilizando-se o mo-

1) Diretrizes para a Concepção de Estradas, Parte: Drenagem

Page 31: Diretrizes para a Concepção de Estradas (DCE)

31DCE-C - 02/2000

delo constante no Anexo 7. Quando estes valores fo-rem utilizados não é mais exigível a comprovação dadistância de visibilidade para paradas com a V85.

Os raios mínimos côncavos indicados oferecem visual-mente um traçado satisfatório. Estes raios podem serinferiores ao da tabela nos casos de ampliação de es-tradas e em situações de pouco espaço em áreas urba-nizadas.

Para que seja evitada a impressão de um traçadodescontínuo em cumes e baixadas nos casos de dife-renças de inclinação longitudinal relativamente peque-nas, o comprimento da reta no plano vertical devecorresponder ao comprimento da reta no plano hori-zontal. Os comprimentos mínimos das retas são deter-minados de acordo com as Equações (11) e (12):

Categoria A : Tmin = Vp (11)

Categoria B : Tmin = 0,75 · Vp

(12)

onde:

Tmin (m) comprimento mínimo datangente no plano vertical

Vp (km/h) velocidade de projeto

O ajuste adequado dos elementos do plano vertical comos elementos do plano horizontal é tratado na parteexecutiva do traçado espacial.

5.2.3 Inclinação Longitudinal Mínima da Calhapara Drenagem de Borda-Alta nasMudanças de Inclinações Longitudinais

Em cumes e em baixadas formados por tangentes cominclinações longitudinais contrárias, ocorre, na regiãodo vértice, inclinações longitudinais de i ≤≤≤≤≤ 0,5 %,numa extensão L de acordo com a Equação (13). Emestradas com bordas-altas deve-se cuidar para que acalha para drenagem tenha a inclinação longitudinalmínima. Caso contrário, serão necessárias medidasadicionais de drenagem (ver DCE-D) .

Vp (km/h) RVCmin

50

60

70

80

90

100

120

500

750

1 000

1 300

2 400

3 800

8 800

Tabela 11 : Raios Mínimos Recomendados para Baixadas (Valores Orientativos)

Vp (km/h) RVVmin (m) RVV (m)

(em Dp1 )) (em 0,5 · Du 2 )

/em Du)

7 000/28 200

7 800/30 000

8 600/35 000

10 300/40 000

12 200/48 000

13 000/52 000

50

60

70

80

90

100

120

1 400

2 400

3 150

4 400

5 700

8 300

16 000

Tabela 10: Raios Mínimos de Curva Vertical dosCumes em Retas no Plano Horizontale Raios dos Vértices com Meia e TotalDistância de Visibilidade paraUltrapassagem.

1) Distância de Visibilidade para Paradas

2) Distância de Visibilidade para Ultrapassagens

Nas curvas convexas que possuem distâncias de visibi-lidade no intervalo entre a meia e a plena distância devisibilidade para ultrapassagem são requeridas mano-bras de ultrapassagem críticas e, por isto, está situa-ção deve ser evitada em estradas de pista simples. Casoseja prevista sinalização para ultrapassagem, deve-seobservar que, nos trechos com proibição, os veículoslentos (por exemplo tráfego rural) podem em geralser ultrapassados com segurança. Tais trechos devemser definidos no projeto e indicados na sinalização.

Os raios mínimos indicados para os vértices podem serinferiores em casos isolados (por exemplo: curvas es-paciais de acordo com o anexo 8 ou cumes relativa-mente curtos) quando, para os arredondamentos, forcomprovada a existência de uma distância de visibili-dade suficiente para paradas. Os relacionamentos geo-métricos no plano vertical entre os raios dos vértices,a distância de visibilidade para paradas e as diversasalturas desejadas estão representadas no Anexo 7.

Os valores dos raios das baixadas (côncavos) não de-vem, por motivos visuais, ser inferiores do que a me-tade dos valores dos raios dos cumes (convexos), nãodevendo entretanto ser inferiores aos valores da Tabe-la 11. Quando se levar em conta o raio mínimo dabaixada de acordo com a Tabela 11, garante-se entãouma visibilidade suficiente em passagens inferiores(altura livre igual a 5,101) m com altura visual no ca-minhão igual a 2,50 m) e no tráfego noturno.

1) Adaptado para nosso tipo de veículo padrão

Page 32: Diretrizes para a Concepção de Estradas (DCE)

32 DCE-C - 02/2000

L = Rv100

(13)

L (m) extensão da região cominclinações longitudinaisinsuficientes

RV (m) raios verticais

Page 33: Diretrizes para a Concepção de Estradas (DCE)

33DCE-C - 02/2000

6.1 Elementos do Traçado Espacial

O traçado de uma estrada é tridimensional e, portanto,deve ser visto sempre de forma espacial. Oprocessamento e a representação do projeto de umaestrada é no entanto feita preponderantemente noplano vertical longitudinal, no plano horizontal e noplano vertical transversal (seção transversal). Atravésda sobreposição dos elementos de projeto horizontais

6. O Traçado Espacial

e verticais, com inclusão das seções transversais, surgemos elementos espaciais representados no Quadro 6.Estes elementos espaciais e as seqüências de elementosespaciais resultantes das suas junções podem serrepresentados na forma de figuras em perspectiva oumaquetes. Aqui a perspectiva do motorista é a únicarepresentação de perspectiva servível para a avaliaçãode uma estrada do ponto de vista de trânsito.

Quadro 6: Elementos Espaciais a partir da Sobreposição de Retas e Curvas com Inclusão da SeçãoTransversal

Elemento do PlanoHorizontal

Elemento do Plano VerticalLongitudinal

Elemento GeomØtrico Espacial Resultante

Reta Reta Reta com Inclinaçªo Constante

Reta Curva Baixada numa Reta

Reta Curva Cume numa Reta

Curva Reta Curva com Inclinaçªo Longitudinal Constante

Curva Curva Baixada numa Curva

Curva Curva Cume numa Curva

Page 34: Diretrizes para a Concepção de Estradas (DCE)

34 DCE-C - 02/2000

Quadro 9: Estradas com e sem Relação de Raios

6.2 A Concepção do Espaço de Trânsito

Uma boa condução visual é a premissa para umasegurança suficiente e para uma boa qualidade detrânsito do traçado de uma estrada. Esta condição visualé alcançada quando a estrada transmite uma imagem“relaxante” e quando o seu percurso é suficientementeperceptível e assim identificável em tempo hábil enitidamente compreensível.

A condução visual se realiza inicialmente pelaconfiguração da pista de trânsito e se tornará tantomais nítida quanto melhor forem identificadasvisualmente as laterais desta pista e a separação dasfaixas (por exemplo através de marcação).

A condução através das bordas tem especial significadoem áreas de deformação nos alargamentos da pista detrânsito ou nos acrescimos de faixas de trânsito.

6.2.1 Elementos do Plano Horizontal

6.2.1.1 A Reta

Trechos retos devem ser usados apenas quando tem opropósito de simplificar o trânsito ou quandopossibilitam uma boa adaptação ao relevo. A impressãode rigidez de uma reta no plano horizontal em terrenoacidentado pode ser atenuada por meio de uma curvavertical côncava com raio de curvatura relativamentegrande (quadro 7). Pode também ser usada uma curvahorizontal com raio relativamente grande. Em ambosos casos é dada a possibilidade de avaliação do sentidode trânsito de veículos na faixa de trânsito esquerda,bem como uma melhor estimativa da velocidade destesveículos de sentido contrário.

As desvantagens citadas no Item 4 são válidas para asretas.

6.2.1.2 A Curva

Curvas relativamente curtas entre retas, comcomprimentos de retas também relativamente curtos,aparecem como uma “dobra” quando visto pelaperspectiva do motorista (quadro 8), a qual somentepoderá ser evitada através do aumento do raio da curvacircular. Os raios devem ser tanto maiores quanto menorfor a mudança de direção do eixo.

6.2.1.3 Seqüência dos Elementos no PlanoHorizontal

As dimensões dos elementos de projeto seqüências noplano horizontal é determinada através das relaçõesde raios pre-definidas e das relações entre curvas detransição e curvas circulares (ver itens 4.2 e 4.3).

A segurança do desenrolar do tráfego num traçadorelativamente sinuoso com muitas curvas por unidade

Quadro 8: Borda de Pista de Trânsito com e semDobra Visual

Plano Horizontal Plano Vertical

Plano Horizontal Plano Vertical

Quadro 7: Reta com Greide à Nível e com umaBaixada

Plano Horizontal Plano Verticalà nível

numa baixada

de segmento não é substancialmente comprometidapor uma curva de raio relativamente pequeno. Um graude sinuosidade relativamente maior, ligado à umavelocidade de projeto relativamente baixa, não ésinônimo de um elevado risco de acidentes. É decisivoque os locais de irregularidades sejam evitados (quadro9). Por isto, justamente na área de raios de curvaturarelativamente pequenos e médios, as relações dos raiosvizinhos devem ser mantidos de acordo com o Quadro4.

Page 35: Diretrizes para a Concepção de Estradas (DCE)

35DCE-C - 02/2000

6.2.2 Elementos do Plano Vertical Longitudinal

6.2.2.1 A Reta

A reta no plano vertical é um segmento com inclinaçãolongitudinal constante. Ela não oferece maioresproblemas quanto à condução espacial de uma estrada.

Uma reta relativamente curta entre duas baixadasseqüênciais pode dar a impressão de um cume, devendoser evitada (quadros 10 e 11 ). Da mesma forma, umareta relativamente curta entre dois cumes visíveis podedar a impressão de uma baixada. Deve-se ter cuidado,especialmente em área de passagens superiores, quantoa estas duas ocorrências.

Quadro 10: Configuração Insatisfória da Pista deTrânsito com Cume Falso

Plano Horizontal Plano Vertical

6.2.2.2 A Baixada

A baixada é um elemento com uma boa conduçãovisual.

Para se conseguir um traçado harmonioso, deve-seevitar curvas côncavas relativamente curtas entretrechos relativamente longos com inclinaçãolongitudinal constante. Neste caso é irrelevante se otraçado no plano horizontal é uma reta (ponto deinflexão notável na plataforma, quadro 12) ou se éuma curva (configuração insatisfatória no planohorizontal, quadro 13)

6.2.2.3 O Cume

O traçado espacial na região do cume tem efeito decisivosobre as condições de visibilidade. Cumes com raiosrelativamente pequenos limitam a distância visual.

6.2.2.4 Seqüência de Elementos no Plano VerticalLongitudinal

A seqüência dos elementos no plano verticallongitudinal deve seguir amplamente a forma do relevo.

Em relevo ondulado, o raio do cume deve ser superiorao raio da baixada para facilitar a avaliação dasdistâncias de visibilidade (quadro 14, ver tambémitens 5.2.2 e 8.1). Ao contrário, em diferenças decotas relativamente pequenas (até 10,0 m) e em áreasplanas, os raios das baixadas devem ser maiores doque os dos cumes (com obediência das distâncias de Quadro 14: Coordenação de RVV e RVC

RvcRvc Rvc

Rvc

Rvc Rvc RvcRvc

Rvc

Rvc

Rvv Rvv Rvv

RvvRvv

Rvv

a

b

visibilidade para parada, quadro 14).

