a importÂncia do programa de supressÃo vegetal nas …

55
THAÍS PONTES INOJOSA ROCHA A IMPORTÂNCIA DO PROGRAMA DE SUPRESSÃO VEGETAL NAS ÁREAS DE OBRAS RODOVIÁRIAS Trabalho Final de Graduação apresentado ao Centro Universitário CESMAC, no Curso de Engenharia Civil, como requisito final para obtenção do título de Engenheiro Civil, desenvolvido sob a orientação do Professor Fernando Silva de Carvalho. Maceió-AL 2017/2

Upload: others

Post on 30-Jun-2022

13 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: A IMPORTÂNCIA DO PROGRAMA DE SUPRESSÃO VEGETAL NAS …

THAÍS PONTES INOJOSA ROCHA

A IMPORTÂNCIA DO PROGRAMA DE SUPRESSÃO VEGETAL NAS

ÁREAS DE OBRAS RODOVIÁRIAS

Trabalho Final de Graduação apresentado ao Centro

Universitário CESMAC, no Curso de Engenharia Civil,

como requisito final para obtenção do título de

Engenheiro Civil, desenvolvido sob a orientação do

Professor Fernando Silva de Carvalho.

Maceió-AL

2017/2

Page 2: A IMPORTÂNCIA DO PROGRAMA DE SUPRESSÃO VEGETAL NAS …

THAÍS PONTES INOJOSA ROCHA

A IMPORTÂNCIA DO PROGRAMA DE SUPRESSÃO VEGETAL NAS

ÁREAS DE OBRAS RODOVIÁRIAS

Trabalho Final de Graduação apresentado ao Centro

Universitário CESMAC, no Curso de Engenharia Civil,

como requisito final para obtenção do título de

Engenheiro Civil, desenvolvido sob a orientação do

Professor Fernando Silva de Carvalho.

BANCA EXAMINADORA

_______________________________________

Profº: Fernando Silva de Carvalho

Orientador

_______________________________________

Profª: Anne Dayse Soares da Silva

Orientadora Metodológica

_______________________________________

Avaliador externo

Page 3: A IMPORTÂNCIA DO PROGRAMA DE SUPRESSÃO VEGETAL NAS …

Dedico este trabalho primeiramente a Deus, pois sem ele eu não teria forças para concluir essa jornada, ao meu pai Luciano, minha mãe Simone e a minha irmã Tereza.

Page 4: A IMPORTÂNCIA DO PROGRAMA DE SUPRESSÃO VEGETAL NAS …

AGRADECIMENTOS

Primeiramente a Deus que iluminou meu caminho durante esses anos, sempre me

dando forças.

A Universidade Cesmac, pela oportunidade de realizar o curso.

Ao meu orientador, pelo apoio e confiança.

Agradeço aos meus pais Luciano e Simone, que sempre me apoiaram em todos os

momentos não só para conclusão do curso como também na vida. Minha irmã

Tereza, onde em todas as horas me deu forças para continuar e buscar meus

objetivos. Meu namorado Marcos, por toda sua compreensão e paciência ao longo

dessa jornada.

Page 5: A IMPORTÂNCIA DO PROGRAMA DE SUPRESSÃO VEGETAL NAS …

“Para realizar grandes conquistas, devemos não apenas agir, mas também sonhar; não apenas planejar, mas também acreditar.”

Anatole France

Page 6: A IMPORTÂNCIA DO PROGRAMA DE SUPRESSÃO VEGETAL NAS …

RESUMO

A execução de obras rodoviárias em território brasileiro merece atenção especial principalmente em relação ao processo de supressão vegetal aplicado, visto que a forma como o qual é conduzido implica diretamente no desenvolvimento do país de modo a atender os critérios de sustentabilidade e preservação ambiental. Esta pesquisa monográfica tem como objetivo principal estudar as diretrizes do programa de supressão vegetal a respeito das vegetações, bem como das medidas de controle e recuperação das áreas degradas em obras voltadas a rodovias, embasado no estudo de bibliografias atualizadas. A escolha dessa temática foi feita em função do significativo crescente número de obras rodoviárias nos últimos anos, assim como pela importância do planejamento e implantação do programa de supressão vegetal nesse segmento da engenharia. O diagnóstico da recorrente alteração e depreciação da fauna e flora apresentadas nos arredores de rodovias motivou o desenvolvimento do estudo do programa de supressão, com a finalidade de orientar as empresas e envolvidos relacionados a esse tipo de construção sobre os cuidados e medidas a serem adotados desde a fase de planejamento até o período de recuperação das áreas afetadas. A análise final permitiu concluir que a aplicabilidade das diretrizes do programa de supressão vegetal em obras rodoviárias é totalmente indispensável para preservação e recuperação do meio ambiente, apresentando grande relevância também para minimização dos danos gerados ao local e a própria segurança aos colaboradores envolvidos em todas as etapas. PALAVRAS – CHAVE: Supressão Vegetal. Preservação Ambiental. Obras Rodoviárias.

ABSTRACT

The implementation of road works in Brazil deserves special attention, especially in relation to the process of applied plant suppression, since the way in which it is carried out directly implies the development of the country in order to meet the criteria of sustainability and environmental preservation. This monographic research has as main objective to study the guidelines of the vegetation suppression program regarding the vegetation, as well as the measures of control and recovery of degraded areas in works directed to highways, based on the study of updated bibliographies. The choice of this theme was made due to the significant growing number of road works in recent years, as well as the importance of planning and implementation of the plant suppression program in this segment of engineering. The diagnosis of the recurrent alteration and depreciation of the fauna and flora presented in the vicinity of highways motivated the development of the study of the suppression program, with the purpose of guiding the companies and involved in this type of construction on the care and measures to be adopted since the planning phase until the recovery period of the affected areas. The final analysis allowed us to conclude that the applicability of the guidelines of the plant suppression program to road works is totally indispensable for the preservation and recovery of the environment, presenting great relevance also to minimize the damages generated to the place and the own safety to the employees involved in all the steps.

KEYWORDS: Vegetal supression. Environmental Preservation. Road Works.

Page 7: A IMPORTÂNCIA DO PROGRAMA DE SUPRESSÃO VEGETAL NAS …

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

AIA Avaliação do Impacto Ambiental Art. Artigo APP Área de Preservação Permanente CECNA Centro de Estudos e Conservação da Natureza CETESB Companhia Estadual de Tecnologia de Saneamento Básico cm Centímetro CNUMAD/UNCED Conferência das Nações Unidas para o Meio Ambiente e o

Desenvolvimento CONAMA Conselho Nacional do Meio Ambiente DAP Diâmetro a Altura do Peito DDT Dicloro-Difenil-Tricloroetano EIA Estudo de Impacto Ambiental Etc Et Cetera IBAMA Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais

Renováveis IBDF Instituto Brasileiro de Desenvolvimento Florestal IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística km Quilometro m Metro m² Metro Quadrado nº Número NEPA National Environmental Policy Act RIMA Relatório de Impacto do Meio Ambiente SEMA Secretaria Especial do Meio Ambiente SEMAM/PR Secretaria do Meio Ambiente da Presidência da República SISNAMA Sistema Nacional do Meio Ambiente SMA Secretaria de Meio Ambiente UC Unidade de Conservação UNESCO Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e

Cultura UNSCCUR Conferência Científica das Nações Unidas sobre a Conservação e

Utilização de Recursos

Page 8: A IMPORTÂNCIA DO PROGRAMA DE SUPRESSÃO VEGETAL NAS …

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 – Exemplo de mata ciliar ............................................................................ 26

Figura 2 - Perfil das áreas de preservação permanente .......................................... 29

Figura 3 - Exemplo de vegetação primária .............................................................. 30

Figura 4 - Sucessão vegetal hipotética .................................................................... 31

Figura 5 - Exemplo de vegetação secundária em estágio inicial ............................. 33

Figura 6 - Exemplo de vegetação secundária em estágio médio ............................ 35

Figura 7 - Exemplo de vegetação secundária em estágio avançado ...................... 37

Page 9: A IMPORTÂNCIA DO PROGRAMA DE SUPRESSÃO VEGETAL NAS …

SUMÁRIO

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS ...................................................................... 7

LISTA DE FIGURAS ............................................................................................... 118

SUMÁRIO .............................................................................................................. 119

1INTRODUÇÃO ........................................................................................................ 11

1.1 Tema ................................................................................................................... 13

1.2 Problema ............................................................................................................ 13

1.3 Objetivo Geral ................................................................................................... 14

1.3.1 Objetivos Específicos ...................................................................................... 14

1.4 Justificativa ....................................................................................................... 14

1.5 Metodologia ....................................................................................................... 15

1.6 Referencial Teórico ........................................................................................... 16

2 CONTEXTO HISTÓRICO E ASPECTOS LEGAIS ................................................ 18

2.1 Mundial .............................................................................................................. 18

2.2 No Brasil ............................................................................................................ 20

3 SUPRESSÃO VEGETAL ....................................................................................... 25

3.1 Em Áreas de Preservação Permanente (APP) ................................................ 26

3.2 Vegetação Primária ........................................................................................... 29

3.3 Vegetação Secundária ou em Regeneração .................................................. 30

3.4 Vegetação Secundária em Estágio Inicial ..................................................... 32

3.5 Vegetação Secundária em Estágio Médio ....................................................... 33

3.6 Vegetação Secundária em Estágio Avançado ................................................ 36

3.7 Autorização para Supressão de árvores isoladas .......................................... 38

4 RESULTADOS E DISCUSSÕES .......................................................................... 38

4.1 Plano de Controle Ambiental .......................................................................... 38

4.2 Programa de Compensação Ambiental .......................................................... 39

4.3 Programa de Recuperação das Áreas Degradadas ....................................... 40

4.3.1 Delimitação e seleção das áreas a serem recuperadas .................................. 41

4.3.2 Intervenções recomendadas para cada área específica ................................ 42

4.3.3 Revegetação para a Recuperação das Áreas Degradadas ........................... 43

4.3.3.1 Produção de mudas .................................................................................... 43

Page 10: A IMPORTÂNCIA DO PROGRAMA DE SUPRESSÃO VEGETAL NAS …

4.3.3.2 Avaliação das Áreas Degradadas ............................................................... 44

4.3.3.3 Seleção das Espécies ................................................................................. 44

4.3.3.4 Seleção do sistema de revegetação ............................................................ 45

4.3.3.5 Implantação de mudas ................................................................................ 47

4.3.3.6 Monitoramento das áreas recuperadas ....................................................... 47

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS .................................................................................. 49

5.1 CONCLUSÃO .................................................................................................... 49

REFERÊNCIAS......................................................................................................... 52

Page 11: A IMPORTÂNCIA DO PROGRAMA DE SUPRESSÃO VEGETAL NAS …

11

1 INTRODUÇÃO

As rodovias são elementos de extrema importância socioeconômica para o

desenvolvimento do país, logo que as mesmas possibilitam o transporte de cargas por

meio de suas vias, como também agregam em acessibilidade proporcionada à sociedade

em todo o território nacional, obtendo assim, um papel imprescindível para o crescimento

do país. Contudo, à medida que cresce a quantidade de rodovias que interligam lugares

distintos, a supressão vegetal realizada também aumenta, comprometendo, por vezes, a

integridade do meio ambiente existente.

Nos tempos atuais, essa área está reduzida a 7% de sua cobertura

florestal original. É estimado que 120 milhões de brasileiros vivam em regiões sob

domínio da Mata Atlântica, concedendo a este bioma uma intensa pressão antrópica

por seus recursos naturais. Ainda que seja considerado um dos ecossistemas mais

completos e ricos em biodiversidade do mundo, também é um dos mais ameaçados

de extinção, sendo então incluído na lista dos 34 “hotspot” mundiais, passando a ser

um ecossistema prioritário para conservação.

O aspecto ambiental está bem presente na rotina de trabalho dos órgãos

rodoviários, que elaboraram manuais técnicos contendo instruções ambientais para

projetos e obras rodoviárias, realizam a avaliação econômica das medidas de

controle ambiental e quantificação dos custos ambientais de projetos, da

implantação, e da manutenção de rodovias, assim como a progressiva implantação

de programas de recuperação do passivo ambiental em diversas rodovias do país.

