direito constitucional i- slides

76
DIREITO CONSTITUCIONAL I Constituição Federal

Upload: kallil-alves

Post on 14-Dec-2014

43 views

Category:

Documents


4 download

TRANSCRIPT

Page 1: Direito Constitucional I- Slides

DIREITO CONSTITUCIONAL I

Constituição Federal

Page 2: Direito Constitucional I- Slides

DIREITO CONSTITUCIONAL I

CONSTITUCIONALISMO: é como se denomina o movimento social, político e jurídico e até mesmo ideológico, a partir do qual emergem as constituições nacionais.

Traços marcantes: 1. Organização do Estado2. Limitação do Poder Estatal: Previsão dos direitos e garantias

individuais.

Estado: Resultado da lenta e gradual organização jurídica do poder.

Page 3: Direito Constitucional I- Slides

DIREITO CONSTITUCIONAL I

é o movimento de caráter político e jurídico, de cunho liberal, em voga entre o final do século XVIII e o término da Primeira Guerra Mundial, cujo objetivo é o estabelecimento de Estados de direito baseados em regimes constitucionais, isto é, fundados numa Constituição democrática, que delimita claramente a atuação do Poder Público, mediante a separação dos poderes, e assegura ampla proteção aos direitos dos cidadãos, impondo o exercício, no plano político, do chamado "governo das leis e não dos homens".Mais sobre: constitucionalismo

Page 4: Direito Constitucional I- Slides

DIREITO CONSTITUCIONAL I

Constitucionalismo na idade média: foi um simples princípio, muitas vezes pouco eficaz, porque faltava um instituto legítimo que controlasse, baseando-se no direito, o exercício do poder político e garantisse aos cidadãos o respeito à lei por parte dos órgãos do Governo.

Surgimento: Magna Charta: documento de 1215 que limitou o poder dos monarcas da Inglaterra, impedindo assim o exercício do poder absoluto. Rei submisso à lei.

Page 5: Direito Constitucional I- Slides

DIREITO CONSTITUCIONAL I

Constitucionalismo moderno:Estados Unidos; 1787: Independência das treze colônias.Declaração da Virginia: concretismoFrança: 1791: pós revolução francesa: universalidade. Marcado pela existência de documentos constitucionais

amplos, analíticos, extensos;Necessidade de uma Constituição escrita para limitar o

poder e garantir a liberdade.

Page 6: Direito Constitucional I- Slides

DIREITO CONSTITUCIONAL I

Constitucionalismo escrito surge com o Estado incumbido da função de racionalização e humanização trazendo a necessidade da proclamação de declarações e direitos.

Page 7: Direito Constitucional I- Slides

DIREITO CONSTITUCIONAL I

Constitucionalismo no Brasil: A evolução histórica do constitucionalismo no Brasil coincide com as transformações substanciais do próprio Estado.

A prática do nosso constitucionalismo se esboçou, sem sucesso, com o movimento revolucionário ocorrido em Pernambuco, em 1817, de inspiração republicana. Foi elaborado um Projeto de Lei Orgânica, de autoria de Antonio Carlos Ribeiro de Andrada, para ser a Constituição da nova República.

Page 8: Direito Constitucional I- Slides

DIREITO CONSTITUCIONAL I

Primeira Fase: Liberal-centralizador, que corresponde ao Império.

CF/1824: aponta os vícios político-administrativos da centralização e a necessidade da sua extinção para o desenvolvimento, com a República nos moldes das instituições norte-americanas.

Page 9: Direito Constitucional I- Slides

DIREITO CONSTITUCIONAL I

Segunda Fase: republicana, é dominada pelo pensamento de Rui Barbosa, autor principal do projeto da Constituição de 1891.

Rui foi o defensor do hábeas corpus e do controle de constitucionalidade pelo Poder Judiciário

Page 10: Direito Constitucional I- Slides

DIREITO CONSTITUCIONAL I

Terceira fase: A autoritária (Constituição de 1937), é marcada pelo período em que se desenvolvem as idéias contrárias a um constitucionalismo liberal e um nascente decisionismo autoritário.

