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DIREITO CIVIL PARTE GERAL

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DIREITO CIVILPARTE GERAL

DAS PESSOAS NATURAIS• É o ser humano considerado como sujeito de direitos e

obrigações. • Para ser uma pessoa, basta existir, basta nascer com

vida, adquirindo personalidade. • O artigo 1.º do Código Civil dispõe que: “toda pessoa é

capaz de direitos e deveres na ordem civil”. • Ao utilizar a expressão pessoa, o legislador afastou toda

e qualquer situação em que os animais fossem capazes de direitos e obrigações (exemplo: um animal não poderá ser beneficiado por testamento)

• http://www.bbc.com/portuguese/noticias/2015/09/150926_selfie_macaco_polemica_lgb

PERSONALIDADE

• Na Roma antiga – acepção – “mascara” usada em encenações teatrais.

• Personare – ecoar – eclodir mais nítida a voz

Pessoa X Homem

• Homem – acepção biológica

• Pessoa – status de um homem.

• “persona est homo consideratus cum suo statu(a pessoa é o homem considerado com seu status)”.

Personalidade• As pessoas naturais tem personalidade jurídica.

• O que é a personalidade jurídica?

– É a aptidão genérica para titularizar direitos e contrair obrigações.

– É o atributo necessário para ser sujeito de direito

– Adquirida a personalidade o ente passa a atuar no cenário das relações jurídicas, praticando os atos e negócios jurídicos.

• “É (...) o conjunto de poderes, direitos, faculdades, prerrogativas em exercício, ou em prática, consagrado e admitido pela ordem jurídica existente em um país”.(RIZZARDO)

DIREITOS DA PERSONALIDADE

• Novidade do Código Civil de 2002.

• Artigos 11 a 21 do CC.

• A Constituição Federal já previa a importância ao prestigiar a Dignidade da Pessoa Humana

• O art. 5º, caput, que consagra alguns dos direitos fundamentais da pessoa natural

DIREITOS DA PERSONALIDADE

• Diz o professor Gustavo Tepedino (Temas de Direito

Civil. Rio de Janeiro: Renovar, 4ª Edição) que:

• A tutela da pessoa natural é construída com base

em três preceitos fundamentais constantes no Texto

Maior:

• a) a proteção da dignidade da pessoa humana (art.

1º, III);

• b) a solidariedade social, inclusive visando a

erradicação da pobreza (art. 3º, I e II), e

• c) a igualdade em sentido amplo ou isonomia.

DIREITOS DA PERSONALIDADE

• Cinco tópicos principais:– vida/integridade física;

– honra;

– imagem;

– nome, e

– intimidade.

• As pessoas jurídicas também têm estesdireitos desde que compatíveis com a suacondição

DIREITOS DA PERSONALIDADE

• O nascituro também possui tais direitos, devendo ser enquadrado como pessoa.

• possui personalidade jurídica formal:

– tem direito à vida

– à integridade física

– aos alimentos

– ao nome, e

– à imagem

DIREITOS DA PERSONALIDADE

• Os nascituros são titulares de um direitoeventual

• Personalidade jurídica material só é adquirida com o nascimento com vida.

• E ao natimorto?

• A doutrina tem reconhecido o direito de personalidade ao natimorto no tocante ao , nome, imagem e sepultura

DIREITOS DA PERSONALIDADE

Características1 – irrenunciáveis2 – intransmissíveis

- Não comporta afastamento volitivo de tais direitos

3 - imprescritíveis

DIREITOS DA PERSONALIDADE

• A transmissibilidade dos direitos da personalidade ocorre de forma excepcional.

• Direitos patrimoniais do autor (Direitos do autor)• Em regra não cabe limitação permanente e geral de

direito da personalidade, como cessão de imagem vitalícia.

• Ex.: No Brasil, não teria validade o contrato celebrado pelo jogador Ronaldo (fenômeno) com a empresa esportiva Nike, eis que nesse negócio, pelo menos aparentemente, há uma cessão vitalícia de direitos de imagem.

DIREITOS DA PERSONALIDADE

• Art. 12. Pode-se exigir que cesse a ameaça, ou a lesão, a direito da personalidade, e reclamar perdas e danos, sem prejuízo de outras sanções previstas em lei.

• Parágrafo único. Em se tratando de morto, terá legitimação para requerer a medida prevista neste artigo o cônjuge sobrevivente, ou qualquer parente em linha reta, ou colateral até o quarto grau.

• Corporifica o princípio da prevenção e da reparação integral nos casos de lesão a direitos da personalidade.

