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ORIENTAÇÕES DOS BISPOS DO NORDESTE 3 ÀS SUAS IGREJAS A RESPEITO DA PRESENÇA E ATUAÇÃO DOS/DAS COROINHAS Nós, Bispos do Regional Nordeste 3 da CNBB (Bahia e Sergipe), reunidos em Salvador, dirigimo-nos às nossas Dioceses, especialmente aos Padres e, com olhar de carinho, aos/às coroinhas, aos quais dirigimos o nosso agradecimento, dizendo-lhes que consideramos importante esse seu serviço em nossas Comunidades. Por sinal, muitos de nós, bispos, também fomos coroinhas. Por isso, queremos que a presença de rapazes entre os/as coroinhas continue numa paridade numérica com as meninas. Nestas nossas considerações, levaremos em conta várias cartas dos últimos três Papas por ocasião da festa de São Tarcísio, padroeiro dos coroinhas. Reiteramos que leiam e meditem cada uma das mensagens dos Papas, pois elas representam também o nosso pensamento. Alguns Párocos têm solicitado orientações ou normas para a caminhada dos/das coroinhas. Por isso é que decidimos fazer estas recomendações, embora cada Diocese ou Paróquia já tenha suas próprias experiências. Nossas recomendações poderão enriquecer esse itinerário, como se fosse um mapa, onde desejamos que seja favorecido o encontro pessoal com Jesus Cristo, o grande liturgista do Pai. Deus abençoe a todos, hoje e sempre! Contem com a proteção de Nossa Senhora Aparecida e dos Santos padroeiros dos coroinhas. Bispos do Regional Nordeste 3 São Tarcísio 1 5. O hábito coral dos diáconos e presbíteros consiste na veste talar e sobrepeliz. Seu uso é previsto na celebração comunitária solene da liturgia das horas, na participação do clérigo na Santa Missa que não concelebra. O hábito coral é a alva ou túnica na concelebração, mas pode ser usado com a estola apropriada em lugar da túnica na celebração de alguns sacramentos (confissão, unção dos enfermos, por ex., e na distribuição da comunhão fora da missa ou na missa em que não se concelebra) ou ainda sacramentais. 6. Enfim, a Instrução Geral do Missal Romano, no nº 336 estabelece que “a alva é a veste sagrada comum a todos os ministros ordenados e instituídos de qualquer grau”. E em seguida diz que para os presbíteros e diáconos “a alva não poderá ser substituída pela sobrepeliz, nem mesmo sobre a veste talar, quando se deve usar a casula ou dalmática, ou quando, de acordo com as normas se usa apenas estola sem a casula ou dalmática”. 7. No número 339 da mesma IGMR se lê ainda que “Os acólitos, os leitores e os outros ministros leigos podem trajar alva ou outra veste legitimamente aprovada pela Conferencia dos. Bispos de cada região”. Considerando que a CNBB, até ao momento, não definiu a forma alternativa da veste litúrgica para os ministros leigos, estes deveriam limitar-se a usar a alva ou túnica branca. Portanto, o já estendido uso da veste talar com sobrepeliz por quem não é clérigo deve ser considerado ilegítimo e abusivo. 8. O chamado Cerimoniário clérigo (diácono ou sacerdote), levando em conta as normas vigentes, pode usar a sobrepeliz sobre a veste talar para se distinguir pela função. Os demais ministrantes ou servidores do altar deveriam abster-se de vestes diferentes das túnicas, que são as únicas previstas para o exercício dessas funções. Se a Conferência Episcopal houver por bem manter para os ministrantes crianças a. veste vermelha com sobrepeliz, isso deverá ser determinado em norma própria. 4 Clergyman Nas celebrações litúrgicas se têm verificado alguns abusos quanto ao uso por parte de leigos da batina clerical e da sobrepeliz como se fosse um hábito litúrgico. Tem-se também introduzido o uso indiscriminado de outros trajes ou indumentos de forma e cores variadas para o exercício de funções nas celebrações, bem como a presença no presbitério de um excessivo número de pessoas sem função definida. Fazemos a seguir algumas considerações sobre o uso adequado do hábito eclesiástico, do hábito coral dos clérigos e das vestes propriamente litúrgicas, a partir das normas atualmente vigentes nessa matéria. 1. Com a entrada em vigor do Código de Direito Canônico, em 1983, a antiga disciplina sobre o traje eclesiástico sofreu uma mudança significativa, deixando de ser uniforme para todo o mundo. 2. O Cân. 284 prescreve que os clérigos usem “um decente hábito eclesiástico” definido por decreto geral da Conferência episcopal. Ademais, à diferença da normativa do Código de Direito Canônico de 1917, que definia como clérigo o varão que recebia a tonsura, a legislação em vigor estabelece que se ingressa no estado clerical a partir da ordenação diaconal (cfr. can. 207 § 1), não antes. Ao definir os tipos de hábito que identificam o clérigo, a Conferência episcopal deve levar em conta os legítimos costumes da região. Para a válida promulgação desse decreto geral a Conferência deve pedir a “recognitio” à Congregação para os Bispos (cfr. can. 455 § 2). Assim este tipo de traje passa a ser o hábito identificativo do estado clerical. Por conseguinte, os não clérigos devem abster-se de usá-lo. 3. Para os clérigos que pertencem a Institutos Religiosos, o hábito eclesiástico é o hábito religioso definido nas normas do direito próprio. Os membros de Institutos seculares e das Sociedades de Vida Apostólica, bem como os membros de Instituto religioso que não tenham hábito próprio devem usar o traje prescrito para o clero secular da região de acordo com o cân. 284 (cfr. can. 669). O hábito eclesiástico e o hábito religioso não se confundem com as vestes litúrgicas nem com a veste coral*. 4. O hábito clerical definido pela CNBB com decreto geral referente ao can. 284 é o traje decente de preferência o clergyman ou a batina. Um e outro devem ser considerados exclusivos dos clérigos. O uso da batina por leigos que cantam na capela sixtina nas celebrações papais não pode ser considerado exemplar, porque para as celebrações pontifícias há normas peculiares e exclusivas. A RESPEITO DO USO DO HÁBITO ECLESIÁSTICO ANEXO CNBB REGIONAL NORDESTE 3 - Av. Leovigildo Filgueiras, 270 - Garcia - 40100-000 Salvador - BA - Fone (71) 3043-4167 / 3329-4168 Editoração eletrônica e ilustrações: Atta (blogdoatta.blogspot.com.br) * Cfr. Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos, Instr. Redemptionis sacramentum, 25.III.1994, n. 126; Cf. Congr. para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos, Instr. Liturgicae instaurationes, n. 8c: AAS 62 (1970) p. 701. Diocese de Cruz das Almas Praça Senador Temístocles, s/n – Centro - Cep. 44.380-000 Cruz das Almas – BA. Tel (75) 3621-2686 - e-mail: [email protected]

