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ANO XXXI N.º 125 TRIMESTRAL janeiro - fevereiro - março - 2018 www.amlameiras.pt Diretor: José Maria Carneiro da Costa LAMEIRAS BOLETIM CULTURAL E INFORMATIVO DA ASSOCIAÇÃO DE MORADORES DAS LAMEIRAS Lameiras–Notícias Págs.10/11 Tradição de cantar os Reis; Trabalhadoras recebem diplomas; AML assina protocolo com a Rede de Educação e Formação; Dia internacional da Mulher; Ler ! A qualquer hora, em qualquer lugar! "Assalto às lancheiras" Força V - Famalicão Voluntário; Conselho de Moradores reuniu; O Pai ao pequeno almoço; Via-Sacra nas Lameiras; Palavras de amor que andam no ar (última) Pág. 7 O Caminho Cigano -Um nómada da identidade? POR FAVOR NÃO FAÇAS MAL Pág. 2 RELATÓRIO E CONTAS 2017 APROVADOS POR UNANIMIDADE Págs. 6 PESSOAS IDOSAS COM DIREITO A PROTEÇÃO Pag. 8

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ANO XXXI N.º 125 TRIMESTRAL janeiro - fevereiro - março - 2018 www.amlameiras.pt

Diretor: José Maria Carneiro da Costa

L A M E I R A SBOLETIM CULTURAL E INFORMATIVO DA ASSOCIAÇÃO DE MORADORES DAS LAMEIRAS

Lameiras – Notícias Págs. 10 / 11

• Tradição de cantar os Reis;

• Trabalhadoras recebem diplomas;

• AML assina protocolo com a Rede de Educação e Formação;

• Dia internacional da Mulher;

• Ler ! A qualquer hora, em qualquer lugar!

• "Assalto às lancheiras"

• Força V - Famalicão Voluntário;

• Conselho de Moradores reuniu;

• O Pai ao pequeno almoço;

• Via-Sacra nas Lameiras;

• Palavras de amor que andam no ar (última)Pág. 7

O CaminhoCigano

-Um nómada da identidade?

POR FAVORNÃO FAÇAS MAL

Pág. 2

RELATÓRIO E CONTAS 2017APROVADOS POR UNANIMIDADE

Págs. 6

PESSOAS IDOSAS COM DIREITO A PROTEÇÃO

Pag. 8

2 ______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________Lameiras

LAMEIRASBoletim Cultural

e Informativoda Associação de Moradoresdas Lameiras

PROPRIETÁRIOASSOCIAÇÃO

DE MORADORESDAS LAMEIRAS

NIPC: 501 455 752

DIREÇÃOPresidente: Jorge FariaVice-Presidente: Carla Faria

Secretário: Manuel Luis de OliveiraTesoureiro: António Ferreira da Silva

Vogais: Maria Élia Silva Marques Ribeiro,José Alberto Sá Ferreira,

Maria das Dores Carneiro Sá Dias

DIRETORJosé Maria

Carneiro da Costa

REDAÇÃOCarla Faria

Ricardo RibeiroCarla GonçalvesCarla Carvalho

Colaboraram nestenúmero

Jorge Faria, Luisa Händel, Ricardo Ribeiro, Carla Carvalho

e Isaura Costa

REVISÃOJorge Faria

ADMINISTRAÇÃOJorge Faria,

António Ferreirae Manuel Oliveira

Tiragem: 1.000 exp.Registado no ICPcom o n.º 113272Depósito LegalN.º 145669/99

Distribuição gratuitaaos Moradores

e Associados da AML

Edição com o apoio doAcordo de Colaboração

entre o Município de Famalicão e a AML parao Edifício das Lameiras

Redação e Administração: Rua da Associação de Moradores das Lameiras

Telef. 252 501 700Fax 252 501 709

Correio eletrónico: [email protected] V. N. Famalicão

www.amlameiras.pt

Execução Gráfica: Oficina S. JoséRua de S. Brás, n.º 1

4710-073 Gualtar - BRAGA Telf. 253 693 554 · Tlm 961 309 220

[email protected]

