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PASSEATA CONTRA AS REFORMAS DE TEMERQUARTA, ÀS 15h, SAÍDA DO CAMPO GRANDE

Edição Diária 7215 | Salvador, segunda-feira, 22.05.2017 Presidente Augusto Vasconcelos

DIRETAS JÁ

O desmonte do BB anda a passos largosPágina 4

Em todo o país, o povo se une no clamor pelo Fora Temer. Nas ruas, o pedido é pela saída do presidente ilegítimo, que tenta impor o projeto neoliberal, cujo

Ocupar o país para derrubar Temer

objetivo é destruir o futuro dos brasileiros. As manifestações também exigem a convocação de eleições diretas, já. Páginas 2 e 3

Desde o escândalo envolvendo Temer, o povo brasileiro toma as ruas pela saída do presidente ilegítimo. Somente as Diretas Já podem tirar o país da crise política e econômica

fotos: manoel porto

o bancário• www.bancariosbahia.org.br Salvador, segunda-feira, 22.05.20172 DIRETAS JÁ

As mobilizações devem crescer em todo o BrasilrEDAçãoimprensa@bancariosbahia.org.br

manoel porto

aleSSandro buzaS - futura preSS

Fundado em 30 de outubro de 1939. Edição diária desde 1º de dezembro de 1989 Fundado em 4 de fevereiro de 1933

O BANCÁRIO

Manifestações dão o recado: fora temer

Informativo do Sindicato dos Bancários da Bahia. Editado e publicado sob a responsabilidade da diretoria da entidade - Presidente: Augusto Vasconcelos. Diretor de Imprensa e Comunicação: Adelmo Andrade.Endereço: Avenida Sete de Setembro, 1.001, Mercês, Centro, Salvador-Bahia. CEP: 40.060-000 - Fone: (71) 3329-2333 - Fax: 3329-2309 - www.bancariosbahia.org.br - imprensa@bancariosbahia.org.brJornalista responsável: rogaciano Medeiros - reg. MTE 879 DrT-BA. Chefe de reportagem: rose Lima - reg. MTE 4645 DrT-BA. repórteres: Ana Beatriz Leal - reg. MTE 4590 DrT-BA e rafael Barreto. Estagiária em jornalismo: Bárbara Aguiar e George Diniz. Projeto gráfico: Márcio Lima. Diagramação: André Pitombo. Impressão: Muttigraf. Tiragem: 10 mil exemplares. Os textos assinados são de inteira responsabilidade dos autores.

TEMAS &DEBATES

Contra a crise, eleição direta

rose Lima*O Brasil passa por uma séria

crise. A economia vai mal. Mas, a situação no Palácio do Planal-to está ainda pior. Independen-temente de posição partidária, é inaceitável que um presiden-te da República seja protagonis-ta em atos ilícitos e continue à frente do governo. Em nenhu-ma democracia do mundo isso é possível.

A discussão não é se Michel Temer pediu ou não aos do-nos da Friboi, Wesley e Joesley Batista, pagarem mesada para comprar o silêncio do ex-depu-tado Eduardo Cunha (PMDB), preso na operação Lava Jato. O fato é que o presidente não só sabia da propina paga, como ainda incentivou que continu-asse a ser feita.

Em outra parte da conversa, mais um ato gravíssimo. Joesley Batista diz que comprou dois juízes e um procurador e Mi-chel Temer aprova a atitude com uma resposta direta: "ótimo". Aí caracteriza o dolo. Diante de tantas provas, não há como o Congresso Nacional votar qual-quer projeto de lei e a queda do presidente é só uma questão de tempo. Mas, o país deve apro-veitar o momento para cons-truir uma saída democrática.

A grande mídia, leia-se Glo-bo, defende eleição indireta, fa-zendo coro às pretensões das elites ultraconservadoras. Mas, somente um governo aprovado pela vontade popular tem legi-timidade e poder para colocar em prática um novo projeto de Brasil, que clama pela retomada do crescimento econômico, com desconcentração da riqueza e re-dução das desigualdades sociais.

As urnas são a solução. Tudo depende da vontade política. É fundamental um grande enten-dimento nacional para a apro-vação da PEC 227/2016 - prevê a eleição direta no caso de vacância da presidência. O povo nas ruas é decisivo. A saída para a crise pas-sa, necessariamente, pelo respeito à democracia. Diretas Já.

* rose Lima é jornalistaTexto com, no máximo, 1.900 caracteres

Terceirizados da Caixa ficam sem saláriosAléM do desmonte promovido pelo governo Temer, mais pro-blemas envolvem a Caixa. Te-lefonistas e atendentes do ban-co, que são terceirizados, estão com os salários atrasados e não têm perspectivas de quando irão receber.

Procurada, a direção da ins-tituição financeira, através do setor que gere os contratos terceirizados, informou que a CSC, empresa responsável pe-los atendentes, terá o contra-to rompido. Sobre a remune-ração, o banco poderá pagar. Resta saber se vai mesmo. Já a Monkal, que gere os telefonis-tas, foi cobrada para que agili-ze os pagamentos.

