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0 UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ DIEGO VIEIRA RAFAEL DE SOUZA SCHLISCHTING ESTUDO RETROSPECTIVO DOS ATENDIMENTOS PRÉ-HOSPITALARES NA FAIXA ETÁRIA DE 0 A 14 ANOS DO SERVIÇO DE ATENDIMENTO MÓVEL DE URGÊNCIA – SAMU – A REGIÃO METROPOLITANA DA GRANDE FLORIANÓPOLIS BIGUAÇU 2007

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0

UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ

DIEGO VIEIRA

RAFAEL DE SOUZA SCHLISCHTING

ESTUDO RETROSPECTIVO DOS ATENDIMENTOS PRÉ-HOSPITALA RES

NA FAIXA ETÁRIA DE 0 A 14 ANOS DO SERVIÇO DE ATENDI MENTO

MÓVEL DE URGÊNCIA – SAMU – A REGIÃO METROPOLITANA D A

GRANDE FLORIANÓPOLIS

BIGUAÇU

2007

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DIEGO VIEIRA

RAFAEL DE SOUZA SCHLISCHTING

ESTUDO RETROSPECTIVO DOS ATENDIMENTOS PRÉ-HOSPITALA RES

NA FAIXA ETÁRIA DE 0 A 14 ANOS DO SERVIÇO DE ATENDI MENTO

MÓVEL DE URGÊNCIA – SAMU – A REGIÃO METROPOLITANA D A

GRANDE FLORIANÓPOLIS

Monografia apresentada como requisito parcial para obtenção do título de Enfermeiro, pela Universidade do Vale do Itajaí, Centro de Educação Biguaçu. Orientadora: Profª. Adriana Dutra Tholl, MSc. Co-orientador: Profº. César Augusto Soares Nitschke, MSc.

BIGUAÇU

2007

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DIEGO VIEIRA

RAFAEL DE SOUZA SCHLISCHTING

ESTUDO RETROSPECTIVO DOS ATENDIMENTOS PRÉ-HOSPITALA RES

NA FAIXA ETÁRIA DE 0 A 14 ANOS DO SERVIÇO DE ATENDI MENTO

MÓVEL DE URGÊNCIA – SAMU – A REGIÃO METROPOLITANA D A

GRANDE FLORIANÓPOLIS

Esta Monografia foi julgada adequada para a obtenção do título de Enfermeiro e

aprovada pelo Curso de Graduação em Enfermagem da Universidade do Vale do

Itajaí, Centro de Educação Biguaçu.

Área de Concentração: Enfermagem

Biguaçu, 30 de Novembro de 2007.

Profª. Msc. Adriana Dutra Tholl

UNIVALI – CE de Biguaçu

Orientadora

Msc. César Augusto Soares Nitschke

Núcleo de Educação em Urgências – SES/SC

Co-orientador - Membro

Profª. Msc. Ivana Maria Fossari

UNIVALI – CE de Biguaçu

Membro

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Dedicamos este trabalho à nossa família e amigos: as alegrias da nossa vida.

Principalmente, a nossos pais, que sempre nos ajudaram e incentivaram a concretizar

nossos sonhos.

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AGRADECIMENTOS COLETIVOS

Primeiramente, agradecemos a DEUS, que nos deu a vida, energia e a força

de podermos nos manter vivos todos os dias para, enfim, chegar até o final dessa

jornada.

Agradecemos a todos que passaram pela nossa vida nesses quatro anos de

faculdade e que, mesmo sem saber, nos ensinaram mais do que possamos dizer em

palavras.

A toda nossa família que torceu muito pelo nosso sucesso.

À nossa querida professora e orientadora Adriana Tholl pelos dias que

dedicou em nos ensinar passo a passo a construção desse trabalho e pela amizade

e confiança depositadas.

Agradecemos ao Drº César Nitschke, que co-orientou este trabalho, por toda

sua disponibilidade, amizade e pela paciência muitas vezes em que o incomodamos

em seu plantão.

À Professora Elaine por contribuir na confecção deste trabalho.

Agradeço à Dra. Mirian, Dra. Cristiane, Dr. Alfredo e Dr. Cristian que muito

nos ajudaram neste trabalho, incentivando e diminuindo nossa ansiedade de

terminá-lo logo.

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AGRADECIMENTOS – DIEGO

A Deus pela energia e a força de me manter vivo todos os dias.

Agradeço a todos que passaram pela minha vida nesses quatro anos de

faculdade e que, mesmo sem saber, me ensinaram mais do que posso dizer em

palavras.

À minha amada namorada Juliana, pelo carinho, compreensão e apoio, e por

estar ao meu lado quando mais necessitei.

Agradeço aos meus pais, por absolutamente tudo. Dos erros e acertos, tudo

me ajudou a ser quem eu sou hoje.

Aos meus irmãos, Giovani, Robson e minha Cunhada por respeitar minha

ausência e pelo meu estresse muitas vezes, eu sei que posso sempre contar com

vocês.

Às minhas queridas colegas Ana Paula e Fernanda que conheci no decorrer

de minha vida acadêmica que e sempre me ajudaram.

Ao meu amigo Rafael, por ter compartilhado esses quatro anos de academia

com uma amizade fiel. Peço desculpa pelas broncas que muitas vezes lhe dei.

A toda minha família que torceu muito pelo meu sucesso.

Aos meus amigos Flávio, Aduci, Salvate e Geraldine que compreenderam

muitas vezes meu cansaço nos plantões.

Agradeço ao meu amigo Paulo Brignol que, muitas vezes, trocou plantão,

mesmo não podendo ficar, ele estava ali, pronto para me ajudar.

À minha querida professora e orientadora Adriana Tholl pelos dias que

dedicou em me ensinar passo a passo a construção desse trabalho e pela amizade

e confiança depositadas.

Agradeço ao Dr. César Nitschke, que co-orientou este trabalho, por toda sua

disponibilidade, amizade e pela paciência muitas vezes em que o incomodei nos

plantões.

À Professora Elaine por contribuir na confecção deste trabalho.

E não poderia deixar de agradecer aos meus colegas do SAMU, que

trocaram bastante de plantões para me ajudar e a Enfermeira Daniela Linhares por

me ajudar, muitas e muitas vezes.

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Às minhas sobrinhas e afilhada Caroline pela paciência dedicada, quando o

padrinho dizia que não podia levá-la no shopping ou na praia.

Agradeço à Dra. Mirian, Dra. Cristiane, Dr. Alfredo que muito me ajudaram

neste trabalho, incentivando e diminuindo minha ansiedade de terminá-lo logo.

Agradeço à colega Stela, que muito contribuiu com sua amizade nesses

anos de minha vida acadêmica.

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AGRADECIMENTOS – RAFAEL

Primeiramente, agradeço a DEUS, que me deu a vida e o livre-arbítrio para

que eu fizesse as minhas escolhas, e olha que a minha foi abençoada!

Aos meus pais, Ângela e Edemar, que sempre me deram incentivo para que

eu concluísse meus estudos.

À orientadora e amiga Adriana que nos acompanhou, dando suporte sempre

que precisávamos.

Ao meu amigo Diego, que, juntos, passamos por todas as dificuldades na

construção da monografia.

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ESTUDO RETROSPECTIVO DOS ATENDIMENTOS PRÉ-HOSPITALA RES NA

FAIXA ETÁRIA DE 0 A 14 ANOS DO SERVIÇO DE ATENDIMEN TO MÓVEL DE

URGÊNCIA – SAMU DA REGIÃO METROPOLITANA DA GRANDE

FLORIANÓPOLIS

DIEGO VIEIRA1 RAFAEL DE SOUZA SCHLISCHTING 2

RESUMO

O atendimento pré-hospitalar é um tipo de atenção a saúde em caráter emergencial que se caracteriza por ser realizado fora do ambiente tradicional de atenção à saúde. O SAMU-SC é um serviço de saúde, desenvolvido pela Secretaria de Estado da Saúde de Santa Catarina, em parceria com o Ministério da Saúde e as Secretarias Municipais de Saúde organizadas macrorregionalmente. Este estudo, teve como objetivo conhecer o estudo retrospectivamente dos atendimentos de urgência e emergência na faixa etária de 0 a 14 anos, realizados pelo serviço de atendimento móvel de urgência – SAMU da Região Metropolitana da grande Florianópolis. Trata-se de uma pesquisa que se caracteriza como descritiva e documental com técnica de análise quantitativa apoiada na teoria de Imogene King. Utilizou - se como estratégia para coleta de dados a análise das fichas de atendimentos próprias do serviço e um roteiro elaborado pelos pesquisadores. A proposta do estudo foi desenvolvida na Central de atendimento da Unidade de Suporte Avançado em Florianópolis, e nas Bases centralizadas das Unidades de Suporte Básico em São José, Palhoça, Biguaçu e Florianópolis no período de maio de 2006 a maio de 2007. Como resultado, observaram-se vários atendimentos de urgência e emergência pediátricos na faixa etária de 0 a 14 anos. O estudo demonstrou que a incidência de atendimentos de urgência e emergência na faixa etária de 0 a 14 anos foi de 7,54% das 18201 fichas analisadas. O tipo de agravo de maior incidência relacionado à Classificação Internacional de Doenças foi de febre com 28% dos atendimentos, quedas sem especificação com 26% dos atendimentos, náuseas e vômitos 22% dos atendimentos, traumatismos múltiplos não especificados com 17% dos atendimentos e asma não especificada com 7% dos atendimentos. Houve maior incidência na faixa etária de 5 a 9 anos com febre de origem desconhecida, devido a criança estar mais suscetível às doenças da infância. Concluiu-se que das 18201 fichas de atendimento que foram utilizadas neste estudo 1373 foram de atendimentos pediátricos. Palavras-chave: SAMU. Urgência. Emergência. Atendimento Pediátrico Pré – hospitalar e APH.

1 Discente do 8° período do Curso de Graduação em Enfermagem, da Universidade do Vale do Itajaí, CE/Biguaçu. Rua: Delfino José de Souza Filho, nº 274. Email: [email protected] 2 Discente do 8° período do Curso de Graduação em Enfermagem, da Universidade do Vale do Itajaí, CE/Biguaçu. Rua: Gov. José Boabaid, n° 196. Email: [email protected]

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RETROSPECTIVE STUDY OF PREHOSPITALAR ASSISTANCE GIV EN TO

CHILDREN WITH AGES FROM 0 TO 14 YEARS BY THE “SAMU” MOBIL

URGENCY SERVICE ON THE FLORIANOPOLIS METROPOLITAN A REA.

DIEGO VIEIRA

RAFAEL DE SOUZA SCHLISCHTING

ABSTRA CT

The prehospitalar assistance is a health care type service with emergencial character that is carried through outside the traditional health care environment. The SAMU-SC (acronym for Urgency Mobile Assistance Service in SC state) is a health service developed by the Santa Catarina´s Health Secretary in partnership with the Federal Health Ministery and Health Departments of various cities organized regionally. This study had as objective to know retrospectively the urgency and emergency assistance services given to children form 0 to 14 years, carried out by the SAMU mobile units on the Florianopolis Metropolitan area. This research has descriptive and documental characteristics and was supported on quantitative analysis based on the theory of Imogene King. As an strategy for gathering data there were collected the assistance cards issued by the service and a procedure elaborated by the authors. The study project was developed at Advanced Support Central Unit in Florianopolis and Basic Support Centralized Units in Sao Jose, Palhoça, Biguaçu and Florianopolis in the period of may 2006 to may 2007. As a result of the analyzed data it was verified that the frequency of urgency/emergency assistance to children from 0 to 14 years was 7.54% from the 18201 analyzed cards.The type of illnesses with higher frequency related to the International Classification of Illnesses was fever with 28% of the occurrences, non specific tumbles with 26% of the occurrences, nausea and vomits with 22% of the occurrences, non specific multiple traumas with 17% and non specific asthma with 7%. There were a higher frequency of fever with unknown cause in children from 5 to 9 years, due to the higher susceptibility to infancy illness. As a conclusion, 1373 from the 18201 cards analyzed in this study were pediatric assistance occurrences. Key-word: SAMU. Urgency. Emergency. Pediatric assistance occurrences, Préhospitalar e APH.

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LISTAS DE TABELAS

Tabela 1 - Distribuição do número total de atendimentos realizados nas USB`s em relação à faixa etária e sexo por município, no período de maio de 2006 a maio de 2007, na região metropolitana de Florianópolis.......... 56 Tabela 2 - Distribuição do número total de atendimentos realizados nas USA`s em relação à faixa etária e sexo, no período de maio de 2006 a maio de 2007, na região metropolitana de Florianópolis........................................................................................................ 59 Tabela 3 – Distribuição de necessidades de atendimento por USB’s em relação à faixa etária, no período de maio de 2006 a maio de 2007, na região metropolitana de Florianópolis................................................................. 61 Tabela 4 – Distribuição de necessidades de atendimento por USA’s em relação à faixa etária, no período de maio de 2006 a maio de 2007, na região metropolitana de Florianópolis................................................................ 62 Tabela 5 – Problemas encontrados agrupados à Classificação Internacional de Doenças – CID 10, no período de maio de 2006 a maio de 2007, na região metropolitana de Florianópolis...................................................................... 64 Tabela 6 - Origem da solicitação em relação à resolução do atendimento Local, no período de maio de 2006 a maio de 2007, na região metropolitana de Florianópolis................................................................................. 66 Tabela 7 - Resolução no domicílio de acordo com o tipo de ocorrência e faixa etária, no período de maio de 2006 a maio de 2007, na região metropolitana de Florianópolis................................................................................. 68 Tabela 8 - Origem das solicitações em relação aos municípios e unidade, no período de maio de 2006 a maio de 2007, na região metropolitana de Florianópolis........................................................................................................ 70 Tabela 9 - Destino final em relação ao problema encontrado por faixa etária, com alívio dos sintomas no período de maio de 2006 a maio de 2007, na região metropolitana de Florianópolis................................................................ 72 Tabela 10 - Destino final em relação ao problema encontrado por faixa etária com deslocamento para o serviço de referência, no período de maio de 2006 a maio de 2007, na região metropolitana de Florianópolis................................................................................. 74 Tabela 11 – Número de Óbitos com hipótese de diagnóstico por faixa etária, no período de maio de 2006 a maio de 2007, na região metropolitana de Florianópolis................................................................................. 76

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LISTAS DE ILUSTRAÇÕES

Gráfico 1 - Distribuição do número total de atendimentos realizados nas USB`s em relação à faixa etária e sexo por Município, no período de maio de 2006 a maio de 2007, na região metropolitana de de Florianópolis........................................................................................................ 58 Gráfico 2 - Distribuição do número total de atendimentos realizados nas USA`s em relação à faixa etária e sexo, no período de maio de 2006 a maio de 2007, na região metropolitana de Florianópolis............................................................................................................. 60 Gráfico 3 – Distribuição de necessidades de atendimento por USB’s em relação à faixa etária, no período de maio de 2006 a maio de 2007, na região metropolitana de Florianópolis................................................................. 63 Gráfico 5 – Problemas encontrados agrupados à Classificação Internacional de Doenças – CID 10, no período de maio de 2006 a maio de 2007, na região metropolitana de Florianópolis...................................... 65 Gráfico 6 - Origem da solicitação em relação à resolução do atendimento Local, no período de maio de 2006 a maio de 2007, na região metropolitana de Florianópolis........................................................................................................ 67 Gráfico 7 - Resolução no domicílio de acordo com o tipo de ocorrência e faixa etária, no período de maio de 2006 a maio de 2007, na região metropolitana de Florianópolis..................................................................................69 Gráfico 8 - Origem das solicitações em relação aos municípios e unidade, No período de maio de 2006 a maio de 2007, na região metropolitana de Florianópolis........................................................................................................ 71 Gráfico 9 - Destino final em relação ao problema encontrado por faixa etária, com alívio dos sintomas no período de maio de 2006 a maio de 2007, na região metropolitana de Florianópolis ...............................................................73 Gráfico 10 - Destino final em relação ao diagnóstico / problema encontrado por faixa etária com deslocamento para o serviço de referência, no período de maio de 2006 a maio de 2007, na região metropolitana de Florianópolis................................................................................. 75

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO..................................................................................................... 14

1.1 OBJETIVOS....................................................................................................... 16

1.1.1 Objetivo Geral ................................................................................................ 16

1.1.2 Objetivos Específicos ................................................................................... 16

2. REVISÃO DA LITERATURA ............................................................................... 17

2.1 ASPECTOS HISTÓRICOS DO ATENDIMENTO PRÉ-HOSPITALAR ............. 17

2.2 AS BASES HISTÓRICAS DO ATENDIMENTO PRÉ-HOSPITALAR

NO BRASIL.............................................................................................................. 19

2.3 SERVIÇO DE ATENDIMENTO MÓVEL DE URGÊNCIA–SAMU/SC:

A TRAJETÓRIA DA SUA IMPLANTAÇÃO NO ESTADO........................................ 23

2.3.1 O Estágio no SAMU Francês ........................................................................ 24

2.3.2 O Retorno e a Primeira Visita de uma Missão F rancesa do SAMU .......... 24

3.3.3 O Primeiro Projeto ........................................................................................ 25

2.3.4 A Resolução do CREMESC .......................................................................... 25

2.4 AS PORTARIAS DE URGÊNCIA E EMERGÊNCIA E GESTAÇÃO

DE ALTO RISCO..................................................................................................... 25

2.4.1 O Contato Maior Com a CIB ......................................................................... 25

2.4.2 No Período de 1999 - 2003 ............................................................................ 26

2.4.3 As Portarias 1863 e 1864 .............................................................................. 27

2.4.4 A Parceria SES-SC COSEMS-SC e a Pactuação ........................................ 27

2.4.5 A Implantação Efetiva do Serviço ............................................................... 28

2.4.6 As Inaugurações ........................................................................................... 29

2.4.7 Os Comitês Gestores Regionais de Urgência ........................................... 29

2.4.8 A Comissão Técnica Da CIB Sobre o SAMU .............................................. 30

2.4.9 No Período de 2005 a 2006 ........................................................................... 30

2.5 MISSÃO DO SAMU .......................................................................................... 31

2.5.1 Atividades Desenvolvidas pelo SAMU ........................................................ 31

2.5.2 Princípios Operativos do SAMU .................................................................. 32

2.5.3 Objetivos do SAMU ....................................................................................... 33

2.5.4 Componentes do SAMU ............................................................................... 35

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2.5.5 Ambulância de Suporte Básico de Vida/USB – SA MU ............................ 39

2.5.6 Ambulância de Suporte Avançado de Vida/USA – SAMU ........................ 40

2.5.7 Composição das Equipes do SAMU ........................................................... 41

2.6 O PRIMEIRO PLANTÃO DO SAMU DE FLORIANÓPOLIS.............................. 43

2.7 CONSIDERAÇÕES ÉTICAS NO ATENDIMENTO PRÉ-HOSPITALAR............ 45

3 MARCO REFERENCIAL ...................................................................................... 50

3.1 PRESSUPOSIÇÕES BÁSICAS DE KING ........................................................ 51

3.2 CONCEITOS...................................................................................................... 51

4 METODOLOGIA................................................................................................... 54

4.1 TIPO DE PESQUISA ........................................................................................ 54

4.2 LOCAL DA PESQUISA ..................................................................................... 54

4.3 POPULAÇÃO E AMOSTRA ............................................................................. 54

4.4 INSTRUMENTOS E MEIOS PARA COLETA DE DADOS ............................... 55

4.5 ANÁLISE DOS DADOS .................................................................................... 55

4.6 ASPECTOS ÉTICOS ........................................................................................ 55

5 APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS DADOS ..................................................... 56

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS .................................................................................. 79

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ....................................................................... 83

ANEXOS ................................................................................................................. 86

APÊNDICES............................................................................................................ 92

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1 INTRODUÇÃO

As mortes por causas externas3 lideram as estatísticas de morbi-mortalidade

entre crianças e adolescentes. De acordo com Brasil (2007b), a taxa brasileira de

mortalidade específica por causas externas na faixa etária de 0 a 19 anos em 2003

foi de 17,29%. Santa Catarina manteve-se na média nacional com 17,78%. No

período de 1993 a 2003, Florianópolis manteve-se próximo da média nacional com

18,84%.

