direito de familia

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RESUMO DE DIREITO DE FAMÍLIA DIREITO CIVIL APLICADO EDUARDO DE OLIVEIRA LEITE EDITORA REVISTA DOS TRIBUNAIS PROFESSOR RODRIGO JULIÃO UNAERP DIREITO CIVIL DIREITO DE FAMÍLIA NOÇÕES INTRODUTÓRIAS Em 1988, o novo texto constitucional guindou à categoria de princípio constitucional a noção de igualdade conjugal, através da célebre e fundamental fórmula, segundo a qual: Os direitos e deveres referentes à sociedade conjugal são exercidos igualmente pelo homem e pela mulher”. NOÇÃO DE FAMÍLIA A palavra família não tem, como se poderia imaginar, um sentido unívoco, mas, ao contrário, revela diversas hipóteses distintas, o que dificulta mais sua exata compreensão no mundo jurídico. I- Num sentindo amplo (lato sensu) Família é o conjunto de pessoas ligadas por vínculo de sangue, ou seja, todas aquelas pessoas provindas de um tronco ancestral comum, bem como as unidas pela afinidade e pela adoção. È nesse sentido que é empregada pelo art. 1.412, Parágrafo 2° do novo CC. II- Num sentido mais limitado A família abrangeria os consanguíneos em linha reta por ex., pais e filhos e os colaterais sucessíveis, isto é, até o quarto grau (art. 1839, CC). III- Num sentido restrito (stricto sensu) A família se reduziria aos pais e sua prole. È o que se chama, atualmente, “familia nuclear”. É nesse sentido que a palavra é empregada pelo art. 1568, CC. CONCEITO DE FAMÍLIA Direito de Família “é o conjunto de regras aplicáveis às relações entre pessoas ligadas pelo casamento, pelo parentesco, pela afinidade e pela adoção”. DA DIVISÃO DO DIREITO DE FAMÍLIA Direito Pessoal ( arts. 1.511 a 1.638) - Do casamento; - Das relações de parentesco.

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  • RESUMO DE DIREITO DE FAMLIA DIREITO CIVIL APLICADO EDUARDO DE OLIVEIRA LEITE EDITORA REVISTA DOS TRIBUNAIS

    PROFESSOR RODRIGO JULIO UNAERP DIREITO CIVIL

    DIREITO DE FAMLIA NOES INTRODUTRIAS

    Em 1988, o novo texto constitucional guindou categoria de princpio

    constitucional a noo de igualdade conjugal, atravs da clebre e

    fundamental frmula, segundo a qual: Os direitos e deveres referentes

    sociedade conjugal so exercidos igualmente pelo homem e pela

    mulher.

    NOO DE FAMLIA

    A palavra famlia no tem, como se poderia imaginar, um sentido

    unvoco, mas, ao contrrio, revela diversas hipteses distintas, o que

    dificulta mais sua exata compreenso no mundo jurdico.

    I- Num sentindo amplo (lato sensu) Famlia o conjunto de

    pessoas ligadas por vnculo de sangue, ou seja, todas aquelas pessoas

    provindas de um tronco ancestral comum, bem como as unidas pela

    afinidade e pela adoo. nesse sentido que empregada pelo art.

    1.412, Pargrafo 2 do novo CC.

    II- Num sentido mais limitado A famlia abrangeria os consanguneos

    em linha reta por ex., pais e filhos e os colaterais sucessveis, isto ,

    at o quarto grau (art. 1839, CC).

    III- Num sentido restrito (stricto sensu) A famlia se reduziria aos

    pais e sua prole. o que se chama, atualmente, familia nuclear.

    nesse sentido que a palavra empregada pelo art. 1568, CC.

    CONCEITO DE FAMLIA

    Direito de Famlia o conjunto de regras aplicveis s relaes entre

    pessoas ligadas pelo casamento, pelo parentesco, pela afinidade e pela

    adoo.

    DA DIVISO DO DIREITO DE FAMLIA

    Direito Pessoal ( arts. 1.511 a 1.638)

    - Do casamento;

    - Das relaes de parentesco.

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    Direito Patrimonial ( arts. 1.639 a 1.722)

    - Do regime de bens entre os cnjuges;

    CC - Do usufruto e da administrao dos bens de filhos

    menores;

    2002 - Dos alimentos;

    - Do bem de famlia.

    Unio Estvel ( arts. 1.723 a 1.727)

    Tutela e Curatela ( arts. 1.728 a 1.783)

    FONTES DO DIREITO DE FAMLIA

    As fontes do Direito de Famlia brasileiro so histricas e formais.

    Histricas: - o direito cannico e o direito portugus.

    Formais: - o Cdigo Civil (de 1916),

    - a legislao ordinria e

    - o Cdigo Civil (de 2002).

    CASAMENTO RELIGIOSO COM EFEITOS CIVIS

    O casamento religioso equipara-se ao civil (art. 1.515, CC), o legislador

    explicita os dois modos habilitao prvia e posterior pelos quais se

    alcanam os efeitos civis. (art. 1.516, pargrafo 1, e 2).

    Habilitao prvia Os nubentes apresentam-se ao oficial do registro

    civil e habilitam-se ao ato posterior. Encerrado o procedimento de

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    PROFESSOR RODRIGO JULIO UNAERP DIREITO CIVIL

    habilitao (num prazo de 90 dias) extrada uma sentena, resultando

    numa certido a ser apresentada ao ministro religioso. Transcorrido o

    lapso temporal sem a solenidade, os nubentes devero se submeter

    nova habilitao.

    Habilitao posterior - Nesse caso, primeiro realizada a cerimnia

    religiosa com posterior competente habilitao e, por fim, a inscrio do

    casamento em registro pblico. O registro funciona como espcie de

    convalidao.

    No caso de habilitao prvia A inscrio no registro pode ser pedida

    pelo celebrante ou qualquer interessado.

    Sendo a habilitao posterior A lei ordena o requerimento do casal

    (art. 1.516 pargrafo 2).

    Finalmente, o pargrafo 3, do art. 1.516 nulifica o registro civil do

    casamento religioso se, antes dele, qualquer dos nubentes houver

    contrado com outrem casamento civil.

    DO CASAMENTO

    Definio

    O casamento o vnculo jurdico entre o homem e a mulher que visa o

    auxlio mtuo material e espiritual, de modo que haja uma integrao

    fsio-psquica, tendo como fundamento a igualdade em direitos e

    obrigaes dos cnjuges.

    Natureza jurdica

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    PROFESSOR RODRIGO JULIO UNAERP DIREITO CIVIL

    Embora diversas tenham sido as teorias tendentes a enquadrar o

    casamento em uma categoria genuinamente jurdica (negcio complexo,

    acordo, ato-condio) hoje, est definitivamente pacificada a doutrina

    que encara o casamento como um contrato especial ou, um contrato de

    direito de famlia.

    Instituio Para a teoria francesa anti-contratualista, o casamento

    seria uma instituio.

    Natureza hbrida (contrato + instituio) O casamento seria um

    instituto de natureza hbrida: contrato na formao; instituio no

    contedo. Na realidade, como bem ressaltou Silvio Rodrigues, trata-se

    de uma instituio em que os cnjuges ingressam pela manifestao de

    sua vontade, feita de acordo com a lei (...) Como tal instituio interessa

    estreitamente ao Estado, ela regida por normas cogentes (...)

    iniludveis por acordo recproco.

    A mera considerao dos dois momentos no casamento bastante para

    legitimar a natureza hbrida do casamento:

    - o casamento contrato na sua formao (porque se origina do acordo

    de vontades);

    - e tambm instituio na sua durao (pela atuao do Estado e pelo

    carter inaltervel de seus efeitos).

    CARACTERSTICAS

    ato pessoal

    ato solene

    ato civil

    No admite termo ou condio

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    uma instituio de ordem pblica

    Estabelece comunho de vida

    FINALIDADES

    Inteno de viverem juntos

    O amor

    O companheirismo

    PRINCPIOS

    Trs so os princpios que regem o casamento:

    a) Liberdade da unio: o casamento s se justifica e legitima quando

    decorre da livre manifestao de vontade dos parceiros;

    b) Monogamia: decorre da mais tradicional e inquebrantvel postura

    do mundo ocidental; quem casado est proibido de contrair novas

    npcias (art. 1.521, VI);

    c) Comunho de vida: os nubentes comungam os mesmos ideais,

    renunciando os instintos egosticos ou personalistas, em funo de um

    bem maior, que a famlia.

    CAPACIDADE PARA O CASAMENTO

    1.1 Pressupostos e requisitos

    1. Condies necessrias existncia jurdica:

    a) Diversidade de sexo;

    b) O consentimento dos nubentes;

    c) Celebrao por autoridade competente;

    2. Condies necessrias validade:

    a) Condies naturais de aptido fsica;

    b) Condies naturais de aptido intelectual;

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    c) Condies de ordem moral e social;

    3. Condies necessrias regularidade do casamento:

    a) Formalidades preliminares;

    b) Formalidades concomitantes.