As áreas de influência são aquelas em que são evidenciados os efeitos

da rodovia. A área de influência indireta engloba a faixa em que tais efeitos são

sentidos de modo diluído, nos quais normalmente está relacionado a conflitos

decorrente a ocupação e/ou apropriação inadequadas do espaço rural ou urbano, ou

com a perturbação de usos consolidados da área.

Já as áreas de influência direta comumente abrangem as faixas de

domínio da estrada e/ou as microbacias de drenagem, apresentando na mesma os

principais impactos ambientais da rodovia, como erosões, desapropriações,

Page 12: A IMPORTÂNCIA DO PROGRAMA DE SUPRESSÃO VEGETAL NAS …

12

segregação urbana. Os impactos ambientais significativos geralmente ocorrem na

área de influência direta da rodovia.

O termo passivo ambiental pode ser compreendido como o valor

monetário necessário para custear todo o reparo do acúmulo de danos ambientais

causados por determinado empreendimento, ao longo de sua operação. Contudo, o

termo tem sido empregado constantemente, de uma forma mais ampla, não

considerando apenas o custo monetário, mas a totalidade dos custos subseqüentes

do acúmulo de danos ambientais, incluindo os custos financeiros, econômicos e

sociais.

Existem diversos instrumentos que estabelecem base legal para o

consentimento da supressão vegetal, podendo-se citar: a Lei n° 4.771/65 (Código

Florestal); Lei n° 11.428/06 (Lei da Mata Atlântica); o Decreto n° 6.660/08, que

regulamenta dispositivos desta última; a Resolução Conama n° 10/93 e a Resolução

n° 369/06 que dispõe sobre casos excepcionais, de utilidade pública, interesse social

ou baixo impacto ambiental, que concedem a intervenção ou supressão de

vegetação em área de preservação permanente.

Tais instrumentos representam um conjunto de ferramentas primordiais na

avaliação de um processo de licenciamento ambiental, que demanda a remoção de

vegetação para instalação de empreendimentos e atividades.

Para execução de grande parte das rodovias no Brasil foi necessária

realizar a supressão vegetal de áreas consideráveis, sendo então essencial a

presença do programa de supressão vegetal, tema central do presente estudo, que

orienta as ações a serem adotadas durante a fase de implantação dos

empreendimentos, de modo que objetiva reduzir ao máximo o impacto gerado pela

perda de habitats.

Com isso, o desenvolvimento desta produção tem como objetivo realizar

uma revisão bibliográfica a cerca da temática envolvida, com o intuito de evidenciar

e enaltecer o papel do programa de supressão vegetal em empreendimentos

destinados as rodovias, discorrendo sobre as principais diretrizes pertencentes ao

programa abordado, a fim de incentivar e disseminar a adoção das orientações

Page 13: A IMPORTÂNCIA DO PROGRAMA DE SUPRESSÃO VEGETAL NAS …

13

propostas pelo mesmo, de modo que resultem em melhorias voltadas a variável

ambiental apresentadas nas obras rodoviárias.

1.1 Tema

A denominação do tema escolhido para o desenvolvimento desta

pesquisa monográfica partiu da identificação do constante número de obras

rodoviárias nos últimos anos, que, conseqüentemente, resultou numa quantidade

considerável de área afetada com a supressão vegetal, gerando, desta forma, um

grande impacto sobre diversas variáveis.

A importância do programa de supressão vegetal em áreas de obras

rodoviárias, é uma das soluções encontradas para reduzir ao máximo a perda da

diversidade genética da flora local, afetadas com a supressão vegetal, assim como

propiciar a recuperação das mesmas através de atividades a serem executadas

durante as fases de implantação e operação do empreendimento, de modo a

conservar o habitat previamente existente e prover a conservação da fauna presente

as áreas afetadas.

1.2 Problema

A pesquisa monográfica aqui denominada de A importância do programa

de supressão vegetal em áreas de obras rodoviárias, foi realizada com fins de

auxiliar na resolução da problemática da preservação ambiental nos habitats

previamente existentes em áreas de obras destinada a rodovias, baseados na

adoção das diretrizes contidas no programa de supressão vegetal, que originou a

presente produção.

A identificação e execução das atividades necessárias a serem realizadas

nas fases de implantação e operação desse tipo de empreendimento permitem que

o impacto ambiental gerado pela supressão vegetal seja o menor possível; propicia

o controle e monitoramento destes procedimentos, de maneira a promover a

segurança dos trabalhadores envolvidos, além da conservação da fauna e flora em

todas as áreas de influência.

Page 14: A IMPORTÂNCIA DO PROGRAMA DE SUPRESSÃO VEGETAL NAS …

14

Com fins de solucionar o problema relacionado à preservação ambiental

em áreas utilizadas para obras rodoviárias, como o observado neste objeto de

pesquisa, esta pesquisadora foi em busca de uma pesquisa bibliográfica para

evidenciar e enaltecer o papel imprescindível do programa de supressão vegetal

nesse tipo de construção.

1.3 Objetivo Geral

Realizar uma revisão bibliográfica baseada nos aspectos legais referente

a orientações propostas pelo programa de supressão vegetal, voltado ao segmento

de obras rodoviárias, com a finalidade de caracterizar as principais vegetações a

serem executadas a supressão vegetal e informar diretrizes a serem seguidas para

possibilitar a execução de rodovias sem comprometer os meios sócio-econômico,

biótico e físico com o impacto gerado em todo o processo de construção das

mesmas.

1.3.1 Objetivos Específicos

Apresentar os principais acontecimentos e embasamentos legais

voltados à dinâmica ambiental dentro do contexto histórico;

Realizar um estudo bibliográfico sobre a caracterização das

tipologias de vegetação mais afetadas pela atividade de supressão

vegetal em obras rodoviárias;

Apontar os principais aspectos e impactos ambientais afetados

com a execução de obras rodoviárias, assim como medidas

compensatórias ao processo de supressão vegetal.

1.4 Justificativa

Diante da grande demanda de execução de empreendimentos

pertencentes ao segmentos rodoviário, fatores como preservação ambiental e

planejamento e gerenciamento das atividades e procedimentos vêm tornando-se de

Page 15: A IMPORTÂNCIA DO PROGRAMA DE SUPRESSÃO VEGETAL NAS …

15

extrema relevância, assim como promover a segurança dos envolvidos, todos

voltados ao impacto ambiental gerado. A partir dessa constatação, as empresas

responsáveis têm investindo em pesquisas que determinem diretrizes viáveis, e de

acordo com as leis e normas vigentes, que possibilitem mudanças benéficas a todos

as etapas envolvidas na obra, de modo que ocorram acarretando o menor impacto

possível a todos os meios afetados.

Enfatizando o contexto ambiental, mais especificamente o processo de

supressão vegetal, constatou-se que durante as fases de implantação e operação,

geralmente, algumas atividades e/ou procedimentos necessários geralmente

passam despercebidos e tendem a acarretar um dano maior ao meio ambiente do

que o previsto, como a de impossibilitar a recuperação total daquela vegetação.

No decorrer deste trabalho poderá ser visualizada uma revisão

bibliográfica voltada ao programa de supressão vegetal, atividades e procedimentos

propostos pelo mesmo, assim como a caracterização dos principais aspectos e

impactos ambientais afetados e medidas compensatórias ao meio ambiente. A

importância em pesquisar este tema surge da necessidade de conciliar a construção

de obras, como as rodoviárias, com a preservação ambiental, logo que essas ainda

são umas das principais responsáveis em promover prejuízos significativos, e por

vezes irremediáveis, a fauna e flora presentes nas áreas de influência de seus

respectivos canteiros.

1.5 Metodologia

A seguinte produção é classificada como uma pesquisa bibliográfica,

definido por Fonseca (2002) como

A pesquisa bibliográfica é feita a partir do levantamento de referências teóricas já analisadas, e publicadas por meios escritos e eletrônicos, como livros, artigos científicos, páginas de web sites. Qualquer trabalho científico inicia-se com uma pesquisa bibliográfica, que permite ao pesquisador conhecer o que já se estudou sobre esse assunto (FONSECA, 2002, p.32).

Page 16: A IMPORTÂNCIA DO PROGRAMA DE SUPRESSÃO VEGETAL NAS …

16

Para o desenvolvimento desta pesquisa, foi realizada uma revisão

bibliográfica a cerca do tema, com a base de dados consultados obtidos em livros,

normas, publicações acadêmicas, artigos técnicos e estudos relacionados à temática

proposta.

1.6 Referencial Teórico

A presente pesquisa tem como referencial a Lei 4.771/65 – Código

Florestal, que tem dentre seus artigos, o art. 4º destacado abaixo:

Art. 4º - A supressão de vegetação em área de preservação permanente somente poderá ser autorizada em caso de utilidade pública ou de interesse social, devidamente caracterizado e motivado em procedimento administrativo próprio, quando inexistir alternativa técnica e locacional ao empreendimento proposto. (Redação dada pela Medida Provisória nº 2.166-67, de 24 de agosto de 2001).

Dentre os principais impactos ambientais, tanto positivos, quanto

negativos, decorrentes da implantação de uma rodovia, alguns deles são:

Meio sócio-econômico: Conflito de uso e ocupação do solo;

alterações nas atividades econômicas das regiões por onde a

rodovia passa; mudanças nas condições de emprego e qualidade

de vida para as populações; segurança do tráfego, ruído,

vibrações, emissões atmosféricas; desapropriações; riscos ao

patrimônio cultural, histórico e arqueológico; travessias/intrusão

urbana, uso indevido da faixa de domínio (construções,

escavações e descartes, depósito de lixo orgânico);

Meio biótico: Impedimento dos processos de intercâmbio

ecológicos por corte de áreas; riscos de atropelamento de animais;

risco a áreas protegidas e a biótopos ecológicos importantes;

redução da cobertura vegetal; aumento da pressão sobre

ecossistemas terrestres e aquáticos; incêndios nas faixas de

domínio; poluição em ambientes aquáticos e riscos para a vida

aquática;

Page 17: A IMPORTÂNCIA DO PROGRAMA DE SUPRESSÃO VEGETAL NAS …

17

Meio físico: Retirada de solos; indução a processos erosivos/

voçorocas em antigas áreas exploradas e taludes; instabilidade de

taludes, rompimento de fundações; terraplenagem, empréstimos e

bota-foras; degradação de áreas de canteiro de obras, trilhas e

caminhos de serviço; rebaixamento do lençol freático; risco para a

qualidade de água superficial (aumento da turbidez) e subterrânea

por concentração de poluentes; assoreamento de terrenos

naturais, bacias de drenagem e cursos d’água; alagamentos,

decorrentes do represamento por obras de arte correntes e

sistema de drenagem (pontes, viadutos) mal posicionados e/ou

obstruídos.

Page 18: A IMPORTÂNCIA DO PROGRAMA DE SUPRESSÃO VEGETAL NAS …

18

2 CONTEXTO HISTÓRICO E ASPECTOS LEGAIS

2.1 Mundial

Sob aspecto ambiental, a história ambiental mundial pode ser abordada

com diferentes enfoques graças ao fato de ser subdividida em pequenas histórias na

linha do tempo, na qual cada ramificação ou seguimento de estudo tem a sua devida

contribuição e fatos marcantes para a construção de toda a história.

Diante de uma trajetória composta por um conjunto de ramificações, deve

ser direcionado o olhar de forma mais aguçada em assuntos e acontecimentos que

englobem de certo modo o cenário político mundial, logo que o mesmo influenciou

diretamente as tomadas de decisões das metas de conservação do planeta, a

impulsão de criações políticas ambientais internas e externas (conjunto de metas e

instrumentos com o objetivo de reduzir os impactos sobre o ambiente), e

posteriormente o surgimento do “licenciamento ambiental”.

O início da série histórica de fatos e acontecimentos importantes

relacionados ao meio ambiente se deu em 1949, na qual foi realizada a Conferência

Científica das Nações Unidas sobre a Conservação e Utilização de Recursos

(UNSCCUR), que pela primeira vez, reuniram cientistas de todo o mundo para

analisar a gestão dos recursos naturais (DRUMMOND; JOSÉ, 1991).