- Plebiscito não realizado.

- Ditador que enfeixava em suas mãos todos os poderes do Estado

Page 11: Direito Constitucional I- Slides

DIREITO CONSTITUCIONAL I

Quarta Fase: É a do período liberal-social, abrangendo as Constituições de 1946, e a de 1988, com o hiato das de 1967/1969, em que houve retorno ao modelo estatizante e centralizador.

Page 12: Direito Constitucional I- Slides

DIREITO CONSTITUCIONAL I

No constitucionalismo moderno temos:Estado de direito e Estado democrático de direito.Estado de direito: -primazia das leis-hierarquia de normas relacionadas com a segurança

jurídica.- Observância da legalidade- Separação de Poderes- Personalidade jurídica do Estado- Controle de constitucionalidade das leis

Page 13: Direito Constitucional I- Slides

DIREITO CONSTITUCIONAL I

Estado democrático de Direito: - Evita o autoritarismo, - Evita a concentração do poder. - O estado rege-se por normas democráticas.

(representatividade)- Observância obrigatória da principiologia que

rege o direito.

Page 14: Direito Constitucional I- Slides

Conceito de Constituição: Lei fundamental e suprema de um Estado, que contém normas referentes à estruturação do Estado, à formação de poderes públicos, forma de governo e aquisição do poder de governar, distribuição de competências, direitos, garantias e deveres dos cidadãos.

Page 15: Direito Constitucional I- Slides

CLASSIFICAÇÃO DAS CONSTITUIÇÕES

1. QUANTO AO CONTEÚDO:1.1- MATERIAIS: o conjunto de regras de matéria de

natureza constitucional, isto é, as relacionadas ao poder, quer esteja no texto constitucional ou fora dele.  

1.2 - Formais: o texto votado pela Assembléia Constituinte, para um documento solene são todas as regras formalmente constitucionais  =  estão inseridas no texto constitucional.

Page 16: Direito Constitucional I- Slides

CLASSIFICAÇÃO DAS CONSTITUIÇÕES

2. QUANTO AO FORMA:2.1-Escrita:a)- sintética: resumida,  (Constituição dos Estados Unidos)  b)- analítica:  expansiva,  (a Constituição do Brasil).  A ciência

política recomenda que as constituições sejam sintéticas e não expansivas como é a brasileira.

 

2.2- Não escrita: é a constituição cuja as normas não constam de um documento único e solene, mas se baseie principalmente nos costumes, na jurisprudência e em convenções e em textos constitucionais esparsos.

Page 17: Direito Constitucional I- Slides

CLASSIFICAÇÃO DAS CONSTITUIÇÕES

3. QUANTO AO MODO DE ELABORAÇÃO:

3.1-Dogmática: é Constituição sistematizada em um texto único, elaborado reflexivamente por um órgão constituinte.   É a que consagra certos dogmas da ciência política e do Direito dominantes no momento.  

Podem ser: a)-  ortodoxa: quando segue uma só linha de raciocínio, tem um único

pensamentob)- eclética: não há um fio condutor, temos dispositivos completamente

antagônicos em razão da divergência que existiam entre os parlamentares, já que cada um visava os seus próprios interesses. - é uma dogmática que mistura tudo).

Page 18: Direito Constitucional I- Slides

CLASSIFICAÇÃO DAS CONSTITUIÇÕES

3.2- Histórica: é sempre não escrita e resultante de lenta formação histórica, do lento evoluir das tradições, dos fatos sócio-políticos, que se cristalizam como normas fundamentais da organização de determinado Estado.  

OBS: A Const. escrita é sempre dogmática.   

A Const. não escrita é sempre histórica.

