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P R E F E I T U R A D O M U N I C Í P I O D E T I E T Ê H A B I T A Ç Ã O P A R A T O D O S PLANO LOCAL DE HABITAÇÃO DE INTERESSE SOCIAL MUNICÍPIO DE T I E T Ê DIAGNÓSTICO ANÁLISE DE DADOS Fevereiro 2012

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Relatório da 2a etapa do Plano Local de Habitação de Interesse Social do Município de Tietê.

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H A B I T A Ç Ã O P A R A T O D O S

PLANO LOCAL DE HABITAÇÃO DE INTERESSE SOCIAL

MUNICÍPIO DE T I E T Ê

DIAGNÓSTICO ANÁLISE DE DADOS

Fevereiro 2012

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0. DIAGNÓSTICO HABITACIONAL

A finalidade deste trabalho é a apresentação do Diagnóstico do Plano Local de Habitação de Interesse Social do Município de TIETÊ.

Sua formulação contempla as exigências da Lei 11.124/05 (que cria Sistema Nacional de Habitação de Interesse Social – SNHIS) e do Decreto 5796/06 (que regulamenta SNHIS, cria o Fundo Nacional de Habitação de Interesse Social - FNHIS e institui o Conselho Habitação de Interesse Social).

Atende também o Manual de Contratação e Execução do Ministério das Cidades e com o Manual FINHIS para Elaboração de PLHIS – Exercício 2009 da Ação Apoio à Elaboração de Planos Locais de Habitação de Interesse Social. Considera ainda o conteúdo do Plano Diretor Participativo de TIETÊ, aprovado nos termos da Lei Federal 10.257/2001(Estatuto da Cidade), no que se refere ao plano de desenvolvimento.

Para tanto, este Plano constitui-se em desdobramento do Plano Diretor Participativo aprovado, com o qual guardará compatibilidade, atendendo ainda as exigências do PLANHAB - Plano Nacional de Habitação (Lei 11.124/05 e Decreto 5796/06), formulado pelo Ministério das Cidades.

1. OBJETO

O Plano Local de Habitação de Interesse Social visa consolidar o planejamento da ação municipal referente à questão habitacional num determinado espaço de tempo, considerando os instrumentos locais do ciclo de gestão orçamentário-financeiro.

1.1. Aspectos Gerais

O Município de TIETÊ apresenta as seguintes características socioespaciais:

� População: 36.827 habitantes

o População urbana: 33.407 habitantes

o População rural: 3.357 habitantes

� Extensão territorial: 396 km2

� Densidade Populacional Bruta: 92,99 hab/km2

1.2. Aspectos Metodológicos

Os dados utilizados foram obtidos a partir de pesquisa bibliográfica e de campo.

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A demanda habitacional foi avaliada a partir das informações apresentadas na etapa de Levantamento de Dados do Diagnóstico, considerando a distribuição da população conforme os critérios geográficos nele apresentados.

O Plano Local de Habitação de Interesse Social de TIETÊ adota procedimentos específicos, referenciados no Manual do Ministério das Cidades, para execução das tarefas correspondentes as etapas de trabalho a seguir:

� Etapa 1 - Proposta metodológica

� Etapa 2 – Diagnóstico do setor habitacional

� Etapa 3 - Estratégias de ação

A Etapa do Diagnóstico do Setor Habitacional compreende o levantamento dos dados necessários à elaboração do Relatório do Diagnóstico propriamente dito. Para a sistematização dos dados sua elaboração foi formulada em 2 sub-etapas, organizadas de acordo com as seguintes abrangências:

� Levantamento de dados para a formulação do Diagnóstico Habitacional

� Análise dos dados levantados consolidando o Diagnóstico Habitacional

1.2.1. Estrutura Organizacional

O Diagnóstico Habitacional de TIETÊ foi elaborado conjuntamente por técnicos da Prefeitura Municipal e da empresa TECTON Planejamento e Consultoria, conforme estrutura apresentada abaixo:

1.2.1.a. PREFEITURA MUNICIPAL DE TIETÊ

Prefeito José Carlos Melaré

Secretário de Administração Odair João Mouro

Secretário de Agricultura Humberto Bortoleto de Arruda

Secretário de Cultura Pablo Civitella

Secretário de Turismo Carlos Eduardo Assumpção

Secretário de Educação Sulleiman Schiavi Nicolosi

Secretário de Esportes, Eventos e Lazer Alziro Cesarino

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Secretário de Finanças Luiz Antonio Montanhese Del Bom

Gabinete do Prefeito Consultor Jurídico Milton Teixeira Pinto Jr

Secretária de Obras Arq. Lyria Pontes Pasquali Dias

Secretária de Planejamento e Comunicação Ednéa Godoy Gomes Ruy

Secretário SAMAE Nilson Pereira Duarte

Secretária Municipal de Saúde Odete Forlevese de Almeida

Secretário de Trânsito, Segurança e Defesa Civil Edival de Jesus Pascoli

Secretário de Transportes e Serviços Municipais Antônio Carlos Paludeto

1.2.1.b. CONSULTORIA CONTRATADA

TECTON Planejamento e Consultoria Ltda, contando com o seguinte corpo técnico:

Coordenação Geral Msc Arq Urb Pascoal Mario Costa Guglielmi

Área de Urbanismo Arq Urb Pedro Ribeiro Guglielmi

Área Social Ass Soc Claudia Barreto Salviatto

Área Jurídica Adv Paulo José Villela Lomar

1.3. Contexto Político

A aprovação pelo Conselho Nacional das Cidades da Lei no 11.124, de 16 de junho de 2005, instituiu o Sistema Nacional de Habitação de Interesse Social – SNHIS e criou o Fundo Nacional de Habitação de Interesse Social – FNHIS, bem como o seu Conselho Gestor.

Destaque-se que o Fundo tem o objetivo de centralizar e gerenciar os recursos orçamentários destinados à implementação das políticas habitacionais direcionadas à população de menor renda. O SNHIS e o FNHIS estabelecem uma

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sistemática de articulação das fontes de recursos existentes, através da articulação das ações dos setores público e privado, além dos demais agentes sociais afetos ao setor habitacional do país.

Destaque-se que o Fundo tem o objetivo de centralizar e gerenciar os recursos orçamentários destinados à implementação das políticas habitacionais direcionadas à população de menor renda. O SNHIS e o FNHIS estabelecem uma sistemática de articulação das fontes de recursos existentes, através da articulação das ações dos setores público e privado, além dos demais agentes sociais afetos ao setor habitacional do país.

1.4. Contexto Geográfico

Tietê está localizado no setor Centro-Sul do Estado de São Paulo, na Região Administrativa de Sorocaba, Região de Governo de Sorocaba, conforme se observa a seguir:

1.5. Contexto Geomorfológico

O relevo de Tietê apresenta-se ondulado, com diferenças suaves, porém consistentes, de altitudes, sendo banhado na sua maior extensão pela bacia hidrográfica do rio Tietê e seus diversos. As maiores altitudes estão localizadas na porção sudeste da área urbana, servindo como delimitador da expansão nesta direção. Sua altitude média é de 508m acima do nível do mar,

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apresentando caimento na direção Norte, conforme se observa ao lado.

1.6. Contexto Urbanístico A ilustração ao lado demonstra o perímetro urbano, em linha traço-ponto, dentro do qual se identifica a malha viária urbana – indicando a efetiva ocupação.

Percebe-se que esta malha apresenta significativas descontinuidades, com características de polinucleamento, associadas à expressiva presença de vazios urbanos.

Dois fortes condicionantes ao processo de expansão são, além do próprio relevo, a Rodovia Castelo Branco até a saída para Porto Feliz, a partir de onde serve-se da Rodovia Mal. Rondon.

Quanto à intensidade de ocupação, verifica-se que esta não é uniforme.

1.6.1. Mapas, Gráficos e Tabelas Temáticas de Leitura

Os mapas confeccionados usaram de bases cartográficas oficiais, tais como: IBGE (2000) e Agência Nacional de Águas (ANA) (2009). As informações utilizadas são provenientes do Censo Demográfico 2000 e Contagem da População 2007, ambos do IBGE, e do Índice Paulista Vulnerabilidade Social da Fundação Seade.

A unidade geográfica utilizada foi o setor censitário, que corresponde à unidade de coleta do Censo Demográfico, sendo definido como um agrupamento contíguo de aproximadamente 300 domicílios.

