direito processual penal aula 07

Upload: gabrielhaine

Post on 14-Apr-2018

236 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

  • 7/27/2019 Direito Processual Penal Aula 07

    1/31

  • 7/27/2019 Direito Processual Penal Aula 07

    2/31

    Direito Processual PenalPC-DF (2013)ESCRIVO DE POLCIA

    Teoria e exerccios comentadosProf. Renan Araujo Aula 07

    Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Pgina 2 de 31

    I LEI DE INTERCEPTAO DAS COMUNICAES TELEFNICAS

    (LEI 9.296/96)

    A primeira coisa que temos que ter em mente quando iniciamos o

    estudo desta lei que ela tem por finalidade regulamentar um dispositivo

    da Constituio Federal que um dos pilares de um Estado

    verdadeiramente Democrtico de Direito: O direito privacidade.

    Vejamos o que diz o artigo 5, XII da CRFB/88:

    XII - inviolvel o sigilo da correspondncia e das comunicaes

    telegrficas, de dados e das comunicaes telefnicas, salvo, no

    ltimo caso, por ordem judicial, nas hipteses e na forma que a

    lei estabelecer para fins de investigao criminal ou instruo

    processual penal; (Vide Lei n 9.296, de 1996)

    Por sua vez, o art. 1 da Lei 9.296/96 estabelece que:

    Art. 1 A interceptao de comunicaes telefnicas, de

    qualquer natureza, para prova em investigao criminal e em

    instruo processual penal, observar o disposto nesta Lei e

    depender de ordem do juiz competente da ao principal, sobsegredo de justia.

    Pargrafo nico. O disposto nesta Lei aplica-se interceptao

    do fluxo de comunicaes em sistemas de informtica e

    telemtica.

  • 7/27/2019 Direito Processual Penal Aula 07

    3/31

    Direito Processual PenalPC-DF (2013)ESCRIVO DE POLCIA

    Teoria e exerccios comentadosProf. Renan Araujo Aula 07

    Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Pgina 3 de 31

    No entanto, o que seria interceptao de comunicaes

    telefnicas?Esse termo significa a captao de conversas realizadas

    por meio telefnico, entre TERCEIROS, e ocorre quando NENHUM

    DOS INTERLOCUTORES TEM CINCIA DA GRAVAO DACONVERSA.

    No podemos confundir interceptao de comunicaes

    telefnicas com escuta telefnica e gravao telefnica. A

    primeira medida de exceo, mas autorizada em alguns casos. As duas

    ltimas seguem regramentos distintos.

    Quanto ESCUTA TELEFNICA, a modalidade na qual um dos

    interlocutores tem cincia da gravao, que feita por TERCEIRA

    PESSOA. semelhana da interceptao telefnica, s admitidamediante autorizao judicial.

    J a GRAVAO TELEFNICA a modalidade na qual um dos

    interlocutores realiza a gravao da conversa, ou seja, no h a

    participao de terceiros. considerada prova LCITA (STJ: RHC

    19136/MG 2007, Rel. Min. Flix Fischer).

    Muito se questiona, ainda, a respeito das chamadas

    INTERCEPTAES AMBIENTAIS (Que incluem a interceptao

    ambiental estrito sensu, a gravao ambiental e a escuta ambiental).

    Primeiramente, temos que saber o que uma comunicao

    ambiental. Uma comunicao ambiental aquela realizada

    pessoalmente, e no atravs de qualquer aparelho de

    transmisso.

  • 7/27/2019 Direito Processual Penal Aula 07

    4/31

    Direito Processual PenalPC-DF (2013)ESCRIVO DE POLCIA

    Teoria e exerccios comentadosProf. Renan Araujo Aula 07

    Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Pgina 4 de 31

    Assim, uma gravao ambiental, por exemplo, seria uma gravao

    feita por um dos interlocutores da conversa, sem o conhecimento do

    outro.

    OS TRIBUNAIS SUPERIORES APLICAM AS MESMAS REGRASDAS INTERCEPTAES TELEFNICAS S INTERCEPTAES

    AMBIENTAIS. Vejamos:

    Ementa: AGRAVO REGIMENTAL EM AGRAVO DE INSTRUMENTO.

    GRAVAO AMBIENTAL FEITA POR UM INTERLOCUTOR SEM

    CONHECIMENTO DOS OUTROS: CONSTITUCIONALIDADE.

    AUSENTE CAUSA LEGAL DE SIGILO DO CONTEDO DO

    DILOGO. PRECEDENTES. 1. A gravao ambiental meramente

    clandestina, realizada por um dos interlocutores, no se

    confunde com a interceptao, objeto clusula constitucional de

    reserva de jurisdio. 2. lcita a prova consistente em

    gravao de conversa telefnica realizada por um dos

    interlocutores, sem conhecimento do outro, se no h causa

    legal especfica de sigilo nem de reserva da conversao.Precedentes. 3. Agravo regimental desprovido.

    (AI 560223 AgR, Relator(a): Min. JOAQUIM BARBOSA, Segunda

    Turma, julgado em 12/04/2011, DJe-079 DIVULG 28-04-2011

    PUBLIC 29-04-2011 EMENT VOL-02511-01 PP-00097 LEXSTF v.

    33, n. 388, 2011, p. 35-40)

    CUIDADO: O STF j decidiu (HC 81154/SP) que interceptaes

    telefnicas realizadas antes da vigncia da Lei so PROVAS ILCITAS, e

    geram a nulidade do processo, se foram a nica prova sobre a qual se

    fundamentou a sentena condenatria.

    bom lembrar que a interceptao de comunicao telefnica

    medida excepcional, por representar enorme invaso na esfera de

  • 7/27/2019 Direito Processual Penal Aula 07

    5/31

    Direito Processual PenalPC-DF (2013)ESCRIVO DE POLCIA

    Teoria e exerccios comentadosProf. Renan Araujo Aula 07

    Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Pgina 5 de 31

    privacidade das pessoas, de forma que todo processo em que haja esse

    tipo de prova dever tramitar em SEGREDO DE JUSTIA. Os Tribunais,

    contudo, entendem que possvel a divulgao das conversas em alguns

    casos, notadamente quando houver justa causa (Que ningum sabeprecisar exatamente o que ).

    O art. 2 da Lei estabelece algumas restries autorizao de

    interceptaes telefnicas. Vejamos:

    Art. 2 No ser admitida a interceptao de comunicaes

    telefnicas quando ocorrer qualquer das seguintes hipteses:

    I - no houver indcios razoveis da autoria ou participao em

    infrao penal;

    II - a prova puder ser feita por outros meios disponveis;

    III - o fato investigado constituir infrao penal punida, no

    mximo, com pena de deteno.

