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DIREITO CIVIL Turma Analista judiciário e Executante de Mandados do TRF CURSO MASTER JURIS PROFª. ANDRÉIA ALMEIDA Doutoranda em Direito pela Universidade Federal Fluminense - UFF Mestre em Direito pela Universidade Federal Fluminense - UFF Coordenadora do Curso de Direito da Universidade Estácio de Sá – Campus Menezes Côrtes Professora do Curso de Pós-graduação em Direito Civil Professora do Curso de Graduação em Direit o Civil Advogada e Consultora Jurídica Currículo Lattes: http://lattes.cnpq.br/5702285453738120 E-mail: [email protected]

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DIREITO CIVIL

Turma Analista judiciário e Executante

de Mandados do TRF

CURSO MASTER JURIS

PROFª. ANDRÉIA ALMEIDA

Doutoranda em Direito pela Universidade Federal Fluminense - UFF

Mestre em Direito pela Universidade Federal Fluminense - UFF

Coordenadora do Curso de Direito da Universidade Estácio de Sá – Campus Menezes Côrtes

Professora do Curso de Pós-graduação em Direito Civil

Professora do Curso de Graduação em Direit o Civil

Advogada e Consultora Jurídica

Currículo Lattes: http://lattes.cnpq.br/5702285453738120

E-mail: [email protected]

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Conteúdo Programático

1. Lei de introdução às normas do Direito Brasileiro - LINDB

Decreto-lei nº 4.657/42

2. Pessoas (Naturais e Jurídicas)

Pessoas Naturais – Art. 1º ao 39 CC/02

Pessoas Jurídicas – Art. 40 ao 69 CC/02

Domicílio – Art. 70 ao 78 CC/02

3. Bens (classificação segundo o Código Civil)

Dos bens – Art. 79 ao 103 CC/02

4. Negócios Jurídicos

Disposições gerais – Art. 104 ao 114 CC/02

Elementos Essenciais – Art. 121 ao 137 CC/02

Defeitos do Negócio Jurídico – Art. 138 ao 165 CC/02

Teoria da Invalidade – Art. 166 ao 184 CC/02

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Conteúdo Programático 5. Prescrição e Decadência Prescrição – Art. 189 ao 206 CC/02 Decadência – Art. 207 ao 211 CC/02 6. Obrigações de Dar, de Fazer e de não Fazer Obrigação de dar coisa certa – Art. 233 ao Art. 242 CC/02 Obrigação de dar coisa incerta – Art. 243 ao Art. 246 CC/02 Obrigação de fazer – Art. 247 ao Art. 249 CC/02 Obrigação de não fazer – Art. 250 a0 251 CC/02 7. Pagamento Regras gerais – Art. 304 ao 333 CC/02 Espécies de pagamentos – Art. 334 ao 388 CC/02 8. Contratos Disposições Gerais – Art. 421 ao 480 CC/02

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Conteúdo Programático 9. Compra e Venda Art. 481 ao 532 CC/02 10. Depósito Art. 627 ao 652 CC/02 11. Mandato Art.653 ao 692 CC/02 12. Fiança Art. 818 ao 839 CC/02 13. Responsabilidade Civil Art. 927 ao 954 CC/02 14. Posse e Propriedade (noções gerais) Posse - Art. 1196 ao Art. 12274CC/02 Propriedade – Art. 1228 ao Art. 1232 CC/02

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Bibliografia

• TARTUCE, Flávio. Direito Civil: Lei de Introdução e Parte Geral. Vol.1. 9. ed. São Paulo: Método, 2013.

• FARIAS, Cristiano Chaves de; ROSENVALD, Nelson. Curso de Direito Civil: Parte Geral e LINDB. Vol.1. 10. ed. Salvador: Editora Juspodium, 2012.

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1. Lei de introdução às normas do Direito Brasileiro – LINDB

Decreto-lei nº 4.657/42

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LEI DE INTRODUÇÃO ÀS NORMAS DO DIREITO BRASILEIRO

DECRETO-LEI Nº 4.657, DE 4 DE SETEMBRO DE 1942 – Lei de Introdução às normas do Direito Brasileiro – LINDB – (Redação

dada pela Lei nº 12.376, de 2010)

• Instituída pelo Decreto-lei 4.657/1942, constitui uma norma sobre normas

ou norma de sobredireito, eis que visa regular outras leis.

• A lei de introdução não faz parte do Código Civil e por ele não sofreu qualquer alteração.

• Tem como escopo estabelecer parâmetros gerais para a elaboração, a vigência e a eficácia das leis, além da interpretação, integração e aplicação das próprias normas legais, genericamente compreendidas.

• Possui status de lei ordinária.

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• Da aplicação da lei no tempo

I. Vacatio Legis

At. 1o Salvo disposição contrária, a lei começa a vigorar em todo o país quarenta e cinco dias depois de oficialmente publicada.

§ 1o Nos Estados, estrangeiros, a obrigatoriedade da lei brasileira, quando admitida, se inicia três meses depois de oficialmente publicada.

§ 2o (Revogado pela Lei nº 12.036, de 2009).

§ 3o Se, antes de entrar a lei em vigor, ocorrer nova publicação de seu texto, destinada a correção, o prazo deste artigo e dos parágrafos anteriores começará a correr da nova publicação.

§ 4o As correções a texto de lei já em vigor consideram-se lei nova.

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Vacatio Legis = Vigência da norma jurídica

Sistema da obrigatoriedade simultânea

Vigência ≠ Validade (formal ou material)

Vigência = a vigência da norma corresponde à força obrigatória, vincultante, a ela conferida.

Validade Formal = concerne à elaboração pelo órgão competente e com respeito aos procedimentos legais, como por exemplo, quórum de aprovação.

Validade Material = também chamada de validade constitucional, está correlacionada com a necessidade de conformação (adequação) de cada norma com o ordenamento jurídico, em especial com o Texto Constitucional.

OBS: Pode ser válida sem estar em vigor!

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A Vacatio Legis e os Atos Normativos Administrativos

(decretos / resoluções / portarias / instruções normativas / regimentos / regulamentos)

DECRETO N. 572 - DE 12 DE JULHO DE 1890 – Fixa o momento em que começa a obrigatoriedade das leis da União e dos decretos do Governo Federal.

Art. 5º Os decretos sobre interesse individual ou local, as instrucções e avisos para a boa execução das leis e quaesquer actos de privativa attribuição do poder executivo, são exequiveis desde que delles tiverem conhecimento os interessados e as autoridades competentes por meio do Diario Official, ou fórma authentica.

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A Vacatio Legis e a Emenda Constitucional

• É certo que a Lei de Introdução, sendo norma infraconstitucional, está em patamar hierárquico inferior ao das emendas constitucionais. Mas, na medida em que inexistem conflitos entre a Constituição Federal e a Lei de Introdução, e na medida em que esta última veicula normas que orientam a interpretação da validade das demais normas jurídicas, nada impede que ela, a Lei de Introdução, seja aplicada também às emendas constitucionais.

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A Vacatio Legis e a Emenda Constitucional

• LEI COMPLEMENTAR Nº 95, DE 26 DE FEVEREIRO DE 1998 – Dispõe sobre a elaboração, a redação, a alteração e a consolidação das leis, conforme determina o parágrafo único do art. 59 da Constituição Federal, e estabelece normas para a consolidação dos atos normativos que menciona.

Art. 8º A vigência da lei será indicada de forma expressa e de modo a contemplar prazo razoável para que dela se tenha amplo conhecimento, reservada a cláusula "entra em vigor na data de sua publicação" para as leis de pequena repercussão.

§ 1º A contagem do prazo para entrada em vigor das leis que estabeleçam período de vacância far-se-á com a inclusão da data da publicação e do último dia do prazo, entrando em vigor no dia subseqüente à sua consumação integral.

§ 2º As leis que estabeleçam período de vacância deverão utilizar a cláusula ‘esta lei entra em vigor após decorridos (o número de) dias de sua publicação oficial’ .

