diretoria um novo paradigma: a criação da fundação de...

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3 diretoria Um novo paradigma: a criação da Fundação de Pesquisa da SBC A seguir, o texto com as perguntas mais freqüentes dos sócios e as respostas dadas pelo presidente da SBC: Quais os objetivos da SBC e por que uma Fundação de Pesquisa? O objeto social da SBC é congregar os cardiologistas, promover congressos, cursos de atualização e campanhas de prevenção de doen- ças cardiovasculares, e fomentar pesquisas epidemiológicas e clínicas. Trata-se, portanto, de cumprir uma regra estatutária. A Fundação de Pesquisa, organização não-governamental, é o me- lhor instrumento para se alcançar esse objetivo. Essa é uma experiência mundial. Outros modelos não tiveram sucesso dentro da SBC nos últimos 60 anos. Esse assunto tem sido debatido de forma correta dentro da SBC? Há um ano a Diretoria nomeou uma Comissão de Pesquisa e um Grupo de Trabalho, que redigiram o Regimento da Comissão e a mi- nuta do Estatuto da Fundação. O Departamento Jurídico já consultou e teve pré-aprovação dessa minuta pelo Ministério Público. A Fundação de Pesquisa da SBC vai preencher uma lacuna, levando essa Sociedade a coordenar pesquisa em Cardiologia, o que nunca foi feito por essa entidade, ao contrário das congêneres de outros países, e apesar da orientação estatutária de fomentá-la. Essa é a posição do presidente da SBC, José Péricles Esteves, que reuniu as perguntas mais freqüentes que tem recebido dos sócios sobre a Fundação, respondendo uma a uma, com o objetivo de esclarecer, de maneira definitiva, a necessidade da iniciativa. Na abertura da relação de perguntas, o presidente se dirige a todos os sócios, dizendo: “Colegas, solicito um pouco de tempo para tirar as dúvidas que porventura existam sobre o projeto de criação da Fundação de Pesquisa da SBC”. Cordialmente, José Péricles Esteves Presidente da SBC A Diretoria também tem debatido com os delegados da SBC, agendando com eles uma reunião administrativa, e convocou uma Assembléia Geral para votação da Reforma Estatutária em 22 de junho (Teresópolis, RJ). A Diretoria tem poder para tomar essas iniciativas? A Diretoria tem essa prerrogativa estatutária, conforme o Arti- go 7.6(d) do Estatuto: “constituir e extinguir, a qualquer tempo, comissões para atividades específicas, nomeando e destituindo seus integrantes”. Como existem diversas propostas de reforma estatutária relevan- tes para a SBC, e baseada no Estatuto, está justificada a convocação da AGAD, conforme o Artigo 5.2 (b): “por ocasião de outro evento cien- tífico organizado pela SBC ou qualquer de suas sociedades estaduais filiadas”. A Fundação seria independente da SBC, com prováveis problemas na sua gestão? O presidente da SBC será o presidente da Fundação a ser criada. Seu JORNAL SBC 81.pmd 23/05/2007, 13:49 3

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diretoriaUm novo paradigma:a criação da Fundação de Pesquisa da SBC

A seguir, o texto com as perguntas mais freqüentes dos sócios e asrespostas dadas pelo presidente da SBC:

Quais os objetivos da SBC e por que umaFundação de Pesquisa?

O objeto social da SBC é congregar os cardiologistas, promovercongressos, cursos de atualização e campanhas de prevenção de doen-ças cardiovasculares, e fomentar pesquisas epidemiológicas e clínicas.Trata-se, portanto, de cumprir uma regra estatutária.

A Fundação de Pesquisa, organização não-governamental, é o me-lhor instrumento para se alcançar esse objetivo. Essa é uma experiênciamundial. Outros modelos não tiveram sucesso dentro da SBC nosúltimos 60 anos.

Esse assunto tem sido debatido de formacorreta dentro da SBC?

Há um ano a Diretoria nomeou uma Comissão de Pesquisa e umGrupo de Trabalho, que redigiram o Regimento da Comissão e a mi-nuta do Estatuto da Fundação. O Departamento Jurídico já consultoue teve pré-aprovação dessa minuta pelo Ministério Público.

A Fundação de Pesquisa da SBC vai preencheruma lacuna, levando essa Sociedade a coordenarpesquisa em Cardiologia, o que nunca foi feito poressa entidade, ao contrário das congêneres deoutros países, e apesar da orientação estatutáriade fomentá-la.Essa é a posição do presidente da SBC, JoséPéricles Esteves, que reuniu as perguntas maisfreqüentes que tem recebido dos sócios sobre aFundação, respondendo uma a uma, com oobjetivo de esclarecer, de maneira definitiva, anecessidade da iniciativa.Na abertura da relação de perguntas, o presidentese dirige a todos os sócios, dizendo: “Colegas,solicito um pouco de tempo para tirar as dúvidasque porventura existam sobre o projeto de criaçãoda Fundação de Pesquisa da SBC”.

Cordialmente,

José Péricles EstevesPresidente da SBC

A Diretoria também tem debatido com os delegados da SBC,agendando com eles uma reunião administrativa, e convocou umaAssembléia Geral para votação da Reforma Estatutária em 22 de junho(Teresópolis, RJ).

A Diretoria tem poder para tomar essasiniciativas?

A Diretoria tem essa prerrogativa estatutária, conforme o Arti-go 7.6(d) do Estatuto: “constituir e extinguir, a qualquer tempo,comissões para atividades específicas, nomeando e destituindo seusintegrantes”.

Como existem diversas propostas de reforma estatutária relevan-tes para a SBC, e baseada no Estatuto, está justificada a convocação daAGAD, conforme o Artigo 5.2 (b): “por ocasião de outro evento cien-tífico organizado pela SBC ou qualquer de suas sociedades estaduaisfiliadas”.

A Fundação seria independente da SBC,com prováveis problemas na sua gestão?

O presidente da SBC será o presidente da Fundação a ser criada. Seu

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diretoriaConselho Deliberativo será indicado pela Diretoria da SBC, renovadoem 50% a cada quatro anos, e seu diretor-executivo será convidadopelo presidente em exercício, durante sua gestão.

A minuta do Estatuto foi cuidadosamente redigida, atentandopara não dar espaço para esse tipo de argumento.

Quem fiscaliza a Fundação? Haveránecessidade de investimento? Para onde iráseu patrimônio em caso de dissolução?

As ONGs são fiscalizadas pelo Ministério Público. A Fundaçãopoderá funcionar na própria sede da SBC, com dois ou três funcioná-rios. Com boa administração e projetos bem conduzidos, evitaremosqualquer problema com o Ministério Público.

