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Diretoria executiva 2005/2008

Juçara Maria Dutra Vieira (RS) – Presidente

Raquel Felau Guisoni (SP) – Vice-Presidente

Maria Inez Camargos (MG) – Secretária de Finanças

Roberto Franklin de Leão (SP) – Secretário Geral

Fátima Aparecida da Silva (MS) – Secretária de Relações Internacionais

Heleno Araújo Filho (PE) – Secretário de Assuntos Educacionais

Marlei Fernandes de Carvalho (PR) – Secretária de Imprensa e Divulgação

Rui Oliveira (BA) – Secretário de Políticas Sindicais

Gilmar Soares Ferreira (MT) – Secretário de Formação

Marta Vanelli (SC) – Secretária de Organização

Raimunda Núbia Lopes da Silva (PI) – Secretária de Políticas Sociais

Odisséia Pinto de Carvalho (RJ) – Secretária de Relações de Gênero

Gesa Linhares Corrêa (RJ) – Secretária de Aposentados e Assuntos Previdenciários

Milton Canuto de Almeida (AL) – Secretário de Legislação

Rejane Silva de Oliveira (RS) – Secretária de Assuntos Jurídicos

Denilson Bento da Costa (DF) – Secretário de Projetos e Cooperação

Maria Valdecir Abreu de Paula (CE) – Secretária de Direitos Humanos

Joel de Almeida Santos (SE) – Secretário Adjunto de Assuntos Educacionais

Maria Antonieta da Trindade (PE) – Secretária Adjunta de Assuntos Educacionais

Neiva Inês Lazzarotto (RS) – Secretária Adjunta de Políticas Sindicais

Silvinia Pereira de Sousa Pires (TO) – Secretária Adjunta de Políticas Sindicais

conselho Fiscal

Mário Sérgio Ferreira de Souza (PR)

Raimunda de Souza Gomes (AM)

Sérgio Martins da Cunha (SP)

Miguel Salustiano de Lima (RN)

Maria Madalena Alexandre Alcântara (ES)

CNTE - SDS - Edifício Venâncio III, Salas 101/104Brasília/DF - CEP 70393-900, Tel.: (61) 3225-1003 - Fax: [email protected] - www.cnte.org.br

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3 0 o C o n g r e s s o n a C i o n a l d o s T r a b a l h a d o r e s e m e d u C a ç ã o 3

APRESENTAÇÃO.................................................................................... 05

AÇÃO POPuLAR SOCIALISTA - APS .................................................. 07

ARTICuLAÇÃO SINDICAL ................................................................... 21

ARTICuLAÇÃO DE ESQuERDA .......................................................... 36

CAMPO DEMOCRÁTICO ...................................................................... 47

COMPROMISSO E LuTA ....................................................................... 55

CONLuTAS .............................................................................................. 69

CORRENTE PROLETÁRIA NA EDuCAÇÃO ...................................... 80

CORRENTE SINDICAL CLASSISTA - CSC ......................................... 89

CuT SOCIALISTA E DEMOCRÁTICA - CSD .................................... 101

ENLACE SINDICAL ............................................................................. 114

OPOSIÇÃO DE LuTA ........................................................................... 124

SINDICATO PRA LuTAR ..................................................................... 132

EM DEFESA DA CNTE E DA CuT INDEPENDENTE E DE LuTA .. 141

ESTATuTO DA CNTE ........................................................................... 148

ÍnDice

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aPresentaÇÃo

A 30ª edição do congresso dos/as trabalhadores/as da educação básica pública, reuni-

dos na CNTE – marca também comemorativa para a categoria – propõe-se a discutir um

tema iminente e relevante para a superação das desigualdades históricas de nosso país, qual

seja, a valorização da escola pública como espaço social, plural, democrático, fomentador

da cidadania, comprometido com o futuro da sociedade e com um projeto de desenvolvi-

mento sustentável da nação.

Assim, por razões antagônicas, inúmeros dados oficiais e extra-oficiais apontam as ma-

zelas educacionais como fator preponderante de nosso atraso sócio-econômico. Os próprios

donos do capital reivindicam formação, mesmo que em forma de mão-de-obra para esta

fase do desenvolvimento econômico. Cresce, o coro por mais e melhor educação pública.

Neste contexto, os/as educadores/as brasileiros/as, atentos e comprometidos com os rumos

do país, lutam para implementar um projeto educacional emancipador, fundado nos princí-

pios da ética, da justiça e da igualdade social. Entendemos que o aumento do financiamento

para a educação, a valorização dos profissionais, a priorização da escola pública não são

apenas opções governamentais, pois necessitam ser prioridade da sociedade. E nos dispo-

mos a lutar por esta causa.

Em meio às transformações sociais em curso, o movimento sindical coloca-se como

protagonista de algumas dessas mudanças e aspira, à luz dos princípios de liberdade e auto-

nomia, novos paradigmas de organização e luta. A regulamentação das Centrais Sindicais,

a negociação coletiva no serviço público e a regulamentação do direito de greve são alguns

dos temas que os/as trabalhadores/as trazem ao debate neste Congresso.

Sobre as regulamentações da carreira dos/as trabalhadores/as em educação, destaque

para os projetos em trâmite no Congresso, que versam sobre o piso salarial profissional

nacional, o reconhecimento dos funcionários de escola na LDB e as diretrizes nacionais de

carreira. Todos merecem a devida atenção dos/as trabalhadores/as, pois representam avan-

ços do ponto de vista da organização e da valorização profissionais.

Desejamos a todas e a todos um ótimo congresso, a fim de darmos seqüência à impor-

tante e incansável luta de nossa categoria por uma educação pública, gratuita, universal,

democrática e com qualidade social.

Saudações sindicais,

Diretoria executiva da cnte

Brasília, dezembro de 2007

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conJuntura internacionalO Tempo Não Pára... Socialismo ou Barbárie

O projeto de dominação capitaneado pelo comple-xo industrial-militar dos Estados unidos e a resistên-cia dos povos são os traços marcantes do atual período histórico. Como conseqüência da política imperialista temos o aumento das tensões no planeta e a ampliação do risco de novos conflitos.

Vivemos uma etapa onde os programas e as pro-postas dos diversos setores do capital cada vez mais se assemelham. No mundo crescem as lutas de resistência dos povos, os movimentos de caráter antineoliberal e anti-capitalista, mas tais movimentos ainda são muito fragmentados.

Na América Latina temos duas tendências em ple-na operação. De um lado a acomodação travestida de mudança representada pelos governos do Brasil, do uruguai e do Chile. Do outro, o enfrentamento com o neoliberalismo, que pode chegar ao rompimento com a ordem capitalista, representada pela Bolívia, Equador e Venezuela. Apesar destas duas correntes terem se uti-lizado da via eleitoral para chegarem ao governo, são na verdade, inteiramente distintas. No primeiro caso, partidos de esquerda tradicionais conseguem a vitória, dado ao desgaste dos governos anteriores, sem uma expressiva mobilização de massas. No segundo, a vitó-ria eleitoral é fruto de levantes populares que derrubam governos conservadores e, após a vitória, convocam Assembléias Constituintes, visando transformar o ar-cabouço jurídico do país.

Enquanto na Bolívia e no Equador os processos dão seus primeiros passos e enfrentam a batalha pelo controle dos recursos naturais – na Venezuela o pro-cesso já avançou até à discussão sobre os caminhos e meios de superação do capitalismo e as vias de tran-sição para o socialismo. Na Reforma Constitucional

em debate, os pontos de destaque são a definição dos tipos de propriedade, regulamentação do fim dos mo-nopólios privados e o fortalecimento da propriedade estatal pública e cooperativada. No plano político é a discussão sobre o poder comunal, a ser instituído como o quarto poder da nação.

Enquanto no pólo representado por Brasil, Chile e uruguai a ordem é tornar os países cada vez mais sensíveis aos humores do mercado e palatáveis para o imperialismo, Bolívia, Equador e Venezuela têm se ca-racterizado por uma oposição feroz aos desígnios dos EuA nos campos político e ideológico, se destacando no apoio à Cuba, na tentativa de implantação da ALBA - Alternativa Bolivariana, na denúncia dos crimes im-perialistas nas ditas “guerras contra o terror”. E o que é mais importante, no desenvolvimento de uma intensa mobilização popular. Este processo demonstra a im-portância da estratégia democrático-popular, onde um governo comprometido com as bandeiras anti-latifun-diárias, anti-monopolistas e anti-imperialistas têm as condições de ser uma alavanca propulsora em direção ao socialismo. Destaca-se, também, o papel libertador desempenhado pelos povos indígenas, nos convocando a refletir sobre o papel estratégico da luta afro-indíge-na em nosso próprio país.

Por desencadearem processos de mobilização po-pular contra as classes dominantes e o imperialismo, somos solidários aos povos da Bolívia, Equador e Ve-nezuela e aos seus atuais governos e torcemos para que este rico processo de lutas avance no rumo da revolu-ção e da construção da Pátria Grande Socialista.

conJuntura nacionalO Tempo Não Pára... Socialismo ou Barbárie

A tua piscina esta cheia de ratos. Tuas idéias não correspondem aos fatos. O tempo não pára...

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aÇÃo PoPular socialista - aPs

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Eu vejo um futuro repetir o passado, eu vejo um museu de grandes novidades.

O tempo não pára.Vivemos um tempo de enormes dificuldades, inú-

meras contradições, muita desilusão e grandes preocu-pações. Mas, como disse o poeta, “o tempo não pára!” E, constatar a existência do tempo é perceber que nada permanece exatamente da mesma forma e que “a vida segue seu curso, como as águas caudalosas de um rio que em seu percurso leva seus obstáculos, transforman-do tudo em correnteza”.

A história demonstra que o curso do rio depende “de nossa ação no mundo”, da nossa luta cotidiana, mesmo que em tempos e condições extremamente hos-tis como as que estamos vivendo hoje.

No trabalho na escola e na militância sindical, não devemos separar a conjuntura estadual e municipal da conjuntura nacional e internacional, pois isso pode nos levar à crença de que os problemas têm solução apenas no âmbito local e de que o que ocorre no âmbito federal e internacional não vai nos atingir. a esperança construída no tempo se desfez: o futuro repetiu o passado. Precisamos reconstruir o sonho!

Na década de 90 tivemos o avanço do neolibera-lismo. Houve resistência dos movimentos sociais e dos partidos de esquerda, mas, FHC impôs as políticas an-tipopulares. Lula frustrou todas as expectativas e vem aprofundando as políticas de FHC. O resultado destas políticas é nefasto: a dívida interna ultrapassou 1,3 tri-lhão. Lula já prepara seu segundo ataque à Previdência Pública. Seu primeiro grande ataque foi a Reforma da Previdência, que acabou com a aposentadoria especial dos/das professores/professoras, ao estabelecer a idade mínima. Os grandes beneficiados foram os Fundos de Pensão, um negócio bilionário, que a CuT está queren-do abocanhar, também.

Apesar do discurso governista de que a política in-ternacional é boa, o fato é que o Governo Lula segue à risca a política econômica imposta pelo grande capital

internacional. Na América Latina é o aliado número 1 do maior terrorista do planeta (Bush) e mantém a ocu-pação vergonhosa do Haiti, em troca do sonho de entrar para o Conselho de Segurança da ONu.

Mantém a política do toma-lá-dá-cá. O número de escândalos, que envolvem seu partido e seus aliados é absurdo. Não se trata de homens corruptos, mas de um sistema político, que favorece a corrupção, através de campanhas milionárias e da fusão dos interesses pú-blicos com os interesses privados. Exemplo: Do total previsto para investir na compra de insumos e em obras públicas, cerca R$ 300 bilhões, perde-se entre 25 a 40 bilhões com a corrupção. Esse gasto corresponde ao total dos recursos da saúde em 2007. Favorecidos: em-preiteiras, lobistas e parlamentares, como Renan Ca-lheiros, absolvido pela ação do Governo Lula.

O Governo não combate as causas da corrupção porque optou pelo projeto neoliberal. A oposição de direita apóia este projeto e também se beneficia da corrupção. Portanto, não vacila na hora de juntar-se ao Governo no Congresso Nacional para cassar nossos di-reitos.

Os problemas da educação e saúde são vistos pelo Governo e pelos meios de comunicação como simples problema de gestão, que se resolve, não com mais ver-bas e controle social, mas com a privatização crescente destes setores. Chegam ao absurdo de responsabilizar as greves, o sindicato e os servidores pelos graves pro-blemas acumulados nessas áreas. Lula mantém os des-vios ilegais e legais dos recursos públicos, como ocorre com a Desvinculação de Receita da união (DRu) que retira 20% dos recursos das áreas sociais para paga-mento dos juros das dívidas interna e externa (supe-rávit primário). Tenta prorrogar a CPMF (imposto do cheque), que não vai para a saúde, mas para pagamento de banqueiros e agiotas internacionais. Ameaça a edu-cação e a valorização dos seus profissionais, os direitos sindicais, trabalhistas, previdenciários, as estradas, o meio ambiente e os recursos naturais.

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Todas as reformas, projetos de lei, as parcerias pú-blico-privadas-PPP, o PAC (programa de aceleração do crescimento), a Fundação Estatal de Direito Privado, visam favorecer o setor privado em detrimento do setor público, entregar nossas riquezas, cassar nossos direi-tos. Veja, por exemplo, algumas das medidas do PAC, lançado em janeiro/2007: Congela os salários do fun-cionalismo, pois impede que até 2016 a despesa com pessoal tenha aumento real superior a 1,5% ao ano; re-duz 6,6 bilhões dos impostos para beneficiar grandes grupos econômicos; congela o valor do salário míni-mo; mete a mão nos recursos do FGTS, patrimônio dos trabalhadores para favorecer as grandes empreiteiras e projetos que degradam o meio ambiente (a transposição do rio S. Francisco será a maior beneficiária). E além disso, no orçamento de 2007, o Governo Lula reservou R$ 240 bilhões de reais para pagamento de juros das dívidas interna e externa. O resultado desta política é o pior possível: altíssima concentração de renda, desem-prego, fome, violência. Os 10% da população com ren-da mais baixa detém 1,0% do total dos rendimentos do trabalho, enquanto os 10% com os maiores rendimen-tos detém 44,4%; o salário médio é menor que há 10 anos atrás; 23,6% dos 187,2 milhões de brasileiros/bra-sileiras são analfabetos funcionais - são alfabetizados, mas incapazes de compreenderem o que lêem, segundo dados recentes do IBGE.

Tem havido resistência, especialmente do funcio-nalismo público, sem terra, sem teto, estudantes, mas com enormes dificuldades; pois, muitas organizações sindicais e populares foram cooptadas ou se adequaram à lógica neoliberal, como ocorreu com a CuT e com a uNE.

Novas alternativas de luta foram gestadas, como a Intersindical e a Conlutas, que têm contribuído para a retomada da mobilização e da luta. Destacam-se as ações de 2007: O encontro de 25 de março, as manifes-tações de 23 de maio, o Plebiscito de setembro e a Mar-cha do dia 24 de Outubro contra a política econômica,

as reformas neoliberais do Governo Lula e a criminali-zação dos movimentos sociais.

PolÍtica sinDicalO Tempo não Pára... Socialismo ou BarbárieReorganizar o Movimento Sindical numa Perspectiva

SocialistaMas se você achar que tô derrotado saiba que ainda

estou rolando os dados por que o tempo, o tempo não pára

A Central Única dos Trabalhadores - CuT já não representa mais os interesses imediatos e históricos da classe trabalhadora. Na prática, a CuT abandonou os princípios defendidos pelos trabalhadores e traba-lhadoras, historicamente, no Brasil e no mundo: um sindicalismo classista, livre da interferência do Estado, autônomo frente aos partidos, democrático e interna-cionalista, que tem o socialismo como objetivo final da luta e a unidade como valor estratégico na luta de classes.

A crise vivida pelo movimento sindical está ligada às opções político-ideológicas feitas pela maioria da di-reção da CuT, desde o início dos anos 90. Para ser bem compreendida, esta crise precisa ser localizada den-tro do contexto das dificuldades históricas e objetivas que emperram hoje o trabalho sindical revolucionário, como, por exemplo: a crise do socialismo, a precariza-ção do trabalho, os empecilhos para organizar o traba-lho de base, a fragmentação, a pequena representati-vidade e as fragilidades gerais da esquerda, a precária organização por local de trabalho e a baixa politização da classe.

O processo de adaptação da CuT não se deu sem resistência. Vale lembrar o papel cumprido pela es-querda cutista (Alternativa Sindical Socialista – ASS, “ Fortalecer a CuT para Defender e Ampliar Direitos” e a Frente de Esquerda Sindical Socialista – FES), em que pese a fragmentação e a adesão de boa parte da esquerda (Democracia Socialista / CSD e Tendência

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Marxista) ao campo majoritário da CuT. Com a chegada do PT ao Governo, acelerou-se a

adaptação da CuT à ordem estabelecida. A Central jo-gou seus princípios e suas resoluções na lata do lixo e passou a ajudar o Governo Lula a ameaçar e cassar direitos trabalhistas e sociais, como ocorreu com as re-formas da Previdência, universitária, Sindical e Tra-balhista, as Parcerias Público Privadas - PPP’s, com o PAC, a lei anti-greve, a lei de falências, a Super-Recei-ta e diversas outras leis e emendas constitucionais, que têm como objetivo favorecer o setor privado em detri-mento do setor público, cassar direitos e reduzir os gas-tos públicos com as políticas sociais universalizantes.

Na base e em muitas organizações há muita desi-lusão com a política, acomodação e pragmatismo. O Governo, com a conivência da CuT, aproveitando-se disso, especialmente no serviço público, tem investi-do tudo na divisão dos trabalhadores/trabalhadoras nos locais de trabalho (através da política de gratificações produtivas e avaliação de desempenho) e na disputa de suas organizações sindicais, como temos visto em diversos sindicatos estaduais e nas organizações nacio-nais dos servidores públicos. E esta ofensiva não vai parar! O que se vislumbra é sua intensificação, com o “reconhecimento” das Centrais Sindicais, com a regu-lamentação do direito de greve e com a Reforma Sindi-cal e Trabalhista; projetos de lei e emenda constitucio-nal que tramitam no congresso nacional.

O PL 1990/2007, que reconhece as Centrais Sin-dicais, nada mais é do que um arremedo para legalizar o que já ocorre hoje: o pacto social entre empresários, centrais e governo. Na verdade não é o reconhecimen-to, pois a Constituição Federal determina que o sistema sindical é confederativo e, portanto, não reconhece a existência das centrais. E como sabemos, uma lei não se sobrepõe ao que determina a constituição. Mas, este projeto tem o apoio das Centrais, pois junto com o falso reconhecimento, vem a alteração dos artigos da CLT relativos ao imposto sindical. De acordo com estas alte-

rações, o Governo vai dividir ao meio os 20% que sur-rupia todos os anos de todos os trabalhadores e traba-lhadoras com carteira assinada (o imposto sindical, que corresponde ao valor de um dia de trabalho). E olhe que a CuT sempre combateu o imposto sindical.

O Projeto do Governo, que regulamenta a greve no serviço público, na verdade visa acabar com este direito, pois determina que: a) uma assembléia só terá direito de aprovar greve se reunir 2/3 da categoria; ou seja, de cada 100 servidores, 66 têm que participar da Assem-bléia; b) 40% dos trabalhadores precisam se manter trabalhando durante o movimento grevista; c) Caso a greve seja considerada ilegal, haverá corte do ponto e a possibilidade da contratação temporária de servidores; d) Caso a greve não seja considerada ilegal, os servi-dores serão obrigados a repor 50% dos dias parados; d) Impõe a necessidade de comunicação prévia e pública do movimento grevista, no que chama de “atividades de interesse inadiável” com 72 horas de antecedência. Isso tudo sem contar que hoje, antes mesmo da greve iniciar, o Governo já entra na Justiça pedindo a ilegali-dade da greve. Vale lembrar que o STF foi menos mal que o Governo Lula: determinou que enquanto não for regulamentada a greve no serviço público, valerão para o funcionalismo, as regras do setor privado. E olhe que sabemos de que lado a Justiça está? E o Lula, você ain-da tem alguma dúvida sobre para quem ele governa?

A Reforma Sindical e Trabalhista, que atrela total-mente os sindicatos ao Estado, revoga o artigo da CLT que diz que o negociado não pode prevalecer sobre o legislado, abrindo as portas para a cassação dos direitos trabalhistas e sociais; privilegia as centrais em detri-mento da autonomia dos sindicatos de base; promove o pacto social entre capital e trabalho (diálogo social).

Por isso, defendemos a criação de uma Central Sin-dical ampla e plural (que incorpore a Intersindical, a Conlutas, a CSC e Independentes), que seja classista, independente, autônoma, democrática, internacionalis-ta, que tenha unidade e a solidariedade de classe como

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valores estratégicos e esteja efetivamente a serviço da luta pelo socialismo.

uma nova central, com essas características que atenda às necessidades e os desafios históricos e con-junturais, só se efetivará de baixo para cima e será fruto da unidade concreta da classe, forjada na luta unitária contras as reformas neoliberais e em defesa dos direitos sociais, trabalhistas e sindicais.

PolÍtica eDucacionalO Tempo Não Pára... Socialismo ou BarbáriePlano de Desenvolvimento da educação - PeD

“...Mas se você acha que eu tô derrotado, saiba que ainda estão rolando os dados. Porque o tempo não

pára...”No final de abril o governo federal lançou o Plano de

Desenvolvimento da Educação, que reune um conjunto de 27 ações. Anunciado como o Pac da educação, capaz de contribuir em médio prazo para a reversão dos indicadores pouco animadores da educação nacional, o PDE se apresenta como um enorme guarda-chuva para um conjunto de ações pré-existentes no Ministério e algumas ações novas ou remodeladas. Todo o PDE está ancorado na criação do Índice de Desenvolvimento da Educação Brasileira – IDEB, que pondera os resultados do SAEB, do Prova Brasil e dos indicadores de desem-penho captados pelo censo escolar (tempo médio para a conclusão de uma série). Cria um indicador que varia de zero a dez, desdobrável por estado e por município e por redes de ensino. A partir da construção do IDEB, o MEC vinculará o repasse de recursos oriundos do FNDE à assinatura de compromisso dos gestores mu-nicipais com determinadas metas de melhoria dos seus indicadores ao longo de determinado período.

Faz parte desse fio condutor a compreensão de que é possível avaliar uma rede de ensino utilizando somente indicadores de avaliação de aprendizagem dos alunos. Essa lógica de prêmio (para os municípios cujos alunos apresentam melhoria de desempenho) e

castigo (para aqueles onde isso não ocorrer) tem seme-lhança com a experiência do Chile (sistema Voucher). O PDE não leva em consideração o Plano Nacional de Educação, aprovado em 2001. Para o MEC o caos da educação é apenas um problema gerencial. O resulta-do de cada município e de cada Estado será utilizado para ranquear as redes de ensino, para acirrar a com-petição e para pressionar, via opinião pública, o alcan-ce de melhores resultados. Ou seja, a função do MEC assumida pelo governo Lula mantém a lógica perversa vigente durante doze anos de FHC, ampliando a sanha avaliativa representada por avaliações externas (prova Brasil, SAEB, ENEM (ex- Provão) e agora a Provinha Brasil/PED).o PeD da DesvaloriZaÇÃo

um dos pilares do PDE é o envio pelo governo fe-deral do Projeto de lei 619 de 2007, com um piso para os profissionais do magistério de 850 reais para 40 horas, com todas as vantagens, a ser implantado pelos estados e municípios de forma gradativa até 2010. A Emenda Constitucional 53 introduziu na Carta Magna duas referências sobre piso salarial para aqueles que trabalham na educação básica pública. Até dezembro passado, em nossa Constituição estava inscrito no seu artigo 206 que um dos princípios educacionais do país seria a “valorização dos profissionais do ensino, garan-tidos, na forma da lei, planos de carreira para o magis-tério público, com piso salarial profissional e ingresso exclusivamente por concurso público de provas e títu-los”. A EC nº. 53 ampliou o conceito de “profissionais do ensino” para “profissionais da educação escolar”, tornando dispositivo constitucional a necessidade de profissionalização dos servidores da educação e a obrigação de que os planos de carreira não sejam redi-gidos contemplando apenas os profissionais do magis-tério. Está claro que o texto introduziu uma contradição na Constituição Federal, pois no seu artigo 206, inciso VIII existe obrigação legal de um “piso salarial profis-sional nacional para os profissionais da educação esco-

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lar pública”, redação mais abrangente que a constan-te na parte transitória da CF. Assim, temos dois pisos obrigatórios por lei: um para todos os profissionais da educação escolar e outro para os profissionais do ma-gistério. O governo optou pelo envio de uma proposta de piso salarial mais restrito, excluindo os funcionários administrativos. A pressão dos governos estaduais que terceirizaram grande parte dos serviços de apoio edu-cacional foi determinante para essa opção do governo Lula.

A proposta indecorosa foi mediada pelo substituti-vo apresentado pelo relator Severiano Alves, no dia 04 de outubro, o qual, além de excluir os funcionários ad-ministrativos, exclui, também, os aposentados do texto da lei e apresenta um piso inicial de R$ 950,00, para quem tem formação de nível médio, jornada de no má-ximo 40 h, com implantação gradativa até 2010. O PL do governo e o substitutivo não contemplam a luta his-tórica da categoria, que tem como base o piso calculado pelo DIEESE, que, em abril de 2007, estava estimado em R$1.672,56, para 20 horas semanais.

Com essa política, Lula, em seus dois mandatos, mantém a mesma política educacional dos governos anteriores, baseada, como enumera Sousa no seguinte: a) ênfase nos produtos ou resultados; b) atribuição do mérito tendo por base um olhar individualizado sobre instituições ou alunos; c) dados de desempenho apresen-tados de forma a permitir classificações; d) predomínio de dados quantitativos; e) grande peso para a avaliação externa, de maneira desarticulada da auto-avaliação. uma avaliação, pautada em tais características impri-me uma lógica nos sistemas de ensino que se expressa “no estímulo à competição entre as instituições educa-cionais e no interior delas, refletindo-se na forma de gestão e no currículo” (SOuSA, 2003, p.187). Estamos presenciando a continuidade do ideário pedagógico im-plementado nos anos FHC. A semelhança, infelizmen-te, não é mera coincidência.

Premiar as escolas que atingirem determinadas me-

tas via aumento de recursos do PDDE é bem sintomáti-co da visão neoliberal. Por outro lado, mantém também a lógica da descentralização utilizada por FHC, que continua sendo vista como um instrumento de moder-nização gerencial da gestão pública.em defesa da educação Pública - nem Prouni, nem reuni

A lógica mercadológica tem sido a marca do gover-no Lula. A realidade das universidades públicas com-provam a opção do governo em priorizar a educação privada. Mesmo anunciando a criação de novas uni-dades, os dirigentes das universidades públicas recla-mam das últimas escolhas feitas pelo governo no que diz respeito ao sistema federal de ensino. O governo pratica uma espécie de canibalismo na educação. As 55 universidades públicas existentes reclamam da falta de recursos humanos e financeiros.

No “pacote de abril”, está o Programa de Apoio a Planos de Reestruturação e Expansão das univer-sidades Federais - REuNI, instituído pelo Decreto nº 6096/07, com o objetivo de dobrar o número de alu-nos das universidades públicas, mantendo o mesmo número de professores, superlotando as salas de aula. Passando por cima da autonomia universitária, impõe, também, a política desumana da aprovação automáti-ca, que visa não a formação dos/das estudantes, mas a ampliação dos dados estatísticos. As universidades que aderirem ao REuNI receberão 20% a mais de recursos. Mas, para ter acesso ao montante, a universidade terá também que garantir que 90% dos alunos matriculados concluam o curso. As instituições que não aderirem se-rão condenadas ao congelamento orçamentário. Os es-tudantes têm se posicionado contra O REuNI em todo o país, ocupando as universidades, denunciando mais esse ataque do governo federal, à educação pública. Ao invés do diálogo, o governo responde com sua tropa de elite e reprime as manifestações. Trata-se de um contra-to de gestão, conforme modelo criado pelo ex-ministro da Fazenda de Sarney e ex-ministro da Administração

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Federal e Reforma do Estado do primeiro mandato de FHC, que comandou a Reforma Administrativa, Bres-ser Pereira.Gestão Democrática num sistema nacional de edu-cação construído coletivamente

No quinto ano de mandato de Lula e nos 10 anos da morte de Paulo Freire, os/as trabalhadores/trabalhado-ras em educação continuam cobrando do governo uma proposta educacional que represente a recuperação das bandeiras democráticas e inclusivas erguidas por uma geração de lutadores e lutadoras sociais, que se expres-sou no PNE da sociedade brasileira, construído com ampla participação popular. O Sistema Nacional de Educação tão sonhado é o que romperá com os pressu-postos neoliberais que foram hegemônicos no governo FHC e aprofundados no Governo Lula.

É papel da CNTE articular a convocação do Fórum Nacional em Defesa da Educação, para que os/as edu-cadores/educadoras do país, junto com a sociedade ci-vil organizada possa avaliar o Plano Nacional de Edu-cação da Sociedade Brasileira e fazer as devidas atua-lizações, contemplando a visão de mundo tão sonhada por Paulo Freire, Florestan Fernandes e tantos outros. Não podemos ficar à mercê da agenda do governo com a Conferência de Educação prevista para 2008. Preci-samos retomar os CONEDs, para disputarmos com os governos federal, estaduais e municipais, os planos de educação que reafirmem a educação laica, democráti-ca enquanto direito de todos/todas e dever do Estado. É preciso avaliar a atual LDB, assegurar direitos que não foram conquistados, corrigir lacunas, garantir no texto da lei eleições diretas para direções das escolas e universidades. Precisamos barrar a avaliação de de-sempenho, uma ameaça e punição aos profissionais da Educação. É preciso garantir Planos de Carreira que de fato valorizem os profissionais da educação, garantam a inclusão dos funcionários administrativos, ativos e aposentados. Precisamos garantir o fim da DRU (que retira 20% das verbas da Educação para o superávit pri-

mário), 10% do PIB para a educação, a erradicação do analfabetismo, do trabalho escravo, inclusive, infantil e conquistar condições de trabalho e salários dignos.

BalanÇo PolÍtico Da GestÃoO Tempo não Pára... Socialismo ou Barbárie

Vamos andar com todas as bandeiras trançadas de maneira que não haja solidão...

Vamos andar para chegar à vida. Sílvio Rodrigues

Vivemos tempos difíceis, mas como diz o poeta, “o tempo não pára” e com a nossa luta, dias melhores virão.

Os instrumentos de opressão e dominação da clas-se trabalhadora foram aperfeiçoados significativamen-te ao longo do tempo e muitos daqueles/daquelas que ontem lutavam conosco, hoje estão do outro lado da trincheira, fortalecendo os nossos inimigos de classe: os patrões e os governos de plantão; levando ao des-crédito, favorecendo a confusão e comprometendo os instrumentos de luta – as organizações sindicais e po-pulares.

Não temos dúvidas, continuamos pela esquerda, pois a crise que se abate sobre os movimentos sociais, em especial sobre o movimento sindical, em muitos momentos de nossa luta é assustador. Dissolvem-se todas as relações sociais antigas e cristalizadas, com o seu cortejo de representações e concepções secular-mente veneradas. O descrédito para com a luta e mo-bilização dos trabalhadores e trabalhadoras em nível nacional, estadual e municipal é muito grande. Mesmo assim houve resistência em alguns setores, com desta-que em 2007, com encontros e manifestações impor-tantes, como as realizadas em março e maio contra as reformas, a política econômica do governo federal e em defesa da previdência e dos direitos sociais. Ressaltar-mos o movimento indígena que foi a Brasília lutar por seus direitos, no mês de abril, o plebiscito da Vale do Rio Doce, bem como a Marcha dos Movimentos So-

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ciais, no dia 24 de outubro, contra as Reformas do go-verno Lula e em especial a da Previdência, organizada pela Intersindical e a Conlutas, que reuniu cerca de 15 mil lutadores e lutadoras sociais, em Brasília.

Reconhecemos a necessidade de novas formas de organização e de uma nova prática no movimento sin-dical para superação de uma série de vícios que ao lon-go do tempo, acabaram sendo incorporados até mesmo pelo movimento sindical combativo.

Todas essas constatações que fazemos devem ser encaradas como desafios a serem enfrentados, o que certamente, exige de cada militante, de cada trabalha-dor e trabalhadora uma maior presença na luta e no cotidiano do nosso sindicato, uma maior unidade de ação para incidir nas decisões da CNTE ou em breve, estaremos constatando que todas as relações que são apresentadas como novas, em substituição do que con-denamos, envelheceram antes de se consolidarem.

Queremos fazer um balanço positivo da Secreta-ria de Aposentados e Assuntos Previdenciários. Apesar de inúmeras dificuldades enfrentadas pelas entidades filiadas, conseguimos realizar todos os Encontros pre-vistos, regionais, nacional, bem como as reuniões do Coletivo Nacional. Importante destacarmos a aplica-ção da Pesquisa Nacional de Aposentados/as, mesmo considerando as dificuldades encontradas por algumas lideranças, por conta da disputa interna das correntes. É verdade que nem todas as entidades realizaram a pes-quisa, o que lamentamos profundamente, considerando não só a importância da mesma, que servirá de subsídio para as negociações nos estados, bem como seu caráter inédito nessa área.

Neste Congresso estaremos apresentando a His-tória da Organização dos/as Trabalhadores/s Apo-sentados/as, construída nos Encontros Regionais. Tal história comprova a combatividade dessa parcela im-portante da nossa categoria que não se rendeu aos ata-ques dos governos neoliberais que teimam em aplicar política de abonos para burlar o direito da paridade

com integralidade, luta histórica que não abrimos mão. Nessa gestão nos dedicamos a formação política das lideranças, incluindo temas que foram definidos pelo Coletivo Nacional como a análise da Política Nacional para idosos e aposentados; Estatuto do Idoso; processo de envelhecimento; sexualidade na 3ª idade, além da análise da conjuntura, política educacional e sindical. Importante foi a publicação do caderno da CNTE que trata da Política Nacional para Aposentados, com toda a legislação necessária para subsidiar o plano de lutas das entidades.

Mas precisamos avançar. Ainda não atingimos nos-sa meta de garantir a criação da Secretaria de Aposen-tados em todas as entidades filiadas, nem garantir que a Secretaria específica seja ocupada por aposentados/as.

A luta pelo Piso Salarial Nacional Profissional não conseguiu garantir nossa bandeira histórica que tem com referência o Piso do DIEESE. O CNE que definiu o piso que a CNTE estaria encaminhando, para pressio-nar os parlamentares e o próprio governo, desrespeitou decisão congressual. A maioria da direção optou pela lógica do possível, e pelo não-enfrentamento ao gover-no, com o discurso de ser esse um governo de coali-zão e que, portanto, já seria uma vitória a aprovação do conceito de PSPN.

A categoria tem rejeitado tal lógica, pois durante décadas, construímos em seus corações e mentes a ne-cessidade de lutarmos pela dignidade dos profissionais da educação que passa por salários dignos, sem política de abonos, plano de carreira unificado e formação para todos/as.

Avaliamos que a maioria da direção da CNTE fu-giu do debate ampliado sobre os rumos da educação em nosso país, ao discordar da proposta da convocação do Fórum Nacional em defesa da Educação. Preocupada com avaliações diferenciadas que certamente surgi-riam, o que caracterizaria o não investimento na edu-cação pública por parte do governo Lula, optou pelo incentivo às entidades a acompanhar, nos estados, a re-

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alização das conferências de educação, preparatórias à Conferência Nacional de Educação que o governo pre-tende realizar em 2008. O grande problema é que che-garemos de forma fragmentada nessa disputa de proje-to e a história nos cobrará por tal posição recuada.

Plano De lutasO Tempo não Pára... Socialismo ou Barbárie

Disparo contra o sol, sou forte sou por acaso minha metralhadora cheia de mágoas eu sou o cara

lutas Gerais» Não aos acordos de livre-comércio, como a Roda-

da de Doha e a ALCA;» Pelo fim da guerra imperialista no Oriente Médio e

no Afeganistão;» Solidariedade à resistência dos povos palestino, li-

banês, iraquiano, afegão e de todos os povos que lutam pela sua soberania e autodeterminação, con-tra os ataques imperialistas;

» Pelo fechamento imediato da prisão de Guantâna-mo;

» Pela retirada das tropas brasileiras do Haiti;» Contra a permanência de tropas estadunidenses na

América Latina;» Apoio aos processos populares na Venezuela, Bolí-

via e Equador;» Em defesa da não-renovação da concessão da gol-

pista RCTV;» Apoio à Revolução Cubana e contra o bloqueio

econômico a Cuba;» Por um mundo livre das desigualdades sociais,

todo apoio às lutas contra o racismo, a xenofobia e a intolerância;

» Em defesa do meio-ambiente e da vida.lutas nacionais» Pelo fim da atual política econômica, com superá-

vit primário e juros altos;» Não ao pagamento da dívida. Auditoria já!» Anulação do Leilão da Vale do Rio Doce e reesta-

tização da empresa;» Anulação da Reforma da Previdência, aprovada

com o Mensalão e contra a nova Reforma da Previ-dência do Governo Lula;

» Não à privatização da Infraero, da Petrobrás (que vem sendo privatizada através dos leilões de áreas azuis) e das demais empresas públicas. Não ao Pro-jeto de Fundação Estatal de Direito Privado;

» Pela realização da reforma agrária e urbana;» Por uma reforma tributária que taxe as grandes for-

tunas e despenalize os trabalhadores e trabalhado-ras, que pagam altos impostos;

» Por uma reforma política que assegure instrumen-tos de controle popular (consultas, referendos, ple-biscitos) e a revogabilidade dos mandatos parla-mentares e executivos;

» Cassação do mandato e condenação de todos os corruptos.

lutas educacionais» Fim da DRu, 10% do PIB para a educação; Derru-

bada dos vetos ao PNE;» Pela consolidação de um Sistema Nacional de Edu-

cação;» Gestão Democrática nos sistemas de ensino e insti-

tuições escolares. Instituição do Fórum Nacional de Educação, como instância deliberativa da política educacional brasileira; Redefinição da composição e atribuições do Conselho Nacional de Educação (CNE), como órgão normativo e de coordenação do Sistema Nacional de Educação, bem como dos Conselhos Estaduais e Municipais;

» Autonomia para as unidades escolares. Erradica-ção do analfabetismo como política permanente;

» Plano de carreira unificado, com valorização dos profissionais da educação; Piso salarial do Dieese e incorporação de todas as gratificações;

» Limitar o número máximo de 25 alunos por sala de aula;

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lutas sindicais e Populares» Não às reformas previdenciária, universitária, sin-

dical e trabalhista;» Pelo fim de perseguição e criminalização dos mo-

vimentos sociais;» Em defesa dos princípios da liberdade, autonomia

e independência dos sindicatos. Por um sindicalis-mo plural, classista, democrático e socialista;

» Em defesa do direito de greve, contra a lei de greve do governo;

» Fim do Imposto Sindical e das Taxas Compulsórias;» Garantia da estabilidade no emprego e proteção

contra a demissão imotivada;» Garantia do direito à organização no local de trabalho

e ao livre exercício da atividade sindical. Soberania das Assembléias de base para decidir sobre acor-dos, convenções e contratos coletivos de trabalho;

» Pela definição de um calendário de discussão so-bre a Reorganização do Movimento Sindical, com a participação das diversas alternativas existentes hoje, que tenham história de luta em defesa dos princípios históricos da classe;

» Produção de materiais e formação para uma educa-ção não-sexista;

» Divulgação e defesa da Lei Maria da Penha, contra a violência doméstica;

» Promover debates sobre o PL 3198/00, o “Estatuto da igualdade Racial”;

» Defesa da política de cotas nas universidades, in-cluindo a indígena;

» Elaborar cartilha, com dados referentes aos seg-mentos marginalizados da população, incluindo as denúncias sobre a violência policial e a violência nos presídios;

» Participar da elaboração da política de atendimento aos direitos dos/das idosos/idosas, garantindo a re-presentação da CNTE no Conselho Nacional, bem como orientar as entidades filiadas a participarem dos Conselhos nos Estados;

» Exigir espaços nos meios de comunicação para abordar o processo de envelhecimento, conforme determinado no artigo 24 do Estatuto do Idoso;

» Realizar um processo de formação política, através da Lei 8.842/94 (que dispõe sobre Política Nacional do Idoso), do Decreto 1.948/96 (que regulamenta a referida lei), do Estatuto do Idoso e da Declaração universal dos Direitos Humanos, como forma de garantir a implementação das mesmas;

» Todo apoio à luta dos povos indígenas pela de-marcação de suas terras e revisão dos limites das terras por eles questionados; pelo direito à saúde, à educação e à cultura indígenas. Contra a crimi-nalização da luta dos povos indígenas, apuração e punição de seus assassinos;

» Total repúdio aos despejos cometidos pela Polí-cia Federal contra populações indígenas, como os ocorridos contra os Tupiniquins e Guaranis, no ES; os Guarani-Kaiowá, no Estado MS e os Guaranis provenientes da Terra Indígena Avá-Guarani do Oco’y, no Paraná.

estatutoO Tempo não Pára... Socialismo ou Barbárieeu vejo um futuro repetir o passado eu vejo um museu

de grandes novidades o tempo não pára

A Central Única dos Trabalhadores - CuT já não representa mais os interesses imediatos e históricos da classe trabalhadora. Na prática, a CuT abandonou os princípios defendidos pelos trabalhadores e trabalhado-ras, historicamente, no Brasil e no mundo: um sindica-lismo classista, livre da interferência do Estado, autô-nomo frente aos partidos, democrático e internaciona-lista, que tem o socialismo como objetivo final da luta e a unidade como valor estratégico na luta de classes.

A crise que se abate sobre os movimentos sociais, em especial sobre o movimento sindical, em muitos mo-mentos de nossa luta é assustador. Dissolvem-se todas

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as relações sociais antigas e cristalizadas, com o seu cortejo de representações e concepções secularmente veneradas. O descrédito para com a luta e mobilização dos trabalhadores e trabalhadoras em nível nacional, estadual e municipal é muito grande.

O SEPE/RJ realizou um plebiscito que definiu pela desfiliação à CUT e outras entidades filiadas passam por processo semelhante. Novas alternativas surgiram como a Intersindical, CONLuTAS e a Central Clas-sista, comprovando que a CNTE não pode mais ficar atrelada à CuT, sob pena de abrir outra crise na organi-zação dos trabalhadores e trabalhadoras em educação, buscando constituir uma Confederação desatrelada a CuT, autônoma, classista, combativa e verdadeiramen-te independente de partidos políticos e governos.assim propomos as seguintes reformas estatutá-rias:

Art. 4º- h)- supressão§ 2º - supressão da letra h;seção III- Art. 20- § 2º- ...terão prazo de até 120

dias...Art. 29-e) apresentar balancete ao conjunto da Diretoria

executiva em todas as reuniões; bem como o semestral ao CNE e o relatório anual.

h) garantir todas ass informações necessárias para a reunião semestral do Conselho fiscal;

Seção IVArt. 22- acrescentar a Secretaria de Funcionários

Administrativos e a de Combate a Discriminação Ra-cial...e duas Secretarias adjuntas.

Capítulo IV- Art. 47: A diretoria da CNTE será eleita em chapa completa por votação direta, garantin-do-se a proporcionalidade direta e qualificada dos vo-tos dos delegados e delegadas presentes à plenária do Congresso.

Supressão do parágrafo únicoCapítulo V- supressão do Art. 54.

PolÍticas PerManentesO Tempo não Pára... Socialismo ou Barbárie

te chamam de ladrão, de bicha, maconheiro transformam um pais inteiro num puteiro, pois assim

se ganha mais dinheiroAlém do PAC, do PED, das reformas e medidas

neoliberais, o Governo Lula lançou o Projeto das Fun-dações estatais de Direito Privado, cujos objetivos centrais, são: favorecer o setor privado em detrimen-to dos serviços públicos; propiciar a privatização dos serviços públicos; cassar direitos trabalhistas, sociais e previdenciários; reduzir o papel do Estado e seus in-vestimentos nas políticas públicas de caráter universal; impor a avaliação de desempenho como forma de ar-rochar salários; promover a fragmentação, a divisão e a discriminação entre os trabalhadores/trabalhadoras, aumentando as profundas distorções de remuneração entre os mesmos; contratar trabalhadores para desen-volverem serviços públicos, sem concurso público, como exige a constituição federal; reduzir os recursos públicos ou socializar os existentes, condicionando o repasse dos mesmos à política de metas e à avaliação de desempenho; Impedir o controle social sobre os ser-viços públicos.

Diante de todos estes ataques, defender as políticas sociais públicas e universalizantes, é tarefa permanente de quem luta em defesa da vida. em defesa da seguridade socialOs defensores da privatização pregam que se deve pri-vatizar a Previdência porque há déficit crescente e por-que o brasileiro está vivendo muito. Não podemos cair neste discurso e devemos conscientizar a população de que: 1) A Previdência Pública é o maior patrimônio construído com o dinheiro do povo brasileiro. O maior programa social do país (20 vezes maior que o Bol-sa-Família). Patrimônio dilapidado, através de desvios legais e ilegais, sonegações e fraudes gigantescas; 2) A previdência tem mais de R$ 250 bilhões a receber dos devedores; 3) De cada 3 aposentados e pensionistas, 2

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recebem benefício de um salário mínimo; 4) A aposen-tadoria rural reduz o êxodo rural. Com a Previdência privatizada, os trabalhadores rurais e cerca de 40 mi-lhões de trabalhadores informais serão excluídos.

No Fórum Nacional da Previdência está sendo elabo-

rada mais uma reforma, que tem como objetivo: aumentar

o tempo de contribuição de 30 para 35 anos (mulheres) e

de 35 para 40 anos (homens); acabar ou reduzir a diferença

de idade entre a aposentadoria das mulheres e dos homens;

aumentar para 65 e/ou 67 anos, a idade para a aposentadoria,

dentre outros ataques.

O Governo Lula quer acabar com sua aposentadoria! Diga não à Reforma da Previdência!em Defesa dos Direitos da Mulher

Como sabemos, na sociedade capitalista as mulhe-res são discriminadas: sofrem com a opressão, a ex-ploração e a violência por razões de sexo; recebem os menores salários; convivem com a dupla jornada de trabalho; com o desemprego e o subemprego. E as ne-gras são mais discriminadas ainda.

A pesquisa “Retrato das Desigualdades”, realizada pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e pelo Fundo de Desenvolvimento das Nações unidas para a Mulher (unifem), demonstra que dos 10% mais pobres da população brasileira, dentre o total de 30,2% de pobres, 71% são negras.

A violência contra a mulher atinge dados alarman-tes: a cada 15 segundos uma mulher é agredida por um homem no Brasil e de cada 10 mulheres agredidas 07 são vítimas do seu próprio companheiro. A causa prin-cipal do aumento da violência é a impunidade que per-mite que esta continue. A CNTE e os sindicatos filiados devem intensificar a luta pelos direitos da mulher e de-bater com a categoria a questão da violência, divulgar, defender e cobrar dos poderes públicos o cumprimen-to da Lei Maria da Penha (Lei 11.340/2006) que visa coibir e prevenir a violência doméstica e familiar no Brasil.educação pela Diversidade e sem homofobia

No mundo todo a população homossexual é cerca de 10%. Na última década o movimento GLBTT teve grande protagonismo social e deu visibilidade a gays, lésbicas, travestis e transgêneros. Passou a denunciar o preconceito, as diversas formas de violência contra esses grupos e a cobrar políticas públicas e igualdade de direitos para casais homossexuais.

uma das principais bandeiras é a aprovação da união civil entre pessoas do mesmo sexo, cujo proje-to está há quase uma década engavetado no Congresso Nacional, sofrendo diversos ataques de grupos reacio-nários e religiosos .

O movimento organizado já obteve o reconheci-mento de diversos direitos, inclusive, de caráter previ-denciário.

Combate-se o preconceito com o apoio efetivo às reivindicações do movimento GLBTT e com investi-mento em políticas de formação que garantam a diver-sidade, preparando os trabalhadores e as trabalhadoras para lidar com as diferenças, principalmente de orien-tação sexual. raça e etnia

A população brasileira é composta por pessoas de diversas raças e etnia. Isso se reflete no cotidiano dos trabalhadores e trabalhadoras em educação, que lidam com os diferentes grupos étnicos e raciais em suas ati-vidades e, também, são parte desses grupos.

No Brasil, 70% dos 22 milhões de brasileiros que sobrevivem abaixo da linha de pobreza são negras/ne-gros. A resistência e a luta da população negra desde os navios negreiros até hoje, nas favelas, cortiços, fábricas e escolas, serve de estímulo à luta pela construção de outra sociedade, sem discriminação racial, sem explo-radores e explorados, opressores e oprimidos.

Nos últimos anos tem havido uma batalha muito grande no âmbito internacional, objetivando a repa-ração dos danos causados especialmente à população negra, com a escravização européia. A aplicação de políticas afirmativas é uma tentativa de minimizar os

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efeitos de toda a discriminação sofrida. Daí as quotas para negros nas universidades, quotas na contratação para serviço público, bolsas de financiamento de cur-sos e introdução nos currículos escolares de disciplinas como história da África, manifestações folclóricas do povo negro.

As cotas, o reformismo e o sectarismoAs políticas de ação afirmativa encampada pelo

governo federal assumem, cada vez mais, um recorte conservador, de viés assistencialista. O princípio da ga-rantia de igualdade de condições, dentro de uma pers-pectiva de discriminação positiva que viabilize a eqüi-dade, tornou-se política compensatória e instrumento de divisão do movimento, cooptação e barganha polí-tica, desmobilizando e reduzindo o horizonte político e a emancipação do povo negro. Defendemos a políti-ca de cotas, enquanto tática, na medida que constrói o norte estratégico da eqüidade. Posições estreitas, como as que consideram definem o atrelamento ao Governo, pela posição que se tem em relação às cotas, desvir-tua o debate e em nada contribuem para a luta do povo negro.

A implementação da Lei 10.639/03, que estabelece a obrigatoriedade do ensino de História e Cultura Afro-Brasileira, esbarrou na formação insuficiente para que fosse universalizada nas escolas. A estrutura pedagógi-ca, tanto das Secretarias de Educação, quanto do MEC, não oferecem respostas à altura desta nossa conquista. A luta continua portanto, pela conquista e efetivação dos nossos direitos, não só na lei, mas na vida.em defesa dos direitos dos povos originários

“Ninguém respeita aquilo que não conhece. Precisamos mostrar quem somos, a força da nossa

cultura. Só assim vão respeitar e admirar o que temos.”

Wabuá XavanteE assim transcorreram 507 anos de usurpação das

terras de seus verdadeiros donos - os povos originários. Em nome de Deus, sua cultura e religiosidade foram

desrespeitadas. Os interesses da Igreja e do Estado determinavam a vida e a morte dos povos indígenas e durante séculos estiveram atrelados, promovendo a miséria, a violência, o preconceito e a morte em massa desses povos. A política promovida pela FuNAI com o intuito de “integrar o índio à sociedade brasileira”, não é muito diferente da política implementada pela Igreja e o Estado, durante mais de 500 anos. As “portas das Aldeias” foram abertas para os missionários, favore-cendo a decadência do orgulho indígena, a invasão por parte dos latifundiários das terras indígenas e outras formas de descaracterização do povo que habita estas terras, há milhares de anos.

A política equivocada de demarcação de terras com construção de aldeias próximas às cidades, sem terras suficientes para o plantio, tem condenado nações in-dígenas à mendicância, à fome e à extinção de muitas etnias.

A atual política indigenista do governo federal não difere das implementadas por governos anteriores. Mantém a visão tutelar e oficialista, ignorando a pauta de reivindicações construída e encaminhada ao Gover-no Lula, pelos povos indígenas.

Hoje no Brasil existem cerca de 240 etnias, falan-do 180 idiomas. A luta desses povos originários é a mesma que ocorre em toda a América Latina: luta pela demarcação das terras, pela educação e saúde diferen-ciadas, pela punição dos assassinos das lideranças in-dígenas. Esta luta é nossa! E dentro das escolas, muito podemos fazer para apoiá-la.

assinaM esta resoluÇÃoGesa Linhares Corrêa. Executiva CNTE; Coorde-nação Intersindical e SEPE/RJ; Lujan Bacelar de Miranda - Coord. Nac. Intersindical e SINTE/PI; Pedro Paulo Vieira Carvalho - Coord. Nac. Inter-sindical e APEOESP/SP; Marize de Oliveira Pin-to.-SEPE/RJ e Coordenação Estadual Intersindical/Rio; Eloy Borges- SINTEPP/PA; Ornildo Roberto

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de Souza- SINTE/RR; Èrica Joyce Cavalcanti- SINTERR/RR; Gerson Gonçalves de medeiros- SINTEAM; Antônio Bonfim- SINPEEM; César Carneiro- APLB/Ba; Swami Bérgamo –SINDIu-PES; Marcos Podestá- SINDIuPES; Luíza Milca B. de Sá – SINTE-PI; Alberto Andrade Jr- SIN-TEPP/PA; Ana Rosa de Souza K.- SINDIuPES; Antônio Carlos Martins- SINTEPP/PA; AntônioC. Martins- SINTEPP/PA; Aparecida Cirlene - SIN-TEPP/PA; Araceli Lemos- SINTEPP/PA; Augusto Santos- SINTEPP/PA; Carla Ribeiro de Carvalho-SEPE/RJ; Carlos Pletsch - SEPE/RJ; Cecília Hele-na Migliore (Apeoesp Sorocaba); Conceição Ho-landa- SINTEPP/PA; Danilo Pesciotta- SEPE/RJ; Edmilson Gomes- SEPE/RJ;Edmilson Rodrigues- SINTEPP/PA; Eduardo Tacto- SEPE/RJ; Eliane Gonçalves Costa (Apeoesp-Franco da Rocha); Eliane Passos- SEPE/RJ; Eliane Tantoja- SIN-TEPP/PA; Elizabeth Soriano –SEPE/RJ; Elizan-gela Maria Pinheiro Costa- SINTEPP/PA; Enildo Santos- SEPE/RJ; Eva Dionísio- SEPE/RJ; Fábio Nogueira- SINPEEM; Fátima Macapá- SINTEPP/PA; Fernando Borges Correia (Apeoesp-Taubaté); Fortunato Damasceno- SINTEPP/PA; Francilene Rocha- SINTEPP/PA; Helton Farias- SINTEPP/PA; Inês Paes—APEOESP/Mogi; Jair Pena- SIN-TEPP/PA; Janete Benjamim Freitas- SINTEPP/PA; Javier Souza- SINTEPP/PA; Joana Mauthus – SEPE/RJ; Jorge Luiz de Oliveira- SEPE/RJ; Jor-ge Paes- APEOESP; Josafá Rehem- APEOESP; José Carlos Calado- APEOESP- Franco da Rocha; José Mateus- SINTEPP/PA; José Rodrigues; Kelly de Moraes- SEPE/RJ; Kezia Suely Ferreira de Al-meida- SINTEPP/PA; Leila Regina Casote (Apeo-esp- Jundiaí); Lena Pena- SINTEPP/PA; Lenilson ´Duarte-SEPE/ RJ; Luisa Gomide- SEPE/RJ; Luiz Araújo- Pará; Luiz Felipe- SEPE/RJ; Luíza Milca B. de Sá – SINTE-PI; Marcelino Almeida (Apeo-esp- Sorocaba)-; Márcia Cristina- SEPE/RJ; Már-

cia Flausino dos Santos.- SEPE/RJ; Márcia Maria da Cunha- SEPE/RJ; Marcos Rangel- SEPE/RJ; Maria Anita da Silva – SINTE-PI; Maria José Bar-bosa- SINTEPP/PA; Maria José Dutra- SINTEPP/PA; Mariana Ferreira da Silva- SEPE/RJ; Marino Brito- SINTEPP/PA; Mariza do Amor Divino- SEPE/RJ; Marluzi Bonelli de Oliveira- SEPE/RJ; Mauro Borges- SINTEPP/PA; Mônica Brito; Neto do Acará- SINTEPP/PA; Osmarina Lopes Vieira – SINTE-PI; Otavio Pineschi Mota – SEPE/RJ; Pau-lo Henrique- SEPE/RJ; Priscila de Barros Pereira – SEPE/RJ; Quelei Cristina de Oliveira -SEPE/RJ; Raimundo Coelho- SINTEPP/PA; Randel Salles- SINTEPP/PA; Regina Tavares- SINPEEM; Rildo Bentes- SINTEPP/PA; Ronaldo Rocha-SINTEPP/PA; Rosa Olívia- SINTEPP/PA; Rosalina- SEPE/RJ; Rosangela Quequetto (Apeoesp-Franco da Rocha; Rosângela Sousa – SINTE-PI; Rosele de Cassia Martins – SEPE/RJ; Rubenixson Farias; Sandra Azevedo- SINTEPP/PA; Sandra- SEPE/RJ; Sandra Severo – SEPE/RJ; Sérgio Martins da Cunha- APEOESP; Sérgio Tadeu- SEPE/RJ; Sibila Do Amaral- SEPE/RJ; Solange- SEPE/RJ; Stenio Matheus de Morais Lima (Apeoesp-cotia); Tatiana- SEPE/RJ; Valmir Bastos- SINTEPP/PA; Walmir Freire- SINTEPP/PA; Washington Costa- FAETEC/RJ; Wilder Cassio de Freitas (Apeoesp-Jundiaí ); Williams Silva- SINTEPP/PA; Zé Rodri-gues- SINTEPP/PA; Zilton Junior – SINTE-PI.

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articulaÇÃo sinDicalconJuntura internacional

A agenda climática domina os debates mundiais, ao lado dos conflitos armados e da postergada erradicação da pobreza.

São desafios que se apresentam em um contexto marcado pelo peso da hegemonia dos Estados unidos, que mantêm enfraquecido o multilateralismo nas rela-ções internacionais e a insegurança global com a guerra no Iraque e a inobservância aos tratados de diminuição de poluentes no ecossistema.

Os impactos da política belicosa dos EuA con-somem trilhões de dólares e são sentidos para além do Oriente Médio. A desvalorização da moeda norte-americana afeta a economia mundial e torna os produ-tos exportáveis dos países em desenvolvimento menos competitivos. Por outro lado, a OMC não retoma a Ro-dada de Doha, responsável pela fixação de patamares aos subsídios produtivos e às tarifas alfandegárias mun-diais, corroborando ainda mais para o agravamento das distorções de riqueza no planeta.

O risco de uma guerra civil entre palestinos, os con-flitos armados no Líbano, a pressão da Turquia sobre os curdos no norte do Iraque e a instabilidade política no Paquistão demonstram o fracasso das intervenções do governo norte-americano na região. Movido pelo cenário desfavorável à sucessão presidencial, Bush en-saia retomar as negociações entre Israel e a Autoridade Palestina, mas nada de concreto foi apresentado até o momento.

Em meio às turbulências, a Europa reveste-se de conservadorismo. A França enfrenta grave crise sócio-econômica, sobretudo nos subúrbios de imigrantes afri-canos, ao tempo em que elegeu um presidente que pro-meteu flexibilizar direitos trabalhistas e previdenciários. A união Européia fecha-se cada vez mais aos países do leste, que tentam sem sucesso ingressar no Bloco.

Apesar das dificuldades progridem as articulações internacionais dos trabalhadores e demais setores que se opõem ao modelo hegemônico e lutam por uma nova configuração política, econômica e social. Experiên-cias e governos, identificados com valores alternativos avançam na América Latina, cujo momento é caracteri-zado pela expansão e o fortalecimento das forças popu-lares, de movimentos sociais e governos progressistas.

O Brasil tem ampliado seu protagonismo no cenário internacional, seja pela aproximação com o continente africano, seja capitaneando o G-20 (grupo de países que luta pelo fim dos subsídios agrícolas na OMC), ou mesmo contribuindo para o fortalecimento das relações entre os países latino-americanos, em especial do Mer-cosul, que deverá contar com novos parceiros oficiais. Esta política juntamente com a criação do Banco do Sul ratifica a posição da Região contra a ALCA e responde aos Tratados de Livre Comércio impostos pelos EuA a muitos países, sobretudo da América Central.

O governo Lula também teve um papel decisivo para o avanço das forças progressistas na América La-tina, com a vitória da esquerda na Bolívia, no Equador, na Nicarágua e a reeleição de Chávez na Venezuela. Em prevalecendo os ares democráticos, o Paraguai ele-gerá em breve um governo progressista.

Já o Fórum Social Mundial continua sendo um es-paço de interlocução social pautado na construção de um novo mundo, possível e necessário, devendo ser priorizado por todas as forças populares.

conJuntura nacionalAs mazelas seculares impostas pelas elites do país

ainda marcam a condição de vida da maioria da popu-lação brasileira e permeiam as estruturas de Estado, a exemplo do processo endêmico de corrupção, alastrado nos diferentes níveis e esferas de poder, e da vexatória

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distribuição de renda, que marginaliza regiões e sobre-carrega os menos afortunados. A política neoliberal empregada recentemente no país, além de pactuar com o processo de exploração social e econômica, dilapidou o patrimônio e desestruturou a máquina pública redu-zindo-a excessivamente e retirando direitos dos servi-dores.

A dívida social ainda é grande. Falta qualidade à educação, à saúde e à segurança pública. Os déficits de moradia e de esgoto são consideráveis. As cidades não comportam tantas favelas. A reforma agrária carece de avanços. A justiça continua inacessível ao pobre, exce-to para puni-lo. Mas mesmo com todos esses proble-mas avanços inequívocos já podem ser notados ao final do quinto ano de gestão do presidente Lula.

A economia, após décadas de estagnação, volta a ter desempenho robusto. O Salário Mínimo ganhou po-lítica de reajuste acima da inflação; o emprego formal cresceu mais que em 8 anos de FHC; a maioria das ca-tegorias teve aumento salarial significativo; a indústria, o setor agrícola, a construção civil, os serviços e outros setores da economia batem recordes de produção; os créditos pessoal e empresarial se expandiram; a balan-ça comercial acumula sucessivos superávits; as reser-vas cambiais e os investimentos externos produtivos estão em alta; a bolsa de valores pulou de 10.000 pon-tos para mais de 60.000; a crise imobiliária americana que afetou diversos países passou ao largo do Brasil e tem ajudado o país a captar investimentos, dada a soli-dez dos indicadores econômicos.

Seguindo a mesma trajetória da economia, os indi-cadores sociais apontam significativos avanços: redu-ção da pobreza, maior acesso ao consumo, melhor dis-tribuição de renda – embora ainda ocupemos as últimas posições no ranking mundial -, priorização de políticas sociais, como o Fundeb, o Bolsa-Família, as ações afir-mativas, as políticas para as mulheres e a agricultura familiar. Também as quadrilhas de colarinho branco e o crime organizado passaram a ser combatidos pela

Polícia Federal. O Brasil joga o papel decisivo para o avanço das forças progressistas na América Latina, o que, junto com a incursão no cenário mundial, o acerto reflete a pujança da política externa do governo.

Esse saldo positivo, expresso na aprovação de mais de 60% da população, tem feito as forças conservado-ras extrapolarem o limite da responsabilidade. A reelei-ção do presidente Lula, além de significar nova vitória do povo sobre a elite, fez escancarar a faceta desonesta da grande mídia que, desde meados de 2005, emplacou, em conluio com a oposição política, um ritmo aluci-nante de denúncias e uma campanha de desinformação - elitista e preconceituosa - com claro e indisfarçável cunho golpista, objetivando abreviar o mandato presi-dencial e derrotar o projeto democrático e popular.

A mobilização social do segundo turno das elei-ções presidenciais, motivada pelo novo eixo da cam-panha, que apontava corretamente o risco da volta das privatizações e do corte dos investimentos sociais, re-dundou em mais de 20 milhões de votos de vantagem para Lula, mostrando que o povo rechaçou o projeto conservador e exigiu, mais uma vez, o aprofundamento das mudanças políticas, sociais e econômicas.

Com a oposição enfraquecida, após as eleições, a mídia voltou a assumir a prerrogativa de contrapor o governo. A tática de criar crises com o objetivo de ro-tular a gestão federal de corrupta, incompetente e as-sistencialista se manteve. O ataque aos partidos e aos movimentos de esquerda, sobretudo o PT e a CuT, e a paralisia do parlamento que, em última instância, tam-bém afeta o desempenho das políticas governamentais, é outra estratégia visando à desestabilização. O malfa-dado esquema do “mensalão”, que ora é julgado pelo STF, representou o ápice da crise midiática no primeiro mandato de Lula. Até o momento nenhum indiciado foi condenado. Para a sociedade, no entanto, mais que condenações de pessoas, espera-se o esclarecimento cristalino sobre o que representou esse esquema obscu-ro. Novas “crises” se apresentam no início do segundo

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mandato. A tentativa de imputar ao governo a tragédia com o avião da TAM em Congonhas/SP, o direciona-mento ao executivo contra o presidente do Senado, Renan Calheiros, e o natimorto camuflado Movimento Cívico pelo Direito dos Brasileiros (Cansei), não ren-deram os frutos esperados pela mídia elitista.

Seguindo sua trajetória de luta, independente e autônoma, o movimento sindical, em especial a CuT, não deixou de se manifestar em nenhuma das situações conjunturais. O apoio ao governo Lula representa uma opção de ruptura com o sistema neocolonial até então vigente no país. Isso, porém, não tem impedido o movi-mento de cobrar as ações deliberadas pelo conjunto da classe trabalhadora. Mudanças na economia (redução dos juros, do superávit e fim da DRU) e efetiva partici-pação nas decisões políticas são duas delas.

O fim da tutela do FMI e do Banco Mundial e a implementação do Programa de Aceleração do Cresci-mento representam passos importantes para a ruptura do padrão anterior do Estado brasileiro. O PAC cana-liza investimentos públicos para a produção e para in-fra-estrutura social, além de prever redução das metas do superávit primário. 80% de seus recursos são oriun-dos de quatro empresas estatais, que por luta da classe trabalhadora, em especial da CuT, não foram privati-zadas. Porém, ajustes precisam ser feitos ao Progra-ma. Os trabalhadores têm lutado pela retirada do PLP 01/07, uma vez que penaliza a valorização do serviço público e do funcionalismo. Também atuam no sentido de transformar o PAC em programa de desenvolvimen-to. No campo da educação, a CNTE tomou a decisão de disputar os conceitos do Plano de Desenvolvimento da Educação. Outras categorias deverão agir de igual for-ma em suas respectivas áreas. Supõe-se continuidade da luta pela reforma agrária, pela distribuição de renda, pelo emprego, pela moradia, pela democratização dos meios de comunicação de massa e pela justiça econô-mica e social.

PolÍtica sinDicalCom a política sindical permanente e articulada

entre suas entidades sindicais filiadas e à CUT – Cen-tral Única dos Trabalhadores, a CNTE consolidou-se no cenário nacional como protagonista na conjuntura política e educacional em defesa e ampliação dos direi-tos dos trabalhadores em educação no país. um papel construído ao longo de sua história sob os princípios democráticos e de liberdade e autonomia frente aos governos, na perspectiva de avançar na consolidação de uma educação pública emancipadora e de qualidade social, voltada aos anseios de desenvolvimento social e econômico da classe trabalhadora, com vistas a uma sociedade justa, democrática e socialista.