editorial

Por favor não faças mal!Mesmo advertidos do contrário, a

tendência é, quase sempre, para pagar o mal com o mal e raras

vezes se retribui o bem com o bem. Um dia destes uma senhora desabafava comigo desta forma: «o meu deus é grande, ele há de castigá-la, porque o que me fez ainda me dói». Perguntei se ela queria um deus só para ela ou para todos, tendo-me respondido que queria para todos. Voltei a perguntar: Então porque pede vingança para quem não gosta? Ela fez silêncio e não respondeu. Depois, continuei a conversa e falei-lhe nos seus filhos, perguntando se estavam bem, disse-me que não e que tinha muitas dificuldades de lidar com eles. Acrescentou ainda que gostava muito deles, porque tinham saído da sua barriga e não queria que ninguém lhes fizesse mal. Voltei à conversa inicial sobre o motivo que a levava a crer que a sua colega fosse castigada pedindo ao seu deus para o fazer. A resposta começou por ser uma não resposta: porque sim! Os argumentos de vingança começaram a desvanecer-se e a conversa começou a não interessar para quem me procurou. Apenas referi este episódio aqui para demonstrar que desde o simples cidadão até àquele que tem responsabilidades maiores, o desejo de vingança e fazer mal continua a ser uma doença herdada e grave nos nossos dias.

Esta questão também atinge aqueles que procuram fazer o bem, que ajudam os outros, que dirigem uma palavra de conforto a quem

está mais fragilizado, que provocam um sorriso e, com estas atitudes, vão cativando amizades. Procedimentos que encantam, espalham alegria, boa disposição e confraternização. Já os antigos diziam que «a verdade gera ódio». Quando a verdade é o nosso lema, corremos o risco de sofrer tempestades de ódio. No sentido oposto, acabam por provocar desconforto e mal-estar naqueles que gostariam de fazer o mesmo e não conseguem, optando por desfazer o bem que circula e implantar o mal-estar. Quando fazemos o bem, sentimo-nos felizes e alegres, mas quando se pratica o mal o desconforto é grande, cria medos, afasta pessoas, a amargura cresce, o semblante fica carregado e o sentido de culpa aumenta. O problema é que o mal não tem cor, mas se tivesse uma aparência feia todos fugiam, tal como a tentação que no momento de queda nos repugna, de outro modo não haveria mal algum que nos atraísse. Mas até Kurt Cobain achava preferível sermos «odiados pelo que somos a ser amados pelo que não somos». Sofrer custa sempre. Mas se for por uma causa justa, que seja, porque o bem é sempre mais forte do que o mal.

Mas é bom, que de vez enquanto, nos sintamos testados pelas tentações do mal e avaliar a forma como lhes respondemos. Elas andam por aí todos os dias, aparecem-nos como algo de inofensivo, mas tornam-se incomodativas e provocadoras. Lançam-nos armadilhas, provocam confusões, inventam mentiras constantes, fazem promessas disparatadas e lançam a confusão onde menos se espera. Elas batem a todas as portas, umas vezes de mansinho, outras de forma drástica e ninguém pode dizer que está preparado suficientemente para estes embates, por vezes transformados em gritos desesperados: não me faças mal! São apelos que nem sempre caem em saco roto e que interpelam os provocadores das calúnias.

Se o mal consegue ser mais visível do que o bem é porque este continua a proliferar. Agora, imaginemos se não houvesse ninguém a lutar contra o mal? Se não houvesse tantas organizações a trabalhar em prol do bem comum? Como seria esta terra onde vivemos, dormimos e trabalhamos? Termino este editorial procurando dar voz àqueles que já se cansaram de lutar, que se deram por vencidos, que desabafam e exclamam, já não vale a pena. Não! Vale sempre a pena esta luta permanente contra o mal que quer controlar as nossas vidas.

José Maria Carneiro da Costa

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Atualidade religiosa

A prática da esmola liberta-nos da ganância e ajuda-nos a descobrir que o outro é nosso irmão: aquilo que possuo, nunca é só meu. Como gostaria que a esmola se tornasse um verdadeiro estilo de vida para todos”, escreveu Francisco. A Quaresma, que começou com a celebração da quarta-feira de cinzas, é um período marcado por apelos ao jejum, partilha e penitência, que serve de preparação para a Páscoa, a principal festa do calendário cristão. O Papa parte destas práticas tradicionalmente associadas ao tempo quaresmal para apelar à solidariedade, recordando que muitos organismos recolhem, nesta ocasião, donativos “em favor das Igrejas e populações em dificuldade”. Os pedidos de ajuda, sublinha o pontífice, devem ser vistos pelos crentes como “um apelo da Providência divina (…) como gostaria que, como cristãos, seguíssemos o exemplo dos Apóstolos e víssemos, na possibilidade de partilhar com os outros os nossos bens, um testemunho concreto da comunhão que vivemos na Igreja”, acrescenta.