A SBC poderia fazer tudo o que umafundação fará?

A SBC, com o antigo Funcor, nunca fez pesquisa em 60 anos deexistência. Recentemente, quando tentou fazer (“Corações do Brasil”)sem a devida infra-estrutura, não deu certo.

Reitero que a SBC precisa de infra-estrutura apropriada – a Funda-ção – para cumprir seu objetivo estatutário.

Os associados são favoráveis à pesquisafomentada ou coordenada pela SBC? Todosos Estados serão favorecidos pela Fundação?

Eu afirmo que a maioria, em termos nacionais, é favorável. Umaou outra instituição, em um ou outro Estado, não apóia a idéia.

A forma de se conseguir esse objetivo está explicitada em seu Esta-tuto, conforme o Art. 1.3: “A Funpec tem por objeto social: (a) fomen-tar, coordenar e apoiar pesquisas cardiovasculares ... (b) estimular acriação e a capacitação de centros de estudo e pesquisa em cardiologiaem todas as regiões do país”.

A SBC, sem a Fundação, pode pleitearverbas públicas de órgãos financiadores depesquisa (FAPs, Ministério da Saúde ouindústria farmacêutica)?

Isso já está sendo feito. A recém-criada Comissão de Pesquisa, comregimento aprovado pela Diretoria da SBC, já está trabalhando, embo-ra ainda sem a infra-estrutura necessária para a consecução de seus ob-jetivos a longo prazo.

Daí a necessidade da Fundação de Pesquisa – Um Novo Paradigmana SBC.

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Embora as eleições presidenciais na SBC sejam muitotransparentes, a Diretoria decidiu aprimorá-las,oferecendo as mesmas condições a todos os candidatos.Para isso, foram colocados à disposição dos cincoconcorrentes ao cargo de presidente os meios dedivulgação da SBC (Portal Cardiol e Jornal SBC).A todos foram apresentadas as mesmas perguntas,dando aos candidatos a oportunidade de, nesta ediçãodo Jornal, falar sobre o objetivo principal da gestão quecada um se propõe a fazer, sobre suas propostas paraDepartamentos e Sociedades afiliadas, sobre defesaprofissional e sobre sua posição em relação à Fundaçãode Pesquisa da SBC.

Em reunião extraordinária, reuniu-se em São Paulo, no dia 10 demarço de 2007, o Conselho Fiscal (CONFI) da atual gestão da Direto-ria da SBC. A reunião contou com a presença dos três membros titula-res: José Carlos Quináglia e Silva (DF), Salvador Manoel Serra (RJ) eWálmore Pereira de Siqueira Júnior (SC). A reunião foi solicitada pelaatual Diretoria, com o objetivo de fortalecer ainda mais a atuação doConselho Fiscal da SBC como órgão independente e fiscalizador. Par-ticiparam da reunião: José Péricles Esteves, presidente da SBC; Anto-nio Luiz Brasileiro, diretor financeiro da SBC (gestão 2006/07); eAristóteles Comte de Alencar Filho (AM), membro efetivo do Conse-lho Fiscal da SBC (gestão 2004/05).

CONFI tem reuniãoextraordinária em São Paulo

O gerente executivo da SBC, Eduardo Manhães, apresentou aosmembros atuais do CONFI um relatório sucinto da situação da SBC.O objetivo principal dessa reunião foi, segundo Péricles Esteves,estabelecer um elo entre as duas gestões do CONFI, evitando so-lução de continuidade nessa importante atividade da SBC.

Aristóteles Alencar relatou a experiência que vivenciou com os de-mais membros do CONFI da gestão passada, principalmente no quese refere à criação de seu Regimento Interno, que deverá ser aprimoradopela atual gestão.

“O CONFI, além de fiscalizar, pode apresentar propostas que vi-sem a melhorar ou corrigir as diversas ações desenvolvidas pela SBC”,enfatizou José Péricles Esteves.

(e/d): Salvador Manoel Serra, José Carlos Quináglia e Silva, WálmorePereira de Siqueira Júnior, Aristóteles Comte de Alencar Filho, AntonioLuiz Brasileiro e José Péricles Esteves.

(e/d): SalvadorManoel Serra, JoséCarlos Quináglia eSilva e WálmorePereira de SiqueiraJúnior

Segundo o presidente José Péricles Esteves, a iniciativade submeter as mesmas perguntas aos vários candidatosteve como principal objetivo democratizar ainda maisas eleições, pois nem todos os concorrentes dispõemdos mesmos recursos para, por exemplo, viajar paradifundir suas idéias e sua candidatura, o que poderiadesequilibrar a disputa. Desfrutar do mesmo espaço nosmeios de divulgação sabidamente eficientes da SBC dáa oportunidade aos concorrentes não só de igualar seusrecursos como de levar suas idéias a maior número deassociados, os quais passam a ter mais e melhorescondições para escolher seu candidato.

A seguir, as perguntas submetidas aos candidatos e asrespostas de cada um deles.

Oportunidade igual para todosos candidatos às eleições

eleições

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souberam se unir. Não dá maispara dividir nossas forças comtantas entidades.

10. Em que sua candi-

datura difere das demais?

Principalmente porque esta-mos pensando primeiro no cole-ga, no associado, e não apenas emsua relação com a SBC. Temospropostas para efetivamente me-lhorar o dia-a-dia do colega, sejaorientando-o em questões judi-ciais, seja aumentando seus ren-dimentos no final do mês. Paranós não importa só a SBC, masem especial quem faz a Socieda-de, que são os cardiologistas.

11. É favorável à cria-

ção da Fundação de Pesqui-

sa da SBC?

Sou da opinião de que aSBC deverá constituir um ór-gão devidamente aparelhado ecapacitado para desenvolverpesquisa própria. É a oportu-nidade de levar a pesquisacardiológica a todos os Estadose municípios, descentralizandoas oportunidades de participarde estudos multicêntricos edisponibilizando assessoriatécnico-científica para a elabora-ção e o desenvolvimento debons projetos de pesquisa portodo o País.

1. Por que você decidiu

se candidatar à presidência da

SBC?

