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Page 1: pubdia+musica.pdfElvis Presley Período de actividade: (1953 – 1977) «A minha voz nasceu por vontade de Deus, não por minha». Miles Davis Período de actividade: (1944 – 1991)

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Page 2: pubdia+musica.pdfElvis Presley Período de actividade: (1953 – 1977) «A minha voz nasceu por vontade de Deus, não por minha». Miles Davis Período de actividade: (1944 – 1991)

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Page 3: pubdia+musica.pdfElvis Presley Período de actividade: (1953 – 1977) «A minha voz nasceu por vontade de Deus, não por minha». Miles Davis Período de actividade: (1944 – 1991)

3 [01 OUT 2008][Especial Dia Mundial da Música]

Editorial

Põe no ‘on’, hoje é dia Mundial da Música!«Sem múSica a vida Seria Um creSpúScUlO», eScreveU NieTzSche em ‘O crepúScUlO dOS deUSeS’.

Numa altura em que não há dia que passe sem ser Dia Mundial de qualquer coisa, da listagem não poderia deixar de constar, e bem, o Dia Mundial da Música. É hoje, dia 1 de Outubro.Para assinalar a data com propriedade não podemos, ora bo-las!, oferecer-te uma mão cheia de CD, nem tão pouco um bi-lhete para ‘o tal’ concerto mas fazemos melhor, muito melhor, damos-te estas 20 páginas cheinhas de música. Consegues ou-vir? Isso é que é preciso! Põe no ‘on’, aperta o cinto e prepara-te para começar numa viagem colossal pelas melhores bandas de sempre do mundo. Dos 50 aos 90 o frenesim é tanto que depois há-de apetecer estacionar para saborear com mais vagar os riffs da actuali-dade. O que marca o panorama do momento por cá e por lá. Muitos talvez não façam parte da selecção para futuro artigo sobre as bandas que marcaram o início do século, mas isso já são outras considerações que deixamos por tua conta. Ah, já que estacionaste, aproveita e senta-te à mesa para um café com a malta porque também lançamos achas suficientes para alimentar um fogosa discussão. A relação entre a música que cada um ouve e a sua maneira de estar na vida. A moda das bandas que agora disparam no top porque entraram no anúncio tal. Ou a pertinente questão que a indústria musical atravessa com esta história da Internet. Porque isto, porque aquilo, e para terminarmos com a verda-deira cereja no topo do bolo, a agenda de concertos. Que no que toca à música processem-me se quiserem mas defendo com unhas e dentes, mesmo sob tortura, que é em concerto que melhor se vive aquilo que Nietzsche dizia ser a nossa luz.

04 |AS MELHORES BANDAS DO MUNDO

06 | SOMOS PEQUENOS MAS BONS

08 | ELES ‘RULAM’ E OS FÃS PULAM

10 | A ERA DA FUSÃO

11 | MOMENTOS BEM VIVIDOS

12 | SOMOS O QUE OUVIMOS?

14 | PORQUÊ PAGAR QUANDO PODES TER DE GRAÇA?

16 | BENJAMINS DA PUBLICIDADE

18 | AGENDA DE CONCERTOS

FICHA TÉCNICA

DirectoraRaquel Louçã Silva

Conselho de GerênciaAntónio Stilwell ZilhãoFrancisco Pinto BarbosaGonçalo Sousa Uva

ColaboradoresJoão Silva Santos Laura AlvesMariana Seruya Cabral Pedro QuedasRaquel Ramos Tiago Carrasco

Projecto gráficoJoana Túlio

PaginaçãoBernardo Simões Correia

MarketingRui Gonçalves e Vanda Filipe

PublicidadeMargarida Rêgo (Directora Comercial)João Fernandes (Account Senior)Rui Tito Lopes (Account Senior)

Sede Redacção | Estrada daOuturela nº 118 Parque HolandaEdifício Holanda 2790-114Carnaxide Tel | 21 420 13 50 | Fax | 21 420 13 69 Tiragem | 35 000 Distribuição | Gratuita Impressão | Grafedisport Casal Sta. Leopoldina - Queluz de Baixo 2745 Barcarena

ISSN 1646-1649

Raquel Louçã Silva | [email protected]

Page 4: pubdia+musica.pdfElvis Presley Período de actividade: (1953 – 1977) «A minha voz nasceu por vontade de Deus, não por minha». Miles Davis Período de actividade: (1944 – 1991)

[Especial Dia Mundial da Música] 04[01 OUT 2008]

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aos 90

Anos 50Little Richard Período de actividade: (1951 – pre-sente) «O Rock ‘n’ Roll é malvado, porque o Rock ‘n’ Roll obriga-te a consumir dro-gas e as drogas fazem com que te tornes homossexual».

Chuck BerryPeríodo de actividade: (1955 – pre-sente) «Os rapazes queriam êxito, carros e pai-xão. Essa era a tendência e nós saltámos para cima dela».

Elvis PresleyPeríodo de actividade: (1953 – 1977) «A minha voz nasceu por vontade de Deus, não por minha».

Miles DavisPeríodo de actividade: (1944 – 1991) «O jazz é como o blues, mas com um pouco de heroína». Ser homossexual e negro nos Estados Unidos dos anos 50, não era tarefa fácil. Little Richard conseguiu sê-lo e ainda fazer música para brancos. Lidou, des-de cedo, com o preconceito: chegou a cantar na rua, a lavar pratos e a vender bíblias, mas o seu êxito ‘Tutti-Frutti’, de 1955, catapultou-o para o sucesso. A sua mistura frenética de blues e gos-pel explodiu e fragmentou a sociedade americana. É considerado um dos ‘ar-quitectos’ do rock e uma das grandes influências para os Beatles e para os Rolling Stones. Outro dos pioneiros do rock foi Chuck Berry, guitarrista e compositor do Mis

souri. John Lennon chegou mesmo a dizer: «Se tentarem dar outro nome ao Rock ‘n’ Roll, terá de ser Chuck Berry». Foi considerado pela revista Rolling Sto-ne como o quinto maior artista de todos os tempos e a sua música de maior su-cesso, ‘Johnny B. Goode’, foi uma das obras culturais enviadas para o espaço na sonda Voyager I. Berry combinava as influências dos blues e do country com animadas letras sobre carros e raparigas. Em 1959, foi preso por explorar sexual-mente uma índia apache de 15 anos que encontrou durante uma digressão.O caminho estava aberto para a chega-da do ‘Rei’. Elvis Presley inovou com os seus movimentos de anca, a poupa, as patilhas e uma voz quente e versátil. Na base estava uma mistura inédita entre as sonoridades afro-americanas de blues e gospel e os ritmos ‘brancos’ de country e pop. Foi o primeiro artista de massas, o segundo mais vendido de sempre, de-pois dos Beatles, com 600 milhões de discos, e o terceiro com mais singles a liderar as tabelas mundiais (17, contra 18 de Mariah Carey e 20 dos Beatles). Contagiante no palco, contagiado pela hipocondria fora dele, Elvis morreu em 1977 na casa-de-banho da sua mansão em Graceland por motivos ainda hoje desconhecidos.Enquanto o rock dava os primeiros passos, o jazz conquistava múltiplas variantes e dimensões. Apesar de não ser o mais virtuoso dos seus intérpretes, Miles Davis foi o mais inovador de todos os trompetistas. Foi o pioneiro do cool jazz e fez parte do desenvolvimento do jazz modal e do jazz fusion. Ainda hoje, o trompete de Davis é um dos mais procurados para a música ambiente e

para a banda sonora de filmes e docu-mentários.E ainda houve o piano de Ray Charles, a guitarra de Johnny Cash e a voz de Sinatra.

Anos 60The BeatlesPerído de actividade: (1960 – 1970) «Somos mais famosos do que Jesus Cristo». (John Lennon – Vocalista)

The DoorsPeríodo de actividade: (1965 – 1972) «Vejo-me como um cometa flamejante, uma estrela cadente. Toda a gente pára, olha e exclama: ‘Oh, olha para aquilo!’ Depois, desapareço. E eles nunca volta-rão a ver uma coisa como aquela e não vão ser capazes de me esquecer». (Jim Morrison – vocalista).

Bob DylanPeríodo de actividade: (1956 – pre-sente) «Nunca escrevi uma canção política. As canções não podem salvar o mundo. Já ultrapassei isso».

Velvet UndergroundPeríodo de actividade: (1965 – 1973) «Nunca sorrimos, virávamos as costas à plateia e mostrávamos-lhes o dedo. A nossa missão era chatear as pessoas, fazer com que se sentissem desconfor-táveis, fazê-las vomitar». (John Cale – Baixista)

Eleger quatro bandas na década de 60 é como ir ao Olimpo resgatar quatro deu-ses gregos para figurarem num templo imortal. Mas, no que toca ao divino, os

Beatles ocupam um lugar de destaque. Nunca ninguém vendeu tantos discos, teve tanto mediatismo e influenciou tanta gente como a banda de Liverpool. Lennon, McCartney, Starr e Harrison

já venderam mais de 1000 milhões de discos, puseram 40 êxitos no topo das tabelas britânicas e foram considerados a melhor banda de sempre pela Rolling Stone e pela Billboard. ‘Sgt Pepper’s Lonely Hearts Club Band’, de 1967, é considerado o seu melhor álbum. O assassinato de John Lennon, em 1980, terminou com a possibilidade dos Bea-tles voltarem a tocar juntos.Os Rolling Stones são vistos como os antagonistas dos Beatles nos 60’s mas, na verdade, foram os The Doors que mais se demarcaram do paradigma do rock na época. Com o seu som ácido, marcado pela influência do jazz e pelo uso do sintetizador, abriram as portas da percepção até ao infinito. Sucessos como ‘Riders on the Storm’ e ‘Break on Trough’ fazem com que continuem a vender mais de um milhão de discos por ano. O vocalista Jim Morrison, símbolo de rebeldia e de liberdade, morreu em circunstâncias misteriosas numa banhei-ra de um quarto parisiense.O rock psicadélico e o pop/rock contra-cenavam com o folk-rock, cujo maior in-térprete é o polémico Bob Dylan. Dylan começou por levantar a bandeira da paz e da luta contra a guerra do Vietname, mas, ao contrário de John Lennon e de Jim Morrison, decidiu não agitá-la. Redefiniu-se como poeta e músico e re-negou a influência política. Foi criticado por muitos críticos e fãs, mas músicas como ‘Like a Rolling Stone’ ou ‘Masters

As melhOres bAndAs dO mUndODE ELVIS A NIRVANA. DE KRAFTwERK A MADONNA. OS úLTIMOS 50 ANOS DO úLTIMO SÉCULO ESTãO REPLETOS DE GRANDES MúSICAS E DE GRANDES BANDAS. HOUVE OS qUE VENDERAM MILHõES DE DISCOS E OS qUE MOBILI-zARAM MILHõES DE PESSOAS. NA HISTóRIA FICARAM OS qUE, DÉCADA A DÉCADA, CRIARAM MILHõES DE NOVAS POSSIBILIDADES MUSICAIS E SOCIAIS.