Para os gráficos e tabelas, foram considerados os dados levantados na Pesquisa Qualitativa, consideradas na proporção dos dados da Pesquisa Quantitativa. Foi procedido tratamento gráfico aos dados.

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Como síntese integrada dos dados levantados, apresentamos sua leitura sistematizada apoiada pelo embasamento geográfico.

1.6.1.a. Densidade Populacional

Enquanto expressiva expansão territorial apresenta densidades inferiores a 5 habitantes por hectare, a região leste apresenta densidade demográfica entre 15 e 30 hab/há, assim como a região central que aproxima-se de 30 hab/ha.

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Mais expressivo é o adensamento apurado na região oeste, onde esta densidade chega à faixa de 30 a 90hab/ha. As maiores densidades estão no Povo Feliz, Jardim Bonanza e Bandeirantes.

1.6.1.b. Densidade Domiciliar

A média de pessoas por domicílio fica entre as faixas de 2-3 moradores e 3-4 moradores. As regiões Centro, Sudoeste e parte da região Oeste apresentam médias entre 2 e 3 pessoas por domicílio.

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As regiões Nordeste e porção sul da Oeste apresentam um maior número de pessoas por domicílio. De toda sorte percebe-se que a massiva predominância está abaixo de 4 pessoas.

1.6.1.c. Renda Familiar

O mapa a seguir demonstra as áreas dos setores censitários classificadas de acordo com a faixa de renda. Segundo esta análise, as regiões Centro e Sudeste concentram as maiores faixas de renda familiar – acima de 10 Salários Mínimos – nas suas regiões mais adensadas.

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Em contrapartida, as regiões Nordeste e a porção norte da região Oeste incluem as populações de rendas mais baixas – de 1 a 5 Salários Mínimos. Como a maior parte da demanda (54%) localiza-se na região Oeste – podemos avaliar que esta demanda situa-se entre 3 e 8 Salários Mínimos.

1.6.1.d. Vulnerabilidade Social

A Fundação SEADE desenvolveu, a pedido da Assembléia Legislativa, um sistema de avaliação do risco social a que estão submetidas agrupamentos sociais específicos.

Este sistema estabeleceu grupos de risco hierarquizados, em função dos seguuintes aspectos: idade do chefe de família, número de dependentes e faixa etária dos mesmos, nível de instrução e renda familiar e renda per capita.

Desta abordagem apura-se que Tietê apresenta antagonicamente, de um lado – áreas de Vulnerabilidade Muito Baixa a Baixa e, de outro, de Vulnerabilidade Média e Alta.

A classificação a seguir apresentada, juntamente com o Mapa da Vulnerabilidade de Tietê, as categorias propostas, bem como a descrição sucinta das características de cada grupo:

Grupo 1 – Nenhuma Vulnerabilidade

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Renda elevada, escolaridade elevada, chefes de família mais velhos, baixa quantidade de crianças pequenas. Não há incidência neste grupo.

Grupo 2 – Vulnerabilidade Muito Baixa

Corresponde à maior incidência. No espaço ocupado por esses setores censitários, o rendimento nominal médio dos responsáveis pelo domicílio era de até três salários mínimos. Em termos de escolaridade, os chefes de domicílios apresentavam, em média, 7,0 anos de estudo, alfabetizados ensino fundamental expressivo.

Grupo 3 – Vulnerabilidade Baixa

No espaço ocupado por esses setores censitários, o rendimento nominal médio dos responsáveis pelo domicílio é de até três salários mínimos. Em termos de escolaridade, os chefes de domicílios apresentam, em média, 6,7 anos de estudo, 90% alfabetizados e 40% com ensino fundamental.

Grupo 5 – Vulnerabilidade Alta

No espaço ocupado por esses setores censitários, o rendimento nominal médio dos responsáveis pelo domicílio era até três salários mínimos. Em termos de escolaridade, os chefes de domicílios apresentavam, em média, 4,1 anos de estudo, 84,6% deles eram alfabetizados e 16,4% completaram o ensino fundamental.

Grupo 6 – Vulnerabilidade Muito Alta

No espaço ocupado por esses setores censitários, o rendimento nominal médio dos responsáveis pelo domicílio era até três salários mínimos. Em termos de escolaridade, os chefes de domicílios apresentavam, em média, 4,1 anos de estudo, 86,2% deles eram alfabetizados e 15,8% completaram o ensino fundamental.

O mapa a seguir representa geograficamente a disposição dos setores com vulnerabilidades alta e muito alta (em amarelo e vermelho) – basicamente nas regiões Nordeste e Oeste, assim como aqueles com vulnerabilidades baixa e muito baixa (em tons de verde e verde claro) – predominantemente na região Centro e parte da região Oeste.

Os casos de Vulnerabilidade Muito Alta (em vermelho) estão concentrados na região Oeste, particularmente na proximidade do Autódromo, com destaque para o bairro Jardim Rodrigues de Moraes e bairro Paraíso.

As incidências de Vulnerabilidade Alta (em amarelo) marcam suas presenças nas regiões Sudeste e Nordeste em bairros como Vitorio Bertola, Bandeirantes, Parque dos Lagos, São Francisco, Jardim São Paulo, Nova Tietê e terras de Santa Maria.

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Na página seguinte apresentamos o Mapa da Vulnerabilidade Social, baseado no Índice Paulista de Reponsabilidade social:

1.6.1.e. Abastecimento de Água

Em linhas gerais, o acesso à infraestrutura, medido com base do acesso à rede pública de água, pode ser considerado satisfatório na maior parte do perímetro urbano, como pode ser observado no mapa a seguir:

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A maior parte do perímetro urbano ocupado no município encontra-se coberto por percentuais superiores a 90% de atendimento.

De outro lado constata-se-se que os menores percentuais correspondem às áreas de baixa ocupação.

Isto significa que existe uma expressiva disponibilidade de terras urbanas passíveis de utilização com a finalidade habitacional.

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1.6.1.f. Esgotamento Sanitário

Em relação à rede de esgoto, o atendimento domiciliar é mias elevado nas regiões Centro, Oeste e Sudeste – onde chega a atingir 94% de acessos.

Os destaques positivos são os bairros de Povo Feliz, Bonanza, Vila Fiori, Centro, Vila Santo André, Caixa D’Água, Scagion e Jardim Bacili.

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1.7. Terras Aptas para Habitação de Interesse Social Cabe avaliar disponibilidade e localização de terreno para fins habitacionais.

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Neste sentido, apesar de todas as regiões exercerem pressão – o destaque fica com a região Oeste (com 54% da demanda).

O exame da imagem de satélite permite-nos comparar as áreas livres com o mapa da setorização regionalizada – identificando as áreas passíveis de aproveitamento habitacional.

1.8. Contexto Socio-Institucional Incluímos nesta pesquisa as relevantes informações acerca da possibilidade de participação das entidades representativas na implementação do Plano Local de Habitação de Interesse Social.

1.8.1. Atores Sociais e suas Capacidades

De acordo com o Manual de Elaboração do PLHIS, recomenda-se o levantamento das entidades de interesse público em condição de apoiar a elaboração dos serviços de implementação do PLHIS. Nossa pesquisa apontou para as seguintes entidades:

• OAB - Subseção de Tietê

Paulo de Souza Alves Filho Avenida XI de Agosto, 129 (15) 3282-5160

• Rotary Clube de Tietê

Alcebíades Gallo Rua Rodolfo Grigolon, 460 (15)3282-4398)

• Associação de Moradores do Bairro Povo Feliz

Maria Helena Machado Zampaulo Rua dos Cravos, 96 (15) 3282-1548

• Associação de Moradores do Bairro Cohab

Luiz Antonio Montanhan Rua Joaquim Loureiro da Cruz, 62 (15) 3282-4693

• Associação de Moradores do Bairro Água Santa

Guido Petrin Neto Rua Adelaide Trávolo, 405 (15) 3282-2982

Quanto à forma de organização e à capacidade de atuação, utilizamo-nos da conceituação contida no livro “EAD-PLHIS”, conforme referido nas páginas 62 e 155, para apontar estas características em cada entidade:

• OAB - Subseção de Tietê

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forma de organização: representação de segmentos acadêmicos da sociedade capacidade de atuação: fornecimento de recursos humanos para organização