Estou há 15 anos em cargosassociativos da nossa SBC. Fuipresidente da SBC/GO e daSBC/CO, vice-presidente e con-selheiro fiscal da SBC, tendo cria-do sua Central de Eventos. Co-ordenei a Comissão de Valoriza-ção Profissional, bem como par-ticipei como tesoureiro da Dire-toria do Departamento de Ate-rosclerose. Conhecendo tão bema SBC e seu potencial em podermelhor atuar em favor da Cardio-logia brasileira, passei a almejar seucargo máximo. Decorridos algunsanos e alguns pleitos, tendo in-clusive cedido minha vez e apoia-do outros colegas, nesta oportu-nidade cumpri todas as etapas,obtendo a aprovação de meunome como candidato da SBC/GO assim como da SBC/CO, oque muito me honrou e incenti-vou. Quero ressaltar que o Esta-do de Goiás, apesar de exerceruma Cardiologia comparável àdos melhores centros do País, ja-mais conseguiu eleger um goianopara presidir a SBC. É um antigoe justo sonho do Estado, que temo apoio dos demais Estados doCentro-Oeste e Tocantins.

2. Quais são suas princi-

pais propostas?

São várias, e todas pensadaspara o cardiologista, para o pro-fissional e para o ser humano portrás do profissional. Posso citar:diminuir o valor da inscrição noCongresso Brasileiro para o as-sociado; criar um plano de saúdee seguro de vida para todos; pres-tar orientação jurídica gratuita; darassessoria na realização de even-tos para Regionais e Departamen-

tos; isentar os residentes deCardiologia da taxa de inscriçãonos congressos da SBC; criar oClube do Coração; dar assessoriade investimentos para aumentaro rendimento dos colegas; emanter uma campanha perma-nente pelo aumento do valor dosprocedimentos do cardiologistacom a AMB.

3. Em sua opinião, o que

precisa ser mudado na SBC?

É preciso se aproximar maisdos associados, principalmentedaqueles colegas do interior, le-vando mais benefícios a eles. Emminhas viagens, muitos recla-mam que não têm participaçãomaior na Sociedade.

4. Qual será o principal

desafio de sua gestão?

Levar a SBC para o associado,fazer com que ele tenha benefíci-os reais, que sinta no bolso e nodia-a-dia que a entidade trabalhapara ele.

5. Como você vê o rela-

cionamento da SBC com a in-

dústria farmacêutica?

O relacionamento deverásempre atender a interesses recí-procos, com relacionamento pro-fissional e ético, permitindo àSBC viabilizar os programas deeducação continuada, seus even-tos científicos e também proje-tos de pesquisa de alta relevância.

6. De que forma a SBC

pode atuar no exercício da

Cardiologia?

Deve atuar com maior preo-cupação, principalmente na acre-ditação de serviços de Cardiologia.A SBC deve lutar para que os exa-mes complementares sigam osrequisitos e as normas de nossas

diretrizes. Vamos criar um selopara aqueles que se enquadrarem.

7. Em sua visão, qual é a

missão da SBC?

Aproximar-se do associado,apoiá-lo, e mostrar nossa impor-tância para a comunidade, para aindústria farmacêutica e para asoutras especialidades. Vamos cri-ar um canal direto para recebertodas as propostas e reclamaçõesdos associados, as quais serãoanalisadas por uma comissão paramelhorar o relacionamento entreo colega e a SBC. As ouvidoriasque existiam na SBC eram umaboa idéia que terminou, mas quevamos resgatar.

8. Em sua gestão, como

você pretende atuar na esfera

governamental para regula-

mentar a abertura de novas es-

colas de Medicina?

Ora, isso não é função só doscardiologistas. Que força teremossozinhos? Quem abre cursos é oMinistério da Educação. Qual aação que temos lá dentro? Noplano legislativo, não se ouve fa-lar que os deputados defendemeste ou aquele setor? O que preci-samos fazer é liderar uma lutanacional para criar uma bancadada saúde, que defenda nossosinteresses e mostre que precisa-mos urgentemente regulamentara abertura indiscriminada de fa-culdades de Medicina.

9. Como você vê a cria-

ção da Ordem dos Médicos do

Brasil?

Sou totalmente a favor. Te-mos de nos mirar em exemplosque deram certo. A OAB, sempreouvida nos principais problemasbrasileiros, tem uma força tre-menda, porque os advogados

Abrahão Afiune Neto

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diretoria

1. Por que você decidiu

se candidatar à presidência

da SBC?

Acredito firmemente que, seeleito presidente, poderei contri-buir com a SBC. Por conciliar for-mação acadêmica (Professor Ti-tular de Cardiologia da UFPR)com grande dedicação à causaassociativa (10 anos na SBC/PRe Presidente da Associação Médi-ca do Paraná), fui escolhido peloscardiologistas paranaenses pararepresentá-los neste pleito. Essacandidatura não é um projetopessoal, mas a única que repre-senta o consenso de um Estado.

2. Quais são suas prin-

cipais propostas?

1) Valorização do cardiolo-gista: agindo com a AMB, ajustare atualizar a CBHPM, buscandoa extensão de sua aplicação a ou-tros setores (seguradoras, Uni-med, SUS). 2) Medidas de pro-moção científica: descentralizar oconhecimento; expandir o uso daTelemedicina; otimizar o Con-gresso Brasileiro de Cardiologia;reduzir o custo dos cursos deACLS. 3) Estimular a implanta-ção de Cooperativas de Car-diologia. 4) Aumentar a partici-pação da SBC na formação docardiologista. 5) Auxiliar o desen-volvimento da pesquisa. 6) In-vestir na comunicação com os as-sociados: estimular o uso dowebsite da SBC; aumentar o nú-mero de periódicos para consul-ta. 7) Aprimorar os Arquivos

Brasileiros de Cardiologia,com o objetivo de aumentar seuíndice de impacto.

3. Em sua opinião, o que

precisa ser mudado na SBC?

A SBC tem um desempenhomuito bom. Todavia, ampliariasua participação na defesa profis-

sional, principalmente no aspec-to econômico, e buscaria promo-ver um clima mais harmoniosoentre os associados.

4. Qual será o principal

desafio de sua gestão?

Promover a valorização docardiologista. Nossa Cardiologiaestá entre as melhores em habili-tação científica, mas ao preço daabnegação e do idealismo dosprofissionais. É chegada a horade reverter essa desvalorização.

5. Como você vê o rela-

cionamento da SBC com a in-

dústria farmacêutica?

Entendo como uma via comtrânsito nos dois sentidos, quepode ter bom resultado se as re-gras da ética, da seriedade e dahonestidade forem obedecidas,sob a luz do bom senso. A SBC,em muitas de suas ações, depen-de da indústria, não só farmacêu-tica como também de equipa-mentos e próteses. Da mesmaforma, a indústria também ne-cessita manter bom relaciona-mento com a SBC. Se as regrascitadas forem obedecidas, podehaver ganho para ambas as par-tes, de maneira justa e moral.