TIAGO [email protected]

1967 O AnO de OUrO

Os álbUns mAis vendidOs

1967 é considerado pela maioria dos especialistas como o melhor ano musi-cal da história. Os Beatles lançaram ‘Sgt. Peppers Lonely Hearts Club Band’, os The Doors lançaram o seu primeiro álbum, os The Velvet Underground surpreenderam com ‘The Velvet Underground and Nico’ e os Jefferson Air-plane deram a conhecer ‘Surrealistic Pillow’. Como se não bastasse, foi em 1967 que nasceu Kurt Cobain

1.‘Thriller’ (1982) michael Jackson 108 milhões de exemplares

2.‘back to black’ (1980) AC/dC 42 milhões

3.‘The bodyguard’ (1992) Whitney houston42 milhões

4.‘Greatest hits’ (1976) eagles 41 milhões

5.‘dark side of the moon’ (1973) Pink Floyd 40 milhões

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05 [01 OUT 2008][Especial Dia Mundial da Música]

of war’ tornaram-se tão eternas como o seu talento.Considerado pelo diário britânico ‘Daily Observer’ como o álbum mais influente de sempre, ‘The Velvet Underground and Nico’, acabou por marcar o final dos anos 60. Os The Velvet Underground passaram quase despercebidos na época, mas influenciaram dezenas de artistas nas décadas seguintes. Sem eles não existiriam David Bowie, Jesus and Mary Chain, Depeche Mode ou Joy Division. Fi-nanciados e intelectualmente motivados por Andy wahrol, os The Velvet Under-ground foram o expoente máximo do ex-perimentalismo musical. Nunca ninguém tinha tocado tão abertamente temas relacionados com sexo, drogas pesadas, sadomasoquismo e prostituição.

Anos 70KraftwerkPeríodo de actividade: (1970 – presente) «Reproduzimos a grande variedade de sons e músicas existente no cérebro das pessoas». (Ralf Hutter)

Pink FloydPeríodo de Actividade: (1964 – pre-sente) «Não existe um lado negro da lua. Na verdade, ela é toda escura». (Roger wa-ters – Baixista/Vocalista)

Led ZeppelinPeríodo de actividade: (1968 – 1980) «Gosto da ideia de estar sozinho. Gosto da ideia de estar sozinho em muitos as-pectos da minha vida. Gosto de me sentir só. Gosto de precisar de coisas». (Robert Plant – Vocalista)

Bob MarleyPeríodo de actividade: (1961 – 1981) «A erva é a cura de uma nação. O álcool é a destruição».

Bob Marley

Período de actividade: (1961 – 1981) «A erva é a cura de uma nação. O álcool é a destruição».

O álbum ‘Dark Side of The Moon’, de 1973, é presença incontornável nas vo-tações de melhores discos do século. Os Pink Floyd foram pioneiros do rock pro-gressivo e agitaram o mercado musical com capas de discos vanguardistas e concertos elaborados. Em 1979, em ple-na guerra-fria, o álbum ‘The wall’ deu a primeira machadada no muro de Berlim e o grupo inglês assumiu-se, com as suas letras de tom filosófico e social. Os Pink Floyd já venderam mais de 200 milhões de discos em todo o mundo, mas sofre-ram várias divisões internas: o fundador Syd Barret foi expulso devido ao vício em drogas e David Gilmour e Rogar waters

bateram-se em tribunal pelos direitos le-gais das músicas.O movimento punk alastrava-se em Lon-dres e em Nova Iorque ao som de Sex Pistols e de Ramones. No entanto, os Led zeppelin davam a conhecer a génese do heavy-metal, misturada com aprendi-zagens retiradas da música celta, índia, clássica e até do reggae. O resultado está hoje à vista: são a única banda na história a colocar todos os seus álbuns no top 10 dos E.U.A, já venderam 300 milhões de discos e lideram o top da VH’1 como a melhor banda de hard-rock. O fim dos Led zeppelin coincidiu com a morte do baterista John Bonham, sufocado no próprio vómito, em 1980. O grupo voltou a reunir-se em 2007, para um concerto no Estádio de wembley, com Jason Bo-nham, filho de John, na bateria.Enquanto os suecos ABBA começavam a levar o público para as pistas de dança, os alemães Kraftwerk aumentaram as opções dos Dj’s ao inventarem a electró-nica. ‘Trans –Europe Express’, de 1977, é uma obra urbana e intelectual sem paralelos no seu tempo, tendo os sinte-tizadores e os primeiros computadores

como principais ferramentas. Sem Kraf-twerk, não existiria o techno, o house e o electro.Ao mesmo tempo, do Mar das Caraíbas, surgiam batidas de liberdade. Bob Mar-ley e os wailers punham a Jamaica e o reggae no mapa musical. Marley foi a primeira estrela dos pobres e oprimidos e dos países subdesenvolvidos, abrindo a porta para outras músicas do mundo. Mais tarde, nomes como Cesária Évora e Youssou N’Dour aproveitariam a aber-tura.

Anos 80Michael JacksonPeríodo de actividade: (1968 – pre-sente) «quando olho para uma criança, vejo a cara de Deus. É por isso que eu as amo tanto».

MadonnaPeríodo de actividade: (1982 – pre-sente) «Toda a gente diz que te ama quando está prestes a ejacular-se».

MetallicaPeríodo de actividade: (1981 – pre-sente) «É tudo divertimento e jogos, até alguém perder um olho. Depois, são divertimen-tos e jogos que não podes ver». (James Hetfield – Vocalista)

The ClashPeríodo de actividade: (1976 – 1986) «Gosto de tocar na América porque sei que não vou levar com uma garrafa de cerveja na cabeça. Aprecio isso». (Joe Strummer – Vocalista)

O punk era o parente pobre da cena mu-sical até à chegada dos The Clash. Com ‘London Calling’, de 1979, o grupo lon-drino mostrou que o punk também po-dia ser bem tocado. Para isso, puxaram

pelas influências do reggae, do funk e do rockabilly e, através das letras vincada-mente esquerdistas, demarcaram-se do niilismo dos Sex Pistols e da simplicidade dos Ramones. A Rolling Stone escolheu-os como a melhor banda dos 80’s.Aproveitando os ensinamentos de Led zeppelin, os californianos Metallica en-carnaram a figura de reis do heavy-metal. A música vestida de negro e de cabelos longos era dominada por quatro grandes bandas: Anthrax, Megadeath, Slayer e Metallica. A partir de 1986, com o lança-mento de ‘Master of Puppets’, o conjunto

de Lars Ulrich e de James Hetfield passou a liderar esta corrida, apesar do criticismo pelas incursões por projectos comerciais. Hoje, com 90 milhões de discos vendidos e sete Grammy, são a banda de metal com maior projecção no mundo.Guitarras à parte, os anos 80 ficaram marcados pela projecção das grandes estrelas pop. Michael Jackson, de todas a mais cintilante, embasbacou o mundo com ‘Thriller’, de 1982, o álbum mais vendido da história com 108 milhões de exemplares. Uma fusão de R&B, soul, rock, funk e disco, acompanhada por vertiginosos passos de dança e pelo vide-oclip mais aclamado de sempre. O meni-no que começou a cantar com os irmãos nos Jackson Five, que fez uma operação à pele para ficar branco e que se tornou na maior estrela popular mundial nunca deixou de se sentir um menino. Talvez, por isso, tenha sido tantas vezes acusado de pedofilia ao longo da vida.Madonna aproveitou o rasto de sucesso deixado por Michael Jackson para se lançar como a grande diva do estilo pop. Primeiro, apareceu com cruzes góticas ao pescoço. Depois, veio o sexo, o cinema, as pistas de dança e a maturidade. Hoje, tem estatuto e irreverência de sobra para dedicar o seu single ‘Like a Virgin’ ao Papa ou para se crucificar em palco com imagens de crianças africanas, famintas, a rodar na tela. Herdeira de Patti Smith,

Aretha Franklin e Janis Joplin, Madonna é, actualmente, uma das mulheres mais respeitadas do mundo. Porque sempre fez o que quis.

Anos 90nirvanaPeríodo de actividade: (1987 – 1994) «Prefiro ser odiado pelo que sou, do que ser amado pelo que não sou». (Kurt Co-bain – Vocalista)

RadioheadPeríodo de actividade: (1988 – actu-almente) «Se querem entreter-se, levantem-se e vão ver Hanson» (Thom Yorke – Voca-lista)

Rage Against the MachinePeríodo de actividade: (1990 – 2000/presente) «Eu estou nesta banda para dar voz a várias lutas pelo mundo fora. Para mim, a tensão nesta banda é um sacrifício mí-nimo». (zack de la Rocha – Vocalista)

nWAPeríodo de actividade: (1986 – 1991) «Isto vai forçar as pessoas a desafiarem-se a si mesmas e a analisarem em que ponto estamos a nível do racismo». – (Ice Cube)

No início da década de 1990, o rock mu-dou-se para Seattle e mudou a sua iden-tidade para grunge. Nirvana, Pearl Jam, Alice in Chains e Soungarden inundaram o mundo com um rock alternativo que representava uma nova geração vestida com camisa aos quadrados e calças de fato de treino. Kurt Cobain, vocalista de Nirvana, foi a principal figura deste mo-vimento. O álbum ‘Nevermind’ está entre os 30 mais vendidos de sempre. A saúde de Cobain começou a deteriorar-se pelo uso abusivo de drogas e o músico acaba-ria por falecer em Abril de 1994.