Atualmente convivemos com uma conjuntura ím-par no Governo Lula. Por um lado, os espaços de inser-ção e reconhecimento político dos trabalhadores foram ampliados e, por outro, cisões têm ocorrido tanto por divergências de projetos quanto por aspirações polí-ticas fundadas, sobretudo, numa nova perspectiva de organização sindical. A previsão de sustentabilidade fi-nanceira terá conseqüências positivas – como o aumen-to da capacidade de mobilização - e negativas – como a fragmentação do movimento social. Também por este motivo, reiteramos nossa defesa histórica contra o Im-posto Sindical. A perpetuação de sindicatos de “gave-ta”, que desvirtuam a legítima luta dos trabalhadores, é outro argumento para nossa defesa contra o imposto compulsório.

Embora primemos pela liberdade de organização sindical, a pulverização das Centrais é um fator preocu-pante para o conjunto da classe trabalhadora, enfraque-cendo perante os governos e os patrões. Entendemos que o momento exige unidade, instrumentalização para qualificar as ações, comprometimento político na su-peração das diferenças internas e a ampliação do apoio dos movimentos sociais e populares com vistas a pres-sionar o governo Lula a alterar o rumo da economia e a acelerar as políticas sociais.

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A CuT, neste sentido, tem atuado de forma com-prometida e independente. Ao mesmo tempo em que reconhece os avanços na gestão pública mantém forte cobrança da pauta dos trabalhadores; e faz isso de for-ma plural, procurando absorver as legítimas reivindi-cações dos diferentes matizes ideológicos. Contudo, o acirramento político no campo da esquerda tem dificul-tado maior aproximação das pautas dos trabalhadores.

A defesa do Estado e do serviço público, histori-camente, sempre foi empunhada pelos trabalhadores, através de uma organização sindical ampla e coesa. Não foi de outra forma que o país redemocratizou-se e que o Estado Democrático e Social de Direito firmou-se constitucionalmente. Esta é uma luta cara aos tra-balhadores e que tem passado por sucessivos ataques da ala liberal. E a CNTE e a CuT não se eximem em defender a gestão pública, a manutenção do dever de Estado, não somente a responsabilidade financeira das políticas públicas, mas a responsabilização de todos os gestores.

Em meio a constantes lutas por preservação e ampliação de direitos, novos ataques ocorreram com disfarçadas roupagens. A terceirização de serviços pú-blicos é recorrente e a flexibilização na contratação de servidores, desta vez, se fez notar pela regulamentação das fundações estatais do governo Lula. Governos esta-duais e municipais empreenderam grande esforço para aprovação da matéria alegando falta de condições e de recursos financeiros para atender à demanda por servi-ços públicos essenciais.

Não obstante necessitarmos rever formas de en-frentamento aos recorrentes ataques neoliberais, o po-sicionamento combativo e propositivo da CuT e seus Sindicatos filiados, frente a atual conjuntura, eviden-cia o potencial de inserção política dos trabalhadores, como as lutas pela revisão do processo de privatização da Vale do Rio Doce; contra a redução do poder fisca-lizador do MTb; pela manutenção do veto presidencial à Emenda nº 3 e pela retirada do PLP nº 01/07. Nas

mobilizações em defesa da educação pública, com a Marcha da Educação, realizada em 25 de abril de 2007; na estratégia de implementação do Piso Salarial Profis-sional do Magistério (e para os demais profissionais da educação); na defesa da redução dos juros e do superá-vit primário; pela redução da jornada de trabalho sem redução de salários; pelo respeito à organização dos trabalhadores; por uma previdência universal com am-pliação de direitos; por reforma agrária; nos incentivos à agricultura familiar; por aumentos reais de salários e geração de emprego e renda; por soberania nacional.

Em consonância, a CNTE tem empreendido esfor-ços para a construção de agendas unificadas, com fortes mobilizações em defesa do Piso Salarial Nacional que traduza uma real valorização dos educadores; na in-serção política frente ao Plano de Desenvolvimento da Educação; na efetiva aplicabilidade do Fundeb; contra a terceirização e pela valorização da carreira dos edu-cadores (professores e funcionários de escola).

Sobre a reforma sindical, a CuT não se eximiu em debatê-la no Fórum Nacional do Trabalho, e condicio-nou a continuidade de sua participação a não apresen-tação de nenhuma proposta que visasse retirar direitos dos trabalhadores. A luta, agora, consiste em estabele-cer a negociação coletiva para em seguida avançar na regulamentação do direito de redução de conflitos. Os servidores rejeitam a tese de o judiciário legislar sobre o assunto, uma vez que a Constituição, explicitamen-te, remete ao Congresso Nacional a regulamentação da matéria.

Para avançar na perspectiva de uma política sindi-cal de valorização da educação pública e de seus tra-balhadores, defendemos que a CNTE e a CuT tenham os seguintes posicionamentos, além dos elencados no Plano de Lutas:» Manter o posicionamento sindical autônomo frente

ao Governo Lula, mediante a constante mobiliza-ção para pressionar o governo a romper com o atu-al modelo econômico de desenvolvimento.

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» Lutar pela aplicação das políticas públicas, me-diante a responsabilização dos governos pela ofer-ta, financiamento e gestão, erradicando qualquer forma de terceirização e privatização dos serviços públicos.

» Defender no processo de construção das políticas públicas ou reformas, a participação dos segmen-tos representativos dos trabalhadores, em espaços institucionais deliberativos e consultivos.

» Lutar pela implementação da negociação coletiva e pelo direito de greve para os servidores públicos, e pela não utilização do interdito proibitório.

PolÍtica eDucacionalNo mundo contemporâneo não há casos de nações

que tenham atingido níveis satisfatórios de desenvol-vimento sem terem investido maciçamente na educa-ção pública. Trata-se de uma prerrogativa que quando postergada gera enorme atraso econômico e uma dívida social cada vez mais complexa e injusta. E não há dúvi-da de que o Brasil se encaixa nesta segunda situação.

A última Pesquisa Nacional por Amostragem de Domicílios – PNAD/IBGE revela uma tendência de evolução muito lenta dos indicadores educacionais, que ainda causam perplexidade: dentre os/as brasilei-ros/as com 15 anos ou mais de idade, 14,4 milhões são analfabetos/as; desses cerca de 10 milhões são negros ou pardos; o Nordeste concentra 35% dos analfabetos literais; apenas 9,9% das crianças de famílias de bai-xa renda têm acesso à creche; da população com 0 a 3 anos de idade, apenas 15,5% está na creche; 47,1% dos jovens em idade própria freqüentam o ensino médio, em Alagoas esse percentual é de 25,4% e no Nordeste fica em 37,9%; a média de estudos do/a brasileiro/a é de 7,2 anos, sendo 3,9 anos entre os 20% mais pobres e 10,2 anos entre os 20% mais ricos; apenas 8,6% das pessoas com mais de 25 anos de idade possuem 15 anos ou mais de estudos, e destes, 78% são brancos, 16,5% são pardos e 3,3% são negros; apenas 23,6% dos estu-

dantes universitários estudam em estabelecimentos pú-blicos, sendo que 54,3% pertencem ao grupo dos 20% mais ricos; as pessoas brancas têm rendimento, em mé-dia, 40% maior que as pessoas negras ou pardas.

O problema da educação brasileira se confunde com a imensa desigualdade regional, de renda e de oportunidades. É fruto, também, do descaso das autori-dades públicas, que há séculos relegaram este direito ao povo e se concentraram em manter o status quo de uma elite apartada dos compromissos sociais e do desenvol-vimento soberano e com justiça. A CNTE tem apontado este diagnóstico, há tempos, mas as condições políticas nunca foram propícias às mudanças necessárias.

O cerne da crise educacional está na educação bá-sica. Sua estrutura de financiamento e de organização descentralizada impede, em tese, políticas articuladas para o conjunto dos entes federados. Porém, a Cons-tituição e a legislação infraconstitucional possibilitam viabilizar regimes de colaboração que propiciem maior equidade. Os trabalhadores em educação defendem a implementação do sistema nacional de educação, com-preendendo as políticas de financiamento, gestão, ava-liação, currículo e carreira dos educadores.

A década do neoliberalismo foi marcada por pro-fundas políticas de fragmentação, onde priorizou-se o ensino fundamental em detrimento das demais etapas e modalidades. A desobrigação da união para com a educação básica e a conseqüente escassez de recursos gerou agravantes que corroboram com os indicadores acima apresentados: as matrículas na educação infantil sofreram redução; o ensino profissional desvinculou-se do médio e sua fonte de financiamento “secou”; a EJA passou a contar com suplemento insuficiente; o comba-te ao analfabetismo foi delegado a ONGs; o processo de municipalização aprofundou a crise da qualidade, com profissionais desvalorizados, sistemas sem plane-jamento, escolas precárias e demandas sem contrapar-tida financeira.

Algumas ações do governo Lula têm sido toma-

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das exatamente no sentido de reverter essa estrutura neoliberal. O Fundeb retomou o conceito sistêmico de educação, abrangendo todo o nível básico e crian-do mecanismo de valorização profissional – PSPN. O Piso, em âmbito do Fundeb, está previsto apenas para os profissionais do magistério, mas a EC 53/2006 – que representa grande vitória da CNTE - estende essa pos-sibilidade aos demais profissionais. A proposta cons-truída e defendida pela Confederação, em dezembro de 2006, prevê piso diferenciado, com jornada de 30 horas semanais, sendo R$ 1.050,00 para os profissionais com nível médio e R$ 1.575,00 para os de nível superior. Também será estratégica a aprovação das Diretrizes Nacionais de Carreira que tramitam no Congresso.

Já o Plano de Desenvolvimento da Educação tem a virtude de recolocar o debate educacional na agenda política e social do país e contempla medidas impor-tantes para a educação pública. Ele se soma ao esfor-ço do Governo para expandir a educação profissional, com a construção de novas escolas técnicas, de integrar o ensino médio à educação tecnológica, de ampliar as universidades públicas e as vagas do PROuNI. Toda-via, a ausência de amplo diálogo e a aproximação com um único segmento social, o empresarial, representado pelo movimento Todos pela Educação, fez com que o PDE tomasse uma conformação meritória e que não avançasse nos pressupostos essenciais para alterar, em caráter amplo e definitivo, o padrão e a concepção edu-cacionais, caracterizados pelo elevado grau de autono-mia das três esferas de governo e pela descentralização das políticas educacionais. Por este motivo, a CNTE deve intensificar sua atuação junto ao Plano buscan-do, também, transformá-lo em política de Estado, com financiamento compatível e com novas perspectivas de abrangência que contemplem a qualidade social da educação.

A Conferência Nacional da Educação Básica, mar-cada para acontecer em abril de 2008, deve transfor-mar-se em espaço de permanente construção coletiva

do projeto de educação estratégico para o desenvolvi-mento do País, garantindo a ampla participação social, definindo as responsabilidades do Estado como condu-tor das políticas públicas, exercendo um forte contro-le social. O tema escolhido para sua primeira edição - Sistema Nacional de Educação - atende os anseios da comunidade escolar e inaugurará o debate oficial em torno dessa importante política. A CNTE e seus Sindicatos filiados devem priorizar a participação nas conferências nacional, estaduais e municipais, a fim de verem contempladas suas teses.

Seguindo a trajetória de ocupar espaços e dispu-tar políticas, nos próximos três anos, a CNTE reforçará sua atuação sobre os seguintes eixos:

Financiamento: lutar pelo aumento do percentual do PIB em educação para 10%, de acordo com o PNE da Sociedade Brasileira. Pela derrubada do veto ao PNE e por novas fontes de recursos. Dados da OCDE, divulgados em setembro de 2007, mostram que o Brasil investe apenas 3,9% PIB na educação pública. A média nos países desenvolvidos, que já atingiram patamares mais elevados de infra-estrutura e valorização profis-sional, gira em torno de 6% e 7% do PIB. No Brasil, o valor anual por aluno é de uS$ 1.303,00 (R$ 2.448,00). A média da OCDE é de uS$ 7.527,00 (R$ 14.376,00). O Chile investe o dobro do Brasil.

Valorização profissional: a formação inicial e continuada, o piso salarial profissional nacional, a jor-nada compatível, a carreira e as condições de trabalho devem ser tratadas indissociavelmente com vistas a melhorar as condições de vida e trabalho dos/as educa-dores/as e a qualidade da educação. Os baixos salários e a falta de perspectiva na profissão têm afastado bons profissionais e a juventude. O déficit de professores na educação básica ultrapassa a 700 mil vagas. Por isso, devemos lutar pela constituição de uma política na-cional de formação de educadores, que atenda às de-mandas de professores e funcionários de escola. Pela aprovação do Piso Salarial para o Magistério, com base

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na proposta da CNTE, e dar seqüência à mobilização pela regulamentação do artigo 206, VIII, da CF (Piso para todos os profissionais). Aprofundar o debate sobre escola de tempo integral com o objetivo de atender à demanda por educação de qualidade e a padronizar as jornadas de trabalho dos/as educadores/as. Aproximar a sociedade do debate educacional a fim de tornar a educação pública prioridade e prover melhores condi-ções à escola e combater a violência.

Gestão democrática: efetivar essa dinâmica em todos os espaços deliberativos, desde a Conferência e do Fórum Nacional de Educação, à efetiva colabora-ção dos Conselhos de Educação (nacional, estaduais e municipais) na organização, execução e avaliação da política educacional; na consolidação da autonomia dos conselhos escolares e na efetivação da eleição de diretores. A participação da comunidade é ponto funda-mental para o desempenho escolar, e deve ser sempre motivada.

avaliação: os trabalhadores em educação consi-deram importante estabelecer mecanismos de aferição sobre o aprendizado do aluno e de seu próprio trabalho. Contudo, não admitem que a responsabilidade de todo um sistema recaia somente na escola e em seus atores. É preciso considerar o universo das políticas públicas, a efetiva aplicação dos recursos e o comprometimento dos gestores. Investir na avaliação processual, qualita-tiva e de caráter sistêmico e democrático, compreen-dendo-a como instrumento de aperfeiçoamento do pro-cesso educacional, é uma opção adequada.

terceirização: a construção de valores fundados num projeto de sociedade socialista, defendido pela classe trabalhadora, é incompatível com medidas que visam desobrigar o Estado em ofertar educação pú-blica, laica, gratuita e de qualidade, sem prescindir do esforço socialmente articulado. Em vários estados e municípios, os funcionários de escola estão na ponta do processo de terceirização. Defendemos a ampliação dos cursos de profissionalização para os Funcionários

e a aprovação imediata dos projetos de lei 6.206/05 e 1.592/03.

Políticas pedagógicas: o sistema educacional do país carece de inovações, sobretudo na área pedagógi-ca. Rever as grades curriculares dos cursos de forma-ção e os estágios probatórios, bem como investir em novas tecnologias e formas de interação são questões imprescindíveis. A implementação da lei 10.639/03 e as regulamentações das disciplinas de sociologia e filo-sofia, além do ensino fundamental de 9 anos, também são medidas essenciais.

BalanÇo PolÍtico Da GestÃoA última gestão da CNTE caracterizou-se pelo

intenso esforço no sentido de ampliar o direito à edu-cação de qualidade especialmente através do financia-mento. A aprovação do FuNDEB com as três emen-das propostas pelo movimento – inclusão de creches, responsabilidade da união e PSPN – foi uma vitória de todas as entidades de base que responderam ao cha-mamento da Confederação. Persistem dois problemas em relação ao financiamento: a derrubada dos vetos ao PNE e o julgamento da ação impetrada pela CNTE para pagamento da diferença de valor do custo-aluno do FuNDEF. A Campanha pela Conversão dos Recur-sos da Dívida Externa em investimento na educação recuperou um importante debate político e ideológico e deve ser reforçada.

O projeto de Piso Salarial para os Profissionais do Magistério da Educação Básica, em debate no Con-gresso Nacional, representa um grande passo no sen-tido da valorização profissional. A CNTE, no entanto, não concorda com o teor da proposta acordada entre os governos federal, estaduais e municipais, especialmen-te quanto: ao conceito, ao valor, à jornada, à falta de referência a formação e à não inclusão dos funcionários de escola. Tem sido intensa a mobilização pela mudan-ça do projeto e os Sindicatos filiados têm cumprido um papel fundamental nesse processo.

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Outras lutas dos trabalhadores brasileiros foram incluídas nas mobilizações como: manutenção do veto à Emenda 3, que retira direitos trabalhistas; contra o PLP 01, que congela salário dos funcionários federais; contra reformas que retirem direitos dos trabalhadores, tanto sindicais quanto previdenciários; pela reforma agrária, pela redução da jornada sem redução do salá-rio. Porém, o PSPN foi responsável pelo êxito da Mar-cha Nacional de 25 de abril, a Aula Pública de 29 de agosto de 2007 e pelas caravanas semanais em Brasília com representações dos estados e municípios.

Durante os três anos, foi promovida a Semana Na-cional em Defesa e Promoção da Educação, com mar-cha a Brasília e um Dia de Paralisação Nacional, obje-tivando fortalecer as lutas dos Sindicatos e, ao mesmo tempo, unificar ações em âmbito latino-americano e mundial.

Junto com luta pelo PSPN, outros projetos estão sendo monitorados, semanalmente, no Congresso e na Justiça, projetos estratégicos, como: diretrizes nacionais de carreira, lei 11.301/06 (que beneficia especialistas e diretores) e mudança da LDB para o reconhecimento dos funcionários de escola como profissionais da edu-cação. O DEFE e o DESPE tem sido atores importantes nesses embates.

A política de formação ganhou impulso com um convênio entre a CNTE e o sindicato norueguês Lara-forbündet, e está possibilitando a formação de mais de 3.000 trabalhadores em educação em cursos descentra-lizados (a previsão era de 2.000) e com instituição da Escola de Formação – ESFORCE. A primeira revista produzida pela Escola aborda o Plano de Desenvolvi-mento da Educação – PDE, objeto de debate de dois Seminários nacionais e discussões nas instâncias.

Continuando sua linha de investigação, a Confe-deração realizou uma pesquisa para saber como andam e o que fazem os educadores aposentados. Esta base social necessita de políticas de integração às atividades do movimento e de melhoria das condições de vida. No

Piauí, realizou um trabalho sobre Paternidade e Cida-dania, envolvendo escolas públicas, poderes constituí-dos e comunidade escolar.

A ampliação da base social da CNTE, com a filia-ção dos municipais, também aumenta a responsabilida-de da Confederação. Políticas de negociação coletiva foram desenvolvidas para este segmento e realizado um Encontro, discutindo suas especificidades.

As Secretarias e os Departamentos da CNTE rea-lizaram, ao longo destes três anos, as seguintes ativi-dades nacionais, algumas precedidas de eventos esta-duais, outras de atividades regionais: IV Encontro Na-cional do Coletivo Anti-Racismo, Seminário Nacional de Mulheres, VII Encontro Nacional de Trabalhadores Aposentados, Seminário Nacional dos Especialistas, Encontro Nacional das Secretarias e Assessorias Jurídi-cas, Seminário Nacional de Capacitação do Programa de Formação da CNTE, Seminário Nacional do Progra-ma DST/AIDS, VI Encontro Nacional do DEFE. Par-ticiparam, ativamente, de atividades voltadas para os interesses da categoria e dos trabalhadores, tais como: conferências da Mulher; da Educação Básica do Cam-po, de Educação Profissional e Tecnológica; de Saúde; da Igualdade Racial; das Cidades; de Meio Ambiente e Infanto-Juvenil.

Com representação na Confederação dos Educado-res Americanos – CEA e na Internacional da Educação – IE, a CNTE tem cumprido o papel de inserir-se nas lutas internacionais e, ao mesmo tempo, de propiciar eventos com participação latino-americana no Brasil, tais como: Seminário GLBTT, Seminário de Gênero, Curso DST/AIDS.

Aprofundando suas formulações, foi possível à CNTE ampliar, junto ao MEC, a política de profissio-nalização dos funcionários de escola, através do Pro-funcionário – hoje em 17 estados – e do Proformação – realizado em 16 estados.

A pressão da entidade, junto com outras organiza-ções, levou o governo a realizar as Conferências Esta-

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duais de Educação preparatórias à Conferência Nacio-nal que acontecerá em abril de 2008.

Algumas atividades de suporte à luta, como Semi-nário Jurídico, ampliaram o conhecimento sobre ma-térias importantes para a defesa dos interesses da ca-tegoria.

A política editorial e de comunicação manteve a revista Mátria, o jornal Mural, o boletim eletrônico se-manal e o cartaz anual relativo ao Dia da Consciência Negra, além de um jornal Mural sobre o mesmo tema; editou cadernos de educação sobre as políticas de Apo-sentados, Anti-racismo e dos Funcionários de Escola; em cooperação com a OIT, produziu um Mural sobre trabalho infantil; promoveu a ampla divulgação da pro-posta de PSPN através de uma cartilha; acrescentou a revista Retratos da Escola, que terá periodicidade se-mestral.

Ao patrimônio da Confederação foram incorpo-radas duas salas, reformadas para comportar a Escola ESFORCE e a biblioteca.

Plano De lutasA luta dos/as trabalhadores/as em educação, nos

próximos três anos, terá por base a ampliação de di-reitos, seguindo a perspectiva de o movimento eleger pautas ao invés de ser levado a reboque pela conjun-tura. Grande parte das ações contidas no plano de lu-tas anterior continua válida, mas é preciso melhorar as condições de intervenção apontando as seguintes ações e estratégias:» Participar dos fóruns de governo, em especial dos

da educação, com vistas a propor e disputar proje-tos de interesse da categoria e da classe trabalhado-ra;

» Atuar no processo de reformas propostas pelo go-verno, mobilizando a categoria e em parceria com outros/as trabalhadores/as, a fim de impedir perdas de direitos.

» Cobrar transparência, ética e participação social

dos gestores em relação às políticas e ao erário pú-blicos. Contra a corrupção e a impunidade.

» Manter a luta contra o modelo econômico baseado nas altas taxas de juros e no superávit primário. Por mais e melhores políticas sociais.

» Combater as políticas militar, expansionista e con-sumista do governo norte-americano e das demais potências mundiais.

» Participar dos movimentos pela autodeterminação, soberania das nações e liberdade dos povos.

» Promover e participar de campanhas nacionais e internacionais pela paz, pelo respeito ao meio am-biente e à dignidade humana. Pela erradicação da pobreza.

» Envolver os trabalhadores brasileiros nas ações in-ternacionais desenvolvidas pela IE e CEA.

» Mobilizar a sociedade com vistas à ampliação do direito à educação pública, de qualidade social, in-clusiva, democrática, laica, de tempo integral, es-pecialmente através do financiamento público (au-mento do percentual do PIB, conversão da dívida e fim da DRU) e da valorização dos educadores.

» Manter a mobilização em torno da Semana Nacio-nal em Defesa da Escola Pública e, se possível e necessário, com Marchas Nacionais, Estaduais, Municipais e com Dia de Paralisação Nacional.

» Lutar pela aprovação dos projetos de lei nº 6.206/05 e 1.592/03, que visam, respectivamente, reconhe-cer os funcionários de escola na LDB e fixar as di-retrizes nacionais de carreira para os profissionais da educação.

» Priorizar a participação da CNTE e de suas afiliadas na I Conferência Nacional de Educação do MEC (abril de 2008), e envidar esforços para consolidar este espaço de debates como propulsor permanente de políticas públicas educacionais.

» Aprofundar com os gestores a discussão sobre Re-gime de Colaboração a fim de avançar na consoli-dação do Sistema Nacional de Educação.

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» Articular com os executivos e o parlamento a re-gulamentação do PSPN, previsto no artigo 206, VIII, da Constituição Federal, destinado a todos os profissionais da educação, com base na proposta defendida pelos trabalhadores.

» Lutar pela gestão democrática em sentido latu sen-so, na escola e nos sistemas de ensino, sobretudo pela constituição do Fórum Nacional de Educação, de caráter propositivo.

» Lutar pela implementação de uma sólida política nacional de formação de educadores (professores e funcionários de escola), sob a responsabilidade do poder público e com oferta pelas instituições de ensino público superior.

» Realizar pesquisas em parceria com entidades e instituições civis e públicas para averiguar as con-dições de vida e formação dos educadores e de ava-liação dos sistemas educacionais e de seus profis-sionais.

» Promover a capacitação das entidades e dos/as conselheiros/as sindicais que integram colegiados públicos, em especial de fiscalização do Fundeb e de outras políticas educacionais.

» Cobrar a regulamentação do ensino fundamental de 9 anos, das disciplinas de sociologia e filosofia no ensino médio e da lei 10.639/03, que insere a cultura da África nos currículos escolares.

» Lutar contra a terceirização e precarização das con-dições de trabalho, em especial dos funcionários de escola. Pela ampliação do projeto Profuncioná-rios.

» Mobilizar a base da CNTE para aprofundar as ações pautadas pela CuT que visam à manutenção e a ampliação dos direitos da classe trabalhadora.

» Lutar pela redução da jornada de trabalho, pelo di-reito irrestrito de greve, contra o interdito proibitó-rio, pela garantia de negociação coletiva no serviço público e pela expansão dos direitos dos/as traba-lhadores/as.

» Promover a liberdade e a autônima sindicais. Con-tra a repressão aos sindicatos.

» Articular com entidades de base e movimentos so-ciais a ampliação de espaços formativos à qualifi-cação política e sindical.

» Incentivar as entidades filiadas a desenvolverem as atividades do Programa de Formação da CNTE.

» Fortalecer os coletivos nacionais temáticos das po-líticas permanentes;

» Desenvolver campanhas que apontem para ques-tões sociais como: direito dos aposentados, das mulheres, da criança e do adolescente, contra o tra-balho infantil e a homofobia.

» Apoiar a luta indígena, quilombola e de outras et-nias ou grupos minoritários.

» Incentivar os projetos de reconhecimento de pater-nidade, de prevenção às DST/AIDS e outros, como de meio ambiente e contra todas as formas de dis-criminação e xenofobia.

» Lutar em defesa da segurança e promoção da saúde dos trabalhadores, com a constituição de comissões internas nos locais de trabalho e no serviço público.

» Integrar as campanhas nacionais pelo direito a saú-de pública das mulheres e pela descriminalização do aborto.

» Divulgar a Lei Maria da Penha nos Sindicatos filia-dos e nas escolas.

» Intervir no processo de escolha dos livros didáticos, evitando estereótipos contra mulheres, aposentados/idosos, negros e qualquer posição discriminatória e inferiorizada de grupos sociais.

» Promover o engajamento dos trabalhadores em edu-cação em todos os espaços de formulação de políti-cas públicas.

» Apoiar a luta pela inclusão de alunos portadores de necessidades especiais.

» Lutar pela garantia do modelo de previdência pú-blico e solidário e pela aprovação da PEC 481/05 (Paralela da Previdência).

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estatutoeMenDa 1: suprime-se o inciso i do parágrafo

2º do artigo 4º.Justificativa: o mecanismo tornou-se extemporâ-

neo na medida em que já cumpriu a função de con-tenção proposta à época em que se abriu a filiação aos sindicatos municipais.

eMenDa 2: acrescenta-se alínea “b” ao artigo 40: b) acompanhar as questões jurídicas de interesse dos trabalhadores em educação, subsidiando as en-tidades sindicais filiadas, instâncias e organismos da CNTE.

eMenDa 3: suprime-se o artigo 41.Justificativa (emendas 2 e 3): após duas gestões

verificou-se que as demandas da secretaria de Legisla-ção podem ser absorvidas pela Secretaria de Assuntos Jurídicos, motivo pelo qual, aliado a uma maior econo-mia para a Confederação, propõe-se a fusão das atribui-ções de ambas as secretarias.

eMenDa 4: substitui o artigo 42 por: À Secre-taria de Assuntos Municipais compete: a) articular, for-mular e acompanhar questões relativas à organização dos servidores públicos municipais da educação, com vistas a capacitar suas intervenções em âmbito da Con-federação e dos municípios.

Justificativa: Ao mesmo tempo, propõe-se a extin-ção da Secretaria de Projetos e Cooperação, tendo em vista que suas tarefas serão absorvidas pela Escola de Formação - Esforce. Trata-se de um segmento novo na CNTE, que necessita de políticas específicas, ao me-nos temporariamente. A secretaria cumprirá a tarefa de verificar as demandas e de estruturar mecanismos para atendê-las plenamente.

eMenDa 5: acrescenta-se parágrafo 3º ao ar-tigo 72: Os coordenados de ambos os Departamentos participarão, apenas com direito à voz, das reuniões da Diretoria Executiva da CNTE.

Justificativa: a proposta visa integrar os coorde-nadores nacionais do DEFE e do DESPE às decisões

da Diretoria Executiva, dando-lhes, também, maior capacidade para encaminhar as deliberações dos De-partamentos oriundas das decisões dos Coletivos e En-contros institucionais.

eMenDa 6: suprime-se a alínea “c” do artigo 13.eMenDa 7: suprime-se a palavra “móveis” da

alínea “m” do art. 21.Justificativa: os bens móveis, contraditoriamen-

te, recebem o mesmo tratamento dos bens imóveis no presente Estatuto, dificultando as transações cotidianas da Confederação. Estes, serão deliberados pela Direção Executiva.

EMENDA 8: acrescenta-se ao final da redação do parágrafo único do artigo 66: “...com exceção ao disposto no artigo 73”.

eMenDa 9: acrescenta-se o artigo 73: “Durante o período de 1 (um) ano, após encerrado o XXX Con-gresso Nacional, o Conselho Nacional de Entidades fica autorizado a promover debates sobre os critérios de filiação à Confederação, podendo proceder as al-terações estatutárias que julgar necessárias sobre este quesito”.

Justificativa (emendas 8 e 9): a emenda visa pri-vilegiar o profundo debate sobre os critérios de filiação à CNTE, com o objetivo de resguardar a organização dos trabalhadores em educação e o Estatuto da Confe-deração.

PolÍticas PerManentesA CNTE e suas entidades filiadas desempenham

papel fundamental nas ações pela inclusão social, pela igualdade de gênero e raça e de combate a todas as formas de discriminação. Através de parcerias com o movimento sindical, entidades civis e órgãos governa-mentais, a Confederação tem desenvolvido, por meio dos educadores e da escola pública, inúmeros trabalhos que visam à inclusão de todos os segmentos de nossa sociedade.

Cientes de que os avanços sociais perpassam pelo

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processo de estabilidade do país, a CNTE luta por mu-danças na política econômica a fim de que sejam prio-rizadas ações que visam assegurar maior qualidade de vida a todos/as os/as brasileiros/as. Por isso, as políti-cas permanentes da CNTE devem ser assumidas por todos/as os/as trabalhadores/as, nos sindicatos e nos fóruns institucionais.igualdade de gênero

Historicamente, as diferenças entre homens e mu-lheres foram transformadas em desigualdades sociais, a partir de uma visão de mundo onde ainda impera a submissão feminina e a dominação masculina. Seja na família, na escola, no partido político, no movimento sindical, as pessoas ensinam e aprendem comporta-mentos e atitudes baseados nas diferenças de sexo.

A luta das mulheres pela sua emancipação repre-senta um grande desafio enfrentado por vários segmen-tos da sociedade, incluindo a educação.

No Brasil, na última meia década, a mulher tem comemorado várias conquistas. Em 2003 foi criada a Secretaria de Políticas para as Mulheres (SPM), ligada diretamente à Presidência da República. A I Conferen-cia Nacional de Políticas para as Mulheres, convoca-da pelo Conselho Nacional dos Direitos da Mulher, no qual a CNTE tem participação efetiva, elaborou o Pla-no Nacional de Políticas para as Mulheres. Em 2007 realizou-se a II Conferencia Nacional da SPM, que dis-cutiu temas como autonomia e igualdade no mundo do trabalho; educação inclusiva e não sexista; saúde das mulheres, direitos sexuais e reprodutivos e violência contra as mulheres.

Em relação ao mundo do trabalho, nos últimos quinze anos, tem se verificado, em nosso país, o fenô-meno da feminização, fruto de um conjunto de fatores, dentre os quais destacam-se: a queda da taxa de fecun-didade, o aumento da escolaridade feminina e a multi-plicação de mulheres arrimo de família.

Contudo, a discriminação salarial e o desprestígio social ainda são marcantes. A mulher possui remunera-

ção inferior aos homens podendo a diferença nos ven-cimentos chegar a 71% em cargos com mesmo nível de formação. No corte étnico-racial, a diferença salarial entre mulheres brancas e negras chaga a 50%.

Já a violência de gênero aparece de diferentes for-mas e é estabelecida a partir das relações de poder. Está presente em todas as classes sociais, religiões, raça ou etnia, independente do nível de escolaridade.

Em 7 de agosto de 2006 foi sancionada a lei 11.340, o mais importante instrumento legal de defesa da inte-gridade física, moral e mental da mulher brasileira. A lei homenageia a farmacêutica Maria da Penha, vitima de uma tentativa de assassinato pelo marido, e prevê medidas de proteção à mulher que está em situação de violência ou que corre risco de vida, coibi a violência domestica e possibilita a prisão em flagrante do agres-sor.

Apesar da participação das mulheres ter cresci-do no âmbito da sociedade civil organizada, é preciso avançar nos espaços de decisão e nos partidos políticos. O empoderamento das mulheres reflete positivamente na conquista dos espaços públicos de decisão e interfe-re nas condições de desigualdade de gênero em nossa sociedade. Atualmente as mulheres representam 51% da população, mas apenas 8,96% dos cargos eletivos são ocupados por elas.combate ao racismo e a toda forma de discriminação

O racismo, a discriminação e a xenofobia agravam as condições de pobreza, pois marginaliza e exclui indi-víduos, grupos e comunidade, constituindo-se num po-deroso mecanismo de segregação que fortalece outras formas de discriminação, como a de classe, de gênero, de opção sexual, de origem étnica, de religião etc.

O Artigo 1º da Convenção da ONu para a elimina-ção de todas as formas de discriminação racial, adotada pela Assembléia Geral em 21 de dezembro de 1965, define a discriminação racial como qualquer distinção, exclusão, restrição ou preferência baseada na raça, cor, ascendência, origem étnica ou nacional, que tenham

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a finalidade ou efeito de impedir ou dificultar o reco-nhecimento e exercício em bases de igualdade dos di-reitos humanos e liberdades fundamentais nos campos político, econômico, social, cultural ou qualquer outra esfera da vida pública. Prevê a possibilidade de Ação Afirmativa, mediante a adoção de medidas especiais de proteção ou incentivos a grupos ou indivíduos, a fim alcançar a igualdade material ou a efetiva inclusão so-cial.

No Brasil, a criação da Secretaria Especial de Po-lítica e Promoção da Igualdade Racial constituiu-se em política inédita na esfera pública. Porém, o debate sus-citado no âmbito das Ações Afirmativas tem encontrado forte resistência da sociedade e quebrado o tabu da “de-mocracia racial”. O Estatuto da Igualdade Racial, que prevê sistema de cotas para afrodescendentes nas uni-versidades públicas, está parado no Congresso. A mídia atacou ferozmente o corte racial dado pelo governo ao censo escolar, o qual objetivou produzir subsídios às políticas públicas para essa parcela da sociedade. A lei 10.639/03 tornou obrigatório no currículo da educação básica o ensino de história e da cultura afro-brasileira e da África, mas os sistemas de ensino têm postergado sua implantação. A CNTE tem feito debates e publicou Caderno sobre a lei 10.639, a fim de pressionar sua re-gulamentação nas escolas.

Porém, algumas ações de prerrogativa exclusiva do executivo federal têm gerado melhores impactos na vida e nas relações intersociais das populações afro-descendentes: a regularização e demarcação de comu-nidades quilombolas, a previsão de recursos diferen-ciados no Fundeb, também para essas comunidades, a prioridade no acesso ao PROuNI e a realização da Conferência Nacional pela Igualdade Racial - além do debate estabelecido em torno do Estatuto da Igualdade Racial - mostram o compromisso do atual governo em resgatar a dignidade e em estabelecer condições para o legítimo exercício da plena cidadania a todos/as os/as brasileiros/as. E a CNTE apóia essas iniciativas.

combate ao trabalho infantilO último relatório sobre desenvolvimento do

PNuD/2007 mostra que o índice de trabalho infantil, no Brasil, voltou a cair após um aumento preocupante em período anterior. Prova de que os programas sociais como o PETI e o Bolsa Família ainda são importantes para manter as crianças e jovens na escola e longe do trabalho, e por isso não devem sofrer contingenciamen-tos.

Do ponto de vista da escola, a criança precisa sen-tir-se atraída a compartilhar este espaço de formação e socialização de saberes. Ela também necessita receber todo o tratamento necessário a seu bem-estar, que vai da boa alimentação aos equipamentos de aprendizagem e à formação do/a educador/a. Em regiões com maior incidência de trabalho infantil, a melhor política públi-ca é a escola de tempo integral; e onde a violência atin-ge os jovens, a escola profissionalizante, também de tempo integral, faz-se imprescindível.

A CNTE, em parceria com o Fórum Nacional de Prevenção e Erradicação do Trabalho Infantil, com o Conselho Nacional da Criança e do Adolescente, com a Organização Internacional do Trabalho, e outras insti-tuições, tem executado ações de prevenção ao Trabalho Infantil, principalmente no sentido de formar os edu-cadores para atuarem junto às crianças trabalhadoras. Nossa ação continuará primando pela redução da eva-são, através da ambientação dessas crianças e da elimi-nação dos preconceitos que as afastam da escola.saúde dos trabalhadores e das trabalhadoras em educação

A CNTE tem dedicado especial atenção à Saúde do Trabalhador, considerando a complexidade das rela-ções saúde-trabalho diante das péssimas condições de trabalho no Ramo. Por isto, a CNTE lutará para estabe-lecer um amplo processo de formulação de propostas de políticas públicas, neste tema, em consonância com a Política Nacional de Saúde do Trabalhador da CuT. A previsão de saúde pública para as mulheres é outro eixo

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de luta da Confederação, como forma de recompensar a sobrecarga de trabalho (25h semanais contra 10h dos homens, IBGE/2005) e as demais agravantes oriundas das condições laborais e sociais das mulheres. Intensificar a organização do/ass aposentados/as

Diante da deterioração das condições de vida dos/as aposentados/as da Educação, é preciso aprimorar a organização e mobilização para garantia de direitos ar-duamente conquistados, na perspectiva do envelheci-mento saudável e com integração social. A CNTE tem pautado a interlocução dos/as trabalhadores/as aposen-tados/as com o Estatuto do Idoso e com a Política Na-cional do Idoso, visando integrar as legislações ao coti-diano educacional. A EC 47/05 amenizou impactos das reformas, mas excluiu o magistério da regra de transi-ção. Por isso lutamos pela aprovação da PEC 481/05.Garantia dos direitos dos/as homossexuais

Segundo estudos realizados existe um grande nú-mero de suicídios entre jovens homossexuais (GLBTT), dado que a escola não está preparada para tratar de for-ma séria e profissional esse tema. Por isso é importante elaborar ciclo de debates envolvendo a comunidade es-colar e os profissionais da educação, sobretudo com o objetivo de combater a homofobia..

assinaM esta resoluÇÃocnte - Juçara Dutra Vieira (RS); Roberto Franklin de Leão (SP); Maria Inez de Camargos (MG); Fátima Aparecida da Silva (MS); Marta Va-nelli (SC); Gilmar Soares Ferreira (MT); Heleno Araújo Filho (PE); Raimunda Núbia Lopes da Sil-va (PI); Odisséia Pinto de Carvalho (RJ); Denílson Bento da Costa (DF); Silvinia Pereira de Sousa Pi-res (TO); Fábio Santos de Moraes (SP); José Eudes Oliveira Costa (DF); Vera Lúcia Pereira da Silva (AC); Maria Madalena Alexandre Alcântara (ES); Mário Sérgio Ferreira de Souza (PR); CuT Nacio-nal - João Felício (SP); José Celestino Lourenço (Tino) (MG); Anízio Santos de Melo (CE); sin-

teac/ac - Manoel da Silva Lima; Almerinda Cunha; Rosana Nascimento; Elza Neves; Janaina Vale Brito; sinteal/al - Edna Rosângela No-bre; APEOC/CE - Maria da Penha Matos Alencar; Joaquim Juscelino Linhares Cunha; José Fabio Lo-pes Chaves; Francisco José Albano de Melo; Fran-cisco Reginaldo Ferreira Pinheiro; Gilvan Ferreira Azevedo; Kelma Cristina da Silva Gomes; Marcos Fábio Matos da Costa; Paula Virginia de Araújo Carvalho; sae/DF - Denivaldo Alves do Nasci-mento; Damião Ornilo; Paulo Henrique; Marcos urias; Rita do Carmo; Josefa da Silva; José Ricar-do; Glaucineia Maria Ferreira; Rosenilda Santos Almeida; sinPro/DF - Antonio Ahmad Y. Da-mes; Antônio de Lisboa A. Vale; Ilson Veloso Ber-nardo; Isabel Portuguez de S. Felipe; Lânia Maria Alves Pinheiro; Maria Bernardete D. da Silva; Ma-ria Augusta Ribeiro; Rejane Guimarães Pitanga; Sebastião Honório dos Reis; Rosilene Correa Lima Miranda; Olavo Júnior; Francisco Raimundo Al-ves (Chicão); Cláudio Antunes; Cássio de Oliveira Campos; Carlos Cirane; sinDiuPes/es - Marco Antonio Marins; Heloisa Gomes Vaillant; Laurece-na Botchia; sinteGo/Go - Domingos Pereira da Silva; Alba Valeria LauriaIeda Leal; Neyde Aparecida da Silva; Noeme Diná Silva; Antonio Ribeiro da Costa Neto; sind-ute/MG - Lecioni Pereira Pinto (Leo); Antonio Carlos Hilário; Maria Alba de Oliveira; Marilda de Abreu Araújo; Lílian Paraguai; Beatriz Cerqueira; Ho-norival Alves Maciel; Lourdes Vasconcelos; José Gomes Filho; Maria Inez Gouveia; FeteMs/Ms - Jaime Teixeira; Maria Ildonei S. Pedra; Roberto Magno; Sueli Veiga Melo; sinteP/Mt - Maria Aparecida Cortez; Júlio César Martins Viana; Or-lando Francisco; Marli Keller; Miriam Botelho Pe-trenko; Silvia Marques Calicchio; sintePe/Pe - Fernando Melo; Marinalva Lourenço; Paulo Be-zerra; Paulo Rocha; Cleidimar Barbosa; sinPro-

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Ja/Pe - Ronildo Oliveira do Nascimento; Dilson Marques; sinte/Pi - Odeni de Jesus da Silva; Manoel Rodrigues de Lima; Maria Josimar Pires de Sousa; APP/PR - Elvira Jaroskevicz; Veroni Sa-lete Del’Ré; Celso José dos Santos; Natália da Sil-va; Aparecida Reis; Rosemary Gomes; Luci Maria Dias Honório; Maria Helena Guaresi; sePe/rJ - Antonio Claudio Menezes; Arlete dos Santos; Cé-lia Maria Graça; Célia Toledo; Creuza Maria dos Santos; Cristiano Peixoto; Daise Calazans; Dulcí-lia Ester Laurindo; Edna Tavares Monteiro; Edu-ardo Peixoto da Silva; Erosoléia Marques; Fábio Siqueira; Greyce Kelly; Heloísa Maria Machado; Joana Dárc Ramiro; Liliam Monteiro; Linete Fer-reira Monteiro; Lívia Ornelas; Mara Sueli; Maria Aparecida Moreira; Maria Aparecida Xavier; Maria Cristina de Melo; Maria das Graças Gomes Fran-co; Maria de Fátima Duarte Barreto; Maria Sônia de Melo; Marisa Aparecida Moraes; Regina Paula de Andrade; Robson Terra; Robson Trajano; Rosa-na Mendes; Sandra Araújo; Sandra Maria de Melo; Shirley Rocha; Valdicéa Jacintho; sinte/rn - Janeare Almeida de Souto; José Teixeira da Silva; Luiz Carlos da Silva; Francineide Pereira Gomes; Francisco Canindé Silva; Antônio Araújo Neto; Milton urbano Aires; Fábio Barbosa de Oliveira; Eliane Bandeira e Silva; Leonildes Oliveira; Maria do Rosário Aquino; Maria Vicência; Arimatéia dos Santos; José Evilázao de Morais; Marizete Pauli-no de Medeiros Amorim; Nalva Medeiros Fernan-des; Josué Damasceno; José Tarcísio de Meideiros; Odiléia Cristina da Silva de Oliveira; Itna Alves de Moraes Ferreira; sintero/ro - Claudir Mata M. Sales; João Duarte Pereira; Manoel R. da Silva; cPers/rs - Simone Goldschmidt; Selene Bar-boza Michielin Rodrigues; Dulce Miriam Delan; Helenir Aguiar Oliveira; sinte/sc - Anna Júlia Rodrigues; Paulo Roberto Gonçalves; Sandro Luis Cifuentes; Mirian Lúcia Hoffmann Darós; aFu-

se/sP - Antonio Marcos Duarte D’Assumpção; José Carlos Bueno do Prado (Zezinho); Reinaldo Bicudo; João Marcos de Lima; Aracy Izolina Men-des; aPeoesP/sP - Carlos Ramiro de Castro; Maria Isabel Azevedo Noronha (Bebel); Zenaide Honório; Ariovaldo de Camargo (Executiva da CuT-SP); Nilceia F. Vitorino; Margarida Maria de Oliveira; Roberto Guido; Rita Cardoso; Francisco Assis Ferreira; Telma Victor; Silvia Pereira; sin-tet/to - José Roque Rodrigues Santiago; Elis Raik; Carlos de Lima Furtado; Gercina dos Santos Andrade; Rosimar Mendes Silva.

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articulaÇÃo De esquerDaconJuntura internacionaleua investem bilhões de doláres na Guerrado iraque

O Senado do EuA aprovou, em 2007, aprovou uma lei que permite à Casa Branca aumentar os fundos des-tinados à Guerra no Iraque em pelo menos uS$ 9 bi-lhões adicionais. A administração de George W. Bush recebeu a autorização para direcionar, caso ache neces-sário, outros uS$ 70 bilhões extras para injetar mais recursos na ocupação do Iraque.

O senador democrata Russ Feingold (Wisconsin) foi o único voto contra, com um discurso duro contra a guerra e pela retirada das tropas, enquanto os cinco senadores que se abstiveram da decisão são todos pré-candidatos à presidência em 2008. Isso nos dá uma demonstração de que não está efetivamente clara a po-lítica a ser adotada em relação à Guerra do Iraque, mes-mo com a possível vitória dos democratas nas eleições estadunidenses.Crise financeira nos EUA

A taxa de juros americana tem se mantido na faixa de 5% ao ano, assim como a oferta interna de crédi-to, particularmente, para investimento na construção e compra de imóveis e também em outras atividades mediante garantias hipotecárias. Estas carteiras de em-préstimo e as hipotecas começaram a ser transformadas em títulos investidos no mercado financeiro secundá-rio. Este tipo de negócio significa que os bancos que emprestaram dinheiro para a construção ou compra de imóveis começaram a “vender” estas dívidas à vista por valores menores do que teriam a receber. Há sinais de recessão e, recessão nos EuA, normalmente reduz suas importações e de outros países e a crise se torna sistêmica no mundo.

A América Latina vive um momento político iné-dito: por um lado, cresce a integração entre países im-portantes; por outro, aumentam as iniciativas dos EuA

para amarrá-la em sua órbita. O Mercosul tem sido o principal espaço desse processo de integração regional. O ingresso da Venezuela e a provável adesão da Bolívia são etapas importantes. Há também a proposta de Cuba integrar-se como observador. Os avanços poderiam ser maiores com a criação do Parlamento do Mercosul. No plano econômico, a Venezuela propõe uma política energética baseada no “Gasoduto do Sul” que unifica-rá Venezuela e Argentina, incluindo Brasil, Paraguai, Bolívia e uruguai. Avança o projeto que visa criar o “Banco do Sul” para obras de infraestrutura. Há ainda a proposta de um “fundo estrutural” a favor do uru-guai e Paraguai para equilibrar sua integração com os seus vizinhos maiores. O encontro entre os ministros da economia de Brasil e Argentina, para eliminar o dólar dos intercâmbios comerciais bilaterais, é um primeiro passo para chegarem a uma moeda comum.

Esse processo econômico é acompanhado de uma nova investida militar na região. O Paraguai aprovou a entrada de tropas dos EuA, conferindo-lhes total imu-nidade. Agora o presidente Bush quer pedir à OEA o envio de uma força antiterrorista na “tríplice fronteira”. Por que razão? Será para monitorar as reservas de gás natural na Bolívia? Ou ter acesso ao aqüífero Guarani, o maior do mundo, em sub-solo do Brasil, Argentina e Paraguai? O certo é que o assunto merece mais aten-ção.

conJuntura nacionalAtuando em condições muito difíceis, o governo

Lula não teve êxito em articular adequadamente as alianças estratégicas, as alianças táticas e os acordos pontuais necessárias tanto para governar, quanto para continuar lutando por mudanças mais profundas. As dificuldades derivaram, em parte, da complexidade da situação econômica e da feroz oposição conservadora e reacionária dos representantes da elite e do capital que

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seguem hegemonizando o poder nas instituições esta-tais e principalmente no Congresso Nacional.

A reeleição de Lula e o resultado geral colhido nas urnas criaram uma conjuntura mais favorável, não apenas para segundo mandato, mas para o conjunto da esquerda latino-americana. Mas a reeleição de Lula não anistia os erros, não garantem vitórias futuras, nem eliminam as imensas dificuldades e riscos que seguem existindo. Entre tais riscos citamos quatro: a) que o governo federal não contribua para alterar, de maneira estrutural, a sociedade brasileira; b) que a direita volte ao governo, em 2010, fazendo da nossa passagem pelo governo federal apenas um breve intervalo, depois do qual o país retornaria à “normalidade” conservadora; c) que o governo tente colaborar na construção de um novo ciclo histórico, mas sem reunir condições políti-cas e ideológicas necessárias para enfrentar a previsível reação das classes dominantes.

As decisões do Banco Central são contraditórias com a política geral do governo. As taxas de juros tão generosas, para os banqueiros e especuladores, não im-pedem, mas atrapalham bastante a política pró-cresci-mento expressa, por exemplo, no PAC – Plano de Ace-leração do Crescimento. Sem falar nos efeitos sobre as políticas públicas em geral, e sobre as políticas sociais em particular. A autonomia do Banco Central centrada na austeridade e no favorecimento dos interesses dos grandes bancos, que nunca lucraram como agora, fez com que a taxa de crescimento do Brasil ficasse aquém do esperado.

O país não precisa ficar prisioneiro da disjuntiva “crescimento” ou “controle da inflação”. Aliás, o “con-trole inflacionário” só beneficiará estruturalmente as pessoas mais pobres, se não for feito através da conten-ção do crescimento do país e da expansão do investi-mento produtivo, especialmente público.

A população é diretamente atingida pelas altas ta-rifas de água, energia elétrica e telefonia, preços “ad-ministrados” que compõem a maior fatia da inflação

aplicada à cesta de consumo das camadas populares. É necessário recolocar no debate público a questão da reestatização destas empresas, pressionando desde já pelo estabelecimento de padrões mínimos de atendi-mento, e a obrigatoriedade de aplicação de parte dos lucros em programas sociais.

No Brasil, os grandes conglomerados transnacio-nais, representados pelas empresas de telecomunica-ções, convivem com um sistema caracterizado pela concentração da propriedade em seis redes nacionais, que detêm 80% de todas as emissoras de rádio e TV do país, meios que atingem mais de 90% dos lares bra-sileiros. Estes grandes grupos fazem aliança com os monopólios locais, que detêm a retransmissão desta programação, além de outros meios como rádios e jor-nais. Este quadro é sustentado pela legislação do setor, datada de 1962, e pela Constituição Federal, que es-tabelece empecilhos a não renovação das concessões, perpetuando a propriedade de quem já tem. Quando não responde aos interesses dos empresários de rádio e televisão, a legislação não é cumprida.

Para corrigir as distorções do sistema represen-tativo e ampliar a participação política da população, é preciso ir além do que parece consensual no deba-te sobre a reforma política. É preciso debater e buscar aprovar medidas sobre temas como a convocação, pelo presidente da República, de plebiscitos para decidir questões de grande alcance nacional. A simplificação das formalidades para proposição de iniciativas popu-lares legislativas. O chamamento obrigatório de con-sultas, referendos e/ou plebiscitos em temas de impacto nacional. O Orçamento Participativo. A correção das distorções do pacto federativo na representação par-lamentar. A extinção do anacrônico sistema bicameral ou, pelo menos, o fim da prerrogativa que o Senado possui hoje, de legislar originariamente, bem como de seu poder revisor em relação à Câmara dos Deputados. O fim da eleição conjunta dos suplentes e a redução do absurdo mandato de oito anos para os senadores. O fim

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da reeleição para todos os cargos majoritários a partir das próximas eleições.

A orientação hegemônica no PAC é neodesenvol-vimentista, pró intervenção do Estado na economia, fa-vorável à redução acentuada na taxa de juros e liberta da obsessão pelo ajuste fiscal. Do ponto de vista políti-co, basta comparar o PAC e a reforma da previdência, iniciativas que marcam o início dos dois mandatos de Lula. Enquanto aquela “reforma” confundiu e dividiu a nossa base social, o PAC teve o condão de dividir a oposição e organizar a ação política do governo. O Plano causou um impacto político e ideológico impor-tante, sendo atacado por ideólogos e políticos ligados à direita, que o acusaram de “estatista” e de não abordar o que eles consideram como o nó górdio dos problemas brasileiros: a reforma trabalhista e a reforma da previ-dência. Por outro lado, a resistência do Banco Central e iniciativas como a mal posta defesa da regulamenta-ção da greve do funcionalismo público mostram como persistem núcleos conservadores no governo, capazes de pôr a perder os aspectos positivos (econômicos e políticos) existentes no PAC.

A concordância com a embocadura geral do Plano não implica em concordância com todas e cada uma de suas medidas integrantes. É necessário debater te-mas como o endividamento dos estados, o tamanho do superávit primário, a política de concessões (em par-te inevitáveis) ao capital privado, a política salarial do funcionalismo público.

A depender da força e da capacidade política da esquerda, este novo ciclo da economia brasileira pode ser, não apenas “desenvolvimentista”, mas um “desen-volvimentismo democrático-popular” articulado com o socialismo. Mas para isto os movimentos sociais terão que construir uma estratégia de novo tipo, que articule mobilização social, organização partidária e luta polí-tico-ideológica.PolÍtica sinDical

Estamos em momento singular da classe traba-

lhadora, está sendo a aprova da lei que regulariza as centrais sindicais no Brasil, ao mesmo tempo em que está por um fio o imposto sindical, no entanto a classe trabalhadora nunca esteve tão desorganizada. Todas as contradições geradas pelo governo Lula fez com que a CuT perdesse o caráter aglutinador das correntes de esquerda que mobilizam os trabalhadores no país. A saída de entidades hegemonizadas pelo PSTu e por setores da esquerda do PT mina a central, e agora mais recentemente, o anúncio de saída da CuT de entidades ligadas ao PC do B vão dar um outro tom a organização das centrais sindicais no país. Teremos centrais vincu-ladas a um ou dois partidos políticos, o que certamente acarretará em um enorme prejuízo para os trabalhado-res brasileiros.

Neste sentido só há uma alternativa para a CuT, re-tomar a combatividade para poder influenciar de forma decisiva no cenário nacional para garantir a retomada de direitos dos trabalhadores, bem como a conquista de outros.

Os impactos econômicos, sociais, políticos e ideo-lógicos do neoliberalismo e do desmanche do chamado campo socialista jogaram a classe trabalhadora num ci-clo de fragmentação e enfraquecimento. Reconstruir a classe trabalhadora como sujeito histórico da luta pelo socialismo é um longo e difícil processo, que precisa envolver trabalho político, fortalecimento e reorienta-ção dos sindicatos e demais organizações populares, bem como exigir do governo: políticas de geração de emprego, aumento real dos salários, redução da jornada sem redução dos salários, combate à precarização do trabalho; e políticas públicas em geral que melhorem as condições de vida dos trabalhadores e trabalhadoras. Este conjunto de medidas visa recompor os laços ob-jetivos e subjetivos de classe, a noção de comunidade e cultura de classe, sem as quais uma ação socialista de massas é impossível. Nesse sentido, a retomada da combatividade da CuT é fundamental para que ela possa funcionar como instrumento da reconstituição

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dos trabalhadores como classe social. Há sinais positivos no que se refere a esta retoma-

da. Os membros da direção da CuT que assumiram uma postura adesista no primeiro mandato parecem ter compreendido essa necessidade, a julgar pela posição assumida pela central de apoio irrestrito às greves dos servidores federais e contra o PLP 01, bem como por sua crítica implacável ao projeto de regulamentação da greve dos servidores públicos; pelo apoio à luta pela anulação do leilão da Vale do Rio Doce; pela solidarie-dade aos trabalhadores rurais sem-terra; pelos discursos feitos contra a reforma trabalhista desejada por setores empresariais e contra uma nova reforma da Previdência que retire direitos. O curso dessas ações irá demonstrar se de fato a direção majoritária da CuT voltou a ser combativa e independente.Defender o setor público e o funcionalismo público

A CuT deve empenhar-se ao máximo para defen-der o setor público e o funcionalismo público dos ata-ques que eles vêm sofrendo neste segundo mandato de Lula. Esses ataques são contraditórios com medidas to-madas na primeira gestão e no início da segunda, e que se traduziram, de certo modo, em um fortalecimento do Estado brasileiro, seja por meio da recomposição de determinados segmentos do funcionalismo, seja por meio da expansão do serviço público (por exemplo, a criação de escolas técnicas e universidades federais e da TV Pública). Por outro lado, tais ataques dão conti-nuidade à linha de ação neoliberal que orientou a refor-ma da Previdência do setor público, iniciada em 2003 e que terá prosseguimento com a criação do Funpresp, fundo de previdência dos servidores federais (cujo pro-jeto o governo já enviou ao Congresso).Destacamos alguns dos aspectos desse ataque que merecem nossa máxima atenção: a) Direito de greve– É inaceitável, sob qualquer

aspecto, a tentativa do governo de cercear o direito de greve do funcionalismo público. As medidas que o governo tenta aprovar no Congresso parecem

ter sido inspiradas no famigerado Decreto-Lei 50, a chamada Lei Anti-Greve que Sarney tentou aprovar para frear a CuT nos anos 1980. Não podemos aceitar nenhum tipo de restrição ao direito de greve;

b) PLP 01/07– Igualmente insustentável e politicamente corrosivo, este projeto pretende, na prática, congelar os vencimentos do funcionalismo público nos próximos dez anos. Aparentemente, este arrocho salarial tem a finalidade de financiar o PAC e continuar gerando margens para o superávit primário;

c) Fundações e privatização da saúde e educação – O Ministério da Saúde pretende adotar o modelo de “fundações públicas de direito privado” na gestão dos hospitais públicos, o que implicará a terceiri-zação desse setor, a exemplo do que já ocorre hoje com muitos hospitais universitários. Modelo se-melhante vem sendo aplicado pelos governo “tu-canos” em São Paulo há muitos anos, no Hospital das Clínicas da uSP e InCor, gerando a descaracte-rização do SuS, pela existência da “segunda porta” (atendimento “VIP” para pacientes particulares e de convênios médicos, em detrimento dos pacien-tes do SUS), e a ocorrência de escândalos financei-ros como o que envolve a Fundação Zerbini.

a cut e o FnPs: saída imediataAtravés do Decreto 6.019, foi instituído, em

22/1/2007, o Fórum Nacional da Previdência Social (FNPS), do qual participam nove entidades sindicais, sete órgãos governamentais e cinco confederações pa-tronais.

Na prática, este Fórum pretende envolver os tra-balhadores para que, juntamente com o governo e pa-trões, apresentem uma proposta consensual para uma nova reforma da Previdência.

Segundo o Dieese, os estudos apresentados neste fórum, que mostram a previdência deficitária, não le-vam em consideração o orçamento total da Seguridade

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Social (contribuições dos trabalhadores e patrões, Con-fins, CPMF, CSLL, PIS/Pasep e receitas de loterias), que é “plenamente superavitário”. Através do FNPS pode estar sendo gestada uma verdadeira armadilha para os trabalhadores. Assim, a CuT deve retirar-se imediatamente deste Fórum, denunciando o seu caráter nocivo para o povo brasileiro.

A retirada da CuT do FNSP seria uma importante reafirmação, para o conjunto dos trabalhadores, do ca-ráter autônomo da CuT, de seu compromisso inegociá-vel com os interesses da classe.

PolÍtica eDucacionalOs cinco anos do Governo Lula não trouxeram os

grandes avanços que os brasileiros esperaram no setor da educação. A dívida educacional que o Brasil, ainda apresenta, no oitavo ano do século XXI, é fruto de uma história marcada pela ausência de um projeto de edu-cação voltado para os legítimos interesses do povo. A educação pública continua sendo tratada como “gasto”, numa demonstração de subalternidade às orientações do Banco Mundial e do Fundo Monetário Internacio-nal, não como investimento social para assegurar um direito, essencial a fim de potencializar o desenvolvi-mento material, moral, ético e intelectual do ser hu-mano e, conseqüentemente, como um patrimônio que contribui para o avanço sócio-econômico do país, mas sim como algo que “custa caro”, e para o que sempre falta recurso financeiro e fonte de investimento, sem contar com os desvios de recursos legalmente vincu-lados à educação. Temos um Plano Nacional de Edu-cação-PNE, aprovado em 2001, que até o momento, se encontra da mesma forma que o Governo de Fernando Henrique Cardoso deixou, não foi executado, inclusi-ve permanece a ausência de votação dos noves vetos, todos no item referente ao financiamento, comprome-tendo assim, as ações voltadas aos problemas educa-cionais mais graves como a necessidade de erradicação do analfabetismo, da ampliação do atendimento qua-

lificado aos diversos níveis e modalidades de ensino, da superação das profundas distorções entre idade e a série dos alunos brasileiros, a definição de projetos e programas identificados com as demandas sociais por educação de qualidade, entre outros.

A aprovação da lei 11.494 de junho de 2007 que cria o FuNDEB-Fundo de Desenvolvimento da Edu-cação Básica, em substituição ao FuNDEF-Fundo de Desenvolvimento do Ensino Fundamental, representou um avanço no que concerne às reivindicações históri-cas dos trabalhadores em educação da necessidade de políticas públicas para toda Educação Básica, incluin-do, inclusive as creches. Entretanto o FuNDEB ainda não permite garantir uma educação pública de qualida-de para os brasileiros, pois a política de fundos apenas mascara a brutal realidade vivenciada nas escolas pú-blicas de todo país da falta de material didático-pedagó-gico, bem como das péssimas condições de trabalho e salariais dos educadores. Com o FuNDEB, o Governo Federal irá investir, de 2007 a 2009 R$ 4,5 bilhões de forma progressiva até atingir o montante em 2009. À primeira vista parece ser muito dinheiro, no entanto já está computado nesse repasse da união os recursos que eram repassados para Estado e Município em relação aos programas compensatórios, como EJA-Educação de Jovens e Adultos. Todos os estudos realizados dão conta que, mesmo em 2009, muitos Estados e municí-pios não receberão os repasses da união pelo fato de te-rem um custo-aluno maior do que a média nacional, ou seja, os Estados e Municípios nem receberão recursos a nível dos programas compensatórios nem dos repasses do Governo Federal a nível do FuNDEB.

A definição da obrigatoriedade de aprovação do Piso Salarial Nacional através da Emenda Constitucio-nal nº 53 que garante o piso para os Profissionais da Educação Escolar Pública corresponde um avanço, no entanto o debate sobre valores e referências é funda-mental.

O Piso Salarial Nacional poderá ser um avanço

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importante na valorização dos Profissionais da Educa-ção, pois poderá corrigir grandes distorções salariais existentes no país, dando, assim, condições para que os educadores passem a ter acesso aos bens culturais e materiais, dos quais estão excluídos diante dos baixos salários atualmente pagos no Brasil. Para que isso se concretize, é indispensável que a união complemente recursos para Estados e Municípios que não tiverem condições de pagar o Piso aos educadores. Portanto, é imprescindível uma ampla mobilização por valores de piso que dignifique e valorize o professor, bem como a complementação da união.

O lançamento do PDE-Plano de Desenvolvimento da Educação pelo Governo Lula surpreendeu os edu-cadores brasileiros pela ausência de diálogo. O Plano foi pensado e gestado por um grupo de empresários que faz parte de um movimento intitulado “Todos pela Educação”. Este grupo foi um interlocutor privilegiado do MEC na formatação do PDE, enquanto os trabalha-dores, a academia e os diversos setores da sociedade defensores da escola pública foram alijados da discus-são.

O PDE não representa, nem leva em consideração todo acúmulo educacional dos profissionais da educa-ção e das universidades Brasileiras que têm se debru-çados na formulação de propostas para construção de uma educação pública de qualidade social. É evidente o caráter neoliberal do PDE através do Decreto 6094 de abril de 2007 e o Termo de Adesão de Estado e Muni-cípios ao Plano. Esses documentos priorizam apenas o caráter meritocrático de avaliação das escolas, ou seja, as escolas mais bem avaliadas receberão mais recursos do que as escolas pior avaliadas. Essa atitude do Gover-no Lula evidencia a disputa entre escola e professores e não a solidariedade e troca de experiência entre as uni-dades de ensino, evidencia, também, a fuga dos alunos das escolas pior avaliadas, causando transtornos para os trabalhadores que ali trabalham. A luta no combate as idéias capitalistas na educação tem, historicamen-

te, marcado os educadores brasileiros e não podemos permitir que agora num governo que se define como democrático e popular o movimento empresarial dê as cartas num objetivo claro de privatização da educação pública, como já acontece em outros países.

A mercantilização da educação, através do PDE provoca nos educadores grande preocupação resultado do modelo adotado pelo MEC de avaliação das escolas via Prova Brasil, Provinha Brasil, ENEM e IDEB que não levam em consideração as políticas educacionais dos sistemas de educação, o financiamento público, as condições salariais e de trabalho dos educadores, bem como a realidade sócio-econômico e cultural que os alunos estão inserido. Todos esses aspectos interferem diretamente no processo ensino-aprendizagem e que não é considerado pelo MEC quando impõe a avaliação das escolas. Resistir ou não a esse modelo de avaliação do Governo Lula significará o fim ou não do sonho de construção de uma escola pública de qualidade para to-dos os brasileiros. Será o tom da luta travada por todos os educadores que definirá a educação pública que te-remos no futuro.

Na Educação Superior, o governo federal imple-mentou o PROuNI, uma política de “compra de vagas” nas instituições privadas em nome da democratização de acesso a esse nível de educação. Não aceitamos “compra de vagas” em instituições privadas, pois isso acaba alimentando, ainda mais, a visão mercadológica da educação e tira da falência proprietários de faculda-des e universidades sem qualidade, transferindo dinhei-ro que poderia ser utilizado nas universidades Fede-rais. No entanto, o Governo Lula, contraditoriamente, de forma positiva, se apresenta como o Governo que mais fez a expansão das universidades públicas brasi-leiras. A maioria das universidades Federais se expan-diu para os municípios do interior, além da criação de novas universidades públicas, de novos cursos e turnos de atendimento. Porém, essa expansão não disponibili-zou condições de trabalho adequado e suficiente para

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o desenvolvimento da pesquisa científica, elemento chave ao desenvolvimento do docente e do discente. Merece destaque os investimentos feitos na ampliação da educação tecnológica, com a ampliação de cursos técnicos e a criação de novas escolas no país.

