diÁrio illustradopurl.pt/14328/1/j-1244-g_1874-02-28/j-1244-g_1874-02-28...junto á torre, para o...
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Terceiro Anna
AMIIiNATCEA
1 mez 300 réis 3 mezes.. .. 900 •
Avulso 10 »
Annuncios, linhi 20 réis
Publicações no corpo do _
jornal, por linha 60 réis SABBADO 28 UE FEVEREIRO UE 1874
.%MMI6%ATIBA \A l'ReVI\(lt
1 mez 500 réis 3 mezes !£400 réis A correspondência sobre administração a LO
RENA QUEIROZ, calçada do Combro, 10, !.#.
Numero 544
EXPEDIENTE
Pedimos aos srs. assi-
gnantes das províncias se
sirvam renovar as suas
assinaturas até ao ulti-
mo dia do corrente mez,
afim de não sofFrerem in-
terrupção no recebimento
da folha.
Torre de Bclem
A torre de S. Vicente, vulgarmente cha-
mada de Belem, foi projectada por el-rei
D. João II para cruzar o fogo com a tor-
re de S. Sebastião de Caparica, vulgar-
mente chamada Torre Velha; e do plano
fora incumbido Garcia de Kezende, seu
moço de escrevaninha.
Foi porém a el-rei D. Manuel que cou-
be o executar aquelle projecto.
A torre foi construída no anno de 1500,
sob a direcção do arcliitecto Boytacu ou
Boytagua. proximo ao sitio em que o in-
fante D. Henrique havia fundado a ermi-
da de Nossa Senhora do Restello, trans-
formada depois em Convento dos Jeronv-
mos, como voto de gratidão pelo descobri-
mento da índia.
Damião d r Goes, na sua chronica d'el-
rei D. Manuel diz a este respeito o se-
guinte: «fez de novo a torre e fortaleza de
S. Vicente da par do mosteiro de Bethlem
todo de pedra canto, em que mandou
poer muita artelharia e gente de guarni-
ção com que se o porto vigia, e guarda.»
A torre, construída a principio dentro
de agua, está hoje quasi toda em sen-o.
Ainda que não seja grande a sua fabri-
ca, é comtudo construcção notável.
E' talvez o único modelo que da ar-
chitectura militar mourisca existe em Por-
tugal.
Havia ali em tempos antigos continua
véla de dia e noite, de modo que embar-
cação alguma podia entrar sem ser vista
e obedecer ás salvas que pela artilhena
da torre, lhe eram feitas.
D'el-rei D. Sebastião se conta que. para
saber se a véla se fazia como devia ser, se
mettera n'uma catraia uma noite muito
escura e tempestuosa, e tentara passar
sem ser presentido: porem ia-lhe custan-
do cara a tentativa, porque das baterias
lhe fizeram fogo repetido.
Desde o tempo dos Filippes tem a torre
servido de prisão do estado para altos
personagens.
O seu governo era dado aos generaes
mais distinctos do reino, porque era mui-
to rendoso. Todos os navios que entravam
ou saiam do Tejo pagavam ao governador
emolumentos pelo passe.
O governador hoje é o sr. general Sal-
danha.
Junto á torre, para o poente está o forte
chamado da Areia, por ser construído no
areial que termina a pequena enseada de
Pedroiços.
Este forte está actualmente em recon-
struecão, e deve ficar em condições de po-
der defender satisfatoriamente o porto de
Lisboa.
Falleceu ante-hontem o sr. coronel re-
formado, Joaquim Antonio Marques, que
em tempo fora com mandante da torre de
S. Lourenço da Barra e servira de quar-
tel-mestre na secretaria da guerra, onde
ainda actualmente se achava em commis-
são.
Sepultou-se hontem ás o horas e meia
da tarde no cemiterio occidental, prestan-
do* lhe as honras fúnebres o batalhão de
cacadores n.# 2.
Era commendador de Aviz, tinha a cruz
das campanhas da guerra peninsular, a
medalha n.* 5 das campanhas da liberda-
de, as de comportamento exemplar, bons
serviços e valor militar, e as hespanhola?.
de Albuera, Pamplona e Victoria.
O funeral foi muito concorrido por oíli-
ciaes do exercito, empregados no ministé-
rio da guerra, e outros indivíduos amigos
do finado.
Pegaram ás borlas do caixão os srs.
generaes Caula, Maldonado e Rego, e co-
ronéis Pinto Carneiro, Craveiro Lopes e
AfTonso de Campos.
O tribunal de appcllação confirmou em
Paris a severa sentença pronunciada con-
tra o príncipe de Romania Soutzo.que em
um recente desafio em Fontainebleau ma-
tou por ligeiros zelos talvez mal cabidos a
seu compatriota inoldavo o príncipe Ghyea.
Tanto o duellista como os padrinhos de
ambos soíTrerão três e quatro annos de
prisão
Em França, onde o duello é uma coisa
de lodos os dias, esta sentença tem cau-
sado bastante sensação.
A verídica noticia que vamos referir,
que revela a simplicidade provinciana,
ueu-se entre Baptista, criado de servir,
ultimamente chegado a Lisboa, e o sr.
Procopio seu patrão:
-^Ouve, Baptista. Devo expliear-te que
se não diz a senhora o jantar está servi-
do mas siin a senhora está servida.
O criado mostrou que tinha comprehen-
dido aquellas ordens e prometteu cum-
pril-as religiosamente.
Um diad'estes, naoccasião em que ser-
via á meza, perguntaram-lhe baixinho se
*s perdizes .estavam promptas, ao que elle
respondeu com voz deSt-ntor e um sorriso
de triumpho:
—A senhora condessa está na ca< a-
rola!
-No dia 27 houve
em Elvas exercício
do regimento de
artilherian.°2,que
fez varias mano-
bras de infanteria. —
se vão exhibir esta noite. A parte cómica
denomina-se O clown eclipsado, e é de-
sempenhada por Whitoyne, Secchi e Alfa-
no, concluindo com a parodia da Norma.
E' caso para morrer a rir!
Ha esta noite sessão da assembléa ge-
ral dos accionistas da Caixa do Credito
Industrial.
Elegem-se a meza da assembléa geral
e a commissão de revisão de contas.
Vae por diante a creação de um ban-
co era Coimbra, estando já á testa dos
trabalhos preparatórios o pr. dr. José Fer-
reira do Macedo Pinto. O capital é de 100
contos, divididos em 2:000 acções de réis
505000.
Ficaram subscriptas 1:200 acçòes na
reunião que os installadores celebraram
para abrir a subscripçâo.
Está nomeado o pessoal do banco.
Fez quarta feira exame de pharmacia na
escola medicocirurgieadoPortoo«r. Ma-
nuel de Oliveira Netto, do Tramagal, e
foi approvado plenamente.
O violoneellista o sr. Casella projecta
realisar um concerto mimical no theairo
de S. Juão do Porto.
A Democracia, de hontem, reportando-
São substitutos os srs. Francisco Ber-
nardino Pereira de Guimarães. Antonio
Albino de Andrade e José dos Santos Lei-
tão.
O serviço d'esta direcção deve durar
por cinco annos.
No districto do Porto, no anno findo
existiam 61 machinas de vapor.
D estas 21 foram feitas em Portugal.
Foi encontrado hontem caído, por em-
briaguez, na travessa de S. Paulo, André
da Silva, que costuma ficar a bordo da
corveta Goa.
Tinha um gravíssimo ferimento na tes-
ta. Foi levado em maca para o hospital
de marinha.
—
s
Verifica-se nos
dias o e 6 de mar-
o o exame svno-
al no concurso
por provas publi-
cas para o provi-
mento da egreja de
Yalladares, conce-
lho de S. Pedro do
Sul, diocese de Vi-
zeu.
Foram approva-
dos os orçamentos
geraes de 1873 a
1874 das camaras
municinaes de Ser-
ia e Montemor-o-
ovo.
i —. * —
as?1 v :'-.v
£
O sr. Jos<- Ri-
beiro Alves fui exo-
nerado do logar de
administrador do
concelho de Celo-
rico da Beira.
Não recebemos
hontem correspon-
dência de além
dos Pyreneus.
Reúne hoje pelas 8 horas da noite, a
assembléa geral da Associação Fraternal
Lisbonense, sendo a ordem dos trabalhos:
1° Leitura do relatorio e contas do anno
lindo; 2.° eleições da meza e commissão
revisora de contas; 3.® leitura d'uma pro-
posta e regulamento para a construcção
d'uin jazigo, que a direcção propõe para
os socios.
A aula regia do sexo feminino ein Vil-
la Nova de Portimão começou a funecio-
nar no dia 10, seudo muito frequentada.
Projecta-se crear
em Coimbra um
entro banco, que
seja exclusivamen-
te commercial, ou
dirigido por pes-
soas empregadas
no commercio.
«iii 3
TORRE DE BELEM
O espectáculo de hoje na Trindade com-
j)òe-se da Cruz de Oiro, e do Xo acto do
Segredo de uma dama. Ouviremos nova-
mente a linda musica de Augusto Macha-
do, e as Malayucnas de Queiroz, no maru-
jo que commanda o corpo de marinheiros
no Segredo d uma dama.
E' apreciavel.
Succedem-se os a tropellamentos, e em-
quanto a policia não for rigorosa para
terminar por utna vez com as correrias
desenfreadas, que a miúdo se fazem nas
ruas da cidade, teremos que noticiar maior
numero d'elles.
