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1 Diagnóstico Social do Concelho de Espinho Capítulo V - Habitação 2013 Rede Social de Espinho

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Diagnóstico Social do Concelho de Espinho Capítulo V - Habitação

2013

Rede Social de Espinho

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ÍNDICE

INTRODUÇÃO ............................................................................................................................... 3

O PARQUE HABITACIONAL ....................................................................................................... 5

Evolução Quantitativa do Parque Habitacional.......................................................................... 5

Forma e Regime de Ocupação dos Alojamentos .................................................................... 11

Despesas com Habitação ........................................................................................................ 19

Idade e Estado de Conservação .............................................................................................. 19

Sobrelotação ............................................................................................................................ 24

Cobertura em Infra-estruturas .................................................................................................. 24

Carências Habitacionais .......................................................................................................... 27

Evolução recente do Mercado da Habitação ........................................................................... 28

HABITAÇÃO MUNICIPAL EM ESPINHO .................................................................................... 30

Bairros de Habitação Social ..................................................................................................... 34

Distribuição dos Bairros de Habitação Social por Freguesia ................................................... 36

Caracterização Sociodemográfica da População Residente nos Bairros do PER .................. 37

Novos Pedidos de Habitação ................................................................................................... 48

Idade dos Bairros ..................................................................................................................... 52

Habitação Social Dispersa ....................................................................................................... 52

A Gestão da Habitação Municipal ............................................................................................ 53

Habitação Social do IHRU, I.P. ................................................................................................ 55

ANÁLISE SWOT DA HABITAÇÂO .............................................................................................. 57

BIBLIOGRAFIA ............................................................................................................................ 60

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3

INTRODUÇÃO

“A habitação é um bem heterogéneo, durável e essencial à sobrevivência quotidiana,

constituindo um indicador indirecto das desigualdades sociais na cidade. É também um

elemento essencial à estruturação urbana e uma fonte de conflito e negociação entre

instituições e agentes envolvidos na sua produção, consumo e apropriação” (Guerra: 1997,

165).

Cardoso, A. (1993) entende a habitação simultaneamente como produto da indústria da

construção e resultado de uma necessidade básica; um lugar de consumo e um investimento;

um espaço de trabalho e eventualmente de actividade económica e uma peça de património.

O tema da Habitação é, sem dúvida, abrangente e integra diversas componentes, de grande

relevância na economia nacional, entre as quais, como refere Escher (1999), uma variedade de

questões sociais, urbanas, económicas, ideológicas, sociológicas e culturais. Para além de

abrigo, a habitação satisfaz uma diversidade de outras funções: reprodução da família;

construção da personalidade individual; integração social e sociabilização; espaço de consumo;

produção de bens e serviços; ócio e comunicação; símbolo de ‘status’ social.

A habitação é um bem essencial, caro, objecto de um investimento a longo prazo e constitui

um direito reconhecido internacionalmente, desde a Declaração Universal dos Direitos do

Homem,1 proclamada pelas Nações Unidas em 1948 e consagrado na Constituição da

República Portuguesa2.

No sentido de assegurar esse direito, incumbe ao Estado garantir as condições e meios

necessários para satisfazer esse direito, através, da habitação apoiada (habitação social ou

económica), dirigida essencialmente aos estratos sociais de baixos rendimentos. Estimular a

construção privada e o acesso à habitação própria e ao arrendamento através de um sistema

de renda compatível com o seu rendimento (n.º 2 e n.º 3 do artigo 65º, da CRP).

Às autarquias locais, cabe ainda o papel de controlo do parque habitacional e a definição de

regras de ocupação, transformação e uso dos solos, através de instrumentos de planeamento

(n.º 4 do artigo 65°, da CRP).

Não obstante se constituir como um direito fundamental, o seu acesso ainda não está ao

alcance de todos. Tal fato exige a intervenção pública na resolução do problema habitacional

das famílias de menores recursos, que não encontram solução no mercado privado de

habitação.

1 Artigo n.º 25, ponto n.º 1 – “Toda a pessoa tem direito a um nível de vida suficiente para lhe assegurar e à sua família a saúde e o bem-estar, principalmente quanto à alimentação, ao vestuário e ao alojamento”. 2 Artigo n.º 65, ponto n.º 1 - "Todos têm direito, para si e sua família, a uma habitação de dimensão adequada, em condições de higiene e conforto e que preserve a intimidade pessoal e a privacidade familiar", Constituição da República Portuguesa, 1997.

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Volvidos mais de 30 anos sobre a consagração constitucional do Direito à Habitação, como

refere Guerra (Guerra, 2011), o discurso sobre o equilíbrio das dinâmicas habitacionais passou

da defesa do “direito à habitação” para o debate centrado no “equilíbrio entre oferta e procura”.

A somar às carências transitadas ao longo do tempo, juntam-se novas decorrentes dos

processos de desemprego, redução do poder de compra e, consequentemente, da menor

capacidade no cumprimento das exigências dos empréstimos contraídos para aquisição de

habitação própria.

São várias as questões que se colocam relativamente à (in)sustentabilidade da habitação

pública e às competências do Estado a este nível. É neste contexto que o documento

Contributos para o Plano Estratégico da Habitação (IHRU, 2008), pretende operar uma

mudança de paradigma da Habitação Social, considerando-se as alterações que se têm vindo

a operar em matéria de política de habitação (PEH - Contributos para o Plano Estratégico de

Habitação – 2008).

Trata-se de um documento que propõe uma nova política de habitação, centrada na

reabilitação do parque habitacional existente de forma articulada com as restantes políticas

municipais nos domínios do urbanismo, acção social, cultura, mobilidade, ambiente urbano,

economia e património imobiliário, que exige reflexão e planeamento estratégico.

Neste contexto esta análise pretende ser um contributo na sistematização dos principais

aspectos da situação habitacional do concelho, que marcam e condicionam a definição de uma

estratégia de actuação para uma política municipal de habitação e uma das condições centrais

para a promoção da integração e participação social das famílias e dos indivíduos.

Tem por objectivo a caracterização do parque habitacional do concelho, com uma aproximação

às freguesias, a partir da análise dos Censos 2011 e a sua comparação com a realidade

nacional, bem como com os territórios onde o município se insere, como seja a Área

Metropolitana do Porto, o Grande Porto, o distrito de Aveiro e distrito do Porto. Pretende-se

identificar as suas características dominantes, as carências habitacionais quantitativas e

qualitativas e culmina com uma aproximação à dimensão mais problemática da habitação no

município - a habitação social, em particular a habitação localizada em bairros/núcleos,

construída ao abrigo do Programa Especial de Realojamento – PER.

Para a sua elaboração recorreu-se:

- A indicadores estatísticos do Instituto Nacional de Estatística - INE, designadamente os

Recenseamentos Gerais da População e da Habitação (Censos), relativos aos anos de 1981,

1991, 2001 e 2011, relacionados com a dinâmica do parque habitacional; a forma e o regime

de ocupação dos alojamentos; a idade e o estado de conservação dos edifícios; e a

adaptabilidade do parque habitacional relativamente às necessidades das famílias, associada à

provisão de infra-estruturas básicas.

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- A indicadores das Estatísticas da Construção e Habitação – licenciamento e número de

edifícios construídos por tipo de obra, que permitem detectar a dinâmica de construção recente

e identificar situações de maior pressão construtiva do concelho.

- A informação recolhida nas várias Divisões da Câmara, relacionada com a habitação de

carácter social.

O PARQUE HABITACIONAL

Evolução Quantitativa do Parque Habitacional

Relativamente ao Parque Habitacional, importa analisar a sua dinâmica, medida pela evolução

do número de alojamentos. Os resultados dos Censos 2011 revelam, que o Município de

Espinho registou na última década um acréscimo de alojamentos de 8,1%, quase metade do

registado para o Grande Porto (15,6%) e território nacional (16,3%). Trata-se de um acréscimo

um pouco mais moderado que o verificado na década de 90 (10,7%), que por sua vez, já

revelava uma ligeira diminuição relativamente aos anos 80 (41,8%).

Tabela 1 – Evolução, entre 1981 e 2011, do número de alojamentos clássicos por área geográfica.

Unidade Geográfica

Alojamentos Clássicos

1981 1991 2001 2011 Década 80

Década 90 Década 2000

N.º Variação (%)

Portugal 3435633 4193922 5054922 5878756 22,1 20,5 16,3

Grande Porto 318505 411094 540337 624550 29,1 31,4 15,6

Espinho 9293 13176 14591 15778 41,8 10,7 8,1

Anta 2.205 3.412 4096 4645 54,7 20,0 13,4

Espinho 3982 5667 5817 6308 42,3 2,6 8,4

Guetim 366 514 529 568 40,4 2,9 7,4

Paramos 890 1.175 1430 1484 32,0 21,7 3,8

Silvalde 1850 2408 2719 2773 30,2 12,9 2,0

Fonte: INE, Recenseamento da Habitação e da População, 1981, 1991 e 2011, INE, I.P.

A evolução do número de alojamentos por freguesia permite conhecer melhor a dinâmica de

transformação do parque habitacional no concelho. Em todas as freguesias e à semelhança do

que se passa no concelho, Grande Porto e Portugal, é evidente a partir da década de 80 uma

redução da taxa de crescimento de alojamentos à excepção de Espinho e Guetim, que revelam

na última década um acréscimo na taxa de crescimento de alojamentos.

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Relativamente à última década

(13,4%) de alojamentos, seguida das freguesias de

crescimento de 8,4% e 7,4%,

taxas, respectivamente com 3,6% e 2,1%.

Tabela 2 – Evolução, entre 1981 e 2011, do número de famílias por localização geográfica.

Unidade Geográfica

Famílias

1981

Portugal 2507706

Grande Porto 306659

Espinho 8340

Anta 1867

Espinho 3625

Guetim 345

Paramos 783

Silvalde 1720

Fonte: INE, Recenseamento da Habitação e da P

A análise comparativa da evolução do número de alojamentos

2) do concelho de Espinho, no período de 1981

da taxa de crescimento, mais acentu

Evidencia ainda, um acréscimo de alojamentos superior (6843) ao de famílias (3683), reflexo

de uma maior dinâmica construtiva do que demográfica, em todas as décadas.

Gráfico 1 – Evolução, entre 1981 e 2concelho de Espinho.

Fonte: INE, Recenseamento da Habitação e da População

-5,0%

0,0%

5,0%

10,0%

15,0%

20,0%

25,0%

30,0%

35,0%

40,0%

45,0%

década 80

32,4

41,8

18,6

elativamente à última década, destaca-se a freguesia de Anta, com o maior acréscimo

(13,4%) de alojamentos, seguida das freguesias de Espinho e de Guetim, com taxas de

crescimento de 8,4% e 7,4%, respectivamente. Paramos e Silvalde evidenciam as menores

com 3,6% e 2,1%.

Evolução, entre 1981 e 2011, do número de famílias por localização geográfica.

1991 2001 2011 Década 80

Década 90

N.º Variação (%)

3147403 3650757 4043726 25,5 16,0

353642 436346 489471 15,3 23,4

11041 11587 12017 32,4 4,9

2785 3390 3758 49,2 21,7

4243 3834 4220 17,0 -9,6

457 495 484 32,5 8,3

1102 1196 1218 40,7 8,5

2454 2672 2337 42,7 8,9

Recenseamento da Habitação e da População, 1981, 1991 e 2011, INE, I.P.

análise comparativa da evolução do número de alojamentos (tabela 1) e de famílias (tabela

2) do concelho de Espinho, no período de 1981-2011, revela em ambos os casos um declínio

da taxa de crescimento, mais acentuado na década de 90 e um pouco menor nos anos 2000.

Evidencia ainda, um acréscimo de alojamentos superior (6843) ao de famílias (3683), reflexo

de uma maior dinâmica construtiva do que demográfica, em todas as décadas.

, entre 1981 e 2011, do número de famílias, alojamentos e edifícios no

Recenseamento da Habitação e da População, 1981, 1991 e 2011, INE, I.P.

década 90 década 2000

4,9 3,7

10,78,1

-0,2

10,7

6

se a freguesia de Anta, com o maior acréscimo

Espinho e de Guetim, com taxas de

. Paramos e Silvalde evidenciam as menores

Evolução, entre 1981 e 2011, do número de famílias por localização geográfica.

Década 90

Década 2000

Variação (%)

16,0 10,8

23,4 12,2

4,9 3,7

21,7 10,9

9,6 10,1

8,3 -2,2

8,5 1,8

8,9 -12,5

, I.P.

(tabela 1) e de famílias (tabela

2011, revela em ambos os casos um declínio

m pouco menor nos anos 2000.

Evidencia ainda, um acréscimo de alojamentos superior (6843) ao de famílias (3683), reflexo

de uma maior dinâmica construtiva do que demográfica, em todas as décadas.

ílias, alojamentos e edifícios no

, 1981, 1991 e 2011, INE, I.P.

Familias

Alojamentos

Edificios

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A mesma análise por freguesia revela em todas,

famílias, na última década, à

(8,4%) inferior ao de famílias (10,4%)

perda de famílias nos anos 2000, evidenciam

período.

Entendendo por pressão habitacional o rácio entre os

as unidades geográficas com maior número de alojamentos por família, são a freguesia de

Espinho com 1,49 alojamentos/família e Portugal com 1,45 aloja

rácio superior ao do Concelho (rácio de 1,31) e do Grande Porto (rácio de 1,28).

inverso, isto é, com menor pressão habitacional,

um índice de alojamentos/família de 1,17

O estudo comparativo do número de alojamentos familiares clássicos e de famílias clássicas ao

longo das últimas décadas parece apontar

quantitativas de habitação no

“excesso” de alojamentos sobre famílias de 953 alojamentos, valor que em 2011

3761 alojamentos. Não obstante esta apreciação, a análise das carências habitacionais só

ficará completa com o estudo d

conservação, a realizar mais à frente.

Gráfico 2 – Evolução, entre 1981 e 2011, do número de alojamentos por família no concelho de Espinho.

Fonte: INE, Recenseamento da Habitação

Estatística, I.P.

0,00

0,20

0,40

0,60

0,80

1,00

1,20

1,40

1,60

Portugal Espinho

1,45

1,28 1,31

esma análise por freguesia revela em todas, um acréscimo de alojamentos

, na última década, à excepção de Espinho, com um crescimento de alojamentos

(8,4%) inferior ao de famílias (10,4%). Salienta-se ainda que Guetim e Silvalde, apesar da

perda de famílias nos anos 2000, evidenciam porém um aumento de alojamentos

por pressão habitacional o rácio entre os alojamentos e famílias num dado espaço,

as unidades geográficas com maior número de alojamentos por família, são a freguesia de

Espinho com 1,49 alojamentos/família e Portugal com 1,45 alojamentos/família, ambas com um

rácio superior ao do Concelho (rácio de 1,31) e do Grande Porto (rácio de 1,28).

pressão habitacional, destaca-se, ao nível da freguesia, Guetim com

um índice de alojamentos/família de 1,17, Silvalde (1,19), Paramos (1,19) e Anta (1,24).

do número de alojamentos familiares clássicos e de famílias clássicas ao

longo das últimas décadas parece apontar, à partida, para uma ausência de carências

no concelho: de facto já em 1981, se contava no

“excesso” de alojamentos sobre famílias de 953 alojamentos, valor que em 2011

3761 alojamentos. Não obstante esta apreciação, a análise das carências habitacionais só

m o estudo dos fenómenos de sobreocupação, partilha de fogos e estado de

mais à frente.

Evolução, entre 1981 e 2011, do número de alojamentos por família no concelho

Recenseamento da Habitação e da População, 1981, 1991 e 2011, Instituto Nacional de

Espinho Espinho Paramos

1,24

1,49

1,17 1,22 1,19

Alojamentos/Famílias

7

de alojamentos superior ao de

crescimento de alojamentos

ue Guetim e Silvalde, apesar da

um aumento de alojamentos no referido

alojamentos e famílias num dado espaço,

as unidades geográficas com maior número de alojamentos por família, são a freguesia de

mentos/família, ambas com um

rácio superior ao do Concelho (rácio de 1,31) e do Grande Porto (rácio de 1,28). Em sentido

freguesia, Guetim com

, Silvalde (1,19), Paramos (1,19) e Anta (1,24).

do número de alojamentos familiares clássicos e de famílias clássicas ao

para uma ausência de carências

se contava no Município um

“excesso” de alojamentos sobre famílias de 953 alojamentos, valor que em 2011, subiu para

3761 alojamentos. Não obstante esta apreciação, a análise das carências habitacionais só

fenómenos de sobreocupação, partilha de fogos e estado de

Evolução, entre 1981 e 2011, do número de alojamentos por família no concelho

, 1981, 1991 e 2011, Instituto Nacional de

Alojamentos/Famílias

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8

Tab

ela 3 – Evolução, entre 1981 e 2011, do n.º de edifícios, por localização geográfica.

Unidade

Geográfica

Edifícios

Alojamentos/Edifícios

1981

1991

2001

2011

Década 80 Década 90 Década 2000

1981

1991

2011

N.º

Variação (%)

N.º

Portugal

2507706

2861719

3160043

3544389

14,1

10,4

12,2

1,37

1,47

1,66

Grande Porto

203670

237905

264744

273787

16,8

11,3

3,4

1,56

1,73

2,28

Espinho

6782

8043

8027

8889

18,6

-0,2

10,7

1,37

1,64

1,78

Anta

1629

2105

2364

2657

29,2

12,3

12,4

1,35

1,62

1,75

Espinho

2496

2820

2291

2491

13,0

-18,8

8,7

1,60

2,01

2,53

Guetim

288

415

412

445

44,1

-0,7

8,0

1,27

1,24

1,28

Paramos

770

1061

1106

1288

37,8

4,2

16,5

1,16

1,11

1,15

Silvalde

1599

1642

1854

2008

2,7

12,9

8,3

1,16

1,47

1,38

Fonte: INE,

Re

ce

ns

ea

me

nto

da

Ha

bit

ão

e d

a P

op

ula

çã

o, 1981, 1991 e 2011, Instituto Nacional de Estatística, I.P.

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9

O intenso ritmo construtivo do município registado no período de 1981/2001, evidencia na

tabela 3 um acréscimo de edifícios (1.036.683), com uma taxa de 18,6% na década de 80, uma

ligeira quebra (-0,2%) nos anos 90 e um acréscimo de 10,7% na década de 2000.

De forma similar, constata-se no território português, um acréscimo de edifícios (1.036.683) no

período de 1981-2011, contudo com uma taxa decrescente (14,1% nos anos 80 e 10,4% nos

anos 90), à excepção da última década que regista, tal como no concelho, de novo, um

incremento da sua taxa de crescimento (12,2%). De igual modo no Grande Porto se destaca

um crescimento de edifícios, contudo com um declínio da sua taxa de crescimento em todo o

período (16,3% na década 80, 11, 3% na década de 90 e 3,4% na década 2000).

