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diferencialensino.com.br 1 DIREITO PROCESSUAL PENAL DIREITO PROCESSUAL PENAL DIREITO PROCESSUAL PENAL MÓDULO I Prof. ESP. MÁRCIO TADEU AULA 01. INTRODUÇÃO AO PROCESSO PENAL...................... 03 AULA 02. INQUÉRITO POLICIAL.. ................................................. 24 AULA 03. AÇÃO PENAL................................................................................ 41 AULA 04. DAS PRISÕES ................................................................................. 53 AULA 05. DAS PROVAS .................................................................................. 84 AULA 06. JURISDIÇÃO E COMPETÊNCIA.............................................. 04 AULA 07. SUJEITOS DO PROCESSO PENAL........................................... 17 AULA 08. HABEAS CORPUS E SEUS PROCESSO ................................. 28 AULA 09. PROCESSO DE JULGAMENTO DE FUNCIONÁRIO PÚBLICO....................................................................... 41 AULA 10. RITO DO TRIBUNAL DO JÚRI .................................................. 48 AULA 11. RITO ORDINÁRIO ........................................................................... 71 AULA 12. SUMÁRIO ........................................................................................... 77 AULA 13. LEI DE EXECUÇÃO PENAL ........................................................ 83

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DIREITO PROCESSUAL PENAL

DIREITO PROCESSUAL PENAL

DIREITO

PROCESSUAL

PENAL MÓDULO I

Prof. ESP. MÁRCIO TADEU

AULA 01. INTRODUÇÃO AO PROCESSO PENAL...................... 03

AULA 02. INQUÉRITO POLICIAL.. ................................................. 24

AULA 03. AÇÃO PENAL................................................................................ 41

AULA 04. DAS PRISÕES ................................................................................. 53

AULA 05. DAS PROVAS .................................................................................. 84

AULA 06. JURISDIÇÃO E COMPETÊNCIA.............................................. 04

AULA 07. SUJEITOS DO PROCESSO PENAL........................................... 17

AULA 08. HABEAS CORPUS E SEUS PROCESSO ................................. 28

AULA 09. PROCESSO DE JULGAMENTO

DE FUNCIONÁRIO PÚBLICO....................................................................... 41

AULA 10. RITO DO TRIBUNAL DO JÚRI .................................................. 48

AULA 11. RITO ORDINÁRIO ........................................................................... 71

AULA 12. SUMÁRIO ........................................................................................... 77

AULA 13. LEI DE EXECUÇÃO PENAL ........................................................ 83

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DIREITO PROCESSUAL PENAL

AULA 01 – INTRODUÇÃO AO DIREIO PROCESSUAL PENAL

1 – JURISPRUDÊNCIA RELEVANTE:

Não cabe reclamação por uso indevido de algemas se este ocorreu por ordem de autoridade policial A

apresentação do custodiado algemado à imprensa pelas autoridades policiais não afronta o Enunciado 11 da

Súmula Vinculante. A SV 11 refere-se apenas a situações em que o emprego abusivo da algema decorre de

decisão judicial, ou seja, no âmbito de um ato processual. Não abrange hipóteses em que seu uso decorreu de

ato administrativo da autoridade policial. STF. 1ª Turma. Rcl 7116/PE, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 24/5/2016 (Info 827).

Indiciamento O indiciamento é ato privativo da autoridade policial, segundo sua análise técnico-

jurídica do fato. O juiz não pode determinar que o Delegado de Polícia faça o indiciamento de alguém. STF. 2ª

Turma. HC 115015/SP, rel. Min. Teori Zavascki, julgado em 27/8/2013.

STF fixa requisitos para atuação do Ministério Público em investigações penais - O STF

reconheceu a legitimidade do Ministério Público para promover, por autoridade própria, investigações de

natureza penal, mas ressaltou que essa investigação deverá respeitar alguns parâmetros que podem ser a seguir

listados: 1) Devem ser respeitados os direitos e garantias fundamentais dos investigados; 2) Os atos

investigatórios devem ser necessariamente documentados e praticados por membros do MP; 3) Devem ser

observadas as hipóteses de reserva constitucional de jurisdição, ou seja, determinadas diligências somente

podem ser autorizadas pelo Poder Judiciário nos casos em que a CF/88 assim exigir (ex: interceptação telefônica,

quebra de sigilo bancário etc); 4) Devem ser respeitadas as prerrogativas profissionais asseguradas por lei aos

advogados; 5) Deve ser assegurada a garantia prevista na Súmula vinculante 14 do STF (“É direito do defensor,

no interesse do representado, ter acesso amplo aos elementos de prova que, já documentados em procedimento

investigatório realizado por órgão com competência de polícia judiciária, digam respeito ao exercício do direito

de defesa”); 6) A investigação deve ser realizada dentro de prazo razoável; 7) Os atos de investigação conduzidos

pelo MP estão sujeitos ao permanente controle do Poder Judiciário. A tese fixada em repercussão geral foi a

seguinte: “O Ministério Público dispõe de competência para promover, por autoridade própria, e por prazo

razoável, investigações de natureza penal, desde que respeitados os direitos e garantias que assistem a qualquer

indiciado ou a qualquer pessoa sob investigação do Estado, observadas, sempre, por seus agentes, as hipóteses

de reserva constitucional de jurisdição e, também, as prerrogativas profissionais de que se acham investidos, em

nosso País, os advogados (Lei 8.906/1994, art. 7º, notadamente os incisos I, II, III, XI, XIII, XIV e XIX), sem

prejuízo da possibilidade – sempre presente no Estado democrático de Direito – do permanente controle

jurisdicional dos atos, necessariamente documentados (Enunciado 14 da Súmula Vinculante), praticados pelos

membros dessa Instituição.” STF. Plenário. RE 593727/MG, rel. orig. Min. Cezar Peluso, red. p/ o acórdão Min. Gilmar Mendes, julgado em 14/5/2015 (repercussão geral) (Info 785).

Conflito de atribuições envolvendo MPE e MPF deve ser dirimido pelo PGR Compete ao PGR, na

condição de órgão nacional do Ministério Público, dirimir conflitos de atribuições entre membros do MPF e de

Ministérios Públicos estaduais. STF. Plenário. ACO 924/PR, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 19/5/2016 (Info 826).

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DIREITO PROCESSUAL PENAL

O MP, no exercício do controle externo da atividade policial, pode ter acesso às OMPs O

Ministério Público, no exercício do controle externo da atividade policial, pode ter acesso a ordens de missão

policial (OMP). Ressalva: no que se refere às OMPs lançadas em face de atuação como polícia investigativa,

decorrente de cooperação internacional exclusiva da Polícia Federal, e sobre a qual haja acordo de sigilo, o

acesso do Ministério Público não será vedado, mas realizado a posteriori. STJ. 2ª Turma. REsp 1.365.910-RS, Rel. Min. Humberto Martins, Rel. para acórdão Min. Mauro Campbell Marques, julgado em 5/4/2016 (Info 590).

Denúncia anônima - As notícias anônimas ("denúncias anônimas") não autorizam, por si sós, a

propositura de ação penal ou mesmo, na fase de investigação preliminar, o emprego de métodos invasivos de

investigação, como interceptação telefônica ou busca e apreensão. Entretanto, elas podem constituir fonte de

informação e de provas que não podem ser simplesmente descartadas pelos órgãos do Poder Judiciário.

Procedimento a ser adotado pela autoridade policial em caso de “denúncia anônima”: 1) Realizar investigações

preliminares para confirmar a credibilidade da “denúncia”; 2) Sendo confirmado que a “denúncia anônima”

possui aparência mínima de procedência, instaura-se inquérito policial; 3) Instaurado o inquérito, a autoridade

policial deverá buscar outros meios de prova que não a interceptação telefônica (esta é a ultima ratio). Se houver

indícios concretos contra os investigados, mas a interceptação se revelar imprescindível para provar o crime,

poderá ser requerida a quebra do sigilo telefônico ao magistrado. STF. 1ª Turma. HC 106152/MS, Rel. Min. Rosa Weber, julgado em 29/3/2016 (Info 819).

Em regra, a busca em veículo é equiparada à busca pessoal e não precisa de mandado judicial

para a sua realização A apreensão de documentos no interior de veículo automotor constitui uma espécie de

"busca pessoal" e, portanto, não necessita de autorização judicial quando houver fundada suspeita de que em

seu interior estão escondidos elementos necessários à elucidação dos fatos investigados. Exceção: será

necessária autorização judicial quando o veículo é destinado à habitação do indivíduo, como no caso de trailers,

cabines de caminhão, barcos, entre outros, quando, então, se inserem no conceito jurídico de domicílio. STF. 2ª Turma. RHC 117767/DF, Rel. Min. Teori Zavascki, julgado em 11/10/2016 (Info 843).

É incabível a anulação de processo penal em razão de suposta irregularidade verificada em inquérito policial - A suspeição de autoridade policial não é motivo de nulidade do processo, pois o inquérito

é mera peça informativa, de que se serve o Ministério Público para o início da ação penal. Assim, é inviável a

anulação do processo penal por alegada irregularidade no inquérito, pois, segundo jurisprudência firmada no

STF, as nulidades processuais estão relacionadas apenas a defeitos de ordem jurídica pelos quais são afetados

os atos praticados ao longo da ação penal condenatória. STF. 2ª Turma. RHC 131450/DF, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgado em 3/5/2016 (Info 824).

Tramitação direta do IP entre polícia e MP - É INCONSTITUCIONAL lei estadual que preveja a

tramitação direta do inquérito policial entre a polícia e o Ministério Público. É CONSTITUCIONAL lei estadual

que preveja a possibilidade de o MP requisitar informações quando o inquérito policial não for encerrado em 30

dias, tratando-se de indiciado solto. STF. Plenário. ADI 2886/RJ, red. p/ o acórdão Min. Joaquim Barbosa, j. em 3/4/2014 (Info 741).

Legalidade da Resolução 063/2009-CJF que determinou a tramitação direta do IP entre a PF e o MPF Não é ilegal a portaria editada por Juiz Federal que, fundada na Res. CJF n. 63/2009, estabelece a

tramitação direta de inquérito policial entre a Polícia Federal e o Ministério Público Federal. STJ. 5ª Turma. RMS 46.165-SP, Rel. Min. Gurgel de Faria, julgado em 19/11/2015 (Info 574).

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DIREITO PROCESSUAL PENAL

É necessário que o Ministério Público requeira ao TJ autorização para investigar a autoridade com foro privativo naquele Tribunal? NÃO. Não há necessidade de prévia autorização do Judiciário para a

instauração de inquérito ou procedimento investigatório criminal contra investigado com foro por prerrogativa

de função. Isso porque não existe norma exigindo essa autorização, seja na Constituição Federal, seja na

legislação infraconstitucional. Logo, não há razão jurídica para condicionar a investigação de autoridade

com foro por prerrogativa de função a prévia autorização judicial. STJ. 5ª Turma. REsp 1563962/RN, Rel. Min. Reynaldo Soares da Fonseca, julgado em 08/11/2016.

Princípio da indivisibilidade da ação penal privada - O princípio da indivisibilidade significa que

a ação penal deve ser proposta contra todos os autores e partícipes do delito. Segundo a posição da

jurisprudência, o princípio da indivisibilidade só se aplica para a ação pena privada (art. 48 do CPP). O que

acontece se a ação penal privada não for proposta contra todos? O que ocorre se um dos autores ou partícipes,

podendo ser processado pelo querelante, ficar de fora? Qual é a consequência do desrespeito ao princípio da

indivisibilidade? Se a omissão foi VOLUNTÁRIA (DELIBERADA): se o querelante deixou,

deliberadamente, de oferecer queixa contra um dos autores ou partícipes, o juiz deverá rejeitar a queixa e declarar

a extinção da punibilidade para todos (arts. 104 e 107, V, do CP). Todos ficarão livres do processo. Se a omissão

foi INVOLUNTÁRIA: o MP deverá requerer a intimação do querelante para que ele faça o aditamento da

queixa-crime e inclua os demais coautores ou partícipes que ficaram de fora. Assim, conclui-se que a não

inclusão de eventuais suspeitos na queixa-crime não configura, por si só, renúncia tácita ao direito de queixa.

Para o reconhecimento da renúncia tácita ao direito de queixa, exige-se a demonstração de que a não inclusão

de determinados autores ou partícipes na queixa-crime se deu de forma deliberada pelo querelante. STJ. 5ª Turma. RHC 55.142-MG, Rel. Min. Felix Fischer, julgado em 12/5/2015 (Info 562).

Decisão sobre desmembramento das investigações e sobre levantamento do sigilo compete ao

Tribunal competente para julgar a autoridade - Durante a investigação, conduzida em 1ª instância, de

crimes praticados por pessoas sem foro privativo, caso surja indício de delito cometido por uma autoridade com

foro no STF, o juiz deverá paralisar os atos de investigação e remeter todo o procedimento para o Supremo. O

juiz não pode decidir separar os procedimentos e remeter ao Tribunal apenas os elementos colhidos contra a

autoridade, permanecendo com o restante. Chegando ao STF, compete a este decidir se deverá haver o

desmembramento ou se o Tribunal irá julgar todos os suspeitos, incluindo as pessoas que não têm foro privativo.

Em suma, cabe apenas ao STF decidir sobre a necessidade de desmembramento de investigações que envolvam

autoridades com prerrogativa de foro. De igual forma, se surgem diálogos envolvendo autoridade com foro no

STF, o juiz que havia autorizado a interceptação não poderá levantar o sigilo do processo e permitir o acesso às

conversas porque a decisão quanto a isso é também do STF. STF. Plenário. Rcl 23457 Referendo-MC/PR, Rel. Min. Teori Zavascki, j. em 31/3/2016 (Info 819).

Crimes contra a honra praticados pelas redes sociais da internet: competência da JUSTIÇA

ESTADUAL (regra geral) STJ. CC 121.431-SE, Rel. Min. Marco Aurélio Bellizze, julgado em 11/4/2012.

Disponibilizar ou adquirir material pornográfico envolvendo criança ou adolescente - Compete

à Justiça Federal processar e julgar os crimes consistentes em disponibilizar ou adquirir material pornográfico

envolvendo criança ou adolescente (arts. 241, 241-A e 241-B do ECA), quando praticados por meio da rede

mundial de computadores (internet). STF. Plenário. RE 628624/MG, Rel. Orig. Min. Marco Aurélio, Red. p/ o acórdão Min. Edson Fachin, julgado em 28 e 29/10/2015 (repercussão geral) (Info 805).

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DIREITO PROCESSUAL PENAL

Se ficar constatada a internacionalidade da conduta: Justiça FEDERAL. Ex: publicação do

material feita em sites que possam ser acessados por qualquer sujeito, em qualquer parte do planeta, desde que

esteja conectado à internet. Nos casos em que o crime é praticado por meio de troca de informações privadas,

como nas conversas via Whatsapp ou por meio de chat na rede social Facebook: Justiça ESTADUAL. Isso

porque tanto no aplicativo WhatsApp quanto nos diálogos (chat) estabelecido na rede social Facebook, a

comunicação se dá entre destinatários escolhidos pelo emissor da mensagem. Trata-se de troca de informação

privada que não está acessível a qualquer pessoa. Desse modo, como em tais situações o conteúdo pornográfico

não foi disponibilizado em um ambiente de livre acesso, não se faz presente a competência da Justiça Federal. STJ. 3ª Seção. CC 150.564-MG, Rel. Min. Reynaldo Soares da Fonseca, julgado em 26/4/2017 (Info 603).

Redução a condição análoga à de escravo: Justiça FEDERAL - Compete à justiça FEDERAL

processar e julgar o crime de redução à condição análoga à de escravo (art. 149 do CP). O tipo previsto no art.

149 do CP caracteriza-se como crime contra a organização do trabalho e, portanto, atrai a competência da justiça

federal (art. 109, VI, da CF/88). STF. Plenário. RE 459510/MT, rel. orig. Min. Cezar Peluso, red. p/ o acórdão Min. Dias Toffoli, julgado em 26/11/2015 (Info 809).

Em regra, cabe à Justiça Estadual processar e julgar os crimes contra o meio ambiente,

excetuando-se apenas os casos em que se demonstre interesse jurídico direto e específico da União, suas

autarquias e fundações. STJ. 3ª Seção. AgRg no CC 115.159-SP, Rel. Min. Og Fernandes, julgado em 13/6/2012.

Súmula 546-STJ: A competência para processar e julgar o crime de uso de documento falso é firmada

em razão da entidade ou órgão ao qual foi apresentado o documento público, não importando a qualificação do

órgão expedidor.

Não é necessário mandado judicial para que seja realizada a busca por objetos em interior de veículo

de propriedade do investigado quando houver fundadas suspeitas de que a pessoa esteja na posse de material

que possa constituir corpo de delito. Será, no entanto, indispensável o mandado quando o veículo for utilizado

para moradia do investigado, como é o caso de cabines de caminhão, barcos, trailers. STJ. 6ª Turma. HC 216.437-DF, Rel. Min. Sebastião Reis Júnior, julgado em 20/9/2012

Papel do Poder Judiciário no acordo de colaboração premiada - A colaboração é um meio de

obtenção de prova cuja iniciativa não se submete à reserva de jurisdição (não exige autorização judicial),

diferentemente do que ocorre nas interceptações telefônicas ou na quebra de sigilo bancário ou fiscal. Nesse

sentido, as tratativas e a celebração da avença são mantidas exclusivamente entre o Ministério Público e o

pretenso colaborador. O Poder Judiciário é convocado ao final dos atos negociais apenas para aferir os requisitos

legais de existência e validade, com a indispensável homologação. STF. Plenário. Pet 7074/DF, Rel. Min. Edson Fachin, j. em 21, 22, 28 e 29/6/2017 (Info 870).

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DIREITO PROCESSUAL PENAL

Natureza da decisão que homologa o acordo de colaboração premiada- A decisão do

magistrado que homologa o acordo de colaboração premiada não julga o mérito da pretensão acusatória, mas

apenas resolve uma questão incidente. Por isso, esta decisão tem natureza meramente homologatória,

limitandose ao pronunciamento sobre a regularidade, legalidade e voluntariedade do acordo (art. 4º, § 7º, da Lei

nº 12.850/2013). O juiz, ao homologar o acordo de colaboração, não emite juízo de valor a respeito das

declarações eventualmente prestadas pelo colaborador à autoridade policial ou ao Ministério Público, nem

confere o signo da idoneidade a seus depoimentos posteriores. A análise se as declarações do colaborador são

verdadeiras ou se elas se confirmaram com as provas produzidas será feita apenas no momento do julgamento

do processo, ou seja, na sentença (ou acórdão), conforme previsto no § 11 do art. 4º da Lei. STF. Plenário. Pet 7074/DF, Rel. Min. Edson Fachin, julgado em 21, 22, 28 e 29/6/2017 (Info 870).

Encontro fortuito de provas - A sentença de pronúncia pode ser fundamentada em indícios de autoria

surgidos, de forma fortuita, durante a investigação de outros crimes no decorrer de interceptação telefônica

determinada por juiz diverso daquele competente para o julgamento da ação principal. STJ. 5ª Turma. REsp 1.355.432-SP, Rel. Min. Jorge Mussi, Rel. para acórdão Min. Marco Aurélio Bellizze, julgado em 21/8/2014 (Info 546).

Crime achado - O réu estava sendo investigado pela prática do crime de tráfico de drogas. Presentes

os requisitos constitucionais e legais, o juiz autorizou a interceptação telefônica para apurar o tráfico. Por meio

dos diálogos, descobriu-se que o acusado foi o autor de um homicídio. A prova obtida a respeito da prática do

homicídio é LÍCITA, mesmo a interceptação telefônica tendo sido decretada para investigar outro delito que não

tinha relação com o crime contra a vida. Na presente situação, tem-se aquilo que o Min. Alexandre de Moraes

chamou de “crime achado”, ou seja, uma infração penal desconhecida e não investigada até o momento em que,

apurando-se outro fato, descobriu-se esse novo delito. Para o Min. Alexandre de Moraes, a prova é considerada

lícita, mesmo que o “crime achado” não tenha relação (não seja conexo) com o delito que estava sendo

investigado, desde que tenham sido respeitados os requisitos constitucionais e legais e desde que não tenha

havido desvio de finalidade ou fraude. STF. 1ª Turma. HC 129678/SP, rel. orig. Min. Marco Aurélio, red. p/ o ac. Min. Alexandre de Moraes, julgado em 13/6/2017 (Info 869).

Segundo o art. 6º, da Lei n. 9.296/96, os procedimentos de interceptação telefônica serão conduzidos pela autoridade policial (Delegado de Polícia Civil ou Federal). O STJ e o STF, contudo,

entendem que tal acompanhamento poderá ser feito por outros órgãos, como, por exemplo, a polícia militar, não

sendo atribuição exclusiva da autoridade policial. STF. 2ª Turma. HC 96986/MG, rel. Min. Gilmar Mendes, 15/5/2012.

1.1 - O que é Processo Penal ?

“ É um conjunto de normas e princípios que regulam a aplicação jurisdicional do direito penal objetivo, a

sistematização dos órgãos de jurisdição e respectivos auxiliares, bem como a persecução penal”- Frederico

Marques.

O Processo Penal em nosso país encontra-se resguardado e norteado não apenas por princípios

infraconstitucionais, mas também por preceitos fundamentais com embasamento constitucional, retratando

postulados essenciais da política processual penal adotada pelo ordenamento jurídico pátrio.

Histórico A partir do momento que os indivíduos passaram a reunir-se em grupos brotou entre eles a obrigação de

se ditar regras para a convivência harmônica. Nesse contexto, certamente, incidiram as normas, e como toda

norma penal prevê uma sanção ao seu infrator surge o jus puniendi, ou direito de punir.

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DIREITO PROCESSUAL PENAL

O Jus Puniendi Uma das atividades fundamentais do Estado, conforme atesta Mirabete é regular a conduta das pessoas

por meio de regras objetivas, sendo que com a ausência destas a vida em sociedade seria insustentável. São assim

estabelecidas normas para regulamentar a convivência entre os indivíduos e as relações destes com o próprio

Estado. Essa regulamentação das condutas traz ao Estado o direito de punir o cidadão que não cumprir os

diplomas legais.

O jus puniendi, como ensina Tourinho Filho, pertence ao Estado e é a mais clara expressão de sua

soberania. O estudioso ainda declara que o jus puniendi aparece em dois segmentos: in abstrato e in concreto.

No sentido abstrato, o Estado, por meio do Legislativo, elabora as leis penais, cominando sanções aos que vierem

a transgredi-las. Já no sentido concreto, dá ao Estado o dever de aplicar a pena ao autor da conduta proibida, o

que chamamos de pretensão punitiva.

Fernando Capez assegura que cabe ao Estado o poder/dever de punir, tendo soberania para tanto,

inclusive nos crimes de ação penal exclusivamente privada: “[...] Mesmo no caso da ação penal exclusivamente

privada, o Estado somente delega ao ofendido a legitimidade para dar início ao processo, isto é, confere-lhe o

jus persequendi in judicio, conservando consigo a exclusividade do jus puniendi”. ”

Sabendo disso, pergunta-se: como se organizaram as civilizações ao longo da história para investigar e

punir o autor de um crime? A seguir serão abordados os sistemas processuais existentes no mundo, e em seguida

procurar-se-á verificar qual o modelo adotado pelo Brasil.

1.2 - Sistemas Processuais

1-Acusatório: Era a forma de processo onde as funções de acusar, defender e julgar, eram atribuídas a

órgãos diferentes, sem a participação do Estado. No entanto, ao juiz, através de sua imparcialidade, bom-senso

e experiência, cabia fundamentar a sua decisão pelos elementos concluídos pela acusação e defesa.

Neste mesmo sentido, Reis e Gonçalves traçam as principais características do sistema acusatório: “[...]

Nesse sistema, considerando que a iniciativa é do órgão acusador, o defensor tem sempre o direito de ser último.

A produção das provas é incumbência das partes.”

Feitosa descreve que o sistema acusatório dominou durante toda a Antiguidade e foi até a Idade Média,

quando foi substituído pela Santa Inquisição. Para ele, foram os gregos quem criaram o sistema acusatório com

acusação popular, desenvolvido pela república romana e conservado, até hoje, na Inglaterra.

Neste sentido, Mirabete assevera que na Grécia antiga, os crimes mais graves, por atingirem interesses

sociais eram apurados com a participação direta dos cidadãos e neste procedimento o que prevalecia era a

oralidade e publicidade nos debates.

Já sobre a democracia ateniense, Grimberg destaca que o povo tinha a função de legislar, onde os

integrantes da “Ekklesia”, ou assembleia, tinham a missão de elaborar as leis que regiam a vida e o destino da

cidade. O autor descreve que o regime democrático pregava que também os cidadãos, reunidos em grupos de

aproximadamente quinhentas pessoas, oriundas das dez tribos de Atenas, teriam de julgar segundo suas próprias

leis, assumindo compromisso através do juramente heliástico.

Mehmeri vai além e descreve que "os antigos atenienses, já esboçavam uma espécie de inquérito com a

finalidade de apurar a probidade individual e familiar daqueles que eram eleitos magistrados, dez dos quais –

chamados de estínomos - eram encarregados do serviço policial”.

2- Inquisitório : Era a forma de processo em que as funções de acusar, defender e julgar, eram

atribuídas ao mesmo órgão, com a participação efetiva do Estado, representado na maioria das vezes pela Igreja

Católica. O réu era tratado como objeto do processo, sem nenhuma garantia. Dentre as características

fundamentais desse sistema destacam-se: a reunião dos poderes acusatório e jurisdicional em apenas um órgão,

a redução do acusado a mero objeto das investigações, a utilização de todos os meios para a obtenção da verdade,

inclusive a tortura.

Para Antônio Alberto Machado, o sistema inquisitivo caracteriza-se pela ausência de contraditório, onde

se concentra num mesmo órgão as funções de acusar, defender e julgar, não havia igualdade entre as partes, em

suma, tem-se que o acusado é considerado um objeto do processo, não tendo qualquer garantia processual.

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DIREITO PROCESSUAL PENAL

Completam Reis e Gonçalves que nesse sistema “o direito de defesa dos acusados nem sempre era

observado em sua plenitude, em razão de os seus requerimentos serem julgados pelo próprio órgão acusador”.

Em síntese, Eugênio Pacelli de Oliveira diferencia o sistema acusatório do inquisitivo dessa forma: “

[...] no sistema acusatório, além de se atribuir a órgãos diferentes as funções de acusação (e investigação) e de

julgamento, o processo, rigorosamente falado, somente teria início com o oferecimento da acusação” . Já o

sistema inquisitório é assim descrito pelo autor: “[...] no sistema inquisitório, como o juiz atua também na fase

de investigação, o processo se iniciaria com anotitia criminis, seguindo-se a investigação, acusação e

julgamento.”

3- Mista: Combinação da forma de processo acusatório com inquisitório, com a participação efetiva do

Estado. Antônio Alberto Machado descreve que por último se desenvolveu o sistema misto, surgido com o

Código de Instrução da França, em 1808, onde prevaleceu a divisão em duas fases (bifásico). Na primeira fase,

a investigação criminal é dirigida por um juiz de instrução, sem a possibilidade de utilizar-se do contraditório;

já a segunda, outro juiz a preside, e aqui não se tem nenhuma característica inquisitorial, permitindo a ampla

defesa e o contraditório.

Feitosa também descreve que o sistema misto se desenvolveu a partir da Revolução Francesa e a

expansão dos domínios napoleônicos e teve como marco o Code d´instruction criminelle francês de 1808.

Igualmente afirma Guilherme de Souza Nucci que esse sistema uniu os dois anteriores, caracterizando-se pela

divisão do processo em duas fases: preliminar, com os elementos do sistema inquisitivo, e a fase de julgamento,

com a predominância do sistema acusatório.

Sobre este sistema processual, Reis e Gonçalves descrevem que há uma fase de investigação preliminar,

conduzida por um juiz (não se confundindo com o inquérito policial que possui natureza administrativa), seguida

de uma fase acusatória, onde são assegurados todos os direitos de defesa.

Acusador – O ofendido, seus parentes, ou qualquer do povo, poderia funcionar como acusador.

Defensor – O acusado, ou qualquer do povo, poderia funcionar como defensor do acusado. Julgador – Juiz (Escolhido pelos interessados)ou Tribunal do Povo.

O processo penal brasileiro tem a forma mais ou menos, mista, com uma fase

inicial

INVESTIGATÓRIA ou INQUISITÓRIA (inquérito policial) ; e outra fase

INSTRUTÓRIA ou JUDICIAL. Portanto o sistema adotado pelo Brasil é o Sistema Brasileiro,

onde a primeira fase não é presidida por um juiz, e sim uma autoridade administrativa

(Delegado de Polícia).

LIVRO I

DO PROCESSO EM GERAL TÍTULO I DISPOSIÇÕES PRELIMINARES

Art. 1º O processo penal reger-se-á, em todo o território brasileiro, por este Código,

ressalvados:

I - os tratados, as convenções e regras de direito internacional;

II - as prerrogativas constitucionais do Presidente da República, dos ministros de Estado, nos

crimes

conexos com os do Presidente da República, e dos ministros do Supremo Tribunal Federal, nos

crimes de responsabilidade (Constituição, arts. 86, 89, § 2o , e 100); III - os processos da

competência da Justiça Militar;

IV - os processos da competência do tribunal especial (Constituição, art. 122, n 17);

V - os processos por crimes de imprensa. (Vide ADPF nº 130)

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DIREITO PROCESSUAL PENAL

Parágrafo único. Aplicar-se-á, entretanto, este Código aos processos referidos nos no s. IV

e V, quando as leis especiais que os regulam não dispuserem de modo diverso.

Art. 2º A lei processual penal aplicar-se-á desde logo, sem prejuízo da validade dos atos

realizados sob a vigência da lei anterior.

Art. 3º A lei processual penal admitirá interpretação extensiva e aplicação analógica, bem

como o suplemento dos princípios gerais de direito.

1.3 – Disposições Constitucionais Aplicáveis ao do Processo Penal Da Constituição podemos aplicar princípios diretamente ligados ao Direito Processual Penal. Princípio,

etimologicamente, significa causa primária, momento em que algo tem origem, elemento predominante na

constituição de um corpo orgânico, preceito, regra, fonte de uma ação. Em sentido jurídico, princípio jurídico

quer dizer uma ordenação que se irradia e imanta os sistemas de normas.

Princípio, na inteligência do mestre Celso Antônio Bandeira de Mello, "...é, por definição,

mandamento nuclear de um sistema, verdadeiro alicerce dele, disposição fundamental que se irradia sobre

diferentes normas compondo-lhes o espírito e servindo de critério para sua exata compreensão e inteligência,

exatamente por definir a lógica e a racionalidade do sistema normativo, no que lhe confere a tônica e lhe dá

sentido do harmônico.

É o conhecimento dos princípios que preside a intelecção das diferentes partes componentes do todo

unitário que há por nome sistema jurídico positivo. Violar um princípio é muito mais grave que transgredir uma

norma qualquer. A desatenção ao princípio implica ofensa não apenas a um específico mandamento obrigatório

mas a todo sistema de comandos.

É a mais grave forma de ilegalidade ou inconstitucionalidade, conforme o escalão do princípio atingido,

porque representa insurgência contra todo o sistema, subversão de seus valores fundamentais, contumélia

irremissível a seu arcabouço lógico e corrosão de estrutura mestra".

1.3.1 - Devido Processo Legal (Due processo law) O processo é o instrumento pelo qual a prestação jurisdicional é exercida pelo Estado-Juiz seguindo os

imperativos da ordem jurídica que, como veremos, envolve a garantia do contraditório e a plenitude do direito

de defesa, sendo estes corolários do princípio do devido processo legal.

Com efeito, é por meio do processo que a parte pode, legal e legitimamente, obter o deferimento de sua

pretensão, de seu direito garantido. A atividade jurisdicional do Juiz, no intuito de ofertar ao caso a solução mais

justa, é exercida tendo como palco o processo, onde, equilibradamente, as partes têm garantia ativa - na medida

em que, utilizando-o, a parte pode reparar ilegalidades - e passiva - porque impede a justiça pelas próprias mãos

e possibilita a plenitude de defesa contra a pretensão punitiva do Estado, desautorizado que está de impor

restrições á liberdade do indivíduo sem o devido processo legal.

A Constituição Federal consagrou expressamente o princípio do due process of law, dispondo em seu

artigo 5°, inciso LIV, que "ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o devido processo legal".

Assegura-se, portanto, a toda pessoa a garantia de não ser privada de sua liberdade ou da propriedade de seus

bens sem a tramitação de um processo segundo a forma estabelecida em lei.

1.3.2 – Contraditório (Bilateralidade da audiência) O princípio do contraditório é uma garantia fundamental da justiça, consubstanciada no brocardo romano

audiatur et altera pars. A Lei Maior de 1988 consagrou em seu artigo 5°, inciso LV, que "aos litigantes, em

processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são assegurados o contraditório e ampla defesa,

com os meios e recursos a ela inerentes".

No processo penal, diferente do que ocorre no âmbito civil, a efetiva contrariedade á acusação é

imperativa para o atingimento dos escopos jurisdicionais, objetivo só possível com a absoluta paridade de armas

conferida ás partes. O réu, pelo princípio do contraditório, tem o direito de conhecer a acusação a ele imputada

e de contrariá-la, evitando que venha a ser condenado sem ser ouvido. Trata-se da exteriorização da ampla defesa,

impondo uma condução dialética do processo, pois "a todo ato produzido caberá igual direito da outra parte de

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DIREITO PROCESSUAL PENAL

opor-se-lhe ou de dar-lhe a versão que lhe convenha, ou, ainda, de fornecer uma interpretação jurídica diversa

daquela feita pelo autor".

1.3.3 - Ampla Defesa O Estado tem o dever de proporcionar a todo acusado condições para o pleno exercício de seu direito de

defesa, possibilitando-o trazer ao processo os elementos que julgar necessários ao esclarecimento da verdade.

Esta defesa há de ser completa, abrangendo não apenas a defesa pessoal (autodefesa)24e a defesa técnica

(efetuada por profissional detentor do ius postulandi), mas também a facilitação do acesso á justiça, por

exemplo, mediante a prestação, pelo Estado, de assistência jurídica integral e gratuita aos necessitados. Vicente

Grego Filho afirma que a ampla defesa é constituída a partir dos seguintes fundamentos: a) ter conhecimento

claro da imputação;

b) poder apresentar alegações contra a acusação;

c) poder acompanhar a prova produzida e fazer contraprova;

d) ter defesa técnica por advogado, cuja função, aliás, agora, é essencial á Administração da Justiça (art.

133 da CF/88; e

e) poder recorrer da decisão desfavorável.

Outrossim, determina o artigo 368 que "estando o acusado no estrangeiro, em lugar sabido, será citado

mediante carta rogatória, suspendendo-se o curso do prazo de prescrição até o seu cumprimento".

1.3.4 - Acusatório Julio Fabbrini Mirabete ensina que são três os sistemas processuais utilizados na evolução histórica do

direito, distinguindo-os segundo as formas com que se apresentam e os princípios que os informam. São eles o

sistema inquisitivo, o acusatório e o misto.

O sistema inquisitivo teve suas raízes na organização política do império romano, onde se admitia ao juiz

iniciar o processo ex officio. Foi revigorado na Idade Média e, a partir do século XV, por influência do Direito

Penal da Igreja, alastrou-se pelo continente europeu e só entrou em declínio com a Revolução Francesa.

Verificase, na verdade, que o sistema inquisitivo não é um legítimo processo de apuração da verdade, mas, nas

palavras de Mirabete, "uma forma auto defensiva de administração da justiça". Isso porque nele inexistem regras

de igualdade e liberdade processuais, desenrolando-se, em regra, secretamente, por impulso oficial e em busca

da rainha das provas, a confissão, permitindo-se, para tanto, o uso da tortura.

No processo inquisitivo, as funções de acusar, defender e julgar encontram-se concentradas em um único

órgão, o juiz. Neste contexto, nenhuma garantia é oferecida ao réu, transformando-o em mero objeto do processo.

Falta ao referido sistema elementos essenciais do denominado due process of law, como, por exemplo, a

publicidade dos atos processuais, a imparcialidade do juiz e as garantias do contraditório e da ampla defesa.

O sistema acusatório, em contrapartida, implica o estabelecimento de uma relação processual triangular

(actum trium personarum), onde o órgão jurisdicional encontra-se como imparcial aplicador da lei e as partes

acusadora e acusada estão em pé de igualdade, asseguradas as garantias do contraditório e da ampla defesa. Este

sistema teve origem na Inglaterra e na França, após a revolução, e é hoje o adotado na maioria dos países

americanos e em muitos da Europa.

Segundo Tourinho Filho, as principais características do sistema acusatório são:

"a) o contraditório, como garantia político-jurídica do cidadão;

b) as partes acusadora e acusada, em decorrência do contraditório, encontram-se no mesmo pé de

igualdade;

c) o processo é público, fiscalizável pelo olho do povo; excepcionalmente permite-se uma publicidade

restrita ou especial;

d) as funções de acusar, defender e julgar são atribuídas a pessoas distintas e, logicamente, não é dado ao

juiz iniciar o processo (ne procedat judex ex officio);

e) o processo pode ser oral ou escrito;

f) existe, em decorrência do contraditório, igualdade de direitos e obrigações entre as partes, pois non

debet licere actori, quod reo non permittitur;

g) a iniciativa do processo cabe á parte acusadora, que poderá ser o ofendido ou seu representante legal,

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qualquer cidadão do povo ou um órgão do Estado".

1.3.5 - Juiz Natural O princípio do juiz natural ou juiz constitucional, também chamado de princípio do juiz competente, no

direito espanhol, e princípio do juiz legal, no direito alemão, originou-se, historicamente, no ordenamento

anglosaxão, desdobrando-se, a posteriori, nos constitucionalismos norte-americano e francês. Entre nós, o

referido princípio inseriu-se deste o início das Constituições.

Trata-se de princípio que garante ao cidadão o direito de não ser subtraído de seu Juiz Constitucional ou

Natural, aquele pré-constituído por lei para exercer validamente a função jurisdicional.

Assegura expressamente a Constituição Federal que "ninguém será processado nem sentenciado senão

pela autoridade competente" (artigo 5°, inciso LIII) e que "não haverá juízo ou tribunal de exceção" (artigo 5°,

inciso XXXVII). Outrossim, determina a Lei Maior que "a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário

qualquer lesão ou ameaça a direito" (artigo 5°, XXXV).

1.3.6 - Publicidade Determina a Constituição Federal que "a lei só poderá restringir a publicidade dos atos processuais quando

a defesa da intimidade ou o interesse social o exigirem" (artigo 5°, inciso LX). Estabelece ainda que "todos os

julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário são públicos, e fundamentadas todas as decisões, sob pena de

nulidade, podendo a lei, se o interesse público o exigir, limitar a presença, em determinados atos, ás próprias

partes e a seus advogados, ou somente a estes" (artigo 93, inciso IX) e que "todos têm direito a receber dos

órgãos públicos informações de seu interesse particular, ou de interesse coletivo ou geral, que serão prestadas

no prazo da lei, sob pena de responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja imprescindível á segurança

da sociedade e do Estado" (artigo 5°, inciso XXXIII).

Tem-se, portanto, a elevação a dogma constitucional do princípio da publicidade dos atos processuais,

antes previsto apenas no caput do artigo 792 do Código de Processo Penal que já orientava que "as audiências,

sessões e os atos processuais serão, em regra, públicos e se realizarão nas sedes dos juízos e tribunais, com

assistência dos escrivães, do secretário, do oficial de justiça que servir de porteiro, em dia e hora certos, ou

previamente designados".

1.3.7 - Obrigatoriedade O princípio da obrigatoriedade, também chamado de princípio da indisponibilidade ou da legalidade, é o

que predomina no processo penal. Segundo ele, a autoridade policial é obrigada a instaurar Inquérito Policial e

o órgão do Ministério Público não pode deixar de promover a ação penal quando houver a prática de um crime

apurado mediante ação penal pública, conforme dispõem os artigos 5°, 6° e 24, do CPP. Tal princípio

contrapõese ao do da oportunidade ou disponibilidade, pelo qual o órgão estatal tem a faculdade de promover

ou não a ação penal, de acordo com a máxima minima non curat praetor, devendo o Estado abster-se de coisas

insignificantes e, assim, deixar de promover o jus puniendi quando verificar, sob o prisma do interesse público,

que do exercício da ação penal poderá advir maiores inconvenientes que vantagens.

1.3.8 - Presunção de Inocência , In Dubio Pro Reo ou Favor libertatis Garante o artigo 5°, inciso LVII, da Constituição Federal que "ninguém será considerado culpado até o

trânsito em julgado de sentença penal condenatória", elevando o princípio da presunção de inocência a dogma

constitucional, tal como proclamado no artigo 11 da Declaração Universal dos Direitos do Homem de 1948

(Everyone charged with a penal offense has the right to be presumed innocent until proved guilty according to

law in a public trial at which he has all the garantees necessary for his defense).

Ressalte-se que o mencionado princípio já se encontrava inserido no ordenamento jurídico brasileiro em

consequência da adesão do Brasil á Convenção Americana sobre Direitos Humanos (Pacto de São José da Costa

Rica), conforme Decreto n° 678/92, a qual dispõe em seu artigo 8°, 2, que "toda pessoa acusada de delito tem

direito a que se presuma sua inocência enquanto não se comprove legalmente sua culpa".

Decorre do princípio da presunção de inocência, ou do estado de inocência, como preferem alguns, que:

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DIREITO PROCESSUAL PENAL

a liberdade do acusado só pode ser restringida antes da sentença definitiva a título de medida cautelar que seja

efetivamente necessária e conveniente, nos termos da lei; cabe ao órgão acusador o ônus de comprovar a

culpabilidade do acusado, não tendo este o dever de provar sua inocência; para prolatar a sentença condenatória,

o juiz deve estar plenamente convencido de que o réu foi o autor do ilícito penal apurado, sendo que, havendo

dúvidas quanto á sua responsabilidade, deverá o juizabsolver o réu. Neste último caso, tem-se o consagrado

princípio do in dubio pro reo, ou seja, em caso de ausência de provas suficientes capazes de dirimir por completo

qualquer dúvida a respeito da autoria do delito, deverá o juiz prolatar sentença absolutória a favor do acusado,

na forma do artigo 386, VI, do CPP. Convém observar que os princípios da presunção de inocência e do in dubio

pro reo, embora integrem o gênero favor rei, não se confundem.

1.3.9 - Verdade no Processo Penal (Verdade Real) A atual concepção publicista do processo não mais admite o órgão jurisdicional agindo como se fosse

mero expectador da demanda judicial. Reconhecida sua autonomia, enquadrada como ramo do direito público e

considerando a finalidade sócio-política da função jurisdicional, cumpre ao Juiz, em especial no processo

criminal, exercer o ius puniendi estatal somente contra aquele que efetivamente praticou a infração penal, nos

limites de sua culpa. Para tanto, o Processo Penal não deve encontrar limites na forma ou na iniciativa das partes,

ao contrário, impõe-se a busca e o descobrimento da verdade real, material, ou seja, cumpre ao Juiz averiguar

além dos limites artificiais da verdade formal, com o intuito claro e determinado de valer fazer a função punitiva

em face daquele que realmente tenha cometido um ilícito penal. Bastante em voga no Processo Civil, é

denominada verdade formal .

1.3.10 - Princípio da Igualdade das Partes: No Processo, as partes, embora figurem em pólos opostos,

situam-se no mesmo plano, com iguais direitos, ônus, obrigações e faculdades. É tanto que a CF elevou a

acusação e defesa à categoria de funções essenciais à administração da justiça (artigos 127, 133). É o princípio

da par conditio ou da paridade de armas. Par Conditio: todo acusado tem direito a um advogado, exceto se ele

mesmo for. Verifica-se a aplicação deste princípio sempre sempre que para uma das partes for dada oportunidade

de se pronunciar no processo.

1.3.11 - Princípio da persuasão racional ou do livre convencimento: Esse princípio, consagrado no

artigo 157 do CPP, impede que o Juiz possa julgar com o conhecimento que eventualmente tenha extra-autos. O

Juiz tem inteira liberdade de julgar, valorando as provas como bem quiser, sem contudo, arredar-se dos autos,

pois o que não estiver dentro do processo é como se não existisse. Quod non est in actis non est in hoc mundo.

Sentença em motivação é uma não-sentença. A sociedade e o particular devem saber que motivos levaram o

Magistrado a esta ou àquela posição.

1.3.12 - Princípio da Iniciativa das partes: Segundo esse princípio, cabe à parte provocar a prestação

jurisdicional. Tal princípio vem cristalizado no velho aforismo nemo judex sine actore ou ne procedat judex ex

officio: não há juiz sem autor, ou o Juiz não pode dar início ao processo sem a provocação da parte. Exceções:

HC de ofício, que é uma verdadeira ação penal popular em defesa da liberdade e da concessão da prisão

preventiva, verdadeira ação cautelar. O artigo 129, I, da CF/88, proclama ser função institucional do MP

promover privativamente a ação penal pública.

1.3.13 - Princípio do “NE EAT JUDEX ULTRA PETITA PARTIUM” (O juiz não pode ir além dos pedidos

das partes): Iniciada a ação, fixam-se os contornos do pedido formulado em juízo. Res in judicio deducta. De

sorte que o juiz deve pronunciar-se sobre aquilo que lhe foi pedido, que foi exposto na inicial pela parte. Se por

acaso, ao sentenciar, o Juiz observar que a qualificação-jurídico-penal dada ao fato contestado é diversa, nada o

impede de corrigi-la, ainda que a pena fique mais severa, nos termos do artigo 383 do CPP, mesmo porque o réu

se defende do fato que lhe é imputado e não da sua qualificação.

1.3.14 - Princípio da Oralidade: Significa que a palavra oral deve prevalecer, em algumas fases do

processo, sobre a palavra escrita, buscando enaltecer os princípios da concentração, da imediatidade e da

identidade física do juiz.

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DIREITO PROCESSUAL PENAL

1.3.15 - Identidade física do Juiz: O magistrado que preside a instrução, colhendo as provas, deve ser o

que julgará o feito, vinculando à causa. “Não vigorando no nosso ordenamento processual penal o princípio da

identidade física do juiz, estando o Titular que presidiu o processo no gozo de férias, lícito é ao Juiz substituto

na Comarca proferir sentença” (RHC 8.980-MG, 5ª T., Rel. José Arnaldo da Fonseca, 18/11/99 ). O CPC o

mantém no artigo 132.

1.3.16 - Imediatidade: o Magistrado deve ter contato direto com a prova produzida, formando mais

facilmente sua convicção.

1.3.17 - Concentração: toda colheita da prova e o julgamento deve dar-se em uma única audiência ou no

menor número delas.

1.4 - Aplicação da Lei Processual Penal A lei processual penal tem aplicação imediata, nos termos do artigo 2º, do CPP, que estabelece que “a

lei processual penal aplica-se desde logo, sem prejuízo da validade dos atos realizados sob a urgência da lei

anterior”.O legislador pátrio adotou o princípio do “tempus reget actum” (aplicação imediata das normas

processuais penais), não havendo efeito retroativo, visto que, se tivesse, a retroatividade anularia os atos

anteriores, o que não ocorre, pois os atos processuais realizados sob a égide da lei anterior se consideram válidos.

Em decorrência do mencionado princípio, duas são as consequências, então:

a) os atos processuais realizados sob a égide da lei anterior são considerados válidos;

b) as normas processuais têm imediata aplicação, regulando o desenrolar restante do processo, respeitados

o ato jurídico perfeito, o direito adquirido e a coisa julgada (CF, art.5º, XXXVI; LICC, art.6º, CPP, art.2º).

Vale ressaltar que não é raro que as normas jurídicas possuam natureza mista, ora de natureza processual

e ora de natureza material. Assim, se a norma processual penal possuir também caráter material penal, aplicarse-

ão, quanto à sua disciplina intertemporal, segundo Capez , as regras do art. 2º e parágrafo único do Código Penal,

recepcionadas pelo artigo 5º, inciso XL, da Constituição Federal; em outras palavras, atribuir-se-á efeito

retroativo ao dispositivo que for mais favorável ao réu (ultratividade e retroatividade benéfica).

Tarefa difícil é, entretanto, fazer esta identificação. A norma terá caráter penal material quando versar

sobre o direito de punir do Estado (tanto em sua forma abstrata quanto em seu aspecto concreto, isto é, como

pretensão punitiva), criando-o, extinguindo-o ou modificando-o. Assim, normas relativas ao direito de

representação, à prescrição, à decadência e a perempção serão, concomitantemente, penais e processuais penais

(CP, art. 107, IV).

Nota-se isso nas discussões em torno da Lei nº 9.099/95, que transformou as infrações de lesões corporais

leves e de lesões culposas em crimes de ação penal pública condicionada à representação (art. 88).

Art. 88. Além das hipóteses do Código Penal e da legislação especial, dependerá de representação

a ação penal relativa aos crimes de lesões corporais leves e lesões culposas.

O princípio na qual vige no processo penal é o da territorialidade, disposto no artigo 1º, CPP que garante

a soberania, tendo em vista que não teria sentido consagrar normas procedimentais estrangeiras para aquilatar e

punir um delito cuja ocorrência foi dentro do território brasileiro.

Isto significa que deve ser estabelecido o limite geográfico que o CPP tem aplicação e as devidas

circunstâncias, mesmo que dentro do território nacional, o mesmo não tem incidência. Assim sendo, o poder

jurisdicional só pode ser exercido no território nacional.

De acordo com o artigo 1º, inciso I aduz certas hipóteses de excludentes de jurisdição criminal brasileira,

ou seja, os delitos serão considerados por tribunais estrangeiros a bordo de embarcações públicas estrangeiras

em águas territoriais e espaço aéreo brasileiro, dentre outros.

Isto denota a existência de exceções à aplicação do princípio da territorialidade, como os casos das

ressalvas elencadas no art. 5º do CP (convenções, tratados e regras do direito internacional), e dos casos de

extraterritorialidade penal (art. 7º, CP). O professor Aury Lopez vem com algumas discussões no que concerne

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DIREITO PROCESSUAL PENAL

ao campo teórico, originando várias questões envolvendo a prática de atos processuais no exterior. Quando o ato

processual é realizado no exterior, deve ser observado o CPP brasileiro? E caso seja cometido de outra forma,

de acordo com as regras daquele país, o ato seria nulo?

O autor acredita que o ato processual será perpetrado no país estrangeiro segundo as regras vigentes do

mesmo. Isto quer dizer que as leis processuais penais não possuem extraterritorialidade, tampouco se fala em

nulidade. Na verdade, ao necessitar da cooperação internacional, deve o país adaptar-se com a forma de que

desempenhado o poder jurisdicional.

Art. 1º O processo penal reger-se-á, em todo o território brasileiro, por este Código, ressalvados:

I - os tratados, as convenções e regras de direito internacional;

II - as prerrogativas constitucionais do Presidente da República, dos ministros de Estado, nos

crimes conexos com os do Presidente da República, e dos ministros do Supremo Tribunal

Federal, nos crimes de responsabilidade (Constituição, arts. 86, 89, § 2o, e 100);

III - os processos da competência da Justiça Militar;

IV - os processos da competência do tribunal especial (Constituição, art. 122, no 17);

V - os processos por crimes de imprensa. (Vide ADPF nº 130)

Parágrafo único. Aplicar-se-á, entretanto, este Código aos processos referidos nos nos. IV

e V, quando as leis especiais que os regulam não dispuserem de modo diverso.

Art. 2º A lei processual penal aplicar-se-á desde logo, sem prejuízo da validade dos atos

realizados sob a vigência da lei anterior.

Art. 3º A lei processual penal admitirá interpretação extensiva e aplicação analógica, bem

como o suplemento dos princípios gerais de direito.

01 - (CESPE/PCPE/2016)- Em consonância com a doutrina majoritária e com o entendimento dos tribunais

superiores, assinale a opção correta acerca dos sistemas e princípios do processo penal.

a) O princípio da obrigatoriedade deverá ser observado tanto na ação penal pública quanto na ação penal privada.

b) O princípio da verdade real vigora de forma absoluta no processo penal brasileiro.

c) Na ação penal pública, o princípio da igualdade das armas é mitigado pelo princípio da oficialidade.

d) O sistema processual acusatório não restringe a ingerência, de ofício, do magistrado antes da fase processual

da persecução penal.

e) No sistema processual inquisitivo, o processo é público; a confissão é elemento suficiente para a condenação;

e as funções de acusação e julgamento são atribuídas a pessoas distintas.

02 - (CESPE/TJ-AM/JUIZ/2016) - Relativamente aos sistemas e princípios fundamentais do processo

penal, assinale a opção correta.

a) A proibição de revisão pro societate foi expressamente integrada ao ordenamento jurídico brasileiro pela

CF, sendo fruto da necessidade de segurança jurídica a vedação que impede que alguém possa ser julgado mais

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de uma vez por fato do qual já tenha sido absolvido por decisão passada em julgado, exceto se por juiz

absolutamente incompetente.

b) O direito ao silêncio ou garantia contra a autoincriminação derrubou um dos pilares do processo penal

tradicional: o dogma da verdade real, permitindo que o acusado permaneça em silêncio durante a investigação

ou em juízo, bem como impedindo de forma absoluta que ele seja compelido a produzir ou contribuir com a

formação da prova ou identificação pessoal contrária ao seu interesse, revogando as previsões legais nesse

sentido.

c) A elaboração tradicional do princípio do contraditório garantia a paridade de armas como forma de

igualdade processual. A doutrina moderna propõe a reforma do instituto, priorizando a participação do acusado

no processo como meio de permitir a contribuição das partes para a formação do convencimento do juiz, sendo

requisito de eficácia do processo.

d) O princípio do juiz natural tem origem no direito anglo-saxão, construído inicialmente com base na ideia

da vedação do tribunal de exceção. Posteriormente, por obra do direito norte-americano, acrescentou-se a

exigência da regra de competência previamente estabelecida ao fato, fruto, provavelmente, do federalismo

adotado por aquele país. O direito brasileiro adota tal princípio nessas duas vertentes fundamentais.

e) A defesa técnica é o corolário do princípio da ampla defesa, exigindo a participação de um advogado

em todos os atos da persecução penal. Segundo o STF, atende integralmente a esse princípio o pedido de

condenação ao mínimo legal, ainda que seja a única manifestação jurídica da defesa, patrocinada por DP ou

dativo.

03 - (FCC/Analista Judiciário/TJ-PA/2009) A nova lei processual penal A) é de incidência imediata, pouco importando a fase em que esteja o processo.

B) não é aplicável aos processos, ainda em curso, iniciados na vigência da lei processual anterior.

C) não é aplicável aos processos de rito ordinário, ainda em andamento, quando de sua vigência.

D) é aplicável, inclusive, aos processos já findos.

E) é aplicável somente aos processos, ainda em curso, da competência do Tribunal do Júri.

04 - (TJ-MS/Juiz Substituto/TJ-MS/2008) - Relativamente aos princípios processuais penais, é incorreto

afirmar que:

A) o princípio da presunção de inocência recomenda que em caso de dúvida o réu seja absolvido.

B) o princípio da presunção de inocência recomenda que processos criminais em andamento não sejam

considerados como maus antecedentes para efeito de fixação de pena.

C) os princípios do contraditório e da ampla defesa recomendam que a defesa técnica se manifeste depois da

acusação e antes da decisão judicial, seja nas alegações finais escritas, seja nas alegações orais.

D) o princípio do juiz natural não impede a atração por continência nos casos em que o co-réu possui foro por

prerrogativa de função quando o réu deveria ser julgado por um juiz de direito de primeiro grau.

E) o princípio da vedação de provas ilícitas não é absoluto, sendo admissível que uma prova ilícita seja utilizada

quando é a única disponível para a acusação e o crime imputado seja considerado hediondo.

05 – (CESPE/TJ-CE/2014) - Lei processual penal : A)

não admite interpretação sistemática.

B) não admite aplicação analógica.

C) não admite o suplemento dos princípios gerais de direito.

D) não deve ser interpretada sempre restritivamente.

E) não admite interpretação extensiva.

06 – (VUNESPE/DELEGADO/2014) - A lei processual penal A) tem aplicação imediata, sem prejuízo dos atos realizados sob a vigência de lei anterior.

B) somente pode ser aplicada a processos iniciados sob sua vigência.

C) tem aplicação imediata, devendo ser declarados inválidos os atos praticados sob a vigência de lei anterior.

D) tem aplicação imediata, devendo ser renovados os atos praticados sob a vigência da lei anterior.

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DIREITO PROCESSUAL PENAL

E) é retroativa aos atos praticados sob a vigência de lei anterior.

07 – (CESPE/TJ-CE/2014) - Com relação à aplicação da lei processual no tempo, assinale a opção correta.

A) Lei processual penal anterior à nova lei continuará a ser aplicada nos processos que se iniciaram sob a sua

vigência.

B) Nova lei processual penal retroage para alcançar os atos praticados na vigência da lei processual penal

anterior.

C) Nova lei processual penal tem incidência imediata nos processos já em andamento.

D) Atos processuais realizados sob a vigência de lei processual penal anterior à nova lei serão considerados

inválidos.

E) Nova lei processual penal será aplicada apenas aos processos que se iniciarem após a sua publicação.

08 – (CESPE/TJ-SE/2008) - Os princípios constitucionais aplicáveis ao processo penal incluem A)

a publicidade.

B) a verdade real.

C) a identidade física do juiz.

D) o favor rei.

E) a indisponibilidade.

09 – (OAB) - A lei processual penal nova aplica-se aos:

A) fatos passados;

B) atos processuais já realizados;

C) prazos processuais em andamento;

D) atos processuais futuros.

10 – (FCC/TJ-PE/OFICIAL) - A lei processual penal

A) obriga a repetição dos atos praticados anteriormente à sua vigência.

B) não admite interpretação extensiva.

C) não admite interpretação analógica.

D) não admite o suprimento dos princípios gerais de direito.

E) tem, de regra, aplicação imediata.

11 - Relativamente aos princípios processuais penais, é incorreto afirmar que:

A) o princípio da presunção de inocência recomenda que em caso de dúvida o réu seja absolvido.

B) o princípio da presunção de inocência recomenda que processos criminais em andamento não sejam

considerados como maus antecedentes para efeito de fixação de pena.

C) os princípios do contraditório e da ampla defesa recomendam que a defesa técnica se manifeste depois da

acusação e antes da decisão judicial, seja nas alegações finais escritas, seja nas alegações orais.

D) o princípio do juiz natural não impede a atração por continência nos casos em que o co-réu possui foro por

prerrogativa de função quando o réu deveria ser julgado por um juiz de direito de primeiro grau.

E) o princípio da vedação de provas ilícitas não é absoluto, sendo admissível que uma prova ilícita seja utilizada

quando é a única disponível para a acusação e o crime imputado seja considerado hediondo.

12 - Os princípios constitucionais aplicáveis ao processo penal incluem A)

a publicidade.

B) a verdade real.

C) a identidade física do juiz.

D) o favor rei.

E) a indisponibilidade.

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DIREITO PROCESSUAL PENAL

13 - ( ) - Embora o Ministério Público seja o principal destinatário dos elementos de convicção reunidos

no inquérito policial, o processo penal, como um todo, é orientado pelo princípio da verdade real, de modo que

eventuais novas provas obtidas em sede inquisitorial, ainda que já iniciada a ação penal, podem e devem ser

juntadas aos autos.

14 – (FUNCAB/PC-PA/Delegado de Polícia/2016) - No que respeita aos princípios da presunção de

inocência e da não autoincriminação, é correto afirmar que:

a) o direito ao silêncio pode ser utilizado em desfavor do réu.

b) segundo a atual jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, a sentença condenatória tem eficácia tão logo

confirmada em segundo grau de jurisdição, não importando em violação ao princípio da presunção de

inocência. c) a exigência do recolhimento do réu à prisão para apelar não ofende os princípios da não

culpabilidade e da proporcionalidade.

d) é possível a invocação de investigações e ações penais em andamento como maus antecedentes na fase

da aplicação da pena.

e) o princípio constitucional da não culpabilidade não é óbice ao lançamento do nome do réu no rol dos

culpados antes do trânsito em julgado da sentença condenatória.

15 – (FUNCAB/PC-PA/Delegado de Polícia/2016) - Leia as frases a seguir e a partir dos respectivos

conteúdos responda.

1. “Esse princípio fundamental de civilidade representa o fruto de uma opção garantista a favor da tutela

da imunidade dos inocentes” (Luigi Ferrajoli).

2. “Basta ao corpo social que os culpados sejam geralmente punidos, pois é seu maior interesse que todos

os inocentes sem exceção sejam protegidos" (Lauzé di Peret).

3. “A metafísica do direito penal propriamente dita é destinada a proteger os culpados dos excessos da

autoridade social; a metafísica do direito processual tem por missão proteger dos abusos e dos erros da

autoridade todos os cidadãos inocentes e honestos" (Francesco Carrara).

Qual princípio a seguir melhor sintetiza o conteúdo, as idéias e as preocupações acima expostas? a)

Princípio da verdade real

b) Devido processo penal

c) Ampla defesa contraditório

d) Nemo tenetur se detegere

e) Presunção de inocência

16 – (MPE-PR/PROMOTOR2016) - Assinale a alternativa incorreta:

O juiz de uma causa deve ser imparcial, legalmente investido e competente, o que se harmoniza com a previsão

de órgão colegiado em primeiro grau de jurisdição para o processo e julgamento dos crimes praticados por

organizações criminosas;

b) A redistribuição de processos pela instalação de novas varas ofende os princípios do devido processo

legal, do juiz natural e da perpetuatio jurisdictionis;

c) Não viola o princípio do juiz natural a convocação de juízes de primeiro grau para compor órgão julgador

do respectivo Tribunal, na apreciação de recursos em segundo grau de jurisdição, ainda que observadas as

diretrizes legais federais ou estaduais;

d) A atração por continência ou conexão do processo do corréu ao foro por prerrogativa de função de um

dos denunciados não viola as garantias do juiz natural, da ampla defesa e do devido processo legal;

e)Viola o princípio do juiz natural o desaforamento da sessão de julgamento pelo júri, quando não verificada a

ocorrência de interesse de ordem pública, dúvida sobre a imparcialidade dos jurados, segurança pessoal do

acusado ou comprovado excesso de serviço impeditivo da realização do julgamento no prazo de seis meses.

17 – (FCC/DPE-ES/2016) - Sobre a garantia do duplo grau de jurisdição,

é típico de sistemas processuais inquisitivos e se vale para uma melhor gestão da prova em virtude da

colegialidade dos Tribunais.

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DIREITO PROCESSUAL PENAL

b) não se aplica nos Juizados Especiais Criminais, em virtude da informalidade que vigora nesse sistema.

c) é expressa e explicitamente prevista na Constituição de 1988, aplicando-se, inclusive, aos casos de

competência originária do STF.

d) a jurisprudência dominante dos Tribunais Superiores considera aplicável o duplo grau de jurisdição apenas

em relação ao acusado, não podendo o Ministério Público recorrer em caso de absolvição em primeira

instância.

e) a Corte Interamericana de Direitos Humanos já decidiu que no caso de o acusado ter sido absolvido em

primeiro grau, mas em razão de recurso da acusação, é condenado em segundo grau pela primeira vez, deve

ser garantido recurso amplo desta decisão, podendo rediscutir questões de fato e de direito.

18 – (FUNCAB/PC-PA/Delegado de Polícia/2016) - Leia as afirmativas a seguir.

I. o nemo tenetur se detegere traduz-se na vedação da autoincriminação coercitiva. A jurisprudência do

STF tem extraído deste princípio inúmeras limitações em matéria de produção de prova, como por exemplo, a

garantia de ninguém ser obrigado a fornecer padrões grafotécnicos para perícia.

II. As intervenções corporais coercitivas no processo penal, quando invasivas, violam a dignidade humana,

destacadamente quando se pensa na fórmula-objeto de Dürig. Já as leves ou não invasivas, mesmo quando

coercitivas, em razão da insignificância das mesmas, são toleradas e admissíveis, pois não há nada no

ordenamento que justifique sua inadmissão.

III. Dos cinco componentes da dignidade humana indicados pela doutrina alemã, a integridade física e

espiritual tem especial relevância para o processo penal, em razão das limitações que impõe a colheita de provas,

vedando, por exemplo, não só a tortura, como também a utilização de meios como soro da verdade e hipnose.

IV. A busca da verdade real é princípio inquestionável e fundamental no processo penal. Sendo assim,

eventualmente é possível admitir uma prova ilícita desde que haja uma ponderação e observância da

razoabilidade, sendo a segurança pública elemento justificador da utilização da prova produzida ilicitamente

quando esta for necessária para combater, por exemplo, o tráfico de drogas e o crime organizado.

Está correto apenas o que se afirma em:

a) I e II.

b) I, II e III.

c) I e III.

d) III e IV.

e) I, II e IV.

19 – (FUNCAB/PC-PA/Delegado de Polícia/2016) - Leia as alternativas a seguir e assinale a correta.

A audiência de custódia e o duplo grau de jurisdição, embora previstos em tratados internacionais, não podem

ser considerados direitos fundamentais nos termos da Constituição, pois o artigo 5º da CRF/88 estabelece um

rol taxativo de direitos fundamentais.

b) O princípio do juiz natural tem tripla dimensão formal. A primeira veda os tribunais pos facto, a segunda

proscreve a escolha de juiz. Para parte da doutrina, referido princípio apresenta, ainda, uma terceira dimensão

formal, consiste no princípio da identidade física do juiz.

c) A cláusula do devido processo traduz-se totalmente na garantia de um procedimento previsto em lei e

não em um conjunto de princípios.

d) O princípio da presunção de inocência funciona como uma regra de tratamento, sendo referência

axiológica para o regime das prisões cautelares; e uma regra de julgamento, distribuindo o ônus da prova no

processo penal, cabendo ao Ministério Público provar a tipicidade e à defesa provar as excludentes de ilicitude

que alegar.

e) São inadmissíveis no processo penal as provas ilícitas. Assim, estas não estão sob o regime das

nulidades, que inclusive se submetem a discussão sobre sanatória . A sanção constitucional de inadmissibilidade

é uma categoria mais rigorosa.

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DIREITO PROCESSUAL PENAL

20 – (FUNCAB/PC-PA/Delegado de Polícia/2016) - Em consonância com a doutrina majoritária e com

o entendimento dos tribunais superiores, assinale a opção correta acerca dos sistemas e princípios do

processo penal.

O princípio da obrigatoriedade deverá ser observado tanto na ação penal pública quanto na ação penal privada.

b) O princípio da verdade real vigora de forma absoluta no processo penal brasileiro.

c) Na ação penal pública, o princípio da igualdade das armas é mitigado pelo princípio da oficialidade.

d) O sistema processual acusatório não restringe a ingerência, de ofício, do magistrado antes da fase processual

da persecução penal.

e) No sistema processual inquisitivo, o processo é público; a confissão é elemento suficiente para a condenação;

e as funções de acusação e julgamento são atribuídas a pessoas distintas.

01.C 02.D 03.A 04.E 05.D 06.A 07.C 08.A 09.D 10.E

11.E 12.A 13.V 14.B 15.E 16.B 17.E 18.E 19.E 20.C

EXERCÍCIOS DE NIVELAMENTO

01 Ano: 2018 Banca: FCC Órgão: DPE-AP Prova: Defensor Público O sistema acusatório

a) se caracteriza por separar as funções de acusar e julgar e por deixar a iniciativa probatória com as partes.

b) se verifica quando a Constituição prevê garantias ao acusado.

c) tem sua raiz na motivação das decisões judiciais.

d) vigora em sua plenitude no direito brasileiro.

e) privilegia a acusação, sedo próprio dos regimes autoritários.

02 Ano: 2017 Banca: CESPE Órgão: DPE-AL Prova: Defensor Público No processo penal, as características do sistema acusatório incluem

I. clara distinção entre as atividades de acusar e julgar, iniciativa probatória exclusiva das partes e o juiz como

terceiro imparcial e passivo na coleta da prova.

II. neutralidade do juiz, igualdade de oportunidades às partes no processo e repúdio à prova tarifada.

III. predominância da oralidade no processo, imparcialidade do juiz e supremacia da confissão do réu como

meio de prova. IV. celeridade do processo e busca da verdade real, o que faculta ao juiz determinar de ofício

a produção de prova.

Estão certos apenas os itens:

a) I e II.

b) I e IV.

c) II e III.

d) I, III e IV.

e) II, III e IV.

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DIREITO PROCESSUAL PENAL

03 Ano: 2017 Banca: FAPEMS Órgão: PC-MS Prova: Delegado de Polícia Sobre os sistemas processuais penais, assinale a alternativa correta de acordo com a doutrina majoritária,

legislação e jurisprudência vigentes.

a) Pelo estudo e analise histórica dos sistemas processuais penais, é possível constatar que houve uma

evolução linear do sistema inquisitório para o acusatório e, ao final, para o misto em compasso com a valorização

do réu como sujeito de direitos e não apenas como um objeto do processo.

b) O princípio unificador tem por objetivo proporcionar coerência aos diversos elementos do sistema

processual penal, a exemplo do princípio acusatório que decorre dos princípios democrático e republicano e

requer um processo em que os sujeitos parciais possuem tratamento igual, com paridade de armas, ao

defenderem suas pretensões em juízo.

c) Os modelos de sistemas processuais penais estão diretamente relacionados ao exercício do poder penal

estatal, o qual integra um plano político, social e cultural. Dessa forma, as visões históricas e teóricas sobre o

sistema processual penal brasileiro permanecem em constante convergência e facilitam a identificação do

modelo vigente.

d) A Constituição Federal de 1988 traça um processo penal acusatório, porém diversos dispositivos do

Código de Processo Penal apresentam núcleo inquisitivo exigindo uma filtragem constitucional. Nesse contexto,

é defeso ao juiz assumir a gestão das provas, auxiliar o Delegado de Polícia na colheita de elementos de

informação e fundamentar sua decisão em provas antecipadas.

e) O Código de Processo Penal permite que o inquérito policial, nos crimes de ação pública, seja iniciado

mediante requisição da autoridade judiciária; que a autoridade policial realize as diligências requisitadas pelo

juiz; e que este realize pessoalmente busca domiciliar. Tais dispositivos são considerados como exceções dentro

do sistema acusatório, nos casos de crimes de natureza grave, v.g., crimes hediondos.

04 Ano: 2017 Banca: FAPEMS Órgão: PC-MS Prova: Delegado de Polícia As fontes do Direito Processual Penal são classificadas pela doutrina com a distinção daquelas que criam

a norma das que a exteriorizam. Sobre esse tema, afirma-se, com exatidão, que

a) os tratados e as convenções internacionais sobre direitos humanos, ratificados pelo Brasil por meio do

procedimento exigido pela norma constitucional, são considerados como fontes materiais do Direito Processual

Penal, pois equivalem às emendas constitucionais.

b) cabe à União, de forma exclusiva e privativa, a elaboração de normas processuais penais, bem como

legislar sobre direito penitenciário. Em questões específicas de direito local, aos Estados-membros pode ser

atribuída a competência para legislarem sobre processo penal, através de lei ordinária.

c) o costume, considerado fonte de cognição supletiva, é admitido para afastar ou tornar inaplicável norma

processual penal e, com isto, revogar dispositivos legais, principalmente aqueles que não se compatibilizam com

o sistema processual democrático inaugurado pela Constituição Federal de 1988.

d) apesar de a lei processual penal não autorizar explicitamente a utilização dos princípios gerais do direito,

são constantemente utilizados diversos princípios processuais constitucionais na interpretação dos casos

concretos.

e) o Presidente da República, somente por meio de Decreto, pode legislar sobre indulto e comutação de

penas. Trata-se de competência privativa instituída pela Constituição Federal vigente, embora possa tal

atribuição ser delegada por aquele aos Ministros de Estado, ao Procurador-Geral da República e ao Advogado-

Geral da União.

05 Ano: 2016 Banca: FCC Órgão: DPE-ES Prova: Defensor Público Sobre a garantia do duplo grau de jurisdição,

a) é típico de sistemas processuais inquisitivos e se vale para uma melhor gestão da prova em virtude da

colegialidade dos Tribunais.

b) não se aplica nos Juizados Especiais Criminais, em virtude da informalidade que vigora nesse sistema.

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DIREITO PROCESSUAL PENAL

c) é expressa e explicitamente prevista na Constituição de 1988, aplicando-se, inclusive, aos casos de

competência originária do STF.

d) a jurisprudência dominante dos Tribunais Superiores considera aplicável o duplo grau de jurisdição apenas

em relação ao acusado, não podendo o Ministério Público recorrer em caso de absolvição em primeira

instância.

e) a Corte Interamericana de Direitos Humanos já decidiu que no caso de o acusado ter sido absolvido em

primeiro grau, mas em razão de recurso da acusação, é condenado em segundo grau pela primeira vez, deve

ser garantido recurso amplo desta decisão, podendo rediscutir questões de fato e de direito.

06 Ano: 2016 Banca: CESPE Órgão: PC-PE Prova: Delegado de Polícia Em consonância com a doutrina majoritária e com o entendimento dos tribunais superiores, assinale a

opção correta acerca dos sistemas e princípios do processo penal.

a) O princípio da obrigatoriedade deverá ser observado tanto na ação penal pública quanto na ação penal

privada.

b) O princípio da verdade real vigora de forma absoluta no processo penal brasileiro.

c) Na ação penal pública, o princípio da igualdade das armas é mitigado pelo princípio da oficialidade.

d) O sistema processual acusatório não restringe a ingerência, de ofício, do magistrado antes da fase processual

da persecução penal.

e) No sistema processual inquisitivo, o processo é público; a confissão é elemento suficiente para a condenação;

e as funções de acusação e julgamento são atribuídas a pessoas distintas.

07 Ano: 2015 Banca: CESPE Órgão: DPE-RN Prova: Defensor Público Assinale a opção correta a respeito dos sistemas de processo penal e da interpretação da lei processual

penal segundo o CPP e o entendimento do STJ.

a) De acordo com o CPP, a analogia equivale à norma penal incriminadora, protegida pela reserva legal, razão

pela qual não pode ser usada contra o réu.

b) No sistema inquisitivo, a confissão é considerada a rainha das provas e predominam nele procedimentos

exclusivamente escritos.

c) A lei processual penal veda a interpretação extensiva para prejudicar o réu.

d) A interpretação extensiva é um processo de integração por meio do qual se aplica a uma determinada situação

para a qual inexiste hipótese normativa própria um preceito que regula hipótese semelhante.

e) Para o uso da analogia, é importante considerar a natureza do diploma de onde se deve extrair a norma

reguladora.

08 Ano: 2015 Banca: FCC Órgão: TJ-SE Prova: Juiz de Direito A lei processual penal,

a) não admite aplicação analógica, salvo para beneficiar o réu.

b) não admite aplicação analógica, mas admite interpretação extensiva.

c) somente pode ser aplicada a processos iniciados sob sua vigência.

d) admite o suplemento dos princípios gerais de direito.

e) admite interpretação extensiva, mas não o suplemento dos princípios gerais de direito.

09 Ano: 2015 Banca: FCC Órgão: DPE-MA Prova: Defensor Público O modelo processual acusatório tem sido entendido como o adequado a um Estado Democrático de Direito

por ser o mais garantista. Tem-se como um pressuposto estrutural e lógico do modelo a a) possibilidade de

emendatiolibelli e mutatiolibelli.

b) existência de uma investigação prévia por delegado de polícia.

c) possibilidade da prova ser colhida pelo próprio juiz.

d) previsão legal de prisões processuais.

e) separação entre juiz e acusação.

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DIREITO PROCESSUAL PENAL

10 Ano: 2015 Banca: FMP Concursos Órgão: DPE-PA Prova: Defensor Público Em relação aos sistemas processuais penais, é incorreto afirmar que:

a) de acordo com o segmento doutrinário que entende pela existência do sistema misto, ele também pode

ser chamado de “sistema napoleônico”, em razão de sua vinculação histórica ao Código de Instrução Criminal

francês de 1808.

b) o fato de o juiz, em caso de dúvida, somente poder produzir prova em favor do réu, e não em favor da

acusação, é um elemento que, historicamente, esteve presente no processo penal integrante do sistema

inquisitório, e nunca no processo penal integrante do sistema acusatório.

c) no processo penal integrante do sistema acusatório, o princípio do contraditório deverá incidir

obrigatoriamente ao longo de todo o seu curso, não se admitindo seu afastamento em nenhuma hipótese antes

da emissão de qualquer ato decisório, sob pena de cerceamento de defesa.

d) embora o sistema inquísitivo tenha se notabilizado pelo fato de o juiz igualmente poder apresentar uma

acusação contra o réu, tal sistema não descarta a possibilidade de haver um acusador fisicamente diferente do

julgador.

e) em nenhum momento, a Constituição Federal aponta expressamente qual o sistema processual adotado

no Brasil, razão pela qual a indicação do sistema acusatório, como sendo o vigente em nosso país, decorre de

interpretação doutrinária e jurisprudencial derivada dos princípios, direitos e garantias presentes em nossa Carta

Maior.

11 Ano: 2015 Banca: CEFET-BA Órgão: MPE-BA Prova: Promotor de Justiça Quanto à produção probatória e à coisa julgada no processo penal, assinale a alternativa INCORRETA:

a) O juiz formará sua convicção pela livre apreciação da prova produzida em contraditório judicial, não podendo

fundamentar sua decisão exclusivamente nos elementos informativos colhidos na investigação, ressalvadas as

provas cautelares, não repetíveis e antecipadas.

b) Segundo o Código de Processo Penal, a iniciativa probatória do juiz, em respeito ao sistema acusatório e ao

princípio da presunção de inocência, limitar-se-á à introdução de novas fontes de prova à persecução penal

em juízo, desde que não caracterize atividade probatória supletiva do ônus processual da acusação.

c) No processo de incidente de falsidade documental, qualquer que seja a decisão, não fará coisa julgada em

prejuízo de ulterior processo penal ou civil.

d) De acordo com a doutrina, no Código de Processo Penal, o vocábulo “indício” aparece ora no sentido de prova

indireta, ora no sentido de prova semiplena.

e) A decisão judicial que rejeita a inicial acusatória por inépcia formal não faz coisa julgada material.

12 Ano: 2014 Banca: FCC Órgão: DPE-RS Prova: Defensor Público No Brasil, segundo a maioria dos doutrinadores, vige o sistema processual penal do tipo acusatório. São

características deste sistema processual penal

a) a imparcialidade do julgador, a flexibilização do contraditório na medida da necessidade para reconstrução da

verdade real e a relativização do duplo grau de jurisdição.

b) o sigilo das audiências, a imparcialidade do julgador e a vedação ao duplo grau de jurisdição.

c) a igualdade das partes, o contraditório e a publicidade dos atos processuais.

d) a absoluta separação das funções de acusar e julgar, a publicidade dos atos processuais e a inexistência da

coisa julgada.

e) o sigilo absoluto do inquérito policial, a publicidade dos atos processuais e o duplo grau de jurisdição.

13 Ano: 2014 Banca: NC-UFPR Órgão: DPE-PR Prova: Defensor Público Identifique as afirmativas a seguir como verdadeiras (V) ou falsas (F):

( ) O princípio da presunção de inocência foi previsto na Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão de

1789, na França, bem como constou da Declaração Universal dos Direitos Humanos da Organização das Nações

Unidas de 1948, da Declaração Americana dos Direitos e Deveres do Homem de 1948, e da Convenção

Americana de Direitos Humanos - Pacto de São José da Costa Rica - de 1969.

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DIREITO PROCESSUAL PENAL

( ) “Somente pela soma da parcialidade das partes (uma representando a tese e a outra, a antítese) o juiz pode

corporificar a síntese, em um processo dialético.” (ARAÚJO CINTRA, Antonio Carlos; GRINOVER, Ada

Pellegrini; DINAMARCO, Cândido Rangel - Teoria Geral do Processo, 20ª ed., São Paulo, Malheiros Editores,

2004, p. 55). Esta frase, colhida na doutrina, refere-se ao princípio do contraditório.

( ) A Constituição Federal de 1988 não prevê expressamente o duplo grau de jurisdição, porém há previsão

expressa deste princípio na Convenção Americana de Direitos Humanos, mas, neste caso, somente a favor do

acusado.

( ) A soberania dos veredictos foi prevista expressamente na Constituição de 1937.

( ) A Emenda Constitucional nº 45/2004 acrescentou o inciso LXVIII ao artigo 5º da Constituição Federal, que

prevê a chamada garantia da duração razoável do processo, ou processo no prazo razoável. Porém, o direito ao

processo no prazo razoável já estava previsto na Convenção Americana de Direitos Humanos de 1969.

Assinale a alternativa que apresenta a sequência correta, de cima para

baixo:

a) V – F – V – V – F.

b) F – V – F – F – V.

c) F – F – V – V – F.

d) V – V – V – F – V.

e) V – V – F – F – V.

14 Ano: 2014 Banca: UESPI Órgão: PC-PI Prova: Delegado de Polícia Segundo Aury Lopes Junior, “A palavra processo vem do verbo procedere, significando avançar, caminhar em

direção a um fim [...]” e POR ISSO envolve a ideia de temporalidade, de um desenvolvimento temporal desde

um ponto inicial até alcançar-se o ponto desejado.

Analisando a relação proposta entre as duas assertivas acima, assinale a opção CORRETA.

a) As duas assertivas são proposições verdadeiras e a segunda é uma justificativa correta da primeira.

b) As duas assertivas são proposições verdadeiras, mas a segunda não é uma justificativa correta da primeira.

c) A primeira assertiva é uma proposição verdadeira e a segunda é falsa.

d) A primeira assertiva é uma proposição falsa e a segunda é verdadeira.

e) As duas assertivas são proposições falsas.

15 Ano: 2014 Banca: UESPI Órgão: PC-PI Prova: Delegado de Polícia Em matéria de prova no processo penal, assinale a alternativa INCORRETA

a) No Sistema Acusatório não há distribuição de cargas probatórias, posto que a carga da prova está inteiramente

nas mãos do acusador.

b) O problema da carga probatória é uma regra para o juiz, proibindo-o de condenar alguém cuja culpabilidade

não haja sido provada.

c) Incumbe ao acusador provar a presença de todos os elementos que integram a tipicidade, ilicitude e a

culpabilidade, bem como a inexistência das causas de justificação.

d) O princípio do contraditório relaciona-se intimamente com o princípio do audiatur et altera pars, com a oitiva

de ambas as partes, sob pena de parcialidade do magistrado.

e) Em termos de valoração das provas, o Brasil adota o sistema legal de provas.

16 Ano: 2014 Banca: MPE-SC Órgão: MPE-SC Prova: Promotor de Justiça Analise o enunciado da questão abaixo e assinale se ele é Certo ou

Errado.

( ) Segundo o Código de Processo Penal, a lei processual penal admitirá interpretação extensiva e aplicação

analógica.

17 Ano: 2014 Banca: FUNCAB Órgão: PC-RO Prova: Delegado de Polícia Assinale a alternativa em que se encontra uma característica do

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diferencialensino.com.br 25

DIREITO PROCESSUAL PENAL

sistema acusatório.

a) O julgador é protagonista na busca pela prova.

b) As decisões não precisam ser fundamentadas.

c) A atividade probatória é atribuição natural das partes.

d) As funções de acusar e de julgar são concentradas em uma pessoa.

e) As decisões são sempre sigilosas.

18 Ano: 2014 Banca: FUNCAB Órgão: PC-RO Prova: Escrivão de Polícia Civil Quanto à norma processual penal, é INCORRETO afirmar:

a) São normas instrumentais as processuais, pois regulam a imposição da regra jurídica específica e

concreta pertinente à determinada situação litigiosa (critério de proceder).

b) Tem como objetivo disciplinar o modo processual de resolver os conflitos e controvérsias, disciplinando

o poder jurisdicional, visando, ainda, regular as atividades das partes litigantes, que estão sujeitas ao poder do

juiz.

c) Normas procedimentais dizem respeito às maneiras de proceder, inclusive quanto à estrutura e

coordenação dos atos processuais que compõem o processo.

d) A lei processual penal aplicar-se-á desde logo: sem prejuízo da validade dos atos realizados sob a

vigência da lei anterior. A lei processual penal admitirá interpretação extensiva e aplicação analógica, bem como

o suplemento dos princípios gerais de direito.

e) O processo penal reger-se-á, inclusive nos casos de prerrogativas constitucionais do Presidente da

República, dos ministros de Estado, nos crimes conexos com os do Presidente da República, e dos ministros do

Supremo Tribunal Federal, nos crimes de responsabilidade, quando as leis especiais que os regulam não

dispuserem de modo diverso.

19 Ano: 2014 Banca: VUNESP Órgão: PC-SP Prova: Delegado de Polícia A lei processual penal

a) tem aplicação imediata, sem prejuízo dos atos realizados sob a vigência de lei anterior.

b) somente pode ser aplicada a processos iniciados sob sua vigência.

c) tem aplicação imediata, devendo ser declarados inválidos os atos praticados sob a vigência de lei anterior.

d) tem aplicação imediata, devendo ser renovados os atos praticados sob a vigência da lei anterior.

e) é retroativa aos atos praticados sob a vigência de lei anterior.

20 Ano: 2014 Banca: VUNESP Órgão: PC-SP Prova: Delegado de Polícia No Direito pátrio, o sistema que vige no processo penal é o a)

inquisitivo formal.

b) acusatório formal.

c) inquisitivo.

d) inquisitivo unificador.

e) acusatório.

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DIREITO PROCESSUAL PENAL

AULA 02 – INQUÉRITO POLICIAL

2.1 - Notitia Criminis

Conceito: A notícia do crime é o conhecimento, espontâneo ou provocado, pela autoridade policial de

um fato aparentemente criminoso.

É espontânea aquela em que o conhecimento da infração penal pelo destinatário (autoridade policial)

da notitia criminis ocorre direta e imediatamente por força de sua atividade funcional, (cognição imediata)

como nos casos de corpo de delito, comunicação de um funcionário subalterno, pelos meios de comunicação,

etc...

É provocada quando a notícia do crime chega ao destinatário (autoridade policial), pelas diversas

formas previstas na legislação processual penal, consubstanciando-se num ato jurídico como a comunicação

da vítima ou do ofendido (delatio criminis), comunicação de qualquer do povo, por escrito ou verbalmente

(notitia criminis simples), comunicação anônima (notitia criminis inqualificada) .

A Notitia Criminis, é obrigatória:

- ao Juiz (art. 40 CPP),

- a quem quer que esteja no exercício da função pública (art. 66, I, LCP),

- aos médicos e profissões sanitárias ( art. 66, II, LCP), - ao síndico da falência (arts. 104 e 105 da

Lei de

Falências), etc...

GABARITO - 01: 02: 03: 04: 05: 06: 07: 08: 09: 10: 11: 12: 13:

14: 15: 16: 17: 18: 19: 20:

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DIREITO PROCESSUAL PENAL

2.2 – Inquérito Policial

É um procedimento administrativo inquisitório e preparatório, consistente em um conjunto de

diligências realizadas pela polícia investigativa para a apuração da infração penal e de sua autoria, presidido

pela autoridade policial, a fim de fornecer elementos de informação para que o titular da ação penal possa

ingressar em juízo. Constantemente vemos na sociedade fatos que são claramente infrações penais, entretanto

não é possível, de pronto, a determinação da autoria e a configuração correta do delito.

Assim, surge no ordenamento jurídico, mais precisamente no Código de Processo Penal (CPP), a figura

do inquérito policial, um PROCEDIMENTO ADMINISTRATIVO que tem por finalidade o levantamento

de informações a fim de servir de base à ação penal ou às providências cautelares. Se a organizadora definir

o inquérito como PROCESSO, Está errado; ele é um PROCEDIMENTO.

Nas contravenções e nos crimes cuja pena máxima não seja superior a 02 anos, cumulada ou não

com multa, sujeitas ou não a procedimento especial, utiliza-se o TCO (Termo Circunstanciado de

Ocorrência).

Trata-se de procedimento administrativo. Se o delegado cometer alguma ilegalidade, afeta o processo?

não, pois eventuais vícios existentes no inquérito não afetam a ação penal a que deu origem.

Inquérito Policial: ELEMENTOS

✓ Materialidade o crime e indícios de autoria

FUNÇÃO:

✓ Elucidar fatos obscuros nos crimes

FACULDADE:

✓ Economicidade e Celeridade Processual DISPENSÁVEL:

✓ Crimes de Menor Potencial Ofensivo e nas Contravenções Penais

Fica a cargo da autoridade policial, exercendo as funções de polícia judiciária. Alguns doutrinadores

distinguem polícia judiciária e polícia investigativa. Polícia Judiciária é a polícia que auxilia o Poder Judiciário

no cumprimento de suas ordens. Já a polícia investigativa é a polícia que atua na apuração de infrações penais

e de sua autoria. Vide art. 144, §1º, da Constituição Federal.

Se o crime for de competência da Justiça Militar da União, as Forças Armadas são responsáveis pela

investigação, por meio de um encarregado na condução do inquérito; se o crime for de competência da Justiça

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Federal ou Eleitoral, Polícia Federal; se o crime for de competência da Justiça Estadual, Polícia Civil. À Polícia

Federal também incumbe proceder à investigação de infrações da competência da Justiça Estadual.

2.2.1 - Formas De Instauração Do Inquérito Policial:

a) na ação penal privada, a instauração fica condicionada ao ofendido ou de representação legal;

b) na ação penal condicionada, à representação do ofendido e requisição do Ministro da Justiça;

c) na ação penal pública: de ofício (portaria), requisição do Juiz ou Ministério Público, requerimento

do ofendido, auto de prisão em flagrante, notícia oferecida por qualquer do povo (delatio criminis).

*Delatio Criminis qualificada: é uma denúncia anônima (Disque Denúncia). Antes de instaurar o

Inquérito Policial deve a autoridade policial verificar a procedência das informações.

Prazos do Inquérito Policial Réu Preso Réu Solto REGRA (Polícia Civil) 10 dias 30 dias Crimes contra a economia popular (lei 1.521/51) 10 dias 10 dias Tráfico de Drogas (Lei 11.343/06) 30 dias 90 dias Inquérito Policial Militar 20 dias 40+20 dias Polícia Federal 15+15 dias 30 dias

2.2.2 - Espécies De Inquérito

Os inquéritos podem ter forma de:

✓ INQUÉRITO POLICIAL , aquele destinado a apurar crimes comuns realizados através da delegacia de

polícia;

✓ INQUÉRITO CIVIL, aquele destinado a colher elementos para a propositura da ação civil pública,

realizado pelo próprio membro do Ministério Público;

✓ INQUÉRITO JUDICIAL OU FALIMENTAR , aquele destinado a apurar crimes falimentares, realizado

por ordem judicial.(admite contraditório );

✓ INQUÉRITO POLICIAL MILITAR, aquele destinado a apurar as infrações praticadas por policiais

militares, realizado nos termos do Código de Processo Penal Militar;

✓ INQUÉRITO ADMINISTRATIVO, aquele praticado pela autoridade administrativa para apuração de

faltas graves do funcionário público. (admite contraditório).

2.2.3 - Características Do Inquérito

PROCEDIMENTO ESCRITO – “reduzido a termo”

SIGILOSO - O sigilo é um elemento de que dispõe a autoridade policial para facilitar seu trabalho na

elucidação do fato. Tal sigilo encontra-se extremamente atenuado, pois, segundo entendimento do STF, é

um direito do advogado examinar, em qualquer repartição policial, mesmo sem procuração, autos de

flagrante e de inquérito, findos ou em andamento. O estatuto da OAB, em seu Art. 7º descreve como

direito do advogado:

“XIV - examinar, em qualquer instituição responsável por conduzir investigação, mesmo sem

procuração, autos de flagrante e de investigações de qualquer natureza, findos ou em

andamento, ainda que conclusos à autoridade, podendo copiar peças e tomar apontamentos,

em meio físico ou digital”;

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DIREITO PROCESSUAL PENAL

SÚMULA VINCULANTE Nº 14 STF É direito do defensor, no interesse do representado, ter acesso amplo aos elementos de prova que, já

documentados em procedimento investigatório realizado por órgão com competência de polícia

judiciária, digam respeito ao exercício do direito de defesa.

É importante ressaltar que para os atos que dependem de autorização judicial, segundo a CF (escuta,

interceptação telefônica etc.), o advogado só terá acesso se possuir PROCURAÇÂO ESPECÍFICA. Neste

sentido já se pronunciaram por diversas vezes o STF e o STJ. Também é permitido o acesso total aos autos ao

Ministério Público e ao Juiz.

INDISPONIBILIDADE - Nos termos do art. 17 do CPP, a autoridade policial não poderá mandar arquivar

autos de inquérito.

OFICIOSIDADE - O início do inquérito independe de provocação e DEVE ser determinado de ofício

quando houver a notícia de um crime. A oficiosidade decorre do princípio da legalidade (ou

obrigatoriedade) da ação Pública.

OFICIALIDADE - Somente órgãos de direito público podem realizar o inquérito policial. Ainda quando

a titularidade da ação penal é atribuída ao particular ofendido (ação penal privada), não cabe a este a

efetuação dos procedimentos investigatórios.

INQUISITIVO - é inquisitivo o procedimento em que as atividades visando à elucidação do fato e à

determinação da autoria ficam concentradas em uma única autoridade, no caso a figura do Delegado de

Polícia. Este poderá, discricionariamente, decidir como vai proceder para alcançar a finalidade do

inquérito. Durante o inquérito não há que se falar em contraditório e ampla defesa, pois ainda não existe

acusado e o indiciado não é sujeito de direitos, mas objeto de investigação.

O ÚNICO INQUÉRITO QUE ADMITE O CONTRADITÓRIO É O INSTAURADO PELA

POLICIA FEDERAL, A PEDIDO DO MINISTRO DA JUSTIÇA, OBJETIVANDO A

EXPULSÃO DE ESTRANGEIRO. (LEI Nº. 6.815/80).

2.2.4 - Valor Probatório do Inquérito Policial

Digamos que determinado indivíduo, durante um inquérito, confessou ao delegado de polícia a

participação em um crime e tal confissão foi reduzida atermo. Será que a decisão condenatória poderia ser

apoiada exclusivamente nesta confissão extrajudicial?

A resposta é não, pois, segundo o STF, não se justifica sentença condenatória baseada unicamente no

inquérito policial. Realmente, agora que já sabemos que o inquérito policial é um procedimento inquisitivo,

não seguindo os princípios da ampla defesa e do contraditório, fica fácil entender o VALOR PROBATÓRIO

RELATIVO atribuído a tal procedimento administrativo pela Suprema Corte.

2.2.5 – Vícios no Inquérito Policial

Os vícios do inquérito não contaminam ou ocasionam nulidades no processo. Tal fato tem por base o

caráter meramente informativo da fase inquisitorial. Assim, se uma confissão foi obtida mediante tortura na

fase do inquérito, esta situação não será passível de gerar a anulação da ação penal.

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DIREITO PROCESSUAL PENAL

CABE LEMBRAR:

"O inquérito policial não é imprescindível ao oferecimento de denúncia ou queixa, desde que a

peça acusatória tenha fundamento em dados de informação suficiente à caracterização da

materialidade e autoria da infração penal (STF, RTF 76/741).

A requisição do juiz e do ministério público possui conotação de exigência, determinação. Desta

forma, não poderá ser descumprida pela autoridade policial.

2.2.6 - Grau de cognição

No processo penal há três diferentes níveis de cognição, segundo se busque um juízo de possibilidade,

de probabilidade ou de certeza. Para se chegar a um juízo de certeza, é necessário esgotar toda a matéria

probatória, através de uma cognição plena, o que justificaria uma sentença condenatória.

Já para o início de uma ação penal, é necessário tão somente um juízo de probabilidade, que seria o predomínio

das razões positivas que afirmam a existência do delito e sua autoria. Quanto à investigação preliminar, para

sua deflagração, basta um juízo de possibilidade (razões favoráveis forem equivalentes às contrárias).

Por outro lado, como seu objetivo é tão somente averiguar os fatos, embasando ou não uma futura ação

penal, percebe-se, desde logo, que não há razões para que se busque esgotar toda matéria probatória, o que só

geraria morosidade desnecessária ao procedimento preliminar.

Ademais, esgotando-se quase que totalmente a matéria probatória na fase preliminar, haverá um grande

prejuízo à defesa, eis que além de não ter podido contar inteiramente com as garantias constitucionais naquela

fase, tenderá a haver na instrução judicial somente ratificação dos atos investigativos e não propriamente

produção de provas.

Logo, a investigação no plano de cognição deverá ser sumária, limitando-se a atividade mínima de

comprovação e averiguação dos fatos e da autoria, para justificar o processo ou o não processo.

2.2.7 – Arquivamento do Inquérito Policial

A solicitação do arquivamento deve ser efetuada por Promotor de Justiça, cabendo ao Juiz,

primeiramente, decidir sobre o seu arquivamento ou não, entendendo de forma diversa enviará o inquérito

policial ao Procurador-Geral de Justiça do Estado, que decidirá sobre o arquivamento, novas diligências ou

oferecimento da ação penal.

2.2.8 - Indiciamento

Chama-se indiciamento o ato em que a autoridade policial, durante o inquérito policial, aponta

determinado suspeito como autor de uma infração penal. Logo que reúna, no curso das investigações,

elementos suficientes acerca da autoria da infração penal, a autoridade policial procederá ao formal

indiciamento do suspeito.

O indiciamento, é portanto, ato privativo da autoridade policial, devendo trazer a comprovação da

materialidade da infração e indícios convincentes de que o investigado é seu autor. Importante mencionar que

para o indiciamento, basta que haja indícios razoáveis da autoria, e não certeza.

O Inquérito policial é procedimento destinado a reunir os elementos necessários à apuração de uma

infração penal e sua autoria. Após a instauração do inquérito, inúmeras diligências podem ser requeridas pela

autoridade policial, e entre elas temos o indiciamento do averiguado. Sua finalidade é tornar público o fato

do indivíduo estar sujeito à investigação criminal. A autoridade policial deve deixar clara a situação do

indivíduo, informando sua condição de indiciado sempre que existam elementos para tanto. O averiguado

torna-se oficialmente suspeito de ter cometido uma infração criminal.

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DIREITO PROCESSUAL PENAL

2.2.9 – Garantias do Investigado

São aquelas previstas no artigo quinto da CF/88, como :

“ XLIX - é assegurado aos presos o respeito à integridade física e moral;

LIII - ninguém será processado nem sentenciado senão pela autoridade competente;

LIV - ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o devido processo legal;

LVI - são inadmissíveis, no processo, as provas obtidas por meios ilícitos;

LVII - ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença penal

condenatória;

LVIII - o civilmente identificado não será submetido a identificação criminal, salvo nas hipóteses

previstas em lei;

LIX - será admitida ação privada nos crimes de ação pública, se esta não for intentada no

prazo legal;

LX - a lei só poderá restringir a publicidade dos atos processuais quando a defesa da

intimidade ou o interesse social o exigirem;

LXI - ninguém será preso senão em flagrante delito ou por ordem escrita e fundamentada de

autoridade judiciária competente, salvo nos casos de transgressão militar ou crime propriamente

militar, definidos em lei;

LXII - a prisão de qualquer pessoa e o local onde se encontre serão comunicados imediatamente

ao juiz competente e à família do preso ou à pessoa por ele indicada;

LXIII - o preso será informado de seus direitos, entre os quais o de permanecer calado, sendolhe

assegurada a assistência da família e de advogado;

LXIV - o preso tem direito à identificação dos responsáveis por sua prisão ou por seu

interrogatório policial;

LXV - a prisão ilegal será imediatamente relaxada pela autoridade judiciária;

LXVI - ninguém será levado à prisão ou nela mantido, quando a lei admitir a liberdade

provisória, com ou sem fiança;”

Por ser inquisitório, em regra, o Inquérito Policial não admite ampla defesa e contraditório.

2.2.10 – Formas de Instauração

Grande parte populacional erroneamente afirma que irá à Delegacia “prestar queixa”. Nada mais errada

essa afirmação, pois na verdade, o que se estará efetuando quando uma pessoa se dirige à DP para informar a

ocorrência de uma infração, é uma “notitia criminis” ou“delatio criminis”. Aquela se dá quando a própria

vítima – ou na sua impossibilidade, seu representante legal (cônjuge, ascendente, descendente e irmão) –

apresenta à autoridade policial o cometimento de uma Infração Penal e, esta, quando qualquer um do povo

alheio ao ocorrido informa à autoridade policial a existência também de uma infração penal.

Para melhor entendimento das hipóteses de instauração de Inquérito Policial permitidas pela lei,

necessário uma pequena noção das espécies de exercício do direito de ação penal.

Crimes de ação penal pública de exercício incondicionado:

– De ofício; (Art.5°, I CPP)

– Requisição pelo Juiz; (?)

– Requisição do MP;

– Requerimento do ofendido.

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DIREITO PROCESSUAL PENAL

Assim descreve o CPP:

Art. 5. Nos crimes de ação pública o inquérito policial será iniciado:

I – de ofício;

II – mediante requisição da autoridade judiciária ou do Ministério Público, ou a

requerimento do ofendido ou de quem tiver qualidade para representá-lo.

DE OFÍCIO pode ser mediante PORTARIA ou A.P.F. (Auto de Prisão em Flagrante).

✓ Portaria – toda vez que a autoridade policial tiver conhecimento da prática de uma infração penal,

estará obrigada a instaurar o respectivo IP. O conhecimento pode ocorrer de duas formas: ✓ pela

atuação policial rotineira no uso de suas atribuições (cognição direta); ✓ por circunstância alheia ao

uso de duas atribuições rotineiras (cognição mediata).

✓ A.P.F. – Auto de Prisão em Flagrante – O IP pode ser instaurado a partir da lavratura do auto de

prisão em flagrante. É a chamada notícia crime de cognição coercitiva, de conhecimento forçado e

as modalidades de flagrante delito estão descritas no artigo 302 e incisos no CPP. A prisão em

flagrante se desdobra basicamente em 03 etapas:

a) Prisão captura é o momento em que o sujeito é preso, é capturado em flagrante delito (art. 302, I,

CPP). O preso deverá ser apresentado ao delegado que, se for o caso, providenciará o auto de prisão respectivo;

b) Documentação/formalização da prisão em flagrante ou formalização que é o momento da

lavratura do auto de prisão em flagrante, é o instante em que a autoridade policial formaliza a prisão.

c) Encarceramento – é a privação da liberdade do indivíduo recolhido durante a prática de uma

infração.

Requisição da autoridade judiciária – No art. 40 do CPP – trata do que a doutrina convencionou

chamar denoticia crime judicial. Juízes e tribunais têm o dever de comunicar ao MP a ocorrência de uma

infração penal de que tenham tomado conhecimento no exercício de suas funções, sob pena de incorrerem em

crime de prevaricação. Ocorre que conforme a sistemática processual em vigor, não cabe ao juiz intervir em

qualquer ato inerente à investigação ou acusação, exceto quando provocado, nunca como provocador. Logo,

não teria sido recepcionado o respectivo inciso II do art. 5º do CPP.

Ao ter ciência de uma suposta infração, cabe ao MP a atuação. Alguns autores ainda tentam justificar

o injustificável, criando teses para dizer que nesse caso o juiz não exerce função jurisdicional. Tratase de uma

providência de natureza judicialiforme, é judicial apenas na forma, na essência é persecutória, administrativa,

é uma função anômala desempenhada pelo juiz. Pura invenção jurídica infundada.

Requisição do MP – Requisição é ordem, não pode ser descumprida. Não há possibilidade para

avaliação de seu cabimento, compete à autoridade policial apenas cumprir o requisitado. Cabe ao MP não só

exercer o direito de ação penal cabível como também efetuar o controle externo da polícia, zelando por sua

eficiência e legalidade. Logo, não só compete propor a respectiva ação, como também preservar seu início e

desenrolar.

Requerimento do ofendido ou representante legal – Requerimento é pedido, não vincula, pode ser

questionado e sofrer avaliação sobre sua procedência ou não. Compete à autoridade policial no uso de suas

atribuições avaliar o cabimento da solicitação e, em caso de haver dúvidas quanto ao requerido, poder utilizar-

se da denominada VPI (verificação da procedência de informações).

Recentemente o STF deixou claro que a simples noticia anônima (denúncia anônima) não pode, por si

só, pautar a instauração do IP, devendo a autoridade policial agir com maior cautela, verificando a procedência

de informações e constatando a existência de infração penal, para que então possa instaurar o IP.

De acordo com a doutrina, a delação pode ser: simples, que consiste na mera comunicação do crime à

autoridade; ou, qualificada ou postulatória, que é a comunicação do crime acompanhada do pedido de adoção

das providências penais cabíveis, para promover a respectiva ação penal.

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DIREITO PROCESSUAL PENAL

Crimes de exercício do direito de ação penal pública de forma condicionada à representação:

Necessita da denominada Representação do Ofendido:

Art.5°: § 4o O inquérito, nos crimes em que a ação pública depender de representação, não poderá sem

ela ser iniciado.

A representação constitui uma espécie de pedido/autorização para que seja instaurado um inquérito e a

respectiva ação penal.

Natureza Jurídica Da Representação: Trata-se de condição especial de

procedibilidade da ação penal.

Questões consideradas polêmicas:

Crimes de abuso de autoridade: 1° e 12, Lei 4898/65 – dispõem que a ação penal será iniciada,

independente de inquérito policial ou justificação, por denúncia do MP, instruída com a representação da

vítima do abuso. A representação prevista não condiciona o exercício da ação penal. Tem a natureza jurídica

de DELAÇÃO – Comunicação. Logo, trata- se de crime cujo processo se perfaz de forma incondicionada.

Crimes contra dignidade sexual. Ação penal pública condicionada à representação. – Ministério

Público: titular da ação.

Violência Doméstica

✓ Homem vítima: Não se aplica a lei 11.340. Art.129, §9° CP (pena: até 3 anos: não vai

ao JECrim) não tendo o que falar em violência doméstica.

✓ Vítima Mulher: Lei 11.340/06, art.41: Proíbe a aplicação da Lei 9.099/95. Art.88 Lei

9.099: Além das hipóteses do Código Penal e da legislação especial, dependerá de representação

a ação penal relativa aos crimes de lesões corporais leves e lesões culposas. O STF proferiu

decisão de interpretação conforme a Constituição declarando que, crimes relacionados à Violência

Doméstica são de iniciativa incondicionada do MP, ou seja, não mais depende de Representação

da Vítima. Trata-se, portanto, de ação penal pública incondicionada.

Crimes Cujo Exercício Da Ação Penal É Privativo Do Ofendido

Art. 5o. § 5o. Nos crimes de ação privada, a autoridade policial somente poderá proceder a

inquérito a requerimento de quem tenha qualidade para intentá-la.

Requerimento do ofendido: Não interrompe o prazo decadencial para o oferecimento da

queixa – que é de 6 (seis) meses-, ou seja, independentemente de IP instaurado ou não, o prazo

transcorrerá normalmente. Uma vez encerrado o IP relacionado a crimes desta natureza, os autos

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DIREITO PROCESSUAL PENAL

do IP serão encaminhados para o cartório competente aguardando manifestação do legitimado

ativo para exercer ou não o direito de ação. Entretanto, em caso de não conclusão do IP no prazo

de 06 (seis) meses em nada mudará na contagem do prazo para oferecimento da Queixa Crime.

Prazo esse decadencial, sem suspensão ou interrupção.

2.2.11- Atribuição do Inquérito Policial

” A Polícia judiciária será exercida pelas autoridades policiais no território de suas respectivas

circunscrições e terá por fim a apuração das infrações penais e da sua autoria.”

✓ Competência: Poder conferido a alguém para conhecer de determinados assuntos.

✓ Circunscrição : indica o território dentro do qual as autoridades policiais (delegados)

tem atribuições para desempenhar suas atividades.

Atribuição para presidir o inquérito policial é outorgada aos delegados de polícia de carreira.

1 - Critério Territorial (circunscrição) - teoria do resultado, ou seja, é competente para instaurar o

Inquérito Policial, a delegacia que atual naquele lugar em que se consumou o crimes.

A teoria da atividade é usada quanto o crime:

✓ É tentado (Art. 70 CPP);

✓ Doloso contra a vida (entendimento do STJ), por ser mais eficaz para colheita de provas;

Art. 70 do CPP: “A competência será, de regra, determinada pelo lugar em que se consumar a infração,

ou, no caso de tentativa, pelo lugar em que for praticado o último ato de execução”.

2 - Critério Material (delegacias especializadas) - pelo tipo(matéria) de crime ( Crimes de Homicídio

- Delegacia de Homicídio, Crimes Lei Maria da Penha - Delegacia Estadual de Atendimento à Mulher

DEAM,...)

3 - Critério em razão da pessoa;

No interior, a autoridade policial não poderá praticar qualquer ato fora dos limites da sua circunscrição,

devendo assim necessitar de precatória ou rogatória, conforme o caso. Na capital e no DF e nas comarcas que

houver mais de uma circunscrição policial, a autoridade com exercício em uma delas poderá, nos inquéritos a

que esteja procedendo, ordenar diligências em circunscrição de outra, independentemente de precatórias ou

requisições.