O menor Nicolau Mendes foi hontem
atropellado no larço do Loreto pelo trem,
que era guiado pelo cocheiro Antonio Mi-
guel do Nascimento, resultando-lhe um
leve ferimento na cabeça e a fractura
de um dedo da mão esquerda. Foi curar-
se ao hospital de S. Jose.
Hontem ás 8 horas da noite foi encon-
trada aberta a porta de uma casa da rua
de S. Mamede, onde existe um deposito
de esparto e linho pertencente ao sr. Cae-
tano Isidoro da Silva.
Pozeram-lhe uma sentinella á porta até
comparecer o dono da casa, que declarou
.er fechado a porta em falso e nada lhe
faltar.
O circo Price apresenta hoje uma novi-
dade extraordinaria. São uns arriscadíssi-
mos exercícios acrobaticos aereos, exe-
cutados por Secchi, Alfano, e menino Bob-
by.
Intilulam-se .45 estreitas volantes ou o
arrojo humano. O titulo já nos dá uma
idéa approximada das maravilhas que ali
se a uma noticia que dêmos acerca do
falleeimento do sr. capitão de engenhei-
ros Francisco Montez «le Chainpalimaud,
na ilha da Madeira, parece duvidar d'ella,
pelo facto de o seu correspondente não fat-
iar n'aquelle triste passamento.
Podemos infelizmente assegurar á De-
mocracia que a noticia é verdadeira, e
acrescentaremos que o estimado e digno
moço, cuja perda se deplora, succumbiu
no dia 10 do corrente no sitio dos llheos-
S. Pedro, viclima de uma tysica pul-
monar, não podendo a medicina nem o
clima salvar tão preciosa vida. O seu cor-
po foi enterrado no cemiterio conhecido
pelo nome de Angustias.
A Inglaterra importou no mez de ja-
neiro 1.073:106 galões de vinhos de Hes-
panha: mais .'102:714 do que em egual pe-
ríodo do anno passado.
E consumiu 674:261; menos 10:364 do
que em janeiro de 1873.
O vapor Julio Diniz da empreza Pro-
gresso Marítimo, do Porto, custou réis
130:6175620.
A assembléa geral da companhia Au-
rificia, do Porto, decidiu que as acções
da 2.* serie que existem em ser fossem
emittidas com o premio de 5^000 réis em
cada uma, tendo preferencia os actuaes
accionistas, e sendo o lucro d'ahi prove-
niente levado á conta do fundo de reser-
va.
Falleceu, cm La-
gares, o sr. José
Antonio Diniz da
Gama Regalão.
Consta-nos que
eni congregação
académica foi re-
conhecido grassar
em Coimbra uma
epidemia de febres
typhoidcs.
O sr. João Yel-
loso Pessanha Ca-
bral foi exonerado
de administrador
do concelho de
Loulé, sendo no-
meado para este
logar o sr. João
Baptista de Sousa
Fa isca
Tem tido exer-
cícios geraes todas
as semanas, em
Elvas, o regimento
de caçadores 8.
Para a direcção do banco do Douro,
com a sua séde na cidade do Lamego, fo-
ram eleitos os srs. viscondes de Alpendu-
rada e de Guedes Teixeira, e Miguel.Mo-
reira da Fonseca.
Communicant do concelho de Sever do
Vouga ao Dictricto de Aveiro que uma
desgraça lamentavel acaba de se dar nas
minas da Malhada, freguezia de Silva Es-
cura. Pelas 10 horas da manhã do dia 12
do corrente, andando a trabalhar um ho-
mem no arreadouro do po,;o mestre das
ditas minas, começou a deitar azeite no
carrão. Indo, porém, para rnetter este na
Saio la, enganou-se, e encaixando-o do la-
o em que o poço estava aberto, porque
lhe faltava a porta, foi tão desventurado
que caiu da altura de cincoenta e cinco
braças, ou 60m,5 de profundidade.
Calcule-se o estado em que ficaria
aquelle infeliz, pois quando se deu com o
cadaver viain-se-lhe os ossos todos parti-
dos.
No dia 22 teve logar em Villa Nova de
Portimão a procissão da venerável ordem
terceira de S. Francisco, levando 16 ando-
res e 19 anjinhos, primorosamente vesti-
dos e adornados. A concorrência do povo
circumvisinho foi immensa.
A procissão em algumas ruas dificil-
mente transitava por causa da multidão.
Em parte foi isto devido á falta de policia
que sempre tem havido n'aquella villa.
Parece que a Mamã Benoit on se resol-
ve finalmente a apparecer na scena do
Gymnasio. Vamos pois vél-a e applau-
dil-a.
No domingo e na quinta-feira realisam-
se as duas ultimas recitas da Família Be-
noiton, talvez a primeira comedia de Vi-
ctorien Sardon.
Não se pôde nem se deve faltar á des-
pedida da graciosa peça.
cos.
HIGH-LIFE
-Faz annos hoje o sr. conde dos Ar-
—Casou em Coimbra o sr. Adriano de
Jesus Lopes, coin a ex.M sr.* D. Maria da
Conceição Barbedo Vieira.
Desejamos aos sympathicos noivos to-
das as felicidades de que são dignos.
—Chegou a Lisboa o sr. Miguel Osorio
CabraJ, digno par do reino.
—Regressou a Évora o sr. Joaquim Ma-
nuel de Mattos Peres.
—O sr. João de Mello Mexia de Almei-
da Cardoso do Valle, de Arravolos. foi
fazer uma digressão ás propriedades
que possue nos concelhos de Elvas, Cam-
po Maior e Arronches. A com pan ha-o o
sr. Joaquim Franco, lavrador da mesma
villa.
—Esteve em Évora o sr. dr. Joaquim
Gaspar Pinheiro de Almeida da Camara
Manuel, administrador do concelho de
Arravolos.
-—Faz hoje annos o sr. commendador
João Antonio Vianna.
—Acha-se em Lisboa com sua famí-
lia o sr. José Ignacifi do Prado Pereira,
proprietário nas Caldas da Rainha.
Este cavalheiro, quê tem negocios im-
portantes na capital, acaba de comprar
um palacio e quinta ás Larangeiras, na
estrada de Carnide, onde fixou a sua re-
sidência.
—Faz hoje annos a ex.— sr.- baroneza
da Rega leira.
—Foi agraciada com o titulo de condes-
sa de Campanha a ex."' sr.* D. Marianna
Emilia de Macedo de Passos Almeida Pi-
mentel.
Enterrou-se hontem pelas 5 horas e
meia da tarde, no cemiterio occidental, o
cadaver do infeliz artista Luiz Antonio
Fernandes, que foi ferido com uma faca-
da terça-feira na travessa de S. Domin-
gos.
Assistiram ao funeral muitos artistas
amigos do finado.
Com o titulo Pintura e poesia: Miguel
Angelo Lupi e visconde de Castilho estão
sendo publicados na Just tea, diário por-
tuense, alguns folhetins, que se referem
a estes dois notáveis vultos.
Sao de Campoamor, distincto poeta hes-
panliol, os formosos versos que se vão
lér:
Las dos simpatias
Te vi una sola vez, solo un momento:
Mas lo que hace la brisa con las palmas,
Lo hace en nosotros dos el pensamiento..
^ asi son,aunqueausentes, nuestras almas*
Dos palmeras casadas por el viento.
A importação dos vinhos de França em
Inglaterra no mez de janeiro ultimo, foi
de 351:002 galões; menos 44:626 do que
em egual período do anno passado.
E o consumo foi de 388:535; menos
25:465 do que em janeiro do anno findo.
Amanhã verifiea-se em Montemór-o-
Novo um grande concerto de canto, da-
do pelo distincto barytono italiano o sr.
Alfredo de Rossi.
E de esperar que os habitantes daquel-
la hospitaleira povoação concorram ao
concerto, afim de ouvirem e admirarem
tão distincto cantor.
A assembléa de Versailles não se mos-
tra favoravel á petição de 6V:OOOáOOO réis
que lhe fez o governo francez para po-
der abonar alguma coisa aos refugiados
de Cartagena em Argel.
A opinião era que parte d'elles fossem
entregues a Hespanha, porque hospedes
d'esta natureza não convinham ali.
Falleceu hontem e sepulta-se hoje de
tarde no cemiterio oriental o sr. coronel
do corpo d estado maior Carlos Brandão
de Castro Ferreri.
Presta-lhe as honras fúnebres o regi-
mento de infanteria 5.
O fallecido era condecorado com a or-
dem de Carlos III de Hespanha, com as
commendos de Aviz e da Conceição, com
a medalha n.° 9 das campanhas da liber-
dade, e com as de valor militar, bons ser-
viços e comportamento exemplar.
Foi recebida sem degrado em Vil-
la Nova de Portimão a noticia da demis-
são do administrador d'aquelle conce-
lho, Sezinando Celestino Pimentel.
Na occasiào da posse do novo adminis-
trador subiram ao ar muitos foguetes em
vários pontos.
A
DIÁRIO ILLUSTRADO
BOLETIM DO DIA
Na camara electiva nada houve de no-
tável.
Continuou a discussão sobre o artigo
primeiro do accordo com o banco del or-
tugal. . ...