6. De que forma a SBC

pode atuar no exercício da

Cardiologia?

Pode contribuir com a melho-ria da qualidade do atendimento,lutando pela valorização profis-sional do cardiologista, colabo-rando com a boa formação mé-dica e facilitando o acesso à infor-mação científica, de maneira a pro-piciar eficiente educação continu-ada. Pode, ainda, apoiar seus as-sociados em questões judiciais etrabalhistas relativas à profissão.

7. Em sua visão, qual é a

missão da SBC?

Sua missão é ampla e envol-ve: a) criar meios para o cresci-mento científico do cardiologista;b) buscar condições profissionaisque tragam satisfação pessoal aomédico e reconhecimento da co-munidade; e c) promover a saú-de cardiovascular da população.

8. Em sua gestão, como

você pretende atuar na esfera

governamental para regula-

mentar a abertura de novas es-

colas de Medicina?

Sou frontalmente contrário àabertura descomedida de escolasmédicas, como tem ocorrido. Agi-rei em conjunto com as entidadesmédicas (AMB, CFM, sindicatos),promovendo gestões políticas paraque a classe possa opinar sobre otema, por meio do contato diretocom as autoridades da educação oupor representação parlamentar. OConselho Nacional de Saúde – emque há representação médica – de-veria voltar a ter poder de veto naquestão, como também deveria serefetivada moratória de 10 anos paraa abertura de novos cursos. Em2004, ajudei a elaborar o documen-to “Abertura de Escolas de Medi-cina no Brasil: Relatório de umCenário Sombrio”.

9. Como você vê a cria-

ção da Ordem dos Médicos

do Brasil?

Sou favorável a sua criação, paraconcretizar a união das entidadesmédicas. Isso permitiria represen-tação médica mais forte. Deve-seaproveitar o bom relacionamentoexistente entre AMB e CFM paraaprofundar os estudos que viabi-lizem essa instituição.

10. Em que sua candi-

datura difere das demais?

Sou o candidato com maiorexperiência na defesa profissional,fruto da recente gestão como Pre-

sidente da Associação Médica doParaná no período de implanta-ção da CBHPM. Naquela ocasião,participamos do Conselho Deli-berativo da AMB, realizamos atospúblicos, fomos ao CongressoNacional e nos envolvemos emdezenas de reuniões com gestoresdos planos de saúde. Afora a lon-ga vida associativa, tenho forma-ção acadêmica universitária (30anos na UFPR), sendo o únicoProfessor Titular de Cardiologiaentre os candidatos.

11. É favorável à cria-

ção da Fundação de Pesquisa

da SBC?

A SBC deve se envolver maisna pesquisa cardiológica. Isso podeser feito com a busca de recursosde origem tanto privada comogovernamental, fornecendo bol-sas, orientando os registros dedoenças cardiovasculares, e com-pondo uma equipe de investiga-dores experientes que orientem aspesquisas a serem desenvolvidas eviabilizem o crescimento de no-vos centros de investigação. A ma-neira de executar essas ações, man-tendo-se a Comissão de Pesquisa,criando-se uma diretoria específicapara a Pesquisa ou uma Fundação,é assunto em discussão e amadu-recimento, que exige cuidado e re-flexão para não se tomar atitudeprecipitada.

Cláudio Pereira da Cunha

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diretoria

1. Por que você decidiu

se candidatar à presidência da

SBC?

Fui convidado por muitoscolegas, incluindo o presidenteJosé Péricles Esteves. Aceitei oconvite como reconhecimento deminha vida profissional de maisde 30 anos. Atualmente, exerço achefia do Serviço de Cardiologiado Hospital de Clínicas de PortoAlegre, composto por colegascomprometidos com pesquisa eprática de Cardiologia com quali-dade e independência. Orgulho-me de contar com seu apoio unâ-nime, assim como de inúmeroscolegas em todo o País, que com-partilham de minha visão de SBC.

2. Quais são suas princi-

pais propostas?

Minha proposta central ba-seia-se na concepção de que a SBCé uma sociedade científica. Preten-do garantir que em seu âmbito oprogresso tanto científico comotecnológico possa ser julgadocriteriosamente. Todo cardiolo-gista vale-se de ciência em sua prá-tica. Se a SBC priorizar a busca e aguarda da verdade, exercerá commuita competência todas suasdemais funções precípuas.

3. Em sua opinião, o que

precisa ser mudado na SBC?

Ações de apoio e avaliação deciência e tecnologia na SBC têmsido dispersas, duplicadas e pou-co eficientes. É necessário estabe-lecer plano estratégico de avalia-ção, divulgação e fomento doavanço tanto científico comotecnológico no âmbito da SBC.

4. Qual será o principal

desafio de sua gestão?

Com alguns tenho maior afini-dade de concepções. Entendo queposso ser diferente e merecedorde seu voto pelas razões expos-tas ao longo desta entrevista e emminhas exposições no SBC-

News. Colegas candidatos têmapresentado longa lista de pro-postas, mas muitas reproduzemobjetivos institucionais e outrasfogem aos objetivos da SBC.Estou apresentando e defenden-do a concepção de que a Socieda-de deve reforçar seu perfil científi-co, orientando seus destinos alongo prazo. O que fiz na vida(veja em meu minicurrículo nowebsite da SBC) afiança o que pos-so fazer como dirigente máximode nossa querida Sociedade.

11. É favorável à cria-

ção da Fundação de Pesqui-

sa da SBC?

Trata-se de maneira criativa deinstitucionalizar o fomento à pes-quisa, com várias vantagens que nãocabe enumerar aqui. Seu estatuto avinculará indissociavelmente àSBC. A proposta de sua criaçãosofre hoje de dois problemas: serobjeto de disputa política e ser des-conhecida do associado. Garanto-lhe que como presidente desanu-viarei o horizonte, trabalhando porsua implementação, com o apoiode todos os associados.

independência e competência,transferindo esse reconhecimen-to a seus associados. Lobby e açõessemi-sindicalistas têm menor efi-ciência para sustentar pleitos naesfera de gestores públicos e pri-vados. Queixa é anotada, quali-dade é remunerada.

7. Em sua visão, qual é a

missão da SBC?

Abrigar efetivamente seu asso-ciado, apoiando-o em suas ações einteresses à luz do bem comum.A principal estratégia, reitero, émanter abrigo reconhecido pelaqualidade e independência.

8. Em sua gestão, como

você pretende atuar na esfera

governamental para regula-

mentar a abertura de novas es-

colas de Medicina?