Explodem mobilizações pelo país. E vão crescerAPóS as denúncias contra Mi-chel Temer, disparam mani-festações em todo o Brasil. A espontaneidade e o sentimento de indignação levam milhares às ruas em várias cidades do país, desde a última quarta--feira, quando foi noticiada a

gravação em que o presidente conversa abertamente sobre atos ilícitos com o empresário Joesley Batista, dono da JBS.

É fundamental que a socie-dade esteja atenta, para que for-ças contrárias à democracia não se aproveitem do momento.

O POvO está nas ruas. As ma-nifestações ocorridas em todo o Brasil desde a divulgação do escândalo de Temer, Aécio e as propinas da JBS demonstram que a tendência é os protestos se ampliarem por todo o Brasil, em grandes proporções.

Na sexta-feira e no domin-go, milhares de pessoas foram às ruas de Salvador reivindicar a saída imediata de Temer e eleições diretas, já. A indigna-ção é geral. O presidente está isolado. Perdeu apoio até do empresariado.

Para a coordenadora do Ge-ografar (Grupo de Pesquisa da UFBA), Guiomar Germani, está é a hora de ocupar as ruas “em defesa da democracia”. O ex-presidente da Petrobras,

José Sérgio Gabrielli, destaca que existe uma ameaça real do golpe dentro do golpe. O momento exige protesto de massa. Só a determinação do povo pode garantir Diretas Já.

Manifestantes pedem saída de Michel Temer e Diretas Já em Salvador

Escândalo sepulta de vez o governo Temer. É caixão e vela para o golpista

o bancáriowww.bancariosbahia.org.br • Salvador, segunda-feira, 22.05.2017 3DIRETAS JÁ

Sem apoio dos antigos aliados, queda é inevitávelFABIANA PACHECo imprensa@bancariosbahia.org.br

O Brasil inteiro já nãoaguenta mais Temer

MIChEl Temer não agrada mais ninguém, nem mesmo a elite, peça fundamental para o golpe que derrubou a presidente Dilma Rousseff. Do poder econômico, Judiciário, passando pela Igreja. É quase unânime a opinião de que Temer deve renunciar. Até os parlamentares que ainda não anunciaram a saída do governo evitam falar sobre apoio.

A Globo, dos irmãos Mari-nho, foi a primeira a abando-nar o barco. Na emissora, os jornalistas falam abertamente em renúncia. Um dos princi-pais comentaristas políticos da empresa, Merval Pereira, foi o

primeiro a abrir o verbo e dizer que “não há condições de Temer estar à frente do governo”.

O empresário Walter Schalka, dono da Suzano, um dos principais conglomerados industriais do país, é enfático e diz que “Temer terá de sair, seja como for”.

No campo jurídico são mui-tas as manifestações. Uma das mais comentadas e sensatas é a do ex-presidente do STF (Supre-

mo Tribunal Federal), Joaquim Barbosa, que convoca o brasi-leiro para “as ruas reivindicar com força a renúncia imediata de Michel Temer”.

A CNBB (Confederação Na-cional dos Bispos do Brasil) também emitiu nota de indig-nação. Ainda recorda a Consti-tuição Federal: “é dever de todo servidor público, principalmen-te os que detêm elevadas fun-ções, manter conduta íntegra”.

Operação Greenfield desnuda a Lava JatoA ENORME discrepância en-tre a Operação Greenfield, que levou a gravação de Temer, em relação a Lava Jato, salta aos olhos. As diferenças são gritan-tes e acabam por salientar as ilegalidades cometidas pelo juiz Sérgio Moro.

A análise é do advogado da Consulta Popular, Ronaldo Pa-gotto. “É uma outra forma de fazer, sem aqueles vícios tra-dicionais [da Lava Jato]. Não teve prisão arbitrária, não teve condução coercitiva. Teve apu-ração, depois levantamento de provas, só então os fatos vie-

ram à tona [pela mídia]. Você percebe a diferença desse caso com a condução coercitiva do Lula?”, compara.

Para ele, há também uma disputa pelo poder no campo político da direita. Forças con-servadoras do Estado queren-do conduzir mudanças polí-ticas contra forças fisiológicas da “velha política”, na base de sustentação do governo Temer, buscando aprovar todo tipo de reforma que transfira para o trabalhador a responsabilidade pela crise. Ambos disputando o espólio do golpe.

Amigos da onçaDerrotado nas urnas na

eleição presidencial de 2014, Aécio Neves pode até es-tar em baixa, agora que, por ordem do STF, foi afastado da presidência nacional do PSDB e perdeu o mandato

de senador após ser flagra-do em corrupção, que tanto condenou. Mas, muita gente que hoje o evita já fez questão de aparecer ao lado dele, em busca de dividendos finan-ceiros, políticos e fama.

Assédio, o mal do setor bancárioNO SETOR bancário, é urgente o estabelecimento de políticas de prevenção de conflitos no ambiente de trabalho, como o Instrumento de Combate ao Assédio Moral, junto à Federa-ção Nacional dos Bancos.