No ano de 1962, a bióloga e pesquisadora Rachel Carson publicou o livro

“Primavera Silenciosa” relatando os efeitos dos DDT (Dicloro-Difenil-Tricloroetano),

acarretando assim a proibição do mesmo e estimulando os primeiros sinais de

preocupação e discussões, em âmbito internacional, a respeito das questões

ambientais.

A Conferência Intergovernamental de Especialistas sobre as Bases

Científicas para Uso e Conservação dos Recursos da Biosfera (Conferência da

Biosfera) aconteceu em 1968, onde foi abordada a noção de ecossistema mundial e

discutidas as primeiras preocupações sobre dos impactos do homem na biosfera.

Ainda no ano de 1968 foi fundado o Clube de Roma, uma organização

não governamental composta por cientistas, economistas, chefes de estado,

indústrias e líderes políticos de vários países com o intuito de averiguar e analisar a

Page 19: A IMPORTÂNCIA DO PROGRAMA DE SUPRESSÃO VEGETAL NAS …

19

situação mundial e as metas para o crescimento econômico, considerando a

utilização dos recursos naturais (UNESCO, 2008).

Na década de 60, o fato de maior notoriedade foi o National

Environmental Policy Act (NEPA), elaborado e aprovado em 1969. Esse documento,

de origem americana, era a primeira lei no mundo que previa a avaliação do impacto

ambiental (AIA) para projetos com intervenção no meio ambiente, obrigando a

apresentação de uma declaração ambiental (Environmental Impact Statement).

Art. 2º Enunciar uma política nacional que incentive uma produtiva e agradável harmonia entre o homem e o meio ambiente; promova esforços que evitem ou eliminem danos ao meio e à biosfera; bem como estimule a saúde e o bem-estar do homem; ampliar a compreensão dos sistemas ecológicos e das riquezas naturais importantes para a Nação; e estabelecer uma Assembléia sobre Qualidade Ambiental.

Já no começo da década de 70, mais precisamente em 1972, o Clube de

Roma publicou a obra “Os Limites do Crescimento”, em que relatava basicamente

de problemas cruciais para o futuro da humanidade. Esse relatório teve grande

estímulo em Estocolmo, onde se sucedeu a Primeira Conferência Mundial das

Nações Unidas sobre o Meio Ambiente Humano, com representantes de dezenas de

países e organizações não governamentais.

O material produzido durante a Conferência foi considerado o primeiro

grande documento internacional de caráter ambiental chamado “Declaração sobre o

Meio Ambiente Humano”, no qual continha diretrizes de comportamento e de

responsabilidades, de modo que todos colaborassem com as questões ambientais, e

buscassem por soluções para os problemas já existentes na época (DRUMMOND,

1991).

A partir deste primeiro documento internacional, iniciou-se um clima de

pressão que afetou todo o mundo, sendo esta direcionada para a formulação de

novas políticas, como também para reformulação das políticas ambientais vigentes

pelos governos.

As décadas de 70 e 80 foram marcadas por inúmeras ações mundiais,

como: a realização de convenções de âmbito mundial, para tratar de assuntos

refentes a qualidade ambiental; origem de novos estudos a respeito da temática;

difusão e ampliação dos conceitos ambientais; tratados internacionais; criação da

Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento (1983); protocolos,

Page 20: A IMPORTÂNCIA DO PROGRAMA DE SUPRESSÃO VEGETAL NAS …

20

como o de Montreal (1987); relatórios mundiais e estratégias políticas que

mobilizaram vários países a criar as Agências Ambientais e instrumentos legais.

A Conferência das Nações Unidas para o Meio Ambiente e o

Desenvolvimento (CNUMAD/UNCED), conhecida como ECO-92 ou Rio-92, reunindo

representantes de quase todos os países do mundo se deu no ano de 1992.

Durante a Conferência de 1992 foram estabelecidas metas que

objetivavam a diminuição da degradação ambiental e assegurar a existência das

futuras gerações. Como resultados da Conferência, foram apresentados: a criação

de um novo conceito de desenvolvimento; redução de documentos; novas

declarações; e também o comprometimento em realizar novas convenções e

encontros sobre: Biodiversidade, Desertificação e Mudanças Climáticas

(BREDARIOL, 2006).

No fim do século XX e início do século XXI houve um aumento

considerável na quantidade de eventos destinados a questões ambientais, bem

como o surgimento de mecanismos políticos para o gerenciamento do meio

ambiente. Tal fato permite evidenciar a relevância assumida sobre os fatores

ambientais pelos governos que começaram a buscar e apresentar soluções para

uma série de problemas ambientais associados com a criação de políticas

ambientais internas e externas.

2.2 No Brasil

Para um melhor entendimento sobre o licenciamento ambiental no Brasil,

é de grande valia compreender como ocorreu a evolução da política ambiental e os

acontecimentos que se sucederam na linha do tempo até a estruturação atual das

secretarias, órgãos competentes, criação das leis, decretos e resoluções (LISZT,

VIEIRA; CARDER, RENATO, 2007).

No ano de 1934, pela primeira vez, foi elaborada uma lei, pertencente ao

Código Florestal Brasileiro, instituído pelo Decreto nº 23.793/34, que vinculou o uso

da terra ao interesse social e coletivo, restringindo o uso da terra, que antes era em

toda a sua plenitude. Esse documento foi alterado em 1965 e chamado de “novo”

Código Florestal Brasileiro, instituído pela Lei n° 4.771/65.

Page 21: A IMPORTÂNCIA DO PROGRAMA DE SUPRESSÃO VEGETAL NAS …

21

Art. 1º As florestas existentes no território nacional e as demais formas de vegetação, reconhecidas de utilidade às terras que revestem, são bens de interesse comum a todos os habitantes do País, exercendo-se os direitos de propriedade, com as limitações que a legislação em geral e especialmente esta Lei estabelecem (Lei nº 4.771/65).

Em 1937, foi criado o primeiro Parque Nacional Brasileiro (Parque

Nacional de Itatiaia), com significativas influências do Código florestal.

O Instituto Brasileiro de Desenvolvimento Florestal (IBDF), instituído pelo

Decreto-Lei nº 289/67, teve origem no ano de 1967, com o propósito de formular a

política florestal do país e assuntos pertinentes.

Pouco tempo após a primeira Conferência Mundial das Nações Unidas

sobre o Meio Ambiente Humano, foi elaborada em 1973 no âmbito do Ministério do

Interior, a Secretaria Especial do Meio Ambiente (SEMA) – Instituída pelo Decreto nº

73.030/73, que direcionava suas diretrizes voltadas à conservação do meio

ambiente e estabelecia uma estratégia de desenvolvimento nacional e do progresso

tecnológico.

O IBDF foi extinto pela Lei nº 7.732/89 em 19889 e seus patrimônios e

funções transferidos para a Secretaria Especial do Meio Ambiente – SEMA, e

posteriormente para o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais

Renováveis (IBAMA), de acordo com a Lei nº 7.735, de 22 de fevereiro de 1989.

No ano de 1981 foi criada a Política Nacional do Meio Ambiente -

Instituída pela Lei n° 6.938/81, regulamentada pelo Decreto nº 99.274/90, que tinha

como objetivo estabelecer: padrões de qualidade do meio ambiente e de normas

relativas ao uso e manejo dos recursos; relatórios de qualidade ambiental;

penalidades para o poluidor e para o predador, obrigando o mesmo a recuperar e/ou

indenizar pelos danos causados pela degradação; avaliação de impactos ambientais

(AIA); zoneamento ambiental; e licenciamento e fiscalização ambiental.

Art. 1º Na execução da Política Nacional do Meio Ambiente cumpre ao Poder Público, nos seus diferentes níveis de governo: I - manter a fiscalização permanente dos recursos ambientais, visando à compatibilização do desenvolvimento econômico com a proteção do meio ambiente e do equilíbrio ecológico;

Page 22: A IMPORTÂNCIA DO PROGRAMA DE SUPRESSÃO VEGETAL NAS …

22

II - proteger as áreas representativas de ecossistemas mediante a implantação de unidades de conservação e preservação ecológica; III - manter, através de órgãos especializados da Administração Pública, o controle permanente das atividades potencial ou efetivamente poluidoras, de modo a compatibilizá-las com os critérios vigentes de proteção ambiental; IV - incentivar o estudo e a pesquisa de tecnologias para o uso racional e a proteção dos recursos ambientais, utilizando nesse sentido os planos e programas regionais ou setoriais de desenvolvimento industrial e agrícola; V - implantar, nas áreas críticas de poluição, um sistema permanente de acompanhamento dos índices locais de qualidade ambiental; VI - identificar e informar, aos órgãos e entidades do Sistema Nacional do Meio Ambiente, a existência de áreas degradadas ou ameaçadas de degradação, propondo medidas para sua recuperação; e VII - orientar a educação, em todos os níveis, para a participação ativa do cidadão e da comunidade na defesa do meio ambiente, cuidando para que os currículos escolares das diversas matérias obrigatórias contemplem o estudo da ecologia (Lei n° 6.938/81).

Essa criação tornou-se um marco para as políticas públicas de meio

ambiente, que possibilitou a criação de mecanismos, instrumentos e órgãos de

aplicação e gerenciamento. A Política Nacional do Meio Ambiente instituiu o Sistema

Nacional do Meio Ambiente (SISNAMA).

Art. 3º O Sistema Nacional do Meio Ambiente (SISNAMA), constituído pelos órgãos e entidades da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Municípios e pelas fundações instituídas pelo Poder Público, responsáveis pela proteção e melhoria da qualidade ambiental, tem a seguinte estrutura: I - Órgão Superior: o Conselho de Governo; II - Órgão Consultivo e Deliberativo: o Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA); III - Órgão Central: a Secretaria do Meio Ambiente da Presidência da República (SEMAM/PR); V - Órgãos Executores: o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis - IBAMA e o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade - Instituto Chico Mendes (Redação dada pelo Decreto nº 6.792, de 10 de Março de 2009); V - Órgãos Seccionais: os órgãos ou entidades da Administração Pública Federal direta e indireta, as fundações instituídas pelo Poder Público cujas atividades estejam associadas às de proteção da qualidade ambiental ou àquelas de disciplinamento do uso de recursos ambientais, bem assim os órgãos e entidades estaduais responsáveis pela execução de programas e projetos e pelo controle e fiscalização de atividades capazes de provocar a degradação ambiental; e VI - Órgãos Locais: os órgãos ou entidades municipais responsáveis pelo controle e fiscalização das atividades referidas no inciso anterior, nas suas respectivas jurisdições (Lei n° 6.938/81).

Page 23: A IMPORTÂNCIA DO PROGRAMA DE SUPRESSÃO VEGETAL NAS …

23

As questões ambientais ganharam ainda maior notoriedade com a

promulgação da nossa lei suprema, a Constituição Federal, em outubro de 1988,

que pela primeira vez teve um capítulo (capítulo VI) destinado ao meio ambiente.