No que concerne à educação de jovens e adultos, o MEC também não vem respondendo às expectativas das educadoras e educadores desse país. A forma e o conteúdo do Programa “Brasil Alfabetizado” não são novos para quem milita na educação. A EJA continua sendo tratada da mesma forma negligente, conserva-dora e preconceituosa. Para agravar o quadro de polí-ticas compensatórias conservadoras o Governo Federal criou o PROJOVEM, que vem a ser o PROEJA piora-do. No PROJOVEM os estudantes conseguem vencer as quatro últimas séries do ensino fundamental em um ano e os alunos são recompensados com uma bolsa-estudo mensal de R$ 150,00 (Cento e cinqüenta reais). O PROJOVEM tem cumprido o papel de desconstru-ção curricular do ensino, bem como de desmontar e es-vaziar as turmas regulares do ensino fundamental das redes estaduais e municipais pelo seu atrativo financei-ro sem preocupação com a aprendizagem dos alunos. uma verdadeira reforma da educação pública brasi-leira exige o crescimento gradativo dos investimentos em relação ao PIB, fixando em 7% o patamar mínimo inicial, conforme previa originalmente o Plano Nacio-nal da Educação, além da permanência da vinculação constitucional de verbas para o setor.

Para incentivar, democratizar e assegurar o acesso à educação básica, o aporte de recursos e o papel da União no seu financiamento precisam ser ampliados. Isto exige “destravar” o principal inibidor ao cumpri-mento das metas do PNE, que é a persistência do ajuste fiscal e estrutural do estado brasileiro.

BalanÇo PolÍtico Da GestÃoA CNTE no último período concentrou as suas

demandas em quatro ações que tinham um caráter de

estabelecer uma política voltada para o aumento de in-vestimento na educação pública e na valorização dos trabalhadores em educação. No entanto, embora não tenhamos divergências profundas de conteúdo das pro-posições, houve nesse processo erros de encaminha-mentos de luta, na relação entre entidade e governo.

No inicio desta gestão que se encerra foi implemen-tada uma campanha pela conversão do pagamento da dívida externa em recursos para educação, bem como pela derrubada dos vetos de FHC ao PNE . Houve nes-se período uma mobilização importante, inclusive com uma Marcha Nacional, com uma boa adesão de setores expressivos da sociedade. No entanto, com o correr do tempo o tema foi perdendo evidência e hoje deixou de ser focalizado pela CNTE. A ausência de discussão, de debates e de encaminhamentos de lutas de massa nos obriga a discutir o financiamento da educação com o MEC engessados por uma política de “fundos” e den-tro dos patamares de recursos impostos pela equipe econômica do governo LuLA, que claramente rejeita qualquer tipo de aporte significativo de recursos para esse setor.

No tocante a luta em torno do Fundeb, a CNTE não conseguiu dar a expressividade necessária para tensio-nar pontos importantes que poderiam ter dado um ou-tro caráter de aporte de recursos ao Fundo. Pontos im-portantíssimos como a participação da união com pelo menos 10%, de forma imediata, do total de recursos movimentados pelo fundo no Brasil, e a obrigatorie-dade de estados e municípios utilizarem todos os 25% obrigatórios para o Fundeb não foram focalizados pela CNTE com a importância que deveria ter. Houve uma prioridade exagerada na negociação com o governo e com o congresso, em detrimento de ações de ruas e am-plas mobilizações.

Quanto ao PDE, a CNTE foi surpreendida pelas ações do Ministro Fernando Haddad, após ter sido con-firmado no cargo para o segundo mandato do Presiden-te LuLA. O Ministro isolou a CNTE de qualquer dis-

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cussão, se aliou ao grupo de empresários “Todos pela Educação” e apresentou um programa de viés neolibe-ral, embora em seu bojo houvesse ações que podem ser defendidas pelos trabalhadores. A partir daí a CNTE produziu um bom documento crítico que se contrapu-nha às ações perniciosas contidas no plano, além de re-alizar um seminário com entidades expressivas da so-ciedade, que defendem a escola pública e que também estavam alijadas do processo. Estas ações deu um grau de autonomia a CNTE que em alguns momentos levou o ministro e o governo ao constrangimento. No entanto, urge uma combatividade mais ampliada no sentido de o governo rever o caráter meritocrático e competitivo do plano, a partir de um processo avaliativo formulado pela iniciativa privada.

No tocante ao piso salarial nacional, a CNTE co-meteu um erro, em princípio, ao priorizar a discussão com sua base em torno da necessidade de ter um piso salarial nacional, em detrimento do valor do piso e a sua referência. Basta verificar nos cartazes que foram distribuídos para as escolas e na cartilha que foi entre-gue aos professores, os valores e as referências aprova-dos nas instâncias da CNTE são tratados de forma tími-da, bastante envergonhada. Essa ação de alguma forma deu fôlego ao governo quando propôs um piso de R$ 850,00, que ao mesmo tempo se transformava em teto, e somente para 2010. A partir daí, a CNTE organizou a Marcha pelo piso salarial que apesar de representativa, não deu o enfoque necessário para os valores e referên-cias. No entanto a CNTE fez um importante mediação na Comissão de Educação, bem como pequenas mo-bilizações no Congresso Nacional, o que fez atenuar, após votação na comissão, o catastrófico projeto de lei do piso enviado pelo governo.

A luta pelo piso salarial nacional ainda nos fará enfrentar grandes batalhas e a CNTE terá que nesse momento se utilizar de todos os instrumentos de mo-bilização da base e de pressão junto ao governo e ao congresso no sentido de aprovar um piso que possa es-

tabelecer um patamar que traga perspectiva de valori-zação aos trabalhadores em educação.

Plano De lutas1. Lutar pela realização de uma auditoria séria e con-

tra o pagamento da dívida externa;2. Lutar pela nacionalização das empresas privatiza-

das no Governo de Fernando Henrique Cardoso;3. Lutar a favor de Reforma Agrária que garanta as

condições de sucesso para os trabalhadores do campo e que preserve a função social da terra;

4. Lutar por políticas públicas que combatam e supe-rem a fome, a pobreza, a concentração de renda e a exclusão social;

5. Lutar contra a recessão, as altas taxas de juros, a especulação financeira e monetária, o desemprego e o arrocho salarial;

6. Denunciar e combater a violência praticada contra crianças, adolescentes, idosos, desabrigados (mo-radores de rua), homossexuais, negros, índios, de-ficientes e mulheres;

7. Denunciar e combater os desvios de verbas públi-cas;

8. Reafirmar a necessidade de uma Reforma Sindical e Trabalhista que garanta e amplie direitos, demo-cratize as relações de trabalho e fortaleça a organi-zação sindical, como instrumento da luta autônoma dos trabalhadores;

9. Lutar pela independência política e econômica dos países da América Latina;

10. Lutar para extinguir das escolas estaduais e mu-nicipais os pacotes educacionais aplicados pelos Governos Estaduais e pelas prefeituras (Se Liga, Acelera, Alfa e Beto, 5S, entre outros);

11. Lutar por um piso salarial nacional com valores calculados pelo índice do DIEESE e que valorize e dignifique o trabalhador em educação, e que tenha como referência o nível médio para uma jornada de 20h semanais.

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12. Lutar para que professores (as), aluno (as), pais, mães, funcionário(as) e dirigentes sejam reconhe-cidos como atores fundamentais da construção de uma escola pública com qualidade social;

13. Lutar para aumentar o percentual do Produto In-terno Bruto - PIB destinado à educação, na forma definida no Plano Nacional de Educação - PNE, elaborado pela Sociedade brasileira;

14. Lutar contra toda e qualquer forma de precarização e terceirização das relações de trabalho;

15. Lutar pela garantia da paridade e da integralidade dos proventos dos educadores aposentados;

16. Lutar pelo direito à formação inicial e permanente, gratuita e extensiva ao magistério público de todas as redes de ensino;

17. Exigir dos governos estaduais e municipais uma proposta de formação inicial e permanente para o magistério público, inclusive, através de convênios com as Universidades Públicas, que vise a qualifi-cação profissional e dignifique os docentes;

18. Lutar pela ampliação junto ao governo federal o atendimento da demanda por curso superior, garan-tindo-se a descentralização da oferta, que deverá ser estendida a outras regiões-pólo do Estado e ga-rantindo qualidade de ensino e condições de traba-lho;

19. Lutar para assegurar recursos públicos para fi-nanciar a formação inicial e permanente dos(as) educadores(as);

20. Estimular a formação de professores para atuarem na Educação Especial, garantindo jornada de traba-lho adequada e as condições materiais necessárias aos que atuarem nessa modalidade de ensino;

21. Lutar para que sejam oferecidos cursos gratuitos de informática e de utilização dos variados multi-meios educacionais a todos os membros do magis-tério público que ainda não dominam esses recur-sos e linguagens;

22. Reforçar a luta pela modernização das escolas pú-

blicas, exigindo o acesso a novas tecnologias e à informática pelas mesmas;

23. Buscar a definição de uma relação adequada entre o número de professores e o número de alunos por turma, diminuindo-se a atual definição legal do nú-mero máximo de alunos em sala de aula e fixando o limite máximo de alunos a serem atendidos por cada profissional do ensino;

24. Lutar pela atualização do acervo e a recuperação das bibliotecas escolares já existentes;

25. Aparelhar as escolas com computadores, acesso à internet, salas de leitura e vídeo, laboratórios para as diversas áreas do conhecimento, áreas de con-vivência coletiva, auditórios, salas de reprografia e todas as condições necessárias para que a escola seja verdadeiramente um espaço privilegiado para a socialização do saber;

26. Lutar para que as escolas tenham asseguradas as condições de funcionamento, garantindo-se às mesmas todo o material permanente indispensável ao atendimento digno;

27. Lutar para que todos os alunos das escolas públi-cas, independentemente dos níveis e modalidades do ensino, tenham acesso aos livros didáticos re-ferentes a todos os componentes curriculares mi-nistrados pelas escolas, além de outras fontes de pesquisa e estudos;

28. Lutar pela regulamentação da gestão democrática nas escolas da rede estadual e das redes municipais em que já conquistamos os princípios gerais da mesma, respeitando-se o acúmulo produzido pelo Magistério Público em seus fóruns de discussão e deliberação;

29. Desenvolver ações educativas sobre a importância da gestão democrática nas escolas públicas, aber-tas para a população, autoridades, educadores e demais membros da comunidade escolar, o que é fundamental para a construção de um projeto de-mocrático e popular;

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30. Lutar por políticas educacionais democráticas e populares que visem à qualidade social do ensino público;

31. Lutar para que as secretarias estadual e municipais de educação garantam a preparação profissional e as condições necessárias para a implementação do ensino da História da África e dos africanos;

32. Manter a luta pela liberdade de organização sindi-cal ampla, irrestrita e por local de trabalho.

PolÍticas PerManentesSe o objetivo da CNTE é superar o neoliberalismo,

mas sem voltar aos limites do modelo de desenvolvi-mento anterior, teremos então que enfrentar vários de-safios para estabelecermos políticas permanentes que rompam com as mazelas produzidas pelo capitalismo.

O primeiro dos desafios é lutar pela democratiza-ção profunda de nossa sociedade. O sistema político existente no Brasil, bem como na maioria dos países do Continente, segue produzindo enormes distorções, suscetível a todo tipo de manipulação por parte da bur-guesia e dos partidos conservadores. O controle social sobre a atividade política e estatal é extremamente reduzido. Para a maioria da população, sobra apenas eleger periodicamente seus “representantes”. Os meios de comunicação, que geralmente estão em mãos de mo-nopólios privados, interferem de maneira descarada em prejuízo da democracia.

O segundo desafio é ampliar o alcance e a qualida-de das políticas sociais públicas, inclusive criando no-vos direitos sociais. Antes da onda neoliberal, no Brasil e na maior parte do continente, a cobertura do Estado em áreas como saúde e educação já era bastante redu-zida. O neoliberalismo piorou ainda mais a situação, fazendo com que vários destes serviços fossem acessí-veis apenas através do mercado. Agora estamos diante do desafio de garantir, além do direito pleno à saúde, educação e alimentação, outros direitos básicos, como o acesso à eletricidade, telecomunicações, saneamento

básico, habitação, transporte público, acesso à cultura e ao lazer como direitos universais.

Nosso terceiro desafio consiste na realização de reformas estruturais, que alterem a matriz social e eco-nômica de nossas sociedades. São essenciais a refor-ma urbana, a reforma agrária, a reforma da educação, a consolidação do SuS, a democratização da comuni-cação social, a reforma política, a reforma do sistema financeiro, a reforma tributária e do Estado, todas vin-culadas ao propósito de criar espaços públicos estraté-gicos não-mercantis.

O quarto desafio é a criação de um modelo eco-nômico alternativo, que combine capacidade de cresci-mento, inovação, geração de emprego e renda, redistri-buição de renda e riqueza. Alcançar estes objetivos, no atual estágio da economia internacional e nos marcos da correlação de forças vigentes, exige que se trabalhe em escala continental.

O quinto desafio é o de combinar a soberania nacio-nal com a cooperação entre os distintos povos e países que abracem nosso projeto de integração continental. Lembrando que cada um dos países latino-americanos e caribenhos possui histórias particulares e correlações de força específicas, às quais correspondem estratégias e programas também diferenciados.

Um sexto desafio é enfrentar a imensa desigual-dade de gênero, a desigualdade racial, a homofobia e todas as formas de preconceito e discriminação. É pre-ciso incorporar a dimensão universal dos direitos hu-manos, com políticas afirmativas e com a promoção de políticas públicas que afirmem valores democráticos, o respeito à diversidade e o combate contra as discrimi-nações e exclusões.

Um sétimo desafio diz respeito à realidade da ju-ventude. A população jovem nunca foi tão grande na América Latina e no Brasil. Os anos neoliberais foram cruéis com os jovens. O resultado foi o agravamento da falta de educação, saúde, emprego, acesso à cultura, ao lazer e ao esporte, entre outros. Apenas 3 em cada

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10 jovens têm acesso ao ensino médio. A maioria dos desempregados é composta por jovens.

Hoje, 2/3 da população carcerária do país é com-posta por jovens. Um oitavo desafio é deter o proces-so de destruição do meio-ambiente, a começar pelos recursos não-renováveis. As fontes fundamentais de energia e matérias-primas devem estar sob controle di-reto ou indireto dos Estados e nações, e não a serviço das empresas multinacionais. O investimento em sane-amento básico e o controle da emissão de poluentes são fundamentais para enfrentar a agressão direta ao meio-ambiente.

Todos estes desfíos estão entrelaçados: não haverá democracia, sem desenvolvimento e soberania nacio-nal; não haverá soberania, sem desenvolvimento e de-mocracia; não haverá desenvolvimento, sem soberania e democracia. Para a CNTE, as lutas por democracia, soberania, desenvolvimento e escola pública de quali-dade social terão que combinarem-se com a luta pelo socialismo.

O acesso ao conhecimento e à formação intelectual é condição fundamental para o desenvolvimento social e a elevação do nível de consciência dos povos. A edu-cação, assim, é um bem público, que não deve ser apro-priado privadamente pelas classes dominantes e nem tampouco constituir-se em privilégio de uma minoria.

Defendemos a educação como um direito univer-sal, que deve ser garantido pelo Estado com recursos públicos, condição sine qua non para a manutenção de seu caráter laico, democrático e não discriminató-rio, bem como da liberdade e autonomia pedagógica e científica necessárias ao seu exercício.

assinaM esta resoluÇÃoJoel de Almeida Santos; Fernando Nascimento; An-tonio Valmor de Campos; Luiz Veronezi; Antonia Joana Silva; Ana Cristina Souza Machado; Carlos Sérgio Lobão Araújo; Rubens Marques de Souza; Antônia Joana Silva; Antonio Havelange Bueno;

oberto Silva Santos; Joanita Cavalcante; Claudio Sommacal; Maria Barrozo Vieira; laudiomiro Am-brosio; Edileide Maria Barrozo; Janiere Tavares Miranda; Edivaldo Bispo Cardoso; Silvia de Le-mos Vasques; Valdênio Carvalho; Maria Franci-neide Rosendo; Maria de Lourdes Damiani; Maria Enivalda Leite; Luciana Gomes de Lima; Jorge de Morais Brizola; Francisco Givanildo dos Santos; Margareti Ferreti; Angela Maria de Melo; Ivonete Alves da Cruz; Marina da Silva; Teresa Dalmaso; Despina Nicolaropolus; Antônio Marcelo Guerra; Denise de Oliveira; Carmem Iara Leal Corin; Fran-co Ramos; Domingos Machado Soares; Noemi An-tonio Maria; Maria Lúcia de Oliveira; Sônia Maria Santos; Cleci Maria Souza; Gerri Savaris; ubaldi-na Santana Fonseca Moreira; Neci Coelho; Alencar Delpiaz; Valério Bernadi; Paulo Roberto Caduda; Mirela Maria de Lima; Gelci Terezinha; Quevedo Agne; Claudete Sater Sherer; José Francisco An-drade; Davi Garzin Piovesan; Neilton Diniz Silva; Elzamir Ferreira da Silva; Maria Bernadete Rodri-gues Pinheiro; Salvador Pereira; José Valmir de Souza; Morgan Prado Menezes; Erineto Vieira dos Santos; Maria Luci Santos Leite; Francisco José dos Santos; Ellen Leslie Santos; Juscineide Correa Maia; Ederaldo José de Arruda; Marli Rodrigues Silva; Maria José dos Santos; Rita de Cássia dos Santos; Nazon Barbosa de Souza; Valter Rubens; Sandra de Moraes Santos Bomfim; Ana Cristina Oliveira Lima; Cristiano Batista Santos; José dos Santos; José Santos Dias; Josefa Silveira Alves; Anderson Magno de São José Santos; Ginalva da Cruz; Anselmo Rito; Cristiane Melo Santos Leão; Francisco dos Correios.

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articulação de esquerda

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conJuntura internacional1. O mercado mundial tem passado por um grande

ciclo de expansão baseada na indústria de ponta, a qual tem impulsionado esse crescimento em nível internacional, nunca se produziu tanta mercadoria e capitais como nos últimos 50 anos, tendo as gran-des corporações tecnológicas, financeiras e mine-radoras como ponta de lança desse ciclo.

2. Essa grande expansão, tem como tendência uma crise de superprodução de capitais, gerada a par-tir da alta extração de mais-valia e da especulação financeira. O recente estouro da bolha imobiliária da economia estadunidense foi um susto, que levou os Bancos Centrais no mundo inteiro a atuar para conter esse pânico, os grandes bancos e as compa-nhias de energia norte-americanas tiveram queda de lucro, provocando sucessivas quedas na Bolsa de Wall Street, evidenciando que a economia de ponta do sistema capitalista pode ter uma grande crise financeira que se espalhará no mundo todo.

3. Os Estados unidos mantém a ferro e fogo a sua política belicista no sentido de reafirmar a sua do-minação global, a busca pelo controle das riquezas naturais de origem mineral e vegetal e a desenfre-ada exploração dos povos nos países dominados, principalmente no Oriente Médio onde mantém suas tropas no Iraque sendo uma reedição do Vie-tnã, apóia de forma incondicional a política fací-nora e genocida do estado de Israel e pretende in-vadir o Irã sob o pretexto de impedir o andamento do programa nuclear desse país, com o apoio de grande parte dos países imperialistas europeus.A resistência ao imperialismo tem se configurado nos conflitos do povo iraquiano contra o exército esta-dunidense, na resistência palestina e do Hizbollah contra Israel.

4. Na América Latina, a Venezuela avança o seu pro-jeto de transformação social que busca a organiza-ção popular, revertendo todo o estrago que a elite venezuelana fez sob a cartilha do Consenso de Wa-shington. Hugo Chavéz tem sido um contraponto ao imperialismo ianque e as elites latino-america-nas. Na Bolívia, a luta de classes intensifica-se pela construção da nova Constituição onde os trabalha-dores enfrentam as oligarquias sistematicamente e a reversão das privatizações são agenda prioritária nesse país. No Equador, a Alianza Paiz partido do presidente Rafael Correa elegeu a bancada majo-ritária na Assembléia Constituinte, enquadrou a Petrobrás e outras companhias de petróleo nas re-messas de lucros mantendo grande parte destes no país e convocou a Auditoria Internacional da Dívi-da Externa Equatoriana.

5. Essa onda antineoliberal na América Latina de-monstra um avanço na resistência dos povos contra o imperialismo, na luta pelo socialismo enquanto novo modo de reprodução da vida.

conJuntura nacionalGoverno lula – para os banqueiros tudo; para os trabalhadores esmolas e supressão de direitos6. O segundo mandato de Lula configura um governo

ainda mais conservador que o primeiro, com mais ministros representando o grande capital e com uma política de alianças mais conservadora do que nunca, desde Sarney, Maluf, Jader Barbalho, Mangabeira unger, Renan Calheiros, Fernando Collor e o czar da ditadura Delfim Neto além de acordos com o PSDB e DEM para medidas neo-liberais como as contra-reformas da previdência, trabalhista, sindical e universitária. O escândalo Renan Calheiros que foi absolvido graças a ajuda

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campo Democrático

caMPo DeMocráticoUnir a esquerda combativa para derrotar as duas faces do neoliberalismo: PT e PSdB

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do governo Lula e posteriormente forçado a deixar a Presidência do Senado em acordo com a oposição de direita para aprovar a CPMF é a prova do mar de lama e do balcão de negócios que o Congresso Nacional se tornou. O desconto facultativo do im-posto sindical aprovado em outubro último causou constrangimento na bancada do PT no congresso nacional, que acabou aprovando pela não obriga-ção desse nefasto imposto que é uma tradicional fábrica de pelegos no melhor estilo da Carta Del Lavoro.

7. O governo Lula enviou ao Congresso no início des-se ano um projeto de lei complementar que limita a folha de salários da união a um crescimento anu-al de 1,5% (já descontada a inflação) até 2016. A medida faz parte do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento. Esse percentual não corresponde sequer ao crescimento vegetativo da folha de paga-mento, o que significa reajuste zero nos próximos dez anos.

8. Os banqueiros são os governantes de fato, a pon-to do Ministério da Fazenda ter reduzido os juros da poupança a pedido da FEBRABAN, o que vai significar uma redução significativa dos depósitos do FGTS, um verdadeiro assalto aos trabalhadores. No primeiro semestre desse ano, o lucro dos qua-tro maiores bancos do país atingiu a extraordiná-ria soma de R$ 11,7 bilhões (recorde de 40,7% em relação ao mesmo período de 2006), só o Itaú e o Bradesco lucraram juntos mais de R$ 8 bilhões de reais. O mais irônico é a defesa de Lula a estes lucros absurdos, afirmando que é melhor os bancos terem lucros do que prejuízos. Esqueceu de dizer que estes lucros irracionais, são resultado direto da política de arrocho salarial e escravização dos ban-cários, dos péssimos serviços prestados aos clientes e da política econômica do seu governo: as maio-res taxas de juros do mundo, além do vergonhoso superávit primário que em 2006 foi da ordem de

4,83% (cerca de 98 bilhões de reais.)9. Outro mecanismo que o governo encontrou para

favorecer os banqueiros é a troca da dívida externa pela dívida interna. Enquanto a dívida externa foi reduzida de u$ 230 bilhões de dólares em 2003, para u$ 203 bilhões em fevereiro de 2007, a dí-vida interna alcançou em julho a ultra-gigantesca cifra de R$ 1,2 trilhão de reais ou cerca de mais de u$ 600 bilhões de dólares, uma política que fere a Constituição Federal, que determina uma audito-ria na dívida externa para identificar formalmente quem ganhou de fato com a política sistemática do endividamento. Sobre esse artifício vejamos o que afirmam Fatorelli e Ávila analisando os orçamen-tos da união consolidados em 2005 e 2006: “neste sentido, a Dívida Interna Federal tem se constituí-do em uma reciclagem da Dívida Externa. De ou-tubro de 2005 a junho de 2006, houve o pagamento de uS$ 24 bilhões de antecipação de dívida externa (FMI, Clube de Paris e Bradies). No mesmo perío-do, houve a compra de uS$ 25,7 bilhões pelo BC, via emissão de mais dívida interna. Desta forma, a dívida interna explode. De junho de 2005 até feve-reiro de 2007, a Dívida Interna cresceu de R$ 938 bilhões para R$ 1,2 trilhão”.

10. Por outro lado, a anunciada regulamentação da gre-ve nos serviços essenciais, mostra que o governo quer matar os trabalhadores de fome e quer trans-formar a resistência em caso de polícia. Essa políti-ca deve ser seguida à risca pelos governadores, não é por acaso que Serra em São Paulo já anunciou reajuste zero neste ano, o que demonstra que o tra-tamento com as reivindicações será cada vez mais duro, a exemplo do que ocorreu na recente greve dos metroviários, em que 62 trabalhadores incluin-do dirigentes do sindicato foram demitidos.

11. Temos uma tarefa histórica. Romper com os atu-ais limites da nossa ação nos movimentos sociais. Desenvolver uma atuação sindical que organize

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os trabalhadores na luta pelas reivindicações eco-nômicas e imediatas, mas que também contribua para formar outra visão de mundo, radicalizando na construção de formas de organização de base que confiram real poder de ação e decisão aos tra-balhadores. Pensar e organizar a luta histórica pela função social da terra, no campo e na cidade, sob uma ótica diferente e contrária á ideologia do mer-cado, eliminado o uso político-eleitoral dos movi-mentos populares e direcionando nossas ações con-tra as grandes propriedades apropriadas, ao longo do processo histórico, pelo capital e pelo Estado a serviço do capital. Devemos discutir com os mo-vimentos de luta por moradia a ocupação das ter-ras, das grandes multinacionais e dos bancos, bem como as terras ociosas que estão nas mãos do Esta-do, tendo como princípio à preservação ambiental e o combate á degradação do ar, da água, das matas e do solo. Lutar contra o monopólio dos meios de comunicação de massas, principal difusor da ideo-logia e do modo de vida capitalista.

Defendemos:» Contra o pagamento das dívidas interna e externa;» Pela derrubada da LRF, fim do superávit primário e

revogação da reforma da previdência;» Anulação de todas as privatizações;» Redução da jornada de trabalho para 36 horas se-

manais sem redução de salários;» Reforma agrária, sob controle dos trabalhadores,

combate ao latifúndio e à devastação ambiental;» Reforma urbana para combater a especulação imo-

biliária, os latifúndios urbanos e acabar com déficit habitacional;

» Cadeia para todos os corruptos e corruptores e ex-propriação dos seus bens;

» Em defesa do feriado nacional do dia 20 de novem-bro - Dia da Consciência Negra.

PolÍtica sinDicalunidade da intersindical e conlutas por uma nova central sindical12. Os trabalhadores têm avançado em que pese a

enorme adversidade conjuntural a partir da eleição de Lula e da institucionalização das organizações construídas pela classe trabalhadora brasileira nos últimos 20 anos. A acomodação da Central Única dos Trabalhadores ao estado tem levado a classe trabalhadora a sofrer reversão nas suas conquistas históricas, como no caso da reforma da previdên-cia, que foi um duro golpe contra os servidores públicos, particularmente contra a categoria dos trabalhadores em educação. O recente anúncio de regulamentação das greves no setor público e do congelamento dos salários dos servidores da união por mais de dez anos é mais um duro golpe con-tra os trabalhadores que está sendo implementado por este governo, o qual serve de referência para que os governos estaduais endureçam nos ataques e não negociem concessões salariais ou funcionais como é o caso de Serra, em São Paulo. Por outro lado, o perigo da “argentinização”, fragmentação total da ação da classe, ainda está presente, no en-tanto as recentes iniciativas, como a realização do I ENCLAT (Encontro Nacional da Classe Trabalha-dora), no último dia 25 de março, em São Paulo, da qual impulsionaram lutas como o 1o de maio de luta e as jornadas de luta de 23 de maio, o Plebis-cito Popular, o Grito dos Excluídos e a vitoriosa Marcha a Brasília, no dia 24 de Outubro.

13. Nós do Campo Democrático propomos que a CNTE se desfilie da CUT. Aliás um debate já atrasado na nossa confederação, dado que varios sindicatos de trabalhadores em educação do Brasil como o SEPE do Rio de Janeiro e a ANDES (Sindicato dos Do-centes do Ensino Superior) já estão na dianteira desse debate. Tanto o SEPE como o ANDES já se desfiliaram da CUT, enquanto o CEPRS fez esse

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debate na base que deliberou sobre o mesmo em assembléia geral, mantendo a filiação a CUT por uma pequena margem. É importante registrar que nestes sindicatos a INTERSINDICAL e a CON-LUTAS unificaram-se na defesa da desfiliação.

14. Sobre a filiação a uma outra central sindical, defen-demos a unidade da INTERSINDICAL e CONLu-TAS nas lutas e na formação de uma nova central sindical construída com debates pela base, fruto de enfrentamentos qualificados contra os ataques do governo e do capital. Como tem ocorrido em varias eleições sindicais em que as chapas de oposição são formadas por esses dois blocos.

- Pela desfiliação da CNTE da CUT; - Pela construção da Nova Central Sindical impul-

sionada na unidade da INTERSINDICAL e CON-LuTAS.

PolÍtica eDucacional15. Os dados da educação brasileira mostram o gigan-

tismo e as contradições dos nossos sistemas educa-cionais. Na educação básica são 207,2 mil escolas, dentre as quais 26,3 mil (12,69%), não têm ener-gia elétrica. Cerca de 2,5 milhões de professores e 56,4 milhões de alunos matriculados. Quanto à distribuição de recursos por modalidade, os poucos recursos explicam a crise estrutural da educação pública. Enquanto um aluno do nível II do ensino fundamental custou em 2005 R$ 1.578 reais, um aluno no ensino superior custou R$ 10.711 reais. Os gastos em relação ao PIB foram da ordem de 4,1%. Essa falta de prioridade tem como resulta-do 24 milhões de analfabetos, desempenho muito abaixo da média dos alunos em comparação com os outros países e um índice alarmante de repe-tência escolar cerca de 21% da 1ª a 4ª série, 60% dos alunos que terminaram a 4ª série não sabem ler corretamente e 800 mil crianças entre 7 a 14 anos estão fora da escola. Na educação superior existem

2.013 instituições, 1.793 privadas e 224 públicas. São 293 mil professores, 192,8 mil nas instituições privadas e 100,4 mil nas instituições públicas. São 4,1 milhões de alunos, 2,9 milhões no ensino pri-vado e 1,1 milhão nas universidades públicas. Esse dado mostra que apenas 10,4% dos jovens entre 18 e 24 anos estão no ensino superior e que 86,7% das vagas são em instituições privadas de ensino¹. O liberalismo sempre teve como centro teórico o chamado “Estado mínimo”.

¹. Fontes: MEC, INEP e IBGE.16. Em mais de quinze anos de neoliberalismo, não

tem uma área social mais atingida por esse período como a educação pública, a era FHC privilegiou a educação privada de forma mais agressiva em relação aos seus antecessores, não aumentando as verbas da educação, o não reajuste dos salários dos profissionais da educação por mais de dez anos. O boom das universidades privadas foi fruto des-sa priorização do governo FHC para a abertura do capital privado na educação, formando um grande lobby do ensino privado que tem influência fortís-sima sobre os Três Poderes.

17. Esse lobby juntamente com o conservadorismo presente no Congresso Nacional vetou o financia-mento do Plano Nacional de Educação em 1998 que deveria ser de 7% do PIB e mantém os míseros 3,2% do PIB para a educação pública. Além das fatídicas avaliações institucionais que esses tecno-cratas pensam que é a salvação da educação públi-ca, essas avaliações não passam de uma perfumaria que só serve para incitar a competição entre do-centes que vislumbram receber mais gratificações que são verdadeiras migalhas, ao invés de ter uma política salarial digna aos profissionais da educa-ção, os neoliberais querem dilapidar ainda mais a escola pública para entregar de bandeja ao capital privado.

18. O governo Lula lançou o Plano de Desenvolvi-

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mento da Educação (PDE) criado juntamente com grupos empresariais da educação, o PDE tem como concepção a continuação das orientações neolibe-rais nos projetos do MEC, a começar pelo finan-ciamento que criou o FuNBEB em substituição ao FuNDEF onde incorporou os alunos do ensino médio para esse fundo passando de 30 milhões para 47 milhões de estudantes não incluindo as creches, um aumento de 56%, só que o fundo saiu de R$ 35,2 bilhões para R$ 48 bilhões um crescimento de apenas 36,3%, constatando que o financiamento do FUNDEB não é suficiente para a universalização do ensino público, gratuito e de qualidade do qual o governo Lula tanto propaga para promover o PDE e o FuNDEB. Este PAC da Educação não leva em conta o Plano Nacional de Educação – Sociedade Brasileira que fora produzido em 1998 por entida-des educacionais.

19. No que tange ao orçamento do MEC em 2007, sofreu um corte de R$ 610 milhões do Ministério da Fazenda para manter o pagamento religioso do serviço da dívida pública passando para R$ 9,1 bilhões, sua complementação não passa de R$ 2 bilhões. Mantendo ainda menos de 4% do PIB na educação.

20. O tão alardeado piso salarial do magistério que é de apenas R$ 850,00 em uma jornada de 40 horas semanais, é um valor corrigido pela inflação sobre um salário de R$ 300,00 proposto em 1994 que nesse ano correspondia a 4,28 salários mínimos, atualmente o valor do piso corresponde a 2,23 sa-lários mínimos, esse valor será atingido em 2010 e não de imediato após a sua aprovação.

21. O PDE não tem clareza quanto a carreira profis-sional dos professores e o pior é a sua concepção de formação de professores baseada no programa universidade Aberta que realiza cursos à distância para os professores, no sentido de ter especializa-ções do tipo “fast delivery diploma” não tendo o

compromisso de ter uma política sólida de forma-ção e qualificação continuada de docentes para ga-rantir a qualidade do ensino público brasileiros.

22. As avaliações padronizadas de rendimento escolar é a aposta do MEC para a melhoria do rendimento dos estudantes, esses tecnocratas pensam que a par-tir da concorrência desenfreada das escolas, esse é um artifício mercadológico para moldar a educação básica no contexto da rapinagem do capital, como se essa política de avaliação de inspiração conser-vadora pudesse incidir de fato na transformação da realidade educacional.

23. No ensino superior, o PDE apresenta o Programa de Apoio a Planos de Reestruturação e Expansão das universidades Federais (REuNI) que vem a público dizer que vai dobrar o número de vagas nas universidades federais em cinco anos. O REu-NI vem destinar as vagas públicas para o ensino a distância através do universidade Nova que pre-cariza a grade curricular dos cursos, implantando a graduação de 3 anos e dividindo-a em dois ci-clos, sendo o primeiro chamado superficialmente de “formação geral” e o segundo ciclo a grade do curso escolhido.

24. Esse programa não garante nenhum recurso para a contratação de docentes e funcionários, para a as-sistência estudantil e outros. O REuNI é um pro-grama inspirado no receituário do Banco Mundial que precariza o ensino público e limita as gradu-ações. Se esse programa tiver êxito, haverá su-perlotações nas salas da universidades federais e as evasões crescerão cada vez mais podendo abrir mais espaço ao capital privado nas universidades federais.

25. O PDE de Lula e Haddad não passa de uma reedi-ção petista da política educacional de FHC e Paulo Renato, favorecendo o capital privado e reduzindo a presença do estado brasileiro na educação. Preca-rizando o ensino em detrimento dos lucros e priva-

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tizando a educação.Defendemos:* Luta pela revogação da LDB;* Contra o FuNDEB, pela desmunicipalização do

ensino e em defesa da elevação dos gastos em edu-cação para 10% PIB;

* Pela universalização da educação infantil;* Destinação das verba públicas apenas para educa-

ção pública estatal e fim do Prouni e do REUNI;* Redução de 200 para 180 dias letivos;* Em defesa do acesso aos materiais didáticos defini-

dos pela comunidade escolar para todos os alunos;* Extinção de todas as Avaliações Institucionais e

respeito a autonomia avaliativa dos professores e das unidades escolares;

* Combater e repudiar a Avaliação Desempenho e o reajuste salarial por merecimento;

* Em defesa do reconhecimento das doenças do tra-balho educacional;

* Piso salarial do DIEESE R$ 1.634,00 por vinte ho-ras aulas;

* máximo de 20 alunos por classe no EF I e 25 no EF II e no EM;

* Em defesa da estabilidade para os servidores públi-cos contratados, aprovação da PEC54/99 excluin-do os comissionados (sem o trem da alegria);

* Pela imediata aprovação da inclusão de filosofia e da sociologia em todas as escolas de ensino médio do país.

PolÍticas PerManentes26. As opressões como o racismo, o machismo, a ho-

mofobia e diversos preconceitos que existem na moderna sociedade capitalista é um dos instrumen-tos de dominação e reprodução da ideologia bur-guesa sobre os trabalhadores, alienando-os cada vez mais da sua condição de humanos.

27. O racismo está presente na história do Brasil desde os mais de 300 anos da escravidão, a força de tra-

balho dos negros na escravidão serviram de base para a acumulação de capitais no plantio de cana, na mineração do ouro e do diamante e nas planta-ções de café, servindo como matéria-prima para a Revolução Industrial Inglesa e material de subsis-tência desses produtos agrícolas para o proletaria-do europeu, como vemos o Brasil sempre esteve concectado ao mercado mundial desde a sua inva-são pelos portugueses.

28. Em meio a superexploração dos negros na escra-vidão, esses tem um histórico de resistência e luta contra o estado autocrático e escravocrata do Im-pério Brasileiro. Com a abolição da escravatura graças as pressões do imperialismo britânico para incorpora-los efetivamente no mercado consumi-dor. No dizer de Florestan Fernandes, a situação da população negra após a escravidão é a seguin-te: “Perdendo sua importância privilegiada como mão-de-obra exclusiva, ele (o negro) perdeu todo o interesse que possuíra para as camadas dominan-tes. A legislação, os poderes públicos e os círculos politicamente ativos da sociedade mantiveram-se indiferentes e inertes diante de um drama material e moral que sempre fora claramente reconhecido e previsto, largando-se o negro ao penoso destino que ele estava em condições de criar por si e para si mesmo.” (Fernandes, 1978: 18).

29. Os negros e seus descendentes foram relegados a margem da sociedade brasileira, sempre foram víti-mas da violência e da miséria nos centros urbanos. Historicamente, o pensamento conservador seja na cultura e na mídia tratam-nos com estereótipos que os vinculam a criminalidade e outras mazelas. Sen-do vítima da violência policial nas periferias con-tribuindo para a barbárie social que o capitalismo impõe nas cidades.

30. O Brasil deve pagar um tributo pela exploração e marginalização da população negra, devemos tra-tar as cotas sintonizadas com uma ampliação das

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políticas públicas universais como emprego, saú-de, educação. Previdência e outras áreas, até que as condições sociais da população negra sejam plenas na totalidade da classe trabalhadora brasi-leira. É inadmissível que um setor reacionário da sociedade trate essas políticas como um privilégio através de uma antropologia capenga e também é ridículo o tratamento que o governo Lula dê essa questão como se fosse uma mera política transver-sal e juntando a sua política social de remendos, parecendo que isso é fruto de uma esmola como acontece no Prouni. O XXX Congresso da CNTE deve se posicionar contrário a investida crimina-lização das comunidades quilombolas encabeçada pela Rede Globo e apoiar as lutas de regularização dessas comunidades sintonizada com uma reforma agrária radical que altere de fato a estrutura fundiá-ria do Brasil combatendo o latifúndio e a grilagem de terras.

31. As cotas devem ser proporcionais ao percentual de negros existentes nas regiões em que se encontram as universidades, escolas técnicas e serviços públi-cos. O Estatuto da Igualdade Racial deve ter como norte essa universalidade das políticas sociais que vão em choque com as políticas neoliberais.

32. Além disso, lutaremos pela implantação efetiva da Lei 10.369 que torna obrigatório o ensino de Histó-ria da África e dos Afro-descendentes, com verbas para a formação de educadores, desenvolvimento sólido dessa política de formação e a produção de materiais didáticos dessa disciplina, para atingir a totalidade dos professores no país.

33. E também defendemos o dia 20 de novembro, Dia da Consciência Negra, como Feriado Nacional. Devemos construir um amplo movimento para pressionar o presidente Lula para decretar esse dia como feriado oficial, simbolizando a história da re-sistência negra personificada na figura de Zumbi dos Palmares.

assinaM esta resoluÇÃoPaulo Neves – APEOESP São Bernardo do Cam-po; Ederaldo Batista – APEOESP Guarulhos; Mo-acyr Américo – APEOESP Litoral Sul; Rita Diniz – APEOESP Salto; Carlos Barbosa – APEOESP Osasco; Eliane Aparecida – APEOESP Sumaré/Hortolândia; Aldo Santos – APEOESP São Bernar-do do Campo; Antonio Jovem – APEOESP Diade-ma; Josefa Gomes – APEOESP Santo Amaro; Reni Gomes – APEOESP Sudeste Centro; Luiz Horta – APEOESP Ourinhos; Cícero Rodrigues – APEO-ESP Santo Amaro; Rosana Martiniano de Souza – APEOESP Guarulhos; José Geraldo – APEOESP Sumaré/Hortolândia; Roberto Polle – APEOESP Sumaré/Hortolândia; Nivaldo Vicentin – APEO-ESP Sumaré/Hortolândia; Genivaldo de Souza Al-meida – APEOESP Salto; José Renato dos Santos – APEOESP Salto; Silvia Beniche – APEOESP Salto; Rosi da Silva – APEOESP Litoral Sul; Isaias de Oliveira – APEOESP Litoral Sul; José Jesus – APEOESP Osasco; Sandra Seni – APEOESP Osasco; Gilmar Caribé – APEOESP Osasco; Sonia Almeida – APEOESP Diadema; Diógenes Batista – APEOESP São Bernardo do Campo; Leandro Martins – APEOESP São Bernardo do Campo; Maria de Lourdes – APEOESP São Bernardo do Campo; Nobuko Maeda – APEOESP São Bernardo do Campo; Maria da Conceição – APEOESP São Bernardo do Campo; Sandro Cervantes – APEO-ESP São Bernardo do Campo; Vanderlei Marques – APEOESP São Bernardo do Campo; Arnaldo Fortunato – APEOESP Guarulhos; José Batista dos Santos – APEOESP Guarulhos; Neide Reges Lima – APEOESP Guarulhos; José Joaquim Neto – APEOESP Guarulhos; Gerson Ribas – APEOESP Diadema; Eliane Araújo – APEOESP Diadema; Moisés Pedro da Silva – APEOESP São Carlos; Ozani Martiniano de Souza – APEOESP Guaru-lhos ; Wilson Roberto Batista – APEOESP Marília;

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Osman Martiniano de Souza – APEOESP Guaru-lhos; Soraya Vasconcelos Brito – APEOESP Gua-rulhos; Laércio Antonio de Carvalho – APEOESP Guarulhos; Silvia Márcia – APEOESP Guarulhos; Roseli dos Santos Ribeiro – APEOESP Ourinhos.

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conJuntura internacional1.1 - Vivemos tempos difíceis. O império norte-ame-

ricano lança ataques contra a soberania das nações e dos povos, aproveitando ao máximo a correlação de forças que ainda lhe é favorável.

1.2 - As reuniões do G-8 e do Fórum de Davos servem como referenciais ao estabelecer metas para reafir-mar políticas às práticas imperialistas das princi-pais potências econômicas, o que faz aprofundar a exploração, expropriação e exclusão da maioria da população mundial das riquezas e do conhecimen-to científico-tecnológico.

1.3 - Toda tentativa de desenvolvimento autônomo so-fre ataques de diversas formas: política antiterro-rista e ocupação militar (Oriente Médio); ameaças de embargos econômicos (Colômbia, Venezuela) ou recrudescimento de embargos (Cuba).

1.4 - A ausência de emprego produziu uma nova e violenta exclusão social. Milhões de pessoas no mundo simplesmente não têm mais lugar dentro da economia capitalista.

1.5 - Como profissionais de educação e, conseqüente-mente, formadores de opinião de milhões de crian-ças, jovens e adultos, temos de ser participantes ativos na luta por um novo e melhor mundo. Que seja a ruptura de tudo que está gerando degradação ambiental, desemprego, exclusão de mais de dois terços da população mundial, dos bens de consumo e da infra-estrutura para uma vida digna. E, para sermos ativos no papel de quem luta, não só pelos nossos direitos profissionais, temos de entender o que ocorre no mundo.

1.6 - Defendemos:a) abaixo à guerra e pela retirada imediata das tropas

imperialistas do Oriente Médio;b) defesa da soberania e da autodeterminação dos

povos;c) retirada imediata das tropas brasileiras do Haiti;d) fim das bases militares imperialistas em todos os

países do mundo;e) estado palestino soberano e independente;f) luta contra a restrição à democracia e à liberdade

dos povos;g) combate a qualquer forma de totalitarismo.

conJuntura nacional2.1 - O Brasil é a décima quarta economia do planeta,

medida pelo Produto Interno Bruto (PIB), que é a soma de todas as riquezas produzidas no país. É o país que mais cresceu na América Latina ao longo do século XX. Esse crescimento econômi-co ocorreu, no entanto, sem modificar a elevada concentração de renda, mantendo a desigualdade social como característica principal da organi-zação brasileira. No ranking da renda per capita (PIB dividido pela população), o país ocupa a 64ª colocação.

2.2 - O padrão histórico excludente de distribuição de riqueza permaneceu praticamente intocável, mes-mo durante o governo Lula, eleito com o compro-misso de colocar a igualdade social no topo da agenda política. O baixo crescimento econômico do Brasil, na atualidade, tem seus fundamentos na política neoliberal aplicada pelo governo Fernan-do Henrique Cardoso (FHC) e seguida fielmente pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, basea-da em:

a) superávit primário: economia que o governo faz em gastos públicos acertada com o Fundo Monetário Internacional (FMI), a ser cumprida anualmente. Esse superávit é usado como uma espécie de re-serva que deve ser feita para o pagamento de juros,

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encargos e amortizações da divida pública; b) altas taxas de juros, apesar da queda promovida até

agora pelo Banco Central – a taxa básica de juros (Selic) é a mais alta do mundo;

c) pagamento da dívida pública: quanto mais se paga, mais a dívida pública (divida interna mais dívida externa) cresce. Juros, amortizações e encargos da dívida que supera a casa do trilhão consomem mais da metade do orçamento da união (59% em 2007), representando uma sangria de recursos públicos que recai sobre os trabalhadores em forma de impostos, arrocho salarial e cortes de gastos públicos.

2.3 - Nos últimos 12 anos, o país pagou R$ 1,1 trilhão de juros de uma dívida questionável e absurda. Isso significou e ainda implica em menos investimentos em educação, saúde, saneamento, moradia e em outras áreas sociais.

2.4 - Quem mais se beneficia com a política econômica atual são os banqueiros e os especuladores de toda ordem, que detêm boa parte dos títulos da dívida pública brasileira e são remunerados pelas eleva-das taxas de juros.

2.5 - O desemprego e o subemprego temporário juntos formam um ambiente de absoluta insegurança dos jovens em sua entrada e permanência no mercado de trabalho. De cada dez novas vagas que se abrem oito são sem registro em carteira e sem benefícios assegurados.

2.6 - O denominado Plano de Aceleração do Cresci-mento (PAC) além de não existir nenhuma garantia concreta de que as obras e medidas anunciadas nes-te plano vão assegurar o crescimento econômico do país, fica evidente que é mais um instrumento para subsidiar grupos econômicos nacionais e es-trangeiros. Isto se dará através do arrocho salarial sobre os trabalhadores e aposentados e da criação de instrumentos como o Fundo de Investimentos em Infra-estrutura, baseado em recursos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS).

2.7 - Outras medidas, como as reformas trabalhista e previdenciária e a criação das fundações públicas de direito privado, que estão em pleno curso, tam-bém retiram os direitos trabalhistas do setor públi-co e privado. O direito de greve no serviço público é colocado na berlinda e recebe duros ataques do presidente da República e de ministros escalados para desmoralizar os servidores públicos e seus di-reitos.

2.8 - O uso do FGTS para investimentos em infra-es-trutura e para pagar usineiros com seus fornecedo-res privados, a imposição de limites para despesas com pessoal, além dos que já estão estabelecidos pela Lei de Responsabilidade Fiscal; a constituição do Fórum da Previdência, com a finalidade de dar apoio e legitimidade a um conjunto de mudanças – aumento da idade mínima; o fim das regras di-ferenciadas para a aposentadoria da mulher traba-lhadora; o reajuste salarial anual limitado à taxa de inflação registrada pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de 1,5% para os próximos 10 anos; entre outros, compõem o pacote de maldades do governo para atender o setor finan-ceiro do Estado.

2.9 - Defendemos:a) estratégias destinadas a promover a redistribuição

de recursos, política de emprego, aumento constan-te dos salários de maneira que acompanhe o cres-cimento da produtividade, políticas de distribuição de renda e de propriedades, elevação do salário mínimo, taxação das grandes fortunas, reforma tri-butária de forma que os ricos paguem mais que os pobres;

b) reforma agrária, sem indenização do latifúndio im-produtivo;

c) sistema de proteção ao trabalho e condições que permitam a permanência do trabalhador camponês no campo;

d) política econômica e de produção de alimentos du-

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radoura, voltada para o mercado interno e o consu-mo da população;

e) políticas de ofertas plenas de bens e serviços públi-cos universais e com qualidade, fundamentalmen-te, educação, saúde e transporte;

f) redução da taxa de juros reais (Selic) para 2,5% ao ano;

g) mudar a atual política de superávit primário no or-çamento da união, que destina vultosos recursos públicos para pagamento de juros e amortização da dívida externa;

h) adoção de uma política que defenda a economia nacional, combatendo a remessa de dólares para o exterior, em forma de transferências, lucros, royal-ties e biopirataria;

i) aplicação dos recursos públicos exclusivamente no ensino público gratuito, em todos os níveis e moda-lidades;

j) manutenção do veto à Emenda nº 3; k) rejeição ao projeto que cria as fundações públicas

de caráter privado; l) garantia de negociação coletiva no serviço público

e respeito total à organização dos trabalhadores; m) direito irrestrito de greve; n) previdência pública para todos e devolução de to-

dos os direitos retirados com as reformas já realiza-das;

o) anulação, das reformas universitária e previdenciá-ria;

p) reestatização imediata da Companhia Vale do Rio Roce;

q) redução da jornada de trabalho sem redução dos salários;

r) salário mínimo no valor estabelecido pelo Dieese; s) fim da política de superávit primário, da Lei de

Responsabilidade Fiscal e da DRu; t) não às parcerias público-privadas; u) estatização das empresas ocupadas pelos trabalha-

dores, pela manutenção dos empregos;

v) revogação das Leis nos 9.637 e 9.648 de FHC que regulamentam as organizações sociais.

PolÍtica sinDical3.1 - Mais do que lugar comum, reconhecer que vive-

mos tempos difíceis é uma necessidade para não perdermos de vista o que e como alcançar, sem su-bestimar, tampouco superestimar os obstáculos e também as nossas forças.

3.2 - É do documento de apresentação do Plano Estra-tégico e Organização da Central Única dos Traba-lhadores (CUT) a afirmação de que as alterações político-econômicas neoliberais implementadas tanto nos mercados nacionais como na base pro-dutiva, por meio de novas tecnologias e formas de organização e gestão do trabalho, recrudesceram as explorações do trabalho para o aumento dos lucros, apartando milhões de trabalhadores do direito ao trabalho e à dignidade.

3.3 - As mudanças na política, na economia e nas for-mas de relação do trabalho têm desafiado o movi-mento sindical mundial, no sentido de desenvolver estratégias de enfrentamento ao processo de exclu-são social e do mercado de trabalho, visando não só garantir e ampliar direitos, mas construir uma nova sociedade.

3.4 - No setor público, os desafios não são menores nem de menor importância. A política neoliberal impôs ao Estado uma nova concepção e papel. As alterações introduzidas na Constituição Federal, com as Emendas de nos 19, 20, 41 e 47, implica-ram em mudanças estruturais radicais na concep-ção de Estado e, por conseguinte, na organização dos serviços públicos e nos direitos da população e dos servidores públicos.

3.5 - Movimento sindical precisa reagir e enfrentar a política neoliberal3.5.1 - Em boa medida, é verdade que a atual crise bra-

sileira é o resultado dos oito anos do governo FHC,

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que aplicou com canina fidelidade os preceitos ne-oliberais. um governo com tristes recordes e que entregou estatais para pagar dívida. Abriu as fron-teiras para os grandes investidores estrangeiros, es-timulou um processo inédito de desnacionalização econômica, aboliu e reduziu direitos previdenci-ários e trabalhistas e promoveu o maior nível de desemprego da história brasileira.

3.5.2 - A excessiva dependência econômica condena a nação a uma condição de permanente instabilidade. A degradação do trabalho, a não-construção nacio-nal e a regressão democrática, marcas do governo FHC, derivaram da avalanche neoliberal que afe-tou e afeta o mundo capitalista. Não são fenômenos meramente brasileiros, apesar das particularidades de cada país.

3.5.3 - Nesse cenário, e dele resultante, se a reeleição e o primeiro mandato de Lula, presidente do Brasil, não foram de ruptura deste modelo de desenvolvi-mento dependente, como de fato não foram, temos a responsabilidade de colocar o movimento sindi-cal em luta para que o obrigue a ser.

3.5.4 - Os movimentos popular e sindical e os partidos verdadeiramente de esquerda possuem papel mui-to importante. Deve, de forma autônoma e inde-pendente, se caracterizar como forças interessadas e atuantes para que o governo adote medidas que rompam com o ciclo do domínio das oligarquias, da miséria e da dependência econômica.

3.6 - encaminhamentos:a) realizar o primeiro ciclo debates sobre o papel dos

sindicatos, frente à realidade política mundial e brasileira;

b) propor à CuT, que realize fórum de discussão so-bre os rumos do movimento sindical classista e a necessidade de sua unificação;

c) propor à CuT, que organize plenárias sindicais mensais, para debater a conjuntura política e ações unitárias contra as políticas neoliberais.

PolÍtica eDucacional4.1 - Queremos focar o debate educacional na quali-

dade do ensino público, valorização salarial e pro-fissional, com a participação dos profissionais de educação.

4.2 - A verdade é uma só: independentemente de siglas partidárias, todos os governantes são culpados, in-clusive o atual presidente, que pouco fez, até ago-ra, para reverter esta situação de caos e falência da educação pública, um dos setores que deveria ser prioridade para qualquer governante.

4.3 - Faltam equipamentos de educação infantil, esco-las, profissionais, condições dignas de trabalho, se-gurança e valorização profissional e salarial. Não dá mais para ficar procurando os culpados. As mu-danças são necessárias e urgentes.

4.4 - É preciso que haja uma tomada imediata de ações que valorizem os profissionais de educação e me-lhorem as condições de trabalho, com salário dig-no, construção e ampliação de escolas para acabar com a superlotação e a falta de vagas.

4.5 - Queremos que os recursos destinados à educação sejam investidos, de fato, na manutenção e desen-volvimento do ensino, como determina a lei.

4.6 - avaliações externas desprezam condições e o papel da escola4.6.1 - A aprendizagem, quando aferida por instrumen-

tos de avaliação externa como o Sistema de Avalia-ção da Educação Básica (Saeb), o Exame Nacional do ensino Médio (Enem) e A Avaliação Nacional de Rendimento Escolar (Anresc - Prova Brasil), entre outros, sabidamente focados no desempenho individual, predominantemente quantitativos, me-nosprezando o conjunto de saberes, habilidades e valores construídos no ambiente escolar, camufla as condições precárias que foram previamente ofe-recidas tanto aos alunos como aos educadores, de forma a gerar tal produto e responsabiliza tão so-

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mente os educadores e os educandos pelo eventual fracasso. Também desconsidera que o instantâneo medido é o fruto do processo contínuo de desmon-te da escola pública implementado pelas políticas neoliberais atuais e passadas.

4.7 - Plano de Desenvolvimento da educação4.7.1 - Temos participado das lutas em defesa da escola

pública e de qualidade dado nossa contribuição em todos os espaços de organização dos educadores do Brasil. Participamos da proposta do Plano Nacional da Educação (PNE) da sociedade civil organizada e apresentada ao governo federal em 2001, conten-do uma série de metas e programas de incentivo à educação.

4.7.2 - O PNE previa em suas disposições transitórias formas de avaliação contínua e periódica. A pri-meira ocorreria em 2005, o que nunca aconteceu. É neste contexto, sem avaliação do PNE, sem atin-gir as metas que deveriam ter sido alcançadas em 2006, e sem a participação das entidades represen-tativas da educação no Brasil, que o governo Lula e seu ministro Fernando Haddad lançaram o Plano de Desenvolvimento da Educação, numa parceria entre Ministério da Educação e a Rede Todos pela Educação.

4.7.3 - As medidas que compõem o PDE dissociam os elementos que sempre defendemos para termos educação de qualidade, que são a formação inicial, a formação continuada e as condições de trabalho.

4.8 - Financiamento da educação4.8.1 - Com a aprovação do Fundo Nacional de Desen-

volvimento da Educação Básica e Valorização do Magistério (Fundeb), todas as etapas e modalidades da educação básica pública, não apenas o ensino fundamental, passam a contar com um mecanismo regular, embora insuficiente de financiamento.

4.8.2 - Se por um lado a aprovação do Fundeb permitirá uma melhor integração entre educação infantil com o nível fundamental e deste com o ensino médio,

por outro lado revela a insuficiência de recursos para tal empreitada.

4.8.3 - O Fundo é um mecanismo indutor de expansão quantitativa do atendimento educacional. Isto por-que, a exemplo do que aconteceu com o Fundef, também o Fundeb faz do aluno matriculado uma espécie de “unidade monetária”.

4.8.4 - Este ano, no Estado de São Paulo, cada matrícula no ensino fundamental proporcionará cerca de R$ 1.800,00 em recursos do novo fundo para o gover-no que a mantiver. uma matrícula em creche (CEI) vale um per capita de quase R$ 1.000,00; no ensino médio, R$ 1.500,00. Mais matrículas significa mais dinheiro repassado pelo Fundeb. Por isso, tende a se expandir o número de vagas, principalmente nos níveis e modalidades que hoje apresentam cobertu-ra insuficiente, como é o caso das creches, do ensi-no médio e da educação de jovens e adultos.

4.8.5 - O problema dessa lógica de vincular recursos financeiros apenas às matrículas é que desencoraja esforços relacionados ao aumento da qualidade da educação. Com as regras atuais, o Fundeb não será capaz de, por exemplo, estimular providências para a diminuição do número de alunos por sala de aula, conforme reivindicação histórica dos profissionais de educação.

4.8.6 - Embora pareça um tanto paradoxal, é possível afirmar que uma das mais interessantes qualidades do Fundeb reside justamente no fato de que, com ele, fica mais nítida a escassez de recursos para uma educação de qualidade para todos.

4.8.7 - Em 2002, o Fundef movimentou aproximada-mente R$ 23 bilhões, distribuídos a 32 milhões de alunos do ensino fundamental nos 26 Esta-dos brasileiros. O gasto médio por aluno foi, portanto, de R$ 721,00. O Estado com menor gasto/aluno foi o Pará, R$ 427,00; e o de maior gasto/aluno foi Roraima, R$ 1.547,20. Alagoas, Pernambuco e Paraíba tiveram gastos por alu-

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no inferiores a R$ 500,00. O Amapá, São Paulo e Acre superaram R$ 1.000,00.

4.9 - ensino de nove anos4.9.1 - O que o governo federal aprovou a obrigato-

riedade da entrada das crianças com seis anos na primeira série do ensino fundamental.

4.9.2 - Desta forma não resolveu as questões realmente relevantes que existem no ensino fundamental para que as crianças consigam aprender e ainda criou mais dois problemas: um para o ensino fundamen-tal e outro para a educação infantil.

4.9.3 - O ensino de nove anos vem tirar essas crianças dos seus espaços e colocá-las direto no ensino fun-damental.

4.9.4 Fica evidenciado que foi feito um arranjo finan-ceiro, pois o per capta no ensino fundamental é maior e ajusta-se a obrigatoriedade do início da es-colarização aos 6 anos.

4.10 - encaminhamentosa) realizar seminário sobre a organização do ensino

fundamental;b) redução do número de alunos por sala de aula. 4.11 - Gestão democrática4.11.1 - Pesquisa recente aponta que indicação define

45% dos diretores escolares, eleição 43%, 6.3% seleção, 5.3% outra forma. Os indicativos de todas as avaliações evidenciam que a educação brasileira precisa modificar muito para melhorar a qualidade.

4.11.2 - Fica evidente também que não é a forma de provimento que garante uma boa gestão escolar. Obviamente por defendermos uma gestão demo-crática não podemos considerar as indicações po-líticas como válidas.

4.11.3 - A pesquisa nos remete à conclusão que a gestão democrática não está relacionada à forma de provi-mento de cargos; esta depende de um grau maior de comprometimento e envolvimento da comunidade nas decisões administrativas e pedagógicas toma-das nas escolas; para tanto é necessário fortalecer o

conselho de escolas, que deve ter caráter deliberati-vo e ser paritário a representação estudantil dentro das unidades escolares e organizar a luta para que a composição dos CME, CEE, CNE e dos Tribu-nais de Contas seja por eleição com participação popular.

BalanÇo PolÍtico Da GestÃo5.1 – carreira - defesa incondicional e prioritária5.1.1 - Não é de agora que denunciamos que o ataque

sistemático aos servidores públicos teria como re-sultado a desestruturação dos serviços públicos, que hoje dispensa qualquer esforço para compro-vá-lo e deve inquietar até mesmo os ardorosos de-fensores do Estado mínimo.

5.1.2 - O agravamento da crise social e a incapacidade do poder público de dar respostas efetivas em re-lação à baixa qualidade do ensino, ao atendimento à saúde, à crescente violência e à insegurança, por mais que se diga o contrário, não pode deixar de ser vinculada às políticas de arrocho salarial, falta de investimentos em formação, redução e desmonte de quadros de pessoal, aplicação de vínculos precá-rios de contratação, desestruturação de carreiras e retirada de direitos dos servidores, implementados por diferentes governos da união, dos Estados e dos municípios.

5.1.3 - Neste congresso, no entanto, diante das cir-cunstâncias e de várias mudanças na educação, na organização do ensino, no regime previdenciário, nos direitos constitucionais e, principalmente, pelo conjunto de medidas implantadas ou anunciadas pelo governo, não podemos deixar de tratar das questões relacionadas à ESTRuTuRA DOS QuA-DROS E CARREIRAS DOS PROFISSIONAIS DE EDuCAÇÃO.

5.1.4 - Não podemos permitir um Plano de Carreira, limitado a uma visão meritória voltada aos prin-cípios da “premiação por resultados”, condenável

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por abolir o caráter universal das políticas públicas e por impor prejuízos aos que são na verdade, viti-mas da indefinição ou falta de projeto de educação, atenção e ausência de investimentos por parte dos governos.

5.1.5 - Defendemos:a) quadros profissionais de servidores, integrados por todos os envolvidos com a mesma atividade fim;b) direito de opção para que os servidores que hoje

atuam na educação possam integrar o Quadro dos Profissionais de Educação:

5.1.6 - Quadro do magistério composto de cargos de efetivo exercício e de provimento em comissão.

5.1.7 - Funções de magistério; todas as que têm como pré-requisito à formação de magistério, entenden-do-se que fazem parte de uma mesma carreira e trabalham diretamente para o desenvolvimento da educação no espaço escolar.

5.2 - quadro e carreira operacional e técnico-admi-nistrativa5.2.1 - Organizar o quadro operacional e de auxilio téc-

nico administrativo escolar composto de cargos de provimento efetivo e funções de livre provimento exclusivamente nas unidades escolares.

5.3 - Progressão nas carreiras5.3.1 - A progressão na carreira do magistério ocorre

por mudança de categoria dentro da mesma classe da carreira, por acesso, promoção e evolução fun-cional.

5.4 - Jornada do quadro de apoio à educação5.4.1 - Não há quem trabalhe na escola que não este-

ja submetido às condições e ambiente de estresse. Não por outra razão, reconhece a necessidade de jornadas de trabalho distintas das jornadas fixadas para trabalhadores de outras áreas.

5.4.2 - Ao quadro de apoio e para os diferentes cargos integrantes das classes deste quadro que propomos, há também de organizar seu trabalho em jornada menor.

5.4.3 - Defendemos:a) jornada semanal de 30 horas, com seis horas diá-rias.5.5 - Pela promoção da saúde dos trabalhadores em educação5.5.1 - Os salários cada vez mais arrochados levam o

servidor à não ter qualidade de vida e a ampliar sua jornada de trabalho. Além disso, a falta generaliza-da de funcionários acarreta sobrecarga de trabalho e a conseqüência imediata é a doença.

5.5.2 - A cada ano, o número de readaptações e de afas-tamentos de servidores por doença aumenta. Res-tringir o tratamento ou instituir mecanismos que vinculem ganhos pecuniários à permanência no lo-cal de trabalho, que levam o funcionário a trabalhar inclusive doente gera problemas crônicos e conse-qüentemente, readaptações definitivas. Precisamos avançar no debate sobre a promoção da saúde do trabalhador e não punir aqueles que ficam doentes.

5.5.3 - A solução esta relacionada às formas de pre-venção e à melhoria das condições de trabalho: jornadas extensas – dupla jornada de trabalho do professor, agentes escolares com subempregos; nú-mero excessivo de alunos na escola, ocasionando estresse para o professor e sobrecarga para os agen-tes escolares na limpeza e na alimentação servida; estrutura de prédios e equipamentos inadequados e antigos, obrigando o funcionário a se adequar à es-trutura; riscos como biológicos, ruídos, químicos, ergonômicos, iluminação inadequada, gases e falta de condições térmicas; insegurança – a violência é uma realidade cotidiana nas nossas escolas, com alunos, professores e equipe técnica sofrendo des-gaste diário. Todos estes fatores contribuem para o adoecimento e aquisição de doenças profissionais.

5.5.4 - Condenar o profissional de educação à falta de uma política de prevenção é condená-lo ao adoeci-mento. Penalizá-lo por estar em licença para trata-mento da saúde é bárbaro e ilegal.

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5.5.5 - Defendemos:a) investimento na proteção da saúde destes profissionais

e na prevenção e no diagnóstico e tratamentos precoces

destes agravos;

b) criação do Programa de Assistência e Prevenção à Saúde do Servidor;

c) nenhum desconto referente às ausências por licen-ça saúde.

Plano De lutas6.1 - O Plano de Lutas do Compromisso e Luta abrange

todos os pontos da questão educacional e política geral de atuação da CNTE.

