diagnóstico da qualidade das águas, percepção de riscos por lançamento de esgotos sanitários e...

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Trata-se de uma pesquisa desenvolvida no âmbito da Perícia Ambiental, tendo como objeto de estudo os lançamentos de esgotos em trechos dos Rio Beberibe, desde a nascente até a foz. Diagnóstico da qualidade das águas reune dados ambientais de 10 anos consecutivos e os analisa numa perspectiva socio-ambiental e fisíco-químico, ainda, a aplicação de um checklist desenvolvido para percepção de impactos em recursos hídricos e os possíveis impactos, tanto autoctone quanto aloctone.

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SERAFIM-FILHO, G.L. 2012. Diagnóstico da qualidade das águas, percepção de...

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SERAFIM-FILHO, G.L. 2012. Diagnóstico da qualidade das águas, percepção de...

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GILVAN LOPES SERAFIM FILHO

DIAGNÓSTICO DA QUALIDADE DAS ÁGUAS, PERCEPÇÃO DE RISCOS

POR LANÇAMENTO DE ESGOTOS SANITÁRIOS E AVALIAÇÃO DOS

IMPACTOS NA BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO BEBERIBE.

Recife, Pernambuco, Brasil.

2012

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SERAFIM-FILHO, G.L. 2012. Diagnóstico da qualidade das águas, percepção de...

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GILVAN LOPES SERAFIM FILHO

DIAGNÓSTICO DA QUALIDADE DAS ÁGUAS, PERCEPÇÃO DE RISCOS

POR LANÇAMENTO DE ESGOTOS SANITÁRIOS E AVALIAÇÃO DOS

IMPACTOS NA BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO BEBERIBE.

Recife, Pernambuco, Brasil.

2012

Monografia apresentada ao Programa de Pós-Graduação

em Perícia e Auditoria Ambiental da Faculdade

Frassinette do Recife, como parte dos requisitos para a

obtenção do título de Especialista.

Orientadora: Profa. Dr

a. Alba de Oliveira Lemos.

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SERAFIM-FILHO, G.L. 2012. Diagnóstico da qualidade das águas, percepção de...

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DIAGNÓSTICO DA QUALIDADE DAS ÁGUAS, PERCEPÇÃO DE RISCOS

POR LANÇAMENTO DE ESGOTOS SANITÁRIOS E AVALIAÇÃO DOS

IMPACTOS NA BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO BEBERIBE.

GILVAN LOPES SERAFIM FILHO

MONOGRAFIA DEFENDIDA E APROVADA EM ____/____/2012

BANCA EXAMINADORA

____________________________________________

Dra. Alba de Oliveira Lemos (Orientadora)

Unidade Regional de Controle da Qualidade da Água URCQA/Funasa

_____________________________________

Dra. Sandra Regina

Coordenação da Pós-graduação

Faculdade Frassinette do Recife/FAFIRE

Recife, Pernambuco, Brasil.

2012

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Não julgue o livro pela capa

Ou simplesmente por ter ouvido a versão de algum leitor

Leia o livro, conheça-o,

Assim, saberás do que se trata

E terás conclusões próprias e consolidadas

Não apenas, as versões de outros...

(Serafim-Filho)

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SERAFIM-FILHO, G.L. 2012. Diagnóstico da qualidade das águas, percepção de...

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Dedico aos meus queridos pais:

Jemima de Oliveira Serafim &

Gilvan Lopes Serafim.

(Amo vocês!)

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AGRADECIMENTOS

- Ao meu Deus Pai (Jeová), seu Filho Jesus Cristo e o Espírito Santo, sou grato a

santíssima TRINDADE por nunca ter me desamparado e pelas bênçãos que me faz

alcançar.

- Ao Universo o meu muito obrigado. Acredito no segredo da conexão e na força do

pensamento – o pensar, o imaginar e o agir atrai e torna as coisas possíveis.

- A minha família pelo apoio e entusiasmo no necessário para ir em busca de meus

sonhos - Gilvan (Pai), Jemina (Mãe), Gilvânia e Gerlane (Irmãs), dedico essa pesquisa à

vocês.

- Em especial a minha Mãe (Jemima), sou grato pelas orações incessantes, suas

intercessões alcançam os céus e eu sou prova disso!

- Ao companheiro e amigo Jairo Lins por todo apoio e paciência, sou eternamente grato!

- Aos amigos que fiz. Acredito que as amizades conquistadas durante o curso foram

poucas, mas para as que ocorreram de verdade... Essas deixaram saudades.

- Aos grandes amigos, na ordem alfabética para não gerar ciúmes: Carlos, Dani, Goreti,

Juliana Almeida, Juliana Lyra, Priscila e Reane - adoro vocês e obrigado por passarem a

fazer parte da minha vida.

- A Dra. Alba de Oliveira Lemos, pela disposição ao aceitar orientar essa pesquisa e

pelos conselhos e opiniões. Obrigado por compartilhar de suas ideias e conhecimentos.

- Ao CPRH, Gerência de Recursos Hídricos pelos dados disponíveis, utilizados para

compor o desenho experimental desta pesquisa.

- A todos que direta e indiretamente contribuíram para a realização deste trabalho.

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SUMÁRIO

Epígrafe

Agradecimentos

Sumário

Lista de Figuras

Lista de Tabelas

1. Introdução Geral ....................................................................................................... 15

2. Objetivos ..................................................................................................................... 18

2.1 Objetivo geral ......................................................................................................... 18

2.2 Objetivos específicos...... ............................................................................................... 18

3. Revisão de literatura. ................................................................................................ 19

3.1 Qualidade das águas ............................................................................................... 19

3.2 Esgotos Sanitários... ....................................................................................................... 22

3.3 Impactos ambientais... ............................................................................................ 25

4. Área de estudo – Bacia hidrográfica do rio Beberibe. ........................................... 28

5. Material e Métodos .................................................................................................... 32

5.1 Coleta e Análises dos dados ................................................................................... 32

6. Bacia hidrográfica do rio Beberibe (2001). ............................................................. 35

6.1 Estação BE2-11..... ................................................................................................. 36

6.2 Estação BE2-30 ............................................................................................................... 38

6.3 Estação BE3-35 ...................................................................................................... 39

6.4 Estação BE2-45 ...................................................................................................... 40

6.5 Estação BE3-50 ............................................................................................................... 41

6.6 Resultados e Discussão ........................................................................................... 42

7. Bacia hidrográfica do rio Beberibe (2002). ............................................................. 43

7.1 Estação BE-11 ........................................................................................................ 44

7.2 Estação BE-30 ................................................................................................................. 45

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SERAFIM-FILHO, G.L. 2012. Diagnóstico da qualidade das águas, percepção de...

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7.3 Estação BE-35 ........................................................................................................ 46

7.4 Estação BE-45 ........................................................................................................ 47

7.5 Estação BE-50 ................................................................................................................. 48

7.6 Resultados e Discussão ........................................................................................... 49

8. Bacia hidrográfica do rio Beberibe (2003). ............................................................. 50

8.1 Estação BE-11 ........................................................................................................ 51

8.2 Estação BE-30.. ............................................................................................................... 52

8.3 Estação BE-35 ........................................................................................................ 53

8.4 Estação BE-45 ........................................................................................................ 54

8.5 Estação BE-50.. ............................................................................................................... 55

8.6 Resultados e Discussão ........................................................................................... 56

9. Bacia hidrográfica do rio Beberibe (2004). ............................................................. 57

9.1 Estação BE-11 ........................................................................................................ 58

9.2 Estação BE-30 ................................................................................................................. 59

9.3 Estação BE-35 ........................................................................................................ 60

9.4 Estação BE-45 ........................................................................................................ 61

9.5 Estação BE-50... .............................................................................................................. 62

9.6 Resultados e Discussão ........................................................................................... 63

10. Bacia hidrográfica do rio Beberibe (2005). ........................................................... 64

10.1 Estação BE-01 ...................................................................................................... 65

10.2 Estação BE-09 ............................................................................................................... 66

10.3 Estação BE-30 ...................................................................................................... 67

10.4 Estação BE-45 ...................................................................................................... 68

10.5 Estação BE-50............................................................................................................... 69

10.6 Resultados e Discussão ......................................................................................... 70

11. Bacia hidrográfica do rio Beberibe (2006). ........................................................... 71

11.1 Estação BE-01 ...................................................................................................... 72

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SERAFIM-FILHO, G.L. 2012. Diagnóstico da qualidade das águas, percepção de...

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11.2 Estação BE-09 ............................................................................................................... 73

11.3 Estação BE-30 ...................................................................................................... 74

11.4 Estação BE-45 ...................................................................................................... 75

11.5 Estação BE-50............................................................................................................... 76

11.6 Resultados e Discussão ......................................................................................... 77

12. Bacia hidrográfica do rio Beberibe (2007). ........................................................... 78

12.1 Estação BE-01 ...................................................................................................... 79

12.2 Estação BE-09 ............................................................................................................... 80

12.3 Estação BE-30 ...................................................................................................... 81

12.4 Estação BE-45 ...................................................................................................... 82

12.5 Estação BE-50............................................................................................................... 83

12.6 Resultados e Discussão ......................................................................................... 84

13. Bacia hidrográfica do rio Beberibe (2008). ........................................................... 85

13.1 Estação BE-01 ...................................................................................................... 86

13.2 Estação BE-09 ............................................................................................................... 87

13.3 Estação BE-30 ...................................................................................................... 88

13.4 Estação BE-45 ...................................................................................................... 89

13.5 Estação BE-50............................................................................................................... 90

13.6 Resultados e Discussão ......................................................................................... 91

14. Bacia hidrográfica do rio Beberibe (2009). ........................................................... 92

14.1 Estação BE-01 ...................................................................................................... 93

14.2 Estação BE-09 ............................................................................................................... 94

14.3 Estação BE-30 ...................................................................................................... 95

14.4 Estação BE-45 ...................................................................................................... 96

14.5 Estação BE-50............................................................................................................... 97

14.6 Resultados e Discussão ......................................................................................... 98

15. Bacia hidrográfica do rio Beberibe (2010). ........................................................... 99

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SERAFIM-FILHO, G.L. 2012. Diagnóstico da qualidade das águas, percepção de...

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15.1 Estação BE-01 .................................................................................................... 100

15.2 Estação BE-09 ............................................................................................................. 101

15.3 Estação BE-30 .................................................................................................... 102

15.4 Estação BE-45 .................................................................................................... 103

15.5 Estação BE-50............................................................................................................. 104

15.6 Resultados e Discussão ....................................................................................... 105

16. Índice de qualidade ambiental. ............................................................................ 107

16.1 Checklist 01 (Açude no Clube Sete Casuarinas) ............................................... 109

16.1.1 Resultados e Discussão – Checklist 01 (Estação BE-01) ................................ 110

16.2 Checklist 02 (Captação da COMPESA em Guabiraba) ..................................... 112

16.2.1 Resultados e Discussão – Checklist 02 (Estação BE-09) ................................ 113

16.3 Checklist 03 (Ponte na estrada do Cumbe) ........................................................ 115

16.3.1 Resultados e Discussão – Checklist 03 (Estação BE-30) ................................ 116

16.4 Checklist 04 (Ponte da Av. Presidente Kennedy) .............................................. 118

16.4.1 Resultados e Discussão – Checklist 04 (Estação BE-45) ................................ 119

16.5 Checklist 05 (Ponte de acesso a Peixinhos) ....................................................... 121

16.5.1 Resultados e Discussão – Checklist 05 (Estação BE-50) ................................ 122

17. Referências bibliográficas. .................................................................................... 124

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SERAFIM-FILHO, G.L. 2012. Diagnóstico da qualidade das águas, percepção de...

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1. – Estações de amostragens da rede de monitoramento do Rio Beberibe ......... 20

Figura 2. – Bacia hidrográfica do rio Beberibe ............................................................... 23

Figura 3. – Áreas de preservação ambiental dentro da área da bacia hidrográfica do rio

Beberibe ........................................................................................................................... 30

Figura 4. – Situação da bacia hidrográfica do rio Beberibe ............................................ 31

Figura 5. – Estação BE-01 (Açude do Clube Sete Casuarinas) ..................................... 111

Figura 6. – Estação BE-09 (Captação da COMPESA, em Guabiraba) ......................... 114

Figura 7. – Estação BE-30 (Ponte na estrada do Cumbe) ............................................. 117

Figura 8. – Estação BE-45 (Ponte na Avenida Presidente Kennedy) ............................ 120

Figura 9. – Estação BE-50 (Ponte de acesso a Peixinhos) ............................................ 123

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SERAFIM-FILHO, G.L. 2012. Diagnóstico da qualidade das águas, percepção de...

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LISTA DE QUADROS

Quadro 1. – Estação BE2-11 (CPRH, 2001) ................................................................... 36

Quadro 2. – Estação BE2-30 (CPHR, 2001) .................................................................. 38

Quadro 3. – Estação BE3-35 (CPRH, 2001) ................................................................... 39

Quadro 4. – Estação BE2-45 (CPRH, 2001) ................................................................... 40

Quadro 5. – Estação BE3-50 (CPRH, 2001) ................................................................... 41

Quadro 6. – Estação BE-11 (CPRH, 2002) ..................................................................... 44

Quadro 7. – Estação BE-30 (CPHR, 2002) ..................................................................... 45

Quadro 8. – Estação BE-35 (CPRH, 2002) ..................................................................... 46

Quadro 9. – Estação BE-45 (CPRH, 2002) ..................................................................... 47

Quadro 10. – Estação BE-50 (CPRH, 2002) ................................................................... 48

Quadro 11. – Estação BE-11 (CPRH, 2003) ................................................................... 51

Quadro 12. – Estação BE-30 (CPHR, 2003) ................................................................... 52

Quadro 13. – Estação BE-35 (CPRH, 2003) ................................................................... 53

Quadro 14. – Estação BE-45 (CPRH, 2003) ................................................................... 54

Quadro 15. – Estação BE-50 (CPRH, 2003) ................................................................... 55

Quadro 16. – Estação BE-11 (CPRH, 2004) ................................................................... 58

Quadro 17. – Estação BE-30 (CPHR, 2004) ................................................................... 59

Quadro 18. – Estação BE-35 (CPRH, 2004) ................................................................... 60

Quadro 19. – Estação BE-45 (CPRH, 2004) ................................................................... 61

Quadro 20. – Estação BE-50 (CPRH, 2004) ................................................................... 62

Quadro 21. – Estação BE-01 (CPRH, 2005) ................................................................... 65

Quadro 22. – Estação BE-09 (CPHR, 2005) ................................................................... 66

Quadro 23. – Estação BE-30 (CPRH, 2005) ................................................................... 67

Quadro 24. – Estação BE-45 (CPRH, 2005) ................................................................... 68

Quadro 25. – Estação BE-50 (CPRH, 2005) ................................................................... 69

Page 14: Diagnóstico da qualidade das águas, percepção de riscos por lançamento de esgotos sanitários e avaliação dos impactos na bacia hidrográfica do rio beberibe

SERAFIM-FILHO, G.L. 2012. Diagnóstico da qualidade das águas, percepção de...

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Quadro 26. – Estação BE-01 (CPRH, 2006) ................................................................... 72

Quadro 27. – Estação BE-09 (CPHR, 2006) ................................................................... 73

Quadro 28. – Estação BE-30 (CPRH, 2006) ................................................................... 74

Quadro 29. – Estação BE-45 (CPRH, 2006) ................................................................... 75

Quadro 30. – Estação BE-50 (CPRH, 2006) ................................................................... 76

Quadro 31. – Estação BE-01 (CPRH, 2007) ................................................................... 79

Quadro 32. – Estação BE-09 (CPHR, 2007) ................................................................... 80

Quadro 33. – Estação BE-30 (CPRH, 2007) ................................................................... 81

Quadro 34. – Estação BE-45 (CPRH, 2007) ................................................................... 82

Quadro 35. – Estação BE-50 (CPRH, 2007) ................................................................... 83

Quadro 36. – Estação BE-01 (CPRH, 2008) ................................................................... 86

Quadro 37. – Estação BE-09 (CPHR, 2008) ................................................................... 87

Quadro 38. – Estação BE-30 (CPRH, 2008) ................................................................... 88

Quadro 39. – Estação BE-45 (CPRH, 2008) ................................................................... 89

Quadro 40. – Estação BE-50 (CPRH, 2008) ................................................................... 90

Quadro 41. – Estação BE-01 (CPRH, 2009) ................................................................... 93

Quadro 42. – Estação BE-09 (CPHR, 2009) ................................................................... 94

Quadro 43. – Estação BE-30 (CPRH, 2009) ................................................................... 95

Quadro 44. – Estação BE-45 (CPRH, 2009) ................................................................... 96

Quadro 45. – Estação BE-50 (CPRH, 2009) ................................................................... 97

Quadro 46. – Estação BE-01 (CPRH, 2010) ................................................................. 100

Quadro 47. – Estação BE-09 (CPHR, 2010) ................................................................. 101

Quadro 48. – Estação BE-30 (CPRH, 2010) ................................................................. 102

Quadro 49. – Estação BE-45 (CPRH, 2010) ................................................................. 103

Quadro 50. – Estação BE-50 (CPRH, 2010) ................................................................. 104

Quadro 51. – Intervalo quantitativo e relação com a situação do impacto .................... 107

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SERAFIM-FILHO, G.L. 2012. Diagnóstico da qualidade das águas, percepção de...

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1. INTRODUÇÃO GERAL

A qualidade das águas dos rios, lagos e lagoas com fins de abastecimento,

balneabilidade, uso na indústria e comércio tem gerado impactos ambientais e estes

contribuindo cada vez mais com a poluição dos recursos hídricos (Paiva & Paiva, 2001).

Cargas poluidoras proveniente das mais variadas fontes têm atingindo e

modificado o curso de rios importantes em diversos estados do Brasil. Dando ênfase à

ocorrência de problemas ambientais e da falta d’água nas regiões urbanas, estudos

hidrológicos das pequenas e microbacias vêm se tornando algo cada vez mais frequentes

nas regiões metropolitanas (Chaudhry, 2001).

Paiva & Paiva (2001) comenta que apesar das grandes contribuições voltadas a

estudos hidrológicos referentes às pequenas e microbacias ainda há uma lacuna em

estudos dessa natureza. Tal carência é explicada pela ausência de dados das micro e

pequenas bacias, uma vez que historicamente a rede hidrometeorológica brasileira foi

desenvolvida para fornecer dados ao setor responsável pela geração de energia elétrica e

explica que para bacias com menos de 500 km² o número de postos de monitoramento

era reduzido (Goldenfum, 2001).

Goldenfum (2001) ainda ressalta a importância do monitoramento das pequenas

bacias e que este contribui para a complementação da rede hidrometeorológica, além da

natural cooperação para com os estudos dos processos físicos, químicos e biológicos

atuantes no ciclo hidrológico.

As qualidades das águas estão associadas a condições ambientais e de

desenvolvimento tanto urbano quanto industrial da sociedade que cresce de forma

exponencial e de maneira desordenada. Este crescimento desordenado das cidades

contribui com a elevação dos impactos ambientais nos recursos hídricos, sendo a

degradação das águas maximizada pela ausência de uma infraestrutura competente de

saneamento básico. Jacobi (1998) enfatiza que a ocupação das áreas de várzea e de

mananciais, a retirada de matas ciliares em córregos urbanos são fatores que ponderam a

favor da degradação ambiental.

Os riscos por lançamentos de esgotos abrangem não só a contaminação dos

recursos hídricos por cargas contaminantes provenientes de casas, comércio e indústrias,

Page 16: Diagnóstico da qualidade das águas, percepção de riscos por lançamento de esgotos sanitários e avaliação dos impactos na bacia hidrográfica do rio beberibe

SERAFIM-FILHO, G.L. 2012. Diagnóstico da qualidade das águas, percepção de...

16

há outros fatores associados, tais como: contaminação de produtos, enchentes devido ao

processo de assoreamento e doenças causadas pelo contato com a água contaminada. A

má qualidade da água e impropriedade para consumo são fatores interligados e ambos

dependem diretamente do grau de preservação e de impactos nos ecossistemas hídricos.

Dos componentes físicos, químicos e biológicos associados à qualidade da água,

destacam-se respectivamente: temperatura, sabor, odor, cor, turbidez, sólidos suspensos,

sólidos dissolvidos e condutividade elétrica; pH, alcalinidade, dureza, cloretos, ferro,

manganês, amônia, nitrito, nitrato, fósforo, fluoretos, oxigênio dissolvido, matéria

orgânica, demanda bioquímica de oxigênio, demanda química de oxigênio,

componentes inorgânicos e componentes orgânicos; fotobactéria, coliformes,

termotolerantes, algas e clorofila a, além da presença e/ou ausência de organismos

bioindicadores, como por exemplo: Daphnia e microalgas. A resolução CONAMA

357/05 aborda os valores máximos admissíveis dos parâmetros relativos às formas

químicas relacionadas.

Esses parâmetros são tidos como indicadores da qualidade da água e são

denominados de impurezas quando a unidade alcança valores superiores ao admitido

para determinado uso. Destes componentes, os de natureza química e biológica são os

que melhor expressam a qualidade da água, contendo diversos componentes que provém

do próprio ambiente de forma natural ou que foram introduzidos por atividades

humanas.

De acordo com Pedroso et al., (1988) as características das águas que compõem

rios e riachos dependem, entre outros fatores, da formação do solo e composição da

mata ciliar, ainda do tipo e grau das ações antrópicas.

Quanto às ações antrópicas, os impactos ambientais causados por essas

atividades acarretam danos à saúde, meio ambiente e saneamento básico. No âmbito

geral, saneamento básico são serviços prestados que vão desde os sistemas de

abastecimento de água, até as coletas e tratamentos dos esgotos sanitários, além dos

resíduos sólidos.

Os esgotos sanitários sem tratamento são as principais fontes de contaminação

dos corpos d’águas e solos, que por sua vez acarretam doenças causadas pela ingestão

de água sem tratamento, ainda, pela ingestão de alimentos contaminados, além de

Page 17: Diagnóstico da qualidade das águas, percepção de riscos por lançamento de esgotos sanitários e avaliação dos impactos na bacia hidrográfica do rio beberibe

SERAFIM-FILHO, G.L. 2012. Diagnóstico da qualidade das águas, percepção de...

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infecções causadas pelo contato da pele com a água contaminada por organismos

patogênicos.

Estudos e diagnósticos têm sido conduzido em importantes recursos hídricos e

nos seus afluentes em todos os estados brasileiros (Moraes et al., 2003; Stacciarini,

2002). De fato, transformações ocorridas nos ambientes aquáticos devido ao

crescimento das cidades, instalações de indústrias e comércios têm contribuído com a

qualidade inadequada para o consumo humano e outras atividades (Medeiros et al.,

2009). Os riscos por lançamento de esgotos sanitários em recursos hídricos

desencadeiam alterações nas propriedades físico-químicas e biológicas da água,

acelerando a perda da qualidade (Von Sperling, 2005).

Page 18: Diagnóstico da qualidade das águas, percepção de riscos por lançamento de esgotos sanitários e avaliação dos impactos na bacia hidrográfica do rio beberibe

SERAFIM-FILHO, G.L. 2012. Diagnóstico da qualidade das águas, percepção de...

18

2. OBJETIVOS

2.1 OBJETIVO GERAL

Descrição da qualidade das águas e análise dos impactos causados pelos

lançamentos de esgotos sanitários, utilizando descritores bióticos a abióticos e sua

interação.

2.3 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Avaliar a qualidade da água através das interpretações das variáveis bióticas e

abióticas.

Determinar o índice de qualidade ambiental (IQA), através de pontos (estações) ao

longo do rio Beberibe.

Quantificar através do checklist os elementos que estão configurando impactos

ambientais.

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3. REVISÃO DE LITERATURA

3.1 QUALIDADE DAS ÁGUAS

Os estudos sobre a qualidade das águas em Pernambuco, principalmente das

águas da bacia hidrográfica do rio Beberibe tem sido uma das principais preocupações

do órgão que gerência este recurso hídrico no estado, a Agência Estadual do Meio

Ambiente (CPRH), que através da Diretoria de Recursos Hídricos e Florestais e da

Supervisão de Gestão de Recursos Hídricos, realizam o monitoramento da bacia

hidrográfica do rio Beberibe e através deste desenvolvem ações de monitoramento em

pontos estratégicos, que compõe a rede de monitoramento.

Dois fatores quando associados a impactos ambientais em ecossistema aquáticos

determinam a qualidade da água, eles estão associados à potabilidade e ainda funcionam

como ferramenta bioindicadoras de possíveis contaminações, direcionando para a causa

do impacto e/ou contaminação do recurso hídrico. Os fatores abióticos, também tidos

como parâmetros físico-químicos estão associados às variações antrópicas e ambientais,

dados de temperatura, turbidez, pH, oxigênio dissolvido, fósforo, nitrito, nitrato e

demanda química de oxigênio são ferramentas essenciais para diagnosticar a qualidade

da água (Magini & Chagas, 2003; Lima & Medeiros, 2008). Para os fatores bióticos,

organismos que compõem a fauna planctônica, tanto os zooplâncton como os

fitoplâncton expressam através de sua composição (biomassa), uma densidade que

quando mensurada, servem como ferramenta e auxiliam no diagnóstico do recurso

hídrico estudado (Round, 1973; Boney, 1989; Santos-Fernandes, 1998).

Os fatores acima descritos são muito bem abordados e discutidos na resolução

CONAMA 430/2011 que dispõe sobre as condições e padrões de lançamentos de

efluentes, esta complementa e altera a resolução CONAMA 357 de 2005 estabelecido

pelo Conselho Nacional do Meio Ambiente. Por sua vez, a resolução 357 trata das

definições e classificação dos corpos de água (doce, salina e salobra), ainda, das

condições e padrões da qualidade das águas, atribuindo valores máximos permitidos

e/ou mínimo, para os parâmetros físico-químicos, orgânicos e inorgânicos para as águas

doces, salinas e salobras e nestas para onde ocorrem atividades de pescas ou cultivo de

organismos para fins de consumo intensivo. Trata também das condições e padrões de

lançamento de efluentes, em sua totalidade revogada pela resolução 430/11, seguido das

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diretrizes ambientais para o enquadramento e disposições finais e transitórias, sendo

complementada pela resolução 430/11 nos artigos 39, 43, 44 e 46, no que compete.

Estudos e diagnósticos têm sido conduzido na bacia hidrográfica do rio Beberibe

pela Agência Estadual do Meio Ambiente (CPRH). De acordo com Chaudhry (2001) as

principais razões dos estudos sobre a hidrologia de bacias estão associadas a impactos

ambientais e ao excesso ou falta d’água nas regiões metropolitanas. As alterações do

uso do solo exercem forte influencia na mudança do regime hídrico e podem contribuir

com a perda da qualidade da água.

Com ações voltadas ao monitoramento da bacia hidrográfica do rio Beberibe, o

CPRH realiza o monitoramento no que chamamos de alto, médio e baixo rio Beberibe

(Figura 1), demonstrando detalhadamente os setores onde são realizadas as coletas ao

longo do percurso do rio, desde a nascente até sua foz.

Fígura 1. Estações de amostragens da rede de monitoramento do rio Beberibe (CPRH,

2010).

Para cada estação são coletados dados dos parâmetros físico-químicos, além de

dados abióticos e bióticos, configurando o exigido pela resolução 357/05 e 430/11. O

monitoramento das águas em áreas urbanizadas reflete ações das gestões e estão

associadas à saúde e ao desenvolvimento, sendo este urbano e econômico.

Embora as águas no território brasileiro sejam consideradas um recurso bastante

abundante, há áreas carentes em que este bem é bastante limitado, tornando as

necessidades humanas insustentáveis. Essa escassez é considerada ainda mais grave em

regiões em que o desenvolvimento ocorre de forma não ordenada, contribuindo com a

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perda da qualidade das águas disponíveis devido ao lançamento impróprio de esgotos

domésticos, dejetos industriais e poluentes, como agrotóxicos e outros (Moita & Cudo,

1991). Os principais parâmetros descritores da qualidade das águas da Bacia

Hidrográfica do Rio Beberibe/BHRB evoluíram conforme as exigências e necessidades

proferidas pelas resoluções; em uma década (2001 – 2010), o monitoramento das águas

da BHRB promovido pelo CPRH sofreram modificações e incorporaram nas suas

atividades, novas atribuições, estas criadas mediante as modificações e revogações das

resoluções estabelecidas pelo CONAMA (Brasil, 2005).

Numa descrição evolutiva, partindo de 2001, os parâmetros aferidos e

fenômenos observados ao longo da BHRB eram: temperatura, pH, oxigênio dissolvido,

demanda bioquímica de oxigênio, condutividade elétrica, cloreto, amônia, fósforo,

coliformes fecais, sólidos totais e saturação do oxigênio dissolvido. Em 2002, os

parâmetros tomados foram: aspecto da água, materiais flutuantes, óleos e graxas,

vegetação, condições do tempo, poluição por esgoto, resíduos sólidos, temperatura, pH,

oxigênio dissolvido, demanda bioquímica de oxigênio, condutividade elétrica, cloreto,

fósforo, coliformes fecais, salinidade e classe; esses parâmetros se mantiveram para os

anos de 2003. Em 2004 o plano de monitoramento apresentou modificações, são

incorporados ao procedimento novos fatores, a partir deste os parâmetros monitorados

passam a ser: temperatura, pH, oxigênio dissolvido, demanda bioquímica de oxigênio,

condutividade elétrica, cloreto, turbidez, cor, fósforo, coliformes fecais, salinidade e

índices e indicadores de qualidade previstos na CONAMA 20/86, como: saturação de

oxigênio dissolvido, classe de qualidade e pluviometria.