Coloquemo-nos no lugar de quem não tem o mínimo para viverA mensagem apresenta o jejum como “ocasião de crescimento”, colocando-se no lugar de quem não tem “sequer o mínimo necessário”, afetado pela fome. “O jejum desperta-nos, torna-nos mais atentos a Deus e ao próximo, reanima a vontade de obedecer a Deus, o único que sacia a nossa fome”, sustenta o Papa e formula votos para que estes apelos ultrapassassem as fronteiras da Igreja Católica, dirigindo-se a todos os que se preocupam com a “iniquidade no mundo” e o “gelo que paralisa os corações”, com a perda do sentido da humanidade comum. “Uni-vos a nós para invocar juntos a Deus, jejuar juntos e, juntamente connosco, dar o que puderdes para ajudar os irmãos”, apela. A mensagem do Papa inspira-se numa afirmação de Jesus, que aparece no Evangelho segundo São Mateus: ‘Porque se multiplicará a iniquidade, vai resfriar o amor de muitos’. “Convido, sobretudo os membros da Igreja, a empreender com ardor o caminho da Quaresma, apoiados na esmola, no jejum e na oração. Se por vezes parece apagar-se em muitos corações o amor, este não se apaga no coração de Deus”, refere.

A prática da esmola liberta-nos da ganância

O Papa Francisco na sua mensagem para a Quaresma de 2018, apela para que a esmola seja um “estilo de vida” para os católicos, com atenção aos mais necessitados.

Paróquia de S. Tiago de Antas remodelou Conselho EconómicoTomou posse, perante o Arcebispo Primaz, no passado dia 14 de janeiro, no Sameiro, o novo Conselho Económico – Fábrica da Igreja, da Paróquia de São Tiago de Antas, Vila Nova de Famalicão, para o quinquénio de 2018 a 2022. O termo de posse perante o pároco e os paroquianos de Antas foi assinado na missa das 10,30 horas do dia 21 do mesmo mês. Este órgão é constituído pelos seguintes membros: presidente, padre José Domingos Fernandes Oliveira; secretário, diácono José Maria Carneiro da Costa; tesoureiro, José Manuel Matos Rocha; vogais: Maria Orminda Moreira Marques; Manuel Ferreira de Oliveira; Manuel António Melo de Sousa e José da Costa Faria. A direção da AML deseja os maiores êxitos para este novo mandato e oferece a mesma colaboração, que tem mantido com a paróquia de Antas desde a sua fundação em 1984.

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página jovem

Brincadeiras de Carnaval

A alegria da máscara ou vestimenta do herói preferido acontece todos os anos nos dias que antecedem o carnaval. Este ano foi no dia 9 de fevereiro, com venturas e desventuras desde o chegar, estar e sair das salas onde diariamente decorrem as atividades de ocupação dos tempos livres de crianças e jovens desta associação. Finalmente o momento de saltar para a rua, chegou após o almoço. E lá fomos todos, dois a dois para nos integrarmos no desfile que o pelouro da educação do Município de Famalicão organizou. Na rua houve a possibilidade de fazer diversidade entre um colorido de idades, de roupas, de máscaras e cartazes identificativos. Para o ano há mais.

Foi interessante olhar para o rosto dos nossos pais e admirá-los a tomar o pequeno-almoço connosco no refeitório do Centro Social das Lameiras no dia 19 de março. Foi um dia diferente em que sentimos um bocadinho mais do miminho do carinho e do amor do pai neste dia tão especial.

Com esta atividade, foi possível reforçar os laços entre pais e filhos.

Pequeno-almoço com o pai

Somos pela amizade

Enquanto os adultos festejaram o dia dos namorados, nós optámos por festejar o Dia da Amizade. Aconteceu no passado dia 14 de fevereiro, em que celebrámos o Dia de S. Valentim. Partilhámos belos momentos de alegria, expressámos sentimentos e, acima de tudo, reforçámos os laços de amizade.

Actualidadeatualidade

Cá no norte de Portugal, a informação era escassa, grande parte da população mais rural nem se apercebeu de imediato do que estava a passar, nem tão pouco tinham noção das mudanças que se sucederam. Apresentamos aqui alguns relatos vividos na primeira pessoa:

Como viviam antes da revolução?Para a Elza Fernandes de 80 anos, “As pessoas viviam com medo, enquanto o seu colega de 90 anos José, acrescenta que “não se podia falar em certas coisas e continua: cada freguesia tinha um pide para vigiar… ia-se preso por tudo e por nada. “Andávamos sempre descalços, refere a Elza, mas quando vínhamos à vila, tínhamos que colocar umas soquinhas”, acrescentou. A conversa continuou com José Dias a fazer memória: “tinha um cunhado sapateiro, com oito filhos, que a polícia prendeu por não praticar a religião católica. Ao entrar nas repartições públicas tínhamos que tirar o chapéu da cabeça.” E a conversa prosseguiu: “nós andávamos na escola, e um dia foi-nos dito que o senhor Salazar ia visitar o tribunal. Fomos lá para o ver e acenar com uma bandeirola, para mostrar que estávamos felizes”, afirmou Elza Fernandes.