Devem ser excluídas as várias alterações de inclinaçãorelativamente curtas devido aos cumes e as baixadasem um trecho com boa visibilidade e substituídas porum greide mais fluente

Quadro 13: Representação Fora de Sintonia como Plano Horizontal

Plano Horizontal Plano Vertical

Quadro 12: Ponto de Inflexão Nítido daPlataforma na Baixada

Plano Horizontal Plano Vertical

Plano Horizontal Plano Vertical

Quadro 11: Representação da Pista de Trânsitoem Sintonia com o Plano Vertical

Page 36: Diretrizes para a Concepção de Estradas (DCE)

36 DCE-C - 02/2000

6.2.3 A Sobreposição do Plano Horizontal com oPlano Vertical Longitudinal

Na sobreposição de baixadas e curvas horizontais po-dem ocorrer avaliações errôneas por parte dos moto-ristas. As baixadas em curvas horizontais transmitemaos motoristas especialmente a impressão de um tra-çado mais generoso do que o é na realidade. Por causadisto, a relação entre os raios das curvas horizontais eos raios da baixada devem ser ajustados entre si. Aexperiência tem demonstrado que a relação R : RV deveser dentro do possível relativamente pequena e nãosuperior a 1 : 5 até 1 : 10.

Quanto mais plano for o relevo, tanto maior deve sermantida a relação entre raios verticais e raioshorizontais.

Em geral se tem um traçado vantajoso quanto ao as-pecto visual, de drenagem e de deslocamento dinâmi-co quando os pontos de inflexão do plano horizontal eos do plano vertical se situarem aproximadamente namesma posição (quadros 15 e 16).

Esta regra pressupõe uma mesma quantidade de pon-tos de inflexão de curva no plano horizontal e no pla-

Quadro 15: Sintonia dos Elementos no PlanoHorizontal e no Plano Vertical

Plano Vertical

Plano Vertical

Plano Horizontal

i

i

ii

i i i i

i

Rvv

Rvc

Rvc

Rvv

Rvv

Rvv

PMPM

PM PM

i

Plano Horizontal Plano Vertical

Quadro 16: Representação em Sintonia com oPlano Horizontal

Plano VerticalPlano Horizontal

Quadro 17: Início da Curva Horizontal na Área deCumes

Plano Horizontal Plano Vertical

Quadro 18: Abaulamentos

Plano Vertical

Plano Horizontal

Quadro 19: Ondulação de Pista em Reta e emCurva Horizontal

Plano Vertical

Plano Horizontal

Plano Vertical Plano Horizontal

Page 37: Diretrizes para a Concepção de Estradas (DCE)

37DCE-C - 02/2000

no vertical. Dependendo do relevo e de outroscondicionantes do traçado, o número de pontos deinflexão poderá, porém, ser muito variado.

O traçado será também mais agradável e constantequando os pontos de tangência do plano horizontal edo plano vertical se situarem bem próximos entre si euma maior extensão possível do segmento da estradaficar entre estes pontos de tangência. Constituem umaexceção curvas isoladas e com desenvolvimentos rela-tivamente pequenos em baixadas. Estas, devido ao “efei-to de baixada”, parecem ser maiores do que realmentesão. Para que aqui seja evitada uma ilusão de óticapela sobreposição de curva côncava com curva hori-zontal, o inicio da curva horizontal e o início da curvacôncava devem estar, dentro do possível, o mais afas-tados ou o início da curva côncava deve ser deslocadopara dentro da curva horizontal para que a “intensi-dade” da curva seja perfeitamente reconhecível, ou acurva côncava deve ser antecipada o suficiente paraque a curva horizontal comece apenas no seu final.

Recomenda-se um controle antecipado pela compara-ção da posição dos polígonos das tangentes no planohorizontal e no vertical.

Em regiões onduladas e montanhosas, principalmentecom inclinações longitudinais relativamente mais for-tes, pode ser vantajoso que, entre o final da curvaconvexa e o início da curva côncava, sejam usados seg-mentos com inclinação longitudinal constante. O pontode inflexão do plano horizontal deverá então ser des-locado adequadamente para o mais próximo possíveldo início da curva côncava, para permitir aos motoris-tas o seu reconhecimento antecipado.

Caso não seja possível manter a mesma posição dospontos de inflexão horizontais e verticais devido àscondições locais, a mudança de direção deve ser entãonitidamente reconhecível e iniciar dentro da distânciade visibilidade existente. A curva horizontal não podeser “mascarada” na região do cume pois o motoristadeve poder avaliar em tempo hábil o seudirecionamento e, se possível, também a curvatura.Por isto, a mudança de direção reconhecível do planohorizontal deve ter, pelo menos, 3,5 grados, quandomedido a partir do início da curva de transição, dentroda distância de visibilidade existente (quadro 17).

Ocorrem abaulamentos quando o traçado no planohorizontal segue uma curta elevação do terreno semum segmento de ocultamento visual (segmentos deestrada sem visibilidade) (quadro 18). Abaulamentossequênciais levam à uma ondulação da pista de trânsi-to (quadro 19). A impressão causada pelos abaula-mentos e pela ondulação da pista se intensifica com oaumento da largura desta, sendo muito perigoso notrânsito noturno (sob a luz de faróis).

Plano VerticalPlano Horizontal

Mergulho Profundo

Quadro 20: O “Mergulho” de uma Estrada

Plano VerticalPlano Horizontal

Mergulho na Reta

Plano VerticalPlano Horizontal

Mergulho na Curva

Plano VerticalPlano Horizontal

Mergulho Profundo

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38 DCE-C - 02/2000

Plano Horizontal Plano Vertical

Local do Cruzamento

Quadro 22: A Interseção na Baixada

Se o traçado seguir as elevações do terreno de tal modoque ocorram trechos parciais de ocultamento visual,surge a impressão de “mergulho” (quadro 20). Caso otraçado tenha característica oscilante mais intensa,surge então a impressão de “saltos” (quadro 21). Omotorista pode então se enganar com relação ao per-curso verdadeiro do traçado e em relação ao tráfegocom sentido contrário. Estas situações apresentamgrandes perigos, principalmente nas manobras de ul-trapassagem.

As interseções, por motivos de visibilidade, devem, namedida do possível, se situar em baixadas (quadro22). Caso isto não seja possível para ambas as estradasdevido às condições de relevo, então pelo menos parauma, de preferência aquela de posição hierárquicamenor relativamente ao trânsito, deverá ser configu-rada como baixada.

Em primeiro lugar se define a visibilidade da estradade ordem inferior no local onde se verificará a condi-ção de “dar a preferência ou parar” e, em segundolugar, a distância para parada do veículo com a máxi-ma velocidade na estrada de categoria superior.

A facilidade de reconhecimento de interseções podeser aumentada através de meios adequados(arborizações, dispositivos de condução, sinalizaçãovertical). Devem ser ainda observada a manutençãodas condições de visibilidade necessárias.

As Passagens Superiores devem se integrar no fluxo dotraçado e o efeito de “tábua” deve ser evitado (qua-dros 23 e 24, ver também o item 6.2.2.1)

Quando for proporcionado o reconhecimento anteci-pado de Passagens Superiores relativamente extensas,o motorista terá potenciais condições de se adaptar adiferentes situações (por exemplo ventos laterais).

As Passagens Superiores que sobrepõem o início de umacurva tem um efeito visual especialmente desvantajo-so. Por isto, na área da passagem, o traçado já deveráter uma curva nítida (quadros 25 e 26).

Plano Vertical Plano Horizontal

Salto

Plano Horizontal Plano Vertical

Salto com Deflexão

Quadro 21: O “Salto” de uma Estrada

Quadro 23: O Efeito “Tábua”

Plano Vertical

Plano Horizontal

Plano Vertical Plano Horizontal

Quadro 25: Passagem Superior na Reta

Page 39: Diretrizes para a Concepção de Estradas (DCE)

39DCE-C - 02/2000

Plano Vertical Plano Horizontal

Quadro 24: Harmonização na Fluência do Traçado

Plano Vertical Plano Horizontal

Quadro 26: Passagem Superior na Curva

Page 40: Diretrizes para a Concepção de Estradas (DCE)

40 DCE-C - 02/2000

Page 41: Diretrizes para a Concepção de Estradas (DCE)

41DCE-C - 02/2000

7.1 A Inclinação Transversal na Reta

7.1.1 A Inclinação Transversal da Pista deTrânsito

A inclinação transversal necessária para o escoamentodas águas da pista de trânsito na reta deve ser formadade acordo com o Quadro 27. Fazem parte da pista asfaixas de trânsito e as faixas de borda.

A inclinação transversal mínima e ao mesmo tempo aregular da pista de trânsito nas retas, em todas ascategorias de estradas, é de:

qmin = 2,5 % (14)

Em estradas de pista simples de uma, duas ou trêsfaixas, é em geral usada uma inclinação transversalunidirecional (“uma água”) em retas.

Na ampliação de estradas existentes, em casosexcepcionais pode ser vantajoso em termos econômicosuma indicação bidirecional (“duas águas”).

As pistas de único sentido de estradas de pista duplade todos os grupos de categoria são implantadas, nasretas, sempre com inclinação unidirecional. Oescoamento da água é feito normalmente no sentidoda borda externa.

7.1.2 A Inclinação Transversal dos demaisElementos da Seção Transversal na Reta

A inclinação dos outros elementos da seção transversalestá regulamentada nas DCE-S (ver item 2.6 destasdiretriz).

7. Elementos de Projeto na Seção Transversal

7.2 A Inclinação Transversal na CurvaCircular

7.2.1 A Inclinação Transversal da Pista deTrânsito

Nas curvas, a inclinação transversal tem em geral ocaimento no sentido da borda interna, por motivos dedeslocamento dinâmico. A inclinação máxima nestescasos é:

qmax = 8,0 % (15)

Deve ser observado para que não seja excedidas umainclinação transversal de 10,0 % , para evitar odeslizamento dos veículos.

* em casos excepcionais na ampliação de estradas existentes

Quadro 27: Formas de Inclinação Transversal emRetas

Quadro 28: Inclinações Transversais Necessárias em Função da Velocidade V85 e dos Raios das CurvasCirculares (valores calculados de acordo com o anexo 3)

Incl

inaç

ão T

rans

vers

al q

(%)

Raio da Curva R (m)

V85 (km/h)

Page 42: Diretrizes para a Concepção de Estradas (DCE)

42 DCE-C - 02/2000

Tabela 12: Raios Mínimos para a Implantação deuma Inclinação Transversal comCaimento no Sentido da BordaExterna da Curva ( valoresarredondados conforme o anexo 3)

Caso as inclinações transversais máximas não possamser empregadas nos casos de inclinações longitudinaisrelativamente acentuadas, porque deste modo ter-se-ia uma inclinação obligua resultante relativamentemuito grande, deve-se então aumentar,correspondentemente, o valor do raio.

A inclinação transversal máxima pode também serdimensionada independentemente da V85 para ummelhor reconhecimento da curva cujo raio está situadoabaixo da seqüência de elementos recomendados noItem 4.2.2.

Por motivos técnicos de drenagem, a inclinaçãotransversal mínima na curva circular é igual à inclinaçãomínima transversal na reta, isto é:

qmin = 2,5 % (16)

O relacionamento entre os raios das curvas, inclinaçãotransversal e a velocidade V85 está representado noQuadro 28. As inclinações transversais obtidas destequadro podem ser arredondadas para multiplos de 0,5%.