DIREITOS DA PERSONALIDADE

• Art. 13. Salvo por exigência médica, é defeso o ato de disposição do próprio corpo, quando importar diminuição permanente da integridade física, ou contrariar os bons costumes.

• Parágrafo único. O ato previsto neste artigo será admitido para fins de transplante, na forma estabelecida em lei especial.

• Como regra tem-se a vedação da disposição de parte do corpo.

• O transexualismo tem seu lugar neste contexto.

• Art. 13: a expressão ‘exigência médica’, contida no art.13, refere-se tanto ao bem-estar físico quanto ao bem-estar psíquico do disponente.

• Casos práticos de transgenitalização

DIREITOS DA PERSONALIDADE

• Art. 14. É válida, com objetivo científico, ou altruístico, a disposição gratuita do próprio corpo, no todo ou em parte, para depois da morte.

• Parágrafo único. O ato de disposição pode ser livremente revogado a qualquer tempo.

• Veda qualquer disposição de parte do corpo a título oneroso, sendo apenas possível aquela que assuma a forma gratuita, com objetivo altruístico ou científico.

• A questão é ainda regulamentada pela legislação específica, particularmente pela Lei nº 9.437/97, que trata da doação de órgãos para fins de transplante.

DIREITOS DA PERSONALIDADE

• Art. 15. Ninguém pode ser constrangido a submeter-se, com risco de vida, a tratamento médico ou a intervenção cirúrgica.

• Se a pessoa está necessitando de uma cirurgia, à beira da morte, deve ocorrer a intervenção, sob pena de responsabilização do profissional de saúde, nos termos do art. 951 do Código Civil.

DIREITOS DA PERSONALIDADE

• Se o paciente, por convicções religiosas, nega-se à intervenção médica?• Posicionamentos:

– as entidades hospitalares, por intermédio de seus representantes legais, ou obter o suprimento da autorização judicial pela via judicial

– em casos de emergência, deverá ocorrer a intervenção cirúrgica, pois o direito à vida merece maior proteção do que o direito à liberdade religiosa individual, inclusive quanto àquele relacionado com a opção religiosa.

– No caso em questão, relembramos, foram confrontados o direito à vida e o direito à liberdade.

• "INDENIZATÓRIA - Reparação de danos - Testemunha de Jeová - Recebimento de transfusão de sangue quando de sua internação - Convicções religiosas que não podem prevalecer perante o bem maior tutelado pela Constituição Federal que é a vida - Conduta dos médicos, por outro lado, que pautou-se dentro da lei e ética profissional, posto que somente efetuaram as transfusões sangüíneas após esgotados todos os tratamentos alternativos - Inexistência, ademais, de recusa expressa a receber transfusão de sangue quando da internação da autora -Ressarcimento, por outro lado, de despesas efetuadas com exames médicos, entre outras, que não merece acolhido, posto não terem sido os valores despendidos pela apelante - Recurso não provido". (Tribunal de Justiça de São Paulo, Apelação Cível n. 123.430-4 - Sorocaba - 3ª Câmara de Direito privado -Relator: Flávio Pinheiro - 07.05.02 - V. U.)

DIREITOS DA PERSONALIDADE

• Artigos 16 a 19

• Proteção do direito ao nome

• Art. 16. Toda pessoa tem direito ao nome, nele compreendidos o prenome e o sobrenome.

• Art. 17. O nome da pessoa não pode ser empregado por outrem em publicações ou representações que a exponham ao desprezo público, ainda quando não haja intenção difamatória.

• Art. 18. Sem autorização, não se pode usar o nome alheio em propaganda comercial.”

• Art. 19. O pseudônimo adotado para atividades lícitas goza da proteção que se dá ao nome.

DIREITOS DA PERSONALIDADE

• O art. 20 consagra expressamente a proteção da imagem, sub-classificada em imagem retrato (aspecto físico da imagem, a fisionomia de alguém) e imagem atributo(repercussão social da imagem).

• A utilização de imagem retrato alheia somente é possível mediante autorização do seu legítimo detentor.

• Duas exceções– a administração da justiça

– a ordem pública.

