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  • UNIVERSIDADE PAULISTA - UNIP COMUNICAO E EXPRESSO

    Dicas de Redao

    "Quem no l no pensa. E quem no pensa est fadado a ser sempre um servo." (Paulo Francis )

    Redao boa aquela cujo autor demonstra vasta cultura geral, prova por meio de raciocnio concludente que sabe argumentar com coerncia e apresenta dedues que denotam a verdade de sua concluso por se apoiar em premissas admitidas como verdadeiras. DICAS PARA FAZER UMA BOA REDAO 1. Elabore um plano escrito de sua dissertao. 2. Na dissertao, no escreva perodos muito longos nem muitos curtos. 3. Na dissertao, no use expresses como "eu acho", "eu penso" ou "quem sabe", que

    mostram dvidas em seus argumentos. Evite usar verbos genricos, como dar, fazer, ser, ter. 4. Uma redao "brilhante", mas que fuja totalmente ao tema proposto, ser anulada. 5. importante que, em uma dissertao, sejam apresentados e discutidos fatos, dados e

    pontos de vista acerca da questo proposta. 6. A postura mais adequada para se dissertar escrever impessoalmente, ou seja, deve-se

    evitar a utilizao da primeira pessoa do singular. 7. Na narrao, a caracterizao de personagens no pode levar em considerao apenas

    aspectos fsicos. Elas tm de ser pensadas como representaes de pessoas, e por isso sua caracterizao bem mais complexa, devendo levar em conta os aspectos psicolgicos.

    8. O texto dissertativo dirigido a um interlocutor genrico, universal; a carta argumentativa pressupe um interlocutor especfico para quem a argumentao dever estar orientada.

    9. O que se solicita do aluno mais uma reflexo sobre um determinado tema, apresentada sob forma escrita, do que uma simples redao vista como um episdio qualquer.

    10. A letra de forma deve ser evitada. Uma boa grafia e limpeza so fundamentais. 11. Na narrao, h a necessidade de caracterizar e desenvolver os seguintes elementos:

    narrador, personagem, enredo, cenrio e tempo. 12. Evite inserir fatos de sua vida ou de terceiros, ou fazer propaganda de doutrinas religiosas. 13. No exagere no uso de palavras e expresses do tipo: negcio, principalmente, devido a,

    atravs de, a nvel de, face a, frente a, sobre um ponto de vista, tendo em vista, coisa. 14. Evite frases feitas ou clichs. 15. Coloquialismos tambm devem ser esquecidos: s que, da, etc. 16. Cuidado com o emprego ambguo dos pronomes seu, sua, dele. 17. No repita palavras, troque-as por sinnimos. 18. Fique atento a generalizaes: sempre, nunca, todo mundo, ningum. 19. Escreva com simplicidade; o uso de palavras complicadas no prova que voc escreve bem. 20. No se esquea de reler, com ateno, seu texto antes de pass-lo a limpo. RECEITA PARA UMA REDAO NOTA 10 1. Leia o tema da redao. Entenda-o. Faa as outras questes. Enquanto voc resolve as

    demais questes a cabea vai pensando. Vai-se organizando. Quietinha. Na hora de redigir, as idias fluem como num passe de mgica. s por no papel.

    2. Planeje o texto: delimite o tema, defina o objetivo, selecione as idias capazes de sustentar sua tese. Depois, faa um plano como o proposto no esqueminha:

    Tema: o assunto geral do texto. Delimitao do tema: aspecto do tema que vai ser tratado. Objetivo: aonde voc quer chegar com seu texto? Idias do desenvolvimento: argumentos, exemplos, comparaes, confrontos e tudo que ajudar na sustentao do ponto de vista que voc quer defender.

  • 3. Exemplo de plano: Tema: Braslia Delimitao: turismo em Braslia. Objetivo: informar as opes de turismo em Braslia. Idias de desenvolvimento: Braslia monumental (palcios, catedral, torre, superquadras), Braslia ecolgica (parque, cachoeiras), Braslia mstica (Vale do Amanhecer, Cidade da Paz). Com o plano feito, hora de redigir. Mos obra. 4. Para o comeo, escolha uma frase bem atraente. Pode ser uma declarao, uma citao, uma

    pergunta, um verso, a letra de uma msica. Depois desenvolva a sua tese. Cada idia num pargrafo. Por fim, conclua. Com um fecho de ouro.

    5. Seja natural. Imagine que o leitor esteja sua frente ou ao telefone conversando com voc. Fique vontade. Espaceje suas frases com pausas. Sempre que couber, introduza uma pergunta direta. Confira a seu texto um toque humano. Voc est escrevendo para pessoas.