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Jurisprudência STF • RE 629030 AgR / PR - PARANÁ

AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO Relator(a): Min. ROBERTO BARROSO Julgamento: 20/05/2014 Órgão Julgador: Primeira Turma EMENTA: AGRAVO REGIMENTAL EM RECURSO EXTRAORDINÁRIO. CONTRIBUIÇÃO PROVISÓRIA SOBRE MOVIMENTAÇÃO FINANCEIRA. ANTERIORIDADE NONAGESIMAL. INAPLICABILIDADE. VIGÊNCIA IMEDIATA. O Supremo Tribunal Federal declarou a constitucionalidade da Emenda Constitucional nº 42/2003 quanto à prorrogação da alíquota de 0,38% da CPMF para o exercício de 2004, mesmo antes de decorridos noventa dias de sua publicação. Admitiu-se que a revogação do artigo que estipulava a diminuição de alíquota da CPMF não pode ser equiparada à majoração de tributo (RE 566.032/RS, Rel. Min. Gilmar Mendes). Quanto à tese de que a emenda estaria sujeita à vacatio legis de quarenta e cinco dias, por força do que dispõe a Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro, cumpre reconhecer que não houve ruptura da ordem jurídica a legitimar sua incidência. O período de vacatio, assim como a regra da anterioridade, presta-se a tutelar a certeza do direito e a adaptação do jurisdicionado às inovações da ordem jurídica. Tratando-se de prorrogação de norma já vigente, a conclusão da Corte tem sido pela imediata aplicabilidade das normas constitucionais. Agravo regimental a que se nega provimento.

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Jurisprudência STF • RE 629030 AgR / PR - PARANÁ

AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO Relator(a): Min. ROBERTO BARROSO Julgamento: 20/05/2014 Órgão Julgador: Primeira Turma

(...)

4. Com efeito, a vacatio legis tem o intuito de proteger o cidadão de repentinas modificações do sistema jurídico, permitindo, portanto, que haja a necessária adaptação à nova ordem. No caso dos autos, tendo ocorrido apenas a prorrogação de norma já vigente, pode-se concluir pela imediata aplicabilidade das disposições da emenda constitucional em questão.

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Questão Discursiva (Concurso Público - PFN – 2012)

• Examine a situação descrita e responda as questões formuladas em conformidade com a Constituiçãode 1988 e com a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal.

Tramita no Congresso Nacional proposta de emenda constitucional – PEC apresentada por um terço dos membros da Câmara dos Deputados que pretende prorrogar contribuição social que fora instituída por Emenda Constitucional para prazo certo de vigência prestes a expirar.

(...)

• 4. Da redação final da PEC não consta nenhuma cláusula de vigência. Aplica-se, no caso, a regra geral constante do caput do art. 1o da Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro? Por quê?

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• Da aplicação da lei no tempo

II. Princípio da Continuidade da Lei

Art. 2o Não se destinando à vigência temporária, a lei terá vigor até que outra a modifique ou revogue.

§ 1o A lei posterior revoga a anterior quando expressamente o declare, quando seja com ela incompatível ou quando regule inteiramente a matéria de que tratava a lei anterior.

§ 2o A lei nova, que estabeleça disposições gerais ou especiais a par das já existentes, não revoga nem modifica a lei anterior.

§ 3o Salvo disposição em contrário, a lei revogada não se restaura por ter a lei revogadora perdido a vigência.

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• Revogação Total

(Ab-rogação)

• Revogação Parcial

(Derrogação)

• Revogação Expressa

(Por via direta)

• Revogação Tácita

(Por via oblíqua)

Incompatibilidade

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Repristinação

• Art. 2o (..)

§ 3o Salvo disposição em contrário, a lei revogada não se restaura por ter a lei revogadora perdido a vigência.

• Repristinação

• (Lei revogada)

Lei A

• Lei B revoga Lei A

• (Lei revogadora)

Lei B • Lei C revoga a

lei B

Lei C

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Efeito Repristinatório

• LEI No 9.868, DE 10 DE NOVEMBRO DE 1999 – Dispõe sobre o processo e julgamento da ação direta de inconstitucionalidade e da ação declaratória de constitucionalidade perante o Supremo Tribunal Federal

Art. 11. Concedida a medida cautelar, o Supremo Tribunal Federal fará publicar em seção especial do Diário Oficial da União e do Diário da Justiça da União a parte dispositiva da decisão, no prazo de dez dias, devendo solicitar as informações à autoridade da qual tiver emanado o ato, observando-se, no que couber, o procedimento estabelecido na Seção I deste Capítulo.

§ 1o A medida cautelar, dotada de eficácia contra todos, será concedida com efeito ex nunc, salvo se o Tribunal entender que deva conceder-lhe eficácia retroativa.

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Jurisprudência STJ • RECURSO ESPECIAL Nº 517.789 - AL (2003/0048959-1)

CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA PATRONAL. EMPRESA AGROINDUSTRIAL. INCONSTITUCIONALIDADE. EFEITO REPRISTINATÓRIO. LEI DE INTRODUÇÃO AO CÓDIGO CIVIL. 1. A declaração de inconstitucionalidade em tese, ao excluir do ordenamento positivo a manifestação estatal inválida, conduz à restauração de eficácia das leis e das normas afetadas pelo ato declarado inconstitucional. 2. Sendo nula e, portanto, desprovida de eficácia jurídica a lei inconstitucional, decorre daí que a decisão declaratória da inconstitucionalidade produz efeitos repristinatórios. 3. O chamado efeito repristinatório da declaração de inconstitucionalidade não se confunde com a repristinação prevista no artigo 2º, § 3º, da LICC, sobretudo porque, no primeiro caso, sequer há revogação no plano jurídico. 4. Recurso especial a que se nega provimento.

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• Da aplicação da lei no tempo

III. Princípio da Obrigatoriedade das Normas

Art. 3o Ninguém se escusa de cumprir a lei, alegando que não a conhece.

(ignoratia iuris neminem excusat et nemo ius ignorare censetur)

Princípio Iura Novit Curia = o juiz conhece a lei

OBS: Artigo 337 CPC (a parte que alegar direito municipal, estadual, estrangeiro ou consuetudinário deverá fazer prova)

Erro de direito = Artigo 139, II CC

Art. 139. O erro é substancial quando:

(...)

III - sendo de direito e não implicando recusa à aplicação da lei, for o motivo único ou principal do negócio jurídico.

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• Da aplicação da lei no tempo

IV. Eficácia das Leis no Tempo

Art. 6º A Lei em vigor terá efeito imediato e geral, respeitados o ato jurídico perfeito, o direito adquirido e a coisa julgada.

§ 1º Reputa-se ato jurídico perfeito o já consumado segundo a lei vigente ao tempo em que se efetuou.

§ 2º Consideram-se adquiridos assim os direitos que o seu titular, ou alguém por êle, possa exercer, como aquêles cujo comêço do exercício tenha têrmo pré-fixo, ou condição pré-estabelecida inalterável, a arbítrio de outrem.

§ 3º Chama-se coisa julgada ou caso julgado a decisão judicial de que já não caiba recurso.