Com base na resolução CONAMA 357/05 o monitoramento das águas da Bacia

Hidrográfica do Rio Beberibe (BHRB), passa a enquadrar o estabelecido e modifica

suas ações a fim de contemplar o exigido. A partir da resolução citada os parâmetros

monitorados passam a ser: temperatura, pH, oxigênio dissolvido, demanda bioquímica

de oxigênio, turbidez, amônia, nitrito, nitrato, fósforo, sólidos totais, fotobactéria,

Daphnia, clorofila a, coliformes termotolerantes e salinidade, ainda com base na

resolução 357/05, contempla a classe, além dos índices e indicadores de qualidade

(índice de qualidade da água e índice de estado trófico), contemplando também

ecotoxicidade e pluviometria. Em 2006 o monitoramento se mantém praticamente igual

ao de 2005, com exceção do parâmetro “risco de salinidade para o solo irrigado”, na

estação BE-01 na nascente do rio Beberibe em Camaragibe e estação BE-09 na captação

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da Companhia Pernambucana de Saneamento (COMPESA), em Guabiraba, Recife.

Para os demais anos, 2007 - 2010 o monitoramento segue o procedimento estabelecido

em 2005 (CPRH, Agência Estadual do Meio Ambiente, Unidade de Gestão de Recursos

Hídricos, 2001/02/03/04/05/06/07/08/09/10).

3.2 ESGOTOS SANITÁRIOS

Qualidade ambiental é a capacidade em que um ecossistema apresenta em

manter e sustentar os seres vivos participantes do meio. Quando se trata dos recursos

hídricos, essa qualidade ambiental apresenta problemáticas tidas como comprometidas

quando associada a esgotos sanitários (Carvalho et al., 2007).

Os impactos ambientais causados por essas atividades acarretam danos à saúde e

meio ambiente. No âmbito geral, saneamento básico são serviços prestados que vão

desde os sistemas de abastecimento de água, até as coletas e tratamentos dos esgotos

sanitários, além dos resíduos sólidos. Os esgotos sanitários sem tratamento são as

principais fontes de contaminações dos corpos de águas e solo, que por sua vez

acarretam doenças causadas pela ingestão de água sem tratamento, ainda, pela ingestão

de alimentos contaminados, além de infecções causadas pelo contato com a água

contaminada por organismos patogênicos.

Recursos não aplicados ao tratamento contribuem com o aumento de problemas

de saúde nas populações e degradações ao meio ambiente. No Brasil, aproximadamente

metade do país não possui coleta de esgoto, enquanto que todos os munícipios dos

Estados Brasileiros possuem o abastecimento de água (IBGE, 2008).

Nas bacias hidrográficas a poluição é normalmente causada por esgotos de

proveniência humana, empreendimentos industriais e agropecuários. De acordo com

Carvalho et al., (2007) as cargas poluidoras podem ser pontuais e não-pontuais

(difusas), define que as pontuais são as de fácil determinação e localização, cita como

exemplo as descargas industriais, esgotos domésticos e efluentes de aterros sanitários.

Já as cargas difusas, estão associadas a distintos agentes poluidores que convergem aos

corpos hídricos, geralmente distribuídos na superfície do solo, podem ocorrer por ações

de chuvas. Ainda de acordo com Carvalho et al., (2007) as fontes de poluição difusa

estão associados diretamente ao uso do solo, cita como exemplo: desenvolvimento

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urbano, agricultura, construções tanto urbanas quanto rurais, ainda, de ações

extrativistas como madeiras e minerações.

A Bacia Hidrográfica do Rio Beberibe está compreendida entre os limites de

cornubação das cidades de Camaragibe, Olinda e Recife. A BHRB está inserida em uma

área predominantemente urbana (Figura 2).

Figura 2. Bacia hidrográfica do rio Beberibe. Adaptado do Programa

PROMÉTROPOLE na Bacia do Beberibe, Governo do Estado de Pernambuco,

setembro de 2008.

Contribuições de Zoratto (2006) faz referência a importância do tratamento de

esgoto doméstico no saneamento básico, considera saneamento básico os sistemas de

abastecimento de água, coleta e tratamento de esgotamento sanitário e de resíduos

sólidos.

As contaminações das águas com potencial para o abastecimento público estão

associadas a riscos que acometem a saúde da população humana, uma vez que

enfermidades podem ser transmitidas, acometendo as populações, em especial as não

assistidas por serviços de saneamento (Libânio et al., 2005).

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Ainda de acordo com Zoratto (2006) o sistema de esgoto sanitário possui

unidades componentes e os separa e define como:

Rede coletora – tubulações que recebem os esgotos das residências e indústrias,

ainda, comércios e estabelecimentos. Essas tubulações são dispostas em vias

urbanas, possuindo um poço de visita para monitoramento e limpeza.

Interceptores – tubulações implantadas ao longo do curso d’água que recebe os

esgotos coletados pela rede coletora e os direciona para as estações de tratamento.

Assim definidos por impedir que os efluentes das redes coletoras alcancem os

recursos hídricos.

Emissário – tubulações que recebem os esgotos dos interceptores, conduzindo-os ao

sistema de tratamento e/ou estação de tratamento.

Elevatórios de esgoto – estações destinadas a bombear os esgotos de uma cota

inferior para pontos mais elevados; são instalados em pontos estratégicos com cota

mais baixa, conduzindo os esgotos para o sistema de tratamento.

Estação de tratamento de esgotos – plataforma destinada a depuração dos esgotos

provenientes da cidade.

Emissário final – canalização que conduz os efluentes do sistema de tratamento de

esgotos já despoluídos ao corpo receptor, que pode ser um rio ou um lago.

Com o crescimento das regiões metropolitanas, houve considerado aumento do

consumo de água proveniente dos recursos hídricos e perda da qualidade deste por não

existir um sistema de saneamento adequado e com capacidade para receptar toda a

massa produzida por diferentes tipos de esgotos (IBGE, 2008). A crescente carga

poluidora por esgotos sanitários acarreta na perda da qualidade das águas e este

processo pode ser observado na bacia hidrográfica do Rio Beberibe, em sua composição

que abrange a região metropolitana da cidade do Recife, a bacia do Rio Beberibe recebe

continuas cargas poluidoras provenientes de esgotos sanitários (doméstico, comercial,

industrial e hospitalar). Muitas dessas cargas são lançadas ao longo do Rio Beberibe

sem nenhum tipo de tratamento e contribui fortemente com a perda da qualidade de suas

águas.

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3.3 IMPACTOS AMBIENTAIS

Nas últimas décadas o crescimento das cidades tem sido o responsável pela

progressão das atividades humanas sobre os recursos naturais. Segundo Diodato (2004),

os problemas ambientais são de certa forma tão antigos quanto o homem; a dimensão e

escala aplicadas as questões ambientais é que são novos; destaca o elevado crescimento

demográfico, o desenvolvimento e a difusão da tecnologia industrial, os avanços em

medicina, saúde, comunicações entre outros como o eixo da dimensão e escala na

problemática.

Goulart (2003) observa que os recursos naturais sofrem uma forte pressão do

sistema produtivo para a obtenção de matéria prima. Em Tommasi (1994), degradação

ambiental no nível de mundo tem início quando as populações humanas intensificam

suas atividades extrativistas, sejam: caça, pecuária, agricultura entre outros; toma como

marco a revolução industrial, destacando que a quantidade e variedade dos resíduos

lançados nos recursos naturais passam a partir de então ser cada vez maiores.

Na década de 60, grandes projetos vinham sendo desenvolvidos na América do

Norte, os estabelecimentos daqueles grandes projetos passaram a protestar através de

movimentos ambientalistas contra derramamentos de petróleo, construção de grandes

represas, rodovias, complexos industriais, usinas nucleares, projetos agrícolas e

atividades de mineração. Com a iniciativa, surgiu o pensamento em que para a

aprovação de projetos, não bastava apenas considerar os aspectos tecnológicos e

exclusão das questões culturais e sociais, houve organização da sociedade civil com

participação de diferentes segmentos e em 1969 surgiu nos Estados Unidos da América

a legislação ambiental, que resultou na implantação do sistema de Estudo de Impacto

Ambiental (EIA), através do PL, 91-190: “National Environmental Policy Act

(NEPA)”, que passou a vigorar a partir de 01 de janeiro de 1970; mais tarde adotado por

outros países. O EIA tem sido uma ferramenta muito útil desde sua criação, com o

objetivo de discutir o planejamento, permitindo tornar o projeto ambientalmente viável,

minimizando assim efeitos indesejáveis tanto para a sociedade quanto para o meio

ambiente, evitando a implementação de projetos impróprios ou impactantes, criando

soluções para os conflitos entre manter um ambiente saudável e permitir o

desenvolvimento econômico e/ou progresso, conhecido também como desenvolvimento

sustentável (Diodato, 2004; Goulart et al., 2003).

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No Brasil, o primeiro Estudo de Impacto Ambiental (EIA), foi o da Barragem e

Usina Hidrelétrica de Sobradinho, localizada no rio São Francisco, estado da Bahia, em

1972 (Goulart et al., 2003), 14 anos após em 1986, o CONAMA estabelece os critérios

básicos dos estudos de impactos ambientais no país (Diodato, 2004). Entende-se por

impacto ambiental, qualquer alteração considerada significativa no meio ambiente,

podendo ser em um ou mais dos componentes e estes provocados pela ação antrópica;

um impacto ambiental é sempre consequência de uma ação (Peralta, 1997).

O Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA) definiu impacto

ambiental na resolução nº 001, de 23 de janeiro de 1986, como qualquer alteração das

propriedades físicas, químicas e biológicas do meio ambiente, causado por qualquer

forma de matéria ou energia resultante das atividades humanas que, direta ou

indiretamente, afetam:

I - a saúde, a segurança e o bem-estar da população;

II - as atividades sociais e econômicas;

III - a biota;

IV - as condições estéticas e sanitárias do meio ambiente;

V - a qualidade dos recursos ambientais.

A seguir, estão reunidas as resoluções vigentes do Conselho Nacional do Meio

Ambiente - CONAMA para a qualidade de água:

Resolução CONAMA nº 274, de 29 de novembro de 2000.

Correlações: Revoga os artigos 26 a 34 da Resolução CONAMA nº 20/86

(revogada pela Resolução CONAMA nº 357/05). Define os critérios de balneabilidade

em águas brasileiras.

Resolução CONAMA nº 357, de 17 de março de 2005.

Correlações: Alterada pela Resolução nº 410/2009 e pela nº 430/2011. Dispõe

sobre a classificação dos corpos de água e diretrizes ambientais para o seu

enquadramento, bem como estabelece as condições e padrões de lançamento de

efluentes, e dá outras providências.

Resolução CONAMA nº 370, de 6 de abril de 2006.

Correlações: Altera a Resolução CONAMA nº 357/05 (prorroga o prazo previsto

no art. 44). Prorroga o prazo para complementação das condições e padrões de

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lançamento de efluentes, previsto no art. 44 da Resolução nº 357, de 17 de março de

2005.

Resolução CONAMA nº 393, de 8 de agosto de 2007.

Correlações: Complementa a Resolução CONAMA no 357/05 (art. 43, § 4o).

Dispõe sobre o descarte contínuo de água de processo ou de produção em plataformas

marítimas de petróleo e gás natural, e dá outras providências.

Resolução CONAMA nº 396, de 3 de abril de 2008.

Dispõe sobre a classificação e diretrizes ambientais para o enquadramento das

águas subterrâneas e dá outras providências.

Resolução CONAMA nº 397, de 3 de abril de 2008.

Correlações: Altera o inciso II do § 4º e a Tabela X do § 5º do art. 34 da Resolução

CONAMA nº 357/05 e acrescenta os § 6º e 7º. Alterada pela Resolução 410/09. Altera o

inciso II do § 4º e a Tabela X do § 5º, ambos do art. 34 da Resolução do Conselho

Nacional do Meio Ambiente-CONAMA nº 357, de 2005, que dispõe sobre a

classificação dos corpos de água e diretrizes ambientais para o seu enquadramento,

bem como estabelece as condições e padrões de lançamento de efluentes.

Resolução CONAMA nº 410, de 4 de maio de 2009.

Correlações: Altera o art. 44 da Resolução nº 357/2005 e o art. 3º da Resolução nº

397/2008. Prorroga o prazo para complementação das condições e padrões de

lançamento de efluentes, previsto no art. 44 da Resolução nº 357, de 17 de março de

2005, e no art. 3º da Resolução nº 397, de 3 de abril de 2008.

Resolução CONAMA nº 430, de 13 de maio de 2011.

Correlações: Complementa e altera a Resolução nº 357/2005. Dispõe sobre as

condições e padrões de lançamento de efluentes, complementa e altera a Resolução nº

357, de 17 de março de 2005, do Conselho Nacional do Meio Ambiente-CONAMA.

As Resoluções supracitadas norteiam as diretrizes e bases legais para ações voltadas

a qualidade das águas dos recursos hídricos.

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4. ÁREA DE ESTUDO - Bacia Hidrográfica do Rio Beberibe/BHRB

O rio Beberibe tem sua nascente na APA Beberibe (Área de Proteção Ambiental

Beberibe), criada em 2009 em decorrência do zoneamento ecológico econômico

costeiro, localizada na cidade de Camaragibe em um planalto com aproximadamente

130 metros, a nascente está localizada especificamente no açude do Clube Sete

Casuarinas no bairro de aldeia, contornado por um fragmento de mata atlântica, sob as

coordenadas 25M 0277621 e UTM 9120922. Inicialmente formado pelo corpo d’água

do rio Araçá, em zona habitacional rarefeita, as águas da nascente se juntam as águas do

rio Pacas ainda em Camaragibe, essa confluência dão forças as águas e só a partir delas

é que surge oficialmente o rio Beberibe (CPRH, 2011; Campos, 2008).

Percorre 31 km da nascente até sua foz no Oceano Atlântico, abrangendo as

cidades de Camaragibe, Recife (parte), Olinda e Paulista (parte); a bacia hidrográfica

mede 79 Km2, conforme dados publicados no monitoramento executado anualmente

pela Agência Estadual de Meio Ambiente/CPRH. A alta declividade, desmatamento e

ocupação urbana das encostas de forma imprópria às margens do rio contribuem de

maneira significativa com o processo erosivo, além de contribuir com a poluição do rio,

considerado um dos mais poluídos de Pernambuco, situação ainda mais agravada pelo

déficit de saneamento básico das cidades Camaragibe, Recife, Olinda e Paulista

(Campos, 2008; Amorim, 2009).

Os principais afluentes do rio Beberibe pela margem direita são: rio Morno, rio

dos Macacos, canal do Vasco da Gama e córrego do Euclides, e pela margem esquerda

temos: riacho do Abacaxi, também conhecido como Lava-Tripas e o canal da Malária.

O rio Beberibe está dividido em alto Beberibe, trecho desde a nascente

(Camaragibe) até a BR-101 (Recife), médio Beberibe da BR-101 (Recife) até o

encontro com o rio Morno (também em Recife) e baixo Beberibe a partir da confluência

com o rio Morno perpassando por Olinda e Paulista, até a desembocadura no Oceano

Atlântico onde lança as suas águas na bacia portuária do porto da cidade do Recife

(Campos, 2008; Amorim, 2009).

Ao longo do rio Beberibe há áreas de proteção ambiental – APA Aldeia

Beberibe (Camaragibe/ Recife/Paulista/Abreu e Lima/Igarassu/Araçoiaba/São Lourenço

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e Paudalho), Mata de Dois Irmãos (Recife), Mata de Dois Unidos (Zona norte do

Recife) e Mata do Passarinho (Olinda), esses fragmentos de mata atlântica exercem um

papel importante na conservação da qualidade das águas do Beberibe (Figura 3). No

entanto, o uso inadequado do solo e das águas por atividades industriais na bacia

contribuem com a poluição e perda da qualidade das águas do aqüífero Beberibe.

O aqüífero Beberibe (Figura 04) tem sua geologia marcada pela presença de

fontes de água mineral. Borba (2011) comenta suas características hidrogeológicas, diz

que o aqüífero Beberibe na Região Metropolitana do Recife (RMR), ocorre nas regiões

centro e norte do Recife e Olinda, com distintas características: no Recife predomina a

condição de confinado a semi-confinado, encoberto por sedimentos do aqüífero de Boa

Viagem, ainda como aqüífero livre no vale do rio Beberibe; em Olinda ocorre encoberto

pelas formações Barreiras e Gramame. Limitado ao sul pelo aqüífero Cabo, com

falhamento normal de direção N-S à oeste, ao norte se estende por toda faixa costeira

até o limite com estado da Paraíba, se prologando na plataforma continental na direção

leste.

Na bacia hidrográfica do rio Beberibe, o uso do solo é ocupado por áreas de

mata atlântica, policultura, urbanização, indústrias e mangue, as águas da bacia são

utilizadas para abastecimento público, recepção de efluentes domésticos e recepção de

efluentes industriais, as atividades desenvolvidas ao longo da bacia são as de produtos

alimentícios, química, farmacêuticos e veterinários, ainda, bebidas, papel/papelão,

metalúrgica e fábricas de sabões, velas e perfumaria (CPRH, 2010).

As zonas de habitação ao longo da bacia do rio Beberibe, estão divididas em

duas fisionomias: rarefeita, com os corpos d’água dos rios Araçá e do próprio Beberibe,

da nascente até a estação da COMPESA em Guabiraba, as áreas habitadas ainda

configuram uma ocupação média; passa a ser densa, com os corpos d’água dos rios

Morno, Lava Tripas e novamente rio Beberibe, este quando na divisa das cidades de

Recife e Olinda, no trecho denso há uma alta ocupação, constituída por áreas

residenciais, comercias, industriais e da cornubação destes.

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Figura 3. Principais reservas ambientais inseridas na bacia hidrográfica do rio Beberibe.

Edição de: Serafim Filho, março/2012. Fonte: Google Earth 1.3.

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Figura 4. Situação da bacia hidrográfica do rio Beberibe. Adaptado do Programa da Qualidade das Águas Superficiais - CPRH, 2009.

Edição de: Josicleide Rodrigues, Janeiro/2010. Fonte: SUDENE/ITEP.

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5. MATERIAL E MÉTODOS

5.1 COLETA E ANÁLISES DOS DADOS

Esta pesquisa reuniu os dados constados nos relatórios da Companhia

Pernambucana do Meio Ambiente, através da Diretoria de Recursos Hídricos e

Florestais e Gerência de Recursos Hídricos, disponíveis on-line em:

http://www.cprh.pe.gov.br/monitoramento/bacias_hidrograficas/relatorio_bacias_hidrog

raficas; os dados extraídos são de coletas estratégicas de monitoramento desenvolvidas

ao longo do alto, médio e baixo rio Beberibe nos anos de 2001 – 2010. As estações são

monitoradas a cada dois meses e através dos resultados obtidos nos relatórios anuais,

aplicou-se a cada relatório, uma perícia descritiva com o objetivo de examinar os fatos e

reportar a autenticidade do serviço público executado.

Os dados extraídos dos relatórios anuais de monitoramento do CPRH foram

agrupados por ano, analisados e discutidos individualmente. Buscou-se a relação dos

parâmetros aferidos nas estações de monitoramento da bacia hidrográfica do rio

Beberibe, incluindo os dados tidos como fora de classe, com o estabelecido nas

Resoluções que contemplam a qualidade da água.

Para respaldar a perícia aplicada aos dados constados no relatório de

monitoramento da bacia hidrográfica do rio Beberibe, a pesquisa contou ainda com a

aplicação de um checklist adaptado por Serafim-Filho (2011), previamente testado para

identificar impactos ambientais às margens de ambientes aquáticos de água doce. Os

checklist’s foram aplicados nos mesmos pontos (estações), citados nos relatórios do

CPRH. O checklist aplicado foi elaborado em uma atividade piloto no açude de

Apipucos, situado na cidade do Recife, consiste em um formulário desenvolvido a fim

de obter informações de forma rápida e com alto padrão de riqueza sobre os principais

impactos causados às margens de ambientes aquáticos de água doce, contribuindo com

a identificação e agrupamento dos impactos pelo tipo e procedência; dados sobre

percepção de impactos na beleza cênica, atividades comerciais, concentrações humanas,

construções, disponibilidade para consumo de produtos, entulhos, favelas, lançamentos

de esgotos domésticos, comercial e industrial, tipos de lixos acumulados e outros são

registrados no formulário, seguido da mensuração de acordo com a intensidade através

dos critérios proposto por estudos desenvolvidos por Ceotma (1984); Rohde (1988);

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SERAFIM-FILHO, G.L. 2012. Diagnóstico da qualidade das águas, percepção de...

33

Queiróz (1993); Pires (1993), revistos e aplicados em Marcelino et al., (2000) e

Serafim-Filho (2011), atribuindo valores quanto a existência ou inexistência de

interferência no meio ambiente e da classificação dos impactos em pouco, médio e

agudo.

Os Dados adquiridos através do checklist foram tratados através do Índice de

Qualidade Ambiental (IQA), obtidos com base na equação: IQA = (Pt–Pi)/Pt. Sendo Pt:

somatório dos pesos de todos os elementos do checklist em cada margem (direita e

esquerda), em caso hipotético de todos os elementos apresentarem o nível máximo

correspondente (valor = 3), no caso, 43 elementos do checklist multiplicado por 3 (ou 3

= peso máximo individual x 43 = total de elementos do checklist, logo 3x43 = 129), e

Pi: somatório real dos pesos dos elementos do checklist em cada margem. Supondo

valor hipotético igual a 73 para Pi, logo a equação seria desenvolvida da seguinte forma:

IQA = (Pt-Pi)/Pt, IQA = (129-73)/129 = 0,43. Os índices obtidos dessa maneira variam

entre 0 e 1 (ou 0 e 100%); 0 = máxima degradação ambiental; 1 = excelente qualidade

ambiental. Valores > 0 < 1 apresentam variações que vão desde melhores condições

ambientais até níveis críticos de qualidade ambiental respectivamente (Serafim-Filho,

2011; Marcelino et al., 2000).

Para os resultados obtidos no monitoramento de 2010, houve a associação dos

resultados com os impactos ambientais observados em cada estação através do IQA

(Índice de Qualidade Ambiental), inventariados por meio da aplicação do checklist, os

dados comparados devem contribuir com o estudo de impacto ambiental, colaborando

com a associação da causa e/ou ação antrópica.

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SERAFIM-FILHO, G.L. 2012. Diagnóstico da qualidade das águas, percepção de...

34

Qualidade da Água

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SERAFIM-FILHO, G.L. 2012. Diagnóstico da qualidade das águas, percepção de...

35

6. BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO BEBERIBE (2001)

Segue os parâmetros verificados no relatório para o ano de 2001: temperatura

(°C), pH, oxigênio dissolvido (O.D. mg/L), demanda bioquímica de oxigênio (D.B.O.

mg/L), condutividade elétrica (C.E. µS/cm), cloreto (mg/L), amônia (mg/L), fósforo

(mg/L), coliformes fecais (NMP/100mL), sólidos totais dissolvidos (S.T.D. mg/L),

saturação de oxigênio dissolvido (Sat. de O.D. mg/L) e percentual de saturação de

oxigênio dissolvido (% Sat. de O.D.). Dados obtidos para as estações BE2-11

(COMPESA, Caixa D’água), BE2-30 (Ponte na estrada do Cumbe), BE3-35 (Ponte da

Rua Dalva de Oliveira), BE2-45 (Ponte da Avenida Presidente Kennedy) e BE3-50

(Ponte de acesso a Peixinhos).

Os parâmetros aqui comentados, as luzes das resoluções vigentes para a época,

correlacionadas com as resoluções mais atuais, no que diz respeito à qualidade da água

dos corpos constituintes da bacia hidrográfica do rio Beberibe, permitem de forma

respaldada no monitoramento exercido pela Agência Estadual de Meio Ambiente,

compreender o comportamento limnológico e funcionalidade das águas do rio Beberibe,

tendo em vista que as atividades próximas a bacia, vão desde produtos alimentares,

química, produtos farmacêuticos/veterinário, bebidas, papel/papelão, metalúrgica, ainda,

perfumes, sabões e velas (CPRH, 2001).

A seguir estão descritos os dados de qualidade da água dos corpos constituintes

da bacia hidrográfica do rio Beberibe para cada estação, os valores dos parâmetros,

meses e datas das coletas com os respectivos horários estão plotados em quadros para

cada estação de monitoramento, e valores fora de classe para a resolução CONAMA

vigente expresso em vermelho e discutido.

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SERAFIM-FILHO, G.L. 2012. Diagnóstico da qualidade das águas, percepção de...

36

6.1 ESTAÇÃO BE2-11 (COMPESA, CAIXA D’ÁGUA)

Correlacionando os dados apresentados no quadro 1 com os limites

estabelecidos nas resoluções vigentes do Conselho Nacional do Meio

Ambiente/CONAMA para qualidade da água, pode-se concluir que os parâmetros

monitorados na estação BE2-11, no conjunto básico (temperatura, pH, O.D., D.B.O.,

condutividade elétrica, cloreto, amônia e fósforo, ainda, coliformes fecais), para o ano

de 2001, apresentaram alguns valores fora de classe, valores estes estabelecidos para a

época na Resolução 20/86, que teve os artigos de 26 ao 34 revogados pela Resolução

274/00, hoje totalmente revogada pela Resolução 357/05, recentemente alterada pelas

Resoluções 410/2009 e 430/11.

As águas da estação BE2-11 estão classificadas em classe 2: águas que podem

ser destinadas: a) ao abastecimento para consumo humano, após tratamento

convencional; b) à proteção das comunidades aquáticas; c) à recreação de contato

primário, tais como natação, esqui aquático e mergulho, conforme Resolução

CONAMA no 274, de 2000; d) à irrigação de hortaliças, plantas frutíferas e de parques,

Quadro 1 – Variações dos parâmetros do monitoramento da bacia hidrográfica do Rio

Beberibe na estação BE2-11, valores em vermelho indicam resultados fora de classe. Dados

extraídos e adaptados de CPRH, 2001.

Parâmetro

Unid.

Padrão

Meses das coletas

Fev.

01/02

10:50

Abr.

05/04

11:00

Jun.

13/06

10:00

Ago.

02/08

9:35

Out.

10/10

9:30

Dez.

-

-

Temperatura ºC - 27,0 27,0 25,0 26,0 27,0 -

pH - 6 – 9 6,1 6,5 6,4 6,5 5,9 -

O.D. mg/L > 5 3,1 2,1 5,0 3,2 2,1 -

D.B.O. mg/L < 5 4,2 10,4 3,1 3,8 2,3 -

Cond. Elétrica µS/cm - 139 210 86 156 206 -

Cloreto mg/L 250 24 30 12 25 30 -

Amônia mg/L 0,5 3,17 4,11 0,50 - - -

Fósforo mg/L 0,025 0,21 0,35 0,35 0,26 0,45 -

Coli. Fecais NMP/100 ml 1000 - 400 - 3600 - -

S.T.D. mg/L 500 93 140 57 104 137 -

Sat. de O.D. mg/L - 8,0 8,0 8,3 8,1 8,0 -

% Sat. de O.D. % - 39 26 60 40 26 -

Padrões estabelecidos para o ano de 2001 em Resolução CONAMA nº 20/86

Monitoramento – Bacia hidrográfica do rio Beberibe. Ano: 2001

Estação: BE2-11 Classe: 2

Local: Antiga captação da COMPESA, em Caixa D’Água, na cidade de Olinda.

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SERAFIM-FILHO, G.L. 2012. Diagnóstico da qualidade das águas, percepção de...

37

jardins, campos de esporte e lazer, com os quais o público possa vir a ter contato direto;

e e) à aquicultura e à atividade de pesca (CONAMA 357, 2005).

Os dados fora de classe para a estação BE2-11, como alteração no pH, oxigênio

dissolvido, demanda bioquímica de oxigênio, amônia, fósforo e coliformes fecais

podem estar associados ao carreamento de terras agrícolas adubadas e a lançamento de

esgotos, não necessariamente no trecho da estação BE2-11, no entanto as cargas

provavelmente podem ter sido carreadas e captadas pelo corpo d’água de áreas

circunvizinhas.

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SERAFIM-FILHO, G.L. 2012. Diagnóstico da qualidade das águas, percepção de...

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6.2 ESTAÇÃO BE2-30 (PONTE NA ESTRADA DO CUMBE)

As águas da estação BE2-30 também estão classificadas em classe 2, de acordo

com Resolução CONAMA 357/2005, os parâmetros monitorados com dados fora de

classe foram: oxigênio dissolvido, demanda bioquímica de oxigênio, amônia, fósforo e

coliformes fecais, com valores fora do padrão estabelecido.

Considerando o desenho experimental de execução para o monitoramento

desenvolvido pelo CPRH, que consiste em coleta bimensal para o conjunto básico

(temperatura, pH, oxigênio dissolvido, demanda bioquímica de oxigênio, condutividade

elétrica, cloreto, amônia e fósforo) e quadrimensal para coliformes fecais, podendo ser

observado no quadro 2, que os parâmetros encontram-se fora de padrão em todas as

coletas, sugerindo constante a frequência para os dados monitorados na estação BE2-30.

Quadro 2 – Variações dos parâmetros do monitoramento da bacia hidrográfica do Rio

Beberibe na estação BE2-30, valores em vermelho indicam resultados fora de classe. Dados

extraídos e adaptados de CPRH, 2001.

Parâmetro

Unid.

Padrão

Meses das coletas

Fev.

01/02

11:35

Abr.

05/04

10:30

Jun.

13/06

9:30

Ago.

02/08

10:20

Out.

10/10

10:10

Dez.

