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PROCESSO CIVIL CURSO: TÉCNICO TJPE Prof: ARTHUR CAVALCANTI

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Page 1: Curso processo civil

PROCESSO CIVIL

CURSO: TÉCNICO

TJPE

Prof: ARTHUR CAVALCANTI

Page 2: Curso processo civil

Técnico Judiciário – TJPE

Programa:

Noções de jurisdição e da ação.

Das partes e dos procuradores. Do Ministério Público. Do

Juiz. Dos Auxiliares da Justiça.

Dos atos processuais. Do Processo e do Procedimento: das

disposições gerais. Da antecipação dos efeitos da tutela de

mérito.

Do Procedimento ordinário: Da petição inicial. Da resposta do

réu. Da revelia. Da sentença e a coisa julgada.

Dos recursos.

Do processo de execução em geral: Das disposições gerais.

Page 3: Curso processo civil

O Programa no CPC:

Arts. 1º ao 85; 125 ao 261; 270 ao 274; 282 ao

322; 458 ao 475; 496 ao 565; 598 ao 601;

Page 4: Curso processo civil

Conceito - é o poder do estado, através do Judiciário,

de dizer o direito no caso concreto. É o poder, função e

atividade de aplicar o direito a um fato concreto, pelos

órgãos públicos destinados a tal, obtendo-se a justa

composição da lide.

Lide e litígio são sinônimos e correspondem a “um

conflito de interesses qualificado por uma pretensão

resistida”.

Page 5: Curso processo civil

CARACTERÍSTICAS DA JURISDIÇÃO

secundária – porque realiza coativamente uma

atividade que deveria ser exercida primariamente de

maneira pacífica entre os sujeitos da lide;

instrumental – porque é um instrumento que o próprio

direito dispõe para impor a obediência dos cidadãos;

Page 6: Curso processo civil

declarativa ou executiva – declarativa porque

declara qual a regra que se deve aplicar ao caso

concreto, e executiva porque aplica ulteriores

medidas de reparação ou de sanção previstas pelo

direito;

desinteressada – porque o Estado aplica as

vontades concretas da lei que se dirige às partes e

não ao órgão jurisdicional, agindo este com a maior

imparcialidade possível para a solução do conflito de

interesses;

Page 7: Curso processo civil

provocada – como em sua maioria os conflitosversam sobre interesses privados (direitos materiaissubjetivos das partes), a prestação jurisdicionalapenas ocorre quando solicitada por uma das partesinteressadas, não podendo o órgão jurisdicional darinício ao processo de ofício (art. 2º, CPC).

Page 8: Curso processo civil

PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DA JURISDIÇÃO

princípio do juiz natural – só pode exercer a

jurisdição o órgão a que a Constituição atribui o poder

jurisdicional, não podendo a lei infraconstitucional

criar juízes ou tribunais de exceção; precisa ser

competente;

a jurisdição é improrrogável – os limites da

jurisdição são traçados pela Constituição, não sendo

permitido ao legislador ordinário alterá-la, nem para

restringi-la nem para ampliá-la;

Page 9: Curso processo civil

a jurisdição é indeclinável – o órgão

constitucionalmente investido no poder de jurisdição

tem a obrigação de prestar a tutela jurisdicional e não

a simples faculdade, não podendo recusar-se a

prestá-la quando legitimamente provocado, nem

delegá-la a terceiros.

Investidura – a jurisdição só será exercida por quem

tenha sido regularmente investido na autoridade do

juiz.

Page 10: Curso processo civil

Territorialidade – os magistrados só têm autoridade

nos limites territoriais do seu Estado, ou seja, nos

limites territoriais da sua jurisdição;

Indelegabilidade – a função jurisdicional não pode

ser delegada. Não pode o órgão jurisdicional delegar

suas funções a outros órgãos.

Princípio da inafastabilidade da jurisdição – a lei

não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão

ou ameaça a direito;

Page 11: Curso processo civil

CLASSIFICAÇÃO DA JURISDIÇÃO CIVIL

QUANTO AO OBJETO

CONTENCIOSA

É a verdadeira jurisdição, face a existência do

conflito. É esta jurisdição o Estado desempenha na

pacificação ou composição dos litígios.

Necessidade de provocação - Só se instaura por

solicitação de uma parte e se houver litígio ou

contestação das partes.

Page 12: Curso processo civil

GRACIOSA, VOLUNTÁRIA OU ADMINISTRATIVA

Não depende de julgamento, porque a questão não

envolve litígio que requeira uma decisão. Nela o juiz

apenas realiza a gestão pública em torno de

interesses privados.

O juiz atua apenas para proteger o patrimônio ou a

pessoa, intervindo para garantir a legitimidade de

um ato de interesse privado.

Page 13: Curso processo civil

Interessados - Os sujeitos não são chamados partes

e sim interessados.

Procedimento - Na jurisdição voluntária não existe

processo e sim procedimento;

Ex.: nomeação de tutores, alienação de bens de

incapazes, extinção de usufruto ou fideicomisso etc.

Page 14: Curso processo civil

CLASSIFICAÇÃO DA JURISDIÇÃO

QUANTO AOS ORGÃOS QUE A EXERCEM

HIERARQUICAMENTE

JURISDIÇÃO INFERIOR - 1º GRAU ou INSTÂNCIA

Juízes de Direito, em primeiro grau, os quais

conhecem o processo desde o seu início e fazem o

primeiro julgamento.

Page 15: Curso processo civil

JURISDIÇÃO SUPERIOR - 2º GRAU ou INSTÂNCIA

Não se conformando com a decisão, o vencido pode

pedir a sua revisão a um juízo colegiado, composto

por juizes superiores (desembargadores). São os

Tribunais.

Page 16: Curso processo civil

QUANTO AO TIPO DE PRETENSÃO SUBMETIDA

AO ESTADO-JUIZ

JURISDIÇÃO PENAL

O Estado exerce tal função diante de pretensões de

natureza penal. Seu estudo é feito pelo Direito

Processual Penal e quase sempre tem o intuito

punitivo (com exceções, como no caso do habeas

corpus).

Page 17: Curso processo civil

JURISDIÇÃO CIVIL LATO SENSU

Pode ser subdividida em três espécies:

jurisdição trabalhista – é estudada pelo Direito Processual

do Trabalho;

jurisdição coletiva – estudada pelo Direito Processual

Coletivo;

jurisdição civil propriamente dita – estudada pelo Direito

Processual Civil. Este é um conceito dado por exclusão, de

forma que tudo o que não fizer parte da jurisdição penal,

trabalhista ou coletiva faz parte da jurisdição civil.

Page 18: Curso processo civil

Obs.: a jurisdição civil trata tanto do direito materialpúblico (constitucional, administrativo etc.), quanto dodireito material privado (civil, comercial etc.).

Page 19: Curso processo civil

SUBSTITUTIVO DA JURISDIÇÃO

Substitutivos da Jurisdição – nosso

ordenamento jurídico reconhece formas de

autocomposição da lide e de solução por

decisão de pessoas estranhas ao

aparelhamento judiciário (árbitros):

Page 20: Curso processo civil

- Transação – é o negócio jurídico em que os

sujeitos da lide fazem concessões recíprocas

para afastar a controvérsia estabelecida entre

eles. Pode ocorrer antes da instauração do

processo ou na sua pendência.

- Conciliação – nada mais é do que uma

transação obtida em juízo, pela intervenção do

juiz junto as partes, antes de iniciar a instrução

do processo.

Page 21: Curso processo civil

- Juízo arbitral – importa renúncia à via

Judiciária, confiando as partes a solução da lide

a pessoas desinteressadas, mas não

integrantes do Poder Judiciário. A sentença

arbitral produz entre as partes e seus

sucessores, os mesmos efeitos da sentença

proferida pelos órgãos do Poder Judiciário (art.

31, Lei n° 9.307/96).

Page 22: Curso processo civil

AÇÃO

Conceito - é o direito subjetivo, tanto do réu quanto

do autor, de ter um pronunciamento estatal que

solucione o litígio, fazendo desaparecer a incerteza

ou a insegurança gerada pelo conflito de interesses,

pouco importando qual seja a solução a ser dada pelo

juiz.

Page 23: Curso processo civil

NATUREZA JURÍDICA DA AÇÃO

A ação é um direito subjetivo processual abstrato e de

natureza pública;

a) direito subjetivo processual – o direto de ação

não tem por objeto a prestação do devedor, mas sim,

tem por objeto provocar a atividade do órgão

jurisdicional;

Page 24: Curso processo civil

b) abstrato – atua independentemente da existência

ou inexistência do direito substancial que se pretende

fazer reconhecido e executado;

c) natureza pública – se volta contra o Estado e não

contra a parte adversa.

Page 25: Curso processo civil

CONDIÇÕES DA AÇÃO

A existência de uma ação depende de alguns

requisitos constitutivos, os quais se chamam de

condições da ação. Sem estes requisitos, a ação não

irá se desenvolver validamente, levando à extinção

do processo sem julgamento de mérito, ou seja, sem

que o juiz chegue a decidir a quem pertence o direito.

Page 26: Curso processo civil

São três as condições da ação:

Possibilidade jurídica do pedido – por este requisito

exige-se que exista, abstratamente, no ordenamento

jurídico um tipo de providência como a que se pede na

ação. Juridicamente impossível seria, portanto, um pedido

que não encontrasse amparo no direito em vigor.

Page 27: Curso processo civil

Interesse de agir – Consiste na

utilidade/necessidade do processo e na sua

adequação.

Inicialmente, para que haja interesse de agir é

necessário que o processo seja útil e necessário a

persecução do provimento jurisdicional.

Além de útil e necessário, o procedimento tem que ser

adequado, ou seja, a via eleita pelo autor para buscar

o seu direito tem que ser a adequada. Caso contrário

o processo será extinto sem julgamento de mérito por

falta de interesse de agir.

Page 28: Curso processo civil

Legitimidade da parte ou legitimidade ad causam –

é a titularidade ativa e passiva para a ação. É preciso

que os sujeitos sejam, de acordo com a lei, partes

legítimas, sob pena de extinção do processo sem

julgamento de mérito por ilegitimidade da parte;

Page 29: Curso processo civil

Obs.: carência de ação - Não estando presente uma

das condições da ação, o juiz deve extinguir o feito

sem julgamento de mérito com base na carência de

ação, não podendo apreciar o mérito da causa.

Momento – o juiz pode extinguir o feito sem

julgamento de mérito a qualquer momento do

processo, de ofício, ou a requerimento das partes, .

Page 30: Curso processo civil

CLASSIFICAÇÃO DAS AÇÕES

Ação de cognição ou de conhecimento – é a ação

através da qual se vai procurar reconhecer quem é o

detentor de um direito. Assim, compõe-se o litígio

declarando a vontade concreta da lei através do

litígio;

Page 31: Curso processo civil

Ação de Execução – com a reforma processual, na

execução baseada em título executivo extrajudicial,

não existe mais um processo a parte de execução,

mas apenas uma fase de execução (cumprimento de

sentença). A execução se inicial nos próprios autos

do processo de conhecimento (processo sincrético).