Constituição Federal – Art. 5º

XXXVI - a lei não prejudicará o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa julgada;

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• Da aplicação da lei no tempo

IV. Eficácia das Leis no Tempo

Irretroatividade

OBS: Retroatividade / Ultratividade (pós –atividade)

Efeito Imediato

DIREITO ADQUIRIDO

ATO JURÍDICO PERFEITO

COISA JULGADA

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• Da aplicação da lei no tempo

IV. Eficácia das Leis no Tempo → Algumas regras de aplicação das leis

civis no tempo:

CONTRATO Existência e Validade = lei do tempo de sua constituição Eficácia = normas vigentes na data da execução (Art. 2035 CC/02)

DIREITOS SUCESSÓRIOS

A lei em vigor no tempo da abertura da sucessão (Art. 1784 CC/02)

TESTAMENTO A lei do tempo em que foi elaborado (inclusive para a capacidade – Art. 1861 CC/02)

CASAMENTO Normas vigentes quando da sua celebração

REGIME DE BENS

A lei em vigor na celebração do pacto antenupcial

PACTO ANTENUPCIAL

Existência e Validade = lei do tempo de sua celebração Eficácia = a lei vigente (por isso permite-se a alteração do regime de bens dos casamentos ocorridos em 1916 – Art. 1639, §2º, 2035 e 2039 CC)

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• Da aplicação da lei no espaço

1) locus regit actum 2) lex loci solutionis 3) lex domicilii 4) lex rei sitae

1) o lugar rege o ato

2) a lei do lugar de pagamento

3) a lei do domicílio

4) a lei da localização

1) A partir da idéia de soberania estatal preconizada no Art. 1º da CF/88, é fácil compreender que a norma jurídica deve ser aplicada nos limites das fronteiras geográficas do seu respectivo órgão político (locus regit actum ).

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• Da aplicação da lei no espaço

Territorialidade (Artigos 8º e 9º LINDB)

Qualificar os bens e regular as relações a eles concernentes

Lei do país em que estiverem situados (lex rei sitae)

Bens móveis de estrangeiro que trouxer ou se destinarem a transporte para outros lugares (móveis sem localização permanente) e o Penhor

Lei do país em que for domiciliado o proprietário (lex domicilii)

Qualificar e reger as obrigações Lei do país em que se constituirem (locus regit actum)

A obrigação a ser executada no Brasil e dependendo de forma essencial

Será observada, a forma essencial, admitidas as peculiaridades da lei estrangeira quanto aos requisitos extrínsecos do ato.

A obrigação resultante do contrato Reputa-se constituida no lugar em que residir o proponente (OBS: não há conflito com o art. 435 CC/02 = contratos internos e LINDB = contratos internacionais)

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• Da aplicação da lei no espaço

Extraterritorialidade (Artigos 7º, 10, 12 e 17 LINDB)

As regras sobre o começo e o fim da personalidade, o nome, a capacidade e os direitos de família

A lei do país em que for domiciliada a pessoa (lex domicilii)

A sucessão por morte ou por ausência A lei do país em que domiciliado o defunto ou o desaparecido (lex domicilii)

A sucessão de bens de estrangeiros, situados no País (de cujus possui herdeiros brasileiros – cônjuges ou filhos brasileiros)

Será regulada pela lei brasileira em benefício do cônjuge ou dos filhos brasileiros, ou de quem os represente, sempre que não lhes seja mais favorável a lei pessoal do de cujus

O capacidade para suceder do herdeiro ou legatário

A lei do domicílio (lex domicilii)

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Questão Objetiva (Concurso Público - PFN – 2012)

68- Assinale a opção incorreta.

a) A qualificacão dos bens móveis ou imóveis e das relações jurídicas a eles concernentes rege-se pelo princípio da territorialidade, ou seja, pela lex rei sitae, sendo que a dos móveis sem localização permanente e a do penhor regula-se pela lei domiciliar de seu titular, seja ele proprietário ou possuidor.

b) Os incapazes têm por domicílio o de seus representantes legais.

c) A validade extrínseca do testamento rege-se pela lex domicilii do de cujus e a intrínseca pela lex loci actus.

d) A forma extrínseca dos atos e negócios jurídicos segue a locus regit actum , exceto nos executados no território nacional, aos quais se aplica a lex loci solutionis , quanto aos requisitos intrínsecos, exigindo-se o respeito à forma essencial requerida pela lei brasileira.

e) A sucessão por morte ou ausência segue a lex domicilii do falecido ou desaparecido, vigente ao tempo de sua morte, pouco importando a sua nacionalidade, a natureza e a situação dos bens e a lei pessoal de seus herdeiros.

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2. Pessoas (Naturais e Jurídicas)

Pessoas Naturais – Art. 1º ao Art. 39 CC/02

Pessoas Jurídicas – Art. 40 ao 69 CC/02

Domicílio – Art. 70 ao 78 CC/02

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• Pessoa Natural Art. 1o Toda pessoa é capaz de direitos e deveres na ordem civil. OBS: Deveres – Art. 1566 CC/02 • Personalidade Civil ou Jurídica

Art. 2o A personalidade civil da pessoa começa do nascimento com vida; mas a lei põe a salvo, desde a concepção, os direitos do nascituro. Artigo 2º CC/02 → personalidade = nascimento + vida Nascimento – Docimasia Hidrostática de Galeno ou Docimasia Pulmonar

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• Nascituro Natimorto Nascituro ≠ Concepturo Ver artigo 1799, inciso I do CC/02 e artigo 1800 §4º do CC/02 • OBS1: Lei de Biosegurança (Lei 11.105/06) →

utilização de células tronco embrionárias → o STF entendeu que o art. 5º é constitucional (ADI 3510 / DF)

• OBS2:O nascituro tem direito à indenização pelos danos morais?

R: O STJ concedeu indenização pelos danos morais que o nascituro sofreu pelo Resp 399028/SP.

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• Teorias (início da personalidade)

1. Natalista (artigo 2º - 1ª parte CC/02)

2. Condicionalista (Personalidade Condicional)

3. Concepcionista (Artigo 1609, § único, artigo 542 e artigo 1798).

OBS: Lei 11.804/08 (alimentos gravídicos) – vide artigo 2º.

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• Capacidade Jurídica

Capacidade de direito + capacidade de exercício = capacidade plena

• Incapacidade Incapacidade absoluta (artigo 3º CC/02) _ Representados _ Atos Nulos (vide artigo 166 CC/02) Incapacidade relativa (artigo 4º CC/02) _ Assistidos _ Atos anuláveis OBS 1: Índios = silvícolas (Lei 6001/73 – Estatuto do Índio) OBS 2: Incapacidade ≠ Impedimento OBS 3: Ação de Interdição

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• Cessação da Incapacidade

Artigo 5º CC/02 → maioridade / emancipação

• Emancipação

Voluntária ( Artigo 5º, § único, inciso I – 1ª parte CC/02)

Judicial (Artigo 5º, § único, inciso I – 2ª parte CC/02)

Legal (Artigo 5º, § único, incisos II, III, IV e V)

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Código Civil - Incapacidade Art. 3o São absolutamente incapazes de exercer pessoalmente os atos da vida civil: I - os menores de dezesseis anos; II - os que, por enfermidade ou deficiência mental, não tiverem o necessário discernimento para a prática desses atos; III - os que, mesmo por causa transitória, não puderem exprimir sua vontade. Art. 4o São incapazes, relativamente a certos atos, ou à maneira de os exercer: I - os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos; II - os ébrios habituais, os viciados em tóxicos, e os que, por deficiência mental, tenham o discernimento reduzido; III - os excepcionais, sem desenvolvimento mental completo; IV - os pródigos. Parágrafo único. A capacidade dos índios será regulada por legislação especial.

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Código Civil - Emancipação Art. 5o A menoridade cessa aos dezoito anos completos, quando a pessoa fica habilitada à prática de todos os atos da vida civil. Parágrafo único. Cessará, para os menores, a incapacidade: I - pela concessão dos pais, ou de um deles na falta do outro, mediante instrumento público, independentemente de homologação judicial, ou por sentença do juiz, ouvido o tutor, se o menor tiver dezesseis anos completos; II - pelo casamento; III - pelo exercício de emprego público efetivo; IV - pela colação de grau em curso de ensino superior; V - pelo estabelecimento civil ou comercial, ou pela existência de relação de emprego, desde que, em função deles, o menor com dezesseis anos completos tenha economia própria.

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Extinção da Pessoa Natural

• Morte Real = Artigo 6º CC = morte encefálica – Resolução 1.480/97 (Conselho Federal de Medicina)

• Morte Presumida sem declaração de ausência (morte sem

cadáver) = Artigo 7º CC e Art. 88 da Lei 6.015/73) OBS: Procedimento de Justificação de Óbito = Artigo 77 da Lei de Registro Público (Lei 6.015/73) e Artigo 861 do Código de Processo Civil.