A mesma análise de edifícios por freguesia evidencia um comportamento diferenciado, com

especial enfoque nos anos 80, onde é visível um forte acréscimo em Guetim (44,1%), Paramos

(37,8%) e Anta (29,2%), e mais reduzido em Espinho (13,0) e Silvalde (2,7%). Relativamente à

década de 90, Anta e Silvalde registam ambas um acréscimo aproximado de 12% e Paramos

um pouco mais reduzido (4,2%), em contraste com Espinho, que viu a sua taxa de crescimento

de edifícios registar uma quebra de 18,6%, e Guetim uma pequena variação negativa de (-

0,7%). Relativamente à última década, evidencia-se em todas as freguesias um acréscimo de

edifícios, sendo mais acentuada, em Paramos e Espinho.

Gráfico 1 – Evolução, entre 1981 e 2011, da variação dos edifícios no concelho de Espinho (1981- 2011).

Fonte: INE, Recenseamento da Habitação e da População, 1981, 1991 e 2011, Instituto Nacional de Estatística, I.P.

Acrescente-se que o ritmo de crescimento de alojamentos (tabela 1) é superior ao de

edifícios (tabela 3), o que revela relativamente ao município um aumento da dimensão média

de edifícios de 1,37 alojamentos/edifício, em 1981, para 1,78 alojamentos/edifício, em 2011.

-30,0%

-20,0%

-10,0%

0,0%

10,0%

20,0%

30,0%

40,0%

50,0%

década 80 década 90 década 2000

Anta

Espinho

Guetim

Paramos

Silvalde

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10

Tab

ela 4 – Tipo e forma de ocupação dos alojamentos, por localização geográfica (2011)

Tipo de Alojamento

Alojamentos Familiares

Alojamentos Clássicos

Alojamentos não

Clássicos

Alojamentos

Familiares

Residência Habitual

Residência Secundária

Vagos

Total

N

%

N

%

N

%

N

%

N

%

N

Portugal

3991112

68,1

1133300

19,3

735128

12,5

5859540

99,9

6612

0,1

5866152

AMP

619317

78,1

77461

9,8

95709

12,1

792487

100

646

0,1

792487

Grande Porto

484280

77,7

59429

9,5

79376

12,7

623085

99,9

531

0,1

623616

Distrito de Aveiro

257986

74,0

52065

14,9

38793

11,1

348844

100

422

0,1

348844

Distrito do Porto

657977

77,8

83373

9,9

104246

12,3

845596

100

664

0,1

845596

Espinho

11931

75,7

1992

12,6

1830

11,6

15753

100,0

3

0,0

15756

Anta

3756

80,9

463

10,0

424

9,1

4643

100,0

0

0,0

4643

Espinho

4154

66,0

1188

18,9

949

15,1

6291

100,0

1

0,0

6292

Guetim

483

85,0

33

5,8

52

9,2

568

100,0

0

0,0

568

Paramos

1213

81,9

142

9,6

126

8,5

1481

99,9

1

0,1

1482

Silvalde

2325

83,9

166

6,0

279

10,1

2770

100,0

1

0,0

2771

Fonte: INE,

Re

ce

ns

ea

me

nto

da

Ha

bit

ão

e d

a P

op

ula

çã

o, 2011, Instituto Nacional de Estatística, I.P.

Page 11: Diagnóstico Social do Concelho de Espinho V... · Volvidos mais de 30 anos sobre a consagração constitucional do Direito à Habitação, como refere Guerra (Guerra, 2011), o discurso

11

Denota-se, contudo, na última década um crescimento de edifícios superior ao de alojamentos

em resultado da diminuição do número de alojamentos por edifício, de 1,82

alojamentos/edifício em 2001 para 1,77 alojamentos/edifício, em 2011, reflexo dos processos

de mudança na tipologia do edificado e do aumento construtivo da habitação vertical.

Situação análoga se passa em Portugal e Grande do Porto, com ambas as unidades a registar

no período em referência (1981-2011), um aumento de edifícios e da sua dimensão média,

traduzido por um acréscimo de edifícios multifamiliares.

No que se refere às freguesias, Anta, Espinho e Silvalde registam, à excepção da última

década, um aumento de fogos por edifício, enquanto, Guetim e Paramos (freguesias mais

afastadas do núcleo urbano) se caracterizam pela estabilidade do seu edificado. Tal facto é

justificado pela opção da construção unifamiliar nas freguesias mais periféricas e multifamiliar

na cidade de Espinho e sua área de expansão (Anta e Silvalde).

Forma e Regime de Ocupação dos Alojamentos

No que concerne ao tipo de alojamentos familiares, predominam no concelho de Espinho e em

qualquer das unidades de análise (com quase 100%), os alojamentos familiares clássicos, e

sem representatividade relativamente aos alojamentos não clássicos. Conforme se pode

constatar pela tabela 4, os Censos de 2011, registam a existência de 3 alojamentos não

clássicos no município, 1 localizado na freguesia de Espinho, 1 em Paramos e 1 em Silvalde.

Em relação à forma de ocupação dos alojamentos clássicos, 75,7% dos alojamentos familiares

clássicos do município de Espinho, constituem residência habitual, 12,6% residência sazonal

ou secundária e 11,6% alojamentos vagos.

Na estrutura geral dos alojamentos clássicos do município de Espinho (tabela 4) é evidente um

excessivo peso de alojamentos vagos (11,6%) que, muito embora se revele ligeiramente

superior ao valor expresso no distrito de Aveiro (11,1%), apresenta uma proporção inferior ao

território nacional (12,5%), à AMP (12,1%), ao Grande Porto (12,7%) e ao distrito do Porto

(12,3%).

Denota-se, igualmente, um elevado peso da residência secundária ou sazonal no concelho

(12,6%), inferior à de Portugal (19,3%) e do distrito de Aveiro (14,9%), mas superior às das

restantes áreas geográficas em foco, da qual resulta uma percentagem de residência habitual

(75,7%) no município.

No universo das freguesias do concelho, no que concerne à estrutura dos alojamentos, merece

especial enfoque a freguesia de Espinho, com uma percentagem de alojamentos de residência

secundária/sazonal e de vagos na ordem dos 18,9% e 15,1%, respectivamente, o que lhe

confere a menor importância de residência habitual (66,0%). Segue-se em termos de

património habitacional subaproveitado, a freguesia de Anta, com uma percentagem de

residência sazonal e de vagos, respectivamente de 10,1% e 9,1%, seguida da freguesia de

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Silvalde, com 6,01% de alojamentos vagos e

freguesias de Guetim e Paramos contam com

residência habitual, respectivamente

Gráfico 4 – Evolução, entre 1981 e 2011, dode Espinho.

Fonte: INE, Recenseamento da Habitação e da População

Estatística, I.P.

Em termos evolutivos, a par do aumento de alojamentos clássicos e de residência

concelho de Espinho (gráfico

vagos e de residência secundária ou sazonal e simultaneamente uma redução da residência

habitual. Da análise do gráfico

década de 90, o peso dos aloj

resultado do acréscimo (33%), na última década.

quadruplicaram em valor relativo mesmo com o decréscimo

Tal facto merece uma especial atenção no momento da definição das estratégias habitacionais

para o concelho, em virtude das especificidades d

alojamentos vagos incluem situações muito diversas: alojamentos d

(para venda ou arrendamento) e para demolição.

A importância dos alojamentos vagos demonstra, por um lado,

potencial e a procura de habitação, e por outro, o peso significativo de alojamentos dev

sem qualquer utilização. Trata

tem sido resolvido, e que, à luz do

solução.

Uma análise aos motivos pelos quais

de alojamentos clássicos, permitiu concluir que no município de Espinho, em

22,5% (tabela 5) aguardavam

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

90%

100%

1981 1991

91,3 80,1

3,17,9

5,6 11,9

alojamentos vagos e 10,1%, de residência secundária

Paramos contam com a maior percentagem de alojamentos de

respectivamente com 85% e 83,9%.

Evolução, entre 1981 e 2011, do regime de ocupação dos alojamentos no concelho

Recenseamento da Habitação e da População, 1981, 1991 e 2011, Instituto Nacional de

m termos evolutivos, a par do aumento de alojamentos clássicos e de residência

co 4) denota-se um acréscimo da importância dos alojamentos

vagos e de residência secundária ou sazonal e simultaneamente uma redução da residência

gráfico 4, depreende-se que apesar da quebra registada (

o peso dos alojamentos vagos duplicou nos últimos 30 anos

resultado do acréscimo (33%), na última década. Já os alojamentos de uso sazonal

quadruplicaram em valor relativo mesmo com o decréscimo (-3,3%) da última década.

al facto merece uma especial atenção no momento da definição das estratégias habitacionais

para o concelho, em virtude das especificidades do tipo de ocupação, uma vez que

alojamentos vagos incluem situações muito diversas: alojamentos disponíveis no mercado

(para venda ou arrendamento) e para demolição.

importância dos alojamentos vagos demonstra, por um lado, um desajuste

potencial e a procura de habitação, e por outro, o peso significativo de alojamentos dev

m qualquer utilização. Trata-se de um problema presente no concelho e no país,

tem sido resolvido, e que, à luz do actual contexto da política habitacional,

motivos pelos quais se encontra no estado vago um tão excessivo número

de alojamentos clássicos, permitiu concluir que no município de Espinho, em

5) aguardavam a venda, 15,8% o aluguer e 3,1% a demolição, sendo que

2001 2011

80,176,2 75,7

14,3 12,6

11,9 9,5 11,6

Alojamentos - Vagos

Alojamentos - Residência Secundária

Alojamentos - Residência Habitual

12

de residência secundária. Já as

ercentagem de alojamentos de

regime de ocupação dos alojamentos no concelho

, 1981, 1991 e 2011, Instituto Nacional de

m termos evolutivos, a par do aumento de alojamentos clássicos e de residência habitual, no

se um acréscimo da importância dos alojamentos

vagos e de residência secundária ou sazonal e simultaneamente uma redução da residência

registada (-8,3%) na

duplicou nos últimos 30 anos, sobretudo em

Já os alojamentos de uso sazonal

última década.

al facto merece uma especial atenção no momento da definição das estratégias habitacionais

o tipo de ocupação, uma vez que os

isponíveis no mercado

um desajuste entre a oferta

potencial e a procura de habitação, e por outro, o peso significativo de alojamentos devolutos,

presente no concelho e no país, que não

ntexto da política habitacional, deverá ter uma

ão excessivo número

de alojamentos clássicos, permitiu concluir que no município de Espinho, em 2011, cerca de

demolição, sendo que a

Vagos

Residência Secundária

Residência Habitual

Page 13: Diagnóstico Social do Concelho de Espinho V... · Volvidos mais de 30 anos sobre a consagração constitucional do Direito à Habitação, como refere Guerra (Guerra, 2011), o discurso

13

maioria (58,5%) estavam destinados a “outros casos”, ou seja, fora do mercado. Trata-se de

uma situação muito semelhante à de Portugal, em que 22,4% dos alojamentos clássicos no

estado vago se destinam à venda, 15% ao arrendamento, 3,9% à demolição e os restantes

(58,7%) a outras situações. Nos restantes territórios em foco predominam, de igual modo, os

destinados a outras situações, seguindo-se os alojamentos vagos a aguardar venda e os que

aguardam arrendamento, com um menor peso dos destinados à demolição. Sobressai,

relativamente aos restantes, o peso dos alojamentos noutra situação no distrito de Aveiro

(61%), bem como aqueles a aguardar demolição (4,3%).

Tabela 5 – Forma de ocupação dos alojamentos vagos, por localização geográfica (2011).

Alojamentos Clássicos Vagos Vagos (total)

Forma de Ocupação Para Venda

Para Aluguer

Para Demolição

Outros

% N

Portugal 22,4 15,0 3,9 58,7 735128

AMP 28,0 16,2 3,0 52,8 95709

Distrito de Aveiro 21,7 13,0 4,3 61,0 38793

Distrito do Porto 26,5 16,3 3,4 53,8 104246

Grande Porto 28,6 16,3 3,0 52,1 79376

Espinho 22,5 15,8 3,2 58,5 1830

Anta 20,5 19,6 5,0 55,0 424

Espinho 27,1 14,1 2,6 56,2 949

Guetim 17,3 1,9 3,8 76,9 52

Paramos 7,1 13,5 1,6 77,8 126

Silvalde 17,9 19,4 2,9 59,9 279

Fonte: INE, Recenseamento da Habitação e da População, 2011, Instituto Nacional de Estatística, I.P.

No que respeita à distribuição dos alojamentos vagos, por ocupação, por freguesia,

destaca-se o maior peso de fogos vagos destinados à venda nas freguesias de Espinho, Anta e

Guetim, respectivamente com 27,1%, 20,5% e 17,3%. Já a maior percentagem de fogos vagos

a aguardar o arrendamento, localiza-se nas freguesias de Silvalde e Paramos, respectivamente

com 19,4% e 13,5%. Com destino à demolição, destaca-se o maior valor de alojamentos na

freguesia de Anta (5%) e Espinho (3,2%). Os vagos ocupados com outras situações

representam em qualquer das freguesias o maior valor, em todas superior a 50%.

Entre outras razões responsáveis pela existência de fogos vagos, destaca-se a aquisição para

aforro ou especulação no mercado imobiliário, a falta de confiança no mercado de

arrendamento, ou o aguardar do momento mais apropriado para a sua reabilitação, sem

esquecer indirectamente a influência das políticas públicas de apoio ao crédito para compra,

em detrimento do arrendamento.

Ainda relativamente à forma de ocupação dos alojamentos clássicos vagos, concretamente

do seu cruzamento com a época de construção dos edifícios, pode-se concluir que cerca de

Page 14: Diagnóstico Social do Concelho de Espinho V... · Volvidos mais de 30 anos sobre a consagração constitucional do Direito à Habitação, como refere Guerra (Guerra, 2011), o discurso

35,5% dos alojamentos que se encontram no estado vago, têm 50 ou mais anos de idade, e

13,3% são recentes, datados da última década, dos quais 8,6% construídos no período de

2006-2011.

Gráfico 2 - Forma de ocupação dos alojamentos vagos, por época de construção dos e2011.

Fonte: INE, Recenseamento da Habitação e d

Os alojamentos vagos que aguardam a

com data de construção posterior

vagos com destino ao arrendamento é mais elevado nos edifícios construídos

90, mas sobretudo nas décadas de 70 e 80,

alojamentos que aguardam essa modalidade de ocupação

mais recentes (2006-2011).

frequentes nos alojamentos antigos, construídos antes de 1961

inexistentes nos edifícios construídos posteriormente a 1980.

destino a outras situações, são mais frequentes, nos edifícios, cuja época de construção

remonta a 1946-60 e 1919-45, com cerca de 17% e 16%, dos alojamentos nesse regime de

ocupação.

No que concerne ao regime de

restantes territórios, os alojamentos de residência habitual ocupados pelo proprietário ou

proprietário (59,9%), muito embora o valor aferido se registe inferior às diferentes

geográficas em análise. Já os alojamentos arrendados no município re

que se situa acima da média

0,0%

5,0%

10,0%

15,0%

20,0%

25,0%

30,0%

35,0%

Até 1919

1919 -1945

1946 1960

Para Venda

35,5% dos alojamentos que se encontram no estado vago, têm 50 ou mais anos de idade, e

ecentes, datados da última década, dos quais 8,6% construídos no período de

Forma de ocupação dos alojamentos vagos, por época de construção dos e

Recenseamento da Habitação e da População, 2011, Instituto Nacional de Estatística, I.P.

que aguardam a venda são mais frequentes nos edifícios mais recentes,

com data de construção posterior a 2006, com cerca de 28,9%. Já o peso dos alojamentos

arrendamento é mais elevado nos edifícios construídos

90, mas sobretudo nas décadas de 70 e 80, respectivamente com 18% e 15,6% dos

alojamentos que aguardam essa modalidade de ocupação e menor (3,5%)

. Por outro lado, os vagos com destino à demolição são mais

frequentes nos alojamentos antigos, construídos antes de 1961, como seria de esperar

inexistentes nos edifícios construídos posteriormente a 1980. Já os alojamentos vagos, com

as situações, são mais frequentes, nos edifícios, cuja época de construção

45, com cerca de 17% e 16%, dos alojamentos nesse regime de

regime de propriedade (tabela 6) dominam no concelho, tal como nos

, os alojamentos de residência habitual ocupados pelo proprietário ou

, muito embora o valor aferido se registe inferior às diferentes

Já os alojamentos arrendados no município representam 29,8%, valor

média encontrada nos diferentes locais – Portugal (19,9%), Área

1946 -1960

1961 -1970

1971 -1980

1981 -1990

1991 -1995

1996 -2000

2001 2005

Para Arrendamento Para Demolição Outras

14

35,5% dos alojamentos que se encontram no estado vago, têm 50 ou mais anos de idade, e

ecentes, datados da última década, dos quais 8,6% construídos no período de

Forma de ocupação dos alojamentos vagos, por época de construção dos edifícios,

, 2011, Instituto Nacional de Estatística, I.P.

venda são mais frequentes nos edifícios mais recentes,

peso dos alojamentos

arrendamento é mais elevado nos edifícios construídos no período 1946-

com 18% e 15,6% dos

(3,5%) nos alojamentos

Por outro lado, os vagos com destino à demolição são mais

, como seria de esperar e

Já os alojamentos vagos, com

as situações, são mais frequentes, nos edifícios, cuja época de construção

45, com cerca de 17% e 16%, dos alojamentos nesse regime de

oncelho, tal como nos

, os alojamentos de residência habitual ocupados pelo proprietário ou co-

, muito embora o valor aferido se registe inferior às diferentes unidades

presentam 29,8%, valor

Portugal (19,9%), Área

2001 -2005

2006 -2011

Outras

Page 15: Diagnóstico Social do Concelho de Espinho V... · Volvidos mais de 30 anos sobre a consagração constitucional do Direito à Habitação, como refere Guerra (Guerra, 2011), o discurso

15

Metropolitana do Porto (AMP) (25,8%), Grande Porto (28,4%), distrito de Aveiro (15%) e distrito

do Porto (25,6%).

Tabela 6 – Regime de ocupação dos alojamentos clássicos de residência habitual, por área geográfica.

Alojamentos Clássicos de Residência Habitual

Alojamentos Clássicos Residência Habitual

Regime de Ocupação

Propriedade ou Co-

Proprietário

Arrendatário ou Subarrendatário

Outra Situação

Contrato c/ prazo certo

Contrato de duração indetermi-nada

Contrato de renda social ou apoiada

Subarren-damento

% N

Portugal 73,2 6,3 11,5 1,7 0,4 6,8 3991112

AMP 67,3 7,2 15,1 3,2 0,3 6,9 618671

Grande Porto 65,2 7,7 16,5 3,9 0,3 6,4 484280

Distrito de Aveiro

77,4 5,2 8,6 0,9 0,3 7,6 257564

Distrito do Porto

67,0 7,1 15,1 3,0 0,4 7,4 657313

Espinho 59,9 6,9 19,5 3,1 0,3 10,3 11931

Anta 64,9 6,0 14,8 5,0 0,2 9,1 3756

Espinho 57,3 9,9 24,4 0,0 0,3 8,1 4154

Guetim 62,5 2,3 12,4 2,5 0,8 19,5 483

Paramos 59,5 3,2 14,8 6,8 0,2 15,5 1263

Silvalde 54,6 6,0 22,2 3,7 0,4 13,1 2325

Fonte: INE, Recenseamento da Habitação e da População, 2011, Instituto Nacional de Estatística, I.P.