Como souberam que estava a haver uma revolução?Enquanto a Elza soube pela rádio, porque na sua casa não havia televisão, a Maria José Portela, com 94 anos, referiu que soube por telefone, porque a sua cunhada de Lisboa tinha-lhe telefonado a dar conta de que estava a decorrer uma revolução. Naquela altura, “saí para comprar pão e o meu vizinho disse-me para voltar para casa que ia haver uma guerra”,

interrompeu Conceição Tabuaço com 86 anos. Já José Dias só soube no dia seguinte com muitas contradições, porque não sabia bem o que se estava a passar.

As mudanças do pós-revolução?“Para mim foi uma alegria podermos votar, refere a Elza Fernandes, já para a Elvira Santos com 93 anos, o melhor foi ter passado a haver reforma. A Maria José Portela diz que “vivemos em liberdade, já podemos falar sem sermos observados pela pide.

Todos nós já comentámos que naquela altura “uma sardinha dava para três”. Essa frase espelha a triste realidade vivida antes de 1974. A revolução dos cravos marcou o início de tempos prósperos, que levou à melhoria das condições de vida dos portugueses. Passados 44 anos dessa importante data, os nossos séniores recordam com saudade as músicas que simbolizaram a liberdade de um povo: “Grândola, Vila Morena ou “Uma Gaivota Voava, Voava”.

Carla Carvalho

Com o aproximar do mês de abril e a comemoração dos 44 anos desta data histórica fizemos uma mesa redonda com alguns dos nosso séniores para assinalar as comemorações da Revolução dos Cravos. Foi-lhes pedido para descreverem o que viveram no antes e no pós 25 de Abril de 1974.

A partilha resultou com uma dinâmica de histórias e comparações desses tempos. De referir que esta faixa etária viveu ativamente no regime ditatorial de Oliveira Salazar, e o Estado Novo, marcado pela falta de liberdade e consequentemente pela vida miserável que o povo vivia nessa altura.

Ecos da Revolução…

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atualidade

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O Relatório apresentado pela direção, na pessoa do seu presidente Jorge Faria, demonstra a concretização do trabalho planeado, que teve como objetivo central «Sempre a Cuidar de ti», tendo ultrapassado largamente a programação programada, respondendo deste modo aos desafios vividos pelas famílias.O relatório geral do programa de ação relativo a 2017, procura de forma sintética, espelhar tudo aquilo que cada uma das respostas sociais faz emergir para a comunidade envolvente, com serviços bem definidos que puderam ser desfrutados por todos aqueles que deles necessitaram.

Todas as fases da vida humana foram contempladasPara Jorge Faria, presidente da direção, «todas as fases da vida humana foram contempladas no trabalho realizado, fazendo com que a intergeracionalidade fosse sempre uma constante. Os mais novos tiveram a possibilidade de recorrer, muitas vezes, às pessoas mais idosas para ouvir contar histórias de vida, preocupações, anseios, alegrias e vivências; autênticos relatos de vida que se transformaram em crónicas, que transmitiram sabedoria e novos ensinamentos. Neste dar e receber, a educação ao longo da vida foi assimilada e projetada para além da aprendizagem escolar. A participação ativa das pessoas idosas no programa mencionado ajudou a revigorar memórias,

a consolidar afetos e a projetar novas dinâmicas num cuidar permanente do outro e dos outros», concluiu. O cuidar estendeu-se também às outras atividades que a Associação de Moradores das Lameiras desenvolveu, através do projeto em curso Eurobairro do programa Escolhas gerido pela PASEC – Plataforma de Animadores Socioeducativos e Culturais, pelo desporto, pela ocupação dos tempos livres e o cuidado necessário com a área envolvente do espaço habitacional e também social das Lameiras.

Contas no limiteAs contas aprovadas da gerência de 2017 revelam que as despesas totais da AML atingiram um valor de 1.804.734,75€, enquanto os rendimentos foram de 1.809.971,47 €, tendo fechado o ano com um resultado líquido de 5.236,72€. As contas, embora positivas, revelam que a AML está a trabalhar no limite e requer uma gestão apertada.O relatório aprovado foi elaborado a partir dos diferentes setores que tiveram em conta, o modo como cada resposta social, concretizou os seus objetivos e as dinâmicas propostas. Estes tiveram, na sua génese, a preciosa participação das comunidades envolventes, utentes, familiares, funcionários, associados e dirigentes desta Associação.