    Pargrafo nico. Em qualquer hiptese deve ser descrita com

    clareza a situao objeto da investigao, inclusive com a

    indicao e qualificao dos investigados, salvo impossibilidade

    manifesta, devidamente justificada.

    Assim, presente qualquer das situaes acima narradas, no se

    poder admitir a interceptao telefnica. A contrario sensu, podemos

    dizer que as condies para a autorizao de interceptaes telefnicas

    so as seguintes (CUMULATIVAS):

    Haver indcios razoveis de autoria ou participao em infraopenal;

    A prova no puder ser feita por outros meios;

  • 7/27/2019 Direito Processual Penal Aula 07

    6/31

    Direito Processual PenalPC-DF (2013)ESCRIVO DE POLCIA

    Teoria e exerccios comentadosProf. Renan Araujo Aula 07

    Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Pgina 6 de 31

    O fato investigado deve ser punido com pena de recluso; A situao objeto da investigao deve ser descrita com

    clareza, com a qualificao dos suspeitos, SALVO SE ISSO

    FOR IMPOSSVEL.

    Desta forma, no possvel, por exemplo, a autorizao de

    interceptao telefnica para investigar um crime de PREVARICAO,

    que crime punido com deteno. Vejamos:

    Art. 319 - Retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato de

    ofcio, ou pratic-lo contra disposio expressa de lei, para

    satisfazer interesse ou sentimento pessoal:

    Pena - deteno, de trs meses a um ano, e multa.

    Tambm no se admite a chamada autorizao genrica, ou carta

    branca. Assim, no possvel, por exemplo, que o Judicirio autorize a

    interceptao telefnica de todos os moradores de uma favela, pois h

    suspeitas de que algum esteja praticando trfico de entorpecentes. Ora,

    essa autorizao genrica demais, no especifica exatamente qual fato,

    quem so os suspeitos, etc.

    Embora as interceptaes telefnicas s possam ser autorizadas nestes

    casos expressamente previstos, o STF admite que a prova obtida atravs

    de uma interceptao lcita (que obedeceu aos requisitos legais) possa

    ser utilizada como prova emprestada em outros processos criminais ou

    at mesmo procedimentos administrativos disciplinares instaurados em

  • 7/27/2019 Direito Processual Penal Aula 07

    7/31

    Direito Processual PenalPC-DF (2013)ESCRIVO DE POLCIA

    Teoria e exerccios comentadosProf. Renan Araujo Aula 07

    Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Pgina 7 de 31

    face dos mesmos investigados OU DE OUTROS. Vejamos a seguinte

    deciso do STF, galera:

    Ementa: HABEAS CORPUS. INTERCEPTAO TELEFNICA.

    COMPETNCIA DO JUZO. DESDOBRAMENTO DAS INVESTIGAES.IDENTIFICAO, NO CURSO DAS DILIGNCIAS, DE POLICIAL MILITAR

    COMO SUPOSTO AUTOR DO DELITO APURADO. DESLOCAMENTO DA

    PERSECUO PARA A JUSTIA MILITAR. VALIDADE DA INTERCEPTAO

    DEFERIDA PELO JUZO ESTADUAL COMUM. ORDEM DENEGADA. 1. No

    ilcita a prova obtida mediante interceptao telefnica autorizada por

    Juzo competente. O posterior reconhecimento da incompetncia do Juzo

    que deferiu a diligncia no implica, necessariamente, a invalidao da

    prova legalmente produzida. A no ser que o motivo da incompetncia

    declarada [fosse] contemporneo da deciso judicial de que se cuida

    (HC 81.260, da relatoria do ministro Seplveda Pertence). 2. No h por

    que impedir que o resultado das diligncias encetadas por autoridade

    judiciria at ento competente seja utilizado para auxiliar nas apuraes

    que se destinam a cumprir um poder-dever que decola diretamente da

    Constituio Federal (incisos XXXIX, LIII e LIV do art. 5, inciso I do art.

    129 e art. 144 da CF). Isso, claro, com as ressalvas da jurisprudncia

    do STF quanto aos limites da chamada prova emprestada 3. Os

    elementos informativos de uma investigao criminal, ou as

    provas colhidas no bojo de instruo processual penal, desde que

    obtidos mediante interceptao telefnica devidamente

    autorizada por Juzo competente, admitem compartilhamentopara fins de instruir procedimento criminal ou mesmo

    procedimento administrativo disciplinar contra os investigados.

    Possibilidade jurisprudencial que foi ampliada, na Segunda

    Questo de Ordem no Inqurito 2.424 (da relatoria do ministro

    Cezar Peluso), para tambm autorizar o uso dessas mesmas

    informaes contra outros agentes. 4. Habeas corpus denegado.

  • 7/27/2019 Direito Processual Penal Aula 07

    8/31

    Direito Processual PenalPC-DF (2013)ESCRIVO DE POLCIA

    Teoria e exerccios comentadosProf. Renan Araujo Aula 07

    Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Pgina 8 de 31

    (HC 102293, Relator(a): Min. AYRES BRITTO, Segunda Turma, julgado

    em 24/05/2011, ACRDO ELETRNICO DJe-239 DIVULG 16-12-2011

    PUBLIC 19-12-2011)

    Mas, quem pode requerer a autorizao para realizao de

    interceptao telefnica?A lei nos diz, em seu art. 3:

    Art. 3 A interceptao das comunicaes telefnicas poder ser

    determinada pelo juiz, de ofcio ou a requerimento:

    I - da autoridade policial, na investigao criminal;

    II - do representante do Ministrio Pblico, na investigao

    criminal e na instruo processual penal.

    Assim, temos trs hipteses:

    De ofcio, pelo Juiz (Sem pedido de ningum); A requerimento da autoridade policial, durante a investigao

    criminal;

    A requerimento do MP, durante a investigao ou durante ainstruo processual penal.

    Mas, e no caso de crimes de ao penal privada? A Doutrina

    entende que a vtima tem legitimidade para requerer autorizao para

    realizao de interceptao telefnica.

    O art. 4 determina, ainda, que o pedido dever cumprir

    determinadas formalidades (simples):

  • 7/27/2019 Direito Processual Penal Aula 07

    9/31

    Direito Processual PenalPC-DF (2013)ESCRIVO DE POLCIA

    Teoria e exerccios comentadosProf. Renan Araujo Aula 07

    Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Pgina 9 de 31

    Art. 4 O pedido de interceptao de comunicao telefnica

    conter a demonstrao de que a sua realizao necessria

    apurao de infrao penal, com indicao dos meios a serem

    empregados.