Mas ainda existem processos de execução, fundados

em títulos executivos extrajudiciais.

Page 32: Curso processo civil

Ação cautelar – é utilizado não para satisfazer o

direito de alguém, mas apenas para prevenir em

caráter emergencial e provisório, a situação da lide

contra as alterações de fato e de direito que possam

ocorrer antes da solução de mérito.

Page 33: Curso processo civil

CLASSIFICAÇÃO DA AÇÃO DE COGNIÇÃO (OU

CONHECIMENTO)

A ação de cognição (ou conhecimento) pode ser

desdobrada em:

Ação condenatória – é aquela que busca a

declaração de um direito subjetivo material do autor

mais um comando que imponha uma prestação a ser

cumprida pelo réu. Tende à formação de um título

executivo; ( EX. INDENIZAÇÃO POR DANOS

MORAIS)

Page 34: Curso processo civil

Ação constitutiva – além da declaração do direito da

parte, também cria, modifica ou extingue um estado

ou relação jurídica material; (EX. DIVORCIO)

Ação declaratória – é aquela que apenas se destina

a declarar a certeza da existência ou inexistência da

relação jurídica, ou da autenticidade ou validade de

um documento (art.4º); (EX. RECONHECIMENTO

DE PATERNIDADE)

Page 35: Curso processo civil

Ação mandamental – são aquelas que trazem em

seu teor um conteúdo de mando, que se descumprida

provoca desrespeito à ordem do Juiz (ex.: habeas

corpus, mandado de segurança, imissão na posse,

busca e apreensão etc.).

Page 36: Curso processo civil

Processo – é o instrumento de atuação da jurisdição.

Procedimento – é a forma material com que o

processo se realiza em cada caso concreto. É ele que

dá exterioridade ao processo, ou à relação processual,

revelando-lhe o modus faciendi com que se vai atingir o

escopo da tutela jurisdicional.

Em outras palavras, é o procedimento que nos

diferentes tipos de demandas, define e ordena os

diversos atos processuais necessários.

Page 37: Curso processo civil

PRINCÍPIOS DO PROCESSO CIVIL

Classificação – os princípios do processo podem

ser:

Informativos do processo;

informativos do procedimento;

Page 38: Curso processo civil

PRINCÍPIOS INFORMATIVOS DO PROCESSO

a) princípio do devido processo legal – Na concepção

moderna está assimilado à idéia de um processo justo, ou

seja, um processo que se desenvolve respeitando os

parâmetros fixados pelas normas constitucionais e pelos

valores consagrados pela coletividade, perante um juiz

imparcial, em contraditório e ampla defesa entre todos os

interessados e em tempo razoável.

Page 39: Curso processo civil

b) princípio inquisitivo e princípio dispositivo:

princípio do inquisitivo - caracteriza-se pela liberdade da

iniciativa do processo pelo juiz, bem como o seu

desenvolvimento, sem a necessidade de requerimento das

partes;

princípio do dispositivo - atribui às partes toda a iniciativa,

seja na instauração do processo, seja no seu impulso.

OBS.: Modernamente, nenhum desses dois princípios são

consagrados em sua pureza. Daí o art. 262 ter

estabelecido que embora a iniciativa da abertura do

processo seja da parte, o seu impulso é oficial, isto é, é o

juiz que promove o andamento do feito até o provimento

final, independentemente da provocação das partes.

Page 40: Curso processo civil

c) princípio do contraditório – consiste na necessidade

de ouvir a pessoa perante a qual será proferida a decisão,

garantindo-lhe o pleno direito de defesa e de

pronunciamento durante todo o curso do processo. Não

há, portanto, qualquer privilégio.

Page 41: Curso processo civil

d) princípio da recorribilidade e do duplo grau de

jurisdição

princípio da recorribilidade - tem-se que todo ato do juiz que

possa prejudicar um direito ou um interesse da parte deve

ser recorrível, como meio de evitar ou emendar os erros e

falhas que são inerentes aos julgamentos humanos.

Princípio do duplo grau de jurisdição - tem-se que a parte

tem o direito de que a sua pretensão seja conhecida e

julgada por dois juízos distintos, mediante recurso, caso não

se conforme com a primeira decisão. Daí a necessidade de

órgãos jurisdicionais com hierarquia diferente (1º e 2º grau

de jurisdição).

Page 42: Curso processo civil

e) princípio da boa-fé e da lealdade processual

princípio da boa-fé - tem-se que a lei não tolera a má-fé e

arma o juiz com poderes para atuar de ofício contra a fraude

processual.

Princípio da lealdade processual - é conseqüência da boa-fé

no processo e exclui a fraude processual, os recursos

torcidos, a prova deformada, as imoralidades de toda

ordem.

Page 43: Curso processo civil

f) princípio da verdade real – o juiz deve buscar no

processo a justa composição da lide no intuito de alcançar

a verdade real. Para isso, não pode promover julgamentos

arbitrários. Terá ele que julgar o processo formando seu

convencimento de acordo com as provas trazidas aos

autos dando-lhes valores segundo critérios lógicos e

fundamentando a sua decisão.

Page 44: Curso processo civil

Princípios informativos do procedimento:

a) princípio da oralidade – por ele, sempre que possível

os atos devem ser produzidos de forma oral.

b) princípio da publicidade – todos os julgamentos

devem ser públicos, no intuito de evitar arbitrariedades

(CF, art. 93, IX).

Page 45: Curso processo civil

c) princípio da economia processual – o processo civil

ideal é aquele capaz de garantir às partes uma Justiça

barata e rápida. Daí tem-se por esse princípio que a

Justiça deve obter o maior resultado com o mínimo de

emprego de atividade processual.

d) princípio da eventualidade ou da preclusão – por

este princípio cada faculdade processual deve ser

exercitada dentro da fase adequada, sob pena de se

perder a oportunidade de praticar o ato respectivo.

Page 46: Curso processo civil

FORMAÇÃO DO PROCESSO

Relação jurídica – é o vínculo estabelecido entre

pessoas, provocado por um fato que produz mudança

de situação, regido por norma jurídica.

Page 47: Curso processo civil

Sujeitos da relação jurídica – de acordo com a teoria

angular o processo vincula três pessoas (autor, réu e

juiz). Entretanto, as partes, autor e réu, se submetem a

autoridade do juiz, enquanto que este se limita à

solução do litígio. O vínculo das partes não é, portanto,

estabelecido entre si, mas entre elas e o juiz. Daí a sua

forma angular.

Page 48: Curso processo civil

Teoria Angular

Juiz

Autor Réu

Page 49: Curso processo civil

Início do processo – o processo civil começa por

iniciativa das partes, mas se desenvolve por impulso

oficial.

Início gradual da relação processual – inicialmente,

com a petição inicial, apenas o autor se vincula ao

Estado. Só posteriormente com a citação do réu, é que

este passa também a se vincular ao Estado.

Page 50: Curso processo civil

Estabilização do processo – com a citação válida do

réu o processo se estabiliza, sendo defeso (proibido) ao

autor modificar o pedido ou a causa de pedir, sem o

consentimento do réu, mantendo-se as mesmas partes,

salvo as substituições permitidas em lei.

Page 51: Curso processo civil

Alteração do pedido:

a) antes da citação do réu o pedido pode ser alterado pela

vontade única do autor (ato unilateral de vontade);

b) após a citação válida do réu e antes do saneamento do

processo pelo juiz, o pedido do autor pode ser alterado se

houver concordância do réu (ato bilateral de vontade);

c) após a fase de saneamento do processo o pedido do

autor não poderá ser alterado nem mesmo com o

consentimento do réu.

Page 52: Curso processo civil

SUSPENSÃO DO PROCESSO

Suspensão do processo - ocorre a suspensão do processo

quando um acontecimento voluntário ou não provoca,

temporariamente, a paralisação da marcha dos atos

processuais. ART. 265.

Prática de atos processuais durante a suspensão do

processo - durante a suspensão é defeso (proibido) praticar

qualquer ato processual; poderá o juiz, todavia, determinar a

realização de atos urgentes, a fim de evitar dano irreparável (art.

266).

Page 53: Curso processo civil

EXTINÇÃO DO PROCESSO

Encerramento do processo – o processo se encerra

com a sentença, podendo esta extinguir o processo

com resolução de mérito (pondo fim ao processo

solucionando a lide) ART. 269 ou sem resolução de

mérito (corresponde ao fim do processo sem resolver

a lide) ART. 267

Page 54: Curso processo civil

PRESSUPOSTOS PROCESSUAIS – arts. 7º

ao art. 13

Pressupostos processuais – são as exigências legais

sem cujo atendimento o processo, como relação

jurídica, não se estabelece ou não se desenvolve

validamente. E, conseqüentemente, não atinge a

sentença que deveria analisar o mérito. São em suma,

requisitos jurídicos de validade da relação

processual.

Page 55: Curso processo civil

Obs.: Não se deve confundir pressupostos processuais

com condições da ação, pois estas são requisitos que o

juiz terá que observar para atingir o mérito (condições

de eficácia), importando necessariamente o cotejo do

processo com a viabilidade abstrata do direito material.

Já aqueles são requisitos de validade do processo, ou

seja, mantém contato direto com a relação processual e

não com o mérito da causa.

Page 56: Curso processo civil

Classificação dos pressupostos processuais –

doutrinariamente, os pressupostos processuais

costumam ser classificados em:

Pressupostos de existência – são os requisitos para que a

relação processual se constitua validamente. Podem ser

subjetivos e objetivos.

Pressupostos de desenvolvimento ou de validade – são

aqueles a ser atendidos, depois que o processo se estabeleceu

regularmente, a fim de que possa ter curso também regular, até

a sentença de mérito ou a providência jurisdicional definitiva.

Também podem ser subjetivos ou objetivos.

Page 57: Curso processo civil

PRESSUPOSTOS DE EXISTÊNCIA

SUBJETIVOS (JUIZ E PARTES)

1. Investidura - consubstancia-se na necessidade do processo

ser julgado por quem é Juiz regularmente investido no cargo.

Assim, um ato praticado por um não-juiz é considerada uma

não-decisão.

Page 58: Curso processo civil

2. Capacidade de ser parte (ad causam) – é a aptidão para, em tese,ser sujeito da relação jurídica processual (processo) ou assumir umasituação jurídica processual (autor, réu, assistente etc.). São aquelesque podem ser sujeitos da relação jurídica material, como as:

pessoas físicas

pessoas jurídicas,

sociedades não personificadas,

sociedade irregular,

sociedade de fato,

os nascituros,

os condomínios,

as pessoas formais massas patrimoniais necessárias que, embora nãopossuam personalidade jurídica, são admitidas como sujeitos darelação processual Ex.: massa falida, espólio.

os órgãos públicos despersonalizados (Ministério Público, PROCON, Tribunalde Contas etc.), dentre outros.