A mortalidade proporcional por grupo de causas no Brasil varia em

magnitude nas diversas faixas etárias. Nos menores de 1 ano, as afecções

originadas no período perinatal (60,59%) são as principais causas. Nas crianças de

1 a 4 anos, as mortes são provocadas principalmente pelas demais causas definidas

pelo Ministério da Saúde (29,75%), vindo, em seguida, as causas externas

(22,26%). Já, nas faixas etárias de 5 a 9 anos e 10 a 19 anos, os óbitos por causas

externas são as causas de maior proporção, respectivamente 39,91% e 69,97%.

(BRASIL, 2007b).

No âmbito mundial, segundo o relatório "The Global Burden of Disease", as

causas externas representam 15% das mortes e incapacitação, penalizando os

países do Terceiro Mundo em escala quase duplicada; apresentando uma

perspectiva não muito otimista para os próximos vinte anos, pois o relatório projeta

um aumento desse índice para cerca de 20%. (KRUG, 2007).

Acredita-se que a sobrevida de crianças e adolescentes com ferimentos

(causas externas) e doenças graves é expressivamente influenciada pela realização

oportuna e adequada de um atendimento pré-hospitalar.

O atendimento pré-hospitalar (APH) é um tipo de atenção à saúde, de

caráter emergencial, que merece destaque pelas suas peculiaridades. Este tipo de

atendimento se caracteriza por ser realizado fora do ambiente tradicional de atenção

à saúde. Os profissionais se deslocam para o local onde o paciente necessita de

cuidados considerados urgentes, isto é, que necessitam de atendimento em um

3 De acordo com a Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde (CID-10), as causas externas de morbi-mortalidade são constituídas pelos acidentes de trânsito, homicídios, suicídios, outras violências (intoxicação, acidentes, queimaduras, quedas, afogamento, entre outros). (BRASIL, 2007a).

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breve período de tempo. O serviço possui várias formas de ser acionado, pode ser

acionado pelo próprio paciente ou por seus familiares e outras instituições da área

da saúde ou instituições vinculadas à segurança pública e controle de trânsito, e por

decorrência, dessa sociedade como um todo.

Uma central de atendimento rádio – telefônica, onde existe sempre a figura

de médico responsável pela regulação do sistema. A regulação constitui-se de: uma

triagem, uma classificação do grau de urgência, a decisão do tipo de resposta

(móvel ou não), o acionamento das unidades, o acompanhamento das respostas e,

por fim, o preparo da unidade que receberá o paciente/vítima. Essa triagem à

distância seleciona os casos onde existem indícios ou indicativos desta situação de

urgência.

Conforme resolução do CFM 1529/98 e Portaria MS n° 2048/2002, o ato de

Regular, fica reconhecido enquanto um “ato médico”, que consiste em ajustar,

sujeitando as regras, de forma organizada, todas as respostas às situações Gestão

do fluxo de oferta de cuidados médicos de Urgência/Emergência em um município

ou região, possibilitando uma racionalização dos recursos disponíveis; composto por

uma fase diagnóstica, obtida através dos dados coletados, concluído por uma

decisão que corresponde a uma escolha terapêutica (NITSCHKE, 2003).

Para Melo; Vasconcellos e Tonelli (2004), o atendimento pré-hospitalar pode

ser definido como a atenção prestada, em um primeiro nível de atenção, aos

portadores de quadros agudos de natureza clínica, traumática ou psiquiátrica, que

ocorrem fora do ambiente hospitalar e podem acarretar sofrimento, seqüelas ou

mesmo a morte.

Para esta modalidade de atenção à saúde, o Ministério da Saúde lançou o

Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU-192), que pretende organizar os

serviços de atendimento pré-hospitalar no Brasil. A Portaria nº 1864/GM, de 29 de

setembro de 2003, institui o componente pré-hospitalar móvel da Política Nacional

de Atenção às Urgências, por intermédio da implantação de Serviços de

Atendimento Móvel de Urgência (SAMU-192), suas Centrais de Regulação (Central

SAMU-192) e seus Núcleos de Educação em Urgência, em municípios e regiões de

todo o território brasileiro, no âmbito do Sistema Único de Saúde – SUS - como

primeira etapa da implantação da Política Nacional de Atenção às Urgências

(BRASIL, 2006a).

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Tendo em vista a complexidade dos altos índices de morbi-mortalidade de

crianças e adolescentes por causas externas, torna-se fundamental o

desenvolvimento de pesquisas que contribuam para o planejamento, implementação

e avaliação de ações de caráter interdisciplinar e intersetorial, buscando uma

abordagem voltada para a Promoção da Saúde. Blank (2002), ressalta a gritante

desproporção entre a importância do tema e a exígua quantidade de estudos, a ele

relacionados.

Assim, esse estudo pretende conhecer retrospectivamente os atendimentos

de urgência e emergência4 na faixa etária de 0 a 14 anos5 realizados pelo serviço de

atendimento móvel de urgência – SAMU da Região Metropolitana da grande

Florianópolis, a fim de compilar dados e delinear a demanda de atendimento

direcionada à central SAMU – 192, no âmbito municipal, subsidiando ações de

planejamento, tanto assistenciais, quanto à população.

Por outro lado, a realização do Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) de

Graduação em Enfermagem nesta área, deu-se pelo vínculo de um dos autores com

a referida Instituição, acrescida da sua vivência profissional como técnico de

Enfermagem, até então na área de atendimento pré-hospitalar, desenvolvendo

assim, um dos objetivos do SAMU, conforme Nitschke (2003), servir de fonte de

pesquisa e extensão às instituições de ensino.

Assim, com base na temática exposta, esse TCC pretende responder a

seguinte questão: como se distribuíram os atendimentos pré-hospitalar es na

faixa etária de 0 a 14 anos realizados pelo Serviço de Atendimento Móvel de

Urgência – SAMU da Região Metropolitana de Florianó polis?

4 De acordo com o conceito adotado pelo SAMU de Santa Catarina, emergências são situações que apresentem alteração do estado de saúde, com risco iminente de vida. O tempo para resolução é extremamente curto, normalmente quantificado em minutos. Urgências são situações que apresentem alteração do estado de saúde, porém, sem risco iminente de vida, que por sua gravidade, desconforto ou dor, requerem atendimento médico com a maior brevidade possível. O tempo para resolução pode variar de algumas horas até um máximo de 24 horas. (NITSCHKE, 2003). 5 Para este estudo, considerou-se a faixa etária de 0 a 14 anos por ser esta, a idade limite para atendimento no Hospital Infantil Joana de Gusmão em Florianópolis.

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1.1 OBJETIVOS

1.1.1 Objetivo Geral

Conhecer e descrever retrospectivamente6 os atendimentos de urgência e

emergência na faixa etária de 0 a 14 anos realizados pelo serviço de Atendimento

Móvel de Urgência – SAMU da Região Metropolitana de Florianópolis.

1.1.2 Objetivos Específicos

a) Investigar a incidência de atendimentos na faixa etária de 0 a 14 anos de

urgência e emergência realizada pelo SAMU.

b) Descrever a distribuição dos chamados que são atendidos por unidades

de suporte básico (USB) e quais os atendidos por unidades de suporte

avançado (USA) na faixa etária de 0 a 14 anos.

c) Descrever a origem das solicitações ao SAMU.

d) Descrever o destino dos pacientes atendidos (se solucionados no

domicílio do paciente ou deslocados para o serviço hospitalar de

referência).

e) Descrever o número de óbitos verificados na faixa etária de 0 a 14 anos e

qual a causa.

6 Para esse estudo, o estudo retrospectivo dos atendimentos de urgência e emergência na faixa etária de 0 a 14 anos será de maio de 2006 a maio de 2007.

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2 REVISÃO DA LITERATURA

2.1 ASPECTOS HISTÓRICOS DO ATENDIMENTO PRÉ-HOSPITALAR

“A primeira tentativa de atendimento pré-hospitalar foi no Século VI, quando

o Imperador Mauricius cria um corpo de cavaleiros encarregado da remoção de

feridos” (NITSCHKE, 2003, p. 35). No final do Século XVIII, por volta de 1792, na

Europa, durante as guerras do período napoleônico, Dominique-Jean Larrey,

cirurgião e chefe militar, praticava os cuidados iniciais aos pacientes vitimizados na

guerra e idealizou a ambulância voadora – uma carroça puxada por cavalos para

transportar os feridos. Desenvolveu um sistema de cuidados médicos de emergência

para o exército francês, utilizados até os dias de hoje: 1) rápido acesso ao paciente

por profissional treinado; 2) tratamento e estabilização no campo; 3) rápido

transporte aos hospitais apropriados; 4) cuidados médicos durante o transporte

(BRINK, 1993 apud MARTINS, 2004; NITSCHKE, 2003).

Durante a Guerra da Criméia entre 1854 e 1856, a Enfermagem teve o seu

marco inicial no atendimento pré-hospitalar com Florence Nightingale quando

consegue autorização para organizar os hospitais de guerra ingleses (PIRES, 1989).

Em 1859, H. Dunant pleiteia o estabelecimento da convenção de Genebra, da qual será originada a Cruz Vermelha. No ano de 1864, foi implantado o Sistema organizado de socorro à população civil (Railway Surgery - USA), com o objetivo de prestar cuidados médicos às vítimas do trauma durante as viagens de trem. Um ano depois, em 1865 foi instituído pelo Exército Americano, o Serviço de ambulância nos Estados Unidos da América e, em 1869, foi criado pelo Bellevue Hospital, o serviço de ambulância (carruagem puxada por cavalos) em NovaYork. Em 1899, surge a primeira ambulância motorizada operada pelo Hospital Micheal Reese Hospital de Chicago; alcançava 30 km/hora. (NITSCHKE, 2003, p. 35).

Os primeiros relatos sobre o uso do resgate aéreo para socorrer pessoas

datam da guerra Franco-Prussiana em 1870, quando ambulâncias com tração

animal e balões foram usados para retirar vítimas das lutas durante o cerco de Paris.

Durante a 1º Guerra Mundial, em 1914, ocorreram resgates esporádicos com

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pequenos aviões, balões e ambulâncias com tração animal visando atender vítimas

nas trincheiras. Na 2º Guerra Mundial (1942), os relatos de uso de aviões para

atendimento se intensificaram, porém de forma ainda não regular.

Na Guerra da Coréia, os primeiros helicópteros começam a operar e participar dos

resgates com os primeiros grupos de soldados treinados para atender no âmbito do

pré-hospitalar. Mas foi na Guerra do Vietnã, no ano de 1962 a 1975, que os

helicópteros foram usados de maneira intensa nos combates e nos regates de

feridos. Pela primeira vez se usa tecnologia destinada ao ambiente pré-hospitalar

buscando reduzir a mortalidade. (GRUPO DE SOCORRO DE EMERGÊNCIA DE

TRANSPORTE AEROMÉDICO, 2007).

Em 1924 - Chefe Cot - Cria o ‘Serviço de Emergência para os Asfixiado’, dentro do regimento de Bombeiros de Paris, que é o primeiro exemplo de postos de emergência móvel avançados, distinto dos serviços hospitalares. Durante a I e II Grandes Guerras Mundiais, os serviços médicos militares provaram sua eficácia no acesso e manejo precoce das pessoas feridas. Entretanto, embora o sistema militar médico tornara-se bem desenvolvido, o desenvolvimento do sistema civil estava atrasado. (NITSCHKE, 2003, p.36).

De acordo com o autor acima citado, em Paris, o Professor Cara, cria em

1956, o primeiro Serviço Móvel de Emergência e Reanimação (SMUR), com a

finalidade de assegurar o transporte inter-hospitalar de pacientes com insuficiência

respiratória séria, principalmente no momento da epidemia de poliomielite. Final dos

anos 50 - J. D. Farrington, e outros questionaram quais as lições aprendidas pelos

serviços médicos militares que poderiam ser aplicadas aos civis para melhorar o

cuidado civil. Em 1962, o Professor Larcan, abre em Nancy, um serviço de

emergência médica urbano.

O Ministério de Saúde Francês, em 1965, impõe a certos centros

hospitalares que se dotem de meios móveis de socorro de emergência. Serviços de

Atendimento Médico de Urgência (SAMU) são criados para administrar as chamadas

médicas que apresentam um caráter de emergência, assim como o funcionamento

do SMURS (UTI Móveis). Os SAMU, inicialmente centrados nos atendimentos de

estrada, estendem seu campo de ação, inclusive para intervenções não

traumatológicas, transportes inter-hospitalares e chamadas da população por

ansiedade, quer se trate de uma urgência vital ou simplesmente sentida como tal.

Tendo em conta o grande número de intervenções, da diversidade de situações

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encontradas e das respostas oferecidas, a realização de uma coordenação médica

revela-se rapidamente necessária. Assim, nasceu o princípio da regulação médica.

Para melhorar a organização e a regulação da emergência médica-cirúrgica, ao

término dos anos 1970, cria-se progressivamente o Centro 15 Regional

(departamental). (NITSCHKE, 2003).

Conforme o autor citado acima, a Comissão sobre EMS (Emergency Medical

Service) é criada pela Associação Médica Americana em 1969. Mas, é em 1970 que

ocorreu o Treinamento Médico de Emergência e, a partir desse treinamento, consta

o surgimento de outros cursos como:

a) 1975 – Advanced Cardiovascular Life Support - ACLS desenvolvido pela

Associação Americana de Cardiologia.

b) 1978 - Curso piloto Advanced Trauma Life Support - ATLS desenvolvido

em Auburn, Nebraska.

c) 1979 - Comitê de acreditação em EMT- Paramedic formado.

d) 1981 - Prehospital Trauma Life Support - PHTLS aprovado.

e) 1981 - Basic Trauma Life Support - BTLS desenvolvido por Alabama

Chapter.

f) 1983 - Curso piloto PHTLS em Iowa, Connecticut, and Louisiana.

Em dezembro de 1983, na Conferência Nacional de Ressuscitação

Pediátrica, concluiu que a necessidade de cursos de suporte avançado de vida em

pediatria e neonatologia eram urgentes e definiu seus conceitos gerais. Em 1988,

três cursos de ressuscitação pediátricos foram realizados (PALS–Pediatrics

Advanced Life Support) (AMERICAN HEART ASSOCIATION, 1997-1999).

2.2 AS BASES HISTÓRICAS DO ATENDIMENTO PRÉ-HOSPITALAR NO BRASIL

Para Martinez-Almoyna e Nitschke, (apud NITSCHKE, 2003), os serviços de

atendimento pré-hospitalar surgem no Brasil em diversas cidades com

características próprias, cuja sistematização caracteriza-se pelas influências das

escolas de APH surgidas nos meados do século XIX como o: Serviço de

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Atendimento Médico de Urgência (SAMU), modelo francês7, e o Serviço de

Emergência Médica (SEM), modelo norte-americano8.

Segundo os autores acima citados, no Brasil a idéia de atender as vítimas no

local da emergência é tão antiga quanto em outros países, pois, desde o ano de

1893, já se apresenta a preocupação com o atendimento pré-hospitalar, quando o

Senado da República aprovou a Lei que pretendia estabelecer o socorro médico de

urgência na via pública no Rio de Janeiro, que era então a capital do país. Consta

também que em 1899, o Corpo de Bombeiros dessa capital, punha em ação a

primeira ambulância (de tração animal) para realizar o referido atendimento, evento

que caracteriza sua tradição histórica na prestação desse serviço. Já, nos anos 50,

instala-se em São Paulo o SAMDU (Serviço de Assistência Médica Domiciliar de

Urgência) órgão da Secretaria Municipal de Higiene (DIAS, 2004).

Do ponto de vista histórico, conforme Nitschke (2003, p. 37):

O surgimento do SAMDU foi o embrião da atenção pré-hospitalar no Brasil. Por uma série de motivos, incluindo a não introdução da regulação médica das urgências, esta atividade foi sendo desativada progressivamente e terminou. Na década de 60 e 70, vários Serviços privados de atendimento domiciliar de urgência foram inaugurados no Brasil.

A partir de 1975, com a Lei 6229, quando o município ficou com a

responsabilidade do atendimento às urgências, através de serviços próprios,

conveniados ou transferidos para localidades com recursos, a distribuição de

ambulâncias transformou-se em moeda política, distribuída com grande alarde, pois

se constituíam em “outdoor móvel”, com grande identificação do doador e também

do governante local que a havia conseguido. A profusão de informação exterior era

sempre inversamente proporcional aos recursos no seu interior, maca e sirene. Os

7 O modelo de atendimento pré-hospitalar francês nasceu da necessidade sentida dos médicos “anestesistas – reanimadores”, responsáveis pelo atendimento às urgências, que começaram a sair nas ambulâncias, pois perceberam que tanto nos casos clínicos como no trauma, se medidas terapêuticas fossem tomadas no local, as chances de sobrevida e redução de seqüelas aumentavam. (BRASIL, 2006b). 8 O modelo de atendimento pré-hospitalar norte-americano se baseia na atuação de profissionais intitulados para-médicos, que passam por um processo de capacitação para o atendimento no local da ocorrência, existindo, inclusive, diferentes categorias de atuação e respectiva carga horária de treinamento, sendo os profissionais de maior qualificação autorizados a realizar procedimentos como intubação, punção de tórax e administração de medicamentos. Esta atuação se dá, em geral, sem supervisão médica e sem regulação. (BRASIL, 2006b).

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veículos escolhidos, em sua grande maioria não eram apropriados para o transporte

de pacientes em boas condições, pois a altura e o espaço físico, não permitiam

sequer que o paciente pudesse fazer uso de “soro fisiológico E.V. ou uso de O2”, no

caso de paciente crítico. A função de transporte foi a que cumpria até recentemente,

independente do estado do paciente, pois com recurso humano, contava-se apenas,

com um motorista “ágil” no volante. Fica difícil se ter idéia de quantas vidas foram

“salvas” ou “ceifadas” no transporte por ambulância (NITSCHKE, 2003).

Conforme consta em Nitschke, (2003, p. 37):

O primeiro serviço de atendimento pré-hospitalar em Santa Catarina, sem a presença de médico, foi implantado em 1987 pelo Corpo de Bombeiros da Polícia Militar, em Blumenau, em parceria com outras entidades. Sete anos após, já atuava em 15 cidades catarinenses, contando apenas com a participação de socorristas e sem pessoal médico.

Em 1989, a Cooperação SAMU de Paris-São Paulo dá início ao SAMU de

São Paulo (NITSCHKE, 2003). Uma das experiências mais importantes ocorreu em

1989, em São Paulo, quando, através da Resolução nº 042, de 22/05/89, teve

origem o Projeto Resgate, desenvolvido em conjunto pela Secretaria Estadual de

Saúde (SES), através do SAMU-SP e a Secretaria de Segurança Pública (SSP),

através do Corpo de Bombeiros e Grupamento de Rádio Patrulhamento Aéreo, para

esse serviço adotou-se uma sistemática de atendimento mista, ou seja, nos moldes

e tecnologia do modelo norte-americano com adaptações do modelo francês. (DIAS,

2004).