Votado o artigo primeiro, principiou a
discutir-se o artigo segundo, que nao che-
gou a votar-se.
Se a discussão continuar demorada e
vagarosa como tem corrido n estes dias ultímos, teremos accordo até as calendas
gregas-
Nao podemos dar nunca a esta questão
a importancia que lhe teem dado alguns
parlamentares. . _
Pela fórma por que a eommissão, e com
esta o governo, encarou a questão, pare-
ce-nos uma coisa provisoria, e sem maus
resultados práticos; salvo se não é verda-
deiro o empenho dos representantes das
casas bancarias e dos governos d estepaiz
em resolver d'uma fórma definitiva a cir-
culação liduciaria.
Se este governo entendeu nao dever dar
uma outra solução a uma questão que so
depois de 1876 pôde definitivamente resol-
ver-se, esperemos essa época em que ca-
duca o privilegio para o banco, e os que
pensam tie modo diverso procurem dar
soluçãoá questão,mas não estejam agas-
tar n'este debate o tempo que é necessá-
rio para outros assumptos alTectos ao par-
lamento.
A ordem do dia para hoje é a conti-
nuação da que estava dada.
Compareceram hontem na camara 75
srs. deputados.
Já compareceu hontem á sessão o sr.
Paes Villas Roas.
Representaram ás cortes:
1.°—a camara municipal do concelho
de Loulé, pedindo—a approvação do pro-
jecto de lei do sr. Barros e Cunha acerca
da construcção do caminho de ferro en-
tre Casevel e Boliqueime. ±o—a companhia real dos caminhos
de ferro portuguezes—contra o projecto
de lei do sr. Marianno de Carvalho rela-
tivamente à importação das farinhas.
Requereram ao parlamento:
1.°—os recebedores das comarcas de
Elvas, Fronteira, Niza e Portalegre—a
concessão de certas vantagens.
2.°—os parochos dos concelhos de Ana-
dia, Évora, Lagoa, Sabrosa, Sever de Von-
ga e do districto de Vianna do Castello—
a approvação do projecto de lei do sr.
Pires de Lima, que isenta de deducções
as côngruas parochiaes.
:}.°—os donos das casas de empréstimos
sobre penhores, estabelecidas em Lisboa
—a transferencia da 3.» para a 4." classe
na tabella da contribuição industrial.
i.°—os empregados da direcção das
obras publicas do distincto do Funchal—
auginento de vencimentos.
CORTES
CAMARA DOS SRS. DEPUTADOS
Renniu-se hontem a camara á uma ho-
ra da tarde sob a presidencia do sr. Sa
Vargas, estando presentes 37 senhores
deputados.
F«i pelo governo apresentada uma pro-
posta de lei, approvando, para ser ratifi-
cado, o tratado de commercio entre Por-
tugal e a Bélgica, celebrado e assignado
pelos respectivos plenipotenciários em 23
do corrente mez.
Pelo sr. Carlos Bento foi apresentada
uma proposta, para se arbitrar um sub-
sidio diário aos deputados não residentes
na capital por todo o tempo que as ses-
sões legislativas durasem alem do periodo
de tres inezes—E o sr. presidente obser-
vou ao sr. deputado que, estando-se na
ultima sessão da legislatura, havia do se
tratar de fixar, por lei, o subsidio que de-
via ser dado aos srs. deputados na nova
legislatura.
O sr. Pedro Jacome chamou a attençao
do governo para a questão da navegação
a vapor entre Lisboa e os Açores, e entre
as diversas ilhas d'aquelle archipelago—
Respondeu o sr. ministro da marinha que
o assumpto lhe merecia toda a atten-
ção.
Pelo sr. Pereira de Miranda foi chama-
da a attenção do governo para a questão
da navegação a vapor entre Lisboa e a
ilha da Madeira.—O sr. ministro da mari-
nha altribuiu a falta de licitantes, nos
tres concursos abertos para essa navega-
ção, á deficiencia do subsidio ea ditlicul-
dades do serviço das quarentenas, cujo
regulamento ia'ser modificado por uma
proposta de l»»i affecta á camara, devendo-
se esperar conseguir alguma coisa lo-
go que essa proposta se houver conver-
tido em lei—O sr Ornellas, folgando com
que o governo não descurasse este nego-
cio, mostrou desejos de que a eommissão
enviada á ilha da Madeira para examinar
o novo lazareto, que estava muito proxi-
mo da cidade do Funchal e que por isso
era motivo de apprehensòes para os sens
habitantes, podesse esclarecei-os e dar-
lhes coragem para o acceitarem—E o
sr. Pereira de Miranda foi de opinião que
a approvação da proposta de lei a que o
sr. ministro se referira em nada influiria
para que houvesse emprezas que se pro-
pozessem a fazer a navegação; e que esta
só se conseguiria, augmentando-se o sub-
sidio.
O sr. Marianno de Carvalho chamou a
attenção do governo para a falta de poli-
cia edeseguraeça em Almeirim, o que
provinha certamente de o administrador
do concelho não residir na sede delle,
mas a 7 ou 8 kilometros de distancia.—E
o sr. ministro do reino prometteu infor-
mar-se e providenciar convenientemente.
Continuou a discussão do projecto de
lei n.° 14, na especialidade.
Foi approvado o artigo 1.° por 40 vo-
tos contra 19, e ficou prejudicada a sub-
stituição do sr. Pereira de Miranda.
Entrando em discussão o artigo Io, fal-
haram sobre elle os srs. Adriano Macha-
do, Barros e Sá (relator), e Barros e Cu-
nha, que apresentou uma substituição a
este artigo e seguintes, e reservou ainda
a palavra para hoje.
A substituição do artigo é proposta pelo
sr. deputado nos seguintes termos*
• Art. 2.° Logo que o praso actual da du-
ração do Banco de Portugal seja legalmente
prorogado peles seus accionistas, se ainda
não estiver definitivamente resolvida por
lei a avaliação liduciaria, ser-lhe-ha pro-
visoriamente concedido até ao fim Ao an-
no de 1878 o privilegio exclusivo da emis-
são de notas de oiro do valor de 20£000
réis, pagaveis á vista e ao portador, no
districto administrativo de Lisboa.
*§ único. A faculdade da emissão de
notas, concedida aos demais estabeleci-
mentos de credito, não poderá ser-lhes
retirada emquanto durar o privilegio do
Banco de Portugal.»
E levantou-se a sessão ás 4 horas e
meia da tarde.
A meza da camara electiva requisitou
do governo:
1.° — a pedido do sr. Marianno do Car-
valho — copia de qualquer representação,
que por ventura exista no ministério das
obras publicas, do credores da companhia
dos caminhos de ferro do norte e lesie,
ou da mesma companhia, pedindo modi-
ficações na legislação existente cm rela-
ção ás companhias de caminhos de ferro.
2.° — a pedido do sr. Falcão da Fonse-
ca — uma relação de todos os terrenos do
lado do norte e poente de Villa Nova da
Cerveira, que já andaram em hasta pu-
blica e teem de voltar á praça com o
abatimento da quinta parte; e mais escla-
recimentos a este respeito.
O ministério do reino enviou á camara
nm requerimento do sr. deputado Marian-
no de Carvalho, para ser resolvida uma
questão de deducção que o sr. deputado
pede que se lhe faça, por haver recebido
por inteiro, no fim da sessão legislativa
de 1870, o subsidio de deputado e o orde-
nado de lente da escola polytechnica.
E egnalmente mandou acamara os es-
clarecimentos relativos á pretenção do
conselheiro de estado, José Silvestre Ri-
beiro, sobre o abono de vencimentos a
que se julga .com direito como vogal do
supremo tribunal administrativo.
O ministério das obras publicas infor-
mou a camara que não existe ali nenhum
projecto que a camara municipal tivesse
mandado elaborar para abertura d'uma
nova avenida entre o norte do passeia
publico do Rocio e a estrada da circum-
valação, e só existe o projecto da aveni-
da central de Lisboa, feito pela respectiva
direcção das obras «publicas em 25 de ju-
lho de 1870.
Estão prestes a subir á seena no thea-
tro lyrico, do Porto, as operas A Reneya-
da e o Roberto do Diabo.
Foi julgado e condemnado, no tribunal
da comarca de Estarreja a trabalhos pú-
blicos forçados, para uma das nossas pos-
sessões ultramarinas, o faccinora que em
Angeja assassinou barbaramente um seu
parente, com uma foiçada, no intento de
empolgar alguns haveres que o pobre
homem possuia.
Vae entrar em ensaios no theatro de
D. Maria 11 o drama Homens e feras, novo
original de Cesar Lacerda. E para bene-
ficio da estimada actriz Carolina Falco.
A camara municipal de Villa Noya de
Portimão, em sessão ordinaria do dia 11,
nomeou uma eommissão para tratar dos
festejos para a inauguração dos traba-
lhos da Ponte, composta dos srs.: Do-
mingos Leonardo Vieira Senior, dr. Ma-
nuel de Almeida Coelho de Bivar, Luiz
Filippe Pargana Teixeira e Castro, viscon-
de de Bivar, dr. José Alexandrino d'Avel-
lar, José Libanio Fomes, João José Biker
de Andrade, Patricio Antonio Biker de
Gusmão, Joaquim de Almeida Negrão,
Manuel José Sarrea e Garfias e Jeronymo
A. Coelho de Bivar.
Esta eommissão, a convite da camara,
reuniu nos paços do concelho na noite
de 21, sob a presidencia do sr. visconde
de Bivar, e deliberou nomear d'entre si
outra eommissão, composta dos srs. dr.