Page 19: Direito Constitucional I- Slides

CLASSIFICAÇÃO DAS CONSTITUIÇÕES

4-      QUANTO A SUA ORIGEM OU PROCESSO DE POSITIVAÇÃO:

4.1- Promulgada: O processo de positivação decorre de convenção, são votadas, originam de um órgão constituinte composto de representantes do povo, eleitos para o fim de elaborá-las.    Também chamada de populares, “democráticas”.   

Page 20: Direito Constitucional I- Slides

CLASSIFICAÇÃO DAS CONSTITUIÇÕES

4.2- Outorgada: são impostas,  decorrem do sistema autoritário.  São as elaboradas sem a participação do povo.   Ex.: Constituição de 1824, 1937, 1967, 1969.

4.2-Pactuadas: os poderosos pactuavam um texto constitucional, o que aconteceu com a Magna Carta de 1215.

OBS: O simples fato de ser promulgada não significa que seja democrática.    (Democracia = vontade da maioria, consenso).   A constituição outorgada também pode ser democrática, se a maioria concordar com ela.

Page 21: Direito Constitucional I- Slides

CLASSIFICAÇÃO DAS CONSTITUIÇÕES

5- QUANTO À ESTABILIDADE OU MUTABILIDADE:

5.1-Imutável: vedada qualquer alteração, constituindo-se relíquias históricas – imutabilidade absoluta.

5.2- Rígida: permite  que a constituição seja mudada mas, depende de um procedimento solene que é o de Emenda Constitucional que exige 3/5 dos membros do Congresso Nacional para que seja aprovada.  

Page 22: Direito Constitucional I- Slides

CLASSIFICAÇÃO DAS CONSTITUIÇÕES

5.3- Flexível: pode ser alterada por um simples procedimento legislativo.  Ex.:  as constituições não escritas, na sua parte escrita elas são flexíveis.

5.4- Semi-rígida: aquela em que o processo de modificação só é rígido na parte materialmente constitucional e flexível na parte formalmente constitucional.

Page 23: Direito Constitucional I- Slides

CLASSIFICAÇÃO DAS CONSTITUIÇÕES

Constituição Federal de 1988 é: Escrita. Analítica. Dogmática: Eclética.Promulgada.Rígida.

Page 24: Direito Constitucional I- Slides

Estrutura normativa da Constituição vigente

1- Disposição Permanente (250 artigos)

1.1- Preâmbulo: documento de intenções do texto constitucional. Abre o texto constitucionalRuptura com o ordenamento anteriorSurgimento de uma nova ordemProclamação de princípios que serão delineados pela

constituição.Elemento de integração e interpretação do texto

constitucional

Page 25: Direito Constitucional I- Slides

Estrutura normativa da Constituição vigente

2 correntes que envolvem o preâmbulo:1ª corrente: Não é norma, é somente a abertura da

CF.2ª corrente: é vinculante. A sociedade deve segui-

lo.

OBS: A 1ª é majoritária e ambas concordam que o preâmbulo não é norma constitucional.

Page 26: Direito Constitucional I- Slides

Estrutura normativa da Constituição vigente

O PREÂMBULO NÃO PODERÁ SER USADO EM DOIS CASOS:

a)- Quando contrariar norma expressa da CF. Não terá efeito nem interpretativo.

b)-Não será usado como paradigma para o controle de constitucionalidade.

Page 27: Direito Constitucional I- Slides

Estrutura normativa da Constituição vigente

2- Atos das disposições constitucionais transitórias (94 artigos)

São dispositivos de direito intertemporal destinado a regular a transação constitucional, isto é, as situações em curso durante a mudança de uma Constituição para outra. Ex: art. 4º dos ADCT determinou que o Presidente iria tomar posse no dia 15/03/1990 e o próximo, no dia 01/01.

Page 28: Direito Constitucional I- Slides

Estrutura normativa da Constituição vigente

3- Emendas Constitucionais (70 emendas): Alteração das normas constitucionaisDiscutida e votada em cada casa do CN, em

dois turnos, aprovada por 2/5 de seus membros. Não tem participação do Executivo.