– Obra literária biográfica -http://www.stf.jus.br/portal/peticaoInicial/verPeticaoInicial.asp?base=ADIN&s1=4815&processo=4815

DIREITOS DA PERSONALIDADE

• Artigo 21

• Intimidade

• A doutrina classifica a intimidade em cinco categorias

– a saúde

– as relações familiares

– as relações amorosas

– o lazer, e

– a situação econômico-financeira

• A intimidade não de ser concebida somente no plano físico, mas também no plano virtual, do ambiente da INTERNET, sendo inviolável o domicílio eletrônico de uma determinada pessoa. (Lei Carolina Dieckmann)

Universalidade de direitos - personalidade

• integridade do patrimônio, ou o conjunto de situações jurídicas derivadas de relações econômicas e patrimoniais;

• integridade política, com referência ao direito do voto, ao exercício da política;

• integridade física, como a vida, a saúde, os alimentos, o próprio corpo vivo ou morto, a segurança, a proteção; os direitos destinados;

• integridade intelectual, e assim a liberdade de pensamento, a autoria das obras, dos inventos e sua propriedade;

• integridade moral, no que se refere à honra, à dignidade, ao respeito, à intimidade, ao segredo pessoal, à vida privada, à imagem.

Personalidade Jurídica -Começo

• Pessoa Natural – nascimento com vida.

• “o fato natural ou artificial, da separação do feto do ventre materno. Com a primeira respiração, tem início o ciclo vital da pessoa, marcando, também, o nascimento, o início da capacidade de direito”.(Francisco do Amaral)

• “é a inalação de ar, cuja penetração nos pulmões vai determinar a circulação do sangue no novo organismo”.(Clóvis)

Nascimento

• A principal prova da vida, mas não a única, é, pois, apurar se houve respiração, que se obtém através da ‘docimasia pulmonar’.

Nascituro• não tem capacidade para exercer direitos, e,

assim, impedido está de ingressar em juízo, de contratar uma compra e venda, de receber doações, ou herança, etc.

• CONTRA - fundamento naturalista - o ser humano inicia desde a concepção

• “Segundo o Pacto de São José da Costa Rica e a Convenção dos Direitos da Criança, a existência das pessoas começa a partir do momento da concepção. De acordo com esse pensamento, a partir da união entre os gametas masculino e feminino passa a existir um novo ser, uma pessoa, individualizada e distinta de outro indivíduo”.(J. M. Leoni Lopes de Oliveira)

Teoria do “status” do nascituro

• a) Teoria natalista

• prevalecia entre os autores modernos ou clássicos do Direito Civil Brasileiro, para quem o nascituro não poderia ser considerado pessoa, pois o Código Civil exigia e exige, para a personalidade civil, o nascimento com vida. Assim sendo, o nascituro não teria direitos, mas mera expectativa de direitos.

• Sílvio Rodrigues, Caio Mário da Silva Pereira e San Tiago Dantas.

Teoria da personalidade condicional

• personalidade civil começa com o nascimento com vida, mas os direitos do nascituro estão sujeitos a uma condição suspensiva, ou seja, são direitos eventuais.( Washington de Barros Monteiro, Miguel Maria de Serpa Lopes e Clóvis Beviláqua)

Teoria concepcionista

• é aquela que sustenta que o nascituro é pessoa humana, tendo direitos resguardados pela lei.

• Defendido por Silmara Juny Chinellato, Pontes de Miranda, Rubens Limongi França, Giselda Maria Fernandes Novaes Hironaka, Francisco Amaral, Guilherme Calmon Nogueira da Gama, Antonio Junqueira de Azevedo

• Superior Tribunal de Justiça entendeu que o nascituro tem direito à indenização por danos morais pela morte de seu pai ocorrida antes do seu nascimento:

• “Direito civil. Danos morais. Morte. Atropelamento. Composição férrea. Ação ajuizada 23 anos após o evento. Prescrição inexistente. Influência na quantificação do quantum. Precedentes da Turma. Nascituro. Direito aos danos morais. Doutrina. Atenuação. Fixação nesta instância. Possibilidade. Recurso parcialmente provido. I – Nos termos da orientação da Turma, o direito à indenização por dano moral não desaparece com o decurso de tempo (desde que não transcorrido o lapso prescricional), mas é fato a ser considerado na fixação do quantum. II – O nascituro também tem direito aos danos morais pela morte do pai, mas a circunstância de não tê-lo conhecido em vida tem influência na fixação do quantum. III – Recomenda-se que o valor do dano moral seja fixado desde logo, inclusive nesta instância, buscando dar solução definitiva ao caso e evitando inconvenientes e retardamento da solução jurisdicional” (STJ, REsp 399.028/SP, Rel. Ministro Sálvio de Figueiredo Teixeira, Quarta Turma, julgado em 26.02.2002, DJ 15.04.2002 p. 232).

Nascituro• A lei assegura alguns direitos...• art. 1.609, parágrafo único - autoriza o reconhecimento do filho

antes de seu nascimento.

• art. 1.779 - pode-se nomear curador ao nascituro, se o pai falecer estando a mulher grávida, sem que tenha ela o poder familiar, naturalmente por ato de decisão judicial, como no caso de interdição.