Manuel de Almeida Coelho de Bivar, José
Libanio Gomes e João José Biker de An-
drade; e por parte da camara, os srs. Fre-
derico da Paz Mendes e Eliziário A. Lind-
say, para tratarem do programma, que,
segundo consta, está concluído e será
apresentado em sessão, para ser discu-
tido.
Projectam-se para tão solemne oecasiao
grandes festas, das quaes nos promette
dar conta o nosso estimável correspon-
dente.
Sem conhecimento dos redactores d'es-
te jornal appareceu hontem uma noticia,
que se refere ao paralvtico, vendedor de
jornaes, em que este homem é tratado de
um modo que repugna ás nossas con-
sciências. Acontecem ás vezes nojorrialis*
mo d'estes casos inevitáveis. Dar satisfa-
ção d'elles ao publico é um dever qué nós
gostosamente cumprimos, não acceitando
o tom, estylo e considerações que acom-
panham a referida noticia.
Pedimos a todas as pessoas caritativas
que se condoam da desgraça do paralv-
tico, eoncorrendo para a subscripção que
se acha aberta na administração da nossa
folha, a favor d'aquelle infeliz.
A guarda de honra para o palacio das
cortes é hoje feita por uma força de in-
fanteria n.° 5.
Está em Elvas uma giganta Andaluza.
É provável que seja a mesma que tein es-
tado varias vezes em Lisboa, e que qlian-
do nos apparece còrtta sempre 18 atmos
de edade!
A companhia real dos caminhos de fer-
ro portuguezes, em representação que di-
rigiu ao parlamento a proposito do pro-
jecto de lei apresentado na sessão de 1G
de janeiro pelo sr. Marianno de Carvalho,
relativamente á importação de farinhas,
trata de provar:
1.° Que a importação de farinha estran-
geira não prejudica *a industria de moa-
gem nacional.
2.° Que este recurso á industria estran-
geira é forçado e exigido pela insufllcien-
cia do producto nacional.
3.° Que a importação pelos portos sec-
eos tem de ser protegida, porque as con-
dições dos portos molhados offerecein difíi-
culdades que só grandes esforços téem
podido modificar. ;•
4.° Que as farinhas que, para buscarem
os mercados portuguezes por via de ter-
ra, soíTrem a competeneia das que, em
condições mais vantajosas, buscam os por-
tos marítimos, ainda téem contra si asai-
da para exportação pelos portos do Me-
diterrâneo, onde os preços da venda são
como na actualidade (Sevilha, Barcelona,
etc.) mais elevados do que os de Por-
tugal.
5.° Que as farinhas vindas pelos cami-
nhos de ferro pagam ao governo o im-
posto de transito de 5 por cento sobre os
transportes, imposto muito superior ao
que o estado percebe dos navios entrados
pelas nossas barras.
E conclue d'aqui que a protecção dada
aos portos seccos não seria sufficiente pa-
ra attrahir aos mercados nacionaes as fa-
rinhas Jiespanholas, se para isso não con-
corressem os esforços decididos dos ca-
minhos de ferro, sacrificando quanto pos-
sível os seus interesses com modificações
consideráveis das tarifas legaes para dei-
xarem uma pequena margem como in-
centivo aos negociantes d'este genero, com
o fim de o poderem aqui trazer.
Hontem de madrugada houve dois prin-
cípios de incêndio. O primeiro foi na loja
de funileiro, sita na rua do Regedor, a S.
Christovào. lnflamara-se uma porção de
petroline. O fogo foi proniptamente cx-
tincto, comparecendo algumas bombas.
O segundo foi no 3.° andar do prédio n.°
9, da travessa Nova de S. Domingos, na
chaminé. Houve toques de apito e com-
pareceu a bomba 0, que ganhou o pre-
mio.
Foi agraciado com o habito de cavai-
leiro da Conceição o sr. Antonio Barata
Freire de Lima, secretario da adminis-
tração do concelho de Celorico da Beira.
Foi provido na egreja de SantaEulalia
do bispado de Lamego o presbytero José
Gomes de Figueiredo, abbade de Manhou-
ce.
Foi provido na «greja de Gonçalo, dio-
cese da Guarda, o presbytero José Luiz
Rabasco de Gouvea.
O Diário Popular recebeu o seguinte
telegram ma:
LAGOS, ás 8 h. e 2 m. da noite.—7 lio-.
ras e meia.—Grande incêndio em Porti-
mão que ameaça devorar a alfandega.
Agitação indescriptivel.
7 e 43 minutos.—Esforços baldados.
Alfandega e prédios contíguos reduzidos
a cinzas. Perda total.
Não podemos deixar de nos congratu-
lar com a nomeação que o governo
italiano fez do sr. Rodrigo de Sousa Mon-
teiro para o logar de cônsul de Italia em
Lisboa. O sr. Monteiro exercia já ha bas-
tante tempo o logar de vice-consul; e n'es-
ta qualidade teve oceasião de mostrar a
sua elevada intelligencia e o seu reconhe-
cido zelo pelas suas funeções naquelle
cargo.
Publicou-se o n.° 18 da Arte Musi-
cal.
Traz o retrato do distincto musico ja
falleeido, João Antonio Ribas, que foi re-
Sente da orchestra do theatro de S. João,
o Porto.
Seus filhos os srs. Nicolau e Hyppolito
Ribas fazem parte d'aquella orchestra.
Com o titulo o Cura Santa Cruz sobe
ámanhã á scena no theatro do Prmcipe
Real um episodio militar, traducção do
hespanhol.
Segundo ouvimos, esta peça é cheia de
peripecias dramaticas.
Com esta peça repete-se a famosa Re-
vista de 1873 em que tantos applausos
teem conquistado a actriz Maria Joanna e
o actor Pereira.
A soirée que houve, no dia 14 do cor-
rente, no Grémio Familiar em Villa No-
va de Portimão, esteve deslumbrante.
O salão do baile estava repleto de da-
mas, ,que ostentavam elegantes e primo-
rosas^'toilettes.
Dançou-se coin animação das 9 ate
as 5 horas é meia da madrugada.
O serviço foi profuso e variado.
^enlíoTÓu a todos a affabilidade dos ca-
valheiros de que se compõe a nova direc-
ção.
A philarmonica Artística apresentou
um novo repertorio, que agradou muito.
No dia 17 houve òfrtra reunião, mais
concorrida de senhora*. As salas acha-
vam-se primorosamente adornadas, como
sempre acontece n'aqnclla casa.
Os bailos de mascaras, em Villa Nora
de Poríimão, dados pelo rei dos tambores
nos dias K>, 16, e 17 estiveram muito
concorridos, sobresafndo o do dia 16.
Concorreram cerca de 500 pesSoas, no
numero das quaes estavam mais de 200
mascaras, sendo alguns vestidos com ele-
gancia e exquisitice.
Foi bem recebida n'aquella villa esta
in novação.
Para a Pasehoa prepara se outro tanto,
havendo um excellente premio para o
melhor mascara que se apresentar.
Foi de 195:353 galões a importação dos
vinhos de Portugal na Inglaterra, duran-
te o mez de janeiro lindo; menos 116:730
galões do que em egual periodo do anno
passado.
Elo consumo foi de 313:232; mais 29:460
do que em janeiro do anno de 1873.
Entra hoje de ronda superior á guar-
nição da capital o sr. tenente coronel de
infanteria 16; c forneceu» ronda de visita
o referido corpo e infanteria n.° o.
A Democracia confirma em telegrama,
recebido hontem ás 2 horas e meia da
madrugada, que um violento incêndio re-
duziu a cinzas, em Villa Nova de Porti-
mão, a alfandega e prédios contíguos.
Acrescenta que é indescriptivei a agi-
tação produzida pelo incêndio, sendo bal-
dados todos os esforços para o extin-
guír. _____
No dia 23 do corrente, cavailaria 3 te-
ve exercício no campo de Elvas, sendo
estreiados por essa oceasião os arreios que
foram enviados do arsenal.
Commandou o regimento durante o
exercício o sr. major Froes.
Foram presos tres alcaides da provín-
cia de Malaga, por lhes terem fugido
alguns indivíduos da reserva.
O numero sempre crescente de tele-
gram mas trocados entre a Inglaterra e a
America reclama a necessidade da im-
mersão de um quarto cabo transatlantic^).
Uma nova sociedade, meia ingleza, meia
americana, traia de fazer sondagens entre
a Irlanda e o Novo-Hampshire.
Ha dias um pobre velhinho, jornaleiro,
procurou o chefe do poder executivo de
Hespanha para lhe implorar o perdão a
favor de seu filho Francisco Monteagudo,
preso em Saragoça, e contra o qual o fis-
cal da lei pede a pena ultima. •
Houve mudança de governo na Tur-
quia, sendo demittido o gran-visir, e sub-
stituído por Hussein-bachá, que era mi-
nistro da guerra.
Inangurou-se domingo o novo theatro
da Trindade do Porto.
O aspecto da sala é elegante e asseme-
lha-se bastante ao do theatro da Trindade
de Lisboa, segundo menciona o Jornal
do Porto. Tem como este theatro um bal-
cão, que fica situado por cima da porta
que dá entrada para a plateia geral.