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ORIENTAÇÕES DOS BISPOS

DO NORDESTE 3 ÀS SUAS IGREJAS

A RESPEITO DA PRESENÇA E ATUAÇÃO

DOS/DAS COROINHAS

Salvador, 6 de março de 2018

Nós, Bispos do Regional Nordeste 3 da

CNBB (Bahia e Sergipe), reunidos em Salvador,

dirigimo-nos às nossas Dioceses,

especialmente aos Padres e, com olhar de

carinho, aos/às coroinhas, aos quais dirigimos

o nosso agradecimento, dizendo-lhes que

consideramos importante esse seu serviço em

nossas Comunidades. Por sinal, muitos de

nós, bispos, também fomos coroinhas. Por

isso, queremos que a presença de rapazes

entre os/as coroinhas continue numa

paridade numérica com as meninas.

Nestas nossas considerações, levaremos em conta várias

cartas dos últimos três Papas por ocasião da festa de São

Tarcísio, padroeiro dos coroinhas. Reiteramos que leiam e

meditem cada uma das mensagens dos Papas, pois elas

representam também o nosso pensamento.

Alguns Párocos têm solicitado orientações ou normas para a

caminhada dos/das coroinhas. Por isso é que decidimos fazer

estas recomendações, embora cada Diocese ou Paróquia já

tenha suas próprias experiências. Nossas recomendações

poderão enriquecer esse itinerário, como se fosse um mapa,

onde desejamos que seja favorecido o encontro pessoal com

Jesus Cristo, o grande liturgista do Pai.

Deus abençoe a todos, hoje e sempre! Contem com a

proteção de Nossa Senhora Aparecida e dos Santos padroeiros

dos coroinhas.