• art. 1.799, inc. I - admite a disposição testamentária contemplando aos filhos ainda não concebidos, de pessoas indicadas pelo testador, desde que vivas estas ao abrir-se a sucessão.

• art. 1.798. - Legitimam-se a suceder as pessoas nascidas ou já

concebidas no momento da abertura da sucessão.

Nascituro• reconhece-se a existência do ser humano a partir

da concepção. A personalidade é condicional, dependente do nascimento com vida.

Fim da personalidade• A morte põe fim à personalidade.

• Alguns direitos do morto permanecem, diante da possibilidade de os lesados indiretos

• Afirma-se que o morto tem resquícios de personalidade civil, não se aplicando o art. 6.º da codificação material aos direitos da personalidade.

Morte

• casos de morte civil previstos no ordenamento jurídico brasileiro, a saber:

• a) morte real;

• b) morte presumida sem declaração de ausência (justificação); e

• c) morte presumida com declaração de ausência.

Morte Real• A lei exige a morte cerebral (morte real), ou seja,

que o cérebro da pessoa pare de funcionar.

• Art. 3.º da Lei 9.434/1997, que trata da morte para fins de remoção de órgãos para transplante.

• Necessário um laudo médico, visando à elaboração do atestado de óbito, a ser registrado no Cartório de Registro Civil das Pessoas Naturais, nos termos do art. 9.º, I, da codificação

Morte Presumida (sem decl ausência)

• O art. 7.º do CC prevê dois casos de morte presumida, sem declaração de ausência, a saber:

• – Desaparecimento do corpo da pessoa, sendo extremamente provável a morte de quem estava em perigo de vida; (desastres, acidentes) – morte por Justificação

• – Desaparecimento de pessoa envolvida em campanha militar ou feito prisioneiro, não sendo encontrado até dois anos após o término da guerra.

Morte por justificação• 88 da Lei de Registros Públicos : “Poderão os juízes

togados admitir justificação para o assento de óbito de pessoas desaparecidas em naufrágio, inundação, incêndio, terremoto ou qualquer outra catástrofe, quando estiver provada a sua presença no local do desastre e não for possível encontrar-se o cadáver para exame.

• Parágrafo único: Será também admitida a justificação no caso de desaparecimento em campanha, provados a impossibilidade de ter sido feito o registro nos termos do art. 85 e os fatos que convençam a ocorrência do óbito”.

Morte Presumida com declaração de ausência

• A ausência pode ser considerada como hipótese de morte presumida, decorrente do desaparecimento da pessoa natural, sem deixar corpo presente (morte real).

• O Código Civil simplificou as regras quanto à ausência, caso em que há uma presunção legal relativa (iuris tantum), quanto à existência da morte da pessoa natural, nos casos em que a pessoa está em local incerto e não sabido, não havendo indícios das razões do seu desaparecimento.

Fases da declaração de ausência1. Da curadoria dos bens do ausente (arts. 22 a 25

do CC)

2. Da sucessão provisória (arts. 26 a 36 do CC)

3. Da sucessão definitiva (arts. 37 a 39 do CC)

Comoriência

• outro caso de presunção legal e relativa, quanto ao momento da morte, ou seja, a comoriência

• “Art. 8.º Se dois ou mais indivíduos falecerem na mesma ocasião, não se podendo averiguar se algum dos comorientes precedeu aos outros, presumir-se-ão simultaneamente mortos”.

CAPACIDADE

• É a medida da personalidade. • Há duas espécies de capacidade:• de direito: é a capacidade de aquisição de direitos, não

importando a idade da pessoa (artigo 1.º do Código Civil);• de fato: é a capacidade de exercício de direitos, de exercer,

por si só, os atos da vida civil (artigo 2.º do Código Civil).• As pessoas que possuem os dois tipos de capacidade têm a

chamada capacidade plena, e aqueles que não possuem a capacidade de fato são chamados incapazes, tendo a chamada capacidade limitada. No Brasil não poderá existir incapacidade de direito.

Incapacidade

É a restrição legal ao exercício dos atos da vida civil.• O incapaz é proibido de praticar sozinho qualquer ato da

vida civil, sob pena de ser nulo todo ato praticado por ele.• absoluta: acarreta a proibição total da prática dos atos da

vida civil, sob pena de nulidade (artigo 166, inciso I, do Código Civil), e é suprida pela representação;

• relativa: permite a prática dos atos civis, desde que o incapaz seja assistido por seu representante, sob pena de anulabilidade (artigo 171, inciso I, do Código Civil), e é suprida pela assistência.