Longe desta realidade, os Rage Against the Machine (RATM) constituíam-se como a banda com convicções políticas mais marcadas. Fundadores do rapcore, uma fusão de rap, punk e hardcore, os

RATM solidarizaram-se com várias cau-sas apoiadas pela extrema-esquerda, como por exemplo, com o Exército za-patista, no México, ou com os Senderos Luminosos, no Peru. Em 1993, o grupo apareceu despido e de membros atados em palco, em protesto contra a censura de uma das suas músicas. zack de la Ro-cha, o vocalista, consegue rimar autên-ticos discursos políticos sobre as fortes batidas do rock pesado.Se dúvidas haviam, ‘Ok, Computer’ (1997) dissipou-as. Os ingleses Radiohe-ad conseguiram que o seu rock alterna-tivo alicerçado no ‘falsetto’ do vocalista Tom Yorke se tornasse num marco da década. Os temas sobre a alienação mo-derna e a introdução dos efeitos electró-nicos aproximaram o grupo do art-rock e de um registo conceptualista. Em 2007, os Radiohead tornaram-se na primeira banda mediática a lançar um álbum – ‘In Rainbows’– por meio do download di-gital, em que os compradores pagavam aquilo que queriam.De NwA (Niggaz with Attitude) ficou a música ‘Fuck the Police’, censurada nos Estados Unidos. Mas este grupo de rap californiano significou muito mais do que isso. Marcou o início do gangsta rap, um dos estilos musicais mais recorrentes dos últimos 20 anos. Os seus arranjos musi-cais em jeito de reportagem áudio, com sirenes, gritos e tiros, foram inovadores e uniram-se às rimas de denúncia. A en-trada no novo milénio viria a confirmar o crescimento do hip-hop e o surgimento do movimento indie pelas mãos dos The Strokes.

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[Especial Dia Mundial da Música] 06[01 OUT 2008]

DeolinDaO fado não é só triste e fatalista. É também airoso e desbocado. Assim é Deolinda, a espevitada figura que dá rosto ao projecto de Ana Baca-lhau (voz), Pedro da Silva Martins, Zé Pedro Leitão e Luís José Martins. Os amores e desamores, a Lisboa castiça e bairrista, as cusquices das vizinhas e um certo romantismo kitsch, tudo isto entra no colorido e ecléctico álbum de estreia, ‘Canção ao Lado’, editado em Abril deste ano.

Buraka Som SiStemaA freguesia da Buraca, na Amadora, nunca mais foi a mesma desde que o conceito de kuduro progressivo entrou no léxico musical. Os Buraka Som Sis-tema, um colectivo formado por Riot, Lil’John e Conductor, com participação regular de Kalaf, criaram um novo gé-nero, misturando no mesmo pote cul-tural as tradições do kuduro, os ritmos do funk, do reggaeton e do hip hop. Temperado com uma pitada de electró-nica, o som dos Buraka nasceu com o EP ‘From Buraka to The World’ e re-gressou, este ano, com o álbum ‘Black Diamond’ lançado esta segunda-feira.

PontoS negroSSe fossem americanos talvez se cha-massem Black Dots, numa assumida alusão aos rockeiros White Stripes. Mas em Portugal fala-se português, e os Pontos Negros são uma das bandas revelação deste ano. Afinal, por cá também se faz ‘roque enrole’, e a ban-

da de Queluz, composta por Jónatas e David Pires, Lipe e Silas puseram a malta a cantarolar a letra de um ‘Conto de Fadas de Sintra a Lisboa’. O álbum de estreia – ‘Magnífico Material Inútil’ – é editado este mês, revelando que ser suburbano é um estilo de vida, e o facto de serem cristãos evangélicos apenas uma circunstância.

XutoS & PontaPéSAs apresentações são desnecessárias. Tim, Zé Pedro, Kalú, Cabeleira e Gui estão prestes a atingir o impensável numa banda punk/rock portuguesa: os 30 anos de carreira. Ver um concerto de Xutos actualmente é assistir a um encontro de gerações. Avós, pais e ne-tos partilham as mesmas canções e a idade parece não pesar. Nem no palco, nem fora dele. Agraciados por Jorge Sampaio com a Ordem do Infante D. Henrique e inspiração para um musical intitulado ‘Sexta-feira 13’, os Xutos percorreram um longo caminho desde os tempos do ‘Rock Rendez-Vous’, mas continuam a gritar ‘Olá Vida Malvada’

Sam the kiDDe Chelas para o mundo, Samuel Mira transformou-se em Sam The Kid e pro-vou que não é preciso ser negro para fazer hip hop. Com quatro álbuns na bagagem, Sam recorre com frequência a samples de discos antigos e vídeos de todo o género, usando os sons e as vozes a seu bel-prazer. Uma rima leva a outra, o improviso flui e, sem karaokes nem retoques, ‘Pratica(mente)’, de

DO ROCK AO INDIE, DO HIP HOP AO FADO VADIO, DO POP DANçáVEL AO METAL, O NOSSO PAíS NãO SE FAZ APENAS DE CRIS-TIANOS RONALDOS E DE PASTÉIS DE BELÉM. O PANORAMA DA MúSICA NACIONAL É, ACTUALMENTE, FEITO DE INESPERADAS

REVELAçõES, MAS TAMBÉM DE GRANDES CLáSSICOS QUE NUNCA PASSAM DE MODA. EIS ALGUMAS SUGESTõES ‘MADE IN PORTUGAL’ QUE VALE A PENA OUVIR.

LAURA ALVES

[email protected]

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07 [01 OUT 2008][Especial Dia Mundial da Música]

2006, foi considerado um dos melho-res álbuns desse ano.

WraygunnHaverá espaço para uma cultura ro-ckabilly modernizada em Portugal? A resposta é... WrayGunn. Guitarras que exalam sexo, o sensual e o ani-malesco entrelaçados, concertos ver-tiginosos e uma carreira solidamente construída de rock, blues e algum saudosismo das décadas de 1950 e 60 fazem da banda liderada por Paulo Furtado um festim para os sentidos. As vozes de Raquel Ralha e de Selma Uamusse trazem valor acrescentado ao projecto, que encontrou a reden-

ção com ‘Shangri-la’ em 2007.

BlaSteD mechaniSmAlegadamente vindos de outro plane-ta, são uma das mais originais bandas portuguesas. O projecto sofreu algu-mas alterações ao longo dos anos, sendo que a saída de Karkov no início deste ano provocou uma reviravolta no grupo. A nova voz dos Blasted é Pedro Lousada, ex-Zedisaneonlight, que assumiu o nome Guitshu. O re-curso a máscaras alienígenas é a ima-gem da banda desde o seu começo, tal como a introdução de sonoridades orientais e instrumentos inventados. O último álbum, ‘Sound in Light’, foi

lançado num formato inovador, dan-do a possibilidade de fazer o downlo-ad de um segundo disco.

moonSPellO nome Morbid God não dirá muito à maioria das pessoas, mas foi por aí que começaram os Moonspell, uma das poucas bandas de gothic/black metal nacionais. 2006 revelou-se um bom ano para a banda liderada por Fernando Ribeiro: o álbum ‘Memorial’ atingiu o top na primeira semana de vendas e, no final do ano, venceram o prémio da categoria Best Portuguese Act dos MTV Europe Music Awards. Sucederam-se ‘Under Satanae’ e ‘Ni-

ght Eternal’, cujo sucesso demonstra que continua a haver lugar para o black metal. Não será um lugar ao sol, mas sim à lua…

DaviD FonSecaPerdeu-se um fotógrafo, mas ganhou-se um músico. Longe vão os tempos dos Silence 4 e David Fonseca tem sabido impor-se na cena pop/rock com os três álbuns gravados a solo, sempre numa atmosfera que remete para o pop dançável dos anos 80. A sua versatilidade levou-o a integrar o aclamado projecto Humanos, com Manuela Azevedo dos Clã e Camané, reinventando temas de António Va-

riações, e o mais recente trabalho, ‘Dreams in Colour’, inclui uma inespe-rada versão de ‘Rocket Man’ de Elton John.

Da WeaSelGalardoados com Globos de Ouro e prémios da MTV, dificilmente os Da Weasel imaginariam o sucesso que iriam alcançar quando criaram a ban-da, em 1993. Um EP e seis álbuns de-pois – entremeados com uma edição especial de ‘Re-Definições’ e um disco ao vivo – a história da doninha faz-se de muitos singles que o público ouve, canta e não esquece. Os refrões ‘olá nina, quero tratar de ti’ e ‘uh uh yeah

yeah, faz faz dada’ são apenas dois exemplos entre muitos.

Deolinda

Fernando Ribeiro, MoonspellM

ónica

Moit

as

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[Especial Dia Mundial da Música] 08[01 OUT 2008]

Laura [email protected]

Vampire WeekendNão sabemos se o Conde Drácula aprecia indie rock, mas talvez o CD dos vampire Weekend ande a rodar nos night clubs da Transilvânia. a descontracção e leveza que marca o homónimo álbum de estreia destes nova-iorquinos não só provoca uma irresistível vontade de dançar, como também de cantar. Quem esteve este ano nos concertos na Casa da Música, no Porto, e no alive!, em Lisboa, sabe do que estamos a falar. Não foi à toa que a rolling stone incluiu o tema ‘Cape Cod Kwassa Kwassa’ na sua lis-ta das 100 Melhores Canções de 2007 e a revista spin os elegeu, já este ano, ‘a Melhor Banda revelação do ano’.