    1 Excepcionalmente, o juiz poder admitir que o pedido seja

    formulado verbalmente, desde que estejam presentes os

    pressupostos que autorizem a interceptao, caso em que a

    concesso ser condicionada sua reduo a termo.

    2 O juiz, no prazo mximo de vinte e quatro horas, decidir

    sobre o pedido.

    O art. 5, por sua vez, estabelece que a deciso (que deferir ou

    indeferir o pedido) dever ser fundamentada (em respeito ao art. 93, IX

    da Constituio Federal):

    Art. 5 A deciso ser fundamentada, sob pena de nulidade,

    indicando tambm a forma de execuo da diligncia, que no

    poder exceder o prazo de quinze dias, renovvel por igual

    tempo uma vez comprovada a indispensabilidade do meio de

    prova.

    A parte final do artigo trouxe muitas polmicas. Poderia ou

    no a interceptao ser renovada mais de uma vez?A redao legal

    clara ao dizer apenas uma vez. No entanto, o STF firmou entendimento

    no sentido contrrio, adotando a tese de que possvel a renovao por

    sucessivas vezes, desde que isso se mostre indispensvel s

    investigaes. Vejamos:

  • 7/27/2019 Direito Processual Penal Aula 07

    10/31

    Direito Processual PenalPC-DF (2013)ESCRIVO DE POLCIA

    Teoria e exerccios comentadosProf. Renan Araujo Aula 07

    Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Pgina 10 de 31

    Ementa: HABEAS CORPUS. PENAL. PROCESSUAL PENAL. PROVA.

    INTERCEPTAO TELEFNICA. VIOLAO DE SIGILO DA

    COMUNICAO ENTRE O PACIENTE E O ADVOGADO.

    CONHECIMENTO DA PRTICA DE NOVOS DELITOS. ILICITUDEDA PROVA. TRANCAMENTO DA AO PENAL. ALEGAO

    INSUBSISTENTE. ORDEM DENEGADA. 1. lcita a escuta

    telefnica autorizada por deciso judicial, quando necessria,

    como nico meio de prova para chegar-se a apurao de fato

    criminoso, sendo certo que, se no curso da produo da prova

    advier o conhecimento da prtica de outros delitos, os mesmos

    podem ser sindicados a partir desse incio de prova.Precedentes: HC n 105.527/DF, relatora Ministra Ellen Gracie,

    DJe de 12/05/2011; HC n 84.301/SP, relator Ministro Joaquim

    Barbosa, Segunda Turma, DJ de 24/03/2006; RHC n

    88.371/SP, relator Ministro Gilmar Mendes, DJ de 02.02.2007;

    HC n 83.515/RS, relator Ministro Nlson Jobim, Pleno, DJ de

    04.03.2005. 2.A renovao da medida ou a prorrogao do

    prazo das interceptaes telefnicas pressupem a

    complexidade dos fatos sob investigao e o nmero de

    pessoas envolvidas, por isso que nesses casos maior a

    necessidade da quebra do sigilo telefnico, com vista

    apurao da verdade que interessa ao processo penal,

    sendo, a fortiori, lcita a prorrogao do prazo legal de

    autorizao para interceptao telefnica, ainda que de

    modo sucessivo, quando o fato seja complexo e exija

    investigao diferenciada e contnua (Inq. N 2424/RJ,

    relator Ministro Cezar Peluso, Dje de 25.03.2010). 3. A

    comunicao entre o paciente e o advogado, alcanada pela

    escuta telefnica devidamente autorizada e motivada pela

    autoridade judicial competente, no implica nulidade da colheita

    da prova indiciria de outros crimes e serve para a instaurao

    de outro procedimento apuratrio, haja vista a garantia do sigilo

  • 7/27/2019 Direito Processual Penal Aula 07

    11/31

    Direito Processual PenalPC-DF (2013)ESCRIVO DE POLCIA

    Teoria e exerccios comentadosProf. Renan Araujo Aula 07

    Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Pgina 11 de 31

    no conferir imunidade para a prtica de crimes no exerccio

    profissional. 4. O artigo 40 do Cdigo de Processo Penal, como

    regra de sobredireito, dispe que o juzes ou tribunais, quando

    em autos ou papis de que conhecerem verificarem a existnciade crime de ao pblica, remetero ao Ministrio Pblico as

    cpias e os documentos necessrios ao oferecimento da

    denncia. Desse modo, se a escuta telefnica trouxe novos

    elementos probatrios de outros crimes que no foram aqueles

    que serviram como causa de pedir a quebra do sigiloso das

    comunicaes, a prova assim produzida deve ser levada em

    considerao e o Estado no deve quedar-se inerte ante oconhecimento da prtica de outros delitos no curso de

    interceptao telefnica legalmente autorizada. 5. Habeas

    corpus indeferido.

    (HC 106225, Relator(a): Min. MARCO AURLIO, Relator(a) p/

    Acrdo: Min. LUIZ FUX, Primeira Turma, julgado em

    07/02/2012, PROCESSO ELETRNICO DJe-059 DIVULG 21-03-

    2012 PUBLIC 22-03-2012)

    Vejam que o STF, portanto, contraria o que est expressamente

    previsto na Lei.

    Quem conduz o procedimento para a realizao da interceptao a

    autoridade policial, dando cincia de tudo ao MP, nos termos do art. 6:

    Art. 6 Deferido o pedido, a autoridade policial conduzir os

    procedimentos de interceptao, dando cincia ao Ministrio

    Pblico, que poder acompanhar a sua realizao.

  • 7/27/2019 Direito Processual Penal Aula 07

    12/31

    Direito Processual PenalPC-DF (2013)ESCRIVO DE POLCIA

    Teoria e exerccios comentadosProf. Renan Araujo Aula 07

    Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Pgina 12 de 31

    Art. 7 Para os procedimentos de interceptao de que trata

    esta Lei, a autoridade policial poder requisitar servios e

    tcnicos especializados s concessionrias de servio pblico.

    Aps a realizao dos trabalhos, a autoridade policial encaminhar o

    resultado ao Juiz, acompanhado de resumo das operaes realizadas.