6.2 – Defendemos:a) educação pública gratuita, laica e de qualidade para to-

dos;

b) criação de um sistema único de educação;c) criação de uma Agência Nacional para garantir a

aplicação dos direitos e a proteção da criança e do adolescente;

d) definição de padrões nacionais de qualidade para todas as escolas brasileiras;

e) padrões nacionais de salário, formação e dedicação do professor;

f) padrões nacionais para as edificações e equipamen-tos das escolas;

g) definição de padrões mínimos arquitetônicos por meio de uma Lei Federal de “habite-se”;

h) lei que impeça inauguração e funcionamento de escolas em prédios que não atendam aos pré-requi-sitos de construção e condições plenas para o de-senvolvimento de suas atribuições, especificidades e competências;

i) criação da Lei de Responsabilidade Educacional, que torne inelegível as autoridades (prefeitos, go-vernadores, presidente da República e secretários de Educação) que não investirem em educação, conforme legislação e metas definidas nacional-mente;

j) política institucional permanente de valorização dos profissionais de educação (salários, formação, atualização e progressão na carreira);

k) projetos de valorização do professor, como casa própria do professor, biblioteca do professor,rede nacional de centros de pesquisa e desenvolvimento da educação e bolsa federal de incentivo à forma-ção;

l) modernização do conteúdo, incorporando pelo menos quatro grandes temas: 1) a ética no com-portamento pessoal; 2) a solidariedade social; 3) o respeito à natureza; 4) a habilitação para o uso de instrumento de informática;

m) universalização da freqüência às aulas até a con-clusão do ensino médio;

n) envolvimento da universidade com a educação de base;

o) ampliação do número de escolas técnicas de nível médio;

p) erradicação do analfabetismo no Brasil;q) mais verbas para a educação;r) verbas públicas exclusivamente para a escola pú-

blica estatal;s) o cumprimento dos artigos 70 (com exclusão no

inciso V) e 71 da LDB, que definem as despesas que são consideradas ou não como manutenção e desenvolvimento do ensino;

t) aprovação de lei que puna, com a perda imediata do mandato, aquele que incluir despesas com Previ-dência, saúde, segurança, administração e cultura, como gastos com a manutenção e desenvolvimento do ensino;

u) a constituição de comissão municipal para contro-lar e fiscalizar receitas destinadas à educação com a participação das entidades de classe, da socieda-de civil organizada e dos movimentos sociais, por meio de processo eletivo;

v) ampliação para 10% do PIB para investimentos em educação.

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w) mobilização contra este PDE, que mercantiliza a educação;

x) piso salarial nacional vinculado à jornada de 20 horas;

y) jornada composta por horas/regência e, no mínimo, de 33% de horas/atividades na Jornada Básica;

z) não-vinculação dos salários e vantagens de carreira aos indicadores de qualidade fixados pelo gover-no;

aa) lutar pela mudança na lei que dispõe sobre duração e iniciação no ensino fundamental;

bb) ensino fundamental de nove anos, com autonomia para os municípios iniciarem aos 7 anos, e real-mente ampliar o tempo de permanência do aluno na escola;

cc) manutenção da educação infantil para as crianças de zero a seis anos de idade;

dd) obrigatoriedade de a escolarização iniciar aos 6 anos, dentro da educação infantil;

ee) a organização do ensino em ciclos, sem promoção automática e com direito à recuperação paralela;

ff) estabelecer como princípio a qualidade social da educação, priorizando as relações humanas, sus-tentáveis e solidárias;

gg) trabalho político pedagógico sistemático e condi-ções que favoreça a organização do ensino em ci-clos;

hh) reuniões consideradas como dias letivos, com os pais e alunos, para debater o ensino fundamental em ciclos;

ii) avaliação contínua e diagnóstica, acompanhada das condições necessárias para executar atividades que permitam aos alunos superar as dificuldades;

jj) liberdade de organização de turmas com números de alunos determinados pelas conveniências peda-gógicas de cada unidade escolar;

kk) garantir a representatividade pluriétnica da socie-dade no currículo escolar;

ll) a avaliação do aluno considerando todos os aspec-

tos do seu desenvolvimento: conhecimento, socia-lização, formação de valores e habilidades cogniti-vas;

mm) a avaliação como um instrumento para identificar as necessidades da escola para superar as desigual-dades nas condições de aprendizagem e não como identificador do fracasso do aluno.

6.3- encaminhamentos:a) propor à Confederação Nacional dos Trabalhado-res em Educação (CNTE) que organize a luta nacional contra o PDE;b) propor à Apeoesp e às demais entidades de traba-

lhadores de educação de São Paulo a realização da Marcha Estadual em Defesa da Educação, da nossa profissão e contra este PDE.

estatutocapítulo iiArt.12 – parágrafo 3, após ou congressos, qualquer ou-

tra instância deliberativaArt.22 – Secretária de Aposentados (acrescentar Pen-

sionistas) e Assuntos Previdenciários- acrescentar- Secretária de Assuntos Municipais- substituir Secretaria de Direitos Humanos por Secre-

taria de Políticas Sociais.

PolÍticas PerManentes7.1 - questão racial7.1.1 - No Brasil, embora a Constituição Federal de 1988 estabeleça que prática de racismo constitui crime inafiançável e imprescritível, sujeito à pena de reclusão, nos termos da lei, a nossa experiência demonstra uma contradição entre o legislado e a realidade socioeconô-mica. A sociedade brasileira carrega consigo traços que registram desde o Brasil colonial. O legado da herança escravagista compromete os nossos dias atuais, através do racismo, do preconceito e da discriminação racial, que possui mecanismos sistemáticos que impedem a inserção socioeconômica da população negra.

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7.1.2 - A luta histórica dos afro-descendentes é pelo re-conhecimento de que o período da escravidão e os séculos de práticas racistas estruturaram uma sub-jetividade no pensamento brasileiro, que contribu-íram para que houvesse em nosso país uma brutal violação dos direitos humanos e que colocaram os brancos como representantes do topo da base pi-râmide social em detrimento dos que permanecem majoritariamente no limbo da exclusão social.

7.1.3 - A Conferência Mundial contra o Racismo, Dis-criminação Racial, Xenofobia e Intolerâncias Cor-relatas, realizada em 2001, na África do Sul, tem sido importante instrumento político no combate ao preconceito e vem reafirmando os princípios de igualdade e não-discriminação, reconhecidos na Declaração universal de Direitos Humanos, e incentivando o respeito aos direitos humanos e às liberdades fundamentais para todos, sem distinção de qualquer tipo, seja de raça, cor, sexo, língua, religião, opinião política ou qualquer tipo; origem social, regional e nacional, propriedades, nasci-mento, entre outros.

7.1.4 - Persuadido pela adesão universal desta con-venção internacional, o governo brasileiro impôs a eliminação de todas as formas de discriminação como principal instrumento para a eliminação do racismo, que constituem a negação dos propósitos e princípios contidos na Carta das Nações unidas e na Declaração dos Direitos Humanos. Também re-conhece a importância fundamental de os Estados considerarem a assinatura, a ratificação e a concor-dância dos instrumentos internacionais dos direitos humanos pertinentes, visando a adesão universal, ao combaterem todas as formas de racismo, discri-minação racial, xenofobia e intolerâncias correla-tas.

7.1.5 - Essas medidas nos asseguram que a prática da diversidade cultural é um valioso elemento para o avanço e bem-estar da humanidade como um todo,

que deve ser valorizada e desfrutada, enfatizando a importância eqüitativa de todos, sem qualquer dis-criminação nas tomadas de decisões, tanto locais como globais.

7.1.6 - Segundo o governo, são necessárias ações na-cionais e internacionais para o combate da discri-minação, a fim de assegurar o pleno gozo de todos os direitos humanos, econômicos, sociais, cultu-rais, civis e políticos, os quais são universais, in-divisíveis interdependentes e inter-relacionados, e melhorar as condições de vidas de homens, mulhe-res e crianças de todas as nações. Por isso, temos de rejeitar firmemente qualquer doutrina de supe-rioridade racial, assim como teorias que tentam de-monstrar a existência das chamadas raças humanas distintas.

7.1.7 - A Lei nº 10.639/03 prevê a inclusão no currículo de todos os estabelecimentos oficiais e particulares de ensino fundamental e médio a contribuição de diferentes culturas e etnias, o que consiste na obri-gatoriedade do ensino de História da África e de Cultura Afro-brasileira.

7.2 - Defendemos:a) contra a privatização do conhecimento público;b) aumento de vagas das universidades públicas;c) ampliação de cursos no período noturno, que visem

beneficiar alunos negros de baixa renda;d) que a CNTE faça uma ampla discussão sobre o Es-

tatuto da Promoção da Igualdade Racial;7.3 - a situação da mulher trabalhadora

7.3.1 - As mulheres, juntamente com os demais setores oprimidos deste país, são as principais vítimas da pobreza, do salário mínimo de fome, da ausência de políticas públicas tais como saúde, educação e moradia e constituem a maioria dos desempre-gados. As mulheres vêm ocupando o mercado de trabalho em maior número nas últimas décadas, empurradas principalmente pelo desemprego dos companheiros e filhos, com mão-de-obra mais ba-

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rata, sem a garantia de direitos essenciais como creche,

auxílio-maternidade, entre outros.

7.3.2 - Foram duramente atacadas com a reforma da Previdência do governo Lula, ao exigir de milhares de trabalhadoras rurais e domésticas comprovação do tempo de serviço, aprofundando-o, ao ampliar em sete anos a idade mínima para efeito de apo-sentadoria, desconsiderando as múltiplas jornadas de trabalho.

7.3.3 - As péssimas condições de trabalho têm levado a uma incidência cada vez maior do número de doenças e registros de acidentes no trabalho. Se-gundo a Secretaria de Saúde do Distrito Federal, as mulheres adoecem e se acidentam 50% a mais que os homens no desempenho de suas funções. A Organização Internacional do Trabalho (OIT) re-gistrou uma alta taxa de doenças relacionadas ao estresse entre as mulheres. Segundo a universida-de Federal do Rio de Janeiro (uFRJ), a lesão por esforço repetitivo (LER) é a maior causa de doença nas trabalhadoras brasileiras, seguida das doenças mentais e cardiovasculares. De acordo com a Or-ganização Mundial de Saúde (OMS), as mulheres de todas as idades representam 70% dos consumi-dores de medicamentos psiquiátricos. Trata-se de um fenômeno mundial que não respeita fronteiras de classe social, raça/etnia, religião, idade ou grau de escolaridade.

7.3.4 - A Confederação Nacional dos Trabalhadores da Educação (CNTE) realizou uma pesquisa revelan-do que a categoria está doente, vítima da Síndro-me de Bournout (estado de exaustão prolongada e diminuição de interesse, especialmente em relação ao trabalho). Somado a isso, não há política de cre-ches, obrigando os profissionais da educação a de-legar a terceiros os cuidados com os filhos.

7.3.5 - No tocante à violência que sofre cotidianamen-te em seu ambiente de trabalho, inclusive os casos de assédio moral e sexual, a professora se encontra

desamparada.7.3.6 - A Organização Mundial de Saúde (OMS) re-

conhece a violência contra as mulheres como um problema de saúde pública. Os efeitos da violência doméstica, sexual e racial contra mulheres sobre a saúde física e mental são evidentes para as traba-lhadoras de um modo em geral. Mulheres em situ-ação de violência freqüentam com assiduidade os serviços públicos.

7.3.7 - A CNTE sempre esteve presente na luta pelos direitos das mulheres. Entendemos e cobramos do governo a implementação de políticas públicas que garantam os seus direitos fundamentais.

7.3.8 - É importante evidenciar os princípios de direitos iguais das mulheres e das autodeterminações dos povos, lembrando que todos os indivíduos nascem iguais em dignidade e direitos e que a igualdade deve ser protegida como questão de prioridade má-xima.

7.4 - questão do meio ambiental7.4.1 - O desenvolvimento do capitalismo, processo pro-

dutivo, sistema político e econômico centrado na utilização de energia fóssil, tais como o petróleo, o carvão, e mineral, não-renováveis e poluentes, geraram nos últimos séculos a variação de valores com o uso inconseqüente dos recursos naturais, sem nenhum cuidado com o meio ambiente.

7.4.2 - Com a globalização e o avanço do capitalismo, direcionando para os lugares mais distantes do glo-bo terrestre, transferiu-se o sistema predatório. Os países periféricos como Brasil, Argentina, México, África do Sul, Índia, Coréia do Sul e a China for-maram novas fronteiras, exaltando a pobreza no sul e o consumismo extremado no norte.

7.4.3 - Os Protocolos de Kyoto constituíram de um tra-tado internacional com compromissos mais rígidos para a redução da emissão de gases que provocam o efeito estufa, considerado como causa do aqueci-mento global. Em 1997, na cidade de Kyoto, no Ja-

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pão, foi proposto um calendário pelo qual os países desenvolvidos têm a obrigação de reduzir a quanti-dade de gases poluentes entre 2008 e 2012.

7.4.4 - Os países signatários têm de adotar ações bási-cas: reformar os setores de energias e transporte, usar energias renováveis, eliminar os mecanismos inapropriados, limitar as emissões de metano e pro-teger as florestas e outros sumidouros de carbono.

7.4.5 - Os Estados unidos, maior emissor de gases do planeta, se nega a ratificar o Protocolo de Kyoto. De acordo com o presidente George W. Bush, a economia norte-americana seria prejudicada. Tal atitude é considerada por parte da comunidade in-ternacional desprezível.

7.4.6 - Defendemos a estrutura e o conteúdo dos temas fundamentais da “Agenda 21” nos seus 40 capítu-los e o conjunto de princípios da “Carta da Terra” de valores fundamentais, que orientarão os indiví-duos e os Estados no que se refere ao desenvolvi-mento sustentável, que servirá como código ético planetário.

assinaM esta resoluÇÃoClaudio Fonseca, Adelson Cavalcanti de Queiroz, Cleiton Gomes da Silva, Doroty Keiko Sato, Jacin-ta Maria de Oliveira Cruz, Josafá Araújo de Souza, Mônica dos Santos Castellano Rodrigues, Maria Cristina Augusto Martins, Nilda Santana de Souza, José Donizete Fernandes, Teresinha Chiappim, João Baptista Nazareth Júnior, Reni Oliveira Perei-ra, Myrtes Faria da Silva, Élio Araújo da Silva, Eliazar Alves Varela, Fidelcino Rodrigues de Oli-veira, Floreal Marim Botias Júnior, Júlia Maia, Leila Maria da Silva Chicoli, Lilian Maria Pache-co, Luzinete Josefa da Rocha, Marcelo Alves Nishikata, Adeilda de Queiroz Jaen, Ademar de Souza Zanini, Adriana Cinto Lopes de Abreu, Adriana Regina Cherutti, Albertina Gonçalves Garcia, Alencar Ribeiro Pimentel, Alessandra Ci-

vantos Lima, Alessandra Rojas Maciel de Ávila, Almira Aparecida Pereira Sanches, Ana Maria da Silva Lima, Ana Maria Maioni Perreira Barreto, Ana Maria Rodrigues Venturini, Anadir Soares de Oliveira, Anezite Padilha de Souza, Ângela de Cássia Alves, Antonia Floriano de Oliveira, Antô-nia Nogueira de Lima, Antonio Carlos Borsoi, An-tonio Clovis Del Rei Costa, Antonio de Souza, An-tonio Ney Sampaio Simões, Antonio Paulino, An-tonio Zamai, Aparecida Dias Conde, Aparecida Regina Batista de Paula, Arismar Campion, Arlete Machado, Arlindo José da Silva, Áurea Gonçalves Veiga, Beatriz do Valle, Beatriz Lorente Galera, Benvinda Maria Leonidas Bezerra, Camila de Mello Pires, Caren Cristine Marchel Gomes, Carla Aparecida Marques, Catarina Jane Staníscia Galli, Cecília de Oliveira, Cera Lúcia da Costa, Clara Lu-cia Camilo, Clarinda Maria da Silva, Claudia Gon-çalves de Arruda Feres, Claudinei Lombe, Cleide Filizzola da Silva, Cleide Gomes da Silva Santos, Clélia Regina Pereira, Cleonice Helena Oliveira da Silva, Cleusa Maria Marques, Cleusa Rocha dos Santos, Clotilde Lima de Camargo, Clovis Roberto da Silva, Conceição de Maria da Silva Freitas, Creuza Maria Marques, Christiane Araújo Tejo, Cristiane Nogueira, Cristina Aparecida Rodrigues do Aguiar, Daiane Eugênia de Souza, Daniel Apa-recido Pereira, Daniel Barreto Garcia, Daniela Apolinário, Daniele Gimarães Barbosa, Deise de Medeiros Melchior, Deise Olímpia Ferreira, Dean-genes Marcio Pereira de Souza, Denise Mutschele Bifoni, Denize Soares Silva, Deuel Barreto Garcia, Dijilma Mendes Lima, Domingos Martins Donize-ti Aparecido do Amaral, Doraci Krause de Olivei-ra, Dulcineia Mendes de Freitas, Edigar Tadeu Pe-reira, Edna Aparecida Eleotério, Edna Maria Buck, Ednaldo Aparecido da Silva, Edson Alencar Bar-bosa, Egberto Ribeiro de Souza, Eglair Pereira Lima, Elaine da Rocha dos Santos, Elenice Alves

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dos Reis, Elenira Josefina Piccino Borsoi, Eliane dos Reis Cavalcanti, Elisabete Andarde de Souza, Elisabete Lopes de Almeida, Elizabeth André Fer-nandes, Eloísa Maria Neves Silva, Elza Correia dos Santos, Elza de Souza Soares, Enéas Cavalcan-te de Queiroz, Eni Nogueira Santos, Esmeraldo Falleiros de Mello, Eulina Rodrigues da Silva Za-mai, Evaristo Ceschin, Fabiola de Moura Silva dos Santos, Fátima Ap. Pereira da Silva Bernardino, Fátima Botelho Santos, Flávia M. M. Gutierres, Felício Camargo Neto, Filomena Scola Delgado y Delgado, Francisca Zulmira, Francisco Pereira Brandão, Genildo Cleber da Silva, Genoveva Car-mo Rodrigues de Andrade, Genoveva Carmo Ro-drigues de Andrade, Gentil Tadeu Gomes, Geraldo Silvino de Sousa, Gerônima L. Fernandes, Gilva-nio Guedes dos Santos, Gislaine Dario Barbosa, Guimaura Maciel, Hailton de Andrade Sampaio, Helena Carlos Ferrari Rosa dos Santos, Helena do Carmo Silva, Helena Oliveira da Silva, Helena Pe-reira de Queiroz, Henriqueta Marques Montanha, Ieda Alves de Amorim, Ilza dos Santos de Andra-de, Irene Aparecida N. O. Lima, Irene F. Viana Iri-neu Roberto de Souza, Iria Ap. Martins, Isabel Cristina Fagundes Mesquita, Ivanice Berttonio La-russa, Ivone Maria Gonçalves, Izequiel Rodrigues, Izildo Batista de Barcellos, Jacinto dos Santos Jú-nior, Jair Silva Santos, Jandira da Silva Dias, Ja-queline Xavier Lima, Jasson de Azevedo Santos, Jenny Bolea Belestero, João Batista, João Batista de Jesus Felix, João de Oliveira Neto, João Olivei-ra Ferreira da Costa, José Antonio de Souza, José Carlos Valentini, José Corsino da Costa, José Ju-lião de Almeida Ramos, Jonias Sales de Souza, José Pedro Miron, Josefina da Conceição Carvalho Tavares dos Reis, Josefina Maria Jesus Conceição, Júlia Maria Franceschini, Kátia Batista Milano Martinez, Kátia Maria Requena Duarte, Kelly Cris-tina de Lima Pimentel, Lazara Bernardino, Leila

Aparecida Ravazio, Leiva Barbieri, Leny Severina, Lígia Cristina de Carvalho Ferreira Cortez, Luca Andrade de Lima, Lucas Loyola, Luci Ferreira Moreira Batista, Lucia Teixeira Ribeiro, Luciana Germano Augusto, Luciana Lemos, Luciane Ro-drigues, Lucilene Galassi Santoro, Luís Roberto Gullo Pereira, Luiz Gonzaga Calegario, Luiz Hen-rique da Costa, Lurdiney Borges da Silveira, Ma-dalena dos Santos Poças, Magali de Fátima Olivei-ra, Magda Aparecida Alvez Correia, Magda Chaves Pagliarini, Magna Raddi Gabriel, Marcelo Alves Nishikata, Marcelo Freitas, Marcos Roberto Afon-so, Maria Aparecida Ferreira de Morais, Maria Aparecida S. Santos, Maria Ângela Expósito, Ma-ria Auxiliadora Shibao, Maria das Graças M. M. Gutierres, Maria Cristina Belusci da Conceição, Maria Cristina Ferreira, Maria Cristina Mendes da Silva, Maria das Dores Yamada, Maria de Fátima Augusto Calvo de Lima, Maria de Fátima Ramos de Magalhães, Maria de Lourdes Quintino de Lima, Maria do Carmo Monteiro Paes, Maria do Carmo Pontes, Maria do Socorro Alves dos Santos, Maria Gedalva de Oliveira Ferreira, Maria Gerusa Barbo-sa Nogueira, Maria Helena da Silva, Maria Helena de Souza França, Maria Ivone Nunes da Silva, Ma-ria Joana Eleotério, Maria José de Paula, Maria José V. da S. Andrade, Maria Lucia Andrade de Castro, Maria Lucia de Mesquita, Maria Lúcia Ko-bayashi Arakaki, Maria Lúcia dos Santos Oliveira, Maria Márcia de Oliveira, Maria Regina Ferrato Monteiro, Maria Regina Lourenço Brito, Maria Romana de Abreu Ramos, Maria Salete Guedes Leal, Maria Sirlei Reino, Maria Sônia Costa de Oliveira Lázaro, Marcos Antonio dos Reis, Marcos Roberto Afonso, Marilene Aparecida L. de Medei-ros, Marilene Pinheiro, Marisa Munhoz Gonçalves, Marlei Pereira, Marisabel Ferreira de Souza Tava-res, Marta Gonçalves de Andrade, Meire Antonia Vitorino, Miriam Aparecida da Silva, Mirna C. P.

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C. de Andrade, Mitue Saito, Mônica dos Santos Castellano Rodrigues, Mônica Martins Ribeiro, Nair Celestino, Neucília B. Silva, Neusa Salviano de Paula, Neuton Jose dos Santos, Neuza Apareci-da Fachini, Neuza Lemes da Cunha Papa, Nicanor Pereira da Silva, Nilda Santana de Souza, Nilton Aparecido de Oliveira, Nilva Leite Gouvêa, Nilza de Abreu Lira, Nívea Maria Paiva Otoni, Noraldi-no Alves Filho, Norma da Conceição Leite, Nor-mélia Oliveira Alves dos Santos, Odair Peres Ber-nal, Osni Breus Silva, Ondina Rita Pimenta de Fi-gueiredo, Patrícia Pimenta Furbino, Paulo de Tarso de Oliveira, Paulo Eduardo Carahyba Dias, Paulo Eduardo Pereira Marques, Paulo Sergio Bento Ro-drigues, Pedro Antônio da Cruz Argollo Debona, Raquel Crispim Garcia Lopes, Raquel Gallo Ribei-ro, Raquel Moretti Simão, Regiane Lucena, Regina Cristina Scoton Machado Miranda, Regina Maria dos Santos Pito Alexandre, Regina Neto, Reni Oli-veira Pereira, Rita Aparecida de Souza Adelino, Rita de Cássia da Rocha Cunha, Roque de Campos, Roque Melchior, Rosa Magalhães, Rosa Maria da Silva, Rosalinda Jorgas Fargetti, Rosana Aparecida Bezerra, Rosane Maria Balbino de Oliveira, Rose-lene de Jesus Santana, Rosângela Diamantina Be-zerra, Roseli D’Agostino, Roseli Sales Frazão, Sandra G. A. Caetano, Rosemeire Camargo Moros, Sandra Regina de Carvalho Arruda, Selma de Fáti-ma da Cruz, Sérgio de Oliveira, Sérgio Roberto Cardoso, Silvana Petriccione da Conceição, Silvia Oliveira da Silveira Aguiar, Silvio Carlos Parejo, Silvio Luiz Scortecci M. Martins, Solange Apare-cida de Oliveira, Solange Roseli de Lima, Sonia Aparecida Tomé, Sonia da Silva Bons Olhos, Sonia Marçal, Sonia Raimundo, Sonia Soares Andrade, Sueli Cholla, Tania Fiszuk, Sueli de Lima Videira, Sueli Monteiro, Susi Olindina de Souza, Suze Mo-desto de Souza Dias, Tânia Lúcia Maldonado, Tâ-nia Meire Ferraz, Valéria Maria Ferreira Szlapak,

Valdete de Fátima Soares Caetano, Valquiria Cae-tano Franco Peixoto, Vanessa Benetti, Vera Heloisa Boaretto, Vera Lucia de Oliveira, Vita Mizael da Veiga Dias, Viviane dos Santos, Wallace Labois-siere, Wânia Teresa Soares Berloffa, Wenceslau E. Schablatura, Wilma Aparecida Soares, Wilson Akio Kyomen, Wilson Antônio, Yone de Souza Lima, Yuri Alexandre Lisboa.

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compromisso e luta

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conJuntura internacionalEstados unidos e demais potências imperialistas,

realizam sucessivas guerras de ocupação, de olho nas riquezas naturais do planeta - como o petróleo, a água e os biocombustíveis - sob o argumento da defesa da democracia, combate ao narcotráfico e ao terrorismo.

As invasões do Afeganistão, do Iraque, do Líbano e do Haiti; a interferência direta no Oriente Médio; as chantagens contra o Irã, a Síria, a Coréia do Norte e Cuba - o “eixo do mal” - buscam garantir o controle da economia mundial e impedir qualquer país de trilhar caminhos independente do Imperialismo. No Oriente Médio, onde a guerra é militar, o Imperialismo mantém sob controle, econômico e político, os outros países, fazendo-se presente nas ações e políticas de governos em todo o mundo. No entanto, a resistência dos po-vos contra a ofensiva recolonizadora vem crescendo e pode desferir importantes golpes ao Capital, apesar da colaboração das classes dominantes locais em suas vertentes neoliberal, social-democrata ou da esquerda reformista. Na América Latina, uma série de insurrei-ções derrubaram governos eleitos em vários países. Argentina, Equador, Venezuela e Bolívia são alguns exemplos das lutas antiimperialistas. Apesar disso, a burguesia têm conseguido, com a colaboração de parte das direções do movimento de massas e utilizando-se do apelo que a democracia burguesa ainda apresenta para os trabalhadores, manter-se no poder.Fora lula do haiti

Seguindo a política externa do Estados unidos, do senhor da guera do norte George Bush, o governo Lula aceitou comandar a ocupação militar do Haiti, sob o pretexto de pacificar o país. O que se vê, de fato, é a re-pressão aos movimentos sociais haitianos pelas forças de ocupação, uma prova indireta disso foi, o até agora inexplicado, suicídio do primeiro general brasileiro que

comandou a Minustah.Os Estados unidos quer transformar o Haiti numa

colônia, fazendo do país uma plataforma de exportação para as indústrias têxteis imperialistas e dos haitianos mão-de-obra semi-escrava ou diretamente escrava. Por isso, as tropas de ocupação, comandadas pelo gover-no brasileiro, estão a serviço da destruição da pequena produção local, agrícola e artesanal, e da repressão aos costumes e rituais haitianos, como o VUDÚ, afim de incutir no povo a mentalidade capitalista de “culto ao trabalho”, transformando-o num exército da mão-de-obra dócil e super-explorada.

O Haiti é país negro, o segundo a se tornar indepen-dente no continente americano, porém, diferentemente do primeiro (EuA), sua independência foi com uma revolução, que criou uma República Negra, abolindo a escravidão e o racismo e foi o terror de todas as elites brancas do continente, que, mesmo depois da indepen-dência, mantiveram a escravidão em seus países.

conJuntura nacionalUnificar a Luta Contra o Governo Lula e Suas Re-formas neoliberais

O governo Lula é a continuidade da política eco-nômica do primeiro mandato, com a política de ajustes fiscais e superávits primários, que consumiu boa parte da riqueza nacional para o pagamento da dívida exter-na, ao custo do não investimento em educação, saúde, infra-estrutura, etc. Ao reduzir as verbas para os servi-ços públicos, impõe a necessidade de mobilização dos trabalhadores deste setor, a exemplo do IBAMA e do INCRA. Em plena greve, o presidente, afirmou para a grande imprensa que “servidor público não faz greve, tira férias”. Para dificultar que este instrumento seja utilizado pelos trabalhadores, elaborou um projeto de lei, que já foi denominado “lei anti-greve”, que prevê

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mecanismos draconianos de controle dos sindicatos.Várias medidas efetivas de redução de direitos fo-

ram tomadas, de forma articulada com o empresariado, com a conivência e apoio da CuT e Força Sindical, e o Congresso Nacional. Fez a Reforma da Previdência de 2003, criou o Supersimples, ampliou a DRu, reali-zou um intenso processo de privatização na educação superior, atacou o FGTS, a lei de greve, e vários outros direitos históricos. Tudo isso para contentar a classe patronal e ampliar o lucro dos banqueiros.

A maioria dos trabalhadores já está convencida de que suas bandeiras históricas, como moradia, saúde e educação pública e de qualidade ou uma verdadeira reforma agrária não são prioridades, muito pelo con-trário. Lula utiliza suas históricas relações com as dire-ções dos movimentos sociais para tentar amordaçá-los e conter suas mobilizações.

Neste segundo mandato, além de apresentar o PAC, que congela os salários do funcionalismo por dez anos, aprofunda as privatizações e desvaloriza o salário-mí-nimo, ampliando os lucros e as garantias estatais para os investimentos privados, o governo também preten-de realizar outra reforma da previdência, dificultando ainda mais o acesso à aposentadoria Segundo o Orça-mento Geral da união –2006- executado até 31/12/06, temos a seguinte situação: Juros e amortizações da dí-vida 36,70%; Educação 2,27%; Trabalho 2,17%; Ener-gia 0,05%; Habitação 0,01%.

Para manter estas políticas e continuar iludindo par-celas da população, utiliza-se de diversos expedientes. A falsa estabilidade econômica decorre de mais miséria e arrocho salarial. Além disto, políticas compensatórias como o Bolsa-Familia expõe a mais brutal desigualda-de social do mundo e revela o verdadeiro abismo exis-tente em nosso país.

Para tanto, contou como parceiros históricos “vas-salos” da burguesia e expoentes da ditadura, como Sar-ney, Maluf, Delfim Neto, Romero Jucá e principalmen-te, Renan Calheiros. Este grande aliado está submerso

num mar de lama que atinge o Palácio do Planalto e revela as promiscuas relações do Congresso Nacional com o governo e de ambos com o empresariado. Porém, apesar de todas as denúncias de corrupção terem lastro em fatos comprovados, em nada ou muito pouco, essas denúncias têm afetado o governo e suas reformas.

No entanto, todos estes ataques não ficaram sem resposta. Ao contrário de 2003, quando os movimentos foram apanhados de surpresa e poucos ousaram rea-gir, agora existe, de fato, uma resistência construída. A cada medida neoliberal do governo aumenta o processo de ruptura, potencializa a resistência e aponta para o fim do ciclo histórico e de hegemonia político-sindical do PT e da CuT. As inúmeras mobilizações e greves, em todo o país, superando as próprias direções pelegas e organizados pela base enfrentando o governo, sinali-zam que os trabalhadores estão dando o troco.

Os quase quatro milhões de votos no Plebiscito também representaram um importante momento de nossa luta. Trouxe a tona o debate sobre temas rele-vantes da política nacional e trabalhou pela conscien-tização de camadas importantes da população sobre o caráter deste governo. Mesmo com o boicote da CuT e da uNE a votação foi expressiva. Questões como pri-vatizações, tarifas de energia e a Reforma da Previdên-cia ocuparam por uma semana as ruas e possibilitaram um valioso trabalho de base. A Marcha de 24 de outu-bro também representou um importante passo na cons-trução deste processo de reorganização. Neste ponto a CONLuTAS cumpre um importante papel, ocupando um lugar de destaque na tentativa de unificar todos os lutadores para derrotar as reformas do governo. Cerca de vinte mil pessoas foram às ruas de Brasília protestar contra estas políticas e dar um forte recado a Lula: Va-mos derrotar estas reformas! Oposição de esquerda ao Governo Lula, unificando todos os setores combativos que querem ver abaixo tais reformas.neste congresso a cnte deve decidir por:1. Promover a denúncia do governo Lula, como um

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governo pró-capitalista e que contraria os interes-ses da classe trabalhadora;

2. Defender o Piso do Dieese para todos trabalhado-res em educação;

3. Cassar todos os envolvidos em escândalos de cor-rupção e o confisco de todos os seus bens;

4. Trabalhar pela unificação das lutas, buscando o di-álogo com todos os setores que se proponham lutar contra qualquer governo que ataque direitos.

PolÍtica sinDicalabandono da independência, da luta de classes e do socialismo

A CuT se distanciou dos princípios que a funda-ram, abandonando a independência diante da burguesia e dos governos, a luta de classes e o socialismo como estratégia. Inúmeros são os exemplos que demonstram isto na prática. O papel que cumpriu nas câmaras seto-riais, as diversas parcerias com a iniciativa privada, o aprofundamento do conceito de sindicato cidadão e a mudança do caráter do 1º de Maio, transformado num showmício patrocinado por bancos e montadoras de automóveis e as várias vezes que se colocou na mesma trincheira das administrações ditas do campo “demo-crático popular”, na contramão dos interesses dos que lutavam por reajustes salariais e melhores condições de trabalho, são exemplos deste distanciamento.

uma central sindical deve ser independente dos pa-trões e dos governos. A CuT calou-se quando ocorreram os escândalos de corrupção e, colabora com os projetos do governo federal que visam retirar direitos dos tra-balhadores, como as reformas em curso. É necessário debater e discutir com os trabalhadores a importância de romper com esta central, traidora e vendida.construindo um sindicalismo de luta

A CNTE deve apostar em um modelo sindical de caráter classista e que se constitua em instrumento para a defesa das reivindicações, direitos e interesses da classe em seu conjunto. O sindicato deve agrupar em

seu interior os trabalhadores empregados, desemprega-dos, aposentados e manter relação direta com os traba-lhadores que se organizam nos diferentes movimentos populares e sociais, com organizações e movimentos que lutam contra toda forma de discriminação e opres-são, organizações estudantis e da juventude. Aliado ao caráter classista, os sindicatos têm que possuir a mais ampla autonomia e independência política e financeira em relação à burguesia, aos governos e ao Estado. Par-ticularmente em relação aos governos, devemos manter recusa total em ser correia de transmissão, ou departa-mento.

Defendemos a solidariedade de classe e a constru-ção da unidade na luta dos trabalhadores, assim como o internacionalismo, na perspectiva do socialismo. Do nosso lado, tem renascido o sindicalismo classista, de base, autônomo e independente de partidos e governos burgueses como oposição à política de colaboração de classes da CuT, Força Sindical, SDS, CGT – principais artífices e beneficiários da burocratização das direções sindicais.

Demonstramos ser possível praticar a solidarieda-de ativa (demitidos da Volks, Sem-Teto entre outros). Realizamos congressos e plenárias (CONAT, marchas à Brasília, encontros nacionais), com respeito à base e à democracia operária, bem como a realização de ativi-dades conjuntas com outras organizações (8 de março, Encontro Nacional Contra as Reformas; Primeiro de Maio de Luta, atos contra as reformas em 23 de maio; Grito dos Excluídos, Marcha a Brasília em 24 de ou-tubro).

lula e a reforma sindical: a lei antigreveSeguindo os interesses do capital e dos organismos

imperialistas, o governo federal elabora projeto de lei que visa acabar com o direito de greve dos trabalha-dores, sobretudo, dos funcionários públicos. Segundo a proposta apresentada pelo governo, serviços e ativi-dades considerados “essenciais” teriam regras draco-nianas para realizar seus movimentos reivindicatórios.

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Alguns itens da proposta: informar ao governo, ante-cipadamente, sobre o movimento de greve; quorum mínimo para a deliberação da greve; contratação de substitutos (fura greve); desconto imediato dos dias pa-rados; maior controle dos sindicatos pelo Estado.

Plebiscito Já !!!consultar a Base sobre a Filiação à cut

Considerando que: 1. A CuT foi fundada para responder à necessidade de unir a classe trabalhadora brasileira. As lutas multitudinárias do período se cho-cavam com as direções pelegas da maioria dos sindi-catos e exigia um pólo aglutinador. A Central cumpriu esse papel. 2. A CuT construiu-se como uma alterna-tiva primeiro a CGT e depois à Força Sindical, ambas representantes do sindicalismo oficial.

3. Décadas depois, esse passado foi jogado no lixo. Primeiro, através das relações pouco transparen-tes e, muitas vezes, espúrias com os fundos de pensão, marcando a adesão da CuT ao sindicalismo de negó-cios. Segundo vem acompanhado de uma política de parceria com o capital, com a adesão ao sindicalismo de colaboração com o patronato. 4. Com a subida de Lula, o sindicalismo oficial, chapa branca, passa a ser a marca da CuT. Os apoios à Reforma da Previdência e traição ao funcionalismo são os signos da CuT neste período. Antes aglutinadora e centralizadora das lutas, hoje divisionista e fragmentadora da classe, ao lado de sua atual parceira: a Força Sindical. A pá-de-cal desse processo é a reforma Sindical e Trabalhista que as duas centrais junto com o patronato elaboraram. 5. O último congresso da CuT escancarou o governismo. A corren-te majoritária, a Artsind, responsável principal por esse movimento político ainda não está satisfeita, precisa de uma subordinação tão imensa da Central ao governo que não pode admitir nenhum setor da sua própria cor-rente, que levante alguma pálida independência diante do governo. 6. Perante essa situação o movimento sin-dical começou a reagir. Centenas de sindicatos rompe-ram com a CuT e se organizaram na Conlutas. Outros

buscam se organizar na Intersindical e mais recente-mente houve o rompimento da CSC. 7. É preciso abrir este debate na base do sindicato. Qual o papel da CuT? Como voltar a unir aqueles que querem lutar? 8. É pre-ciso unificar os que defendem a independência e auto-nomia dos sindicatos perante o governo e os patrões.

O XXX Congresso da CNTE delibera: Que os sin-dicatos afiliados realizem plebiscito em suas bases pela desfiliação ou não dos mesmos da CUT.

PolÍtica eDucacionalA educação, historicamente, sempre esteve subor-

dinada à economia, por isso, a política educacional do governo Lula/Haddad, conectado ao PAC, que tem como estratégia elevar o superávit primário para garan-tir o pagamento dos juros e amortizações das dívidas externa e interna. Somente no ano de 2006, Lula pagou 275 bilhões de reais de juros e serviços das dívidas.

Nesse sentido, com a priorização do pagamento das dívidas externa e interna o governo corta verbas das áreas sociais. Sendo assim os baixos recursos des-tinados à educação acarretam precarização cada vez maior em todos os níveis. Com isso os profissionais da educação estão submetidos às péssimas condições de trabalho, baixos salários, doenças profissionais entre outros problemas.

Já a política educacional do governo é responsa-bilizar os profissionais da educação pela crise educa-cional, utilizando as avaliações externas como Prova Brasil, Saeb, Enem e Enade.

Na verdade, o governo Lula/Haddad dá continui-dade e aprofunda o plano neoliberal implementado por FHC. A crise estrutural da educação aprofundou-se nos últimos doze anos, como conseqüência direta do Plano Decenal e da Reforma do Ensino Superior, que tem como alicerce a LDBEN e a emenda constitucional 14 de 1996, substituída pela 53 de 2007, que instituiu o FuNDEB, cuja política está em consonância com a reforma do Estado à luz das diretrizes neoliberais dos

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organismos multilaterais.Face à crise educacional, o governo Lula/Haddad,

lança o FUNDEB e o PDE, mas não modifica a política de financiamento de FHC. Mantém o veto aos 7% do PIB em educação previsto pelo PNE e investe apenas 3,8% de acordo com o IPEA.

Junto com a proposta de prorrogação da CPMF in-clui a prorrogação até 2011 da DRu, que entre 2000 e 2007, roubou da educação 45,8 bilhões de reais.

O FuNDEB prevê um aumento gradual de verbas para a educação básica até atingir 4,5 bilhões de reais a partir de 2010.

Como conseqüência, nos estados as matriculas da educação infantil não serão contabilizadas para efeito de distribuição dos recursos do fundo, bem como as matriculas municipais de Ensino Médio. Isso poderá provocar a municipalização da Educação Infantil e, ao mesmo tempo, está anunciado o fim do Ensino Médio Municipal.

Outra conseqüência do FUNDEB é o Ensino Fun-damental de 9 anos. A integralidade da aplicação dos recursos do fundo no primeiro ano fez com que o ensi-no fundamental de 9 anos “caísse como uma luva” para os governos, na medida em que possibilitou matricular o maior número possível de crianças nessa modalidade de ensino, e ao mesmo tempo, extinguiu o terceiro es-tágio na Educação Infantil.

Já a Pré-Escola agora atendida parcialmente pelo fundo, poderá transforma-se em um negócio lucrativo. O beneficiamento do setor privado, das ONG’s, das OS’s, com as políticas de fundo, está garantido pelo governo mais uma vez na medida em que o Estado re-tira-se da administração direta dos serviços públicos. Reforma universitária que sucateia as universidades públicas, legaliza as fundações que tem por finalida-de privatizá-las. Através do PRÓ-uNI repassa recursos públicos para as instituições de ensino privadas, por meio de bolsas aos estudantes e isenção fiscal.

Assim, em um quadro de 34 países, de acordo com

o relatório da OCDE publicado em setembro de 2007, o Brasil é o que menos gasta com educação, cerca de R$2.488,00 per capta ano por aluno da educação básica e superior.

O PDE está sendo propagandeado pelo governo como a solução da crise educacional. Trata-se de um conjunto de 27 ações ou programas que tem o objetivo de superar a crise de qualidade na educação. Aponta como compromisso: o gasto de 8 bilhões de reais até 2011 e a aplicação decreto 6094/2007 que dispõe sobre a implementação do plano de metas, “compromisso to-dos pela educação”. Este decreto, segundo o governo, estabelece metas para melhorar a qualidade de ensino; cria o IDEB, calculado a partir do SAEB e Prova Bra-sil; institui a avaliação de desempenho; estabelece cri-térios para a distribuição dos recursos de acordo com o desempenho da escola; estabelece condições para os sistemas receberem recursos e legaliza as parcerias com as instituições privadas para a melhoria da infra-estrutura e de ações educativas da escola, entre outros.

O PDE tem por objetivo transformar a escola em empresa sob a inspiração do programa de qualidade to-tal e a produtividade medida pelo IDEB, redução da evasão e repetência, adaptando-a a lógica do mercado. Para tanto, há um irrisório aumento de verbas ou sim-ples alocação de recursos para melhor distribuí-los de acordo com os “resultados”.Por esta razão o xxx congresso da cnte resolve:- Contra a política educacional de Lula/Haddad;- Pela aplicação imediata de 10% do PIB na educa-

ção, rumo aos 15%;- Contra a política de fundos. Não ao FuNDEB;- Abaixo a Reforma universitária e o PRÓ-uNI;- Pelo fim do ENADE, SAEB, ENEM e Prova

Brasil;- Contra o PDE;- Contra a avaliação de desempenho;- Pelo fim da municipalização da Educação Básica;- Defesa do Piso do DIEESE;

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- Pelo não pagamento das dívidas externa e interna.

BalanÇo PolÍtico Da GestÃoA gestão 2005/2008 possui um balanço que é uma

repetição histórica, ou melhor, uma farsa. Capitaneada pela articulação sindical, foi impressa uma política de apoio e capitulação ao projeto político do governo Lula (PT) e sua aliança com a burguesia.

Após um mandato de 4 anos e 2 anos do 2º man-dato, o governo Lula se caracteriza como um governo neoliberal. Apóia-se na avaliação sindical que dirige majoritariamente a CuT e CNTE, e está em sintonia com os governadores para cumprir as metas do superá-vit primário de 4,5%, aprovação da CPMF e da DRu, privatização das estradas federais, aplicação do PDE e a proposta de 3ª reforma da previdência forjada no “Fó-rum Nacional” e o PAC, para pagar os juros e serviços das dívidas.

Como conseqüência, a articulação sindical apro-vou na direção executiva e no Conselho Nacional de Entidades da CNTE, com o voto da CSC (PcdoB), o apoio ao PAC e um documento que apresenta a posição da CNTE ao Plano de Desenvolvimento da Educação. Com a mesma metodologia, afirma que o mesmo tem aspectos positivos, aspectos preocupantes e aspectos negativos, o que na prática significa apoiá-los, refor-çando a política de avaliação de desempenho e do FuNDEB.

Por isso, a política desenvolvida pela CNTE, em 2005, 2006 e 2007, se limitou à realização de campa-nhas gerais da Internacional de Educação (IE), ocorri-das no mês de abril, como a campanha de conversão da dívida externa e a Semana de Defesa e Promoção da Educação Pública. Através de negociações e arti-culações permanentes com o governo Lula, apresenta reivindicações rebaixadas abdicando de posições his-tóricas como o Piso Salarial Prof. Nacional. Aprova-mos em vários Congressos da CNTE a resolução de 1 salário mínimo do Dieese (R$1.600,00/20 horas aula/

sem.). Para P.S.P.N e a diretoria apresentou como eixo da marcha de 2007 até 1 dia de greve nacional e a rei-vindicação de R$1.050,00 (nível médio) e R$ 1.585,00 (nível superior) por 30 horas/sem.

O desdobramento desta política desastrosa e trai-dora resultou no isolamento das inúmeras greves e mo-bilizações ocorridas em 2005, 2006 e 2007. Não mo-veram uma palha para unificar as lutas ocorridas nos estados. Nem mesmo uma campanha de solidariedade às greves foi realizada, negando o papel histórico da CNTE, enquanto entidade nacional. Não foi por isto que tomamos a CPB e criamos a CNTE. Por essa razão, o XXX Congresso da CNTE resolve: que o balanço se caracteriza por políticas implementadas pela CNTE de capacitação permanente e de apoio ao governo Lula, tendo por conseqüência o abandono e isolamento das lutas dos trabalhadores em educação nos estados.

urge mudar radicalmente a CNTE. É necessário mudar a política imprimida pela articulação sindical, que transformou a Confederação num instrumento para entregar documentos e dossiês ao governo. É funda-mental adotar estratégias para construir uma alternativa de direção para unificar as mobilizações estaduais, ten-do como base um plano de lutas que unifique as reivin-dicações salariais, educacionais a um plano econômico alternativo dos trabalhadores em oposição ao governo Lula e ao FMI.

Plano De lutas» Contra o PDE;» Contra as Reformas Neoliberais;» Contra as avaliações de desempenho;» Defesa do Piso do DIEESE;» Investimento imediato de 10% do PIB para educa-

ção rumo aos 15%;» Pelo fim do FUNDEB;» Campanha em defesa dos serviços públicos;» Campanha pelo fim da Lei de Responsabilidade

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» Pelo fim das terceirizações dos serviços públicos;» Retirada das tropas brasileiras do Haiti;» Luta contra a criminalização dos movimentos;» Contra as Inferências dos organismos internacio-

nais na Educação;» Luta pelo reconhecimento de doenças vinculadas

ao transtorno de humor como doenças do trabalho;» Contra o ensino Fundamental de 9 anos;» Pela revogação da LDB;» Participação no dia nacional de luta contra as Re-

formas Neoliberais;» Campanha salarial unificada;» Por uma CNTE que organize a luta dos trabalhado-

res em todo o País.

estatutoArtigo 10º - emenda substitutivaSubstituir “Congresso Nacional Ordinário reunir-

se-á a cada dois anos” Artigo 17, 18 e 19 - emenda supressiva.Suprimir os artigos 17, 18 e 19 (Plenária Intercon-

gressual).Artigo 22 – emenda substitutivaSubstituir “Diretoria Executiva Nacional” por Di-

retoria Colegiada Nacional Artigo 23 – emenda substitutivaSubstituir – Diretoria Executiva por Diretoria Co-

legiada e 3 anos por 2 anos. (mandato dos membros da Diretoria Colegiada).

Artigo 25 – emenda supressivaSuprimir artigo 25 e o parágrafo 1º Artigo 25 (parágrafo 2º e 3º) – emenda

substitutivaSubstituir Diretoria Executiva por Diretoria

Colegiada Artigo 26 – emenda substitutivaSubstituir Diretoria Executiva Nacional por Dire-

toria Colegiada Nacional Artigo 26 – emenda aditiva

Adicionar antes da letra a: todos os itens do artigo 27 Artigo 27 – emenda supressivaSuprimir artigo 27 Artigo 28 – emenda supressivaSuprimir artigo 28Artigo 46 – emenda substitutivaSubstituir “3 anos” por 2 anos Artigo 47 – emenda substitutivaParágrafo único – substituir por:A diretoria será composta sob o critério da propor-

cionalidade direta e qualificada (sem corte).Artigo 54 – emenda supressivaSuprimir o artigo 54Artigo 57 – emenda substitutivaSubstituir: “pelo Presidente” por “pela Diretoria

Colegiada”.Artigo 66 – emenda supressivaSuprimir artigo 66 Artigo 72 – emenda substitutivaSubstituir: “Diretoria Executiva” por “Diretoria

Colegiada”.

PolÍticas PerManentescontra a opressão e a exploração da Mulher e dos setores GlBtta situação das Mulheres e Demais setores oprimi-dos

As mulheres junto com os demais setores oprimi-dos deste país são as principais vítimas da pobreza, do salário mínimo de fome; da ausência de políticas públi-cas tais como saúde, educação e moradia; constituem a maioria dos/as desempregados/as; ocupam o mercado de trabalho em maior número nas últimas décadas, em-purradas principalmente pelo desemprego dos compa-nheiros e filhos, como mão-de-obra mais barata, sem a garantia de direitos essenciais como creche, auxílio maternidade e geralmente encontram-se em profissões “guetizadas”, discriminadas salarialmente e desvalori-zadas socialmente.

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Essas trabalhadoras foram duramente atacadas com a Reforma da Previdência do governo Lula, ao exigir de milhares de trabalhadoras rurais e domésticas compro-vação do tempo de serviço, aprofundando-o, ao ampliar em 7 anos a idade mínima para efeito de aposentadoria, desconsiderando as múltiplas jornadas de trabalho e o aprofundamento de medidas neoliberais ameaça retirar direitos conquistados pelos/as trabalhadores/as como o 13º salário, férias, multa sobre o FGTS, e uma medida que atinge em cheio as mulheres, a redução da licença maternidade. Opressão da mulher e desvalorização profissional

A opressão da mulher justifica políticas de discri-minação salarial e desprestígio social. Há entre opres-são da mulher e desvalorização do magistério relações diretas que explicam os baixos salários e os rótulos de profissionais desqualificadas, despreparadas.

A luta das/os profissionais da educação, além da questão de classe dá-se, também, em outros níveis, num tripé classe-gênero-etnia.

O ensino pré-escolar no Brasil é 94,8% exercido por mulheres; no ensino fundamental, 92,6%, ao passo que no ensino superior somos minoria, 40,8% (IBGE). A maior participação da mulher num ou noutro nível de ensino está fortemente vinculado ao valor salarial e ao prestígio social, apesar da guetização atingir toda categoria. Outro fator a se verificar é a presença maior ou menor de negras e afrodescendentes nesses níveis de ensino.

As professoras têm múltipla jornada de trabalho; enfrentam cargas horárias estafantes e mal remunera-das, sob a pressão constante de gestores exigindo pro-dutividade e as péssimas condições de trabalho têm levado a uma incidência cada vez maior do número de doenças e registros de acidentes no trabalho de acordo com a OMS e OIT.

Somado a isso, não há política de creches, obrigan-do as/os profissionais da educação a delegar a terceiros os cuidados com os/as filhos/as.

No tocante a violência que sofre cotidianamente em seu ambiente de trabalho, inclusive os casos de assédio moral e sexual, a professora encontra-se desamparada. homofobia, exploração e opressão.

Na sociedade em geral, a discriminação e o precon-ceito são constantes nos locais de trabalho, nos discur-sos e práticas religiosas, nas relações sociais, nos meios de comunicação etc. Não raramente, o preconceito é fatal, o que faz com que o Brasil contabilize cerca de 2 mil homossexuais assassinados somente nos últimos 20 anos.

Lamentavelmente, nas escolas a situação não é diferente. A homofobia é prática constante no interior das salas de aula e dos professores. A violência (físi-ca, moral ou psicológica) atinge centenas diariamente. Como também, o próprio conteúdo programático tende a acentuar os preconceitos.

Exatamente por isso, é fundamental que a CNTE desenvolva uma política clara e sistemática de combate a homofobia, o que só pode ser feito através da orga-nização no interior da categoria e da aliança com os demais setores oprimidos e explorados.

Está é uma tarefa fundamental até mesmo porque, hoje, os setores majoritários do movimento GLBTT aliaram-se ao governo e reproduzem seu discurso vazio – como o projeto “Brasil sem homofobia” – que além de não combater, de fato, a homofobia, está inserido dentro da lógica neoliberal, que iguala a conquista de direitos ao “acesso ao mercado” ou a uma “visibilida-de” completamente despolitizada (a exemplos do que vem ocorrendo com a maioria das Paradas do Orgulho GLBTT).

Defendemos leis, como a de Parceria Civil, que obriguem o Estado a reconhecer nossos direitos. Como também queremos uma legislação que puna quem nos discrimine ou nos ataquem.

Defendemos a formação de coletivos nos sindicatos e um processo de discussão, organização e luta dentro de nossa categoria, construindo conjuntamente as lutas

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e o combate a todos aqueles que nos dividem. questão racialuma luta cada vez Mais de raça e classe

São raros os exemplos daqueles que localizam as enormes tensões raciais que verificamos em todo mun-do na sua verdadeira origem: as políticas neoliberais e a ganância sem limites do capitalismo que, para sobre-viver, não vacila, além de explorar o conjunto da classe trabalhadora, em oprimir e marginalizar gigantescos setores da população, como negros e mulheres, para extrair ainda mais lucros.

No II CIAD, representantes do movimento negros e de vários países desconsideraram completamente o papel do Imperialismo tanto no que se refere à diás-pora negra quanto no que diz respeito à miséria que a maioria dos descendentes de africanos enfrenta mundo afora.

Neste sentido, o governo Lula é um dos piores e mais lamentáveis exemplos. Lula e seus aliados ven-dem a idéia de que o Brasil é um exemplo do comba-te ao racismo. Para tal, listam “iniciativas” que vão da implementação da Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (Seppir) a programas como o Prouni e a proposta de cotas.

O que o governo e seus aliados “omitem” é que o Seppir é um órgão que sequer tem verba, que o Prouni está jogando a população negra e carente em escolas privadas de baixa qualidade e que a proposta de cotas está inserida no projeto de Reforma universitária que tem como objetivo fundamental privatizar o ensino pú-blico.

Juntando-se a isto as demais “reformas” , como a Trabalhista e Sindical, só podemos afirmar uma coi-sa: este governo está aprofundando o abismo racial no país, e não o combatendo. Algo que só seria possível através do enfrentamento com as velhas elites oligár-quicas racistas e do rompimento com o capital finan-ceiro, através do não pagamento das dívidas, para que fossem destinadas verbas, também, para projetos espe-

cíficos para o combate ao racismo.nas escolas a reprodução do sistema

O racismo é um sério problema no interior das es-colas, não é novidade para ninguém. Livros didáticos carregados de ideologia racista e conteúdo eurocêntri-co, discriminação aberta contra alunos e professores são lugar comum. Reivindicamos políticas pedagógi-cas para lidar com o tema.

Os que muito se recusam a admitir é que esta si-tuação – estimulada pelas políticas governamentais e pela omissão ou cumplicidade dos movimentos negros e aliados do governo no movimento sindical – só está piorando.em Defesa das cotas raciais

A defesa das cotas raciais deve ser combinada com a ampliação dos serviços públicos e um plano de obras, para gerar emprego e moradia para a população negra.

Neste ponto, nos diferenciamos tanto daqueles que se opõem às cotas com argumentos reacionários (como os intelectuais que assinaram o manifesto “Todos têm direitos iguais na República Democrática”) quanto dos governistas, que inseriram a proposta no projeto de Re-forma universitária.

Para nós, as cotas raciais são justas e necessárias para que o Estado comece a reparar a população negra pelos séculos de racismo e escravidão. Neste sentido, também, defendemos cotas raciais proporcionais ao percentual de negros existentes nas regiões em que se encontram as universidades, escolas técnicas, serviços públicos, etc.

Evidentemente, toda a discussão racial, no nosso entender, deve-se combinar com as lutas gerais dos tra-balhadores e trabalhadoras, no sentido de discutir, como afirmava Malcolm X, que “não existe capitalismo sem racismo”. Por isso, a luta pela real libertação de negros e negras deve-se combinar com o não pagamento das dívidas, a ampliação de verbas para a educação, saúde e demais serviços públicos, a redução da jornada de tra-balho sem redução de salários, etc.

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assinaM esta resoluÇÃoAda Lucia Vogel; Ada Vidal; Adelcio Ferreira Dias; Ademar Fidelis da Mota; Adilson Rodrigues da Conceição; Adonias scosta de Aquino; Alba C. N. Pereira; Alcione da Silva; Alex Trentino; Ale-xandre Elias; Alexandre Fusco; Alexandre José Ferraz; Alexandre Pinheiro; Alfredo Andrade; Ana Beatriz Santos; Ana Janete das Chagas; Ana Lucia Ferreira; Ana Lúcia Xavier Cabral – Diretora do 17º Núcleo – Bagé; Ana Maria Miler; Ana Néri; Ana Paula Henker; Ana Paula Pascarelli; Ana Rosa Minutti; Anália Rodrigues; Andréa Farinaccio; An-dréia Maria; Antonio Carlos Rodrigues – Vice-di-retor do 7º Núcleo - Passo Fundo; Antônio de Oli-veira; Antônio Lucas Maciel; Arinete F. dos Santos; Arlete Rodrigues de Almeida; Azineti dos Santos; Bárbara Soares de Barros; Beatriz dos Reis; Bere-naldo Ferreira; Brenda Lee Oliveira; Carla Martins de Oliveira; Carlos Alberto Bruno; Carlos Alexsan-dro Moura; Carlos Serrano; Carmem Tubio; Célia Regina Oliveira; Célia Reis; Cezar Álvares Raya; Cíntia O. Abreu; Clair de Souza; Claudelício dos Reis; Claudia Cristina A. Souza; Claudia Marcan-dali; Claudia Regina Amorim; Cléa Bondan; Cle-cio Ferreira Mendes; Cleozelda Kusbick; Cleusa Prana; Clovis Cordeiro da Silva; Clovis Miguel; Clovis Oliveira; Dalila Nogueira da Silva Barros; Damaris Felesmina da Silva; Danege Rodriguez; Danilo Ledra; Darci Berlato – Conselheiro 1/1000 do 7º Núcleo - Passo Fundo; Dayse Oliveira; Débo-ra Cristina Goulart; Deise de Souza Campos; Dora Martinez; Ecilda Guedes de Almeida; Edgard Fer-nandez Neto; Edison N. Satiro; Edmilson Antônio Clementino; Edna Felix; Edna Rodrigues da Silva; Edneia Dias; Edson Barbosa; Edson Vieira Sou-za; Eduardo Santos; Edvaldo Santos Nascimento; Eliana Nunes; Eliana Rinaldi; Eliane Martiniano; Elitan Marques; Emília do Nascimento; Erivaldo

Martins; Evaldo Assis Moreira; Evaristo Balbino; Ezio Expedito; Fabio Luis Andrade; Fabio Pires; Fátima A.P. Carvalho; Fátima Fernandes; Felipe Mello; Fernanda Maria Ferreira; Fernando Borges; Flademir Batista; Flavio James; Francisco Germa-no; Gabriel da Silva Ferreira – Conselheiro 1/1000 do 14º Núcleo – São Leopoldo; Geraldino b. An-drade; Geraldo Pereira Chagas; Gicele Tobias; Gi-celia Santos Silva; Gilber Martin Duarte; Gilberto Lima; Gilberto P. de Souza; Gilliam Da Silva; Gise-le Cruz Antonio; Gualberto Tinoco; Guilherme de Oliveira; Gustavo Olimpo; Haroldo Teixeira;Helga K. Feliciano – Diretora do 16º Núcleo - São Borja; Heloisa Helena da Silva – Representante de Escola no 4º Núcleo - Cachoeira do Sul; Idalina Lelis; Inês de Castro; Iolanda G. de Oliveira – Direção do 25º Núcleo - Lagoa Vermelha; Ione Torres de Oliveira; Ítalo de Aquino; Ivanci Vieira; Jair Brás da Silva; Jair Fco. Oliveira; Janaína Carla; Jessi Pereira Fe-lipe; Jildeson Nascimento Feitosa; Joana D’arc de Oliveira; Joaninha de Oliveira Johnson; João Ba-tista Delfino; João Dimar Rodrigues; João Fiúza Chaves; João Luis Zafalão; Joares Dariva – Repre-sentante Estadual dos Aposentados 2º Núcleo - Stª Maria; Joel Fernando Cangani; Jorge Luiz Nunes; José Afonso da Silva; José Ângelo Nascimento; José Barreto; José Carlos Gea; José Carlos Silva; José Cícero P. Silva; José Geraldo Correa Jr.; José Luiz de Souza; José Luiz Vicente; José Maria de Moura; José Raimundo Nonato; José Willian Gui-lhermino; Josias Lopes de Lima; Juan Fco. Ama-ral; Jucele Bernadete Comis – Diretora do 8º Nú-cleo - Estrela ; Jussara Schulzbacher; Lais Helena Dotto; Laura Marques da Silva – Representante de Escola no 2º Núcleo - Stª Maria; Laurindo Antonio de Lima; Leriane Titton; Linus Nakayama; Loreni Dutra; Luci Ferreira da Silva; Lucia de Fátima da Silva; Luciano Almeida; Lucimar de Oliveira; Luis Carlos da Silva; Luis Carlos de Freitas; Luis Carlos

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Santos; Luiz Carlos de Almeida Batista Pustiglio-ne; Lurdes Ferreira da Silva; Mª Amália O. Dreyer – Conselheira 1/1000 do 38º Núcleo - Porto Alegre; Mª de Fátima V. Contreira – Conselheira 1/1000 do 16º Núcleo - São Borja; Magda S. Schimidt – Vice-diretora do 15º Núcleo – Erechim; Maisa Bonifácio Lima; Manoel Fernandes – Conselheiro 1/1000 no 22º Núcleo – Gravataí; Marcelo Batista Serafim dos Santos; Marcelo Couto; Marcelo de Souza; Marcelo Silva; Marcilene Alves; Marcio Anísio; Marco Leão; Marcos Antônio Vilas Boas; Marcos José Silva; Marcos Luiz da Silva; Marcos Oliveira Soares; Margarete B. Carvalho – Repre-sentante de Escola no 21º Núcleo – uruguaiana; Margarete Silveira; Maria Angélica Cabral; Maria Aparecida Duarte; Maria Auxiliadora Zan; Maria Betânia Lobato; Maria Conceição Marçal; Maria Cristina Barbosa; Maria Cristina de Almeida; Ma-ria de Fátima Queirós; Maria de Fátima Silva Rosa; Maria Helena Gallina; Maria Helena Rocha; Ma-ria Liduína Severo; Maria Luisa Feil; Maria Luisa Zancopé; Maria Nazareth Camargo; Maria Vilani; Marilze da Rosa; Mario Bloise Jr.; Mario Pires; Maristela Alves; Maristela Itália Silveira; Marlene Rodrigues; Marli de Souza – Diretora do 13º Nú-cleo – Osório; Marly Cambraia; Maurílio Andrade; Mauro da Silva Inácio; Miriã Brasil Simões dos Santos; Miriam Alves; Miriam Aparecida Cardoso; Miriam N. Magalhães; Neida Oliveira – Conse-lheira 1/1000 do 38º Núcleo - Porto Alegre; Nei-va Moreno – Representante do CPERS/Sindicato no CEEd; Nelson Sidnei Veloso; Ney Alberto da Silveira; Nicola Cherobili; Nicola Gris; Nívea Leão; Odisséia Ferreira; Osnilda Vaz Grassi; Pa-trícia Fernandes; Paula Miranda; Paulo César M. dos Santos – Diretor do 11º Núcleo - Cruz Alta; Paulo Pedrini; Paulo Ricardo de J. Gaspar; Pedro Afonso Valadares; Pedro Ney; Plínio Roberto Zan-girolami; Raquel Vaz Miconi; Regis Batista Ethur

– Vice-diretor e Conselheiro 1/1000 do 39º Núcleo - Porto Alegre; Rejane A.Siqueira; Renata Souza; Renato Pavan; Renato Santana; Richard Araújo; Rita Soares; Roberto Carlos Boanerges; Rober-to Rost – Representante de Escola no 20º Núcleo – Canoas; Rogério de Barcelos – Representante de Escola no 22º Núcleo – Gravataí; Ronaldo Barbo-sa; Roque Pegoroto; Rosane de Souza; Rosangela Barros; Rosangela Monteiro Simiano; Rosilene do Carmo Franco; Rossano Rafaelle Sczip; Rui Carlos de Alencar; Salete Mª Possan Nunes – Conselheira 1/1000 do 7º Núcleo - Passo Fundo; Sandra Pastor; Sandra Rodrigues Fortes; Savananda Falcão; Sergio Pires de Souza; Severino Honorato Silva; Sidineia Marli de Castro; Silmar L. Santos; Silvana Soares de Assis; Silvia Ferraro; Silvio de Souza; Solange Assunção; Solange Cabrito Amorin; Soraia Assis Garcia; Sueli Mangabeira; Suzana Alves da Silva; Terezinha Bullé da Silva – Diretora do 7º Núcleo - Passo Fundo; Terezinha J. da Silva Cardoso – Con-selheira 1/1000 do 2º Núcleo - Stª Maria; ulisses Gomes; Vagner Belo Gonçalves; Valdecir ulisses Rosa; Valdemir Lima Cerqueira; Valdir Rodrigues; Valéria de Souza Pontes; Valmir Fernandes; Valter de Souza; Vanderlei Elias Nery; Vanessa Portugal; Vera Lourenço; Vera Nepomuceno; Verônica Ma-ria da Silva; Vilson Fiorentin; Vitório Luis Zago; Yolanda Castro; Zoroastro de Miranda.

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conJuntura internacionalA cadeia de crises e aumento das contradições,

típicas da fase de decomposição do capitalismo mo-nopolista, tem potencializado as intervenções bélicas e econômicas. Por detrás da falácia de prosperidade econômica, de melhoria de oportunidades comerciais e produtivas, de aumento da importância dos chama-dos “países em desenvolvimento”, se agiganta a misé-ria, o arrocho salarial e o desemprego. Fica evidente o caráter parasitário do capitalismo, que não aproveita a potencialidade das forças de produção, sobretudo a força de trabalho que é desperdiçada e destruída. Não há mais como remendar este sistema. É falsa a idéia de que podemos salvá-lo. Precisamos admitir sua deca-dência. Isso exige que nos coloquemos pela derrubada do capitalismo e defesa do socialismo.

Os Estados imperialistas procuram jogar o peso das contradições para as demais nações semicoloniais. Por isso, suas tropas subjugam os povos, promovem a matança desenfreada e os oprimem, visando consolidar o controle de matérias-primas necessárias a uma pro-dução anárquica, a exemplo da intervenção dos EuA no Iraque e Oriente Médio em geral e da intervenção franco-brasileira no Haiti. Apoiar a resistência contra a invasão imperialista exige levantar a bandeira da de-fesa da autodeterminação dos povos, retirada imediata dos EuA do Iraque e outros países invadidos, retirada imediata das tropas brasileiras e outras imperialistas do Haiti.

conJuntura nacionalAs intervenções econômicas, impostas pelo FMI

e Banco Mundial (BIRD), tem ampliado a miséria e a exploração dos trabalhadores, e não tem conseguido salvar o capitalismo em crise. Por toda parte, continu-am a ser elaborados diversos planos (na área da saúde,

educação, etc.) visando criar uma sobrevida ao capital, sangrando as economias dos países semicoloniais, que não conseguem se desenvolver plenamente. Tratam-se de planos antinacionais e antipopulares imperialistas que precisam ser combatidos através de um rompimen-to com estes organismos. No Brasil, o governo Lula mantém os acordos realizados pelos governos neolibe-rais anteriores. Não eliminou nenhuma medida quanto ao superávit primário, ao contrário paga juros adian-tados e retira verbas da educação, saúde, previdência etc (DRu). Por isso, defendemos: combate ao planos antinacionais e antipopulares; pelo não pagamento das dívidas interna e externa; pelo rompimento de todos os acordos com o FMI/BIRD; pela organização da frente única anti-imperialista.