De acordo com Nitschke (2003), em 1990 inicia o atendimento pré-hospitalar

pelo Corpo de Bombeiros no Brasil, com início do trabalho pré-hospitalar em

Florianópolis. Em 1991, inicia o Sistema Integrado de Atendimento ao Trauma e

Emergências - SIATE em Curitiba, que era realizado pelo “socorrista” do Corpo de

Bombeiro, mas contava com médicos dentro do sistema regulador que poderia ser

deslocado para o local da emergência se necessário. Serviu de modelo para uma

reestruturação do APH em nível nacional, iniciada a partir de 1990, com a criação do

Programa de Enfrentamento às Emergências e Traumas (PEET) pelo Ministério da

Saúde, cujo objetivo era redução da incidência e da morbi-mortalidade por causas

externas por meio de intervenção nos níveis de Prevenção, APH, Atendimento

Hospitalar e Reabilitação. Oliveira (apud, DIAS, 2004). Em 1994 surgiu, nos moldes

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do SAMU, o serviço Belém 192 urgente. Em 1995, o SAMU de Porto Alegre é

inaugurado e inicia-se a rede 192 urgente, que um ano mais tarde se transformou

em Rede Brasileira de Cooperação em Emergências. Em 1996, foi inaugurado o

SAMU de Campinas e um ano mais tarde o SAMU do Vale do Ribeira (NITSCHKE,

2003).

A Rede Brasileira de Cooperação em Emergências (RBCE), a partir de 1995,

organizou-se para promover uma ampla discussão em todo o Brasil sobre a atenção

às urgências e o que ela representa na Organização de Sistemas de Saúde e no

processo de construção do SUS (NITSCHKE, 2003). Os trabalhos deste grupo

subsidiaram de forma importante a divulgação desta nova forma de trabalho, e

resultaram concretamente na elaboração e publicação da Resolução n.º 1.529/98 do

CONSELHO FEDERAL de MEDICINA (1998) e, posteriormente, a institucionalização

paulatina das bases técnicas e políticas propostas por estes técnicos, com a

publicação de uma série de portarias e a adoção da Política Nacional de Atenção às

Urgências (BRASIL, 2006a). Em 1999 é publicada a Portaria Ministerial 824 e, em

2001, a Portaria Ministerial 814 (BRASIL, 1999, 2001).

A Portaria n.º 2048/GM, 5 de novembro de 2002, define toda a grade

curricular para os profissionais que atuam em urgências.

Considerando as ações já desenvolvidas pelo Ministério da Saúde que, em

parceria com as Secretarias de Saúde dos estados, do Distrito Federal e dos

municípios, tem realizado grandes esforços no sentido de implantar um processo de

aperfeiçoamento do atendimento às urgências e emergências no País, tanto pela

criação de mecanismos para a implantação de Sistemas Estaduais de Referência

Hospitalar em Atendimento às Urgências e Emergências, como pela realização de

investimentos relativos ao custeio e adequação física e de equipamentos dos

serviços integrantes destas redes, na área de assistência pré-hospitalar, nas

Centrais de Regulação, na capacitação de recursos humanos, na edição de normas

específicas para a área e na efetiva organização e estruturação das redes

assistenciais na área de urgência e emergência.

O Núcleo de Educação em Urgências (NEU), define que as urgências não se

constituem em especialidade médica ou de enfermagem, e nos cursos de

graduação, a atenção dada à área ainda é bastante insuficiente. No que diz respeito

à capacitação, habilitação e educação continuada dos trabalhadores do setor,

observa-se ainda a fragmentação e o baixo aproveitamento do processo educativo

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tradicional e a insuficiência dos conteúdos curriculares dos aparelhos formadores na

qualificação de profissionais para as urgências, principalmente, em seu componente

pré-hospitalar móvel. Também se constata a grande proliferação de cursos de

iniciativa privada de capacitação de recursos humanos para a área, com grande

diversidade de programas e conteúdos e cargas horárias, sem a adequada

integração à realidade e às diretrizes do Sistema Único de Saúde – SUS.

O início e desenvolvimento de diversos SAMU no Brasil deram-se entre

1996 e 2002. Atualmente, no Brasil, nas grandes cidades, o conceito de ambulância,

deixa de ser o de Sistema de Transporte e Remoção, e se incorpora, como parte do

Sistema de Saúde, com a função de diminuir o intervalo terapêutico nas urgências.

Em 2003, através das Portarias Ministeriais de 1863 e 1864, o Ministério da Saúde

torna o SAMU – 192, um serviço nacional (BRASIL, 2006a; NITSCHKE, 2003).

2.3 SERVIÇO DE ATENDIMENTO MÓVEL DE URGÊNCIA–SAMU/SC:

A TRAJETÓRIA DA SUA IMPLANTAÇÃO NO ESTADO

Conforme Nitschke (2007), a história do SAMU no Estado de Santa Catarina

inicia-se em 1992, pela ocorrência de um acidente onde um médico, o Dr. Sidnei

Sandin, faleceu.

Nessa época, os recursos pré-hospitalares da saúde não existiam, e embora

já existissem recursos adequados de suporte básico de vida e resgate do Corpo de

Bombeiros, que tentou retirar por quase uma hora a vítima das ferragens, em

decorrência do fato de haver uma fratura de costela com lesão de artéria inter-costal,

a vítima perdeu todo seu sangue para dentro do tórax. Esse, exsanguinando,

quando em transporte para o hospital, apresentou parada cárdio-respiratória,

chegando ao hospital sem condições de reanimação.

Essa situação, facilmente controlada por reposição volêmica e pequenas

manobras cirúrgicas que poderiam ser feitas ainda com a vítima presa nas

ferragens, não foi possível naquele momento pela inexistência de equipe de saúde

especializada, com médico e enfermeiro, que pudessem sair do hospital, assim

como, de equipamentos e materiais adequados para tal.

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Através de um compromisso pessoal de tentar mudar tal realidade, o Dr.

César Augusto Soares Nitschke empenhou-se em tentar viabilizar isso e, dois anos

após, no início de 1994, oportunizado por um doutorado de sua esposa, conseguiu

através do Dr. Ari Moré, contato com o Dr. Domingos Sávio, no Ministério da Saúde.

Este, por sua vez, através de um ofício expedido à Embaixada da França, iniciou o

processo para obtenção de um estágio de longa duração, um ano, no SAMU

Francês. Para igualmente viabilizar tal estágio, teve a ajuda de diversos colegas

como o Dr. Armando D’Acâmpora para que pudesse ausentar-se de suas atividades,

da Secretaria de Estado da Saúde.

2.3.1 O Estágio no SAMU Francês

De setembro de 1994 a setembro de 1995, o Dr. César A. S. Nitschke fez

estágio no SAMU Francês, trabalhando no SAMU de Paris, SAMU de Cergy-

Pontoise e estagiando por um mês nos Sapeurs-Pompieurs de Paris.

Naquele ano, acompanhando o Dr. Michel Martinez-Almoyna, deu início aos

trabalhos de edição de um Manual de Regulação Médica de Urgência, que viria a ter

sua primeira edição feita em português em 1998.

2.3.2 O Retorno e a Primeira Visita de uma Missão F rancesa do SAMU

Em Novembro de 1995, já de volta ao Brasil, e aproveitando-se a vinda de

dois especialistas franceses para a inauguração do SAMU Porto Alegre, o Dr. Paulo

de Rezende e o Dr. Michel Martinez-Almoyna consegui que os mesmos passasem

por Florianópolis, onde os mesmos puderam visitar hospitais e contatar os diretores

dos maiores hospitais da cidade. Nesta ocasião, igualmente puderam fazer contato

com o Centro de Ciências da Saúde da UFSC e o Corpo de Bombeiros Militares de

Santa Catarina, expondo os objetivos do SAMU e propondo sua implantação no

Estado, assim como, o desenvolvimento de ensino na área de urgência.

Nesta visita foi formalizado um termo inicial de Cooperação Técnica Santa

Catarina-SAMU Francês na Secretaria de Estado da Saúde, para dar

prosseguimento à implantação do serviço, assim como, desenvolver outras áreas de

cooperação.

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2.3.3 O Primeiro Projeto

No período de janeiro a dezembro de 1996, o primeiro projeto de instalação

foi elaborado para ser implantado no Estado de Santa Catarina.

2.3.4 A Resolução do CREMESC

No mesmo ano, trabalhando no Conselho Regional de Medicina do Estado

de Santa Catarina – CREMESC foram realizados estudos e a elaboração de

resolução normativa sobre Regulação Médica de Urgências, Atendimento Pré-

Hospitalar e Transportes Sanitários.

Em 1997, a Resolução do CREMESC sobre Atendimento Pré-Hospitalar,

Regulação Médica de Urgências e Transportes Sanitários foi encaminhada a todos

os membros da Rede 192 – Urgências, nesta época já denominada Rede Brasileira

de Cooperação em Emergências (RBCE), para ser trabalhada com o Conselho

Federal de Medicina e o Conselho Nacional dos Secretários Municipais de Saúde -

CONASEMS.

Esse trabalho serviu de base para a Resolução nº 1.529/98 do Conselho

Federal de Medicina, que passou a ser usada como parâmetro técnico de avaliação

e planejamento das ações, na área de atendimento às urgências e emergências.

2.4 AS PORTARIAS DE URGÊNCIA E EMERGÊNCIA E GESTAÇÃO

DE ALTO RISCO

2.4.1 O Contato Maior Com a CIB

Em 1998, foi aprovada a instalação da Central de Regulação do SAMU para

atuação em transferências inter-hospitalares de pacientes graves, tendo-se

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equipada duas ambulâncias como unidade de terapia intensiva - UTIs Móveis. No

mesmo ano, foi composta a equipe de trabalho e elaborados os programas de

treinamento dos médicos, enfermeiros, técnicos de enfermagem e motoristas-

socorristas, composta por membros da Secretaria de Estado da Saúde de Santa

Catarina e Universidade Federal de Santa Catarina - UFSC.

Nessa época, designados pelo Sr. Secretário de Estado da Saúde, Dr.Carlos

Schoeller, o Dr César Nitschke, a enf. Maria Tereza Locks e a odontóloga Sílvia

Giongo, em conjunto com um grupo de secretários municipais extremamente

atuantes à CIB, o Dr. Celso Dellagiustina, a Sra. Carmem Emília Bonfá Zanotto, a

Sra. Marlene Foschiera e a Sra. Adeliana Dal Pont foi elaborado e apresentada à

Comissão Intergestores Bipartite – CIB-SC, a proposta da distribuição de recursos

de investimento e custeio para a composição do Sistema de Referência em Urgência

e Emergência no Estado de Santa Catarina, tendo sido aprovada por unanimidade.

Ficando definido que, inicialmente, o Estado de Santa Catarina teria 5 (cinco)

Centrais Médicas de Regulação de Urgência (SAMU), dispostas nas cidades pólos

das seguintes regionais: Florianópolis, Joinville, Blumenau, Chapecó e Criciúma.

2.4.2 No Período de 1999 a 2003

Em janeiro de 1999, foi ratificado o convênio de urgências e emergências,

assim como, o de gestação de alto risco, com o Ministério da Saúde.

No final do ano de 1999, a Sra. Viviane Catary Crippa, pessoa

extremamente ativa, começou a trabalhar com o Dr. César Nitschke e, com a ajuda

indispensável do Dr. Ademir Walkof e com o incentivo do Senhor Secretário de

Estado da Saúde, Dr. João José Cândido da Silva, conseguiram a liberação do

espaço situado no subsolo, fundos da Policlínica de Referência Regional para

execução das obras para instalação do SAMU Florianópolis.

No ano de 2000, foram concluídas as reformas básicas da área do SAMU e

adquiridos equipamentos através dos convênios de Urgência e Emergência e de

Gestação de Alto Risco destinados ao SAMU.

Em maio desse ano, as propostas para o custeio foram apresentadas à

Comissão Intergestores Bipartite, sendo definida uma subcomissão que estudaria o

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assunto. Nesse período, o Estado recebeu parte dos materiais e equipamentos das

centrais de regulação e UTI’s móveis.

Nos anos seguintes, foi efetuada a instalação de antena de rádio e

repetidora para a Central de Regulação da Macrorregião da Grande Florianópolis,

recuperadas duas ambulâncias que haviam sido realocadas de outros municípios e

transformados dois outros veículos em UTI’s móveis para o Instituto de Cardiologia e

para o Hospital Infantil Joana de Gusmão.

De 2000 a 2003, os equipamentos adquiridos para seis centrais de

regulação assim como, para a instalação de doze UTI’s Móveis, através das

Portarias Ministeriais que constituíram o Sistema de Referência em Urgência e

Emergência, assim como de Gestação de Alto Risco, foram sendo entregues ao

SAMU e realizaram-se, neste período, apenas alguns acompanhamentos de

eventos, assim como, algumas transferências de pacientes com as unidades

adquiridas e estruturadas.

2.4.3 As Portarias 1863 e 1864

Em setembro de 2003, através da Portaria Ministerial nº.1863, instituiu-se no

país, a Política Nacional de Atenção às Urgências e, através da Portaria Ministerial

nº.1864, o primeiro componente da Política de Urgência foi criado: o componente

móvel, o SAMU.

2.4.4 A Parceria SES-SC COSEMS-SC e a Pactuação

No Estado de Santa Catarina, a Secretaria de Estado da Saúde e o

Conselho de Secretários Municipais de Saúde realizaram discussões em todas as

regiões do estado e, em 20 de dezembro de 2003, o projeto de implantação do

SAMU em Santa Catarina foi aprovado pelo Conselho Estadual de Saúde.

Em março de 2004, após exaustivas discussões em todo o Estado

envolvendo representantes da SES-SC e do COSEMS-SC, foi pactuada na

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Comissão Intergestores Bipartite, a aprovação do Plano de Atenção Móvel de

Urgência no Estado de Santa Catarina, assim como a forma de custeio do serviço .

Caberia ao Estado, o custeio suplementar (aos recursos provenientes do

Ministério da Saúde) das Centrais de Regulação Médica de Urgência e das

Unidades de Tratamento Intensivo Móveis. Caberia aos Municípios, organizados

regionalmente, o investimento e custeio suplementar (aos recursos provenientes do

Ministério da Saúde) das Unidades de Suporte Básico de Vida do SAMU.

A gestão operacional ficaria sob a responsabilidade da Secretaria de Estado

da Saúde.

No período que se sucedeu março de 2004 até abril de 2005, não houve

progresso quanto à instalação do serviço.

2.4.5 A Implantação Efetiva do Serviço

Com a mudança de presidência do COSEMS-SC, o Dr. Celso Dellagiustina,

que vinha acompanhando as discussões sobre o SAMU desde 1997, tomou à frente

as discussões para a implantação do Serviço no Estado e, pelo lado da Secretaria

de Estado da Saúde, o Dr. César Nitschke, que vinha discutindo e executando ações

para a implantação do serviço desde 1994, teve o reforço indispensável do Dr.

Roberto Hess de Souza, Superintendente de Planejamento, ao qual ficou

subordinado.

Assim sendo, através destes três profissionais e com o incentivo e aval do

Senhor Secretário de Estado da Saúde, Sr. Luis Eduardo Cherem e da Diretora

Geral, Sra. Carmem Emília Bonfá Zanotto, foram definidas as estratégias para a

implantação, iniciada a licitação de equipamentos e o processo seletivo dos

profissionais.

Pelo lado dos municípios, o Dr. Celso Dellagiustina, em maio de 2005, no

Município de Rio do Sul, em reunião estadual do COSEMS-SC, reapresentou o

SAMU assim como um exemplo de planilha de custo e de um projeto de lei a serem

adaptados pelos municípios, para a implantação do Serviço pois, como decidido pelo

Conselho Estadual de Saúde e pela CIB-SC, este serviço abrangeria todos os

municípios de Santa Catarina, fazendo com que houvesse o agrupamento regional

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dos municípios para o financiamento dos investimentos e do custeio suplementar do

mesmo.

O Dr. Celso Dellagiustina, o Dr. Roberto Hess de Souza e o Dr. César

Nitschke iniciaram uma série de discussões em cada uma das sete macrorregiões,

preparando cada uma delas para o início do Serviço, assim como orientando os

Secretários Municipais de Saúde que receberiam unidades de suporte básico de

vida sobre sua responsabilidade e definindo com os mesmos, os cronogramas a

serem cumpridos.

Além disso, esses três profissionais acompanharam passo a passo toda a

execução dos processos em curso, desde as reformas, aquisição de equipamentos,

processo seletivo, dentre outras, realizando sucessivas reuniões nas macrorregiões

para que se cumprisse o cronograma estabelecido.

2.4.6 As Inaugurações

O SAMU no Estado de Santa Catarina foi iniciado em 5 de novembro de 2004

pelo oeste, região mais necessitada da implantação de um serviço deste tipo, sendo

a primeira central de regulação implantada em Chapecó. Seguiram-se Florianópolis,

Joinville, Criciúma, Blumenau, Joaçaba e, por último, Lages em julho de 2005.

2.4.7 Os Comitês Gestores Regionais de Urgência

No dia da inauguração do SAMU ou logo após, iniciavam-se os trabalhos

dos Comitês Gestores Regionais de Urgência, com a participação de gestores

estaduais e municipais, diretores de hospitais de referência, bombeiros, polícias,

defesa civil e SAMU.

Esses comitês, mensalmente, realizam discussões sobre o atendimento de

urgência, tanto pré-hospitalar como intra-hospitalar, trazendo os problemas, dando

encaminhamentos e propondo soluções que, por vezes, passam por um pedido de

auditoria, intervenção de membros do COSEMS-SC ou da SES-SC para a solução

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dos mesmos. Assim sendo, através do diagnóstico em tempo real oferecido pelo

SAMU, trabalhado pelos comitês gestores regionais, vários problemas foram sendo

solucionados e áreas, antes de difícil atendimento às urgências, enquadraram-se na

nova lógica estabelecida.

Todas as atas das reuniões realizadas no estado estão disponíveis no site

do SAMU Santa Catarina divididos por regiões.

2.4.8 A Comissão Técnica Da CIB Sobre o SAMU

Para o acompanhamento do serviço, o COSEMS-SC, em parceria com a

SES-SC criou uma comissão técnica presidida pelo Dr. Celso Dellagiustina que

acompanha as dificuldades, propõe as soluções e vem produzindo várias

deliberações aprovadas pela CIB-SC que tem sido fundamental para o SAMU no

Estado assim como a readequação da rede de atendimento às urgências no estado.

2.4.9 No Período de 2005 a 2006

Estes dois anos de implantação e estruturação inicial de todos os serviços

no Estado, assim como dos comitês gestores e comissão especial da CIB, incluindo

o papel de cada ator serão detalhados brevemente.

O SAMU é um serviço de saúde, desenvolvido pela Secretaria de Estado da

Saúde de Santa Catarina, em parceria com o Ministério da Saúde e as Secretarias

Municipais de Saúde organizadas macrorregionalmente. Tendo como pilar o

médico, que é o responsável pelo componente da Regulação dos Atendimentos de

Urgência, pelo Atendimento Móvel de Urgência da Região e pelas transferências de

pacientes graves da região.

Faz parte do sistema regionalizado e hierarquizado, capaz de atende dentro

da região de abrangência, todo enfermo, ferido ou parturiente em situação de

urgência ou emergência, e transportá-lo com segurança e acompanhamento de

profissionais da saúde até o nível hospitalar do sistema. Além disso, intermedia,

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através da central de regulação médica das urgências, as transferências inter-

hospitalares de pacientes graves, promovendo a ativação das equipes apropriadas e

a transferência do paciente (BRASIL, 2006a).

2.5 MISSÃO DO SAMU

Os Sistemas de atendimento pré-hospitalar têm por missão, diminuir o intervalo terapêutico para as pacientes vítimas do trauma e urgências clínicas adultos ou pediátricos, possibilitando maiores chances de sobrevida, diminuição das seqüelas, e garantir a continuidade do tratamento encaminhando os pacientes nos diferentes serviços de saúde, de acordo com a complexidade de cada caso, de forma racional e equânime. Utiliza-se para tal, de uma frota de ambulâncias devidamente equipadas, com profissionais capacitados, capaz de oferecer aos pacientes desde medicações e imobilizações até ventilação artificial, pequenas cirurgias, monitoramento cardíaco, desfibrilação, que permitam a manutenção da vida até a chegada nos serviços de destino, distribuindo os pacientes de forma organizada e equânime dentro do Sistema regionalizado e hierarquizado. (NITSCHKE, 2003, p. 39).