Page 59: Curso processo civil

OBJETIVOS

Pressupostos processuais objetivos - relacionam-se com a

forma procedimental e com a ausência de fatos que impeçam a

regular constituição do processo, segundo a sistemática do direito

processual civil.

Pressupostos processuais objetivos de existência do

processo:

1. Observância da forma processual adequada a pretensão;

existência de uma demanda que se consubstancia na

apresentação de uma petição inicial.

Page 60: Curso processo civil

PRESSUPOSTOS DE DESENVOLVIMENTO OU DE

VALIDADE

SUBJETIVOS (JUIZ E PARTES)

Pressupostos processuais das partes - relacionam-

se com os sujeitos do processo;

1. Competência do juiz para a causa e imparcialidade – além

de estar investido na função jurisdicional necessária ao

julgamento da causa, não deve haver contra o juiz nenhum fato

que o torne impedido ou suspeito (art. 134-138).

Page 61: Curso processo civil

2. Capacidade de estar em Juízo (ad processum) – Somente

quem é plenamente capaz para estar em Juízo, é que pode

ajuizar a ação e ser Parte do processo. Assim, a capacidade

processual é a aptidão para pratica os atos processuais

independentemente de assistência ou representação (pais, tutor,

curador etc.) pessoalmente ou por pessoa indicada na lei, tais

como síndicos, administrador de condomínio, inventariante etc

(art. 12 do CPC).

Page 62: Curso processo civil

Capacidade civil - é a aptidão de participar da relação

processual, em nome próprio ou alheio:

A- capacidade plena – a pessoa que tem capacidade plena não

precisa de representação;

B- capacidade relativa – os relativamente incapazes precisam

ser assistidos em juízo por seus pais, tutores ou curadores na

forma da lei (art. 8º do CC);

C- incapacidade absoluta - os absolutamente incapazes

precisam ser representados em juízo por seus pais, tutores ou

curadores na forma da lei (art. 8º do CC); O representante

processual não é considerado parte, mas sim, gestor de

negócios.

Page 63: Curso processo civil

São relativamente incapazes –

os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos;

os ébrios habituais;

os viciados em tóxicos;

e os que, por deficiência mental, tenham o discernimento reduzido;

os excepcionais, sem desenvolvimento mental completo;

os pródigos.

São absolutamente incapazes –

os menores de dezesseis anos;

os que, por enfermidade ou deficiência mental, não tiverem o

necessário discernimento para a prática desses atos;

os que, mesmo por causa transitória, não puderem exprimir sua

vontade.

Page 64: Curso processo civil

3. Capacidade postulatória dos procuradores (ius

postulandi) - é a aptidão para realizar atos do processo de

maneira eficaz. Regra geral, as partes devem estar

representadas por advogados, que são aqueles que detêm a

capacidade postulatória. Ex. Advogados e representantes do

Ministério Público.

Page 65: Curso processo civil

OBJETIVOS

1. Existência nos autos de instrumento de mandato conferido a

advogado;

2. Inexistência de litispendência, coisa julgada, compromisso, ou

de inépcia da petição inicial; (pressuposto processual negativo)

3. Inexistência de qualquer das nulidades previstas na legislação

processual.

Page 66: Curso processo civil

OBSERVAÇÕES

Ausência de pressupostos processuais -

Inobservados algum dos pressupostos processuais, o

juiz irá extinguir prematuramente o feito sem julgamento

de mérito (art. 267).

Page 67: Curso processo civil

TIPOS DE PROCEDIMENTO

Procedimento – enquanto o processo é uma relação

processual em busca da prestação jurisdicional, o

procedimento é a exteriorização dessa relação, ou seja,

pode assumir diversas feições ou modo de ser.

Page 68: Curso processo civil

Rito – procedimento é sinônimo de rito do processo, ou

seja, o modo e a forma porque se movem os atos do

processo;

Processo de conhecimento – o processo de

conhecimento pode ser de:

rito comum;

ou rito especial.

Page 69: Curso processo civil

1. Procedimento comum - é o aplicado para as causas

nas quais a lei processual não prevê um tipo especial,

de modo que onde não houver previsão de

procedimento especial, aplicar-se-á, residualmente, o

comum. Pode ser:

Procedimentos ordinário – é o que se aplica às causas

para as quais não são previstos o procedimento sumário

ou especial;

Procedimentos sumário – se aplica a certas causas em

razão do valor ou da matéria.

Page 70: Curso processo civil

2. Procedimentos especiais – são os ritos próprios

para o processamento de determinadas causas

selecionadas pelo legislador no Livro IV do Código de

Processo Civil e em leis extravagantes. Podem ser:

Voluntário – quando não envolve litígio;

Contencioso – quando envolve litígio;

Page 71: Curso processo civil

Exemplos de procedimentos especiais de jurisdição

contenciosa: ação de consignação em pagamento,

ação de depósito, ação de anulação e substituição de

títulos ao portador, ação de prestação de contas, ações

possessórias e ação de usucapião de terras

particulares.

Exemplos de procedimentos especiais de jurisdição

voluntária: a separação consensual e os testamentos,

dentre outros.

Page 72: Curso processo civil

PARTES

Conceito - São as pessoas que pedem (autores) e

contra as quais se pede (réus), em nome próprio, a

tutela jurisdicional.

Autor – integra o pólo ativo da ação;

Réu – integra o pólo passivo da ação;

Page 73: Curso processo civil

Exemplo de substituição processual – uma pessoa

que aliena durante o processo um bem litigioso, mas

continua a defendê-lo em juízo como se ainda fosse o

seu dono.

Art. 41. Só é permitida, no curso do processo, a

substituição voluntária das partes nos casos

expressos em lei.

Page 74: Curso processo civil

Art. 42. A alienação da coisa ou do direito litigioso, a

título particular, por ato entre vivos, não altera a

legitimidade das partes.

§ 1o O adquirente ou o cessionário não poderá

ingressar em juízo, substituindo o alienante, ou o

cedente, sem que o consinta a parte contrária.

§ 2o O adquirente ou o cessionário poderá, no

entanto, intervir no processo, assistindo o alienante

ou o cedente.

Page 75: Curso processo civil

Diferença entre substituição processual e

substituição da parte

substituição da parte - ocorre uma alteração nos pólos

subjetivos do processo. Uma outra pessoa passa a ocupar o

lugar primitivo do sujeito da relação processual.

substituição processual - nenhuma alteração se registra

nos sujeitos do processo. Apenas um deles age, por especial

autorização da lei, na defesa de direito material de quem não

é parte na relação processual.

Page 76: Curso processo civil

Art. 42. A alienação da coisa ou do direito litigioso, a

título particular, por ato entre vivos, não altera a

legitimidade das partes.

§ 1o O adquirente ou o cessionário não poderá

ingressar em juízo, substituindo o alienante, ou o

cedente, sem que o consinta a parte contrária.

Page 77: Curso processo civil

Deveres das partes - São deveres das partes e de

todos aqueles que de qualquer forma participam do

processo (art. 14):

I - expor os fatos em juízo conforme a verdade;

II - proceder com lealdade e boa-fé;

III - não formular pretensões, nem alegar defesa, cientes de que

são destituídas de fundamento;

IV - não produzir provas, nem praticar atos inúteis ou

desnecessários à declaração ou defesa do direito.

V - cumprir com exatidão os provimentos mandamentais e não

criar embaraços à efetivação de provimentos judiciais, de

natureza antecipatória ou final.

Page 78: Curso processo civil

Extensão dos deveres aos demais que participarem

do processo – esses deveres são aplicados às partes e

seus procuradores e estendidos a “todos aqueles que

de qualquer forma participaram do processo” como, p.

ex., o funcionário ou o empregado da empresa privada.

Responsabilidade das partes do danos processuais -

responde por perdas e danos aquele que pleitear de má-

fé como autor, réu ou interveniente (art. 16 do CPC).

Page 79: Curso processo civil

Litigância de má-fé (responsabilidade) - Reputa-se

litigante de má-fé aquele que (art. 17):

I - deduzir pretensão ou defesa contra texto expresso de lei ou

fato incontroverso;

II - alterar a verdade dos fatos;

III - usar do processo para conseguir objetivo ilegal;

IV - opuser resistência injustificada ao andamento do processo;

V - proceder de modo temerário em qualquer incidente ou ato do

processo;

VI - provocar incidentes manifestamente infundados.

VII - interpuser recurso com intuito manifestamente protelatório.

Page 80: Curso processo civil

Sanções pela litigância de má-fé - o juiz ou tribunal, de

ofício ou a requerimento, condenará o litigante de má-fé

a (art. 18):

a) pagar multa não excedente a um 1% sobre o valor da causa;

b) indenizar a parte contrária dos prejuízos que esta sofreu;

c) pagamento dos honorários advocatícios;

d) e indenizar por todas as despesas que o lesado efetuou.

Obs.: O valor da indenização será desde logo fixado

pelo juiz, em quantia não superior a 20% (vinte por

cento) sobre o valor da causa, ou liquidado por

arbitramento (art. 19, § 2o).

Page 81: Curso processo civil

Direitos das partes – são direitos das partes:

direito de ação como forma de obter um provimento judicial

capaz de solucionar o conflito, mediante concretização da

vontade da lei. Esse é o denominado direito de acesso à Justiça.

direito de exigir que a função jurisdicional seja regularmente

exercida.

Direito especial do litigante idoso – os litigantes

idosos com idade igual ou superior a 65 anos têm direito

à preferência de tramitação quando figurarem como

parte (autor ou réu) ou como terceiro interveniente.

Page 82: Curso processo civil

Custas iniciais – cabe ao autor efetuar o preparo inicial

(pagamento das custas iniciais) do processo, logo após

a propositura da ação.

Ônus financeiro do processo – Tirando as exceções

legais, cabe às partes prover as despesas dos atos que

realizam ou requerem no processo (art. 19).

Exceções – habeas corpus, habeas data, assistência

gratuita, juizados etc.

Page 83: Curso processo civil

Deserção – quando a falta do preparo prévio é de

custas recursais dá-se a deserção. Não sendo pagas em

30 dias extingue-se a ação sem julgamento de mérito.

Antecipação das despesas – cabe a cada uma das

partes o ônus processual de pagar antecipadamente as

despesas dos atos que realizar ou requerer, em curso do

processo.

Custeio das despesas determinadas pelo juiz de

ofício ou a requerimento do Ministério Público -

compete ao autor adiantar as despesas relativas a atos,

cuja realização o juiz determinar de ofício ou a

requerimento do Ministério Público.

Page 84: Curso processo civil

Sucumbência e obrigações financeiras do processo

– cabe ao vencido pagar ao vencedor as despesas que

antecipou e os honorários advocatícios.

Sucumbência recíproca – ocorre a sucumbência

recíproca quando o autor sai vitorioso apenas em parte

de sua pretensão. Tanto o autor como o réu são,

portanto, vencidos e vencedores, a um só tempo.

Nesses casos, serão recíproca e proporcionalmente

distribuídos e compensados entre eles os honorários e

as despesas.