Relativamente ao mercado de arrendamento (tabela 6), predominam no município os contratos

de arrendamento com duração indeterminada (65,4%), seguidos pelos contratos a termo certo

(23,2%), pelos contratos de renda social ou apoiada (10,4%) e, por fim, pelo subarrendamento

(1%), que apresenta um valor residual.

A mesma tendência é aferida nos restantes locais em foco, sendo de destacar que o valor dos

contratos de duração indeterminada se revela superior no município, nomeadamente quanto ao

registado no distrito de Aveiro (8,6%) e em Portugal (11,5%). Por outro lado, e no que respeita

os contratos de renda social ou apoiada, o valor assinalado no concelho é súpero ao aferido no

país (1,7%), no distrito de Aveiro (0,9%) e no distrito do Porto (3%), embora seja menor do que

o apurado no Grande Porto (3,9%) e na AMP (3,2%).

No que diz respeito a outras situações, mais uma vez, o município lidera essa percentagem,

relativamente às unidades de análise referidas, com 10,3%, contra 6,8% em Portugal, 6,9% na

AMP, 6,4% no Grande Porto, 7,6% no distrito de Aveiro e 7,4% no distrito do Porto.

Ainda a respeito da distribuição do regime de ocupação dos alojamentos clássicos, mas a

um nível micro (tabela 6), em todas as freguesias é notória a dominância de alojamentos

clássicos de residência habitual, ocupados pelo proprietário, destacando-se a sua maior

Page 16: Diagnóstico Social do Concelho de Espinho V... · Volvidos mais de 30 anos sobre a consagração constitucional do Direito à Habitação, como refere Guerra (Guerra, 2011), o discurso

frequência relativa em Anta (64,9%),

percentagem de residência hab

de Espinho e Silvalde, respectivamente

Em relação ao tipo de contrato

em Espinho e Silvalde, respectivamente

habitual em regime de arrendamento.

freguesias, a segunda modalidade mais frequente, a seguir ao de duração indeterminada e é

mais significativo na freguesia sede de concelho (28,6%).

renda social ou apoiada, destaca

com contrato na freguesia e em menor número

contratos).

Em termos evolutivos, e entre o período de 1981 e 2011,

alojamentos no município evidência dois comportamentos

do aceso à propriedade privada e consequente diminuição do mercado de arrendamento, nas

décadas de 80 e 90 e, por outro lado, um pequeno declínio da propriedade privada e ligeiro

acréscimo da importância dos alojam

Gráfico 6 – Evolução, entre 1981 e 2011, do regime de ocupação dos alojamentos no município de Espinho.

Fonte: INE, Recenseamento da Habitação e da População

Como se constata da análise do gráfico

representavam, em 1981, 40,7% dos alojamentos de residência habitual, valor que no ano de

2001, ascendia a 66,3%. Os alojamentos de residência habitual ocupados pelo arrendatário,

pelo contrário, decorrente da política de incentivo à aquisição de cas

o acesso crédito, perderam peso relativo en

última década, decorrente da conjuntura económica e financeira do pa

0,0%

10,0%

20,0%

30,0%

40,0%

50,0%

60,0%

70,0%

1981

40,7

56,7

2,6

Proprietário ou co-proprietário

frequência relativa em Anta (64,9%), Guetim (62,5%) e Silvalde (54,6%).

percentagem de residência habitual em regime de arrendamento, concentra-se nas freguesias

respectivamente com 34,6% e 32,3%.

tipo de contrato, o mais frequente é o de duração indeterminada,

respectivamente com 70% e 68,8% dos alojamentos de residência

em regime de arrendamento. O contrato a termo certo representa,

a segunda modalidade mais frequente, a seguir ao de duração indeterminada e é

mais significativo na freguesia sede de concelho (28,6%). No que se refere aos contratos de

renda social ou apoiada, destaca-se o maior valor em Paramos, com 27,3%

freguesia e em menor número, na freguesia de Espinho (com apenas dois

e entre o período de 1981 e 2011, o regime de propriedade

evidência dois comportamentos distintos: por um lado,

do aceso à propriedade privada e consequente diminuição do mercado de arrendamento, nas

por outro lado, um pequeno declínio da propriedade privada e ligeiro

acréscimo da importância dos alojamentos em regime de arrendamento, nos anos 2000

Evolução, entre 1981 e 2011, do regime de ocupação dos alojamentos no

Recenseamento da Habitação e da População, 2011, Instituto Nacional de Estatística, I.P.

stata da análise do gráfico 6, os alojamentos ocupados

em 1981, 40,7% dos alojamentos de residência habitual, valor que no ano de

2001, ascendia a 66,3%. Os alojamentos de residência habitual ocupados pelo arrendatário,

pelo contrário, decorrente da política de incentivo à aquisição de casa própria, designadamente

perderam peso relativo entre 1981 (56,6%) e 1991 (25,6%).

última década, decorrente da conjuntura económica e financeira do país, e das restrições

1991 2001

53,1

66,359,9

25,630,0

21,3

3,8

proprietário Arrendados / Subarrendados Outras Situações

16

Guetim (62,5%) e Silvalde (54,6%). Já a maior

se nas freguesias

mais frequente é o de duração indeterminada, e predomina

dos alojamentos de residência

em qualquer das

a segunda modalidade mais frequente, a seguir ao de duração indeterminada e é

No que se refere aos contratos de

% dos alojamentos

inho (com apenas dois

regime de propriedade dos

stintos: por um lado, um aumento

do aceso à propriedade privada e consequente diminuição do mercado de arrendamento, nas

por outro lado, um pequeno declínio da propriedade privada e ligeiro

nos anos 2000.

Evolução, entre 1981 e 2011, do regime de ocupação dos alojamentos no

, 2011, Instituto Nacional de Estatística, I.P.

os alojamentos ocupados pelo proprietário

em 1981, 40,7% dos alojamentos de residência habitual, valor que no ano de

2001, ascendia a 66,3%. Os alojamentos de residência habitual ocupados pelo arrendatário,

própria, designadamente

. Relativamente à

ís, e das restrições

2011

59,9

29,9

10,3

Outras Situações

Page 17: Diagnóstico Social do Concelho de Espinho V... · Volvidos mais de 30 anos sobre a consagração constitucional do Direito à Habitação, como refere Guerra (Guerra, 2011), o discurso

17

impostas ao crédito bancário, começa a ser visível uma situação de ligeira inversão, através de

um pequeno declínio da propriedade privada (-1,8%) e um ligeiro acréscimo do peso dos

alojamentos arrendados (8,3%). De igual modo sobressai um acréscimo significativo de

alojamentos cujo regime de ocupação se refere a outras situações (empréstimos, familiares,

etc..) com um valor relativo em 2011, de cerca de 10,3%.

Quanto à época do contrato (tabela 7) prevalecem no concelho de Espinho tal como em

qualquer das unidades territoriais em estudo, os contratos de arrendamento recentes,

compreendidos entre 2001 e 2011, com 45,6%, dos quais 34,8% são posteriores a 2006. Trata-

se contudo, de um valor inferior ao do território nacional que contabiliza 44% só em contratos

de arrendamento posteriores a 2006, bem como aos restantes locais em observação.

Relativamente ao mercado de arrendamento, importa ainda distinguir as rendas novas,

posteriores a 1990, de fixação livre e actualizadas todos os anos, das antigas (anteriores a

1990), que durante décadas permaneceram congeladas. Neste contexto, com contrato

assinado antes de 1990, anteriores ao Regime de Arrendamento Urbano, conta-se no

município, cerca de 43,9% dos alojamentos clássicos de residência habitual arrendados, dos

quais 24,6% referem-se a contratos mais antigos, anteriores a 1975. Comparativamente com

os restantes território, apuramos que Portugal (34,5%), a AMP (38,7%), o Grande Porto

(40,3%), o distrito de Aveiro (27,2%) e o distrito do Porto (37,1%) detêm valores inferiores de

contratos anteriores ao ano de 1990 (anteriores ao regime de arrendamento urbano).

A análise da tabela 7 demonstra assim que a maioria dos regimes de arrendamento no

concelho e nas restantes unidades de análise à data dos Censos de 2011, eram resultantes de

contratos posteriores a 1990 o que sugere que, com a entrada em vigor do regime de

arrendamento urbano3 e, consequentemente com o princípio da actualização anual de todas as

rendas, se registou um aumento do peso dos alojamentos em regime de arrendamento.

Tabela 7 - Alojamentos familiares clássicos arrendados de residência habitual (N.º) por Localização geográfica (à data dos Censos 2011) e Época de celebração do contrato de arrendamento.

Localização geográfica

Época de celebração do contrato de arrendamento

Total Antes de 1975

1975 - 1986

1987 - 1990

1991 - 2000

2001 - 2005

2006 - 2011

N %

Portugal 778883 19,7 11,4 3,4 9,0 12,5 44,0

AMP 157726 23,5 12,0 3,2 9,8 13,3 38,3

Grande Porto 135654 24,9 12,2 3,2 9,8 12,9 39,2

Distrito de Aveiro 37957 14,4 9,5 3,3 9,2 13,1 50,5

Distrito do Porto 165514 21,9 11,7 3,5 10,4 13,8 38,7

Espinho 3530 24,6 15,9 3,3 10,5 10,8 34,8

Fonte: INE, Recenseamento da Habitação e da População, 2011, Instituto Nacional de Estatística, I.P.

3 Decreto-Lei n.º 321-B/90,de 15 de Outubro - que estabelece um regime especial de actualização de rendas antigas, situação já parcialmente revista com a instituição da Lei n.º 46/85, de 20 de Setembro.

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18

Relativamente ao escalão de renda mensal, o mais frequente no concelho (tabela 8) está

compreendido entre os 200,00 € e os 399,99 €, atribuído a 32,1% dos alojamentos clássicos

arrendados ou subarrendados. Cerca de 32,1% dos alojamentos têm fixada uma renda inferior

a 50,00 €, dos quais cerca de 11,3%, constituem rendas antigas e inferiores a 20,00€ e 30,4%,

uma renda compreendida entre os 50,00 - 199,99 €. Com renda superior a 500 €, destaca-se

cerca de 1,8%.

Tabela 8 - Arrendamento | Escalão de Renda Mensal dos alojamentos familiares arrendados de residência habitual por localização geográfica.

Escalão do valor de renda menos de 20€

de 20 a 49.99€

de 50 a 99.99€

de 100 a 199.99€

de 200 a 399.99€

de 400 a 499.99€

500 ou mais

Total

% % % % % % % N

Portugal 7,4 12,7 12,7 15,9 37,2 7,5 8,4 794465

AMP 8,4 16,1 14,5 15,6 35 5,7 4,7 159771

Distrito de Aveiro 7 10,9 9,3 17,7 48,4 4,6 1,9 38646

Distrito do Porto 8,2 15,2 14,4 18,5 34 5,2 4,5 168214

Grande Porto 8,8 16,9 15,1 14,5 33,2 6,3 5,2 137292

Espinho 11,3 20,8 30,4 39,9 32,1 6,8 1,8 3530

Fonte: INE, Recenseamento da Habitação e da População, 2011, Instituto Nacional de Estatística, I.P.

No que concerne à entidade proprietária dos alojamentos familiares clássicos arrendados e

subarrendados no município de Espinho, observa-se pelo gráfico 7 que os particulares ou

empresas privadas estão na posse da maioria (63,2%), seguida dos ascendentes ou

descendentes com 22,6%, dos alojamentos arrendados. Na propriedade das autarquias locais,

destaca-se 8,2%, sendo que as restantes entidades, Estado, Institutos Públicos ou Instituições

sem fins lucrativos, representam 5,3% e as Empresas Públicas e Cooperativas de Habitação,

um valor residual inferior a 0,5%.

Gráfico 7 - Entidade Proprietária dos Alojamentos Familiares Arrendados do Concelho de Espinho (%), 2011.

Fonte: INE, Recenseamento da Habitação e da População, 2011, Instituto Nacional de Estatística, I.P.

63,2

22,6

5,3

0,28,2

0,5

Particulares ou empresas privadas

Ascendentes ou descendentes

Estado, institutos publicos ou inst. s/ fins lucrativosEmpresas públicas

Autarquias locais

Cooperativas de habitação

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Despesas com Habitação

No domínio das despesas com habitação,

de 2011,constata-se que no município, d

69,8% não constituem qualquer encargo

Gráfico 8 – Alojamentos dos Ocupantes e Escalão de Encargos por Compra Espinho, 2011.

Fonte: INE, Recenseamento da Habitação e da População

Acrescente-se que dos alojamentos ocupados pelo proprietário, que constituem um encargo

em resultado da sua compra (2.156), a

mensal de 250 euros a 499 euros e

superiores a 800 euros, contam

e 4,5%, os alojamentos, com um encargo inferior

Idade e Estado de Conservação

Relativamente à idade do parque habitacional

dinâmica construtiva que afectaram

nacional, nas últimas décadas.

De acordo com os Censos de 2011, em qualquer das unidades geog

10), sobressai um parque habitacional

últimas décadas. Da sua análise constata

construídos 38% dos alojamentos e

semelhança do que acontece nos resta

0,00%

Menos de 75€

De 75 a menos de 150 €

De 150 a menos de 250 €

De 250 a menos de 350 €

De 350 a menos de 400 €

De 400 a menos de 500 €

De 500 a menos de 650 €

De 650 a menos de 800 €

800 € ou mais

Despesas com Habitação

o domínio das despesas com habitação, e tendo uma vez mais como referência os

se que no município, dos 7.142 alojamentos ocupados pelo proprietário,

ituem qualquer encargo para o proprietário.

Alojamentos dos Ocupantes e Escalão de Encargos por Compra

Recenseamento da Habitação e da População, 2011, Instituto Nacional de Estatística, I.P.

se que dos alojamentos ocupados pelo proprietário, que constituem um encargo

em resultado da sua compra (2.156), aproximadamente 48%, representam uma despesa

euros a 499 euros e 13,5%, entre 400 euros e 499 euros. Com

s a 800 euros, contam-se cerca de 4,9% dos alojamentos propriedade dos ocupantes

e 4,5%, os alojamentos, com um encargo inferior a 75 euros.

Idade e Estado de Conservação

idade do parque habitacional, a tabela 7 ilustra o ritmo da urbani

afectaram o concelho de Espinho, o Grande Porto e o território

nacional, nas últimas décadas.

e acordo com os Censos de 2011, em qualquer das unidades geográficas (tabela

), sobressai um parque habitacional relativamente jovem, reflexo da expansão das duas

últimas décadas. Da sua análise constata-se que a nível local, nos últimos 20 anos, foram

% dos alojamentos e que a maioria (66,2%) tem 40 anos e menos, à

semelhança do que acontece nos restantes locais em foco.

0,00% 5,00% 10,00% 15,00% 20,00%

4,45

10,02

17,63

10,44

13,54

10,76

4,13

4,92

19

e tendo uma vez mais como referência os Censos

os 7.142 alojamentos ocupados pelo proprietário,

Alojamentos dos Ocupantes e Escalão de Encargos por Compra no Concelho de

, 2011, Instituto Nacional de Estatística, I.P.

se que dos alojamentos ocupados pelo proprietário, que constituem um encargo

representam uma despesa

ntre 400 euros e 499 euros. Com encargos

cerca de 4,9% dos alojamentos propriedade dos ocupantes

7 ilustra o ritmo da urbanização e a

o concelho de Espinho, o Grande Porto e o território

ráficas (tabela 9 e tabela

relativamente jovem, reflexo da expansão das duas

se que a nível local, nos últimos 20 anos, foram

40 anos e menos, à

20,00% 25,00%

24,12

Page 20: Diagnóstico Social do Concelho de Espinho V... · Volvidos mais de 30 anos sobre a consagração constitucional do Direito à Habitação, como refere Guerra (Guerra, 2011), o discurso

20

Tabela 9 - Época de Construção dos Alojamentos Familiares do Concelho de Espinho, Grande Porto e Portugal, 2011.

Localização geográfica

Alojamentos familiares clássicos (N.º) por Localização geográfica (à data dos Censos 2011), e Época de construção

Época de construção

Total Até 1919

1919 - 1945

1946 - 1960

1961 - 1970

1971 - 1980

1981 - 1990

1991-2000

2001 - 2005

2006 - 2011

N.º %

Portugal 5859540 4,3 6,4 9,2 11,1 16,8 17,3 18,7 9,9 6,3

AMP 791841 4,2 5,8 8,1 10,4 15,0 17,6 23,1 10,2 5,6

Grande Porto 623085 4,3 5,9 8,4 10,7 14,8 17,2 23,1 10,1 5,6

Distrito de Aveiro 348422 3,8 5,8 8,2 9,9 15,8 18,4 21,5 10,4 6,1

Distrito do Porto 844932 4,3 5,7 7,9 10,1 14,9 17,6 23,0 10,6 6,0

Espinho 15753 3,7 6,1 12,0 12,0 17,8 18,5 18,1 8,1 3,7

Fonte: INE, Recenseamento da Habitação e da População, 2011, Instituto Nacional de Estatística, I.P.

Acrescente-se, porém, a existência de uma percentagem significativa de edifícios do concelho,

já com uma idade avançada (14,7%), que são anteriores a 1945, e destes 5,3%, foram

construídos antes de 1919, o que em termos de antiguidade de edifícios no concelho em 2011

(edifícios anteriores a 1945), representa um peso semelhante ao de Portugal (14,4%) e ao do

distrito do Porto (14,9%), mas menor que do que o registado na AMP (15,6%), no Grande Porto

(17,3%) e no distrito de Aveiro (12,4%).

As décadas de 70 e 80 representam no município, por ordem crescente, as de maior dinâmica

construtiva, já que 16,7%, dos seus edifícios foram construídos no período de 1971-1980 e

17,2%, nos anos 80. Os edifícios mais recentes construídos na década 90 representam 14,7%

e nos anos 2000 cerca de 8,3%, dos quais, 3,31%, a construção remonta aos últimos cinco

anos.

Constata-se deste modo, em qualquer das unidades de análise, um abrandamento na

construção de edifícios, cuja máxima dinâmica construtiva no caso do Grande Porto e Portugal

foi atingida na década de 70, e no caso do concelho de Espinho, da AMP, do distrito de Aveiro

e do distrito do Porto, na década de 80.

No que concerne ao estado de conservação dos edifícios no município, os dados da tabela

11, retratam um parque habitacional relativamente bem conservado, já que dos 8.889 edifícios

existentes, cerca de 70,7% não apresentavam em 2011 necessidade de reparação, 24,0%

precisavam de pequenas e médias reparações, 3,4%, grandes reparações e 2,0% em estado

muito degradado.

Page 21: Diagnóstico Social do Concelho de Espinho V... · Volvidos mais de 30 anos sobre a consagração constitucional do Direito à Habitação, como refere Guerra (Guerra, 2011), o discurso

21

Tab

ela 10 - Época de construção dos edifícios, por localização geográfica.