A redação

Assembleia-geral aprovou por unanimidade Relatório e Contas de 2017

A Assembleia-geral da Associação de Moradores das Lameiras, reunida nas instalações do Centro Social no passado dia 26 de março, aprovou por unanimidade o Relatório e Contas do Exercício de 2017.

atualidade

Os estereótipos apontados como o casamento precoce, a desvalorização escolar, a desvalorização do papel da mulher, são atitudes que a comunidade maioritária teve e demorou anos a mudar. Recuemos 50 anos, em que o papel da mulher ou a valorização da escola eram postos em causa. Os ciganos seguem o seu caminho, não podendo a comunidade maioritária exigir que demorem dias a mudar o que demorou anos para eles.

Categorizados socialmente com conceitos como pobreza…Esta minoria vive na oposição entre a hipervisibilidade vs. invisibilidade no que diz respeito à sua inserção social e no que toca às políticas nacionais e locais. Categorizados socialmente com conceitos como pobreza, marginalidade, inadequação define-se, deste modo, todos os sujeitos de forma rígida e estereotipada. Por outro lado, categorizar deste modo, além de os “esconder” num retrato social, retira-lhes a sua identidade e mesmo a possibilidade de negociarem internamente a mesma, resultando numa ausência de conhecimento e interconhecimento, mas, acima de tudo, estabelecendo desconfiança no processo de integração. Deste modo não há integração, pois ela tem de se basear na confiança, no interconhecimento e no respeito pela diferença.Impõe-se que esta desconfiança, que ocorre entre a comunidade maioritária e a minoritária, se ultrapasse. É importante respeitar as tradições e valores da comunidade

cigana e que estas respeitem os princípios e deveres essenciais do Estado de Direito, para que possa ser acompanhado dos direitos que a cidadania portuguesa lhe atribui.

Integração vista a nível nacional e localA nível nacional está definida a Estratégia Nacional para a Integração das Comunidades Ciganas (ENICC), pouco “explorada” pela comunidade maioritária e minoritária, estando numa fase de reflexão e de reestruturação. Existem também programas orientados para crianças e jovens, como o Programa Escolhas e programas que atingem outras dimensões como os Contratos Locais de Desenvolvimento Social (CLDS), dependendo dos territórios. Localmente existe no “terreno” o Projeto Eurobairro E6G, no âmbito do Programa Escolhas e um CLDS 3G, intervindo em parceria com agentes sociais como a AML. No concelho de Famalicão, a ENICC não se encontra totalmente explorada, sendo premente a estruturação de uma intervenção centralizada, local e participada pela comunidade minoritária e maioritária, gerando um processo de integração positiva, equalitária e de empoderamento, mas nunca de aculturação.

É necessário superar as narrativas instituídasDe nada serve abordar uma comunidade com ideias preconcebidas. Em vez disso, recomenda-se que se absorva pela paixão, a energia e imaginação das pessoas que dão forma à comunidade. O caminho passa por superar as narrativas instituídas ao longo dos tempos. Cabe-nos ajudar as pessoas a encontrarem o conhecimento que lhes falta. Nunca poderemos considerar-nos seres humanos realmente evoluídos enquanto não nos preocuparmos com os direitos humanos e dignidade básica de todos.

Ricardo Ribeiro

O caminho cigano – Um nómada da identidade?Hoje, e mais do que nunca, são debatidas publicamente questões sobre as minorias étnicas e sua integração, sendo as comunidades ciganas uma das que maior representatividade tem. Nos últimos anos, não se tem visto um povo deambulante, mas em construção da identidade, dados os estereótipos existentes e o processo de adaptação a novas realidades. Poderemos hoje falar de um povo cigano “nómada da identidade”?

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ATUALIDADE

Perpetuar uma árvore que fazia parte do ParqueCapaz de produzir sons verdadeiramente melodiosos, o novo atrativo do Parque da Devesa convida ao relaxamento e introspeção. A instalação sonora foi inaugurada no dia 19 de março, pelo presidente da Câmara Municipal, Paulo Cunha, e pelos responsáveis da Companhia de Música Teatral, que conceberam a peça.Depois de experimentar as sonoridades, Paulo Cunha, salientou a importância deste conjunto escultórico. "Com esta iniciativa estamos a perpetuar um carvalho, uma árvore que fazia parte do Parque, criando um novo ponto de interesse e atraindo novos públicos", salientou, explicando que esta é já a quarta iniciativa promovida no Parque da Devesa, seguindo o mesmo princípio: “transformar a natureza morta em arte viva”. Neste âmbito, destaque para as esculturas das Árvores Colorida, Rebater um Árvore, Memória Inscrita e agora a Metamorfose.