    6. Use frases curtas. Com elas, voc tropea menos nas vrgulas, nos pontos ou nas reticncias. "Uma frase longa", ensinou Vincius de Moraes, "no nada mais que duas curtas."

    7. Ponha as sentenas na forma positiva. Diga o que , nunca o que no . Em vez de escrever "ele no assiste regularmente s aulas", escreva "ele falta com freqncia s aulas".

    8. Prefira palavras curtas e simples. Os vocbulos longos e pomposos criam uma barreira entre leitor e autor. Fuja deles. Seja simples. Entre duas palavras, prefira a mais curta. Entre duas curtas, a mais expressiva. Por ex: casa, residncia ou domiclio? Casa.

    9. Opte pela voz ativa. Ela deixa o texto esperto, vigoroso e conciso. A passiva, ao contrrio, deixa-o desmaiado, flcido, sem graa. Compare: Voz ativa: Os alunos da 4 srie fizeram a redao. Voz passiva: A redao foi feita pelos alunos da 4 srie.

    10. Abuse de substantivos e verbos. Economize adjetivos e advrbios, inimigos do estilo enxuto. 11. Seja conciso. A frase no deve ter palavras desnecessrias. Por que? Pela mesma razo que o

    desenho no deve ter linhas desnecessrias ou a mquina peas desnecessrias. 12. Revise. Sua redao tem comeo meio e fim? Voc defendeu seu ponto de vista? Escreveu

    pargrafos com tpico frasal e desenvolvimento? Respeitou a correo gramatical? (Redobre os cuidados com a crase e a concordncia).

    13. Avalie. As frases soam bem? Sem cacfatos (por cada, por to, uma mo, boca dela)? Sem rimas (rigor do calor). Voc comeou bem? Terminou melhor? Parabns.

    COMO ESCREVER BEM UMA REDAO Os grandes escritores possuem tal convvio e domnio da linguagem escrita como maneira de manifestao que no se preocupam mais em determinar as partes do texto que esto produzindo. A lgica da estruturao do texto vai determinando, simultaneamente, a distribuio das partes do texto, que deve conter comeo, meio e fim. O aluno, todavia, no possui muito domnio das palavras ou oraes; portanto, torna-se fundamental um cuidado especial para compor a redao em partes fundamentais. Alguns professores costumam determinar em seus manuais de redao outra nomenclatura para as trs partes vitais de um texto escrito. Ao invs de comeo, meio e fim, elas recebem os nomes de introduo, desenvolvimento e concluso. A. INTRODUO (incio, comeo)

    Pode-se comear uma redao com uma afirmao, uma declarao, uma descrio, uma pergunta, e de muitas outras maneiras. O que se deve guardar que uma introduo serve para lanar o assunto, chamar a ateno do leitor para o assunto que vamos desenvolver. Uma introduo no deve ser muito longa para no desmotivar o leitor. Se a redao deve ter trinta linhas, aconselha-se a que o aluno use de (4) quatro a (6) seis linhas para a parte introdutria. DEFEITOS A EVITAR

    I. Iniciar uma idia geral, mas que no se relaciona com a segunda parte da redao. II. Iniciar j desviando do assunto (o incio dever ser curto).

  • III. Iniciar com as mesmas palavras do ttulo. IV. Iniciar aproveitando o ttulo, como se este fosse um elemento da primeira frase. V. Iniciar com chaves

    B. DESENVOLVIMENTO (meio, corpo) A parte substancial e decisria de uma redao o seu desenvolvimento. nela que o aluno tem a oportunidade de colocar um contedo razovel, lgico. Se o desenvolvimento da redao sua parte mais importante, dever ocupar o maior nmero de linhas. Numa redao de trinta linhas, dever destinar de catorze (14) a dezoito (18) linhas para o corpo ou desenvolvimento da mesma. DEFEITOS A EVITAR

    I. Pormenores, divagaes, repeties, exemplos excessivos, no sobrando espao para a concluso.

    C. CONCLUSO (fecho, final) Como a introduo, o fim dever ocupar uma pequena parte do texto. Na redao de trinta linhas, a parte da concluso deve ter de (4) quatro a (6) seis linhas. Na concluso, nossas idias propem uma soluo. O ponto de vista do aluno, adquire maior destaque na concluso. Se o aluno no colocar uma concluso na sua redao: o leitor sente-se perdido, estupefato. DEFEITOS A EVITAR

    I. No finalizar ( o principal defeito) II. Avisar que vai concluir, utilizando expresses como "Em resumo" ou "Concluindo"

    NARRAO Narrar : relatar fatos e acontecimentos, reais ou fictcios, vividos por indivduos. A narrativa impe certas normas:

    a) o fato: deve ter seqncia ordenada, que recebe o nome de enredo, trama ou ao; b) a(s) personagem(ns): com caractersticas fsicas e psicolgicas; c) o ambiente: o lugar onde ocorreu o fato; d) o momento: o tempo da ao