Em curvas circulares com ângulo central relativamentemuito pequeno, a inclinação transversal plena deveexistir pelo menos numa extensão, em (m) ,correspondente a um percurso de dois segundos com avelocidade de projeto Vp (km/h).

7.2.2 Inclinação Transversal dos DemaisElementos da Seção Transversal na CurvaCircular

As faixas laterais pavimentadas e as faixas adicionaislaterais devem ter, nas curvas, a mesma inclinaçãotransversal, em valor e sentido, da pista de trânsito(ver item 2.5 das DCE-S).

Contrário ao exposto, na área final de uma faixa parasaídas, é permitido uma linha divisória, semarredondamento, entre a pista principal de trânsito eessas faixas, quando isso for exigido devido àdeclividade transversal e ao giro da plataforma na curvade transição do ramo para saídas. A diferença entre asinclinações transversais da faixa direta de trânsito e afaixa para saídas não deve, porém, ultrapassar o valorde 5,0 % na área próxima ao vértice das áreas debloqueio. O início do giro da faixa para saídas pode,caso necessário, ser antecipado, de tal modo que, noinício da curva de transição desta faixa paradesincorporação, se tenha uma inclinação transversalq = 0,0 %.

V85 Rmin (m)

(Km/h) q = - 2,5 % q = - 2,0 %

70

80

90

100

110

120

130

600

950

1400

2100

3000

4100

5500

550

850

1300

1900

2600

3500

4600

7.2.3 Inclinação Transversal com Caimento noSentido da Borda Externa da Curva(“Inclinações Negativas”)

A inclinação transversal com caimento no sentido daborda externa da curva deve em geral ser evitada.

Em casos excepcionais em estradas de pista dupla, naárea de interseções ou para evitar áreas de poucoescoamento de água em trechos com pequenasinclinações longitudinais, pode ser permitida umainclinação transversal com caimento no sentido daborda externa da curva. Esta inclinação, para pistascom pavimento tipo flexível, é de q = - 2,5%. Assim,mesmo com uma formação eventual de trilhas de roda,é proporcionado o escoamento das águas para o ladoexterno da curva. Para pistas com pavimento tipo rígidoé suficiente uma inclinação transversal de q = - 2,0%. Nos casos de inclinação transversal com caimentono sentido da borda externa da curva, os valores dosraios mínimos indicados na Tabela 12, provenientesdo Anexo 3, tem que ser respeitados, para evitarderrapagens transversais dos veículos quando emmovimento na curva.

No caso de uma seqüência de curvas fletidas para omesmo lado, a direção do caimento transversal nãopode sofrer mudanças em nenhuma hipótese.

7.3 Rampas e Giros

7.3.1 Aplicação

A modificação da inclinação transversal da pista detrânsito é feita no segmento da transição. Dentro destesegmento, as bordas da pista são contempladas comrampas e a pista sofre um giro. A modificação dainclinação transversal se dá, em estradas de pista

Page 43: Diretrizes para a Concepção de Estradas (DCE)

43DCE-C - 02/2000

simples, em geral por meio do giro desta pista em tornodo seu eixo (ver quadro 29, caso 1). Em estradas depista dupla o giro se dá em geral em torno dos eixosdas pistas de trânsito (ver quadro 29, caso 2).

Do mesmo modo, em casos excepcionais, como, porexemplo, com espaço central separador de pistasrelativamente muito estreito quando da implantaçãode interseções de nível único em curvas ou empassagens por sobre os espaços centrais separadoresde pistas, estradas de pista dupla podem ser giradasem torno das bordas adjacentes ao espaço centralseparador (ver quadro 29, caso 4) ou em torno doeixo da estrada localizado no meio do espaço separadorcentral (ver quadro 29, caso 5)

Nas velocidades de projeto Vp = 100/120 km/h, aadoção de greides independentes para as pistas detrânsito pode ser uma solução econômica na região dogiro. Quando existir passagem por zero na inclinaçãotransversal, o eixo de giro da pista de trânsito de únicosentido de trânsito pode ser deslocado da linha decentro (ver quadro 29, caso 6) desde que odeslocamento atenda às exigências: i - ∆∆∆∆∆i ≥≥≥≥≥ 0,0 % naborda da pista de trânsito, i + ∆∆∆∆∆i ≥≥≥≥≥ 0,7 % no centro dapista e imax = 0,9 %.

Se existir uma curva de transição, então o giro da pista

Caso

Nor

mal

Exce

ção

1

2

3

4

5

6

Quadro 29: Eixos de Giro da Pista de Trânsito

deverá ser feito dentro da extensão desta curva,independentemente do tipo da inclinação transversalutilizada (inclinação tipo “uma água” ou “duas águas”)e da posição do eixo de giro em relação à pista. Deveser evitado o avanço da distribuição da inclinaçãotransversal por sobre a reta ou por sobre a curva circular.

Se, em casos excepcionais, não existir uma curva detransição, então o giro da pista na seqüência deelementos reta - curva circular deverá ser executadometade antes do ponto de contato, na reta e metadeapós este ponto, na curva circular. Devidamentejustificado, o giro pode ser realizado totalmente nareta ou totalmente na curva circular.

7.3.2 Valores Limites e de Referência

O gradiente de inclinação longitudinal ∆∆∆∆∆i é a diferençaentre as inclinações longitudinais da borda da pistade trânsito e do eixo de giro. Temos então:

∆i = − ⋅q qL

af i

g (17)

onde:

∆i (%) gradiente de inclinação longitudinal

qf (%) inclinação transversal da pista de trânsitono fim do segmento de giro

qi (%) inclinação transversal da pista de trânsitono início do segmento de giro (qi) deveser colocado com valor negativo quandotiver inclinação contrária a (qf)

Lg (m) comprimento do segmento de giro da pista de trânsito

a (m) distância da borda da pista de trânsito aoeixo de giro.

Para evitar, dentro do segmento de transição, um girotransversal demasiadamente rápido da pista, o qualpode ter efeitos desfavoráveis tanto no deslocamentodinâmico quanto no aspecto visual, o gradiente deinclinação longitudinal máximo ∆i max não deveultrapassar os valores da Tabela 13.

A extensão mínima para o giro da pista de trânsito Lgmin

resulta da Equação (18), sob consideração do gradientede inclinação longitudinal máximo ∆imax da Tabela13 e da distância a da borda da pista de trânsito aoeixo de giro.

Lq q

ag minmax

f i

= − ⋅∆i

(18)

onde:

∆imax (%) gradiente de inclinação longitudinal

Page 44: Diretrizes para a Concepção de Estradas (DCE)

44 DCE-C - 02/2000

Tabela 13: Valores Limites do Gradiente deInclinação Longitudinal

1) L e A em (m)

∆imax (%) coma <<<<< 4,00 m a ≥ 4,00 m

50 0,50 ⋅⋅⋅⋅⋅ a 2,0

60 ... 70 0,40 ⋅⋅⋅⋅⋅ a 1,6 0,10 ⋅ a

80 ... 90 0,25 ⋅⋅⋅⋅⋅ a 1,0 (≤ ∆imax)

100 ... 120 0,225 ⋅⋅⋅⋅⋅ a 0,9

a (m) : distância da borda da pista ao eixo de giro1) apenas quando q ≤ 2,5 %

Vp (km/h) ∆imin (%) 1)

máximo

qf (%) inclinação transversal da pista detrânsito no fim do segmento de giro

qi (%) inclinação transversal da pista detrânsito no ínicio do segmento de giro(colocar qi negativamente quando cominclinação contrária a qf)

Lgmin (m) comprimento mínimo do segmento degiro

a (m) distância da borda da pista de trânsito aoeixo de giro.

Não é necessário o arredondamento dos vértices quesurgem no início e no fim do segmento de giro pois as

máximas diferenças de inclinações ficam em geral naordem de grandeza das tolerâncias de obra.

7.3.3 Consideração ao Escoamento das Águas

Nas áreas de giro da pista, o gradiente de inclinaçãolongitudinal em qualquer um dos pontos do segmento+ qmin / zero / - qmin, não deve ser inferior aos valoresde ∆∆∆∆∆i min apresentados na Tabela 13. Se esta condiçãonão puder ser cumprida então deve ser usado um girode plataforma oblíquo, ou seja, o segmento + qmin até- qmin dever ter um gradiente de inclinação longitudinal∆imin. Além disto, as inclinações longitudinais do eixoe o gradiente de inclinação longitudinal mínimo devemser ajustados entre si para assegurar um suficienteescoamento de águas, conforme o Item 5.1.2.2. Notrecho ainda à disposição da curva de transição é feitoo restante do giro da pista de trânsito até chegar àinclinação transversal necessária no início da curvacircular (ver quadro 30a e 30b, para ∆i < ∆imin, bemcomo o quadro 39 do anexo 5).

Caso não se consiga assegurar, na região do ponto deinício da clotóide, uma inclinação longitudinal

suficiente, devido a condições obrigatórias especiais,então o ponto de inclinação transversal zero poderáser deslocado, em estradas do grupo de categoria A,num comprimento de L = 0,1 · A1) e, em estradas dos

grupos de categorias B I e B II, de L = 0,2 · A emrelação ao ponto de contato das clotóides. Isto tambémé valido para a seqüência reta - clotóide - curva circular.

Outra possibilidade para evitar regiões de poucoescoamento é dado pelo giro obliquo na área de + qmin

/ zero / - qmin (ver quadro 30a bem como o quadro40, anexo 5). Esta solução é no entanto tecnicamentecustosa, pois sua construção é preponderantementemanual. Por isto, é difícil manter as exigências técnicasapós uma compactação adequada.

O giro oblíquo pode ser concebido de tal maneira quea pista de trânsito, com exceção da áreas dearredondamento de cumes, apresente uma inclinaçãotransversal mínima adequada ao escoamento das águasde pelo menos q = 2,5 %. A sua extensão, por motivosde deslocamento dinâmico, é de :

Lg = 0,1 · B · Vp (19)

onde:

Lg (m) comprimento do segmento de girooblíquo

B (m) largura da pista de trânsito

Vp (km/h) velocidade de projeto

O segmento de giro oblíquo também se estende à áreada faixa lateral pavimentada.

Em estradas com borda-alta, pode também ser realizadoo giro em torno da borda interna da pista de trânsitose, de outro modo, por exemplo, quando dasuperposição de i e ∆i, a inclinação longitudinal dacalha para drenagem ic ficar abaixo de 0,5 %.

7.3.4 Formas de Giro da Pista de Trânsito

Para cada caso em particular são adotadas as formasbásicas de giro da pista de trânsito mostradas nosQuadros 30a e 30b.

O giro de todas as faixas adicionais adjacentes à pistade trânsito é executado ao longo do mesmo segmentoda curva de transição ou no trecho de transiçãocorrespondente da pista de trânsito. Não há valoresespeciais para os gradientes de inclinação longitudinalque ocorrerem nestes casos.

Quando forem executados giros oblíquos nas faixaslaterais adicionais, então será necessária umarepresentação especial no plano vertical longitudinal.

