dicionÁrio de histÓria geral

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DICIONÁRIO DE HISTÓRIA GERAL(Profº Ricardo Arruda): Antiguidade Oriental(Egito, Mesopotâmia, Fenícia, Hebreus, Pérsia): 1. Modo de Produção Asiático/servidão coletiva a produção econômica dessas civilizações é predominantemente agrária, a sociedade é estamental, predomina a teocracia enquanto forma de dominação política e a religião é politeísta. Não podemos entender essas várias realidades como partes desligadas umas das outras. Muito ao contrário, em razão de um Estado forte, despótico, senhor de todas as terras e centralizado, toda a comunidade era levada a obedecer a esses grandes deuses que a governava. Os trabalhadores (ex:felás no Egito) acreditavam que os deuses controlavam inclusive os destinos da própria natureza. Esse sistema também era chamado servidão coletiva(Ex. Egito, Mesopotâmia). 2. Nomos províncias que formavam o Egito Antigo e seus governantes eram os nomarcas. 3. Cuneiforme Escrita talhada com estilete na argila molhada e que tinha forma de cunha na Mesopotâmia. 4. Felás servos egípcios que trabalhavam para os faraós na agricultura e na construção de obras públicas como as pirâmides. Trabalhador básico do Egito. 5. Escriba Os escribas eram uma ordem ou estamento muito importante no Egito Antigo. Somente eles tinham oportunidade de seguir carreira no serviço público ou como administrador de uma grande propriedade, pois a escrita fazia parte da profissão especializada. Além disso, devia ter amplos conhecimentos de matemática, contabilidade, processos administrativos gerais e até mesmo de mecânica, agrimensura e desenho arquitetônico, o que o isentava de qualquer espécie de trabalho servil(pois sua origem podia ser humilde) e facilitava-lhe galgar uma série de estágios conhecidos para chegar aos cargos mais elevados do país. 6. Osíris, Lenda de deus da vegetação e dos mortos, Osíris foi assassinado e esquartejado por Set (o vento quente do deserto), que era seu irmão, e ressuscitou com a ajuda da deusa-irmã-esposa Ísis, que reuniu seus pedaços e embalsamou-os. Esta explicação da morte e renascimento de Osíris, está de acordo com a característica da vida egípcia, que dependia do ciclo de cheias e vazantes do Nilo, num eterno morrer e renascer da agricultura do país. Outro aspecto dessa lenda é que ela mostra que os faraós possuem origem em Osíris e seu filho o deus Hórus e que por isso eles são governantes divinos, verdadeiros deuses vivos. 7. Renascimento ou Restauração Saíta ou Império Saíta Após o domínio assírio, um príncipe chamado Psamético, restabeleceu a independência do Egito. Sua capital era Saís, no delta. Seu governo assinalou o

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DICIONÁRIO DE HISTÓRIA GERAL(Profº Ricardo Arruda):Antiguidade Oriental(Egito, Mesopotâmia, Fenícia, Hebreus, Pérsia):1. Modo de Produção Asiático/servidão coletiva a produção econômica dessas

civilizações é predominantemente agrária, a sociedade é estamental, predomina a teocracia enquanto forma de dominação política e a religião é politeísta. Não podemos entender essas várias realidades como partes desligadas umas das outras. Muito ao contrário, em razão de um Estado forte, despótico, senhor de todas as terras e centralizado, toda a comunidade era levada a obedecer a esses grandes deuses que a governava. Os trabalhadores (ex:felás no Egito) acreditavam que os deuses controlavam inclusive os destinos da própria natureza. Esse sistema também era chamado servidão coletiva(Ex. Egito, Mesopotâmia).

2. Nomos províncias que formavam o Egito Antigo e seus governantes eram os nomarcas.

3. Cuneiforme Escrita talhada com estilete na argila molhada e que tinha forma de cunha na Mesopotâmia.

4. Felás servos egípcios que trabalhavam para os faraós na agricultura e na construção de obras públicas como as pirâmides. Trabalhador básico do Egito.

5. Escriba Os escribas eram uma ordem ou estamento muito importante no Egito Antigo. Somente eles tinham oportunidade de seguir carreira no serviço público ou como administrador de uma grande propriedade, pois a escrita fazia parte da profissão especializada. Além disso, devia ter amplos conhecimentos de matemática, contabilidade, processos administrativos gerais e até mesmo de mecânica, agrimensura e desenho arquitetônico, o que o isentava de qualquer espécie de trabalho servil(pois sua origem podia ser humilde) e facilitava-lhe galgar uma série de estágios conhecidos para chegar aos cargos mais elevados do país.

6. Osíris, Lenda de deus da vegetação e dos mortos, Osíris foi assassinado e esquartejado por Set (o vento quente do deserto), que era seu irmão, e ressuscitou com a ajuda da deusa-irmã-esposa Ísis, que reuniu seus pedaços e embalsamou-os. Esta explicação da morte e renascimento de Osíris, está de acordo com a característica da vida egípcia, que dependia do ciclo de cheias e vazantes do Nilo, num eterno morrer e renascer da agricultura do país. Outro aspecto dessa lenda é que ela mostra que os faraós possuem origem em Osíris e seu filho o deus Hórus e que por isso eles são governantes divinos, verdadeiros deuses vivos.

7. Renascimento ou Restauração Saíta ou Império Saíta Após o domínio assírio, um príncipe chamado Psamético, restabeleceu a independência do Egito. Sua capital era Saís, no delta. Seu governo assinalou o renascimento da civilização egípcia. A restauração iniciada por Psamético I foi continuada por seu filho Necao, que intensificou as relações comerciais com a Ásia, tentou unir o Nilo ao Mar Vermelho por meio de um canal e estimulou a navegação. O império Saíta não durou muito tempo. Em 525 a.C. os persas conquistaram o Egito. A conquista persa assinala o fim da história do Egito independente.

8. Zigurates Um zigurate é templo, comum aos sumérios, babilônios e assírios, pertinente à época do antigo vale da Mesopotâmia e construído na forma de pirâmides truncada. O formato era o de vários andares construídos um sobre o outro, com o diferencial de cada andar possuir área menor que a plataforma inferior sobre a qual foi construído.

9. Código de Hamurábi Em 1763 aC o rei amorrita(um povo da Mesopotâmia) Hamurábi conquista toda a Suméria. Nesta mesma época, ele também escreve seu código de leis, contendo 282 regras, incluindo o princípio de "olho por olho, dente

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por dente"(o princípio de talião) . Este é um dos primeiros códigos de lei da história da humanidade e que tenta colocar um limite nas vinganças, estipulando uma proporção entre crime e penalidade.

10.Húmus lama fertilizante deixada pelas águas do rio Nilo após as enchentes, tornando possível a agricultura no Egito.

11.Mastabas As mastabas eram túmulos recobertos com lajes de pedra ou de tijolo. Tinham uma capela, a câmara do morto e outros compartimentos. Corresponde a um tipo de tumba muito utilizado nos primeiros tempos do Egito, tanto pelos faraós, como pelos príncipes e nobres.

12. Obelisco Monumento feito de uma só pedra em forma de agulha para marcar algum fato ou realização, Representa também um raio do Deus Sol.

13.Cisma(Divisão) Hebraico Após a morte de Salomão(935 aC.), as 10 tribos do Norte não se submeteram a Roboão, seu filho e sucessor. Separaram-se sob a chefia de Jeroboão, formando o reino de Israel. As duas tribos do Sul, fiéis, a Roboão, formando o reino de Judá.

14.Patriarcas entre os hebreus, eram líderes morais e religiosos, guias, que orientavam as tribos durante sua fase nômade(ex.Abraão) ou durante grandes migrações(ex.Moisés). Seus poderes eram muito limitados(ex. não podiam legislar) e se baseavam na crença religiosa de que haviam recebido alguma missão de Yavé(Jeová, Deus).

15.Êxodo Na história dos hebreus, corresponde à saída dos hebreus do Cativeiro no Egito, conduzidos por Moisés à Terra Prometida.

16.Sátrapas governadores das províncias(satrapias) no Império Persa. Eram vigiados por emissários do imperador chamados “olhos e ouvidos do rei”.

17.Zoroastrismo religião oriental iniciada no século VI por Zoroastro ou Zaratustra exposta no livro Zend-Avesta, cujas idéias eram: luta constante entre o deus do mal(Arimã) e do bem(Ormuz); julgamento da raça humana no dia do juízo final; livre-arbítrio das pessoas para escolher o bem ou o mal.

18. Cativeiro da Babilônia Em 586 Jerusalém cai ante as forças de Nabucodonosor II, rei da Babilônia. Muitos hebreus(principalmente os mais cultos) são levados em cativeiro para a Babilônia. Esta era uma tática de dominação muito praticada pelos babilônios.

19.Diáspora(Dispersão) hebraica Diante das muitas revoltas da população hebraica ao domínio romano no ano 70 d.C. estes destruíram novamente Jerusalém e o Templo – do qual só resta uma parede, o Muro das Lamentações. Sob o Imperador Romano Adriano, por volta de 132 d.C, completou-se a diáspora: os judeus foram expulsos da região(Canaã ou Terra Prometida), que recebeu dos romanos o nome de Palestina e proibidos de retornar àquela região.

Antiguidade Clássica Grécia:1. Primeira diáspora grega A civilização micênica expandia-se em direção à Ásia,

quando chegaram os Dórios, último grupo de povos arianos a penetrar na Grécia. Mais aguerridos, nômades ainda, conhecedores de armas de ferro, os dórios arrasaram as cidades gregas, resultando numa fuga da população para o interior ou para o exterior, onde fundaram inúmeras colônias de povoamento nas costas da Ásia Menor e em outros lugares do Mediterrâneo. Assim, com a invasão dória, os povos que então viviam no território grego iniciaram um processo de êxodo da região, conhecido como Primeira Diáspora Grega.

2. Genos(1150-800 aC.) dentro do período homérico, eram comunidades formadas por grandes famílias que acreditavam descender de um mesmo antepassado de caráter

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divino. As relações econômicas e sociais eram baseadas na cooperação, pois terra, rebanho e colheita pertenciam ao genos(comunidade gentílica)

3. Segunda diáspora grega Na metade do século VIII a.C., os gregos iniciaram uma expansão que se prolongaria por dois séculos, chamada de segunda diáspora grega. Os fenômenos sociais que transformaram o regime antes do final do século VIII a.C. agiriam com intensidade nos séculos seguintes. A desintegração do genos foi decisiva para a expansão grega, pois os filhos mais novos ou desfavorecidos deixavam a pátria e iam buscar uma vida mais lucrativa. Do mesmo modo, os marginalizados do poder político da polis foram lutar por maior participação em outras polis fora da Grécia. 

4. Ágora Praça pública (da Grécia antiga), onde fervilhava a vida social da cidade grega: nela se situava o mercado que depois passou a ser o centro político, cívico e religioso da cidade. Ficou célebre a ágora de Atenas.

5. Eupátrida os bem nascidos, a aristocracia latifundiária ateniense.6. Esparciatas mesma coisa que espartanos, cidadãos e descendentes dos dórios

invasores. Não podiam exercer o comércio nem a agricultura e estavam voltados para as atividades militares e políticas.

7. Periecos A segunda camada social em Esparta, os periecos (os da periferia), composta por populações livres, porém sem direitos políticos, embora lhes coubesse administrar as comunidades, fora da cidade. Em geral são considerados prováveis descendentes dos aqueus que se haviam submetido, sem oporem grande resistência aos conquistadores dórios. Eram camponeses, comerciantes e artesãos, podendo possuir terras e bens móveis; gozavam de certa autonomia vigiada. Eram obrigados a pagar tributos e o casamento entre espartanos e periecos era proibido. Serviam no exército em unidades à parte, pois o serviço militar lhes era obrigatório.

8. Hilotas A última classe de Esparta, eram servos do Estado. Os hilotas eram descendentes da população nativa dominada: cultivavam o Kleros(lotes) e realizavam todo tipo de trabalho, sustentando os esparciatas e suas famílias. Diferentemente dos escravos de Atenas, os hilotas não eram estrangeiros comprados no mercado. Rebelavam-se constantemente, o que levou Esparta a investir cada vez mais no treinamento militar dos esparciatas.

9. Magna Grécia conjunto de colônias gregas fundadas no sul da península italiana após a segunda diáspora(século VIII ac.), por exemplo, as cidades de Nápoles, Siracusa e Tarento.

10.Arcontado Atenas conservou a monarquia por muito tempo, até que foi substituída pelo sistema do arcontado no século VIII aC. O arcontado era composto por nove arcontes(magistrados) cujos mandados eram anuais e eram os mais influentes em Atenas entre os séculos VIII e VI a.C. Eram todos aristocratas escolhidos por meio de um sorteio e suas funções eram sobretudo administrativas, religiosas e judiciais. A maioria dos historiadores chama esse período de “aristocrático” ou “oligárquico”, pois existia também num conselho de nobres(eupátridas) – o Areópago – que escolhia os Magistrados, denominados Arcontes. Porém no decorrer desse mesmo período foram perdendo poderes graças às reformas de Sólon, Psístrato e Clístenes.

11.Metecos Os metecos eram estrangeiros que moravam em Atenas. Não tinham direitos políticos e eram proibidos de comprar terras, mas podiam trabalhar no comércio e no artesanato. Em geral, pagavam impostos para viver na cidade e, em certas épocas, podiam ser convocados para o serviço militar. Eram respeitados e protegidos pelo governo.

12.Eclésia assembléia popular ateniense encarregada de legislar.

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13. Helieu ou Hélia ou Tribunal dos Heliastas Criado por Sólon, era o supremo tribunal de recursos, aberto a todos os cidadãos e eleito por sufrágio universal(cidadãos) masculino.

14.Ostracismo Para evitar influências de indivíduos que pudessem atentar contra a liberdade em Atenas, Clístenes instituiu o ostracismo, votação  realizada pela Eclésia, que tinha por fim suspender os direitos políticos e exilar, pelo prazo de dez anos, os que viessem a cair naquela suspeição. Quando o exilado voltasse, ele receberia de volta todos os seus bens.

15. Tirano era aquele que tomava o poder por meios violentos, porém com o apoio do povo e governava atendendo os interesses populares e contra a aristocracia.

16. Guerras Médicas As guerras médicas, entre gregos e persas, foram motivadas pelos seguintes fatores: choque de interesses entre o imperialismo grego e o imperialismo persa, ambos visando o Oriente Próximo. Os persas, senhores das costas asiáticas do Mar Egeu, e das comunicações marítimas, ameaçavam o comércio, a prosperidade das cidades da Grécia balcânica e, principalmente, o aprovisionamento de trigo do Mar Negro; revolta das cidades gregas da Ásia Menor contra o domínio persa, encabeçada pela cidade de Mileto, auxiliada por Atenas.

17.Confederação de Delos Em princípio era uma aliança militar para combater os persas, onde as cidades participantes forneceriam soldados, mantimentos e riquezas, formando o "Tesouro de Delos", chefiadas por Atenas. A liderança militar ateniense e o controle sobre as riquezas destinadas à guerra, aumentou a produção na cidade, gerou empregos, equilibrou a economia e desta forma criou condições de impor seu domínio às demais cidades gregas, situação vista como necessária para manter o desenvolvimento até então alcançado. Para manter esse poderio, Atenas transformou a Liga em Confederação de Delos. Sentindo-se ameaçada, Esparta criou um sistema parecido: a Liga Espartana ou Liga do Peloponeso.

18.Filosofia socrática ou antropológica segunda fase da filosofia grega(fins do século V aC.) que passa a questionar coisas ligadas à humanidade: justiça e injustiça, bem e mal, virtudes e defeitos, etc.

19.Maiêutica método de ensino de Sócrates que não dava respostas prontas aos alunos, mas os ajudava a chegar à verdade como um parto de idéias.

20.Apogeu de Atenas ou Século de Ouro ou Era de Péricles ou Sécs. IV e V aC Péricles governou Atenas durante trinta anos(461 - 431 a.C.). Representava o Partido Popular e tornou-se ardoroso defensor da democracia escravista. Durante seu governo instituiu a remuneração para os ocupantes de cargos públicos, realizou várias obras públicas, gerando empregos e estimulou o desenvolvimento intelectual e artístico, principalmente o teatro, marcado pelo antropocentrismo, característica fundamental da cultura grega, com suas tragédias ou comédias. Reconstruiu a Acrópole com edifícios em mármore(ex. Partenon) a ampliou o poder ateniense utilizando-se da Confederação de Delos, mesmo após o final da guerra (448 a.C.), quando os persas já haviam sido derrotados.

21.Sofistas corrente filosófica do século V aC. Que criticavam as tradições e os privilégios da aristocracia e defendiam a democracia. Não acreditavam em verdades absolutas, o que levou seu principal pensador, Protágoras, a afirmar que o homem é a medida de todas as coisas.

22.Democracia direta em Atenas todos os cidadãos apresentavam-se pessoalmente para votar na Eclésia, para se candidatar a cargos políticos e não elegiam representantes.

23. Acrópole parte mais alta da cidade e onde eram construídos esculturas dos deuses e os principais prédios públicos, ex. o Partenon em Atenas.

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24.Filípicas conjunto de discursos feitos pelo orador ateniense Demóstenes denunciando as intenções do rei Filipe da Macedônia de dominar a Grécia. Contudo, esses avisos não adiantaram e Atenas acabou conquistada pelos macedônios.

25.Helenístico ou helenismo Período Helenístico(338 – 275). Iniciado por Alexandre, o Grande, que expandiu ainda mais o império de seu pai Filipe, chegando até às margens do rio Indo. Ao misturar elementos da cultura grega com a cultura oriental(egípcia, síria, fenícia, mesopotâmica, persa), Alexandre criou a cultura helenística. Essa mistura foi feita com a difusão do idioma grego e da filosofia grega no Oriente,fundação de diversas cidades no Oriente com traçado arquitetônico e estilo gregos, que chamou de Alexandrias(a do Egito existe até hoje), estímulo a casamentos entre homens gregos e mulheres orientais, criando comunidades bilíngües. Alexandre morreu cedo e pouco restou de seu império, que foi dividido entre seus generais, gerando os reinos helenísticos, continuadores da política de Alexandre, que mais tarde foi herdada pelos romanos, quando conquistaram a Grécia e a Macedônia.

26.Estoicismo(séc. IV aC.) filosofia helenística que pregava que o homem deveria aceitar o seu destino, a predestinação de cada um e que tanto a alegria quanto a tristeza deveriam ser recebidas com naturalidade, sem grandes comemorações ou grandes lamentos.

27. Epicurismo(séc.IV aC.) filosofia helenística que pregava a busca do prazer (hedonismo), pois que ele representava o bem, enquanto a dor representava o mal.

Antiguidade Clássica: Roma:1. Clientes plebeus ou estrangeiros pobres que viviam como agregados de algum

patrício em Roma, recebendo sustento e proteção em troca de trabalho, por exemplo, guarda-costas, nos trabalhos domésticos, agricultura, etc.

2. Ditadura magistratura criada no início da República. O Senado escolhia um líder que recebia o título de “Ditador” e tinha 6 meses para resolver algum problema grave(geralmente revolta ou invasão), recebendo poderes absolutos. Ao final desse prazo, ele perdia o poder e o Senado voltava a governar.

3. Álbum Senatorial lista de candidatos selecionados entre os mais ricos cidadãos romanos e preparada pelos censores(Magistrados). Dentre esses selecionados pelo grau de riqueza eram escolhidos os senadores, que ocupavam o cargo vitaliciamente.

4. Lei das 12 Tábuas início da República Romana. Como não havia nenhuma legislação escrita que garantisse os direitos dos plebeus, estes novamente se revoltaram em 450 a.C., Desta vez, o resultado da revolta foi a redação de novas leis que, prontas, receberam o nome de Leis das Doze Tábuas, mas, quando ficou pronta, os plebeus perceberam que a situação anterior pouco havia mudado. Entre as proibições mantidas, continuava vetado o casamento entre patrícios e plebeus, cuja finalidade era preservar a pureza do sangue patrício e, portanto, fixar seu direito exclusivo ao poder.

5. Tribunos da Plebe início da República Romana. Surgiram em decorrência das lutas da plebe por seus direitos. Os Tribunos podiam vetar todas as leis contrárias aos interesses dos plebeus, menos em época de guerras ou graves perturbações sociais, quando todas as leis ficavam sob controle exclusivo do ditador. Os tribunos da plebe eram considerados invioláveis e quem os agredisse era condenado à morte.

6. Ager Publicus terras públicas, pertencentes ao Estado e que, em sua maioria, foram ocupadas pelos patrícios, em prejuízo da plebe.