O Art. 5, LIII não se aplica às autoridades policiais, porque não processam e nada setenciam. Do

disposto artigo foram extraídos o princípio do promotor natural e do juiz natural. É pacífico na doutrina e na

jurisprudência que o inquérito policial é mera peça de informação, cujos vícios não contaminam a ação penal.

Por essas razões, não há qualquer nulidade em o inquérito policial ser presidido por autoridade policial

incompetente, nem possibilidade de relaxamento da prisão em flagrante por esse motivo.

TÍTULO II DO INQUÉRITO

POLICIAL

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DIREITO PROCESSUAL PENAL

Art. 4º A polícia judiciária será exercida pelas autoridades policiais no território de suas

respectivas circunscrições e terá por fim a apuração das infrações penais e da sua Autor

(Redação dada pela Lei nº 9.043, de 9.5.1995)

Parágrafo único. A competência definida neste artigo não excluirá a de autoridades

administrativas, a quem por lei seja cometida a mesma função.

Art. 5o Nos crimes de ação pública o inquérito policial será iniciado:

I - de ofício;

II - mediante requisição da autoridade judiciária ou do Ministério Público, ou a

requerimento do ofendido ou de quem tiver qualidade para representá-lo. § 1o O

requerimento a que se refere o no II conterá sempre que possível: a) a narração do fato, com

todas as circunstâncias;

b) a individualização do indiciado ou seus sinais característicos e as razões de convicção

ou de presunção de ser ele o autor da infração, ou os motivos de impossibilidade de o fazer;

c) a nomeação das testemunhas, com indicação de sua profissão e residência.

ia.

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DIREITO PROCESSUAL PENAL

§ 2o Do despacho que indeferir o requerimento de abertura de inquérito caberá recurso

para o chefe de Polícia.

§ 3o Qualquer pessoa do povo que tiver conhecimento da existência de infração penal em

que caiba ação pública poderá, verbalmente ou por escrito, comunicá-la à autoridade policial,

e esta, verificada a procedência das informações, mandará instaurar inquérito.

§ 4o O inquérito, nos crimes em que a ação pública depender de representação, não poderá

sem ela ser iniciado.

§ 5o Nos crimes de ação privada, a autoridade policial somente poderá proceder a inquérito

a requerimentode quem tenha qualidade para intentá-la.

Art. 6o Logo que tiver conhecimento da prática da infração penal, a autoridade policial

deverá:

I - dirigir-se ao local, providenciando para que não se alterem o estado e conservação

das coisas, até a chegada dos peritos criminais;

II - apreender os objetos que tiverem relação com o fato, após liberados pelos peritos

criminais; III - colher todas as provas que servirem para o esclarecimento do fato e suas

circunstâncias;

IV - ouvir o ofendido;

V - ouvir o indiciado, com observância, no que for aplicável, do disposto no Capítulo III

do Título Vll, deste Livro, devendo o respectivo termo ser assinado por duas testemunhas que

Ihe tenham ouvido a leitura;

VI - proceder a reconhecimento de pessoas e coisas e a acareações;

VII - determinar, se for caso, que se proceda a exame de corpo de delito e a quaisquer outras

perícias;

VIII - ordenar a identificação do indiciado pelo processo datiloscópico, se possível,

e fazer juntar aos autos sua folha de antecedentes;

IX - averiguar a vida pregressa do indiciado, sob o ponto de vista individual, familiar e

social, sua condição econômica, sua atitude e estado de ânimo antes e depois do crime e durante

ele, e quaisquer outros elementos que contribuírem para a apreciação do seu temperamento e

caráter.

X - colher informações sobre a existência de filhos, respectivas idades e se possuem

alguma deficiência e o nome e o contato de eventual responsável pelos cuidados dos filhos,

indicado pela pessoa presa.

Art. 7o Para verificar a possibilidade de haver a infração sido praticada de determinado

modo, a autoridade policial poderá proceder à reprodução simulada dos fatos, desde que esta

não contrarie a moralidade ou a ordem pública.

Art. 8o Havendo prisão em flagrante, será observado o disposto no Capítulo II do Título IX

deste Livro.

Art. 9o Todas as peças do inquérito policial serão, num só processado, reduzidas a escrito

ou datilografadas e, neste caso, rubricadas pela autoridade.

Art. 10. O inquérito deverá terminar no prazo de 10 dias, se o indiciado tiver sido preso

em flagrante, ou estiver preso preventivamente, contado o prazo, nesta hipótese, a partir do dia

em que se executar a ordem de prisão, ou no prazo de 30 dias, quando estiver solto, mediante

fiança ou sem ela.

§ 1o A autoridade fará minucioso relatório do que tiver sido apurado e enviará autos ao

juiz competente.

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DIREITO PROCESSUAL PENAL

§ 2o No relatório poderá a autoridade indicar testemunhas que não tiverem sido inquiridas,

mencionando o lugar onde possam ser encontradas.

§ 3o Quando o fato for de difícil elucidação, e o indiciado estiver solto, a autoridade poderá

requerer ao juiz a devolução dos autos, para ulteriores diligências, que serão realizadas no

prazo marcado pelo juiz.

Art. 11. Os instrumentos do crime, bem como os objetos que interessarem à prova,

acompanharão os autos do inquérito.

Art. 12. O inquérito policial acompanhará a denúncia ou queixa, sempre que servir de base

a uma ou outra.

Art. 13. Incumbirá ainda à autoridade policial:

I - fornecer às autoridades judiciárias as informações necessárias à instrução e

julgamento dos processos;

II - realizar as diligências requisitadas pelo juiz ou pelo Ministério Público; III - cumprir

os mandados de prisão expedidos pelas autoridades judiciárias; IV - representar acerca da

prisão preventiva.

Art. 14. O ofendido, ou seu representante legal, e o indiciado poderão requerer qualquer

diligência, que será realizada, ou não, a juízo da autoridade.

Art. 15. Se o indiciado for menor, ser-lhe-á nomeado curador pela autoridade policial.

Art. 16. O Ministério Público não poderá requerer a devolução do inquérito à autoridade

policial, senão para novas diligências, imprescindíveis ao oferecimento da denúncia.

Art. 17. A autoridade policial não poderá mandar arquivar autos de inquérito.

Art. 18. Depois de ordenado o arquivamento do inquérito pela autoridade judiciária, por

falta de base para a denúncia, a autoridade policial poderá proceder a novas pesquisas, se de

outras provas tiver notícia.

Art. 19. Nos crimes em que não couber ação pública, os autos do inquérito serão remetidos

ao juízo competente, onde aguardarão a iniciativa do ofendido ou de seu representante legal,

ou serão entregues ao requerente, se o pedir, mediante traslado.

Art. 20. A autoridade assegurará no inquérito o sigilo necessário à elucidação do fato ou

exigido pelo interesse da sociedade.

Parágrafo único. Nos atestados de antecedentes que lhe forem solicitados, a autoridade

policial não poderá mencionar quaisquer anotações referentes a instauração de inquérito

contra os requerentes. (Redação dada pela Lei nº 12.681, de 2012)

Art. 21. A incomunicabilidade do indiciado dependerá sempre de despacho nos autos e

somente será permitida quando o interesse da sociedade ou a conveniência da investigação o

exigir.

Parágrafo único. A incomunicabilidade, que não excederá de três dias, será decretada por

despacho fundamentado do Juiz, a requerimento da autoridade policial, ou do órgão do

Ministério Público, respeitado, em qualquer hipótese, o disposto no artigo 89, inciso III, do

Estatuto da Ordem dos Advogados do Brasil

Art. 22. No Distrito Federal e nas comarcas em que houver mais de uma circunscrição

policial, a autoridade com exercício em uma delas poderá, nos inquéritos a que esteja

procedendo, ordenar diligências em circunscrição de outra, independentemente de precatórias

ou requisições, e bem assim providenciará, até que compareça a autoridade competente, sobre

qualquer fato que ocorra em sua presença, noutra circunscrição.

Art. 23. Ao fazer a remessa dos autos do inquérito ao juiz competente, a autoridade policial

oficiará ao Instituto de Identificação e Estatística, ou repartição congênere, mencionando o

juízo a que tiverem sido distribuídos, e os dados relativos à infração penal e à pessoa do

indiciado.

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01 – ( ) - (CESPE/PCGO/DELEGADO/2017) - Ainda que, a requerimento do promotor de justiça, o

inquérito policial tenha sido arquivado por despacho do juiz, a ação penal poderá ser iniciada, mesmo sem

novas provas, caso o promotor, com base na sua independência funcional, assim decidir.

02 – ( ) - (CESPE/PCGO/DELEGADO/2017) - O STF, ao tratar das competências e prerrogativas do

Ministério Público, estabeleceu o entendimento de que membro desse órgão pode presidir inquérito policial.

03 - Ao findar o inquérito policial, o Delegado de Polícia, em seu relatório, imputa ao réu Tício o

crime de furto qualificado pela fraude, mas o Promotor de Justiça o denuncia por estelionato. Nesta

hipótese, deve o Magistrado devolver os autos ao Distrito Policial para alteração do relatório final?

a) Não. O inquérito policial é peça informativa, sendo desnecessária tal diligência para propositura da ação

penal pelo Ministério Público, podendo, portanto, ser alterada a classificação inicialmente proposta.

b) Sim. Há necessidade de consonância entre o relatório policial e a peça inicial proposta pelo Ministério

Público para o correto recebimento da denúncia pelo juiz.

c) Sim. O Magistrado deve retomar os autos à Delegacia de Polícia, sob pena de caracterizar nulidade

absoluta de denúncia.

d) Não. Os autos do inquérito policial não podem ser alterados, devendo o juiz receber a denúncia para o

fim de ser a mesma aditada pelo Promotor de Justiça.

04 - Nos crimes de ação penal pública incondicionada, o inquérito policial poderá ser iniciado:

a) Somente mediante requisição da autoridade judiciária ou do ministério Público.

b) De ofício pela autoridade policial.

c) Mediante representação do ofendido.

d) Nenhuma das alternativas.

05 - Depois de arquivado o inquérito policial, por falta de base para a denúncia:

a) Não poderá ser mais desarquivado, uma vez que não há evidências concretas do crime.

b) Não poderá ser desarquivado, uma vez que o arquivamento faz coisa julgada.

c) Poderá ser desarquivado somente a requerimento do Ministério Público.

d) Poderá a autoridade policial proceder ao seu desarquivamento, se tiver conhecimento de novas provas.

06 - Lúcio foi autuado em flagrante delito no dia 01 de novembro passado, por estar traficando drogas

próximo a uma escola pública. O inquérito policial deveria estar encerrado com o competente relatório do

Delegado de Polícia:

a) 5 dias após iniciado o inquérito.

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DIREITO PROCESSUAL PENAL

b) 15 dias após iniciado o inquérito

c) 30 dias após iniciado o inquérito.

d) 60 dias após iniciado o inquérito.

07 - Nos crimes de ação pública condicionada, o inquérito policial somente será iniciado:

a) Mediante queixa.

b) Mediante representação do ofendido ou de quem tiver qualidade para representá-lo. c) De ofício

pela autoridade policial.

d) Por requisição do Ministério Público.

08 - Em quanto tempo deve ser encerrado o Inquérito Policial quando o réu estiver preso? a)

15 dias.

b) 03 meses.

c) Até se descobrirem todas as provas.

d) 10 dias.

09 -A autoridade policial poderá mandar arquivar os autos de inquérito?

a) Sim, desde que não haja indícios de autoria e materialidade. b) Não.

c) Sim, desde que o pedido seja realizado antes da conclusão do inquérito policial.

d) Nenhumas das alternativas está correta.

10 - Das afirmações abaixo, quais estão CORRETAS?

I- O inquérito policial é mera peça informativa;

II- Pode se proceder o desarquivamento do inquérito policial, mesmo que o arquivamento

tenha sido a requerimento do ofendido, no caso de ação penal privada;

III- Se o réu estiver solto, o inquérito policial deverá ser finalizado no prazo de 30 dias; IV- Não cabe

recurso ao indeferimento do requerimento do inquérito policial. a) As afirmações I e III estão corretas.

b) As afirmações I e IV estão corretas.

c) As afirmações II e III estão corretas.

d) As afirmações II e IV estão corretas.

11 - (MPE-SC/PROMOTOR/2017) - Comprovada, durante as diligências para a apuração de infração

penal, a existência de excludente de ilicitude que beneficie o investigado, o delegado de polícia deverá

determinar o arquivamento do inquérito policial.

12 - (MPE-SC/PROMOTOR/2017) - Ao dispor sobre a investigação criminal conduzida pelo delegado de

polícia, a Lei n. 12.830/2013 determinou que o inquérito policial ou outro procedimento previsto em lei em

curso somente poderá ser avocado ou redistribuído por superior hierárquico, mediante despacho fundamentado,

por motivo de interesse público ou nas hipóteses de inobservância dos procedimentos previstos em regulamento

da corporação que prejudique a eficácia da investigação.

13 – ( ) - (CESPE/CÂMARA DOS DEPUTADOS/2014) - Paulo e João foram surpreendidos nas

dependências da Câmara dos Deputados quando subtraíam carteiras e celulares dos casacos e bolsas de pessoas

que ali transitavam. Paulo tem dezessete anos e teve acesso ao local por intermédio de João, que é servidor da

Casa. Com base nessa situação hipotética, julgue o item a seguir. Poderá ser dispensado o inquérito policial

referente ao caso se a apuração feita pela polícia legislativa reunir informações suficientes e idôneas para o

oferecimento da denúncia.

14 – ( ) - (CESPE/CÂMARA DOS DEPUTADOS/2014) - No que se refere ao inquérito policial e à prova

criminal, julgue o item subsequente. Ainda que o contraditório e a ampla defesa não sejam observados durante

a realização do inquérito policial, não serão inválidas a investigação criminal e a ação penal subsequente.

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15 – ( ) - (CESPE/CÂMARA DOS DEPUTADOS/2014) - O indiciamento no inquérito policial, por ser

uma indicação de culpa do agente, poderá ser anotado em atestado de antecedentes criminais. A partir do

indiciamento, poderá ser divulgado o andamento das investigações, com a identificação do provável autor do

fato.

16 – ( ) - (CESPE/CÂMARA DOS DEPUTADOS/2014) - A autoridade policial poderá arquivar o

inquérito policial se verificar que o fato criminoso não ocorreu.

17 – ( ) - (CESPE/CÂMARA DOS DEPUTADOS/2014) - No que diz respeito ao sistema penitenciário e

à legislação penal e processual penal aplicada à segurança pública, julgue o item seguinte. Em investigação

demandada à autoridade policial para apurar crime de ação pública, se houver indeferimento de abertura de

inquérito, o recurso deverá ser destinado ao chefe de polícia.

18 – ( ) - (CESPE/PF/2014) - Suponha que um delegado da Polícia Federal, ao tomar conhecimento de

um ilícito penal federal, instaure inquérito policial para a apuração do fato e da autoria do ilícito e que, no curso

do procedimento, o seu superior hierárquico, alegando motivo de interesse público, redistribua o inquérito a

outro delegado. Nessa situação, o ato do superior hierárquico está em desacordo com a legislação, que veda

expressamente a redistribuição de inquéritos policiais em curso.

19 – ( ) - (CESPE/PGE-BA/2014) - De acordo com a jurisprudência do STF, é vedado ao juiz requisitar

novas diligências probatórias caso o MP tenha-se manifestado pelo arquivamento do feito.

20 – ( ) - (CESPE/PGE-BA/2014) - Em razão do princípio constitucional da presunção de inocência, é

vedado à autoridade policial mencionar anotações referentes à instauração de inquérito nos atestados de

antecedentes que lhe forem solicitados.

01.F 02.C 03.A 04.B 05.D 06.C 07.B 08.D 09.B 10.A

11.E 12.C 13.C 14.C 15.E 16.E 17.C 18.E 19.C 20.C

04 - INQUÉRITO POLICIAL

01 Ano: 2018 Banca: MPE-MS Órgão: MPE-MS Prova: Promotor de Justiça Considere como Verdadeiras (V) ou Falsas (F) as proposições a seguir:

I. Tratando-se de inquérito policial que apura prática de delitos diversos, tendo a autoridade policial

indiciado o autor pela prática de mais de um crime, na hipótese do Promotor de Justiça ofertar denúncia em

relação a um dos crimes investigados, deixando de se manifestar em relação aos demais, poderá o particular

legitimado ingressar com ação penal privada subsidiária da pública.

II. A legitimação secundária (ação penal secundária) ocorre na hipótese de crime contra a dignidade sexual,

cuja regra é ser apurado mediante ação penal pública condicionada à representação, mas não obstante, se

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DIREITO PROCESSUAL PENAL

cometidos contra menor de 18 anos ou pessoa vulnerável, a ação penal passará, secundariamente, de pública

condicionada à representação para pública incondicionada.

III. É hipótese de legitimação concorrente do ofendido, mediante queixa, e do Ministério Público,

condicionada à representação do ofendido caluniado, injuriado ou difamado, para a ação penal por crime contra

a honra do servidor público em razão do exercício de suas funções.

IV. Ante o ajuizamento da ação penal privada subsidiária da pública, é possível ao Ministério Público

repudiar a queixa subsidiária e postular, ato contínuo, o arquivamento do inquérito policial.

V. Na hipótese de ação penal privada personalíssima não há possibilidade da queixa ser exercida por

curador nomeado pelo juiz, em sendo o ofendido incapaz.

Assinale a alternativa correta:

a) F, V, V, F, V.

b) V, F, V, F, F.

c) V, F, F, V, F.

d) F, F, V, F, V.

e) F, V, F, F, V.

02 Ano: 2018 Banca: MPE-MS Órgão: MPE-MS Prova: Promotor de Justiça Assinale a alternativa correta.

a) Havendo continência com fatos praticados por corréu com foro de prerrogativa de função no Tribunal

de Justiça, no momento do oferecimento da denúncia o Promotor de Justiça não pode desmembrar os autos, com

o encaminhamento de peças ao Procurador-Geral de Justiça apenas em relação ao corréu detentor do foro de

prerrogativa de função, pois todos devem ser denunciados perante a Corte de origem, não podendo o Ministério

Público realizar a cisão do processo.

b) No caso do ato processual decisório proferido em audiência, tendo tomado ciência o membro do

Ministério Público presente ao ato, o prazo de eventual interposição de recurso começará a fluir a partir do

primeiro dia útil subsequente ao da audiência.

c) Eventuais irregularidades ocorridas no inquérito policial possuem a capacidade de contaminar a ação

penal decorrente da investigação respectiva.

d) O reconhecimento pessoal realizado de modo diverso das disposições insculpidas no Código de Processo

Penal configura causa de nulidade, uma vez que referidas disposições legais são uma exigência para a validade

do ato.

e) A ausência de intimação pessoal do defensor dativo da data do julgamento do recurso gera nulidade, a

qual não se sujeita a preclusão temporal.

03 Ano: 2018 Banca: FCC Órgão: DPE-AM Prova: Defensor Público Em matéria de nulidades e conforme o entendimento dos tribunais superiores, é correto afirmar que

a) a superveniência da decisão que decretou a prisão preventiva não tem o condão de afastar a análise da

tese de nulidade do flagrante baseada na violação da Súmula Vinculante n° 11 do STF.

b) o Superior Tribunal de Justiça não admite que os dados sigilosos obtidos diretamente pela Secretaria da

Receita Federal sejam repassados ao Ministério Público ou à autoridade policial, para fins de investigação

criminal ou instrução processual penal, pois não precedida de autorização judicial.

c) é pacífico o entendimento acerca da imprescindibilidade da prévia instauração de inquérito ou ação penal

para a decretação da quebra do sigilo telefônico, uma vez que tal providência tem natureza de medida cautelar

preparatória, bastando a existência de indícios razoáveis de autoria ou participação em infração penal punida

com reclusão.

d) realizada após a resposta à acusação, a ratificação do recebimento da denúncia dispensa a expensão de

fundamentos exaurientes e plenos, mas não pode o magistrado limitar-se a expressões como "o aduzido pela

defesa confunde-se com o mérito" e que "para verificar tais preliminares seria exigido deste Juízo uma análise

perfunctória, o que não pode ocorrer nesta fase, já que seria adentrar em sede meritória".

e) a entrada forçada em domicílio sem mandado judicial só é lícita, mesmo em período noturno, quando

amparada em fundadas razões, devidamente justificadas a priori e nunca a posteriori, que indiquem que dentro

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DIREITO PROCESSUAL PENAL

da casa ocorre situação de flagrante delito, sob pena de responsabilidade disciplinar, civil e penal do agente ou

da autoridade e de nulidade dos atos praticados.

04 Ano: 2018 Banca: FUNDATEC Órgão: PC-RS Prova: Escrivão de Polícia Civil Ao finalizar a apuração de um crime contra o patrimônio, a autoridade policial entendeu por indiciar Fulano de

Tal e

Beltrano de Tal, em razão da prática, em tese, do crime de roubo. Após a distribuição do inquérito policial junto

ao Poder Judiciário, o magistrado competente abriu vista da investigação criminal ao Ministério Público, que,

ao oferecer a denúncia, entendeu por também acusar Sicrano de Tal. Em vista disso, assinale a alternativa

correta.

a) Em razão dos termos constantes na ação penal pública, o Ministério Público deverá requisitar à

autoridade policial que indicie Sicrano de Tal, a fim de que seja respeitado o princípio da congruência entre a

acusação e o resultado final da investigação criminal.

b) Em razão dos termos constantes na ação penal pública, o Ministério Público deverá requerer à autoridade

judicial que determine ao Delegado de Polícia o indiciamento de Sicrano de Tal, a fim de que seja respeitado o

princípio da congruência entre a acusação e o resultado final da investigação criminal.

c) Em razão dos termos constantes na ação penal pública, a autoridade judicial, de ofício, poderá determinar

o indiciamento de Sicrano de Tal, a fim de que seja respeitado o princípio constitucional da igualdade entre ele

e os demais acusados.

d) Em respeito ao princípio constitucional da igualdade, a autoridade policial, assim que tomar

conhecimento da formulação de acusação também contra Sicrano de Tal, deverá, de ofício, rever o indiciamento

anteriormente realizado, de modo a agregar o nome deste ao rol de pessoas indiciadas naquela investigação.

e) Ainda que a denúncia seja oferecida contra Fulano de Tal, Beltrano de Tal e Sicrano de Tal, o Ministério

Público e o Poder Judiciário não poderão determinar o indiciamento de pessoa não constante nesse ato, por ser

ele privativo de Delegado de Polícia.

05 Ano: 2018 Banca: CESPE Órgão: DPE-PE Prova: Defensor Público Em razão de mandados expedidos por juiz competente, foram realizadas providências cautelares de interceptação

telefônica e busca domiciliar na residência de Marcos para a obtenção de provas de crime de tráfico ilícito de

entorpecentes a ele imputado e objeto de investigação em inquérito policial.

Nessa situação, durante o procedimento investigatório, o advogado de Marcos

a) terá direito de acessar os relatórios e as demais diligências da interceptação telefônica ainda em andamento.

b) terá direito de acessar os relatórios de cumprimento dos mandados de busca e apreensão e os respectivos

autos de apreensão.

c) estará impedido de acessar os laudos periciais incorporados aos procedimentos de investigação.

d) terá direito de acessar previamente documentos referentes às diligências do inquérito, inclusive os de

cumprimento do mandado de busca e apreensão.

e) estará impedido de acessar os autos de apresentação e apreensão já lavrados.

06 Ano: 2018Banca: CESPEÓrgão: PC-MAProva: Delegado de Polícia Amadeu, com vinte anos de idade, encontrou Márcia, com dezesseis anos de idade, sua ex-vizinha, em um baile

de carnaval realizado em uma praia. Ao perceber que Márcia se encontrava em estado de embriaguez,

apresentando perda do raciocínio e de discernimento, Amadeu aproveitou para praticar diversos atos libidinosos

e ter conjunção carnal com ela, mesmo sem o seu consentimento .Nessa situação hipotética,

a) a autoridade policial só poderá instaurar inquérito mediante representação de Márcia ou de seus pais.

b) a autoridade policial poderá instaurar inquérito de ofício.

c) a autoridade policial não poderá instaurar inquérito policial caso tome ciência do fato por meio da veiculação

do fato pela imprensa.

d) a autoridade policial só poderá instaurar inquérito mediante requerimento subscrito pelos pais de Márcia.

e) o MP não poderá requisitar a instauração de inquérito policial.

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07 Ano: 2018 Banca: CESPE Órgão: PC-MA Prova: Delegado de Polícia Após a instauração de inquérito policial para apurar a prática de crime de corrupção passiva em concurso com o

de organização criminosa, o promotor de justiça requereu o arquivamento do ato processual por insuficiência de

provas, pedido que foi deferido pelo juízo. Contra essa decisão não houve a interposição de recursos.

Nessa situação,

a) mesmo com o arquivamento do inquérito policial, a ação penal poderá ser proposta, desde que seja instruída

com provas novas.

b) em razão do arquivamento, a ação penal só poderá ser proposta como ação penal privada subsidiária da

pública.

c) o arquivamento do inquérito policial gerou a perempção, que provoca a inadmissibilidade da ação penal

devido à extinção da punibilidade provocada.

d) em razão da coisa julgada material feita com o trânsito em julgado da decisão que deferiu o arquivamento do

inquérito, é inadmissível a propositura de ação penal.

e) outro promotor de justiça, com entendimento contrário ao daquele que requereu o arquivamento, poderá

requerer o desarquivamento do inquérito e propor ação penal independentemente da existência de novas

provas.

08 Ano: 2018 Banca: CESPE Órgão: PC-MA Prova: Delegado de Polícia Em inquérito policial para apurar a prática de crime de furto, a autoridade policial reuniu provas suficientes de

que o indiciado teria adquirido imóveis e veículos — todos registrados em seu nome — com recurso proveniente

do crime.

Nessa situação, a autoridade policial poderá

a) representar à autoridade judiciária competente, requerendo o sequestro dos referidos bens.

b) enviar ofício ao juízo ou ao MP para que sejam decretadas as medidas cabíveis, visto que a lei não lhe

assegura competência para promover a restrição dos direitos de propriedade do indiciado.

c) realizar a busca e apreensão dos citados bens, independentemente de autorização judicial.

d) proceder à busca e apreensão dos referidos bens, desde que mediante anuência do MP.

e) determinar, de ofício, o arresto ou a hipoteca legal, em decisão fundamentada, e proceder à apreensão dos

citados bens.

09 Ano: 2018 Banca: CESPE Órgão: PC-MA Prova: Delegado de Polícia Uma autoridade policial determinou a instauração de inquérito policial para apurar a prática de suposto crime de

homicídio. Entretanto, realizadas as necessárias diligências, constatou-se que a punibilidade estava extinta em

razão da prescrição.

Nessa situação,

a) é cabível recurso em sentido estrito com o objetivo de trancar o inquérito policial, mas somente após a decisão

que recebe a denúncia.

b) não há instrumento processual capaz de trancar o inquérito policial.

c) poderá ser impetrado habeas corpus com o objetivo de trancar o inquérito policial.

d) poderá ser impetrado mandado de segurança contra o ato da autoridade policial para trancar o inquérito

policial.

e) é cabível recurso de apelação com o objetivo de trancar o inquérito policial, mas somente em caso de sentença

penal condenatória.

10 Ano: 2018 Banca: CESPE Órgão: PC-MA Prova: Delegado de Polícia De acordo com as legislações especiais pertinentes, o inquérito policial deve ser concluído no

a) prazo comum de quinze dias, estando o indiciado solto ou preso, nos casos de crimes de tortura.

b) mesmo prazo estipulado para a apreciação das medidas protetivas, nos casos de crimes previstos na Lei Maria

da Penha.

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DIREITO PROCESSUAL PENAL

c) prazo comum de dez dias, estando o indiciado solto ou preso, nos casos de crimes contra a economia popular.

d) prazo de trinta dias, se o indiciado estiver solto, e de quinze dias, se ele estiver preso, de acordo com a Lei

de Drogas.)

e) prazo de quinze dias, se o crime for de porte ilegal de arma de fogo de uso restrito, conforme o Estatuto do

Desarmamento.

11 Ano: 2018 Banca: CESPE Órgão: PC-MA Prova: Escrivão de Polícia Civil Texto 1A2AAA

Em determinada comarca de um estado da Federação, em razão de uma denúncia anônima e após a realização

de diligências, a polícia civil prendeu Maria, de dezoito anos de idade, que supostamente traficava maconha em

uma praça nas proximidades da escola pública onde ela estudava. Levada à delegacia de polícia local, Maria foi

autuada e indiciada. Depois de reunidos elementos informativos suficientes, o delegado elaborou um relatório

com a descrição dos fatos, apontando os indícios de autoria. Com o encerramento das investigações, o inquérito

policial foi encaminhado à autoridade competente.

Com relação à situação hipotética descrita no texto 1A2AAA, assinale a opção

correta. a) O prazo para a conclusão do inquérito policial não poderá ser superior a

dez dias.

b) A duplicação do prazo para o encerramento do inquérito policial poderá ser requerida apenas pelo Ministério

Público, por ser ele o titular da ação penal.

c) No relatório encaminhado ao titular da ação penal, a autoridade policial não era obrigada a justificar as razões

da classificação do delito.

d) O inquérito policial poderia ter sido instaurado em razão de notícia anônima, desde que tivessem ocorrido

investigações preliminares para averiguação dos fatos noticiados.

e) Será necessário nomear curador especial para Maria, em razão da natureza hedionda do delito por ela

cometido.

12 Ano: 2017 Banca: FEPESE Órgão: PC-SC Prova: Escrivão de Polícia Civil É correto afirmar sobre o inquérito policial.

a) A notitia criminis deverá ser por escrito, obrigatoriamente, quando apresentada por qualquer pessoa do povo.

b) A representação do ofendido é condição indispensável para a abertura de inquérito policial para apurar a

prática de crime de ação penal pública condicionada.

c) O Ministério Público é parte legítima e universal para requerer a abertura de inquérito policial afim de

investigar a prática de crime de ação penal pública ou privada.

d) Apenas o agressor poderá requerer à autoridade policial a abertura de investigação para apurar crimes de

ação penal privada.

e) O inquérito policial somente poderá ser iniciado de ofício pela autoridade policial ou a requerimento do

ofendido.

13 Ano: 2017 Banca: FEPESE Órgão: PC-SC Prova: Escrivão de Polícia Civil De acordo com a lei que dispõe sobre a investigação criminal conduzida por delegado de polícia, o

indiciamento: a) depende de autorização judicial para ter início.

b) após ouvido o Ministério Público, será tornado oficial.

c) deverá observar os princípios da publicidade, eficiência e oficialidade.

d) é dispensado para crimes cuja pena seja inferior a quatro anos.

e) é ato privativo do delegado de polícia.

14 Ano: 2017 Banca: MPE-SP Órgão: MPE-SP Prova: Promotor de Justiça Assinale a alternativa correta.

a) O inquérito policial, por ser peça informativa, é dispensável para a propositura da ação penal, mas

sempre acompanhará a inicial acusatória quando servir de base para a denúncia ou a queixa.

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DIREITO PROCESSUAL PENAL

b) A autoridade policial poderá, a seu critério e em qualquer hipótese, nos termos do artigo 7° do Código

de Processo Penal, determinar a reprodução simulada dos fatos com as participações obrigatórias do indiciado

e do ofendido.

c) Os elementos informativos do inquérito policial servem de base para o oferecimento da denúncia, mas

não podem ser considerados para o reconhecimento da procedência ou não da ação penal.

d) O arquivamento do inquérito policial se dá por decisão judicial e impede que a autoridade policial, de

ofício, proceda a novas investigações.

e) Nos crimes que dependem de representação, a autoridade policial só poderá instaurar inquérito policial

em razão de iniciativa formal do ofendido, seu representante legal ou de procurador com poderes especiais.

15 Ano: 2017 Banca: CESPE Órgão: PJC-MT Prova: Delegado de Polícia Conforme súmula do STF, é direito do advogado do investigado o acesso aos autos do inquérito policial.

Nesse sentido, o advogado do investigado

a) deverá obrigatoriamente participar do interrogatório policial do investigado, sob pena de nulidade absoluta

do procedimento.

b) terá acesso às informações concernentes à representação e decretação, ainda pendentes de conclusão, de

medidas cautelares pessoais que digam respeito ao investigado, excluindo-se aquelas que alcancem terceiros

eventualmente envolvidos.

c) terá direito ao pleno conhecimento, sem restrições, de todas as peças e atos da investigação.

d) deverá ser comunicado previamente de todas as intimações e diligências investigativas que digam respeito

ao exercício do direito de defesa no interesse do representado.

e) terá acesso amplo aos elementos constantes em procedimento investigatório que digam respeito ao indiciado

e que já se encontrem documentados nos autos.

16 Ano: 2017 Banca: CESPE Órgão: PJC-MT Prova: Delegado de Polícia O requerimento de arquivamento do inquérito policial

formulado pelo MP

a) está sujeito, exclusivamente, a controle interno do próprio MP, de ofício ou por provocação do ofendido.

b) não poderá ser indeferido, em respeito aos princípios da independência funcional e do promotor natural.

c) não está sujeito a controle jurisdicional nos casos de competência originária do STF ou do STJ.

d) está sujeito a controle jurisdicional, devendo o juiz do feito, no caso de considerar improcedentes as razões

invocadas, designar outro membro do MP para o oferecimento da denúncia.

e) defere ao ofendido, quando acolhido pelo juiz, o direito de ingressar com ação penal subsidiária por via de

queixacrime.

17 Ano: 2017 Banca: CESPE Órgão: PJC-MT Prova: Delegado de Polícia Acerca das disposições legais, jurisprudenciais e doutrinárias aplicáveis à prova no âmbito do inquérito

policial, assinale a opção correta.

a) Vícios existentes na oitiva de testemunhas na fase de inquérito policial têm o condão de tornar nula a

subsequente ação penal condenatória.

b) Se o interrogado, após inquirição da autoridade policial, recusar-se a assinar o termo, deverá colher-se

a assinatura a rogo e proceder-se, em regra, à identificação papiloscópica do indiciado.

c) Na ação penal pública, a vítima tem o dever de depor, podendo ser alvo de condução coercitiva se,

intimada, deixar de comparecer ao juízo sem justo motivo.

d) De acordo com o princípio do livre convencimento motivado, a decisão judicial condenatória poderá ser

fundamentada exclusivamente nos elementos probatórios coletados durante o inquérito policial.

e) O exame pericial para a constatação de falsidade documental abrange tanto a falsidade ideológica quanto

a falsidade material.

18 Ano: 2017 Banca: CESPE Órgão: PJC-MT Prova: Delegado de Polícia

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DIREITO PROCESSUAL PENAL

O inquérito policial instaurado por delegado de polícia para investigar determinado

crime a) não poderá ser avocado, nem mesmo por superior hierárquico.

b) poderá ser avocado por superior hierárquico somente no caso de não cumprimento de algum procedimento

regulamentar da corporação.

c) poderá ser redistribuído por superior hierárquico, devido a motivo de interesse público.

d) poderá ser avocado por superior hierárquico, independentemente de fundamentação em despacho.

e) não poderá ser redistribuído, nem mesmo por superior hierárquico.

19 Ano: 2017 Banca: CESPE Órgão: DPU Prova: Defensor Público A respeito de coisa julgada e inquérito policial, julgue o item a seguir.

( ) A homologação, pelo juízo criminal competente, do arquivamento de inquérito forma coisa julgada

endoprocessual.

20 Ano: 2017 Banca: CESPE Órgão: DPU Prova: Defensor Público A respeito de coisa julgada e inquérito policial, julgue o item a seguir.

Situação hipotética: Pedro, servidor público federal, foi indiciado pela Polícia Federal por suposta prática de

corrupção passiva no exercício de suas atribuições. O inquérito policial, após remessa ao órgão do MPF, foi

arquivado, por requerimento do procurador da República, em razão da atipicidade da conduta, e o arquivamento

foi homologado pelo juízo criminal competente. Assertiva: Nessa situação, o ato de arquivamento do inquérito

fez exclusivamente coisa julgada formal, o que impossibilita posterior desarquivamento pelo parquet, ainda que

diante da existência de novas provas.

AULA 03– AÇÃO PENAL

Ação Penal é o direito subjetivo público autônomo e abstrato de invocar a tutela jurisdicional do

Estado para que este resolva conflitos provenientes da prática de condutas definidas em lei como crime.

São condições da ação penal :

1. POSSIBILIDADE JURÍDICA DO PEDIDO;

2. INTERESSE DE AGIR; 3. LEGITIMAÇÃO PARA AGIR;

4. JUSTA CAUSA.

A Possibilidade jurídica do pedido, o interesse de agir, a legitimidade “ad causam” e a justa causa são

as denominadas condições para o exercício da Ação Penal. O pedido será possível juridicamente se a conduta

praticada for típica, formal ou materialmente.

O Interesse de agir é a necessidade e utilidade de ingressar com a ação penal. Terá a legitimidade ad

causam o autor da ação se este for titular do direito ao qual a prestação da atividade jurisdicional protegerá,

sendo o réu responsável pela lesão ao direito do autor.

Na Legitimação Para Agir, devemos atentar para a legitimação ativa e passiva. No caso da ativa,

estamos tratando da pessoa correta para dar início à ação penal, o que em nosso país, via de regra, é feito pelo

GABARITO :

01: 02: 03: 04: 05: 06: 07: 08 : 09: 10: 11: 12: 13: 1 4: 15: 16: 17: 18: 19: 20:

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DIREITO PROCESSUAL PENAL

Ministério Público e, em algumas hipóteses, pelo próprio ofendido (veremos isto mais na frente). No polo

passivo, estamos tratando de quem está sendo acusado, ou seja, do Réu.A justa causa nada mais é do que

materialidade e indícios de autoria do crime em questão.

A Ação penal poderá ser de iniciativa Pública ou Privada. A Ação Penal de iniciativa Pública se divide

em Incondicionada e Condicionada. A Ação Penal de iniciativa Privada poderá ser Personalíssima ou Subsidiária

da Pública.

Na Ação Penal de iniciativa Pública, o Ministério Público é obrigado a oferecer a denúncia, desde que

estejam presentes as condições da ação, não podendo o mesmo desistir da Ação nem do Recurso interposto; Se

obriga Também o Ministério Público a denunciar a todos os autores do crime (para a vedação da vingança); A

autoridade oficial do Estado é responsável pela propositura da ação; Nenhum efeito da ação penal poderá afetar

terceiros, pois a responsabilidade penal é subjetiva e personalíssima.

Quando a Ação Penal de Iniciativa Pública for Condicionada, esta condição poderá ser a Representação

ou Requisição. Somente terá legitimidade para representar a vítima ou seu representante legal (em caso de

incapacidade), ou em caso de morte do ofendido, terá legitimidade, em ordem de preferência, seu cônjuge – ou

companheiro, ascendente, descendente ou irmãos. A Representação possui eficácia em relação aos fatos, não

aos autores, tendo esta o prazo de seis meses a contar do conhecimento da autoria.

Quando a Ação Penal for de Iniciativa Pública condicionada à Requisição, esta, sendo irretratável, deverá ser

realizada pelo Ministro da Justiça, nos casos de crime contra a honra do Presidente da República ou Chefe de

Governo Estrangeiro. A Requisição deverá ser feita strepitus judici, ou seja, de acordo com a conveniência e

oportunidade, e não se submete a prazo decadencial de seis meses.

Na Ação Penal de Iniciativa Privada, a queixa deverá ser realizada também de acordo com a

conveniência e oportunidade da parte autora, transmitindo-se a persecução penal ao particular. Este deverá

conduzir o processo, sendo devidamente representado por seu advogado.

Nesta modalidade de Ação Penal, a punibilidade será extinta se a vítima promover a Renúncia (Artigo

104 do Código Penal), expressa ou tacitamente (se o ofendido praticar ato incompatível com a vontade de prestar

queixa).

Também extingue e punibilidade o decurso do prazo decadencial de seis meses.

Na Ação Penal de Iniciativa Privada Personalíssima, o único legitimado para prestar a queixa crime é o

ofendido, não cabendo substituição processual (Representante legal) nem sucessão processual (por morte ou

ausência). A Ação Penal de Iniciativa Privada Subsidiária da Pública ocorrerá quando o Ministério Público não

oferecer a denúncia no prazo estipulado por lei (5 dias após receber o inquérito policial, se o réu estiver preso e

15 dias após receber o inquérito policial, se o réu estiver solto), podendo o ofendido propor ele mesmo a ação.

Neste caso, a vítima não oferecerá denúncia, mas sim queixa substitutiva.

Portanto, ação penal é:

I) Um Direito Autônomo, pois não se confunde com o direito material que se pretende

tutelar; II) Um Direito Abstrato, pois independe do resultado final do processo;

III) Um Direito Subjetivo, pois o titular pode exigir do Estado-Juiz a prestação jurisdicional;

IV) Um Direito Público, pois a atividade jurisdicional que se pretende provocar é de natureza

pública.

TÍTULO II AÇÃO PENAL

Art. 24. Nos crimes de ação pública, esta será promovida por denúncia do Ministério

Público, mas dependerá, quando a lei o exigir, de requisição do Ministro da Justiça, ou de

representação do ofendido ou de quem tiver qualidade para representá-lo.

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DIREITO PROCESSUAL PENAL

§ 1o No caso de morte do ofendido ou quando declarado ausente por decisão judicial, o

direito de representação passará ao cônjuge, ascendente, descendente ou irmão. (Parágrafo

único renumerado pela Lei nº 8.699, de 27.8.1993)

§ 2o Seja qual for o crime, quando praticado em detrimento do patrimônio ou interesse da

União, Estado e Município, a ação penal será pública. (Incluído pela Lei nº 8.699, de

27.8.1993) Art. 25. A representação será irretratável, depois de oferecida a denúncia.

Art. 26. A ação penal, nas contravenções, será iniciada com o auto de prisão em flagrante ou

por meio de portaria expedida pela autoridade judiciária ou policial.

Art. 27. Qualquer pessoa do povo poderá provocar a iniciativa do Ministério Público, nos

casos em que caiba a ação pública, fornecendo-lhe, por escrito, informações sobre o fato e a

autoria e indicando o tempo, o lugar e os elementos de convicção.

Art. 28. Se o órgão do Ministério Público, ao invés de apresentar a denúncia, requerer o

arquivamento do inquérito policial ou de quaisquer peças de informação, o juiz, no caso de

considerar improcedentes as razões invocadas, fará remessa do inquérito ou peças de informação

ao procurador-geral, e este oferecerá a denúncia, designará outro órgão do Ministério Público

para oferecê-la, ou insistirá no pedido de arquivamento, ao qual só então estará o juiz obrigado

a atender.

Art. 29. Será admitida ação privada nos crimes de ação pública, se esta não for intentada

no prazo legal, cabendo ao Ministério Público aditar a queixa, repudiá-la e oferecer denúncia

substitutiva, intervir em todos os termos do processo, fornecer elementos de prova, interpor

recurso e, a todo tempo, no caso de negligência do querelante, retomar a ação como parte

principal.

Art. 30. Ao ofendido ou a quem tenha qualidade para representá-lo caberá intentar a ação

privada.

Art. 31. No caso de morte do ofendido ou quando declarado ausente por decisão judicial, o

direito de oferecer queixa ou prosseguir na ação passará ao cônjuge, ascendente, descendente

ou irmão.

Art. 32. Nos crimes de ação privada, o juiz, a requerimento da parte que comprovar a sua

pobreza, nomeará advogado para promover a ação penal.

§ 1o Considerar-se-á pobre a pessoa que não puder prover às despesas do processo, sem

privar-se dos recursos indispensáveis ao próprio sustento ou da família.

§ 2o Será prova suficiente de pobreza o atestado da autoridade policial em cuja

circunscrição residir o ofendido.

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DIREITO PROCESSUAL PENAL

Art. 49. A renúncia ao exercício do direito de queixa, em relação a um dos autores do crime,

a todos se estenderá.

Art. 50. A renúncia expressa constará de declaração assinada pelo ofendido, por seu

representante legal ou procurador com poderes especiais.

Parágrafo único. A renúncia do representante legal do menor que houver completado 18

(dezoito) anos não privará este do direito de queixa, nem a renúncia do último excluirá o direito

do primeiro.

Art. 51. O perdão concedido a um dos querelados aproveitará a todos, sem que produza,

todavia, efeito em relação ao que o recusar.

Art. 52. Se o querelante for menor de 21 e maior de 18 anos, o direito de perdão poderá ser

exercido por ele ou por seu representante legal, mas o perdão concedido por um, havendo

oposição do outro, não produzirá efeito.

Art. 53. Se o querelado for mentalmente enfermo ou retardado mental e não tiver

representante legal, ou colidirem os interesses deste com os do querelado, a aceitação do perdão

caberá ao curador que o juiz Ihe nomear.

Art. 54. Se o querelado for menor de 21 anos, observar-se-á, quanto à aceitação do perdão,

o disposto no art. 52.

Art. 55. O perdão poderá ser aceito por procurador com poderes especiais.

Art. 56. Aplicar-se-á ao perdão extraprocessual expresso o disposto no art. 50.

Art. 57. A renúncia tácita e o perdão tácito admitirão todos os meios de prova.

Art. 58. Concedido o perdão, mediante declaração expressa nos autos, o querelado será

intimado a dizer, dentro de três dias, se o aceita, devendo, ao mesmo tempo, ser cientificado de

que o seu silêncio importará aceitação.

Parágrafo único. Aceito o perdão, o juiz julgará extinta a punibilidade.

Art. 59. A aceitação do perdão fora do processo constará de declaração assinada pelo

querelado, por seu representante legal ou procurador com poderes especiais.

Art. 60. Nos casos em que somente se procede mediante queixa, considerar-se-á perempta a

ação penal:

I - quando, iniciada esta, o querelante deixar de promover o andamento do processo

durante 30 dias seguidos;

II - quando, falecendo o querelante, ou sobrevindo sua incapacidade, não comparecer em

juízo, para prosseguir no processo, dentro do prazo de 60 (sessenta) dias, qualquer das pessoas

a quem couber fazêlo, ressalvado o disposto no art. 36;

III - quando o querelante deixar de comparecer, sem motivo justificado, a qualquer ato do

processo a que deva estar presente, ou deixar de formular o pedido de condenação nas alegações

finais; IV - quando, sendo o querelante pessoa jurídica, esta se extinguir sem deixar sucessor.

Art. 61. Em qualquer fase do processo, o juiz, se reconhecer extinta a punibilidade, deverá

declará-lo de ofício.

Parágrafo único. No caso de requerimento do Ministério Público, do querelante ou do réu,

o juiz mandará autuá-lo em apartado, ouvirá a parte contrária e, se o julgar conveniente,

concederá o prazo de cinco dias para a prova, proferindo a decisão dentro de cinco dias ou

reservando-se para apreciar a matéria na sentença final.

Art. 62. No caso de morte do acusado, o juiz somente à vista da certidão de óbito, e depois

de ouvido o Ministério Público, declarará extinta a punibilidade.

TÍTULO IV DA AÇÃO CIVIL

Art. 63. Transitada em julgado a sentença condenatória, poderão promover-lhe a execução,

no juízo cível, para o efeito da reparação do dano, o ofendido, seu representante legal ou seus

herdeiros.

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DIREITO PROCESSUAL PENAL

Parágrafo único. Transitada em julgado a sentença condenatória, a execução poderá ser

efetuada pelo valor fixado nos termos do inciso IV do caput do art. 387 deste Código sem prejuízo

da liquidação para a apuração do dano efetivamente sofrido. (Incluído pela Lei nº 11.719,

de 2008).

Art. 64. Sem prejuízo do disposto no artigo anterior, a ação para ressarcimento do dano

poderá ser proposta no juízo cível, contra o autor do crime e, se for caso, contra o responsável

civil. (Vide

Lei nº 5.970, de 1973)

Parágrafo único. Intentada a ação penal, o juiz da ação civil poderá suspender o curso

desta, até o julgamento definitivo daquela.

Art. 65. Faz coisa julgada no cível a sentença penal que reconhecer ter sido o ato praticado

em estado de necessidade, em legítima defesa, em estrito cumprimento de dever legal ou no

exercício regular de direito.

Art. 66. Não obstante a sentença absolutória no juízo criminal, a ação civil poderá ser

proposta quando não tiver sido, categoricamente, reconhecida a inexistência material do fato.

Art. 67. Não impedirão igualmente a propositura da ação civil:

I - o despacho de arquivamento do inquérito ou das peças de informação; II - a decisão que

julgar extinta a punibilidade;

III - a sentença absolutória que decidir que o fato imputado não constitui crime.

Art. 68. Quando o titular do direito à reparação do dano for pobre (art. 32, §§ 1o e 2o), a

execução da sentença condenatória (art. 63) ou a ação civil (art. 64) será promovida, a seu

requerimento, pelo Ministério Público

JURISPRUDÊNCIA

Verificado empate no julgamento de ação penal, deve prevalecer a decisão mais favorável ao réu.

Esse mesmo entendimento deve ser aplicado em caso de empate no julgamento dos embargos de declaração

opostos contra o acórdão que julgou a ação penal. Terminando o julgamento dos embargos empatado, aplicase

a decisão mais favorável ao réu.

STF. Plenário.AP 565 ED-ED/RO, Rel. Min. Cármen Lúcia, red. p/ o ac. Min. Dias Toffoli, julgado em 14/12/2017 (Info 888).

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DIREITO PROCESSUAL PENAL

01 – ( ) - (CESPE / Analista Judiciário - TJ-ES / 2011) Via de regra, em crimes de atribuição da polícia

civil estadual, caso o indiciado esteja preso, o prazo para a conclusão do inquérito será de quinze dias, podendo

ser prorrogado; e caso o agente esteja solto, o prazo para a conclusão do inquérito será de trinta dias, podendo,

também, ser prorrogado.

02– ( ) - (CESPE / Perito Criminal - PC-ES / 2011) As diligências no âmbito do inquérito policial serão

realizadas por requisição do membro do Ministério Público ou pela conveniência da autoridade policial, não

existindo previsão legal para que o ofendido ou o indiciado requeiram diligências.

03. (FUNRIO / PMGO / CADETE /2017) A respeito dos crimes de ação penal pública, é CORRETO

afirmar que

A) no caso de morte do ofendido, o direito de representação poderá ser exercido apenas pelos seus

descendentes.

B) no caso de declaração de ausência do ofendido, o direito de representação poderá ser exercido apenas por

seu cônjuge ou seus descendentes.

C) a ação dependerá, quando a lei o exigir, de requisição do Ministro da Justiça.

D) não se admite a ação penal privada em tais casos.

E) apenas assumem tal natureza os crimes contra interesse da União, Estado ou Município.

04– ( ) - (CESPE / Analista Judiciário - TRE-ES / 2011) O inquérito policial não é indispensável à

propositura de ação penal, mas denúncia desacompanhada de um mínimo de prova do fato e da autoria é

denúncia sem justa causa.

05– ( ) - (CESPE / Escrivão - PC-ES / 2011) Arquivado o IP, por falta de elementos que evidenciem a justa

causa, admite-se que a autoridade policial realize novas diligências, se de outras provas tiver notícia.

06– ( ) - (CESPE / Escrivão - PC-ES / 2011) São formas de instauração de IP: de ofício, pela autoridade

policial; mediante representação do ofendido ou representante legal; por meio de requisição do Ministério

Público ou do ministro da Justiça; por intermédio do auto de prisão em flagrante e em virtude de delatio

criminis anônima, após apuração preliminar.

07– ( ) - (CESPE / Escrivão - PC-ES / 2011) O desenvolvimento da investigação no IP deverá seguir,

necessariamente, todas as diligências previstas de forma taxativa no Código de Processo Penal, sob pena de

ofender o princípio do devido processo legal.

08– ( ) - (CESPE / Escrivão - PC-ES / 2011) O indiciamento do investigado é ato essencial e indispensável

na conclusão do Inquérito Policial.

09– ( ) - (CESPE / AGU / 2010) Embora o inquérito policial tenha natureza de procedimento informativo,

e não de ato de jurisdição, os vícios nele existentes podem contaminar a ação penal subsequente, com base na

teoria norteamericana dos frutos da árvore envenenada, ou fruits of the poisonouss tree.

10. (CESPE / PCGO/ DELEGADO / 2017) O líder de determinada organização criminosa foi preso e, no

curso do inquérito policial, se prontificou a contribuir para coleta de provas mediante a prestação de

colaboração com o objetivo de, oportunamente, ser premiado por tal conduta.

Nessa situação hipotética, conforme a Lei n.º 12.850/2013, que dispõe sobre o instituto da colaboração

premiada, A) o Ministério Público poderá deixar de oferecer denúncia contra o colaborador.

B) o prazo para o oferecimento de denúncia contra o colaborador poderá ser suspenso pelo prazo máximo de

seis meses.

C) o delegado de polícia, nos autos do inquérito policial e com a manifestação do Ministério Público, poderá

requerer ao juiz a concessão de perdão judicial.

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DIREITO PROCESSUAL PENAL

D) será obrigatória a participação de um juiz nas negociações entre as partes para a formalização de acordo de

colaboração.

E)será vedado ao juiz recusar a homologação da proposta de colaboração.

11– ( ) - (CESPE / PCGO/DELEGADO/2017) O delegado-geral de polícia civil, no âmbito estadual, ou o

delegado regional, no âmbito territorial, poderão, mediante despacho fundamentado, avocar ou determinar a

redistribuição de autos de inquérito policial, sempre que a infração penal a ser apurada for de interesse do

Poder Executivo da respectiva unidade da Federação.

12– ( ) - (CESPE / POLÍCIA CIVIL-PB / 2008) O IP acompanhará a denúncia ou queixa, sempre que servir

de base a uma ou outra.

13– ( ) - (CESPE / Polícia Federal/2009) O término do inquérito policial é caracterizado pela elaboração

de um relatório e por sua juntada pela autoridade policial responsável, que não pode, nesse relatório, indicar

testemunhas que não tiverem sido inquiridas.

14 – ( ) - (CESPE / Polícia Federal/2009) No inquérito policial, o ofendido ou seu representante legal

e o indiciado poderão requerer qualquer diligência que será realizada, ou não, a juízo da autoridade.

15 – ( ) - (CESPE / Polícia Federal/2009) O inquérito policial tem natureza judicial visto que é um

procedimento inquisitório conduzido pela polícia judiciária com a finalidade de reunir os elementos e

informações necessárias à elucidação do crime.

16– ( ) - (CESPE / Polícia Federal/2009) Depois de ordenado o arquivamento do inquérito pela autoridade

judiciária, por falta de base para a denúncia, a autoridade policial não poderá proceder novas pesquisas se de

outras provas tiver notícia, salvo com expressa autorização judicial.

17– ( ) - (CESPE / MP– Promotor de Justiça/2008) Considere a seguinte situação hipotética. Foi

instaurado inquérito policial contra Sérgio, visando apurar a prática de crime contra as relações de trabalho.

O inquérito foi encaminhado ao promotor de justiça, que promoveu o arquivamento do feito, considerando

que o fato em apuração não era típico, argumentação que foi acolhida pelo juiz. Posteriormente, o fato foi

levado a conhecimento do procurador da República, que entendeu ter-se configurado crime, sendo a

competência da justiça federal, uma vez que teria havido ofensa a direitos coletivos do trabalho. Assim sendo,

ofereceu denúncia contra Sérgio. Nessa situação, a denúncia deverá ser recebida, uma vez que o arquivamento

foi determinado por juiz absolutamente incompetente.

18– ( ) - (CESPE / Procurador Municipal de Vitória/2007) Considere a seguinte situação hipotética.

Um indivíduo, deliberadamente, feriu um desafeto, produzindo-lhe lesões corporais de natureza leve. A

autoridade policial, ao tomar conhecimento do fato, instaurou o competente procedimento, cuidando, porém,

de colher previamente a manifestação da vítima no sentido de ver processado o autor do delito. Nessa situação,

atuou corretamente a autoridade policial, pois a representação do ofendido em casos como esse é condição de

procedibilidade para a persecução penal.

19– ( ) - (CESPE / TSE / 2007) Aplica-se ao inquérito policial a garantia constitucional do contraditório e

da ampla defesa, por tratar-se de processo destinado a decidir litígio.

20– ( ) - (CESPE / TSE / 2007) O indiciado e seu advogado têm direito de acessar as informações já

introduzidas nos autos do inquérito policial e as relativas à decretação e à execução de diligências em curso,

ainda não trazidas ao interior da investigação, como interceptações telefônicas e buscas e apreensões.

21– ( ) - (CESPE / TSE / 2007) O MP não pode dispensar o inquérito policial ainda que tenha conseguido,

por outros meios, angariar elementos de convicção aptos a embasar denúncia.

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DIREITO PROCESSUAL PENAL

22– ( ) - (CESPE / Agente da Polícia Federal/2004) Um promotor de justiça requereu o arquivamento

de um inquérito policial fundamentado na prescrição da pretensão punitiva. Nessa situação, caso o juiz

discorde, considerando improcedentes as razões invocadas, deverá encaminhar os autos a outro promotor para

que este ofereça a denúncia.

23– ( ) - (CESPE / Agente da Polícia Federal/2004) Verificando que o fato evidentemente não constitui

crime, o delegado poderá mandar arquivar o inquérito policial, desde que o faça motivadamente.

24– ( ) - (CESPE / DPE-AL / 2010) O princípio da indisponibilidade foi mitigado com o advento dos

juizados especiais criminais, diante da possibilidade de se efetuar transação em matéria penal.

25 – ( ) - (FCC / Juiz - TJ-PE / 2011) Se o crime for de alçada privada, a instauração de inquérito

policial a) não interrompe o prazo para o oferecimento de queixa.

b) é indispensável para a propositura da ação penal. c) constitui causa de interrupção da prescrição.

d) suspende o prazo para o oferecimento de queixa.

e) não pode ocorrer de ofício, admitindo-se, porém, requisição da autoridade judiciária.

26. (FCC / Analista - TRF 1ª Região) O inquérito policial

a) poderá ser arquivado por determinação da autoridade policial, desde que através de despacho fundamentado.

b) pode ser presidido pelo escrivão de polícia, desde que as diligências realizadas sejam acompanhadas pelo

Ministério Público.

c) não exige forma especial, é inquisitivo e pode não ser escrito, em decorrência do princípio da oralidade.

d) será remetido a juízo sem os instrumentos do crime, os quais serão devolvidos ao indiciado.

e) não é obrigatório para instruir a ação penal pública que poderá ser instaurada com base em peças de

informação.

27. (TJ-PA/ 2009) - No caso do Promotor de Justiça requerer o arquivamento do inquérito policial por

entender ausente a justa causa para a instauração da ação penal, havendo discordância do Juiz, este

deverá

A) intimar a vítima para propor ação penal privada.

B) determinar, de ofício, a devolução do inquérito policial à polícia para novas diligências.

C) nomear outro Promotor de Justiça para ofertar a denúncia.

D) remeter os autos à consideração do Procurador Geral de Justiça.

E) remeter ao Presidente do Tribunal de Justiça.

28. (MPE-SE / 2009) - O inquérito policial

A) pode ser iniciado de ofício, ainda que se trata de crime de ação penal pública condicionada.

B) deverá terminar no prazo de dez dias, se o indiciado tiver sido preso em flagrante.

C) obedece ao contraditório.

D) tem rito próprio.

E) pode ser arquivado por ordem da autoridade policial.

29. (TRE-GO / 2009) No que se refere ao inquérito policial, assinale a opção correta.

A) Nos crimes de ação penal pública condicionada, a representação não é necessária para dar início ao

inquérito policial, mas apenas à propositura da ação penal respectiva.

B) Em caso de indiciado menor de idade, a autoridade policial não precisará nomear curador, considerando

a natureza inquisitorial do inquérito policial, que dispensa contraditório.

C) Nos crimes de ação penal pública, o inquérito policial poderá ser iniciado a requerimento do ofendido.

Nessa situação, caberá recurso para o chefe de polícia contra despacho que, eventualmente, indeferir o

requerimento de abertura do inquérito.

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DIREITO PROCESSUAL PENAL

D) A autoridade policial mandará arquivar os autos de inquérito, quando o fato evidentemente não

constituir infração penal ou quando tiver sido praticado em situação que exclua a antijuridicidade. E) N.R.A

30. Se o ofendido requerer a instauração de inquérito policial, em crime de ação penal

A) privada e a autoridade policial indeferir o requerimento, não caberá recurso algum no âmbito administrativo,

podendo o ofendido todavia dirigir outro requerimento ao juiz de direito.

B) pública incondicionada, a autoridade policial, necessariamente, deverá instaurar o inquérito policial, em

virtude do princípio da oficialidade.

C) pública incondicionada, dependerá a autoridade policial de representação formal.

D) pública condicionada, manifestando interesse em que o autor do crime seja processado, o requerimento

poderá valer como representação. E) N.R.A.

31. (Agente Penitenciário – RO / 2008) Os arts. 4 a 23 (CPP) prefixam sobre o inquérito policial. Sobre

o inquérito policial, marque o item correto:

A) O inquérito policial é um processo.

B) O inquérito policial é um procedimento administrativo, informativo, provisório, preparatório, destinado a

fornecer o mínimo de elementos necessários ao órgão de acusação para a propositura da ação penal.

C) O inquérito policial é um procedimento que não necessita de informações sobre materialidade e indícios de

autoria.

D) O inquérito policial pode ser considerado um processo informativo, provisório, preparatório.

E) O inquérito policial é um processo informativo, provisório, destinado a fornecer o mínimo de elementos

necessários ao órgão de acusação para a propositura da ação penal.

32. (Juiz Substituto – TJ-MG / 2008) Relativamente ao inquérito policial, é correto afirmar que:

A) a autoridade assegurará no inquérito o sigilo necessário à elucidação do fato, aplicando, porém, em todas as

suas manifestações, os princípios do contraditório e da ampla defesa.

B) a autoridade policial poderá mandar arquivar autos de inquérito por falta de base para a denúncia.

C) o inquérito deverá terminar no prazo de 30 dias, se o indiciado estiver preso, ou no prazo de 60 dias, quando

estiver solto.

D) o inquérito policial não acompanhará a denúncia ou queixa quando servir de base a uma ou outra.

E) o indiciado poderá requerer à autoridade policial a realização de qualquer diligência.

33. (MPU / 2004) A ação penal nos crimes de ação pública:

A) só pode ser exercida por iniciativa do Ministério Público, sem exceção.

B) pode ser exercida por iniciativa do particular, quando o Ministério Público dela dispor, expressamente.

C) pode ser exercida por iniciativa do particular, quando depender de representação.

D) pode ser exercida tanto por iniciativa do Ministério Público como do particular, quando a vítima for pobre.

E) pode ser exercida pelo particular quando o Ministério Público não intentá-la no prazo legal.

34. (TJ-PA / 2009) A ação penal pública incondicionada, excetuados os delitos de pequeno potencial

ofensivo, é regida, entre outros, pelos princípios da:

A) legalidade, indisponibilidade e intranscendência.

B) disponibilidade, indivisibilidade e oficialidade.

C) obrigatoriedade, oficialidade e oportunidade.

D) legalidade, oportunidade e intranscendência.

E) obrigatoriedade, conveniência e intranscendência.

35. (TRE-GO / 2009) Acerca da ação penal pública, assinale a opção correta. A) Quando o ofendido for declarado ausente por decisão judicial, haverá caducidade do direito de

representação. B) Seja qual for o crime, quando praticado em detrimento do patrimônio ou interesse da

União, estado ou município, a ação penal será pública.

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DIREITO PROCESSUAL PENAL

C) Depois de iniciado o inquérito policial, a representação, no caso de ação penal pública a ela condicionada, será

irretratável. D) Se o órgão do MP, em vez de apresentar a denúncia, requerer o arquivamento do inquérito policial

ou de quaisquer peças de informação, o juiz, no caso de considerar improcedentes as razões invocadas, remeterá

os autos a outro promotor, para que esse ofereça a denúncia.

E) N.R.A

36. (TRE-GO / 2009) Com relação à ação penal privada, assinale a opção

correta.

A) A queixa, quando a ação penal for privativa do ofendido, não poderá ser

aditada pelo MP, que em tal situação atua apenas como fiscal da lei.

B) O perdão concedido a um dos querelados aproveitará a todos, não havendo possibilidade de recusa, pois se

trata de ato unilateral.

C) O perdão judicial somente pode ser expresso, não admitindo, o Código de Processo Penal (CPP), o perdão

tácito.

D) A queixa contra qualquer dos autores do crime obrigará ao processo de todos, e o MP velará pela sua

indivisibilidade. E)N.R.A

37. (OAB-SP / 2009) Assinale a opção correta de acordo com o que dispõe o CPP acerca da perempção.

A) Na ação penal pública, a perempção é causa extintiva da punibilidade.

B) A perempção se aplica à ação penal privada subsidiária da pública.

C) Considera-se perempta a ação penal privada quando, iniciada esta, o querelante deixa de promover o

andamento do processo durante trinta dias seguidos.

D) A ausência de pedido de condenação, nas alegações finais, por parte do querelante, não enseja a perempção.

38. (Procurador / 2008) Se o querelante, em processo por crime de ação penal privada, sem motivo

justificado, deixar de comparecer a ato que deva estar presente, o juiz deve declarar:

A) a decadência.

B) o perdão tácito.

C) a renúncia do direito de queixa.

D) a perempção.

E) o perdão judicial.

39. (Agente Penitenciário-RO / 2008) - A ação é um direito subjetivo público de pretender do Estado

uma prestação jurisdicional. Os arts. 24 a 63 do CPP prefixam sobre a ação penal. Acerca desta ação,

assinale a opção correta:

A) Nos crimes de ação pública, esta será provida por denúncia do Ministério Público ou queixa do ofendido.

B) Nos crimes de ação pública esta será provida por denúncia do Ministério Público, mas não dependerá, em

nenhum caso, de requisição do Ministro da Justiça.

C) Quando a lei o exigir, dependerão de requisição do Ministro da Justiça os crimes de ação pública.

D) O Ministério Público terá liberdade de promover ação pública e, em nenhum caso, dependerá de

representação do ofendido ou de quem tiver qualidade para representá-lo. E) Queixa-crime é sinônimo de

denúncia.

40. (Juiz Substituto-MS / 2008) - O prazo para o ajuizamento da queixa-crime é:

A) de seis meses, iniciando a fluência desse prazo no dia seguinte ao dia em que o ofendido vem a saber que m

é o autor do crime.

B) de dois meses, iniciando a fluência desse prazo no dia seguinte ao dia em que o ofendido vem a saber quem

é o autor do crime.

C) de seis meses, iniciando a fluência desse prazo no dia em que o ofendido vem a saber quem é o autor do

crime.

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DIREITO PROCESSUAL PENAL

D) de dois meses, iniciando a fluência desse prazo no dia em que o ofendido vem a saber quem é o autor do

crime.

E) enquanto não estiver prescrito o crime praticado.

01.F 02.F 03.C 04.V 05.V 06.V 07.F 08.F 09.F 10.V

11.F 12.V 13.F 14.V 15.F 16.F 17.F 18.V 19.F 20.F

21.F 22.F 23.F 24.V 25.A 26.E 27.D 28.B 29.C 30.D

31.B 32. E 33.E 34.A 35.B 36.D 37.C 38.D 39.C 40.C

EXERCÍCIOS DE NIVELAMENTO AÇÃO PENAL

01 Ano: 2018Banca: MPE-MSÓrgão: MPE-MSProva: Promotor de Justiça Considere como Verdadeiras (V) ou Falsas (F) as proposições a seguir:

I. Tratando-se de inquérito policial que apura prática de delitos diversos, tendo a autoridade policial

indiciado o autor pela prática de mais de um crime, na hipótese do Promotor de Justiça ofertar denúncia em

relação a um dos crimes investigados, deixando de se manifestar em relação aos demais, poderá o particular

legitimado ingressar com ação penal privada subsidiária da pública.

II. A legitimação secundária (ação penal secundária) ocorre na hipótese de crime contra a dignidade sexual,

cuja regra é ser apurado mediante ação penal pública condicionada à representação, mas não obstante, se

cometidos contra menor de 18 anos ou pessoa vulnerável, a ação penal passará, secundariamente, de pública

condicionada à representação para pública incondicionada.

III. É hipótese de legitimação concorrente do ofendido, mediante queixa, e do Ministério Público,

condicionada à representação do ofendido caluniado, injuriado ou difamado, para a ação penal por crime contra

a honra do servidor público em razão do exercício de suas funções.

IV. Ante o ajuizamento da ação penal privada subsidiária da pública, é possível ao Ministério Público

repudiar a queixa subsidiária e postular, ato contínuo, o arquivamento do inquérito policial.

V. Na hipótese de ação penal privada personalíssima não há possibilidade da queixa ser exercida por

curador nomeado pelo juiz, em sendo o ofendido incapaz.

Assinale a alternativa correta:

a) F, V, V, F, V.

b) V, F, V, F, F.

c) V, F, F, V, F.

d) F, F, V, F, V.

e) F, V, F, F, V.

02 Ano: 2018 Banca: FCC Órgão: DPE-AP Prova: Defensor Público Em caso de ação penal de iniciativa pública condicionada,

a) a ausência de representação impede o início do processo, mas permite a instauração de inquérito policial

desde que mediante requisição judicial.

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DIREITO PROCESSUAL PENAL

b) o direito de representação deve ser exercido dentro do prazo de seis meses, contado do dia em que vier a

saber quem é o autor do crime.

c) o direito de representação é do ofendido, salvo nos crimes patrimoniais, que passa também ao cônjuge.

d) o direito de representação deve ser exercido pela FUNAI, quando o ofendido é indígena

e) a representação será retratável até a publicação da sentença.

03 Ano: 2018 Banca: FCC Órgão: DPE-AM Prova: Defensor Público Em matéria de nulidades e conforme o entendimento dos tribunais superiores, é correto afirmar que

a) a superveniência da decisão que decretou a prisão preventiva não tem o condão de afastar a análise da

tese de nulidade do flagrante baseada na violação da Súmula Vinculante n° 11 do STF.

b) o Superior Tribunal de Justiça não admite que os dados sigilosos obtidos diretamente pela Secretaria da

Receita Federal sejam repassados ao Ministério Público ou à autoridade policial, para fins de investigação

criminal ou instrução processual penal, pois não precedida de autorização judicial.

c) é pacífico o entendimento acerca da imprescindibilidade da prévia instauração de inquérito ou ação penal

para a decretação da quebra do sigilo telefônico, uma vez que tal providência tem natureza de medida cautelar

preparatória, bastando a existência de indícios razoáveis de autoria ou participação em infração penal punida

com reclusão.

d) realizada após a resposta à acusação, a ratificação do recebimento da denúncia dispensa a expensão de

fundamentos exaurientes e plenos, mas não pode o magistrado limitar-se a expressões como "o aduzido pela

defesa confunde-se com o mérito" e que "para verificar tais preliminares seria exigido deste Juízo uma análise

perfunctória, o que não pode ocorrer nesta fase, já que seria adentrar em sede meritória".

e) a entrada forçada em domicílio sem mandado judicial só é lícita, mesmo em período noturno, quando

amparada em fundadas razões, devidamente justificadas a priori e nunca a posteriori, que indiquem que dentro

da casa ocorre situação de flagrante delito, sob pena de responsabilidade disciplinar, civil e penal do agente ou

da autoridade e de nulidade dos atos praticados.

04 Ano: 2018 Banca: CESPE Órgão: PC-MA Prova: Delegado de Polícia Um garoto de sete anos de idade foi atendido no pronto-socorro de um hospital com quadro de crise asmática.

Embora tenha sido regularmente medicado, ele faleceu trinta e seis horas depois devido a insuficiência

respiratória. A médica plantonista foi indiciada por homicídio culposo com imputação de negligência no

atendimento. O promotor de justiça, após exaustivas diligências, que incluíram o parecer de renomado

pneumologista e outras diligências realizadas pela própria assessoria médica do órgão acusador, pediu o

arquivamento da peça inquisitória um mês depois de encerrado o prazo previsto em lei para a propositura da

ação penal, a partir da apresentação do relatório final pelo delegado. Nesse ínterim, o pai da criança,

inconformado com a demora do MP em promover a denúncia no prazo da lei, ajuizou ação penal privada

subsidiária.

Acerca dessa situação hipotética e de aspectos a ela correlatos, assinale a opção correta à luz do

entendimento dos tribunais superiores.

a) O simples fato de os autos terem ficado sem movimentação externa ao MP por prazo superior a quinze

dias não autorizaria a propositura da ação penal privada.

b) Se os autos tiverem estado em diligência a cargo de órgão auxiliar técnico do MP para análise das

questões médicas envolvidas, então não houve omissão e, por isso, esteve suspenso o prazo para o exercício da

ação penal privada.

c) Caso a família da vítima tomasse ciência da realização de diligências no âmbito interno do MP para

esclarecimento dos fatos e se manifestasse nos autos dessas diligências sem questioná-las, isso implicaria

anuência, obstando o direito à ação penal privada.

d) O direito de propor ação penal privada subsidiária poderia ser exercido a qualquer tempo, desde que

decorrido o prazo legal conferido ao MP.

e) Tendo a CF erigido como fundamental o direito da vítima e de sua família à aplicação da lei penal, a

vítima e sua família podem tomar as rédeas da ação penal se o MP não o fizer no devido tempo.

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DIREITO PROCESSUAL PENAL

05 Ano: 2018 Banca: CESPE Órgão: PC-MA Prova: Delegado de Polícia Amadeu, com vinte anos de idade, encontrou Márcia, com dezesseis anos de idade, sua ex-vizinha, em um baile

de carnaval realizado em uma praia. Ao perceber que Márcia se encontrava em estado de embriaguez,

apresentando perda do raciocínio e de discernimento, Amadeu aproveitou para praticar diversos atos libidinosos

e ter conjunção carnal com ela, mesmo sem o seu consentimento. Nessa situação hipotética,

a) a autoridade policial só poderá instaurar inquérito mediante representação de Márcia ou de seus pais.

b) a autoridade policial poderá instaurar inquérito de ofício.

c) a autoridade policial não poderá instaurar inquérito policial caso tome ciência do fato por meio da veiculação

do fato pela imprensa.

d) a autoridade policial só poderá instaurar inquérito mediante requerimento subscrito pelos pais de Márcia.

e) o MP não poderá requisitar a instauração de inquérito policial.

06 Ano: 2018 Banca: CESPE Órgão: PC-MA Prova: Escrivão de Polícia Civil Assinale a opção correta relativamente ao direito de representação como condição de procedibilidade da

ação penal.

a) O direito penal restringe-se ao trato da responsabilidade subjetiva, razão por que as pessoas jurídicas estão

impedidas de representar.

b) O requerimento de requisição do ofendido ou de seu representante legal deve conter a assinatura e a narrativa

do fato de cada testemunha.

c) O Ministério Público não pode dispensar a instauração do inquérito policial nas ações penais condicionadas

a representação.

d) É necessária a classificação jurídica do fato delituoso na representação do ofendido.

e) A representação deve conter todas as informações para a apuração do fato delituoso, permitindo a lei que

estas possam ser apresentadas oralmente à autoridade policial.

07 Ano: 2017 Banca: FEPESE Órgão: PC-SC Prova: Escrivão de Polícia Civil É correto afirmar sobre o inquérito policial.

a) A notitia criminis deverá ser por escrito, obrigatoriamente, quando apresentada por qualquer pessoa do povo.

b) A representação do ofendido é condição indispensável para a abertura de inquérito policial para apurar a

prática de crime de ação penal pública condicionada.

c) O Ministério Público é parte legítima e universal para requerer a abertura de inquérito policial afim de

investigar a prática de crime de ação penal pública ou privada.

d) Apenas o agressor poderá requerer à autoridade policial a abertura de investigação para apurar crimes de

ação penal privada.

e) O inquérito policial somente poderá ser iniciado de ofício pela autoridade policial ou a requerimento do

ofendido.

08 Ano: 2017 Banca: FEPESE Órgão: PC-SC Prova: Escrivão de Polícia Civil Nos crimes praticados contra o patrimônio ou interesse da União, Estado ou Município, a ação será:

a) civil pública.

b) penal privada.

c) penal pública.

d) pública condicionada.

e) pública incondicionada.

09 Ano: 2017Banca: MPE-SPÓrgão: MPE-SPProva: Promotor de Justiça Assinale a alternativa correta.

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DIREITO PROCESSUAL PENAL

a) O perdão do querelante a um dos querelados, em razão do princípio da indivisibilidade da ação penal,

beneficia aos demais.

b) Nos crimes de ação pública condicionada, oferecida a representação contra um dos autores do crime, o

Ministério Público deverá oferecer denúncia contra todos os autores.

c) O prazo decadencial para o oferecimento de queixa crime começa a fluir para o cônjuge, ascendente,

descendente ou irmão a partir da morte do ofendido.

d) No caso de infração de menor potencial lesivo, a composição amigável dos danos civis homologada pelo

juízo, acarreta a renúncia ao direito de queixa ou representação.

e) A decadência e a perempção são formas de extinção da punibilidade que só ocorrem na ação privada em

que vigora o princípio da oportunidade.

10 Ano: 2017 Banca: CESPE Órgão: PJC-MT Prova: Delegado de Polícia Assinale a opção correta no que se refere à ação penal.

a) Aplica-se a perempção como forma extintiva da punibilidade às ações penais exclusivamente privadas e às

ações privadas subsidiárias das públicas.

b) O princípio da indivisibilidade, quando não observado, impõe ao juiz a rejeição da denúncia nas ações penais

públicas.

c) Há legitimidade concorrente do ofendido e do MP para a persecução de crimes contra a honra de funcionário

público em razão de suas funções.

d) Na ação penal privada, todas as manifestações de disponibilidade pelo ofendido serão extensivas a todos os

réus e(ou) responsáveis pelo fato delituoso, independentemente de qualquer reserva ou condição apresentada

por eles.

e) Diante de concurso formal entre um delito de ação penal pública e outro de ação penal privada, caberá ao

representante do MP oferecer denúncia em relação aos dois crimes.

01. A 02. B 03. D 04. E 05. B 06. E 07. B 08. C 09. B 10. C

AULA 04– DA PRISÃO

Conforme descreve a Constituição Federal de 1988, em seu artigo 5º:

.....LIII - ninguém será processado nem sentenciado senão pela autoridade competente;....

LIV - ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o devido processo legal...;

Prisão define o ato de prender ou capturar alguém que cometeu um crime e fazer com que ele perca sua

liberdade como forma de pagar por esse crime. Por extensão, o conceito também abarca a pena em que há

privação completa da liberdade.

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DIREITO PROCESSUAL PENAL

CPP Art. 283. Ninguém poderá ser preso senão em flagrante delito ou por ordem escrita e

fundamentada da autoridade judiciária competente, em decorrência de sentença condenatória

transitada em julgado ou, no curso da investigação ou do processo, em virtude de prisão

temporária ou prisão preventiva.

Uso de Algemas

Súmula Vinculante 11 Só é lícito o uso de algemas em casos de resistência e de fundado receio de fuga ou de

perigo à integridade física própria ou alheia, por parte do preso ou de terceiros, justificada a

excepcionalidade por escrito, sob pena de responsabilidade disciplinar, civil e penal do agente

ou da autoridade e de nulidade da prisão ou do ato processual a que se refere, sem prejuízo da

responsabilidade civil do Estado.

4.1- Prisão Temporária Trata-se de uma modalidade de prisão no sentido de resguardar o sucesso de uma diligência que seja de

suma importância para as investigações criminais (fase de inquérito). Tal modelo de prisão é regulamentada pela

Lei 7.960/89,prevendo sua aplicação, que deve obedecer requisitos legais , ou seja, quando:

I – imprescindível para as investigações do inquérito policial;

II – quando o indiciado não tiver residência fixa ou não fornecer elementos necessários ao

esclarecimento de sua identidade;

III – quando houver fundadas razões, de acordo com qualquer prova admitida na legislação penal,

de autoria ou participação do indiciado nos seguintes crimes: de homicídio, sequestro, roubo, estupro, tráfico de

drogas, crimes contra o sistema financeiro, entre outros.

A prisão temporária será deferida pelo juízo, mediante requerimento apresentado pela autoridade policial

ou ministério público e terá prazo de duração em regra é de 5 dias, podendo ser prorrogada por igual período,

ou convertida em prisão temporária, modalidade que veremos logo abaixo.

Caso não seja a prisão temporária prorrogada ou convertida em preventiva, será o preso, após o período

de 5 dias, colocado imediatamente em liberdade. No caso de crimes hediondos e equiparados o prazo para prisão

temporária será de 30 dias, prorrogável por mais 30 dias.

PRISÃO TEMPORÁRIA – LEI 7.960/89

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono

a seguinte Lei:

Art. 1° Caberá prisão temporária:

I - quando imprescindível para as investigações do inquérito policial;

II - quando o indicado não tiver residência fixa ou não fornecer elementos necessários ao

esclarecimento de sua identidade;

- quando houver fundadas razões, de acordo com qualquer prova admitida na legislação penal,de

autoria ou participação do indiciado nos seguintes crimes: a) homicídio doloso (art. 121, caput, e

seu

§ 2°); sequestro ou cárcere privado (art. 148, caput, e seus §§ 1° e 2°);

roubo (art. 157, caput, e seus §§ 1°, 2° e 3°);

extorsão (art. 158, caput, e seus §§ 1° e 2°);

extorsão mediante sequestro (art. 159, caput, e seus §§ 1°, 2° e 3°);

estupro (art. 213, caput, e sua combinação com o art. 223, caput, e parágrafo único);

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DIREITO PROCESSUAL PENAL

atentado violento ao pudor (art. 214, caput, e sua combinação com o art. 223, caput, e parágrafo

único);

rapto violento (art. 219, e sua combinação com o art. 223 caput, e parágrafo único);

epidemia com resultado de morte (art. 267, § 1°);

envenenamento de água potável ou substância alimentícia ou medicinal qualificado pela morte

(art. 270, caput, combinado com art. 285);

quadrilha ou bando (art. 288), todos do Código Penal;

genocídio (arts. 1°, 2° e 3° da Lei n° 2.889, de 1° de outubro de 1956), em qualquer de sua formas

típicas;

tráfico de drogas (art. 12 da Lei n° 6.368, de 21 de outubro de 1976);

crimes contra o sistema financeiro (Lei n° 7.492, de 16 de junho de 1986).

crimes previstos na Lei de Terrorismo. (Incluído pela Lei nº 13.260, de 2016)

Art. 2° A prisão temporária será decretada pelo Juiz, em face da representação da

autoridade policial ou de requerimento do Ministério Público, e terá o prazo de 5 (cinco) dias,

prorrogável por igual período em caso de extrema e comprovada necessidade.

§ 1° Na hipótese de representação da autoridade policial, o Juiz, antes de decidir, ouvirá o

Ministério Público.

§ 2° O despacho que decretar a prisão temporária deverá ser fundamentado e prolatado dentro do

prazo de 24 (vinte e quatro) horas, contadas a partir do recebimento da representação ou do

requerimento.

§ 3° O Juiz poderá, de ofício, ou a requerimento do Ministério Público e do Advogado, determinar

que o preso lhe seja apresentado, solicitar informações e esclarecimentos da autoridade policial e

submetê-lo a exame de corpo de delito.

§ 4° Decretada a prisão temporária, expedir-se-á mandado de prisão, em duas vias, uma das quais

será entregue ao indiciado e servirá como nota de culpa.

§ 5° A prisão somente poderá ser executada depois da expedição de mandado judicial.

§ 6° Efetuada a prisão, a autoridade policial informará o preso dos direitos previstos no art. 5° da

Constituição Federal.

§ 7° Decorrido o prazo de cinco dias de detenção, o preso deverá ser posto imediatamente em

liberdade, salvo se já tiver sido decretada sua prisão preventiva.

Art. 3° Os presos temporários deverão permanecer, obrigatoriamente, separados dos

demais detentos.

Art. 4° O art. 4° da Lei n° 4.898, de 9 de dezembro de 1965, fica acrescido da alínea i, com a

seguinte redação:

"Art. 4° ...............................................................

i) prolongar a execução de prisão temporária, de pena ou de medida de segurança, deixando de

expedir em tempo oportuno ou de cumprir imediatamente ordem de liberdade;"

Art. 5° Em todas as comarcas e seções judiciárias haverá um plantão permanente de vinte e quatro

horas do Poder Judiciário e do Ministério Público para apreciação dos pedidos de prisão

temporária.

Art. 6° Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.

Art. 7° Revogam-se as disposições em contrário.

Brasília, 21 de dezembro de 1989; 168° da Independência

4.2 - Prisão para execução da pena

Esta tem por objetivo o início do cumprimento de uma pena, ou seja, havendo condenação criminal,

iniciase a execução da mesma. Contudo, tal modalidade de prisão foi objeto de discussão pelo Plenário do

Supremo Tribunal Federal. Os ministros entenderam que a prisão para execução da pena somente pode ser

iniciada quando forem julgados todos os recursos cabíveis a serem interpostos, inclusive àqueles encaminhados

ao Superior Tribunal de Justiça e Supremo Tribunal Federal.

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DIREITO PROCESSUAL PENAL

Entretanto, isso se aplica aos condenados que responderam o processo em liberdade, pois contra estes não

existiam fundamentos para decretação da prisão preventiva. Caso surjam novos fatos que justifiquem a prisão

preventiva, os condenados poderão ser recolhidos antes do julgamento dos recursos.

Esta modalidade de prisão é regulamentada pela Lei de Execuções Penais, que possibilita, inclusive, o

sistema de progressão de regime de cumprimento de penas, trata dos direitos e deveres dos presos e determina

as sanções às faltas disciplinares, entre outros temas.

Recente entendimento do STF, uma vez confirmada a condenação em segunda instância, o acusado deverá

permanecer preso até o julgamento de recurso em terceira instância, este baseado no direito comparado, onde

somente no Brasil, o réu ficava solto após confirmação da sentença condenatória de segunda instância.

Lei 7.210/84 Art. 1º A execução penal tem por objetivo efetivar as disposições de sentença ou decisão criminal

e proporcionar condições para a harmônica integração social do condenado e do internado.

4.3 - Prisão em flagrante

A prisão em flagrante é aquela cujo ato se dá mediante flagrante delito. Entende-se por flagrante delito,

nos termos do art. 302, do Código Penal:

I – quem está cometendo a infração penal;

II – acaba de cometê-la;

III – é perseguido, logo após, pela autoridade, pelo ofendido ou por qualquer pessoa, em situação

que faça presumir ser autor da infração.

Este tipo de prisão possui uma peculiaridade pouco conhecida pelos cidadãos, que é a possibilidade de

poder ser decretada por “qualquer do povo” que presenciar o cometimento de um ato criminoso. As autoridades

policiais tem o dever de prender quem esteja em “flagrante delito”.

4.3.1 - Espécies de flagrante:

✓ Próprio, Real, Perfeito ou Propriamente dito: o agente é surpreendido cometendo o delito

ou quando acaba de cometê-lo (o agente deve ser encontrado imediatamente após, sem qualquer intervalo de

tempo);

✓ Impróprio, Irreal, Imperfeito ou Quase Flagrante: o agente é perseguido logo após cometer

o ilícito. A perseguição pode levar até dias desde que ininterrupta (e não 24 horas como diz a regra popular);

✓ Presumido, Ficto ou Assimilado: o agente é preso logo depois de cometer a infração, tendo

sido encontrado com instrumentos que façam presumir que ele seja o autor da infração. Não é necessária

perseguição, mas que a pessoa seja encontrada logo após o ate em situação suspeita;

✓ Compulsório ou obrigatório (para o policial): o agente é obrigado a efetuar a prisão em

flagrante de delito (CPP, art. 301 e 302);

✓ Facultativo: art. 301.: “qualquer do povo poderá prender quem quer que seja encontrado em

flagrante de delito”. Não é obrigatório;

✓ Preparado, Provocado, Delito Putativo por Obra do Agente Provocador: quando um provocador induz o autor à prática do crime e logo em seguida o prende em flagrante (INCONSTITUCIONAL);

✓ Esperado: o policial apenas aguarda o momento da consumação do crime. Não é preparado.

Vale-se de investigação anterior;

✓ Prorrogado, Postergado, Diferido, Estratégico ou Ação Controlada: previsto na lei

12.850/13 (Lei da Organização Criminosa) e na Lei 11.343/06 (Tráfico de Drogas). A interdição policial e a

prisão em flagrante são praticadas no momento mais oportuno à formação de provas e ao fornecimento de

informação. O agente policial tem discricionariedade quanto ao momento da prisão;

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DIREITO PROCESSUAL PENAL

LEi 12.850/13 Art. 8o Consiste a ação controlada em retardar a intervenção policial ou administrativa

relativa à ação praticada por organização criminosa ou a ela vinculada, desde que mantida sob

observação e acompanhamento para que a medida legal se concretize no momento mais eficaz à

formação de provas e obtenção de informações.

§ 1º O retardamento da intervenção policial ou administrativa será previamente

comunicado ao juiz competente que, se for o caso, estabelecerá os seus limites e comunicará ao

Ministério Público.

§ 2º A comunicação será sigilosamente distribuída de forma a não conter informações que

possam indicar a operação a ser efetuada.

Lei 11.343./06 Art. 53. Em qualquer fase da persecução criminal relativa aos crimes previstos nesta Lei,

são permitidos, além dos previstos em lei, mediante autorização judicial e ouvido o Ministério

Público, os seguintes procedimentos investigatórios:

I - a infiltração por agentes de polícia, em tarefas de investigação, constituída pelos órgãos

especializados pertinentes;

II - a não-atuação policial sobre os portadores de drogas, seus precursores químicos

ou outros produtos utilizados em sua produção, que se encontrem no território brasileiro, com

a finalidade de identificar e responsabilizar maior número de integrantes de operações de

tráfico e distribuição, sem prejuízo da ação penal cabível.

Parágrafo único. Na hipótese do inciso II deste artigo, a autorização será concedida desde

que sejam conhecidos o itinerário provável e a identificação dos agentes do delito ou de

colaboradores.

✓ Forjado: policiais criam provas de um crime inexistente. Não há crime e o policial responde

por abuso de autoridade.

Súmula 145 Não há crime, quando a preparação do flagrante pela polícia torna impossível a sua

consumação.

Cabe lembrar da previsão do Código de Trânsito Brasileiro:

Art. 301. Ao condutor de veículo, nos casos de acidentes de trânsito de que resulte vítima, não se imporá a

prisão em flagrante, nem se exigirá fiança, se prestar pronto e integral socorro àquela.

Também, há previsão na lei de Drogas (11.343/06):

Art. 48 § 2º Tratando-se da conduta prevista no art. 28 desta Lei (usuário de drogas), não se imporá

prisão em flagrante, devendo o autor do fato ser imediatamente encaminhado ao juízo competente ou, na falta

deste, assumir o compromisso de a ele comparecer, lavrando-se termo circunstanciado e providenciando-se as

requisições dos exames e perícias necessários.

4.3.1 - Sujeito Do Flagrante:

➢ Ativo: é a pessoa que efetua a prisão;

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DIREITO PROCESSUAL PENAL

➢ Passivo: é o indivíduo detido na situação do flagrante. Não podem ser: menores de 18 anos,

diplomatas estrangeiros, Presidentes da República, agentes que socorrem a vítima em acidente de trânsito,

todos aqueles que se apresentarem à autoridade após cometimento do delito.

Em crimes inafiançáveis podem ser autuados em flagrante: membros do Congresso Nacional,

deputados estaduais, magistrados, MP, advogados.

4.3.2 - Auto de prisão em flagrante (procedimento):

1- A família ou o advogado são comunicados;

2- Oitiva da pessoa que conduziu o preso até a autoridade

3- Testemunhas são ouvidas (a falta destas não impedirá a lavratura do auto de prisão em flagrante);

4- O acusado é interrogado. Este deve ser alertado sobre seu direito de permanecer calado (em ação

privada ou pública condicionada: a vítima deve ser ouvida);

5- O auto é lavrado pelo escrivão, assinado pela autoridade, condutor, ofendido, testemunhas e

pelo defensor;

6- Se o acusado se recusar ou não puder ou não souber assinar o termo, duas testemunhas o farão

(CPP,

304, § 3º);

7- O juiz competente dá vista ao Ministério Público que, como fiscal da lei, se manifesta sobre a

regularidade da prisão ou possibilidade de liberdade provisória;

8- 24 horas depois, a “nota de culpa” é dada ao preso (instrumento informativo dos motivos da

prisão); 9- O preso assina a nota de culpa.

A falta de entrega da nota de culpa provoca o relaxamento da prisão.

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DIREITO PROCESSUAL PENAL

Art. 301. Qualquer do povo poderá e as autoridades policiais e seus agentes deverão

prender quem quer que seja encontrado em flagrante delito.

Art. 302. Considera-se em flagrante delito quem:

I - está cometendo a infração penal;

II - acaba de cometê-la;

III - é perseguido, logo após, pela autoridade, pelo ofendido ou por qualquer

pessoa, em situação que faça presumir ser autor da infração;

IV - é encontrado, logo depois, com instrumentos, armas, objetos ou papéis que

façam presumir ser ele autor da infração.

Art. 303. Nas infrações permanentes, entende-se o agente em flagrante delito enquanto

não cessar a permanência.

Art. 304. Apresentado o preso à autoridade competente, ouvirá esta o condutor e

colherá, desde logo, sua assinatura, entregando a este cópia do termo e recibo de entrega do

preso. Em seguida, procederá à oitiva das testemunhas que o acompanharem e ao interrogatório

do acusado sobre a imputação que lhe é feita, colhendo, após cada oitiva suas respectivas

assinaturas, lavrando, a autoridade, afinal, o auto.

§ 1º Resultando das respostas fundada a suspeita contra o conduzido, a autoridade

mandará recolhê-lo à prisão, exceto no caso de livrar-se solto ou de prestar fiança, e prosseguirá

nos atos do inquérito ou processo, se para isso for competente; se não o for, enviará os autos à

autoridade que o seja.

§2º A falta de testemunhas da infração não impedirá o auto de prisão em flagrante; mas,

nesse caso, com o condutor, deverão assiná-lo pelo menos duas pessoas que hajam testemunhado

a apresentação do preso à autoridade.

§ 3o Quando o acusado se recusar a assinar, não souber ou não puder fazê-lo, o auto de

prisão em flagrante será assinado por duas testemunhas, que tenham ouvido sua leitura na

presença deste.

§ 4o Da lavratura do auto de prisão em flagrante deverá constar a informação sobre a

existência de filhos, respectivas idades e se possuem alguma deficiência e o nome e o contato de

eventual responsável pelos cuidados dos filhos, indicado pela pessoa presa.

Art. 305. Na falta ou no impedimento do escrivão, qualquer pessoa designada pela

autoridade lavrará o auto, depois de prestado o compromisso legal.

Art. 306. A prisão de qualquer pessoa e o local onde se encontre serão comunicados

imediatamente ao juiz competente, ao Ministério Público e à família do preso ou à pessoa por

ele indicada.

§ 1º Em até 24 (vinte e quatro) horas após a realização da prisão, será encaminhado ao

juiz competente o auto de prisão em flagrante e, caso o autuado não informe o nome de seu

advogado, cópia integral para a Defensoria Pública

§ 2º No mesmo prazo, será entregue ao preso, mediante recibo, a nota de culpa, assinada

pela autoridade, com o motivo da prisão, o nome do condutor e os das testemunhas

Art. 307. Quando o fato for praticado em presença da autoridade, ou contra esta, no

exercício de suas funções, constarão do auto a narração deste fato, a voz de prisão, as

declarações que fizer o preso e os depoimentos das testemunhas, sendo tudo assinado pela

autoridade, pelo preso e pelas testemunhas e remetido imediatamente ao juiz a quem couber

tomar conhecimento do fato delituoso, se não o for a autoridade que houver presidido o auto.

Art. 308. Não havendo autoridade no lugar em que se tiver efetuado a prisão, o preso

será logo apresentado à do lugar mais próximo.

Art. 309. Se o réu se livrar solto, deverá ser posto em liberdade, depois de lavrado o auto

de prisão em flagrante.

Art. 310. Ao receber o auto de prisão em flagrante, o juiz deverá fundamentadamente:

I - relaxar a prisão ilegal; ou

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DIREITO PROCESSUAL PENAL

II - converter a prisão em flagrante em preventiva, quando presentes os requisitos constantes do

art. 312 deste Código, e se revelarem inadequadas ou insuficientes as medidas cautelares

diversas da prisão; ou III - conceder liberdade provisória, com ou sem fiança. (Incluído

pela Lei nº 12.403, de 2011).

Parágrafo único. Se o juiz verificar, pelo auto de prisão em flagrante, que o agente

praticou o fato nas condições constantes dos incisos I a III do caput do art. 23 do Código Penal,

poderá, fundamentadamente, conceder ao acusado liberdade provisória, mediante termo de

comparecimento a todos os atos processuais, sob pena de revogação.

4.4 - Prisão Preventiva

Ela pode ser decretada tanto durante as investigações, quanto no decorrer da ação penal, devendo, em

ambos os casos, estarem preenchidos os requisitos legais para sua decretação. O art. 312 do Código de Processo

Penal aponta os requisitos que podem fundamentar a prisão preventiva, sendo eles: garantia da ordem pública e

da ordem econômica (impedir que o réu continue praticando crimes); conveniência da instrução criminal (evitar

que o réu atrapalhe a instrução do processo, ameaçando testemunhas ou destruindo provas); assegurar a aplicação

da lei penal (impossibilitar a fuga do réu, garantindo que a pena imposta pela sentença seja cumprida).

Art. 311. Em qualquer fase da investigação policial ou do processo penal, caberá a prisão

preventiva decretada pelo juiz, de ofício, se no curso da ação penal, ou a requerimento do

Ministério

Público, do querelante ou do assistente, ou por representação da autoridade policial.

Art. 312. A prisão preventiva poderá ser decretada como garantia da ordem pública, da ordem

econômica, por conveniência da instrução criminal, ou para assegurar a aplicação da lei penal,

quando houver prova da existência do crime e indício suficiente de autoria.

Parágrafo único. A prisão preventiva também poderá ser decretada em caso de

descumprimento de qualquer das obrigações impostas por força de outras medidas cautelares

(art. 282, § 4).

Art. 313. Nos termos do art. 312 deste Código, será admitida a decretação da prisão

preventiva

I - nos crimes dolosos punidos com pena privativa de liberdade máxima superior a 4 (quatro)

anos;

II - se tiver sido condenado por outro crime doloso, em sentença transitada em julgado, ressalvado

o disposto no inciso I do caput do art. 64 do Decreto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro de 1940 –

Código Penal;

III - se o crime envolver violência doméstica e familiar contra a mulher, criança,

adolescente, idoso, enfermo ou pessoa com deficiência, para garantir a execução das medidas

protetivas de urgência;

Parágrafo único. Também será admitida a prisão preventiva quando houver dúvida sobre a

identidade civil da pessoa ou quando esta não fornecer elementos suficientes para esclarecê-la,

devendo o preso ser colocado imediatamente em liberdade após a identificação, salvo se outra

hipótese recomendara manutenção da medida.

Art. 314. A prisão preventiva em nenhum caso será decretada se o juiz verificar pelas provas

constantes dos autos ter o agente praticado o fato nas condições previstas nos incisos I, II e III

do caput do art. 23 do Decreto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro de 1940 - Código Penal.

Art. 315. A decisão que decretar, substituir ou denegar a prisão preventiva será sempre

motivada.

Art. 316. O juiz poderá revogar a prisão preventiva se, no correr do processo, verificar a

falta de motivo para que subsista, bem como de novo decretá-la, se sobrevierem razões que a

justifiquem.

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DIREITO PROCESSUAL PENAL

4.4.1 - Prisão preventiva para fins de extradição

Medida que garante a prisão preventiva do réu em processo de extradição como garantia de assegurar a

efetividade do processo extradicional. A extradição será requerida depois da prisão preventiva para extradição,

por via diplomática ou, na falta de agente diplomático do Estado que a requerer, diretamente de governo a

governo.

O Ministério das Relações Exteriores remeterá o pedido ao Ministério da Justiça, que o encaminhará ao

STF, cabendo ao Ministro Relator ordenar a prisão do extraditando, para que seja colocado à disposição do

Supremo Tribunal Federal. A importância da prisão preventiva se dá pelo fato de que seria impossível para o

país, que pretende julgar um criminoso, apresentar pedido de extradição para um determinado estado onde o

procurado foi localizado, mas logo após este fugir para outro país.

Também de nada adiantaria conceder um pedido de extradição, mas na hora de entregar o estrangeiro ao

Estado requerente, não estar com ele em mãos. Entretanto, em casos excepcionais, o STF tem autorizado que

estrangeiros com pedido de extradição em curso possam aguarda-lo em liberdade.

Lei 6.815/80 Art. 83. Nenhuma extradição será concedida sem prévio pronunciamento do Plenário do

Supremo Tribunal Federal sobre sua legalidade e procedência, não cabendo recurso da decisão.

Art. 84. Efetivada a prisão do extraditando (artigo 81), o pedido será encaminhado ao Supremo

Tribunal Federal.

Parágrafo único. A prisão perdurará até o julgamento final do Supremo Tribunal Federal,

não sendo admitidas a liberdade vigiada, a prisão domiciliar, nem a prisão albergue.

4.5 - Prisão civil do não pagador de pensão alimentícia Sendo a única modalidade de prisão civil permitida no ordenamento legal brasileiro, o devedor de

alimentos pode ser preso em caso de inadimplência da prestação alimentar. Esta medida coercitiva é no sentido

de forçar o devedor ao pagamento de debito alimentar ao alimentando.

A Lei Civil previa outra modalidade de prisão civil, que era do depositário infiel, entretanto, o Supremo

Tribunal Federal reconheceu a ilegalidade desta espécie de prisão civil.

Novo CPC, Art. 528. No cumprimento de sentença que condene ao pagamento de

prestação alimentícia ou de decisão interlocutória que fixe alimentos, o juiz, a requerimento do

exequente, mandará intimar o executado pessoalmente para, em 3 (três) dias, pagar o débito,

provar que o fez ou justificar a impossibilidade de efetuá-lo.

§ 1o Caso o executado, no prazo referido no caput, não efetue o pagamento, não prove que

o efetuou ou não apresente justificativa da impossibilidade de efetuá-lo, o juiz mandará protestar

o pronunciamento judicial, aplicando-se, no que couber, o disposto no art. 517.

§ 2º Somente a comprovação de fato que gere a impossibilidade absoluta de pagar

justificará o inadimplemento.

§ 3º Se o executado não pagar ou se a justificativa apresentada não for aceita, o juiz, além

de mandar protestar o pronunciamento judicial na forma do § 1º , decretar-lhe-á a prisão pelo

prazo de 1 (um) a 3 (três) meses.

§ 4º A prisão será cumprida em regime fechado, devendo o preso ficar separado dos presos

comuns.

§ 5º O cumprimento da pena não exime o executado do pagamento das prestações vencidas

evincendas.

§ 6º Paga a prestação alimentícia, o juiz suspenderá o cumprimento da ordem de prisão.

§ 7º O débito alimentar que autoriza a prisão civil do alimentante é o que compreende até

as 3 (três) prestações anteriores ao ajuizamento da execução e as que se vencerem no curso do

processo.

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4.6 – Das Medidas Cautelares Alternativas à Prisão A medida cautelar é precisamente instrumento judicial que visa impedir que o resultado final do processo

não seja inviável, ou seja, é o procedimento judicial que visa prevenir, conservar, defender ou assegurar a eficácia

de um direito. Em outras palavras, a medida cautelar evita que, quando a decisão transite em julgado, seja

impossível aplicar a pena aplicada pelo magistrado.

É um ato de precaução ou um ato de prevenção promovido no judiciário, onde o juiz pode autorizar quando

for manifesta a gravidade, quando for claramente comprovado um risco de lesão de qualquer natureza, ou na

hipótese de ser demonstrada a existência de motivo justo, amparado legalmente.

Antes da Lei, o magistrado tinha a sua disposição, como medida cautelar processual penal, somente as

prisões temporárias ou preventivas. Com a reforma, tem a sua disposição além dessa medida, nove outras

alternativas à prisão.

Medidas mais brandas, contudo, compatíveis com os princípios constitucionais da proporcionalidade,

razoabilidade, presunção de inocência e devido processo legal.

Art. 282. As medidas cautelares previstas neste Título deverão ser aplicadas observando-se

a:

I - necessidade para aplicação da lei penal, para a investigação ou a instrução criminal e,

nos casos expressamente previstos, para evitar a prática de infrações penais;

II - adequação da medida à gravidade do crime, circunstâncias do fato e condições

pessoais do indiciado ou acusado.

§ 1º As medidas cautelares poderão ser aplicadas isolada ou cumulativamente.

§ 2º As medidas cautelares serão decretadas pelo juiz, de ofício ou a requerimento das partes

ou, quando no curso da investigação criminal, por representação da autoridade policial ou

mediante requerimento do Ministério Público.

§ 3º Ressalvados os casos de urgência ou de perigo de ineficácia da medida, o juiz, ao receber

o pedido de medida cautelar, determinará a intimação da parte contrária, acompanhada de cópia

do requerimento e das peças necessárias, permanecendo os autos em juízo.

§ 4º No caso de descumprimento de qualquer das obrigações impostas, o juiz, de ofício ou

mediante requerimento do Ministério Público, de seu assistente ou do querelante, poderá

substituir a medida, impor outra em cumulação, ou, em último caso, decretar a prisão preventiva.

§ 5º O juiz poderá revogar a medida cautelar ou substituí-la quando verificar a falta de motivo

para que subsista, bem como voltar a decretá-la, se sobrevierem razões que a justifiquem.

§ 6º A prisão preventiva será determinada quando não for cabível a sua substituição por outra

medida cautelar

A primeira medida é a determinação de “comparecimento periódico em juízo, no prazo e nas condições

fixadas pelo juiz, para informar e justificar atividades”, conforme determina o inciso I, do art. 319 do Código

de Processo Penal.

Como já ressaltamos, não se trata de medida desconhecida em nosso sistema penal, haja vista, que já

existia como uma das condições para suspensão condicional do processo, como reza o inciso IV, §1º, do art. 89,

da Lei 9.099/95.

O inciso II, do art. 319, por sua vez, traz como medida cautelar a “proibição de acesso ou frequência a

determinados lugares quando, por circunstâncias relacionadas ao fato, deva o indiciado ou acusado permanecer

distante desses locais para evitar o risco de novas infrações”. Medida cautelar, também, já descrita anteriormente

como uma das condições para suspensão condicional do processo, inciso II, §1º, do art. 89 da Lei 9.099/95, bem

como na Lei Maria da Penha.

Já no inciso III, do art. 319 do Código de Processo Penal, a medida cautelar é a “proibição de manter

contato com pessoa determinada quando, por circunstâncias relacionadas ao fato, deva o indiciado ou acusado

dela permanecer distante”. Trata-se de uma medida cautelar advinda das medidas protetivas de urgência da Lei

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DIREITO PROCESSUAL PENAL

Maria da Penha que obrigam o agressor de violência doméstica, conforme preceitua a alínea “a”, “c”, do inciso

III, do art. 22 da Lei 11.340/2006.

Outra medida cautelar determinada pelo inciso IV, do art. 319 do Código de Processo Penal é a “proibição

de ausentar-se da Comarca quando a permanência seja conveniente ou necessária para a investigação ou

instrução”. Medida cautelar já prevista como uma das condições para suspensão condicional do processo, inciso

III, §1º, do art. 89 da Lei 9.099/95.

No inciso V, do art. 319 do Código de Processo Penal, temos como medida cautelar o “recolhimento

domiciliar no período noturno e nos dias de folga quando o investigado ou acusado tenha residência e trabalho

fixos”. Trata-se de uma medida que restringe claramente o direito de liberdade de locomoção do indivíduo,

podendo ser tratada como uma espécie de prisão domiciliar, a qual deve ser decretada em casos mais graves.

A sexta medida cautelar processual penal, descrita no inciso VII, do art. 319, vem a ser a “suspensão do

exercício de função pública ou de atividade de natureza econômica ou financeira quando houver justo receio de

sua utilização para a prática de infrações penais”.

No inciso VII, do art. 319 do Código de Processo Penal é descrita como medida cautelar a “internação

provisória do acusado nas hipóteses de crimes praticados com violência ou grave ameaça, quando os peritos

concluírem ser inimputável ou semi-imputável (art. 26 do Código Penal) e houver risco de reiteração”.

A oitava medida cautelar trazida pela Lei n. 12.403/2011, inciso VIII, do art. 319 do CPP, trata da “fiança,

nas infrações que a admitem, para assegurar o comparecimento a atos do processo, evitar a obstrução do seu

andamento ou em caso de resistência injustificada à ordem judicial”.