Localização

geográfica (à data

dos Censos 2011)

Edifícios (N.º) por Localização geográfica (à data dos Censos 2011), Dimensão de pisos e Época de construção; Decenal

Época de construção

Total

Até 1919

1919 - 1945

1946 - 1960 1961 - 1970 1971 - 1980 1981 - 1990 1991 - 2000 2001 - 2005 2006 - 2011

N.º

%

Portugal

3544389

5,8

8,6

10,9

11,5

16,6

16,3

15,8

8,5

5,9

AMP

394473

6,5

9,1

11,7

12,4

16,6

16,7

15,5

6,9

4,6

Grande Porto

273491

7,3

10,0

12,8

13,2

16,4

15,7

14,3

6,2

4,2

Distrito de Aveiro

254407

5,0

7,4

10,1

11,5

17,2

17,8

16,9

8,6

5,5

Distrito do Porto

443042

6,4

8,5

10,9

11,9

16,2

16,7

16,2

7,8

5,4

Espinho

8889

5,4

9,3

15,4

12,9

16,7

17,2

14,7

5,1

3,3

Fonte: INE,

Re

ce

ns

ea

me

nto

da

Ha

bit

ão

e d

a P

op

ula

çã

o, 2011, Instituto Nacional de Estatística, I.P.

Page 22: Diagnóstico Social do Concelho de Espinho V... · Volvidos mais de 30 anos sobre a consagração constitucional do Direito à Habitação, como refere Guerra (Guerra, 2011), o discurso

22

Tabela 11 - Estado de conservação dos edifícios, por localização geográfica (2011).

Localização geográfica (à data dos

Censos 2011)

Edifícios (N.º) por Localização geográfica (à data dos Censos 2011), Época de construção e Estado de conservação; Decenal

Estado de conservação

Total Sem

necessidade de reparação

Com necessidade de reparação

Pequenas reparações

Reparações médias

Grandes reparações

Muito degradado

N.º %

Portugal 3544389 71,1 27,2 17,6 6,9 2,7 1,7

AMP 394473 68,1 30,4 19,9 7,6 2,8 1,6

Grande Porto 273491 66,5 31,8 20,9 7,9 3,0 1,7 Distrito de Aveiro

254407 73,3 25,4 16,4 6,6 2,4 1,3

Distrito do Porto

443042 67,3 30,8 20,1 7,7 3,1 1,9

Espinho 8889 70,7 27,4 16,7 7,2 3,4 2,0

Fonte: INE, Recenseamento da Habitação e da População, 2011, Instituto Nacional de Estatística, I.P.

Salienta-se o facto de a percentagem municipal dos edifícios sem necessidade de reparação

ser inferior à apurada em Portugal (71,1%) e à do distrito de Aveiro (73,3%), embora se revele

superior à registada na AMP (68,1%), no Grande Porto (66,5%) e no distrito do Porto (67,3%).

De igual modo, será de distinguir o facto de a proporção de edifícios concelhios com

necessidades de grandes reparações ser maior do que a aferida nos restantes locais.

Relativamente à distribuição do estado de conservação dos edifícios por freguesia, destaca-se

Guetim com a maior proporção de edifícios sem necessidade de reparação (85,8%), e com

menor peso em estado muito degradado (0,3%).

A freguesia de Paramos registou 77,9% dos seus edifícios sem necessidade de reparação,

mas por outro lado, a maior percentagem de edifícios em estado muito degradado (4,6%).

Segue-se em termos de importância de edifícios sem necessidade de reparação, a freguesia

de Espinho, com cerca de (74,6%), e que simultaneamente apresenta um peso reduzido de

edifícios muito degradados (1,0%), seguindo-se Silvalde e Anta, respectivamente com (67,1%)

e (63,6%) de edifícios, nessas condições. A freguesia de Anta destaca-se em termos de

necessidade de reparação do seu edificado, com cerca de 33,9% dos seus edifícios com

pequenas, médias e grandes necessidades de reparação. Segue-se nestas condições a

freguesia de Silvalde, com cerca de 30,7% dos seus edifícios, com necessidade de reparação.

A relativa juventude do parque habitacional do concelho não impede a degradação do

edificado, mais elevada nos edifícios mais antigos, sendo possível verificar no gráfico 10 a

menor importância dos alojamentos sem necessidade de reparação construídos “antes de

1945”.

Page 23: Diagnóstico Social do Concelho de Espinho V... · Volvidos mais de 30 anos sobre a consagração constitucional do Direito à Habitação, como refere Guerra (Guerra, 2011), o discurso

Gráfico 9 - Estado de conservação dos edifícios, por freguesia no c

Fonte: INE, Recenseamento da Habitação e da População

Considerando a época de construção, verifica

construídos até 1945 se encontravam muito degrada

1919, esta proporção era de 9%). A ausência de necessidade de reparações verifica

mais de metade dos edifícios construídos após 1946, atingindo os 95,6%, para edifícios

construídos entre 2006 e 2011. Acresce

necessidade de reparação, as mais frequentes são as pequenas

edifícios com idade mais avançada

pequenas reparações e 13,2%, grandes repara

Gráfico 10 - Estado de Conservação dos Edifícios, Concelho de Espinho, 2011.

Fonte: INE, Recenseamento da Habitação e da População

0% 20%

Anta

Espinho

Guetim

Paramos

Silvalde

Sem necessidade de reparaçãoReparações médiasMuito degradado

0% 20%

antes de 1919

1919-1945

1946-1960

1961-1970

1971-1980

1981-1990

1991-1995

1996 - 2000

2001-2005

2006-2011

Sem necessidade de reparaçãoGrandes reparações

Estado de conservação dos edifícios, por freguesia no concelho de

Recenseamento da Habitação e da População, 2011, Instituto Nacional de Estatística, I.P.

onsiderando a época de construção, verifica-se que cerca de 5% do total dos edifícios

construídos até 1945 se encontravam muito degradados (para edifícios construídos antes de

1919, esta proporção era de 9%). A ausência de necessidade de reparações verifica

mais de metade dos edifícios construídos após 1946, atingindo os 95,6%, para edifícios

construídos entre 2006 e 2011. Acrescente-se que, relativamente aos edifícios com

necessidade de reparação, as mais frequentes são as pequenas reparações, mesmo em

com idade mais avançada, construídos antes de 1919 (26,2% tem necessidade de

pequenas reparações e 13,2%, grandes reparações).

Estado de Conservação dos Edifícios, por Época de Construção (2011)

Recenseamento da Habitação e da População, 2011, Instituto Nacional de Estatística, I.P.

20% 40% 60% 80%

Sem necessidade de reparação Pequenas reparaçõesReparações médias Grandes reparaçõesMuito degradado

20% 40% 60% 80%

Sem necessidade de reparação Pequenas reparações Reparações médiasMuito degradado

23

oncelho de Espinho, 2011.

, 2011, Instituto Nacional de Estatística, I.P.

se que cerca de 5% do total dos edifícios

dos (para edifícios construídos antes de

1919, esta proporção era de 9%). A ausência de necessidade de reparações verifica-se para

mais de metade dos edifícios construídos após 1946, atingindo os 95,6%, para edifícios

relativamente aos edifícios com

reparações, mesmo em

construídos antes de 1919 (26,2% tem necessidade de

de Construção (2011) -

, 2011, Instituto Nacional de Estatística, I.P.

100%

100%

Reparações médias

Page 24: Diagnóstico Social do Concelho de Espinho V... · Volvidos mais de 30 anos sobre a consagração constitucional do Direito à Habitação, como refere Guerra (Guerra, 2011), o discurso

Sobrelotação

No que concerne ao índice

habitual no município de Espinho

sobrelotados (alojamentos com divisões em falta)

de residência habitual, dos quais 9,7% estavam associados à falta de 1 divisão, 2,0%, à

carência de 2 divisões e 0,3%, à falta de 3 ou mais divisões. Com lotação normal, destaca

cerca de 23,4% (2.797 alojamentos) do total de alojamentos de residência habitual. Já no q

se refere à sublotação, mais de um quarto (29,6%) apresentava 1 divisão em excesso, e 20,1%

e 14,8%, 2 divisões e 3 ou mais divisões em excesso

Gráfico 11 - Alojamentos clássicos de residência habitual por índice de lotação no concelEspinho (2011).

Fonte: INE, Recenseamento da Habitação e da População

Cobertura em Infra-estruturas

Em relação à existência de infra

alojamento, a observação da tabela

Espinho, é semelhante à de Portugal, com quase a totalidade dos alojamentos familiares

clássicos de residência habitual com água

10,2%, da rede particular, com um valor muito residual de alojamentos com água

fora do alojamento, mas disponível no edifício e 0,5%, sem água

edifício.

Encontramos a mesma propensão nas restantes regiões

o distrito de Aveiro sobressair das demais ao apresentar uma percentagem de 25,6% dos

alojamentos com água canalizada proveniente da rede particular, enquanto o Grande Porto,

por sua vez, apenas congrega 6,3% dos alojamentos nes

0,0%5,0%10,0%15,0%20,0%25,0%30,0%

3 divisões ou mais

2 divisões

Alojamentos Sublotados (divisões excedentes)

14,8

ice de lotação dos alojamentos familiares clássicos de residência

unicípio de Espinho (gráfico 11), em 2011, a proporção de alojamentos

(alojamentos com divisões em falta) representava 12,1% do total de alojamentos

abitual, dos quais 9,7% estavam associados à falta de 1 divisão, 2,0%, à

carência de 2 divisões e 0,3%, à falta de 3 ou mais divisões. Com lotação normal, destaca

cerca de 23,4% (2.797 alojamentos) do total de alojamentos de residência habitual. Já no q

se refere à sublotação, mais de um quarto (29,6%) apresentava 1 divisão em excesso, e 20,1%

e 14,8%, 2 divisões e 3 ou mais divisões em excesso respectivamente.

Alojamentos clássicos de residência habitual por índice de lotação no concel

Recenseamento da Habitação e da População, 2011, Instituto Nacional de Estatística, I.P.

estruturas

infra-estruturas, nomeadamente de água canalizada

observação da tabela 12, permite constatar que, a situação no

Espinho, é semelhante à de Portugal, com quase a totalidade dos alojamentos familiares

clássicos de residência habitual com água canalizada (89,2%) proveniente da rede pública,

com um valor muito residual de alojamentos com água

fora do alojamento, mas disponível no edifício e 0,5%, sem água canalizada

ncontramos a mesma propensão nas restantes regiões, sendo apenas de salientar o facto de

o distrito de Aveiro sobressair das demais ao apresentar uma percentagem de 25,6% dos

alojamentos com água canalizada proveniente da rede particular, enquanto o Grande Porto,

por sua vez, apenas congrega 6,3% dos alojamentos nesta situação.

2 divisões 1 divisão 1 divisão 2 divisões

Alojamentos Sublotados (divisões excedentes)

Normal Alojamentos Sobrelotados (divisões em falta)

20,1

29,623,4

9,7

2,0

24

icos de residência

a proporção de alojamentos

12,1% do total de alojamentos

abitual, dos quais 9,7% estavam associados à falta de 1 divisão, 2,0%, à

carência de 2 divisões e 0,3%, à falta de 3 ou mais divisões. Com lotação normal, destaca-se

cerca de 23,4% (2.797 alojamentos) do total de alojamentos de residência habitual. Já no que

se refere à sublotação, mais de um quarto (29,6%) apresentava 1 divisão em excesso, e 20,1%

Alojamentos clássicos de residência habitual por índice de lotação no concelho de

, 2011, Instituto Nacional de Estatística, I.P.

canalizada no respectivo

constatar que, a situação no município de

Espinho, é semelhante à de Portugal, com quase a totalidade dos alojamentos familiares

%) proveniente da rede pública,

com um valor muito residual de alojamentos com água canalizada

no alojamento ou

nas de salientar o facto de

o distrito de Aveiro sobressair das demais ao apresentar uma percentagem de 25,6% dos

alojamentos com água canalizada proveniente da rede particular, enquanto o Grande Porto,

2 divisões 3 divisões ou mais

Alojamentos Sobrelotados (divisões

0,3

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25

Tabela 12 - Alojamentos familiares clássicos de residência habitual, segundo as instalações sanitárias (agua canalizada, banho ou duche), por localização geográfica (2011).

Localização geográfica

Com água canalizada no alojamento

Com água canalizada fora do

alojamento mas

disponível no edifício

Sem água canalizada

no alojamento ou edifício

Instalação de banho ou duche Total de

alojamentos de

Residência Habitual

Proveniente da rede pública

Proveniente de rede particular

Com instalação de banho ou duche

Sem instalação de banho ou duche

% N.º

Portugal 89,2 10,2 0,1 0,6 98,0 2,0 3997724

AMP 85,3 14,1 0,1 0,5 97,8 2,2 619317

Grande Porto 93,2 6,3 0,1 0,4 98,0 2,0 484811

Distrito de Aveiro 73,5 25,6 0,1 0,8 97,6 2,4 257986

Distrito do Porto 82,3 17,0 0,1 0,6 97,6 2,4 657977

Espinho 89,2 10,2 0,1 0,5 98,0 2,0 11934

Anta 82,4 17,0 0,1 0,4 97,9 2,1 3756

Espinho 99,9 0,1 0,0 0,0 99,2 0,8 4155

Guetim 59,6 36,9 0,0 3,5 94,0 6,0 483

Paramos 81,3 17,5 0,1 1,1 96,5 3,5 1214

Silvalde 91,3 8,1 0,1 0,5 97,6 2,4 2326

Fonte: INE, Recenseamento da Habitação e da População, 2011, Instituto Nacional de Estatística, I.P.

No que se refere à distribuição das instalações sanitárias por freguesia, com água

canalizada no alojamento, apuramos que Espinho se encontra totalmente coberta com água

canalizada, seguida das freguesias de Anta e Silvalde, ambas com 99,4%. A principal diferença

reside na proveniência da água canalizada, destacando-se em termos de rede particular, com

36,9% dos alojamentos de residência habitual, a freguesia de Guetim, sucedida por Paramos

(17,5%) e Anta (17%), e com 0,1%, no extremo oposto, a freguesia de Espinho. Sem água

canalizada no alojamento ou edifício, salienta-se com o peso mais elevado as freguesias mais

periféricas, Guetim, com 3,5% e Paramos com 1,1% dos alojamentos de residência habitual e

com menor peso, a de Espinho, apenas com 1 alojamento de residência habitual (em números

absolutos) nestas condições.

Relativamente à existência de instalações de banho ou duche, constatamos que Portugal, o

Grade Porto e Espinho apresentam, cada qual, uma percentagem de 2% dos alojamentos de

residência habitual sem instalação de banho ou duche. Por sua vez, a AMP (2,2%), o distrito de

Aveiro (2,4%) e o distrito do Porto (2,4%) apresentam valores ligeiramente mais elevados de

alojamentos nestas condições.

No que concerne às freguesias que compõem o concelho, sem esta infra-estrutura, observa-se

um peso mais elevado em Guetim, seguida de Paramos, com cerca de 6% e 3,5%,

respectivamente de alojamentos de residência habitual sem instalação de banho ou duche. A

rondar os 2%, destacam-se as freguesias de Anta e Silvalde, e com um valor residual de 0,8%,

a freguesia mais urbana, sede de concelho, Espinho.

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26

Tabela 13 – Alojamentos familiares clássicos de residência habitual, segundo as instalações sanitárias (retrete/rede de esgotos), por localização geográfica.

Zona Geográfica

Instalações sanitárias (retrete/esgotos)

Com retrete no alojamento

Retrete fora do

alojamento mas

disponível no edifício

Sem retrete

Com dispositivo de descarga Sem dispositivo de descarga

Ligado à rede pública de

drenagem de águas residuais

Ligado a sistema particular

de drenagem de águas residuais

Outros casos

Ligado à rede pública de

drenagem de águas residuais

Ligado a sistema particular

de drenagem de águas residuais

Outros casos

Portugal 76,6 20,9 1,0 0,3 0,4 0,1 0,1 0,7

AMP 79,7 18,0 1,0 0,3 0,4 0,1 0,2 0,4

Grande Porto 88,6 9,6 0,7 0,3 0,2 0,1 0,2 0,3

Distrito de Aveiro 56,3 40,2 1,5 0,3 0,8 0,1 0,1 0,6

Distrito do Porto 76,1 21,2 1,2 0,3 0,5 0,1 0,2 0,4

Espinho 84,2 13,9 0,7 0,3 0,4 0,1 0,1 0,3

Anta 76,0 21,6 1,1 0,3 0,6 0,1 0,1 0,2

Espinho 99,4 0,3 0,0 0,2 0,0 0,0 0,0 0,1

Guetim 68,9 25,0 2,1 1,1 1,3 0,4 0,2 1,1

Paramos 61,7 34,2 1,6 0,5 0,8 0,3 0,2 0,7

Silvalde 84,8 12,9 0,7 0,5 0,4 0,2 0,1 0,4

Fonte: INE, Recenseamento da Habitação e da População, 2011, Instituto Nacional de Estatística, I.P.

No que respeita à existência de instalações sanitárias, designadamente retrete no

alojamento/rede de esgotos, a proporção de alojamentos familiares com retrete, mas sem

dispositivo de descarga, no município e em qualquer uma das unidades de análise é reduzida e

inferior a 1%, já que o dispositivo de descarga está presente em cerca de 99% dos alojamentos

de residência habitual, ligado em 84,2% dos casos à rede pública e em 13,9% à rede privada

de drenagem de águas residuais. Com retrete fora do alojamento, mas disponível no edifício,

destaca-se em qualquer das unidades de análise, valores residuais de 0,1% (Portugal, distrito

de Aveiro e Espinho) e 0,2% (AMP, Grande Porto e distrito do Porto) e sem retrete no

Município e Grande Porto cerca de 0,3% da residência habitual, um peso mais diminuto que o

do país (0,7%), na AMP (0,4%), distrito de Aveiro (0,6%) e distrito do Porto (0,4%).

Similarmente evidencia-se a freguesia de Espinho com a maior percentagem de alojamentos

do concelho com retrete no alojamento e com dispositivo de descarga em 99,7% dos

alojamentos de residência habitual, ligados à rede pública de drenagem de águas residuais

(99,9%). Sem dispositivo de descarga, destaca-se a freguesia de Guetim com 1,3% ligados à

rede particular e 1,1%, à rede pública e sem retrete em 1,1% dos alojamentos de residência

habitual. Os alojamentos com drenagem de águas residuais, ligados à rede particular e à rede

pública, mas sem dispositivo de descarga na retrete, representam um valor muito residual,

constatando-se o maior valor na freguesia de Paramos, respectivamente com 0,8% e 0,5% dos

alojamentos familiares de residência habitual, sendo que 0,7%, representam alojamentos sem

retrete.

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27

Carências Habitacionais

A quantificação das necessidades habitacionais representa uma informação de grande

relevância quer para a elaboração do diagnóstico do sector habitacional, em termos sociais,

quer para a definição de uma estratégia de intervenção para o sector no concelho.

«A identificação das necessidades ao nível da habitação levanta uma grande diversidade de

problemas que advém de conceito de necessidades habitacionais, cujos contornos imprevistos

permitem incluir desde a simples insatisfação simbólica face à casa até necessidades que

advém da ausência de abrigo. Além disso, a tradicional dicotomia entre as necessidades

quantitativas e qualitativas depende dos diferentes modos de vida da população, tipos de

família, fases do ciclo de vida, que vão exigindo face ao habitat também uma grande

diversidade de necessidades4» (IHRU, PHE: 2008, 22).