    Pressupostos de existncia jurdica

    H diferena de efeitos entre a inexistncia e a nulidade. A nulidade no

    impede que o casamento produza alguns efeitos, desde que ocorra a

    boa-f. (ex.: o casamento putativo art. 1.561). A inexistncia no

    produz nenhum efeito e, pois, no gera putatividade.

    O homem e a mulher com dezesseis anos podem casar, exigindo-se

    autorizao de ambos os pais, ou de seus representantes legais,

    enquanto no atingida a maioridade civil. (art. 1.517).

    A falta de consentimento torna inexistente o casamento. Ocorre quando

    um dos nubentes deixa de declarar a vontade de casar-se, por coao

    absoluta, por demncia, embriaguez ou hipnose.

    Inexiste casamento se o consentimento manifestado perante quem no

    tem jurisdio para celebrar o ato matrimonial.

    Pressupostos de validade

    Condies naturais de aptido fsica: So elas, a puberdade, a

    potncia e a sanidade.

    Puberdade: No art. 1.517 o legislador fixou a idade nbil aos 16 anos,

    independente do sexo do nubente. O sistema antecedente fixava a idade

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    PROFESSOR RODRIGO JULIO UNAERP DIREITO CIVIL

    de 16 anos para mulher e 18 para o homem, alegando que a mulher se

    encontrava em situao de precocidade em relao ao homem quanto ao

    seu amadurecimento fsico-psicolgico e capacidade laborativa. O

    Cdigo Civil de 2002 equiparou a capacidade matrimonial do homem e

    da mulher aos 16 anos em razo da igualdade de direitos e deveres

    entre os cnjuges (art.226, 5, CF). A capacidade matrimonial (16 anos)

    no se confunde com a capacidade civil (18 anos). Em assim sendo, se

    um ou ambos pretendentes no tiverem atingido a capacidade civil, ser

    necessria a autorizao dos pais ou de seus representantes legais.

    Havendo divergncia entre os pais, o interessado poder obter do juiz o

    suprimento judicial correspondente. Dispe, ainda, a lei, que at a

    celebrao os pais ou representantes podem revogar a autorizao (art.

    1.518, CC).

    Potncia: Os nubentes devem ter aptido para a vida sexual. Dois so

    os tiposde impotncia que interessam ao direito matrimonial:

    a) Impotentia coeundi (de concepo, ou, de cpula) pode gerar a

    anulao do casamento, desde que interesse a um dos cnjuges anul-lo

    (art. 1.557, III);

    b) Impotentia generandi - ( de gerar, ou, de procriar) no justifica a

    anulao do casamento, confirmando-se a idia de que a prole no

    finalidade do casamento.

    Sanidade: O Cdigo Civil brasileiro no previu a sanidade dos nubentes

    como condio necessria validade do casamento. O exame pr-

    nupcial no obrigatrio, salvo no casamento de colaterais de 3 grau

    (tios e sobrinhos), conforme disposto no Dec.3.200, de 1941.

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    Condio natural de aptido intelectual: Em matria de casamento h

    uma teoria prpria dos vcios de consentimento. Ou seja, somente o erro

    e a coao viciam o consentimento. Ao de anulao do casamento

    (art. 1.559).

    Condies de ordem moral e social: So de duas ordens; grau de

    parentesco e existncia de casamento.

    Grau de parentesco: Constitui obstculo relativo ao casamento, sejam

    os parentes em linha reta (art. 1.521, I) ou linha colateral (art. 1.521, IV),

    seja o parentesco consanguneo (art. 1.521, I), ou afim (1.521, II),

    legtimo ou ilegtimo, natural ou civil. Existncia de casamento da

    monogamia resulta a proibio de segundo casamento (art. 1.521, VI).

    Pressupostos de regularidade

    Formalidades preliminar: como decorre do prprio termo, so as que

    antecedem o casamento. Elas so de trs ordens:

    1. A habilitao: arts. 1525 e 1.526;

    2. A publicao dos editais: art. 1.527;

    3. O certificado (e eficcia) da habilitao: arts. 1.531 e 1.532

    Formalidades concomitantes: so as que acompanham a cerimnia e

    vem detalhadamente previstas nos arts. 1.533 a 1.538,

    1. A habilitao: o procedimento que consiste na apreciao dos

    documentos atravs dos quais se apura a capacidade dos nubentes e a

    inexistncia dos impedimentos matrimoniais. No caso de casamento com

    autorizao judicial h repercusso no regime de bens do casal, que

    dever casar sob o regime de separao legal de bens art. 1.641, III.

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    2. Publicao dos editais: estando em ordem a documentao o

    oficial publicar na imprensa oficial o edital art. 1.527. A dispensa da

    publicao dos editais possvel nas seguintes hipteses:

    a) Se ficar comprovada urgncia (grave enfermidade, parto iminente,

    viagem inadivel, etc.) para a celebrao do casamento, a autoridade

    competente pode dispensar a publicao (pargrafo nico do art.

    1.527).

    b) E tambm no caso de casamento nuncupativo, quando algum dos

    contraentes estiver em iminente risco de vida, no obtendo a presena

    da autoridade qual incumba presidir o ato (arts. 1.540 e 1.541).

    3. O certificado da habilitao: cumpridas as formalidade e diante

    da inexistncia de elementos impeditivos do casamento, o oficial extrair

    o certificado de habilitao (art. 1.531) durando a eficcia da habilitao,

    por 90 dias (art. 1.532).

    4. Das informaes prestadas: ao oficial do registro compete

    informar os nubentes sobre os fatos que podem provocar a invalidade do

    casamento como sobre o regime de bens (art. 1.528).

    Formalidades concomitantes: so essenciais regularidade do

    casamento e sua inobservncia determina-lhe a nulidade.

    Casamento nuncupativo, ou in extremis vite momentis, quando a

    pessoa, estando em iminente risco de vida o realiza sem formalidades,

    na presena de seis testemunhas e sem a presena de autoridade

    competente.

    O art. 1.535, CC, refere-se presena dos contraentes, em pessoa ou

    por procurador especial, logo, possvel a celebrao do casamento

    mediante procurao, por instrumento pblico art. 1.542 ( e seus

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    pargrafos). No caso de arrependimento, dispe o art. 1.538, a

    celebrao ser imediatamente suspensa.

    DOS IMPEDIMENTOS

    Definio

    Impedimentos matrimoniais so circunstncias que impossibilitam a

    realizao de determinado casamento.

    Distino entre incapacidade e impedimento

    A incapacidade geral, a pessoa considerada incapaz no pode casar

    com quem quer que seja. Ex: uma pessoa casada.

    O impedimento matrimonial relativo, isto , a pessoa considerada no

    pode casar com determinada pessoa. Ex.: no podem casar os irmos

    (art. 1.521, IV). Um irmo capaz (capacidade) de casar, mas impedido

    (impedimento) de casar com a sua irm.

    Classificao no Cdigo Civil de 2002

    1. Os impedimentos dirimentes pblicos (ou absolutos) so

    examinados nos incisos I a VII do art. 1.521. Considerando o interesse

    pblico neles estampados podem ser agudos por qualquer interessado e

    pelo Ministrio Pblico.

    Efeito: acarretam a nulidade do casamento.

    2. Causas de anulabilidade do casamento (art. 1.550). Podem

    demandar a anulao o cnjuge prejudicado, representantes legais ou

    ascendentes. Mas se os cnjuges (ou interessados na anulabilidade)

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    silenciarem, o casamento convalida do vcio originrio (arts. 1552,1555,

    1559 e 1560).

    Efeito: acarretam a anulabilidade do casamento.

    3. Causas suspensivas (art. 1523, I a IV) a infrao destas causas

    no gera nem nulidade, nem anulao, mas to somente uma sano

    (imposio do regime obrigatrio da separao de bens).

    Efeito: acarretam uma mera sano.

    Impedimentos dirimentes pblicos

    a) Impedimentos resultantes do parentesco

    Art. 1.521. No podem casar:

    I- Os ascendentes com os descendentes, seja o parentesco natural

    ou civil.

    A proibio abrange todos os parentes em linha reta, sem qualquer

    limitao.

    Refere-se, ainda, a lei, ao parentesco civil, isto , decorrente da adoo.

    O parentesco resultante das relaes adulterinas no era alcanado pelo

    dispositivo legal at o advento da Constituio Federal de 1988. Assim

    sendo, nada impedia que um homem desposasse a filha de sua amante.

    Com o reconhecimento, porm, das unies estveis, como espcie de

    entidade familiar (art. 226, pargrafo 3) evidente que essa situao

    passa a ser includa naquela restrio legal, embora a lei no tenha feito

    meno hiptese.