04/12

10:00

Temperatura ºC - 28,5 28,0 26,0 25,0 29,0 29,0

pH - 6 – 9 6,7 6,7 6,6 6,9 6,3 6,6

O.D. mg/L > 5 0,0 0,0 2,6 0,0 0,0 0,0

D.B.O. mg/L < 5 36,2 23,8 12,6 27,3 87,6 23,2

Cond. Elét. µS/cm - 458 374 312 233 438 428

Cloreto mg/L 250 73 66 40 36 60 61,8

Amônia mg/L 0,5 14,0 12,1 2,35 - - -

Fósforo mg/L 0,025 1,3 1,0 0,47 1,94 1,34 1,47

Coli. Fecais NMP/100 ml 1000 - 17000 - 7000 - 160000

S.T.D. mg/L 500 305 249 208 155 292 285

Sat. de O.D. mg/L - 7,8 7,8 8,1 8,3 7,7 7,7

% Sat. de O.D. % - 0 0 32 0 0 0

Padrões estabelecidos para o ano de 2001 em Resolução CONAMA nº 20/86

Monitoramento – Bacia hidrográfica do rio Beberibe. Ano: 2001

Estação: BE2-30 Classe: 2

Local: Rio Morno, na ponte na estrada do Cumbe, acesso à Linha do Tiro.

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SERAFIM-FILHO, G.L. 2012. Diagnóstico da qualidade das águas, percepção de...

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6.3 ESTAÇÃO BE3-35 (PONTE DA RUA DALVA DE OLIVEIRA)

As águas da estação BE3-35 possuem enquadramento na classe 3, de acordo

com Resolução CONAMA 357/05, são águas destinadas: a) ao abastecimento para

consumo humano, após tratamento convencional ou avançado; b) à irrigação de culturas

arbóreas, cerealíferas e forrageiras; c) à pesca amadora; d) à recreação de contato

secundário; e e) à dessedentação de animais (CONAMA 357, 2005).

Os padrões estabelecidos nos parâmetros analisados para as águas enquadradas

na classe 3, possuem limites maiores para oxigênio dissolvido, demanda bioquímica de

oxigênio e coliformes fecais, ainda assim, os dados para estes parâmetros estão fora do

padrão estabelecido (Quadro 3). Por se tratar de uma estação próxima a indústria e

servir como receptora de efluentes industriais, tais situações possam vir ser o

responsável pela poluição causada no trecho do recurso hídrico, ainda da drenagem de

fontes alóctones, que contribuem com o aumento da carga poluidora na estação BE3-35.

Fontes alóctones, nada mais são que cargas carreadas para um lugar distinto de sua

origem.

Quadro 3 – Variações dos parâmetros do monitoramento da bacia hidrográfica do Rio

Beberibe na estação BE3-35, valores em vermelho indicam resultados fora de classe. Dados

extraídos e adaptados de CPRH, 2001.

Parâmetro

Unid.

Padrão

Meses das coletas

Fev.

01/02

12:20

Abr.

05/04

11:30

Jun.

13/06

10:40

Ago.

02/08

11:10

Out.

10/10

11:20

Dez.

04/12

11:00

Temperatura ºC - 29,0 28,0 25,0 26,0 28,0 29,0

pH - 6 – 9 6,7 6,5 6,6 6,8 6,2 6,7

O.D. mg/L > 4 0,9 1,0 3,6 0,0 1,3 1,1

D.B.O. mg/L < 10 20,3 15,4 9,5 32,6 19,3 13,1

Cond. Elét. µS/cm - 328 338 136 256 330 364

Cloreto mg/L 250 54 51 19 36 47 52

Amônia mg/L 0,5 20,5 7,5 0,9 - - -

Fósforo mg/L 0,025 0,98 0,69 0,80 1,48 0,88 1,16

Coli. Fecais NMP/100 ml 4000 - 3100 - 9000 - 160000

S.T.D. mg/L 500 219 225 90 171 220 243

Sat. de O.D. mg/L - 7,7 7,8 8,3 8,1 7,8 7,7

% Sat. de O.D. % - 12 13 43 0 17 14

Padrões estabelecidos para o ano de 2001 em Resolução CONAMA nº 20/86

Monitoramento – Bacia hidrográfica do rio Beberibe. Ano: 2001

Estação: BE3-35 Classe: 3

Local: Rio Beberibe, na ponte da Rua Dalva de Oliveira, em frente à Indústria de Bebida

Antártica.

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SERAFIM-FILHO, G.L. 2012. Diagnóstico da qualidade das águas, percepção de...

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6.4 ESTAÇÃO BE2-45 (PONTE DA AV. PRESIDENTE KENNEDY)

Na bacia hidrográfica do rio Beberibe, a estação BE2-45 está situada na ponte da

Avenida Presidente Kennedy, na cidade de Olinda, especificamente no Riacho Lava

Tripa. Apresenta valores fora de estabelecido em resolução vigente para o ano de 2001.

A estação está localizada em área de ocupação urbana, comercial e industrial, o

uso da água envolve desde abastecimento público até recepção de efluentes domésticos,

comerciais e industriais, que acarreta no aporte de nutrientes associados ao despejo de

efluentes. Os efluentes despejados provavelmente justificam os elevados níveis dos

parâmetros monitorados fora do padrão (Quadro 4), com exceção do pH que se manteve

dentro de padrão e oxigênio dissolvido, com padrão decretado em uma quantidade > 5

mg/L, e que na estação apresentou valores muito inferiores, tais valores podem estar

correlacionados a alta carga de matéria orgânica que contribuem com a eutrofização

artificial, acarretada pelo enriquecimento de um corpo de água por nutrientes,

principalmente fósforo e nitrogênio (Smith & Schindler, 2009). A eutrofização

influência a proliferação de algas, aumentando a produtividade e biomassa algal, e na

redução da diversidade fitoplanctônica, passando a predominar alguns grupos, como as

cianobactérias (Apeldoorn et al., 2007).

Quadro 4 – Variações dos parâmetros do monitoramento da bacia hidrográfica do Rio

Beberibe na estação BE2-45, valores em vermelho indicam resultados fora de classe. Dados

extraídos e adaptados de CPRH, 2001.

Parâmetro

Unid.

Padrão

Meses das coletas

Fev.

-

-

Abr.

05/04

12:30

Jun.

13/06

11:20

Ago.

02/08

11:50

Out.

10/10

11:40

Dez.

04/12

11:25

Temperatura ºC - - 29,0 26,0 26,0 28,0 30,0

pH - 6 – 9 - 6,9 6,9 6,9 6,5 6,7

O.D. mg/L > 5 - 0,0 1,8 0,8 0,0 0,0

D.B.O. mg/L < 5 - 20,0 26,8 9,3 19,0 24,0

Cond. Elét. µS/cm - - 505 404 435 507 454

Cloreto mg/L 250 - 81 54 60 60 57

Amônia mg/L 0,5 - 15,0 4,0 - - -

Fósforo mg/L 0,025 - 1,57 0,78 0,78 1,16 1,16

Coli. Fecais NMP/100 ml 1000 - 17000 - 160000 - 160000

S.T.D. mg/L 500 - 337 269 290 338 303

Sat. de O.D. mg/L - - 7,7 8,1 8,1 7,8 7,6

% Sat. de O.D. % - - 0 22 10 0 0

Padrões estabelecidos para o ano de 2001 em Resolução CONAMA nº 20/86

Monitoramento – Bacia hidrográfica do rio Beberibe. Ano: 2001

Estação: BE2-45 Classe: 2

Local: Riacho Lava Tripa, na ponte da Av. Presidente Kennedy.

Page 41: Diagnóstico da qualidade das águas, percepção de riscos por lançamento de esgotos sanitários e avaliação dos impactos na bacia hidrográfica do rio beberibe

SERAFIM-FILHO, G.L. 2012. Diagnóstico da qualidade das águas, percepção de...

41

6.5 ESTAÇÃO BE3-50 (PONTE DE ACESSO A PEIXINHOS)

A estação BE3-50, situada na divisa das cidades de Olinda e Recife, após

receber o Canal Vasco da Gama, na ponte de acesso a Peixinhos, possui as águas

enquadradas na classe 3. Os padrões: oxigênio dissolvido, demanda bioquímica de

oxigênio, amônia, fósforo e coliformes fecais apresentaram resultados fora do padrão

praticamente para todas as coletas, com exceção da leitura para demanda bioquímica de

oxigênio em junho, que apresentou valor igual a 4,7 mg/L de D.B.O., com padrão

estabelecido em <10 mg/L para águas de classe 3, estabelecido em Resolução

CONAMA vigente para a época.

Os valores fora de classe para os parâmetros observados (Quadro 5), não

diferentes das outras estações, indicam poluição por lançamento de efluentes

domésticos, de acordo com o CPRH essas poluições são oriundas de bairros da cidade

de Olinda e Recife, tendo suas cargas poluidoras constantemente drenadas para o trecho

do rio Beberibe que por sua vez compõe a bacia hidrográfica do Rio Beberibe, trecho

antes de desaguar no oceano atlântico.

Quadro 5 – Variações dos parâmetros do monitoramento da bacia hidrográfica do Rio

Beberibe na estação BE3-50, valores em vermelho indicam resultados fora de classe. Dados

extraídos e adaptados de CPRH, 2001.

Parâmetro

Unid.

Padrão

Meses das coletas

Fev.

01/02

13:00

Abr.

05/04

12:00

Jun.

13/06

11:50

Ago.

02/08

12:40

Out.

10/10

12:30

Dez.

04/12

12:10

Temperatura ºC - 29,0 30,0 26,0 27,0 29,0 29,0

pH - 6 – 9 5,4 6,8 6,8 6,8 6,3 6,8

O.D. mg/L > 4 1,3 1,4 1,6 0,0 0,0 0,0

D.B.O. mg/L < 10 13,9 12,4 4,7 17,8 49,9 16,5

Cond. Elét. µS/cm - 438 435 238 347 449 466

Cloreto mg/L 250 62 67 29 51 55 59

Amônia mg/L 0,5 14,3 8,7 3,5 - - -

Fósforo mg/L 0,025 1,19 0,64 0,62 0,97 1,53 1,64

Coli. Fecais NMP/100 ml 4000 - 9000 - 160000 - 160000

S.T.D. mg/L 500 292 290 159 231 299 311

Sat. de O.D. mg/L - 7,7 7,6 8,1 8,0 7,7 7,7

% Sat. de O.D. % - 17 18 20 0 0 0

Padrões estabelecidos para o ano de 2001 em Resolução CONAMA nº 20/86

Monitoramento – Bacia hidrográfica do rio Beberibe. Ano: 2001

Estação: BE3-50 Classe: 3

Local: Rio Beberibe, após receber o Canal Vasco da Gama, na ponte de acesso a Peixinhos.

Page 42: Diagnóstico da qualidade das águas, percepção de riscos por lançamento de esgotos sanitários e avaliação dos impactos na bacia hidrográfica do rio beberibe

SERAFIM-FILHO, G.L. 2012. Diagnóstico da qualidade das águas, percepção de...

42

6.6 RESULTADOS E DISCUSSÃO

Para o ano de 2001, as estações monitoradas na bacia hidrográfica do rio

Beberibe, de forma bimestral para o conjunto básico e quadrimestral para coliformes

fecais, apresentaram valores para pH, oxigênio dissolvido, demanda bioquímica de

oxigênio, amônia, fósforo e coliformes fecais, em sua maioria fora do padrão

estabelecido.

Tanto a ocupação do solo, quanto o uso da água na bacia hidrográfica do rio

Beberibe contribuem para o não enquadramento no padrão estabelecido, uma vez que o

solo é ocupado por áreas urbanas e industriais, ainda, de atividades envolvendo a

policultura, tendo o uso das águas voltado ao abastecimento público, recepção de

efluentes domésticos e efluentes industriais (CPRH, 2001).

Trechos dos principais constituintes da bacia hidrográfica do rio Beberibe,

recebem cargas poluidoras diariamente, tais cargas oriundas das ocupações urbanas

devido ao baixo índice de saneamento ambiental e ineficiente rede coletora de esgotos,

associada a cargas poluidoras de atividades industriais contribuem de forma direta com

a perda da qualidade das águas, sendo necessárias ações públicas com a iniciativa de

mitigar os efeitos causados nos recursos hídricos que constituem a bacia hidrográfica do

rio Beberibe.

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SERAFIM-FILHO, G.L. 2012. Diagnóstico da qualidade das águas, percepção de...

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7. BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO BEBERIBE (2002)

Seguem os parâmetros verificados no relatório para o ano de 2002: aspecto da

água, materiais flutuantes, óleos e graxas, vegetação, condições do tempo, poluição por

esgoto, resíduo sólido, temperatura (°C), pH, oxigênio dissolvido (O.D. mg/L),

demanda bioquímica de oxigênio (D.B.O. mg/L), condutividade elétrica (C.E. µS/cm),

cloreto (mg/L), fósforo (mg/L), coliformes fecais (NMP/100ml) e salinidade (0/00). Os

dados foram obtidos nas estações BE-11 (COMPESA, Caixa D’água), BE-30 (Ponte na

estrada do Cumbe), BE-35 (Ponte da Rua Dalva de Oliveira), BE-45 (Ponte da Avenida

Presidente Kennedy) e BE-50 (Ponte de acesso a Peixinhos), por um período de 12

meses, sendo a coleta com frequência bimestral para o conjunto básico (temperatura, ph,

O.D., D.B.O., C.E., cloreto, fósforo e salinidade), e quadrimestral para coliformes

fecais.

É importante salientar que as estações de monitoramento, executada pela

Agência Estadual de Meio Ambiente, tem as definições dos locais de amostragem

justificada no objetivo envolvido, levando em consideração a avaliação do desempenho

do sistema de tratamento, atendimento aos padrões estabelecidos na legislação vigente,

obtenção de informações para elaboração de um sistema de tratamento das águas de

forma adequada, implantação de medidas de prevenção à poluição (ANA, 2011).

De acordo com a Agência Nacional de Águas, os efluentes líquidos podem ser

classificados de acordo com sua origem em: a) efluentes industriais, b) efluentes

industriais em esgotos domésticos, c) efluentes de plantas de incineração de resíduos

sólidos e d) efluentes percolados gerados em aterros sanitários e industriais (ANA,

2011).

É perceptível que o tipo de efluente captado pelos corpos d’água que compõe a

bacia hidrográfica do rio Beberibe, são considerados efluentes mistos (industriais e

domésticos), a presença de efluentes industriais misturados ao esgoto doméstico

necessitam de cuidados quanto aos parâmetros adotados para o monitoramento.

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SERAFIM-FILHO, G.L. 2012. Diagnóstico da qualidade das águas, percepção de...

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7.1 ESTAÇÃO BE-11 (COMPESA, CAIXA D’ÁGUA)

Mesmo que não estabelecido a classe para os meses de fevereiro, abril, junho e

agosto, a estação BE-11 possui suas águas enquadradas na classe 2, justificado pela teor

de salinidade mensurados nos meses de outubro e dezembro. O aspecto da água

manteve-se turvo ao logo do ano, com materiais flutuantes ausentes nos meses de junho

e agosto e presente para os demais, óleos e graxas estiveram ausentes em todas as

coletas, a vegetação esparsa e intensa pode estar associada ao processo de revitalização

da estação monitorada, condições do tempo oscilaram ao longo do ano, tendo coletas

com tempo ensolarado, encoberto e de chuva intensa, o que explica o alto índice de

oxigênio dissolvido no mês junho, por consequência a demanda bioquímica de oxigênio

também se manteve dento do padrão, para os demais meses O.D. e D.B.O.,

apresentaram valores fora do padrão, o mesmo foi observado para a carga de fósforo

nos meses de agosto, setembro e outubro, coliformes fecais apresentaram limites

excedido nos meses de agosto e dezembro (Quadro 6).

Quadro 6 – Variações dos parâmetros do monitoramento da bacia hidrográfica do Rio

Beberibe na estação BE-11, valores em vermelho indicam resultados fora de classe. Dados

extraídos e adaptados de CPRH, 2002.

Parâmetro

Unid.

Meses das coletas

Fev.

07/02

10:15

Abr.

04/04

10:40

Jun.

06/06

12:05

Ago.

07/08

10:30

Out.

09/10

10:05

Dez.

02/12

12:15

Aspecto da água - T T T T T T

Materiais Flutuantes - P P A A P P

Óleos e Graxas - A A A A A A

Vegetação - VE VI VI VI VI VI

Condições do Tempo - ENS ENC CHI ENS ENC ENS

Poluição por Esgoto - A P A A A A

Resíduo Sólido - P P A A P P

Temperatura ºC 27 29 26 28 26 26

pH - 5,7 6,5 7,1 6,2 6,2 6,2

O.D. mg/L 1,1 0,5 5,7 1,9 0,9 2,3

D.B.O. mg/L 6,9 18,2 2,7 5,4 7,5 9,6

Cond. Elét. µS/cm 222 253 95 179 193 216

Cloreto mg/L 29 33 11 25 27 29

Fósforo mg/L - - - 0,33 0,35 0,52

Coli. Fecais NMP/100ml - 600 - 160000 - 160000

Salinidade 0/00 - - - - 0,1 0,1

Classe - - - - - 2 2

L=Límpido, T=Turvo, A=Ausente, P=Presente, VE=Esparsa, VI=Intensa, ENS=Ensolarado,

ENC=Encoberto, CHI=Chuva intensa.

Monitoramento – Bacia hidrográfica do rio Beberibe. Ano: 2002

Estação: BE-11

Local: Rio Beberibe, na captação da COMPESA, em Caixa D’Água.

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SERAFIM-FILHO, G.L. 2012. Diagnóstico da qualidade das águas, percepção de...

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7.2 ESTAÇÃO BE-30 (PONTE NA ESTRADA DO CUMBE)

Os parâmetros pH, oxigênio dissolvido, demanda bioquímica de oxigênio,

fósforo e coliformes fecais apresentaram valores fora de padrão, as águas da estação

BE-30 estão enquadradas na classe 2, o aspecto da água manteve-se turvo em todo o

ano, com matérias flutuantes ausentes apenas para o mês de junho, óleos e graxas

sempre ausentes, vegetação intensa e esparsa ao longo do ano, indicando possibilidade

de revitalização e capinamento com mais frequência; condições do tempo de ensolarado

a encoberto e com chuva intensa, a poluição por esgoto foi observada na estação em

todas as coletas, resíduo sólido ausente em junho e presente nos demais meses, a

temperatura apresentou mínima de 25°C e máxima de 30°C, pH com valores dentro do

padrão para os meses de abril, junho, outubro e dezembro, com valores < 6 em fevereiro

e agosto, oxigênio dissolvido, demanda bioquímica de oxigênio e fósforo totalmente

fora de classe, coliformes fecais apresentaram limites > 1000 NMP/100ml, estando

também fora do padrão estabelecido (Quadro 7).

Quadro 7 – Variações dos parâmetros do monitoramento da bacia hidrográfica do Rio

Beberibe na estação BE-30, valores em vermelho indicam resultados fora de classe. Dados

extraídos e adaptados de CPRH, 2002.

Parâmetro

Unid.

Meses das coletas

Fev.

07/02

09:40

Abr.

04/04

10:20

Jun.

06/06

12:40

Ago.

07/08

14:00

Out.

09/10

09:30

Dez.

02/12

12:30

Aspecto da água - T T T T T T

Materiais Flutuantes - P P A P P P

Óleos e Graxas - A A A A A A

Vegetação - VI VE VI VE VI VI

Condições do Tempo - ENS ENC CHI ENC ENC ENS

Poluição por Esgoto - P P A P P P

Resíduo Sólido - P P A P P P

Temperatura ºC 28 30 25 28 25 30

pH - 5,8 6,6 6,9 5,9 6,6 6,2

O.D. mg/L 0,0 0,6 4,6 1,5 1,6 1,3

D.B.O. mg/L 19,0 41,7 9,2 10,7 23,1 22,9

Cond. Elét. µS/cm 430 375 116 416 364 410

Cloreto mg/L 59 56 11 58 49 55

Fósforo mg/L - - - 0,88 1,09 1,08

Coli. Fecais NMP/100ml - 810 - 160000 - 160000

Salinidade 0/00 - - - - 0,2 0,2

Classe - - - - - 2 2

L=Límpido, T=Turvo, A=Ausente, P=Presente, VE=Esparsa, VI=Intensa, ENS=Ensolarado,

ENC=Encoberto, CHI=Chuva intensa.

Monitoramento – Bacia hidrográfica do rio Beberibe. Ano: 2002

Estação: BE-30

Local: Rio Morno, na ponte na estrada do Cumbe, acesso à Linha do Tiro.

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7.3 ESTAÇÃO BE-35 (PONTE DA RUA DALVA DE OLIVEIRA)

Como observado no quadro 8, o aspecto da água manteve-se turvo ao longo do

ano, com materiais flutuantes presentes nos meses de fevereiro, abril, agosto, outubro e

dezembro, ausente no mês de junho, óleos e graxas sempre ausentes, a vegetação na

estação BE-35 apresentou-se hora esparsa, hora intensa, indicando ações de

revitalização no trecho, tempo ensolarado (fevereiro, abril e dezembro), chuva intensa

(junho) e encoberto (agosto e outubro), poluição por esgoto detectável ao longo do ano,

resíduo sólido presente, a temperatura da água atingiu mínima de 26°C e máxima de

30°C, pH com valores fora do padrão para o mês de fevereiro e agosto, oxigênio

dissolvido e demanda bioquímica de oxigênio totalmente fora do padrão, seguido da

carga de fósforo, coliformes fecais com limite excedido para os meses de outubro e

dezembro, vale salientar que as coletas de monitoramento ocorrem de forma bimestral

para o conjunto básico e quadrimestral para coliformes fecais (Quadro 8).

Quadro 8 – Variações dos parâmetros do monitoramento da bacia hidrográfica do Rio

Beberibe na estação BE-35, valores em vermelho indicam resultados fora de classe. Dados

extraídos e adaptados de CPRH, 2002.

Parâmetro

Unid.

Meses das coletas

Fev.

07/02

11:25

Abr.

04/04

11:00

Jun.

06/06

12:35

Ago.

07/08

11:30

Out.

09/10

10:40

Dez.

02/12

11:10

Aspecto da água - T T T T T T

Materiais Flutuantes - P P A P P P

Óleos e Graxas - A A A A A A

Vegetação - VI VE VI VE VI VI

Condições do Tempo - ENS ENS CHI ENC ENC ENS

Poluição por Esgoto - P P A P P P

Resíduo Sólido - P P A P P P

Temperatura ºC 28 30 26 27 26 28

pH - 5,7 6,6 7,0 5,9 6,6 6,3

O.D. mg/L 0,0 0,9 4,0 0,9 0,7 0,0

D.B.O. mg/L 14,5 18,0 8,5 14,2 15,3 13,0

Cond. Elét. µS/cm 327 337 109 313 314 334

Cloreto mg/L 42 47 11 39 39 42

Fósforo mg/L - - - 0,74 0,70 0,79

Coli. Fecais NMP/100ml - 600 - 160000 - 160000

Salinidade 0/00 - - - - 0,2 0,2

Classe - - - - - 2 2

L=Límpido, T=Turvo, A=Ausente, P=Presente, VE=Esparsa, VI=Intensa, ENS=Ensolarado,

ENC=Encoberto, CHI=Chuva intensa.

Monitoramento – Bacia hidrográfica do rio Beberibe. Ano: 2002

Estação: BE-35

Local: Rio Beberibe, na ponte da Rua Dalva de Oliveira, em frente à Indústria de bebidas

Antártica.

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7.4 ESTAÇÃO BE-45 (PONTE DA AVENIDA PRESIDENTE KENNEDY)

As variações dos parâmetros na estação BE-45 (Quadro 9), traz resultados

diferenciados das outras estações, não houve coleta para o mês de fevereiro, o aspecto

da água se manteve turvo ao longo do ano, com materiais flutuantes presentes (abril,

agosto, outubro e dezembro), e ausentes (junho), óleos e graxas sempre ausentes,

vegetação esparsa (abril e agosto), e intensa (junho, outubro e dezembro), tempo

ensolarado (abril e dezembro), com chuva intensa em junho, e tempo encoberto (agosto

e outubro), poluição por esgoto presente nos meses de abril, agosto e dezembro, ausente

nos meses de junho e outubro, provavelmente por ações das chuvas, resíduos sólidos

ausente em junho, e presente para os demais meses do ano, a temperatura apresentou

mínima de 26°C e máxima de 31°C, o pH e oxigênio dissolvido com valores dentro do

padrão em todas as coletas, ao contrário da demanda bioquímica de oxigênio que

apresentou valores dentro do padrão apenas para o mês de junho, a carga de fósforo

ultrapassou 0,050 mg/L em todas as coletas, coliformes fecais com limite excedido.

Quadro 9 – Variações dos parâmetros do monitoramento da bacia hidrográfica do Rio

Beberibe na estação BE-45, valores em vermelho indicam resultados fora de classe. Dados

extraídos e adaptados de CPRH, 2002.

Parâmetro

Unid.

Meses das coletas

Fev.

-

-

Abr.

04/04

11:15

Jun.

06/06

13:00

Ago.

07/08

12:15

Out.

09/10

11:25

Dez.

02/12

10:45

Aspecto da água - - T T T T T

Materiais Flutuantes - - P A P P P

Óleos e Graxas - - A A A A A

Vegetação - - VE VI VE VI VI

Condições do Tempo - - ENS CHI ENC ENC ENS

Poluição por Esgoto - - P A P A P

Resíduo Sólido - - P A P P P

Temperatura ºC - 31 26 29 26 30

pH - - 7,0 6,8 6,5 6,1 6,3

O.D. mg/L - 0,8 4,2 1,0 1,2 1,5

D.B.O. mg/L - 21,8 4,7 10,0 19,9 19,1

Cond. Elét. µS/cm - 432 173 429 418 419

Cloreto mg/L - 56 18 54 55 56

Fósforo mg/L - - - 0,89 0,64 0,84

Coli. Fecais NMP/100ml - 7000 - 160000 - 3800

Salinidade 0/00 - - - - 0,2 0,2

Classe - - - - - 2 2

L=Límpido, T=Turvo, A=Ausente, P=Presente, VE=Esparsa, VI=Intensa, ENS=Ensolarado,

ENC=Encoberto, CHI=Chuva intensa.

Monitoramento – Bacia hidrográfica do rio Beberibe. Ano: 2002

Estação: BE-45

Local: Riacho Lava Tripa, na ponte da Av. Presidente Kennedy.

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7.5 ESTAÇÃO BE-50 (PONTE DE ACESSO A PEIXINHOS)

Para a estação BE-50 (Quadro 10), dos parâmetros obtidos, pH, oxigênio

dissolvido, demanda bioquímica de oxigênio, fósforo e coliformes fecais, apresentaram

valores fora do padrão, os demais parâmetros analisados estão enquadrados no

estabelecido em resolução. Para a estação BE-50, os parâmetros estabelecidos foram

monitorados em todos os meses do ano, aplicam-se a estação as mesmas observações na

estação anterior, à exceção do seguinte: pH apresentou valor <6 em fevereiro, estando

fora do padrão, oxigênio dissolvido e demando bioquímica de oxigênio estiveram fora

do padrão ao longo de todo o ano, a carga de fósforo com valores superiores ao previsto

em resolução, de 0,050 mg/L de P, e coliformes fecais excede limite tolerado de 1000

NMP/100ml, tendo suas cargas oscilando de 1700 (abril), 160000 (agosto), e 28000

(dezembro).

Quadro 10 – Variações dos parâmetros do monitoramento da bacia hidrográfica do Rio

Beberibe na estação BE-50, valores em vermelho indicam resultados fora de classe. Dados

extraídos e adaptados de CPRH, 2002.

Parâmetro

Unid.

Meses das coletas

Fev.

07/02

11:25

Abr.

04/04

11:30

Jun.

06/06

13:20

Ago.

07/08

12:50

Out.

09/10

12:10

Dez.

02/12

11:35

Aspecto da água - T T T T T T

Materiais Flutuantes - P P P P P P

Óleos e Graxas - A A A A A A

Vegetação - VE VE VE VE VI VI

Condições do Tempo - ENS ENS CHI ENS ENC ENS

Poluição por Esgoto - A P A P P P

Resíduo Sólido - P P P P P P

Temperatura ºC 28 31 26 29 26 30

pH - 5,8 6,9 7,3 6,4 6,6 6,4

O.D. mg/L 0,0 0,0 3,8 0,0 0,0 0,0

D.B.O. mg/L 16,2 28,9 4,9 14,3 18,5 14,9

Cond. Elét. µS/cm 491 418 111 406 416 418

Cloreto mg/L 55 54 11 49 54 54

Fósforo mg/L - - - 1,02 1,03 1,25

Coli. Fecais NMP/100ml - 1700 - 160000 - 28000

Salinidade 0/00 - - - - 0,2 0,2

Classe - - - - - 2 2

L=Límpido, T=Turvo, A=Ausente, P=Presente, VE=Esparsa, VI=Intensa, ENS=Ensolarado,

ENC=Encoberto, CHI=Chuva intensa.

Monitoramento – Bacia hidrográfica do rio Beberibe. Ano: 2002

Estação: BE-50

Local: Rio Beberibe, após receber o Canal Vasco da Gama, na ponte de acesso a Peixinhos.

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SERAFIM-FILHO, G.L. 2012. Diagnóstico da qualidade das águas, percepção de...