2.5.1 Atividades Desenvolvidas pelo SAMU

As atividades desenvolvidas pelo SAMU, de acordo com Nitschke (2003,

p.39), são:

a) Regulação de todos os fluxos de pacientes vítimas de agravos urgentes à

saúde; do local da ocorrência até os diferentes serviços da rede

regionalizada e hierarquizada;

b) Regulação dos fluxos entre os serviços existentes no âmbito municipal e/

ou regional;

c) Atendimento pré-hospitalar de Urgência (primários ou transferências inter-

hospitalares);

d) Cobertura de eventos de risco;

e) Elaboração de planos de atendimento e realização de simulados c/

Defesa Civil, Bombeiros, Infraero e demais parceiros;

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f) Capacitação de Recursos Humanos (participação na estruturação dos

Núcleos formadores de urgência do SUS);

g) Ações educativas para a comunidade;

h) Participação no desenvolvimento de programas preventivos junto aos

serviços de segurança pública e controle de trânsito.

2.5.2 Princípios Operativos do SAMU

Conforme Nitschke (2003), os princípios operativos do SAMU são:

a) O médico regulador é responsável por todos os atendimentos recebidos

no SAMU, desde o acionamento, mesmo que abortado durante a ligação

até o encerramento do caso.

b) A grande “urgência” está em chegar até o paciente. Uma vez no local da

ocorrência, o médico intervencionista deve utilizar o tempo necessário

para realizar todos os procedimentos que possibilitem estabilização do

doente para um transporte em segurança, devido a maior dificuldade

técnica na realização de procedimentos em trânsito.

c) Nos casos onde exista dúvida quanto ao recurso a ser enviado, sempre

deve ser enviado o de maior complexidade possível.

d) Nos casos de explícita falta de recursos, gerando as indesejáveis “filas”,

o médico regulador deverá constantemente reavaliar o conjunto dos

casos pendentes e proceder com priorizações tantas vezes quanto

sejam necessárias, não se esquecendo de monitorizar a solicitação

através de contatos sucessivos com os solicitantes, informando-os sobre

a situação e dando perspectiva quanto ao tempo de espera.

e) Nunca se deve encaminhar um paciente para um serviço de destino sem

comunicação prévia. Nos casos em que houver dificuldades

operacionais para cumprir tal determinação em tempo hábil, o médico

deverá entrar em contato com o receptor o mais brevemente possível,

justificando-se.

f) Nem sempre o melhor local para ser encaminhado um paciente num

determinado momento é aquele que se encontra geograficamente mais

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próximo ou foi pré-estabelecido como serviço de referência pela grade

de regionalização pactuada. Sempre deve prevalecer a necessidade do

paciente em função da complexidade do caso e a disponibilidade real do

recurso mais adequado a tal necessidade.

g) Os médicos plantonistas ao chegarem ao plantão, deverão

imediatamente, interar-se dos recursos internos (viaturas, equipamentos

e profissionais) e recursos externos existentes, inclusive das Centrais de

Vagas.

As fichas de regulação e as fichas de atendimento são documentos

equivalentes aos prontuários médicos de qualquer serviço de saúde. São utilizadas

também para fins estatísticos, pedidos judiciais, auditorias. Quando devidamente

preenchida, serve ainda de proteção ao médico responsável pela regulação.

Chamamos de “Ferramentas de regulação”, os instrumentos gerenciais que

possibilitam o acompanhamento da situação em tempo real de todos os Hospitais,

incluindo as Salas de Emergência dos Pronto-Socorros e os próprios leitos, através

da articulação com Centrais de Leitos que instrumentalizam o médico regulador no

processo de trabalho. Essa integração com as Centrais de Vaga, possibilita também

uma adequada referência e contra-referência dos pacientes no Sistema, a partir da

rede assistencial básica ou da Rede Hospitalar.

2.5.3 Objetivos do SAMU

De acordo com Nitschke (2003, p. 41), os objetivos do SAMU são:

a) Assegurar a escuta médica permanente para as urgências, através da

Central de Regulação Médica das Urgências, utilizando número

exclusivo e gratuito;

b) Operacionalizar os sistemas regionalizados e hierarquizados de saúde,

no que concerne às urgências, equilibrando a distribuição da demanda

de urgência e proporcionando resposta adequada e adaptada às

necessidades do cidadão, através de orientação ou pelo envio de

equipes, visando a atingir todos os municípios da região de abrangência;

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c) Realizar a coordenação, a regulação e a supervisão médica, direta ou a

distância, de todos os atendimentos pré-hospitalares;

d) Realizar o atendimento médico pré-hospitalar de urgência, tanto em

casos de traumas, como em situações clínicas, prestando os cuidados

médicos de urgência apropriados ao estado de saúde do cidadão e,

quando se fizer necessário, transportá-lo com segurança e com o

acompanhamento de profissionais do sistema até o ambulatório ou

hospital;

e) Promover a união dos meios médicos próprios do SAMU ao dos

serviços de salvamento e resgate do Corpo de Bombeiros, da Polícia

Militar, da Polícia Rodoviária, da Defesa Civil ou das Forças Armadas

quando se fizer necessário;

f) Regular e organizar as transferências inter-hospitalares de pacientes

graves no âmbito macrorregional e estadual, ativando equipes

apropriadas para as transferências de pacientes;

g) Participar dos planos de organização de socorros em caso de desastres

ou eventos com múltiplas vítimas, tais como: acidente aéreo, ferroviário,

inundações, terremotos, explosões, intoxicações coletivas, acidentes

químicos ou de radiações ionizantes, e demais situações de catástrofes;

h) Manter, diariamente, informação atualizada dos recursos disponíveis

para o atendimento às urgências;

i) Prover banco de dados e estatísticas atualizados no que diz respeito a

atendimentos de urgência, a dados médicos e a dados de situações de

crise e de transferência inter-hospitalar de pacientes graves, bem como,

de dados administrativos;

j) Realizar relatórios mensais e anuais sobre os atendimentos de urgência,

transferências inter-hospitalares de pacientes graves e recursos

disponíveis na rede de saúde para o atendimento às urgências;

k) Servir de fonte de pesquisa e extensão a instituições de ensino;

l) Identificar, através do banco de dados da Central de Regulação, ações

que precisam ser desencadeadas dentro da própria área da saúde e de

outros setores, como trânsito, planejamento urbano, educação dentre

outros;

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m) Participar da educação sanitária, proporcionando cursos de primeiros

socorros à comunidade, e de suporte básico de vida aos serviços e

organizações que atuam em urgências;

n) Estabelecer regras para o funcionamento das centrais regionais.

2.5.4 Componentes do SAMU

Para Nitschke (2003), funcionalmente, o SAMU encontra-se organizado da

forma mencionada a seguir: Central de Regulação Médica de Urgência; Unidades

Móveis; Tripulação do SAMU.

2.5.4.1 Central de Regulação Médica de Urgência

A estruturação de uma central reguladora de atenção às urgências, de

abrangência municipal ou regional, devidamente articulada com as demais centrais

existentes, deve prever o acesso de duas categorias de clientela: pacientes e

profissionais de saúde. Naturalmente, além da regulação do acesso dos pacientes

às urgências, através das centrais de regulação médica, temos que ter outras

centrais que possam operar a saída ordenada desses pacientes.

O acesso do usuário em situação de risco, diante de um caso de urgência

(em domicílio, via pública ou qualquer local da área pré-estabelecida) deve ser feito

por um número de acesso gratuito, nos casos de urgência de saúde ou médicas, o

número “192”, número este que, em nível nacional, será o número de acesso ao

SAMU, caracterizando este chamado, a necessidade de um atendimento de

urgência (pré-hospitalar móvel ou aconselhamento médico).

Caso o médico regulador julgue necessário, irá determinar a liberação de

viatura com equipe de saúde ou, através de protocolos pactuados, equipes de

suporte básico de vida de outros serviços (Bombeiros, Polícia, entre outros), para

efetuar o atendimento no local.

Considera-se como nível pré-hospitalar móvel de urgência, o atendimento

feito após ter ocorrido o agravo à sua saúde que possa levar à deficiência física ou

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mesmo à morte, sendo necessário, portanto, prestar-lhe atendimento adequado e

transporte a um hospital devidamente hierarquizado e integrado ao Sistema Único

de Saúde, de acordo com a Portaria 2048/GM (BRASIL, 2006a). Esse tipo de

atendimento é chamado também de Atendimento Primário, sendo o atendimento

inicial prestado ao paciente.

O acesso dos profissionais de serviços de saúde do município sede da

central ou de outros municípios da região, que necessitam transferir pacientes para

serviços de referência, pode ser feito a partir desse mesmo número, sendo as

ligações, distribuídas internamente em ramais ou podem ser feitas através de uma

linha telefônica específica, de conhecimento apenas dos estabelecimentos de

saúde, mediante protocolos específicos. A essa clientela deverá ser oferecido o que

chamamos de Atendimento Secundário, pois já houve um atendimento inicial por um

profissional de saúde, sendo necessária uma transferência para um outro serviço,

dando continuidade ao tratamento.

A Estrutura Física e de apoio de uma Central Reguladora deve ser

compatível com jornadas de trabalho ininterruptas, que contemplem espaços em

ambiente reservado para atuação do médico, respeitando o sigilo profissional, bem

como, atuação dos demais profissionais. Assim, contará minimamente com:

a) Sistema de telefonia com números suficientes de linhas gratuitas disponíveis

à população;

b) Aparelhos telefônicos, linhas diretas para envio e recebimento de FAX, e

comunicação com órgãos públicos de áreas afins (Bombeiros, Defesa Civil,

Secretarias de Saúde, Serviços de Saúde, entre outros);

c) Sistema de rádio comunicação entre ambulâncias, a base e conexões com

bombeiros e demais serviços integrados;

d) Sistema de gravação contínua para o registro de todas as chamadas e do

diálogo dos médicos reguladores com os solicitantes;

e) Sistema de localização de chamadas;

f) Sistema informatizado para arquivamento dos registros, processamento dos

chamados e análises estatísticas.

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2.5.4.2 Sobre as Unidades Móveis do SAMU

O SAMU trabalha na lógica de um sistema organizado regionalmente e

dentro do Estado, onde dispõe de unidades próprias e atua em conjunto com outras

instituições para o atendimento às urgências. Assim sendo, descreve-se abaixo a

definição das várias ambulâncias e outras unidades móveis componentes deste

sistema, conforme Portaria Ministerial nº 2048. Define-se ambulância, como um

veículo (terrestre, aéreo ou aquaviário) que se destine exclusivamente ao transporte

de enfermos.

O SAMU de Santa Catarina dispõe de 74 ambulâncias (ANEXO 1), dessas,

56 são unidades de suporte básico e 18 são unidades de suporte avançado. Na

macrorregião da Grande Florianópolis, o SAMU dispõe de 07 unidades de suporte

básico, quais sejam, 02 em Florianópolis, 01 em São José, 01 em Palhoça, 01 em

Nova Trento, 01 em Biguaçu, 01 em Rancho Queimado e 03 unidades de suporte

avançado; 02 em Florianópolis e 01 em São José, sendo que a central de regulação

da macrorregião da Grande Florianópolis situa-se em Florianópolis. (NITSCHKE,

2003).

As Ambulâncias são classificadas em:

TIPO A – Ambulância de Transporte: veículo destinado ao transporte em

decúbito horizontal de pacientes que não apresentam risco de vida, para

remoções simples e de caráter eletivo;

TIPO B – Ambulância de Suporte Básico de Vida: veículo destinado ao

transporte inter-hospitalar de pacientes com risco de vida conhecido e ao

atendimento pré-hospitalar de pacientes com risco de vida desconhecido,

não classificado com potencial de necessitar de intervenção médica no local

e/ou durante transporte até o serviço de destino;

TIPO C - Ambulância de Resgate: veículo de atendimento de urgências pré-

hospitalares de pacientes vítimas de acidentes ou pacientes em locais de

difícil acesso, com equipamentos de salvamento (terrestre, aquático e em

alturas);

TIPO D – Ambulância de Suporte Avançado de Vida: veículo destinado ao

atendimento e transporte de pacientes de alto risco em emergências pré-

hospitalares e/ou de transporte inter-hospitalar que necessitam de cuidados

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médicos intensivos. Deve contar com os equipamentos médicos necessários

para esta função;

TIPO E – Aeronave de Transporte Médico: aeronave de asa fixa ou rotativa

utilizada para transporte inter-hospitalar de pacientes e aeronave de asa

rotativa para ações de resgate, dotada de equipamentos médicos

homologados pelo Departamento de Aviação Civil – DAC;

TIPO F – Embarcação de Transporte Médico: veículo motorizado aquaviário,

destinado ao transporte por via marítima ou fluvial. Deve possuir os

equipamentos médicos necessários ao atendimento de pacientes conforme

sua gravidade;

VEÍCULOS DE INTERVENÇÃO RÁPIDA - Estes veículos, também

chamados de veículos leves, veículos rápidos ou veículos de ligação médica

são utilizados para transporte de médicos com equipamentos que

possibilitam oferecer suporte avançado de vida nas ambulâncias do Tipo A,

B, C e F.

2.5.4.3 Tripulação do SAMU

Considerando que as urgências não se constituem em especialidade médica

ou de enfermagem, e que nos cursos de graduação a atenção dada à área ainda é

bastante insuficiente, entende-se que os profissionais que venham a atuar como

tripulantes dos Serviços de Atendimento Pré-Hospitalar Móvel, devam ser

habilitados pelos Núcleos de Educação em Urgências.

a) Ambulância do Tipo A: 2 profissionais, sendo um, o motorista, e o outro,

um Técnico ou Auxiliar de Enfermagem.

b) Ambulância do Tipo B: 2 profissionais, sendo um, o motorista, e um

técnico ou auxiliar de Enfermagem.

c) Ambulância do Tipo C: 3 profissionais militares, policiais rodoviários,

bombeiros militares, e/ou outros profissionais reconhecidos pelo gestor

público, sendo um motorista, e os outros dois profissionais, com

capacitação e certificação em salvamento e suporte básico de vida.

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d) Ambulância do tipo D: 3 profissionais, sendo um motorista, um enfermeiro

e um médico.

e) Aeronaves: o atendimento feito por aeronaves deve ser sempre

considerado como de suporte avançado de vida e:

- Para os casos de atendimento pré-hospitalar móvel primário não

traumático e secundário, deve contar com o piloto, um médico, e um

enfermeiro.

- Para o atendimento a urgências traumáticas em que sejam necessários

procedimentos de salvamento, é indispensável a presença de

profissional capacitado para tal.

f) Embarcações: a equipe deve ser composta de 2 ou 3 profissionais, de

acordo com o tipo de atendimento a ser realizado, contando com o

condutor da embarcação e um auxiliar/técnico de Enfermagem em casos

de suporte básico de vida, e um médico e um enfermeiro, em casos de

suporte avançado de vida.

2.5.5 Ambulância de Suporte Básico de Vida/USB – SA MU

De acordo com Nitschke (2003), a ambulância de suporte básico de

vida/SBV do SAMU significa:

Veículo destinado ao transporte inter-hospitalar de pacientes com risco de

vida conhecido e ao atendimento pré-hospitalar de pacientes com risco de vida

desconhecido que, no entanto, não apresentem potencial necessidade de

intervenção médica no local ou durante o transporte.

Um dos níveis de resposta do serviço de APH, a um pedido de atendimento

urgente. O envio da ambulância de SBV é decisão do médico regulador.

A equipe de suporte básico de vida é constituída por um técnico de

Enfermagem e o motorista-socorrista.

Os profissionais de Enfermagem da equipe de USB deverão estar

habilitados a realizar ações de suporte da vida, previstas na Lei do Exercício

Profissional. Admitindo-se que, sob delegação/supervisão direta ou à distância do

enfermeiro e quando devidamente capacitados, executem prescrição médica por

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telemedicina através da orientação do médico regulador do SAMU, no âmbito de sua

qualificação profissional.

As fases do atendimento de USB:

a) Recebimento, identificação e localização do pedido de atendimento de

urgência pelo TARM (Técnico auxiliar de regulação médica);

b) Avaliação pelo médico regulador do risco do evento;

c) Decisão de enviar uma equipe de suporte básico de vida ao local.

As diretrizes do atendimento no local:

a) Realizar a avaliação inicial do paciente, reportar via rádio ao médico

regulador. A equipe de suporte básico deve repassar via rádio para o

regulador, todas as informações obtidas, para subsidiar a decisão médica

sobre intervenções possíveis de serem realizadas para estabilização e

indicação do serviço de saúde mais adequado à resolução do problema,

seguindo a grade hierarquizada e regionalizada;

b) Transporte ao serviço de saúde indicado pelo médico regulador;

c) Passagem do caso à equipe do serviço receptor;

d) Encerramento do caso na Central-SAMU.

2.5.6 Ambulância de Suporte Avançado de Vida/USA – SAMU

De acordo com Nitschke (2003), a ambulância de suporte avançado de

vida/USA - UTI Móvel ou unidade de suporte avançado (USA) do SAMU significa:

Veículo destinado ao atendimento e transporte de pacientes com alto risco

em urgências pré-hospitalares ou transporte inter-hospitalar que necessitem de

cuidados médicos intensivos.

Um dos níveis de resposta do serviço de APH Móvel, a um pedido de

atendimento de urgência, avaliado e priorizado pelo médico regulador como

potencialmente grave. A equipe do USA é composta por médico, enfermeiro e

condutor.

Segundo o parâmetro populacional, calcula-se uma ambulância USA para

400.000 hab. Dispõe de equipamentos e materiais para realização de procedimentos

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complexos e avançados de reanimação e estabilização, realizados por médico e

enfermeiro.

As fases do atendimento do USA:

a) Recebimento, identificação e localização do pedido de atendimento de

urgência pelo TARM (Técnico auxiliar de regulação médica);

b) Avaliação pelo médico regulador do risco presumido do evento;

c) Em situações de alto risco/gravidade: envio de equipe de suporte

avançado de vida.

As diretrizes do atendimento no local:

a) O médico da equipe realiza a avaliação do paciente e/ou os

procedimentos médicos necessários à estabilização e manutenção de sua

vida, confirmando ou não a gravidade presumida pelo médico regulador

que, de posse dessas informações, indica o serviço de saúde mais

adequado à continuidade do atendimento, segundo a grade de referência

hierarquizada e regionalizada disponível, combinada à avaliação dinâmica

que o médico regulador deve fazer das portas de urgência;

b) Transporte ao serviço de saúde indicado pelo médico regulador;

c) Passagem do caso à equipe do serviço receptor;

d) Encerramento do caso na Central SAMU.

2.5.7 Composição das Equipes do SAMU

Conforme Nitschke (2003, p. 49), a composição das equipes do SAMU

compreende:

A composição das equipes segue o estabelecido pelas Portarias do Ministério da Saúde nº. 2048/GM de 5 de novembro de 2002, nº. 1863/GM de 29 de setembro de 2003 e 1864/GM de 29 de setembro de 2003, assim como, da Resolução do Conselho Federal de Medicina nº. 1.671/03 de 29 de julho de 2003.

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Os recursos humanos mínimos necessários estão discriminados a seguir e

serão adaptados às necessidades, em função da demanda e do tamanho e

abrangência de cada central.

Existe uma capacitação inicial e uma educação continuada para todos que

trabalharem na central de regulação, conforme igualmente discriminado a seguir.