TOkyO HOTelse nas escolas secundárias fosse obri-gatório ter alemão, ir a um concerto dos Tokyo Hotel poderia ser conside-rado trabalho de casa. Contudo, tal-vez desse modo as passagens destes teen-idols por Portugal não tivesse causado tamanha euforia. a moda do emo catapultou os Tokyo Hotel para a ribalta e, num ápice, os gémeos Bill (voz) e Tom Kaulitz (guitarra), junta-mente com Gustav schäfer (bateria) e Georg Listing (baixo), conquistaram prémios, discos de platina e uma le-gião de fãs pelo mundo inteiro.

amy WineHOUsePraticamente não há dia em que não surja nos jornais ou em novos videos na Internet. seja pelo abuso

de drogas, pela conduta descontro-lada, pela extrema magreza ou por qualquer outra coisa, excepto pela música. No entanto, amy Winehou-se chegou ao topo porque tem, re-almente, talento. adorada por uns, criticada por outros, o facto é que a cantora britânica, premiada com cinco Grammys, não se livra da fama de eterna rebelde. O estado de saú-de debilitado que, aliás, pudemos comprovar durante a sua actuação no último rock in rio, dá origem a apostas quanto à longevidade da sua carreira. Caso se confirme o pior cenário, o r&B ficará, sem dúvida, mais pobre.

p!nkBaptizada alecia Beth Moore, P!nk teve, de facto, o cabelo rosa, mas

a verdade é que a cantora pop não mantém um novo visual durante mui-to tempo. Iniciou a carreira musical bastante jovem, com apenas 13 anos, e após algumas experiências menos bem sucedidas, P!ink estreou-se a solo em 2000 com ‘Can’t Take Me Home’, conquistando a dupla platina. a fama consolidou-se ao interpretar, juntamente com Christina aguilera, Lil’ Kim e Mýa, o tema ‘Lady Mar-malade’ para o filme ‘Moulin rouge’. Dois Grammys e mais quatro álbuns depois – o mais recente, ‘Funhouse’, será lançado este mês no mercado – P!nk tem-se reinventado de forma inteligente. O novo single ‘so What’ atingiu, entretanto, o n.º 1 nas ta-belas da austrália, Nova Zelândia e Canadá.

arrasTaM MuLTIDõEs aTrás DE sI, sãO ExTravaGaNTEs, vENDEM MILHõEs DE DIsCOs E, sEjaM NOvaTOs Ou vETEraNOs, TêM O MuNDO Na PaLMa Da MãO.

COM EsTILOs MusICaIs E PúBLICOs DIFErENTEs, EIs Os sONs QuE, aCTuaLMENTE, FaZEM O PLaNETa EsTrEMECEr.

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Page 9: pubdia+musica.pdfElvis Presley Período de actividade: (1953 – 1977) «A minha voz nasceu por vontade de Deus, não por minha». Miles Davis Período de actividade: (1944 – 1991)

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madOnnase existe uma rainha da música pop, o título só a ela poderá ser atribuído. Condensar em poucas linhas uma carreira de 25 anos é virtualmente im-possível, contudo, apesar do seu meio século de idade (quem diria…), Ma-donna não pretende ficar por aqui. Ou seja, daqui a um par de anos haverá, de certeza, ainda mais para contar. a recente passagem da diva pelo Parque da Bela vista esgotou as bilheteiras meses antes do concerto, os fãs pas-saram a noite a acampar, os noticiários acompanharam de perto o evento, houve tributos à cantora… Polémica e ‘glamorosa’, Madonna é a artista que mais vezes venceu o MTv video Music awards – ‘apenas’ 21 prémios… –, os singles que lança vão directos ao topo das tabelas e, por isto e muito mais, é a cantora mais bem paga do mundo.

kanye WesTProdutor e rapper, Kaney West possui um nome auspicioso, já que ‘Kanye’ significa ‘o único’ em suaíli. West produziu músicas para artistas da cena hip hop e r&B como alicia Keys e Eminem. a passagem para o rap deu-se com jay-Z, com quem trabalhou no álbum ‘The Blueprint’. as críticas bastante positivas relati-vamente à sonoridade do disco faci-litaram-lhe a passagem da produção, nos bastidores, para o estrelato, no palco. já com três álbuns, estando o quarto – ‘808s & Heartbreak’ – pre-visto para Novembro, o rapper possui fortes convicções sociais e políticas, ficando para a História a polémica frase proferida aquando da devasta-ção causada pelo furacão Katrina em Nova Orleães: «George Bush doesn’t care about black people.»

linkin parkFoi com “Hybrid Theory”, o primeiro álbum, que os Linkin Park convence-ram o mundo de imediato. vencedo-ra de dois Grammys e diversos pré-mios da MTv, a banda californiana confirmou o sucesso da estreia com “Meteora” e, já no ano passado, “Minutes to Midnight”, entrou direc-tamente para os tops, vendendo 600 mil cópias na primeira semana após o lançamento. O recurso a dois vo-calistas é uma das principais marcas de estilo da banda, que conjuga o nu metal com o ritmo do rock e ainda influências do hip hop. Mike shino-da, MC do grupo, segue o caminho do rap, enquanto Chester reflecte o lado metal dos Linkin Park.

COldplay‘viva la vida or Death and all His Friends’, o mais recente trabalho dos britânicos Coldplay, foi buscar o nome a um quadro de Frida Khalo, uma opção justificada pela ousadia da obra. O quarto álbum da banda de Chris Martin saiu para o merca-do em junho deste ano, contudo, o single ‘violet Hill’ foi disponibilizado gratuitamente um mês antes no seu site oficial, garantindo vários milha-

res de downloads de imediato. Desde ‘Parachutes’, a carreira dos Coldplay tem sido cimentada de sucessos in-contestáveis: temas melancólico-de-pressivos como ‘Yellow’ e ‘Trouble’, ou plenos de energia, como ‘speed of sound’ e ‘Clocks’, fazem dos Coldplay um dos projectos de rock alternativo mais versáteis da actualidade.

meTalliCaNo futuro, tavez os dicionários ve-

nham a incluir o nome Metallica no significado de ‘heavy metal’. Nascidos na Califórnia em 1981, os Metallica tornaram-se um mito para várias gerações e têm sabido reinventar-se ao longo dos anos, balançando entre o thrash metal, o hard rock e temas mais melódicos, como os lendários ‘Nothing Else Mat-ters’ e ‘unforgiven’. as passagens de Metallica por Portugal em 2007 e pelo palco do rock in rio 2008 con-

firmam o estatuto da banda como um dos mais influentes projectos do panorama metal de sempre. O recente lançamento do nono álbum da banda – ‘Death Magnetic’ – é um dos acontecimentos mais falados dos últimos tempos.

Madonna

Page 10: pubdia+musica.pdfElvis Presley Período de actividade: (1953 – 1977) «A minha voz nasceu por vontade de Deus, não por minha». Miles Davis Período de actividade: (1944 – 1991)

10[01 OUT 2008][Especial Dia Mundial da Música]

Quando olhamos para o nosso passado musical, para as evoluções e choques que a indústria tem absorvido ao longo dos últimos 100 anos, tentar definir um fio condutor é uma actividade que pode levar uma pessoa à loucura.Mas, mais do que uma ordem geral, é possível definir certas eras musicais que marcaram anos – por vezes décadas –

normalmente através de uma dinâmica local, com focos de criatividade cen-trados em cidades especí-ficas. Falamos do ‘flower power’ de San Francisco, da Motown de Detroit, da ‘Madchester’ em Manches-ter ou mesmo o grunge, em Seattle. Quando alguns dos nomes mais conhecidos decidiam fugir dos seus ró-

tulos – como quando Ray Charles deci-diu cantar country ou os Led Zeppelin gravaram uma música de reggae – tais incursões eram vistas como experiên-cias ou mesmo forte rupturas.Na era da Internet, esse processo tornou-se muito mais natural. Qualquer pessoa, em qualquer canto do mundo, tem acesso quase ilimitado a um sem número de culturas musicais, o que ex-plica a popularidade crescente da ‘world music’ ou fenómenos como os Vampire

Weekend, com o seu híbrido de pop oci-dental com afropop.Um dos exemplos mais flagrantes da fusão de estilos actual envolve o fenó-meno do hip hop e do R&B, e a relação de influência mútua que têm tido com todos os outros universos musicais. Isto manifesta-se não só na criação de novos estilos, como o ‘rap rock’, mas também em parcerias pontuais que abrem novos caminhos. Uma nova era que vê os One Republic a lançar um single remixado por Timbaland, Kanye West a cantar em conjunto com Chris Martin, dos Col-dplay, ou um dueto entre Alicia Keys e Jack White, dos White Stripes, no novo filme do James Bond.

O ‘melting pOt’ pOrtuguêsSe durante muitos anos a realidade musical portuguesa andou um passo atrás das tendências mundiais, o pano-rama actual é consideravelmente mais risonho. A cultura de partilha de influ-

ências tem-se sentido tanto na revisitação de êxitos das carreiras de Sérgio Godinho ou GNR, como em fenó-menos recentes como os Buraka Som Siste-ma, com a sua explo-ração electrónica dos ritmos do kuduro.

Um estilo que tem retirado benefícios consideráveis desta tendência tem sido o fado, que saiu das tascas escuras para os grandes palcos, em grande parte de-vido ao modo como este tem entrado em esferas que antes evitava – seja num sample de uma música de Sam The Kid, na louca experimentação da Naifa ou nos imensamente populares Humanos.Mas, ao contrário do que muitos pos-sam pensar, o intercâmbio de culturas não tem de significar necessariamente a morte do ‘ingrediente’ original. Um ano depois de ter tocado no Sudoeste com os Humanos, o fadista Camané regres-sou a terras alentejanas para se mostrar a solo. E, na tenda do palco secundário, uma multidão de festivaleiros fez silên-cio para se ouvir cantar o fado.