A fiança consiste no depósito de determinada importância, arbitrada pela autoridade competente para

tanto, segundo as diretrizes da lei, para concessão de liberdade provisória. Segundo nosso sistema processual,

fiança é uma garantia real, uma vez que tem por objeto dinheiro ou coisa.

Determina o art. 330, caput, do Código de Processo Penal que a fiança, que será sempre definitiva,

consistirá em depósito de dinheiro, pedras, objetos ou metais preciosos, títulos da dívida pública, federal,

estadual ou municipal, ou em hipoteca inscrita em primeiro lugar. Nesse sentido, o art. 331 do mesmo Diploma

Legal, aponta que o valor em que consistir a fiança será recolhido à repartição arrecadadora federal ou estadual,

ou entregue ao depositário público, juntando-se aos autos os respectivos conhecimentos.

Art. 319. São medidas cautelares diversas da prisão:

I - comparecimento periódico em juízo, no prazo e nas condições fixadas pelo juiz, para informar

e justificar atividades;

II - proibição de acesso ou frequência a determinados lugares quando, por circunstâncias

relacionadas ao fato, deva o indiciado ou acusado permanecer distante desses locais para evitar

o risco de novas infrações; (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011).

III - proibição de manter contato com pessoa determinada quando, por circunstâncias

relacionadas ao fato, deva o indiciado ou acusado dela permanecer distante; (Redação dada

pela Lei nº 12.403, de 2011).

IV - proibição de ausentar-se da Comarca quando a permanência seja conveniente ou

necessária para a investigação ou instrução; (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011).

V - recolhimento domiciliar no período noturno e nos dias de folga quando o investigado ou

acusado tenha residência e trabalho fixos; (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011).

VI - suspensão do exercício de função pública ou de atividade de natureza econômica ou

financeira quando houver justo receio de sua utilização para a prática de infrações penais;

(Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011).

VII - internação provisória do acusado nas hipóteses de crimes praticados com violência

ou grave ameaça, quando os peritos concluírem ser inimputável ou semi-imputável (art. 26 do

Código Penal) e houver risco de reiteração; (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011). VIII -

fiança, nas infrações que a admitem, para assegurar o comparecimento a atos do processo, evitar

a obstrução do seu andamento ou em caso de resistência injustificada à ordem judicial;

(Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011).

IX - monitoração eletrônica. (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011).

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DIREITO PROCESSUAL PENAL

§ 1º (Revogado pela Lei nº 12.403, de 2011).

§ 2º (Revogado pela Lei nº 12.403, de 2011).

§ 3º (Revogado pela Lei nº 12.403, de 2011).

§ 4º A fiança será aplicada de acordo com as disposições do Capítulo VI deste Título, podendo

ser cumulada com outras medidas cautelares. (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011). Art.

320. A proibição de ausentar-se do País será comunicada pelo juiz às autoridades encarregadas

de fiscalizar as saídas do território nacional, intimando-se o indiciado ou acusado para entregar

o passaporte, no prazo de 24 (vinte e quatro) horas. (Redação dada pela Lei nº 12.403, de

2011).

4.7 – Liberdade Provisória

A liberdade provisória, instituto de benefício ao acusado, que atenta contra as formas cautelares de prisão

pode ser classificada em três espécies:

1. Liberdade Provisória Obrigatória : é obrigatória a concessão de liberdade provisória, nas hipóteses

previstas no artigo 321, do CPP. ,in verbis :

Art. 321. Ressalvado o disposto no art. 323, III e IV, o réu livrar-se-á solto,

independentemente de fiança:

I - no caso de infração, a que não for, isolada, cumulativa ou alternativamente, cominada pena

privativa de liberdade;

II - quando o máximo da pena privativa de liberdade, isolada, cumulativa ou ]alternativamente

cominada, não exceder a três meses.

2. Liberdade Provisória Vedada : em algumas hipóteses, entretanto, a lei veda a concessão de

liberdade provisória. Vale dizer, não há um rol taxativo a indicar as hipóteses impeditivas, mas haverá menção

expressa nas leis esparsas, como faz, por exemplo, a lei de crime organizado (Lei 9.034/95) que, no artigo 7º,

dispõe:

Art. 7º Não será concedida liberdade provisória, com ou sem fiança, aos agentes que

tenham tido intensa e efetiva participação na organização criminosa.

3. Liberdade Provisória Permitida : por fim, fala-se em liberdade provisória permitida com

fiança e sem fiança. As hipóteses de liberdade provisória permitida sem fiança estão no artigo 310, caput e

parágrafo único, do CPP:

Art. 310. Quando o juiz verificar pelo auto de prisão em flagrante que o agente praticou o fato,

nas condições do art. 19, I, II e III (excludente de ilicitude, hoje no art. 23) do Código Penal, poderá,

depois de ouvir o Ministério Público, conceder ao réu liberdade provisória, mediante termo de

comparecimento a todos os atos do processo, sob pena de revogação.

Parágrafo único. Igual procedimento será adotado quando o juiz verificar, pelo auto de prisão

em flagrante, a inocorrência de qualquer das hipóteses que autorizam a prisão preventiva (arts. 311 e

312).

Com efeito, vale ressaltar que, a concessão de liberdade provisória prevista no parágrafo único

acima transcrito, é diversa das demais hipóteses, tendo em vista que neste caso, o agente apenas firmará o

compromisso de comparecer a todos os atos processuais, sob pena de revogação, não sendo cabível, portanto,

impor ao agente o pagamento de fiança, muito menos impor a sua cumulação com as demais medidas cautelares

do artigo 319 do Código de Processo Penal.

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DIREITO PROCESSUAL PENAL

A liberdade Provisória Com Fiança, entretanto, é concedida sempre nas seguintes hipóteses:

a) para as contravenções penais que não estejam abrangidas pelo artigo 69, da Lei 9.099/95;

b) para os crimes punidos com detenção

e c) aos crimes punidos com reclusão cuja pena mínima seja igual ou inferior a dois anos. É o que se

conclui pela análise exclusiva dos artigos 323 e 324, do CPP.

Com a Lei n. 12.403/2011, houve aumento significativo das hipóteses em que a autoridade policial poderá

arbitrar a fiança. Antes do advento da Lei, ora em comento, somente era permitido à autoridade policial arbitrar

fiança na hipótese de prática de crime punido com detenção ou prisão simples, conforme antiga redação do art.

322 do Código de Processo Penal. Com a alteração legislativa e nova redação dada ao art. 322, a autoridade

policial poderá conceder fiança nos casos de infração cuja pena privativa de liberdade máxima não seja superior

a 4 (quatro) anos.

Com a reforma processual, que aumentou, e muito, as hipóteses em que a autoridade policial poderá

conceder a fiança, independentemente de pronunciamento do juiz. Podemos exemplificar alguns crimes que

antes não cabia fiança e, após a Lei, enquadra-se no rol que possibilita essa medida cautelar, como: furto simples,

autoaborto, receptação, sequestro e cárcere privado, apropriação indébita, dentre outros.

O art. 323 do Código de Processo Penal, com redação trazida pela nova Lei, determina os casos em que

não será concedida fiança, quais sejam:

a) nos crimes de racismo;

b) nos crimes de tortura, tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, terrorismo e nos definidos como

crimes hediondos;

c) nos crimes cometidos por grupos armados, civis ou militares, contra a ordem constitucional e o

Estado Democrático. A Lei alterou a redação dos incisos I, II e III do art. 323 e revogou os incisos IV e

V do Código de Processo Penal. Com a nova redação, o art. 323 do Código de Processo Penal encontra-

se de acordo com o que determina expressamente a Constituição Federal.

Art. 323. Não será concedida fiança: (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011).

I - nos crimes de racismo; (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011).

II - nos crimes de tortura, tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, terrorismo e nos

definidos como crimes hediondos; (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011).

III - nos crimes cometidos por grupos armados, civis ou militares, contra a ordem constitucional e

o Estado Democrático; (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011).

IV - (Revogado pela Lei nº 12.403, de 2011).

V - (Revogado pela Lei nº 12.403, de 2011).

Art. 324. Não será, igualmente, concedida fiança: (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011).

I - aos que, no mesmo processo, tiverem quebrado fiança anteriormente concedida ou

infringido, sem motivo justo, qualquer das obrigações a que se referem os arts. 327 e 328 deste Código;

(Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011).

II - em caso de prisão civil ou militar; (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011).

III - (Revogado pela Lei nº 12.403, de 2011).

IV - quando presentes os motivos que autorizam a decretação da prisão preventiva (art.

312). (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011).

Com efeito, quando não for expressamente proibido o arbitramento de fiança, entender-se-á, pela

disposição do Código de Processo Penal, que será permitido o arbitramento de fiança. Assim, verifica-se que a

prestação da fiança não é o único requisito para concessão da liberdade provisória, devendo o indiciado/acusado,

necessariamente, cumprir obrigações acessórias previstas no Código de Processo Penal, como:

a) comparecer perante a autoridade, todas as vezes que for intimado para atos do inquérito e da

instrução

criminal e para o julgamento;

b) não mudar de residência, sem prévia permissão da autoridade processante, ou ausentar-se por

mais de 8 (oito) dias de sua residência, sem comunicar àquela autoridade o lugar onde será encontrado.

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DIREITO PROCESSUAL PENAL

A fiança, com o advento da nova Lei, voltará a ter aplicabilidade prática, em razão do aumento

significativo no número de crimes que poderão beneficiar o agente com essa medida cautelar.

Destaca Vinícius Assumpção e Mayana Sales que:

“a impossibilidade de arbitramento de fiança não veda a concessão de liberdade

provisória sem fiança. Isto porque, a Liberdade Provisória é o gênero e possui duas espécies:

liberdade provisória com fiança e liberdade provisória sem fiança”.

De acordo com o art. 334 do CPP, a fiança poderá ser prestada enquanto não transitar em julgado a

sentença condenatória. Vale ressaltar, ainda, a fiança, como reza o §4o do art. 319 do Código de Processo Penal,

pode ser cumulada com outras medidas cautelares.

Art. 334. A fiança poderá ser prestada enquanto não transitar em julgado a sentença

condenatória.

A última medida cautelar processual penal, trazida pela nova Lei, no inciso IX, art. 319, vem a ser o

monitoramento eletrônico. Referida medida foi introduzida em nosso ordenamento jurídico pela Lei n.

12.258/2010, que alterou a Lei de Execução Penal, para prever a possibilidade de utilização de equipamento de

vigilância indireta pelo condenado em alguns casos específicos.

Lei 7.210/84: Art. 146-B. O juiz poderá definir a fiscalização por meio da monitoração eletrônica quando:

I - (VETADO);

II - autorizar a saída temporária no regime semiaberto;

III - (VETADO);

IV - determinar a prisão domiciliar;

Art. 146-C. O condenado será instruído acerca dos cuidados que deverá adotar com o equipamento

eletrônico e dos seguintes deveres:

I - receber visitas do servidor responsável pela monitoração eletrônica, responder aos seus contatos e

cumprir suas orientações;

II - abster-se de remover, de violar, de modificar, de danificar de qualquer forma o dispositivo de

monitoração eletrônica ou de permitir que outrem o faça;

Parágrafo único. A violação comprovada dos deveres previstos neste artigo poderá acarretar, a critério do

juiz da execução, ouvidos o Ministério Público e a defesa:

I - a regressão do regime;

II - a revogação da autorização de saída temporária;

III - (VETADO);

IV - (VETADO);

V - (VETADO);

VI - a revogação da prisão domiciliar;

VII - advertência, por escrito, para todos os casos em que o juiz da execução decida não

aplicar alguma das medidas previstas nos incisos de I a VI deste parágrafo.

Art. 146-D. A monitoração eletrônica poderá ser revogada:

I - quando se tornar desnecessária ou inadequada;

II - se o acusado ou condenado violar os deveres a que estiver sujeito durante a sua vigência ou

cometer falta grave.

Segue abaixo artigos do CPP, pertinentes a esta aula, sendo os principais já citados acima.

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DIREITO PROCESSUAL PENAL

TÍTULO IX DA PRISÃO, DAS MEDIDAS CAUTELARES E DA LIBERDADE PROVISÓRIA

Art. 282. As medidas cautelares previstas neste Título deverão ser aplicadas

observando-se a: (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011).

I - necessidade para aplicação da lei penal, para a investigação ou a instrução criminal e,

nos casos expressamente previstos, para evitar a prática de infrações penais; (Incluído pela

Lei nº 12.403, de 2011).

II - adequação da medida à gravidade do crime, circunstâncias do fato e condições

pessoais do indiciado ou acusado. (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011).

§ 1o As medidas cautelares poderão ser aplicadas isolada ou cumulativamente. (Incluído

pela Lei nº 12.403, de 2011).

§ 2o As medidas cautelares serão decretadas pelo juiz, de ofício ou a requerimento das

partes ou, quando no curso da investigação criminal, por representação da autoridade policial ou

mediante requerimento do Ministério Público. (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011).

§ 3o Ressalvados os casos de urgência ou de perigo de ineficácia da medida, o juiz, ao

receber o pedido de medida cautelar, determinará a intimação da parte contrária, acompanhada

de cópia do requerimento e das peças necessárias, permanecendo os autos em juízo. (Incluído

pela Lei nº 12.403, de 2011).

§ 4o No caso de descumprimento de qualquer das obrigações impostas, o juiz, de ofício ou

mediante requerimento do Ministério Público, de seu assistente ou do querelante, poderá substituir

a medida, impor outra em cumulação, ou, em último caso, decretar a prisão preventiva (art. 312,

parágrafo único). (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011).

§ 5o O juiz poderá revogar a medida cautelar ou substituí-la quando verificar a falta de

motivo para que subsista, bem como voltar a decretá-la, se sobrevierem razões que a justifiquem.

(Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011).

§ 6o A prisão preventiva será determinada quando não for cabível a sua substituição por

outra medida cautelar (art. 319). (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011).

Art. 283. Ninguém poderá ser preso senão em flagrante delito ou por ordem escrita e

fundamentada da autoridade judiciária competente, em decorrência de sentença condenatória

transitada em julgado ou, no curso da investigação ou do processo, em virtude de prisão

temporária ou prisão preventiva. (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011).

§ 1o As medidas cautelares previstas neste Título não se aplicam à infração a que não for

isolada, cumulativa ou alternativamente cominada pena privativa de liberdade. (Incluído

pela Lei nº 12.403, de 2011).

§ 2o A prisão poderá ser efetuada em qualquer dia e a qualquer hora, respeitadas as

restrições relativas à inviolabilidade do domicílio. (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011).

Art. 284. Não será permitido o emprego de força, salvo a indispensável no caso de

resistência ou de tentativa de fuga do preso.

Art. 285. A autoridade que ordenar a prisão fará expedir o respectivo mandado.

Parágrafo único. O mandado de prisão:

a) será lavrado pelo escrivão e assinado pela autoridade;

b) designará a pessoa, que tiver de ser presa, por seu nome, alcunha ou sinais

característicos;

c) mencionará a infração penal que motivar a prisão;

d) declarará o valor da fiança arbitrada, quando afiançável a infração;

e) será dirigido a quem tiver qualidade para dar-lhe execução.

Art. 286. O mandado será passado em duplicata, e o executor entregará ao preso, logo

depois da prisão, um dos exemplares com declaração do dia, hora e lugar da diligência. Da

entrega deverá o preso passar recibo no outro exemplar; se recusar, não souber ou não puder

escrever, o fato será mencionado em declaração, assinada por duas testemunhas.

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DIREITO PROCESSUAL PENAL

Art. 287. Se a infração for inafiançável, a falta de exibição do mandado não obstará à

prisão, e o preso, em tal caso, será imediatamente apresentado ao juiz que tiver expedido o

mandado.

Art. 288. Ninguém será recolhido à prisão, sem que seja exibido o mandado

ao respectivo diretor ou carcereiro, a quem será entregue cópia assinada pelo

executor ou apresentada a guia expedida pela autoridade competente, devendo ser

passado recibo da entrega do preso, com declaração de dia e hora. Parágrafo

único. O recibo poderá ser passado no próprio exemplar do mandado, se este for

o documento exibido.

Art. 289. Quando o acusado estiver no território nacional, fora da jurisdição

do juiz processante, será deprecada a sua prisão, devendo constar da precatória o

inteiro teor do mandado. (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011).

§ 1o Havendo urgência, o juiz poderá requisitar a prisão por qualquer meio

de comunicação, do qual deverá constar o motivo da prisão, bem como o valor da

fiança se arbitrada. (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011).

§ 2o A autoridade a quem se fizer a requisição tomará as precauções

necessárias para averiguar a autenticidade da comunicação. (Incluído pela

Lei nº 12.403, de 2011).

§ 3o O juiz processante deverá providenciar a remoção do preso no prazo

máximo de 30 (trinta) dias, contados da efetivação da medida. (Incluído pela

Lei nº 12.403, de 2011).

Art. 289-A. O juiz competente providenciará o imediato registro do

mandado de prisão em banco de dados mantido pelo Conselho Nacional de Justiça

para essa finalidade. (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011).

§ 1o Qualquer agente policial poderá efetuar a prisão determinada no

mandado de prisão registrado no Conselho Nacional de Justiça, ainda que fora da

competência territorial do juiz que o expediu. (Incluído pela Lei nº 12.403,

de 2011).

§ 2o Qualquer agente policial poderá efetuar a prisão decretada, ainda que

sem registro no Conselho Nacional de Justiça, adotando as precauções necessárias

para averiguar a autenticidade do mandado e comunicando ao juiz que a decretou,

devendo este providenciar, em seguida, o registro do mandado na forma do caput

deste artigo. (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011).

§ 3o A prisão será imediatamente comunicada ao juiz do local de

cumprimento da medida o qual providenciará a certidão extraída do registro do

Conselho Nacional de Justiça e informará ao juízo que a decretou. (Incluído

pela Lei nº 12.403, de 2011).

§ 4o O preso será informado de seus direitos, nos termos do inciso LXIII do

art. 5o da Constituição Federal e, caso o autuado não informe o nome de seu

advogado, será comunicado à Defensoria Pública. (Incluído pela Lei nº 12.403,

de 2011).

§ 5o Havendo dúvidas das autoridades locais sobre a legitimidade da pessoa

do executor ou sobre a identidade do preso, aplica-se o disposto no § 2o do art.

290 deste Código. (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011).

§ 6o O Conselho Nacional de Justiça regulamentará o registro do mandado de

prisão a que se refere o caput deste artigo. (Incluído pela Lei nº 12.403, de

2011).

Art. 290. Se o réu, sendo perseguido, passar ao território de outro

município ou comarca, o executor poderá efetuar-lhe a prisão no lugar onde o

alcançar, apresentando-o imediatamente à autoridade local, que, depois de

lavrado, se for o caso, o auto de flagrante, providenciará para a remoção do

preso.

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DIREITO PROCESSUAL PENAL

§ 1o - Entender-se-á que o executor vai em perseguição do réu, quando:

a) tendo-o avistado, for perseguindo-o sem interrupção, embora depois o tenha

perdido

de vista;

b) sabendo, por indícios ou informações fidedignas, que o réu tenha passado, há

pouco

tempo, em tal ou qual direção, pelo lugar em que o procure, for no seu encalço.

§ 2o Quando as autoridades locais tiverem fundadas razões para duvidar da

legitimidade da pessoa do executor ou da legalidade do mandado que apresentar,

poderão pôr em custódia o réu, até que fique esclarecida a dúvida.

Art. 291. A prisão em virtude de mandado entender-se-á feita desde que o

executor, fazendose conhecer do réu, Ihe apresente o mandado e o intime a

acompanhá-lo.

Art. 292. Se houver, ainda que por parte de terceiros, resistência à prisão em flagrante ou à

determinada por autoridade competente, o executor e as pessoas que o auxiliarem poderão usar

dos meios necessários para defender-se ou para vencer a resistência, do que tudo se lavrará auto

subscrito também por duas testemunhas.

Parágrafo único. Parágrafo único. É vedado o uso de algemas em mulheres grávidas durante os

atos médico-hospitalares preparatórios para a realização do parto e durante o trabalho de parto,

bem como em mulheres durante o período de puerpério imediato. (Redação dada pela Lei nº

13.434, de 2017)

Art. 293. Se o executor do mandado verificar, com segurança, que o réu entrou ou se

encontra em alguma casa, o morador será intimado a entregá-lo, à vista da ordem de prisão. Se

não for obedecido imediatamente, o executor convocará duas testemunhas e, sendo dia, entrará à

força na casa, arrombando as portas, se preciso; sendo noite, o executor, depois da intimação ao

morador, se não for atendido, fará guardar todas as saídas, tornando a casa incomunicável, e,

logo que amanheça, arrombará as portas e efetuará a prisão.

Parágrafo único. O morador que se recusar a entregar o réu oculto em sua casa será levado

à presença da autoridade, para que se proceda contra ele como for de direito.

Art. 294. No caso de prisão em flagrante, observar-se-á o disposto no artigo anterior, no

que for aplicável.

Art. 295. Serão recolhidos a quartéis ou a prisão especial, à disposição da autoridade

competente, quando sujeitos a prisão antes de condenação definitiva:

I - os ministros de Estado;

II - os governadores ou interventores de Estados ou Territórios, o prefeito do Distrito

Federal, seus respectivos secretários, os prefeitos municipais, os vereadores e os chefes de Polícia;

(Redação dada pela Lei nº 3.181, de 11.6.1957)

III - os membros do Parlamento Nacional, do Conselho de Economia Nacional e das

Assembleias Legislativas dos Estados;

IV - os cidadãos inscritos no "Livro de Mérito";

V – os oficiais das Forças Armadas e os militares dos Estados, do Distrito Federal e dos

Territórios; (Redação dada pela Lei nº 10.258, de 11.7.2001)

VI - os magistrados;

VII - os diplomados por qualquer das faculdades superiores da República;

VIII - os ministros de confissão religiosa;

IX - os ministros do Tribunal de Contas;

X - os cidadãos que já tiverem exercido efetivamente a função de jurado, salvo quando

excluídos da lista por motivo de incapacidade para o exercício daquela função;

XI - os delegados de polícia e os guardas-civis dos Estados e Territórios, ativos e inativos.

(Redação dada pela Lei nº 5.126, de 20.9.1966)

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DIREITO PROCESSUAL PENAL

§ 1o A prisão especial, prevista neste Código ou em outras leis, consiste exclusivamente no

recolhimento em local distinto da prisão comum. (Incluído pela Lei nº 10.258, de 11.7.2001)

§ 2o Não havendo estabelecimento específico para o preso especial, este será recolhido em cela

distinta do mesmo estabelecimento. (Incluído pela Lei nº 10.258, de 11.7.2001)

§ 3o A cela especial poderá consistir em alojamento coletivo, atendidos os requisitos de

salubridade do ambiente, pela concorrência dos fatores de aeração, insolação e condicionamento

térmico adequados à existência humana. (Incluído pela Lei nº 10.258, de 11.7.2001) §

4o O preso especial não será transportado juntamente com o preso comum. (Incluído pela

Lei nº 10.258, de 11.7.2001)

§ 5o Os demais direitos e deveres do preso especial serão os mesmos do preso comum.

(Incluído pela Lei nº 10.258, de 11.7.2001)

Art. 296. Os inferiores e praças de pré, onde for possível, serão recolhidos à prisão, em

estabelecimentos militares, de acordo com os respectivos regulamentos.

Art. 297. Para o cumprimento de mandado expedido pela autoridade judiciária, a autoridade

policial poderá expedir tantos outros quantos necessários às diligências, devendo neles ser

fielmente reproduzido o teor do mandado original.

Art. 298. (Revogado pela Lei nº 12.403, de 2011).

Art. 299. A captura poderá ser requisitada, à vista de mandado judicial, por qualquer meio de

comunicação, tomadas pela autoridade, a quem se fizer a requisição, as precauções necessárias

para averiguar a autenticidade desta. (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011).

Art. 300. As pessoas presas provisoriamente ficarão separadas das que já estiverem

definitivamente condenadas, nos termos da lei de execução penal. (Redação dada pela Lei

nº 12.403, de 2011). Parágrafo único. O militar preso em flagrante delito, após a lavratura dos

procedimentos legais, será recolhido a quartel da instituição a que pertencer, onde ficará preso à

disposição das autoridades competentes. (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011).

CAPÍTULO II DA PRISÃO EM FLAGRANTE

Art. 301. Qualquer do povo poderá e as autoridades policiais e seus agentes deverão prender

quem quer que seja encontrado em flagrante delito. Art. 302. Considera-se em flagrante delito

quem:

I - está cometendo a infração penal;

II - acaba de cometê-la;

III - é perseguido, logo após, pela autoridade, pelo ofendido ou por qualquer pessoa,

em situação que faça presumir ser autor da infração;

IV - é encontrado, logo depois, com instrumentos, armas, objetos ou papéis que

façam presumir ser ele autor da infração.

Art. 303. Nas infrações permanentes, entende-se o agente em flagrante delito enquanto não

cessar a permanência.

Art. 304. Apresentado o preso à autoridade competente, ouvirá esta o condutor e colherá, desde

logo, sua assinatura, entregando a este cópia do termo e recibo de entrega do preso. Em seguida,

procederá à oitiva das testemunhas que o acompanharem e ao interrogatório do acusado sobre a

imputação que lhe é feita, colhendo, após cada oitiva suas respectivas assinaturas, lavrando, a

autoridade, afinal, o auto. (Redação dada pela Lei nº 11.113, de 2005)

§ 1o Resultando das respostas fundada a suspeita contra o conduzido, a autoridade mandará

recolhê-lo à prisão, exceto no caso de livrar-se solto ou de prestar fiança, e prosseguirá nos atos

do inquérito ou processo, se para isso for competente; se não o for, enviará os autos à autoridade

que o seja.

§ 2o A falta de testemunhas da infração não impedirá o auto de prisão em flagrante; mas,

nesse caso, com o condutor, deverão assiná-lo pelo menos duas pessoas que hajam testemunhado

a apresentação do preso à autoridade.

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DIREITO PROCESSUAL PENAL

§ 3o Quando o acusado se recusar a assinar, não souber ou não puder fazê-lo, o auto de

prisão em flagrante será assinado por duas testemunhas, que tenham ouvido sua leitura na

presença deste. (Redação dada pela Lei nº 11.113, de 2005)

§ 4o Da lavratura do auto de prisão em flagrante deverá constar a informação sobre a

existência de filhos, respectivas idades e se possuem alguma deficiência e o nome e o contato de

eventual responsável pelos cuidados dos filhos, indicado pela pessoa presa. (Incluído pela

Lei nº 13.257, de 2016)

Art. 305. Na falta ou no impedimento do escrivão, qualquer pessoa designada pela autoridade

lavrará o auto, depois de prestado o compromisso legal.

Art. 306. A prisão de qualquer pessoa e o local onde se encontre serão comunicados

imediatamente ao juiz competente, ao Ministério Público e à família do preso ou à pessoa por ele

indicada. (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011).

§ 1o Em até 24 (vinte e quatro) horas após a realização da prisão, será encaminhado ao juiz

competente o auto de prisão em flagrante e, caso o autuado não informe o nome de seu advogado,

cópia integral para a Defensoria Pública. (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011).

§ 2o No mesmo prazo, será entregue ao preso, mediante recibo, a nota de culpa, assinada pela

autoridade, com o motivo da prisão, o nome do condutor e os das testemunhas. (Redação

dada pela Lei nº 12.403, de 2011).

Art. 307. Quando o fato for praticado em presença da autoridade, ou contra esta, no exercício

de suas funções, constarão do auto a narração deste fato, a voz de prisão, as declarações que fizer

o preso e os depoimentos das testemunhas, sendo tudo assinado pela autoridade, pelo preso e pelas

testemunhas e remetido imediatamente ao juiz a quem couber tomar conhecimento do fato

delituoso, se não o for a autoridade que houver presidido o auto.

Art. 308. Não havendo autoridade no lugar em que se tiver efetuado a prisão, o preso será

logo apresentado à do lugar mais próximo. Art. 309. Se o réu se livrar solto, deverá ser posto em

liberdade, depois de lavrado o auto de prisão em flagrante.

Art. 310. Ao receber o auto de prisão em flagrante, o juiz deverá fundamentadamente:

(Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011).

I - relaxar a prisão ilegal; ou (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011).

II - converter a prisão em flagrante em preventiva, quando presentes os requisitos constantes

do art. 312 deste Código, e se revelarem inadequadas ou insuficientes as medidas cautelares

diversas da prisão; ou (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011).

III - conceder liberdade provisória, com ou sem fiança. (Incluído pela Lei nº 12.403, de

2011).

Parágrafo único. Se o juiz verificar, pelo auto de prisão em flagrante, que o agente praticou

o fato nas condições constantes dos incisos I a III do caput do art. 23 do Decreto-Lei no 2.848, de

7 de dezembro de 1940 - Código Penal, poderá, fundamentadamente, conceder ao acusado

liberdade provisória, mediante termo de comparecimento a todos os atos processuais, sob pena de

revogação. (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011).

CAPÍTULO III DA PRISÃO PREVENTIVA

(Redação dada pela Lei nº 5.349, de 3.11.1967)

Art. 311. Em qualquer fase da investigação policial ou do processo penal, caberá a prisão

preventiva decretada pelo juiz, de ofício, se no curso da ação penal, ou a requerimento do

Ministério Público, do querelante ou do assistente, ou por representação da autoridade policial.

(Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011).

Art. 312. A prisão preventiva poderá ser decretada como garantia da ordem pública, da

ordem econômica, por conveniência da instrução criminal, ou para assegurar a aplicação da lei

penal, quando houver prova da existência do crime e indício suficiente de autoria. (Redação

dada pela Lei nº 12.403, de 2011).

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DIREITO PROCESSUAL PENAL

Parágrafo único. A prisão preventiva também poderá ser decretada em caso de

descumprimento de qualquer das obrigações impostas por força de outras medidas cautelares (art.

282, § 4o). (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011).

Art. 313. Nos termos do art. 312 deste Código, será admitida a decretação da prisão

preventiva: (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011).

I - nos crimes dolosos punidos com pena privativa de liberdade máxima superior a 4 (quatro)

anos; (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011).

II - se tiver sido condenado por outro crime doloso, em sentença transitada em

julgado, ressalvado o disposto no inciso I do caput do art. 64 do Decreto-Lei no 2.848, de 7 de

dezembro de 1940 - Código Penal; (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011).

III - se o crime envolver violência doméstica e familiar contra a mulher, criança,

adolescente, idoso, enfermo ou pessoa com deficiência, para garantir a execução das medidas

protetivas de urgência; (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011).

IV - (Revogado pela Lei nº 12.403, de 2011).

Parágrafo único. Também será admitida a prisão preventiva quando houver dúvida sobre

a identidade civil da pessoa ou quando esta não fornecer elementos suficientes para esclarecê-la,

devendo o preso ser colocado imediatamente em liberdade após a identificação, salvo se outra

hipótese recomendar a manutenção da medida. (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011).

Art. 314. A prisão preventiva em nenhum caso será decretada se o juiz verificar pelas provas

constantes dos autos ter o agente praticado o fato nas condições previstas nos incisos I, II e III do

caput do art. 23 do Decreto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro de 1940 - Código Penal. (Redação

dada pela Lei nº 12.403, de 2011).

Art. 315. A decisão que decretar, substituir ou denegar a prisão preventiva será sempre

motivada. (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011). Art. 316. O juiz poderá revogar a

prisão preventiva se, no correr do processo, verificar a falta de motivo para que subsista, bem

como de novo decretá-la, se sobrevierem razões que a justifiquem. (Redação dada pela Lei

nº 5.349, de 3.11.1967)

CAPÍTULO IV DA PRISÃO DOMICILIAR

(Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011).

Art. 317. A prisão domiciliar consiste no recolhimento do indiciado ou acusado em sua

residência, só podendo dela ausentar-se com autorização judicial. (Redação dada pela Lei

nº 12.403, de 2011).

Art. 318. Poderá o juiz substituir a prisão preventiva pela domiciliar quando o agente for:

(Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011).

I - maior de 80 (oitenta) anos; (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011).

II - extremamente debilitado por motivo de doença grave; (Incluído pela Lei nº

12.403, de 2011).

III - imprescindível aos cuidados especiais de pessoa menor de 6 (seis) anos de idade ou com

deficiência; (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011).

IV - gestante; (Redação dada pela Lei nº 13.257, de 2016)

V - mulher com filho de até 12 (doze) anos de idade incompletos; (Incluído pela Lei nº

13.257, de 2016)

VI - homem, caso seja o único responsável pelos cuidados do filho de até 12 (doze) anos de

idade incompletos. (Incluído pela Lei nº 13.257, de 2016)

Parágrafo único. Para a substituição, o juiz exigirá prova idônea dos requisitos estabelecidos

neste artigo. (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011).

CAPÍTULO V

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DAS OUTRAS MEDIDAS CAUTELARES (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011).

Art. 319. São medidas cautelares diversas da prisão: (Redação dada pela Lei nº 12.403,

de 2011).

I - comparecimento periódico em juízo, no prazo e nas condições fixadas pelo juiz, para

informar e justificar atividades; (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011).

II - proibição de acesso ou frequência a determinados lugares quando, por circunstâncias

relacionadas ao fato, deva o indiciado ou acusado permanecer distante desses locais para evitar

o risco de novas infrações; (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011).

III - proibição de manter contato com pessoa determinada quando, por circunstâncias

relacionadas ao fato, deva o indiciado ou acusado dela permanecer distante; (Redação dada

pela Lei nº 12.403, de 2011).

IV - proibição de ausentar-se da Comarca quando a permanência seja conveniente ou

necessária para a investigação ou instrução; (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011).

V - recolhimento domiciliar no período noturno e nos dias de folga quando o investigado ou

acusado tenha residência e trabalho fixos; (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011).

VI - suspensão do exercício de função pública ou de atividade de natureza econômica ou

financeira quando houver justo receio de sua utilização para a prática de infrações penais;

(Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011).

VII - internação provisória do acusado nas hipóteses de crimes praticados com violência ou

grave ameaça, quando os peritos concluírem ser inimputável ou semi-imputável (art. 26 do Código

Penal) e houver risco de reiteração; (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011).

VIII - fiança, nas infrações que a admitem, para assegurar o comparecimento a atos do

processo, evitar a obstrução do seu andamento ou em caso de resistência injustificada à ordem

judicial; (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011).

IX - monitoração eletrônica. (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011).

§ 1o (Revogado pela Lei nº 12.403, de 2011). § 2o (Revogado pela Lei nº 12.403, de 2011).

§ 3o (Revogado pela Lei nº 12.403, de 2011).

§ 4o A fiança será aplicada de acordo com as disposições do Capítulo VI deste Título, podendo

ser cumulada com outras medidas cautelares. (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011).

Art. 320. A proibição de ausentar-se do País será comunicada pelo juiz às autoridades

encarregadas de fiscalizar as saídas do território nacional, intimando-se o indiciado ou acusado

para entregar o passaporte, no prazo de 24 (vinte e quatro) horas. (Redação dada pela Lei

nº 12.403, de 2011).

CAPÍTULO VI DA LIBERDADE PROVISÓRIA, COM OU SEM FIANÇA

Art. 321. Ausentes os requisitos que autorizam a decretação da prisão preventiva, o juiz deverá

conceder liberdade provisória, impondo, se for o caso, as medidas cautelares previstas no art. 319

deste Código e observados os critérios constantes do art. 282 deste Código. (Redação

dada pela Lei nº 12.403, de 2011).

I - (Revogado pela Lei nº 12.403, de 2011).

II - (Revogado pela Lei nº 12.403, de 2011).

Art. 322. A autoridade policial somente poderá conceder fiança nos casos de infração cuja

pena privativa de liberdade máxima não seja superior a 4 (quatro) anos. (Redação dada

pela Lei nº 12.403, de 2011).

Parágrafo único. Nos demais casos, a fiança será requerida ao juiz, que decidirá em 48

(quarenta e oito) horas. (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011).

Art. 323. Não será concedida fiança: (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011).

I - nos crimes de racismo; (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011).

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II - nos crimes de tortura, tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, terrorismo

e nos definidos como crimes hediondos; (Redação dada pela Lei nº 12.403, de

2011).

III - nos crimes cometidos por grupos armados, civis ou militares, contra a ordem

constitucional e o Estado Democrático; (Redação dada pela Lei nº 12.403, de

2011).

IV - (Revogado pela Lei nº 12.403, de 2011).

V - (Revogado pela Lei nº 12.403, de 2011).

Art. 324. Não será, igualmente, concedida fiança: (Redação dada pela Lei nº 12.403,

de 2011).

I - aos que, no mesmo processo, tiverem quebrado fiança anteriormente concedida ou

infringido, sem motivo justo, qualquer das obrigações a que se referem os arts. 327 e 328 deste

Código; (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011).

II - em caso de prisão civil ou militar; (Redação dada pela Lei nº 12.403,

de 2011).

III - (Revogado pela Lei nº 12.403, de 2011).

IV - quando presentes os motivos que autorizam a decretação da prisão preventiva

(art. 312).

(Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011).

Art. 325. O valor da fiança será fixado pela autoridade que a conceder nos seguintes limites:

(Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011).

a) (revogada); (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011).

b) (revogada); (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011).

c) (revogada). (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011).

I - de 1 (um) a 100 (cem) salários mínimos, quando se tratar de infração cuja pena privativa

de liberdade, no grau máximo, não for superior a 4 (quatro) anos; (Incluído pela Lei

nº 12.403, de 2011).

II - de 10 (dez) a 200 (duzentos) salários mínimos, quando o máximo da pena privativa de

liberdade cominada for superior a 4 (quatro) anos. (Incluído pela Lei nº 12.403, de

2011).

§ 1o Se assim recomendar a situação econômica do preso, a fiança poderá ser:

(Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011).

I - dispensada, na forma do art. 350 deste Código; (Redação dada pela Lei nº

12.403, de 2011).

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II - reduzida até o máximo de 2/3 (dois terços); ou (Redação dada pela Lei nº

12.403, de 2011).

III - aumentada em até 1.000 (mil) vezes. (Incluído pela Lei nº 12.403, de

2011). § 2o (Revogado pela Lei nº 12.403, de 2011).

I - (Revogado pela Lei nº 12.403, de 2011).

II - (Revogado pela Lei nº 12.403, de 2011).

III - (Revogado pela Lei nº 12.403, de 2011).

Art. 326. Para determinar o valor da fiança, a autoridade terá em consideração a natureza da

infração, as condições pessoais de fortuna e vida pregressa do acusado, as circunstâncias

indicativas de sua periculosidade, bem como a importância provável das custas do processo, até

final julgamento.

Art. 327. A fiança tomada por termo obrigará o afiançado a comparecer perante a autoridade,

todas as vezes que for intimado para atos do inquérito e da instrução criminal e para o julgamento.

Quando o réu não comparecer, a fiança será havida como quebrada.

Art. 328. O réu afiançado não poderá, sob pena de quebramento da fiança, mudar de

residência, sem prévia permissão da autoridade processante, ou ausentar-se por mais de 8 (oito)

dias de sua residência, sem comunicar àquela autoridade o lugar onde será encontrado.

Art. 329. Nos juízos criminais e delegacias de polícia, haverá um livro especial, com termos

de abertura e de encerramento, numerado e rubricado em todas as suas folhas pela autoridade,

destinado especialmente aos termos de fiança. O termo será lavrado pelo escrivão e assinado pela

autoridade e por quem prestar a fiança, e dele extrair-se-á certidão para juntar-se aos autos.

Parágrafo único. O réu e quem prestar a fiança serão pelo escrivão notificados das obrigações

e da sanção previstas nos arts. 327 e 328, o que constará dos autos.

Art. 330. A fiança, que será sempre definitiva, consistirá em depósito de dinheiro, pedras,

objetos ou metais preciosos, títulos da dívida pública, federal, estadual ou municipal, ou em

hipoteca inscrita em primeiro lugar.

§ 1o A avaliação de imóvel, ou de pedras, objetos ou metais preciosos será feita imediatamente

por perito nomeado pela autoridade.

§ 2o Quando a fiança consistir em caução de títulos da dívida pública, o valor será determinado

pela sua cotação em Bolsa, e, sendo nominativos, exigir-se-á prova de que se acham livres de ônus.

Art. 331. O valor em que consistir a fiança será recolhido à repartição arrecadadora federal

ou estadual, ou entregue ao depositário público, juntando-se aos autos os respectivos

conhecimentos.

Parágrafo único. Nos lugares em que o depósito não se puder fazer de pronto, o valor será

entregue ao escrivão ou pessoa abonada, a critério da autoridade, e dentro de três dias dar-se-á

ao valor o destino que Ihe assina este artigo, o que tudo constará do termo de fiança.

Art. 332. Em caso de prisão em flagrante, será competente para conceder a fiança a autoridade

que presidir ao respectivo auto, e, em caso de prisão por mandado, o juiz que o houver expedido,

ou a autoridade judiciária ou policial a quem tiver sido requisitada a prisão.

Art. 333. Depois de prestada a fiança, que será concedida independentemente de audiência do

Ministério Público, este terá vista do processo a fim de requerer o que julgar conveniente.

Art. 334. A fiança poderá ser prestada enquanto não transitar em julgado a sentença

condenatória. (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011).

Art. 335. Recusando ou retardando a autoridade policial a concessão da fiança, o preso, ou

alguém por ele, poderá prestá-la, mediante simples petição, perante o juiz competente, que

decidirá em 48 (quarenta e oito) horas. (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011).

Art. 336. O dinheiro ou objetos dados como fiança servirão ao pagamento das custas, da

indenização do dano, da prestação pecuniária e da multa, se o réu for condenado.

(Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011).

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Parágrafo único. Este dispositivo terá aplicação ainda no caso da prescrição depois da

sentença condenatória (art. 110 do Código Penal). (Redação dada pela Lei nº 12.403,

de 2011).

Art. 337. Se a fiança for declarada sem efeito ou passar em julgado sentença que houver

absolvido o acusado ou declarada extinta a ação penal, o valor que a constituir, atualizado, será

restituído sem desconto, salvo o disposto no parágrafo único do art. 336 deste Código.

(Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011).

Art. 338. A fiança que se reconheça não ser cabível na espécie será cassada em qualquer fase

do processo.

Art. 339. Será também cassada a fiança quando reconhecida a existência de delito inafiançável,

no caso de inovação na classificação do delito.

Art. 340. Será exigido o reforço da fiança:

I - quando a autoridade tomar, por engano, fiança insuficiente;

II - quando houver depreciação material ou perecimento dos bens hipotecados ou

caucionados, ou depreciação dos metais ou pedras preciosas;

III - quando for inovada a classificação do delito.

Parágrafo único. A fiança ficará sem efeito e o réu será recolhido à prisão, quando, na

conformidade deste artigo, não for reforçada.

Art. 341. Julgar-se-á quebrada a fiança quando o acusado: (Redação dada pela Lei

nº 12.403, de 2011).

I - regularmente intimado para ato do processo, deixar de comparecer, sem motivo justo;

(Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011).

II - deliberadamente praticar ato de obstrução ao

andamento do

(Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011).

III - descumprir medida cautelar imposta cumulativamente com a fiança; (Incluído

pela Lei nº 12.403, de 2011).

IV - resistir injustificadamente a ordem judicial; (Incluído pela Lei nº 12.403, de

2011).

V - praticar nova infração penal dolosa. (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011).

Art. 342. Se vier a ser reformado o julgamento em que se declarou quebrada a fiança, esta

subsistirá em todos os seus efeitos

Art. 343. O quebramento injustificado da fiança importará na perda de metade do seu valor,

cabendo ao juiz decidir sobre a imposição de outras medidas cautelares ou, se for o caso, a

decretação da prisão preventiva. (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011).

Art. 344. Entender-se-á perdido, na totalidade, o valor da fiança, se, condenado, o acusado não

se apresentar para o início do cumprimento da pena definitivamente imposta.

(Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011).

Art. 345. No caso de perda da fiança, o seu valor, deduzidas as custas e mais encargos a que o

acusado estiver obrigado, será recolhido ao fundo penitenciário, na forma da lei.

(Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011).

Art. 346. No caso de quebramento de fiança, feitas as deduções previstas no art. 345 deste

Código, o valor restante será recolhido ao fundo penitenciário, na forma da lei. (Redação

dada pela Lei nº 12.403, de 2011).

Art. 347. Não ocorrendo a hipótese do art. 345, o saldo será entregue a quem houver prestado

a fiança, depois de deduzidos os encargos a que o réu estiver obrigado.

Art. 348. Nos casos em que a fiança tiver sido prestada por meio de hipoteca, a execução será

promovida no juízo cível pelo órgão do Ministério Público.

Art. 349. Se a fiança consistir em pedras, objetos ou metais preciosos, o juiz determinará a

venda por leiloeiro ou corretor.

Art. 350. Nos casos em que couber fiança, o juiz, verificando a situação econômica do preso,

poderá conceder-lhe liberdade provisória, sujeitando-o às obrigações constantes dos arts. 327 e

processo;

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328 deste Código e a outras medidas cautelares, se for o caso. (Redação dada pela

Lei nº 12.403, de 2011).

Parágrafo único. Se o beneficiado descumprir, sem motivo justo, qualquer das obrigações ou

medidas impostas, aplicar-se-á o disposto no § 4o do art. 282 deste Código. (Redação

dada pela Lei nº 12.403, de 2011).

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JURISPRUDÊNCIA

O art. 318, II, do CPP é chamado de prisão domiciliar humanitária.

Em um caso concreto, o STF entendeu que deveria conceder prisão humanitária ao réu tendo em vista o alto

risco de saúde, a grande possibilidade de desenvolver infecções no cárcere e a impossibilidade de tratamento

médico adequado na unidade prisional ou em estabelecimento hospitalar — tudo demostrado satisfatoriamente

no laudo pericial. Considerou-se que a concessão da medida era necessária para preservar a integridade física

e moral do paciente, em respeito à dignidade da pessoa humana (art. 1º, III, da CF). STF. 2ª Turma.HC 153961/DF, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 27/3/2018 (Info 895).

01 – ( ) - (CESPE/PRF/2013) - O juiz poderá substituir a prisão preventiva por prisão domiciliar sempre que

a agente for gestante.

02 – ( ) - (CESPE/PRF/2013) - A prisão temporária só poderá ser decretada mediante representação da

autoridade policial ou a requerimento do Ministério Público, vedada sua decretação de ofício pelo juiz.

03 – ( ) - (CESPE/PRF/2013) - Durante uma abordagem de rotina feita pela PRF em determinada rodovia

federal, foram apreendidos aproximadamente cem quilos de entorpecentes, entre crack, haxixe e cocaína. O

motorista, único ocupante do veículo onde estavam as drogas, confessou a prática do delito, tendo afirmado,

ainda, que adquirira as drogas para revendê-las e que as estava transportando para um depósito em local seguro.

Nessa situação, cabe à chefia do distrito regional da PRF do estado em que ocorreu a apreensão formalizar o

auto de prisão em flagrante do autor do delito e comunicar a prisão à autoridade judiciária competente.

04 – ( ) - (CESPE/PF/2014) - Nos crimes de tráfico de drogas, em caso de necessidade extrema comprovada,

poderá ser decretada a prisão temporária pela autoridade policial, que terá o prazo de vinte e quatro horas para

comunicar a prisão e encaminhar a representação pertinente ao juiz competente.

05 – ( ) - (CESPE/PF/2014) - Mesmo que o investigado ofereça resistência à ordem de prisão, não será

possível o uso de algemas para conduzi-lo, uma vez que a CF garante que nenhum cidadão será submetido a

tratamento desumano ou degradante.

06 – ( ) - (CESPE/PF/2014) - Considere que a Polícia Federal tenha realizado operação para combater ilícitos

transnacionais e tenha encontrado extensa plantação de maconha, em território brasileiro, sem a ocorrência de

prisão em flagrante. Nessa situação, mesmo que não haja autorização judicial, a referida plantação será destruída

pelo delegado de polícia, que deverá recolher quantidade suficiente para exame pericial.

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07 – ( ) - (CESPE/PF/2012) - A ausência de prévia instauração de inquérito policial não impede a decretação

da prisão temporária, pois os elementos de convicção, nesse caso, podem ser extraídos de peças de informação.

Diversamente do que ocorre no caso de prisão preventiva, a prisão temporária não pode ser decretada de ofício

pelo juiz, já que depende de requerimento do Ministério Público ou de representação da autoridade policial.

08 – ( ) - (CESPE/PF/2012) - Considere que, no curso de investigação policial para apurar a prática de crime

de extorsão mediante sequestro contra um gerente do Banco X, agentes da Polícia Federal tenham perseguido

os suspeitos, que fugiram com a vítima, por dois dias consecutivos. Nessa situação, enquanto mantiverem a

privação da liberdade da vítima, os suspeitos poderão ser presos em flagrante, por se tratar de infração

permanente.

09 – ( ) - (CESPE/PF/2012) - A prisão preventiva, admitida nos casos de crimes dolosos punidos com pena

privativa de liberdade máxima superior a quatro anos, pode ser decretada em qualquer fase da persecução penal,

desde que haja prova da existência do crime e indício suficiente de autoria.

10 – ( ) - (CESPE/PF/2012) - A legislação processual obsta a decretação da prisão preventiva e temporária

no caso de o acusado apresentar-se espontaneamente em juízo ou perante a autoridade policial, prestar

declarações acerca dos fatos apurados e entregar o passaporte, assim como no caso de o juiz verificar, pelas

provas constantes dos autos, que o agente praticou o fato em estado de necessidade, legítima defesa ou no estrito

cumprimento do dever legal.

11 – (CESPE/PRF/2009) - Motorista, cujo carro fora roubado em rodovia federal, dirige-se

imediatamente ao Posto da Polícia Rodoviária Federal mais próximo e relata o fato. O agente policial

registra a ocorrência e alerta, pelo rádio, todos os policiais rodoviários federais que patrulham aquela

rodovia. Vinte minutos depois, dois policiais interceptam o veículo roubado, que estava sendo conduzido

por um homem cuja descrição coincide com a que fora feita pela vítima. Considerando essa narrativa,

assinale a resposta correta.

A) Os policiais devem apreender o carro roubado e efetuar a prisão em flagrante do suspeito, pois a hipótese é

de flagrante próprio.

B) Os policiais devem apreender o carro roubado, mas não podem conduzir o suspeito ao posto, pois só haveria

flagrante se ele tivesse sido surpreendido no momento em que estava cometendo o crime.

C) Os policiais devem apreender o carro roubado e efetuar a prisão do suspeito para averiguação, a qual terá o

prazo máximo de quarenta e oito horas.

D) Os policiais devem apreender o carro roubado e apresentar imediatamente o suspeito ao juiz de plantão, para

ser interrogado.

E) Os policiais devem apreender o carro roubado e efetuar a prisão em flagrante do suspeito, pois a hipótese é

de flagrante presumido.

12 – ( ) - (CESPE/PRF/2009/ADAPTADA) -Constitui infração de trânsito a inobservância de qualquer

preceito do Código de Trânsito Brasileiro, da legislação complementar ou das resoluções do CONTRAN, sendo

o infrator sujeito às penalidades e medidas administrativas. Com relação aos crimes relacionados no Código de

Trânsito Brasileiro, é correto afirmar que ao condutor de veículo, nos casos de acidentes de trânsito de que

resulte vítima, se imporá a prisão em flagrante e se exigirá fiança, independente dele prestar pronto e integral

socorro àquela.

13 – ( ) - (CESPE/PCGO/2017/DELEGADO) - O descumprimento de medida cautelar imposta ao acusado

para não manter contato com pessoa determinada é motivo suficiente para o juiz determinar a substituição da

medida por prisão preventiva, já que a aplicação de outra medida representaria ofensa ao poder imperativo do

Estado além de ser incompatível com o instituto das medidas cautelares.

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14 – ( ) - (CESPE/PCGO/2017/DELEGADO) - A prisão temporária poderá ser decretada pelo juiz de ofício

ou medianterepresentação da autoridade policial ou requerimento do Ministério Público.

15 – ( ) - (CESPE/PCGO/2017/DELEGADO) - Conforme o STJ, a prisão temporária não pode ser mantida

após o recebimento da denúncia pelo juiz.

16 – ( ) - (CESPE/PCGO/2017/DELEGADO) - São três os requisitos indispensáveis para a decretação da

prisão temporária, conforme a doutrina majoritária: imprescindibilidade para as investigações; existência de

indícios de autoria ou participação; e indiciado sem residência fixa ou identificação duvidosa.

17 – ( ) - (CESPE/PCGO/2017/DELEGADO) - É cabível a prisão temporária para a oitiva do indiciado

acerca do delito sob apuração, desde que a liberdade seja restituída logo após a ultimação do ato.

18 – ( ) - (CESPE/PCGO/2017/DELEGADO) - A prisão temporária poderá ser decretada tanto no curso da

investigação quanto no decorrer da fase instrutória do competente processo criminal.

19 – (CESPE/PCGO/2017/DELEGADO) - O Pacto de São José da Costa Rica influenciou diretamente a edição

da súmula vinculante proferida pelo STF, a qual veda a prisão do depositário infiel.

20 – (CESPE/PCGO/2016/AGENTE) - José subtraiu o carro de Ana mediante grave ameaça exercida com

arma de fogo. Após a prática do ato, ele fugiu do local dirigindo o veículo em alta velocidade, mas foi

perseguido por outros condutores que passavam pela via e atenderam ao pedido de ajuda da vítima. A

partir dessa situação hipotética, assinale a opção correta.

A) Uma vez preso em flagrante, José deverá ser conduzido até autoridade policial, que lavrará o auto de prisão

e entregará a nota de culpa no prazo máximo de quarenta e oito horas.

B) José poderá ser preso em flagrante pelo roubo enquanto estiver na posse do veículo de Ana,

independentemente do lapso temporal transcorrido.

C) A interrupção da perseguição de José descaracteriza o flagrante impróprio, embora José possa ser preso se

encontrado, em seguida, com o objeto do crime e em situação pela qual se presuma ser ele o autor do fato.

D) Caso seja preso em flagrante, José deverá ser informado de suas garantias constitucionais e de seu direito de

permanecer calado e de estar acompanhado por advogado, bem como terá direito ao acesso à identificação

completa do responsável por sua prisão e da vítima do fato.

E) Embora a perseguição realizada por pessoas da sociedade civil seja importante para as investigações porque

propicia a recuperação do veículo e a identificação do autor do fato, esse tipo de perseguição não caracteriza

situação de flagrância.

21 - (FCC/TRE-AC/2010) - O documento entregue ao conduzido após a lavratura do auto de prisão em

flagrante, assinado pela autoridade policial e contendo o motivo da prisão, o nome do condutor e das

testemunhas, denomina-se a) termo circunstanciado.

b) auto de prisão em flagrante.

c) nota de culpa

d) carta de guia

e) boletim de ocorrência

22 - (FUNDEP/TJ-MG/2010) - Assinale o instituto legal que NÃO é modalidade de prisão cautelar

prevista na legislação processual penal. a) Prisão correcional

b) Prisão em flagrante

c) Prisão preventiva

d) Prisão temporária

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DIREITO PROCESSUAL PENAL

23 – ( ) - (CESPE/PGM-RR/2010) - A liberdade provisória deverá ser concedida sempre que o juiz verificar

a ausência de quaisquer das hipóteses previstas em lei para a decretação da prisão preventiva.

24 – ( ) - (CESPE / Procurador - PGM-RR / 2010) - A prisão preventiva somente poderá ser decretada,

mediante ordem judicial devidamente fundamentada, no curso de ação penal regularmente instaurada perante o

juízo competente.

25 – ( ) - (CESPE/DPU/2010) - A prisão preventiva e a prisão temporária possuem a mesma finalidade e

momento para decretação. A primeira ocorre nas ações penais públicas e a segunda, nas ações penais privadas.

26 – ( ) - (CESPE/DPU/2010) - A prisão de servidor público, por crime de ação penal pública condicionada

e contra a administração, depende de manifestação prévia da chefia imediata, por expressa disposição do CPP.

27 – ( ) - (CESPE/TRE-MT/2010) - A prisão temporária pode ser decretada de ofício pelo juiz, pelo prazo

improrrogável de cinco dias, presentes as condições legais.

28 – ( ) - (CESPE/TRE-MT/2010) - Não se admite a decretação da prisão preventiva nos crimes dolosos

punidos com detenção.

29 – ( ) - (CESPE/MPE-SE/2010) - Segundo o CPP, a prisão especial consiste exclusivamente no

recolhimento em local distinto da prisão comum. Não havendo estabelecimento específico para o preso especial,

ele deve ser recolhido em cela distinta em estabelecimento prisional comum.

30– ( ) - (CESPE/MPE-SE/2010) - Não havendo autoridade policial no lugar em que se tiver efetuado a

prisão em flagrante, o preso deve ser imediatamente apresentado ao promotor ou ao juiz competente, vedada sua

apresentação a autoridade policial de localidade próxima, por falta de atribuição.

31– ( ) - (CESPE/MPE-SE/2010) - Nas hipóteses em que se livre solto, o réu deverá ser posto em liberdade,

não havendo necessidade de lavratura do auto de prisão em flagrante, mas somente do boletim de ocorrência

policial.

32. (OAB-DF/2007) - Em matéria de prisão processual, assinale a alternativa INCORRETA:

A) A prisão administrativa, decretada pela autoridade administrativa, não foi recepcionada pela Constituição

Federal de 1988;

B) A prisão em flagrante não deverá subsistir nos casos de exclusão de ilicitude.

C) A prisão temporária, em todos os casos legais, somente poderá ser decretada por cinco dias, prorrogável por

igual período em caso de extrema e comprovada necessidade;

D) A prisão em virtude de sentença condenatória recorrível não deverá ser decretada se o acusado for primário

e de bons antecedente, assim, reconhecido na sentença penal condenatória.

33 – ( ) - (CESPE/Delegado/PC-PB/2008) - No flagrante irreal, o agente é perseguido logo após

cometer o ilícito, em situação que faça presumir ser ele o autor da infração.

34 - ( ) - (CESPE/Delegado/PC-PB/2008) - A prisão em flagrante é compulsória em relação às

autoridades policiais e seus agentes, desde que constatada a presença das hipóteses legais, mas possuem eles

plena discricionariedade para avaliar o cabimento ou não da medida.

35– ( ) - (CESPE/Delegado/PC-PB/2008) - No flagrante preparado, a consequência é a soltura do

indiciado, em nada influindo a preparação do flagrante na conduta típica praticada pelo agente.

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36. (FCC/Promotor/MPE-SE/2009) - Incabível a prisão temporária em caso de: A)

roubo simples.

B) quadrilha ou bando.

C) homicídio simples.

D) cárcere privado.

E) furto qualificado.

37. (FCC/Promotor/MPE-CE/2009) - Em matéria de prisão processual, o Código de Processo Penal e leis

extravagantes dispõem que:

A) Somente o juiz poderá conceder fiança

B) a prisão preventiva poderá ser decretada como garantia da ordem pública, da ordem econômica, por clamor

social, por conveniência da instrução criminal, ou para assegurar a aplicação da lei penal, quando houver

prova da existência do crime e indícios suficientes de autoria.

C) o prazo da prisão temporária, em qualquer caso, é de trinta dias, prorrogável por igual período, na hipótese

de extrema e comprovada necessidade.

D) a prisão temporária será decretada pelo juiz, em face da representação da autoridade policial ou de

requerimento do Ministério Público.

E) N.R.A

38 – ( ) - (CESPE/Delegado/PC-PB/2008) - A prisão preventiva pode ser decretada para garantia de

aplicação da lei penal, ou seja, para impedir que o agente, solto, continue a delinquir e, consequentemente,

acautelar o meio social.

39 – ( ) - (CESPE/Delegado/PC-PB/2008) - A prisão preventiva pode ser decretada em prol da garantia

da ordem pública, havendo, nesse caso, necessidade de comprovação do iminente risco de fuga do agente.

40 – ( ) - (CESPE/Delegado/PC-PB/2008) -Pode ser decretada a prisão temporária em qualquer fase do

IP ou da ação penal.

41 – ( ) - (CESPE/Delegado/PC-PB/2008) - A prisão temporária pode ser decretada por intermédio de

representação da autoridade policial ou do membro do MP, assim como ser decretada de ofício pelo juiz

competente.

42 – ( ) - (CESPE/Delegado/PC-PB/2008) - O prazo da prisão temporária, que em regra é de 5 dias,

prorrogáveis por igual período, é fatal e peremptório, de modo que, esgotado, o preso deve ser imediatamente

posto em liberdade, não podendo ser a prisão convertida em preventiva.

43 – ( ) - (CESPE/Delegado/PC-PB/2008) - Quando a prisão temporária for requerida pela autoridade

policial, por intermédio de representação, não haverá necessidade de prévia oitiva do MP, devendo o juiz decidir

o pedido formulado no prazo máximo de 24 horas.

44 – ( ) - (CESPE/Agente/PC-TO/2008) - A prisão preventiva e a prisão temporária, exemplos de prisão

cautelar, antecipam o reconhecimento de culpa com a consequente privação da liberdade do indivíduo, pois o

juízo que se faz, ao decretá-las, é de culpabilidade.

45 - (OAB-SP/2006) - Em relação à prisão em flagrante, é INCORRETO afirmar:

A) nas infrações permanentes, entende-se o agente em flagrante delito enquanto não cessar a permanência.

B) dentro de 48 (quarenta e oito) horas depois da prisão, será dada ao preso nota de culpa assinada pela

autoridade policial, com o motivo da prisão, o nome do condutor e os das testemunhas.

C) quando o juiz verificar, pelo auto de prisão em flagrante, a inocorrência de qualquer das hipóteses que

autorizam a prisão preventiva, poderá, depois de ouvir o Ministério Público, conceder liberdade provisória.

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DIREITO PROCESSUAL PENAL

D) não havendo autoridade no lugar em que se tiver efetuado a prisão, o preso será logo apresentado à do lugar

mais próximo.

46 - ( ) - (CESPE/Agente/PC-TO/2008) - Considere que policiais em serviço de ronda noturna

perceberam que, em determinada casa, um homem apunhalava uma mulher, a qual, por sua vez, gritava

desesperadamente por socorro. Nessa situação, os policiais, mesmo que em horário noturno, poderão adentrar a

residência sem o consentimento dos moradores e realizar a prisão do agressor.

47 – ( ) - (CESPE/Agente/Polícia Federal/2004) - Considera-se em flagrante delito quem é encontrado,

logo depois da infração, com instrumentos, armas, objetos ou papéis que façam presumir ser ele infrator.

48 – ( ) - (CESPE/Agente/Polícia Federal/2004) - Não é cabível prisão preventiva de acusado de prática

de contravenção penal.

49 – ( ) - (CESPE/Agente/Polícia Federal/2004) - A prisão temporária não pode ser decretada de ofício

pelo juiz.

50. (FCC/Analista/TRF/2008) - A respeito da prisão em flagrante, é correto afirmar que A)

não pode ser feita por qualquer do povo, mas apenas pelas autoridades policiais e seus agentes.

B) se considera em flagrante delito quem é encontrado, logo depois, com instrumentos, armas, objetos ou papéis

que façam presumir ser ele o autor da infração.

C) para a lavratura do respectivo auto, é necessária a existência de pelo menos duas testemunhas da infração.

D) o preso, por razões de segurança, não tem direito à identificação dos responsáveis por sua prisão. E) N.R.A

01.E 02.C 03.E 04.e 05.E 06.C 07.C 08.C 09.C 10.C 11.E 12.E 13.E 14.E 15.C 16.E 17.C 18.F 19.C 20.C 21.C 22.A 23.E 24.C 25.E 26.E 27.E 28.C 29.C 30.E 31.C 32.C 33.C 34.E 35.E 36.E 37.D 38.E 39.E 40.E 41.E 42.E 43.E 44.E 45.B 46.C 47.C 48.C 49.C 50.B

EXERCÍCIOS DE NIVELAMENTO – DAS PRISÕES

01 Ano: 2018 Banca: FCC Órgão: DPE-AP Prova: Defensor Público Na fase de conhecimento, a prisão domiciliar

a) não é propriamente uma prisão, de modo que não confere direito à detração.

b) para ser concedida à mãe com filhos de até doze anos depende de comprovação da imprescindibilidade para

os cuidados da criança.

c) pode ser concedida ao preso se for imprescindível aos cuidados de pessoa com deficiência.

d) consiste no recolhimento noturno em Casa de Albergado com monitoração eletrônica.

e) para a gestante depende de comprovação do risco da gravidez ou de estar com pelo menos sete meses de

gestação.

02 Ano: 2018 Banca: FCC Órgão: DPE-AM Prova: Defensor Público

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DIREITO PROCESSUAL PENAL

Durante deslocamento em carro de sua propriedade, no período noturno, por estradas do território nacional,

determinado Deputado Federal é parado por policiais rodoviários, para averiguação aleatória e de rotina da

documentação veicular, e acaba sendo preso em flagrante, em virtude de terem os agentes identificado, no

interior do veículo, elementos de prova que revelavam a prática de conduta tipificada em lei como tráfico ilícito

de drogas.

Nessa situação, em conformidade com a Constituição Federal, a prisão é

a) ilegítima, uma vez que Deputado Federal goza de imunidade, não podendo ser preso nessas condições.

b) legítima, devendo, no entanto, os autos referentes à prisão do Deputado Federal ser encaminhados dentro de

vinte e quatro horas à Câmara dos Deputados, para que, pelo voto da maioria de seus membros, resolva sobre

sua manutenção.

c) ilegítima, em função de não disporem os policiais rodoviários de competência para efetuar a prisão.

d) ilegítima, em função de a conduta ter sido identificada no interior do veículo, que goza, por extensão, da

proteção outorgada à inviolabilidade de domicílio, em que não pode a prisão ser efetuada independentemente

de mandado judicial, no período noturno.

e) legítima, não dispondo, ademais, a Câmara dos Deputados de competência para resolver sobre a prisão, por

ter sido esta efetuada em decorrência de ato estranho ao exercício das funções parlamentares.

03 Ano: 2018 Banca: FCC Órgão: DPE-AM Prova: Defensor Público Sobre a prisão preventiva, é correto afirmar:

a) Poderá ser decretada na fase policial, desde que haja indícios suficientes da existência do crime.

b) Na análise de manutenção ou não de prisão preventiva pelo Tribunal de Justiça poderá este, se julgar

necessário, acrescentar fundamentos para justificar a manutenção da custódia.

c) Não é possível a manutenção da prisão preventiva quando demonstrada, com base em fatores concretos, a

sua imprescindibilidade para garantir a ordem e a saúde pública.

d) A manutenção da custódia cautelar por ocasião de sentença penal condenatória superveniente torna

prejudicado o writ em que se busca sua revogação.

e) Não há coação na manutenção da prisão preventiva quando demonstrado, com base em fatores concretos,

que a medida se mostra necessária, diante das circunstâncias em que se deu a prisão em flagrante e do

histórico criminal do acusado.

04 Ano: 2018 Banca: FCC Órgão: DPE-AM Prova: Defensor Público Conforme a lei penal e processual penal vigente, é correto afirmar:

a) Quando a testemunha não conhecer a língua nacional, se o juiz não dominar o idioma estrangeiro

correspondente, será nomeado intérprete para traduzir as perguntas e respostas.

b) O ato de indiciamento formal, embora complexo e privativo da Autoridade Policial, pode ser determinado

por requisição do juiz e/ou do MP.

c) O ofendido será comunicado dos atos processuais relativos ao ingresso e à saída do acusado da prisão, à

designação de data para audiência e à sentença e respectivos acórdãos que a mantenham ou modifiquem. As

comunicações ao ofendido deverão ser feitas no endereço por ele indicado, pessoalmente, e, no caso de não ser

encontrado, por edital.

d) O Presidente e o Vice-Presidente da República, os Senadores e Deputados Federais, os Ministros de Estado,

os Governadores de Estados e Territórios, os Secretários de Estado, os Prefeitos do Distrito Federal e dos

Municípios, os

Deputados das Assembleias Legislativas Estaduais, os membros do Poder Judiciário, os ministros e juízes dos

Tribunais de Contas da União, dos Estados, do Distrito Federal, bem como os do Tribunal Marítimo serão

inquiridos em local, dia e hora previamente ajustados entre eles e o juiz quando servirem de testemunhas, mas

não quando forem investigados.

e) É sempre possível a internação provisória do acusado que os peritos concluírem ser inimputável ou semi-

imputável e houver risco de reiteração

05 Ano: 2018 Banca: FCC Órgão: DPE-AM Prova: Defensor Público Em matéria de nulidades e conforme o entendimento dos tribunais superiores,é correto afirmar que:

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DIREITO PROCESSUAL PENAL

a) a superveniência da decisão que decretou a prisão preventiva não tem o condão de afastar a análise da tese

de nulidade do flagrante baseada na violação da Súmula Vinculante n° 11 do STF.

b) o Superior Tribunal de Justiça não admite que os dados sigilosos obtidos diretamente pela Secretaria da

Receita Federal sejam repassados ao Ministério Público ou à autoridade policial, para fins de investigação

criminal ou instrução processual penal, pois não precedida de autorização judicial.

c) é pacífico o entendimento acerca da imprescindibilidade da prévia instauração de inquérito ou ação penal

para a decretação da quebra do sigilo telefônico, uma vez que tal providência tem natureza de medida cautelar

preparatória, bastando a existência de indícios razoáveis de autoria ou participação em infração penal punida

com reclusão.

d) realizada após a resposta à acusação, a ratificação do recebimento da denúncia dispensa a expensão de

fundamentos exaurientes e plenos, mas não pode o magistrado limitar-se a expressões como "o aduzido pela

defesa confunde-se com o mérito" e que "para verificar tais preliminares seria exigido deste Juízo uma análise

perfunctória, o que não pode ocorrer nesta fase, já que seria adentrar em sede meritória".

e) a entrada forçada em domicílio sem mandado judicial só é lícita, mesmo em período noturno, quando

amparada em fundadas razões, devidamente justificadas a priori e nunca a posteriori, que indiquem que dentro

da casa ocorre situação de flagrante delito, sob pena de responsabilidade disciplinar, civil e penal do agente ou

da autoridade e de nulidade dos atos praticados.

06 Ano: 2018 Banca: FUNDATEC Órgão: PC-RS Prova: Escrivão de Polícia Civil Após realizarem o roubo dos malotes de dinheiro de um carro forte na cidade de Uruguaiana, os integrantes de

um grupo criminoso fortemente armado dirigiram-se, em fuga, para a cidade de São Luiz Gonzaga, por ser ali a

sua base operacional. Imediatamente iniciada a perseguição ao grupo, todos os seus membros foram presos em

flagrante, cerca de duas horas depois, já no território da cidade de São Borja. De imediato, a autoridade

responsável pela prisão se dirigiu à Delegacia de Polícia de São Borja, com a finalidade de apresentar os presos

em flagrante e para a tomada das providências cabíveis pelo Delegado de Polícia local.

Diante disso, é correto afirmar que:

a) Em razão de o Código de Processo Penal fixar o juízo da Comarca de Uruguaiana como o competente para

a análise do auto de prisão em flagrante, todas as pessoas presas deverão ser encaminhadas para aquela Comarca,

a fim de que a autoridade de polícia lavre, se assim o entender, o respectivo auto.

b) O Delegado de Polícia, por estar vinculado aos mesmos critérios de competência estabelecidos pelo Código

de Processo Penal aos Juízes de Direito, deverá se recusar a lavrar o auto de prisão em flagrante, pois o juízo

competente para o futuro processo criminal é o da Comarca de Uruguaiana.

c) O Delegado de Polícia, por estar vinculado aos mesmos critérios de competência estabelecidos pela

Constituição Federal aos Juízes de Direito, deverá se recusar a lavrar o auto de prisão em flagrante, pois o juízo

competente para o futuro processo criminal é o da Comarca de Uruguaiana.

d) Os integrantes do grupo deverão ser apresentados, imediatamente, à autoridade de São Borja, que, depois de

lavrado, se for o caso, o auto de flagrante, providenciará a remoção dos presos.

e) Os integrantes do grupo deverão ser apresentados, imediatamente, à autoridade de São Luiz Gonzaga, por

ser ali a base operacional dos criminosos, devendo a autoridade policial, depois de lavrado, se for o caso, o auto

de flagrante, providenciar a remoção dos presos.

07 Ano: 2018 Banca: CESPE Órgão: DPE-PE Prova: Defensor Público Mais de vinte e quatro horas após ter matado um desafeto, Cláudio foi preso por agentes de polícia que estavam

em seu encalço desde o cometimento do crime. Na abordagem, os agentes apreenderam com Cláudio uma faca,

ainda com vestígios de sangue, envolvida na camiseta que a vítima vestia no momento do crime. Cláudio

informou aos policiais que não tinha advogado para constituir. Não houve a participação de defensor público na

autuação, na documentação da prisão e no interrogatório.

Considerando essa situação hipotética, assinale a opção correta, acerca da legalidade da prisão de Cláudio.

a) A prisão é legal, tendo-se configurado hipótese de flagrante diferido: a autoridade policial atrasou o momento

da prisão, mas manteve o acompanhamento do investigado para conseguir melhores provas do crime.

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DIREITO PROCESSUAL PENAL

b) A prisão é ilegal, pois houve falha da autoridade policial, que não poderia ter processado a prisão do autuado

sem a presença de advogado ou defensor público.

c) A prisão é legal, tendo-se configurado hipótese de flagrante presumido: a autoridade policial deverá arbitrar

o benefício de fiança.

d) A prisão é legal, pois a autoridade policial prescinde da presença do defensor técnico para a conclusão dos

atos.

e) A prisão é ilegal, pois não ficou configurada a hipótese de flagrante, tendo em vista que o prazo de vinte e

quatro horas entre a execução do crime e o ato policial foi ultrapassado.

08 Ano: 2018 Banca: CESPE Órgão: DPE-PE Prova: Defensor Público Assinale a opção correta, acerca da duração razoável do processo e do excesso de prazo nas prisões

cautelares e da autuação e da documentação da prisão e do interrogatório, conforme entendimento dos

tribunais superiores.

a) O relaxamento da prisão preventiva por excesso de prazo impede a sua posterior decretação, mesmo diante

de outros fundamentos explicitados na sentença.

b) Finalizada a instrução processual, a demora posterior e não justificada não configura constrangimento ilegal

por excesso de prazo.

c) O excesso de prazo entre a prisão cautelar e a sentença de pronúncia não pode ser desconsiderado, mesmo

que, após esse ato processual, nenhum constrangimento ilegal tenha sido verificado.

d) Diante da superveniência de sentença condenatória, estará prejudicada questão referente ao excesso de prazo

da prisão cautelar.

e) O excesso de prazo para o oferecimento da denúncia configura hipótese de constrangimento ilegal, não sendo

superado pelo recebimento da denúncia.

09 Ano: 2018 Banca: CESPE Órgão: PC-MA Prova: Delegado de Polícia Julgue os próximos itens, relativos a prisão, medidas cautelares e liberdade provisória.

I - A concessão da liberdade provisória pela autoridade policial não impede a decretação da prisão preventiva

de ofício pelo juízo, se presentes os seus requisitos.

II - Nos crimes hediondos, o tempo da prisão preventiva varia segundo o limite da pena estabelecida para o tipo

penal imputado ao indiciado.

III -Aplicada medida cautelar diversa da prisão, será vedado ao juiz substituí-la por outra ou impor nova medida

cumulativamente.

IV - Lavrado o auto de prisão em flagrante por crime de estupro, a autoridade policial poderá conceder ao preso

liberdade provisória mediante fiança.

Assinale a opção correta.

a) Apenas o item I está certo.

b) Apenas os itens I e IV estão certos.

c) Apenas os itens II e III estão certos.

d) Apenas os itens II, III e IV estão certos.

e) Todos os itens estão certos.

10 Ano: 2018 Banca: CESPE Órgão: PC-MA Prova: Delegado de Polícia Considere que, no curso de determinada investigação, a autoridade policial tenha representado ao

competente juízo pela prisão temporária do indiciado. Nessa situação,

a) a prisão requerida apenas poderá ser decretada para se inquirir o indiciado, devendo a autoridade policial,

após o ato, representar pela sua soltura.

b) mesmo que a autoridade policial não tivesse requerido a prisão temporária, o juiz poderia tê-la decretado de

ofício.

c) caso se trate de crime hediondo, o prazo máximo da prisão eventualmente decretada será de noventa dias.

d) a prisão não poderá ser decretada após a fase inquisitória da persecução penal.

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DIREITO PROCESSUAL PENAL

e) decretada a prisão temporária, o inquérito policial deverá ser concluído no prazo máximo de dez dias.

11 Ano: 2018 Banca: CESPE Órgão: PC-MA Prova: Escrivão de Polícia Civil Texto 1A2AAA

Em determinada comarca de um estado da Federação, em razão de uma denúncia anônima e após a realização

de diligências, a polícia civil prendeu Maria, de dezoito anos de idade, que supostamente traficava maconha em

uma praça nas proximidades da escola pública onde ela estudava. Levada à delegacia de polícia local, Maria foi

autuada e indiciada.

Depois de reunidos elementos informativos suficientes, o delegado elaborou um relatório com a descrição dos

fatos, apontando os indícios de autoria. Com o encerramento das investigações, o inquérito policial foi

encaminhado à autoridade competente.

Considere, ainda, que as seguintes informações sejam adicionais à situação hipotética descrita no texto

1A2AAA. Maria foi submetida a prisão preventiva pela suposta prática de tráfico de maconha, cuja pena

prevista é de cinco a quinze anos de reclusão. Em atenção a determinação legal, tal prisão foi comunicada ao

órgão da Defensoria Pública que atua na seara criminal local e, após isso, um defensor público requereu a

liberdade provisória de Maria à autoridade judicial.

Nessa situação hipotética, a liberdade provisória

a) é cabível, por se tratar de tráfico de droga ilícita.

b) só poderá ser concedida mediante o pagamento de fiança.

c) é incabível, pois constitui instituto que se restringe à prisão temporária e à prisão em flagrante, deixando de

parte a prisão preventiva.

d) é incabível, pois há indícios de autoria e da materialidade do fato delituoso.

e) poderá ser concedida pela autoridade policial mediante o pagamento de fiança.

12 Ano: 2018 Banca: CESPE Órgão: PC-MA Prova: Escrivão de Polícia Civil A prisão preventiva poderá ser decretada:

a) quando os indícios de autoria e prova da materialidade forem insuficientes para assegurar a aplicação da lei

penal.

b) nos crimes de violência doméstica e familiar contra o idoso, para assegurar a execução de medidas protetivas

de urgência.

c) em qualquer fase do inquérito policial, mediante ato da autoridade policial.

d) quando o agente for reincidente específico, por sentença transitada em julgado, em crime culposo, dentro do

período depurador.

e) nos crimes dolosos punidos com pena máxima inferior a quatro anos.

13 Ano: 2017 Banca: FEPESE Órgão: PC-SC Prova: Escrivão de Polícia Civil É correto afirmar sobre a prisão preventiva.

a) Durante a fase de investigação policial a prisão preventiva somente poderá ser decretada para garantia da

ordem pública.

b) Quando houver prova da existência do crime e indício suficiente de autoria, a autoridade policial poderá

converter a prisão em flagrante em prisão preventiva.

c) A prisão preventiva somente poderá ser decretada a pedido do Ministério Público quando necessária para a

identificação civil do acusado.

d) A decisão que denegar a prisão preventiva será sempre motivada.

e) A prisão preventiva, quando decretada para assegurar a aplicação da lei penal, dispensa motivação.

14 Ano: 2017 Banca: FEPESE Órgão: PC-SC Prova: Escrivão de Polícia Civil Assinale a alternativa que indica corretamente o prazo da prisão

temporária. a) 5 dias, prorrogável por igual período

b) 10 dias, prorrogável por igual período

c) 15 dias, prorrogável por igual período

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d) 30 dias, vedada a prorrogação

e) 180 dias

15 Ano: 2017 Banca: CESPE Órgão: DPE-AL Prova: Defensor Público Constatada a inexistência de condições adequadas ao cumprimento de pena, por precariedade,

superlotação e falta de estabelecimento prisional compatível, por exemplo, admite-se o deferimento, ao

sentenciado, de :

a) remição penal como indenização decorrente das condições precárias ou degradantes a que tiver sido

submetido.

b) progressão de regime prisional per saltum, passando-se para um regime mais brando, caso falte vagas no

regime intermediário.

c) prisão domiciliar para qualquer dos regimes prisionais, mediante monitoração eletrônica.

d) inserção no sistema penitenciário federal, se este oferecer condições dignas de cumprimento da reprimenda.

e) saída antecipada no regime com falta de vagas, além do cumprimento de penas restritivas de direito.

16 Ano: 2017 Banca: CESPE Órgão: DPE-AC Prova: Defensor Público Julgue os itens a seguir, relativos à audiência de custódia.

I. Segundo entendimento majoritário do STJ, a não realização de audiência de custódia não enseja a

nulidade da prisão preventiva em que posteriormente seja convertida a custódia, se forem observadas as demais

garantias processuais e constitucionais.

II. As audiências de custódia são uma garantia de preservação pessoal assumida pelo Brasil em

compromissos internacionais, como a Convenção Interamericana de Direitos Humanos.

III. Segundo entendimento do STF, a realização de audiência de apresentação é de observância obrigatória,

mas a sua não realização é vício que pode ser suprido pela conversão da prisão em flagrante em prisão

preventiva.

IV. As audiências de custódia tornam viável ao magistrado a constatação direta das condições físicas do

preso e das circunstâncias de sua prisão. Estão certos apenas os itens:

a) I e III.

b) II e IV.

c) III e IV.

d) I, II e III.

e) I, II e IV.

17 Ano: 2017 Banca: CESPE Órgão: DPE-AC Prova: Defensor Público Conforme o entendimento do STJ, a prisão preventiva

a) não pode ser decretada, se presentes condições pessoais favoráveis do agente, como primariedade, domicílio

certo e emprego lícito, mesmo quando identificados os requisitos legais da cautela.

b) não pode se decretada ou mantida na sentença condenatória, caso o réu seja condenado a pena que deva ser

cumprida em regime inicial diverso do fechado.

c) pode ser utilizada como instrumento de punição antecipada do réu, ainda que seja uma medida de natureza

cautelar.

d) é um instituto que fere o princípio constitucional da presunção de inocência, pois permite que o Estado trate

como culpado aquele que não sofreu condenação penal transitada em julgado.

e) não pode ser decretada com base em atos infracionais graves cometidos durante a menoridade do acusado,

visto que a manutenção da custódia constituiria constrangimento ilegal.

18 Ano: 2017 Banca: MPE-SP Órgão: MPE-SP Prova: Promotor de Justiça Assinale a alternativa correta.

a) Nas infrações penais de menor potencial lesivo, presente qualquer hipótese de flagrante delito, a autoridade

policial deve lavrar o auto de prisão em flagrante delito, não podendo substitui-lo por termo circunstanciado.

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b) Nas hipóteses de flagrante impróprio ou quase flagrante, é possível a prisão em flagrante delito dias depois

da consumação do delito quando houver perseguição imediata e contínua.

c) Para a elaboração do auto de prisão em flagrante delito, indispensável a presença de, ao menos, duas

testemunhas, não se incluindo nesse número a pessoa do condutor.

d) A conduta de policial que adquire droga, simulando ser usuário, invalida o auto de prisão em flagrante delito

por se tratar de hipótese de flagrante preparado e constituir prova ilícita.

e) A não observância das formalidades legais na elaboração do auto de prisão em flagrante delito constitui

nulidade absoluta, importando no relaxamento da prisão e na invalidação do auto de prisão em flagrante delito

como peça informativa.

19 Ano: 2017 Banca: CESPE Órgão: PJC-MT Prova: Delegado de Polícia Tendo como referência o entendimento dos tribunais superiores e o posicionamento doutrinário

dominante a respeito de prisão, medidas cautelares e liberdade provisória, julgue os seguintes itens.

I- A gravidade em abstrato do crime justifica a prisão preventiva com base na garantia da ordem pública,

representando, por si só, fundamento idôneo para a segregação cautelar do réu.

II- As medidas cautelares pessoais são decretadas pelo juiz, de ofício ou a requerimento das partes, no curso

da ação penal, ou no curso da investigação criminal, somente por representação da autoridade policial ou a

requerimento do MP. III- Em razão do sistema processual brasileiro, não é possível ao magistrado determinar,

de ofício, a prisão preventiva do indiciado na fase de investigação criminal ou pré-processual.

IV- A inafiançabilidade dos crimes hediondos e daqueles que lhes são assemelhados não impede a concessão

judicial da liberdade provisória sem fiança.

V- A fiança somente pode ser fixada como contracautela, ou seja, como substituição da prisão em flagrante ou

da prisão preventiva anteriormente decretada.

Estão certos apenas os itens:

a) I, II e V.

b) I, III e IV.

c) I, IV e V.

d) II, III e IV.

e) II, III e V.

20 Ano: 2017 Banca: CESPE Órgão: DPU Prova: Defensor Público A respeito do habeas corpus e da prisão preventiva, julgue o item seguinte, considerando, no que for

pertinente, o entendimento dos tribunais superiores.

( ) O STJ consolidou entendimento no sentido de que os atos infracionais anteriormente praticados pelo réu não

servem como argumento para embasar a decretação de prisão preventiva.

AULA 05 – DAS PROVAS

: GABARITO 01: 02: 03: 04: 05: 06: 07: 08: 09: 10: 11: 12: 13: 14:

15: 16: 17: 18: 19: 20:

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DIREITO PROCESSUAL PENAL

Mirabete afirma que provar é "produzir um estado de certeza, na consciência e mente do juiz, para sua

convicção, a respeito da existência ou inexistência de um fato, ou da verdade ou falsidade de uma afirmação

sobre uma situação de fato, que se considera de interesse para uma decisão judicial ou a solução de um processo".

TÍTULO VII DA PROVA CAPÍTULO I

DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 155. O juiz formará sua convicção pela livre apreciação da prova produzida em contraditório

judicial, não podendo fundamentar sua decisão exclusivamente nos elementos informativos colhidos na

investigação, ressalvadas as provas cautelares, não repetíveis e antecipadas. (Redação dada pela Lei

nº 11.690, de 2008)

Parágrafo único. Somente quanto ao estado das pessoas serão observadas as restrições

estabelecidas na lei civil. (Incluído pela Lei nº 11.690, de 2008)

Art. 156. A prova da alegação incumbirá a quem a fizer, sendo, porém, facultado ao juiz de ofício:

(Redação dada pela Lei nº 11.690, de 2008)

I – ordenar, mesmo antes de iniciada a ação penal, a produção antecipada de provas consideradas

urgentes e relevantes, observando a necessidade, adequação e proporcionalidade da medida; (Incluído

pela Lei nº 11.690, de 2008)

II – determinar, no curso da instrução, ou antes de proferir sentença, a realização de diligências para

dirimir dúvida sobre ponto relevante. (Incluído pela Lei nº 11.690, de 2008)

Art. 157. São inadmissíveis, devendo ser desentranhadas do processo, as provas ilícitas, assim

entendidas as obtidas em violação a normas constitucionais ou legais. (Redação dada pela Lei nº

11.690, de 2008)

§ 1o São também inadmissíveis as provas derivadas das ilícitas, salvo quando não evidenciado o

nexo de causalidade entre umas e outras, ou quando as derivadas puderem ser obtidas por uma fonte

independente das primeiras. (Incluído pela Lei nº 11.690, de 2008)

§ 2o Considera-se fonte independente aquela que por si só, seguindo os trâmites típicos e de praxe,

próprios da investigação ou instrução criminal, seria capaz de conduzir ao fato objeto da prova.

(Incluído pela Lei nº 11.690, de 2008)

§ 3o Preclusa a decisão de desentranhamento da prova declarada inadmissível, esta será

inutilizada por decisão judicial, facultado às partes acompanhar o incidente. (Incluído pela Lei nº

11.690, de 2008)

§ 4o (VETADO) (Incluído pela Lei nº 11.690, de 2008) 5 - Teoria Geral Da Prova

✓ Prova: é todo elemento pelo qual se procura mostrar a existência e a veracidade de um fato. Sua

finalidade, no processo, é influenciar no convencimento do julgador.

✓ Elemento de prova: todos os fatos ou circunstâncias em que reside a convicção do juiz (Tourinho).

Ex. depoimento de testemunha; resultado de perícia; conteúdo de documento.

✓ Meio de prova: instrumentos ou atividades pelos quais os elementos de prova são introduzidos no

processo (Magalhães). Ex. testemunha, documento, perícia.

✓ Fonte de prova: pessoas ou coisas das quais possa se conseguir a prova (Magalhães). Ex. denúncia.

✓ Meio de investigação da prova: procedimento que tem o objetivo de conseguir provas materiais. Ex.

busca e apreensão; interceptação telefônica.

✓ Objeto de prova: fatos principais ou secundários que reclamem uma apreciação judicial e exijam uma

comprovação (Tourinho).

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DIREITO PROCESSUAL PENAL

5.1- Princípios

✓ Contraditório: prova, tecnicamente é aquela colhida sob o crivo do contraditório, com a atuação das

partes;

✓ Imediatidade do juiz: a prova deve ser colhida perante o juiz e, como regra, esse juiz irá julgar

(identidade física do juiz);

✓ Concentração: em regra as provas devem ser produzidas em uma única audiência;

✓ Comunhão das provas: uma vez produzida, a prova pode ser utilizada por ambas as partes; não há

“dono” da prova.

5.2 - Fatos que independem de prova: ✓ Fatos axiomáticos ou intuitivos: são os fatos evidentes. Exemplo: em um desastre de avião,

encontrase o corpo de uma das vítimas completamente carbonizado. Desnecessário provar que estava

morta;

✓ Fatos notórios: são os de conhecimento geral em determinado meio. Exemplo: não é necessário provar

que o Brasil foi um Império;

✓ Presunções legais: verdades que a lei estabelece. Podem ser absolutas (juris et de iure), que não

admitem prova em contrário, ou relativas (juris tantum), que admite prova em contrário. Exemplo:

menor de 18 anos é inimputável.

✓ o fato incontroverso não dispensa a prova – busca da verdade real não é preciso provar o Direito, pois,

se seu conhecimento é presumido por todos, principalmente do juiz, aplicador da Lei.

Como exceção à regra, será necessário provar: a)

leis estaduais e municipais;

b) leis estrangeiras;

c) normas administrativas;

d) costumes.

5.3 - Ônus da prova

É o encargo que as partes têm de provar os fatos que alegam. Nos termos do art. 156 do Código de Processo

Penal, o ônus da prova incumbe a quem fizer a alegação.

De acordo com a doutrina tradicional: cabe à acusação provar a existência do fato criminoso e de causas

que implicar aumento de pena, a autoria e também a prova dos elementos subjetivos do crime (dolo ou culpa).

Ao réu, por sua vez, cabe provar excludentes de ilicitude, de culpabilidade e circunstâncias que diminuam a

pena.

Os poderes instrutório do juiz também estão no art. 156 do CPP. O juiz pode, de ofício: I –

ordenar, mesmo antes de iniciada a ação penal, a produção antecipada de provas consideradas

urgentes e relevantes, observando a necessidade, adequação e proporcionalidade da medida;

II – determinar, no curso da instrução, ou antes de proferir sentença, a realização de diligências

para dirimir dúvida sobre ponto relevante.

5.4 - Sistemas de apreciação da prova

✓ Prova legal ou tarifado: as provas têm valor preestabelecido. Aparece em nosso ordenamento como

exceção, no art. 158 do CPP.

✓ Convicção íntima do juiz ou certeza moral: juiz é livre para apreciar a prova e não precisa

fundamentar sua decisão. Vigora em nosso ordenamento, como exceção, no julgamento pelo Tribunal

do Júri.

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✓ Livre convencimento motivado do juiz ou persuasão racional: é o sistema adotado como regra

pelo nosso Direito, conforme art. 155, caput, do Código de Processo Penal, conjugado com o art. 93,

IX, da Constituição da República.

Art. 93, IX, da CF: todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário serão públicos,

e fundamentadas todas as decisões, sob pena de nulidade, podendo a lei limitar a presença, em

determinados atos, às próprias partes e a seus advogados, ou somente a estes, em casos nos quais

a preservação do direito à intimidade do interessado no sigilo não prejudique o interesse público

à informação

Art. 155, caput, do CPP: O juiz formará sua convicção pela livre apreciação da prova

produzida em contraditório judicial, não podendo fundamentar sua decisão exclusivamente nos

elementos informativos colhidos na investigação, ressalvadas as provas cautelares, não

repetíveis e antecipadas.

5.5 - Prova emprestada

A maior parte da doutrina aponta para a necessidade de essa prova, quando encartada nos autos, passar

pelo crivo do contraditório, sob pena de perder sua validade. Aponta-se ainda que ela não deve ser admitida em

processo cujas partes não tenham figurado no processo do qual ela é oriunda.

5.6 - Liberdade de prova

No processo penal, somente no que diz respeito ao estado de pessoa é que se observará a restrição à

prova, imposta pela lei civil (art. 155, parágrafo único, do CPP); isso quer dizer que um casamento se prova,

também na esfera penal, pela certidão de casamento extraída dos assentos do Registro Civil das Pessoas

Naturais.

No mais, o processo penal brasileiro admite todo e qualquer meio de prova, ainda que não expressamente

previsto em nosso Código.

5.7 - Prova proibida

a) Prova Ilegítima: obtida com violação de regras de ordem processual. Exemplo: utilização de

prova nova no plenário do júri, sem ter sido juntada aos autos com antecedência mínima de três dias, violando

a regra contida no art. 479 do Código de Processo Penal.

b) Prova Ilícita: obtida com violação a regras de direito material ou normas constitucionais.

Notadamente, as garantias da pessoa, elencadas na Constituição da República, se violadas, gerarão prova ilícita,

conforme preceitua o art. 5º, LVI, da própria Constituição. Exemplos: provas obtidas com violação do

domicílio, mediante tortura, por meio de interceptação ilegal de comunicação.

Boa parte da doutrina admite a prova ilícita se for o único meio de provar a inocência do acusado

no processo, pois estar-se-ia privilegiando bem maior do que o protegido pela norma, qual seja, a

liberdade de um inocente.

* Princípio da proporcionalidade, oriundo do Direito alemão, que busca estabelecer o equilíbrio entre

garantias em conflito por meio da verificação de como um deles pode ser limitado no caso concreto, tendo em

vista, basicamente, a menor lesividade.

* Prova ilícita por derivação: aquela que é lícita se tida isoladamente, mas que por se originar de uma

prova ilícita, contamina-se também de ilicitude (art. 157, § 1º, do CPP).

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É a aplicação da teoria fruits of poisonous tree, do Direito norte-americano, ou, “FRUTOS DA ÁRVORE ENVENENADA”, cuja imagem traduz com bastante propriedade a ideia da prova ilícita:

se a árvore é envenenada, seus frutos serão contaminados.

Exceções: se não evidenciado o nexo de causalidade entre ela e a tida como ilícita, bem como se ela puder

ser obtida por fonte independente da ilícita (art. 157, § 1º, do CPP). Considera-se fonte independente aquela

que por si só, segundos os trâmites típicos e de praxe, próprios da investigação ou da instrução criminal, seria

capaz de conduzir ao fato objeto de prova (art. 157, § 2º, do CPP).

5.8 - - Meios De Prova 5.8.1. Perícia (arts. 158 a 184 do CPP)

É o exame realizado por profissional com conhecimentos técnicos, a fim de auxiliar o julgador na

formação de sua convicção. O laudo pericial é o documento elaborado pelos peritos, resultante do que foi

examinado na perícia. A perícia pode ser realizada na fase de inquérito policial ou do processo, a qualquer dia

e horário (art. 161 do CPP), observando os peritos o prazo de dez dias para a elaboração do laudo, prorrogável

em casos excepcionais (art. 160, parágrafo único, do CPP). A autoridade que determinar a perícia e as partes

poderão oferecer quesitos até o ato.

Deve ser realizada a perícia por perito oficial, portador de diploma de curso superior. Poderão ser

designados dois peritos, contudo, se a perícia for complexa, abrangendo mais de uma área de conhecimento

especializado, nos termos do art. 159, § 7º, do CPP. Nota-se que tal designação é excepcional; a regra é a

realização do exame por apenas um perito. Se não houver perito oficial, será elaborada a perícia por duas pessoas

idôneas, portadoras de diploma de curso superior e, de preferência, com habilitação na área em que for realizado

o exame (art. 159, § 1º, do CPP), as quais deverão prestar compromisso de bem e fielmente desempenhar o

encargo (art. 159, § 2º, do CPP).

É facultado ao Ministério Público, ao assistente de acusação, ao ofendido, ao querelante e ao acusado

de indicar assistente técnico, bem como oferecer quesitos (art. 159, § 4º, do CPP). Este deve ser admitido pelo

juiz e atuará após a conclusão dos exames e elaboração do laudo pelo perito oficial, sendo as partes intimadas

desta decisão (art. 159, § 4º, do CPP). Prevê ainda o Código, quanto às perícias, que as partes podem, durante o

curso do processo judicial, conforme art. 159, § 5º, I. do CPP, requerer a oitiva dos peritos para esclarecerem a

prova ou para responderem a quesitos, desde que o mandado de intimação e os quesitos ou questões a serem

esclarecidas sejam encaminhados com antecedência mínima de 10 (dez) dias, podendo apresentar as respostas

em laudo complementar.

Se houver requerimento das partes, o material probatório que serviu de base à perícia será

disponibilizado no ambiente do órgão oficial, que manterá sempre sua guarda, e na presença de perito oficial,

para exame pelos assistentes, salvo se for impossível a sua conservação (art. 159, § 6º, do CPP).

Em caso de divergência entre dois peritos, o juiz nomeará um terceiro. Se este divergir também de

ambos, determinará a realização de nova perícia (art. 180 do CPP). Se houver omissão ou falha, o juiz poderá

determinar a realização de exame complementar (art. 181 do CPP). Se for necessária a realização de perícia por

carta precatória, quem nomeia os peritos é o Juízo deprecado. Se for crime de ação penal privada e houver

acordo entre as partes, a nomeação pode ser feita pelo Juízo deprecante (art. 177 do CPP).

O juiz não está vinculado ao laudo elaborado pelos peritos, podendo julgar contrariamente às suas

conclusões, desde que o faça fundamentadamente (art. 182 do CPP). Nosso Direito adotou, portanto, o sistema

liberatório quanto à apreciação do laudo, em oposição ao sistema vinculatório, existente em outras legislações.

Exame de corpo de delito. Corpo de delito é o conjunto de vestígios deixados pelo crime. O exame de

corpo de delito, direto ou indireto, é indispensável nas infrações que deixam vestígios, não podendo supri-lo

nem mesmo a confissão do acusado, nos termos do art. 158 do Código de Processo Penal. Se não for possível

o exame direto, isto é, no próprio corpo do delito, admite-se a realização pela via indireta, por meio de elementos

periféricos, como a análise de ficha clínica de paciente que foi atendido em hospital.

Exceção: nos termos do art. 167 do Código de Processo Penal, se não for possível a realização do

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exame, por haverem desaparecido os vestígios, a prova testemunhal poderá suprir-lhe a falta.

CAPÍTULO II DO EXAME DO CORPO DE DELITO, E DAS PERÍCIAS EM GERAL

Art. 158. Quando a infração deixar vestígios, será indispensável o exame de corpo de delito,

direto ou indireto, não podendo supri-lo a confissão do acusado.

Art. 159. O exame de corpo de delito e outras perícias serão realizados por perito oficial,

portador de diploma de curso superior. (Redação dada pela Lei nº 11.690, de 2008)

§ 1o Na falta de perito oficial, o exame será realizado por 2 (duas) pessoas idôneas,

portadoras de diploma de curso superior preferencialmente na área específica, dentre as que

tiverem habilitação técnica relacionada com a natureza do exame. (Redação dada pela Lei nº

11.690, de 2008)

§ 2o Os peritos não oficiais prestarão o compromisso de bem e fielmente desempenhar o

encargo. (Redação dada pela Lei nº 11.690, de 2008)

§ 3o Serão facultadas ao Ministério Público, ao assistente de acusação, ao ofendido, ao

querelante e ao acusado a formulação de quesitos e indicação de assistente técnico. (Incluído

pela Lei nº 11.690, de 2008)

§ 4o O assistente técnico atuará a partir de sua admissão pelo juiz e após a conclusão dos

exames e elaboração do laudo pelos peritos oficiais, sendo as partes intimadas desta decisão.

(Incluído pela Lei nº 11.690, de 2008)

§ 5o Durante o curso do processo judicial, é permitido às partes, quanto à perícia: (Incluído

pela Lei nº 11.690, de 2008)

I – requerer a oitiva dos peritos para esclarecerem a prova ou para responderem a

quesitos, desde que o mandado de intimação e os quesitos ou questões a serem esclarecidas sejam

encaminhados com antecedência mínima de 10 (dez) dias, podendo apresentar as respostas em

laudo complementar; (Incluído pela Lei nº 11.690, de 2008)

II – indicar assistentes técnicos que poderão apresentar pareceres em prazo a ser fixado

pelo juiz ou ser inquiridos em audiência. (Incluído pela Lei nº 11.690, de 2008)

§ 6o Havendo requerimento das partes, o material probatório que serviu de base à perícia

será disponibilizado no ambiente do órgão oficial, que manterá sempre sua guarda, e na

presença de perito oficial, para exame pelos assistentes, salvo se for impossível a sua

conservação. (Incluído pela Lei nº 11.690, de 2008)

§ 7o Tratando-se de perícia complexa que abranja mais de uma área de conhecimento

especializado, poder-se-á designar a atuação de mais de um perito oficial, e a parte indicar mais

de um assistente técnico. (Incluído pela Lei nº 11.690, de 2008)

Art. 160. Os peritos elaborarão o laudo pericial, onde descreverão minuciosamente o que

examinarem, e responderão aos quesitos formulados. (Redação dada pela Lei nº 8.862, de

28.3.1994)

Parágrafo único. O laudo pericial será elaborado no prazo máximo de 10 dias, podendo

este prazo ser prorrogado, em casos excepcionais, a requerimento dos peritos.(Redação dada

pela Lei nº 8.862, de 28.3.1994)

Art. 161. O exame de corpo de delito poderá ser feito em qualquer dia e a qualquer hora.

Art. 162. A autópsia será feita pelo menos seis horas depois do óbito, salvo se os peritos, pela

evidência dos sinais de morte, julgarem que possa ser feita antes daquele prazo, o que declararão

no auto.

Parágrafo único. Nos casos de morte violenta, bastará o simples exame externo do cadáver,

quando não houver infração penal que apurar, ou quando as lesões externas permitirem precisar

a causa da morte e não houver necessidade de exame interno para a verificação de alguma

circunstância relevante.

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Art. 163. Em caso de exumação para exame cadavérico, a autoridade providenciará para

que, em dia e hora previamente marcados, se realize a diligência, da qual se lavrará auto

circunstanciado.

Parágrafo único. O administrador de cemitério público ou particular indicará o lugar da

sepultura, sob pena de desobediência. No caso de recusa ou de falta de quem indique a sepultura,

ou de encontrar-se o cadáver em lugar não destinado a inumações, a autoridade procederá às

pesquisas necessárias, o que tudo constará do auto.

Art. 164. Os cadáveres serão sempre fotografados na posição em que forem encontrados,

bem como, na medida do possível, todas as lesões externas e vestígios deixados no local do crime.

(Redação dada pela Lei nº 8.862, de 28.3.1994)

Art. 165. Para representar as lesões encontradas no cadáver, os peritos, quando possível,

juntarão ao laudo do exame provas fotográficas, esquemas ou desenhos, devidamente rubricados.

Art. 166. Havendo dúvida sobre a identidade do cadáver exumado, proceder-se-á ao

reconhecimento pelo Instituto de Identificação e Estatística ou repartição congênere ou pela

inquirição de testemunhas, lavrando-se auto de reconhecimento e de identidade, no qual se

descreverá o cadáver, com todos os sinais e indicações.

Parágrafo único. Em qualquer caso, serão arrecadados e autenticados todos os objetos

encontrados, que possam ser úteis para a identificação do cadáver.

Art. 167. Não sendo possível o exame de corpo de delito, por haverem desaparecido os

vestígios, a prova testemunhal poderá suprir-lhe a falta.

Art. 168. Em caso de lesões corporais, se o primeiro exame pericial tiver sido incompleto,

proceder-se-á a exame complementar por determinação da autoridade policial ou judiciária, de

ofício, ou a requerimento do Ministério Público, do ofendido ou do acusado, ou de seu defensor.

§ 1o No exame complementar, os peritos terão presente o auto de corpo de delito, a fim de

suprir-lhe a deficiência ou retificá-lo.

§ 2o Se o exame tiver por fim precisar a classificação do delito no art. 129, § 1o, I, do Código

Penal, deverá ser feito logo que decorra o prazo de 30 dias, contado da data do crime.

§ 3o A falta de exame complementar poderá ser suprida pela prova testemunhal.

Art. 169. Para o efeito de exame do local onde houver sido praticada a infração, a

autoridade providenciará imediatamente para que não se altere o estado das coisas até a

chegada dos peritos, que poderão instruir seus laudos com fotografias, desenhos ou esquemas

elucidativos. (Vide Lei nº 5.970, de 1973)

Parágrafo único. Os peritos registrarão, no laudo, as alterações do estado das coisas e

discutirão, no relatório, as consequências dessas alterações na dinâmica dos fatos.(Incluído pela

Lei nº 8.862, de 28.3.1994)

Art. 170. Nas perícias de laboratório, os peritos guardarão material suficiente para a

eventualidade de nova perícia. Sempre que conveniente, os laudos serão ilustrados com provas

fotográficas, ou microfotográficas, desenhos ou esquemas.

Art. 171. Nos crimes cometidos com destruição ou rompimento de obstáculo a subtração

da coisa, ou por meio de escalada, os peritos, além de descrever os vestígios, indicarão com que

instrumentos, por que meios e em que época presumem ter sido o fato praticado.

Art. 172. Proceder-se-á, quando necessário, à avaliação de coisas destruídas, deterioradas

ou que constituam produto do crime.

Parágrafo único. Se impossível a avaliação direta, os peritos procederão à avaliação por

meio dos elementos existentes nos autos e dos que resultarem de diligências.

Art. 173. No caso de incêndio, os peritos verificarão a causa e o lugar em que houver

começado, o perigo que dele tiver resultado para a vida ou para o patrimônio alheio, a extensão

do dano e o seu valor e as demais circunstâncias que interessarem à elucidação do fato.

Art. 174. No exame para o reconhecimento de escritos, por comparação de letra,

observarse-á o seguinte:

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DIREITO PROCESSUAL PENAL

I - a pessoa a quem se atribua ou se possa atribuir o escrito será intimada para o ato, se

for encontrada;

II - para a comparação, poderão servir quaisquer documentos que a dita pessoa reconhecer

ou já tiverem sido judicialmente reconhecidos como de seu punho, ou sobre cuja autenticidade

não houver dúvida;

III - a autoridade, quando necessário, requisitará, para o exame, os documentos

que existirem em arquivos ou estabelecimentos públicos, ou nestes realizará a

diligência, se daí não puderem ser retirados;

IV - quando não houver escritos para a comparação ou forem insuficientes os

exibidos, a autoridade mandará que a pessoa escreva o que Ihe for ditado. Se estiver

ausente a pessoa, mas em lugar certo, esta última diligência poderá ser feita por

precatória, em que se consignarão as palavras que a pessoa será intimada a escrever.

Art. 175. Serão sujeitos a exame os instrumentos empregados para a prática da

infração, a fim de se Ihes verificar a natureza e a eficiência.

Art. 176. A autoridade e as partes poderão formular quesitos até o ato da

diligência.

Art. 177. No exame por precatória, a nomeação dos peritos far-se-á no juízo

deprecado. Havendo, porém, no caso de ação privada, acordo das partes, essa

nomeação poderá ser feita pelo juiz deprecante.

Parágrafo único. Os quesitos do juiz e das partes serão transcritos na

precatória. Art. 178. No caso do art. 159, o exame será requisitado pela

autoridade ao diretor da repartição, juntando-se ao processo o laudo assinado pelos

peritos.

Art. 179. No caso do § 1o do art. 159, o escrivão lavrará o auto respectivo, que

será assinado pelos peritos e, se presente ao exame, também pela autoridade.

Parágrafo único. No caso do art. 160, parágrafo único, o laudo, que poderá

ser datilografado, será subscrito e rubricado em suas folhas por todos os peritos.

Art. 180. Se houver divergência entre os peritos, serão consignadas no auto do

exame as declarações e respostas de um e de outro, ou cada um redigirá

separadamente o seu laudo, e a autoridade nomeará um terceiro; se este divergir de

ambos, a autoridade poderá mandar proceder a novo exame por outros peritos.

Art. 181. No caso de inobservância de formalidades, ou no caso de omissões,

obscuridades ou contradições, a autoridade judiciária mandará suprir a

formalidade, complementar ou esclarecer o laudo. (Redação dada pela Lei nº 8.862,

de 28.3.1994)

Parágrafo único. A autoridade poderá também ordenar que se proceda a novo

exame, por outros peritos, se julgar conveniente.