Na função de Técnico Auxiliar de Regulação Médica, poderá ser utilizado

telefonista ou profissional de Enfermagem a ser habilitado para tal. Quando a função

de Técnico Auxiliar de Regulação Médica for executada por profissional de

Enfermagem (Enfermeiro ou Técnico de Enfermagem) recomenda-se que o trabalho

de regulação seja alternado com o trabalho nas unidades móveis, melhorando a

eficiência da regulação e a integração entre as equipes, como igualmente deve ser

realizado por todos os médicos que integram o serviço.

O trabalho na central de regulação médica das urgências não deverá

exceder 6 horas continuadas, visto o nível de exigência do mesmo. Para efeitos de

viabilização da escala, o médico regulador alternará suas atividades com os médicos

da unidade de suporte avançado de vida.

O Trabalho nas unidades móveis avançadas (UTI Móveis e Veículos de

Ligação Medicalizada) deverá ser realizado em regime de plantão de 12 horas.

A equipe de profissionais oriunda da área da saúde deve ser composta por:

a) Coordenador do Serviço: profissional oriundo da área da saúde, com

experiência e conhecimento comprovados na atividade de atendimento

pré-hospitalar às urgências e de gerenciamento de serviços e sistemas.

b) Responsável Técnico: Médico responsável pelas atividades médicas do

serviço.

c) Responsável de Enfermagem: Enfermeiro responsável pelas atividades

de Enfermagem.

d) Médicos Reguladores: médicos que, com base nas informações colhidas

dos usuários, quando esses acionam a central de regulação, são os

responsáveis pelo gerenciamento, definição e operacionalização dos

meios disponíveis e necessários para responder a tais solicitações,

utilizando-se de protocolos técnicos e da faculdade de arbitrar sobre os

equipamentos de saúde do sistema necessário ao adequado atendimento

do paciente.

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e) Médicos Intervencionistas: médicos responsáveis pelo atendimento

necessário para a reanimação e estabilização do paciente, no local do

evento e durante o transporte.

f) Enfermeiros Assistenciais: enfermeiros responsáveis pelo atendimento de

Enfermagem, necessário para a reanimação e estabilização do paciente,

no local do evento e durante o transporte.

g) Técnicos de Enfermagem: atuação sob supervisão imediata do

profissional enfermeiro.

OBS: As responsabilidades técnicas poderão ser assumidas por

profissionais da equipe de intervenção, sempre que a demanda ou o porte do

serviço assim o permitirem.

Além dessa equipe de saúde, em situações de atendimento às urgências

relacionadas às causas externas ou de pacientes em locais de difícil acesso, deverá

haver uma ação pactuada, complementar e integrada de outros profissionais não

oriundos da saúde – bombeiros militares, policiais militares e rodoviários e outros,

formalmente reconhecidos pelo gestor público para o desempenho das ações de

segurança, socorro público e salvamento, tais como: sinalização do local,

estabilização de veículos acidentados, reconhecimento e gerenciamento de riscos

potenciais (incêndio, materiais energizados, produtos perigosos) obtenção de

acesso ao paciente e suporte básico de vida.

2.6 O PRIMEIRO PLANTÃO DO SAMU DE FLORIANÓPOLIS

Em 17 de novembro de 2005, na sede do Governo Estadual de Santa

Catarina, na presença do Governador Luiz Henrique da Silveira, o SAMU de

Florianópolis foi inaugurado. A primeira etapa de capacitação da meso-região de

Florianópolis, ocorreu em 10, 11 e 12/11/05 e 19 e 20/11/05, promovida pelo

NEU/SC e a Escola de Saúde Pública de Santa Catarina em Florianópolis.

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O primeiro plantão do SAMU de Florianópolis aconteceu no dia 21/11/2005,

Segunda-feira, às 7h, com a equipe de médicos (Marcos Túlio Silva, Crystian Josué

Tholl, Ricardo A. da Rosa, Lourenço Sampaio de Mara e Fernanda), a enfermeira

(Daniela Linhares da Silva Chisleri) e os motoristas (Shaine Índio do Brasil, Edival e

Dionísio).

Na primeira semana de plantão, os telefones do SAMU – 192 estavam

bloqueados para receber ligações externas, pois somente seriam realizados

atendimentos de transporte a pacientes graves, com necessidade de suporte

avançado de vida, visto que, neste início, o Serviço contava apenas com uma

unidade do SAMU em toda a meso-região de Florianópolis, a USA 01.

Posteriormente, outra USA juntou-se à Central e, por conseguinte, a USA 03 chegou

e ficou baseada em São José, tendo como base, o hotel de trânsito dos Policiais

Rodoviários Federais. As unidades básicas chegaram a partir do início do ano de

2006, sendo a primeira, a USB 03 de São José, com base, na ocasião, junto à USA

03.

Ocorreram dois transportes inter-hospitalares e um atendimento. O primeiro

transporte ocorreu às 11:07h, com acionamento para o Hospital São José de

Tijucas, para transportar um paciente de 16 anos, masculino, para a emergência do

Hospital Governador Celso Ramos, vítima de atropelamento. O segundo transporte

ocorreu por volta das 15:27h, com acionamento para o Hospital Florianópolis, para

transportar um paciente de 43 anos, masculino, para o Hospital Regional São José,

vítima de um Acidente Vascular Cerebral Isquêmico e crise convulsiva.

O primeiro atendimento pré-hospitalar ocorreu por volta das 21h quando por

motivo desconhecido entrou uma chamada de pedido de atendimento (o telefone

deveria estar bloqueado para chamadas externas) para um paciente de 56 anos,

masculino, etilista, com quadro de convulsão e hipoglicemia, no bairro Areias, São

José. Este foi medicado no local e encaminhado para observação na emergência do

Hospital Florianópolis.

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2.7 CONSIDERAÇÕES ÉTICAS NO ATENDIMENTO PRÉ-HOSPITALAR

Ao longo de grande parte da medicina, os médicos têm sido guiados pelos

princípios derivados do juramento hipocrático. O tema hipocrático dominante instrui

os médicos a usarem seus conhecimentos e habilidades em benefício dos seus

pacientes e protegê-los de prejuízo. Autores contemporâneos observaram a falta de

um papel explícito do paciente, na tomada de decisões e questionaram se essa

postura paternalista seria apropriada numa era em que a tecnologia, altamente

invasiva, pode confundir a linha que separa “benefício” e “prejuízo”. (AMERICAN

HEART ASSOCIATION, 1997-1999).

A visão moderna coloca o relacionamento médico-paciente como um

processo colaborativo, no qual, o médico contribui com o conhecimento médico,

habilidade e julgamento e o paciente contribui com uma avaliação pessoal dos

benefícios e, riscos potenciais inerentes ao tratamento proposto incorporado, assim,

os princípios morais importantes da autonomia do paciente e direitos de

autodeterminação (AMERICAN HEART ASSOCIATION, 1997-1999). Todavia, a

autonomia dos pacientes é forçosamente ameaçada nos relatos de cuidados, que

são particularmente assimétricos nos Serviços de Urgência onde a livre escolha é

impossível e onde o terapeuta pode ir até a decisão de uma verdadeira supressão

das liberdades (NITSCHKE, 2003).

Conforme Nitschke (2003, p. 71):

O médico, em condições de urgência, pode trabalhar sem um pedido e uma aceitação do paciente, que por sua vez, tem necessidade de atendimento. Vai também exercer o poder supremo de decidir quais serão atendidos e quais serão relegados, o que pode ser monstruoso. A sociedade delega este poder, que deve ser usado com todo critério, respeitando os princípios éticos da profissão e os morais e legais da sociedade em que vivemos. Do ponto de vista do médico regulador, ou de quem atende a urgência, pode-se resumir os cuidados éticos com a decisão a ser tomada em dois princípios básicos, válidos apenas para situações de urgências iguais, que seriam o princípio de direito e da ordem.

Princípio de direito: primeiro a chegar, primeiro a ser atendido.

Princípio da ordem: terminar o primeiro antes de começar o segundo.

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Estes dois princípios, utilizados há tanto tempo, contradizem a equidade

conforme Nitschke (2003). A regulação médica vem alterar esta lógica, começando a

utilizar o conceito da necessidade de cada caso, tentando garantir o atendimento,

primeiro de quem mais necessita, e não, necessariamente, de quem primeiro chega,

diminuindo assim, o tempo de espera para os casos mais graves, que, muitas vezes,

ficavam aguardando em filas e tendo o risco maximizado.

Declarar uma urgência é se apossar do direito de realizar procedimentos que muitas vezes seriam impossíveis sem autorização prévia do paciente ou de seu responsável, de acordo com Martinez-Almoyna e Nitschke (1998). A sociedade delega este poder ao médico, que deve ser usado com todo critério, respeitando os princípios éticos de nossa profissão e os morais e legais da sociedade em que vivemos. Esta discussão foi iniciada pela Comunidade Européia na década de 80, gerando um documento denominado “Declaração de Lisboa” (1989), que apresentava as primeiras diretrizes para sistematizar os princípios éticos que envolvem o atendimento às urgências. (NITSCHKE, 2003, p.73).

Este documento conforme Martinez-Almoyna e Nitschke (1998); Nitschke

(2003) e Brasil (2007c), compreende 4 princípios básicos, que devem nortear o

médico no processo de triagem e atendimento das urgências.

1.º AUTONOMIA E LIBERDADE:

O cidadão tem o direito ao respeito de sua autonomia. Os profissionais dos

Serviços Médicos de Urgência devem respeitar esse direito do paciente, mesmo

quando ele for contra o recebimento de cuidados que possa necessitar.

O médico deve fazer o necessário para que as crenças, a confidência e o

pudor sejam sempre respeitados.

2.º BENEFÍCIO DE TODOS:

Os profissionais dos Serviços de Urgência, na medida dos meios existentes,

devem realizar as melhores terapêuticas médicas e ajuda psicológica, a fim de

melhorar a qualidade de vida do paciente e daqueles que o cercam, e não apenas

aumentar sua sobrevida.

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3.º O MENOR PREJUÍZO POSSÍVEL:

Diminuir e/ou evitar o risco da iatrogenia, que aumenta em todo

procedimento realizado em caráter de urgência, através de capacitação adequada

dos profissionais.

4.º JUSTIÇA, IGUALDADE E SOLIDARIEDADE:

Para garantir a eqüidade na distribuição de recursos na área da saúde, os

casos mais urgentes serão atendidos prioritariamente, independente da ordem de

chegada. Os médicos reguladores devem estabelecer prioridades para o

atendimento, segundo a classificação da gravidade, ocupando-se primeiramente e

com mais recursos daqueles que têm necessidade maior e mais premente.

O SAMU, conforme Martinez-Almoyna e Nitschke (1998), adota como

princípios éticos no exercício da Regulação Médica, as recomendações propostas

pela Declaração de Lisboa sobre a Ética da Urgência Médica, com vistas a que os

Sistemas de Ajuda Médica Urgente, na Europa e no Mundo, obedeçam a alguns

princípios fundamentais dos Direitos do Homem e o médico regulador e

intervencionista tome suas decisões em plena liberdade para poder aplicar quatro

princípios éticos que seriam:

Primeiro princípio:

RESPEITAR DE FORMA ABSOLUTA A AUTONOMIA DA PESSOA

HUMANA, ISTO É, AUMENTAR A AUTONOMIA DO DOENTE,

RESPEITANDO A SUA LIBERDADE, MESMO EM CASO DE URGÊNCIA.

Os cuidados prestados pelos médicos devem trazer aos doentes mais

autonomia, quer no sentido físico, quer no psicológico e social. Todo o cidadão,

mesmo doente, tem o direito ao respeito pela sua autonomia no sentido da sua

liberdade de escolha, da sua terapêutica, mesmo quando mais vulnerável, ou seja,

na situação de urgência médica. 0 pessoal dos serviços de urgência deve respeitar

este direito fundamental do doente e aceitar que possa recusar os seus

cuidados, mesmo quando julgados indispensáveis.

Todavia, a liberdade de escolha do doente em relação ao prestador de

cuidados médicos é quase sempre impraticável em caso de urgência médica e,

particularmente, quando se encontra numa unidade de cuidados intensivos. 0 direito

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à confidencialidade é também resultante dessa mesma liberdade. Por sua vez, os

serviços médicos de urgência não devem permitir erros na área da difusão de

informações à população sobre a saúde e a vida privada dos seus doentes, a

pretexto da sua urgência, devendo, ainda fazer o necessário para que as crenças, a

confidência e o pudor sejam respeitados.

Segundo princípio:

OFERECER O MÁXIMO DE BENEFÍCIO DE SAÚDE, OU SEJA, OBTER A

MELHOR QUALIDADE DOS CUIDADOS A PRESTAR DE URGÊNCIA

DEVEM TER QUALIDADE PROFISSIONAL.

O doente deve receber o maior beneficio possível como conseqüência da

melhor qualidade dos cuidados prestados, ao mesmo tempo, que de menor custo,

mesmo sendo de urgência. Por princípio, qualquer Estado deve garantir a segurança

dos cidadãos, o que implica a implementação de atendimento de urgência médico

adequado. A Saúde Pública e os profissionais de cuidados de saúde devem

providenciar no sentido de assegurar real qualidade deste cuidados de urgência,

com a ajuda dos Serviços Hospitalares, Serviços Móveis de Urgência e Unidades de

Cuidados Intensivos, assegurando uma permanência operacional necessária e

suficiente durante 24 horas / dia. Esse princípio engloba, além das terapêuticas

clínicas, a ajuda psicológica, a fim de melhorar a qualidade de vida do paciente e

daqueles que o cercam, e não apenas aumentar sua sobrevida.

Terceiro princípio:

PRODUZIR O MENOR PREJUÍZO POSSÍVEL, ISTO COMO RESULTANTE

DE PROCEDIMENTOS IMPOSTOS PELA NECESSIDADE DA URGÊNCIA.

A demora do diagnóstico e do tratamento são fatores de agravamento nas

patologias agudas e em situações vitais, impondo aos serviços de saúde uma

organização, de forma a evitar os prejuízos conseqüentes da demora de atuação.

Os procedimentos de urgência são mais arriscados que os normais, dependendo

particularmente da decisão pessoal, mas sofrendo constrangimentos e restrições de

recursos e de tempo.

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Os médicos e as autoridades sanitárias, como todo o resto da organização

dos cuidados, devem se preocupar em diminuir e/ou evitar o risco da iatrogenia, que

aumenta em todo procedimento realizado em caráter de urgência, através de

capacitação adequada dos profissionais. Esse princípio, de não prejuízo ao doente,

impõe ao médico a recusa em tratar sob pressão e condições precárias de urgência,

os doentes que não tenham necessidade de cuidados médicos urgentes e a orientá-

los para procedimentos e organizações de cuidados normais, sempre que possível.

Quarto princípio:

DISTRIBUIR A AJUDA DA COLETIVIDADE COM CRITÉRIO DE JUSTIÇA,

PRESTANDO OS CUIDADOS IGUALMENTE A TODOS OS QUE DELES

CAREÇAM.

A igualdade de direitos entre os cidadãos exige que se faça beneficiar do

máximo de cuidados de urgência, o maior número de doentes que deles tenham

necessidade e, isto, com qualidade. Por motivos de justiça e equidade na

distribuição dos recursos comunitários de Saúde, os médicos dos serviços de

urgência são responsáveis, no exercício da sua atividade na urgência, pela gestão

econômica desses recursos de Saúde, sem dúvida escassos e caros.

Os profissionais encarregados da regulação das urgências devem

estabelecer prioridades, não podendo seguir o princípio habitual de primeiro

chegado, primeiro tratado. Ao contrário, na prática de urgência, e, particularmente,

em caso de afluxo de doentes, devem estabelecer com justiça as prioridades no

atendimento, ocupando-se primeiramente e com mais recursos daqueles que têm

necessidade maior e mais premente. Não havendo critérios técnicos de escolha,

devem tratar-se primeiro daqueles que sofrerem de patologia que se agrava mais

rapidamente.

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3 MARCO REFERENCIAL

A escolha do marco referencial é um elemento essencial para guiar a prática

e análise das situações. O marco referencial tem a finalidade de tornar explícito no

conjunto do estudo, o olhar, o conhecimento em construção na conceituação em que

se apóia, servindo como base para as reflexões e discussões e dados. Nesse

estudo, optamos pela teoria de Imógene King com a intenção de buscar um suporte

teórico para melhor compreensão da temática escolhida e, por conseguinte, o

alcance dos nossos objetivos.

Imógene King nasceu em 1923 e concluiu sua educação básica em

Enfermagem em 1945, na St. John’s Hospital School of Nursing, em St. Louis, no

Missouri. No período de 1945 a 1948, trabalhou como enfermeira domiciliar, de

escola e de fábrica, para custear seus estudos para obtenção do título de Bacharel

em Enfermagem. Em 1948, graduou-se em Bacharel de Educação em Enfermagem

na Universidade de St. Louis. De 1947 a 1958, trabalhou como instrutora e chefe de

Enfermagem médico-cirúrgica e depois foi subdiretora da Escola de Enfermagem no

Hospital St. John’s. Recebeu o título de Mestre em Enfermagem em 1957, pela

Universidade de St. Louis e de Doutora em Educação (PhD) pela Escola de

Professores da Universidade de Columbia, em Nova York, no ano de 1961.

(LEOPARDI, 1999 e GEORGE, 2002).

King é uma figura marcante na Enfermagem mundial pela estruturação de

seu Modelo de Sistemas Abertos Interatuantes, marca principal de sua teoria, que

denominou de Teoria do Alcance dos Objetivos.

A estrutura conceitual proposta por King compõe-se de três sistemas

interativos e dinâmicos, chamados de sistemas pessoais, interpessoais e sociais.

Cada indivíduo é um sistema pessoal que, interagindo com outro indivíduo, forma o

sistema interpessoal; grupos de interesses e necessidades especiais criam um

sistema organizado e delimitado de regras sociais, comportando os sistemas sociais.

A Teoria do Alcance dos Objetivos tem seu foco no sistema interpessoal e nas

interações que se produzem entre indivíduos. (LEOPARDI, 1999 e GEORGE, 2002).

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Cada sistema é composto por conceitos que se inter-relacionam para

atender os objetivos comuns. Os conceitos relevantes de cada um desses sistemas

são:

a) Sistema pessoal : percepção, self, crescimento e desenvolvimento,

imagem corporal, espaço e tempo;

b) Sistemas interpessoais : interação, comunicação, transação, papel e

estresse;

c) Sistemas sociais : organização, autoridade, poder, status e tomada de

decisões.

3.1 PRESSUPOSIÇÕES BÁSICAS DE KING (LEOPARDI, 1999)

a) É responsabilidade do pessoal de saúde, informar os indivíduos de todos

os aspectos do cuidado à saúde, para ajudá-los a tomar decisões

conscientes.

b) Pode haver incongruências entre os objetivos dos fornecedores de cuidado

e os receptores. As pessoas têm o direito tanto de aceitar quanto de rejeitar

qualquer aspecto do cuidado à saúde.

c) Os pacientes querem participar ativamente no processo de cuidado.

d) Os pacientes são conscientes, ativa e cognitivamente capazes de participar

na tomada de decisão.

3.2 CONCEITOS

Pessoas: são seres sociais, conscientes, racionais, com propósitos,

orientados para a ação e no tempo, que possuem habilidades para perceber, reagir,

sentir e escolher, dentre as alternativas, o seu curso de ação e estabelecer metas e

objetivos. (KING, 1981).

Nesse estudo, foram representados pelas crianças e adolescentes em

situação de urgência e emergência, bem como os profissionais que o assistem.

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Saúde : é uma experiência dinâmica da vida dos seres humanos, a qual

implica no contínuo ajustamento dos estressores no ambiente interno e externo,

através da ótima utilização dos processos individuais, para atingir o potencial

máximo para viver no dia-a-dia (KING, 1991).