A erA dA fUsãO

SOUL E COUNTRy. HARD ROCK E REGGAE. BRITpOp E HIp HOp. INDIE E FADO. COM A CRESCENTE TENDêNCIA pARA AS COLABORAçõES ARTíSTICAS, A úNICA DEFINIçãO QUE SE pODE DAR à MúSICA DO SéCULO XXI é QUE

NãO TEM DEFINIçãO. NA ERA DA INTERNET, OS RóTULOS NUNCA MAIS SERãO OS MESMOS.

O esTrAnhO mUndOdAs cOvers

pEDRO [email protected]

Outro modo de fazer a ponte entre mundos musi-cais opostos, são as covers que permitem aos artistas não só fazer homenagem a clássicos do seu próprio universo criativo, mas tam-bém incursões esporádicas em canções que provavel-mente nunca sonhariam tocar. Alguns dos melhores exemplos de experiências gloriosamente conseguidas incluem: ‘I Will Survive’, de Gloria Gaynor, pelos Cake; ‘All That She Wants’, dos Ace Of Base, pelos The Kooks; ‘Careless Whisper’ dos Wham, pelos Gossip; ‘No Diggity’, dos Blackstre-et, pelos Klaxons; ou ‘Fee-ling Good’, de Nina Simone, pelos Muse.

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Vampire Weekend One Republic & Timbaland

White Stripes

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Voda

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bem vividOsCONSCIENTE DA IMpORTâNCIA QUE A MúSICA ASSUME NA VIDA DE TODOS NóS, A VODAFONE pORTUGAL TEM, AO LONGO DOS úLTIMOS ANOS, CRIADO DIVERSAS pARCERIAS NESTA áREA. UM CONCERTO, UM FESTIVAL OU UMA CANçãO ESpECIAL QUE SE OUVE NA RáDIO, DESpERTAM MúLTIpLAS EMOçõES E ESTADOS DE ESpíRITO QUE A VODAFONE FAZ QUESTãO DE VALORIZAR. DESTA FORMA, A ASSOCIAçãO DA MARCA AOS ARTISTAS E EVENTOS MUSICAIS DE REFERêNCIA FAZ TODO O SENTIDO.

A vOdAfOne e A músicA

A aposta da Vodafone na música em portugal foi re-forçada em 2007 através da concepção e produção de eventos de música ori-ginais e inovadores, de formato desenvolvido pela própria Vodafone, como os Concertos Flash, Vodafone House party e Vodafone SoundClash! Com estas iniciativas, a marca procu-rou sintonizar os amantes de música com os artistas nacionais, permitindo-lhes participar em iniciativas musicais inéditas no nosso país. Foram realizadas di-versas acções nas quais se procurou levar a música às principais cidades de Norte a Sul do país. Destacam-se os Concertos Flash em seis cidades; a Vodafone House party, com um con-certo ‘privado’ dos Blasted Mechanism; e o Vodafone SoundClash! que colocou no palco e frente a frente músicos como os GNR, The Gift, Blasted Mechanism e Boss AC.

Nos últimos anos, a Vodafone portugal, líder em inovação no sector nacional das telecomunicações, tem-se preocupado em criar parcerias que reflictam a sua política de comunicação. A música é, sem dúvida, uma ferramenta poderosa de transmissão de valores e de emoções, além da abrangência que tem em termos de público. Diz-se que a linguagem da música é universal e, de facto, é das formas mais eficazes de comunicar com os outros.A estratégia da marca aposta, claramente, na utilização da música como um trans-missor de alegria de viver, inovação, irreverência e espírito ‘cool’. Objectivo? Chegar a um segmento muito especial: os jovens dos 18 aos 35 anos com o lema ‘Viva o momento’.Através dos vários serviços e conteúdos disponibilizados no portal Vodafone live! e das experiências que os patrocínios e eventos realizados proporcionam, a Vodafone procura fazer chegar às pessoas a música que querem, quando querem e onde esti-verem, para que possam viver cada momento com a sua música preferida.

uma década de músicaEm 2004, 2006 e 2008 a Vodafone patrocinou o maior fes-tival de música do mundo, o Rock in Rio. Este patrocínio enquadra-se perfeitamente na estratégia de comunicação e posicionamento da marca, já que associa a Vodafone ao mais importante acontecimento musical em portugal durante estes últimos anos, dando continuidade à liga-ção da marca aos grandes eventos musicais realizados no nosso país, como já tinha acontecido com os MTV Europe Music Awards Lisboa 2005. No âmbito deste evento, tal como no Rock in Rio, a marca promoveu di-versas acções de activação do patrocínio, permitindo aos seus clientes ganhar bilhetes para os concertos e festas MTV, bem como para assistir ao vivo ao espectáculo, que se realizou pela primeira vez em portugal, no pavilhão Atlântico.Dois anos depois a marca patrocinou a transmissão dos MTV Europe Music Awards 2007 em portugal e ofereceu a 4 Clientes a oportunidade única de se deslocarem a Mu-nique para assistir à cerimónia de entrega dos cobiçados prémios.A Vodafone apoiou também a digressão dos portugueses The Gift, com os quais lançou o seu álbum AM-FM nos telemóveis Vodafone live!. Numa iniciativa pioneira em portugal e, provavelmente, em todo o mundo, em Novembro de 2004 foi possível fazer download de faixas musicais inéditas e ouvi-las no telemó-vel antes do seu lançamento junto do público.Entre 2005 e 2008 foram efectuados pré-lançamentos exclusivos de vários artistas (Linkin park, Shakira, Keane, Fergie, The Gift, Now15, Avril Lavigne, Beyonce and Shakira, Ivete Sangalo, Madonna, entre outros) no portal Vodafone live!, permitindo aos clientes adquirir as faixas dos novos álbuns, toques, imagens, RingDings e víde-os, antes dos álbuns estarem à venda nas lojas.Em Julho de 2007 decorreu a transmissão em directo de todos os concertos do Live Earth para o telemóvel dos clientes Vodafone – 24 horas de música ’non-stop’, com concertos realizados em oito cidades de todos os continentes que contaram com a participação de mais de 150 artistas de renome internacional.Já no mês seguinte, os clientes tiveram acesso, em directo e em exclusivo, ao concerto de pedro Abrunhosa no porto, com a primeira apresentação de “Luz”, o seu novo álbum.De acordo com os estudos disponíveis, a estratégia seguida pela Vodafone tem sido reconhecida e apreciada pelo mercado. O conjunto de iniciativas que apoia e desenvolve nesta área permite que a Vodafone seja a primeira operadora de te-lecomunicações que os portugueses reconhecem como ligada à música e, ainda, seja considerada a terceira entre a totalidade das marcas em portugal com maiores indíces de associação à música.

No futuro a Vodafone pautará a sua presença na área da música pela continuação do desenvolvimento e implementação de projectos próprios e inovadores, tendo inclusivamente já preparado um conjunto de acções para este e para o próximo ano e que em breve divulgará.

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[Especial Dia Mundial da Música] 12[01 OUT 2008]

Musica

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de

Estou em plena Lisboa à procura de uma BMX roxa, acompanhada, pos-sivelmente, por alguém com o cabelo dessa mesma cor. A expectativa não se cumpre: a bicicleta, ‘sinal’ combinado para reconhecer o representante da mú-sica electrónica neste artigo, ficou em casa com um pneu furado e, quanto ao Bruno, apesar de não ter uma imagem comum, vem quase a preto e branco. «Há vários estilos de música electrónica, alguns com uma indumentária caracte-rística», explica. «O que mais me agrada em Lisboa [veio dos Açores] é o facto de encontrares vários grupos e poderes dizer ‘identifico-me com aqueles’. Isso [a imagem] é uma mensagem que as pes-soas transmitem». Uma mensagem que pode ser contraditória? «Sim, às vezes, por causa dos brincos e do cabelo com-prido, as pessoas pensam ‘esse gajo de certeza que fuma drogas e coisas assim’. Também gosto de enganar as pessoas! (risos)», brinca o DJ da dupla Bandidos, que se afirma ‘straight edge’, ou seja, não fuma nem bebe. «Acho extrema-mente má a associação entre a música e o álcool e as drogas. Há pessoas que vão para os festivais por haver cerveja barata e nem chegam a ouvir o trabalho dos músicos», lamenta.

OrgulhO e PrecOnceitO«Sempre tive uma imagem diferente», diz Bruno, habituado às críticas, presen-tes desde os tempos em que começou

a comprar a sua própria música até à entrada num curso de Belas-artes, que coincidiu com uma mudança gradual de estilo, de maneira de ser e de preferên-cias músicais. Hoje, a música electrónica, especialmente a francesa, é a sua eleita, mas mantém o gosto pela «energia e rai-va» do metal, que iniciou o seu interesse pela música. Fiel aos sons mais pesados do heavy metal, Nuno também se habituou a ver a sua imagem censurada. «Como professor, tinha colegas que falavam do cabelo comprido... e em casa também recebia críticas dos meus pais. Mas, se pensarmos um bocadinho para trás, até aos anos 60, isto já aconteceu. É um reviver com outros estilos musicais». Aos 32 anos, o visual de Nuno está mais suave (conta-me que cortou o cabelo há

cerca de mês e meio), «se calhar por causa da idade». «A pessoa começa a cansar-se de ver sempre a mesma ima-gem no espelho. Já usei calças elásticas, téni-bota e o cabelo comprido até às costas», recorda o baixista dos Last Year of Silence. Com efeito, conforme explica Rui Gomes, investigador do Observató-rio das Actividades Culturais, «ao longo do processo de transição para a vida adulta, que inclui também a autonomia residencial e a eventual constituição de uma família própria, há um conjunto de códigos de conduta e de convenções que se vão alterando».