49

7.6 RESULTADOS E DISCUSSÃO

Para o ano de 2002, as estações foram monitoradas de forma bimestral para o

conjunto básico (temperatura, pH, oxigênio dissolvido, demanda bioquímica de

oxigênio, condutividade elétrica, cloreto, fósforo e salinidade), e quadrimestral para

coliformes fecais. Os resultados obtidos e enquadrados no estabelecido para verificar a

qualidade da água da bacia hidrográfica do rio Beberibe, permite concluir que para os

parâmetros do conjunto base, os valores fora de padrão comprometem a qualidade das

águas dos recursos hídricos constituintes e aponta o lançamento de esgotos domésticos

e industriais como as principais fontes de contaminação, comprovado pelos níveis de

coliformes fecais em todas as estações.

O baixo teor de oxigênio dissolvido, chegando a 0,00 mg/L de O.D., associado a

baixa demanda bioquímica de oxigênio de até 41,4 mg/L de D.B.O., corroboram tais

conclusões, uma vez que esses parâmetros e seus limites sofrem influência direta

quando há entrada de matéria orgânica, contribuindo para baixar a concentração de

oxigênio dissolvido na água (ANA, 2011; Smith & Schindler, 2009; Silva et al., 2000).

As cargas de fósforo ao longo do ano e em todas as estações, apresentam valores

superiores a 0,050 mg/L para as águas enquadradas na classe 2, altas cargas de fósforo

unidas a cargas de nitrogênio contribuem com a eutrofização artificial de um corpo

d’água, a eutrofização resulta no aumento de produtividade da comunidade

fitoplanctônica, passando a predominar alguns grupos, como as cianobactérias, com

potencial capacidade de lançar no meio hídrico as cianotoxinas (Apeldoorn et al., 2007).

Logo, pode-se afirmar que as águas que constituíram a bacia hidrográfica do rio

Beberibe em 2002, encontraram-se comprometidas e houve lançamentos de esgoto

doméstico em toda a sua extensão, seguido de lançamentos de efluentes industriais em

partes, percebidos em algumas estações e comprovado pelo uso da água, que tem seu

fim tanto para abastecimento, quanto para recepção de efluentes, estes sendo de

natureza doméstica e industrial.

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SERAFIM-FILHO, G.L. 2012. Diagnóstico da qualidade das águas, percepção de...

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8. BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO BEBERIBE (2003)

Seguem os parâmetros verificados no relatório para o ano de 2003: aspecto da

água, materiais flutuantes, óleos e graxas, vegetação, condições do tempo, poluição por

esgoto, resíduo sólido, temperatura (°C), pH, oxigênio dissolvido (O.D. mg/L),

demanda bioquímica de oxigênio (D.B.O. mg/L), condutividade elétrica (C.E. µS/cm),

cloreto (mg/L), fósforo (mg/L), coliformes fecais (NMP/100ml) e salinidade (0/00). Os

dados foram obtidos nas estações BE-11 (COMPESA, Caixa D’água), BE-30 (Ponte na

estrada do Cumbe), BE-35 (Ponte da Rua Dalva de Oliveira), BE-45 (Ponte da Avenida

Presidente Kennedy) e BE-50 (Ponte de acesso a Peixinhos), por um período de 12

meses, sendo a coleta com frequência bimestral para o conjunto básico (temperatura, ph,

O.D., D.B.O., C.E., cloreto, fósforo e salinidade), e quadrimestral para coliformes

fecais.

Os parâmetros aqui comentados, as luzes das resoluções vigentes para a época,

correlacionadas com as resoluções mais atuais, no que diz respeito à qualidade da água

dos corpos constituintes da bacia hidrográfica do rio Beberibe, permitem de forma

respaldada no monitoramento exercido pela Agência Estadual de Meio Ambiente,

compreender o comportamento limnológico e funcionalidade das águas do rio Beberibe,

tendo em vista que as atividades próximas a bacia, vão desde produtos alimentares,

química, produtos farmacêuticos/veterinário, bebidas, papel/papelão, metalúrgica, ainda,

perfumes, sabões e velas (CPRH, 2003).

As águas monitoradas possuem o enquadramento na classe 2, para águas doces

em todas as estações, destinadas: a) ao abastecimento para consumo humano, após

tratamento convencional; b) à proteção das comunidades aquáticas e c) à recreação de

contato primário, tais como natação, esqui aquático e mergulho, conforme Resolução

CONAMA no 274, de 2000; revogada pela Resolução CONAMA 357, de 2005.

A seguir estão discutidos os parâmetros e a correspondência ao padrão esperado

em cada estação de monitoramento para o ano de 2003, os dados foram agrupados em

quadros e valores fora de classe, estão indicados em vermelho.

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8.1 ESTAÇÃO BE-11 (COMPESA, CAIXA D’ÁGUA)

De acordo com o quadro 11, o aspecto da água apresentou-se turvo ao longo de

todo o ano, com materiais flutuantes presente nos meses de fevereiro, junho e agosto, e

ausente nos meses de abril, outubro e dezembro, óleos e graxas sempre ausente na

estação BE-11 no ano de 2003, predominância da vegetação esparsa, vegetação intensa

observada apenas no mês de fevereiro, condições do tempo sempre ensolarado nos

meses e datas em que foram realizadas as coletas, a poluição por esgoto esteve presente

nos meses de fevereiro, abril, junho, agosto, outubro, estando ausente apenas para o mês

de dezembro, foi observado a presença de resíduo solido nos meses de fevereiro, junho

e agosto, e ausente para os demais meses, a temperatura da água apresentou mínima de

25°C, e máxima de 28°C, pH apresentou valores fora de classe apenas para o mês de

dezembro, a demanda de oxigênio dissolvido também apresentou valores fora de classe

nos meses de fevereiro, abril, junho e agosto, e limite excedido da demanda bioquímica

de oxigênio em fevereiro e abril, as cargas de fósforo e coliformes fecais também

apresentaram valores fora do padrão, demais parâmetros seguem no estabelecido.

Quadro 11 – Variações dos parâmetros do monitoramento da bacia hidrográfica do Rio

Beberibe na estação BE-11, valores em vermelho indicam resultados fora de classe. Dados

extraídos e adaptados de CPRH, 2003.

Parâmetro

Unid.

Meses das coletas

Fev.

05/02

10:10

Abr.

03/04

10:35

Jun.

06/06

10:35

Ago.

14/08

10:10

Out.

02/10

10:15

Dez.

02/12

09:50

Aspecto da água - T T T T T T

Materiais Flutuantes - P A P P A A

Óleos e Graxas - A A A A A A

Vegetação - VI VE VE VE VE VE

Condições do Tempo - ENS ENS ENS ENS ENS ENS

Poluição por Esgoto - P P P P P A

Resíduo Sólido - P A P P A A

Temperatura ºC 27 28 26 25 25 25

pH - 6,2 6,3 6,6 6,7 6,3 5,6

O.D. mg/L 1,6 1,0 3,0 0,6 7,4 8,0

D.B.O. mg/L 8,4 11,4 4,4 4,5 2,0 3,2

Cond. Elét. µS/cm 272 279 281 207 64 61

Cloreto mg/L 29 34 33 28 13 12

Fósforo mg/L 0,60 0,79 0,59 0,39 ND ND

Coli. Fecais NMP/100ml - - - 160000 - 200

Salinidade 0/00 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1

Classe - 2 2 2 2 2 2

T=Turvo, A=Ausente, P=Presente, VE=Esparsa, VI=Intensa, ENS=Ensolarado

Monitoramento – Bacia hidrográfica do rio Beberibe. Ano: 2003

Estação: BE-11

Local: Rio Beberibe, na captação da COMPESA, em Caixa D’Água.

Page 52: Diagnóstico da qualidade das águas, percepção de riscos por lançamento de esgotos sanitários e avaliação dos impactos na bacia hidrográfica do rio beberibe

SERAFIM-FILHO, G.L. 2012. Diagnóstico da qualidade das águas, percepção de...

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8.2 ESTAÇÃO BE-30 (PONTE NA ESTRADA DO CUMBE)

Na estação BE-30 (Quadro 12), o aspecto da água sempre turvo, materiais

flutuantes ausentes no mês de abril e presente para os demais meses, óleos e graxas não

observados, vegetação intensa no mês de fevereiro, e esparsa nos demais meses (abril,

junho, agosto, outubro e dezembro), condições do tempo ensolarado em todas as

coletas, poluição por esgoto sempre presente, seguido da presença de resíduo sólidos,

observado ausente apenas no mês de abril, a temperatura da água atingiu mínima de

26°C e máxima de 29°C, o pH apresentou valores dentro do padrão em todas as coletas,

já oxigênio dissolvido e demanda bioquímica de oxigênio, com valores fora de classe ao

longo do ano, seguido de fósforo e coliformes fecais que também apresentam valores

fora do estabelecido, demais parâmetros apresentaram valores dentro do padrão para

águas doces de classe 2.

Quadro 12 – Variações dos parâmetros do monitoramento da bacia hidrográfica do Rio

Beberibe na estação BE-30, valores em vermelho indicam resultados fora de classe. Dados

extraídos e adaptados de CPRH, 2003.

Parâmetro

Unid.

Meses das coletas

Fev.

05/02

09:45

Abr.

03/04

10:10

Jun.

06/06

10:00

Ago.

14/08

09:30

Out.

02/10

09:40

Dez.

02/12

09:05

Aspecto da água - T T T T T T

Materiais Flutuantes - P A P P P P

Óleos e Graxas - A A A A A A

Vegetação - VI VE VE VE VE VE

Condições do Tempo - ENS ENS ENS ENS ENS ENS

Poluição por Esgoto - P P P P P P

Resíduo Sólido - P A P P P P

Temperatura ºC 27 28 26 26 28 29

pH - 6,1 6,3 6,4 6,9 7,1 6,6

O.D. mg/L 0,8 0,4 1,4 0,0 0,0 0,0

D.B.O. mg/L 14,0 18,7 13,5 19,2 17,9 10,3

Cond. Elét. µS/cm 465 517 428 420 412 428

Cloreto mg/L 52 75 61 60 59 52

Fósforo mg/L 1,01 1,36 1,39 1,64 1,60 1,53

Coli. Fecais NMP/100ml - - - 30000 - 160000

Salinidade 0/00 0,2 0,3 0,2 0,2 0,2 0,2

Classe - 2 2 2 2 2 2

T=Turvo, A=Ausente, P=Presente, VE=Esparsa, VI=Intensa, ENS=Ensolarado

Monitoramento – Bacia hidrográfica do rio Beberibe. Ano: 2003

Estação: BE-30

Local: Rio Morno, na ponte da estrada do Cumbe, acesso à Linha do Tiro.

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SERAFIM-FILHO, G.L. 2012. Diagnóstico da qualidade das águas, percepção de...

53

8.3 ESTAÇÃO BE-35 (PONTE DA RUA DALVA DE OLIVEIRA)

Para a estação BE-35 (Quadro 13), aspecto da água sempre turvo, com materiais

flutuantes ausente no mês de abril e presente para os demais meses, óleos e graxas

presente apenas no mês de agosto, vegetação intensa no mês de fevereiro, e esparsa para

os demais meses, condições de tempo sempre ensolarado, poluição por esgoto presente

em todas as coletas, resíduo sólido predomina, ausente apenas para o mês de abril, a

temperatura da água atingiu mínima de 26°C e máxima de 29°C, pH com valores acima

de 6 e menor que 9, estando dentro do padrão estabelecido, oxigênio dissolvido e

demanda bioquímica de oxigênio apresentam-se totalmente fora de classe, seguido de

fósforo e coliformes fecais, os demais parâmetros não denunciam inconformidades no

estabelecido, estando dentro dos padrões de classe.

Quadro 13 – Variações dos parâmetros do monitoramento da bacia hidrográfica do Rio

Beberibe na estação BE-35, valores em vermelho indicam resultados fora de classe. Dados

extraídos e adaptados de CPRH, 2003.

Parâmetro

Unid.

Meses das coletas

Fev.

05/02

09:35

Abr.

03/04

11:10

Jun.

06/06

11:00

Ago.

14/08

11:15

Out.

02/10

11:00

Dez.

02/12

11:15

Aspecto da água - T T T T T T

Materiais Flutuantes - P A P P P P

Óleos e Graxas - A A A P A A

Vegetação - VI VE VE VE VE VE

Condições do Tempo - ENS ENS ENS ENS ENS ENS

Poluição por Esgoto - P P P P P P

Resíduo Sólido - P A P P P P

Temperatura ºC 27 29 28 26 28 29

pH - 6,2 6,3 6,5 6,9 7,1 6,7

O.D. mg/L 0,4 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0

D.B.O. mg/L 6,7 17,9 9,5 14,0 13,3 12,3

Cond. Elét. µS/cm 389 385 357 342 365 414

Cloreto mg/L 44 50 48 45 49 48

Fósforo mg/L 0,69 0,84 0,88 0,93 0,89 1,33

Coli. Fecais NMP/100ml - - - 9000 - 160000

Salinidade 0/00 0,2 0,2 0,2 0,2 0,2 0,2

Classe - 2 2 2 2 2 2

T=Turvo, A=Ausente, P=Presente, VE=Esparsa, VI=Intensa, ENS=Ensolarado

Monitoramento – Bacia hidrográfica do rio Beberibe. Ano: 2003

Estação: BE-35

Local: Rio Beberibe, na ponte da Rua Dalva de Oliveira, em frente à Indústria de Bebidas

Antártica.

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SERAFIM-FILHO, G.L. 2012. Diagnóstico da qualidade das águas, percepção de...

54

8.4 ESTAÇÃO BE-45 (PONTE DA AVENIDA PRESIDENTE KENNEDY)

Para a estação BE-45 (Quadro 14), o aspecto da água manteve-se sempre turvo,

com materiais flutuantes ausente no mês de abril e presente para os demais meses, óleos

e graxas sempre ausentes, vegetação intensa no mês de fevereiro, ausente no mês de

abril e esparsa para os demais meses, condições de tempo sempre ensolarado, poluição

por esgoto presente em todas as coletas, resíduo sólido sempre presente, ausente apenas

para o mês de abril, a temperatura da água atingiu mínima de 26°C e máxima de 29°C,

pH com valores acima de 6 e menor que 9, estando dentro do padrão estabelecido,

oxigênio dissolvido e demanda bioquímica de oxigênio apresentam-se totalmente fora

de classe, seguido de fósforo e coliformes fecais, os demais parâmetros não denunciam

inconformidades no estabelecido, estando dentro dos padrões de classe previsto em

resoluções CONAMA para a época.

Quadro 14 – Variações dos parâmetros do monitoramento da bacia hidrográfica do Rio

Beberibe na estação BE-45, valores em vermelho indicam resultados fora de classe. Dados

extraídos e adaptados de CPRH, 2003.

Parâmetro

Unid.

Meses das coletas

Fev.

05/02

09:30

Abr.

03/04

11:55

Jun.

06/06

11:45

Ago.

14/08

12:05

Out.

02/10

11:35

Dez.

02/12

11:55

Aspecto da água - T T T T T T

Materiais Flutuantes - P A P P P P

Óleos e Graxas - A A A A A A

Vegetação - VI VA VE VE VE VE

Condições do Tempo - ENS ENS ENS ENS ENS ENS

Poluição por Esgoto - P P P P P P

Resíduo Sólido - P A P P P P

Temperatura ºC 27 29 28 26 28 29

pH - 6,3 6,3 6,6 6,6 7,1 6,7

O.D. mg/L 0,6 1,0 0,6 0,7 0,0 0,0

D.B.O. mg/L 9,3 16,5 12,6 11,6 16,6 15,2

Cond. Elét. µS/cm 498 440 417 422 415 432

Cloreto mg/L 57 55 54 51 55 55

Fósforo mg/L 0,57 1,05 0,66 0,56 1,13 1,04

Coli. Fecais NMP/100ml - - - 9000 - 160000

Salinidade 0/00 0,2 0,2 0,2 0,2 0,2 0,2

Classe - 2 2 2 2 2 2

T=Turvo, A=Ausente, P=Presente, VE=Esparsa, VI=Intensa, VA=Ausente, ENS=Ensolarado

Monitoramento – Bacia hidrográfica do rio Beberibe. Ano: 2003

Estação: BE-45

Local: Riacho Lava Tripa, na ponte da Av. Presidente Kennedy.

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SERAFIM-FILHO, G.L. 2012. Diagnóstico da qualidade das águas, percepção de...

55

8.5 ESTAÇÃO BE-50 (PONTE DE ACESSO A PEIXINHOS)

De acordo com o quadro 15, o aspecto da água apresentou-se turvo ao longo de

todo o ano, com materiais flutuantes presente nos meses de fevereiro, junho e agosto,

outubro e dezembro, e ausente no mês de abril, óleos e graxas presente apenas na

estação BE-11 no ano de 2003, predominância da vegetação esparsa (agosto, outubro e

dezembro), vegetação ausente nos meses de abril e junho e intensa no mês de fevereiro,

condições do tempo sempre ensolarado, poluição por esgoto sempre presente, foi

observado a ausência de resíduo solido apenas para o mês de abril, a temperatura da

água apresentou mínima de 26°C, e máxima de 30°C, pH apresentou valores dentro do

padrão, a demanda de oxigênio dissolvido apresentou valores totalmente fora de classe,

e limite excedido da demanda bioquímica de oxigênio em todas as coletas, as cargas de

fósforo e coliformes fecais também apresentaram valores fora do padrão, demais

parâmetros seguem o estabelecido, estando dentro dos padrões de classe previsto.

Quadro 15 – Variações dos parâmetros do monitoramento da bacia hidrográfica do Rio

Beberibe na estação BE-50, valores em vermelho indicam resultados fora de classe. Dados

extraídos e adaptados de CPRH, 2003.

Parâmetro

Unid.

Meses das coletas

Fev.

05/02

09:15

Abr.

03/04

13:00

Jun.

06/06

12:35

Ago.

14/08

12:40

Out.

02/10

12:30

Dez.

02/12

12:45

Aspecto da água - T T T T T T

Materiais Flutuantes - P A P P P P

Óleos e Graxas - P A A A A A

Vegetação - VI VA VA VE VE VE

Condições do Tempo - ENS ENS ENS ENS ENS ENS

Poluição por Esgoto - P P P P P P

Resíduo Sólido - P A P P P P

Temperatura ºC 26 30 28 26 29 29

pH - 6,4 6,5 6,6 6,9 7,2 6,8

O.D. mg/L 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0

D.B.O. mg/L 18,0 19,3 14,5 18,8 13,1 24,5

Cond. Elét. µS/cm 993 552 447 420 455 502

Cloreto mg/L 180 73 53 50 60 62

Fósforo mg/L 1,55 1,62 1,30 0,91 1,20 1,67

Coli. Fecais NMP/100ml - - - 7000 - 160000

Salinidade 0/00 0,5 0,3 0,2 0,2 0,2 0,2

Classe - 2 2 2 2 2 2

T=Turvo, A=Ausente, P=Presente, VE=Esparsa, VI=Intensa, ENS=Ensolarado

Monitoramento – Bacia hidrográfica do rio Beberibe. Ano: 2003

Estação: BE-50

Local: Rio Beberibe, após receber o canal Vasco da Gama, na ponte de acesso a Peixinhos.

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SERAFIM-FILHO, G.L. 2012. Diagnóstico da qualidade das águas, percepção de...

56

8.6 RESULTADOS E DISCUSSÃO

Para o ano de 2003, as estações foram monitoradas de forma bimestral para o

conjunto básico (temperatura, pH, oxigênio dissolvido, demanda bioquímica de

oxigênio, condutividade elétrica, cloreto, fósforo e salinidade), e quadrimestral para

coliformes fecais. Os resultados obtidos e enquadrados no estabelecido para verificar a

qualidade da água da bacia hidrográfica do rio Beberibe, permite concluir que para os

parâmetros do conjunto base, os valores fora de padrão comprometem a qualidade das

águas dos recursos hídricos constituintes e aponta o lançamento de esgotos domésticos e

industriais, como as principais fontes de contaminação, comprovado pelos níveis de

coliformes fecais em todas as estações.

A partir dos dados das estações monitoradas para a qualidade da água na bacia

hidrográfica do rio Beberibe, pode-se concluir que a qualidade da água nos trechos

monitorados indicam que os recursos hídricos constituintes da bacia encontra-se

comprometido na extensão monitorada, conclusão esta respaldada nos baixos índices de

oxigênio dissolvido, chegando a 0,00 mg/L em vários pontos de estações distintas e este

valor se repetindo ao longo do ano, ainda dos altos valores da demanda bioquímica de

oxigênio, uma vez que para águas doces de classe 2, ensaios recomendados pelo

CONAMA, estabelece em 5 dias a 20°C – até 5mg/L de O2.

O limite de coliformes fecais para águas de classe 2, não deve ser excedido em

1000 NMP/100ml, valores apresentados para cada estação ultrapassa o limite permitido

e condena a qualidade da água, evidenciando a captação de esgoto de origem tanto

doméstica quanto industrial pelos corpos hídricos que constituem a bacia hidrográfica

do rio Beberibe no ano de 2003.

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SERAFIM-FILHO, G.L. 2012. Diagnóstico da qualidade das águas, percepção de...

57

9. BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO BEBERIBE (2004)

Seguem os parâmetros verificados no relatório para o ano de 2004: temperatura

(°C), pH, oxigênio dissolvido (O.D. mg/L), demanda bioquímica de oxigênio (D.B.O.

mg/L), condutividade elétrica (C.E. µS/cm), cloreto (mg/L), turbidez (UNT), cor

(Pt/Co), fósforo (mg/L), coliformes fecais (NMP/100ml), salinidade (0/00), classe,

saturação de oxigênio dissolvido (%), classe de qualidade e pluviometria. Os dados

foram obtidos nas estações BE-11 (COMPESA, Caixa D’água), BE-30 (Ponte na

estrada do Cumbe), BE-35 (Ponte da Rua Dalva de Oliveira), BE-45 (Ponte da Avenida

Presidente Kennedy) e BE-50 (Ponte de acesso a Peixinhos), por um período de 12

meses, sendo a coleta com frequência bimestral para o conjunto básico (temperatura,

pH, O.D., D.B.O., C.E., cloreto, fósforo e salinidade), e quadrimestral para coliformes

fecais. É perceptível que os parâmetros monitoradas na estação sofreram modificações a

medida que as resoluções do CONANA foram revogadas no todo, ou em partes, as

mudanças sofridas no pretendido, visa atender o que solicita as resoluções vigentes para

qualidade da água.

Para o ano de 2004 não foi diferente, o monitoramento das estações passaram a

contar com novos parâmetros: turbidez, cor e saturação de oxigênio dissolvido. A

turbidez trata da transparência de uma amostra de água quanto a presença de material

em suspenção, tidas como partículas coloidais em contato com a água, a presença de

turbidez pode estar associada com a presença de microorganismos, como o fitoplâncton

(Esteves, 1998; Ramírez, 1996). O controle da cor está associado a questões estéticas,

são aplicadas técnicas de remoção e inativação de constituintes refratários aos processos

convencionais de tratamento (CONAMA 357, 2005), a saturação de oxigênio dissolvido

corresponde a porcentagem existente do gás oxigênio (O2) na água de acordo com o

máximo possível, que por sua vez é determinado pela temperatura e pela pressão

(Fiocuri e Benedetti Filho, 2005).

A seguir estão reunidos em quadros os resultados dos parâmetros para cada

estação, valores fora de padrão estão plotados em vermelho. Padrão corresponde ao

valor limite adotado como requisito normativo de um parâmetro de qualidade

(CONAMA 357, 2005).

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SERAFIM-FILHO, G.L. 2012. Diagnóstico da qualidade das águas, percepção de...

58

9.1 ESTAÇÃO BE-11 (COMPESA, CAIXA D’ÁGUA)

MP= Muito Poluído. P= Poluído.

Como observado no quadro 16, a temperatura apresentou mínima de 25°C e

máxima de 28°C, pH com valores oscilando de 5,6 a 6,9, estando fora do padrão nos

meses de junho, agosto e outubro, oxigênio dissolvido apresentou concentração mínima

de 0,0 mg/L (anoxia), e máxima de 7,6 mg/L, valores fora de classe nos meses de

fevereiro, abril, outubro e dezembro, a demanda bioquímica de oxigênio apresentou

valores fora de classe nos meses de fevereiro, abril e outubro, com concentração mínima

de 2,0 mg/L, e máxima de 14,0 mg/L, os parâmetros (condutividade elétrica, cloreto,

turbidez e cor), na sequência, encontram-se com valores aceitáveis, as cargas de fósforo

e coliformes fecais apresentaram valores excedendo o limite em resolução, os

parâmetros (salinidade, classe, saturação de oxigênio dissolvido), tem sua importância

assistida, no entanto não demonstram valores que influencie na qualidade da água na

estação monitorada. Para classe de qualidade, foi constatado como muito poluído a

poluído.

Quadro 16 – Variações dos parâmetros do monitoramento da bacia hidrográfica do Rio

Beberibe na estação BE-11, valores em vermelho indicam resultados fora de classe. Dados

extraídos e adaptados de CPRH, 2004.

Parâmetro

Unid.

Meses das coletas

Fev.

05/02

13:20

Abr.

02/04

09:00

Jun.

02/06

10:00

Ago.

04/08

10:30

Out.

08/10

10:00

Dez.

01/12

09:40

Temperatura °C 25 28 25 26 26 26

pH - 6,1 6,9 5,9 5,6 5,8 6,1

O.D. mg/L 0,8 0,0 7,1 7,6 4,4 2,3

D.B.O. mg/L 6,6 14,0 2,0 2,0 5,9 3,1

Cond. Elétrica µS/cm 202 308 63 - - -

Cloreto mg/L 26 40 13 - - -

Turbidez UNT - - - 18 15 10

Cor Pt/Co - - - 50 100 40

Fósforo mg/L 0,62 1,96 - - - 0,24

Coliformes Fecais NMP/100mL - 160000 - 200 - 160000

Salinidade 0/00 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1

Classe - 2 2 2 2 2 2

Saturação de O.D. % 10 0 86 94 54 28

Classe de Qualidade - MP MP MP MP MP P

Pluviometria mm 270 227 642 170 23 2

Monitoramento – Bacia hidrográfica do rio Beberibe. Ano: 2004

Estação: BE-11

Local: Rio Beberibe, na captação da COMPESA, em Caixa D’Água.

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SERAFIM-FILHO, G.L. 2012. Diagnóstico da qualidade das águas, percepção de...

59

9.2 ESTAÇÃO BE-30 (PONTE NA ESTRADA DO CUMBE)

MP= Muito Poluído.

Para a estação BE-30 (Quadro 17), a temperatura apresentou mínima de 25°C e

máxima de 29°C, pH com valores oscilando de 6,0 a 6,7, estando dentro do padrão

estabelecido ao longo do ano, oxigênio dissolvido apresentou concentração mínima de

0,0 mg/L, e máxima de 0,9 mg/L, valores fora de classe em todos os meses, seguido da

demanda bioquímica de oxigênio, que também apresentou valores fora de classe em

todas as coletas, com concentração mínima de 13,2 mg/L, e máxima de 26,1 mg/L, os

parâmetros (condutividade elétrica, cloreto e turbidez), na sequência, encontram-se com

valores aceitáveis, a cor para águas doces de classe 2, tem limite estabelecido em até 75

mg Pt/L, na estação BE-30 apresenta valores fora do limite nos meses de agosto (100

mg Pt/L) e outubro (200 mg Pt/L), as cargas de fósforo e coliformes fecais apresentaram

valores excedendo o limite em resolução, os parâmetros (salinidade, classe, saturação de

oxigênio dissolvido), tem sua importância assistida no monitoramento, no entanto não

demonstram valores que influencie na qualidade da água na estação monitorada. Para

classe de qualidade, foi constatado como muito poluída.

Quadro 17 – Variações dos parâmetros do monitoramento da bacia hidrográfica do Rio

Beberibe na estação BE-30, valores em vermelho indicam resultados fora de classe. Dados

extraídos e adaptados de CPRH, 2004.

Parâmetro

Unid.

Meses das coletas

Fev.

05/02

13:35

Abr.

02/04

08:25

Jun.

02/06

09:30

Ago.

04/08

10:00

Out.

08/10

10:20

Dez.

01/12

09:20

Temperatura °C 25 28 27 28 29 28

pH - 6,6 6,7 6,7 6,5 6,0 6,3

O.D. mg/L 0,3 0,0 0,0 0,9 0,0 0,0

D.B.O. mg/L 13,2 22,1 14,9 15,5 26,1 14,0

Cond. Elétrica µS/cm 308 413 390 - - -

Cloreto mg/L 36 56 53 - - -

Turbidez UNT - - - 30 25 20

Cor Pt/Co - - - 100 200 70

Fósforo mg/L 1,93 1,57 - - - 1,78

Coliformes Fecais NMP/100mL - 160000 - 160000 - 160000

Salinidade 0/00 0,2 0,2 0,2 0,2 0,2 0,2

Classe - 2 2 2 2 2 2

Saturação de O.D. % 4 0 0 11 0 0

Classe de Qualidade - MP MP MP MP MP MP

Pluviometria mm 270 227 642 170 23 2

Monitoramento – Bacia hidrográfica do rio Beberibe. Ano: 2004

Estação: BE-30

Local: Rio Morno, na ponte da estrada do Cumbe, acesso à Linha do Tiro.

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SERAFIM-FILHO, G.L. 2012. Diagnóstico da qualidade das águas, percepção de...

60

9.3 ESTAÇÃO BE-35 (PONTE DA RUA DALVA DE OLIVEIRA)

MP= Muito Poluído.