Art. 182. O juiz não ficará adstrito ao laudo, podendo aceitá-lo ou rejeitá-lo,

no todo ou em parte.

Art. 183. Nos crimes em que não couber ação pública, observar-se-á o disposto

no art. 19. Art. 184. Salvo o caso de exame de corpo de delito, o juiz ou a

autoridade policial negará a perícia requerida pelas partes, quando não for

necessária ao esclarecimento da verdade.

5.8.2. Interrogatório (arts. 185 a 196 do CPP)

Ato em que o acusado é ouvido sobre a imputação a ele dirigida. Tem dupla natureza jurídica ao

interrogatório: é meio de prova, pois assim inserido no Código de Processo Penal e porque leva elemento de

convicção ao julgador; é também meio de defesa, pois o interrogatório é o momento primordial para que o

acusado possa exercer sua autodefesa, dizendo o que quiser e o que entender que lhe seja favorável, em relação

à imputação que lhe pesa.

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DIREITO PROCESSUAL PENAL

O interrogatório é ato não preclusivo, isto é, pode ser realizado a qualquer tempo. É permitida também

a renovação do ato a todo tempo, de ofício pelo juiz ou a pedido das partes (art. 196 do CPP). O acusado será

interrogado sempre na presença de seu defensor. Se não tiver um, deve ser-lhe nomeado um defensor público

ou um defensor dativo, nem que seja apenas para acompanhar o ato (ad hoc). Antes do interrogatório, o juiz

deve assegurar o direito de entrevista reservada com seu defensor. Antes ainda de se iniciar o ato, o acusado

deve ser alertado do seu direito ao silêncio, podendo se recusar a responder às perguntas que lhe forem

formuladas, sem que isso seja utilizado em seu prejuízo (art. 5º, LXIII, da CF e art. 186 do CPP).

A regra para o interrogatório do réu preso é ser ele realizado no estabelecimento prisional onde o

acusado estiver recolhido, em sala própria, desde que seja garantida a segurança para os profissionais que ali

estarão presentes e a publicidade do ato.

Excepcionalmente, poderá o juiz, por decisão fundamentada, de ofício ou por requerimento das partes,

realizar o interrogatório do réu preso por videoconferência ou sistema similar, desde que seja necessário para

atender a uma das seguintes finalidades: a) prevenir risco à segurança pública, quando exista fundada suspeita

de que o preso integre organização criminosa ou de que, por outra razão, possa fugir durante o deslocamento; b)

viabilizar a participação do réu no referido ato processual, quando haja relevante dificuldade para seu

comparecimento em juízo, por enfermidade ou outra circunstância pessoal; c) impedir a influência do réu no

ânimo de testemunha ou da vítima, desde que não seja possível colher o depoimento destas por videoconferência,

nos termos do art. 217 do mesmo CPP; d) responder à gravíssima questão de ordem pública.

As partes devem ser intimadas da decisão que determina a realização do ato por videoconferência com

antecedência de 10 dias. O acusado poderá assistir a todos os atos da audiência que antecedem seu

interrogatório, devendo o juiz assegurar a comunicação entre ele e seu defensor através de canais telefônicos

reservados. É prevista a participação de defensor dentro do presídio, ao lado do acusado, para zelar por seus

interesses, estando assegurada, também, a comunicação entre este e o defensor do acusado que esteja na sala de

audiências.

Se não for possível a realização do interrogatório nas hipóteses anteriores, o réu preso será requisitado

para ser interrogado em juízo. A participação do réu preso em outros atos processuais, como acareações,

reconhecimento de pessoas e coisas, inquirição de testemunhas e oitiva da vítima dar-se-á com a observância

das mesmas regras expostas para a realização do interrogatório por videoconferência. O interrogatório será

dividido em duas partes. Na primeira, o juiz deverá inquirir o acusado a respeito de sua vida pessoal. Na

segunda parte, o acusado será indagado sobre: a) ser verdadeira a acusação;

b) não sendo verdadeira a acusação, se tem algum motivo particular a que atribuí-la, se conhece a

pessoa ou pessoas a quem deva ser imputada a prática do crime, e quais sejam, e se esteve com elas antes da

prática da infração ou depois dela;

c) onde estava quando foi cometida a infração e se teve notícia desta;

d) as provas já apuradas;

e) se conhece as vítimas e testemunhas já inquiridas, ou por inquirir, desde quando e se tem o que

alegar contra elas;

f) se conhece o instrumento com que a infração foi praticada ou qualquer objeto que com esta se

relacione e tenha sido apreendido;

g) todos os demais fatos e pormenores que conduzam à elucidação dos antecedentes e

circunstâncias da infração;

h) se tem algo mais a alegar em sua defesa.

Se o acusado negar a acusação, poderá prestar esclarecimentos e indicar provas (art. 188 do CPP). Se,

por outro lado, confessar a prática do crime, será indagado sobre os motivos e circunstâncias do fato e se outras

pessoas concorreram para a infração e quem são elas (art. 189 do CPP).

As partes poderão, após a inquirição do juiz, pedir esclarecimentos. Se houver mais de um acusado, eles

serão interrogados separadamente.

Quanto ao interrogatório dos surdos-mudos, deve-se observar a seguinte forma (art. 192 do CPP): a)

ao surdo serão apresentadas perguntas por escrito e as respostas serão orais;

b) ao mudo, serão feitas perguntas orais e as respostas serão oferecidas por escrito;

c) ao surdo-mudo as perguntas e respostas serão por escrito.

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DIREITO PROCESSUAL PENAL

Se o interrogando não souber ler ou escrever, bem como se não falar a língua portuguesa, o

interrogatório contará com a presença de intérprete.

CAPÍTULO III DO INTERROGATÓRIO DO ACUSADO

Art. 185. O acusado que comparecer perante a autoridade judiciária, no curso do processo

penal, será qualificado e interrogado na presença de seu defensor, constituído ou nomeado.

(Redação dada pela Lei nº 10.792, de 1º.12.2003) § 1o O interrogatório do réu preso será

realizado, em sala própria, no estabelecimento em que estiver recolhido, desde que estejam

garantidas a segurança do juiz, do membro do Ministério Público e dos auxiliares bem como a

presença do defensor e a publicidade do ato. (Redação dada pela Lei nº 11.900, de 2009)

§ 2o Excepcionalmente, o juiz, por decisão fundamentada, de ofício ou a requerimento das

partes, poderá realizar o interrogatório do réu preso por sistema de videoconferência ou outro

recurso tecnológico de transmissão de sons e imagens em tempo real, desde que a medida seja

necessária para atender a uma das seguintes finalidades: (Redação dada pela Lei nº

11.900, de 2009)

I - prevenir risco à segurança pública, quando exista fundada suspeita de que o preso

integre organização criminosa ou de que, por outra razão, possa fugir durante o deslocamento;

(Incluído pela Lei nº 11.900, de 2009)

II - viabilizar a participação do réu no referido ato processual, quando haja relevante

dificuldade para seu comparecimento em juízo, por enfermidade ou outra circunstância

pessoal; (Incluído pela Lei nº 11.900, de 2009)

III - impedir a influência do réu no ânimo de testemunha ou da vítima, desde que não seja

possível colher o depoimento destas por videoconferência, nos termos do art. 217 deste

Código; (Incluído pela Lei nº 11.900, de 2009)

IV - responder à gravíssima questão de ordem pública . (Incluído pela Lei nº 11.900,

de 2009)

§ 3o Da decisão que determinar a realização de interrogatório por videoconferência, as

partes serão intimadas com 10 (dez) dias de antecedência. (Incluído pela Lei nº 11.900,

de 2009)

§ 4o Antes do interrogatório por videoconferência, o preso poderá acompanhar, pelo

mesmo sistema tecnológico, a realização de todos os atos da audiência única de instrução e

julgamento de que tratam os arts. 400, 411 e 531 deste Código. (Incluído pela Lei nº

11.900, de 2009) § 5o Em qualquer modalidade de interrogatório, o juiz garantirá ao réu

o direito de entrevista prévia e reservada com o seu defensor; se realizado por

videoconferência, fica também garantido o acesso a canais telefônicos reservados para

comunicação entre o defensor que esteja no presídio e o advogado presente na sala de

audiência do Fórum, e entre este e o preso. (Incluído pela Lei nº 11.900, de 2009)

§ 6o A sala reservada no estabelecimento prisional para a realização de atos processuais

por sistema de videoconferência será fiscalizada pelos corregedores e pelo juiz de cada causa,

como também pelo Ministério Público e pela Ordem dos Advogados do Brasil. (Incluído

pela Lei nº 11.900, de 2009)

§ 7o Será requisitada a apresentação do réu preso em juízo nas hipóteses em que o

interrogatório não se realizar na forma prevista nos §§ 1o e 2o deste artigo. (Incluído pela

Lei nº 11.900, de 2009)

§ 8o Aplica-se o disposto nos §§ 2o, 3o, 4o e 5o deste artigo, no que couber, à realização

de outros atos processuais que dependam da participação de pessoa que esteja presa, como

acareação, reconhecimento de pessoas e coisas, e inquirição de testemunha ou tomada de

declarações do ofendido. (Incluído pela Lei nº 11.900, de 2009)

§ 9o Na hipótese do § 8o deste artigo, fica garantido o acompanhamento do ato

processual pelo acusado e seu defensor. (Incluído pela Lei nº 11.900, de 2009)

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DIREITO PROCESSUAL PENAL

§ 10. Do interrogatório deverá constar a informação sobre a existência de filhos,

respectivas idades e se possuem alguma deficiência e o nome e o contato de eventual

responsável pelos cuidados dos filhos, indicado pela pessoa presa. (Incluído pela Lei nº

13.257, de 2016)

Art. 186. Depois de devidamente qualificado e cientificado do inteiro teor da acusação, o

acusado será informado pelo juiz, antes de iniciar o interrogatório, do seu direito de

permanecer calado e de não responder perguntas que lhe forem formuladas. (Redação

dada pela Lei nº 10.792, de 1º.12.2003)

Parágrafo único. O silêncio, que não importará em confissão, não poderá ser interpretado

em prejuízo da defesa. (Incluído pela Lei nº 10.792, de 1º.12.2003)

Art. 187. O interrogatório será constituído de duas partes: sobre a pessoa do acusado e

sobre os fatos. (Redação dada pela Lei nº 10.792, de 1º.12.2003)

§ 1o Na primeira parte o interrogando será perguntado sobre a residência, meios

de vida ou profissão, oportunidades sociais, lugar onde exerce a sua atividade, vida

pregressa, notadamente se foi preso ou processado alguma vez e, em caso afirmativo,

qual o juízo do processo, se houve suspensão condicional ou condenação, qual a pena

imposta, se a cumpriu e outros dados familiares e sociais. (Incluído pela Lei nº

10.792, de 1º.12.2003)

§ 2o Na segunda parte será perguntado sobre: (Incluído pela Lei nº

10.792, de 1º.12.2003)

I - ser verdadeira a acusação que lhe é feita; (Incluído pela Lei nº 10.792, de

1º.12.2003)

II - não sendo verdadeira a acusação, se tem algum motivo particular a que atribuí-la,

se conhece a pessoa ou pessoas a quem deva ser imputada a prática do crime, e

quais sejam, e se com elas esteve antes da prática da infração ou depois dela;

(Incluído pela Lei nº 10.792, de 1º.12.2003)

III - onde estava ao tempo em que foi cometida a infração e se teve notícia desta;

(Incluído pela Lei nº 10.792, de 1º.12.2003)

IV - as provas já apuradas; (Incluído pela Lei nº 10.792, de 1º.12.2003)

V - se conhece as vítimas e testemunhas já inquiridas ou por inquirir, e desde quando,

e se tem o que alegar contra elas; (Incluído pela Lei nº 10.792, de 1º.12.2003)

VI - se conhece o instrumento com que foi praticada a infração, ou qualquer objeto que

com esta se relacione e tenha sido apreendido; (Incluído pela Lei nº 10.792, de

1º.12.2003) VII - todos os demais fatos e pormenores que conduzam à

elucidação dos antecedentes e circunstâncias da infração; (Incluído pela Lei nº

10.792, de 1º.12.2003)

VIII - se tem algo mais a alegar em sua defesa. (Incluído pela Lei nº

10.792, de 1º.12.2003)

Art. 188. Após proceder ao interrogatório, o juiz indagará das partes se restou

algum fato para ser esclarecido, formulando as perguntas correspondentes se o

entender pertinente e relevante. (Redação dada pela Lei nº 10.792, de

1º.12.2003)

Art. 189. Se o interrogando negar a acusação, no todo ou em parte, poderá

prestar esclarecimentos e indicar provas. (Redação dada pela Lei nº 10.792, de

1º.12.2003) Art. 190. Se confessar a autoria, será perguntado sobre os motivos

e circunstâncias do fato e se outras pessoas concorreram para a infração, e quais

sejam. (Redação dada pela Lei nº 10.792, de 1º.12.2003)

Art. 191. Havendo mais de um acusado, serão interrogados separadamente.

(Redação dada pela Lei nº 10.792, de 1º.12.2003)

Art. 192. O interrogatório do mudo, do surdo ou do surdo-mudo será feito pela

forma seguinte: (Redação dada pela Lei nº 10.792, de 1º.12.2003)

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DIREITO PROCESSUAL PENAL

5.8.3. Confissão (arts. 197 a 200 do CPP)

“Em termos genéricos, no campo do direito processual, a confissão é o reconhecimento realizado em

Juízo, por uma das partes, a respeito da veracidade dos fatos que lhe são atribuídos e capazes de ocasionar-lhe

consequências jurídicas desfavoráveis. No processo penal, pode ser conceituada, sinteticamente, como a

expressão designativa da aceitação, pelo autor da prática criminosa, da realidade da imputação que lhe é feita”

(Mirabete).

A confissão não é tida como prova de valor absoluto, de acordo com o art. 197 do Código de Processo

Penal, a confissão deve ser avaliada em conjunto com os demais elementos de prova do processo, verificandose

sua compatibilidade ou concordância com eles.

A confissão ocorre costumeiramente no ato do interrogatório, mas nada impede que seja realizada em

outro momento no curso do processo. Neste caso, deverá ser tomada por termo nos autos, conforme dispõe o

art. 198 do Código de Processo Penal. Não existe confissão ficta no processo penal, ou seja, mesmo que o

acusado não exerça a sua autodefesa, não se presumem verdadeiros os fatos a ele imputados.

Estipula ainda o Código que a confissão será divisível, ou seja, o juiz pode aceitá-la apenas em parte, e

será também retratável, isto é, o acusado pode voltar atrás na sua admissão de culpa.

Costuma-se apontar duas espécies de confissão:

a) simples, na qual o réu apenas reconhece a prática delituosa, sem qualquer elemento novo;

b) qualificada, em que o réu reconhece que praticou o crime, mas alega algo em seu favor, como alguma

causa excludente de ilicitude ou de culpabilidade.

CAPÍTULO IV

DA CONFISSÃO

Art. 197. O valor da confissão se aferirá pelos critérios adotados para os outros elementos de

prova, e para a sua apreciação o juiz deverá confrontá-la com as demais provas do processo, verificando

se entre ela e estas existe compatibilidade ou concordância.

I -

ao surdo serão apresentadas por escrito as perguntas, que ele responderá

oralmente; (Redação dada pela Lei nº 10.792, de 1º.12.2003)

II -

ao mudo as perguntas serão feitas oralmente, respondendo-as por escrito;

(Redação dada pela Lei nº 10.792, de 1º.12.2003)

III -

ao surdo-mudo as perguntas serão formuladas por escrito e do mesmo modo dará as

respostas. (Redação dada pela Lei nº 10.792, de 1º.12.2003)

Parágrafo único. Caso o interrogando não saiba ler ou escrever, intervirá no

ato, como intérprete e sob compromisso, pessoa habilitada a entendê-lo.

(Redação dada pela Lei nº 10.792, de 1º.12.2003)

Art. 193. Quando o interrogando não falar a língua nacional, o interrogatório

será feito por meio de intérprete. (Redação dada pela Lei nº 10.792, de

1º.12.2003)

Art. 194. (Revogado pela Lei nº 10.792, de 1º.12.2003)

Art. 195. Se o interrogado não souber escrever, não puder ou não quiser

assinar, tal fato será consignado no termo. (Redação dada pela Lei nº 10.792,

de 1º.12.2003)

Art. 196. A todo tempo o juiz poderá proceder a novo interrogatório de ofício

ou a pedido fundamentado de qualquer das partes. (Redação dada pela Lei nº

10.792, de 1º.12.2003)

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DIREITO PROCESSUAL PENAL

Art. 198. O silêncio do acusado não importará confissão, mas poderá constituir elemento para a

formação do convencimento do juiz.

Art. 199. A confissão, quando feita fora do interrogatório, será tomada por termo nos autos,

observado o disposto no art. 195.

Art. 200. A confissão será divisível e retratável, sem prejuízo do livre convencimento do juiz,

fundado no exame das provas em conjunto.

5.8.4. Declarações do ofendido (art. 201 do CPP)

Sempre que possível o juiz deverá proceder à oitiva do ofendido, por ser ele pessoa apta, em muitos

casos, a fornecer informações essenciais em relação ao fato criminoso. Regularmente intimado, se não

comparecer poderá ser conduzido coercitivamente.

Será ele indagado sobre as circunstâncias da infração, se sabe quem é o autor e quais as provas que pode

indicar.

Nos termos do Código, o ofendido será comunicado dos atos processuais relativos ao ingresso e à saída

do acusado da prisão, à designação de data para audiência e à sentença e respectivos acórdãos que a mantenham

ou modifiquem (art. 201, § 2º, do CPP). Referida comunicação será feita no endereço por ele indicado, ou, se

for sua opção, por meio eletrônico (art. 201, § 3º, do CPP).

Cuida também o Código da proteção do ofendido, dispondo que antes do início da audiência e durante

a sua realização, será reservado espaço separado para ele (art. 201, § 4º, do CPP), determinando, ainda, que o

juiz tome as providências necessárias à preservação da intimidade, vida privada, honra e imagem do ofendido,

podendo, inclusive, determinar o segredo de justiça em relação aos dados, depoimentos e outras informações

constantes dos autos a seu respeito para evitar sua exposição aos meios de comunicação (art. 201, § 6º, do CPP).

Caso o juiz entenda necessário, poderá encaminhar o ofendido para atendimento multidisciplinar,

especialmente nas áreas psicossocial, de assistência jurídica e de saúde, às custas do ofensor ou do Estado (art.

201, § 5º, do CPP).

CAPÍTULO V DO OFENDIDO

Art. 201. Sempre que possível, o ofendido será qualificado e perguntado sobre as

circunstâncias da infração, quem seja ou presuma ser o seu autor, as provas que possa indicar,

tomando-se por termo as suas declarações. (Redação dada pela Lei nº 11.690, de 2008)

§ 1o Se, intimado para esse fim, deixar de comparecer sem motivo justo, o ofendido poderá

ser conduzido à presença da autoridade. (Incluído pela Lei nº 11.690, de 2008)

§ 2o O ofendido será comunicado dos atos processuais relativos ao ingresso e à saída do

acusado da prisão, à designação de data para audiência e à sentença e respectivos acórdãos que

a mantenham ou modifiquem. (Incluído pela Lei nº 11.690, de 2008)

§ 3o As comunicações ao ofendido deverão ser feitas no endereço por ele indicado,

admitindose, por opção do ofendido, o uso de meio eletrônico. (Incluído pela Lei nº 11.690, de

2008) § 4o Antes do início da audiência e durante a sua realização, será reservado espaço

separado para o ofendido. (Incluído pela Lei nº 11.690, de 2008)

§ 5o Se o juiz entender necessário, poderá encaminhar o ofendido para atendimento

multidisciplinar, especialmente nas áreas psicossocial, de assistência jurídica e de saúde, a

expensas do ofensor ou do Estado. (Incluído pela Lei nº 11.690, de 2008)

§ 6o O juiz tomará as providências necessárias à preservação da intimidade, vida privada,

honra e imagem do ofendido, podendo, inclusive, determinar o segredo de justiça em relação aos

dados, depoimentos e outras informações constantes dos autos a seu respeito para evitar sua

exposição aos meios de comunicação. (Incluído pela Lei nº 11.690, de 2008)

5.8.5. Testemunhas (arts. 202 a 225 do CPP)

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DIREITO PROCESSUAL PENAL

São as pessoas estranhas à relação jurídica processual, que narram fatos de que tenham conhecimento,

acerca do objeto da causa.

São características da prova testemunhal:

a) oralidade: o depoimento é oral, não pode ser trazido por escrito, muito embora a lei permita a

consulta a apontamentos, conforme o art. 204 do CPP;

b) objetividade: a testemunha deve responder o que sabe a respeito dos fatos, sendo-lhe vedado

emitir sua opinião a respeito da causa;

c) retrospectividade: a testemunha depõe sobre fatos já ocorridos e não faz previsões.

Estabelece o art. 202 do Código de Processo Penal que toda pessoa poderá ser testemunha. A essa regra

geral, porém, correspondem algumas exceções.

Estão dispensados de depor, o cônjuge, o ascendente, o descendente e os afins em linha reta do réu.

Eles só serão obrigados a depor caso não seja possível, por outro modo, obter-se a prova (art. 206 do CPP).

Neste caso, não se tomará deles o compromisso de dizer a verdade; eles serão ouvidos como informantes do

Juízo. Também não se tomará o compromisso dos doentes mentais e das pessoas menores de 14 anos, conforme

disposto no art. 208 do Código de Processo Penal.

Estão proibidas de depor as pessoas que devam guardar sigilo em razão de função, ministério, ofício ou

profissão, salvo se, desobrigadas pelo interessado, quiserem dar seu depoimento (art. 207 do CPP).

Tecnicamente, testemunha é aquela pessoa que faz a promessa, sob o comando do juiz, de dizer a

verdade sobre aquilo que lhe for perguntado, ou seja, a que assume o compromisso de dizer a verdade, sob pena

de ser processada pelo crime de falso testemunho. As demais pessoas que venham a depor, sem prestar referido

compromisso, conforme já adiantado anteriormente, são denominadas informantes do Juízo ou ainda

declarantes.

Na audiência, As testemunhas deverão ser ouvidas de per si, de modo que uma não ouça o depoimento

da outra, para que não exista a possibilidade de influência. Fará ela a promessa de dizer a verdade sobre o que

lhe for perguntado, sob pena de ser processada por crime de falso testemunho. Se o juiz verificar que a presença

do réu poderá causar humilhação, temor, ou sério constrangimento à testemunha ou ao ofendido, de modo que

prejudique a verdade do depoimento, fará a inquirição por videoconferência e, somente se não for possível,

determinará a retirada do réu da sala de audiências, permanecendo seu defensor. Tudo deverá constar do termo.

A testemunha suspeita de parcialidade ou indigna de fé poderá ser contraditada, devendo o juiz, se for

o caso, dispensar a testemunha ou ouvi-la como informante. As testemunhas que por doença ou idade não

puderem locomover-se serão ouvidas onde estiverem (art. 220, do CPP).

É permitida a oitiva de testemunha por carta precatória, de cuja expedição devem as partes ser

intimadas. Tal expedição não suspende o andamento do processo, mesmo que ela seja devolvida depois do

julgamento será juntada aos autos (art. 222 do CPP).

Admite-se a inquirição de testemunhas que residam fora da área do juízo processante por

videoconferência ou sistema similar, permitida a presença de defensor, podendo ocorrer, inclusive, durante a

audiência de instrução e julgamento.

O sistema anteriormente adotado pela lei processual para inquirição de testemunhas era o denominado

presidencialista, onde a parte não pergunta diretamente à testemunha, mas formula a indagação ao magistrado,

que repete a quem estiver depondo. Com a alteração promovida pela Lei n. 11.690/2008, a inquirição passou a

ser feita de forma direta pelas partes, devendo o juiz interferir e não admitir as indagações que puderem induzir

a resposta, não tiverem relação com a causa ou importarem na repetição de outra já respondida. O juiz poderá

complementar a inquirição se verificar que existem pontos não esclarecidos (art. 212 do CPP).

CAPÍTULO VI

DAS TESTEMUNHAS

Art. 202. Toda pessoa poderá ser testemunha.

Art. 203. A testemunha fará, sob palavra de honra, a promessa de dizer a verdade do que

souber e Ihe for perguntado, devendo declarar seu nome, sua idade, seu estado e sua residência,

sua profissão, lugar onde exerce sua atividade, se é parente, e em que grau, de alguma das partes,

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ou quais suas relações com qualquer delas, e relatar o que souber, explicando sempre as razões

de sua ciência ou as circunstâncias pelas quais possa avaliar-se de sua credibilidade.

Art. 204. O depoimento será prestado oralmente, não sendo permitido à testemunha trazêlo

por escrito.

Parágrafo único. Não será vedada à testemunha, entretanto, breve consulta a apontamentos.

Art. 205. Se ocorrer dúvida sobre a identidade da testemunha, o juiz procederá à verificação

pelos meios ao seu alcance, podendo, entretanto, tomar-lhe o depoimento desde logo.

Art. 206. A testemunha não poderá eximir-se da obrigação de depor. Poderão, entretanto,

recusar-se a fazê-lo o ascendente ou descendente, o afim em linha reta, o cônjuge, ainda que

desquitado, o irmão e o pai, a mãe, ou o filho adotivo do acusado, salvo quando não for possível,

por outro modo, obter-se ou integrar-se a prova do fato e de suas circunstâncias.

Art. 207. São proibidas de depor as pessoas que, em razão de função, ministério, ofício ou

profissão, devam guardar segredo, salvo se, desobrigadas pela parte interessada, quiserem dar o

seu testemunho.

Art. 208. Não se deferirá o compromisso a que alude o art. 203 aos doentes e deficientes

mentais e aos menores de 14 (quatorze) anos, nem às pessoas a que se refere o art. 206.

Art. 209. O juiz, quando julgar necessário, poderá ouvir outras testemunhas, além das

indicadas pelas partes.

§ 1o Se ao juiz parecer conveniente, serão ouvidas as pessoas a que as testemunhas se

referirem.

§ 2o Não será computada como testemunha a pessoa que nada souber que interesse à decisão

da causa.

Art. 210. As testemunhas serão inquiridas cada uma de per si, de modo que umas não saibam

nem ouçam os depoimentos das outras, devendo o juiz adverti-las das penas cominadas ao falso

testemunho. (Redação dada pela Lei nº 11.690, de 2008)

Parágrafo único. Antes do início da audiência e durante a sua realização, serão reservados

espaços separados para a garantia da incomunicabilidade das testemunhas.(Incluído pela Lei nº

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DIREITO PROCESSUAL PENAL

11.690, de 2008)

Art. 211. Se o juiz, ao pronunciar sentença final, reconhecer que alguma testemunha fez

afirmação falsa, calou ou negou a verdade, remeterá cópia do depoimento à autoridade policial

para a instauração de inquérito.

Parágrafo único. Tendo o depoimento sido prestado em plenário de julgamento, o juiz, no

caso de proferir decisão na audiência (art. 538, § 2o), o tribunal (art. 561), ou o conselho de

sentença, após a votação dos quesitos, poderão fazer apresentar imediatamente a testemunha à

autoridade policial.

Art. 212. As perguntas serão formuladas pelas partes diretamente à testemunha, não

admitindo o juiz aquelas que puderem induzir a resposta, não tiverem relação com a causa ou

importarem na repetição de outra já respondida. (Redação dada pela Lei nº 11.690, de 2008)

Parágrafo único. Sobre os pontos não esclarecidos, o juiz poderá complementar a inquirição.

(Incluído pela Lei nº 11.690, de 2008)

Art. 213. O juiz não permitirá que a testemunha manifeste suas apreciações pessoais, salvo

quando inseparáveis da narrativa do fato.

Art. 214. Antes de iniciado o depoimento, as partes poderão contraditar a testemunha ou

arguir circunstâncias ou defeitos, que a tornem suspeita de parcialidade, ou indigna de fé. O juiz

fará consignar a contradita ou arguição e a resposta da testemunha, mas só excluirá a

testemunha ou não Ihe deferirá compromisso nos casos previstos nos arts. 207 e 208.

Art. 215. Na redação do depoimento, o juiz deverá cingir-se, tanto quanto possível, às

expressões usadas pelas testemunhas, reproduzindo fielmente as suas frases.

Art. 216. O depoimento da testemunha será reduzido a termo, assinado por ela, pelo juiz e

pelas partes. Se a testemunha não souber assinar, ou não puder fazê-lo, pedirá a alguém que o

faça por ela, depois de lido na presença de ambos.

Art. 217. Se o juiz verificar que a presença do réu poderá causar humilhação, temor, ou

sério constrangimento à testemunha ou ao ofendido, de modo que prejudique a verdade do

depoimento, fará a inquirição por videoconferência e, somente na impossibilidade dessa forma,

determinará a retirada do réu, prosseguindo na inquirição, com a presença do seu defensor.

(Redação dada pela Lei nº 11.690, de 2008)

Parágrafo único. A adoção de qualquer das medidas previstas no caput deste artigo deverá

constar do termo, assim como os motivos que a determinaram. (Incluído pela Lei nº 11.690, de

2008)

Art. 218. Se, regularmente intimada, a testemunha deixar de comparecer sem motivo

justificado, o juiz poderá requisitar à autoridade policial a sua apresentação ou determinar seja

conduzida por oficial de justiça, que poderá solicitar o auxílio da força pública.

Art. 219. O juiz poderá aplicar à testemunha faltosa a multa prevista no art. 453, sem

prejuízo do processo penal por crime de desobediência, e condená-la ao pagamento das custas

da diligência. (Redação dada pela Lei nº 6.416, de 24.5.1977)

Art. 220. As pessoas impossibilitadas, por enfermidade ou por velhice, de comparecer para

depor, serão inquiridas onde estiverem.

Art. 221. O Presidente e o Vice-Presidente da República, os senadores e deputados federais,

os ministros de Estado, os governadores de Estados e Territórios, os secretários de Estado, os

prefeitos do Distrito Federal e dos Municípios, os deputados às Assembléias Legislativas

Estaduais, os membros do Poder Judiciário, os ministros e juízes dos Tribunais de Contas da

União, dos Estados, do Distrito Federal, bem como os do Tribunal Marítimo serão inquiridos em

local, dia e hora previamente ajustados entre eles e o juiz. (Redação dada pela Lei nº 3.653, de

4.11.1959)

§ 1o O Presidente e o Vice-Presidente da República, os presidentes do Senado Federal, da

Câmara dos Deputados e do Supremo Tribunal Federal poderão optar pela prestação de

depoimento por escrito, caso em que as perguntas, formuladas pelas partes e deferidas pelo juiz,

Ihes serão transmitidas por ofício. (Redação dada pela Lei nº 6.416, de 24.5.1977)

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5.8.6. Reconhecimento de pessoas e coisas (arts. 226 a 228)

“É o ato pelo qual uma pessoa admite e afirma como certa a identidade de outra ou a qualidade de

uma coisa” (NUCCI).

Procedimento: primeiro, a pessoa que vai fazer o reconhecimento deve descrever a pessoa que será

reconhecida. Esta será, então, se possível, colocada ao lado de outras que, com ela, tenham semelhança, para

que o reconhecedor possa apontá-la, tomando-se cuidado, se houver receio, para que uma não veja a outra.

Entende-se que a semelhança deve ser física, não exatamente de fisionomia, o que poderia tornar impossível a

realização do ato. Se forem várias as pessoas que irão fazer o reconhecimento, cada uma o fará em separado.

Dispõe ainda a lei processual que, em Juízo ou em plenário de julgamento, não se aplica a providência de

impedir que uma pessoa veja a outra no ato do reconhecimento.

De tudo o que se passou, lavrar-se-á termo, assinado pela autoridade, pela pessoa chamada para efetuar

o reconhecimento e por duas testemunhas. O mesmo procedimento deve ser observado no que diz respeito e no

que couber ao reconhecimento de coisas que tiverem relação com o delito.

CAPÍTULO VII

DO RECONHECIMENTO DE PESSOAS E COISAS

Art. 226. Quando houver necessidade de fazer-se o reconhecimento de pessoa, procederse-

á pela seguinte forma:

§ 2o Os militares deverão ser requisitados à autoridade superior. (Redação dada pela Lei

nº 6.416, de 24.5.1977)

§ 3o Aos funcionários públicos aplicar-se-á o disposto no art. 218, devendo, porém, a

expedição do mandado ser imediatamente comunicada ao chefe da repartição em que servirem,

com indicação do dia e da hora marcados. (Incluído pela Lei nº 6.416, de 24.5.1977)

Art. 222. A testemunha que morar fora da jurisdição do juiz será inquirida pelo juiz do

lugar de sua residência, expedindo-se, para esse fim, carta precatória, com prazo razoável,

intimadas as partes.

§ 1o A expedição da precatória não suspenderá a instrução criminal. § 2o Findo o prazo

marcado, poderá realizar-se o julgamento, mas, a todo tempo, a precatória, uma vez devolvida,

será junta aos autos.

§ 3o Na hipótese prevista no caput deste artigo, a oitiva de testemunha poderá ser realizada

por meio de videoconferência ou outro recurso tecnológico de transmissão de sons e imagens em

tempo real, permitida a presença do defensor e podendo ser realizada, inclusive, durante a

realização da audiência de instrução e julgamento. (Incluído pela Lei nº 11.900, de 2009)

Art. 222-A. As cartas rogatórias só serão expedidas se demonstrada previamente a sua

imprescindibilidade, arcando a parte requerente com os custos de envio. (Incluído pela Lei nº

11.900, de 2009)

Parágrafo único. Aplica-se às cartas rogatórias o disposto nos §§ 1o e 2o do art. 222 deste

Código. (Incluído pela Lei nº 11.900, de 2009)

Art. 223. Quando a testemunha não conhecer a língua nacional, será nomeado intérprete

para traduzir as perguntas e respostas.

Parágrafo único. Tratando-se de mudo, surdo ou surdo-mudo, proceder-se-á na

conformidade do art. 192.

Art. 224. As testemunhas comunicarão ao juiz, dentro de um ano, qualquer mudança de

residência, sujeitando-se, pela simples omissão, às penas do não-comparecimento.

Art. 225. Se qualquer testemunha houver de ausentar-se, ou, por enfermidade ou por velhice,

inspirar receio de que ao tempo da instrução criminal já não exista, o juiz poderá, de ofício ou a

requerimento de qualquer das partes, tomar-lhe antecipadamente o depoimento.

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DIREITO PROCESSUAL PENAL

I - a pessoa que tiver de fazer o reconhecimento será convidada a descrever a pessoa que

deva ser reconhecida;

Il - a pessoa, cujo reconhecimento se pretender, será colocada, se possível, ao lado de outras

que com ela tiverem qualquer semelhança, convidando-se quem tiver de fazer o reconhecimento

a apontá-la;

III - se houver razão para recear que a pessoa chamada para o reconhecimento, por

efeito de intimidação ou outra influência, não diga a verdade em face da pessoa que deve ser

reconhecida, a autoridade providenciará para que esta não veja aquela;

IV - do ato de reconhecimento lavrar-se-á auto pormenorizado, subscrito pela

autoridade, pela pessoa chamada para proceder ao reconhecimento e por duas testemunhas

presenciais. Parágrafo único. O disposto no no III deste artigo não terá aplicação na fase

da instrução criminal ou em plenário de julgamento.

Art. 227. No reconhecimento de objeto, proceder-se-á com as cautelas estabelecidas no

artigo anterior, no que for aplicável.

Art. 228. Se várias forem as pessoas chamadas a efetuar o reconhecimento de pessoa ou de

objeto, cada uma fará a prova em separado, evitando-se qualquer comunicação entre elas.

5.8.7. Acareação (arts. 229 e 230 do CPP)

É o ato processual em que se colocam frente a frente duas ou mais pessoas que fizeram declarações

divergentes sobre o mesmo fato. Pode ser realizada entre acusados, entre acusado e testemunha, entre

testemunhas, entre acusado ou testemunha e vítima, ou entre vítimas.

É pressuposto essencial que as declarações já tenham sido prestadas, caso contrário não haveria

possibilidade de se verificar ponto conflitante entre elas. O art. 230 do Código de Processo Penal dispõe sobre

a acareação por carta precatória, na hipótese de um dos acareados residir fora da Comarca processante.

CAPÍTULO VIII

DA ACAREAÇÃO

Art. 229. A acareação será admitida entre acusados, entre acusado e testemunha, entre

testemunhas, entre acusado ou testemunha e a pessoa ofendida, e entre as pessoas ofendidas,

sempre que divergirem, em suas declarações, sobre fatos ou circunstâncias relevantes.

Parágrafo único. Os acareados serão reperguntados, para que expliquem os pontos de

divergências, reduzindo-se a termo o ato de acareação.

Art. 230. Se ausente alguma testemunha, cujas declarações divirjam das de outra, que esteja

presente, a esta se darão a conhecer os pontos da divergência, consignando-se no auto o que

explicar ou observar. Se subsistir a discordância, expedir-se-á precatória à autoridade do lugar

onde resida a testemunha ausente, transcrevendo-se as declarações desta e as da testemunha

presente, nos pontos em que divergirem, bem como o texto do referido auto, a fim de que se

complete a diligência, ouvindo-se a testemunha ausente, pela mesma forma estabelecida para a

testemunha presente. Esta diligência só se realizará quando não importe demora prejudicial ao

processo e o juiz a entenda conveniente.

5.8.8. Documentos (arts. 231 a 238 do CPP)

Nos termos do Código de Processo Penal, consideram-se documentos quaisquer escritos, instrumentos

ou papéis, públicos ou particulares (art. 232). Instrumento é o documento constituído especificamente para

servir de prova para o ato ali representado, por exemplo, a procuração, que tem a finalidade de demonstrar a

outorga de poderes.

O Código adotou o conceito de documento em sentido estrito. No sentido amplo, podemos dizer que

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DIREITO PROCESSUAL PENAL

“é toda base materialmente disposta a concentrar e expressar um pensamento, uma ideia ou qualquer

manifestação de vontade do ser humano, que sirva para demonstrar e provar um fato ou acontecimento

juridicamente relevante” (NUCCI). De acordo com essa interpretação, então, são considerados documentos:

vídeos, fotos, CDs etc.

Os documentos podem ser:

a) públicos: aqueles formados por agente público no exercício da função. Possuem presunção juris

tantum (relativa) de autenticidade e veracidade;

b) particulares: aqueles formados por particular.

Em regra, os documentos podem ser juntados em qualquer fase do processo (art. 231 do CPP). Dispõe a

lei processual, contudo, que não será permitida a juntada de documentos no Plenário do Júri, sem comunicar à

outra parte com antecedência mínima de três dias (art. 479 do CPP). Se o juiz tiver notícia da existência de

documento referente a ponto relevante do processo, providenciará a sua juntada aos autos, independentemente

de requerimento das partes. Os documentos em língua estrangeira deverão ser traduzidos por tradutor público.

A cópia autenticada de documento terá o mesmo valor que o documento original (art. 232, parágrafo

único, do CPP). Os documentos juntados aos autos poderão ser desentranhados a pedido da parte, se não houver

motivo que justifique sua permanência nos autos (art. 238 do CPP).

CAPÍTULO IX DOS DOCUMENTOS

Art. 231. Salvo os casos expressos em lei, as partes poderão apresentar documentos em qualquer

fase do processo.

Art. 232. Consideram-se documentos quaisquer escritos, instrumentos ou papéis, públicos ou

particulares.

Parágrafo único. À fotografia do documento, devidamente autenticada, se dará o mesmo valor do

original.

Art. 233. As cartas particulares, interceptadas ou obtidas por meios criminosos, não serão admitidas

em juízo.

Parágrafo único. As cartas poderão ser exibidas em juízo pelo respectivo destinatário, para a defesa

de seu direito, ainda que não haja consentimento do signatário.

Art. 234. Se o juiz tiver notícia da existência de documento relativo a ponto relevante da acusação

ou da defesa, providenciará, independentemente de requerimento de qualquer das partes, para sua juntada

aos autos, se possível.

Art. 235. A letra e firma dos documentos particulares serão submetidas a exame pericial, quando

contestada a sua autenticidade.

Art. 236. Os documentos em língua estrangeira, sem prejuízo de sua juntada imediata, serão, se

necessário, traduzidos por tradutor público, ou, na falta, por pessoa idônea nomeada pela autoridade.

Art. 237. As públicas-formas só terão valor quando conferidas com o original, em presença da autoridade.

Art. 238. Os documentos originais, juntos a processo findo, quando não exista motivo relevante que

justifique a sua conservação nos autos, poderão, mediante requerimento, e ouvido o Ministério Público,

ser entregues à parte que os produziu, ficando traslado nos autos.

5.8.9. Indícios (art. 239 do CPP)

Indício, na definição legal, é toda circunstância conhecida e provada, a partir da qual, mediante

raciocínio lógico, chega-se à conclusão da existência de outro fato.

Em nosso Direito, a prova indiciária tem o mesmo valor que qualquer outra. Há quem sustente que um

conjunto de fortes indícios pode levar à condenação do acusado, tendo em vista o sistema do livre

convencimento motivado do juiz.

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DIREITO PROCESSUAL PENAL

CAPÍTULO X

DOS INDÍCIOS

Art. 239. Considera-se indício a circunstância conhecida e provada, que, tendo relação com o fato,

autorize, por indução, concluir-se a existência de outra ou outras circunstâncias.

5.8.10 Da Busca e Apreensão

CAPÍTULO XI DA BUSCA E DA APREENSÃO

Art. 240. A busca será domiciliar ou pessoal.

§ 1o Proceder-se-á à busca domiciliar, quando fundadas razões a autorizarem, para:

a) prender criminosos;

b) apreender coisas achadas ou obtidas por meios criminosos;

c) apreender instrumentos de falsificação ou de contrafação e objetos falsificados ou

contrafeitos;

d) apreender armas e munições, instrumentos utilizados na prática de crime ou destinados a

fim delituoso;

e) descobrir objetos necessários à prova de infração ou à defesa do réu;

f) apreender cartas, abertas ou não, destinadas ao acusado ou em seu poder, quando haja

suspeita de que o conhecimento do seu conteúdo possa ser útil à elucidação do fato; g)

apreender pessoas vítimas de crimes;

h) colher qualquer elemento de convicção.

§ 2o Proceder-se-á à busca pessoal quando houver fundada suspeita de que alguém oculte

consigo arma proibida ou objetos mencionados nas letras b a f e letra h do parágrafo anterior.

Art. 241. Quando a própria autoridade policial ou judiciária não a realizar pessoalmente, a busca

domiciliar deverá ser precedida da expedição de mandado.

Art. 242. A busca poderá ser determinada de ofício ou a requerimento de qualquer das partes.

Art. 243. O mandado de busca deverá:

I - indicar, o mais precisamente possível, a casa em que será realizada a diligência e o

nome do respectivo proprietário ou morador; ou, no caso de busca pessoal, o nome da pessoa que

terá de sofrê-la ou os sinais que a identifiquem;

II - mencionar o motivo e os fins da diligência;

III - ser subscrito pelo escrivão e assinado pela autoridade que o fizer expedir.

§ 1o Se houver ordem de prisão, constará do próprio texto do mandado de busca.

§ 2o Não será permitida a apreensão de documento em poder do defensor do acusado, salvo

quando constituir elemento do corpo de delito.

Art. 244. A busca pessoal independerá de mandado, no caso de prisão ou quando houver

fundada suspeita de que a pessoa esteja na posse de arma proibida ou de objetos ou papéis que

constituam corpo de delito, ou quando a medida for determinada no curso de busca domiciliar.

Art. 245. As buscas domiciliares serão executadas de dia, salvo se o morador consentir que se

realizem à noite, e, antes de penetrarem na casa, os executores mostrarão e lerão o mandado ao

morador, ou a quem o represente, intimando-o, em seguida, a abrir a porta.

§ 1o Se a própria autoridade der a busca, declarará previamente sua qualidade e o objeto da

diligência.

§ 2o Em caso de desobediência, será arrombada a porta e forçada a entrada.

§ 3o Recalcitrando o morador, será permitido o emprego de força contra coisas existentes no

interior da casa, para o descobrimento do que se procura.

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DIREITO PROCESSUAL PENAL

§ 4o Observar-se-á o disposto nos §§ 2o e 3o, quando ausentes os moradores, devendo, neste

caso, ser intimado a assistir à diligência qualquer vizinho, se houver e estiver presente.

§ 5o Se é determinada a pessoa ou coisa que se vai procurar, o morador será intimado a

mostrá-la.

§ 6o Descoberta a pessoa ou coisa que se procura, será imediatamente apreendida e posta sob

custódia da autoridade ou de seus agentes.

§ 7o Finda a diligência, os executores lavrarão auto circunstanciado, assinando-o com duas

testemunhas presenciais, sem prejuízo do disposto no § 4o.

Art. 246. Aplicar-se-á também o disposto no artigo anterior, quando se tiver de proceder a

busca em compartimento habitado ou em aposento ocupado de habitação coletiva ou em

compartimento não aberto ao público, onde alguém exercer profissão ou atividade.

Art. 247. Não sendo encontrada a pessoa ou coisa procurada, os motivos da diligência serão

comunicados a quem tiver sofrido a busca, se o requerer.

Art. 248. Em casa habitada, a busca será feita de modo que não moleste os moradores mais

do que o indispensável para o êxito da diligência.

Art. 249. A busca em mulher será feita por outra mulher, se não importar retardamento ou

prejuízo da diligência.

Art. 250. A autoridade ou seus agentes poderão penetrar no território de jurisdição alheia,

ainda que de outro Estado, quando, para o fim de apreensão, forem no seguimento de pessoa ou

coisa, devendo apresentar-se à competente autoridade local, antes da diligência ou após, conforme

a urgência desta.

§ 1o Entender-se-á que a autoridade ou seus agentes vão em seguimento da pessoa ou coisa,

quando:

a) tendo conhecimento direto de sua remoção ou transporte, a seguirem sem interrupção,

embora depois a percam de vista;

b) ainda que não a tenham avistado, mas sabendo, por informações fidedignas ou

circunstâncias indiciárias, que está sendo removida ou transportada em determinada direção, forem

ao seu encalço.

§ 2o Se as autoridades locais tiverem fundadas razões para duvidar da legitimidade das pessoas

que, nas referidas diligências, entrarem pelos seus distritos, ou da legalidade dos mandados que

apresentarem, poderão exigir as provas dessa legitimidade, mas de modo que não se frustre a

diligência.

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DIREITO PROCESSUAL PENAL

01 – ( ) - (CESPE/PCGO/AGENTE/2017/ADAPTADA) - Para se apurar o crime de lesão corporal, exige-

se prova pericial médica, que não pode ser suprida por testemunho.

02 – ( ) - (CESPE/PCGO/AGENTE/2017/ADAPTADA) - Se, no interrogatório em juízo, o réu confessar a

autoria, ficará provada a alegação contida na denúncia, tornando-se desnecessária a produção de outras provas.

03 – ( ) - (CESPE/PCGO/AGENTE/2017/ADAPTADA) - As declarações do réu durante o interrogatório

deverão ser avaliadas livremente pelo juiz, sendo valiosas para formar o livre convencimento do magistrado,

quando amparadas em outros elementos de prova.

04 – ( ) - (CESPE/PCGO/AGENTE/2017/ADAPTADA) - São objetos de prova testemunhal no processo

penal fatos relativos ao estado das pessoas, como, por exemplo, casamento, menoridade, filiação e cidadania.

05 – ( ) - (CESPE/PCGO/AGENTE/2017/ADAPTADA) - O procedimento de acareação entre acusado e

testemunha é típico da fase pré-processual da ação penal e deve ser presidido pelo delegado de polícia.

06- ( ) - (TJ-RS/Juiz Substituto/TJ-RS/2009) - São admitidas provas derivadas das ilícitas quando não

evidenciado o nexo de causalidade entre umas e outras, ou quando as derivadas puderem ser obtidas por uma

fonte independente das primeiras.

07 - ( ) - (CESPE/Promotor de Justiça/MPE-RN) - Segundo entendimento doutrinário, quando a norma

afrontada tiver natureza processual, a prova vedada deve ser chamada de ilícita; afrontando normas de direito

material, deve ser chamada de ilegítima

08 – ( ) - (CESPE/Delegado de Polícia/PC-PB/2008) - No exame por precatória, a nomeação dos peritos

é feita no juízo deprecante, qualquer que seja a natureza da ação penal.

09 – ( ) - (CESPE/Agente de Investigação Escrivão de Polícia) - Poderá o juiz, de ofício, ordenar,

mesmo antes de iniciada a ação penal, a produção antecipada de provas consideradas urgentes e relevantes.

10 – ( ) - (CESPE/Agente de investigação Escrivão de Polícia) - Nos casos de morte violenta, bastará

o simples exame externo do cadáver, ainda que haja infração penal a apurar.

11 – (CESPE/OAB-SP) - No que se refere à prova testemunhal, assinale a opção correta de acordo com

o CPP.

A) As testemunhas serão inquiridas uma de cada vez, de forma que umas não saibam nem ouçam os depoimentos

das outras, devendo o juiz, na ocasião da oitiva, adverti-las das penas cominadas ao falso testemunho.

B) As perguntas devem ser formuladas pelas partes, por intermédio do juiz e não diretamente à testemunha.

C) Admite-se que as partes formulem perguntas que possam induzir a resposta das testemunhas.

D) São admissíveis perguntas que não tenham relação com a causa.

12 – ( ) - (CESPE / Delegado de Polícia - PC/PB) - Não sendo possível o exame de corpo de delito por

haverem desaparecido os vestígios, a prova testemunhal pode suprir-lhe a falta. Em caso, todavia, de exame

complementar, a prova testemunhal não supre a falta do exame, devendo o crime, se for o caso, ser

desclassificado.

13 – ( ) - (CESPE / Agente de investigação Escrivão de Polícia) - Quando encontrados em posição

diversa, os cadáveres deverão ser colocados em posição horizontal para serem fotografados.

14 – ( ) - (CESPE/Perito Criminal/PC–PI) - Como prova documental não serão aceitas fotografias de

documentos, em hipótese nenhuma.

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DIREITO PROCESSUAL PENAL

15 – ( ) - (CESPE/Agente/PC-ES) - O sistema da livre convicção, método de avaliação da prova

concernente à livre valoração ou à íntima convicção do magistrado, é inaplicável no processo penal pátrio,

porquanto afasta a necessidade de motivação das decisões judiciais.

16 – ( ) - (CESPE/ Agente - Polícia Civil – ES) - Caso uma indivíduo tenha sido gravemente ferido por

disparo acidental de arma de fogo, resultando-lhe sérios danos à integridade física com lesões de natureza grave,

nessa situação e considerando que a infração penal, conforme descrita, deixa vestígios materiais, será

indispensável o exame pericial, direto ou indireto, sob pena de nulidade.

17 – ( ) - (CESPE / Juiz Substituto - TJ-AL) - Ainda que devidamente intimado, se o ofendido deixa de

comparecer à audiência de instrução e julgamento, não pode o juiz determinar sua condução coercitiva,

considerando que não se trata de testemunha compromissada.

18 – ( ) - (CESPE / Juiz Substituto - TJ-AL) O ofendido terá de ser comunicado dos atos processuais

relativos ao ingresso e à saída do acusado da prisão, à designação de data para audiência e à sentença, bem como

a respectivos acórdãos que a mantenham ou modifiquem.

19 – ( ) - (CESPE / Delegado - PC-ES) A lei processual garante ao acusado a possibilidade de confessar,

negar ou silenciar a respeito da imputação que lhe é atribuída, sem que haja qualquer prejuízo à sua defesa.

Assim, no momento do interrogatório, é permitido ao acusado o silêncio em resposta às perguntas de natureza

identificatórias ou de qualificação pessoal.

20 - (OAB-RJ) Na disciplina da valoração da prova instituída pelo Código de Processo Penal brasileiro,

foi adotado o sistema A) da íntima convicção;

B) de provas legais;

C) do livre convencimento motivado;

D) de provas legais, exceto no tribunal do júri, que adota o sistema do livre convencimento motivado.

21– ( ) - (CESPE/Juiz Substituto/TJ-DF) - O juiz penal não está obrigado a admitir como verdadeira a

confissão do réu.

22– ( ) - (CESPE/Juiz Substituto/TJ-DF) - O juiz penal, quando julgar necessário, poderá ouvir outras

testemunhas, além das indicadas pelas partes, bem como pessoas por elas referidas.

23 – ( ) - (CESPE/Juiz Substituto/TJ-DF) - Aos menores de 18 (dezoito) anos quando testemunhas, não se

defere o compromisso legal.

24– ( ) - (CESPE/Juiz Substituto/TJ-RS)- A previsão do interrogatório do réu por videoconferência afastou a

possibilidade de tomada do depoimento das testemunhas por essa metodologia de busca da prova.

25– ( ) - (CESPE/Agente/Policia Civil)- Considere que Angélica, imputável, tenha sido arrolada como

testemunha de acusação nos autos de uma ação penal, tendo sido notificada pessoalmente da audiência para a

sua oitiva. Sem justificativa, Angélica faltou à audiência e, mesmo novamente notificada, não compareceu em

juízo. Neste caso, poderá o juiz determinar a condução coercitiva de Angélica, sem prejuízo do processo penal

por crime de desobediência.

26 – ( ) - (CESPE/Analista/TJ-AC/) - O silêncio do acusado, durante o processo, não pode ser interpretado

em seu desfavor.

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DIREITO PROCESSUAL PENAL

27 – ( ) - (CESPE/TJ-AC) - O comportamento adotado pelo réu durante o processo, na tentativa de defender-

se, não se presta a agravar-lhe a pena.

28 – (OAB-RJ) - Acerca da prova testemunhal, assinale a opção correta.

A) Ao juiz é vedado ouvir outras testemunhas, além das indicadas pelas partes.

B) As testemunhas da acusação e da defesa serão inquiridas umas na presença das outras.

C) Se o juiz, ao pronunciar sentença final, reconhecer que alguma testemunha fez afirmação falsa, calou ou

negou a verdade, remeterá cópia do depoimento à autoridade policial para a instauração de inquérito.

D) A testemunha deve prestar o depoimento oralmente ou trazê-lo por escrito.

29 – ( ) - (CESPE/AGENTE DA POLÍCIA CIVIL – TO) - Considere que uma autoridade policial, no decorrer

das investigações de um crime de furto e sem o competente mandado judicial, ordenou aos seus agentes que

arrombassem a porta de uma residência e vistoriassem o local, onde provavelmente estariam os objetos furtados.

No interior da residência foi encontrada a maior parte dos bens subtraídos. Nessa situação, a autoridade policial

e seus agentes agiram dentro da legalidade, pois a conduta policial oportunizou a recuperação dos objetos.

30 – ( ) - (CESPE/AGENTE/PC-TO) - Qualquer indivíduo que figure como objeto de procedimentos

investigatórios policiais ou que ostente, em juízo penal, a condição jurídica de imputado, tem o direito de

permanecer em silêncio, incluindo-se aí, por implicitude, a prerrogativa processual de o acusado negar, ainda

que falsamente, perante a autoridade policial ou judiciária, a prática da infração penal.

31 - (OAB-SP)- Assinale a opção correta quanto às provas ilícitas, de acordo com o Código de Processo

Penal (CPP), segundo recentes alterações legislativas.

A) São entendidas como provas ilícitas apenas as que forem obtidas em violação a normas constitucionais,

devendo tais provas ser desentranhadas do processo.

B) São, em regra, admissíveis as provas derivadas das ilícitas.

C) Considera-se fonte independente aquela que, por si só, seguindo os trâmites típicos e de praxe, próprios da

investigação ou instrução criminal, seja capaz de conduzir ao fato objeto da prova.

D) As cartas particulares, ainda que interceptadas ou obtidas por meios criminosos, são, em regra, admitidas em

juízo.

32 – ( ) - (OAB) - As buscas domiciliares serão executadas de dia, salvo se o morador consentir que se

realizem à noite, e, antes de penetrarem na casa, os executores mostrarão e lerão o mandado ao morador, ou

a quem o represente, intimando-o, em seguida, a abrir a porta.

33 – ( ) - (OAB) - Em casa habitada, a busca será feita de modo que não moleste os moradores mais do que

o indispensável para o êxito da diligência.

34 – ( ) - (OAB) - A busca em mulher será feita sempre por outra mulher.

35 – ( ) - (OAB) - O depoimento será prestado oralmente, não sendo permitido à testemunha trazê-lo por

escrito.

36 - (OAB-SP) - Assinale a opção correta acerca da prova no processo penal.

A) A prova, ainda que produzida por iniciativa de uma das partes, pertence ao processo e pode ser utilizada por

todos os participantes da relação processual, destinando-se à apuração da verdade dos fatos alegados. B) O

sistema da livre convicção, adotado majoritariamente no processo penal brasileiro, com fundamento na

Constituição Federal, significa a permissão dada ao juiz para decidir a causa de acordo com seu livre

entendimento, devendo o magistrado, no entanto, cuidar de fundamentá-lo, nos autos, e buscar persuadir as

partes e a comunidade em abstrato. C) O sistema da persuasão racional é o adotado no Brasil.

D) O juiz fica adstrito ao laudo pericial, não podendo decidir, de acordo com sua convicção, a matéria que lhe é

apresentada.

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DIREITO PROCESSUAL PENAL

37– ( ) - (CESPE / Perito Criminal - PC-ES) - O interrogatório judicial, como meio de defesa, exige a

presença física do acusado, de forma que a sua realização por meio de videoconferência é inadmissível no

processo penal.

38– ( ) - (CESPE / Analista Judiciário - TJ-ES) - O exame de corpo de delito bem como outras perícias

devem ser realizados por dois peritos oficiais, portadores de diploma de curso superior; na falta desses peritos,

o exame deverá ser realizado por duas pessoas idôneas, portadoras de diploma de curso superior,

preferencialmente em área específica.

39– ( ) - (CESPE / Analista Judiciário - TRE-ES) - São inadmissíveis no processo provas derivadas de

provas ilícitas, ainda que não evidenciado o nexo de causalidade entre umas e outras.

40– ( ) - (CESPE / Defensor - DPU) - O interrogatório, na atual sistemática processual penal, deve ser

realizado, como regra geral, por intermédio da videoconferência, podendo o juiz, por decisão fundamentada, nos

expressos casos legais, decidir por outra forma de realização do ato. O CPP estabelece, de forma expressa, o uso

da videoconferência ou de recurso tecnológico similar para oitiva do ofendido e de testemunhas, inclusive nos

casos em que se admite a utilização de carta rogatória.

41 - (FCC/Analista/TRE-RN) - O exame de corpo de delito

a) é dispensável e pode ser suprido pela confissão do acusado.

b) não pode ser feito entre 22:00 e 6:00 horas.

c) não pode ser feito aos domingos e feriados.

d) pode ser feito em qualquer dia e a qualquer hora.

e) deve ser sempre direto, não podendo jamais ser indireto.

42 - (FCC/Assessor/TJ-PI) - Em relação às provas ilícitas, é correto afirmar que a)

não precisam, necessariamente, ser desentranhadas dos autos.

b) não se permite a presença das partes no incidente de inutilização, por se tratar de ato sigiloso.

c) são aquelas obtidas em violação a normas constitucionais ou legais.

d) são também inadmissíveis as provas derivadas das ilícitas, salvo, apenas e tão somente, quando as derivadas

puderem ser obtidas por fonte independente das primeiras.

e) considera-se fonte independente aquela que por si só, seguindo trâmites atípicos, da investigação ou instrução

criminal, seria capaz de conduzir ao fato objeto da prova.

43 - (UPNET/Agente Penitenciário/SERES-PE)- Julgue as seguintes proposições.

I. De acordo com o sistema processual penal brasileiro, um menor de 15 (quinze) anos não pode servir

como testemunha nos autos de processo criminal. II. O exame de corpo de delito é indispensável nos

crimes materiais, podendo sua ausência ser suprida pela confissão do acusado.

III. No sistema processual penal brasileiro, vige o princípio da livre apreciação da prova, inexistindo

hierarquização entre os diversos meios de prova.

IV. Durante o interrogatório, o acusado não está obrigado a responder às perguntas que lhe forem

formuladas. Caso permaneça em silêncio, este comportamento não pode ser interpretado em prejuízo de

sua defesa.

Está (ão) CORRETA(S)

a) I e III.

b) II e IV.

c) I e II.

d) III e IV.

e) II, III e IV.

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DIREITO PROCESSUAL PENAL

44- (MPE-MG / Promotor/MPE-MG) - Salvo quando não for possível, por outro modo, obter-se ou

integrar-se a prova do fato e de suas circunstâncias, poderá(ao) recusar a obrigação de prestar

depoimento

a) as pessoas que, em razão de seu ministério, devam guardar segredo.

b) o menor de dezoito anos.

c) o filho adotivo do acusado.

d) o cônjuge do ofendido.

45- ( ) - (CESPE/Analista Processual/MPU) - No tocante aos sistemas de apreciação das provas, é correto

afirmar que ainda existe no ordenamento jurídico brasileiro procedimento em que o julgador decide pelo sistema

da íntima convicção, não se impondo o dever constitucional de motivar a decisão proferida.

01.F 02.F 03.V 04.F 05.F 06.V 07.F 08.F 09.F 10.F

11.A 12.F 13.F 14.F 15.F 16.F 17.F 18.F 19.F 20.C

21.V 22.V 23.F 24.F 25.V 26.V 27.F 28.C 29.F 30.V

31.C 32.V 33.V 34.F 35.V 36.A 37.F 38.F 39.F 40.F

41.D 42.C 43.D 44.C 45.V

EXERCÍCIOS DE NIVELAMENTO - DAS PROVAS

01 Ano: 2018 Banca: MPE-MS Órgão: MPE-MS Prova: Promotor de Justiça Assinale a alternativa

correta.

a) Havendo continência com fatos praticados por corréu com foro de prerrogativa de função no Tribunal de

Justiça, no momento do oferecimento da denúncia o Promotor de Justiça não pode desmembrar os autos, com o

encaminhamento de peças ao Procurador-Geral de Justiça apenas em relação ao corréu detentor do foro de

prerrogativa de função, pois todos devem ser denunciados perante a Corte de origem, não podendo o Ministério

Público realizar a cisão do processo.

b) No caso do ato processual decisório proferido em audiência, tendo tomado ciência o membro do Ministério

Público presente ao ato, o prazo de eventual interposição de recurso começará a fluir a partir do primeiro dia útil

subsequente ao da audiência.

c) Eventuais irregularidades ocorridas no inquérito policial possuem a capacidade de contaminar a ação penal

decorrente da investigação respectiva.

d) O reconhecimento pessoal realizado de modo diverso das disposições insculpidas no Código de Processo

Penal configura causa de nulidade, uma vez que referidas disposições legais são uma exigência para a validade

do ato.

e) A ausência de intimação pessoal do defensor dativo da data do julgamento do recurso gera nulidade, a qual

não se sujeita a preclusão temporal.

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DIREITO PROCESSUAL PENAL

02 Ano: 2018 Banca: FCC Órgão: DPE-AM Prova: Defensor Público Com relação à prova realizada no processo penal,

a) o juiz formará sua convicção pela livre apreciação da prova produzida em contraditório judicial, não podendo

em nenhuma hipótese fundamentar sua decisão exclusivamente nos elementos informativos colhidos na

investigação.

b) embora diga respeito ao estado civil, a prova de menoridade pode ser feita por outros meios, como a

inquirição em inquérito policial.

c) o juiz não poderá ordenar, de ofício, a produção antecipada de provas, sob pena de comprometer sua

imparcialidade e atuar como investigador.

d) o juiz que conhecer do conteúdo da prova declarada inadmissível não poderá proferir a sentença ou acórdão.

e) o exame de corpo de delito e outras perícias serão realizados por perito oficial, portador de diploma de curso

superior, havendo necessidade, segundo o Código de Processo Penal, de que sua formação técnica seja a

mesma do exame a ser realizado.

03 Ano: 2018 Banca: FCC Órgão: DPE-AM Prova: Defensor Público Conforme a lei penal e processual penal vigente, é correto afirmar:

a) Quando a testemunha não conhecer a língua nacional, se o juiz não dominar o idioma estrangeiro

correspondente, será nomeado intérprete para traduzir as perguntas e respostas.

b) O ato de indiciamento formal, embora complexo e privativo da Autoridade Policial, pode ser determinado

por requisição do juiz e/ou do MP.

c) O ofendido será comunicado dos atos processuais relativos ao ingresso e à saída do acusado da prisão, à

designação de data para audiência e à sentença e respectivos acórdãos que a mantenham ou modifiquem. As

comunicações ao ofendido deverão ser feitas no endereço por ele indicado, pessoalmente, e, no caso de não ser

encontrado, por edital.

d) O Presidente e o Vice-Presidente da República, os Senadores e Deputados Federais, os Ministros de Estado,

os Governadores de Estados e Territórios, os Secretários de Estado, os Prefeitos do Distrito Federal e dos

Municípios, os Deputados das Assembleias Legislativas Estaduais, os membros do Poder Judiciário, os

ministros e juízes dos Tribunais de Contas da União, dos Estados, do Distrito Federal, bem como os do Tribunal

Marítimo serão inquiridos em local, dia e hora previamente ajustados entre eles e o juiz quando servirem de

testemunhas, mas não quando forem investigados.

e) É sempre possível a internação provisória do acusado que os peritos concluírem ser inimputável ou semi-

imputável e houver risco de reiteração.

04 Ano: 2018 Banca: FCC Órgão: DPE-AM Prova: Defensor Público Em matéria de nulidades e conforme o entendimento dos tribunais superiores, é correto afirmar que :

a) a superveniência da decisão que decretou a prisão preventiva não tem o condão de afastar a análise da tese

de nulidade do flagrante baseada na violação da Súmula Vinculante n° 11 do STF.

b) o Superior Tribunal de Justiça não admite que os dados sigilosos obtidos diretamente pela Secretaria da

Receita Federal sejam repassados ao Ministério Público ou à autoridade policial, para fins de investigação

criminal ou instrução processual penal, pois não precedida de autorização judicial.

c) é pacífico o entendimento acerca da imprescindibilidade da prévia instauração de inquérito ou ação penal

para a decretação da quebra do sigilo telefônico, uma vez que tal providência tem natureza de medida cautelar

preparatória, bastando a existência de indícios razoáveis de autoria ou participação em infração penal punida

com reclusão.

d) realizada após a resposta à acusação, a ratificação do recebimento da denúncia dispensa a expensão de

fundamentos exaurientes e plenos, mas não pode o magistrado limitar-se a expressões como "o aduzido pela

defesa confunde-se com o mérito" e que "para verificar tais preliminares seria exigido deste Juízo uma análise

perfunctória, o que não pode ocorrer nesta fase, já que seria adentrar em sede meritória".

e) a entrada forçada em domicílio sem mandado judicial só é lícita, mesmo em período noturno, quando

amparada em fundadas razões, devidamente justificadas a priori e nunca a posteriori, que indiquem que dentro

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DIREITO PROCESSUAL PENAL

da casa ocorre situação de flagrante delito, sob pena de responsabilidade disciplinar, civil e penal do agente ou

da autoridade e de nulidade dos atos praticados.

05 Ano: 2018 Banca: CESPE Órgão: PC-MA Prova: Delegado de Polícia No que se refere às provas no processo penal, julgue os itens a

seguir.

I Em atendimento ao princípio da legalidade, no processo penal brasileiro são inadmissíveis provas não

previstas expressamente no CPP.

II Caso a infração tenha deixado vestígio, a confissão do acusado não acarretará a dispensa da prova pericial.

III Havendo evidências da participação do indiciado em organização criminosa, a autoridade policial poderá

determinar a quebra do sigilo da sua comunicação telefônica como forma de instruir investigação criminal.

IV A prova obtida por meios ilícitos não constitui suporte jurídico capaz de ensejar sentença condenatória, ainda

que corroborada pela confissão do acusado. Estão certos apenas os itens

a) I e II.

b) l e III.

c) II e IV.

d) I, III e IV.

e) II, III e IV.

06 Ano: 2017Banca: FEPESE Órgão: PC-SC Prova: Escrivão de Polícia Civil Em matéria de prova processual penal, assinale a alternativa correta acerca dos

documentos.

a) Terá o mesmo valor que o original, a fotografia devidamente autenticada.

b) Por documento se entende apenas o escrito, em papel, produzido ou subscrito por particular.

c) Para ter validade, os documentos em língua estrangeira devem estar traduzidos por tradutor público.

d) As cartas particulares, mesmo que obtidas de forma ilícita, serão consideradas como documentos hábeis para

prova em juízo.

e) Os documentos, para servirem como provas hábeis, deverão ser submetidos a exame pericial.

07 Ano: 2017 Banca: FEPESE Órgão: PC-SC Prova: Escrivão de Polícia Civil De acordo com a norma processual penal, a busca e apreensão:

a) será apenas domiciliar, não podendo ter como objeto pessoa.

b) deverá sempre ser precedida de mandado judicial.

c) quando feita em mulher, somente poderá ser realizada por outra mulher.

d) poderá ser determinada de ofício ou a requerimento de qualquer das partes.

e) deverá ocorrer na presença, indispensável, do Ministério Público.

08 Ano: 2017 Banca: CESPE Órgão: DPE-ACProva: Defensor Público Acerca da quebra de sigilo telefônico, bancário e fiscal, assinale a opção correta à luz do entendimento

dos tribunais superiores.

a) É imprescindível a prévia instauração de inquérito policial para que seja autorizada a medida cautelar de

interceptação telefônica.

b) A quebra do sigilo de comunicações telefônicas não poderá exceder o prazo de quinze dias, renovável por

igual tempo, sendo vedadas sucessivas prorrogações.

c) A atuação da Receita Federal no exercício de suas atribuições configura quebra de sigilo fiscal, razão pela

qual ela necessita de autorização judicial para tal exercício.

d) Ainda que as condutas imputadas ao investigado não guardem relação direta com aquelas que originaram a

quebra do sigilo bancário, mostra-se legítima a utilização da referida medida cautelar preparatória, se, por meio

dela, se tiver descoberto fortuitamente a prática de outros delitos.

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DIREITO PROCESSUAL PENAL

e) É necessária a degravação da íntegra dos diálogos objeto de interceptação telefônica, visto que é insuficiente

a transcrição exclusiva dos trechos que digam respeito ao investigado.

09 Ano: 2017 Banca: CESPE Órgão: DPE-AC Prova: Defensor Público De acordo com o entendimento do STF sobre os meios de prova e seu acesso pela DP:

a) o direito ao acesso amplo aos elementos de prova engloba a possibilidade de obtenção de cópias, por

quaisquer meios, de todos os elementos de prova já documentados, inclusive mídias que contenham gravação

de depoimentos em formato audiovisual.

b) é permitida a obtenção de informações concernentes à realização das diligências investigatórias pendentes,

até mesmo as que se refiram a terceiros envolvidos.

c) é obrigatória a disponibilização ao DP de cópia de tudo que tiver sido registrado, no curso do processo, em

audiências realizadas, o que inclui a degravação feita por meio audiovisual.

d) o direito ao amplo acesso aos elementos de prova pelo DP alcança procedimentos de natureza cível ou

administrativa.

e) o DP pode ter acesso às diligências que estejam em andamento e ainda não tenham sido documentadas.

01. A 02. B 03. D 04. D 05. C 06. A 07. D 08. D 09. A

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DIREITO PROCESSUAL PENAL

JURISPRUDÊNCIA PERTINENTE

É possível que o juiz fixe valor mínimo para indenização de danos morais sofridos pela vítima de crime O juiz, ao proferir sentença penal condenatória, no momento de fixar o valor mínimo para a reparação dos danos

causados pela infração (art. 387, IV, do CPP), pode, sentindo-se apto diante de um caso concreto, quantificar, ao

menos o mínimo, o valor do dano moral sofrido pela vítima, desde que fundamente essa opção. Isso porque o art.

387, IV, não limita a indenização apenas aos danos materiais e a legislação penal deve sempre priorizar o

ressarcimento da vítima em relação a todos os prejuízos sofridos. STJ. 6ª Turma. REsp 1.585.684-DF, Rel. Min. Maria Thereza de Assis Moura, julgado em 9/8/2016 (Info 588). Intimação da Defensoria Pública quanto ao julgamento do habeas corpus A intimação pessoal da

Defensoria Pública quanto à data de julgamento de habeas corpus só é necessária se houver pedido expresso para a

realização de sustentação oral. STF. 2ª Turma. HC 134.904/SP, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 13/9/2016 (Info 839).

Julgamento por órgão colegiado formado por maioria de juízes convocados não viola o juiz natural - Não viola o princípio do juiz natural o julgamento de apelação por órgão colegiado presidido por desembargador,

sendo os demais integrantes juízes convocados. STF. 1ª Turma. HC 101473/SP, red. p/ o acórdão Min. Roberto Barroso, julgado em 16/2/2016 (Info 814). É proibido que o Tribunal, em recurso exclusivo da defesa, corrija equívoco aritmético cometido pelo juiz na sentença e aumente a pena - No âmbito de recurso exclusivo da defesa, o Tribunal não pode agravar a

reprimenda imposta ao condenado, ainda que reconheça equívoco aritmético ocorrido no somatório das penas

aplicadas. Configura inegável reformatio in pejus a correção de erro material no julgamento da apelação — ainda

que para sanar evidente equívoco ocorrido na sentença condenatória — que importa em aumento das penas, sem

que tenha havido recurso do Ministério Público nesse sentido. Assim, se o juiz cometeu um erro na sentença ao

somar as penas, mas o Ministério Público não recorreu contra isso, não é possível que o Tribunal corrija de ofício

em prejuízo do réu. STJ. 6ª Turma. HC 250.455RJ, Rel. Min. Nefi Cordeiro, julgado em 17/12/2015 (Info 576). (...) Não há falar em nulidade do processo em face da não observância do disposto no art. 514 do CPP, pois é da

jurisprudência desta Corte que o referido dispositivo processual se reserva às hipóteses em que se imputa a prática

de crimes funcionais típicos, o que não é o caso do art. 90 da Lei de Licitações. Precedentes. 6. Recurso ordinário

improvido. (RHC 117209, Relator(a): Min. TEORI ZAVASCKI, Segunda Turma, julgado em 25/02/2014, PROCESSO ELETRÔNICO DJe-047 DIVULG 10-03-2014 PUBLIC 11-

032014) SÚMULA 330 DO STJ É desnecessária a resposta preliminar de que trata o artigo 514 do Código de Processo

Penal, na ação penal instruída por inquérito policial.

...5. A função do assistente de acusação seria auxiliar o Ministério Público na ação penal pública, com aptidão

para interferir no processo, e não promover a ação penal, de modo que, tendo o Parquet denunciado e insistido na

condenação do paciente pelo crime de homicídio culposo na direção de veículo automotor, não teria o assistente

legitimidade para recorrer para pleitear a desclassificação do crime. 6. Evidenciado, no caso, que o assistente de

acusação recorreu do acórdão que acolheu a apelação da acusação para condenar o paciente como incurso no

crime de homicídio culposo na direção de veículo automotor, buscando modificar a classificação jurídica do crime

para homicídio doloso qualificado, bem como a competência para o Tribunal do Júri, a data que deve ser

considerada para fins de trânsito em julgado para a acusação é o dia em que este ocorreu para o Ministério

Público, e não para o assistente, haja vista a falta de interesse e legitimidade deste em recorrer. (...)

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diferencialensino.com.br 125

DIREITO PROCESSUAL PENAL

(HC 287.948/DF, Rel. Ministro SEBASTIÃO REIS JÚNIOR, SEXTA TURMA, julgado em 02/09/2014, DJe 22/09/2014)

AULA 06 – JURISDIÇÃO E COMPETÊNCIA

6.1 - JURISDIÇÃO

O termo “jurisdição” tem origem no latim “iurisdictio” que tem por significado “dizer o direito”. No

ordenamento jurídico brasileiro, a jurisdição se define por ser uma das funções do Estado, ou seja, sendo a

prerrogativa que o Estado detém para dirimir os conflitos de interesses trazidos à sua apreciação. Neste sentido, diz

MIRABETE.

Em segunda análise, veremos o papel da competência no sentido de limitação do poder jurisdicional, tendo

seus critérios definidos no Código de Processo Penal no artigo 69.

Para entendermos o conceito de jurisdição, necessário se faz a observância de determinadas características

intrínsecas a este instituto, onde destacam-se a:

a) Substitutividade: O Estado, por meio de pessoas físicas intelectualmente preparadas, é designado para

compor qualquer lide. A figura do juiz substitui a do particular para resolver o conflito de interesses entre os

contendores.

b) Inércia: Cabe à parte provocar a prestação jurisdicional. O Estado se mantém inerte até o momento

em que o particular o invoca. O juiz não pode obrigar o Ministério Público a oferecer denúncia, salvo se a ação

for incondicionada pública, nos termos do artigo 28 do Código de Processo Penal.

c) Imutabilidade: Também conhecida por “difinitividade”, os atos jurisdicionais são os únicos que

transitam em julgado, diferentemente dos atos legislativos e administrativos. Significa que as decisões transitadas

em julgado são imutáveis e definitivas.

Nos processos em que há sentença condenatória, esta nunca faz coisa julgada material, pois, a qualquer tempo, pode ser promovida a revisão criminal, desde que preenchidos

alguns requisitos, nos termos do art. 621 e 622 do CPP.

Os princípios da jurisdição são aqueles sob os quais o instituto se assenta. São as bases que sustentam a

jurisdição e seus desdobramentos. A inobservância de tais princípios impede seu exercício e geram a ineficácia

de seus atos. Assim, vejamos quais são estes princípios:

a) Investidura: Apenas as autoridades em exercício com investidura (concedida formalmente por

meio

de lei) podem exercer o poder jurisdicional.

b) Inevitabilidade: Trata do caráter obrigatório de submissão das partes à decisão do magistrado.

Não

podem as partes se recusarem a cumprir aquilo que foi determinado pelo Estado na figura do juiz.

c) Inafastabilidade: O juiz não pode se recusar a prolatar decisão não importando que motivo este

alegue para qual, sob pena de infração à dispositivo constitucional (artigo 5º, XXXV, CF).

d) Juiz Natural: As pessoas submetidas à jurisdição têm o direito de ser julgadas por um magistrado

de

ofício, concursado. É vedada a nomeação de um juízo ad hoc (designado à uma causa específica).

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DIREITO PROCESSUAL PENAL

e) Devido Processo Legal: O cidadão tem o direito de percorrer o trâmite legal do processo em

todas as

suas etapas e dispor de todos os tipos de defesa nos termos da lei, prestigiando o artigo 5º, LIV da CF.

f) Fundamentação das Decisões: O decisão do magistrado deve obrigatoriamente ser

fundamentada sob pena de nulidade absoluta do julgado. Devem ser apresentados os motivos pelos quais se

fundou sua decisão, citando as provas e fatos apresentados pelas partes que se somaram ao seu juízo de livre

convencimento para prolatar a sentença que extinguiu a lide, seja com ou sem a resolução do mérito.

A Jurisdição divide-se em:

1) Comum (ordinária): Consiste na justiça comum e seus órgãos (Tribunais de

Justiça, Tribunais Regionais Federais, Superior Tribunal de Justiça e Supremo Tribunal

Federal) 2) Especial (extraordinária): Possuem caráter específico e restrito a uma

determinada matéria. É o caso da Justiça Militar (Tribunais Militares e Superior

Tribunal Militar), Justiça Eleitoral (Tribunais Regionais Eleitorais e Tribunal Superior Eleitoral) e Justiça do

Trabalho

(Tribunais Regionais do Trabalho e Tribunal Superior do Trabalho).

3) Jurisdição superior e inferior : A inferior é exercida pelo órgão que atua no

processo desde o início. Já a superior é exercida em grau recursal. Frise-se que os Tribunais

podem atuar tanto como jurisdição inferior como superior, a depender da demanda, pois existem

demandas cuja competência originária para processo e julgamento é dos Tribunais,

como no caso de pessoas com prerrogativa de foro.

6.2. COMPETÊNCIA Trata-se a competência da limitação do poder jurisdicional conforme dispõe o artigo 69 e seus §§ no

Código de Processo Penal. É a competência que determinará a abrangência da atuação jurisdicional de acordo

com: I) o lugar da infração (competência ratione loci) ou “em razão do local”; II) pelo domicílio ou residência do

réu (art. 72, CPP); III) pela natureza da infração; IV) por prevenção ou distribuição (art.69, IV, do CPP); V) por

conexão ou continência (art.76, 77 e ss do CPP) e VI) por prerrogativa de função, podendo ser em razão da

pessoa ou de sua função (art.69, VII, do CPP).

A Competência pode ser de três ordens:

✓ Competência em razão da matéria (ratione materiae) – É aquela definida com base no fato a ser

julgado.

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DIREITO PROCESSUAL PENAL

Lembrando também:

XXXVIII - é reconhecida a instituição do júri, com a organização que lhe der a lei,

assegurados:

(...) d) a competência para o julgamento dos crimes dolosos contra a vida;

✓ Competência em razão da pessoa (ratione personae) – É definida tendo por base determinadas

condições relativas às pessoas que se encontram no polo passivo do processo criminal (os acusados).

Em regra, os processos criminais são julgados pelos órgãos jurisdicionais mais baixos, inferiores, quais

sejam, os Juízes de primeiro grau. No entanto, pode ocorrer de, em determinados casos, considerando a

presença de determinadas autoridades no polo passivo (acusados), que essa competência pertença

originariamente aos Tribunais. Essa é a chamada prerrogativa de função (vulgarmente conhecida como

“foro privilegiado”).

✓ Competência territorial (ratione loci) – Considera o local onde ocorreu a infração (ou outros

critérios territoriais) para que seja definida a competência. Nos crimes plurilocais, aplica-se, em regra,

a teoria do resultado, considerando-se como local do crime o lugar onde o resultado se consuma. A

exceção são os crimes plurilocais contra a vida, onde se aplica a teoria da atividade. Existem ainda

alguns regramentos específicos, como nos crimes de competência dos Juizados Especiais e nos atos

infracionais, em que se aplica a teoria da atividade, e nos crimes falimentares, em que se considera lugar

do crime o local em que foi decretada a falência.

Crimes plurilocais contra a vida

Teoria da atividade Juizados Especiais

Atos Infracionais

Crimes plurilocais comuns Teoria do resultado

Crimes falimentaires Local onde foi decretada a falência

CNJ

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DIREITO PROCESSUAL PENAL

Diz-se por “Absoluta” a competência em razão da matéria e em razão da prerrogativa funcional, visto que

tais questões tratam-se de matéria de ordem pública, não podendo ser prorrogadas e nem modificadas pelas

partes. Seu reconhecimento pode ocorrer em qualquer tempo ou grau de jurisdição gerando a nulidade absoluta

do feito.

Diz respeito à Competência Territorial, sobre a qual prevalece o interesse da parte que a suscitou. Pode

ser contestada por meio da Exceção de Incompetência em momento oportuno no processo. Caso não haja

contestação, a competência não mais poderá ser alterada no decorrer do processo, passando de relativa à

absoluta.

Se dois ou mais Juízes, na mesma comarca, forem competentes para julgar a

demanda, a competência será fixada pelo critério da distribuição, ou seja, a competência será

fixada naquele órgão jurisdicional ao qual fora distribuída a ação penal. Nos termos do art. 75 do CPP.

Modifica-se a competência por meio de:

a) Prorrogação de foro: Consiste na possibilidade de substituição da competência de um juízo por

outro,

no momento oportuno (caso em que ocorre a preclusão), ou nos casos de foro alternativo.

b) Delegação: É o ato pelo qual um juiz transfere para o outro a atribuição jurisdicional que é sua.

Essa delegação pode ocorrer de duas formas, interna ou externa. A delegação interna ocorre nos casos de juízes

substitutos e juízes auxiliares. Já a delegação externa é utilizada nos casos em que os atos são praticados em juízos

diferentes, isto é, quando há o uso das cartas precatórias, rogatórias e de ordem.

c) Desaforamento: Nada mais é do que o instituto privativo dos crimes de competência do Tribunal

do Júri. Poderá ser proposto pela acusação (MP ou querelante, em casos de ação privada subsidiária), por

representação do juiz, pelo assistente de acusação ou a requerimento do acusado. Neste sentido, a Súmula 712 do

STF diz que “é nula a decisão que determina o desaforamento de processo da competência do júri sem audiência

da defesa”.

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DIREITO PROCESSUAL PENAL

6.3 - Artigos Pertinentes

TÍTULO V DA COMPETÊNCIA

Art. 69. Determinará a competência jurisdicional:

I - o lugar da infração:

II - o domicílio ou residência do réu;

III - a natureza da infração;

IV - a distribuição;

V - a conexão ou continência;

VI - a prevenção;

VII - a prerrogativa de função.

CAPÍTULO I DA COMPETÊNCIA PELO LUGAR DA INFRAÇÃO

Art. 70. A competência será, de regra, determinada pelo lugar em que se consumar a

infração, ou, no caso de tentativa, pelo lugar em que for praticado o último ato de execução.

§ 1o Se, iniciada a execução no território nacional, a infração se consumar fora dele, a

competência será determinada pelo lugar em que tiver sido praticado, no Brasil, o último ato de

execução.

§ 2o Quando o último ato de execução for praticado fora do território nacional, será

competente o juiz do lugar em que o crime, embora parcialmente, tenha produzido ou devia

produzir seu resultado.

§ 3o Quando incerto o limite territorial entre duas ou mais jurisdições, ou quando incerta a

jurisdição por ter sido a infração consumada ou tentada nas divisas de duas ou mais jurisdições,

a competência firmar-se-á pela prevenção.

Art. 71. Tratando-se de infração continuada ou permanente, praticada em território de duas

ou mais jurisdições, a competência firmar-se-á pela prevenção.

CAPÍTULO II

DA COMPETÊNCIA PELO DOMICÍLIO OU RESIDÊNCIA DO RÉU

Art. 72. Não sendo conhecido o lugar da infração, a competência regular-se-á pelo

domicílio ou residência do réu.

§ 1o Se o réu tiver mais de uma residência, a competência firmar-se-á pela prevenção.

§ 2o Se o réu não tiver residência certa ou for ignorado o seu paradeiro, será competente o juiz

que primeiro tomar conhecimento do fato.

Art. 73. Nos casos de exclusiva ação privada, o querelante poderá preferir o foro de

domicílio ou da residência do réu, ainda quando conhecido o lugar da infração.

CAPÍTULO III DA COMPETÊNCIA PELA NATUREZA DA INFRAÇÃO

Art. 74. A competência pela natureza da infração será regulada pelas leis de organização

judiciária, salvo a competência privativa do Tribunal do Júri.

§ 1º Compete ao Tribunal do Júri o julgamento dos crimes previstos nos arts. 121, §§ 1º e

2º, 122, parágrafo único, 123, 124, 125, 126 e 127 do Código Penal, consumados ou tentados.

(Redação dada pela Lei nº 263, de 23.2.1948)

§ 2o Se, iniciado o processo perante um juiz, houver desclassificação para infração da

competência de outro, a este será remetido o processo, salvo se mais graduada for a jurisdição

do primeiro, que, em tal caso, terá sua competência prorrogada.

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DIREITO PROCESSUAL PENAL

§ 3o Se o juiz da pronúncia desclassificar a infração para outra atribuída à competência de

juiz singular, observar-se-á o disposto no art. 410; mas, se a desclassificação for feita pelo

próprio Tribunal do Júri, a seu presidente caberá proferir a sentença (art. 492, § 2o).

CAPÍTULO IV DA COMPETÊNCIA POR DISTRIBUIÇÃO

Art. 75. A precedência da distribuição fixará a competência quando, na mesma

circunscrição judiciária, houver mais de um juiz igualmente competente.

Parágrafo único. A distribuição realizada para o efeito da concessão de fiança ou da

decretação de prisão preventiva ou de qualquer diligência anterior à denúncia ou queixa

prevenirá a da ação penal.

CAPÍTULO V DA COMPETÊNCIA POR CONEXÃO OU CONTINÊNCIA

Art. 76. A competência será determinada pela conexão:

I - se, ocorrendo duas ou mais infrações, houverem sido praticadas, ao mesmo tempo, por

várias pessoas reunidas, ou por várias pessoas em concurso, embora diverso o tempo e o lugar, ou

por várias pessoas, umas contra as outras;

II - se, no mesmo caso, houverem sido umas praticadas para facilitar ou ocultar as outras, ou

para conseguir impunidade ou vantagem em relação a qualquer delas;

III - quando a prova de uma infração ou de qualquer de suas circunstâncias elementares influir

na prova de outra infração.

Art. 77. A competência será determinada pela continência quando:

I - duas ou mais pessoas forem acusadas pela mesma infração;

II - no caso de infração cometida nas condições previstas nos arts. 51, § 1o, 53, segunda

parte, e 54 do Código Penal.

Art. 78. Na determinação da competência por conexão ou continência, serão observadas as

seguintes regras: (Redação dada pela Lei nº 263, de 23.2.1948)

I - no concurso entre a competência do júri e a de outro órgão da jurisdição comum,

prevalecerá a competência do júri; (Redação dada pela Lei nº 263, de 23.2.1948)

Il - no concurso de jurisdições da mesma categoria: (Redação dada pela Lei nº 263, de

23.2.1948)

a) preponderará a do lugar da infração, à qual for cominada a pena mais grave;(Redação dada

pela Lei nº 263, de 23.2.1948)

b) prevalecerá a do lugar em que houver ocorrido o maior número de infrações, se as

respectivas penas forem de igual gravidade; (Redação dada pela Lei nº 263, de 23.2.1948)

c) firmar-se-á a competência pela prevenção, nos outros casos; (Redação dada pela Lei nº

263, de 23.2.1948)

III - no concurso de jurisdições de diversas categorias, predominará a de maior graduação;

(Redação dada pela Lei nº 263, de 23.2.1948)

IV - no concurso entre a jurisdição comum e a especial, prevalecerá esta. (Redação dada pela

Lei nº 263, de 23.2.1948)

Art. 79. A conexão e a continência importarão unidade de processo e julgamento, salvo:

I - no concurso entre a jurisdição comum e a militar;

II - no concurso entre a jurisdição comum e a do juízo de menores.

§ 1o Cessará, em qualquer caso, a unidade do processo, se, em relação a algum co-réu,

sobrevier o caso previsto no art. 152.

§ 2o A unidade do processo não importará a do julgamento, se houver co-réu foragido que

não possa ser julgado à revelia, ou ocorrer a hipótese do art. 461.

Art. 80. Será facultativa a separação dos processos quando as infrações tiverem sido

praticadas em circunstâncias de tempo ou de lugar diferentes, ou, quando pelo excessivo número

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DIREITO PROCESSUAL PENAL

de acusados e para não Ihes prolongar a prisão provisória, ou por outro motivo relevante, o juiz

reputar conveniente a separação.

Art. 81. Verificada a reunião dos processos por conexão ou continência, ainda que no

processo da sua competência própria venha o juiz ou tribunal a proferir sentença absolutória ou

que desclassifique a infração para outra que não se inclua na sua competência, continuará

competente em relação aos demais processos.

Parágrafo único. Reconhecida inicialmente ao júri a competência por conexão ou

continência, o juiz, se vier a desclassificar a infração ou impronunciar ou absolver o acusado, de

maneira que exclua a competência do júri, remeterá o processo ao juízo competente. Art. 82.

Se, não obstante a conexão ou continência, forem instaurados processos diferentes, a autoridade

de jurisdição prevalente deverá avocar os processos que corram perante os outros juízes, salvo

se já estiverem com sentença definitiva. Neste caso, a unidade dos processos só se dará,

ulteriormente, para o efeito de soma ou de unificação das penas.

CAPÍTULO VI DA COMPETÊNCIA POR PREVENÇÃO

Art. 83. Verificar-se-á a competência por prevenção toda vez que, concorrendo dois ou

mais juízes igualmente competentes ou com jurisdição cumulativa, um deles tiver antecedido

aos outros na prática de algum ato do processo ou de medida a este relativa, ainda que anterior

ao oferecimento da denúncia ou da queixa (arts. 70, § 3o, 71, 72, § 2o, e 78, II, c).

CAPÍTULO VII DA COMPETÊNCIA PELA PRERROGATIVA DE FUNÇÃO

Art. 84. A competência pela prerrogativa de função é do Supremo Tribunal Federal, do

Superior Tribunal de Justiça, dos Tribunais Regionais Federais e Tribunais de Justiça dos

Estados e do Distrito Federal, relativamente às pessoas que devam responder perante eles por

crimes comuns e de responsabilidade. (Redação dada pela Lei nº 10.628, de 24.12.2002)

§ 1o (Vide ADIN nº 2797)

§ 2o (Vide ADIN nº 2797)

Art. 85. Nos processos por crime contra a honra, em que forem querelantes as pessoas que

a Constituição sujeita à jurisdição do Supremo Tribunal Federal e dos Tribunais de Apelação,

àquele ou a estes caberá o julgamento, quando oposta e admitida a exceção da verdade. Art.

86. Ao Supremo Tribunal Federal competirá, privativamente, processar e julgar:

I - os seus ministros, nos crimes comuns;

II - os ministros de Estado, salvo nos crimes conexos com os do Presidente da República;

III - o procurador-geral da República, os desembargadores dos Tribunais de Apelação, os

ministros do Tribunal de Contas e os embaixadores e ministros diplomáticos, nos crimes comuns

e de responsabilidade.

Art. 87. Competirá, originariamente, aos Tribunais de Apelação o julgamento dos

governadores ou interventores nos Estados ou Territórios, e prefeito do Distrito Federal, seus

respectivos secretários e chefes de Polícia, juízes de instância inferior e órgãos do Ministério

Público.

CAPÍTULO VIII

DISPOSIÇÕES ESPECIAIS

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DIREITO PROCESSUAL PENAL

Art. 88. No processo por crimes praticados fora do território brasileiro, será competente o

juízo da Capital do Estado onde houver por último residido o acusado. Se este nunca tiver

residido no Brasil, será competente o juízo da Capital da República.

Art. 89. Os crimes cometidos em qualquer embarcação nas águas territoriais da República,

ou nos rios e lagos fronteiriços, bem como a bordo de embarcações nacionais, em alto-mar,

serão processados e julgados pela justiça do primeiro porto brasileiro em que tocar a

embarcação, após o crime, ou, quando se afastar do País, pela do último em que houver tocado.

Art. 90. Os crimes praticados a bordo de aeronave nacional, dentro do espaço aéreo

correspondente ao território brasileiro, ou ao alto-mar, ou a bordo de aeronave estrangeira,

dentro do espaço aéreo correspondente ao território nacional, serão processados e julgados pela

justiça da comarca em cujo território se verificar o pouso após o crime, ou pela da comarca de

onde houver partido a aeronave.

Art. 91. Quando incerta e não se determinar de acordo com as normas estabelecidas

nos arts. 89 e 90, a competência se firmará pela prevenção. (Redação dada pela Lei nº

4.893, de 9.12.1965)

6.4 - Jurisprudência Pertinente:

Súmulas vinculantes

Súmula Vinculante 36 - Compete à justiça federal comum processar e julgar civil denunciado pelos

crimes de falsificação e de uso de documento falso quando se tratar de falsificação da caderneta de

inscrição e registro (CIR) ou de carteira de habilitação de amador (CHA), ainda que expedidas pela

marinha do brasil.

Súmula Vinculante 45 - A competência constitucional do Tribunal do Júri prevalece sobre o foro por

prerrogativa de função estabelecido exclusivamente pela constituição estadual.

Súmulas do STF

Súmula 297 do STF - Oficiais e praças das milícias dos estados, no exercício de função policial civil,

não são considerados militares para efeitos penais, sendo competente a justiça comum para julgar os

crimes cometidos por ou contra eles.

Súmula 508 do STF - “Compete à justiça estadual, em ambas as instâncias, processar e julgar as causas em

que for parte o Banco do Brasil S.A.”

Súmula 521 do STF - “O foro competente para o processo e julgamento dos crimes de estelionato, sob a

modalidade da emissão dolosa de cheque sem provisão de fundos, é o do local onde se deu a recusa do

pagamento pelo sacado.”

Súmula 522 do STF - “Salvo ocorrência de tráfico com o exterior, quando, então, a competência

Súmula 603 do STF - “A competência para o processo e julgamento de latrocínio é do juiz singular e não

do Tribunal do Júri.”

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DIREITO PROCESSUAL PENAL

Súmula 611 do STF - “Transitada em julgado a sentença condenatória, compete ao juízo das execuções a

aplicação de lei mais benigna.”

Súmula 691 do STF - “Não compete ao Supremo Tribunal Federal conhecer de habeas corpus impetrado

contra decisão do Relator que, em habeas corpus requerido a tribunal superior, indefere a liminar.”

Súmula 702 do STF - "A competência do Tribunal de Justiça para julgar prefeitos restringe-se aos

crimes de competência da justiça comum estadual; nos demais casos, a competência originária caberá ao

respectivo tribunal de segundo grau."

Súmula 704 do STF - "Não viola as garantias do juiz natural, da ampla defesa e do devido processo

legal a atração por continência ou conexão do processo do corréu ao foro por prerrogativa de função de

um dos denunciados."

Súmula 712 do STF - “É nula a decisão que determina o desaforamento de processo da competência do

Júri sem audiência da defesa.”

Súmulas do STJ

Súmula 42 do STJ - Compete à Justiça Comum Estadual processar e julgar as causas cíveis em que é parte

sociedade de economia mista e os crimes praticados em seu detrimento.

Súmula 48 do STJ - Compete ao juízo do local da obtenção da vantagem ilícita processar e julgar crime de

estelionato cometido mediante falsificação de cheque.

Súmula 53 do STJ - Compete à Justiça Comum Estadual processar e julgar civil acusado de prática de

crime contra instituições militares estaduais.

Súmula 59 do STJ - Não há conflito de competência se já existe sentença com trânsito em julgado,

proferida por um dos juízos conflitantes.

Súmula 62 do STJ - Compete à Justiça Estadual processar e julgar o crime de falsa anotação na Carteira de

Trabalho e Previdência Social, atribuído à empresa privada.

Súmula 75 do STJ - Compete à Justiça Comum Estadual processar e julgar o policial militar por crime de

promover ou facilitar a fuga de preso de Estabelecimento Penal.

Súmula 78 do STJ - Compete à Justiça Militar processar e julgar policial de corporação estadual, ainda que

o delito tenha sido praticado em outra unidade federativa.

Súmula 91 do STJ - Compete à Justiça Federal processar e julgar os crimes praticados contra a fauna.

- CANCELADA

Súmula 104 do STJ - Compete à Justiça Estadual o processo e julgamento dos crimes de falsificação e uso

de documento falso relativo a estabelecimento particular de ensino.

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DIREITO PROCESSUAL PENAL

Súmula 107 do STJ - Compete à Justiça Comum Estadual processar e julgar crime de estelionato

praticado mediante falsificação das guias de recolhimento das contribuições previdenciárias, quando não

ocorrente lesão à autarquia federal.

Súmula 122 do STJ - Compete à Justiça Federal o processo e julgamento unificado dos crimes conexos

de competência federal e estadual, não se aplicando a regra do Art. 78, II, “a”, do Código de Processo

Penal.

Súmula 140 do STJ - Compete à Justiça Comum Estadual processar e julgar crime em que o indígena

figure como autor ou vítima.

Súmula 147 do STJ - Compete à Justiça Federal processar e julgar os crimes praticados contra funcionário

público federal, quando relacionados com o exercício da função.

Súmula 151 do STJ - A competência para o processo e julgamento por crime de contrabando ou

descaminho define-se pela prevenção do Juízo Federal do lugar da apreensão dos bens.

Súmula 165 do STJ - Compete à Justiça Federal processar e julgar crime de falso testemunho cometido no

processo trabalhista.

Súmula 172 do STJ - Compete à Justiça Federal processar e julgar militar por crime de abuso de

autoridade, ainda que praticado em serviço.

Súmula 200 do STJ - O Juízo Federal competente para processar e julgar acusado de crime de uso de

passaporte falso é o do lugar onde o delito se consumou.

Súmula 208 do STJ - Compete à Justiça Federal processar e julgar prefeito municipal por desvio de verba

sujeita a prestação de contas perante órgão federal.

Súmula 209 do STJ - Compete à Justiça Estadual processar e julgar prefeito por desvio de verba transferida

e incorporada ao patrimônio municipal.

Súmula 244 do STJ - Compete ao foro do local da recusa processar e julgar o crime de estelionato

mediante cheque sem provisão de fundos.

01 - (IBADE/PC-AC/2017) – A competência será determinada pela conexão:

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diferencialensino.com.br 135

DIREITO PROCESSUAL PENAL

a) quando duas ou mais pessoas foram acusarias pela mesma infração.

b) nos casos de infração cometida em erro de execução ou resultado diverso do pretendido.

c) se, ocorrendo duas ou mais infrações, houverem sido praticadas, ao mesmo tempo, por várias pessoas reunidas,

ou por várias pessoas em concurso, embora diverso o tempo e o lugar, ou por várias pessoas, umas contra as outras.

d) nos casos de concurso formal.

e) nos casos de crime continuado

02 - (CONSULPLAN/TJ-MG/2017) - Considerando-se as regras de competência sumuladas pelo STJ, é correto

afirmar que

a) a competência para processar e julgar crime de ameaça praticado por funcionário público federal é da Justiça

Federal.

b) a competência para a execução de pena aplicada a preso recolhido em estabelecimento prisional estadual é do

Juiz da Execução Estadual, mesmo que a condenação tenha sido imposta pela Justiça Federal, Militar ou Eleitoral.

c) a competência para processar e julgar contravenções praticadas em detrimento de bens, serviços ou interesse

da União ou de suas entidades é da Justiça Federal.

d) a competência para processar e julgar o crime de falsa anotação na carteira de trabalho e previdência social,

atribuído à empresa privada, é da Justiça Federal

03 - (CESPE/TJ-PR/2017) - Acerca da divisão do exercício da jurisdição entre os diversos órgãos jurisdicionais,

assinale a opção correta.

a) A competência será determinada pela conexão, quando duas ou mais pessoas forem acusadas pela mesma

infração.

b) Caso desclassifique infração que tenha dado causa à conexão, o juiz continuará competente para julgar os delitos

remanescentes e os corréus, haja vista a regra da perpetuatio jurisdicionis.

c) Nos crimes praticados fora do território brasileiro, será competente o juízo da capital da República,

independentemente de o acusado ter residido ou não no Brasil.

d) Os domicílios do réu e da vítima são critérios de determinação da competência jurisdicional.

04 - (FCC/TRE-RS/ 2010) - A respeito da determinação da competência por conexão ou continência, considere

as alternativas abaixo:

I. No concurso de jurisdições da mesma categoria, prevalecerá a do lugar em que houver ocorrido o maior

número de infrações, se as respectivas penas forem de igual gravidade.

II. No concurso de jurisdições da mesma categoria, preponderará a do lugar da infração à qual for cominada a

pena menos grave.

III. No concurso entre a jurisdição comum e a especial, prevalecerá a comum.

IV. No concurso de jurisdições de diversas categorias, predominará a de maior graduação.

V. No concurso entre a competência do júri e a de outro órgão da jurisdição comum, prevalecerá a competência

deste último.

Está correto o que consta SOMENTE em

a) I e IV.

b) I, II e V.

c) II, III e V.

d) III e IV.

e) IV e V.

05 - (FCC/TRE-AM/2010) - Na hipótese de crime cometido por duas ou mais pessoas, em concurso, a

competência será determinada pela

a) natureza da infração.

b) conexão.

c) distribuição.

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DIREITO PROCESSUAL PENAL

d) continência.

e) prevenção.

06 - (FCC/Analista Judiciário/TJ-AP/2009) - Considerando as regras sobre a competência estabelecidas no

Código de Processo Penal, é correto afirmar que a) nos crimes a distância, cuja execução foi iniciada no Brasil e

o resultado ocorreu em outro país, a competência será da Capital Federal Brasileira.

b) se tratando de infração permanente, praticada em território de duas ou mais jurisdições, a competência será do

lugar no qual teve início a infração.

c) nos casos de tentativa, a competência será determinada pelo lugar em que foi praticado o primeiro ato de

execução.

d) nos casos de ação privada exclusiva, o querelante pode preferir o foro de domicílio ou da residência do réu,

mesmo que conhecido o lugar da infração.

e) não sendo conhecido o lugar da infração e tendo o réu apenas um domicílio, a competência será determinada

pela prevenção.

07 - (FCC/Defensor/DPE-MA/2009) - A competência fixada pela circunstância de duas ou mais pessoas

serem acusadas pela mesma infração é determinada:

a) pela prevenção.

b) por conexão.

c) pela natureza da infração.

d) pela continência.

e) por distribuição.

08 - (FCC/DPE-MT/2009) - A respeito dos critérios de determinação e modificação da competência, é correto

afirmar que :

a) compete à Justiça Federal o processo e o julgamento unificado dos crimes conexos de competência federal e

estadual.

b) o querelante, nos casos de exclusiva ação penal, não poderá preferir o foro do domicílio ou da residência do réu,

quando conhecido o lugar da infração.

c) no concurso entre a jurisdição comum e a especial, prevalecerá a competência da jurisdição comum.

d) a competência será determinada pelo lugar em que ocorreu a consumação, quando, iniciada a execução no

território nacional, a infração se consumar fora dele.

e) a competência será determinada pelo local em que tiver sido iniciada a continuação quando se tratar de infração

continuada praticada em território de duas ou mais jurisdições.

09. (VUNESP/Técnico Judiciário) - Competência é:

a) sinônimo de jurisdição.

b) o poder de julgar um caso concreto, com a conseqüente solução do litígio.

c) a medida da extensão do poder de julgar.

d) todas as alternativas estão corretas.

e) Nenhuma alternativa está correta.

10 - (FCC/Técnico Judiciário) São princípios relacionados à jurisdição, EXCETO:

a) Princípio do juiz natural.

b) Princípio da delegabilidade da jurisdição.

c) Princípio da correlação.

d) Princípio da inércia.

e) N.R.A

11 - (FCC/MPE-SE) - Assinale a alternativa INCORRETA. De acordo com o Código de Processo Penal, a

competência pode ser classificada em razão:

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DIREITO PROCESSUAL PENAL

a) da matéria.

b) razão do lugar.

c) da pessoa incriminada.

d) da pessoa que intenta a ação.

12 - (FCC/Analista Judiciário) - Assinale a alternativa INCORRETA. A competência em razão da matéria

penal compreende a justiça comum e a especial. A justiça especial compreende:

a) Justiça Federal.

b) Justiça Eleitoral.

c) Justiça Militar.

d) Competência política do Senado Federal.

13 - (TRF/Juiz Substituto) - Concomitantemente, diversas pessoas saquearam um estabelecimento comercial,

sem se conhecerem umas às outras. Trata-se de:

(A) continência de ações, em razão do concurso de pessoas.

(B) conexão intersubjetiva por reciprocidade.

(C) conexão intersubjetiva por simultaneidade.

(D) conexão objetiva.

14. (FCC/TRE-SE/Adaptada) - Quando desconhecido o lugar onde ocorreu a infração, e o réu tiver mais de

uma residência, a competência, entre os juízes das respectivas jurisdições, se estabelecerá:

a) pela prevenção.

b) pela continência.

c) pela conexão.

d) pela distribuição.

e) N.R.A

15 - (VUNESP/TJ-SP) - Ao Senado Federal, exercendo atividade jurisdicional, compete processar e julgar:

a) o Presidente da República pelos crimes comum e de responsabilidade.

b) os Ministros do STF pelos crimes de responsabilidade.

c) os Ministros de Estado pelos crimes de responsabilidade, desde que não sejam conexos aos crimes do Presidente

da República.

d) o Procurador Geral da República pelos crimes comuns.

16 - (CESPE/Juiz Substituto) - O STF é competente para processar e julgar originalmente:

a) seus próprios Ministros nos crimes comuns.

b) os membros do Congresso Nacional nas infrações de responsabilidade.

c) os membros do Tribunal de Contas da União apenas nos crimes de responsabilidade.

d) os membros dos Tribunais Superiores apenas nos crimes comuns.

17 - (MP-SP/Promotor) - Os deputados federais e senadores serão julgados, nos crimes comuns: a) pelo STF, desde que haja licença prévia da respectiva Casa.

b) pelo STF, independentemente de qualquer licença prévia da respectiva Casa.

c) pelo STJ, desde que haja licença prévia da respectiva Casa.

d) pelo STJ, independentemente de qualquer licença prévia da respectiva Casa. e) pela Justiça Comum.

18 - (TRF/Juiz substituto) - O deputado estadual que cometer crime doloso contra a vida será julgado:

a) pelo STJ.

b) pelo Tribunal de Justiça de seu Estado.

c) pela Assembleia Legislativa de seu Estado.

d) pelo tribunal do Júri.

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DIREITO PROCESSUAL PENAL

e) pelo STF.