• Comoriência = Artigo 8º CC

• Ausência (Artigos 22 ao 39 Código Civil / Artigos 1.159 ao 1.169 Código de Processo Civil) ▫ Curatela dos bens do ausente (art. 22 a 25 CC) ▫ Sucessão Provisória (art. 26 a 36 CC) ▫ Sucessão Definitiva (art. 37 a 39 CC) → Morte presumida (Art. 6ª, 2ª

parte do CC) • OBS: Dissolução do casamento → Art. 1571, §1º CC

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Pessoa Jurídica

• Espécies de Pessoa Jurídica

▫ Direito Público

• Interno (art. 41 CC)

• Externo (art. 42 CC)

▫ Direito Privado (art. 44 CC)

• Início da Personalidade Jurídica (Art. 45 CC)

Ato constitutivo (estatuto ou contrato social)

+

Registro (Junta Comercial ou Cartório de Registro de Pessoa Jurídica)

Ex nunc

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Código Civil – Pessoa Jurídica Art. 40. As pessoas jurídicas são de direito público, interno ou externo, e de direito privado. Art. 41. São pessoas jurídicas de direito público interno: I - a União; II - os Estados, o Distrito Federal e os Territórios; III - os Municípios; IV - as autarquias; IV - as autarquias, inclusive as associações públicas; (Redação dada pela Lei nº 11.107, de 2005) V - as demais entidades de caráter público criadas por lei. Parágrafo único. Salvo disposição em contrário, as pessoas jurídicas de direito público, a que se tenha dado estrutura de direito privado, regem-se, no que couber, quanto ao seu funcionamento, pelas normas deste Código.

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Código Civil – Pessoa Jurídica Art. 42. São pessoas jurídicas de direito público externo os Estados estrangeiros e todas as pessoas que forem regidas pelo direito internacional público. Art. 43. As pessoas jurídicas de direito público interno são civilmente responsáveis por atos dos seus agentes que nessa qualidade causem danos a terceiros, ressalvado direito regressivo contra os causadores do dano, se houver, por parte destes, culpa ou dolo. Art. 44. São pessoas jurídicas de direito privado: I - as associações; II - as sociedades; III - as fundações. IV - as organizações religiosas; (Incluído pela Lei nº 10.825, de 22.12.2003) V - os partidos políticos. (Incluído pela Lei nº 10.825, de 22.12.2003) VI - as empresas individuais de responsabilidade limitada. (Incluído pela Lei nº 12.441, de 2011) (Vigência) § 1o São livres a criação, a organização, a estruturação interna e o funcionamento das organizações religiosas, sendo vedado ao poder público negar-lhes reconhecimento ou registro dos atos constitutivos e necessários ao seu funcionamento. (Incluído pela Lei nº 10.825, de 22.12.2003) § 2o As disposições concernentes às associações aplicam-se subsidiariamente às sociedades que são objeto do Livro II da Parte Especial deste Código. (Incluído pela Lei nº 10.825, de 22.12.2003) § 3o Os partidos políticos serão organizados e funcionarão conforme o disposto em lei específica. (Incluído pela Lei nº 10.825, de 22.12.2003)

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Domicílio

• Algumas consequências importantes decorrentes da fixação do domicílio:

1)Determina as regras sobre o começo e o fim da personalidade, o nome, a capacidade e os direitos de família (Art. 7º LINDB);

2)Estabelece o local onde será aberta a sucessão hereditáira e proposto o inventário (Art. 1.785 CC e Art. 96 CPC);

3)Fixa o local onde a pessoa deverá cumprir suas obrigações, sendo o lugar do pagamento (Art. 327 CC).

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Domicílio • Pluralidade de Domicílios (artigo 71 CC) → O Código de Processo

Civil tem regra que mantém estreita ligação com este diploma legal, pois em seu artigo 94, §1º, o mesmo dispõe que “tendo mais de um domícilio, o réu será demandado no foro de qualquer deles”¹.

• Domicílio Profissional (artigo 72 CC)

• Domicílio Aparente ou Ocasional (artigo 73 CC)

• Mudança de Domicílio (artigo 74 CC)

_______________________________

¹ O elemento residência é primordial para a caracterização do bem de família legal, previsto na Lei 8.009/90, ressaltando que havendo dois imóveis utilizados para residência, à luz do que consta no art.71 da codificação, estará protegido o de menor valor (Art. 5º, parágrafo único, da Lei 8.009/90.

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Domicílio

NECESSÁRIO OU LEGAL (ART. 76CC/02)

VOLUNTÁRIO

ESPECIAL OU DE ELEIÇÃO (Art. 78 CC)

GERAL

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Domicílio da Pessoa Natural – Necessário ou Legal –

Art.76 CC/02

DOMICÍLIO LEGAL OU NECESSÁRIO

Incapaz Domicílio do seu representante ou assistente

Servidor Público (só cargo efetivo)

Lugar onde exerce permanentemente suas funções

Militar Onde servir

Militar da Marinha/Aeronáutica

Sede do comando ao qual se subordina

Marítimo (marinha mercante)

Onde o navio estiver matriculado

Preso Lugar em que cumprir a sentença

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Domicílio da Pessoa Natural – Especial ou De Eleição

Art. 78. CC/02 Nos contratos escritos, poderão os contratantes especificar domicílio onde se exercitem e cumpram os direitos e obrigações deles resultantes.

• CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR (Lei 8.078/90) → A cláusula contratual de eleição de foro, em contrato de consumo, é nula de pleno direito , se vier a estabelecer prejuízo ao hipossuficiente e vulnerável (consumidor), conforme disposto no Art. 51.

• A Lei 11.280/06 inseriu o parágrafo único ao art. 112 do CPC, o qual veio a dispor que a nulidade da cláusula de eleição de foro, em contrato de adesão, pode ser declarada de ofício pelo juiz.

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JURISPRUDÊNCIA STJ

• Ccomp. 30.712/SP. Rel. Min, Nancy Andrighi, j. 26.6.02

“É nula a cláusula de eleição de foro inserida em contrato de adesão quando gerar maior ônus para a parte hipossuficiente defeder-se em ação de reintegração de posse que envolva relação de consumo, em local distante daquele em que reside.”

• Ccomp. 19.105/MS Rel. Min, Sálvio de Figueiredo Teixeira, j. 15.3.99.

“Tratando-se de contrato de adesão, a declaração de nulidade da cláusula eletiva, ao fundamento de que estaria ela a dificultar o acesso do réu ao Judiciário, com o prejuízo para a sua ampla defesa, torna absoluta a competência do foro do domicílio do réu, afastando a incidência do Enunciado 33 da Súmula 33 do STJ.”

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3. Bens (classificação segundo o Código Civil)

Dos bens – Art. 79 ao 103 CC/02

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Relação Jurídica

OBJETO VÍNCULO

SUJEITO

• Os Bens Jurídicos são aqueles que

podem servir como objeto de

relações jurídicas.

• Os objetos de uma relação jurídica

podem ser: Prestações ou Bens

Jurídicos.

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Patrimônio Jurídico

• CRISTIANO CHAVES = Complexo de relações jurídicas aplicáveis

economicamente (ativas e passivas) de uma determinada pessoa. Ou seja,

é a totalidade dos bens dotados de economicidade pertencentes a um titular,

sejam corpóreos ou incorpóreos.

• O patrimônio, aderindo à personalidade do titular, há de se servir como

elemento de realce da fundamental dignidade da pessoa humana, afirmada

constitucionalmente (Art. 1º, III CF/88)

• O conjunto de relações jurídicas economicamente apreciáveis de uma

pessoa forma uma verdadeira unidade econômica, mesmo quando oriundas

de diferentes formas.

• Patrimônio Global = constitui-se de todas as relações jurídicas de uma

pessoa de cunho patrimonial.