Cláusulas pétreas: art. 60, par. 4º CF

Page 29: Direito Constitucional I- Slides

Estrutura normativa da Constituição vigente

Art. 60 - A Constituição poderá ser emendada mediante proposta:

I - de um terço, no mínimo, dos membros da Câmara dos Deputados ou do Senado Federal;

II - do Presidente da República;

III - de mais da metade das Assembléias Legislativas das unidades da Federação, manifestando-se, cada uma delas, pela maioria relativa de seus membros.

§ 4º - Não será objeto de deliberação a proposta de emenda tendente a abolir:

I - a forma federativa de Estado;

II - o voto direto, secreto, universal e periódico;

III - a separação dos Poderes;

IV - os direitos e garantias individuais.

Page 30: Direito Constitucional I- Slides

Estrutura normativa da Constituição vigente

4- Elementos Organizacionais ou Orgânicos4.1-  Normas que tratam da organização (estruturação)

do poder:  Forma do Estado: Federal. Forma de Governo: República. Sistema de Governo: Presidencialista. Sistema tripartíde: Poder Legislativo, Poder Executivo e

Poder Judiciário. Organização, funcionamento e órgãos.

4.2-    Normas que definem a forma de exercício e aquisição do poder.

Page 31: Direito Constitucional I- Slides

Estrutura normativa da Constituição vigente

FORMAS DE ESTADO: distribuição geográfica do Poder político. Podem ser:

a)- Estado Federal: união ou aliança dos Estados membros. Surge através de uma Constituição.

ES + EA (tripla capacidade: auto administração; auto organização e auto governar).

O estado federal aparece através de uma constituição que tem a obrigação de enumerar a competência de seus entes. Inexiste o direito de secessão.

Page 32: Direito Constitucional I- Slides

Estrutura normativa da Constituição vigente

EA

EA

EA

ES: Independência interna e externa

Estado Federal

Page 33: Direito Constitucional I- Slides

Estrutura normativa da Constituição vigente

b)- Estado Confederado: distribuição do poder político no qual todos os entes são soberanos. Existência do direito de secessão. Surge através de um tratado internacional ou acordo entre entes soberanos.

Page 34: Direito Constitucional I- Slides

Estrutura normativa da Constituição vigente

.

ES ES ES ES ES

Estado Confederado

Page 35: Direito Constitucional I- Slides

Estrutura normativa da Constituição vigente

FORMAS DE GOVERNO: relação entre o governo e governadosa)- Monarquia: critério sanguíneo hereditariedade Rei é o chefe de estado e vitalício.

a.1)- Monarquia absoluta: Soberania do rei. Arábia Saudita, Brunei, Omã, Suazilândia, Vaticano.

a.2)- Monarquia constitucional: Soberania do rei baseado na Constituição. Reino Unido, Austrália, Suécia, Noruega, Dinamarca, Canadá, Japão, Espanha, Bélgica etc.

Page 36: Direito Constitucional I- Slides

Estrutura normativa da Constituição vigente

b)- República:Elegibilidade: eleição pelos cidadãosPrincipio da responsabilidade (o chefe maior

é responsável pela política que desenvolve).Presidente é o chefe do estado.Chefia por tempo determinado.

Page 37: Direito Constitucional I- Slides

Estrutura normativa da Constituição vigente

SISTEMA DE GOVERNO: relação entre os Poderes executivo e legislativo.

a)- Presidencialismo: Identidade entre chefia de estado (representante

do país) e chefia de governo.Mandatos fixos (4 anos com uma reeleição

consecutiva)Inexistência de identidade entre Legislativo e

Executivo.

Page 38: Direito Constitucional I- Slides

Estrutura normativa da Constituição vigente

b)- Parlamentarismo:Não há identidade entre chefe de governo e

chefe de Estado.Inexiste mandatos fixos (não cumpriu, perde o

poder. Dissolução do parlamento pelo gabinete ou queda do governo pelo parlamento).