• Rotary Clube de Tietê

forma de organização: representação de segmentos empresariais da sociedade capacidade de atuação: aplicação de recursos próprios para apoio e recursos

humanos para organização

• Associação de Moradores do Bairro Povo Feliz

forma de organização: representação popular regional capacidade de atuação: fornecimento de instalações e recursos humanos para

levantamentos de dados e documentação, bem como para indicação de mão de obra para futuras obras na sua região

• Associação de Moradores do Bairro Cohab

forma de organização: representação popular regional capacidade de atuação: fornecimento de instalações e recursos humanos para

levantamentos de dados e documentação, bem como para indicação de mão de obra para futuras obras na sua região

• Associação de Moradores do Bairro Água Santa

forma de organização: representação popular regional capacidade de atuação: fornecimento de instalações e recursos humanos para

levantamentos de dados e documentação, bem como para indicação de mão de obra para futuras obras na sua região

1.9. Contexto Político e Marcos Regulatórios Dentro do arcabouço legal, é, de todo, relevante mencionar o conjunto dos marcos regulatórios de âmbito federal, estadual e municipal:

1.9.1. Federal

• Parcelamento do Solo – Lei 6766/79, modificada pela Lei 9.785/99;

• Código Florestal – Lei 4771/65 – em vias de alteração

• Estatuto da Cidade – Lei 10.257/01

• SNHIS – Lei 11.124/05

• FINHIS – Decreto 5.796/06

• Uso de APP – Resolução CONAMA 369/06

• Minha Casa Minha Vida – Lei 11.977/09

1.9.2. Estadual

• Código Sanitário – Lei 10.083/98

• GRAPROHAB - Decreto 52.053/07

• Cidade Legal – Decreto 52.052/07

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1.9.3. Municipal

• Lei Orgânica do Município

• Plano Diretor – Lei Complementar 06/06

A Lei do Plano Diretor apresenta o seguinte critério de ordenamento:

I – Macrozona de Urbanização subdivide-se em: a) – Zona de Adensamento Secundário (ZAS); b) – Zona de Ocupação Controlada (ZOC); c) – Zona de Ocupação Controlada por Fragilidade Ambiental (ZOCFA); d) - Zona Predominantemente Residencial (ZPR); e) - Zona Especial de Interesse Ambiental I (ZEIA - I - Rio Tietê); f) - Zona Especial de Interesse Ambiental II (ZEIA - II - Ribeirão da Serra e Mandissununga); g) - Zona Propícia ao Adensamento (ZPA); h) - Zona Especial de Interesse Social (ZEIS); i) - Zona Especial Empresarial Industrial (ZEEI - 2 - ao longo de trechos das Rodovias Cornélio Pires e Prefeito Antônio Romano Schincariol, dentro do perímetro urbano).

II – Macrozona de Transição e Proteção subdivide-se em: a) – Zona Especial Empresarial Industrial (ZEEI - 1); b) – Zona Especial de Interesse Ambiental - I (ZEIA - I - Rio Tietê); c) - Zona Especial de interesse Ambiental - III (ZEIA - III - Micro Bacia da Água Branca).

III – Macrozona de Predominantes Características Rurais subdivide-se em: a) - Zona Especial de Interesse Ambiental - I (ZEIA - I - Rio Tietê); b) - Zona Especial de Interesse Ambiental – II (ZEIA - II - Rios Capivari e Capivari Mirim).

IV – Setores Especiais classificam-se e subdividem-se em: a) Setores Especiais de Interesse Social (SEIS); b) Setores Especiais de Interesse Histórico, Cultural e Arquitetônico (SEPEC); c) Setores Especiais Institucionais (SEI); d) Setor Especial Aeroportuário (SEA); e) Setor de Urbanização Específica (SEUE), cujas delimitações ou já se encontram definidas neste documento em artigos anteriores ou deverão ser definidas quando da adaptação do Zoneamento Atual, Lei No. 1.747 de 23 de dezembro de 1986, a este Plano Diretor, o que deverá ocorrer no prazo máximo de 1 (um) ano a partir da data de promulgação desta Lei.

Entretanto este Zoneamento não se encontra vigente por não ter sido regulamentado, a despeito do prazo de 1 ano recomendado. Dessa forma, o Zoneamento vigente é estabelecido na legislação apresentada a seguir.

• Lei de Ordenamento da Ocupação Territorial - Lei 1.747/86

Dentre os condicionantes legais, é importante considerar o zoneamento de Uso e ocupação, de que trata a lei acima, representado no mapa abaixo.

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Segundo esta Lei são estabelecidas as seguintes classes de uso:

• Uni - residencial (R1); • Multi - residencial (R2); • Comercial de utilização frequente (CF), de utilização ocasional (CO) e de

utilização especial (CE); • Indústria (I): I0 - estabelecimentos industriais sem potencial poluidor, I1 -

estabelecimentos industriais com potencial com potencial poluidor baixo, I2 - estabelecimentos industriais com potencial poluidor médio, I3 - estabelecimentos industriais com potencial poluidor alto.

• Equipamentos (E): estabelecimentos públicos; • Recreação de lazer (L): instalações que visam a recreação e o lazer

esportivos; • Rural (RU): estabelecimentos ligados à agricultura, pecuária, avicultura,

extração vegetal e mineral.

Com base no mapa apresentado e nas categorias acima relacionadas, passamos a indicar os usos permitidos para cada Zona:

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I. R1/R2/CF/C0/E/I0

II. R1/R2/CF/C0/CE/I0/I1

III. R1/R2/CF/CE

IV. R1/R2/CF/C0/CE/I0/E

V. R1/R2/CF/C0/CE/I0/I1/E

VI. R1/R2/CF/C0/CE/I0/I1/I2/RU

VII. R1/CF/C0/CE/I0/I1/I2/I3/RU

Em função dos usos permitidos por Zona, consideramos inadequados ao aproveitamento para fins de habitação de interesse social:

• Zona II e Zona III por não permitirem a presença de equipamentos públicos – necessários à finalidade habitacional

• Zona VI e Zona VII por permitirem a presença de uso industrial com potencial poluidor médio e alto – incompatível com a finalidade habitacional

1.9.4. Revisões e Complementações Legais

Recomendamos, com base no aproveitamento apontado para a território urbano do município em relação à Lei 1.747/86, que seja regulamentado o Zoneamento proposto na Lei Complementar 06/06 (Plano Diretor). Esta medida permitirá, inclusive, o melhor aproveitamento habitacional dos Setores Especiais de Interesse Social – SEIS’s (equivalente às ZEIS’s preconizadas no Estatuto da Cidade).

Recomendamos ainda que, considerando a necessidade de viabilização financeira do Fundo Municipal de Habitação de Interesse Social, seja procedida a regulamentação dos seguintes Instrumentos Urbanísticos, com as respectivas modificações da Lei Complementar do Plano Diretor Participativo, a saber:

• Outorga Onerosa

• Imposto Territorial e Urbano Progressivo

• Parcelamento, Edificação e Uso Compulsório

• Transferência de Potencial Construtivo

• Direito de Preempção

1.9.5. de Cunho Habitacional

A aprovação pelo Conselho Nacional das Cidades da Lei no 11.124, de 16 de junho de 2005, instituiu o Sistema Nacional de Habitação de Interesse Social – SNHIS e criou o Fundo Nacional de Habitação de Interesse Social – FNHIS, bem como o seu Conselho Gestor.

Destaque-se que o Fundo tem o objetivo de centralizar e gerenciar os recursos orçamentários destinados à implementação das políticas habitacionais direcionadas à população de menor renda. O SNHIS e o FNHIS estabelecem uma

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sistemática de articulação das fontes de recursos existentes, através da articulação das ações dos setores público e privado, além dos demais agentes sociais afetos ao setor habitacional do país.

No âmbito municipal, cabe ratificar a legislação aplicável à política habitacional:

• Lei 3.229/2011 de criação do Fundo Municipal de Habitação de Interesse Social e instituição do Conselho Gestor do Fundo Municipal de Habitação de Interesse Social

Dessa forma, considera-se fundamental revisar a estrutura político-administrativa municipal, priorizando a estância correspondente à Habitação.

1.10. Necessidades Habitacionais Seguem a metodologia e as análises das pesquisas quantitativa e qualitativa.

1.10.1. Metodologia

A pesquisa quantitativa tem a finalidade dimensionar o déficit habitacional enquanto a pesquisa qualitativa tem a finalidade de analisar seus aspectos qualitativos como: distribuição regional, dimensão domiciliar, renda familiar, distribuição percentual do nível de instrução do chefe de família, distribuição percentual do gênero do chefe de família, etc.