    II- Os afins em linha reta

    Afinidade o vnculo que se estabelece entre cada cnjuge e os

    parentes do outro. A afinidade limita-se ao primeiro grau (porque

    afinidade no gera afinidade). Logo, so afins em primeiro grau: sogro e

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    PROFESSOR RODRIGO JULIO UNAERP DIREITO CIVIL

    nora, genro e sogra, padrasto e enteada, e madrasta e enteado. Ou seja,

    exemplificando, falecendo a filha, a sogra no pode se casar com o

    genro.

    A afinidade s ocorre em linha reta, no existindo na linha colateral, de

    modo que o vivo pode casar-se com a irm finada da mulher, isto ,

    pode casar-se com a cunhada.

    III- O adotante com cnjuge do adotado e o adotado com quem o foi

    do adotante;

    IV- Os irmos, unilaterais ou bilaterais, e demais colaterais, at o

    terceiro grau inclusive;

    V- O adotado com o filho do adotante

    VI- As pessoas casadas;

    VII- O cnjuge sobrevivente com o condenado por homicdio ou

    tentativa de homicdio contra seu consorte.

    Quanto aos colaterais at o terceiro grau (tios e sobrinhos) a regra

    precisa ser interpretada com as atenuantes introduzidas pelo Decreto-

    Lei 3.200/1941; ser apresentado exame pr-nupcial que afirme no

    existir inconveniente para o casamento e ausncia de riscos para a

    sade dos futuros descendentes, sob o ponto de vista da sade dos

    cnjuges e da prole, permite-se o casamento. Sem esse documento, o

    casamento ser nulo.

    Impedimento resultante de vnculo

    Dispe a respeito o inciso VI, do art. 1.521. Enquanto persistir vlido o

    casamento anterior, persiste o impedimento. Tal proibio decorre do

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    PROFESSOR RODRIGO JULIO UNAERP DIREITO CIVIL

    princpio da bigamia. A infrao do dispositivo provoca sanes de ordem

    civil e penal. De ordem civil, totalmente nula a segunda unio,

    enquanto vlido o primeiro casamento. De ordem penal, a infrao ao

    dispositivo geral sano penal (crime de bigamia- art. 235 do CP.) de

    dois a seis anos de recluso.

    Logo, pessoa casada s pode convolar novas npcias aps a morte, o

    divrcio ou a anulao do casamento.

    Impedimento resultante de crime

    O Cdigo Civil de 1916 se referia a duas figuras criminosas, o adultrio

    e o homicdio.

    Permaneceu o ilcito do homicdio como determinador do impedimento.

    A simples idia de algum pretender ou aceitar casar com o homicida da

    mulher j demonstra, seno reprovvel conivncia presumida, ao menos

    suficiente sordidez e ausncia de carter.

    Causas suspensivas

    A violao das causas suspensivas no gera nulidade, nem

    anulabilidade, mas apenas a aplicao de sanes previstas em lei.

    Assim:

    Art. 1523, CC: No devem casar:

    1. Vivo (a) com filho do cnjuge falecido que no tiver feito

    inventrio:

    O vivo (ou viva) que violar o preceito, casando novamente, sem

    inventariar os bens deixados pelo falecido sofrer duas ordens de

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    PROFESSOR RODRIGO JULIO UNAERP DIREITO CIVIL

    sanes e a imposio de hipoteca legal de seus imveis, em favor dos

    filhos.

    2. Novo casamento da viva antes de 10 meses do comeo da

    viuvez:

    Se comprovar a inexistncia de gravidez (art. 1.523, pargrafo nico),

    ou se a gravidez evidente quando da viuvez, ou se nascer um filho

    aps o decurso do prazo, inexiste o impedimento.

    3. O divorciado que no houver partilhado os bens do casal:

    Pena de ter de se adotar o regime obrigatrio de separao de bens,

    salvo se demonstrar que no haver qualquer dano ao ex-cnjuge (art.

    1.523, pargrafo nico).

    4. O casamento do tutor ou curador com a pessoa tutelada ou

    curatelada:

    Oposio de impedimentos

    Em se tratando de impedimentos absolutos (art. 1.521) podem ser

    opostos at o momento da celebrao do casamento, por qualquer

    pessoa capaz (art. 1.522) assim como o juiz ou oficial de registro, ciente

    do impedimento, ser obrigado a declar-lo (art. 1.522, pargrafo

    nico).

    J as causas suspensivas (art. 1.523) podem ser argudas pelos

    parentes em linha reta de um dos nubentes e pelos colaterais em

    segundo grau (art. 1.524).

    DA CELEBRAO DO CASAMENTO

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    PROFESSOR RODRIGO JULIO UNAERP DIREITO CIVIL

    Noes introdutrias

    Arts. 1.533 e 1.538

    O casamento pode celebrar-se na sede do cartrio (local pblico) ou na

    casa dos nubentes (local privado) mas sempre com toda publicidade, a

    portas abertas, com a presena de testemunhas.

    O ciclo formal do casamento completa-se com o assento do casamento

    no livro de registro, contendo todos os elementos constantes no artigo

    sob anlise. O silncio sobre o regime de bens implica na aceitao da

    comunho parcial.

    O nubente que der causa suspenso da cerimnia no poder retratar-

    se no mesmo dia, mas somente aps o decurso do prazo de 24 horas.

    Da mesma forma, suspende-se o ato se ho ver oposio de impedimento

    ou retratao do consentimento dos pais (ou representante legais) cuja

    autorizao for necessria.

    Casamento por procurao

    O Cdigo Civil de art. 1.542 permite o casamento por procurao,

    quando um dos contraentes no puder estar presente ao ato nupcial.

    A lei permite a celebrao do ato por procurao cuja eficcia no

    ultrapassar noventa dias (art. 1.542, pargrafo 3), desde que o

    nubente impossibilitado outorgue poderes especiais a algum para

    comparecer em seu lugar e receber, em seu nome, o outro consorte.

    imprescincvel a escritura pblica para a sua validade.

    Casamento perante autoridade diplomtica ou consular

    Dispe o art. 7, pargrafo 2, da Lei de Introduo ao Cdigo Civil

    (LICC):

    O casamento de estrangeiros poder celebrar-se perante autoridades

    diplomticas ou consulares do pas de ambos os nubentes.

  • RESUMO DE DIREITO DE FAMLIA DIREITO CIVIL APLICADO EDUARDO DE OLIVEIRA LEITE EDITORA REVISTA DOS TRIBUNAIS

    PROFESSOR RODRIGO JULIO UNAERP DIREITO CIVIL

    Ou seja: o cnsul estrangeiro s podera realizar casamento quando

    ambos os contraentes forem co-nacionais. Assim: dois franceses, ou dois

    italianos, residentes no Brasil, podem casar-se perante o cnsul de seu

    pas. Este casamento, feito de acordo com a legislao de seu pas de

    origem, vale no Brasil, como se tivesse sido realizado no exterior. Se um

    dos nubentes for de nacionalidade diversa, cessa a competncia do

    cnsul.

    Casamento nuncupativo

    Quando um dos contraentes se encontra em iminente perigo de vida, no

    havendo assim tempo para a celebrao do casamento com todo

    formalismo previsto na lei civil.

    O art. 1.540 permite que o Oficial do Registro Civil, mediante despacho

    da autoridade competente, vista dos documentos exigidos no art. 1.525

    e independentemente de edital de proclamas, d a certido de

    habilitao, dispensando o processo regular. Mas a lei chega mesmo a

    permitir a dispensa da autoridade competente se os contraentes no

    lograrem obter sua presena. Neste caso, os nubentes figuraro como

    celebrantes e realizaro oralmente o casamento, perante seis

    testemunhas.

    DAS PROVAS DO CASAMENTO

    Noes introdutrias

    O casamento realizado no Brasil, conforme dispe o art. 1.543 prova-se

    pela certido do registro. A prova supletria s se torna admissvel

    quando, preliminarmente, se justifica a falta ou perda do registro.

    Posse do estado de casados

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    PROFESSOR RODRIGO JULIO UNAERP DIREITO CIVIL

    Posse do Estado de Casados a situao de duas pessoas que vivem

    como casadas (more uxorio) e que assim so consideradas por todos.

    em suma, a situao de duas pessoas que vivem publicamente como

    marido e mulher e assim so reconhecidas pela sociedade.

    Art. 1.545

    Para que ocorra a posse do estado de casados fundamental a

    ocorrncia dos seguintes requisitos:

    a) nomen: consiste em a mulher usar o nome do marido

    b) tractatua: ambos devem trata-se como se casados fossem

    c) fama: consiste no reconhecimento geral, por parte da sociedade, da

    sua condio de cnjuges.