Desfrutar de um ressoar de novos sonsPor sua vez, Helena Rodrigues, da Companhia de Música Teatral, salientou a função educativa e recreativa da instalação sonora. "Trata-se de um

instrumento coletivo que soa harmoniosamente a partir da participação e colaboração de todos. Qualquer pessoa pode participar individualmente mas se forem pequenos grupos a juntarem-se e a fazerem ressoar estes sons melhor ainda. No fundo, trata-se de dar vida ao carvalho que agora continua a estar vivo no parque, mas de outra forma."A Companhia de Música Teatral explora a música como ponto de partida para a interação entre várias técnicas e linguagens de comunicação artística dentro de uma estética que vai da "música cénica" ao "teatro-musical". Refira-se que a Companhia tem desenvolvido um trabalho pioneiro de articulação entre a investigação académica, a produção artística, a criação tecnológica, o envolvimento da comunidade e a divulgação de ideias recentes sobre a importância da experiência musical em especial nas idades mais precoces.

Isaura Costa GAP

Parque da Devesa ganha escultura sonora metamorfose

O Parque da Devesa de Vila Nova de Famalicão ganhou um novo espaço de divertimento e aprendizagem destinado às crianças e às famílias. A instalação sonora Metamorfose, que está localizada junto ao tanque abaixo da Casa do Território, resulta da transformação do tronco de um carvalho que tombou durante o inverno de 2017, renascendo sob a forma de um conjunto escultórico, incluindo novos elementos como lâminas e campânulas metálicas de vários tamanhos.

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CANTINHO DAS MEMÓRIAS

“Sempre evidenciamos uma grande preocupação com os nossos seniores e a demonstrá-lo estão as muitas atividades que temos promovido anualmente, procurando proporcionar-lhes mais anos de vida, mas principalmente com mais qualidade”, explicou Paulo Cunha que “a concretização desta Comissão resulta de uma vontade deste executivo municipal e de um compromisso assumido com os famalicenses”.

Os séniores merecem um olhar atento e cuidadosoNeste âmbito, a Comissão irá desenvolver uma política de apoio a pessoas idosas a nível municipal, através da informação, sensibilização e responsabilização das famílias e da comunidade sobre os direitos das pessoas idosas; irá atuar na prevenção e resolução de situações suscetíveis de afetar a segurança, saúde ou bem-estar das pessoas idosas; irá agilizar os procedimentos para acesso a serviços disponíveis, promovendo os direitos das pessoas idosas e combatendo a exclusão social. Para o presidente da Câmara, Paulo Cunha “Os séniores merecem um olhar atento e cuidadoso por parte da comunidade, e o município tem a preocupação de criar condições que reúnam diferentes contributos, diferentes valências para que esta faixa etária tenha o conforto que é necessário nesta fase das suas vidas”, adiantou Paulo Cunha.

Congregar todos os contributosO objetivo é “agregar todos os contributos – há muitas entidades que trabalham no dia-a-dia com os nossos seniores – e colocar todos a trabalhar no mesmo sentido. Só dessa forma é que conseguimos ter políticas coesas, politicas públicas bem organizadas que, de facto, sejam uma resposta social”, esclareceu o autarca. A Comissão será constituída por uma equipa de trabalho multidisciplinar com representantes da autarquia, mas também da Segurança Social, do Centro de Saúde, das Entidades Policiais, Bombeiros, Freguesias, IPSS’s, Santa Casa da Misericórdia, Cruz Vermelha e Ministério Público, entre outras. “Queremos estar cada vez melhor informados acerca dos problemas dos nossos séniores e esta comissão também servirá para que estejamos concentrados e a dominar os problemas que os vão afetando e que podem evoluir ao longo dos anos”, acrescentou, destacando que esta comissão pretende “criar uma resposta para o presente e para o futuro. É um sinal claro que damos à comunidade, um sinal de segurança e conforto, para que saibam que quando necessitarem, o município estará presente e terá respostas”, concluiu o presidente da Câmara.

Refira-se que a Comissão destina-se a apoiar pessoas idosas que sejam residentes na área do concelho, com mais de 65 anos de idade, e que se encontrem em situação de risco ou de perigo.