1.10.1.a. Metodologia da Pesquisa Quantitativa

Três métodos permitem avaliara a dimensão quantitativa do déficit habitacional:

i. Lista de Inscrições da Prefeitura

Para a pesquisa quantitativa, no caso específico de Tietê, não há disponibilidade de listagens de inscrição habitacional organizadas pela equipe da Área Social que permitisse dispor de um número total de inscritos.

ii. Cadastro do CadÚnico

O CadÚnico – Cadastro Único para Programas Sociais do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, aplicado no Município de Tietê, dispõe da relação das famílias mais carentes (igualmente alvo do Plano de Habitação de Interesse Social) permite obter o número de cadastrados com imóveis alugados, cedidos, arrendados ou invadidos.

iii. Pesquisa Déficit Habitacional no Brasil da Fundação João Pinheiro

A terceira alternativa seria atualizar os dados pesquisados pela Fundação João Pinheiro – cuja metodologia é amplamente aceita no Ministério das Cidades - com base em projeções dos dados do IBGE efetuadas pela Fundação SEADE.

Dessa forma, utilizamos os dados obtidos junto à Fundação SEADE (http://www.seade.gov.br/produtos/projpop/index.php – consultado em 06/02/2012) para apropriação da população do Município de Tietê nos anos de 2000 e 2012.

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Os valores apropriados serviram de referência para, com base no Relatório de dados da Fundação João Pinheiro no estudo de 2000: “Déficit Habitacional no Brasil”, permitirem o cálculo dos dados quantitativos do déficit habitacional – conforme se verá a frente.

1.10.1.b. Metodologia da Pesquisa Qualitativa

Para a pesquisa qualitativa, foram pesquisados de forma amostral os dados de caracterização da demanda através de formulário desenvolvido pela TECTON (consagrado pela aprovação de 5 PLHIS’s anteriores), através do qual os dados fornecidos são tabulados e tratados graficamente.

Essa pesquisa serviu-se da rede pública de ensino para distribuição e coleta das fichas, visando ter o maior alcance possível – tendo permitido – conforme relação apresentada no “Levantamento de Dados do Diagnóstico”, um retorno da ordem de 1.449 registros. Os dados amostrais foram, posteriormente, aplicados aos dados quantitativos – passando a fornecer, percentualmente e/ou quantitativamente, as informações necessárias à Análise do Diagnóstico e às Estratégias de Ação.

1.10.2. Pesquisa Quantitativa

Apresentaremos os 2 métodos utilizados para o dimensionamento da demanda, utilizando como base na atualização da pesquisa da Fundação João Pinheiro e nos dados do CadÚnico – Cadastro Único para Programas Sociais.

1.10.2.a. Pesquisa Quantitativa referenciada na pesquisa da Fundação João Pinheiro

As projeções de população elaboradas pela Fundação SEADE permitiram apurar o crescimento total da população urbana e rural de Tietê em 20,25%, cabendo destacar que estes valores foram puxados pela população urbana, conforme tabela e gráfico abaixo:

2.000 2.012 Tx CrescPopulação Total 2000-2012 31.638 36.835 20,25%População Rural 2000-2012 3.025 3.417 12,96%População Urbana 2000-2012 28.613 33.447 21,03%

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Este percentual de crescimento avaliado em 20,25% vem permitir a atualização do déficit habitacional apurado no Relatório da Fundação João Pinheiro em seu estudo de 2000: “Déficit Habitacional no Brasil”.

Entendemos que a demanda a ser suprida deverá contemplar, além do Déficit Básico, as Cohabitações e os domicílios avaliados como Improvisados, Rústicos e Alugados. Apresentamos abaixo a demanda levantada segundo critérios da Fundação João Pinheiro:

Segundo ele foram apurados os dados da dimensão da demanda habitacional de 1.425 unidades, que foram projetadas para 2012, no percentual extraído da Fundação SEADE de 20,25%, totalizando 1.714 unidades habitacionais:

Pesquisa FJP 2.000 Déficit Habitacional Básico 717 Domicílios Improvisados 8 Cohabitações 671 Domicílios Rústicos - Domicílios Alugados 29 Demanda Total 1.425

Demanda Habitacional 2000 2012

TOTAL 1.425 1.714

Urbano 1.283 1.559

Rural 143 154

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Situação

2012 Urbanos Rurais TOTAIS

Próprio 467 467

Financiado 171 8 179

Alugado 730 138 868

Cedido 440 219 659

Arrendado 1 3 4

Invasão 0 0 0

Outras 0 0 0

Totais 1.809 368 2.177

Domicílios

1.10.2.b. Pesquisa Quantitativa referenciada no relatório do CadÚnico

O Cadastro Único para Programas Sociais, por cadastrar as pessoas nas mais baixas faixas de renda e avaliar seus aspectos de condição de vida, trás uma metodologia que permite ser confrontada com as demais.

Ao analisarmos a condição de moradia das 2.177 famílias cadastradas, pudemos constatar que 646 possuem imóveis próprios ou financiado – devendo, portanto, ser excluídos da demanda a ser atendida.

A tabela ao lado compreende o total tanto a população atendida como aquela carente, permitindo-se visualizar o universo da situação habitacional da população de interesse social.

Cabe selecionar tão somente as informações pertinentes ao atendimento.

Para esta, considera-se apenas as categorias entendidas como carentes de habitação, a saber: domicílio alugado, domicílio cedido, domicílio arrendado, invasão e outra. No gráfico e tabela abaixo visualizamos ainda a condição urbano/rural destas moradias. O total seria 1.531 unidades habitacionais.

Demanda Urbanos Rurais TOTAIS

Alugado 730 138 868

Cedido 440 219 659

Arrendado 1 3 4

Invasão 0 0 0

Outras 0 0 0

Totais 1.171 360 1.531

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1.10.2.c. Dimensionamento Médio da Pesquisa Quantitativa

Para efeito deste Plano Habitacional, entendemos que a demanda a ser suprida, tanto pelo déficit básico como pelo número total da precariedade habitacional deva ser calculada com base na média dos valores apontados nas 2 metodologias (FJP e CadÚnico).

Por conseguinte, em função da convergência dos valores de demanda apontados nas 2 pesquisas, adotaremos o valor de 1.623 unidades habitacionais como a demanda calculada para 2012 compreendendo déficit habitacional básico como pela reposição das unidades consideradas precárias.

1.10.2.d. Demanda Futura

Para a estimativa da demanda futura apropriamos o crescimento anual a partir do crescimento 2000-2012 apurado com base nas projeções da Fundação SEADE .

Demanda Futura Tx Cresc aa 2012 2020TOTAL 1,69% 1.623 1.842 Urbana 1,75% 1.477 1.684 Rural 1,08% 146 159

Como resultado, obtivemos um crescimento anual total de 1,69% o qual foi aplicado sobre a demanda média calculada de 1.623 unidades resultando no valor da demanda futura para 2020 de 1.842 unidades habitacionais.

1.10.2.e. Precariedade Habitacional

Para a Fundação João Pinheiro, a inadequação de moradias dá-se por questões relativas à carência de infraestrutura, adensamento excessivo ou comprometimento excessivo da renda para pagamento de aluguéis.

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Sob a ótica da inadequação em termos de infraestrutura, segundo o IBGE, existe o acesso a 91,9% das moradias à rede pública de água. Conforme nossa pesquisa qualitativa, 81,63% da população considera o atendimento pela rede de água – bom e 78,07% considera o atendimento pela rede de esgoto – bom. Estes números eliminam a ocorrência de inadequação das moradias em termos de infraestrutura.

Quanto à inadequação em termos fundiários, apuramos que 29,67% tem imóvel próprio ou financiado (contra 39,87% de imóveis alugados). A questão fundiária não é, portanto, relevante nesta abordagem.

Cabe assim avaliar a inadequação habitacional sob a ótica da qualidade das moradias – o qual na pesquisa qualitativa atingiu 82,27% de avaliação bom e regular, e do adensamento excessivo – que, na mesma pesquisa, aponta apenas 15,1% com mais de 5 pessoas, o que poderia significar mais de 3 pessoas por dormitório.

1.10.2.f. Assentamentos Precários

O único empreendimento em condição precária e em situação de regularização já está enquadrado dentro do Programa Cidade Legal sob a denominação SETE FOGÕES, abaixo apresentado, cuja situação fundiária permite regularização quanto à propriedade.

