direito processual do trabalho direito …5. integração - supressão de uma norma jurídica. ... -...
TRANSCRIPT
DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO
Prof. Hermelino de Oliveira
MARTINS, Sérgio Pinto. Direito Processual do Trabalho. Ed. Atlas.
Edições a partir de 2007.
TEORIA DO PROCESSO DO TRABALHO
1. Noção de Processo
2. Diferença entre Direito Material e Processual
- direito material: refere-se ao bem da vida.
- leis de direito material: têm decreto-regulamentador. (regulamentar a aplicação da
lei. Ex. Lei 8036/90 e Decreto Regulamentador 999/90)
- direito processual: refere-se a normas procedimentais.
- a lei processual já é um regulamento, portanto NÃO existe decreto que
regulamente a lei processual.
3. Processo Trabalho e Processo Civil
- processo trabalho
- não foi atualizado quando houve atualização do CPC. Os procedimentos
trabalhistas são muito antigos e ainda bastante complexos. A Justiça do Trabalho foi
criada em 1937. À época, o julgador era indicado pelo ministro do trabalho. Juízes do
trabalho só passaram a existir em 1946.
- Consolidação: agrupa leis esparsas. CLT traz normas de direito processual e direito
material.
- art. 769 CLT: é o primeiro artigo de direito processual trabalhista.
- Código:
- processo civil: é utilizado juntamente com os artigos de direito processual trabalhista da
CLT. Art. 769 CLT.
4. Interpretação
- qualquer regra é suscetível de interpretação.
-
a. gramatical:
- ex. art. 651 CLT – a letra da lei estabelece a competência.
b. sistemática: determina que ao aplicar o direito processual deve-se percorrer o sistema
processual para verificar se não existem outras disposições aplicáveis àquela norma.
- ex: art. 818 CLT – nesse caso, a reclamada teria de fazer prova “negativa” (por
exemplo, de que o reclamante NÃO fazia hora extra). Juntamente com o art. 333 CPC, o
reclamante deverá fazer a prova constitutiva do seu direito.
- o art. 333 CPC: fatos constitutivos, impeditivos, modificativos, extintivos do direito.
- art 58 CLT: 8h/dia 56h/sem 240h/mês
- art, 1º Lei 605/49 8h/dia 48h/sem 240h/mês
- art. 7º, XIII CF 8h/dia 44h/sem 220h/mês
- Conv. Coletiva Trab. 8h/dia 40h/sem 200h/ mês
c. finalística ou teleológica
- Base da lei de introdução aos Códigos – LINDB (antiga LICC) – Lei de Introdução às
Normas do Direito Brasileiro, art. 5º.
“Na aplicação da lei, o juiz atenderá aos fins sociais a que ela se dirige e às exigências do
bem comum.”
- Exemplo: caso do trabalhador de plataforma de petróleo que fez reclamação em
Alagoinhas ao invés de Campos, a despeito do art. 651 que determina a competência. Em
MS, o tribunal reconheceu que o artigo tinha como objetivo facilitar a vida do trabalhador.
5. Integração
- supressão de uma norma jurídica.
- art. 4º LINDB: analogia e princípios gerais do direito.
- art. 8º CLT: jurisprudência, analogia, equidade, princípios e normas gerais, usos e
costumes, direito comparado, interesse público.
- em processo e direito do trabalho, a JURISPRUDÊNCIA tem uma importante muito
grande, portanto consultar as súmulas TST e as OJ
6. Aplicação da lei processual no espaço e no tempo
ESPAÇO: art. 1211 CPC
- no Brasil: pode-se aplicar leis trabalhistas de outro país no Br., mas as leis
processuais devem ser brasileiras. Ex. bras.trabalhador da Parmalat na Argentina pode
fazer Reclamação no Br. Utilizando leis argentinas, mas a lei processual será brasileira.
- litispendência: há divergência, portanto NÃO existe litispendência. (exceção: caso
da Itaipú – Binacional) .
- homologação de sentença estrangeira: no STJ e alega coisa julgada material na
Justiça brasileira – art. 267 CC pode ser alegada a qq tempo.
- É possível a existência de 2 coisas julgadas material no ordenamento jurídico brasileiro?
Resp: Sim. Sentença estrangeira homologada e sentença. Nesse caso, prevalece a que
fizer coisa julgada primeiro.
TEMPO: art. 1211 CPC: vigência imediata.
7. Princípios do Direito do Trabalho
a. Oralidade
- praticar o ato processual oralmente e o juiz coloca na ata, portanto, não confundir com a
falta de escrita.
- depoimento de parte ou de testemunha é oral e reduzida a termo.
- é mais espontânea.
b. Concentração
c. Imediação
d. Inquisitivo
e. Irrecorribilidade das decisões interlocutórias
f. Conciliação
OBSERVAÇÃO MUITO IMPORTANTE!!!
- Em TODO texto (lei, etc.) em que estiver escrito junta de conciliação, substituir por
VARA DE TRABALHO. Caso contrário será descontado ponto na nota!!!!!!
SP, 18/02/2011
Princípios do Processo do Trabalho
ORALIDADE
art. 840, 847, 850
CONCENTRAÇÃO
art. 848
- Ex. audiência UMA: todos os atos processuais são praticados na mesma audiência.
- Exceção da audiência una: quando há necessidade de produção de prova.
IMEDIAÇÃO
art. 849
- “juízes temporários ou classicistas” = não existem mais no ordenamento jurídico.
- relação DIRETA entre o juiz e as partes, justamente para que o juiz possa aferir a
verdade dos fatos constantes na PI e na defesa.
- existência de certo “temor reverencial”: os formalismos da Justiça, a solenidade da
audiência, faz com que as testemunhas e as partes sejam instadas a falar a verdade.
INQUISITIVO
art. 765
- se contrapõem ao princípio dispositivo do processo civil, em que diz que compete às
partes as provas dos fatos (postura passiva do juiz) – juiz é um mero espectador dos
advogados fazendo suas provas.
- no princípio inquisitivo há determinação de provas pelo juiz. O juiz pode pedir prova para
esclarecer os fatos e apurar a verdade.
- Não deve ser interpretado como parcialidade, mas busca da verdade real.
- verdade formal: é aquela proclamada no processo, mas que às vezes não condiz
com a realidade. Ex. fato da PI = existência de “horas extras”. A reclamada não vai e é
revel. Pelas formalidades do processo, admite-se os fatos da PI, mas essa é uma verdade
formal pois os fatos não foram contestados.
- verdade real: é aquela advinda do contraditório em que há convencimento do juiz.
IRRECORRIBILIDADE DAS DECISÕES INTERLOCUTÓRIAS
art. 893, §1º CLT
- Em processo civil = agravo (art. 522 CPC) que pode ser retido ou de instrumento.