    O relato de um episdio implica interferncia dos seguintes elementos: fato - o qu? personagem - quem? ambiente - onde? momento - quando? Em narrativas estaro sempre presentes o fato e a personagem, sem os quais no h narrao. O enredo gira em torno de um fato acontecido. Toda histria tem um cenrio onde se desenvolve. Na trama, teremos, as descries para caracterizar tal cenrio. A narrao envolve descrio. Narrao na 1 Pessoa: ocorre quando o fato contado por um participante, algum que se envolva nos acontecimentos ao mesmo tempo em que conta o caso. Narrao na 3 Pessoa: o narrador conta a ao do ponto de vista de quem v o fato acontecer na sua frente. Entretanto o contador do caso no participa da ao. DESCRIO Descrever :

    I. fazer viver os pormenores, situaes ou pessoas; II. evocar o que se v, sente; III. criar o que no se v, mas se percebe ou imagina IV. no copiar friamente, mas deixar rica, uma imagem V. no enumerar muitos pormenores, mas transmitir sensaes fortes.

  • Na descrio o ser e o ambiente so importantes. Assim, o substantivo e o adjetivo devem ser explorados para traduzirem com nfase uma impresso. Como descrever? a) Usar impresses cromticas (cores) e sensaes trmicas.

    EX: O dia transcorria amarelo, frio, ausente do calor alegre do sol. b) Usar o vigor e relevo de palavras fortes, prprias, exatas, concretas.

    EX: As criaturas humanas transpareciam um cu sereno, uma pureza de cristal. c) As sensaes de movimento e cor embelezam o poder da natureza e a figura do homem.

    EX: Era um verde transparente que deslumbrava e enlouquecia qualquer um. d) A frase curta e penetrante d um sentido de rapidez do texto.

    EX: Vida simples. Roupa simples. Tudo simples. O pessoal, muito crente. A descrio de um objeto ser nica e nunca ser totalmente verdadeira. Motivos: 1 o ngulo de percepo do objeto varia de observador para observador; 2 a anlise do objeto levar seleo de aspectos mais importantes, a critrio do observador; 3 o resultado do trabalho corresponder a uma soluo possvel. A descrio pode ser apresentada sob duas formas: Descrio objetiva: quando o objeto, o ser, a cena, a passagem so apresentadas como realmente so, concretamente. EX: "Sua altura 1,85m. Seu peso, 70Kg. Aparncia atltica, ombros largos, pele bronzeada. Descrio subjetiva: quando h maior participao da emoo, ou seja, quando o objeto, o ser, a cena, a paisagem so transfigurados pela emoo de quem escreve. EX: "No s as condecoraes gritavam-lhe no peito como uma couraa de grilos. Ateneu! Ateneu! Aristarco todo era um anncio; os gestos, calmos, soberanos, calmos, eram de um rei..." ("O Ateneu", Raul Pompia). DISSERTAO Dissertar :

    I. Expor um assunto, esclarecendo as verdades que o envolvem, discutindo a problemtica que nele reside;

    II. Defender princpios, tomando decises; III. Analisar objetivamente um assunto atravs da seqncia lgica de idias; IV. Apresentar opinies sobre um determinado assunto; V. Apresentar opinies positivas e negativas, provando suas opinies, citando fatos, razes,

    justificativas. Sendo a dissertao uma srie organizada de idias, opinies ou juzos, ela sempre ser uma tomada de posio frente a um determinado assunto. Procurando convencer o leitor de alguma coisa, explicar o nosso ponto de vista ou apenas interpretar uma idia. Podemos contar uma estria (narrao) ou apontar caractersticas de um ambiente (descrio) sem nos envolvermos diretamente. A dissertao ao contrrio, revela quem somos, o que sentimos, o que pensamos. Temos liberdade total de expor nossas opinies numa dissertao e o examinador sabe respeita-las. Tudo o que expusermos, todavia, principalmente no campo poltico e religioso, deve ser acompanhado de argumentaes e provas fundamentais. Para fazer uma boa dissertao, exige-se: a) Conhecimentos do assunto (adquirido atravs da leitura, observao de fatos, do dilogo, etc.); b) Reflexes sobre o tema, procurando descobrir boas idias e concluses acertadas (antes de escrever necessrio pensar); c) Planejamento da redao; d) Registrar idias fundamentais numa seqncia (ESQUEMA); e) Acrescentar o que faltar, ou suprimir o que for desnecessrio (RASCUNHO); f) Desenvolvimento do plano com clareza e correo, mantendo sempre fidelidade ao tema.