Art. 225° Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações. § 1º - Para assegurar a efetividade desse direito, incumbe ao Poder Público: I - preservar e restaurar os processos ecológicos essenciais e prover o manejo ecológico das espécies e ecossistemas; II - preservar a diversidade e a integridade do patrimônio genético do País e fiscalizar as entidades dedicadas à pesquisa e manipulação de material genético; III - definir, em todas as unidades da Federação, espaços territoriais e seus componentes a serem especialmente protegidos, sendo a alteração e a supressão permitidas somente através de lei, vedada qualquer utilização que comprometa a integridade dos atributos que justifiquem sua proteção; IV - exigir, na forma da lei, para instalação de obra ou atividade potencialmente causadora de significativa degradação do meio ambiente, estudo prévio de impacto ambiental, a que se dará publicidade; V - controlar a produção, a comercialização e o emprego de técnicas, métodos e substâncias que comportem risco para a vida, a qualidade de vida e o meio ambiente;

VI - promover a educação ambiental em todos os níveis de ensino e a conscientização pública para a preservação do meio ambiente; VII - proteger a fauna e a flora, vedadas, na forma da lei, as práticas que coloquem em risco sua função ecológica, provoquem a extinção de espécies ou submetam os animais a crueldade. § 2º - Aquele que explorar recursos minerais fica obrigado a recuperar o meio ambiente degradado, de acordo com solução técnica exigida pelo órgão público competente, na forma da lei. § 3º - As condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente sujeitarão os infratores, pessoas físicas ou jurídicas, a sanções penais e administrativas, independentemente da obrigação de reparar os danos causados. § 4º - A Floresta Amazônica brasileira, a Mata Atlântica, a Serra do Mar, o Pantanal Mato-Grossense e a Zona Costeira são patrimônio nacional, e sua utilização far-se-á, na forma da lei, dentro de condições que assegurem a preservação do meio ambiente, inclusive quanto ao uso dos recursos naturais. § 5º - São indisponíveis as terras devolutas ou arrecadadas pelos Estados, por ações discriminatórias, necessárias à proteção dos ecossistemas naturais. § 6º - As usinas que operem com reator nuclear deverão ter sua localização definida em lei federal, sem o que não poderão ser instaladas ( Lei n° 7.735/89).

Em 2006, foi criada a Lei n° 11.428/06, que dispõe sobre a utilização e

proteção da vegetação nativa do Bioma Mata Atlântica. Diante do fato do Bioma

Mata Atlântica estar presente em uma quantidade considerável do território nacional,

Page 24: A IMPORTÂNCIA DO PROGRAMA DE SUPRESSÃO VEGETAL NAS …

24

principalmente no litoral, esta lei é de extrema importância como arcabouço legal

para o licenciamento da supressão vegetal.

Segundo o Capítulo II da Lei n° 11.428/06 de 22 de dezembro de 2006, os

principais objetivos e princípios desta lei são:

Art. 6º A proteção e a utilização do Bioma Mata Atlântica têm por objetivo geral o desenvolvimento sustentável e, por objetivos específicos, a salvaguarda da biodiversidade, da saúde humana, dos valores paisagísticos, estéticos e turísticos, do regime hídrico e da estabilidade social. Parágrafo único. Na proteção e na utilização do Bioma Mata Atlântica, serão observados os princípios da função socioambiental da propriedade, da eqüidade intergeracional, da prevenção, da precaução, do usuário-pagador, da transparência das informações e atos, da gestão democrática, da celeridade procedimental,da gratuidade dos serviços administrativos prestados ao pequeno produtor rural e às populações tradicionais e do respeito ao direito de propriedade (Lei n° 11.428/06) .

Art. 7º A proteção e a utilização do Bioma Mata Atlântica far-se-ão dentro de condições que assegurem: I - a manutenção e a recuperação da biodiversidade, vegetação, fauna e regime hídrico do Bioma Mata Atlântica para as presentes e futuras gerações; II - o estímulo à pesquisa, à difusão de tecnologias de manejo sustentável da vegetação e à formação de uma consciência pública sobre a necessidade de recuperação e manutenção dos ecossistemas; III - o fomento de atividades públicas e privadas compatíveis com a manutenção do equilíbrio ecológico; IV - o disciplinamento da ocupação rural e urbana, de forma a harmonizar o crescimento econômico com a manutenção do equilíbrio ecológico (Lei n° 11.428/06) .

A atual estrutura ambiental brasileira tem bastante influência

principalmente da Política Nacional do Meio Ambiente, onde foi instituído o Sistema

Nacional do Meio Ambiente (SISNAMA), que foi recepcionado posteriormente pela

Constituição Federal de 1988 (LISZT; CARDER, 2006).

O Conselho Nacional de Meio Ambiente (CONAMA) é o órgão brasileiro

mais importante para operar e tornar efetiva a Política Nacional Ambiental, sendo

este responsável pela deliberação e consulta da Política Nacional do Meio Ambiente,

assim como a criação de resoluções normativas.

Page 25: A IMPORTÂNCIA DO PROGRAMA DE SUPRESSÃO VEGETAL NAS …

25

3 SUPRESSÃO VEGETAL

Antes de realizar a supressão da vegetação, independente de total ou

parcial, é fundamental estabelecer uma caracterização a respeito do local, assim

como identificar o estágio de sucessão da Mata Atlântica, sempre baseando-se nos

parâmetros básicos para a análise, como a Resolução CONAMA n° 10/93, de 1 de

outubro de 1993, também citada no parágrafo 2, da Lei Federal nº 11.428/06.

I - fisionomia; II - estratos predominantes; III - distribuição diamétrica e altura IV - existência, diversidade e quantidade de epífitas; V - existência, diversidade e quantidade de trepadeiras; VI - presença, ausência e características da serapilheira; VII - subosque; VIII - diversidade de dominância de espécies; IX – espécies vegetais indicadoras.

As definições de parâmetros estabelecidos para configurar os diferentes

estágios de regeneração da vegetação podem ser alteradas, de uma região para

outra, a depender de aspectos como relevo, clima e solo locais; do histórico do uso

da terra; da vegetação circunjacente; da localização geográfica; e da área e da

configuração da formação analisada. A variação de tipologia devera ser avaliada e

considerada pela autoridade competente, segundo a Resolução SMA nº 31/09:

Art. 1º “a análise dos pedidos de supressão de vegetação nativa no Estado de São Paulo deverá obedecer ao que determina a legislação vigente, em especial a Lei Federal nº 4.771-1965, a Lei Federal nº 11.428-2006 e o Decreto Federal nº 6.660-2008”. § 1º “Deverão ser considerados os diferentes estágios sucessionais de regeneração das fisionomias do Bioma Mata Atlântica definidos pelas Resoluções CONAMA nº 10-1993, CONAMA nº 7- 1996 e a Resolução Conjunta SMA - IBAMA-SP nº 01-1994”.

Sendo assim, a caracterização da área deve ser o primeiro passo no

processo de licenciamento para supressão da vegetação, não deixando de conter

informações como: o tipo de vegetação presente (primária ou secundária), sendo

vegetação secundária, deve ser identificado os seus diferentes estágios

sucessionais (inicial, médio ou avançado).

Page 26: A IMPORTÂNCIA DO PROGRAMA DE SUPRESSÃO VEGETAL NAS …

26

3.1 Em Área de Preservação Permanente (APP)

As áreas de preservação permanente são definidas por meio da

resolução CONAMA nº 303, de 20 de março de 2002, segundo seu artigo 3º que diz:

Art. 3º Constitui Área de Preservação Permanente a área situada: I - em faixa marginal, medida a partir do nível mais alto, em projeção horizontal, com largura mínima, de: a) trinta metros, para o curso d’água com menos de dez metros de largura; b) cinqüenta metros, para o curso d’água com dez a cinqüenta metros de largura; c) cem metros, para o curso d’água com cinqüenta a duzentos metros de largura; d) duzentos metros, para o curso d’água com duzentos a seiscentos metros de largura; e) quinhentos metros, para o curso d’água com mais de seiscentos metros de largura; II - ao redor de nascente ou olho d’água, ainda que intermitente, com raio mínimo de cinqüenta metros de tal forma que proteja, em cada caso, a bacia hidrográfica contribuinte;...

Figura 1 – Exemplo de mata ciliar

Fonte: CETESB.

Page 27: A IMPORTÂNCIA DO PROGRAMA DE SUPRESSÃO VEGETAL NAS …

27

...III - ao redor de lagos e lagoas naturais, em faixa com metragem mínima de: a) trinta metros, para os que estejam situados em áreas urbanas consolidadas; b) cem metros, para as que estejam em áreas rurais, exceto os corpos d`água com até vinte hectares de superfície, cuja faixa marginal será de cinqüenta metros; IV - em vereda e em faixa marginal, em projeção horizontal, com largura mínima de cinqüenta metros, a partir do limite do espaço brejoso e encharcado; V - no topo de morros e montanhas, em áreas delimitadas a partir da curva de nível correspondente a dois terços da altura mínima da elevação em relação a base; VI - nas linhas de cumeada, em área delimitada a partir da curva de nível correspondente a dois terços da altura, em relação à base, do pico mais baixo da cumeada, fixando-se a curva de nível para cada segmento da linha de cumeada equivalente a mil metros; VII - em encosta ou parte desta, com declividade superior a cem por cento ou quarenta e cinco graus na linha de maior declive; VIII - nas escarpas e nas bordas dos tabuleiros e chapadas, a partir da linha de ruptura em faixa nunca inferior a cem metros em projeção horizontal no sentido do reverso da escarpa; IX - nas restingas: a) em faixa mínima de trezentos metros, medidos a partir da linha de

preamar máxima; b) em qualquer localização ou extensão, quando recoberta por

vegetação com função fixadora de dunas ou estabilizadora de mangues; X - em manguezal, em toda a sua extensão; XI - em duna; XII - em altitude superior a mil e oitocentos metros, ou, em Estados que não tenham tais elevações, à critério do órgão ambiental competente; XIII - nos locais de refúgio ou reprodução de aves migratórias; XIV - nos locais de refúgio ou reprodução de exemplares da fauna ameaçadas de extinção que constem de lista elaborada pelo Poder Público Federal, Estadual ou Municipal; XV - nas praias, em locais de nidificação e reprodução da fauna silvestre.

Parágrafo único. Na ocorrência de dois ou mais morros ou montanhas cujos cumes estejam separados entre si por distâncias inferiores a quinhentos metros, a Área de Preservação Permanente abrangerá o conjunto de morros ou montanhas, delimitada a partir da curva de nível correspondente a dois terços da altura em relação à base do morro ou montanha de menor altura do conjunto, aplicando-se o que segue: I - agrupam-se os morros ou montanhas cuja proximidade seja de até quinhentos metros entre seus topos; II - identifica-se o menor morro ou montanha; III - traça-se uma linha na curva de nível correspondente a dois terços deste; e IV - considera-se de preservação permanente toda a área acima deste nível.

Esses locais são passíveis de autorização, para qualquer que seja a

quantidade de área de vegetação a ser desmatada, com prévia autorização do

Poder Executivo Federal, quando for realizada para a finalidade de execução de

Page 28: A IMPORTÂNCIA DO PROGRAMA DE SUPRESSÃO VEGETAL NAS …

28

obras, planos, atividades ou projetos de utilidade pública ou interesse social, de

acordo com o parágrafo 1º da Lei nº 4.771, de 15 de setembro de 1965.

Nesse parágrafo define-se que os lotes que estiverem inseridos nas

condições segundo o artigo 3º da Resolução 303, citada acima, será objeto de

licenciamento apenas no caso do projeto para o local apresentar como prioridade

função social, sendo esta impossível de ser realizada em local distinto, ou mesmo

para a realização de ações consideradas eventuais e de baixo impacto ambiental,

conforme resolução CONAMA 369 de 2006.

Dessa forma compreende-se que para serem realizadas intervenções em

áreas de preservação permanente, é necessário que sejam apresentados projetos

específicos que atendam as conformidades da lei, sendo importante ressaltar alguns

itens das exposições acima, para melhor compreensão do texto, sendo elas:

Conforme artigo 2º da resolução CONAMA 369 de 2006. I - utilidade pública: a) as atividades de segurança nacional e proteção sanitária; b) as obras essenciais de infra-estrutura destinadas aos serviços públicos de transporte, saneamento e energia; c) as atividades de pesquisa e extração de substâncias minerais, outorgadas pela autoridade competente, exceto areia, argila, saibro e cascalho; d) a implantação de área verde pública em área urbana; e) pesquisa arqueológica; f) obras públicas para implantação de instalações necessárias à captação e condução de água e de efluentes tratados; e g) implantação de instalações necessárias à captação e condução de água e de efluentes tratados para projetos privados de aqüicultura, obedecidos aos critérios e requisitos previstos nos §§ 1o e 2o do art. 11, desta Resolução. II - interesse social: a) as atividades imprescindíveis à proteção da integridade da vegetação nativa, tais como prevenção, combate e controle do fogo, controle da erosão, erradicação de invasoras e proteção de plantios com espécies nativas, de acordo com o estabelecido pelo órgão ambiental competente; b) o manejo agroflorestal, ambientalmente sustentável, praticado na pequena propriedade ou posse rural familiar, que não descaracterize a cobertura vegetal nativa, ou impeça sua recuperação, e não prejudique a função ecológica da área; c) a regularização fundiária sustentável de área urbana; d) as atividades de pesquisa e extração de areia, argila, saibro e cascalho, outorgadas pela autoridade competente.