19 - (FCC/Analista Judiciário) - Na hipótese de o crime ser praticado por dois ou mais agentes em concurso, em

que um deles tiver foro privilegiado:

a) os processos devem ser separados, devendo o agente que tem prerrogativa responder no juízo especial e o que

não tem, responder no juízo comum.

b) os processos devem ser reunidos por conexão e julgados pelo juízo comum.

c) os processos devem ser reunidos por conexão ou continência e julgados pelo juízo especial.

d) os processos nunca poderão ser reunidos, em abono à garantia do juiz natural. e) N.R.A

20 - (CESPE/Analista Judiciário/TRE-MT) - A competência é, de regra, determinada pelo lugar em que se

consumar a infração, ou, no caso de tentativa, pelo lugar em que for praticado o último ato de execução.

21 - (CESPE/Analista Judiciário/TRE-MT) - Não sendo conhecido o lugar da infração, a competência regularse-

á pelo domicílio ou residência da vítima.

22 - (CESPE/Procurador/PGM-RR)- Não sendo conhecido o lugar da infração, a competência será firmada

pelo domicílio da vítima.

23 – ( ) - (CESPE/Promotor/MPE-RN) - Caso determinada autoridade do estado do Rio Grande do Norte,

detentora de foro especial por prerrogativa de função no TJRN, cuja previsão encontra-se apenas na respectiva

constituição estadual, cometa crime doloso contra a vida, a competência para processá-la e julgá-la deve ser do

tribunal do júri.

24– ( ) - (CESPE/Promotor/MPE-RN) - Por se tratar de hipótese de competência criminal absoluta,

verificada a ocorrência de conexão entre delitos diversos, deve ser determinada a reunião dos processos, ainda

que um deles já tenha sido julgado, sob pena de nulidade, que pode ser alegada a qualquer tempo e em qualquer

grau de jurisdição.

25– ( ) - (CESPE/Promotor/MPE-RN) - Tratando-se de competência territorial pelo lugar da infração, em

regra, o CPP adotou a teoria da atividade.

26 – ( ) (CESPE/Analista Judiciário/TJ-DF) - Caso o lugar da infração seja desconhecido, a competência

será regulada pelo domicílio ou residência do réu.

27– ( ) (CESPE/Analista Judiciário/TJ-DF) - Para a determinação da competência em matéria processual

penal, o CPP adotou a teoria da atividade, de modo que a competência será determinada pelo local da ação ou da

omissão, ainda que outro seja o local do resultado.

28– ( ) (CESPE/Analista Judiciário/TJ-DF) - Verificada a reunião dos processos por conexão ou

continência, ainda que no processo da sua competência própria venha o juiz ou tribunal a proferir sentença

absolutória ou que desclassifique a infração para outra que não se inclua na sua competência, continuará

competente em relação aos demais processos.

29 – ( ) (CESPE/Procurador/PGE-CE) - Tratando-se de infração continuada ou permanente, praticada em

território de duas ou mais jurisdições, a competência será determinada pelo lugar em que tiver sido praticado o

último ato de execução.

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DIREITO PROCESSUAL PENAL

30 – ( ) (CESPE/Procurador/PGE-CE) - Não sendo conhecido o lugar da infração, a competência será

firmada pela prevenção.

31– ( ) (CESPE/Procurador/PGE-CE) - A competência será determinada pela conexão quando duas ou mais

pessoas forem acusadas pela mesma infração.

32– ( ) (CESPE/Procurador/PGE-CE) - ) A distribuição realizada para o efeito da concessão de fiança ou da

decretação de prisão preventiva ou de qualquer diligência anterior à denúncia ou queixa não torna o juízo

prevento para a futura ação penal relativa a tais diligências.

33– ( ) (CESPE/Procurador/PGE-CE) - ) Verificada a reunião dos processos por conexão ou continência,

ainda que, no processo da sua competência própria, o juiz profira sentença absolutória ou que desclassifique a

infração para outra que não se inclua na sua competência, ele continuará competente em relação aos demais

processos.

34 - ( ) (CESPE/OAB ) Com a perda do mandato eletivo pelo investigado, querelado ou denunciado, não

cessa a competência penal originária do STF para apreciar e julgar autoridades dotadas de prerrogativa de foro ou

função.

35 - ( ) (CESPE/OAB) Compete ao STF processar e julgar originariamente o presidente da República nas

infrações penais comuns.

36 -( ) (CESPE/TJ-ES/2011) - Caso diversas infrações sejam praticadas por diversas pessoas, umas contra as

outras, configurar-se-á conexão intersubjetiva por reciprocidade.

37 - ( ) (CESPE/Perito/PC-ES/2011) - Entre juízes igualmente competentes, ou com competência cumulativa,

a competência será fixada por prevenção, definida pela prática anterior de qualquer ato ou medida, ainda que na

fase pré-processual ou de inquérito.

38 - ( ) (CESPE/Juiz/TJ-AL) - Tratando-se de infração permanente, praticada no território de duas ou mais

jurisdições, a competência será determinada pelo local da prática do último ato de execução.

39 - ( ) (CESPE/Juiz/TJ-SE) - Viola as garantias do juiz natural, da ampla defesa e do devido processo legal

a atração por continência do processo do co réu ao foro por prerrogativa de função do outro denunciado.

40 - ( ) (CESPE/Juiz/TJ-SE/) - A competência constitucional do tribunal do júri não prevalece sobre o foro

por prerrogativa de função estabelecida exclusivamente pela Constituição estadual.

01.C 02.B 03.B 04.A 05.D 06.D 07.D 08.A 09.C 10.B 11.D 12.A 13.C 14.A 15.B 16.A 17.B 18.D 19.C 20.V 21.F 22.F 23.V 24.F 25.V 26.V 27.V 28.V 29.F 30.F

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DIREITO PROCESSUAL PENAL

31.F 32.F 33.V 34.F 35.V 36.V 37.V 38.F 39.F 40.F

AULA 07 - SUJEITOS DO PROCESSO PENAL JUIZ, MINISTÉRIO PÚBLICO, ACUSADO, DEFENSOR, ASSISTENTES E AUXILIARES DA JUSTIÇA, ATOS DE TERCEIROS.

Sujeitos do processo são as pessoas que atuam, de maneira obrigatória ou não, no processo criminal.

Podem ser: Sujeitos essenciais – Casos devam, necessariamente, fazer parte do processo criminal. São apenas

três: Juiz, acusador (MP ou querelante) e acusado (ou querelado), bem como o defensor deste; Sujeitos

acessórios ou terceiros (não essenciais) – São aqueles que não necessariamente atuarão no processo, agindo

somente em alguns casos. Exemplo: Perito.

Sujeito do processo não é necessariamente aquele que integra a relação processual. Sujeito do processo é

toda pessoa que pratica ato no processo. A relação processual, por sua vez, é composta pelos sujeitos que

possuem interesse no processo (Juiz, acusador, acusado e assistente, que faz parte da acusação). Pode ocorrer de

um sujeito não possuir nenhum interesse na causa (perito, por exemplo). O interesse do Juiz se constitui na

prestação da tutela Jurisdicional em nome do Estado.

O ofendido pode ocupar 3 posições na relação processual, a depender da natureza da ação penal, assim:

✓ Se privada, ele é sujeito processual principal, haja vista ser querelante.

✓ Se pública, ele pode ser tanto sujeito processual secundário, se for habilitado nos autos como

assistente da acusação, como terceiro interessado, se não houver habilitação.

MP na ação penal subsidiária da pública é chamado de interveniente adesivo obrigatório, sendo impossível

que o processo se desenvolva sem sua presença, sendo, desse modo, um sujeito principal. Já na ação penal

privada exclusiva, sua intervenção será como custos legis, sendo também obrigatória na relação processual.

Logo, no processo penal, o MP SEMPRE será sujeito processual principal.

✓ Ressalte-se que os advogados não são sujeitos processuais, apenas representam algum sujeito

processual.

✓ O promotor não é sujeito processual, e sim o MP.

Vejamos então, os sujeitos processuais em espécie.

7.1 - Juiz – conforme vem reafirmando a doutrina dominante atua como órgão imparcial, à parte do

binômio acusação versus defesa, fazendo atuar a lei e compondo os interesses do acusador e do acusado, os

outros dois sujeitos da tríplice – e principal – relação processual, até decisão final. Como sujeito na relação

processual, o juiz é, sem dúvida, uma figura suprapartes, pois deve estar acima dos interesses em disputa,

dirigindo sua imparcialidade à atuação da vontade da lei. É nesse sentido que a sua posição não pode ser a de

parte. Ainda que se diga que é parte imparcial.

O sujeito processual, na verdade, é o Estado-Juiz, que atua no processo através de um órgão jurisdicional,

que é o Juiz criminal. O Juiz criminal possui alguns poderes:

a) Poder de polícia administrativa – Exercido no curso do processo, com a finalidade de garantir

a ordem dos trabalhos e a disciplina. Ao contrário do que a nomenclatura possa transparecer, não está

relacionada à força policial, mas ao conceito administrativo de poder de polícia (limitação ou regulamentação

das liberdades individuais). Está previsto no art. 251 do CPP, dentre outros: Art. 251. Ao juiz incumbirá prover

à regularidade do processo e manter a ordem no curso dos respectivos atos, podendo, para tal fim, requisitar a

força pública.

b) Poder Jurisdicional – Relativo à condução do processo, no que toca à atividade-fim da Jurisdição

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DIREITO PROCESSUAL PENAL

(instrução, decisões interlocutórias, prolação da sentença, execução das decisões tomadas, etc.). Dividem-se em:

✓ Poderes meio (atos cuja prática é atingir uma outra finalidade – a prestação da efetiva tutela

jurisdicional), que se dividem em atos ordinatórios e instrutórios;

✓ Poderes-fins (que são relacionados à prestação da efetiva tutela jurisdicional e

Com o advento do sistema acusatório, passa a ter maior relevância à imparcialidade do juiz, que possui

íntima relação com o princípio do juiz natural, com a respectiva vedação ao juiz ou tribunal de exceção, visando

evitar a alteração de determinada, concreta e específica decisão. Daí falar-se em casos de impedimento,

incompatibilidades e suspensão do juiz:

Art. 252. O juiz não poderá exercer jurisdição no processo em que:

I - tiver funcionado seu cônjuge ou parente, consanguíneos ou afim, em linha reta ou colateral até

o terceiro grau, inclusive, como defensor ou advogado, órgão do Ministério Público, autoridade

policial, auxiliar da justiça ou perito;

II - ele próprio houver desempenhado qualquer dessas funções ou servido como testemunha; III

- tiver funcionado como juiz de outra instância, pronunciando-se, de fato ou de direito, sobre a

questão;

IV - ele próprio ou seu cônjuge ou parente, consanguíneo ou afim em linha reta ou colateral

até o terceiro grau, inclusive, for parte ou diretamente interessado no feito.

Art. 253. Nos juízos coletivos, não poderão servir no mesmo processo os juízes que forem

entre si parentes, consanguíneos ou afins, em linha reta ou colateral até o terceiro grau, inclusive.

Art. 254. O juiz dar-se-á por suspeito, e, se não o fizer, poderá ser recusado por qualquer das

partes:

I - se for amigo íntimo ou inimigo capital de qualquer deles;

II - se ele, seu cônjuge, ascendente ou descendente, estiver respondendo a processo por fato

análogo, sobre cujo caráter criminoso haja controvérsia;

III - se ele, seu cônjuge, ou parente, consanguíneos, ou afim, até o terceiro grau, inclusive, sustentar

demanda ou responder a processo que tenha de ser julgado por qualquer das partes;

IV - se tiver aconselhado qualquer das partes;

V - se for credor ou devedor, tutor ou curador, de qualquer das partes;

Vl - se for sócio, acionista ou administrador de sociedade interessada no processo. Art.

255. O impedimento ou suspeição decorrente de parentesco por afinidade cessará pela dissolução

do casamento que Ihe tiver dado causa, salvo sobrevindo descendentes; mas, ainda que dissolvido

o casamento sem descendentes, não funcionará como juiz o sogro, o padrasto, o cunhado, o genro

ou enteado de quem for parte no processo.

Art. 256. A suspeição não poderá ser declarada nem reconhecida, quando a parte injuriar o

juiz ou de propósito der motivo para criá-la.

Diferente das hipóteses de suspeição e impedimento, as hipóteses de incompatibilidade reclamam o exame

detido de cada situação concreta, quando não afirmada de ofício pelo magistrado. Ora, inexiste casuística legal

das incompatibilidades:

Art. 112. O juiz, o órgão do Ministério Público, os serventuários ou funcionários de justiça e os

peritos ou intérpretes abster-se-ão de servir no processo, quando houver incompatibilidade ou impedimento legal, que declararão nos autos. Se não se der a abstenção, a incompatibilidade ou impedimento poderá ser arguido pelas partes, seguindo-se o processo estabelecido para a

exceção de suspeição.

Diante disto, pode-se dizer que nesta espécie, reúnem-se as recusas do juiz sob o fundamento de razões de foro

íntimo. Embora não haja previsão legal, não pairam dúvidas de que a imparcialidade do juiz restaria

comprometida.

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DIREITO PROCESSUAL PENAL

7.2 - Ministério Público - preceitua a Constituição Federal:

Art. 127. O Ministério Público é instituição permanente, essencial à função jurisdicional do

Estado, incumbindo-lhe a defesa da ordem jurídica, do regime democrático e dos interesses sociais e individuais indisponíveis. [...]

Art. 129. São funções institucionais do Ministério Público:

I - promover, privativamente, a ação penal pública, na forma da lei; [...]

O Ministério Público não deve ser considerado um órgão de acusação, mas sim um órgão legitimado para

a acusação nas ações penais públicas, pois, não é por ser o titular desta e por estar ligado ao princípio da

obrigatoriedade de oferecimento da denúncia que o parquet deve, fundamentalmente, fazê-lo.

Enquanto órgão estatal, o Ministério Público não deve primar pela acusação, mas sim pelo respeito à

ordem jurídica, o que faz presumir pela sua imparcialidade na jurisdição penal, devendo ele, tão-somente,

perquirir pelo efetivo respeito ao Direito.

Impende consignar, consoante assevera Pacelli, que a obrigatoriedade de oferecimento da denúncia a qual

está vinculado o parquet está condicionada ao seu convencimento acerca dos fatos investigados, tanto isso é

verdade que o Ministério Público pode requerer arquivamento de inquérito quando se depara com provas

insubsistentes, pode recorrer em favor do acusado, etc.. Ele possui inteira liberdade na apreciação dos fatos e do

direito, ou seja, cabe ao Ministério Público tanto primar pela condenação do culpado quanto pela absolvição do

inocente.

No art. 129, I, CF, está prevista, como função institucional, a promoção, em caráter privativo, da ação

penal pública, na forma legal. Por isso, ocupa, no processo penal, o Ministério Público a posição de sujeito da

relação processual, ao lado do juiz e do acusado, além de ser também parte, pois defende interesse do Estado,

que é a efetivação de seu direito de punir o criminoso. Embora, atualmente, não lhe seja mais possível negar o

caráter de parte imparcial, visto não estar obrigado a pleitear a condenação de quem julga inocente, nem mesmo

de propor ação penal contra quem não existem provas suficientes, não deixa de estar vinculado ao polo ativo da

demanda, possuindo pretensões contrapostas, na maior parte das vezes, ao interesse da parte contrária, que é o

réu, figurando no polo passivo.

O artigo 258 do Código de Processo Penal traz as possibilidades em que o membro do Ministério Público

deve ser afastado do processo pela falta de imparcialidade. São as mesmas aplicáveis ao juiz (art. 254 do CPP),

quais sejam, os casos de suspeição, de impedimento e de incompatibilidade:

“Art. 258 do CPP. Os órgãos do Ministério Público não funcionarão nos processos em

que o juiz ou qualquer das partes for seu cônjuge, ou parente, consanguíneo ou afim, em linha reta ou colateral, até o terceiro grau, inclusive, e a eles se estendem, no que Ihes for aplicável, as prescrições relativas à suspeição e aos impedimentos dos juízes.

Art. 254 do CPP. O juiz dar-se-á por suspeito, e, se não o fizer, poderá ser recusado por

qualquer das partes:

I - se for amigo íntimo ou inimigo capital de qualquer deles;

II - se ele, seu cônjuge, ascendente ou descendente, estiver respondendo a processo por fato análogo, sobre cujo caráter criminoso haja controvérsia;

III - se ele, seu cônjuge, ou parente, consanguíneo, ou afim, até o terceiro grau, inclusive,

sustentar demanda ou responder a processo que tenha de ser julgado por qualquer das partes; IV - se tiver aconselhado qualquer das partes; V - se for credor ou devedor, tutor ou curador, de qualquer das partes;

Vl - se for sócio, acionista ou administrador de sociedade interessada no processo.”

É importante citarmos a Súmula 234 do Superior Tribunal de Justiça: “A participação de membro do

Ministério Público na fase investigatória criminal não acarreta o seu impedimento ou suspeição para o

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DIREITO PROCESSUAL PENAL

oferecimento da denúncia”. Veja que o representante do Ministério Público participou da investigação criminal,

o que é seu dever fazer, até pelo fato de exercer o controle externo da polícia judiciária, mas não a conduziu,

nem presidiu.

7.3 - Acusado e Defensor

7.3.1- Acusado – A Constituição da República de 1988 consagra em seu art. 5º, incisos LIII, LIV e LV

como direito do acusado o devido processo, consagrando o Princípio da Legalidade, que ninguém deve ser

processado e julgado senão pela autoridade competente, prevalecendo o Princípio do Juiz Natural e, ainda,

consagra o Princípio do Contraditório e da Ampla Defesa, dando direito ao acusado de se defender, já que o

nosso ordenamento coloca a vida como valor supremo e trazendo em seu bojo o Princípio da Humanidade.

Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindose

aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à

liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:

[...]

LIII - ninguém será processado nem sentenciado senão pela autoridade competente;

LIV - ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o devido processo legal;

LV - aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são

assegurados o contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes; [...]

O acusado é o sujeito passivo e, também, parte da relação processual. Enquanto transcorre a investigação,

deve-se denominá-lo de indiciado, se, formalmente, apontado como suspeito pelo Estado. No momento do

oferecimento da denúncia, é correto chamá-lo de denunciado ou imputado. Após o recebimento da denúncia,

torna-se acusado ou réu. Tratando-se de queixa, denomina-se querelado. Pode ser tanto a pessoa física, desde que

maior de dezoito anos, quanto à pessoa jurídica.

7.3.2 - Defensor - A defesa se dará por defensor constituído, ou seja, aquele escolhido livremente pelo

acusado, pelo defensor dativo, nomeado pelo Estado, para quem não pode ou não quiser constituir advogado pelo

defensor ad hoc, designado especificamente para o caso. Se o acusado não dispuser de suficientes condições

financeiras, o juiz arbitrará os honorários do defensor dativo, pelo que preleciona o art. 263, parágrafo único do

CPP, e quando pobre será custeado pelo Estado, através das Defensorias Públicas.

Nesse contexto, se o juiz entender insuficiente, deficiente ou inexistente a defesa realizada pelo defensor

dativo, deverá nomear outro, podendo a todo tempo o acusado nomear advogado de sua confiança. Quando se

tratar de defensor constituído, o juiz não poderá adotar a mesma medida, pois não foi por ele nomeado.

Art. 263, CPP. Se o acusado não o tiver, ser-lhe-á nomeado defensor pelo juiz, ressalvado o

seu direito de, a todo tempo, nomear outro de sua confiança, ou a si mesmo defender-se, caso

tenha habilitação.

Parágrafo único. O acusado, que não for pobre, será obrigado a pagar os honorários do

defensor dativo, arbitrados pelo juiz.

Art. 422, CPP. Ao receber os autos, o presidente do Tribunal do Júri determinará a

intimação do órgão do Ministério Público ou do querelante, no caso de queixa, e do defensor, para, no prazo de 5 (cinco) dias, apresentarem rol de testemunhas que irão depor em plenário, até o máximo de 5 (cinco), oportunidade em que poderão juntar documentos e requerer

diligência. Art. 449, CPP. Não poderá servir o jurado que:

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diferencialensino.com.br 144

DIREITO PROCESSUAL PENAL

I – tiver funcionado em julgamento anterior do mesmo processo, independentemente da

causa determinante do julgamento posterior;

II – no caso do concurso de pessoas, houver integrado o Conselho de Sentença que

julgou o outro acusado

III – tiver manifestado prévia disposição para condenar ou absolver o acusado.

Diz o Código que a nomeação de defensor constituído independerá de instrumento de mandato, como a

procuração, se o acusado o indicar por ocasião do interrogatório:

Art. 266, CPP. A constituição de defensor independerá de instrumento de mandato, se o

acusado o indicar por ocasião do interrogatório.

É válido ressaltar, sobre a defesa técnica, o entendimento jurisprudencial manifestado na Súmula nº 523 do Supremo Tribunal Federal:

“A falta de defesa constitui nulidade absoluta, mas a sua deficiência só anulará se houver

prova de prejuízo para o réu”.

Desse modo, é importante a defesa efetiva, pois se configura em garantia constitucional, que não se limita apenas

à impossibilidade de participação no processo, mas deve-se entender e exigir a efetiva atuação do defensor pelo

interesse do acusado, podendo ser auferido sempre diante de um caso concreto, ponderando-se as provas

carregadas aos autos pela acusação e a possibilidade real de sua confrontação pela defesa.

7.4 - Assistentes - é a posição ocupada pelo ofendido, quando ingressa no feito, atuando, ao lado do

Ministério Público, no polo ativo. Trata-se, ao mesmo tempo, de sujeito e parte secundária na relação processual.

Não intervém obrigatoriamente, mas, fazendo-o, exerce nitidamente o direito de agir, manifestando pretensão

contraposta à do acusado. A posição da vítima, no processo penal, atuando como assistente de acusação, não

mais pode ser analisada como o mero intuito de conseguir a sentença condenatória, para que sirva de título

executivo judicial a ser deduzido no cível, em ação civil ex delicto, tendo por objetivo a reparação do dano.

Como explica Bento de Faria:

“não é, portanto, mero auxiliar da acusação, pois atua com o direito de agir, desde que lhe é

assegurado o de recorrer (...) até então deferido unicamente ao Promotor Público. A circunstância

de não haver se antecipado no oferecimento da queixa não importa na desistência do direito de

também pedir a pena no interesse público. Cooperar assim na repressão do crime, não transforma

a posição do assistente em oponente, nem expressa a consagração do direito de vingança. O

interesse social que orienta a sua atividade havia de repelir semelhante conceituação, tanto mais

quando esse direito não é assegurado a qualquer, mas tão somente deferido à vítima da ofensa”

(Código de Processo Penal, v. 2, p. 21).

O legitimado a agir é o ofendido, ou o seu representante legal, nas hipóteses elencadas em lei, ou em

caso de ausência e morte, as pessoas indicadas:

Art. 31, CPP. No caso de morte do ofendido ou quando declarado ausente por decisão

judicial, o direito de oferecer queixa ou prosseguir na ação passará ao cônjuge, ascendente,

descendente ou irmão.

Além da legitimação, imprescindível a capacidade postulatória, devendo, portanto, ser representado por

um advogado. Há celeuma doutrinária e até mesmo jurisprudencial quanto ao fato de ser possível a legitimação

de pessoa de direito público como assistente de acusação. Quanto à esta questão, entendimentos são divididos,

havendo aqueles que entendem que o Ministério Público já representa o interesse do Estado, não havendo que se

falar em outro organismo estatal na ação penal.

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DIREITO PROCESSUAL PENAL

Nos termos do artigo 270 do CPP não se admite a assistência de co-réu no mesmo processo, já que este é

parte do processo, e não terceiro interessado.

Art. 270. O co-réu no mesmo processo não poderá intervir como assistente do Ministério

Público.

7.4.1 - Amicus Curiae - a expressão amicus curiae, que dizer 'parte interessada', mas que poderia ser

traduzido literalmente como 'amigo da corte'. O fato é que, tecnicamente, o amicus curiae não é nem parte, nem

possui um interesse jurídico ligado ao processo em que ele intervém. O termo parte é utilizado pelos juristas para

representar as pessoas que figuram nos dois lados de uma ação judicial, isto é, aquela pessoa que pede algo (o

autor, o impetrante do mandado de segurança, o reclamante de uma ação trabalhista etc), e aquela contra quem

algo é pedido (o réu, a autoridade impetrada no mandado de segurança, a empresa reclamada na ação trabalhista

etc).Já interesse jurídico é utilizado pelos juristas para designar a situação de alguém que será afetado em sua

esfera de direitos e obrigações pelo resultado do processo. É por isso que vemos, às vezes, o termo terceiro

interessado. Terceiro porque não é uma das duas partes, e interessado porque ele, embora não seja parte, terá

seus direitos e obrigações afetados pelo resultado do processo. No processo penal: é perfeitamente viável o

amicus curiae em certos e específicos casos, tratando de questão de interesse geral, embora na área penal.

7.4.2 - Intervenção do ofendido - é o principal interessado a pleitear sua inclusão como assistente de

acusação, embora o dispositivo preveja, ainda, como legitimados, os seus sucessores, em caso de morte: cônjuge

(incluindo-se companheiro/a), ascendente, descendente e irmão.

7.4.3 - Intervenção de outras pessoas como assistente de acusação - cremos admissível o ingresso

de pessoas jurídicas, de direito público ou privado, como assistentes de acusação, diante do interesse público

que, por trás delas, está presente. Afinal, utiliza-se a aplicação analógica, ao disposto no art. 2.º, § 1.º, do

Decretolei 201/67, que prevê: “Os órgãos federais, estaduais ou municipais, interessados na apuração da

responsabilidade do Prefeito, podem requerer a abertura de inquérito policial ou a instauração da ação penal pelo

Ministério Público, bem como intervir, em qualquer fase do processo, como assistente da acusação”. Logo,

outras hipóteses podem surgir, dando ensejo a que algum órgão federal, estadual ou municipal tenha interesse em

acompanhar o feito, contra determinado réu, como assistente de acusação.

7.4.4 - Intervenção da Ordem dos Advogados do Brasil - em processos criminais: trata-se de hipótese atualmente prevista no Estatuto da Advocacia (Lei 8.906/94), no art. 49: “Os Presidentes dos Conselhos

e das Subseções da OAB têm legitimidade para agir, judicial e extrajudicialmente, contra qualquer pessoa que

infringir as disposições ou os fins desta Lei. Parágrafo único. As autoridades mencionadas no caput deste artigo

têm, ainda, legitimidade para intervir, inclusive como assistentes, nos inquéritos e processos em que sejam

indiciados, acusados ou ofendidos os inscritos na OAB”.

7.4.5 - Existência de mais de um sucessor habilitado: ingressam todos, desde que respeitada a ordem prevista no art. 31 do Código de Processo Penal.

Art. 31. No caso de morte do ofendido ou quando declarado ausente por decisão judicial, o

direito de oferecer queixa ou prosseguir na ação passará ao cônjuge, ascendente, descendente ou

irmão.

7.5 - Funcionários da Justiça - Além dos sujeitos processuais temos o grupo dos auxiliares da justiça,

os quais Capez classifica como sujeitos acessórios, mas cuja relevância pode ser fundamental na persecução pela

verdade real no processo penal. Tais sujeitos são convocados a interferir no processo, merecendo regulamentação

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DIREITO PROCESSUAL PENAL

própria no Código Processual Penal. São os escrivães-diretores, escreventes, oficiais de justiça, auxiliares

judiciários, dentre outros.

Art. 274. As prescrições sobre suspeição dos juízes estendem-se aos serventuários e

funcionários da justiça, no que Ihes for aplicável.

Art. 275. O perito, ainda quando não oficial, estará sujeito à disciplina judiciária.

Art. 276. As partes não intervirão na nomeação do perito.

Art. 277. O perito nomeado pela autoridade será obrigado a aceitar o encargo, sob pena de

multa de cem a quinhentos mil-réis, salvo escusa atendível.

Parágrafo único. Incorrerá na mesma multa o perito que, sem justa causa, provada

imediatamente:

a) deixar de acudir à intimação ou ao chamado da autoridade;

b) não comparecer no dia e local designados para o exame;

c) não der o laudo, ou concorrer para que a perícia não seja feita, nos prazos estabelecidos. Art.

278. No caso de não-comparecimento do perito, sem justa causa, a autoridade poderá determinar

a sua condução.

Art. 279. Não poderão ser peritos:

I - os que estiverem sujeitos à interdição de direito mencionada nos ns. I e IV do art. 69 do Código

Penal;

II - os que tiverem prestado depoimento no processo ou opinado anteriormente sobre o objeto da

perícia;

III - os analfabetos e os menores de 21 anos.

Art. 280. É extensivo aos peritos, no que Ihes for aplicável, o disposto sobre suspeição dos

juízes.

Art. 281. Os intérpretes são, para todos os efeitos, equiparados aos peritos.

No que concerne aos peritos, estes são, em regra, integrantes da Administração Pública. Contudo, ainda

que sejam peritos particulares, com os requisitos autorizadores do artigo 159, §1° do Código de Processo, estão

submetidos à disciplina judiciária constante do artigo 275, haja vista estarem no desempenho de função pública,

sob o manto do princípio da legalidade.

Confluindo para a formação de convencimento do magistrado, os peritos e intérpretes desempenham

papel de grande relevância no processo penal, do que se verifica manifesta a necessidade de cautela quanto à

qualidade e a idoneidade do serviço prestado, não se esquecendo de que se trata de serviço público.

Por esse motivo, mais uma vez como medida de resguardo do princípio da impessoalidade do serviço

público e pela legítima persecução da verdade real, ou melhor, judicial, aplicam-se aos intérpretes e peritos as

normas de impedimento consubstanciadas no artigo 279 do Código de Ritos Penal, bem como se lhe estendem as

hipóteses de suspeição de magistrados, no que for cabível. Toda a disciplina dos peritos é aplicável aos

intérpretes, também auxiliares do juiz, na compreensão de idiomas e linguagens estranhas, merecendo, pois,

atuar com imparcialidade e ter conhecimento suficiente a tanto.

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DIREITO PROCESSUAL PENAL

01 Ano: 2017 Banca: MPE-SP Órgão: MPE-SP Prova: Promotor de Justiça Assinale a

alternativa correta.

a) A revisão criminal só será conhecida após o trânsito em julgado da decisão condenatória, o esgotamento

das vias recursais e o recolhimento do réu à prisão caso tenha sido determinada na decisão que se pretende

desconstituir.

b) A Superior Instância conhecerá de recurso interposto no prazo legal, sendo irrelevante a renúncia ao direito

de recorrer manifestado pelo acusado.

c) Tratando-se de nulidade, em recurso exclusivo da acusação, a Superior Instância deve reconhecê-la, ainda

que não tenha sido alegada pelo Ministério Público nas razões de recurso.

d) O provimento ao recurso interposto por um dos réus beneficia aos demais, com exceção daquele que

houver expressamente renunciado ao direito de recurso.

e) O Ministério Público tem legitimidade para recorrer de sentença absolutória nos casos de ação privada em

que atuou como custos legis.

02 Ano: 2017 Banca: CESPE Órgão: PJC-MT Prova: Delegado de Polícia Quanto à

fluência dos prazos no processo penal, assinale a opção correta.

a) Para a defensoria pública, os prazos contam-se da data do recebimento dos autos, com vista naquele órgão, e

não da aposição no processo do ciente de seu membro.

b) O prazo para a interposição de apelação pelo assistente de acusação, habilitado ou não, será de quinze dias a

contar do término do prazo do MP.

c) Tanto para o MP quanto para a defensoria pública, os prazos contam-se em dobro.

d) Notadamente nos prazos de comunicação, a regra é a fluência do prazo a partir da juntada do mandado.

e) Para efeitos de contagem de prazo, considera-se intimado o representante do MP por meio de publicação na

imprensa oficial ou por via de mandado judicial.

03 Ano: 2017 Banca: CESPE Órgão: DPU Prova: Defensor Público A respeito dos atos processuais, das nulidades e da atuação do DP no processo penal, julgue o item que se segue.

( ) A juntada de procuração com poderes especiais é indispensável para que o DP oponha exceção de suspeição

do magistrado.

04 Ano: 2017 Banca: FMP Concursos Órgão: MPE-RO Prova: Promotor de Justiça No

que diz respeito à figura do assistente de acusação, é CORRETO afirmar:

a) Ao assistente será permitido, entre outras atividades, propor meios de prova, requerer perguntas às

testemunhas, participar do debate oral e arrazoar os recursos interpostos pelo Ministério Público, sendo-lhe,

porém, vedado apresentar requerimento de prisão preventiva, por não guardar relação com seu eventual direito de

indenização pela infração penal objeto do processo.

b) Do despacho que admitir, ou não, o assistente, caberá recurso de apelação, não se suspendendo, no entanto,

a tramitação do processo.

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DIREITO PROCESSUAL PENAL

c) Caso tenha interesse em participar da sessão de instrução e julgamento perante o Tribunal do Júri, o

assistente somente será admitido se houver requerido sua habilitação até 5 (cinco) dias antes da data da sessão na

qual pretenda atuar.

d) Em razão de o assistente de acusação exercer um papel de fiscalização do Ministério Público, essa

instituição não precisa ser ouvida nos pedidos de habilitação de assistência, sob pena de escolher quem pode, ou

não, controlar os seus atos e omissões ao longo do processo penal.

e) De acordo com a lei que define os crimes contra o Sistema Financeiro Nacional, admitir-se-á a assistência

da Comissão de Valores Mobiliários - CVM, quando o crime tiver sido praticado no âmbito de atividade sujeita à

disciplina e à fiscalização dessa autarquia, e da Caixa Econômica Federal, quando, fora daquela hipótese, houver

sido cometido na órbita de atividade sujeita à sua disciplina e fiscalização.

05 Ano: 2017 Banca: VUNESP Órgão: TJ-SP Prova: Juiz de Direito No tocante aos sujeitos do processo, é correto afirmar que

a) a audiência poderá ser adiada se, por motivo justificado, o defensor não puder comparecer, a ele

incumbindo provar o impedimento até a abertura do ato; se não o fizer, deve o juiz nomear defensor substituto,

ainda que provisoriamente ou só para o efeito do ato.

b) a participação de membro do Ministério Público na fase investigatória criminal acarreta o seu impedimento

ou suspeição para o oferecimento da denúncia.

c) o assistente será admitido enquanto não passar em julgado a sentença e receberá a causa no estado em que

se achar, podendo recorrer, inclusive extraordinariamente, de decisão concessiva de habeas corpus.

d) o juiz não poderá exercer a jurisdição no processo em que tiver funcionado como juiz de outra instância,

pronunciando-se, de fato ou de direito, sobre a questão, mas não há nulidade no julgamento ulterior pelo Júri com

a participação de jurado que funcionou em julgamento anterior do mesmo processo.

06 Ano: 2017 Banca: MPE-RS Órgão: MPE-RS Prova: Promotor de Justiça Petrônio, réu em processo por furto simples, reúne todos os pressupostos legais permissivos da suspensão

condicional do processo. Ainda assim, fundamentadamente, o Promotor de Justiça deixa de oferecer-lhe o

benefício.

Nesse caso, dissentindo do membro do Ministério público, deve o Juiz

a) remeter os autos ao Procurador-Geral de Justiça aplicando-se por analogia o art. 28 do Código de Processo

Penal.

b) conceder o benefício de ofício, já que se trata de direito subjetivo público do réu.

c) comunicar a Corregedoria-Geral do Ministério Público face o comportamento do Promotor de Justiça.

d) solicitar ao Procurador-Geral de Justiça que designe outro membro do Ministério Público para reexaminar os

autos.

e) remeter os autos para as Turmas Recursais do Juizado Especial Criminal.

07 Ano: 2016 Banca: MPE-PR Órgão: MPE-PR Prova: Promotor de Justiça Assinale a

alternativa incorreta:

a) A decisão de pronúncia faz coisa julgada material, limitando as teses acusatórias a serem apresentadas aos

jurados;

b) A intimação da pronúncia deverá ser realizada, via de regra, pessoalmente ao réu; em caso de sua não

localização, será intimado por edital;

c) As causas de aumento da pena previstas na parte especial do Código Penal devem constar da pronúncia;

d) As causas de diminuição da pena, atenuantes e agravantes não devem constar da pronúncia;

e) A despronúncia pode ser feita tanto pelo juiz sumariante quanto pelo Tribunal respectivo, consistindo na

alteração da anterior decisão de pronúncia em impronúncia em virtude da interposição de recurso em sentido

estrito.

08 Ano: 2016 Banca: FCC Órgão: DPE-ES Prova: Defensor Público Com

relação ao assistente de acusação no processo penal:

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DIREITO PROCESSUAL PENAL

a) o assistente de acusação somente poderá se habilitar na ação penal pública, condicionada ou incondicionada.

b) é vedado ao assistente de acusação a indicação de assistente técnico nos exames periciais.

c) a intervenção do assistente de acusação é proscrita após o início da fase instrutória do processo penal.

d) é vedado ao assistente de acusação arrazoar o recurso interposto pelo Ministério Público, devendo utilizar

recurso próprio.

e) é garantido ao assistente de acusação o mesmo tempo para alegações finais orais no procedimento comum

ordinário.

09 Ano: 2016 Banca: CESPE Órgão: PC-PE Prova: Delegado de Polícia Em consonância com a doutrina majoritária e com o entendimento dos tribunais superiores, assinale a opção

correta acerca dos sujeitos do processo e das circunstâncias legais relativas a impedimentos e suspeições.

a) As disposições relativas ao princípio do juiz natural são analogamente aplicadas ao MP.

b) No curso do inquérito policial, se for constatado que o delegado de polícia seja inimigo pessoal do investigado,

este poderá opor exceção de suspeição, sob pena de preclusão do direito no âmbito de eventual ação penal.

c) O corréu pode atuar, no mesmo processo, como assistente da acusação do início da ação penal até seu trânsito

em julgado, desde que autorizado pelo representante do parquet.

d) Poderá funcionar como perito no processo aquele que tiver opinado anteriormente sobre o objeto da perícia na

fase de investigação criminal, em razão da especificidade da prova pericial.

e) A impossibilidade de identificação do acusado pelo seu verdadeiro nome ou por outros qualificativos que

formalmente o individualize impede a propositura da ação penal, mesmo que certa a identidade física do autor

da infração penal.

10 Ano: 2016 Banca: CESPE Órgão: PC-PE Prova: Agente de Polícia No que se refere à atuação do juiz, do Ministério Público, do acusado, do defensor, dos assistentes e auxiliares da

justiça e aos atos de terceiros, assinale a opção correta.

a) O acusado detém a prerrogativa de silenciar ao ser interrogado, mas esse direito pode ser interpretado

contra ele, consoante o aforismo popular: quem cala consente.

b) Assegura-se ao acusado a ampla defesa e o contraditório, mas isso não lhe retira plenamente a autonomia

de vontade, de sorte que poderá dispensar advogado dativo ou defensor público, promovendo, por si mesmo, a sua

defesa, ainda que não tenha condições técnicas para tanto.

c) O réu denunciado em processo, por coautoria ou participação, pode atuar como assistente de acusação

nesse mesmo processo se a defesa imputar exclusivamente ao outro acusado a prática do crime.

d) No processo, o juiz exerce poderes de polícia — para garantir o desenvolvimento regular e tolher atos

capazes de perturbar o bom andamento do processo — e poderes jurisdicionais — que compreendem atos

ordinatórios, que ordenam e impulsionam o processo, e instrutórios, que compreendem a colheita de provas.

e) Dados os princípios da unidade, da indivisibilidade e da independência funcional, não se aplicam ao

Ministério Público as prescrições relativas a suspeição e impedimentos de juízes.

11 Ano: 2016 Banca: CESPE Órgão: TJ-AM Prova: Juiz de Direito Assinale a opção correta com referência aos sujeitos da relação processual penal e às questões incidentais. a) As

partes poderão indicar técnicos, quando não houver peritos oficiais, sendo que o profissional nomeado pela

autoridade será obrigado a aceitar o encargo público, sob pena de prisão por crime de desobediência.

b) O juiz deve declarar-se impedido e, se não o fizer, poderá ser recusado por qualquer das partes, se ele, seu

cônjuge, ou parente, consanguíneo ou afim, até o quarto grau, inclusive, sustentar demanda ou responder a

processo que tenha de ser julgado por qualquer das partes.

c) De acordo com o entendimento do STJ, o assistente da acusação não terá direito a réplica, quando o MP

tiver anuído à tese de legítima defesa do réu e declinado do direito de replicar.

d) É exigível procuração com poderes especiais para que seja oposta exceção de suspeição por réu

representado pela DP, mesmo que o acusado esteja ausente do distrito da culpa.

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DIREITO PROCESSUAL PENAL

e) O juiz nomeará advogado ao acusado que não o tiver, podendo o réu, a todo tempo, nomear outro de sua

confiança, ou a si mesmo defender-se, caso tenha habilitação. Na hipótese de nomeação de defensor dativo, não

será cabível o arbitramento de honorários.

12 Ano: 2016 Banca: CESPE Órgão: TJ-AM Prova: Juiz de Direito Carla fez um seguro de vida que previa o pagamento de vultosa indenização a seu marido, José, caso ela viesse a

falecer. O contrato previa que o beneficiário não teria direito à indenização se causasse a morte da segurada.

Alguns meses depois, Carla foi encontrada morta, tendo o perito oficial que assinou o laudo cadavérico

concluído que a causa provável fora envenenamento. Em que pese o delegado não ter indiciado José, o MP

concluiu que havia indícios de autoria, razão pela qual ele foi denunciado por homicídio doloso. O juiz recebeu a

denúncia e determinou a citação do réu. José negou a autoria do delito, tendo solicitado a admissão de assistente

técnico e apresentado defesa em que requereu sua absolvição sumária. O parecer do assistente técnico foi no

sentido de que a morte de Carla tivera causas naturais. Acerca dessa situação hipotética, assinale a opção correta.

a) Caso o juiz absolva José por estar provado não ser ele autor do fato, essa decisão não impedirá que os

genitores de Carla ingressem com ação civil indenizatória e obtenham o reconhecimento de sua responsabilidade

civil.

b) O MP não poderia ter oferecido denúncia sem que o delegado tivesse indiciado José e procedido à sua

oitiva na fase extrajudicial, razão pela qual o juiz deveria ter remetido os autos à delegacia para a referida

providência. c) O juiz poderá fundamentar uma sentença absolutória acatando o parecer elaborado pelo assistente

técnico contratado por José, rejeitando as conclusões do perito oficial.

d) O laudo de exame cadavérico de Carla é nulo porque a legislação processual penal determina que ele seja

elaborado e assinado por dois peritos oficiais.

e) A seguradora poderá intervir no processo criminal como assistente da acusação no intuito de demonstrar

que José foi o autor do crime.

13 Ano: 2016 Banca: CESPE Órgão: TJ-DFT Prova: Juiz de Direito Assinale a opção correta de acordo com o disposto no CPP sobre os assistentes.

a) O ofendido ou seu representante legal ou, na falta de um deles, o cônjuge, os ascendentes, os descendentes ou

irmãos, poderão intervir como assistentes do MP em ações penais públicas condicionada ou incondicionada. b) Na falta do ofendido ou de seu representante legal, apenas o cônjuge poderá atuar como assistente da acusação,

seja a ação penal pública condicionada ou incondicionada.

c) O irmão do ofendido, por ser parente colateral, não tem o direito de atuar como assistente da acusação em

ação penal pública condicionada ou incondicionada.

d) Tratando-se de ação penal pública condicionada à representação, não poderão intervir como assistentes do

MP nem o ofendido nem parente seu, pois seu direito foi exercido por meio da própria representação.

e) Em se tratando de ação penal pública incondicionada, somente o MP poderá sustentar acusação, não sendo

permitida a assistência, sob pena de se caracterizar a vingança privada.

14 Ano: 2015 Banca: CESPE Órgão: DPE-RN Prova: Defensor Público Acerca das provas no processo penal, assinale a opção correta de acordo com o entendimento do STF e do STJ.

a) As provas testemunhais obtidas por meio de delação premiada, ainda que em consonância com as demais

provas produzidas na fase judicial da persecução penal, são elementos inidôneos para subsidiarem a condenação

do agente.

b) Conforme o princípio constitucional da razoável duração do processo, não cabem dilações indevidas no

processo, sendo que a demora na tramitação do feito deve ser proporcional à complexidade do delito nele

veiculado, bem como às diligências e aos meios de prova indispensáveis a seu deslinde.

c) Uma vez que a busca da verdade real se subordina a formas rígidas, a afirmação da reincidência depende

de certidão na qual fique atestado cabalmente o trânsito em julgado de anterior condenação.

d) Conforme o entendimento do STF, a valoração da prova diz respeito a mera questão de fato, que não se

confunde com o critério de reexame da prova, que é questão de direito.

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DIREITO PROCESSUAL PENAL

e) Conforme súmula vinculante do STF, o defensor tem direito, no interesse do representado, de ter acesso

amplo aos elementos de prova, os quais, já documentados em procedimento investigatório realizado por órgão

com competência de polícia judiciária, refiram-se ao exercício do direito de defesa, inclusive com obtenção de

cópia dos autos do inquérito policial, ainda que este tramite sob sigilo.

15 Ano: 2015 Banca: FMP Concursos Órgão: MPE-AM Prova: Promotor de Justiça Assinale a

alternativa correta.

a) Quando o titular do direito à reparação do dano for pobre, a execução da sentença condenatória ou a ação

civil será promovida de ofício pelo Ministério Público, onde não se faça presente a Defensoria Pública.

b) O impedimento ou suspeição decorrente de parentesco por afinidade cessará pela dissolução do casamento

que lhe tiver dado causa, ainda que sobrevenham descendentes.

c) No processo penal brasileiro, o assistente de acusação será admitido somente a partir do ajuizamento da

denúncia e enquanto não passar em julgado a sentença, recebendo a causa no estado em que se achar.

d) Do despacho que admitir, ou não, o assistente, não caberá recurso, devendo, entretanto, constar nos autos

o pedido e a decisão.

e) Se o interesse da ordem pública o reclamar ou houver dúvida sobre a imparcialidade do júri ou a segurança

pessoal do acusado, o Tribunal, a requerimento unicamente do Ministério Público, do acusado ou mediante

representação do juiz competente, poderá determinar o desaforamento do julgamento para outra comarca da

mesma região onde não existam aqueles motivos, preferindo-se as mais próximas.

16 Ano: 2015 Banca: CESPE Órgão: TJ-DFT Prova: Juiz de Direito Em relação à disciplina normativa e ao entendimento dos tribunais superiores acerca dos sujeitos da relação

processual penal, assinale a opção correta.

a) Se ficar comprovado que o defensor agiu com desídia e que essa conduta foi determinante para a

condenação do réu, a sentença poderá ser anulada.

b) Na ação penal privada personalíssima, caso o querelado recorra, o MP não terá legitimidade para interpor

recurso contra sentença condenatória.

c) Se processos forem reunidos em razão da continência por concurso de pessoas, um corréu poderá atuar

como assistente do MP no mesmo processo.

d) Conforme entendimento do STJ, o MP tem competência para aplicar medida socioeducativa a adolescente

que tenha praticado ato infracional.

e) Caso não se tenha habilitado como assistente de acusação até a prolação da sentença no tribunal do júri, a

vítima ficará impedida de interpor recurso, ainda que o MP não recorra da sentença absolutória.

17 Ano: 2015 Banca: CESPE Órgão: DPU Prova: Defensor Público Júlio foi preso em flagrante pela prática de furto de um caixa eletrônico da CEF. Júlio responde a outros

processos por crime contra o patrimônio. A respeito dessa situação hipotética, julgue o seguinte item. ( ) O

representante da CEF poderá habilitar-se como assistente da acusação a partir da instauração do inquérito

policial, não cabendo impugnação da decisão judicial que negar a habilitação.

18 Ano: 2015 Banca: CESPE Órgão: DPE-PE Prova: Defensor Público Acerca de aspectos diversos do processo penal brasileiro, o próximo item apresenta uma situação hipotética,

seguida de uma assertiva a ser julgada.

( ) Fabrício foi processado e condenado pela prática do delito de roubo contra Lúcio, tendo a sentença

transitado em julgado. Nessa situação, poderão promover a execução da sentença, no juizado cível, para o efeito

de reparação do dano, tanto Lúcio quanto seu representante legal ou seus herdeiros. Nesse caso, segundo a

jurisprudência do STF, se o titular da pretensão executiva for pobre, a atribuição para promover a ação civil de

reparação de danos exdelicto será da DP. Se este órgão ainda não tiver sido implementado na jurisdição de

competência pertinente, o MP possuirá legitimidade para promover o referido pleito indenizatório.

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DIREITO PROCESSUAL PENAL

19 Ano: 2014 Banca: ACAFE Órgão: PC-SC Prova: Delegado de Polícia Com relação à Ação Penal e de acordo com o Código de Processo Penal, analise as afirmações a seguir e assinale a

alternativa correta.

I Nos crimes de ação pública, esta será promovida por denúncia do Ministério Público, mas dependerá,

quando a lei o exigir, de requisição do Ministro da Justiça, ou de representação do ofendido ou de quem tiver

qualidade para representá-lo.

II No caso de morte do ofendido ou quando declarado ausente por decisão judicial, o direito de representação

passará ao cônjuge, ascendente, descendente ou colateral, até o 3º grau.

III Seja qual for o crime, quando praticado em detrimento do patrimônio ou interesse da União, Estado e

Município, a ação penal será pública.

IV A ação penal, nas contravenções, será iniciada com o auto de prisão em flagrante ou por meio de portaria

expedida pela autoridade judiciária ou policial. a) Todas as afirmações estão corretas.

b) Apenas I, II e III estão corretas.

c) Apenas II e IV estão corretas.

d) Apenas II, III e IV.

e) Apenas I, III e IV estão corretas.

20 Ano: 2014 Banca: ACAFE Órgão: PC-SC Prova: Delegado de Polícia De

acordo com o Código de Processo Penal, assinale a alternativa correta.

a) Somente depois do interrogatório, nos casos da ação pública, poderá intervir, como assistente do Ministério

Público, o ofendido ou seu representante legal.

b) Nenhum acusado, ainda que ausente ou foragido, será processado ou julgado sem defensor.

c) Ao co-réu, no mesmo processo, será facultado intervir como assistente do Ministério Público.

d) A admissão do Assistente de Acusação será determinada pelo juiz independentemente de previamente ouvir o

Ministério Público.

e) Da decisão que não admitir o Assistente de Acusação, caberá recurso, devendo, inclusive, constar dos autos o

pedido e a decisão.

01. B 02. A 03. C 04. C 05. A 06. A 07. A 08. A 09. A 10. D 11. D 12. C 13. A 14. B 15. D 16. A 17. E 18. C 19. A 20. B

AULA 08– HABEAS CORPUS E SEU PROCESSO

O habeas corpus tem como natureza jurídica de ação autônoma de impugnação. Segundo o art. 5º, LVII,

CF, conceder-se-á habeas corpus sempre que alguém sofrer ou se achar ameaçado de sofrer violência ou coação

em sua liberdade de locomoção, por ilegalidade ou abuso de poder.

Segundo o STF, é desnecessária a prévia discussão acerca de matéria objeto de habeas corpus impetrado

originariamente no STJ, quando a coação ilegal ou o abuso de poder advierem de ato de TRF no exercício de sua

competência penal originária. Ao fazer essa exigência, o STJ está impondo para o habeas corpus o requisito do

“prequestionamento”, que somente é aplicável nos casos de recurso especial ou recurso extraordinário (Inf. 778).

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DIREITO PROCESSUAL PENAL

Habeas corpus era utilizado para fazer cessar a prisão considerada ilegal – e mesmo no Brasil essa

concepção perdurou por um largo período –, atualmente seu alcance tem sido estendido para abranger qualquer

ato constritivo direta ou indiretamente à liberdade, ainda que se refira a decisões jurisdicionais não referentes à

decretação da prisão. Note-se o que ocorre com a utilização do habeas corpus para trancar o inquérito policial ou

a ação penal, quando inexista justa causa para o seu trâmite, bem como quando se utiliza esse instrumento

constitucional para impedir o indiciamento injustificado, entre outras medidas. Nada mais lógico, pois são atos

ou medidas proferidas em processos (ou procedimentos) criminais, que possuem clara repercussão na liberdade

do indivíduo, mesmo que de modo indireto. Afinal, o ajuizamento de ação penal contra alguém provoca

constrangimento natural, havendo registro em sua folha de antecedentes, bem como servindo de base para, a

qualquer momento, o juiz decretar medida restritiva da liberdade, em caráter cautelar.

8.1. Espécies

O habeas corpus se classifica em 3 espécies:

a) Habeas corpus repressivo (liberatório): ocorre na hipótese em que já tenha sido consumado o

constrangimento ilegal ou o abuso de poder em relação à liberdade de locomoção. Neste caso, concede-se a ordem

e expede-se alvará de soltura.

b) Habeas corpus preventivo: o constrangimento ainda não ocorreu, mas há um fundado receio de

que

este constrangimento ilegal ou o abuso de poder em relação à liberdade de locomoção ocorra. Há uma ameaça de

prisão que justifica a concessão da ordem, devendo ser série e concreta. Neste caso, ao conceder a ordem,

expede-se salvo conduto.

c) Habeas corpus profilático: destinado a suspender atos processuais, ou a impugnar medidas que

possam importar em um prisão futura com aparência de legalidade. No entanto, esta decisão futura já está

contaminada por uma ilegalidade anterior. Perceba que há uma ilegalidade na origem que justifica a

necessidade de uma medida, visto que esta medida, no futuro, poderá implicar a prisão de alguém. Trata-se

de um constrangimento ilegal potencial, no futuro.

Pode ser liberatório, quando a ordem dada tem por finalidade a cessação de determinada ilegalidade já

praticada, ou preventivo, quando a ordem concedida visa a assegurar que a ilegalidade ameaçada não chegue a se

consumar. prevê o art. 5.º, LXXVII, da Constituição Federal, que “são gratuitas as ações deh abeas corpus e

habeas data, e, na forma da lei, os atos necessários ao exercício da cidadania”. Aliás, o mesmo vem disposto no

Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal (art. 61, § 1.º, I).

8.2. O Constrangimento Ilegal

O art. 648 do CPP traz as hipóteses em que se considera existir um constrangimento ilegal:

a) Quando não houver justa causa: Justa causa para uma coação é quando estiver prevista em lei ou

tiver observados os requisitos. Portanto, se não há justa causa para condenação, pois a hipótese não

se enquadra a um permissivo legal ou porque não estão presente os requisitos legais, está ausente a

justa causa, havendo um constrangimento ilegal.

b) Quando alguém estiver preso por mais tempo do que determina a lei: A prisão temporária tem

prazo. Vencido o prazo, o sujeito deverá ser posto imediatamente em liberdade. Caso não seja posto,

caberá HC para que não fique preso por mais tempo do que determina a lei. Ex.: sujeito está preso por

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mais tempo do que deveria. Este excesso retira a razoabilidade da prisão, devendo ser caso de

relaxamento. Por exemplo, o MP deve oferecer denúncia em 5 dias caso o réu esteja preso. Caso o MP

não ofereça em 5 dias, e o réu continue preso, poderá o sujeito impetrar HC.

c) Quando quem ordenar a coação não tiver competência para fazê-lo: Falta competência para o

ordenador da prisão, sendo passível de habeas corpus. Ex.: promotor de justiça sendo preso por ordem

do juiz de direito, quando deveria se dar por ordem do Tribunal.

d) Quando houver cessado o motivo que autorizou a coação: Aqui acabou o motivo, devendo ser

posto em liberdade. Caso não o seja, caberá HC. Ex.: prisão preventiva decretada para conveniência da

instrução criminal. Prolatada a sentença, não há mais instrução criminal. Cessado o motivo, deverá a

prisão ser cessada, por meio de revogação.

e) Quando não for alguém admitido a prestar fiança, nos casos em que a lei a autoriza: Basicamente, todos os crimes admitem fiança, salvo os crimes inafiançáveis ou se o sujeito quebrou a

fiança anteriormente. Ex.: racismo, ação de grupos armadas, terrorismo, tortura e tráfico de drogas, bem

como os crimes hediondos. Caso o crime coubesse fiança, mas o juiz não admitiu que fosse fixada a

fiança, ainda que a lei autorizasse. A impetração do HC não é para liberar o sujeito, e sim para o

arbitramento da fiança.

f) Quando o processo for manifestamente nulo: A impetração do HC não tem por finalidade colocar

o sujeito em liberdade. Na verdade, essa modalidade de HC tem por objetivo a anulação do processo,

podendo ser total ou parcial.

g) Quando extinta a punibilidade: A punibilidade pode se extinguir pela prescrição, decadência,

perempção, abolitio criminis, etc. O objetivo do HC, neste caso, é o reconhecimento de que esta

punibilidade está extinta. Consequentemente o processo deve ser arquivado, ou se estivermos em fase

extraprocessual, o inquérito policial deverá ser arquivado.

8.3. Sujeitos do habeas corpus

São 3 basicamente os sujeitos:

I) Paciente: é quem sofre ou quem está ameaçado de sofrer o constrangimento ilegal ou abusivo.

Apenas pessoas físicas podem ser pacientes de habeas corpus, pois aqui se trata da liberdade de

locomoção.

II) Coator: é quem determina ou executa o constrangimento ilegal ou abusivo. Poderá ser coator tanto

uma autoridade pública como um particular. Sendo o constrangimento decorrente de abuso de

poder, é forçoso convir que se estará diante de uma responsabilidade de autoridade. Em matéria de

ilegalidade, qualquer particular poderá exercer. Ex.: médico que não libera paciente, mesmo que

comprovado a recuperação da saúde mental. Norberto Avena ainda aduz que a manutenção do

indivíduo sadio numa clínica particular justifica o HC, sem prejuízo de configuração de cárcere

privado (art. 148, CP).

III) Impetrante: é quem impetra o HC. Poderá ser qualquer pessoa do povo, ou até mesmo o próprio

paciente. Não se exige a presença de advogado para impetração de HC. Há uma divergência acerca

da exigência ou não de capacidade postulatória para recorrer de decisão que denegou o HC. Há

julgados nos dois sentidos nos Tribunais Superiores, prevalecendo o entendimento de que se exige

capacidade postulatória em caso de recurso decorrente de habeas corpus.

Para impetração de HC também não se exige capacidade civil, podendo inclusive um menor impetrar

habeas corpus. Desde que alguém assine a seu rogo, o analfabeto poderá impetrar HC. Pessoa jurídica também

poderá impetrar HC. O MP também poderá impetrar HC em favor do réu. O juiz pode “expedir de ofício ordem

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de habeas corpus”, mas ele não impetra o habeas corpus. Ele, identificando por si mesmo ilegalidade da prisão,

simplesmente o concede de ofício. O delegado também poderá impetrar habeas corpus em favor do paciente.

8.4. Habeas corpus e punição disciplinar militar

O art. 142, §2º, CF diz que não cabe habeas corpus em relação a punições disciplinares militares.

Essa impossibilidade não é absoluta. Na verdade, não cabe habeas corpus para questionar o mérito de uma

punição disciplinar militar. Mas nada impede a impetração de habeas corpus para questionar a forma e vícios

formais.

Expressamente, prevê o art. 142, § 2.º, da CF, que “não caberá habeas corpus em relação a punições

disciplinares militares” (Forças Armadas e Polícia Militar). Ver notas 16 e 17 ao art. 647. Além disso, é preciso

anotar que, durante o estado de defesa (art. 136, CF) e ao longo do estado de sítio (art. 137, CF), muitos direitos

e garantias individuais são suspensos, razão pela qual várias ordens e medidas podem resultar em constrições à

liberdade, que terminam por afastar, na prática, a utilização do habeas corpus, por serem consideradas, durante a

vigência da época excepcional, legítimas.

8.5. Habeas corpus e estado excepcional (sítio) O art. 139 da CF diz que na vigência do estado de sítio pode ser tomada contra as pessoas as seguintes

medidas:

a) obrigação de permanência em localidade determinada;

b) detenção em edifício não destinado a acusado ou condenados por crimes comuns;

c) busca e apreensão em domicílio;

Em razão dessa previsão, em tese, seria descabido habeas corpus contra uma situação permitida na

Constituição. Todavia, essa vedação ou impossibilidade do habeas corpus se restringe à impugnação do mérito,

mas poderá questionar eventual vício de natureza formal, ou então aquela prisão se mostrou absolutamente

ilegal. O que se ressalta aqui é que na verdade, excepcionalmente, será admitido o habeas corpus por ter havido

uma teratologia nas medidas tomadas.

8.6. Possibilidade de liminar em habeas corpus Não existe previsão legal de liminar em habeas corpus. Apesar de não existir previsão, a doutrina e a

jurisprudência é sólida no sentido de que cabe liminar em habeas corpus, desde que presentes o fumus boni iuris

e o periculum in mora. Não se admite habeas corpus contra decisão denegatória de liminar. O sujeito impetra um

habeas corpus, sendo distribuído a um Relator. Esse Relator nega a liminar do HC, não sendo julgado o HC.

Dessa decisão denegatória não caberá habeas corpus.

Seria possível habeas corpus se a decisão do Relator fosse teratológica, despida de qualquer razoabilidade,

ainda que fosse denegatória de liminar.

A admissão de habeas corpus contra decisão liminar de Relator implicaria em supressão de instância, pois

o órgão colegiado na instância inferior ainda não julgou o HC efetivamente.

8.7. Competência para o habeas corpus Em razão da competência de habeas corpus, percebe-se que juiz ou colegiado de Tribunal tem

competência em relação à violência ou coação proveniente de autoridade ou de órgão de inferior hierarquia.

Juiz tem competência para julgar habeas corpus em relação a constrangimento de autoridades vinculadas a

outros poderes.

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Ex.: sendo autoridade coatora o servidor ou autoridade do ministério da fazenda poderá o habeas corpus

ser julgado pelo juiz de primeira instância. Além disso, também terá competência para julgar habeas corpus de

ato de particular.

E se o habeas corpus for impetrado contra ato proveniente de juizado especial criminal? O entendimento

pacificado é de que cabe à Turma Recursal para julgar o habeas corpus proveniente de ato do JECRIM. E se o

habeas corpus for impetrado contra ato proveniente da Turma Recursal? Neste caso, apesar da divergência,

entende-se que competência para julgar o habeas corpus será do TJ ou do TRF.

8.7.1 Competência do STF para julgar Habeas Corpus

O STF tem competência para julgar Habeas Corpus sendo paciente:

I) PRESIDENTE OU VICE-PRESIDENTE DA REPÚBLICA;

II) MEMBRO DO CONGRESSO NACIONAL;

III) MEMBRO DE TRIBUNAL SUPERIOR;

IV) PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICA;

IV) MINISTRO DE ESTADO;

V) COMANDANTE DAS FORÇAS ARMADAS;

VI) MINISTRO DO TCU;

VII) CHEFE DE MISSÃO DIPLOMÁTICA EM CARÁTER PERMANENTE;

O STF terá competência quando forem coatores ou pacientes:

I) Tribunais Superiores;

II) Autoridades ou funcionários, cujos atos estejam diretamente submetidos à jurisdição do STF: ex.:

presidente da república, quando for coator ou paciente, no HC, haverá julgamento pelo Supremo.

O mesmo ocorre em relação aos deputados federais;

III) Crimes sujeitos à jurisdição do STF numa única instância: se o crime será julgado pelo STF,

eventual HC a ser apreciado, será julgado pelo Supremo;

8.7.2 Competência do STJ para julgar habeas corpus

Com relação ao STJ, a competência será do STJ quando for coator ou paciente:

I) Governador do Estado ou do DF;

II) Desembargador;

III) membros do Tribunal de Contas dos Estados e do Distrito Federal;

IV) membros do Ministério Público da União que oficiem perante os Tribunais;

IV) membros dos Conselhos ou Tribunais de contas do Município;

V) membros dos TRF’s, dos TRE's e dos TRT’s;

VI) quando o coator for tribunal sujeito à sua jurisdição do STJ;

VII) coator for Ministro de Estado;

VIII) coator for Comandante da Marinha, do Exército ou da Aeronáutica;

Veja quando o paciente for ministro de estado será julgado pelo Supremo, assim como o caso do

Comandante da Marinha, do Exército ou da Aeronáutica. Em todos os casos fica ressalvada a competência da

Justiça Eleitoral.

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8.8 - Habeas corpus substitutivo de via ordinária recursal

Basicamente é, ao invés de recorrer em sentido estrito (RESE) ou de recurso ordinário constitucional, o

impetrante impetra HC na instância superior. Trata-se de uma faculdade outorgada ao interessado no sentido de

optar, ao invés de recurso, por habeas corpus substitutivo. Os Tribunais Superiores passaram a entender pelo não

cabimento do habeas corpus substitutivo. No entanto, sendo o caso teratológico, os Tribunais Superiores vem

agindo da seguinte forma: não conhecem do habeas corpus substitutivo, mas conhecem do habeas corpus de

ofício.

8.9 - Processamento do habeas corpus impetrado perante o juiz de direito O juiz recebe a petição, examina a possibilidade de concessão de liminar. O deferimento da liminar não se

condiciona da existência de um requerimento expresso, podendo o juiz conceder ainda que não tenha esse pedido

de liminar. Caso não haja a concessão da liminar e o paciente estiver preso, poderá o juiz determinar que a ele

sendo apresentado, procedendo o seu interrogatório. Esta apresentação do preso ao juiz é pouco utilizada.

O que há, para fins de substituição da apresentação do preso, é a requisição de informações ao coator, a

fim de que ele esclareça o porquê o sujeito está preso. Tendo sido apresentadas as informações requisitadas à

autoridade, o juiz então decidirá no prazo de 24 horas sobre a concessão ou não da ordem.

8.10 - Processamento do Habeas Corpus impetrado perante o Tribunal de Justiça e os Tribunais Regionais Federais

A petição de habeas corpus é protocolada, sendo dirigida ao presidente do Tribunal ou ao Relator. Poderá

o Relator indeferir liminarmente o HC. Neste caso, sendo indeferida liminarmente, deverá ser levada ao órgão

colegiado para deliberação, tendo em vista o indeferimento liminar da ordem. Na atualidade, o indeferimento

liminar do habeas corpus tem-se esgotado no julgamento monocrático do Relator. Isso porque o Novo CPC

dispõe que o Relator negará seguimento ao recurso manifestamente inadmissível, improcedente, prejudicado ou

em confronto com súmula ou jurisprudência dominante do Tribunal, do STF ou de Tribunal Superior. Então, a

partir dessa leitura, se a jurisprudência dominante ou a súmula já prejudica o habeas corpus, não haverá

necessidade de se levar o habeas corpus ao órgão colegiado, apesar da existência de previsão legal. Supondo que

não haja o indeferimento imediato, a autoridade deverá apreciar a possibilidade de concessão da liminar do HC.

Sendo deferida ou não essa liminar, serão requisitadas informações ao coator. O coator prestará informações, as

quais serão recebidas pelo desembargador Relator e aí o HC será julgado pelo colegiado competente. Se houver

empate, o presidente, caso não tenha participado, apresentará seu voto, que é o voto de minerva. Todavia, caso o

presidente tenha participado, e ainda assim houver empate, prevalecerá à decisão mais favorável ao réu.

8.11 - Processamento do Habeas Corpus impetrado perante os Tribunais Superiores

Neste caso, serão aplicadas as normas estabelecidas no CPP aos Tribunais de Justiça e aos Tribunais

Regionais Federais, além do que estiver previsto no regimento interno do Tribunal Superior.

8.12 - Impugnação das decisões no Habeas Corpus

Vindo a decisão de um juiz denegatória de um habeas corpus, e a decisão é do juiz de primeiro grau.

Sendo concessiva ou denegatória, caberá RESE. Ainda que tendo sido concessiva, e não tendo sido interposto o

RESE, o caso será de reexame necessário, devendo o juiz enviar os autos ao Tribunal. Se o acórdão foi proferido

por Tribunal em habeas corpus, qual seria o recurso cabível? Sendo denegatório o acórdão, caberá recurso

ordinário constitucional ao STJ. Sendo concessiva a ordem, caberá recurso especial ou recurso extraordinário, a

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depender do caso. Se for uma decisão sobre habeas corpus no âmbito STJ, TSE, TST, STM? Neste caso, sendo

denegatória, caberá recurso ordinário constitucional ao STF. Sendo concessiva, caberá no máximo um recurso

extraordinário, visto que foi o próprio STF quem julgou.

8.13 - Habeas corpus e soberania do Tribunal do Júri:

Há duas hipóteses previstas no art. 648 (incisos I e VI) autorizando a concessão de habeas corpus, ainda que

haja sentença condenatória com trânsito em julgado. Se o Tribunal, tomando conhecimento da impetração,

verificar que inexistia justa causa para a ação penal – exemplo disso seria a nítida ausência de prova do corpo de

delito –, poderia conceder a ordem para, anulando todo o processo, determinar o trancamento da persecução

criminal.

Excepcionalmente, surgindo novas provas nesse caso e não tendo ocorrido a prescrição, poderia o

Ministério Público propor novamente a ação penal, a ser julgada no Tribunal do Júri. Não se trata de decisão de

mérito propriamente dito (verificação da veracidade ou não da imputação fática realizada pelo órgão acusatório),

subtraindo a competência constitucional dos jurados, implicando no acolhimento ou na rejeição do pedido, mas

condição para que subsista a ação penal, possibilitando, então, o julgamento da eventual culpa do acusado.

Por outro lado, pode o Tribunal, em caso de impetração de habeas corpus, igualmente, constatar a

manifesta nulidade do processo, porque inexistiu, por exemplo, o acompanhamento de defensor técnico, tendo o

magistrado admitido apenas a presença de estagiário de Direito. Anula-se o feito, que já contava com decisão

condenatória com trânsito em julgado, porém, oferecida nova denúncia, reparado o erro, haverá normal

julgamento pelo Tribunal Popular.

Essas medidas são válidas, uma vez que o habeas corpus, de status constitucional, tem por finalidade

justamente impedir coações ilegais, de onde quer que elas partam. Logicamente, as hipóteses supra aventadas são

raras, pois, como regra, o réu teve oportunidade de recorrer da decisão condenatória e o Tribunal já avaliou

exatamente a justa causa e se houve ou não a nulidade absoluta. Entretanto, se o acusado teve defensor dativo,

apenas para ilustrar, que não se preocupou em evidenciar a falta de prova da materialidade do crime, nem

tampouco recorreu da condenação produzida pelo Tribunal do Júri, parece-nos viável a anulação do processo por

habeas corpus. Não se impede, naturalmente, que o sentenciado prefira o caminho da revisão criminal para, de

forma idêntica, chegar ao resultado supraexposto.

8.14 - Cabimento do mandado de segurança contra ato jurisdicional: A Súmula 267 do Supremo Tribunal Federal preceitua que “não cabe mandado de segurança contra ato

judicial passível de recurso ou correição”. Embora não revogada expressamente, já foi afastada por inúmeros

julgados em todo o País, especialmente em casos teratológicos, isto é, quando aguardar a solução do recurso

implicar em perecimento de direito. Atualmente, conforme expusemos na nota anterior, parece-nos clara a

viabilidade de ingressar com mandado de segurança contra decisão judicial da qual caiba recurso sem efeito

suspensivo (art. 5.º, II, Lei 12.016/2009).

Na Jurisprudência:

TJ-SP: “Mandado de Segurança. Crimes fiscais e financeiros. Quebra do sigilo fiscal e bancário.

Indeferimento pela autoridade impetrada. Insurgência. Dúvidas quanto à competência e materialidade dos

delitos. Ausência de direito líquido e certo. Segurança denegada. (...) Consoante entendimento doutrinário e

jurisprudencial, o remédio heroico é meio admissível de combate a decisões judiciais maculadas por ilegalidade

ou abuso de poder que resultem em ofensa a direito líquido e certo. De fato, o magistrado também é uma

autoridade pública e não há razoabilidade em se por fim à ilegalidade praticada por autoridade não judiciária em

tempo diminuto, devido ao rito célere do MS, e impor àquele se sofre da mesma ilegalidade, mas desta vez,

provocada por membro do judiciário, uma tutela estatal mais tardia. In casu, certa particularidade circunda a

pretensão de reforma da decisão judicial, haja vista que o pronunciamento se deu no âmbito de procedimento

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DIREITO PROCESSUAL PENAL

investigatório criminal, de natureza administrativa. Em caso análogo, o Superior Tribunal de Justiça já se

pronunciou pela necessidade do conhecimento de MS impetrado pelo Parquet contra o indeferimento da quebra

de sigilo requerida em procedimento investigatório: Processual Civil. Administrativo. Ministério Público.

Quebra de sigilo bancário. Natureza da decisão denegatória. Meio de impugnação cabível. 1. Caso concreto em

que o Parquet solicita administrativamente a quebra de sigilo bancário no âmbito de procedimento investigatório

ministerial. Após negativa do juízo de 1.º grau, o Ministério Público impetrou Mandado de Segurança, do qual o

Tribun al de origem não conheceu, sob o fundamento de que o meio de impugnação cabível é o Agravo de

Instrumento. (...) 4. Necessário adotar a técnica hermenêutica do distinguishing para concluir pela

inaplicabilidade da Súmula 267 do STF (“Não cabe mandado de segurança contra ato judicial passível de recurso

ou correição”), pois todos os seus precedentes de inspiração referem-se à inviabilidade do writ contra ato

jurisdicional típico e passível de modificação mediante recurso ordinário, o que não se amolda à espécie. 5. (...).

6. Recurso Ordinário em Mandado de Segurança provido, tão somente para determinar que o Tribunal a quo

enfrente o mérito do mandamus” (RMS 31362 – GO, rel. Min. Herman Benjamin, T2 – Segunda Turma, data do

julgamento: 17.08.2010)” (MS. 990.10.325195-4, 16.ª C., rel. Almeida Toledo, 23.11.2010, v.u.).

8.14 - Cabimento do Mandado de Segurança contra decisão com trânsito em julgado: A Súmula 268 do Supremo Tribunal Federal estipula que “não cabe mandado de segurança contra decisão

judicial com trânsito em julgado”. Permanecia a divergência doutrinária e jurisprudencial a respeito. Parece-nos,

no entanto, desnecessária a utilização do mandado de segurança nesse caso, pois o réu – e somente ele, visto não

existir revisão em favor da sociedade – pode valer-se do habeas corpus ou de revisão criminal para fazer cessar

algum constrangimento ilegal gerado por sentença com trânsito em julgado. De todo modo, o art. 5.º, III, da Lei

12.106/2009, confirma a Súmula 268 e veda a utilização do mandado de segurança contra decisão judicial

transitada em julgado.

8.15 - Aspectos importantes do processamento: a) petição inicial: recebida a inicial, acompanhada dos documentos necessários, sempre em duas

vias, decidido o pedido de concessão de liminar (se existente), determina-se a colheita de informações da

autoridade apontada como coatora (para quem se destina uma das vias da inicial e dos documentos). Esta, como

representante da pessoa jurídica, prestará os informes necessários, justificando a medida que tomou. Ressaltese

que a notificação feita para a obtenção das informações vale como citação da pessoa jurídica de direito público,

embora o art. 7.º, II, da Lei 12.016/2009, agora deixe claro ser necessário cientificar a pessoa jurídica interessada.

Em matéria penal, não há valor da causa preciso;

b) direito líquido e certo: impetra-se mandado de segurança para assegurar o respeito a direito

líquido e certo, aquele que pode ser comprovado, de plano, pela apresentação de documentos, não comportando

valoração subjetiva de provas. Aliás, é inadmissível a dilação probatória, ouvindo-se, por exemplo, testemunhas.

Nada impede, no entanto, a requisição de algum documento importante ou a juntada, pelo próprio impetrante, após

o oferecimento da inicial;

c) prazo para ajuizamento: o prazo decadencial para a impetração, contado da data em que o

interessado tomar conhecimento do ato abusivo, é de 120 dias. Em matéria penal, dada à urgência que o caso

sempre requer, dificilmente a parte aguardaria tanto tempo para a propositura;

d) custas, despesas e honorários: prevalece, ainda, o entendimento de que não há condenação em

honorários advocatícios (Súmula 512 do STF), confirmada a posição pelo art. 25 da Lei 12.016/2009. Arcará com

as custas e despesas processuais a parte perdedora;

e) efeitos da sentença sobre a liminar: ao final, concedida a ordem, se anteriormente foi deferida

a liminar, fica esta absorvida pela decisão de mérito. Caso seja denegada, por óbvio, a liminar perde o efeito

(Súmula 405, STF);

f) participação do Ministério Público: na esfera cível, o Ministério Público deve ser ouvido

sempre,

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DIREITO PROCESSUAL PENAL

como custos legis (fiscal da lei), conforme dispõe o art. 12 da Lei 12.016/2009. Na área criminal, depende. Se o

réu impetrar mandado de segurança contra ato do delegado, por exemplo, caberá o julgamento ao juiz e será

ouvido, como litisconsorte necessário, o órgão acusatório. Sendo este o Ministério Público, não tem sentido ser

ele ouvido, novamente, como custos legis. Se a acusação for promovida pelo ofendido, no entanto, ouve-se este,

como litisconsorte necessário, e o representante do Ministério Público, como custos legis. Quando o réu ajuizar

mandado de segurança no Tribunal, contra ato do juiz, será ouvida a Procuradoria-Geral de Justiça (ou

Procuradoria-Geral da República, se na área federal), que atuará como custos legis. Não há necessidade de ser

litisconsorte o representante do Ministério Público de primeiro grau. Se o autor do mandado de segurança for o

promotor ou procurador da República, contra ato do juiz, dá-se o mesmo: será ouvida a Procuradoria, como

custos legis;

g) recursos cabíveis: denegado ou concedido o mandado de segurança pelo juiz (quando impetrado,

por exemplo, contra delegado), cabe apelação da parte interessada. Denegado o mandado de segurança pelo

Tribunal de Justiça ou pelo Tribunal Regional Federal, cabe o recurso ordinário constitucional para o STJ (art.

105, II, b, CF). Se a denegação couber ao Superior Tribunal de Justiça, ingressa-se com recurso ordinário

constitucional dirigido ao Supremo Tribunal Federal (art. 102, II,a , CF). Concedida a ordem pelo Tribunal, não

cabe recurso, exceto as hipóteses excepcionais do recurso especial ou extraordinário.

CAPÍTULO X DO HABEAS CORPUS E SEU PROCESSO

Art. 647. Dar-se-á habeas corpus sempre que alguém sofrer ou se achar na iminência de

sofrer violência ou coação ilegal na sua liberdade de ir e vir, salvo nos casos de punição

disciplinar.

Art. 648. A coação considerar-se-á ilegal:

I - quando não houver justa causa;

II - quando alguém estiver preso por mais tempo do que determina a lei;

III - quando quem ordenar a coação não tiver competência para fazê-lo;

IV - quando houver cessado o motivo que autorizou a coação;

- quando não for alguém admitido a prestar fiança, nos casos em que a lei a autoriza; VI -

quando o processo for manifestamente nulo; VII - quando extinta a punibilidade.

Art. 649. O juiz ou o tribunal, dentro dos limites da sua jurisdição, fará passar

imediatamente a ordem impetrada, nos casos em que tenha cabimento, seja qual for a autoridade

coatora.

Art. 650. Competirá conhecer, originariamente, do pedido de habeas corpus:

I - ao Supremo Tribunal Federal, nos casos previstos no Art. 101, I, g, da Constituição;

II - aos Tribunais de Apelação, sempre que os atos de violência ou coação forem atribuídos aos

governadores ou interventores dos Estados ou Territórios e ao prefeito do Distrito Federal, ou a

seus secretários, ou aos chefes de Polícia.

§ 1o A competência do juiz cessará sempre que a violência ou coação provier de autoridade

judiciária de igual ou superior jurisdição.

§ 2o Não cabe o habeas corpus contra a prisão administrativa, atual ou iminente, dos

responsáveis por dinheiro ou valor pertencente à Fazenda Pública, alcançados ou omissos em

fazer o seu recolhimento nos prazos legais, salvo se o pedido for acompanhado de prova de

quitação ou de depósito do alcance verificado, ou se a prisão exceder o prazo legal.

Art. 651. A concessão do habeas corpus não obstará, nem porá termo ao processo, desde

que este não esteja em conflito com os fundamentos daquela.

Art. 652. Se o habeas corpus for concedido em virtude de nulidade do processo, este será

renovado.

Art. 653. Ordenada a soltura do paciente em virtude de habeas corpus, será condenada nas

custas a autoridade que, por má-fé ou evidente abuso de poder, tiver determinado a coação.

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DIREITO PROCESSUAL PENAL

Parágrafo único. Neste caso, será remetida ao Ministério Público cópia das peças necessárias

para ser promovida a responsabilidade da autoridade.

Art. 654. O habeas corpus poderá ser impetrado por qualquer pessoa, em seu favor ou de

outrem, bem como pelo Ministério Público. § 1o A petição de habeas corpus conterá:

a) o nome da pessoa que sofre ou está ameaçada de sofrer violência ou coação e o de quem

exercer a violência, coação ou ameaça;

b) a declaração da espécie de constrangimento ou, em caso de simples ameaça de coação, as

razões em que funda o seu temor;

c) a assinatura do impetrante, ou de alguém a seu rogo, quando não souber ou não puder

escrever, e a designação das respectivas residências.

§ 2o Os juízes e os tribunais têm competência para expedir de ofício ordem de habeas

corpus, quando no curso de processo verificarem que alguém sofre ou está na iminência de

sofrer coação ilegal.

Art. 655. O carcereiro ou o diretor da prisão, o escrivão, o oficial de justiça ou a

autoridade judiciária ou policial que embaraçar ou procrastinar a expedição de ordem de habeas

corpus, as informações sobre a causa da prisão, a condução e apresentação do paciente, ou a sua

soltura, será multado na quantia de duzentos mil-réis a um conto de réis, sem prejuízo das penas

em que incorrer. As multas serão impostas pelo juiz do tribunal que julgar o habeas corpus,

salvo quando se tratar de autoridade judiciária, caso em que caberá ao Supremo Tribunal

Federal ou ao Tribunal de Apelação impor as multas.

Art. 656. Recebida a petição de habeas corpus, o juiz, se julgar necessário, e estiver preso

o paciente, mandará que este Ihe seja imediatamente apresentado em dia e hora que designar.

Parágrafo único. Em caso de desobediência, será expedido mandado de prisão contra o

detentor, que será processado na forma da lei, e o juiz providenciará para que o paciente seja

tirado da prisão e apresentado em juízo.

Art. 657. Se o paciente estiver preso, nenhum motivo escusará a sua apresentação, salvo:

I - grave enfermidade do paciente;

Il - não estar ele sob a guarda da pessoa a quem se atribui a detenção;

III - se o comparecimento não tiver sido determinado pelo juiz ou pelo tribunal.

Parágrafo único. O juiz poderá ir ao local em que o paciente se encontrar, se este não puder

ser apresentado por motivo de doença.

Art. 658. O detentor declarará à ordem de quem o paciente estiver preso. Art.

659. Se o juiz ou o tribunal verificar que já cessou a violência ou coação ilegal,

julgará prejudicado o pedido. Art. 660. Efetuadas as diligências, e interrogado o

paciente, o juiz decidirá, fundamentadamente, dentro de 24 (vinte e quatro) horas.

§ 1o Se a decisão for favorável ao paciente, será logo posto em liberdade, salvo

se por outro motivo dever ser mantido na prisão.

§ 2o Se os documentos que instruírem a petição evidenciarem a ilegalidade da

coação, o juiz ou o tribunal ordenará que cesse imediatamente o constrangimento.

§ 3o Se a ilegalidade decorrer do fato de não ter sido o paciente admitido a

prestar fiança, o juiz arbitrará o valor desta, que poderá ser prestada perante ele,

remetendo, neste caso, à autoridade os respectivos autos, para serem anexados aos do

inquérito policial ou aos do processo judicial.

§ 4o Se a ordem de habeas corpus for concedida para evitar ameaça de violência

ou coação ilegal, dar-se-á ao paciente salvo-conduto assinado pelo juiz.

§ 5o Será incontinenti enviada cópia da decisão à autoridade que tiver ordenado a

prisão ou tiver o paciente à sua disposição, a fim de juntar-se aos autos do processo.

§ 6o Quando o paciente estiver preso em lugar que não seja o da sede do juízo ou

do tribunal que conceder a ordem, o alvará de soltura será expedido pelo telégrafo, se

houver, observadas as formalidades estabelecidas no art. 289, parágrafo único, in fine,

ou por via postal.

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DIREITO PROCESSUAL PENAL

Art. 661. Em caso de competência originária do Tribunal de Apelação, a petição

de habeas corpus será apresentada ao secretário, que a enviará imediatamente ao

presidente do tribunal, ou da câmara criminal, ou da turma, que estiver reunida, ou

primeiro tiver de reunir-se.

Art. 662. Se a petição contiver os requisitos do art. 654, § 1o, o presidente, se

necessário, requisitará da autoridade indicada como coatora informações por escrito.

Faltando, porém, qualquer daqueles requisitos, o presidente mandará preenchê-lo, logo

que Ihe for apresentada a petição.

Art. 663. As diligências do artigo anterior não serão ordenadas, se o presidente

entender que o habeas corpus deva ser indeferido in limine. Nesse caso, levará a

petição ao tribunal, câmara ou turma, para que delibere a respeito.

Art. 664. Recebidas as informações, ou dispensadas, o habeas corpus será

julgado na primeira sessão, podendo, entretanto, adiar-se o julgamento para a sessão

seguinte.

Parágrafo único. A decisão será tomada por maioria de votos. Havendo empate,

se o presidente não tiver tomado parte na votação, proferirá voto de desempate; no

caso contrário, prevalecerá a decisão mais favorável ao paciente.

Art. 665. O secretário do tribunal lavrará a ordem que, assinada pelo presidente

do tribunal, câmara ou turma, será dirigida, por ofício ou telegrama, ao detentor, ao

carcereiro ou autoridade que exercer ou ameaçar exercer o constrangimento.

Parágrafo único. A ordem transmitida por telegrama obedecerá ao disposto no

art. 289, parágrafo único, in fine.

Art. 666. Os regimentos dos Tribunais de Apelação estabelecerão as normas

complementares para o processo e julgamento do pedido de habeas corpus de sua

competência originária.

Art. 667. No processo e julgamento do habeas corpus de competência originária do

Supremo Tribunal Federal, bem como nos de recurso das decisões

Art. 660. Efetuadas as diligências, e interrogado o paciente, o juiz decidirá,

fundamentadamente, dentro de 24 (vinte e quatro) horas.

§ 1o Se a decisão for favorável ao paciente, será logo posto em liberdade, salvo se por outro

motivo dever ser mantido na prisão.

§ 2o Se os documentos que instruírem a petição evidenciarem a ilegalidade da coação, o juiz

ou o tribunal ordenará que cesse imediatamente o constrangimento.

§ 3o Se a ilegalidade decorrer do fato de não ter sido o paciente admitido a prestar fiança, o

juiz arbitrará o valor desta, que poderá ser prestada perante ele, remetendo, neste caso, à

autoridade os respectivos autos, para serem anexados aos do inquérito policial ou aos do processo

judicial.

§ 4o Se a ordem de habeas corpus for concedida para evitar ameaça de violência ou coação

ilegal, dar-se-á ao paciente salvo-conduto assinado pelo juiz.

§ 5o Será incontinenti enviada cópia da decisão à autoridade que tiver ordenado a prisão ou

tiver o paciente à sua disposição, a fim de juntar-se aos autos do processo.

§ 6o Quando o paciente estiver preso em lugar que não seja o da sede do juízo ou do tribunal

que conceder a ordem, o alvará de soltura será expedido pelo telégrafo, se houver, observadas as

formalidades estabelecidas no art. 289, parágrafo único, in fine, ou por via postal.

Art. 661. Em caso de competência originária do Tribunal de Apelação, a petição de habeas

corpus será apresentada ao secretário, que a enviará imediatamente ao presidente do tribunal, ou

da câmara criminal, ou da turma, que estiver reunida, ou primeiro tiver de reunir-se.

Art. 662. Se a petição contiver os requisitos do art. 654, § 1o, o presidente, se necessário,

requisitará da autoridade indicada como coatora informações por escrito. Faltando, porém,

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DIREITO PROCESSUAL PENAL

qualquer daqueles requisitos, o presidente mandará preenchê-lo, logo que Ihe for apresentada a

petição.

Art. 663. As diligências do artigo anterior não serão ordenadas, se o presidente entender que

o habeas corpus deva ser indeferido in limine. Nesse caso, levará a petição ao tribunal, câmara ou

turma, para que delibere a respeito.

Art. 664. Recebidas as informações, ou dispensadas, o habeas corpus será julgado na

primeira sessão, podendo, entretanto, adiar-se o julgamento para a sessão seguinte.

Parágrafo único. A decisão será tomada por maioria de votos. Havendo empate, se o

presidente não tiver tomado parte na votação, proferirá voto de desempate; no caso contrário,

prevalecerá a decisão mais favorável ao paciente.

Art. 665. O secretário do tribunal lavrará a ordem que, assinada pelo presidente do tribunal,

câmara ou turma, será dirigida, por ofício ou telegrama, ao detentor, ao carcereiro ou autoridade

que exercer ou ameaçar exercer o constrangimento.

Parágrafo único. A ordem transmitida por telegrama obedecerá ao disposto no art. 289,

parágrafo único, in fine.

Art. 666. Os regimentos dos Tribunais de Apelação estabelecerão as normas complementares

para o processo e julgamento do pedido de habeas corpus de sua competência originária.

Art. 667. No processo e julgamento do habeas corpus de competência originária do Supremo

Tribunal Federal, bem como nos de recurso das decisões de última ou única instância,

denegatórias de habeas corpus, observar-se-á, no que Ihes for aplicável, o disposto nos artigos

anteriores, devendo o regimento interno do tribunal estabelecer as regras complementares.

01 Ano: 2018 Banca: FCC Órgão: DPE-AP Prova: Defensor Público Segundo a jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça, é cabível habeas corpus

a) para aplicação de prisão domiciliar, mas vedado para afastar pena acessória de perda de cargo público.

b) para trancar ação penal em caso de atipicidade da conduta, mas vedado para discutir ausência de justa causa

para a ação penal.

c) para reexame do regime inicial de cumprimento de pena, mas vedado para reexame de dosimetria da pena.

d) em caráter preventivo, mas vedado contra decisão que denega liminar de maneira teratológica.

e) para revogar a prisão preventiva, mas vedado para revogação de fiança arbitrada.

02 Ano: 2018 Banca: CESPE Órgão: DPE-PE Prova: Defensor Público Conforme o

entendimento do STF, o habeas corpus será:

a) cabível para questionar constrangimento gerado pela imposição de ônus de custas processuais.

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DIREITO PROCESSUAL PENAL

b) incabível contra decisão que aplicar medidas cautelares diversas da prisão, por não haver afronta ao direito de

locomoção.

c) cabível para arguir o impedimento ou a suspeição de magistrado, mesmo quando a alegação depender de dilação

probatória.

d) incabível contra decisão que substituir pena privativa de liberdade por pena pecuniária.

e) cabível para arguir nulidade absoluta, ainda que a sentença penal condenatória já tenha transitado em julgado.

03 Ano: 2018 Banca: CESPE Órgão: PC-MA Prova: Delegado de Polícia Uma autoridade policial determinou a instauração de inquérito policial para apurar a prática de suposto crime de

homicídio. Entretanto, realizadas as necessárias diligências, constatou-se que a punibilidade estava extinta em

razão da prescrição.

Nessa situação,

a) é cabível recurso em sentido estrito com o objetivo de trancar o inquérito policial, mas somente após a decisão

que recebe a denúncia.

b) não há instrumento processual capaz de trancar o inquérito policial.

c) poderá ser impetrado habeas corpus com o objetivo de trancar o inquérito policial.

d) poderá ser impetrado mandado de segurança contra o ato da autoridade policial para trancar o inquérito policial.

e) é cabível recurso de apelação com o objetivo de trancar o inquérito policial, mas somente em caso de sentença

penal condenatória.

04 Ano: 2018 Banca: CESPE Órgão: PC-MA Prova: Escrivão de Polícia Civil Texto 1A2AAA

Em determinada comarca de um estado da Federação, em razão de uma denúncia anônima e após a realização de

diligências, a polícia civil prendeu Maria, de dezoito anos de idade, que supostamente traficava maconha em

uma praça nas proximidades da escola pública onde ela estudava. Levada à delegacia de polícia local, Maria foi

autuada e indiciada. Depois de reunidos elementos informativos suficientes, o delegado elaborou um relatório

com a descrição dos fatos, apontando os indícios de autoria. Com o encerramento das investigações, o inquérito

policial foi encaminhado à autoridade competente.

Considere que os seguintes fatos sejam adicionais à situação hipotética descrita no texto 1A2AAA. Presa

preventivamente, Maria teve pedido de liberdade provisória indeferido pelo juiz da comarca, sob o fundamento

de que ela havia confessado o delito no interrogatório policial e de que a pena do crime, abstratamente

considerada, é superior a quatro anos de reclusão. Cientificado pessoalmente da decisão, o defensor público

impetrou habeas corpus no tribunal de justiça.

Nesse caso, o habeas corpus

a) reparará a violação ao direito de ir e vir de Maria, direito esse de responsabilidade da autoridade policial que

não arbitrou fiança, o que configura coação ilegal, visto que a paciente foi mantida presa por tempo superior

ao permitido.

b) é inadmissível, devendo ser indeferido de plano, porque Maria confessou o delito.

c) poderá ser acolhido, visto que a fundamentação apresentada para negar o pedido de liberdade provisória foi

insuficiente por não tratar dos requisitos legais para a manutenção da prisão preventiva.

d) constitui pretensão de natureza constitutiva, com vistas à concessão de salvo conduto.

e) constitui ação autônoma de natureza constitucional, razão por que tem por princípios a celeridade, a

formalidade e a gratuidade.

05 Ano: 2017 Banca: CESPE Órgão: DPE-AC Prova: Defensor Público É

cabível habeas corpus:

a) contra decisão que condene, unicamente, a pena pecuniária.

b) contra decisão que tenha indeferido liminar em outro habeas corpus.

c) caso se busque o reconhecimento da decadência.

d) quando já extinta a pena privativa de liberdade.

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DIREITO PROCESSUAL PENAL

e) contra decisão ofensiva à legislação federal nos fundamentos da condenação criminal com pena privativa de

liberdade.

06 Ano: 2017 Banca: MPE-SP Órgão: MPE-SP Prova: Promotor de Justiça Assinale a

alternativa correta.

a) É cabível a utilização de habeas corpus contra a autoridade policial que instaura inquérito policial, em razão

de requisição do Ministério Público, para apuração de crime já definitivamente julgado. b) A existência de

recurso judicial próprio impede o conhecimento de habeas corpus.

c) O habeas corpus, por ser uma ação mandamental de caráter penal, não é cabível nos casos de prisão civil do

devedor de alimentos.

d) O habeas corpus não é cabível a quem tenha sido beneficiado com a suspensão condicional do processo.

e) O habeas corpus não é cabível para trancamento de ação instaurada pela prática de infração penal punida apenas

com pena de multa.

07 Ano: 2017 Banca: CESPE Órgão: DPU Prova: Defensor Público A respeito do habeas corpus e da prisão preventiva, julgue o item seguinte, considerando, no que for pertinente, o

entendimento dos tribunais superiores.

( ) Situação hipotética: Determinado DP, inconformado com a prisão preventiva de um de seus assistidos,

impetrou habeas corpus no STJ com pedido liminar de soltura. O ministro relator negou a medida antecipatória,

em decisão monocrática fundamentada. Assertiva: Nessa situação, contra a decisão monocrática que indeferiu a

liminar não cabe novo habeas corpus para o STF.

08 Ano: 2017 Banca: IBADE Órgão: PC-AC Prova: Delegado de Polícia Sobre

habeas corpus assinale a alternativa correta.

a) Não cabe habeas corpus contra ato de Delegado de Polícia.

b) O delegado de policia não pode impetrar habeas corpus.

c)Para a doutrina, o habeas corpus, a revisão criminal e o mandado de segurança não são recursos e sim ações

autônomas de impugnação.

d) O habeas corpus não pode ser concedido de ofício pelo Juiz ou tribunal.

e) O habeas corpus contra ato de Delegado de Polícia deve ser julgado pelo Tribunal de Justiça.

09 Q692978 Ano: 2016 Banca: FUNCAB Órgão: PC-PA Prova: Escrivão de Polícia Civil A expressão habeas corpus traduz-se literalmente do latim para o português como “tome o corpo”. Em relação ao

habeas corpus no direito brasileiro, é possível afirmar que:

a) o Ministério Público não possui legitimidade para impetrar habeas corpus em favor do réu de um processo.

b) o habeas corpus profilático é cabível na hipótese de já ter sido consumado o constrangimento ilegal à liberdade.

c) o coator pode ser tanto uma autoridade quanto um particular.

d) pessoa jurídica pode figurar como paciente em habeas corpus.

e) de acordo com entendimento majoritário na doutrina e na jurisprudência, admite-se que a petição de habeas

corpus seja apócrifa.

10 Ano: 2016 Banca: CESPE Órgão: PC-PE Prova: Agente de Polícia Assinale a opção correta acerca do habeas corpus, considerando os princípios constitucionais, as normas atinentes

e os procedimentos próprios dos juizados especiais criminais.

a) O juizado especial criminal tem competência para julgar infrações penais de menor potencial ofensivo,

assim consideradas as contravenções penais e os crimes a que a lei comine pena máxima não superior a dois anos,

cumulada ou não com multa.

b) As competências dos juizados especiais criminais são fixadas com base nas penas máximas cominadas

aos tipos; portanto, as suas normas são também aplicáveis às hipóteses de crimes praticados em contexto de

violência doméstica contra a mulher, desde que a pena de detenção máxima prevista não ultrapasse dois anos.

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DIREITO PROCESSUAL PENAL

c) Sendo mais favoráveis ao réu os procedimentos dos juizados especiais, a eles competirá julgar os crimes

de pequeno potencial ofensivo, mesmo se conexos com infrações da competência do juízo criminal comum ou do

tribunal do júri.

d) Qualquer pessoa tem legitimidade para impetrar habeas corpus, mas só o advogado regularmente inscrito

na Ordem dos Advogados do Brasil tem capacidade postulatória para fazê-lo perante os tribunais superiores.

e) No caso de suspeito preso em flagrante delito, o Ministério Público, como titular da ação penal, está

impedido de impetrar habeas corpus, pois é sua a obrigação de iniciar o processo persecutório.

11 Ano: 2016 Banca: VUNESP Órgão: TJM-SP Prova: Juiz de Direito Quanto ao cabimento do habeas corpus em nosso sistema jurídico, assinale a alternativa correta.

a) O habeas corpus, do ponto de vista do rigor técnico, é um autêntico recurso, ainda que não catalogado no

próprio Código de Processo Penal como tal.

b) O habeas corpus, nos crimes ambientais, pode ser impetrado em favor de pessoa jurídica, pois há previsão

de responsabilidade penal do ente coletivo.

c) A impetração do habeas corpus depende de procuração, a fim de comprovar a capacidade postulatória.

d) O recurso cabível contra a decisão denegatória do habeas corpus nos Tribunais inferiores é o Recurso

Ordinário Constitucional.

e) O habeas corpus é meio idôneo para discussão da pena de multa.

12 Ano: 2016 Banca: VUNESP Órgão: TJ-RJ Prova: Juiz de Direito Analise o caso a seguir e assinale a alternativa correta. X, empresário do ramo alimentício, teve decretada a

falência de sua empresa, em 20 de outubro de 2009. Tendo o administrador judicial, em relatório circunstanciado,

apontado indícios de desvio e venda das mercadorias da massa falida, o Ministério Público requisitou a

instauração de inquérito, a fim de apurar a prática de crime falimentar por X, sócio gerente da empresa.

Encerradas as investigações, o Ministério Público ofereceu denúncia, junto ao Juízo Criminal da Jurisdição em

que foi decretada a falência, sendo a exordial recebida, iniciando-se o processo. Citado, X apresenta resposta à

acusação, postulando por sua absolvição sumária, alegando faltar justa causa para a ação penal, uma vez que, por

força de agravo interposto junto ao Tribunal, a falência da empresa foi revertida. O Juízo não absolve

sumariamente X, dando prosseguimento ao processo. X então impetra habeas corpus, junto ao Tribunal de Justiça.

a) Tendo a Lei n° 11.101/2005 previsto o procedimento sumário para o processo e julgamento de crime

falimentar, não é possível ao acusado apresentar resposta à acusação, prevista no artigo 396-A, do CPP.

b) O Tribunal de Justiça haveria de conceder a ordem, para trancar a ação penal, por ausência de condição

de punibilidade do crime falimentar.

c) A ação penal é nula, por incompetência do Juízo, pois, nos termos da Lei n°11.101/2005, é competente

para julgar crime falimentar o Juízo que decretou a falência.

d) O Ministério Público não poderia ter oferecido denúncia em face de X, por crime falimentar, por faltar

condição de procedibilidade, já que a ação é pública condicionada à representação dos credores. e) O Tribunal de

Justiça haveria de denegar a ordem, haja vista a independência das esferas.

GABARITO : 01: 02: 03: 04: 05: 06: 07: 08: 09: 10: 11: 12:

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DIREITO PROCESSUAL PENAL

AULA 09 - PROCESSO E JULGAMENTO DOS CRIMES DE RESPONSABILIDADE DOS FUNCIONÁRIOS PÚBLICOS

Os crimes de responsabilidade de funcionários públicos, quando autênticos, são infrações político

administrativas, normalmente julgadas por órgãos políticos, como o Senado Federal, a Assembleia do Estado ou

mesmo a Câmara Municipal, determinando, como penalidade, a perda do cargo ou função pública, ou

inabilitando o réu ao seu exercício por certo período. Não é o caso aqui previsto. Cuida-se apenas dos delitos

cometidos por funcionários públicos, no exercício da sua função, logo, são crimes funcionais. Estão previstos

nos arts. 312 a 326 do Código Penal.

Art. 513. Nos crimes de responsabilidade1-2 dos funcionários públicos, cujo processo e

julgamento competirão aos juízes de direito, a queixa ou a denúncia será instruída com

documentos ou justificação que façam presumir a existência do delito ou com declaração

fundamentada da impossibilidade de apresentação de qualquer dessas provas.

9.1 - CRIMES FUNCIONAIS PRÓPRIOS E IMPRÓPRIOS

Trata-se de denominação doutrinária dada aos delitos que somente o funcionário público pode praticar

(próprios) e aos que outras pessoas podem cometer (impróprios), respondendo como incursas em outro tipo

penal. Exemplos: somente o funcionário pode cometer concussão (funcional próprio), mas, na segunda hipótese,

um particular pode cometer peculato-furto, que passa a ser considerado simples furto (funcional impróprio).

Obviamente, se há concurso de pessoas, aplica-se a regra prevista no art. 30 do Código Penal, estendendo-se a

condição de funcionário público ao sujeito que não a detém, por se tratar de elementar. Assim, caso duas pessoas

subtraiam bens de determinada repartição pública, uma delas sendo funcionário público, com o conhecimento da

outra, responderão por peculato-furto.

A referência expressa aos juízes de direito, serve para demonstrar que os crimes de responsabilidade

autênticos (infrações político-administrativas) não são objeto de regulação deste tema, mas somente os delitos

funcionais punidos com penas privativas de liberdade ou multa.

É importante lembrarmos que Inquérito Policial pode ser dispensável justamente porque a denúncia pode

ser oferecida, fazendo-se acompanhar apenas por documentos ou qualquer outro elemento que torne justificável

a ação penal, é preciso garantir que, antes do recebimento da denúncia, possa o funcionário oferecer sua

impugnação. Isso não significa, entretanto, que a prova pré-constituída, para dar justa causa à ação penal, seja

afastada. Necessita-se interpretar com a devida cautela a dispensabilidade do inquérito policial nesse contexto.

Aliás, o mais indicado é sempre promover a investigação policial antes de se ingressar com ação penal contra

quem quer que seja, pois se consegue evitar grave situação de constrangimento ilegal, que seria a admissibilidade

da ação sem prova preexistente.

Art. 514. Nos crimes afiançáveis, estando a denúncia ou queixa em devida forma, o

juiz mandará autuá-la e ordenará a notificação do acusado, para responder por escrito, dentro

do prazo de 15 (quinze) dias.

Parágrafo único. Se não for conhecida a residência do acusado, ou este se achar fora da

jurisdição do juiz, ser-lhe-á nomeado defensor, a quem caberá apresentar a resposta

preliminar.

Somente os crimes afiançáveis serão objeto do procedimento especial previsto neste tema. Abrange todos

os delitos no contexto dos artigos. 312 a 325, do CP. Veja, também, os artigos. 323 e 324 do CPP.

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DIREITO PROCESSUAL PENAL

Na hipótese de, juntamente com o delito funcional, estar o funcionário respondendo por outras infrações

penais comuns, afasta-se o seu direito à notificação para manifestação prévia ao recebimento da denúncia.

Explica-se essa posição pelo fato de que o crime comum não prescinde, como regra, do inquérito, de modo que,

se todos estão unidos na mesma denúncia, é de se pressupor tenham sido investigados e apurados da mesma

forma. Excepcionalmente, se o inquérito instrui a denúncia no tocante ao crime comum e outros documentos

servem para sustentá-la em relação ao delito funcional, é preciso providenciar a defesa preliminar. Na

jurisprudência: (a) dispensa-se a defesa preliminar:

STF: “1. Havendo imputação de crimes funcionais e não funcionais, não se aplica o

procedimento previsto nos arts. 513 e seguintes do Código de Processo Penal, a tornar

prescindível a fase de resposta preliminar nele prevista. Precedentes.

2. Em face da prescindibilidade desse ato, é irrelevante que, por ocasião da

apresentação da resposta prevista no art. 514 do Código de Processo Penal, facultada pelo juízo

de primeiro grau ao arrepio da jurisprudência do STF, ainda não constassem dos autos alguns dos

documentos em que se lastreava a denúncia.

3. A finalidade da resposta preliminar prevista no art. 514 do Código de Processo

Penal é

‘permitir que o denunciado apresente argumentos capazes de induzir à conclusão de

inviabilidade da ação penal’ (HC nº 89.517 – RJ, Segunda Turma, Relator o Ministro Cezar

Peluso, DJe de 12.02.10).

4. As mesmas teses defensivas que nela podem ser deduzidas também podem sê-lo

na defesa preliminar prevista no art. 396 do Código de Processo Penal, na qual ‘o acusado poderá

arguir preliminares e alegar tudo o que interesse à sua defesa’, a afastar a alegação de cerceamento

de defesa.

5. É pacífica a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal no sentido de que

eventual nulidade decorrente da inobservância do procedimento do art. 514 do Código de

Processo Penal não prescinde da efetiva demonstração do concreto prejuízo suportado.

Precedentes.

6. A renovação do prazo da resposta prevista no art. 396 do Código de Processo

Penal, após a juntada dos documentos faltantes, assegurou aos recorrentes a oportunidade de

reapresentar as suas teses defensivas, a demonstrar a ausência de prejuízo concreto a sua defesa.

7. A superveniência da sentença condenatória torna prejudicada a pretensão de

anulação da ação penal para renovação da resposta prevista no art. 514 do Código de Processo

Penal. Precedentes.

8. Recurso não provido”

(RHC 127296 – PR, 2.ª T., rel. Dias Toffoli, 02.06.2015, v.u.).

9.1.1 - Particular, coautor, sem direito à resposta: a notificação do acusado para, previamente ao

recebimento da denúncia, manifestar-se sobre o tema, apresentando sua defesa e evitando que seja a inicial

recebida, é privativa do funcionário público, não se estendendo ao particular que seja coautor ou partícipe. Nessa

ótica: TJSP:

“O direito de resposta prévia, nos crimes funcionais, é inextensível aos particulares que neles contribuem”

(HC 295.714-3, Itanhaém, 6.ª C., rel. Haroldo Luz, 21.10.1999, m.v., JUBI 47/00).

9.1.2.A defesa preliminar pode ser dispensável caso inquérito policial: a justificativa para haver a

defesa preliminar, adotando-se este procedimento, é a ausência de inquérito policial, dando sustentação à

denúncia, razão pela qual, quando o inquérito for feito, inexiste razão para seguir esse rito. Nessa linha:

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DIREITO PROCESSUAL PENAL

STF: “A Turma, por maioria, indeferiu habeas corpus em que delegado da polícia federal – preso

preventivamente em 05.07.2007 e denunciado pela suposta prática do crime de concussão, de forma

continuada (CP, art. 316, c/c o art. 71) –, alegava nulidade absoluta da ação penal contra ele intentada, ante

ausência de sua notificação prévia (CPP, art. 514) para apresentar defesa preliminar. Pleiteava a invalidação do

processo, desde o recebimento da denúncia, e, consequentemente, a concessão de liberdade provisória em

virtude de excesso de prazo. Na espécie, tal nulidade fora suscitada desde o interrogatório do paciente, sendo o

pleito indeferido pelo juízo monocrático, e pelas demais instâncias, ao fundamento de ser desnecessária a

resposta preliminar, de que trata o art. 514 do CPP, na ação penal instruída por inquérito policial, como

ocorrera no caso” (HC 97.033 – SP, 1.ª T., rel. Cármen Lúcia, 12.05.2009, m.v.).