7. Lei frumentária Caio Graco, irmão de Tibério, foi eleito tribuno em 123 a.C. Dentre as leis para melhorar as condições de vida e a alimentação da plebe romana, Caio elaborou a "Lei Frumentária". Essa lei determinava a distribuição de trigo a preços mais baixos, além de retomar o projeto de "reforma agrária".

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8. Classe ou Ordem Eqüestre ou Cavaleiros no período da monarquia e no início da república, eram aqueles cujas rendas eram suficientes para armá-los como parte da cavalaria do exército. Depois da época dos irmãos Caio e Tibério Graco(século II a.C.) formaram uma Ordem(Eqüestre), situada abaixo da ordem senatorial, formando uma aristocracia plebéia, mas muito rica(ex.mercadores,banqueiros, armadores, etc.). Na fase imperial recebem dos imperadores altos cargos no governo.

9. Publicanos plebeus ricos que formavam verdadeiras empresas que tinham, por contrato, recebido do governo (senado) o direito de cobrar impostos de uma determinada província, em troca de pagamento antecipado ao governo.

10.Espártacus(Revolta de) se insere nos problemas que a república enfrentou na sua crise final. Espártaco (Spartacus) era um gladiador que se revoltou em 73 a.C. numa escola de gladiadores em Cápua, sul da Itália, devido à humilhação e injustiças cometidas na escola e pretendia fugir de volta para sua pátria. Em nenhum momento ele pretendeu lutar contra o sistema romano, contra a escravidão e as injustiças sociais e, por isso, não pode ser considerado um herói revolucionário. A revolta iniciou-se com a fuga da escola. A notícia da revolta se espalhou e vários escravos dos latifúndios vizinhos uniram-se aos gladiadores rebeldes. Roma enviou um com 3 mil homens para desbaratar os revoltosos, mas foram derrotadas. Com a vitória de Espártaco, pequenos proprietários arruinados, desempregados e escravos engrossaram as fileiras dos rebeldes. Sucessivos generais foram enviados para enfrentá-los, mas Espártaco sempre vencia. Então Crasso(um dos triúnviros do 1º triunvirato) os enfrentou e venceu, sendo Espártacus morto. O exército dos rebeldes foi derrotado e 6 mil sobreviventes foram crucificados.

11.Caio e Tibério Graco tribunos da plebe, propuseram a lei agrária, pedindo que se limitasse o direito de ocupação das terras públicas(ager publicus), pelos grandes proprietários e que os cidadãos pobres recebessem lotes de terras e a lei frumentária, garantindo trigo a baixo preço para a plebe pobre. Tiveram morte violenta, a reforma agrária nunca foi aplicada e a lei frumentária foi deturpada na política do pão e circo.

12.Pax Romana Entre os séculos I e II d.C., a Pax Romana era, sobretudo, a crença de que o processo civilizatório de Roma - o seu humanismo político e cultural - era capaz de se impor perante os outros povos e os integrarem no contexto do Império. Implicitamente, as sociedades submetidas ao Poder Romano, percebiam no sistema romano uma rara oportunidade de transformação intestina das diversas sociedades locais com vistas à participação no modo econômico e político de Roma. Não é uma paz respeitosa, fruto de negociação entre vencedores(romanos) e vencidos (ex.egípcios), mas uma imposição imperialista de leis e padrões romanos.

13. Catilinárias e Catilina No contexto da crise da República Romana, Lúcio Sérgio Catilina, patrício romano(109 a.C-62 a.C), corajoso e ousado, mas sem escrúpulos, fomentou contra o Senado uma conjuração e ganhou o apoio de algumas figuras importantes, do povo devido à sua política populista e dos libertos (escravos libertados). Tinha a simpatia de César e o apoio de todos os descontentes do sistema instalado. Esta conjuração foi denunciada por Cícero em 63, através de uma série de discursos que receberam o nome de catilinárias e é considerado uma obra-prima de retórica o qual convenceu o senado a ostracizar Catilina. Surpreendentemente recusa o exílio e parte para uma guerra suicida contra Cícero, que consegue capturar alguns dos principais partidários de Catilina e, contra a posição de César no senado, condena-os à morte sem julgamento. Catilina ficou sendo um tipo do conspirador, e o nome dele emprega-se para designar os que desejaram conquistar o sucesso sobre as ruínas da própria pátria.

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14.Mecenas Em termos culturais, o período do imperador Otávio Augusto ficou conhecido como "século de ouro" da literatura latina, fruto do seu ministro Mecenas, que, por seu grande interesse pelas artes, protegeu escritores como Virgílio e Horácio. Por tudo isso, o nome mecenas tornou-se sinônimo de protetor de artistas e da arte em qualquer época.

15.Libertos eram os escravos que haviam recebido a liberdade por vontade dos seus donos ou porque a haviam comprado. Passavam a ser cidadãos, mas sem direitos plenos(ex. não podiam ocupar as magistraturas). Seus filhos, contudo, possuem cidadania plena.

16.Apoteose Em vida o imperador era venerado e quando morria seu nome era inscrito entre os deuses de Roma. Essa inscrição era a apoteose.

17.Virgílio Com apoio de influentes amigos, como Mecenas, Virgílio tornou-se uma espécie de poeta oficial do regime do imperador Augusto. Escreveu a epopéia Eneida, uma idealização das virtudes que fundaram e mantiveram o Império Romano a partir de Tróia. Nela Virgílio expõe a lenda de que os romanos eram descendentes do troiano Enéas e herdaram as qualidades guerreiras dos troianos. Anarquia militar ou a crise do Século III. De 235 a 284 Roma teve 26 imperadores, dos quais apenas um morreu de morte natural e outro lutando contra inimigos, os demais foram assassinados. Os exércitos se achavam no direito de escolher os imperadores por causa da fraqueza do Senado e por não haver uma regra de sucessão bem definida para os imperadores, gerando muitos conflitos internos. Além disso, começaram as invasões bárbaras. Apenas com Diocleciano (284 – 305) findou- se a anarquia militar. Contudo com o fim do seu governo devido a disputa entre os vários candidatos ao poder teve início uma nova guerra civil que só terminou quando Constantino (312 –337) tornou-se o único imperador.

18. Evocatio quando os romanos conquistavam uma região ou um país costumavam “chamar”(evocar, evocatio) para Roma o culto do deus ou dos deuses principais da região conquistada, permitindo a construção de um templo para seu culto. Era um ato de tolerância, mas principalmente de poder, pois demonstrava que até a religião dos povos conquistados tinha sido levada para Roma.

19.Baixo Império Corresponde ao período de decadência romana, entre os séculos III e V d.C. e dele faz parte o período chamado Anarquia Militar.

20.Édito de Milão Decreto assinado pelo imperador Constantino(312 – 337), que havia se convertido ao cristianismo e, talvez por fé, mas com certeza para conseguir o apoio da religião que já era a mais organizada do império, assinou em 313 o Édito de Milão que dava liberdade de culto a todas as religiões do império. Liberados, os cristãos começaram a construir igrejas e as maiores receberam o nome de basílicas.

21.Édito Máximo imperador Diocleciano(284-305) fixava preços máximos para mercadorias e salários, mas o controle durou pouco e a inflação voltou a subir.

22.Lei do colonato feita pelo imperador Constantino(313-337), obrigava o colono a se fixar à terra para estabilizar a produção rural e suprir a carência de mão-de-obra. Tornou-se um dos elementos do feudalismo.

Idade Média:1. Manso servil O território do feudo era dividido normalmente em três partes: O

Domínio, a terra comum(comunal) e manso servil. O Domínio é a parte da terra reservada exclusivamente ao senhor feudal(onde ele construía o castelo) e trabalhada pelo servo. A produção deste território destina-se apenas ao senhor feudal. Normalmente o servo trabalha para o senhor feudal, nessa porção de terra ou mesmo no castelo, por um período de 3 dias, sendo essa obrigação denominada corvéia. A

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Terra comum(comunal) é a parte da terra de uso comum. Matas e pastos que podem ser utilizadas tanto pelo senhor feudal como pelos servos. É o local de onde se retiram lenha ou madeira para as construções, e onde pastam os animais. Manso servil era a parte destinada aos servos, dividido em lotes (glebas) e cada servo tinha direito a um lote. De toda a produção do servo em seu lote, metade da produção destina-se ao senhor feudal, caracterizando uma obrigação denominada talha.

2. Sociedade estamental ou de ordens aquela na qual a posição de cada um é determinada pelo sangue, pela hereditariedade e pela religião. Ex. Egito Antigo e feudalismo.

3. Corvéia A corvéia era a obrigação que o servo tinha de trabalhar de graça alguns dias por semana no manso senhorial, ou seja, no cultivo das terras reservadas ao senhor.

4. Banalidade As banalidades eram os pagamentos que os servos faziam aos senhores pelo uso da destilaria, do forno, do moinho, do celeiro etc.

5. Tostão de Pedro imposto pago à igreja, utilizado para a manutenção da capela local. 6. Vilões homens livres que viviam nas vilas dos feudos e que sofriam obrigações

menos pesadas do que os servos. Com o passar do tempo(séculos XI, XII) alguns aprenderam um ofício(ex.carpintaria) e se transformaram em burgueses, outros em assalariados.

7. Suserano e Vassalo Suserano é o senhor que concede o benefício(geralmente terra e servos), enquanto que vassalo é o senhor que recebe o benefício. Esta relação serviu para preservar os privilégios da elite e materializava-se a partir de três atos: a homenagem , a investidura e o juramento de fidelidade. Normalmente o suserano era um grande proprietário rural, grande nobre ou mesmo um rei, e que pretende aumentar seu exército e capacidade guerreira, enquanto o vassalo, é um homem que necessita de terras e camponeses. No mundo feudal não existiu uma estrutura de poder centralizada.

8. Homenagem Quando um suserano entregava um feudo a um vassalo isso compreendia uma série de atos solenes. Primeiro o vassalo prestava a homenagem, colocando-se de joelhos, com a cabeça descoberta e sem espada, pondo suas mãos  entre as mãos do suserano e pronunciando as palavras sacramentais de juramento. Em seguida, o senhor permitia que se levantasse, beijava-o e realizava a investidura(atribuição do feudo) com a entrega de um objeto simbólico, punhado de terra, ramo, lança ou chave, representando a terra ofertada. Os laços de suserania e vassalagem vinculavam toda a nobreza feudal. Por exemplo, um duque doava um feudo a um barão. Este, ao receber o feudo, prestava-lhe homenagem.

9. Comitatus laços de dependência entre guerreiros germânicos, baseados no juramento pessoal ao líder. Aos poucos se torna um dos elementos do feudalismo. 

10. Leis Consuetudinárias leis que se baseiam nos costumes e não eram escritas, por ex., entre os bárbaros germânicos.

11.Hégira Em 622 Maomé começa a pregar o islamismo, mas a perseguição e uma tentativa de assassinato fizeram com que ele fugisse de Meca para Medina em 622. É a Hégira, ou a fuga, que marca o início do calendário muçulmano

12.Direito de primogenitura parte do direito feudal que dava apenas ao filho mais velho de um nobre o direito de herdar a totalidade dos bens do pai, inclusive o título de nobreza. Os irmãos, excluídos da herança, lançaram-se às aventuras das Cruzadas, em busca de terras, glória militar e prestígio.

13.Ordem Beneditina fundada pelo monge São Bento de Núrsia (480-547), cujo lema era “ora et labora” (ore e trabalhe), foi designado santo padroeiro da Europa pelo papa Paulo VI em 1964, por causa da importância que essa ordem teve na formação da Europa: no plano cultural, os monges copistas eram, inicialmente, somente beneditinos

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e foram os fundadores das primeiras escolas medievais; no plano econômico, o trabalho agrícola desenvolvido pelos monges nos mosteiros e as técnicas de plantio e de aragem do solo aprendidas e ensinadas por eles, os manuais escritos sobre esse tema. Além disso, os séculos de maior ação dos beneditinos coincidem com os séculos de formação do continente, da formação da Europa como tal(sécs. V ao X).

14.Heresia Monofisista seita cristã do século VI, que considerava que Jesus Cristo tinha uma só natureza(divina) e não duas (a divina e a humana). No governo de Justiniano (527-565) imperador bizantino, ocorreu essa heresia, pregada por Nestório. O monofisismo comportava aspectos políticos e manifestava-se como reação nacionalista contra o Império Bizantino. Por isso era mais forte na Síria e no Egito, regiões dominadas por Constantinopla.

15.Heresia Iconoclasta O movimento iconoclasta caracterizou-se como um longo conflito religioso iniciado pelo imperador bizantino Leão III (717 - 741), que proibiu o uso de imagens e ordenou a destruição das existentes nos templos. Com efeito, os ícones eram as imagens, pequenas ou grandes, representando pessoas santificadas ou o próprio Cristo; feitos nos mais diversos materiais, incorporaram-se às cerimônias de culto da sociedade bizantina. Entre os principais produtores de ícones encontravam-se os monges que obtinham grandes lucros com a venda de imagens. Essas riquezas reforçavam ainda mais o poderio dos monges, cujas ordens possuíam grandes propriedades isentas de tributos, exerciam grande influência na sociedade e constituíam uma ameaça ao poder central porque representavam o avanço da feudalização. Após um século de repressão e de destruição de obras de arte, é a vez de os partidários das imagens levarem a melhor. O papel da arte consolida-se no mundo cristão, uma vez que à função didática afirmada pelo Papa Gregório Magno acrescenta-se o valor sacro das imagens, de emanação da presença divina, que os defensores das imagens consideram implícito nas imagens de Deus e dos santos.

16. Cesaropapismo concentração dos poderes temporais (César) e espirituais (Papa) nas mãos do imperador bizantino, que mantinha o patriarca subordinado a ele, fazendo da religião um assunto de estado e não do indivíduo. Símbolo do cesaropapismo era a águia bicéfala, escudo e bandeira do imperador. No Império Bizantino as influências helenísticas e orientais resultaram na estreita ligação entre Igreja e Estado, concretizada no Cesaropapismo: ao Basileus (Imperador) cabia a chefia da Igreja e do Estado. Tal situação funcionava como arma de dois gumes: na condição de protetor da Igreja poderia gerir seus bens e preencher os cargos eclesiásticos, o que reforçava o poder imperial; em contrapartida, as reações às diretrizes religiosas refletiam resistências ao poder central, que transformavam controvérsias religiosas em problemas políticos.

17.Revolta de Nike ou NikaGastos militares forçaram a elevação dos impostos. A população de Constantinopla odiava os funcionários do fisco. Em 532 explodiu a revolta Nika (do grego nike, vitória, que os revoltosos gritavam). Verdes e Azuis, os dois principais partidos políticos e esportivos que concorriam no hipódromo, rebelaram-se, instigados por aristocratas legitimistas (partidários da dinastia legítima, já que Justiniano fora posto no trono pelo tio, usurpador do poder). A firmeza de Teodora e a intervenção do general Belizário salvaram Justiniano. Os revoltosos foram cercados e mortos no hipódromo.

18.Concílio De Nicéia 325 D.C. Primeiro Concílio Ecumênico da Igreja, convocado pelo Imperador Constantino. Trezentos Bispos se reúnem para condenar o Arianismo(do Bispo Ário): heresia que nega a Divindade de Jesus Cristo. O momento decisivo sobre a doutrina da Trindade ocorreu neste Concílio, quando a Igreja rejeitou a idéia ariana de que Jesus era a primeira e mais nobre criatura de Deus, e afirmou que Ele era da

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mesma "substância" ou "essência" (isto é, a mesma entidade existente) do Pai. Assim, há somente um Deus, não dois; a distância entre Pai e Filho está dentro da unidade divina, e o Filho é Deus no mesmo sentido em que o Pai o é. Dizendo que o Filho e o Pai são "de uma substância", e que o Filho é "gerado ou unigênito". O Credo Niceno, sem equívocos, reconhece oficialmente a divindade de Cristo.

19.Cisma do Oriente Desde a extinção do Império Romano do Ocidente, assim como os Imperadores bizantinos afirmavam sua condição de herdeiros de Roma, os Patriarcas apregoavam sua primazia na direção da Igreja. Essa divergência levara a freqüentes atritos entre o Papado e os Patriarcas, ocasionando rompimentos entre a Igreja Cristã Ocidental e a Igreja Cristã Oriental, como se verificou com a Questão Iconoclasta. O Cristianismo, em sua evolução, assumiu características diferentes na Europa Ocidental e em áreas do Império Bizantino, seja no ritual oriental (celebrado em grego), seja na disciplina (a subordinação da Igreja ao Estado bizantino) e nas crenças (rejeição do Purgatório pelos orientais). A cisão seria inevitável e se deu quando o Papa Leão IX e o Patriarca Miguel Celulário entraram em conflito a respeito da jurisdição sobre dioceses da Itália Meridional, excomungando-se mutuamente. Não se acreditava que a ruptura fosse definitiva, mas tornou-se com a intransigência do Patriarca e do Papa, explicável porque a questão envolvia interesses econômicos relativos à arrecadação das rendas daquelas dioceses e interesses políticos antagônicos sobre a direção suprema da cristandade. Assim consumou o Cisma do Oriente, em virtude do qual criaram-se duas Igrejas: a Igreja Cristã Ortodoxa Grega, subordinada ao Patriarcado de Constantinopla, e a Igreja Católica Apostólica Romana, dirigida pelo Papado (1054).

20. Caaba Kaaba ou Caaba é uma construção que é reverenciada pelos muçulmanos, na mesquita sagrada de Al Masjid Al-Haram em Meca, e é considerado pelos devotos do Islã como o lugar mais sagrado do mundo. A Kaaba é uma construção cúbica e está permanentemente coberta por uma manta escura com bordados dourados que é regularmente substituída. Em seu interior encontra-se a "Pedra Negra", uma pedra escura de cerca de 50 cm de diâmetro que é provavelmente o resto de um meteorito. Quando o profeta Maomé repudiou todos os deuses pagãos e proclamou um Deus único, Alá, ele poupou a Kaaba, talvez por pressão dos comerciantes da região que viam na pedra um chamariz para as lucrativas peregrinações.

21. Sunitas e Xiitas A primeira divisão ocorrida na comunidade islâmica deu-se imediatamente após a morte do profeta Maomé. A escolha do seu sucessor gerou controvérsias e enquanto a maioria da comunidade seguiu o princípio do consenso e elegeu Abu Bakr para ser o seu califa, líder religioso e político, uma parcela pequena mas significativa defendia a teoria de que Ali, primo do Profeta, deveria ser seu sucessor. Esta atitude gerou dois sistemas políticos diferentes dentro do Islã : os sunitas seguem a idéia de que o Chefe de Estado deve ser eleito pela comunidade e aceitam o Al Corão e a Suna como livros sagrados; e os xiitas seguem a idéia da sucessão hereditária, traçada a partir dos descendentes do califa Ali e sua esposa Fátima, filha do Profeta Maomé e recusam-se a aceitar o caráter sagrado da Suna.

22.Suna O conjunto de ensinamentos e atos de Maomé. Essas coleções, além de seu valor religioso para os crentes, constituem uma exaustiva enciclopédia legislativa, teológica, cerimonial, moral, social e comercial, que inclui aplicações práticas e exemplos moralizantes para o cotidiano.  

23.Sharia É a lei religiosa do islamismo. Como o muçulmano não vê distinção entre o aspecto religioso e o resto da sua conduta pessoal, a lei islâmica não trata só de rituais e crenças, mas de todos os aspectos da vida cotidiana. Apesar de ter passado por um detalhado processo de formatação, a lei islâmica ainda é aplicada de formas variadas ao redor do mundo - os países adotam a sharia têm interpretações mais ou menos

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rigorosas dela. Na Arábia Saudita, por exemplo, vigora uma das mais conservadoras versões da lei islâmica. O Afeganistão da época da milícia Talibã teve a mais dura e radical aplicação da sharia nos tempos modernos - proibia música e outras expressões culturais e esportivas, restringia gravemente todos os direitos das mulheres e ordenava punições bárbaras. A sharia, porém, é adotada formalmente numa minoria de países com grandes populações islâmicas.

24. Sarracenos ou mouros forma generalizada para designar os muçulmanos.25. Merovíngia(Dinastia) Na Gália, as tribos francas foram unificadas no final do século V

por Clóvis (481/511), convertido ao catolicismo, surgindo o primeiro reino bárbaro cristianizado. Neto de Meroveu, Clóvis deu início à dinastia merovíngia, que reinou entre os francos até 741.  

