direitos reais 25 sílvio de salvo venosa. 25. hipoteca v. v 2 2 25.1. notícia histórica: –...
TRANSCRIPT
DIREITOS REAIS
25
DIREITO CIVILDIREITO CIVIL
Sílvio de Salvo Venosa
Sílvio de Salvo Venosa
25. HIPOTECA
V. V 22
25.1. Notícia histórica:
– surge da atividade pretoriana que concedia ação real reconhecendo a existência do direito perante o devedor ou terceiros adquirentes da coisa posteriormente à garantia conferida.
25. HIPOTECA
V. V 33
25.2. Princípios gerais:
– aplicam-se à hipoteca os princípios gerais dos direitos reais de
garantia (arts. 1.419 a 1.430);
– direito real de garantia de natureza civil;
– requer a presença de dois sujeitos: o credor hipotecário e o credor hipotecante;
– o devedor hipotecante continua na posse do imóvel onerado;
25. HIPOTECA
V. V 44
– a hipoteca é indivisível e acessória;
– sua publicidade é obtida pelo registro imobiliário;
– a especialização da hipoteca requer a descrição do bem e os requisitos da dívida (art. 1.424);
– confere ao credor o direito de seqüela;
25. HIPOTECA
V. V 55
– pode incidir sobre móveis como navios e aeronaves;
– pode ser constituída para garantia de dívida futura ou condicionada (art. 1.487);
– pode ser convencional, legal ou judicial.
25. HIPOTECA
V. V 66
25.2.1. Registro da hipoteca. Dúvida:
– o procedimento de dúvida registral é regulado pela Lei no 6.015/73,
art. 198;
– o registro e a especialização da hipoteca incumbem a quem está obrigado a prestar garantia
(art. 1.497, § 1o);
– é dever dos obrigados a prestar garantia requerer o registro
(art. 1.497, § 2o).
25. HIPOTECA
V. V 77
25.3. Hipoteca convencional:
– garantia de créditos estabelecida por vontade dos interessados;
– requer a presença de testemunhas;
– escrituração pública com especialização ou instrumento particular;
25. HIPOTECA
V. V 88
– inscrição;
– a outorga conjugal que comporta a exceção do regime de casamento;
– a autorização do condômino de parte indivisa necessita de autorização dos demais;
– bens inalienáveis não podem ser objeto de hipoteca.
25. HIPOTECA
V. V 99
25.4. Hipoteca legal:
– necessidade de sentença de especialização e inscrição;
– o procedimento judicial está regulado nos arts. 1.205 a 1.210 do CPC;
– a hipoteca legal pode ser substituída por títulos da dívida pública;
– os filhos sob poder familiar têm hipoteca legal sobre bens dos pais,
quando estes administrem seu patrimônio;
25. HIPOTECA
V. V 1010
– a hipoteca sobre bens dos tutores e curadores que visa garantir eventuais prejuízos na administração dos bens;
– hipoteca da Fazenda Pública sobre seus tesoureiros e assemelhados em garantia por prejuízos causados por esses funcionários;
– o ofendido vítima de crime tem hipoteca sobre bens do réu condenado criminalmente, visando garantir ressarcimento de dano civil;
– o co-herdeiro tem hipoteca para garantir seu quinhão ou reposição na partilha.
25. HIPOTECA
V. V 1111
25.5. Hipoteca judicial:
– objetiva garantir a plena execução das decisões judiciais condenatórias;
– esta modalidade de hipoteca não é mais referida no atual Código.
25. HIPOTECA
V. V 1212
25.6. Pluralidade de hipotecas e insolvência do devedor:
– a prioridade do primeiro credor hipotecário independentemente do vencimento das dívidas (art. 1.477);
– a lei permite ao segundo credor hipotecário efetuar a remição do bem,
sub-rogando-se no direito do primeiro credor (art. 1.478).
25. HIPOTECA
V. V 1313
25.6.1. Abandono do imóvel hipotecado pelo adquirente:
– entendendo gravosa a manutenção do bem, o adquirente do imóvel
hipotecado pode abandoná-lo em favor dos credores hipotecários (art. 1.479);
– trata-se de hipótese de abandono translativo de domínio, devendo o adquirente notificar o vendedor e os credores hipotecários conforme o art.
1.480 do Código.