- Em processo do trabalho não existe esse tipo de agravo. Cabe protesto.
CONCILIAÇÃO
art. 764, 831, 846, 850 CLT
- terminologia: “dissídio” = ação
Dissídio individual = reclamação individual
Dissídio coletivo = ação do sindicato dos empregados contra o patronal
- princípio mais importante
- se os particulares estão encaminhando para a conciliação, a Justiça não deve interferir.
- na audiência, quando existe um movimento para o acordo, o juiz deve exortar as parte a
fazê-lo.
- vantagens da conciliação:
- as partes se harmonizam, atingindo uma finalidade SOCIAL: pacificação social.
- economia do sistema judiciário.
- o juiz não tem que julgar.
- a conciliação é possível em qualquer instância (mesmo na pauta de julgamento do TST.
- é obrigatória a proposição do acordo pelo juiz.
- renúncia: é unilateral; uma parte tem um direito e abre mão dele.
- transação (res dubia):
Ex. PI, pedidos: Depósito FGTS – 10 mil
Adicionais insalubridade – 4 mil
Total – 14 mil
Contestação: empresa reconhece a falta de pagamento do FGTS, mas não admite
que deveria pagar insalubridade. Propõe acordo de 7 mil.
- Nesse caso: não há controvérsia quanto ao FGTS e quanto a insalubridade é
necessária perícia.
- Se o acordo for feito: em relação ao FGTS, o empregado renuncia a 3 mil e há
transação quanto a insalubridade.
- Alguns alegam a irrenunciabilidade dos direitos trabalhistas, data vênia, estes
direitos são irrenunciáveis durante a duração do contrato de trabalho, mas não na
conciliação quando o contrato já acabou.
-
- o juiz não homologará acordo quando percebe que há vícios de consentimento.
art. 850 CLT
- necessidade de renovar a proposta de conciliação antes da sentença.
Organização da Justiça do Trabalho Instância Constitucional
STF
Instância Superior
STJ
TST
TSE
STM
2ª Instância
TJ
TRF
TRT
TER
TRM
(não existe, previsão CF)
1ª Instância
Varas Justiça Estadual
Varas Justiça
Federal
Varas do Trabalho
Zonas
Eleitorais
Auditorias militares
TST
- 27 ministros (21 juízes de carreira + 6 Quinto Constitucional (3 da OAB + 3 MPTL))
- idade mínima 35 e máxima 65 (para ingresso).
TRT
- composta por desembargador do Trabalho
- 2ª Região: grande SP e Baixada Santista (Santos, São Vicente, Praia Grande, Guarujá,
Bertioga).
- 15ª Região: Campinas (resto do Estado)
Varas do Trabalho:
- 90 Varas na rua Marques de São Vicente.
- composta por 1 juiz do trabalho.
- Matéria trabalhista: não tem jurisdição internacional (seria Haia), mas na Europa, em
Luxemburgo há julgamentos referentes à União Europeia.
- Outro tipo de competência: trabalhador brasileiro levado para trabalhar no exterior em
empresas brasileiras.
25/02/2011
COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA TRABALHO
Competência em razão da MATÉRIA
- é ABSOLUTA – ver art. 113, §2º CPC.
- fundamento constitucional: art. 114,I CF.
- exceção: funcionários públicos são trabalhadores, mas não reclamam na JT.
- EC 45/2004: imaginou-se que aumentaria a competência da JT, mas as decisões
STF têm limitado a competência da JT.
Ex1: advogado isolado que sempre trabalhou para uma mesma empresa; rompe-se
o vínculo, mas ele não pode reclamar na JT por se entender que é prestação de serviço.
Ex2: advogado associado em empresa que rompe vínculo, pode reclamar na JT
para verificar se havia subordinação.
Situações específicas em que há competência da JT:
- empregados regidos pela CLT e leis trabalhistas (domésticos, rurais).
- empregados avulsos (aqueles que prestam serviço por intermediação dos sindicatos
(não são empregados de ninguém) – ex. portuários. Com a privatização dos portos, está
acabando este tipo de trabalhador, sendo substituído pelos OGMO (órgão gestor de mão
de obra), nesse caso, reclama contra a cessionária do Porto).
- empregados públicos (aqueles que trabalham para a Fazenda Pública, Município,
Estado, União, DF, Fundações e Autarquias sem fins lucrativos) contratados pela CLT.
Ex. professores municipais, “marronzinhos”. No Estado de SP, há os “servidores” que
NÃO reclamam na JT: ex. polícia militar, justiça e polícia civil (são estatutários e reclamam
no Justiça Comum).
- Para diferenciar os trabalhadores CLTistas e estatutários, verificar o Fundo de Garantia:
se há Fundo de Garantia, são CLTistas, portanto reclamam na Justiça do Trabalho.
Competência da Justiça Comum:
Empresa Pública Federal (Correios) - CLT
Sociedade de Economia Mista Federal (Petrobrás) – CLT
CET empresa pública municipal – CLT
Hospital das Clínicas – CLT
Polícia militar – estatutário.
Ex. trabalhador trabalhava no Hospital das Clíncias (CLT) e passa em concurso para a
polícia (estatutário): para reclamar as horas extras do HC, tem 2 anos para entrar na
Justiça Comum. Para cada período, reclama na Justiça competente específica.
FGTS – questões
1- Empresa não deposita FGTS (8% da remuneração) ou venha fazendo depósito a
menor. Fundo de Garantia NUNCA é descontado do salário, ou seja, se o empregado
recebe mil reais, a empresa gasta mil reais + 80 reais que será depositado na FGTS.
- Competência: JUSTIÇA DO TRABALHO.
- Só empregado CLTista tem direito a FGTS. A vantagem de ser estatutário é a
estabilidade (a demissão só pode ocorrer por fato dado pelo trabalhador).
2- Cálculo inferior de correção monetária ou juros: empregado X CEF
- Competência da JUSTIÇA FEDERAL.
3- Compra de casa própria com FGTS quando há problemas de liberação do FGTS:
empregado X CEF.
- Competência da JUSTIÇA FEDERAL.
- outras situações em que pode ocorrer levantamento do FGTS: alguns tipos de
câncer,
4- Caso em que empresa despede por justa causa. Empregado entra com reclamação
trabalhista questionando a justa causa. JUSTIÇA DO TRABALHO. Pode ocorrer acordo
em que a empresa volta atrás, despede sem justa causa.
Questão da Santa Casa de Misericórdia
Empregado entra na Justiça reclamando falta de depósito de R$10 mil no FGTS. Santa
Casa reconhece que não houve o depósito, mas alega que não havia fundos para fazê-lo
sem prejudicar outros setores (farmácia etc).
Propõe pagar R$ 6 mil ao empregado. O juiz pode homologar este acordo?
- Há juízes que não homologam.