O balcão tem logares parà 50 pessoas
e cada logar custa 600 réis.
A plateia divide-se em 3 classes, con-
tando todas 600 logares. Os logares da
primeira plateia, que ficam contíguos á
orchestra, custam 500 réis cada um, os da
segunda e immediata 400 réis e os da
terceira 300 réis.
Parte d'estes logares já ficam situados
por debaixo do baldão.
Conta 18 frisas a 2^000 réis cada uma:
28 camarotes de primeira ordem a 21500
os da frente e a 2,6000 réis os dos lados;
e 29 na segunda ordem, custando 2^000
rs. os da frente e 15500 os dos lados. Na
terceira ordem junto do proscénio tem
dois camarotes de boca, os quaes custam
15500 réis cada um.
As galerias que ficam superiores á cha-
mada segunda ordem conteem 200 loga-
gares, custando na primeira bancada 150
réis cada nm e na segunda 100 réis. As
galerias da frente contam 300 logares,
que custam 300 réis cada um.
Alguns corredores são um tanto acanha-
dos e teem pouca altura.
Tem agua em todas as ordens e tam-
bém no átrio.
Possue um amplo salão, mas ainda por
estucar. O átrio é de elegante aspecto e
tem do lado direito da entrada um gabi-
nete destinado á venda de bilhetes e
tabacos e do lado esquerdo outro gabinete
que serve de café restaurante.
A architectura da nova casa de espe-
ctáculos é simples e elegante. No cimo da
fachada lé-se:
No dia 24 do corrente foram novamen-
te inquiridas, em Montemor o Novo, as
testemunhas de accusação contra os sol-
dados de infanteria 17, que em dezembro
de 1872 feriram e espancaram alguns in-
divíduos.
Consta-nos que a maior parte das tes-
temunhas pouco disseram, reportando-se
apenas aos depoimentos que fizeram em
1S7I>. _______
Finou-se em Coimbra o estudante do
2.° anno jurídico, o sr. Basilio Ribeiro
Leite de Sousa e Vasconcello*.
O seu cadaver foi acompanhado até ae
cemitério da Conchada pelos seus tres
mestres, por outros lentes, e por mais de
600 académicos.
Atraz do caixão seguiam-se os seus
condiscípulos, e por ultimo a philarmo-
nica Boa União.
No cemiterio recitaram commoventes
improvisos o rev. sr. Domingos de Sousa
Moreira Freire, e um condiscípulo do fi-
nado* ___
Alguns cavalheiros de Chaves proje-
ctam realisar algumas recitas no theatro
d'aquella villa, que, depois de lhe terem
feito algumas obras ultimamente, é um
dos melhores theatros da provineia.
Projecta-se no Porto abrir no domingo,
1.° de março, o novo mercado do peixe e
o das fressureiras, que lhe está annexo.
Publicou-se em Paris o balanço ollicial
das entradas (pie tem dado ao theatro
A filha de madame Ahgot, desde a pri-
meira representação em 21 de fevereiro
de 1873 até 31 dé janeiro proximo passa-
do. O producto das entradas subiu a
1.452:413 francos e 35 cêntimos!
Corria em Madrid, como coisa resol-
vida em conselho de ministros, que ia ser
demittido o general Izquierdo do cargo
de capitão general da Catalunha.
Já regressou a Montemor o Novo o sr
Justino Coelho Palhinha.
1874
Thkatro da Trindade
Deu-se no Rio de Janeiro uma desgra-
ça que contristou muita gente.
Um filho de uni ministro do império, de
14 annos de edade, estudante do collegio
de D. Pedro II, deu uma queda que lhe
causou a morte d'ella quasi immediata-
mente.
O pae estava em casa do presidente do
conselho, quando recebeu a noticia. Cor-
reu a casa e só chegou a vel-o expirar.
Derrota de Moriones
Receberam-se hoje em Lisboa
os seguintes telegrammas:
Madrid, 26 ás 7 li. e 30 ra. t.
Chegou noticia de um grande
revèz soffrido por Moriones. Per-
deu 3:000 homens. Serrano par-
te para o norle com todas as for-
ças que poder reunir.
Madrid, 27 ás 8 h. m.
Serrano parte neste momento
com Topete para o norte. Duran-
te a sua ausência fica Zavala en-
carregado da presidencia do con-
selho.
A Gaceta de Madrid, de hoje,
publicará talvez o augmento dos
poderes de Serrano.
——■■
Foi preso ultimamente em Paris um
sujeito, o formoso príncipe arménio, co-
mo lhe chamavam as mulheres da vida
ai rada.
Chama-se o espertalhao Ostanich Mac-
kariantz e compareceu perante o tribu-
nal do Sena accusado de roubos indus-
triosos. Com effeito no espaço de poucos
niezes Mackariantz logrou mais ou menos
todos os ourives de Paris, e são avaliadas
cm seiscentos mil francos as jóias qne el-
le soube obter a credito das suas victi-
mas.
Para chegar a inspirar tamanha confian-
ça, Mackariantz hospedou-se no Grande
Hotel, onde fazia um gastodiario de se-
tenta e cinco francos.
Tinha coragem effectiva allugada por
novecentos francos mensaes, e a coroa de
príncipe gravada no logar proprio com-
pletava a iIlusão e prendia a boa fé dos
incautos.
Quem era este tal Mackariantz que a ca-
da momento fallava na sua colossal for-
tuna e nos seus estados na Armenia? Sim-
plesmente o filho de um encadernador
turco, que o. patriarcha de Constantino-
pla tomou debaixo da sua protecção, e
mandou educar no collegio arménio de
Paris.
Recommendado mais tarde por Nubar-
Bachá, enviado do vice-rei do Egypto, e
auxiliado por elle com uma pensão de
dois mil francosannuaes,Mackariantz ter-
minou os seus estudos na escola agrícola
de Grignon, onde a sua applicação e in-
telligencia lhe grangoaram optima classi-
ficação nos exames finaes do curso.
Por este tempo deixou Nubar-Pachá
de o proteger pecuniariamente, e come-
çou a serie de roubos industriosos imagi-
nados pelo astuto oriental para figurar sem
trabalho na alta sociedade parisiense.
Graças a bem comb'n idos actos de mu-
nificência, a esplendidos jantares, onde
a cadeira do amphitrião ostentava no es-
paldar o brasão dos antigos soberanos ar-
ménios, á sua agradavel facúndia, de pa-
lavra, e ao seu imperturbável sangue frio,
soube attrahir a si uma roda de parasitas
da maior distineçáo social.
DIÁRIO ILLUSTRADO
Emilio de Girardin, la Gueronière e ou-
tros publicistas de primo rartello eram
seus commensaes ordinários. Debaixo da
protecção de mr. Barral, secretario per-
petuo da sociedade central de agricultu-
ra, Ostanick Mackariantz foi eleito para
succeder ao insigne Liebig n'aquella dou-
ta corporação, e o austero Jornal dos De-
bates honrava-se. segundo se lé em uma
advertencia da redacção, publicando os
seus estudos acerca da Turquia.
Mackarianzt aspirava ao logar de con-
selheiro da Sublime Porta, e, para conse-
guir este desideratum, organisou na im-
[ircnsa franceza um partido destinado a
azer a sua apologia.
Foi d'este intento que nasceu a sua pre-
dilecção pelo jornalismo, e pelos jorna-
listas, que o cercavam.
Os homens que em Paris manejam a
penna não costumam por via de regra
prestar gratuitamente o auxilio d'este po-
deroso instrumento, e Mackariantz distri-
buiu para cima de 30.000 francos pelos
seus amigos da imprensa, entre os quaes
figuram no processo nomes retumban-
tes.
Quando o sr. Thiers foi presidente da
republica, urn dos pensionados de Macka-
riantz, o sr. Vrignault, redactor em chefe
do Bem Publico, esteve quasi a obter pa-
ra o príncipe arménio, seu amigo, a cruz
da legião de honra; e, para facilitar esta
negociação, Mackariantz agarrou um hei-
lo dia em 30 orphãos emigrados da Alsa-
cia e Lorena, levou-os a um armazém de
fato feito, e vestiu-os dos bicos dos pés
até á cabeça.
Onde ia buscar dinheiro para todas es-
tas despezas o formoso arménio, que tal
nome merece com effeito este joven de 25
annos, elegante, bom porte, e cujo esbel-
ta vulto, dominado por uma physionomia
expressiva e intelligente, captiva e prende
todas as sympalhias?
Já o dissemos. Machariantz comprava
jóias a credito, e empenhava-asou vendia-
as ern acto continuo a dinheiro de conta-
do. Um tal Brunswick, judeu da raça dos
Silok, fiou-lhe para cima de 200:000 fran-
cos de alfaiàs, e quando suspeitou da in-
solubilidade do seu correligionário, re-
commendou o a outros usurários, que por
seu turno lhe fiaram 400:000 francos em
brilhantes, cedidos mais tarde por meta-
de do preço ao seu pouco escrupoloso
confrade, o qual se embolsava por este
modo dos seus emprestimos. Apesar de
saldadas assim as suas contas Baunswick
conservava sempre e não largava de mão
os seus títulos de credor, e quando Ma-
ckariantz não achou quem lhe vendesse
mais jóias em Paris partiu para Constan-
tinopla, mas o outro judeu seguiu-lhe a
pista disposto a cair sobre a sua preza,
apenas esta não lograsse continuar com
bom resultado a sua industria.