Page 85: Curso processo civil

Fixação dos honorários advocatícios sucumbenciais

- Os honorários serão fixados entre o mínimo de 10% e

o máximo de 20% sobre o valor da condenação,

atendidos :

a) o grau de zelo do profissional;

b) o lugar de prestação do serviço;

c) a natureza e importância da causa, o trabalho realizado pelo

advogado e o tempo exigido para o seu serviço.

Obs.: note-se que o valor dos honorários

advocatícios serão atribuídos em detrimento do

valor da condenação e não do valor atribuído à

causa.

Page 86: Curso processo civil

Pluralidade das partes (litisconsórcio) – ocorre o

litisconsórcio, quando uma das partes do processo se

compõe de várias pessoas. Nesse caso, os diversos

litigantes de um mesmo pólo são chamados de

litisconsortes.

Litisconsórcio ativo e passivo

litisconsórcio ativo - é aquele que se estabelece entre vários

autores;

litisconsórcio passivo - é o que se estabelece entre vários réus.

Page 87: Curso processo civil

ADVOGADOS

→ Pressupostos processuais dos procuradores

Capacidade postulatória – é a capacidade de realizar

os atos do processo de maneira eficaz.

Presença do advogado – é obrigatória a presença de

advogado legalmente habilitado no processo, sob pena

de nulidade do mesmo. Trata-se de pressuposto

processual.

Page 88: Curso processo civil

Postulação em causa própria - é lícito postular em

causa própria quando:

tiver habilitação, ou seja, quando a parte for advogado

legalmente habilitado;

ou quando não existem advogados no lugar, ou os

advogados existentes se recusam a patrocinar a causa ou

se encontrem impedidos de patrocinar a causa.

Obs.: Também nos Juizados Especiais é lícito postular

em causa própria, sem ser advogado, quando o valor da

causa não ultrapasse 20 salários mínimos.

Page 89: Curso processo civil

Procuração - instrumento necessário

Procuração – a procuração conferida ao advogado

pode ser:

1. Particular ou ad judicia (regra geral);

2. Instrumento público – no caso dos analfabetos ou para

os que não tenham condições de assinar o nome;

Page 90: Curso processo civil

Poderes expressos da procuração - os poderes da

cláusula ad judicia conferem poderes gerais ao

advogado para que este atue no processo. Mas existem

alguns atos que o advogado apenas poderá realizar se

lhes forem concedidos expressamente na procuração.

São eles: (ART. 38)

receber citação inicial;

confessar;

reconhecer a procedência do pedido;

transigir;

desistir;

renunciar ao direito sobre que se funda a ação;

receber, dar quitação;

e firmar compromisso.

Page 91: Curso processo civil

→ Ingresso em juízo sem procuração

Necessidade de procuração - sem instrumento de

mandato, o advogado não será admitido a postular em

juízo;

Exceção - poderá, todavia, em nome da parte intentar

ação, a fim de evitar decadência ou prescrição, bem

como intervir, no processo, para praticar atos reputados

urgentes;

Page 92: Curso processo civil

Prazo para apresentação da procuração - nestes

casos, se obrigará, independentemente de caução, a

exibir o instrumento do mandato no prazo de 15 dias,

prorrogável até outros 15 dias por despacho do juiz.

Não juntada da procuração – Não exibido o

instrumento de mandato no prazo do art. 37, caput, os

atos do advogado sem procuração serão havidos como

inexistentes, ficando o causídico (advogado), ainda,

responsável pelas despesas e perdas e danos que

acarretar ao processo (art. 37, parágrafo único).

Page 93: Curso processo civil

Substituição do advogado

Revogação do mandato outorgado ao advogado - a

parte, que revogar o mandato outorgado ao seu

advogado, no mesmo ato constituirá outro que assuma

o patrocínio da causa, caso contrário o processo será

extintos sem julgamento de mérito no caso do autor ou

decretada a revelia no caso do réu.

Page 94: Curso processo civil

Renúncia do mandato pelo advogado - o advogado

poderá, a qualquer tempo, renunciar ao mandato,

provando que cientificou o mandante a fim de que este

nomeie substituto. Durante os 10 (dez) dias seguintes, o

advogado continuará a representar o mandante, desde

que necessário para lhe evitar prejuízo.

Page 95: Curso processo civil

Morte ou incapacidade do advogado - na hipótese de

morte ou incapacidade do advogado, o juiz suspenderá

o processo e marcará o prazo de 20 dias para a parte

constituir novo procurador, sob pena de extinção do

processo sem julgamento de mérito, no caso do autor,

ou revelia, no caso do réu.

Page 96: Curso processo civil

Deveres dos advogados - Compete ao advogado, ou à

parte quando postular em causa própria (art. 39):

I - declarar, na petição inicial ou na contestação, o endereço em

que receberá intimação;

II - comunicar ao escrivão do processo qualquer mudança de

endereço.

Page 97: Curso processo civil

Direitos dos advogados - O advogado tem direito de

(art. 40):

I - examinar, em cartório de justiça e secretaria de tribunal, autos

de qualquer processo, salvo o disposto no art. 155;

II - requerer, como procurador, vista dos autos de qualquer

processo pelo prazo de 5 (cinco) dias;

III - retirar os autos do cartório ou secretaria, pelo prazo legal,

sempre que lhe competir falar neles por determinação do juiz,

nos casos previstos em lei.

Page 98: Curso processo civil

Prazo comum - Sendo comum às partes o prazo, os

autos só podem ser retirados do cartório:

em conjunto;

ou mediante prévio ajuste por petição nos autos,

ou pelo prazo de uma hora para tirar cópias, independentemente

de ajuste.

Page 99: Curso processo civil

Expressões injuriosas - É defeso (proibido) às partes

e seus advogados empregar expressões injuriosas nos

escritos apresentados no processo, cabendo ao juiz, de

ofício ou a requerimento do ofendido, mandar riscá-las

(art. 15). Quando as expressões injuriosas forem

proferidas em defesa oral, o juiz advertirá o advogado

que não as use, sob pena de lhe ser cassada a palavra

(art. 15, parágrafo único).

Page 100: Curso processo civil

DOS JUÍZES

Conceito - genericamente chama-se de juízes as

pessoas que exercem o poder jurisdicional;

1º grau – no 1º grau de jurisdição o órgão julgador é

singular, formado por apenas um juiz;

2º grau – no 2º grau de jurisdição o órgão julgador é

colegiado ou coletivo, formado por desembargadores ou

ministros;

Page 101: Curso processo civil

REQUISITOS DA ATUAÇÃO DO JUIZ

Requisitos da atuação do juiz – são requisitos

jurídicos da atuação do juiz:

a) Jurisdicionalidade – os juízes devem estar investidos no

poder jurisdicional;

b) Competência – devem estar dentro da faixa de atribuições

que, por lei, se lhe assegura;

c) Imparcialidade ou alheabilidade – devem ficar na posição

de terceiros em relação às partes interessadas;

Page 102: Curso processo civil

d) Independência – não possuem subordinação jurídica aos

tribunais superiores, ou ao Legislativo ou executivo, vinculando-

se exclusivamente ao ordenamento jurídico;

e) processualidade – devem obedecer à ordem processual

instituída por lei, a fim de evitar arbitrariedade, o tumulto, a

inconseqüência e a contradição desordenada.

Page 103: Curso processo civil

GARANTIAS DA MAGISTRATURA

a) Vitaliciedade – o juiz somente poderá perder o seu cargo por

decisão judicial transitada em julgado.

b) Inamovibilidade – uma vez titular do respectivo cargo, o juiz

somente poderá ser removido ou promovido por iniciativa

própria, nunca ex officio de qualquer outra autoridade, salvo em

uma única exceção constitucional por motivo de interesse

público e por voto da maioria absoluta do respectivo tribunal ou

do Conselho Nacional de Justiça, assegurada a ampla defesa.

c) Irredutibilidade de subsídios – o salário, vencimentos ou o

subsidio dos magistrados não podem ser reduzidos como forma

de pressão, garantindo-lhe assim o livre exercício de suas

atribuições.

Page 104: Curso processo civil

VEDAÇÕES CONSTITUCIONAIS APLICÁVEIS AOS

MAGISTRADOS

exercer, ainda que em disponibilidade, outro cargo ou função,

salvo uma de magistério;

receber, a qualquer título ou pretexto, custas ou participação em

processos;

dedicar-se a atividade político-partidária;

Page 105: Curso processo civil

DEVERES DO JUIZ

Deveres do juiz – são deveres do juiz (art. 125):

I - assegurar às partes igualdade de tratamento;

II - velar pela rápida solução do litígio;

III - prevenir ou reprimir qualquer ato contrário à dignidade da

Justiça;

IV - tentar, a qualquer tempo, conciliar as partes.

Page 106: Curso processo civil

GARANTIA DE IMPARCIALIDADE DO JUIZ

Impedimento – o juiz será impedido no processo contencioso ou

voluntário (art. 134):

quando for parte;

quando interveio como mandatário da parte, oficiou como perito,

funcionou como órgão do Ministério Público, ou prestou

depoimento como testemunha;

quando conheceu o processo em primeiro grau de jurisdição,

tendo-lhe proferido sentença ou decisão;

Page 107: Curso processo civil

quando tiver postulado no processo, como advogado da parte, o

seu cônjuge ou qualquer parente seu, consangüíneo ou afim,

em linha reta, ou na linha colateral até segundo grau;

quando for cônjuge, parente, consangüíneo ou afim, de alguma

das partes, em linha reta ou, na colateral, até o terceiro grau;

quando for órgão de direção ou de administração de pessoa

jurídica, parte na causa.

Page 108: Curso processo civil

Hipótese especial de impedimento - quando dois ou

mais juízes forem parentes, consangüíneos ou afins, em

linha reta e no segundo grau na linha colateral, o

primeiro, que conhecer da causa no tribunal, impede

que o outro participe do julgamento, caso em que o

segundo se escusará, remetendo o processo ao seu

substituto legal (art. 136).

Page 109: Curso processo civil

suspeição – ocorre suspeição de parcialidade do juiz

quando:

for amigo íntimo ou inimigo capital de qualquer das partes;

alguma das partes for credora ou devedora do juiz, de seu

cônjuge ou de parentes destes, em linha reta ou na colateral até

o terceiro grau;

herdeiro presuntivo, donatário ou empregador de alguma das

partes;

receber dádivas antes ou depois de iniciado o processo,

aconselhar alguma das partes acerca do objeto da causa, ou

subministrar meios para atender às despesas do litígio;

Page 110: Curso processo civil

admite-se, ainda, que o próprio juiz se declare suspeito por

motivo de foro íntimo, o que não precisa de justificativa;

Implicações da suspeição e do impedimento

Implicações do impedimento - os casos de impedimentos são

mais graves e, uma vez desobedecidos, tornam vulneráveis a coisa

julgada, pois ensejam ação rescisória da sentença (art. 458, II);

Implicações da suspeição - já os de suspeição permitem o

afastamento do juiz do processo, mas não afetam a coisa julgada,

se não houver a oportuna recusa do julgador pela parte.