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Pesquisa FJP 2.000 2.012 Domicílios Improvisados 8 10 Cohabitações 671 807 Domicílios Rústicos - - Domicílios Alugados 29 35 Demanda Total 708 851

Este empreendimento está classificado como consolidável uma vez que, apesar da sua conformação disforme, é passível de regularização. A precariedade presente diz respeito ao aspecto documental e de carência de infraestrutura. Quanto ao tipo de intervenção cabem ser previstos os mecanismos de regularização, já acionados, através do programa Cidade Legal, ao mesmo tempo que sejam previstas obras de complementação urbana.

1.10.2.g. Quadro Geral da Precariedade Habitacional

Com base no acima exposto, passamos a resumir, ao lado, de forma quantitativa as moradias consideradas precárias em 2000, com suas projeção para 2012:

1.10.3. Pesquisa Qualitativa

A tabulação dos dados desta pesquisa vem-nos fornecer a dimensão qualitativa do problema habitacional. Esta condição vai permitir-nos avaliar as atuais condições de moradia da população. Para tanto efetuou-se pesquisa amostral, com 1.449 registros – bastante compatível com a demanda média da Pesquisa Quantitativa. Ao lado representamos o modelo da ficha de pesquisa (já apresentada) utilizada no processo de levantamento. Ela possibilita avaliar os dados da atual demanda. A interpretação dos dados levantados vem permitir classificar os atuais padrões de domicílio de Tietê quanto à dimensão familiar, rendimento e localização com relação às condições externas à moradia. Estes dados são confrontados com a Pesquisa Quantitativa para análise qualitativa da demanda.

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1.10.3.a. Apropriação Regional do Déficit Habitacional

Com base na Pesquisa Qualitativa, torna-se possível apurar a distribuição da demanda de 1.623 unidades em relação à divisão por região, conforme os percentuais apresentados:

Observe-se a maciça participação da demanda na região Oeste – com mais da metade dos valores.

1.10.3.b. Dimensão Domiciliar

A Pesquisa Qualitativa permite apropriar o Número de Pessoas por Família de acordo com o percentual levantado em cada Região. O exame da tabela abaixo permite perceber que a região Sudeste apresenta a maior participação de famílias com 5 ou mais pessoas. A tabela e o gráfico a seguir tornam clara a hegemonia das famílias com 1 a 4 pessoas.

Centro Nordeste Sudeste Oesteacima de 6 0,7% 0,0% 0,8% 0,9%

de 5 a 6 10,1% 14,3% 18,6% 14,1%

de 3 a 4 45,0% 45,9% 40,1% 46,1%

até 2 44,3% 39,8% 40,5% 39,0%

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Percebe-se também que as regiões Centro e Nordeste detém os maiores percentuais de famílias com 3 e 4 pessoas.

Na média do Município, confirma-se a predominância das famílias com 3 e 4 pessoas, que se acrescida das famílias com até 2 pessoas alcança-se praticamente 85% da demanda habitacional para unidades com 2 e 1 quartos.

1.10.3.b. Renda

Com relação à renda da população carente cadastrada, destacamos seu baixo poder aquisitivo, com 60,57% na faixa entre 3 e 5 Salários Mínimos, com destaque para a região Oeste – com 65,2%.

Centro Nordeste Sudeste Oeste

acima de 5 SM 9,4% 5,3% 3,4% 4,6%

de 3 a 5 SM 21,5% 21,1% 17,7% 14,7%

de 1 a 3 SM 51,7% 61,3% 64,1% 65,2%

até 1 SM 17,4% 12,4% 14,8% 15,6%

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1.10.3.c. Estratificação etária

A análise da faixa etária do chefe de família, aponta uma média de 37,4 anos, da qual se identifica as maiores idades no Centro e as menores na região Oeste, conforme se observa abaixo:

Centro Nordeste Sudeste Oeste

42,35 37,83 37,08 36,42

1.10.3.d. Nível de Instrução

Para a avaliação do Nível de Instrução apurou-se, na Pesquisa Qualitativa, a intensidade de ocorrência da condição de ensino do chefe de de família.

Estes valores absolutos foram apropriados percentualmente em cada região

Centro Nordeste Sudeste Oeste

Sem Instrução 0,0% 0,0% 0,0% 0,0%

Fundamental incompleto 25,0% 35,6% 46,1% 41,1%

Fundamental completo 25,0% 24,5% 21,7% 22,2%

Médio incompleto 5,4% 5,1% 3,7% 5,1%

Médio completo 31,1% 28,5% 24,9% 27,4%

Superior incompleto 1,4% 1,2% 0,5% 0,5%

Superior completo 12,2% 5,1% 3,2% 3,6%

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A região Sudeste apresenta expressivo percentual de ensino Fundamental Incompleto, seguido pela região Oeste. Na outra ponta, a região Centro apresenta a maior incidência Ensino no nível Superior.

1.10.3.e. Genero do Chefe de Família

Apurou-se a maior ocorrência de mulheres como chefes de família, de acordo com os percentuais indicados no gráfico ao lado.

1.10.3.f. Presença de Idosos

A participação da população com 65 anos ou mais demosntrou-se mais frequente na região Nordeste com 18,4%.

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A região Sudeste apresenta o menor percentual com 5,9%.

1.10.3.g. Presença de Crianças

A presença de crianças com menos de 5 anos é mais expressiva na região Oeste (com 24,3%), em contrapartida da região Centro (onde atinge 16,1%), conforme se observa no gráfico a seguir:

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1.10.3.h. Condição da Moradia

A esmagadora maioria das residências em Tietê apresenta-se na condição de aluguel – quase 70%

Surpreendentemente o percentual de moradias próprias restringe-se a apenas 7% - um décimo da condição de aluguel.

Moradias cedidas representam 24% do total pesquisado.

1.10.3.i. Cohabitação

Nossa pesquisa conseguiu detectar significativa presença de moradias comparitilhadas, atingindo percentuais da ordem de 36% nas regiões Oeste e Nordeste.

Estes números indicam a necessidade obras voltadas a produção habitacional para reassentar uma em cada duas famílias .

1.10.3.j. Adequações de Moradias

MÉDIA Centro Nordeste Sudeste Oeste

Ruim 17,73% 13,92% 13,28% 22,41% 18,65%

Regular 48,13% 38,61% 45,02% 47,41% 51,34%

Bom 34,14% 47,47% 41,70% 30,17% 30,01%

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Uma média de 48,13% de moradias estão classificadas pelos seus ocupantes como em estado Regular.

Entretanto, a apropriação regionalizada mostra números superiores a 50% para a região Oeste.

Há que se prever verbas para a requlificação de moradias, ainda que estes números não sejam computados nos valores de novas unidades a serem produzidas.

1.10.3.k. Equipamentos e Serviços Públicos

Considerando-se os seguintes valores referenciais:

1 – Ruim

2 – Regular

3 – Bom

Podemos avaliar que Pavimentação, Transporte, Água, Esgoto, Escola Infantil e Creche estão na faixa entre Regular e Bom.

Entretanto, Ensino fundamental, Posto de Saúde, Lazer e Proximidade do Trabalho estão enquadradas entre Regular e Ruim, conforme se observa abaixo.

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1.10.4. Estimativa de Custos para Atendimento das Necessidades Habitacionais

Para se avaliar o custo estimado para o atendimento da carência habitacional cabe, inicialmente, totalizar-se a demanda futura por padrão de moradia (uma vez que seus custos são diferenciados).

Para isso apresentamos nossa estimativa para habitações de 1, 2 e 3 dormitórios, conforme a seguir.

DEMANDA FUTURA ATENDIMENTO TOTAL 1.842até 2 Pessoas 39,94% Unidades 1 Dormitório 736

de 3 a 4 Pessoas 44,94% Unidades 2 Dormitórios 828

acima de 5 Pessoas 15,12% Unidades 3 Dormitórios 278

A seguir levantamos os custos para produção das 3 dimensões de unidades residenciais junto às companhias habitacionais. Estes valores de custo aplicados ao número de unidades a serem produzidas estão relacionados abaixo, bem como seus valores médio e total.