- Prof. Hermelino acha que pode haver homologação, mesmo se tratando de direito
indisponível. Simplesmente vai verificar se não há vício de consentimento etc.
Direitos indisponíveis: não podem ser renunciados sem a chancela do Judiciário.
(ou seja, pode haver homologação).
Direitos irrenunciáveis: não pode renunciar NUNCA.
Questões pré-contratuais
- há promessa de contratação, que não se concretiza.
- envolve um contrato de trabalho que não existe.
- empregado pede indenização (PD), mas deve PROVAR (grande problema) a
promessa.
- orientação do prof. : enquanto o trabalhador paga aviso-prévio trabalhando na
empresa antiga, assina com a nova empresa um CT com data para início em 30 dias.
Esse contrato seria a prova das condições acordadas.
- Competência da JUSTIÇA DO TRABALHO.
Questões de falência
- a partir da decretação da falência, o gestor é o administrador judicial (antes: síndico).
- Vara da Falência: corre a ação falimentar.
- Vara do Trabalho: correm as ações trabalhistas. Com a liquidação da sentença
(valor total), o empregado vai se habilitar na Vara de Falência da Justiça Comum
(somente para a execução) (crédito de até 150 salários mínimos (R$ 81.750,00 (R$
545,00) tem prioridade de pagamento como crédito trabalhista. Se o valor for maior, a
diferença entra como credor quirografário).
- Na P.I: fazer pedido SUCESSIVO no caso em que um prestador que não recebeu o total
e o advogado trabalhista acaba pedindo todos os direitos trabalhistas.
- Fazer pedido 1: reconhecer os vínculos; pedido 2: caso o sr juiz não reconheça o
vínculo, pede o restante do valor faltante.
SP, 06/3/2011
Competência em razão da PESSOA
- Na Justiça do Trabalho NÃO existe competência em relação à pessoa.
- Reclamante e reclamado não possuem nenhum privilégio.
- Não existe competência em relação à pessoa na Justiça do Trabalho
Competência em razão do LUGAR
Art. 651
- Situação em que o empregado pode ser reclamado: abandono de emprego. A empresa
quer pagar as verbas rescisórias.
- RELATIVA: cabe parte adversária (reclamada) arguir exceção de competência em razão
do lugar. Se não arguir, convalida.
- Há casos em que o juiz argui de ofício a exceção de competência em razão do lugar
(exemplo: reclamações ajuizadas em São Carlos referentes à Usina de Porto Ferreira. Por
comodidade dos advogados, não arguiam exceção de competência. A juíza,
sobrecarregada o fez de ofício. A competência em relação ao lugar é de natureza
administrativa, ou seja, para dividir as ações entre as comarcas.).
1)
Regra geral ( Art. 651, caput) –
- Vara do Trabalho do local da prestação de serviços. .
2)
§1º, art. 651: agente ou viajante comercial:
- VT do local da agência ou do domicílio do empregado.
(antigamente enquadrava o caixeiro viajante; hoje enquadra os propagandistas do
laboratório).
3)
§3º, art. 651: atividades em diferentes localidades:
- VT do local da celebração do contrato ou
- VT do local da prestação de serviços.
Exemplo: técnico de som e iluminação de bandas, peças de teatro.
4)
§2º, art. 651: brasileiro, contratado no Brasil, local de trabalho no estrangeiro.
- pode ajuizar a Reclamação no Brasil, mas...
- direito material é do local (fazer a tradução) - lex loci executionis
Não se trata de hipótese de violação de soberania.
- Hipótese de violação de soberania: brasileiro trabalha em embaixada ou consulado (que
não paga FGTS). Forma mais correta: via diplomática (escrever para o Itamaraty).
Ler Francisco Rezek (se o país estrangeiro abrir não de sua soberania e comparecer na
JT para contestar, a sentença, é considerada válida). Na realidade, a imunidade de
execução continua.
PRESCRIÇÃO, DECADÊNCIA, PRECLUSÃO, PEREMPÇÃO
Prescrição:
Decadência: perda do direito material (deixa de existir)
Perempção: (art. 268 CPC)
Preclusão: impossibilidade de renovar ato processual porque 1) ato já foi praticado
(consumativa); 2) ato conflitante com ato já praticado (lógica); 3) temporal.
PRESCRIÇÃO TRABALHISTA
Art. 7º, XXIX CF
- única prescrição constitucional.
- 2 parâmetros:
- QUINQUENAL: dá direito a reclamar os últimos 5 anos dos créditos trabalhistas.
- BIENAL: o empregado tem 2 anos para ajuizar a Reclamação Trabalhista.
* ou seja, quanto mais rápido entrar com a ação, maior tempo trabalhado vai
atingir.
- a prescrição é um instituto criado para proteger o devedor, portanto em casos de dúvida,
deve ser interpretada a favor deste.
- Orientada 3 propósitos principais:
1- pacificação das relações sociais (não ficar toda a vida sujeita a ação judicial);
2- limitação dos arquivos (não guardar os recebidos indefinitivamente);
3- segurança dos negócios jurídicos (mais importante) – na JT não há harmonia
das condenações, havendo grande discrepância entre as sentenças de diferentes juízes.
(mediante fatos similares: juiz 1 condenada em $ 50, juiz 2 condenada em $ 250).
Exemplo: compra de restaurante: colocar no contrato que o vendedor (antigo proprietário)
responde por 5 anos pelas dívidas (inclusive trabalhistas) e dá como garantia um imóvel
(comercial, para não alegar bem de família). Se aparecer reclamação trabalhista do
período do dono anterior (e dentro dos 5 anos), o novo proprietário responde, mas o
contrato dá ensejo a regressiva.
A saber:
Admissão: 15/01/1998
Demissão: 15/01/2008 (10 anos)
Pode reclamar até 15/01/2010 (ocorre a prescrição total).
Caso 1: RT em 15/07/2009 (dentro do prazo)
- retroage 5 anos da data da RT, ou seja: até 15/07/2004. Ganha os créditos
trabalhistas de 15/07/2004 até 15/01/2008 (data da demissão).
98 99 00 01 02 03 04 05 06 07 08 09 10 11 15/01 15/01
15/01
15/07 x x x x RT 15/07
25/3/2011
Para efeitos de prescrição: se em 5 anos aparecer um problema decorrente de acidente
de trabalho, a prescrição bienal não se aplica. É exceção da regra.
O adicional de insalubridade não exime o empregador de indenizar.
PROCEDIMENTOS (RITOS) PROCESSUAIS
Sumaríssimo
Art. 852-A até 852-I da CLT
Valor da causa: até 40 salários mínimos (hoje, R$21.800,00)
- mesmo em SP que o piso é diferenciado, a Justiça do Trabalho e o Direito do Trabalho
são federais, não se aplica o piso regional, mas o nacional.