    Neste momento o Juiz determinar que os documentos relativos

    interceptao sejam autuados em apartado, apensados aos autos

    principais, tramitando em segredo de justia. Aps, dar cincia ao MP:

    2 Cumprida a diligncia, a autoridade policial encaminhar o

    resultado da interceptao ao juiz, acompanhado de auto

    circunstanciado, que dever conter o resumo das operaes

    realizadas.

    3 Recebidos esses elementos, o juiz determinar a

    providncia do art. 8 , ciente o Ministrio Pblico.

    (...)

    Art. 8 A interceptao de comunicao telefnica, de qualquer

    natureza, ocorrer em autos apartados, apensados aos autos do

    inqurito policial ou do processo criminal, preservando-se o

    sigilo das diligncias, gravaes e transcries respectivas.

    claro que durante este procedimento muitas das gravaes obtidas

    sero completamente inteis s investigaes, motivo pelo qual devero

    ser descartadas, mediante requerimento da parte interessada ou do MP,

    naquilo que se chama de incidente de inutilizao:

  • 7/27/2019 Direito Processual Penal Aula 07

    13/31

    Direito Processual PenalPC-DF (2013)ESCRIVO DE POLCIA

    Teoria e exerccios comentadosProf. Renan Araujo Aula 07

    Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Pgina 13 de 31

    Art. 9 A gravao que no interessar prova ser inutilizada

    por deciso judicial, durante o inqurito, a instruo processual

    ou aps esta, em virtude de requerimento do Ministrio Pblico

    ou da parte interessada.

    Pargrafo nico. O incidente de inutilizao ser assistido pelo

    Ministrio Pblico, sendo facultada a presena do acusado ou de

    seu representante legal.

    A Lei, l no final, ainda nos traz um tipo penal novo, que o de

    realizar interceptao telefnica, de informtica ou telemtica, ou quebrar

    segredo de Justia, SEM AUTORIZAO JUDICIAL OU COM

    OBJETIVOS NO AUTORIZADOS EM LEI:

    Art. 10. Constitui crime realizar interceptao de comunicaes

    telefnicas, de informtica ou telemtica, ou quebrar segredo da

    Justia, sem autorizao judicial ou com objetivos no

    autorizados em lei.

    Pena: recluso, de dois a quatro anos, e multa.

    Vejam que a parte grifada o que se chama de elemento normativo

    do tipo penal, pois estabelece uma situao que, se presente, torna a

    conduta prevista anteriormente em legal. Assim, se h autorizao

    judicial, a quebra de segredo de Justia, por exemplo, ser um indiferente

    penal.

    Esse crime de AO PENAL PBLICA INCONDICIONADA, vez

    que a lei nada fala a respeito do tipo de ao penal.

    Bons estudos!

    Prof. Renan Araujo

  • 7/27/2019 Direito Processual Penal Aula 07

    14/31

    Direito Processual PenalPC-DF (2013)ESCRIVO DE POLCIA

    Teoria e exerccios comentadosProf. Renan Araujo Aula 07

    Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Pgina 14 de 31

    01 - (CESPE 2004 DELEGADO DA POLCIA FEDERAL)

    Julgue o item a seguir, acerca da tentativa de violao do sigilo do voto,

    que um crime eleitoral punvel com deteno de at dois anos.

    Seria ilcita deciso judicial que autorizasse a interceptao decomunicaes telefnicas no curso de investigao relativa prtica desse

    crime.

    02 - (CESPE 2004 DELEGADO DA POLCIA FEDERAL)

    No item a seguir, apresentada uma situao hipottica, seguida de uma

    assertiva a ser julgada.Hugo um agente de polcia civil que realizou interceptao de

    comunicao telefnica sem autorizao judicial. Nessa situao, o ato de

    Hugo, apesar de violar direitos fundamentais, no constitui crime

    hediondo.

    03 - (CESPE 1997 DELEGADO DA POLCIA FEDERAL)De acordo com a Lei n. 9.296/96, que regulamentou o inciso XII, parte

    final, do art. 5. da Constituio Federal,

    poder o juiz autorizar a interceptao de comunicaes telefnicas, de

    qualquer natureza, para instruir ao relativa a direito de famlia.

    04 - (CESPE 1997 DELEGADO DA POLCIA FEDERAL)

    EXERCCIOS PARA PRATICAR

  • 7/27/2019 Direito Processual Penal Aula 07

    15/31

    Direito Processual PenalPC-DF (2013)ESCRIVO DE POLCIA

    Teoria e exerccios comentadosProf. Renan Araujo Aula 07

    Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Pgina 15 de 31

    De acordo com a Lei n. 9.296/96, que regulamentou o inciso XII, parte

    final, do art. 5. da Constituio Federal,

    admitir-se- interceptao das comunicaes telefnicas em relao a

    qualquer crime, desde que punvel com pena privativa de liberdade dequalquer natureza.

    05 - (CESPE 1997 DELEGADO DA POLCIA FEDERAL)

    De acordo com a Lei n. 9.296/96, que regulamentou o inciso XII, parte

    final, do art. 5. da Constituio Federal,

    recebida a denncia e instaurado o processo por crime de ao penal

    pblica, somente o Ministrio Pblico tem legitimidade para requerer a

    interceptao das comunicaes ao juiz, o qual, por sua vez tambm

    poder determinar tal medida de oficio.

    06 - (CESPE 1997 DELEGADO DA POLCIA FEDERAL)

    De acordo com a Lei n. 9.296/96, que regulamentou o inciso XII, parte

    final, do art. 5. da Constituio Federal,

    a despeito de inexistirem indcios razoveis de autoria ou participao do

    sujeito passivo da interceptao telefnica na infrao penal, poder tal

    medida ser determinada se a autoridade policial demonstrar sua

    convenincia para o sucesso das investigaes.

    07 - (CESPE 1997 DELEGADO DA POLCIA FEDERAL)

    De acordo com a Lei n. 9.296/96, que regulamentou o inciso XII, parte

    final, do art. 5. da Constituio Federal, deferido o pedido de

    interceptao, a autoridade policial conduzir os procedimentos de

    interceptao, mas dever dar cincia ao Ministrio Pblico, que poder

    acompanhar a sua realizao.

  • 7/27/2019 Direito Processual Penal Aula 07

    16/31

    Direito Processual PenalPC-DF (2013)ESCRIVO DE POLCIA

    Teoria e exerccios comentadosProf. Renan Araujo Aula 07

    Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Pgina 16 de 31

    08 - (CESPE 2009 AGU ADVOGADO DA UNIO)

    A respeito da interceptao das comunicaes telefnicas, julgue o item a

    seguir, com base no entendimento do STF.