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Estatuto Jurídico do Patrimônio Mínimo

• Com a Constitucionalização do Direito Civil temos a releitura dos institutos

clássicos (fundamentais) do estatuto patrimonial das relações privadas,

funcionalizando-se para a promoção da dignidade da pessoa humana e da

solidariedade, além da impositiva igualdade substancial, afirmadas

constitucionalmente. Ou seja, busca-se recuperar a preponderância da

pessoa em relação ao patrimônio.

• LUIZ EDSON FACHIN = A proteção de um patrimônio mínimo vai ao

encontro dessas tendências (de despatrimonialização das relações civis),

posto que põe em primeiro plano a pessoa e suas necessidades

fundamentais.

• Mínimo Existencial = Não se pode admitir pessoa humana sem patrimônio.

• Exemplos: Bem de Família (Lei8.009/90 e Art. 1.711 a 1.722), Pródigo (Art.

4º CC), Doação Universal (Art. 548 CC), Impenhorabilidade de determinados

bens (Art. 648 e 649 CPC)

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Bens corpóreos = são os que têm existência física, material e podem ser tangidos pelo homem. Ex. casa, carro, etc. Bens incorpóreos = são os que têm existência abstrata ou ideal, mas valor econômico. Não podem sofrer usucapião, nem mesmo são objeto de tradição. Ex. direitos autorais, o crédito, a sucessão aberta, o fundo de comércio, etc. Os bens incorpóreos não contam com tutela possessória. Súmula 228 STJ. É inadimissível o interdito proibitório (Art. 932 CPC) para a proteção do direito autoral. Bens Fora do Comércio (não consta no Código Civil de 2002, constava no art. 69 do Código Civil de 1916):

1. Pela própria natureza (ex: ar, luz) 2. Legalmente fora do comércio (insusceptíveis de apropriação por vedação legal. Ex:

petróleo, gás, eletricidade – bens públicos) 3. Por vontade humana (cláusula de inalienabilidade)

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Classificação dos bens

Dos bens reciprocamente

considerados

Dos bens considerados em si mesmos

Dos bens considerados em relação ao

titular

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Dos bens considerados em si mesmos

Bens Fungíveis e Bens

Infungíveis

(Art. 85 CC/02)

Bens Imóveis (Art. 79 ao 81

CC/02) e Bens Móveis (Art. 82 ao 84 CC/02)

Bens Consumíveis e

Bens Inconsumíveis

(Art. 86 CC/02)

Bens Divisíveis (Art. 87 CC/02)

e Bens Indivisíveis (Art.

88 CC/02)

Bens Singulares (Art. 89 CC/02) e Bens Coletivos

(art. 90 e 91 CC/02)

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Bens Imóveis (Art. 79 CC) e Bens Móveis

(Art. 82 CC)

• Consequências práticas da distinção:

1. Os bens imóveis só podem ser adquiridos por escritura pública registrada no Cartório de Imóveis, enquanto os móveis o são pela tradição;

2. Os prazos para a aquisição dos bens imóveis pela usucapião são mais dilatados (15, 10 ou 5 anos) do que os prazos usucaptivos dos móveis (5 ou 3 anos);

3. Os imóveis de incapazes não podem ser alienados ou gravados com ônus reais pelos representantes ou assistentes sem autorização judicial, ouvido o MP;

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4. A alienação ou a oneração dos bens imóveis por pessoas casadas, ao contrário dos móveis, independentemente do seu valor, exige outorga do cônjugue, exceto no regime da separação convencional de bens (Art. 1647 CC);

5. Enquanto os bens imóveis prestam-se ao comodato, os móveis podem ser objeto de mútuo;

6. A hipoteca é garantia real, de regra, destinada aos bens imóveis, ao contrário do penhor, que é garantia real dos móveis;

7. Nas ações reais imobiliárias (ex. Ação reivindicatória sobre imóveis) exigem a citação de ambos os cônjuges, quando réus, ou a formação de um litisconsórcio ativo, quando autores (Art. 10, parágrafo único CPC); e

8. Na esfera penal os crimes de furto e roubo (Art. 155 e 157 CP), somente podem ter como objeto bens móveis.

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Bens Móveis (Art. 82 CC)

• Pela própria natureza → deslocam-se de um lugar para o outro sem perder sua substância

• Por disposição legal → Art. 83 CC

OBS: Furto de energia elétrica – Art. 155, §3º CP

• Por antecipação → embora imóveis por sua natureza,

foram mobilizados pela vontade humana, em face de sua função econômica.

OBS: Os direitos autorais são bens móveis conforme disposto no Art. 3º da Lei 9.610/98.

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Jurisprudência STJ

“ ... A venda de frutos, de molde a manifestar o intuito de separação do objeto da venda em relação ao solo a que adere, impõe a consideração de que tais coisas tenham sido, pela manifestação de vontade das partes contratantes, antecipadamente mobilizadas.”

AgRaAg 1747406/SP, rel. Min. Eduardo Ribeiro.

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Código Civil – Bens Móveis Art. 82. São móveis os bens suscetíveis de movimento próprio, ou de remoção por força alheia, sem alteração da substância ou da destinação econômico-social. Art. 83. Consideram-se móveis para os efeitos legais: I - as energias que tenham valor econômico; II - os direitos reais sobre objetos móveis e as ações correspondentes; III - os direitos pessoais de caráter patrimonial e respectivas ações. Art. 84. Os materiais destinados a alguma construção, enquanto não forem empregados, conservam sua qualidade de móveis; readquirem essa qualidade os provenientes da demolição de algum prédio.

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Bens Imóveis (Art. 79 CC)

• Pela própria natureza → solo, com sua superfície, subsolo e o espaço aéreo (tudo que aderir ao solo será acessão)

• Por acessão artificial, física ou industrial → tudo aquilo que o

homem incorporar permanentemente ao solo, não podendo ser retirado sem causar-lhe destruição.

• Por acessão natural → tudo aquilo que se prende naturalmente ao solo

(árvores e frutos). • Por disposição legal → Art. 80 CC

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Bens Imóveis (Art. 79 CC)

Enunciado 11 da Jornada de Direito Civil: Não persiste no

novo sistema legislativo a categoria dos bens imóveis por

acessão intelectual, não obstante a expressão tudo quanto

se lhe incorporar natural ou artificialmente, constante da

parte final do art. 79 do Código Civil.

Art. 81 → Não perdem o caráter de bens imóveis

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Código Civil – Bens Imóveis

Art. 79. São bens imóveis o solo e tudo quanto se lhe incorporar natural ou artificialmente. Art. 80. Consideram-se imóveis para os efeitos legais: I - os direitos reais sobre imóveis e as ações que os asseguram; II - o direito à sucessão aberta. Art. 81. Não perdem o caráter de imóveis: I - as edificações que, separadas do solo, mas conservando a sua unidade, forem removidas para outro local; II - os materiais provisoriamente separados de um prédio, para nele se reempregarem.

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Bens Fungíveis e Infungíveis (Art. 85 CC)

Art. 85.CC/02 São fungíveis os móveis que podem substituir-se por outros da mesma espécie, qualidade e quantidade.

• Diz respeito à possibilidade de substituição.

• A fungibilidade, ou não, de determinado bem, resulta de

sua individualização. Nada obstante, entretanto, que a vontade das partes venha a tornar infungíveis certas coisas fungíveis. Isto é, a intervenção humana poderá ser critério determinante para a classificação dos bens.

Exemplo: Um livro autografado pelo autor.