Trazendo para o centro dadiscussão, em oposição ao inte-resse de lobistas e comerciantes,os aspectos técnicos que determi-nam a oferta de profissionais nomercado. Nenhuma sociedademantém medicina de qualidadebaseando-a no subemprego deseus profissionais.

9. Como você vê a cria-

ção da Ordem dos Médicos do

Brasil?

Se a tivéssemos atuando noBrasil, articulando as múltiplasfacetas das ações médicas, certa-mente estaríamos mais efetiva-mente representados na defesado interesse profissional.

10. Em que sua candi-

datura difere das demais?

Prezo meus amigos candida-tos, todos eles com bagagem pro-fissional e dedicação associativa.

Flávio Danni Fuchs

Será o de articular, com co-legas que compartilham de mi-nha visão de sociedade, pro-postas que cristalizem o perfilcientífico da SBC, garantindo aqualidade de congressos, publi-cações e educação continuada, epropiciando a captação de recur-sos nesse âmbito.

5. Como você vê o rela-

cionamento da SBC com a in-

dústria farmacêutica?

A indústria farmacêutica éparceira da SBC, pois tem comela alguns objetivos comuns. Asformas de relacionamento po-dem ser melhoradas, de formaque o fomento de atividades daSBC não comprometa, ou pareçacomprometer, sua independên-cia. Para fugir da retórica, enten-do que o relacionamento deva sedar por meio da compra de pro-dutos institucionais da SBC,como espaço para divulgação emCongressos, publicações, apoiosa jornadas e outros. Nos últimosanos, a forma direta de financia-mento de algumas diretrizes, porexemplo, deu às empresas o di-reito de estampar suas marcas emcapas de documentos e determi-nar a forma e os prazos de divul-gação. Corolário da independên-cia que defendo é a questão doconflito de interesses. É impos-sível servir a dois senhores semdar ciência aos leitores de que hávínculo bilateral.

6. De que forma a SBC

pode atuar no exercício da

Cardiologia?

A melhor maneira de lutarpela qualidade do exercício pro-fissional é garantir que a SBC sejareconhecida por inquestionável

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diretoria

1. Por que você decidiu

se candidatar à presidência da

SBC?

Minha história de associati-vismo é longa, sempre trabalhan-do em prol do engrandecimentoda Cardiologia brasileira, de ma-neira aberta, participativa. Fui pre-sidente da Sociedade de Cardio-logia do Rio Grande do Sul e doDepartamento de Ergometria eReabilitação da SBC. Também fuicoordenador de Normatizações eDiretrizes da SBC nos anos de 2002a 2005, quando trabalhei com qua-se dois mil cardiologistas, para efe-tivar o desafio de publicar 58 Dire-trizes em quatro anos. A pressão,principalmente dos grupos comque trabalhei, e os apoios decisi-vos me estimularam a continuar acontribuir para a melhoria e o cres-cimento da SBC.

2. Quais são suas princi-

pais propostas?

Minha idéia é trabalhar porprogramas e projetos, dos quaisdestaco: registros das principaisdoenças, incluindo todos os ti-pos de hospitais, em todos osEstados; um grande Programa deAção Social; modernização eagilização do Funcor; amplo pro-grama de apoio à pesquisa naCardiologia brasileira; inclusãodo jovem oriundo de residên-cias, pós-graduações e especia-lizações em programas da SBC;programas para a Cardiologianos Estados menores, visandoà maior participação dos mes-mos no cenário nacional; forta-lecimento da SBC nas relaçõesinternacionais; e foco na melho-ria da remuneração profissio-nal, como continuidade da po-lítica de defesa de classe.

3. Em sua opinião, o que

precisa ser mudado na SBC?

A SBC tem boa estrutura,bom quadro de funcionários eestá bem organizada. Existe, en-tretanto, muito a ser desenvolvi-do, para que possamos nos com-parar às grandes Sociedades domundo. Nesse sentido, serãoimplantados os programas denossa gestão.

4. Qual será o principal

desafio de sua gestão?

Implantar os projetos elenca-dos acima. Entre eles, entendoque fazer os registros brasileirosserá o maior e mais trabalhoso.

5. Como você vê o rela-

cionamento da SBC com a in-

dústria farmacêutica?

Hoje dependemos muitoda indústria farmacêutica paranossos congressos e outrasatividades. O ideal é atingiruma parceria com autonomia.No Rio Grande do Sul, porexemplo, temos um progra-ma de gestão que nos garanteexcelentes resultados financei-ros, permitindo que a Socie-dade não dependa apenas deverbas da indústria para suasrealizações.

6. De que forma a SBC

pode atuar no exercício da

Cardiologia?

A SBC deve atuar em todas asfrentes relacionadas ao exercício daCardiologia: na pesquisa, na assis-tência médica, na inserção social, naeducação continuada, na defesa declasse, no desenvolvimento cientí-fico, nos programas governamen-tais que nos atingem.

7. Em sua visão, qual é a

missão da SBC?

Essa é uma questão muitoimportante, ainda não definida.Esse é um assunto que deve serdiscutido, como prioridade, emreunião de planejamento estraté-gico. Entendo que deveria ser clarae simples, como: “Estimular odesenvolvimento da Cardiologiabrasileira, com foco na ciência, nadefesa do melhor exercício daCardiologia, da assistência médicaà pesquisa, visando ao melhor aten-dimento da população brasileira”.

8. Em sua gestão, como

você pretende atuar na esfera

governamental para regula-

mentar a abertura de novas es-

colas de Medicina?

Usando toda a pressão de quedispomos, devemos estruturar aação em dois momentos. No pri-meiro momento, evitar a abertu-ra de novas escolas. E num se-gundo momento, poderíamosapoiar uma regulamentação mui-to fechada sobre a criação de esco-las em lugares em que fosse mui-to necessário.

9. Como você vê a cria-

ção da Ordem dos Médicos do

Brasil?

A idéia de uma entidadeconjunta representando os mé-dicos é boa. Mas tenho procu-rado entender como a Ordemdos Médicos se relacionaria coma atividade científica das socie-dades de especialidades médi-cas, e esse assunto não me pa-rece estar claro. Portanto, emprincípio, seria favorável, de-pendendo de uma série de fa-tores ainda não discutidos.

10. Em que sua candi-

datura difere das demais?

Todos os candidatos pode-rão ser bons presidentes, mas te-nho mais experiência associativana SBC, já tendo exercido dife-rentes cargos e funções, semprecom muito êxito. Também te-nho treinamento de gestor, de-senvolvido ao longo de minhaatividade profissional, como, porexemplo, diretor de hospital, oque, certamente, ajudará na ges-tão da SBC.