Ordinário
Valor da causa: superior a 40 salários mínimos e de qualquer valor sendo a reclamação
trabalhista contra a Fazenda Pública.
Exemplo: Reclamação Trabalhista de empregado da Prefeitura, independente do valor.
Fazenda Pública: União, Estados, Municípios, DF, autarquias (INSS, USP etc.) e
fundações públicas.
- Empresas públicas não têm esse privilégio (Banco do Brasil etc.).
Rito de Alçada
Art. 2º, §3º e 4º da Lei 5.584/70 até 2 salário mínimos.
- Muito pouco usado (prof. nunca viu).
- os atos processuais não são todos registrados (são orais), apenas o resultado.
- Na realidade, as reclamações são processadas tendo por valor 2 salários.
- Na Justiça do Trabalho: a parte não pode escolher o rito. Independente do valor
calculado na PI. O juiz muda o rito, conforme seu entendimento.
- Por outro lado, se um novo valor for aferido no correr da instrução, não há mais
mudança do rito.
- Ex1. Reclamação de horas extras e adicionais coletivos (mas nessa categoria específica
é maior). De plano, o juiz não percebe que o valor base é maior e inicia a instrução no rito
sumário. Deve permanecer até o final nesse rito.
- Ex2: Reclamação com valor maior de 40 mil (ordinário), mas só há prova de direito em 8
mil durante a instrução.
- Iniciada a instrução processual, NÃO mais será alterado o rito do processo.
- O momento de se impugnar o valor da causa é ANTES da instrução.
- Processo do trabalho (igual ao rito sumário do civil): a parte deve apresentar
contestação na audiência.
Audiência una
- Caso contrário: o juiz recebe a contestação, propõe acordo e dá tempo para as partes
resolverem.
Petição inicial
- Processo Civil: art. 282 CPC
- valor dos pedidos.
- Processo Trabalho: art. 840, §1º CLT (está aquém do art. 282 CPC)
- escrita
- verbal
- Não há tanto rigor na PI trabalhista quanto a PI do CPC.
- O processo trabalhista é mais SIMPLES que o COMUM, não é mais informal (não
confundir).
- Se na PI pede-se “depósitos fundiários”, o juiz entende FGTS.
- Gratificação de natal (nome correto): no Sul chamado de 13º salário, no Nordeste
chamado de abono de Natal.
Cuidado ! ERRO CRASSO:
- Depósito Fundiário: tem a ver com o fundo agrário. NÃO se trata de depósito do fundo
de garantia.
- Depósito no FGTS: forma correta para se referir a esse direito trabalhista.
- “Fundiário” NÃO se refere ao FGTS, mas a agrário.
Partes
- RECLAMANTE (autor)
- RECLAMADA (ré)
Nome da ação
- RECLAMAÇÃO TRABALHISTA ( nomenclatura da CLT)
Normas de abreviação
- Microsoft: 3 primeiras letras.
- Se quiser: (...) o reclamante, doravante chamado de recte., e o reclamado....
Aditamento de PI
- CC: citado o réu, não é possível aditamento da PI nem a desistência da ação sem
anuência do réu.
Art. 841 CLT
- Na JT: a reclamada é citada a COMPARECER no prazo de no mínimo 5 dias para
audiência.
- Na JT: protocolada a PI, marcada a audiência, o reclamante percebe que esqueceu um
pedido. Pode fazer aditamento enviando uma cópia à reclamada com 5 dias de
antecedência da audiência.
- Situação 1: recebido o aditamento com 3 dias de antecedência. Marca-se nova
data para audiência, mas a ré deve comparecer na audiência.
- Situação 2: recebido com apenas 1 dia de antecedência: não precisa comparecer
na audiência (será declarada revelia), mas o advogado da reclamada deverá fazer petição
provando a notificação na empresa com apenas 1 dia de antecedência da audiência e
invocando o art. 192 CPC.
Art. 192 CPC
Quando a lei não marcar outro prazo, as intimações somente obrigarão a comparecimento depois de
decorridas 24 (vinte e quatro) horas.
-O aditamento da PI é possível desde que com antecedência suficiente para a cópia
desse aditamento chegar á reclamada antes da audiência.
LITISCONSÓRCIO ATIVO
Art. 842 CLT
- Quando ocorrer identidade de matéria
- reclamada: mesmo empregador.
- Ex1. enfermeira e atendente de enfermagem e motorista da ambulância contra
Hospital por conta do valor do vale refeição.
- Ex2: enfermeira pede direito próprio e motorista direito próprio (matéria diferentes)
– não é possível litisconsórcio.
LITISCONSÓRCIO PASSIVO
Art. 2º, §2º, CLT
Grupos de Empresas
- Exemplo: Grupo Silvio Santos (abre e fecha empresas), portanto, estando no
polo passivo, arrolar: STB, Holding Baú da Felicidade, Banco Panamericano etc.
Súmula 331 TST:
- Ex1. vigilante de empresa de segurança (trabalhou nos bancos Itaú, Bradesco, BB): para
receber horas extras não pagas: entra com RT contra a empresa de vigilância e,
subsidiariamente contra as tomadoras.
- Ex2. Na construção civil: pode ocorrer responsabilização até mesmo do dono da obra,
subsidiariamente.
Art. 455, CLT
Exemplo: reforma do Hospital Santa Catarina
Cláusula no contrato com terceiros.
“o pagamento para a empresa prestadora de serviço condicionado à exibição dos
pagamentos dos direitos trabalhistas dos trabalhadores”.
Correção da prova exercício
Questão 1
Princípio da concentração
Consiste na prática de todos os atos processuais em uma única audiência. No processo
do trabalho é designada como audiência uma, portanto, devem comparecer as partes e
suas testemunhas também. Somente se houver necessidade de redesignação de
audiência para realização de uma perícia ou prova decorrente dos fatos alegados é que o
juiz fracionará a audiência. Todos os processos do procedimento sumaríssimo devem ser
em audiência uma.
Princípio da oralidade,
Princípio da imediação (um advogado não pode fazer perguntas diretas para a parte
contrária. Somente através do juiz. É a relação direta entre o juiz e as partes. As partes
não podem deixar de comparecer em Juízo mandando uma declaração com todos os
fatos porque violaria o princípio da imediação bem como o do contraditório.
Princípio da irrecorribilidade das decisões interlocutórias: não existe agravo de
instrumento nos moldes dos art. 512 CPC. Das decisões interlocutórias não cabem
recursos. Se houver necessidade, o reclamante deverá entrar com recurso ordinário para
relatar o que aconteceu. Ex. juiz nega a anexação de documento fundamental. Como não
existe recurso de decisão interlocutória, cada à parte protestar daquela decisão no
momento em que ela ocorrer para que não haja preclusão.