Saúde permeia todo o processo de viver e, portanto, permeia também o

processo da comunicação, que subsidia o atendimento pré-hospitalar realizado pela

equipe do SAMU, pelas crianças e pelos adolescentes.

Ambiente : é caracterizado como universal (porque todos os indivíduos

possuem algum conceito dele), pessoal ou subjetivo, individual, situacional e

dependente das relações na situação dimensional como uma função de volumes,

área, distância, tempo, e transacional ou baseado na percepção que o indivíduo tem

da atuação (KING, 1981).

Nesse estudo, o ambiente foi representado pelos locais onde ocorreram as

urgências como: domicílio, via pública, unidades de saúde, o interior das USB/USA e

hospitais.

Interação: é um comportamento observável de duas ou mais pessoas em

presença mútua, ou ainda, é o processo de percepção e comunicação entre pessoa

e meio ambiente, entre pessoa e pessoa, representada por condutas verbais e não-

verbais que estão orientadas para o alcance dos objetivos. São influenciadas pelos

diferentes conhecimentos, necessidades, objetivos, percepções e expectativas

passadas que condicionam a forma de perceber a outra pessoa e a situação,

emitindo julgamento, concebendo mentalmente um curso de ação e tomando

decisões para atuar (KING, 1981).

Nesse contexto, a interação consiste na resposta precisa da equipe do

SAMU, a central de regulação e os atendimentos realizados pelas equipes, às

solicitações de atendimento pré-hospitalar, de modo que subsidie uma tomada de

decisão adequada.

Transação: é o processo observável onde os seres humanos interatuam

entre si e com seu meio ambiente para trocar pontos de vista sobre uma situação

dada, e mediante acordos, traçam linhas de ação comum, a fim de alcançar metas

mútuas. É o componente da valorização das interações humanas no tempo e no

espaço, é única, e traduzem as experiências dos seres humanos (KING, 1981).

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Nesse referencial, a transação manifesta-se na comunicação entre o

paciente, a equipe do SAMU e a central de regulação, com a finalidade de um tempo

resposta rápido e eficiente.

Tomada de decisão: é um processo que escolhe uma alternativa entre

muitas. É a forma de dar curso a uma ação, baseada em fatos e valores para

alcançar a meta. É contínuo e dinâmico na vida das pessoas, grupos e organização

(KING, 1981).

Nessa menção, a tomada de decisão representada nesse estudo é a do

médico regulador, que ao comunicar-se com o solicitante, decide que unidade de

atendimento irá atendê-lo e, igualmente, após os informes das unidades de suporte

básico ao SAMU ou pelo médico da USA que está atendendo o paciente. Assim, a

tomada de decisão segue, no momento do atendimento também, onde o médico que

está realizando o atendimento, toma a decisão se é necessário remover esse

paciente para o serviço de referência ou não.

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4 METODOLOGIA

4.1 TIPO DA PESQUISA

Essa pesquisa se caracteriza como descritiva e documental, com técnica de

análise quantitativa. Para Andrade (1994) e Lakatos e Marconi (1994), na pesquisa

descritiva, os fatos são observados, registrados, analisados, classificados e

interpretados, sem que o pesquisador interfira neles, e a pesquisa documental, tem

como característica a fonte de coleta de dados.

4.2 LOCAL DA PESQUISA

A pesquisa foi realizada na Central do SAMU da meso-região de

Florianópolis e nas Bases centralizadas de atendimentos das USB em São José,

Palhoça, Biguaçu e Florianópolis, objetivando conhecer o estudo retrospectivamente

os atendimentos de urgência e emergência na faixa etária de 0 a 14 anos, realizados

pelo serviço de atendimento móvel de urgência – SAMU da Região Metropolitana de

Florianópolis.

4.3 POPULAÇÃO E AMOSTRA

A população foi composta por todos os atendimentos pré-hospitalares na

faixa etária de 0 a 14 anos, atendidas no SAMU da Região Metropolitana de

Florianópolis, no período de maio de 2006 a maio de 2007.

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4.4 INSTRUMENTOS E MEIOS PARA COLETA DE DADOS

Os dados foram coletados através das fichas de atendimento escritas9 e

registrados em um roteiro elaborado pelos pesquisadores (Apêndice 1)

possibilitando conhecer retrospectivamente os atendimentos de urgência e

emergência na faixa etária de 0 a 14 anos, realizados pelo serviço de atendimento

móvel de urgência – SAMU da Região Metropolitana de Florianópolis.

4.5 ANÁLISE DOS DADOS

Os dados foram tabulados e apresentados, utilizando-se o estudo descritivo

com a construção de gráficos e tabelas, possibilitando, ao final, conhecer os

atendimentos de urgência e emergência na faixa etária de 0 a 14 anos realizados

pelo SAMU da Região Metropolitana de Florianópolis de maio de 2006 a maio de

2007.

4.6 ASPECTOS ÉTICOS

Para realização dessa pesquisa, inicialmente, foi solicitada a autorização

para o desenvolvimento da pesquisa à Coordenadora do SAMU da meso-região de

Florianópolis. Aguardou-se a resposta do Comitê de Ética e Pesquisa da UNIVALI e

foram adotadas as recomendações do Parecer 196/96 do Conselho Nacional de

Saúde.

Os pesquisadores se comprometem com a utilização e divulgação dos

dados das fichas de atendimentos, apenas com a finalidade científica, e garantem o

sigilo da identificação dos sujeitos da pesquisa, através de um Termo de

Compromisso de Utilização dos Dados (Apêndice 2).

9 Os dados coletados registram apenas os atendimentos realizados, pois os atendimentos regulados registrados no prontuário eletrônico na ocasião da coleta de dados não estavam disponíveis por motivo de problemas na sua instalação, impedindo o acesso as fichas (eletrônicas) do novo sistema e as fichas do sistema antigo.

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5 APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS DADOS

No período de maio de 2006 a maio 2007, observaram-se, um total de 18201

atendimentos registrados em fichas vistas como atendimento de urgências

realizados pelo SAMU da Região Metropolitana de Florianópolis. Desses

atendimentos com unidades, 1373 atendimentos foram pediátricos, correspondendo

a 7,54% dos atendimentos realizados pelo SAMU nesse período.

Desses atendimentos pediátricos, 1076 foram realizados por USB’s,

correspondendo a 78,36% e 297 por USA’s, correspondendo a 21,63% do total de

atendimentos pediátricos.

A distribuição do número total de atendimentos pediátricos realizados por

Unidades de Suporte Básico de Vida do SAMU da Região Metropolitana de

Florianópolis em relação à faixa etária e sexo pode ser vista na Tabela 1 .

Tabela 1 - Distribuição dos atendimentos pediátrico s realizados nas USB`s em relação à faixa etária e sexo, por município, no pe ríodo de maio de 2006 a maio de 2007, na Região Metropolitana de Florianópolis.

Unidade Suporte Básico de Vida

Local

São José

Fpolis

Biguaçu

Palhoça

Faixa etária/Sexo M F M F M F M F TOTAL

< 1 ano 9 3 17 19 11 6 14 9 88

1 a 4 anos 25 24 97 61 40 38 43 23 351

5 a 9 anos 24 23 82 45 29 30 44 28 305

10 a 14 anos 24 23 70 87 29 39 30 30 332

SUB TOTAL 82 73 266 212 109 113 131 90 1076

Fonte: Dados primários, 2006/2007.

O número total de atendimentos realizados pelas USB’s foi de 1076

(78,07%), sendo 88 (8,1%) atendimentos na faixa etária menor de 1 ano; 351

(32,6%) de 1 a 4 anos; 305 (28,3%) de 5 a 9 anos e 332 (30,8%) atendimentos de

10 a 14 anos.

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Existe uma maior incidência dos atendimentos para o sexo masculino em

relação ao sexo feminino, sendo essa diferença significativa para um alfa ≥ 5 %. Dos

atendimentos realizados na faixa etária de 0 a 14 anos, 54,6% foram do sexo

masculino e 45,4% do sexo feminino.

Conforme o número de atendimentos realizados pela USB, pode-se afirmar

que o serviço de regulação médica estabelece um diagnóstico tele médico da real

necessidade e do grau de urgência de uma situação, classifica e estabelece

prioridades entre as demandas urgentes, define e envia o recurso mais adaptado à

necessidade do solicitante no menor intervalo de tempo possível, acompanha a

atuação da equipe no local, onde a USB fica em contato com a central de regulação

para realização dos procedimentos, realizando um serviço adequado à competência

imposta, e providencia acesso aos serviços receptores de forma equânime dentro de

um Sistema de Saúde.

Conforme King, o alcance dos objetivos (metas), é identificado como uma

estrutura de sistemas abertos inter-atuantes, sendo seu foco de cuidado, o ser

humano. Nele, cada um de seus sistemas: pessoal (compreensão do ser como

pessoa), interpessoal (compreensão da interação entre os seres humanos) e social

(compreensão de grupos com interesses e necessidades comuns) são relacionados

(FALCÃO, GUEDES e SILVA, 2006). Então, todo atendimento prestado pela equipe

SAMU possui um objetivo que é prestar o atendimento de qualidade ao paciente.

É possível afirmar, diante da descrição conceitual exposta, que a equipe de

saúde e os indivíduos que necessitam de tal atendimento, são seres humanos

reativos que interagem em situações específicas para alcançar propósitos

específicos. Imógene King não detém sua preocupação apenas sobre o paciente

hospitalizado, mas também, sobre indivíduos com doenças crônicas e sobre os que

precisam de reabilitação / cuidado.

King afirma que a meta da utilização de seu modelo conceitual de sistemas é

a saúde, e que as funções desses sistemas são: verificar ou observar nas relações

recíprocas de indivíduos, como eles interagem e fazem transações com outras

pessoas (MOREIRA e ARAÚJO, 2002).

Inter-relacionada a teria de King com o serviço oferecido pelo SAMU, a meta

é ajudar os indivíduos a manter um estado saudável e, assim, ajudá-los a

desempenhar suas funções na sociedade. Os meios para alcançar uma meta

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59

comum, variam em cada grupo, de acordo com seus papéis e funções na sociedade

(MOREIRA e ARAÚJO, 2002).

A distribuição do número total de atendimentos realizados pelas Unidades

de Suporte Básico de Vida em relação àa faixa etária, sexo e por Município da

Região Metropolitana da grande Florianópolis, pode ser analisada no Gráfico 1 .

0,00

5,00

10,00

15,00

20,00

25,00

30,00

35,00

40,00

45,00

M F M F M F M F

São José Fpolis Biguaçu Palhoça

Distribuição dos atendimentos das USBs por faixa et ária e sexo em cada Município

< 1 ano

1 a 4 anos

5 a 9 anos

10 a 14 anos

FONTE: Dados primários 2006/2007.

Gráfico 1: Distribuição dos atendimentos pediátrico s realizados nas USB`s em relação à faixa etária e sexo por Município, no per íodo de maio de 2006 a maio de 2007, na Região Metropolitana de Florianópolis.

A condição de maior incidência masculina nos Serviços de Urgência e

Emergência Móvel geral se confirma também no estudo de CASTRO et al. (2002),

que obtiveram 60% de freqüência dos atendimentos do sexo masculino. Já, para

Harada (2000), este predomínio do sexo masculino, no que concerne aos acidentes

na infância, é explicado, provavelmente, pela diferença de atividades desenvolvidas

em cada sexo, estando o menino mais exposto às atividades dinâmicas que

envolvem maior risco, enquanto meninas possuem atividades mais brandas. Outro

fato importante é que, sócio-culturalmente, o menino adquire liberdade mais

precocemente em relação às meninas e começam a realizar atividades com menor

supervisão direta dos adultos, tendo, então, um maior tempo de exposição a

situações que antecedem acidentes.

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60

Comparando a relação do número de habitantes da população da grande

Florianópolis, com o número de USB e USA, observa-se que o SAMU-SC diverge

dos padrões estabelecidos pela Portaria GM nº. 1864 do Ministério da Saúde, as

ambulâncias são adquiridas na proporção de um veículo de suporte básico à vida

para cada grupo de 100.000 a 150.000 habitantes, e de um veículo de suporte

avançado à vida para cada 400.000 a 450.000 por habitantes (BRASIL, 2003). De

acordo com os dados do IBGE (2003), a região da grande Florianópolis possui uma

população de 764.492 habitantes.

O SAMU Florianópolis possui 11 ambulâncias de Suporte Básico de Vida e 4

ambulâncias de Suporte Avançado de Vida (BRASIL,2007). Sendo assim, diverge

dos padrões estabelecidos pela Portaria GM nº. 1864 do Ministério da Saúde, pois

nessa portaria não está previsto o tempo resposta de cada ambulância, uma vez que

não leva em consideração a malha viária e a distância entre os municípios.

O número de casos que foram atendidos pelas Unidades de Suporte

Avançado de Vida, de acordo com a faixa etária e sexo, pode ser visto na Tabela 2 .

Tabela 2 - Distribuição dos atendimentos pediátrico s realizados nas USA`s em relação à faixa etária e sexo, no período de maio d e 2006 a maio de 2007, na Região Metropolitana de Florianópolis.

Faixa etária Sexo M F TOTAL < 1 ano 38 37 75 1 a 4 anos 63 22 85 5 a 9 anos 38 26 64 10 a 14 anos 42 31 73 Sub Total 181 116 297

Fonte: Dados primários, 2006/2007.

No período analisado, as unidades de Suporte Avançado de Vida do SAMU

da Região Metropolitana de Florianópolis, realizaram um total de 297 atendimentos

pediátricos, sendo que destes, 25,25% foi na faixa etária de menores de 1 ano,

28,6% na faixa etária de 1 a 4 anos, 21,54% de 5 a 9 anos e 24,57% na faixa etária

de 10 a 14 anos.

A distribuição percentual dos casos atendidos, de acordo com a faixa etária

e o sexo, é mostrada no Gráfico 2.

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61

50,66

49,33

74,11

25,88

59,37

40,62

57,53

42,46

0,00

10,00

20,00

30,00

40,00

50,00

60,00

70,00

80,00

< 1 ano 1 a 4 anos 5 a 9 anos 10 a 14 anos

Distribuição dos atendimentos das USA's por faixa e tária e sexo

M

F

Fonte: Dados primários, 2006/2007. Gráfico 2: Distribuição percentual dos atendimentos pediátricos realizados pelas USA’s em relação à faixa etária e sexo, no pe ríodo de maio de 2006 a maio de 2007, na região metropolitana de Florianópo lis.

Dos atendimentos realizados pelas USA’s na faixa etária de 0 a 14 anos,

também se observa uma maior incidência do sexo masculino de 60,94%.

O Gráfico 2 nos permite verificar que a maior incidência do sexo masculino

foi entre a faixa etária de 1 a 4 anos. O menino, nesse período, possui um fator

importante a ser ressaltado que é o sócio-cultural, os meninos adquirem liberdade

mais precocemente em relação às meninas e começam a realizar atividades com

menor supervisão direta dos adultos, tendo, então, um maior tempo de exposição a

situações que antecedem os agravos.

Os principais casos atendidos pela Unidade de Suporte Básico de Vida

conforme a faixa etária e motivo de atendimento podem ser vistos na Tabela 3 .

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Tabela 3 – Distribuição dos motivos de atendimentos pediátricos por USB’s em relação à faixa etária, no período de maio de 2006 a maio de 2007, na Região Metropolitana de Florianópolis.

USB’S

FAIXA ETÁRIA

Motivo atendimento

< de 1 ano

1 a 4 anos

5 a 9 anos

10 a 14 anos

TOTAL

Causas clínicas

70

222

169

171

632

Causas externas

10

91

137

171

409

Transporte inter-hospitalares

4

9

12

10

35

Sub Total

84

322

318

352

1076

Fonte: Dados primários, 2006/2007.

Em relação à distribuição de necessidades de atendimento por USB’s em

relação à faixa etária e ao motivo de atendimento, em 632 chamados realizados à

Central SAMU, foram por causas clínicas. As USB’s realizam um maior número de

atendimentos por causas clínicas por ser caracterizada em atender pacientes com

risco de vida conhecido e ao atendimento pré-hospitalar de pacientes com risco de

vida desconhecido, não classificado com potencial necessidade de intervenção

médica no local e/ou durante o transporte, até o serviço de destino.

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A seguir, demonstra-se a distribuição dos atendimentos realizados pela

Unidade de Suporte Avançado de Vida em relação à faixa etária e motivo de

atendimento (TABELA 4 ).

Tabela 4 – Distribuição dos motivos de atendimento pediátricos por USA’s em relação à faixa etária, no período de maio de 2006 a maio de 2007, na Região Metropolitana de Florianópolis.

USA’S

FAIXA ETÁRIA

Motivo atendimento

< de 1 ano

1 a 4 anos

5 a 9 anos

10 a 14 anos

TOTAL

Causas clínicas

32

44

18

36

130

Causas externas

2

20

34

19

75

Transporte inter-hospitalares

42

25

14

11

92

Sub Total

76

89

66

66

297

Fonte: Dados primários, 2006/2007.

Dos atendimentos realizados pelas USA’s e USB’s, percebe-se na Tabela 3

e na Tabela 4 , que também houve um maior número de atendimentos relacionados

às causas clínicas, correspondendo a 43,77%, seguido dos transportes inter-

hospitalares com 30,97% e dos atendimentos por causas externas de 25,25% dos

atendimentos realizados pela USA’s. Para que o transporte seja caracterizado

urgência/emergência, o médico realiza contato com o médico regulador, justificando

a necessidade da UTI móvel para o transporte, através desses dados, o médico

regulador aciona a ambulância que será mais adequada para o transporte.

Realçamos a utilização de um dos conceitos da teoria de King pelo SAMU,

pois a percepção está orientada para as ações do presente, e essas ações

baseiam-se nas informações disponíveis do indivíduo, sendo um serviço móvel de

urgência, a consideração dos fatos relacionados à regulação do serviço, são de

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grande valia, pois a ação será relacionada à compreensão das necessidades do

momento.

Observa-se que, a maioria dos transportes realizados pelo SAMU da Região

Metropolitana de Florianópolis, na faixa etária de 0 a 14, anos no período estudado e

realizado pela USA, onde é composta por: um Médico, Enfermeira e o Socorrista,

caracterizando uma Unidade de Suporte Avançado de Vida, ou seja, a necessidade

de um transporte de maior complexidade.

O percentual dos atendimentos das USA’s e USB’s por faixa etária e por

motivo de atendimento, fazendo a relação entre a Tabela 3 e 4 pode ser analisado

no Gráfico 3 .

Distribuição percentual dos atendimentos das USB's e USA's por faixa etária

42,1

49,43

27,27

83,33

53,14

2,63

22,47

51,51

11,9

28,26

55,26

28,08

21,21

16,66

4,76

2,79

3,77

2,84

48,57

68,94

54,54

48,57

43,08

28,78

< de 1 ano

1 a 4 anos

5 a 9 anos

10 a 14 anos

< de 1 ano

1 a 4 anos

5 a 9 anos

10 a 14 anos

US

BU

SA

Transporte inter-hospitalaresCausas externas

Causas clínicas

Fonte: Dados primários, 2006/2007. Gráfico 3: Distribuição percentual dos atendimentos das USA’s e USB’s por faixa etária e motivo de atendimento, no período de maio de 2006 a maio de 2007, na Região Metropolitana de Florianópolis.

Conforme a necessidade de atendimento do SAMU da Região Metropolitana

de Florianópolis, no período do estudo, na faixa etária de 0 a 14 anos, as causas

clínicas correspondem a 762 (55,49%) do total de atendimentos dessa faixa etária.

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As causas externas ficam em segundo lugar, com 484 (35,25%) e os transportes

inter-hospitalares, com 127 (9,24%) dos atendimentos. De acordo com os dados

coletados, dos 18201 atendimentos, cerca de 1561 (8,5%) dos atendimentos foram

tele-orientação (BRASIL, 2007).