11. É favorável à cria-

ção da Fundação de Pesquisa

da SBC?

Nossa proposta é resultadode discussões mantidas com osmais diversos centros de Cardio-logia do País: compor um grupodo mais alto nível na pesquisacardiológica brasileira, formadopor pessoas indicadas nas maio-res instituições e por pesquisado-res de reconhecida produção ci-entífica, que fará o estudo e o pla-nejamento das pesquisas ne-cessárias no Brasil, de forma aabranger todas as regiões do Paíse seus vários níveis de desenvol-vimento. Uma Fundação somen-te deve ser criada se for realmentenecessária, após determinado tem-po de experiência da pesquisa,como nova área de atuação da SBC.

Jorge Ilha Guimarães

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1. Por que você decidiu

se candidatar à presidência da

SBC?

Sempre exerci atividadesassociativas, científicas e acadêmi-cas. Adquiri experiência adminis-trativa na Sociedade Goiana deCardiologia (onde exerci todos oscargos), na Sociedade Brasileira deHipertensão (tesoureiro) e naSBC (presidente do Departamen-to de Cardiologia Clínica, tesou-reiro do Departamento de Hiper-tensão, coordenador da CJTEC).Fui vice-diretor e diretor da Fa-culdade de Medicina da UFG. Emtodas essas atividades, pude con-tribuir para o crescimento dessasentidades. Nos últimos anos, fuiquestionado por colegas de todoo Brasil sobre a idéia de concorrerà presidência da SBC. No final de2006, recebi uma lista assinadapor mais de 100 cardiologistasindicando meu nome para a elei-ção. Não se trata, portanto, de umprojeto pessoal, mas de uma in-dicação coletiva, o que muito mehonra.

2. Quais são suas princi-

pais propostas?

Posso resumi-las em umaúnica frase: A Sociedade para oSócio. Isso equivale a: buscar avalorização profissional por meiode uma luta por honorários maisdignos; estimular e facilitar a edu-cação continuada com o menorcusto possível; manter os avan-ços já obtidos pela Sociedade; for-talecer as Sociedades rstaduais,regionais, Departamentos e Gru-pos de Estudo; estimular as de-cisões colegiadas.

3. Em sua opinião, o que

precisa ser mudado na SBC?

Há necessidade de maior par-ticipação de todos nas decisões enas políticas da Sociedade. A SBC

diretoriaPaulo César Jardim

não pode ser administrada demaneira personalista, deve traba-lhar com um planejamento. UmPlano Diretor, que seja executa-do pelas diretorias subseqüentes.A existência de um colegiado par-ticipante, opinativo e com poderde decisão será um grande salto.

4. Qual será o principal

desafio de sua gestão?

Estabelecer um Plano Dire-tor com a colaboração de umgrande fórum, composto portodos os sócios interessados, porrepresentantes das regiões, porex-presidentes, etc.

5. Como você vê o rela-

cionamento da SBC com a in-

dústria farmacêutica?

Vejo com absoluta tranqüili-dade. É necessário e pode ser cadavez mais profícuo, desde que exis-ta respeito mútuo, ética e que aSociedade seja soberana nas defi-nições científicas. Não tenho qual-quer tipo de temor com relação aesse aspecto. As grandes socieda-des científicas de todo o mundotrabalham muito bem em parce-ria com os diversos setores dasociedade, em que se insere tam-bém a indústria farmacêutica.

6. De que forma a SBC

pode atuar no exercício da

Cardiologia?

Deve haver cada vez mais aten-ção com a qualidade do especia-lista em Cardiologia. Somos re-conhecidos e temos de manter oalto padrão atual. Para isso, é im-portante: o estímulo à educaçãocontinuada e com baixo custo; aatenção com o Título de Especia-lista (tanto na obtenção como narevalidação); a fiscalização de resi-dências médicas, cursos de espe-cialização e estágios, para que hajacontrole de qualidade e avaliaçãoda necessidade da abertura ou fe-

chamento de novas vagas; buscada valorização profissional, pormeio de remuneração mais justaem todas as instâncias.

7. Em sua visão, qual é a

missão da SBC?

É uma missão associativa,portanto multifacetada, como jáexposto anteriormente. Temosde atuar primariamente em be-nefício do sócio, motivo da Soci-edade, e em conseqüência estare-mos atuando em prol de toda acomunidade.

8. Em sua gestão, como

você pretende atuar na esfera

governamental para regula-

mentar a abertura de novas es-

colas de Medicina?

Essa é uma ação política. Te-mos de atuar juntamente com oConselho Federal de Medicina, oConselho Nacional de Saúde, oConselho Nacional de Educação,a Associação Médica Brasileira, aAssociação Brasileira de EducaçãoMédica, todas as sociedades mé-dicas, a Federação Nacional dosMédicos. Enfim, há necessidadede uma atuação conjunta. Nãopodemos sequer pensar em umaatuação isolada num assunto tãocomplexo, em que há interessesenormes. Seria pretensioso e ima-turo tentar uma atuação isolada.

9. Como você vê a cria-

ção da Ordem dos Médicos do

Brasil?

Sou completamente contra.Não se justifica corrigir uma falhade princípio por meio de umaação no final da cadeia. Temos queexigir uma educação médica dequalidade. Temos de atuar paraque haja, inclusive, o fechamen-to de escolas de qualidade du-vidosa. O argumento que res-palda minha posição é a Ordemdos Advogados. Desde sua cri-

ação, não foi promovida ne-nhuma melhoria na qualidadedas faculdades de Direito. Aocontrário, milhares de novasfaculdades de Direito foram cri-adas, e sua qualidade é cada vezmais questionada.

10. Em que sua candi-

datura difere das demais?

Conheço todos os candidatos,são meus amigos pessoais. Todostêm pretensões que se justificam.Não farei comparações. Venhoapresentando minhas propostas ea decisão cabe aos sócios.

11. É favorável à cria-

ção da Fundação de Pesquisa

da SBC?

Quando fomos chamadospara estudar a criação da Funda-ção, pareceu uma idéia interessan-te. Um grupo de pessoas traba-lhou no anteprojeto, que seriaposteriormente discutido. O as-sunto gerou polêmica, passou aser visto como questão pessoal.As opiniões apaixonadas nãoagregam valor a nenhuma discus-são. Neste momento, cabe umfórum mais amplo para clarear otema. É necessário o aconselha-mento de juristas e tributaristaspara, efetivamente, saber das van-tagens ou desvantagens de suacriação. Eu diria que a decisão fi-nal deve ser “baseada em evidên-cias”, que é o que sempre procu-ramos fazer.