26. Carolíngia(Dinastia) No século VIII, Carlos Martel, um nobre da família de Heristal, conseguiu prestígio e poder ao deter o avanço dos muçulmanos sobre a Europa Ocidental, vencendo-os em Poitiers(França) em 732. Seu filho Pepino I (741/768) destronou o último rei merovíngio e proclamou-se rei dos francos com o apoio do papa, iniciando a dinastia carolíngia (741/987). Sua coroação pelo papa Estevão II reforçou a aliança entre a Igreja e o reino franco. Pepino I foi sucedido por Carlos Magno (768/814) que expandiu enormemente o reino franco, anexando a Itália lombarda, a Saxônia, a Frísia e a Catalunha, tornando-se o único rei da Europa cristã. Em seu governo, houve o Renascimento Carolíngio. No Natal do ano 800, Carlos Magno foi coroado Imperador do Ocidente pelo papa.

27.Patrimônio de São Pedro Também chamado de Estados Papais, são as terras entregues pelos carolíngios à Igreja e que seriam governadas pelos papas. Origem do Estado do Vaticano atual.

28.Missi dominici Carlos Magno dividiu o Império em condados administrados por condes, enquanto os marqueses administravam os territórios de fronteiras chamados marcas. A fiscalização dessas províncias era feita pelos "missi dominici"(enviados do senhor), delegados do imperador, que as percorriam, fazendo relatórios para Carlos Magno, a respeito da situação econômica e política desses condados e das marcas, permitindo ao imperador um maior controle sobre seus senhores feudais.

29.Renascimento Carolíngio Carlos Magno(séculos VIII-IX) promoveu um grande desenvolvimento cultural. Atraiu à sua corte os mais notáveis sábios, dentre os quais: Alcuíno de York, gramático; Paulo Diácono, historiador; Eginhard, Historiador; Pedro de Pisa, gramático; e outros. Nos mosteiros, os monges copistas dedicavam-se aos manuscritos antigos, copiando-os e preservando-os, às crônicas e aos livros religiosos. Fundaram-se escolas, entre as quais a célebre Escola Palatina(do Palácio)

30. Tratado de Verdun Em 843, os três netos de Carlos Magno repartiram o império que ele havia fundado pelo tratado dito de Verdun: Carlos o Calvo recebeu a Francia ocidental (que se tornará a França), Luís o Germânico a Francia oriental (que se tornará a Germânia, núcleo do futuro Sacro Império Romano-Germânico), e Lotário, que se reserva o título imperial, o centro da Itália até a Frísia (que se tornará a Lotaríngia). Essa divisão acelera o feudalismo, pois representou o fracasso de uma única autoridade governando a maior parte da Europa Ocidental.

31.Heresia Ariana O arianismo foi uma visão cristológica(de Cristo) sustentada pelos seguidores de Arius nos primeiros tempos da Igreja Cristã, negando que Cristo e Deus, o pai, fossem da mesma essência fundamental e vendo o filho como uma criação e um ser inferior ao Pai. O Concílio de Nicéia (325 D.C.) condenou esta doutrina após uma grande controvérsia e declarou-a herética

32.Secular ou laico qualquer coisa ligado à vida terrena, exemplo, o poder dos reis e nobres feudais.

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33.Ordens monásticas e monaquismo o Monaquismo é um sistema de vida de consagração à causa divina, que tenta chegar a Deus passando pelo recolhimento e uma vida de dedicação e interiorização. A esta palavra associa-se uma outra: monge. Etimologicamente, designa aquele que vive solitário, dedicando a sua vida ao serviço de Deus, dedicação essa assumida livremente e que pressupõe o cumprimento das normas estabelecidas numa Regra, ou seja, conjunto de normas sobre castidade, pobreza e obediência. Exemplo: São Bento e a Ordem dos Beneditinos, baseada na regra básica “orar e trabalhar”, ou seja, servir a Deus e trabalhar nas plantações e com os animais do mosteiro, para seu sustento.

34.Movimento de Cluny ou cluniaense Em 1046 no mosteiro beneditino de Cluny, na França, começa um importante movimento de moralização da Igreja Medieval, o Movimento de Cluny, propondo o fortalecimento da disciplina do clero, a obediência às regras da piedade e castidade e a libertação dos conventos da dominação da autoridade feudal e das interferências dos governantes, principalmente dos imperadores do Sacro Império Romano Germânico. Apesar das boas intenções de alguns, a Igreja continuou a se contaminar com interesses materialistas, por exemplo, adquirir terras.

35.Concílio de Clermont-Ferrand Reunião de líderes cristãos seculares e do clero realizada nessa cidade francesa em 1095, convocada pelo papa Urbano II, na qual ele exibiu uma carta do imperador bizantino Aléxis pedindo ajuda para combater os muçulmanos, gerando a pregação da 1º cruzada.

36. Comuna Comunas (França), Concelhos (com ‘c”.Península Ibérica), Cidades-livres (Sacro Império Romano-Germânico) e Repúblicas (Itália) assim foram denominados os burgos europeus que alcançaram autonomia entre os séculos XI e XIII. A essa luta pela autonomia chamamos de movimento comunal e as liberdades conquistadas eram escritas nas Cartas de Franquia.

37.Movimento Comunal (sécs. XI – XIII): luta das cidades européias pela libertação da autoridade dos senhores feudais, geralmente com o apoio dos reis. Quando a luta era vitoriosa a burguesia passava a governar a cidade e recebia um certificado dos seus direitos chamado Carta de Franquia.

38.Gótico, Estilo Arquitetônico em 1154 começa a construção da Catedral de Chartres e em 1163 inicia-se a construção catedral de Notre-Dame de Paris, ambas na França. É o marco maior do estilo gótico na arquitetura, que se caracteriza por linhas retilíneas que se projetam para o céu e por abundância de vitrais coloridos. Com seus arcos ogivais, vitrais coloridos e usados em profusão, paredes altas e relativamente finas, sustentadas por arcobotantes e botaréus, essas catedrais se tornam os símbolos desse novo estilo arquitetônico, mais sofisticado, urbano e burguês do que o estilo românico, que era mais rural e nobiliárquico.

39. Plantagenetas Plantageneta é o sobrenome de um conjunto de reis britânicos, conhecidos como Dinastia Plantageneta ou Angevina (de Anjou, feudo francês), que reinaram em Inglaterra entre 1154 e 1399. O nome tem na sua origem a giesta(plant gênet em francês), que o fundador da casa Geoffrey V, Conde de Anjou escolheu para símbolo pessoal. O fim da dinastia Plantageneta é considerado em 1399 e marca a subida ao trono de Henrique de Lancaster(neto de Eduardo III) e o princípio dos conflitos que mais tarde iriam evoluir para a Guerra das Duas Rosas.

40.Heresia Cátara ou albigense No início do século XII, a Igreja Católica presencia a difusão da heresia dos cátaros (puros em grego) ou albigenses (nome derivado da cidade de Albi, na qual vivia um certo número de heréticos) que se propagará no sul da França. Os cátaros acreditavam que o homem na sua origem havia sido um ser espiritual e para adquirir consciência e liberdade, precisaria de um corpo material,

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sendo necessárias várias reencarnações para se libertar. Eram dualistas acreditavam na existência de dois deuses, um do bem (Deus) e outro do mal (Satã), que teria criado o mundo material e mal. Não concebiam a idéia de inferno, pois no fim o deus do Bem triunfará sobre o deus do Mal e todos serão salvos. Praticavam a abstinência de certos alimentos como a carne e tudo o que proviesse da procriação. Jejuavam antes do Natal, Páscoa e Pentecostes, não prestavam juramento, base das relações feudais na sociedade medieval, nem matavam qualquer espécie animal, faziam voto de castidade. A partir de 1140 foram duramente combatidos pela Igreja, que lançou uma cruzada contra eles, sendo derrotados e praticamente exterminados em 1229, juntamente com os nobres que os apoiavam. A coroa de França incorporou a maioria dos feudos dessa região.

41.Hansa Teutônica ou Liga Hanseática Na região do Mar Báltico formou-se em 1241, uma organização de cidades alemãs(maioria) para a proteção do comércio marítimo, proteção mútua e aquisição e exploração de privilégios comerciais em regime de monopólio sem a pretensão de conquistar e organizar territórios. A Liga foi uma forma adequada de proteção política dos comerciantes contra as exigências tributárias dos reis e senhores feudais. A Liga foi favorecida pelos objetivos limitados das cerca de 160 cidades que se associaram em número variável ao longo dos tempos, dispondo como arma eficaz contra seus opositores do boicote comercial. O apogeu foi no século XIV e o declínio veio com a consolidação dos poderes dos Estados bálticos, como a Polônia, cujo rei derrotou a frota da Liga.

42. Papa Gregório VII no ano de 1075 escreve seu famoso Dictatus Papae, no qual estão resumidos os princípios da autoridade papal: a Igreja é de origem divina; o Papa tem todos os direitos sobre os bispos; o Papa é o juiz de todos, não é julgado por ninguém; o papa ata e desata, pode desligar os vassalos do juramento de fidelidade feito a seus suseranos; fica afirmada, pela primeira vez, a monarquia papal, a subordinação do poder civil ao pontifício em temas de doutrina e moral. Henrique IV, imperador do Sacro Império, reage e organiza um atentado contra Gregório VII, nomeia um antipapa e pretende destituir o Papa oficial. Em 1076, Gregório dá o golpe decisivo: depõe e excomunga Henrique IV. Abandonado por grande parte dos seus vassalos, Henrique IV se dirige ao castelo de Canossa para pedir perdão ao papa, ficando 3 dias acampado na neve como penitência. O papa o perdoa, mas pouco tempo depois Henrique IV recupera seus poderes, derruba o papa, coloca um outro no trono, obrigando Gregório a se refugiar no sul da Itália, onde veio a falecer por volta de 1080.

43. Excomunhão Um dos piores castigos que a Igreja impunha aos que desobedecessem a suas diretrizes. Excomunhão é o ato ou efeito de excomungar. Excluir ou expulsar oficialmente um membro religioso da relação com Deus. Pode ser aplicada a uma pessoa individual ou aplicada coletivamente a um povo e ninguém podia ter contato com um excomungado ou fazer negócios com ele.

44. Bailios e senescais oficiais nomeados pelos reis da França para defenderem seus interesses dentro dos feudos, como o recolhimento de certos impostos e a aplicação da justiça real. Na Inglaterra os funcionários reais com as mesmas funções recebiam o nome de sheriffs.

45.Bula Unam Sanctam O papa Bonifácio VIII publicou a bula “Unam Sanctam” (1302), onde afirma ser necessário para a salvação estar sujeito ao papa em tudo, mesmo em questões políticas e que a Igreja é uma e santa, que não errou e que jamais errará. Foi uma forma de tentar colocar os reis sob controle papal. Com isso pretendia mandar um recado aos reis europeus, principalmente seu maior inimigo, Filipe IV, rei de França.

46. Novo Cativeiro da Babilônia Ou exílio de Avignon (1309-1378). A partir da morte do papa Bonifácio VIII, a influência francesa sobre o papado havia se tornado cada vez

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mais forte. Pressionado pela coroa da França, o Sacro Colégio(conjunto de cardeais) elegeu um arcebispo francês como papa, que adotou o nome de Clemente V e transferiu a sede da Igreja de Roma para Avinhão. O mesmo fizeram seus sucessores até 1378. Esse deslocamento era um claro sintoma de que o eixo de equilíbrio do poder deslocara-se para a França, no sentido de que os pontífices de Avignon freqüentemente foram favoráveis à política externa francesa.

47. Cisma do Ocidente A atitude servil do papado perante a França, por exemplo, e sua cumplicidade com os interesses franceses, sobretudo durante o pontificado de João XXII, causaram profundos descontentamentos na Alemanha(Sacro Império), que não tardaram a vir à tona. O cisma propriamente dito começou com a morte de Gregório XI (1378), depois que este conseguira fazer com que a sede do papado voltasse a ser Roma. Foi sucedido por Urbano VI, cuja eleição foi considerada inválida pelos cardeais não-italianos, que a decretaram nula e elegeram outro papa, Clemente VII. O novo papa refugiou-se em Avignon, uma vez que, por motivos óbvios, não podia residir em Roma. Papa e antipapa tiveram seus respectivos sucessores. Para pôr fim ao cisma, convocou-se o Concílio de Pisa (1409), em que se decidiu depor os dois papas e eleger um novo, Alexandre V, sucedido por João XXIII em 1410. Contudo, como os dois últimos papas da série de Roma e de Avignon, respectivamente Gregório XII e Bento XIII, não aceitaram a própria deposição, e como Alexandre V havia sido eleito por um concílio com plena validade, a Igreja passou a ser governada por três papas. A comunidade eclesiástica, até as paróquias mais remotas, dividiu-se em campos hostis. Alexandre V, como papa eleito pelo concílio, conquistou mais adeptos entre o povo. O Concílio de Constança (1414-17), convocado pelo imperador alemão, pôs fim ao cisma com a eleição de um único papa, Martinho V. Por causa do desgaste, esses fatos contribuíram fortemente para a decadência da Igreja e do poder papal.

48.Jacquerie A Jacquerie foi uma revolta camponesa que ocorreu na França em 1358, durante a Guerra dos Cem Anos. A designação deriva de Jacques Bonhomme, o nome com conotação paternalista dado genericamente a um camponês. A revolta iniciou-se de forma espontânea, refletindo a sensação de desespero em que viviam as camadas mais pobres da sociedade, depois da Peste Negra. As elites acabaram por esmagar a revolta menos de um mês depois, matando no processo cerca de 20.000 homens, o que viria a contribuir para o agravamento das condições demográficas do país. A palavra "Jacquerie" passou a ser sinônimo de rebelião camponesa.

49.Magna Carta A Magna Carta foi um tratado assinado pelo rei João I de Inglaterra e os seus nobres a 15 de Junho de 1215, perto de Londres. Os seus termos garantem a liberdade política dos ingleses, , ditam reformas no direito e na justiça(ex. Habeas corpus; não criação de impostos sem ouvir o Parlamento), mas sobretudo limitam o espectro e magnitude do poder do rei. O grande motivo para essas mudanças foi o descontentamento geral para como rei João I que, durante o seu reinado, perdera as Jóias da Coroa de Inglaterra, e grandes feudos que possuía na França, para além de ser já de ser extremamente impopular e dado a abusos de autoridade. Aos poucos a Magna Carta se tornou relevante e reconhecida como o precursora da monarquia constitucional na Inglaterra.

50. Guerras de Reconquista Paralelamente às Cruzadas, que investiram para o Oriente(Jerusalém), foram realizadas expedições chamadas Cruzadas do Ocidente, que tinham como objetivo expulsar os muçulmanos da Península Ibérica e do sul da Itália. Em 711, os árabes muçulmanos, comandados por Tarik, haviam conquistado a Península Ibérica. Submeteram toda a península, com exceção das Astúrias(norte). Ali se formaram os pequenos reinos cristãos de Leão, Castela, Aragão e Navarra. Estes reinos iniciaram, no século XI, a Guerra de Reconquista. Os reinos cristãos expandiram-

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se e dessa Guerra de Reconquista resultou a formação das monarquias nacionais de Portugal(no final do século XIII) e Espanha(no final do século XV).

51. Revolução de Avis O desenvolvimento do comércio, o crescimento das cidades e a prosperidade da burguesia mercante tornaram anacrônica a antiga ordem feudal (fechada, teocêntrica, agrária e descentralizada). A burguesia tinha outros interesses nacionais (unificação da moeda, transportes, segurança) e por isso alia-se à monarquia, fortalecendo o poder do rei, a quem dá sustentação política e paga impostos. É o embrião das monarquias nacionais, do regime absolutista. A Revolução de Avis (1383 - 1385) marca o início do processo de centralização monárquica e a consolidação do Estado Nacional Português, em direção ao absolutismo e ao mercantilismo, com a aliança entre a monarquia e a burguesia ascendente. Com a morte do rei D. Fernando, em 1383, ficou como regente do trono D. Leonor Teles, até que a infanta D. Beatriz tivesse um filho varão, maior de quatorze anos. A regente, influenciada por um aventureiro galego, o Conde de Andeiro, desenvolveu uma política de aproximação com os reinos castelhanos, contrariando as tendências autonomistas de parte da nobreza lusitana e dos grandes burgueses, especialmente de Lisboa, que escolheram como líder, D. João, Mestre da Ordem Militar de Avis, filho bastardo de D. Pedro I (o amante de Inês de Castro). O Conde de Andeiro é condenado à morte e há grande agitação popular em várias cidades e vilas. Em Lisboa, o "povo miúdo" proclama D. João, o Mestre de Avis, "regedor e defensor do reino". O rei de Castela, a pedido da regente Leonor Teles, entra em Portugal para sufocar a revolta de Lisboa. um jovem nobre, Nuno Álvares Pereira, liderou a resistência popular contra os castelhanos e seus aliados, mobilizando o povo a favor do Mestre de Avis. Em abril de 1385, reúnem-se as cortes em Coimbra. Por pressão dos representantes dos conselhos, dirigidos pelo jurista João das Regras, D. João, o Mestre de Avis, é proclamado rei, apesar da oposição dos nobres. As cortes decidem que o Conselho do Rei seja formado por dois representantes de cada um dos grupos sociais: clero, nobreza, letrados e cidadãos.

52.Milenarismo crença popular cristã baseada em profecias do início do cristianismo, que dizia que Cristo voltaria uma segunda vez, combatendo os males e instituindo o reino de Deus na terra, com a duração de mil anos, findos os quais haveria a ressurreição dos mortos e o Juízo Final. Foi classificado pela Igreja como heresia.

53. Querela das Investiduras e a Concordata de Worms A concordata de Worms é o compromisso firmado em setembro de 1122 pelo papa Calisto II e o imperador Henrique V, mediante o qual se regulamentou a questão da "querela das investiduras". Este documento separava os dois tipos de investidura: (1) a eclesiástica, que concedia a função espiritual ao bispo indicado pelo papa; e a (2) laica, feita pelo governante(rei, imperador) e dava ao bispo os poderes como senhor feudal, ou seja, um governo de caráter temporal ou laico com os respectivos benefícios. Em essência, com a concordata de Worms, na função daqueles bispos que também eram condes, o ofício espiritual - que só a Igreja podia conceder mediante formas normais - pouco a pouco se separa do exercício de direitos e poderes públicos que a autoridade laica conferia mediante o título de nobreza.

54.Filosofia Escolástica A Escolástica é uma linha dentro da filosofia medieval, de acentos notadamente cristãos, surgida da necessidade de responder às exigências de fé, ensinada pela Igreja, considerada então como a guardiã dos valores espirituais e morais de toda a Cristandade. Por assim dizer, responsável pela unidade de toda a Europa, que comungava da mesma fé. A partir do século V pensadores cristãos perceberam a necessidade de aprofundar uma fé que estava amadurecendo, numa tentativa de harmonizá-la com as exigências do pensamento filosófico. Alguns temas que antes não faziam parte do universo do pensamento grego, tais como: Providência e

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Revelação Divina e Criação a partir do nada passaram a fazer parte de temáticas filosóficas. Basicamente, a questão chave que vai atravessar todo o pensamento escolástico é a harmonização de duas esferas: a fé e a razão. O pensamento de Agostinho(século V), mais conservador, defende uma subordinação maior da razão em relação à fé, por crer que esta venha restaurar a condição decaída da razão humana. Enquanto que a linha de Tomás de Aquino(século XIII) defende uma certa autonomia da razão na obtenção de respostas(livre-arbítrio), apesar de em nenhum momento negar tal subordinação da razão à fé.

55.Santo Agostinho Idéia de predestinação. Santo Agostinho usou a filosofia a serviço da teologia, adotando as idéias platônicas e as moldando de acordo com a sua visão de mundo. Da mesma forma que Platão, acreditava que a alma habitava um corpo. Dizia: “O homem é uma alma racional habitando um corpo mortal”. Santo Agostinho insiste na impossibilidade de o Estado chegar a uma autêntica justiça se não se reger pelos princípios morais do cristianismo. De modo que na concepção agostiniana se dá uma primazia da Igreja sobre o Estado. Por outro lado, há que ter presente que na sua época (séculos IV-V) o Estado romano está sumamente debilitado perante a Igreja. Seu lema era "crer para compreender”. Santo Agostinho afirmou que o estado devia ter por finalidade o culto de Deus e velar pelos costumes de acordo com a moral cristã. Defendeu também uma divisão de poderes: o poder espiritual que ficaria a cargo da Igreja e o poder temporal que pertenceria ao estado. Estas idéias irão ser largamente aplicadas ao longo da Idade Média.  

56.São Tomás de Aquino livre-arbítrio é a base do tomismo. São Tomás Aquino, retoma e desenvolve um conceito grego-romano, o do Bem Comum. Defende que este princípio ético-político deveria orientar não apenas o Estado, mas também a cidade e ser assumido pelos indivíduos no seu dia-a-dia. O objetivo é unir num só princípio teórico: política, religião e ética.