STJ: “A defesa preliminar, prevista no art. 514 do Código de Processo Penal, é dispensável quando a

denúncia é oferecida com suporte em inquérito policial. Além do mais, mesmo quando imprescindível, a sua

ausência caracteriza, apenas, nulidade relativa. Precedentes” (RHC 9.067 – PR, 5.ª T., rel. Felix Fischer,

19.10.1999, v.u., DJ 08.11.1999, p. 82). Igualmente: REsp 463.537 – RS, 5.ª T., rel. Felix Fischer, 02.10.2003,

v.u., DJ 03.11.2003, p. 339; RHC 17.315 – GO, 5.ª T., rel. Arnaldo Esteves Lima, 17.05.2005, v.u.,D J

01.08.2005. Em vigor, atualmente, a Súmula 330 do STJ:

“É desnecessária a resposta preliminar de que trata o art. 514 do Código de Processo Penal, na ação penal

instruída por inquérito policial”.

Sobre a concessão ou não do prazo para a defesa preliminar, há duas posições a esse respeito:

a) trata-se de nulidade relativa: TRF-3.ª Região: “O não cumprimento do disposto no artigo 514,

caput,

do CPP gera nulidade relativa, a qual apenas tem o condão de anular os atos processuais praticados até então

apenas se restar comprovado o prejuízo para a defesa, o que não se deu no caso dos autos. Precedentes.” (ACR

27376-2004.61.10.003868-8 – SP, 1.ª T., 21.09.2010, rel. Silvia Rocha, v.u.); “Consoante a Súmula 330 do

Superior Tribunal de Justiça, é desnecessária a resposta preliminar de que trata o art. 514 do Código de Processo

Penal, na ação penal instruída por inquérito policial. Por outro lado, a jurisprudência vem se manifestando no

sentido de que esse procedimento reserva-se ao acusado a que se imputa apenas a prática de crimes funcionais e

de que deve ser demonstrado prejuízo concreto à defesa para ser reconhecida nulidade decorrente de sua

supressão. Precedentes da 1.ª Turma do Supremo Tribunal Federal.” (ACR 36072-2002.61.05.013705-9 – SP, 5.ª

T., 07.06.2010, rel. André Nekatschalow, v.u.). É a melhor posição, para nós. Não há cabimento algum em se

considerar nulo o processo, se nenhum prejuízo adveio ao réu;

b) trata-se de nulidade absoluta: TJSP: “Crime funcional afiançável – Defesa prévia – Notificação –

Omissão – Nulidade absoluta e insanável, ainda que não arguida, independentemente da comprovação de

prejuízo (...). Sendo instituto de Direito Público Constitucional, o rito do processo-crime não permite dispensa

de formalidade que a lei enumera e muito menos transigência ou substituição de forma, máxime se o

procedimento a ser observado contém garantias mais amplas para a defesa do réu. Suprimindo a resposta escrita

a que alude o art. 514 da lei penal adjetiva, o juiz processante não só altera o rito estabelecido para as infrações

em que cabe tal providência como acarreta, também, cerceamento de defesa” (Ap. 66.926-3, Guarulhos,

3.ª C., rel. Silva Leme, 03.04.1989, m.v., com nota especial mencionando que, dessa decisão, o MP

interpôs recurso especial para o STJ, conhecido e não provido pelas mesmas razões – acórdão publicado no DJU

16.10.1991, p. 14.488 – RJTJSP 132/463).

9.1.3 - Não apresentação da notificação: irrelevância, desde que o prazo tenha sido regularmente

concedido. Afinal, o funcionário não é obrigado a contestar o contido na denúncia.

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DIREITO PROCESSUAL PENAL

9.1.4 - Desconhecimento do paradeiro do réu ou residência em outra comarca: quanto à primeira

hipótese, é razoável que seja nomeado ao acusado um defensor dativo, a fim de que apresente a defesa

preliminar. Nucci, manifesta-se contrário à notificação por edital, pois esse meio de cientificação é inútil e

deveria ser extirpado do processo penal. Assim, somente quando indispensável, por previsão legal, é que deve

ser providenciado. Depois, recebida a denúncia, se for citado por edital e não contestar, o processo ficará

suspenso (art. 366, CPP). Entretanto, é rara essa situação, pois o funcionário público deve ter posto certo de

trabalho, com relativa facilidade para ser encontrado. Aliás, se for demitido, não mais se aplica o procedimento

especial neste Capítulo previsto (ver nota 12 a seguir). Quanto à segunda hipótese, não cremos seja razoável. Se

o funcionário reside em outra comarca, deve-se expedir precatória para notificá-lo do prazo de quinze dias para a

apresentação da defesa preliminar. Nada justifica a nomeação direta de um defensor dativo, em prejuízo da

ampla defesa.

9.1.5 - Funcionário que deixa a função: não mais se aplica o procedimento especial previsto neste

Capítulo. Ainda que se invoque a proteção à imagem da administração pública, para que a defesa preliminar seja

realizada, não vemos sentido nisso. Note-se que a tendência atual é restringir os procedimentos e foros especiais,

justamente o que levou o Supremo Tribunal Federal a cancelar a Súmula 394, considerando haver foro

privilegiado ao funcionário, ainda que deixasse o cargo, bastando o cometimento do delito no exercício da

função. É o melhor a seguir.

Art. 515. No caso previsto no artigo anterior, durante o prazo concedido para a resposta,

os autos permanecerão em cartório, onde poderão ser examinados pelo acusado ou por seu

defensor. Parágrafo único. A resposta poderá ser instruída com documentos e justificações.

9.1.6 - Permanência dos autos em cartório: trata-se de um cuidado especial para a garantia efetiva do

direito ao contraditório e à ampla defesa. Nessa situação, já que se busca resguardar o direito de defesa, é

possível a retirada dos autos de cartório pelo defensor para o oferecimento da contestação. Se houver corréus,

cabe ao juiz disciplinar a saída dos autos, de modo a atender a todos eles.

Art. 516. O juiz rejeitará a queixa ou denúncia, em despacho fundamentado, se

convencido, pela resposta do acusado ou do seu defensor, da inexistência do crime ou da

improcedência da ação.

9.1.7 - Rejeição da denúncia ou da queixa: estipula a lei que o magistrado deve fundamentar a decisão

de rejeição da denúncia ou da queixa, o que é, na verdade, inútil, uma vez que toda decisão de rejeição, em

qualquer caso, deve ser convenientemente motivada. Assim, não se aplica a fundamentação unicamente neste

procedimento.

1.8Inexistência do crime ou improcedência da ação: foram utilizados genericamente esses termos para que

o juiz rejeite a queixa ou a denúncia. No entanto, de modo mais específico, deve-se compreender inexistência do

crime como a falta de tipicidade, antijuridicidade ou culpabilidade, bem como improcedência da ação a clara

falta de provas da materialidade ou da autoria.

Art. 517. Recebida a denúncia15 ou a queixa, será o acusado citado, na forma estabelecida

no Capítulo I do Título X do Livro I.

9. 1.9 - Recebimento fundamentado: em todos os procedimentos onde se exigir a apresentação de

defesa preliminar por parte do denunciado, antes do recebimento da denúncia, é mais que lógico dever o

magistrado motivar o recebimento da peça acusatória. Não teria sentido, em função da ampla defesa, ignorar,

sem qualquer fundamentação, o alegado pelo imputado em sua defesa preliminar.

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DIREITO PROCESSUAL PENAL

9.1.10 - Necessidade de citação: a notificação feita, preliminarmente, não supre a obrigatoriedade da

citação, pois a primeira ciência feita ao funcionário volta-se a fase anterior ao ajuizamento da ação penal. Assim,

caso seja recebida a denúncia ou queixa, a despeito da impugnação formulada pelo funcionário, é indispensável

que ele tome ciência disso, podendo, agora, defender-se nos autos do processo-crime.

9.1.11 - Procedimento após o ajuizamento da ação penal: é o rito comum. Consultar, ainda, a nota 1

ao Título II do Livro II.

9.1.12 - Aditamento à denúncia para incluir crime funcional: se houver lastro no inquérito policial,

dispensa-se a defesa preliminar, como já sustentamos em nota anterior. Caso seja proposto o aditamento com

base em elementos diversos, é preciso garantir o direito à defesa preliminar.

Art. 518. Na instrução criminal e nos demais termos do processo, observar-se-á o disposto

nos Capítulos I e III, Título I, deste Livro.

9.1.13 - Aproveitamento do procedimento comum: indica a lei que, ultrapassada essa fase inaugural

de notificação e defesa preliminar, será adotado o procedimento comum, utilizando-se então os artigos. 394 e

seguintes.

01 Ano: 2017 Banca: FAPEMS Órgão: PC-MS Prova: Delegado de Polícia Leia o

trecho a seguir.

[...] não é propriamente a qualidade de funcionário público que caracteriza o crime funcional, mas o fato de que

é praticado por quem se acha no exercício de função pública, seja esta permanente ou temporária, remunerada ou

gratuita, exercida profissionalmente ou não, efetiva ou interinamente, ou per accidens [...]".

HUNGRIA, Nelson. Comentários ao Código Penal. 12. ed. Rio de Janeiro: Forense, 1991.

Acerca do processo e julgamento dos crimes praticados por funcionário público, assinale a alternativa correta.

a) Estando a denúncia ou a queixa em devida forma, o juiz mandará autuá-la e ordenará a notificação do

acusado, para responder por escrito, no prazo de dez dias.

b) O juiz deverá rejeitar a denúncia, em despacho genérico, se estiver convencido, após a resposta do acusado

ou de seu defensor, da inexistência do crime ou da improcedência da ação.

c) Caso o acusado esteja fora da jurisdição do juiz do processo, a resposta preliminar poderá ser apresentada

por defensor nomeado, no prazo de dez dias.

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DIREITO PROCESSUAL PENAL

d) Se não for conhecida a residência do acusado ser-lhe-á nomeado defensor, a quem caberá apresentar a

resposta preliminar, no prazo de dez dias.

e) A lei processual penal antecipa o contraditório, pois, antes de inaugurada ação penal, permite a

apresentação da defesa preliminar.

02 Banca: FCC Órgão: TJ-AL Prova: Juiz de Direito Considere as

seguintes assertivas:

I. Umas das diferenças previstas no Código de Processo Penal entre o rito ordinário e o sumário é a previsão do

prazo para a realização da audiência de instrução e julgamento.

II. O Ministério Público, o querelante, o assistente e o acusado poderão requerer diligências, desde que tal

necessidade decorra de circunstâncias e fatos apurados na instrução.

III. O prazo para alegações finais após o deferimento de diligências será de 3 dias.

IV. Adotando o procedimento do júri o método de inquirição direta, acusação e defesa, mas não os jurados,

poderão perguntar diretamente às testemunhas.

V. Conforme o STJ, a resposta preliminar prevista no artigo 514 do Código de Processo Penal para o julgamento

de crimes praticados por funcionários públicos é corolário da ampla defesa e não pode ser afastada.

Está correto o que se afirma APENAS em :

a) I, II e V.

b) I, III e V.

c) III e IV.

d) I, II, IV.

e) II, IV e V. 03 Banca: FCC Órgão: DPE-CE Prova: Defensor Público João foi prefeito municipal de 2009 a 2012, tendo após o término do mandato se dedicado unicamente à sua

clínica particular, como médico. Foi denunciado agora junto com corréus pelo delito de corrupção passiva, por

fatos ocorridos durante sua gestão à frente da Prefeitura e ligados à secretaria da saúde.

Diante disso,

a) a ação penal contra João deve seguir o procedimento especial do capítulo do processo e julgamento dos crimes

de responsabilidade dos funcionários públicos, previsto no Código de Processo Penal. b) João deve ser

processado na comarca do local onde ocorridos os fatos.

c) caso a ação penal esteja instruída por inquérito policial, é desnecessário que a defesa de João apresente resposta

à acusação.

d) caso houvesse concurso com outro crime, de competência da Justiça Federal, João deveria ser processado

perante o Tribunal Regional Federal respectivo.

e) João deve ser processado perante o Tribunal de Justiça Estadual respectivo.

04 Banca: CESPE Órgão: DPF Prova: Delegado de Polícia A respeito dos processos em espécie, dos princípios que orientam o processo penal e da sentença criminal, julgue o

próximo item.

( ) Nos casos de crimes afiançáveis de responsabilidade do funcionário público, a legislação processual antecipa

o contraditório antes de inaugurada a ação penal, com a apresentação da defesa preliminar.

05 Banca: CESPE Órgão: Polícia Federal Prova: Delegado de Polícia A respeito dos processos em espécie, dos princípios que orientam o processo penal e da sentença criminal, julgue o

próximo item.

( ) Nos casos de crimes afiançáveis de responsabilidade do funcionário público, a legislação processual antecipa

o contraditório antes de inaugurada a ação penal, com a apresentação da defesa preliminar.

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DIREITO PROCESSUAL PENAL

06 Banca: FGV Órgão: TJ-AM Prova: Juiz de Direito O Código de Processo Penal prevê nos Arts. 513/518 um procedimento especial para os crimes de

responsabilidade praticados por funcionários públicos. Com relação a esse procedimento é correto afirmar que:

a) a primeira manifestação do acusado no processo é feita após o recebimento da denúncia ou queixa.

b) o procedimento especial será aplicável aos crimes praticados por funcionário público contra a Administração,

desde que estes sejam inafiançáveis;

c) de acordo com entendimento sumulado pelo Superior Tribunal de Justiça, é desnecessária a resposta preliminar

quando a ação penal for instruída por inquérito policial.

d) se o crime praticado por funcionário público for de peculato doloso, o procedimento especial não será aplicável;

e) se não for conhecida a residência do acusado, ou este se achar fora da jurisdição do Juiz, ser-lhe-á nomeado

defensor, a quem caberá acompanhar o processo, mas não terá atribuição para apresentar resposta preliminar.

07 Banca: MPE-MS Órgão: MPE-MS Prova: Promotor de Justiça Analise as assertivas, apontando se são verdadeiras (V) ou falsas (F) e assinalando a alternativa correta: I. O

Ministério Público não pode arguir a invalidade da citação, em razão da regra de que nenhuma das partes poderá

arguir nulidade de formalidade cuja observância só a parte contrária interesse.

II. Conforme entendimento alicerçado pelo Superior Tribunal de Justiça, a defesa preliminar do funcionário

público nos crimes de sua responsabilidade, prevista no artigo 514 do Código de Processo Penal, é desnecessária

quando a ação penal vem instruída por inquérito policial.

III. É nula a citação por edital que indica o dispositivo da lei penal, embora não transcreva a denúncia ou

queixa, ou não resuma os fatos em que se baseia

IV. É relativa a nulidade do processo criminal por falta de intimação da expedição de precatória para inquirição

de testemunha a) F, F, V, V.

b) F, V, F, V.

c) V, F, V, F.

d) V, V, F, V.

e) F, V, V, V.

08 Banca: MS CONCURSOS Órgão: PC-PA Prova: Escrivão de Polícia Civil Quanto ao processamento dos crimes de responsabilidade dos funcionários públicos, analise as assertivas e assinale

a alternativa correta:

I – Nos crimes de responsabilidade dos funcionários públicos, cujo processo e julgamento competirão aos juízes

de direito, a queixa ou a denúncia será instruída com documentos ou justificação que façam presumir a

existência do delito ou com declaração fundamentada da impossibilidade de apresentação de qualquer dessas

provas. II – O juiz rejeitará a queixa ou denúncia, em despacho fundamentado, se convencido, pela resposta do

acusado ou do seu defensor, da inexistência do crime ou da improcedência da ação.

III – Se não for conhecida a residência do acusado, ou este se achar fora da jurisdição do juiz, ser-lhe-á

nomeado defensor, a quem caberá apresentar a resposta preliminar.

IV – Nos crimes afiançáveis, estando a denúncia ou queixa em devida forma, o juiz mandará autuá-la e

ordenará a notificação do acusado, para responder por escrito, dentro do prazo de 10 (dez) dias. a) Somente as

assertivas I e III estão incorretas.

b) Somente as assertivas II e III estão incorretas.

c) Somente a assertiva IV está incorreta.

d) Somente a assertiva I está incorreta.

e) Todas as assertivas estão incorretas.

09 Banca: CESPE Órgão: TJ-AC Prova: Juiz de Direito Vânia alega que Carlos, servidor público com curso superior, praticou contra ela o crime de extorsão, motivo

pelo qual Carlos está sendo processado.

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DIREITO PROCESSUAL PENAL

Com base nessa situação hipotética, assinale a opção correta.

a) Caso seja preso, Carlos terá direito a prisão especial, que consiste no recolhimento em cela individual e

transporte separado do preso comum, durante a prisão provisória e a definitiva.

b) Por expressa disposição legal, tanto Carlos quanto o chefe da repartição em que ele trabalha deverão ser

notificados a respeito do dia designado para que Carlos compareça em juízo para a audiência referente ao processo.

c) Caso Carlos não constitua advogado particular, o juiz poderá nomear defensor ad hoc para defendê-lo e

poderá arbitrar os honorários desse advogado, os quais Carlos não estará obrigado a pagar se a defesa técnica for

deficiente.

d) De acordo com previsão legal, Vânia poderá, após a instauração do inquérito policial, habilitar-se como

assistente de acusação, devendo, nessa hipótese, receber a causa no estado em que esta se encontrar, ainda que em

fase de execução penal.

e) Sentença absolutória por ausência de prova da existência do fato impediria a propositura de ação civil

indenizatória contra Carlos.

10 Banca: CESPE Órgão: DPE-BA Prova: Defensor Público Em cada um dos itens seguintes, é apresentada uma situação hipotética seguida de uma assertiva a ser julgada a

respeito da aplicação do direito processual penal.

( ) Roger, servidor público estadual, e Rafael, autônomo, praticaram, em concurso de agentes, crime afiançável

contra a administração pública. A apuração dos fatos, feita em processo administrativo disciplinar, resultou na

demissão do servidor, por grave falta administrativa. Encaminhada cópia autêntica do processo administrativo

disciplinar ao MP, este, de pronto, ofertou denúncia contra os acusados. Nessa situação, tanto Roger quanto

Rafael devem ser notificados para a apresentação de resposta à acusação, antes do recebimento da denúncia.

11 Banca: CESPE Órgão: DPU Prova: Defensor Público ( ) Atualmente, o rito estabelecido no CPP para os crimes de responsabilidade de funcionário público é o

comum ordinário, como regra geral, ressalvados os procedimentos estabelecidos especificamente para o júri e

para os juizados especiais criminais. No que diz respeito aos crimes praticados por funcionário contra a

administração em geral, deve ser seguido o procedimento especial estabelecido no CPP. Caso condenado à pena

privativa de liberdade por tempo igual ou superior a um ano de detenção ou de reclusão, nos crimes praticados

com abuso de poder ou violação de dever com a administração, o funcionário poderá suportar, como efeito

secundário extrapenal, a perda do cargo público, se isso constar, expressa e fundamentadamente, na sentença

penal.

12 Banca: FUNIVERSA Órgão: PC-DF Prova: Delegado de Polícia O Ministério Público do Distrito Federal e dos Territórios, com base em elementos de informação obtidos em

inquérito policial, denunciou João, agente da polícia civil, por ter supostamente solicitado propina ao

comerciante de peças de automóvel Manoel, com o objetivo de não efetuar contra este a prisão em flagrante em

razão de haver adquirido mercadoria oriunda de crime. Acerca dessa situação hipotética, assinale a alternativa

correta segundo o atual entendimento do Supremo Tribunal Federal.

a) O fato de a denúncia ter sido respaldada em elementos de informação colhidos no inquérito policial não

dispensa a obrigatoriedade da notificação prévia do acusado para apresentar defesa preliminar. b) A conduta do

policial civil amolda-se ao crime de concussão.

c) A notificação do acusado para apresentar a resposta preliminar por escrito é desnecessária se ele já tiver

constituído advogado nos autos.

d) Após o recebimento da denúncia ou da queixa, será o acusado citado, seguindo-se o procedimento

sumariíssimo, desde que haja a resposta preliminar à acusação.

e) O procedimento especial previsto no processo penal, imputado a funcionários públicos, aplica-se tanto aos

crimes comuns como aos crimes funcionais típicos por eles praticados.

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DIREITO PROCESSUAL PENAL

01. E 02. D 03. B 04. C 05. C 06. C 07. B 08. C 09. B 10. E 11. C 12. A

AULA 10 – RITO DO TRIBUNAL DO JURI

O Tribunal do Júri, instituído no Brasil desde 1822 e previsto na Constituição Federal, é responsável por julgar

crimes dolosos contra a vida. Neste tipo de tribunal, cabe a um colegiado de populares – os jurados sorteados

para compor o conselho de sentença – declarar se o crime em questão aconteceu e se o réu é culpado ou inocente.

Dessa forma, o magistrado decide conforme a vontade popular lê a sentença e fixa a pena, em caso de

condenação.

São sorteados, a cada processo, 25 cidadãos que devem comparecer ao julgamento. Destes, apenas sete são

sorteados para compor o conselho de sentença que irá definir a responsabilidade do acusado pelo crime. Ao final

do julgamento, o colegiado popular deve responder aos chamados quesitos, que são as perguntas feitas pelo

presidente do júri sobre o fato criminoso em si e as demais circunstâncias que o envolvem.

Os Princípios constitucionais que regem a instituição do júri: estão previstos no art. 5.º, XXXVIII, da

Constituição Federal:

a) plenitude de defesa,

b) sigilo das votações,

c) soberania dos veredictos,

d) competência para o julgamento dos crimes dolosos contra a vida.

Nós, representantes do povo brasileiro, reunidos em Assembleia Nacional Constituinte para instituir um

Estado Democrático, destinado a assegurar o exercício dos direitos sociais e individuais, a liberdade, a segurança,

o bem-estar, o desenvolvimento, a igualdade e a justiça como valores supremos de uma sociedade fraterna,

pluralista e sem preconceitos, fundada na harmonia social e comprometida, na ordem interna e internacional, com a

solução pacífica das controvérsias, promulgamos, sob a proteção de Deus, a seguinte CONSTITUIÇÃO DA

REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL.

(....)

Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e

aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à

propriedade, nos termos seguintes:

(....)

XXXVIII - e reconhecida a instituição do júri, com a organização que lhe der a lei, assegurados:

a) a plenitude de defesa;

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DIREITO PROCESSUAL PENAL

b) o sigilo das votações;

c) a soberania dos veredictos;

a competência para o julgamento dos crimes dolosos contra a vida;

10.1 - PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS QUE REGEM A INSTITUIÇÃO DO JÚRI

10.1.1 Plenitude de defesa: Trata-se de um princípio regente da instituição do Tribunal Popular, mas

também uma garantia humana fundamental, que protege, particularmente, os réus nos processos em trâmite por

Varas e Tribunais do Júri. Ao acusado em geral assegura-se a ampla defesa (art. 5.º, LV, CF), significando uma

atuação do defensor de maneira vasta, extensa e abundante, porém, não necessariamente completa, integral,

perfeita. Esta é a função da plenitude de defesa (art. 5.º, XXXVIII a, CF).

10.1.2 Sigilo das votações: o disposto no art. 5.º, XXXVIII, b , assegurando o sigilo das votações,

envolve tanto a preservação do voto secreto, colocado em urna indevassável, sem que se possa conhecer o teor

da decisão tomada pelo jurado, como também se busca garantir que o processo de votação desenvolva-se em sala

especial, longe das vistas do público.

10.1.3 Soberania dos veredictos: soberano é aquele de detém a autoridade máxima, sem qualquer

contestação ou restrição. A opção política por conceder ao Tribunal do Júri o resguardo da soberania das suas

decisões pode até não ter sido a mais acertada, uma vez que o Brasil possui leis escritas, que demandam

conhecimento técnico, algo muito complexo para ser bem entendido e utilizado pelos jurados, pessoas leigas. No

entanto, foi inserido o princípio constitucional da soberania dos veredictos, regente da instituição do Júri,

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DIREITO PROCESSUAL PENAL

merecendo prevalecer sobre a opinião dos tribunais togados. Nos casos de crimes contra a vida, entregou-se ao

Tribunal Popular a palavra final em relação ao destino a ser dado ao réu. Jamais, sem ofensa ao disposto na

Constituição Federal, poderá, quanto ao mérito, um tribunal qualquer substituir o veredicto popular por decisão

sua, sob que prisma for. Sentenças condenatórias ou absolutórias, calcadas na vontade popular, precisam ser

fielmente respeitadas.

10.1.4 Competência para os crimes dolosos contra a vida: assegura o art. 5.º, XXXVIII, d , a

competência do júri para o julgamento dos delitos dolosos contra a vida.

10.2 Direito e Garantia Individuais no Tribunal Do Júri Trata-se de uma garantia ao devido processo legal, este sim, uma garantia ao direito de liberdade. Assim,

temos a instituição do júri, no Brasil, para constituir o meio adequado de, em sendo o caso, retirar a liberdade do

homicida. Nada impede a existência de garantia da garantia, o que é perfeitamente admissível, bastando ver, a

título de exemplo, que o contraditório é também garantia do devido processo legal. Insista-se: não é garantia

direta da liberdade do indivíduo acusado de crime doloso contra a vida, mas sim do devido processo legal. Logo,

se o júri condenar ou absolver está cumprindo, igualmente, sua função.

O professor Guilherme Nucci, em sua obra (Comentários ao Código de Processo Penal, p. 550), discorda

da existência do sistema bifásico no Tribunal do Júri e afirma que após a reforma do capítulo concernente ao júri,

torna-se clara a existência de três fases no procedimento. A primeira, denominada de fase de formação da culpa

(judicium accusationis), estrutura-se do recebimento da denúncia ou da queixa até a pronúncia (ou outra decisão,

proferida em seu lugar, como a absolvição sumária, a impronúncia ou a desclassificação). A segunda fase,

denominada de preparação do processo para julgamento em plenário , tem início após o trânsito em julgado da

decisão de pronúncia e segue até o momento de instalação da sessão em plenário do Tribunal do Júri. A terceira,

denominada de fase do juízo de mérito (judicium causae), desenvolve-se em plenário, culminando com a

sentença condenatória ou absolutória, proferida pelo juiz presidente com base no veredicto dado pelos jurados.

Art. 406. O juiz, ao receber a denúncia ou a queixa, ordenará a citação do acusado para responder

a acusação, por escrito, no prazo de 10 (dez) dias.

§ 1o O prazo previsto no caput deste artigo será contado a partir do efetivo cumprimento do

mandado ou do comparecimento, em juízo, do acusado ou de defensor constituído, no caso de citação

inválida ou por edital.

§ 2o A acusação deverá arrolar testemunhas, até o máximo de 8 (oito), na denúncia ou na queixa.

§ 3o Na resposta, o acusado poderá arguir preliminares e alegar tudo que interesse a sua defesa,

oferecer documentos e justificações, especificar as provas pretendidas e arrolar testemunhas, até o

máximo de 8 (oito), qualificando-as e requerendo sua intimação, quando necessário.

Art. 407. As exceções serão processadas em apartado, nos termos dos arts. 95 a 112 deste Código.

Art. 408. Não apresentada a resposta no prazo legal, o juiz nomeará defensor para oferecêla em até 10

(dez) dias, concedendo-lhe vista dos autos.

Art. 409. Apresentada a defesa, o juiz ouvirá o Ministério Público ou o querelante sobre preliminares

e documentos, em 5 (cinco) dias.

Art. 410. O juiz determinará a inquirição das testemunhas e a realização das diligências requeridas

pelas partes, no prazo máximo de 10 (dez) dias.

Inexiste fase preliminar de instrução e produção de provas, obrigando o magistrado a fundamentar o

recebimento. Optou o legislador por inserir uma fase de instrução, que até foi denominada de preliminar (no

título da Seção I), mas não se deve confundi-la com a produção de provas antes do ajuizamento da ação penal.

Logo, pelas regras vigentes, o magistrado necessita avaliar a peça acusatória com base nas provas préconstituídas

que a acompanharem, por via de regra, o inquérito policial. Verificando haver justa causa para a ação penal

(prova da materialidade e indícios suficientes de autoria), recebe a denúncia ou queixa. Presume-se que a

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DIREITO PROCESSUAL PENAL

motivação para o referido recebimento encontra respaldo no inquérito, que serve de base à peça da acusação. No

procedimento anterior, o réu era citado para ser interrogado.

A partir de agora, cita-se com o intuito de lhe permitir a apresentação de defesa prévia (denominação que

pode ser mantida), por meio de advogado, constituído, dativo ou defensor público, no prazo de dez dias. No

cômputo do decêndio para a resposta do réu: há duas possibilidades:

a) a partir do efetivo cumprimento do mandado, ou seja, da data em que o oficial de justiça realmente citar

o acusado, lançando a sua certidão a respeito;

b) a partir da data em que o acusado ou seu defensor comparecer em juízo, possivelmente para analisar

os autos, quando a citação pessoal tiver sido infrutífera, mas dela se tomou conhecimento de maneira indireta.

Em outros termos, o oficial pode ter procurado o réu em sua residência e não o encontrou, porém tal

notícia chegou ao interessado, que se deslocou ao fórum para checar do que se tratava o caso. Pode ter ocorrido

citação por edital (ficta) e, ainda assim, o interessado tomou conhecimento do processo, comparecendo ao fórum.

A lei menciona somente o comparecimento de defensor constituído, pois se entende que a citação não foi pessoal

e completa, razão pela qual só o acusado pode contratar advogado, sendo inviável que o juiz nomeie um defensor

para esse fim.

É lógico que, não apresentada à defesa, por qualquer motivo, haverá a nomeação de dativo (art. 408, caput,

CPP). No entanto, a hipótese do art. 406, § 1.º, é diversa: a citação não foi pessoal e, por isso, pode ser suprida

pelo comparecimento pessoal do acusado ou de defensor que ele mesmo contrate para esse objetivo. Se,

porventura, a citação se der por edital, não ocorrendo o comparecimento do réu ou de seu defensor constituído,

aplica-se a suspensão do processo, nos termos do art. 366 do CPP. Temos que Conteúdo da peça acusatória:

deve ser o evidenciado pelo art. 41 do CPP:

a) a exposição do fato criminoso com todas as suas circunstâncias;

b) a qualificação do acusado ou esclarecimentos pelos quais se possa identificá-lo; c) a

classificação do crime;

d) o rol das testemunhas.

Nesse caso, estabelece-se o número máximo de oito testemunhas.

A defesa prévia é uma peça defensiva apresentada após o recebimento da denúncia ou queixa, logo, não se

confunde com a defesa preliminar, que seria oferecida anteriormente ao recebimento da peça acusatória. A

defesa prévia deve conter todas as questões de natureza preliminar, vale dizer, aquelas que servem para apontar

vícios e falhas existentes na investigação ou na peça acusatória. Além disso, é o momento adequado para a

propositura de provas, juntada de documentos, se for o caso, bem como para apresentar o rol das testemunhas,

até o máximo de oito, lembrando sempre de oferecer a sua qualificação e requerer a intimação, salvo se

comparecerem independentemente disso. Menciona o § 3.º poder o acusado “alegar tudo o que interesse a sua

defesa”, o que é manifestamente óbvio, razão pela qual o texto poderia ser retirado, evitando-se lançar na lei

palavras inúteis. Ademais, insere-se o direito do réu de oferecer justificações.

As Exceções são as defesas indiretas oferecidas por qualquer das partes, com o fim de resolver questão

processual relevante, prolongando o trâmite processual, ou com a finalidade de barrar, definitivamente, o seu

curso, porque processualmente incabível se torna o prosseguimento da ação. É inaceitável que o réu, citado,

deixe de apresentar a sua defesa prévia. Por se tratar de direito indisponível, caso ele possua defensor

constituído, pode ser declarado réu indefeso e outro causídico será nomeado pelo juiz para o patrocínio da causa.

No entanto, inexistindo defensor constituído, nomeia-se um dativo ou aguarda-se a intervenção da defensoria

pública, intimada a tanto. O relevante é não permitir que o acusado fique privado da defesa prévia. A contar da

intimação do defensor nomeado ou indicado pela defensoria pública, haverá dez dias para oferecer a peça de

defesa. Se a defesa prévia contiver preliminares (alegações de vícios ou falhas processuais) ou documentos

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novos, cabe ouvir a parte contrária, no caso o Ministério Público ou o querelante. Haverá o prazo de cinco dias

para manifestação. Recebida a defesa prévia e, eventualmente, a manifestação do órgão acusatório acerca de

preliminares que tenham sido levantadas ou documentos, juntados, deve o magistrado deliberar a respeito do

encaminhamento a ser dado ao processo. Pode acolher alguma preliminar e determinar o refazimento de qualquer

prova já concluída na fase de investigação, é possível que determine o aditamento da peça acusatória, em face de

vício apontado pela defesa, enfim, procurará sanar os erros detectados até então. Em seguida, determinará as

diligências cabíveis (produção de prova pericial, reconstituição do crime, entre outros).

O mais relevante será designar a audiência de instrução e julgamento, uma vez que as partes, quase

sempre, arrolam testemunhas. O prazo máximo de dez dias, constante do art. 410, somente pode ser interpretado,

de maneira lógica, como o tempo dado ao juiz para deliberar sobre todos os requerimentos que lhe foram

formulados pelas partes. Não é crível que todas as diligências e a inquirição das testemunhas devam ser feitas em

dez dias, pois seria impossível. Aliás, espelharia uma contradição, pois todo o procedimento de formação da

culpa tem o prazo de 90 dias para ser finalizado (art. 412, CPP).

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DIREITO PROCESSUAL PENAL

Art. 411. Na audiência de instrução, proceder-se-á à tomada de declarações do ofendido,

se possível, à inquirição das testemunhas arroladas pela acusação e pela defesa, nesta ordem,

bem como aos esclarecimentos dos peritos, às acareações e ao reconhecimento de pessoas e

coisas, interrogando-se, em seguida, o acusado e procedendo-se o debate.

§ 1o Os esclarecimentos dos peritos dependerão de prévio requerimento e de deferimento

pelo juiz.

§ 2o As provas serão produzidas em uma só audiência, podendo o juiz indeferir as

consideradas irrelevantes, impertinentes ou protelatórias.

§ 3o Encerrada a instrução probatória, observar-se-á, se for o caso, o disposto no art. 384

deste Código.

§ 4o As alegações serão orais, concedendo-se a palavra, respectivamente, à acusação e à

defesa, pelo prazo de 20 (vinte) minutos, prorrogáveis por mais 10 (dez).

§ 5o Havendo mais de 1 (um) acusado, o tempo previsto para a acusação e a defesa de cada

um deles será individual.

§ 6o Ao assistente do Ministério Público, após a manifestação deste, serão concedidos 10

(dez) minutos, prorrogando-se por igual período o tempo de manifestação da defesa. § 7o

Nenhum ato será adiado, salvo quando imprescindível à prova faltante, determinando o juiz a

condução coercitiva de quem deva comparecer.

§ 8o A testemunha que comparecer será inquirida, independentemente da suspensão da

audiência, observada em qualquer caso a ordem estabelecida no caput deste artigo.

§ 9o Encerrados os debates, o juiz proferirá a sua decisão, ou o fará em 10 (dez) dias,

ordenando que os autos para isso lhe sejam conclusos.

Art. 412. O procedimento será concluído no prazo máximo de 90 (noventa) dias.

Art. 413. O juiz, fundamentadamente, pronunciará o acusado, se convencido da

materialidade do fato e da existência de indícios suficientes de autoria ou de participação.

§1o A fundamentação da pronúncia limitar-se-á à indicação da materialidade do fato e da

existência de indícios suficientes de autoria ou de participação, devendo o juiz declarar o

dispositivo legal em que julgar incurso o acusado e especificar as circunstâncias qualificadoras e

as causas de aumento de pena.

§2o Se o crime for afiançável, o juiz arbitrará o valor da fiança para a concessão ou

manutenção da liberdade provisória.

§3o O juiz decidirá, motivadamente, no caso de manutenção, revogação ou substituição da

prisão ou medida restritiva de liberdade anteriormente decretada e, tratando-se de acusado solto,

sobre a necessidade da decretação da prisão ou imposição de quaisquer das medidas previstas no

Título IX do Livro I deste Código.

Art. 414. Não se convencendo da materialidade do fato ou da existência de indícios

suficientes de autoria ou de participação, o juiz, fundamentadamente, impronunciará o acusado.

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DIREITO PROCESSUAL PENAL

Parágrafo único. Enquanto não ocorrer a extinção da punibilidade, poderá ser formulada

nova denúncia ou queixa se houver prova nova.

Art. 415. O juiz, fundamentadamente, absolverá desde logo o acusado, quando: I

– provada a inexistência do fato;

II – provado não ser ele autor ou partícipe do fato;

III – o fato não constituir infração penal;

IV – demonstrada causa de isenção de pena ou de exclusão do crime.

Parágrafo único. Não se aplica o disposto no inciso IV do caput deste artigo ao caso de

inimputabilidade prevista no caput do art. 26 do Decreto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro de

1940 – Código Penal, salvo quando esta for a única tese defensiva.

Art. 416. Contra a sentença de impronúncia ou de absolvição sumária caberá apelação.

Art. 417. Se houver indícios de autoria ou de participação de outras pessoas não incluídas na

acusação, o juiz, ao pronunciar ou impronunciar o acusado, determinará o retorno dos autos ao

Ministério Público, por 15 (quinze) dias, aplicável, no que couber, o art. 80 deste Código.

Art. 418. O juiz poderá dar ao fato definição jurídica diversa da constante da acusação,

embora o acusado fique sujeito a pena mais grave.

Art. 419. Quando o juiz se convencer, em discordância com a acusação, da existência de

crime diverso dos referidos no § 1o do art. 74 deste Código e não for competente para o

julgamento, remeterá os autos ao juiz que o seja.

Parágrafo único. Remetidos os autos do processo a outro juiz, à disposição deste ficará o

acusado preso.

Art. 420. A intimação da decisão de pronúncia será feita:

I – pessoalmente ao acusado, ao defensor nomeado e ao Ministério Público;

II – ao defensor constituído, ao querelante e ao assistente do Ministério Público, na

forma do disposto no § 1o do art. 370 deste Código.

Parágrafo único. Será intimado por edital o acusado solto que não for encontrado.

Art. 421. Preclusa a decisão de pronúncia, os autos serão encaminhados ao juiz presidente

do Tribunal do Júri.

§1o Ainda que preclusa a decisão de pronúncia, havendo circunstância superveniente que

altere a classificação do crime, o juiz ordenará a remessa dos autos ao Ministério Público.

§ 2o Em seguida, os autos serão conclusos ao juiz para decisão.

10.3 DA PRONÚNCIA, DA IMPRONÚNCIA E DA ABSOLVIÇÃO SUMÁRIA

10.3.1 PRONÚNCIA Prevista no artigo 413 do código, a sentença de pronúncia será proferida quando o juiz reconhecer a

materialidade do delito e indícios de autoria de quem seja o autor do fato delituoso. Neste momento o juiz está

declarando admissíveis as acusações que estão sendo impostas ao acusado. Porém a eventual condenação deverá

ser proferida pelo plenário do júri. Quando a infração penal deixar vestígio a materialidade será comprovada

através do exame de corpo de delito. Como sabemos, no direito penal, prevalecerá o indubio pro réu para efeitos

de condenação. Tal regra não será aplicada na sentença de pronúncia, pois ao se permitir que o juiz se contente

apenas com meros indícios de autoria, estará vigorando o in dúbio pro societate cabendo ao Tribunal do Júri

decidir sobre o mérito e sobre a condenação.

Sobre o tema “pronúncia” é importante ressaltar que o juiz não poderá se aprofundar em sua

fundamentação ao sentenciar, cabendo a ele apenas apontar os indícios de autoria e existência de materialidade

do delito. É que se assim o fizer, poderá estar fazendo um pré-julgamento do acusado e como já foi aqui falado,

quem decide acerca do mérito são os jurados, em plenário.. Não são raras as decisões que estão sendo

reformadas no Supremo Tribunal Federal, nas quais o juiz se aprofundou nos adjetivos em desfavor do réu.

Vejamos:

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DIREITO PROCESSUAL PENAL

EMENTA: PROCESSUAL PENAL. HABEAS CORPUS, ART. 408 DO CÓDIGO DE

PROCESSO PENAL. PRONÚNCIA. ELOQUÊNCIA ACUSATÓRIA. AFIRMATIVA DE

AUTORIA. PRONUNCIAMENTO SOBRE OS ASPECTOS SUBJETIVOS DA CONDUTA

DO ACUSADO. AFASTAMNENTO DE POSSÏVEL TESE DEFENSIVA. PEÇA QUE PODE

INFLUIR INDEVIDAMENTE NO CONVENCIMENTO DOS JURADOS. PRINCÍPIO DA

SOBERANIA DOS VEREDICTOS DO JURI. OFENSA CARACTERIZADA. ORDEM

CONCEDIDA. I - Fere o princípio da soberania dos veredictos a afirmação peremptória do

magistrado, na sentença de pronúncia, que se diz convencido da autoria do delito. II - A decisão

de pronúncia deve guardar correlação, moderação e comedimento com a fase de mera

admissibilidade e encaminhamento da ação penal ao Tribunal do Júri. III - Ordem concedida

(HC 93299 / MG - MINAS GERAIS. Relator: Ministro. Ricardo Lewandowski. Órgão Julgador:

Primeira Turma.

Tal entendimento está em perfeita consonância com o § 1o do Artigo 413:

Art 413(...)

§ 1o A fundamentação da pronúncia limitar-se-á à indicação da materialidade do fato e da

existência de indícios suficientes de autoria ou de participação, devendo o juiz declarar o

dispositivo legal em que julgar incurso o acusado e especificar as circunstâncias qualificadoras e

as causas de aumento de pena.

José Frederico Marques (2006), também afirma que a sentença de pronuncia não pode ser confundida

como uma sentença de mérito, pois a sua finalidade não é a de aplicar o Direito Penal.

Sobre o tema Fernando da Costa Tourinho Filho (2001, pág. 576-577), possui o mesmo entendimento:

Se o Juiz, todavia, se convencer da existência do crime e indícios de que o réu seja seu

autor, proferirá sentença de pronúncia. Não se trata de sentença de mérito, pois, mesmo

reconhecendo seja o réu o autor do crime, não aplica nenhuma sanctio juris. A sentença aí tem,

por evidente, caráter nitidamente processual. Por meio dela se encerra a primeira etapa do

procedimento escalonado do processo da competência do júri. (...) Com a pronúncia, o juiz

julga, apenas, admissível o jus accusationis. Tratando-se, como se trata, de sentença de natureza

processual, não há falar-se em res judicata, e sim em preclusão pro judicato , ou consumativa,

podendo o Tribunal do Júri decidir contra aquilo que ficou assentado na pronúncia.

10.3.2 IMPRONÚNCIA

Após a realização da audiência de instrução e julgamento, caso o juiz não constate indícios suficientes de

autoria, ou não se convença da existência do fato, (materialidade do delito) ele dará a sentença de impronúncia. É

importante ressaltar que o juiz não irá absolver o réu, nem condena-lo. O processo será extinto sem a resolução do

mérito, portanto, não fazendo coisa julgada material, mas tão somente formal. Com isso a decisão poderá ser

revista, desde que não haja ocorrida a prescrição, e diante do surgimento de novas provas.

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DIREITO PROCESSUAL PENAL

10.3.3 ABSOLVIÇÃO SUMÁRIA Como reza o artigo 415 do Código, a absolvição sumária caberá nas hipóteses em que se tenha provado

que o réu agiu acobertado por uma das excludentes de ilicitude, (justificantes) ou excludente de culpabilidade

(dirimentes). Também caberá, absolvição sumária nas hipóteses em que haja juízo de certeza que o crime não

existiu, pois como já falado acima em caso de não convencimento do crime será dada sentença de impronúncia.

Também é possível que o acusado seja absolvido sumariamente, se provada a não autoria ou não participação no

crime, ou se o fato não constitui infração penal. Diferente da decisão de pronuncia, que fazia apenas coisa

julgada formal, essa decisão é de mérito, pois o juiz inocentará o acusado baseando-se em um juízo de certeza.

Com tal modalidade de sentença absolutória, haja vista ser o acusado inocente, ira se evitar que ele passe

pelo procedimento da segunda fase do júri, e sofra com toda a demora processual, pois como já foi dito tal

sentença se dará quando se tenha certeza da inocência do acusado, e não a falta de indícios suficientes. É

importante frisar que se existir alguma dúvida se o réu realmente agiu acobertado por alguma excludente de

ilicitude ou de culpabilidade tal impasse será resolvido no julgamento perante os jurados. Desse modo o acusado

não será absolvido sumariamente. Nesse mesmo sentido, Saulo Brum Leal (2000) afirma que apenas com prova

induvidosa da excludente é que poderá ser proclamada a absolvição sumária, neste momento processual. A

Jurisprudência é farta neste sentido, bastando rápida leitura referente ao tema no título em exame.

No antigo procedimento do júri, era cabível recurso obrigatório da decisão que absolvia o réu

sumariamente. O juiz era obrigado a recorrer de oficio para o tribunal. Tal regra não foi mantida pela nova

redação dada pela lei 11.689/08, portanto a partir da reforma acha-se extinto o recurso obrigatório. Também

temos outra mudança relevante em relação ao recurso cabível contra a decisão de absolvição sumária, antes, era

o de recurso em sentido estrito, agora nos termos do artigo 416 do código o recurso será o de apelação.

Em caso de conexão com outro crime que não seja doloso contra a vida, a absolvição sumária será apenas

em relação ao que for de competência do júri, devendo o outro crime, depois do trânsito em julgado da sentença

absolutória ser encaminhado para o juiz competente. Ao assistente de acusação não será dada a oportunidade de

recorrer. Pois para o assistente o código apenas determinou a utilização do recurso em sentido estrito em dois

casos: para recorrer da decisão de pronúncia e para recorrer da decisão que decreta extinta e punibilidade. 4 Da

preparação do processo para julgamento em plenário

STJ: “1. Constatando-se a regular tramitação do feito, já se encontrando o processo na

fase do art. 422 do CPP, não se tem como configurada a alegada mora estatal. 2. Não cabe no

habeas corpus a revaloração probatória, pelo que não se conhece da alegação de inexistirem

nos autos provas que liguem os pacientes aos fatos criminosos. 3. Recurso ordinário

improvido” (RHC 47360 – RJ, 6.ª T., rel. Nefi Cordeiro, 12.02.2015, v.u.).

Art. 422. Ao receber os autos, o presidente do Tribunal do Júri determinará a intimação do

órgão do Ministério Público ou do querelante, no caso de queixa, e do defensor, para, no prazo de 5

(cinco) dias, apresentarem rol de testemunhas que irão depor em plenário, até o máximo de 5 (cinco),

oportunidade em que poderão juntar documentos e requerer diligência.

Art. 423. Deliberando sobre os requerimentos de provas a serem produzidas ou exibidas no

plenário do júri, e adotadas as providências devidas, o juiz presidente:

I – ordenará as diligências necessárias para sanar qualquer nulidade ou esclarecer fato que

interesse ao julgamento da cau-sa;

II – fará relatório sucinto do processo, determinando sua inclusão em pauta da reunião do

Tribunal do Júri.

Art. 424. Quando a lei local de organização judiciária não atribuir ao presidente do Tribunal do

Júri o preparo para julgamento, o juiz competente remeter-lhe-á os autos do processo preparado até 5

(cinco) dias antes do sorteio a que se refere o art. 433 deste Código.

Parágrafo único. Deverão ser remetidos, também, os processos preparados até o encerramento

da reunião, para a realização de julgamento. Art. 424. Quando a lei local de organização judiciária

não atribuir ao presidente do Tribunal do Júri o preparo para julgamento, o juiz competente remeter-

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DIREITO PROCESSUAL PENAL

lhe-á os autos do processo preparado até 5 (cinco) dias antes do sorteio a que se refere o art. 433 deste

Código.

Parágrafo único. Deverão ser remetidos, também, os processos preparados até o encerramento

da reunião, para a realização de julgamento. Art. 425. Anualmente, serão alistados

pelo presidente do Tribunal do Júri de 800 (oitocentos) a 1.500 (um mil e quinhentos) jurados nas

comarcas de mais de 1.000.000 (um milhão) de habitantes, de 300 (trezentos) a 700 (setecentos)

nas comarcas de mais de 100.000 (cem mil) habitantes e de 80 (oitenta) a 400 (quatrocentos) nas

comarcas de menor população.

§ 1o Nas comarcas onde for necessário, poderá ser aumentado o número de jurados e, ainda,

organizada lista de suplentes, depositadas as cédulas em urna especial, com as cautelas

mencionadas na parte final do § 3o do art. 426 deste Código.

§ 2o O juiz presidente requisitará às autoridades locais, associações de classe e de bairro,

entidades associativas e culturais, instituições de ensino em geral, universidades, sindicatos,

repartições públicas e outros núcleos comunitários a indicação de pessoas que reúnam as condições

para exercer a função de jurado.

Art. 426. A lista geral dos jurados, com indicação das respectivas profissões, será publicada

pela imprensa até o dia 10 de outubro de cada ano e divulgada em editais afixados à porta do

Tribunal do Júri.

§ 1o A lista poderá ser alterada, de ofício ou mediante reclamação de qualquer do povo ao

juiz presidente até o dia 10 de novembro, data de sua publicação definitiva.

§ 2o Juntamente com a lista, serão transcritos os arts. 436 a 446 deste Código. § 3o Os nomes

e endereços dos alistados, em cartões iguais, após serem verificados na presença do Ministério

Público, de advogado indicado pela Seção local da Ordem dos Advogados do Brasil e de defensor

indicado pelas Defensorias Públicas competentes, permanecerão guardados em urna fechada a

chave, sob a responsabilidade do juiz presidente.

§ 4o O jurado que tiver integrado o Conselho de Sentença nos 12 (doze) meses que

antecederem à publicação da lista geral fica dela excluído.

§ 5o Anualmente, a lista geral de jurados será, obrigatoriamente, completada.

A colheita dos nomes de jurados para compor as listas do Tribunal do Júri se faz, na maioria das Comarcas

brasileiras, de modo aleatório, sem conhecimento direto e pessoal do magistrado em relação a cada um dos

indicados. Utiliza-se, há anos, como regra, a listagem dos cartórios eleitorais, que coletam vários nomes,

enviando ao juiz presidente. Dificilmente cumpre-se o disposto no § 2.º deste artigo, perscrutando interessados

em associações de classe e de bairro, entidades associativas e culturais, instituições de ensino, universidades etc.

Em pequenas cidades, torna-se possível essa colheita de nomes. Nos grandes centros urbanos, entretanto, é

praticamente impossível. O máximo que se faz, após o recebimento das listas formadas aleatoriamente nos

cartórios eleitorais, é uma pesquisa de antecedentes criminais. Posteriormente, verifica-se a aptidão do jurado e

sua idoneidade para a função na prática, quando já se encontra sorteado para as listas de sessões de julgamento.

10.4 - DESAFORAMENTO

É a decisão jurisdicional que altera a competência inicialmente fixada pelos critérios constantes do art. 69

do CPP, com aplicação estrita no procedimento do Tribunal do Júri, dentro dos requisitos legais previamente

estabelecidos. A competência, para tal, é sempre da Instância Superior e nunca do juiz que conduz o feito.

Entretanto, a provocação pode originar-se tanto do magistrado de primeiro grau quanto das partes, conforme o

caso.

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DIREITO PROCESSUAL PENAL

Art. 427. Se o interesse da ordem pública o reclamar ou houver dúvida sobre a

imparcialidade do júri ou a segurança pessoal do acusado, o Tribunal, a requerimento do Ministério

Público, do assistente, do querelante ou do acusado ou mediante representação do juiz competente,

poderá determinar o desaforamento do julgamento para outra comarca da mesma região, onde não

existam aqueles motivos, preferindo-se as mais próximas.

§ 1o O pedido de desaforamento será distribuído imediatamente e terá preferência de

julgamento na Câmara ou Turma competente.

§ 2o Sendo relevantes os motivos alegados, o relator poderá determinar, fundamentadamente,

a suspensão do julgamento pelo júri.

§ 3o Será ouvido o juiz presidente, quando a medida não tiver sido por ele solicitada.

Seção VI

Da Organização da Pauta

Art. 429. Salvo motivo relevante que autorize alteração na ordem dos julgamentos, terão

preferência:

I – os acusados presos;

II – dentre os acusados presos, aqueles que estiverem há mais tempo na prisão;

III – em igualdade de condições, os precedentemente pronunciados.

§ 1o Antes do dia designado para o primeiro julgamento da reunião periódica, será afixada na

porta do edifício do Tribunal do Júri a lista dos processos a serem julgados, obedecida a ordem

prevista no caput deste artigo.

§ 2o O juiz presidente reservará datas na mesma reunião periódica para a inclusão de

processo que tiver o julgamento adiado. Art. 430. O assistente somente será admitido se tiver

requerido sua habilitação até 5 (cinco) dias antes da data da sessão na qual pretenda atuar.

Art. 431. Estando o processo em ordem, o juiz presidente mandará intimar as partes, o

ofendido, se for possível, as testemunhas e os peritos, quando houver requerimento, para a sessão

de instrução e julgamento, observando, no que couber, o disposto no art. 420 deste Código.

10.5 DO SORTEIO E DA CONVOCAÇÃO DOS JURADOS

Fazia-se, antes da Lei 11.689/2008, a portas abertas, por um menor de 18 anos (o que soava pueril), mas

sem a obrigação de intimação dos maiores interessados em acompanhar os trabalhos. Exige-se, atualmente, a

intimação do Ministério Público, da OAB (seção local) e da Defensoria Pública (estruturada em, praticamente,

todo o País) para observar a lisura do sorteio. Lembremos que ao juiz cabe apenas determinar a intimação dos

envolvidos. Porém, se não comparecerem, o sorteio dos jurados pode dar-se de todo modo, aliás, conforme

estabelece, corretamente, o § 2.º do art. 433.

Na Jurisprudência:

STJ: “O artigo 432 do Código de Processo Penal prevê a notificação do Ministério Público,

da Ordem dos Advogados do Brasil e da Defensoria Pública para acompanharem o sorteio da lista

de jurados, inexistindo qualquer previsão legal para a cientificação dos patronos dos acusados para

tal ato” (HC 241.971 – MS, 5.ª T., rel. Jorge Mussi, 17.12.2013, v.u.). TJSE: “Alegação de

nulidade processual e pretensão de anulação do júri. Preliminares suscitadas e rejeitadas. Falta de

intimação do advogado para sorteio de jurados. Não ocorrência. Inteligência do art. 432 do CPP”

(ACR 2012313228, Câm. Criminal, rel. Geni Silveira Schuster, 30.07.2012, v.u.).

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DIREITO PROCESSUAL PENAL

Art. 432. Em seguida à organização da pauta, o juiz presidente determinará a intimação do

Ministério Público, da Ordem dos Advogados do Brasil e da Defensoria Pública para

acompanharem, em dia e hora designados, o sorteio dos jurados que atuarão na reunião periódica.

Art. 433. O sorteio, presidido pelo juiz, far-se-á a portas abertas, cabendo-lhe retirar as

cédulas até completar o número de 25 (vinte e cinco) jurados, para a reunião periódica ou

extraordinária.

§ 1o O sorteio será realizado entre o 15o (décimo quinto) e o 10o (décimo) dia útil

antecedente à instalação da reunião.

§ 2o A audiência de sorteio não será adiada pelo não comparecimento das partes.

§ 3o O jurado não sorteado poderá ter o seu nome novamente incluído para as reuniões

futuras.

Art. 434. Os jurados sorteados serão convocados pelo correio ou por qualquer outro meio

hábil para comparecer no dia e hora designados para a reunião, sob as penas da lei.

Parágrafo único. No mesmo expediente de convocação serão transcritos os arts. 436 a 446

deste Código.

Art. 435. Serão afixados na porta do edifício do Tribunal do Júri a relação dos jurados

convocados, os nomes do acusado e dos procuradores das partes, além do dia, hora e local das

sessões de instrução e julgamento.

Art. 436. O serviço do júri é obrigatório. O alistamento compreenderá os cidadãos maiores

de 18 (dezoito) anos de notória idoneidade.

§ 1o Nenhum cidadão poderá ser excluído dos trabalhos do júri ou deixar de ser alistado

em razão de cor ou etnia, raça, credo, sexo, profissão, classe social ou econômica, origem ou

grau de instrução.

§ 2o A recusa injustificada ao serviço do júri acarretará multa no valor de 1 (um) a 10

(dez) salários mínimos, a critério do juiz, de acordo com a condição econômica do jurado.

Art. 437. Estão isentos do serviço do júri:

I – o Presidente da República e os Ministros de Estado;

II – os Governadores e seus respectivos Secretários;

III – os membros do Congresso Nacional, das Assembléias Legislativas e das

Câmaras

Distrital e Municipais;

IV – os Prefeitos Municipais;

V – os Magistrados e membros do Ministério Público e da Defensoria Pública;

VI – os servidores do Poder Judiciário, do Ministério Público e da Defensoria

Pública;

VII – as autoridades e os servidores da polícia e da segurança pública;

VIII – os militares em serviço ativo;

IX – os cidadãos maiores de 70 (setenta) anos que requeiram sua dispensa; X –

aqueles que o requererem, demonstrando justo impedimento.

Art. 438. A recusa ao serviço do júri fundada em convicção religiosa, filosófica ou

política importará no dever de prestar serviço alternativo, sob pena de suspensão dos direitos

políticos, enquanto não prestar o serviço imposto.

§ 1o Entende-se por serviço alternativo o exercício de atividades de caráter

administrativo, assistencial, filantrópico ou mesmo produtivo, no Poder Judiciário, na

Defensoria Pública, no Ministério Público ou em entidade conveniada para esses fins.

§ 2o O juiz fixará o serviço alternativo atendendo aos princípios da proporcionalidade e da

razoabilidade.

Art. 439. O exercício efetivo da função de jurado constituirá serviço público relevante e

estabelecerá presunção de idoneidade moral.

Art. 440. Constitui também direito do jurado, na condição do art. 439 deste Código,

preferência, em igualdade de condições, nas licitações públicas e no provimento, mediante

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DIREITO PROCESSUAL PENAL

concurso, de cargo ou função pública, bem como nos casos de promoção funcional ou remoção

voluntária.

Art. 441. Nenhum desconto será feito nos vencimentos ou salário do jurado sorteado que

comparecer à sessão do júri.

Art. 442. Ao jurado que, sem causa legítima, deixar de comparecer no dia marcado para a

sessão ou retirar-se antes de ser dispensado pelo presidente será aplicada multa de 1 (um) a 10

(dez) salários mínimos, a critério do juiz, de acordo com a sua condição econômica.

Art. 443. Somente será aceita escusa fundada em motivo relevante devidamente

comprovado e apresentada, ressalvadas as hipóteses de força maior, até o momento da chamada

dos jurados.

Art. 444. O jurado somente será dispensado por decisão motivada do juiz presidente,

consignada na ata dos trabalhos.

Art. 445. O jurado, no exercício da função ou a pretexto de exercê-la, será responsável

criminalmente nos mesmos termos em que o são os juízes togados.

Art. 446. Aos suplentes, quando convocados, serão aplicáveis os dispositivos referentes

às dispensas, faltas e escusas e à equiparação de responsabilidade penal prevista no art. 445

deste Código.

10.6 DA COMPOSIÇÃO DO TRIBUNAL DO JÚRI E DA FORMAÇÃO DO CONSELHO DE SENTENÇA

O Tribunal Popular é composto pelo juiz togado, que o preside, e por 25 jurados sorteados para a sessão, e

não unicamente pelo magistrado e pelo Conselho de Sentença (7 jurados escolhidos dentre os 25). Há, na

realidade, 26 pessoas envolvidas no julgamento (um juiz de direito e 25 juízes leigos), dos quais, em uma

segunda etapa, atinge-se o número de oito (um juiz presidente e sete jurados). Por outro lado, para validamente

começar seus trabalhos, devem reunir-se, pelo menos, 16 pessoas (um juiz togado e 15 jurados). Portanto, podese

dizer que há o Tribunal do Júri pleno (26 pessoas), o Tribunal do Júri mínimo (16 pessoas) e o Tribunal do Júri

constituído para o julgamento (8 pessoas). Os Jurados alistados são todos os selecionados pelo juiz presidente,

no decorrer de um ano, para servirem no seguinte, nos termos estipulados nos arts. 425 e 426 do Código de

Processo Penal. Os alistados podem servir ou não, dependendo do sorteio realizado para a composição dos

grupos das sessões. Não se constitui efetivo exercício da função o simples alistamento.

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DIREITO PROCESSUAL PENAL

Art. 447. O Tribunal do Júri é composto por 1 (um) juiz togado, seu presidente e por 25

(vinte e cinco) jurados que serão sorteados dentre os alistados, 7 (sete) dos quais constituirão o

Conselho de Sentença em cada sessão de julgamento.

Art. 448. São impedidos de servir no mesmo Conselho:

I – marido e mulher;

II – ascendente e descendente;

III – sogro e genro ou nora;

IV – irmãos e cunhados, durante o cunhadio;

V – tio e sobrinho;

VI – padrasto, madrasta ou enteado.

§ 1o O mesmo impedimento ocorrerá em relação às pessoas que mantenham união estável

reconhecida como entidade familiar.

§ 2o Aplicar-se-á aos jurados o disposto sobre os impedimentos, a suspeição e as

incompatibilidades dos juízes togados.

Art. 449. Não poderá servir o jurado que:

I – tiver funcionado em julgamento anterior do mesmo processo, independentemente da causa

determinante do julgamento posterior;

II – no caso do concurso de pessoas, houver integrado o Conselho de Sentença que

julgou o outro acusado;

III – tiver manifestado prévia disposição para condenar ou absolver o acusado.

Art. 450. Dos impedidos entre si por parentesco ou relação de convivência, servirá o que

houver sido sorteado em primeiro lugar.

Art. 451. Os jurados excluídos por impedimento, suspeição ou incompatibilidade serão

considerados para a constituição do número legal exigível para a realização da sessão.

Art. 452. O mesmo Conselho de Sentença poderá conhecer de mais de um processo, no

mesmo dia, se as partes o aceitarem, hipótese em que seus integrantes deverão prestar novo

compromisso.

Art. 453. O Tribunal do Júri reunir-se-á para as sessões de instrução e julgamento nos

períodos e na forma estabelecida pela lei local de organização judiciária.

Art. 454. Até o momento de abertura dos trabalhos da sessão, o juiz presidente decidirá os

casos de isenção e dispensa de jurados e o pedido de adiamento de julgamento, mandando

consignar em ata as deliberações.

Art. 455. Se o Ministério Público não comparecer, o juiz presidente adiará o julgamento

para o primeiro dia desimpedido da mesma reunião, cientificadas as partes e as testemunhas.

Parágrafo único. Se a ausência não for justificada, o fato será imediatamente comunicado ao

Procurador-Geral de Justiça com a data designada para a nova sessão.

Art. 456. Se a falta, sem escusa legítima, for do advogado do acusado, e se outro não for

por este constituído, o fato será imediatamente comunicado ao presidente da seccional da Ordem

dos Advogados do Brasil, com a data designada para a nova sessão.

§ 1o Não havendo escusa legítima, o julgamento será adiado somente uma vez, devendo o

acusado ser julgado quando chamado novamente.

§ 2o Na hipótese do § 1o deste artigo, o juiz intimará a Defensoria Pública para o novo

julgamento, que será adiado para o primeiro dia desimpedido, observado o prazo mínimo de 10

(dez) dias.

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DIREITO PROCESSUAL PENAL

Art. 457. O julgamento não será adiado pelo não comparecimento do acusado solto, do assistente

ou do advogado do querelante, que tiver sido regularmente intimado.

§ 1o Os pedidos de adiamento e as justificações de não comparecimento deverão ser, salvo

comprovado motivo de força maior, previamente submetidos à apreciação do juiz presidente do

Tribunal do Júri.

§ 2o Se o acusado preso não for conduzido, o julgamento será adiado para o primeiro dia

desimpedido da mesma reunião, salvo se houver pedido de dispensa de comparecimento subscrito

por ele e seu defensor.

Art. 458. Se a testemunha, sem justa causa, deixar de comparecer, o juiz presidente, sem prejuízo

da ação penal pela desobediência, aplicar-lhe-á a multa prevista no § 2o do art. 436 deste Código.

Art. 459. Aplicar-se-á às testemunhas a serviço do Tribunal do Júri o disposto no art. 441 deste

Código.

Art. 460. Antes de constituído o Conselho de Sentença, as testemunhas serão recolhidas a lugar

onde umas não possam ouvir os depoimentos das outras.

Art. 461. O julgamento não será adiado se a testemunha deixar de comparecer, salvo se uma das

partes tiver requerido a sua intimação por mandado, na oportunidade de que trata o art. 422 deste

Código, declarando não prescindir do depoimento e indicando a sua localização.

§ 1o Se, intimada, a testemunha não comparecer, o juiz presidente suspenderá os trabalhos e

mandará conduzi-la ou adiará o julgamento para o primeiro dia desimpedido, ordenando a sua

condução.

§ 2o O julgamento será realizado mesmo na hipótese de a testemunha não ser encontrada no local

indicado, se assim for certificado por oficial de justiça.

Art. 462. Realizadas as diligências referidas nos arts. 454 a 461 deste Código, o juiz presidente

verificará se a urna contém as cédulas dos 25 (vinte e cinco) jurados sorteados, mandando que o

escrivão proceda à chamada deles.

Art. 463. Comparecendo, pelo menos, 15 (quinze) jurados, o juiz presidente declarará instalados

os trabalhos, anunciando o processo que será submetido a julgamento.

§ 1o O oficial de justiça fará o pregão, certificando a diligência nos autos.

§ 2o Os jurados excluídos por impedimento ou suspeição serão computados para a constituição do

número legal.

Art. 464. Não havendo o número referido no art. 463 deste Código, proceder-se-á ao sorteio de

tantos suplentes quantos necessários, e designar-se-á nova data para a sessão do júri.

Art. 465. Os nomes dos suplentes serão consignados em ata, remetendo-se o expediente de

convocação, com observância do disposto nos arts. 434 e 435 deste Código.

Art. 466. Antes do sorteio dos membros do Conselho de Sentença, o juiz presidente esclarecerá

sobre os impedimentos, a suspeição e as incompatibilidades constantes dos arts. 448 e 449 deste

Código.

§ 1o O juiz presidente também advertirá os jurados de que, uma vez sorteados, não poderão

comunicar-se entre si e com outrem, nem manifestar sua opinião sobre o processo, sob pena de

exclusão do Conselho e multa, na forma do § 2o do art. 436 deste Código.

§ 2o A incomunicabilidade será certificada nos autos pelo oficial de justiça.

Art. 467. Verificando que se encontram na urna as cédulas relativas aos jurados presentes, o juiz

presidente sorteará 7 (sete) dentre eles para a formação do Conselho de Sentença.

Art. 468. À medida que as cédulas forem sendo retiradas da urna, o juiz presidente as lerá, e a

defesa e, depois dela, o Ministério Público poderão recusar os jurados sorteados, até 3 (três) cada

parte, sem motivar a recusa.

Parágrafo único. O jurado recusado imotivadamente por qualquer das partes será excluído

daquela sessão de instrução e julgamento, prosseguindo-se o sorteio para a composição do

Conselho de Sentença com os jurados remanescentes.

Art. 469. Se forem 2 (dois) ou mais os acusados, as recusas poderão ser feitas por um só defensor.

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DIREITO PROCESSUAL PENAL

§ 1o A separação dos julgamentos somente ocorrerá se, em razão das recusas, não for obtido o

número mínimo de 7 (sete) jurados para compor o Conselho de Sentença.

§ 2o Determinada à separação dos julgamentos, será julgado em primeiro lugar o acusado a quem

foi atribuída a autoria do fato ou, em caso de coautoria, aplicar-se-á o critério de preferência

disposto no art. 429 deste Código.

Art. 470. Desacolhida a arguição de impedimento, de suspeição ou de incompatibilidade contra o

juiz presidente do Tribunal do Júri, órgão do Ministério Público, jurado ou qualquer funcionário,

o julgamento não será suspenso, devendo, entretanto, constar da ata o seu fundamento e a

decisão.

Art. 471. Se, em consequência do impedimento, suspeição, incompatibilidade, dispensa ou

recusa, não houver número para a formação do Conselho, o julgamento será adiado para o

primeiro dia desimpedido, após sorteados os suplentes, com observância do disposto no art. 464

deste Código.

Art. 472. Formado o Conselho de Sentença, o presidente, levantando-se, e, com ele, todos os

presentes, fará aos jurados a seguinte exortação:

Em nome da lei, concito-vos a examinar esta causa com imparcialidade e a proferir a vossa

decisão de acordo com a vossa consciência e os ditames da justiça.

Os jurados, nominalmente chamados pelo presidente, responderão:

Assim o prometo.

Parágrafo único. O jurado, em seguida, receberá cópias da pronúncia ou, se for o caso, das

decisões posteriores que julgaram admissível a acusação e do relatório do processo.

10.7- DA INSTRUÇÃO EM PLENÁRIO

Inicia-se pela inquirição da vítima (se possível; leia-se, se ela tiver paradeiro conhecido), arrolada ou não

pelas partes, podendo ser intimada pelo próprio juiz, e das testemunhas de acusação e de defesa, nessa ordem.

Em primeiro lugar, ouve-se o ofendido. O juiz presidente dirige-lhe as perguntas que entender necessárias. Em

seguida, passa a palavra ao representante do Ministério Público e ao assistente de acusação, se houver, ou ao

querelante (se a ação for privada).

Na sequência, poderá a defesa reperguntar. Ficou bem clara a opção pelo sistema de perguntas diretas,

formuladas pela parte interessada. Portanto, o promotor dirige suas reperguntas à vítima; depois, o assistente; em

sequência, o defensor. O magistrado fiscaliza o tom e o conteúdo das indagações, podendo intervir para impedir

as que forem impertinentes e inconvenientes, desvinculadas do interesse da causa. Finda a oitiva da vítima,

passa-se à inquirição das testemunhas de acusação.

Primeiramente, o juiz faz as perguntas cabíveis. Em seguida, concede a palavra ao Ministério Público e ao

assistente, se houver. Depois, à defesa. Após, ouvem-se as testemunhas de defesa. Inicialmente, as perguntas são

formuladas pelo juiz. Na sequência, pela defesa. Em seguida, pelo Ministério Público e assistente.

Na Jurisprudência:

TJRS: “Cabe referir que não há que se falar em nulidade pela oitiva em plenário da vítima,

sem que tenha sido arrolada pelo órgão acusador. Imprescindível colher depoimento do ofendido,

se possível. Nesse sentido dispõe o artigo 473 do CPP” (Apelação Crime 70063248652 – RS, 2.ª

C. C., rel. José Antônio Cidade Pitrez, 28.05.2015, v.u.); “Conforme a nova redação deste art. 473,

do Código de Processo Penal, além de haver sido facultado o questionamento direto de vítimas e

testemunhas pelo magistrado, de ofício, os ofendidos serão ouvidos independentemente de terem

sido arrolados pela acusação, sempre na busca da verdade real” (APC 70028461911 – RS, 1.ª C.

C., rel. Marco Antônio Ribeiro de Oliveira, 15.04.2009).

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DIREITO PROCESSUAL PENAL

Art. 473. Prestado o compromisso pelos jurados, será iniciada a instrução plenária quando o

juiz presidente, o Ministério Público, o assistente, o querelante e o defensor do acusado tomarão,

sucessiva e diretamente, as declarações do ofendido, se possível, e inquirirão as testemunhas

arroladas pela acusação.

§ 1o Para a inquirição das testemunhas arroladas pela defesa, o defensor do acusado

formulará as perguntas antes do Ministério Público e do assistente, mantidos no mais a ordem e os

critérios estabelecidos neste artigo. § 2o Os jurados poderão formular perguntas ao ofendido e às

testemunhas, por intermédio do juiz presidente.

§ 3o As partes e os jurados poderão requerer acareações, reconhecimento de pessoas e

coisas e esclarecimento dos peritos, bem como a leitura de peças que se refiram, exclusivamente,

às provas colhidas por carta precatória e às provas cautelares, antecipadas ou não repetíveis.

Art. 474. A seguir será o acusado interrogado, se estiver presente, na forma estabelecida no

Capítulo III do Título VII do Livro I deste Código, com as alterações introduzidas nesta Seção.

§ 1o O Ministério Público, o assistente, o querelante e o defensor, nessa ordem, poderão

formular, diretamente, perguntas ao acusado.

§ 2o Os jurados formularão perguntas por intermédio do juiz presidente.

§ 3o Não se permitirá o uso de algemas no acusado durante o período em que permanecer

no plenário do júri, salvo se absolutamente necessário à ordem dos trabalhos, à segurança das

testemunhas ou à garantia da integridade física dos presentes.

Art. 475. O registro dos depoimentos e do interrogatório será feito pelos meios ou recursos

de gravação magnética, eletrônica, estenotipia ou técnica similar, destinada a obter maior

fidelidade e celeridade na colheita da prova.

Parágrafo único. A transcrição do registro, após feita a degravação, constará dos autos.

Art. 476. Encerrada a instrução, será concedida a palavra ao Ministério Público, que fará a

acusação, nos limites da pronúncia ou das decisões posteriores que julgaram admissível a

acusação, sustentando, se for o caso, a existência de circunstância agravante.

§ 1o O assistente falará depois do Ministério Público.

§ 2o Tratando-se de ação penal de iniciativa privada, falará em primeiro lugar o querelante

e, em seguida, o Ministério Público, salvo se este houver retomado a titularidade da ação, na

forma do art. 29 deste Código.

§ 3o Finda a acusação, terá a palavra a defesa.

§ 4o A acusação poderá replicar e a defesa treplicar, sendo admitida a reinquirição de

testemunha já ouvida em plenário.

Art. 477. O tempo destinado à acusação e à defesa será de uma hora e meia para cada, e de

uma hora para a réplica e outro tanto para a tréplica.

§ 1o Havendo mais de um acusador ou mais de um defensor, combinarão entre si a

distribuição do tempo, que, na falta de acordo, será dividido pelo juiz presidente, de forma a não

exceder o determinado neste artigo.

§ 2o Havendo mais de 1 (um) acusado, o tempo para a acusação e a defesa será acrescido de

1 (uma) hora e elevado ao dobro o da réplica e da tréplica, observado o disposto no § 1o deste

artigo.

Art. 478. Durante os debates as partes não poderão, sob pena de nulidade, fazer referências:

I – à decisão de pronúncia, às decisões posteriores que julgaram admissível a acusação ou

à determinação do uso de algemas como argumento de autoridade que beneficiem ou prejudiquem

o acusado;

II – ao silêncio do acusado ou à ausência de interrogatório por falta de requerimento, em seu

prejuízo.

Art. 479. Durante o julgamento não será permitida a leitura de documento ou a exibição de

objeto que não tiver sido juntado aos autos com a antecedência mínima de 3 (três) dias úteis,

dando-se ciência à outra parte.

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DIREITO PROCESSUAL PENAL

Parágrafo único. Compreende-se na proibição deste artigo a leitura de jornais ou qualquer

outro escrito, bem como a exibição de vídeos, gravações, fotografias, laudos, quadros, croqui ou

qualquer outro meio assemelhado, cujo conteúdo versar sobre a matéria de fato submetida à

apreciação e julgamento dos jurados.

Art. 480. A acusação, a defesa e os jurados poderão, a qualquer momento e por intermédio

do juiz presidente, pedir ao orador que indique a folha dos autos onde se encontra a peça por ele

lida ou citada, facultando-se, ainda, aos jurados solicitar-lhe, pelo mesmo meio, o esclarecimento

de fato por ele alegado.

§ 1o Concluídos os debates, o presidente indagará dos jurados se estão habilitados a julgar

ou se necessitam de outros esclarecimentos.

§ 2o Se houver dúvida sobre questão de fato, o presidente prestará esclarecimentos à vista

dos autos.

§ 3o Os jurados, nesta fase do procedimento, terão acesso aos autos e aos instrumentos do

crime se solicitarem ao juiz presidente.

Art. 481. Se a verificação de qualquer fato, reconhecida como essencial para o julgamento

da causa, não puder ser realizada imediatamente, o juiz presidente dissolverá o Conselho,

ordenando a realização das diligências entendidas necessárias.

Parágrafo único. Se a diligência consistir na produção de prova pericial, o juiz presidente,

desde logo, nomeará perito e formulará quesitos, facultando às partes também formulá-los e

indicar assistentes técnicos, no prazo de 5 (cinco) dias.

10.8 - DO QUESTIONÁRIO E SUA VOTAÇÃO

É o conjunto dos quesitos elaborados pelo juiz presidente, que serão submetidos à votação pelo Conselho

de Sentença, de modo a se extrair o veredicto final, considerando-se procedente, improcedente ou procedente em

parte a imputação feita pelo órgão acusatório.

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DIREITO PROCESSUAL PENAL

Art. 482. O Conselho de Sentença será questionado sobre matéria de fato e se o acusado

deve ser absolvido.

Parágrafo único. Os quesitos serão redigidos em proposições afirmativas, simples e distintas,

de modo que cada um deles possa ser respondido com suficiente clareza e necessária precisão. Na

sua elaboração, o presidente levará em conta os termos da pronúncia ou das decisões posteriores

que julgaram admissível a acusação, do interrogatório e das alegações das partes.

Art. 483. Os quesitos serão formulados na seguinte ordem, indagando sobre: I

– a materialidade do fato;

II – a autoria ou participação;

III – se o acusado deve ser absolvido;

IV – se existe causa de diminuição de pena alegada pela defesa;

V – se existe circunstância qualificadora ou causa de aumento de pena reconhecidas

na pronúncia ou em decisões posteriores que julgaram admissível a acusação.

§ 1o A resposta negativa, de mais de 3 (três) jurados, a qualquer dos quesitos referidos nos

incisos I e II do caput deste artigo encerra a votação e implica a absolvição do acusado.

§ 2o Respondidos afirmativamente por mais de 3 (três) jurados os quesitos relativos aos

incisos I e II do caput deste artigo será formulado quesito com a seguinte redação:

O jurado absolve o acusado?

§ 3o Decidindo os jurados pela condenação, o julgamento prossegue, devendo ser formulados

quesitos sobre:

I – causa de diminuição de pena alegada pela defesa;

II – circunstância qualificadora ou causa de aumento de pena, reconhecidas na

pronúncia ou em decisões posteriores que julgaram admissível a acusação.

§ 4o Sustentada a desclassificação da infração para outra de competência do juiz singular,

será formulado quesito a respeito, para ser respondido após o 2o (segundo) ou 3o (terceiro) quesito,

conforme o caso.

§ 5o Sustentada a tese de ocorrência do crime na sua forma tentada ou havendo divergência

sobre a tipificação do delito, sendo este da competência do Tribunal do Júri, o juiz formulará

quesito acerca destas questões, para ser respondido após o segundo quesito.

§ 6o Havendo mais de um crime ou mais de um acusado, os quesitos serão formulados em

séries distintas.

Art. 484. A seguir, o presidente lerá os quesitos e indagará das partes se têm requerimento ou

reclamação a fazer, devendo qualquer deles, bem como a decisão, constar da ata.

Parágrafo único. Ainda em plenário, o juiz presidente explicará aos jurados o significado de

cada quesito.

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DIREITO PROCESSUAL PENAL

Art. 485. Não havendo dúvida a ser esclarecida, o juiz presidente, os jurados, o Ministério

Público, o assistente, o querelante, o defensor do acusado, o escrivão e o oficial de justiça dirigirse-

ão à sala especial a fim de ser procedida a votação.

§ 1o Na falta de sala especial, o juiz presidente determinará que o público se retire,

permanecendo somente as pessoas mencionadas no caput deste artigo.

§ 2o O juiz presidente advertirá as partes de que não será permitida qualquer intervenção que

possa perturbar a livre manifestação do Conselho e fará retirar da sala quem se portar

inconvenientemente.

Art. 486. Antes de proceder-se à votação de cada quesito, o juiz presidente mandará

distribuir aos jurados pequenas cédulas, feitas de papel opaco e facilmente dobráveis, contendo 7

(sete) delas a palavra sim, 7 (sete) a palavra não.

Art. 487. Para assegurar o sigilo do voto, o oficial de justiça recolherá em urnas separadas as

cédulas correspondentes aos votos e as não utilizadas.

Art. 488. Após a resposta, verificados os votos e as cédulas não utilizadas, o presidente

determinará que o escrivão registre no termo a votação de cada quesito, bem como o resultado do

julgamento.

Parágrafo único. Do termo também constará a conferência das cédulas não utilizadas.

Art. 489. As decisões do Tribunal do Júri serão tomadas por maioria de votos.

Art. 490. Se a resposta a qualquer dos quesitos estiver em contradição com outra ou outras já

dadas, o presidente, explicando aos jurados em que consiste a contradição, submeterá novamente à

votação os quesitos a que se referirem tais respostas.

Parágrafo único. Se, pela resposta dada a um dos quesitos, o presidente verificar que ficam

prejudicados os seguintes, assim o declarará, dando por finda a votação.

Art. 491. Encerrada a votação, será o termo a que se refere o art. 488 deste Código assinado

pelo presidente, pelos jurados e pelas partes.

9 - DA SENTENÇA

Deve obedecer às regras de qualquer sentença condenatória criminal, com algumas alterações. Não há

relatório nem fundamentação. Dedica-se o juiz presidente à fixação da pena em caso de condenação. Para tanto,

utilizará o critério determinado pelo Código Penal. Inicialmente, estabelece a pena-base, com supedâneo no art.

59 do CP. Após, acrescenta as agravantes e atenuantes. Segundo a Lei 11.689/2008, devem elas advir dos

debates das partes em plenário, sem passar pelos jurados. Logo, a aceitação ou recusa caberia exclusivamente ao

juiz presidente. Entretanto, reputamos inconstitucional tal preceito.

Devem as agravantes e atenuantes ser votadas pelo Conselho de Sentença. Reconhecidas pelos jurados,

serão consideradas na decisão condenatória. Após, o magistrado insere as causas de aumento ou diminuição

existentes (reconhecidas pelo júri). Deverá deliberar sobre a necessidade de prisão cautelar do réu, com base nos

requisitos do art. 312 do CPP. Na jurisprudência: STJ: “A Constituição Federal, em seu art. 5.º, inciso XXXVIII,

alíneas “b” e “c”, conferiu ao Tribunal do Júri a soberania dos seus veredictos e o sigilo das votações, tratandose

de exceção à regra contida no inciso IX do art. 93, razão pela qual não se exige motivação ou fundamentação das

decisões do Conselho de Sentença, fazendo prevalecer, portanto, como sistema de avaliação das provas

produzidas, a íntima convicção dos jurados.” (HC 241126 – SP, 5.ª T., rel. Jorge Mussi, 28.08.2012, v.u.).

A Fixação da pena-base deve ser feita com base nos elementos do art. 59 do Código Penal, as

denominadas circunstâncias judiciais. São de livre apreciação pelo juiz presidente, pois compõem o universo da

individualização da pena, não ingressando no veredicto dos jurados, que são juízes do fato – e não do direito. Por

certo, o magistrado deve ter a cautela de não valorar duas ou mais vezes a mesma circunstância em prejuízo do

réu. Se o motivo fútil, por exemplo, já serviu para constituir a qualificadora, não mais será considerada na fase

do art. 59, que também menciona os motivos do crime.

Entretanto, pode haver mais de um motivo para o cometimento da infração penal; se assim ocorrer, nada

impede que o juiz presidente leve em conta o motivo não aventado pelos jurados, nem como qualificadora, nem

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DIREITO PROCESSUAL PENAL

como agravante ou atenuante. Há, pois, liberdade de apreciação dos elementos do art. 59 do Código Penal pelo

magistrado no Tribunal do Júri.

Na jurisprudência: STF: “Habeas corpus. Tribunal do Júri. Dosimetria da pena.

Circunstâncias judiciais. Ofensa à soberania dos veredictos do Tribunal do Júri.

Inocorrência: Acolhimento da tese de crime privilegiado em razão de forte excitação do paciente

logo após a agressão da vítima. Motivo que não se confunde com a discussão empreendida entre

o paciente e a vítima, sopesada para fixar a pena-base acima do mínimo legal.

1. A dosimetria da pena é conferida exclusivamente ao Juiz Presidente do Tribunal

do Júri, não cabendo, aprioristicamente, falar em afastamento das circunstâncias judiciais do artigo

59 pelo Conselho de Sentença (CPP, art. 492, inc. I, a e b).

2. O Juiz deve, contudo, no cálculo da pena-base, atentar para a possibilidade da

ocorrência de bis in idem e de violação dos veredictos do Tribunal Júri, mercê de revalorização de

circunstância judicial expressamente prevista em lei como qualificadora ou privilégio, agravante

ou atenuante ou causa de aumento ou diminuição.

3. In casu, o Juiz Presidente do Tribunal do Júri valorou negativamente cinco das sete

circunstâncias judiciais arroladas no artigo 59 do Código Penal, sendo certo que o Tribunal de

Justiça de Goiás e o Superior Tribunal de Justiça decotaram (4) quatro dessas circunstâncias,

reduzindo a pena inicial de 6 (seis) anos para 4 (quatro) anos e 4 (quatro) meses de reclusão,

remanescendo apenas a circunstância relativa a um dos motivos do crime, verbis: ‘Notando que a

ação criminosa teve seus motivos, na realidade, pelo fato do acusado e vítima discutirem acerca da

ocupação de um imóvel e a divisão do patrimônio. Fato que deve ser considerado para agravar a

pena”.

4. A discussão a respeito da ocupação de um imóvel e a divisão do patrimônio dos

envolvidos constituiu apenas um dos motivos do crime – valorado como circunstância judicial para

a exacerbação da pena-base –, motivo que não se confunde com a causa específica de diminuição

de pena do § 1.º do art. 121 do Código Penal (homicídio privilegiado), consistente em ter o paciente

agido sob o domínio de violenta emoção logo em seguida à agressão da vítima.

5. ‘Motivo é a razão de ser de alguma coisa, a causa ou o fundamento de sua

existência, podendo ser utilizado ainda o termo com o sentido de finalidade e objetivo. No contexto

do art. 59, segundo nos parece, vale-se a norma penal da palavra motivos (no plural) indicando,

portanto um plexo de situações psíquicas, que faz alguém agir criminosamente. Esse contexto

psíquico é rico de elementos harmônicos, podendo representar tanto a causa do delito como a

finalidade a ser atingida pelo agente’ (Nucci, Guilherme de Souza, Individualização da Pena, 2.ª

ed. rev., ampl. e atual.,

São Paulo: Revista dos Tribunais, p. 198.)

6. O Conselho de Sentença acolheu a tese de homicídio privilegiado em razão (ou

pelo motivo) de que o paciente agiu impelido de forte excitação ao ser agredido pela vítima, ou

seja, por motivo diverso do utilizado para exasperar a pena-base.

7. Resulta legítima a fixação da pena-base acima do mínimo legal com fundamento

em apenas uma das circunstâncias judiciais arroladas no art. 59 do Código Penal, in casu os motivos

do crime (HC 76.196 – GO, 2.ª T., rel. Maurício Corrêa, D J 29.09.1998). 8. Ordem denegada” (HC

108146 – GO, 1.ª T., rel. Luiz Fux, 05.06.2012, v.u.).

Quanto a alegação das agravantes e atenuantes em debate, embora defendamos devam as

agravantes e atenuantes passar pelo crivo do Conselho de Sentença (vide nota 298 supra), torna-se

inadmissível que o juiz presidente, de ofício, sem debate das partes em plenário, reconheça

agravante ou atenuante em sua sentença. Cuida-se de nulidade absoluta. Conferir: STJ: “1. A Lei

n. 11.689/2008 deu nova redação ao art. 492 do Código de Processo Penal, atribuindo ao Juiz

Presidente a aplicação das atenuantes e agravantes debatidas em Plenário. 2. Tratando-se de

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DIREITO PROCESSUAL PENAL

norma de caráter processual, de aplicação imediata, eventual aplicação da atenuante não

implicaria violação da soberania do veredicto do Júri. 3. Não incide a circunstância atenuante não

alegada pela defesa e não debatida em Plenário (art. 492, b, do CPP). 4. Ordem denegada” (HC

140.042 – RJ

2009/0121749-8, 6.ª T., rel. Sebastião Reis JúniorD, J19.11.2012); “Após a minirreforma

processual ocorrida com o advento da Lei n. 11.689/2008, cabe ao magistrado singular, por

ocasião da sentença condenatória, e não ao Conselho de Sentença, considerar as circunstâncias

agravantes e atenuantes que foram objeto dos debates (art. 492 do CPP)” (HC 194.737 – PB

2011/0009430-0,

6.ª T., rel. Sebastião Reis Júnior,D J 11.12.2012). TJMG: “Com a reforma introduzida pela Lei n.º

11.698/2008 não mais se submete aos jurados quesitos acerca da existência de circunstâncias

agravantes ou atenuantes, as quais somente poderão ser consideradas pelo juiz presidente, na

dosimetria da pena, quando suscitadas nos debates orais, a teor do que prescreve o art. 492, inciso

I, alínea b, do CPP” (RVCR 10000130262512000 – MG, 1.º Grupo de Câmaras Criminais,

rel. Fortuna Grion, DJ 12.05.2014). TJSC: “A teor do art. 492, I, b, do CPP, o juiz

presidente está impossibilitado de reconhecer atenuante não alegada em plenário” (APC

2008.079307-5 – SC, 1.ª C. C., rel. Carlos Alberto Civinski, 12.01.2010, v.u.). Art. 492. Em

seguida, o presidente proferirá sentença que:

I – no caso de condenação:

a) fixará a pena-base;

b) considerará as circunstâncias agravantes ou atenuantes alegadas nos debates;

c) imporá os aumentos ou diminuições da pena, em atenção às causas admitidas pelo

júri;

d) observará as demais disposições do art. 387 deste Código;

e) mandará o acusado recolher-se ou recomendá-lo-á à prisão em que se encontra, se

presentes os requisitos da prisão preventiva;

f) estabelecerá os efeitos genéricos e específicos da condenação; II – no caso de

absolvição:

a) mandará colocar em liberdade o acusado se por outro motivo não estiver preso;

b) revogará as medidas restritivas provisoriamente decretadas;

c) imporá, se for o caso, a medida de segurança cabível.

§ 1o Se houver desclassificação da infração para outra, de competência do juiz singular, ao

presidente do Tribunal do Júri caberá proferir sentença em seguida, aplicando-se, quando o delito

resultante da nova tipificação for considerado pela lei como infração penal de menor potencial

ofensivo, o disposto nos arts. 69 e seguintes da Lei no 9.099, de 26 de setembro de 1995.

§ 2o Em caso de desclassificação, o crime conexo que não seja doloso contra a vida será

julgado pelo juiz presidente do Tribunal do Júri, aplicando-se, no que couber, o disposto no § 1o

deste artigo.

Art. 493. A sentença será lida em plenário pelo presidente antes de encerrada a sessão de instrução

e julgamento.

Art. 494. De cada sessão de julgamento o escrivão lavrará ata, assinada pelo presidente e pelas

partes.

Art. 495. A ata descreverá fielmente todas as ocorrências, mencionando obrigatoriamente:

I – a data e a hora da instalação dos trabalhos;

II – o magistrado que presidiu a sessão e os jurados presentes;

III – os jurados que deixaram de comparecer, com escusa ou sem ela, e as sanções aplicadas;

IV – o ofício ou requerimento de isenção ou dispensa;

V – o sorteio dos jurados suplentes;

VI – o adiamento da sessão, se houver ocorrido, com a indicação do motivo;

VII – a abertura da sessão e a presença do Ministério Público, do querelante e do assistente, se

houver, e a do defensor do acusado;

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DIREITO PROCESSUAL PENAL

VIII – o pregão e a sanção imposta, no caso de não comparecimento;

IX – as testemunhas dispensadas de depor;

X – o recolhimento das testemunhas a lugar de onde umas não pudessem ouvir o depoimento das

outras;

XI – a verificação das cédulas pelo juiz presidente;

XII – a formação do Conselho de Sentença, com o registro dos nomes dos jurados sorteados e

recusas;

XIII – o compromisso e o interrogatório, com simples referência ao termo;

XIV – os debates e as alegações das partes com os respectivos fundamentos; XV – os

incidentes;

XVI – o julgamento da causa;

XVII – a publicidade dos atos da instrução plenária, das diligências e da sentença.

Art. 496. A falta da ata sujeitará o responsável a sanções administrativa e penal.

I – regular a polícia das sessões e prender os desobedientes;

II – requisitar o auxílio da força pública, que ficará sob sua exclusiva autoridade;

III – dirigir os debates, intervindo em caso de abuso, excesso de linguagem ou

mediante requerimento de uma das partes;

IV – resolver as questões incidentes que não dependam de pronunciamento do júri;

V – nomear defensor ao acusado, quando considerá-lo indefeso, podendo, neste caso, dissolver

o Conselho e designar novo dia para o julgamento, com a nomeação ou a constituição de novo

defensor;

VI – mandar retirar da sala o acusado que dificultar a realização do julgamento, o qual

prosseguirá sem a sua presença;

VII – suspender a sessão pelo tempo indispensável à realização das diligências

requeridas ou entendidas necessárias, manti-da a incomunicabilidade dos jurados;

VIII – interromper a sessão por tempo razoável, para proferir sentença e para repouso ou

refeição dos jurados;

IX – decidir, de ofício, ouvidos o Ministério Público e a defesa, ou a requerimento de

qualquer destes, a argüição de extinção de punibilidade;

X – resolver as questões de direito suscitadas no curso do julgamento;

XI – determinar, de ofício ou a requerimento das partes ou de qualquer jurado, as

diligências destinadas a sanar nulidade ou a suprir falta que prejudique o esclarecimento da verdade;

– regulamentar, durante os debates, a intervenção de uma das partes, quando a outra estiver com a

palavra, podendo conceder até 3 (três) minutos para cada aparte requerido, que serão acrescidos

ao tempo desta última

PONTOS RELEVANTES SOBRE O TRIBUNAL DO JÚRI

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DIREITO PROCESSUAL PENAL

A) O réu não está mais obrigado a comparecer em plenário. Basta que seja intimado da

sessão de julgamento. Se o acusado estiver preso, podem ele e seu defensor assinar pedido de

dispensa de comparecimento – art. 457.

B) Empréstimo de jurados de um plenário a outro: questão controversa, nota 182, art. 463.

C) Jurados e testemunhas ausentes, sem justificativa razoável: podem ser multados (um a

dez salários mínimos).

D) Separação de julgamento de corréus: procedimento dificultado e complexo, nota 198, art.

469.

F) Relatório do processo e cópia da pronúncia em mãos dos jurados – art. 472, parágrafo

único.

G) Conteúdo do relatório feito pelo juiz: nota 79, art. 423, II.

H) Partes podem fazer perguntas diretamente ao ofendido e às testemunhas. Os jurados,

por meio do juiz – art. 473.

I) O réu será interrogado ao final da instrução em plenário. As partes podem fazer

perguntas diretas a ele, o que nos parece situação delicada, ver nota 209, art. 474. Os jurados,

por meio do juiz. Ver nota 210, art. 474, § 2.º.

J) Não se permitirá, como regra, o uso de algemas no réu em plenário – art. 474, § 3.º.

L) É vedada, sob pena de nulidade, a referência à decisão de pronúncia (e outras posteriores) e

ao uso de algemas, como argumento de autoridade, beneficiando ou prejudicando o acusado,

nem ao silêncio do réu ou à ausência de interrogatório em seu prejuízo – art. 478. M) Poder de

polícia do juiz e regulamentação dos apartes: art. 497.

N) Regras para a elaboração dos quesitos – art. 483.

01 Ano: 2018 Banca: FCC Órgão: DPE-AP Prova: Defensor Público Segundo a jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça, é cabível habeas corpus

a) para aplicação de prisão domiciliar, mas vedado para afastar pena acessória de perda de cargo público.

b) para trancar ação penal em caso de atipicidade da conduta, mas vedado para discutir ausência de justa causa

para a ação penal.

c) para reexame do regime inicial de cumprimento de pena, mas vedado para reexame de dosimetria da pena.

d) em caráter preventivo, mas vedado contra decisão que denega liminar de maneira teratológica.

e) para revogar a prisão preventiva, mas vedado para revogação de fiança arbitrada.

02 Ano: 2018 Banca: CESPE Órgão: DPE-PE Prova: Defensor Público Conforme o

entendimento do STF, o habeas corpus será:

a) cabível para questionar constrangimento gerado pela imposição de ônus de custas processuais.

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DIREITO PROCESSUAL PENAL

b) incabível contra decisão que aplicar medidas cautelares diversas da prisão, por não haver afronta ao direito de

locomoção.

c) cabível para arguir o impedimento ou a suspeição de magistrado, mesmo quando a alegação depender de dilação

probatória.

d) incabível contra decisão que substituir pena privativa de liberdade por pena pecuniária.

e) cabível para arguir nulidade absoluta, ainda que a sentença penal condenatória já tenha transitado em julgado.

03 Ano: 2018 Banca: CESPE Órgão: PC-MA Prova: Delegado de Polícia Uma autoridade policial determinou a instauração de inquérito policial para apurar a prática de suposto crime de

homicídio. Entretanto, realizadas as necessárias diligências, constatou-se que a punibilidade estava extinta em

razão da prescrição.

Nessa situação,

a) é cabível recurso em sentido estrito com o objetivo de trancar o inquérito policial, mas somente após a decisão

que recebe a denúncia.

b) não há instrumento processual capaz de trancar o inquérito policial.

c) poderá ser impetrado habeas corpus com o objetivo de trancar o inquérito policial.

d) poderá ser impetrado mandado de segurança contra o ato da autoridade policial para trancar o inquérito policial.

e) é cabível recurso de apelação com o objetivo de trancar o inquérito policial, mas somente em caso de sentença

penal condenatória.

04 Ano: 2018 Banca: CESPE Órgão: PC-MA Prova: Escrivão de Polícia Civil Texto 1A2AAA

Em determinada comarca de um estado da Federação, em razão de uma denúncia anônima e após a realização de

diligências, a polícia civil prendeu Maria, de dezoito anos de idade, que supostamente traficava maconha em

uma praça nas proximidades da escola pública onde ela estudava. Levada à delegacia de polícia local, Maria foi

autuada e indiciada. Depois de reunidos elementos informativos suficientes, o delegado elaborou um relatório

com a descrição dos fatos, apontando os indícios de autoria. Com o encerramento das investigações, o inquérito

policial foi encaminhado à autoridade competente.

Considere que os seguintes fatos sejam adicionais à situação hipotética descrita no texto 1A2AAA. Presa

preventivamente, Maria teve pedido de liberdade provisória indeferido pelo juiz da comarca, sob o fundamento

de que ela havia confessado o delito no interrogatório policial e de que a pena do crime, abstratamente

considerada, é superior a quatro anos de reclusão. Cientificado pessoalmente da decisão, o defensor público

impetrou habeas corpus no tribunal de justiça.

Nesse caso, o habeas corpus

a) reparará a violação ao direito de ir e vir de Maria, direito esse de responsabilidade da autoridade policial que

não arbitrou fiança, o que configura coação ilegal, visto que a paciente foi mantida presa por tempo superior

ao permitido.

b) é inadmissível, devendo ser indeferido de plano, porque Maria confessou o delito.

c) poderá ser acolhido, visto que a fundamentação apresentada para negar o pedido de liberdade provisória foi

insuficiente por não tratar dos requisitos legais para a manutenção da prisão preventiva.

d) constitui pretensão de natureza constitutiva, com vistas à concessão de salvo conduto.

e) constitui ação autônoma de natureza constitucional, razão por que tem por princípios a celeridade, a

formalidade e a gratuidade.

05 Ano: 2017 Banca: CESPE Órgão: DPE-AC Prova: Defensor Público É

cabível habeas corpus:

a) contra decisão que condene, unicamente, a pena pecuniária.

b) contra decisão que tenha indeferido liminar em outro habeas corpus.

c) caso se busque o reconhecimento da decadência.

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DIREITO PROCESSUAL PENAL

d) quando já extinta a pena privativa de liberdade.

e) contra decisão ofensiva à legislação federal nos fundamentos da condenação criminal com pena privativa de

liberdade.

06 Ano: 2017 Banca: MPE-SP Órgão: MPE-SP Prova: Promotor de Justiça Assinale a

alternativa correta.

a) É cabível a utilização de habeas corpus contra a autoridade policial que instaura inquérito policial, em razão

de requisição do Ministério Público, para apuração de crime já definitivamente julgado.

b) A existência de recurso judicial próprio impede o conhecimento de habeas corpus.

a) O habeas corpus, por ser uma ação mandamental de caráter penal, não é cabível nos casos de prisão civil do

devedor de alimentos.

b) O habeas corpus não é cabível a quem tenha sido beneficiado com a suspensão condicional do processo.

c) O habeas corpus não é cabível para trancamento de ação instaurada pela prática de infração penal punida apenas

com pena de multa.

07 Ano: 2017 Banca: CESPE Órgão: DPU Prova: Defensor Público A respeito do habeas corpus e da prisão preventiva, julgue o item seguinte, considerando, no que for pertinente, o

entendimento dos tribunais superiores.

( ) Situação hipotética: Determinado DP, inconformado com a prisão preventiva de um de seus assistidos,

impetrou habeas corpus no STJ com pedido liminar de soltura. O ministro relator negou a medida antecipatória,

em decisão monocrática fundamentada. Assertiva: Nessa situação, contra a decisão monocrática que indeferiu a

liminar não cabe novo habeas corpus para o STF.

08 Ano: 2017 Banca: IBADE Órgão: PC-AC Prova: Delegado de Polícia Sobre

habeas corpus assinale a alternativa correta.

a) Não cabe habeas corpus contra ato de Delegado de Polícia.

b) O delegado de policia não pode impetrar habeas corpus.

c)Para a doutrina, o habeas corpus, a revisão criminal e o mandado de segurança não são recursos e sim ações

autônomas de impugnação.

d) O habeas corpus não pode ser concedido de ofício pelo Juiz ou tribunal.

e) O habeas corpus contra ato de Delegado de Polícia deve ser julgado pelo Tribunal de Justiça.

09 Ano: 2016 Banca: FUNCAB Órgão: PC-PA Prova: Escrivão de Polícia Civil A expressão habeas corpus traduz-se literalmente do latim para o português como “tome o corpo”. Em relação ao

habeas corpus no direito brasileiro, é possível afirmar que:

a) o Ministério Público não possui legitimidade para impetrar habeas corpus em favor do réu de um processo.

b) o habeas corpus profilático é cabível na hipótese de já ter sido consumado o constrangimento ilegal à liberdade.

c) o coator pode ser tanto uma autoridade quanto um particular.

d) pessoa jurídica pode figurar como paciente em habeas corpus.

e) de acordo com entendimento majoritário na doutrina e na jurisprudência, admite-se que a petição de habeas

corpus seja apócrifa.

10 Ano: 2016 Banca: CESPE Órgão: PC-PE Prova: Agente de Polícia Assinale a opção correta acerca do habeas corpus, considerando os princípios constitucionais, as normas atinentes

e os procedimentos próprios dos juizados especiais criminais.

a) O juizado especial criminal tem competência para julgar infrações penais de menor potencial ofensivo,

assim consideradas as contravenções penais e os crimes a que a lei comine pena máxima não superior a dois anos,

cumulada ou não com multa.

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DIREITO PROCESSUAL PENAL

b) As competências dos juizados especiais criminais são fixadas com base nas penas máximas cominadas

aos tipos; portanto, as suas normas são também aplicáveis às hipóteses de crimes praticados em contexto de

violência doméstica contra a mulher, desde que a pena de detenção máxima prevista não ultrapasse dois anos.

c) Sendo mais favoráveis ao réu os procedimentos dos juizados especiais, a eles competirá julgar os crimes

de pequeno potencial ofensivo, mesmo se conexos com infrações da competência do juízo criminal comum ou do

tribunal do júri.

d) Qualquer pessoa tem legitimidade para impetrar habeas corpus, mas só o advogado regularmente inscrito

na Ordem dos Advogados do Brasil tem capacidade postulatória para fazê-lo perante os tribunais superiores.

e) No caso de suspeito preso em flagrante delito, o Ministério Público, como titular da ação penal, está

impedido de impetrar habeas corpus, pois é sua a obrigação de iniciar o processo persecutório.

11 Ano: 2016 Banca: VUNESP Órgão: TJM-SP Prova: Juiz de Direito Quanto ao cabimento do habeas corpus em nosso sistema jurídico, assinale a alternativa correta.

a) O habeas corpus, do ponto de vista do rigor técnico, é um autêntico recurso, ainda que não catalogado no

próprio Código de Processo Penal como tal.

b) O habeas corpus, nos crimes ambientais, pode ser impetrado em favor de pessoa jurídica, pois há previsão

de responsabilidade penal do ente coletivo.

c) A impetração do habeas corpus depende de procuração, a fim de comprovar a capacidade postulatória.

d) O recurso cabível contra a decisão denegatória do habeas corpus nos Tribunais inferiores é o Recurso

Ordinário Constitucional.

e) O habeas corpus é meio idôneo para discussão da pena de multa.

12 Ano: 2016 Banca: VUNESP Órgão: TJ-RJ Prova: Juiz de Direito Analise o

caso a seguir e assinale a alternativa correta.

X, empresário do ramo alimentício, teve decretada a falência de sua empresa, em 20 de outubro de 2009.

Tendo o administrador judicial, em relatório circunstanciado, apontado indícios de desvio e venda das

mercadorias da massa falida, o Ministério Público requisitou a instauração de inquérito, a fim de apurar a prática

de crime falimentar por X, sócio gerente da empresa. Encerradas as investigações, o Ministério Público ofereceu

denúncia, junto ao Juízo Criminal da Jurisdição em que foi decretada a falência, sendo a exordial recebida,

iniciando-se o processo. Citado, X apresenta resposta à acusação, postulando por sua absolvição sumária,

alegando faltar justa causa para a ação penal, uma vez que, por força de agravo interposto junto ao Tribunal, a

falência da empresa foi revertida. O Juízo não absolve sumariamente X, dando prosseguimento ao processo. X

então impetra habeas corpus, junto ao Tribunal de Justiça.

a) Tendo a Lei n° 11.101/2005 previsto o procedimento sumário para o processo e julgamento de crime

falimentar, não é possível ao acusado apresentar resposta à acusação, prevista no artigo 396-A, do CPP.

b) O Tribunal de Justiça haveria de conceder a ordem, para trancar a ação penal, por ausência de condição

de punibilidade do crime falimentar.

c) A ação penal é nula, por incompetência do Juízo, pois, nos termos da Lei n°11.101/2005, é competente

para julgar crime falimentar o Juízo que decretou a falência.

d) O Ministério Público não poderia ter oferecido denúncia em face de X, por crime falimentar, por faltar

condição de procedibilidade, já que a ação é pública condicionada à representação dos credores. e) O Tribunal de

Justiça haveria de denegar a ordem, haja vista a independência das esferas.

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DIREITO PROCESSUAL PENAL

01. A 02. E 03. C 04. C 05. C 06. E 07. C 08. C 09. C 10. A 11. D 12. B

AULA 11 – RITO ORDINÁRIO

Procedimento será ordinário quando a pena máxima em abstrato do crime cometido for maior ou igual a 4

anos. Este procedimento se inicia com a denúncia do réu (ação penal pública), ou com a queixa-crime (ação

penal privada).

Neste procedimento as partes poderão arrolar até 8 testemunhas.

Após oferecida a denúncia ou a queixa-crime, os autos irão para conclusão e o juiz poderá tomar uma de

duas decisões:

- Receber a denúncia/queixa-crime

- Este recebimento se dará apenas se a peça inicial cumprir com os requisitos do artigo 41, ou seja,

houver indícios de autoria e materialidade do crime.

Art. 41. A denúncia ou queixa conterá a exposição do fato criminoso, com todas as suas

circunstâncias, a qualificação do acusado ou esclarecimentos pelos quais se possa identificá-lo, a

classificação do crime e, quando necessário, o rol das testemunhas.

- Para esta decisão não cabe recurso, porém poderá haver eventual Habeas Corpus. - Rejeição (395)

- O juiz rejeitará a peça inicial caso esta seja inepta, falte condição ou pressuposto processual ou haja falta

de justa causa.

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diferencialensino.com.br 203

DIREITO PROCESSUAL PENAL

- Para esta decisão cabe Recurso em sentido estrito (RESE)

Desconsideremos a rejeição por hora. Recebida a denúncia/queixa, o réu será citado no mesmo despacho em que

o juiz realiza e comunica o recebimento.

Após citado, o réu irá dispor de 10 dias para apresentar a sua resposta à acusação.

A resposta a acusação é uma "prima" da contestação do processo cível, é a oportunidade que a defesa tem de

apresentar todas as teses pertinentes à defesa do acusado.