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diretoria

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O 62o Congresso Brasilei-

ro de Cardiologia, que será rea-lizado na cidade de São Paulo, noinício de setembro de 2007, teráforte apelo internacional, segun-do a previsão do presidente daComissão Científica, Dário So-bral. Isso se explica, segundo ele,pelo fato de serem aguardadoscerca de 30 palestrantes estrangei-ros e de estarem previstos váriossimpósios internacionais.

“Temos a confirmação da re-alização do Simpósio Luso-Bra-sileiro de Cardiologia e do Sim-pósio da Sociedade Sul-America-na de Cardiologia durante o Con-gresso; o American College of

Cardiology, que, durante algumtempo, deixou de promovereventos durante os congressos daSBC, volta a organizar um sim-pósio este ano; e a SBC aguarda aconfirmação da realização doSimpósio da Sociedade Européiade Cardiologia”, explica Dário.

O presidente da ComissãoCientífica destaca também o sen-tido multiprofissional do Con-gresso. Como o cardiologista vemcada vez mais trabalhando lado alado com profissionais de outrasespecialidades, serão realizados,durante o Congresso, quatrofóruns de profissionais das áreas

Comissão Científica do 62º Congresso (e/d): Jorge Pinto Ribeiro, Paulo Rossi, Antônio Luiz Brasileiro, JoséPéricles Esteves, Márcia Barbosa, José Antônio F. Ramires, Otávio Rizzi Coelho e Dário Sobral.

62o Congresso terávários palestrantes estrangeiros

de Enfermagem, Fisioterapia,Nutrição e Psicologia.

Ainda segundo Dário Sobral,decidiu-se por não centrar o Con-gresso em um tema básico, já quevárias áreas da Cardiologia conhe-ceram avanços significativos noúltimo ano, destacando-se: a te-rapia com células-tronco, cujosresultados certamente vão gerarmuito interesse e debates; osavanços no tratamento da doen-ça coronariana, que apresentoumuitas novidades; e a polêmicamuito atual sobre o stent revesti-

do e os resultados de cada tipode tratamento intervencionista,que também são tema de váriosdos mais de mil temas livres rece-bidos e que estão sendo analisa-dos pela Comissão Julgadora Na-cional de Temas Livres.

Por tudo isso, a recomen-dação aos médicos é para quenão percam o Congresso, cujasinscrições podem ser feitas fa-cilmente no próprio portal daSBC (www.cardiol.br), que ofe-rece duas opções: inscrições on-line ou preenchimento da ficha

em PDF. Esse trabalho, desen-volvido pela área de Tecnologiada SBC, é bastante abrangente,pois as fichas contêm campossolicitando desde o nome de pre-ferência do cardiologista para queconste em seu crachá até o núme-ro e o nome de seus acompanhan-tes. O portal oferece ainda umpequeno quadro com a contagemdo número de dias que faltampara o Congresso e um ícone in-dicando as formas de pagamen-to da inscrição, incluindo a rela-ção de cartões de crédito aceitos.

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diretoria

Caros Colegas,

As inscrições para a prova deTítulo de Especialista em Cardio-logia da AMB/SBC já estão aber-tas. Sua inscrição deverá ser realiza-da no site da SBC, no endereçohttp://educacao.cardiol.br/tec/,até o dia 7 de julho de 2007. Leianosso edital disponível no website

e siga corretamente as instruçõespara o preenchimento da ficha deinscrição.

Os sócios da SBC deverãoutilizar o login e a senha doPortal Cardiol para acessar oformulário. É importante estarcom a anuidade de 2006 em dia

Prova para obtenção doTítulo de Especialista emCardiologia AMB/SBC 2007

para pagamento da taxa com ovalor de sócio.

Se o candidato não for sócioe tiver interesse em se filiar à SBC,o prazo para filiação termina dia22 de junho. Para mais informa-ções, entre em contato com a Cen-tral de Informações pelo telefone(21) 3478-2757. O candidato quese filiar após essa data não terádireito ao pagamento da taxa deinscrição como sócio da SBC.

Aos médicos que tambémforem sócios da Associação Mé-dica Brasileira – AMB, a SBCconcederá desconto de 10% so-bre a taxa de inscrição. Para tan-to, o candidato deverá enviar

obrigatoriamente uma declara-ção de sócio quite, documentoemitido pela AMB, juntamen-te com a documentação exigidapara sua inscrição.

As cópias do diploma demédico e das carteiras do CRMe de residências/estágios (Car-diologia Clínica e Clínica Médi-ca) deverão estar autenticadas.Caso os documentos não este-jam autenticados, a inscriçãoserá devolvida.

Não deixe de fazer sua inscri-ção com antecedência. Desejamosa todos boa sorte.

CJTEC

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diretoria

O ano de 2007 entrou para ahistória da Cardiologia brasileira.A revista Arquivos Brasileiros de

Cardiologia acaba de ser indexadano Science Citation Index Expanded

pela Thomson Scientific, o antigoISI, tornando-se a única publica-ção de Cardiologia da AméricaLatina oficialmente reconhecidapela mais respeitada entidadecertificadora do mundo.

Para quem não sabe o que issosignifica, a partir de agora os Ar-quivos passam a pertencer à elitedas revistas científicas e a ter seufator de impacto medido. O fa-tor de impacto vem a ser o coefi-ciente entre o número de vezesque essa publicação é citada emrelação ao número de artigos pu-blicados. Quanto maior o fatorde impacto maior o prestígio darevista e maior a chance de atrairmelhores publicações.

A notícia se reveste de maiorimportância para os programasde pós-graduação em Cardiologiade todo o país. Até então, os Ar-quivos eram avaliados pela Co-ordenação de Aperfeiçoamentode Pessoal de Ensino Superior(Capes) como Qualis C internaci-onal (revistas indexadas noPubmed/Medline). Essa notadificultava a publicação de tesesde doutorado, que devem sersubmetidas a revistas Qualis A eB (indexadas no sistema ISI/Thomson Scientific). “Além dosArquivos, a única outra revista emlíngua latina indexada é a da Soci-edade Espanhola de Cardiolo-gia”, comemora o editor-chefe,Fábio Vilas-Boas.

A importância da indexaçãodecorre do fato de que, dos arti-gos publicados em aproximada-mente 50 mil revistas científicasexistentes no mundo, apenas cerca

de 150 são responsáveis por maisde metade do que é citado nomundo e por um quarto do queé publicado de relevante. Da mes-ma forma, pouco mais de duasmil revistas são responsáveis por85% do que é publicado e por95% do que é citado, dentre asquais, a partir de agora, conta-se arevista oficial da SBC.