SUJEITOS DE DIREITO

• Sujeito de Direito e Pessoa são os mesmos conceitos?

• “Nem todo sujeito de direito é uma pessoa. A lei reconhece direitos a certos agregados patrimoniais, como espólio ou a massa falida, sem personalizá-los”(Fabio Konder Comparato).

• Podemos concluir que não são conceitos idênticos

SUJEITO DE DIREITO

• CONCEITO

– É o centro de imputação de direitos e obrigações referido em normas jurídicas com a finalidade de orientar a superação de conflitos de interesses que envolvem, direta ou indiretamente, homens e mulheres.

– É o titular de interesses em sua forma jurídica

ESPÉCIES• Personificados (personalizados)

– Têm autorização genérica para a prática dos atos e negócios jurídicos. A pessoa pode fazer tudo que não está proibido.

• Despersonificados (despersonalizados)

– Podem praticar apenas os atos inerentes à sua finalidade(expressamente autorizados)

– Humanos (corpóreos)

– Não humanos (incorpóreos)

Sujeitos despersonificados

• Sujeito despersonificado humano

– Nacituro – ser humano durante gestação. Juridicamente ainda não é uma pessoa, mas se considera sujeitos de direito.

– Artigo 2º: “A personalidade civil da pessoa começa do nascimento com vida; mas a lei põe a salvo, desde a concepção, os direitos do nascituro.”

Sujeitos despersonalizado

• Sujeitos despersonalizados não-humano– Técnicas de separação patrimonial destinadas a

cumprir uma finalidade

• Espólio

• Condomínio Edilício

• Massa falida

• Sociedade em comum (sem registro)

• Sociedade não personificada (em conta de participação)

PESSOA FÍSICA

INCAPACIDADE

• As regras de incapacidade buscam proteger a pessoa do incapaz– Não estão maduros para tomar decisões por si mesmos

em matéria de disposição de patrimônio, por exemplo.

• Considerados pela lei não inteiramente preparados para dispor e administrar seus bens e interesses sem a intermediação de um terceiro que pode ser o representante ou o curador.

Causas de incapacidade

• Foram considerados incapazes:

– A mulher casada

– Os deficientes

– Índios

• IDADE

• INTERDIÇÃO

INCAPACIDADE POR IDADE

• A incapacidade cessa aos 18 anos

– Menor impúbere (0-16 anos)

• Absolutamente incapaz

• Representados pelos pais ou tutores

– Menor púbere (16-18 anos)

• Relativamente incapaz

• Assistidos pelos pais ou tutores

Cessação da incapacidade aos menores

Art. 5o A menoridade cessa aos dezoito anos completos, quando a pessoa fica habilitada à prática de todos os atos da vida civil.

Parágrafo único. Cessará, para os menores, a incapacidade:I - pela concessão dos pais, ou de um deles na falta do outro,

mediante instrumento público, independentemente de homologação judicial, ou por sentença do juiz, ouvido o tutor, se o menor tiver dezesseis anos completos;

II - pelo casamento;III - pelo exercício de emprego público efetivo;IV - pela colação de grau em curso de ensino superior;V - pelo estabelecimento civil ou comercial, ou pela existência de

relação de emprego, desde que, em função deles, o menor com dezesseis anos completos tenha economia própria

EMANCIPAÇÃO

• É o ato ou fato jurídico que extingue a incapacidade do menor

• A) concessão dos pais– outorga dos pais

– 16 anos ou mais

– por instrumento público

– ambos os pais precisam concordar

• B) sentença judicial– pais falecidos ou sem poder familiar.

– Representados por tutor

– Requerimento do menor.

– Juiz irá ouvir e depois deferir o pedido mediante sentença

EMANCIPAÇÃO

• C) casamento

– 16 anos ou mais

– Antes de 16 situações específicas (gravidez, p ex.)

– O casamento extingue a incapacidade para qualquer menor

• D) emprego público efetivo

– Hipótese rara

• E) colação em grau superior

• F) estabelecimento civil ou comercial

EMANCIPAÇÃO

• É IRREVERSÍVEL

• AINDA QUE O CASAMENTO TENHA SIDO DESFEITO

INCAPACIDADE POR INTERDIÇÃO

• Em alguns casos certa pessoas precisam de proteção não pela idade e sim pelo seus estado físico ou psicológico peculiares

• São fundamentos para interdição

– 1- prodigalidade;

– 2 – embriaguez habitual ou vício em tóxico

– 3 – deficiência mental

– 4 – impedimento permanente ou temporários para expressão da vontade

PRÓDIGO

• É a pessoa que gasta sem os critérios normalmente encontráveis em pessoas de mesma condição moral, cultural e socioeconômica

• Perdulário• Limitação – artigo 1.782 do CC• “A interdição do pródigo só o privará de, sem

curador, emprestar, transigir, dar quitação, alienar, hipotecar, demandar ou ser demandado, e praticar, em geral, os atos que não sejam de mera administração”.