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736 Unidades 1 Dormitório 34.000,00R$ 25.024.000,00R$

828 Unidades 2 Dormitórios 43.000,00R$ 35.604.000,00R$

278 Unidades 3 Dormitórios 46.000,00R$ 12.788.000,00R$

CUSTO MÉDIO/TOTAL ESTIMADO 41.000,00R$ 73.416.000,00R$

2. PROGRAMAS

Diversas linhas de crédito foram pesquisadas e estão relacionadas abaixo, de acordo com o agente financeiro

2.1. Através do Banco do Brasil

2.1.1. Programa BB Crédito Imobiliário

Linha de crédito para com o comprometimento máximo da renda líquida de até 30%. Pelo Sistema Financeiro da Habitação com valor mínimo de R$ 20.000,00 , percentual máximo de 90% do valor do imóvel e prazo máximo de 360 meses (30 anos).

2.2. Através do BNDES

2.2.1. Programa de Projetos Multissetoriais Integrados Urbanos

Conjunto de projetos que integram o planejamento e as ações dos agentes municipais em diversos setores com vistas a contribuir para a solução dos problemas estruturais dos centros urbanos.

O Projeto Multissetorial Integrado é um modelo alternativo de tratamento dos problemas sociais que abrange soluções para os variados tipos de carências, articulando, no âmbito municipal, investimentos em diversos setores sociais, como, saneamento básico e transportes.

Dentre as características especiais destacam-se: a formulação de soluções integradas, considerando-se as especificidades locais; o desenvolvimento de processos de participação das comunidades; o gerenciamento; o acompanhamento e avaliação dos resultados e metas estabelecidas; e manutenção e sustentabilidade das transformações promovidas.

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2.3. Através do Caixa Econômica Federal

2.3.1. Programa Pró-Moradia

Voltado a realização de melhor moradia e melhor qualidade de vida. Visa ajudar a população de baixa renda da comunidade a morar com mais dignidade. Usa recursos do FGTS.

2.3.2. Programa Habitar Brasil/BID

Programa incentiva a geração de renda e o desenvolvimento em assentamentos de risco ou favelas, promovendo melhorias nas condições habitacionais, construindo novas moradias, implantando infra-estrutura urbana, saneamento básico e recuperando áreas ambientalmente degradadas.

2.3.3. Programa de Urbanização e Regularização e Integração de Assentamentos Precários

O Programa Urbanização, Regularização e Integração de Assentamentos Precários tem por objetivo promover a urbanização, a prevenção de situações de risco e a regularização fundiária de assentamentos humanos precários, articulando ações para atender as necessidades básicas da população e melhorar sua condição de habitabilidade e inclusão social.

2.3.4. Programa Morar Melhor

Programa voltado à promoção de melhores condições de habitação e infra-estrutura urbana através de ações integradas de desenvolvimento urbano nas regiões de maior concentração de pobreza do país, contribuindo para a universalização da cobertura dos serviços de saneamento básico e ambiental, ampliando a oferta de habitações e promovendo a melhoria das condições de habitabilidade e da infra-estrutura urbana.

2.3.5. Programa de Arrendamento Residencial -PAR

O Programa de Arrendamento Residencial é um programa do Ministério das Cidades operacionalizado pela CAIXA e financiado pelo Fundo de Arrendamento Residencial (FAR). O PAR tem como objetivo reduzir o déficit habitacional em municípios com mais de 100.000 habitantes, viabilizando imóveis residenciais para famílias com renda de até R$ 1.800,00.

2.3.6. Programa Minha Casa Minha Vida – PMCMV

O PMCMV é destinado a famílias com renda bruta de até 3 salários mínimos – Recursos FAR é um programa do Governo Federal, gerido pelo Ministério das Cidades e operacionalizado pela CAIXA. Consiste na aquisição de terreno e

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construção de unidades habitacionais, que depois de concluídas são vendidas, às famílias que possuem renda familiar mensal até 3 salários mínimos.

3. FINANCIAMENTOS

A disponibilidade de recursos financeiros a serem carreados para os programas habitacionais a serem desenvolvidos abrangem:

• Recursos próprios • Convênios • Recursos não onerosos • Programas financiados

3.1. Financiamento com Recursos Próprios

Deve-se avaliar, para a etapa das Estratégias de Ação, a possibilidade de um aporte financeiro orientado ao FHIS, acoplado uma dotação orçamentária expressiva – superior aos valores atuais – visando o financiamento da produção habitacional com recursos da Prefeitura, compreendendo Habitação, e Infraestrutura.

Nas rubricas constantes do último Orçamento-Programa – para 2011 (vide item 4.2.3.) pudemos apurar as seguintes cifras:

• R$200.000,00 em HABITAÇÃO

• R$50.000,00 em INFRAESTRUTURA

3.2. Financiamento com Recursos via Convênios

Convênios com organismos como a Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano do Estado de São Paulo - CDHU foram responsáveis pela expressiva produção de unidades habitacionais.

Este mecanismo poderá ser acionado para atendimento das camadas de renda comprovada compatível, podendo responder por uma expressiva parcela dos investimentos habitacionais – que neste caso restringir-se-ão ao terreno e infraestrutura, cabendo à população beneficiária a quitação do mútuo habitacional.

3.3. Financiamento com Recursos Não Onerosos

Acordos de ajuda financeira poderão ser firmados com organismo internacionais como a Comunidade Européia, o BID e o BIRD, visando o atendimento das parcelas da população com baixíssima renda ou sem capacidade de comprovação de renda.

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4. CONDIÇÕES INSTITUCIONAIS E ADMINISTRATIVAS

4.1. Estrutura Técnico-Administrativa

A atual estrutura com foco de atuação na melhoria das condições habitacionais está dividida em 2 departamentos:

4.1.1. Secretária de Obras

A Secretaria de Obras implementa as ações efetivas de implementação das obras públicas e projetos habitacionais, bem como seus respectivos mecanismos de controle.

4.1.2. Secretária de Planejamento e Comunicação

A atual Secretaria de Planejamento e Comunicação, que tem sua atuação marcada pelas tarefas de formulação de diretrizes e elaboração de planejamento urbano, dentro das diversas modalidades, inclusive a coordenação deste Plano Habitacional.

4.1.3. Fundo Municipal de Habitação de Interesse Social

O FHIS - Fundo Municipal de Habitação de Interesse Social – foi criado pela Lei 3.229 de 15 de março de 2011 com objetivo de “centralizar e gerenciar recursos orçamentários para os programas destinados a implementar políticas habitacionais direcionadas à população de menor renda”.

A origem de seus recursos será composta de: dotações do Orçamento Municipal, empréstimos externos e internos, contribuições de pessoas físicas e jurídicas além de organismos de cooperação, outros fundos e recursos a serem destinados.

4.1.3.i. Conselho Gestor do FHIS

O FHIS é gerido por seu Conselho Gestor, órgão de caráter deliberativo composto pelas seguintes representantes:

Do Poder Executivo:

• Lyria Pontes Pasquali Dias – Secretária Municipal de Obras

• Luiz Antonio Montanhesi Delbon – Secretário Municipal de Finanças

• Pedro Paulo de Souza Campos – Assessor para Assuntos de Habitação e Desenvolvimento

Do Poder Legislativo:

• Antonio Darci Cristo Junior

Representante de Clube de Serviço:

• Edson Rodrigues Ribeiro – Rotary Clube

Representante da Ordem dos Advogados do Brasil:

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• Roberta Eloisa Bohn

Representantes de Associações de Moradores de Bairro:

• Antonio Carlos Paludeto

• Luis Antonio Montanhan

• Guido Petrin Neto

4.1.4. Recomendações

Além das 2 Secretarias mencionadas, existem envolvimentos sanitários, jurídicos e gerenciais relacionados, respectivamente, às áreas de Saúde, Jurídica (Gabinete) e Infraestrutura (SAMAE).

Apesar do amplo envolvimento das diversas áreas administrativas, na prática não existe uma dedicação específica que qualquer uma delas. De fato, a área específica de Habitação é parte da Secretaria de Obras, que não tem uma estrutura de planejamento, nem recursos para implementar ações, tampouco estatura política para celebrar convênios.

Será importante e necessário que Habitação adquira o “status” de Secretaria autonoma, absorvendo ainda as questões de infraestrutura e desenvolvimento urbano, podendo atuar na articulação destas políticas, desde que se posicione hierarquicamente em nível compatível.

É recomendável que o Conselho Gestor do FHIS possa adquirir caráter consultivo junto a esta nova Secretaria.