57.Dante Alighieri(1265-1321) Já é considerado como parte do Renascimento Cultural, nasceu em Florença. Em 1289 cumpriu rito típico da época do trovadorismo: identificou a dama pela qual deveria apaixonar-se até o fim de seus dias, um amor impossível. Na Divina Comédia o nome dela, Beatriz, aparece 64 vezes (além de indicações do tipo "a minha dama", "aquela que"), enquanto Cristo surge 40 vezes. Somente o nome de Deus supera o de Beatriz. Ao morrer Beatriz, aos 24 anos e casada com outro homem, Dante imergiu em dores, aflição e lágrimas. Apesar disso ele casou-se e teve pelo menos três filhos. Político, soldado, homem de governo, embaixador, em maio de 1300 está coordenando a liga arregimentada pelos toscanos(da Toscana) contra o Papa Bonifácio VIII e a favor do imperador Henrique VII. Dante era gibelino.

58.Gibelinos e Guelfos facções políticas existentes nas regiões italianas e no Sacro Império. Os gibelinos eram partidários da supremacia dos imperadores do Sacro Império sobre os papas e se opunham aos guelfos, partidários da supremacia dos papas sobre os governantes laicos.

59.Universalismo existiam dois tipos: (a)o universalismo papal, que afirmava que os poderes papais estavam acima dos reis, pois eram derivados de São Pedro e de Jesus Cristo, uma vez que Cristo teria dito a Pedro: Pedro, tu és pedra e sobre esta pedra erguerei minha Igreja, fazendo de São Pedro o primeiro papa. Outro sustentáculo desse universalismo se baseia na teoria da superioridade da alma sobre o corpo. Ora, o papa cuida das questões ligadas ao espírito, logo sua função, seu ofício é superior e dele se origina o ofício de governar dos reis, que cuidam da vida material, do corpo. Assim, os papas poderiam depor e coroar os governantes laicos, cujo poder deriva do poder espiritual dos papas. (b) o universalismo imperial provém da idéia de que os imperadores do Sacro Império Romano-Germânico(Estados Alemães) herdaram seus

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poderes de Carlos Magno, que por sua vez havia sido coroado imperador pelo papa Leão III no ano 800 como herdeiro dos antigos imperadores romanos. Esses dois universalismos se chocaram constantemente e provocaram vários conflitos, como a Querela das Investiduras. A formação dos Estados Nacionais em fins do século XV enterrou esses universalismos.

60.Petrarca(1304-1374) Já é considerado parte do Renascimento Cultural e se insere na situação da Itália durante o século XIV, fragmentada e não unificada graças à existência de duas fortes monarquias: o Estado Pontifício e o Reino de Nápoles. Petrarca se insere também, no Cisma da Igreja. Uma das idéias dele era , exatamente, o retorno do papado para Roma, cidade que, segundo o poeta, deveria abrigar os representantes dos dois poderes: o espiritual e o temporal, uma vez que Petrarca vislumbrava o retorno dos princípios do Império Romano. O poeta, gibelino, exprime a sua indignação contra a corte papal de Avignon, a qual, segundo ele, havia usurpado os direitos de Roma. Para tanto, Petrarca utiliza-se da imagem do Cativeiro da Babilônia. Para o poeta, Babilônia era sinônimo de confusão, mas o principal motivo pelo qual ele denomina desta forma a cidade francesa é a desonestidade e a frivolidade dos religiosos que ali se encontravam. Ele não quer a influência francesa no governo da Igreja.

61.Poesia Goliárdica ou goliarda Este grupo de Intelectuais, denominados os Goliardos, aprendiam com o mestre que lhes agradava, andavam de cidade em cidade, os seus discursos atacavam tanto a sociedade como a Igreja, atingindo o imoralismo  provocatório, a obscenidade, o elogio do erotismo, a negação dos ensinamentos da Igreja e da moral tradicional. A poesia Goliarda atacava os eclesiásticos, os nobres, os camponeses, o papa, os bispos, os monges. Defendiam a autoridade do rei face ao poder da Igreja. Atacavam o poder do papa, tanto por se apoiar no poder do dinheiro, como por se apoiar no antigo poder da terra. Atacavam os monges, acusando-os de maus hábitos como, a gula, a preguiça, a luxúria. Geralmente eram formados por ex-padres e ex-monges, estudantes e professores universitários.

62. Santo Ofício Instituição medieval que atravessou a era moderna. Foi o legado da histeria e paranóia da imaginação religiosa e política da igreja contra as heresias que ameaçavam seus domínios, oficializada pelo papa Gregório IX (1227-1241). Inicialmente, tinha o intuito de salvar a alma dos hereges. Mais tarde, entretanto, passou a empregar a tortura e a fogueira como forma de punição, com autorização do papa Inocêncio IV, em 1254. No auge de seu furor, cerca de 50 mil pessoas foram condenadas à morte no período entre 1570 e 1630, em toda Europa. Através da colonização, essa prática odiosa estendeu–se ao Novo Mundo, sendo aplicada até mesmo pelos protestantes na América do Norte. Não poupou mulheres, crianças, velhos, santos, cientistas, políticos, loucos e até mesmo gatos que foram vítimas do auto de fé promovido pelos bondosos cristãos!

63.John Wycliff era professor da Universidade de Oxford(1320-1384-Inglaterra), não aceitava a supremacia papal, mas a doutrina de que o Cristo e não Pedro era o chefe e cabeça da Igreja, considerando o Evangelho como «única Lei». Ele aproveitava habilmente as fraquezas do clero para ridicularizá-las. Entre seus princípios estabelecia que as relações de Deus para com os homens eram diretas: não eram necessários os intermediários, e isso era um golpe contra Roma. Atacou e ironizou os perdões, indulgências, absolvições, peregrinações, cultos de santos, etc. Seus seguidores deram ao movimento um caráter de luta social contra a nobreza, e chefiados por John Ball, revoltaram-se em 1383, tendo conseguido entrar em Londres, onde, enganados pelo rei Ricardo II, foram eliminados completamente, sendo seus chefes decapitados.

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64.John Huss(1369-1415) nascido na atual República Tcheca, discípulo de Wycliff, com o qual concordava, foi preso e queimado vivo por ordem do papa. Ambos são precursores da Reforma Luterana de 1517. A execução de João Huss, desencadeou sangrenta guerra religiosa na Boêmia, chamada Guerra dos Hussitas.

65.Guerra das Duas Rosas Após a Guerra dos Cem Anos(1453), a situação econômica e social da Inglaterra se tornou bastante crítica e grave situação econômico-social e o fortalecimento da monarquia dividiram e enfraqueceram boa parte da nobreza inglesa. Os conflitos entre a própria nobreza se evidenciaram logo, quando duas famílias de nobres iniciaram uma verdadeira guerra civil pelo trono da Inglaterra. Os conflitos foram entre os Lancaster (família nobre inglesa tradicional) e os York (nova nobreza vinculada às atividades comerciais). O confronto dessas duas famílias ficou conhecido como a Guerra das Duas Rosas (1455-85), pois cada família mantinha em seu brasão o símbolo da rosa. O conflito enfraqueceu a nobreza e permitiu a implantação de uma monarquia centralizada, com a ascensão da dinastia Tudor, que, apoiada pela burguesia, nomeou Henrique VII rei da Inglaterra.

IDADE MODERNA:1. Capitalismo comercial a bem da verdade não existe capitalismo antes da Revolução

Industrial(+-1760 na Inglaterra), mas alguns historiadores utilizam essa expressão para indicar o Mercantilismo dos séculos XV ao XVIII.

2. Antigo Regime forma de gerir(gerenciar) o Estado Nacional entre os séculos XV e XVIII, baseada na economia mercantilista e na política absolutista. Na Inglaterra o Antigo Regime cai com a Revolução Inglesa do século XVII e na França cai com a Revolução de 1789. Porém, seus restos mortais só foram realmente enterrados com a 1ª Guerra Mundial e a dissolução dos impérios da Alemanha, Áustria-Hungria, Rússia e Turquia. Atualmente vivemos num Estado Nacional, porém não mais no Antigo Regime, pois nossa economia é capitalista e nossa estrutura política é republicana e democrática.

3. Acumulação Primitiva de Capitais riqueza que a burguesia adquiriu durante o mercantilismo, seja com o comércio, seja com as manufaturas, seja com a pirataria. Tal riqueza seria depois utilizada como capital para a Revolução Industrial.

4. Cercamentos Durante a época feudal, a população da Inglaterra vivia em maior parte no campo, produzindo lãs e víveres para o próprio consumo. As terras eram cultivadas visando o sustento familiar e passavam de pais para filhos. Os camponeses/servos exploravam seus lotes dispersos em faixas pelas propriedades senhoriais, num sistema denominado "campos abertos”(sem cercas). Eles utilizavam também as terras comuns ou comunais dos domínios para a pastagem do gado, a caça ou a obtenção madeira. Gradualmente a partir do século XV, as aldeias começaram a se modificar. Os gêneros agrícolas e as lãs nelas produzidos passaram a ser vendidos em regiões mais afastadas, ampliando-se o mercado nacional e internacional (exportação). A facilidade na obtenção da lã favoreceu o desenvolvimento da manufatura têxtil que se espalhou pelas aldeias através sistema doméstico de produção, fugindo às restrições impostas pelas corporações de ofício nas cidades.  À medida que o comércio da lã aumentava, os proprietários de terras iniciaram o cercamento de seus campos abertos (num processo denominado "enclousure" surgido no século XVI e que se estendeu até século XIX), expulsando os camponeses de seus lotes e acabando com os direitos tradicionais de utilização das "terras comuns" dos domínios, gerando um grande êxodo rural(futura mão-de-obra das indústrias) Os cercamentos tinham por objetivo favorecer a criação intensiva de carneiros para o fornecimento de lã em bruto e contou sempre com o apoio do Parlamento.

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5. Bulionismo O bulionismo (metalismo), tornou-se um tipo de mercantilismo e desenvolveu-se na Espanha, para onde fluíam o ouro do México e a prata do Peru. Esse gigantesco fluxo de metais preciosos trouxe para a Espanha duas graves conseqüências: por um lado, levou ao desinteresse pelas atividades manufatureiras e agrárias, ocasionando queda na produção; por outro, desencadeou uma inflação generalizada no país resultante da alta vertiginosa do preço das mercadorias então em escassez, conhecida como Revolução dos Preços. A Espanha era obrigada a adquirir no exterior os gêneros necessários à sua sobrevivência, sem nada exportar em contrapartida, não conseguindo assim reter os metais preciosos, que acabaram escoando para outros países europeus.

6. Adelantado era o chefe da expedição descobridora ou de conquista do imperialismo espanhol. Foi o planejador e executor da conquista de povos e territórios e recebia participação nos lucros do empreendimento e pertenciam à baixa nobreza ou à burguesia. Após o estabelecimento do domínio espanhol, a coroa nomeava os governadores, chamados de vice-reis ou capitães-generais(Ex. vice-rei do México)

7. Colbertismo outro tipo de mercantilismo, também chamado manufatureiro, chegou ao apogeu na França com o mercantilismo de Colbert, ministro de Luís XIV, que buscou fazer a riqueza da França com a acumulação de metais preciosos obtidos através de uma balança comercial favorável. Para isso, procurou tornar o país economicamente auto-suficiente, proibindo as importações e, principalmente, incentivando as exportações de manufaturas. Sua política econômica consistia em acelerar o desenvolvimento manufatureiro da França através da criação das manufaturas reais.

8. Nobreza de Toga e Paulette   No governo de Henrique IV, foi criada a "paulette" (1604),que consistia na legalização da venda de cargos públicos e de títulos de nobreza para a burguesia, transformando-se numa importante fonte de renda para o Estado. O novo imposto teve um grande alcance político-social, pois abriu à burguesia mercantil e financeira a oportunidade de ascensão social, recebendo o nome de nobreza de toga ou togada.

9. Atos de navegação Em 1653, Cromwell, líder vitorioso da revolução puritana de 1642, impôs uma ditadura dissolvendo o Parlamento. Durante o seu governo Promulgou os "Atos de Navegação": decretos que fortaleciam os comerciantes ingleses, pois estipulavam que toda mercadoria que entrasse ou saísse da Inglaterra deveria ser transportada por navios ingleses. A partir deste ato criou-se uma base para a Revolução Industrial. Isto levou a uma guerra com a Holanda. A Inglaterra vence, consolidando sua hegemonia marítima.

10.Bula Inter Coetera No ano de 1493 por essa bula, o papa Alexandre VI determinou a partilha ultramarina entre espanhóis e portugueses . Os portugueses acharam que estavam sendo prejudicados, propuseram o Tratado de Tordesilhas. Em 07 de junho de 1494 foi decidido que a Espanha ficaria com as terras descobertas ao ocidente de uma linha imaginária, tirada de pólo a pólo, e a 100 léguas das ilhas dos Açores, cabendo a Portugal a que se descobrisse ao oriente(África). Com esta divisão, a Espanha ganhava toda a América.

11.Noche Triste ou Noite Triste 30 de junho de 1520, quando os espanhóis de Cortez foram derrotados pelos astecas, obrigando o conquistador espanhol a fugir da capital asteca(Tenochtitlán), temporariamente.

12.Condottieri eram os líderes, os comandantes de mercenários na Europa dos séculos XIV ao XVI. Eles saem pelo mundo em eterna luta, sem nenhum ideal. Eficazes no plano militar, esses soldados de ofício, reunidos provisoriamente sob a liderança de um chefe forte, lutam por um soldo e pelo butim. A ambição dos primeiros mercenários se restringe a ganhar dinheiro e a conquistar um ou dois castelos, mas, conforme os

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êxitos, a ambição aumenta. Muitos deles se tornavam governantes das cidades pelas quais haviam sido contratados.

13.Nicolau Maquiavel(1469-1527) ideólogo do absolutismo, escreveu “O Príncipe”, no qual propunha a separação entre política e moral, ou seja, o governante tudo pode para benefício do Estado: mentira, dissimulação, violência e fraude, inclusive manipular a religião, pois “os fins justificam os meios”, ou seja, se um ato político obtivesse êxito e contribuísse para um bom governo, então seria justificado, mesmo que fosse imoral. Um dos sonhos dele era ver a Itália unificada e não mas palco de invasões francesas, espanholas e alemães.

14.Erasmo de Rotterdam(1466-1536) foi um dos pensadores mais influentes de sua época e trocou correspondência com Lutero,embora tenha permanecido católico a vida toda. Em sua obra Elogio Da Loucura defendeu, entre outros aspectos, a tolerância religiosa; a auto-reforma da Igreja Católica; a liberdade de pensamento e uma teologia baseada exclusivamente nos Evangelhos.

15.Index no contexto da Contra-reforma e do Concílio de Trento de 1534, era a lista de livros que a Igreja Católica julgava que não deveriam ser lidos, pois contrariavam seus ensinamentos, por exemplo, o Elogio da Loucura, de Erasmo de Rotterdam. Até hoje existe esse index.

16.Thomas Morus(1476-1535) Thomas Morus, Grande Chanceler da Inglaterra, foi nomeado Grande Chanceler em 1529. Quando Henrique VIII abjurou o catolicismo, Morus, então ligado à Igreja Romana, pediu demissão do cargo (1532), descontentando com esse gesto o Rei. No ano seguinte ofendeu mortalmente Ana Bolena, nova esposa de Henrique VIII recusando-se a assistir à sua coroação e a prestar fidelidade a seus descendentes. Foi condenado à prisão perpétua e ao confisco de todos os seus bens. Pouco tempo depois foi condenado à morte por crime de alta traição e decapitado em Londres. A "Utopia", sua obra mais divulgada, e que lhe deu renome universal, foi editada em Basiléia (Suíça) por Erasmo de Rotterdam. Depois de ter na "Utopia" feito uma sátira a todas as instituições da época, edifica uma sociedade imaginária, ideal, sem propriedade privada, com absoluta comunidade de bens e do solo, sem antagonismos entre a cidade e o campo, sem trabalho assalariado, sem gastos supérfluos e luxos excessivos, com o Estado como órgão administrador da produção, etc. Embora o caráter essencialmente imaginário e quimérico da "Utopia", a obra de Morus fica na história do socialismo como a primeira tentativa teórica da edificação de uma sociedade baseada na comunidade dos bens. A Inglaterra de Morus era uma terra na qual, segundo ele mesmo, “carneiros devoravam homens”, uma alusão metafórica à lei dos cercamentos (enclosures acts), que implicou no desterro de inúmeras comunidades camponesas e na dissolução gradativa das tradições comunais, que remontavam à Idade Média.

17.Galileu Galilei(1564-1642) é celebrado, de fato, como o primeiro afirmador do "método experimental": ele não cansava de repetir que o conhecimento de tudo o que nos cerca deve derivar somente das "sensatas experiências" e das "demonstrações necessárias" (isto é, matemática) e que "somente é mestra a Natureza". Galileu gastou sua vida em indagar, pesquisar, descobrir, certificar, pelos recursos da experiência, a verdade e as leis da Natureza, confirmando com justiça o que um século antes afirmava Leonardo: "A experiência não falha nunca, falham somente os nossos juízos". Foi perseguido pelo Tribunal da Inquisição e condenado a abjurar(renunciar) às suas idéias, passando os últimos anos da sua vida em prisão domiciliar.

18.Doutrina da Salvação Pela Fé(1517.Martinho Lutero) Uma visita a Roma revelou a Lutero a corrupção da Igreja e sua própria experiência religiosa levou-o a crer que a salvação residia, não nos sacramentos e nas "boas ações" prescritos pela Igreja, mas

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pura e simplesmente na graça de Deus, dada gratuitamente a quem quer que tivesse completa fé em Deus e em Sua bondade. Encontrou apoio para essa convicção numa afirmativa de Santo Agostinho de que a graça de Deus não se ganha com boas obras, o que parecia confirmar a opinião de Lutero de que a salvação é conseguida exclusivamente pela fé. Essa doutrina esposada por Lutero feria o próprio coração do sistema sacerdotal da Igreja. Se, de fato, a fé sozinha fosse suficiente para a salvação, então os homens não necessitavam do ministério dos padres nem de tomar parte nos sacramentos.

19.Dieta de Worms A Dieta de Worms foi uma reunião dos grandes do Sacro Império, chefiada pelo imperador Carlos V(1521). Apesar de outros assuntos terem sido discutidos, é sobretudo conhecida pelas decisões sobre Martinho Lutero e os efeitos subseqüentes na Reforma Protestante. Lutero foi convocado para desmentir as suas teses, no entanto ele defendeu-as e pediu a reforma. Célebres tornaram-se as suas palavras:”Aqui estou. Não posso renunciar”.

20.Thomas Münzer(1490-1525), no início pregador luterano, tornou-se posteriormente adepto da interpretação radical dos evangelhos(liberdade de escolher os pastores e de demiti-los, fim da servidão e dos impostos, abolição das diferenças sociais, dos privilégios da nobreza e do clero, etc.) da qual se originou o movimento anabatista. Como preparação ao reino de Cristo, Münzer desejava instituir uma teocracia que previa tanto a libertação de toda construção autoritária em matéria de fé como uma reviravolta da ordem social vigente. Mais tarde, contrapondo-se abertamente a Lutero, Münzer participou da guerra dos camponeses contra a nobreza alemã(1525). Derrotado, foi feito prisioneiro pelos príncipes alemães, apoiados por Lutero, e depois decapitado

21.Dieta de Spira(1529) para resolver as grandes divergências existentes entre católicos e reformistas. Pediram os católicos que não fosse abolida a missa nos lugares onde ainda era celebrada e que fosse proibida a pregação doutrinária dos reformistas, nos lugares onde ainda não haviam dominado. Os luteranos protestaram contra estes pedidos, donde lhes veio o nome de "protestantes", pelo qual ainda hoje são conhecidos.

22.Paz de Augsburgo(1555) foi um tratado assinado entre Carlos V, do Sacro Império. e as forças da Liga de Smalkaldi, em 1555 na cidade de Augsburgo, na atual Alemanha. O resultado foi o estabelecimento da tolerância oficial dos Luteranos no Sacro Império. De acordo com a política de cuius regio, eius religio(a cada príncipe uma religião), a religião (católica ou Luterana) do príncipe da região seria aquela a que os súbditos desse príncipe se deveriam converter. Foi concedido um período de transição no qual os súbditos puderam escolher se não preferiam mudar-se com família e haveres para uma região governada por um príncipe da religião de sua escolha. Outras denominações protestantes não conseguiram liberdade de culto.

23.Ato de Supremacia(1534) oficialização do rompimento entre Henrique VIII e o papado deu-se quando o Parlamento inglês aprovou o Ato de Supremacia, que, em 1534, colocou a Igreja sob a autoridade real, fazendo do rei o chefe da Igreja Anglicana.