VICIADO

• Embriagues habitual e o consumo de tóxicos

• Assim como o pródigo são relativamente incapazes

• O alcance da incapacidade é semelhante ao do pródigo

IMPEDIDO DE EXPRESSAR A SUA VONTADE

• Em coma, por exemplo.

• Considerados absolutamente incapazes.

PESSOA NATURAL / FÍSICA

• Elementos de identificação

–nome;

–estado;

–domicílio.

NOME

• aspecto individual: diz respeito ao direito que todas as pessoas têm ao nome;

• aspecto público: é o interesse que o Estado tem de que as pessoas possam se distinguir umas das outras, por isso regulamentou a adoção de um nome por meio da Lei n. 6.015/73 (Lei dos Registros Públicos).

NOME

• prenome ou nome– Pode ser simples ou composto e é escolhido pelos pais.

– é definitivo (artigo 58 da Lei n. 6.015/73).

– era imutável até o advento da lei 9708/98, passando não mais a ser adotado o princípio da imutabilidade e sim o princípio da definitividade. O nome passou a ser substituível por um apelido público notório.

– Lula – Luis Inácio Lula da Silva,

– Xuxa – Maria das Graças Xuxa Meneghel

Prenome

• Situações em que se autoriza a modificação do prenome

• Em caso de evidente erro gráfico

• Prenomes que exponham o seu portador ao ridículo– Exemplo: Bananéia Oliveira de Deus, Bucetildes, Letsgo (de Let's go),

Protestado Felix Correa

• Costumes – Além de apelidos públicos notórios que seriam outros nomes próprios substitutivos ao que consta no registro, temos o apelido no seu sentido pejorativo, isto é, um nome sem significado certo (exemplos: Pelé, Lula, Xuxa, Maguila etc.);

• Lei de Proteção às Testemunhas

• Adoção pelo ECA

Sobrenome / Patronímico

• É o que designa a origem familiar da pessoa.Não é escolhido pelos pais, visto que a pessoajá nasce com o patronímico deles.

• poderá ser mudado:

– Em caso de adoção plena.

– Casamento

– Dissolução do casamento

Agnome

• Agnome

• É a partícula que é acrescentada ao final do nome para diferenciar as pessoas da mesma família que têm o mesmo nome (exemplos: Júnior, Neto etc.

ESTADO

• O estado é a soma das qualificações da pessoa na sociedade.

• aspecto individual: diz respeito ao modo de ser das pessoas, são as características pessoais que representam a individualidade (exemplos: altura, peso, cor etc.);

• aspecto familiar: diz respeito à posição que ocupam na família (exemplos: casado, solteiro etc.);

• aspecto político: diz respeito à qualificação de nacionalidade e cidadania.

ESTADO

• Características:

• Irrenunciabilidade

• inalienabilidade

• imprescritividade.

DOMICÍLIO

• É a sede jurídica da pessoa, é o local onde ela é encontrada.

• De acordo com o artigo 70 do Código Civil “é o local em que a pessoa estabelece a sua residência com ânimo definitivo”.

• Apresenta dois elementos:

• elemento objetivo: é a residência;

• elemento subjetivo: é o ânimo definitivo.

DOMICÍLIO

• A PESSOA PODE TER MAIS DE UM DOMÍCÍLIO?

• O artigo 71 do Código Civil dispõe que a pessoa poderá ter mais de um domicílio quando:

• tenha mais de uma residência onde alternadamente viva;

• tenha vários centros de ocupações habituais.

DOMICÍLIO - ESPÉCIES

• Necessário: é aquele determinado pela lei– Exemplo: os incapazes têm por domicílio o mesmo de seus

representantes; o domicílio do funcionário público é o local onde exerce suas funções etc.)

– Antes a mulher casada tinha domicílio necessário – o do marido

• Voluntário: pode ser:– comum: é aquele escolhido pela pessoa e poderá ser mudado por ela. – especial (artigo 78 do Código Civil): é aquele que possibilita aos

contratantes estabelecer um local para o cumprimento das obrigações (foro de contrato) ou um local para dirimir quaisquer controvérsias surgidas em decorrência do contrato (foro de eleição).

PESSOA JURÍDICA

• Conceito• são entidades às quais a lei empresta

personalidade, capacitando-as a serem sujeitos de direitos e obrigações.