Identidade entre Legislativo e Judiciário. o Poder Executivo depende do apoio direto ou indireto do parlamento para ser constituído e para governar

Page 39: Direito Constitucional I- Slides

Estrutura normativa da Constituição vigente

REPUBLICA FEDERATIVA DO BRASIL

Forma do Estado: Federal.Forma de Governo: República.Sistema de Governo: Presidencialista.

Page 40: Direito Constitucional I- Slides

CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988

Breve histórico:Desde 1964 o Brasil estava sob uma ditadura militar, e a partir de 1967 sob uma constituição imposta pelo governo.

O regime de exceção, fez crescer, durante o processo de abertura política, o anseio por dotar o Brasil de uma nova Constituição, defensora dos valores democráticos.

Page 41: Direito Constitucional I- Slides

CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988

Seria a 7º ou 8º CFB:

Em 1969 = falecimento de Artur da Costa e Silva = Junta Militar = Promulgação a emenda constitucional Nº 01 que instituía:

a)- Lei de Segurança Nacional,

b)- restrição as liberdades civis, e a Lei de Imprensa, regulamentando a censura oficial.

c)- 1988- crimes inafiançáveis: Tortura e AGCMCOCED (art. 5º, XLIV)

Page 42: Direito Constitucional I- Slides

CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988

O partido dos trabalhadores inicialmente não aceitou a Constituição, pois acreditava que ela impedia a reforma agrária e mantinha a estrutura militar. Apesar das ressalvas, o diretório do partido assinou o texto constitucional.

Page 43: Direito Constitucional I- Slides

Assembléia Nacional Constituinte de 1987-1988,foi instalada no Congresso Nacional, em Brasília, a 1º de fevereiro de 1987, com a finalidade de elaborar uma Constituição democrática para o Brasil, após 21 anos sob regime militar. Os trabalhos da Constituinte foram encerrados em 2 de setembro de 1988, após a votação e aprovação do texto final da nova Constituição brasileira.

Page 44: Direito Constitucional I- Slides

"Essa será a Constituição cidadã, porque recuperará como cidadãos milhões de brasileiros, vítimas da pior das discriminações: a miséria [...] O povo nos mandou aqui para fazê-la, não para ter medo. Viva a Constituição de 1988! Viva a vida que ela vai defender e semear!

Page 45: Direito Constitucional I- Slides

CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988

Estrutura Título I- Princípios Fundamentais Título II –Direitos e Garantias Fundamentais Título III- Organização do Estado Título IV- Organização dos Poderes Título V – defesa do Estado e das Instituições Título VI – Tributação e Orçamento Título VII – Ordem Econômica e Financeira Título VIII – Ordem Social Título IX – disposições Gerais

Page 46: Direito Constitucional I- Slides

Fenômenos constitucionais

1- Recepção:  assegura a preservação do ordenamento jurídico anterior e inferior à nova constituição que com ela se mostre

Requisito indispensável: compatibilidade material  com a nova ordem constitucional =  “Processo abreviado de criação de normas”.   Sua não observação causa revogação da norma anterior

O status pode ser modificado. Ex: o CPB era Decreto-lei na antiga constituição, mas não existe mais tal instituto. Foi recepcionado na CF/88 como Lei Ordinária.

Page 47: Direito Constitucional I- Slides

Fenômenos constitucionais

2- Represtinação: Volta expressa da vigência de uma lei já revogada em virtude da revogação da lei revogadora.  

Esta verdadeira restauração de eficácia é proibida em nosso Direito, em nome da segurança jurídica, salvo se houver expressa previsão da nova lei  (art. 2º, § 3 º, da LIN D B). Não é automática.