Na resposta a acusação o advogado poderá levantar três tipos de teses, que levaram a três tipos diferentes de

pedidos, quais sejam

- preliminar – levantam-se questões de nulidade processual.

- mérito – tese que tentará convencer o juiz a conceder a absolvição sumária do réu (art. 397 – julgamento

antecipado da lide a favor do réu)

- tese subsidiária – Se, eventualmente, o juiz recusar as duas primeiras teses, poderá o advogado, sem

prejuízo, alegar circunstâncias que visem melhorar a condição do réu caso este venha a ser condenado.

Como na denúncia/queixa o MP/querelante podem arrolar suas testemunhas, este é o momento em que a defesa

poderá realizar o arrolamento de suas testemunha.

O processo volta a conclusão para que o juiz aprecie os pedidos, podendo ocorrer uma de três hipóteses

diferentes:

- Diante de novo juízo de admissibilidade, com uma nova cognição poderá rejeitar a denúncia

(art. 395 do CPP);

- Determinar a absolvição sumária do réu (art. 397 do CPP); ou

- Designar a data de audiência de instrução e julgamento (art. 399 do CPP).

A audiência deverá ocorrer no prazo de 60 dias e, em regra, haverá uma única audiência. Há

exceções prescritas em lei: - número de acusados for alto;

- causa complexa; ou

- deferida diligência complementar.

Não ocorrendo qualquer das hipóteses de exceções o juiz ouvirá as alegações finais de ambas as partes e então

julgará o caso.

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DIREITO PROCESSUAL PENAL

DOS PROCESSOS EM ESPÉCIE TÍTULO I

DO PROCESSO COMUM CAPÍTULO I

DA INSTRUÇÃO CRIMINAL Art. 394. O procedimento será comum ou especial.

§ 1o O procedimento comum será ordinário, sumário ou sumaríssimo

I - ordinário, quando tiver por objeto crime cuja sanção máxima cominada for igual ou

superior a 4 (quatro) anos de pena privativa de liberdade

II - sumário, quando tiver por objeto crime cuja sanção máxima cominada seja inferior a 4

(quatro) anos de pena privativa de liberdade;

III - sumaríssimo, para as infrações penais de menor potencial ofensivo, na forma da lei.

§ 2o Aplica-se a todos os processos o procedimento comum, salvo disposições em

contrário deste Código ou de lei especial

§ 3o Nos processos de competência do Tribunal do Júri, o procedimento observará as

disposições estabelecidas nos arts. 406 a 497 deste Código

§ 4o As disposições dos arts. 395 a 398 deste Código aplicam-se a todos os procedimentos

penais de primeiro grau, ainda que não regulados neste Código.

§ 5o Aplicam-se subsidiariamente aos procedimentos especial, sumário e sumaríssimo as

disposições do procedimento ordinário

Art. 394-A. Os processos que apurem a prática de crime hediondo terão prioridade de

tramitação em todas as instâncias. (Incluído pela Lei nº 13.285, de 2016).

Art. 395. A denúncia ou queixa será rejeitada quando:

I - for manifestamente inepta

II - faltar pressuposto processual ou condição para o exercício da ação penal; ou

III - faltar justa causa para o exercício da ação penal.

Parágrafo único. (Revogado).

Art. 396. Nos procedimentos ordinário e sumário, oferecida a denúncia ou queixa, o juiz,

se não a rejeitar liminarmente, recebê-la-á e ordenará a citação do acusado para responder à

acusação, por escrito, no prazo de 10 (dez) dias.

Parágrafo único. No caso de citação por edital, o prazo para a defesa começará a fluir a

partir do comparecimento pessoal do acusado ou do defensor constituído.

Art. 396-A. Na resposta, o acusado poderá arguir preliminares e alegar tudo o que interesse à

sua defesa, oferecer documentos e justificações, especificar as provas pretendidas e arrolar

testemunhas, qualificando-as e requerendo sua intimação, quando necessário.

§ 1o A exceção será processada em apartado, nos termos dos arts. 95 a 112 deste Código.

§ 2o Não apresentada a resposta no prazo legal, ou se o acusado, citado, não constituir

defensor, o juiz nomeará defensor para oferecê-la, concedendo-lhe vista dos autos por 10

(dez) dias.

Art. 397. Após o cumprimento do disposto no art. 396-A, e parágrafos, deste Código,

o juiz deverá absolver sumariamente o acusado quando verificar: I

- a existência manifesta de causa excludente da ilicitude do fato; II -

a existência manifesta de causa excludente da culpabilidade do agente, salvo

inimputabilidade;

III - que o fato narrado evidentemente não constitui crime; ou

IV - extinta a punibilidade do agente.

Art. 398. (Revogado pela Lei nº 11.719, de 2008).

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DIREITO PROCESSUAL PENAL

Art. 399. Recebida a denúncia ou queixa, o juiz designará dia e hora para a audiência,

ordenando a intimação do acusado, de seu defensor, do Ministério Público e, se for o caso, do

querelante e do assistente

§ 1o O acusado preso será requisitado para comparecer ao interrogatório, devendo o poder

público providenciar sua apresentação.

§ 2o O juiz que presidiu a instrução deverá proferir a sentença

Art. 400. Na audiência de instrução e julgamento, a ser realizada no prazo máximo de 60

(sessenta) dias, proceder-se-á à tomada de declarações do ofendido, à inquirição das

testemunhas arroladas pela acusação e pela defesa, nesta ordem, ressalvado o disposto no art.

222 deste Código, bem como aos esclarecimentos dos peritos, às acareações e ao

reconhecimento de pessoas e coisas, interrogando-se, em seguida, o acusado.

§ 1o As provas serão produzidas numa só audiência, podendo o juiz indeferir as

consideradas irrelevantes, impertinentes ou protelatórias.

§ 2o Os esclarecimentos dos peritos dependerão de prévio requerimento das

partes.

Art. 401. Na instrução poderão ser inquiridas até 8 (oito) testemunhas arroladas pela

acusação e 8 (oito) pela defesa.

§ 1o Nesse número não se compreendem as que não prestem compromisso e as

referidas.

§ 2o A parte poderá desistir da inquirição de qualquer das testemunhas arroladas,

ressalvado o disposto no art. 209 deste Código.

Art. 402. Produzidas as provas, ao final da audiência, o Ministério Público, o querelante e

o assistente e, a seguir, o acusado poderão requerer diligências cuja necessidade se origine de

circunstâncias ou fatos apurados na instrução.

Art. 403. Não havendo requerimento de diligências, ou sendo indeferido, serão

oferecidas alegações finais orais por 20 (vinte) minutos, respectivamente, pela acusação e pela

defesa, prorrogáveis por mais 10 (dez), proferindo o juiz, a seguir, sentença.

§1o Havendo mais de um acusado, o tempo previsto para a defesa de cada um será

individual. (Incluído pela Lei nº 11.719, de 2008). § 2o Ao assistente do Ministério Público,

após a manifestação desse, serão concedidos 10 (dez) minutos, prorrogando-se por igual

período o tempo de manifestação da defesa. (Incluído pela Lei nº 11.719, de 2008).

§ 3o O juiz poderá, considerada a complexidade do caso ou o número de acusados,

conceder às partes o prazo de 5 (cinco) dias sucessivamente para a apresentação de memoriais.

Nesse caso, terá o prazo de 10 (dez) dias para proferir a sentença. (Incluído pela Lei nº 11.719,

de 2008).

Art. 404. Ordenado diligência considerada imprescindível, de ofício ou a requerimento

da parte, a audiência será concluída sem as alegações finais. (Redação dada pela Lei nº 11.719,

de 2008).

Parágrafo único. Realizada, em seguida, a diligência determinada, as partes apresentarão,

no prazo sucessivo de 5 (cinco) dias, suas alegações finais, por memorial, e, no prazo de 10

(dez) dias, o juiz proferirá a sentença. (Incluído pela Lei nº 11.719, de 2008).

Art. 405. Do ocorrido em audiência será lavrado termo em livro próprio, assinado pelo

juiz e pelas partes, contendo breve resumo dos fatos relevantes nela ocorridos.

(Redação dada pela Lei nº 11.719, de 2008).

§ 1o Sempre que possível, o registro dos depoimentos do investigado, indiciado,

ofendido e testemunhas será feito pelos meios ou recursos de gravação magnética, estenotipia,

digital ou técnica similar, inclusive audiovisual, destinada a obter maior fidelidade das

informações. (Incluído pela Lei nº 11.719, de 2008).

§ 2o No caso de registro por meio audiovisual, será encaminhado às partes cópia do

registro original, sem necessidade de transcrição. (Incluído pela Lei nº 11.719, de 2008).

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DIREITO PROCESSUAL PENAL

01 Ano: 2017 Banca: FCC Órgão: DPE-SC Prova: Defensor Público Sobre a

revelia no processo penal, é correto afirmar:

a) Em caso de três tentativas frustradas de intimação em horário comercial no endereço fornecido pelo réu, fica

evidenciada a sua ocultação e a revelia deve ser decretada.

b) Se o réu regularmente intimado da audiência de instrução, debates e julgamento não comparecer sem motivo

justificado será considerado revel.

c) Se o réu citado não apresentar resposta à acusação será considerado revel, mas não presumir-se-ão verdadeiras

as alegações de fato formuladas pela acusação.

d) É inaplicável aos processos iniciados mediante o oferecimento de queixa.

e) O réu assistido pela Defensoria Pública não poderá ser declarado revel, sob pena de violação do princípio da

ampla defesa.

02 Ano: 2017 Banca: VUNESP Órgão: TJ-SP Prova: Juiz de Direito No procedimento comum, após o oferecimento da resposta pelo acusado, o juiz deverá absolvê-lo sumariamente

quando:

a) faltar justa causa para o exercício da ação penal ou verificar a existência manifesta de qualquer causa

excludente da culpabilidade.

b) verificar a existência manifesta de qualquer causa excludente da ilicitude do fato ou que o fato narrado

evidentemente não constitui crime.

c) a denúncia ou a queixa for manifestamente inepta ou não se convencer da existência de indícios suficientes

de autoria ou de participação.

d) faltar pressuposto processual ou condição para o exercício da ação penal ou verificar que extinta a

punibilidade do agente.

03 Ano: 2016 Banca: FCC Órgão: DPE-BA Prova: Defensor Público Sobre os institutos jurídicos da mutatiolibelli e emendatiolibelli, é correto afirmar:

a) Havendo o aditamento da denúncia depois de admitida a emendatiolibelli, cada parte poderá arrolar até

cinco testemunhas para serem ouvidas.

b) O princípio da congruência não permite que o juiz atribua definição jurídica distinta daquela descrita na

denúncia quando a nova tipificação prever pena mais severa.

c) Na hipótese do juiz reconhecer a emendatiolibelli, poderá, caso a nova figura típica reflita hipótese de

furto qualificado tentado, oferecer a suspensão condicional do processo, mesmo que já encerrada a instrução

processual, caso o acusado preencha os requisitos previstos na Lei nº 9.099/95.

d) O reconhecimento da emendatiolibelli perpetua a competência do prolator da decisão para a análise da

nova figura típica, independentemente da nova tipificação.

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DIREITO PROCESSUAL PENAL

e) No caso do Ministério Público não aditar a denúncia após ser reconhecida nova definição jurídica do fato

em vista de provas existentes nos autos de elementos não contidos na denúncia, deverá o Magistrado, de pronto,

julgar improcedente a denúncia originalmente proposta.

04 Ano: 2016 Banca: CESPE Órgão: PC-PE Prova: Delegado de Polícia Assinale a opção correta acerca do processo penal e formas de procedimento, aplicação da lei processual no

tempo, disposições constitucionais aplicáveis ao direito processual penal e ação civil exdelicto, conforme a

legislação em vigor e o posicionamento doutrinário e jurisprudencial prevalentes.

a) No momento da prolação da sentença condenatória, não cabe ao juízo penal fixar valores para fins de

reparação dos danos causados pela infração, porquanto tal atribuição é matéria de exclusiva apreciação do juízo

cível.

b) Sendo o interrogatório um dos principais meios de defesa, que expressa o princípio do contraditório e da

ampla defesa, é imperioso, de regra, que o réu seja interrogado ao início da audiência de instrução e julgamento.

c) É cabível a absolvição sumária do réu em processo comum caso o juiz reconheça, após a audiência

preliminar, a existência de doença mental do acusado que, comprovada por prova pericial, o torne inimputável.

d) Lei processual nova de conteúdo material, também denominada híbrida ou mista, deverá ser aplicada de

acordo com os princípios de temporalidade da lei penal, e não com o princípio do efeito imediato, consagrado no

direito processual penal pátrio.

e) Nos crimes comuns e nos casos de prisão em flagrante, deverá a autoridade policial garantir a assistência

de advogado quando do interrogatório do indiciado, devendo nomear defensor dativo caso o indiciado não indique

profissional de sua confiança.

05 Ano: 2016 Banca: FAURGS Órgão: TJ-RS Prova: Juiz de Direito Com relação às provas no Processo Penal brasileiro, assinale a alternativa correta.

a) No caso de oitiva de testemunhas por carta precatória, segundo o entendimento do Superior Tribunal de

Justiça, torna-se desnecessária a intimação da defesa com relação a data da audiência no juízo deprecado, se houve

a sua intimação da expedição da precatória.

b) Na fase policial, o princípio nemotenetur se detegere pode ser relativizado em função do dever-poder do

Estado de exercer a investigação preliminar e diante da ausência de nulidades no inquérito policial.

c) A ação controlada, nos termos da Lei nº 12.850/2013, consiste em retardar a intervenção policial ou

administrativa relativa à ação praticada por organização criminosa ou a ela vinculada, independentemente de

prévia comunicação ao juiz, desde que mantida sob observação e acompanhamento para que a medida legal se

concretize no momento mais eficaz à formação de provas e obtenção de informações.

d) Em se tratando de instrução criminal de procedimento comum ordinário no qual quatro acusados

respondem, igualmente, por quatro crimes em concurso material, tendo constituído um único advogado, a defesa

poderá arrolar até oito testemunhas para cada acusado, não se computando, nesse número, os informantes e as

testemunhas referidas.

e) Consoante entendimento do Supremo Tribunal Federal, é possível submeter, coercitivamente, o indiciado

a exame grafotécnico e à perícia para extração de DNA com base no princípio da proporcionalidade e

razoabilidade, desde que se esteja apurando a prática de crime hediondo ou, ainda, praticado com violência ou

grave ameaça à pessoa.

06 Ano: 2016 Banca: FAURGS Órgão: TJ-RS Prova: Juiz de Direito No

que concerne aos procedimentos penais, assinale a alternativa correta.

a) É incabível a suspensão condicional do processo quando houver desclassificação do crime ou procedência

parcial da pretensão punitiva, antes ou no momento da prolação da sentença, uma vez que o objetivo desse instituto

é evitar a instrução do feito e o desperdício da atividade judicante.

b) Há violação ao princípio da identidade física do juiz, segundo o Superior Tribunal de Justiça, na hipótese

de juiz substituto tomar os depoimentos das testemunhas de acusação e, posteriormente, ser sucedido pelo juiz

titular que toma os depoimentos das testemunhas de defesa, interroga o réu e profere sentença, condenando-o.

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DIREITO PROCESSUAL PENAL

c) Na instrução preliminar do procedimento do júri, caso a resposta não seja apresentada no prazo legal por

defensor constituído, o juiz considerará preclusa a oportunidade e designará audiência, nomeando defensor para

acompanhá-la.

d) Em procedimento previsto na Lei dos Juizados Especiais (Lei nº 9.099/1995), após infrutíferas as

propostas de conciliação e de transação penal, aberta a audiência de instrução e julgamento, o primeiro ato

processual será o recebimento ou não, pelo juiz, da denúncia ou queixa.

e) Nos procedimentos comum e sumário, no caso de citação por edital, o prazo para o acusado responder à

acusação começará a fluir a partir do comparecimento pessoal do acusado ou do defensor constituído.

07 Ano: 2016 Banca: CESPE Órgão: TJ-AM Prova: Juiz de Direito Em se tratando de procedimento comum ordinário, o juiz deverá absolver sumariamente o acusado quando

verificar que

a) a punibilidade está extinta em razão da ocorrência da prescrição da pretensão punitiva em perspectiva.

b) o fato foi cometido em situação de manifesta inexigibilidade de conduta diversa.

c) estão ausentes indícios mínimos de autoria e materialidade do fato supostamente praticado.

d) o acusado é portador de doença mental, atestada por laudo médico oficial, e inteiramente incapaz de entender o

caráter ilícito do fato.

e) o fato foi cometido em estrita obediência a ordem manifestamente ilegal.

08 Ano: 2015 Banca: CESPE Órgão: DPE-RN Prova: Defensor Público Com relação aos institutos da emendatio e da mutatiolibelli, da sentença e da coisa julgada, bem como aos

procedimentos comum e ordinário, aos juizados especiais cíveis e aos crimes dolosos contra a vida, assinale a

opção correta.

a) Situação hipotética: Mauro foi definitivamente condenado pela prática do crime de roubo simples por

sentença proferida por juízo estadual absolutamente incompetente. Posteriormente, ele foi novamente condenado

pelo mesmo fato, desta feita pelo juízo federal constitucionalmente competente, mas agora a uma pena inferior à

anteriormente imposta. Assertiva: Nesse caso, segundo o entendimento do STJ, diante da existência de coisa

julgada material, deverá prevalecer a primeira condenação.

b) Situação hipotética: A DP, representando Jonas, ajuizou queixa-crime imputando ao querelado Antônio a

prática do delito de injúria. Todavia, o juiz rejeitou a exordial acusatória. Assertiva: Nesse caso, para impugnar

essa decisão, é cabível a interposição de recurso em sentido estrito.

c) Segundo a jurisprudência do STJ, não é possível a anulação parcial de sentença proferida pelo júri a fim

de determinar submissão do réu a novo julgamento somente em relação às qualificadoras, ainda que a decisão dos

jurados seja manifestamente contrária à prova dos autos apenas nesse particular.

d) A figura processual da mutatiolibelli se presta à correção da equivocada capitulação jurídica dada ao fato

criminoso narrado na denúncia, incorretamente classificado pelo MP. Essa providência, ademais, pode ser

conduzida pelo próprio magistrado, sem que haja necessidade de aditamento ministerial ou oitiva prévia da defesa,

exceto no caso de a modificação ocasionar agravamento na pena do acusado.

e) Situação hipotética: Paulo foi denunciado pelo crime de furto simples. Devidamente citado, ele ofertou

resposta à acusação, alegando não ter sido autor do crime e apresentando documentos. Assertiva: Nessa hipótese,

após a oitiva do MP e convencendo-se da procedência dos argumentos lançados pelo acusado, poderá o juiz

absolvê-lo sumariamente.

09 Ano: 2015 Banca: FCC Órgão: DPE-SP Prova: Defensor Público Consta na denúncia que Fernando da Silva teria, mediante ameaça, subtraído o celular da vítima Cláudia

Alencar, próximo a um ponto de ônibus. Ainda segundo a inicial, Fernando teria praticado a conduta sozinho, e

feito uso de arma de fogo. Consta, por fim, que fugira numa moto. Na audiência de instrução, uma testemunha

fez chegar ao conhecimento das partes que a moto utilizada por Fernando era produto de furto. Encerrada a

instrução, o Ministério Público aditou a denúncia, acrescentando a ela a imputação pela suposta prática do delito

de receptação. Diante disso, o Juiz abriu vista à Defensoria Pública para ela se manifestar em 5 dias. Nessa

manifestação, o Defensor deverá

a) requerer a absolvição sumária do réu, por falta de justa causa para o aditamento.

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DIREITO PROCESSUAL PENAL

b) mencionar que aguarda a defesa final para se manifestar, onde sustentará a continuidade delitiva entre as

condutas.

c) arrolar 03 (três) testemunhas, tal como autorizado pela art. 384, § 4° .

d) aceitar o aditamento e requerer a designação de novo interrogatório do réu, antes da apresentação de memoriais

defensivos.

e) requerer a rejeição do aditamento, pois não se trata de mutatiolibeli, mas, sim, de imputação autônoma.

10 Ano: 2015 Banca: FCC Órgão: TJ-AL Prova: Juiz de Direito Considere as

seguintes assertivas:

I. Umas das diferenças previstas no Código de Processo Penal entre o rito ordinário e o sumário é a previsão do

prazo para a realização da audiência de instrução e julgamento.

II. O Ministério Público, o querelante, o assistente e o acusado poderão requerer diligências, desde que tal

necessidade decorra de circunstâncias e fatos apurados na instrução.

III. O prazo para alegações finais após o deferimento de diligências será de 3 dias.

IV. Adotando o procedimento do júri o método de inquirição direta, acusação e defesa, mas não os jurados,

poderão perguntar diretamente às testemunhas.

V. Conforme o STJ, a resposta preliminar prevista no artigo 514 do Código de Processo Penal para o julgamento

de crimes praticados por funcionários públicos é corolário da ampla defesa e não pode ser afastada.

Está correto o que se afirma APENAS em:

a) I, II e V.

b) I, III e V.

c) III e IV.

d) I, II, IV.

e) II, IV e V.

11 Ano: 2015 Banca: CESPE Órgão: TJ-DFT Prova: Juiz de Direito A respeito do processo e do procedimento nos crimes de competência do juiz singular e do tribunal do júri,

assinale a opção correta.

a) No caso de citação por hora certa, a contagem do prazo para apresentação de defesa inicia-se na data da

juntada do mandado de citação ou na data da carta precatória ou de ordem.

b) Nos crimes de competência do juiz singular, caso a citação seja realizada por edital e o acusado não

compareça nem constitua advogado, o juiz deverá nomear defensor dativo para apresentar defesa no prazo de dez

dias.

c) Se for provido o recurso de apelação interposto contra sentença do tribunal do júri que aplicou pena

excessiva, o tribunal de apelação deverá retificar a pena.

d) A nulidade de sentença do tribunal do júri por falta de quesito obrigatório deve ser suscitada pela defesa

no momento de formação dos quesitos; não o fazendo, incidirá a preclusão.

e) Se, em resposta aos quesitos, os jurados reconhecerem, por unanimidade, que o acusado teve a intenção

de roubar e não de matar, o juiz presidente deverá desclassificar a conduta, dissolver o júri e remeter os autos ao

juízo singular.

12 Ano: 2015 Banca: MPE-SP Órgão: MPE-SP Prova: Promotor de Justiça Assinale a

alternativa correta:

a) No procedimento ordinário, o Juiz de Direito, depois de receber a denúncia, determinará a citação do réu para

o oferecimento de defesa escrita, que não é, entretanto, obrigatória.

b) A inobservância do princípio da identidade física do juiz é causa de nulidade absoluta, mesmo em face da

promoção do magistrado que tenha presidido a instrução.

c) O advogado deverá ser intimado da data da audiência designada no juízo deprecado.

d) A pendência de cumprimento de carta precatória impede o julgamento do feito.

e) Todas as alternativas estão incorretas.

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DIREITO PROCESSUAL PENAL

01. B 02. B 03. C 04. D 05. A 06. E 07. B 08. C 09. E 10. D 11. C 12. E

AULA 12 - RITO SUMÁRIO

Procedimento será sumário quando a pena em abstrato for superiores a 2 anos e inferiores a 4. Aqui podem

ser arroladas até 5 testemunhas.

O procedimento sumário ocorrerá da mesma forma que o ordinário, respeitando as mesmas regras

processuais, com exceção do prazo para a realização da audiência que deverá ocorrer em 30 dias e não em 60,

como no ordinário.

Conforme estabelece o artigo 394, §1º, inciso II, do CPP, o procedimento sumário será adotado quando

tiver por objeto crime cuja sanção máxima cominada for inferior a 4 (quatro) anos de pena privativa de

liberdade. O § 5° deste mesmo artigo prevê que aplicam-se subsidiariamente a este procedimento as disposições

do procedimento ordinário.

12.1. Recebimento da denúncia ou queixa

Oferecida a denúncia ou a queixa, o juiz poderá recebê-la ou rejeitá-la liminarmente. Para rejeitá-la deverá

verificar um dos quesitos exigidos nos incisos do artigo 395, sendo estes:

• ser a denúncia manifestamente inepta;

• faltar algum pressuposto processual ou condição para exercício da ação penal; ou faltar justa causa

para o exercício da ação penal.

Recebendo a denúncia ou queixa, o juiz deverá ordenar a citação do acusado para responder a acusação,

por escrito, no prazo de 10 dias. Sendo a citação realizada por edital, o prazo começará a fluir a partir do

comparecimento pessoal do acusado ou do defensor constituído. Na resposta, o acusado irá arguir preliminares e

alegar tudo que interessar à sua defesa, assim como irá oferecer documentos e justificações, especificar as provas

pretendidas e arrolar testemunhas, sendo no máximo 5, requerendo sua intimação quando necessário. Não

apresentando a resposta no prazo, o juiz deverá constituir um defensor para que a ofereça em seu lugar e

conceder vista dos autos por 10 dias.

12.2. Absolvição Sumária (julgamento antecipado pro reo)

O juiz absolverá sumariamente o acusado, conforme estabelece o artigo 397, após o recebimento de sua

resposta, quando verificar:

• existência manifesta de causa excludente da ilicitude do fato;

• existência manifesta de causa excludente da culpabilidade do agente, salvo inimputabilidade; que o fato

narrado evidentemente não constitui crime; extinta a punibilidade do agente.

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DIREITO PROCESSUAL PENAL

12.3. Citação e Interrogatório Recebida a denúncia ou queixa, o juiz designará dia e hora para audiência, ordenando a intimação do

acusado, de seu defensor, do MP e se for o caso, do querelante e do assistente. No caso do acusado preso, deverá

ser requisitado para comparecer ao interrogatório e sua apresentação deverá ser providenciada pelo Poder

Público.

O juiz que presidir a instrução deverá proferir a sentença, em decorrência do recém adotado princípio da

identidade do juiz no processo penal.

Embora haja certa discussão acerca da constitucionalidade do instituto, hoje é admitida a citação por hora

certa, que deverá ser observada quando o oficial de justiça perceber que o réu está se ocultando dolosamente para

não ser citado.

Com o novo procedimento, o processo inicia-se com a citação do acusado e não mais com o recebimento

da denúncia ou da queixa, como era observado anteriormente. Isto posto, só pode falar em perempção do

momento da citação em diante, e não mais antes dessa.

12.4. Audiência de Instrução e Julgamento Deve ocorrer uma audiência una que abrangerá todas as etapas para a realização completa da instrução e

essa audiência deve ser realizada a tomada de declarações do ofendido, se possível, à inquirição de testemunhas

arroladas pela acusação e pela defesa, nessa ordem, com exceção das testemunhas que morarem fora da

jurisdição do juiz que deverão ser inquiridas pelo magistrado do lugar de sua residência, expedindo-se, para esse

fim, carta precatória com prazo razoável. Essa carta precatória não suspenderá a instrução criminal. Findo o

prazo estabelecido para o cumprimento da carta precatória pode ser procedido o julgamento.

Nessa audiência também deverá proceder-se os esclarecimentos dos peritos, se as partes assim requererem

previamente, às acareações e o reconhecimento de pessoas e coisas, interrogando-se, em seguida, o acusado e,

por fim, procedendo-se os debates.

Todas as provas deverão ser produzidas nessa audiência, desde que o juiz as considere relevantes,

pertinentes e de possível apresentação imediata, ou seja, não protelatórias. Nenhum ato deverá ser adiado, salvo

quando imprescindível a prova faltante, determinando o juiz a condução coercitiva de quem deva comparecer.

Havendo ou não a suspensão da audiência, a testemunha que comparecer será inquirida.

No debate serão oferecidas as alegações finais orais por 20 minutos, respectivamente, pela acusação e pela

defesa, prorrogáveis por mais 10 minutos. Se houver mais de um acusado, o tempo previsto para a defesa de cada

um será individual. E o assistente do MP, por sua vez, terá direito à manifestação por 10 minutos, após a

manifestação do primeiro, prorrogando-se por igual período o tempo da manifestação da defesa. Logo após os

debates o juiz proferirá sentença.

O juiz terá 30 dias para concluir o processo, independente de o réu estar solto ou preso.

12.5 - Relatório

Do ocorrido em audiência será lavrado termo em livro próprio, assinado pelo juiz e pelas partes, contendo

breve resumo dos fatos relevantes nela apresentados. Sempre que possível, o registro dos depoimentos do

investigado, indiciado, ofendido e testemunhas será feito pelos meios ou recursos de gravação magnética,

estenotipia, digital ou técnica similar, inclusive audiovisual, destinada a obter maior fidelidade das informações.

No caso de registro por meio audiovisual, será encaminhado às partes cópia do registro original, sem necessidade

de transcrição.

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DIREITO PROCESSUAL PENAL

12.6 - Ação Civil

A Lei nº 11.719/08 institui um parágrafo único no artigo 63 do CPP o qual prevê que "transitada em

julgado a sentença condenatória, a execução poderá ser efetuada pelo valor fixado nos termos do inciso IV do

caput do art. 387 deste Código sem prejuízo da liquidação para a apuração do dano efetivamente sofrido". Assim

sendo permite ao juiz criminal, ao sentenciar, que profira, além da decisão do mérito, uma condenação certa e

determinada e em parte líquida, que pode ser executada de plano pela vítima que sofreu o dano e pretende

reparação.

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01 Banca: FCC Órgão: TJ-AL Prova: Juiz de Direito Considere as

seguintes assertivas:

I. Umas das diferenças previstas no Código de Processo Penal entre o rito ordinário e o sumário é a previsão do

prazo para a realização da audiência de instrução e julgamento.

II. O Ministério Público, o querelante, o assistente e o acusado poderão requerer diligências, desde que tal

necessidade decorra de circunstâncias e fatos apurados na instrução.

III. O prazo para alegações finais após o deferimento de diligências será de 3 dias.

IV. Adotando o procedimento do júri o método de inquirição direta, acusação e defesa, mas não os jurados,

poderão perguntar diretamente às testemunhas.

V. Conforme o STJ, a resposta preliminar prevista no artigo 514 do Código de Processo Penal para o julgamento

de crimes praticados por funcionários públicos é corolário da ampla defesa e não pode ser afastada.

Está correto o que se afirma APENAS em:

a) I, II e V.

b) I, III e V.

c) III e IV.

d) I, II, IV.

e) II, IV e V.

02 Banca: FCC Órgão: DPE-PB Prova: Defensor Público Em relação aos processos em espécie, de acordo com o Código de Processo Penal,

a) na resposta, o acusado poderá arguir preliminares e alegar tudo o que interesse à sua defesa, oferecer

documentos e justificações. Deve, porém, em momento posterior especificar as provas pretendidas e arrolar

testemunhas.

b) o procedimento comum será sumário, quando tiver por objeto crime cuja sanção máxima cominada seja igual

ou inferior a 4 (quatro) anos de pena privativa de liberdade.

c) nos procedimentos comum e sumário, no caso de citação por edital, o prazo para o acusado responder à acusação

começa a fluir a partir do comparecimento pessoal do acusado ou do defensor constituído.

d) o Juiz deverá absolver sumariamente o acusado quando verificar que a denúncia é manifestamente inepta.

e) a denúncia ou queixa apenas será rejeitada quando faltar pressuposto processual ou condição para o exercício

da ação penal.

03 Banca: ACAFE Órgão: PC-SC Prova: Delegado de Polícia Ante as disposições do Código de Processo Penal, analise as afirmações a seguir.

I -O procedimento comum será ordinário, sumário ou sumaríssimo.

II-O procedimento será ordinário quando tiver por objeto crime cuja sanção máxima cominada for igual ou

superior a 3 (três) anos de pena privativa de liberdade.

III-O procedimento será sumário sempre que tiver por objeto crime cuja sanção máxima cominada seja inferior a

3 (três) anos de pena privativa de liberdade.

IV-O procedimento será sumaríssimo para as infrações penais de menor potencial ofensivo, na forma da lei.

Assinale a alternativa correta.

a) Apenas I, II e III estão corretas.

b) Apenas II e III estão corretas.

c) Apenas II, III e IV estão corretas.

d) Apenas I e IV estão corretas.

e) Todas as afirmações estão corretas.

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04 Banca: FCC Órgão: TJ-AP Prova: Juiz de Direito No que toca aos procedimentos, o Código de Processo Penal estabelece que a) o

procedimento será comum ou sumário.

b) não apresentada a resposta no prazo legal, ou se o acusado, citado, não constituir defensor, o Juiz

determinará a suspensão do processo e do prazo prescricional.

c) o procedimento sumário tem por objeto crime cuja sanção máxima cominada seja igual ou inferior a 4

anos de pena privativa de liberdade.

d) as disposições atinentes à rejeição da denúncia ou queixa, apresentação de resposta à acusação e absolvição

sumária aplicam-se a todos os procedimentos penais de primeiro grau, ainda que não regulados pelo Código de

Processo Penal.

e) no caso de citação por edital, o prazo para a defesa apresentar resposta à acusação começará a fluir a partir

da nomeação do defensor nomeado.

05 Banca: FUNDEP (Gestão de Concursos) Órgão: TJ-MG Prova: Juiz de Direito Analise

as afirmativas seguintes.

I. O parágrafo 4º do Artigo 394 CPP revogou tacitamente as defesas preliminares ao recebimento da

denúncia, uma vez que estabelece que se aplicam os Artigos 395, 396, 396-A e 397 do CPP a todos os

procedimentos penais de primeiro grau.

II. A videoconferência pode ser substitutiva da carta precatória e da carta rogatória, conforme previsão em

nossa lei processual penal.

III. No procedimento sumário, as provas devem ser produzidas em uma só audiência, podendo o juiz indeferir

as que considerar irrelevantes, impertinentes ou protelatórias, sendo que os esclarecimentos a serem prestados

pelos peritos sujeitam-se ao prévio requerimento das partes.

IV. O réu poderá ser citado com hora certa, aplicando-se ao processo penal as regras estabelecidas no Código

de Processo Civil, no caso em que ele se oculte para não ser citado.

A partir da análise, conclui-se que estão CORRETAS.

a) III e IV apenas.

b) I e III apenas.

c) II e IV apenas.

d) I, II e III apenas.

06 Banca: MPE-MG Órgão: MPE-MG Prova: Promotor de Justiça Sobre o

procedimento comum sumário, assinale a alternativa INCORRETA:

a) Cabível quando a ação penal tiver objeto crime cuja sanção máxima cominada seja igual ou inferior a 4 (quatro)

anos.

b) A audiência de instrução e julgamento deverá ser realizada em até 30 (trinta) dias.

c) A testemunha que comparecer será inquirida, independentemente da suspensão da audiência.

d) Poderá ser aplicado nas infrações penais de menor potencial ofensivo, quando o magistrado do juizado especial

criminal encaminhar ao juízo comum as peças existentes.

07 Banca: CESPE Órgão: TJ-RN Prova: Juiz de Direito No que concerne aos procedimentos em espécie, assinale a opção correta.

a) No procedimento relativo a processos da competência do tribunal do júri, caso o juiz não se convença da

materialidade do fato ou da existência de indícios suficientes de autoria ou de participação, o acusado deverá ser

sumariamente absolvido.

b) No rito do tribunal do júri, os jurados excluídos da formação do conselho de sentença, por impedimento,

suspeição ou incompatibilidade, não poderão ser considerados para a constituição do número legal exigível para

a realização da sessão de julgamento.

c) Na Lei n.º 9.099/1995, é prevista a possibilidade de fase prévia de composição civil entre as partes e, caso

obtida a conciliação nos crimes de menor potencial ofensivo de ação penal exclusivamente privada, a sentença

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homologatória importará na impossibilidade de futuro exercício do direito de queixa, ainda que o descumprimento

do acordo seja constatado dentro do prazo decadencial.

d) Deve-se adotar o procedimento sumaríssimo, previsto na Lei n.º 9.099/1995, em relação aos crimes de

menor potencial ofensivo, ainda que praticados com violência doméstica e familiar contra a mulher.

e) No procedimento ordinário, poderão ser inquiridas, durante a instrução processual, até oito testemunhas

arroladas pela acusação e oito testemunhas arroladas pela defesa, incluídas, nesse número, as que não prestem

compromisso.

08 Banca: CESPE Órgão: MPE-RO Prova: Promotor de Justiça No que concerne ao recurso de apelação das decisões do tribunal do júri, aos procedimentos no processo penal e à

transação penal, assinale a opção correta.

a) Por expressa disposição legal, é aplicável aos crimes falimentares o procedimento comum ordinário.

b) Em todos os procedimentos penais, comuns e especiais, independentemente do rito aplicável e ainda que não

regulados pelo CPP, deve ser apresentada resposta escrita da defesa, após a citação do acusado.

c) A transação penal somente pode ser aplicada pelos juizados especiais criminais, diferentemente do que ocorre

com a suspensão condicional do processo, que pode ser aplicada fora do âmbito desses juizados

d) O fato de a sentença do juiz-presidente ser contrária à lei expressa ou à decisão dos jurados ou o fato de haver

erro ou injustiça no tocante à aplicação da pena ou da medida de segurança não implicam a anulação do

julgamento, já que, nesses casos, o próprio tribunal deverá proceder à correção, quando do exame do recurso de

apelação.

e) Conforme ressalva expressa no CPP, não se admite um segundo recurso de apelação das decisões do tribunal

do júri, pelo mesmo motivo, se a decisão dos jurados for manifestamente contrária à prova dos autos ou se

ocorrer nulidade posterior à pronúncia

09 Banca: MPE-PR Órgão: MPE-PR Prova: Promotor de Justiça Sobre procedimento, é correto afirmar:

a) No procedimento ordinário, o juiz poderá substituir as alegações orais das partes por memoriais, somente se há

complexidade do caso penal e número elevado de acusados;

b) No procedimento comum, o rito será sumário quando tiver por objeto crime cuja sanção máxima cominada seja

igual ou inferior a 4 (quatro) anos de pena privativa de liberdade;

c) No rito da Lei nº 9.099/95 não se prevê defesa escrita, sendo que após o recebimento da denúncia em audiência,

cabe ao advogado do autor do fato apresentar defesa oral;

d) Não estatuindo a lei antidrogas nenhuma medida cautelar de caráter pessoal, as medidas do Código de

Processo Penal aplicam-se subsidiariamente, por expressa previsão da lei especial;

e) Pelo rito ordinário do CPP, se após a defesa escrita o juiz constata que, pela pena máxima cominada ao delito

imputado na denúncia incide a prescrição, absolverá sumariamente o réu.

10 Banca: COPS-UEL Órgão: PC-PR Prova: Delegado de Polícia

A respeito do procedimento comum, atribua V (verdadeira) ou F (falso) às afirmativas a seguir.

( ) Será sumaríssimo para as infrações penais demenor potencial ofensivo, na forma da Lei nº 9.099/1995. ( )

Será ordinário quando tiver por objeto crime cuja sansão máxima cominada for inferior a quatro anos de pena

privativa de liberdade.

( ) Será sumário quando tiver por objeto crime cuja sansão máxima cominada seja igual ou superior a quatro

anos.

( ) Aplica-se a todos os processos, salvo disposições em contrário do Código de Processo Penal ou de lei

especial.

( ) Aplicam-se as disposições do procedimento ordinário subsidiariamente aos procedimentos especial, sumário

e sumaríssimo.

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Assinale a alternativa que contém, de cima para baixo, a sequência correta. a) V, F,

V, F, F.

b) V, F, F, V, V.

c) F, V, V, F, V.

d) F, V, F, V, F.

e) F, F, V, F, V.

11 Banca: CESPE Órgão: TJ-MA Prova: Juiz de Direito Um homem de vinte e um anos de idade responde a processo judicial sumário no qual lhe é imputada a

participação na prática de crimes perpetrados havia três anos. O defensor público responsável por sua defesa

alegou, em sede de resposta preliminar, que o rapaz era menor de idade à época da ocorrência dos fatos e que

apresentava incapacidade mental absoluta superveniente.

Considerando a situação hipotética acima, assinale a opção correta acerca de questões prejudiciais, processos

incidentes e procedimento sumário, com base no CPP e na interpretação doutrinária sobre esse código.

a) O juiz deverá rejeitar a resposta preliminar ofertada pelo defensor público, uma vez que, conforme disposição

do CPP, essa resposta não é prevista expressamente no procedimento sumário, o que não obsta a possibilidade de

absolvição sumária.

b) A questão prejudicial alegada pelo defensor, na qual se discute o estado civil da pessoa e o incidente de

insanidade mental, arguidos no curso da ação penal, tem como efeito a suspensão do processo, com a suspensão

da prescrição no primeiro caso.

c) A demonstração manifesta da incapacidade mental absoluta superveniente do acusado, mediante a

apresentação de documentos hábeis, autoriza o juiz, no procedimento sumário, a absolver sumariamente o réu.

d) A arguição da menoridade do agente é questão prejudicial absoluta, devendo ser oferecida por intermédio de

exceção própria, no prazo da resposta preliminar, sob pena de preclusão.

12 Banca: CESPE Órgão: PC-AL Prova: Delegado de Polícia No que concerne aos aspectos processuais das leis penais extravagantes e às inovações legais havidas no sistema

processual penal, julgue o item a seguir.

( ) Nos procedimentos ordinário e sumário, após o interrogatório do réu em juízo, este deverá, por intermédio

de seu advogado, apresentar defesa prévia, no prazo de 10 dias, ocasião em que poderão ser arguidas

preliminares, teses defensivas, arrolar testemunhas e oferecer documentos.

13 Banca: MS CONCURSOS Órgão: PC-PA Prova: Delegado de Polícia Nos procedimentos ordinário e sumário, oferecida a denúncia ou queixa, o juiz, se não a rejeitar liminarmente,

recebê-la-á e ordenará a citação do acusado para responder à acusação, por escrito, no prazo de 10 (dez) dias.

Após recebida a resposta, o juiz deverá absolver sumariamente o acusado quando verificar:

I - extinta a punibilidade do agente.

II - a existência manifesta de causa excludente da ilicitude do fato.

III - que o fato narrado evidentemente não constitui crime.

IV - a existência manifesta de causa excludente da culpabilidade do agente.

Diante dessas informações, assinale a alternativa correta: a)

Somente as assertivas I e III estão incorretas.

b) Somente as assertivas II e III estão incorretas.

c) Somente a assertiva IV está incorreta.

d) Somente a assertiva I está incorreta.

e) Todas as assertivas estão incorretas.

f)

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01. D 02. C 03. D 04. D 05. A 06. A 07. C 08. D 09. E 10. B 11. B 12. E 13. C

AULA 13. LEI DE EXECUÇÃO PENAL

TÍTULO I Do Objeto e da Aplicação da Lei de Execução Penal

Iniciaremos este estudo com o seguinte Julgado do STF :

"Pena. Regime de cumprimento. Progressão. Razão de ser. A progressão no regime de cumprimento

da pena, nas espécies fechado, semiaberto e aberto, tem como razão maior a ressocialização do

preso que, mais dia ou menos dia, voltará ao convívio social. Pena. Crimes hediondos. Regime de

cumprimento. HC 82.959, rel. min. Marco Aurélio, julgamento em 23-22006”.

A partir deste julgado da Suprema Corte, podemos verificar que o principal papel da Execução Penal é

reinserir o preso ao convívio social. Daí, por dedução e sem maiores esforços podemos responder a seguinte

questão:

EXERCÍCIO

(SOUSANDRADE/ASP-GO/2009) Nos exatos termos da lei, é CORRETO afirmar que a execução penal

a) tem por objetivo manter o sentenciado nos estritos limites da unidade prisional.

b) tem por objetivo efetivar as disposições de sentença ou decisão criminal e proporcionar condições

para a harmônica integração social do condenado e do internado.

c) tem a função de impor uma pena razoável ao criminoso para que, pelo arrependimento, ele não

retorne ao convívio social ainda propenso ao cometimento de crime.

d) tem por objetivo a imposição de uma pena proporcional ao crime cometido.

Se você marcou letra “B” está correto.

NA JURISPRUDÊNCIA A prática de falta grave interrompe o prazo para a concessão da saída temporária e para o trabalho externo? STJ - A prática de falta grave interrompe o prazo para a concessão da saída temporária e para o trabalho

externo? O tema é polêmico, estando o STJ dividido: SIM. 5ª Turma do STJ. HC 374086/DF, Rel. Min.

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Ribeiro Dantas, julgado em 20/06/2017. NÃO. 6ª Turma do STJ. AgRg no REsp 1549712/DF, Rel. Min.

Nefi Cordeiro, julgado em 17/10/2017.

Havendo duas sentenças condenatórias envolvendo fatos idênticos, qual delas deverá prevalecer? STJ - Diante do trânsito em julgado de duas sentenças condenatórias contra o mesmo condenado, por fatos

idênticos, deve prevalecer a condenação mais favorável ao réu. Não importa qual processo tenha iniciado

antes ou em qual deles tenha ocorrido primeiro o trânsito em julgado. O que irá prevalecer é a condenação

que foi mais favorável ao réu. STJ. 6ª Turma.HC 281101-SP, Rel. Min. Sebastião Reis Júnior, julgado em

03/10/2017 (Info 616). Obs: a 1ª Turma do STF possui um precedente em sentido contrário: Os institutos da

litispendência e da coisa julgada direcionam à insubsistência do segundo processo e da segunda sentença

proferida, sendo imprópria a prevalência do que seja mais favorável ao acusado. STF. 1ª Turma. HC 101131, Rel. Min. Luiz Fux, Rel p/ Acórdão Min. Marco Aurélio, julgado em 25/10/2011.

É possível a remição pela participação em coral musical STJ - O reeducando tem direito à remição de sua pena pela atividade musical realizada em coral. STJ. 6ª Turma.REsp 1666637-ES, Rel. Min. Sebastião Reis Júnior, julgado em 26/09/2017 (Info 613).

Data da prisão preventiva como marco inicial do tempo para a progressão de regime STF - Se o condenado estava preso preventivamente, a data da prisão preventiva deve ser considerada como

termo inicial para fins de obtenção de progressão de regime e demais benefícios da execução penal, desde

que não ocorra condenação posterior por outro crime apta a configurar falta grave. STF. 1ª Turma. RHC 142463/MG, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 12/9/2017 (Info 877).

É possível a execução provisória de penas restritivas de direito? SIM. A execução provisória de pena restritiva de direitos imposta em condenação de segunda instância,

ainda que pendente o efetivo trânsito em julgado do processo, não ofende o princípio constitucional da

presunção de inocência. STF. 1ª Turma. HC 141978 AgR, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 23/06/2017. •

NÃO. Não é possível a execução da pena restritiva de direitos antes do trânsito em julgado da condenação. STJ. 3ª Seção. EREsp 1.619.087-SC, Rel. para acórdão Min. Jorge Mussi, julgado em 14/6/2017 (Info 609).

A competência para a execução provisória do julgado é do juízo originário mesmo que tenha

havido desaforamento O desaforamento de um caso se encerra com o veredito do júri popular. Por isso, a execução provisória da

pena (que ocorre depois de a condenação ser confirmada pelo Tribunal em 2ª instância) deverá ser

determinada pelo juízo originário da causa, e não pelo presidente do Tribunal do Júri onde se deu o

julgamento. Em outras palavras, em caso de desaforamento, o deslocamento da competência ocorre apenas

para o julgamento no Tribunal do Júri. Uma vez tendo este sido encerrado, esgota-se a competência da

comarca destinatária, devendo a execução provisória ser conduzida pelo juízo originário da causa. STJ. 6ª Turma.HC 374713-RS, Rel. Min. Antônio Saldanha Palheiro, julgado em 6/6/2017 (Info 605).

Trabalho cumprido em jornada inferior ao mínimo legal pode ser aproveitado para fins de remição

caso tenha sido uma determinação da direção do presídio Segundo o art. 33 da LEP, a jornada diária de trabalho do apenado deve ser de, no mínimo, 6 horas e, no

máximo, 8 horas. Apesar disso, se um condenado, por determinação da direção do presídio, trabalha 4 horas

diárias (menos do que prevê a Lei), este período deverá ser computado para fins de remição de pena. Como

esse trabalho do preso foi feito por orientação ou estipulação da direção do presídio, isso gerou uma legítima

expectativa de que ele fosse aproveitado, não sendo possível que seja desprezado, sob pena de ofensa aos

princípios da segurança jurídica e da proteção da confiança. Vale ressaltar, mais uma vez, o trabalho era

cumprido com essa jornada por conta da determinação do presídio e não por um ato de insubmissão ou de

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indisciplina do preso. STF. 2ª Turma. RHC 136509/MG, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 4/4/2017 (Info 860).

A decisão que indefere o pedido do condenado para ser dispensado do uso da tornozeleira

eletrônica deverá apontar a necessidade da medida no caso concreto A manutenção de monitoramento por meio de tornozeleira eletrônica sem fundamentação concreta evidencia

constrangimento ilegal ao apenado. No caso concreto, o condenado pediu para ser dispensado do uso da

tornozeleira alegando que estava sendo vítima de preconceito no trabalho e faculdade e que sempre

apresentou ótimo comportamento carcerário. O juiz indeferiu o pedido sem enfrentar o caso concreto,

alegando simplesmente, de forma genérica, que o monitoramente eletrônico é a melhor forma de fiscalização

do trabalho externo. Essa decisão não está adequadamente motivada porque não apontou a necessidade

concreta da medida. STJ. 6ª Turma. HC 351273-CE, Rel. Min. Nefi Cordeiro, julgado em 2/2/2017 (Info 597).

Se a defesa ainda não foi intimada do acórdão condenatório, não é possível se iniciar a execução

provisória da pena Pedro foi condenado a uma pena de 8 anos de reclusão e o TJ manteve a condenação. O Ministério Público

foi intimado do acórdão e requereu que o Tribunal determinasse imediatamente a prisão do condenado,

dando início à execução provisória da pena. Vale ressaltar, no entanto, que a Defensoria Pública ainda não

foi intimada do acórdão. Diante deste caso, o TJ poderá determinar a imediata prisão do condenado, mesmo

antes da intimação da defesa acerca do acórdão? NÃO. Se ainda não houve a intimação da Defensoria

Pública acerca do acórdão condenatório, mostra-se ilegal a imediata expedição de mandado de prisão em

desfavor do condenado. Como a Defensoria Pública ainda não foi intimada, não se encerrou a jurisdição em

2ª instância, considerando que é possível que interponha embargos de declaração, por exemplo. STJ. 5ª Turma. HC 371870-SP, Rel. Min. Felix Fischer, julgado em 13/12/2016 (Info 597).

Condenado tem direito à progressão a partir da data em que preenche requisitos legais Origem: STF e STJ A data-base para subsequente progressão de regime é aquela em que o reeducando preencheu os requisitos

do art. 112 da LEP e não aquela em que o Juízo das Execuções deferiu o benefício. A decisão do Juízo das

Execuções que defere a progressão de regime é declaratória (e não constitutiva). Algumas vezes, o

reeducando preenche os requisitos em uma data, mas a decisão acaba demorando meses para ser proferida.

Não se pode desconsiderar, em prejuízo do reeducando, o período em que permaneceu cumprindo pena

enquanto o Judiciário analisava seu requerimento de progressão. STF. 2ª Turma. HC 115254, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 15/12/2015. STJ. 6ª Turma. HC 369774/RS, Rel. Min. Rogerio Schietti Cruz, julgado em 22/11/2016 (Info 595).

Inobservância do perímetro rastreado pelo monitoramento eletrônico não configura falta grave A

não observância do perímetro estabelecido para monitoramento de tornozeleira eletrônica configura mero

descumprimento de condição obrigatória que autoriza a aplicação de sanção disciplinar, mas não configura,

mesmo em tese, a prática de falta grave. Não confundir: • Apenado que rompe a tornozeleira eletrônica ou

mantém a bateria sem carga suficiente: falta grave. • Apenado que descumpre o perímetro estabelecido para

tornozeleira eletrônica: não configura a prática de falta grave. STJ. 6ª Turma. REsp 1519802-SP, Rel. Min. Maria Thereza de Assis Moura, julgado em 10/11/2016 (Info 595). É possível o início da execução da pena condenatória após a prolação de acórdão condenatório em

2º grau A execução provisória de acórdão penal condenatório proferido em grau de apelação, ainda que sujeito a

recurso especial ou extraordinário, não ofende o princípio constitucional da presunção de inocência (art. 5º,

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DIREITO PROCESSUAL PENAL

LVII, da CF/88) e não viola o texto do art. 283 do CPP. STF. Plenário. ADC 43 e 44 MC/DF, rel. orig. Min. Marco Aurélio, red. p/ o ac. Min. Edson Fachin, julgados em 05/10/2016 (Info 842).

Condenado que pratica falta grave nos 12 meses antes da publicação do decreto de indulto natalino

não terá direito ao benefício mesmo que a homologação ocorra após o decreto O art. 5º do Decreto 8.380/2014 prevê que a pessoa não pode ser beneficiada com o indulto natalino se tiver

recebido sanção disciplinar grave no período de 24/12/2013 até 24/12/2014: “Art. 5º A declaração do indulto

e da comutação de penas previstos neste Decreto fica condicionada à inexistência de aplicação de sanção,

reconhecida pelo juízo competente, em audiência de justificação, garantido o direito ao contraditório e à

ampla defesa, por falta disciplinar de natureza grave, prevista na Lei de Execução Penal, cometida nos doze

meses de cumprimento da pena, contados retroativamente à data de publicação deste Decreto.” Se o

condenado praticou falta grave no período de 12 meses antes da publicação do decreto de indulto natalino,

ele não poderá receber o benefício mesmo que a homologação judicial desta sanção disciplinar tenha

ocorrido em data posterior à publicação do decreto. Dessa forma, a falta disciplinar é que tem que ter

ocorrido antes da publicação do Decreto, não importando que a homologação judicial seja posterior. STF.

2ª Turma. HC 132236/SP, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 30/8/2016 (Info 837). STF. 2ª Turma. RHC 133443/SC, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 04/10/2016 (Info 842). Competência do juiz da execução para fixação do calendário prévio de saídas temporárias Competência do juiz da execução para fixação do calendário prévio de saídas temporárias O calendário

prévio das saídas temporárias deverá ser fixado, obrigatoriamente, pelo Juízo das Execuções, não se lhe

permitindo delegar à autoridade prisional a escolha das datas específicas nas quais o apenado irá usufruir os

benefícios. STJ. 3ª Seção. REsp 1544036-RJ, Rel. Min. Rogerio Schietti Cruz, julgado em 14/9/2016 (recurso repetitivo) (Info 590).

Possibilidade de fixação de calendário anual de saídas temporárias por ato judicial único Possibilidade de fixação de calendário anual de saídas temporárias por ato judicial único É recomendável

que cada autorização de saída temporária do preso seja precedida de decisão judicial motivada. Entretanto,

se a apreciação individual do pedido estiver, por deficiência exclusiva do aparato estatal, a interferir no

direito subjetivo do apenado e no escopo ressocializador da pena, deve ser reconhecida, excepcionalmente, a

possibilidade de fixação de calendário anual de saídas temporárias por ato judicial único, observadas as

hipóteses de revogação automática do art. 125 da LEP. STJ. 3ª Seção. REsp 1544036-RJ, Rel. Min. Rogerio Schietti Cruz, julgado em 14/9/2016 (recurso repetitivo) (Info 590).

Prazo mínimo entre saídas temporárias

Prazo mínimo entre saídas temporárias As autorizações de saída temporária para visita à família e para

participação em atividades que concorram para o retorno ao convívio social, se limitadas a cinco vezes

durante o ano, deverão observar o prazo mínimo de 45 dias de intervalo entre uma e outra. Na hipótese de

maior número de saídas temporárias de curta duração, já intercaladas durante os doze meses do ano e muitas

vezes sem pernoite, não se exige o intervalo previsto no art. 124, § 3º, da LEP. STJ. 3ª Seção. REsp 1544036-RJ, Rel. Min. Rogerio Schietti Cruz, julgado em 14/9/2016 (recurso repetitivo) (Info 590).

Possibilidade de concessão de mais de cinco saídas temporárias por ano

Possibilidade de concessão de mais de cinco saídas temporárias por ano Respeitado o limite anual de 35

dias, estabelecido pelo art. 124 da LEP, é cabível a concessão de maior número de autorizações de curta

duração. STJ. 3ª Seção. REsp 1544036-RJ, Rel. Min. Rogerio Schietti Cruz, julgado em 14/9/2016 (recurso repetitivo) (Info 590).

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DIREITO PROCESSUAL PENAL

Condenado que cumpre pena em presídio federal não pode ser beneficiado com progressão de regime enquanto persistirem os motivos que o levaram a ser transferido para esta unidade

O cumprimento de pena em penitenciária federal de segurança máxima por motivo de segurança pública não

é compatível com a progressão de regime prisional. STF. 2ª Turma. HC 131.649/RJ, rel. orig. Min. Cármen

Lúcia, rel. p/ac. Min. Dias Toffoli, julgado em 6/9/2016 (Info 838). O Juízo competente para processar e

julgar os incidentes da execução é o que detém a custódia do apenado, no caso, o Juízo responsável pelo

presídio federal. Não lhe é permitido, contudo, conceder a progressão de regime prisional ao condenado que

esteja recolhido em presídio federal de segurança máxima, uma vez que os motivos que justificaram sua

transferência ou manutenção no sistema federal mostram-se totalmente incompatíveis com a concessão do

benefício, ficando condicionado o deferimento da progressão à ausência dos motivos que justificaram a sua

remoção para o estabelecimento federal. STJ. 3ª Seção. CC 137.110/RJ, Rel. MIn. Ericson Maranho (Desembargador Convocado do TJ/SP), julgado em 22/4/2015.

É possível a concessão de prisão domiciliar (da LEP) à pessoa que esteja cumprindo pena em regime fechado ou semiaberto? Pela literalidade da LEP, somente teria direito à prisão domiciliar a pessoa condenada ao regime aberto que

se enquadrasse em uma das hipóteses do art. 117 da LEP. No entanto, em hipóteses excepcionais, a

jurisprudência tem autorizado que condenados que estejam no regime fechado ou semiaberto possam ter

direito à prisão domiciliar. Assim, o STJ tem admitido a concessão da prisão domiciliar aos condenados que

se encontram em regime semiaberto e fechado, em situações excepcionalíssimas, como, por exemplo, no

caso de portadores de doença grave, desde que comprovada a impossibilidade da assistência médica no

estabelecimento prisional em que cumprem sua pena. STJ. 5ª Turma. HC 365.633/SP, Rel. Min. Ribeiro Dantas, julgado em 18/05/2017. STJ. 6ª Turma. HC 358.682/PR, Rel. Min. Maria Thereza de Assis Moura, julgado em 01/09/2016.

COMENTÁRIOS A LEP:

Art. 1º A execução penal tem por objetivo efetivar as disposições de sentença ou decisão criminal e

proporcionar condições para a harmônica integração social do condenado e do internado.

COMENTÁRIO - Ao contrário do que pensa o senso comum, o principal objetivo da execução penal

no Brasil não é o de castigar o criminoso, e sim de reintegra-lo a sociedade.

Art. 2º A jurisdição penal dos Juízes ou Tribunais da Justiça ordinária, em todo o Território Nacional, será

exercida, no processo de execução, na conformidade desta Lei e do Código de Processo Penal.

Parágrafo único. Esta Lei aplicar-se-á igualmente ao preso provisório e ao condenado pela Justiça Eleitoral

ou Militar, quando recolhido a estabelecimento sujeito à jurisdição ordinária.

COMENTÁRIO – Preso Provisório é aquele que aguarda julgamento e se encontra na Cadeia Pública

ou Casa de Prisão Provisória. O preso condenado é aquele que contra ele possui uma Sentença Penal

Condenatória Transitada em Julgado, ou seja, uma sentença que não cabe mais recurso.

Art. 3º Ao condenado e ao internado serão assegurados todos os direitos não atingidos pela sentença ou pela

lei.

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DIREITO PROCESSUAL PENAL

COMENTÁRIO – Condenado é o preso condenado, conforme descrito no comentário acima.

Internado é aquele sujeito à medida de segurança, como é o caso do “louco”, ou aquele que possui

“desenvolvimento mental retardado ou incompleto”, que juridicamente falando, não cumpri pena, e sim está

sujeito a tratamento.

PREVISÃO CONSTITUCIONAL – Artigo 5º, XLIX - é assegurado aos presos o respeito à integridade física e

moral....XLI - a lei punirá qualquer discriminação atentatória dos direitos e liberdades fundamentais.

Parágrafo único. Não haverá qualquer distinção de natureza racial, social, religiosa ou política.

COMENTÁRIO – Este parágrafo único deriva do princípio da igualdade previsto na CF/88, citado

em vários artigos, conforme descrito abaixo :

“ Art. 3º Constituem objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil:

I - construir uma sociedade livre, justa e solidária.....

... IV - promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras

formas de discriminação” .

“Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e

aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à

propriedade, nos termos seguintes”...

Art. 4º O Estado deverá recorrer à cooperação da comunidade nas atividades de execução da pena e da

medida de segurança.

EXERCÍCIO

(SOUSANDRADE/ASP-GO/2009) Nos termos da Lei de Execução Penal, é CORRETO afirmar que: a) O

Estado deverá recorrer apenas à cooperação de associações de parentes de presos ou de parentes de vítimas nas

atividades de execução da pena e da medida de segurança.

b) O Poder Executivo, representado pelo diretor do estabelecimento prisional, deve fazer cumprir as

disposições contidas na sentença imposta pelo Poder Judiciário, sem qualquer participação da comunidade, para

assim evitar ações políticas.

c) O Estado deverá recorrer à cooperação da comunidade nas atividades de execução da pena e da medida

de segurança.

Se você marcou letra “C’ acertou a questão.

TÍTULO II Do Condenado e do Internado

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CAPÍTULO I Da Classificação

Art. 5º Os condenados serão classificados, segundo os seus antecedentes e personalidade, para orientar a

individualização da execução penal.

COMENTÁRIO – Princípio constitucional da individualização da pena (“Art. 5º CF/88 ,XLV -

nenhuma pena passará da pessoa do condenado, podendo a obrigação de reparar o dano e a decretação do

perdimento de bens ser, nos termos da lei, estendidas aos sucessores e contra eles executadas, até o limite do

valor do patrimônio transferido...”).

Art. 6o A classificação será feita por Comissão Técnica de Classificação que elaborará o programa

individualizador da pena privativa de liberdade adequada ao condenado ou preso provisório.

Art. 7º A Comissão Técnica de Classificação, existente em cada estabelecimento, será presidida pelo diretor

e composta, no mínimo, por 2 (dois) chefes de serviço, 1 (um) psiquiatra, 1 (um) psicólogo e 1 (um) assistente

social, quando se tratar de condenado à pena privativa de liberdade.

EXERCÍCIO

(SOUSANDRADE/ASP-GO/2009) - antecedentes e personalidade, para orientar a individualização da

execução penal. Essa classificação será feita por Comissão Técnica de Classificação que elaborará o programa

individualizador da pena privativa de liberdade adequada ao condenado ou preso provisório. Sobre a

composição da referida comissão, é CORRETO afirmar que:

a) Será presidida por um Juiz Criminal e composta, no mínimo, pelo diretor da unidade prisional, por 2 (dois)

agentes de segurança prisional, 1 (um) psiquiatra, 1 (um) psicólogo e 1 (um) assistente social.

b) Será presidida pelo juiz titular da vara de execução penal e composta, no mínimo, por 2 (dois) chefes de

serviço, 1 (um) psiquiatra, 1 (um) psicólogo e 1 (um) assistente social.

c) Será presidida pelo diretor da unidade prisional e composta, no mínimo, por 2 (dois) chefes de serviço, 1 (um)

psiquiatra, 1 (um) psicólogo e 1 (um) assistente social.

d) Será presidida pelo agente de segurança prisional que esteja no exercício da chefia do plantão e composta

pelos demais agentes, visto que são os que melhor conhecem a realidade prisional.

e) Será presidida pelo diretor da unidade prisional e composta, no mínimo, pelo agente que esteja no exercício

da chefia do plantão, por 1 (um) psiquiatra, 1 (um) psicólogo, 1 (um) assistente social e dois agentes que tenham

relação de confiança com o diretor da unidade prisional.

Se você marcou “C” sua resposta está correta.

Parágrafo único. Nos demais casos a Comissão atuará junto ao Juízo da Execução e será integrada por fiscais

do serviço social.

Art. 8º O condenado ao cumprimento de pena privativa de liberdade, em regime fechado, será submetido a

exame criminológico para a obtenção dos elementos necessários a uma adequada classificação e com vistas à

individualização da execução.

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DIREITO PROCESSUAL PENAL

Parágrafo único. Ao exame de que trata este artigo poderá ser submetido o condenado ao cumprimento da

pena privativa de liberdade em regime semi-aberto.

Vamos verificar o teor da Súmula Vinculante no. 26 do STF :

“Para efeito de progressão de regime no cumprimento de pena por crime hediondo, ou

equiparado, o juízo da execução observará a inconstitucionalidade do art. 2º da Lei n. 8.072, de

25 de julho de 1990 (lei dos Crimes Hediondos), sem prejuízo de avaliar se o condenado

preenche, ou não, os requisitos objetivos e subjetivos do benefício, podendo determinar, para tal

fim, de modo fundamentado, a realização de exame criminológico”.

Ou seja, mesmo para crime hediondo, existe a possibilidade de progressão de regime, ainda

que de forma diferenciada.

Art. 9º A Comissão, no exame para a obtenção de dados reveladores da personalidade, observando a ética

profissional e tendo sempre presentes peças ou informações do processo, poderá: I - entrevistar pessoas;

II - requisitar, de repartições ou estabelecimentos privados, dados e informações a respeito do condenado; III -

realizar outras diligências e exames necessários.

Art. 9o-A. Os condenados por crime praticado, dolosamente, com violência de natureza grave contra pessoa,

ou por qualquer dos crimes previstos no art. 1o da Lei no 8.072, de 25 de julho de 1990, serão submetidos,

obrigatoriamente, à identificação do perfil genético, mediante extração de DNA - ácido desoxirribonucleico, por

técnica adequada e indolor.

§ 1o A identificação do perfil genético será armazenada em banco de dados sigiloso, conforme regulamento

a ser expedido pelo Poder Executivo.

§ 2o A autoridade policial, federal ou estadual, poderá requerer ao juiz competente, no caso de inquérito

instaurado

, o acesso ao banco de dados de identificação de perfil genético.

CAPÍTULO II Da Assistência

SEÇÃO I Disposições Gerais

Art. 10. A assistência ao preso e ao internado é dever do Estado, objetivando prevenir o crime e orientar o

retorno à convivência em sociedade.

Parágrafo único. A assistência estende-se ao egresso.

Art. 11. A assistência será:

I - material;

II - à saúde;

III -jurídica;

IV - educacional; V - social; VI - religiosa.

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DIREITO PROCESSUAL PENAL

EXERCÍCIO

(SOUSANDRADE/ASP-GO/2009) De acordo com a Constituição Estadual do Estado de Goiás, a Política

Penitenciária, que objetiva a humanização do sentenciado,

a) somente tem interesse na segurança e integridade física do preso.

b) não pode assegurar ao condenado o pleno exercício dos direitos não atingidos pela condenação.

c) pelo princípio de que todos são iguais, veda que a pena seja cumprida em estabelecimentos distintos, de

acordo com a natureza do delito.

d) deve garantir a prestação de assistência jurídica aos condenados.

e) não pode garantir aos sentenciados, como etapa conclusiva do processo de reintegração social,

oportunidades de trabalho produtivo condignamente remunerado.

Se você respondeu letra ‘D”, está correto.

SEÇÃO II Da Assistência Material

Art. 12. A assistência material ao preso e ao internado consistirá no fornecimento de alimentação, vestuário e

instalações higiênicas.

Art. 13. O estabelecimento disporá de instalações e serviços que atendam aos presos nas suas necessidades

pessoais, além de locais destinados à venda de produtos e objetos permitidos e não fornecidos pela

Administração.

COMENTÁRIO - É comum em presídios as “cantinas” que executam este serviço, e um de seus

objetivos é criar postos de trabalho para o preso e assim o mesmo ser beneficiado pela remição da pena.

SEÇÃO III Da Assistência à Saúde

PREVISÃO CONSTITUCIONAL - Art. 196. A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido

mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso

universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação..... Art. 197. São de

relevância pública as ações e serviços de saúde, cabendo ao Poder Público dispor, nos termos da lei, sobre sua

regulamentação, fiscalização e controle, devendo sua execução ser feita diretamente ou através de terceiros e,

também, por pessoa física ou jurídica de direito privado.

Art. 14. A assistência à saúde do preso e do internado de caráter preventivo e curativo, compreenderá

atendimento médico, farmacêutico e odontológico.

§ 2º Quando o estabelecimento penal não estiver aparelhado para prover a assistência médica necessária, esta

será prestada em outro local, mediante autorização da direção do estabelecimento.

§ 3o Será assegurado acompanhamento médico à mulher, principalmente no pré-natal e no pós-parto,

extensivo ao recém-nascido.

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DIREITO PROCESSUAL PENAL

SEÇÃO IV Da Assistência Jurídica

PREVISÃO CONSTITUCIONAL – Artigo 5º, LXXIV - o Estado prestará assistência jurídica integral e

gratuita aos que comprovarem insuficiência de recursos.

Art. 15. A assistência jurídica é destinada aos presos e aos internados sem recursos financeiros para constituir

advogado.

Art. 16. As Unidades da Federação deverão ter serviços de assistência jurídica, integral e gratuita, pela

Defensoria Pública, dentro e fora dos estabelecimentos penais.

§ 1o As Unidades da Federação deverão prestar auxílio estrutural, pessoal e material à Defensoria Pública,

no exercício de suas funções, dentro e fora dos estabelecimentos penais.

§ 2o Em todos os estabelecimentos penais, haverá local apropriado destinado ao atendimento pelo Defensor

Público.

§ 3o Fora dos estabelecimentos penais, serão implementados Núcleos Especializados da Defensoria Pública

para a prestação de assistência jurídica integral e gratuita aos réus, sentenciados em liberdade, egressos e seus

familiares, sem recursos financeiros para constituir advogado.

SEÇÃO V Da Assistência Educacional

PREVISÃO CONSTITUCIONAL - Art. 205. A educação, direito de todos e dever do Estado e da família,

será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu

preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho.

Art. 17. A assistência educacional compreenderá a instrução escolar e a formação profissional do preso e do

internado.

Art. 18. O ensino de 1º grau será obrigatório, integrando-se no sistema escolar da Unidade Federativa.

Art. 18-A. O ensino médio, regular ou supletivo, com formação geral ou educação profissional de nível

médio, será implantado nos presídios, em obediência ao preceito constitucional de sua universalização.

(Incluído pela Lei nº 13.163, de 2015)

§ 1o O ensino ministrado aos presos e presas integrar-se-á ao sistema estadual e municipal de ensino e será

mantido, administrativa e financeiramente, com o apoio da União, não só com os recursos destinados à educação,

mas pelo sistema estadual de justiça ou administração penitenciária. (Incluído pela Lei nº 13.163, de 2015)

§ 2o Os sistemas de ensino oferecerão aos presos e às presas cursos supletivos de educação de jovens e

adultos. (Incluído pela Lei nº 13.163, de 2015)

§ 3o A União, os Estados, os Municípios e o Distrito Federal incluirão em seus programas de educação à

distância e de utilização de novas tecnologias de ensino, o atendimento aos presos e às presas.

(Incluído pela Lei nº 13.163, de 2015)

Art. 19. O ensino profissional será ministrado em nível de iniciação ou de aperfeiçoamento técnico.

Parágrafo único. A mulher condenada terá ensino profissional adequado à sua condição.

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DIREITO PROCESSUAL PENAL

Art. 20. As atividades educacionais podem ser objeto de convênio com entidades públicas ou particulares,

que instalem escolas ou ofereçam cursos especializados.

Art. 21. Em atendimento às condições locais, dotar-se-á cada estabelecimento de uma biblioteca, para uso de

todas as categorias de reclusos, provida de livros instrutivos, recreativos e didáticos.

Art. 21-A. O censo penitenciário deverá apurar: (Incluído pela Lei nº 13.163, de 2015)

I - o nível de escolaridade dos presos e das presas; (Incluído pela Lei nº 13.163, de 2015)

II - a existência de cursos nos níveis fundamental e médio e o número de presos e presas atendidos;

(Incluído pela Lei nº 13.163, de 2015)

III - a implementação de cursos profissionais em nível de iniciação ou aperfeiçoamento técnico e o número

de presos e presas atendidos; (Incluído pela Lei nº 13.163, de 2015)

IV - a existência de bibliotecas e as condições de seu acervo; (Incluído pela Lei nº 13.163, de 2015)

V - outros dados relevantes para o aprimoramento educacional de presos e presas. (Incluído pela Lei

nº 13.163, de 2015)

SEÇÃO VI Da Assistência Social

PREVISÃO CONSTITUCIONAL - Art. 194. A seguridade social compreende um conjunto integrado de ações

de iniciativa dos Poderes Públicos e da sociedade, destinadas a assegurar os direitos relativos à saúde, à

previdência e à assistência social.

Art. 22. A assistência social tem por finalidade amparar o preso e o internado e prepará-los para o retorno à

liberdade.

Art. 23. Incumbe ao serviço de assistência social:

I - conhecer os resultados dos diagnósticos ou exames;

II - relatar, por escrito, ao Diretor do estabelecimento, os problemas e as dificuldades enfrentadas pelo

assistido;

III - acompanhar o resultado das permissões de saídas e das saídas temporárias;

IV - promover, no estabelecimento, pelos meios disponíveis, a recreação;

V - promover a orientação do assistido, na fase final do cumprimento da pena, e do liberando, de modo a

facilitar o seu retorno à liberdade;

VI - providenciar a obtenção de documentos, dos benefícios da Previdência Social e do seguro por acidente

no trabalho;

VII - orientar e amparar, quando necessário, a família do preso, do internado e da vítima.

SEÇÃO VII Da Assistência Religiosa

PREVISÃO CONSTITUCIONAL – Artigo 5º, VI - é inviolável a liberdade de consciência e de crença,

sendo assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de

culto e a suas liturgias...VII - é assegurada, nos termos da lei, a prestação de assistência religiosa nas entidades

civis e militares de internação coletiva.

Art. 24. A assistência religiosa, com liberdade de culto, será prestada aos presos e aos internados,

permitindose-lhes a participação nos serviços organizados no estabelecimento penal, bem como a posse de livros

de instrução religiosa.

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DIREITO PROCESSUAL PENAL

§ 1º No estabelecimento haverá local apropriado para os cultos religiosos.

§ 2º Nenhum preso ou internado poderá ser obrigado a participar de atividade religiosa.

SEÇÃO VIII Da Assistência ao Egresso

FUNDAMENTO JURÍDICO - Principio fundamental da Dignidade da Pessoa Humana.

Art. 25. A assistência ao egresso consiste:

I - na orientação e apoio para reintegrá-lo à vida em liberdade;

II - na concessão, se necessário, de alojamento e alimentação, em estabelecimento adequado, pelo prazo de

2 (dois) meses.

Parágrafo único. O prazo estabelecido no inciso II poderá ser prorrogado uma única vez, comprovado, por

declaração do assistente social, o empenho na obtenção de emprego.

Art. 26. Considera-se egresso para os efeitos desta Lei:

I - o liberado definitivo, pelo prazo de 1 (um) ano a contar da saída do estabelecimento; II -

o liberado condicional, durante o período de prova.

Art. 27. O serviço de assistência social colaborará com o egresso para a obtenção de trabalho.

EXERCÍCIO:

(SOUSANDRADE/ASP-GO/2009) Considera-se egresso para os efeitos da Lei de Execução Penal:

a) o liberado definitivo, pelo prazo de 5 (cinco) anos a contar da saída do estabelecimento e o liberado

condicional, durante o período de prova.

b) o liberado definitivo, pelo prazo de 2 (dois) anos a contar da saída do estabelecimento e o liberado

condicional, durante o período de prova.

c) o liberado definitivo, pelo prazo de 1 (um) ano a contar da saída do estabelecimento e o liberado

condicional, durante o período de prova.

d) O sentenciado que cumpriu integralmente a sua pena, desde que não seja reincidente.

e) O liberado definitivo, pelo prazo de 1 (um) ano a contar da saída do estabelecimento e o liberado

condicional, desde que tenha expirado o período de prova.

Se você respondeu letra “C” está correto.

CAPÍTULO III Do Trabalho

SEÇÃO I Disposições Gerais

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DIREITO PROCESSUAL PENAL

Art. 28. O trabalho do condenado, como dever social e condição de dignidade humana, terá finalidade

educativa e produtiva.

COMENTÁRIO – O trabalho aqui atende a CF/88 – “Art. 1º A República Federativa do Brasil,

formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado

Democrático de Direito e tem como fundamentos ....IV - os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa.. O

valor social do trabalho constitui a dignidade humana, não só do preso mais do cidadão livre“.

§ 1º Aplicam-se à organização e aos métodos de trabalho as precauções relativas à segurança e à higiene.

COMENTÁRIO – o preso possui direito a um ambiente de trabalho seguro e dentro das normas de

higiene, conforme descreve o artigo 7º da CF/88: “São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de

outros que visem à melhoria de sua condição social... XXII - redução dos riscos inerentes ao trabalho, por

meio de normas de saúde, higiene e segurança”.

§ 2º O trabalho do preso não está sujeito ao regime da Consolidação das Leis do Trabalho.

COMENTÁRIO – O preso não possui determinados direitos previstos na CLT como o Fundo de

Garantia por Tempo de Serviço, e possui outros como Previdência Social, ou seja, seu regime de trabalho é

próprio, nem celetista, nem estatutário.

Art. 29. O trabalho do preso será remunerado, mediante prévia tabela, não podendo ser inferior a 3/4 (três

quartos) do salário mínimo.

COMENTÁRIO – O preso não possui direito ao salário mínimo, podendo ganhar menos. Tal medida

é prevista em lei para facilitar a sua empregabilidade junto ao mercado, dentre outros incentivos fiscais

proporcionados ao empregadores de sua mão-de-obra.

§ 1° O produto da remuneração pelo trabalho deverá atender:

a) à indenização dos danos causados pelo crime, desde que determinados judicialmente e não reparados por

outros meios;

b) à assistência à família;

c) a pequenas despesas pessoais;

d) ao ressarcimento ao Estado das despesas realizadas com a manutenção do condenado, em proporção a ser

fixada e sem prejuízo da destinação prevista nas letras anteriores.

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DIREITO PROCESSUAL PENAL

§ 2º Ressalvadas outras aplicações legais, será depositada a parte restante para constituição do pecúlio, em

Caderneta de Poupança, que será entregue ao condenado quando posto em liberdade.

COMENTÁRIO – Parte da remuneração do preso será depositada em conta poupança para que, em

condições específicas como fim do cumprimento da penal o mesmo tenha condições recomeçar sua vida ou de

se manter até sua colocação no mercado de trabalho.

Art. 30. As tarefas executadas como prestação de serviço à comunidade não serão remuneradas.

SEÇÃO II Do Trabalho Interno

Art. 31. O condenado à pena privativa de liberdade está obrigado ao trabalho na medida de suas aptidões e

capacidade.

Parágrafo único. Para o preso provisório, o trabalho não é obrigatório e só poderá ser executado no interior

do estabelecimento.

COMENTÁRIO : Observe o quadro abaixo:

PRESO PROVISÓRIO PRESO

CONDENADO

O trabalho não é

obrigatório O trabalho é

obrigatório

Só pode trabalhar dentro

do Estabelecimento

Penal .

Pode trabalhar dentro

do estabelecimento

penal ou fora dele

desde que autorizado

pelo diretor e com

escolta.

Art. 32. Na atribuição do trabalho deverão ser levadas em conta a habilitação, a condição pessoal e as

necessidades futuras do preso, bem como as oportunidades oferecidas pelo mercado.

§ 1º Deverá ser limitado, tanto quanto possível, o artesanato sem expressão econômica, salvo nas regiões de

turismo.

§ 2º Os maiores de 60 (sessenta) anos poderão solicitar ocupação adequada à sua idade.

§ 3º Os doentes ou deficientes físicos somente exercerão atividades apropriadas ao seu estado.

Art. 33. A jornada normal de trabalho não será inferior a 6 (seis) nem superior a 8 (oito) horas, com descanso

nos domingos e feriados.

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DIREITO PROCESSUAL PENAL

Parágrafo único. Poderá ser atribuído horário especial de trabalho aos presos designados para os serviços de

conservação e manutenção do estabelecimento penal.

Art. 34. O trabalho poderá ser gerenciado por fundação, ou empresa pública, com autonomia administrativa,

e terá por objetivo a formação profissional do condenado.

§ 1o. Nessa hipótese, incumbirá à entidade gerenciadora promover e supervisionar a produção, com critérios e

métodos empresariais, encarregar-se de sua comercialização, bem como suportar despesas, inclusive pagamento

de remuneração adequada.

§ 2o Os governos federal, estadual e municipal poderão celebrar convênio com a iniciativa privada, para

implantação de oficinas de trabalho referentes a setores de apoio dos presídios. Art. 35. Os órgãos da

Administração Direta ou Indireta da União, Estados, Territórios, Distrito Federal e dos Municípios adquirirão,

com dispensa de concorrência pública, os bens ou produtos do trabalho prisional, sempre que não for possível ou

recomendável realizar-se a venda a particulares.

COMENTÁRIO – A lei 8666/93 prevê como um dos casos de dispensa de licitação do artigo 24 a

contratação de instituição brasileira incumbida regimental ou estatutariamente da pesquisa, do ensino ou do

desenvolvimento institucional, ou de instituição dedicada à recuperação social do preso, desde que a contratada

detenha inquestionável reputação ético-profissional e não tenha fins lucrativos.

Parágrafo único. Todas as importâncias arrecadadas com as vendas reverterão em favor da fundação ou

empresa pública a que alude o artigo anterior ou, na sua falta, do estabelecimento penal.

SEÇÃO III Do Trabalho Externo

Art. 36. O trabalho externo será admissível para os presos em regime fechado somente em serviço ou obras

públicas realizadas por órgãos da Administração Direta ou Indireta, ou entidades privadas, desde que tomadas as

cautelas contra a fuga e em favor da disciplina.

§ 1º O limite máximo do número de presos será de 10% (dez por cento) do total de empregados na obra.

§ 2º Caberá ao órgão da administração, à entidade ou à empresa empreiteira a remuneração desse trabalho. §

3º A prestação de trabalho à entidade privada depende do consentimento expresso do preso.

Art. 37. A prestação de trabalho externo, a ser autorizada pela direção do estabelecimento, dependerá de

aptidão, disciplina e responsabilidade, além do cumprimento mínimo de 1/6 (um sexto) da pena.

Parágrafo único. Revogar-se-á a autorização de trabalho externo ao preso que vier a praticar fato definido

como crime, for punido por falta grave, ou tiver comportamento contrário aos requisitos estabelecidos neste

artigo.

Na prova de Agente de Segurança Prisional de Goiás de 2009 foi considerada falsa a seguinte

alternativa : “a remuneração do preso deverá ser repassada integralmente para sua família e assim evitar

transações comerciais no interior das unidades prisionais”.

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DIREITO PROCESSUAL PENAL

CAPÍTULO IV Dos Deveres, dos Direitos e da Disciplina

SEÇÃO I Dos Deveres

Art. 38. Cumpre ao condenado, além das obrigações legais inerentes ao seu estado, submeter-se às normas de

execução da pena.

Art. 39. Constituem deveres do condenado:

I - comportamento disciplinado e cumprimento fiel da sentença;

II - obediência ao servidor e respeito a qualquer pessoa com quem deva relacionar-se;

III - urbanidade e respeito no trato com os demais condenados;

IV - conduta oposta aos movimentos individuais ou coletivos de fuga ou de subversão à ordem ou à

disciplina

(fuga, motim ou rebelião);

V - execução do trabalho, das tarefas e das ordens recebidas;

VI - submissão à sanção disciplinar imposta;

VII - indenização à vitima ou aos seus sucessores;

VIII - indenização ao Estado, quando possível, das despesas realizadas com a sua manutenção,

mediante desconto proporcional da remuneração do trabalho;

COMENTÁRIO - Código Civil Art. 927. Aquele que, por ato ilícito causar dano a outrem, fica

obrigado a repará-lo.

IX - higiene pessoal e asseio da cela ou alojamento;

X - conservação dos objetos de uso pessoal.

Parágrafo único. Aplica-se ao preso provisório, no que couber, o disposto neste artigo.

SEÇÃO II Dos Direitos

Art. 40 - Impõe-se a todas as autoridades o respeito à integridade física e moral dos condenados e dos presos

provisórios.

Art. 41 - Constituem direitos do preso:

I - alimentação suficiente e vestuário;

COMENTÁRIO : o Estado deve promover as refeições básicas do preso.

II - atribuição de trabalho e sua remuneração;

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DIREITO PROCESSUAL PENAL

COMENTÁRIO : o preso tem o direito de receber por serviços prestados.

III - Previdência Social;

COMENTÁRIO : somente o preso remunerado tem este direito

IV - constituição de pecúlio;

COMENTÁRIO : somente o preso remunerado tem este direito

V - proporcionalidade na distribuição do tempo para o trabalho, o descanso e a recreação;

COMENTÁRIO : pode perder o direito ao trabalho por indisciplina.

VI - exercício das atividades profissionais, intelectuais, artísticas e desportivas anteriores, desde que

compatíveis com a execução da pena;

VII - assistência material, à saúde, jurídica, educacional, social e religiosa; VIII - proteção contra qualquer

forma de sensacionalismo;

PREVISÃO CONSTITUCIONAL – Artigo 5º, XLIX - é assegurado aos presos o respeito à integridade física e

moral.

IX - entrevista pessoal e reservada com o advogado;

X - visita do cônjuge, da companheira, de parentes e amigos em dias determinados;

COMENTÁRIO ; direito que pode ser suspenso por até 30 dias em caso de sanção disciplinar.

XI - chamamento nominal;

COMENTÁRIO : não pode ser chamado por nomes depreciativos ou apelidos.

XII - igualdade de tratamento salvo quanto às exigências da individualização da pena;

COMENTÁRIO : diferenciação de tratamento, por exemplo, quando submetido ao RDD (Regime

Disciplinar Diferenciado).

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DIREITO PROCESSUAL PENAL

XIII - audiência especial com o diretor do estabelecimento;

XIV - representação e petição a qualquer autoridade, em defesa de direito;

PREVISÃO CONSTITUCIONAL : XXXIV - são a todos assegurados, independentemente do pagamento de

taxas: a) o direito de petição aos Poderes Públicos em defesa de direitos ou contra ilegalidade ou abuso de poder.

XV - contato com o mundo exterior por meio de correspondência escrita, da leitura e de outros meios

de informação que não comprometam a moral e os bons costumes.

XVI – atestado de pena a cumprir, emitido anualmente, sob pena da responsabilidade da autoridade

judiciária competente.

Parágrafo único. Os direitos previstos nos incisos V, X e XV poderão ser suspensos ou restringidos mediante

ato motivado do diretor do estabelecimento.

COMENTÁRIO : em regra estes direitos podem ser suspensos ou restringidos pelo prazao máximo

de 30 dias (vide Art. 58).

Art. 42 - Aplica-se ao preso provisório e ao submetido à medida de segurança, no que couber, o disposto

nesta Seção.

Art. 43 - É garantida a liberdade de contratar médico de confiança pessoal do internado ou do submetido a

tratamento ambulatorial, por seus familiares ou dependentes, a fim de orientar e acompanhar o tratamento.

Parágrafo único. As divergências entre o médico oficial e o particular serão resolvidas pelo Juiz da execução.

SEÇÃO III Da Disciplina SUBSEÇÃO I

Disposições Gerais

Art. 44. A disciplina consiste na colaboração com a ordem, na obediência às determinações das autoridades e

seus agentes e no desempenho do trabalho.

Parágrafo único. Estão sujeitos à disciplina o condenado à pena privativa de liberdade ou restritiva de direitos

e o preso provisório.

Art. 45. Não haverá falta nem sanção disciplinar sem expressa e anterior previsão legal ou regulamentar.]

COMENTÁRIO:

PROPORCIONALIDADE. observação aos princípios de LEGALIDADE, RAZOABILIDADE e

§ 1º As sanções não poderão colocar em perigo a integridade física e moral do condenado. §

2º É vedado o emprego de cela escura.

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DIREITO PROCESSUAL PENAL

COMENTÁRIO: não se pode utilizar hoje as antigas “solitárias”.

§ 3º São vedadas as sanções coletivas.

COMENTÁRIO: a aplicação de sanções coletivas fere o princípio da individualização da pena.

Art. 46. O condenado ou denunciado, no início da execução da pena ou da prisão, será cientificado das

normas disciplinares.

Art. 47. O poder disciplinar, na execução da pena privativa de liberdade, será exercido pela autoridade

administrativa conforme as disposições regulamentares.

COMENTÁRIO : Poder Disciplinar é o poder conferido à Administração para organizar-se

internamente, aplicando sanções e penalidades aos seus agentes ou pessoas sujeitas a sua disciplina (como o

preso, por exemplo) por força de uma infração de caráter funcional ou de disciplina. Somente poderão ser

aplicadas sanções e penalidades de caráter administrativo , não as de caráter penal.

Ao aplicar a sanção, o administrador deve levar em conta os seguintes elementos:

• atenuantes e agravantes do caso concreto;

• natureza e gravidade da infração;

• prejuízos causados para o interesse público;

• antecedentes do agente.

Esse poder corresponde ao dever de punição administrativa, diante do cometimento de faltas funcionais

ou violação de deveres . Não permite, assim, que seja sancionada conduta de particulares e também não se

confunde com o exercício do jus puniendi do Estado. É decorrente do poder hierárquico, do dever de

obediência às normas e posturas internas da Administração.

Há doutrinadores que apresentam o poder disciplinar como atividade discricionária da Administração.

Essa ideia, porém, deve ser vista com temperamentos. Há dever na apuração e aplicação de sanção. Porém, é

certo que a discricionariedade incide na escolha da sanção a ser imposta e na sua tipificação.

Art. 48. Na execução das penas restritivas de direitos, o poder disciplinar será exercido pela autoridade

administrativa a que estiver sujeito o condenado.

COMENTÁRIO : A autoridade administrativa em questão é o Diretor do Estabelecimento Penal.

Parágrafo único. Nas faltas graves, a autoridade representará ao Juiz da execução para os fins dos artigos 118,

inciso I, 125, 127, 181, §§ 1º, letra d, e 2º desta Lei.

SUBSEÇÃO II

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DIREITO PROCESSUAL PENAL

Das Faltas Disciplinares

Art. 49. As faltas disciplinares classificam-se em leves, médias e graves. A legislação local especificará as

leves e médias, bem assim as respectivas sanções.

Parágrafo único. Pune-se a tentativa com a sanção correspondente à falta consumada.

COMENTÁRIO: as faltas disciplinares, neste caso, não admite tentativa, uma vez que esta é punida

da mesma forma que a falta consumada.

Art. 50. Comete falta grave o condenado à pena privativa de liberdade que:

I - incitar ou participar de movimento para subverter a ordem ou a disciplina;

COMENTÁRIO: Não podemos esquecer do que alude no Código Penal o Art. 354 - Amotinarem-se

presos, perturbando a ordem ou disciplina da prisão: Pena - detenção, de seis meses a dois anos, além da pena

correspondente à violência.

II - fugir;

COMENTÁRIO: Não podemos esquecer do que alude no Código Penal Art. 352 - Evadir-se ou tentar

evadir-se o preso ou o indivíduo submetido a medida de segurança detentiva, usando de violência contra a

pessoa. Pena - detenção, de três meses a um ano, além da pena correspondente à violência.

III - possuir, indevidamente, instrumento capaz de ofender a integridade física de outrem;

IV - provocar acidente de trabalho;

V - descumprir, no regime aberto, as condições impostas;

VI - inobservar os deveres previstos nos incisos II e V, do artigo 39, desta Lei.

VII – tiver em sua posse, utilizar ou fornecer aparelho telefônico, de rádio ou similar, que permita a

comunicação com outros presos ou com o ambiente externo.

Parágrafo único. O disposto neste artigo aplica-se, no que couber, ao preso provisório.

COMENTÁRIO: Vale lembrar do Código Penal o Art. 349-A. Ingressar, promover, intermediar,

auxiliar ou facilitar a entrada de aparelho telefônico de comunicação móvel, de rádio ou similar, sem

autorização legal, em estabelecimento prisional. Pena: detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano.

Art. 51. Comete falta grave o condenado à pena restritiva de direitos que:

I - descumprir, injustificadamente, a restrição imposta;

II - retardar, injustificadamente, o cumprimento da obrigação imposta;

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DIREITO PROCESSUAL PENAL

III - inobservar os deveres previstos nos incisos II e V, do artigo 39, desta Lei.

SOUSANDRADE/ASP-GO/2009 - O preso está obrigado a cumprir as regras de disciplina que consistem na

colaboração com a ordem, na obediência às determinações das autoridades e seus agentes e no desempenho do

trabalho. Não constitui falta grave

a) incitar ou participar de movimento para subverter a ordem ou a disciplina.

b) provocar perturbações com ruídos e vozeiros ou vaias.

c) possuir, indevidamente, instrumento capaz de ofender a integridade física de outrem. d) fugir, mesmo

que a cela esteja aberta.

e) ter em sua posse, utilizar ou fornecer aparelho telefônico, de rádio ou similar, que permita a comunicação

com outros presos ou com o ambiente externo.

Se você marcou letra “B” a resposta está correta.

Art. 52. A prática de fato previsto como crime doloso constitui falta grave e, quando ocasione subversão da

ordem ou disciplina internas, sujeita o preso provisório, ou condenado, sem prejuízo da sanção penal, ao regime

disciplinar diferenciado, com as seguintes características:

COMENTÁRIO : Código Penal Art. 18 - Diz-se o crime: I - doloso, quando o agente quis o resultado ou

assumiu o risco de produzi-lo.

I - duração máxima de trezentos e sessenta dias, sem prejuízo de repetição da sanção por nova falta grave de

mesma espécie, até o limite de um sexto da pena aplicada;

II - recolhimento em cela individual;

III - visitas semanais de duas pessoas, sem contar as crianças, com duração de duas horas; IV - o preso terá

direito à saída da cela por 2 horas diárias para banho de sol.

OBS : A prova de Agente de Segurança Prisional considerou falsa a seguinte alternativa : seu

recolhimento em cela individual e escura é permitido, desde que lhe seja garantido o direito ao banho de sol

durante duas horas por dia.

§ 1o O regime disciplinar diferenciado também poderá abrigar presos provisórios ou condenados, nacionais

ou estrangeiros, que apresentem alto risco para a ordem e a segurança do estabelecimento penal ou da sociedade.

§ 2o Estará igualmente sujeito ao regime disciplinar diferenciado o preso provisório ou o condenado sob o

qual recaiam fundadas suspeitas de envolvimento ou participação, a qualquer título, em organizações criminosas,

quadrilha ou bando.

EXERCÍCIO

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DIREITO PROCESSUAL PENAL

OBS : A prova de Agente de Segurança Prisional considerou verdadeira seguinte alternativa : preso no

RDD tem direito de entrevistar-se reservadamente com o seu advogado.

SUBSEÇÃO III Das Sanções e das Recompensas

Art. 53. Constituem sanções disciplinares:

I - advertência verbal;

II - repreensão;

III - suspensão ou restrição de direitos (artigo 41, parágrafo único);

IV - isolamento na própria cela, ou em local adequado, nos estabelecimentos que possuam alojamento

coletivo, observado o disposto no artigo 88 desta Lei.

V - inclusão no regime disciplinar diferenciado.

Art. 54. As sanções dos incisos I a IV do art. 53 serão aplicadas por ato motivado do diretor do

estabelecimento e a do inciso V, por prévio e fundamentado despacho do juiz competente.

§ 1o A autorização para a inclusão do preso em regime disciplinar dependerá de requerimento

circunstanciado elaborado pelo diretor do estabelecimento ou outra autoridade administrativa.

§ 2o A decisão judicial sobre inclusão de preso em regime disciplinar será precedida de manifestação do

Ministério Público e da defesa e prolatada no prazo máximo de quinze dias.

Art. 55. As recompensas têm em vista o bom comportamento reconhecido em favor do condenado, de sua

colaboração com a disciplina e de sua dedicação ao trabalho.

Art. 56. São recompensas:

I - o elogio;

II - a concessão de regalias.

Parágrafo único. A legislação local e os regulamentos estabelecerão a natureza e a forma de concessão de

regalias.

SUBSEÇÃO IV Da Aplicação das Sanções

Art. 57. Na aplicação das sanções disciplinares, levar-se-ão em conta a natureza, os motivos, as

circunstâncias e as consequências do fato, bem como a pessoa do faltoso e seu tempo de prisão.

Parágrafo único. Nas faltas graves, aplicam-se as sanções previstas nos incisos III a V do art. 53 desta Lei.

Art. 58. O isolamento, a suspensão e a restrição de direitos não poderão exceder a trinta dias, ressalvada a

hipótese do regime disciplinar diferenciado.

Parágrafo único. O isolamento será sempre comunicado ao Juiz da execução.

SUBSEÇÃO V Do Procedimento Disciplinar

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DIREITO PROCESSUAL PENAL

Art. 59. Praticada a falta disciplinar, deverá ser instaurado o procedimento para sua apuração, conforme

regulamento, assegurado o direito de defesa.

Parágrafo único. A decisão será motivada.

PREVISÃO CONSTITUCIONAL – Art.5º LIV - ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o

devido processo legal e LV - aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são

assegurados o contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes;

.

Art. 60. A autoridade administrativa poderá decretar o isolamento preventivo do faltoso pelo prazo de até dez

dias. A inclusão do preso no regime disciplinar diferenciado, no interesse da disciplina e da averiguação do fato,

dependerá de despacho do juiz competente.

Parágrafo único. O tempo de isolamento ou inclusão preventiva no regime disciplinar diferenciado será

computado no período de cumprimento da sanção disciplinar.

TÍTULO III Dos Órgãos da Execução Penal

CAPÍTULO I Disposições Gerais

Art. 61. São órgãos da execução penal:

I - o Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária;

II - o Juízo da Execução;

III - o Ministério Público;

IV - o Conselho Penitenciário;

V - os Departamentos Penitenciários;

VI - o Patronato;

VII - o Conselho da Comunidade.

VIII - a Defensoria Pública.

EXERCÍCIO

SOUSANDRADE/ASP-GO/2009 - São órgãos da execução penal:

a) O Juízo da Execução, o Ministério Público, o Patronato e o Conselho da Comunidade.

b) O Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária, o Juízo da Execução, a direção da unidade

prisional e o Conselho Penitenciário.

c) O Juízo da Execução, a Secretaria de Segurança Pública, o Conselho Nacional de Política Criminal e

Penitenciária e o Conselho da Comunidade.

d) O Juízo da Execução, o Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária, o Conselho Penitenciário

e o Conselho Superior da Escola de Agentes de Segurança Prisional.

e) O Juízo da Execução, o Juízo Criminal, o Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária e o

Conselho da Comunidade.

Se você respondeu a Letra “E” sua resposta está correta.

CAPÍTULO II

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DIREITO PROCESSUAL PENAL

Do Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária

FUNÇÃO PRINCIPAL DO CNPCP – definir a política criminal do país.

Art. 62. O Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária, com sede na Capital da República, é

subordinado ao Ministério da Justiça.

Art. 63. O Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária será integrado por 13 (treze) membros

designados através de ato do Ministério da Justiça, dentre professores e profissionais da área do Direito Penal,

Processual Penal, Penitenciário e ciências correlatas, bem como por representantes da comunidade e dos

Ministérios da área social.

Parágrafo único. O mandato dos membros do Conselho terá duração de 2 (dois) anos, renovado 1/3 (um

terço) em cada ano.

Art. 64. Ao Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária, no exercício de suas atividades, em

âmbito federal ou estadual, incumbe:

I - propor diretrizes da política criminal quanto à prevenção do delito, administração da Justiça Criminal e

execução das penas e das medidas de segurança;

II - contribuir na elaboração de planos nacionais de desenvolvimento, sugerindo as metas e

prioridades da política criminal e penitenciária;

III - promover a avaliação periódica do sistema criminal para a sua adequação às necessidades do

País;

IV - estimular e promover a pesquisa criminológica;

V - elaborar programa nacional penitenciário de formação e aperfeiçoamento do servidor;

VI - estabelecer regras sobre a arquitetura e construção de estabelecimentos penais e casas de

albergados;

VII - estabelecer os critérios para a elaboração da estatística criminal;

VIII - inspecionar e fiscalizar os estabelecimentos penais, bem assim informar-se, mediante relatórios

do Conselho Penitenciário, requisições, visitas ou outros meios, acerca do desenvolvimento da execução penal

nos Estados, Territórios e Distrito Federal, propondo às autoridades dela incumbida as medidas necessárias ao

seu aprimoramento;

IX - representar ao Juiz da execução ou à autoridade administrativa para instauração de sindicância

ou procedimento administrativo, em caso de violação das normas referentes à execução penal;

X - representar à autoridade competente para a interdição, no todo ou em parte, de estabelecimento

penal.

CAPÍTULO III Do Juízo da Execução

PRINCIPAL FUNÇÃO DO JUIZ – acompanhar o preso durante a execução da pena.

Art. 65. A execução penal competirá ao Juiz indicado na lei local de organização judiciária e, na sua

ausência, ao da sentença.

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DIREITO PROCESSUAL PENAL

Art. 66. Compete ao Juiz da execução:

I - aplicar aos casos julgados lei posterior que de qualquer modo favorecer o condenado;

II - declarar extinta a punibilidade; III - decidir sobre:

a) soma ou unificação de penas;

b) progressão ou regressão nos regimes;

c) detração e remição da pena;

d) suspensão condicional da pena;

e) livramento condicional;

f) incidentes da execução. IV - autorizar saídas temporárias; V - determinar:

a) a forma de cumprimento da pena restritiva de direitos e fiscalizar sua execução;

b) a conversão da pena restritiva de direitos e de multa em privativa de liberdade;

c) a conversão da pena privativa de liberdade em restritiva de direitos;

d) a aplicação da medida de segurança, bem como a substituição da pena por medida de segurança; e) a

revogação da medida de segurança;

f) a desinternação e o restabelecimento da situação anterior;

g) o cumprimento de pena ou medida de segurança em outra comarca;

h) a remoção do condenado na hipótese prevista no § 1º, do artigo 86, desta Lei.

VI - zelar pelo correto cumprimento da pena e da medida de segurança;

VII - inspecionar, mensalmente, os estabelecimentos penais, tomando providências para o adequado

funcionamento e promovendo, quando for o caso, a apuração de responsabilidade;

VIII - interditar, no todo ou em parte, estabelecimento penal que estiver funcionando em condições inadequadas

ou com infringência aos dispositivos desta Lei; IX - compor e instalar o Conselho da Comunidade.

X – emitir anualmente atestado de pena a cumprir.

CAPÍTULO IV Do Ministério Público

Principal Função do Promotor de Justiça - fiscalizar a aplicação da lei e execução da pena.

Art. 67. O Ministério Público fiscalizará a execução da pena e da medida de segurança, oficiando no processo

executivo e nos incidentes da execução.

Art. 68. Incumbe, ainda, ao Ministério Público:

I - fiscalizar a regularidade formal das guias de recolhimento e de internamento; II -

requerer:

a) todas as providências necessárias ao desenvolvimento do processo executivo;

b) a instauração dos incidentes de excesso ou desvio de execução;

c) a aplicação de medida de segurança, bem como a substituição da pena por medida de segurança; d) a

revogação da medida de segurança;

e) a conversão de penas, a progressão ou regressão nos regimes e a revogação da suspensão condicional da

pena e do livramento condicional;

f) a internação, a desinternação e o restabelecimento da situação anterior.

III - interpor recursos de decisões proferidas pela autoridade judiciária, durante a execução.

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DIREITO PROCESSUAL PENAL

Parágrafo único. O órgão do Ministério Público visitará mensalmente os estabelecimentos penais, registrando

a sua presença em livro próprio.

CAPÍTULO V Do Conselho Penitenciário

Principal função do Conselho Penitenciário – auxiliar o Juízo da Execução Penal.

Art. 69. O Conselho Penitenciário é órgão consultivo e fiscalizador da execução da pena.

§ 1º O Conselho será integrado por membros nomeados pelo Governador do Estado, do Distrito Federal e dos

Territórios, dentre professores e profissionais da área do Direito Penal, Processual Penal, Penitenciário e ciências

correlatas, bem como por representantes da comunidade. A legislação federal e estadual regulará o seu

funcionamento.

§ 2º O mandato dos membros do Conselho Penitenciário terá a duração de 4 (quatro) anos.

Art. 70. Incumbe ao Conselho Penitenciário:

I - emitir parecer sobre indulto e comutação de pena, excetuada a hipótese de pedido de indulto com base

no estado de saúde do preso;

II - inspecionar os estabelecimentos e serviços penais;

III - apresentar, no 1º (primeiro) trimestre de cada ano, ao Conselho Nacional de Política Criminal e

Penitenciária, relatório dos trabalhos efetuados no exercício anterior; IV -

supervisionar os patronatos, bem como a assistência aos egressos.

CAPÍTULO VI Dos Departamentos Penitenciários

SEÇÃO I Do Departamento Penitenciário Nacional

Principal função do DEPEN – executar as políticas definidas pelo CNPCP.

Art. 71. O Departamento Penitenciário Nacional, subordinado ao Ministério da Justiça, é órgão executivo da

Política Penitenciária Nacional e de apoio administrativo e financeiro do Conselho Nacional de Política Criminal

e Penitenciária.

Art. 72. São atribuições do Departamento Penitenciário Nacional:

I - acompanhar a fiel aplicação das normas de execução penal em todo o Território Nacional;

II - inspecionar e fiscalizar periodicamente os estabelecimentos e serviços penais;

III - assistir tecnicamente as Unidades Federativas na implementação dos princípios e regras estabelecidos

nesta Lei;

IV - colaborar com as Unidades Federativas mediante convênios, na implantação de estabelecimentos e

serviços penais;

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DIREITO PROCESSUAL PENAL

V - colaborar com as Unidades Federativas para a realização de cursos de formação de pessoal penitenciário

e de ensino profissionalizante do condenado e do internado.

VI – estabelecer, mediante convênios com as unidades federativas, o cadastro nacional das vagas existentes

em estabelecimentos locais destinadas ao cumprimento de penas privativas de liberdade aplicadas pela justiça de

outra unidade federativa, em especial para presos sujeitos a regime disciplinar.

Parágrafo único. Incumbem também ao Departamento a coordenação e supervisão dos estabelecimentos

penais e de internamento federais.

SEÇÃO II Do Departamento Penitenciário Local

Art. 73. A legislação local poderá criar Departamento Penitenciário ou órgão similar, com as atribuições que

estabelecer.

Art. 74. O Departamento Penitenciário local, ou órgão similar, tem por finalidade supervisionar e coordenar

os estabelecimentos penais da Unidade da Federação a que pertencer.

SEÇÃO III Da Direção e do Pessoal dos Estabelecimentos Penais

Art. 75. O ocupante do cargo de diretor de estabelecimento deverá satisfazer os seguintes requisitos:

I - ser portador de diploma de nível superior de Direito, ou Psicologia, ou Ciências Sociais, ou Pedagogia,

ou Serviços Sociais;

II - possuir experiência administrativa na área;

III - ter idoneidade moral e reconhecida aptidão para o desempenho da função.

Parágrafo único. O diretor deverá residir no estabelecimento, ou nas proximidades, e dedicará tempo integral

à sua função.

Art. 76. O Quadro do Pessoal Penitenciário será organizado em diferentes categorias funcionais, segundo as

necessidades do serviço, com especificação de atribuições relativas às funções de direção, chefia e

assessoramento do estabelecimento e às demais funções.

Art. 77. A escolha do pessoal administrativo, especializado, de instrução técnica e de vigilância atenderá a

vocação, preparação profissional e antecedentes pessoais do candidato.

§ 1° O ingresso do pessoal penitenciário, bem como a progressão ou a ascensão funcional dependerão de

cursos específicos de formação, procedendo-se à reciclagem periódica dos servidores em exercício.

§ 2º No estabelecimento para mulheres somente se permitirá o trabalho de pessoal do sexo feminino, salvo

quando se tratar de pessoal técnico especializado.

CAPÍTULO VII Do Patronato

Art. 78. O Patronato público ou particular destina-se a prestar assistência aos albergados e aos egressos

(artigo 26).

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DIREITO PROCESSUAL PENAL

COMENTÁRIO – o Patronato apesar de órgão funcional como um estabelecimento penal cujo

objetivo é assistência ao egresso. É onde se conclui o processo de reintegração social, principalmente por

encaminhar o egresso ao mercado de trabalho.

Art. 79. Incumbe também ao Patronato:

I - orientar os condenados à pena restritiva de direitos;

II - fiscalizar o cumprimento das penas de prestação de serviço à comunidade e de limitação de fim

de semana;

III - colaborar na fiscalização do cumprimento das condições da suspensão e do livramento

condicional.