    Considere que, aps realizao de interceptao telefnica judicialmente

    autorizada para apurar crime contra a administrao pblica imputado ao

    servidor pblico Mrio, a autoridade policial tenha identificado, na fase de

    inqurito, provas de ilcitos administrativos praticados por outros

    servidores. Nessa situao hipottica, considerandose que a interceptao

    telefnica tenha sido autorizada judicialmente apenas em relao aoservidor Mrio, as provas obtidas contra os outros servidores no podero

    ser usadas em procedimento administrativo disciplinar.

    09 - (CESPE 2009 AGU ADVOGADO DA UNIO)

    A respeito da interceptao das comunicaes telefnicas, julgue o item a

    seguir, com base no entendimento do STF. possvel a prorrogao do prazo de autorizao para a interceptao

    telefnica, mesmo que sucessiva, especialmente quando se tratar de fato

    complexo que exija investigao diferenciada e contnua.

    10 - (CESPE 2009 AGU ADVOGADO DA UNIO)

    A respeito da interceptao das comunicaes telefnicas, julgue o item a

    seguir, com base no entendimento do STF.

    Uma vez realizada a interceptao telefnica de forma fundamentada,

    legal e legtima, as informaes e provas coletadas dessa diligncia

    podem subsidiar denncia com base em crimes punveis com pena de

    deteno, desde que estes sejam conexos aos primeiros tipos penais que

    justificaram a interceptao.

  • 7/27/2019 Direito Processual Penal Aula 07

    17/31

    Direito Processual PenalPC-DF (2013)ESCRIVO DE POLCIA

    Teoria e exerccios comentadosProf. Renan Araujo Aula 07

    Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Pgina 17 de 31

    QUESTES COMENTADAS

    01 - (CESPE 2004 DELEGADO DA POLCIA FEDERAL)

    Julgue o item a seguir, acerca da tentativa de violao do sigilo do

    voto, que um crime eleitoral punvel com deteno de at dois

    anos.

    Seria ilcita deciso judicial que autorizasse a interceptao de

    comunicaes telefnicas no curso de investigao relativa

    prtica desse crime.

    COMENTRIOS: A afirmativa est correta, eis que no se admite a

    autorizao para realizao de interceptaes telefnicas para investigar

    fatos criminosos punidos com pena de deteno. Vejamos o que nos diz a

    Lei 9.296/96:

    Art. 2 No ser admitida a interceptao de comunicaes

    telefnicas quando ocorrer qualquer das seguintes hipteses:

    I - no houver indcios razoveis da autoria ou participao em

    infrao penal;

    II - a prova puder ser feita por outros meios disponveis;

    III - o fato investigado constituir infrao penal punida, nomximo, com pena de deteno.

    Pargrafo nico. Em qualquer hiptese deve ser descrita com

    clareza a situao objeto da investigao, inclusive com a

    indicao e qualificao dos investigados, salvo impossibilidade

    manifesta, devidamente justificada.

  • 7/27/2019 Direito Processual Penal Aula 07

    18/31

    Direito Processual PenalPC-DF (2013)ESCRIVO DE POLCIA

    Teoria e exerccios comentadosProf. Renan Araujo Aula 07

    Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Pgina 18 de 31

    Assim, vejam que o art. 2, III claro ao estabelecer que o crime

    investigado deve ser punido com recluso.

    Portanto, a afirmativa est CORRETA.

    02 - (CESPE 2004 DELEGADO DA POLCIA FEDERAL)

    No item a seguir, apresentada uma situao hipottica, seguida

    de uma assertiva a ser julgada.

    Hugo um agente de polcia civil que realizou interceptao de

    comunicao telefnica sem autorizao judicial. Nessa situao,

    o ato de Hugo, apesar de violar direitos fundamentais, no

    constitui crime hediondo.

    COMENTRIOS: A realizao de interceptao telefnica crime,

    previsto no art. 10 da Lei 9.296/96. Vejamos:

    Art. 10. Constitui crime realizar interceptao de comunicaes

    telefnicas, de informtica ou telemtica, ou quebrar segredo da

    Justia, sem autorizao judicial ou com objetivos no

    autorizados em lei.

    Pena: recluso, de dois a quatro anos, e multa.

    Entretanto, este crime no considerado hediondo, pois no se enquadra

    no rol do art. 1 da Lei 8.072/90, que um rol taxativo, ou seja, somente

    aqueles crimes so considerados hediondos, no havendo possibilidade de

    interpretao ampliativa. So eles:

    Art. 1o So considerados hediondos os seguintes crimes, todos

    tipificados no Decreto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro de 1940 -

  • 7/27/2019 Direito Processual Penal Aula 07

    19/31

    Direito Processual PenalPC-DF (2013)ESCRIVO DE POLCIA

    Teoria e exerccios comentadosProf. Renan Araujo Aula 07

    Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Pgina 19 de 31

    Cdigo Penal, consumados ou tentados: (Redao dada pela Lei

    n 8.930, de 1994)

    I - homicdio (art. 121), quando praticado em atividade tpica de

    grupo de extermnio, ainda que cometido por um s agente, ehomicdio qualificado (art. 121, 2o, I, II, III, IV e V); (Inciso

    includo pela Lei n 8.930, de 1994)

    II - latrocnio (art. 157, 3o, in fine); (Inciso includo pela Lei

    n 8.930, de 1994)

    III - extorso qualificada pela morte (art. 158, 2o); (Inciso

    includo pela Lei n 8.930, de 1994)IV - extorso mediante seqestro e na forma qualificada (art.

    159, caput, e lo, 2o e 3o); (Inciso includo pela Lei n 8.930,

    de 1994)

    V estupro (art. 213 e sua combinao com o art. 223, capute

    pargrafo nico); (Inciso includo pela Lei n 8.930, de 1994)

    VI atentado violento ao pudor (art. 214 e sua combinao como art. 223, capute pargrafo nico); (Inciso includo pela Lei n

    8.930, de 1994)

    V - estupro (art. 213, capute 1o e 2o); (Redao dada pela

    Lei n 12.015, de 2009)

    VI - estupro de vulnervel (art. 217-A, capute 1o, 2o, 3o e

    4o); (Redao dada pela Lei n 12.015, de 2009)

    VII - epidemia com resultado morte (art. 267, 1o). (Inciso

    includo pela Lei n 8.930, de 1994)

    VII-A (VETADO) (Inciso includo pela Lei n 9.695, de 1998)

    VII-B - falsificao, corrupo, adulterao ou alterao de

    produto destinado a fins teraputicos ou medicinais (art. 273,

    caput e 1o, 1o-A e 1o-B, com a redao dada pela Lei no

  • 7/27/2019 Direito Processual Penal Aula 07

    20/31

    Direito Processual PenalPC-DF (2013)ESCRIVO DE POLCIA

    Teoria e exerccios comentadosProf. Renan Araujo Aula 07

    Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Pgina 20 de 31

    9.677, de 2 de julho de 1998). (Inciso includo pela Lei n 9.695,

    de 1998)

    Pargrafo nico. Considera-se tambm hediondo o crime de

    genocdio previsto nos arts. 1o, 2o e 3o da Lei no 2.889, de 1o deoutubro de 1956, tentado ou consumado. (Pargrafo includo

    pela Lei n 8.930, de 1994)

    Portanto, a afirmativa est CORRETA.