Na estação BE-35 (Quadro 18), a temperatura apresentou mínima de 26°C e máxima de

29°C, pH com valores oscilando de 5,9 a 6,8, estando fora do padrão apenas o valor

aferido em outubro (5,9), oxigênio dissolvido apresentou concentração mínima de 0,0

mg/L, e máxima de 1,4 mg/L, valores fora de classe em todos os meses, seguido da

demanda bioquímica de oxigênio, que também apresentou valores fora de classe, à

exceção do mês de dezembro (3,5 mg/L), mínimo apresentado, e máximo de 12,0 mg/L,

os parâmetros (condutividade elétrica, cloreto e turbidez), na sequência, encontram-se

com valores aceitáveis, a cor apresentou valores fora do estabelecido nos meses de

agosto e outubro (100 mg Pt/L respectivamente), as cargas de fósforo e coliformes

fecais apresentaram valores excedendo o limite em resolução quando realizadas, os

parâmetros (salinidade, classe, saturação de oxigênio dissolvido), tem sua importância

assistida no monitoramento, no entanto não demonstram valores que influencie na

qualidade da água na estação monitorada. Para classe de qualidade, foi constatado como

muito poluída.

Quadro 18 – Variações dos parâmetros do monitoramento da bacia hidrográfica do Rio

Beberibe na estação BE-35, valores em vermelho indicam resultados fora de classe. Dados

extraídos e adaptados de CPRH, 2004.

Parâmetro

Unid.

Meses das coletas

Fev.

05/02

13:50

Abr.

02/04

09:15

Jun.

02/06

10:25

Ago.

04/08

11:00

Out.

08/10

09:40

Dez.

01/12

10:00

Temperatura °C 26 29 28 28 27 28

pH - 6,4 6,8 6,8 6,5 5,9 6,2

O.D. mg/L 0,3 0,0 0,4 1,4 0,6 0,0

D.B.O. mg/L 9,4 12,0 5,6 10,6 10,7 3,5

Cond. Elétrica µS/cm 304 371 293 - - -

Cloreto mg/L 35 49 38 - - -

Turbidez UNT - - - 45 15 10

Cor Pt/Co - - - 100 100 50

Fósforo mg/L 0,64 1,22 - - - 0,79

Coliformes Fecais NMP/100mL - 160000 - 90000 - 160000

Salinidade 0/00 0,2 0,2 0,1 0,1 0,1 0,1

Classe - 2 2 2 2 2 2

Saturação de O.D. % 4 0 5 18 8 0

Classe de Qualidade - MP MP MP MP MP MP

Pluviometria mm 270 227 642 170 23 2

Monitoramento – Bacia hidrográfica do rio Beberibe. Ano: 2004

Estação: BE-35

Local: Rio Beberibe, na ponte Dalva de Oliveira, em frente à Indústria de Bebidas Antártica.

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SERAFIM-FILHO, G.L. 2012. Diagnóstico da qualidade das águas, percepção de...

61

9.4 ESTAÇÃO BE-45 (PONTE DA AVENIDA PRESIDENTE KENNEDY)

MP= Muito Poluído.

Na estação BE-45 (Quadro 19), não houve dados para o mês de dezembro, o

monitoramento seguiu para os meses de fevereiro, abril, junho, agosto e outubro, a

temperatura apresentou mínima de 26°C e máxima de 28°C, pH com valores oscilando

de 6,2 a 6,9, todos enquadrados em classe, oxigênio dissolvido apresentou concentração

mínima de 0,0 mg/L, e máxima de 1,3 mg/L, valores fora de classe em todos os meses,

seguido da demanda bioquímica de oxigênio, que também apresentou valores fora de

classe em todas as coletas, apresentando mínimo de 8,5 mg/L e máximo de 15,2 mg/L,

os parâmetros (condutividade elétrica e cloreto), na sequência, encontram-se com

valores aceitáveis, a turbidez apresentou valor excedido, 150 UNT para o mês de

agosto, seguido da cor também fora do estabelecido nos meses de agosto (500 mg Pt/L)

e outubro (100 mg Pt/L), as cargas de fósforo e coliformes fecais apresentaram valores

excedendo o limite nos meses monitorados, os parâmetros (salinidade, classe, saturação

de oxigênio dissolvido e pluviometria), tem sua importância assistida no

monitoramento, no entanto não demonstram valores que influencie na qualidade da água

na estação monitorada. Muito poluída a classe de qualidade

Quadro 19 – Variações dos parâmetros do monitoramento da bacia hidrográfica do Rio

Beberibe na estação BE-45, valores em vermelho indicam resultados fora de classe. Dados

extraídos e adaptados de CPRH, 2004.

Parâmetro

Unid.

Meses das coletas

Fev.

05/02

14:00

Abr.

02/04

09:25

Jun.

02/06

11:15

Ago.

04/08

11:45

Out.

08/10

09:25

Dez.

-

-

Temperatura °C 26 28 28 28 28 -

pH - 6,5 6,9 6,9 6,7 6,2 -

O.D. mg/L 0,0 0,0 0,4 1,3 0,0 -

D.B.O. mg/L 15,2 12,0 8,5 10,8 8,6 -

Cond. Elétrica µS/cm 333 416 436 - - -

Cloreto mg/L 44 56 53 - - -

Turbidez UNT - - - 150 10 -

Cor Pt/Co - - - 500 100 -

Fósforo mg/L 1,62 1,02 - - - -

Coliformes Fecais NMP/100mL - 160000 - 160000 - -

Salinidade 0/00 0,2 0,2 0,2 0,2 0,2 -

Classe - 2 2 2 2 2 -

Saturação de O.D. % 0 0 5 17 0 -

Classe de Qualidade - MP MP MP MP MP -

Pluviometria mm 270 227 642 170 23 2

Monitoramento – Bacia hidrográfica do rio Beberibe. Ano: 2004

Estação: BE-45

Local: Riacho Lava Tripa, na ponte da Av. Presidente Kennedy.

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SERAFIM-FILHO, G.L. 2012. Diagnóstico da qualidade das águas, percepção de...

62

9.5 ESTAÇÃO BE-50 (PONTE DE ACESSO A PEIXINHOS)

MP= Muito Poluído.

Como observado no quadro 20, a temperatura apresentou mínima de 24°C e

máxima de 29°C, pH com valores oscilando de 6,2 a 7,0, estando dentro do padrão

durante todas as coletas, oxigênio dissolvido apresentou concentração mínima de 0,0

mg/L, e máxima de 0,3 mg/L, valores totalmente fora de classe, a demanda bioquímica

de oxigênio apresentou concentração mínima de 9,0 mg/L, e máxima de 13,5 mg/L,

excedendo o limite de até 5 mg/L, os parâmetros (condutividade elétrica, cloreto e

turbidez), na sequência, encontram-se com valores aceitáveis, a cor ultrapassa o limite

de 75 mg Pt/L, sendo 80 mg Pt/L em agosto e 100 mg Pt/L em outubro, as cargas de

fósforo e coliformes fecais apresentaram valores excedendo o limite em resolução para

todas as coletas realizadas com êxito, os parâmetros (salinidade, classe, saturação de

oxigênio dissolvido), tem sua importância assistida, no entanto não demonstram valores

que influencie na qualidade da água na estação monitorada. Para classe de qualidade, foi

constatado como muito poluída.

Quadro 20 – Variações dos parâmetros do monitoramento da bacia hidrográfica do Rio

Beberibe na estação BE-50, valores em vermelho indicam resultados fora de classe. Dados

extraídos e adaptados de CPRH, 2004.

Parâmetro

Unid.

Meses das coletas

Fev.

05/02

14:15

Abr.

02/04

09:35

Jun.

02/06

11:55

Ago.

04/08

12:30

Out.

08/10

09:50

Dez.

01/12

10:30

Temperatura °C 24 28 28 29 27 29

pH - 6,4 7,0 6,9 6,6 6,2 6,4

O.D. mg/L 0,3 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0

D.B.O. mg/L 9,0 12,9 11,9 12,8 13,5 13,0

Cond. Elétrica µS/cm 473 381 479 - - -

Cloreto mg/L 55 54 54 - - -

Turbidez UNT - - - 30 15 15

Cor Pt/Co - - - 80 100 50

Fósforo mg/L 0,82 1,29 - - - 1,60

Coliformes Fecais NMP/100mL - 160000 - 160000 - 160000

Salinidade 0/00 0,2 0,2 0,2 0,2 0,2 0,2

Classe - 2 2 2 2 2 2

Saturação de O.D. % 4 0 0 0 0 0

Classe de Qualidade - MP MP MP MP MP MP

Pluviometria mm 217 355 525 123 34 10

Monitoramento – Bacia hidrográfica do rio Beberibe. Ano: 2004

Estação: BE-50

Local: Rio Beberibe, após receber o Canal Vasco da Gama, na ponte de acesso a Peixinhos.

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SERAFIM-FILHO, G.L. 2012. Diagnóstico da qualidade das águas, percepção de...

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9.6 RESULTADOS E DISCUSSÃO

Para o ano de 2004, foram monitorados nas estações os parâmetros tidos como

conjunto básico em resolução CONAMA 20/86, conforme relatório da Agência

Estadual de Meio Ambiente, para a época já estava disponível a resolução CONAMA nº

274, de 29 de novembro de 2000, publicada no Diário Oficial da União, nº 18, de 25 de

janeiro de 2001, seção 1, páginas 70-71, acontece que a resolução CONAMA 274/2000,

revoga apenas os artigos 26 a 34 da resolução CONAMA 20/86, estando esta última

ainda vigente para o ano das coletas supracitadas, ainda no relatório anual do

monitoramento, dados de classe (CONAMA 20/86), índices e indicadores de qualidade

(saturação de oxigênio dissolvido e classe de qualidade), além de dados pluviométricos

em Recife.

As coletas aconteceram de forma bimestral para o conjunto básico e

quadrimestral para coliformes fecais, executados nos meses nos meses de fevereiro,

abril, junho, agosto, outubro e dezembro para todas as estações. A partir dos dados

obtidos em relatório do CPRH para qualidade da água na bacia hidrográfica do rio

Beberibe, pode-se concluir que nas estações monitoradas há parâmetros fora do padrão

em níveis tidos como preocupantes, a citar os valores de oxigênio dissolvido que

chegaram a 0,00 mg/L em diversos pontos das 5 estações, valores comprometedores

também observados para a demanda bioquímica de oxigênio, expressos em até 15,2

mg/L para o mês de fevereiro.

Há ainda, altos índices de fósforo e coliformes fecais, esses parâmetros estão

associados a captação de efluentes (esgoto doméstico e industrial), e afirma a existência

do lançamento de esgoto ao longo do curso dos constituintes hídricos da bacia

hidrográfica do rio Beberibe. Os resultados em NMP/100ml para coliformes fecais em

laboratório do CPRH, expressam valores máximos obtidos pelo método, equivalente a

160000 NMP/100ml em todas as estações e mais de 90% das coletas.

Em 2004, as águas constituintes da bacia hidrográfica do rio Beberibe

apresentaram padrões fora de classe, ainda, contaminações por esgoto doméstico e

industrial.

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10. BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO BEBERIBE (2005)

Seguem os parâmetros verificados no relatório para o ano de 2005: temperatura

(°C), pH, oxigênio dissolvido (O.D. mg/L), demanda bioquímica de oxigênio (D.B.O.

mg/L), turbidez (UNT), amônia (mg/L), nitrito (mg/L), nitrato (mg/L), fósforo (mg/L),

sólidos totais (mg/L), fotobactéria (FDf), Daphnia (FD), clorofila a (µg/L) coliformes

termotolerantes (NMP/100ml), salinidade (0/00), classe, saturação de oxigênio

dissolvido, qualidade, índice de qualidade ambiental (IQA), índice de estado trófico

(IET), ecotoxicidade e pluviometria.

Os dados foram obtidos nas estações BE-01 (Açude no clube Sete Casuarinas,

Aldeia, Camaragibe), BE-09 (Captação da COMPESA, em Guabiraba), BE-30 (Ponte

na estrada do Cumbe, Linha do Tiro), BE-45 (Ponte da Avenida Presidente Kennedy) e

BE-50 (Ponte de acesso a Peixinhos), de forma bimestral, contemplando os meses de

fevereiro, abril, junho, agosto, outubro e dezembro.

No ano de 2005, o monitoramento da bacia hidrográfica do rio Beberibe sofre

novas modificações em relação ao ano anterior, visando atender o estabelecido em nova

resolução, a CONAMA 357/05. Passa a contemplar duas estações na zona homogênea

habitacional rarefeita (BE-01 e BE-09), e três estações na zona homogênea habitacional

densa (BE-30, BE-45 e BE-50).

A seguir estão descritos os dados de qualidade da água dos corpos constituintes

da bacia hidrográfica do rio Beberibe para cada estação, os valores dos parâmetros,

meses e datas das coletas com os respectivos horários estão plotados em quadros para

cada estação de monitoramento, e valores fora de classe para a resolução CONAMA

vigente expresso em vermelho e discutido.

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10.1 ESTAÇÃO BE-01 (AÇUDE NO CLUBE SETE CASUARINAS, ALDEIA)

Os parâmetros fora de classe para estação BE-01, foram: pH, oxigênio

dissolvido, fósforo e coliformes fecais (Quadro 21), valores fora do padrão foram

observados em um, ou no máximo três coletas, estando para as demais dentro do

estabelecido em resolução, à exceção do pH que apresentou valores inferiores a 6,0 em

todas as coletas ao longo do ano, como trata de uma estação situada em uma nascente, a

tendência à acidez pode estar correlacionada ao aporte de águas subterrâneas, que

tendem a ter pH entre 5,5 e 8,5.

Quadro 21 – Variações dos parâmetros do monitoramento da bacia hidrográfica do Rio

Beberibe na estação BE-01, valores em vermelho indicam resultados fora de classe. Dados

extraídos e adaptados de CPRH, 2005.

Parâmetro

Unid.

Meses das coletas

Fev.

15/02

10:15

Abr.

28/04

10:20

Jun.

01/06

10:45

Ago.

04/08

09:45

Out.

06/10

10:50

Dez.

13/12

11:00

Temperatura °C 27 27 24 24 27 27

pH - 5,6 4,9 5,7 5,4 4,4 4,5

O.D. mg/L 3,6 6,9 5,2 5,0 6,3 3,3

D.B.O. mg/L <2,0 <2,0 <2,0 <2,0 <2,0 <2,0

Turbidez UNT 5,5 6,0 100,0 8,0 3,0 15,0

Amônia mg/L 0,13 ND 0,16 ND ND 0,13

Nitrito mg/L ND ND ND ND ND ND

Nitrato mg/L 0,71 0,24 0,59 1,01 1,00 0,89

Fósforo mg/L 0,02 0,03 0,06 0,01 ND 0,25

Sólidos totais mg/L 46 54 160 52 76 59

Fotobactéria FDf 1 1 1 1 1 1

Daphnia FDd 1 1 1 1 1 1

Clorofila a µg/L - - - 1,4 6,2 2,7

Colif. Termotolerante NMP/100ml 400 11000 1300 1400 400 200

Salinidade 0/00 <0,1 <0,1 <0,1 <0,1 <0,1 <0,1

Classe 357/05 CONAMA 2 2 2 2 2 2

O.D. Saturação % 45 87 62 59 79 41

Qualidade - NC P MC MC NC P

IQA - BO(59) BO(53) BO(53) BO(59) BO(60) AC(48)

IET - OL(40) ME(46) EU(56) OL(32) OL(39) OL(42)

Ecotoxicidade - NT NT NT NT NT NT

Pluviometria - 42 113 599 219 17 20

ND= Não detectável; Limite de detecção (mg/L): Amônia 0,12 e Nitrito: 0,05. NC= Não comprometida, PC=

Pouco comprometida, MC= Moderadamente comprometida, P= Poluída e MP= Muito poluída, OT= Ótimo,

BO= Boa, AC= Aceitável, RU= Ruim e PE= Péssima, OL= Oligotrófico, ME= Mesotrófico, EU= Eutrófico e

HI= Hipereutrófico, NT= Não tóxico e T= Tóxico. Pluviometria em São Lourenço da Mata, fonte: ITEP –

LAMEPE.

Monitoramento – Bacia hidrográfica do rio Beberibe. Ano: 2005

Estação: BE-01

Local: Rio Araçá, na nascente do rio Beberibe, no açude no clube Sete Casuarina, em Aldeia,

Camaragibe.

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66

10.2 ESTAÇÃO BE-09 (CAPTAÇÃO DA COMPESA, EM GUABIRABA)

Na estação BE-09 (Quadro 22), os resultados dos parâmetros para qualidade da

água apontam para um diagnóstico de não comprometida, moderadamente

comprometida e muito comprometida em diferentes épocas ao longo do ano, junto a

oscilação do índice de qualidade, percebe-se também que alguns parâmetros do

conjunto base apresentaram para algumas coletas, valores fora do padrão,

principalmente coliformes termotolerantes com cargas ultrapassando o limite máximo

conforme resolução CONAMA 357/05, que são de 1000 NMP/100ml.

Quadro 22 – Variações dos parâmetros do monitoramento da bacia hidrográfica do Rio

Beberibe na estação BE-09, valores em vermelho indicam resultados fora de classe. Dados

extraídos e adaptados de CPRH, 2005.

Parâmetro

Unid.

Meses das coletas

Fev.

15/02

09:15

Abr.

28/04

09:25

Jun.

01/06

09:55

Ago.

04/08

11:00

Out.

06/10

10:00

Dez.

13/12

10:00

Temperatura °C 26 25 24 24 25 25

pH - 5,9 4,8 5,4 6,0 4,6 4,6

O.D. mg/L 6,8 5,8 5,2 6,4 7,2 6,0

D.B.O. mg/L <2,0 <2,0 <2,0 <2,0 <2,0 <2,0

Turbidez UNT 4,5 5,5 200 9 3 5

Amônia mg/L 0,73 0,51 0,20 0,46 0,27 0,39

Fósforo mg/L 0,02 0,01 0,12 ND ND 0,07

Sólidos totais mg/L 44 54 250 60 36 46

Fotobactéria FDf 1 1 1 1 1 1

Daphnia FDd 1 1 1 1 2 1

Colif. Termotolerante NMP/100ml <200 1400 22000 ≥160000 1400 <200

Salinidade 0/00 <0,1 <0,1 <0,1 <0,1 <0,1 <0,1

Classe 357/05 CONAMA 2 2 2 2 2 2

O.D. Saturação % 84 70 62 76 87 73

Qualidade - NC MC P P MC PC

IQA - BO(73) BO(58) AC(39) AC(51) BO(59) BO(61)

Ecotoxicidade - NT NT NT NT T NT

Pluviometria - 91 100 602 271 26 60

NC= Não comprometida, PC= Pouco comprometida, MC= Moderadamente comprometida, P=Poluída, MP=

Muito poluída, NT= Não tóxico e T= Tóxico. Pluviometria em Olinda, Fonte: ITEP – LAMEPE.

Monitoramento – Bacia hidrográfica do rio Beberibe. Ano: 2005

Estação: BE-09

Local: Rio Beberibe, na captação da COMPESA, em Guabiraba, Recife.

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10.3 ESTAÇÃO BE-30 (PONTE NA ESTRADA DO CUMBE)

Dos parâmetros analisados na estação BE-30 (Quadro 23), os resultados dos

parâmetros fora de classe apresentam-se intensificados, permite interpretar maior

impacto ambiental, principalmente na qualidade da água, que segue de poluída à muito

poluída, além de oxigênio dissolvido com valores equivalente a 0,00 mg/L, e demanda

bioquímica de oxigênio superior a 5 mg/L (limite máximo estabelecido em resolução

CONAMA 357/05), o fator de diluição para Daphnia em junho, apresentou valor igual a

2, descaracterizando o estabelecido para amostra bruta não tóxica, comprovado pelo

teste de ecotoxicidade para o mesmo mês, valores altos excedido para coliformes

termotolerantes foram constatados na estação durante todas as coletas.

Quadro 23 – Variações dos parâmetros do monitoramento da bacia hidrográfica do Rio

Beberibe na estação BE-30, valores em vermelho indicam resultados fora de classe. Dados

extraídos e adaptados de CPRH, 2005.

Parâmetro

Unid.

Meses das coletas

Fev.

15/02

11:20

Abr.

28/04

11:20

Jun.

01/06

11:50

Ago.

04/08

11:40

Out.

06/10

11:50

Dez.

13/12

09:40

Temperatura °C 28 29 25 27 30 29

pH - 6,7 6,2 6,6 6,5 6,2 5,9

O.D. mg/L 0,0 0,7 4,5 0,0 0,0 0,0

D.B.O. mg/L 32,3 9,3 10,9 24,4 25,0 23,1

Amônia mg/L 11,10 4,32 0,92 5,20 8,46 8,23

Fósforo mg/L 1,73 1,02 1,26 0,96 1,52 1,77

Fotobactéria FDf 1 1 1 1 1 1

Daphnia FDd 1 1 2 1 1 1

Colif. Termotolerante NMP/100ml ≥160000 ≥160000 ≥160000 ≥160000 160000 ≥160000

Salinidade 0/00 0,2 0,1 0,1 0,2 0,2 0,2

Classe 357/05 CONAMA 2 2 2 2 2 2

O.D. Saturação % 0 9 54 0 0 0

Qualidade - MP MP P MP MP MP

Ecotoxicidade - NT NT T NT NT NT

Pluviometria - 91 100 602 271 26 60

NC= Não comprometida, PC= Pouco comprometida, MC= Moderadamente comprometida, P=Poluída, MP=

Muito poluída, NT= Não tóxico e T= Tóxico. Pluviometria em Olinda, Fonte: ITEP – LAMEPE.

Monitoramento – Bacia hidrográfica do rio Beberibe. Ano: 2005

Estação: BE-30

Local: Rio Morno, na ponte na estrada do Cumbe, acesso à Linha do Tiro, Recife.

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10.4 ESTAÇÃO BE-45 (PONTE DA AVENIDA PRESIDENTE KENNEDY)

Na estação BE-45, os dados para temperatura não constam em relatório

disponibilizado pelo CPRH. Conforme quadro 24, pode ser observados valores de

oxigênio dissolvido e demanda bioquímica de oxigênio fora de padrão para todas as

coletas, limites para amônia são alertantes, à exceção do valor correspondente a junho

(0,97 mg/L, valor dentro do estabelecido), fósforo também apresentou limite fora do

estabelecido em todos os meses monitorados, o fator de diluição para Daphnia,

apresentou resultados compatíveis com amostras tóxicas (abril:2 e junho: 2), resultados

comprovados pelo parâmetro de ecotoxicidade (abril: tóxico e junho: tóxico),

observados valores muito alto para coliformes termotolerantes, ultrapassando 160 vezes

o limite estabelecido em resolução vigente.

Quadro 24 – Variações dos parâmetros do monitoramento da bacia hidrográfica do Rio

Beberibe na estação BE-45, valores em vermelho indicam resultados fora de classe. Dados

extraídos e adaptados de CPRH, 2005.

Parâmetro

Unid.

Meses das coletas

Fev.

15/02

11:40

Abr.

28/04

11:35

Jun.

01/06

12:05

Ago.

04/08

12:00

Out.

06/10

12:05

Dez.

13/12

09:20

Temperatura °C - - - - - -

pH - 6,7 6,3 6,5 6,7 6,4 6,2

O.D. mg/L 0,0 1,2 4,3 0,7 0,6 0,0

D.B.O. mg/L 24,9 13,2 7,2 10,0 16,7 11,9

Amônia mg/L 10,90 6,78 0,97 12,90 6,96 7,32

Fósforo mg/L 1,68 0,66 1,22 0,52 0,68 1,29

Fotobactéria FDf 1 1 1 1 1 1

Daphnia FDd 1 2 2 1 1 1

Colif. Termotolerante NMP/100ml ≥160000 ≥160000 ≥160000 35000 90000 ≥160000

Salinidade 0/00 0,2 0,2 0,1 0,2 0,2 0,2

Classe 357/05 CONAMA 2 2 2 2 2 2

O.D. Saturação % 0 16 52 9 8 0

Qualidade - MP MP P MP MP MP

Ecotoxicidade - NT T T NT NT NT

Pluviometria - 91 100 602 271 26 60

NC= Não comprometida, PC= Pouco comprometida, MC= Moderadamente comprometida, P=Poluída, MP=

Muito poluída, NT= Não tóxico e T= Tóxico. Pluviometria em Olinda, Fonte: ITEP – LAMEPE.

Monitoramento – Bacia hidrográfica do rio Beberibe. Ano: 2005

Estação: BE-45

Local: Riacho Lava Tripa, na ponte da Av. Presidente Kennedy, Olinda.

Page 69: Diagnóstico da qualidade das águas, percepção de riscos por lançamento de esgotos sanitários e avaliação dos impactos na bacia hidrográfica do rio beberibe

SERAFIM-FILHO, G.L. 2012. Diagnóstico da qualidade das águas, percepção de...

69

10.5 ESTAÇÃO BE-50 (PONTE DE ACESSO A PEIXINHOS)

Conforme quadro 25, pode-se observar que a maioria dos parâmetros que

integram o conjunto básico, encontra-se fora do estabelecido em resolução, valores

críticos para oxigênio dissolvido, apresentando mínimo de 0,00 mg/L à 3,1 mg/L,

seguido de altas concentrações para a demanda bioquímica de oxigênio, mínimo de 4,8

mg/L para o mês de abril (único valor dentro do padrão), e máximo de 17,6 mg/L,

amônia e fósforo apresentam limites acima do estabelecido e contribuem com a perda

da qualidade como pode ser observado (poluído a muito poluído), limite para coliformes

termotolerantes excedido em todas as coletas, indicando forte indicio de contaminação

por efluentes domésticos e industriais, ainda, efluentes mistos de fontes alóctones.

Quadro 25 – Variações dos parâmetros do monitoramento da bacia hidrográfica do Rio

Beberibe na estação BE-50, valores em vermelho indicam resultados fora de classe. Dados

extraídos e adaptados de CPRH, 2005.

Parâmetro

Unid.

Meses das coletas

Fev.

15/02

11:55

Abr.

28/04

11:50

Jun.

01/06

12:25

Ago.

04/08

12:15

Out.

06/10

12:20

Dez.

13/12

09:05

Temperatura °C 29 29 25 27 29 28

pH - 6,7 6,4 6,4 6,8 6,5 6,3

O.D. mg/L 0,0 0,0 3,1 0,0 <0,5 0,0

D.B.O. mg/L 16,9 4,8 6,7 10,9 17,6 14,9

Amônia mg/L 15,90 5,26 4,52 8,26 12,40 11,00

Fósforo mg/L 1,60 0,82 0,70 0,79 0,96 1,51

Fotobactéria FDf 1 2 1 1 1 1

Daphnia FD 1 1 1 1 1 1

Colif. Termotolerante NMP/100ml ≥160000 ≥160000 ≥160000 ≥160000 160000 ≥160000

Salinidade 0/00 0,2 0,1 0,1 0,2 0,2 0,2

Classe 357/05 CONAMA 2 2 2 2 2 2

O.D. Saturação % 0 0 38 0 6 0

Qualidade - MP MP P MP MP MP

Ecotoxicidade - NT T NT NT NT NT

Pluviometria - 80 124 1080 281 47 109

NC= Não comprometida, PC= Pouco comprometida, MC= Moderadamente comprometida, P=Poluída, MP=

Muito poluída, NT= Não tóxico e T= Tóxico. Pluviometria em Olinda, Fonte: ITEP – LAMEPE.

Monitoramento – Bacia hidrográfica do rio Beberibe. Ano: 2005

Estação: BE-50

Local: Rio Beberibe, após receber o Canal Vasco da Gama, na ponte de acesso a Peixinhos.

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SERAFIM-FILHO, G.L. 2012. Diagnóstico da qualidade das águas, percepção de...

70

10.6 RESULTADOS E DISCUSSÃO

Para o ano de 2005, foram monitoradas 5 estações ao longo da bacia

hidrográfica do rio Beberibe, sendo 2 na zona homogênea habitacional rarefeita

(Camaragibe (BE-01) e Recife (BE-09)), e 3 na zona homogênea habitacional densa

(Recife (BE-30), Olinda (BE-45) e na divida das cidades de Recife/Olinda (BE-50).

Vale salientar que na estação BE-01, encontra-se a nascente de um dos

constituintes do rio Beberibe (rio Araçá), inserido em área de preservação ambiental

(APA-Beberibe), ainda, que a estação está dentro de um condomínio de luxo na região

de Aldeia, na cidade de Camaragibe, os altos índices de coliformes termotolerantes

indicam indicio da perda da qualidade da água, este parâmetro pode estar associado à

presença de fezes humanas e de animais, podem, também, ser encontradas em solos,

plantas ou quaisquer efluentes contendo matéria orgânica (CONAMA 457, 2005).

As altas concentrações para os parâmetros do conjunto base e coliformes

termotolerantes, inclinam para a perda da qualidade da água, tanto na zona homogênea

habitacional densa, quanto para a zona homogênea habitacional rarefeita, naquela há

registros que comprometem a qualidade da água, devido a presença excedida dos limites

para coliformes termotolerantes e pH < 6,0, este explicado por se tratar de águas

subterrâneas. Já para a zona habitacional homogênea densa, há a presença de efluentes

mistos (industriais e domésticos), com valores críticos para os parâmetros: oxigênio

dissolvido, demanda bioquímica de oxigênio, fósforo, amônia e coliformes

termotolerantes.

A bacia hidrográfica do rio Beberibe e seus corpos d’águas constituintes

apresentam parâmetros com valores fora do estabelecido em resolução vigente, com

perda da qualidade e ações de impactos ambientas ao longo do trecho monitorado.

Page 71: Diagnóstico da qualidade das águas, percepção de riscos por lançamento de esgotos sanitários e avaliação dos impactos na bacia hidrográfica do rio beberibe

SERAFIM-FILHO, G.L. 2012. Diagnóstico da qualidade das águas, percepção de...