Page 111: Curso processo civil

DO MINISTÉRIO PÚBLICO

Conceito – o Ministério público é o órgão através do

qual o Estado procura tutelar, com atuação militante, o

interesse público e a ordem jurídica, na relação

processual e nos procedimentos de jurisdição

voluntária.

Ministério Público = Parquet

Page 112: Curso processo civil

Independência - o Ministério Público é uma instituição

autônoma e não integra o Poder Judiciário, embora

desenvolva suas funções essenciais basicamente no

processo e perante órgãos da jurisdição. É uma

instituição independente que não se subordina ao Poder

Judiciário.

Page 113: Curso processo civil

Funções do Ministério Público

Natureza jurídica do Ministério Público – o Ministério

Público não faz parte do Poder Judiciário. É

considerado um órgão permanente sui generis,

integrante da Administração Pública, que exerce uma

função considerada essencial à Justiça, incumbindo-lhe

a defesa da ordem jurídica, do regime democrático e

dos interesses sociais e individuais indisponíveis (art.

127, CF/88).

Page 114: Curso processo civil

Funções do Ministério Público

Parte – o Ministério Público poderá atuar no processo

na qualidade de parte, nos casos previstos em lei, com

os mesmos poderes e ônus das partes (art. 81). Pode

agir na qualidade de parte ou de substituto processual,

onde será também considerado parte (ex.: ADIn, ação

civil pública etc.).

Page 115: Curso processo civil

Fiscal da lei (custos legis) – nas causas em que atua

como fiscal da lei, o Ministério Público não tem

compromisso nem com a parte ativa, nem com a

passiva da relação processual. Ele só defende a

prevalência da ordem jurídica e do bem comum.

Page 116: Curso processo civil

O Ministério Público agirá como fiscal da lei :

nas causas em que há interesses de incapazes;

nas causas concernentes ao estado da pessoa, pátrio

poder, tutela, curatela, interdição, casamento, declaração

de ausência e disposições de última vontade;

nas ações que envolvam litígios coletivos pela posse da

terra rural e nas demais causas em que há interesse

público evidenciado pela natureza da lide ou qualidade da

parte.

Page 117: Curso processo civil

Obs.: Nos casos em que a presença do Ministério

Público for obrigatória, a sua ausência acarretará a

nulidade do processo.

Obs.: Cabe a parte autora requerer a intimação do

Ministério Público, sob pena de não comparecendo

o MP no processo, ser este considerado nulo.

Page 118: Curso processo civil

Garantia dos membros do Ministério Público – os

membros do Ministério Público possuem três garantias:

vitaliciedade – os membros do Ministério Público adquirem

vitaliciedade após dois anos de efetivo exercício na carreira,

mediante aprovação em concurso de provas e títulos, não

podendo perder o cargo senão por sentença judicial transitada

em julgado;

inamovibilidade – os membros do Ministério Público somente

podem ser removidos ou promovidos por iniciativa própria, e não

de ofício por decisão de qualquer autoridade, salvo por motivo

de interesse público, mediante decisão do órgão colegiado

competente do Ministério Público, pelo voto da maioria absoluta

de seus membros, assegurada ampla defesa.

Page 119: Curso processo civil

irredutibilidade de subsídios – o subsídio dos membros do

Ministério Público é irredutível. Essa irredutibilidade é nominal e

não real.

Vedações constitucionais – é vedado ao Ministério

Público (art. 128, § 5º, II):

a) receber, a qualquer título e sob qualquer pretexto, honorários,

percentagens ou custas processuais;

b) exercer a advocacia;

c) participar de sociedade comercial, na forma da lei;

Page 120: Curso processo civil

d) exercer, ainda que em disponibilidade, qualquer outra função

pública, salvo uma de magistério;

e) exercer atividade político-partidária (incluído pela EC n°

45/2004); obs.: os membros do Ministério Público possuem

inelegibilidade absoluta. Não podem se filiar a partido

político, tampouco concorrer a mandato eletivo.

f) receber, a qualquer título ou pretexto, auxílios ou contribuições

de pessoas físicas, entidades públicas ou privadas, ressalvadas

as exceções previstas em lei.

é vedado exercer a advocacia no juízo ou tribunal em que

desempenhava suas funções, antes de decorridos três anos do

afastamento do cargo por aposentadoria ou exoneração.

Page 121: Curso processo civil

AUXILIARES DA JUSTIÇA

Juízo – o juízo é formado pelo juiz e pelos órgãos auxiliares da

Justiça;

Auxiliares da Justiça – para cada tarefa existirá um auxiliar

específico para cumpri-la.

Page 122: Curso processo civil

Enumeração dos auxiliares da justiça - são auxiliares

da justiça, além de outros estabelecidos pelas normas

de organização judiciária:

o escrivão;

o oficial de justiça;

o perito;

o depositário;

o administrador;

e o intérprete.

Além dos não mencionados no artigo (o distribuidor, o partidor, o

contador e o tesoureiro)

Page 123: Curso processo civil

1. Escrivão - é o encarregado de dar andamento ao

processo e de documentar os atos que se praticam no

seu curso.

Tem fé pública (presumem-se verdadeiros os atos praticados e

suas declarações, até prova em contrário);

Sua função é chamada pelo Código de Ofício de Justiça;

É ele responsável pelo cartório;

Page 124: Curso processo civil

2. oficial de justiça - funcionário do juízo encarregado

de cumprir os mandados relativos a diligências fora do

cartório (citação, intimação, notificação, penhora,

seqüestro, busca e apreensão, imissão de posse, etc.).

Era chamado de meirinho.

gozam de fé-pública, da mesma forma que os escrivães;

Cumpre ordens do juiz constantes dos mandados.

Em caso de danos, respondem civilmente, de forma semelhante

aos escrivães;

Page 125: Curso processo civil

3. perito - é auxiliar eventual do juízo e assiste ao juiz

quando a prova do fato delituoso depender de

conhecimento técnico ou científico. É, portanto, um

auxiliar eventual por necessidade técnica.

Sua função é remunerada e o ônus das despesas atribuído às

partes.

É geralmente pessoa estranha ao quadro de funcionários

permanentes da Justiça, escolhido pelo juiz para atuar em um

determinado processo.

Page 126: Curso processo civil

4. Depositário - depositário é o serventuário ou auxiliar

da justiça encarregado da guarda e conservação dos

bens colocados à disposição do juízo, por força de

medidas constritivas como penhora, arresto, seqüestro,

busca e apreensão e a arrecadação.

5. Administrador - quando além da guarda e

conservação, ao auxiliar da justiça compete atos de

gestão. Ex: penhora de empresa.

6. intérprete - auxiliar da Justiça (por necessidade

técnica, como o perito), que tem o encargo de traduzir

para o português os atos ou documentos em língua

estrangeira ou em linguagem mímica dos surdos-

mudos.

Page 127: Curso processo civil

7. Outros auxiliares eventuais –

serviço postal e telegráfico;

imprensa oficial;

força policial;

Leiloeiro;

junta comercial;

curador especial etc.;

Page 128: Curso processo civil

ATOS PROCESSUAIS

Conceito - ato processual é toda manifestação de

vontade humana que tem por fim criar, modificar,

conservar ou extinguir a relação jurídica processual.

Quem pode praticar os atos processuais – os atos

processuais podem ser praticados pelas:

partes do processo;

pelo órgão jurisdicional (o próprio juiz);

seus auxiliares;

terceiros estranhos à lide (ex.: testemunhas);

Page 129: Curso processo civil

CLASSIFICAÇÃO DOS ATOS PROCESSUAIS

TRAZIDA PELO CPC

Critério objetivo (finalidade) – são os critérios que

consideram o objetivo do ato praticado. Com relação a

este critério, os atos processuais podem ser:

atos de iniciativa – são os que se destinam a instaurar a

relação processual (a petição inicial);

Page 130: Curso processo civil

atos de desenvolvimento – são os que movimentam o

processo, compreendendo os atos de instrução (provas e

alegações) e os de ordenação (impulso, direção e

formação);

atos de conclusão – atos decisórios do juiz ou

dispositivos das partes, como a renúncia, a desistência e a

transação.

Page 131: Curso processo civil

Critério subjetivo (quanto ao sujeito) - são os critérios

que consideram o sujeito que pratica o ato. Com relação

a este critério, os atos processuais podem ser:

atos das partes - em sentido amplo, abrangendo tanto os atos:

das partes (autor e réu),

do Ministério Público (quando atual como parte)

de terceiros intervenientes;

atos dos agentes da Jurisdição - que compreendem os atos

do:

Juiz;

do Escrivão ou Chefe de Secretaria.

Page 132: Curso processo civil

FORMA DOS ATOS PROCESSUAIS

Forma dos atos processuais - de acordo com o art.

154 do CPC, os atos e termos não dependem de forma

determinada, senão quando a lei exigir, reputando

válidos os que preencherem a finalidade essencial.

Page 133: Curso processo civil

Classificação dos atos processuais quanto à forma –

quanto à forma, os atos processuais podem ser:

solenes – são aqueles para os quais a lei prevê uma

determinada forma como condição de validade;

não-solenes – são os atos de forma livre, ou seja, aqueles

que podem ser praticados independentemente de qualquer

validade e que se provam por quaisquer dos meios de

convencimento admitidos em direito.

Page 134: Curso processo civil

A PUBLICIDADE DOS ATOS PROCESSUAIS

Publicidade dos atos - regra geral, os atos

processuais são públicos, uma vez que a própria

Constituição Federal veda, em seu art. 93, julgamentos

secretos. E essa publicidade para os atos vem também

prescrita no art. 155 do CPC;

Page 135: Curso processo civil

segredo de justiça – alguns processos correm em

segredo de justiça, visando resguardar, preservar a

intimidade dos litigantes, nas hipóteses em que a

publicidade poderia ocasionar grande transtorno ou

comoção social.

Processo restrito às partes e ao advogado - Neste

caso, a consulta do processo e o pedido de certidões

ficam restritos às partes e procuradores.

Page 136: Curso processo civil

Hipóteses de segredo de justiça (rol taxativo) :

a) quando exigir o interesse público;

b) quando disserem respeito a casamento, filiação,

divórcio dos cônjuges, conversão em divórcio, alimentos e

guarda de menores.

Obs.: o casamento é público, o que é mantido em

segredo de justiça são as ações relativas ao

casamento, como a ação de nulidade de casamento.

Page 137: Curso processo civil

USO DE SISTEMA DE TRAMISSÃO DE DADOS E PROCESSO

ELETRÔNICO

Ato praticado via fax - a utilização de sistema de transmissão de

dados e imagens (como o fac-símile) não prejudica o cumprimento

dos prazos, devendo os originais ser entregues em juízo,

necessariamente, até cinco dias da data de seu término (art. 2º,

caput, da Lei n° 9.800/99). Nos atos não sujeitos a prazo, os

originais deverão ser entregues, necessariamente, até cinco dias

da data da recepção do material (art. 2º, parágrafo único, da Lei n°

9.800/99).