CAPÍTULO VIII

Do Conselho da Comunidade

Principal função do Conselho da comunidade - Fiscalizar a execução da pena e definir a aplicação de

recursos específicos para o Sistema Prisional.

Art. 80. Haverá, em cada comarca, um Conselho da Comunidade composto, no mínimo, por 1 (um)

representante de associação comercial ou industrial, 1 (um) advogado indicado pela Seção da Ordem dos

Advogados do Brasil, 1 (um) Defensor Público indicado pelo Defensor Público Geral e 1 (um) assistente social

escolhido pela Delegacia Seccional do Conselho Nacional de Assistentes Sociais.

Parágrafo único. Na falta da representação prevista neste artigo, ficará a critério do Juiz da execução a

escolha dos integrantes do Conselho.

Art. 81. Incumbe ao Conselho da Comunidade:

I - visitar, pelo menos mensalmente, os estabelecimentos penais existentes na comarca; II -

entrevistar presos;

III - apresentar relatórios mensais ao Juiz da execução e ao Conselho Penitenciário;

IV - diligenciar a obtenção de recursos materiais e humanos para melhor assistência ao preso ou internado,

em harmonia com a direção do estabelecimento.

CAPÍTULO IX DA DEFENSORIA PÚBLICA

Principal função da Defensoria Pública – Assistência Jurídica ao preso menos favorecido.

Art. 81-A. A Defensoria Pública velará pela regular execução da pena e da medida de segurança, oficiando, no

processo executivo e nos incidentes da execução, para a defesa dos necessitados em todos os graus e instâncias,

de forma individual e coletiva.

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DIREITO PROCESSUAL PENAL

Art. 81-B. Incumbe, ainda, à Defensoria Pública:

I - requerer:

a) todas as providências necessárias ao desenvolvimento do processo executivo;

b) a aplicação aos casos julgados de lei posterior que de qualquer modo favorecer o condenado; c) a

declaração de extinção da punibilidade;

d) a unificação de penas;

e) a detração e remição da pena;

f) a instauração dos incidentes de excesso ou desvio de execução;

g) a aplicação de medida de segurança e sua revogação, bem como a substituição da pena por medida de

segurança;

h) a conversão de penas, a progressão nos regimes, a suspensão condicional da pena, o livramento condicional,

a comutação de pena e o indulto; i) a autorização de saídas temporárias;

j) a internação, a desinternação e o restabelecimento da situação anterior;

k) o cumprimento de pena ou medida de segurança em outra comarca;

l) a remoção do condenado na hipótese prevista no § 1o do art. 86 desta Lei;

II - requerer a emissão anual do atestado de pena a cumprir;

III - interpor recursos de decisões proferidas pela autoridade judiciária ou administrativa durante a

execução;

IV - representar ao Juiz da execução ou à autoridade administrativa para instauração de sindicância

ou procedimento administrativo em caso de violação das normas referentes à execução penal;

V - visitar os estabelecimentos penais, tomando providências para o adequado funcionamento, e

requerer, quando for o caso, a apuração de responsabilidade;

VI - requerer à autoridade competente a interdição, no todo ou em parte, de estabelecimento penal.

Parágrafo único. O órgão da Defensoria Pública visitará periodicamente os estabelecimentos penais,

registrando a sua presença em livro próprio.

TÍTULO IV Dos Estabelecimentos Penais

CAPÍTULO I Disposições Gerais

Estabelecimentos Penais são as estruturas físicas onde o preso ou internado, de acordo com a

determinação da sentença, cumpre a sua pena, sempre observando o princípio da individualização da pena

Art. 82. Os estabelecimentos penais destinam-se ao condenado, ao submetido à medida de segurança, ao

preso provisório e ao egresso.

§ 1° A mulher e o maior de sessenta anos, separadamente, serão recolhidos a estabelecimento próprio e

adequado à sua condição pessoal.

§ 2º - O mesmo conjunto arquitetônico poderá abrigar estabelecimentos de destinação diversa desde que

devidamente isolados.

Ou seja, na mesma estrutura física (prédio) pode-se abrigar presos provisórios, condenados, homens, mulheres,

idosos, desde que divididos em alas distintas.

Art. 83. O estabelecimento penal, conforme a sua natureza, deverá contar em suas dependências com áreas e

serviços destinados a dar assistência, educação, trabalho, recreação e prática esportiva.

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DIREITO PROCESSUAL PENAL

§ 1º Haverá instalação destinada a estágio de estudantes universitários.

§ 2o Os estabelecimentos penais destinados a mulheres serão dotados de berçário, onde as condenadas

possam cuidar de seus filhos, inclusive amamentá-los, no mínimo, até 6 (seis) meses de idade.(Redação dada

pela Lei nº 11.942, de 2009)

§ 3o Os estabelecimentos de que trata o § 2o deste artigo deverão possuir, exclusivamente, agentes do sexo

feminino na segurança de suas dependências internas.

§ 4o Serão instaladas salas de aulas destinadas a cursos do ensino básico e profissionalizante.

§ 5o Haverá instalação destinada à Defensoria Pública.

Art. 83-A. Poderão ser objeto de execução indireta as atividades materiais acessórias, instrumentais ou

complementares desenvolvidas em estabelecimentos penais, e notadamente: (Incluído pela Lei nº 13.190, de

2015).

I - serviços de conservação, limpeza, informática, copeiragem, portaria, recepção, reprografia,

telecomunicações, lavanderia e manutenção de prédios, instalações e equipamentos internos e externos;

(Incluído pela Lei nº 13.190, de 2015).

II - serviços relacionados à execução de trabalho pelo preso. (Incluído pela Lei nº 13.190, de 2015).

§ 1o A execução indireta será realizada sob supervisão e fiscalização do poder público. (Incluído pela Lei

nº 13.190, de 2015).

§ 2o Os serviços relacionados neste artigo poderão compreender o fornecimento de materiais, equipamentos,

máquinas e profissionais. (Incluído pela Lei nº 13.190, de 2015).

Art. 83-B. São indelegáveis as funções de direção, chefia e coordenação no âmbito do sistema penal, bem

como todas as atividades que exijam o exercício do poder de polícia, e notadamente: (Incluído pela Lei nº

13.190, de 2015).

I - classificação de condenados; (Incluído pela Lei nº 13.190, de 2015).

II - aplicação de sanções disciplinares; (Incluído pela Lei nº 13.190, de 2015).

III - controle de rebeliões; (Incluído pela Lei nº 13.190, de 2015).

IV - transporte de presos para órgãos do Poder Judiciário, hospitais e outros locais externos aos

estabelecimentos penais. (Incluído pela Lei nº 13.190, de 2015).

Art. 84. O preso provisório ficará separado do condenado por sentença transitada em julgado.

§ 1o Os presos provisórios ficarão separados de acordo com os seguintes critérios: (Redação dada pela

Lei nº 13.167, de 2015)

I - acusados pela prática de crimes hediondos ou equiparados; (Incluído pela Lei nº 13.167, de 2015)

II - acusados pela prática de crimes cometidos com violência ou grave ameaça à pessoa; (Incluído pela

Lei nº 13.167, de 2015)

III - acusados pela prática de outros crimes ou contravenções diversos dos apontados nos incisos I e II.

(Incluído pela Lei nº 13.167, de 2015)

§ 2° O preso que, ao tempo do fato, era funcionário da Administração da Justiça Criminal ficará em

dependência separada.

§ 3o Os presos condenados ficarão separados de acordo com os seguintes critérios: (Incluído pela Lei nº

13.167, de 2015)

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DIREITO PROCESSUAL PENAL

I - condenados pela prática de crimes hediondos ou equiparados; (Incluído pela Lei nº 13.167, de 2015)

II - reincidentes condenados pela prática de crimes cometidos com violência ou grave ameaça à pessoa;

(Incluído pela Lei nº 13.167, de 2015)

III - primários condenados pela prática de crimes cometidos com violência ou grave ameaça à pessoa;

(Incluído pela Lei nº 13.167, de 2015)

IV - demais condenados pela prática de outros crimes ou contravenções em situação diversa das previstas nos

incisos I, II e III. (Incluído pela Lei nº 13.167, de 2015)

§ 4o O preso que tiver sua integridade física, moral ou psicológica ameaçada pela convivência com os

demais presos ficará segregado em local próprio. (Incluído pela Lei nº 13.167, de 2015)

Art. 85. O estabelecimento penal deverá ter lotação compatível com a sua estrutura e finalidade.

IMPORTANTE - É de conhecimento de todos que existe a superlotação carcerária a nível Brasil, da

ordem de mais de 50%, ou seja, temos menos da metade do número de vagas necessária para acolher todos os

presos, desconsiderando os mandatos de prisão não cumpridos e os foragidos da justiça.

Parágrafo único. O Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária determinará o limite máximo de

capacidade do estabelecimento, atendendo a sua natureza e peculiaridades.

Art. 86. As penas privativas de liberdade aplicadas pela Justiça de uma Unidade Federativa podem ser

executadas em outra unidade, em estabelecimento local ou da União.

§ 1o A União Federal poderá construir estabelecimento penal em local distante da condenação para recolher

os condenados, quando a medida se justifique no interesse da segurança pública ou do próprio condenado.

§ 2° Conforme a natureza do estabelecimento, nele poderão trabalhar os liberados ou egressos que se

dediquem a obras públicas ou ao aproveitamento de terras ociosas.

§ 3o Caberá ao juiz competente, a requerimento da autoridade administrativa definir o estabelecimento

prisional adequado para abrigar o preso provisório ou condenado, em atenção ao regime e aos requisitos

estabelecidos.

CAPÍTULO II Da Penitenciária

Penitenciária – Vem de Pena, Lugar de cumprir penalidade a abriga presos condenados em regime

fechado. Deve ser construído longe do centro urbano.

Art. 87. A penitenciária destina-se ao condenado à pena de reclusão, em regime fechado.

Parágrafo único. A União Federal, os Estados, o Distrito Federal e os Territórios poderão construir

Penitenciárias destinadas, exclusivamente, aos presos provisórios e condenados que estejam em regime fechado,

sujeitos ao regime disciplinar diferenciado, nos termos do art. 52 desta Lei.

Art. 88. O condenado será alojado em cela individual que conterá dormitório, aparelho sanitário e lavatório.

Parágrafo único. São requisitos básicos da unidade celular:

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DIREITO PROCESSUAL PENAL

a) salubridade do ambiente pela concorrência dos fatores de aeração, insolação e condicionamento térmico

adequado à existência humana;

b) área mínima de 6,00m2 (seis metros quadrados).

Art. 89. Além dos requisitos referidos no art. 88, a penitenciária de mulheres será dotada de seção para

gestante e parturiente e de creche para abrigar crianças maiores de 6 (seis) meses e menores de 7 (sete) anos,

com a finalidade de assistir a criança desamparada cuja responsável estiver presa.

Parágrafo único. São requisitos básicos da seção e da creche referidas neste artigo:

I – atendimento por pessoal qualificado, de acordo com as diretrizes adotadas pela legislação educacional e

em unidades autônomas; e

II – horário de funcionamento que garanta a melhor assistência à criança e à sua responsável.

Art. 90. A penitenciária de homens será construída, em local afastado do centro urbano, à distância que não

restrinja a visitação.

CAPÍTULO III Da Colônia Agrícola, Industrial ou Similar

Colônia Agrícola, Industrial ou Similar - cumprimento do regime semiaberto deve conter celas como

no regime fechado e como a Penitenciária construída longe do centro urbano. Em regra o preso só é liberando

para trabalhar durante o dia e retornar ao estabelecimento penal. Se o mesmo for beneficiado com a

monitoração eletrônica (Tornozeleira) poderá cumprir a pena fora do estabelecimento.

Art. 91. A Colônia Agrícola, Industrial ou Similar destina-se ao cumprimento da pena em regime semiaberto.

Art. 92. O condenado poderá ser alojado em compartimento coletivo, observados os requisitos da letra a, do

parágrafo único, do artigo 88, desta Lei.

Parágrafo único. São também requisitos básicos das dependências coletivas: a) a

seleção adequada dos presos;

b) o limite de capacidade máxima que atenda os objetivos de individualização da pena.

CAPÍTULO IV Da Casa do Albergado

COMENTÁRIO – Deve ser construída junto ao centro urbano e não deve conter “celas”. Como o

próprio nome sugere, é um alberge.

Art. 93. A Casa do Albergado destina-se ao cumprimento de pena privativa de liberdade, em regime aberto, e

da pena de limitação de fim de semana.

Art. 94. O prédio deverá situar-se em centro urbano, separado dos demais estabelecimentos, e caracterizarse

pela ausência de obstáculos físicos contra a fuga.

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DIREITO PROCESSUAL PENAL

Art. 95. Em cada região haverá, pelo menos, uma Casa do Albergado, a qual deverá conter, além dos

aposentos para acomodar os presos, local adequado para cursos e palestras.

Parágrafo único. O estabelecimento terá instalações para os serviços de fiscalização e orientação dos

condenados.

CAPÍTULO V Do Centro de Observação

COMENTÁRIO – É o único estabelecimento que não abriga presos. Serve como fonte de pesquisas

sobre criminalidade e sistema prisional.

Art. 96. No Centro de Observação realizar-se-ão os exames gerais e o criminológico, cujos resultados serão

encaminhados à Comissão Técnica de Classificação.

Parágrafo único. No Centro poderão ser realizadas pesquisas criminológicas.

Art. 97. O Centro de Observação será instalado em unidade autônoma ou em anexo a estabelecimento penal.

Art. 98. Os exames poderão ser realizados pela Comissão Técnica de Classificação, na falta do Centro de

Observação.

CAPÍTULO VI Do Hospital de Custódia e Tratamento Psiquiátrico

Conforme descreve o Código Penal :

Art. 26 - É isento de pena o agente que, por doença mental ou desenvolvimento mental incompleto ou

retardado, era, ao tempo da ação ou da omissão, inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato ou de

determinar-se de acordo com esse entendimento. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) Redução de

pena

Parágrafo único - A pena pode ser reduzida de um a dois terços, se o agente, em virtude de perturbação de

saúde mental ou por desenvolvimento mental incompleto ou retardado não era inteiramente capaz de entender

o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento.(Redação dada pela Lei nº

7.209, de 11.7.1984)

Art. 99. O Hospital de Custódia e Tratamento Psiquiátrico destina-se aos inimputáveis e semi-imputáveis

referidos no artigo 26 e seu parágrafo único do Código Penal.

Parágrafo único. Aplica-se ao hospital, no que couber, o disposto no parágrafo único, do artigo 88, desta Lei.

Art. 100. O exame psiquiátrico e os demais exames necessários ao tratamento são obrigatórios para todos os

internados.

Art. 101. O tratamento ambulatorial, previsto no artigo 97, segunda parte, do Código Penal, será realizado no

Hospital de Custódia e Tratamento Psiquiátrico ou em outro local com dependência médica adequada.

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DIREITO PROCESSUAL PENAL

IMPORTANTE : Vários estados não possuem Hospital de Custódia, é o caso de Goiás.

CAPÍTULO VII Da Cadeia Pública

A CADEIA PÚBLICA possui dois formatos básicos – Carceragem em Delegacia ou como CASA DE

PRISÃO PROVISÓRIA (CPP).

Art. 102. A cadeia pública destina-se ao recolhimento de presos provisórios.

Art. 103. Cada comarca terá, pelo menos 1 (uma) cadeia pública a fim de resguardar o interesse da

Administração da Justiça Criminal e a permanência do preso em local próximo ao seu meio social e familiar.

Art. 104. O estabelecimento de que trata este Capítulo será instalado próximo de centro urbano, observando-

se na construção as exigências mínimas referidas no artigo 88 e seu parágrafo único desta Lei.

TÍTULO V Da Execução das Penas em Espécie CAPÍTULO I

Das Penas Privativas de Liberdade SEÇÃO I

Disposições Gerais

Art. 105. Transitando em julgado a sentença que aplicar pena privativa de liberdade, se o réu estiver ou vier a

ser preso, o Juiz ordenará a expedição de guia de recolhimento para a execução.

CONCEITOS: TRANSITADO EM JULGADO - sentença que não cabe mais recurso.

GUIA DE RECOLHIMENTO - documento necessário para o estabelecimento receber o preso

GUIA DE INTERNAÇÃO – documento necessário para o Hospital de Custódia receber o inimputável o

Semi-Imputável

Art. 106. A guia de recolhimento, extraída pelo escrivão, que a rubricará em todas as folhas e a assinará com

o Juiz, será remetida à autoridade administrativa incumbida da execução e conterá:

I - o nome do condenado;

II - a sua qualificação civil e o número do registro geral no órgão oficial de identificação;

III - o inteiro teor da denúncia e da sentença condenatória, bem como certidão do trânsito em julgado; IV - a

informação sobre os antecedentes e o grau de instrução;

V - a data da terminação da pena;

VI - outras peças do processo reputadas indispensáveis ao adequado tratamento penitenciário.

§ 1º Ao Ministério Público se dará ciência da guia de recolhimento.

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DIREITO PROCESSUAL PENAL

§ 2º A guia de recolhimento será retificada sempre que sobrevier modificação quanto ao início da execução

ou ao tempo de duração da pena.

§ 3° Se o condenado, ao tempo do fato, era funcionário da Administração da Justiça Criminal, far-se-á, na

guia, menção dessa circunstância, para fins do disposto no § 2°, do artigo 84, desta Lei.

Art. 107. Ninguém será recolhido, para cumprimento de pena privativa de liberdade, sem a guia expedida

pela autoridade judiciária.

§ 1° A autoridade administrativa incumbida da execução passará recibo da guia de recolhimento para juntála

aos autos do processo, e dará ciência dos seus termos ao condenado.

§ 2º As guias de recolhimento serão registradas em livro especial, segundo a ordem cronológica do

recebimento, e anexadas ao prontuário do condenado, aditando-se, no curso da execução, o cálculo das remições

e de outras retificações posteriores.

Art. 108. O condenado a quem sobrevier doença mental será internado em Hospital de Custódia e Tratamento

Psiquiátrico.

Art. 109. Cumprida ou extinta a pena, o condenado será posto em liberdade, mediante alvará do Juiz, se por

outro motivo não estiver preso.

SEÇÃO II Dos Regimes

Art. 110. O Juiz, na sentença, estabelecerá o regime no qual o condenado iniciará o cumprimento da pena

privativa de liberdade, observado o disposto no artigo 33 e seus parágrafos do Código Penal.

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DIREITO PROCESSUAL PENAL

Assim descreve o Código Penal :

Art. 33 - A pena de reclusão deve ser cumprida em regime fechado, semi-aberto ou aberto. A de detenção,

em regime semi-aberto, ou aberto, salvo necessidade de transferência a regime fechado. (Redação dada

pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

§ 1º - Considera-se: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

a) regime fechado a execução da pena em estabelecimento de segurança máxima ou média;

b) regime semi-aberto a execução da pena em colônia agrícola, industrial ou estabelecimento similar;

c) regime aberto a execução da pena em casa de albergado ou estabelecimento adequado.

§ 2º - As penas privativas de liberdade deverão ser executadas em forma progressiva, segundo o mérito

do condenado, observados os seguintes critérios e ressalvadas as hipóteses de transferência a regime mais

rigoroso: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

a) o condenado a pena superior a 8 (oito) anos deverá começar a cumpri-la em regime fechado;

b) o condenado não reincidente, cuja pena seja superior a 4 (quatro) anos e não exceda a 8 (oito),

poderá, desde o princípio, cumpri-la em regime semi-aberto;

c) o condenado não reincidente, cuja pena seja igual ou inferior a 4 (quatro) anos, poderá, desde o

início, cumpri-la em regime aberto.

Art. 111. Quando houver condenação por mais de um crime, no mesmo processo ou em processos distintos, a

determinação do regime de cumprimento será feita pelo resultado da soma ou unificação das penas, observada,

quando for o caso, a detração ou remição.

Parágrafo único. Sobrevindo condenação no curso da execução, somar-se-á a pena ao restante da que está

sendo cumprida, para determinação do regime.

Art. 112. A pena privativa de liberdade será executada em forma progressiva com a transferência para regime

menos rigoroso, a ser determinada pelo juiz, quando o preso tiver cumprido ao menos um sexto da pena no

regime anterior e ostentar bom comportamento carcerário, comprovado pelo diretor do estabelecimento,

respeitadas as normas que vedam a progressão. (Redação dada pela Lei nº 10.792, de 2003)

§ 1o A decisão será sempre motivada e precedida de manifestação do Ministério Público e do defensor.

(Redação dada pela Lei nº 10.792, de 2003)

§ 2o Idêntico procedimento será adotado na concessão de livramento condicional, indulto e comutação de

penas, respeitados os prazos previstos nas normas vigentes. (Incluído pela Lei nº 10.792, de 2003)

Art. 113. O ingresso do condenado em regime aberto supõe a aceitação de seu programa e das condições

impostas pelo Juiz.

Art. 114. Somente poderá ingressar no regime aberto o condenado que:

I - estiver trabalhando ou comprovar a possibilidade de fazê-lo imediatamente;

II - apresentar, pelos seus antecedentes ou pelo resultado dos exames a que foi submetido, fundados indícios

de que irá ajustar-se, com autodisciplina e senso de responsabilidade, ao novo regime.

Parágrafo único. Poderão ser dispensadas do trabalho as pessoas referidas no artigo 117 desta Lei.

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DIREITO PROCESSUAL PENAL

Art. 115. O Juiz poderá estabelecer condições especiais para a concessão de regime aberto, sem prejuízo das

seguintes condições gerais e obrigatórias:

I - permanecer no local que for designado, durante o repouso e nos dias de folga;

II - sair para o trabalho e retornar, nos horários fixados;

III - não se ausentar da cidade onde reside, sem autorização judicial;

IV - comparecer a Juízo, para informar e justificar as suas atividades, quando for determinado.

Art. 116. O Juiz poderá modificar as condições estabelecidas, de ofício, a requerimento do Ministério

Público, da autoridade administrativa ou do condenado, desde que as circunstâncias assim o recomendem.

Art. 117. Somente se admitirá o recolhimento do beneficiário de regime aberto em residência particular

quando se tratar de:

I - condenado maior de 70 (setenta) anos;

II - condenado acometido de doença grave;

III - condenada com filho menor ou deficiente físico ou mental; IV - condenada gestante.

Art. 118. A execução da pena privativa de liberdade ficará sujeita à forma regressiva, com a transferência

para qualquer dos regimes mais rigorosos, quando o condenado:

I - praticar fato definido como crime doloso ou falta grave;

II - sofrer condenação, por crime anterior, cuja pena, somada ao restante da pena em execução, torne

incabível o regime (artigo 111).

§ 1° O condenado será transferido do regime aberto se, além das hipóteses referidas nos incisos anteriores,

frustrar os fins da execução ou não pagar, podendo, a multa cumulativamente imposta.

§ 2º Nas hipóteses do inciso I e do parágrafo anterior, deverá ser ouvido previamente o condenado.

Art. 119. A legislação local poderá estabelecer normas complementares para o cumprimento da pena

privativa de liberdade em regime aberto (artigo 36, § 1º, do Código Penal).

SEÇÃO III Das Autorizações de Saída

SUBSEÇÃO I Da Permissão de Saída

Art. 120. Os condenados que cumprem pena em regime fechado ou semiaberto e os presos provisórios

poderão obter permissão para sair do estabelecimento, mediante escolta, quando ocorrer um dos seguintes fatos:

I - falecimento ou doença grave do cônjuge, companheira, ascendente, descendente ou irmão; II - necessidade de

tratamento médico (parágrafo único do artigo 14).

Parágrafo único. A permissão de saída será concedida pelo diretor do estabelecimento onde se encontra o

preso.

Art. 121. A permanência do preso fora do estabelecimento terá a duração necessária à finalidade da saída.

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DIREITO PROCESSUAL PENAL

COMENTÁRIO – Cabe lembrar que o rol de casos descritos acima tem caráter exemplificativo,

podendo a Permissão de Saída se concedida em outros casos como: recebimento de aposentadoria, trabalho

externo, dentre outros.

SUBSEÇÃO II Da Saída Temporária

Art. 122. Os condenados que cumprem pena em regime semi-aberto poderão obter autorização para saída

temporária do estabelecimento, sem vigilância direta, nos seguintes casos: I - visita à família;

II - freqüência a curso supletivo profissionalizante, bem como de instrução do 2º grau ou superior, na

Comarca do Juízo da Execução;

III - participação em atividades que concorram para o retorno ao convívio social.

Parágrafo único. A ausência de vigilância direta não impede a utilização de equipamento de monitoração

eletrônica pelo condenado, quando assim determinar o juiz da execução. (Incluído pela Lei nº 12.258, de 2010)

Art. 123. A autorização será concedida por ato motivado do Juiz da execução, ouvidos o Ministério Público e

a administração penitenciária e dependerá da satisfação dos seguintes requisitos:

I - comportamento adequado;

II - cumprimento mínimo de 1/6 (um sexto) da pena, se o condenado for primário, e 1/4 (um quarto),

se reincidente;

III - compatibilidade do benefício com os objetivos da pena.

Art. 124. A autorização será concedida por prazo não superior a 7 (sete) dias, podendo ser renovada por mais

4 (quatro) vezes durante o ano.

§ 1o Ao conceder a saída temporária, o juiz imporá ao beneficiário as seguintes condições, entre outras que

entender compatíveis com as circunstâncias do caso e a situação pessoal do condenado: (Incluído pela Lei nº

12.258, de 2010)

I - fornecimento do endereço onde reside a família a ser visitada ou onde poderá ser encontrado durante o

gozo do benefício; (Incluído pela Lei nº 12.258, de 2010)

II - recolhimento à residência visitada, no período noturno; (Incluído pela Lei nº 12.258, de 2010)

III - proibição de frequentar bares, casas noturnas e estabelecimentos congêneres. (Incluído pela Lei

12.258, de 2010)

§ 2o Quando se tratar de frequência a curso profissionalizante, de instrução de ensino médio ou superior, o

tempo de saída será o necessário para o cumprimento das atividades discentes. (Renumerado do parágrafo único

pela Lei nº 12.258, de 2010)

§ 3o Nos demais casos, as autorizações de saída somente poderão ser concedidas com prazo mínimo de 45

(quarenta e cinco) dias de intervalo entre uma e outra. (Incluído pela Lei nº 12.258, de 2010)

Art. 125. O benefício será automaticamente revogado quando o condenado praticar fato definido como crime

doloso, for punido por falta grave, desatender as condições impostas na autorização ou revelar baixo grau de

aproveitamento do curso.

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diferencialensino.com.br 255

DIREITO PROCESSUAL PENAL

Parágrafo único. A recuperação do direito à saída temporária dependerá da absolvição no processo penal, do

cancelamento da punição disciplinar ou da demonstração do merecimento do condenado.

Jurisprudência: HABEAS CORPUS. EXECUÇÃO PENAL. SAÍDA TEMPORÁRIA PARA VISITA À

FAMÍLIA ( LEP , ART. 122 , I ). NÃO PREENCHIMENTO DOS REQUISITOS SUBJETIVOS ( LEP , ART.

123 , I E III ). PACIENTE COM HISTÓRICO CARCERÁRIO QUE DENOTA A INADEQUAÇÃO DO

BENEFÍCIO PLEITEADO. JUSTIFICATIVA IDÔNEA. INADMISSIBILIDADE DE DILAÇÃO

PROBATÓRIA EM HC. PARECER DO MPF PELA DENEGAÇÃO DO WRIT. ORDEM DENEGADA.

1. Inexiste constrangimento ilegal no indeferimento do pedido de saída temporária para visita à família do

apenado que não preenche os requisitos subjetivos, nos termos do art. 123 , I e III da LEP .

2. In casu, o recorrente foi condenado pela prática de vários homicídios qualificados, cujas penas privativas

de liberdade aplicadas, somadas, o manterão sob custódia até 23.04.2053, sendo que o acórdão combatido destaca

que o paciente possui histórico carcerário conturbado com perda de regalias, isolamento em local adequado,

suspensão ou restrição de direitos e rebaixamento de classificação do comportamento, tudo a recomendar o

indeferimento do pedido. Precedentes.

3. Por outro lado, conclusão diversa demandaria o revolvimento do conjunto fático-probatório, providência

inviável em sede de Habeas Corpus, remédio jurídico-processual de índole constitucional, que tem como escopo

resguardar a liberdade de locomoção contra ilegalidade ou abuso de poder, marcado por cognição sumária e rito

célere (HC 167.654/RJ, Rel. Min. GILSON DIPP, DJe 13.12.2010). 4. Ordem denegada, em conformidade com o

parecer ministerial.

SEÇÃO IV Da Remição

COMENTÁRIO – A remição da pena é um instituto pelo qual dá-se como cumprida parte da pena por

meio do trabalho ou do estudo do condenado. Assim, pelo desempenho da atividade laborativa ou do estudo, o

condenado resgata parte da reprimenda que lhe foi imposta, diminuindo seu tempo de duração. " A contagem

de tempo referida será feita à razão de: I - 1 (um) dia de pena a cada 12 (doze) horas de frequência escolar -

atividade de ensino fundamental, médio, inclusive profissionalizante, ou superior, ou ainda de requalificação

profissional - divididas, no mínimo, em 3 (três) dias; II - 1 (um) dia de pena a cada 3 (três) dias de trabalho".

Em suma, a remição constitui direito do preso de reduzir o tempo de duração da pena privativa de liberdade,

por meio do trabalho prisional ou do estudo. No Paraná e em Goiás, por exemplo, existe a REMIÇÃO PENAL

LEITURA, regulamentado com norma local.

.

Art. 126. O condenado que cumpre a pena em regime fechado ou semiaberto poderá remir, por trabalho ou

por estudo, parte do tempo de execução da pena. (Redação dada pela Lei nº 12.433, de 2011).

§ 1o A contagem de tempo referida no caput será feita à razão de: (Redação dada pela Lei nº 12.433, de

2011)

I - 1 (um) dia de pena a cada 12 (doze) horas de frequência escolar - atividade de ensino fundamental, médio,

inclusive profissionalizante, ou superior, ou ainda de requalificação profissional - divididas, no mínimo, em 3

(três) dias; (Incluído pela Lei nº 12.433, de 2011)

II - 1 (um) dia de pena a cada 3 (três) dias de trabalho. (Incluído pela Lei nº 12.433, de 2011)

§ 2o As atividades de estudo a que se refere o § 1o deste artigo poderão ser desenvolvidas de forma

presencial ou por metodologia de ensino a distância e deverão ser certificadas pelas autoridades educacionais

competentes dos cursos frequentados. (Redação dada pela Lei nº 12.433, de 2011)

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DIREITO PROCESSUAL PENAL

§ 3o Para fins de cumulação dos casos de remição, as horas diárias de trabalho e de estudo serão definidas de

forma a se compatibilizarem. (Redação dada pela Lei nº 12.433, de 2011)

§ 4o O preso impossibilitado, por acidente, de prosseguir no trabalho ou nos estudos continuará a

beneficiarse com a remição.(Incluído pela Lei nº 12.433, de 2011)

§ 5o O tempo a remir em função das horas de estudo será acrescido de 1/3 (um terço) no caso de conclusão

do ensino fundamental, médio ou superior durante o cumprimento da pena, desde que certificada pelo órgão

competente do sistema de educação.(Incluído pela Lei nº 12.433, de 2011)

§ 6o O condenado que cumpre pena em regime aberto ou semiaberto e o que usufrui liberdade condicional

poderão remir, pela frequência a curso de ensino regular ou de educação profissional, parte do tempo de

execução da pena ou do período de prova, observado o disposto no inciso I do § 1o deste artigo.(Incluído pela Lei

nº 12.433, de 2011)

§ 7o O disposto neste artigo aplica-se às hipóteses de prisão cautelar.(Incluído pela Lei nº 12.433, de 2011)

§ 8o A remição será declarada pelo juiz da execução, ouvidos o Ministério Público e a defesa. (Incluído pela

Lei nº 12.433, de 2011)Art. 127. Em caso de falta grave, o juiz poderá revogar até 1/3 (um terço) do tempo

remido, observado o disposto no art. 57, recomeçando a contagem a partir da data da infração disciplinar.

(Redação dada pela Lei nº 12.433, de 2011)

Art. 128. O tempo remido será computado como pena cumprida, para todos os efeitos.(Redação dada pela

Lei nº 12.433, de 2011)

Art. 129. A autoridade administrativa encaminhará mensalmente ao juízo da execução cópia do registro de

todos os condenados que estejam trabalhando ou estudando, com informação dos dias de trabalho ou das horas

de frequência escolar ou de atividades de ensino de cada um deles. (Redação dada pela Lei nº 12.433, de 2011)

§ 1o O condenado autorizado a estudar fora do estabelecimento penal deverá comprovar mensalmente, por

meio de declaração da respectiva unidade de ensino, a frequência e o aproveitamento escolar. (Incluído pela

Lei nº 12.433, de 2011)

§ 2o Ao condenado dar-se-á a relação de seus dias remidos. (Incluído pela Lei nº 12.433, de 2011)

Art. 130. Constitui o crime do artigo 299 do Código Penal declarar ou atestar falsamente prestação de serviço

para fim de instruir pedido de remição.

SEÇÃO V Do Livramento Condicional

DIFERENÇA ENTRE LIVRAMENTO CONDICIONAL E SUSPENSÃO CONDICIONAL

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DIREITO PROCESSUAL PENAL

COMENTÁRIO – O conceito de suspensão condicional da pena consiste em um crédito de

confiança ao criminoso primário (mas a condenação anterior a pena de multa não impede a concessão do

benefício),estimulando-o para que não volte a delinquir. O condenado, durante determinado prazo, fica

sujeito à observação e ao cumprimento das condições estabelecidas pelo juiz.

Já o livramento condicional, consiste em uma liberdade (antecipada) provisória e imprópria porque é

concedida após o trânsito em julgado de sentença penal condenatória e antes do termo final da pena em

cumprimento.

A Suspensão Condicional Da Pena ou Sursis é uma novidade no direito penal, sendo introduzida no atual

sistema por influência do direito francês e belga. O réu é condenado, mas não executa a pena se ele

cumprir, durante determinado prazo, as obrigações e condições impostas pela lei e pelo magistrado.

Justifica-se este instituto, pois o mais importante não é punir o delinquente, mas reeducar, ressocializar.

Júlio Fabbrini Mirabete leciona: "Permite a lei que não se execute a pena privativa de liberdade ao

condenado que preencha os requisitos exigidos, ficando o condenado sujeito a algumas condições

impostas na lei ou pelo juiz, durante prazo determinado, e que, se não cumpridas, podem dar causa à

revogação do benefício".

Art. 131. O livramento condicional poderá ser concedido pelo Juiz da execução, presentes os requisitos do

artigo 83, incisos e parágrafo único, do Código Penal, ouvidos o Ministério Público e Conselho Penitenciário.

Assim descreve o Código Penal :

Art. 83 - O juiz poderá conceder livramento condicional ao condenado a pena privativa de liberdade igual ou

superior a 2 (dois) anos, desde que: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

I - cumprida mais de um terço da pena se o condenado não for reincidente em crime doloso e tiver bons

antecedentes; (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

II - cumprida mais da metade se o condenado for reincidente em crime doloso; (Redação dada pela Lei nº

7.209, de 11.7.1984)

III - comprovado comportamento satisfatório durante a execução da pena, bom desempenho no trabalho que

lhe foi atribuído e aptidão para prover à própria subsistência mediante trabalho honesto; (Redação dada pela Lei

nº 7.209, de 11.7.1984)

IV - tenha reparado, salvo efetiva impossibilidade de fazê-lo, o dano causado pela infração; (Redação dada

pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

V - cumprido mais de dois terços da pena, nos casos de condenação por crime hediondo, prática da tortura,

tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, e terrorismo, se o apenado não for reincidente específico em crimes

dessa natureza. (Incluído pela Lei nº 8.072, de 25.7.1990)

Parágrafo único - Para o condenado por crime doloso, cometido com violência ou grave ameaça à pessoa, a

concessão do livramento ficará também subordinada à constatação de condições pessoais que façam presumir

que o liberado não voltará a delinquir. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

Art. 132. Deferido o pedido, o Juiz especificará as condições a que fica subordinado o livramento. §

1º Serão sempre impostas ao liberado condicional as obrigações seguintes:

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DIREITO PROCESSUAL PENAL

a) obter ocupação lícita, dentro de prazo razoável se for apto para o trabalho;

b) comunicar periodicamente ao Juiz sua ocupação;

c) não mudar do território da comarca do Juízo da execução, sem prévia autorização deste. § 2° Poderão ainda

ser impostas ao liberado condicional, entre outras obrigações, as seguintes:

a) não mudar de residência sem comunicação ao Juiz e à autoridade incumbida da observação cautelar e de

proteção;

b) recolher-se à habitação em hora fixada;

c) não frequentar determinados lugares.

Art. 133. Se for permitido ao liberado residir fora da comarca do Juízo da execução, remeter-se-á cópia da

sentença do livramento ao Juízo do lugar para onde ele se houver transferido e à autoridade incumbida da

observação cautelar e de proteção.

Art. 134. O liberado será advertido da obrigação de apresentar-se imediatamente às autoridades referidas no

artigo anterior.

Art. 135. Reformada a sentença denegatória do livramento, os autos baixarão ao Juízo da execução, para as

providências cabíveis.

Art. 136. Concedido o benefício, será expedida a carta de livramento com a cópia integral da sentença em 2

(duas) vias, remetendo-se uma à autoridade administrativa incumbida da execução e outra ao Conselho

Penitenciário.

Art. 137. A cerimônia do livramento condicional será realizada solenemente no dia marcado pelo Presidente

do Conselho Penitenciário, no estabelecimento onde está sendo cumprida a pena, observando-se o seguinte:

I - a sentença será lida ao liberando, na presença dos demais condenados, pelo Presidente do Conselho

Penitenciário ou membro por ele designado, ou, na falta, pelo Juiz;

II - a autoridade administrativa chamará a atenção do liberando para as condições impostas na

sentença de livramento;

III - o liberando declarará se aceita as condições.

§ 1º De tudo em livro próprio, será lavrado termo subscrito por quem presidir a cerimônia e pelo liberando,

ou alguém a seu rogo, se não souber ou não puder escrever.

§ 2º Cópia desse termo deverá ser remetida ao Juiz da execução.

Art. 138. Ao sair o liberado do estabelecimento penal, ser-lhe-á entregue, além do saldo de seu pecúlio e do

que lhe pertencer, uma caderneta, que exibirá à autoridade judiciária ou administrativa, sempre que lhe for

exigida.

§ 1º A caderneta conterá:

a) a identificação do liberado;

b) o texto impresso do presente Capítulo;

c) as condições impostas.

§ 2º Na falta de caderneta, será entregue ao liberado um salvo-conduto, em que constem as condições do

livramento, podendo substituir-se a ficha de identificação ou o seu retrato pela descrição dos sinais que possam

identificá-lo.

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DIREITO PROCESSUAL PENAL

COMENTÁRIO – Salvo-conduto é um documento emitido por autoridades de um Estado que

permite a seu portador transitar por um determinado território.

§ 3º Na caderneta e no salvo-conduto deverá haver espaço para consignar-se o cumprimento das condições

referidas no artigo 132 desta Lei.

Art. 139. A observação cautelar e a proteção realizadas por serviço social penitenciário, Patronato ou

Conselho da Comunidade terão a finalidade de:

I - fazer observar o cumprimento das condições especificadas na sentença concessiva do benefício;

II - proteger o beneficiário, orientando-o na execução de suas obrigações e auxiliando-o na obtenção de

atividade laborativa.

Parágrafo único. A entidade encarregada da observação cautelar e da proteção do liberado apresentará

relatório ao Conselho Penitenciário, para efeito da representação prevista nos artigos 143 e 144 desta Lei.

Art. 140. A revogação do livramento condicional dar-se-á nas hipóteses previstas nos artigos 86 e 87 do

Código Penal.

Código Penal :

Art. 86 - Revoga-se o livramento, se o liberado vem a ser condenado a pena privativa de liberdade, em

sentença irrecorrível: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

I - por crime cometido durante a vigência do benefício; (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

II - por crime anterior, observado o disposto no art. 84 deste Código. (Redação dada pela Lei nº 7.209,

de 11.7.1984)

Revogação facultativa

Art. 87 - O juiz poderá, também, revogar o livramento, se o liberado deixar de cumprir qualquer das

obrigações constantes da sentença, ou for irrecorrivelmente condenado, por crime ou contravenção, a

pena que não seja privativa de liberdade.(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

Parágrafo único. Mantido o livramento condicional, na hipótese da revogação facultativa, o Juiz deverá

advertir o liberado ou agravar as condições.

Art. 141. Se a revogação for motivada por infração penal anterior à vigência do livramento, computar-se-á

como tempo de cumprimento da pena o período de prova, sendo permitida, para a concessão de novo livramento,

a soma do tempo das 2 (duas) penas.

Art. 142. No caso de revogação por outro motivo, não se computará na pena o tempo em que esteve solto o

liberado, e tampouco se concederá, em relação à mesma pena, novo livramento.

Art. 143. A revogação será decretada a requerimento do Ministério Público, mediante representação do

Conselho Penitenciário, ou, de ofício, pelo Juiz, ouvido o liberado.

Art. 144. O Juiz, de ofício, a requerimento do Ministério Público, da Defensoria Pública ou mediante

representação do Conselho Penitenciário, e ouvido o liberado, poderá modificar as condições especificadas na

sentença, devendo o respectivo ato decisório ser lido ao liberado por uma das autoridades ou funcionários

indicados no inciso I do caput do art. 137 desta Lei, observado o disposto nos incisos II e III e §§ 1o e 2odo

mesmo artigo. (Redação dada pela Lei nº 12.313, de 2010).

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DIREITO PROCESSUAL PENAL

Art. 145. Praticada pelo liberado outra infração penal, o Juiz poderá ordenar a sua prisão, ouvidos o Conselho

Penitenciário e o Ministério Público, suspendendo o curso do livramento condicional, cuja revogação, entretanto,

ficará dependendo da decisão final.

Art. 146. O Juiz, de ofício, a requerimento do interessado, do Ministério Público ou mediante representação

do Conselho Penitenciário, julgará extinta a pena privativa de liberdade, se expirar o prazo do livramento sem

revogação.

Seção VI Da Monitoração Eletrônica

COMENTÁRIO – A monitoração eletrônica pode ser considerada uma forma de Liberdade

Condicional. Esta tecnologia veio a conformar uma tendência de “acabar” com o Regime Semiaberto, o que

diminuiria boa parte do Sistema Penitenciário Brasileiro como custo de manutenção de presos e

estabelecimentos.

Art. 146-B. O juiz poderá definir a fiscalização por meio da monitoração eletrônica quando:

II - autorizar a saída temporária no regime semiaberto;

IV - determinar a prisão domiciliar;

Art. 146-C. O condenado será instruído acerca dos cuidados que deverá adotar com o equipamento

eletrônico e dos seguintes deveres: (Incluído pela Lei nº 12.258, de 2010)

I - receber visitas do servidor responsável pela monitoração eletrônica, responder aos seus contatos e

cumprir suas orientações; (Incluído pela Lei nº 12.258, de 2010)

II - abster-se de remover, de violar, de modificar, de danificar de qualquer forma o dispositivo de

monitoração eletrônica ou de permitir que outrem o faça; (Incluído pela Lei nº 12.258, de 2010)

Parágrafo único. A violação comprovada dos deveres previstos neste artigo poderá acarretar, a critério do

juiz da execução, ouvidos o Ministério Público e a defesa: (Incluído pela Lei nº 12.258, de 2010)

I - a regressão do regime; (Incluído pela Lei nº 12.258, de 2010)

II - a revogação da autorização de saída temporária; (Incluído pela Lei nº 12.258, de 2010)

VI - a revogação da prisão domiciliar;

VII - advertência, por escrito, para todos os casos em que o juiz da execução decida não aplicar alguma das

medidas previstas nos incisos de I a VI deste parágrafo. (Incluído pela Lei nº 12.258, de 2010)

Art. 146-D. A monitoração eletrônica poderá ser revogada:

I - quando se tornar desnecessária ou inadequada; (Incluído pela Lei nº 12.258, de 2010)

II - se o acusado ou condenado violar os deveres a que estiver sujeito durante a sua vigência ou cometer falta

grave.

CAPÍTULO II Das Penas Restritivas de Direitos

SEÇÃO I Disposições Gerais

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DIREITO PROCESSUAL PENAL

Código Penal :

Art. 43. As penas restritivas de direitos são:

I - prestação pecuniária;

II - perda de bens e valores;

IV - prestação de serviço à comunidade ou a entidades públicas;

V - interdição temporária de direitos;

Art. 147. Transitada em julgado a sentença que aplicou a pena restritiva de direitos, o Juiz da execução, de

ofício ou a requerimento do Ministério Público, promoverá a execução, podendo, para tanto, requisitar, quando

necessário, a colaboração de entidades públicas ou solicitá-la a particulares.

Art. 148. Em qualquer fase da execução, poderá o Juiz, motivadamente, alterar, a forma de cumprimento das

penas de prestação de serviços à comunidade e de limitação de fim de semana, ajustando-as às condições

pessoais do condenado e às características do estabelecimento, da entidade ou do programa comunitário ou

estatal.

SEÇÃO II Da Prestação de Serviços à Comunidade

COMENTÁRIO – Sempre gratuito este tipo de Pena, sem ônus para o Estado.

Art. 149. Caberá ao Juiz da execução:

I - designar a entidade ou programa comunitário ou estatal, devidamente credenciado ou convencionado,

junto ao qual o condenado deverá trabalhar gratuitamente, de acordo com as suas aptidões;

II - determinar a intimação do condenado, cientificando-o da entidade, dias e horário em que deverá cumprir

a pena;

III - alterar a forma de execução, a fim de ajustá-la às modificações ocorridas na jornada de trabalho.

§ 1º o trabalho terá a duração de 8 (oito) horas semanais e será realizado aos sábados, domingos e feriados,

ou em dias úteis, de modo a não prejudicar a jornada normal de trabalho, nos horários estabelecidos pelo Juiz. §

2º A execução terá início a partir da data do primeiro comparecimento.

Art. 150. A entidade beneficiada com a prestação de serviços encaminhará mensalmente, ao Juiz da

execução, relatório circunstanciado das atividades do condenado, bem como, a qualquer tempo, comunicação

sobre ausência ou falta disciplinar.

SEÇÃO III Da Limitação de Fim de Semana

COMENTÁRIO – Em regra, deve ser cumprida na Casa do Albergado.

Art. 151. Caberá ao Juiz da execução determinar a intimação do condenado, cientificando-o do local, dias e

horário em que deverá cumprir a pena.

Parágrafo único. A execução terá início a partir da data do primeiro comparecimento.

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DIREITO PROCESSUAL PENAL

Art. 152. Poderão ser ministrados ao condenado, durante o tempo de permanência, cursos e palestras, ou

atribuídas atividades educativas.

Parágrafo único. Nos casos de violência doméstica contra a mulher, o juiz poderá determinar o

comparecimento obrigatório do agressor a programas de recuperação e reeducação. (Incluído pela Lei nº 11.340,

de 2006)

Art. 153. O estabelecimento designado encaminhará, mensalmente, ao Juiz da execução, relatório, bem assim

comunicará, a qualquer tempo, a ausência ou falta disciplinar do condenado.

SEÇÃO IV Da Interdição Temporária de Direitos

Exemplo: Suspenção de Direitos Políticos, Cassação da Carteira de Motorista, Medida Protetiva da Lei Maria da

Penha.

Art. 154. Caberá ao Juiz da execução comunicar à autoridade competente a pena aplicada, determinada a

intimação do condenado.

§ 1º Na hipótese de pena de interdição do artigo 47, inciso I, do Código Penal, a autoridade deverá, em 24

(vinte e quatro) horas, contadas do recebimento do ofício, baixar ato, a partir do qual a execução terá seu início.

§ 2º Nas hipóteses do artigo 47, incisos II e III, do Código Penal, o Juízo da execução determinará a apreensão

dos documentos, que autorizam o exercício do direito interditado.

Art. 155. A autoridade deverá comunicar imediatamente ao Juiz da execução o descumprimento da pena.

Parágrafo único. A comunicação prevista neste artigo poderá ser feita por qualquer prejudicado.

CAPÍTULO III Da Suspensão Condicional

COMENTÁRIO – Conhecida como SURSIS Penal, a suspensão condicional da pena consiste na

suspensão da execução da pena por um período determinado, desde que o sujeito se disponha a cumprir

determinados requisitos. Se o condenado cumprir as condições impostas pelo período de tempo pré-

determinado restará extinta a pena. Trata-se de um benefício aplicado pelo Juiz no momento em que profere a

sentença condenatória. Sua previsão legal encontra-se no artigo 89 do Código Penal. Na legislação brasileira

tem-se quatro tipos de SURSIS Penal: simples, especial, etária e humanitária.:

Sursis Simples

A Sursis Simples é aquela em que impõe ao sujeito a condição de prestação de serviço a comunidade ou

limitação de finais de semana durante o primeiro ano.

Para a concessão da SURSIS Simples faz-se necessário o preenchimento dos seguintes requisitos:

a) Requisitos objetivos:

▪ Pena privativa de liberdade;

▪ Que a pena privativa de liberdade não seja superior a 2 anos;

▪ Impossibilidade de substituição da pena privativa de liberdade por pena restritiva de direito.

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DIREITO PROCESSUAL PENAL

b) Requisitos subjetivos ▪ Não seja reincidente em crime doloso (obs.: a condenação anterior a pena de multa não impede a SURSIS

Penal – art. 77, § 1º, do CP)

▪ Circunstâncias judiciais favoráveis

Sursis Especial

O Sursis especial é aquele que possui as seguintes condições (cumulativas): ▪ Proibição de frequentar determinados lugares;

▪ Proibição de se ausentar da comarca sem autorização do juiz;

▪ Comparecimento mensal em juízo Tendo em vista que a Sursis Especial é mais branda que a Sursis Simples para sua concessão, além dos

requisitos da Sursis Simples a Sursis Especial possui mais dois requisitos: A reparação do dano e que as

condições do art. 59 do CP sejam inteiramente favoráveis. Sursis Etário

É aquela aplicada ao sujeito maior de 70 anos. A posição que prevalece é a de que os demais requisitos gerais

da Sursis devem ser preenchidos para que o sujeito tenha direito a Sursis Etário.

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Sursis Humanitário É aquela aplicada em razão de problemas de saúde. Assim como na Sursis Etário entende-se que a posição que prevalece é aquela de serem preenchidos todos os demais requisitos da Sursis Simples.

Art. 156. O Juiz poderá suspender, pelo período de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, a execução da pena privativa de

liberdade, não superior a 2 (dois) anos, na forma prevista nos artigos 77 a 82 do Código Penal.

Código Penal :

Art. 77 - A execução da pena privativa de liberdade, não superior a 2 (dois) anos, poderá ser suspensa, por 2

(dois) a 4 (quatro) anos, desde que: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

I - o condenado não seja reincidente em crime doloso; (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

II - a culpabilidade, os antecedentes, a conduta social e personalidade do agente, bem como os

motivos e as circunstâncias autorizem a concessão do benefício;(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

III - Não seja indicada ou cabível a substituição prevista no art. 44 deste Código. (Redação dada pela

Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

§ 1º - A condenação anterior a pena de multa não impede a concessão do benefício.(Redação dada pela

Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

§ 2o A execução da pena privativa de liberdade, não superior a quatro anos, poderá ser suspensa, por quatro

a seis anos, desde que o condenado seja maior de setenta anos de idade, ou razões de saúde justifiquem a

suspensão. (Redação dada pela Lei nº 9.714, de 1998)

Art. 78 - Durante o prazo da suspensão, o condenado ficará sujeito à observação e ao cumprimento das

condições estabelecidas pelo juiz. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

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DIREITO PROCESSUAL PENAL

§ 1º - No primeiro ano do prazo, deverá o condenado prestar serviços à comunidade (art. 46) ou submeter-se

à limitação de fim de semana (art. 48). (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

§ 2° Se o condenado houver reparado o dano, salvo impossibilidade de fazê-lo, e se as circunstâncias do art.

59 deste Código lhe forem inteiramente favoráveis, o juiz poderá substituir a exigência do parágrafo anterior pelas

seguintes condições, aplicadas cumulativamente: (Redação dada pela Lei nº 9.268, de 1º.4.1996)

a) proibição de frequentar determinados lugares; (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

b) proibição de ausentar-se da comarca onde reside, sem autorização do juiz; (Redação dada pela Lei nº 7209,

de 11.7.1984)

c) comparecimento pessoal e obrigatório a juízo, mensalmente, para informar e justificar suas atividades.

(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

Art. 79 - A sentença poderá especificar outras condições a que fica subordinada a suspensão, desde que

adequadas ao fato e à situação pessoal do condenado. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

Art. 80 - A suspensão não se estende às penas restritivas de direitos nem à multa. (Redação dada pela

Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

Revogação obrigatória

Art. 81 - A suspensão será revogada se, no curso do prazo, o beneficiário: (Redação dada pela Lei nº

7.209, de 11.7.1984)

II I - é condenado, em sentença irrecorrível, por crime doloso; (Redação dada pela Lei nº 7.209, de

11.7.1984) - frustra, embora solvente, a execução de pena de multa ou não efetua, sem motivo justificado, a reparação

do dano; (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

III - descumpre a condição do § 1º do art. 78 deste Código. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de

11.7.1984)

Revogação facultativa

§ 1º - A suspensão poderá ser revogada se o condenado descumpre qualquer outra condição imposta ou é

irrecorrivelmente condenado, por crime culposo ou por contravenção, a pena privativa de liberdade ou restritiva

de direitos. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

Prorrogação do período de prova

§ 2º - Se o beneficiário está sendo processado por outro crime ou contravenção, considera-se prorrogado o

prazo da suspensão até o julgamento definitivo. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

§ 3º - Quando facultativa a revogação, o juiz pode, ao invés de decretá-la, prorrogar o período de prova até o

máximo, se este não foi o fixado. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

Cumprimento das condições

Art. 82 - Expirado o prazo sem que tenha havido revogação, considera-se extinta a pena privativa de liberdade.

(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

Art. 157. O Juiz ou Tribunal, na sentença que aplicar pena privativa de liberdade, na situação determinada no

artigo anterior, deverá pronunciar-se, motivadamente, sobre a suspensão condicional, quer a conceda, quer a

denegue.

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DIREITO PROCESSUAL PENAL

Art. 158. Concedida a suspensão, o Juiz especificará as condições a que fica sujeito o condenado, pelo prazo

fixado, começando este a correr da audiência prevista no artigo 160 desta Lei.

§ 1° As condições serão adequadas ao fato e à situação pessoal do condenado, devendo ser incluída entre as

mesmas a de prestar serviços à comunidade, ou limitação de fim de semana, salvo hipótese do artigo 78, § 2º, do

Código Penal.

§ 2º O Juiz poderá, a qualquer tempo, de ofício, a requerimento do Ministério Público ou mediante proposta do

Conselho Penitenciário, modificar as condições e regras estabelecidas na sentença, ouvido o condenado.

§ 3º A fiscalização do cumprimento das condições, reguladas nos Estados, Territórios e Distrito Federal por

normas supletivas, será atribuída a serviço social penitenciário, Patronato, Conselho da Comunidade ou instituição

beneficiada com a prestação de serviços, inspecionados pelo Conselho Penitenciário, pelo Ministério Público, ou

ambos, devendo o Juiz da execução suprir, por ato, a falta das normas supletivas.

§ 4º O beneficiário, ao comparecer periodicamente à entidade fiscalizadora, para comprovar a observância das

condições a que está sujeito, comunicará, também, a sua ocupação e os salários ou proventos de que vive.

§ 5º A entidade fiscalizadora deverá comunicar imediatamente ao órgão de inspeção, para os fins legais,

qualquer fato capaz de acarretar a revogação do benefício, a prorrogação do prazo ou a modificação das condições.

§ 6º Se for permitido ao beneficiário mudar-se, será feita comunicação ao Juiz e à entidade fiscalizadora do

local da nova residência, aos quais o primeiro deverá apresentar-se imediatamente.

Art. 159. Quando a suspensão condicional da pena for concedida por Tribunal, a este caberá estabelecer as

condições do benefício.

§ 1º De igual modo proceder-se-á quando o Tribunal modificar as condições estabelecidas na sentença

recorrida.

§ 2º O Tribunal, ao conceder a suspensão condicional da pena, poderá, todavia, conferir ao Juízo da execução a

incumbência de estabelecer as condições do benefício, e, em qualquer caso, a de realizar a audiência admonitória.

Art. 160. Transitada em julgado a sentença condenatória, o Juiz a lerá ao condenado, em audiência, advertindo-

o das consequências de nova infração penal e do descumprimento das condições impostas.

Art. 161. Se, intimado pessoalmente ou por edital com prazo de 20 (vinte) dias, o réu não comparecer

injustificadamente à audiência admonitória, a suspensão ficará sem efeito e será executada imediatamente a pena.

Art. 162. A revogação da suspensão condicional da pena e a prorrogação do período de prova dar-se-ão na

forma do artigo 81 e respectivos parágrafos do Código Penal.

Art. 163. A sentença condenatória será registrada, com a nota de suspensão em livro especial do Juízo a que

couber a execução da pena.

§ 1º Revogada a suspensão ou extinta a pena, será o fato averbado à margem do registro.

§ 2º O registro e a averbação serão sigilosos, salvo para efeito de informações requisitadas por órgão judiciário

ou pelo Ministério Público, para instruir processo penal.

CAPÍTULO IV Da Pena de Multa

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DIREITO PROCESSUAL PENAL

COMENTÁRIO – A pena de multa, diferente da pena pecuniária, é paga para o ESTADO, destinada ao

Fundo Penitenciário (Federal ou Estadual). A pena pecuniária deve ser paga para a vítima.

Art. 164. Extraída certidão da sentença condenatória com trânsito em julgado, que valerá como título executivo

judicial, o Ministério Público requererá, em autos apartados, a citação do condenado para, no prazo de 10 (dez)

dias, pagar o valor da multa ou nomear bens à penhora.

§ 1º Decorrido o prazo sem o pagamento da multa, ou o depósito da respectiva importância, proceder-se-á à

penhora de tantos bens quantos bastem para garantir a execução.

§ 2º A nomeação de bens à penhora e a posterior execução seguirão o que dispuser a lei processual civil.

Art. 165. Se a penhora recair em bem imóvel, os autos apartados serão remetidos ao Juízo Cível para

prosseguimento.

Art. 166. Recaindo a penhora em outros bens, dar-se-á prosseguimento nos termos do § 2º do artigo 164, desta

Lei.

Art. 167. A execução da pena de multa será suspensa quando sobrevier ao condenado doença mental (artigo 52

do Código Penal).

Art. 168. O Juiz poderá determinar que a cobrança da multa se efetue mediante desconto no vencimento ou

salário do condenado, nas hipóteses do artigo 50, § 1º, do Código Penal, observando-se o seguinte:

I - o limite máximo do desconto mensal será o da quarta parte da remuneração e o mínimo o de um décimo;

II - o desconto será feito mediante ordem do Juiz a quem de direito;

III - o responsável pelo desconto será intimado a recolher mensalmente, até o dia fixado pelo Juiz, a

importância determinada.

Art. 169. Até o término do prazo a que se refere o artigo 164 desta Lei, poderá o condenado requerer ao Juiz o

pagamento da multa em prestações mensais, iguais e sucessivas.

§ 1° O Juiz, antes de decidir, poderá determinar diligências para verificar a real situação econômica do

condenado e, ouvido o Ministério Público, fixará o número de prestações.

§ 2º Se o condenado for impontual ou se melhorar de situação econômica, o Juiz, de ofício ou a requerimento

do Ministério Público, revogará o benefício executando-se a multa, na forma prevista neste Capítulo, ou

prosseguindo-se na execução já iniciada.

Art. 170. Quando a pena de multa for aplicada cumulativamente com pena privativa da liberdade, enquanto esta

estiver sendo executada, poderá aquela ser cobrada mediante desconto na remuneração do condenado (artigo 168).

§ 1º Se o condenado cumprir a pena privativa de liberdade ou obtiver livramento condicional, sem haver

resgatado a multa, far-se-á a cobrança nos termos deste Capítulo.

§ 2º Aplicar-se-á o disposto no parágrafo anterior aos casos em que for concedida a suspensão condicional da

pena.

TÍTULO VI Da Execução das Medidas de Segurança

CAPÍTULO I Disposições Gerais

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DIREITO PROCESSUAL PENAL

COMENTÁRIO – Cabe ressaltar que a Pena de Medida de Segurança não possui prazo máximo

como na pena, que o prazo máximo é de trinta anos, conforme descreve o Código Penal:

Art. 75 - O tempo de cumprimento das penas privativas de liberdade não pode ser superior a 30 (trinta)

anos.

Art. 171. Transitada em julgado a sentença que aplicar medida de segurança, será ordenada a expedição de guia

para a execução.

Art. 172. Ninguém será internado em Hospital de Custódia e Tratamento Psiquiátrico, ou submetido a

tratamento ambulatorial, para cumprimento de medida de segurança, sem a guia expedida pela autoridade

judiciária.

Art. 173. A guia de internamento ou de tratamento ambulatorial, extraída pelo escrivão, que a rubricará em

todas as folhas e a subscreverá com o Juiz, será remetida à autoridade administrativa incumbida da execução e

conterá:

I - a qualificação do agente e o número do registro geral do órgão oficial de identificação;

II - o inteiro teor da denúncia e da sentença que tiver aplicado a medida de segurança, bem como a certidão

do trânsito em julgado;

III - a data em que terminará o prazo mínimo de internação, ou do tratamento ambulatorial; IV - outras peças

do processo reputadas indispensáveis ao adequado tratamento ou internamento.

§ 1° Ao Ministério Público será dada ciência da guia de recolhimento e de sujeição a tratamento. § 2°

A guia será retificada sempre que sobrevier modificações quanto ao prazo de execução.

Art. 174. Aplicar-se-á, na execução da medida de segurança, naquilo que couber, o disposto nos artigos 8° e 9°

desta Lei.

CAPÍTULO II Da Cessação da Periculosidade

Art. 175. A cessação da periculosidade será averiguada no fim do prazo mínimo de duração da medida de

segurança, pelo exame das condições pessoais do agente, observando-se o seguinte:

I - a autoridade administrativa, até 1 (um) mês antes de expirar o prazo de duração mínima da medida, remeterá

ao Juiz minucioso relatório que o habilite a resolver sobre a revogação ou permanência da medida;

II - o relatório será instruído com o laudo psiquiátrico;

III - juntado aos autos o relatório ou realizadas as diligências, serão ouvidos, sucessivamente, o

Ministério

Público e o curador ou defensor, no prazo de 3 (três) dias para cada um; IV - o

Juiz nomeará curador ou defensor para o agente que não o tiver;

V - o Juiz, de ofício ou a requerimento de qualquer das partes, poderá determinar novas diligências, ainda que

expirado o prazo de duração mínima da medida de segurança;

VI - ouvidas as partes ou realizadas as diligências a que se refere o inciso anterior, o Juiz proferirá a sua decisão,

no prazo de 5 (cinco) dias.

Art. 176. Em qualquer tempo, ainda no decorrer do prazo mínimo de duração da medida de segurança, poderá o

Juiz da execução, diante de requerimento fundamentado do Ministério Público ou do interessado, seu procurador

ou defensor, ordenar o exame para que se verifique a cessação da periculosidade, procedendo-se nos termos do

artigo anterior.

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DIREITO PROCESSUAL PENAL

Art. 177. Nos exames sucessivos para verificar-se a cessação da periculosidade, observar-se-á, no que lhes for

aplicável, o disposto no artigo anterior.

Art. 178. Nas hipóteses de desinternação ou de liberação (artigo 97, § 3º, do Código Penal), aplicar-se-á o

disposto nos artigos 132 e 133 desta Lei.

Art. 179. Transitada em julgado a sentença, o Juiz expedirá ordem para a desinternação ou a liberação.

TÍTULO VII Dos Incidentes de Execução

CAPÍTULO I Das Conversões

Art. 180. A pena privativa de liberdade, não superior a 2 (dois) anos, poderá ser convertida em restritiva de

direitos, desde que:

I - o condenado a esteja cumprindo em regime aberto;

II - tenha sido cumprido pelo menos 1/4 (um quarto) da pena;

III - os antecedentes e a personalidade do condenado indiquem ser a conversão recomendável.

Art. 181. A pena restritiva de direitos será convertida em privativa de liberdade nas hipóteses e na forma do

artigo 45 e seus incisos do Código Penal.

§ 1º A pena de prestação de serviços à comunidade será convertida quando o condenado:

a) não for encontrado por estar em lugar incerto e não sabido, ou desatender a intimação por edital;

b) não comparecer, injustificadamente, à entidade ou programa em que deva prestar serviço;

c) recusar-se, injustificadamente, a prestar o serviço que lhe foi imposto; d) praticar falta grave;

e) sofrer condenação por outro crime à pena privativa de liberdade, cuja execução não tenha sido suspensa.

§ 2º A pena de limitação de fim de semana será convertida quando o condenado não comparecer ao

estabelecimento designado para o cumprimento da pena, recusar-se a exercer a atividade determinada pelo Juiz ou

se ocorrer qualquer das hipóteses das letras "a", "d" e "e" do parágrafo anterior.

§ 3º A pena de interdição temporária de direitos será convertida quando o condenado exercer,

injustificadamente, o direito interditado ou se ocorrer qualquer das hipóteses das letras "a" e "e", do § 1º, deste

artigo.

Art. 183. Quando, no curso da execução da pena privativa de liberdade, sobrevier doença mental ou

perturbação da saúde mental, o Juiz, de ofício, a requerimento do Ministério Público, da Defensoria Pública ou da

autoridade administrativa, poderá determinar a substituição da pena por medida de segurança. (Redação dada pela

Lei nº 12.313, de 2010).

Art. 184. O tratamento ambulatorial poderá ser convertido em internação se o agente revelar incompatibilidade

com a medida.

Parágrafo único. Nesta hipótese, o prazo mínimo de internação será de 1 (um) ano.

CAPÍTULO II Do Excesso ou Desvio

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DIREITO PROCESSUAL PENAL

COMENTÁRIO:

Uso do Poder É prerrogativa da autoridade. Mas o poder há que ser usado normalmente, sem abuso. Usar normalmente o

poder é empregá-lo segundo as normas legais, mas usado nos justos limites que o bem estar social exigir. A

utilização desproporcional do poder, o emprego arbitrário da força, a violência contra o administrado, constituem

formas abusivas do uso do poder estatal, não toleradas pelo direito e nulificadoras dos atos que as encerram.

O uso do poder é lícito; o abuso, sempre ilícito. Daí porque todo ato abusivo é nulo, por excesso ou desvio

de poder.

Abuso de poder: Ocorre quando a autoridade, embora competente para praticar o ato, ultrapassa os limites

de suas atribuições ou se desvia das finalidades administrativas. O abuso de poder, como todo ato ilícito, reveste as

formas mais diversas. Ora se apresenta ostensivo como a truculência, às vezes dissimulado como o estelionato, e

não raro encoberto na aparência ilusória dos atos legais. O abuso de poder tanto pode revestir-se de forma

comissiva como omissiva, porque ambas são capazes de afrontar a lei e causar lesão a direito individual do

administrado.

Excesso de Poder: ocorre quando a autoridade, embora competente para praticar o ato, vai além do

permitido e exorbita no uso de suas faculdades administrativas. Excede, portanto, sua competência legal e, com

isso, invalida o ato, porque ninguém pode agir em nome da Administração fora do que a lei lhe permite.

Desvio de finalidade: ocorre quando a autoridade, embora atuando nos limites de sua competência, pratica o

ato por motivos ou com fins diversos dos objetivados pela lei ou exigidos pelo interesse público. É a violação

moral da lei, colimando o administrador público fins não queridos pelo legislador, ou utilizando motivos e meios

imorais para a prática de um ato administrativo aparentemente legal. Tais desvios ocorrem, p. ex., quando a

autoridade pública decreta uma desapropriação alegando utilidade pública, mas visando , na realidade, a satisfazer

interesses pessoal próprio ou favorecer algum particular com a subsequente transferência do bem expropriado; ou

quando outorga uma permissão sem interesse coletivo.

_Omissão da Administração: pode representar aprovação ou rejeição da pretensão do administrado, tudo

dependendo do que dispuser a norma pertinente. Quando não houver prazo legal, regulamentar ou regimental para

decisão, deve-se aguardar por um tempo razoável a manifestação da autoridade ou do órgão competente,

ultrapassado o qual o silêncio da administração converte-se em abuso de poder, corrigível pela via judicial

adequada, que tanto pode ser ação ordinária, medida cautelar, mandado de injunção ou mandado de segurança.

Art. 185. Haverá excesso ou desvio de execução sempre que algum ato for praticado além dos limites fixados na

sentença, em normas legais ou regulamentares.

Art. 186. Podem suscitar o incidente de excesso ou desvio de execução:

I - o Ministério Público;

II - o Conselho Penitenciário;

III - o sentenciado;

IV - qualquer dos demais órgãos da execução penal.

CAPÍTULO III Da Anistia e do Indulto

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DIREITO PROCESSUAL PENAL

COMENTÁRIO – Veja o Art. 107 do Código Penal:

Art. 107. Extingue-se a punibilidade:

I. pela morte do agente;

II. pela anistia, graça ou indulto......

São formas de renúncia do Estado ao direito de punir. São chamadas de indulgência, clemência soberana

ou graça em sentido amplo.

a) Anistia É uma lei federal penal de efeitos retroativos, ou seja, é uma lei feita para o passado. Se é uma lei penal,

atinge os efeitos penais (principais e secundários). Os efeitos extrapenais subsistem. Só existe um caso em que

a anistia afeta todos os efeitos: no caso de ser anterior ao trânsito em julgado.

Uma vez concedida, não pode ser revogada, já que sua revogação implicaria em retroatividade dos efeitos

anteriores, prejudicando o agente.

A anistia é de atribuição do Congresso Federal (art. 48, inc. VIII, da CF).

b) Graça e Indulto Semelhanças:

– são concedidos por decreto. O decreto é do Presidente da República, que pode delegar essa atribuição ao

Procurador Geral da República ou ao Advogado Geral da União ou, ainda, ao Ministro da Justiça; –

só extingue o efeito principal, que é a pena. Diferenças:

– a graça é individual e depende de pedido do sentenciado;

– o indulto é uma medida coletiva e é concedida de ofício (não depende de provocação).

Obs:

Graça – forma de extinção da punibilidade, concedida pelo Presidente da República, a pedido do

condenado, considerando suas condições pessoais, bom comportamento, etc.

Anistia – forma de extinção de punibilidade, que consiste no esquecimento do fato ou dos fatos

criminosos que o poder público teve dificuldades de punir ou achou prudente não punir. Juridicamente os fatos

deixam de existir; o parlamento possa uma esponja sobre eles.

Art. 187. Concedida a anistia, o Juiz, de ofício, a requerimento do interessado ou do Ministério Público, por

proposta da autoridade administrativa ou do Conselho Penitenciário, declarará extinta a punibilidade.

Art. 188. O indulto individual poderá ser provocado por petição do condenado, por iniciativa do Ministério

Público, do Conselho Penitenciário, ou da autoridade administrativa.

Art. 189. A petição do indulto, acompanhada dos documentos que a instruírem, será entregue ao Conselho

Penitenciário, para a elaboração de parecer e posterior encaminhamento ao Ministério da Justiça.

Art. 190. O Conselho Penitenciário, à vista dos autos do processo e do prontuário, promoverá as diligências que

entender necessárias e fará, em relatório, a narração do ilícito penal e dos fundamentos da sentença condenatória, a

exposição dos antecedentes do condenado e do procedimento deste depois da prisão, emitindo seu parecer sobre o

mérito do pedido e esclarecendo qualquer formalidade ou circunstâncias omitidas na petição.

Art. 191. Processada no Ministério da Justiça com documentos e o relatório do Conselho Penitenciário, a

petição será submetida a despacho do Presidente da República, a quem serão presentes os autos do processo ou a

certidão de qualquer de suas peças, se ele o determinar.

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DIREITO PROCESSUAL PENAL

Art. 192. Concedido o indulto e anexada aos autos cópia do decreto, o Juiz declarará extinta a pena ou ajustará

a execução aos termos do decreto, no caso de comutação.

Art. 193. Se o sentenciado for beneficiado por indulto coletivo, o Juiz, de ofício, a requerimento do interessado,

do Ministério Público, ou por iniciativa do Conselho Penitenciário ou da autoridade administrativa, providenciará

de acordo com o disposto no artigo anterior.

TÍTULO VIII Do Procedimento Judicial

Art. 194. O procedimento correspondente às situações previstas nesta Lei será judicial, desenvolvendo-se

perante o Juízo da execução.

Art. 195. O procedimento judicial iniciar-se-á de ofício, a requerimento do Ministério Público, do interessado,

de quem o represente, de seu cônjuge, parente ou descendente, mediante proposta do Conselho Penitenciário, ou,

ainda, da autoridade administrativa.

Art. 196. A portaria ou petição será autuada ouvindo-se, em 3 (três) dias, o condenado e o Ministério Público,

quando não figurem como requerentes da medida.

§ 1º Sendo desnecessária a produção de prova, o Juiz decidirá de plano, em igual prazo.

§ 2º Entendendo indispensável a realização de prova pericial ou oral, o Juiz a ordenará, decidindo após a

produção daquela ou na audiência designada.

Art. 197. Das decisões proferidas pelo Juiz caberá recurso de agravo, sem efeito suspensivo.

TÍTULO IX Das Disposições Finais e Transitórias

Art. 198. É defesa ao integrante dos órgãos da execução penal, e ao servidor, a divulgação de ocorrência que

perturbe a segurança e a disciplina dos estabelecimentos, bem como exponha o preso à inconveniente notoriedade,

durante o cumprimento da pena.

Art. 199. O emprego de algemas será disciplinado por decreto federal.

Art. 200. O condenado por crime político não está obrigado ao trabalho.

Art. 201. Na falta de estabelecimento adequado, o cumprimento da prisão civil e da prisão administrativa se

efetivará em seção especial da Cadeia Pública.

Art. 202. Cumprida ou extinta a pena, não constarão da folha corrida, atestados ou certidões fornecidas por

autoridade policial ou por auxiliares da Justiça, qualquer notícia ou referência à condenação, salvo para instruir

processo pela prática de nova infração penal ou outros casos expressos em lei.

Art. 203. No prazo de 6 (seis) meses, a contar da publicação desta Lei, serão editadas as normas

complementares ou regulamentares, necessárias à eficácia dos dispositivos não auto-aplicáveis.

§ 1º Dentro do mesmo prazo deverão as Unidades Federativas, em convênio com o Ministério da Justiça,

projetar a adaptação, construção e equipamento de estabelecimentos e serviços penais previstos nesta Lei.

§ 2º Também, no mesmo prazo, deverá ser providenciada a aquisição ou desapropriação de prédios para

instalação de casas de albergados.

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DIREITO PROCESSUAL PENAL

§ 3º O prazo a que se refere o caput deste artigo poderá ser ampliado, por ato do Conselho Nacional de Política

Criminal e Penitenciária, mediante justificada solicitação, instruída com os projetos de reforma ou de construção

de estabelecimentos.

§ 4º O descumprimento injustificado dos deveres estabelecidos para as Unidades Federativas implicará na

suspensão de qualquer ajuda financeira a elas destinada pela União, para atender às despesas de execução das

penas e medidas de segurança.

Art. 204. Esta Lei entra em vigor concomitantemente com a lei de reforma da Parte Geral do Código Penal,

revogadas as disposições em contrário, especialmente a Lei nº 3.274, de 2 de outubro de 1957.

Brasília, 11 de julho de 1984; 163º da Independência e 96º da República.

JOÃO FIGUEIREDO

Ibrahim Abi-Ackel

Este texto não substitui o publicado no DOU de 13.7.1984

Download para anexo (Índice)

EXERCÍCIOS

01 - (CEPERJ) - Nos termos da Lei de Execução Penal, a penitenciária destina- se ao condenado à pena de:

a) detenção, em regime fechado

b) reclusão, em regime fechado

c) detenção, em regime aberto

d) reclusão, em regime aberto

e) restritiva de direitos, em regime fechado

02 - (CEPERJ) - Nos termos da Lei de Execução Penal, a Colônia Agrícola, Industrial ou similar destinase ao

cumprimento da pena em regime:

a) fechado

b) aberto

c) semiaberto

d) restritivo

e) condicional

03 - (CEPERJ) - Após o cumprimento da pena, nos termos da Lei de Execução Penal, o condenado será posto em

liberdade, mediante o seguinte ato:

a) autorização do diretor do estabelecimento prisional

b) alvará do Juiz, se por outro motivo não estiver preso

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diferencialensino.com.br 273

DIREITO PROCESSUAL PENAL

c) documento emitido pelo Ministério Público

d) consulta à comunidade do detento

e) manifestação expressa da família do preso

04 - (CEPERJ) - Tem sido comum o recolhimento de presos para cumprimento de pena em residência particular.

Segundo a Lei de Execução Penal, um dos requisitos para a aplicação da norma consiste em ter o apenado:

a) mais de sessenta anos

b) doença grave

c) filho maior de idade

d) ensino superior

e) plano de recompensas

05 - (CEPERJ) - Nos termos da Lei de Execução Penal, os condenados que cumprem pena em regime fechado ou

semiaberto e os presos provisórios poderão obter permissão para sair do estabelecimento, mediante escolta, quando

ocorrer o seguinte fato:

a) casamento da filha única

b) batizado de neto

c) aniversário da esposa

d) falecimento de irmão

e) doença grave de tio

06 - (CEPERJ) - Os condenados que cumprem pena em regime semiaberto, consoante as regras da Lei de

Execução Penal, poderão obter autorização para saída temporária do estabelecimento, sem vigilância direta, no

seguinte caso:

a) frequência a curso supletivo profissionalizante, fora da Comarca do Juízo da Execução

b) participação de provas noturnas de vestibular para cursos ofertados por universidades públicas

c) frequentar bares, casas noturnas e estabelecimentos congêneres

d) atuar em atividades comunitárias desportivas diurnas

e) programação noturna festiva na casa de conhecidos

07 - (CEPERJ) - Para que seja possível a saída temporária por autorização judicial, nos termos da Lei de

Execução Penal, devem concorrer os seguintes requisitos:

a) cumprimento mínimo de 1/6 da pena, se o condenado for primário, e de 1/4, se reincidente

b) cumprimento mínimo de 1/2 da pena, se o condenado for primário, e de 1/4, se reincidente

c) cumprimento mínimo de 1/4 da pena, se o condenado for primário, e de 1/2, se reincidente

d) cumprimento mínimo de 1/5 da pena, se o condenado for primário, e de 1/4, se reincidente

e) cumprimento mínimo de 1/2 da pena, se o condenado for primário, e de 1/3, se reincidente

08 - (CEPERJ) - Nos termos da Lei de Execução Penal, o condenado que cumpre a pena em regime fechado ou

semiaberto poderá remir, por trabalho ou por estudo, parte do tempo de execução da pena, sendo a contagem de

tempo feita à razão de:

a) 1 dia de pena a cada 12 horas de frequência escolar - atividades de ensino fundamental, médio, inclusive

profissionalizante, ou superior, ou ainda de requalificação profissional - divididas, no mínimo, em 3 dias

b) 1 dia de pena a cada 10 horas de frequência escolar - atividades de ensino fundamental, médio, inclusive

profissionalizante, ou superior, ou ainda de requalificação profissional - divididas, no mínimo, em 3 dias

c) 1 dia de pena a cada 6 horas de frequência escolar - atividades de ensino fundamental, médio, inclusive

profissionalizante, ou superior, ou ainda de requalificação profissional - divididas, no mínimo, em 3 dias.

d) 1 dia de pena a cada 4 horas de frequência escolar - atividades de ensino fundamental, médio, inclusive

profissionalizante, ou superior, ou ainda de requalificação profissional - divididas, no mínimo, em 3 dias.

e) 1 dia de pena a cada 8 horas de frequência escolar - atividades de ensino fundamental, médio, inclusive

profissionalizante, ou superior, ou ainda de requalificação profissional - divididas, no mínimo, em 3 dias.

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DIREITO PROCESSUAL PENAL

09 - (CEPERJ) - Consoante a Lei de Execução Penal, os condenados serão classificados, segundo seus

antecedentes e sua personalidade, para orientar a individualização da execução penal. Essa classificação será feita

por Comissão Técnica de Classificação presidida pelo: a) Diretor do estabelecimento

b) Juiz da Execução

c) Promotor de Justiça

d) Secretário de Justiça

e) Presidente do Conselho Criminal

10 - (CEPERJ) - A assistência material ao preso e ao internado, nos termos da Lei de Execução Penal, consistirá no

fornecimento de:

a) jornais e revistas

b) alimentação e vestuário

c) remuneração e instalações higiênicas

d) esporte e lazer

e) educação e saúde

11 - (CEPERJ) - A assistência à saúde do preso e do internado, nos termos da Lei de Execução Penal, abrangerá a:

a) médica

b) fisioterápica

c) estética

d) religiosa

e) trabalhista

12 - (CEPERJ) - Nos termos da Lei de Execução Penal, as Unidades da Federação deverão ter serviços de

assistência jurídica, integral e gratuita, dentro e fora dos estabelecimentos penais, prestados pelo seguinte órgão:

a) Ordem dos Advogados do Brasil

b) Assistência Jurídica municipal

c) Defensoria Pública

d) Ministério Público estadual

e) Procuradoria do Estado

13 - (CEPERJ) - A assistência educacional compreenderá, nos termos da Lei de Execução Penal, o seguinte

aspecto:

a) instrução escolar básica

b) formação superior geral

c) ensino especial fundamental

d) pós-graduação em Direito

e) formação de magistério popular

14 - (CEPERJ) - Considera-se egresso, para fins da Lei de Execução Penal, o liberado em definitivo, a contar da

saída do estabelecimento, pelo prazo de:

a) seis meses

b) dois anos

c) três anos

d) um ano

e) cinco anos

15 - (CEPERJ) - O trabalho do preso será remunerado, mediante prévia tabela, não podendo ser inferior, em

relação ao salário mínimo, à seguinte fração:

a) 3/5

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DIREITO PROCESSUAL PENAL

b) 1/2

c) 1/5

d) 2/4

e) ¾

16 - (CEPERJ) - O trabalho externo será admissível, para presos em regime fechado, somente em serviço ou obras

públicas realizadas por órgãos da Administração Direta ou Indireta, ou entidades privadas, desde que tomadas as

cautelas contra fuga e em favor da disciplina, e nos termos da Lei de Execução Penal, poderá, em relação ao total

de empregados da obra, corresponder ao limite máximo de:

a) 10%

b) 20%

c) 30%

d) 40%

e) 50%

17 - (CEPERJ) O condenado possui inúmeros deveres a cumprir previstos na Lei de Execução Penal, dentre os

quais não se inclui:

a) comportamento disciplinado e cumprimento fiel da sentença

b) obediência ao servidor e respeito a todos com quem deva relacionar-se

c) urbanidade e respeito no trato com os demais condenados

d) participação dos movimentos coletivos de fuga ou de subversão à ordem

e) execução do trabalho, das tarefas e das ordens recebidas

18 - (CEPERJ) - No âmbito das faltas disciplinares que podem ser cometidas pelo condenado preso, segundo a Lei

de Execução Penal, é considerado de natureza grave:

a) trabalhar voluntariamente

b) conservar objetos de uso pessoal

c) usar de bebida alcoólica

d) não indenizar o Estado das despesas realizadas

e) possuir, indevidamente, instrumento capaz de ofender a integridade física de outrem

19 - (CEPERJ) - Nos termos da Lei de Execução Penal, são considerados recompensas:

a) banho de sol e visita íntima

b) elogio e concessão de regalias

c) trabalho interno e visita dos filhos

d) abatimento da pena e estudo externo

e) regime aberto e tratamento médico

20 - (CEPERJ) - Nos termos da Lei de Execução Penal são considerados órgãos da execução, exceto o(a): a) Juízo

da Execução

b) Conselho Penitenciário

c) Patronato

d) Defensoria Pública

e) Associação das Vítimas

21 - (CEPERJ) - O Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária, nos termos da Lei de Execução Penal,

é integrado pelo seguinte número de membros:

a) vinte

b) quinze

c) onze

d) treze

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DIREITO PROCESSUAL PENAL

e) dez

22 - (CEPERJ) - Dentre as competências do Juízo da Execução, nos termos da Lei de Execução Penal, não se

inclui decidir sobre:

a) aplicação de pena disciplinar de isolamento

b) detração da pena

c) suspensão condicional da pena

d) livramento condicional

e) incidentes da execução

23 - (CEPERJ) - Ao Conselho Penitenciário, órgão consultivo e fiscalizador da execução da pena, incumbe, nos

termos da Lei de Execução Penal, a seguinte atividade:

a) emitir parecer sobre indulto, mesmo na hipótese de pedido com base no estado de saúde do preso

b) inspecionar os estabelecimentos e serviços penais, inclusive órgãos da Defensoria Pública e Ministério Público.

c) apresentar, ao Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária, em dezembro de cada ano, relatório dos

trabalhos efetuados no exercício anterior

d) supervisionar os patronatos, estabelecendo regulamentos para os mesmos

e) supervisionar a assistência aos egressos

24 - (CEPERJ) - O ocupante do cargo de diretor de estabelecimento deverá satisfazer como requisito, nos termos

da Lei de Execução Penal ser portador de diploma de nível superior em Direito ou em:

a) Pedagogia

b) Filosofia

c) Contabilidade

d) Engenharia

e) Letras

25 - (CEPERJ) - Nos termos da Lei de Execução Penal, deve haver, em cada Comarca, um Conselho da

Comunidade composto de, no mínimo, por:

a) 1 representante de associação comercial ou industrial, 1 advogado indicado pela Seção da Ordem dos Advogados

do Brasil, 1 Defensor Público indicado pelo Defensor Público Geral e 1 assistente social escolhido pela Delegacia

Seccional do Conselho Nacional de Assistentes Sociais.

b) 1 representante de associação comercial ou industrial, 1 advogado indicado pela Seção da Ordem dos

Advogados do Brasil, 1 Defensor Público indicado pelo Defensor Público Geral e 1 psicólogo escolhido pela

Seccional do Conselho Federal de Psicologia

c) 1 representante de associação comercial ou industrial, 1 advogado indicado pela Seção da Ordem dos Advogados

do Brasil, 1 Defensor Público indicado pelo Defensor Público Geral e 1 cientista social escolhido pela Vara de

Execução Penais

d) 1 representante de associação comercial ou industrial, 1 advogado indicado pela Seção da Ordem dos Advogados

do Brasil, 1 Defensor Público indicado pelo Defensor Público Geral e 1 pedagogo escolhido pela Secretaria

Estadual de Educação.

e) 1 representante de associação comercial ou industrial, 1 advogado indicado pela Seção da Ordem dos Advogados

do Brasil, 1 Defensor Público indicado pelo Defensor Público Geral e 1 representante das famílias dos presos,

indicado em votação majoritária pelos detentos.

26 - (CEPERJ) - Nos termos da Lei de Execução Penal, os estabelecimentos penais destinados a mulheres serão

dotados de berçário, onde as condenadas possam cuidar de seus filhos, inclusive amamenta-los, até, no mínimo, a

seguinte idade:

a) doze meses

b) dez meses

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DIREITO PROCESSUAL PENAL

c) três meses

d) seis meses

e) nove meses

27 - (OAB-SC)- No tocante a lei de Execuções Penais, pode-se afirmar que:

a) Ao condenado no regime semiaberto e aberto será admitida prisão domiciliar.

b) A colônia agrícola, industrial ou similar destina-se ao cumprimento da pena em regime semiaberto.

c) A pena privativa de liberdade será executada em forma progressiva com a transferência para regime menos

rigoroso, quando o preso tiver cumprido ao menos dois sextos da pena no regime anterior e ostentar bom

comportamento carcerário.

d) Os condenados que cumprem pena privativa de liberdade, e ostentarem bom comportamento, poderão obter

autorização para saída temporária.

28 - (CESPE) - Com base na Lei de Execução Penal, assinale a opção correta.

a) A assistência material ao preso consiste no fornecimento de alimentação, vestuário, objetos de higiene

pessoal e da limpeza da cela, bem como instrumentos de trabalho e educacionais.

b) A assistência à saúde do preso, de caráter preventivo e curativo, compreende atendimento médico,

farmacêutico e odontológico.

c) A autoridade administrativa pode decretar o isolamento preventivo do preso faltoso e incluí-lo em regime

disciplinar diferenciado, por interesse da disciplina, independentemente de despacho do juiz competente.

d) Os presos, sem distinção, têm direito a contato com o mundo exterior por meio de visitas, inclusive íntimas,

correspondência escrita, leitura e demais meios de comunicação e informação.

29 - (VUNESP) - Considere as seguintes assertivas:

I. A Lei de Execução Penal prevê, expressamente, a possibilidade de o juiz da execução modificar as condições

impostas à suspensão condicional da pena, ao regime aberto e ao livramento condicional. II. A Lei de Execução

Penal prevê, expressamente, que o preso provisório estrangeiro está sujeito à inclusão no regime disciplinar

diferenciado, nas hipóteses legais de seu cabimento.

III. Os arts. 180 a 184 da Lei de Execução Penal não prevêem as seguintes possibilidades de conversão: de pena

privativa de liberdade em restritiva de direitos; de multa em pena privativa de liberdade; de medida de segurança

em pena privativa de liberdade.

Assinale, agora, a alternativa correta.

a) Somente I é verdadeira.

b) Somente II é verdadeira.

c) Somente III é verdadeira.

d) Somente I e II são verdadeiras.

e) Somente I e III são verdadeiras.

30 - (MPE-SP) - Com relação à monitoração eletrônica do condenado, analise os seguintes itens:

I. o Juiz poderá aplicá-la quando autorizar a saída temporária em regime semiaberto ou quando determinar a

prisão domiciliar;

II. definida a fiscalização por meio da monitoração eletrônica, é dever do condenado receber visitas do servidor

responsável pela monitoração eletrônica;

III. a violação comprovada dos deveres do condenado decorrentes da monitoração eletrônica acarretará

necessariamente a regressão do regime de cumprimento de pena;

IV. a violação comprovada dos deveres do condenado decorrentes da monitoração eletrônica acarretará

necessariamente sua advertência;

V. se o acusado ou condenado cometer falta grave, a monitoração eletrônica poderá ser revogada. Está correto

apenas o que se afirma em

a) I, II e III.

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DIREITO PROCESSUAL PENAL

b) I, II e V.

c) I, III e V.

d) II, III e V.

e) II, IV e V.

31 - (TJ-SC) - Assinale a alternativa correta:

I. Os condenados serão classificados, por Comissão Técnica de Classificação, segundo os seus antecedentes e

personalidade, para orientar a individualização da execução penal.

II. Constituem sanções disciplinares: advertência verbal; repreensão; suspensão ou restrição de direitos;

incomunicabilidade; inclusão no regime disciplinar diferenciado.

III. A execução penal competirá ao Juiz indicado na lei local de organização judiciária e, na sua ausência, ao da

sentença.

IV. O preso provisório ficará separado do condenado por sentença transitada em julgado.

Também o preso que, ao tempo do fato, era funcionário da Administração da Justiça Criminal ficará em

dependência separada.

a) Somente as assertivas I, III e IV estão corretas.

b) Somente as assertivas I, II e III estão corretas.

c) Somente as assertivas II, III e IV estão corretas.

d) Somente as assertivas III e IV estão corretas.

e) Todas as assertivas estão corretas.

32 - (MPE-SP) - Assinale a alternativa correta.

a) A remição é um direito privativo dos condenados que estejam cumprindo a pena em regime fechado ou

semiaberto e também dos que se encontram em prisão albergue.

b) Apenas o sentenciado pode suscitar o incidente de excesso ou desvio da execução.

c) Para a obtenção do livramento condicional, basta o parecer favorável do Conselho Penitenciário.

d) A transferência de um regime mais rigoroso a outro menos rigoroso exige, além do cumprimento de um sexto

da pena no regime anterior, que o mérito do condenado indique a progressão. e) Não é possível a regressão do

regime aberto diretamente para o fechado.

33 - (TJ-MG/Juiz) - Segundo as disposições da Lei de Execução Penal (LEP, artigo 117), o recolhimento em

residência particular será admitido, quando se tratar de:

a) condenada gestante, independentemente do regime prisional.

b) condenado acometido de doença grave, ainda que em regime fechado.

c) condenada com filho menor ou deficiente físico ou mental, desde que em regime semiaberto.

d) condenado maior de 70 (setenta) anos, desde que em regime aberto.

34 - (TJ-MG/Juiz) Na condição de órgão da execução penal, incumbe ao Conselho Penitenciário, EXCETO a)

emitir parecer sobre comutação de pena.

b) supervisionar os patronatos.

c) emitir parecer sobre indulto com base no estado de saúde do preso.

d) apresentar, no primeiro trimestre de cada ano, ao Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária,

relatório dos trabalhos efetuados no exercício anterior.

35 - (CESPE) - Com relação a direitos, deveres e disciplina do preso, julgue o próximo item. Ao preso podem

ser concedidas as recompensas do elogio e da concessão de regalias, tendo como base o bom comportamento do

condenado, sua colaboração com a disciplina e sua dedicação ao trabalho.

36 - (CESPE) - Salvo o regime disciplinar diferenciado, as sanções de suspensão, isolamento e restrição de

direitos não poderão ser superiores a trinta dias. (Certo/Errado)

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DIREITO PROCESSUAL PENAL

37 - (CESPE) - As sanções disciplinares de isolamento na própria cela, ou em local adequado, assim como a

inclusão no regime disciplinar diferenciado, deverão ser aplicadas mediante prévio e fundamentado despacho do

juiz competente.

38 - (FCC) - Concernentemente à previsão da Lei de Execução Penal quanto às saídas temporárias são

apresentadas as assertivas abaixo.

I. Somente os condenados que cumprem pena em regime aberto poderão obter autorização para saída

temporária do estabelecimento para visitar a família, frequentar curso ou participar de outras atividades que

concorram para o retorno ao convívio social.

II. Para o deferimento das saídas temporárias, o apenado deverá, além de estar no regime aberto e ostentar

comportamento adequado, ter cumprido 1/6 (um sexto) da pena, se for primário, e 1/5 (um quinto), se reincidente,

considerando o tempo de cumprimento da pena no regime semiaberto.

III. A autorização para a saída temporária será concedida por prazo não superior a 15 (quinze) dias, podendo ser

renovada por mais 4 (quatro) vezes durante o ano.

IV. Quando se tratar de frequência a curso profissionalizante, de instrução de ensino médio ou superior, o tempo

de saída será o necessário para o cumprimento das atividades discentes. Nos demais casos, as autorizações de saída

somente poderão ser concedidas com prazo mínimo de 45 (quarenta e cinco) dias de intervalo entre uma e outra.

Está correto o que se afirma APENAS em

a) III.

b) IV.

c) III e IV.

d) II e IV.

e) I e III.

39 - (FCC) - Nos termos do art. 146-B da Lei de Execução Penal, o juiz poderá definir a fiscalização por meio da

monitoração eletrônica quando:

I. aplicar pena restritiva de liberdade a ser cumprida nos regimes aberto ou semiaberto, ou conceder progressão

para tais regimes;

II. autorizar a saída temporária no regime semiaberto;

III. aplicar pena restritiva de direitos que estabeleça limitação de horários ou de frequência a determinados lugares;

IV. determinar a prisão domiciliar;

V. conceder o livramento condicional ou a suspensão condicional da pena.

Considerando exclusivamente as disposições da Lei de Execução Penal, estão corretas APENAS as hipóteses

a) I, II e III.

b) III, IV e V.

c) III e IV.

d) II e IV.

e) I e V.

40 - (FCC) - De acordo com a Lei de Execução Penal, incumbe à Defensoria Pública requerer a detração e a

remição da pena. A respeito desses dois institutos é correto afirmar:

a) O preso impossibilitado de prosseguir no trabalho, por acidente, continuará a beneficiar-se com a remição.

b) Pelo instituto da remição, o período de prisão provisória por fato que resultou a condenação executada deve ser

considerado no cômputo do cumprimento da pena imposta pela sentença.

c) A detração consiste na possibilidade de o apenado diminuir parte do tempo de execução da pena pelo trabalho,

sendo que a contagem do tempo para tal fim será feita à razão de 1 (um) dia de pena por 3 (três) de trabalho.

d) O tempo remido não é computado para a concessão do indulto, somente para o deferimento do livramento

condicional.

e) O condenado que for punido por falta grave perderá o direito ao tempo detraído, começando o novo período a

partir da data da infração disciplinar.

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DIREITO PROCESSUAL PENAL

41 - (CESPE/DPE-BA/Defensor Público) - Acerca da execução penal, julgue o item a seguir. A prática de

falta grave interrompe a contagem do lapso temporal para a comutação da pena, por imperativo expresso na lei de

execução penal.

42 - (CESPE/DPE-BA/Defensor Público) - O atual sistema de execução penal legitima a DP, de forma

individual ou coletiva, a tutelar a regularidade da execução. Entre as prerrogativas, autoriza expressamente a

requisição de interdição de estabelecimentos prisionais e assegura o direito de recebimento mensal de cópia dos

registros dos presos que trabalharam, para fins de remição penal.

43 - (CESPE/DPE-BA/Defensor Público) - O monitoramento eletrônico destina-se a sentenciados que, em

regime semiaberto, estejam em gozo do benefício de saídas temporárias, ou que estejam cumprindo prisão

domiciliar, de acordo com as circunstâncias do caso submetido à apreciação do juízo da execução.

44 - (CESPE/DPE-BA/Defensor Público) - De acordo com o que estabelece a LEP quanto ao trabalho do

preso, julgue o item seguinte. Ao condenado à pena privativa de liberdade é facultativa a atividade laboral,

respeitadas suas aptidões, sua capacidade e sua necessidade. (Certo/Errado)

45 - (CESPE/SEJUS-ES/Agente Penitenciário) - O condenado por crime político está desobrigado ao

trabalho. (Certo/Errado)

46 - (CESPE/SEJUS-ES/Agente Penitenciário) - Acerca da disciplina na execução penal, julgue o item que

se segue. A autoridade administrativa pode decretar o isolamento preventivo do faltoso pelo prazo de até 10 dias,

sendo esse tempo computado no período de cumprimento da sanção disciplinar

47 - (CESPE/SEJUS-ES/Agente Penitenciário) - A concessão de regalias é modalidade de recompensa e visa

reconhecer o bom comportamento do condenado, sua colaboração com a disciplina e sua dedicação ao trabalho.

48 - (CESPE/SEJUS-ES/Agente Penitenciário) - O preso provisório ou o condenado, nacional ou estrangeiro,

sobre o qual recaia fundada suspeita de envolvimento em quadrilha ou bando organizado para a prática de crime

hediondo sujeita-se ao regime disciplinar diferenciado por prazo indeterminado, a critério do juiz da execução.

49 - (CESPE/SEJUS-ES/Agente Penitenciário) - A prática de ato previsto como crime doloso constitui falta

grave e, quando ocasiona subversão da ordem, sujeita o condenado ao regime disciplinar diferenciado, com direito

à saída da cela por duas horas diárias para banho de sol.

50 – (CESPE/AGENTE/PCGO/2016) – De acordo com a Lei n.º 7.210/1984 — LEP —, a prestação de trabalho

a) decorrente de pena restritiva de direito deve ser remunerada.

b) em ambiente externo tem de ser autorizada pelo juiz da execução penal e depende de critérios como aptidão,

disciplina e responsabilidade.

c) a entidade privada depende do consentimento expresso do preso, que terá sua autorização de trabalho revogada

se for punido por falta grave.

d) é obrigatória tanto para o preso provisório quanto para o definitivo.

e) externo é proibida ao preso provisório e ao condenado que cumpre pena em regime fechado.

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DIREITO PROCESSUAL PENAL

01.B 02.C 03.B 04.B 05.D 06.D 07.A 08.A 09.A 10.B 11.A 12.C 13.A 14.D 15.E 16.A 17.D 18.E 19.B 20.E 21.D 22.A 23.E 24.A 25.A 26.D 27.B 28.B 29.D 30.B 31.A 32.D 33.D 34.C 35.C 36.C 37.E 38.B 39.D 40.A 41.E 42.C 43.C 44.E 45.C 46.C 47.C 48.E 49.C 50.C

EXERCÍCIOS DE NIVELAMENTO – LEP

01 - Ano: 2018 Banca: MPE-MS Órgão: MPE-MS Prova: Promotor de Justiça Considerando a Lei n. 7.210/1984 (Lei da Execução Penal), assinale a alternativa correta.

a) A remição do tempo de execução da pena, pelo trabalho, será feita à razão de um dia de pena por dois de trabalho

e não será considerada para a concessão de indulto.

b) O trabalho externo para preso em regime fechado é possível na realização de serviços e obras públicas prestadas

por entidades privadas.

c) A sanção disciplinar aplicada pela autoridade administrativa deverá ser homologada judicialmente pelo juiz da

execução penal.

d) O condenado que cumpre pena em regime semiaberto terá direito às saídas temporárias para visitas à família

durante cinco vezes ao ano, com intervalo de quarenta e cinco dias entre elas, não podendo o juiz autorizar mais

do que essas cinco saídas ao ano.

e) O cometimento de falta grave interrompe o prazo para comutação da pena ou indulto.

02 Ano: 2018 Banca: FCC Órgão: DPE-AP Prova: Defensor Público A saída temporária a) pode ser concedida aos condenados que cumprem pena em regime fechado em caso de falecimento ou

doença grave de familiar.

b) é autorizada pelo Presidente da República mediante decreto de indulto publicado anualmente.

c) c) é vedada em caso de crime hediondo.

d) para fins de visita à família pode ser concedida por prazo não superior a sete dias, podendo ser renovada por

mais quatro vezes durante o ano, desde que o condenado esteja no regime semiaberto.

e) depende da realização de exame criminológico que comprove que o sentenciado não irá fugir ou cometer

novos delitos durante o gozo do benefício.

03 Ano: 2018 Banca: FCC Órgão: DPE-AP Prova: Defensor Público O princípio

a) da proporcionalidade é garantido pela Lei de Execução Penal ao punir da mesma forma a falta disciplinar

tentada e consumada.

b) da taxatividade é observado na previsão legal das faltas disciplinares de natureza grave, uma vez que a Lei

de Execução Penal não prevê tipos de faltas abertas.

c) da anterioridade da lei penal é aplicado se sobrevier lei que agrave o lapso temporal para a progressão de

regime, que só passa a valer para os crimes cometidos a partir de sua vigência.

d) da humanidade das penas é plenamente cumprido na execução das penas no Brasil, a despeito da

superlotação das unidades prisionais.

e) da ampla defesa é garantido pela Lei de Execução Penal ao prever a possibilidade de indicação de

testemunhas e todos os meios de prova em juízo na apuração de falta disciplinar.

04 Ano: 2018 Banca: FCC Órgão: DPE-AM Prova: Defensor Público A assistência material ao preso

a) compreende a garantia de instalações higiênicas, além do fornecimento de alimentação e vestuário, que podem

ser exigidos judicialmente tanto no plano individual como por meio de tutela coletiva.

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DIREITO PROCESSUAL PENAL

b) garante o apoio assistencial ao preso por entidades de caridade e organizações não-governamentais.

c) revela o caráter assistencialista da execução penal em prol da ressocialização por meio do trabalho e do estudo.

d) é um exemplo de contrariedade e oposição entre o disposto na Lei de Execução Penal e nas Regras de Mandela.

e) consiste na entrega de materiais para trabalho pela direção da unidade prisional, de modo a possibilitar a remição.

05 Ano: 2018 Banca: FCC Órgão: DPE-AM Prova: Defensor Público O isolamento celular

a) é a forma correta de cumprimento de pena no Brasil, mas desrespeitada pela prática cotidiana das prisões

brasileiras.

b) deve ser comunicado ao juiz apenas quando se efetivar sob a forma de regime disciplinar diferenciado.

c) é vedado em cela escura ou constantemente iluminada, segundo as Regras de Mandela.

d) tem o prazo de duração incompatível com as Regras de Mandela apenas sob a forma de regime disciplinar

diferenciado.

e) não permite o acesso a banho de sol, pois é forma de cumprimento de sanção disciplinar.

06 Ano: 2018 Banca: CESPE Órgão: DPE-PE Prova: Defensor Público Considerando essa situação hipotética, assinale a opção correta à luz da jurisprudência dos tribunais

superiores.

João cumpria pena no regime semiaberto quando foi flagrado, por agentes penitenciários, com um aparelho de

telefone celular em sua cela.

a) O juízo da execução penal poderá decretar de plano a perda da integralidade dos dias remidos por trabalho

realizado por João durante o cumprimento da pena.

b) Embora a conduta de João seja tipificada como falta grave na legislação de execução penal, é dispensável a

instauração de procedimento administrativo para apurar o fato.

c) O prazo para a comutação da pena de João e indulto não será interrompido em razão da falta cometida.

d) No caso de processo administrativo disciplinar, a oitiva de João poderá ser realizada independentemente do

acompanhamento de advogado ou defensor público.

e) O prazo de prescrição da falta praticada por João — portar telefone celular em sua cela — é de cinco anos.

07 Ano: 2018 Banca: CESPE Órgão: PC-MA Prova: Delegado de Polícia Quanto ao instituto da remição na fase de execução da pena, assinale a opção correta.

a) A remição da pena pelo estudo, quando o condenado for autorizado a estudar fora do estabelecimento penal,

independerá de aproveitamento satisfatório, bastando a comprovação da frequência escolar.

b) A remição da pena pelo estudo é prevista no ordenamento pátrio apenas por construção jurisprudencial.

c) O benefício da remição da pena será suspenso no caso de o condenado, por acidente, ficar impossibilitado para o

trabalho ou o estudo.

d) É possível o acréscimo de um terço do tempo a remir no caso de conclusão, durante o cumprimento da pena, do

ensino fundamental, médio ou superior.

e) O tempo remido não será considerado para a obtenção do benefício do indulto.

08 Ano: 2017 Banca: CESPE Órgão: DPE-AL Prova: Defensor Público No que diz respeito a trabalho do preso, assinale a opção correta.

a) Compete à direção do estabelecimento prisional autorizar o trabalho externo.

b) O preso político está obrigado ao trabalho na medida de suas aptidões e capacidade.

c) O trabalho externo será admissível para os presos em regime semiaberto somente em serviço ou obras públicas.

d) A Lei de Execução Penal veda a realização de trabalho interno ou externo ao preso provisório.

e) O trabalho externo é vedado aos presos em regime fechado.

09 Ano: 2017 Banca: CESPE Órgão: TRF - 5ª REGIÃO Prova: Juiz federal Com relação à lei de execução penal, assinale a opção correta.

a) A falta grave interrompe o prazo para obtenção de livramento condicional.

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DIREITO PROCESSUAL PENAL

b) Não cabe indulto a réu condenado pelo crime de tráfico ilícito de drogas na sua forma privilegiada.

c) É possível a execução provisória de pena restritiva de direitos.

d) Os tribunais superiores têm admitido a remição da pena pela leitura.

e) O preso provisório não pode ser inserido no regime disciplinar diferenciado.

10 Ano: 2017 Banca: MPE-SP Órgão: MPE-SP Prova: Promotor de Justiça O início do cumprimento de uma pena privativa de liberdade em regime fechado pressupõe

a) a realização de exame criminológico de classificação, a sujeição ao trabalho e o isolamento no período noturno.

b) o isolamento do preso e a impossibilidade de visitas íntimas.

c) a avaliação imediata de seu comportamento carcerário, por meio de exame criminológico, para a realização de

atividade laboral e consequente remissão de pena.

d) a segregação completa, sem direito a visitas, em estabelecimento prisional de segurança máxima.

e) a obrigatoriedade do trabalho, com uso de algemas, se externo, em obras públicas.

11 Ano: 2017 Banca: MPE-SP Órgão: MPE-SP Prova: Promotor de Justiça A decisão

judicial que reconhece a prática de falta grave tem como consequência a

a) interrupção do período para fins de progressão de regime.

b) submissão a exame criminológico em eventual pedido de progressão de regime.

c) perda de todos os dias remidos ou a remir.

d) impossibilidade de o sentenciado ser contemplado com os benefícios de indulto e comutação de pena.

e) e) submissão ao regime disciplinar diferenciado.

12 Ano: 2017 Banca: CESPE Órgão: DPU Prova: Defensor Público Com referência à execução penal e ao regramento internacional de tratamento das pessoas presas, julgue o item

subsequente.

( ) Segundo o STF, o trabalho em regime aberto que for realizado fora da casa de albergado não será considerado

para fins de remição da pena.

01. B 02. D 03. C 04. A 05. C 06. C 07. D 08. A 09. D 10. A 11. A 12. C