AmigOs, AmigOs, músicA à PArte?«A música tem um papel central na formação de amizades próximas», con-

sidera Rui Gomes. O sociólogo chama a atenção, porém, para outros factores decisivos, como a escola, os vizinhos e os hábitos culturais. «A música pode apare-cer não propriamente como uma causa ou consequência do grupo de amigos, mas antes como um meio de expressão do próprio processo de identificação com o mesmo». Os confrontos entre as dife-rentes ‘tribos’ existem, mas a colabora-ção entre elas é mais comum do que se poderia julgar. «Mesmo alguma espécie de disputa ritualizada pode fazer parte do convívio entre grupos diversos», ex-plica Rui Gomes. E que o diga Nuno, cujo círculo de amigos foi sempre «eclético». «Nunca pensei: ‘vou juntar-me só àquela malta que ouve heavy metal’. Claro que, até uma certa idade, há sempre aquela piadinha do ‘ah, se calhar o heavy metal

SOmOS O qUe OUvimOS?AqUILO qUE OUvIMOS IN-FLUENCIA O NOSSO COM-pORTAMENTO E O NOSSO vISUAL? O MU pEDIU A UM MC AUTODIDACTA, A UM DJ ‘STRAIGHT EDGE’ E A UM METALEIRO vIO-LONCELISTA pARA DEFEN-DEREM AS SUAS CORES, pERDãO, SONS.

RAqUEL [email protected]

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Nuno Silvametal http://www.myspace.com/hybridlys«Ainda vives numa sociedade muito fechada. A crítica está sempre presente.»

Saul lopesHipHophttp://www.myspace.com/speaker2007 «Não são as calças largas e o boné ao contrário que vão dizer que sou MC.» Bruno Sousaelectrónicahttp://www.myspace.com/bandidosdesesperados«O que eu quero da música elec-trónica é que me faça dançar, não quero saber se é pró Bush ou pró Obama.»

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Page 13: pubdia+musica.pdfElvis Presley Período de actividade: (1953 – 1977) «A minha voz nasceu por vontade de Deus, não por minha». Miles Davis Período de actividade: (1944 – 1991)

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é que é bom’, mas depois também vais aprendendo a ouvir outras coisas».

lArgOs hOrizOntesAdrian North, professor de psicologia da Universidade Heriot-Watt, em Edimbur-go, passou três anos a tentar responder a uma pergunta: ‘Haverá uma relação entre o gosto musical e a personalida-de?’ O estudo foi publicado no início de Setembro, revelando, entre outras con-clusões, as parecenças entre os ouvintes da música clássica e os do heavy metal. A hipótese não espanta o metaleiro des-ta história, que tem inclusive formação em música clássica: «Em termos de rigor musical, são músicas que são trabalha-das, têm alguma quadratura e exigem alguma inteligência.» Contudo, Nuno concorda com Rui Gomes na recusa de uma «relação determinista» entre a música e a personalidade. «para além da música clássica, até consigo ouvir elec-trónica, se for boa, e pop-rock também ouço sem problemas. Acho que faz bem ouvir muitas coisas».

exigênciAs dO PAlcOÉ esta mesma atitude que encontro na minha conversa com um fã do hip hop que tem a música no corpo, literalmen-te: um ‘m’ tatuado no pulso direito e um ‘u’ no esquerdo (que não significam MU, os nossos fãs ainda não são tão devo-tos!), em recordação de um projecto

antigo, Mentes Urbanas. «pá... eu gosto de todos [os tipos de música]!», conclui Saul, após uma breve reflexão. O jazz e o «rock antigo» («pink Floyd, Supertramp, queen...os CD’s do meu pai») têm o seu lugar no pódio, mas o primeiro lugar é do hip hop «sempre, até morrer». MC (mestre de cerimónias) por conta própria, actua sob o nome de Speaker, e é aí, em palco, que o seu estilo muda. «Como podes ver, olha, estou assim, es-tou de t-shirt. Acho que não estou mal! (risos)... quando estou em actuação, é um bocado mais arrojado, o meu chapéu tem de estar lá». E os gestos? «(risos) É como a minha mãe diz: ando a apanhar moscas! (risos). Mas deve haver MC’s que rimam com as mãos nos bolsos! (risos)». Terminei todas as entrevistas pedindo um ‘sim’ ou ‘não’ à pergunta «somos o que ouvimos?». Saul deu-me uma res-posta curta, sem sombra de hesitação: «Eu sou».

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[Especial Dia Mundial da Música] 14[01 OUT 2008]

João Silva [email protected]

Tudo começou com o aparecimento do formato mp3 em 1991 – desde então, tornou-se possível ao utilizador comum de computadores pessoais manipular músicas como quem manipula fichei-ros. Só alguns anos mais tarde com o Napster, o primeiro software de partilha de ficheiros dedicado quase e exclusivamente à partilha de ficheiros musicais que apareceu em 1999, é que o fenómeno ganhou magnitude cres-cente e cada vez mais expressão a uma escala global. Muito recentemente, a massificação do iPod/leitor de mp3 permitiu a fuga em larga escala das músicas, antes confinadas à utilização restrita nos computadores pessoais, para objectos do dia-à-dia. Finalmente, a sua utilização tornou-se fácil e cómo-da para o cidadão comum, que actual-mente ouve a música que quer durante grande parte da sua existência diária.Nunca antes o homem teve toda a música aos seus pés: com alguns recur-sos, esforço e sorte, é possível obter

qualquer música de qualquer disco de qualquer músico editado em qualquer parte do mundo, por vezes até antes da data oficial de lançamento. Depois de encontrado num computador algu-res no mundo, o ficheiro é transmitido através da internet e passa para o leitor de mp3 em segundos, estando imedia-tamente disponível para a sua audição. isto vem acontecendo ilegalmente e de uma forma massificada desde o ano 2000, o que foi a causa motriz dos últi-mos sete anos consecutivos de descida no número de CDs vendidos.

A selecçãO dArwiniAnA e A indúsTriA discOgráficAa não-resposta, imediata e eficaz, da indústria discográfica ao seu arqui-ini-migo, contribuiu em grande parte para o aumentar do problema. Uma opinião válida nos dias de hoje é “o porquê ter de pagar por uma coisa que se pode ter grátis?”, e a essa questão fundamental sem resposta fácil a indústria discográ-fica ainda não conseguiu responder, senão com processos nos tribunais ineficazes e impopulares.

Pequenas expressões de sentido de negócio e proteccionismo de receitas acontecem esporadicamente, mas na realidade não vem da parte das gran-des discográficas habituadas aos lucros do formato tradicional com caixa e li-vrinho mas sim de novas direcções que trazem novidade e ar fresco ao meio. Hoje em dia, as vendas de downloads traduzem cerca de um quarto do total de receitas da indústria musical e o iTu-nes da apple é a plataforma de venda individual de músicas na internet com maior expressão e que vende mais mú-sica nos Estados Unidos – desde o seu lancamento em abril de 2003, demons-tra um crescimento exponencial con-tando recentemente com 5000 milhões de músicas vendidas, 3 mil milhões das quais ocorreram apenas no último ano. Existem também outros formatos de venda: por exemplo uma assinatura mensal na ordem dos 10 euros permite o livre acesso a um catálogo quase-to-tal da música comum dos dias de hoje, certas bandas efectuam venda directa nos seus próprios sítios.

YOUTUbe e MYspAce prOjecTAM nOvATOsPor outro lado, não só a indústria se tenta adaptar a nova realidade trazida pela internet; as bandas cedo percebe-ram a potencialidade para a divulgação deste meio. Enquanto antes, era sem-pre necessário propor um produto às editoras, que por sua vez escolhiam, editavam e distribuíam, hoje em dia cada vez menos se necessita deste intermediário. o sítio myspace é o per-feito exemplo da montra pós-moderna para milhares de bandas de todo o mundo, disponibilizando algumas das suas músicas para audição grátis. o youtube mostra também prestações ao vivo de muitas bandas, embora geral-mente não sejam providenciadas pelas próprias mas sim por fãs anónimos des-tas que decidem a custo do seu tempo e esforço disponibilizar os seus vídeos caseiros. Em relação a telediscos, um outro formato musical, o youtube tem de se restringir aos contornos legais dos direitos de autor, pelo que é co-mum grandes editoras impossibilitarem a disponibilização dos seus conteúdos

protegidos. inevitavelmente, da mes-ma forma ilegal que circulam músicas, também se encontram nos sítios habi-tuais vastas colecções de telediscos ou de concertos.É também habitual bandas actuais te-rem os seu próprios sítios oficiais na internet onde geralmente está a sua música ou pequenas amostras desta, dependendo isso dos contratos com as editoras e com o cariz comercial ou independente da banda. Hoje em dia existem como existiam anteriormen-te as bandas de carreira ou da moda apoiadas em todos os aspectos pelas grandes editoras discográficas que com o lucro como objectivo oferecem condi-ções de produção musical inigualáveis e são encarregadas da distribuição e da divulgação, ficando por isso com uma parte do bolo final. Por outro lado, a internet permitiu uma democratização no mundo da música, sendo agora muito mais fácil para a ana Free do que foi para os The Gift há mais de 10 anos atrás. Por último, os radiohead em 2007 contornaram toda a indústria discográfica e ofereceram o download

do seu disco in raibows no seu sítio a troco de qualquer ou mesmo nenhuma quantia monetária – foi a gota de água para a revolução que se esperava no meio e a estocada final na indústria dis-cográfica, levantando mais uma vez a questão fundamental do porquê pagar por algo disponível gratuitamente.