24.Autos de Fé Ocorreram com principalmente na Espanha do século XVI ao XVIII e era uma procissão lúgubre conduzida pelas autoridades civis e eclesiásticas, os penitentes transportando tochas acesas. Na direção estava a Santa Inquisição. Ouvem-se já o murmúrio das preces e a ladainha dos cânticos entoados pela imensa multidão. Na praça principal, ergue-se o cadafalso para executar os hereges. Os autos-de-fé são estas liturgias faustosas e macabras que evocam mais as teatrais perseguições dos tempos de Nero e há gente que vem de longe para assistir ao espetáculo. Os tambores e as trombetas anunciam o início da cerimônia. À luz dos círios, o inquisidor-geral

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profere um longo sermão. Os hereges são expostos meio nus e vergastados. São também ditadas outras sentenças mais pesadas: prisão perpétua, confisco dos bens ou, para os mais felizes, peregrinação de penitência a Jerusalém. Seu objetivo político e ideológico era mostrar que a rebeldia contra a Igreja, mas principalmente, contra a autoridade absolutista real era um pecado contra Deus.

25.Companhia de Jesus ou Jesuítas Em 1534, o militar espanhol Inácio de Loyola criou a Companhia de Jesus, com o objetivo principal de combater o protestantismo através do ensino religioso dirigido. Além de sua intensa atividade na Inquisição e na luta contra o protestantismo, sobretudo na Itália e na Espanha, praticavam o ensino em colégios e universidades, aonde os religiosos consagravam-se pelas pregações, direção de retiros espirituais, pesquisas exegéticas e teológicas, missões, etc. mais a principal tarefa dos religiosos foi evangelizar os indígenas das regiões recém-descobertas. Dotados de grande cultura, tornaram-se conselheiros dos grandes reinos católicos (Portugal, Espanha, Áustria e França), envolvendo-se nas intrigas política e, com isso, tornando-se alvo de ataques e processos por corrupção.

26.Concílio de Trento(1545) A fim de reafirmar a unidade da Igreja Católica, o Papa Paulo III convocou o Concílio de Trento para organizar a Contra-Reforma. Tal fato visava: reafirmar que o único texto autêntico para leitura e interpretação da Bíblia era a Vulgata - tradução latina feita por São Jerônimo no século IV; confirmar os dogmas e práticas rituais católicos tais como a presença de Cristo na Eucaristia, o culto à Virgem e aos Santos e os Sete Sacramentos; manter a proibição do casamento para os padres, criando seminários para formação dos mesmos e catequizar a América.

27.Thomas Hobbes(1588-1619) pensador do Renascimento, queria dizer com a sua expressão: "O homem é o lobo do homem" que a condição natural do homem é dominada pelo amor-próprio, pela vaidade, pelo desejo de levar vantagem sobre o vizinho e de fazer reconhecer sua superioridade. O homem caça o próprio homem e, por isso, o absolutismo seria ideal para a paz de um país.

28.Jacques Bossuet(1627-1704) utilizou argumentos extraídos da Bíblia para justificar o poder absoluto e de direito divino da realeza, com o lema: "Um rei, uma lei, uma fé", argumento baseado na verdade revelada dos evangelhos, como justificativa do poder absoluto e do "direito divino" dos reis.

29.Noite de São Bartolomeu(24 de Agosto de 1572) a Noite de São Bartolomeu, na França, um dos mais terríveis exemplos do fanatismo religioso e dos interesses políticos: a rainha-mãe Catarina de Médicis, temerosa que o partido huguenote (protestante) tomasse o poder, convenceu o rei Carlos IX a assinar a ordem para a execução dos huguenotes franceses e 20 mil protestantes foram massacrados por católicos em toda a França.

30.Édito de Nantes(1598) Na segunda metade do século XVI, a França foi assolada por guerras religiosas entre católicos e calvinistas (huguenotes), que se estenderam de 1562 a 1598. Essas guerras envolveram as grandes famílias aristocráticas que dominavam o país. Com o assassinato do rei, em 1589, subiu ao trono seu parente mais próximo, Henrique IV de Navarra, que para ser coroado aceitou renunciar ao protestantismo e converter-se ao catolicismo. Em 1598, o novo rei assinou o Edito de Nantes, concedendo liberdade de culto aos huguenotes e permitindo seu livre acesso aos cargos públicos, e o direito de conservar algumas praças de guerra para sua defesa, o que deu ao país uma relativa paz e algumas cidades de segurança, como La Rochelle e Montalban.

31.Política dos Cardeais Em 1610 e subiu ao trono da França Luís XIII, que delegou funções reais ao cardeal de Richelieu, que, para fortalecer o poder real, decidiu novamente combater os protestantes dentro da França. A perseguição terminou com a

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tomada da fortaleza de La Rochelle, onde os protestantes haviam se refugiado. Derrotados, eles perderam seus direitos políticos e militares e conservaram apenas a liberdade de culto. Richelieu opôs-se à nobreza e criou os intendentes, funcionários que fiscalizavam as províncias. Externamente, procurou aumentar o poderio francês e chegou a intervir na Guerra dos Trinta Anos (1618-1648), combatendo uma aliança entre a Espanha e o Sacro Império, governados pelos Habsburgos, para garantir os interesses da França na Europa. Richelieu morreu em 1642 e Luís XIII morreu no ano seguinte. Subiu ao trono Luís XIV, que era menor, sob regência da rainha-mãe, Ana da Áustria, e do cardeal Mazzarino. Este governou até 1661 e continuou com a política de Richelieu . Os aumentos de impostos revoltaram a burguesia e a nobreza, que se uniram nas revoltas chamadas frondas, que vencidas, levaram o absolutismo francês ao apogeu.

32.Guerra dos Trinta Anos O que no começo foi um conflito religioso acabou tornando-se uma luta pelo poder na Europa. A Guerra dos Trinta Anos iniciou-se em 23 de maio de 1618, na Boêmia (hoje República Tcheca). Nobres protestantes haviam invadido o castelo da capital e jogado pela janela os representantes do imperador(católico), por causa da intenção de demolir duas igrejas luteranas, contrariando a liberdade religiosa. Este episódio ficou conhecido como a Defenestração de Praga. Além disso, a recusa da Liga Evangélica em aceitar a eleição do novo imperador católico radical Ferdinando II, que em represália, coroou o protestante Frederico V, que era rei da Boêmia. Os Exércitos imperiais(católicos) invadem, de imediato, o território boêmio e derrotam as tropas protestantes. Ferdinando II aproveita a vitória para adotar medidas severas: além de condenar os revoltosos à morte e de confiscar os domínios de Frederico V, declara abolidos os privilégios políticos dos protestantes e a liberdade de culto. Todos os demais principados protestantes do Sacro Império Romano-Germânico sentem-se agora ameaçados. A crise alastra-se e adquire proporção internacional. Estimuladas pela França, que pressente o perigo do domínio crescente dos Habsburgos, Dinamarca e Suécia, protestantes, entram na guerra. Mas, vencido duas vezes pelas forças imperiais austríacas, o rei dinamarquês Cristiano IV se rende em 1629. A Suécia entra na guerra, mas após grandes vitórias sofre uma derrota decisiva em 1637, na qual morreu seu rei, Gustavo Adolfo. A França, governada pelos Bourbons, apesar de católica, intervém diretamente no conflito ao lado dos protestantes. É o suficiente para que a Coroa espanhola faça uma aliança com seus parentes Habsburgos do Império e declare guerra aos franceses. Depois de inúmeras vitórias em solo alemão, a coligação chefiada pela França vence a guerra contra o Sacro Império(1648) e contra a Espanha(1659).

33.Paz de Vestfália(1648) também conhecida como os Tratados de Münster e Osnabrück, é uma série de tratados que encerraram a Guerra dos Trinta Anos e também reconheceu oficialmente a independência das Províncias Unidas(Holanda) e da Confederação Suíça. O Sacro Império perdeu terras para a Suécia(feudos ao norte da Alemanha) e França (Bispados de Metz, Toul, Verdun e a Alsácia.). Inspirado pelo 1º ministro francês, o cardeal de Mazarino, este tratado firmou o poder de interferência da França no Sacro Império reforçando a fragmentação dos Estados Alemães. A Alemanha saiu arrasado da guerra, com a população reduzida de 16 milhões para 8 milhões. No império constituído de 300 territórios soberanos, não sobrou nenhum sentimento nacional comum. A França foi a grande vitoriosa.

34.Cabeças Redondas No contexto da Revolução Puritana da Inglaterra de 1642, eram os membros do exército do Parlamento organizado por Oliver Cromwell, composto sobretudo por camponeses, com apoio da burguesia londrina e da gentry: a ascensão se dava não por nascimento, mas por merecimento. Os cabeças redondas receberam

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tal nome por cortarem o cabelo bem curto e não utilizarem perucas, um dos símbolos da nobreza. Derrotaram o rei Carlos I em 1645.

35.Peregrinos do Mayflower O início da colonização da América do norte pelos ingleses deu-se a partir da concessão real a duas empresas privadas: A Companhia de Londres, que passou a monopolizar a colonização das regiões mais ao norte, e a Companhia de Plymonth, que recebeu o monopólio dos territórios mais ao sul. Dessa maneira dizemos que a colonização foi realizada a partir da atuação da "iniciativa privada". Porém subordinadas as leis do Estado. As Colônias do Norte têm sua origem na fundação da cidade de New Plymonth ( Massachussets) em 1620, pelos "peregrinos do mayflower", puritanos que fugiam da Inglaterra devido às perseguições religiosas e que estabeleceram um pacto, segundo o qual o governo e as leis seguiriam a vontade da maioria. A partir de New Plymonth novos núcleos foram surgindo, vinculados a atividade pesqueira, ao cultivo em pequenas propriedades e ao comércio. Nessa região, denominada genericamente de "Nova Inglaterra" as colônias prosperaram principalmente devido ao comércio. Do ponto de vista da produção, a economia caracterizou-se pelo predomínio da pequena propriedade policultora, voltada aos interesses dos próprios colonos, utilizando-se o trabalho livre, assalariado ou a servidão temporária.

36.Bill of Rights(1688) Também chamada de Declaração de Direitos. No contexto da Revolução Gloriosa. Em 1688 Guilherme e Mary Stuart assumem o trono da Inglaterra, após a deposição do pai dela, Jaime II e assinam o Bill of Rights que determina, entre outras coisas, a liberdade de imprensa, a manutenção de um exército permanente e o poder do Parlamento de legislar sobre tributos. A Revolução marca o fim do absolutismo na Inglaterra e a instauração da monarquia constitucional. Favorece a aliança entre burguesia e proprietários rurais, que será a base do desenvolvimento econômico inglês e da Revolução Industrial.

37. John Locke (1632/1704) personificou, na Inglaterra do final do século XVII, as tendências liberais opostas às idéias absolutistas de Hobbes. Partidário dos defensores do Parlamento, suas idéias foram reunidas num livro chamado "Ensaio sobre o Governo Civil", publicado em 1690, menos de dois anos depois da Revolução Gloriosa de 1688, que, destronou o rei Jaime II. O ponto de partida de Locke é mesmo de Hobbes isto é, o "estado de natureza seguido de um "contrato" entre os homens, que criou a sociedade e o governo civil e mesmo no estado de natureza, o homem é dotado de razão. Dessa forma, cada indivíduo pode conservar sua liberdade pessoal e gozar do fruto de seu trabalho. Entretanto, nesse estado natural faltam leis estabelecidas e aprovadas por todos e um poder capaz de fazer cumprir essas leis. Os indivíduos, então consentem em abrir mão de uma parte de seus direitos individuais, concedendo ao Estado a faculdade de julgar, punir e fazer a defesa externa. Entretanto, se a autoridade pública, a quem foi confiada a tarefa de a todos proteger, abusar de seu poder, o povo tem o direito de romper o contrato e recuperar a sua soberania original. Assim Locke defendia o direito do povo em se sublevar contra o governo e justificava a derrubada e a substituição de um soberano legítimo por outro.

38.Teoria dos pesos e contrapesos no contexto do Iluminismo, é a teoria de Montesquieu, de pesos e contrapesos entre os Poderes do Estado, de forma que possam conviver em harmonia, ou seja, separação e equilíbrio entre os poderes executivo, legislativo e judiciário.

39. Pedro, o Grande(1672-1725) czar da Rússia a partir de 1682. Foi militar entusiasta, obteve êxitos em várias guerras. Conquistou aos turcos o porto de Azofe, no Mar Negro, em 1696. Na Grande Guerra do Norte (1700-1721) contra a Suécia apoderou-se de novos territórios que deram à Rússia o acesso ao mar Báltico, o que era essencial,

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pois os portos russos ficavam congelado na maior parte do ano. O maior êxito de Pedro foi a modernização da Rússia. Viajou pela Europa Ocidental, de 1696 a 1697 para estudar o modo de vida e os conhecimentos técnicos(construção de pontes, de navios, de manufaturas, etc.) dos outros povos, principalmente ingleses e holandeses, e regressou para implementar essas reformas. A sua corte seguiu as tendências ocidentais e os Russos receberam ordens para se vestirem de modo mais ocidental, inclusive raspar a barba. Dos quarenta e três anos do seu reinado, apenas um se passou sem guerras. Conseguiu os seus fins e as suas reformas mudaram o modo de vida do povo, o que transformou a Rússia numa grande potência da Europa Ocidental.

40.Encomienda foi um sistema criado pelos espanhóis, e consistia na exploração de um grupo ou comunidade de indígenas por um colono, a partir da concessão das autoridades locais, enquanto o colono vivesse. Em troca, o colono deveria pagar um tributo à metrópole e promover a cristianização dos indígenas. Dessa forma o colono de origem espanhola era duplamente favorecido, na medida em que se utilizava a mão de obra e ao mesmo tempo, impunha sua religião, moral e costumes aos nativos.

41.Mita que era uma instituição de origem inca, utilizada por essa civilização quando da formação de seu império, antes da chegada dos europeus. Consistia na exploração das comunidades dominadas, utilizando uma parte de seus homens no trabalho nas minas. Os homens eram sorteados, e em geral trabalhavam quatro meses, recebendo um pagamento. Cumprido o prazo, deveriam retornar à comunidade, que por sua vez deveria enviar um novo grupo de homens.

42.Sistema de Porto Único toda transação comercial entre a América Espanhola e a Espanha deveria entrar nesse país por um porto pré-determinado(primeiro foi Sevilha, depois, Cádiz) pelo governo, que recebia, fiscalizava e contabilizava as mercadorias saídas de portos também predeterminados nas colônias (ex.Cartagena na Colômbia).

43.Chapetones Elite colonial nascida na Espanha, eram os homens brancos, e que vivendo na colônia representavam os interesses metropolitanos, ocupando os mais altos cargos administrativos, judiciais, militares e no comércio externo.

44.Criollos Elite colonial, descendentes de espanhóis, nascidos na América, grandes proprietários rurais ou arrendatários de minas, podiam ocupar cargos administrativos ou militares inferiores.

45.Fisiocracia Em 1758 François Quesnay, primeiro-médico de Luís XV, rei da França, expõe suas idéias em seu Tableau Économique. Criador de uma corrente econômica chamada Fisiocracia, afirmava que a riqueza de um país estava na agricultura, baseada no trabalho assalariado e na produção em larga escala(organizada em moldes capitalistas e não feudais) e no comércio livre(sem interferência do estado), cunhando o lema “laissez faire, laissez passer, que lê monde va de lui même”, ou seja, “deixai fazer, deixai passar, que o mundo caminha por si mesmo”. Na prática esse pensamento significa liberdade de produção e liberdade de comércio, pois o mundo possui leis naturais que regem a economia, por exemplo, a lei da oferta e da procura. Tais idéias serão depois adotados pelos pensadores liberais.

46.Senso comum livro escrito por Thomas Paine, inglês adepto da independência das 13 Colônias, que refletia o Iluminismo. Defendia que a monarquia era contrária às leis naturais e que os reis levavam os países à guerra, inclusive por causa de brigas sucessórias. Afirmava que todos são iguais por nascimento e por isso a república é a forma de governo mais natural. Influenciou a declaração de independência e, depois, a constituição norte-americana.

47.Adam Smith(1723-1790) Seu pensamento, expresso em A Riqueza Das Nações, defendia que a eficácia do trabalho nas sociedades civilizadas repousa na divisão social do trabalho e na especialização das funções; as corporações de ofício devem ser

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extintas e o Estado deve evitar intervir nos negócios individuais e no comércio internacional, pois a economia tem leis naturais. Na opinião de Smith, se o trabalho determinava a prosperidade nacional e o valor das mercadorias, ele não se realizava sem o trabalhador e este não vivia sem o salário. Como os trabalhadores buscavam ganhar o máximo possível e os empregadores a pagar o mínimo possível, o salário estava condiciona à procura e à oferta de mão-de-obra. Os patrões levavam vantagem, mas nunca deveriam pagar menos do que fosse necessário para o trabalhador se manter. Em seu livro, A. Smith defendeu as leis de mercado, o fim das restrições às importações e dos gastos governamentais improdutivos. 0 Estado deveria intervir somente para coibir os monopólios que impediam a livre circulação das mercadorias. As funções do Estado seriam garantir a lei, a segurança e a propriedade, além de proteger a saúde e incentivar a educação.

48.Massacre de Boston e Boston Tea Party em 1773 com a Lei do Chá (Tea Act), que dava o monopólio desse comércio à Companhia das Índias Orientais, onde vários políticos ingleses tinham interesses. A Companhia transportaria o chá diretamente das Índias para a América. Os intermediários tiveram grande prejuízo e ficou aberto um precedente perigoso: quem garantia que o mesmo não seria feito com outros produtos? A reação não demorou. No porto de Boston, comerciantes disfarçados de índios mohawks destruíram trezentas caixas de chá tiradas dos barcos, no episódio conhecido como A Festa do Chá de Boston (The Boston Tea Party). Se o Parlamento cedesse, jamais recuperaria o controle da situação. Agiu energicamente. Votou as Leis Intoleráveis em 1774: o porto de Boston estava interditado até o pagamento dos prejuízos; funcionários ingleses que praticassem crimes durante as investigações seriam julgados em outra colônia ou na Inglaterra; o governador de Massachusetts teria poderes excepcionais; tropas inglesas ficariam aquarteladas em Boston.

Idade Contemporânea Século XVIII-XIX:1. Estados Gerais assembléia das 3 ordens na França: clero, nobreza e 3º Estado(povo e

burguesia).2. Sans-culottes Por sans-culottes compreende-se a massa urbana e pauperizada à

época da Revolução Francesa defensores da igualdade jurídica e defensores do fim das desigualdades econômicas. Tiveram asseguradas algumas conquistas entre as quais o sufrágio universal masculino e o ensino obrigatório e gratuito durante o período jacobino (Convenção) da Revolução, entre 1792-1795

3. Girondinos Eram “de direita” e representavam a alta burguesia e queriam evitar uma participação maior dos trabalhadores urbanos e rurais na política

4. Jacobinos Eram “de esquerda” e representavam a baixa burguesia e defendiam uma maior participação popular no governo. Liderados por Robespierre, os republicanos eram radicais e defendiam profundas mudanças na sociedade que beneficiassem os mais pobres, como a reforma agrária e o voto universal.

5. Emigrados no contexto da Revolução Francesa, eram aqueles nobres que fugiam da França por causa da desordem e da ameaça de confisco de bens. No exterior(Inglaterra, Áustria, etc.) eles conspiravam para a restauração do Antigo Regime e para derrotar a Revolução.

6. Lei Le Chapelier proibia greves, protestos e organizações de trabalhadores na França sob governo da burguesia logo no início da revolução de 1789

7. Constituição Civil Do Clero no contexto da 1ª fase da Revolução Francesa, foi aprovado um conjunto de leis(1790) a respeito da Igreja Católica na França que diziam: os bens eclesiásticos seriam confiscados para servir de base para as finanças do Estado e os padres passariam a ser funcionários do Estado.

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8. O Terror(1793-1794) Nessa fase da Revolução Francesa, dentro do Governo Jacobino, a traição da nobreza e do clero impele os jacobinos, sob a liderança de Robespierre a adotar a política do terror, que executa nobres, dentre eles o próprio rei Luis XVI; o pai da química Lavoisier, entre milhares de cidadãos. Esse descontrole do terror contribui para o enfraquecimento dos jacobinos levando os girondinos a promoverem o golpe do Termidor, derrubando os jacobinos e executando Robespierre.

9. Reação Termidoriana(1794) foi a volta dos girondinos ao poder após a derrubada dos jacobinos. Temerosa de que os jacobinos retornassem ao governo ou de que a nobreza e o clero restaurassem o absolutismo, os girondinos colocaram Napoleão Bonaparte como líder do novo governo.