Neste sentido, as necessidades de habitações não se referenciam apenas aos agregados

familiares sem acesso ao mercado privado de habitação, mas envolvem um elevado número

de famílias e uma grande diversidade de situações, que tornam fundamental um conhecimento

pormenorizado das dinâmicas privadas, das descoincidências entre a oferta e a procura e uma

caracterização do edificado a partir de várias variáveis consideradas chave para aferir a

situação de carência habitacional.

Os indicadores utilizados para o cálculo das “carências habitacionais quantitativas” no

município de Espinho reportam-se concretamente ao número de alojamentos de residência

habitual em falta, relativamente ao número de famílias residente, provenientes dos Censos

2011.

No sentido de se aferir as “carências habitacionais qualitativas” do concelho, importa

determinar o número de alojamentos que à partida não oferece condições de habitabilidade.

Trata-se de calcular em concreto o número de alojamentos sobreocupados e em avançado

estado de degradação, que revelam necessidade de reparação. Contudo, estamos perante um

indicador que deve ser analisado com reservas, uma vez que, grande parte do parque

habitacional degradado se encontra no estado vago, não constituindo por isso residência

habitual.

Acrescente-se o número de alojamentos clássicos de residência habitual sem infra-estruturas

básicas (sem água canalizada, saneamento e banho ou duche) que, à partida, não oferecem

as condições mínimas de habitabilidade e a partir dos quais se poderão aferir algumas

carências.

Neste contexto, constata-se que no ano 2011, residiam no município de Espinho cerca de

31.786 habitantes, organizados em 12.017 agregados familiares. O parque habitacional era

composto por 15.778 alojamentos, dos quais 11.931 (75,7%) constituíam residência habitual e

4 IHRU, PHE – Contributos para o Plano Estratégico de Habitação – Sumário Executivo, 2008, IHRU

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28

1.830 (11,6%) alojamentos vagos, pelo que 86 famílias não possuíam alojamento clássico de

residência habitual, traduzindo-se numa carência habitacional quantitativa de 86 alojamentos.

No sentido de aferir com maior rigor as carências habitacionais “qualitativas” do concelho,

importa completar esta análise com os indicadores referidos na tabela 14, resultantes da

sistematização do diagnóstico.

Tabela 14 – Carências ‘qualitativas’ da habitação no concelho de Espinho.

Carências Habitacionais Município de Espinho v.a. %

Alojamentos Sobrelotados 1444 12,10% Alojamentos sobrelotados com falta de 1 divisão 1162 9,74% Alojamentos sobrelotados com falta de 2 divisões 241 2,02% Alojamentos sobrelotados com falta de 3 ou mais divisões 41 0,34%

Edifícios com necessidades de pequenas e médias reparações 2130 23,96 Edifícios com necessidades de grandes reparações – muito degradados 304 3,42 Edifícios muito degradados 174 1,96 Edifícios com necessidades de reparação e muito degradados 2608 29,34

Alojamentos sem retrete 15 0,13 Alojamentos com retrete e sem dispositivo de recarga 12 0,10 Alojamentos sem água canalizada no próprio alojamento ou edifício 58 0,49

Fonte: INE, Recenseamento da Habitação e da População, 2011, Instituto Nacional de Estatística, I.P.

Assim, o diagnóstico aponta para uma carência habitacional qualitativa, dada por indicadores

constantes na tabela 14, concretamente pelo número de alojamentos sobreocupados (1.444

em termos absolutos), muito degradados (174), com necessidade de pequenas (1.488), médias

(642) e grandes reparações (304), sem esquecer os alojamentos sem pelo menos uma infra-

estrutura básica, designadamente sem instalação de banho ou duche que perfaz cerca (242),

sem água canalizada no edifício ou alojamento (58) e sem retrete (33 alojamentos). A estes

valores acrescem ainda as dificuldades de acesso à habitação, oriundas das disfunções do

mercado de oferta e da procura de habitação, que resultam dos preços elevados que a

população não consegue suportar.

Evolução recente do Mercado da Habitação

Não obstante a falta de dados sistematizados sobre a procura e oferta de habitação, existem

algumas variáveis recolhidas que permitem perceber as tendências do sector da habitação. Do

lado da oferta destaca-se, uma parte, representada pelo número de edifícios recentemente

concluídos com uso habitacional, disponibilizados pelas Estatísticas da Construção e

Habitação.

A análise da dinâmica de construção no concelho, medida pelo número de obras com uso

habitacional, construídas no período que medeia entre 1995 e 2011, identifica uma tendência

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29

de abrandamento da construção, representada maioritariamente pela construção nova. Com

níveis elevados, na década de 90 (altura partir da qual se inicia a descida sustentada das taxas

de juro no crédito à habitação), até ao ano 2000 (ano em que se atinge o pico máximo), o

número de edifícios concluídos no concelho inicia uma descida com algumas oscilações até

aos dias de hoje. Denota-se um novo decréscimo a partir do ano 2009, com tendência para se

acentuar, em virtude da conjuntura económica, atendendo à quebra manifestada no número de

licenciamentos.

Gráfico 12 - Evolução do número de edifícios de habitação concluídos, por tipo de obra.

Fonte: INE, Estatísticas da Construção e Habitação (1995 – 2011), Instituto Nacional de Estatística, I.P.

No que se refere ao tipo de obra dos edifícios concluídos e decorrente da situação dos

licenciamentos, apuramos um declínio da importância da construção nova e um pequeno

acréscimo da reabilitação do edificado (obras de ampliação, alteração e reconstrução). De

facto, no ano de 1995, a maioria dos edifícios com uso habitacional concluídos referiam-se a

construções novas, cerca de 96% do total das obras de edificação com uso habitacional,

enquanto as obras de ampliação, alteração e reconstrução, cerca de 4%. A mesma análise,

referente ao ano 2011, revela que as obras de ampliação, alteração e reconstrução e as obras

de construção nova, concluídas, representam respectivamente 17% e 83%.

Estes resultados evidenciam, assim, nos últimos anos um aumento da importância da

reabilitação no concelho, representada pelas obras de ampliação, alteração e reconstrução e

uma perda da importância da construção nova.

Do lado da procura e do contacto com as agências imobiliárias depreende-se que em relação

ao volume de vendas de habitação, se constata no concelho e sobretudo na parte central da

cidade, um decréscimo da procura de habitação nova, notando-se uma preferência pela

0

10

20

30

40

50

60

70

80

1995

1996

1997

1998

1999

2000

2001

2002

2003

2004

2005

2006

2007

2008

2009

2010

2011

Total de obras de edificação Concluídas Construções novas

Ampliações, alterações e reconstruções

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30

habitação usada. Da consulta ao sítio da internet http://aeiou.bpiexpressoimobiliario.pt/, com a

oferta imobiliária no concelho, denota-se uma maior oferta de habitações usadas, uma vez que

são as mais procuradas.

No que se refere à oferta de arrendamento no concelho, da sensibilidade e experiência dos

agentes imobiliários, conclui-se que a oferta de arrendamento no concelho é ainda reduzida.

De facto, e ainda de acordo com a mesma fonte, há cinco ou seis anos atrás o mercado de

arrendamento não tinha expressão em Espinho. As próprias agências não comercializavam

este produto. Actualmente, representa um mercado em expansão e a oferta não chega para

satisfazer a procura, constatando-se a existência de listas de espera a aguardar a tipologia de

habitação pretendida para arrendamento.

HABITAÇÃO MUNICIPAL EM ESPINHO

Neste ponto do diagnóstico, pretende-se proceder uma breve caracterização da habitação

municipal, designadamente dos bairros/núcleos de habitação social e da habitação social

dispersa pelo concelho, para além da habitação social cujo proprietário é o Instituto da

Habitação e da Reabilitação Urbana – IHRU, I.P.

A habitação social, tal como é definida na Portaria n.º 828/88, de 29 de Dezembro, refere-se à

“habitação de custos controlados promovida com apoio financeiro do Estado, nomeadamente

pelas Câmara Municipais, Cooperativas de Habitação, Empresas Privadas e Instituições

Particulares de Solidariedade Social, destinadas à venda ou arrendamento e as que obedeçam

aos limites de área bruta, custo de construção e preços de venda fixados”.

O património habitacional do município, na actualidade, é constituído por vários bairros ou

núcleos e várias habitações isoladas, com diferentes tipologias, dispersas pelo concelho, que

por diferentes motivo vieram à posse da autarquia, sendo a sua gestão patrimonial e social da

responsabilidade da Divisão de Acção Social, Intergeracional e Saúde (DASIS).

É constituído por 469 fogos (tabela 15), dos quais 433 representam habitações multifamiliares

dispostas em 8 bairros ou núcleos, distribuídos por 21 edifícios e por 36 fogos de habitação

unifamiliar dispersa pelo concelho, incluindo 3 fogos localizados num dos bairros do Instituto da

Habitação e da Reabilitação Urbana, I.P.

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31

Tab

ela 15 – Habitação Municipal no concelho de Espinho, segundo a freguesia e o bairro, por tipo de habitação, n.º de edifícios e fogos, tipologia dos fogos, n.º

de inquilinos e n.º de residentes (2011).

Freguesia

Designação do Bairro

Tipo de

Habitação

Edifícios Fogos

T0

T1

T2

T3

T3

duplex

T4

T4

duplex Devolutos

Inquilinos

Residentes

Anta

Conjunto Habitacional Ponte de Anta

Multifamiliar

5

84

0

0

48

36

0

0

0

0

84

267

Bairro da Ponte de Anta – Bloco F

Multifamiliar

1

12

0

0

6

6

0

0

0

0

12

26

Bairro da Ponte de Anta – Bloco O -

IHRU

Multifamiliar

1

0

0

0

1

0

0

0

0

1

2

Bairro da Ponte de Anta – Bloco P -

IHRU

Multifamiliar

1

0

0

0

1

0

0

0

0

1

3

Bairro da Ponte de Anta – Bloco F - IHRU Multifamiliar

1

0

0

0

1

0

0

0

0

1

3

Habitações da Rua da Divisão

Unifamiliar

2

2

0

0

2

0

0

0

0

0

2

3

Habitação da Rua da Ponte de Anta; 197

Unifamiliar

1

1

0

0

0

1

0

0

0

0

1

3

9

102

0

0

56

46

0

0

0

0

0

307

Espinho

Habitação da Rua 16, 5

Unifamiliar

1

1

0

0

1

0

0

0

0

0

1

1

Habitação da Trav. da Rua 5: 633 a 635

Unifamiliar

2

3

0

0

2

0

0

0

0

1

0

3

Ilha de Ramos

Unifamiliar

6

6

0

0

5

0

0

0

0

1

0

5

Bairro da Santa Casa da Misericórdia

Unifamiliar

11

12

0

0

0

11

0

0

0

1

11

16

20

22

0

0

8

11

0

0

0

3

12

25

Guetim

Complexo Habitacional de Guetim

Multifamiliar

1

19

0

6

8

5

0

0

0

0

19

56

1

19

0

6

8

5

0

0

0

0

19

56

Paramos

Complexo Habitacional da Quinta

Multifamiliar

6

160

18

0

79

40

0

11

12

0

157

533

Habitação da Rua Nova

Unifamiliar

1

1

0

0

0

1

0

0

0

0

1

1

7

161

18

0

79

41

0

11

12

0

158

534

Page 32: Diagnóstico Social do Concelho de Espinho V... · Volvidos mais de 30 anos sobre a consagração constitucional do Direito à Habitação, como refere Guerra (Guerra, 2011), o discurso

32

Tab

ela 15 – Habitação Municipal no concelho de Espinho, segundo a freguesia e o bairro, por tipo de habitação, n.º de edifícios e fogos, tipologia dos fogos, n.º

de inquilinos e n.º de residentes (2011) (continuação).

Freguesia

Designação do Bairro

Tipo de

Habitação

Edifícios Fogos

T0

T1

T2

T3

T3

duplex

T4

T4

duplex Devolutos

Inquilinos

Residentes

Silvalde

PER Silvalde – Bloco A

Multifamiliar

1

30

0

0

16

14

0

0

0

0

30

121

PER Silvalde – Bloco B

Multifamiliar

1

23

0

3

13

6

0

1

0

0

23

92

Bairro da Quinta da Marinha

Multifamiliar

2

48

0

0

18

24

0

6

0

0

48

205

Bairro Novo ou das Famílias Pobres

Multifamiliar

7

54

12

0

24

0

18

0

0

0

54

169

Habitação da Rua do Novo

Unifamiliar

3

3

0

0

2

1

0

0

0

0

3

5

Habitações da Rua de Barros (Z.

Industrial)

Unifamiliar

6

6

0

0

3

3

0

0

0

6

14

Habitações da Rua do Pinhal Novo

Unifamiliar

1

1

0

0

1

0

0

0

0

1

2

21

165

12

3

77

48

18

7

0

0

165

608

Concelho (total)

58

469

30

9

228

151

18

18

12

3

354

1530

Page 33: Diagnóstico Social do Concelho de Espinho V... · Volvidos mais de 30 anos sobre a consagração constitucional do Direito à Habitação, como refere Guerra (Guerra, 2011), o discurso

33

Figura 1 – Parque Municipal do Concelho de Espinho

Page 34: Diagnóstico Social do Concelho de Espinho V... · Volvidos mais de 30 anos sobre a consagração constitucional do Direito à Habitação, como refere Guerra (Guerra, 2011), o discurso

34

Assim, domina no concelho a habitação municipal multifamiliar, com 433 fogos, que

corresponde a 92,% do parque habitacional e 36 fogos (8,%) do tipo unifamiliar.

No que concerne à distribuição dos fogos com ocupação por freguesias (gráfico 13), Silvalde é

a que apresenta maior número, com cerca de 165 fogos (35,2%), seguida de Paramos, com

161 fogos (34,3%) e Anta, com 102 fogos (21,7%). Espinho e Guetim constituem as freguesias

com menor número de fogos de habitação social, respectivamente com 30 fogos (4,7%) e 19

fogos (4,1%).

Gráfico 13 – Distribuição da Habitação do Concelho de Espinho, por Freguesias (2013).

Fonte: CME – Levantamento da Habitação de 2008 (última actualização em Junho 2013).

Predomina a habitação social multifamiliar em todas as freguesias (tabela 15), com excepção

de Espinho, que não possui nenhum empreendimento do tipo. Paramos, detém o maior número

(160 fogos), seguida de Silvalde (155 fogos), Anta (99 fogos) e finalmente Guetim (19 fogos).

Bairros de Habitação Social

A habitação social assenta na criação de condições de acesso ao mercado da habitação de

grupos sociais que, pelas suas condições socioeconómicas, se vêm sucessivamente excluídos

do mercado, mesmo dos segmentos de custos controlados e que, por tal, não conseguem

aceder a uma habitação condigna.

Em Portugal, a partir de meados dos anos 90, assiste-se a um esforço de investimento público

no domínio da habitação social, nomeadamente através do Programa Especial de

Realojamento (PER) que surge em 1993, por via do Decreto-Lei nº 163/93, de 7 de Maio. Este

programa governamental concedia, através dos extintos Instituto de Gestão e Alienação do

Património Habitacional do Estado (IGAPHE) e Instituto Nacional da Habitação (INH)

(actualmente IHRU,IP), apoio financeiro para a construção de habitações destinadas ao

21,7

4,7

4,1

34,3

35,2Anta

Espinho

Guetim

Paramos

Silvalde

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35

realojamento de famílias carenciadas que residam em barracas/casas abarracadas, por forma

a proporcionar-lhes o acesso a habitações condignas.

A sua criação trouxe um forte impulso em matéria de construção de habitação social e, embora

controverso nas suas origens, o Programa Especial de Realojamento (PER) conseguiu

construir, entre 1994 e 2005, mais de 31 mil fogos (Guerra et al: 2008, 17).

Os bairros sociais, sucessivamente relegados para as periferias dos centros urbanos, têm

criado um fenómeno de espacialização da pobreza, concentrando em locais específicos da

cidade os sectores mais carenciados da população local. Iguais entre si, os bairros sociais

distinguem-se na malha urbana, quer seja em termos arquitectónicos, quer em termos sociais.

«Aquilo que, à partida, parecia ser a solução mais viável para a integração das populações

(atribuir fogos e oferecer condições habitacionais melhoradas) acabou por se converter num

instrumento de segregação e de ghetização. A excessiva concentração de populações

socioeconomicamente mais desfavorecidas e de alguns grupos de risco em espaços exíguos e

densamente ocupados acabou por intensificar a diferenciação social da cidade e a segregação

desses espaços» (Augusto: 2000, 3).

No que respeita as formas de apropriação da habitação e do território envolvente será de

realçar que as acções de realojamento envolvem uma mudança de espaço residencial,

acompanhada pelo rompimento com uma certa forma de vivência e convivência quotidiana.

Neste sentido, a mudança implica uma reestruturação dos modos de vida dos indivíduos,

famílias e grupos, que envolve uma adaptação, tanto mais lenta e conflituosa, quanto mais

distintos forem o novo contexto e o meio de origem (Caetano: 2008, 18). Além do mais, as

conotações negativas atribuídas aos territórios tendem a afectar os moradores na escala de

prestígio social e ostracizam os bairros sociais, frequentemente associados a situações de

marginalidade e pobreza.

Ainda que seja imprescindível desconstruir a todo o custo as visões redutoras e eivadas de

estigmas e preconceitos dos bairros de habitação social, a verdade é que, por diversos

motivos, estes bairros constituem espaços urbanos onde a pobreza e exclusão social se fazem

sentir com particular acuidade, na medida em que persistem aí os maiores estrangulamentos

no que concerne o acesso à educação, ao emprego, à saúde, à cultura, no fundo, à qualidade

de vida urbana e à cidadania.

Por tal, torna-se fundamental neste diagnóstico debruçarmo-nos sobre a lógica de organização

deste espaço residencial e aprofundar o conhecimento sobre a realidade por forma a destacar

as suas especificidades, os seus problemas e os caminhos a encetar para a sua resolução. Daí

a decisão de olharmos com especial atenção para os bairros sociais localizados no concelho.

Segundo os dados fornecidos ao INE pela Câmara Municipal de Espinho, referentes ao ano de

2011 e relativos à caracterização da Habitação Social, existem 19 bairros sociais no concelho

de Espinho e 459 contratos de arrendamento em regime de renda apoiada ou social. De

ressalvar que o INE entende por “Bairro Social, um conjunto de habitação social programado,

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36

desenvolvido ou não por fases”, o que faz com que se considerem também os pequenos

núcleos de habitações unifamiliares dispersas.

Iniciaremos, esta análise com uma breve descrição dos bairros existentes no concelho e

passaremos, de imediato, a uma caracterização sociodemográfica da população residente nos

bairros construídos ao abrigo do Programa Especial de Realojamento, bem como à explicitação

dos novos pedidos de habitação entrados da Divisão de Acção Social, Intergeracional e Saúde,

entre 2008 e 2012.

Distribuição dos Bairros de Habitação Social por Freguesia

O Parque Habitacional do município é composto por 8 bairros de habitação multifamiliar, com

24 edifícios e 433 fogos, onde residem aproximadamente 1477 indivíduos.