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Bens Fungíveis e Infungíveis (Art. 85 CC)

• Consequências práticas da distinção:

1. O mútuo é emprétimo de coisa fungível, enquanto o comodato é empréstimo de bem infungível (Art. 586 e 579 CC);

2. A compensação somente pode ser efetuada entre dívidas líquidas, vencidas e fungíveis (Art. 369 CC);

3. O credor de coisa infungível não pode ser obrigado a aceitar outra, ainda que de valor superior (Art. 313 CC); e

4. O contrato de locação e de usufruto têm como objeto coisas infungíveis (Art. 565 CC);

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Bens Consumíveis e Inconsumíveis (Art. 86

CC)

Art. 86. CC/02 São consumíveis os bens móveis cujo uso importa destruição imediata da própria substância, sendo também considerados tais os destinados à alienação. • Consumíveis → São os bens móveis cujo uso importa

destruição imediata da própria substância. 1. Consumibilidade de fato = gêneros alimentícios 2. Consumibilidade jurídica ou Consumibilidade de direito

(parte final do Art. 86 CC) = alienação.

• Inconsumíveis → São os bens que admitem uso constante, possibilitando que se retirem todas as suas utilidades sem atingir sua integridade.

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Bens Divisíveis e Indivisíveis (Art. 87 CC)

• Divisível → são aqueles possíveis de fracionamento em parte homogêneas e distintas, sem alteração das qualidades essenciais do todo, sem desvalorização, e sem prejuízo do uso a que se destinam.

• Indivisível → são aquelas que não se pode fracionar

sem alteração da substância ou diminuição considerável do valor:

1. Pela própria natureza 2. Por determinação legal (Ex. Art. 1386 CC) 3. Por vontade das partes

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Bens Divisíveis e Indivisíveis (Art. 87 CC)

• Consequências práticas da distinção:

1. Possibilidade de cumprimento parcial das obrigações divisíveis ao contrário das indivisíveis (Art. 259 CC);

2. O condomínio de coisa indivisível impede que o condômino aliene a sua parte a estranhos, se outro comunheiro a quiser, tanto por tanto (Art. 504 CC).

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Código Civil – Bens divisíveis e indivisíveis

• Art. 87. Bens divisíveis são os que se podem fracionar sem alteração na sua substância, diminuição considerável de valor, ou prejuízo do uso a que se destinam.

• Art. 88. Os bens naturalmente divisíveis podem tornar-se indivisíveis por determinação da lei ou por vontade das partes.

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Bens Singulares (Art. 89 CC) e Bens Coletivos

(Art. 90 CC)

• Singulares → são aqueles que, embora reunidos, devem ser considerados individualmente, independentemente das demais que a compõe.

• Coletivos ou Universais → são aqueles agregados a

um conjunto, constituídos por várias coisas singulares, passando a formar um todo único, possuidor de individualidade própria, distinta de seus componentes:

1. Universalidade de Fato (universitas facti) 2. Universalidade de Direito (universitas juris) – Ex:

Massa Falida e Herança

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Códig Civil – Bens singulares e coletivos

• Art. 89. São singulares os bens que, embora reunidos, se consideram de per si, independentemente dos demais.

• Art. 90. Constitui universalidade de fato a

pluralidade de bens singulares que, pertinentes à mesma pessoa, tenham destinação unitária.

• Parágrafo único. Os bens que formam essa universalidade podem ser objeto de relações jurídicas próprias.

• Art. 91. Constitui universalidade de direito o

complexo de relações jurídicas, de uma pessoa, dotadas de valor econômico.

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Jurisprudência STJ

Processo

REsp 1359041 / SE

Ementa

PROCESSUAL CIVIL, CIVIL E TRIBUTÁRIO. RECURSO ESPECIAL. EXECUÇÃO FISCAL. FALÊNCIA. INDICAÇÃO DO DEVEDOR SEM A MENÇÃO "MASSA FALIDA". VÍCIO SANÁVEL. SUBSTITUIÇÃO DA

CDA. DESNECESSIDADE. 1. A massa falida nada mais é do que o conjunto de bens, direitos e obrigações da pessoa jurídica que

teve contra si decretada a falência, uma universalidade de bens, a que se atribui capacidade processual exclusivamente,

mas que não detém personalidade jurídica própria nos mesmos moldes da pessoa natural ou da pessoa jurídica. Todo

esse acervo patrimonial não personificado nasce com o decreto de falência e sobre ele recai a responsabilidade patrimonial imputada, ou imputável, à empresa falida, apenas isso, mas

não configura uma pessoa distinta. (...)

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Dos bens reciprocamente considerados

(Art. 92 CC)

Bens Acessórios

Pertenças Frutos Produtos Rendimen

tos Benfeitorias

Bens Principais

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Bens Principais e Bens Acessórios (Art. 92 CC)

Art. 92. Principal é o bem que existe sobre si, abstrata ou concretamente; acessório, aquele cuja existência supõe a do principal.

• OBS: Princípio da Gravitação Jurídica

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Pertenças (Art. 93 CC)

Art. 93. CC/02. São pertenças os bens que, não constituindo partes integrantes, se destinam, de modo duradouro, ao uso, ao serviço ou ao aformoseamento de outro.

• Pertenças ≠ Parte integrante (enquanto aquelas estão a serviço da finalidade econômica de outro bem, mantendo a sua individualidade e autonomia, a parte integrante se incorpora a coisa, completando-a e tornando possível o seu uso).

• OBS: Art. 94. CC/02. Os negócios jurídicos que dizem respeito ao bem

principal não abrangem as pertenças, salvo se o contrário resultar da lei, da manifestação de vontade, ou das circunstâncias do caso.

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Jurisprudência TJ/RJ

0002650-58.2005.8.19.0028 - APELACAO

DES. ROBERTO FELINTO - Julgamento: 24/05/2010 - DECIMA OITAVA CAMARA CIVEL

DECISÃO MONOCRÁTICA EM APELAÇÃO CÍVEL. Artigo 557, do Código de Processo Civil. Busca e apreensão. Inadimplência caracterizada. Sentença de procedência. Manutenção. Ação de busca e apreensão com apoio em contrato de alienação fiduciária em que a sentença condenou o Autor a devolver o kit gás instalado no veículo. Kit Gás. Equipamento que permite o funcionamento do automóvel com gás natural veicular - GNV. Acessório que não foi objeto do contrato de financiamento e que pode ser retirado do bem dado em garantia sem danificá-lo. Pertença. Inteligência do artigo 94, do Código Civil. Devolução do equipamento, sob pena de enriquecimento sem causa. Correta a sentença ao determinar a retirada do kit gás. Conversão da obrigação de fazer em perdas e danos ante a impossibilidade de restituição. Perdas e danos. Cabimento. Recurso em confronto com jurisprudência dominante deste Tribunal. NEGATIVA DE SEGUIMENTO AO APELO AUTORAL, PREJUDICADO O RECURSO ADESIVO DO RÉU.

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Frutos / Rendimentos / Produtos (Art. 95 CC)

Art. 95. CC/02. Apesar de ainda não separados do bem principal, os frutos e produtos podem ser objeto de negócio jurídico. • Frutos:

1. Civis = Rendimentos 2. Naturais

▫ Pendentes ▫ Percebidos ou colhidos ▫ Estantes ▫ Consumidos

• Produtos

OBS: Art. 1.215 CC OBS: Possuidor de boa-fé (Art. 1.214 CC) e Possuidor de má-fé (Art. 1.216 CC)

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Benfeitorias (Art. 96 CC)

Art. 96. As benfeitorias podem ser voluptuárias, úteis ou necessárias. § 1o São voluptuárias as de mero deleite ou recreio, que não aumentam o uso habitual do bem, ainda que o tornem mais agradável ou sejam de elevado valor. § 2o São úteis as que aumentam ou facilitam o uso do bem. § 3o São necessárias as que têm por fim conservar o bem ou evitar que se deteriore. Art. 97. Não se consideram benfeitorias os melhoramentos ou acréscimos sobrevindos ao bem sem a intervenção do proprietário, possuidor ou detentor.

• Necessárias • Úteis • Voluptuárias

OBS: Indenização e Direito de Retenção → Possuidor de boa-fé (Art. 1.219 CC) e Possuidor de má-fé (Art. 1.220 CC) Súmula 335 STJ “ Nos contratos de locação, é válida a cláusula de renúncia à indenização das benfeitorias e ao direito de retenção.”