Page 138: Curso processo civil

Processo Eletrônico – a Lei n° 11.419/2006, com

vigência a partir de 2007, traçou o programa de

implementação do processo judicial eletrônico a ser

utilizado na Justiça cível, penal e trabalhista, bem como

nos juizados especiais, em qualquer grau de jurisdição

(art. 1º, § 1º, da Lei n° 11.419/2006). Esse sistema já

está sendo implementado em vários estados brasileiros.

Page 139: Curso processo civil

DOS ATOS DAS PARTES

Atos das partes – consideram-se atos das partes os

praticados pelo autor ou réu, pelos terceiros

intervenientes ou pelo Ministério Público, no exercício

de direitos ou poderes processuais ou para

cumprimento de ânus, obrigações ou deveres

decorrentes da relação processual.

Page 140: Curso processo civil

- DOS ATOS DO JUIZ

sentença - é o ato pelo qual o Juiz põe termo ao

processo, decidindo ou não o mérito da causa.

Classificam-se as sentenças em:

a) terminativas ou processuais - quando proferidas nos casos

elencados pelo art. 267 do CPC, nos quais o juiz não analisa o

mérito;

b) definitivas ou de mérito - quando se julga o mérito ou se

homologa manifestação de vontade das partes, resolvendo a

lide.

Page 141: Curso processo civil

decisão interlocutória - é o pronunciamento do Juiz, de caráter

decisório, no curso do processo, resolvendo questões incidentais,

que não têm o efeito de encerrar o processo. Resolvem, por assim

dizer, um impasse momentâneo, o qual necessita da decisão

judicial para que o processo possa prosseguir.

despachos - não envolvem o direito que se discute, nem tampouco

os interesses das partes. Dizem respeito ao regular andamento da

marcha processual, como por exemplo, o despacho da inicial,

mandando citar o réu.

Page 142: Curso processo civil

Atos meramente ordinatórios - visam proporcionar

maior agilidade, passaram a ser de iniciativa do

servidor, apenas passíveis de revisão pelo Juiz (§ 4º, do

art. 162). Exemplos: a intimação das testemunhas

arroladas, a entrega dos autos ao perito, a juntada e a

vista obrigatória.

Page 143: Curso processo civil

O USO DO VERNÁCULO

Obrigatoridade da língua portuguesa - É obrigatório o

uso do nosso vernáculo (português), não se admitindo o

uso de idioma estrangeiro;

Tradução juramentada - No entanto, se for necessário

juntar aos autos documento redigido em outro idioma, tal

somente será admitido caso acompanhado de tradução,

feita por profissional juramentado.

Page 144: Curso processo civil

Expressões em latim – Quanto às expressões latinas,

comumente utilizadas por advogados, promotores e

juízes, são admitidas, não se incluindo em tal vedação,

uma vez que são termos já incorporados ao vocabulário

jurídico pátrio.

Page 145: Curso processo civil

DO TEMPO

Momento da prática dos atos processuais - os atos

processuais devem ser praticados, em regra, nos dias

úteis, das 6:00 às 20:00 horas, devendo ser respeitado

o horário de funcionamento do Fórum, no que se refere

aos atos que dependem de protocolo.

Page 146: Curso processo civil

Dias úteis - entende-se por dias úteis aqueles em que

há expediente forense, excluídos, portanto, aqueles que

coincidem com férias, feriados, sábados e domingos, já

que nestes dois últimos dias, por força da maioria das

Leis de Organização Judiciária não há expediente

forense.

Prolongamento dos atos processuais – o art. 172, §

1º, permite que os atos iniciados em momento

adequado possam prolongar além das 20h, quando o

adiamento prejudicar a diligência ou causar grave dano.

Page 147: Curso processo civil

Exceção nos casos de citação e penhora - a citação

e a penhora poderão, EM CASOS EXCEPCIONAIS, E

MEDIANTE AUTORIZAÇÃO EXPRESSA DO JUIZ,

realizar-se em domingos e feriados, ou nos dias úteis,

fora do horário estabelecido neste artigo, observado o

disposto no art. 5o, inciso Xl, da Constituição Federal.

Page 148: Curso processo civil

Requisitos para a realização da citação e penhora

em dias não-úteis – a citação e penhora para serem

realizadas em dias não-úteis deverão seguir os

seguintes requisitos:

pedido da parte, que demonstre a excepcionalidade do caso e a

urgência da medida;

autorização expressa do juiz;

observância do disposto no art. 5º, XI, da CF/88, que só permite

violação de domicílio por ordem judicial durante o dia.

Page 149: Curso processo civil

Intimações realizadas em dias não-úteis – também

há autorização legal para que as intimações ocorram

em dias em que não haja expediente forense, mas em

tal conjuntura, reputar-se-ão praticadas no primeiro dia

útil seguinte, para todos os efeitos (art. 240, parágrafo

único).

Page 150: Curso processo civil

Processos eletrônicos – caso tenha sido implantado o

processo eletrônico no Tribunal, as petições são

consideradas tempestivas quando remetidas por meio

eletrônico até as 24h do último dia do prazo;

Page 151: Curso processo civil

Férias e feriados forenses

Feriados forenses – consideram-se feriados os dias

não-úteis;

Férias forenses - férias forenses são paralisações que

afetam, regular e coletivamente, durante determinados

períodos do ano, todo o funcionamento do juízo, por

determinação da lei de organização judiciária.

Page 152: Curso processo civil

Impossibilidade de praticar atos processuais

durante as férias forenses – Durante as férias e nos

feriados não se praticarão atos processuais (art. 173).

Exceção - Excetuam-se:

I - a produção antecipada de provas (art. 846);

II - a citação, a fim de evitar o perecimento de direito; e bem

assim o arresto, o seqüestro, a penhora, a arrecadação, a busca

e apreensão, o depósito, a prisão, a separação de corpos, a

abertura de testamento, os embargos de terceiro, a nunciação

de obra nova e outros atos análogos.

Page 153: Curso processo civil

Processos que tramitam mesmo durante as férias forenses -

processam-se, durante as férias, não se suspendendo em virtude

delas:

os procedimentos de jurisdição voluntária e os necessários à

conservação de direitos, quando possam ser prejudicados pelo

adiamento;

os processos ou procedimentos de alimentos provisionais, de

dação ou remoção de tutores ou curadores, bem como as de

procedimento sumário do art. 275 do CPC;

todas as causas que a lei federal determinar (rol enumerativo).

Page 154: Curso processo civil

Fim das férias forenses nos juízos e tribunais – a EC

n° 42/2004 determinou que a atividade jurisdicional será

ininterrupta , ficando, por isso, vedadas “férias coletivas

nos juízos e tribunais de segundo grau” e determinando

os plantões permanentes de juízes nos dias em que não

houver expediente forense normal.

Obs.: esta regra, não se refere aos tribunais

superiores, de forma que as férias forenses não

foram abolidas por completo em nossos tribunais,

sendo, portanto, ainda, aplicáveis as regras acima

mencionadas.

Page 155: Curso processo civil

DO LUGAR

Local para a prática dos atos - ordinariamente, os

atos processuais são praticados na sede do Juízo.

Page 156: Curso processo civil

Atos praticados fora do juízo - no entanto, três ordens

de razão justificam a prática do ato em outro local. São

eles:

a) deferência em razão do cargo. Algumas pessoas, em

razão do cargo que exercem serão inquiridas em sua

residência ou no local onde exercem suas funções. (Ex.:

Presidente e Vice da República, Governadores do Estado

ou do DF, Deputados e Senadores, embaixador de país e

demais pessoas elencadas no art. 411);

Page 157: Curso processo civil

b) interesse da justiça (art. 442 do CPC), quando o juiz

entender necessário ou a coisa não puder ser apresentada

em juízo, sem consideráveis despesas ou graves

dificuldades, ou quando determinar a reconstituição do

fato (ex.: inspeção judicial in loco);

c) obstáculo argüido pelo interessado e acolhido pelo

Juiz (art. 410, III, c/c o art. 336, parágrafo único, do CPC),

como quando uma testemunha estiver enferma e for

imprescindível a sua ouvida.

Page 158: Curso processo civil

Validade dos atos processuais – para que o ato

processual seja considerado válido é necessário que o

agente seja capaz, o objeto seja lícito e a forma

prescrita e não defesa em lei. Além disso, é necessário

satisfazer as exigências do ius postulandi, de modo que

as partes devem ser representadas por advogados

regularmente habilitados e inscritos na OAB;

Nulidades – a nulidade é uma sanção que incide sobre

a declaração de vontade contrária a algum preceito de

direito positivo. A sanção é a privação de validade, que

pode se dar em diversos graus de intensidade.

Page 159: Curso processo civil

DOS PRAZOS PROCESSUAIS

Prática dos atos dentro do prazo legal - cada ato

deve ter assim um prazo máximo, dentro do qual deve

necessariamente ser realizado.

Prazo - é o espaço de tempo para o ato processual ser

praticado.

Page 160: Curso processo civil

Termo - é o momento inicial (dies a quo) ou o momento

final (dies ad quem) de um prazo;

A quem os prazos se dirigem – os prazos podem se

dirigir às partes e aos juízes ou auxiliares da justiça;

Page 161: Curso processo civil

CLASSIFICAÇÃO DOS PRAZOS

Classificação dos Prazos – em geral os prazos

processuais são classificados em:

Prazos legais - são aqueles definidos em lei, e a respeito

dos quais nem as partes e nem o juiz, em princípio, têm

disponibilidade (ex.: prazo para resposta do réu etc.).

Page 162: Curso processo civil

Prazos judiciais - são os fixados pelo próprio Juiz,

supletivamente, nos casos em que a lei não prevê (ex.:

data de audiência, prazo de edital, cumprimento de carta

precatória etc.).

Prazos convencionais – são aqueles ajustados de

comum acordo pelas partes (ex.: suspensão do processo

etc.);

Page 163: Curso processo civil

Demais classificação dos prazos processuais – além

da classificação geral, os prazos processuais se

classificam ainda em:

Prazo comum - é o que corre simultaneamente contra

ambas as partes (ex: prazo para apelar de sentença

concessiva em parte do pedido inicial). No curso do prazo

comum, os autos não podem sair do cartório, exceto

em conjunto ou sob acordo prévio das partes.

Prazo particular - por sua vez, é aquele que corre

somente contra uma das partes.

Page 164: Curso processo civil

O prazo pode ser ainda próprio ou impróprio:

Prazo próprio - é o que, uma vez inobservado, acarreta

conseqüências processuais ao interessado. Aplica-se às

partes.

Prazo impróprio - é o que não acarreta conseqüências

processuais, podendo apenas corresponder

conseqüências administrativas ou disciplinares. Corre

contra o juiz e seus auxiliares.

Page 165: Curso processo civil

Natureza dos prazos processuais – os prazos

processuais podem ser de duas naturezas:

Prazos dilatórios - são aqueles que, embora fixados na

lei, podem ser ampliados ou reduzidos pela vontade das

partes e pelo Juiz.