Na freguesia de Anta existem, actualmente, 99 fogos de habitação social multifamiliar,

distribuídos por 2 bairros: O Bloco F do Bairro da Ponte de Anta, parte do Bairro da Ponte de

Anta (3º fase), com três pisos e 12 fogos (6 fogos T2 e 6 fogos T3) construído no ano de 1985,

com o apoio do Fundo de Fomento da Habitação, e o Conjunto Habitacional da Ponte d’

Anta, composto por 5 Blocos, com 84 fogos (48 fogos T2 e 36 fogos T3) e 5 comércios,

distribuídos por 4 pisos (rés-do-chão e 3 pisos), construído no ano de 2002, ao abrigo do

Programa Especial de Realojamento – PER. Acrescem 3 fracções localizadas nos Blocos O e

P e F do Bairro da Ponte de Anta, propriedade do IHRU.

A freguesia de Espinho constitui a única que não dispõe de bairros de habitação social

multifamiliar.

A freguesia de Guetim é dotada de 1 bairro/1 edifício de habitação multifamiliar: o Complexo

Habitacional de Guetim, construído no período de 2003/05 ao abrigo do Programa Especial

de Realojamento – PER. É constituído por 3 pisos (rés-do-chão e 2 pisos) e 22 fogos, dos

quais 3 foram objecto de permuta e figuram propriedade privada e 19, são propriedade do

município (6 fogos T1; 8 fogos T2 e 5 fogos T3).

Em Paramos, existem 160 fogos (18 fogos T0; 79 fogos T2; 40 fogos T3; 11 fogos T4 e 12

fogos T4 duplex) de habitação multifamiliar, localizados no Complexo Habitacional da Quinta,

de rés-do-chão e 3 pisos, construídos no ano de 1997, igualmente ao abrigo do Programa

Especial de Realojamento – PER.

Por último, em Silvalde encontramos 155 fogos de habitação multifamiliar, distribuídos por 4

Bairros ou Núcleos Habitacionais, dos quais 54 fogos estão localizados no Bairro Novo ou

das Famílias Pobres, 48 fogos no Bairro da Marinha (Bloco 4), e os restantes 53 fogos no

Blocos A e no Bloco B do PER de Silvalde, respectivamente com 30 fogos e 23 fogos.

O Bairro das Famílias Pobres, mais tarde apelidado de Bairro Novo, é o mais antigo de

habitação multifamiliar do município. Foi construído na década de 50, durante o regime do

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37

Estado Novo, ao abrigo do Programa de “casas para famílias pobres”, nos termos do Decreto –

Lei n.º 34.486, de 6 de Abril de 1945, regulamentado pelo Decreto-Lei n.º 35106, de 6 de

Novembro de 1945.

Era constituído de origem por 58 fogos (16 fogos T0, 24 fogos T2 e 18 fogos T3 duplex),

distribuídos por 7 edifícios, de rés-do-chão e andar, um dos quais mais recente - Bloco 7,

construído no ano de 1975, de forma a dar resposta às inúmeras carências habitacionais do

concelho à data. Todos os fogos foram atribuídos a título precário, mediante licença, sob a

forma de Alvará.

Um levantamento de terreno, levado a cabo em conjunto pela Divisão de Acção Social,

Intergeracional e Saúde e pela Divisão de Obras Municipais, de forma a proceder à

identificação dos agregados familiares aí residentes, dá conta das inúmeras obras de alteração

realizadas pelos moradores e redução do número de fogos para 54, resultado da junção de

fogos.

Um pouco mais a poente e a sul, na Marinha de Silvalde, localiza-se o Bairro da Quinta da

Marinha (Bloco 4), construído no ano de 1994, ao abrigo do PER, constituído por 2 edifícios de

habitação multifamiliar, com 3 pisos (rés-do-chão e 2 pisos) num total de 48 fogos (18 fogos T2;

24 fogos T3 e 6 fogos T4).

Ainda ao abrigo do Programa Especial de Realojamento, destacam-se dois edifícios

localizados na Marinha de Silvalde datados do ano de 2003. O Bloco A, composto por 30 fogos

e 2 comércios dispostos em 4 pisos (rés-do-chão e 3 pisos) no total de 16 fogos T2; 14 fogos

T3 e 2 comércios. O Bloco B, formado por 4 pisos (rés-do-chão e 3 pisos) e constituído por 23

fogos: 3 fogos T1; 13 fogos T2; 6 fogos T3 e 1 fogo T4.

Caracterização Sociodemográfica da População Residente nos Bairros do PER

A Divisão de Acção Social, Intergeracional e Saúde (DASIS) da Câmara Municipal de Espinho

está, actualmente, a levar a termo um processo de caracterização sociodemográfica da

população residente nos bairros de habitação social de gestão camarária. Uma vez que este

processo ainda está a decorrer e a informação não está actualizada para todos os bairros

optamos, neste documento, por realizar a caracterização da população através de uma

amostra composta pelos agregados familiares residentes nos bairros construídos ao abrigo do

Programa Especial de Realojamento.

Nesta linha, debruçar-nos-emos, de seguida, sobre a constituição dos agregados familiares, e

sobretudo sobre as características dos seus titulares, que residem no Conjunto Habitacional da

Ponte de Anta, no Complexo Habitacional da Quinta de Paramos, no Complexo Habitacional de

Guetim e nos Blocos A e B de Silvalde, bem como na Quinta da Marinha (Bloco 4).

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38

Os dados cedidos pela DASIS permitem-nos contabilizar um total de 326 agregados familiares

residentes nos bairros construídos ao abrigo do Programa Especial de Realojamento (PER),

constituídos por 1130 indivíduos.

A maioria das famílias habita no Complexo Habitacional da Quinta de Paramos (37,7%),

seguindo-se as que moram na freguesia de Silvalde (31%), as que residem no Conjunto

Habitacional da Ponte de Anta (25,5%) e, por último, no Complexo Habitacional Guetim (5,8%).

Os residentes em Silvalde subdividem-se pelo Bloco A (9,2%), pelo Bloco B (7,1%) e pela

Quinta da Marinha (Bloco 4) (14,7%).

Tabela 16 – Agregados familiares, residentes em bairros construídos ao abrigo do PER, segundo o número de agregados e o número de indivíduos, por Complexo Habitacional e freguesia.

Freguesia Bairro N.º total de agregados N.º total de indivíduos

N % N %

Anta Conjunto Habitacional da Ponte de Anta 83 25,5 267 23,6

Guetim Guetim 19 5,8 56 5,0

Paramos Complexo Habitacional de Paramos 123 37,7 389 34,4

Silvalde

Bloco A 30 9,2 121 10,7

Bloco B 23 7,1 92 8,1

Quinta da Marinha (Bloco 4) 48 14,7 205 18,1

Subtotal 101 31,0 418 36,9

Total 326 100,0 1130 100,0

Fonte: Dados cedidos pela Divisão de Acção Social, Intergeracional e Saúde (DASIS), Câmara Municipal de Espinho, 2013.

A análise por número de elementos dos agregados familiares permite-nos constatar a

prevalência de ‘famílias numerosas’ (25,1%), com 5 ou mais elementos. Dentro destas,

sobressaem as famílias com 5 elementos (15,3%), seguidas, com menor expressão, por

aquelas que compreendem 6 pessoas (4,9%), 7 elementos (3,4%) e, por fim, pelas constituídas

por 8 ou mais indivíduos (1,5%).

Em segundo lugar, distinguem-se as famílias que abarcam 4 pessoas (23,3%), as que têm 2

elementos (20,9%) e as que detêm 3 indivíduos (19,3%). Os agregados familiares constituídos

por 1 elemento representam 11,3% do total.

Page 39: Diagnóstico Social do Concelho de Espinho V... · Volvidos mais de 30 anos sobre a consagração constitucional do Direito à Habitação, como refere Guerra (Guerra, 2011), o discurso

39

Tab

ela 17 – Agregados familiares, residentes em bairros construídos ao abrigo do Programa Especial de Realojamento, segundo o número de

elementos do agregado familiar, por complexo habitacional e freguesia.

Freguesia

Anta

Guetim

Paramos

Silvalde

Total

Bairro

Conjunto

Habitacional da

Ponte de Anta

Guetim

Complexo

Habitacional de

Paramos

Bloco A

Bloco B

Quinta da

Marinha

(Bloco 4)

Subtotal

N.º de

elementos

N

%

N

%

N

%

N

%

N

%

N

%

N

%

N

%

1

10

12,0

3

15,8

18

14,6

1

3,3

4

17,4

1

2,1

6

5,9

37

11,3

2

25

30,1

4

21,1

29

23,6

4

13,3

1

4,3

5

10,4

10

9,9

68

20,9

3

12

14,5

6

31,6

30

24,4

6

20,0

1

4,3

8

16,7

15

14,9

63

19,3

4

18

21,7

4

21,1

24

19,5

8

26,7

6

26,1

16

33,3

30

29,7

76

23,3

5

13

15,7

1

5,3

12

9,8

7

23,3

8

34,8

9

18,8

24

23,8

50

15,3

6

2

2,4

1

5,3

6

4,9

2

6,7

2

8,7

3

6,3

7

6,9

16

4,9

7

2

2,4

0

0,0

2

1,6

1

3,3

1

4,3

5

10,4

7

6,9

11

3,4

8 ou +

1

1,2

0

0,0

2

1,6

1

3,3

0

0,0

1

2,1

2

2,0

5

1,5

Total

83

100,0

19

100,0

123

100,0

30

100,0

23

100,0

48

100,0

101

100,0

326

100,0

Fonte: Dados cedidos pela Divisão de Acção Social, Intergeracional e Saúde (DASIS), Câmara Municipal de Espinho, 2013.

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40

Por comparação com o número de elementos que compõem o total de famílias residentes no

município, denota-se, nos bairros de gestão municipal, uma expressão significativa das famílias

numerosas, bem como das constituídas por 4 elementos que, em Espinho representam 7,1% e

16,4%, respectivamente. Em oposição, apuramos uma menor incidência das famílias com 1

elemento, bem como das constituídas por 2 pessoas e por 3 indivíduos, que a nível concelhio

obtêm, respectivamente, 19,4%, 32,3% e 24,8%. A este propósito, aludimos, uma vez mais, à

vulnerabilidade ao risco social das famílias numerosas que, segundo o Instituto Nacional de

Estatística, sofriam de uma taxa de risco de pobreza, após a transferência das prestações

sociais, na ordem dos 33,2%.

Esmiuçando estes elementos a nível das freguesias e dos bairros em foco, rapidamente

constatamos que a freguesia com um maior número de famílias numerosas é Silvalde (39,6%),

sendo que no Bloco A esta tipologia familiar representa 36,7% do total de agregados, no Bloco

B 47,8% e na Quinta da Marinha (Bloco 4) 37,5%.

Em Anta, as famílias numerosas (com 5 ou mais elementos) representam 21,7% do total de

famílias e, em Paramos, congregam uma percentagem de 17,9%, observando-se que em

Guetim, pelo contrário, a sua representatividade não ultrapassa os 10,5%.

Se no Conjunto Habitacional da Ponte de Anta predominam as famílias com 2 elementos com

uma percentagem na ordem dos 30,1%, em Guetim e Paramos prevalecem os agregados com

3 pessoas (31,6% e 24,4%, respectivamente). Em Silvalde, as famílias com 4 elementos são

aquelas que detêm uma maior expressão, apurando-se que no Bloco A e no Bloco 4 da Quinta

da Marinha se evidenciam as famílias com 4 elementos (26,7% e 33,3%, respectivamente) e,

no Bloco B, se diferenciam as compostas por 5 elementos (34,8%).

No que diz respeito ao tipo de família, averiguamos que os agregados residentes nos bairros

sociais construídos ao abrigo do PER formam, sobretudo, famílias nucleares com filhos

(37,1%), enquanto as famílias monoparentais representam 17,5% do total de agregados,

seguindo-se as famílias extensas (12,6%) e as famílias alargadas (12,3%). Por fim, as pessoas

isoladas correspondem a 11% e as famílias nucleares sem filhos representam 9,5%.

Sabendo-se que os núcleos familiares monoparentais obtêm uma expressão deveras

significativa no concelho (13,5%) torna-se importante salientar o facto de as famílias

monoparentais residentes nos bairros do PER se situarem 4 pontos percentuais acima do valor

registado no município e relembrar que a taxa nacional de risco de pobreza destas famílias,

após as transferências sociais, se fixa nos 37%.

As famílias nucleares com filhos são, em todos os bairros, as que detêm uma maior

representatividade, realçando-se o facto de em Silvalde se obter uma percentagem superior a

50% em todos os bairros – 69,6% no Bloco B, 53,3% no Bloco A e 52,1% na Quinta da Marinha

(Bloco 4). Por sua vez, em Guetim esta tipologia representa 41,2% do total das famílias,

enquanto em Paramos angaria 27,6% e em Anta 26,5%.

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41

Tab

ela 18 – Agregados familiares, residentes em bairros construídos ao abrigo do Programa Especial de Realojamento, segundo o tipo de família, por

complexo habitacional e freguesia.

Freguesia

Anta

Guetim

Paramos

Silvalde

Total

Bairro

Conjunto

Habitacional da

Ponte de Anta

Guetim

Complexo

Habitacional de

Paramos

Bloco A

Bloco B

Quinta da

Marinha

(Bloco 4)

Subtotal

Tipo de Família

N

%

N

%

N

%

N

%

N

%

N

%

N

%

N

%

Nuclear sem filhos

9

10,8

1

5,3

14

11,4

2

6,7

2

8,7

3

6,3

7

6,9

31

9,5

Nuclear com filhos

22

26,5

8

42,1

34

27,6

16

53,3

16

69,6

25

52,1

57

56,4

121

37,1

Monoparental

22

26,5

6

31,6

23

18,7

2

6,7

0

0,0

4

8,3

6

5,9

57

17,5

Isolado(a)

10

12,0

3

15,8

19

15,4

1

3,3

2

8,7

1

2,1

4

4,0

36

11,0

Extensa

12

14,5

1

5,3

14

11,4

4

13,3

1

4,3

9

18,8

14

13,9

41

12,6

Alargada

8

9,6

0

0,0

19

15,4

5

16,7

2

8,7

6

12,5

13

12,9

40

12,3

Total

83

100,0

19

100,0

123

100,0

30

100,0

23

100,0

48

100,0

101

100,0

326

100,0

Fonte: Dados cedidos pela Divisão de Acção Social, Intergeracional e Saúde (DASIS), Câmara Municipal de Espinho, 2013.

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42

As famílias monoparentais sobressaem com especial incidência nas freguesias de Guetim

(31,6%) e Anta (26,5%), enquanto em Paramos correspondem a 18,7%. Será de referir o facto

de na freguesia de Silvalde, esta tipologia corresponder a apenas 5,9% do total de famílias,

sendo que no Bloco B não existe nenhuma família que se enquadre nesta tipologia.

As famílias nucleares sem filhos, por sua vez, registam valores mais elevados no Complexo

Habitacional da Quinta de Paramos (11,4%) e no Conjunto Habitacional da Ponte de Anta

(10,8%), observando-se que em Guetim (5,3%) e em Silvalde (6,9%) não ultrapassam os 10%.

Note-se que as famílias extensas obtêm o seu valor mais elevado no Conjunto Habitacional da

Ponte de Anta (14,5%), em Silvalde (13,9%) – nomeadamente no Bloco 4 da Quinta da

Marinha (18,8%) e no Bloco A (13,3%) – e em Paramos (11,4%).

As famílias alargadas predominam em Paramos (15,4%) e em Silvalde (12,9%),

nomeadamente no Bloco A (8,7%) e na Quinta da Marinha – Bloco 4 (12,5%). Em Anta

alcançam uma percentagem de 9,6%, ao passo que em Guetim não existe nenhuma família

com esta configuração.

Do total de bairros enquadrados no PER, as pessoas isoladas prevalecem em Guetim (15,8%)

e em Paramos (15,4%). Em Anta detectamos uma percentagem de 12% de pessoas isoladas,

enquanto em Silvalde esta percentagem é significativamente menor, correspondendo a apenas

4% [3,3% no Bloco A, 8,7% no Bloco B e 2,1% na Quinta da Marinha (Bloco 4)].

Os dados disponibilizados pela Câmara Municipal permitem-nos analisar a idade, a

escolaridade e a situação face ao emprego dos titulares dos agregados familiares.

Assim, e no que diz respeito à idade, apuramos que 31,6% dos titulares têm entre os 45 e os

54 anos de idade, enquanto 23,6% se situam entre os 35 e os 44 anos e 21,5% têm 65 e mais

anos (dos quais 14,1% têm entre 65 e 74 anos e 7,4% têm 75 e mais anos). As pessoas que se

enquadram entre os 55 e os 64 anos representam 16,9% e apenas 6,4% têm entre os 25 e os

34 anos, sabendo-se que nenhum dos titulares tem uma idade inferior a 25 anos.

Á escala intra-urbana destacam-se, por um lado, os valores angariados pelas pessoas com 65

e mais anos na freguesia de Anta (31,3%), em Guetim (26,4%) e em Paramos (22,7%), sendo

interessante verificar o facto de em Silvalde só corresponderem a 10,9% e, sobretudo, o facto

de no Bloco B não existir nenhum titular com 75 e mais anos, ao passo que na Quinta da

Marinha (Bloco 4) representam apenas 4,2% do total de titulares.

Por outro lado, em Anta (31,3%), Guetim (26,3%) e Silvalde (41,6%) a maioria dos titulares

enquadra-se entre os 45 e os 54 anos, enquanto em Paramos se evidenciam os que se situam

entre os 35 e os 44 anos (26,8%). Note-se que os titulares entre os 25 e os 34 anos apenas

atingem os 10% na freguesia de Guetim (10,5%).

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43

Tab

ela 19 – Titulares dos agregados familiares, residentes em bairros construídos ao abrigo do Programa Especial de Realojamento, segundo o escalão etário,

por complexo habitacional e freguesia.

Freguesia

Anta

Guetim

Paramos

Silvalde

Total

Bairro

Conjunto

Habitacional da

Ponte de Anta

Guetim

Complexo

Habitacional de

Paramos

Bloco A

Bloco B

Quinta da Marinha

(Bloco 4)

Subtotal

Escalão Etário

N

%

N

%

N

%

N

%

N

%

N

%

N

%

N

%

25-34

6

7,2

2

10,5

9

7,3

0

0

2

8,7

2

4,2

4

4,0

21

6,4

35-44

13

15,7

3

15,8

33

26,8

10

33,3

10

43,5

8

16,7

28

27,7

77

23,6

45-54

26

31,3

5

26,3

30

24,4

11

36,7

4

17,4

27

56,3

42

41,6

103

31,6

55-64

12

14,5

4

21,1

23

18,7

6

20

2

8,7

8

16,7

16

15,8

55

16,9

65-74

16

19,3

4

21,1

19

15,4

1

3,3

5

21,7

1

2,1

7

6,9

46

14,1

75 e mais anos

10

12,0

1

5,3

9

7,3

2

6,7

0

0,0

2

4,2

4

4,0

24

7,4

Total

83

100,0

19

100

123

100,0

30

100

23

100,0

48

100

101

100,0

326

100,0

Fonte: Dados cedidos pela Divisão de Acção Social, Intergeracional e Saúde (DASIS), Câmara Municipal de Espinho, 2013.