10.Conspiração dos Iguais(1796) Em 1796, Graco Babeuf, seguidor de Marat liderou a "Conjura dos Iguais", movimento popular que pretendia tomar o poder à força e abolir o direito de propriedade, estabelecendo uma sociedade comunitária, integrada por artesãos e camponeses, estabelecendo uma ditadura dos humildes. Eram mais radicais que os Jacobinos. Foram massacrados pelos girondinos.

11.18 de Brumário(1799) O golpe do 18 Brumário foi articulado por setores da alta burguesia - os girondinos - junto ao exército, para por fim a instabilidade política reinante no país. O general Napoleão Bonaparte chegou ao poder na França, através de um golpe de Estado, pois desde 1794, após a derrubada de Robespierre, a burguesia havia retomado o controle da revolução. No entanto o novo governo - o Diretório - enfrentava sucessivas revoltas internas, organizadas por grupos populares de tendência jacobina, assim como a ameaça externa.

12.Código Civil Napoleônico Em março de 1804.A sua promulgação ratificou e corrigiu conforme a visão de Napoleão e da burguesia, a maior parte das conquistas sociais alcançadas pela sociedade civil burguesa a partir da Revolução de 1789. Os seus pilares básicos foram 1) os direitos da pessoa (liberdade individual, liberdade de consciência, liberdade de trabalho, etc...), com plena isonomia de todos frente a lei; 2) a hegemonia da propriedade privada, entendido como um direito anterior à sociedade, absoluto e individualista, tendo o dono estatuto de soberania plena sobre os bens móveis e imóveis, estendido inclusive sobre o restante da sua família. O próprio matrimônio foi entendido como um negócio, sendo submetido à lógica dos contratos. 3) os interesses do Estado, secular e laico, se sobrepunham aos da propriedade na questão do direito ao subsolo e das necessidades de desapropriação para fins de utilidade pública. Além de legalizar definitivamente o divórcio, pondo fim à concepção sagrada do matrimônio adotada pela Igreja Católica, sustentou a igualdade de todos os filhos do casamento frente à herança paterna (instrumento jurídico voltado a eliminar os direitos da primogenitura herdado dos tempos medievais e coluna que sustentava a transmissão integral do patrimônio da aristocracia feudal). 4) Aos operários, por exemplo, continuaram interditas quaisquer tipos de coalizões para evitar a continuidade das corporações de oficio, associações que contradiziam com os princípios da liberdade de trabalho. Mesmo com a derrocada final do império napoleônico em 1815, o grande código, devido a sua articulação com o que viria a predominar na modernidade, sobreviveu ao seu criador, tornando-o irreversível na Bélgica, na Holanda (desde 1835), na Itália (a partir de 1868), na Espanha, e em boa parte das novas republicas latino-americanas constituídas depois da longa guerra de independência de 1810-1824.

13.Bloqueio continental(1806) com o objetivo de isolar a Inglaterra e estimular a ainda fraca industrialização francesa, Napoleão Bonaparte proibiu que os outros países europeus comprassem mercadorias inglesas ou fornecessem matérias-primas, sob

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pena de sofrer uma invasão da França. Dois países furam o bloqueio: Portugal e, depois, a Rússia.

14. Congresso de Viena(1814) Os países europeus se reuniram, após a deposição de Napoleão, em Viena para reorganizar politicamente o continente europeu e, embora todos os países da Europa fossem convidados para este congresso, as decisões ocorreram entre as quatro potências da época: Inglaterra, Rússia, Áustria e Prússia. O Princípio da Legitimidade, proposto por Talleyrand, representante francês, estipulou as decisões que restabeleceram as fronteiras anteriores à Revolução Francesa, restaurando(Restauração) as monarquias absolutistas, pois os países vitoriosos temiam que os ideais revolucionários franceses retornassem na Europa. Assim, os reis absolutistas organizaram um instrumento de intervenção contra movimentos revolucionários ou separatistas: a Santa Aliança, formada inicialmente pela Rússia, Áustria e Prússia, tinha o objetivo de manter a ordem estabelecida contra qualquer manifestação revolucionária, combater o liberalismo-iluminismo e ajudar Portugal e Espanha a recolonizarem a América.

15. Doutrina Monroe(1823) O presidente norte-americano, James Monroe, temeroso de que a Santa Aliança interviesse nos processos de independência na América lançou o preceito conhecido como Doutrina Monroe, que considerava ato de agressão aos Estados Unidos qualquer tentativa de interferência européia em assuntos políticos americanos, sintetizada na frase " A América para os americanos ".

16. Princípio da Não-intervenção ou autodeterminação dos povos. Princípio que decorre do direito à existência inerente a cada Estado. Por seu intermédio, justifica-se o próprio conceito da soberania de cada Estado, que pode ser interna ou externa. É o direito de cada povo dispor de seu destino. É o desdobramento do direito de nacionalidade surgido à época da Revolução Francesa. Sofreu um duro golpe com o Congresso de Viena e suas práticas intervencionistas, mas ganhou força após a 1ª Guerra(1918), quando vários Estados foram criados baseados neste princípio como por ex. a Polônia e a Tchecoslováquia.

17. Thomas Malthus(1766-1834) O economista e demógrafo britânico Thomas Malthus ficou conhecido sobretudo pela teoria segundo a qual o crescimento da população tende sempre a superar a produção de alimentos, o que torna necessário o controle da natalidade. Em 1798, Malthus publicou anonimamente seu Ensaio sobre a população, no qual afirma que a população cresce em progressão geométrica, enquanto a produção de alimentos aumenta em progressão aritmética. A solução para evitar epidemias, guerras e outras catástrofes provocadas pelo excesso de população, consistiria, segundo ele, na restrição dos programas assistenciais públicos de caráter caritativo e na abstinência sexual dos membros das camadas menos favorecidas da sociedade. Malthus era um pessimista que considerava a pobreza como um destino ao qual o homem não pode fugir. Malthus era contrário a qualquer tentativa do Estado em procurar resolver o problema da miséria, como, por exemplo, através das leis dos Pobres, que serviam apenas como estimulo ao aumento da população. Um homem que nasce em um mundo já ocupado não tem direito a reclamar parcela alguma de alimento. Em relação ao salário, Malthus considerava suficiente apenas uma quantia para a subsistência do trabalhador, isto é, para cobrir as necessidades de alimentos, roupas e moradia, evitando assim o cresci mento demográfico.

18. Davi Ricardo(1772-1823) Pensador liberal. Para ele, o industrial que trabalhava e produzia riqueza para a nação era prejudicado, pois tinha que aumentar os salários dos trabalhadores, devido aos altos preços dos alimentos, diminuindo seus lucros, deixando de investir na produção e oferecendo um número menor de empregos. Por sua vez, o trabalhador estava condenado à miséria, pois o aumento nominal do salário fazia-o ter

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mais filhos e com isso continuava vivendo ao nível da subsistência. Ricardo desenvolveu a teoria do salário natural, ou seja, o mínimo para a subsistência do trabalhador e de sua família.Era a chama da "lei férrea dos salários". No século XIX, a "lei férrea dos salários" de Ricardo serviu para fornecer aos ricos proprietários e industriais a justificativa que eles precisavam para calar sua consciência sobre o grau de exploração em que mantinham os trabalhadores. Ricardo levou-os a concluir que "a compaixão pelo homem que trabalha não só é descabida como também prejudicial. Pode criar esperanças e rendas a curto prazo, mas faz aumentar o ritmo de crescimento da população, através do qual ambas aquelas condições são anuladas. E qualquer esforço por parte do governo ou de sindicatos trabalhistas no sentido de elevar os vencimentos e salvar o povo da miséria entraria, da mesma forma, em conflito com a lei econômica. Ricardo deu aos ricos uma fórmula plenamente satisfatória de se conformarem com a infelicidade dos pobres.

19. Movimento Ludita No início do século XIX, operários se reuniam em grupos e protestavam contra a Revolução Industrial, pois viam na máquina uma concorrente que causava desemprego. Eles invadiam fábricas e quebravam as máquinas. Esse movimento recebeu o nome de Ludismo ou Ludita devido supor-se que o primeiro desses movimentos tenha se iniciado com um operário de nome Ned Ludd. O movimento se espalhou rapidamente por vários condados ingleses. Presos, vários luditas foram condenados à morte ou à deportação. Não obstante, o movimento continuou com menos intensidade, mas denunciando as más condições de vida da classe operária. 

20. Doutrina Social da Igreja Em 1891 o papa Leão XIII publicou a Encíclica “Rerum Novarum”, pela qual colocava a religião como único meio de se alcançar reforma sociais justas, implicitamente adotando uma posição benevolente em relação à ideologia liberal, à burguesia e ao capitalismo. Por outro lado, fazia duras críticas ao anarquismo e ao comunismo, acusando-os de estimular os conflitos sociais.

21. Cartismo(1838-1848) Em 1832, o Parlamento inglês aprovou o "Reform Act" (lei eleitoral que privou os operários do direito ao voto). Em 1833, surgiu a primeira lei limitando a 8 horas de trabalho a jornada das crianças operárias Em 1838, trabalhadores britânicos amparados pela Associação dos Trabalhadores Londrinos, iniciou um movimento de caráter reformista que ficou denominado de Cartismo, nome derivado do fato dessas reivindicações serem feitas através do envio de cartas, petições ou abaixo assinados aos parlamentares ingleses exigindo reformas urgentes. A principal delas foi a Carta do Povo que exigia: sufrágio universal, voto secreto, elegibilidade dos não proprietários, igualdade dos distritos eleitorais, renovação anual do parlamento, subsídio para os parlamentares, dentre outras coisas. Em 1842 proibiu-se o trabalho de mulheres em minas. Em 1847, houve a redução da jornada de trabalho para 10 horas. O "cartismo" extinguiu-se por volta de 1848, mas mostrou que a miséria do operariado devia-se não à máquina(como pensavam os luditas) ou a mesquinhez pessoal dos empresários, mas à própria estrutura do sistema capitalista.

22.Homestead Act(1862) Apesar de ser conhecida principalmente pelo instituto do Homestead, na verdade, a política de terras estadunidense começou logo depois da guerra de independência, com a Ordenança de 1787 que reservou para a União os territórios “vazios” do Oeste. Assim nasceu o “public domain”(domínios públicos ou pertencentes ao Estado), que foi crescendo paulatinamente, colocando milhões de acres de terras nas mãos do governo federal, à medida que as anexações aumentavam o território do país. Convém notar que os territórios vazios não estavam realmente vazios: os índios foram expulsos. A postura do governo norte-americano foi de incentivo à ocupação e, em 1862, o governo Lincoln concedia terras gratuitamente

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através do Homestead Act, ou seja, 160 acres a todos aqueles que a cultivassem durante cinco anos. Esse Homestead Act (Ato da Propriedade Rural), assinado pelo presidente durante a Guerra de Secessão, garantia a transferência de terras do Estado para pequenos agricultores, incluindo os escravos negros, definitivamente libertados pela guerra. A lei foi - de forma literal - uma das sementes do maior mercado consumidor do mundo. As terras eram gratuitas, mas os novos donos tinham que fazê-las produtivas.

23.Marcha para o oesteNa década de 1840, foi a expansão para as terras do Oeste dos Estados Unidos, baseada no "destino manifesto" como ideologia, às custas da ocupação das áreas utilizadas pelos nativos americanos, quer forçando-os a deslocarem-se para terras marginais mais a oeste, ou massacrando tribos inteiras. Essa marcha para o oeste também vitimou o México, que perdeu aproximadamente 45% do seu território, correspondente atualmente aos estados da Califórnia, Texas, Novo México, Arizona, Nevada, parte de Utah e parte do Colorado. Em janeiro de 1876 o governo dos Estados Unidos ordenou que todos os nativos americanos se instalassem em reservas indígenas. Em finais do século XIX, começaram a aparecer “internatos para índios” num esforço para os “civilizar”. Estas escolas, que eram principalmente geridas por religiosos cristãos, foram traumáticas para as crianças índias, que eram proibidas de falar as suas línguas nativas, ensinadas nos preceitos cristãos em vez das suas religiões tradicionais e, de vários outros modos forçados a abandonar a sua identidade e a adotar a cultura “européia-americana”. Essa expansão foi consolidada pelo Homestead Act.

24.Acordo de Mississipi firmado no Congresso dos Estados Unidos entre os estados sulistas(escravistas) e nortistas(trabalho livre)em 1820 e que proibia a escravidão acima do paralelo 36o40'. Em conseqüência, o presidente Monroe, que assinara o tratado, foi homenageado com a denominação de "Monróvia", para capital do Estado da Libéria, fundado na África em 1847, para receber os escravos libertados que quisessem voltar à sua terra.

25.Doutrina do Destino Manifesto ideologia que fazia dos norte-americanos uma espécie de novo povo eleito de Deus, um novo Israel, e se baseava na predestinação calvinista, colocando-os como civilizadores primeiramente da América e depois do mundo. Desde que se difundiu entre eles a partir da metade do século XIX , agiu como um poderoso elemento mobilizador da energia do país e dos indivíduos para a conquista de novos territórios ao oeste e sul do continente, em prejuízo dos indígenas e dos mexicanos. Foi um verdadeiro elixir do expansionismo e do intervencionismo norte-americano, que, depois de ter anexado o Texas em 1836, engoliu a metade do território do México na guerra de 1846-48.

26. Pax Britânica e Era Vitoriana De 1776 a 1890, o mundo esteve sob o controle da Pax Britânica (Napoleão Bonaparte foi um hiato que não conseguiu atrapalhar as relações entre a Inglaterra e suas colônias) e foi embasada na Primeira Revolução Industrial e regulada pelo liberalismo, dando início ao mundo dominado pela Inglaterra. Assim, a Pax Britânica se alicerçava num imperialismo livre-cambista(liberdade de exportação e importação), que garantia sua supremacia sobre suas colônias(dominação direta) e sobre o resto do mundo(dominação econômica), dando lugar à nova divisão internacional do trabalho, fundamentada na livre concorrência, que em verdade não havia, pois a Grã-Bretanha era maior nação industrial da época e a única com reais condições de estar presente em qualquer parte do planeta. Dentro desse período o ponto máximo foi a chamada Era Vitoriana(1837-1901), correspondente ao governo da rainha Vitória, que se tornou um modelo de prosperidade das virtudes e do estilo de vida britânico. Algumas décadas depois essa “moral vitoriana” passou a ser vista como

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conservadora, ultrapassada e falsa, uma moral aparente que escondia os crimes e as falhas da moral burguesa.

27.Grande Fome na Irlanda(1840) Na segunda metade da década de 1840, as terras da ilha da Irlanda, então possessão da Grã-Bretanha, foram acometidas por um terrível fungo que atacou as plantações de tubérculos. Tratou-se da tristemente célebre praga da batata, que provocou um dos maiores surtos de fome da Europa moderna, matando milhares de irlandeses e obrigando outro tanto deles a emigrar para o além-mar, principalmente para os Estados Unidos.

28.Leis dos Cereais(Inglaterra) restringiam as importações de trigo russo, norte-americano e francês na Inglaterra, beneficiando os latifundiários ingleses, mas os industriais viam essas importações(mais baratas) como uma forma de vender mais produtos industrializados para esses países, que pagariam com trigo e essas leis foram abolidas em 1846, forçando a agricultura inglesa a se modernizar para enfrentar a concorrência.

29.Carbonários Durante o domínio napoleônico, no início do século XIX, formou-se na Itália uma resistência que contou com membros de uma organização secreta que se reunia em minas de carvão abandonadas – a Carbonária e seus membros chamavam-se carbonários e queriam unificar a Itália e implantar os ideais liberais e nacionalistas. Os carbonários eram, principalmente, da média e da pequena burguesia. Seus membros mais famosos foram Giuseppe Garibaldi(1807–1882) e Giuseppe Mazzini(1805-1872), que posteriormente saiu da sociedade e passou a criticá-la. Todas as tentativas de unificação empreendidas por essa sociedade acabaram fracassando. A palavra pode ser utilizada atualmente como sinônimo de revolucionário, de idealista nacionalista.

30.Risorgimentomovimento surgido na Itália(1848) antes da unificação, justamente com o objetivo de lutar por ela, cuja idéia central era restaurar a grandeza do Império Romano e do Renascimento.

31.Restauração(1815-1830) No Congresso de Viena de 1814-1815 a Áustria, a Inglaterra, a Prússia e a Rússia chefiavam a reação européia contra os ideais liberais-iluministas da revoluÇão Francesa de 1789 e do Período napoleônico(1799-1814) e retalharam o mapa da Europa com o objetivo de restaurar as monarquias legítimas, marcadamente absolutistas e mercantilistas, contra os interesses da unificação nacional e da independência dos povos, movidos pelo liberalismo-iluminismo. Na França esse período correspondeu ao segundo reinado da dinastia dos Bourbons, reacionários, que representavam os interesses da nobreza e do clero, que foi derrubado pela revolução de 1830.

32.Política das Nacionalidades(+-1860) política defendida por Napoleão III de apoiar as lutas nacionais, ou seja, a luta de países que lutavam para se libertar da dominação de outro. Ex. apoio à unificação da Itália.

33.Camisas Vermelhas Em Maio de 1860, o lendário Giuseppe Garibaldi, lutando pela unificação da Itália em bases republicanas, partiu de Gênova e desembarcou no sul da Itália, com um exército popular de 1070 homens conhecido como “os mil camisas-vermelhas”. Dentro de duas semanas estes revolucionários chegaram à cidade de Palermo, conseguindo a capitulação de um exército regular de 20.000 homens do rei de Nápoles, ajudando de forma determinante a unificação do sul ao centro-norte da Itália.

34.Itália Irredenta e irredentismo A unificação da Itália ainda não se havia completado. Algumas províncias como Trentino, Trieste, Tirol e Ístria, continuavam sob domínio austríaco, sendo chamadas de províncias irredentas, isto é, não libertadas. Nessas

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regiões, irrompeu um movimento de caráter nacionalista: o Irredentismo. Ao final da 1ª Guerra Mundial, partes dessas regiões foram incorporadas à Itália.

35. Socialismo Utópico Também chamado de socialismo romântico, pois não defendia revoluções, mas soluções de compromisso e grandes acordos. Surge no início do século XIX e concebe a organização de uma sociedade ideal sem conflitos ou desigualdades. Os pensadores buscam no Iluminismo e nos ideais da Revolução Francesa os fundamentos de sua crítica à sociedade capitalista. O inglês Thomas Morus é o precursor, com o livro Utopia (1516), no qual afirma que a propriedade particular é a fonte de toda injustiça social. Os principais representantes são o inglês Robert Owen, que defende a sociedade autogerida, e os franceses Charles Fourrier, que pretende uma organização em que todos vivam harmonicamente, e Saint-Simon, que idealiza o domínio da ciência sobre uma sociedade sem classes. Veja o exemplo de Robert Owen (1771-1858), rico industrial inglês que se transforma em um dos mais importantes socialistas utópicos. Sua contribuição nasce da própria experiência. Instala em New Lanark (Escócia) uma comunidade inspirada nos ideais utópicos. Monta uma fiação no centro de uma comunidade operária e promove a organização de serviços comunitários de educação, saúde e assistência social. A comunidade passa a se autogerir e todos os integrantes pertencem à mesma classe. No lugar de dinheiro circulam vales correspondentes ao número de horas trabalhadas.

36.Zollverein(1834) união alfandegária que derrubou as barreiras aduaneiras(taxas de importação) entre os Estados Alemães e ajudou no processo de unificação da Alemanha.

37. Junkers Aristocracia latifundiária prussiana que promoveu a unificação da Alemanha entre 1860 e 1871, em aliança com a burguesia.

38.Era Meiji ou Revolução Meiji(Japão) Era uma monarquia feudal na qual o poder era exercido pelo xogum, uma espécie de líder dos senhores feudais, apoiados pelos samurais, que haviam procurado isolar o país de qualquer influência estrangeira, mas em 1854 uma frota norte-americana comandada pelo Comodoro Matthew Perry bombardeou algumas cidades japonesas e exigiu do xogum a assinatura de acordos comerciais privilegiados para os Estados Unidos. Incapaz de enfrentar a ameaça, o xogum aceitou as exigências. Porém, a repercussão interna foi violenta. A ala reformista e nacionalista derrubou o xogum em 1867 e proclamou Matsuhito imperador(1868-1912), inaugurando a Era Meiji, ou época da monarquia esclarecida. O novo imperador eliminou o poder dos senhores feudais e dos samurais, aboliu a servidão, tornou o ensino obrigatório e declarou a igualdade de todos perante a lei, centralizou o governo, que passou a interferir na economia, criando uma nova moeda(o iene)e abriu as portas para o capital estrangeiro, especialmente o inglês.