    03 - (CESPE 1997 DELEGADO DA POLCIA FEDERAL)

    De acordo com a Lei n. 9.296/96, que regulamentou o inciso XII,

    parte final, do art. 5. da Constituio Federal,

    poder o juiz autorizar a interceptao de comunicaes

    telefnicas, de qualquer natureza, para instruir ao relativa a

    direito de famlia.

    COMENTRIOS: O art. 2 da Lei 9.296/96 estabelece algumas restries

    autorizao de interceptaes telefnicas. Vejamos:

    Art. 2 No ser admitida a interceptao de comunicaes

    telefnicas quando ocorrer qualquer das seguintes hipteses:

    I - no houver indcios razoveis da autoria ou participao em

    infrao penal;

    II - a prova puder ser feita por outros meios disponveis;

    III - o fato investigado constituir infrao penal punida, no

    mximo, com pena de deteno.

    Pargrafo nico. Em qualquer hiptese deve ser descrita com

    clareza a situao objeto da investigao, inclusive com a

  • 7/27/2019 Direito Processual Penal Aula 07

    21/31

    Direito Processual PenalPC-DF (2013)ESCRIVO DE POLCIA

    Teoria e exerccios comentadosProf. Renan Araujo Aula 07

    Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Pgina 21 de 31

    indicao e qualificao dos investigados, salvo impossibilidade

    manifesta, devidamente justificada.

    Assim, presente qualquer das situaes acima narradas, no se

    poder admitir a interceptao telefnica. A contrario sensu, podemos

    dizer que as condies para a autorizao de interceptaes telefnicas

    so as seguintes (CUMULATIVAS):

    Haver indcios razoveis de autoria ou participao em infraopenal;

    A prova no puder ser feita por outros meios; O fato investigado deve ser punido com pena de recluso; A situao objeto da investigao deve ser descrita com

    clareza, com a qualificao dos suspeitos, SALVO SE ISSO

    FOR IMPOSSVEL.

    Vejam, assim, que o primeiro pressuposto que se esteja investigando

    UM CRIME. Mais que isso, esse crime dever ser punido com RECLUSO,

    dentre outros requisitos.

    Assim, completamente invivel a autorizao de realizao de

    interceptao telefnica em processos de Vara de Famlia.

    Portanto, a afirmativa est ERRADA.

    04 - (CESPE 1997 DELEGADO DA POLCIA FEDERAL)

    De acordo com a Lei n. 9.296/96, que regulamentou o inciso XII,

    parte final, do art. 5. da Constituio Federal,

  • 7/27/2019 Direito Processual Penal Aula 07

    22/31

    Direito Processual PenalPC-DF (2013)ESCRIVO DE POLCIA

    Teoria e exerccios comentadosProf. Renan Araujo Aula 07

    Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Pgina 22 de 31

    admitir-se- interceptao das comunicaes telefnicas em

    relao a qualquer crime, desde que punvel com pena privativa

    de liberdade de qualquer natureza.

    COMENTRIOS: O art. 2 da Lei 9.296/96 estabelece algumas restries autorizao de interceptaes telefnicas. Vejamos:

    Art. 2 No ser admitida a interceptao de comunicaes

    telefnicas quando ocorrer qualquer das seguintes hipteses:

    I - no houver indcios razoveis da autoria ou participao em

    infrao penal;

    II - a prova puder ser feita por outros meios disponveis;

    III - o fato investigado constituir infrao penal punida, no

    mximo, com pena de deteno.

    Pargrafo nico. Em qualquer hiptese deve ser descrita com

    clareza a situao objeto da investigao, inclusive com a

    indicao e qualificao dos investigados, salvo impossibilidademanifesta, devidamente justificada.

    Assim, presente qualquer das situaes acima narradas, no se

    poder admitir a interceptao telefnica. A contrario sensu, podemos

    dizer que as condies para a autorizao de interceptaes telefnicas

    so as seguintes (CUMULATIVAS):

    Haver indcios razoveis de autoria ou participao em infraopenal;

    A prova no puder ser feita por outros meios; O fato investigado deve ser punido com pena de recluso;

  • 7/27/2019 Direito Processual Penal Aula 07

    23/31

    Direito Processual PenalPC-DF (2013)ESCRIVO DE POLCIA

    Teoria e exerccios comentadosProf. Renan Araujo Aula 07

    Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Pgina 23 de 31

    A situao objeto da investigao deve ser descrita comclareza, com a qualificao dos suspeitos, SALVO SE ISSO

    FOR IMPOSSVEL.

    Vejam, assim, que o primeiro pressuposto que se esteja investigando

    UM CRIME. Mais que isso, esse crime dever ser punido com

    RECLUSO, dentre outros requisitos.

    Assim, completamente invivel a autorizao de realizao de

    interceptao telefnica em processos de Vara de Famlia.

    Portanto, a afirmativa est ERRADA.

    05 - (CESPE 1997 DELEGADO DA POLCIA FEDERAL)

    De acordo com a Lei n. 9.296/96, que regulamentou o inciso XII,parte final, do art. 5. da Constituio Federal,

    recebida a denncia e instaurado o processo por crime de ao

    penal pblica, somente o Ministrio Pblico tem legitimidade para

    requerer a interceptao das comunicaes ao juiz, o qual, por

    sua vez tambm poder determinar tal medida de oficio.

    COMENTRIOS: A lei nos diz, em seu art. 3, quais so os legitimados

    para requerer a autorizao para realizao de interceptao telefnica:

    Art. 3 A interceptao das comunicaes telefnicas poder ser

    determinada pelo juiz, de ofcio ou a requerimento:

    I - da autoridade policial, na investigao criminal;

    II - do representante do Ministrio Pblico, na investigao

    criminal e na instruo processual penal.