O governo Lula/PT, além de manter a continuida-de da política pró-imperialista e burguesa do PSDB/ FHC, incorporou a burocracia sindical ao Estado vi-sando maior controle do movimento social. Mantém e elabora medidas de ataque aos trabalhadores em geral, como a Reforma da Previdência, a Alta Programada, o SuperSimples, além da manutenção do arrocho salarial através de um salário mínimo de fome. Ataca os servi-dores públicos, valendo-se da Lei de Responsabilidade Fiscal, a qual aprimora criando a limitação de reajuste salarial. O golpe mais recente é a Lei de Greve, que criminaliza os servidores lutadores. Diante desse qua-dro, os trabalhadores não podem aceitar nenhum apoio das direções sindicais a este governo, sob o pretexto de querem garantir melhorias. Não podem aceitar que as centrais sindicais e a CNTE continuem a ser correia de transmissão do governo, porque estas pretedem, atra-vés de antigos dirigentes eleitos como parlamentares, jogar peso na elaboração de projetos e, sobretudo, de remendar os projetos do governo (a questão do Piso Nacional do Magistério deixou bem claro isso, quando

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corrente Proletária na educação

corrente Proletária na eDucaÇÃo

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a CNTE buscou “aumentar” o Piso Nacional do gover-no federal). Essa não é a forma de luta típica dos traba-lhadores. O congresso deve aprovar a independência da CuT e CNTE diante do Estado e do governo. Nenhum apoio ao governo Lula.

As consequências das reformas neoliberais/impe-rialistas dos governos (federal, estadual), das medidas de flexibilização e precarização das relações de traba-lho têm sido nefastas para os trabalhadores da cidade e do campo. De um lado, desemprego, terceirização, arrocho salarial, eliminação e dificuldades para a apo-sentadoria. De outro lado, penúria para milhares de camponeses sem-terra, permanência do trabalho infan-til e destruição da juventude superexploradora. Admitir esta realidade é se colocar pela defesa de quem trabalha e estuda. Devemos aprovar: a) o Salário Mínimo Vital, que garanta as necessidades da família trabalhadora; b) a Escala Móvel de Horas de Trabalho, para que haja emprego a todos; c) a Escala Móvel de Reajuste, para combater a desvalorização do salário; d) o fim das re-formas governamentais (Reforma da Previdência, Re-forma Sindical e Trabalhista, SuperSimples, etc.); e) terra aos camponeses pobres por meio da expropriação do latifúndio; f) trabalho e escola a todos os jovens e um salário de acordo com suas necessidades, 4 horas na produção e o restante para estudo e lazer; g) erradica-ção da exploração infantil e saúde e moradia à popula-ção oprimida; h) fim de toda a legislação repressiva do Estado contra o movimento dos trabalhadores (“lei de greve”, leis que favorecem a criminalização dos movi-mentos sociais e sua lideranças, etc.).

PolÍtica sinDicalO momento histórico atual demonstra uma pro-

funda burocratização e estatização dos sindicatos dos trabalhadores ao mesmo tempo em que o arrocho sala-rial, o desemprego, a flexibilização das leis trabalhistas atingem de cheio a classe operária, os trabalhadores rurais, os funcionários públicos, etc. Na verdade, esses

dois aspectos (destruição de direitos e estatização dos sindicatos) expressam a atual fase de decomposição ca-pitalista que impede reformas para o bem do trabalha-dor; são dois aspectos que se alimentam, porque quanto mais os sindicatos colaboram com os governos, mais os trabalhadores têm seus direitos destruídos e menos eles têm condições de lutar para retirar dos sindicatos os burocratas que tem colaborado com os patrões. A estatização atingiu tal ponto que se reflete na proposta de Reforma Sindical. A maioria das correntes sindicais vão se adaptando a ela, mesmo antes de sua aprova-ção.

Os setores oposicionistas fraquejam na hora de lu-tar contra a Reforma e se adaptam, como é o caso do PSTu, que assumiu a política de divisão dos sindica-tos, com a formação da Conlutas. Tal organismo nasce sem o apoio das massas e, enfraquecido, submete-se programaticamente aos chamados nacionais da CuT e uNE (que são pró-governistas). Em vez de se constituir como uma frente de luta contra as medidas do governo, inclusive, a Reforma Sindical, nasce como um aparelho com traços burocráticos e submetido à lógica do Esta-do. Daí que o PSTu busque o reconhecimento da Cen-tral junto ao Ministério do Trabalho: quer se enquadrar às normas estabelecidas pelo governo Lula, sem con-testá-las desde a raiz, o que significaria não se adequar às leis repressivas e exploradoras do Estado.

Concluimos que, dada a situação atual, não é pos-sível defender a política reformista, mas somente a política revolucionária. Que a defesa da vida das mas-sas empobrecidas passa pela luta contra as burocracias colaboracionistas que controlam os sindicatos e que é preciso defender a unidade dos trabalhadores, acima da fragmentação imposta por suas direções sindicais e pe-los capitalistas.

Defendemos: independência da CNTE/CuT em re-lação ao Estado e aos governos; contra o divisionismo sindical; defesa dos métodos de ação direta (passeatas, manifestações, greves, piquetes, etc.); defesa da unida-

corrente Proletária na educação

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de dos trabalhadores em torno das lutas pelas reivin-dicações de emprego e salário (Salário mínimo vital; Escala Móvel das Horas de Trabalho; Escala Móvel de Reajuste; fim das reformas governamentais; terra aos camponeses pobres por meio da expropriação do latifúndio; fim de toda legislação repressiva do Estado contra o movimento dos trabalhadores – leis anti-greve e outras, etc.).

PolÍtica eDucacionalOs governos têm constatado o fracasso da educa-

ção em nosso país. Em todos os níveis, as avaliações externas apontam para a repetência, a evasão e a não assimilação, por parte dos alunos, de conteúdos míni-mos de aprendizagem. A responsabilidade recai sobre os professores, pais, direções escolares e estudantes. Todos os governos omitem que esse fracasso é fruto de um conjunto de políticas aplicadas a partir da década de 90, com inspiração nas diretrizes do Banco Mundial, as quais “visavam alfabetizar mais, gastando cada vez menos”. Foram os anos da LDB, do Plano Decenal, dos Ciclos e de um infinidade de leis e projetos, que, na prática, contribuíram para o sucateamento das escolas, cuja infra-estrutura já era precária, para o arrocho sa-larial, uma vez que os reajustes foram substituídos por bonificações e gratificações de toda espécie e para o aprofundamento da crise da educação.

Abrimos 2007 com o fracasso estampado nos jor-nais e o anúncio de mais reformas que tendem a destruir ainda o que restou do ensino público. Lula anunciou o PDE (Plano de Desenvolvimento de Metas). Governos estaduais em todo país seguindo a orientação federal vêm estruturados seus “planos de educação”, como Serra, em São Paulo, com as “Dez Metas para Educa-ção”. Em essência, os governos têm a mesma política: aumentam o controle sobre as escolas e sobre o traba-lho dos trabalhadores da educação, enxugam gastos e entregam o que podem à iniciativa privada. Em suma: o fracasso escolar que é produto de Reformas anteriores

dá lugar a outras Reformas. Todas levam à agudização da crise educacional, que se materializa na piora das condições de trabalho e ensino.

É preciso compreender a crise educacional e lutar contra ela, porque, como justificam que o fracasso es-colar é “culpa” dos trabalhadores da educação, os go-vernos buscam implementar medidas de maior centra-lização do trabalho realizado nas escolas. Aumentam os dispositivos para punir os “maus” trabalhadores. Di-retores, coordenadores, professores, funcionários que não se adeqüam à maior ingerência do Estado sobre as escolas, são punidos com sanções disciplinares, são perseguidos. Além disso, a repressão aos professores que participam das atividades políticas é aberta. Os tra-balhadores da educação não podem se manifestar con-tra as medidas impostas, devem somente “adaptar-se”. O ápice dessa centralização está sendo anunciada agora com a aprovação de leis que querem demitir mesmo funcionários públicos concursados que não apresenta-rem “desenvolvimento satisfatório”: são as avaliações-desempenho – que aparecem nos projeto do governo federal (PDE de LuLA) e dos governos estaduais. Para destruirem ainda mais a educação pública, os governos são obrigados a reprimir os opositores.

A outra face dessa destruição, contra a qual os professores devem se levantar, é a crescente mercan-tilização do ensino. O Estado, com o intuito de apoiar setores capitalistas, permite e apoia financeiramente toda forma de ensino privado: colégios e faculdades são abertas todos os dias com o incentivo fiscal dos go-vernos. O crescimento vertiginoso do Ensino Superior privado só foi possível com o auxílio dos Governo fe-deral (veja-se o PROuNI, a não taxação de faculdades confessionais, etc.). Assim, enquanto o ensino público, em todos os níveis, vive às minguas os capitalistas da educação nadam em dinheiro público.

Concluimos com tudo isso que as reformas edu-cacionais dos governos não tem como combater o fra-casso escolar, já que se dão no marco do capitalismo

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decadente. Implicam a redução de verbas, a redução da responsabilidade do Estado para com o ensino e o cres-cimento da privatização. O FuNDEB, por exemplo, não assegura as condições elementares de acesso, recursos e permanência das crianças e jovens na educação bá-sica, é a continuidade da política de fundos, isto é, das diretrizes educacionais traçados pelo Banco Mundial. A Reforma universitária favorece os empresários da educação. O Prouni é mais uma forma de mercantili-zação do ensino, que sob o pretexto de “oportunidade aos jovens pobres” só visa injetar dinheiro nas univer-sidades. A política de cotas deixa toda uma maioria de negros fora das universidades. A ampliação do ensino à distância sob o governo do PT, além de reduzir as ver-bas para as escolas públicas, cria mais um negócio para os capitalistas da educação. Recentemente lançado, o PDE, aumenta a centralização do governo na educação (avaliação externa e orientação administrativa-pedagó-gica), cria mecanismos de punição às escolas que evi-denciam o fracasso de educação capitalista.

O congresso deve aprovar: a) fim de toda a reforma educacional e das leis que a regem; b) abaixo o PDE de Lula; c) defesa de um único sistema de ensino, laico, público, gratuito, vinculado à produção social, sob o controle de quem trabalha e estuda.

BalanÇo PolÍtico Da GestÃocnte: entidade dá às costas ao professorado

Enquanto greves de professores em Alagoas, Rio de Janeiro, Ceará e outros estados marcaram o pri-meiro semestre, a CNTE não fez nada para unificá-las. Ao contrário, levantou uma campanha de “Piso Nacio-nal do Magistério” que nada tinha a ver com a bandeira de reajuste salarial dos professores nos diferentes esta-dos do país.

Na verdade, a sua campanha estava colada à política do governo Lula de criar um Piso Nacional do Magistério, servia apenas como uma forma de buscar “melhorar” a política que não era a dos trabalhadores

da educação, mas a política governamental. Porque a CNTE considera o governo Lula como o “seu” gover-no, busca implementar uma política de pressão parla-mentar. De fato, nem mesmo essa política de “lobby” utilizou no governo FHC, pois simplesmente inexistia para o conjunto de trabalhadores.

Com a questão do piso salarial não pode ser conseqüente com a sua própria bandeira e dos sindica-tos de base que a sustentam, que é o piso do DIEESE. Levantou o valor de R$ 1050,00 (inferior ao do DIE-ESE) apenas para mostrar uma fraca oposição ao piso do governo de R$ 850,00. Tinha como lema: “Pague o piso, ou pague o preço”, mas não moveu uma palha sequer para organizar atividades nacionais que garan-tissem a mobilização dos trabalhadores.

A entidade atua assim em virtude de sua direção. Sabemos que ela constitui-se somente de burocratas dos sindicatos de base das diferentes regiões; daí que seu Congresso reflita, não um encontro de trabalhado-res, mas essencialmente de burocratas, que vão formu-lar o programa de “apoio crítico” ao governo; daí que desde a escolha de delegados até a plenária final, todas as correntes oposicionistas e toda política revolucio-nária sejam excluídas, de modo a permitir o controle autoritário dos dirigentes sindicais.

Como a CuT, a CNTE é um pilar de sustentação do governo Lula, legitimando suas políticas educacionais, tal como vimos recentemente com o PDE, o qual a en-tidade vê como um “avanço” para a “discussão educa-cional no país”. As críticas da direção da entidade aos projetos governamentais fundamenta-se em aspectos secundários, buscando separar os “pontos positivos” dos “pontos negativos”. Com isso, em nível nacional, os trabalhadores da educação não têm uma resposta à altura da destruição do ensino público.

A CNTE só vai tornar-se um instrumento na luta contra os governos e em defesa da educação pú-blica, gratuita, para todos e em todos os níveis, quando suas direções burocráticas forem varridas e, no seu in-

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terior, se desenvolver a política proletária para a educa-ção.Plano De lutas

A Corrente Proletária na Educação apresenta as re-soluções seguintes como campanhas gerais e lutas es-pecíficas a serem aprovadas no Congresso.1. A cadeia de crises e aumento das contradições, típi-

cas da fase de decomposição do capitalismo mono-polista, tem potencializado as intervenções bélicas e econômicas. Por detrás da falácia de prosperidade econômica, de melhoria de oportunidades comer-ciais e produtivas, de aumento da importância dos chamados “países em desenvolvimento”, se agi-ganta a miséria, o arrocho salarial e o desemprego. Fica evidente o caráter parasitário do capitalismo, que não aproveita a potencialidade das forças de produção, sobretudo a força de trabalho que é des-perdiçada e destruída. Não há mais como remendar este sistema. É falsa a idéia de que podemos salvá-lo. Precisamos admitir sua decadência. Isso exige nos colocarmos pela derrubada do capitalismo e defesa do socialismo.

2. Os Estados imperialistas procuram jogar o peso das contradições para as demais nações semicolo-niais. Suas tropas subjugam os povos, promovem a matança desenfreada e os oprimem, visando con-solidar o controle de matérias-primas necessárias a uma produção anárquica, a exemplo da interven-ção dos EuA no Iraque e Oriente Médio em geral e da intervenção franco-brasileira no Haiti. Apoiar a resistência contra a invasão imperialista exige le-vantar a bandeira da defesa da autodeterminação dos povos, retirada imediata dos EuA do Iraque e outros países invadidos, retirada imediata das tro-pas brasileiras e aliadas do Haiti.

3. As intervenções econômicas, impostas pelo FMI e Banco Mundial, têm ampliado a miséria e a explo-ração dos trabalhadores e nem por isso curado o capitalismo doente. Por toda parte continuam a ser

elaborados diversos planos (área da saúde, educa-ção etc.) visando criar uma sobrevida ao capital, sangrando as economias dos países semicoloniais, que não conseguem se desenvolver plenamente. São planos antinacionais e antipopulares imperia-listas que precisam ser combatidos através de um rompimento com estes organismos. No Brasil, Lula mantém os acordos realizados pelos governos ne-oliberais anteriores. Não eliminou nenhuma medi-da quanto ao superávit primário, ao contrário paga juros adiantados e retira verbas da educação, saú-de, previdência etc. (DRu). Por isso, defendemos: combate aos planos antinacionais e antipopulares; pelo não pagamento das dívidas interna e externa; pelo rompimento de todos os acordos com o FMI / BIRD; pela organização da frente única anti-impe-rialista.

4. O governo Lula, além de manter a continuidade da política pró-imperialista e burguesa de FHC, incorporou a burocracia sindical ao Estado visan-do maior controle do movimento social. Mantém e elabora medidas de ataques aos trabalhadores, como a Reforma da Previdência, a Alta Progra-mada, o SuperSimples. Mantém o arrocho salarial através de um salário mínimo de fome. Ataca os servidores públicos valendo-se da Lei de Respon-sabilidade Fiscal, aprimorada com a limitação de reajuste salarial. O golpe mais recente é a Lei de Greve, que criminaliza os servidores lutadores. Os trabalhadores não podem aceitar nenhum apoio das direções sindicais a este governo, sob o pretexto de quererem garantir melhorias. Não podem aceitar que as centrais sindicais e a CNTE continuem a ser correia de transmissão do governo Lula. Quanto ao governo Serra, embora não haja apoio por parte das direções, há o desvio da luta pela via parlamentar. Pretendem, através de antigos dirigentes eleitos de-putados, jogar peso na elaboração de projetos ou remendos aos projetos do governo. Essa não é a

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forma de luta típica dos trabalhadores. O Congres-so deve aprovar a independência da CuT e CNTE diante do Estado e do governo. Nenhum apoio ao governo Lula.

5. As conseqüências das reformas neoliberais / impe-rialistas dos governos (federal, estadual), das me-didas de flexibilização e precarização das relações de trabalho têm sido nefastas para os trabalhadores da cidade e do campo. Desemprego, terceirização, arrocho salarial, dificuldades para a aposentadoria, penúria para milhares de camponeses sem-terra, permanência do trabalho infantil e destruição da juventude superexplorada. Admitir esta realidade é se colocar pela defesa de quem trabalha e estuda aprovando: a) Salário Mínimo Vital, que garanta as necessidades da família trabalhadora; b) Escala Móvel de Horas de Trabalho, para que haja em-prego a todos; c) Escala Móvel de Reajuste, para combater a desvalorização do salário; d) fim das reformas governamentais (Reforma da Previdên-cia, Reforma Sindical e Trabalhista, Supersimples, etc.); e) terra aos camponeses pobres por meio da expropriação do latifúndio; f) trabalho e escola a todos os jovens e um salário de acordo com suas necessidades, 4 horas na produção e o restante para estudo e lazer: g) erradicação da exploração infan-til e saúde e moradia à população oprimida; h) fim de toda a legislação repressiva do Estado contra o movimento dos trabalhadores (“lei de greve”, leis de criminalização dos movimentos sociais e sua li-deranças etc.).

6. As reformas educacionais dos governos não têm como combater o fracasso escolar, pois se dão no marco do capitalismo decadente. Implicam a redu-ção de verbas e da responsabilidade do Estado para com o ensino, promovem o crescimento da priva-tização. O FuNDEB não assegura as condições elementares de acesso, recursos e permanência das crianças e jovens na educação básica, é a continui-

dade da política de fundos, das diretrizes educacio-nais traçadas pelo Banco Mundial. A Reforma uni-versitária favorece os empresários da educação. O Prouni é uma forma de mercantilização do ensino, injetando dinheiro nas universidades sob o pretexto de “oportunidade aos jovens pobres”. A política de cotas deixa toda uma maioria de negros fora das universidades. A ampliação do ensino à distância pelo PT, reduz as verbas para as escolas públicas e é mais um negócio para os capitalistas da educa-ção. O PDE aumenta a centralização do governo na educação (avaliação externa e orientação adminis-trativa-pedagógica), cria mecanismos de punição às escolas evidenciando o fracasso da educação ca-pitalista. O Congresso deve aprovar: a) fim de toda a reforma educacional e das leis que a regem; b) abaixo o PDE de Lula; c) defesa de um único siste-ma de ensino, laico, público, gratuito, vinculado à produção social, sob o controle de quem trabalha e estuda.

PolÍticas PerManentessobre a mulher

Vivemos no Brasil um momento em que o Estado burguês é dirigido pelos reformistas (PT). Desde o pri-meiro mandato do governo Lula, jogou-se enormes ilu-sões sobre o movimento das mulheres, negros, índios e homossexuais, com a esperança de que esse governo “democratizaria” o Estado a tal ponto que, mesmo os historicamente “excluídos”, seriam atendidos em suas reivindicações. Mostrou-se em pouco tempo que o governo Lula era mais um fantoche da burguesia. O palavreado de democratização deu lugar às promessas vazias.

Temos um exemplo prático: a construção da Se-cretária Especial das Mulheres. Essa secretária formou uma comissão tripartite que resolveria uma reivindi-cação antiga do movimento feminista – a legalização do aborto. No entanto, as pressões vindas por parte da

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igreja, além de setores conservadores e do próprio PT inviabilizaram a aprovação dessa proposta. O mais gra-ve é que tal comissão, pressionada por esses setores, chegou a retroceder no projeto que já existia em relação ao aborto, ficando aquém das reivindicações históricas desse movimento.

Recentemente, também foi aprovada uma lei co-nhecida como “Maria da Penha”, que deveria combater a violência doméstica e sexual. Essa lei é amplamente defendida pelos partidos e movimentos de esquerda. Embora não sejamos contrários a ela, demonstra a im-potência de resolver o problema da violência contra a mulher no interior do capitalismo, porque, em última instância, a sua efetivação depende da denúncia indi-vidual, ou seja, recai sobre a mulher a responsabilida-de, como se o problema fosse pessoal e não social, não estivesse ligado às relações sociais das sociedades de classe.

Estes exemplos demonstram que as reivindicações elementares das trabalhadoras não serão conquistadas pela via parlamentar. Demonstram também como o atual governo têm retirado os poucos direitos que as mulheres conquistaram ao longo do século XX com as lutas. Desse modo, vemos a licença-maternidade, o tempo de aposentadoria diferente, entre outras conquis-tas ameaçadas pela Reforma Trabalhista, já em pauta no parlamento.

Assim, bandeiras como creches para todos os filhos das trabalhadoras, salário que permita a sobrevivência da família, o direito à maternidade, emprego com esta-bilidade, a legalização do aborto, melhoria nas condi-ções de trabalho, bem como outros direitos dependem da unidade de todos os trabalhadores, homens e mu-lheres.

Essas bandeiras serão conquistadas ao ligarmos as reivindicações específicas às reivindicações mais ge-rais, de luta contra o modo de produção capitalista. É necessário que as mulheres se aliem ao proletariado e que este defenda como parte de seu programa as reivin-

dicações específicas das trabalhadoras.É a revolução socialista e a construção do comunis-

mo que permitirão uma participação e efetivo exercício na sociedade por todas as mulheres.sobre os negrosa opressão racial é a opressão de classe

Historicamente é constatado que o negro sofre opressão de uma minoria branca desde sua origem na África até sua chegada no Brasil, quando da utilização de sua força de trabalho, principalmente, nas minas de extração de metais e nos engenhos de açúcar.

Não é por acaso que, em pesquisas realizadas, nos últimos anos, demonstra-se que a população brasileira é composta quase em sua totalidade por descendentes de negros. Constata-se que esses são marginalizados no trabalho (têm salários menores e são pouco reconhe-cidos profissionalmente; poucos assumem cargos de direção nas grandes empresas, etc.), na educação (nú-meros de analfabetos entre os negros são maiores - isso quando têm acesso à escola, já que a maioria nem chega às universidades), não tem acesso à saúde (número de mortes entre negros é maior, portanto, sua expectativa de vida é menor). Essas diferenças são manifestações de uma base material: o surgimento e a sobrevivência do modo de produção capitalista através da exploração dos negros. Trata-se de uma opressão de classe, porque os negros compõem a maior parte dos trabalhadores do país; é sobre os trabalhadores que recai todas as opres-sões e exploração. a política de cotas exclui a massa dos trabalhadores – brancos e negros

Os reformistas tentam responder a essa opressão de classe, apresentando políticas compensatórias: que-rem com meia dúzia de leis acabarem com a exclusão, discriminação e até o ódio racial, produtos de mais de 300 aos de exploração da mão-de-obra negra. Sistemas de cotas, por exemplo, são os tipos de medidas que co-locam. Dizemos que tais políticas não podem resolver a questão do negro no Brasil, uma vez que a raiz de tal

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opressão encontra-se na existência das classes e na di-visão social do trabalho, o qual, por sua vez, tem como base a propriedade privada dos meios de produção.

O que temos concretamente com essa política de cotas raciais é o que o governo petista tem implanta-do. Ou seja, mantêm-se a exclusão dos mais pobres, sejam brancos ou negros, das universidades, do traba-lho, dos serviços públicos, etc. Na realidade, a forma de “inclusão” que as cotas possibilitam é exatamente essa que tem sido levada à frente: mantém-se a opres-são, enquanto uma pequena parcela recebe migalhas do capital.

uma forma “melhor” de “sistema de cotas” não pode ocorrer na fase de capitalista imperialista, na eta-pa de destruição de direitos e de conquistas trabalhistas. No momento atual, qualquer forma de cotas vai entrar na lógica de destruição de direitos. Isso fica bem claro quando a política de cotas raciais é aplicada à educa-ção, pois, em vez da luta pela ampliação da educação pública, contra os vestibulares, etc., defende-se que as atuais vagas nas universidades públicas, que não aten-de, inclusive, à classe média branca, sejam reservadas a uma parcela dos negros.

A política de cotas é, nesse sentido, essencialmente excludente e reacionária, pois não permite a unidade de todos os trabalhadores, os quais, na sua maioria, são negros.resposta proletária à opressão de classe sofrida pe-los negros

A política proletária parte da situação das classes sociais sem desconhecer por um só segundo outras for-mas de opressão – a racial é de suma importância no Brasil. A revolução proletária depende da massa negra trabalhadora; da mesma maneira, a sobrevivência do capitalismo depende de manter na inércia essa multi-dão oprimida.

A Revolução Proletária tem uma tarefa particular no Brasil (como tem nos Estados unidos, Haiti, África do Sul, etc.): pôr fim à opressão racial, que tem sua raiz

na escravidão. Ocorre que entre os 50% da população branca, também a maioria faz parte do proletariado e dos camponeses, contando com uma classe média mais vasta, cujos laços com o capitalismo são mais amplos e profundos. Por isso, para arrancar as reivindicações da burguesia, qualquer que seja, é necessário unir negros e brancos, explorados e oprimidos.

São partes do programa da classe operária as rei-vindicações contrárias às discriminações: trabalho igual, salário igual; emprego a todo; escola a todos, em todos os níveis; saúde sem discriminação; acesso à mo-radia; fim da opressão à juventude negra. Há problemas imediatos que unem os trabalhadores brancos e negros: o emprego e o salário. Também os une a defesa das reivindicações que dão respostas a esses problemas por meio da luta direto.

assinaM esta resoluÇÃosindicalizados pela aPeoesP - Ana Raquel Cer-chiari de Oliveira; Douglas Ferreira de Paula; He-lena Teixeira Marchiori; Rinaldo Donizeti Alves; Liliane Cilene Bearare; Marisa Pereira Benvido; Paulo Roberto Varela; Messias De Oliveira Miran-da; Silvia Maria Cordeiro; Silmara Cordeiro; Gil-van Ferreira Da Silva; Mônica Da Silva Rodrigues; Sandra De Souza Pinheiro; Mariza Lopes Rabello; Tânia Regina Prevides; Sérgio Augusto Brunetto; Simone Pereira de Ma-cedo; Welton dos Santos Souza; Elisangela Lisboa Micheletti; Fu Chen Cheng; Carlos Leonardo Cos-ta ; Fernando Santos da Silva; sindicalizados pelo sinPeeM - Dilma Correa de Oliveira ; Denise de Assis da Silva; Ana Paula Carvalho ; Eduardo Pe-reira de Oliveira; Adriana de Oliveira Costa; Teresa da Silva Roseira; Sérgio Ricardo Salvador; Vânia Aparecida Moreira da Silva; Adenilto Pereira de Souza; Adriana Alves da Silva; Maria Angélica de Oliveira; Roseane Cleide de Sousa; Débora Cristi-na Fagundes Villa Baptista; Rosalinda Marlene do

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Nascimento; Márcia Maria de Oliveira; Ana Eloisa Carvalho; Ivani Aparecida de Azevedo; Maria He-lena Gigliotti; Ênio Tadeu de Freitas; José Gilberto de Melo; Zélia de Miranda Costa; Rosires de Car-valho Leobas; Maria Elisa Ferreira Martins; Fabia-na Barros Ferreira Mendonça Meira; Stella Márcia Veloso; Cláudio Luiz Stevanato; Sandra de Barros Teixeira Maciel ; Paula Ramos Calvoso ; Shirlei Maria da Costa Salgado; Edna Mehes Souza Cam-pestrini; Idenilde Almeida Camargo Canhoto; Ja-nete Tereza Domingos; Fernando Oliveira; Mari-nes Alexandre Martins; Eliana Santos A. Queiroz; Maria Christina V. Cunha; Luis César de Lima; Elizabete Baptista de Godoy; Rosângela F. P. Fon-tes; Sylvia Lúcia S. Almeida; Maria Aparecida G. de Godoy; Aparecida Tardoqui Lima; Roberto Hiroshi; Fátima Aparecida da Silva ; João Batista de Carvalho;; Josineide Tavares de Melo; Michele Antunes das Neves; Salete Mattos Sampaio; Lour-des Faustino Lopes; Elidamares Fernandes Bianchi Rosa; José Luiz da Costa; Andréa Tavares Dantas; Irene Tir Pellinson; Adriana Maria de Jesus Cota; Maria Rosa Ochman; Eridan Sales Fernandes; San-dra Mara Paiva; Elaine Cristina Alves de Carvalho Leal; Vera Márcia Lucci; Iara Ilma Valente Nery ; Marcela Cristina Evaristo; Dóris Gonçalves Car-neiro; Sônia Shirley Gonçalves Lopes; Eliana Apa-recida Matos; Meiri Regina Miloch ; Maria Eli-zabeth Del Grande; sinDicaliZaDos Pela aFuse - Maria de Fátima dos Santos .

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conJuntura internacionalA característica do nosso tempo é o de defensiva

estratégica e de ofensiva do capitalismo sobre os traba-lhadores. À queda da uRSS seguiu-se a unipolaridade e o hegemonismo dos EuA e das políticas neoliberais ainda em curso. Instrumentalizando sua ação através da globalização e da reestruturação produtiva, o neo-liberalismo eleva o parasitismo do capital financeiro e a proeminência do interesse privado sobre a coletivi-dade.

Para manter sua hegemonia os EuA adotam uma política externa agressiva e intimidatória, recorrendo ao militarismo e ao belicismo (agressão, ocupação e recolonização de países soberanos).

A vertiginosa ascensão da China à condição de potência econômica, nos marcos do desenvolvimento desigual das nações, cria um contraponto importante e progressista ao unilateralismo da Casa Branca, fortale-cido pela recomposição da Rússia.

Há um prenuncio de uma onda conservadora na Europa, após os resultados eleitorais na Alemanha, França, Espanha e Bélgica.

Na América Latina, se de um lado, persiste a forte ofensiva do capital financeiro e das potências imperia-listas contra os direitos sociais e os interesses nacio-nais, desencadeada pela aplicação da política neolibe-ral agravaram o processo de espoliação imperialista das economias nacionais, ampliando a desnacionalização, a dependência e a vulnerabilidade externa, viabilizando o pagamento da dívida à custa de uma dramática redu-ção do ritmo de crescimento da renda per capita.

A América Latina e o Brasil são palcos, hoje, de um novo e promissor cenário político, criado pelas derrotas eleitorais da direita neoliberal e pelo avanço correspon-dente das forças e partidos de esquerda. Embora não haja um ascenso da luta de massas, é patente a necessi-

dade objetiva de mudanças mais profundas e radicais. Os povos da região reclamam a superação da miséria neoliberal e respaldam a luta por novos projetos de de-senvolvimento nacional com caráter antiimperialista.

As agressões imperialistas aos paises revelam, por um lado, o caráter genocida do capitalismo e, por outro, a resistência dos povos, a luta contra os que se conside-ram “donos do mundo”.

O inimigo é grande e poderoso, mas não é im-batível e já se vê que tem os pés de barro. O poderio econômico dos EuA declina frente às potências rivais da Europa e da Ásia. A autoridade política do império também definha. A estratégia imperialista do governo Bush para o Oriente Médio, em especial as guerras cri-minosas contra o Iraque e o Afeganistão, repudiadas inclusive pelo povo norte-americano, estão a caminho de uma retumbante derrota.

Nossa tarefa número um é combater o imperia-lismo e o neoliberalismo, nosso desafio estratégico é derrotá-lo. E será através desta luta que conseguiremos abrir caminho a um futuro de justiça social, emancipa-ção da classe trabalhadora, superação do capitalismo e construção de uma nova experiência socialista neste século XXI.

conJuntura nacionalO segundo governo de Luiz Inácio Lula da Silva

tem como herança o seu próprio primeiro governo. Com a formação de uma base política de apoio am-pla, com total participação do PMDB, em uma situação econômica relativamente estável e apresentando índi-ces macroeconômicos favoráveis, gozando de vasto apoio popular.

Mas a nova realidade não apaga a luta entre a con-tinuidade e a necessidade do aprofundamento das mu-danças progressistas. A contra tendência à aplicação do

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corrente sinDical classista - csc Avançar nas mudanças com unidade e luta

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novo projeto democrático em nosso país é sustentada por forças conservadoras poderosas que ainda detem importante força política, exercem um imenso poder econômico e centralizam os grandes meios de comu-nicação, exercendo eficaz pressão ideológica nos con-dutos da sociedade e sobre o governo, persistindo em impor seus interesses fundamentais acima dos anseios democráticos e populares. um exemplo recente é a re-forma política onde os setores conservadores rejeita-ram os pontos fundamentais para o fortalecimento da democracia e dos partidos, como o voto em lista, o fi-nanciamento público de campanha.

Está em andamento o PAC (Programa de Acele-ração do Desenvolvimento). Constitui uma iniciativa positiva no sentido de enfrentar os problemas nacio-nais e resgatar o papel do Estado no desenvolvimento. Mas são medidas tímidas frente aos desafios. Silencia em relação à política monetária, ignorando o amplo consenso nacional de que as taxas básicas de juros es-tabelecidas pelo Banco Central constituem um grande obstáculo ao crescimento da economia nacional. Além disso, inclui propostas que se opõem aos interesses dos trabalhadores e trabalhadoras e do movimento sindical brasileiro, como a utilização do FGTS para financiar obras de infra estrutura e a fixação de um teto ( 1,5% mais o IPCA) para o aumento das despesas com o fun-cionalismo público - o PLP 01. Não trata de questões estruturais, mas de ações conjunturais e focalizadas.

Apesar dos avanços observados no governo Lula, com a interrupção das privatizações, a relativa melhoria dos salários e do emprego, certos avanços progressivos contrários à imposição liberalizante, a linha macroe-conômica seguida pelo 2º governo Lula não se desfez de uma orientação monetarista, ortodoxa, dependente das injunções e interesses dos grandes círculos finan-ceiros, comprometendo desse modo a possibilidade de um rumo de desenvolvimento mais forte, sustentável e constante. A política econômica continua presa à per-versa combinação de taxa de juro real extremamente

elevada e um câmbio sobre valorizado podendo levar uma especulação contra o real e na possibilidade de de-sindustrialização do país.

Ainda hoje, temos cerca de nove milhões de tra-balhadores e trabalhadoras enfrentam o desemprego aberto; os salários estão arrochados e apenas um ter-ço da população economicamente ativa tem ocupação no mercado formal de trabalho; a maioria se submete a vínculos precários de trabalho para sobreviver, sem acesso aos direitos sociais e à Previdência Social. Tudo isto está associado ao aumento das desigualdades; da concentração da riqueza no campo e na cidade; da cri-minalidade; do tráfico de drogas e da violência, princi-palmente nas regiões metropolitanas.

A discussão e a luta pelo rumo do Brasil tornam-se ainda mais acirradas e candentes. A luta por novo pro-jeto de desenvolvimento nacional - que abra caminho a um poder de base democrático-popular, que aprofunde a democracia, exerça plenamente a soberania, reduza as desigualdades e alcance à condição de um país so-cialmente mais justo - não é o projeto de país que pre-valece hoje no governo.

Cabe lutar para reverter o arrocho dos salários; buscar o pleno emprego; combater a precarização e a terceirização, particularmente do setor público, assim como todas as formas de discriminação e opressão de gênero, etnia, geração e orientação sexual; garantir se-gurança e saúde no trabalho; defender a sustentabili-dade ambiental; mudar o modelo agrícola, efetivando a reforma agrária, coibindo a super exploração dos as-salariados agrícolas e reforçando a agricultura familiar; assegurar o acesso de todos aos direitos trabalhistas e previdenciários, bem como à educação e saúde pública de qualidade; valorizar os serviços e os servidores pú-blicos. Não podemos admitir retrocessos.

Necessitamos de um crescimento mais robusto e duradouro do PIB, que demanda mudanças na política econômica; o fortalecimento do Estado, com aumento dos investimentos públicos e a integração solidária dos

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países latino-americanos.Para mudar o Brasil é necessário um projeto de de-

senvolvimento nacional, com valorização da força de trabalho, com redução da jornada de trabalho, o ple-no emprego, a preservação e ampliação dos direitos sociais. Desenvolvimento com soberania e integração econômica e política solidária dos povos, o que não é possível no âmbito do sistema capitalista-imperialista. Por esta razão, nossa luta estratégica é por uma socie-dade socialista.

Precisamos continuar na linha de resistência cons-tante e de acumulação estratégica, tendo em vista o ní-vel da correlação de forças, pressionar o governo para ultrapassar os limites impostos pelos grandes círculos financeiros e concretize as mudanças necessárias para alterar esta dura realidade.

Para avançar nesta direção é preciso haja grandes mobilizações e pressões unificadas dos movimentos sociais, sindicais, junto com a CMS – coordenação dos movimentos sociais – contra a retirada de direitos dos trabalhadores e trabalhadoras e pelas mudanças econô-micas e sociais necessárias.

PolÍtica sinDicalA reeleição de Lula, em 2006, abriu novas perspec-

tivas para nosso povo, favorecendo a luta por transfor-mações sociais mais profundas. Na luta por um novo rumo para o país, o movimento sindical precisa assumir o desafio de transformar a classe trabalhadora em pro-tagonista da luta política nacional por um novo projeto de desenvolvimento com valorização do trabalho.

Responder aos desafios da nova realidade exige a defesa intransigente do socialismo como objetivo maior da classe trabalhadora e o combate ao neoliberalismo e a opressão capitalista.

Vivemos um momento de mudanças no meio sin-dical brasileiro, que coincide com redefinições no sin-dicalismo mundial,com a fusão da Ciols e a CMTe as iniciativas de reorganização da FSM-Federação Sindi-

cal Mundial.No Brasil, na cúpula do movimento sindical bra-

sileiro, temos uma pluralidade de entidades: a CuT, a Força Sindical, a Nova Central Sindical, o Conlutas e a Intersindical. E recentemente tivemos a fusão da CGT, CAT e SDS constituindo a uGT. Nesse quadro, a uni-dade do movimento sindical passa pela união das cen-trais na ação, em estreita aliança com os movimentos sociais, em torno de bandeiras e lutas concretas, como já vem ocorrendo em relação à redução da jornada de trabalho, valorização do salário mínimo e outros te-mas.

Faz-se necessária a organização de uma Conferên-cia Nacional da Classe Trabalhadora (Conclat) incluin-do todas as centrais sindicais do Brasil para coorde-nar ações concretas de lutas comuns. Este poderá ser o caminho para a construção da identidade da classe e de seu protagonismo na luta por um Brasil soberano, democrático e de justiça social.

A democracia é uma questão central para o pre-sente e futuro do movimento sindical brasileiro, cuja solução é também a chave para superar a crise de re-presentatividade do sindicalismo moderno Destacan-do-se a necessidade de zelar pela autonomia frente aos governos e aos partidos políticos, evitando a partidari-zação sem cair no apoliticismo ou no economicismo, deve igualmente exercitar a democracia interna e lutar pela democratização do movimento sindical brasilei-ro, combatendo o burocratismo, assim como criando um ambiente ao mesmo tempo plural, amplo, aberto e unitário, estimulando a participação das massas nas atividades e gestões sindicais e aproximando direção e base.

A CSC saiu da CuT e está construindo a CTB – Central dos Trabalhadores do Brasil, com outras forças sindicais. O congresso de fundação está marcado para dezembro de 2007. Defendendo:a - Sindicalismo democrático, plural e classista, res-

peitando as divergências, aglutinando diferentes

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correntes de opinião e adotando uma nova meto-dologia de democracia interna com a proporciona-lidade qualificada na eleição da direção da central;

b - unidade do conjunto dos trabalhadores e traba-lhadoras na luta por mudanças, incluindo desem-pregados, subempregados, privados e públicos, formais e informais, rurais e urbanos, aposentados, pensionistas, além de lutar contra todo tipo de dis-criminação no trabalho, representando os justos in-teresses específicos das mulheres, dos negros, dos jovens e idosos. Interação da organização sindical com o conjunto dos movimentos sociais;

c - unicidade sindical na base, alicerce indispensá-vel para uma união mais ampla das categorias, que vem sendo ameaçado por iniciativas oportunistas de desmembramentos e divisões de bases;

d - Liberdade sindical e autonomia das entidades em relação ao capital, a governos e partidos políticos, que não deve ser confundida com neutralidade na luta política;

e - Comissões sindicais de base. Levar o sindicato para o local de trabalho e colocar em primeiro pla-no a participação das bases na definição dos rumos da luta sindical;

f - Sindicalismo forjado na luta contra a exploração do capitalismo e a opressão imperialista e com-prometido com a defesa dos direitos sociais, a luta por um novo projeto nacional de desenvolvimento, fundado na soberania e valorização do trabalho, a emancipação dos trabalhadores, a defesa da paz mundial e pela construção de uma sociedade socia-lista.

PolÍtica eDucacionalEntendemos a educação como prática social e

como tal é campo de luta hegemônica entre o capital e a classe trabalhadora. O papel social da educação ao considerar a relação entre processo de produção e os processos educacionais ou de formação humana, vem

fortemente marcada por concepções conflitantes. Confrontam-se as necessidades da reprodução e

acumulação do capital e as necessidades humanas. Exi-ge-se o saber do trabalhador, sua capacidade de análise, e de trabalhar em equipe. Necessita-se de trabalhadores com uma capacitação teórica mais elevada, o que im-plica em aumento do tempo de escolaridade e melho-rias na qualidade da educação. Esse é também o desejo da classe trabalhadora, porém, enquanto o capital visa à produtividade e o lucro, os trabalhadores visam a sua qualificação humana e a melhoria da sua existência. O conhecimento, a formação técnica, os processos educa-tivos e sua democratização constituem-se em campos de disputa.

A escola pública unitária poderá ser a mola propul-sora para que a democracia tenha condições objetivas de se efetivar na sociedade brasileira. Nessa escola uni-tária, os processos educativos dependem de uma cons-trução intimamente ligada com a construção da própria sociedade, os quais contribuem para a emancipação humana no plano do conhecimento e no plano político organizativo.

Entre as perspectivas da escola unitária destaca-se a superação das polaridades: conhecimento geral e es-pecífico, teórico e prático, técnico e político, uma vez que todas essas dimensões ocorrem na realidade con-creta. Trata-se de buscar eixos básicos que levem a in-terpretar, a definir núcleos de conhecimento, processos, métodos e técnicas, na unidade dialética entre teoria e prática.

A formação humana é no caráter pleno, omnilate-ral, que abrange o homem e a mulher integral, no domí-nio dos conhecimentos científicos, mas também da ati-vidade criadora, das habilidades, atitudes, nos aspectos físico, mental e afetivo. uma educação básica e geral sem rupturas e dicotomias entre os níveis de ensino, visando uma formação ampla – nas ciências, nas letras e nas artes, que acompanhe o avanço científico-tecno-lógico e tenha como base as práticas sociais concretas.

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Esta educação, de caráter multilateral, só adquire sen-tido se articulada necessariamente a um projeto social transformador da sociedade atual, que coloque como centro a emancipação das classes populares e sua luta por um futuro de igualdade, progresso e justiça social e numa sociedade socialista.

Esta concepção implica em problematizar sua es-trutura e organização atuais: suas formas de gestão, es-paços e tempos, metodologias, conteúdos e avaliação, bem como a formação de professores e de todos os pro-fissionais de educação, com o caráter e conteúdo neces-sários para atender às demandas por esta nova escola.

Como educadores comprometidos com a escola pública acima referenciada é romper esta lógica, tor-nando-a estreitamente vinculada à vida, instrumento não apenas de acesso e permanência, mas sobretudo de socialização e produção de conhecimentos, das ciên-cias, das letras e das artes, da educação dos sentidos, do lúdico, dos valores, da ética e da estética.

A escola básica unitária e politécnica qualifica a força de trabalho para o processo social em todas as suas dimensões, inclusive a formação técnica e profis-sional mais específica. Não basta resistir às investidas do capital que propõe a lógica do mercado na produção e na formação do trabalhador, é necessária a construção de uma alternativa que faça o enfrentamento ao projeto neoliberal de exclusão.

Essas mudanças que se impõem hoje para o desen-volvimento da educação básica e que estão em discus-são no Conselho Nacional de Educação, devem articu-lar-se organicamente às novas Diretrizes Curriculares para a Educação Básica, à revisão da LDB e do Plano Nacional de Educação, na perspectiva de construir o Sistema Nacional de Educação em nosso país.

O Sistema Nacional de Educação consiste na arti-culação dos graus, níveis, séries, modalidades de ensi-no e mecanismos democráticos de passagem de uns a outros, em regime de co-responsabilidade entre as ins-tâncias gestionárias e as esferas de poder. um sistema

pautado nos seguintes princípios: a educação como di-reito de todo cidadão, o dever do Estado na garantia da escola pública, gratuita, universal e laica, a igualdade de oportunidades e condições para o acesso à cultura, nas suas múltiplas manifestações, como fator de desen-volvimento das potencialidades do educando e de sua formação integral.

Com as seguintes diretrizes: ampliação das oportu-nidades de acesso e permanência das massas populares na escola pública,garantia de boa qualidade do ensino ali ministrado, participação democrática da população organizada na gestão das instituições escolares e nos órgãos de decisão sobre o ensino, valorização dos pro-fissionais da educação.

Os resultados obtidos nas últimas avaliações da educação básica no Brasil apontam o quanto o país está distanciado da garantia à população do direito a uma escola pública de qualidade social. As mudanças no financiamento da educação básica, com a aprovação do FuNDEB, se por um lado rompeu com a focaliza-ção no ensino fundamental, por outro lado confirmou a necessidade de rompimento com o atual modelo de desenvolvimento econômico e de adoção de um novo modelo que conceba a educação como um dos pilares estruturadores do desenvolvimento nacional, adotan-do, conseqüentemente, uma política mais agressiva de financiamento. A dívida social que o país acumulou historicamente no setor educacional não será resolvi-da sem o envolvimento e a contribuição dos diversos segmentos que lutam pela melhoria da educação pú-blica no Brasil. Fato que não ocorreu, por exemplo, na elaboração do PDE, que priorizou a articulação com o setor empresarial em detrimento da sociedade civil organizada, constituindo-se na conjugação de ações já em execução e metas a serem atingidas, quando pode-ria, de fato, ser um plano de desenvolvimento da educa-ção fundamentado no debate acumulado nos diversos CONEDs.

A aprovação do Piso Salarial Profissional Nacional,

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apesar dos limites impostos pela correlação de forças no congresso nacional e na sociedade, representa um passo importante na luta pela valorização profissional e aponta na direção de garantirmos, com a nossa mobili-zação, a inclusão posterior dos funcionários de escola, assegurando um piso para o conjunto dos trabalhadores em educação.

A jornada de tempo integral, como elemento funda-mental para a qualidade na educação; com a implemen-tação de um plano de carreira unificado, oferta publica de formação inicial e continuada aos professores e pro-fessoras, funcionários e especialistas das redes publicas de ensino, conforme as demandas e as peculiaridades regionais; contratação por concurso público de provas e títulos, para suprir o déficit e substituir as contratações temporárias; gestão democrática em todas as etapas da organização educacional e garantia de fiscalização e controle sociais, com conselhos eleitos democratica-mente e seu funcionamento pleno e democratização das funções diretivas escolares. Apoio e incentivo à organi-zação dos estudantes na gestão democrática da sala de aula e dos espaços escolares.além de outras medidas como:a) Redução do número de alunos por sala na educação

básica, visando ampliar as condições de qualidade da educação e do trabalho docente, gerando cam-pos de trabalho e atuação para a juventude no cam-po da educação;

b) Reorganização dos currículos, atendendo às neces-sidades sociais e acompanhando o avanço técnico-científico contemporâneo;

c) Avançar nos estudos e avaliações das experiências de organização da escola por ciclos de formação, trazendo para o debate os professores, funcioná-rios, pais e comunidade. Além das mudanças táticas, medidas emergenciais

a curto e médio prazo, é preciso elaborar um projeto de longo prazo, para atingir a raiz do problema.

É preciso vincular as mudanças educacionais com

as mudanças necessárias para o desenvolvimento na-cional. Defendemos um projeto de crescimento econô-mico, com soberania e valorização do trabalho, priori-zando o mercado interno, aumento do salário mínimo, distribuição de renda e priorizando, de fato, políticas sócias, como educação e saúde pública.

A educação é parte estratégica e parte integrante deste projeto de desenvolvimento.

É necessário que os educadores e educadoras assu-mam, cada vez mais, o protagonismo político, organi-zando a luta pelo direito ao trabalho e pela elevação do padrão de vida, conjugada com os ideais de solidarie-dade, liberdade, e elevação do nível cultural do povo brasileiro e mundial.

BalanÇo PolÍtico Da GestÃoNo contexto político final do Governo Lula e sua

reeleição, a CNTE jogou importante papel na defe-sa dos trabalhadores e trabalhadoras e nos anseios da sociedade brasileira. Além de desenvolver ações para consolidar a vitória do campo popular e democrático através de lutas realizadas.

A CNTE foi interlocutora junto aos órgãos públi-co – executivo, MEC, parlamento, judiciário e outras instituições em defesa da educação pública e dos di-reitos dos profissionais de educação e dos sindicatos afiliados.

A CNTE tornou-se referencial político, sindical e educacional no movimento internacional de educação, como na IE , IAL e CEA. Destacando-se nas direções destas entidades e participando de encontros e congres-sos.

Mobilizamos e fizemos pressão no congresso na-cional pela aprovação do FuNDEB. Embora o que foi aprovado não corresponde a totalidade da nossa pro-posta, mas sem dúvida foi um avanço, dentro da corre-lação de forças existente. Significa mais recursos para educação básica (educação infantil -creche, pré-escola - e ensino médio).

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Outra batalha que houve um grande investimento foi a do PSPN. Constituiu-se um grupo de estudo da diretoria para realizar um levantamento da realidade salarial dos profissionais de educação e elaborar uma proposta de piso salarial. Fizemos uma publicação ex-plicando sobre a nossa proposta do PSPN e distribuído para todas afiliadas. Esta luta ainda está em curso no congresso nacional.

Destaque especial foi a fundação e o funcionamen-to da escola de formação da CNTE. Houve curso de preparação de formadores dos sindicatos que realiza-ram cursos nas suas entidades. Elaboração e publicação de cadernos de formação do referido curso e recente-mente a publicação da revista Retratos da Escola. A es-cola tem promovido seminários e constituído um grupo de colaboradores entre entidades e personalidades da área de educação.

A consolidação do programa PROFuNCIONÁ-RIO, bem como sua luta pela conceituação de profis-sionais da Educação. Ainda se encontra em tramitação no Congresso Nacional.

Outro aspecto positivo foi o acompanhamento dos movimentos nos Estados, greves longas como aconte-ceram nos Estados de Alagoas, Bahia, Maranhão, Per-nambuco, Rio Grande do Norte, Goiás entre outros. Muitas com intermediação da CNTE.

A articulação política para fazer a contra-posi-ção firme ao Plano de Desenvolvimento da Educação (PDE).

A organização da Marcha em defesa da educação, o dia estadual de luta, vigília no Congresso Nacional, foram ações importantes da CNTE para dar conta da defesa dos interesses dos trabalhadores em educação.

As diversas secretarias funcionaram nas suas res-pectivas áreas. A consolidação e expansão do DEFE, do DESPE, do Departamento de Aposentados que realizou encontros regionais e uma pesquisa nacional sobre a situação dos e das aposentadas. Houve várias reuniões dos coletivos, para dentre outros ajudaram a consolidar

cada vez as organizações da CNTE, contribuindo para o seu fortalecimento.

O funcionamento das instâncias da direção – exe-cutiva e CNE - foi fundamental para encaminhar as de-cisões emanadas no Congresso da CNTE.

Plano De lutasA CNTE deve continuar lutando pela concretização

do Plano de lutas deliberadas no XXIX Congresso*, pois todas as propostas permanecem atuais. acrescentamos:- Lutar contra o imperialismo, em defesa da paz

mundial e da integração solidária da América Lati-na e por uma sociedade socialista.

- Contribuir para avançar a construção de uma unida-de mais ampla da classe trabalhadora participando das lutas propostas pela CMS, pelas centrais sindi-cais e pelos movimentos sociais que defendam os direitos dos trabalhadores e trabalhadoras.

- Defender uma politização maior dos movimentos sociais, dos sindicatos e do conjunto da classe tra-balhadora, defendo de um novo projeto nacional de desenvolvimento, com soberania e valorização do trabalho.

- Cultivar a solidariedade entre os trabalhadores e suas organizações, não só em âmbito local e nacio-nal e internacional.

- Combater a discriminação no trabalho, exigindo a igualdade de gênero, etnia, bem como o respeito à orientação sexual, a ampliação das oportunida-des para a juventude e a incorporação de jovens, mulheres e homossexuais nas batalhas sindicais e políticas.

- Defender da Previdência Pública e lutar con-tra qualquer reforma que venha retirar direitos. Como o aumento da idade.

- Lutar por um reforma política democrática com financiamento público para campanhas, voto em lista.Contra a cláusula de barreiras.

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- Participar da luta em defesa da Amazônia e dos po-vos indígenas.

- Contra a mercantilização do ensino. Pela regulamentação do ensino privado e limitação

da participação do capital estrangeiro nas universi-dades privadas brasileiras.

- Pela reestatização da Vale do Rio Doce.- Contra a privatização do ensino publico e dos hos-

pitais universitários, seja por meio das fundações privadas seja pela aprovação do projeto de criação de fundação de estatais de direito privado.

- Lutar por um Sistema Nacional de Educação. - Lutar pela imediata implantação da lei 10 639/

2003 em todos os níveis educacionais.r) Pressionar o congresso para votar o Estatuto da

Igualdade Racial e o PL 73/99 que reserva 50% do acesso nas universidades publicas para alunos das escolas públicas com cotas para negros e indíge-nas.

s) Lutar pela aprovação do PL 6 206/2005 bem como o PL 1 592/2003 e pelo piso salarial profissional nacional também para os funcionários.

estatutoalterações:a - Supressão do item h do art 4º .b - supressão no § 2º da letra h.*critério de proporcionalidade – hoje pelo estatuto quem define é o CNE.

A definição da composição da diretoria e do con-selho fiscal eleitos, e a ocupação dos cargos, far-se-ão pelo critério da proporcionalidade obedecendo aos se-guintes procedimentos:a) – divide-se o numero total de votos conquistados

de cada chapa por 01 (um), 02 (dois), 03 (três) e assim sucessivamente até atingir o número total de cargos efetivos e suplentes a serem preenchidos;

b) – a escolha dos cargos será feita pela ordem decres-cente de pontos, comparados os resultados da cada

chapa;c) – em caso de empate na pontuação, durante a com-

paração prevista na alínea anterior, a vantagem fica assegurada à chapa que obteve o maior número de votos no pleito.

*criação das seguintes secretarias: saúde e Funcio-nários.

Em substituição das secretarias de direitos huma-nos cuja competências serão exercidas pela secretaria de assuntos jurídicos e da secretaria de projetos e coo-peração cujos projetos e cooperações serão de acordo com a área especifica das respectivas secretaria.*alteração do nome da secretaria de relações de gê-nero por secretaria da mulher trabalhadora.

PolÍticas PerManentesa luta emancipacionista das mulheres

As mulheres brasileiras, na luta cotidiana vão cons-truindo a história, junto com os homens, rompendo as cadeias de dominação e enfrentando o peso secular da exploração e opressão social, política, econômica, cultural e familiar. Conquistou maior participação no mercado de trabalho, no parlamento, nos movimen-tos sociais, sindicais e populares. Mas ainda é preciso avançar mais.

O aumento do salário mínimo e a Medida Provisó-ria 284/06 – formalização dos trabalhadores e trabalha-doras domésticas, com a dedução no Imposto de Renda das despesas do INSS para quem assinar a carteira de trabalho, a aprovação já há mais um ano da Lei Maria da Penha, duas conferencias para avaliar e definir as políticas para as mulheres, foram avanços nesta frente de luta alcançados no governo Lula.

Está colocado na ordem do dia o projeto de desen-volvimento nacional com soberania, com valorização do trabalho. Torna-se indispensável que neste projeto haja explicitamente as reivindicações especificas das mulheres como:» O desenvolvimento econômico nacional. Lutar

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contra o desemprego – campanha pela redução da jornada de trabalho sem redução do salário e sem flexibilização laboral;

» Continuar a luta pelo aumento continuo do salário mínimo e contra as desigualdades salariais, cons-tantes na vida das mulheres (aplicação da conven-ção 100 da OIT – salário igual para trabalho de igual valor);

» Lutar contra o trabalho informal, contra a precari-zação e flexibilização do trabalho, bem como con-tra a retirada de direitos trabalhistas já conquista-dos;

» Lutar contra a dupla jornada de trabalho da mu-lher e para que o trabalho no âmbito doméstico e familiar seja compartilhado e de responsabilidade também do Estado através de políticas públicas;

» Lutar pela melhoria das condições de trabalho;» Participar da campanha do 1º emprego também

para as mulheres jovens;» Lutar por um sistema previdenciário brasileiro com

vistas a garantir aposentadoria e um padrão de vida condigno a quem dele se beneficie;

» Garantir a capacitação das mulheres para o merca-do de trabalho;

» Desenvolver mecanismos que incentivem a contra-tação de mulheres pelas empresas;

» Promover relações de trabalho não discriminató-rias, com equidade salarial e de acesso a cargos de direção;

» O combate à violência de gênero, racial e homo-fóbica no trabalho, bem como o assédio sexual e moral;

» Considerar as singularidades de gênero, de raça, de geração e de classe nas ações e políticas de inser-ção das mulheres no mercado de trabalho;

» Criar equipamentos públicos de qualidade que per-mitam a liberação das mulheres para o pleno exer-cício profissional;

» Defender a educação pública, gratuita, de quali-

dade social, unitária e incorporar a perspectiva de gênero, raça, etnia e orientação sexual no processo educacional formal e informal;

» A luta antiimperialista e anticapitalista e a luta pelo socialismo;

violência contra a mulher A violência doméstica contra a mulher é maior que

a violência urbana, segundo dados de distintos órgãos de pesquisas. Há ainda o assédio sexual e o assédio moral. Todas estas violências afetam a vida profissional e afetiva das mulheres. O Brasil é líder mundial de vio-lência contra a mulher. A lei 10. 224/01 trata do assedio sexual como crime e estabelece a pena de um a dois anos de detenção.

A violência contra a mulher também existe dentro dos sindicatos, no movimento sindical, cuja prática continua machista, salvo honrosas exceções. A segre-gação, o assédio moral e sexual, o desrespeito às opini-ões, o alijamento do poder de decisão, a delegação de tarefas secundárias e a falta de interesse em encami-nhar as questões de gênero são problemas recorrentes dentro das entidades sindicais. Não podemos ficar indi-ferentes a esta realidade. É preciso combater com vigor e coragem esta prática nas entidades sindicais, com um trabalho educativo intensivo. » É preciso que o movimento sindical assuma o com-

bate à violência contra a mulher, inserindo-se na luta dos movimentos femininos, apoiando as de-núncias, oferecendo a estrutura de seus departa-mentos jurídicos para as trabalhadoras vítimas de assédio moral ou sexual, bem como apoio psicoló-gico.

» Inserir-se na luta pela valorização da imagem so-cial da mulher também deve ser tarefa do movi-mento sindical classista.

saúde da mulher, direitos sexuais e reprodutivos.Morrer de gestação (gravidez), parto, puerpério ou

aborto não pode ser o destino das mulheres. Por isso devemos combater a mortalidade materna. No Bra-

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sil 98% das mortes maternas seriam evitáveis. Atinge mais as mulheres afrodescendentes, indígenas, pobres e solteiras vivendo nas regiões mais pobres.

O aborto deve ser entendido como problema de saú-de pública. Precisamos defender a descriminalização e legalização do aborto para evitar o grande número de mulheres que morrem ao fazer o aborto sem os recursos necessários, pois quem tem dinheiro faz em clínicas.Participação Política da Mulher

A batalha eleitoral de 2008 deve ter participação efetiva das mulheres, não só como votantes conscien-tes, já que são a maioria do eleitorado, mas também como candidatas. Defendemos a aplicação da lei de co-tas para as candidatas mulheres. Por uma reforma política democrática que propi-cie maior participação da mulheres na vida política nacionalresgatar a dívida histórica com o povo negro

A composição de negros e negras no Brasil é de 47%, logo, os profissionais em educação precisam também representar as demandas específicas dessa par-cela de brasileiros. Entendemos que a luta anti-racista exerce importante papel nos movimentos sociais, de-monstrando amadurecimento político, fortalecendo-se enquanto sujeito político fundamental para a confecção de um projeto para o Brasil! Por isso propomos:a- Interagir mais com outros segmentos do movimen-

to social na luta contra o racismo, preconceito, dis-criminação e exclusão;

b- Criação de um Programa Nacional de Combate ao Racismo e ao Preconceito Racial no ambiente es-colar;

c- Lutar pela adoção de cotas para negros, indígenas e estudantes da rede pública, no ingresso às univer-sidades públicas e privadas;

d- Exigência de implementação da Lei 10.639 e capa-citação de profissionais;

e- Financiamento à pesquisa sobre as relações ra-ciais;

f- Mudança da imagem da mulher e do homem negros na mídia, visando à superação de antigos estereó-tipos e à valorização de seus papéis como agentes críticos e participativos.

saúde dos trabalhadores e trabalhadoras em edu-cação

As mazelas sociais manifestam-se nas salas de aula: A unesco aponta que 30% dos afastamentos em escolas da rede pública no Brasil são motivados pela violência. Também revela que os professores brasilei-ros têm o pior salário, quando comparados aos seus colegas de profissão de outros 32 países de economia equivalente. Isso obriga os professores a elevar a sua carga horária. Não raro acumulam até 60 horas de jor-nada de trabalho. Também faltam funcionários nos se-tores, sobrecarregando os que estão em atividade.

A superlotação das salas de aula, a obrigato-riedade da extensão das jornadas, a convivência diária com a violência na escola e seu entorno fazem com que a saúde física e mental dos trabalhaadores em educação seja afetada. Casos sistemáticos de estresse, depressão e da síndrome de burnout – situação em que o profissio-nal, desenvolve uma relação apática com o trabalho. As doenças ocupacionais não se restringem, porém aos danos psicológicos. Tendinites, bursites, disfonias, dis-funções ortopédicas e problemas circulatórios fazem parte do dia-a-dia do professor.

No tocante à jornada de trabalho dos funcionários de escola, além de extensa, existe a sobrecarga de tra-balho, notadamente físico, nos casos de limpeza, ali-mentação e segurança. O manuseio de produtos quí-micos e a carência equipamentos de proteção fazem do exercício profissional uma jornada insalubre e com periculosidade.

assinaM esta resoluÇÃoDiretoria cnte - Raquel Felau Guisoni; Anto-nieta Trindade; Rui de Oliveira; Raimunda Gomes; aPlB – Ba - Aguinaldo de Oliveira; Claudemir

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Nonato de Santana; Clovis Rios Fetal; Elza Souza Melo; Ivana Maria Cabral Leony; Ivone Alves de Azevedo; Joel de Santana Câmara; Jorge Carnei-ro de Souza; Jorge Washington Lopes de Sousa; José Lourenço Souza Dias; Kalila Marinho Pinto Souza; Lusma Freire Guimarães; Margarida Ma-ria Alves dos Santos; Maria Madalena dos Santos; Marilene dos Santos Betros; Mônica Maria Santa-na Muniz; Nivaldino Felix de Menezes; Sonia Real Pereira; Valdice Eington dos Santos Borges; Vital de Oliveira Vasconcelos; Adenice Maria de Jesus Chaves; Adriana Oliveira de Souza; Ailton Ribei-ro Rodrigues; Alcione Viana Gomes; Alina Rita Leite B. Pereira; Dilma Santana Miranda; Enéas Chaves Soares; Heber Morais Brito; Jacira Gomes Wanderley Brito; João Neto Fraga Santana; José Francisco Pereira; Maria Conceição M. Barbosa; Maria de Fátima Gomes Freire; Marlede Silva Oli-veira; Welito Santa Bárbara Franco; Weliton Tatia-no Marques de Souza; sinte – Pi - Maria dos Remédios Silva; Francisco Wagner Beserra; Mar-celo Amorim; sinteGo – Go - Márcia Maria de Paula; Arcilon Sousa Filho; Rosângela Maria; Dirlene Conceição; Jorge Ricardo; Ailma Maria; Lucimar Carneiro; Ecila Maria Bustamante; Eli-zângela Ólive; Jocilene dos Santos das Neves; João Guimarães; Rosa Rangel; Lucas Pinheiro; Welder Almeida de Oliveira; Cláudio José da Silva; José Terra; Alba Valéria; Raclene Ataíde; sePe – rJ - Jose Carlos Madureira Siqueira; Josimar de Olivei-ra; Marcio Franco; Paulo Vieira; Sheila Monayar; Nete Grijo; Walter Ceccheto Filho; Mario Brum; sinteaM – aM - Isis Tavares Neves; Eliana Maria Tixeira; Madalena Farias; Raimundo Tor-res; Floriana Brito; Leila Dorotéia; sinte – rn - Rosália Maria Fernandes da Silva; João Maria de Oliveira; José Aldeirton Pereira; Maria do Socorro Freitas; Maria Luciene urbano; sintePe – Pe - Valéria Silva; Zélito Passavante; Wilson Mace-

do; Iron Mendes; Thiago Vasconcelos; Washington Buenos Aires; cPers – rs - Alex Saratt ; Solan-ge Carvalho; Teresinha Castoldi; Daniela Peretti; Susana Cabral; Moisés Mesquita; Alfeu Monteiro; Gerusa Elena Möller; Dartagnan Agostini; Jmaer-son de Miranda Gomes; Márcio Dejalmo; Rafael Hoffmeister de Aguiar; Olívia Hamn; sintePP – Pa - Cleber Rezende; Luiz Neto; Luzia Canuto; Wanderley Milhomem; Esron; Lucas Moura; Ely, Divino; Deusimar Pereira; sinPeeM – sP - João Antonio D. de Carvalho; Cristiane Maria de Sousa; Angela Venâncio; aPeoesP – sP - Marlúcia Gon-çalves de Abreu; Carmem Luíza urquiza de Souza; Paulo Giroto; Jovina Maria da Silva; Francisca Pe-reira da Rocha; sinteP – Mt - Janete Carvalho; Edson Ribeiro; aPeoc – ce - Nagibe Nunes de Melo; Eduardo Silva Araújo; Cícero Aurelino Ma-tias Simião; Maria do Socorro Albuquerque; Maria Gorete Gomes de Oliveira; Carlos Alberto da Silva Souza; Marcio Tavares Holanda; Marcos Ítalo Ta-vares Holanda; Ronaldo Souza Monteiro; Rubens Porto Guilhon; Paulo Sergio Martins Vale Borges; Cícero Romão de Andrade Amorim; Francisco W. de Souza Costa; José Lima da Silva; sinD - ute – MG - Reinaldo Reis; FeteMs – Ms - Iara Gutierrez; sinPro – DF - Valesca Leão; Maria José Barreto; Berenice Darc; José Antonio Gomes; Wiviane Vinagreiro; Iracema Bandeira; Chico do Gama; sae – DF - Lindaura Maria Santos; Ma-noel Cardeal; Cícero Rodrigues; sinte – sc - Sinivaldo Schafer; Adilson Zanesco; Solange Vivas Fernandez; Jaison Benting; Lia Jussara da Silva Pioner; sinDuPes – es - Paulo da Silva Teixeira; sinsePeaP – aP - Nilson Sanches; Aroldo Rabelo da Silva; sinteac – ac - João de Almeida Sadin; Andréia Alab de Oliveira; José Chaves; Raimunda Menezes; Alex Silva; Ricardo Klison; sintero – ro - Maria Riomarci; Alder Luiz; Bartolomeu Tavares; Pedro Braga; Francisco

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Batista Pantera; Adailton Noleto; Jamyle Vanessa C. Brasil; sinProeseMMa – Ma - Odair José; Júlio Guterres; Janice Nery; Ednaldo Sousa; Jair da Silva Brito; Arlete Sousa; Maria de Lourdes Car-neiro; Marilene Gaioso; Hildinete Rocha; Sidma Silva Maia; Josivaldo Corrêa Silva; Maria Zuila de Souza Silva; Ivonete Domingas Marques; Júlio Pi-nheiro; Ivonete Domingas Marques; Elvira Maria Reis; Dalvanira dos Santos Oliveira Nunes; Anto-nia Benedita Pereira Costa; Clécio Coelho Nunes; Jory Mary Souza dos Santos.