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Dos bens considerados em relação ao titular

Bens Públicos

Bem de uso comum

Bem de uso especial

Bem Dominical

Bens Privados

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Bem Público e Bem Privado • Art. 98 (Pessoa Jurídica de Direito Público Interno = Art. 41 CC)

• Bens Públicos = Art. 99 CC

• Características dos bens privados:

1. Alienáveis

2. Penhoráveis

3. Prescritíveis

• Características dos bens públicos:

1. Inalienáveis (OBS: art. 101 CC)

2. Impenhoráveis

3. Imprescritíveis (Art. 102 CC)

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Bem de Uso Comum (Art. 99 I CC/02)

• Categoria que admite a utilização por qualquer pessoa, indiscriminadamente, a título gratuito ou oneroso.

• OBS: Pagamento de retribuição = Art. 103 CC.

Bem de Uso Especial (Art. 99 II CC/02)

• Bens utilizados pelo próprio Poder Público para instalações do próprio serviço público.

• Afetação.

Bem Dominical (Art. 99 III CC/02)

• Integram o patrimônio disponível estatal

• Desafetação

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Código Civil Art. 98. São públicos os bens do domínio nacional pertencentes às pessoas jurídicas de direito público interno; todos os outros são particulares, seja qual for a pessoa a que pertencerem. Art. 99. São bens públicos: I - os de uso comum do povo, tais como rios, mares, estradas, ruas e praças; II - os de uso especial, tais como edifícios ou terrenos destinados a serviço ou estabelecimento da administração federal, estadual, territorial ou municipal, inclusive os de suas autarquias; III - os dominicais, que constituem o patrimônio das pessoas jurídicas de direito público, como objeto de direito pessoal, ou real, de cada uma dessas entidades. Parágrafo único. Não dispondo a lei em contrário, consideram-se dominicais os bens pertencentes às pessoas jurídicas de direito público a que se tenha dado estrutura de direito privado.

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Código Civil Art. 100. Os bens públicos de uso comum do povo e os de uso especial são inalienáveis, enquanto conservarem a sua qualificação, na forma que a lei determinar. Art. 101. Os bens públicos dominicais podem ser alienados, observadas as exigências da lei. Art. 102. Os bens públicos não estão sujeitos a usucapião. Art. 103. O uso comum dos bens públicos pode ser gratuito ou retribuído, conforme for estabelecido legalmente pela entidade a cuja administração pertencerem.

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Jurisprudência STJ

Processo

AgRg no REsp 1056579 / RJ AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ESPECIAL

2008/0101251-7

Ementa

TRIBUTÁRIO – ICMS – FORNECIMENTO DE ÁGUA – NÃO-INCIDÊNCIA DO ICMS – PRECEDENTES. 1. A água fornecida à população, após ser tratada pelas empresas concessionárias, permissionárias ou autorizadas, não caracteriza mercadoria, razão pela qual é insuscetível de cobrança de ICMS. 2. Inteligência do art. 46 do Código de Águas e do art. 18 da Lei que institui a Política Nacional de Recursos Hídricos, que determinam ser a concessão do serviço público de distribuição de água canalizada mera outorga que não implica a alienação das águas, uma vez que se trata de bem de uso comum do povo inalienável. 3. Precedente: AgRg no REsp 1014113/RJ, Rel. Min. José Delgado, Primeira Turma, julgado em 27.5.2008, DJe 23.6.2008. Agravo regimental improvido.

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4. Negócios Jurídicos

Disposições gerais – Art. 104 ao 114 CC/02

Elementos Essenciais – Art. 121 ao 137 CC/02

Defeitos do Negócio Jurídico – Art. 138 ao 165 CC/02

Teoria da Invalidade – Art. 166 ao 184 CC/02

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FATO

Qualquer ocorrência

FATO JURÍDICO

Lato sensu

FATO NATURAL

(Fato Jurídico stricto sensu)

ORDINÁRIO

EXTRAORDINÁRIO

CASO FORTUITO

FORÇA MAIOR

FATO HUMANO (Elmento volitivo)

LÍCITO Ato Jurídico Lato Sensu

NEGÓCIO JURÍDICO (Composição de vontades/interesses) - Cria instituto próprio novo

ATO JURÍDICO Stricto Sensu (Efeitos legais) - Não cria algo novo

ILÍCITO

PENAL

ADMINISTRATIVO

CIVIL Art. 186 (Abuso do direito – Art. 187)

FATO NÃO JURÍDICO

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ELEMENTOS DO NEGÓCIO

JURÍDICO

ESSENCIAIS

(Plano da Validade)

Art. 104 CC

1. Capacidade do agente; 2. Vontade livrre; 3. Objeto lícito, possível e

determinado ou determinável;

4. Forma prescrita ou não defesa em lei

ACIDENTAIS (Plano da Eficácia)

CONDIÇÃO (Artigo 121 ao 130 CC/02) SE ou ENQUANTO Evento futuro + incerto

A Condição pode ser suspensiva ou resolutiva.

TERMO (Artigo 131 ao 135 CC/02) QUANDO Evento futuro + certo

O Termo pode ser suspensivo ou resolutivo.

ENCARGO (Artigos 136 e 137 CC/02) Ônus + liberalidade

Não suspende nem resolve a eficácia do negócio. Não cumprido o encargo, cabe revogação da liberalidade.

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Conversão substancial

• Enunciado 13. Jornada de Direito Civil. O aspecto objetivo da conversão requer a existência do suporte fático no negócio a converter-se.

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• Art. 144. O erro não prejudica a validade do negócio jurídico quando a pessoa, a quem a manifestação de vontade se dirige, se oferecer para executá-la na conformidade da vontade real do manifestante.

• Art. 157. Ocorre a lesão quando uma pessoa, sob premente necessidade, ou por inexperiência, se obriga a prestação manifestamente desproporcional ao valor da prestação oposta.

§ 1o Aprecia-se a desproporção das prestações segundo os valores vigentes ao tempo em que foi celebrado o negócio jurídico. § 2o Não se decretará a anulação do negócio, se for oferecido suplemento suficiente, ou se a parte favorecida concordar com a redução do proveito.

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DEFEITOS DOS NEGÓCIOS JURÍDICOS

Vício de Consentimento (Vontade)

ERRO

DOLO

COAÇÃO

ESTADO DE PERIGO

LESÃO

Vício Social SIMULAÇÃO

FRAUDE CONTRA CREDORES

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Defeitos dos Negócios Jurídicos

Vício de Consentimento (Vontade)

ERRO (Art. 138 CC/02) Falsa percepção da realidade/noção/ Desconhecimento

Negócio jurídico celebrado (Art. 139, I CC/02) (error in negotio)

Sendo essencial, gera anulação (Art. 171, II CC/02)

Coisa ou objeto (Art. 139, I CC/02) (error in corpore)

Pessoa (Art. 139, II CC/02) (error in persona)

Direito (Art. 139, III CC/02)

Cálculo (Art. 143 CC/02) Não gera anulação, apenas autoriza a retificação.

Enunciado 12 da Jornada de Direito Civil. Na sistemática do art. 138, é irrelevante ser ou não escusável o erro, porque o dispositivo adota o princípio da confiança.

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Vício de Consentimento Vontade

DOLO (Art. 145) Artifício ardiloso

Dolus bonus Não gera anulação

Dolus malus

Positivo (ação)

Gera anulação (Art. 171, II CC/02)

Negativo (Art. 147 CC/02) (omissão)

Gera anulação (Art. 171, II CC/02)

Acidental (Art. 146 CC/02) (secundário)

Não gera anulação, apenas perdas e danos.

Terceiro (Art. 148 CC/02)

Somente será anulado caso a parte beneficiada soubesse do dolo.

Representante legal ou convencional(Art. 149 CC/02)

Sendo representante legal, o representado responde civilmente até a importância do proveito. Sendo representante convencional, responderá o representadosolidariamente pelas perdas e danos.