Page 45: Diretrizes para a Concepção de Estradas (DCE)

45DCE-C - 02/2000Quadro 30a: Formas de Giro da Pista de Trânsito

o Eixo de GiroBE Borda EsquerdaBD Borda Direita

Transição ∆i Tangente - Clotóide - Curva Circular Curva Circular - ClotóidesCurva Circular

> ∆i min

< ∆i min

Lg BD

BE> ∆i min

> ∆i min

BD

BE

Lg

Clotóide Reversa

∆i min

LgLg BD

BE

BD

BE < ∆i min< ∆i min

∆i min

q=q

min

inicio dogiro

< ∆i min

final dogiro

> ∆i min

Giro Obliquo

Giro pela Borda

Lg BD

BEq=q

min

q=q

min

aresta

aresta

LgBD

BE

entre inclina-ções transver-sais contráriasdiferentes oude mesmovalor

Page 46: Diretrizes para a Concepção de Estradas (DCE)

46 DCE-C - 02/2000Quadro 30b: Formas de Giro da Pista de Trânsito

Transição ∆i Tangente - Clotóide - Curva circular Curva Circular - Clotóide - Curva circular

o Eixo de GiroBE Borda EsquerdaBD Borda Direita* Ficam suavizadas as saliências no eixo da pista, porém os segmentos com qmin ficam ralativamente mais

longos

> ∆i min

BD

BE

Lg

> ∆i min

BD

BE

Lg

< ∆ i min

BD

BE

Lg

∆ i min

BD

BE

Lg BD

BE

Lg

R2R2

duas águas> ∆i min

> ∆i min*

< ∆i min

qualquer

para:

uma água

entreinclinaçõestransversaisrelativamentegrandes e demesmo sentido

de:

Clotoíde Oval

Page 47: Diretrizes para a Concepção de Estradas (DCE)

47DCE-C - 02/2000

7.3.5 Casos Especiais de Giro

Quando houver alargamentos simultâneos oualargamentos simples da pista, o gradiente deinclinação longitudinal determinante para a inclinaçãolongitudinal é o da pista original. Não são aplicadosvalores limites especiais para o gradiente de inclinaçãolongitudinal da borda da pista no segmento detransição.

7.4 Alargamento da Pista de Trânsito

Nas mudanças de seção transversal, nas modificaçõesdo espaço central, nas inclusões de serparadores depistas, nas inserções de faixas adicionais de trânsito enas inserções de faixas para saídas e entradas, as faixasdiretas de trânsito devem ser adaptadas à nova seçãotransversal através de deformações. Para se conseguirum alinhamento oticamente satisfatório das faixas detrânsito diretas, a deformação, quando ocorrer emsegmentos de raios relativamente pequenos, deve serfeita na borda interna da curva e, quando ocorrer emretas, em ambos os lados em relação ao eixo da estrada.As bordas da pista de trânsito devem, se possível, sertraçadas individualmente, independentemente do eixoda estrada, ou deverão ser adaptados por meio de duasparábolas quadráticas na forma de duas curvas em “S”(ver o anexo 9).

A extensão da deformação a ser adotada para todos osgrupos de categorias de estradas deve ser de :

L Vi

d p= ⋅3

(20)

onde:

Ld (m) extensão da deformação

Vp (km/h) velocidade de projeto

i (m) ordenada máxima da deformação

Outros detalhes acerca do segmento de deformação Ld

oticamente desejável e para a execução da adaptaçãopodem ser obtidos através das Diretrizes sobreInterseções.

7.5 A Largura Adicional da Pista em Curvas

Ao se movimentar na curva, as rodas traseiras de umveículo descrevem um raio menor do que as rodasdianteiras. Devido a isto, haverá então a necessidadede um alargamento adicional i da pista em relação àlargura na reta. O alargamento necessário da pista emcurvas circulares para raios ≥≥≥≥≥ 80 m e n faixas detrânsito é calculado de acordo com a Equação (21):

( )i n R R Db b= − −⋅ 2 2 (21)

onde:

D (m) distância entre eixos mais o balanço dianteirodo veículo

Rb (m) raio da borda externa

i (m) alargamento da pista de trânsito

n (--) quantidade de faixas de trânsito diretas

Devem ser estudadas as modificações angulares[equação (22)] e a extensão da curva no segmentocom largura adicional [equação (48), anexo 9].

O acréscimo na largura, necessária para os casosespecíficos de encontros de veículos, é determinadapela soma dos alargamentos das faixas de trânsito.Porém, o alargamento total da pista de trânsito só seráalcançado quando, na transição de reta - clotóide - curvacircular, o comprimento da adaptação ultrapassar o

valor L DA

Rd = +⋅ ⋅2

2

2

[ver a equação (48), anexo 9].

Caso este comprimento não seja alcançado, o acréscimonecessário deverá ser calculado conforme a Equação(51) (ver anexo 9).

Para o parâmetro de veículos D1) devem ser usados os

seguintes valores:

- Automóvel 4,00 m

- Caminhão 8,00 m

- Reboques 10,00 m

- Ônibus 1 (tipo padrão urbano) 8,00 m

- Ônibus 2 (tipo articulado) 9,00 m

- Ônibus 3 (Megaliner) 11,70 m

Para a determinação do alargamento adicional da pistade trânsito em estradas rurais é recomendado o tipode encontro Reboque/Reboque (tabela 14).

A largura adicional plena imax somente é necessárioaplicar quando o ângulo de modificação da direção

exceder o valor γγγγγimax ,tomando-se como referência o

1) Valores originais das Diretrizes. Poderão ser utilizados sem erros perceptiveis para as nossas situações

Tabela 14: Largura Adicional da Pista de Trânsitoem Curvas.

Tipos de EncontrosDeterminantes

Largura Adicional (com n = 2) para i (m) B ≤ 6,0 m B > 6,0 m

reboque/reboque 30 < R ≤ 400 30 < R ≤ 200

ônibus 2/ônibus 2 30 < R ≤ 320 30 < R ≤ 160

50 · nR

40 · nR

Page 48: Diretrizes para a Concepção de Estradas (DCE)

48 DCE-C - 02/2000

ponto de imax, conforme a Equação (22). Os valores

intermediários para γγγγγexist <<<<< γγγγγimáx são obtidos dasEquações (23) e (24)

γπ

iDR

max = ⋅ ⋅2200

(22)

i nec = p ⋅ i máx (23)

pexist

max=

γγ

3 (24)

onde:

imáx (m) alargamento máximo

γγγγγexist (grados) ângulo de modificação dedireção existente

γγγγγi máx (grados) ângulo de modificação dedireção para atingir o valor deimáx

p (--) fator de redução

Podem ser dispensadas as larguras adicionais da pistade trânsito calculadas abaixo de 0,25 m nas largurasde pista B ≤≤≤≤≤ 6,0 m e as abaixo de 0,50 m nas largurasde pista B >>>>> 6,0 m.

Os cálculos necessários para a determinação da larguraadicional referem-se ao eixo da pista, para todas asfaixas de trânsito. A largura adicional i deve serimplantada no sentido da borda interna, com exeçãodas voltas, onde deve ser implantada no sentido daborda externa.

A transição da largura normal da pista de trânsito nareta para a nova seção transversal na curva acrescidado valor i é realizada sobre todos os três elementos,de acordo com o Anexo 9.

7.6 Voltas

Nas voltas, aplicadas em condições de relevo difíceis,há necessidade de adoção de largura adicionais de pistarelativamente muito grandes, devido ao emprego deraios relativamente pequenos. Por isso, voltas só sãoprojetadas para atender a movimentação geométrica eindependem do deslocamento dinâmico do tráfegoadotado para o trecho normal. Devido à isso, umaseqüência equilibrada e a observação de seqüências deraios não são exigidas.

Como o motorista não espera os raios relativamentemuito pequenos devido às características do trajeto,as voltas devem ser precedidas por uma curva contrária.Além disso, deve haver uma sinalização muito claraem relação à quebra da característica do trajeto, atravésde sinais de trânsito correspondentes. A observânciada visibilidade livre melhora a fluência do tráfego.

Os raios mínimos não podem fixar abaixo de 12,50 mpara o eixo da pista de trânsito e de 5,30 m para oborda interna desta pista. Recomenda-se, para oparâmetro da curva de transição, o intervalo conformea Equação (25).

R ≤ A ≤ 1,2 · R (25)

onde:

A (m) parâmetro da clotóide;

R (m) raio da curva circular

As regras indicadas no Item 7.5 referentes a transiçãoda seção normal para a seção alargada podem seraplicadas nas voltas somente até um raio de R = 30,0m. Para raios menores e até R = 12,50 m é necessárioa implantação de curva de giro. Se os “tipos deencontros determinantes” tiverem que ser empregadostambém nas voltas em razão da importância do tráfegoda estrada, então o alargamento da pista de trânsitoterá que ser feito separadamente para cada faixa detrânsito.

Uma diminuição da inclinação longitudinal na área davolta deve sempre ser almejada para facilitar omovimentação em curvas relativamente “fechadas”.

Page 49: Diretrizes para a Concepção de Estradas (DCE)

49DCE-C - 02/2000

8.1 Distâncias de Visibilidade Necessárias

A segurança do tráfego e a qualidade do desenrolardeste, exigem distâncias de visibilidade acima de umvalor mínimo especificado.

A distância de visibilidade para paradas não tem apenasa função de proporcionar uma parada em tempo hábil,mas também, semelhantemente à velocidade de projeto,de constituir um elemento regulador no projeto queage diretamente sobre o deslocamento dinâmico dotráfego, para assegurar o tempo mínimo de reação epercepção. Esta distância é determinante para aavaliação das condições de visibilidade em estradas depista simples e dupla de todas os grupos de categorias.

A distância de visibilidade necessária paraultrapassagens deve garantir ultrapassagens seguras.Por isto, ela define, adicionalmente, as condições visuaisutilizadas pelo tráfego em sentido contrário de estradasde pista simples da categoria A. Em estradas dascategorias B I e B II, as distâncias de visibilidade paraultrapassagem tem importância secundária.

8.1.1 Distância de Visibilidade Necessária paraParadas

Define-se como distância de visibilidade necessária paraparadas Dp , o trajeto que o motorista precisa paraparar o seu veículo, com a velocidade V85, diante deum obstáculo inesperado na faixa de trânsitocorrespondente. Este trajeto corresponde à distânciapercorrida pelo veículo durante o tempo de percepçãoe de reação, mais a distância de frenagem efetiva. (vero anexo 10).

A distância de visibilidade necessária para paradas podeser determinada no Quadro 31. Deve-se partir das in-clinações longitudinais médias, as quais devem ser de-terminadas de segmento a segmento.

8.1.2 Distância de Visibilidade Necessária paraUltrapassagens

Chama-se de distância de visibilidade necessária paraultrapassagens Du , o percurso necessário para efetuarum processo de ultrapassagem seguro. Esta distânciapode ser obtida da Tabela 15 para estradas em áreasrurais. Para estradas da categoria B I e B II, por moti-vo de segurança do tráfego (tráfego de conversão), nãoexistem exigências quanto a uma distância de visibili-dade necessária para ultrapassagens e, por isto, nestasestradas, não se considera estas distâncias.

As distâncias de visibilidade situadas no intervalo com-preendido entre a metade e o valor pleno da distância

8. Elementos de Projeto relacionados com a Visibilidade

Quadro 31: Distância de Visibilidade Necessáriapara Paradas Dp

Inclinação Longitudinal i (%)

Dist

ânci

a de

Vis

ibili

dade

par

a Pa

rada

s D

p (m

)

Tabela 15: Distância de Visibilidade Necessáriapara Ultrapassagens Du para Estradasdo Grupo de Categoria A

V85 (km/h) Du (m)

60

708090100

475

500525575625

Page 50: Diretrizes para a Concepção de Estradas (DCE)

50 DCE-C - 02/2000

de visibilidade necessária para ultrapassagens gerammanobras de ultrapassagens perigosas e tem efeito pre-judicial sobre a segurança do tráfego.