4.2. Recursos Operacionais

4.2.1. Recursos Humanos

A atual estrutura disponível em 2 Secretarias citados é composta de um corpo técnico de número reduzido para as tarefas desempenhadas – cabendo, na restruturação administrativa, o aumento deste corpo técnico.

Ressalta-se a importância de capacitação das equipes próprias da Prefeitura, particularmente na que se refere à nova estrutura a ser criada, nas novas funções, contando inclusive com a possibilidade de utilização de recursos para formação gerencial e administrativa.

4.2.2. Recursos Técnicos

Para o bom desempenho das atividades de promoção da produção habitacional e da infra-estrutura urbana, é fundamental o incremento e a requalificação dos espaços operacionais. É igualmente importante disponibilizar ao corpo técnico equipamentos de qualidade compreendendo:

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� Mobiliário

� Hardware

� Software

4.2.3. Recursos Financeiros

Quanto à capacidade da Prefeitura de Tietê de participar financeiramente da realização do PLHIS, temos a informar:

4.2.3.i. Aplicação de Recursos Próprios

São recursos próprios da Prefeitura aqueles oriundos de:

� IPTU – Importo Predial e Territorial Urbano

� ISS – Imposto sobre Serviços

A destinação desses recursos é totalmente comprometida com a manutenção dos serviços públicos e com as despesas operacionais da Prefeitura.

É, portanto, considerado inviável o redirecionamento de recursos públicos para melhoria das condições habitacionais individuais.

4.2.3.ii. Aplicação de Recursos Orçamentários

O Plano Plurianual de Investimentos para os anos 2010-2013, conforme Lei 03131 de 17/11/2009 apresenta a Dotação Orçamentária dos seguintes valores para Construção de Unidades Habitacionais:

o Valor Exercício de 2010 – R$400.000,00

o Valor Exercício de 2011 – R$200.000,00

o Valor Exercício de 2011 – R$200.000,00

O Plano Plurianual apresenta ainda:

o Valor recebido – Exercício de 2010 – Convênio Elaboração de Projetos Habitacionais: R$25.238,66

o Saldo em 31/12/2011 - Convênio Elaboração de Projetos Habitacionais: R$13.633,97

4.2.3.iii. Fundo Municipal de Habitação de Interesse Social

O Fundo Municipal de Habitação de Interesse Social não conta com fundos para alocação em projetos ou empreendimento habitacionais

É nosso entendimento que as Dotações apresentadas não são compatíveis com a dimensão do problema habitacional que se pretente enfrentar.

Há necessidade de mudança do paradigma operacional voltado ao investimento no setor da habitação, com a destinação de valores expressivamente maiores, para o que propomos:

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� Integralização de R$5.000.000,00 no Fundo Municipal de Habitação de Interesse Social;

� Previsão de dotação orçamentária anual da ordem de R$1.000.000,00 no Fundo Municipal de Habitação de Interesse Social;

� Regulamentação do Instrumento da Outorga Onerosa para crédito no Fundo Municipal de Habitação de Interesse Social;

� Regulamentação do diferencial do Instrumento do IPTU Progressivo para crédito no Fundo Municipal de Habitação de Interesse Social;

� Regulamentação do Instrumento do Direito de Preempção com vistas à aquisição de terrenos com a finalidade Habitacional.

5. PROGRAMAS HABITACIONAIS EXISTENTES

A produção de habitações de interesse social em TIETÊ data dos últimos 35 anos e tem sido marcada pela presença de empreendimentos privados, bem como da Caixa Econômica Estadual, da Cohab, da CDHU e através de mutirão. Em todos os casos, estes empreendimentos tem estado devidamente integrados ao desenho urbano de suas regiões envolventes.

5.1. Habitação no Plano Diretor

A Lei Complementar 06 que institui o Plano Diretor do Município de Tietê contempla a questão habitacional nos seguintes termos:

SEÇÃO II HABITAÇÃO

Art. 19. São os seguintes os objetivos relativos à HABITAÇÃO:

I – assegurar a todos o acesso à moradia digna, a qual deve contemplar a segurança jurídica da posse, a disponibilidade de serviços, materiais, benefícios e

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infraestrutura e a habitabilidade; II - promover a regularização urbanística e fundiária dos assentamentos habitacionais precários e irregulares da população de baixa renda; III - proibir a implantação de Habitação de Interesse Social, em áreas distantes da mancha urbana consolidada e das oportunidades de geração de emprego e renda, dos equipamentos públicos, das atividades de cultura e lazer da cidade.

Art. 20. Para a realização dos objetivos e ações estratégicas da Política de Habitação deverão ser aplicados, dentre outros, os seguintes instrumentos:

I - IPTU progressivo no tempo e parcelamento, edificação e utilização compulsórios; II – SEIS – Setor Especial de Interesse Social; III - consórcio imobiliário; IV - concessão de direito real de uso; V - concessão de uso especial para fins de moradia; VI - cessão de posse; VII - direito de preempção; VIII - direito de superfície.

5.2. Empreendimentos Habitacionais

Os empreendimentos habitacionais em TIETÊ iniciaram-se na década de 1977 com empreendimento populares desenvolvidos pela antecessora da CDHU – a CECAP. Posteriormente realizaram-se convênios com a CDHU e entidades de autoconstrução.

Paralelamente, a iniciativa privada tem operado a prução de seus loteamentos populares, bem como a construção de grupos de unidades populares para comercialização ou locação, dando origem às áreas carentes que a seguir indicaremos.

Cabem ser relacionados os empreendimentos / regularizações efetivados por órgãos públicos e privados.

Podem ser classificados nas seguintes categorias:

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Apresentamos a seguir o mapa consolidado de localização dos empreendimentos habitacionais levados a cabo, que se localizam predominantemente na região Sudeste.

A ilustração apresentada dispõe sobre a imagem de satélite, os empreendimentos habitacionais, classificando-os, segundo suas cores, com empreendimentos públicos ou privados, e ainda aquele objeto de regularização dentro do Programa Cidade Legal.

5.2.1. Empreendimentos Públicos de Interesse Social

Na primeira categoria, relacionamos abaixo os empreendimentos públicos destacados no mapa em amarelo como de interesse social:

Empreendimentos entregues até 1990

� BNH / 90 unidades / 1971

� CEE-CECAP / 54 unidades / 1977

� BANCO DA TERRA / 30 unidades / 1981

� COHAB / 350 unidades / 1982

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� COHAB / 171 unidades / 1982

Empreendimentos posteriores a 1990

� JOSÉ LUIS ZANETTI / 175 unidades / 1995

� JARDIM BRASIL / 50 unidades / 2002

� JARDIM BRASIL (Autoconstrução) / 120 unidades / 2005

� POVO FELIZ / 762 unidades / 2005

5.2.2. Empreendimentos Privados de Alcance Social

Na segunda categoria, relacionamos abaixo os empreendimentos privados destacados no mapa em azul:

� SÃO PEDRO

� CORNÉLIO PIRES

� JARDIM BONANZA

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5.3. Produção de Moradias pela População

A capacidade produtiva do mecanismo do “mutirão” aplicada à ação dos empreendedores públicos na viabilização legal e provisão de infraestrutura tem como exemplo os números abaixo.

Nesta modalidade (Autoconstrução), cabe destacar o empreendimento JARDIM BRASIL com 120 unidades realizado em 2005.

5.4. Oferta Habitacional

Identificamos a oferta de solo urbanizado nos seguintes loteamentos privados de alcance populares:

• Loteamento Jardim São Paulo – com 915 lotes

• Loteamento Terra Nova – com 764 lotes *

* Informamos que o Loteamento Terra Nova encontra-se embargado judicialmente estando a liberação de venda vinculada à execuçaõ de obra de sistema de tratamento de esgoto.

Entendemos que, apesar de estes serem as únicas ofertas disponíveis (já que as unidades mencionadas no item 5.2 já estão em uso), não podemas considerá-las como moradias mas apenas “terrenos potencialmente urbanizados para futura ocupação”.

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5.5. Zonas Especiais de Interesse Social

Destacamos abaixo, informação relativa às ZEIS – as quais não constam indicação na Lei complementar do Plano Diretor Participativo. Entretanto reproduzimos abaixo os critérios segundo as quais a aplicação destas será conduzida.