De Constantinopla, Mackariantz passou
a Vienna, onde continuou explorando a
confiança e cubiça dos ourives, e n'esta
capital tomou conhecimento com uma rica
herdeira, que se apaixonou loucamente
pelo formoso oriental. Estava a ponto de
casar com ella e de pagar com o dote as
suas enormes dividas, e não distante o dia
em que o Grão Turco se resolvesse a fa-
zer d'este singular cavalheiro do indus-
tria um bachá de muitas caudas, quando
quiz o diabo que Mackariantz se enamo-
rasse de uma cocotte, e que para a seguir
regressasse a Paris.
A policia d'esta cidade, que alem de ser
curiosa gosta de dramatisar o desenlace
dos romances encetados nos 3eus domí-
nios, prendeu Mackariantz; apesar do des-
embaraço d'elle em um discurso quasi
académico, o tribunal condemnou-o a cin-
co annos de prisão.
Diz-se agora que a rica herdeira, de
que assim (falíamos, está resolvida a pa-
gar todas as dividas do joven arménio, in-
cluindo as que elle fez com a cocotte de
Vienna, e a solicitar o indulto de Macka-
riantz, que também se affii ma será conce-
dido, casando em seguida com elle para
que ninguém mais In o roube.
* De maneira que os usurários receberão
na integra os seus créditos; o cavalheiro
de industria será perdoado, havendo ape-
nas uma victima—a pura e apaixonada ra-
pariga que está disposta a casar com Ma-
ckariantz.
NECROLOGIO
De dia em dia as lagrimas saudosas
De allliçtos corações estão regando
Marmóreas campas, urnas luctuosas
• •
(Bocage)
Mais um anjo voou da terra ao ceu!!
Tão cedo e tão cheio de encantos, só
viu apparecer o sol de quinze primaveras
quando aquella vida para todos que lhe
eram caros se finou e desappareceu!
A ex.™- sr.* D. Mana Jose de Macedo
Ornellas Pina Ferraz já não existe entre
nós! A terra só d'ella encerra o despojo
mortal; o ceu conta mais um anjo nas in-
numeras cohortes que cercam o Todo Po-
deroso, e a sua inconsolável família só
lhe resta a viva recordação de um ser
que lhe era tão querido.
Para com sua mãe, a ex.mâ sr.a D. Ma-
ria Luiza de Macedo Ornellas, era ella um
modello de obediencia e carinhos; para
com seus irmãos, amante e já boa conse-
lheira; para os que tiveram a dita de a
conhecer de perto, era affavel e obse-
quiosa em extremo, e para o pobre a ca-
ridade caracterisada.
Deus, vendo esta mimosa flor tão pura
e Candida no meio dos vendavaes da vi-
da, e não querendo que mão impura lhe
tocasse as pétalas, colheu-a do vistoso
tronco que lhe sustentava a vida e foi com
ella decorar a corte celeste, onde gosa to-
das as felicidades e encantos, emquanto
que este cháos só nos ofTerta desgraças,
lagrimas e misérias.
Vamos pois todos os que lhe eram ca-
ros ajoelhar diante da sua funérea cam-
pa e depois de contemplar a fria lousa
que a guarda, oremos por ella ao Altíssi-
mo e olTertemos-lhe uma saudade, regan-
do-lhe por fim a sua ultima morada com
lagrimas de eterna recordação.
li de fevereiro
de 1874.
U. A. M. V.
THEATRO DE S. CARLOS
IV
Tenores
Agresti—1860 a 61.
Amboetti, Giacomo—1870 a 71.
Baldanza, Caetano—1847 a 50.
Balestra—1853 a 54.
liaragli—1861 a 62.
Barbieri, Jorge—1845 a 46.
Belardi—1854 a 55.
Beretta, Emilio —1863 a 65, 1866 a
1867.
Blognense, Pedro—1821.
Braham, Carlos—1855 a 56.
Bulterini, Carlos—1867 a 68. I
Caggiatti—1837.
Cairo—1845, 1848 a 1853.
Capelli—1837.
Capillo, Giuseppe—1859 a 60.
Capponi—1863 a 64.
Capri, Giovani—1869 a 70, 1871 a 72.
Cesari, Ferdinando—1872 a 73.
Confront! ni—1842.
Conti, Domingos—1839 a 41.
Corsi, Achille-1868 a 69.
Crosa, Carlos—1836, 1837, 1839, 1840.
Dcvechi—1858 a 59.
Eckerlin—1839, 1840.
Fabri—1860 a 61.
Fancelli, Giuseppe—1872 a 73.
Ferretti, Luiz—1840 a 42.
Flávio—1843 a 44.
Forti—Jose—1854 a 55.
Fraschini, Caetano—1859 a 60, 1861Ja
1862.
Furlani—1836.
Geladi—1847.
Grossi, Andrea—1860 a 61, 1872 a 73.
Guglielmini, Luiz—1851 a 52.
Gulli, Luiz—1872 a 73.
Irfré, Etore—1855 a 56.
Landi—1845 a 46.
Li vera ni—1849 a 50.
Macafcrri, Alexandre—1852 a 53.
Magnani, Luiz—1828.
Malvezzi—1857 a 1758.
Manfredi, Luiz-1867 a 1869.
Manrelll, Luiz—1869 a 1870.
Marin, Andrea—1866 a 68.
Mariotti, Luiz—1873 a 1874.
Massini, Anglo—1873 a 1874.
Miller, Ladislau, 1871 a 1872.
Miratti—1858 a 1859.
Miró Junior—1845 a 1846.
Mirraglia—1853 a 55.
Mòngittf, Pedro—1862 a 1864, 1865 a
1868.
Montresor Junior—1828.
Musich, Eugénio—1850 a 1851.
Naudin, Emilio—1867 a 1868.
Neri, Mariano—1863 a 1864.
Neri Baraldi—1856 a 59, 1860 a 61,
1862 a 63, 1871 a 1872.
Nicolini, Ernesto—1870 a 71.
Paganini—1836, 1839, 1845 a 46.
Paterni—1843 a 44.
Patti, Salvador—1839.
Pedrotti, Alexandre—1828.
Piantanida—1837.
Piccioli, Girolamo—1866 a 67.
Prudenza, Antonio—1852 a 53.
Quei roga—1848 a 50.
Havaglia, Luiz—1826.
Regoli, Francisco— 1837 a 1840.
Rossetti, Antonio —1851 a 1852.
Sacommano — 1856 a 1857.
Sani, Giovani — 1873 a 1874.
Schola —1850 a 1851.
Severi —1845 a 1846,
Sinico —1840.
Sinigaglia, Napoleon — 1868 a 1869,
1871 a 1872.
Sirchia— 1871 a 1872.
Solieri Junior— 1847.
Spech, Luiz —1826.
Stagno, Andredi —1864 a 1865.
Steger, Francisco — 1869 a 1870.
Stefani, Luiz —1862 a 1863.
Stite, Miguel — 1873 a 1874.
Storhi Junior—1834.
Suift, José —1852 a 1855.
Tagliazucchi—1861 a 1862.
Tamberlik —1844 a 1845.
Tasca, Pasquale — 1868 a 1869.
Tiberini — 1873 a 1874.
Ugolinc, Giulio— 1869 a 1872.
Vicentilli —1856 a 1857.
Villani, Giuseppe — 1859 a 1860.
Vistarini, Zuia— 1870 a 1871.
Vitali, Raphael — 1842.
Volpini, Ambrosi—1847 a 18i9, 1855
a 1856.
Zambaiti, Alexandre — 1837 a 1839.
Zoboli —1843 a 1845.
Zopegni — 1847 a^ 1848.
Baixos
Adoni, Nicola—1864 a 65.
Antoldi, Caetano—1841.
Autonucci, Giovani—1859 a 61,1862 a
63.
Barberat, Eugénio—1863 a 64.
Bartolini, Octávio—1852 a 56, 1959 a
60, 1868 a 69.
Benedtti (Nicolao)—1848 a 50.
Beneventano, Frederico—1856 a 1858,
1862 a 64.
Bertolasi, Zenson—1873 a 74.
Boccolini, Cesar—1867 a 68.
Bonafoi, Horácio—1851 a 52.
Bottelli, Felix—1843 e 44.
Bouché—1857 a 58.
Bottero—1868 a 69.
Cempagnoli, Baptista—1836, 1837.
Casa Nova—1813 a 45.
Castelmary, Armando—1872 a 73.
Catalano—1845 a 46.
Celestino—1843 a 63.
Coletti, Filippe—1837 a 39.
• Contedini—1864 a 65.
Cornago, Baptista—1850 a 51.
Cotogni, Antonio—1870 a 72.
Cresci—1858 a 60.
Del Aste, Francisco—1852 a 53.
Della Costa—1861 a 62.
Fagotti, Eurico—1860 a 61, 1865 a 66.
Farnasari, Luciano—1840, 1841.
Fiori—1848 a 1850.
Fiorenzo, Manuel—1847.
Galli—1842 a 1843.
Gallovardi—1843 a 45.
• Galvani,Giuseppi—1868 a 69.
Gasparini. José—1853 a 54.
Giordano, Guglielmo—1863 a 64.