Não contrariedade com a CF.LA LB LC

Page 48: Direito Constitucional I- Slides

Fenômenos constitucionais

3- Desconstitucionalização:   possibilidade de recepção, pela nova ordem constitucional, como lei ordinária, de regra formalmente  constitucional da constituição anterior, não repetidas e nem contrariadas, em Processo de queda hierarquizada  -  é uma desconstitucionalização  (regra constitucional passa a ser lei ordinária). Se fossem repetidas continuariam sendo regras constitucionais e, se contrariadas teriam sido revogadas.   Esta teoria não tem aplicação em nosso sistema.

Page 49: Direito Constitucional I- Slides

Fenômenos constitucionais

4- Recepção material das normas constitucionais: normas da constituição anterior permanecem com status constitucional, mesmo a anterior tendo sido revogada.

Requisitos:Não haver contrariedade com a nova CFExistência por prazo determinadoDeverá haver manifestação expressa do poder

constituinte.

Page 50: Direito Constitucional I- Slides

Fenômenos constitucionais

5- Mutação: Mudança informal da Constituição, ou seja, o texto da norma constitucional permanece o mesmo, mas com uma nova releitura, reinterpretação.

Ex: Constituição Americana de 1787. Permanece a mesma, modifica apenas as interpretações.

Page 51: Direito Constitucional I- Slides

DIREITO CONSTITUCIONAL: conceito

1- CONCEITO: Direito constitucional é o ramo do direito público que estuda os princípios e normas estruturadoras do Estado e garantidoras dos direitos e liberdades individuais” (cf. Paulino Jacques), estando tais normas em geral expressas no texto de uma ou de várias leis fundamentais, que recebem a denominação de Constituição.

Instrumento formal: Constituição Ramo do direito público responsável pelo seu

estudo: direito constitucional

Page 52: Direito Constitucional I- Slides

RELAÇÃO DO DIR. CONSTITUCIONAL COM OUTROS RAMOS DO DIREITO.

1- COM O DIREITO ADMINISTRATIVO:

Relacionam-se quando: Discrimina as atribuições do Presidente da

República; Discrimina as atribuições dos Ministros de

Estado; Quando regula os direitos e deveres dos

funcionários públicos, etc.,

Page 53: Direito Constitucional I- Slides

RELAÇÃO DO DIR. CONSTITUCIONAL COM OUTROS RAMOS DO DIREITO.

2- COM O DIREITO TRIBUTÁRIO E FINANCEIRO:

As normas básicas de administração Financeira do Estado estão contidas na nova Constituição com capítulos voltados ao Sistema Tributário Nacional e ao Sistema Financeiro Nacional, traçando os princípios, a limitação do poder de tributar, impostos da União, Estados e dos Municípios, da repartição das receitas, do orçamento, etc.

Page 54: Direito Constitucional I- Slides

RELAÇÃO DO DIR. CONSTITUCIONAL COM OUTROS RAMOS DO DIREITO.

3- COM O DIREITO PENAL: a lei constitucional, procura limitar, exata e perfeitamente, a competência punitiva do Estado.

quando dispõem que não haverá pena de morte ou banimento;

estabelece a competência originária do STF para processar e julgar o Presidente da República nos crimes comuns

Page 55: Direito Constitucional I- Slides

RELAÇÃO DO DIR. CONSTITUCIONAL COM OUTROS RAMOS DO DIREITO.

4- COM O DIREITO DO TRABALHO: Inúmeros são os dispositivos contidos na nova Constituição, de proteção aos trabalhadores, consagrando, assim, fortíssima entre os dois ramos, tais como:

salário mínimo, seguro desemprego, fundo de garantia por tempo de serviço,

Page 56: Direito Constitucional I- Slides

CONSTITUCIONALISMO

sistema jurídico que tenha uma Constituição regulamentando o poder do Estado.

estabelece um leque de direitos e garantias

fundamentais dos cidadãos. Será visto como um sistema jurídico dotado de uma constituição do regime democrático, que se consolidou a partir das revoluções do século XVIII.