Caso haja decisão desfavorável à parte, ela deverá consignar seus protestos, ou em
audiência ou em petição quando ocorrer fora da audiência. Art. 893, §3º.
Princípio da conciliação (que o prof. reputa o mais importante – portanto, “enaltecer”!!!!)
Quando as partes querem fazer acordo, ele deve aceitar o acordo ficando atento à
vontade das partes e se o acordo não viola o que é disposto em lei (por exemplo, não
pode aceitar acordo que não contempla vínculo empregatício quando ambas alegam que
houve). Os direitos do trabalho NÃO são indisponíveis. Falar sobre a pacificação entre as
partes. Economia processual.
Princípio inquisitivo – além da prova produzida pelas partes, o juiz PODE pedir outras
provas.
Art. 130 CPC e 765 CLT.
Exemplificar: a prova não deslindou a controvérsia, por exemplo: reclamante alega que
pagava por fora. Juiz pode pedir extratos bancários para comprovar.
2- Com a falência a PJ deixa de existir e surge uma massa,
A reclamação trabalhista continuará na JT até a sentença quando o juiz homologa
determinado valor. No entanto, o juiz não poderá executar esse valor. O requerente
receberá uma certidão que o habilitará no processo falimentar. Terá prioridade de
tramitação no valor em até 150 salários mínimos.
Empresa em recuperação judicial não goza desse benefício.
Estudar liberação de fundo de garantia, doença etc. : competência da Justiça Federal e
não da Justiça do Trabalho.
3- Problema
Admissão: 01.01.2006
01.01.2007
Demissão: 30.06.2007
1ª RT: 20.07.2008 (retroatividade de 5 anos)
2ª RT: 30.10.2009 (retroatividade de 5 anos)
- não houve prescrição bienal
- não houve prescrição quinquenal
Direitos:
FÉRIAS
- férias simples (01.01.06 – 30.06.07)
- 6/12 proporcionais (01.01.06 – 30.06.07) + 1/3
- aviso prévio (30.06.07 – 30.07.07)
- em tudo, buscar o fundamento legal
OBS
(se fosse demitido depois do período concessivo da empresa, as férias seriam EM
DOBRO. Ex. fazer exercício em que o trabalhador é admitido em 01.01.2005) - Na prova,
o problema envolverá férias em dobro.)
Resposta correta (dissertativa, não fazer tabela)
O empregado terá direito a um período de férias em dobro correspondente a um período
aquisitivo de 01.01.2005 a 01.01.2006.
(....) um período de férias simples correspondente ao período aquisitivo de 01.01.2006 a
01.01.2007.
(...) a férias proporcionais de 01.01.2007 a 30.06.2007 – 6/12.
(...) 1/12 correspondente a aviso prévio indenizável.
(...) todas as férias devem ser pagas com acréscimo de 1/3 constitucional (art. 7º, XVII
CF)
HORA EXTRA (1h por todo período contratual)
Obs: a hora extra tornou-se habitual (também é devida no aviso prévio)
Indenização: súmula 291 (não cai na prova)
- o trabalhador terá direito a 1 hora extra por dia adicionada de 50% constitucional.
01.01.05 a 30.07.07 (conta-se o referente ao mês do aviso prévio não cumprido, ou seja,
foi trabalhou até 30.06.07, mas receberá até 30.07.07).
OBS... PEGADINHA !!! se a prescrição atingisse 01.01.2005 e o trabalhador já tivesse
trabalhando (há 10 anos), deveria contar as horas extras referentes a dez.2004 porque o
pagamento é no 5º dia útil do mês de jan.2005, portanto, não está prescrito.
ADICIONAL DE PERICULOSIDADE
(todo o período – 01.01.2005 – 30.06.2007)
- esse pedido está prescrito pela prescrição bienal.
- julgar com julgamento do mérito art. 269 CPC.
- No CC, art. 219 – juiz conhece de ofício a prescrição. Na JT isso está ocorrendo cada
vez mais.
- nesse caso, quem pagará o laudo pericial do engenheiro?
- TST: objeto da perícia (periculosidade) está prescrito, portanto a perícia deverá
ser paga pelo reclamante.
- se outro reclamante sobre periculosidade usar esse laudo, ninguém pagará o
perito porque ele já reclamou.
- se na reclamação trabalhista o pedido fosse de declaração de trabalho perigoso.
Nesse caso, a sentença será positiva e a reclamada pagaria as custas do perito.
29/04/11
- litisconsórcios
- jus postulandi: art. 791 – pode ser exercido na 1ª instância e no TST.
- arquivamento: art. 844
- revelia: art. 844
- preposto: art. 843
- exceções: arts. 799 e 800 – suspeição/impedimento do juiz ou incompetência em razão
do lugar.
Súm. 214, TST
- contestação: CPC, art. 302 – princípio da eventualidade
- reconvenção: arts. 315 a 318 – se faz necessária quando o pedido da Reclamada não
possa ser feito na contestação (art. 477,§5º).
- inquérito para apuração de falta grave (arts. 853 a 855)
06/05/11
Audiência Trabalhista
- instalação: arts. 843 e 844
Se a Reclamada não comparecer, verifica-se a revelia.
- princípio da marcação irrevisível dos atos processuais
- tentativa de conciliação: art. 846
Deve ser realizada antes da Reclamada entregar a contestação. O termo de conciliação
não tem natureza decisória. O Juiz homologa. É ato das partes.
- entrega da(s) defesa(s) na audiência (art. 847): exceções, contestação, reconvenção
Provas no Processo do Trabalho
- CLT, arts. 818 a 830
- CPC, arts. 332 a 443
Em geral, a prova é feita para convencimento do Juiz.
Objeto da prova: são os fatos controvertidos (contestado pela parte contrária) e
relevantes.
Máxima de experiência (CPC, art. 335): juízos formados pelo que ordinariamente acontece
no meio trabalhista
O Juiz não pode basear-se em fatos de seu conhecimento para proferir sua decisão.
Verdade formal: resultante do processo.
Verdade real: quando a prova dos fatos constata o que aconteceu no mundo físico.
Ônus da prova: é o encargo de provar uma alegação.
Meios de Provas
- documental, deve vir com a petição inicial e com a contestação
- art. 830: cópias originais ou autenticadas
Não há necessidade de cópias autenticadas, desde que apresentada a cópia original se for
impugnada. A impugnação tem que ser quanto ao conteúdo.
- CPC, art. 397: documentos novos ou para contraprova
- incidente de falsidade (CPC, art. 389): a falsidade de assinatura tem que ser provada por
quem alega.
13-05-2011
MEIOS DE PROVA
1- Documental: art. 396 do CPC, art. 397 do CPC.
2- Depoimentos das partes
- as partes não fazem compromisso de dizer a verdade.
- em geral, primeiro o reclamante e depois a reclamada (que pode ser representada
por preposto).