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conJuntura internacionalAmérica Latina é uma região em ebulição políti-

ca. Vários países estão tentando o caminho da integra-ção como alternativa à submissão ao imperialismo dos EuA. São processos que estão alterando a ordem mun-dial imposta pelo império desde os anos 1990.

Em todos eles há – nas suas sociedades e nos seus governos – tensões e enfrentamentos políticos em rela-ção à continuidade ou superação da fase neoliberal. O neoliberalismo é um programa questionado, mas sua herança ainda persiste e o capitalismo internacional pressiona – por via de suas transnacionais, de capital especulativo, de seus organismos multilaterais – para manté-la. São processos políticos onde têm se combi-nado, ao longo da última década, mobilizações popula-res e vitórias eleitorais – e enfrentam as complicações próprias de se tentar transformações estruturais por essa via. Não são processos lineares, nem seu destino está previamente traçado. Depende da luta política en-tre as classes sociais travada através de suas organiza-ções partidárias, sociais, culturais e de comunicação de massas.

O governo brasileiro tem agido com correção ao aumentar as relações com os mais diversos povos de todos os continentes, aprofundando as relações econô-micas, sobretudo no plano Sul-Sul e de integração re-gional da América do Sul. No âmbito continental a pos-tura brasileira foi fundamental para bloquear a ALCA. A política para a melhoria das relações no Mercosul e de incorporação da Venezuela, Bolívia e Equador são importantes para enfrentar o império. Bem como o res-peito à autodeterminação dos povos tem ajudado na luta latino-americano. Porém, o grande déficit na política externa tem sido o fato do Brasil continuar liderando a MINuSTAH (as forças militares da ONu) no Haiti, sem pressionar os países imperialistas por reparações

que possibilitem o desenvolvimento dessa nação.Avançar na nossa política continental entre mo-

vimentos para este novo período político e a agenda prioritária, portanto enfatizarmos que a ampliação dos horizontes da participação da sociedade na tomada de decisões sobre o nosso destino deve guiar as ações de reformas institucionais visando o fortalecimento das políticas públicas de caráter social, imprescindíveis para garantir a sustentabilidade do desenvolvimento do continente e assegurar que os benefícios advindos da integração sejam distribuídos de forma equânime, revertendo-se em melhoria da qualidade de vida da população mundial. Entendemos ainda, que os nossos desafios apontam quatro eixos importantes de concen-tração temática: 1. Integração do continente no sentido de se estabele-

cer a reorientação da nossa economia; 2. uma integração cujo ponto de partida deve ser o

atendimento as políticas sociais; 3. Discussão sobre as matrizes de nossas infra-estru-

turas regionais; 4. Fortalecer o FSM – como forma de ampliar a inte-

gração dos continentes.

conJuntura nacionalO Brasil – com suas especificidades nacionais – é

parte central do cenário latino-americano. Pelas suas dimensões territoriais e sua capacidade industrial e produtiva é peça chave para que toda a região possa avançar para além da dependência ao imperialismo e superar a fase neoliberal. Mas aqui também as classes dominantes são mais fortes e os interesses do grande capital internacional estão mais profundamente arrai-gados. Derrotá-las eleitoralmente em 2002 e novamente em 2006 foi muito importante, mas se esses resultados indicam potencialidades, não se traduzem de imediato

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cut socialista e Democrática - csD

cut socialista e DeMocrática - csDConstruindo a CNTE solidária, com independência de classe e pela base

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em mudanças de projeto para a sociedade. O desfecho dessa disputa dependerá da luta de classes, o que para a classe trabalhadora organizada significa, em primeiro lugar, que dependerá de sua capacidade de se mobilizar e angariar aliados para suas reivindicações imediatas e seu projeto de país.

Com o PAC (Plano de Aceleração do Crescimento) o Estado retoma seu papel indutor e organizador em se-tores chave da economia – superando o paradigma ne-oliberal de “o mercado decide”. E tem crescido a parti-cipação no governo de setores que defendem políticas de desenvolvimento para o país. Pela primeira vez em 14 anos não há no primeiro escalão nenhum econo-mista representante da PuC-RJ, o principal centro ela-borador do pensamento neoliberal no país (alterações importantes neste sentido são: Guido Mantega no M. da Fazenda, Luciano Coutinho no BNDES, Paulo No-gueira Batista Jr. no FMI, entre outros, são economis-tas “desenvolvimentistas”, tradicionais críticos do ne-oliberalismo). Porém, restam neoliberais rudimentares em postos chave no Banco Central (H.Meirelles) e no M. do Planejamento (Paulo Bernardo) que bloqueiam a implementação de outra política econômica.

Alem disso, o PAC não incorpora a necessária di-mensão social e ambiental que pode fazer com que o crescimento seja desenvolvimento integral, com dimi-nuição das desigualdades sociais e preservação do meio ambiente, além de introduzir o PLP 001 que coloca um limitador no gasto público com pessoal, impossibilitan-do nomeações de servidores, nem por substituição por aposentadoria, bem como impede reajuste dos venci-mentos para garantir o seu poder de compra, portanto devemos reafirmar nossa posição contrária a aprovação do mesmo.

Na campanha eleitoral passada e no início do se-gundo mandato, Lula e porta-vozes do governo nega-ram a necessidade de uma nova reforma da previdência (“não há déficit”), no entanto, no Fórum instalado pelo Ministério da Previdência se fazem sentir novamente

pressões pró-reforma, sendo assim, reafirmamos a po-sição contrária a qualquer reforma que signifique a re-tirada de direitos dos trabalhadores, tantos para quem esteja no mercado de trabalho como para as gerações futuras, ao mesmo tempo que indicamos a posição de que a CuT se retire do Fórum Nacional da Previdên-cia.

É preciso definir claramente uma tática para a atu-ação do sindicalismo cutista, e nesse sentido deve ficar claro que a CNTE e CuT não aceita ações que vão na contramão dos interesses dos trabalhadores, ao mesmo tempo que trabalha para avançar em uma agenda de direitos para a classe trabalhadora:1. A conjuntura que estamos vivendo é resultado de

uma acumulação política do campo democrático e popular na qual tanto a CNTE quanto a CuT tem tido um papel destacado. As vitórias eleitorais em 2002 e 2006 foram também nossas vitórias. Porém, foram vitórias incompletas, reflexo de avanços no plano institucional num contexto em que ainda não havíamos recuperado níveis suficientes de mobili-zação social e de rearmamento programático das forças progressistas na sociedade – após o venda-val neoliberal dos anos 1990.

2. Por causa disso, as forças conservadoras são capa-zes de se rearticular e retomar a ofensiva a partir dos médios de comunicação de massa, da maioria conservadora no Congresso Nacional, do Judiciá-rio e até mesmo dentro do governo.

3. São três as diretrizes que devemos perseguir na presente conjuntura. Para continuar avançando na conjuntura é fundamental bloquear as iniciativas conservadoras com a mobilização de massas e o embate político na opinião pública. É fundamental destacar aquelas medidas do governo federal que apontam para a superação da dependência e do ne-oliberalismo. É necessário desde os movimentos sociais organizados avançar na discussão progra-mática de superação do neoliberalismo, de mudan-

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ças estruturais, com uma perspectiva socialista.4. Para tanto é necessário que a CUT firme alianças

com outros setores e organizações sociais (CMS – Coordenação de Movimentos Sociais) com os quais têm identidade no debate conjuntural.

5. É possível discutir com outros setores – para além da CMS – acordos de mobilização pontuais, basea-dos em pautas específicas e concretas. Porém, não devemos desconhecer as dificuldades dessa atua-ção unitária com setores cuja prioridade é a desle-gitimação e o combate à CuT.

6. As mobilizações de 2007 mostraram que é a CuT que tem condições de nacionalizar as campanhas e mobilizações. Por isso, a CuT deve ser prota-gonista central da construção do polo social por mudanças estruturais e em defesa dos direitos dos trabalhadores e do povo.

7. Prioridades de atuação para os próximos meses são:* Mobilização nacional construindo a gre-ve geral pela manutenção do veto à Emenda 3, * contra a lei anti-greve para o funcionalismo, con-tra a PLP 01 e pelo direito à negociação coletiva do funcionalismo – ratificação da Convenção 151 da OIT; * Campanha pela atualização do índice de produtividade para avaliação das terras sujeitas à expropriação para fins da reforma agrária; * Cam-panha pela redução da jornada sem redução de sa-lários e pelo direito à organização sindical no local de trabalho;* Campanha pela anulação do leilão da Companhia Vale do Rio Doce.

PolÍtica sinDicalO movimento sindical sofreu violentos ataques

durante o período neoliberal. Novas formas flexíveis de trabalho, qualidade total, trabalhadores multifuncio-nais, terceirização e demissões marcaram o mundo do trabalho. O que unificou a luta foi à resistência pela manutenção de direitos e um forte enfrentamento so-cial para derrotar o neoliberalismo. Tanto o movimento

sindical quanto as lutas populares e o MST, muito con-tribuíram para o novo momento político.

Assim, é possível afirmar que a conjuntura que es-tamos vivendo é resultado de uma acumulação política do campo democrático e popular na qual a CuT tem um papel destacado.

O primeiro mandato do governo Lula começou em 2003, sob o signo da reforma da previdência social, que implicou em perdas para diversos setores dos trabalha-dores do serviço público. Foi um símbolo negativo na “inauguração” do relacionamento do Governo Lula com os trabalhadores. Esse é um tema de grande importân-cia para qualquer balanço do período. Porém, quando se analisa o quadro geral, há diversos outros pontos que também merecem atenção, tais como: aumentos reais do salário mínimo; a maioria das negociações coleti-vas resultou em aumentos reais de salários; instalação de mesas nacionais de negociação; políticas como o “Bolsa-Família”, ao se desenvolverem como políticas de Estado estão ajudando a libertar o povo pobre dos esquemas coronelistas nos grotões das regiões Norte / Nordeste; impacto positivo sobre o nível de vida com a combinação de redução do preço da cesta básica, au-mentos reais conquistados nas negociações coletivas, baixa inflação e acesso ao crédito. Esse impacto posi-tivo foi sentido mais intensamente nos setores de bai-xos salários; redução do desemprego e um crescimento do emprego formal, mas, em geral, em ocupações com baixa remuneração.

Para o movimento sindical o resultado mais frus-trante do primeiro mandato do Governo Lula é não ter realizado nenhuma mudança na estrutura sindical no sentido de avançar na liberdade de organização sindi-cal.

O veto de Lula à Emenda 3, bloqueando uma medi-da que abriria as portas para a generalização da fraude trabalhista e a perda de direitos, foi de grande impor-tância. Porém, boa parte da “base parlamentar do go-verno” votou a favor da Emenda 3 e está disposta a der-

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rubar o veto. Precisamos mobilizá-lo para mantê-lo.Durante o 1º Governo Lula ocorreu uma reestrutu-

ração dos serviços públicos com: a) concurso público em diversas áreas; b) aprovação de planos de carreiras para os servidores federais. Porém, a negociação cole-tiva no serviço público que já deveria ter sido regula-mentada tem se arrastado. O PLP 001 (do PAC) coloca um limitador no gasto público com pessoal, impossibi-litando nomeações de servidores, para substituição por aposentadoria, bem como impede reajuste dos venci-mentos para garantir o seu poder de compra. E a pro-posta da AGu para regulamentar o direito de greve dos servidores é, na verdade, uma regulamentação anti-gre-ve, que busca proibir o direito constitucional.

O reconhecimento das Centrais Sindicais é outro ponto fundamental na organização dos trabalhadores/as. As regras acordadas (de representatividade e finan-ciamento via imposto sindical) favorecem a fragmenta-ção e burocratização e se constituem em novos obstá-culos para a conquista da plena autonomia e liberdade sindical.

A correlação de forças atual no movimento sindi-cal repõe e potencializa velhos problemas. Setores do movimento sindical não conseguiram se colocar como alternativa de organização e direção da classe trabalha-dora e tem aprofundado sua vocação divisionista. Pri-meiro, ocorreu à criação da Conlutas, pelo PSTu. Em seguida, os setores ligados ao PSOL não conseguiram superar a cláusula de barreira do 9º Concut e forma-ram outra organização sindical, chamada de Intersin-dical. Mais recente temos a decisão da CSC de saída da CuT.

As mobilizações recentes demonstraram o prota-gonismo de nossa Central como construção do pólo social por mudanças estruturais e em defesa dos di-reitos dos trabalhadores e do povo, apresentando suas reivindicações de melhores condições de vida e traba-lho, mobilizando e pressionando o poder público e as organizações patronais, tendo como perspectiva a su-

peração do modo de produção capitalista. É fundamen-tal a unificação das campanhas salariais em torno às bandeiras do aumento real dos salários e pela redução da jornada de trabalho. Devemos pressionar para que a lógica da economia seja da distribuição da renda e que seja esse o pilar da retomada sustentável do crescimen-to econômico.

A estratégia sindical deve responder a essa situa-ção reforçando duas linhas de atuação: a) fortalecer os vínculos com outros movimentos sociais que organi-zam, em função de agendas não sindicais, segmentos importantes de trabalhadores/as que hoje se encontram fora dos sindicatos. Essa é a tarefa principal que temos na Coordenação dos Movimentos Sociais; b) apoiar e organizar alternativas econômicas autogestionárias de trabalhadores, pressionando para que o poder público apóie essas experiências, sua implementação e disse-minação.

Bandeiras a serem priorizadas pela CuT e todo o movimento sindical no próximo período, já iniciado:a) aprovar uma política nacional de valorização do

salário mínimo;b) a redução da jornada de trabalho sem redução de

salários (para 40 horas semanais e com regulamen-tação das horas extras);

c) a formalização do trabalho - retirar milhões de tra-balhadores da informalidade, sem alterar o padrão de direitos já conquistados;

d) alterações constitucionais para garantir a liberdade de organização sindical;

e) instituição de mecanismos de Democracia Partici-pativa;

g) democratização dos meios de comunicação;h) uma nova relação dos governos com os servidores

públicos.

PolÍtica eDucacionalO segundo mandato do governo Lula deve promo-

ver avanços na política educacional do país, tendo em

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vista o acúmulo histórico da luta dos educadores/as. Apesar dos avanços, as políticas educacionais aplica-das mantêm trava das políticas do governo anterior, como a permanência do veto ao Plano Nacional de Educação (PNE; 10/01/01), que previa a aplicação de 7% do PIB em Educação (em contraposição aos atuais 4,3%), além dos mecanismos de avaliação (Prova e Provinha Brasil, SAEB, ENEM, ENADE etc.). Estas avaliações tornam-se improdutivas não só por aferir o óbvio, mas por não servirem para a tomada de medidas sistêmicas que contribuam para a melhor formação, va-lorização e qualificação dos/as educadores/as, além das condições físicas de trabalho. Os resultados da Prova Brasil ou SAEB somados aos dados do Censo Escolar, compõem o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB). O primeiro índice, divulgado dia 26 de abril do corrente, aponta a nota média de 3,8 nos anos iniciais do ensino fundamental; 3,5 nos anos finais; e 3,4 no ensino médio. O IDEB precisa considerar outros elementos participantes da qualidade do ensino (infra-estrutura do ambiente, formação inicial e permanente, salários, gestão democrática). É preciso superar o fun-damento meritocrático e de ranking das avaliações.

Como pontos positivos do PDE, podemos indicar a inserção do debate da Educação na agenda social e política do país, produto das lutas históricas da orga-nização dos/as trabalhadores/as em Educação. Vemos ainda positividade na ênfase para com a Educação Bá-sica, na adesão local e regional das metas, na extinção do analfabetismo, entre outros.

O Programa Brasil Alfabetizado, agora incorpora-do ao PDE, prioriza a alfabetização através das institui-ções e dos/as educadores/as públicos/as, o que também representa maior garantia de continuidade dos estudos pelos/as alfabetizados/as.

A gestão democrática é um princípio fundamental para a qualidade da Educação, portanto, deve estar associada à eleição direta para dirigentes escolares, algo que ainda não ocorre em todos os estados da federação.

O ponto alto será o debate das políticas educacio-nais na I Conferência Nacional da Educação Básica, a realizar-se em abril de 2008. É sine qua non a for-mação do Sistema Nacional de Educação com implan-tação de regime de colaboração efetivo entre os siste-mas de ensino estaduais e municipais, tendo como um dos instrumentos o financiamento da Educação. Para a regulamentação do regime de colaboração destaca-mos o estabelecimento de mecanismos de fiscalização e controle que assegurem o cumprimento da aplicação dos percentuais mínimos vinculados à manutenção e desenvolvimento do ensino; e de instrumentos que promovam a transparência na utilização dos recursos públicos pelos sistemas de ensino e pelas escolas, para toda a comunidade local e escolar.

Neste sentido, a sanção do Fundeb (Fundo de Ma-nutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação) em 20/06/07, vem ao encontro de algumas das principais reivindicações da nossa categoria, ao assegurar o finan-ciamento não só do ensino fundamental e da educação especial, que já havia, mas agora também da educação infantil, do ensino médio e da educação de jovens e adultos; ou seja, de toda a Educação Básica.

A aprovação do PSPN na Câmara dos Deputados é uma reivindicação histórica dos/as Profissionais da Educação.

Ainda que o PL N°. 619/2007 se configure como uma importante conquista ressaltamos que sua cober-tura é insuficiente, pois essa seria a oportunidade para a criação de um piso salarial nacional para todos/as os/as profissionais da educação básica. Reconhecemos que a ação pedagógica é e deve ser desempenhada por todo os que fazem a Escolas e não apenas por professores/as. Ou seja, o piso deverá ser extensivo a todos/as os/as funcionários/as da escola.

A proposta da CNTE contempla todos/as os/as trabalhadores/as em Educação. O piso proposto é de R$1.050,00 para o nível médio e R$1.575,00 para o

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nível superior, para 30 horas/semanais e 30% de hora-atividade. A CNTE mantém a proposta aprovada por suas instâncias deliberativas.

Outro Projeto de extrema importância para os avan-ços educacionais é o Projeto de Lei N° 6206/05 que torna todos/as os/as Educadores/as em Profissionais da Educação. O Projeto foi aprovado na Câmara Federal e segue para tramitação no Senado.

Também tramita no Congresso Nacional o projeto de Lei N° 1592/03 que institui Diretrizes de Carreira para todos os Profissionais da Educação Básica Pública nas redes de ensino da união, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, o que será fundamental no ordenamento da vida funcional de todos os profissio-nais disciplinando os mecanismos de evolução funcio-nal bem como a aplicação do piso salarial nos níveis de ensino.

Nossa luta levou o Governo Federal a implementar o trabalho de valorização dos Funcionários de Esco-las. O MEC, através do CNE – Conselho Nacional de Educação criou a 21ª Área Profissional que compreen-de, dentre os/as Trabalhadores/as em Educação, os/as funcionários/as de escola. Na seqüência o MEC im-plementou o Curso Profissional Técnico em Educação – Profuncionário.

O programa Profuncionário consiste em capacitar os/as educadores/as que exercem funções administra-tiva nas escolas das redes públicas estaduais e muni-cipais de Educação Básica. O programa oferece habi-litação, para os/as funcionários/as que já concluíram o Ensino Médio, em quatro áreas: Alimentação Escolar, Gestão Escolar, Meio-Ambiente e Infra-estrutura Esco-lar e Multimeios Didáticos.

É importante ressaltar mais uma vitória da organi-zação dos/as trabalhadores/as em Educação: o ensino fundamental de nove anos. Acreditamos que é um mo-vimento positivo em busca da qualidade na Educação que almejamos. Ainda que não haja garantia de vaga em creches e escolas de educação infantil para todas

as crianças, esperamos que os recursos do Fundeb sir-vam à gradativa ampliação das vagas escolares para as crianças pequenas, nos três próximos anos de implan-tação.

Entendemos que a organização curricular e peda-gógica da escola deva estar centrada no processo de ensino e de aprendizagem, a implantação do ensino fundamental de nove anos leva-nos a repensá-lo em seu conjunto – saberes, tempos, métodos, sujeitos; ou seja, currículo como forma de encaminhamento e organiza-ção escolar, e não somente como listagem dos conteú-dos disciplinares. Para receber essas crianças, a escola precisa reorganizar sua estrutura, seus conteúdos, suas formas de avaliação, suas práticas pedagógicas, apro-fundar a formação dos Profissionais. Enfim, a organiza-ção, como um todo, do trabalho pedagógico.

Na primeira gestão do governo Lula houve uma pre-ocupação em diminuir e/ou eliminar as desigualdades raciais, étnicas, religiosas, de gênero e outras. Por esse motivo a política foi voltada para ações afirmativas que são medidas especiais e temporárias tomadas pelo Es-tado, como a aprovação da Lei N° 10.639/03 que inclui o ensino de história e cultura africana e afro-brasileira na educação básica em todas as escolas e redes.

Vários Programas foram instituídos; entre eles o PROuNI- Programa universidade para Todos, o PEC-G - Programa Estudante Convênio de Graduação, o Programa de consolidação das licenciaturas, Progra-ma de modernização e qualificação do ensino superior, Programa de recuperação e ampliação dos meios físicos das instituições de ensino superior, além de projetos e políticas em diversas áreas são lançados.

O PROuNI (não é o REuNI) também prevê a criação de novos campi e universidades Federais, ampliando o número de vagas na educação superior, interiorização da educação pública gratuita e combate às desigualdades. Prevê o aumento até 2010 de pelo menos 30% da população na faixa etária de 18 a 24 anos na educação superior, que hoje está restrita a 12%.

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Outro destaque é o sistema de cotas, onde estabelece-se cotas para estudantes de escolas públicas, negros, indí-genas e outros.

Estes Programas causam bastante polêmica e deba-te. Questiona-se o investimento na iniciativa privada, alegando que o dinheiro que o governo deixa de ar-recadar daria para investir na construção de mais uni-versidades, mas isso se daria a longo prazo e a política pretende obter resultados mais rápidos. Questiona-se também a qualidade dos cursos ofertados pelas IES pri-vadas, que podem aligeirar e/ou baratear a formação.

BalanÇo PolÍtico Da GestÃoO avanço organizativo dos Trabalhadores em Edu-

cação do Brasil tem a marca registrada da CNTE. Mas para tanto muitas lutas foram travadas ao longo dos anos, desde os primeiros passos da antiga CPPB - Con-federação dos Professores Primários do Brasil nos anos 60, passando pela incorporação em seguida dos pro-fessores secundários dos antigos ginásios, tornando-se CPB - Confederação dos Professores do Brasil período em que consolidou-se como entidade federativa e como principal via de organização do sindicalismo docente, mesmo no período em que era proibida a sindicaliza-ção para o funcionalismo público. Filiou-se à Central Única dos Trabalhadores - CUT em 1987 e finalmente transformou-se na confederação de todos os Trabalha-dores em Educação chama CNTE. Em cada período de gestão a intensidade das lutas aumenta em defesa de uma educação que possibilitasse a sociedade melhor condições de vida. As lutas são permanentes nos obri-gando a cada instante estarmos atentos a ações mobili-zadoras que avancem no sentido de impedir a retirada de direitos da classe trabalhadora.

Nós contribuímos para que a CNTE dentro desta conjuntura fosse cada vez mais vigilante no acompa-nhamento permanente dos acontecimentos no Congres-so Nacional e nos diversos órgãos governamentais, a exemplo a luta pela consolidação do FuNDEB, bem

como a vigilante disputa na busca da implementação do PSPN. um outro aspecto relevante deste período foi à contribuição permanente com análise e subsídios contribuindo para uma melhor intervenção das nossas entidades de base, sem também perder de vista e estan-do a frente de todas as ações e manifestações ocorridas neste país que fossem em defesa da educação, dos di-reitos da cidadania, das políticas sociais, da soberania nacional e em fim das lutas dos Trabalhadores.

Tivemos nestes três anos cada vez mais fortes, as mobilizações da Semana Nacional em Defesa e Pro-moção da Educação Pública e com participação efetiva nas mobilizações nacionais coordenadas pela CuT.

A CNTE esteve sempre atenta na defesa da educa-ção como direito, inclusive nos enfrentamento com o MEC fazendo o contra ponto, a exemplo da derrubada da proposta de certificação pretendida pelo Ministério além das disputas das políticas educacionais apresen-tadas.

O encontro realizado envolvendo as Secretarias Jurídicas e o conjunto dos Advogados das afiliadas, marcou um novo momento na relação da CNTE com as entidades, aperfeiçoando os mecanismos de troca de experiência nas demandas comuns da nossa base.

um outro aspecto importante trata-se da retomada da formação através da Escola de formação que con-juntamente com as afiliadas inicia um projeto de lon-go prazo, que sem sombra de dúvidas será de grande valia para o conjunto dos Trabalhadores em Educação de todo País. O programa inicial está projetado para três anos, tendo como objetivo trabalhar um processo de reflexão amplo a partir da relação entre as contri-buições acadêmicas, a pratica pedagógica concreta, os desafios colocados para escola pública e a militância política no atual contexto de transição e superação do neoliberalismo.

Nestes três anos de atuação da CNTE nós da CSD nos fizemos presentes contribuindo de forma proposi-tiva e participativa, possível e permitida, na construção

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de mais um período da vida da CNTE como é nossa tradição, sendo assim consideramos o balanço desta gestão positivo.

Para fazer a CNTE cada vez mais forte e demo-crática na defesa da educação e na representação dos trabalhadores em educação é preciso, sem desconside-rar a legitimidade da maioria, criar instrumentos que permitam dividir o grau de responsabilidade entre as forças eleitas para dirigir a CNTE.

O papel e a responsabilidade que a CNTE exerce hoje no conjunto da classe trabalhadora e dos movi-mentos sociais, nós impõe a cada instante estarmos atentos e rigorosamente vigilantes para lutar contra qualquer medida ou reformas que venham retirar di-reitos dos(as) trabalhadores(as), além de ampliar sua intervenção juntos as nossas afiliadas no sentido de am-pliar e consolidar novos direitos.

Portanto torna-se fundamental a ampliação a cada dia de sua intervenção política sempre garantindo a participação plural consolidando assim, cada vez mais sua organização e democracia interna.

Plano De lutasA realidade mundial, o cenário constituído na Ame-

rica Latina, estabelece um novo ciclo político democrá-tico que deve ser consolidado no sentido da construção de um modelo de desenvolvimento alternativo ao proje-to neoliberal. Sendo assim, a agenda dos trabalhadores (as) pelo desenvolvimento concentra ações em quatro âmbitos problemáticos: a desigualdade e a concentra-ção de renda; o desemprego e o mercado de trabalho; a capacidade do estado em promover o desenvolvimen-to; e a democracia e a participação social.

Portanto reafirmamos princípios e ações que visam à construção de uma outra sociedade, e emancipação humana dos sujeitos. Neste sentido nossas ações e es-tratégias devem-se pautar em: » Defender o socialismo: a construção de uma socie-

dade em que a emancipação humana seja o princi-

pio fundante como alternativa e combate ao capita-lismo;

» Buscar a solidariedade nacional e internacional, estreitando relações de solidariedade, no campo da luta de classe. A saída para os trabalhadores é inter-nacional;

» Defender ampliação da reforma agrária e urbana e pela retomada da política de redistribuição de ri-quezas nos países da América Latina e ouras regi-ões equivalentes do globo;

» Defender as riquezas naturais nacionais como pa-trimônio nacional estratégico e lutar contra toda tentativa de fragmentação ou privatização deste patrimônio;

» Intensificar a pressão ao Congresso Nacional para que aprovem a PEC sobre a aplicação da regra de Transição na aposentadoria do Magistério;

» Buscar as unificações das lutas, participando de forma concreta e efetiva das campanhas e mobili-zações definidas e encaminhadas pela CUT Nacio-nal e pela Coordenação dos Movimentos Sociais;

» Lutar pela a ratificação das convenções da OIT: 87(Liberdade e Proteção do Direito Sindical); 98 (Direito de Sindicalização e Negociação Coletiva); 100 (Igualdade de Remuneração entre Homens e Mulheres); 111 (Eliminação de toda Discriminação de Emprego e Ocupação); 135 (Proteção e Faci-lidade aos Representantes dos Trabalhadores na Empresas); 151 (Proteção ao Direito de Sindicali-zação e Procedimentos para definir as condições de Emprego no Serviço Público); 154 (Promoção de Negociação Coletiva); 156 (Igualdade de Oportu-nidade e de Tratamento para Homens e Mulheres); 158 (Proteção contra a Dispensa Imotivada);

» Lutar pela redução da jornada de trabalho sem re-dução de salário e distribuição de renda e riqueza;

» Luta pela ampliação do orçamento público para educação, saúde, habitação popular, e geração de emprego trabalho e renda;

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» Lutar pela manutenção do direito irrestrito de greve e respeito total a organização dos trabalhadores;

» Lutar contra qualquer Reforma da Previdência que aponte retirada de direitos;

» Defender a construção e consolidação de um Sis-tema Nacional de Educação Pública na perspectiva dos Trabalhadores;

» Contra os vetos do PNE, lutar pela derrubada dos mesmos;

» Defesa intransigente do PSPN e Plano de Carrei-ra para todos os Trabalhadores em Educação e do custo-aluno qualidade compatível com a as neces-sidades educacionais;

» Defesa de recursos públicos exclusivamente para a escola pública;

» Ampla discussão na categoria e na sociedade sobre reformulação curricular a fim de construir uma es-cola includente e sintonizada com as demandas do nosso tempo;

» Construção de um projeto pedagógico que oportu-nize uma educação crítica, questionadora da reali-dade, voltada para a transformação social e liberda-de do indivíduo;

» Lutar por 10% do PIB para a educação e por am-pliação da vinculação federal de 18% para 20% e desvinculação da DRU a fim de ampliar os recur-sos destinados ao FuNDEB;

» Lutar para que os investimentos aplicados em edu-cação sejam abatidos do pagamento da dívida ex-terna

» Lutar pelo cumprimento do artigo 69 da LDB; pela inclusão dos funcionários de escola como profis-sionais de educação em todos os textos legais que embasam a organização do sistema educacional;

» Luta pela instituição, fortalecimento e afirmação dos Conselhos Escolares autônomos e democráti-cos;

» Luta contra as renúncias fiscais indiscriminadas e combate à sonegação;

» Defender irrestritamente a aplicabilidade da Lei n° 11.340/06 (Lei Maria da Penha) como instrumento vital para a contenção da violência contra mulheres e a impunidade;

» Incentivar a criação de fóruns municipais, estadu-ais e nacional a fim de construir uma política que garanta qualidade de vida ao idoso;

» Realizar cursos e debates para trabalhadores/as em educação aposentados/as sobre saúde, sexualidade, envelhecimento, aposentadoria, previdência públi-ca;

» Construir políticas sociais de inclusão das mulhe-res, contra a discriminação racial, em defesa do meio ambientes e na defesa da livre orientação se-xual.

» Ampliar e consolidar a organização das mulheres na organização de base e a nível nacional;

» Lutar pela inclusão dos funcionários de escola como profissionais de educação do sistema educa-cional;

» Lutar contra a desqualificação do trabalho do/a fun-cionário/a de escola, feita através da terceirização e improvisação de outros profissionais nos setores das escolas;.

estatutoartiGo 22 - ....... acrescentar a secretaria de Fun-cionários.

PolÍticas PerManentescontra a opressão de Gênero, etnia e a explo-

ração de classe: as mulheres do Brasil são as princi-pais vítimas da pobreza, do salário mínimo de fome; da ausência de políticas públicas, tais como saúde, edu-cação, previdência e moradia. Constituem a maioria dos/as desempregados/as; ocupam o mercado de traba-lho em maior número nas últimas décadas. A pesquisa Retrato da Escola 03, feita pela CNTE também reve-lou a predominância feminina na educação brasileira.

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A maior participação da mulher num ou noutro nível de ensino está fortemente vinculada ao valor salarial e ao prestígio social. Por isso, a discussão de gênero deve se pautar nas relações de classe, gênero e etnia. Em relação às funcionárias das escolas é mais explí-cito: o percentual de mulheres nos chamados serviços gerais e administrativos das escolas – merendeiras, tra-balhadoras da limpeza, da biblioteca e secretaria – é muito maior na relação professor/professora, não são reconhecidas como educadoras pelo governo e socie-dade por desenvolverem um trabalho análogo ao traba-lho doméstico. Atuam sem formação profissional, não há na Educação o Plano de Carreira, e nem concursos públicos. As mulheres devem lutar contra a opressão patriarcal, combatendo o sexismo, exigindo espaço so-cial e político, combatendo o capitalismo que sobrevi-ve e reproduz a fome e a pobreza de mais da metade da população mundial, reproduz a opressão, o racismo, o machismo, a homo e lesbofobia, a xenofobia e tan-tas outras formas de intolerância. A violência é um dos maiores problemas enfrentado pelas mulheres brasilei-ras, fruto de condições sociais, econômicas e culturais profundamente desiguais, de corrupção e de uma tra-dição de impunidade. A aprovação da Lei Maria da Penha - Lei N.º 11.340/06 - é uma conquista do mo-vimento e uma resposta para a situação de violência, reconhecendo que é importante ter políticas específicas que façam realmente o seu enfrentamento. É preciso que sejam criados os Juizados Especiais da Violência Doméstica e Familiar contra a mulher em todas as Co-marcas. É necessário criar e/ou melhorar o atendimento nas Delegacias da Mulher; que sejam criadas as Casas Abrigo e os Centros de Referência. Os municípios de-vem efetivar a adesão ao Plano Nacional de Políticas para as Mulheres definido na II Conferência Nacional de Políticas para as Mulheres, em agosto de 2007.

Outro tema importante é o aborto. Segundo dados do Ministério da Saúde, o abortamento é um grave pro-blema de saúde pública brasileira. No Brasil, 31% dos

casos de gravidez terminam em aborto, 1 milhão de abortamentos espontâneos e inseguros, com uma taxa de 3,7 abortos para 100 mulheres de 15 a 49 anos. Para tanto propomos: a) potencializar a escola como espaço de transforma-

ção, rompendo com a lógica da reprodução capita-lista, patriarcal e sexista;

b) dar visibilidade às lutas das mulheres na história, através de materiais específicos sobre suas lutas no combate à pobreza, às injustiças sociais e pela par-ticipação política nos espaços de poder, das repre-sentações de gênero e de suas lutas específicas, no passado e no presente. Dar ênfase à divulgação das lutas das mulheres latino-americanas;

c) aprovar lei que puna administrativamente a prática do assédio moral no âmbito da administração pú-blica, sabendo-se que tais práticas vitimizam prin-cipalmente as mulheres;

d) lutar para que o 21 de junho – Dia Internacional da Educação Inclusiva e Não-Sexista, entre no calendário escolar, fazendo a reflexão através de debates, leitura de textos, atividades pedagógicas, filmes, etc;

e) proporcionar espaços para a integração das traba-lhadoras em educação com a Marcha Mundial das Mulheres para socialização dos estudos bem como participar de suas atividades, reforçando o movi-mento feminista nacional e internacional;

f) lutar pela aprovação da aposentadoria das donas de casa e inserir-se na defesa dos direitos das trabalha-doras domésticas;

g) participar da campanha pela revisão da legislação punitiva do aborto e pela garantia de assistência às mulheres que necessitem interromper a gravidez, como parte das ações do SuS.relações Étnico-raciais, educação e classe: os

educadores têm refletido sobre a necessidade de supe-ração de construções ideológicas presentes na escola e na sociedade de legitimação das desigualdades raciais

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e sociais presentes na sociedade brasileira. Em nosso país, a elite dominante produziu um conjunto de idéias com objetivo de justificar a escravidão e em seguida, a exclusão racial e social dos negros. Construções ideo-lógicas construídas também pela omissão de conteúdos históricos e culturais relativos à contribuição dos ne-gros no processo civilizatório da humanidade, presen-tes ainda hoje no espaço escolar. A educação pode trazer contribuições importantes para a superação do racismo. Para tanto, é preciso perceber que o racismo é resultado de justificações e classificações ideológicas, com o ob-jetivo de subjugação e exploração de força de trabalho. Constitui-se, enquanto forma de ideologia de domina-ção de uma classe sobre outra, dentro das relações de produção da vida material. Para avançar na direção de relações sociais justas e igualitárias, a educação deve, necessariamente, desvelar as ideologias de dominação fundadoras da realidade brasileira. Assim, uma escola pública de qualidade, comprometida com os anseios dos trabalhadores deve ter como horizonte: o reconhe-cimento do problema racial como uma das formas de dominação de classe; o respeito às origens históricas e manifestações culturais e religiosas das etnias dos es-tudantes; o resgate da história de resistência dos povos historicamente discriminados; a reflexão constante so-bre o racismo no cotidiano escolar; a constituição de relações saudáveis entre negros e brancos repudiando todas as atitudes preconceituosas presentes no ambien-te escolar. E ainda: um ensino de história do Brasil que traga de forma crítica a participação de todas as etnias constituintes da sociedade brasileira; a superação dos estereótipos presentes em livros didáticos que levam a uma visão de inferioridade dos negros brasileiros; a história de resistência dos negros como constituintes da história de resistência do conjunto dos trabalhadores; um processo de formação continuada para professores e funcionários tendo em vista a necessidade de uma educação anti-racista e a valorização de todas as etnias presentes no ambiente escolar a fim de que os estudan-

tes possam assumir com tranqüilidade a sua identidade étnico-racial. Neste sentido, o Coletivo Anti-Racismo Dalvane Lellis deve priorizar sua atuação na imple-mentação da Lei N°. 10.639/03, do Parecer 03/04 do Conselho Nacional de Educação, que tratam da obriga-toriedade do ensino da história e cultura afro-brasileira no currículo escolar. A nova legislação incluiu também o dia 20 de novembro “Dia da Consciência Negra” no calendário escolar. (((Realizar várias ações como: a) fortalecimento da intervenção da CNTE na luta contra as desigualdades sociais e raciais, b) fortalecer o debate das relações entre educação, raça e classe no interior da categoria; c) refletir e sistematizar as experiências realizadas pelos educadores e educadoras relacionadas à implementação da Lei N°. 10.639/03; d) debater e aprovar encaminhamentos sobre a pauta do movimento social negro, como estatuto da igualdade racial, lei de cotas, quilombolas etc.saúde dos/as trabalhadores/as em educação:

É cada vez maior a quantidade de trabalhadores em educação afastados do trabalho por problemas de saú-de. Os sindicatos estão em alerta, buscando intensificar ações de orientação e prevenção para que os educado-res possam realizar seu trabalho com qualidade, saúde e prazer. A CNTE reivindica reajuste salarial compatí-vel, diminuição da carga horária, melhoria das condi-ções de trabalho e uma reforma no ensino brasileiro. Por traz destas medidas encontra-se a possibilidade de modificar a situação do adoecimento que vem acome-tendo um número cada vez maior de profissionais da educação. Quando o tema é saúde dos educadores, o primeiro passo é conhecer a realidade enfrentada para que o quadro seja revertido. As queixas são infinitas: dores musculares, passando por alterações vocais e distúrbios mentais. Não há educação de qualidade en-quanto o educador não tiver saúde. Nossa luta é para que os problemas não aumentem ainda mais, e que os trabalhadores não precisem se afastar de suas funções. A mudança só será sentida quando todos os educadores

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estiverem conscientes de que as doenças estão relacio-nadas ao trabalho. Os distúrbios de ordem vocal, por exemplo, não são reconhecidos como doenças ocupa-cionais, é preciso fazer esta abordagem com os edu-cadores, envolvendo os profissionais da área de saúde. Articulando ações individuais/curativas com ações co-letivas, de vigilância sobre os ambientes e processos de trabalho, considerando-se que os agravos à saúde do trabalhador são potencialmente previsíveis e prevení-veis; garantia do direito à atenção aos trabalhadores ví-timas de acidentes e doenças relacionadas ao trabalho, incluindo, além de outras, o tratamento, a recuperação e a reabilitação física, psicossocial e profissional; ga-rantia do direito à informação aos trabalhadores e suas entidades representativas sobre os riscos existentes nos ambientes e processos de trabalho e suas conseqüên-cias sobre a saúde; integrar-se e debater o Programa DST/AIDS – Brasil, a ser desenvolvido em parceria com os Ministérios da Educação e da Saúde, objetivan-do a formação de dirigentes sindicais.

assinaM esta resoluÇÃoexecutiva Da cnte - Milton Canuto de Al-meida; Marlei Fernandes de Carvalho; Rejane Silva de Oliveira; Diretoria estadual do sinteal -Girlene Lásaro da Silva, Ivanilza Fabrício Coelho, Ieda brito da Silva, Maria Inês da Silva Torres, Jail-ton de Souza Lira, Darcir Acioly da Silveira, Maria Consuelo Correia, Renilda de Albuquerque Nunes, Edileuza Vespasiano dos Santos, Celia Maria Hen-rique Capistrano, Nilza Ribeiro Vilela, Maria Zélia Pereira, Maria Salete da Silva, Jivanete Bernadino da Silva, Cicera Ferreira da Silva, Maria Apare-cida Castilho Balbino dos Santos, Maria Adilma Lira Palmeira, Maria Inês Ferreira Praxedes, Marta Maria Queiroz de Moura, Maria Zelia Martins do Bonfim, Base: Maria José Odorico dos Santos, Le-nilda Lima da Silva; aPP-sindicato - José Rodri-gues Lemos -APP- PR, Miguel Angel Alvarenga

Baez, Hermes Silva Leão, Saionara Cristina Boca-lon, Élide Bueno, Janeslei Aparecida Albuquerque, Maria Madalena Ames, José ueldes Camilo, Sabi-na Turbay, José Valdivino de Morais, Edilson Apa-recido de Paula, Luiz Carlos Paixão da Rocha, Ide-mar Vanderlei Becki, Silvana Prestes Rodacoswisk, Sérgio Marson, Tomiko Faleiros, Arildo Ferrreira de Castro, Davina Bozina Armando, Kátia Regina Nogueira, Maria Idalina Moraes Vieira, Ana Lúcia Santolini da Silva, Marly Marcusso de Brito, Rita Corsini Alves de Souza, Silvana Maria Lino, Ligia Gnaspini Mafra, Vilma Terezinha de Souza Pinto, Valci Maria Mattos, Amâncio Luiz Saldanha dos Anjos, Maria Marlice Risso, Leandra Carvalho de Rosis, Sidineiva Gonçalves de Lima, Murilo Cé-sar Erhig, Jane Márcia Madureira Arruda, Clotilde Santos Vasconcelos, Maria Vany Fernandes da Sil-va, Anderson Ferreira de Deus, Vilma Santos Cos-ta, Maria Alzira Santos Laran, Edilson José da Sil-va, Ednéia Oribika, Isabel Catarina Zollner, Dirceu Ferreira, Julia Maria Moraes, Roberto Piano, Mi-guel Forlin, Jussara Aparecida Ribeiro, José Clau-dio Rech, José Carlos Correa dos Santos, Terezinha dos Santos Daiprai, Gilson Mezzaroba, Jianete Ri-beiro Neves de Souza, Luciano Fulanetto, Tatiana Nanci da Maia, Paulo Afonso Ribeiro, Cesário Be-nedito Pedro, Vera Lúcia dos Santos, Ana Cristina Hammel, Solange Pilate Ribeiro, Juliana Andreuc-ci, Nélson Antonio da Silva, José Ricardo Correa, Ranildo Lima Ferreira, Edna Tereza Piveta, Ricardo José Fajardo, Joaquim Antonio de Oliveira, Augus-to Mochi, Maria Aparecida Genovês, Mariá Seni Vasconcelos da Silva, Claudemir Onofre Feltrin, Vilma Garcia da Silva, Elza Etelvina Bassfeld, Au-renice Trentin Pinheiro, Márcia Kalinke, Cláudia Mara dos Santos, Samuel Antonio da Silva, Lirani Maria Franco, Sebastiana Ruiz Garcia, Liuz Felipe Nunes de Alves, Tereza de Fátima dos Santos Ro-drigues Lemos, Ivanir Wagner, Vera Rosi Lopes de

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Morais, Juarez Karam Bernert, Marisa Pereira de Camargo, João Batista de Souza, Ivani Gonçalves, Áurea de Brito Santana, Célio Valter Mendes, Ná-dia Aparecida Brixtener Mendes, Celso Wagner Marques Inácio, Ana Lúcia Pereira Bacon, Elza Consolin Felipe; cPers/rs - Nei Sena, Antonio Branco, Tânia Freitas, Antonio Valdir Viana e Má-rio Willers, Rosa Maria Mosna, Marlene Catarina Stochero, Aládio Kotowski , Paulo Renato Dapper, Renato Mendes Jaques, Roberto de Andrade Perei-ra, José Louis Sampaio, Maria Eulália do Nasci-mento; sinPro/DF - Kleber Ribeiro Soares, Fer-nando Ferreira dos Reis; sisMMac/Pr - Beatriz Prado Gabardo, Diana Cristina de Abreu, Glau-celise Cordeiro de Brito, Simeri de Fatima Ribas Calixto, Alda do Perpétuo Monteiro Sampaio, Ana Denise Ribas de Oliveira; sinte/rn - Fátima Cardoso, Fátima Costa, Marlene Moura, Luzinete Leite, Vera Messias, Miguel Salustiano, Domingos Sávio, Assis Silva, Rômulo Arnaud, Edvar Duarte, Lúcia Freitas; sintePP/Pa - Raimunda do So-corro da Costa Barros, Antonio Tavares de Lima; sinD-ute/MG - Neivaldo de Lima Virgilio, Ro-naldo Amélio Ferreira, América Maria Carvalho Silva, Rosangela Alecrim Barbosa, Francisco Nei Pinheiro da Luz; aPeoesP/sP - Celso Augusto Torrano, Sebastião Severino Neto.

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conJuntura internacionalA situação global ainda é adversa para as lutas

progressistas. Mas, ela vem conhecendo mudanças promissoras, devido ao atoleiro dos EuA no Iraque e Afeganistão, à experiência frustrada das promessas da globalização neoliberal e à consolidação de uma nova onda de mobilizações populares na América Latina. Ainda, o fortalecimento de China, Rússia e Índia am-pliou as contradições do sistema internacional.

As conclusões do Quarto Painel Intergovernamen-tal sobre Mudança Climática forçaram os governos a reconhecerem que a economia capitalista, baseada em combustíveis fósseis, industrialismo, cultura do au-tomóvel, consumismo desvairado e desperdício, está esgotando boa parte dos recursos naturais necessários para a sobrevivência da humanidade, eliminando parte significativa da biodiversidade e provocando um aque-cimento global, que solapa as condições para a sobre-vivência, a médio prazo, de grande parte da população humana. A decisão dos EuA e da união Européia de adotarem metas de utilização de biocombustíveis, so-mando-se ao uso do petróleo (sem substituí-los) nos transportes, acelera a destruição das florestas tropicais e, longe de atenuar o problema ambiental, provoca sua escalada. O caráter irracional do capitalismo global é hoje mais evidente do que nunca, ainda que o preço dessa percepção seja a multiplicação das catástrofes e da barbárie.

A América Latina em busca de alternativas, vive uma forte reação popular aos efeitos da globalização neoliberal. Após duas décadas de políticas de ajuste es-trutural, comandadas pelos organismos multilaterais e garantidas pelo governo dos Estados unidos, vários pa-íses do continente buscam transformar a revolta inicial de seus povos em projetos alternativos ao neoliberalis-mo, como na Venezuela, na Bolívia e no Equador.

A região que assistiu à formação no Brasil, do PT, o último grande partido de massas estruturado a partir da auto-organização independente de uma classe operária fordista, o viu, a partir de 1990, abandonar as perspec-tivas de transformação social aderiu ao social-liberalis-mo com a chegada de Lula ao governo. O povo latino-americano está em movimento. No México, zapatistas e o forte levante em Oaxaca, a partir do movimento dos professores. Na Argentina, piqueteiros e assembléias populares derrubaram vários presidentes. Na Bolívia, indígenas e camponeses em defesa da água e do gás natural. No Brasil,a luta do MST, a resitência do fun-cionalismo e nos últimos anos inúmeras manifestações , ocupações e greves. Nos principais países - Argentina, Brasil, México - uma desindrustrialização acelerada, a reprimarização de suas economias e a desregulamenta-ção de seus merdados de trabalho. Este tripé é respon-sável pelo aumento da desigualdade social, devastação ambiental e aumento da violência. As indústrias locais desarticuladas, passam a rearticular-se de forma depen-dente nas cadeias globais de produção, orientando-se para a exportação. O setor de serviços, privatizado e desnacionalizado. O financeiro, dominado por bancos “europeus” e estadunidenses. A classe média, reduziu-se diante da concentração de renda.

As inúmeras lutas anti-neoliberais acumulam para a luta pelo Socialismo.

conJuntura nacionalA eleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva,

no Brasil, em outubro de 2002, teve pelo menos três significados principais. Em primeiro lugar, represen-tou um repúdio da população brasileira às políticas de ajuste estrutural, conduzidas por oito anos de gestão de Fernando Henrique Cardoso. Em segundo lugar, era o voto pela mudança do modelo econômico, que coroa-

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va uma trajetória de 22 anos de existência do Partido dos Trabalhadores. E terceiro, pela primeira vez em sua História, o Brasil elegia um presidente oriundo das camadas populares, um operário. Cinco anos depois, uma avaliação do governo Lula, do ponto de vista das mudanças estruturais, o governo não apenas manteve, como aprofundou o modelo neoliberal herdado. Os lu-cros dos bancos aumentaram significativamente, o país segue comprometendo cerca de 40% de seu orçamento público - cerca de u$$ 70 bilhões, ou 8% do PIB - com o pagamento dos juros e serviços da dívida pública.

As reformas aprovadas no Congresso Nacional, por iniciativa do governo, se dão no sentido de desre-gulamentar e retirar direitos e garantias dos trabalha-dores, enquanto criam um ambiente seguro e estável às grandes corporações. O investimento público caiu para cerca de 0,5% do PIB. Na seara econômica, o governo Lula repetiu os medíocres índices de crescimento de seu antecessor - da ordem de 2,3% ao ano. um ajus-te fiscal duríssimo destinou cerca de R$160 bilhões ao ano para os serviços da dívida pública, mantendo um corte de 40% no orçamento anual do Estado.No con-texto da América Latina, as empresas brasileiras ocu-pam nichos de mercado cada vez maiores nos países vizinhos. É o caso da Venezuela, em que grandes obras públicas, nas áreas de transporte e energia, são tocadas por empreiteiras brasileiras. Desta forma, o Brasil não se atrita com seus vizinhos porque isso prejudicaria os negócios.

No caso do Mercosul. A aliança beneficiaria tam-bém uma parcela importante do empresariado brasi-leiro. O Brasil busca mercados, seja na América do Sul,seja na África e na Ásia.É isso que está em jogo na relação como EuA. No contexto interno ao Brasil, o governo Lula é danoso para a esquerda e para o movi-mento social. Ele desorganiza e semeia confusão entre partidos e entidades populares. Lula representa uma segunda etapa da implantação do projeto neoliberal en-tre nós. A primeira etapa se deu ao longo do governo

Collor e Fernando Henrique (1990-2002). Nestes pe-ríodos foram quebradas uma série de amarras legais, tanto nos direitos socais consagrados na Constituição de 1988, quanto às medidas de ordem financeira e na privatização de ativos estatais. A segunda etapa, capi-taneada por Lula consiste em manter e aprofundar as diretrizes econômico-financeiras, desarticular o movi-mento social e promover novas mudanças legais para possibilitar a supremacia do capital financeiro.

Neste ano, o fato que marcou a política nacional foi, mais uma vez, o escândalo da corrupção no Con-gresso Nacional, mais especificamente, a absolvição do Presidente do Senado Renan Calheiros, que está atolado em várias denúncias de irregularidades. Por acordão a maioria dos senadores, inclusive do partido do presidente, absolveu Renan, indo contra a opinião pública nacional, já que estava evidente a sua respon-sabilidade a ponto de o relatório da Comissão de Ética indicar a sua cassação.

Na educação, o governo Lula lançou o PAC - Pro-grama de Aceleração do Crescimento cujos investimen-tos do setor público não representam nenhum aumento significativo. Segue a política das PPPs (Parceria Pú-blico Privadas) nos investimentos em infra-estrutura, para os quais o governo vai usar recursos do FGTS. Pelo PAC os trabalhadores pagarão a conta novamen-te. Congela os salários dos servidores públicos federais para reduzir as despesas de pessoal em relação ao PIB a partir de 2008. O salário mínimo ao ser reajustado pela inflação mais a variação do PIB de dois anos anteriores também é medida de contenção além de não alterar em nada a atual distribuição de renda no país. Se o reajus-te desse ano tivesse sido por esta regra ele ficaria em R$367,00 e não R$380,00. Além, de criar um fórum para discutir uma nova reforma da previdência.

A classe trabalhadora, cada vez mais explorada, desempregada, vítima de violência com o agravamento da crise decorrente dos ataques dos patrões e dos gover-nos, resiste como pode. No inicio do segundo mandato

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do governo Lula, os ataques que a classe trabalhadora e a classe média vêm sofrendo, têm provocado, muitas reações. Novos setores foram à luta, como controlado-res de vôo denunciando a crise aérea. Médicos residen-tes expondo a gravíssima crise da saúde pública. Em 2007 pipocaram várias greves, ocupações de reitorias nas universidades.

Se é verdade que há reações do movimento social- ainda que de forma defensiva- por outro lado, a di-reita tem respondido duramente querendo mais e mais. A incipiente retomada das lutas sindicais tem recebido como resposta dos patrões, do judiciário, da impren-sa e do Governo Lula e governos estaduais, além da ofensiva sobre nossos direitos, uma dura repressão e a tentativa de impedir o exercício legítimo de direito de greve - chamado de férias por Lula, no caso dos servi-dores públicos.

Há uma crise nas organizações dos movimentos so-cais provocada pelo trauma da adesão do governo Lula ao modelo dos patrões. É desafio reconstruir o movi-mento sindical combativo e apoiar todas as iniciativas das lutas populares. E construir alternativas políticas para nossa classe sob pena da desilusão, acomodação e diminuição da resistência ao modelo neoliberal.

PolÍtica sinDicalunir todos os que querem lutar!

A classe trabalhadora, apesar de inúmeros movi-mentos, greves, rebeliões estudantis, continua na de-fensiva. E não tem uma articulação internacional, com exceção do Fórum Social Mundial, que é uma tentativa de articulação dos lutadores anti-globalização capita-lista e por um Outro Mundo Possível.

Além da crise de organização independente dos trabalhadores à nível internacional, com a chegada de Lula ao governo houve uma degeneração da CuT e da ampla maioria dos dirigentes sindicais ligados à con-cepção do sindicalismo cidadão.

Esta degeneração tem, pelo menos, duas causas:

a burocratização - visão de gerir o sindicato não mais como uma representação de classe para fazer política em defesa dos trabalhadores e da acomodação de mi-lhares de dirigentes à ordem vigente e à idéia de que não há alternativas ao neoliberalismo. A outra, muito pior, diz respeito às posições políticas que o campo majoritário vem impondo ao conjunto da Central - a domesticação e cooptação dos dirigentes sindicais para a conciliação de classes. Exemplo disso já vinha ocor-rendo nas câmaras setoriais, nas diversas tentativas de pacto social, nas negociações tripartites e permanentes, na dependência dos recursos do FAT e agora se conso-lida na participação nos fóruns do trabalho, da previ-dência.

A Eleição de Lula em 2002, ao invés de trazer âni-mo à vanguarda e aos setores do movimento sindical, aprofundou os desvios com a opção de amplos setores ligados ao PT, PC do B e PSB, que dirigem os sindica-tos, federações e confederações, de dar sustentação ao Governo Lula, independente da política neoliberal que o governo está aplicando.

Diante do governismo da CuT, houve uma disper-são e fragmentação do movimento sindical. Amplos setores pararam de contribuir financeiramente com a central; muitos desfiliaram seus sindicatos, federações e começaram a procurar uma nova alternativa. Resul-tado disso foi a construção da Intersindical, da Conlu-tas e agora da Central Sindical Classista ( iniciativa do PCdoB).

Como parte desta ruptura e necessidade de reorga-nização do movimento sindical, decidimos construir a Intersindical, como instrumento de luta, organização, aglutinação e unificação da classe trabalhadora, dian-te da falência e esgotamento da CuT como ferramenta autônoma, independente e capaz de mobilizar a classe em defesa das suas reivindicações.

A idéia de que o processo de reorganização do mo-vimento social e da esquerda deve ser amplo, sem sec-tarismos, respeitando a realidade dos diversos setores

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e os ritmos da luta de classes tem nos pautado nesta conjuntura de fragmentação e dispersão. É preciso rea-firmar os princípios de independência do Estado e pa-trões e autonomia dos partidos, resgatar as tarefas do movimento sindical, reafirmando a centralidade do tra-balho e da luta de classes e nos orientando pela política mostrou-se adequada para o período. Estabelecer um diálogo com os diversos setores do movimento social, em particular o MST, a fim de construir uma platafor-ma unitária de luta, como a que esboçou os primeiros passos em 2007 com o Fora Bush nas manifestações do 08 de março.

Fomos parte da organização do Encontro Nacional contra as Reformas em 25/03/07 que reuniu 6 mil ati-vistas sindicais, partidários e militantes socialistas, do qual também participaram representações do MST, das Pastorais Sócias. uma iniciativa vitoriosa que marcou o primeiro semestre de 2007, incomodou a vacilação e o peleguismo da CuT/PT, e aprovou uma plataforma unitária de lutas para este ano.

A construção do 1º de Maio de luta e classista, in-dependente dos patrões e do governo Lula, ao contrário do que fizeram a CUT e a Força Sindical, foi também um marco em vários estados onde a Intersindical está organizada.

O Dia Nacional de Mobilizações em 23 de Maio afirmou a possibilidade de construir um campo impor-tantíssimo de luta contra as reformas, a política eco-nômica, as dívidas e em defesa da reforma agrária, da moradia e de políticas sociais vigorosas.

E, agora em 24 de outubro, a grande e vitoriosa Marcha em defesa dos Direitos dos Trabalhadores – contra a reforma da previdência, os ataques aos direitos trabalhistas e o direito de greve, a corrupção- reuniu em Brasília mais de 15 trabalhadores e estudantes, mi-litantes de partidos de esquerda de todo o país. Foi a primeira e grande manifestação unificada de setores que se opõem, de fato, às políticas do governo Lula e de grande importância para a necessária mobilização

para impedir as contra-reformas em curso.É preciso unificar todos os que querem lutar!

Por isso, propomos que a CNTE seja parte da cons-trução do Dia Nacional de Paralisação contra os ataques do governo à classe trabalhadora no primeiro semestre de 2008, precedido de mobilizações preparatórias nos estados, que está sendo organizado pela Intersindical , pela Conlutas e outros setores.

Que a CNTE convoque uma semana nacional de paralisação da Educação, superando a tradicional Se-mana em Defesa e Promoção da Educação, que culmi-ne com este dia unificado.

Propomos que este Congresso da CNTE aprove a sua desfiliação da CUT, para que cumpra o papel de ar-ticular as lutas dos trabalhadores da Educação Básica, com autonomia e independência.

PolÍtica eDucacionala educação no Governo lula é marcada pelos ajustes

O Plano Nacional da Educação Brasileira comple-ta seus dez anos. Um dos principais pilares era o finan-ciamento da Educação, dever do Estado, para garantir a Educação pública e qualidade, com investimentos da ordem de 10% do PIB. No entanto, o governo federal não chegou a aplicar nem 4% .

O Governo Lula, desconsiderando o PNE, os per-centuais de investimento necessários, lança o Plano de Desenvolvimento da Educação, desrespeita todo o processo democrático de construção coletiva e de um projeto para Educação Brasileira que leva em conside-ração as mais diversas realidades e matizes das escolas públicas em nosso país, apresentando assim três eixos centrais: o Índice de Desenvolvimento da Educação Brasileira – IDEB, o FuNDEB e o Piso Salarial Na-cional.

O IDEB estabelece através da “Prova Brasil” que a partir de agora o país conta com um “ranking” de es-tados, municípios, redes e escolas, que de acordo com a sua posição (nota) receberão mais ou menos recur-

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sos financeiros. Esta política torna explícita a lógica de mercado através da comparação e da classificação, tornando natural a exclusão e a punição.

Com o FUNDEB, o financiamento da educação foi ampliado para educação infantil e ensino médio e as-sim governos estaduais se desfazem das escolas e das obrigações constitucionais. A luta contra o desmonte da rede, tem que ser dar por uma ampla resistência dos educadores e da comunidade escolar.

O Piso Salarial Nacional de R$ 950,00 por 40h de jornada de trabalho com implantação gradual até 2010 inclui toda e qualquer gratificação que o profissional receba, exclui o funcionário administrativo, não distin-gue valores de acordo com as habilitações existentes e será reajustado nacionalmente pelo índice da inflação.

O Piso, promove a desvalorização dos profissio-nais da educação: não valoriza a carreira e não unifica professores e funcionários. Não abandonaremos nossas bandeiras históricas pela valorização dos profissionais da Educação e não aceitaremos ficar a reboque da po-lítica Nacional que restringe qualquer possibilidade de garantia de direitos e avanços futuros.

Passados dez anos, é notório o quanto a falta de investimento afetou a Educação Brasileira: escolas sem estrutura física e pedagógica, a não realização de con-cursos públicos e conseqüentemente falta de professo-res e funcionários, a municipalização, etc... Todos estes dados em acúmulo com a não renovação do quadro de pessoal, a não construção de novas unidades escolares, a política de contratações e terceirizações e a falta de gestão democrática acarretam o adoecimento dos edu-cadores, por duas vias: a da Saúde e a do Assédio Mo-ral.

A política de ajuste fiscal dos últimos governos em nosso país resultou que 20% dos recursos da Educação Pública ficaram com o sistema financeiro. Desde 2004 R$ 72 bilhões foram desviados da Educação para a for-mação do superávit primário, através da Desvinculação de Receitas da união – a DRu, que está sendo renova-

da até 2011, junto com a CPMF. É preciso que a CNTE denuncie e combata esta política.retomada do Pensamento Marxista: Proposta de elaboração de um Projeto Político para a classe trabalhadora

A Classe Trabalhadora se constituiu num proces-so histórico de formação da Sociedade Burguesa. Isso ocorreu em função das novas Relações Sociais de Pro-dução, com a divisão social do trabalho, mas, sobretu-do, com o surgimento de referenciais ideológicos a par-tir da Filosofia Socialista. O marxismo surguiu como uma Teoria Social que estruturava a compreensão da luta de classe.

O eixo teórico que serviu de base para a Teoria Marxiana foi o conceito de alienação “forjado” por He-gel que, em Marx, ganha novo significado: deixa de ter uma conotação “espiritual” e passa a ter uma dimensão social e histórica.

A crise que o chamado Socialismo Real sofreu nas décadas finais do século XX, não significou a inviabi-lidade da Teoria Marxiana, mas da sua adulteração re-alizada sob influência da lógica mecanicista e fatalista da política soviética. Esqueceram do método histórico e dialético, enrijecendo a estrutura teórica, perdendo a dimensão crítica e assumindo uma postura dogmática. Foi isso que impossibilitou as mudanças necessárias, as alterações estratégicas que possibilitassem o desen-volvimento de um processo histórico de construção de novas Relações Sociais de Produção, de uma nova so-ciedade. O principal erro foi as lideranças soviéticas assumirem a postura de sujeitos enquanto a Classe Trabalhadora foi “objetivada”, tornando-se “massa de manobra”. Nosso principal objetivo é retomar o pen-samento socialista como eixo teórico de forma a ser-vir de ponto de recuperação da Subjetividade Histórica da Classe Trabalhadora. Para isso, precisamos romper com a tolerância com os limites impostos pela Política Neoliberal. Isso requer uma reelaboração de um proje-to político alternativo de sociedade.

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É a partir da Esperança que se fundamenta um pro-jeto que leva o homem a superar a sua alienação do ou-tro homem (estranhamento) ou sua alienação do todo, ou seja a Humanidade (individualismo exacerbado). Quando falamos em alienação nesse contexto, nos re-ferimos ao “estranhamento”, “não-identidade”, a perda do sentido de coletividade. Assim, o homem alienado do outro homem é aquele que não se solidariza com o outro, não o vê como companheiro, mas, como adver-sário. Ou aquele que alienado da sua dimensão huma-nitária perde-se, unicamente na perspectiva da promo-ção individual. Como, também, o homem alienado da natureza é aquele que “esquece” que é integrante dessa mesma natureza que sua práxis alienada destrói. Dessa forma precisa-se retomar as bandeiras de lutas da classe trabalhadora esquecidas pelo “reducionismo do projeto neoliberal’ que restringiu as reinvidicações de “classe” à reinvidicações de “categorias”. Isso quer dizer que as bandeiras sociais como por exemplo, a questão da política de cotas, tanto para os afrodescendentes, como para os alunos da rede pública, não terem um posicio-namento claro da nossa categoria. Não termos uma po-sição política debatidos sobre esse tema é no mínimo, uma postura de descaso. Outras bandeiras precisam ser retomadas como pontos cruciais como as questões da falta de moradia, falta de segurança e outras que nos , direto ou indiretamente enquanto Classe Trabalhadora. Funcionários

No XXV Congresso Nacional da CNTE, em 1995 em Porto Alegre, o conjunto de funcionários de escolas de todo o país aprovou um manifesto sobre a necessi-dade de formação e concursos dos trabalhadores, assim como a criação do Departamento Nacional de Funcio-nários da Educação (DEFE) ligado à secretaria de Polí-tica Sindical da CNTE. Isto representou um avanço no trabalho e na representação nos Estados, possibilitando a criação de um coletivo nacional, que ampliou a resis-tência aos ataques dos diversos governos contra a Edu-cação Pública em todo Brasil. Em 1998 escrevemos a

Tese “Eu também educo” que cristalizou a importância dos funcionários administrativos enquanto educadores. Hoje no Brasil trabalham nas escolas da educação bási-ca cerca de 1 (hum) milhão de merendeiras, serventes, inspetores de alunos, agentes etc. Grande parte destes trabalhadores(as) não possui o ensino fundamental, muitos não têm o curso elementar. Entendemos que a formação tem que ser continuada para todos os fun-cionários de escolas. E mais, exigimos que a formação aconteça de forma presencial e dentro do horário de trabalho, com redução da jornada e que seja obrigatória para todas as esferas de governo.