Em áreas críticas, onde é intencionada uma proibiçãode ultrapassagem, é possível que veículos lentos (trá-fego agrícola) possam ser ultrapassados com seguran-ça. Por isto, nestes casos, deve ser proporcionada apossibilidade de ultrapassagem através de sinalizaçãoadicional.

Podem ocorrer problemas com distâncias de visibilida-de próximos da meia distância visual para ultrapassa-gens. No traçado de um projeto podem ocorrer, na re-alidade, distâncias de visibilidade maiores do que aque-las situadas em cumes coincidentes com retas no pla-no horizontal. Uma vez que estas distâncias se situamna região problemática entre a meia e a plena distân-cia de visibilidade para ultrapassagem, recomenda-se,por motivos de segurança, a determinação da distân-cia de visibilidade espacial.

8.2 As Distâncias de Visibilidade Existentespara Parada e para Ultrapassagem

As efetivas distâncias de visibilidade existentes paraparada e para ultrapassagem de uma estrada são obti-das do traçado, da seção transversal e das margens daestrada (ver anexo 10).

As distâncias de visibilidade existentes são compara-das com as distâncias de visibilidade necessárias pormeio de gráficos de distâncias de visibilidade, os quaisdevem ser elaborados em separado para cada sentidode trânsito (ver anexo 10).

Terão que ser cumpridas especialmente as seguintesexigências:

- a distância de visibilidade para paradas deve existirem todas as estradas e em toda extensão do trecho.

- como valor orientativo para a parte do trecho compossibilidades de ultrapassagens vale a média 20,0a 25,0 %. A distribuição destes segmentos ao lon-go do trecho deve ser a mais homogênea possível.Deve-se observar que uma parte significativa dotrecho não poderá ser utilizada para ultrapassagensdevido a proibições de ultrapassagem impostas oudevido à grande ocorrência de tráfego. Se a quanti-dade existente de distâncias de visibilidade paraultrapassagens for menor do que a quantidade mí-nima acima citada por motivos de proteção ambi-ental ou por motivos econômicos e se for difícil amodificação do traçado para se obter a quantidademínima necessária, então poderão ser criadas pos-sibilidades de ultrapassagem através da implanta-ção de faixas de trânsito adicionais. Segmentos destetipo devem ser incluídos nos cálculos da quantida-de de trajetos com distâncias de visibilidade sufici-ente para ultrapassagens.

- o segmento de visibilidade deve ser executado deacordo com o traçado espacial de modo a serprevisível e reconhecível.

O campo visual deve ser mantido livre. Todos os obstá-culos que prejudiquem a visibilidade até a altura dalinha de visão devem ser permanentemente evitados(p. ex.: taludes, muros de arrimo, veículos estaciona-dos, defensas em áreas de entradas, etc.). Fileiras deárvores em plantação espaçosa, assim como árvores in-dividuais e arbustos, podem permanecer no campo vi-sual a ser mantido livre quando oferecem restrição vi-sual insignificante e quando estas servirem para guiarvisualmente o tráfego ou para a formação do espaçode trânsito.

Page 51: Diretrizes para a Concepção de Estradas (DCE)

51DCE-C - 02/2000

9. Coletânea dos Elementos de Projeto

5060

7080

9010

012

0

1

2

3

4

5

6

7 8

9

10

11

Com

prim

ento

Máx

imo

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eta

Com

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ento

Mín

imo

da R

eta

no c

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Mín

imo

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ido

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- 2

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ão L

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ongi

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Raio

Mín

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Mín

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Grad

ient

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Mín

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Par

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para

i =

0 %

Dist

ânci

a de

Vis

ibili

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Mín

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Exte

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Mín

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Visi

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para

Ult

rapa

ssag

ens

Plano Horizontal Plano VerticalLongitudinal Seção Transversal VisibilidadeEl

emen

tos

de P

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em

Estr

adas

do

Grup

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Cate

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Velo

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Col

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4

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ax(m

)

L m

in(m

)

R m

in(m

)

A m

in(m

)

R m

in(m

)

i m

ax(%

)

i min

(%)

R vv

min

(m)

R vc

min

(

m)

q m

in(%

)

q m

ax(%

)

∆i m

ax

(%

)

∆i m

in

(%

)

D p m

in(m

)

D u m

in(m

)

(%)

4.1.

2

4.1.

2

4.2.

2

4.3.

2

7.2.

3

5.1.

2

5.1.

2

5.2.

2

5.2.

2

7.2.

1

7.2.

1

7.3.

2

7.3.

3

8.1.

1

8.1.

2

8.3

A A A,B

A,B

A,B A B A,B

A,B

A,B

A,B

A,B

A,B

A,B

A,B A A

V p Vp Vp Vp V85

Vp Vp - Vp Vp - - V p Vp V85

V85 -

-1.

200

1.40

01.

600

1.80

02.

000

2.40

0

-

3

6042

0

4

8054

0

6

0072

0

80

1

2018

0

2

5034

0

4

5072

0

30 40

6

0 80

1

10 15

024

0

-

-

55

0

8

50

1

.300

1.90

0

3

.500

9,0

8

,0 7

,0

6

,0

5,0

4

,54,

0

12,0

1

0,0

8,0

7,0

6

,0

5,0

-

0,7

(sem

bor

da-a

lta:

i - ∆

i ≥ 0

,2 %

)

1.40

0

2.

400

3.15

0 4

.400

5.

700

8.

300

16

.000

500

7

501.

000

1.

300

2

.400

3.

800

8

.800

2,5

8,0

0,5·

a

0

,4·a

0,25

·a

0

,225

·a

2,0

(a ≥

4,0

m)

1,6

(a ≥

4,0

m)

1,0

(a ≥

4,0

m)

0,1

· a

a (m

) di

stân

cia

da b

orda

da

pist

a ao

eix

o de

gir

o

50

6

5

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1

10

140

1

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2

50

-

4

7550

0

5

25

575

6

25

-

0,9

(a ≥

4,0

m)

20

Page 52: Diretrizes para a Concepção de Estradas (DCE)

52 DCE-C - 02/2000

Page 53: Diretrizes para a Concepção de Estradas (DCE)

53DCE-C - 02/2000

Anexo 1: Determinação da Velocidade V85 em Estradas de Pista Simples do Grupo de Cate-goria A (relativo ao item 3.2) ......................................................................................................54

Anexo 2: Medidas Compensatórias para Traçados Irregulares na Ampliação de EstradasExistentes ( relativo ao item 4.2.2) .............................................................................................55

Anexo 3: Cálculo dos Raios Mínimos em Curvas (ver itens 4.2.2 e 7.2.3) ..................................56Anexo 4: Geometria da Clotóide (ver item 4.3.1) .........................................................................56Anexo 5: Áreas de Giro da Pista de Trânsito na Curva de Transição (ver item 7.3.2) ..............58Anexo 6: Cálculo das Curvas Verticais ( ver .....................................................................................

item 5.2.1) .....................................................................................................................................60Anexo 7: Correlação entre o Raio Mínimo da Curva Vertical Convexa e a Distância de Visibi-

lidade para Paradas (ver item 5.2.2) ..........................................................................................60Anexo 8: Curva de Fuga [ forma especial de curvas verticais convexas e côncavas (ver item

5.2.2)] ............................................................................................................................................61Anexo 9: Deformação das Bordas da Pista de Trânsito (ver itens 7.4 e 7.5) ..............................61Anexo 10: Determinação da Distância de Visibilidade (ver item 8).............................................63

Glossário ........................................................................................................................ 69

Page 54: Diretrizes para a Concepção de Estradas (DCE)

54 DCE-C - 02/2000

Anexo 1: Determinação da Velocidade V85 em Estradas de Pista Simples do Grupo deCategoria A (relativo ao item 3.2)

Quadro 32: Exemplo para a Determinação da Velocidade V85 em Estradas de Pista Simples do Grupode Categoria A

Vp = 70 km/h B = 6,5 m

Estações

PlanoHorizontal

alteraçõesangulares(grados) CurvaCircular - Clotóide

alteraçõesangulares

(gr) - γ

linha desomatória dasalteraçõesangulares

segmentos comcurvacidadessemelhantes

extensão (km)

curvacidade C (gr/km)

V 85 (km/h)

∆ V (km/h)

V (km/h)

q (V85)

Dp nec (V85)

Dp nec (V85)

∆V exist = 15 km/h > 10 km/h (∆Vadm1)) ∆V exist = 15 km/h > 10 km/h (∆Vadm1))

V85 = f(C) = 100 km/h

V85 = f(C) = 85 km/h

V85 = f(C) = 100 km/h

Vp = 70 km/h

1) Deve-se avaliar quais medidas de transição devem ser previstas em função do valor de ∆V na troca de segmento e em função dafacilidade de reconhecimento da característica do trajeto (ver anexo 2).

Σ

- - - - - - -

7+790

Page 55: Diretrizes para a Concepção de Estradas (DCE)

55DCE-C - 02/2000

Em estradas de pista simples do grupo de categoria A,a velocidade esperada V85

é função em alto grau da

característica do segmento (ver quadro 32). A V85 podeser determinada tanto para uma parte contínua do tre-cho total bem como para uma curva isolada.

Caso 1: Caso Normal de Implantação

A velocidade V85 é determinada para ambos os senti-dos de trânsito, em segmentos e em função dacurvacidade e da largura da pista de trânsito, a partirdo Quadro 33. A curvacidade é a somatória das alte-rações angulares do plano horizontal, tomadas em va-lores absolutos, dentro de um segmento, dividida pelaextensão desse segmento e assim calculada de acordocom a Equação (26). O trecho a ser examinado teráque ser dividido em segmentos de curvacidades seme-lhantes. Os limites desses segmentos podem ser deter-minados, da melhor maneira, a partir da linha com-pensatória traçada sobre a linha da somatória dos va-lores absolutos das alterações angulares de direção (verquadro 32).

Quadro 34: Correlação entre o Raio de Curva R,Largura de Pista B e a Velocidade V85

em Estradas de Pista Simples doGrupo de Categoria A

τi (grados) alteração de ângulo na clotóide

L (m) comprimento do segmento

B (m) largura da pista de acordo com asDCE-S

Caso 2: Caso Normal para Segmentos de Trechosrelativamente Curtos nas Ampliações e nasReformas

Nas medidas de reforma e de ampliação em segmentosde trechos relativamente curtos, a velocidade V85 podetambém ser estimada para curvas isoladas, de acordocom o Quadro 34, utilizando-se a largura da pista detrânsito e o raio da curva.