QUeM gOsTA de MúsicA sAi A gAnhArCom a internet, não só as bandas emergentes têm a vida facilitada mas também os apreciadores de música em geral, quer tanto pelo dramático au-mento da oferta de música disponível quer pela facilidade de comunicação em nichos de mercado característica da internet. a internet, é nos dias de hoje, o primordial canal de divulgação de música e para além disso, que apre-senta o maior potencial futuro. antes a escolha do consumidor confinava-se à intersecção dos inventários das lojas locais com as recomendações de ami-gos e conhecidos; os mais aficionados ouviam programas de divulgação na rádio ou liam os hoje históricos críticos de música nos suplementos de jornais dedicados à crítica de música. Paralela-mente, hoje em dia existe uma quanti-dade apreciável de sítios na internet de divulgação e crítica de música, desde magazines, quer generalistas quer es-pecializadas, com alguma oficialidade e com publicação exclusivamente digital até ao número infinito de blogues de individuais que o fazem por amor à camisola e às suas músicas preferidas. Também existem rádios que emitem na internet, um fenómeno cada vez mais expressivo e cada vez mais democrati-zado, sendo possível ao comum mortal obter umas horas semanais para ter o seu próprio programa, feito a partir de sua casa através da internet. Des-ta forma, um meio que dantes estava restrito a meia dúzia de profissionais, que ocupavam as mesmas posições que ainda hoje ocupam e ditavam com os seus gostos o que era o bom gosto, está hoje aberto a todos que queiram exprimir a sua opinião.Todavia, muito interesse continua a acontecer no mundo da música para o amante de música. Faz-se mais, inova-dora e melhor, ouvem-se e conhecem-se muito mais bandas, divulga-se muito mais facilmente, existe cada vez um maior número de concertos e cada vez mais pessoas para os ver. a única coi-sa onde se perdeu foi na venda de CD. Quem está mal e necessita de reformu-lação é a indústria discográfica e todo o seu modus operandi.

a MúSiCa, CUJa DEFiNição É CoMPlExa E SEMPrE laTa, ExiSTE DESDE oS PriMórDioS Da HUMaNiDaDE; a iNTErNET, UM oUTro CoNCEiTo DE DiFíCil DEFiNição E TaMbÉM baSTaNTE laTo, TEvE a SUa oriGEM No iNíCio DoS aNoS 80. a liGação ENTrE aS DUaS, iNEGávEl Na SoCiEDaDE aCTUal, DEvE-SE a TrêS GraNDES aCoNTECiMENToS.

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Page 16: pubdia+musica.pdfElvis Presley Período de actividade: (1953 – 1977) «A minha voz nasceu por vontade de Deus, não por minha». Miles Davis Período de actividade: (1944 – 1991)

16[01 OUT 2008][Especial Dia Mundial da Música]

Benjamins da pUBlicidade

São filhoS Da publiciDaDE ‘DESEnganoSa’ E não há zapping quE oS DErrubE. É nElES quE pEnSaMoS quanDo rEvolvEMoS nEurónioS a Sonhar coM ‘aquEla MúSica Do anúncio’. porquE o MESMo MunDo analógico quE noS EnSina quE ‘o algoDão não Engana’ É caDa vEz MaiS uM MEcEnaS quE catapulta

talEntoS MuSicaiS para a ribalta.

Mariana [email protected]

Publici

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lanç

a ba

ndas

VOz aUTên-Tica na campanha da sUperBOckninguém muda de canal quando soa a voz de brandi carlile. o spot publicitário da conhecida marca de cerveja teve o condão de hipnotizar olhos e ouvidos nacionais com ‘the Story’. rouco e desconcertante, o timbre de carlile faz-nos querer ser cerveja para tomar parte nos «momentos autênticos da vida» que vemos passar no anúncio. anos antes, em 2005, a cantora já tinha sido eleita como um dos ‘10 artistas a manter debaixo de olho’ pela revista rolling Stone. a Superbock ficou atenta e em 2008 caçou a voz rasteira de Seattle para cantar e encantar os aspirantes a consumir. nos Eua já não era novidade: depois de tocar na primeira parte dos concertos de the fray, chris isaak ou tori amos, o pundonor sem precedentes aconteceria quando escolhem três dos seus temas para melodiar a série anatomia de grey. nós por cá, algo encafuados na cauda da Europa, só demos por ela quando a ouvimos chegar às televisões do nosso lar, sem custos nem portes de envio. É um fenómeno televisivo que actuará em carne e osso no porto, coimbra e lisboa, em novembro.

O jingle mais VicianTe da hisTória da pUBlicidadeEm 2002, a coca-cola incubou o êxito de bJ bobo num spot publicitário destinado ao mercado espanhol. um ano depois, o sucesso foi tal que o anúncio foi reeditado para cobertura internacional. ainda se lembram? o grito de guerra ‘chihuahua!’ convenceu-nos de que é possível tornar uma aborrecida viagem de metro numa alegre rave matutina, apenas com um gole de coca-cola. o jingle transportou o cantor suíço para lugares invejáveis nas tabelas europeias, embora o anúncio não tenha sido um acto isolado na carreira de DJ bobo, cujo início remonta a 1992. não obstante, é com orgulho que a coca-cola pode afirmar que imortalizou o viciante ‘chihuahua’, elevando-o à categoria dos singles mais vendidos de 2003 a nível internacional.

canTar a pOUpar TOsTões

nunca vimos tanta gente com vontade de «virar a vida de per-nas para o ar/e procurar uma casa para morar». apregoando bons spreads no crédito habitação, ri-cardo azevedo conseguiu comprar a prestações um merecido espaço no nosso leitor de mp3. ‘pequeno t2’ é aquela música trauteável que faz bater o pé ao mesmo tempo que conquista novos fãs a ricar-do azevedo e potenciais clientes ao Millenium bcp. o ex-vocalista dos Ez Special viu neste binómio a fórmula mágica para lançar um álbum a solo e em português – ‘prefácio’ promete ser «recheado de grandes canções que falam sobre sonhos, receios, paixões e peripécias», como descreve o site oficial. o sucesso do novo single ‘Entre o sol e a lua’ só prova que é possível conquistar o país com apenas duas assoalhadas.

Page 17: pubdia+musica.pdfElvis Presley Período de actividade: (1953 – 1977) «A minha voz nasceu por vontade de Deus, não por minha». Miles Davis Período de actividade: (1944 – 1991)

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VOdafne 007 dO mecenaTO pUBliciTáriO

Se falamos de caça ao talento não podemos deixar de mencionar o grande mecenas de todos os tempos: a vodafone. o caso modelo? os Dandy Warhols. o carismático ‘bohemian like You’ do álbum ‘thirteen tales from urban bohemia’ foi a pérola encontrada na missão de salvamento perpetrada pela marca de telecomunicações. recuemos no tempo: na data original de lançamento, em 2000, o tema nem espreitou as tabelas musicais, remetendo-se a um modesto número 42 do reino unido. contudo, a iniciativa de reanimação parte da operadora, que em 2001 decide ressuscitar o single para a campanha publicitária ‘how are You?’.

O anTes e O depOis

o boom foi quase imediato e entre 2001 e 2004 a música viajou com a marca num sem-fim de publicidades por todo o globo, contracenando com individualidades como David beckam. Era caso para dizer que ouvir ‘bohemian like You’ na rádio fazia lembrar o anúncio da vodafone e não o contrário. Em tempos mais recentes, a banda tem sido uma das vozes mais críticas sobre a invasão americana no iraque mas ‘despe’ a seriedade quando se apresenta amiudadamente em palco como veio ao mundo. com mais de oito álbuns no bolso, o grupo originário de portland apresenta agora o álbum ‘Earth to the Dandy Warhols’, já sem paternidades publicitárias.

ÍdOlOs, VersãO pUBliciTária

quem não se lembra do memorá-vel ‘are you gonna be my girl’ dos australianos Jet? a banda conhe-ceu um arranque sem igual com a nova campanha da vodafone live!, da mesma maneira que os bloc party desbravaram caminho para um mar de fãs em portugal, pouco depois do protagonismo da faixa ‘banquet’ na pantalha pu-blicitária da marca. os britânicos não se fizeram rogados e aprovei-taram a visibilidade para dar a co-nhecer o álbum de estreia, ‘Silent alarm’ (2005). na grelha actual a chuva de estre-las não parece querer abrandar, a avaliar pelo falatório sobre adap-tação para ‘roaming’ do êxito ‘Jamming’, de bob Marley. para já, os embaixadores da marca são os Drive by the argument, que cedem a efervescente ‘the Sega Method’ para a campanha em decurso. Mais um fenómeno em ascensão?

«Uma música sexy faz Uma marca sexy e Vice-Versa»

o Mu falou com João carvalho oliveira, Director criativo da JWt, a empresa responsável pela publicidade da vodafone, para descobrir a fórmula mágica por trás da escolha das músicas.

como funciona o brainstorming no processo de selecção das mú-sicas para um anúncio? na mesma medida que funcionam outros brainstormings. tem de responder à questão: ‘que música serve melhor a ideia do anúncio e que impacto ela terá on air?’

num olhar leigo, parece-me que faz mais sentido escolher uma música famosa para dar visibilidade ao produto. porquê escolher a equação inversa?porque muitas vezes com grandes marcas é possível e desejável juntar sinergias com outras valências da comunicação e catapultar uma música relativamente desconhecida para que o mainstream a descurava simplesmente por não fazer parte das playlists das editoras e rádios. a música é um referente da marca e ocupa um share of mind importante na cabeça das pessoas. uma música sexy faz uma marca sexy e vice-versa. o posicionamento da vodafone deve muito à música. É um património muito importante da marca. esta relação duplamente vantajosa pode ser o futuro da publici-dade?o futuro da publicidade tem tudo menos a ver com fórmulas. temos de arranjar maneira de nos diferenciarmos todos os dias. Mas é um truque utili-zado muitas vezes sem vergonha.

enquanto consumidor de publicidade, quais foram para si as mú-sicas mais bem escolhidas para anúncios?as que me transportaram para um universo que não conhecia e que me puseram só por si a pensar a marca de outra forma foram, por exemplo, ‘Mountain playstation’, ‘guiness surfer’ ou ‘vodafone dandy warhols’.