A indexação, uma antiga rei-vindicação da Cardiologia brasi-leira, foi saudada pelo presidenteda entidade, José Péricles Esteves,como “uma das maiores, senão amaior realização da atual Direto-ria”. O entusiasmo se explica por-que sem a indexação cria-se umcírculo vicioso, no qual os melho-res trabalhos de Cardiologia nãosão enviados à revista, que, pornão ser indexada no ISI, valepoucos pontos na classificação daCapes, e a revista, por sua vez,por não publicar os trabalhosmais importantes, não consegueser indexada.

Para romper esse círculo, aoassumir a Editoria dos Arquivos,em 2006, Fábio Vilas-Boas e suaequipe definiram como objetivoprincipal de seu mandato colocara revista no ISI. “A primeira pro-vidência foi eliminar a fila de 18meses de artigos para serem pu-blicados”, conta Vilas-Boas,“e, para isso, contamoscom o apoio da Diretoriada SBC, que concedeu do-tação orçamentária extrade quase meio milhãode reais para que, porvários meses, a revistafosse muito maior,para absorver a fila deartigos aprovados”.

A segunda providênciafoi interligar a base de dadosSc iELO com o s i t e

cia geral da revista, o desenvolvi-mento de um software de geren-ciamento do processo de submis-são, a contratação de uma biblio-tecária para rever as referências, aexigência de declaração obrigató-ria de conflito de interesses, alémde outros pequenos ajustes soli-citados pela ISI/Thomson. A re-vista renovada, de alto nível, foienviada à entidade certificadora,que na Páscoa, comunicou que aindexação ocorrerá ainda em 2007.

A revista Arquivos Brasileiros de Cardiologiapassa a ser indexada no ISI

Fábio Vilas-Boas editorda revista ABC

www.arquivosonline.com.br,para permitir a monitorizaçãodos acessos on-line aos Arqui-vos, via página da SBC, o quenão ocorria anteriormente.

Para aprimorar a qualidadedas publicações, foi selecionadauma equipe de editores que pas-sou a fazer um trabalho extrema-mente seletivo dos artigos rece-bidos. Essa equipe conta com oapoio de co-editores como Fer-nando Bacal, Carisi Polanczyk,Gilson Feitosa, Antonio CarlosPereira Barretto, Amanda Sousa,Paulo Rossi, Paulo Brofman, IranCastro, Paulo Lotufo e PauloTucci, que aumentaram o rigordos critérios de aceitação de arti-gos e passaram a ajudar os pes-quisadores no aperfeiçoamentode seus artigos. Os revisores tam-bém foram sendo paulatinamen-te substituídos por pessoas maisenvolvidas com a atividade aca-dêmica, reduzindo-se drastica-mente a possibilidade de erros.

Algumas modificações foramnecessárias, como a criação de pá-ginas eletrônicas, a troca da gerên-

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diretoria

O Departamento Comercial da Sociedade Brasileira de Cardiologiaorganizou, no Jockey Club de São Paulo, uma happy hour com tradicio-nais parceiros da entidade. Estiveram no encontro gerentes de marketing

e de produtos dos laboratórios, diretores de linha de Cardiologia daindústria farmacêutica, e representantes de empresas de equipamentose do setor alimentício, que puderam conversar com cardiologistas daDiretoria da SBC e com integrantes do staff do Rio de Janeiro e de SãoPaulo.

Os cerca de cem convidados, que anualmente participam dos con-gressos, anunciam no portal <www.cardiol.br>, na revista Arquivos

Brasileiros de Cardiologia e no Jornal SBC ou participam de projetos comoo PrevenAção e o Selo de Aprovação, ao serem recepcionados, podiamler em um banner a seguinte mensagem: “Os 11 mil associados da SBCagradecem a sua presença”.

Para o gerente comercial da SBC, Rodolfo Vieira, foi uma opor-tunidade de aproximar, em ambiente descontraído, pessoas que seencontram, às vezes, uma única vez por ano. “As grandes empresasinvestem muito no marketing de relacionamento para gerar bonsnegócios e nós caminhamos nessa tendência”, afirma.

O gerente executivo da SBC, Eduardo Manhães, revela que essainiciativa é a primeira de uma série. “O próximo encontro será no Riode Janeiro, para apresentar aos parceiros e clientes a nova sede da Soci-edade Brasileira de Cardiologia”, conclui.

Departamento Comercial da SBCpromove encontro com parceiros

José Péricles Esteves, presidente da SBC, dá boas-vindas aos convidados

“Uma nação sem história não é só uma naçãosem passado. É uma nação sem futuro.”

Rui Barbosa

O PROJETO ESCULÁPIO, constituído por médicos,advogados, economistas e outros cidadãos que possuem omesmo olhar sobre o papel da história em qualquer segmento dasociedade humana, recebe o apoio e está vinculado à SociedadeBrasileira de História da Medicina (SBHM).Possui como missão o “resgate e a preservação contínua do

patrimônio histórico e culturalda Medicina, nacontemporânea versãoaudiovisual – criação de umacervo de imagem e de som daMedicina e de seuspersonagens”.Em nome da SBHM e dosMembros do ProjetoEsculápio.

Alexandre Pyramides

Votação no Portal já está encerradaO Portal da Sociedade Brasileira de Cardiologia encerrou no dia 2de maio, com mais de mil acessos, a votação nos marcos daespecialidade no Brasil do Projeto Esculápio.Dentre os vinte eventos da Cardiologia nacional listados naenquête, foram escolhidos cinco, apresentados abaixo.A partir de maio a diretoria de comunicação da SBC, com o apoioda Sanofi-Aventis, iniciará o processo de roteiro, gravação eresgate de filmes, fotos, peças e instrumentos utilizados nopassado para a montagem desse importante documentário quehomenageará a Cardiologia nacional.1. Desenvolvimento de equipamentos médicos nas décadas

de 60 e 70 (192 votos).2. Fundação da Sociedade Brasileira de Cardiologia (156 votos).3. Cirurgia Jatene: Exemplo da importância da cirurgia cardíaca

no cenário mundial (141 votos).4. Instituto Oswaldo Cruz (Manguinhos) e Carlos Chagas

(90 votos).5. Primeira operação com circulação extracorpórea e primeira

máquina de circulação extracorpórea brasileira desenvolvidapelo Dr. Hugo Fellipozzi (81 votos).

Carlos Vicente Serrano Jr.Diretor de Comunicação da SBC

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