    Segundo a disposio legal:

    1- Que ambos os pais tenham falecido

    2- Que os pais tenham vivido naquele estado

    3- Que a prole comum prove que o

    4- Que no se apresente certido de registro civil provando a

    ocorrncia de casamento.

    A regra indubio pro matrimonio

    O art. 1.547 dispe que:

    Na dvida entre provas favorveis e contrrias, julgar-se- pelo

    casamento, se os cnjuges cujo casamento se impugna, viverem ou

    tiverem vivido na posse do estado de casados

    Casamento celebrado no exterior

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    PROFESSOR RODRIGO JULIO UNAERP DIREITO CIVIL

    O casamento celebrado no exterior fora do Brasil art. 1.544 - ou ocorre

    perante agente consular brasileiro (e a prova dada pela certido do

    assento no registro do Consulado) ou, fora do consulado, perante

    autoridades estatais ou paraestatais.

    Aps o retorno dos brasileiros ao Brasil, dever ser registrado em 180

    dias, a contar da volta de um ou de ambos os cnjuges ao Brasil.

    Casamento resultante de processo judicial

    O art. 1.546 do Cdigo Civil prev a retroatividade dos efeitos sob

    registro da sentena que reconhece o casamento data de sua

    celebrao. O efeito retroativo: considera-se o casamento realizado na

    data da celebrao, de forma que seus efeitos operam a partir de ento e

    no a partir do registro.

    DA INVALIDADE DO CASAMENTO

    Noes Introdutrias

    A nulidade dos atos jurdicos decorre da sua imperfeio que se origina

    de um das trs causas seguintes:

    a) Por falta de elemento essencial e, portanto, indispensvel sua

    formao = inexistente;

    b) Pela ocorrncia de infrao de preceito legal obrigatrio, contendo

    clusula contrria aos bons costumes e ordem pblica, ou por no

    revestir de forma prescrita em lei = nulo;

    c) Pela imperfeio da vontade ou manifestao eivada de vcio =

    anulvel.

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    PROFESSOR RODRIGO JULIO UNAERP DIREITO CIVIL

    Diferena entre casamento inexistente, nulo e anulvel:

    Falta de elemento Infrao de preceito

    Imperfeio da essencial indispensvel legal

    vontade ou vontade sua formao obrigatrio

    viciada

    Ex: casamento de pessoas

    do mesmo sexo.

    Ex: Casamento de pessoa

    j casada.

    Ex: Casamento de pessoa

    que no atingiu a idade

    nbil.

    Casamento inexistente

    O Plano da existncia antecede o da validade. Antes de verificar se o

    casamento o ato jurdico so vlidos, faz-se mister averiguar se existem.

    Trs so os elementos essenciais formao do casamento:

    1- Diversidade de sexos;

    2- Ocorrncia de consentimento vlido;

    3- Celebrao por autoridade competente.

    Em ocorrendo a ausncia de um destes elementos o casamento

    considerado inexistente.

    Nulidade e anulabilidade do casamento

    Atos nulos (ou de nulidade absoluta) arts. 166 e 167 so os que

    atingidos por um vcio essencial, no podem ter eficcia jurdica sua

    formao ou aqueles que, apesar de possurem os elementos essenciais,

    C

    casamento inexistente

    C

    casamento nulo

    C

    casamento anulvel

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    PROFESSOR RODRIGO JULIO UNAERP DIREITO CIVIL

    foram praticados com simulao, infrao lei, ordem pblica e aos

    bons costumes.

    Atos anulveis (ou de nulidade relativa) art. 171 so os que se

    acham inquinados de vcio capaz de lhes determinar a ineficcia, mas

    que podem ganhar validade, aps eliminao do vcio.

    Casamento nulo Casamento anulvel

    A nulidade de ordem pblica e a

    decretao exigida no interesse

    geral;

    A anulabilidade decretada no

    interesse privado da pessoa

    prejudicado;

    A nulidade no gera,

    ordinariamente, qualquer efeito

    (mas se contrado de boa-f gera a

    putatividade art. 1.561);

    O casamento anulvel gera

    numerosos efeitos;

    A nulidade pode ser alegada por

    qualquer interessado ou pelo

    Ministrio Pblico art. 1.549;

    A anulabilidade decretada a

    requerimento das prprias partes

    diretamente interessadas no ato

    arts. 1.552 e 1.559;

    A ao de nulidade imprescritvel

    no cessando jamais o direito de

    prop-la;

    A anulabilidade prescritvel o

    prazo varia de 6 meses a 4 anos

    arts. 1.555 e 1.560 IV

    Ex: Nulo o casamento de pessoa

    j casada art. 1521,VI.

    Ex: anulvel o casamento de

    quem no tem capacidade

    matrimonial art. 1553.

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    PROFESSOR RODRIGO JULIO UNAERP DIREITO CIVIL

    Casamento nulo

    Art. 1.548 nulo o casamento contrado pelo enfermo mental sem o

    necessrio discernimento para os atos da vida civil (por no estar em seu

    juzo perfeito) e por infrigncias de impedimento ( previstos no Cdigo

    Civil, art. 1.521, incisos I a VII).

    A decretao da nulidade pode ser promovida pelo Ministrio Pblico, ou

    por qualquer interessado art. 1.549.

    A sentena de nulidade do casamento tem carter declaratrio, uma vez

    que reconhece apenas o fato que o invalida, produzindo efeitos ex tunc

    (art. 1.563)

    Casamento anulvel

    Art. 1.550

    1- Quem no completou a idade mnima para casar

    2- O menor em idade nbil, no autorizado pelo seu

    representante legal

    3- A ocorrncia do vcio de vontade

    4- O incapaz de consentir ou manifestar de modo inequvoco,

    seu consentimento

    5- Pelo mandatrio, sem que ele ou outro contraente soubesse

    da revogao do mandato, no sobrevindo coabitao entre os

    cnjuges

    6- Por incompetncia da autoridade celebrante.

    Erro essencial de um dos nubentes quanto pessoa do outro:

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    PROFESSOR RODRIGO JULIO UNAERP DIREITO CIVIL

    1- O que diz respeito sua identidade, honra e boa fama;

    2- A ignorncia de crime anterior ao casamento;

    3- A ignorncia, anterior ao casamento, de defeito fsico irremedivel,

    ou de molstia grave e transmissvel, por contgio ou herana;

    4- A ignorncia, anterior ao casamento, de doena mental grave.

    Anterioridade do defeito ao casamento

    ERRO

    ESSENCIAL Desconhecimento do defeito pelo cnjuge

    enganado

    Insuportabilidade da vida em comum

    O defloramento da mulher ignorado pelo marido, outrora ( no CC de

    1916), motivo ensejador da anulao, deixou de s-lo por dois motivos:

    a) porque, nos tempos atuais, o casamento deixou de ser o marco inicial

    para as atividades sexuais; e b) porque viola o princpio constitucional da

    igualdade jurdica entre o homem e a mulher ( art. 226, pargrafo 5

    CF/1988).

    Hipteses de erro essencial sobre a pessoa do outro cnjuge (art. 1557)

    1- Identidade, honra e boa fama

    2- Ignorncia de crime

    3- Defeito fsico irremedivel ou molstia grave transmissvel

    4- Grave doena mental

    Prazos para ao de anulao

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    PROFESSOR RODRIGO JULIO UNAERP DIREITO CIVIL

    Os prazos decadenciais justificadores da ao de anulao de

    casamento esto relacionados no art. 1560. Contados a partir da data da

    celebrao sero de:

    a) 180 dias, no caso de casamento do incapaz de consentir ou

    manifestar de modo inequvoco, o consentimento (inciso I);

    b) 2 (dois) anos, se incompetente a autoridade celebrante (inciso II);

    c) 3 (trs) anos, em todos casos descritos no art. 1557 (inciso III);

    d) 4 (quatro) anos se houver coao (inciso IV).

    Tratando-se de representantes ou ascendentes, inicia a contagem do

    prazo decadencial (de 180 dias) da data do casamento; quanto

    legitimidade do incapaz, o prazo de caducidade (de 180 dias) tambm se

    inicia na data em que o incapaz atingir a idade nbil.

    Tratando-se de revogao de mandato (inciso V do art. 1.550) o prazo

    ainda de 180 dias contados a partir da data em que o madante tiver

    conhecimento da celebrao.

    Casamento putativo

    Putativo o casamento que, embora nulo, ou anulvel, foi contrado de

    boa-f, por um s ou por ambos os cnjuges, reconhecendo-lhe efeitos a

    ordem jurdica. Otermo vem do latim, putare, que significa imaginar.

    Pode acontecer que uma pessoa contraia casamento nulo, na melhor

    boa-f, em virtude de ignorar o impedimento existente (por ex., mulher

    casa com homem imaginando-o solteiro e, na realidade, ainda casado).