Bispos do Regional Nordeste 3

São Tarcísio

1

5. O hábito coral dos diáconos e presbíteros consiste na veste talar e sobrepeliz. Seu uso é previsto na celebração comunitária solene da liturgia das horas, na participação do clérigo na Santa Missa que não concelebra. O hábito coral é a alva ou túnica na concelebração, mas pode ser usado com a estola apropriada em lugar da túnica na celebração de alguns sacramentos (confissão, unção dos enfermos, por ex., e na distribuição da comunhão fora da missa ou na missa em que não se concelebra) ou ainda sacramentais.

6. Enfim, a Instrução Geral do Missal Romano, no nº 336 estabelece que “a alva é a veste sagrada comum a todos os ministros ordenados e instituídos de qualquer grau”. E em seguida diz que para os presbíteros e diáconos “a alva não poderá ser substituída pela sobrepeliz, nem mesmo sobre a veste talar, quando se deve usar a casula ou dalmática, ou quando, de acordo com as normas se usa apenas estola sem a casula ou dalmática”.

7. No número 339 da mesma IGMR se lê ainda que “Os acólitos, os leitores e os outros ministros leigos podem trajar alva ou outra veste legitimamente aprovada pela Conferencia dos. Bispos de cada região”. Considerando que a CNBB, até ao momento, não definiu a forma alternativa da veste litúrgica para os ministros leigos, estes deveriam limitar-se a usar a alva ou túnica branca. Portanto, o já estendido uso da veste talar com sobrepeliz por quem não é clérigo deve ser considerado ilegítimo e abusivo.

8. O chamado Cerimoniário clérigo (diácono ou sacerdote), levando em conta as normas vigentes, pode usar a sobrepeliz sobre a veste talar para se distinguir pela função. Os demais ministrantes ou servidores do altar deveriam abster-se de vestes diferentes das túnicas, que são as únicas previstas para o exercício dessas funções.

Se a Conferência Episcopal houver por bem manter para os ministrantes crianças a. veste vermelha com sobrepeliz, isso deverá ser determinado em norma própria.

4

Clergyman

Nas celebrações litúrgicas se têm verificado alguns abusos quanto ao uso por parte de leigos da batina clerical e da sobrepeliz como se fosse um hábito litúrgico. Tem-se também introduzido o uso indiscriminado de outros trajes ou indumentos de forma e cores variadas para o exercício de funções nas celebrações, bem como a presença no presbitério de um excessivo número de pessoas sem função definida. Fazemos a seguir algumas considerações sobre o uso adequado do hábito eclesiástico, do hábito coral dos clérigos e das vestes propriamente litúrgicas, a partir das normas atualmente vigentes nessa matéria.

1. Com a entrada em vigor do Código de Direito Canônico, em 1983, a antiga disciplina sobre o traje eclesiástico sofreu uma mudança significativa, deixando de ser uniforme para todo o mundo.

2. O Cân. 284 prescreve que os clérigos usem “um decente hábito eclesiástico” definido por decreto geral da Conferência episcopal. Ademais, à diferença da normativa do Código de Direito Canônico de 1917, que definia como clérigo o varão que recebia a tonsura, a legislação em vigor estabelece que se ingressa no estado clerical a partir da ordenação diaconal (cfr. can. 207 § 1), não antes.

Ao definir os tipos de hábito que identificam o clérigo, a Conferência episcopal deve levar em conta os legítimos costumes da região. Para a válida promulgação desse decreto geral a Conferência deve pedir a “recognitio” à Congregação para os Bispos (cfr. can. 455 § 2). Assim este tipo de traje passa a ser o hábito identificativo do estado clerical. Por conseguinte, os não clérigos devem abster-se de usá-lo.

3. Para os clérigos que pertencem a Institutos Religiosos, o hábito eclesiástico é o hábito religioso definido nas normas do direito próprio. Os membros de Institutos seculares e das Sociedades de Vida Apostólica, bem como os membros de Instituto religioso que não tenham hábito próprio devem usar o traje prescrito para o clero secular da região de acordo com o cân. 284 (cfr. can. 669).

O hábito eclesiástico e o hábito religioso não se confundem com as vestes litúrgicas nem com a veste coral*.

4. O hábito clerical definido pela CNBB com decreto geral referente ao can. 284 é o traje decente de preferência o clergyman ou a batina. Um e outro devem ser considerados exclusivos dos clérigos. O uso da batina por leigos que cantam na capela sixtina nas celebrações papais não pode ser considerado exemplar, porque para as celebrações pontifícias há normas peculiares e exclusivas.