- isso não lhes dá o direito de mentir, caso em que se configura litigância de má-fé
(art. 14 a 16 CPC).
- a parte que mentir não responde por crime, mas responde por litigância de má-fé.
3- Testemunhas
- prestam compromisso de dizer a verdade.
- se mentirem, respondem por crime de falsidade testemunhal (CP).
- 2 testemunhas para cada parte no rito Sumaríssimo.
- 3 testemunhas para cada parte no rito Ordinário
- 6 testemunhas em inquérito para apuração de falta grave.
- Apuração de falta grave: nos casos de falta grave de dirigentes sindicais (que têm
estabilidade), antes de serem despedidos deve-se fazer a apuração de falta grave.
- art. 829 CLT: Art. 829 - A testemunha que for parente até o terceiro grau civil, amigo íntimo ou inimigo de qualquer das
partes, não prestará compromisso, e seu depoimento valerá como simples informação.
- se testemunhas forem parentes (ate 3º grau), amigos íntimos ou inimigos prestam
depoimentos como informantes.
- não existe hierarquia entre os meios de prova podendo o informante prestar prova
mais sólida do que outros meios, inclusive testemunhas.
- não existe rol de testemunhas. Cada parte deve levar suas testemunhas.
- carta precatória: exceção. Somente quando se prova impossibilidade econômica
de trazer a testemunha. (art. 825 e art. 829 CLT)
- sobre fatos incontroversos não há necessidade de oitiva de testemunha.
4- Perícias
- art. 195 CLT Art . 195 - A caracterização e a classificação da insalubridade e da periculosidade, segundo as normas do
Ministério do Trabalho, far-se-ão através de perícia a cargo de Médico do Trabalho ou Engenheiro do
Trabalho, registrados no Ministério do Trabalho.
- obrigatória nos casos de:
insalubridade
periculosidade
médicas
- doenças profissionais
- acidentes de trabalho
- mesmo procedimento do CPC:
- juiz nomeia perito
- partes nomeiam assistente técnico e fazem quesitos.
- quem paga os honorários do perito? A parte vencedora do pedido de perícia. (ex.
reclamante faz pedido sobre periculosidade que é constatada pelo perito. No entanto,
havia prescrição. Portanto, o reclamante paga o perito mesmo que a perícia tenha sido a
seu favor. Houve sucumbência em relação ao pedido).
- os honorários do perito devem corresponder às despesas havidas e são
arbitrados pelo juiz. Na Justiça do Trabalho, em geral, os honorários são arbitrados após
a apresentação do laudo.
- quando o reclamante pede assistência judiciária, o Tribunal paga as despesas do
perito que não ultrapasse R$1.000,00.
Art. 850 CLT Art. 850 - Terminada a instrução, poderão as partes aduzir razões finais, em prazo não excedente de 10
(dez) minutos para cada uma. Em seguida, o juiz ou presidente renovará a proposta de conciliação, e não
se realizando esta, será proferida a decisão.
- após a instrução processual, o juiz faz mais uma proposta de conciliação.
Sentença trabalhista
- 3 partes:
Relatório
- dispensado no sumaríssimo.
- necessário no ordinário,
- deve ser muito sucinto.
Fundamentação
- art. 300, art. 301, art. 302 CPC: para estabelecer a ordem do exame dos pedidos.
- (i) dano moral, (ii) caracterização de vínculo de emprego e (iii) justa causa: são
pedidos que devem ser muito bem fundamentados.
Ex: Pedido: (i) período de 2 meses sem registro, (ii) falta de aviso prévio, (iii) horas extras;
(iv) multa do art. 477; (v) adicional de periculosidade; (vi) desconto ilegal há 2 anos de
vigência do contrato de trabalho, (vii) diferenças de FGTS.
Os pedidos podem ser feitos nessa ordem? NÃO. Deve-se obedecer a ordem cronológica
dos acontecimentos. Portanto, a ordem dos pedidos deveria ser: (i), (vi), (iii), (vii), (iv), (ii),
(v).
- não deve haver citação de outras decisões jurisprudenciais, salvo se muito
importante.
Conclusão (no processo civil, chamada de dispositivo)
- é o resultado objetivo dos pedidos do reclamante.
- não há necessidade de colocar o que não foi concedido.
- devem constar honorários do perito e custas.
- deve constar as contribuições previdenciárias e impostos devidos.
- em caso de omissão (art. 535 a 538 CPC) cabem embargos de declaração.
“diante do exposto, superadas as premilinares, julgo procedente parte do pedido
condenando a reclamada a pagar...”
RECURSOS NO PROCESSO DO TRABALHO
- Natureza jurídica do recurso: é a mesma natureza jurídica da ação, do processo,
porque significa a continuidade do exercício do direito de ação em razão do resultado.
- Natureza jurídica da ação: ação é um direito público, subjetivo, autônomo, assegurado a
todos, constitucionalmente de obter uma tutela jurisdicional, ainda que negativa.
- Ação é direito público subjetivo.
Requisito essencial: sucumbência (art. 499 CPC).
- Legitimidade para recorrer da sentença:
- parte vencida
- terceiro prejudicado (litisconsorte que ingressou no processo)
- MP
ELEMENTOS EXTRÍNSECOS (externos)
- verificáveis pelo juiz prolator da decisão recorrida.
- forma correta da petição do recurso.
1- endereçamento correto (para o juiz que proferiu a sentença)
2- petição de capa do recurso,
3- prazo
4- preparo
- recolhimento de custas
- depósito recursal
5 razões do recorrente
Se houver contrarrazões do recorrido:
6- petição de capa
7- contrarrazões
- 8 dias da data da publicação da sentença.
- 8 dias da intimação para apresentação de contrarrazões (é facultativo).
- não há necessidade de pedido de notificação da parte contrária. Pede-se que após o
regular processamento seja encaminhado ao Tribunal.
- para o recorrido: petição de capa mais contrarrazões.
- Aplica-se o princípio da fungibilidade dos recursos.
20-05-2011
ELEMENTOS INTRÍNSECOS (internos)
1- razões do recorrente
- funcionam como contestação, mas não tem os mesmos efeitos da contestação na
medida em que não prejudicam.
2- contrarrazões
- não são obrigatórias.
- a não apresentação não presume que os fatos alegados são verdadeiros.
Elementos
Petição de capa
- dirigida ao juiz prolator da sentença ou acórdão.
Endereçamento e forma
- ressalvado o princípio da fungibilidade.
- Por exemplo: o número do processo completo está correto, mas a Vara está errada,
aceita-se a peça.
Prazos
- em regra: 8 dias.
- Embargos de Declaração: 5 dias.
- Pedido de revisão do valor da causa: 48 horas,
- Contagem: exclui o dia do começo e inclui o dia do vencimento (art. 184, CPC).