Apoiamos com reservas o programa de formação Pró Funcionário do governo Federal. Neste momen-to, dezessete estados com aproximadamente vinte e cinco trabalhadores estão cursando o Profuncionário. Consideramos insuficiente. Cabe ao movimente com-prar esta briga e exigir a universalização na formação educacional dos funcionários das escolas em todo país. Entendemos também que sendo o funcionário educa-dor, os planos de carreira terão que ser unificados con-templando professores e funcionários, como já existe em alguns municípios. Por fim o coletivo que assina esta tese repudia com toda a firmeza a política do go-verno federal que cria através do Fundeb um piso sala-rial nacional para os professores no valor de R$ 950,00 para uma jornada de 40 horas. Exigimos cinco salários mínimos para os professores e três salários e meio para os funcionários de escola; retomar com urgência a luta unificada, o Fórum Nacional em Defesa da Educação Pública e a realização dos CONEDs.

Diante de todos os ataques e a conseqüente preca-rização que a Escola Pública vem sofrendo; da política do MEC de realizar conferências de educação setori-zadas, se faz urgente a aprovação por este congresso que a CNTE assuma a tarefa de rearticular o Fórum Nacional em Defesa da Educação Pública – da Básica e Superior, de articular a convocação de um novo CO-NED para 2008, para retomar as bandeiras já aprovadas

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pelos setores sociais brasileiros comprometidos como ensino público, em contraponto ao que os governos fa-zem com o movimento Todos pela Educação em parce-ria com a iniciativa privada.

Além desta articulação política é necessário que este congresso aprove a convocação, pela CNTE, de uma Semana Nacional de Paralisação da Educação, su-perando a tradicional Semana em Defesa e Promoção da Educação, articulada com o Dia nacional de Para-lisação que está sendo organizado pela Intersindical e Conlutas para o primeiro semestre de 2008.

BalanÇo PolÍtico Da GestÃoFalta autonomia política à cnte

A CNTE representa a organização do todos os tra-balhadores da educação básica em nosso país. A maio-ria da direção da Confederação tem se posicionado de forma inequívoca em apoio ao governo Lula. Ou seja, é uma maioria governista. Em 2003 quando foi enviada para o Congresso Nacional a Reforma da Previdência de Lula, a oposição forçou a executiva da CNTE a to-mar a iniciativa de mobilizar os sindicatos da educação básica contra a reforma, pois o funcionalismo público se tornou o bode expiatório dos problemas do déficit da Previdência. Essa iniciativa de chamar a categoria a pressionar o governo e o parlamento só foi possível graças ao atropelo das bases, dos professores e funcio-nários contra a maioria da direção.

A CNTE além de não cumprir a tarefa de unificar a luta dos trabalhadores em educação no país, se li-mita a audiências com o MEC, através do ministro da Educação e também de ex-diretores da CNTE que se encontram no governo Lula e com alguns parlamenta-res governistas no Congresso Nacional. A sua posição em relação ao Piso Salarial Nacional (PSN) é ambígua e ao mesmo tempo de um valor rebaixado para uma jornada semanal de trinta horas. A maioria da CNTE em momento algum denunciou o governo Lula, que quer impor um piso salarial de 40 horas semanais de

R$ 950,00 e que ameaça a destruir os atuais planos de carreiras, que foram conquistados ao longo de diver-sas lutas dos profissionais da educação nas décadas de 1980/90. Além do rebaixamento a proposta exclui os professores aposentados e os funcionários administra-tivos de qualquer política salarial.

Novamente,como acontece em todos os anos, em vários estados nossa categoria deflagrou processos de lutas de resistência através de greve. Em 2007 foram 10 estados. Greves que experimentaram forte repres-são dos governos estaduais, do PSDB ao PT de Jaques Wagner, na Bahia; multas, ameaças aos dirigentes sin-dicais. Nesse caso a CNTE denunciou e repudiou a ati-tude destes governos. Porém, não articulou, mais uma vez, uma luta unificada que conseguisse denunciar que a política de ataques ao direito de greve é dos gover-nos estaduais e do Governo Lula. As ações promovidas Semana da Educação, Dia Nacional de Luta são insu-ficientes, desproporcionais à necessidade de enfrenta-mento às políticas desses governos.

Agora, diante de mais ameaça de nova Reforma da Previdência a CNTE limita-se a defender a política da CuT, de expandirmos os benefícios previdenciários, com o que temos acordo, mas não denuncia esse novo ataque do Governo Lula e dos patrões.

A tarefa dos trabalhadores em educação que não abrem mão da luta em defesa da Educação e pelos di-reitos dos educadores é se unificar para construir uma nova direção para a CNTE, que seja autônoma, com-bativa e de luta. Esse é o desafio a ser levado ao Con-gresso da Confederação em janeiro. Achamos que a CNTE, se colocada no caminho correto, pode ser uma importante ferramenta de articulação da luta dos profis-sionais da educação em nível nacional.

Plano De lutas1. Defesa da educação Públicaa) Rearticular o Fórum Nacional em Defesa da Edu-

cação Pública e propor a organização de um novo

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CONED em 2008, antes da Conferência de Edu-cação Básica do MEC, exigindo o adiamento da mesma para que a sociedade civil organizada e os movimentos sociais, de forma autônoma, apresen-tem políticas ao governo, a exemplo do que ocor-reu com os CONEDs realizados que elaboraram propostas para o Plano Nacional de Educação.

b) Retomar a luta pelo investimento de 10% do PIB na Educação Pública;

c) Luta por valorização profissional dos trabalhadores em educação, salário e carreira;

d) Reconhecimento dos Funcionários de Escola como Profissionais da Educação através da alteração da lei federal que regulamenta a matéria, ou seja, a LDB em seu Título VI , Artigos 64 e 67, pela in-clusão dos Profissionais da Área de Apoio como Profissionais da Educação e suas carreiras.

2. Defesa dos Direitos dos trabalhadoresDia Nacional de Paralisação Unificado, de todos os

trabalhadores, no primeiro semestre de 2008, contra as reformas previdenciária, trabalhista, sindical e o fim do direito de greve.

Convocação de uma Semana Nacional de parali-sação da Educação que se articule como Dia Nacional De Paralisação proposto pela Intersindical, Conlutas e outros setores do movimento.3. solidariedade com todas as lutas populares, da

juventude, dos trabalhadores a nível local, nacio-nal e internacional.

4. Defesa da soberania e autodeterminação dos po-vos. repúdio às intervenções patrocinadas pelos eua, a intervenção brasileira no haiti.

5. luta em defesa do meio ambiente e da vida.6. Defesa do socialismo como única forma de supe-

ração do perverso sistema capitalista, da barbá-rie e da destruição do planeta.

PolÍticas PerManentes

Consideramos de fundamental importância que a CNTE, além das políticas permanentes em que já vem atuando, passe a formular e propor ações em temas que nesta realidade tem significativa relevância e necessi-dade de intervenção social.

Apresentamos duas políticas, que assumem, atual-mente caráter prioritário e até estratégico, para os luta-dores, os socialistas.a) Defesa do meio ambiente:uma questão de vida!

O capitalismo implica necessariamente uma rela-ção predatória e irracional com a natureza. Logo, a luta ambientalista conseqüente é e só pode ser uma luta anticapitalista. No estágio atual do imperialismo tal compreensão é ainda mais importante, pois a repro-dução ampliada do capital exige o aprofundamento da destruição da natureza. E as conseqüências desastrosas desse sistema se fazem sentir por todo o globo e de ma-neira mais aguda nas regiões mais exploradas.

O governo Lula radicalizou sua opção agro-expor-tadora. Apoiando-se na decisão de Bush de difundir o uso do etanol nos EuA, aposta na expansão das mo-noculturas industriais (cana, mas também soja, milho e eucalipto), que transformarão o campo brasileiro em um imenso deserto verde. A cultura da cana ameaça a sobrevivência do Pantanal e as madeireiras, a pecuária e a soja atacam de vários lados a Amazônia. Transfor-mar o etanol no carro-chefe das exportações brasilei-ras supõe mais desmatamento, poluição de trabalho e continuidade da expulsão da população do campo para cidades, engrossando as legiões de desempregados.

Mas o etanol é mais um crime ambiental de um go-verno que liberou o cultivo dos transgênicos, iniciou a faraônica transposição do Rio São Francisco, autorizou a construção de várias hidroelétricas de enorme impac-to social e ambiental e aprovou uma Lei de Conces-são da Exploração das Florestas Públicas que o Ibama não tem a mínima condição de fiscalizar, prenunciando mais destruição e apropriação privada da biodiversida-de. Entre 2000 e 2005, o Brasil perdeu mais de 130 mil

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km² de florestas, equivalente a área somada de Portu-gal e Holanda. O Brasil é hoje, devido as queimadas na Amazônia, o quarto maior emissor de gás carbônico do planeta. Ao considerar as preocupações com o meio ambiente como “entraves ao desenvolvimento”, o go-verno Lula apenas verbaliza sua opinião: um modelo econômico predatório, baseado na devastação ambien-tal, que terá fôlego curto em um mundo que caminha para uma catástrofe ecológica global.

Neste sentido, a CNTE deve se apropriar do debate sobre ecologia e colocar entre suas principais bandeiras a defesa do planeta, da humanidade e da vida.b) Defesa das cotas na Universidade: um chamado contra a intolerância.

A defesa histórica que fazemos da universidade Pública e Gratuita para todos – entendidos os filhos dos trabalhadores como prioridade, deve ser reafirmada.

No entanto, uma política que está na ordem do dia – a defesa das Cotas Raciais e para estudantes oriundos da escola pública, precisa ser assumida com farsa, por-que os setores conservadores, a elite não toleram essa conquista parcial nas universidades brasileiras.

A Confederação deve assumir, a solidariedade a esta luta e esta bandeira tem que ser levada ao Fórum Nacional de Defesa da Educação Pública.

assinaM esta resoluÇÃorio de Janeiro - Maria das Dores P. Mota (Dodo-ra); Danilo Serafim; Sérgio Paulo Aurnheimer Fi-lho; Ivanete da Silva; Marcelo Sayão; Lândia Tava-res; Bruno Deusdará; José Navegantes; Maria José De Mello (Zezé);Romário – Japeri; Sirley Antunes; Marcos Aurélio R. Gandra (Mineiro); Ilza Brum; Mário Sérgio Martins; Cássia Estelina De Mora-es; Wilton Porciúncula Alves; Maria da Conceição (Sãozinha) – Volta Redonda; Alcebíades Teixeira (Bid) – Regional I; Marlene Maia – Conceição de Macabu; Adolfo Wagner – Regional VIII; Maria Oliveira da Penha – Seropédica; Hiller Santana

– Regional I; Bluma Salomão – Regional III; Thaís Rodrigues – Volta Redonda; Wíria Alcântara - Re-gional I; Adriano Dos Santos – Itatiaia; João Batis-ta Da Silva – São Pedro D´Aldeia; Carlos Eduardo Giglio – Volta Redonda; Armindo Lajas – Regional VII; Eva De Jesus Ferreira – Regional V; Roberto De Paulo – Cabo Frio; Valdir Vicente – Nova Igua-çu; Paulo César De Souza – Regional VIII; Nair Schocair – Volta Redonda; Flávio Alves Serafini – Niterói; Edna Couto – Regional V; Rogério Ali-mandro – Regional I; Veraci Alimandro – Regio-nal I; Inalda Alice Pimentel Do Couto – Regional VII; Luciana Mello – Regional II; Pamella Passos Deusdará – Regional III; Adriana Freitas – Regio-nal III; Denise Brasil – Regional III; Márcia Guer-ra – Regional III; Jorge Sorriso – Regional VII; Marcelo Sant´Anna – Regional VII; Sônia Rabaço – Regional VII; Kátia Botelho – Regional VII; Ana Cristina Landi – Regional VII; Dulcineia de Lima Pereira - Regional VII; Miriam Pinheiro - Regional VII; Andrea Cassa – Regional IV; Maria Angéli-ca Sardela de Menezes - Regional IV; Rosangela Mendes da Silva - Regional IV; Lílian Gondim de Oliveira - Regional I; Marcio Antonio Guimarães Aguiar - Regional II; Celso Brites - Regional II; Telma Luzemi – Regional I; Zilda Maria Barbosa dos Santos - Regional II; Márcia Eliane Medeiros da Silva - Regional II; Alexandre Fonseca – Valen-ça; Waldir Nascimento – Valença; Samir Resende – Valença; Cláudia Teles – Valença; Paulo césar romão da silva – in memoriam; Paula Leal – Valença; Wilson Pires – Valença; Dulce da Silva Figueira – Itaguaí; Willians Machado Ramos – Ita-guaí; Glória Nunes – Itaguaí; Marilia Neves – Ita-guaí; Eduviges Silva – Itaguaí; Luiza Tereza Caval-canti – Regional I; Dalila Velasco – Itaguaí; Jussara Costa Oliveira – Regional I; Márcia Gaúcha – Re-gional I; Maria Angélica da Gama Cabral Coutinho – Regional III; Erodice Teixeira Garcia – Regional

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I; Glória Maria Bittencourt Pereira – Costa do Sol; Belkiss Cristine Freitas de Lemos – Costa do Sol; Tales Marins Duarte – Costa do Sol; Eliete Dalva da Silva – Costa do Sol; Jorge Cezar Gomes Maia – Mesquita; Glaucio Douglas da Silva da Cruz – Mesquita; Carmen Lúcia de Paula – Mendes; Anias Geovane Lota Maia - Cachoeiras de Macacu; Ca-cilda da Silva - Cachoeiras de Macacu; Cleusineia Figueira Machado de Santana - Cachoeiras de Ma-cacu; Niézia Pereira Quirino Nolasco - Cachoeiras de Macacu; Nelsinéa Fonseca Salvaya - Cachoeiras de Macacu; Jussara Henrique – Cachoeiras de Ma-cacu; Iraci Bernardo – Cachoeiras de Macacu; Ma-rina Ines do Nascimento – Volta Redonda; Eliléia Oliveira – Porciúncula; Gilda Maria – Porciúncula; Jussara Ferreira Nunes dos Reis – Volta Redonda; Maria das Graças Alves Ricca – Volta Redonda; Angela Santiago – Conceição de Macabu; Isa Ma-ria da Silva – Barra Mansa; Altair de Araujo Ro-hem – Itaocara; Fernando Sérgio dos Santos – Ita-ocara; Maria Nildes Siqueira Gonçalves – Itaguaí; Verônica Abreu – Itatiaia; Eliane Santos – Itatiaia; Marcos Vagner – Itatiaia; Paula Maria Lopes da Silva – Resende; Simone Pereira – Itatiaia; Joseana Babusek – Itatiaia; Teresa Valim – Itatiaia; Dalva Mendonça – Itatiaia; Juvenil Osvaldo Marques – Campos; Darci da Penha Pereira – Seropédica; Maria de Fátima da Silva – Seropédica; Mauro Fernandes – Seropédica; Arlete Lauria de Bar-cellos – Seropédica; Angelina Lauria de Barcellos – Seropédica; Daniela Abreu – Magé; Rosilene Al-meida; Guaraci – Regional V; rio Grande do sul - Neiva Lazzarotto; Cleonice Salete Boeira Bao; Gleci Maria Hoffmann; Juliana Correa; Marli K. da Silva; Vera Regina Serpa; Maremy de Quevedo; Alexandra Sholant; Tânia Tonial; Carlos Bennech; André Luis Correia da Silva; Margarida P. Meire-les; Luciene Barcelos; Dalva Maria Porto; Neidi Weschenfelder; Ranir dos Santos Rodrigues; Már-

cia Siqueira; Genilza Azeredo; Lígia Rathye; Neli de Souza Kummer; Alzira Maria Carini; Joice Ma-ria Fernandes; Débora Ibraima Ferreira; Raquel de Abreu Rates; Ivelci Benedetti Pimentel; Valdemar Roberto Biolchi; Silmara Hoffmann Stédile; Os-valdo Correia do Prado; Maria Lúcia Vargas Filho; Odete Mirian Dutra; Noeli do Prado Castro; Belo-ni Salete Bergamo; Sonia Carniel; Jacilda Biazuz; José Pedroso Ribas; Maristela Colombelli; Maria Salete Neis; Nehita Teres Rocha; Emilton Faccin; Adriana Cristina Gomes; Lucia Medianeira Paim de Almeida; Marilene Roos Brião; Rosemary Sal-danha da Silva; Wilma Cidade Guimarães; César de Oliveira Telles; Márcio Cristiano da Silva; Luis Felipe Gonçalves; Evanice Pacheco; Marli Sirlei dos Santos; Nanci de Mello; Marlei Maria Fátima Turski; Ana Maria Talini Zambiasi; Gláucia Loci Guedes; Filícia Nunes da Silva; Cláudia Freitas da Silva; Luis Jardim; Sandra Luisa (POA); Carmem da Silva Alves; Julieta – E. Porto Alegre; Cergi Regiani Rodrigues; Cleuza Souza dos Santos; são Paulo - Edson Carneiro ( Índio).

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conJuntura internacionalComo conseqüência da crise econômica, da ocupa-

ção do Afeganistão, Iraque e Palestina, os governos dos EuA, Inglaterra e Israel estão em crise.

Essas crises dos governos imperialistas podem dar um alento à luta dos trabalhadores de todo o mundo. No Iraque está colocada a possibilidade da derrota dos EuA.

Também na América Latina estão ocorrendo mui-tas mobilizações contra os governos de turno que conti-nuam atacando os direitos sociais e trabalhistas.

A região passou recentemente por um processo em que vários governos foram derrubados pelo movi-mento de massas, o que chegou a ameaçar os regimes democrático-burgueses. No entanto, com o apoio das direções traidoras, a burguesia conseguiu enganar os trabalhadores e canalizar a insatisfação para o terreno eleitoral.

Mas a paciência do movimento de massas, que foi iludido, mas não derrotado, começa a dar sinais de estar se esgotando, já que os governos eleitos não vêm aten-dendo suas reivindicações mais imediatas.

O petróleo e seus derivados continuam sendo fun-damentais como fonte de energia e motivo de disputas em nível mundial o que está provocando uma corrida armamentista. Não existe outro motivo que move a guerra no Iraque, que está se espalhando feito rastilho de pólvora pelo Oriente Médio.

Os bilhões anunciados pelos EuA para diversos países do Oriente Médio tem o objetivo de comprar setores da burguesia árabe para que possam controlar o movimento de massas dos seus países e sirvam de contensão a governos e grupos que sejam hostis à pre-tensão do imperialismo de exercer o controle da região como, por exemplo, o governo atual do Irã.

» NÃO PAGAMENTO DA DÍVIDA EXTERNA!» ABAIXO OS PLANOS DO FMI/BANCO MuN-

DIAL E GOVERNOS LATINO-AMERICANOS!» TODO APOIO ÀS LuTAS DOS TRABALHA-

DORES LATINO-AMERICANOS!» ABAIXO OS GOVERNOS BuRGuESES! POR

GOVERNOS OPERÁRIOS E CAMPONESES!» PELA FEDERAÇÃO SOCIALISTA DOS PAÍSES

DA AMÉRICA LATINA!» FORA AS TROPAS IMPERIALISTAS DO AFE-

GANISTÃO E DO ORIENTE MÉDIO!» PELA DERROTA DOS EuA NO IRAQuE!» TODO APOIO À RESISTÊNCIA ARMADA

CONTRA O IMPERIALISMO NO AFEGANIS-TÃO E ORIENTE MÉDIO!

» TODO APOIO AO IRÃ!» PELA DESTRuIÇÃO DO ESTADO DE ISRA-

EL!» PALESTINA SOCIALISTA!» PELA FEDERAÇÃO SOCIALISTA DOS PAÍSES

ÁRABES!.

conJuntura nacionalQuando os índices das Bolsas de Valores expuse-

ram a crise da economia norte-americana e suas reper-cussões pelo mundo, os Bancos Centrais dos EuA, Eu-ropa, Japão, Austrália lançaram bilhões de dólares no mercado no sentido de estancar as perdas dos fundos de ações.

No entanto, essa tarefa não está sendo fácil, pois os EUA já começam a sentir as conseqüências da inadim-plência dos norte-americanos que hipotecaram suas casas. Essa crise dos EuA se espalha para vários ou-tros setores econômicos que têm vinculação direta com imobiliário. É por isso que Bush anuncia a implantação

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oposição de luta

oPosiÇÃo De lutaEm defesa dos serviços e servidores públicos! Greve geral para barrar

as reformas de Lula/FMI!

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de um “refinanciamento” das hipotecas.Lula e sua equipe econômica se apressaram em

afirmar que o Brasil estava imune às essas turbulências internacionais. Apesar de todas as declarações sobre o crescimento da produção industrial do Brasil, os dados concretos apontam para a manutenção dos índices de desemprego, para um aumento nas importações de má-quinas e, sobretudo de insumos, peças e componentes. Com isso, o país fica cada vez mais dependente tecno-logicamente.

Contraditoriamente, o Ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou que o fim da CPMF ameaça o equi-líbrio das contas públicas, frente a essa crise. E, as in-dústrias e o próprio governo já falam numa redução da produção e na possibilidade de se ultrapassar a meta fixada para a inflação.

O governo Lula está diante do problema de ter que cumprir uma agenda política e econômica determinada pelo FMI/Banco Mundial, em meio de uma crise insti-tucional parlamentar.lula-lá e os 40 ladrões

O STF (Superior Tribunal Federal) acatou o pedido de processo contra 40 pessoas envolvidas no chamado “escândalo do mensalão” entre elas, representantes do governo, como o ex-Ministro da Casa Civil e “homem- forte”, José Dirceu, e Luis Gushiken; ex-dirigentes do PT, como José Genuíno, Delúbio Soares e Silvio Pe-reira, respectivamente presidente, tesoureiro e secretá-rio-geral. Todos são acusados de envolvimento com as negociatas do empresário Marcos Valério.

Por diversas vezes inúmeras provas têm sido apre-sentadas envolvendo órgãos e empresas do governo no esquema. Lula disse e repetiu que não sabia de nada e todo mundo finge acreditar para preservar a figura da-quele que tem conseguido gerenciar tão bem o Estado brasileiro, a serviço dos interesses capitalistas nacio-nais e internacionais. Collor sofreu “impeachment” por bem menos.

agenda do governo: ataque aos trabalhadoresA agenda econômica de Lula tem como centro a

aplicação de uma série de medidas contra os traba-lhadores em geral e contra os servidores públicos, em particular. Estão previstas para serem apresentadas ao Congresso, ainda este ano, a terceira Reforma da Pre-vidência, a Reforma Trabalhista, a Regulamentação do Direito de Greve e mais uma série de ataques. Outro fator de descontentamento são os salários arrochados dos funcionários públicos.

A Reforma Sindical, por exemplo, irá regulamen-tar a gerência do Estado nos sindicatos e centrais e criminalizar o direito de greve. Tal reforma facilitará a vigência do negociado sobre o legislado, abrindo o caminho para a Reforma Trabalhista que, pretende aca-bar com direitos como a licença maternidade, férias de trinta dias, etc.

A terceira Reforma da Previdência tem vários pon-tos de acordo entre os governos Federal, Estaduais e Municipais. Todos retiram direitos conquistados - au-mento no tempo de serviço, contribuição e idade míni-ma para a aposentadoria; fim da aposentadoria especial das mulheres e dos professores, etc.

Através do PAC, Lula vai retirar mais dinheiro das áreas sociais. O mesmo acontece com o PAC da Educação, que reduz verbas das Instituições Públicas e, estabelece como fator para a distribuição de recursos e pagamento dos salários, a avaliação de desempenho das escolas e dos professores.

Lula aplica a risca os planos do FMI, governando para a burguesia e imperialismo com o aval do Con-gresso.

Enxuga o estado, retira direitos e abre as portas para as parcerias público-privado. Paga a dívida exter-na e deixa de investir nos serviços sociais para gerar o superávit primário.

É por isso que assistimos neste primeiro semestre uma onde de greves nos serviços públicos, pois esses mesmos ataques se expressam também para os servido-

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res estaduais e municipais.Os trabalhadores estão reagindo a esses ataques,

com greves no setor privado e, principalmente, entre os servidores públicos dos Estados e Municípios.

A classe trabalhadora da cidade e do campo tem que se organizar contra o governo, os patrões e seus planos. Só através da luta direta é que poderemos bar-rar as privatização e as reformas. NÃO HÁ OuTRO CAMINHO SENÃO A GREVE GERAL!Por isso defendemos:» CONTRA A REFORMA DA PREVIDÊNCIA;» CONTRA A REFORMA;

TRABALHISTA!CONTRA A REFORMA SIN-DICAL!;

» CONTRA A REFORMA TRIBuTÁRIA!;» NENHuMA RESTRIÇÃO AO DIREITO DE

GREVE!;» CONTRA O PROJETO QuE TRANSFORMA

AS INSTITuIÇÕES PÚBLICAS EM FuNDA-ÇÕES!;

» FIM DAS PRIVATIZAÇÕES!;» REESTATIZAÇÃO, SOB CONTROLE DOS

TRABALHADORES, DE TODAS AS EMPRE-SAS QuE FORAM PRIVATIZADAS!;

» CONTRA O PAGAMENTO DAS DÍVIDAS EX-TERNA E INTERNA!;

» ESTATIZAÇÃO DO SISTEMA FINANCEIRO, SOB CONTROLE DOS TRABALHADORES!;

» GREVE GERAL PARA BARRAR AS REFOR-MAS DE LuLA/FMI!;

» POR uM GOVERNO OPERÁRIO E CAMPO-NÊS!;

» BRASIL SOCIALISTA, NuMA AMÉRICA LA-TINA SOCIALISTA!.

PolÍtica sinDicalA garantia da governabilidade de Lula vem sendo

dada também pelas direções sindicais dos trabalhado-res, pois boa parte dos dirigentes da CuT e dos sin-

dicatos ligados a ela se transformou em funcionários do governo e das estatais. Incorporando-se ao governo de Frente Popular, esses burocratas materializam uma política de colaboração de classes que já defendiam nos sindicatos. Da mesma forma, os dirigentes das outras centrais sindicais dão seu apoio ao governo Lula.

Com exceção da Conlutas e da Intersindical, todas as novas centrais sindicais criadas este ano, que reúnem as antigas, participam do governo Lula.

Todas essas direções vêm impedindo a unificação e generalização das lutas, impondo acordos rebaixados, entregando direitos e negociando a Reforma Sindical e Trabalhista dentro do Fórum Nacional do Trabalho, um organismo formado por governo, empresários e tra-balhadores. Abrindo mão da independência dos sindi-catos e aceitando a ingerência do Estado, do governo e dos patrões.

A construção da Conlutas serviu, de um lado, para deixar a CuT de mão-beijada para a Articulação e o PC do B; e de outro, para aumentar a divisão do movimen-to operário, popular e estudantil.

Não é a primeira vez que o PSTu adotou esta po-lítica. Sua direção deveria fazer um balanço da cons-trução da Federão dos Metalúrgicos de São Paulo. Foi uma entidade criada a partir dos sindicatos metalúrgi-cos de São José dos Campos, Campinas e Limeira para se contrapor à traição da FEM-CuT, de acordo com as direções desses 3 sindicatos. Qual foi o resultado dessa nova entidade? Nenhum. Nas últimas campanhas sala-riais não conseguiram se unificar nem entre eles.

Estamos diante de uma política deliberada das atu-ais direções sindicais de dividir cada vez mais o movi-mento sindical, na perspectiva de garantirem seus pró-prios aparatos sindicais para manterem seus privilégios de burocratas.

A política das direções da Conlutas e da Intersindi-cal é de colaborar com a direção da CuT. Ou seja, de forma indireta dão sustentação a um governo burguês aliado a Bush, que aplica os planos do FMI. A contra-

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dição é que essas direções se postulam enquanto oposi-ção ao governo Lula.

Em nenhum momento, durante os atos de 23 de maio, a CuT, a Conlutas e a Intersindical levantaram a necessidade da greve geral. O chamado que fizeram foi de preparar manifestações para o 2º semestre em Brasília. Ou seja, a velha e surrada pressão parlamen-tar. E assim foi, dia 15 de agosto a CuT marchou com 20 mil pessoas, a Conlutas, a Intersindical e o PC do B também marcharam, com 16 mil pessoas, no dia 24 de outubro, em Brasília. Todas são unânimes contra o chamado à greve geral e qualquer outra unificação das lutas.

Agora, CuT (Central Única dos Trabalhadores), Força Sindical, assim como as novas centrais, CGTB (Central Geral dos Trabalhadores do Brasil), Nova Central e uGT (união Geral dos Trabalhadores), frente às lutas dos servidores públicos, se vêem obrigadas a afirmar serem contra as reformas “que retirem direi-tos”. uma adaptação de sua política anterior de negar a existência das mesmas. No entanto, continuam com a política de pressão parlamentar através de marchas e atos públicos.

A direção do PC do B decidiu sair da CuT e ressus-citar a antiga Corrente Sindical Classista (CSC) para ter maior poder de barganha caso decida ingressar em alguma dessas outras centrais. Isto porque o governo negociou com as centrais a liberação de R$ 120 mi-lhões em 2007, para aquelas que estejam dentro dos critérios estabelecidos para a Reforma Sindical.

A Conlutas (PSTu e satélites) chama publicamen-te, além da Intersindical (PSOL), a CSC para se unifi-carem numa única central e, dessa forma, chegar aos critérios estabelecidos para receberem parte desse di-nheiro. Tudo indica que o PC do B não vai aceitar esse chamado.

Cresce no conjunto dos trabalhadores o sentimento de unificação de todos os setores em luta. E, de forma embrionária, parte do movimento começa a passar por

cima das velhas direções traidoras e colaboracionistas.Esse é um alento para aqueles que há muito tempo

vem defendendo a necessidade da unificação de todas as lutas rumo à greve geral para barrar as Reformas de Lula/FMI.Defendemos

Somos categóricos, através da pressão parlamentar os trabalhadores não irão impedir a votação de nenhu-ma das reformas e medidas que o governo Lula/FMI e a burguesia querem.

É necessário organizar os trabalhadores, a partir da unificação das lutas, numa greve geral para derrotar es-sas reformas.

E para isso teremos também que derrotar todas as direções burocráticas, imobilistas e traidoras. E exigir democracia nas assembléias e comandos eleitos na base para garantir a mobilização e a vitória.

A divisão das lutas do movimento também estão se expressando na construção desses aparatos. E é preciso dar uma basta a essa política de fragmentação da orga-nização e luta dos trabalhadores!Por isso defendemos

A CENTRALIZAÇÃO DE TODAS AS LuTAS DOS TRABALHADORES PARA LuTAR CONTRA OS ATAQuES DO GOVERNO E DOS PATRÕES. PARA ISSO É uMA NECESSIDADE DO MOVI-MENTO OPERÁRIO A CONSTRuÇÃO DE uMA ÚNICA CENTRAL SINDICAL E O CAMINHO PAS-SA, HOJE, PELA uNIFICAÇÃO DE TODAS AS CENTRAIS SINDICAIS NuMA SÓ CENTRAL.

PolÍtica eDucacionalOs noticiários das emissoras de TV, durante o re-

cesso de julho de 2007, acompanharam a greve nacio-nal dos professores do Peru contra a Avaliação de De-sempenho que permite que o professor seja demitido se após três avaliações for considerado insuficiente.

Lula, para mostrar que segue o receituário do Ban-co Mundial e dar o exemplo aos governadores e pre-

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feitos, já apresentou a restrição ao direito de greve dos servidores públicos, bem como enviou ao Congresso um Projeto de lei que flexibiliza as relações trabalhistas em nove setores da administração pública, entre eles os hospitais, TV pública, ciência e tecnologia e previdên-cia complementar de servidores. Esse projeto permite a contratação de funcionários públicos sob regras da CLT, e determina a avaliação de desempenho dos mes-mos. Não podemos esquecer que a terceira Reforma da Previdência faz parte da agenda de Lula.

Como se isto não bastasse, Lula lança um grande ataque à Educação Pública ao apresentar o PDE (Plano de Desenvolvimento da Educação, através do Decreto do Executivo nº 6.094 de 24 de abril de 2007) – chama-do de “Plano de Meta Compromisso Todos pela Educa-ção (implementado pela união Federal em colaboração com Municípios, Distrito Federal e Estados).Dentre as metas apresentadas algumas são bastante interessantesXIII – Implementar plano de carreira, cargos e salários

para profissionais da educação privilegiando méri-to, a formação e a avaliação de desempenho;

XIV – valorizar o mérito do trabalhador em educação, representado pelo desempenho eficiente no traba-lho, dedicação, assiduidade, pontualidade, respon-sabilidade, realização de projetos e trabalhos espe-cializados, cursos de atualização e desenvolvimen-to profissional.

XV – dar conseqüência ao período probatório, tornan-do o professor efetivo estável após avaliação, de preferência externa ao sistema educacional local;Estes três artigos propõem claramente o desempre-

go aos trabalhadores em educação através da avaliação de desempenho. Isto significa: o fim do funcionalismo público na educação, porque o período probatório está vinculado a esta avaliação; fim das carreiras pois, me-diante a avaliação teremos salários, vantagens, gratifi-cações diferenciadas; imposição de jornadas estafantes e fim dos direitos conquistados, tais como faltas abona-

das, licenças médicas, etc.XVIII – fixar regras claras, considerados mérito e de-

sempenho, para admissão e exoneração de diretor de escola.A partir deste artigo, o diretor não faz mais parte

da carreira da docência abrindo espaço para que outros profissionais, não educadores, sejam diretores de esco-la. ( PL nº ____ - artigo 4 – do governo da prefeitura municipal de São Paulo)XXVII – firmar parcerias externas à comunidade esco-

lar, visando à melhoria da infra-estrutura da escola ou a promoção de projetos socioculturais e ações educativas.

XXVIII – organizar um comitê local do Compromisso, com representantes das associações de empresá-rios, trabalhadores, sociedade civil, Ministério Pú-blico, Conselhos Tutelares, e Dirigentes do sistema Educacional público, encarregado da mobilização da sociedade e do acompanhamento das metas de evolução do IDEB. Estes artigos propõem a privatização do Ensino

Público através das terceirizações nas áreas de infra-estrutura (vigilância, limpeza, secretaria) e das ONG’s nas áreas socioculturais, ou seja, dinheiro público para a iniciativa privada.

Dois exemplos de implementação do PDE podem ser observados no estados de São Paulo. Serra lançou um plano de 10 metas para a Educação, bem como 10 medidas que, segundo a Secretária Estadual de Educa-ção irão garantir que essas metas sejam alcançadas.

As ações anunciadas vão de encontro às recomen-dações do Banco Mundial para os serviços públicos e acompanham os projetos que, os governos de vários países imperialistas e, também da América Latina, vêm adotando. entre as medidas anunciadas por serra, é impor-tante citar duas delas1. Implementar a reforma do Ensino Médio com a

adoção de uma ou mais modalidades de habilitação

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técnica profissionalizante e que será articulada ao ensino profissionalizante em 20% dos cursos no-turnos, a partir de 2008, em parceria com o Centro Paula Souza e que inicialmente será oferecida a modalidade “técnico em administração” integrada ao ensino médio.A diversificação curricular do Ensino Médio é a

implantação da Reforma que irá retirar, como mínimo, 25% das nossas aulas e introduzir as parcerias com a iniciativa privada (Sistema S, por exemplo) para a ofer-ta de cursos profissionalizantes nas dependências das escolas públicas. Atenção: essas aulas não serão admi-nistradas pelos professores da rede pública.

De acordo com a SEE, também serão instituídas “parcerias com o setor privado para assegurar certifi-cações parciais em computação” e “certificações em língua estrangeira”. Serão conseqüências imediatas: introdução nos currículos da disciplina computação (retirando assim aulas das atuais); possibilidade dos alunos cursarem língua estrangeira e computação fora da escola pública e redução do número de aulas de in-glês disponíveis para os professores.2. Serra, se apoiando nos artigo XIII, XV e XVIII do

Decreto do Executivo nº 6.094 de Lula, irá utilizar o Saresp e Prova Brasil para implantar a avaliação de desempenho e alterar o Plano de CarreiraHaverá também AVALIAÇÃO DAS uNIDADES ES-

COLARES, na qual será computado até o gasto mensal com

telefone, energia elétrica, água. E, nesses casos, o desem-

penho melhor é daquela unidade que apresentar consumo

mínimo...

Somos categóricos, a avaliação de desempenho está sendo introduzida com uma única intenção: possibilitar a rápida demissão dos servidores públicos. No caso dos professores é visível, pois num curto espaço de tempo, com a total implantação da Reforma do Ensino Médio, ao mesmo tempo em que privatiza as escolas públicas poderá demitir os professores se utilizando a lei.

Nossos empregos estão em jogo. Infelizmente,

muitos colegas ao ouvirem as notícias divulgadas sobre a Educação Pública fazem uma leitura errônea delas. A principal é aquela que se baseia na informação de que existe um déficit de 100 mil professores no Brasil para o Ensino Médio. A partir daí, chegam à seguinte conclu-são: “Estão faltando professores, então o governo não vai me demitir” ou “O governo não pode me demitir se há falta de professores”. Ledo engano! Estamos sendo alvos de um imenso ataque e se não enfrentarmos os governos estaduais, municipais e o Federal, seremos as próximas vítimas.

Defendemos que este congresso vote:» CONTRA O PDE!» CONTRA O REuNI!» CONTRA A AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO!» CONTRA A REFORMA DO ENSINO MÉDIO!» CONTRA A REORGANIZAÇÃO DO EJA!» CONTRA A REFORMA DA PREVIDÊNCIA!» GREVE GERAL NA DEFESA DE NOSSO EM-

PREGO, DIREITO E SALÁRIOS!

BalanÇo PolÍtico Da GestÃoGrandes mobilizações ocorridas recentemente na

América Latina têm sido protagonizadas pelo funcio-nalismo público e particularmente pelos setores da Saúde e Educação que reúnem o maior número de tra-balhadores.

Isso se dá em razão de que cada vez mais os gover-nos estão se desobrigando de garantir direitos sociais básicos aos trabalhadores e seus familiares, como edu-cação e saúde públicas, gratuitas e de boa qualidade.

É a busca do tal “Estado mínimo”. Para isso suca-teiam esses setores, cortando ou não repassando ver-bas; não realizam concursos e adotam uma política de arrocho salarial e corte de direitos do funcionalismo (terceirizações, novas formas de contratação, aumento na idade para aposentadoria, etc). Avançam nos ataques ao instituir as avaliações de desempenho, passo inicial para as demissões. E estabelecem leis que impõem res-

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trições ao direito de greve. Isso ocorreu em Honduras, Nicarágua, Bolívia, Peru e outros países.

Na Argentina, trabalhadores de dezenas de centros de saúde municipais da grande Buenos Aires se uniram aos do Hospital de Garrahan, Clinicas, Francês e Po-sadas realizando manifestações unitárias, exigindo au-mento salarial, mais verbas e denunciando as péssimas condições de trabalho e a impossibilidade de garantir um atendimento de qualidade à população.

No Brasil, o setor que mais se mobilizou foi o fun-cionalismo público, principalmente em Educação e Saúde. Basta o exemplo dado pelo site da CNTE, no primeiro semestre de 2007 os trabalhadores em edu-cação em, pelo menos 10 estados da união (PE, PB, AL, MA, GO, RJ, RN, AP, RO, BA), fizeram mais de 10 dias de greve, quase todas no mesmo período, sem contar as mobilizações e paralisações ocorridas nos ou-tros estados.» E a direção de nossa Confederação, que política

adotou frente a estas lutas?» Infelizmente, chamou marcha, pressão parlamen-

tar, dia nacional de luta. Mas para que? » Unificar as lutas para uma greve geral dos trabalha-

dores em educação? NÃO! » Lutar contra os ataques promovidos pelo PDE de

Lula? NÃO! » Lutar contra as 10 metas do Serra? NÃO! » Lutar contra a reestruturação do Kassab? NÃO! » Lutar contra o sucateamento da educação públi-

ca promovido pelo PSDB no Rio Grande do Sul? NÃO!

» Lutar contra a escola de tempo integral de Belo Horizonte? NÃO!

» Lutar contra a ilegalidade da greve em Pernambu-co? NÃO! Todas as greves tinham como uma das principais

reivindicações a conquista de reajuste salarial e melho-res condições de trabalho, ou seja, a luta era para garan-tir uma educação pública de qualidade.

Enquanto os trabalhadores realizavam estas lutas, a direção da CNTE apoiou todas as propostas apresen-tadas pelo governo federal, se limitando a propor algu-mas modificações através da pressão parlamentar.

Além disso, centralizou toda a discussão no Piso Nacional, comemorando sua aprovação, sem se pro-nunciar, e muito menos lutar contra, o ataque aos di-reitos conquistados que estão embutidos na aplicação deste Piso.

O mais grave, ao não apontar a necessidade da luta direta contra os planos do governo, a direção da Confe-deração ajuda os governos estaduais e municipais (que tem 10 anos para aplicar o Piso Nacional) a acabar com nossa carreira e aumentar o desemprego na Educação Pública.Por isso defendemosPISO DO DIEESE POR 20 HORAS vinculado a:» Nenhuma avaliação de desempenho;» Estabilidade no emprego;» Plano de carreira com evolução funcional;» Concursos públicos;» Máximo de 25 alunos em sala de aula;» Aposentadoria especial para os trabalhadores em

educação;» Contra as ONG’s na educação;» Contra as terceirizações e privatizações.

Plano De lutasO Plano de Lutas que iremos propor ao XXX Con-

gresso terá por objetivo organizar, para o primeiro tri-mestre de 2008, a Greve Geral dos trabalhadores em Educação contra os planos de Lula/FMI.

estatutoEleições para a diretoria com proporcionalidade di-

reta e qualificada.Redução do número de diretores.Nenhum subsídio aos diretores, além de passagens,

refeições e estadias quando estiverem em atividade a

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serviço da entidade. Estabelecimento do valor máximo das ajudas de

custo.

assinaM esta resoluÇÃoAntônio Reinaldo Venturini - Apeoesp; Bereni-ce Palma - Apeoesp; Carlyne Cardoso de Paiva - Sinpeem; Cláudia Lúcia Bernardes - Sinpeem; Da-niel da Silva Oliveira - Apeoesp; Donizete Antonio Sudario - Sinpeem; Eliete Silveira - Apeoesp; Fábio Serra da Fonseca - Sinpeem; Fernanda Figueiredo Morana - Apeoesp; Francisco Bezerra da Silva Jr. - Sinpeem; Gilmara Kacauchi - Apeoesp; Hélio Eduardo Franco - Apeoesp; Iolanda de Sousa Gon-çalves - Sinpeem; Iolita urbano Galvão - Apeoesp; João Evangelista Domingues - Sinpeem; José Luiz de Paula Rosa - Apeoesp; Lenir Rodrigues Spíndo-la - Sinpeem; Lidiana Cristina de Lima - Apeoesp; Lígia Messias da Silva de Paula - Sinpeem; Mar-cos Antonio Gabriel - Sinpeem; Marcos Roberto de Lima - Apeoesp; Maria Aparecida Natalino - Apeo-esp; Maria Aparecida Rosseto - Apeoesp; Maria de Lourdes C. da Silva - Apeoesp; Maria do Socorro de Oliveira de Carvalho - Apeoesp; Maria Tereza Máximo dos Santos de Aragão - Sinpeem; Marilda Judith da Silva - Apeoesp; Maristela Tosetti Viei-ra - Sinpeem; Mario Marques da Silva - Apeoesp; Marta Margarida Kirchleitner - Sinpeem; Nanci de Oliveira - Apeoesp;Oscar Souza dos Santos - Apeo-esp; Othogamis Gabriel Moreira Filho - Apeoesp; Paulino R. de Castro Neto - Sinpeem; Paulo Ce-zar de Rezende Hendges - Apeoesp; Regina Bispo Santos - Sinpeem; Renata Cristina Maugeri Amo-rim - Apeoesp; Rinaldo de Souza Araújo - Sinpe-em; Rosa Maria Ribeiro - Apeoesp; Rosângela de Araújo Medeiros - Sinpeem; Rosemary Barberá - Apeoesp; Sebastião Eduardo de Lira - Sinpeem; Sergio Henrique da Silveira - Apeoesp; Sheila An-drade de Oliveira - Sinpeem; Sheila Varoli - Sinpe-

em; Sudário Moreira - 372.200-X - Sinpeem; Tel-ma de Fátima Alves Sanches - Sinpeem; Valdecir dos Santos - Apeoesp; Vandersom Carlos Machado - Apeoesp; Vera Lúcia Casseb - Sinpeem;.

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conJuntura internacional: QuEM DIRIA: O BRASIL COMO GuARDIÃO DO IMPERIALISMO NA AMÉRICA LATINA!

Na Bolívia, um militante de origem indígena resis-te ao imperialismo. Na Venezuela, um militar resiste ao imperialismo e conclama o debate rumo ao socialis-mo. No Brasil, um Presidente de origem operária, ex-sindicalista, militante e um dos fundadores do Partido dos Trabalhadores, com bandeiras vermelhas e que se reivindica de esquerda, atira-se aos pés do IMPÉRIO. Em março de 2007, promove uma calorosa recepção ao guardião maior da desgraça da humanidade.

O “carniceiro” George W. Bush, apesar de uma derrota eleitoral, da perda de vários assessores denun-ciados por inúmeros crimes, com derrotas constantes na manutenção de sua política de invasão no Iraque e no Afeganistão, da perda de aliados, continua capita-neando o imperialismo na direção do lucro. Sangra as economias regionais, objetivando a captação de ma-téria-prima a baixíssimo custo e trabalha pelo esgota-mento dos recursos naturais do planeta para sustentar seu império natal. Agora, tem o apoio de aliados na periferia. O mais recente: Inácio Capacho do Imperia-lismo da Silva, que transformou o síndico do mundo, o promotor de vários desastres da humanidade, em “companheiro”.

Com o objetivo de obter um assento permanente no Conselho de Segurança da Organização das Nações unidas, adiantou-se e, em uma atitude servil, mandou soldados brasileiros para o Haiti como parte integrante das tropas de “paz” da ONu. O tempo passa, a crise aumenta, a soberania do Haiti fica comprometida e as tropas de “paz” da ONU, que lá estão desde 2004, fi-cam cada vez mais acomodadas e o país ocupado com menos liberdade.

O Conselho de segurança da ONu determinou a prorrogação por mais um ano da ocupação no HAITI, de 2004 até 2007, com vidas tiradas e milhões de reais gastos, o INÁCIO não se toca. O apoio do império es-tadunidense ao estado de Israel continua contribuindo para o massacre da população palestina, a invasão por ele promovida, no AFEGANISTÃO e no IRAQuE na esteira de seus interesses econômicos estão recebendo denúncias de várias frentes, de economistas, de milita-res entre outros na sede do império. Sua principal base de apoio dentro do movimento operário, a CuT, diri-ge-se às bases do movimento sindical e tenta explicar o inexplicável. Transformou-se numa Central “chapa branca”, apoiadora incondicional do serviçal do impe-rialismo. DEFENDEMOS: » A RETIRADA IMEDIATA DAS TROPAS BRA-

SILEIRAS DO HAITI;» ARETIRADA IMEDIATA DE TODAS AS FOR-

ÇAS MILITARES DO IRAQuE E DO AFEGA-NISTÃO;

» ABAIXO O IMPERIALISMO ESTADuNIDEN-SE E SuA POLITICA INTERVENCIONISTA!.

conJuntura nacionaluM BRASIL PARA TODOS OS BANQuEIROS, uSINEIROS, REPRESENTANTES DO AGRONE-GÓCIO, ENTRE OuTROS.

Os lucros dos bancos da iniciativa privada (e tam-bém dos estatais) estão atingindo índices recordes. A política econômica ortodoxa adotada pelo Banco Cen-tral no controle do mercado mantém altas as taxas de juros (taxa SELIC) e enriquece ainda mais os banquei-ros.

Os preços dos produtos da cesta básica são, siste-maticamente, corrigidos nas alturas. Outros como os da

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sindicato pra lutar

sinDicato Pra lutarContra o liberalismo e suas reformas, dos tucanos aos inacianos.

Lutar para barrar os ataques neoliberais

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energia elétrica, da água, do gás, dos transportes pú-blicos, da gasolina, do álcool, do óleo diesel, do GNV, da telefonia fixa e móvel e dos remédios não param de subir. Na outra ponta, a política de arrocho salarial e de aperto no consumo é desenvolvida com maestria pelo governo federal. É uma política econômica que, certa-mente, segue provocando muitas vítimas.

A ganância pelo lucro, o afã desenfreado da lógica da exploração está destruindo o planeta. O superaque-cimento mundial é uma realidade. E qual é a política inaciana para o setor? A liberação do milho, do trigo e da soja trangênicos e a transposição do Rio São Fran-cisco.

Como se não bastasse, garante a continuidade da reforma da Previdência, iniciada por FHC. Não temos dúvida: o governo inaciano entrará para a História como o de um ex-operário, formado na luta sindical dos metalúrgicos no final dos anos 70 e grande traidor das lutas operárias. Inescrupuloso e oportunista, na ra-beira do seu populismo, engessou o movimento operá-rio e lhe desferiu derrotas históricas.

O seu segundo mandato está ainda mais liberal, com pompa e prazer de ser de direita. Muitos afirmam que ele não é de direita e, sim, de esquerda. Mas ele mesmo afirmou que não é de esquerda. Enquanto mui-tos não querem ver e outros o protegem (a CuT promo-veu um verdadeiro “apagão sindical” e uma blindagem em torno de Inácio), as reformas liberais vão de vento em popa e os ataques às conquistas históricas dos tra-balhadores vão crescendo.

A política econômica de superávit primário con-tinua agradando Washington, mas, aqui, provoca uma crise sem precedentes. Vejam, por exemplo, a Saúde Pública: a crise no setor é gravíssima e, neste período, estão ocorrendo movimentos de reação mais contun-dentes no nordeste do país. O governo federal, mesmo após o anúncio de envio de verba para a região, recua e não quer mais prestar o necessário socorro. O gover-no federal aposta em gerar saldo positivo na balança

comercial e em pagar, sistematicamente, as dívidas ex-terna e interna. O custo disso será, certamente, a vida de milhares de brasileiros. O corte de despesas e inves-timentos governamentais no setor social que objetiva o crescimento do superávit primário, gera, como con-seqüência, mortes: na saúde, na malha rodoviária (pra-ticamente em todas as estradas estaduais e federais), nas ferrovias, nos aeroportos, nas obras do metrô e em muitos outros. Querendo o enxugamento da máquina e a maximização do lucro, a iniciativa privada aumenta os índices de mortalidade.

Na Educação, baixos valores de investimento são apontados com freqüência. Os servidores públicos fe-derais, estaduais e municipais vão à greve em defesa dos serviços públicos. Na luta, são atacados pelo pre-sidente traidor, ex-sindicalista, que defende o desconto dos dias parados no salário do trabalhador grevista, em vez de procurar uma maneira negociada de atender às suas legítimas reivindicações.

O movimento é atacado por integrantes dos gover-nos “petistas”, como, por exemplo, na Bahia. Os petis-tas consolidam-se como cidadãos liberais corporativos, um verdadeiro clube representante da melhor política burguesa.

O PAC lançado pelo governo federal com grande pompa, tem como orientação o arrocho salarial e a re-tirada de direitos históricos conquistados pelos traba-lhadores assalariados. Para o empresariado, vantagens.. O MENSALÃO E OS MAIS DE 40 LADRÕES; A LAMBANÇA DO PEQuENO BuRGuÊS.

um parlamento podre, falido, desacreditado e com altíssimo custo aos cofres públicos, em Brasília parla-mentares promove verdadeiras negociatas com o go-verno federal para conseguirem a aprovação de seus projetos e emendas milionárias. Sanguessugas, máfia das ambulâncias. Hoje existem centenas de parlamen-tares sendo processados ou investigados. Depois do evento do mensalão é mais do que necessário provar, de maneira mais que irrefutável, a acusação contra os

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corruptos. O cinismo e o descaramento são enormes. Para fugir das acusações transformaram-se em verda-deiros juristas.

Os pequenos do mensalão representam e apontam o desprezo que foi dado ao movimento e à classe dos tra-balhadores. Muitos deles saíram do seio do movimento operário ou da luta em defesa dos Serviços Públicos. » FIM DA POLÍTICA DO ESTADO MÍNIMO E AS

CORRELATAS (SuPERAVIT);» REFORMA AGRÁRIA SOB CONTROLE DOS

TRABALHADORES;» ABAIXO A REFORMA DA PREVIDÊNCIA; » ABAIXO AS REFORMAS DE INÁCIO: SINDI-

CAL TRABALHISTA;» NÃO PAGAMENTO DA DÍVIDA EXTERNA E

INTERNA;» REFORMA uRBANA JÁ.

PolÍtica sinDicaluM GRANDE MuRO PRÓ-IMPÉRIO NA AMÉRI-CA LATINA CHAMADO BRASIL! COM ARGA-MASSA LIBERAL!

Inácio e seu partido para chegar a Presidência em 2003 não mediram esforços. Fizeram acordos com os “guardiões do imperialismo” rebaixando bandeiras, na famosa “carta aos brasileiros”. Alguns militantes acre-ditavam que aquela atitude era uma estratégia político eleitoral e que obtendo a vitória retornaria ao programa de origem. Ledo engano. O tempo foi passando e as evidências tornando clara a traição. Inácio tem uma boa oratória, sabe manipular muito bem a carência do povo.

Nas últimas campanhas eleitorais utilizaram táticas atrasadas para atrair eleitores. Criou uma falsa polari-zação com o engomadinho entre estatização e privati-zação e agora privatiza várias rodovias federais, mentiu de maneira estrondosa para promover a iniciativa pri-vada, nacional e multinacional.

O ex-líder operário quando lhe perguntavam se era

de esquerda, respondia: sou torneiro mecânico. Sempre disse não saber exatamente que tipo de política social defendia, porém, no poder, soube fazer a opção pelo grande capital, pelos heróis usineiros e pelos compa-nheiros banqueiros.

Antes da posse do primeiro mandato se reuniu com Bush, depois da posse, se reuniu com Bush e duran-te o governo sempre dá Bush. Bush aqui, Bush acolá! Enquanto isso vai se distanciando de presidentes na América Latina que possam lembrar seus discursos de esquerda. Na Bolívia um indígena ainda que sufocado, esta resistindo ao imperialismo.

O presidente Venezuelano Hugo Chaves promove mudanças no currículo escolar, colocando em debate temas como humanismo, nacionalismo, e o próprio capitalismo. Inácio transforma-se em camelô do bio-diesel. Legítimo representante dos usineiros e do agro-negócio. O biodiesel, combustível produzido a partir de produtos agrícolas, alguns usados como alimento, agora será produzido para sustentar o consumismo dos ricos.

O MST no primeiro mandato apoiou integralmente a candidatura de Inácio, no segundo mandato ficou di-vidido, pois as razões foram muitas: “a reforma agrária que dizia que faria com a caneta, não aconteceu, o trans-gênico do milho, da soja, e do trigo foram aprovados. É uMA FESTA SÓ. A transposição do Rio São Fran-cisco esta sendo imposta, está privatizando Amazônia, as plantações de eucaliptos avançam, o país vai trans-formar-se em um grande canavial, milhares de famílias de sem-terra acampadas, mais de 130 assassinatos de trabalhadores no campo, só na gestão Inaciana”.

Enquanto isso, na Venezuela, aprova-se a Lei de terra n 5.771 de 18 de maio de 2005 que objetiva acabar com o latifúndio e distribuir a riqueza, além de utilizar o Exército para tal ação. No Brasil, o Exército e a For-ça Nacional são convocados para fazer show de trucu-lência nos morros cariocas, enquanto a floresta amazô-nica está indo pro chão, mesmo depois do assassinato

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da missionária Dorothy Stang e de outros defensores da floresta.

O ex-presidente da CuT, hoje ministro da Previ-dência, atropela aposentado que estava participando de uma manifestação em Brasília. Com certeza, os apo-sentados continuarão sendo atropelados no futuro, pois a proposta do governo “Inácio” de Reforma da Previ-dência é elevar para 65 anos o limite mínimo para a aposentadoria. Inspirado na abolição da escravatura, lei do sexagenário.

Dando continuidade ao trabalho porco de FHC, INÁCIO promove a reforma da Previdência em 2003 e procura, em 2007, numa segunda fase, concluir a su-jeira. Inácio será sempre lembrado como pessoa ines-crupulosa e traidora das lutas operárias. Deveria ser ra-dicalmente contrário a essas reformas, pois foi forma-do na base operária. Hoje, ele conseguiu dividir ainda mais o movimento dos trabalhadores e alguns setores que, de maneira envergonhada ainda o apóiam, tentam, no campo de classe, justificar o injustificável.

Nem ao seu próprio partido de origem ele é fiel, pois defendeu, em entrevista, uma candidatura única da base de sustentação do governo. Assim, “petistas” e “inacianos” irão se aliar ao PMDB, PTB, PDT e PSB (e a quem vier) para dar seqüência à política de orien-tação neoliberal, a favor do imperialismo e sem com-promisso com a classe trabalhadora. DIANTE DE uM QuADRO COMO ESTE, TEMOS QuE uNIFICAR CONTRA OS ATAQuES.

O loteamento do movimento sindical está contri-buindo para quê? A divisão e a fragmentação estão in-tensas. É necessária uma unidade nas ações contra os ataques do liberalismo aos trabalhadores.A CNTE DEVE LuTAR DE MANEIRA uNIFICADA E INDEPENDENTE por

Jornada de trabalho semanal de 40 horas/aula, sen-do 20 horas em sala de aula, 10 horas em trabalho pe-dagógico coletivo e 10 horas em local de livre escolha do professor.

PISO DO DIEESE.» Abaixo a política de bônus e gratificações;» Reposição das perdas salariais!;» Contra o pacote de reformas neoliberais – LuLA/

PT!;» Readmissão dos metroviários demitidos em São

Paulo;» Fim das perseguições: professores continuam sen-

do processados, punidos com sanções disciplina-res, com objetivo de calar a oposição;

» Anistia e a imediata readmissão dos professores demitidos na greve do ano 2000 em São Paulo;

» Abaixo os provões;» Abaixo o decreto 6094 de 24.04.2007;» Abaixo a política de seleção imposta pelo governo

federal;» Abaixo a Prova Brasil;» Abaixo a política de Darwinismo Social imposta

pelo governo federal através do PDE;» Abaixo a Reforma Sindical;» Abaixo a Reforma da Previdência.

PolÍtica eDucacionalO APAGÃO NA EDuCAÇÃO. LuLA PT DA CON-TINuIDADE A POLÍTICA LIBERAL TuCANA NA EDuCAÇÃO TAMBÉM.

“Entendemos que a formação, a Educação, não deve estar a serviço da Lógica do Mercado,

servil a produção, e sim buscar o crescimento e o desenvolvimento das potencialidades humanas na perspectiva da construção de uma sociedade sem

explorados e sem exploradores.” Afirmamos em nossa tese no ano de 2005 e nos orientamos por esta

concepção.Ainda na tese de 2005 destacamos:

“Como já constatamos, a regra neoliberal ronda e atua na Educação de forma contundente”. A L.D.B. em sua linha de Cidadania (na verdade, adestramento ao Estado Liberal), da Municipalização, das competên-

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cias e habilidades acaba por reafirmar tudo isso, e o principal não é discutido, o custo/aluno (no sentido de investimento). Neste ano, 2007 o MEC enviou a verba para as escolas referente ao numero de alunos do ano passado 2006. A histórica e já corriqueira política de enviar uma merreca, uma mixaria, um esmoler, uma caridade institucional.

E ainda mais engessada pela regra de parte desti-nada a custeio (manutenção) e parte ao material per-manente, como se todas as escolas tivessem a mesma margem para funcionamento. Mas o consolo dos man-datários de plantão e o seguinte: ninguém poderá afir-mar que o governo não manda dinheiro para as escolas. Dinheiro foi, mas a quantia que é importante não se comenta, muito pelo contrário omite-se..

“Outro destaque na questão educacional: precisa-mos ter como orientação política, o combate às parce-rias, as chamadas Parcerias Público - Privado (PPP), pois estão colocando a Educação Pública no colo da Iniciativa Privada.”

Afirmamos isso em nossa tese em 2.005, este fato ocorre de maneira institucional com o Governo do Estado de São Paulo, José Serra/PSDB e aparece de maneira escancarada no decreto 6094 de Lula/PT. Dois partidos, duas orientações, indiretamente afirmam: Já que o Estado não cuida, privatiza. Vamos estimular o lucro. É necessário observar que todos os partidos bur-gueses fazem isso, com maior ou menor intensidade, agora o PT esta no seleto clube. censura ao livro e ao autor.

Este ano um determinado livro foi censurado pelo MEC por pressão das forças conservadoras, liberais, reacionárias do próprio governo e seus correlatos da mídia. Entendemos que este método deva ser repudia-do neste congresso em de da liberdade de aprender e ensinar, de expressão, de cátedra e contra as caças as bruxas tão comum nas ditaduras fascistas como nas bu-rocracias com orientação Stalinista.tratando a escola publica no brasil como empresa.

Em abril de 2.007 o governo federal apresenta um pacote de maldade. Na velha linha liberal de respon-sabilizar o trabalhador pela crise, o caminho que ele aponta é um dos piores.

Não precisamos de provas para comprovar que a Escola Pública tem problemas, qualquer mãe ou pai de aluno neste país em depoimento vai dizer que ela pre-cisa melhorar.

O movimento sindical no Brasil, em todos os Es-tados já realizou manifestações, atos, greves, enfim dezenas de atividades contra a política deliberada de abandono dos serviços públicos, contra a política de destruição dos serviços públicos em nosso caso a Edu-cação. Se este governo atendesse as reivindicações da categoria e reconhecesse a legitimidade dos reclamos não seria necessário tal pacote de maldade.

A pressão liberal para aumentar a produção é gran-de, e esta mesma pressão para maximizar o lucro é maior ainda, em todas os setores da economia capitalis-ta, os golpes são uma constante. Nos serviços públicos o corte de gastos e o Estado Mínimo têm que ser atin-gido, e como é desenvolvida esta política: através dos já conhecidos choques de gestão (MG, SP, RS, BA,), com o sucateamento dos serviços, com a repressão ad-ministrativa entre outras perversidades. Detalhe tudo isso dentro da legalidade institucional burguesa, com apoio da mídia e pressão para reduzir cada vez mais a intervenção do Estado na economia.

Enquanto a meta da administração é o superávit primário com números generosos para o pagamento das dívidas (externa e interna), a pressão sobre o servidor aumenta. Não se leva em conta o histórico das políticas aplicadas, não é considerado o sucateamento atingido contra o serviço, não se leva em conta as condições de trabalho da categoria (longas jornada de trabalho), a falta de infra-estrutura (giz vagabundo, lousa caindo os pedaços, apagador que é lixo, ausência de recursos áudio visuais). O descaso acumulado com o servidor, as perseguições, os males a saúde provocado pelas

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péssimas condições de trabalho, os baixos salários, a violência nas escolas (fruto da exclusão capitalista e do consumismo alucinado, uma verdadeira barbárie).

Para o show de demagogia e pirotecnia eleitoreira o decreto já esta fazendo o seu papel.

O que vemos é a responsabilização do trabalhador pelos resultados da máquina administrativa Estatal e também a privada que sabidamente tem uma orientação política e econômica e se esconde na responsabilização do assalariado. Esses assalariados podem ser professo-res, funcionários de escola, piloto de qualquer empresa aérea, controladores de vôo, médico, operador de ma-quinas, ou maquinista nos trens da Central do Brasil, metroviário, motorista ou qualquer outra atividade.

Diante do exposto, concluímos que o governo fe-deral está no caminho liberal da escola empresa. A se-guir a prova para comprovar a nossa afirmação. Já que a moda é provar, vamos provar. No corpo do decreto nº. 6094 de 24 de abril de 2.007.XIII - implantar plano de carreira, cargos e salários

para os profissionais da educação, privilegiando o mérito, a formação e a avaliação do desempenho;

XIV - valorizar o mérito do trabalhador da educação, representado pelo desempenho eficiente no traba-lho, dedicação, assiduidade, pontualidade, respon-sabilidade, realização de projetos e trabalhos espe-cializados, cursos de atualização e desenvolvimen-to profissional;

XV - dar conseqüência ao período probatório, tornando o professor efetivo estável após avaliação, de pre-ferência externa ao sistema educacional local.

XVI - envolver todos os professores na discussão e ela-boração do projeto político pedagógico, respeita-das as especificidades de cada escola;

XVII - incorporar ao núcleo gestor da escola coordena-dores pedagógicos que acompanhem as dificulda-des enfrentadas pelo professor;

XVIII - fixar regras claras, considerados mérito e de-sempenho, para nomeação e exoneração de diretor

de escola;“QuANTAS PROVAS SERÃO NECESSÁRIAS, PARA QuE SE SAIBA DO NÃO INVESTIMEN-TO”? ENTÃO DIZEMOS “ERA uM PISO QuE MÃOS DA ARTICuLAÇÃO/CAMPO MAJORITÁRIO DEN-TRO DA CNTE VIROu CONTRAPISO.» CONTRA A CENSuRA A LIVROS DIDÁTICOS

E A PERSEGuISÃO AOS AuTORES QuE NÃO SEGuEM OS DITAMES DOS GABINETES DO MEC;

» CONTRA A POLITICA DE AVALIAÇÕES EX-TERNAS E INTERNAS. PROVÕES;

» ABAIXO O DECRETO 6094 DE 24.04.2007;» ABAIXO A LDB CIDADÃ PRIVADA;» ABAIXO AS PARCERIAS COM A INICIATIVA

PRIVADA;» VERBAS PÚBLICAS PARA ESCOLA PÚBLI-

CA;» ABAIXO A PROVA BRASIL E TODOS OS SEuS

SIMILARES ESTADuAIS;» EM DEFESA DO PISO DO DIEESE POR 20 HO-

RAS SALA DE AuLA;» ABAIXO O PROVÃO MAIS VERBA PARA A

EDuCAÇÃO.

BalanÇo PolÍtico Da GestÃoDE uMA CNTE QuE É CORREIA DE TRANSMIS-SÃO DO ESTADO.

Sem sombra de dúvidas iniciaremos 2008 com uma CNTE cada vez mais submissa ao aparelho de Estado e assessora do governo federal..

As bandeiras levantadas pelo Campo Majoritá-rio/Articulação, FuNDEB, PDE, PSPN dão conta de apontar o estrago político que está sendo feito em nossa entidade, e o método de conduzir estas bandeiras é a já conhecida pressão parlamentar, aliadas a proteção do governo federal.