Prazos peremptórios - são inalteráveis, seja pelas partes

ou pelo Juiz (ex.: prazo de contestação).

Page 166: Curso processo civil

CURSO DOS PRAZOS PROCESSUAIS

Continuidade dos prazos processuais - os prazos

legais ou judiciais são contínuos e não se

interrompem com os feriados, embora não se iniciem

nem se encerrem em dia não útil.

Todavia, a superveniência de férias suspenderá o curso

do prazo, recomeçando a correr do primeiro dia útil

seguinte ao termo das férias.

Page 167: Curso processo civil

CONTAGEM DOS PRAZOS

Prazos - em regra, os prazos são contados em dias,

havendo, no entanto, contagem de prazo que se faz em

horas, minutos ou até meses e ano.

Exemplo de prazo contado em horas é na execução,

quando o executado tem 24 horas para oferecer bens à

penhora; exemplo de prazo contado em minutos é o dos

debates orais na audiência de instrução e julgamento.

Page 168: Curso processo civil

Contagem dos prazos - Salvo disposição em contrário,

computar-se-ão os prazos, excluindo-se o dia do

começo e incluindo o do vencimento.

O prazo nunca começa nem termina em dia feriado,

nem pode terminar em dia que tenha o fechamento do

fórum, ou que o expediente termine antes do horário

normal.

Page 169: Curso processo civil

Início da contagem dos prazos

Início da contagem dos prazos nas citações e

intimações realizadas por oficial de justiça - os

prazos que corram por motivo de citação ou intimação

começam a correr da juntada aos autos do mandado

cumprido. Isso ocorre mesmo que a citação se dê por

hora certa;

Page 170: Curso processo civil

Início da contagem dos prazos nas citações e

intimações realizadas por oficial de justiça quando

houver mais de um réu – havendo mais de um réu, o

prazo começa a contar da juntada aos autos do último

mandado cumprido.

Início da contagem dos prazos nas citações e

intimações por edital - caso a citação ou intimação se

dê por edital, o prazo começa a correr da data em que

se finda a dilação assinada pelo Juiz.

Page 171: Curso processo civil

Início da contagem dos prazos nos casos de carta

precatória, de ordem ou rogatória – se o ato de

comunicação se der através de carta de ordem,

precatória ou rogatória, o termo inicial do prazo será a

data de sua juntada aos autos, depois de realizada a

diligência.

Page 172: Curso processo civil

Início da contagem dos prazos nas intimações pela

imprensa oficial - se a intimação se der pela imprensa

oficial, o que é regra, o prazo começa então a correr da

data da publicação, o dies a quo será o primeiro dia útil

subseqüente à publicação;

Início da contagem dos prazos nas citações e

intimações por via postal - se a citação ou intimação

se der por via postal, a contagem do prazo será feita a

partir da juntada aos autos do aviso de recebimento

(AR);

Page 173: Curso processo civil

Regras especiais para publicação veiculada na

imprensa oficial

Regras especiais em relação às intimações

veiculadas pela imprensa – com relação às intimações

veiculadas pela imprensa, há duas situações a se

considerar:

a dos jornais que circulam a noite ou que só são

distribuídos no dia seguinte à data neles estampadas – a

doutrina tem salientado que a data da publicação deve ser a

real e não a formal, não podendo a parte ser prejudicada pelo

atraso na distribuição do Diário de Justiça ou outro órgão oficial.

A data da publicação será, portanto, o da distribuição do

periódico;

Page 174: Curso processo civil

as das publicações feitas aos sábados, onde não há

expediente forense em tais dias – se a publicação circula no

sábado, a intimação é considerada feita na segunda-feira e o

primeiro dia computado para a contagem do prazo do recurso é

a terça-feira, de acordo com a Súmula 310, jurisprudência no

STF e par. único do art. 240 do CPC, com redação introduzida

pela Lei n° 8.079/90.

Page 175: Curso processo civil

intimação eventualmente realizada durante o

período de férias forenses – caso eventualmente

alguma intimação seja realizada durante o período de

férias forenses, em processos que nelas não correm,

será considerada como efetivada no primeiro dia útil

subseqüente a elas. O prazo respectivo terá início no

dia seguinte ao da reabertura dos trabalhos no fórum.

Page 176: Curso processo civil

Regras para a contagem do prazo no processo

eletrônico

Intimação no processo eletrônico – a intimação no

processo eletrônico poderá ocorrer de duas formas:

através de publicação no Diário de Justiça eletrônico,

havendo publicação no Diário de Justiça Eletrônico, considera-

se como data da publicação o primeiro dia útil seguinte ao da

disponibilização da informação no Diário da Justiça eletrônico

(art. 4º, § 3º, da Lei n° 11.419/2006). Os prazos processuais,

porém, terão início no primeiro dia útil que seguir ao considerado

como data da publicação (art. 4º § 4º, da Lei n° 11.419/2006).

Page 177: Curso processo civil

através de comunicação pessoal em portal próprio

àqueles que se cadastrem no Poder Judiciário,

segundo a regras que os órgãos judiciais instituírem –

neste caso, considera-se realizada a intimação no dia em

que o intimado efetivar a consulta eletrônica do teor da

intimação, fato que será certificado nos autos (art. 5º, §

1º, da Lei n° 11.419). Não ficará, contudo, o

aperfeiçoamento da intimação sujeito ao puro alvedrio do

destinatário de consultar ou não a mensagem eletrônica.

Se não o fizer em 10 dias contados da data do envio da

intimação eletrônica, esta será considerada

automaticamente realizada na data do término deste

prazo.

Page 178: Curso processo civil

Problemas operacionais no sistema - Caso o sistema

técnico-operacional do Poder Judiciário não esteja em

funcionamento no último dia do prazo, para o envio da

petição eletrônica, nos tribunais que houverem

implantado o processo eletrônico, o prazo ficará

automaticamente prorrogado para o primeiro dia útil

subseqüente à resolução do problema.

Page 179: Curso processo civil

Prazo para protocolo de atos no processo eletrônico

- regra geral, os atos devem ser praticados por meio de

petição protocolada dentro do horário de expediente

forense até o último dia do respectivo prazo (art. 172, §

3º). Sendo, todavia, o caso de petição eletrônica, esta

será considerada tempestiva se transmitida até as 24

horas do último dia do prazo (Lei n° 11.419/2006, art. 3º,

parágrafo único, e 10, § 1º).

Page 180: Curso processo civil

Contagem do prazo para recurso

Contagem do prazo para recurso – existem duas

formas de se intimar o advogado da sentença:

a intimação da sentença pode ser feita na própria

audiência – quando o juiz publica a decisão ou a

sentença na própria audiência, reputam-se intimados os

advogados na própria audiência, ainda que ausentes,

mas previamente cientificados dos atos.

Page 181: Curso processo civil

a intimação da sentença pode ainda se dar pelos

meios normais de intimação – se a sentença for

publicada em cartório, ou se a parte não for intimada do

dia e da hora para a audiência de publicação, o prazo do

recurso será contado apenas da intimação a ser feita pelo

escrivão, segundo as regras normais dos arts. 236 e 237;

Page 182: Curso processo civil

Intimação do advogado - o advogado pode ser

intimado de várias maneiras:

pelo escrivão,

pelos correios,

pelo Oficial de Justiça,

pela imprensa

e em audiência.

Page 183: Curso processo civil

Intimação do recurso deve ser feita na pessoa do

advogado - as intimações das decisões judiciais devem

ser feitas sempre na pessoa do advogado e, se a parte

for intimada, o prazo recursal se contará da intimação

do advogado e não da ciência pessoal da parte.

Page 184: Curso processo civil

Termo final

Termo final – o termo final de qualquer prazo

processual nunca cairá em dia não útil, ou em que não

houver expediente normal do juízo. Dessa forma,

considera-se prorrogado o prazo até o primeiro dia útil

(art. 184, § 1º), se:

O vencimento cair em feriado;

Em dia em que for determinado fechamento do fórum;

Em que o expediente forense for encerrado antes da hora

normal;

Page 185: Curso processo civil

Hora para a prática dos atos processuais – a prática

dos atos processuais no último dia do prazo deverá

observar o horário normal do expediente do fórum, de

sorte que no último dia do prazo o ato da parte deverá

ser praticado até as 20 horas (art. 172, CPC), momento

em que os protocolos dos cartórios deverão fechar.

Porém, se o expediente do cartório, pela organização

judiciária local, encerrar-se antes das 20 horas, o

momento final do prazo será o do fechamento da

repartição e não o do limite do art. 172.

Page 186: Curso processo civil

Prazo para as partes

Prazos gerais – quando nem a lei nem o juiz fixar prazo

para um ato, o prazo para a sua prática será de 05 dias;

Renúncia do prazo – pode a parte renunciar, expressa

ou tacitamente, um prazo, desde que:

não seja comum;

o direito seja disponível;

e a parte seja capaz de transigir;

Page 187: Curso processo civil

Contagem de prazo em caso de existência de

litisconsortes com advogados diversos - havendo

litisconsortes com diferentes procuradores, contam-se

em dobro os prazos.

Page 188: Curso processo civil

Inobservância do prazo da parte – compete ao

advogado restituir os autos no prazo legal (art. 195).

Caso não o faça neste prazo poderão ocorrer 02

conseqüências:

uma de ordem processual: que é a preclusão, em decorrência

da qual, o juiz mandará, de ofício, riscar o que neles houver

escrito o faltoso e desentranhar as alegações e documentos que

apresentar (art. 195).

outra de ordem disciplinar: que é a comunicação da ocorrência

à Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), para o procedimento

adequado e imposição de multa (art. 195). Além disso, o

causídico (advogado) perderá o direito de novas vistas dos autos

fora do cartório. Essas providências são aplicáveis também

aos órgãos do Ministério Público e aos representantes da

Page 189: Curso processo civil

Prazos para os juízes

Prazos aplicados aos juízes – o juiz possui os

seguintes prazos:

dois dias para os despachos de expedientes (art. 189, I);

dez dias para as decisões interlocutórias (art. 189, II) e

sentenças (art. 456);

Obs.: Havendo, porém, motivo justificado, pode o

juiz exceder, por igual tempo, os prazos que o

código lhes assina.

Page 190: Curso processo civil

Inobservância dos prazos do juiz – se ocorrer

desrespeito a prazo processual pelo juiz, qualquer das

partes ou o órgão do Ministério Público poderá

representar ao Presidente do Tribunal de Justiça, a

quem incumbirá o encaminhamento do caso ao órgão

competente, para instauração do procedimento para

apuração de responsabilidade (art. 198, primeira parte).

O relator, conforme as circunstâncias, poderá avocar os

autos em que ocorreu o excesso de prazo e designar

outro juiz para decidir a causa (art. 198, segunda parte).