Page 18: pubdia+musica.pdfElvis Presley Período de actividade: (1953 – 1977) «A minha voz nasceu por vontade de Deus, não por minha». Miles Davis Período de actividade: (1944 – 1991)

18[01 OUT 2008][Especial Dia Mundial da Música]

Dia 1 COiMBRa Orquestra Filarmónica das Beiras Coimbra - Teatro Académico Gil Vicente - 21h30

LiSBOa Sheila Jordan Quartet (Jazz No País do Improviso) Lisboa - Centro Cultural de Belém - 21h00

Orquestra Metropolitana de Lisboa & Mário Laginha Lisboa - Centro Cultural de Belém - 21h00

The Sight Show + NNY (EME Festival)Lisboa - Teatro Ibérico - 21h30

PORTaLEGRE Ensemble Contemporâneus (Dia Mundial da Música) Portalegre - Centro de Artes do Espectáculo - 21h30

PORTOOrquestra Nacional do Porto Estação de Metro de São Bento - 16h30

The Mary OnettesO Meu Mercedes É Maior Que O Teu - 23h00

S. JOÃO Da MaDEiRaPranaPaços da Cultura - 22h00

Dia 2CaSTELO BRaNCOThe Band Apart + Before The Torn + Hell In Heaven (End Of Summer Fest) - Rock Café - 22h00

COiMBRaNorberto Lobo Salão Brazil - 23h00

LiSBOaOrchestrUtopica (Festival Expresso Oriente)Culturgest - 21h30

Orquestra GulbenkianFundação Calouste Gulbenkian - 21h00

Jorge Ferraz TrioLounge - 23h00

Tiga (10x10=01)Lux

Greg Haines + Garcia & Machas & Ma-ranha & Mota (EME Festival) - Teatro Ibérico - 21h30

ODiVELaSDuo Fernando Cupertino & Consuelo Quireze Centro Cultural Malaposta - 22h00

TONDELaCarlos Barreto Lokomotiv (Jazzin’ Tondela) ACERT

Dia 3ÁGUEDaDúmbala Canalla + Pas Par Tout (Festival O Gesto Orelhudo) d’Orfeu – 22h00

aLVaiÁZERE O’QueStrada + Melech Mechaya (Festival do Chícharo)

CaSTELO BRaNCOMy Cubic Emotion + Monsieurpo + Iodine (End Of Summer Fest)Rock Café - 22h00

LaGOSClã (Festa da Juventude)Auditório Municipal - 20h00

LEiRiaMi And L’au + Mazgani (Fade In Festival)Orfeão Velho - 22h00

LiSBOaIrmãos VerdadesColiseu - 21h30

Orquestra GulbenkianFundação Calouste Gulbenkian - 19h00

R. Kraft + Marina Couto + Rita Zukt + Tânia Pascoal (Lesboa)Instituto Superior de Agronomia da UTL - 23h30

Aki Onda & César Burago & Sei MiguelMuseu do Chiado - 22h00

The Band Apart + Before The Torn + All Emotions Day + Thirteen Degrees To Chaos Musicbox - 22h00

Hauschka + Anna Troisi & Carten Goertz + The Beautiful Schizofonic & Tina Frank (EME Festival)Teatro Ibérico - 21h30

MaiaKandiaTertúlia Castelense - 23h00

ODiVELaSGrupo de Música Contemporânea de LisboaCentro Cultural Malaposta - 21h30

PORTaLEGREFactor C (Quina das Beatas) Centro de Artes do Espectáculo - 23h00

Francisco CeiaCentro de Artes do Espectáculo - 21h30

PÓVOa DE VaRZiMLena d’Água Casino da Póvoa

SiNTRaOrquestra Metropolitana de LisboaCentro Cultural Olga Cadaval 21h30

TONDELaJosé Peixoto Elfdad Quarteto (Jazzin’ Tondela) ACERT - 21h30

V.N.FaMaLiCÃO Tango QuattroCasa das Artes - 22h00

ViSEUPedro CarneiroTeatro Viriato

Dia 4ÁGUEDaO Menino É Lindo + MicroBand (Festi-val O Gesto Orelhudo) - d’Orfeu - 22h00ALVAIÁZERE

Amélia Muge + Roncos do Diabo + Jah Vai + Companhia Marimbondo (Festival do Chícharo)

aMaDORaClaudia LeittePavilhão União Progresso Venda Nova - 22h00

BEJaHigh Flying BirdGaleria do Desassossego - 22h00

BRaGaNoctem + Daemogorgon + Darkside of Innocence + HumanartSala d’Ensaios Caffé (Vila Verde) - 21h00

Fernando Tordo & Stardust OrchestraTheatro Circo - 21h30

CaSCaiSSeven Colour Eye - Muralhas Rock (Alcabideche) - 23h00FIGUEIRA DA FOZ

Grimlet + Seven Stitches + Swi-tchtenseArmazéns Antiga Fábrica - 22h00

FUNDÃOJoakim & His Ectoplasmic Band + Tigersushi Bass System (Imago)Sala de Concertos - 00h00

LaGOSWraygunn (Festa da Juventude) - Auditório Municipal - 20h00

LiNDa-a-VELHaVarukers + Crise Total + Dr. Bife e os Psicopratas - Academia Recreativa - 20h00

LiSBOaFrank Bretschneider + Sanso Xtro + Safe and Sound (EME Festival) - Teatro Ibérico - 21h30

Painted Black pre-listening partyCatedral Bar (Bairro Alto)

ODiVELaSTrio Maria Viana - Centro Cultural Malaposta - 21h30

PORTaLEGREAvô Varejeira (Quina das Beatas)Centro de Artes do Espectáculo - 23h00

Luísa Amaro (In-Canto)Centro de Artes do Espectáculo- 21h30

PORTOOrquestra Nacional do Porto - Casa da Música - 18h00

My Truly Magnificent Band + Backs-tage Heroes Eira - 00h00

Manifesto (tributo Victor Jara)Escola Superior de Música e das Artes do Espectáculo 21h30

Der Blaue Reiter + VelgeNaturlig + Frente Católica + Massacre Divino Fábrica de Som - 22h00

PÓVOa DE VaRZiMVítor Espadinha - Casino da Póvoa

SaNTaRÉMDrum & Bass Live Session - ANALOG (live dnb)Salvaterra de Magos

SiNESCoral Atlântico - Centro de Artes - 21h30

TONDELaFreeflow + Quimera Quinteto (Jazzin’ Tondela) - Tondela - ACERT

V.N.FaMaLiCÃOClã + Lufa-Lufa - Casa das Artes - 21h30

Dia 5aLVaiÁZEREPauliteiros de Miranda + Chocalheiros de Vila Nova de Ficalho (Festival do Chícharo)

BRaGaJoão Frade Trio Theatro Circo - 16h00

CaSCaiSMasta Killa + Afu-Ra + Black Com-pany + Dealema + NBC & Os Funks + Mundo Complexo + Bob Da Rage Sen-se + Nigga Poison + J-Ro + Nerve + Royalistick + Dupla Consciência + PF Cuttin’ + Formula Armada + X-ActoPavilhão da Quinta dos Lombos - 15h00

LaGOSDa Weasel (Festa da Juventude)Auditório Municipal - 20h00

LiSBOaOrquestra de Câmara Portuguesa - Centro Cultural de Belém - 19h00

Religious Knives + Gala Drop - Museu do Chiado - 22h00Keith Caputo - MusicBox - 23h00

PORTaLEGREGalandum Galundaina + Moçoilas + O Semeador (Encontro de Grupos de MÚ-sica Tradicional Portuguesa) - Centro de Artes do Espectáculo - 17h00

PORTOCoro Gulbenkian - Casa da Música - 12h00

Frank Bretschneider (EME Festival)Fundação Serralves

Dia 6ÁGUEDa Lost Locos (Festival O Gesto Orelhudo) - d’Orfeu - 21:45

PORTOCaspian + The Allstar Project - Porto-Rio - 21h30

Dia 7ÁGUEDaMelingo (Festival O Gesto Orelhudo) - d’Orfeu - 21:45

aLMaDaPorcupine Tree - Incrível Almadense - 21h00

BRaGaTim - Theatro Circo - 21h30

ODiVELaSRodrigo Leal & DManiac (Faça Música, Seja Feliz)Centro Cultural Malaposta - 15h00

PORTOTruls Mørk & Håvard GimseCasa da Música - 19h30

Dia 8ÁGUEDaVaguement La Jungle (Festival O Gesto Orelhudo) - d’Orfeu - 21:45

LiSBOaCapitão Fantasma + Deadfly Ensemble + Jellowaste! (Drop Dead Festival) - Beach Tiki Party

Orquestra Didáctica da Foco Musical - Centro Cultural de Belém - 21h00

ODiVELaSRodrigo Leal & DManiac (Faça Música, Seja Feliz)Centro Cultural Malaposta - 15h00

PORTOOslo SinfoniettaCasa da Música - 19h30

Quarteto César LatorreJazz ao Norte

Porcupine TreeTeatro Sá da Bandeira - 21h00

RECEPçõES aOS CaLOiROS

Apesar de a maior parte das festas académicas de recepção aos novos alunos já ter decorrido, em algum locais a animação ficou para mais tarde. Espreita lá onde ainda podes ir abanar o esqueleto...

LiSBOa (Costa de Caparica)Recepção ao Caloiro da Escola Supe-rior de Saúde Egas Moniz De 6 a 10 de Outubro

Dia 6 - Prince Wadada

Dia 7 - Dino Soulmotion (convidados especiais Pacman e Sam The Kid); Expensive Soul

Dia 8 - Tiago Silva

Dia 9 - Sugarleaf; Klepht

Dia 10 - Tara Perdida

COViLHÃDe 26 de Outubro a 1 de Novembro

David FonsecaBuraca Som Sistema(o cartaz ainda não está totalmente confirmado)

FaroDecorre ainda até dia 3 de Outubro

ExpoFaroDia 1 - 11º Aniversário da Associa-ção Académica da Universidade do Algarve; Quim Barreiros

Dia 2 - Daniel D; Dezperados

Dia 3 - Serenata de abertura do ano lectivo

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