25. HIPOTECA
V. V 1414
25.7. Efeitos da hipoteca:
– vincular um bem ao cumprimento e à extinção de uma dívida;
– restringir o direito de propriedade do devedor ou de terceiro;
– manter o valor do bem para não desfalcar a garantia;
25. HIPOTECA
V. V 1515
– pode também estabelecer outras hipotecas sobre o mesmo bem;
– utilizar os meios possessórios para manter-se na posse;
– remir a hipoteca a qualquer tempo.
25. HIPOTECA
V. V 1616
Cabe ao credor:
– exigir que o bem se mantenha íntegro no curso da garantia;
– excutir o bem hipotecado na hipótese de não-pagamento;
– pedir reforço da garantia quando esta se desfalcar;
– a possibilidade de ceder o crédito hereditário.
25. HIPOTECA
V. V 1717
25.8. Remição:
– a remição significa extinguir, fazer desaparecer o gravame;
– a remição feita pelo segundo credor constitui modalidade de
compra compulsória imposta ao primeiro
(art. 1.478);
25. HIPOTECA
V. V 1818
– as várias nuanças do direito de remição descrita no art. 1.481 do Código;
– é direito da massa de credores remir o bem nas hipóteses de falência ou insolvência (art. 1.423);
– a remição pelo próprio devedor, por seu cônjuge, descendentes ou ascendentes (art. 1.482).
25. HIPOTECA
V. V 1919
25.8.1. Perempção da hipoteca:
– a averbação da hipoteca é prorrogável pelo prazo de 20 anos, conforme a disposição dos
arts. 1.485 e 1.498 do Código;
– trata-se de prazo decadencial.
25. HIPOTECA
V. V 2020
25.8.2. Prefixação de valor do imóvel hipotecado para fins de arrematação, adjudicação e remissão:
– o disposto no art. 1.484 do Código, quanto a prefixação do valor
do imóvel hipotecado, vale para economia estável, em que se
torna patente a economia na dispensa de avaliação do bem para eventual praça.
25. HIPOTECA
V. V 2121
25.9. Hipotecas contraídas no período suspeito da falência:
– a lei falencial considera o fato ineficaz (art. 52, III);
– ocorre a presunção absoluta de fraude.
25. HIPOTECA
V. V 2222
25.9.1. Loteamento ou constituição de condomínio no imóvel hipotecado:
– é direito dos proprietários de cada unidade desmembrada do imóvel requerer que a hipoteca grave proporcionalmente cada lote ou unidade condominial (art. 1.488);
– o credor terá direito a se opor ao desmembramento se provar que este
importa diminuição de sua garantia.
25. HIPOTECA
V. V 2323
25.10. Extinção da hipoteca:
– o elenco das hipóteses de extinção da hipoteca está no art. 1.499 do Código.
25. HIPOTECA
V. V 2424
25.11. Cédula hipotecária habitacional:
– destinada a financiamentos para finalidades agrícolas, está regulada pela Lei no 3.253/57;
– o Decreto-lei no 70/66 instituiu a cédula hipotecária destinada a financiamentos do SFH;
– o art. 1.486 do Código permite que o credor e o devedor, no ato
constitutivo da hipoteca, autorizem a emissão da correspondente cédula hipotecária, conforme a lei especial.
25. HIPOTECA
V. V 2525
25.12. Execução da dívida hipotecária. Execução extrajudicial da dívida hipotecária:
– o processo de execução vem regulado pelo art. 566 e ss. do CPC;
– o inadimplemento da obrigação autoriza a excussão da dívida, por ação executiva;
25. HIPOTECA
V. V 2626
– o Decreto-lei no 70/66, alterado pela Lei no 8.004/90, permite modalidade de execução extrajudicial da dívida hipotecária;
– o entendimento da jurisprudência é que esse texto legal contém inconstitucionalidade porque retira o direito de defesa do devedor, constituindo abuso de direito.
25. HIPOTECA
V. V 2727
25.13. Hipoteca naval, aérea e de vias férreas. Minas e pedreiras:
– a inscrição da hipoteca naval deve ser feita no porto da matrícula, na forma pública, mediante prova de propriedade;
– a hipoteca da aeronave deve ocorrer pela inscrição do contrato no
Registro Aeronáutico Brasileiro, com averbação no respectivo
certificado de matrícula;
25. HIPOTECA
V. V 2828
– as hipotecas sobre linhas férreas são universalidades, compreendendo o solo, os trilhos, os terrenos marginais, as estações, os equipamentos etc.;
– o art. 1.502 aduz que deverão ser inscritas no município da estação inicial da respectiva linha;
– conforme a legislação de mineração, as autorizações e concessões somente podem ocorrer mediante consentimento do poder concedente.