  • 7/27/2019 Direito Processual Penal Aula 07

    24/31

    Direito Processual PenalPC-DF (2013)ESCRIVO DE POLCIA

    Teoria e exerccios comentadosProf. Renan Araujo Aula 07

    Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Pgina 24 de 31

    Assim, temos trs hipteses:

    De ofcio, pelo Juiz (Sem pedido de ningum); A requerimento da autoridade policial, durante a investigao

    criminal;

    A requerimento do MP, durante a investigao ou durante ainstruo processual penal.

    Portanto, o MP pode requerer a autorizao a qualquer tempo (tanto nainvestigao quanto durante o processo criminal), podendo o Juiz

    autorizar a medida de ofcio, ou seja, sem que haja requerimento de

    ningum.

    Assim, a afirmativa est CORRETA.

    06 - (CESPE 1997 DELEGADO DA POLCIA FEDERAL)

    De acordo com a Lei n. 9.296/96, que regulamentou o inciso XII,

    parte final, do art. 5. da Constituio Federal,

    a despeito de inexistirem indcios razoveis de autoria ou

    participao do sujeito passivo da interceptao telefnica na

    infrao penal, poder tal medida ser determinada se a autoridadepolicial demonstrar sua convenincia para o sucesso das

    investigaes.

    COMENTRIOS: O art. 2 da Lei 9.296/96 estabelece algumas restries

    autorizao de interceptaes telefnicas. Vejamos:

  • 7/27/2019 Direito Processual Penal Aula 07

    25/31

    Direito Processual PenalPC-DF (2013)ESCRIVO DE POLCIA

    Teoria e exerccios comentadosProf. Renan Araujo Aula 07

    Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Pgina 25 de 31

    Art. 2 No ser admitida a interceptao de comunicaes

    telefnicas quando ocorrer qualquer das seguintes hipteses:

    I - no houver indcios razoveis da autoria ou participao em

    infrao penal;

    II - a prova puder ser feita por outros meios disponveis;

    III - o fato investigado constituir infrao penal punida, no

    mximo, com pena de deteno.

    Pargrafo nico. Em qualquer hiptese deve ser descrita com

    clareza a situao objeto da investigao, inclusive com a

    indicao e qualificao dos investigados, salvo impossibilidademanifesta, devidamente justificada.

    Assim, presente qualquer das situaes acima narradas, no se

    poder admitir a interceptao telefnica. A contrario sensu, podemos

    dizer que as condies para a autorizao de interceptaes telefnicas

    so as seguintes (CUMULATIVAS):

    Haver indcios razoveis de autoria ou participao em infraopenal;

    A prova no puder ser feita por outros meios; O fato investigado deve ser punido com pena de recluso; A situao objeto da investigao deve ser descrita com

    clareza, com a qualificao dos suspeitos, SALVO SE ISSO

    FOR IMPOSSVEL.

    Vejam, assim, que a ausncia de indcios de que o suspeito tenha

    participado do crime um impedimento realizao da interceptao

    telefnica, nos termos do art. 2, I da Lei.

  • 7/27/2019 Direito Processual Penal Aula 07

    26/31

    Direito Processual PenalPC-DF (2013)ESCRIVO DE POLCIA

    Teoria e exerccios comentadosProf. Renan Araujo Aula 07

    Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Pgina 26 de 31

    Portanto, a afirmativa est ERRADA.

    07 - (CESPE 1997 DELEGADO DA POLCIA FEDERAL)

    De acordo com a Lei n. 9.296/96, que regulamentou o inciso XII,

    parte final, do art. 5. da Constituio Federal,

    deferido o pedido de interceptao, a autoridade policial conduzir

    os procedimentos de interceptao, mas dever dar cincia ao

    Ministrio Pblico, que poder acompanhar a sua realizao.

    COMENTRIOS: Quem conduz o procedimento para a realizao da

    interceptao a autoridade policial, dando cincia de tudo ao MP, nos

    termos do art. 6:

    Art. 6 Deferido o pedido, a autoridade policial conduzir os

    procedimentos de interceptao, dando cincia ao Ministrio

    Pblico, que poder acompanhar a sua realizao.

    Art. 7 Para os procedimentos de interceptao de que trata

    esta Lei, a autoridade policial poder requisitar servios e

    tcnicos especializados s concessionrias de servio pblico.

    Portanto, a afirmativa est CORRETA.

    08 - (CESPE 2009 AGU ADVOGADO DA UNIO)

    A respeito da interceptao das comunicaes telefnicas, julgue

    o item a seguir, com base no entendimento do STF.

    Considere que, aps realizao de interceptao telefnica

    judicialmente autorizada para apurar crime contra aadministrao pblica imputado ao servidor pblico Mrio, a

  • 7/27/2019 Direito Processual Penal Aula 07

    27/31

    Direito Processual PenalPC-DF (2013)ESCRIVO DE POLCIA

    Teoria e exerccios comentadosProf. Renan Araujo Aula 07

    Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Pgina 27 de 31

    autoridade policial tenha identificado, na fase de inqurito, provas

    de ilcitos administrativos praticados por outros servidores. Nessa

    situao hipottica, considerandose que a interceptao telefnica

    tenha sido autorizada judicialmente apenas em relao aoservidor Mrio, as provas obtidas contra os outros servidores no

    podero ser usadas em procedimento administrativo disciplinar.

    COMENTRIOS: O STF entende que se determinada prova foi colhida de

    maneira vlida (No caso, mediante autorizao judicial), no h bice

    algum sua utilizao para incriminar outras pessoas que no sejam

    aquelas previamente previstas no pedido de autorizao de interceptao

    telefnica.

    Mais: O STF admite a utilizao destas provas para embasar pedido de

    punio administrativa de servidores pblicos, vez que a prova, como

    dito, legtima.

    Portanto, a afirmativa est ERRADA.

    09 - (CESPE 2009 AGU ADVOGADO DA UNIO)

    A respeito da interceptao das comunicaes telefnicas, julgue

    o item a seguir, com base no entendimento do STF.

    possvel a prorrogao do prazo de autorizao para a

    interceptao telefnica, mesmo que sucessiva, especialmente

    quando se tratar de fato complexo que exija investigaodiferenciada e contnua.

    COMENTRIOS: O STF permite a prorogao sucessiva de autorizaes

    judiciais para interceptaes telefnicas, quando extremamente

    necessrio, notadamente em casos complexos.