Page 44: Diagnóstico Social do Concelho de Espinho V... · Volvidos mais de 30 anos sobre a consagração constitucional do Direito à Habitação, como refere Guerra (Guerra, 2011), o discurso

44

Tab

ela

20 – Titulares dos agregados familiares, residentes em bairros construídos ao abrigo do Programa Especial de Realojamento, segundo a

escolaridade, por complexo habitacional e freguesia.

Freguesia

Anta

Guetim

Paramos

Silvalde

Total

Bairro

Conjunto

Habitacional da

Ponte de Anta

Guetim

Complexo

Habitacional de

Paramos

Bloco A

Bloco B

Quinta da

Marinha

(Bloco 4)

Subtotal

Escolaridade

N

%

N

%

N

%

N

%

N

%

N

%

N

%

N

%

Não sabe ler nem

escrever

9

10,8

1

5,3

18

14,6

2

6,7

6

26,1

9

18,8

17

16,8

45

13,8

Sabe ler e escrever

sem grau de ensino

1

1,2

0

0,0

8

6,5

0

0,0

0

0,0

7

14,6

7

6,9

16

4,9

1º Ciclo incompleto

18

21,7

6

31,6

25

20,3

5

16,7

4

17,4

4

8,3

13

12,9

62

19,0

1º Ciclo

31

37,3

7

36,8

49

39,8

11

36,7

7

30,4

20

41,7

38

37,6

125

38,3

2º Ciclo incompleto

4

4,8

0

0,0

0

0,0

1

3,3

0

0,0

2

4,2

3

3,0

7

2,1

2º Ciclo

11

13,3

5

26,3

15

12,2

5

16,7

3

13,0

3

6,3

11

10,9

42

12,9

3º Ciclo incompleto

2

2,4

0

0,0

2

1,6

0

0,0

0

0,0

0

0,0

0

0,0

4

1,2

3º Ciclo

4

4,8

0

0,0

5

4,1

1

3,3

0

0,0

1

2,1

2

2,0

11

3,4

Secundário incompleto

2

2,4

0

0,0

0

0,0

1

3,3

0

0,0

0

0,0

1

1,0

3

0,9

Secundário

1

1,2

0

0,0

1

0,8

0

0,0

0

0,0

1

2,1

1

1,0

3

0,9

Desconhecido

0

0,0

0

0,0

0

0,0

4

13,3

3

13,0

1

2,1

8

7,9

8

2,5

Total

83

100

19

100

123

100

30

100

23

100

48

100

101

100

326

100

Fonte: Dados cedidos pela Divisão de Acção Social, Intergeracional e Saúde (DASIS), Câmara Municipal de Espinho, 2013.

Page 45: Diagnóstico Social do Concelho de Espinho V... · Volvidos mais de 30 anos sobre a consagração constitucional do Direito à Habitação, como refere Guerra (Guerra, 2011), o discurso

45

No que toca à escolaridade, deparamo-nos com um quadro marcado pelas baixas habilitações

literárias, observando-se, desde logo, que uma percentagem significativa de 18,7% não têm

qualquer grau de ensino, dos quais 13,8% são analfabetos e 4,9% sabem apenas ler e

escrever. A esmagadora maioria (38,3%) tem o 1º ciclo, concluindo-se, ainda, que 19% não

têm o 1º ciclo do ensino básico completo. Uma percentagem de 12,9% tem o 2º ciclo e 2,1%

não tem este nível de ensino completo.

Quanto ao 3º ciclo, apuramos que apenas 3,4% tem o 3º ciclo completo e que 1,2% não o têm

completo. O ensino secundário, por sua vez, abrange somente 0,9% do total de titulares, sendo

que outros tantos frequentaram, mas não obtiveram a certificação.

Naturalmente estes elementos encontram correspondência nos bairros a título individual, uma

vez que, em todos, predomina o 1º ciclo do ensino básico, sendo Paramos a freguesia que

compreende uma maior percentagem de titulares com este grau de ensino (39,8%), seguida

por Silvalde (37,6%), Anta (37,3%) e, por último, Guetim (36,8%).

Por outro lado, é em Silvalde que existe um maior número de titulares analfabetos (16,8%),

destacando-se o facto de no Bloco B esta percentagem corresponder a 26,1% do total de

titulares e de na Quinta da Marinha (Bloco 4) encontrarmos um grupo de 18,8%. De salientar,

ainda, a proporção detectada no Complexo Habitacional da Quinta de Paramos (14,6%) e no

Conjunto Habitacional da Ponte de Anta (10,8%). De igual modo, é em Silvalde que

encontramos uma maior percentagem das pessoas que sabem ler e escrever sem grau de

ensino (6,9%) que se concentram na Quinta da Marinha – Bloco 4 (14,6%). De resto,

encontramos ainda em Paramos, um valor significativo das pessoas que só sabem ler e

escrever, correspondente a 6,5%.

Muito embora os valores relativos aos titulares que detêm o ensino secundário sejam residuais,

observamos que é em Anta que existe uma maior percentagem de pessoas com este nível de

ensino (1,2%) seguindo-se Silvalde (1%), onde se averigua uma concentração no Bloco 4 da

Quinta da Marinha (2,1%). Em Guetim não existe nenhum titular com o ensino secundário e em

Paramos correspondem somente a 0,8%.

Presumivelmente, as baixas habilitações literárias encontram eco nos escalões etários

tornando-se importante referir que estamos perante uma população adulta e que 70% dos

titulares de alojamentos dos bairros PER têm 45 e mais anos.

No que se refere à situação perante o emprego, deparamo-nos com uma maioria (33,7%) em

situação de desemprego que se subdivide, entre desempregados há menos de 1 ano (0,9%) e

desempregados de longa duração, há 1 ano e mais, (32,8%), sendo que estes últimos

representam a esmagadora maioria do total de pessoas em situação de desemprego.

Page 46: Diagnóstico Social do Concelho de Espinho V... · Volvidos mais de 30 anos sobre a consagração constitucional do Direito à Habitação, como refere Guerra (Guerra, 2011), o discurso

46

Tab

ela 21 – Titulares dos agregados familiares, residentes em bairros construídos ao abrigo do Programa Especial de Realojamento, segundo a situação

face ao emprego, por complexo habitacional e freguesia.

Freguesia

Anta

Guetim

Paramos

Silvalde

Total

Bairro

Conjunto

Habitacional da

Ponte de Anta

Guetim

Complexo

Habitacional de

Paramos

Bloco A

Bloco B

Quinta da

Marinha

(Bloco 4)

Subtotal

Situação Face ao Emprego

N

%

N

%

N

%

N

%

N

%

N

%

N

%

N

%

Empregado(a)

9

10,8

7

36,8

29

23,6

10

33,3

2

8,7

23

47,9

35

34,7

80

24,5

Emprego Precário

15

18,1

0

0

5

4,1

4

13,3

14

60,9

1

2,1

19

18,8

39

12,0

Desempregado(a)

1

1,2

0

0

0

0,0

0

0,0

0

0

2

4,2

2

2,0

3

0,9

DLD

23

27,7

5

26,3

53

43,1

10

33,3

2

8,7

14

29,2

26

25,7

107

32,8

Total desempregados(as)

24

28,9

5

26,3

53

43,1

10

33,3

2

8,7

16

33,3

28

27,7

110

33,7

Reformado(a)

35

42,2

7

36,8

36

29,3

6

20,0

5

21,7

8

16,7

19

18,8

97

29,8

Total

83

100

19

100

123

100,0

30

100,0

23

100

48

100

101

326

Fonte: Dados cedidos pela Divisão de Acção Social, Intergeracional e Saúde (DASIS), Câmara Municipal de Espinho, 2013.

Page 47: Diagnóstico Social do Concelho de Espinho V... · Volvidos mais de 30 anos sobre a consagração constitucional do Direito à Habitação, como refere Guerra (Guerra, 2011), o discurso

47

É em Paramos que encontramos um maior número de desempregados há mais de um ano

(43,1%), detectando-se que esta percentagem se destaca significativamente da encontrada

nos restantes locais. De facto, em Anta o valor dos desempregados de longa duração (28,9%)

fixa-se 14,2 pontos percentuais abaixo do encontrado em Paramos, seguindo-se a freguesia de

Silvalde (27,7%) e Guetim (26,3%).

Em Silvalde, temos a destacar a incidência deste tipo de desemprego no Bloco A que atinge os

33,3% e o facto de a proporção de desempregados ser deveras diminuta no Bloco B por

comparação com os outros blocos e/ou bairros, ao atingir apenas 8,7% do total da população.

Isto acontece porque a maioria da população residente neste bairro é de etnia cigana e, uma

vez que trabalham na venda ambulante, foram considerados na categoria de ‘emprego

precário’.

De acordo com os valores aferidos no domínio dos escalões etários, constatamos que uma

razão significativa de 29,8% está reformada. É em Anta que encontramos um maior número de

reformados (42,2%), sendo também nesta freguesia onde encontramos uma maior

percentagem de pessoas com 65 e mais anos. Sucedem-se, nesta categoria, a freguesia de

Guetim (36,8%), Paramos (29,3%) e Silvalde (18,8%).

Por último, e quanto à proporção de titulares empregados, verificamos uma percentagem total

de 24,5%, observando-se que é Guetim a freguesia que reúne um maior significado de

pessoas nesta situação (36,8%), seguida por Silvalde (34,7%) e Paramos (23,6%). Em Anta

apenas 10,8% dos titulares estão empregados.

No domínio dos empregos precários, perscrutamos um total de 12% e concluíamos que é

Silvalde, a freguesia que reúne uma maior percentagem de pessoas nesta situação profissional

(18,8%), sendo de destacar o valor que o emprego precário adquire junto dos residentes no

Bloco B. Em segundo lugar, e com uma diferença de apenas 0,7 pontos percentuais, surge o

Conjunto Habitacional de Anta (18,1%) e, com uma menor relevância, o Complexo Habitacional

de Paramos (4,1%).

No que diz respeito à caracterização sociodemográfica dos agregados, é-nos também possível

concretizar uma última nota referente às famílias beneficiárias de Rendimento Social de

Inserção, bem como às que pertencem à comunidade cigana.

Quanto às primeiras – beneficiárias do Rendimento Social de Inserção – apuramos que uma

percentagem significativa do total de famílias residentes em bairros construídos ao abrigo do

Programa Especial de Realojamento (30,7%) se enquadra nesta situação. É no Conjunto

Habitacional da Ponte de Anta que encontramos uma maior percentagem de agregados

enquadrados no RSI (38,6%), seguindo-se a freguesia de Silvalde (34,7%) – com especial

atenção para os valores detectados no Bloco B (60,9%) e no Bloco A (43,3%) – Paramos

(24,4%) e, por último, Guetim (15,8%).

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48

No que diz respeito às segundas – agregados familiares de etnia cigana – detectamos uma

representatividade de 14,7% no total de famílias residentes em bairros construídos ao abrigo

do Programa Especial de Realojamento. A maioria reside em Silvalde (27,7%), salientando-se

o peso destas famílias no conjunto dos agregados do Bloco B – onde representam 82,6% - e

no Bloco A (23,3%). No Conjunto Habitacional da Ponte de Anta, as famílias de etnia cigana

representam 15,7% do total de agregados familiares e, em Paramos, este valor decresce

significativamente para os 5,7%, sendo de notar que em Guetim não existe nenhuma família

desta etnia.

Tabela 22 – Agregados familiares residentes nos bairros construídos ao abrigo do Programa Especial de Realojamento, segundo o número de agregados, o número de famílias beneficiárias de RSI e o número de famílias de etnia cigana, por complexo habitacional e freguesia.

Freguesia Bairro

N.º total de agregados

N.º de agregados

beneficiários do RSI

N.º de agregados de etnia cigana

N N % N %

Anta Conjunto Habitacional da Ponte de Anta 83 32 38,6 13 15,7

Guetim Guetim 19 3 15,8 0 0,0

Paramos Complexo Habitacional de Paramos 123 30 24,4 7 5,7

Silvalde

Bloco A 30 13 43,3 7 23,3

Bloco B 23 14 60,9 19 82,6

Quinta da Marinha (Bloco 4) 48 8 16,7 2 4,2

Subtotal 101 35 34,7 28 27,7

Total 326 100 30,7 48 14,7

Fonte: Dados cedidos pela Divisão de Acção Social, Intergeracional e Saúde (DASIS), Câmara Municipal de Espinho, 2013.

Novos Pedidos de Habitação

Feita a caracterização sociodemográfica da população residente nos bairros de gestão

municipal construídos ao abrigo do Programa Especial de Realojamento, importa agora

concretizar uma pequena análise dos pedidos de habitação entrados na Câmara Municipal de

Espinho, entre 2008 e 2012.

Note-se que, de 1993 até à data, a Câmara Municipal de Espinho foi registando, todos os anos,

novos pedidos de habitação social que passaram a ser designados por pedidos pós-PER, uma

vez que não fizeram parte do levantamento inicial realizado no âmbito do PER. Os serviços

construíram uma base de dados que, no entanto, não se encontra actualizada já que se

desconhece a actual situação de um grande número de pedidos. Como tal, optamos por

realizar uma análise sobre os pedidos registados nos últimos 5 anos, muito embora se chame à

atenção para o facto de poderem existir algumas discrepâncias com a realidade, face às

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49

mudanças que muitas vezes ocorrem e das quais nem sempre os agregados dão

conhecimento aos serviços.

Assim, entre 2008 e 2012, entraram na Divisão de Acção Social, Intergeracional e Saúde

(DASIS) um total de 300 novos pedidos de habitação, que perfazem uma média de 60 pedidos

por ano. Desde logo, é-nos possível depreender que a freguesia de onde advém um maior

número de pedidos é a de Espinho (34%), imediatamente seguida por Anta (31%). Uma

percentagem de 17,7% do total de solicitações é concretizada por residentes na freguesia de

Silvalde, enquanto Paramos congrega 13,7% e, Guetim reúne 3,7% do total de pedidos.

Tabela 23 – Número de novos pedidos de habitação entrados na Câmara Municipal de Espinho, por ano, segundo a freguesia de residência.

Freguesia

Ano

2008 2009 2010 2011 2012 Total

N

Anta 14 16 16 30 17 93

Espinho 19 23 18 29 13 102

Guetim 1 4 1 5 0 11

Paramos 12 5 5 9 10 41

Silvalde 5 8 12 15 13 53

Concelho 51 56 52 88 53 300

Fonte: Dados cedidos pela Divisão de Acção Social, Intergeracional e Saúde (DASIS), Câmara Municipal de Espinho, 2013.

Já quanto à evolução temporal, destaca-se o ano de 2011 como aquele em que se sentiu um

maior fluxo, ao apresentar 29,3% do total, ou seja, 88 novos pedidos em termos absolutos. Nos

restantes anos, o número total das demandas ocorre de forma estável, com uma média de 53

pedidos por ano.

Ao analisarmos os motivos que, à data, levaram à realização dos pedidos, depreendemos que

existem quatro razões que se destacam de entre as restantes – a ‘renda elevada e as

dificuldades económicas’ (31,3%), a ‘sobreocupação’ (21%), as ‘más condições de

habitabilidade’ (14,7%) e a categoria classificada como ‘outro’ (12,3%).

Note-se que esta última classificação (‘outro’) compreende uma panóplia diversificada de

motivos, entre as quais a mais frequente é o facto de os titulares do pedido residirem com os

pais e quererem aceder a uma habitação própria.

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50

Tabela 24 – Número total de novos pedidos de habitação entrados na Câmara Municipal de Espinho, por motivo do pedido.

Motivo do Pedido de Habitação N.º %

Acção de Despejo 4 1,3

Casa de Herdeiros 2 0,7

Empréstimo Bancário/Entrega da Casa ao Banco 8 2,7

Habitação Cedida 30 10

Más condições de habitabilidade 44 14,7

Quarto Arrendado 3 1

Quarto Cedido 3 1

Renda Elevada/Dificuldades Económicas 94 31,3

Sem Habitação 12 4

Sobreocupação 63 21

Outro 37 12,3

Total 300 100

Fonte: Dados cedidos pela Divisão de Acção Social, Intergeracional e Saúde (DASIS), Câmara Municipal de Espinho, 2013.

Os restantes pedidos não ultrapassam uma representatividade de 5%, muito embora seja de

distinguir a percentagem de motivos referentes ao facto de os titulares ‘não terem habitação’

(4%) e os relacionados com a ‘entrega da casa ao banco’ (2,7%).

Tal como se poderá verificar na tabela 25, uma resposta cabal aos pedidos concretizados

implicaria a disponibilização de 143 T2, 84 T0/T1, 71 T3 e 2 T4.

Tabela 25 – Número total de novos pedidos de habitação entrados na Câmara Municipal de Espinho, por tipologia necessária.

Tipologias N.º %

T0/T1 84 28

T2 143 47,7

T3 71 23,7

T4 2 0,7

Total 300 100

Fonte: Dados cedidos pela Divisão de Acção Social, Intergeracional e Saúde (DASIS), Câmara Municipal de Espinho, 2013.

Por fim, os dados disponibilizados pela DASIS/CME permitem-nos conferir os tipos de famílias

dos titulares dos pedidos e o número de elementos que compõem o agregado.

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51

Tabela 26 – Número total de novos pedidos de habitação entrados na Câmara Municipal de Espinho, por tipo de família.

Tipo de Família N.º %

Nuclear sem filhos 37 12,3

Nuclear com filhos 101 33,7

Monoparental 89 29,7

Isolado(a) 50 16,7

Extensa 18 6

Alargada 3 1

Composta 2 0,7

Total 300 100

Fonte: Dados cedidos pela Divisão de Acção Social, Intergeracional e Saúde (DASIS), Câmara Municipal de Espinho, 2013.

À semelhança do que acontece com os já residentes nos bairros de gestão municipal,

detectamos uma prevalência das famílias nucleares com filhos (33,7%), seguidas pelas

famílias monoparentais (29,7%). Averiguamos, ainda, uma elevada percentagem de pessoas

isoladas que corresponde a 16,7% do total de pessoas que entraram com pedidos de

habitação na DASIS/CME, seguindo-se as famílias nucleares sem filhos (12,3%), as famílias

extensas (6%) e, com menor incidência, as famílias alargadas (1%) e as compostas (0,7%).

Ao analisarmos o número de elementos dos agregados familiares, constatamos que os 300

pedidos de habitação abrangem um total de 817 indivíduos. Predominam as famílias

compostas por 2 pessoas (31,7%), sucedidas pelas que enquadram 3 elementos (25,3%), 4

indivíduos (17,7%) e pelas que compreendem 1 pessoa (16,7%). Note-se que as famílias

numerosas, com 5 ou mais elementos, correspondem a uma percentagem de 8,7% do total.

Tabela 27 – Número total de novos pedidos de habitação entrados na Câmara Municipal de Espinho, por número de elementos do agregado familiar.

N.º Elementos Agregado N.º %

1 50 16,7

2 95 31,7

3 76 25,3

4 53 17,7

5 20 6,7

6 5 1,7

7 1 0,3

8 ou + 0 0

Total 300 100 Fonte: Dados cedidos pela Divisão de Acção Social, Intergeracional e Saúde (DASIS), Câmara Municipal de Espinho, 2013.

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52

Idade dos Bairros

No que se refere à idade dos bairros de habitação social do município de Espinho, trata-se de

um parque de habitação multifamiliar jovem, com 66,7% dos seus edifícios com menos de 15

anos, dos quais 33,3% com auto de recepção posterior ao ano de 2005. Os restantes (33,3%)

são antigos, 25% com quase cinquenta anos de idade e 8,33%, com mais de 25 anos.