Bilateral (Art. 150 CC/02) Não gera anulação.

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Vício de Consentimento Vontade

COAÇÃO (Art. 151) Pressão

COAÇÃO FÍSICA (vis absoluta)

Negócio nulo ou inexistente, havendo divergência na doutrina.

COAÇÃO MORAL OU PSICOLÓGICA (vis compulsiva)

Gera anulação (Art. 171, II CC/02)

Coação de Terceiro (Art. 154 e 155 CC/02)

Somente será anulado caso a parte beneficiada soubesse da coação (responderá solidariamente).

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Vício de Consentimento (Vontade)

ESTADO DE PERIGO (Art. 156 CC/02) Elemento subjetivo = Situação de perigo conhecido da outra parte. Elemento objetivo = onerosidade excessiva.

Gera anulação. (Art. 171, II CC/02)

Enunciado 148 da Jornada de Direito Civil. Ao estado de perigo (art. 156) aplica-se, por analogia, o disposto no §2º do Art. 157.

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Vício de Consentimento (Vontade)

LESÃO (Art. 157 CC/02) Elemento subjetivo = Premente necessidade ou inexperiência Elemento objetivo = Onerosidade excessiva

Gera anulação. (Art. 171, II CC/02)

Enunciado 291 da Jornada de Direito Civil. Nas hipóteses de lesão previstas no art. 157 do Código Civil, pode o lesionado optar por não pleitear a anulação do negócio, deduzindo, desde logo, pretensão com vistas à revisão judicial do negócio por meio da redução do proveito do lesionador ou do complemento do preço.

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Vício Social

FRAUDE CONTRA CREDORES (Art. 158 CC/02)

Disposição onerosa de bens com intuito de fraude Consilium fraudis + eventus damni

Gera anulação. (Art. 171, II CC/02)

Disposição gratuita de bens ou remissão de dívida Eventus damni

Ação Pauliana ou Revocatória (Art. 161 CC/02)

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FRAUDE CONTRA CREDORES FRAUDE À EXECUÇÃO

Instituto de Direito Civil Instituto de Direito Processual Civil

O devedor tem várias obrigações assumidas perante credores e aliena de forma gratuita ou onerosa os seus bens, visando prejudicar tais credores.

O executado já citado em ação de execução ou condenatória aliena bens. Há um o outro entendimento, pelo qual basta a simples propositura da demanda.

Necessária a presenção do Consilium fraudis e Eventus damni.

Súmula 375 STJ – prevê o reconhecimento da fraude à execução dependendo do registro da penhora do bem alienado ou da prova de má-fé do terceiro adquirente.

Necessária a propositura de ação pauliana ou revocatória.

Não há necessidade de proprositura de ação pauliana, podendo ser a fraude reconhecida mediante simples requerimento da parte.

A sentença da ação anulatória tem natureza constitutiva negativa, gerando a anulabilidade do negócio jurídico celebrado.

O reconhecimento da fraude à execução tem natureza declaratória, gerando a ineficácia do ato celebrado.

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Vício Social

SIMULAÇÃO (Art. 167 CC/02) Vontade interna X vontade manifestada

Absoluta Na aparência tem determinado negócio jurídico, mas na essência a parte não deseja negócio algum.

Gera nulidade (Art. 167 CC/02)

Relativa O negociante celebra um negócio na aparência, mas na essência almeja outro ato jurídico.

Art. 167. É nulo o negócio jurídico simulado, mas subsistirá o que se dissimulou, se válido for na substância e na forma. § 1o Haverá simulação nos negócios jurídicos quando: I - aparentarem conferir ou transmitir direitos a pessoas diversas daquelas às quais realmente se conferem, ou transmitem; II - contiverem declaração, confissão, condição ou cláusula não verdadeira; III - os instrumentos particulares forem antedatados, ou pós-datados. § 2o Ressalvam-se os direitos de terceiros de boa-fé em face dos contraentes do negócio jurídico simulado.

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JURISPRUDÊNCIA - STJ Processo

REsp 953461 / SC RECURSO ESPECIAL 2007/0114207-8

Ementa

DIREITO CIVIL. VENDA DE ASCENDENTE A DESCENDENTE SEM ANUÊNCIA DOS DEMAIS. ANULABILIDADE. REQUISITOS DA ANULAÇÃO PRESENTES. 1.- Segundo entendimento doutrinário e jurisprudencial majoritário, a alienação feita por ascendente à descendente é, desde o regime originário do Código Civil de 1916 (art. 1132), ato jurídico anulável. Tal orientação veio a se consolidar de modo expresso no novo Código Civil (CC/2002, art. 496). 2.- Além da iniciativa da parte interessada, para a invalidação desse ato de alienação é necessário: a) fato da venda; b) relação de ascendência e descendência entre vendedor e comprador; c) falta de consentimento de outros descendentes (CC/1916, art. 1132), d) a configuração de simulação, consistente em doação disfarçada (REsp 476557/PR, Rel. Min. NANCY ANDRIGHI, 3ª T., DJ 22.3.2004) ou, alternativamente, e) a demonstração de prejuízo (EREsp 661858/PR, 2ª Seção, Rel. Min. FERNANDO GONÇALVES, Dje 19.12.2008; REsp 752149/AL, Rel. Min. RAUL ARAÚJO, 4ª T., 2.10.2010). (..)

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Questão Objetiva (Concurso Público - PFN – 2012)

• 69- Em relação aos defeitos do negócio jurídico, assinale a opção incorreta.

a) O erro de indicação da pessoa ou da coisa, a que se referir a declaração de vontade, não viciará o negócio quando, por seu contexto e pelas circunstâncias, se puder identificar a coisa ou pessoa cogitada.

b) O dolo do representante legal de uma das partes só obriga o representado a responder civilmente até a importância do proveito que teve; se, porém, o dolo for do representante convencional, o representado responderá subsidiariamente pelas perdas e danos suportados pelo terceiro prejudicado.

c) A coação, para viciar a declaração da vontade, há de ser tal que incuta ao paciente fundado temor de dano iminente e considerável à sua pessoa, à sua família, ou aos seus bens. Se disser respeito a pessoa não pertencente à família do paciente, o juiz, com base nas circunstâncias, decidirá se houve coação.

d) Ocorre a lesão quando uma pessoa, sob premente necessidade, ou por inexperiência, se obriga a prestação manifestamente desproporcional ao valor da prestação oposta. Não se decretará a anulação do negócio, se for oferecido suplemento sufi ciente, ou se a parte favorecida concordar com a redução do proveito.

e) O credor quirografário, que receber do devedor insolvente o pagamento da dívida ainda não vencida, fi cará obrigado a repor, em proveito do acervo sobre que se tenha de efetuar o concurso de credores, aquilo que recebeu.

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DISTINÇÃO ENTRE NULIDADES E ANULABILIDADES

NULIDADES (Art. 166 CC/02) Nulidade Absoluta

ANULABILIDADES (Art. 171 CC/02) Nulidade Relativa

Fundamenta-se em razões de ordem pública.

Fundamenta-se em razões de ordem privada.

Pode ser declarada de ofício pelo juiz, a requerimento do MP, ou de qualquer interessado (Art. 168 CC/02).

Somente poderá ser invocada por aquele a quem aproveite, não podendo ser reconhecida de ofício.

Não é suscetível de confirmação (Art. 169 CC/02).

É suscetível de confirmação ou redução (Art. 172 CC/02).

Não convalesce pelo decurso do tempo (Art. 169 CC/02).

Prazo decadencial de quatro anos (Art. 178 CC/02)

Não produz efeitos. Produz efeitos, enquanto não for anulado.

Reconhecida através de ação meramente declaratória.

Reconhecida através de ação desconstitutiva, sujeita a prazo decadencial.

Admite conversão substancial (Art. 170 CC/02).

Admite sanação pelas próprias partes (Ex.: Art. 144 CC/02 e Art. 157, §2º CC/02)