Page 29: A IMPORTÂNCIA DO PROGRAMA DE SUPRESSÃO VEGETAL NAS …

29

Figura 2 – Perfil das áreas de preservação permanente

Fonte: Jornal “O Estado de São Paulo”, 14/02/2010.

3.2 Vegetação Primária

Conforme a Resolução CONAMA nº 1, de 31 de janeiro de 1994,

vegetação primaria é definida como:

Art. 1° Considera-se vegetação primaria aquela vegetação de máxima expressão local, com grande diversidade biológica, sendo os efeitos das ações antrópicas mínimos, a ponto de não afetar significativamente suas características originais de estrutura e de espécie.

Page 30: A IMPORTÂNCIA DO PROGRAMA DE SUPRESSÃO VEGETAL NAS …

30

Figura 3 – Exemplo de vegetação primária

Fonte: Site Band Notícias - UOL.

Para a realização de corte e supressão da vegetação primária em biomas

como o pertencente à Mata Atlântica, é preciso inicialmente ser autorizado pelo

órgão ambiental estadual responsável, com a anuência prévia, quando couber, do

órgão federal ou municipal de meio ambiente, sendo ainda essa autorização

condicionada à compensação ambiental, além da prática de um Estudo Prévio de

Impacto Ambiental/Relatório de Impacto Ambiental - EIA/RIMA (Lei nº 11.428/06).

De acordo com a Lei nº 11.428/06, a supressão da vegetação primária do

Bioma Mata Atlântica, fica condicionada à compensação ambiental, na forma da

destinação de área equivalente à extensão da área desmatada, com as mesmas

características ecológicas, na mesma bacia hidrográfica, sempre que possível na

mesma microbacia hidrográfica.

3.3 Vegetação Secundária ou em Regeneração

A vegetação denominada como Secundária ou em Regeneração, é

caracterizada pela vegetação resultante de processos naturais de sucessão, após

supressão total ou parcial da vegetação primária por meio de ações antrópicas ou de

Page 31: A IMPORTÂNCIA DO PROGRAMA DE SUPRESSÃO VEGETAL NAS …

31

causas naturais, podendo ocorrer árvores remanescentes da vegetação primária

(CONAMA n° 10,de 1 de outubro de 1993).

A sucessão pode ser definida como um processo em que as comunidades

(novas espécies) assumem o lugar das outras por algum motivo, como pode ser

visualizado no esquema hipotético presente na Figura 4 abaixo.

Figura 4 – Sucessão vegetal hipotética

Fonte: www.ib.usp.br.

Na Figura 4 acima, a letra A corresponde as rochas que são colonizadas

por organismos pioneiros (ex: liquens, fungos, microorganismos, etc.), erodindo a

rocha e formando solo; a B representa a fase subseqüente, na qual depois que o

solo é formado o ambiente propicia a colonização de outros organismos, como a

vegetação rasteira; as etapas apresentadas pelas letras C e D se dão caso não

ocorra nenhuma perturbação no local, nesta comunidade que resultará numa

sucessiva troca de organismos, que tenderá a ser tornar uma comunidade clímax,

visualizado na letra E.

Page 32: A IMPORTÂNCIA DO PROGRAMA DE SUPRESSÃO VEGETAL NAS …

32

3.4 Vegetação Secundária em Estágio Inicial

O estágio inicial é caracterizado pelas fisionomias apresentadas na

vegetação e composição dos vegetais na área e entorno. A resolução CONAMA nº

1, de 31 de janeiro de 1994 informa as diretrizes para tal caracterização,

identificação e procedimentos de licenciamento da vegetação nativa secundária em

estagio inicial no Estado de São Paulo, sendo elas:

a) fisionomia que varia de savânica a florestal baixa, podendo ocorrer estrato herbáceo e pequenas arvores; b) estratos lenhosos variando de abertos a fechados, apresentando plantas com alturas variáveis; c) alturas das plantas lenhosas estão situadas geralmente entre 1,5 m e 8,0 m e o diâmetro médio dos troncos a altura do peito (DAP = 1,30 m do solo) e de ate 10 cm, apresentando pequeno produto lenhoso, sendo que a distribuição diamétrica das formas lenhosas apresenta pequena amplitude: d) epífitas, quando presentes, são pouco abundantes, representadas por musgos, liquens, polipodiáceas, e tilândsias pequenas; e) trepadeiras, se presentes, podem ser herbáceas ou lenhosas; f) a serapilheira, quando presente, pode ser continua ou não, formando uma camada fina pouco decomposta; g) no sub-bosque podem ocorrer plantas jovens de espécies arbóreas dos estágios mais maduros; h) a diversidade biológica e baixa, podendo ocorrer ao redor de dez espécies arbóreas ou arbustivas dominantes; i) as espécies vegetais mais abundantes e características, além das citadas no estagio pioneiro, são: cambara ou candeia (Gochnatia polimorpha), leiteiro (Peschieria fuchsiaefolia), maria-mole (Guapira spp.), mamona (Ricinus communis), arranha-gato (Acacia spp.), falso ipê (Stenolobium stans), crindiuva (Trema micrantha), fumo-bravo (Solanum granuloso-lebrosum), goiabeira (Psidium guaiava), sangra d’agua (Croton urucurana), lixinha (Aloysia virgata), amendoim-bravo (Pterogyne nitens), embaubas (Cecropia spp.), pimenta-de macaco (Xylopia aromatica), murici (Byrsonima spp.), mutambo (Guazuma ulmifolia), manaca ou jacatirao (Tibouchina spp.e Miconia spp.),capororoca (Rapanea spp.), tapias (Alchornea spp.), pimenteira brava (Schinus terebinthifolius), guacatonga (Casearia sylvestris), sapuva (Machaerium stipitatum), caquera (cassia sp.);

O corte, a supressão e exploração da vegetação classificadas como

secundária em estágio inicial, devem ser autorizados pelo órgão estadual

competente, a menos que no estado em questão o remanescente do bioma

corresponder a um valor inferior a 5% da área original. Sendo assim, o regime

jurídico a ser aplicado será o utilizado em vegetações secundárias de estágio médio,

ressalvadas as áreas urbanas e regiões metropolitanas.

Page 33: A IMPORTÂNCIA DO PROGRAMA DE SUPRESSÃO VEGETAL NAS …

33

Figura 5 – Exemplo de vegetação secundária em estágio inicial

Fonte: Lemos; Washington, 2010.

O artigo 3º da Resolução SMA nº 31/09 determina que:

A autorização para supressão de vegetação nativa para parcelamento

do solo ou qualquer edificação na área urbana poderá ser fornecida mediante o atendimento das seguintes condicionantes: I. somente poderá ser concedida autorização para supressão de vegetação quando garantida a preservação da vegetação nativa em área correspondente a, no mínimo, 20% da área da propriedade. II. respeitado o disposto no inciso I, deverá ser garantida a preservação de no mínimo 30% da área do fragmento de vegetação nativa existente na propriedade no caso de estágio inicial de regeneração. ... V. a vegetação remanescente na propriedade deverá ser averbada à margem da matrícula do imóvel no Cartório de Registro de Imóveis competente como Área Verde, sendo dispensada a averbação no caso de lotes com área inferior a 1.000 m2.

Portanto, segundo o item dois, deve ser mantido 30% do fragmento da

vegetação nativa existente no lote.

3.5 Vegetação Secundária em Estágio Médio

A caracterização do estágio médio se dá através das fisionomias

presentes na vegetação e composição dos vegetais na área e entorno. A resolução

CONAMA nº 1, de 31 de janeiro de 1994 dá parâmetros para esta caracterização,

Page 34: A IMPORTÂNCIA DO PROGRAMA DE SUPRESSÃO VEGETAL NAS …

34

identificação e procedimentos de licenciamento da vegetação nativa secundária em

estagio médio no Estado de São Paulo, sendo elas:

a) fisionomia florestal, apresentando árvores de vários tamanhos; b) presença de camadas de diferentes alturas, sendo que cada camada apresenta-se com cobertura variando de aberta a fechada, podendo a superfície da camada superior ser uniforme e aparecer arvores emergentes; c) dependendo da localização da vegetação a altura das arvores pode variar de 4 a 12 m e o DAP médio pode atingir ate 20 cm. A distribuição diamêtrica das arvores apresenta amplitude moderada, com predomínio de pequenos diâmetros podendo gerar razoável produto lenhoso; d) epífitas aparecem em maior numero de indivíduos e espécies (liquens, musgos, hepáticas, orquídeas, bromélias, cactáceas, piperáceas, etc.), sendo mais abundantes e apresentando maior numero de espécies no domínio da Floresta Ombrófila; e) trepadeiras, quando presentes, são geralmente lenhosas; f) a serapilheira pode apresentar variações de espessura de acordo com a estação do ano e de um lugar a outro; g) no sub-bosque (sinusias arbustivas) e comum a ocorrência de arbustos umbrófilos principalmente de espécies de rubiáceas, mirtáceas, melastomatáceas e meliáceas; h) a diversidade biológica e significativa, podendo haver em alguns casos a dominância de poucas espécies, geralmente de rápido crescimento. Alem destas, podem estar surgindo o palmito (Euterpe edulis), outras palmáceas e samambaiaçus; i) as espécies mais abundantes e características, além das citadas para os estágios anteriores, são: jacarandas (Machaerium spp.), jacaranda-do campo (Platypodium elegans), louro-pardo (Cordia trichotoma), farinha- seca (Pithecellobium edwallii), aroeira (Myracroduon urundeuva), guapuruvu (Schizolobium parahiba), burana (Amburana cearensis), pau-de-espeto (Casearia gossypiosperma), cedro (Cedrela spp.), canjarana (Cabralea canjerana), acoita-cavalo (Luehea spp.), oleo-de-copaiba (Copaifera langsdorfii), canafistula (Peltophorum dubium), embiras-de- sapo (Lonchocarpus spp.), faveiro (Pterodon pubescens), canelas (Ocotea spp., Nectandra spp., Crytocaria spp.), vinhatico (Plathymenia spp.), arariba (Centrolobium tomentosum), ipes (Tabebuia spp.), angelim (Andira spp.), marinheiro (Guarea spp.) monjoleiro (Acacia polyphylla), mamica-de-porca (Zanthoxyllum spp.), tamboril (Enterolobium contorsiliquum), mandiocao (Didimopanax spp.), araucaria (Araucaria angustifolia), pinheiro-bravo (Podocarpus spp.), amarelinho (Terminalia spp.), peito-de-pomba (Tapirira guianensis), cuvata (Matayba spp.), caixeta (Tabebuia cassinoides), cambui (Myrcia spp.), taiuva (Machlura tinctoria), pau-jacare (Piptadenia gonoacantha), guaiuvira (Patagonula americana), angicos (Anadenanthera spp.) entre outras;

Page 35: A IMPORTÂNCIA DO PROGRAMA DE SUPRESSÃO VEGETAL NAS …

35

Figura 6 – Exemplo de vegetação secundária em estágio médio

Fonte: Lemos; Washington, 2009.

O corte, a supressão e a exploração desse tipo de vegetação será

autorizada em caráter excepcional, quando necessários à execução de obras,

atividades ou projetos de utilidade pública ou de interesse social, pesquisa científica

e práticas preservacionistas, bem como quando necessário ao pequeno produtor

rural e populações tradicionais para o exercício de atividades ou usos agrícola,

pecuário ou silvicultura imprescindíveis à própria subsistência e de sua família,

ressalvadas as áreas de preservação permanente e, quando for o caso, após

averbação da reserva legal, nos perímetros urbanos aprovados até 22/12/2006.