• As pessoas jurídicas possuem personalidades próprias, distintas da personalidade de cada um de seus membros.

PESSOA JURÍDICA – NATUREZA JURÍDICA

• Várias teorias

• TEORIA DA FICÇÃO

– a pessoa jurídica não possui personalidade;

– uma verdadeira ficção doutrinária ou ficção legal;

– não foi admitida no sistema jurídico brasileiro, tendo em vista ser o próprio Estado uma pessoa jurídica de Direito Público, da qual emana o Direito pátrio. Assim, as regras emanadas de uma ficção seriam, por óbvio, fictícias e, portanto, de observância facultativa.

PESSOA JURÍDICA – NATUREZA JURÍDICA

• TEORIA DA REALIDADE• Divide-se em:• Teoria da realidade orgânica ou objetiva• Teoria da realidade técnica• Teoria institucionalista de Hauriou• A teoria da realidade objetiva (Gierke/Zitelmann), Pontes de Miranda, é a famosa

teoria orgânica, pois é pessoa representada por órgãos e representadas por pessoas que compõem os órgãos. Os órgãos são a expressão da vontade da pessoa jurídica. As pessoas jurídicas são uma realidade, com vida própria e com existência distinta das de seus membros.

• A realidade técnica considera que o homem amplia os seus meios de ação e assegura o mais eficaz possível o nível de desenvolvimento da atividade humana.

• A teoria de Hauriou determina que a pessoa jurídica é uma instituição que cria um vínculo social, unindo os indivíduos que visam ao mesmo fim. No momento em que a instituição alcança certo grau de organização e automatização torna-se pessoa jurídica.

O Código Civil de 2002

• Teoria da Realidade Técnica (Código Civil de 2002) = Teoria da Ficção + Teoria da Realidade Orgânica

• “A personalidade jurídica é um atributo que a ordem jurídica estatal outorga a entes que o merecerem. Logo, essa teoria é a que melhor atende à essência da pessoa jurídica, por estabelecer, com propriedade, que a pessoa jurídica é uma realidade jurídica”(Diniz)

PESSOA JURÍDICA

• INÍCIO DA PERSONALIDADE DA PESSOA JURÍDICA• o começo da existência legal das pessoas jurídicas ocorre com

a inscrição do ato constitutivo no respectivo registro.• Portanto, a realidade da pessoa jurídica é objetiva. • A pessoa jurídica tem existência distinta da de seus membros,

ou seja, não se confunde a pessoa jurídica com a pessoa de seus componentes.

• Não se podem penhorar bens dos sócios para pagamento de dívidas da pessoa jurídica

PESSOA JURÍDICA• A teoria da desconsideração da pessoa jurídica.• é permitido ao juiz, em casos de má-fé, fraude, abusos, atos de insolvência,

falência e extinção de atividades, em caso de má-administração, etc., desconsiderar autonomia para permitir a penhora dos bens particulares dos sócios, sem, todavia, extinguir a pessoa jurídica ou ainda interferir em sua administração

• Cumpre registrar que esta teoria teve origem no direito anglo-saxão, com o nome de disregard of the legal entity, posteriormente difundida no direito norte-americano, onde recebeu o nome de lifting of the corporate veil, entre outros países como Espanha e Argentina.

• No Brasil era adotada por meio de analogia ao artigo 135 do Código Tributário Nacional até a edição de leis como o Código de Defesa do Consumidor (artigo 28), Lei de infrações à Ordem econômica (artigo18) e a Lei dos crimes praticados contra o Meio Ambiente (artigo 4.º).

• Por fim, o Código Civil prevê, em seu artigo 50, a teoria da desconsideração, que adota não somente atos objetivamente reveladores de utilização ilícita da pessoa jurídica, mas também atos subjetivamente apreciáveis, a exemplo da confusão patrimonial, seguindo orientação de juristas do jaez de Fábio Konder Comparato.

REQUISITOS

• Vontade humana criadora• É necessário que o grupo de pessoas, ao se reunir, tenha a intenção de

criar uma pessoa jurídica. Quando há vontade para a criação de uma pessoa jurídica, que exercerá atividade empresarial, esse requisito é denominado affectio societatis.

• Licitude de seus objetivos• É necessário que o objetivo da pessoa jurídica seja lícito. Se uma pessoa

jurídica for constituída com fins lícitos e, com o decorrer do tempo, passa a distorcer suas finalidades, praticando atos ilícitos, poderá ser extinta. Registre-se que a expressão licitude de objetivos deve ser entendida de modo amplo, de forma a inserir em seu conceito a moralidade dos atos e objetivos perseguidos.