Tabela 28 – Habitação municipal do concelho de Espinho, por época de construção e estado de conservação (2012).

Freguesia Designação do bairro Edifícios Época de construção

Anta Conjunto Habitacional da Ponte de Anta 5 2003-2009

Bairro da Ponte de Anta – Bloco F 1 1985-1986

Guetim Conjunto Habitacional de Guetim 1 2002-2005

Paramos Complexo Habitacional da Quinta 6 1994-1997

Silvalde

PER Silvalde – Bloco A 1 2003-2006

PER Silvalde – Bloco B 1 2003-2006

Bairro da Quinta da Marinha 2 1994-1997

Bairro Novo ou das Famílias Pobres 6 1951-1965

Bairro Novo ou das Famílias Pobres 1 1975-1977 Fonte: CME - Levantamento da Habitação de 2008 (última actualização em 2012).

Habitação Social Dispersa

A habitação municipal dispersa do concelho de Espinho é constituída por 36 fogos e

contrariamente ao parque habitacional de natureza multifamiliar, construído com o apoio do

Estado através de programas com fins sociais, grande parte da habitação dispersa veio à

posse da autarquia por expropriação para diversos fins de utilidade pública, à excepção do

Bairro da Santa Casa da Misericórdia, construído com propósitos sociais. Trata-se de

construções localizadas em áreas expropriados pela CME, que no momento se encontravam

em regime de arrendamento, e cujos inquilinos passaram para a autarquia, numa situação

temporária, enquanto aguardavam realojamento definitivo.

Sobressaem, neste caso, as habitações situadas na Rua de Barros, em Silvalde, adquiridas em

1989 para a construção da Zona Industrial de Silvalde; as habitações da Rua da Divisão e

habitação n.º 197, da Rua da Ponte de Anta, adquiridas para a construção do Conjunto

Habitacional da Ponte de Anta; e a Ilha de Ramos, para a construção de um edifício escolar,

previsto no Plano de Pormenor da Zona Norte da Rua 62, que entretanto nunca foi construído.

A freguesia de Espinho concentra o maior número de habitações unifamiliares, 22 habitações,

metade das quais organizadas em Bairros e Ilhas: a Ilha de Ramos (6 fogos) e o Bairro da

Santa Casa da Misericórdia (12 fogos) e as restantes dispersas pela freguesia.

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O Bairro da Santa Casa da Misericórdia, antigo Bairro Diário de Noticias, é constituído por 12

habitações unifamiliares, de rés-do-chão e andar, com a tipologia T3, todas em regime de

arrendamento, à excepção de uma que se encontra em estado devoluto. Foi construído em

1931, sob a tutela da Associação de Assistência aos Pobres do Concelho de Espinho e

adquirido pela Câmara Municipal de Espinho à Santa Casa da Misericórdia de Espinho, em

1987.

A Ilha de Ramos é constituída por 6 habitações unifamiliares de rés-do-chão, com a tipologia

T2, anexos e quintal, tendo sido adquirida pela CME em 1989. Cinco das habitações estão

atribuídas em regime de arrendamento e uma encontra-se em estado devoluto.

Relativamente à distribuição das habitações unifamiliares pelas restantes freguesias, Guetim

não possui habitações do tipo; Paramos conta com uma habitação que resta do Bairro Pré-

Fabricado da Lomba (já demolido aquando do realojamento no Complexo Habitacional da

Quinta, em Paramos) que aguarda resolução. No que se refere à freguesia de Anta, esta

apresenta 3 fogos unifamiliares e Silvalde cerca de 10 fogos, com destaque para as habitações

situadas na Rua de Barros em Silvalde, (6 fogos) e as da Rua do Novo (3 fogos) localizados no

interior do perímetro do Parque da Cidade.

A Gestão da Habitação Municipal

O Município de Espinho, ao longo do tempo, tem centrado a sua acção, sobretudo no

desenvolvimento de uma política de promoção de construção de iniciativa municipal, mais

intensa nos anos 90, aquando do lançamento do Programa Especial de Realojamento – PER.

A par disso tem procedido à realização de obras de conservação e pequenas obras de

reparação, nos bairros e habitação dispersa, em resposta às solicitações dos moradores.

Segundo o Regulamento da Organização dos Serviços Municipais cabe à Divisão de Acção

Social, Intergeracional e Saúde «promover e executar a gestão social e patrimonial da

habitação social, designadamente, conservação e manutenção do parque habitacional,

actualização de rendas, fiscalização, limpeza e conservação dos espaços comuns, em

articulação com a Divisão de Obras Municipais» (2013:39).

Recentemente procedeu-se à criação de uma equipa multidisciplinar ‘Equipa Interdivisional da

Habitação Social’ que, coordenada pela DASIS, integra técnicos da Divisão de Obras

Municipais e da Divisão de Serviços Básicos e Ambiente, e da Divisão de Gestão

Administrativa e Financeira. Esta equipa reúne semanalmente, com o objectivo de proceder a

uma gestão integrada, na resolução dos problemas do parque habitacional do município.

A DASIS tem a seu cargo o atendimento, informação e acompanhamento dos moradores, bem

como a dinamização de reuniões de moradores. O atendimento à população tem como

objectivos a prestação de informações sobre direitos e deveres dos arrendatários, o apoio na

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resolução dos problemas quotidianos com que as famílias se deparam, a gestão de conflitos

nos bairros e a gestão dos pedidos apresentados à CME (pequenas reparações, avarias,

regularização e reavaliações das rendas). As reuniões de moradores, por seu turno, têm como

intuito eleger os representantes das entradas (pessoa que faz a ponte entre a entrada e os

serviços e vice-versa, sempre que surge uma questão pertinente), melhorar as relações de

vizinhança, gerir conflitos, resolver problemas que surjam nas entradas, sensibilizar para a

manutenção e gestão dos espaços comuns e promover sentimentos de pertença.

Ademais, e fruto de um novo paradigma na política da habitação, a DASIS tem vindo a

implementar uma estratégia de intervenção inovadora a nível local, com carácter transversal

que abarca os domínios social, patrimonial, cultural, cívico e regulamentar.

O modelo de intervenção preconizado assenta na participação dos moradores, no reforço dos

laços de vizinhança e solidariedade primária, na pedagogia social, na melhoria das condições

habitacionais dos moradores e no trabalho em prol da comunidade, da criação de espaços e

momentos de diversão. Tem como base uma parceria entre as várias instituições que actuam

no terreno e os moradores, que pretende a partilha de recursos e a definição de estratégias de

intervenção, considerando-se a participação e responsabilização da comunidade como

condição primordial para os objectivos serem alcançados.

São aplicadas também estratégias de intervenção pela arte que visam aproximar a cultura do

cidadão, enriquecer pela via do imaterial, espaços e contextos tradicionalmente associados à

exclusão social e, acima de tudo, reforçar laços de vizinhança e promover a ligação das

pessoas ao local onde habitam, combatendo as percepções negativas dos bairros sociais,

eivadas de estigmatização, que afectam todos os moradores na escala de prestígio social.

Numa primeira fase, a Divisão priorizou o Complexo Habitacional da Quinta de Paramos e

impulsionou a criação de uma plataforma multi-institucional, composta pela DASIS, pelo

Contrato Local de Desenvolvimento Social ‘Espinho Vivo’ (ADCE) e pelo Centro social de

Paramos trabalhando, ainda, em grande proximidade com a Junta de Freguesia de Paramos e

PSP de Espinho. Associaram-se ainda a esta plataforma personalidades, associações e

entidades ligadas à intervenção pela arte e cultura formando-se uma aliança sólida, suportada

pela conjugação de recursos, pelo voluntariado e pelo interesse comum na mudança social.

Até ao momento esta plataforma promoveu já 3 grandes iniciativas: o projecto ‘Pintar o Bairro’,

o projecto ‘Bairro a mexer’ e o ‘Cinema na rua’, pretendendo-se, de futuro, dar continuidade às

actividades desenvolvidas e alargar o seu âmbito de acção a todos os bairros de gestão

municipal. Passamos, de seguida, a uma breve descrição dos projectos levados a termo.

Projecto Pintar o Bairro

O projecto ‘Pintar o Bairro’ tem como finalidade promover o envolvimento activo e a co-

responsabilização dos arrendatários na conservação e restauração dos espaços comuns do

Complexo Habitacional da Quinta, com o intuito de dar os primeiros passos para a constituição

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de condomínios informais e uma associação de moradores. Assume-se como uma iniciativa

que apela ao exercício da cidadania e cujas actividades passam pela pintura das zonas

comuns das 29 entradas do Complexo Habitacional da Quinta; pela realização de reuniões de

condomínio informal em cada entrada; pela pintura de um graffiti com o logótipo do bairro para

envolver as camadas mais jovens; pela criação e fixação de placas com os nomes das ruas e

pela realização de um documentário (em filme e fotografia).

Projecto ‘Bairro a Mexer’

Este projecto contemplou um dia de actividades (que decorreu a 18 de Maio de 2013) e que

enquadrou algumas das actividades previstas no projecto ‘Pintar o Bairro’, a saber: pintura das

zonas comuns das entradas, pelos próprios moradores; pintura de uma grande mural em graffiti

por artistas espinhenses; pintura, pelos moradores do bairro, de placas com o nome das ruas;

recolha de imagens/relatos para memória futura; realização de trabalhos manuais com recurso

ao papel e reutilização de peças de vestuário para crianças e famílias do bairro; entretenimento

musical com uma dupla de Dj’s portuense e jovens do bairro.

Projecto ‘Cinema na Rua’

A Câmara Municipal, em conjunto com o Contrato Local Desenvolvimento Social - Espinho

Vivo, o Centro Social de Paramos e a Cerciespinho, estabeleceu uma parceria com o FEST –

Novos Cineastas / Novo Cinema para colocar o “Cinema na Rua”.

Durante os meses de Junho e Julho decorrerão várias sessões de cinema em quatro espaços

diferentes do concelho: Anta, Guetim, Marinha de Silvalde e Paramos, nas quais serão

projectadas várias curtas-metragens, seleccionadas e cedidas pela organização do FEST. Os

locais serão ao ar livre e os filmes terão como tela de projecção o próprio edificado (paredes,

fachadas e estruturas preexistentes) para trazer crianças e adultos a passarem um serão no

exterior.

Estes projectos, ainda em fase embrionária, procuram inovar as estratégias de intervenção

social, imaginar e conceber novas modalidades de actuação, novos modos de fazer, criar

formas de organização e de associação com potencialidades para enriquecer as sociabilidades

dos moradores e de lhes proporcionar, em última análise, os recursos culturais, educacionais,

técnicos e relacionais de que depende uma integração social bem-sucedida.

Habitação Social do IHRU, I.P.

De cariz social, na posse do Instituto de Habitação e da Reabilitação Urbana, I.P., sublinha-se

a existência de 312 fracções (blocos A a P) incluindo 5 não habitacionais localizadas no Bairro

da Ponte de Anta, construídas no ano de 1981, pelo então Fundo de Fomento da Habitação

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(FFH), acrescidos de mais 47 fogos construídos no ano de 1990, por aproveitamento dos

fundos vazados dos referidos edifícios.

Figura 2 – Bairro da Ponte de Anta – IHRU.

Na propriedade do IHRU inclui-se igualmente o Bairro da Quinta da Marinha de Silvalde,

composto por 105 fogos (Blocos 1 a 3) de rés-do-chão + 2 pisos, construído no ano de 1983,

igualmente pelo Fundo de Fomento da Habitação.

Figura 3 – Bairro da Quinta da Marinha - IHRU

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ANÁLISE SWOT DA HABITAÇÂO

Á semelhança do que acontece nos restantes capítulos do Diagnóstico Social, terminaremos

com o recurso a uma análise SWOT, concretizada pelos técnicos da Câmara Municipal

envolvidos na área da habitação, que nos permite aceder às perspectivas subjectivas sobre

este domínio e complementar a análise estatística exposta nas páginas anteriores.

Quadro 1 – Análise SWOT da Habitação.

Pontos Fracos Pontos Fortes

Habitação 1. Elevado número de alojamentos vagos e de segunda habitação. 2. Elevada dependência do acesso à habitação através do regime de casa própria, motivada pelos incentivos ao crédito à habitação o que conduziu a elevados encargos com a habitação. 3. Apesar do parque habitacional ser relativamente jovem, apresenta já alguns problemas de conservação devido à ausência/reduzido número de obras de conservação/reparação. 4. Reduzida oferta de habitação para arrendamento no mercado privado. Habitação Social 6.1. Parque Habitacional Municipal disperso com idade avançada e muito degradado. 6.2. Complexos Habitacionais com necessidades de obras de conservação, reabilitação e manutenção. 7. Desadequação das tipologias face aos agregados que residem nos fogos (sobreocupação e subocupação). 8. 1. Elevada procura de habitação social. 8.2. Desajuste entre a procura de habitação social e a oferta disponível. 8.3. Alteração dos motivos que estão na base dos novos pedidos de habitação social: diminuição do número de pedidos por de más condições de habitabilidade e aumento do número de pedidos por dificuldades económicas para fazer face ao valor das rendas. 8.4. Preço elevado da habitação no concelho de Espinho. 9.1. Incumprimento no pagamento das rendas. 9.2. Rendas desactualizadas. 10. Percepção por parte da população em geral de que a habitação social é uma resposta de carácter definitivo (“uma casa para toda a vida”) e não transitório, com vista a fazer face a situações de emergência.

Habitação 1. Possibilidade de aproveitar os alojamentos disponíveis no mercado (vagos e de segunda habitação) para arrendamento. 3. Parque habitacional privado relativamente jovem. 5. Número de alojamentos familiares clássicos superior à dinâmica das famílias; Habitação Social 6.1. Candidatura apresentada pela Câmara Municipal ao IHRU para reabilitação das habitações sociais. 6.2. Equipa Interdivisional da Habitação Social, criada no âmbito dos serviços da Câmara Municipal, que permite uma resposta integrada e global no que diz respeito a questões relacionadas com a habitação social municipal (obras, rendas, …). 6.3. Aumento da co-responsabilização dos arrendatários na conservação e na manutenção dos espaços. 6.4. Projecto “Vamos Pintar o Bairro”, promovido pela Câmara Municipal. 6.5. Elaboração em curso do Plano Director Municipal. 9. 1. Diminuição da taxa de incumprimento no pagamento das rendas, nos últimos 2/3 anos; 9.2. Sensibilização e monitorização do pagamento das rendas mensais realizado pelos serviços da DASIS. 9.3. Revisão/adaptação do Regulamento relativo à Habitação Social em curso pelos serviços da Câmara Municipal. 11.1. Proximidade dos serviços da Câmara Municipal com a população residente nos Complexos Habitacionais, nomeadamente com a criação de gabinetes o que permite o aumento dos contactos formais e informais com a população. 11.2. Reuniões de arrendatários dinamizadas pela Câmara Municipal nos Complexos Habitacionais. 11.3. Melhoria das relações de vizinhança.

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Quadro 1 – Análise SWOT da Habitação (continuação).

Pontos Fracos Pontos Fortes

11. Concentração, nos bairros de habitação social, de uma multiplicidade de problemáticas que acentuam a vulnerabilidade ao risco social das comunidades que aí residem (baixas habilitações literárias, desemprego (de longa e muito longa duração), emprego precário, rendimentos reduzidos, entre outras). 12. Informação quantitativa e qualitativa sobre as comunidades residentes nos bairros sociais desactualizada para permitir desenhar intervenções adequadas às necessidades actuais.

11.4. Maior visibilidade da intervenção comunitária realizada nos Complexos Habitacionais. 11.5. Boa articulação com as entidades locais o que permite um maior envolvimento e resposta a problemas sentidos na habitação social. 11.6. Contrato Local de Desenvolvimento Social “Espinho Vivo” que prevê diversas actividades direccionadas para a população residente nos complexos habitacionais propriedade do município. 11.7. Intervenção realizada pelos Centros Comunitários junto da população residente nos diversos complexos habitacionais. 11.8. Projecto Mediadores Municipais. 11.9. Projecto Multivivências. 11.10. Projectos camarários que prevêem “abrir os bairros” à comunidade. 12. Actualização em curso dos dados sociodemográficos das famílias residentes em habitação social, propriedade do Município.

Ameaças Oportunidades

Habitação Social 6. Suspensão dos programas de Financiamento existentes, nomeadamente do PROHABITA. 8.1. Conjuntura socioeconómica que o país atravessa conduz a um menor investimento em obras de conservação e reparação dos bairros de gestão social; 8.2. Preços das rendas (elevado face aos rendimentos das famílias) praticadas no mercado privado de arrendamento; 8.3. Aumento da taxa de desemprego e consequente diminuição dos rendimentos dos agregados familiares; 8.4. Aumento das situações de pobreza e do nível de endividamento das famílias; 8.5. Implementação da Nova Lei do Arrendamento, o que poderá criar o aumento da procura de habitação social. 11. Estigmatização dos “Bairros Sociais”.

Habitação 1.1. Lei 31/2012, de 14 de Agosto, que procede à revisão do regime jurídico do arrendamento urbano, alterando o Código Civil, o Código de Processo Civil e a Lei n.º 6/2006, de 27 de Fevereiro. 1.2. Lei 31/2012, de 14 de Agosto, que introduz alterações ao Código Civil, nomeadamente no que respeita à duração dos contratos de arrendamento. 3. Incentivos à Reabilitação Urbana. Habitação Social 6.1. Programas de Regeneração e Reabilitação Urbana em elaboração pelo Governo, que poderão vir a beneficiar a habitação. 8.1. Programa “Porta 65 jovem”. 9.2. Revisão da legislação relativa à Habitação Social.

Sugestões de Intervenção

- Actualização das rendas e do tipo de contratos (nomeadamente no que respeita aos contratos celebrados fora do âmbito do Programa Especial de Realojamento). - Regularização das situações de incumprimento no pagamento das rendas da habitação social. - Envolver as Empresas privadas e a sociedade civil na resolução de problemas sentidos no âmbito da habitação social. - Propor/ difundir novos conceitos de habitar e de habitação. - Proceder à adequação de tipologias de acordo com a composição dos agregados familiares. - Criar um programa municipal de apoio no arrendamento de habitação no mercado privado. - Criar um programa de apoio a pessoas com mobilidade condicionada, nomeadamente para adequação das habitações.

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Quadro 1 – Análise SWOT da Habitação (continuação).

Sugestões de Intervenção

- Promover, envolver e co-responsabilizar os arrendatários na manutenção e conservação das habitações e dos espaços comuns. - Envolver os arrendatários em projectos conjuntos de melhoria das condições dos complexos habitacionais. - Criação de Associações de Moradores e promoção de projectos de associativismo nos complexos habitacionais. - Implementar projectos de requalificação urbana. - Incentivar o arrendamento privado. - Elaborar o Plano Local de Habitação.

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5 Artigo n.º 25, ponto n.º 1 – “Toda a pessoa tem direito a um nível de vida suficiente para lhe assegurar e à sua família a saúde e o bem-estar, principalmente quanto à alimentação, ao vestuário e ao alojamento”.

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