39. Guerra da Criméia(1854-1856) na qual combateram, de um lado, a Áustria, França e Inglaterra, apoiando a Turquia, e do outro a Rússia, que pretendia conquistar a região dos estreitos de Bósforo e Dardanelos. A Rússia foi derrotada.

40.Questão do Oriente ou Questão dos Estreitos refere-se aos estreitos de Bósforo e Dardanelos, que fazem a ligação entre o Mar Egeu e o Mar Negro. Esses estreitos pertenciam ao decadente Império Turco e eram cobiçados pelo Império Russo, interessado em dominá-los para conseguir mais uma saída(a outra era o Mar Báltico, ao norte) para mares quentes(Mediterrâneo e Egeu), cujos portos nunca ficavam congelados. A Inglaterra e a França se opuseram a isto com medo da concorrência da frota russa e lutaram, inclusive na Guerra da Criméia, para que o controle desses estreitos permanece com a Turquia(muito mais fraca do que a Rússia)até hoje.

41. Comuna de Paris(1871) se situa no desenvolvimento da Guerra franco-prussiana e na resistência do povo ao governo burguês de Thiers primeiro ministro francês, após a

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derrocada do Império de Napoleão III. Foi o despertar do sentimento proletário, que os levou a tentar tomar Paris assalto e sua importância foi que pela primeira vez na história, simples operários se atreveram a violar o monopólio de governo de seus “superiores naturais”, os burgueses. Poucos meses durou a Comuna, cujos participantes foram massacrados pela reação armada da burguesia, com o apoio das tropas prussianas invasoras. A burguesia francesa matou seus próprios trabalhadores com o auxílio do inimigo estrangeiro.

42. Tupac Amarú(1780) Em 1753, pouco depois da Independência Americana, ocorre uma rebelião no Peru, chefiada por José Gabriel Tupac Amaru que, além de reivindicar liberdade para os povos indígenas, pretendia a criação de um estado indígena independente.

43. Simon Bolívar Em 1820 uma revolução liberal derrubou o rei Fernando VII da Espanha, por causa da sua tentativa de restaurar os antigos privilégios da nobreza e do clero, inclusive o Tribunal da Inquisição. No mesmo ano foi a vez de Portugal, onde os revoltosos(Revolta do Porto) exigiram a volta de D. João VI e o juramento de uma constituição. Nesse contexto, Simon Bolívar, criollo venezuelano, propõe o Pan-americanismo, ou seja, a independência e a união das colônias hispano-americanas num só país com o objetivo de enfrentar o poderio da Europa e dos Estados Unidos. Bolívar propugnou o multilateralismo para a tomada de decisões que afetassem os interesses de vários países. Seus representantes reunir-se-iam em pé de igualdade. Em 1826, Bolívar convocou os representantes dos países hispano-americanos recém-independentes para participarem da Conferência do Panamá, cujo objetivo era a criação de uma confederação pan-americana. O sonho boliviano de unidade política chocou-se, entretanto, com os interesses das oligarquias locais e com a oposição da Inglaterra e dos Estados Unidos, a quem não interessavam países unidos e fortes. Após o fracasso da Conferência do Panamá, a América Latina fragmentou-se politicamente em quase duas dezenas de pequenos Estados soberanos, governados pela aristocracia criolla.

44. Bolivarismo doutrina derivada de Bolívar que prega a união dos países da América Latina e do Caribe, pois considera que existem laços históricos e culturais entre os povos da região e várias razões de ordem política para essa integração. Uma delas seria o fato de que a divisão da América Latina a torna presa fácil do imperialismo e do neocolonialismo, e que a integração não só possibilitaria a reafirmação da liberdade e independência dos latino-americanos, como propiciaria condições muito maiores para o desenvolvimento e progresso da região. O processo de integração se daria de várias maneiras: no plano político, econômico, mas acima de tudo buscando uma aproximação direta entre os povos.

45. José de San Martin liderou as lutas pela independência no Rio da Prata e no Chile, atacando e ajudando posteriormente a libertar o Peru.

46. Plano de Iguala(1821) aliança estabelecida pelo general Augustín Itúrbide com Vicente Guerrero, líder mexicano. Itúrbide havia sido enviado pelo governo da Espanha para lutar contra os mexicanos que lutavam pela independência. Vitorioso, Itúrbide proclamou-se imperador do México, governando por 2 anos.

47. Caudilhos na América Espanhola, o caudilhismo é caracterizado pela divisão do poder entre chefes de tendência local; os caudilhos. Estes líderes, geralmente de origem militar, oriundos, em sua grande maioria, da desmobilização dos exércitos que combateram nas guerras de independência, de 1810 em diante, provinham, em certos casos, de estratos sociais inferiores ou de grupos étnicos discriminados (mestiços, índios, mulatos, negros) e significavam uma possibilidade de ascensão social. Valiam-se do seu magnetismo pessoal na condução das tropas, que haviam recrutado

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geralmente nas áreas rurais e mantinham como reses requisitadas, em ações guerreiras, contra o ainda mal consolidado poder central ou contra outros caudilhos. Esse poder carismático, exercido ao mesmo tempo de forma autoritária e paternalista, e retribuído com a adesão incondicional dos seus homens (e respectivas mulheres), não possuía uma linha política definida e carecia, como se diria hoje, de conteúdo ideológico.

48.Porfiriato (1876-1911) Na transição do século XIX para o século XX no México, o regime do Gal. Porfírio Díaz começou a agonizar e ele foi deposto. Mas o que era esse regime, o que representa o porfiriato? Díaz assumiu o poder em nome da plataforma do regime liberal que implicava a política de laicização(separação entre religião e governo) do Estado e na aplicação de moderadas reformas políticas. Na prática, o regime implantou o imobilismo político.Socialmente o porfiriato foi produto do latifúndio mexicano e 3% da população(brancos “puros”) detinham o controle das melhores terras do país e 95% dos camponeses mexicanos eram despidos de qualquer tipo de propriedade. Se o campo se encontrava nas mãos da aristocracia rural, as minas, o comércio, os bancos e as poucas indústrias eram concessões dadas ao capital estrangeiro, principalmente americano. Assim, o porfiriato era resultado político do pacto social entre os latifundiários e o capital estrangeiro, de resto pacto característico da América Latina em sua forma geral. Politicamente, Porfírio Díaz foi o avalista dessa "paz social" entre-classes que assegurava o domínio dos haciendados(fazendeiros) sobre a população camponesa. Ele apoiava-se no Exército que cumulava de favores e sobre o qual exerceu até o fim o mais absoluto controle, o que lhe permitia realizar intervenções nas províncias quando necessário. Este Estado porfirista era administrado por uma burocracia civil-militar que se inspirava no positivismo europeu, os chamados "científicos" que acreditam poder reger a sociedade de maneira autoritária, de cima para baixo. Os "científicos" eram os cultores da ideologia do "Progresso", similar à dos nossos republicanos positivistas ("Ordem e Progresso") e que manifestavam uma feroz ojeriza ao povo. Enquanto o Estado era pois orientado por regras e instruções assentadas na "ciência", o povo era doutrinado pela conservadora Igreja Católica, que apesar de ter perdido terras e poder político, ainda tinha o monopólio da educação e da vida cultural de uma forma geral.

49.Darwinismo social Em 1859, quando foi publicada "A Origem das Espécies", de Charles Darwin, toda a edição foi vendida no primeiro dia. O princípio da seleção natural determina quais membros da espécie têm mais chance de sobrevivência. As crias não são reproduções idênticas de seus pais. Um leão pode ser ligeiramente mais rápido ou mais forte do que os pais; uma girafa pode desenvolver um pescoço mais comprido do que o dos pais. A cada geração, a característica favorável torna-se mais pronunciada e mais difundida nas espécies. Com o passar dos séculos, a seleção natural elimina as espécies antigas e produz novas. Hoje sobrevivem ainda poucas espécies das que habitavam a Terra, havia 10 milhões de anos, mas apareceram muitas outras, entre elas os humanos. Os homens seriam produtos da seleção natural.A Teoria da Evolução teve conseqüências revolucionárias fora da área científica. A evolução desafiou a tradicional crença religiosa de que um número fixo de espécies havia sido criado instantaneamente há cerca de 6.000 anos. Ao contrário, dizia Darwin, as várias espécies, até a humana, evoluíram gradativamente por milhões de anos e há ainda espécies novas em evolução. Em última análise, o darwinismo ajudou a acabar com a prática de ter a Bíblia como referência em questões científicas. Alguns pensadores sociais aplicaram as conclusões darwinianas à ordem social, produzindo teorias que as transferiram à explicação dos problemas sociais. As expressões "luta pela existência" e "sobrevivência do mais capaz" foram tomadas de Darwin para apoiar

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a defesa que faziam do individualismo econômico. Os empresários bem-sucedidos, afirmavam esses pensadores, haviam demonstrado sua capacidade de vitória no mundo competitivo dos negócios. Os que fracassavam na luta pela existência demonstravam sua incapacidade. A aplicação da biologia de Darwin às teorias sociais fortalecia o imperialismo, o racismo, o nacionalismo e o militarismo. Os darwinistas sociais insistiam em que as nações e as raças estavam empenhadas numa luta pela sobrevivência, em que apenas o mais forte sobrevive e, na realidade, apenas o mais forte merece sobreviver. Eles dividiam a humanidade em raças superiores e inferiores e consideravam o conflito racial e o nacional uma necessidade biológica e um meio para o progresso.

50.Revolta dos Cipaios – Levante de grupos militares indianos a serviço da Inglaterra (cipaios), com o pretexto de que os ingleses estavam utilizando gordura de vaca, animal sagrado na Índia, para lubrificar os armamentos. Na verdade, foi uma forma de lutar contra a exploração britânica. Começou em 1857 e foi violentamente reprimida pelos britânicos, terminando no ano seguinte. O governo britânico dissolveu a Companhia das Índias, encarregada de explorar a região, reorganizou o exército colonial e converteu a Índia em domínio britânico direto.

51.Guerra dos BoxersNo final do século(1900) os chineses se ergueram na “Revolta dos Boxers”, na qual um exército de lutadores de artes marciais, revoltados com a inércia do imperador chinês diante das interferências e crescentes exigências econômicas das grandes potências industriais, enfrentaram os invasores. Os boxers foram derrotados por uma força composta por exércitos dos principais colonizadores: ingleses, franceses, russos, japoneses e norte-americanos.

Idade Contemporânea: Século XX1. Paz Armada Uma das causas da 1ª Guerra. No começo do século XX, os pais

capitalistas europeus estavam bastante preocupados com o equilíbrio internacional e propugnavam pela paz. Mas, contraditoriamente, os governos estimularam a industria de armamentos e recrutavam civis para aumentar os contingentes militares. Fabulosas quantias de verbas públicas foram desviadas às forças armadas nacionais. O militarismo cresceu e a possibilidade de acordo para manter o equilíbrio entre as nações imperialistas se tornava cada vez mais difícil.

2. Doutrina Drago Um fato insólito ocorreu em dezembro de 1902: o bloqueio que as forças navais conjuntas da Inglaterra, Itália e Alemanha aplicaram aos portos da Venezuela. O ditador Cipriano Castro, denunciando os juros como extorsivos, absolutamente lesivos aos interesses nacionais, recusara-se a reconhecer as dívidas venezuelanas para com os banqueiros europeus. Na época sistema financeiro não possuía instituições que permitissem a ação de mecanismos legais de cobrança, os bancos de então mobilizaram as forças armadas de seus respectivos países. Contando com o consentimento do Departamento de Estado norte-americano para realizar a operação de execução de cobrança, o bloqueio aos portos venezuelanos, realizado pelos navios da esquadra ítalo-anglo-germânica, atingiu proporções dramáticas quando os canhões alemães bombardearam o Forte de S. Carlos e destruíram uma cidade da beira do Caribe, em 1903. E, para desgraça dos Venezuelanos, em 1904 o Tribunal de Haia ainda deu razão aos que faziam o bloqueio. Este acontecimento provocou duas reações. De um lado, os latino-americanos apoiaram a chamada Doutrina Drago, proposta pela Argentina no Congresso Panamericano de 1906, que implicava na supressão do uso da força para exigir o pagamento de dívidas entre nações e, de outro, o presidente Roosevelt elaborou seu corolário à Doutrina Monroe.

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3. Corolário Roosevelt O presidente Theodore Roosevelt, um homem que durante sua administração (1901-1909) combateu os grandes trustes da economia norte-americana, foi, simultaneamente, um implacável expansionista. As sucessivas intervenções dos Estados Unidos na América Central e nas ilhas do Caribe, ao longo do século XIX, seja por meio de aventureiros apoiados pelo governo, seja pela ação direta das forças armadas norte-americanas, levaram à necessidade de algum ato oficial que desse estatuto jurídico ao papel político norte-americano na região. Na sua visão política, ao tempo em que ele enfrentava os gigantes empresariais dentro de casa, ele também o devia fazer fora, desmoralizando as oligarquias latino-americanas, suas vizinhas a quem considerava uma variante do banditismo. Assim, Roosevelt, em 20 de maio de 1904, assim se expressa: "A insistência no erro, da parte de alguma nação americana, poderia exigir a intervenção de outra nação civilizada", fazendo com que a "fidelidade dos Estados Unidos à Doutrina nos leve ... a exercer um poder de polícia internacional". Assim, se a Doutrina Monroe era a negação do direito das potências européias estenderem seu domínio territorial sobre o Novo Mundo, a partir de 1904, com o corolário Roosevelt, ela passou ser interpretada como uma afirmação do direito dos Estados Unidos de intervirem na política da América Latina. Essa diretriz recebeu o nome de Corolário Roosevelt.

4. Big Stick(1901-1909) A política externa para a América Latina de Roosevelt ficou conhecida como Big Stick, devido à frase “fale com suavidade e tenha na mão um grande porrete”, inspirada num provérbio africano, que norteava sua posição. Mediante esta doutrina, Roosevelt fortaleceu o país com uma indústria e um comércio agressivos cuja política visava a protegê-lo a todo custo. Acreditava no darwinismo social. Anteriormente(1898) os americanos haviam travado a guerra hispano-americana com a Espanha, da qual saíram vencedores, passando a dominar ou controlar despojos coloniais do império espanhol, como Cuba, e Porto Rico, na América Central, e as Filipinas, no Extremo Oriente.

5. Emenda Platt(1901) Em 1898 os Estados Unidos derrotaram a Espanha na Guerra Hispano-americana, conquistando as Filipinas e Porto Rico e concedendo a liberdade à Cuba. Na constituição cubana, o presidente Theodore Roosevelt incluiu a Emenda Platt, que dava direito de intervenção na política interna cubana quando a democracia estivesse ameaçada e autorizava a instalação de uma base militar em Guantánamo, que existe até hoje.

6. Guerra Dos Bôeres (1899-1902)Guerra entre a Inglaterra e os Bôeres (descendentes holandeses) pela posse das repúblicas independentes do Transvaal e do Orange, ricas em ouro, diamantes e ferro. Vendo o crescente interesse inglês, os Bôeres iniciam a guerra e a dominam anexando territórios ingleses até 1902 quando a Inglaterra inicia uma contra-ofensiva e devasta a população, anexa o Transvaal e o Orange ao Cabo e à Natal formando assim, em 1910, a União Sul-Africana.

7. Questão Balcânica Uma das causas da 1ª Guerra. Em 1906, a Áustria anexou os territórios da Bósnia-Herzegovina, impedindo o crescimento da Sérvia e a possibilidade de formação da Grande Sérvia. Esse fato acentuou a rivalidade entre a Áustria-Hungria e a Sérvia. No início de 1914, os sérvios, triunfantes devido às suas vitórias nas guerras balcânicas contra os turcos, investiram novamente contra a Áustria, acirrando o nacionalismo dos eslavos. Como o movimento nacionalista dos eslavos apresentava-se incontrolável, o arquiduque Francisco Ferdinando – futuro governante do Império Austro-Húngaro – planejava uma aproximação, mas os nacionalistas eslavos não apreciavam essa idéia. No dia 28 de junho de 1914, o arquiduque Francisco Ferdinando, já próximo de assumir o trono, em visita a Sarajevo, capital da Bósnia, foi assassinado com sua esposa.

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8. Pan germanismo doutrina que se tornou uma das causas da 1º Guerra Mundial por pregar a aliança dos povos de língua alemã sob liderança da Alemanha, formando um bloco de países, porém cada um independente do outro. Foi também uma das causas da 2ª Guerra, mas com uma grande diferença: Hitler propunha o pan germanismo como doutrina para a criação de um único Estado germânico, pois a Alemanha absorveria outros países de cultura alemã(ex.Áustria) ou regiões que tivessem a maioria da população de cultura alemã.

9. Pan-eslavismo foi uma das causas da 1ª Guerra e aumentou a rivalidade austro-russa: A Rússia desejava dominar o Império Turco-Otamano, a fim de obter uma saída para o mar Mediterrâneo, e, também, controlar a península Balcânica. Para justificar esse expansionismo, criou o pan-eslavismo movimente político segundo o qual a Rússia tinha o "direito" de defender e proteger as pequenas nações eslavas da península Balcânica. A Sérvia era uma pequena nação eslava independente, situada na região dos Bálcãs, que almejava libertar e unificar os territórios habitados pelos povos eslavos desta região. Opondo-se aos austríacos e aos turcos, a Sérvia aproximou-se cada vez mais da Rússia, que se comprometeu a apoiá-la e a protegê-la militarmente.

10.Tratado de Brest-Litovski(1918) foi um tratado da paz assinado em Brest-Litovsk, entre Rússia e os poderes centrais(Alemanha e Áustria) , marcando a saída de Rússia da 1ª Guerra. O tratado era o preço para a Rússia abandonar sua aliança com a França e Inglaterra e poder se dedicar à consolidação da revolução comunista: deu independência à Finlândia, Estônia, Letônia, Lituânia, Bielo-Rússia e Polônia, que passariam para a órbita de influência alemã.

11.Tratado de Versalhes Tratado de Paz assinado entre os países vencedores da 1ª Guerra Mundial(França, Inglaterra e Estados Unidos) e a Alemanha. Foi considerado pelos alemães um "Diktat" ou seja muito injusto. Retirou as colônias à Alemanha e retirou-lhe território na Europa. Impediu-a de ter um exército normal e obrigou-a a pagar pesadas indenizações aos países vencedores. Hitler chegou ao poder prometendo "rasgar" o Tratado de Versalhes e vingar os alemães.

12.Ensaio Geral em 22 de janeiro de 1905(Domingo Sangrento), os mujiques (camponeses) e operários organizaram uma passeata em São Petersburgo. Nessa passeata levariam ao czar Nicolau II um documento clamando por alguns direitos sociais e contando ao czar a situação do povo russo, que havia piorado por causa da derrota da Rússia na guerra contra o Japão. Nesse clima de paz crianças, mães com filhos no colo e homens humildes iam, calmamente, cantando músicas religiosas, em direção ao czar. Porém, este, ao ver o povão reunido, considerou isso uma insolência e ordenou o imediato extermínio de todos. Gigantescas valas foram abertas para despejar os corpos, que eram removidos por dezenas de caminhões. Esse foi considerado o "Ensaio Geral" para a Revolução Russa de 1917.

13.Teses de Abril Percebendo a impotência do governo provisório, os bolcheviques tornaram-se a única força organizada, sob a liderança de Trotski e principalmente de Lênin. É dele o programa de reformas denominado Teses de Abril, que, sob o lema "Pão, Terra e Paz", propunha a transferência do poder para os soviets, a nacionalização dos bancos, o controle operário sobre as usinas, a ocupação das terras pelos camponeses e o restabelecimento da paz com a Alemanha e Áustria. Em julho, os bolcheviques organizaram um levante em Petrogrado, causando grande confusão. O governo conseguiu conter a revolução. Trotski foi preso e Lênin refugiou-se na Finlândia.

14.Soviets Os eram conselhos formados por operários e soldados, eleitos nas fábricas e nos regimentos militares, excluída a participação dos burgueses e oficiais. Como representantes dos trabalhadores da capital, São Petersburgo, foram responsáveis por

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conduzir a luta contra a autocracia czarista, reivindicando melhores condições de vida e de trabalho, direito de greve, reforma agrária e a formação de uma Assembléia Nacional. Na prática os soviets constituíram-se como um "poder paralelo" e representaram um grande salto no processo de organização e conscientização política da classe operária.