    Atendendo a boa-f e o princpio de equidade, o ordenamento jurdico

  • RESUMO DE DIREITO DE FAMLIA DIREITO CIVIL APLICADO EDUARDO DE OLIVEIRA LEITE EDITORA REVISTA DOS TRIBUNAIS

    PROFESSOR RODRIGO JULIO UNAERP DIREITO CIVIL

    reconhece ao casamento nulo, ou anulvel, todos os efeitos - aos filhos

    e ao cnjuge de boa f do casamento vlido.

    Ou seja, a lei transige com o rigorismo inicial e mostra-se indulgente em

    matria de nulidade, atribuindo efeitos ao ato anulvel e mesmo nulo, em

    decorrncia da existncia da boa-f.

    A questo que nos vem ao esprito a de saber qual dos erros

    justificaria a declarao de putatividade. Somente o erro de fato? Ou

    tambm o erro de direito?

    Embora, originariamente, Clvis Bevilaqua s tenha entendido justificvel

    a alegao de erro de fato j que a ningum dado alegar a ignorncia

    da lei (erro de direito) hoje, qualquer erro justifica a declarao de

    putatividade.

    Efeitos da putatividade: Declarado putativo o casamento ganha

    validade e produz todos os efeitos que produziria o casamento vlido, at

    a data da sentena que o invalidou.

    Efeitos quanto aos cnjuges:

    1. Ambos os cnjuges de boa-f

    2. Tm plena validade os pactos antenupciais at data da anulao,

    bem como os direitos e obrigaes decorrentes do regime de bens. As

    doaes antenupciais no so devolvidade porque, a rigor, as npcias

    seguiram-se s doaes;

    3. O direito herana plenamente aplicvel;

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    PROFESSOR RODRIGO JULIO UNAERP DIREITO CIVIL

    4. O direito a alimentos perdura enquanto subsiste o casamento. A

    declarao de nulidade faz cessar a obrigao;

    5. O uso do nome do marido (ou da mulher) ou de seus apelidos, no

    mais perdura aps a declarao de nulidade;

    2. Apenas um dos cnjuges de boa-f

    Diz a lei art.1.564 que, sendo a culpa de um s dos cnjuges, este

    encorrer na perda de todas as vantagens havidos do cnjuge inocente e

    na obrigao de cumprir as promessas que lhe fez, no contrato

    antenupcial.

    Assim:

    a) Deve alimentos famlia e ao outro cnjuge, at a data da

    sentena anulatria;

    b) Pode perder a guarda dos filhos para o outro cnjuge;

    c) No sucede aos filhos, embora estes, naturalmente, o sucedam;

    d) No ter direito meao do outro cnjuge.

    Efeitos quanto aos filhos

    Art. 14, pargrafo nico: Ainda que nenhum dos cnjuges esteja de boa-

    f ao contrair casamento, seus efeitos civis aproveitaro aos filhos

    comuns.

    Alm disso, essa noo foi retidicada pelo novo texto constitucional que,

    no art. 227, pargrafo 6 equiparou todos os filhos, proibindo quaisquer

    designaes discriminatrias.

    DA EFICCIA DO CASAMENTO

  • RESUMO DE DIREITO DE FAMLIA DIREITO CIVIL APLICADO EDUARDO DE OLIVEIRA LEITE EDITORA REVISTA DOS TRIBUNAIS

    PROFESSOR RODRIGO JULIO UNAERP DIREITO CIVIL

    Noes Introdutrias

    Absoro do princpio constitucional da igualdade de direitos e deveres

    dos cnjuges que, antes, cantonado esfera constitucional (art. 226,

    pargrafo 5) no s ganha, agora, o aval da legislao infra-

    constitucional mas, o que mais importante, recepcionado sem

    restries pelo novo sistema codificado.

    Aquela igualdade constitucional que, certamente, no s formal, mas

    sobretudo, substancial, adentra o terreno do direito de famlia,

    resgatando a igual dignidade entre marido e mulher, at ento

    comprometida pela ordem codificada dominante (CC/1916) estruturada

    dentro da mais veemente assimetria.

    O marco inicial, desta longa caminhada, como sabemos, remonta ao

    Cdigo de 1916.

    Em 1962, com o advento da Lei 4.121 (estatuto Jurdico da Mulher

    Casada), isto , na segunda metade do sculo XX, a mulher brasileira

    deixa de ser uma menor (relativamente capaz) e adentra na esfera civil

    com capacidade absoluta.

    Com a promulgao da Lei do Divrcio, em 1977 (Lei 6.515/1977) e o

    advento do novo texto constitucional (em 1988) atingia-se, pelas duas

    vias, a desejada igualdade constitucional entre marido e mulher.

    Com efeito, no momento em que a Constituio de 1988 erigiu como

    princpio a igualdade de direitos e deveres na sociedade conjugal (art

    226, pargrafo 5) encerrava-se, definitivamente, no Brasil, a longa

    tradio no tratamento assimtrico entre os cnjuges.

    Art. 1.565, homem e mulher, em absoluta igualdade de direitos e

    deveres, pelo casamento, assumem mutuamente a condio de

    consortes, companheiros e responsveis pelos encargos da famlia.

  • RESUMO DE DIREITO DE FAMLIA DIREITO CIVIL APLICADO EDUARDO DE OLIVEIRA LEITE EDITORA REVISTA DOS TRIBUNAIS

    PROFESSOR RODRIGO JULIO UNAERP DIREITO CIVIL

    E, para reafirmar a recepo do princpio constitucional da igualdade, o

    legislador em posio de destaque, embora deslocada estatui, no

    pargrafo 1 do citado artigo que, qualquer dos nubentes, querendo,

    poder acrescer ao seu o sobrenome do outro. O que antes era

    obrigao feminina, passa a ser tratado em dade igualitria.

    Deveres de ambos os cnjuges

    O rol das obrigaes matrimoniais , ainda uma vez, elencado na lei:

    fidelidade recproca, vida em comum, mtua assistncia, cuidado com os

    filhos e respeito e considerao mtuos.

    Fidelidade recproca: O Cdigo Civil no define o que seja, mas a

    doutrina e a jurisprudncia sempre a encararam como o dever de abster-

    se cada consorte de praticar relaes sexuais com terceiro, sob pena de

    adultrio. Casamento de carter monogmico.

    Vida em comum no domiclio conjugal: O preceito decorrncia

    natural da unio de corpo e de esprito. Na convivncia sob o mesmo teto

    (domiclio conjugal), ou, na mesma casa, que se estabelece o convvio

    sexual. Afora as hipteses de recusa legtima ou justa, o dever de

    coabitao no domiclio conjugal indeclinvel.

    O dever de convivncia sexual no da essncia do casamento nos

    casos de casamento in extremis bem como nos casos de consortes

    separados em razo de doena ou da profisso.

    Por isso, a jurisprudncia j afirmou no constituir abondono do lar: o

    deslocamento constante de um dos cnjuges devido profisso; a

    segregao da sociedade devido moltia grave; o trabalho de um dos

    cnjuges em outra localidade (art. 1569).

  • RESUMO DE DIREITO DE FAMLIA DIREITO CIVIL APLICADO EDUARDO DE OLIVEIRA LEITE EDITORA REVISTA DOS TRIBUNAIS

    PROFESSOR RODRIGO JULIO UNAERP DIREITO CIVIL

    Mtua assistncia: A palavra assistncia (apoio, socorro) no pode ser

    tomada no sentido restrito (material, econmico) mas igualmente moral

    (apoio, desvelo, prprios do companheirismo).

    Sustento, guarda e educao dos filhos: A infrao deste dever,

    relativamente aos filhos menores no emancipados, acarreta a

    suspenso ou destituio do poder parental (art. 1.638, II).

    Respeito e considerao mtuos

    Contribuio para as despesas do lar

    Com o advento do princpio constitucional da igualdade de direitos e

    devres evidente que a figura do marido provedor tende a se esfumar

    cedendo lugar uma obrigao bilateral, agora estampada no artigo sob

    comento.

    De igual modo vale lembrar a bilateralidade da obrgao j se

    encontrava veemente no disposto no art. 231 que impunha a obrigao

    de sustento, guarda e educao a ambos os cnjuges.

    Exerccio exclusivo da direo familiar

    O que era regra tornou-se exceo. Em outras palavras, se, na vigncia

    do Cdigo Civil de 1916, a direo da sociedade conjugal era apangio

    do marido, com base no princpio constitucional da igualdade, tal poder

    bipartiu-se entre o marido e a mulher, como j era pretenso da Lei

    4.121 de 1962.

    Agora, face a impossibilidade fsica do exerccio compartilhado art.

    1.570 a direo exclusiva da famlia competir ao que ficou no lar,

    cabendo-lhe a administrao dos bens.

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    PROFESSOR RODRIGO JULIO UNAERP DIREITO CIVIL

    DO REGIME DE BENS ENTRE OS CNJUGES

    Disposies gerais

    Regime de bens , pois, o complexo de normas que disciplina as

    relaes econmicas entre marido e mulher durante o casamento.