OBS: Embargos da Execução (5 dias): não tem natureza de recurso, mas natureza de
AÇÃO. (admite que o credor também embargue em relação aos cálculos).
Preparo
- compreende: (i) custas e (ii) depósito recursal.
- Preparo de RECURSO ORDINÁRIO (RO)
- custas: 2% do valor da condenação na sentença ou
2% do valor da causa quando totalmente improcedente os pedidos.
- RO: examina matéria de fato e de direito.
- Exemplo:
- matéria de fato: “horas extras para trabalhadores em geral”.
- matéria de direito: “FGTS para domésticos”.
- RO: endereçado para o TRT.
OBS:
1- Beneficiário da Justiça Gratuita: isento das custas.
- Se reclamante entra com ação chamada “temerária” (pouca certeza dos direitos)
ou com valor de dano moral absurdo. A parte contrária pede litigância de má-fé. Se o juiz
conceder, não dá os direitos da justiça gratuita e o reclamante deverá pagar a
sucumbência.
- Justiça gratuita: 2 salários mínimos ou art. 790, §3º, CLT (alegação de que
pode haver comprometimento do sustento da família).
- o juiz pode dar de ofício.
- o reclamante pode pedir o benefício da Justiça Gratuita a qualquer hora.
- o reclamante pede o benefício na petição de capa e a reclamada contesta na
petição de capa.
2- Fazenda Pública, União, Estados, DF, Municípios e autarquias públicas não
pagam custas e MP (polo ativo de ação civil pública) (art. 790-A, CL).
EXEMPLO prático (como será feito em provas)
1- CUSTAS
- Petição inicial: valor da causa = R$ 35.000,00.
- se totalmente improcedente: custas = R$ 700,00 pagos pelo reclamante.
- se beneficiário da Justiça Gratuita, constará na sentença... “condenado ao
pagamento de custas no valor de R$ 700,00 das quais fica isento (art. 790-A, CLT).”
2- SENTENÇA CONDENATÓRIA = R$20.000,00
- custas de R$400,00 pagos pela reclamada.
OBS 1: não existem custas proporcionais na Justiça do Trabalho. Ou as custas são
pagas pela RECLAMANTE, se pedido TOTALMENTE improcedente, ou pela
RECLAMADA se houver qualquer procedência.
OBS 2: Reconvenção (julgada na sentença): nesse caso, paga quem perder.
Por exemplo: reconvenção no valor de R$4.000,00 (custas de R$80,00). Devem
ser pagos pela Reclamante, se considerada procedente, e pagos pela Reclamada
se considerada improcedente. O pedido da reconvenção pode ser independente do
pedido da causa, portanto, poderá ocorrer situação em que a Reclamada perca o
pedido principal (e pague as custas referentes), mas ganhe a reconvenção (e as
custas serão devidas à reclamante). É exceção da regra geral de que ou a
reclamante ou a reclamada paga as custas.
- as custas são destinadas à União.
Depósito recursal
- Prazo: 8 dias.
- A soma dos depósitos recursais NUNCA ultrapassa o valor da condenação.
- O depósito será em conta do FGTS do reclamante na CEF (se a conta já existe, vai para
esta como uma diferença para não ser movimentada).
Valores
- para RO (Recurso Ordinário) = R$ 5.889,50
- para RR (Recurso de Revista) = R$ 11.779,00
- (valor máximo recolhido, desde que o valor da condenação seja igual ou superior
a este valor. Se for inferior, o depósito será igual ao valor da sentença condenatória
(lembrando que o valor da sentença é sempre “estimado”, portanto somente na liquidação
as custas serão complementadas por quem de direito).
- se o Tribunal mantiver a condenação e não aceitar o recurso, a reclamada poderá
levantar os valores depositados (na prática: perde as custas, levanta o depósito recursal).
- reclamante NUNCA faz depósito recursal, apenas a reclamada.
EXEMPLO 1
- sentença condenatória = R$ 15.000,00, custas R$ 300,00.
- Reclamada faz RO, com depósito recursal = R$ 5.889,50.
- TRT mantém a condenação em R$ 15.000,00.
- Reclamada entra com RR no TRT, com depósito recursal de R$ 9.110,50
(15.000 (condenação (-) 5.889,50 (já depositado)).
EXEMPLO 2
- não se aproveita o valor pago no RO para abater do RR.
- Sentença condenatória = R$ 20.000,00, custas R$ 400,00.
- RO, com depósito de R$ 5.889,50. Se perder e quiser recorrer ao TST:
- RR, com depósito de R$ 11.779,02 (20.000,00 – 5.889,50 = R$ 14.110,50, maior que o
teto, portanto, paga-se o teto.).
Natureza jurídica de custas: TRIBUTO (taxa paga pelo serviço jurisdicional)
- custas no valor até R$10,56, é isento (valor da causa de R$500,00)
- é uma garantia para recorrer em favor do reclamante.
Terminologia:
- RECOLHER custas
- DEPOSITAR depósito recursal
OBS:
- Dispensados de depósito recursal:
- Massa falida
- Fazenda Pública
- Exemplo em relação à pessoa física: idoso (reclamado) condenado por empregada
(reclamante). Idoso quer recorrer e pode pedir isenção de custas, recebendo. NÃO
poderá pedir isenção de depósito recursal, porque este é uma garantia da condenação.
Nos casos abaixo, o Tribunal mantém a condenação do Juiz de 1º grau.
$ CONDENAÇÃO CUSTAS Depósito recursal RO
Depósito recursal RR
R$ 3.000,00 R$ 60,00 R$ 3.000,00 R$ 0,00
R$ 5.000,00 R$ 100,00 R$ 5.000,00 R$ 0,00
R$ 10.000,00 R$ 200,00 R$ 5.889,50 R$ 4.110,50
R$ 15.000,00 R$ 300,00 R$ 5.889,50 R$ 9.110,50
R$ 20.000,00 R$ 400,00 R$ 5.889,50 R$ 11.779,02
R$ 30.000,00 R$ 600,00 R$ 5.889,50 R$ 11.779,02
OBS: só haverá pagamento de custas para RR se o Tribunal aumentar o valor da
condenação. Nesse caso, será a diferença entre o novo valor devido (2% da condenação)
e o que foi pago na interposição do RO.
27-05-2011
RECURSO DE REVISTA
Exemplo:
- Pedido de trabalhador doméstico: horas extras e FGTS.
- Vara do Trabalho (VT): sentença não concede FGTS.
- Trabalhador entra com recurso (RO): TRT reforma concedendo FGTS.
- Empregador entra com recurso (RR): TST reforma decisão do TRT negando
FGTS ao doméstico. A revisão foi possível, pois o RR só analisa matéria de direito.
Matéria de direito, suscetíveis de RR: art. 896, CLT:
a. Quando há interpretação diversa de lei federal por TRT’s diferentes.