15.Mencheviques e Bolcheviques Mencheviques: Eram os integrantes de uma facção do Partido Social Democrata Russo (a outra era a dos bolcheviques), considerada moderada. Os mencheviques chegaram ao poder depois da revolução de março de 1917, quando o czar Nicolau II foi afastado. No entanto, o fato dos mencheviques ter insistido para que a Rússia participasse da Primeira Guerra Mundial fez com que eles perdessem o apoio popular. MENCHEVIQUES (ou minoritários) - brancos -  reformistas, queriam chegar ao socialismo através do amadurecimento do capitalismo. Em 1917, os bolcheviques, liderados por Lênin, afastam os mencheviques do poder. Bolcheviques eram os membros de uma das facções do Partido Social Democrata Russo, que existia antes da revolução de 1917. Eram profundamente influenciados pelas idéias do filósofo alemão Karl Marx. BOLCHEVIQUES (ou majoritários) - vermelhos  - revolucionários, pregavam a revolução socialista, a ditadura do proletariado.

16.NEP(1921) Lênin institui a Nova Política Econômica (NEP), uma volta ao capitalismo sob controle do Estado, como solução para vencer o impasse econômico, pois a indústria ainda vai mal, a Rússia continua um país atrasado e a população está descontente com os problemas de produção e abastecimento. Em Petrogrado, os operários se insurgem contra o governo e ocorrem outras rebeliões internas, logo contidas. Com a NEP, cujo objetivo é planejar a economia e a sociedade, é permitida a criação de empresas privadas, como a manufatura e o comércio em pequena escala. As liberdades salariais e a de comércio exterior são retomadas sob a supervisão do Estado. Os camponeses são obrigados a pagar taxas, em espécie, e são autorizados os empréstimos externos, como os negociados com a Inglaterra e a Alemanha.

17.Planos Qüinqüenais(1928) A NEP, que possibilitara a restauração da economia russa após a guerra civil, não teria utilidade na realização da meta de Stálin: o industrialismo. Então a URSS entrou na era dos Planos Qüinqüenais. O primeiro plano (1928-1932) visava sobretudo à transformação industrial. O setor privado desapareceu, em proveito do Estado. Foram investidas grandes somas em eletrificação e no desenvolvimento da indústria pesada. No setor agrícola, foram formados os kolkhozes (fazendas coletivas) e os sovkhozes (fazendas estatais), assegurando a mecanização da agricultura. O segundo plano qüinqüenal (1933-1937) pretendia desenvolver sobretudo a indústria leve, a de bens de consumo. A economia planificada apresentou resultados excepcionais. A URSS foi o único país do mundo que não sofreu a crise de 1929, fechada em si mesma, vivendo das trocas internas, não conheceu nem a superprodução nem o desemprego. A produtividade energética cresceu consideravelmente e a indústria metalúrgica passou a ocupar a terceira posição do mundo.

18.Gulags o gulag já existia na Rússia czarista, nas turmas de trabalho forçado que operaram na Sibéria desde o século XVII até o início do século XX. Entretanto, quase imediatamente após a Revolução de Outubro, ele assumiu sua forma moderna e mais conhecida, tornando-se parte integral do sistema soviético. O terror em massa contra oponentes reais ou pretensos fez parte da Revolução desde o começo. No verão de 1918, Lênin já exigira que “elementos indignos de confiança” fossem encarcerados em campos de concentração fora das cidades principais. Em 1921 já existiam 84 campos de concentração em 43 províncias, a maioria destinada a “reabilitar” esses primeiros inimigos do povo. Os gulags formavam um sistema de campos de trabalhos forçados

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para criminosos e presos políticos da União Soviética. Esse sistema funcionou de 1918 até 1956. Foram aprisionadas milhões de pessoas, muitas delas vítimas das perseguições de Stálin. As condições de trabalho nestes campos eram bastante penosas e incluíam fome, frio, trabalho intensivo de características próximas da escravatura (por exemplo, horário de trabalho excessivo) e guardiões desumanos. Embora muitas vezes comparado aos Campos de concentração nazistas, os motivos que presidiram à construção de ambos são bastante diferentes: para os gulags, as motivações eram políticas e ideologias utópicas de trabalho comunitário para o bem comum; para os campos de concentração nazistas, a motivação era predominantemente racial, com vista ao extermínio. No entanto, o número de vítimas, nuns e noutros, foi igualmente monstruosa.

19.Kulaks Uma reforma em 1861 libertou os servos e distribuiu terras, mas os resultados foram tímidos. Poucos camponeses receberam terras em quantidade suficiente. Apenas uma minoria de pequenos e médios proprietários, os kulaks, se beneficiaram. O restante da população do campo continuava formada por um miserável proletariado rural. Os kulaks formavam a classe média rural da União Soviética, que impedia a coletivização da agricultura, pois não pretendiam abrir mão das suas terras.

20. Cordão Sanitário Na União Soviética, no ano de 1920, Lênin teve que aceitar o fato que o seu governo estava isolado do mundo. Um "cordão sanitário", expressão do presidente francês Clemenceau, passava ao redor das fronteiras da União Soviética, excluindo-a do convívio entre as nações. As potências capitalistas criavam todo tipo de dificuldade para o comércio da União Soviética e mesmo para intercâmbios culturais para que os trabalhadores desses países não fossem contaminados pela “doença” comunista.

21.Isolacionismo Americano(1919-1933) A vitória na 1ª Guerra provocou a transferência do centro financeiro de Londres para Nova York. Os EUA, satisfeitos com o predomínio econômico e não desejando pertencer a uma ordem internacional que poderia limitar sua ação econômica no mundo, decidiram preservar o isolacionismo político e não fizeram nenhuma intervenção política na Europa até a Segunda Guerra Mundial, inclusive sem participação na Liga das Nações, o que facilitou a ascensão do nazi-fascismo.

22. Camisas Negras Eram os militantes do partido fascista. No congresso do Partido Fascista, realizado em Nápoles em 24 de outubro de 1922, Mussolini anunciou a Marcha sobre Roma para o dia 26. Impotente, o rei Vítor Emmanuel III convidou o Duce para formar um Ministério que desenvolvesse uma política interna liberal e uma externa nacionalista. Os camisas-negras desfilaram pelas ruas de Roma sem resistência alguma. O governo manteve as aparências de monarquia parlamentarista, mas Mussolini detinha plenos poderes. Nas eleições de 1924, os fascistas tiveram 65% dos votos, mas impediram que os principais líderes rivais também chegassem ao Parlamento. Mussolini se definia como reacionário, anti-parlamentarista e anti-socialista.

23. República de Weimar(Alemanha de 1918-1933) Aos nove de novembro de 1918, o imperador Guilherme II abdicou do trono e instituiu a república, mas a dualidade (esquerda-direita) que marcava a política forçava o Estado a tomar providências para conter o desemprego, a fome, a inflação e o descontentamento geral, ou uma revolução popular certamente o iria fazer. O governo liberal aliou-se ao exército (que, em princípio, era contra seu governo) e mandou matar importantes líderes esquerdistas revoltosos(Levante Espartaquista). Suas atitudes, porém, apenas faziam crescer a insatisfação. Em 1919, foi elaborada uma nova Constituição, que fazia da Alemanha um país dividido em dezessete Estados, dotados de um Parlamento

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(Reichstag) eleito por sufrágio universal e um presidente eleito a cada sete anos. Estava fundada a República de Weimar. No entanto, ela se mostrou efêmera, por ser incapaz de elaborar um programa claro e, caso conseguissem, de exercer autoridade para implementá-lo.

24.Putsch de Munique(1923) Em 1923, aproveitando-se da insatisfação generalizada do povo com as altas taxas inflacionárias, os nazistas tentaram dar um golpe no mês de novembro. O "putsch", como ficou conhecido o episódio, fracassou em virtude da não-adesão popular e Hitler foi condenado a cinco anos de prisão. Foi durante esse período que ele escreveu a obra que sintetiza o pensamento nazista, o livro "Mein Kampf" ("minha luta").

25. Princípio do Espaço Vital teoria dos nazistas que afirmavam que a Alemanha tinha direito de conquistar quaisquer territórios para o seu desenvolvimento.

26. Política de Apaziguamento(1933-1939) As potências tradicionais procuravam evitar um conflito de maiores proporções: França e Inglaterra por não terem ainda se recuperado economicamente dos efeitos da 1ª Guerra e os Estados Unidos por não desejarem se envolver em problemas que eles consideravam “europeus” e se omitiram diante das sucessivas agressões dos estados Totalitários(Alemanha, Itália e Japão). Além disso, esses países liberais-democráticos(Inglaterra, França, Estados Unidos) esperavam usar a agressividade típica da ideologia fascista para conter a União Soviética e uma possível expansão do comunismo no mundo.

27. Pacto Antikomintern Aliança entre Alemanha, Itália e Japão com o objetivo essencial e declarado de combater o comunismo, mas com o objetivo sutil de praticar o imperialismo.

28. Anschluss Anexação da Áustria pela Alemanha em 13 de Março de 1938, desrespeitando uma diretriz do Tratado de Versalhes de 1919.

29. Conferência de Munique Setembro de 1838. Estiveram presentes Chamberlain pela Inglaterra, Daladier pela França, Mussolini pela Itália e Hitler pela Alemanha. Depois da anexação da Áustria e de outras violações ao Tratado de Versalhes e para evitar a guerra a todo o custo, a Inglaterra e a França aceitam que o território dos sudetos, pertencente à Tchecoslováquia, passe a pertencer à Alemanha em troca da promessa de Hitler que não irá invadir mais nenhum território. Em Março de 1939 Hitler invade o resto da Tchecoslováquia e a 1 de Setembro de 1939 irá invadir a Polônia e iniciar a 2ª Guerra Mundial.

30.Corredor Polonês faixa de terra tirada da Alemanha pelo Tratado de Versalhes, que incluía o porto de Dantzig, e entregue à Polônia para que ela tivesse uma saída para o mar.

31.Pacto Germânico-Soviético(1939) Hitler aproveita as desconfianças da URSS em relação às potências ocidentais para assinar um acordo de não-agressão e neutralidade com o líder soviético Josef Stálin: o Pacto Germânico-Soviético, de 23 de agosto de 1939. Abre-se, assim, para Hitler o caminho a leste para atacar a Polônia. Ele pretende recuperar a zona conhecida por Corredor Polonês, a do Porto de Gdansk, que une a Alemanha à Prússia Oriental (atual Polônia). 

32.Governo de Vichy A França de Vichy foi o Estado Francês dos anos 1940-1944, o qual era um governo fantoche da influência Nazista, opondo-se às Forças Livres Francesas, baseadas inicialmente em Londres e depois em Argel(Norte da África). Foi estabelecido após o país se ter rendido à Alemanha em 1940, na 2ª Guerra Mundial. O marechal Pétain, chefiando o governo francês, iniciou as negociações e em 22 de Junho de 1940 assinou o acordo de rendição com a Alemanha. A principal disposição do acordo foi a divisão da França em duas zonas - ocupada e não ocupada(Vichy). A Alemanha controlaria a parte norte e ocidental da França e toda a costa atlântica. Os restantes

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dois quintos do país seriam a França de Vichy, a nova capital. Além disso, todos os judeus na França seriam entregues à Alemanha. O exército francês seria reduzido a 100.000 homens e os prisioneiros de guerra permaneceriam em cativeiro. Os franceses tinham de pagar os custos de ocupação às tropa alemãs e evitar que os franceses deixassem o país. Pétain permaneceu nesta posição até 20 de Agosto de 1944, quando os aliados libertaram a França do nazismo.

33. Conferência de Yalta na Criméia/URSS(fevereiro de 1945) na qual decidiu-se a divisão do mundo em áreas de influência, conforme a ideologia e o interesse dos soviéticos e norte-americanos, por exemplo, a divisão da Coréia entre norte e sul e da Europa conforme o avanço dos exércitos aliados.

34.Conferência de Potsdam na Alemanha, junho de 1945. Henry Truman, sucessor de Roosevelt; Clement Attllee, sucessor de Churchill; e Stálin decidiram a ocupação total da Alemanha e sua divisão em 4 partes, conforme as potências vencedoras, e a ajuda mútua para a administração do país, mas as diferenças ideológicas e a desconfiança mútua levaram essas intenções ao fracasso. Foi decidida, também, a criação de um tribunal de guerra na cidade de Nuremberg, para julgar os líderes nazistas e marcar a desnazificação da Alemanha

35. Cortina de Ferro - Termo usado pela primeira vez pelo premiê britânico Winston Churchill em um discurso no estado americano do Missouri em 5 de março de 1946. Churchill se referia à barreira invisível que dividia a Europa ocidental, capitalista, e a Europa Oriental, comunista. A barreira que estabelecia as zonas de influência americana e soviética surgiu depois da Segunda Guerra Mundial.

36.Doutrina Truman Ao final da II Guerra Mundial os países europeus entraram em declínio, coincidindo com a ascensão dos Estados Unidos e da União Soviética. Winston Churchill, ex primeiro-ministro britânico, discursou nos Estados Unidos, afirmando que a Inglaterra não podia enfrentar a expansão comunista, instigando o presidente Henry Truman tomar a frente dessa situação. Em resposta a atitude britânica, Harry Truman pronunciou em 12 de março de 1947, diante do Congresso Nacional, um violento discurso assumindo o compromisso de defender o mundo capitalista contra a ameaça comunista. Estava lançada a Doutrina Truman e iniciada oficialmente a Guerra Fria, que propagou para o mundo o forte antagonismo entre os blocos capitalista e comunista. No discurso realizado no Congresso americano, Truman comprometeu-se a prestar assistência a qualquer país onde se verificasse o avanço do movimento comunista: "...os povos livres do mundo olham para nós esperando apoio na manutenção de sua liberdade...", disse Harry Truman na ocasião. A decorrência prática mais imediata da Doutrina Truman foi o Plano Marshall..

37.Plano Marshall O Plano Marshall foi parte integrante da "Doutrina Truman", anunciada em março de 1947 pelo presidente dos Estados Unidos, Harry Truman. Este plano deve seu nome ao seu criador, o General George Marshall, secretário-de-estado do governo Truman. Por ele, os Estados Unidos decidem investir maciçamente na Europa ocidental, a fim barrar a expansão comunista e assegurar sua própria hegemonia política na região. Washington fornece matérias-primas, produtos e capital, na forma de créditos e doações. Em contrapartida, o mercado europeu evita impor qualquer restrição à atividade das empresas norte-americanas. Entre 1948 e 1952, o Plano Marshall fornece US$ 14 bilhões para a reconstrução européia.  Enquanto os europeus ocidentais (ingleses, franceses, belgas, holandeses, italianos e alemães) aderiram ao plano com entusiasmo, Stalin (líder soviético) não só rejeitou-o como proibiu aos países da sua órbita (Polônia, Hungria, Tchecoslováquia, Iugoslávia, Romênia e Bulgária) a que o aceitassem. A doutrina e o plano fizeram ainda mais por separar o mundo em duas esferas de influência.

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38.Desestalinização A morte de Stalin, em 1953, desencadeou uma acirrada disputa pelo poder. Venceu Nikita Kruschev, identificado com a burocracia dirigente do Partido Comunista da União Soviética (PCUS). Em 1955, sob essa nova liderança, a União Soviética investiu no aumento da produtividade agrícola, obtida pela descentralização de áreas econômicas, gerenciadas por conselhos locais, mas a realização mais importante de Kruschev ocorreu no campo político:ele deu início a um processo de abertura, amenizando o rigor da censura, reduzindo o poder da polícia política, reabilitando presos políticos e fechando diversos campos de trabalhos forçados. Esse processo recebeu os nomes de degelo e desestalinização, ou seja, eliminação dos traços deixados por Stalin na vida da União Soviética. O marco decisivo da desestalinização foi o XX Congresso do Partido Comunista da União Soviética, em fevereiro de 1956, no qual Kruschev revelou e denunciou os abusos e crimes cometidos por ordem de Stalin. Esse fato repercutiu de maneira ampla nos países socialistas da Europa Oriental, estimulando dissidências. Mas a pesada herança stalinista ainda se fazia sentir: pela intervenção militar, a União Soviética não permitiu que rebeliões ocorridas em 1956 na Polônia e na Hungria desviassem esses países de sua linha ideológica.

39.Grande Salto Para Frente(China) Em 1958, Mao Tsé-tung lançou o projeto Grande Salto Para a Frente. Toda a China foi mobilizada para que em poucos anos o país se tornasse uma potência econômica e industrial. Foi dada prioridade para o campo, estimulando as Comunas Rurais. O que é uma comuna chinesa? Uma grande fazenda coletiva com autonomia financeira, grande igualdade de salários, espécie de minimundo comunista, com escolas e hospitais gratuitos e até oficinas e pequenas fábricas. Para desenvolver a indústria, trabalhava-se sem parar. Inclusive nas aldeias camponesas construíram-se pequenas fornalhas onde se jogava no fogo todos os pedaços de metal encontrados. O ensino procurou levar milhares de estudantes a trabalhar na agricultura, ao mesmo tempo em que o aprendizado técnico era ligado à educação ideológica ("A política do Comando"). O Grande Salto foi um fracasso, a indústria cresceu muito pouco e as tais fornalhas no campo só serviram para desperdiçar matéria prima. Muitos hospitais e escolas rurais não puderam se sustentar por falta de recursos. Pra piorar, houve terríveis enchentes. Como se isso não bastasse, a China perdeu a ajuda da URSS, por descordar da desestalinização. A intenção era formar um parque industrial amplo e diversificado, mas no ano de 1961 os projetos de industrialização rápida entraram em colapso.

40.Pacto de Varsóvia - Aliança militar que unia a URSS e a maioria dos países da Europa oriental. Era o correspondente "comunista" da Otan, que havia se formado unindo os EUA e vários países da Europa ocidental.

41.Aliança para o progresso Após a revolução cubana(1959), o capitalismo norte-americano reagiu criando a Aliança para o Progresso: farta distribuição de alimentos, roupas e remédios, para que os pobres do continente esquecessem um pouco da miséria. Ao mesmo tempo, treinou e financiou os promotores dos golpes militares que ocorreram na América Latina. Foi uma realização do presidente John Kennedy, por temer sofrer outra derrota estratégica para os soviéticos numa região historicamente tributária dos Estados Unidos(América Latina), podendo ser entendida como o desdobramento da Guerra Fria no nosso continente. Lázaro Cárdenas, o ex-presidente mexicano que ainda vivia aquela época, talvez tenha percebido com mais agudeza o que o governo Kennedy realmente desejou, quando definiu a Aliança para o Progresso ser “uma imoral tentativa de comprar as consciências latino-americanas para que assistissem sem mover um dedo ao estrangulamento de uma república irmã” [Cuba], excluída de qualquer cooperação.

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42.EurocomunismoNo início dos anos 70 os partidos comunistas francês, espanhol e italiano passaram a não seguir à risca as orientações ideológicas de Moscou. Com essa independência, os partidos buscavam maior sintonia com a opinião pública e com a própria identidade de seus países, além de democratizar o comunismo. Havia uma firme recusa da hegemonia soviética sobre o movimento comunista internacional e o Partido Comunista Italiano foi o precursor dessas idéias. O partido estimava que somente por meio de uma aliança com os democrata-cristãos, então no Governo, é que poderia ser desencadeada a trajetória de transição para o socialismo na Itália. Esta aliança seria formada em torno de um vigoroso programa de reformas democráticas.

43.Revolução dos Cravos foi o levante militar do dia 25 de abril de 1974 apoiado pelo povo, que derrubou, num só dia, o regime político que vigorava em Portugal desde 1926, chamado salazarismo, de orientação fascista, sem grande resistência das forças leais ao governo. O levante foi conduzido pelos oficiais intermédios da hierarquia militar, na sua maior parte capitães que tinham participado na Guerra Colonial. A decadência econômica de Portugal e o desgaste com a guerra colonial provocam descontentamento no interior das Forças Armadas. A Guerra Colonial, também conhecida pela expressão Ultramar que significa Além-Mar, é a designação dada pelos portugueses às guerras entre as forças do governo português e os movimentos de libertação das até então colônias (ou seguindo a terminologia oficial da época, províncias ultramarinas) portuguesas de Guiné-Bissau, Angola e Moçambique. A população festeja o fim da ditadura distribuindo cravos - a flor nacional - aos soldados rebeldes. Os partidos políticos, inclusive o Comunista, foram legalizados.

44.Acordos de Camp DavidCelebrado entre o presidente egípcio Anuar Sadat e o primeiro-ministro israelense Menahem Begin no final dos anos 70, estabeleceu que Israel devolveria ao Egito a península do Sinai e o Egito reconhecia a existência jurídica do Estado Israelense e jamais voltaria a lutar para destruí-lo. Com isso, o Egito tornou-se o primeiro país muçulmano a assinar um tratado de paz com o Estado judeu.