Em 2005 afirmávamos em nossa tese “A CNTE,

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hoje, não esta unificando os trabalhadores em Educa-ção no pais. Atualmente está em posição de contem-porização com o governo Lula, desde as primeiras ho-ras. Já se vão 2 (dois) anos de governo e as propostas apresentadas pelo atual Governo Federal não mudam, em nada, as do governo anterior” e foi Cristovam, foi Tarso, e agora Fernando mudou o que?

Agora temos um FuNDEB que este planejado para atender um número maior de alunos com uma miserá-vel porcentagem sobre o antigo FuNDEF, tem o PDE que institui as chamadas Parcerias Público. - Privado (PPP) na Escola Publica , emplaca a avaliação externa, alem de responsabilizar a categoria pelo apagão na edu-cação, e estabelecer o darwinismo mercadológico entre as escolas e regiões. Com relação a nossa bandeira his-tórica, jogaram a proposta de piso salarial no chão do Palácio do Governo Federal, rebaixar para proteger. lula.

Em outubro de 2.005 nossa entidade foi recebida pelo Governo Federal , “criou-se grupo de trabalho para aprofundar estudos” e o tempo foi passando, passando, e o apoio a Lula/PT crescendo cada vez mais. Em 2.006 o apoio à reeleição e agora em 2.007 ao segundo man-dato, e nada avançou para o atendimento de nossas his-tóricas bandeiras. Muito pelo contrário, a verba MEC nas escolas continua minguada e separada de maneira a não garantir a autonomia da escola na aplicação dos recursos.

Hoje, outubro de 2007 as escolas estão recebendo os cartazes da PROVA BRASIL, com os dizeres “Pro-fessores e Professoras, esta prova também depende de vocês”, lembra algumas campanhas da ditadura, uma música do Dom e Ravel: Você também e responsável!

E segue ainda com outra pérola “Com a Prova Bra-sil, o Governo Federal investe na melhoria da qualidade da educação pública no País.” É precisa a prova Brasil para comprovar que existe um apagão na educação de nosso país com destaque para a Escola Publica e que a responsabilidade é do aparelho de Estado e de seu

Governo Burguês liberal.» POR uMA CNTE INDEPENDENTE E DE

LuTA;» POR uMA CNTE AuTONOMA E COMBATIVA

PARA ORGANIZAR A GREVE NACIONAL EM DEFESA DA ESCOLA PuBLICA;

» POR uMA CNTE CONTRA AS REFORMAS LI-BERAIS DE LuLA;

» POR uMA CNTE QuE LuTE CONTRA OS PROVÕES.

Plano De lutasSOLIDARIEDADE AOS POVOS EM LuTA E CON-TRA AS PERSEGuIÇÕES POLITICAS.

DESDE 1998 CINCO CuBANOS ESTÃO PRE-SOS NOS ESTADOS uNIDOS E SÃO ACuSADOS PELO GOVERNO IMPERIALISTA DE ESTAREM COMETENDO ATOS TERRORISTAS NOS ESTA-DOS uNIDOS. O IMPÉRIO ACuSA E MANTEM PRESO OS SEuS OPOSITORES E DE MANEIRA OPORTuNISTA TAMBÉM PRESSIONA COM ES-TAS PRISÕES O GOVERNO QuE LHE FAZ OPO-SIÇÃO.

DEFEMOS O FIM DA BASE MILITAR DOS EuA EM GuANTANAMO E A LIBERTAÇÃO DOS PRIONEIROS POLITICOS. BANDEIRAS GERAIS PARA PLANO DE LuTAS.» Reforma agrária sob controle dos trabalhadores!;» Reforma urbana Já;» Não pagamento da divida externa;» Não pagamento da divida Interna;» Abaixo a lei de responsabilidade fiscal;» Abaixo o F. M. I. e o Banco Mundial; » Contra o pacote de reformas liberais de LuLA/

PT;» Abaixo o imperialismo estadunidense e sua políti-

ca intervencionista;» Contra as reformas TRABALHISTA E SINDICAL

DO LIBERALISMO LuLA/PT;

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» CONTRA A REFORMA DA PREVIDÊNCIA;» NÃO À REFORMA uNIVERSITÁRIA QuE

TIRA A AuTONOMIA E FINANCIA A INICIA-TIVA PRIVADA;

» CAMPANHA NACIONAL PELA READMIS-SÃO DOS PROFESSORES DEMITIDOS EM SÃO PAuLO EM 2001 E OS METROVIÁRIOS DEMITIDOS EM 2007;

» CAMPANHA NACIONAL EM DEFESA DA ES-COLA PÚBLICA, PELA REDuÇÃO DA JOR-NADA DE TRABALHO E PELO PISO SALA-RIAL DO DIEESE.

estatutoPor entendermos que a organização sindical deve

pautar-se pela democratização na participação da base, que as tarefas de organização devem ser socializadas com o maior número de trabalhadores e que devemos combater a constituição de castas burocráticas no mo-vimento dos trabalhadores, apresentamos algumas pro-postas de alteração estatutárias.NOVA REDAÇÃO SOBRE O CONGRESSO

Art. 10 - O Congresso Nacional ordinário reunir-se-á anualmente, em data e local determinados no Con-gresso anterior, sob a presidência da NOVA REDAÇÃO PARA A ALÍNEA b.b) fica estabelecido para a eleição de delegados ao

congresso nacional a proporcionalidade de 1(um) delegado para cada 200(duzentos) associados das afiliadas.

NOVA REDAÇÃO SOBRE A PROPORCIONALI-DADE DE PARTICIPAÇÃO NO CNEI. Até 10.000 associados: o presidente ou coordena-

dor mais 3 (um);II. de 10.001 a 20.000 associados: o presidente ou co-

ordenador mais 4 (dois);III. de 20.001 a 40.000 associados: o presidente ou co-

ordenador mais 5 (três);IV. de 40.001 a 60.000 associados: presidente ou coor-

denador mais 6(quatro);V. acima de 60.000 associados: o presidente ou coor-

denador mais 7 (cinco).MANDATO DIRETORIA NOVA REDAÇÃO

Art. 46 - A Diretoria da CNTE será eleita no Con-gresso Nacional dos trabalhadores em Educação, com mandato anual.NOVA REDAÇÃO PARA O PARÁGRAFO ÚNICO DO ARTIGO 47.

Parágrafo Único – A regulamentação do critério de proporcionalidade será apresentada pelos proponentes em plenária discutida e submetida ao Congresso Nacio-nal para a sua aprovação e posterior execução.

assinaM esta resoluÇÃoCARLOS ALBERTO FERREIRA (CONSELHEI-RO ESTADuAL - APEOESP-SP) / CARLOS DONBOSCO DE ASSIS (CONSELHEIRO RE-GIONAL-APEOESP-SP), / ALTAIR DE OLI-VEIRA GOMES (CONSELHEIRO ESTADuAL-APEOESP-SP), / MARCIA OVIDIO PEREIRA, / GILBERTO F. MOREIRA. / EDILSON CHAVES DA SILVA, / CARLOS ROBERTO DATOVO. /JOuBER EZEQuIEL DE MORAES FILHO. /GISLEINE MACHADO DE ANDRADE. / Ju-LIANA DANIELLA DOS SANTOS DIAS. / RE-GINA CÉLIA MITSuKO TOKuMOTO, / MA-RIA AP. ROCHA VIANA DOS SANTOS. / PA-TRIANA CAMILLA DOS SANTOS YOSHIDA, / LuCIANO NOGuEIRA, / ROSÂNGELA CA-MARGO NOGuEIRA, / MARILENE COELHO ALECRIM. / ANDREIA WOZNIAK. / EMER-SON EDuARDO FELIPE, / GILVÂNIA SOA-RES FERRO. / EDMARA CHAVES DA SILVA. / MARCOS TAVARES. / ANDERSON ADELMO DA SILVA, / PRISCILA ALESSANDRA GON-ÇALVES KIMuRA, / JANETE SILVIA DE OLI-VEIRA/ AKEMI YAMAMOTO IKARI, / JOSÉ GILSON SANTOS. / MARIA DE FÁTIMA R.

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sindicato pra lutar

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DE LIMA / OSANA M. OLIVEIRA / ,PAuLO Y. MITSYAGA./ ELIANE MOTA./ HELLE NICE COSTA COELHO. / NEuSA CORRÊA DOS S. SILVA. / EDNA MIWA MYAMOTO DIAS. / RITA C. TABOADA. / SANDRA GONÇALVES / . LAÉRCIO JOSÉ DE DEuS JuNIOR / ERIC GuSTAVO SILVA/ MARCOS A. DE A. PIRES. / JADERSON HENRIQuE Z. ALMEIDA / MARIA NAZARÉ A. BEZERRA. / MARIA APARECIDA BARRETOS, / LÉLIO GOMES DOS SANTOS. / ELENICE ALVES FERREIRA. / SIRLENDI ME-DEIROS NuNOMuRA/ ROSELI FARIA BRITO/ ELTON DA SILVA SANTANA/ RAMILCA MO-RAES DE ANDRADE./ LuCIANO MOREIRA DE AZEVEDO - APEOESP. SP.

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sindicato pra lutar

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conJuntura internacionalA situação mundial é marcada, de um lado, por

uma ofensiva destruidora do imperialismo dominante, o dos EuA, visando destruir direitos sociais e a pró-pria existência de nações soberanas. Mas, contra essa ofensiva disfarçada sob o nome de “globalização”, os trabalhadores e povos de todos os continentes resistem com suas lutas.

Se o movimento dos povos do continente tem o mesmo sentido de afirmação da existência de nações livres e soberanas, o balanço dos governos que foram eleitos com esse mandato é diferenciado. Enquanto go-vernos como os de Chávez na Venezuela, Evo Morales na Bolívia e agora Correa no Equador, com suas con-tradições, afirmam políticas anti-imperialistas, chegan-do a reestatizar recursos energéticos (petróleo e gás), empresas mineradoras, outros como os de Tabaré Va-zquez no uruguai, Bachelet no Chile e Lula no Brasil, mantiveram-se na órbita das políticas herdadas dos go-vernos anteriores.

Assim, o congresso da CNTE reafirma sua conde-nação da política de guerra e exploração comandada por Bush e se pronuncia pelo direito dos povos à auto-determinação. » Pela retirada das tropas de ocupação do Iraque e

Afeganistão;» Contra os Tratados de Livre Comércio que, em

substituição à ALCA cuja implantação foi impe-dida pela luta dos trabalhadores e povos do conti-nente, pretendem entregar nossos países ao saqueio das multinacionais;

» Em apoio às medidas de retomada para a nação do que foi privatizado na Venezuela e Bolívia;

» Em solidariedade à luta contra os Tratados de Livre Comércio na América Latina e à grande mobiliza-ção popular na Costa Rica pelo “Não” no plebiscito

sobre o TLC com os EuA;» Apoio ao fim da concessão da RCTV efetuada pelo

governo Chavez na Venezuela!;Coerentes com esse posicionamento, os delegados

do 30º congresso da CNTE se dirigem ao governo Lula

para exigir.

» Ruptura do “acordo do Etanol” firmado em mar-ço de 2007 com Bush, pois tal “parceria” com o governo dos EuA para produzir biocombustível em “terceiros países” (da América Latina e Cari-be), além de transferir tecnologia brasileira para as multinacionais daquele país, incentiva o latifúndio canavieiro ligado ao agronegócio no Brasil e outros países, em detrimento da produção de alimentos, e reforça a injusta estrutura fundiária em contradição com a necessidade de se fazer uma verdadeira Re-forma Agrária;

» Retirada das tropas brasileiras que estão no coman-do da ocupação militar do Haiti pela ONu.O congresso também toma posição crítica e contrá-

ria à participação das entidades sindicais em instâncias do Mercosul.

conJuntura nacionalEntre 1 e 9 de setembro de 2007, a CNTE e suas

entidades filiadas, junto com a CUT e outras organiza-ções populares, participou da realização do Plebiscito Popular pela Anulação do Leilão da Vale do Rio Doce. Mais de 3,7 milhões de brasileiras e brasileiros se pro-nunciaram com uma esmagadora maioria de 96% dos votos coletados a favor da retomada da Vale, fraudu-lentamente privatizada por FHC em 1997, para o nação com a sua reestatização.

Este resultado contundente, a despeito de todas as dificuldades para organizar a consulta popular, se cho-cou diretamente com a declaração do presidente Lula

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eM DeFesa Da cnte e Da cut inDePenDente e De luta

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de que essa matéria não está na agenda do governo!Este fato é um resumo da situação que atravessa o

Brasil. Afinal, Lula foi reeleito presidente atacando os “tucanos que só sabem privatizar, como fizeram com a Vale”, sinalizando que seu segundo mandato se daria em sintonia com a luta dos trabalhadores no país e na América Latina, mas não é isso que se verifica na rea-lidade.

Logo no início de seu novo mandato, Lula firma o acordo do Etanol com Bush e forma um governo de “ampla coalizão” com partidos que sempre estiveram na trincheira oposta aos interesses dos trabalhadores, como o PMDB, PTB, PP etc. Ao anunciar o PAC, o governo inclui nele a liberação da privatização de ro-dovias, a liquidação da Rede Ferroviária Federal e, o que atinge o conjunto do funcionalismo público, o PL 01 que congela salários dos servidores federais por 10 anos.

Nesta situação a CNTE, acertadamente, realizou uma campanha nacional que desembocou numa marcha a Brasília em 25 de abril de 2007 com 20 mil pessoas pelo Piso Nacional de Salários, contrapondo à proposta prevista no FuNDEB de piso de 850 reais para jornada de 40 horas, as reivindicações de R$ 1.050,00 para o nível médio e de R$ 1.575,00 para o nível superior para jornada de 30 horas.

Depois, em 15 de agosto, o Dia Nacional de Mobi-lização da CuT, depois de jornadas de luta em abril e maio, levou a Brasília outros 20 mil manifestantes para dizer: “Lula, rompa com a agenda dos patrões e atenda a dos trabalhadores”.

Exigindo a manutenção do veto à Emenda 3, a re-tirada do PL 01 e do projeto que cria as Fundações Es-tatais de Direito Privado, a defesa do direito irrestrito de greve, a mobilização de 15 de agosto obteve do go-verno federal o compromisso de dar respostas positivas às reivindicações, mas até outubro, nenhuma medida concreta havia sido tomada, tal como o envio para o Congresso nacional da ratificação da Convenção 151

da OIT que garante direito de negociação sindical para os servidores públicos, ou a Convençâo 158 que coíbe as demissões imotivadas.

Está cada vez mais claro que sem mobilização e pressão de massa, o governo federal, prisioneiro de uma política de alianças com os inimigos de classe dos trabalhadores, não atenderá nossas legítimas reivindi-cações.

Por isso está certa a CuT ao dizer que não acei-tamos uma “Reforma da Previdência” que retire ou reduza direitos das atuais e futuras gerações de traba-lhadores. Os servidores que passaram pela experiência da primeira “contra-reforma” da Previdência, ainda no primeiro mandato de Lula, e que hoje nos Estados sofrem a ofensiva dos governadores para adaptar seus regimes de previdência ao que foi adotado para os ser-vidores federais, devem insistir na revogação da EC 41, para reconquistar seu direito à aposentadoria integral.

PolÍtica sinDicalHoje existe uma pressão enorme para desnaturar as

organizações sindicais, que surgiram para defender os assalariados da exploração. Desde os centros mundiais de poder o discurso que se quer impor é o da “gover-nança global”. Já que para os que se beneficiam dela – os grandes empresários – a “globalização é inevitável”, trata-se de associar as organizações dos trabalhadores a foros formais e informais que teriam o objetivo de mi-norar os males inevitáveis do capitalismo, os mesmos que levam a humanidade ao desastre.

No plano sindical, essa ofensiva para transfor-mar as organizações de luta da classe trabalhadora em “ONGs” que colaborem na implementação dos planos elaborados no Banco Mundial, no FMI e nos governos das grandes potências a serviço das multinacionais que controlam a economia mundial, teve sua expressão no chamado processo de “unificação” do sindicalismo in-ternacional.

O surgimento da CSI – Confederação Sindical In-

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ternacional – fruto da fusão das antigas CIOSL e CMT (de origem cristã) – revelou à luz do dia esse problema, pois seus Estatutos e Carta de Princípios afirmam que sua função é exatamente a de participar da “governança democrática da economia globalizada”, reivindicando a participação dos sindicatos no FMI, Banco Mundial e outras instituições responsáveis pela aplicação dos pla-nos que destroem empregos, salários, a soberania das nações.

A CUT, que era filiada à CIOSL, com o proces-so de fusão passou a ser parte da CSI. É preciso fazer uma verdadeira discussão nas bases da central – que nunca foi feita – sobre o papel e a natureza dessa CSI, defendendo com unhas e dentes o caráter de central sindical independente dos patrões e governos que deve ter a CuT, bem como seus princípios de luta por uma sociedade sem explorados e sem exploradores, que são contraditórios com os princípios da CSI.

Já a Internacional da Educação, à qual a nossa CNTE é filiada, tal como as demais internacionais por ramo de atividade, não faz parte formalmente da estru-tura da CSI (essa questão não foi resolvida no congres-so de fundação da nova central mundial realizado em novembro de 2006 em Viena). O que não quer dizer que a política de “governança” que é a marca da CSI não se expresse também na IE.

Portanto é preciso qualificar e aprofundar a inter-venção sindical internacional da CNTE, para que ela possa ser um pólo de referência para um sindicalismo classista e combativo.

No plano nacional, em primeiro lugar devemos re-forçar os laços da CNTE com o conjunto do movimen-to dos trabalhadores através da CuT.

A CuT não é propriedade de sua direção nacional que é eleita a cada 3 anos nos seus congressos nacio-nais, ela é um patrimônio da luta da classe trabalhadora brasileira nos últimos 25 anos, desde as greves de mas-sa que anunciaram o fim da ditadura militar no final dos anos 70.

Hoje a CuT é atacada por todos os lados; Por aque-les que gostariam de transformá-la numa dócil agência do governo, por aqueles que se auto-proclamam como “direção alternativa” de esquerda (Conlutas e Intersin-dical) e, agora também, pela CSC que decide sair da CuT para formar outra central.

Ao mesmo tempo há uma medida legal que favo-rece a fragmentação de centrais sindicais na cúpula, ao mesmo tempo que mantém a unicidade sindical im-posta pelo Estado na base. Trata-se da Lei de Reco-nhecimento das Centrais sindicais (originalmente PL 1990/2007), fruto de um acordo entre o governo e as direções de centrais.

Na prática as centrais são “reconhecidas” para par-ticipar de organismos tripartites vinculados à esfera do Estado – o que fere o princípio de independência sindi-cal – e dá às centrais a possibilidade de receber 10% do total arrecadado com o Imposto sindical (contribuição sindical anual compulsória que a CuT sempre comba-teu), desde que o sindicato de base filiado a uma central autorize.

A CNTE que sempre defendeu a Liberdade e Auto-nomia sindicais, a ratificação pelo Brasil da Convenção 87 da OIT (que proíbe a intervenção do Estado e dos patrões na livre organização sindical dos trabalhado-res), deve ter uma posição contrária a esta lei que eter-niza o Imposto e a unicidade sindical, em favor da uni-dade livremente construída pelos trabalhadores a partir de suas próprias organizações.

O congresso da CNTE deve recomendar a suas en-tidades filiadas que não lancem mão do Imposto Sin-dical, e que continuem, como sempre fizeram, tendo independência financeira através da sustentação volun-tária de seus associados.

O sindicalismo do setor público no Brasil, do pon-to de vista de sua estrutura, sempre foi um exemplo avançado de como os sindicatos devem sobreviver: não com um “imposto” que atinge sindicalizados e não sindicalizados de forma compulsória e desobriga

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o dirigente sindical de organizar a base, mas a partir das mensalidades livremente decididas nos foros das entidades. Manter essa posição histórica e de princípio é fundamental para incidir na própria CuT para que nossa central encare de frente a batalha pelo fim do Imposto sindical e da unicidade imposta pelo Estado, tal como seus compromissos e princípios estatutários estabeleceram. .

O congresso da CNTE deve posicionar-se por um Congresso Extraordinário da CuT em 2008, diante da saída da CSC e da necessidade de rearmar nossa central na luta pela Liberdade e Autonomia Sindical, ratifica-ção das convenções 97 e 151 da OIT, rompendo com o “consenso” com as centrais pelegas que sobrevivem do imposto sindical.

PolÍtica eDucacionalEm agosto de 2007, Fernando Haddad, Ministro

da Educação, confirmou a partir dos dados do IBGE de 2002 que existem, no Brasil, uma taxa de 11,8% da população com mais de 15 anos analfabeta, ou seja, 14,6 milhões de pessoas e 32,1 milhões de analfabetos funcionais.

Ao mesmo tempo, 65,7% dos estudantes com 14 anos estavam defasados (no Nordeste esta taxa sobe para 84,1% e no Sudeste 51,8%) e 41% dos jovens en-tre 20 e 24 anos possuem o Ensino Médio completo. Porém, apenas 7% dos trabalhadores entre 24 e 34 anos possuem diploma universitário.

Entre a população ocupada com até quatro anos de estudo, as mulheres recebiam, em média, R$ 0,40 a menos que os homens por uma hora de trabalho. Entre os ocupados com mais de 12 anos de estudo, elas rece-biam, em média, R$5,40 a menos que eles.

Quanto ao ensino superior a realidade não é dife-rente para os estudantes de famílias pobres: na rede pú-blica, apenas 2,3% dos estudantes provinham de famí-lias do primeiro quinto de rendimento médio per capita, enquanto 59,2% provinham do último quinto. Na rede

privada, nas mesmas faixas de renda, as participações eram de 1,2% contra 74,0%. Já a rede pública de ensino médio atende de forma bem menos desigual a todos os quintos de rendimento familiar, enquanto 61,1% dos estudantes de ensino médio da rede privada pertencem ao último quinto.

Enquanto isso, a política aplicada pelos governa-dores de Estado, de diversos partidos, é praticamente a mesma e se estrutura a partir de pontos como:» Municipalização do ensino. Iniciada a partir de

1997, no governo FHC, com a promulgação da Emenda Constitucional (EC) 14/96, que levou à criação do FuNDEF, essa política obriga os mu-nicípios a assumir atividades de ensino que eram de responsabilidade dos Estados. As escolas mu-nicipalizadas acabam padecendo da falta de verbas dos municípios, ainda mais com a Lei de Respon-sabilidade Fiscal restringindo gastos públicos e o balanço da municipalização é o de aprofundar a destruição do Ensino Público no país;

» Parcerias com o setor privado (empresas) para co-brir as deficiências advindas da falta de verbas pú-blicas suficientes para a Escola Pública;

» Avaliação de professores com base em critérios de “produtividade”, ou seja, desempenho dos alunos nos chamados “provôes” anti-pedagógicos. O FuNDEB, que substitui o FuNDEF, não resolve

qualquer problema de fundo da Educação Pública no Brasil, ao manter a municipalização. Ao mesmo tempo verbas públicas são desviadas para instituições privadas de Ensino – em particular as chamadas “filantrópicas” – quando faltam recursos para tudo na Escola Pública. Por isso devemos reforçar nossa luta por:

» Fim da municipalização e reversão onde já foi rea-lizada; Não à participação nos conselhos; a CNTE devem exigir do governo Lula emergencialmente revogar a EC 14 de modo a reverter esse processo nocivo de municipalização. Trata-se de uma medi-da urgente para resgatar o ensino da privatização.

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Os recursos para tanto existem desde que não se-jam engolidos pela corrupção e pela dívida;

» Revogação da Lei de Diretrizes e Base da Educa-ção LDB 9394/96;

» Concurso Público em todos os níveis e para todos os componentes curriculares;

» Garantia do emprego para os OFAS – estabilidade no emprego.Quanto à nossa luta pelo Piso Nacional de Salário,

se é fato que a pressão dos trabalhadores em Educação levou o congresso nacional em outubro a aprovar um Piso de r$ 950,00 para jornada de 40 horas, o que é me-lhor do que oferecia inicialmente o governo no FuN-DEB, ele está longe das reivindicações que levantamos unitariamente na CNTE – R$ 1045 e r$ 1575 para jor-nadas de 30 horas – a partir de 2008.

Devemos no congresso de Brasília relançar a cam-panha pelo Piso Nacional nos valores levantados pela CNTE e que sua aplicação seja imediata. Não é o caso de organizarmos uma Greve Nacional de toda a base de nossa confederação, pelo Piso Nacional, no reinício do ano letivo de 2008?. .

Em pesquisa recente realizada pela CNTE, chegou-se a conclusão de que seria necessário investir 16% do PIB para que se atinja um Custo aluno/Qualidade/Ini-cial (CAQi) compatível com as necessidades do povo brasileiro. É por isso que o piso salarial nacional para a educação, exigido pela CNTE – CuT, é tão discrepante do que prevê o Governo Federal com a implementação do FuNDEB. Enquanto a CNTE defende 1050 e 1575 reais para jornadas de 30 horas o que sai das discus-sões do congresso é uma proposta de 950 Reais para 40 horas.

sobre o Plano de Desenvolvimento da educa-ção (PDE): As medidas que compõem o PDE disso-ciam os elementos que sempre defendemos para termos educação de qualidade, que são a formação inicial, a formação continuada e as condições de trabalho, que são agrupadas em três categorias: as de apoio e infra-

estrutura (transporte, luz nas escolas, apoio à saúde), as de estatísticas e informações (Ideb, Provinha Brasil, Anresc, censo escolar) e as de qualidade (piso salarial, inclusão digital, dinheiro na escola, formação de pro-fessores pela universidade aberta). Assim, o PDE não ataca problemas estruturais como o baixo investimento em educação, aplicação indevida dos recursos vincula-dos à manutenção e desenvolvimento do ensino, baixa remuneração, superlotação das salas de aula, ausência de uma política nacional de educação..

As 28 iniciativas do Todos pela Educação assumem a lógica do PDE e passa a ser o público que adere ao privado. Além disso, o PDE ajudará os governos esta-duais e municipais a continuarem culpando os profis-sionais pela má qualidade do ensino.

O financiamento do PDE está longe dos 16% do PIB que atenderia o Custo/Aluno/Qualidade/inicial (CAQi) defendido pela CNTE. O governo anunciou o montante de R$ 8 bilhões para serem investidos em educação até 2010, mas não definiu de que forma o di-nheiro será empregado nem há garantias de como este recurso será alocado.

É de extrema urgência acabar com estas disparida-des, bem como elevar a quantidade de recursos desti-nados à educação básica. Exigimos uma verdadeira po-lítica de financiamento da educação que leve em conta o Custo Aluno Qualidade.

sobre o reuni: O MEC e o Presidente Lula lan-çaram um Decreto chamado Programa de Apoio a Re-estruturação e Expansão das universidades Federais - REuNI). O REuNI visa mudar os currículos criando “bacharelados interdisciplinares” (cursos básicos), em nome de um equivocado combate à “profissionalização precoce”. Cada universidade deve decidir se, em troca de um pequeno acréscimo de verbas, adapta seus cur-rículos para passar a formar diplomados em nada. Esse modelo é inspirado diretamente no chamado Processo de Bolonha (união Européia), e no Brasil foi propagan-deado pelo reitor da uFBA sob o nome de universida-

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de Nova. Mas sua implantação já recebeu uma contun-dente resposta dos estudantes da universidade Federal de Juiz de Fora que são contra. Trata-se de um ataque maior à função da universidade autônoma, a serviço da soberania e do desenvolvimento da nação, nascida na Revolta da Córdoba (1918), ataque feito hoje a ser-viço do “livre-comércio” estimulado por Bush e pela união Européia, e tão combatido pelos estudantes de diferentes países da Europa. Defendemos a universida-de Autônoma como instrumento a serviço da soberania nacional. Não podemos aceitar o rebaixamento dos di-plomas profissionais!.

BalanÇo PolÍtico Da GestÃoPremida pela pressão dos trabalhadores em educa-

ção e identificação com o governo LULA, a política da direção da CNTE, na sua composição majoritária ,optou por movimentos de oscilação, entre avanços e recuos.Contextualizada entre o primeiro e o segundo mandato do governo LuLA , inicia a sua gestão em meio a uma conjuntura de profundos ataques aos di-reitos da classe trabalhadora. Reforma da Previdência, negação de reajuste salarial reivindicado pelos sindi-catos, precarização e desregulamentação do trabalho, pagamento da dívida externa, políticas compensatórias, negação da reforma agrária, política ditada pelo FMI e implementada pelo governo de LuLA.

As marchas e paralisações nacional, convocadas pela nossa confederação, especialmente a 24- 04-2007, em defesa do PISO SALARIAL DEFENDIDO PELA CNTE, com o comparecimento de aproximadamente 20 mil trabalhadores em Brasília ,demonstraram a dis-posição de luta dos trabalhadores em educação quando convocados pelas suas direções.

A direção majoritária da CNTE, em função da sua identificação com o governo LULA não assumiu uma posição clara de oposição ás medidas implementadas pelo governo. Com o discurso de que o FuNDEB avançava na abrangência da educação básica, não com-

bateu a continuidade da política de FuNDOS que apli-cada não garantirá a universalização nem a qualidade da educação reivindicada pelos trabalhadores, muito menos a valorização do magistério.

A proposta do governo de um piso salarial de 850 reais, desconsiderando a formação docente, excluindo os funcionários de escola num total desrespeito as rei-vindicações dos trabalhadores em educação, não teve por parte da nossa confederação um posicionamento de maior radical idade na mobilização em nível nacional.

No segundo semestre de 2007, optou por uma pres-são parlamentar no contexto em que os empresários ditaram a política do governo com a anuência dos par-lamentares petistas que se elegeram em nome da defesa dos direitos dos trabalhadores.

O governo Lula por sua vez, demonstrando total indiferença as reivindicações da categoria , anuncia no dia 23-04-2007, ás vésperas da marcha que seria realizada pelos trabalhadores em educação de todo o Brasil o seu plano para educação, o chamado PDE. A CNTE, através de sua executiva, acertadamente, recu-sa o convite do governo para lançamento de tal plano considerando tal convite como uma forma de descarac-terizar o ato que, vitoriosamente, veio a se realizar no dia seguinte. O PDE que reedita o FuNDEB em todos os seus termos e mantém a proposta de PISO, contrário ao defendido pela CNTE. Não poderia, nem pode rece-ber qualquer receptividade por parte dos professores e funcionários.

A partir desta análise, avaliamos como capitulação da direção majoritária, da nossa confederação o fato de participar de um seminário, promovido e bancado pelo MEC-LuLA em novembro com o objetivo de debater o PDE. Como podemos debater um plano que foi impos-to pelo governo, sem nenhuma discussão com as enti-dades representativas dos trabalhadores e ainda negan-do todos os pleitos da nossa categoria como condição de valorização da escola publica e de seus professores e funcionários? Nesse congresso temos que reafirmar

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a total independência da nossa confederação ás polí-ticas desse governo que são implementadas a revelia da necessidade e reivindicações dos trabalhadores em educação e nos posicionarmos por uma ampla campa-nha que deságüe numa grande greve nacional, impondo ao governo LuLA a implantação do PISO de 1050 para nível médio e 1575 para nível superior com 30 para atividades pedagógicas, como querem os trabalhado-res desse país. É preciso dar um basta ás políticas di-tadas pelo FMI-BANCO MuNDIAL capitaneadas por BuSH rompendo em nível nacional com a corrupção e exploração dos patrões, banqueiros e latifundiários, que encontram no governo Lula e nos parlamentares total consentimento.

Plano De lutasAlém da questão da continuidade da luta pelo Piso

Salarial Nacional, trata-se de listar as reivindicações que unificam nacionalmente os professores das redes estaduais de ensino. .- campanha por um Pl de iniciativa popular pela reestatização da vale do rio Doce

assinaM esta resoluÇÃoDiretora da cnte - Maria Valdecir Abreu de Paula; Filiados ao sinDiute/ce - Maria Hele-na da Silva Rodrigues, Francisco Djacir da Silva, Maria José Chaves de Morais, Rômulo Jerri Car-los, Maria da Penha Souza Lima, Gardênia Baima, Gustavo Krysnamurtw Linhares, Ana Célia Cara-cas, Luenia Aderaldo Lima, Valter Pinheiro, Ana Cristina da Silveira Cordeiro, Iolanda de Abreu Pereira, Ana Cristina Ghilherme, Antonio Iodalma de Sousa, Carmem Maria Gonzaga, Eloneide de Oliveira Silva, Francisca Vera Aragão, Francisco Eliane Gomes da Silva, Luciene Maria Gomes Be-vilaqua, Maria Helena Marques de Aquino, Nilton César dos Santos e Silva, Raquel Fagundes de Car-valho, Rossana Maria A. de Oliveira, Rita Pedrosa

Martins, Rafael Caldas, Bruna Dantas, Meiriane Dantas, Josefa Cavalcante Dueque, Maria do Li-vramento Rios Osterno, Josenoi Fortaleza de Brito Baima, Elder Abreu da Silva, Katiana Herculano Teles, Maria Cleonildes Teixeira Maia, Luciete da Silva Rodrigues, Ana Maria Cruz, Francklicy Mar-ques da Costa, Darlan Lima Paiva; Brasília/DF - Maria de Loudes Nunes, Enio Cavalcante de Ho-landa, João Bosco Monteiro Lobato, Luzanira Gon-çalves Neves, Magnete Barbosa Guimarães, Elenir Maria dos Santos, Dargildo Saraiva, Maria Luiza Calcagno, Gardênia Barbosa Guimarães, MArga-rete Guimarães do Nascimento; rio Grande do sul - Pedro Jacobe; Paraná - Prof. Cafuringa.

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em defesa da cnte e da cutindependente e de luta

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caPÍtulo iDa Denominação, Sede e Fins e Duração

Art. 1° - A Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação - CNTE, com sede e foro na cidade de Brasília, é uma entidade civil de caráter sindical, sem fins lucrativos, independente de qualquer atividade polí-tico-partidária, sem qualquer discriminação ou precon-ceito de raça, cor, sexo, credo religioso, com duração por prazo indeterminado, integrada pelos trabalhadores em educação de todo o Brasil, compreendendo-se os das redes públicas estaduais e municipais de educação básica que se regem pelo presente Estatuto.Art. 2° - A CNTE tem como finalidades:a) congregar trabalhadores em educação (professores,

especialistas e funcionários de escolas) em nível nacional, por meio de entidades a ela filiadas, com objetivo de defesa dos interesses da categoria, da educação e do País;

b) buscar soluções para os problemas dos trabalhado-res em educação, tendo em vista sua dignidade e valorização profissional, no interesse da educação;

c) incentivar o aprimoramento cultural, intelectual, profissional e sindical dos trabalhadores em educa-ção;

d) manter o intercâmbio com suas filiadas e com enti-dades congêneres nacionais e internacionais, esta-belecendo acordos e convênios, visando ao desen-volvimento da CNTE e de suas filiadas, na defesa de interesses comuns à categoria;

e) propugnar pelo direito as condições condignas de trabalho e melhores condições sócio-econômicas;

f) prestar assistência e apoio às filiadas e a seus só-cios, sobretudo quando forem cerceados em suas atividades profissionais ou ameaçados em sua li-berdade de expressão e organização em atividades

intelectuais;g) examinar e propor soluções sobre os problemas da

educação no País e sobre a formação e a qualidade de desempenho dos trabalhadores em educação;

h) promover Seminários, Encontros e outras ativida-des de âmbito nacional que envolvam as entidades filiadas;

i) apoiar a organização de outras categorias profissio-nais que atuem na educação e suas reivindicações;

j) promover e defender o direito do povo a uma edu-cação democrática e libertadora, acessível à ampla maioria e que se realize como interesse nacional e popular;

l) promover a livre participação de todos para reali-zar e legitimar as formas institucionais necessárias à construção efetiva da soberania nacional e solida-riedade internacional;

m) incentivar o surgimento de lideranças e promover a instrumentalização adequada do pessoal que atua em nível de entidade; no cumprimento de suas fi-nalidades e metas;

n) incorporar-se nas lutas das demais categorias pro-fissionais que defendam a transformação democrá-tica da sociedade;

o) defender a escola pública, gratuita, laica e de boa qualidade em todos os níveis e o direito ao seu acesso, permanência e êxito.

caPÍtulo iiDas Entidades Filiadas: Admissão, Direitos e Deveres

Art. 3° - Podem filiar-se à CNTE as entidades sindicais de Trabalhadores em Educação de abrangência estadu-al, municipal ou regional, e no Distrito Federal, desde que tenham como objetivos precípuos a defesa dos in-teresses da categoria e o aprimoramento da educação.

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§ 1º - Fica vedada a filiação de entidades sindicais que, muito embora tenham tal caráter, concorram diretamente com as entidades anteriormente filiadas.

§ 2º - Caberá ao Conselho Nacional de Enti-dades definir quais os casos que se enqua-dram no parágrafo anterior ao analisar os processos de filiação.

Art. 4° - A entidade sindical que desejar filiar-se à CNTE deve formalizar o pedido através do requerimento de seu Presidente ou Coordenador, instruindo-o com:a) exemplar do Estatuto Social da Entidade;b) declaração da Diretoria de que a Entidade se sub-

mete ao preceituado neste estatuto;c) Provar que seu quadro social congrega pelo menos

10% (dez por cento) da base da categoria, sendo que em qualquer caso o número de filiados deve ser igual ou superior a 500 (quinhentos) associados;

d) ata de posse da Diretoria em exercício;e) ata da assembléia geral em que foi decidida a filia-

ção;f) prova de que os membros da Executiva não exer-

cem cargos de confiança em qualquer esfera de go-verno;

g) comprovação de que compõe-se apenas de traba-lhadores em educação;

h) filiação à Central Única dos Trabalhadores – CUT, contribuindo para o fortalecimento do ramo da educação no interior da Central.

§ 1º - A CNTE só poderá admitir a filiação de apenas uma entidade sindical munici-pal ou regional da mesma base territorial de representação.

§ 2º - Somente serão consideradas aptas à filiação, no caso de entidades sindicais de trabalhadores em educação de redes mu-nicipais que, além das disposições das alí-neas a, b, d, e, f, g, e h:

I – tenham sido criadas antes de 16 de janeiro de

2002;II – observem o número mínimo de associados e de

representação proporcional da base municipal ou regional, assim como os demais parâmetros neces-sários à filiação definidos pelo Conselho Nacional de Entidades.

Art. 5° - O pedido de desfiliação à CNTE deverá ser acompanhado de ata da assembléia geral em que foi decidida a desfiliação.Art. 6° - São Direitos das filiadas:a) participar do Congresso Nacional, do Conselho

Nacional de Entidades (CNE) e da Plenária Inter-congressual desde que estejam quites com a Tesou-raria;

b) sugerir à Diretoria Executiva da CNTE a realização de estudos de interesse da categoria, da educação e do ensino;

c) postular, junto à CNTE, a defesa de seus direitos ou dos seus associados perante qualquer esfera públi-ca ou privada;

d) requerer ao Presidente da CNTE a convocação do CNE, obedecendo o estabelecido neste estatuto;

e) usufruir de todas as vantagens e serviços ofereci-dos pela CNTE;

f) contar com o apoio da CNTE, após sua prévia au-torização, na promoção de Seminários, Encontros, ou atividades de natureza coletiva e de âmbito na-cional, ou que envolvam as entidades de trabalha-dores em educação do País ou estrangeiras.

Art. 7° - São deveres das filiadas:a) cumprir e fazer cumprir este estatuto e seus atos

complementares;b) incentivar a solidariedade da categoria;c) estar quites com as obrigações financeiras junto à

CNTE;d) adequar e executar, no âmbito das entidades, as po-

líticas e o plano de lutas em nível nacional, encami-nhados pela Diretoria Executiva da CNTE;

e) prestar relatório das atividades desenvolvidas no

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período, em atendimento aos planejamentos e orientações emanadas da Diretoria Executiva, em cumprimento das políticas e das campanhas nacio-nais;

f) convocar assembléia geral ou congresso, para es-colha dos congressistas que representarão a entida-de no congresso nacional.

g) exigir que os membros de sua diretoria executiva não exerçam cargo de confiança em qualquer esfe-ra de governo.

caPÍtulo iiiDas Instâncias da CNTE

Art. 8° - São instâncias da CNTE:a) Congresso Nacional - CN;b) Plenária Intercongressual;c) Conselho Nacional de Entidades – CNE;d) Diretoria Executiva;e) Conselho Fiscal.

SEÇÃO IDo Congresso Nacional - CN

Art. 9° - O Congresso Nacional é instância soberana da CNTE, integrado por delegados e suplentes e reúne-se ordinária e extraordinariamente.Art. 10 - O Congresso Nacional ordinário reunir-se-á trienalmente, em data e local determinados no Con-gresso anterior, sob a presidência da CNTE.

§ 1º - O Congresso Nacional ordinário terá seu temário, programação e ordem do dia definidos pelo Conselho Nacional de En-tidades.

§ 2º - Caso o Congresso Nacional não deter-mine o local do próximo Congresso, cabe-rá ao CNE determiná-lo.

Art. 11 - O Congresso Nacional reunir-se-á extraordi-nariamente:

a) por convocação do próprio Congresso;b) por convocação do Conselho Nacional de Entida-

des.§ 1° - O Congresso Nacional Extraordinário

somente poderá deliberar sobre assuntos para os quais tenha sido especialmente convocado.

§ 2° - A convocação para o Congresso Na-cional Extraordinário será efetuada pelo Presidente da CNTE ou seu substituto le-gal, ou pela Executiva, devendo esta ser expedida em até uma semana após a com-petente solicitação e dirigida às entidades filiadas, com edital publicado em jornais de circulação nacional.

Art. 12 - São delegados ao Congresso Nacional da CNTE:a) com exceção dos suplentes, os membros da Direto-

ria Executiva da CNTE, como delegados natos;b) uma quantidade determinada de delegados, de

acordo com o número de sócios da entidade, a ser estabelecida por coeficiente calculado conforme o número total de delegados ao Congresso Nacional, garantindo no mínimo um delegado por entidade.

§ 1º - O número de delegados de cada Con-gresso será definido pelo Congresso ante-rior ou pelo Conselho Nacional de Entida-des.

§ 2º - Os suplentes eleitos simultaneamente com os delegados, terão direito apenas a voz e serão inscritos no limite de 20% dos delegados eleitos.

§ 3º - As delegações das entidades filiadas serão constituídas obedecendo-se ao cri-tério da proporcionalidade entre as dife-rentes propostas, assegurando-lhe a pos-sibilidade de indicações regionais para posterior referendo de Assembléias Gerais ou Congressos, desde que estas também

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obedeçam ao critério definido pelo CNE.Art. 13 - O pedido da inscrição de cada delegado deve-rá estar na Secretaria do Congresso, no prazo definido pelo CNE e constará de:a) Ata de registro da Assembléia Geral ou Congresso

Estadual que elegeu ou referendou a eleição dos delegados e suplentes contendo a nominata dos mesmos;

b) Cópia do comprovante de depósito no valor da ins-crição solicitada;

c) Comprovação de quitação de suas obrigações fi-nanceiras junto à CNTE.

Art. 14 - Ao Congresso Nacional compete:a) definir a política educacional, cultural, social, eco-

nômica e associativa da CNTE;b) fixar o plano de lutas em nível nacional;c) aprovar relatório de atividades, tomada de contas e

avaliação da implantação das políticas e Plano de Lutas fixados no Congresso anterior;

d) eleger a Diretoria Executiva e o Conselho Fiscal;e) apreciar e aprovar alterações estatutárias.Art. 15 - O Congresso Nacional Ordinário e Extraor-dinário é instalado em primeira convocação desde que exista o quorum de metade mais um dos congressistas credenciados, e em segunda, com qualquer número, meia hora após vencido o prazo de realização da pri-meira.Art. 16 - O Congresso Nacional poderá, na reunião or-dinária, por aprovação de 50% mais um dos presentes, deliberar sobre assuntos não constantes da Ordem do Dia.

SEÇÃO IIDa Plenária Intercongressual

Art. 17 - A Plenária Intercongressual será realizada em data e local determinados pelo Conselho Nacional de Entidades.

Parágrafo Único – A Plenária Intercongressual terá

seu temário definido pelo Conselho Nacional de Enti-dades.Art. 18 - São delegados à Plenária Nacional da CNTE:a) Os membros do Conselho Nacional de Entidades;b) Os delegados representantes de entidades filiadas

eleitos em Assembléia Geral, Conselho de Repre-sentante ou Congresso, segundo critérios definidos pelo CNE.

Art. 19 – Em caso de necessidade poderá ser convoca-da a Plenária Intercongressual Extraordinária, nas mes-mas formas com que o Estatuto trata a convocação do Congresso Nacional Extraordinário.

Parágrafo Único – A convocação da Plenária In-tercongressual deverá respeitar os mesmos critérios de participação da Plenária Ordinária.

SEÇÃO IIIDo Conselho Nacional de Entidades - CNE

Art. 20 - O Conselho Nacional de Entidades - CNE compor-se-á pela Diretoria Executiva da CNTE, pelos Presidentes ou Coordenadores das entidades filiadas, ou seus representantes legais e por representantes de base eleitos em assembléia na seguinte proporção:I. Até 10.000 associados: o presidente ou coordena-

dor mais 1 (um); II. de 10.001 a 20.000 associados: o presidente ou co-

ordenador mais 2 (dois); III. de 20.001 a 40.000 associados: o presidente ou

coordenador mais 3 (três); IV. de 40.001 a 60.000 associados: presidente ou coor-

denador mais 4 (quatro); V. acima de 60.000 associados: o presidente ou coor-

denador mais 5 (cinco).§1º - O representante de base do Conselho Na-

cional de Entidades e seu respectivo su-plente serão eleitos em Assembléia Geral, Congresso ou eleição direta das entidades tendo mandato coincidente com o da res-

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pectiva diretoria.§ 2° - Após da posse de nova diretoria, as en-

tidades terão prazo de 90 dias para proce-derem as eleições e indicações dos repre-sentantes ao CNE.

§ 3º - O Conselho Nacional de Entidades reu-nir-se-á:

a) ordinariamente duas vezes por ano, em data e local determinado na reunião anterior, ou por convoca-ção da Diretoria Executiva;

b) extraordinariamente, sempre que necessário.c) por convocação do Presidente ou da Diretoria;d) por convocação do próprio Conselho;e) por solicitação da maioria simples das entidades.

§ 4º - O suplente do representante de base no CNE participa das reuniões em substitui-ção ao titular previamente comunicada pela entidade sindical filiada.

Art. 21 - Ao Conselho Nacional de Entidades compe-te:a) apreciar, aprovar e avaliar os planos de operaciona-

lização das políticas e do plano de lutas aprovados pelo Congresso Nacional e elaborados pela Direto-ria Executiva Nacional;

b) apreciar, aprovar e avaliar outros planos de campa-nhas reivindicatórias;

c) apreciar, aprovar e avaliar as demais decisões polí-ticas e administrativas da Diretoria Executiva Na-cional;

d) resolver os casos omissos no Estatuto até a realiza-ção do Congresso Nacional;

e) preparar com a Diretoria Executiva Nacional os Congressos Nacionais;

f) aprovar a filiação, desfiliação e exclusão de enti-dades por deliberação de no mínimo 2/3 de seus membros;

g) programar a realização de Seminários, Simpósios, Encontros Regionais e Estaduais, no interesse es-pecífico da educação, do educador e da categoria

profissional;h) elaborar e fazer cumprir o regimento interno e

demais normas necessárias à funcionalidade da CNTE;

i) apreciar e aprovar o orçamento da CNTE;j) eleger delegados para representações no exterior;l) referendar a criação de órgão;m) autorizar a oneração de bens móveis e imóveis para

os fins previstos na letra “i” do art. 26;n) eleger substituto(a) para vacância na Diretoria

Executiva da CNTE, quando não houver mais su-plentes da diretoria eleitos, respeitando a propor-cionalidade do Congresso que elegeu a Direção.

SEÇÃO IVDa Diretoria Executiva Nacional

Art. 22 - A Diretoria Executiva Nacional é órgão da CNTE composto dos seguintes cargos: Presidência, Vice-presidência, Secretaria Geral, Secretaria de Fi-nanças, Secretaria de Assuntos Educacionais, Secreta-ria de Imprensa e Divulgação, Secretaria de Relações Internacionais, Secretaria de Políticas Sociais, Secre-taria de Legislação, Secretaria de Relações de Gênero, Secretaria de Aposentados e Assuntos Previdenciários, Secretaria de Formação, Secretaria de Política Sindi-cal, Secretaria de Organização, Secretaria de Assuntos Jurídicos, Secretaria de Direitos Humanos, Secretaria de Projetos e Cooperação e 4 (quatro) Secretarias Ad-juntas.

§ 1° - As Secretarias Adjuntas serão associa-das às demais secretarias segundo as ne-cessidades determinadas pelo plano de ação da CNTE.

§ 2° - Compete à Diretoria Executiva Nacio-nal definir as atribuições das secretarias adjuntas.

§ 3º - Serão eleitos 7 (sete) suplentes que po-derão ascender a Diretoria Executiva em

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caso de vacância do titular do cargo res-peitando-se a proporcionalidade do Con-gresso que elegeu a Diretoria.

Art. 23 - O mandato dos membros da Diretoria Execu-tiva é de 3 (três) anos, podendo seus membros serem reeleitos.Art. 24 - No impedimento do Presidente, assumirá o Vice-Presidente, sendo este substituído por um outro diretor.Art. 25 - No caso de vacância simultânea dos cargos do Presidente e do Vice-Presidente, um membro da Dire-toria, escolhido por seus pares, assumirá a Presidência da CNTE, “ad referendum” do CNE.

§ 1° - O Presidente e o Vice-Presidente eleitos nos termos deste artigo deverão completar o mandato previsto para aquela Diretoria.

§ 2° - No caso de vacância de qualquer outro cargo da Diretoria, um diretor escolhi-do entre seus pares assumirá o cargo em questão, sendo convocado, pela ordem, um suplente para ocupar cargo na Direto-ria Executiva.

§ 3º - Caso não haja mais suplentes para subs-tituir vacância na Diretoria Executiva de modo a se respeitar a proporcionalidade do Congresso que a elegeu, o Conselho Nacional de Entidades elegerá substituto, respeitando a referida regra.

Art. 26 - À Diretoria Executiva Nacional Compete:

a) elaborar planos de operacionalização das políticas e do plano de lutas aprovados pelo Congresso Na-cional, submetendo-os à aprovação do CNE;

b) coordenar a execução, em nível nacional, através das entidades filiadas, dos planos de operacionali-zação das políticas e do plano de lutas;

c) votar os balanços anuais e balancetes, apresentados pelo Tesoureiro, a serem julgados pelo Conselho Fiscal e Congresso Nacional;

d) aprovar os regimentos das diversas áreas ou setores administrativos;

e) criar comissões para promover estudos no que se concerne à educação, ao ensino e ao interesse dos trabalhadores em educação;

f) estudar as propostas de filiação, de desfiliação e de exclusão de entidades filiadas, encaminhando-as ao Conselho Nacional de Entidades;

g) elaborar planos anuais e operacionais da CNTE, de acordo com as deliberações do Congresso Nacio-nal;

h) propor orçamento, planos e despesas para aprova-ção pelo CNE;

i) solicitar ao CNE “referendum” para despesas ex-traordinárias superiores a 1/5 (um quinto) da previ-são da arrecadação mensal, sob justificativa;

j) manter publicação informativa da CNTE;1) realizar estudos e pesquisas sobre a situação profis-

sional e cultural da categoria em diferentes níveis, divulgando o resultado;

m) promover o Congresso Nacional;n) realizar a Plenária Intercongressual;o) programar a realização de Conferências, Seminá-

rios, Simpósios, Encontros Nacionais ou Regionais e Estaduais, no interesse específico da educação e/ou dos trabalhadores em educação;

p) manter intercâmbio com órgãos de classe congêne-res no País ou exterior;

q) prestar relatório de suas atividades ao Congresso Nacional;

r) submeter ao Conselho Fiscal para estudo, exame e parecer, a prestação de contas para a aprovação pelo CNE e pelo CN;

s) criar órgãos e contratar pessoal necessário à execu-ção dos trabalhos.

Art. 27 - À Presidência compete:a) Cumprir e fazer cumprir este Estatuto;b) exercitar e acionar as competências e as ações pre-

vistas no art. 26 deste Estatuto, comprometendo-se

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com sua execução;c) representar a CNTE, ativa e passivamente, em juí-

zo ou fora dele, podendo delegar poderes;d) convocar ordinária e extraordinariamente o Con-

gresso Nacional, o CNE e as reuniões da Diretoria Executiva, e presidi-los;

e) assinar contratos, convênios ou quaisquer outros atos jurídicos, inclusive os que importem em trans-missão e recebimento de domínio, posse, direitos, pretensões e ações sobre bens móveis e imóveis, após deliberação das instâncias;

f) onerar, após autorização do Conselho Nacional de Entidades, bens móveis e imóveis de propriedade da CNTE, tendo em vista a obtenção de meios ne-cessários ao cumprimento dos objetivos sociais;

g) encaminhar à Diretoria proposta de filiação, ou su-gerir exclusão de filiadas, mediante processo devi-damente instruído;

h) assinar, juntamente com o Tesoureiro, os documen-tos da Tesouraria, tais como: cheques, notas pro-missórias, balanços e balancetes;

i) autorizar pagamentos e recebimentos;j) designar comissões “ad referendum” do CNE para

representar a CNTE, perante as entidades de clas-se, órgãos públicos e de caráter privado, bem como para outros fins não previstos no presente estatuto;

1) outorgar “ad negocia” ou “ad judicia”, especifican-do-lhes poderes;

m) solicitar ao Conselho Fiscal, sempre que necessá-rio, a emissão de pareceres sobre a matéria contá-bil, financeira ou econômica da CNTE.

Art. 28 - À Vice-Presidência compete:a) Cumprir e fazer cumprir este Estatuto;b) substituir o Presidente nas suas ausências e impedi-

mentos;c) auxiliar o Presidente no desempenho de suas ativi-

dades;d) executar outras atribuições que lhe forem confiadas

pelo Presidente e/ ou Diretoria;

Art. 29 - À Secretaria de Finanças compete:a) Apresentar à diretoria orçamento, plano de despe-

sas, balanços e balancetes e relatórios para efeitos de estudo e posterior aprovação nos termos deste estatuto;

b) administrar os fundos previstos neste estatuto;c) fazer despesas autorizadas pela Diretoria;d) organizar e responsabilizar-se pela contabilidade;e) apresentar balancete semestral e relatório anual da

Tesouraria;f) assinar com o Presidente cheques e outros títulos

de créditos;g) exercer outras atividades peculiares ao cargo.Art. 30 - À Secretaria Geral compete:a) Encarregar-se dos assuntos da Secretaria Geral,

segundo deliberações das instâncias da entidade, analisando e propondo medidas para o melhor de-sempenho da CNTE, mediante plano de ação.

Art. 31 - À Secretaria de Relações Internacionais com-pete:a) Encarregar-se dos assuntos internacionais, segundo

deliberações das instâncias da entidade, analisan-do e propondo medidas necessárias ao melhor de-sempenho da CNTE, no interesse da categoria e da Educação, mediante plano de ação.

Art. 32 - À Secretaria de Assuntos Educacionais com-pete:a) Encarregar-se dos assuntos educacionais segundo

deliberações das instâncias da entidade, analisando e propondo medidas necessárias ao melhor desem-penho da CNTE, mediante plano de ação;

b) subsidiar a Diretoria e as afiliadas, formulando po-líticas e coordenando campanhas nacionais;

Art. 33 - À Secretaria de Imprensa e Divulgação com-pete:a) encarregar-se dos setores de imprensa, comunica-

ção, publicação e da produção de material, segundo deliberações das instâncias da CNTE, analisando e propondo medidas para o melhor desempenho da

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entidade, segundo o plano de ação;b) estabelecer e manter contato com órgãos de comu-

nicação e imprensa nacionais e locais, para divul-gação de informações de interesse da classe traba-lhadora e da educação;

c) fortalecer a imprensa sindical, propondo políticas de ação à CNTE e às afiliadas.

Art. 34 - À Secretaria de Política Sindical compete:a) Encarregar-se dos assuntos sindicais segundo de-

liberações das instâncias da CNTE, analisando e propondo medidas no interesse da categoria, me-diante plano de ação;

b) promover a articulação da CNTE com todas as associações profissionais, sindicatos brasileiros e central sindical;

Art. 35 - À Secretaria de Formação compete:a) Coordenar os assuntos relativos à formação, subsi-

diando as necessidades de instrumentalização polí-tico-sindical das lideranças;

b) articular convênios com entidades e centros de for-mação para a execução de atividades;

c) propor medidas visando a formação de lideranças, mediante plano de ação.

Art. 36 – À Secretaria de Organização compete:a) subsidiar a Diretoria no acompanhamento e forta-

lecimento das entidades filiadas, formulando polí-ticas e coordenando campanhas nacionais;

b) assegurar que as políticas voltadas aos diversos segmentos da categoria consolidem o processo de unificação orgânica.

Art. 37 - À Secretaria de Políticas Sociais compete:a) estabelecer e coordenar a relação da CNTE com

as organizações e entidades do movimento popular da sociedade civil em seu âmbito de acordo com a linha geral determinada por este Estatuto e instân-cias da CNTE;

b) promover e contribuir na discussão e elaboração de políticas sociais que abrangem os trabalhadores em educação;

c) coordenar a execução de atividades e elaboração de políticas sociais, no âmbito da CNTE.

Art. 38 - À Secretaria de Relações de Gênero compe-te:a) Coordenar e desenvolver as atividades pertinentes

às relações de gênero dos trabalhadores em educa-ção no âmbito da CNTE;

b) subsidiar as instâncias e as afiliadas formulando políticas e coordenar campanhas nacionais, que vi-sem o incentivo a organização e participação das trabalhadoras em educação.

Art. 39 - À Secretaria de Aposentados e Assuntos Pre-videnciários compete:a) incentivar a organização e a representação sindical

dos trabalhadores em educação aposentados;b) coordenar e desenvolver as atividades pertinentes

aos interesses previdenciários dos trabalhadores em educação, analisando e propondo medidas ne-cessárias ao melhor desempenho da ação política e organizativa da CNTE.

Art. 40 - À Secretaria de Legislação compete:a) Coordenar e acompanhar ações no âmbito do Po-

der Legislativo, discutindo e propondo formula-ções que atendam os interesses dos trabalhadores em educação com base nas resoluções e instâncias da CNTE.

Art. 41 – À Secretaria de Assuntos Jurídicos compete:a) Acompanhar as questões jurídicas de interesse dos

trabalhadores em educação, subsidiando as entida-des sindicais filiadas, instâncias e organismos da CNTE.

Art. 42 – À Secretaria de Projetos e Cooperação com-pete:a) Atuar na formulação de projetos especiais e de

cooperação realizados pela CNTE e organizações parceiras designados pela Diretoria Executiva.

Art. 43 – À Secretaria de Direitos Humanos compete:a) Atuar na denúncia de violações, na apuração de

responsabilidades e na formação e participação em

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redes de solidariedade que venham a ser determi-nadas pelas instâncias da CNTE.

SEÇÃO VDo Conselho Fiscal

Art. 44 - O Conselho Fiscal é integrado por 5 (cinco) membros titulares eleitos pelo Congresso Nacional.

§ 1º - O presidente é eleito pelos seus pa-res.

§ 2º - O Conselho Fiscal reunir-se-á ordina-riamente uma vez por semestre e extraor-dinariamente sempre que necessário.

§ 3º - Serão eleitos 3 (três) suplentes que poderão ascender ao Conselho Fiscal em caso de vacância de titular.

Art. 45 - Ao Conselho Fiscal compete:a) Examinar, anualmente, os livros, os registros e to-

dos os documentos de escrituração da CNTE;b) analisar e aprovar, juntamente com o CNE, os ba-

lanços e balancetes prestados pela Diretoria, “ad referendum” do Congresso Nacional;

c) fiscalizar a aplicação, pela Diretoria, das verbas da CNTE;

d) emitir parecer e sugerir medidas sobre qualquer atividade econômico-financeira quando solicitado pela diretoria.

caPÍtulo ivDas Eleições

Art. 46 - A Diretoria da CNTE será eleita no Congresso Nacional dos trabalhadores em Educação, com manda-to de 3 (três) anos.Art. 47 - A Diretoria da CNTE será eleita em chapa completa por votação direta pelos delegados presentes à plenária do Congresso.

Parágrafo Único - A regulamentação do critério da proporcionalidade será elaborada pelo CNE e subme-

tida ao Congresso Nacional e constará do Regimento Eleitoral previsto no artigo 49.Art. 48 -Qualquer trabalhador em educação poderá candidatar-se à Diretoria da CNTE, desde que com-prove ser associado de uma entidade filiada à CNTE e não exerça cargo de confiança de qualquer esfera de governo. Art. 49 - O Regimento Eleitoral será aprovado pelo próprio Congresso em que se realizarão as eleições.

Parágrafo Único - O Regimento Eleitoral será elaborado pelo CNE.Art. 50 - Qualquer candidatura somente será homolo-gada mediante a aprovação das exigências deste Esta-tuto perante a mesa do Congresso.

caPitulo vDo Patrimônio e do Regime Financeiro

Art. 51 - Constitui-se patrimônio da CNTE:a) Os bens móveis e imóveis;b) as doações de qualquer natureza;c) as dotações e legado. Art. 52 - Constitui-se receita da CNTE:a) As contribuições mensais pagas pelas filiadas;b) As rendas de qualquer natureza.Art. 53 - A afiliada pagará mensalmente, a contar do seu ingresso na CNTE, a contribuição fixada no Artigo 55.Art. 54 - As entidades filiadas obrigam-se a dar ingresso na Secretaria de Finanças da CuT de soma equivalente as contribuições referidas no artigo anterior, impreteri-velmente, até 5 (cinco) dias úteis após o recebimento de suas consignações, que serão repassadas à Secreta-ria de Finanças da CNTE.

§ 1º - As entidades não filiadas à CUT obri-gam-se a dar ingresso na Secretaria de Fi-nanças da CNTE de soma equivalente às contribuições referidas no artigo anterior, impreterivelmente, até 5 (cinco) dias úteis

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após o recebimento de suas consignações.§ 2º - O não cumprimento do estabelecido

neste artigo acarretará em sanções conti-das neste Estatuto e/ou estabelecidas pela CNTE.

Art. 55- A contribuição mensal das entidades filiadas será de 3,8%1.

Parágrafo Único - A parte correspondente a 0,5% (meio por cento) desta contribuição será desti-nada a constituição do “fundo de solidariedade”, cuja utilização será definida pela Diretoria “ad referendum” do CNE.

caPÍtulo viDas Penalidades, Suspensão, Perdas, Extinção de Man-datos e Licença

Art. 56 – São penalidades:a) advertências;b) suspensão;c) exclusão de entidade filiada;d) extinção de mandato de diretor e conselheiro fis-

cal.Art. 57 - As penalidades tipificadas no artigo anterior serão aplicadas pelo Presidente, em cumprimento de deliberações do Conselho Nacional de Entidades, fa-cultada ampla defesa à destinatária da pena.

§ 1° - A penalidade de advertência será deci-dida pela Diretoria e aplicada pelo Presi-dente.

§ 2° - Da decisão caberá recurso ao Congresso Nacional, a partir da comunicação desta à afiliada.

Art. 58 - Constituem-se faltas determinantes de exclusão:a) atrasar, por mais de 12 meses, o pagamento das

1 Esta alteração foi introduzida para adequar a CNTE à delibe-ração da Plenária Nacional da CUT. É preciso constar que a Direção da CNTE fica autorizada a proceder nova modificação caso a CUT modifique

a decisão da Plenária Nacional.

mensalidades;b) infringir disposições deste Estatuto;c) não cumprir as campanhas desenvolvidas pela

CNTE;d) deixar juridicamente de existir.Art. 59 - A diretoria dosará a pena, segundo a extensão da gravidade da infração, de acordo com o regulamen-to.Art. 60 - O reingresso da filiada excluída poderá ocorrer mediante solicitação da afiliada à Diretoria Executiva, e o CNE se manifeste favoravelmente com a maioria simples de seus membros.

Parágrafo Único - Fica ainda como condição de reingresso o pagamento das mensalidades atrasa-das.Art. 61- Extingue-se o mandato dos membros da Dire-toria e do Conselho Fiscal:a) Por morte;b) por renúncia;c) por interdição;d) por término do mandato;e) por exercício de cargo de confiança em qualquer

esfera de governo.Art. 62 - Os membros da Diretoria e do Conselho Fis-cal terão seus mandatos suspensos quando deixarem de comparacer, sem justificativa, a 3 (três) reuniões conse-cutivas ou a 5 (cinco) intercaladas.

Parágrafo Único - Cabe à Diretoria determinar a duração da suspensão. Art. 63 - O membro da Diretoria e do Conselho Fiscal perderá seu mandato por decisão de 2/3 da Dire-toria quando:a) Infringir normas deste Estatuto;b) dilapidar o patrimônio da CNTE;c) abandonar o cargo.Art. 64 - A perda do mandato será declarada pela pró-pria Diretoria por ato específico, dando-se desta ciência ao interessado, cabendo recurso sem efeito suspensivo ao Conselho Nacional de Entidades.

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Art. 65 - Os membros da diretora terão direito ao licen-ciamento das atividades da direção, desde que o perío-do de licença ou a somatória das mesmas não ultrapas-se um terço do mandato.

Parágrafo Único – uma vez a licença ou a soma-tória das mesmas ultrapassar um terço do mandato, o diretor será substituído em definitivo por um suplente da mesma chapa para ocupar cargo na Diretoria Exe-cutiva.

caPÍtulo viiDas Disposições Gerais e Transitórias

Art. 66 - Este Estatuto poderá ser alterado parcial ou to-talmente, por proposição da Diretoria Executiva, CNE e Entidades filiadas.

Parágrafo Único - A reforma estatutária será apro-vada pelo Congresso NacionalArt. 67 - A Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação - CNTE somente poderá ser dissolvida por deliberação unânime das filiadas, em pleno exer-cício dos seus direitos estatutários após ampla discus-são.Art. 68 - Os membros do Conselho Nacional de Enti-dades e Diretoria Executiva não respondem individu-al ou solidariamente pelas obrigações assumidas pela CNTE.Art. 69 - No caso de dissolução, o patrimônio terá des-tino decidido pela instância que o dissolveu, observa-das as condições do Art. 66.Art. 70 - O presente Estatuto passará a vigorar na data de sua aprovação pelo Congresso Nacional da Confe-deração Nacional dos Trabalhadores em Educação.Art. 71 - Nos Estados, as entidades, desenvolvendo ou por desenvolver processos de unificação, poderão con-tinuar filiadas à CNTE, desde que satisfaçam as condi-ções exigidas por este Estatuto.

§ 1° - Nos Estados onde já houve processos de unificação, se alguma entidade recusou-se

a participar ou acatar a decisão, esta será excluída da CNTE.

§ 2° - Caberá ao Conselho Nacional de Entida-des, analisando os processos de unificação dos Estados, definir quais são os casos que se enquadram no parágrafo anterior.

Art. 72 - Os Funcionários de Escola e Especialistas em Educação serão organizados em departamentos especí-ficos, subordinados a Diretoria Executiva da CNTE.

§1° - O Departamento de Funcionários será vinculado à Secretaria de Políticas Sindi-cais.

§ 2°- A estrutura e funcionamento dos Depar-tamentos de Funcionários de Escola e de Especialistas em educação, coordenados por um representante do respectivo setor, serão regulamentados pelo Conselho Na-cional de Entidades - CNE.

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