Isaura Costa (GAP)

Pessoas idosas com direito a proteção

O município de Vila Nova de Famalicão criou uma Comissão Municipal de Proteção de Pessoas Idosas constituída por uma equipa de trabalho multidisciplinar que vai procurar identificar, avaliar, encaminhar e resolver situações em que se coloquem em causa a segurança, saúde, higiene e dignidade das pessoas idosas. A medida de largo alcance social foi aprovada no dia 18 de janeiro, em reunião do executivo municipal.

Nota: As IPSS do concelho de Vila Nova de Famalicão estão representadas por Jorge Faria da AML.

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Lameiras Notícias

A tradição de cantar os Reis a partir das crianças

Uma tradição muito antiga, que servia para Semear Esperança, na medida em que se levava os votos de Bom Ano às famílias, cantando de porta em porta. A Escola e o Município, conscientes de que a sua função educadora vai muito além dos conteúdos formais da escola, empenham-se em preservar esta linda tradição, junto dos mais pequenos. Também isto é Semear Esperança. As crianças do pré-escolar do Centro Social das Lameiras/Associação de Moradores das Lameiras, juntamente com outras instituições, cantaram os Reis ao senhor Presidente da Câmara Dr. Paulo Cunha no dia 9 de janeiro.

Séniores preservam a tradição e cantam os Reis

Os séniores do Centro Social das Lameiras/Associação de Moradores das Lameiras, juntamente com outras instituições do concelho e cantaram os Reis ao senhor Presidente da Câmara, Paulo Cunha, na tarde do dia 9 de janeiro. Enquanto as crianças cantaram da parte da manhã na Casa das Artes, os séniores cantaram da parte da tarde no pavilhão municipal das Lameiras. Uma iniciativa anual do Município de Vila Nova de Famalicão, muito bem recebida pela população juvenil e mais idosa..

Trabalhadoras do setor infanto-juvenil recebem diplomas

Mais nove colaboradoras do setor infanto-juvenil do Centro Social das Lameiras, receberam os seus diplomas de “Técnica de Ação Educativa” de nível 4. A cerimónia de entrega de diplomas decorreu no dia 18 de janeiro no auditório do IPCA em Barcelos, sobe a responsabilidade do Kerigma – Instituto de Inovação e Desenvolvimento Social de Barcelos. A formação foi originada por uma parceria entre o Kerigma e a AML e decorreu nas instalações da Associação de Moradores das Lameiras, em Famalicão. Na imagem as novas técnicas com os formadores e responsáveis do Kerigma, acompanhadas do presidente da direção da AML Jorge Faria, em pé ao centro.

Protocolo de Cooperação da Rede Local de Educação e Formação

No dia 14 fevereiro 2018, foi assinado o Protocolo de Cooperação da Rede Local de Educação e Formação da qual a Associação de Moradores das Lameiras (AML) faz parte. Esteve representada neste ato por Jorge Faria, presidente da direção. No momento da assinatura, Paulo Cunha, presidente da Câmara Municipal, salientou a importância da rede, pois só deste modo Famalicão consegue ter uma oferta concertada e direcionada para as necessidades do concelho. Pretende-se contribuir para uma melhor articulação entre entidades de formação profissional e as entidades do sistema educativo. O novo protoloco vigorará entre 2018 e 2021. A AML integra este universo no âmbito da sua certificação/acreditação como entidade formadora reconhecida. Atualmente dispõe de algumas ofertas formativas financiadas e com direito a certificado como é o caso da “Formação de Públicos estratégicos para obtenção da especialização em Igualdade de Género – Educação para a Cidadania” (últimas inscrições) e “Psicopatologias no Idoso”.

Dia Internacional da mulher

As mulheres do setor sénior da Associação de Moradores das Lameiras assinalaram no passado dia 8 de março o seu dia. Uma forma de relembrar os direitos das mulheres em todas as idades. No final foi entregue uma flor a todas as mulheres do setor.

Ler! A qualquer hora, em qualquer lugar!

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Lameiras Notícias

A Associação de Moradores das Lameiras aceitou o repto lançado pela equipa do Plano Nacional de Leitura, que desafia as escolas e entidades públicas e privadas a promoverem atividades relacionadas com a leitura e a promoção da literacia emergente. Neste sentido, na tarde da passada quinta-feira, dia 08 de Março de 2018 as crianças do pré-escolar participaram numa hora do conto dinamizada por um contador de histórias especial. O presidente da associação, Jorge Faria, proporcionou às crianças um momento muito dinâmico com a leitura da história “Os Ovos Misteriosos”, da autoria da escritora para a infância Luísa Ducla Soares. Os pequenos leitores da A.M.L. festejaram a leitura e o leitor numa tarde muito animada e convivial.