Page 57: Direito Constitucional I- Slides

PODER CONSTITUINTE

1ª TEORIA: Emmanuel Sieyes

“O que é o terceiro Estado ‘’

Existência de um poder imanente à nação, superior aos poderes ordinariamente constituídos e por eles imodificáveis: o poder constituinte .

POVO

Page 58: Direito Constitucional I- Slides

PODER CONSTITUINTE

PODER CONSTITUINTE: Tem o poder de elaborar, modificar e de completar a constituição. É aquele que instaura uma nova ordem jurídica, rompendo por completo com a ordem jurídica precedente. Tem como objetivo criar um novo Estado, diverso do que vigorava. Cria uma CF.

art.1º, parágrafo único da CF

“Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição”

Page 59: Direito Constitucional I- Slides

PODER CONSTITUINTE

Poder Constituinte: Poder que Constitui Poderes Legislativo, Judiciário e Executivo:

poderes constituídos.

OBS: podemos concluir que existe um poder maior que os 3 poderes, o Poder Constituinte. Assim, a Constituição Federal é fruto de um poder distinto daqueles que ela institui.

Page 60: Direito Constitucional I- Slides

Poder Constituinte originário: características

-Superior: hierarquicamente superior a qualquer outro poder.

-Inicial: Aparece sempre em momento de ruptura com a ordem jurídica anterior.

-Ilimitado: do ponto de vista anterior, pois a partir do momento que ele começa discutir texto da constituição, ele rompe com as regras do O. J. anterior e todos os poderes do Poder Constituinte são ilimitados.

-Incondicionado: não obedece a nenhuma regra prefixada pelo O. J. anterior.

Page 61: Direito Constitucional I- Slides

PODER CONSTITUINTE

Surgimento: Surge no fim do século XVIII contrapondo-

se ao poder decadente e absoluto das monarquias

de direito divino, invoca a razão humana ao mesmo

passo que substitui “Deus” pela Nação como titular

da soberania.

Titularidade: pertence ao povo.

Page 62: Direito Constitucional I- Slides

Divisão do Poder Constituinte

Poder Constituinte originário: cria a Constituição e se divide em:

1- Poder Constituinte Derivado

2- Poder Constituinte Decorrente

Page 63: Direito Constitucional I- Slides

Poder Constituinte derivado

O poder constituinte derivado é aquele poder de deriva do originário, ou seja, o derivado é instituído pelo originário.

Tem como características às regras impostas pelo originário, sendo limitado e condicionado aos parâmetros a ele impostos.

Ele se divide em, revisor e reformador.

Page 64: Direito Constitucional I- Slides

Poder Constituinte Derivado Revisor

Revisor: O procedimento de revisão constitucional

foi previsto no art. 3º do Ato das Disposições

Constitucionais Transitórias (ADCT).

O estabelecimento desse processo simplificado de

reforma teve razões históricas, relativas ao

desenvolvimento dos trabalhos da Assembléia

Nacional Constituinte de 1988

Page 65: Direito Constitucional I- Slides

Poder Constituinte Derivado Revisor

Área cinzenta: 01/02/1987 (inicio das discussões) até 05/10/1988 (promulgação). Como o tempo previsto para a conclusão dos trabalhos da Assembléia Nacional Constituinte ficou curto, os constituintes resolveram estabelecer um procedimento simplificado, menos rígido, para o eventual aperfeiçoamento de sua obra, cinco anos após sua promulgação.

Esse procedimento encerrou-se em junho de 1994. Não há mais, com base no art. 3º do ADCT, a

possibilidade de modificação do texto constitucional mediante o processo simplificado ali estabelecido.

Page 66: Direito Constitucional I- Slides

Poder Constituinte Derivado Reformador

Reformador: Tem a capacidade de modificar a Constituição em vigor, por meio de um procedimento específico, estabelecido pelo poder constituinte originário, sem que haja uma verdadeira revolução, verificado através das emendas constitucionais (arts. 59, I, e 60 da CF).