Quadro 33: Correlação entre a Curvacidade C, aLargura da Pista B e a Velocidade V85

em Estradas de Pista Simples doGrupo de Categoria A

Pista de Trânsito Larga

B=6,5 B=7,5m

Estreita

Velo

cida

de V

85 (

km/h

)

Curvacidade C (gr/km)

Ci

=∑γ

L (26)

onde:

C (grados/km) curvacidade

γi (grados) alteração angular total da curva

γ i = τ1i + α1i + τ2i

αi (grados) alteração de ângulo na curvacircular

Pist

a de

Trâ

nsito

Larg

a

Estre

ita

Velo

cida

de V

85 (

km/h

)

Raio R (m)

Anexo 2: Medidas Compensatórias paraTraçados Irregulares na Ampliaçãode Estradas Existentes ( relativoao item 4.2.2)

Se as correlações de raios exigidas no Quadro 4 (veritem 4.2.2) não puderem ser cumpridas na ampliaçãode estradas existentes, recomenda-se então chamar aatenção para as irregularidades na seqüência dos raiospor meio de melhorias na condução ótica (sinalizaçãoviva, aumento da inclinação transversal da curva oubalizadores) e/ou através de uma sinalização por meiode placas, as quais advertem para a inconstância darelação de raios. O Quadro 35 oferece informações sobreas medidas possíveis. Deve ser considerado que o riscode acidentes cresce em direção ao ponto zero do dia-grama.

Page 56: Diretrizes para a Concepção de Estradas (DCE)

56 DCE-C - 02/2000

Anexo 3: Cálculo dos Raios Mínimos emCurvas (ver itens 4.2.2 e 7.2.3)

Da Equação (27) resultam os raios mínimos de curvascirculares para q = 2,5% e q = 7,0% contidos naTabela 17. Não é permitido uma variante de raios mí-nimos de curva circulares com q = 8,0%. A inclinaçãotransversal máxima de q = 8,0% de acordo com aEquação (15), leva em consideração, nodimensionamento da inclinação transversal, tambémas velocidades radiais superiores determinadas com aV85.

( ) ( )RV

g f n qV

f n qmin

R max R max=

+=

+⋅ ⋅ ⋅ ⋅ ⋅36 127

2

, (27)

onde:

R min (m) raio mínimo da curva circular

V (km/h) velocidade

utilizar:

Vp (km/h) quando a inclinação transversal tiver caimento no sentido daborda interna da curva

V85 (km/h) quando a inclinação transversaltiver caimento no sentido daborda externa da curva

g (m/s2) aceleração da gravidade

fΤ max. (--) coeficiente de aceleraçãotangencial máximo (a 95 % dosvalores do coeficiente de atrito)

fV V

Tmax = ⋅

− ⋅

+0 241100

0 721100

0 7082

, , ,

Vp (km/h)Rmin (m)

q = 7,0 %n= 50 %

qmin = 2,5 %n= 10 %

5060708090100120

80120180250340450720

320490700980140017002700

Quadro 35: Apoio para Medidas Adequadas em casoda impossibilidade de evitar umTraçado Inconstante na Ampliação deEstradas Existentes.

Tabela 17: Raios Mínimos de Curva CircularHorizontal [valores de acordo com aequação (27) e arredondados]

Raio

da

Curv

a R

(m)

Recomendação:curvacidade do segmento 300 - 500m antes da curva

conforme oquadro 4

Área

Apropriada

Área AceitávelPlaca Indicadora de Curva e

Eventualmente Placa

Indicadora de ConduçãoPlaca Indicadora de Condução

Curvacidade C (grados/km)

fR max. (--) coeficiente de aceleração radial [fR max =0,925 · fΤ máx]

onde:

n (--) aproveitamento do coeficiente deaceleração radial máximo

q (--) inclinação transversal (usar com sinal negativo no caso de caimento no sentido da borda externa da curva)

Quadro 36: Pontos Característicos da Clotóide

Anexo 4: Geometria da Clotóide (ver item4.3.1)

Todas as clotóides são geometricamente semelhantesentre si. Devido a isto, em todas as clotóides, nos pon-tos de mesmas formas, aparecem os mesmos ângulosde direção e os mesmos valores de forma e de propor-ção r/a = R/A = constante. Estes pontos da curvasão chamados de pontos característicos e são defini-dos, claramente, através do raio r da clotóide unitá-ria (a=1) para todas as clotóides (Quadro 36 e tabela18)

2

2

Page 57: Diretrizes para a Concepção de Estradas (DCE)

57DCE-C - 02/2000

Quadro 37: Geometria da clotóide

A lei de formação da clotóide é:

A2 = R ⋅ L (28)

τ ( )radLR

= ⋅2 (29)

τ π( )grLR

gr= ⋅ ⋅2

200 (30)

XLR

dLO

L

= ∫ ⋅cos2

22 (31)

YLR

dLO

L

= ∫ ⋅sen2

22 (32)

Desenvolvimento da série para X, Y, ∆R e XC

X A Ll l l l= − + − +

5 9 13 17

40 3456 599040 175472640 (33)

Y Al l l l= − + −

3 7 11 15

6 336 42240 9676800 (34)

∆R Al l l l= − + −

3 7 11 15

24 2680 506880 154828800 (35)

X Al l l l

C = − + −

2 240 34560 8386560

5 9 13

(36)

O número de membros é suficiente para uma precisãode 1,0 mm até A = 3.000 m. (l = L / A)

R (m) raio da circunferência de adaptação aoponto P da clotóide

A (m) parâmetro da clotóide

L (m) extensão da clotóide do ponto inicialao ponto P

τ ângulo entre as tangentes no pontoinicial e no ponto P

X, Y coordenadas retangulares do ponto P

XC abcissa do centro da curva

∆R (m) distância entre a tangente da curva noponto inicial e a circunferência deadaptação

Para cálculos aproximados de X,Y e ∆R, em função deL e R, são suficientes as seguintes fórmulas expressasem L e R:

X ≅ L (37)

YL

R≅

2

6 (38)

∆RL

R≅ ⋅

2

24 (39)

Tabela 18: Parâmetros dos Pontos Característicos da Clotóide

PontosCaracterísticos τ (grados) τ (rad.) A R L

1 31,83 0,50 1,00 R 1,00 L 1,00 A 1,00 L 1,00 A 1,00 R

1,5 14,16 0,22 0,67 R 1,50 L 1,50 A 2,25 L 0,67 A 0,45 R

2 7,96 0,13 0,50 R 2,00 L 2,00 A 4,00 L 0,50 A 0,25 R

3 3,54 0,06 0,33 R 3,00 L 3,00 A 9,00 L 0,33 A 0,11 R

4 1,99 0,03 0,25 R 4,00 L 4,00 A 16,00 L 0,25 A 0,06 R

5 1,27 0,02 0,20 R 5,00 L 5,00 A 25,00 L 0,20 A 0,04 R

6 0,89 0,01 0,17 R 6,00 L 6,00 A 36,00 L 0,17 A 0,03 R

0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00

R

A

100

r2.π1

2r 2 R

rr ⋅ L r ⋅ A r2 ⋅ L A

r

R

r2

8

·

Circunferênciade Adaptação

τ

ponto zero ≡ ≡ ≡ ≡ ≡ ponto de inflexão

∆R

Page 58: Diretrizes para a Concepção de Estradas (DCE)

58 DCE-C - 02/2000

Anexo 5: Áreas de Giro da Pista de Trânsito na Curva de Transição (ver item 7.3.2)

Quadro 38: Exemplo de um Segmento Curto de Giro

Quadro 39: Exemplo de um Segmento Longo de Giro com Giros Diferenciados (ver item 7.3.3)

q máx.

q máx.

Linha de Rampasborda direita

eixo da pista

borda esquerdaq = q max.q = q máx.

q = 0

q máx.

q min.

q min.

Linha de Rampasborda direita

eixo da pista

borda esquerdaq = q min.q = q máx. q = 0 q = q min. q = q máx.

q máx.

Page 59: Diretrizes para a Concepção de Estradas (DCE)

59DCE-C - 02/2000

q máx.

q min.

q min.

q máx.

Linha de Rampas borda direita

eixo da pista

borda esquerdaq = q min.q = q máx. q = q min. q = q máx.

Quadro 40: Exemplo de um Segmento Longo de Giro com Giro Oblíquo. (ver item 7.3.3)

Quadro 41: Vista de um Segmento com GiroOblíquo (representação exagerada).

Cálculo do Comprimento Mínimo da Clotóide apartir da Condição do Perfil Longitudinal da Bordae do Giro da Pista de Trânsito

Na maioria dos casos, há uma necessidade de umcomprimento de clotóide para a distribuição dainclinação transversal e para o giro da pista de trânsito,pois, as condições conforme o Item 4.3.2, são amplas.Caso se torne necessário calcular o parâmetro mínimoda clotóide a partir destas condições, deve-se usar asseguintes fórmulas:

Clotóide Simples:

( )A

a q qRmin

max

f i=−⋅ ⋅

∆i (40)

Segmento de Clotóide:

( )A

a q q

R R

min

max

f i=−

⋅∆i1

2

1

1 (41)

onde:

Amin (m) parâmetro mínimo da clotóide.

a (m) distância da borda da pista detrânsito ao eixo de giro.

qf (%) inclinação transversal no final daclotóide

qi (%) inclinação transversal no início daclotóide

q2 (%) inclinação transversal no final dosegmento de clotoide

q1 (%) inclinação transversal no início dosegmento de clotóide (usar qi e q

1

negativamente quando foremcontrários a qf e q2)

Page 60: Diretrizes para a Concepção de Estradas (DCE)

60 DCE-C - 02/2000

∆imax. (%) gradiente de inclinaçãolongitudinal

R (m) raio no final da clotóide

R2 (m) raio no final do segmento declotóide

R1 (m) raio no início do segmento declotóide

Anexo 6: Cálculo das Curvas Verticais ( veritem 5.2.1)

i(x) (%) inclinação longitudinal em um pontoqualquer da curva vertical.

y(x) (m) ordenada de um ponto qualquer da curva

xs (m) abcissa do vértice.

f (m) flecha da parábola.

M ponto da curva na vertical do PIV.

s ponto extremo da curva vertical, emrelação à horizontal (vértice)

PIV ponto de inflexão vertical

Quadro 42: Cálculo de Curvas Verticais com aUtilização de Parábola do 2º Grau.

Anexo 7: Correlação entre o Raio Mínimo daCurva Vertical Convexa e aDistância de Visibilidade paraParadas (ver item 5.2.2)

Os raios mínimos das curvas verticais convexas daTabela 10 (ver item 5.2.2) provém da experiência.Entre o raio mínimo da curva convexa Rvv , a distânciade visibilidade para paradas Dp a altura do olho domotorista ho, e a altura do ponto de visada hv, existe,conforme um modelo de medição geométrica, a seguinterelação (quadro 43):

altura do olhodo motorista

altura do pontode visada

ho

hv

Rvv Rvv

Dp

PIV

Rv

i1

i2

x Rvs = ⋅i1100

(42)

i i ( )xxRv

= + ⋅1 100 (43)

y x xxRv

( ) = +⋅ ⋅i12

100100 (44)

TRv= −

⋅2 100

2 1i i (45)

fTRv

T Rv= = −

= −

⋅ ⋅ ⋅

2

2 4 100 8 1002 1 2 1i i i i

(46)

Regras para os sinais:

Aclive : positivo (+i1, +i2)

Declive: negativo (-i1, -i2)Raio da Curva Côncava (Rvc): positivo (+Rv)

Raio da Curva Convexa (RVV): negativo (-RV)

Rv (m) parâmetro da parábola do 2º grau (raioda circunferência de adaptação novértice).

T (m) comprimento da tangente

i1 ,i2 (%) inclinação longitudinal da tangente

( )Rvv min

Dp

ho hv =

⋅ +

2

22 (47)

Rvv mín (m) raio mínimo da curva vertical convexa.