- Quando dentro do mesmo Tribunal, há divergência entre as Turmas: o advogado
pede “Recurso de incidente de uniformização de jurisprudência”. No RO, o
advogado já cita o entendimento da Turma que quer ser aplicada ao seu caso.
- Lembrando: o TRT de SP é dividido em 2, sendo caso excepcional.
- é matéria de direito.
b. Interpretação diversa de ACT, CCT ou sentença normativa.
- a força normativa das três é a mesma.
- Há empresas que abrangem mais de um Estado (ex. sindicato dos petroleiros, de
base nacional; sindicato do aeroviários, idem. Esses sindicados fazem Acordo
Coletivo para ser aplicado em todo território).
- sentença normativa: é uma sentença proferida em dissídio coletivo (julgada pelo
TST) e abrange a área de mais de um Tribunal. Ocorre entre sindicatos: sindicato
de trabalhadores entra na Justiça contra o sindicato patronal. É julgado por
sentença normativa.
c. violação literal de dispositivo de lei federal ou da CF.
- situação em que o Juiz ignora a lei (como se desconhecesse). Não se confunde
com interpretação divergente.
Exemplo: Trabalhador entra contra empresa que prometeu emprego, mas
quando o trabalhador está terminando de cumprir o aviso-prévio na empresa
antiga, a nova empresa retrocede. Não há contrato de trabalho. Se o juiz julgar
improcedente porque não há amparo pelo lei trabalhista, o trabalhador pode entrar
com RR pois o juiz não aplicou lei civil que dá indenização por dano material. A
competência é da Justiça Trabalhista, apesar de que o juiz deveria ter aplicado o
Código Civil.
- Forma: art. 896, §1º ao §6º, CLT.
AGRAVO DE INSTRUMENTO
Art. 897, “b”
- Finalidade: fazer subir o recurso que foi proposto e recusado.
- Cabimento: das decisões denegatórias de interposição de recurso (Recurso Ordinário,
Recurso de Revista, Recurso Adesivo).
- Não há preparo.
RECURSO ADESIVO
- Tem as mesmas características do processo civil.
- Se a parte desistir do recurso principal (RO), o recurso não será conhecido.
- Art. 500 CPC (não é específico do processo de trabalho, mas se aplica).
Exemplo:
- Pedido: 10 itens, total R$30.000,00. Sentença condena R$15.000,00, em 6 pedidos,
portanto, ambos são sucumbentes.
- o Reclamante interpõe RO (em 8 dias da sentença) dos pedidos não concedidos (não
precisa pagar depósito recursal, nem custas – só paga custas se for totalmente
sucumbente). O Reclamado não interpõe recurso (não quer pagar preparo).
- O Juiz intima a Reclamada para apresentação de contrarrazões (em 8 dias). Nesse
prazo, ela pode entrar com RA dos pedidos em que sucumbiu. Deverá pagar custas de
R$300,00 (2% da condenação de 15 mil) e depósito recursal de R$ 5.889,50. Se o
reclamante desistir, o RA não será conhecido. Devolução do dinheiro pago. 2 correntes:
alguns entendem que não devolve o depósito recursal que servirá de depósito de
parte do pagamento da condenação.
alguns entendem que não sendo conhecidos, a reclamada pode levantar o valor
depositado.
sempre perderá as custas.
- Resposta da prova: não tem direito à devolução das custas, mas tem direito à
devolução do depósito recursal.
- Se o depósito não for devolvido, cabe MS.
EMBARGOS DE DECLARAÇÃO
- art. 535- 538 CPC
- art. 897-A, CLT
- Dirigido ao prolator da decisão.
- Prazo: 5 dias da publicação da sentença.
- Cabimento: omissão, contradição ou obscuridade em sentença ou acórdão.
(no caso desses problemas em decisão interlocutória (despacho), petição simples
requerendo esclarecimento da questão).
- interrompe o prazo para interposição de outros recursos.
03-5-2011
Revisão
RO: das sentenças da Vara do Trabalho para TRT, matéria de FATO e de DIREITO
(art. 895). Se houver embargos de declaração (5 dias) da sentença da VT, não se inicia o
prazo (interrompe) para o RO.
RR: do acórdão do TRT para o TST. Somente matéria de DIREITO. (art. 896, “a”, “b”,
“c”).
- prazo para ambos: 8 dias.
- Súmula TST, 197: as partes já saem intimadas da audiência, da data em que a
sentença será publica. O prazo de 8 dias começa a correr a partir do dia seguinte da
publicação. Se a sentença não for publicada no dia determinado na audiência, somente
nesse caso as partes deverão ser intimadas pessoalmente.
- PREPARO: custas + depósito recursal
1) Custas: 2% (na prova, não basta colocar 2%, deve-se colocar o valor da conta).
Valor da causa: R$30.000,00.
Exemplo 1
Valor da condenação: R$20.000,00
a) RO da reclamada: custas: R$400,00
Exemplo 2
Todos os pedidos IMPROCEDENTES
a) valor da condenação: R$0,00
b) RO da reclamante: custas: R$600,00 (se beneficiário da justiça gratuita: R$0,00).
OBS: Reclamada não pode interpor recurso por falta de interesse recursal.
Exemplo 3
10 pedidos, 4 atendidos
Valor condenação: R$4.000,00
a) Custas: R$80,00.
b) Depósito recursal: R$4.000,00.
Exemplo 4
Valor da condenação: R$20.000,00
a) RO da reclamada
- custas: R$400,00
- Depósito Recursal: R$5.889,50.
a.1) TST: reforma sentença: condenação em R$15.000,00
- custas: R$ 0,00 (já foi depositado R$400,00, superando o valor devido)
- Depósito recursal: R$9.110,50.
- Como a empresa faz para receber os R$100,00 de custas pago a mais?
Deve entrar com ação de repetição de indébito.
b) RO do reclamante
- custas: R$0,00 (só recorre se TODOS os seus pedidos forem improcedentes
(ver exemplo 1).
- depósito recursal: R$0,00.
b.1) TRT acolhe o pedido da reclamante
- importante: o TRT pode condenar em valor maior ao do pedido.
- independente da variação do valor da causa durante o processo, o rito
inicial deve ser mantido.
- condenação: R$50.000,00.
b.2) reclamada recorre ao TST
- custas: R$600,00 (já pagou R$400,00 no seu recurso)
- depósito recursal: R$11.779,02.
OBS: art. 511, §2º do CPC (em processo civil: possibilidade de complemento de
preparo. NÃO se aplica ao processo trabalho. Por favor.... Não esquecer os
CENTAVOS).
- Ler meios de prova, número de testemunhas, depoimento das partes, TUDO DE
PROVAS E INSTRUÇÃO PROCESSUAL.
- Recursos. (preposto art. 843 e ss.)