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Conflitos Internacionais
A Corte de Haia, define um conflito como
sendo
todo desacordo sobre certo ponto de
direito ou de fato; toda contradição ou
oposição de teses jurídicas ou de
interesses entre dois Estados.
Prosseguiremos, neste passo, com o
estudo das vias possíveis de solução
pacífica de pendências entre Estados.
Os Meios Diplomáticos
1- Inquérito
É um procedimento anterior, de
instância diplomática, política ou
jurisdicional,
para se estabelecer a materialidade dos
fatos, ou seja,
apurar fatos com o intuito de preparar
de forma adequada o ingresso em uma
das vias de efetiva solução do conflito
Apoio vocabular
Diplomacia: Ciência das relações
internacionais. Astúcia com que se trata
qualquer negócio. Habilidade nas
relações com outrem.
Diplomata: O que está encarregado de
funções diplomáticas. Pessoa distinta,
fina e hábil a negociar negócios
melindrosos
O diplomata é, antes de tudo, um agente
para as comunicações entre Estados
soberanos.
2- O Entendimento direto
Reveste-se, esta primeira via pacífica,
na simples negociação entre os litigantes,
sem a intervenção de qualquer outro
Estado. Para atingir bom termo, são
utilizados os canais diplomáticos dos
Estados,
tanto através de encontros, telefonemas,
como também por meio de troca de
notas diplomáticas.
Chegando, pois, a atingir as pretensões
dos Estados em conflito, esta via
soluciona o litígio.
3- Bons ofícios
Neste caso, há também um
entendimento direto entre os países.
Contudo, um terceiro país, ou
Organização Internacional, facilita esta
relação, prestando bons ofícios.
Este terceiro, na verdade não propõe
solução ao litígio internacional, mas
aproxima as partes,
oferece condições de negociação,
bem como se apresenta para ajudar nas
relações.
4- Mediação
A seu turno, a mediação assemelha-se com os bons ofícios,
com a diferença caracterizada pelo fato de que o terceiro toma conhecimento do desacordo e das razões apresentadas pelas partes, para ao final propor-lhes uma solução
Não existe mediação à revelia das partes.
Este parecer não obriga as partes em conflito.
5- Conciliação
ocorre uma variante da mediação, com a
característica de que há um aparato formal,
consagrado em tratado, onde uma comissão
de conciliação, integrada por representantes
dos países em conflito e outros neutros (total
em número ímpar), decide por maioria, com a
apresentação de um relatório que propõe um
desfecho para o conflito internacional.
Não possui força obrigatória, só sendo
observado quando as partes o estimem
conveniente (Convenção de Viena sobre o
Direito dos Tratados, artigo 66; e Convenção
das Nações Unidas sobre o Direito do Mar,
artigo 284 )
Meios Políticos
1- Organização das Nações Unidas
A Assembléia Geral e o Conselho de
Segurança da ONU são instituições políticas
utilizadas para a solução de conflitos
internacionais de certa gravidade e que
ameacem a paz, podendo ser assumida à
revelia das partes.
Neste sentido, a ONU faculta o acesso de
terceiros aos seus dois órgãos políticos com
o objetivo de finalizar conflitos internacionais
graves
atribuições: convidar as partes em uma controvérsia e dar fim por algum meio pacífico; manutenção da paz e da segurança internacional.
Meios Jurisdicionais
1- Arbitragem
A Arbitragem, segundo REZEK (2011), é uma via jurisdicional, não judiciária, de solução pacífica de conflitos internacionais
1. Tribunais arbitrais e Árbitros
O encargo arbitral é, geralmente, confiado a um colégio de 5 pessoas, sendo três neutras e outras duas representando os Estados em conflito.
Não é necessário que sejam Chefes de Estado, mas que mereçam a confiança dos litigantes e conhecimento reconhecido.
Estes árbitros podem fazer parte da Corte
Permanente de Arbitragem, que é uma
lista permanente de pessoas
qualificadas para funcionar como
árbitros.
Desta lista, fazem parte mais de 200
nomes, escolhidos pela Secretaria da
Corte sediada na Haia, por indicação
dos países que a patrocinam
A decisão emanada desta entidade, é
usualmente chamada de sentença da
Corte Permanente de Arbitragem.
1. Base Jurídica da Arbitragem
Um tratado bilateral, chamado de
compromisso arbitral, disciplina entre dois
Estados a utilização da arbitragem para a
solução pacífica de um litígio, disciplinando:
a descrição do litígio
as regras do Direito aplicável
designação do árbitro ou do Tribunal
Arbitral
prazos e regras do procedimento
compromisso de cumprir a decisão
arbitral (que é irrecorrível e obrigatória)
The International Court of Justice (ICJ), which has its seat in The Hague, is the principal judicial organ of the United
Nations.
RESPONSABILIDADE INTERNACIONAL
Inicialmente, sobre a Responsabilidade Internacional, podemos dizer que corresponde à responsabilidade de reparação que tem o Estado pela prática de um ato ilícito, segundo o Direito Internacional, para com o Estado que sofreu o dano.
basta que tenha havido agressão a uma
norma de Direito Internacional e que, por
conseguinte, tenha resultado dano para
uma Organização ou Estado.
o Estado é internacionalmente
responsável por todo ato ou omissão
que lhe seja imputável e do qual resulte a
violação de uma norma jurídica
internacional (delituosa) ou de suas
obrigações internacionais (segundo
resulte da inexecução de compromissos
contraídos)
ATITUDE ILÍCITA
inobservância de um Tratado
a um princípio geral
uma regra costumeira.
Imputabilidade
A conduta ilícita deverá ser imputável a um Estado ou a uma Organização Internacional, resultante de um ato ou omissão.
Dessa forma, a ação de particulares** não compromete a responsabilidade internacional do Estado
**Segundo (REZEK, 2011), esta ação de particulares incorrerá em ilícito somente quando faltar, o Estado, a seus deveres de prevenção e repressão. No mesmo sentido (ACCIOLY, 2000) ratifica a afirmação anterior ao discorrer que o Estado será responsável por não os haver prevenido ou punido.
Conseqüências da Responsabilidade
Internacional
Sendo responsável por ato ilícito segundo o
Direito Internacional, o Estado deve àquela outra
personalidade uma reparação, de natureza
compensatória, correspondente ao dano que lhe
tenha causado.
Sendo moral: desagravo público, pedido formal
de desculpas, punição das pessoas
responsáveis.
Sendo econômico: dinheiro.
Pode-se ainda, reparar-se o dano recolocando as
coisas no estado em que se encontravam antes
do ato ilícito.