    No art. 1.639 o novo Cdigo resgata o princpio da autonomia da

    vontade, em matria de regime de bens, permitindo aos cnjuges

    estipular o que lhes aprouver.

    Na realidade, o legislador criou duas hipteses de incidncia de regras

    em matria de regime de bens:

    - Ou os cnjuges escolhem o que lhes aprouver materializando sua

    escolha em documento prprio (pacto antenupcial art. 1.640 c/c art.

    1.643);

    - Ou os cnjuges aderem ao regime legal sem conveno, aceitando

    em bloco o regime da comunho parcial de bens art. 1.640.

    A liberdade dos cnjuges no exerccio da escolha total, mas a lei impe

    a necessidade da conveno pacto antenupcial sempre que a opo

    exercida difere do padro ofertado pela lei.

    O regime de bens comea a vigorar desde a data do casamento.

    O legislador limita a possibilidade de modificao art. 1.639, pargrafo

    2 - ocorrncia de trs requisitos cumulativos:

    - A autorizao judicial;

  • RESUMO DE DIREITO DE FAMLIA DIREITO CIVIL APLICADO EDUARDO DE OLIVEIRA LEITE EDITORA REVISTA DOS TRIBUNAIS

    PROFESSOR RODRIGO JULIO UNAERP DIREITO CIVIL

    - O pedido motivado de ambos os cnjuges; e

    - A ressalva dos direitos de terceiro.

    O pedido motivado de ambos cnjuges cerca o pedido de maior garantia;

    a no anuncia de um no s compromete o deferimento, como tambm

    no poder ser suprida pelo juiz.

    Em se tratando, porm de regime obrigatrio de separao de bens (art.

    1.641) no h que se invocar a revogabilidade estampada na nova lei.

    No havendo pacto antenupcial art. 1.640 ou sendo ele nulo ou

    ineficaz, vigorar o regime legal da comunho parcial de bens.

    O regime obrigatrio de separao de bens norma cogente imposta

    pela lei e a determinada categoria de pretendentes que tm duas opes:

    ou casam se submetendo limitao imposta pela lei, ou no casam.

    So obrigadas a casar no regime de separao de bens:

    - As pessoas que contrarem inobservncia das causas suspensivas (art.

    1.523); em todas as hipteses ali arroladas o legislador visualiza

    prejuzo, quer aos nubentes, que a eventual prole. Entretanto, se ficar

    provada a inocorrncia de prejuzo, o juiz pode deferir a dispensa das

    causas suspensiva;

    - No caso de nubentes com idade maior de 70 (setenta) anos, a

    imposio da separao de bens sempre decorreu da presuno que tais

    casamentos so realizados a partir de mero interesse econmico.

    - Os que dependerem, para casar, de suprimento judicial (Ex.,

    casamento de menor que no obteve autorizao dos pais, tendo sido

    suprida pelo juiz).

  • RESUMO DE DIREITO DE FAMLIA DIREITO CIVIL APLICADO EDUARDO DE OLIVEIRA LEITE EDITORA REVISTA DOS TRIBUNAIS

    PROFESSOR RODRIGO JULIO UNAERP DIREITO CIVIL

    Dos direitos e deveres dos cnjuges

    O novo Cdigo assumiu as diretrizes constitucionais de modo explcito e

    o fator que mais demonstra esta opo que no h mais a

    diferenciao (...) de direitos e deveres do marido e direitos e deveres da

    mulher (mas, apenas) os direitos e deveres de ambos os cnjuges.

    Art. 1.642 o Cdigo estabelece um princpio de base no sentido de que,

    independentemente do regime de bens, os cnjuges podem livremente

    praticar todos os atos arrolados nos seis incisos subsequentes.

    Incisos I os atos de disposio e de administrao necessrios ao

    desempenho de sua profisso, por serem inerentes vida profissional,

    independem da manifestao do outro cnjuge;

    Inciso II aqui os legislador se refere aos atos de gesto dos bens

    particulares ou prprios, que, no integrando a comunho, podem ser

    administrados individualmente;

    Inciso III a desonerao ou reivindicao dos imveis que um dos

    cnjuges tenha gravado ou alienado, sem outorga ou suprimento judicial

    do outro, no poderiam depender da manifestao do outro que,

    certamente, dificilmente consentiria na recuperao do bem, assim

    alienado;

    Inciso IV da mesma forma, qualquer um dos cnjuges pode demandar

    a resciso dos contratos de fiana e doao, ou invalidao do aval,

    realizados pelo outro cnjuge, em manifesta infrao dos incisos III e V

    do art. 1.647. A falta de autorizao provoca a invalidade e no apenas a

    ineficcia do ato;

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    PROFESSOR RODRIGO JULIO UNAERP DIREITO CIVIL

    Inciso V a reivindicao dos bens comuns (mveis ou imveis)

    transferidos por um dos cnjuges ao concubino tem o escopo precpuo

    de proteger o patrimnio do casal. No art. 550 o Cdigo j dispusera que

    a doao do cnjuge adltero ao seu cmplice pode ser anulada pelo

    outro cnjuge ou por seus herdeiros, at dois anos depois de dissolvida a

    sociedade conjugal.

    Inciso VI os cnjuges podem praticar todos os atos (por ex., contratar

    advogado, pedir alimentos, etc.) que no lhes forem vedados por lei.

    Solidariedade nas dvidas e ajuizamento da ao competente

    Art. 1.644 estabelece que serem solidrias as dvidas contradas para

    esse fim.

    As pessoas legitimadas a agir contra o cnjuge que praticou atos que

    podem comprometer o patrimnio do casal: O cnjuge prejudicado, seus

    herdeiros (sem limitao de grau, como se depreende da leitura do artigo

    em questo) e o terceiro prejudicado com a sentena favorvel ao autor

    (direito regressivo contra o cnjuge, que realizou o negcio jurdico, ou

    seus herdeiros).

    Restries liberdade dos cnjuges

    O art. 1.647 arrola os atos que os cnjuges no podem praticar sem

    autorizao do outro (outorga uxria), salvo no regime de separao total

    de bens.

    Quais so esses atos?

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    PROFESSOR RODRIGO JULIO UNAERP DIREITO CIVIL

    - Alienar ou gravar de nus real os bens imveis;

    - Pleitear, como autor ou ru, acerca desses bens ou direitos;

    - Prestar fiana ou aval;

    - Fazer doaes de bens comuns.

    Suprimento judicial da outorga

    O suprimento da outorga se justifica sempre que a negatria no se

    inspira em motivo justo, ou quando impossvel alcana-l (motivo de

    doena, afastamento involuntrio do lar, interdio por incapacidade,

    ausncia, etc.) art. 1.648.

    A falta de autorizao do outro cnjuge, no suprida pelo juiz (art. 1.649)

    torna os atos praticados anulveis, podendo a anulao ser pleiteada at

    dois anos (prazo decadencial) depois de terminada a sociedade conjugal.

    So legitimados a propor a anulabilidade do ato praticado sem outorga

    art. 1.650 cnjuge a quem caiba ter dado a autorizao ou, se vier a

    falecer antes do encerramento d prazo decadencial, seus herdeiros.

    DO PACTO ANTENUPCIAL

    Conceito e natureza jurdica

    O pacto antenupcial um negcio jurdico de direito de famlia mediante

    o qual os ubentes determinam, antes do casamento, as disposies

    prprias do regime de bens escolhido, distinto do regime legal

    (comunho parcial) de bens.

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    PROFESSOR RODRIGO JULIO UNAERP DIREITO CIVIL

    um ato jurdico (lato sensu) pessoal, (...) formal, sendo indispensvel a

    escritura pblica (art. 1.653).

    Art. 1.653 que o pacto nulo se no lhe seguir o casamento. Ou seja, o

    casamento condio suspensiva necessria para que o pacto produza

    os seus reais efeitos. Logo, no realizado o casamento, o pacto torna-se

    ineficaz.

    A eficcio do pacto realizado por menor fica condicionada aprovao

    do seu representante legal.

    No regime da separao obrigatria (art. 1.641) inexiste a possibilidade

    de escolha de qualquer regime debm, que imposto por determinao

    legal.

    Os menores que necessitam do consentimento de seus pais para casar,

    do mesmo modo precisam do assistncia deles para a celebrao da

    conveno antenupcial, o que corresponde, afinal, dizer que se os pais

    consentirem no casamento isto no autoriza por si s a celebrao da

    conveno antenupcial sem interveno do representante legal.

    Das clusulas nulas

    S se admite conveno de acordo com a ordem pblica reinante e que

    no contravenha disposio absoluta de lei. (art. 1655).

    A nulidade pode atingir todo o pacto antenupcial ou apenas parte dele,

    podendo ser alegada por qualquer interessado, parentes, terceiros ou

    pelo Ministrio Pblico.