Ao relacionarmos a distribuição dos atendimentos das USB’s e USA’s com a

necessidade de atendimento, percebe-se através do Gráfico 3 , que os atendimentos

realizados pelas USB’s, foram de maior incidência nos atendimentos de causas

clínicas. Todavia, os atendimentos realizados por causas externas estão em

segundo lugar, acompanhados pelos transportes, conforme demonstra a Tabela 3 .

A distribuição dos problemas encontrados agrupados à Classificação

Internacional de Doenças – CID 10 é mostrada na Tabela 5 .

Tabela 5 – Problemas encontrados agrupados à Classi ficação Internacional de Doenças – CID 10, no período de maio de 2006 a maio de 2007, na Região Metropolitana de Florianópolis.

CID-10

Número de

atendimentos

Percentual de atendimento

Faixa etária

Febre (R50. 9)

204

28%

5 a 9 anos

Queda sem especificação (W19. 8)

200

26%

Menores de 1 ano/1 a 4 anos

Traumatismos múltiplos não especificados (T14)

170

22%

10 a 14 anos

Náuseas e Vômitos (R11)

130

17%

5 a 9 anos

Asma não especificada (J45. 9)

55

7%

1 a 4 anos

Fonte: Dados primários, 2006/2007.

Agrupando os problemas encontrados/hipótese diagnóstica, à Classificação

Internacional de Doença CID-10, pode-se observar na Tabela 5 , que as grandes

categorias mais significativas nesse estudo, respectivamente, foram: Febre (R50. 9),

Queda sem especificação (W19.8), Traumatismos múltiplos não especificados (T14),

Náuseas e vômitos (R11), e Asma não especificada (J45.9).

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As principais afecções conforme o agrupamento dos problemas

encontrados/hipótese diagnóstica à Classificação Internacional de Doenças CID-10

pode se visto no Gráfico 5 .

Principais afecções atendidas pelo SAMU

204; 28%

200; 26%130; 17%

170; 22%

55; 7%Febre

Queda sem especificação

Tramatismos multiplos nãoespecificados

Náusea e Vômitos

Asma não especificada

Fonte: Dados primários, 2006/2007.

Gráfico 5: Distribuição percentual dos atendimentos das USA’s e USB’s por faixa etária e necessidade de atendimento, no perío do de maio de 2006 a maio de 2007, na Região Metropolitana de Florianópolis.

Com relação aos principais agravos, o Gráfico 5 , mostra que a maior

incidência foi decorrente de Febre correspondendo a (28%) dos atendimentos. Logo

a seguir, aparecem com maior freqüência as quedas sem especificação

correspondendo a (26%) dos atendimentos. Dados semelhantes foram encontrados

em estudo realizado na cidade de Ribeirão Preto, onde 46,92% dos acidentes foram

decorrentes de queda, seguidos pelas contusões (15,38%) e cortes (11,92%) (DEL

CIAMPO LA, et al,1997). Em trabalho retrospectivo realizado com uma amostra de

2713 crianças, observou-se que 41,2% dos casos de traumatismos crânio-encefálico

foram decorrentes de quedas em crianças de 1 a 2 anos de idade (FREITAS et al,

1990). Dados similares foram relatados em estudo realizado com 139 crianças, onde

30% das fraturas faciais identificadas foram devido a quedas (ANDERSON PJ,

1995). Verificou-se também em nosso estudo, uma maior incidência de quedas sem

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especificação na faixa etária de menores de 1 ano e entre 1 a 4 anos, que se

justifica pela fase de maturação motora, cognitiva e psicossocial onde encontram-se

essas crianças, aprendendo a conhecer os seus limites e adaptando-se ao meio.

Logo em seguida analisamos, no Gráfico 5, que a afecção de maior incidência foi

febre, náuseas e vômitos, sendo o tipo mais comum de agravo encontrado na faixa

etária de 5 a 9 anos e entre 10 a 14 o acidente mais comum foi o traumatismo

múltiplo não especificado e a asma não especificada.

Ainda em relação a quedas, estas permanecem em níveis elevados também

em crianças acima de 4 anos, evento este, relacionado provavelmente, às atividades

de lazer e esportes, próprios desta faixa etária, destacando-se jogos, bicicleta, patins

e outros.

Acreditamos que o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU),

possui a maioria das solicitações por causas clínicas, porque o Corpo de Bombeiros

também é acionado para os traumas, sendo assim, diminui o número de

atendimentos por trauma realizados pelo SAMU.

A Tabela 6 nos permite visualizar as origens da solicitação em relação de

como foi resolvido o atendimento.

Tabela 6 - Origem da solicitação em relação à resol ução do atendimento Local, no período de maio de 2006 a maio de 2007, na Regiã o Metropolitana de Florianópolis.

Resolução do atendimento

Origem da solicitação

Solução na origem da

chamada

Deslocamento

Total

Nº.

%

Nº.

%

Via Pública

5

5,26%

90

94,73%

95

Domicílio

649

56,83%

493

43,17%

1142

Unidade de Saúde

3

2,20%

133

97,80%

136

Sub Total

657

--

716

--

1373

Fonte: Dados primários, 2006/2007.

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Ao analisarmos os dados da Tabela 6 , identificamos que 52,14% dos

chamados solicitados tiveram que ser removidos para serviço de referência. Estes

dados podem ser explicados segundo Bevilacqua (2000), porque as crianças que

necessitam de um serviço de urgência/emergência na maioria das vezes sofrem de

mais de uma condição, o que torna impossível fazer apenas um diagnóstico e deixá-

lo no local do atendimento, sem pelo menos realizar alguns exames que só podem

ser efetuados em um serviço de referência de maior complexidade.

Verificamos o percentual de origem em relação à resolução do atendimento

no local ou se foi removido ao serviço de referência de maior complexidade no

Gráfico 6 .

Fonte: Dados primários, 2006/2007.

Gráfico 6 - Origem da solicitação em relação à reso lução do atendimento Local. no período de maio de 2006 a maio de 2007, n a Região Metropolitana de Florianópolis.

Conforme apresentado o gráfico 6 , podemos perceber que a grande maioria

dos chamados, tem origem nas unidades de saúde correspondendo a (97,8%) dos

atendimentos, principalmente em unidades hospitalares, com o intuito de transporte

de pacientes graves. Seja para realização de exames de urgência/emergência,

como também, para transportes inter-hospitalares de pacientes que necessitam de

Percentual de origem da solicitação em relação a re solução do atendimento local

97,8

43,16

94,73

2,2

56,83

5,26

Unidade deSaúde

Domicílio

Via Pública

Solução no domicílio

Deslocamento

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cuidados intensivos. Ressaltamos que somente (2,2%) das solicitações por unidade

de saúde foram solucionadas na própria unidade de saúde. Logo em seguida,

temos os atendimentos que se originam da solicitação em Via pública, onde

(94,73%) foram deslocados para o Hospital de Referência, demonstrando que a

maioria dos atendimentos em via pública, são caracterizados por acidentes de

trânsito, atropelamento, agressões, traumas leves e moderados, que necessitaram

de remoção para o hospital e somente (5,26%) são solucionados no local do sinistro.

Na seqüência, temos os atendimentos que são solucionados no domicilio

que correspondem a (56,83%) dos atendimentos realizados e (43,16%) dos

atendimentos que possuem origem do domicílio são encaminhados para o Hospital

de Referência.

A Tabela 7 identifica o número de causas clínicas ou externas que foi

resolvido no domicílio de acordo com a faixa etária.

Tabela 7 - Resolução no domicílio de acordo com o t ipo de ocorrência e faixa etária, no período de maio de 2006 a maio de 2007, na Região Metropolitana de Florianópolis

Resolução no local de origem da chamada

Faixa Etária

Causas clínicas

Causas Externas

TOTAL

< de 1 ano 73 3 76

De 1 a 4 anos 187 36 223

De 5 a 9 anos 130 40 170

De 10 a 14 anos 134 38 172

SUB TOTAL 524 117 641

Fonte: Dados primários, 2006/2007.

A distribuição dos casos solucionados no domicílio de acordo com o tipo de

ocorrência e faixa etária é mostrada na Tabela 7 , na qual se observa que as causas

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clínicas representaram a maior incidência de 524 atendimentos correspondendo a

(81,74%) dos atendimentos pediátricos.

Em relação às causas externas, observa-se um total de 117 atendimentos

correspondendo a (18,25%) dos atendimentos.

Ao analisar a resolução no domicílio de origem da chamada entre as

diferentes faixas etárias, obteve-se que na faixa etária de 1 a 4 anos houve um total

de 187 (35,69%) dos atendimentos por causas clínicas solucionados no domicílio e

36 (30,77%) foram causas externas e solucionados no domicílio.

O percentual de atendimentos que foram resolvidos no domicílio de acordo

com o tipo de ocorrência e a faixa etária pode ser visto no Gráfico 7 .

Fonte: Dados primários, 2006/2007. Gráfico 7 - Resolução no domicílio de acordo com o tipo de ocorrência e faixa etária, no período de maio de 2006 a maio de 2007 , na Região Metropolitana de Florianópolis.

De acordo com o Gráfico 7 , pode-se considerar que a maioria dos

atendimentos que foram solucionados na residência, foram avaliados pela equipe de

urgência/emergência do SAMU, não tendo necessidade de ser removido para o

serviço de referência pela baixa complexidade dos casos.

13,93

2,56 35,69

30,77

24,81

34,19

25,57

32,48

0,00

10,00

20,00

30,00

40,00

50,00

60,00

70,00

< de 1ano

De 1 a 4anos

De 5 a 9anos

De 10 a14 anos

Resolução no domicílio de acordo com o tipo de ocor rência e faixa etária

Causas Externas eSolucionado nodomicílio

Causas clínicas eSolucionado nodomicílio

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71

A origem das solicitações em relação a cada município e unidade pode ser

analisada na Tabela 8 .

Tabela 8 - Origem das solicitações em relação aos m unicípios e unidade, no período de maio de 2006 a maio de 2007, na Região M etropolitana de Florianópolis.

Origem das solicitações em relação aos municípios e unidade

Origem da solicitação

USB/USA São José

USB/USA

Fpolis

USB/USA Biguaçu

USB/USA Palhoça

TOTAL

Via pública 8 26 5 17 56

Domicílio 297 531 237 223 1288

Unidade de Saúde

5

19

2

3

29

SUB TOTAL 310 576 244 243 1373

Fonte: Dados primários, 2006/2007.

Os atendimentos realizados pelas unidades do SAMU dentro da Região

Metropolitana de Florianópolis são feitos de acordo com o grau de gravidade do

caso, onde é acionada a USA/USB para realização do atendimento em menor tempo

possível, pois independente do local de origem da chamada e da base operacional

de cada ambulância é acionada a que se encontra mais próximo ao local da

ocorrência.

Conforme o estudo dos dados observou-se que a solicitação dos

atendimentos feitos pelas USB’s e USA’s originou-se de diversos ambientes, sendo

o mais comum, o domiciliar, correspondendo a 93,80% do total.

Nessa perspectiva, o SAMU se relaciona com a teoria de King, pois

demonstra o primeiro passo à compreensão de qualquer indivíduo que necessita de

algum cuidado, compreendendo o indivíduo em seu ambiente. Pois se tem o

conhecimento necessário acerca dos conceitos referentes a tal sistema que poderão

influenciar, de forma positiva ou negativa, na adesão do cliente ao serviço solicitado,

sendo úteis também no entendimento dos sistemas interpessoal e social.

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72

Importa salientar que, as USB’s e as USA’s realizam atendimentos em toda

a Região Metropolitana da grande Florianópolis sem restrição geográfica.

O percentual de origem das solicitações em relação aos municípios e

unidades pode ser analisado no Gráfico 8 .

0,58 1,89

0,36 1,23

21,6

338

,67

17,2

616

,24

0,36 1,38

0,14

0,21

0

5

10

15

20

25

30

35

40

Unidade deSaúde

Domicílio Via pública

Percentual de origem das solicitações em relação aos municípios e unidades

USB/USA São José

USB/USA Fpolis

USB/USA Biguaçu

USB/USA Palhoça

Fonte: Dados primários, 2006/2007. Gráfico 8 - Origem das solicitações em relação aos municípios e unidade, no período de maio de 2006 a maio de 2007, na região m etropolitana de Florianópolis.

O posicionamento das unidades básicas é descentralizado com o principal

objetivo de diminuir o tempo resposta nos atendimentos, ou seja, reduzir o tempo

entre o acionamento e a chegada ao local de atendimento, proporcionando um

melhor resultado final no atendimento.

No que diz respeito à distribuição das ambulâncias por município analisado,

o SAMU diverge dos padrões estabelecidos pela Portaria GM nº. 1864 do Ministério

da Saúde. Tendo, três USB’s em Florianópolis, duas em São José, uma em Palhoça,

uma em Biguaçu e uma em Santo Amaro da Imperatriz.

Destino final em relação ao diagnóstico / problema encontrado por faixa

etária pode ser analisado na Tabela 9 .

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Tabela 9 - Destino final em relação ao problema enc ontrado por faixa etária, com alívio dos sintomas no período de maio de 2006 a maio de 2007, na Região Metropolitana de Florianópolis.

Destino final em relação ao diagnóstico

FAIXA ETÁRIA

Causas clínicas e Alívio dos sintomas, mas com

encaminhamento ambulatorial

Causas Externas e Alívio dos

sintomas, mas com encaminhamento

ambulatorial

TOTAL

< de 1 ano

1

2

3

De 1 a 4 anos 15 4 19

De 5 a 9 anos 8 3 11

De 10 a 14 anos 10 10 20

SUB TOTAL 34 19

53

Fonte: Dados primários, 2006/2007.

De acordo com a Tabela 9 , 64,15% dos atendimentos por causas clínicas

obtiveram alívio dos sintomas, mas com encaminhamento para o serviço

ambulatorial.

No que se refere aos atendimentos por causas externas, 35,84% receberam

alívio dos sintomas, mas foram encaminhados ao serviço de referência.

Os atendimentos que são realizados pela equipe do SAMU que possui como

resultado, o alívio dos sintomas com encaminhamento ao serviço ambulatorial,

ocorre após o atendimento ao cliente, onde o mesmo é medicado e encaminhado

posteriormente a procurar uma unidade de saúde para acompanhamento

ambulatorial, para manter o controle de seu problema.

O percentual dos atendimentos com destino final para o serviço ambulatorial

em relação ao diagnóstico problema encontrado por faixa etária pode ser visto no

Gráfico 9 .

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Percentual do destino final em relação ao problema encontrado por faixa etária

66,66

21,05

27,27

50

33,33

78,94

72,72

50

< de 1 ano

De 1 a 4 anos

De 5 a 9 anos

De 10 a 14anos Causas clínicas e

Alívio dos sintomas,mas comencaminhamentoambulatorialCausas Externas eAlívio dos sintomas,mas comencaminhamentoambulatorial

Fonte: Dados primários, 2006/2007. Gráfico 9 - Destino final em relação ao problema en contrado por faixa etária, no período de maio de 2006 a maio de 2007, na Regiã o Metropolitana de Florianópolis.

No Gráfico 9 , podemos observar que o percentual de atendimentos aos

menores de 1 ano obtiveram 66,66% de atendimentos por causas externas com

alívio dos sintomas, mas com encaminhamento para o serviço ambulatorial, e de 1 a

4 anos 78,94% dos atendimentos por causas externas e alívio dos sintomas com

encaminhamento ambulatorial, diferente dos de 5 a 9 anos que foi de 72,72% dos

atendimentos por causas externas encaminhado ao serviço de referência. Porém, os

de 10 a 14 anos igualaram em 50% dos encaminhamentos por causas clínicas com

encaminhamento ambulatorial.

Na Tabela 10, são mostrados os números de atendimentos que obtiveram

um destino final para o serviço hospitalar de referência em relação ao diagnóstico e

pelo problema encontrado por faixa etária.

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Tabela 10 - Destino final em relação ao problema en contrado por faixa etária com deslocamento para o serviço de referência, no p eríodo de maio de 2006 a maio de 2007, na Região Metropolitana de Florianópo lis.

Destino final em relação ao diagnóstico

FAIXA ETÁRIA

Causas clínicas e

Deslocamento para o serviço hospitalar de

referência

Causas Externas e

Deslocamento para o serviço hospitalar de

referência

Transporte Inter-

hospitalar e Deslocamento para o serviço hospitalar de

referência

TOTAL

< de 1 ano 31 10 51 92

De 1 a 4 anos 104 72 33 209

De 5 a 9 anos 48 128 25 201

De 10 a 14 anos

62 151 21 234

SUB TOTAL 245 361 130 736

Fonte: Dados primários, 2006/2007.

Ao analisarmos os dados referentes ao destino final em relação ao

diagnóstico por faixa etária, dos 1373 atendimentos na faixa etária de 0 a 14 anos,

realizados pelo SAMU da Região Metropolitana da Grande Florianópolis, 736

(53,60%) dos atendimentos foram encaminhados até a unidade hospitalar.

Os transportes inter-hospitalares possuem maior incidência na faixa etária

de menores de 1 ano por conta dos transportes de neonatos.

Com a implantação do SAMU no Estado, com ambulâncias específicas para

transportes inter-hospitalares podemos dizer que o índice de mortalidade dos

neonatos poderá reduzir, principalmente os com cardiopatia, sendo que, muitos

desses, ficavam em hospitais que não possuíam um suporte adequado, as causas

clínicas com deslocamento para o serviço hospitalar possuem maior incidência na

faixa etária de 1 a 4 anos, por ser um período em que a criança fica mais

predisposta às viroses.

Todavia, são os atendimentos por causas externas na faixa etária de 5 a 9

anos e de 10 a 14 anos que necessitam de deslocamento para o serviço hospitalar

de referência, pois nesta faixa etária existe uma maior incidência de ocorrências de

causas externas, provavelmente, pelo fato da criança ainda não possuir completo

domínio de noções como distância, velocidade, espaço e tempo, somando-se a

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esses fatores, temos a supervisão inadequada do adulto responsável, o que pode

favorecer uma maior exposição ao risco de tais ocorrências.

O destino final em relação ao problema encontrado por faixa etária pode ser

analisado no Gráfico 10 .

Destino final em relação ao problema encontrado por faixa etária

33,69

49,76

23,88

26,49

10,86

34,44

63,68

64,52

55,43

15,78

12,43

8,97

< de 1 ano

De 1 a 4anos

De 5 a 9anos

De 10 a 14anos

Transporte Inter-hospitalare Deslocamento para oserviço hospitalar dereferência

Causas Externas eDeslocamento para oserviço hospitalar dereferência

Causas clínicas eDeslocamento para oserviço hospitalar dereferência

Fonte: Dados primários, 2006/2007. Gráfico 10 - Destino final em relação ao problema e ncontrado por faixa etária, no período de maio de 2006 a maio de 2007, na Regiã o Metropolitana de Florianópolis.

No Gráfico 10 , verificamos que os transportes inter-hospitalares com

deslocamento para serviço hospitalar de referência tiveram maior incidência na faixa

etária de menores de 1 ano, correspondendo a um percentual de 55,43% dos

transportes. Assim, percebe-se que o Serviço do SAMU abrange o Estado inteiro,

embora Santa Catarina possua poucos hospitais com UTI’s pediátricas, sendo o

Hospital Infantil Joana de Gusmão, um dos hospitais que é referência no estado

para cirurgia cardíaca e neuro – cirurgia e em atendimentos pediátricos.

Então, suponha que os transportes pediátricos solicitados ao SAMU da

Região Metropolitana da Grande Florianópolis são encaminhados ao referido

Hospital. Desse modo, pode-se afirmar que os transportes solicitados pelos

municípios vizinhos da Região Metropolitana da Grande Florianópolis são realizados

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pela ambulância específica para transporte, que fica localizada na base central do

SAMU em Florianópolis e pela Aeronave (helicóptero), que, em acordo com a Polícia

Rodoviária Federal/SAMU, executam os atendimentos e os transportes de pacientes

graves.