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11. BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO BEBERIBE (2006)

Seguem os parâmetros verificados no relatório para o ano de 2006: temperatura

(°C), pH, oxigênio dissolvido (O.D. mg/L), demanda bioquímica de oxigênio (D.B.O.

mg/L), turbidez (UNT), condutividade elétrica (µS/cm), amônia (mg/L), nitrito (mg/L),

nitrato (mg/L), fósforo (mg/L), sólidos totais (mg/L), fotobactéria (FDf), Daphnia

(FDd), clorofila a (µg/L) coliformes termotolerantes (NMP/100ml), salinidade (0/00),

classe, saturação de oxigênio dissolvido, qualidade, índice de qualidade ambiental

(IQA), índice de estado trófico (IET), ecotoxicidade, risco de salinidade e pluviometria.

Os dados foram obtidos nas estações BE-01 (Açude no clube Sete Casuarinas,

Aldeia, Camaragibe), BE-09 (Captação da COMPESA, em Guabiraba), BE-30 (Ponte

na estrada do Cumbe, Linha do Tiro), BE-45 (Ponte da Avenida Presidente Kennedy) e

BE-50 (Ponte de acesso a Peixinhos), de forma bimestral, contemplando os meses de

fevereiro, abril, junho, agosto, outubro e dezembro.

É observado na estação BE-01, o monitoramento de todos os parâmetros acima

citados, fato talvez explicado por se tratar de um ponto (estação), inserida na nascente

do rio Beberibe, corpo d’água: rio Araçá. Para as demais estações não estão inclusos:

nitrito (mg/L), nitrato (mg/L), clorofila a (µg/L), além do índice de estado trófico.

A seguir estão plotados em quadros os resultados para cada parâmetro, em cada

estação ao longo dos meses em que foram executadas as coletas de monitoramento. Os

valores fora de classe para as resoluções vigentes estão destacados em vermelho,

seguido de texto auxiliar para leitura dos dados.

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SERAFIM-FILHO, G.L. 2012. Diagnóstico da qualidade das águas, percepção de...

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11.1 ESTAÇÃO BE-01 (AÇUDE NO CLUBE SETE CASUARINAS, ALDEIA)

A estação BE-01 traz resultados satisfatórios para o conjunto básico de

parâmetros inseridos no monitoramento, apesar de apresentar em algumas coletas

resultados fora de classe, nada representativo tendo em vista os demais resultados e

valores correspondentes, logo a qualidade das águas na estação de acordo com os

parâmetros e índices encontram-se dentro do estabelecido (Quadro 26).

Quadro 26 – Variações dos parâmetros do monitoramento da bacia hidrográfica do Rio

Beberibe na estação BE-01, valores em vermelho indicam resultados fora de classe. Dados

extraídos e adaptados de CPRH, 2006.

Parâmetro

Unid.

Meses das coletas

Fev.

01/02

09:55

Abr.

05/04

10:20

Jun.

15/06

10:00

Ago.

02/08

09:40

Out.

03/10

09:20

Dez.

05/12

10:20

Temperatura °C 27 27 26 25 26 26

pH - 5,0 5,5 5,2 5,6 7,2 6,5

O.D. mg/L 4,4 5,4 2,7 4,9 5,3 7,9

D.B.O. mg/L <2,0 2,1 <2,0 <2,0 1,4 3,4

Turbidez UNT 6,5 5,5 55,0 30,0 5,5 8,5

Cond. Elétrica µS/cm 77,1 73,7 64,7 62,4 63,6 65,2

Amônia mg/L ND 0,12 0,18 ND ND ND

Nitrito mg/L ND ND ND ND ND ND

Nitrato mg/L 0,11 0,13 0,19 0,13 ND ND

Fósforo mg/L 0,23 0,65 0,06 0,04 0,03 0,06

Sólidos totais mg/L 59 57 124 67 45 69

Fotobactéria FDf 1 1 1 1 1 1

Daphnia FD 1 1 1 1 1 1

Clorofila a µg/L ND ND 3,64 ND 10,0 ND

Colif. Termotolerante NMP/100ml <200 <200 200 <200 <200 400

Salinidade 0/00 <0,1 <0,1 <0,1 <0,1 <0,1 <0,1

Classe 357/05 CONAMA 2 2 2 2 2 2

O.D. Saturação % 55 68 33 59 65 97

Qualidade - P P MC MC PC PC

IQA - BO(57) BO(59) AC(50) BO(63) BO(75) BO(73)

IET - OL(41) ME(49) ME(50) OL(25) ME(46) OL(30)

Ecotoxicidade - NT NT NT NT NT NT

Risco de Salinidade - B B B B B B

Pluviometria - 16 79 381 128 - -

ND= Não detectável; Limite de detecção (mg/L): Amônia 0,12 e Nitrito: 0,05. PC= Pouco comprometida, MC=

Moderadamente comprometida, P= Poluída, BO= Boa, AC= Aceitável, OL= Oligotrófico, ME= Mesotrófico,

NT= Não tóxico. Pluviometria em São Lourenço da Mata, fonte: ITEP – LAMEPE. Risco de Salinização para o

Solo irrigado: B= Baixo (<750µS/cm).

Monitoramento – Bacia hidrográfica do rio Beberibe. Ano: 2006

Estação: BE-01

Local: Rio Araçá, na nascente do rio Beberibe, no açude no clube Sete Casuarina, em Aldeia,

Camaragibe.

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73

11.2 ESTAÇÃO BE-09 (CAPTAÇÃO DA COMPESA, EM GUABIRABA)

Dentre os parâmetros monitorados na estação BE-09 (Quadro 27), apenas o pH,

fósforo e coliformes termotolerantes apresentaram valores fora do padrão estabelecido

para duas ou mais coletas de monitoramento. Os parâmetros: oxigênio dissolvido e

Daphnia, com valores fora do padrão em apenas um momento das 06 coletas anuais. O

índice de qualidade ambiental em dado momento, oscilou de aceitável à bom, seguido

de ótimo, junto a ecotoxicidade que apresentou apenas um resultado para tóxico, pode-

se concluir que a qualidade das águas na estação enquadra-se no aceitável e que há

riscos de contaminação pouco eminente.

Quadro 27 – Variações dos parâmetros do monitoramento da bacia hidrográfica do Rio

Beberibe na estação BE-09, valores em vermelho indicam resultados fora de classe. Dados

extraídos e adaptados de CPRH, 2006.

Parâmetro

Unid.

Meses das coletas

Fev.

01/02

08:50

Abr.

05/04

09:20

Jun.

15/06

09:00

Ago.

02/08

10:50

Out.

03/10

10:45

Dez.

05/12

11:15

Temperatura °C 25 26 26 24 25 25

pH - 4,3 4,8 5,0 4,8 6,9 5,5

O.D. mg/L 5,8 6,1 4,7 7,3 7,4 7,9

D.B.O. mg/L <2,0 <2,0 <2,0 <2,0 0,9 1,5

Turbidez UNT 3,0 3,0 20,0 3,0 3,0 2,2

Cond. Elétrica µS/cm 66,0 76,4 61,0 61,2 61,1 65,7

Amônia mg/L 0,33 0,35 0,32 0,32 0,30 0,18

Fósforo mg/L 0,49 ND 0,06 0,02 0,01 ND

Sólidos totais mg/L 51 52 61 50 52 46

Fotobactéria FDf 1 1 1 1 1 1

Daphnia FD 1 4 1 1 1 1

Colif. Termotolerante NMP/100ml ≥160000 <200 1400 <200 <200 <200

Salinidade 0/00 <0,1 <0,1 <0,1 <0,1 <0,1 <0,1

Classe 357/05 CONAMA 2 2 2 2 2 2

O.D. Saturação % 70 75 58 87 90 96

Qualidade - P MC MC PC NC NC

IQA - AC(37) BO(64) BO(54) BO(66) OT(80) BO(73)

Ecotoxicidade - NT T NT NT NT NT

Risco de Salinidade - B B B B B B

Pluviometria - 31 256 460 131 6 88

ND= Não detectável; Limite de detecção (mg/L): Amônia 0,12. PC= Pouco comprometida, MC=

Moderadamente comprometida, P= Poluída, OT= Ótimo, BO= Boa, AC= Aceitável, NT= Não tóxico e T=

Tóxico. Risco de Salinização para o Solo irrigado: B= Baixo (<750µS/cm). Pluviometria em Olinda, fonte:

ITEP – LAMEPE.

Monitoramento – Bacia hidrográfica do rio Beberibe. Ano: 2006

Estação: BE-09

Local: Rio Beberibe, na captação da COMPESA, em Guabiraba, Recife.

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SERAFIM-FILHO, G.L. 2012. Diagnóstico da qualidade das águas, percepção de...

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11.3 ESTAÇÃO BE-30 (PONTE NA ESTRADA DO CUMBE)

Para a estação BE-30 (Quadro 28), os parâmetros do conjunto base apresentaram

valores fora de classe em todas as coletas, oxigênio dissolvido e demanda bioquímica de

oxigênio totalmente fora do padrão, seguido de amônia, fósforo e coliformes

termotolerantes, diante dos dados fora do estabelecido em resolução CONAMA vigente

para a qualidade da água, pode-se concluir que as águas na estação estão comprometidas

e desconformes e que há lançamento de esgotos, apesar do parâmetro ecotoxicidade

apontar para não tóxico, a qualidade está enquadrada em muito poluída, corroborando

com os valores desconformes nos parâmetros monitorados.

Quadro 28 – Variações dos parâmetros do monitoramento da bacia hidrográfica do Rio

Beberibe na estação BE-30, valores em vermelho indicam resultados fora de classe. Dados

extraídos e adaptados de CPRH, 2006.

Parâmetro

Unid.

Meses das coletas

Fev.

01/02

10:50

Abr.

05/04

11:36

Jun.

15/06

11:15

Ago.

02/08

11:20

Out.

03/10

11:20

Dez.

05/12

11:45

Temperatura °C 29 29 26 28 27 30

pH - 6,3 6,2 6,5 6,5 7,6 6,6

Cond. Elétrica µS/cm 502 452 503 470 477 516

O.D. mg/L 0,0 0,0 0,0 <0,5 0,0 0,0

D.B.O. mg/L 28,0 23,4 37,3 28,8 25,6 33,5

Amônia mg/L 11,30 7,72 6,79 9,54 9,15 9,97

Fósforo mg/L 3,29 1,93 2,13 1,43 1,38 1,60

Fotobactéria FDf 1 1 1 1 1 1

Daphnia FD 1 1 1 1 1 1

Colif. Termotolerante NMP/100ml ≥160000 35000 17000 21000 ≥160000 ≥160000

Salinidade 0/00 0,2 0,2 0,2 0,2 0,2 0,2

Classe 357/05 CONAMA 2 2 2 2 2 2

O.D. Saturação % 0 0 0 6 0 0

Qualidade - MP MP MP MP MP MP

Ecotoxicidade - NT NT NT NT NT NT

Pluviometria - 31 256 460 131 6 88

MP= Muito poluída, NT= Não tóxico. Pluviometria em Olinda. Fonte: ITEP – LAMEPE.

Monitoramento – Bacia hidrográfica do rio Beberibe. Ano: 2006

Estação: BE-30

Local: Rio Morno, na ponte na estrada do Cumbe, acesso à Linha do Tiro, Recife.

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SERAFIM-FILHO, G.L. 2012. Diagnóstico da qualidade das águas, percepção de...

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11.4 ESTAÇÃO BE-45 (PONTE DA AVENIDA PRESIDENTE KENNEDY)

O quadro 29 traz os dados monitorados na estação BE-45, oxigênio dissolvido

apresentou mínimo de 0,0 mg/L e máximo de 2,3 mg/L, estando fora do estabelecido

em todas as coletas ao longo do ano, o mesmo ocorre com a demanda bioquímica de

oxigênio, apresentando mínimo de 7,7 mg/L e máximo de 24,8 mg/L, seguido de

amônia apresentando mínimo de 5,51 mg/L e máximo de 12,30 mg/L, fósforo

apresentou menor valor equivalente a 0,57 mg/L e maior valor igual a 1,55 mg/L,

enquadrando-se também fora do padrão, as cargas de coliformes fecais ultrapassam o

limite máximo permitido, atingindo cargas ≥ 160000, cerca de 160 vezes maior que o

estabelecido em resolução, o equivalente a 1000 NMP/100ml. Contudo, conclui-se que

a qualidade da água da estação monitorada não apresenta qualidade aceitável conforme

estabelecido em resolução vigente.

Quadro 29 – Variações dos parâmetros do monitoramento da bacia hidrográfica do Rio

Beberibe na estação BE-45, valores em vermelho indicam resultados fora de classe. Dados

extraídos e adaptados de CPRH, 2006.

Parâmetro

Unid.

Meses das coletas

Fev.

01/02

11:25

Abr.

05/04

11:54

Jun.

15/06

11:40

Ago.

02/08

12:00

Out.

03/10

12:10

Dez.

05/12

12:20

Temperatura °C 31 30 26 28 30 30

pH - 6,3 6,4 6,6 6,6 7,8 6,8

Cond. Elétrica µS/cm 448 474 434 494 568 484

O.D. mg/L 0,0 <0,5 1,6 2,3 0,6 0,0

D.B.O. mg/L 17,7 24,8 12,8 7,7 9,0 18,9

Amônia mg/L 12,30 8,26 5,51 8,63 10,20 8,07

Fósforo mg/L 1,55 1,16 0,57 0,61 0,85 0,93

Fotobactéria FDf 1 1 1 1 1 1

Daphnia FD 1 1 1 1 1 1

Col. Termotolerantes NMP/100ml ≥160000 ≥160000 160000 ≥160000 ≥160000 ≥160000

Salinidade 0/00 0,2 0,2 0,2 0,2 0,3 0,2

Classe 357/05 CONAMA 2 2 2 2 2 2

O.D. Saturação % 0 7 20 29 8 0

Qualidade - MP MP MP P MP MP

Ecotoxicidade - NT NT NT NT NT NT

Pluviometria - 31 256 460 131 6 88

P=Poluída, MP= Muito poluída, NT= Não tóxico. Pluviometria em Olinda, Fonte: ITEP – LAMEPE.

Monitoramento – Bacia hidrográfica do rio Beberibe. Ano: 2006

Estação: BE-45

Local: Riacho Lava Tripa, na ponte da Av. Presidente Kennedy, Olinda.

Page 76: Diagnóstico da qualidade das águas, percepção de riscos por lançamento de esgotos sanitários e avaliação dos impactos na bacia hidrográfica do rio beberibe

SERAFIM-FILHO, G.L. 2012. Diagnóstico da qualidade das águas, percepção de...

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11.5 ESTAÇÃO BE-50 (PONTE DE ACESSO A PEIXINHOS)

A qualidade da água na estação BE-50 (Quadro 30), não está tão distante das

demais estações quando comparado os valores fora do padrão para o conjunto base,

oxigênio dissolvido, demanda bioquímica de oxigênio, amônia, fósforo e coliformes

termotolerantes, todos esses apresentaram valores fora de classe para todas as coletas

realizadas ao longo do ano de 2006, à exceção de coliformes termotolerantes que

apresentou carga <200 em uma única coleta (fevereiro), saturação de oxigênio

dissolvido praticamente 0 em todas as coletas, à exceção do mês de agosto, qualidade

equivalente a muito poluída, ainda assim, as águas da estação BE-50 para o efeito de

ecotoxicidade, apresentaram resultados que apontam para o não tóxico.

Quadro 30 – Variações dos parâmetros do monitoramento da bacia hidrográfica do Rio

Beberibe na estação BE-50, valores em vermelho indicam resultados fora de classe. Dados

extraídos e adaptados de CPRH, 2006.

Parâmetro

Unid.

Meses das coletas

Fev.

01/02

11:50

Abr.

05/04

12:10

Jun.

15/06

12:30

Ago.

02/08

11:45

Out.

03/10

11:45

Dez.

05/12

12:05

Temperatura °C 30 30 27 28 29 29

pH - 6,6 6,5 6,6 6,4 7,5 6,8

Cond. Elétrica µS/cm 833 534 340 424 489 505

O.D. mg/L 0,0 0,0 0,0 <0,5 0,0 0,0

D.B.O. mg/L 21,0 22,2 11,5 20,4 15,4 17,9

Amônia mg/L 17,20 16,10 6,70 9,29 8,40 12,80

Fósforo mg/L 3,47 1,62 0,74 1,15 1,37 1,54

Fotobactéria FDf 1 1 1 1 1 1

Daphnia FD 1 1 1 1 1 1

Col. Termotolerantes NMP/100ml <200 50000 ≥160000 22000 160000 ≥160000

Salinidade 0/00 0,4 0,3 0,2 0,2 0,2 0,2

Classe 357/05 CONAMA 2 2 2 2 2 2

O.D. Saturação % 0 0 0 6 0 0

Qualidade - MP MP MP MP MP MP

Ecotoxicidade - NT NT NT NT NT NT

Pluviometria - 12 317 464 146 13 138

MP= Muito poluída, NT= Não tóxico. Pluviometria em Recife, Fonte: ITEP – LAMEPE.

Monitoramento – Bacia hidrográfica do rio Beberibe. Ano: 2006

Estação: BE-50

Local: Rio Beberibe, após receber o Canal Vasco da Gama, na ponte de acesso a Peixinhos.

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SERAFIM-FILHO, G.L. 2012. Diagnóstico da qualidade das águas, percepção de...

77

11.6 RESULTADOS E DISCUSSÃO

Para o ano de 2006, foram monitoradas 5 estações ao longo da bacia

hidrográfica do rio Beberibe, sendo 2 na zona homogênea habitacional rarefeita

(Camaragibe (BE-01) e Recife (BE-09)), e 3 na zona homogênea habitacional densa

(Recife (BE-30), Olinda (BE-45) e na divida das cidades de Recife/Olinda (BE-50).

Para as estações localizadas na zona homogênea habitacional rarefeita (BE-01 e

BE-09), a qualidade das águas apresentaram parâmetros com valores fora do

estabelecido em resolução vigente, com indícios apontando para poluição das águas,

comprovados na anoxia (O.D.=0,0mg/L de O2), além dos valores fora dos conformes

para demanda bioquímica de oxigênio, fósforo, amônia e coliformes termotolerantes.

Nas estações inseridas na zona homogênea habitacional densa (BE-30, BE-45 e BE-50),

a qualidade das águas apresentaram parâmetros ainda mais comprometidos quanto aos

valores fora de classe, o conjunto: oxigênio dissolvido, demanda bioquímica de

oxigênio, amônia, fósforo e coliformes fecais, em quase sua totalidade com limites

excedido.

Os índices e indicadores de qualidade registrados no monitoramento da bacia

hidrográfica do rio Beberibe perpassaram de bom à aceitável para qualidade, de

oligotrófico à mesotrófico para estado trófico e não tóxico para ecotoxicidade na estação

BE-01, para as demais estações (BE-09, BE-30, BE-45 e BE-50), os resultados para os

índices e indicadores de qualidade perpassaram de poluído à muito poluído, com

ecotoxicidade comprovada na estação BE-09, e não tóxico para as demais estações.

Pode-se concluir que nas águas da bacia hidrográfica do rio Beberibe, observa-se

qualidade comprometida na zona homogênea de habitação densa, devido ao aporte dos

recursos hídricos ao lançamento de esgoto de diferentes origens (efluentes domésticos,

industriais, além de mistos), apresentando valores fora do estabelecido no conjunto

básico abordado em resolução CONAMA 357/05. Ainda para a zona homogênea de

habitação rarefeita, houve indícios que inclinam para poluição das águas, comprovado

pelas altas cargas de coliformes termotolerantes, além de fósforo, o pH com tendência

ácida é explicado na estação BE-01, por se tratar de águas subterrâneas.

Page 78: Diagnóstico da qualidade das águas, percepção de riscos por lançamento de esgotos sanitários e avaliação dos impactos na bacia hidrográfica do rio beberibe

SERAFIM-FILHO, G.L. 2012. Diagnóstico da qualidade das águas, percepção de...

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12. BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO BEBERIBE (2007)

Seguem os parâmetros verificados no relatório para o ano de 2007: temperatura

(°C), pH, oxigênio dissolvido (O.D. mg/L), demanda bioquímica de oxigênio (D.B.O.

mg/L), turbidez (UNT), condutividade elétrica (µS/cm), amônia (mg/L), nitrito (mg/L),

nitrato (mg/L), fósforo (mg/L), sólidos totais (mg/L), Daphnia (FDd), clorofila a (µg/L)

coliformes termotolerantes (NMP/100ml), salinidade (0/00), classe, saturação de

oxigênio dissolvido, qualidade, índice de qualidade ambiental (IQA), índice de estado

trófico (IET), ecotoxicidade, risco de salinidade e pluviometria.

Os dados foram obtidos nas estações BE-01 (Açude no clube Sete Casuarinas,

Aldeia, Camaragibe), BE-09 (Captação da COMPESA, em Guabiraba), BE-30 (Ponte

na estrada do Cumbe, Linha do Tiro), BE-45 (Ponte da Avenida Presidente Kennedy) e

BE-50 (Ponte de acesso a Peixinhos), de forma bimestral, contemplando os meses de

fevereiro, abril, junho, agosto, outubro e dezembro.

É observado na estação BE-01, o monitoramento de todos os parâmetros acima

citados, fato talvez explicado por se tratar de um ponto (estação), inserido na nascente

do rio Beberibe, corpo d’água: rio Araçá. Para as demais estações não estão inclusos:

nitrito (mg/L), nitrato (mg/L), clorofila a (µg/L), além do índice de estado trófico.

A seguir estão plotados em quadros os resultados para cada parâmetro, em cada

estação ao longo dos meses em que foram executadas as coletas de monitoramento. Os

valores fora de classe para as resoluções vigentes estão destacados em vermelho,

seguido de texto auxiliar para leitura dos dados fora de padrão.

Page 79: Diagnóstico da qualidade das águas, percepção de riscos por lançamento de esgotos sanitários e avaliação dos impactos na bacia hidrográfica do rio beberibe

SERAFIM-FILHO, G.L. 2012. Diagnóstico da qualidade das águas, percepção de...

79

12.1 ESTAÇÃO BE-01 (AÇUDE NO CLUBE SETE CASUARINAS, ALDEIA)

A estação BE-01 apresenta resultados satisfatórios para o conjunto básico de

parâmetros inseridos no monitoramento, apesar de apresentar em algumas coletas

resultados fora de classe, nada representativo tendo em vista os demais resultados e

valores correspondentes, à exceção dos baixos teores de oxigênio dissolvido, logo a

qualidade das águas na estação de acordo com os parâmetros e índices encontram-se

dentro do estabelecido (Quadro 31), comprovado nos índices e indicadores de qualidade

(saturação de oxigênio dissolvido, qualidade, índice de estado trófico e ecotoxicidade).

Quadro 31 – Variações dos parâmetros do monitoramento da bacia hidrográfica do Rio

Beberibe na estação BE-01, valores em vermelho indicam resultados fora de classe. Dados

extraídos e adaptados de CPRH, 2007.

Parâmetro

Unid.

Meses das coletas

Fev.

08/02

10:00

Abr.

10/04

10:30

Jun.

14/06

10:10

Ago.

08/08

10:00

Out.

04/10

11:50

Dez.

04/12

09:20

Temperatura °C 27 24 24 24 26 26

pH - 5,7 5,5 6,4 5,9 5,5 5,6

O.D. mg/L 2,4 2,6 2,5 1,2 2,1 1,9

D.B.O. mg/L 4,0 <0,5 <0,5 0,8 0,6 0,7

Turbidez UNT 7,5 2,5 90,0 50,0 10,0 6,0

Cond. Elétrica µS/cm 71,9 77,2 74,2 74,0 74,0 78,6

Amônia mg/L 0,55 0,70 ND 0,23 ND ND

Nitrito mg/L ND ND ND ND - ND

Nitrato mg/L ND 0,09 0,19 0,16 - 0,30

Fósforo mg/L 0,06 0,02 0,06 0,02 0,08 0,02

Sólidos totais mg/L 79 52 137 88 64 52

Daphnia FD 1 1 1 1 1 1

Clorofila a µg/L ND - 1,17 8,19 6,37 9,36

Col. Termotolerantes NMP/100ml ≥160000 <200 1300 1100 400 <200

Salinidade 0/00 <0,1 <0,1 <0,1 <0,1 <0,1 <0,1

Classe 357/05 CONAMA 2 2 2 2 2 2

O.D. Saturação % 30 31 30 14 26 23

Qualidade - P P P MC PC NC

IQA - AC(37) BO(57) AC(49) AC(44) AC(51) BO(54)

IET - OL(32) OL(24) OL(44) ME(46) EU(55) ME(46)

Ecotoxicidade - NT NT NT NT NT NT

Risco de Salinidade - B B B B B B

Pluviometria - 114 220 347 221 0 8

ND= Não detectável; Limite de detecção (mg/L): Amônia 0,12 e Nitrito: 0,05. NC= Não comprometida, PC=

Pouco comprometida, MC= Moderadamente comprometida, P= Poluída, BO= Boa, AC= Aceitável, OL=

Oligotrófico, ME= Mesotrófico, EU= Eutrófico, NT= Não tóxico. Pluviometria em São Lourenço da Mata,

fonte: ITEP – LAMEPE. Risco de Salinização para o Solo irrigado: B= Baixo (<750µS/cm).

Monitoramento – Bacia hidrográfica do rio Beberibe. Ano: 2007

Estação: BE-01

Local: Rio Araçá, na nascente do rio Beberibe, no açude no clube Sete Casuarina, em Aldeia,

Camaragibe.

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SERAFIM-FILHO, G.L. 2012. Diagnóstico da qualidade das águas, percepção de...

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12.2 ESTAÇÃO BE-09 (CAPTAÇÃO DA COMPESA, EM GUABIRABA)

Para a estação BE-09, os dados fora de padrão para o conjunto básico resume-se

a pH para os meses de: fevereiro, junho, agosto, outubro e dezembro, fósforo (outubro)

e coliformes termotolerantes no mês de dezembro, os demais parâmetros apresentaram

resultado dentro do estabelecido para a classe. Os índices e indicadores de qualidade,

como saturação de oxigênio dissolvido apresentou mínimo de 69% e máximo de 75%,

qualidade da água para estação oscilou de não comprometida (NC, em outubro), para

pouco comprometida (PC, nos meses de abril, junho e agosto), seguido de

moderadamente poluída (MS, em fevereiro), e poluída (P, no mês de dezembro), os

índices de estado trófico, variou de oligotrófico à mesotrófico e ultraoligotrófico, os

dados para ecotoxicidade, variou de tóxico à não tóxico como observado no quadro 32.

Quadro 32 – Variações dos parâmetros do monitoramento da bacia hidrográfica do Rio

Beberibe na estação BE-09, valores em vermelho indicam resultados fora de classe. Dados

extraídos e adaptados de CPRH, 2007.

Parâmetro

Unid.

Meses das coletas

Fev.

08/02

09:10

Abr.

10/04

09:10

Jun.

14/06

11:05

Ago.

08/08

10:50

Out.

04/10

11:00

Dez.

04/12

10:10

Temperatura °C 25 24 25 25 26 26

pH - 5,8 7,1 5,9 5,5 5,6 5,6

O.D. mg/L 5,8 5,8 5,9 6,0 6,0 6,1

D.B.O. mg/L 0,9 <0,5 0,6 <0,5 1,1 0,7

Turbidez UNT 7,0 2,5 35,0 9,5 2,5 1,5

Cond. Elétrica µS/cm 60,0 59,3 61,9 58,7 59,2 59,9

Amônia mg/L 0,16 0,16 0,20 0,34 0,25 0,24

Fósforo mg/L ND ND 0,02 ND 0,07 ND

Sólidos totais mg/L 52 51 75 52 49 46

Daphnia FD 2 1 1 1 1 1

Coli. Termotolerantes NMP/100ml 800 400 900 200 <200 30000

Salinidade 0/00 <0,1 <0,1 <0,1 <0,1 <0,1 <0,1

Classe 357/05 CONAMA 2 2 2 2 2 2

O.D. Saturação % 70 69 71 73 74 75

Qualidade - MC PC PC PC NC P

IQA - BO(67) BO(75) BO(65) BO(70) BO(70) BO(55)

IET UO(45) UO(45) OL(50) UO(45) ME(56) UO(45)

Ecotoxicidade - T NT NT NT NT NT

Risco de Salinidade - B B B B B B

Pluviometria - 109 305 396 152 0 19

ND= Não detectável; Limite de detecção (mg/L): Amônia 0,12. NC= Não comprometida, PC= Pouco

comprometida, MC= Moderadamente comprometida, P= Poluída, BO= Boa, NT= Não tóxico e T= Tóxico.

UO= Ultraoligotrófico, OL= Oligotrófico, ME= Mesotrófico. Risco de Salinização para o Solo irrigado: B=

Baixo (<750µS/cm). Pluviometria em Olinda, fonte: ITEP – LAMEPE.

Monitoramento – Bacia hidrográfica do rio Beberibe. Ano: 2007

Estação: BE-09

Local: Rio Beberibe, na captação da COMPESA, em Guabiraba, Recife.

Page 81: Diagnóstico da qualidade das águas, percepção de riscos por lançamento de esgotos sanitários e avaliação dos impactos na bacia hidrográfica do rio beberibe

SERAFIM-FILHO, G.L. 2012. Diagnóstico da qualidade das águas, percepção de...

81

12.3 ESTAÇÃO BE-30 (PONTE NA ESTRADA DO CUMBE)

É perceptível a má qualidade da água na estação BE-30 conforme o quadro 33,

05 parâmetros abordados no conjunto básico da resolução CONAMA 357/05

apresentaram valores desconformes em todas as coletas, indicando impactos ambientais

por lançamento de efluente misto (doméstico e industrial), os índices e indicadores de

qualidade também apresentaram resultados insatisfatórios para a qualidade da água,

saturação de oxigênio dissolvido apresentou valor igual a 0% em 5 coletas num total de

6, a qualidade resultou em muito poluída em todos os meses, seguido hipereutrófico

para o índice de estado trófico, ainda com todo aporte de substâncias na estação, os

resultados para ecotoxicidade indicam não toxicidade para as águas da estação BE-30.