O corte e a supressão de vegetação primária ou nos estágios avançado e

médio de regeneração do Bioma Mata Atlântica, conforme a Lei nº 11.428/06 em seu

artigo 11, ficam vedados quando:

I - a vegetação:

a) abrigar espécies da flora e da fauna silvestres ameaçadas de extinção, em território nacional ou em âmbito estadual, assim declaradas pela União ou pelos Estados, e a intervenção ou o parcelamento puserem em risco a sobrevivência dessas espécies; b) exercer a função de proteção de mananciais ou de prevenção e controle de erosão; c) formar corredores entre remanescentes de vegetação primária ou secundária em estágio avançado de regeneração; d) proteger o entorno das unidades de conservação; ou

Page 36: A IMPORTÂNCIA DO PROGRAMA DE SUPRESSÃO VEGETAL NAS …

36

e) possuir excepcional valor paisagístico, reconhecido pelos órgãos executivos competentes do Sistema Nacional do Meio Ambiente - SISNAMA; II - o proprietário ou posseiro não cumprir os dispositivos da legislação ambiental, em especial as exigências da Lei nº 4.771, de 15 de setembro de 1965, no que respeita às Áreas de Preservação Permanente e à Reserva Legal.

Novos empreendimentos que resultem em corte ou supressão de

vegetação deverão ser implantados preferencialmente em áreas já substancialmente

alteradas ou degradadas.

Baseado na Lei nº 11.428/06, a supressão da vegetação secundária em

estágio médio do Bioma Mata Atlântica, fica condicionada à compensação

ambiental, de modo que a área destinada seja equivalente a extensão da área

desmatada, contendo as mesmas características ecológicas, pertencendo à mesma

bacia hidrográfica e, sempre que possível, na mesma microbacia hidrográfica.

3.6 Vegetação Secundária em Estágio Avançado

A vegetação secundária em estágio avançado é caracterizada pela

Resolução CONAMA n° 1, de 31 de janeiro de 1994, em seu artigo 2º parágrafo 1º,

quando a composição vegetal apresentar:

a) fisionomia florestal fechada, tendendo a ocorrer distribuição contígua de copas, podendo o dossel apresentar ou não árvores emergentes; b) grande numero de estratos, com arvores, arbustos, ervas terrícolas, trepadeiras, epífitas, etc., cuja abundancia e numero de espécies variam em função do clima e local. As copas superiores geralmente são horizontalmente amplas; c) as alturas máximas ultrapassam 10 m, sendo que o DAP médio dos troncos e sempre superior a 20 cm. A distribuição diamêtrica tem grande amplitude, fornecendo bom produto lenhoso; d) epífitas estão presentes em grande numero de espécies e com grande abundancia principalmente na Floresta Ombrófila; e) trepadeiras são geralmente lenhosas (leguminosas, bignoniaceas, compostas, malpiguiaceas). E sapocindaceas, principalmente), sendo mais abundantes e mais ricas em espécies na Floresta Estacional; f) a serapilheira esta presente, variando em função do tempo e da localização, apresentando intensa decomposição; g) no sub-bosque os estratos arbustivos e herbáceos aparecem com maior ou menor frequência, sendo os arbustivos predominantemente aqueles já citados para o estagio anterior (arbustos umbrófilos) e o herbáceo formado predominantemente por bromeliáceas, aráceas, marantáceas e heliconiaceas, notadamente nas áreas mais úmidas;

Page 37: A IMPORTÂNCIA DO PROGRAMA DE SUPRESSÃO VEGETAL NAS …

37

h) a diversidade biológica e muito grande devido a complexidade estrutural e ao numero de espécies; i) alem das espécies já citadas para os estágios anteriores e de espécies da mata madura, e comum a ocorrência de: jequitibás (Cariniana spp.), jatobás (Hymenaea spp.), paumarfim (Balfourodendron riedelianum), caviuna (Machaerium spp.), paineira (Chorisia speciosa), guarantã (Esenbeckia leiocarpa), imbuia (Ocotea porosa), figueira (Ficus spp.), macaranduba (Manilkara spp. e Persea spp.), suina ou mulungu (Erythryna spp.), guanandi (Calophyllum brasiliensis), pixiricas (Miconia spp.), pau-d’alho (Gallesia integrifolia), perobas e guatambus (Aspidosperma spp.), jacarandas (Dalbergia spp.), entre outras.

Figura 7 – Exemplo de vegetação secundária em estágio avançado

Fonte: CECNA.

O corte e a supressão da Vegetação secundária em estágio avançado de

regeneração será autorizado apenas em caráter excepcional, quando necessários à

execução obras, atividades ou projetos de utilidade pública, pesquisa científica e

práticas preservacionistas e/ou nos perímetros urbanos aprovados até 22/12/2006,

mediante prévia autorização do órgão estadual responsável e no caso de ser

destinado a loteamento ou edificação somente será admitida, se for garantida a

preservação de vegetação nativa em estágio avançado de regeneração em

no mínimo 50% (cinqüenta por cento) da área total coberta por esta vegetação,

atendido o disposto no Plano Diretor do Município e demais normas

urbanísticas e ambientais aplicáveis.

Page 38: A IMPORTÂNCIA DO PROGRAMA DE SUPRESSÃO VEGETAL NAS …

38

Conforme a Lei nº 11.428/06, a supressão da vegetação secundária no

estágio avançado do Bioma Mata Atlântica, fica condicionada à compensação

ambiental, com as mesmas diretrizes pertencente às em estágio médio.

3.7 Autorização para Supressão de árvore isolada

Conforme SMA nº 18/07, estabelece-se como árvores isoladas, o

exemplar que não possuir contato de sua copa com outro exemplar arbóreo,

“destacando-se da paisagem como indivíduos isolados” (item 1 artigo 2 da mesma

resolução).

Os pedidos de supressão por exemplares arbóreos nativos isolados, vivos

ou mortos, não devem pertencer em áreas de preservação permanente e reserva

legal. Para esse caso a autorização deve ser emitida pelo poder público Municipal,

mediante as diretrizes do artigo 7 da mesma resolução.

4 RESULTADOS E DISCUSSÕES

4.1 Plano de Controle Ambiental

As degradações impostas ao meio ambiente pela implantação e operação

do canteiro de obras envolvem danos à flora, deterioração pontual dos solos,

desencadeamento de processos erosivos e de assoreamento dos cursos d’água e

redução na recarga dos aqüíferos. Além disso, pode ocorrer a geração de poeiras e

ruídos provocados pelos desmatamentos e terraplenagens, e pela operação da

usina de concreto e da central de britagem, sendo extremamente necessário a

aplicação de um plano de controle ambiental.

Os cuidados relativos à minimização dos impactos na vegetação nativa e

restauração ambiental de áreas impactadas deverão estar sob a responsabilidade

da coordenação ambiental da obra, encarregada do planejamento, execução e

monitoramento das ações, assim como da promoção de encontros periódicos com

Page 39: A IMPORTÂNCIA DO PROGRAMA DE SUPRESSÃO VEGETAL NAS …

39

os atores envolvidos nas obras civis para realização de dinâmicas de grupo e

jornadas de campo, como estratégias de educação ambiental.

Controle e fiscalização, aliados à programa sistemático de informação,

serão implementados junto a profissionais e operários de todos os níveis, seguindo

as boas práticas da engenharia com redução de desperdícios e minimização de

impactos nas áreas adjacentes a diretamente afetadas.

4.2 Programa de Compensação Ambiental

Este Programa atende a preceitos legais, especialmente à Resolução

CONAMA Nº 02, de 18 de abril de 1996, e à Lei Nº 9.985, de 18 de julho de 2000 e

seu Regulamento (Decreto Nº 4.340/02) que se referem especificamente à

obrigatoriedade de, nos casos de licenciamento ambiental, o empreendedor

destinar, no mínimo 0,5% dos custos diretos do empreendimento, para serem

aplicados em Unidades de Conservação.

A Resolução CONAMA Nº 02/90 é voltada para as Unidades de

Conservação de Proteção Integral e indica que os recursos envolvidos no Programa

de Compensação Ambiental não são obrigatoriamente vinculados à área de

influência do empreendimento, ou seja, a UC a ser contemplada não precisa

necessariamente estar junto ao sítio do Projeto.

Nessa Resolução é colocada também a possibilidade dos recursos serem

investidos em unidades já existentes ou na criação de uma nova unidade. Já a Lei nº

9.985/2000, estende a aplicação dos recursos destinados à compensação ambiental

também às UCs de Uso Sustentável, quando estas forem afetadas pelo

empreendimento.

Além disso, a Resolução CONAMA Nº13/90 determina a necessidade de

auscultação dos órgãos administradores das Unidades de Conservação localizadas

num raio de até 10 km do empreendimento.

Compete ao órgão executor proponente de nova unidade de conservação,

elaborar todos os estudos técnicos preliminares, neste caso com os recursos da

Compensação Ambiental, e realizar, quando for o caso, a consulta pública e os

demais procedimentos administrativos necessários à criação da unidade.

Page 40: A IMPORTÂNCIA DO PROGRAMA DE SUPRESSÃO VEGETAL NAS …

40

4.3 Programa de Recuperação das Áreas Degradadas

Para a implantação do empreendimento será necessário, durante a fase

de obras, a remoção da cobertura vegetal e a movimentação do solo em diversos

pontos da sua área de influência, o que tende promover a desestruturação e a

exposição gradual do mesmo à erosão. Verifica-se, portanto, a necessidade de

definir-se previamente o conjunto de medidas a serem adotadas na prevenção e

mitigação destes impactos, sendo que esses tendem a se manifestar de forma mais

acentuada, nas áreas escavadas, vias de acesso, aterros e bota-foras, bem como,

nas instalações do acampamento de obras.

Dentro desse contexto, verifica-se a necessidade da elaboração do

Programa de Recuperação de Áreas Degradadas, de maneira a fundamentar os

princípios da gestão ambiental na fase de obras, bem como, definir as atividades a

serem implementadas no que concerne à recuperação das áreas a serem utilizadas

no processo construtivo, objetivando garantir o uso racional do solo, e minimizar a

incidência de processos erosivos.

Para cada área impactada pela implantação da obras, cujo impacto não

esteja associada ao seu aproveitamento como área irrigável ou de pecuária, deverão

ser realizadas ações mitigadoras e/ou de recuperação cênica e cobertura vegetal.

Para a área definida como Reserva Legal são indicados procedimentos

específicos no Programa de Implantação de Reserva Legal. Para uma área

considerada prioritária, devem ser previstas ações de recuperação das possíveis

degradações, definidas as técnicas de manejo e conservação do solo, águas,

recomposição topográfica, preparo do solo e revegetação.

Para as Áreas de Preservação Permanente são aplicadas técnicas

adequadas de conservação do solo, controle das águas superficiais, preparo do solo

e revegetação das áreas degradadas, tendo como objetivo conservar a diversidade

de ambientes, espécies e de processos naturais. São de preservação permanente

as margens de riachos e reservatórios d’água (barreiros), bem como as áreas

declivosas de encostas.

As técnicas e os procedimentos a serem empregados na recuperação das

áreas degradadas deverão ser individualizados por setores. Devem-se respeitar as

suas características específicas quanto às formações vegetais, tipos de solo,

Page 41: A IMPORTÂNCIA DO PROGRAMA DE SUPRESSÃO VEGETAL NAS …

41

declividades do terreno, tipo de intervenção que originou a degradação, entre outros

fatores, que deverão estar integrados com o Programa de Monitoramento da

Cobertura Vegetal.

Ao término da construção as áreas degradadas deverão ser trabalhadas

de modo que as suas novas condições situem-se próximas às condições anteriores

à intervenção, procurando-se devolver aos locais o equilíbrio dos processos

ambientais ali atuantes anteriormente, ou permitir a possibilidade de novos usos.

Dentro desse contexto, os principais procedimentos a serem adotados, na

recuperação das áreas que venham a ser degradadas por ocasião da instalação de

canteiro de obras, vias de acesso temporárias e bota-foras deverão considerar um

planejamento em etapas, descritas a seguir.

4.3.1 Delimitação e seleção das áreas a serem recuperadas

Essa etapa compreende a caracterização das áreas a serem exploradas

e/ou utilizadas na implantação do empreendimento, notadamente, no que se refere à

cobertura vegetal existente, informações estas, fundamentais para o adequado

planejamento e dimensionamento das intervenções a serem realizadas.