Gore, Fortunato—1851 a 52.
Grassi—1856 a 57.
Guicciardi—1861 a 62.
Junca, Marcello—1864 a 65, 1866 a
1867.
Lei, Pedro—18U1.
Lambi, Paulo—1846.
Llorens—1856 a 57.
Maggiorotti, Luiz — 1838, 1839, 1842,
1843.
Mancusi, José—1851 a 52.
Manfredo, Eugénio—1854 a 55.
Marcheti, Giovani—1869 a 71.
Marianni, Lucio—1839, 1840.
Marinozzi—1864 a 65.
Mazzetto, Benedetto—1867 a 68.
Medini, Paulo—1863 a 64.
Mendioroz, Guiseppe—1867 a 68.
Merly, Luiz—1868 a 70.
Merly, Silvano—1869 a 70.
Miller, Paulo—1871 a 72.
Monari, Frederico—1856 a 57.
Montemerly, Lourenço—1843, a 44.
Natali, Constantini—1842 a 43.
Nerini, Jorge—1855 a 56.
Nolano, Pedro—1856 a 57.
Nully, Caetano—1841.
Ordinas, Giovani—1866 a 68.
Orlandi, Vito—1862 a 63.
Paccini, Pedro—1868 a 74.
Pagagiolo, Eraclito—1867 a 68.
Pandolfini, Francisco—1863 a 64, 1872
a 73. n
Patriossi—1847 a 48.
(Continua) Ferreira Lobo.
TELEGRAMMAS
A ultima hora
MADRID 27, ás 10 h. e 25 m. da m.—
A Gacela publica um telcgramma de Mo-
riones datado do quartel general em La-
rigida, aos 25 de fevereiro. Diz que o exer-
cito não poude forçar os reductos e en-
trincheiramentos de S. Pedro, tendo a sua
linha sido forçada. Pede que lhe mandem
reforços e outro general para tomar o
conmiando.
O exercito conserva as suas posições
em Somorrostro, e as communicações
com Castro.
Outro decreto declara que em vista da
incompatibilidade constitucional das func-
ções do chefe e presidente do conselho de
ministros, Serrano renuncia á presidencia
do conselho.
Ainda outro decreto nomeia tf abala pre-
sidente do conselho de ministros. Fabra.
CHARADAS
CHARADAS NOVÍSSIMAS
Dedicadas á Innlgno rharadlat» er
algnanta do «Dlarlo lllu«trarfò»,
ex."* ar.* D. Pallurt de Clumou
1.' 2.«
4'-
5.»
6.--
7.«
8.a-
9.*:
10.*-
ti.».
12.»
—No tigre na musica e na meza.—2—t
—Appellido na musica na cidade na meza
-1-1-1
Foge era Aveiro e no Rocio—?—2
•Preposição anda esta flor na egreja.—
•Branco pardo ou de côres no campo de
madeira.—2—2
É um peso um pronome uma tinta não
,é assim esta palavra.—2—1—1—2
E uma bebida e uma medida ali está satisfeito este estabelecimento. —1—1
.—1—2
E um divertimento sente-se este ho- mem'—2—2
=No vapor e no relampago este appelli-
do.—1—1
K um enfeite tem compaixão que já não é moda.—2—1
Anda e aquece esta flor.—2—1
Pode ser boa ou ser má estudei este
animal e uma terra.—2—1—I
Estubr
LOGOGMPHO
A segunda com a quinta
Podes crer que é appellido",
4 quinta depois da sexta;
E-o e bem conhecido.
A segunda com terceira
Representa extremidade.
K a sexta com a sétima .
E péssima qualidade.
É a segunda com sétima
Meio de communiacçào.
Diz a sétima, com sexta
Que « assim o bom christão.
Agora, se antçs da quinta
Tu collocares a ti uai»
Yé bem que 6 o trabalho
D'industrioso animal.
uinta com a terceira
'um verbo imperativo
K a primeira com a sétima
E ura qualificativo.
A quinta cora a penúltima
Muitas vezes tens ouvido
Nas coisas religiosas
Eu sou muito repetido.
8
Agora a quarta com tercia
Muda umi lettra e vaes ver
ue ninguém lia n este mundo
ue possa deixar de o ser.
No logogripho o conceito
E coisa bem dispensável.
Mas em lira; ser adverbio
E até muito provável. S. M.
ESPECTÁCULOS
HOJE
Thcatro de D Maria II — Beneficio do
actor Alvaro—Mademoiselle de Belle-Isle—
Uma scena-comica—Um anno em 15 minutos
-As 7 e 3|4. Theatro da Trindade—A CrUZ de OUrO
—Segredo d'uma dama,—A's 8 horas* Thcatro do Principe Real — beneficio
Os incendiários—0 bombeiro. t/MMino iJaboncnae—Concerto pelacom^
panhia franceza.
CIRCO DE PRICK
Grande espectáculo equestre, gymnastico e
comico.
As 8 horas.
TYP. OB J. O. SOCSA MV1S
65. Rua da Atalaya. 67
ANTIGA AGENCIA
DE
^5o H t O VKJ
DK
Âifredo Valadin
65 , Travessa de Santa Jusla, 65
2.* andar
RECEBE annuncios, communicados, correspondências, assignaturas pa-
ra • Dlarlo IlluMtrado. Jornal da Noite, Correwpondcncla de Por-
tugal e para os demais periodicos da
capital, e também para a c;a*eta do Algarve, (LagOS) Sotlcloao,(Valen-
ai e Jornal de Noticia* (Ponta-
elgada.)
0 escriptorio está aberto todos os
dias não santificados das 9 horas da
manhã ás 7 da tarde.
S
Agradecimento
JOÃO da Silva summamemte penho- |
rado para çom os cavalheiros que
durante a enfermidade que suffreu, procuraram informar-se do seu esta-
do, deraon-trando-lhe assim o inte-
resse que tomavam no seu restabele- cimento. vem por este meio agrade-
cer a todos a sua dedicação protestam
do ser-lhes eternamente reconhecido.
E em especial, deixa consignado
n'este logar um voto de gratidão para
com o ex.»* sr. dr. Joàqnlm Vicente
da Costa, seu facultativo assistente,
e tão dicveladamente o tractou. liamusca, 26 de fevereiro de 1874.
CAIXA DE CREDITO 1VDUFTRIAL
Sociedade anonyma de responsabilidade limitada
MEZA DA ASSEMBLÉA GERAL
r>0R ordem do ex.mo sr. presidente 6 convocada a assembléa geral para as
I noites de 28 de fevereiro e 7 do março, pelas 7 horas, para dar cumpri-
mento ao disposto nos n.,e 1 e 2 do artigo 23.* dos estatutos.
As reuniões verilicar-se-hão na sala da socidade, rua dos Douradores,
72, 1.° andar. . . ,
Os livros e documentos estão desde já patentes no escriptorio para se-
rem examinados pelos srs.|accionistas que assim o desejem.
Lisboa, 10 de fevereiro de 1874. 0 secretario
3 Gastão da Fonseca.
TABOADA UTIL E INTERESSANTE
DE LUIZ GONCALVES COUTINHO
CStt a . augmentada com o «Compendio de Systema Me- tUlv«v tricô», em fórma de dialogo,e sub-di visões wai*
usadas de metros, kilogrammas e litros, em relação ao systema antigo, e
ama tabeila comparativa dos seus preços.
vinde-ubi EM LISB04—Nas lojas do costume, e na imprensa de J. G.
de Sousa Neves, rua da Atalaya. 65 e 67, a miem devem ser ttútas auaesquer
reauisições, advertindo que maior parção de exemplares tem abatimento, em
relação das Quantidades «pie se exijam.
PREÇO 60 REIS —EM COIMBRA.—Na Livraria Académica. 4
PILSIMS OBFIMNAS
pÔNTRA as gonourhéas (purgações) antigas e modernas e flores brancas. Ks-
tas já muito acreditadas piiuiM que tantos benefícios-tem produsido em
favor da humanidade, contiuuam a vender-se em LISBOA, pharmacia AlACh-
00, rua de S. Paulo, 28 e 30; Sabino, na mesma rua, 136.-C01MBRA, phar-
macia liarata Diniz.— PORTO, pharmacia Pinto, largo dos Loios. 6
PKíífflWy ,4 ~
DO DOUTOR PLENCK * 1 I
CONTRA as dores rheumaticas e nervosas, e muitas outras como consta do
prospecto que acompanha os vidros. Ha casos de pessoas tolhidas de rlieu-
raatismo. e outras causas levantarem-se em pouco tempo. A opinião publica
reconhece este medicamento como o mais energico no tratamento d estas infermidades.—LISBOA, pharmacia MACEDO, rua de S. Paulo, 28 e 30; Sah
no, na mesma rua, 136.—COIMBRA, pharmacia liarala Diniz. 7
POZZOLANA DOS AÇORES
Ou cluienío hydraiilico
17ENDEM-SE desde 15 kilos até qualquer porção de metros cúbicos, no es-
V criptorio de Germano Serrão Arnaud, *4, Caes do Sod ré, 2.° andar. 8
CARIDADE
POMA VEGETO-lNliM
riAZ nascer, crescer e conservar os cabellos. Cada pote 240, 30 gram. 120.