Page 191: Curso processo civil

Prazos para o escrivão

Prazos aplicados ao escrivão – o escrivão terá:

24 horas, para remeter os autos conclusos; e

48 horas, para executar os demais atos do processo;

Page 192: Curso processo civil

Prazos para o Ministério Público e para a Fazenda

Pública

Prazos para o Ministério Público e para a Fazenda

Pública - a Fazenda Pública (entendo-se neste conceito

a União, Estados, Distrito Federal, Municípios,

Territórios e autarquias) e o Ministério Público gozam de

especial privilégio de ter seus prazos contados em

QUÁDRUPLO para contestar e em DOBRO para

recorrer.

Page 193: Curso processo civil

DAS PENALIDADES PELO DESCUMPRIMENTO DOS

PRAZOS

Preclusão temporal – é perda da faculdade ou direito

pelo seu não exercício no momento oportuno. Assim,

em regra, decorrido o prazo, extingue-se,

independentemente de declaração judicial, o direito de

praticar o ato.

Page 194: Curso processo civil

Concessão de novo prazo em caso de motivo de

força maior ou caso fortuito - é possível, havendo

motivo de força maior ou caso fortuito, o juiz assinalar

novo prazo para a prática de um ato após o decurso do

prazo inicialmente estipulado por lei ou pelo juízo.

Page 195: Curso processo civil

CITAÇÃO

conceito - a citação é o ato de comunicação processual

pelo que se chama a Juízo o Réu ou o interessado a fim

de que venha se defender.

Estabilização da relação processual - com a citação,

a relação processual se estabiliza. Por isso, para a

validade do processo é indispensável a citação válida

do réu.

Page 196: Curso processo civil

Nulidade do processo – a citação realizada sem a

obediência aos requisitos legais não é válida, de forma

que torna nulo o processo (art. 247). Trata-se de

nulidade insanável.

Local da citação – a citação efetuar-se-á em qualquer

lugar em que se encontre o réu (art. 216).

Citação do militar - o militar, em serviço ativo, será

citado na unidade em que estiver servindo se não for

conhecida a sua residência ou nela não for encontrado

(art. 216, parágrafo único).

Page 197: Curso processo civil

Impedimento legal para a realização da citação - não

se fará, porém, a citação, salvo para evitar o

perecimento do direito (como nos casos de prescrição e

decadência iminentes) (art. 217):

I - a quem estiver assistindo a qualquer ato de culto religioso;

II - ao cônjuge ou a qualquer parente do morto, consangüíneo ou

afim, em linha reta, ou na linha colateral em segundo grau, no

dia do falecimento e nos 7 (sete) dias seguintes;

III - aos noivos, nos 3 (três) primeiros dias de bodas;

IV - aos doentes, enquanto grave o seu estado.

Page 198: Curso processo civil

Classificação da citação - quanto ao destinatário, a

citação pode ser classificada em pessoal e não pessoal.

a) Pessoal - se dá quando dirigida ao próprio réu ou

representante legal, sendo a regra geral (art. 215). Caso o

demandado seja incapaz, a citação será feita na pessoa do seu

representante legal (pai, tutor, curador);

b) Não pessoal se dá quando o chamamento do réu ou

interessado se faz na pessoa do seu procurador legalmente

autorizado. É a exceção, ocorrendo, por exemplo, na

reconvenção.

Page 199: Curso processo civil

Classificação da citação - quanto à forma, a citação

pode ser por:

via postal;

por oficial de justiça;

por edital;

por meio eletrônico, conforme regulado pela Lei n° 11.419/2006.

Page 200: Curso processo civil

a) POSTAL

Conceito – é aquela efetuada pelos Correios, através

de carta com aviso de recebimento (A.R.). Hoje, tal

citação é a regra geral.

Necessidade de citação diretamente ao réu – impõe-

se ao carteiro a obrigação de entregar a carta

pessoalmente ao citando, de quem exigirá a assinatura

no recibo (art. 223, par. único).

Page 201: Curso processo civil

Recusa em assinar o AR - como o carteiro não dispõe

de fé pública para certificar a entrega ou a recusa, se o

destinatário se negar a assinar o recibo, a citação postal

estará fatalmente frustrada, cabendo neste caso ser

renovada a citação por meio de oficial de justiça;

Possibilidade de realizar a citação postal em

qualquer comarca do país – a citação pela via postal é

possível mesmo fora da circunscrição territorial do juízo,

podendo ser realizada em qualquer comarca do país).

Page 202: Curso processo civil

b) POR OFICIAL DE JUSTIÇA

Conceito – é aquela feita por meio de oficial de justiça;

ocorre nos casos do art. 222, em que não se pode

utilizar a citação postal, ou quando esta restar frustrada.

Possui, assim, um caráter nitidamente subsidiário.

Page 203: Curso processo civil

Citação por oficial de justiça – a citação se dará por

oficial de justiça quando se tratar de (art. 222):

ações de estado;

réu incapaz;

réu pessoa de direito público;

processo de execução;

réu residente em local não atendido pela entrega domiciliar de

correspondência; ou

quando o autor requerer de outra forma.

Page 204: Curso processo civil

Requisitos do mandado de citação - o mandado, que

o oficial de justiça tiver de cumprir, deverá conter (art.

225):

I - os nomes do autor e do réu, bem como os respectivos

domicílios ou residências;

II - o fim da citação, com todas as especificações constantes da

petição inicial, bem como a advertência a que se refere o art.

285, segunda parte (efeitos da revelia), se o litígio versar sobre

direitos disponíveis;

III - a cominação, se houver (no caso da penhora, por exemplo);

Page 205: Curso processo civil

IV - o dia, hora e lugar do comparecimento (como no rito

sumaríssimo em que o comparecimento é para audiência de

conciliação, por exemplo);

V - a cópia do despacho;

VI - o prazo para defesa;

VII - a assinatura do escrivão e a declaração de que o subscreve

por ordem do juiz.

Page 206: Curso processo civil

Procedimento da citação por oficial de Justiça -

Incumbe ao oficial de justiça procurar o réu e, onde o

encontrar, citá-lo (art. 226):

I – deve ler o mandado e entregar-lhe a contrafé;

II - portar por fé se recebeu ou recusou a contrafé;

III - obter a nota de ciente, ou certificar que o réu não a apôs no

mandado.

Page 207: Curso processo civil

Frustração da via postal - A citação será feita por

oficial de justiça, ainda, quando a citação pela via postal

for frustrada (art. 224);

Citação por hora certa - merece destaque, na citação

que é levada a efeito pelo oficial de justiça, a citação

com hora certa, que pressupõe três tentativas

infrutíferas de encontrar o réu no domicílio ou residência

e a suspeita de estar ele se ocultando.

Page 208: Curso processo civil

Procedimento da citação por hora certa – A citação

por hora certa segue o seguinte procedimento:

Quando, por três vezes, o oficial de justiça houver procurado o

réu em seu domicílio ou residência, sem o encontrar, deverá,

havendo suspeita de ocultação, intimar qualquer pessoa da

família, ou em sua falta a qualquer vizinho, que, no dia imediato,

voltará, a fim de efetuar a citação, na hora que designar (art.

227).

No dia e hora designados, o oficial de justiça,

independentemente de novo despacho, comparecerá ao

domicílio ou residência do citando, a fim de realizar a diligência

(art. 228).

Page 209: Curso processo civil

Se o citando não estiver presente, o oficial de justiça procurará

informar-se das razões da ausência, dando por feita a citação,

ainda que o citando se tenha ocultado em outra comarca (art.

228, § 1º);

Da certidão da ocorrência, o oficial de justiça deixará contrafé

com pessoa da família ou com qualquer vizinho, conforme o

caso, declarando-lhe o nome (art. 228, § 2º).

Feita a citação com hora certa, o escrivão enviará ao réu

carta, telegrama ou radiograma, dando-lhe de tudo ciência

(art. 229).

Page 210: Curso processo civil

Comarcas contíguas - nas comarcas contíguas, de

fácil comunicação, e nas que se situem na mesma

região metropolitana, o oficial de justiça poderá efetuar

citações ou intimações em qualquer delas (art. 230).

Page 211: Curso processo civil

c) POR EDITAL

Conceito – é a citação ficta ou presumida que se

realiza por meio de edital;

Casos de citação por edital – a citação por edital será

realizada quando:

desconhecido ou incerto o réu – neste caso se

convocam eventuais interessados. Aqui o desconhecido é

o sujeito da relação (ex.: usucapião, falência etc.);

Page 212: Curso processo civil

ignorado, incerto ou inacessível o lugar em que se

encontra o réu – aqui o sujeito é conhecido, mas não se

conhece o local onde ele se encontra; equipara-se com o

local ignorado, para efeito de citação por edital, aquele

que embora seja conhecido é inacessível à Justiça

para a realização do ato citatório;

nos casos expressamente previstos em lei;

Obs.: É a citação por edital, em verdade, um artifício

jurídico, uma espécie de citação ficta, para que se

atenda o quanto possível ao princípio do

contraditório.

Page 213: Curso processo civil

Citação por edital em caso de réu em local

inacessível - no caso de ser inacessível o lugar em que

se encontrar o réu, a notícia de sua citação será

divulgada, além da imprensa, também pelo rádio, se na

comarca houver emissora de radiodifusão;

Curador especial – por se tratar de citação ficta,

quando o citado por edital deixa de comparecer e

contestar a ação, o juiz nomeia-lhe curador especial

para acompanhar o processo em seu nome e defender

o seu interesse na causa (art. 9º, III);

Page 214: Curso processo civil

Responsabilidade na citação por edital - a parte que

requerer maliciosamente a citação por edital, fazendo

afirmação falsa, incorrerá em multa de 5 (cinco) vezes o

salário mínimo vigente na sede do juízo (art. 233). A

multa, neste caso, se reverterá em benefício do citando

(art. 233, parágrafo único). Além disso, a citação por

edital será considerada nula.

Page 215: Curso processo civil

d) CITAÇÃO ELETRÔNICA

Conceito – é a citação feita por meios eletrônicos;

Casos em que é possível – só é possível a citação por

meios eletrônicos quando os Órgãos do Poder

Judiciário tiverem implantado o sistema adequado para

viabilizar este ato;

Necessidade de cadastro prévio do advogado - só é

possível a citação por meios eletrônicos quando o

advogado for previamente cadastrado no Poder

Judiciário para este tipo de comunicação processual.

Page 216: Curso processo civil

Efeitos da citação

Efeitos da citação - há os efeitos:

processuais

materiais.

Page 217: Curso processo civil

Efeitos processuais:

a) a citação completa a relação processual;

b) torna prevento o juízo, isto é, o juiz que primeiro citou

passa a ser competente para as ações conexas ou

continentes;

c) induz a litispendência, vedando a repetição de demanda

ajuizada e ainda em curso;

d) torna inadmissível a mudança das partes, salvo

hipóteses expressamente previstas em lei.

Page 218: Curso processo civil

Efeitos materiais (art. 219):

a) faz a coisa litigiosa, vinculando-a ao processo, de modo

que se alienada, não alterará a legitimidade das partes e

pode ser objeto de apreensão;

b) constitui em mora o devedor, fluindo a partir de então os

juros de mora;

c) interrompe a prescrição.