Quadro 33 – Variações dos parâmetros do monitoramento da bacia hidrográfica do Rio

Beberibe na estação BE-30, valores em vermelho indicam resultados fora de classe. Dados

extraídos e adaptados de CPRH, 2007.

Parâmetro

Unid.

Meses das coletas

Fev.

08/02

11:00

Abr.

10/04

11:15

Jun.

14/06

11:35

Ago.

08/08

11:15

Out.

04/10

09:10

Dez.

04/12

11:30

Temperatura °C 30 26 29 26 27 31

pH - 7,0 6,1 6,7 6,9 6,7 6,8

Cond. Elétrica µS/cm 528 482 451 384 461 557

O.D. mg/L <0,5 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0

D.B.O. mg/L 30,3 19,7 17,7 65,1 24,4 17,9

Amônia mg/L 20,00 11,90 5,68 9,53 10,20 18,20

Fósforo mg/L 1,95 2,83 1,24 2,47 1,98 1,86

Daphnia FD 1 1 1 1 1 1

Coli. Termotolerantes NMP/100ml ≥160000 ≥160000 ≥160000 ≥160000 ≥160000 ≥160000

Salinidade 0/00 0,3 0,2 0,2 0,2 0,2 0,3

Classe 357/05 CONAMA 2 2 2 2 2 2

O.D. Saturação % 7 0 0 0 0 0

Qualidade - MP MP MP MP MP MP

IET-rio HE(73) HE(75) HE(71) HE(75) HE(73) HE(73)

Ecotoxicidade - NT NT NT NT NT NT

Pluviometria - 109 305 396 152 0 19

MP= Muito poluída, NT= Não tóxico e T= Tóxico, HE= Hipereutrófico.

Pluviometria em Olinda, Fonte: ITEP – LAMEPE.

Monitoramento – Bacia hidrográfica do rio Beberibe. Ano: 2007

Estação: BE-30

Local: Rio Morno, na ponte na estrada do Cumbe, acesso à Linha do Tiro, Recife.

Page 82: Diagnóstico da qualidade das águas, percepção de riscos por lançamento de esgotos sanitários e avaliação dos impactos na bacia hidrográfica do rio beberibe

SERAFIM-FILHO, G.L. 2012. Diagnóstico da qualidade das águas, percepção de...

82

12.4 ESTAÇÃO BE-45 (PONTE DA AVENIDA PRESIDENTE KENNEDY)

As águas da estação BE-45, apresentam valores fora do estabelecido para

qualidade da água, conforme dados plotados no quadro 34, os parâmetros enquadrados

no conjunto básico (oxigênio dissolvido, demanda bioquímica de oxigênio, amônia,

fósforo e coliformes termotolerantes), todos com limites excedidos em todas as coletas

ao longo do ano de 2007, para os índices e indicadores de qualidade, as águas

apresentam-se muito poluída com o índice de estado trófico perpassando de

supereutrófico à hipereutrófico, além de resultados apontando para toxicidade.

Quadro 34 – Variações dos parâmetros do monitoramento da bacia hidrográfica do Rio

Beberibe na estação BE-45, valores em vermelho indicam resultados fora de classe. Dados

extraídos e adaptados de CPRH, 2007.

Parâmetro

Unid.

Meses das coletas

Fev.

08/02

11:15

Abr.

10/04

11:45

Jun.

14/06

11:50

Ago.

08/08

11:30

Out.

04/10

08:45

Dez.

04/12

11:15

Temperatura °C 31 25 30 28 26 30

pH - 7,3 6,4 7,0 6,7 6,8 6,9

Cond. Elétrica µS/cm 543 244 586 453 433 505

O.D. mg/L 0,0 <0,5 <0,5 1,0 1,2 <0,5

D.B.O. mg/L 19,5 16,3 30,7 14,7 13,3 13,3

Amônia mg/L 19,10 14,90 10,30 6,72 9,50 14,30

Fósforo mg/L 1,33 1,10 0,83 0,54 0,94 0,93

Daphnia FD 1 1 1 1 1 1

Coli. Termotolerantes NMP/100ml 400 4400 160000 ≥160000 160000 160000

Salinidade 0/00 0,3 0,1 0,3 0,2 0,2 0,2

Classe 357/05 CONAMA 2 2 2 2 2 2

O.D. Saturação % 0 6 7 13 15 7

Qualidade - MP MP MP MP MP MP

IET-rio HE(71) HE(70) HE(69) SE(67) HE(70) HE(69)

Ecotoxicidade - NT NT NT T T NT

Pluviometria - 109 305 396 152 0 19

MP= Muito poluída, NT= Não tóxico, T= Tóxico, HE= Hipereutrófico, SE= Supereutrófico.

Pluviometria em Olinda, Fonte: ITEP – LAMEPE.

Monitoramento – Bacia hidrográfica do rio Beberibe. Ano: 2007

Estação: BE-45

Local: Riacho Lava Tripa, na ponte da Av. Presidente Kennedy, Olinda.

Page 83: Diagnóstico da qualidade das águas, percepção de riscos por lançamento de esgotos sanitários e avaliação dos impactos na bacia hidrográfica do rio beberibe

SERAFIM-FILHO, G.L. 2012. Diagnóstico da qualidade das águas, percepção de...

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12.5 ESTAÇÃO BE-50 (PONTE DE ACESSO A PEIXINHOS)

Na estação BE-50, os parâmetros aferidos no processo de monitoramento

apresentaram valores fora do estabelecido em resolução vigente, é observado anoxia

para oxigênio dissolvido, processo em que o índice de O2 equivale a 0,00mg/L, em 4

coletas num total de 6, com demanda bioquímica de oxigênio superior ao estabelecido, e

altas cargas de amônia e fósforo, o fator de diluição para Daphnia (FDD), apresentou

valores fora do estabelecido para o mês de fevereiro e junho, e limites excedidos para os

coliformes termotolerantes, com resultados ≥160000, os índices e indicadores de

qualidade perpassam de muito poluído, e hipereutrófico para o índice de estado trófico,

a não tóxico e tóxico em relação a ecotoxicidade (Quadro 35).

Quadro 35 – Variações dos parâmetros do monitoramento da bacia hidrográfica do Rio

Beberibe na estação BE-50, valores em vermelho indicam resultados fora de classe. Dados

extraídos e adaptados de CPRH, 2007.

Parâmetro

Unid.

Meses das coletas

Fev.

08/02

11:30

Abr.

10/04

12:00

Jun.

14/06

12:05

Ago.

08/08

11:40

Out.

04/10

08:30

Dez.

04/12

11:55

Temperatura °C 29 27 29 28 27 30

pH - 7,3 6,4 6,9 6,9 6,8 7,0

Cond. Elétrica µS/cm 509 518 474 456 425 601

O.D. mg/L 0,0 0,0 <0,5 <0,5 0,0 0,0

D.B.O. mg/L 29,7 22,1 10,4 13,4 13,8 13,4

Amônia mg/L 14,30 16,90 10,10 13,40 9,48 16,30

Fósforo mg/L 2,11 1,99 1,09 1,09 1,25 1,45

Daphnia FD 2 1 2 1 1 1

Coli. Termotolerantes NMP/100ml ≥160000 160000 ≥160000 ≥160000 ≥160000 ≥160000

Salinidade 0/00 0,2 0,3 0,2 0,2 0,2 0,3

Classe 357/05 CONAMA 2 2 2 2 2 2

O.D. Saturação % 0 0 7 6 0 0

Qualidade - MP MP MP MP MP MP

IET-rio HE(74) HE(73) HE(70) HE(70) HE(71) HE(72)

Ecotoxicidade - T NT T NT NT NT

Pluviometria - 161 363 279 168 0 0

MP= Muito poluída, NT= Não tóxico, T= Tóxico, HE= Hipereutrófico.

Pluviometria em Recife, Fonte: ITEP – LAMEPE.

Monitoramento – Bacia hidrográfica do rio Beberibe. Ano: 2007

Estação: BE-50

Local: Rio Beberibe, após receber o Canal Vasco da Gama, na ponte de acesso a Peixinhos.

Page 84: Diagnóstico da qualidade das águas, percepção de riscos por lançamento de esgotos sanitários e avaliação dos impactos na bacia hidrográfica do rio beberibe

SERAFIM-FILHO, G.L. 2012. Diagnóstico da qualidade das águas, percepção de...

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12.6 RESULTADOS E DISCUSSÃO

Para o ano de 2007, foram monitoradas 5 estações ao longo da bacia

hidrográfica do rio Beberibe, sendo 2 na zona homogênea habitacional rarefeita

(Camaragibe (BE-01) e Recife (BE-09)), e 3 na zona homogênea habitacional densa

(Recife (BE-30), Olinda (BE-45) e na divida das cidades de Recife/Olinda (BE-50).

Tendo em vista os municípios envolvidos quanto a localização das 5 estações, a

estação BE-01 (Camaragibe) e estação BE-09 (Recife), são as que apresentam maiores

índices e indicadores de qualidade, fato explicado por estarem inseridas na zona

homogênea habitacional rarefeita, as demais estações BE-30, BE-45 e BE-50, estão

situadas na estação homogênea habitacional densa e apresentam padrões de qualidades

comprometidos pelos lançamentos de efluentes, que contribuem com a perda da

qualidade da água.

A partir dos parâmetros monitorados, os dados de qualidade da água na bacia

hidrográfica do rio Beberibe, podem ser dividido em duas situações, os que

correspondem a zona homogênea habitacional rarefeita e os correspondente a zona

homogênea habitacional densa, sendo está com menor qualidade devido ao aporte de

efluentes domésticos e industriais, àquela com maior qualidade, por estar inserida em

uma área com menor desenvolvimento demográfico, apesar de ser observado indícios de

poluição das águas.

De forma geral, os parâmetros enquadrados no conjunto básico constituintes do

estabelecido em resolução vigente para qualidade da água, em todas as estações,

apresentaram algum parâmetro fora do padrão estabelecido, ainda, que as cargas de

coliformes termotolerantes, seguido de amônia e fósforo, são fortes indícios de que há a

contaminação por efluentes mistos (comerciais e industriais), além de contaminação por

fontes alóctones.

Page 85: Diagnóstico da qualidade das águas, percepção de riscos por lançamento de esgotos sanitários e avaliação dos impactos na bacia hidrográfica do rio beberibe

SERAFIM-FILHO, G.L. 2012. Diagnóstico da qualidade das águas, percepção de...

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13. BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO BEBERIBE (2008)

Seguem os parâmetros verificados no relatório para o ano de 2008: temperatura

(°C), pH, oxigênio dissolvido (O.D. mg/L), demanda bioquímica de oxigênio (D.B.O.

mg/L), turbidez (UNT), condutividade elétrica (µS/cm), amônia (mg/L), nitrito (mg/L),

nitrato (mg/L), fósforo (mg/L), sólidos totais (mg/L), Daphnia (FDd), clorofila a (µg/L)

coliformes termotolerantes (NMP/100ml), salinidade (0/00), classe, saturação de

oxigênio dissolvido, qualidade, índice de qualidade ambiental (IQA), índice de estado

trófico (IET), ecotoxicidade, risco de salinidade e pluviometria.

Os dados foram obtidos nas estações BE-01 (Açude no clube Sete Casuarinas,

Aldeia, Camaragibe), BE-09 (Captação da COMPESA, em Guabiraba), BE-30 (Ponte

na estrada do Cumbe, Linha do Tiro), BE-45 (Ponte da Avenida Presidente Kennedy) e

BE-50 (Ponte de acesso a Peixinhos), de forma bimestral, contemplando os meses de

fevereiro, abril, junho, agosto, outubro e dezembro.

É observado na estação BE-01, o monitoramento de todos os parâmetros acima

citados, fato talvez explicado por se tratar de um ponto (estação), inserido na nascente

do rio Beberibe, corpo d’água: rio Araçá. Para as demais estações não estão inclusos:

nitrito (mg/L), nitrato (mg/L), clorofila a (µg/L).

A seguir estão plotados em quadros os resultados para cada parâmetro, em cada

estação ao longo dos meses em que foram executadas as coletas de monitoramento. Os

valores fora de classe para as resoluções vigentes estão destacados em vermelho,

seguido de texto auxiliar para leitura dos dados fora de padrão.

Page 86: Diagnóstico da qualidade das águas, percepção de riscos por lançamento de esgotos sanitários e avaliação dos impactos na bacia hidrográfica do rio beberibe

SERAFIM-FILHO, G.L. 2012. Diagnóstico da qualidade das águas, percepção de...

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13.1 ESTAÇÃO BE-01 (AÇUDE NO CLUBE SETE CASUARINAS, ALDEIA)

A estação BE-01 (Quadro 36) apresentou valores fora do estabelecido em

resolução CONAMA 357/05, para os parâmetros: pH, oxigênio dissolvido e fósforo em

todas as coletas, para coliformes fecais, valores acima do estabelecido foi observado em

apenas uma coleta, referente ao mês de abril. Os índice e indicadores de qualidade

apontam para um estado de preocupação na nascente do rio Beberibe, variando de

pouco poluído à poluído, com qualidade associada de boa a aceitável, o estado trófico

do reservatório, perpassa por oligotrófico, mesotrófico e eutrófico ao longo do ano, mas

não apresenta risco de toxicidade.

Quadro 36 – Variações dos parâmetros do monitoramento da bacia hidrográfica do Rio

Beberibe na estação BE-01, valores em vermelho indicam resultados fora de classe. Dados

extraídos e adaptados de CPRH, 2008.

Parâmetro

Unid.

Meses das coletas

Fev.

12/02

10:45

Abr.

09/04

10:35

Jun.

11/06

10:45

Ago.

13/08

10:30

Out.

09/10

10:30

Dez.

02/12

11:15

Temperatura °C 26 26 26 - 25 27

pH - 5,8 5,8 5,3 4,7 5,1 5,2

O.D. mg/L 4,7 3,7 3,5 4,1 3,3 3,6

D.B.O. mg/L 1,6 0,9 1,5 1,6 1,3 1,1

Turbidez UNT 3,5 50,0 60,0 45,0 7,0 5,5

Cond. Elétrica µS/cm 74,8 63,8 60,2 68,5 77,2 78,0

Amônia mg/L ND ND ND ND ND -

Nitrito mg/L ND ND - - - -

Nitrato mg/L 0,26 0,36 - - - -

Fósforo mg/L 0,02 0,07 0,07 0,06 0,02 0,02

Sólidos totais mg/L 48 90 92 89 62 54

Daphnia FD 1 1 1 1 1 1

Clorofila a µg/L - 12,5 2,34 - - 2,12

Col. Termotolerantes NMP/100ml 400 1400 800 <200 <200 200

Salinidade 0/00 <0,1 <0,1 <0,1 <0,1 <0,1 <0,1

Classe 357/05 CONAMA 2 2 2 2 2 2

O.D. Saturação % 58 46 43 - 40 45

Qualidade - PC P P P PC PC

IQA - BO(66) BO(53) AC(50) - BO(57) -

IET reservatório - ME(53) EU(60) ME(56) EU(59) ME(53) OL(52)

Ecotoxicidade - NT NT NT NT NT NT

Risco de Salinidade - B B B B B B

Pluviometria - 6 188 351 152 - -

ND= Não detectável; Limite de detecção (mg/L): Amônia 0,12 e Nitrito: 0,05. PC= Pouco comprometida, P=

Poluído, BO= Boa, AC= Aceitável, OL= Oligotrófico, ME= Mesotrófico, EU= Eutrófico, NT= Não tóxico.

Pluviometria em São Lourenço da Mata, fonte: ITEP – LAMEPE. Risco de Salinização para o Solo irrigado: B=

Baixo (<750µS/cm).

Monitoramento – Bacia hidrográfica do rio Beberibe. Ano: 2008

Estação: BE-01

Local: Rio Araçá, na nascente do rio Beberibe, no açude no clube Sete Casuarina, em Aldeia,

Camaragibe.

Page 87: Diagnóstico da qualidade das águas, percepção de riscos por lançamento de esgotos sanitários e avaliação dos impactos na bacia hidrográfica do rio beberibe

SERAFIM-FILHO, G.L. 2012. Diagnóstico da qualidade das águas, percepção de...

87

13.2 ESTAÇÃO BE-09 (CAPTAÇÃO DA COMPESA, EM GUABIRABA)

A qualidade da água na estação BE-09, apresentam bons resultados, os valores

para o conjunto básico, junto aos índices e indicadores de qualidade encontram-se

dentro do estabelecido (Quadro 37), à exceção do pH, que apresentou valores fora do

padrão em todas as coletas, e coliformes termotolerantes, que para uma única coleta

(outubro), apresentou valores com limites excedido em resolução vigente. A estação

está situada próximo de fragmentos de mata atlântica e no curso do corpo d’água há

uma biodiversidade de macrófitas que contribuem com o ganho da qualidade da água.

Quadro 37 – Variações dos parâmetros do monitoramento da bacia hidrográfica do Rio

Beberibe na estação BE-09, valores em vermelho indicam resultados fora de classe. Dados

extraídos e adaptados de CPRH, 2008.

Parâmetro

Unid.

Meses das coletas

Fev.

12/02

10:00

Abr.

09/04

09:45

Jun.

11/06

11:45

Ago.

13/08

09:30

Out.

09/10

11:30

Dez.

02/12

10:32

Temperatura °C 25 25 25 0 27 28

pH - 5,3 5,3 5,1 4,9 5,7 5,2

O.D. mg/L 7,2 6,0 7,1 7,0 6,7 6,4

D.B.O. mg/L 1,0 1,6 4,9 0,9 1,2 4,8

Turbidez UNT 2,0 8,5 6,5 6,5 2,5 3,5

Cond. Elétrica µS/cm 58,5 60,0 27,4 60,4 60,9 61,9

Amônia mg/L 0,22 0,32 0,31 0,32 0,24 -

Fósforo mg/L 0,01 0,03 ND 0,02 0,02 ND

Sólidos totais mg/L 52 54 50 49 49 51

Daphnia FD 1 1 1 1 1 1

Coli. Termotolerantes NMP/100ml <200 <200 700 <200 8000 <200

Salinidade 0/00 <0,1 <0,1 <0,1 <0,1 <0,1 <0,1

Classe 357/05 CONAMA 2 2 2 2 2 2

O.D. Saturação % 87 73 86 - 84 82

Qualidade - NC NC PC NC P PC

IQA - BO(71) BO(67) BO(62) - BO(61) -

IET rio UO(46) OL(52) UO(46) OL(49) OL(49) UO(45)

Ecotoxicidade - NT NT NT NT NT NT

Risco de Salinidade - B B B B B B

Pluviometria - 35 156 393 262 - -

ND= Não detectável; Limite de detecção (mg/L): Amônia 0,12. NC= Não comprometida, PC= Pouco

comprometida, P= Poluída, BO= Boa, NT= Não tóxico, UO= Ultraoligotrófico, OL= Oligotrófico. Risco de

Salinização para o Solo irrigado: B= Baixo (<750µS/cm). Pluviometria em Olinda, fonte: ITEP – LAMEPE.

Monitoramento – Bacia hidrográfica do rio Beberibe. Ano: 2008

Estação: BE-09

Local: Rio Beberibe, na captação da COMPESA, em Guabiraba, Recife.

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SERAFIM-FILHO, G.L. 2012. Diagnóstico da qualidade das águas, percepção de...

88

13.3 ESTAÇÃO BE-30 (PONTE NA ESTRADA DO CUMBE)

A estação BE-30 está inserida na zona homogênea habitacional densa, devido ao

alto índice de urbanização, há a associação direta dos padrões fora de classe para alguns

parâmetros enquadrados no conjunto básico (Quadro 38), observado anoxia (0,00mg/L

de O2), em algumas coletas (fevereiro, abril e outubro), a demanda bioquímica de

oxigênio excede limite em todas as coletas, o mesmo acontece para amônia, fósforo e

coliformes termotolerantes, tal fato explicado pelo aporte de efluentes mistos

(comerciais e industriais), além de fontes alóctones, os índices e indicadores da

qualidade, também apresentam valores indesejáveis, a saturação de oxigênio dissolvido

com percentual igual a 0, seguido de péssimo estado trófico e águas muito poluída,

observado toxicidade positiva para o monitoramento do mês de outubro.

Quadro 38 – Variações dos parâmetros do monitoramento da bacia hidrográfica do Rio

Beberibe na estação BE-30, valores em vermelho indicam resultados fora de classe. Dados

extraídos e adaptados de CPRH, 2008.

Parâmetro

Unid.

Meses das coletas

Fev.

12/02

11:45

Abr.

09/04

11:35

Jun.

11/06

12:15

Ago.

13/08

11:30

Out.

09/10

12:00

Dez.

02/12

12:40

Temperatura °C 29 27 28 - 28 29

pH - 6,5 6,6 6,4 6,1 6,1 6,4

O.D. mg/L 0,0 0,0 <0,5 0,6 0,0 0,5

D.B.O. mg/L 29,6 31,5 31,7 21,8 50,0 19,9

Cond. Elétrica µS/cm 478,0 456,0 437,0 431,0 505,0 551,0

Amônia mg/L 10,60 7,06 4,60 5,12 20,70 -

Fósforo mg/L 1,75 1,09 1,19 1,09 2,38 2,15

Daphnia FD 1 1 1 1 2 -

Coli. Termotolerantes NMP/100ml ≥160000 ≥160000 ≥160000 160000 ≥160000 ≥160000

Salinidade 0/00 0,2 0,2 0,2 0,2 0,2 0,3

Classe 357/05 CONAMA 2 2 2 2 2 2

O.D. Saturação % 0 0 6 - 0 7

IET-rio - HE(73) HE(70) HE(71) HE(70) HE(74) HE(74)

Qualidade - MP MP MP MP MP MP

Ecotoxicidade - NT NT NT NT T -

Pluviometria - 35 156 393 262 - -

NC= Não comprometida, PC= Pouco comprometida, MC= Moderadamente comprometida, P=Poluída, MP=

Muito poluída, NT= Não tóxico e T= Tóxico, HE= Hipereutófico. Pluviometria em Olinda, Fonte: ITEP –

LAMEPE.

Monitoramento – Bacia hidrográfica do rio Beberibe. Ano: 2008

Estação: BE-30

Local: Rio Morno, na ponte na estrada do Cumbe, acesso à Linha do Tiro, Recife.

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SERAFIM-FILHO, G.L. 2012. Diagnóstico da qualidade das águas, percepção de...

89

13.4 ESTAÇÃO BE-45 (PONTE DA AVENIDA PRESIDENTE KENNEDY)

Inserida na zona homogênea habitacional densa, a estação BE-45 reflete os

impactos causados pela ocupação urbana e comercial, no aporte de efluentes mistos

(comerciais e industriais), e no transporte pelo corpo d’água de fontes alóctones, os

parâmetros fora do padrão estabelecido (Quadro 39), estão justificados pelas ações

antrópicas observados em todos os âmbitos, ainda dos índices e indicadores de

qualidade, com resultados equivalentes a 0,00 percentuais para saturação de oxigênio

dissolvido, estado trófico perpassando de supereutrófico à hipereutrófico, e águas muito

poluídas, os resultado para toxicidade apresentaram-se ausentes.

Quadro 39 – Variações dos parâmetros do monitoramento da bacia hidrográfica do Rio

Beberibe na estação BE-45, valores em vermelho indicam resultados fora de classe. Dados

extraídos e adaptados de CPRH, 2008.

Parâmetro

Unid.

Meses das coletas

Fev.

12/02

12:00

Abr.

09/04

12:00

Jun.

11/06

12:30

Ago.

13/08

12:00

Out.

09/10

12:20

Dez.

02/12

13:00

Temperatura °C 29 28 30 - 28 30

pH - 6,7 6,8 6,7 6,3 6,7 6,5

O.D. mg/L 0,0 <0,5 0,7 1,4 <0,5 0,6

D.B.O. mg/L 25,3 12,0 16,9 9,7 15,4 12,3

Cond. Elétrica µS/cm 553,0 539,0 519,0 452,0 473,0 572,0

Amônia mg/L 34,20 8,76 6,65 5,33 7,15 -

Fósforo mg/L 1,44 0,74 0,73 0,51 0,91 0,78

Daphnia FD 1 1 1 1 1 1

Coli. Termotolerantes NMP/100ml 160000 160000 50000 ≥160000 50000 ≥160000

Salinidade 0/00 0,3 0,3 0,3 0,2 0,2 0,3

Classe 357/05 CONAMA 2 2 2 2 2 2

O.D. Saturação % 0 6 9 - 6 8

IET rio - HE(72) HE(68) HE(68) SE(66) HE(69) HE(69)

Qualidade MP MP MP MP MP MP

Ecotoxicidade - NT NT NT NT NT NT

Pluviometria - 35 156 393 262 - -

MP= Muito poluída, NT= Não tóxico, T= Tóxico, HE= Hipereutrófico, SE= Sepereutrófico. Pluviometria em

Olinda, Fonte: ITEP – LAMEPE.

Monitoramento – Bacia hidrográfica do rio Beberibe. Ano: 2008

Estação: BE-45

Local: Riacho Lava Tripa, na ponte da Av. Presidente Kennedy, Olinda.

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SERAFIM-FILHO, G.L. 2012. Diagnóstico da qualidade das águas, percepção de...

90

13.5 ESTAÇÃO BE-50 (PONTE DE ACESSO A PEIXINHOS)

A estação BE-50 possui parâmetros com valores fora do estabelecido em

resolução CONAMA vigente para qualidade da água, o conjunto básico observado fora

do padrão inclui oxigênio dissolvido, demanda bioquímica de oxigênio, amônia, fósforo

e coliformes termotolerantes, os índices e indicadores de qualidade também apresentam

resultados indesejáveis, saturação de oxigênio dissolvido, com valores equivalentes a

0,00 percentuais, além do estado hipereutrófico do corpo d’água, resultando em águas

muito poluídas (Quadro 40).

Quadro 40 – Variações dos parâmetros do monitoramento da bacia hidrográfica do Rio

Beberibe na estação BE-50, valores em vermelho indicam resultados fora de classe. Dados

extraídos e adaptados de CPRH, 2008.

Parâmetro

Unid.

Meses das coletas

Fev.

12/02

12:30

Abr.

09/04

12:15

Jun.

11/06

12:45

Ago.

13/08

12:30

Out.

09/10

13:00

Dez.

02/12

13:40

Temperatura °C 29 28 28 - 27 31

pH - 6,6 6,8 6,6 6,3 6,6 6,4

O.D. mg/L 0,0 0,0 0,0 <0,5 0,0 <0,5

D.B.O. mg/L 29,0 16,7 26,8 13,5 17,3 21,2

Cond. Elétrica µS/cm 522,0 528,0 474,0 426,0 498,0 494,0

Amônia mg/L 18,20 12,30 7,31 8,53 23,50 -

Fósforo mg/L 1,94 1,42 1,11 0,98 1,60 1,69

Daphnia FD 1 1 1 1 2 1

Coli. Termotolerantes NMP/100ml ≥160000 35000 22000 ≥160000 160000 ≥160000

Salinidade 0/00 0,3 0,3 0,2 0,2 0,2 0,2

Classe 357/05 CONAMA 2 2 2 2 2 2

O.D. Saturação % 0 0 0 - 0 7

IET rio - HE(73) HE(72) HE(70) HE(70) HE(72) HE(73)

Qualidade - MP MP MP MP MP MP

Ecotoxicidade - NT NT NT NT T NT

Pluviometria - 57 193 403 223 - -

MP= Muito poluída, NT= Não tóxico, T= Tóxico, HE= Hipereutrófico. Pluviometria em Recife, Fonte: ITEP –

LAMEPE.

Monitoramento – Bacia hidrográfica do rio Beberibe. Ano: 2008

Estação: BE-50

Local: Rio Beberibe, após receber o Canal Vasco da Gama, na ponte de acesso a Peixinhos.

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SERAFIM-FILHO, G.L. 2012. Diagnóstico da qualidade das águas, percepção de...

91

13.6 RESULTADOS E DISCUSSÃO

Para o ano de 2008, foram monitoradas 5 estações ao longo da bacia

hidrográfica do rio Beberibe, sendo 2 na zona homogênea habitacional rarefeita

(Camaragibe (BE-01) e Recife (BE-09)), e 3 na zona homogênea habitacional densa

(Recife (BE-30), Olinda (BE-45) e na divida das cidades de Recife/Olinda (BE-50).

Tendo em vista os municípios envolvidos quanto a localização das 5 estações, a

estação BE-01 (Camaragibe) e estação BE-09 (Recife), são as que apresentam maiores

índices e indicadores de qualidade, fato explicado por estarem inseridas na zona

homogênea habitacional rarefeita, as demais estações BE-30, BE-45 e BE-50, estão

situadas na estação homogênea habitacional densa e apresentam padrões de qualidades

comprometidos pelos lançamentos de efluentes, que contribuem com a perda da

qualidade da água.

A partir dos parâmetros monitorados, os dados de qualidade da água na bacia

hidrográfica do rio Beberibe, podem ser dividido em duas situações, os que

correspondem a zona homogênea habitacional rarefeita e os correspondente a zona

homogênea habitacional densa, sendo está com menor qualidade devido ao aporte de

efluentes domésticos e industriais, àquela com maior qualidade, por estar inserida em

uma área com menor desenvolvimento demográfico, apesar de ser observado indícios de

poluição das águas.