• Observância das condições legais• As condições que a lei impõe também devem ser observadas pelas

pessoas jurídicas, até porque elas só existem em razão de um expediente técnico criado pelo ordenamento, em razão das finalidades perseguidas. São condições impostas pela lei

condições legaisa) Elaboração do ato constitutivoAssociação - Estatuto como ato constitutivo. Sociedade civil ou comercial - Contrato SocialAs fundações possuem como ato constitutivo o testamento ou a escritura pública.b) Registro do ato constitutivoSomente a partir do registro a pessoa jurídica passa a ter existência legal. O artigo 45 do Código Civil dispõe que a existência legal da pessoa jurídica começa com o registro dos seus atos constitutivos.Esses atos deverão ser registrados no Cartório do Registro Civil das Pessoas Jurídicas. No caso de sociedade comercial, porém, o contrato social deverá ser registrado na Junta Comercial. Uma sociedade de advogados terá seu registro na subseção da Ordem dos Advogados do Brasil mais próxima. Para a maioria das pessoas jurídicas basta o registro para que elas tenham existência legal. Enquanto o ato constitutivo não for registrado, a pessoa jurídica não passa de uma mera sociedade de fato. c) Autorização do governoAlgumas sociedades necessitam dessa autorização para constituição e funcionamento válido – Bancos, Cooperativas

PESSOA JURÍDICA

• CLASSIFICAÇÃO– Em matéria de classificação cada doutrinador adota um

critério entendendo-a mais adequada.

– Adotamos as principais e consagradas.

• Quanto à nacionalidade– nacionais – constituídas pelo direito brasileiro.

– Estrangeiras – constituídas com base em direito estrangeiro.

– Pergunta: Volkswagen do Brasil Ltda. é uma pessoa jurídica nacional ou estrangeira?

CLASSIFICAÇÃO

• Quanto à estrutura interna

• a) Fundações• Fundação é um patrimônio destinado a um determinado fim, ou seja,

o que é essencial na fundação é o seu patrimônio. • No Direito Romano – conhecidas como universitas bonorum.• O objetivo das fundações será sempre o bem-estar da sociedade e não

o instituidor ou sua diretoria. Como exemplo, pode ser citada a Fundação Rio Branco; Fundação de Combate ao Câncer.

• As fundações poderiam ser comparadas às sociedades civis, no entanto não têm fins lucrativos.

• Sendo um patrimônio destinado a um determinado fim, esse objetivo é determinado pelo seu instituidor.

CLASSIFICAÇÃO

• B) Corporações• O que caracteriza a corporação é a existência de seus membros.• Toda corporação é representada por um grupo de pessoas, sendo que

o patrimônio não é essencial.• No Direito Romano – conhecidas como universitas personarum.• As corporações têm por objetivo sempre o bem-estar de seus

membros, ou seja, existem para beneficiar os seus membros.

Corporações – cont.

• O gênero corporações se subdivide em:– Associações: são corporações sem fins lucrativos.

Podem ter variadas finalidades, no entanto não visam ao lucro.

– Sociedades civis ou comerciais: as sociedades, tanto civis quanto comerciais, visam sempre ao lucro. Somente as sociedades comerciais praticam atos de comércio. As sociedades civis, em geral, são constituídas por profissionais liberais e prestadores de serviço, a exemplo de sociedades de advogados, sociedades de médicos etc.

CLASSIFICAÇÃO

• quanto à extensão de sua atuação• Pessoas Jurídicas de Direito Público• As pessoas jurídicas de Direito Público se subdividem, por sua vez, de acordo com seus

objetivos e extensão de sua área de atuação.• São elas:

– Pessoas Jurídicas de Direito Publico Externo: são os diversos países (EUA, Argentina, as diversas nações (OLP), incluindo-se organismos internacionais tais como a ONU, a OEA, a OTAN etc. (artigo 42 do Código Civil).

– Pessoas Jurídicas de Direito Público Interno: são aquelas cuja atuação se restringe aos interesses e limites territoriais do país.

– Podem ser: Administração Direta (União, Estados, Municípios) ou Administração Indireta (autarquias – INSS, INPI- , fundações públicas – FUNDAP , FUNAI - , sociedades de economia mista – PETROBRÁS S/A e empresas públicas - CEF) (artigo 43, do Código Civil).

• Pessoas Jurídicas de Direito Privado (artigo 44 do Código Civil)– Conforme anteriormente verificado, as pessoas jurídicas de Direito Privado se subdividem em

corporações e fundações de Direito Privado, com todas as subdivisões antes estudadas.