Ao analisarmos os dados do Gráfico 10 , observamos que na faixa etária de

1 a 4 anos, o problema de maior incidência foi por causas clínicas sendo 49,76%

dos atendimentos deslocados para o serviço de referência, sendo que, nessa faixa

etária, a criança está mais suscetível a doenças próprias da infância, ajudando a

elevar essa incidência.

Em relação a faixa etária de 5 a 9 anos, analisando o Gráfico 10 , observa-

se que 63,68% dos atendimentos foi por causas externas com deslocamento para o

hospital de referência, devido a criança estar descobrindo seu espaço, onde

desenvolve atividades mais dinâmicas, querendo copiar os ídolos de desenhos

animados, ficando assim, predisposto a situações que colocam em risco sua

integridade física.

Observamos também que na faixa etária de 10 a 14 anos, o diagnóstico de

maior incidência foram as causas externas com 64,52% dos atendimentos, levando

a considerar que nessa idade, as crianças possuem mais predisposição a quedas,

pois realizam atividades com muito mais dinamismo como: bicicletas, skate, patins,

patinetes e tantos outros brinquedos desafiadores.

O número de óbitos com hipótese de diagnóstico por faixa etária, é

apresentado na Tabela 11.

Tabela 11 – Número de Óbitos com hipótese de diagnó stico por faixa etária, no período de maio de 2006 a maio de 2007, na Região M etropolitana de Florianópolis.

Número de Óbitos com hipótese de diagnóstico por fa ixa etária

Hipótese de diagnóstico Faixa etária Sexo Números de óbitos

Parada Cardiorespiratória 1 a 4 anos M/F 2

Queda de nível 5 a 9 anos M 1

Parada Respiratória Menores de 1 ano M 1

Total 4 Fonte: Dados primários, 2006/2007.

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Conforme os dados apresentados na Tabela 11 , dos atendimentos

realizados pela USB e USA, obtêm um total de 4 óbitos sendo esses por: parada

cardiorespiratória, queda de nível e parada respiratória.

Observamos que a Parada Cardiorespiratória foi a causa mais freqüente dos

óbitos de crianças de 1 a 4 anos, enquanto que no grupo de 5 a 9 anos foi por

Causa Externa, queda de nível e os menores de 1 ano foi de óbito por parada

respiratória.

Cabe salientar, que no grupo pediátrico, a PCR é mais freqüentemente o

resultado de uma depressão respiratória, que, por sua vez, é secundária à

ventilação inadequada. Na criança, raramente é de origem cardiológica primária,

usualmente, é resultado final de hipoxemia, secundária a problemas respiratórios ou

circulatórios. De acordo com American Heart Association (1997-1999), os maiores

eventos que desencadeiam PCR em RN e crianças, respectivamente são: asfixia,

prematuridade, aspiração de mecônio, sufocação por corpo estranho, inalação de

fumaça, síndrome da morte súbita infantil e, especialmente, infecções do trato

respiratório.

Na faixa etária estudada, os óbitos foram mais freqüentes no sexo

masculino, sendo somente 1 óbito registrado pelo sexo feminino.

Pelas causas analisadas nesse estudo, podemos observar em alguns

registros das fichas, que nos casos de paradas cardiorespiratórias e parada

respiratória, essas crianças estavam por mais de 30 minutos sem respirar. Pois

podemos ressaltar que esses fatos ocorrem porque as crianças muitas vezes ficam

sem supervisão de um adulto.

Esses dados poderiam ser bem maiores, pois por viés de fichas com

preenchimento incorreto não foi possível encontrar mais nenhum registro, pois dos

1373 atendimentos pediátricos com acionamento da ambulância foram analisados e

registrados somente 4 óbitos.

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6 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Ao término deste trabalho, destaca-se que conhecer retrospectivamente os

atendimentos de urgência e emergência na faixa etária de 0 a 14, anos realizada

pelo serviço de atendimento móvel de urgência – SAMU da Região Metropolitana da

Grande Florianópolis foi uma experiência totalmente nova, diferente do vivenciado

no dia-dia, observando os benefícios que o SAMU proporciona à população e toda a

rede hospitalar do Estado.

Pudemos observar durante nosso estudo, o envolvimento desses

profissionais que ali trabalham, proporcionando a toda população um atendimento

de qualidade com a melhor eficiência e rapidez possível.

O estudo demonstrou que a incidência de atendimentos de urgência e

emergência na faixa etária de 0 a 14 anos foi de 7,54% das 18201 fichas analisadas.

Os tipos de chamadas que foram atendidas por unidades de suporte básico

de vida (USB), foram de maior incidência por causas clínicas, pois as unidades de

suporte básico de vida, realizam atendimentos pré-hospitalar a pacientes que

possuam um risco de vida desconhecido, não necessitando da intervenção médica

no local do atendimento, sendo regulado pelo médico regulador.

A visão moderna coloca o relacionamento médico-paciente como um

processo colaborativo, no qual, o médico, contribui com o conhecimento médico,

habilidade e julgamento, e o paciente, contribui com uma avaliação pessoal dos

benefícios e riscos potenciais inerentes ao tratamento proposto incorporado, assim,

os princípios morais importantes da autonomia do paciente e direitos de

autodeterminação (AMERICAN HEART ASSOCIATION, 1997-1999). Todavia, a

autonomia dos pacientes é forçosamente ameaçada nos relatos de cuidados, que

são particularmente assimétricos nos Serviços de Urgência, onde a livre escolha é

impossível e onde o terapeuta pode ir até a decisão de uma verdadeira supressão

das liberdades (NITSCHKE, 2003).

Logo, os atendimentos realizados por unidades de suporte avançado de vida

(USA), também foram de maior incidência por causas clínicas que necessitaram de

cuidados médicos intensivos.

O tipo de agravo mais freqüente utilizando-se à Classificação Internacional

de Doenças CID-10 foi de febre, com 28% dos atendimentos, quedas sem

especificação com 26% dos atendimentos, náuseas e vômitos 22% dos

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atendimentos, traumatismos múltiplos não especificados com 17% dos atendimentos

e asma não especificada com 7% dos atendimentos. Houve maior incidência na

faixa etária de 5 a 9 anos com febre de origem desconhecida, devido à criança estar

mais suscetível as doenças da infância.

Acreditamos que a redução da incidência destes agravos, principalmente

das quedas sem especificações, podem ser alcançadas mediante estudos

regionalizados e com a implantação de programas de prevenção específicos.

Um dos pilares para a redução dessa incidência, está pautada na Educação,

a qual requer a mobilização de vários segmentos da população, a fim de assegurar

às crianças e famílias, o provimento de informação e tratamentos necessários que

minimizem essas problemáticas.

Dos atendimentos realizados pelo SAMU, observou-se que mais da metade

dos casos foram removidos para Hospital de Referência.

Sendo assim, é importante salientar que, durante a tabulação dos dados,

constatou-se que 38,67% das solicitações foram de origem do domicílio, pois a

maioria das pessoas que solicitam o serviço de atendimento móvel de urgência e

emergência do SAMU está necessitando de um atendimento médico urgente, devido

à situação estressante, os familiares procuram uma resposta rápida ao problema

encontrado. Embora se acreditasse que o fluxo de atendimento nas emergências

seria diminuído, pudemos perceber que foi ao contrário, houve um aumento desse

fluxo, pois o SAMU abriu o acesso aos hospitais pela demanda reprimida.

Percebeu-se, durante o estudo, que as principais causas de óbitos

verificados na faixa etária de 0 a 14 anos foram por: parada cardiorespiratória 2

óbitos, queda de nível, 1 óbito, e parada respiratória, 1 óbito, totalizando assim, 4

óbitos.

Percebe-se que existem fatores que contribuem e outros que dificultam

ainda a atuação da equipe do SAMU nos hospitais da Região Metropolitana da

Grande Florianópolis, principalmente os transportes de pacientes que necessitam de

avaliação médica hospitalar.

Essas considerações estão imbricadas com as várias mudanças de

paradigma que se têm observado no atendimento hospitalar, onde se destaca a

educação continuada em saúde, promovendo a qualidade do atendimento e o

acolhimento às equipes e ao cliente.

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Durante a coleta de dados, encontraram-se algumas dificuldades para obter

acesso às fichas de atendimentos arquivadas nas Bases operacionais das Unidades

de Suporte Básico de Vida. Foram várias tentativas de acesso às fichas de

atendimentos preenchidas nesse período, por vezes, em alguns momentos, sem

sucesso.

Deparamos-nos também com o preenchimento incompleto de algumas

fichas de atendimento (nome e faixa etária do paciente atendido), o que

consideramos preocupante, pois interfere significativamente nos valores estatísticos

apresentados pelo SAMU, bem como, em nosso estudo. Pois as fichas de regulação

e as fichas de atendimento são documentos equivalentes aos prontuários médicos

de qualquer serviço de saúde. São utilizadas também para fins estatísticos, pedidos

judiciais, auditorias. Quando devidamente preenchidas, servem ainda de proteção

ao médico responsável pela regulação.

Outro fator importante a ser destacado é o local para armazenamento das

fichas de atendimento utilizadas pelas ambulâncias que deveriam obter o mesmo

destino final, ou seja, todas as fichas deveriam estar arquivadas na base central do

SAMU, para análise e futuros trabalhos estatísticos a serem realizados.

Dentre as dificuldades destaca-se também o sistema informatizado utilizado

para preenchimento das janelas no sistema (software) de atendimento pelos

Técnicos de atendimento de regulação médica (TARM’s) e médicos que utilizam o

sistema que possui vários campos a serem preenchidos no decorrer do atendimento,

na central de regulação.

No decorrer do estágio curricular das 180 horas, desenvolvemos uma

atividade de sensibilização com médicos, enfermeiros, Técnicos de regulação

médica (TARM), rádio-operadores e socorristas, tendo como tema central, o

preenchimento correto das fichas de atendimento. Considerando que as fichas de

atendimento da regulação e as fichas de atendimento das ambulâncias são

documentos equivalentes aos prontuários médicos de qualquer serviço de saúde e

que são utilizadas também para fins estatísticos, pedidos judiciais, auditorias,

salientamos que, quando devidamente preenchidas, servem também de proteção ao

médico responsável pela regulação.

Atualmente, a utilização de um modelo de sistemas parece ser ideal, pelas

mudanças e complexidade dos serviços de saúde, sendo, provavelmente, o modo

mais adequado de interagir com os seres humanos com interação com o ambiente

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por desenvolver uma estrutura conceitual de variáveis mutuamente dependentes e

conceitos relacionados. Vimos que o modelo conceitual de King é a armação

estrutural básica sobre a qual se desenvolve sua Teoria de Alcance de Metas,

preconizando o estabelecimento de metas comuns na díade serviço de saúde -

indivíduo e a determinação de meios que viabilizem seu alcance. Por isso, o Serviço

de Atendimento Móvel de Urgência – SAMU, busca a cada dia estar proporcionando

a toda população um atendimento de qualidade.

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______, Ministério da Saúde. Indicadores de mortalidade. Disponível em: <http://tabnet.datasus.gov.br/cgi/tabcgi.exe?idb2005/c09.def> Acesso em: 23/02/07b. ______, Ministério da Saúde. Declaração de Lisboa sobre a ética da urgência médica. Disponível em: <http://www.saude.ba.gov.br/samu/arquivos/portarias/DECLARAÇÃO%20DE%20LISBOA%20SOBRE%20A%20ÉTICA%20DA%20URGÊNCIA%20MEDICA.doc> Acesso em: 06/03/07c. GRUPO DE SOCORRO DE EMERGÊNCIA DE TRANSPORTE AEROMÉDICO. Histórico do aeromédico. Disponível em: <http://www.gse.rj.gov.br/caoa/medicina.htm> Acesso em: 28/02/07. KRUG, E. Injury : a leading cause of the global burden of disease. Geneva: World Health Organization; 1999. Disponível em: www.who.int/violence_injury_prevention/pdf/injuryburden.pdf Acesso: 28/02/2007.

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A N E X O S

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ANEXO 01

Distribuição das centrais de regulação e das unidades de suporte básico e suporte

avançado por macrorregião no Estado de Santa Catarina (NITSCHKE, 2003).

ANEXO 2

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ANEXO 2

UNIVERSIDADE DO VALE DO IT AJAÍ -UNIVALI

CENTRO DE EDUCAÇÃO BIGUAÇU

CURSO DE GRADUAÇÃO EM ENFE RMAGEM

TERMO DE ACEITE DA INSTITUIÇÃO

Declaro para os devidos fins, que autorizo a realização do projeto de

monografia intitulada, “análise retrospectiva dos atendimentos pré-hospitalares na

faixa etária de 0 a 14 anos do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência – SAMU

da Região Metropolitana de Florianópolis”, a ser realizado nas Bases de

atendimento das USA e USB da Região Metropolitana de Florianópolis, com a

colaboração e permissão da Coordenadora Cristina Machado Pires, no decurso do

primeiro e segundo semestres de 2007.

Tenho ciência de que o projeto será realizado pelos acadêmicos do Curso

de Graduação de Enfermagem da Universidade do Vale do Itajaí, Centro de

Educação Biguaçu, Diego Vieira e Rafael de Souza Schlischting, sob a orientação

da professora M.sc. Adriana Dutra Tholl e co-orientado pelo Dr. César Augusto

Nitschke.

Florianópolis,--------------- de ---------------------------- de 2007.

___________________________________

Assinatura e carimbo do responsável

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ANEXO 3

UNIVERSIDADE DO VALE DO IT AJAÍ -UNIVALI

CENTRO DE EDUCAÇÃO BIGUAÇU

CURSO DE GRADUAÇÃO EM ENFE RMAGEM

TERMO DE COMPROMISSO DE ORIENTAÇÃO

Eu, Adriana Dutra Tholl, professora da Disciplina de Saúde da Mulher,

Criança e Adolescente do Curso de Graduação de Enfermagem, concordo orientar o

Trabalho de Conclusão de Curso dos alunos: Diego Vieira e Rafael de Souza

Schlischting. Tendo como tema: análise retrospectiva dos atendimentos pré-

hospitalares na faixa etária de 0 a 14 anos do Serviço de Atendimento Móvel de

Urgência – SAMU da Região Metropolitana de Florianópolis.

Os orientandos estão cientes das normas para elaboração do Trabalho

Monográfico de Conclusão do Curso de Graduação em Enfermagem, bem como, do

calendário de atividades proposto.

Florianópolis, março de 2007.

_____________________ _________________________________

Diego Vieira Rafael de Souza Schlischting

_______________________________

Prof. Msc. Adriana Dutra Tholl

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ANEXO 4

De: Prof. Adriana Dutra Tholl Acadêmico: Diego Vieira Acadêmico: Rafael de Souza Schlischting. Curso de Graduação em Enfermagem – UNIVALI/CE Biguaçu Para: Profª. Msc. Ivana Maria Fossari Relativo: Convite para participação nas Bancas fechada e pública de TCC Data: 13/11/07 Sra. Professora,

Vimos por meio deste, convidá-la para fazer parte da Banca de Avaliação (fechada) da Monografia intitulada “Análise retrospectiva dos atendimentos pré-hospitalares na faixa etária de 0 a 14 anos do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência - SAMU da Região Metropolitana de Florianópolis”. a realizar-se no dia 19/11/07 às 16:00h. Gostaria de salientar que seu aceite será uma honra para este grupo. Sem mais para o momento, aguardamos resposta.

_____________________________ Prof. Adriana Dutra Tholl

_____________________________

Diego Vieira

_____________________________ Rafael de Souza Schlischting

Eu, Profª. Msc. Ivana Maria Fossari, aceito o convite e estou ciente da data de realização da Banca fechada. Aguardo comunicação da data e horário da banca pública.

__________________________________

Prof. Msc. Ivana Maria Fossari

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De: Prof. Adriana Dutra Tholl

Acadêmico: Diego Vieira

Acadêmico: Rafael de Souza Schlischting

Curso de Graduação em Enfermagem – UNIVALI/CE Biguaçu

Para: Prof. César Augusto Soares Nitschke, MSc.

Relativo: Convite para participação nas Bancas fechada e pública de TCC

Data: 13/11/07

Sr. Professor,

Vimos por meio deste, convidá-lo para fazer parte da Banca de Avaliação

(fechada) da Monografia intitulada “Análise retrospectiva dos atendimentos pré-

hospitalares na faixa etária de 0 a 14 anos do Serviço de Atendimento Móvel de

Urgência - SAMU da Região Metropolitana de Florianópolis” a realizar-se no dia

19/11/07 às 16:00h. Gostaria de salientar que seu aceite será uma honra para este

grupo. Sem mais para o momento, aguardamos resposta.

_____________________________

Prof. Adriana Dutra Tholl

_________________________________

Diego Vieira

______________________________________________

Rafael de Souza Schlischting

Eu, Prof. Msc. César Augusto Soares Nitschke, aceito o convite e estou

ciente da data de realização da Banca fechada. Aguardo comunicação da data e

horário da banca pública.

__________________________________

Msc. César Augusto Soares Nitschke

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A P Ê N D I C E S

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APÊNDICE 1 UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ -UNIVALI

CENTRO DE EDUCAÇÃO BIGUAÇU

ROTEIRO DE COLETA DE DADOS

Ficha n o________ Idade: ( ) < de 1 ano ( ) 1 a 4 anos ( ) 5 a 9 anos ( ) 10 a 14 anos Sexo: ( ) Feminino ( ) Masculino 1- Necessidades de atendimento: ( ) Causas clínicas10 _______________ ( ) Causas externas11______________ ( ) Transporte inter-hopitalares 2- Hipótese diagnóstica/Problema encontrado USB____________________________________ USA____________________________________ 3- Origem da solicitação: ( ) Via pública ( ) Domicílio ( ) Unidade de saúde 4- Resolução do atendimento local: ( ) Solucionado no domicílio ( ) Alívio dos sintomas, mas com encaminhamento ambulatorial ( ) Deslocado para o serviço hospitalar de referência 5- Óbito verificado ( ) sim Motivo:________________ ( ) não

10 São causas clínicas: intercorrências clínicas de adulto, pediátrica, psiquiátricas, obstétricas e todas as outras causas arroladas no CID-10. (BRASIL, 2007a). 11 De acordo com o CID-10, as causas externas de morbi-mortalidade são constituídas pelos acidentes de trânsito, homicídios, suicídios, outras violências (intoxicação, acidentes, queimaduras, quedas, afogamento, entre outros). (BRASIL, 2007a).

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APÊNDICE 2

UNIVERSIDADE DO VALE DO ITA JAÍ -UNIVALI

CENTRO DE EDUCAÇÃO BIGUAÇU

TERMO DE COMPROMISSO DE UTILIZAÇÃO D E DADOS

Nós, abaixo-assinados, professora orientadora e acadêmicos responsáveis

pelo Trabalho de Conclusão de Curso: “Análise retrospectiva dos atendimentos pré-

hospitalares na faixa etária de 0 a 14 anos do Serviço de Atendimento Móvel de

Urgência – SAMU da Região Metropolitana de Florianópolis”, que utilizará os dados

das fichas de atendimento do SAMU da Região de Florianópolis, Santa Catarina.

Comprometemo-nos a resguardar o sigilo dos dados, preservando integralmente o

anonimato dos pacientes. Os dados somente serão usados com finalidade

acadêmica e científica, apresentado na forma de trabalho de conclusão de curso ou

publicado em eventos e periódicos científicos.

Florianópolis, março de 2007.

Prof. Msc. Adriana Dutra Tholl Orientadora

Diego Vieira Acadêmico

Rafael de Souza Schlischting Acadêmico