Dp (m) distância de visibilidade necessáriapara paradas (ver o quadro 31)

h0 (m) altura do olho do motorista

hv (m) altura do ponto de visada (verquadro 43 e tabela 20)

Quadro 43: Distâncias de Visibilidade Necessáriaspara Paradas e para Ultrapassagens emCurvas Verticais Convexas

2

Page 61: Diretrizes para a Concepção de Estradas (DCE)

61DCE-C - 02/2000

As alturas do ponto de visada constantes da Tabela20 (anexo 10) foram calculadas a partir dos raiosmínimos das curvas verticais convexas da Tabela 10(ver item 5.2.2), assim como da distância devisibilidade necessária para paradas do Quadro 31 (veritem 8.1.1), sob as seguintes condições periféricas deinfluência adotadas:

- V85 = Vp + 10 km/h

- o percurso total para parada se situa na região doponto extremo (vértice) da curva com umainclinação longitudinal média de im = ± 0,0 % (nametade anterior e na metade posterior desta regiãodo ponto de vértice).

Nos cálculos dos raios das curvas verticais convexascom meia e total distância visual de ultrapassagem foiutilizado a altura do olho do motorista h0 de acordocom a Tabela 20 e a distância de visibilidade paraultrapassagens da Tabela 15.

A correlação entre as distâncias de visibilidade paraultrapassagens e as velocidades de projeto é tambémresultante das condições de influências periféricasacima citadas.

Anexo 8: Curva de Fuga [ forma especial decurvas verticais convexas ecôncavas (ver item 5.2.2)]

A curva de fuga facilita o reconhecimento do traçadoda estrada na área da curva, pois a curva espacialdeterminada pelo raio da curva no plano horizontal epelo raio no plano vertical se situa em uma área planainclinada (ver quadro 44). Através desta visãotridimensional são ampliadas as distâncias devisibilidade em relação àquelas determinadasbidimensionalmente segundo o Anexo 7.

Anexo 9: Deformação das Bordas da Pista deTrânsito (ver itens 7.4 e 7.5)

As deformações das bordas da pista de trânsito sãonecessárias:

- na implantação de faixas adicionais para saídas ouentradas em interseções (alargamentos de pista).

- na implantação de alargamentos de pista de trânsitoem curvas

- na consideração de curvas de giro na implantação devoltas

a) Cálculo dos Comprimentos de Deformação emAlargamentos de Pista

Quadro 44: Curva de Fuga

Curva de Fuga

Plano Horizontal

Plan

o In

clin

ado

Plano Vertica

l

L DL

DA

Rd = ⋅ + = ⋅ +

⋅2

22

2

2

(48)

onde:

Ld (m) comprimento da deformação

D (m) eixo de reboque (distância entre eixos +balanço dianteiro)

A (m) parâmetro da clotóide

L (m) comprimento da clotóide

R (m) raio

Quadro 45: Seqüência Reta - Clotóide - CurvaCircular (ver item 7.4)

b) Deformação de Borda de Pista com DuasParábolas Quadráticas sem Reta Intermediária:

i

in

i2

Ld2

Ld2

Ld

Ln

Page 62: Diretrizes para a Concepção de Estradas (DCE)

62 DCE-C - 02/2000

in i LnLd

= ⋅ ⋅2 2

2 para 0 ≤ Ln ≤ Ld2

(49a)

( )in ii Ld Ln

Ld= −

⋅ ⋅ −2 2

2 para Ld2

≤ Ln ≤ Ld (49 b)

onde:

i (m) alargamento total da pista

Ld (m) comprimento da deformação

in (m) alargamento da pista num determinadoponto.

Ln (m) extensão da deformação até um pontodeterminado.

Quadro 46: Deformação das Bordas da Pista deRodagem em caso de Alargamentos(ver ítem 7.4)

c) Deformação de Borda de Pistas com DuasParábolas Quadráticas com Reta Intermediária

in iL

Ln=⋅

⋅30 0

2

,para 0 ≤ Ln ≤ 15,0 m (50 a)

( )in iL

Ln m= ⋅ − 75, para 15,0m ≤ Ln ≤(Ld - 15,0m) (50 b)

TransiçãoReta Circular

Ld

Tabela 19: Configuração Unitária para a Deformação conforme o Quadro 46

in i

Ln

Ld

in = en · i

Page 63: Diretrizes para a Concepção de Estradas (DCE)

63DCE-C - 02/2000

( )in ii

LLd Ln= −

⋅⋅ −

3002

, para (Ld - 15,0m) ≤ Ln

≤ Ld

(50 c)

onde:

i (m) alargamento total da pista

L (m) comprimento da clotóide

Ld (m) comprimento da deformação = L + 15,0 m

Ln (m) extensão da deformação até um pontodeterminado

Quadro 48: Alargamento de Pista numa ClotóideReversa (distribuição do alargamentoconforme o quadro 47)

onde:

i1 (m) alargamento da pista no início daclotóide oval

i2 (m) alargamento da pista no fim da clotóideoval

L (m) comprimento da clotóide oval =comprimento da deformação

in (m) alargamento da pista num determinadoponto

Ln (m) extensão da deformação até um pontodeterminado.

Quadro 49: Alargamento de Pista numa ClotóideOval.

Anexo 10: Determinação da Distância deVisibilidade (ver item 8)

Determinação da Distância de VisibilidadeNecessária para Paradas

A distância de visibilidade para paradas é calculadaatravés das seguintes equações:

D D Dp = +1 2 (53)

DV

tR10

3 6= ⋅

, (54)

Dg

V

f Vi R

P

dVT

a

a

V

V

2

1

213 6

100

2=

⋅⋅

+ +∫, ( ) (55)

onde:

Dp (m) distância de visibilidade para paradas

D1 (m) distância percorrida no tempo depercepção e reação

D2 (m) distância de frenagem

V (km/h) velocidade

Vo (km/h) velocidade no início da frenagem

tR (s) tempo de percepção e reação (tR = 2 s)

g (m/s2) aceleração da gravidade

Ld2

Ld1

in (m) alargamento da pista num determinadoponto.

Ln (m) extensão da deformação até um pontodeterminado.

Quadro 47 : Deformação da Borda da Pista emcasos de Alargamentos (ver item7.5)

d) deformação em alargamentos de pista de trân-sito através de distribuição linear.

Se o desenvolvimento da parte circular for menor doque 15,0 m, então as áreas de deformação começam eterminam no meio da curva circular. Se a proporção

for de Li

>>>>> 20, então a deformação no segmento da

curva de transição poderá ser executada linearmente.

ii

LLn

dn= ⋅ (51)

onde:

i (m) alargamento total da pista de trânsito

Ld (m) comprimento da curva de transição =comprimento da deformação

in (m) alargamento da pista de trânsito numdeterminado ponto

Page 64: Diretrizes para a Concepção de Estradas (DCE)

64 DCE-C - 02/2000

fT (--) coeficiente de atrito tangencial

fV V

T = ⋅

− ⋅

+0 241100

0 721100

0 7082

, , ,

onde:

i (%) inclinação longitudinal (positivo:aclive; negativo: declive).

Ra (N) resistência do ar de um automóvel.

Pa (N) peso de um automóvel.

Ra / Pa = 0,327 · 10- 4 V

3 6

2

,

A distância necessária para paradas é igual na curva ena reta.

A Integral (55) pode ser resolvida para o processo defrenagem aplicando os seguintes parâmetros : V2 = Vo= V85; V1 = 0 com fR = 0 e fT = f(v), como:

D

V V

2

0 0

14780266

100072

100 1000708

1000708

2

=

− + +

+

+⋅⋅ ⋅

, ln, , ,

,

i

i

(56)

arctg

V

V

0

0

2131064

1000233

1001064

1000233

2100

0721100

142⋅ +

+

− +

⋅⋅ ⋅

⋅ ⋅,,

,,

, ,

i

i

i

onde:

D2 (m) distância de frenagem

V0 (km/h) velocidade no início da frenagem

i (%) inclinação longitudinal média aolongo do percurso de frenagem(colocar negativo para declives)

Modelo da Distância para Ultrapassagens

A distância necessária para ultrapassagens se compõedo trajeto percorrido pelo veículo ultrapassante e peloveículo que vem em sentido contrário durante o tem-po de duração da manobra de ultrapassagem, bem comoda distância de segurança entre os dois veículos nofinal do processo (ver quadro 50). A distância de visi-bilidade para ultrapassagens depende então, neste caso,da velocidade V85.

Determinação das Distâncias de VisibilidadeExistentes (ver o item 8.2)

A capacidade de percepção da visão humana é limita-da. Obstáculos na pista precisam ter um tamanho mí-nimo para que possam ser vistos e reconhecidos a par-tir de uma certa distância. Essa percepção mínima de-pende da capacidade visual humana, das qualidadesóticas do obstáculo e da pista, assim como das cir-cunstâncias de luminosidade e de condições climáti-cas. Obstáculos grandes demais para serem atropela-dos, podem, mesmo assim, ser pequenos demais paraserem observados em tempo hábil ao se transitar coma velocidade determinante. Por isso, também, não épossível padronizar um obstáculo, suas medidas e suasqualidades óticas na medição da distância de visibili-dade para paradas, de modo que se terá que partirsempre de um modelo para a determinação da distân-cia de visibilidade que seja geometricamente, psicolo-gicamente e fisiologicamente sensatos, o qual, mesmoassim, ainda não é satisfatório. Mesmo existindo emcada local do projeto as distâncias de visibilidade paraparadas exigidas, não se pode assegurar, em todos oscasos, o reconhecimento de pequenos obstáculos. De-vido a isso, fala-se nas diretrizes, da altura de um pontode visada e não da altura de um ponto de obstáculo.

Para a determinação das distâncias de visibilidade valemas seguintes regras:

- a determinação terá que ser feita sob consideraçãodo espaço da estrada. Devem ser considerados todosos dispositivos da própria estrada em si, bem comoplantações eventualmente existentes e as previstas

- a determinação deve ser feita para cada tipo dedistância de visibilidade, em ambos os sentidos detrânsito

- como dado de entrada para a determinação das

Distância Necessária paraUltrapassagem

Percurso do UltrapassantePercurso do Veículoque vem em Sentido

Contrário

Percursso doVeículo a serUltrapassado

Afastamento deSegurança

Legenda

veículo no início do processo de ultrapassagemveículo no final do processo de ultrapassagem

Quadro 50: Modelo da Distância de Visibilidadepara Ultrapassagem

≅ ≅

≅≅

Page 65: Diretrizes para a Concepção de Estradas (DCE)

65DCE-C - 02/2000

distâncias de visibilidade devem ser adotadas asgrandezas e os valores apresentados na Tabela 20.Estes estão representados e explicadosadicionalmente no Anexo 7

- a altura do olho do motorista em relação a pista detrânsito e do ponto de visada estão contidos noQuadro 51, separadamente em distância paraparada e distância para ultrapassagens

Para uma primeira determinação das distâncias de vi-sibilidade, os eixos das faixas de trânsito em estradasde pista simples ou dupla podem ser escolhidos comolinhas de referência. Em caso de valores limites destasdistâncias, devem ser determinadas para a faixa maiscrítica dentro de uma mesma pista de trânsito.

Caso a distância de visibilidade para paradas não pos-sa ser atingida, deverá então ser considerada uma li-mitação de velocidade em pista molhada. As distânci-as de visibilidade para paradas em pista seca podemser determinadas de modo aproximado utilizando-seas Equações (57) até (59) com a adoção de um coe-ficiente de atrito tangencial de fT = 0,8.