A RESPEITO DO USO DO HÁBITO ECLESIÁSTICOANEXO

CNBB REGIONAL NORDESTE 3 - Av. Leovigildo Filgueiras, 270 - Garcia - 40100-000 Salvador - BA - Fone (71) 3043-4167 / 3329-4168

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* Cfr. Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos, Instr. Redemptionis sacramentum, 25.III.1994, n. 126; Cf. Congr. para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos, Instr. Liturgicae instaurationes, n. 8c: AAS 62 (1970) p. 701.

Diocese deCruz das Almas

Praça Senador Temístocles, s/n – Centro - Cep. 44.380-000 Cruz das Almas – BA.Tel (75) 3621-2686 - e-mail: [email protected]

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Recomendamos que sejam bem aproveitadas as necessárias reuniões periódicas para promover o amor a Jesus Cristo e à sua Igreja. Para isso, é muito importante que os/as coroinhas sejam introduzidos e realizem a Leitura orante, sobretudo, do Evangelho do domingo; cresçam no conhecimento dos conteúdos da catequese; no conhecimento da liturgia, com seus conteúdos e símbolos; na vida dos Santos, bem como tenham uma boa convivência entre vocês e os Ministros extraordinários da Sagrada Comunhão. A CNBB dispõe de uma coleção, “Aos Jovens com Afeto”, que pode ser muito útil em sua formação. Os “Youcats” também são excelentes subsídios. Recomendamos, ainda, a caminhada conjunta com a Pastoral Vocacional, com a Pastoral da Catequese e com as Pontifícias Obras Missionárias (Infância Missionária, Adolescentes Missionários e Juventude Missionária).

1º - Recomendar a observância estrita do que está determinado acerca das vestes litúrgicas nos respectivos livros, especialmente na Instrução Geral do Missal Romano e na Instrução Redemptionis Sacramentum.

2º - Declarar que o uso da veste talar (batina) está reservada aos clérigos.

3º - Enquanto a Conferência dos Bispos não determinar normas para as vestes litúrgicas dos ministros leigos (entre eles, coroinhas), propomos que:a) seja retirado todo enfeite das vestes,

conservando a simplicidade das túnicas, preferencialmente da cor branca. Quando permitido pelo Bispo diocesano, que as demais vestes, mantenham um aspecto sóbrio, sem enfeites, e sem qualquer marca de hierarquia que possa suscitar alguma distinção entre os coroinhas;

b) na medida do possível, seja adotada uma veste padrão para as meninas, diferenciada da túnica dos meninos, deixando, no entanto, a critério do Bispo diocesano outras orientações a esse respeito.

Orientações dos Bispos do Regional Nordeste 3 para os coroinhas:

Considerando que a nomenclatura “Acólito” na Igreja Latina se aplica a um ministério instituído, recomendamos que se evite chamar os “Coroinhas” de “Acólitos”.

VOCABULÁRIO: COROINHA OU ACÓLITO?

IDADE

A respeito da questão da idade a ser adotada nas paróquias, baseados na experiência e depois de ter avaliado diferentes aspectos, propomos que sejam acolhidos entre os/as coroinhas, depois de adequada preparação, meninos/as que já participaram da ‘Missa de primeira comunhão’. Como idade limite, sugerimos

FORMAÇÃO

os 15 anos. Ao término do serviço, solenemente, seja efetuada uma celebração de envio a outra Pastoral.

VESTES

Levando em conta o texto em anexo*, do Regional Centro Oeste, que adotamos em nosso Regional, e com o intuito de se evitar a banalização dos símbolos litúrgicos, bem como o uso indiscriminado da batina clerical, que pode induzir a uma espécie de clericalização dos servidores leigos do altar, propomos o que segue:

As vestes tradicionais de cerimoniários devem ser reservadas aos devidamente formados, seguindo as orientações determinadas pelo Bispo diocesano.Cerimoniários Paroquiais: devem ser designados para essa função pelo Pároco, cultivando sempre o espírito de serviço e humildade. Os jovens e os adultos somente poderão utilizar a veste de cerimoniários se devidamente autorizados pelo Pároco, com a licença prévia do Bispo diocesano.

Salvador da Bahia,06 de março de 2018.

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CERIMONIÁRIOS

Sobrepeliz Alva

Coroinha?Acólito?

Batina

* Pedimos que leiam o texto em anexo (página 4), para terem uma visão completa no que se refere ao hábito eclesiástico e às vestes litúrgicas em nossa Igreja.

FORMAÇÃO