T Acuo helénica, além de ser uma poderosa auxiliar para a conserva-
ção dos cabellos, tem mais as seguintes virtudes, amacia e brauuueia a pelle.
tira as nodoas do rosto, sardas, etc., etc. Custo de cada vidro 240, 30 gram-
mas *00 —N.B. tanto a agua como a pomada vão acompanhadas de um prospecto com as necessarias instrucçoes, único deposito em Lisboa, rua de
â. Paulo, 150. , . ; . . 5
0MA infeliz família residente na rua
de S. Bento, 252, 1.°, lado direito,
está sem ter um lençol nem ura co-
bertor, porque tudo tem vendido pa-
ra accudir âs necessidades da vida,
e á enfermidade de uma das pessoas
de casa.
Accresce a estas penosas eireuins-
tancias não ter agora onde se reco-
lher por lhe faltarem os meios para
pagar a renda ao senhorio.
Gompadeçam-se de tanto infortúnio
as almas benefleas e caritativas.
Tanto n'aguelle albergue como na
administraçao d'esta folha pódem en-
viar a sua esmola as pessoas carido-
sas que queiram soccorrer tão des- graçada familia. 0
■ «fOii-auhia real dos caminhos
de ferro portuguezes
ijSTA Companhia pertende vender
Fj 7:00ô kilogrammas de papel ve-
lho; as propostas de compra devem
dirigir-se ao chéfe do serviço dos ar-
mazéns até ao dia 5 de março pro-
ximo futuro e na estação do Caes dos
Soldados.
Lisboa, S0 de fevereiro de 1874.—0
director M. A. dEsprcgucira. 10 —————
Por Deus
VÃO á calçada do Duque, 43, que ali
verão um horroroso quadro de fo-
I me, doença e afflicção, 11
Camara Municipal
de Lisboa
Os indivíduos que desejam o logar
de engenheiro da camara munici- pal de Lisboa são convidados a en-
viar as suas declarações ou requeri-
mentos, acompanhados dos documen-
tos que julguem convenientes, cm
carta fccuaua ao escrivão da mesma
camara, tendo no sobrescripto a de-
signação -De um candidato ao logar
de engenheiro.
Estas declamações, ou requerimen-
tos, são recebidos até as duas horas
da tarde do dia 16 de março de 1874.
Xo dia 16 de março, antes de en-
cerrar oí trabalhos da sessão da ca-
mara, serão abertas as cartas dos can-
didatos, e apurada a relação d'estes „
para ser lançada na acta.
A relação dos candidatos, os reque- rimentos ou declarações d'estes e de-
mais papeis que elles hajam enviado,
serão acompanhados de oTOcio do
presidente da camara, remettidos no
dia immediato ao presidente do jury.
0 jury, nomeado pela camara. apu-
rará entre os candidatos dois d'elles
emidenticas circunstancias, e quando
o não possa fazer, graduará os dois
primeiros.
O jury reenviará para a camara
acompanhando a sua proposta, todos
os papeis que lhe tiverem sido remet-
tidos.
Na sessão immediata áquella em
que tiver sido recebida a proposta do
jury, e mediante, aviso prévio a todos
os vereadores, procederá a camara
por escrutínio secreto á votação de um
dos dois nomes da proposta do jury.
0 vencimento do engenheiro é ae
1:3002000 rs. sujeao ás deducções.
Camara, 27 de feveiro de 1874.— O
esprivão da Camara, NmodeSá Pa-m
plonfl. - 12
Comedia-
Preço 1 -por Pedro C de Alcantara Chaves, 60 réis—\ende-se na typographia
ae Sousa INeves, roa da Ataiaia. 65.
PARA O HâVEE E
O vapor inglez Dante
Chegou e sairá depois da indispensável demora.
PA KA JLÕ\DKE$
O vapor hespanhol Balboa
Chegou e sairá na segunda-feira 2 de março.
Agencia, 7, calçada do Ferrigial, 1.®
i 0 agente
29 ^ M. Alcobla.
the pacific sieam NiirnlmT
Rio de Janeiro, Montevideu, Buenos- Ayres,
Valparaizo, Arica, Islay e Callao.
ETIL no tratamento de todas as doenças de peito, nas affecções caractertis-
cas de fraqueza çeral, e inacção dos orgãos, augmentam considerável,
mente as forças aos indivíduos debilitados, e excitam o appetite de ummo do
extraordinário. Pacote com o retrato do author, 200 réis. Vende-se nas princi-
paes pharmacias. 14 4. V ESPERADO em
Lishoano dia9
0 vapor PaQu^te francez wiiie do
hio de Junciro, de 1:500 toneladas,
capitão Fleury, que saíra para os por-
tos acima depois da indispensável
demora n este porto.
Recebe carga e passageiros para os quaes tem excel lentes acommoda-
ções
Dão-se todos os esclarecimentos no
escriptorio dos agentes.
Pereiras & La Rocque
120. rua dos Capeliistas, 2.» 25
Pará, Maranhão
e Ceará
, pARA os portos
1 acima sairá no dia 6 de março o
A 0 paquete inglex AuguNtlne, que
esnera de Liverpool em 5.
Para carga ou passagens trata-se
na agencia na rua «lo Alecrim, 10.
Os agentes — Garland Laldley
oAIRA' depois de
^ pouca demora o
oberon (íue se
pool em 3 ou 4 de março.
Para carga ou passagens trr.u ht na
rua do Alecrim, 10.
Os agentes — fi"«»and Laldley tiuavleirào \lnAo Ao lVocio
Novo estabelecimento de modas e confecções
oAIRA' no dia 6 de
O março o paque-
te inglez LaiMa- ce- que se espera
* de Liverpool em 5. Para carga ou passagens trata-se
na rua do Alecrim, 10.
Os agentes — Ciarland Laldley
TEM a honra de participar ao respeitável publico que já recebeu directa-
mente de i.yon um completo sortimento de sedas pretas de 1£200 a 4£000
réis o metro, assim como as seguintes fazendas pretas: Merinos, cachemires,
mohairs, alpacas, Orleans, mousselines, etc., etc., que tudo vende por preços
baratíssimos, assim como todas as mais fazendas próprias da sua classe para
o que se promptiílca a dar amostras para os freguezes verificarem a verdade
do annuncio. 15
C carga para a BnlilM, Rio de
Janeiro e San- (on no dia 26 do
corrente e sairá logo que tenha o car-
regamento prompto.
Lisboa, 24 de fevereiro de 1874.
08 agentes — Carland Laldley
& ©.» 23
pALTARIA ao mais sagrado dos de-
f veres se deixasse de dar um pu-
blico testemunho do meu verdadeiro
reconhecimento ao ex.,B# sr. dr. Anto-
nio Fausto Namoradojmeritissimo ci- rurgião mór d'artilheria n.» 2, pela
bôa vontade, promptidào e desinte-
resse com que se prestou a fazer ope
ração a minua mulher, extrahindo-lhe
uma creança a ferros coro uma perí-
cia admiravelj pois que a operação
não durou mais do que dois minutos.
k creança está viva e perfeita, e a mãe
livre de perigo.
Também é do meu dever agrade-
cer a todas as pessoas de amisade os
•bsequiosos cuidados que tiveram
com a enfermidade de minha mulher,
pelo que lhea tributo igualmente o
meu eterno reconhecimento.
Elvas 26 de fevereiro de 1874.—
José Liberalo de Aguiar. 16
para curar paixões
POR M. de Magalhães.=l vol.=Preço
soo réis.
Vende-se|na rua da Atalaia„65, e nas
lojas do costume, e remette-se franco
de porle, a quem enviar a importân-
cia cm valles do correio ou estampi-
lhas a Sousa Neves. ia LINHA SEMANAL
PAQUETES GALiciA, 4 de março.
Com escala por Pernambuco e Bahi
DE lft EM 1& DIAS
Para Pernambuco se recebem malas e passageiros
. * velocidade d'estes vapores é já bem conEecida, costumam Lisboa ao Rio de Janeiro 13 dias. ^
Para carga e passagens trata-se lo Caes da Sodré, 64.
0 agente no Porto Os agentes em Liuboa Taaeo Ferreira Plato Baalo. E. Plnlo Baitn An
0 Bengo, capitão J°sé Maria da Sil- v? J°n^s, sairá no
B39S9Bb dia 5 de março ás 3 horas da tarde para a Madeira. S.
Vicente, S. Thiago, Principe, S. Tho-
mé, Ambriz, Loanda, Benguella, e
Mossamedes.
Para carga e passagens, trata-se no
escriptori# de Bailey & Leetham, pro-
prietários da empreza Lusitana,rua do
Ferregial de Cima, n.° 4. 24
. A nREVINEM-SE os
* senhores carre- Suores que ti-
nham tomado pra-
HSHBBHBeá Ç* para este vapor 3ue, em consequência de não ter po-
ido sair de Liverpool no dia 20, saiu
em seu logar o vapor Lapiaee dire-
ctamente para o Rio de Janeiro, sem
fazer escala em Lisboa, por não ter
lojjar para carga.
Lisboa 25 de fevereiro de 1874. —
Os agentes Ciarland Laldley & C.«
O vapor Peninsula
gSPERA-SE de 1
para sair depoit
Para carga e passagens trata-se no
Caes do Sodré, 64.
Os agentes.
19 E. Pinto Baato & C*
gastar de
Tem carta no correio
DIÁRIO ILLUSTRADO