No processo de seleção das áreas específicas onde serão desenvolvidos

os trabalhos de reabilitação, através de re-introdução da cobertura vegetal, da

utilização de técnicas de engenharia ou da aplicação conjunta das mesmas, será

dada ênfase às áreas terraplenadas em geral (jazidas de empréstimo; estradas e

caminhos de serviço; canteiros de obras a serem desativados, dentre outras);

taludes de corte e aterro. Em tais áreas deverá se buscar a reintegração à paisagem

local.

As áreas de empréstimo estarão excluídas deste Programa quando forem

utilizadas jazidas comerciais, devidamente licenciadas, com responsabilidade da

empresa construtora de apresentar sempre que solicitado pela fiscalização, cópias

validas das referidas licenças.

Page 42: A IMPORTÂNCIA DO PROGRAMA DE SUPRESSÃO VEGETAL NAS …

42

4.3.2 Intervenções recomendadas para cada área específica

A partir da análise e síntese das informações levantadas na etapa

anterior, será definido o conjunto de práticas a serem adotadas para cada área

específica, as quais estão fundamentadas nos princípios rotineiramente

recomendados para obras de mesma magnitude, sendo que dentre estes, podem

ser citados os seguintes:

• Forma de remoção e armazenamento do material vegetal e/ou

horizonte superficial;

• Gestão equilibrada de efluentes e/ou resíduos sólidos;

• Análise da topografia das áreas a reabilitar;

• Readequação da rede de drenagem para a proteção dos taludes;

• Reconformação e/ou sistematização do terreno, visando a amenização

dos taludes;

• Recuperação das características físicas e químicas, através de práticas

de descompactação do solo e/ou adubação e calagem;

• Análise da região fitogeográfica em que estão localizadas as áreas a

recuperar;

• Seleção e definição do tipo de uso futuro das áreas a recuperar;

• Análise da vegetação ocorrente na região de localização das áreas a

reabilitar;

• Seleção de espécies vegetais a serem introduzidas;

• Aquisição/produção de plantas;

• Espalhamento do material vegetal e/ou horizonte superficial;

• Atividades de plantio;

• Atividades de manutenção das plantações.

Essas práticas, isoladamente ou de preferência em conjunto, em muito

contribuem para a prevenção e/ou mitigação de impactos nas áreas de exploração

de materiais e/ou de deposição de rejeitos, contribuindo de forma significativa na

redução e controle dos processos erosivos.

Page 43: A IMPORTÂNCIA DO PROGRAMA DE SUPRESSÃO VEGETAL NAS …

43

4.3.3 Revegetação para a Recuperação das Áreas Degradadas

As atividades a serem desenvolvidas durante o período de trabalho

seguirão as fases consideradas necessárias para a perfeita implantação do Projeto

de Recuperação de Áreas Degradadas.

4.3.3.1 Produção de mudas

O primeiro passo para a recomposição de áreas degradadas é a

instalação de um viveiro de mudas, para garantir suprimento aos plantios em áreas

alteradas pelas obras, que se dará no período de chuvas para reduzir custos de rega

e facilitar a pega das mudas, utilizando mudas de boa qualidade e produzidas a

partir de material genético diversificado, coletado na própria área do

empreendimento. Os plantios e a sua manutenção e monitoramento deverão se

estender ao longo de dois anos após a conclusão das obras civis, contemplando o

plantio com espécies e técnicas adequadas, privilegiando as espécies nativas

endêmicas, prevendo a incorporação do viveiro ao Projeto, para ser implementado,

no futuro, pela associação formada pelos irrigantes lá estabelecidos.

Serão usados sacos plásticos escuros de boa qualidade como recipientes

para produção das mudas, atentando-se para a qualidade do substrato, que deverá

ter proporção expressiva de matéria orgânica (composto orgânico e/ou

vermicomposto ou esterco de curral curtido), com coleta local de material reprodutivo

contemplando, no mínimo, 20 espécies da flora nativa relacionadas no estudo. As

mudas serão expedidas ao campo com altura mínima de 80cm, com torrão de raiz

comprovadamente formado.

Após plantio definitivo nas áreas alteradas pelas obras, será realizada a

irrigação das mudas a cada cinco dias, usando para isso estratégias diversas como

carroças com tonéis com mangueiras acopladas, e as avaliações de sobrevivência

serão feitas após os 30 primeiros dias e, depois dessa data, trimestralmente,

procedendo-se o replantio sempre que a porcentagem de falha por área for superior

a 10%.

Na revegetação de APPs degradadas, tem sido usualmente

recomendada a avaliação do modelo sucessional, que separa as espécies vegetais

Page 44: A IMPORTÂNCIA DO PROGRAMA DE SUPRESSÃO VEGETAL NAS …

44

em grupos ecológicos com características comuns e funções diferentes na dinâmica

da vegetação. O plantio, neste caso, deve ter o máximo possível de diversidade de

espécies nativas, procurando-se recuperar tanto a estrutura quanto a dinâmica da

vegetação.

4.3.3.2 Avaliação das Áreas Degradadas

Nas áreas sujeitas a recuperação será realizada uma caracterização da

extensão e intensidade com que a degradação ocorreu, visando definir as atividades

mais adequadas de recomposição de cada situação.

Estas atividades envolverão a definição das condições do substrato

(profundidade, permeabilidade, drenagem, fertilidade e eventual contaminação que

possam apresentar) e da cobertura vegetal, parcialmente degradada ou totalmente

alterada, tendo em vista que a recuperação destas diferentes condições se dará por

atividades diferenciadas.

4.3.3.3 Seleção das Espécies

No processo de recuperação de áreas degradadas é necessário conhecer

os padrões sucessionais, onde os diferentes grupos ecológicos de espécies ficarão

inseridos. A seleção das espécies que reiniciarão a sucessão deverá atender a um

conjunto de quesitos associados às condições hidroedáficas locais e de um máximo

grau de interação biótica que corresponderá a um resposta adaptativa dessas

espécies à condições físicas e biológicas da região.

Serão escolhidas espécies vegetais de ocorrência local e em regiões com

as mesmas características das áreas a serem recuperadas. O instrumento para esta

seleção será o levantamento florístico disponível na literatura pertinente, aqueles

constituintes deste Estudo Ambiental e outros identificados em campo, acrescidos

de informações das características destas espécies, como definição das

colonizadoras pioneiras, secundárias ou clímax, processo reprodutivo, fertilidade e

densidade no ecossistema, buscando-se utilizar o maior número possível de espécie

para assegurar a diversidade necessária ao equilíbrio da área recomposta.

Page 45: A IMPORTÂNCIA DO PROGRAMA DE SUPRESSÃO VEGETAL NAS …

45

O plantio deve ser feito, preferencialmente, no início do período chuvoso,

que na região do semi-árido corresponde ao final de dezembro ou início de janeiro.

Por ocasião do plantio, alguns cuidados deverão ser tomados:

• O plantio das mudas deverá ser executado em nível, visto que o local

possuirá uma suave declividade;

• Ao retirar a muda do saquinho deve cuidar-se para que o torrão não

quebre, danificando o sistema radicular. Após a remoção da muda, os

recipientes plásticos deverão ser recolhidos e dispostos em local

adequado;

• Realizar um suave embaciamento ao redor da muda, por ocasião do

plantio, propiciando um melhor armazenamento de água;

• Ao plantar as mudas devem-se tomar o cuidado de não encobrir o colo

da planta, uma vez que isso pode causar morte das mudas por

afogamento;

• Colocar tutores nas plantas para evitar tombamento e quebra dos

galhos.

• O replantio deverá ser realizado 45 dias após o plantio, visando repor as

mudas mortas.

A seleção de espécies pioneiras edáficas e de clareira que já apresentam

uma adaptação a condições adversas poderá permitir uma competitividade maior

para essas espécies do que para aquelas chamadas oportunistas e climácicas. As

distintas condições hidro-edáficas e as características ecológicas de cada espécie

devem ser parâmetros para definir sua escolha e poderão resultar em uma

recuperação onde o resultado será obtido de uma ação humana apenas inicial e que

a própria natureza se encarregará de finalizar o processo. Esta opção implica em um

processo mais efetivo e adaptado às condições locais e supõe-se muito menos

oneroso.

4.3.3.4 Seleção do sistema de revegetação

Três sistemas de revegetação poderão ser utilizados em diferentes

situações de degradação: a implantação, o enriquecimento e a regeneração nativa.

Em uma mesma unidade podem e devem ser utilizados os diferentes sistemas de

Page 46: A IMPORTÂNCIA DO PROGRAMA DE SUPRESSÃO VEGETAL NAS …

46

recomposição de acordo com a existência ou não de cobertura vegetal e de suas

características.

A Implantação é o sistema a ser usado em área bastante degradada e

que não conservam nenhuma das características bióticas das formações florestais

ocorrentes originalmente. Neste sistema todas as espécies serão introduzidas em

ordem cronológica de sucessão: espécies pioneiras, espécies secundárias iniciais e

espécies secundárias tardias ou clímaces, sob a forma de mudas.

O enriquecimento é o sistema a ser utilizado em área em estágio

intermediário de degradação, mantendo ainda algumas características bióticas e

abióticas da formação original, apresentando características de capoeira com

espécies de estágios iniciais de sucessão. Estas áreas sofrerão um acréscimo de

espécies secundárias ou clímaces sob a copa das espécies pioneiras que já ocupam

a área, para ampliar a biodiversidade e estabelecer diferentes cronologias de

sucessão.

A regeneração nativa é usada em áreas pouco perturbadas. A

regeneração nativa poderá ser combinada com o enriquecimento de espécies de

fase final do processo de sucessão quando for notada a ausência de espécies

típicas da região. Este enriquecimento poderá ser efetuado por introdução de

bancos de sementes ou estabelecimento de mudas advindas do viveiro.

Serão previamente definidas as atividades a serem implementadas em

cada sistema de revegetação a ser utilizado, distinguindo inclusive aquelas

atividades necessárias como apoio ou de atividades complementares.

Estas atividades vão desde o isolamento da área a ser recuperada,

passando pela retirada dos fatores atuantes de degradação; eliminação seletiva ou

redução de competidores; adensamento de espécies através da introdução de

mudas ou sementes; enriquecimento com mudas ou sementes de espécies que não

foram encontradas, mas têm valor na caracterização do ecossistema regional;

implantação de módulo de mudas e sementes para servir como pólo sucessional,

proporcionando uma diversidade dessa formações e definição da distribuição das

espécies no campo e das quantidades de indivíduos por área, formas de

parcelamento e distribuição espacial dos indivíduos nos locais onde serão plantadas

as espécies selecionadas.

Page 47: A IMPORTÂNCIA DO PROGRAMA DE SUPRESSÃO VEGETAL NAS …

47

4.3.3.5 Implantação de mudas

A implantação de espécies pioneiras como atração de dispersores e de

interesse econômico ou melífero deve ser uma opção no processo de recuperação.

Na composição da listagem de espécies a serem utilizadas poderão estar incluídas

espécies nativas, frutíferas, melíferas, medicinais ou resiníferas não amostradas no

levantamento florístico.

Espécies atratoras de polinizadores têm como principal benefício o poder

de atração para aves e morcegos que, visitando estas espécies na nova área de

plantio, devem trazer de áreas vizinhas preservadas as sementes necessárias para

o repovoamento com maior biodiversidade e fomentar, também, a recuperação da

fauna silvestre regional. Deve-se evitar espécies de exploração madeireira, ou que

sua exploração signifique o corte raso do indivíduo, para não servirem de atrativos

para a população local que venham a comprometer o trabalho de recuperação.

Os modelos de plantio variam, entretanto, nas áreas a serem trabalhadas

serão utilizados os resultados de distribuição e espaçamento obtidos em estudos

fitogeográficos de áreas, procurando-se manter o resultado final o mais próximo

possível ao da composição vegetacional nativa da região.

4.3.3.6 Monitoramento das áreas recuperadas

O processo de recuperação de uma área que recebeu muda de espécies

arbóreas exige que se faça o controle e o acompanhamento dos resultados obtidos.