Para a categoria, é preciso sa-ber qual o universo dos proble-mas que transitam pelos canais internos dos bancos para criar condições de detectar os mais frequentes. Os trabalhadores ainda reivindicaram, durante reunião na semana passada, a redução do prazo de apuração, que atualmente é de 45 dias.

O esperado a partir de agora é que respostas concretas sejam concedidas no momento exato do processo de negociação. Es-pecialmente para as propostas que são levadas constantemen-te ao debate. A saúde dos tra-balhadores não pode esperar. A próxima reunião está previs-ta para julho.

o bancário• www.bancariosbahia.org.br Salvador, segunda-feira, 22.05.20174

SAQUE

DESMONTE

objetivo é esvaziar, sucatear e depois vender a instituição rEDAção imprensa@bancariosbahia.org.br

Governo quer mais cortes no BB

lIGITIMIDADE Diante do agravamento da situação brasilei-ra, a saída para a crise tem de ser política, muito mais do que le-gal. A escolha do próximo presidente por via indireta não serena os ânimos, não reduz as tensões. Somente a eleição direta pode conferir legitimidade e poder ao novo governante para reorde-nar os destinos do Brasil.

IMORAlIDADE Com o governo esfacelado e toda a base de apoio contaminada, não há a menor condição de o Congresso Nacional votar nada, absolutamente nada. Perdeu temporaria-mente a autoridade. Só tem poder para apreciar medidas capazes de tirar o Brasil da grave crise política em que se encontra, à beira de um colapso institucional.

INEvITAvEl A queda de Temer é questão de tempo. E quan-to mais ele protela, pior para o Brasil. Aumentam as tensões. O desabafo do empresário Walter Schalka, presidente do grupo Suzano, resume a vontade de todo o povo brasileiro. “Ele terá de sair de qualquer maneira, seja por renúncia, impeachment ou cassação”. É inevitável.

DENTADA Tem um antigo ditado alemão, forjado no Século XVIII, durante a sangrenta unificação da Alemanha, que diz: “O que não vai com beijo, vai com dentada”. É a cara de Temer.

ESTRANhO O jornalista Bajonas Teixeira, do Máquina Crí-tica, faz um questionamento pertinente. Ele diz não entender o motivo de o ministro do STF, Edson Fachin, ter negado a prisão de Aécio Neves, flagrado em situação bem pior do que Delcídio do Amaral, preso na Lava Jato. Além de obstrução da Justiça, ao flagrante do tucano somam ainda cobrança de R$ 2 milhões de propina e plano para assassinato. Realmente, muito estranho.

FREGUÊS A cada detalhe revelado sobre a delação do empre-sário Joesley Batista, piora, e muito, a situação de Temer. Por exemplo, a JBS paga gordas mesadas ao presidente desde 2010. Já era freguês há muito tempo.

O DIA a dia de insegurança nas agências bancárias é tema de muitos debates entre traba-lhadores e bancos. Não é para menos. Sequestros, assaltos, ex-plosões e arrombamentos ocor-rem com frequência. Somente na Bahia, foram registrados 33 ataques neste ano.

Os bancários cobram medi-das de proteção urgentes por parte das empresas. Visando melhorar o ambiente de tra-balho, a Comissão Consulti-

MESMO desgastado e com os dias contados, Temer não cessa os ataques aos trabalhadores. O governo anunciou que vai re-duzir o quadro de pessoal do Banco do Brasil a 106.659. A medida é parte do desmonte da empresa, para posterior venda.

Recentemente, o quadro de bancários da instituição finan-

ceira foi drasticamente redu-zido, em decorrência do PEAI (Programa Extraordinário de

Aposentadoria Incentivada). Quase 10 mil funcionários em todo o país aderiram ao plano e

deixaram o BB.Sem a reposição, o que era

ruim, piorou bastante. É mui-to cliente para pouco bancá-rio. O caos é generalizado e os trabalhadores ficam ainda mais sobrecarregados. Impor-tante destacar que, somente com a arrecadação de tarifas, o BB cobre em 115% as despesas com pessoal. Crescimento de 13,5 pontos percentuais entre março de 2016 e o mesmo perí-odo deste ano. Ou seja, dinhei-ro não é problema, mas não in-teressa ao governo Temer, que atende apenas aos interesses do grande capital financeiro.

Bancos precisam investir em segurança. Está difícil

va para Assuntos de Segurança identificou uma série de ações a serem tomadas pelos bancos.

O documento será apresen-tado às empresas em reunião marcada para o dia 31 de maio. Pelo texto, as organizações fi-nanceiras devem utilizar, de forma combinada, o sistema de abertura remota das agências da Caixa, os cofres comparti-mentados do Banco do Brasil e Basa (Banco da Amazônia) e os cofres individualizados do Itaú.

Temer quer incentivar desligamento de bancários. o caos tende a piorar

A Bahia registra 33 ataques a bancos este ano. É muita insegurança

manoel porto