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    PROFESSOR RODRIGO JULIO UNAERP DIREITO CIVIL

    So nulas, por exemplo, a clusula que altere a ordem de vocao

    hereditria, ou a que prive a me do poder parental, ou a que a prive de

    educar os filhos, ou, ainda, a que impedir a qualquer dos cnjuges a

    administrao dos bens particulares.

    Registro do pacto antenupcial

    O pacto antenupcial s ter efeito perante terceiros art. 1.657 depois

    de registrado. Assim como o casamento objeto de registro pblico, a lei

    tambm exige o registro do pacto antenupcial no registro de imveis,

    para que produza os efeitos perante terceiros. A eficcia a que se refere

    o texto legal, diz respeito to somente aos bens imveis.

    O registro imobilirio competente o do domiclio dos cnjuges devendo

    os mesmos levar ao registro imobilirio a escritura pblica do pacto

    antenupcial e a certido do casamento.

    DA COMUNHO PARCIAL DE BENS

    Noes Introdutrias

    Enquanto o regime de comunho de universal importa na comunicao

    entre os cnjuges de todos os bens presentes e futuros e sua dvidas

    passivas, (isto , refora a noo de perda de identidade em favor de

    uma unidade desejada pela ordem jurdica, com predomnio, evidente, do

    chefe, em detrimento dos demais membros da sociedade conjugal) o

    regime de comunho parcial limita o patrimnio comum aos bens

    adquiridos na costncia do casamento a ttulo oneroso (ou seja, a

    ocorrncia da sociedade conjugal no anula a individualidade e

    autonomia dos cnjuges em matria patrimonial).

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    PROFESSOR RODRIGO JULIO UNAERP DIREITO CIVIL

    No regime da comunho parcial, ou da comunho dos aquestos, cria-se

    um elemento material de unio entre os cnjuges, um liame de

    solidariedade, uma vez que ao menos parcialmente seus interesses so

    comuns (...) permitindo que casa cnjuge conserve como seu aquilo que

    lhe pertence por ocasio da boda (...) no s (constituindo) um freio

    dissoluo da sociedade conjugal, como tambm (tornando) mais justa a

    diviso dos bens, ao ensejo da (separao).

    Introduzindo no Brasil pela Lei do Divrcio (Lei 6.515/1977), alterou o

    ento vigente art. 258 (do CC/1916), para determinar que, no havendo

    conveno, ou sendo nula, vigorar, quanto aos bens, o regime de

    comunho parcial.

    Logo, o regime legal, hoje, vigente no Brasil, o de comunho parcial de

    bens art. 1.640.

    Na comunho parcial de bens h trs massas distintas:

    - Os bens particulares do marido;

    - Os bens particulares da mulher;

    - Os bens comuns do casal.

    Bens que se excluem da comunho parcial

    No entram na comunho:

    - Os bens que cada cnjuge possuir ao casar e os que lhe sobrevierem,

    na constncia do casamento, por doao ou sucesso e os sub-rogados

    em seu lugar.

  • RESUMO DE DIREITO DE FAMLIA DIREITO CIVIL APLICADO EDUARDO DE OLIVEIRA LEITE EDITORA REVISTA DOS TRIBUNAIS

    PROFESSOR RODRIGO JULIO UNAERP DIREITO CIVIL

    Na realidade, o artigo se refere a trs hipteses distintas:

    - Os bens que cada cnjuge possuir a casar;

    - Os bens que lhe sobrevierem por doao ou sucesso;

    - Os sub-rogados em seu lugar (decorrente da doao ou sucesso).

    Princpio: Na comunho parcial s so comuns os bens adquiridos a

    ttulo oneroso.

    Os bens adquiridos com valores exclusivamente pertencentes a um dos

    cnjuges em sub-rogao dos bens particulares.

    As obrigaes anteriores ao casamento: Entram ou no na comunho

    dependendo de sua natureza.

    As obrigaes negociais anteriores ao casamento so da exclusiva

    responsabilidade do cnjuge que as contraiu, respondendo com seus

    bens particulares. As obrigaes posteriores ao casamento, por qualquer

    dos cnjuges, passam a integrar a comunho, sendo por elas

    responsveis, ambos os cnjuges. De acordo com o art. 1.664, os bens

    comuns que respondem pelo resgate das obrigaes contradas pelo

    marido ou pela mulher, s integram a comunho quando atendem aos

    encargos da famlia, s despesas de administrao e s decorrentes de

    imposio legal.

    As obrigaes provenientes de atos ilcitos, salvo reverso em proveito

    do casal.

    Os bens de uso pessoal, os livros e instrumentos de profisso.

    Os proventos do trabalho pessoal de casa cnjuge.

    As penses, meio-soldos, montepios e outras rendas semelhantes.

  • RESUMO DE DIREITO DE FAMLIA DIREITO CIVIL APLICADO EDUARDO DE OLIVEIRA LEITE EDITORA REVISTA DOS TRIBUNAIS

    PROFESSOR RODRIGO JULIO UNAERP DIREITO CIVIL

    Ainda entram na categoria da incomunicabilidade os bens cuja aquisio

    tiver por ttulo uma causa anterior ao casamento art. 1.661.

    Bens que se comunicam na comunho parcial.

    Segundo disposto no art. 1.660 entram na comunho:

    - Os bens adquiridos na constncia do casamento por ttulo

    oneroso, ainda que s em nome de um dos cnjuges.

    - Os bens adquiridos por fato eventual, com ou sem o concurso de

    trabalho ou despesa anterior.

    - Os bens adquiridos por doao, herana ou legado, em favor de

    ambos os cnjuges.

    - As benfeitorias em bens particulares: Os bens particulares no se

    comunicam, mas as benfeitorias sim, dada a presuno legal de

    concurso de recursos comuns dos cnjuges. Qualquer benfeitoria (art.

    96) integra a comunho do casal, pouco importando a origem dos

    recursos aplicados na sua concretizao.

    - Os frutos dos bens comuns, ou dos particulares de cada cnjuge,

    percebidos na constncia do casamento, ou pendentes ao cessar a

    comunho: Os frutos percebidos (que se trate de frutos civis: aluguis

    ou rendas; quer se trate de frutos naturais ou industriais: fabricados pelo

    homem) ingressam automaticamente na comunho. Os pendentes

    tambm, porque se presume o investimento comum de ambos os

    cnjuges at se encontrarem naquele estado.

    Administrao do patrimnio

    A administrao do patrimnio comum compete a qualquer dos cnjuges.

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    PROFESSOR RODRIGO JULIO UNAERP DIREITO CIVIL

    A prpria lei cria atenuantes ao princpio geral, no que diz respeito ao

    resgate das dvidas assumidas. Assim:

    - As dvidas contradas no exerccio da administrao (art. 1.663,

    pargrafo 1): obrigam os bens comuns e os particulares do cnjuge que

    os administra;

    - No havendo bens comuns, a dvida ser paga com os bens

    particulares de cada cnjuge em razo do proveito que cada qual houver

    obtido;

    - Se a dvida for feita por um s dos cnjuges, e a vantagem somente a

    ele couber, o resgate da mesma ser feito com os bens particulares do

    obrigado;

    - Em caso de malversao dos bens art. 1.663, pargrafo 3 - o juiz

    poder atribuir a administrao a apenas um dos cnjuges (ou seja, uma

    mulher sozinha pode assinar um contrato de locao).

    A administrao dos bens particulares compete exclusivamente ao

    cnjuge titular art. 1.665 mas nada impede que os cnjuges

    estipulem diversamente, mediante insero de clusula no pacto

    antenupcial.

    As dvidas contradas por qualquer dos cnjuges na administrao de

    seus bens particulares ficam adstritas responsabilizao destes bens e,

    certamente, no alcanam os bens comuns.

    DA COMUNHO UNIVERSAL

    Noes Introdutrias

  • RESUMO DE DIREITO DE FAMLIA DIREITO CIVIL APLICADO EDUARDO DE OLIVEIRA LEITE EDITORA REVISTA DOS TRIBUNAIS

    PROFESSOR RODRIGO JULIO UNAERP DIREITO CIVIL

    Art. 1.667, CC o regime da comunho universal importa a comunicao

    de todos os bens presentes e futuros dos cnjuges e sua dvidas

    passivas.

    Com a excluso das excees previstas no art. 1.668, CC os

    patrimnios dos cnjuges se fundem em um s, passando, marido e

    mulher, a figurar como condminos (de um) condomnio peculiar, pois

    que insuscetvel de diviso antes da dissoluo da sociedade conjugal

    Assim, enquanto na comunho parcial s se comunicam os bens

    adquiridos depois do casamento, a ttulo oneroso, na comunho

    universal, todos os bens (presentes e futuros), a ttulo oneroso ou

    gratuito, so comuns, constituindo uma s massa patrimonial.