Esse acompanhamento consiste em:

• Adubação de cobertura em cada cova, por, no mínimo, três anos

consecutivos;

• Coroamento e limpeza no entorno das mudas;

• Replantio das mudas que se fizerem necessárias;

• Realização de desbastes e podas;

• Combate às formigas, inclusive nas redondezas, num raio de 200

metros, até que se tenha controle total das formigas cortadeiras;

Page 48: A IMPORTÂNCIA DO PROGRAMA DE SUPRESSÃO VEGETAL NAS …

48

• Correção e fertilização do solo das covas - além da adubação química

são de grande importância a incorporação de matéria orgânica ao

material das covas (usualmente esterco curtido).

Page 49: A IMPORTÂNCIA DO PROGRAMA DE SUPRESSÃO VEGETAL NAS …

49

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

O processo de supressão vegetal, e mais especificamente, em obras

rodoviárias, demanda cuidados e medidas indispensáveis que englobam desde a

avaliação da fauna e flora pré-existentes naquela determinada área, até o processo

de revegetação e monitoramento das áreas recuperadas.

A pesquisadora pôde constatar que é de extrema importância a

caracterização do local, assim como estabelecer o estágio de sucessão do Bioma

presente na área em questão. Através das definições de parâmetros estabelecidos,

são configurados os estágios de regeneração a qual a vegetação precisará,

podendo ser diferentes em regiões distintas, a depender de aspectos como relevo,

clima e solo locais; do histórico do uso da terra; da vegetação circunjacente; da

localização geográfica; e da área e da configuração da formação analisada.

Recomenda-se ainda a prática de um plano de conservação ambiental,

que dê diretrizes para os cuidados relativos à minimização dos impactos na

vegetação nativa e restauração ambiental de áreas impactadas, bem como a

promoção de encontros periódicos com os atores envolvidos nas obras, para que

sejam evitados maiores desgastes aos meios afetados com a supressão vegetal.

Por fim, dentro do contexto ambiental, é de fundamental significância que

as empresas sigam as orientações estabelecidas em programas destinados à

compensação e recuperação das áreas que sofreram direta ou indiretamente com a

supressão vegetal, a fim de que as medidas adotadas estejam de acordo com os

órgãos e leis responsáveis e, desta forma os impactos gerados ao meio ambiente

em obras deste segmento sejam os menores possíveis.

5.1 CONCLUSÃO

Este trabalho foi construído de uma forma geral, e apresentado em

conformidade com as principais leis e órgãos regulamentadores vigente, abordando

algumas áreas de conhecimento que estão envolvidas no processo de supressão

Page 50: A IMPORTÂNCIA DO PROGRAMA DE SUPRESSÃO VEGETAL NAS …

50

vegetal, tentando expor os principais pontos, e abordando de forma objetiva o

assunto, orientando o desenvolver de todo o processo do modo menos agressivo

possível ao meio ambiente, assim como os outros meios afetados.

Durante a concepção do presente estudo, foram observados diversos

pontos de extrema importância, que comumente são executados de maneira falha,

resultando em fatores como maior geração de impacto ambiental, recuperação

ineficaz da área degradada, identificação e caracterização errônea da vegetação pré

existente, entre outros.

Pôde-se verificar que os gestores e demais responsáveis pela execução

de obras com esse segmento, principalmente relativo à etapa de estudo e

caracterização da vegetação, estão bem apoiados pelas bibliografias existentes,

assim como nas próprias leis e órgãos responsáveis no contexto da preservação

ambiental e desenvolvimento sustentável no Brasil.

De um aspecto geral, praticamente qualquer tipologia de obra acarreta

algum impacto ambiental. Contudo, são em obras do segmento rodoviário que essa

quantidade assume grandezas significativamente maiores, sendo, desta forma,

indispensável o planejamento e execução de um programa de supressão vegetal,

que objetive minimizar os danos gerados pelas construções das rodovias e,

posteriormente, recuperar em sua totalidade o habitat previamente existente.

O programa de supressão vegetal engloba todas as etapas pertinentes a

obra, recebendo cada vez maior ênfase pelas construtoras, visto que a aplicação

das diretrizes propostas pela mesma agrega em resultados benéficos tanto ao meio

ambiente, quanto ao valor financeiro estipulado as empresas. O sucesso de um

empreendimento do segmento rodoviário está diretamente ligado a conciliação entre

a execução da obra e a aplicação das orientações durante todas as etapas.

A pesquisa monográfica desenvolvida buscou revisar, bibliograficamente,

as principais diretrizes propostas por leis vigentes e resoluções de órgãos

regulamentadores destinados a obras rodoviárias, baseando-se em vegetações mais

comumente encontradas em biomas presentes em território nacional.

Page 51: A IMPORTÂNCIA DO PROGRAMA DE SUPRESSÃO VEGETAL NAS …

51

Tais orientações permitiram o desenvolvimento da pesquisa proposta

nesse estudo, conforme consta nos objetivos traçados: apresentar os principais

acontecimentos e embasamentos legais voltados à dinâmica ambiental dentro do

contexto histórico; realizar um estudo bibliográfico a respeito das tipologias de

vegetação encontradas em obras rodoviárias e apontar as principais medidas

compensatórias ao processo de supressão vegetal.

O estudo realizado e as análises dos resultados permitiram concluir que a

implantação de um programa voltado à realização de supressão vegetal de modo

planejado e consciente em obras destinadas a rodovias é imensuravelmente positivo

em diversos âmbitos, seja ele pertencente ao contexto ambiental, como a fauna e

flora local, bem como no aspecto financeiro, gerado as empresas responsáveis, e

também a qualidade de vida e segurança de todos os trabalhadores envolvidos.

Finalmente, a pesquisa realizada apresentou resultados como

contribuição aos estudos de relevância de programas de supressão vegetal e a

caracterização de planos de recuperação de áreas degradadas.

A pesquisadora buscou propor com os resultados obtidos nesta pesquisa

monográfica, um plano de implantação de ações preventivas e de controle que seja

condizente com as características da vegetação presente, a variar de acordo com

cada local, a serem executadas pelas construtoras responsáveis para futuras obras

rodoviárias. Visou também à adoção de planos de compensação e recuperação para

todas as áreas afetadas, direta ou indiretamente, bem como o monitoramento das

mesmas, de modo a garantir uma restauração total do meio ambiente envolvido.

Page 52: A IMPORTÂNCIA DO PROGRAMA DE SUPRESSÃO VEGETAL NAS …

52

REFERÊNCIAS

BREDARIOL, Celso; VIEIRA, L.iszt. Cidadania e Política Ambiental. Rio de

Janeiro, Editora: Record, 2006.

Conselho Nacional do Meio Ambiente. Resoluções do Conama: resoluções

vigentes publicadas entre julho de 1984 e novembro de 2008, Brasília, 2008.

Constituição da República Federativa do Brasil 1988. Declaração Sobre o

Ambiente Humano. Estocolmo, 1972.

Decreto Federal nº 6.660/08 - Regulamenta dispositivos da Lei nº 11.428, de 22 de

dezembro de 2006, que dispõe sobre a utilização e proteção da vegetação nativa do

Bioma Mata Atlântica.

Decreto n° 50.079/68 - Criação do Centro Tecnológico de Saneamento Básico,

CETESB, integrado ao FESB.

Decreto n° 73.030/73 - Cria, no âmbito do Ministério do Interior, a Secretaria

Especial do Meio Ambiente - SEMA, e da outras providências.

Decreto n° 750/93 – Dispõe sobre o corte, a exploração e a supressão de

vegetação primária ou nos estágios avançado e médio de regeneração da Mata

Atlântica, e dá outras providências.

Decreto n° 99.274/90 - Regulamenta a Lei nº 6.902, de 27 de abril de 1981, e a Lei

nº 6.938, de 31 de agosto de 1981, que dispõem, respectivamente sobre a criação

de Estações Ecológicas e Áreas de Proteção Ambiental e sobre a Política Nacional

do Meio Ambiente, e dá outras providências.

Decreto nº 23.793/34 – Código Florestal.

Page 53: A IMPORTÂNCIA DO PROGRAMA DE SUPRESSÃO VEGETAL NAS …

53

Decreto nº 3.942/01 - Dá nova redação aos arts. 4o, 5o, 6o, 7o, 10 e 11 do Decreto

no 99.274, de 6 de junho de 1990.

Decreto-Lei nº 289/67 - Cria o Instituto Brasileiro do Desenvolvimento Florestal e dá

outras providências.

DRUMMOND, José. Augusto. A História Ambiental: temas, fontes e linhas de

pesquisa. Revista Estudos Históricos, vol. 4, n° 8, Rio de Janeiro, 1991.

FARIAS, Talden, Queiroz. Aspectos gerais da política nacional do meio

ambiente – comentários sobre a Lei nº 6.938/81. Revista Âmbito Jurídico, Edição

35, Rio Grande, Edição 35, 12, 2006.

<http://www.cetesb.sp.gov.br/.> Acesso em 11 de agosto, 2017.

<http://www.ib.usp.br/~delitti/projeto/ricardo/sucessao_primaria.htm.> Acesso em 10

de agosto, 2017.

<http://www.ibama.gov.br/.> Acesso em 10 de agosto, 2017.

<http://www.ibama.gov.br/licenciamento/.> Acesso em 12 de agosto, 2017.

<http://www.licenciamentoambiental.eng.br.> Acesso em 12 de agosto, 2017.

<http://www.mma.gov.br/conama/.> Acesso em 15 de agosto, 2017.

Lei Complementar nº 815/96

Lei n° 11.428/06 – Dispõe sobre a utilização e proteção da vegetação nativa do

Bioma Mata Atlântica, e dá outras providências.

Lei n° 4.771/65 – Novo Código Florestal.

Lei n° 6.938/81 – Dispõe sobre a Política Nacional do Meio Ambiente, seus fins e

mecanismos de formulação e aplicação, e dá outras providências.

Page 54: A IMPORTÂNCIA DO PROGRAMA DE SUPRESSÃO VEGETAL NAS …

54

Lei n° 7.735/89 – Dispõe sobre a extinção de órgão e de entidade autárquica, cria o

Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis e dá

outras providências.

LISZT, Vieira; CADER, Renato. A política ambiental do Brasil ontem e hoje.

Revista Eco º21, Ano XVII, Edição 129, 8, 2007.

Ministério do Meio Ambiente e Organização das Nações Unidas para a Educação, a

Ciência e a Cultura (Brasil). Legislação Ambiental Básica. UNESCO, 2008.

MMA. Caderno de Licenciamento Ambiental: 2009. Brasília, 91.p.

Resolução CONAMA nº 001/86 – Dispõe sobre as definições, as responsabilidades,

os critérios básicos e as diretrizes gerais para uso e implementação da Avaliação de

Impacto Ambiental como um dos instrumentos da Política Nacional do Meio

Ambiente.

Resolução CONAMA nº 01/94 – Considerando o disposto no artigo 23, incisos VI e

VII da Constituição Federal e a necessidade de se definir vegetação primária e

secundária nos estágios pioneiro inicial, médio e avançado de regeneração de Mata

Atlântica em cumprimento ao disposto no artigo 6º, do Decreto 750, de 10 de

fevereiro de 1993, na Resolução CONAMA nº 10, de 10 de outubro de 1993, e a

fim de orientar os procedimentos de licenciamento de exploração da vegetação

nativa no Estado de São Paulo.

Resolução CONAMA nº 10/93 – Estabelece os parâmetros básicos para análise

dos estágios de sucessão da Mata Atlântica.

Resolução CONAMA nº 237/97 – Dispõe sobre as licenças ambientais, os órgãos

licenciadores, suas competências e prazos de validade das licenças.

Resolução SMA nº 18/07 - Disciplina procedimentos para a autorização de

supressão de exemplares arbóreos nativos isolados.

Page 55: A IMPORTÂNCIA DO PROGRAMA DE SUPRESSÃO VEGETAL NAS …

55

Resolução SMA nº 31/09 - Dispõe sobre os procedimentos para análise dos

pedidos de supressão de vegetação nativa para parcelamento do solo ou qualquer

edificação em área urbana