Page 67: Direito Constitucional I- Slides

Poder Constituinte Decorrente

Decorrente: É o poder que a CF/88 atribui aos estados-membros para se auto-organizarem, por meio da elaboração de suas próprias Constituições. É, portanto, a competência atribuída pelo poder constituinte originário aos estados-membros para criarem suas Constituições, desde que observadas as regras e limitações impostas pela Constituição Federal.

Page 68: Direito Constitucional I- Slides

AGENTE DO PODER CONSTITUINTE.

Agente do poder constituinte é = do titular do poder constituinte.

O agente é um grupo de homens, que em nome do titular do Poder constituinte estabelece a Constituição do Estado.

O ente coletivo, Assembléia Constituinte, costuma ser o agente do Poder Constituinte do povo.

Page 69: Direito Constitucional I- Slides

Limitações ao Poder de Reforma Constitucional

Conforme dito anteriormente, o poder constituinte

derivado reformador é condicionado, submetendo-se

a algumas limitações, expressamente previstas, ou

decorrentes do sistema. Trata-se de limitações

expressas ou explícitas e implícitas.

Page 70: Direito Constitucional I- Slides

Limitações Expressas ou Explícitas

Subdivide-se em:

- Formais ou procedimentais,

- Circunstanciais

-Materiais.

Page 71: Direito Constitucional I- Slides

Limitações formais ou procedimentais (art. 60, I, II, III, e §§ 2º, 3º e 5º)

Iniciativa (art. 60, I, II, III): trata-se de iniciativa privativa e

concorrente. Então temos que a Constituição somente será

emendada por proposta de:

Um terço, no mínimo, dos membros da Câmara dos Deputados

ou do Senado Federal;

Do Presidente da República;

De mais da metade das Assembléias Legislativas das unidades

da Federação, manifestando-se, cada uma delas, pela maioria

relativa de seus membros.

Page 72: Direito Constitucional I- Slides

Limitações formais ou procedimentais (art. 60, I, II, III, e §§ 2º, 3º e 5º)

a) quorum da aprovação (art. 60, § 2º): discutida e votada em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, sendo aprovada por 3/5 dos votos dos respectivos membros.

b) Promulgação (art. 60, § 3º): a promulgação da emenda seja realizada pelas Mesas da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, com seu respectivo número de ordem;

c) PEC rejeitada ou havida por prejudicada (art. 60, § 5º): não poderá ser objeto de nova apresentação na mesma sessão legislativa. Sessão legislativa: 15-02 a 30-06 e 01-08 a 15-12.

Page 73: Direito Constitucional I- Slides

Limitações circunstanciais (art. 60, § 1º):

O constituinte originário vedou a alteração da CF em determinadas circunstâncias:

Intervenção federal;

Estado de defesa;

Estado de sítio.

Page 74: Direito Constitucional I- Slides

Limitações materiais (art. 60, § 4º):

Trata-se daquelas matérias que não poderão ser objeto de emenda constitucional: clausulas pétreas

A forma federativa do Estado;

O voto direto, secreto, universal e periódico;

A separação dos Poderes;

Os direitos e garantias individuais.

Page 75: Direito Constitucional I- Slides

Legitimados para a PEC

Somente os congressistas integrantes da Casa

Legislativa em que estiver tramitando a proposta

são legitimados para impetrar o mandado de

segurança com essa finalidade. A jurisprudência

do STF é firme nesse sentido, não

contemplando terceiros.

Page 76: Direito Constitucional I- Slides

Controle judicial de emenda promulgada (Controle Amplo)

Com a aprovação de uma emenda constitucional passa ela a integrar o texto constitucional. Para tanto é necessário que a emenda tenha sido produzida segundo a forma previamente estipulada pelo poder constituinte originário e possua conteúdo por ele não proibido (art. 60).

Ao reformar a obra do poder constituinte originário, não pode o constituinte derivado desbordar dos limites impostos a sua atuação, sob pena de incorrer no vício de inconstitucionalidade.