    Bens incomunicveis

    No art. 1.668 o legislador arrola, em cinco incisos, os bens que so

    excludos do regime da comunho universal.

    Assim:

    I os bens doados ou herdados com a clusula de

    incomunicabilidade e os subrogados em seu lugar

    II os bem gravados de fideicomisso e o direito do herdeiro

    fideicomissrio, antes de realizada a condio suspensiva:

    Fideicomisso a estipulao de ltima vontade em virtude da qual o

    testador constitui uma pessoa como herdeira ou legatria (fiduciria)

    impondo-lhe a obrigao de, por sua morte, ou sob certa condio,

    transmitir a outra pessoa (fideicomissria), por ele indicada, a herana ou

    legado.

  • RESUMO DE DIREITO DE FAMLIA DIREITO CIVIL APLICADO EDUARDO DE OLIVEIRA LEITE EDITORA REVISTA DOS TRIBUNAIS

    PROFESSOR RODRIGO JULIO UNAERP DIREITO CIVIL

    III as dvidas anteriores ao casamento, salvo se provierem de

    despesas com seus aprestos, ou reverterem em proveito comum.

    IV as doaes antenupciais feitas por um dos cnjuges ao outro

    com a clusula de incomunicabilidade.

    V os bens referidos nos incisos V a VII do art. 1.659: So

    particulares os bens de uso pessoal, os livros, os instrumentos de

    profisso, os proventos do trabalho pessoal penses, os meio-soldos,

    montepios e outras rendas semelhantes.

    Comunicabilidade dos frutos

    A incomunicabilidade dos bens enumerado no art. 1.668 no se estende

    aos frutos, quando se percebam ou venam durante o casamento. Art.

    1.669. Ou seja, no regime de comunho de bens, a comunicabilidade de

    todos os bens, principais e acessrios, a regra.

    Administrao do patrimnio comum

    As normas relativas administrao dos bens comuns e particulares na

    comunho parcial se apliqucam comunho universal. Se o patrimnio

    comum, da mesma forma, a administrao dos bens necessariamente

    conjunta.

    Extinta a comunho art. 1.671 e efetivada a diviso do ativo e do

    passivo, as dvidas comuns, contradas somente por um dos cnjuges,

    no mais podem ser cobradas ao outro, como dvida comum. O credor s

    poder se voltar contra o outro cnjuge se a dvida foi contrada por

    ambos. Se individual, se foi contrada pelo que morreu, somente contra

    o esplio se h de cobrar.

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    PROFESSOR RODRIGO JULIO UNAERP DIREITO CIVIL

    DO REGIME DE PARTICIPAO FINAL NOS AQUESTOS

    Caracterizao do regime

    Na participao final nos aquestos h formao de massas de bens

    particulares incomunicveis durante o casamento, mas que se tornam

    comuns no momento da dissoluo do mesmo.

    Cada cnjuge possui patrimnio prprio cabendo-lhe, na dissoluo,

    direito metade dos bens adquiridos pelo casal.

    H, pois, dois patrimnios, um inicial, que o conjunto dos bens que

    cada um possua na data do casamento e os que foram por cada um

    deles adquiridos, a qualquer ttulo, durante o casamento (art. 1673), e h

    o patrimnio final, s possvel de se avaliar, no momento da dissoluo

    da sociedade conjugal (art. 1.674).

    Durante o casamento, como ocorre na separao de bens, cada um dos

    cnjuges goza de liberdade total na administrao e na disposio dos

    seus bens, mas, ao mesmo tempo, associa cada cnjuge aos ganhos do

    outro, valor este a ser levado na dissoluo da sociedade conjugal,

    quando ressurge a idia da comunho.

    Da administrao dos bens

    A administrao dos bens exclusiva de cada cnjuge, que os poder

    livremente alienar, se forem mveis. E o disposto no art. 1.674

    complementa que os cnjuges administraro respectivamente os bens

    anteriores ao casamento, assim como:

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    PROFESSOR RODRIGO JULIO UNAERP DIREITO CIVIL

    - Os que tiverem se sub-rogado na constncia do casamento;

    - Os que sobrevierem a cada cnjuge por sucesso ou liberdade;

    - As dvidas relativas a esses bens.

    Embora o pargrafo nico do art. 1.673 s admita a alienao dos bens

    mveis, a possibilidade estende-se, igualmente, aos bens imveis, desde

    que a hiptese tenha sido objeto de clusula no pacto antenupcial (art.

    1.656).

    Se a administrao individual, as dvidas posteriores ao casamento

    art. 1.677 - contradas por um s dos cnjuges, so da exclusiva

    responsabilidade dela, salvo prova de terem revertido, parcial ou

    totalmente, em benefcio do outro.

    Para evitar o enriquecimento ilcito, o art. 1.678 dispe que se a dvida de

    um cnjuge foi paga com recursos do outro, o valor respectivo dever ser

    contabilizado na parte que caber ao primeiro.

    Titularidade dos bens adquiridos no casamento

    Nos arts. 1.679, 1.680 e 1681 o Cdigo estabelece as presunes de

    titularidade de bens adquiridos na constncia do casamento.

    Pouco importando que o bem tenha sido adquirido em nome de apenas

    um dos cnjuges, a regra geral da participao final se impe: a

    participao dos cnjuges ser igualitria, no podendo prevalecer a

    titularidade individual sobre o bem.

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    PROFESSOR RODRIGO JULIO UNAERP DIREITO CIVIL

    A segunda presuno atribui a titularidade das coisas mveis ao cnjuge

    devedor (art. 1.674, pargrafo nico).

    A terceira presuno estabelece que os bens imveis presumem-se

    pertencer ao cnjuge cujo nome constar do registro pblico. A presuno

    juris tantum podendo ser contraditada (pargrafo nico do art. 1.681)

    quer pelo outro cnjuge, como tambm por terceiro interessado.

    Disposies finais

    Os bens divisveis devem ser partilhados em igualdade de condies

    entre os cnjuges: e os indivisveis devem permanecer na meao do

    cnjuge proprietrio que repor em dinheiro ao outro, o valor

    correspondente para complementar a meao.

    Em caso de dissoluo da sociedade conjugal por morte, defere-se a

    herana aos herdeiros do cnjuge falecido.

    As dvidas de um dos cnjuges, quando superiores meao, no

    obrigam ao outro, ou a seus herdeiros, complementando os arts. 1.674,

    1.677 e 1.678. Ou seja, as dvidas pessoais no podem ser transferidas

    nem imputadas ao outro cnjuge, mesmo quando ultrapassarem o limite

    de sua meao.

    DO REGIME DE SEPARAO DE BENS

    Noes Introdutrias

    O regime de separao de bens aquele em que cada cnjuge conserva

    o domnio e a administrao de seus bens presentes e futuros,

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    responsabilizando-se individualmente pelas dvidas anteriores e

    posteriores ao casamento. Art. 1.687.

    Administrao dos bens

    Regra geral: cada cnjuge conserva seu prprio original mais as

    benfeitorias, acesses e melhoramento que, porventura, se realizem nos

    respectivos acervos. H dois patrimnios independentes, mas se os

    cnjuges adquirem em comum um bem, este pertencer aos cnjuges,

    em co-propriedade. Logo, estabelece-se condomnio entre ambos.

    Igualmente o passivo integra este regime no se comunicando os dbitos

    anteriores ou posteriores ao casamento.

    Exceo: Se nas sociedades de fato todos so responsveis pela

    satisfao das obrigaes que resultaram no proveito comum arcando

    o patrimnio comum ou o de cada um igualmente na sociedade familiar

    estabelecida quando as dvidas objetivarem atender necessidades

    comuns.

    Se o regime de separao total de bens descabe a necessidade de

    autorizao do outro cnjuge para dispor de seus bens, inclusive os

    imveis.

    Formas de separao

    O regime de separao legal ou convencional.

    legal: quando decorre da lei (art. 1.641)

    convencional: quando decorre de conveno (art. 1.687)

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    Separao legal: a separao legal quando decorre da lei

    prevalecendo ainda que no convencionado ou omisso o ato de

    celebrao (art. 1.641).

    Separao convencional: a que decorre de conveno estabelecida

    em pacto antenupcial (art. 1.687). Ou seja, cada cnjuge conserva a

    plena autoridade, a integral administrao e a fruio de seus prprios

    bens. Na realidade, o art. 1.688 reproduz a regra do art. 1.568 que obriga

    ambos os cnjuges a concorrer na proporo de seus bens, para o

    sustento da famlia.

    No in fine do art. 1.688 o novo Cdigo Civil refere-se possibilidade dos

    cnjuges estipularem, em pacto antenupcial, diversamente, salvo,

    evidentemente o disposto no art. 1.568 que, por conter disposio

    absoluta da lei, no pode ser contrariado.