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Direito Internacional Público 2011 D. Freire e Almeida

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Direito Internacional Público

2011

D. Freire e Almeida

Conflitos Internacionais

A Corte de Haia, define um conflito como

sendo

todo desacordo sobre certo ponto de

direito ou de fato; toda contradição ou

oposição de teses jurídicas ou de

interesses entre dois Estados.

Prosseguiremos, neste passo, com o

estudo das vias possíveis de solução

pacífica de pendências entre Estados.

Os Meios Diplomáticos

1- Inquérito

É um procedimento anterior, de

instância diplomática, política ou

jurisdicional,

para se estabelecer a materialidade dos

fatos, ou seja,

apurar fatos com o intuito de preparar

de forma adequada o ingresso em uma

das vias de efetiva solução do conflito

Apoio vocabular

Diplomacia: Ciência das relações

internacionais. Astúcia com que se trata

qualquer negócio. Habilidade nas

relações com outrem.

Diplomata: O que está encarregado de

funções diplomáticas. Pessoa distinta,

fina e hábil a negociar negócios

melindrosos

O diplomata é, antes de tudo, um agente

para as comunicações entre Estados

soberanos.

2- O Entendimento direto

Reveste-se, esta primeira via pacífica,

na simples negociação entre os litigantes,

sem a intervenção de qualquer outro

Estado. Para atingir bom termo, são

utilizados os canais diplomáticos dos

Estados,

tanto através de encontros, telefonemas,

como também por meio de troca de

notas diplomáticas.

Chegando, pois, a atingir as pretensões

dos Estados em conflito, esta via

soluciona o litígio.

3- Bons ofícios

Neste caso, há também um

entendimento direto entre os países.

Contudo, um terceiro país, ou

Organização Internacional, facilita esta

relação, prestando bons ofícios.

Este terceiro, na verdade não propõe

solução ao litígio internacional, mas

aproxima as partes,

oferece condições de negociação,

bem como se apresenta para ajudar nas

relações.

4- Mediação

A seu turno, a mediação assemelha-se com os bons ofícios,

com a diferença caracterizada pelo fato de que o terceiro toma conhecimento do desacordo e das razões apresentadas pelas partes, para ao final propor-lhes uma solução

Não existe mediação à revelia das partes.

Este parecer não obriga as partes em conflito.

5- Conciliação

ocorre uma variante da mediação, com a

característica de que há um aparato formal,

consagrado em tratado, onde uma comissão

de conciliação, integrada por representantes

dos países em conflito e outros neutros (total

em número ímpar), decide por maioria, com a

apresentação de um relatório que propõe um

desfecho para o conflito internacional.

Não possui força obrigatória, só sendo

observado quando as partes o estimem

conveniente (Convenção de Viena sobre o

Direito dos Tratados, artigo 66; e Convenção

das Nações Unidas sobre o Direito do Mar,

artigo 284 )

Meios Políticos

1- Organização das Nações Unidas

A Assembléia Geral e o Conselho de

Segurança da ONU são instituições políticas

utilizadas para a solução de conflitos

internacionais de certa gravidade e que

ameacem a paz, podendo ser assumida à

revelia das partes.

Neste sentido, a ONU faculta o acesso de

terceiros aos seus dois órgãos políticos com

o objetivo de finalizar conflitos internacionais

graves

atribuições: convidar as partes em uma controvérsia e dar fim por algum meio pacífico; manutenção da paz e da segurança internacional.

Meios Jurisdicionais

1- Arbitragem

A Arbitragem, segundo REZEK (2011), é uma via jurisdicional, não judiciária, de solução pacífica de conflitos internacionais

1. Tribunais arbitrais e Árbitros

O encargo arbitral é, geralmente, confiado a um colégio de 5 pessoas, sendo três neutras e outras duas representando os Estados em conflito.

Não é necessário que sejam Chefes de Estado, mas que mereçam a confiança dos litigantes e conhecimento reconhecido.

Estes árbitros podem fazer parte da Corte

Permanente de Arbitragem, que é uma

lista permanente de pessoas

qualificadas para funcionar como

árbitros.

Desta lista, fazem parte mais de 200

nomes, escolhidos pela Secretaria da

Corte sediada na Haia, por indicação

dos países que a patrocinam

A decisão emanada desta entidade, é

usualmente chamada de sentença da

Corte Permanente de Arbitragem.

1. Base Jurídica da Arbitragem

Um tratado bilateral, chamado de

compromisso arbitral, disciplina entre dois

Estados a utilização da arbitragem para a

solução pacífica de um litígio, disciplinando:

a descrição do litígio

as regras do Direito aplicável

designação do árbitro ou do Tribunal

Arbitral

prazos e regras do procedimento

compromisso de cumprir a decisão

arbitral (que é irrecorrível e obrigatória)

TRIBUNAL PENAL INTERNACIONAL- TPI

The International Court of Justice (ICJ), which has its seat in The Hague, is the principal judicial organ of the United

Nations.

RESPONSABILIDADE INTERNACIONAL

Inicialmente, sobre a Responsabilidade Internacional, podemos dizer que corresponde à responsabilidade de reparação que tem o Estado pela prática de um ato ilícito, segundo o Direito Internacional, para com o Estado que sofreu o dano.

basta que tenha havido agressão a uma

norma de Direito Internacional e que, por

conseguinte, tenha resultado dano para

uma Organização ou Estado.

o Estado é internacionalmente

responsável por todo ato ou omissão

que lhe seja imputável e do qual resulte a

violação de uma norma jurídica

internacional (delituosa) ou de suas

obrigações internacionais (segundo

resulte da inexecução de compromissos

contraídos)

ATITUDE ILÍCITA

inobservância de um Tratado

a um princípio geral

uma regra costumeira.

Imputabilidade

A conduta ilícita deverá ser imputável a um Estado ou a uma Organização Internacional, resultante de um ato ou omissão.

Dessa forma, a ação de particulares** não compromete a responsabilidade internacional do Estado

**Segundo (REZEK, 2011), esta ação de particulares incorrerá em ilícito somente quando faltar, o Estado, a seus deveres de prevenção e repressão. No mesmo sentido (ACCIOLY, 2000) ratifica a afirmação anterior ao discorrer que o Estado será responsável por não os haver prevenido ou punido.

Conseqüências da Responsabilidade

Internacional

Sendo responsável por ato ilícito segundo o

Direito Internacional, o Estado deve àquela outra

personalidade uma reparação, de natureza

compensatória, correspondente ao dano que lhe

tenha causado.

Sendo moral: desagravo público, pedido formal

de desculpas, punição das pessoas

responsáveis.

Sendo econômico: dinheiro.

Pode-se ainda, reparar-se o dano recolocando as

coisas no estado em que se encontravam antes

do ato ilícito.