D D Dp = +1 2 (57)

DV

tR185

3 6= ⋅

, (58)

Dg

V

fT

2851

2 3 6100

2

2

=⋅ ⋅

⋅+, i (59)

onde:

Dp (m) distância de visibilidade para paradas

D1 (m) distância percorrida no tempo depercepção e reação

D2 (m) distância de frenagem

V85 (km/h) velocidade no início da frenagem

tR (s) tempo de percepção e reação (tR = 2s)

g (m/s2) aceleração da gravidade

fT (--) coeficiente de atrito tangencial

i (%) inclinação longitudinal (positiva:aclive, negativa: declive)

Olho doMotorista

Posição Altura

h0 (m)

Ponto de Visada

Posição V85

(km/h)Alturah2 (m)

distânciade

visibilidadepara

paradas

no eixo daprópriafaixa detrânsito

1,0 no eixoda

própriafaixa detrânsito

60

70

80

90

100

110

120

130

0,00

0,05

0,15

0,25

0,35

0,40

0,45

0,45

distância devisibilidade

paraultrapassagens

no eixoda

própriafaixa detrânsito

1,0

no eixoda faixa

desentidooposto

1,0

Tabela 20 : Dados de Entradas para a Determinaçãode Distâncias de Visibilidade Existentes

Olho doMotorista

Pv1Pv2

Pv3

Olho doMotorista

Pv1

Pv2

possíveis trajetórias visuais do olho do motorista até o pontode visada para a determinação das distâncias paraultrapassagens

possíveis trajetórias visuais do olho do motorista até o pontode visada para a determinação das distâncias para paradas

Quadro 51: Posição do Olho do Motorista e doPonto de Visada para a Determinaçãodas Distâncias de Visibilidade paraParadas e para Ultrapassagens

Page 66: Diretrizes para a Concepção de Estradas (DCE)

66 DCE-C - 02/2000Quadro 52: Exemplo de uma Análise da Distância de Visibilidade

Sent

ido

de T

râns

ito

Dist

ânci

a de

Vis

ibili

dade

Nec

essá

ria

para

Par

adas

Dist

ânci

a de

Vis

ibili

dade

Exis

tent

e pa

ra P

arad

as

Esta

ções

Dp (m)

Page 67: Diretrizes para a Concepção de Estradas (DCE)

67DCE-C - 02/2000

Garantia de Obtenção da Distância de VisibilidadeNecessária para Paradas em Curvas à Esquerda dePistas de Único Sentido de Trânsito

A observação dos raios mínimos no traçado de umaestrada não garante que seja sempre alcançada adistância de visibilidade necessária na faixa de trânsitoesquerda em pistas de único sentido. Em raiosrelativamente pequenos, a vegetação, cercas anti-ofuscantes ou paredes anti-ruído reduzem a distânciade visibilidade. Deve ser verificado, caso a caso, emfunção do traçado espacial, se as defensas situadas noespaço central constituem impedimentos visuais. Casouma curva à esquerda com ângulo central relativamentegrande coincida com um cume, constata-se que adefensa no espaço central é uma limitação visual, poisela limita o reconhecimento de eventuais obstáculosna faixa esquerda. De qualquer maneira, deve serassegurado o reconhecimento, em tempo hábil, de umveículo parado (p. ex.: o último veículo de umcongestionamento).

As grandezas determinantes para a redução da distânciade visibilidade são: o raio da curva e o afastamento doobstáculo em relação ao olho do motorista. Estadistância é influenciada pela concepção da seçãotransversal (largura da faixa esquerda de trânsito ,posição da borda interna da pista e da metade do espaçocentral separador menos a largura do obstáculo visual)e pela trajetória dos veículos.

As correlações da distância de visibilidade para paradasnecessária com diversas velocidades e as distancias devisibilidade realmente existentes estão representadasno Quadro 54. Por isto, são considerados os raios dascurvas e a distância entre a borda interna da faixa detrânsito esquerda e o obstáculo em questão no espaçocentral.

Tabela 21: Afastamentos que devem existir entre a Borda da Faixa de Rodagem e o Obstáculo Visual noEspaço Central Separador em Seções Transversais Padrão

Medidas (m) SP 20 SP 26 SP 29,5 SP 33 SP 35,5

Meia Largura da Faixa Central Separadora 1,00 1,50 1,75 1,50 1,75

Meia Largura do ObstÆculo V isual (p . ex.defensa em cumes)

- 0,40 - 0,40 - 0,40 - 0,40 - 0,40

Largura de Faixa da Borda Interna + 0,50 + 0,50 + 0,75 + 0,50 + 0,75

Afastamento a entre a Faixa de Trânsito

e o ObstÆculo V isual= 1 ,10 = 1 ,60 = 2 ,10 = 1 ,60 = 2 ,10

O Quadro 54 se baseia nas seguintes premissas (quadro53)

- o veículo se desloca na faixa de trânsito esquerda detal modo que o olho do motorista (B) se posiciona,independentemente da largura da faixa de trânsi-to, com um afastamento b = 1,80 m em relaçãoborda desta faixa (ou seja, a distância entre a linhada visão do motorista e a borda esquerda da faixade trânsito é considerada constante).

- um eventual obstáculo (C) se encontra na faixa detrânsito esquerda também com afastamento b =1,80 m em relação à borda esquerda desta faixa.

No lado direito do diagrama do Quadro 54 é dada adistancia de visibilidade necessária em pista molhadapara diversas velocidades com diferentes inclinaçõeslongitudinais. Com o uso desta distância de visibilida-de para paradas necessária, pode ser obtido, em fun-ção do raio escolhido, o afastamento (incluída a faixade borda) que deve ter um obstáculo visual em relaçãoà borda da faixa de trânsito esquerda para que sejacumprida a condição de visibilidade.

Para o exemplo apresentado de uma estrada B I e parauma velocidade V85 de 100 km/h resulta uma distân-cia de visibilidade necessária para paradas de 172,0m. Para que seja efetiva esta distância de visibilidadepara paradas com as premissas geométricas acima ci-tadas, o afastamento a de um obstáculo visual da bor-da da faixa de trânsito esquerda deveria ser de no mí-nimo 6,40 m, para um raio mínimo de R = 450 m,permitido para uma velocidade Vp = 100 km/h. Comum raio R = 1.000 m é necessário um afastamento dea > 1,90 m. Em uma implantação feita de acordo comas diretrizes, determina-se, a partir destes valores, ovalor do afastamento a na Tabela 21.

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Quadro 53: Modelo Geométrico para a Determinação das Distâncias de Visibilidade em Pistas de ÚnicoSentido em Curvas à Esquerda

B olho do motoristaC obstáculo presumidoR raio da curva circularb afastamento do olho (B) ou do obstáculo presumido

(C) em relação à borda esquerda da faixa de trânsitoesquerda (presume-se: b = 1,80 m = constante)

a afastamento da faixa de trânsito em relação aoobstáculo visual com inclusão da calha para drena-gemCorte A-A

Faixa deTrânsitoEsquerda

Faixa deTrânsitoDireita

a b

a b

∆R

Quadro 54: Distância de Visibilidade Necessária para Paradas e Afastamentos Necessários entre aBorda Esquerda da Faixa de Trânsito Interna de uma Pista de Único Sentido e ObstáculosVisuais no Espaço Central Separador.

Du (m) Dp

Pista Molhada

Pista Secai = 0%

iiiii

a (m) V85 (km/h)

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Glossário

Trânsito : é o movimento. O ato de se deslocar.

Tráfego : são os elementos participantes do trânsito.

Estradas de Pista Simples : sem quaisquer complementação do nome, são estradas com duas faixas de trânsito,numa única pista , sem separação construtiva entre as faixas, com dois sentidos de trânsito, podendo os veículos deum dos sentido ocupar temporáriamente a faixa destinada aos veículos do outro sentido

Estradas de Pista Simples (2+1) : são estradas com três faixas de trânsito, numa única pista, com dois sentidos detrânsito, com alternância de uso das duas faixas para ambos os sentidos em segmentos regulares

Estradas de Pista Dupla : são estradas de quatro ou mais faixas de trânsito, divididas para atender os doissentidos , com ou sem separação construtiva dos sentidos

Deslocamento Geométrico : é a movimentação curvilínea em baixa velocidade de um veículo automotor, isto é, aforça centrífuga que aparece nestes casos é despresível

Deslocamento Dinâmico : é a movimentação curvilínea de um veículo automotor numa velocidade considerável,isto é, a força centrífuga que aparece nestes casos já não é despresível

INTERSEÇÃO : Situação de encontro de duas ou mais estradas ( interligação ) e também o nome do dispositivodisciplinador dos movimentos de interligação

Braço de uma Interseção : É toda embocadura de uma interseção

Interseção de Nível Único : Interseção onde as manobras de cruzamento são feitos num mesmo nível

Interseção a Níveis Diversos : Interseção onde as manobras de cruzamento são feitas em níveis diferentes

Acesso : Interseção com três braços. Uma estrada emboca numa outra estrada direta ( interseção em forma de T )

Cruzamento : Interseção com quatro braços. Encontro de duas estradas, com ambas tendo continuidade após oponto de encontro

Movimentos numa Interseção :

Conversão : É todo movimento de mudança de rota de um participante do trânsito

Tipos de Conversão :

a) Em Interseções de Mesmo Nível

Nestes casos a estrada de passagem direta ( preferencial ) é o referencial. Temos então :

Saida à Direita : manobra de conversão à direita, da preferencial para a secundária

Saida à Esquerda : manobra de conversão à esquerda, da preferencial para a secundária

Entrada à Esquerda : manobra de conversão à esquerda, da secundária para a preferencial

Entrada à Direita : manobra de conversão à direita, da secundária para a preferencial

Cruzamento : manobra de transpor a pista da estrada preferencial vindo da secundária

b) Em Interseções a Níveis Diversos

Nestes casos temos três situações a considerar:

1 - Acesso ( em forma de T )

Entrada à Esquerda : Manobra Braço Secundário - Braço Preferencial à Esquerda

Entrada à Direita : Manobra Braço Secundário - Braço Preferencial à Direita

Saida à Esquerda : Manobra Braço Preferencial - Braço Secundário à Esquerda

Saida à Direita : Manobra Braço Preferencial - Braço Secundário à Esquerda

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Obs. : para efeito de Direita ou Esquerda considera-se a posição relativa do condutor na interseção

2 – Cruzamento de Auto-Estradas: Neste tipo de interseção não se define uma preferencial com no tipo acesso.Portanto, as manobras de interligação serão nominadas simplesmente como saidas e a complementação esquerdaou direita dependerá somente se o movimento de ingresso na outra estrada for à esquerda ou à direita, relativamentea posição na interseção.

3 – Em algumas situações poderão aparecer as estradas referenciais dos movimentos. Na ausência destas referênci-as, os movimentos são sempre referenciados a estrada principal.

Saidas e Entradas: sem qualquer complementação referem-se somente a saidas e entradas relativamente à umapista de trânsito

Faixa ou Segmento para Acomodação : Faixas ou Segmentos destinados para a adaptação dos veículos quandovão mudar sua situação de trânsito, isto é, vão parar, sair, entrar, etc..

Faixa ou Segmento para Posicionamento ou Armazenamento: Faixas ou Segmentos destinados para paradas earmazenamento de veículos obrigados a dar a preferência em suas manobras de conversão