    A ttulo ilustrativo, segue julgado recente do STF:

  • 7/27/2019 Direito Processual Penal Aula 07

    28/31

    Direito Processual PenalPC-DF (2013)ESCRIVO DE POLCIA

    Teoria e exerccios comentadosProf. Renan Araujo Aula 07

    Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Pgina 28 de 31

    EMENTA Habeas corpus. Constitucional. Processual Penal.

    Interceptao telefnica. Crimes de tortura, corrupo passiva,

    extorso, peculato, formao de quadrilha e receptao.

    Eventual ilegalidade da deciso que autorizou a interceptaotelefnica e suas prorrogaes por 30 (trinta) dias consecutivos.

    No ocorrncia. Possibilidade de se prorrogar o prazo de

    autorizao para a interceptao telefnica por perodos

    sucessivos quando a intensidade e a complexidade das

    condutas delitivas investigadas assim o demandarem.

    Precedentes. Deciso proferida com a observncia das

    exigncias previstas na lei de regncia (Lei n 9.296/96, art.5). Alegada falta de fundamentao da deciso que determinou

    e interceptao telefnica do paciente. Questo no submetida

    apreciao do Superior Tribunal de Justia. Supresso de

    instncia no admitida. Precedentes. Ordem parcialmente

    conhecida e denegada. 1. da jurisprudncia desta Corte o

    entendimento de ser possvel a prorrogao do prazo de

    autorizao para a interceptao telefnica, mesmo que

    sucessiva, especialmente quando o fato complexo, a exigir

    investigao diferenciada e contnua (HC n 83.515/RS, Tribunal

    Pleno, Relator o Ministro Nelson Jobim, DJ de 4/3/05). 2. Cabe

    registrar que a autorizao da interceptao por 30 (dias) dias

    consecutivos nada mais do que a soma dos perodos, ou seja,

    15 (quinze) dias prorrogveis por mais 15 (quinze) dias, em

    funo da quantidade de investigados e da complexidade da

    organizao criminosa. 3. Nesse contexto, considerando o

    entendimento jurisprudencial e doutrinrio acerca da

    possibilidade de se prorrogar o prazo de autorizao para a

    interceptao telefnica por perodos sucessivos quando a

    intensidade e a complexidade das condutas delitivas

    investigadas assim o demandarem, no h que se falar, na

    espcie, em nulidade da referida escuta e de suas prorrogaes,

  • 7/27/2019 Direito Processual Penal Aula 07

    29/31

    Direito Processual PenalPC-DF (2013)ESCRIVO DE POLCIA

    Teoria e exerccios comentadosProf. Renan Araujo Aula 07

    Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Pgina 29 de 31

    uma vez que autorizada pelo Juzo de piso, com a observncia

    das exigncias previstas na lei de regncia (Lei n 9.296/96, art.

    5). 4. A sustentada falta de fundamentao da deciso que

    determinou a interceptao telefnica do paciente no foisubmetida ao crivo do Superior Tribunal de Justia. Com efeito,

    sua anlise, de forma originria, neste ensejo, na linha de

    julgados da Corte, configuraria verdadeira supresso de

    instncia, o que no se admite. 5. Habeas corpus parcialmente

    conhecido e, nessa parte, denegado.

    (HC 106129, Relator(a): Min. DIAS TOFFOLI, Primeira Turma,

    julgado em 06/03/2012, PROCESSO ELETRNICO DJe-061

    DIVULG 23-03-2012 PUBLIC 26-03-2012)

    Portanto, a afirmativa est CORRETA.

    10 - (CESPE 2009 AGU ADVOGADO DA UNIO)

    A respeito da interceptao das comunicaes telefnicas, julgue

    o item a seguir, com base no entendimento do STF.

    Uma vez realizada a interceptao telefnica de forma

    fundamentada, legal e legtima, as informaes e provas coletadas

    dessa diligncia podem subsidiar denncia com base em crimes

    punveis com pena de deteno, desde que estes sejam conexos

    aos primeiros tipos penais que justificaram a interceptao.

    COMENTRIOS: Esta questo tambm foi baseada em julgamento do

    STF, que permitiu a utilizao de prova colhida de forma legtima

    (interceptao telefnica) em outros crimes, punidos apenas com

    deteno, quando conexos com aqueles que ensejaram a decretao da

    quebra do sigilo telefnico.

  • 7/27/2019 Direito Processual Penal Aula 07

    30/31

    Direito Processual PenalPC-DF (2013)ESCRIVO DE POLCIA

    Teoria e exerccios comentadosProf. Renan Araujo Aula 07

    Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Pgina 30 de 31

    Vejamos:

    EMENTA: HABEAS CORPUS. INTERCEPTAO TELEFNICA.

    PRAZO DE VALIDADE. ALEGAO DE EXISTNCIA DE OUTRO

    MEIO DE INVESTIGAO. FALTA DE TRANSCRIO DECONVERSAS INTERCEPTADAS NOS RELATRIOS

    APRESENTADOS AO JUIZ. AUSNCIA DE CINCIA DO

    MINISTRIO PBLICO ACERCA DOS PEDIDOS DE

    PRORROGAO. APURAO DE CRIME PUNIDO COM PENA DE

    DETENO. 1.(...) 5. Uma vez realizada a interceptao

    telefnica de forma fundamentada, legal e legtima, as

    informaes e provas coletas dessa diligncia podem

    subsidiar denncia com base em crimes punveis com

    pena de deteno, desde que conexos aos primeiros tipos

    penais que justificaram a interceptao. Do contrrio, a

    interpretao do art. 2, III, da L. 9.296/96 levaria ao

    absurdo de concluir pela impossibilidade de interceptao

    para investigar crimes apenados com recluso quando

    forem estes conexos com crimes punidos com deteno.

    Habeas corpus indeferido.

    (HC 83515, Relator(a): Min. NELSON JOBIM, Tribunal Pleno,

    julgado em 16/09/2004, DJ 04-03-2005 PP-00011 EMENT VOL-

    02182-03 PP-00401 RTJ VOL-00193-02 PP-00609)

    Portanto, a afirmativa est CORRETA.

  • 7/27/2019 Direito Processual Penal Aula 07

    31/31

    Direito Processual PenalPC-DF (2013)ESCRIVO DE POLCIA

    Teoria e exerccios comentadosProf. Renan Araujo Aula 07

    1.CORRETA2.CORRETA3.ERRADA4.ERRADA5.CORRETA6.ERRADA7.CORRETA8.ERRADA9.CORRETA

    10. CORRETA