SUBSEÇÃO VII ZONA ESPECIAL DE INTERESSE SOCIAL (ZEIS)

Art. 67. A Zona Especial de Interesse Social (ZEIS) é constituída por porções do território destinadas prioritariamente à regularização fundiária, urbanização e à produção e manutenção de habitação de interesse social (HIS), bem como à produção de loteamentos de interesse social.

Art. 68. Na Zona Especial de Interesse Social deverão ser aplicados os seguintes instrumentos:

I - transferência do direito de construir; II - consórcio imobiliário; III - direito de preempção; IV - direito de superfície; V - concessão de direito real de uso; VI – concessão de uso especial para fins de moradia; VII - cessão de posse; VIII - direito de preempção; IX - direito de superfície; X - parcelamento, edificação e utilização compulsórios; XI - transferência do direito de construir; XII – autorização de uso; XIII – direito à propriedade.

6. PLANO DE HABITAÇÃO

O encaminhamento do PLHIS na etapa das Estratégias de Intervenção considerará as seguintes considerações:

6.1. Habitação: Características e Premissas

Consideramos de fundamental importância registrar as diversas prerrogativas da mercadoria “habitação”, que abaixo relacionamos.

6.1.1. Habitação como Necessidade Humana

A habitação é uma questão social, econômica, urbanística, mas principalmente humana. Ou seja, antes de ser um problema social, econômico ou urbano, a

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habitação é um problema pessoal de cada individuo. Todas as pessoas necessitam do abrigo e da segurança proporcionada pelas nossas casas. Nossa casa é nosso maior refugio contra animais, infortúnios naturais, e outras pessoas.

Segundo nossa constituição, Título II - Dos Direitos e Garantias Fundamentais, Capítulo I - Dos Direitos E Deveres Individuais E Coletivos, Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade. E parágrafo XI - a casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo penetrar sem consentimento do morador, salvo em caso de flagrante delito ou desastre, ou para prestar socorro, ou, durante o dia, por determinação judicial.

E Capítulo II - Dos Direitos Sociais, Art. 6o São direitos sociais a educação, a saúde, o trabalho, a moradia, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos desamparados, na forma desta Constituição.

Ou seja, nossa constituição garante que todos têm direito a propriedade, e a moradia, bem como a inviolabilidade de nossa casa ou propriedade.

6.1.2. Habitação como Propulsor do Desenvolvimento

Atividades econômicas são por excelência geradores de renda e emprego. A produção habitacionais, seja individual ou empresarial, tem esta mesma característica – produzem mercadorias, empregam mão de obra, consomem matéria prima variada (e estas, por sua vez reproduzem esta lógica) – e com isto permitem a reprodução do capital e geram base para arrecadação tributária.

Como o Estado não atua diretamente no mercado, sua produção de “bem estar” (com educação, saúde, e demais setores de interesse público) passa pelo processo licitatório de contratação destes serviços de produção junto à iniciativa privada.

Como expressiva parcela da população no país demanda habitação (não tendo capacidade ou renda para adquirir terrenos, comprar material de construção e construir moradias dignas) passam a constituir-se diversas faces da questão habitacional como as sub-habitações, a cohabitação (ou adensamento domiciliar) e a habitação irregular.

Esta é a função do Estado: a produção de moradia digna para todos, como direito constitucional. Isto significa empreender produção habitacional, seja diretamente (através das esferas municipal, estadual ou federal, ou ainda através de empresas públicas habitacionais como CDHU ou Cohabs) ou através da Iniciativa privada – o que levaria a diminuir esse déficit.

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Ao levar a cabo esta produção habitacional, além de permitir o incremento da qualidade de vida, gera-se um círculo produtivo virtuoso com efeito multiplicador em diversos setores econômicos.

6.1.3. Habitação como Investimento

A habitação é um empreendimento que envolve dois gastos fundamentais: terreno e construção (material e mão de obra). Ambos os gastos são de elevados valores, ou seja, tanto o terreno quanto o material para a construção são caros e muitas vezes inacessíveis para maior parte da população.

Por isso muitas vezes vemos construções que não seguem o modelo de exigência mínima, seja de construção, localização, saneamento básico e outros. Essas construções muitas vezes põem em risco aqueles que vivem ali e aqueles que vivem próximo.

As ZEIS – Zonas Especiais de Interesse Social, são regiões com alta ocupação ilegal ou irregular, haja vista que são áreas vazias que servem como terreno para diversas construções sem planejamento. O resultado são as diversas favelas que vemos nos centros urbanos. Isso ocorre principalmente porque a demanda de população carente de habitação é muito superior do que a demanda de habitação para a população.

6.1.4. Habitação de Interesse Social

O conceito de Habitação de Interesse Social foi criado para designar o tipo de habitação carente à população de menor renda. A questão da habitação é uma questão social é presente em todo o Brasil, devido ao processo exclusório de urbanização das cidades e a má distribuição de renda.

Com base nessa idéia, o Ministério das Cidades desenvolveu um programa de habitação de interesse social que deve ser implementado em todas as cidades como parte do Plano Diretor vigente. Para tanto o Governo Federal conta com o apoio operacional da Caixa Econômica Federal, como seu agente financeiro.

O programa pretende oferecer a habitação a qual a cidade necessita, de acordo com estudos e pesquisas estatísticas que indicam a necessidade da população local.

6.1.5. Habitação: Tipos de Atuação

Como vimos anteriormente, a demanda populacional é muito superior à demanda habitacional. Além disso, há diversos tipos de déficit habitacional. Por exemplo, há pessoa que não tem casa, outros têm a casa em locais inadequados ou locais de risco, outros têm suas casas construídas sem planejamento, ou seja, sem saneamento básico e sem outras exigências básicas.

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São cinco tipos de atuação referente à habitação:

• Provisão de Unidade Habitacionais – criação de habitações. • Regularização de Loteamentos – legalização de lotes irregulares. • Remoção da área de risco – re-alocação de população de áreas de risco para

áreas que não ofereçam riscos. • Reurbanização – implementação das condições básicas de moradia (infra-

estrutura, saneamento, serviços e outros) em locais de agrupamentos sociais. • Requalificação / Assistência Técnica – assistência para melhoria da qualidade

da habitação.

6.1.6. Habitação: Condições Mínimas

Para construir uma casa ou um empreendimento habitacional é necessário cumprir com uma serie de requisitos, não se pode construir uma casa sem antes verificar o local da construção, ou então verificar se chega infra-estrutura (luz, água, telefonia, energia, asfalto, transporte e outros) e outras condições que são fundamentais e indispensáveis para o empreendimento habitacional.

As principais condições para uma construção habitacional são:

• Terreno – regular, área de risco, manancial, etc. • Infra-estrutura – água, energia, esgoto, asfalto, etc. • Serviços – transporte, coleta de lixo, correio, limpeza, manutenção, etc. • Equipamentos públicos - creche, escola, postos de saúde ou hospitais, etc • Mobiliário urbano - ponto de ônibus, telefone público, sinalização, etc.

Além dessas condições é preciso um Alvará da Prefeitura que lhe permita tal construção em determinado local. O estado é sempre o mediador final de qualquer tipo de empreendimento social, mesmo que ele não seja o executor ele que autoriza as obras, construções e empreendimentos.

6.2. Plano de Habitação de Interesse Social

As informações apresentadas tiveram o objetivo de permitir a compreensão abrangente e consolidada do conjunto dos elementos que influenciam a avaliação da qualidade habitacional nas diferentes regiões de Limeira.

Buscaram principalmente subsidiar o processo de tomada de decisão concernente à etapa de definição das Estratégias de Intervenção – necessárias à elaboração do PLHIS – Plano de Habitação de Interesse Social.

6.2.1. A Questão da Habitação

O conceito de Habitação de Interesse Social foi criado para designar aquele tipo de habitação referente a população carente deste. Como foi mencionado, a

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questão da habitação é uma questão social que possui grande deficiência em todo o Brasil, devido ao processo exclusório de urbanização das cidades e a má distribuição de renda presente no país.

Com base nesse conceito, o Ministério das Cidades estruturou um programa de habitação de interesse social que deve ser implementado em todas as cidades como parte do Plano Diretor vigente.

Pelo programa, pretende-se oferecer a habitação na quantidade e qualidade que a cidade necessita, de acordo com estudos e pesquisas estatísticas junto aos órgãos públicos e à população local; compatibilizando social, econômica e geograficamente a demanda por moradia com a oferta decorrente da implementação do Plano.

Ponhamo-lo em prática!