Saída pedagógica “Assalto às Lancheiras”

No passado dia 02 de Março de 2018, as crianças do pré-escolar foram assistir à peça de teatro “Assalto às Lancheiras”, em Matosinhos, no auditório da Exponor. O Tomate Cherry e a Couve-flor, reis do Reino dos Alimentos Saudáveis preocupam-se em ajudar as crianças a comer melhor. Claro que o Lord Cheese Burguer, o Refrigerante e a Lollipop fazem questão de lhes estragar os planos!... Foi uma atividade muito divertida, em que, a cantar e a brincar as crianças puderam aprender mais sobre os benefícios de uma alimentação saudável e equilibrada.

Força V - Famalicão Voluntário

Presidida pela vereadora da juventude e família, Sofia Fernandes, decorreu no dia 14 de março, na Casa das Artes de Famalicão a 2.ª Mesa Redonda do Voluntariado – “Força V - Famalicão Voluntário”. Enquanto uns estiveram na condição de palestrantes, outros estiveram no estatuto de observadores. A temática esteve voltada para os jovens, que não deixaram de marcar presença nesta tarde de inverno. As questões em debate foram as seguintes: - “Voluntariado é “normal” ou motivo de indignação quando há trabalho associado nas funções requeridas?”- “O que é preciso para tornar o/a jovem uma/a cidadão/ã mais ativo/a que se envolva nas questões da cidade e da vida pública?” Jorge Faria presidente da direção da AML foi um dos palestrantes escolhido pela organização, enquanto José Maria Costa representou as IPSS, como observador.

Conselho de Moradores

Reuniu no passado dia 15 de março o Conselho de Moradores do Edifício das Lameiras. Da ordem de trabalhos fizeram parte os seguintes pontos: alterações a efetuar pela Câmara na rua da Associação de Moradores das Lameiras; decoração das torres norte e sul do Edifício das Lameiras; encerramento da escola primária das Lameiras; Festa da Páscoa 2018: (via-sacra no dia 20; comunhão pascal dia 28 e festa da Páscoa com compassos e missa no dia 1 de abril); outros assuntos: Assembleia-geral da AML, cobranças, outros.

O Pai ao pequeno-almoço

O dia do Pai e dia de S. José foram assinalados no Centro Social das Lameiras pelas crianças e seus pais com a surpresa de um pequeno-almoço em conjunto e pelos nossos séniores com uma resenha de várias atividades.

Via-sacra nas Lameiras

No dia 20 de março a Paróquia de São Tiago de Antas, através da catequese que funciona no polo 2 – Centro Social das Lameiras, promoveu uma Via-sacra pública, entre o Centro Social e o Complexo Habitacional das Lameiras. Entre o fim de tarde e a noite, a Luz da Cruz resplandeceu no percurso. Para todos os que participaram, acreditamos que a Paixão de Cristo, retratada nos diferentes quadros bíblicos, ficou gravada nos corações. Muito obrigado à Paróquia de São Tiago de Antas por esta iniciativa que apoiamos.

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PALAVRAS DE AMORQUE ANDAM NO AR

Palavras de amor que andam no arSublimes e lindas que fazem encantarPalavras sempre a acrescentarVontade de as apanhar e abraçar

Palavras invisíveis sempre a voarNo meio de tantos e grandes problemasApetece-me saltar para as tentar agarrarSegurá-las e retê-las com macias algemas

São liberdade e não adianta retê-lasQuero abraçá-las apenas com o sentirSem algemas quero absorvê-las Senti-las entranhadas antes de dormir

Embebidas de liberdade sempre a flutuarNo raiar da aurora bela e sem idade Palavras ao alcance de todos para amarQue fazem brilhar os dias da perenidade

Refletem no chão perfumado de aromasCoberto de belas pétalas de flores Pisadas que fazem esvoaçar palomas Algo de deslumbrante entre amores

Caminham suavemente em silêncio No chão colorido para ti oferecidoDeixam um rasto de perfume macioComo se falassem com olhar enternecido

Palavras doces sobre as dores da vidaQue o ouvido nem sempre quer ouvir Palavras que curam a ferida emudecidaQue encantam, acarinham e fazem sorrir

Sempre belas e orantes neste raiar de amorEntre a vida e a morte continuam a florirSão palavras de amor que retiram a dorSaltam para a eternidade sempre a sorrir.

José Maria Carneiro da Costa