De forma geral, os parâmetros enquadrados no conjunto básico constituintes do

estabelecido em resolução vigente para qualidade da água, em todas as estações,

apresentaram algum parâmetro fora do padrão estabelecido, ainda, que as cargas de

coliformes termotolerantes, seguido de amônia e fósforo, são fortes indícios de que há a

contaminação por efluentes mistos (comerciais e industriais), além de contaminação por

fontes alóctones.

Page 92: Diagnóstico da qualidade das águas, percepção de riscos por lançamento de esgotos sanitários e avaliação dos impactos na bacia hidrográfica do rio beberibe

SERAFIM-FILHO, G.L. 2012. Diagnóstico da qualidade das águas, percepção de...

92

14. BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO BEBERIBE (2009)

Seguem os parâmetros verificados no relatório para o ano de 2009: temperatura

(°C), pH, oxigênio dissolvido (O.D. mg/L), demanda bioquímica de oxigênio (D.B.O.

mg/L), turbidez (UNT), condutividade elétrica (µS/cm), amônia (mg/L), fósforo (mg/L),

sólidos totais (mg/L), Daphnia (FDd), clorofila a (µg/L) coliformes termotolerantes

(NMP/100ml), salinidade (0/00), classe, saturação de oxigênio dissolvido, qualidade,

índice de estado trófico (IET), índice de qualidade ambiental (IQA), ecotoxicidade,

risco de salinidade e pluviometria.

Os dados foram obtidos nas estações BE-01 (Açude no clube Sete Casuarinas,

Aldeia, Camaragibe), BE-09 (Captação da COMPESA, em Guabiraba), BE-30 (Ponte

na estrada do Cumbe, Linha do Tiro), BE-45 (Ponte da Avenida Presidente Kennedy) e

BE-50 (Ponte de acesso a Peixinhos), nos meses de fevereiro, junho, agosto e dezembro

de 2009, no relatório do CPRH para o mesmo ano, não há registros de dados para os

meses de abril e outubro, respectivamente.

A seguir estão plotados em quadros os resultados para cada parâmetro, em cada

estação ao longo dos meses em que foram executadas as coletas de monitoramento. Os

valores fora de classe para as resoluções vigentes estão destacados em vermelho,

seguido de texto auxiliar para leitura dos dados fora de padrão.

Page 93: Diagnóstico da qualidade das águas, percepção de riscos por lançamento de esgotos sanitários e avaliação dos impactos na bacia hidrográfica do rio beberibe

SERAFIM-FILHO, G.L. 2012. Diagnóstico da qualidade das águas, percepção de...

93

14.1 ESTAÇÃO BE-01 (AÇUDE NO CLUBE SETE CASUARINAS, ALDEIA)

A estação BE-01 (Quadro 41) apresentou valores fora do estabelecido em

resolução CONAMA 357/05, para os parâmetros: pH, oxigênio dissolvido, fósforo e

coliformes termotolerantes, valores desconformes do estabelecido são observados. Os

índices e indicadores de qualidade apontam para um estado de não comprometida a

moderadamente comprometida, associado ao estado trófico que apresenta um

diagnóstico que vai desde mesotrófico à ultraoligotrófico, justificando boa qualidade da

água à não toxicidade, os parâmetros inclinam para indícios de poluição, o aporte de

águas subterrâneas justificam pH levemente ácido e valores baixo de oxigênio

dissolvido.

Quadro 41 – Variações dos parâmetros do monitoramento da bacia hidrográfica do Rio

Beberibe na estação BE-01, valores em vermelho indicam resultados fora de classe. Dados

extraídos e adaptados de CPRH, 2009.

Parâmetro

Unid.

Meses das coletas

Fev.

12/02

14:00

-

-

-

Jun.

11/06

10:50

Ago.

19/08

10:30

-

-

-

Dez.

03/12

10:30

Temperatura °C 28 - 25 26 - 25

pH - 5,5 - 5,5 4,9 - 5,4

O.D. mg/L 4,5 - 6,4 4,5 - 4,8

D.B.O. mg/L 0,8 - 3,8 1,3 - 3,3

Turbidez UNT 15 - 50 10 - 5,0

Cond. Elétrica µS/cm 74,3 - 72,3 78,5 - 79,8

Amônia mg/L - - ND 0,87 - ND

Fósforo mg/L 0,05 - 0,08 0,01 - 0,06

Sólidos totais mg/L 54,2 - 83,0 55,2 - 62,0

Daphnia FD 1 - 1 1 - 1

Clorofila a µg/L ND - 3,42 0,76 - 3,30

Col. Termotolerantes NMP/100ml 1700 - 200 <200 - <200

Salinidade 0/00 <0,1 - <0,1 <0,1 - <0,1

Classe 357/05 CONAMA 2 - 2 2 - 2

O.D. Saturação % 57 - 77 55 - 58

Qualidade - MC - MC NC - MC

IET reservatório - UO(35) - ME(57) UO(47) - ME(56)

IQA - - - BO(63) BO(60) - BO(63)

Ecotoxicidade - NT - NT NT - NT

Risco de Salinidade - B - B B - B

Pluviometria - 229 234 179 178 4 26

ND= Não detectável; Limite de detecção (mg/L): Amônia 0,12 e Nitrito: 0,05. NC= Não comprometida, MC=

Moderadamente comprometida, BO= Boa, UO= Ultraoligotrófico, ME= Mesotrófico, NT= Não tóxico. Risco

de Salinização para o Solo irrigado: B= Baixo (<750µS/cm). Pluviometria em São Lourenço da Mata, fonte:

ITEP – LAMEPE.

Monitoramento – Bacia hidrográfica do rio Beberibe. Ano: 2009

Estação: BE-01

Local: Rio Araçá, na nascente do rio Beberibe, no açude no clube Sete Casuarina, em Aldeia,

Camaragibe.

Page 94: Diagnóstico da qualidade das águas, percepção de riscos por lançamento de esgotos sanitários e avaliação dos impactos na bacia hidrográfica do rio beberibe

SERAFIM-FILHO, G.L. 2012. Diagnóstico da qualidade das águas, percepção de...

94

14.2 ESTAÇÃO BE-09 (CAPTAÇÃO DA COMPESA, EM GUABIRABA)

A qualidade da água na estação BE-09, apresentaram excelente resultados para o

ano de 2009, os valores para o conjunto básico, junto aos índices e indicadores de

qualidade da água, encontram-se dentro do estabelecido, quase que em sua totalidade

(Quadro 42), à exceção do pH, que apresentou valores fora do padrão, e coliformes

termotolerantes, que para uma única coleta (fevereiro), apresentou valores com limites

excedido em resolução vigente. A estação está situada próximo de fragmentos de mata

atlântica e no curso do corpo d’água há uma biodiversidade de macrófitas que

contribuem com o ganho da qualidade da água.

Quadro 42 – Variações dos parâmetros do monitoramento da bacia hidrográfica do Rio

Beberibe na estação BE-09, valores em vermelho indicam resultados fora de classe. Dados

extraídos e adaptados de CPRH, 2009.

Parâmetro

Unid.

Meses das coletas

Fev.

12/02

10:10

-

-

-

Jun.

11/06

09:45

Ago.

19/08

11:35

-

-

-

Dez.

03/12

09:10

Temperatura °C 25 - 25 24 - 24

pH - 5,6 - 5,8 5,4 - 6,0

O.D. mg/L 6,4 - 3,5 6,9 - 7,2

D.B.O. mg/L 1,1 - 2,8 0,7 - 1,3

Turbidez UNT 40 - 25 10 - 4,0

Cond. Elétrica µS/cm 64,6 - 61,3 59,6 - 62,4

Amônia mg/L - - 0,24 0,34 - 0,34

Fósforo mg/L 0,09 - 0,02 0,02 - 0,03

Sólidos totais mg/L 83,2 - 51,6 53,8 - 51,4

Daphnia FDD 1 - 1 1 - 1

Coli. Termotolerantes NMP/100ml 2300 - <200 400 - <200

Salinidade 0/00 <0,1 - <0,1 <0,1 - <0,1

Classe 357/05 CONAMA 2 - 2 2 - 2

O.D. Saturação % 77 - 42 82 - 86

Qualidade - MC - PC PC - NC

IET - ME(57) - OL(49) OL(49) - OL(52)

IQA - - BO(59) BO(68) - BO(75)

Ecotoxicidade - NT - NT NT - NT

Risco de Salinidade - B - B B - B

Pluviometria - 246 - 190 194 - 33

PC= Pouco comprometida, MC= Moderadamente comprometida, BO= Boa, NT= Não tóxico, OL=

Oligotrófico, ME= Mesotrófico. Risco de Salinização para o Solo irrigado: B= Baixo (<750µS/cm).

Pluviometria em Olinda, fonte: ITEP – LAMEPE.

Monitoramento – Bacia hidrográfica do rio Beberibe. Ano: 2009

Estação: BE-09

Local: Rio Beberibe, na captação da COMPESA, em Guabiraba, Recife.

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SERAFIM-FILHO, G.L. 2012. Diagnóstico da qualidade das águas, percepção de...

95

14.3 ESTAÇÃO BE-30 (PONTE NA ESTRADA DO CUMBE)

Para a estação BE-30 (Quadro 43), os parâmetros do conjunto básico (oxigênio

dissolvido, demanda bioquímica de oxigênio, amônia, fósforo e coliformes

termotolerantes), apresentaram valores fora de classe em todas as coletas, estando

desconforme no estabelecido em resolução vigente para qualidade da água, pode-se

concluir que as águas na estação estão comprometidas e que há lançamento de esgotos,

apesar do parâmetro ecotoxicidade apontar para não tóxico, a qualidade está enquadrada

em poluída à muito poluída, corroborando com os altos níveis dos parâmetros

monitorados e com o índice de estado trófico, verificado como hipereutrófico para a

estação.

Quadro 43 – Variações dos parâmetros do monitoramento da bacia hidrográfica do Rio

Beberibe na estação BE-30, valores em vermelho indicam resultados fora de classe. Dados

extraídos e adaptados de CPRH, 2009.

Parâmetro

Unid.

Meses das coletas

Fev.

12/02

11:00

-

-

-

Jun.

11/06

11:45

Ago.

19/08

12:11

-

-

-

Dez.

03/12

12:50

Temperatura °C 27 - 28 29 - 29

pH - 6,9 - 6,7 6,5 - 6,6

O.D. mg/L 2,1 - <0,5 <0,5 - 0,0

D.B.O. mg/L 22,4 - 24,1 21,9 - 20,5

Cond. Elétrica µS/cm 222 - 460 496 - 505

Amônia mg/L - - 4,90 9,18 - 4,57

Fósforo mg/L 2,44 - 0,75 1,33 - 1,44

Daphnia FD 1 - 1 1 - 1

Coli. Termotolerantes NMP/100ml ≥160000 - ≥160000 ≥160000 - ≥160000

Salinidade 0/00 0,1 - 0,2 0,2 - 0,2

Classe 357/05 CONAMA 2 - 2 2 - 2

O.D. Saturação % 26 - 6 7 - 0

Qualidade - P - MP MP - MP

IET - HE(74) - HE(68) HE(71) - HE(72)

Ecotoxicidade - NT - NT NT - NT

Risco de salinidade - B - B B - B

Pluviometria - 246 281 190 194 2 33

P=Poluída, MP= Muito poluída, HE= Hipereutrófico, NT= Não tóxico. Risco de Salinização para o Solo

irrigado: B= Baixo (<750µS/cm). Pluviometria em Olinda, Fonte: ITEP – LAMEPE.

Monitoramento – Bacia hidrográfica do rio Beberibe. Ano: 2009

Estação: BE-30

Local: Rio Morno, na ponte na estrada do Cumbe, acesso à Linha do Tiro, Recife.

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SERAFIM-FILHO, G.L. 2012. Diagnóstico da qualidade das águas, percepção de...

96

14.4 ESTAÇÃO BE-45 (PONTE DA AVENIDA PRESIDENTE KENNEDY)

A estação BE-45 (Quadro 44) apresentou valores fora do estabelecido em

resolução CONAMA 357/05, para os parâmetros: oxigênio dissolvido, demanda

bioquímica de oxigênio, amônia, fósforo e coliformes termotolerantes, valores

desconformes são observados em todas as coletas ao longo do ano de 2009, os índices e

indicadores de qualidade apontam para um estado trófico, variando de supereutrófico à

hipereutrófico, associado a cargas poluidoras e outrora muito poluidoras, houve risco de

ecotoxicidade verificada no mês de agosto, situação associada a possibilidade de aporte

de substâncias químicas.

Quadro 44 – Variações dos parâmetros do monitoramento da bacia hidrográfica do Rio

Beberibe na estação BE-45, valores em vermelho indicam resultados fora de classe. Dados

extraídos e adaptados de CPRH, 2009.

Parâmetro

Unid.

Meses das coletas

Fev.

12/02

10:50

-

-

-

Jun.

11/06

12:05

Ago.

19/08

12:30

-

-

-

Dez.

03/12

13:10

Temperatura °C 25 - 28 29 - 27

pH - 6,8 - 7,0 6,7 - 6,7

O.D. mg/L 3,2 - 1,5 1,3 - 0,9

D.B.O. mg/L 21,6 - 16,6 8,7 - 25,5

Cond. Elétrica µS/cm 314 - 588 573 - 573

Amônia mg/L - - 7,48 9,69 - 5,40

Fósforo mg/L 2,03 - 0,51 0,54 - 1,06

Daphnia FD 1 - 1 8 - 1

Coli. Termotolerantes NMP/100ml ≥160000 - 28000 ≥160000 - ≥160000

Salinidade 0/00 0,1 - 0,3 0,3 - 0,3

Classe 357/05 CONAMA 2 - 2 2 - 2

O.D. Saturação % 39 - 19 17 - 11

Qualidade - P - MP MP - MP

IET - HE(73) - SE(66) SE(67) - HE(70)

Ecotoxicidade - NT - NT T - NT

Risco de salinidade - B - B B - B

Pluviometria - 246 - 190 194 2 33

P= Poluído, MP= Muito poluída, HE= Hipereutrófico, SE= Supereutrófico, NT= Não tóxico, T= Tóxico, Risco

de Salinização para o Solo irrigado: B= Baixo (<750µS/cm). Pluviometria em Olinda, Fonte: ITEP – LAMEPE.

Monitoramento – Bacia hidrográfica do rio Beberibe. Ano: 2009

Estação: BE-45

Local: Riacho Lava Tripa, na ponte da Av. Presidente Kennedy, Olinda.

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SERAFIM-FILHO, G.L. 2012. Diagnóstico da qualidade das águas, percepção de...

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14.5 ESTAÇÃO BE-50 (PONTE DE ACESSO A PEIXINHOS)

Na estação BE-50, os parâmetros fora do padrão estabelecido em resolução

vigente (CONOMA, 357/05), foram: oxigênio dissolvido, perpassando de 0,00 (anoxia),

à 2,1 mg/L, seguido da demanda bioquímica de oxigênio, com valores perpassando de

10,9 à 2,0 mg/L, em seguida temos amônia, fósforo e coliformes termotolerantes, com

valões que excedem limite padrão, tal situação é justificada no aporte de efluentes e

cargas poluidoras de origem domestica e comercial, os índices e indicadores de

qualidade justificam os parâmetros fora de classe, com fortes indícios de poluição,

seguido de estado trófico avançado (hipereutrófico), ainda assim, não houve risco para

ecotoxicidade nas amostras coletadas.

Quadro 45 – Variações dos parâmetros do monitoramento da bacia hidrográfica do Rio

Beberibe na estação BE-50, valores em vermelho indicam resultados fora de classe. Dados

extraídos e adaptados de CPRH, 2009.

Parâmetro

Unid.

Meses das coletas

Fev.

12/02

11:30

-

-

-

Jun.

11/06

12:30

Ago.

19/08

12:47

-

-

-

Dez.

03/12

13:30

Temperatura °C 28 - 28 28 - 30

pH - 6,9 - 6,9 6,6 - 6,6

O.D. mg/L 2,1 - <0,5 <0,5 - 0,0

D.B.O. mg/L 11,7 - 24,0 10,9 - 15,8

Cond. Elétrica µS/cm 273 - 388 434 - 384

Amônia mg/L - - 4,79 10,2 - 9,36

Fósforo mg/L 1,66 - 0,80 0,82 - 1,28

Daphnia FD 1 - 1 1 - 1

Coli. Termotolerantes NMP/100ml ≥160000 - ≥160000 ≥160000 - ≥160000

Salinidade 0/00 0,1 - 0,2 0,2 - 0,2

Classe 357/05 CONAMA 2 - 2 2 - 2

O.D. Saturação % 27 - 6 6 - 0

Qualidade - P - MP MP - MP

IET - HE(72) - HE(69) HE(69) - HE(71)

Ecotoxicidade - NT - NT NT - NT

Risco de salinidade - B - B B - B

Pluviometria - 246 281 190 194 2 33

P= Poluído, MP= Muito poluída, HE= Hipereutrófico, NT= Não tóxico. Risco de Salinização para o Solo

irrigado: B= Baixo (<750µS/cm).Pluviometria em Recife, Fonte: ITEP – LAMEPE.

Monitoramento – Bacia hidrográfica do rio Beberibe. Ano: 2009

Estação: BE-50

Local: Rio Beberibe, após receber o Canal Vasco da Gama, na ponte de acesso a Peixinhos.

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SERAFIM-FILHO, G.L. 2012. Diagnóstico da qualidade das águas, percepção de...

98

14.6 RESULTADOS E DISCUSSÃO

Para o ano de 2009, foram monitoradas 5 estações ao longo da bacia

hidrográfica do rio Beberibe, sendo 2 na zona homogênea habitacional rarefeita

(Camaragibe (BE-01) e Recife (BE-09)), e 3 na zona homogênea habitacional densa

(Recife (BE-30), Olinda (BE-45) e na divida das cidades de Recife/Olinda (BE-50).

Tendo em vista os municípios envolvidos quanto a localização das 5 estações, a

estação BE-01 (Camaragibe) e estação BE-09 (Recife), são as que apresentam maiores

índices e indicadores de qualidade, fato explicado por estarem inseridas na zona

homogênea habitacional rarefeita, as demais estações BE-30, BE-45 e BE-50, estão

situadas na estação homogênea habitacional densa e apresentam padrões de qualidades

comprometidos pelos lançamentos de efluentes, que contribuem com a perda da

qualidade da água.

A partir dos parâmetros monitorados, os dados de qualidade da água na bacia

hidrográfica do rio Beberibe, podem ser dividido em duas situações, os que

correspondem a zona homogênea habitacional rarefeita e os correspondente a zona

homogênea habitacional densa, sendo está com menor qualidade devido ao aporte de

efluentes domésticos e industriais, àquela com maior qualidade, por estar inserida em

uma área com menor desenvolvimento demográfico, apesar de ser observado indícios de

poluição das águas.

De forma geral, os parâmetros enquadrados no conjunto básico constituintes do

estabelecido em resolução vigente para qualidade da água, em todas as estações,

apresentaram algum parâmetro fora do padrão estabelecido, ainda, que as cargas de

coliformes termotolerantes, seguido de amônia e fósforo, são fortes indícios de que há a

contaminação por efluentes mistos (comerciais e industriais), além de contaminação por

fontes alóctones.

Page 99: Diagnóstico da qualidade das águas, percepção de riscos por lançamento de esgotos sanitários e avaliação dos impactos na bacia hidrográfica do rio beberibe

SERAFIM-FILHO, G.L. 2012. Diagnóstico da qualidade das águas, percepção de...

99

15. BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO BEBERIBE (2010)

Seguem os parâmetros verificados no relatório para o ano de 2010: temperatura

(°C), pH, oxigênio dissolvido (O.D. mg/L), demanda bioquímica de oxigênio (D.B.O.

mg/L), turbidez (UNT), condutividade elétrica (µS/cm), amônia (mg/L), fósforo total

(mg/L), sólidos totais (mg/L), Daphnia (FDd), clorofila a (µg/L) coliformes

termotolerantes (NMP/100ml), salinidade (µps), classe, saturação de oxigênio

dissolvido, qualidade, índice de estado trófico (IET), índice de qualidade ambiental

(IQA), ecotoxicidade, risco de salinidade e pluviometria.

Os dados foram obtidos nas estações BE-01 (Açude no clube Sete Casuarinas,

Aldeia, Camaragibe), BE-09 (Captação da COMPESA, em Guabiraba), BE-30 (Ponte

na estrada do Cumbe, Linha do Tiro), BE-45 (Ponte da Avenida Presidente Kennedy) e

BE-50 (Ponte de acesso a Peixinhos), nos meses de fevereiro, abril, agosto, outubro e

dezembro de 2009, no relatório do CPRH para o mesmo ano, não há registros de dados

coletados para junho.

As estações estão divididas em duas zonas habitacionais, logo as estações BE-01

e BE-09 estão inseridas na zona homogênea habitacional rarefeita, com ausência de

impactos diretos por estarem inseridas em área de preservação ambiental, as demais

estações: BE-30, BE-45 e BE-50 estão situadas na zona homogênea habitacional densa,

na região metropolitana da cidade do Recife, área com forte urbanização e grandes

centros comerciais, acarretando em impactos diretos nos corpos d’águas constituintes.

Os resultados para cada estação estão plotados em quadros, com valores fora de

classe destacados em vermelho, seguido de texto auxiliar para melhor compreender os

parâmetros em desconformidade.

Page 100: Diagnóstico da qualidade das águas, percepção de riscos por lançamento de esgotos sanitários e avaliação dos impactos na bacia hidrográfica do rio beberibe

SERAFIM-FILHO, G.L. 2012. Diagnóstico da qualidade das águas, percepção de...

100

15.1 ESTAÇÃO BE-01 (AÇUDE NO CLUBE SETE CASUARINAS, ALDEIA)

Na estação BE-01 para o ano de 2010, poucos parâmetros apresentaram valores

fora do estabelecido (pH, oxigênio dissolvido e coliformes termotolerantes), para os

dois primeiros, tal situação é justificável por ser a estação BE-01, a nascente do rio

Beberibe, tendo aporte de águas subterrâneas, para coliformes termotolerantes, a causa

pode estar associada a mais de um fator, incluindo, aporte indireto de efluente

doméstico, ainda, de fontes alóctones, uma vez que a nascente do rio Beberibe está

localizada dentro de uma área privada residencial.

Quadro 46 – Variações dos parâmetros do monitoramento da bacia hidrográfica do Rio

Beberibe na estação BE-01, valores em vermelho indicam resultados fora de classe. Dados

extraídos e adaptados de CPRH, 2010.

Parâmetro

Unid.

Meses das coletas

Fev.

18/02

10:35

Abril

22/04

10:30

-

-

-

Ago.

25/08

10:20

Out.

27/10

10:10

Dez.

16/12

10:40

Temperatura °C 27 27 - 25 27 26

pH - 5,8 5,1 - 6,7 6,0 6,2

O.D. mg/L 4,1 2,7 - 5,1 6,1 2,5

D.B.O. mg/L 0,6 0,9 - 1,3 9,8 1,7

Turbidez UNT 7,0 25 - 15 10 15

Cond. Elétrica µS/cm 74,8 74,9 - 79,0 64,0 75,1

Amônia mg/L ND 0,19 - ND ND ND

Fósforo Total mg/L 0,05 0,05 - 0,02 0,02 0,02

Sólidos totais mg/L 55,0 67,6 - 54,6 58,0 82,2

Daphnia FD 1 1 - 1 1 2

Clorofila a µg/L 1,31 1,37 - 2,73 17,3 8,19

Col. Termotolerantes NMP/100ml 400 1100 - 13000 200 <200

Salinidade 0/00 <0,1 <0,1 - <0,1 <0,1 <0,1

Classe 357/05 CONAMA 2 2 - 2 2 2

O.D. Saturação % 51 34 - 62 77 31

Qualidade - MC MC - P MC P

IET reservatório - ME(53) ME(53) - ME(52) ME(57) ME(55)

IQA - BO(73) AC(49) - BO(58) BO(72) BO(58)

Ecotoxicidade - NT NT - NT NT T

Risco de Salinidade - B B - B B B

Pluviometria - 38 149 - 133 17 52

ND= Não detectável; Limite de detecção (mg/L): Amônia 0,12 e Nitrito: 0,05. MC= Moderadamente

comprometida, P= Poluída, BO= Boa, AC= Aceitável, ME= Mesotrófico, NT= Não tóxico, T= Tóxico. Risco de

Salinização para o Solo irrigado: B= Baixo (<750µS/cm). Pluviometria em São Lourenço da Mata, fonte: ITEP

– LAMEPE.

Monitoramento – Bacia hidrográfica do rio Beberibe. Ano: 2010

Estação: BE-01

Local: Rio Araçá, na nascente do rio Beberibe, no açude no clube Sete Casuarina, em Aldeia,

Camaragibe.

Page 101: Diagnóstico da qualidade das águas, percepção de riscos por lançamento de esgotos sanitários e avaliação dos impactos na bacia hidrográfica do rio beberibe

SERAFIM-FILHO, G.L. 2012. Diagnóstico da qualidade das águas, percepção de...

101

15.2 ESTAÇÃO BE-09 (CAPTAÇÃO DA COMPESA, EM GUABIRABA)

No ano de 2010, foram observados poucos parâmetros com valores fora de

classe na estação BE-09, apontando para excelentes indicadores no estabelecido em

resolução vigente, apenas o pH, demanda bioquímica de oxigênio e coliformes

termotolerantes, apresentaram de um a dois e/ou três valores fora do padrão em algumas

das coletas realizadas, os demais parâmetros encontram-se dentro do estabelecido, a

partir dos dados pode-se concluir que as águas da estação BE-09 manteve-se boa de

forma homogênea ao longo do ano.

Quadro 47 – Variações dos parâmetros do monitoramento da bacia hidrográfica do Rio

Beberibe na estação BE-09, valores em vermelho indicam resultados fora de classe. Dados

extraídos e adaptados de CPRH, 2010.

Parâmetro

Unid.

Meses das coletas

Fev.

18/02

09:40

Abril

22/04

09:35

-

-

-

Ago.

25/08

09:15

Out.

27/10

11:20

Dez.

16/12

09:35

Temperatura °C 26 25 - 24 26 25

pH - 5,4 5,6 - 6,1 5,8 6,2

O.D. mg/L 6,5 6,4 - 7,7 6,5 5,1

D.B.O. mg/L <0,5 <0,5 - 2,6 5,6 1,0

Turbidez UNT 4,5 8,0 - 10 5,0 5,0

Cond. Elétrica µS/cm 63,6 62,2 - 63,8 64,0 65,7

Amônia mg/L 0,27 1,40 - 0,40 0,31 0,47

Fósforo Total mg/L ND 0,03 - ND ND ND

Sólidos totais mg/L 53,4 52,2 - 59,2 56,4 58,8

Daphnia FDD 1 1 - 1 1 1

Coli. Termotolerantes NMP/100ml 200 <200 - 30000 200 1300

Salinidade 0/00 <0,1 <0,1 - <0,1 <0,1 <0,1

Classe 357/05 CONAMA 2 2 - 2 2 2

O.D. Saturação % 80 77 - 91 80 62

Qualidade - NC NC - P MC MC

IET - UO(45) OL(52) - UO(46) UO(45) UO(46)

IQA BO(71) BO(70) - BO(57) BO(73) BO(66)

Ecotoxicidade - NT NT - NT NT NT

Risco de Salinidade - B B - B B B

Pluviometria - 21 203 - 150 63 0

ND= Não detectável; Limite de detecção (mg/L): Amônia 0,12. NC= Não comprometida, MC= Moderadamente

comprometida, P= Poluída, BO= Boa, NT= Não tóxico, UO= Ultraoligotrófico, OL= Oligotrófico. Risco de

Salinização para o Solo irrigado: B= Baixo (<750µS/cm). Pluviometria em Olinda, fonte: ITEP – LAMEPE.

Monitoramento – Bacia hidrográfica do rio Beberibe. Ano: 2010

Estação: BE-09

Local: Rio Beberibe, na captação da COMPESA, em Guabiraba, Recife.

Page 102: Diagnóstico da qualidade das águas, percepção de riscos por lançamento de esgotos sanitários e avaliação dos impactos na bacia hidrográfica do rio beberibe

SERAFIM-FILHO, G.L. 2012. Diagnóstico da qualidade das águas, percepção de...

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15.3 ESTAÇÃO BE-30 (PONTE NA ESTRADA DO CUMBE)

Para a estação BE-30, observado anoxia (0,00mg/L de O2), para oxigênio

dissolvido, seguido de valores altos quando correlacionados a demanda bioquímica de

oxigênio para corpos d’água de classe 2, amônia, fósforo e coliformes termotolerantes

também apresentaram valores fora de classe, situação talvez explicada pelo aporte de

efluentes mistos (doméstico e industrial), nos índices e indicadores de qualidade

observa-se variação entre muito poluído e hipereutrófico, ecotoxicidade constatada no

mês de outubro.

Quadro 48 – Variações dos parâmetros do monitoramento da bacia hidrográfica do Rio

Beberibe na estação BE-30, valores em vermelho indicam resultados fora de classe. Dados

extraídos e adaptados de CPRH, 2010.

Parâmetro

Unid.

Meses das coletas

Fev.

18/02

14:10

Abril

22/04

13:40

-

-

-

Ago.

25/08

11:20

Out.

27/10

13:35

Dez.

16/12

11:55

Temperatura °C 30 32 - 28 29 30

pH - 6,4 6,3 - 6,8 6,8 6,7

O.D. mg/L 0,0 0,0 - 0,0 0,0 0,0

D.B.O. mg/L 32,9 30,5 - 16,0 29,0 15,0

Cond. Elétrica µS/cm 315 496 - 480 528 526

Amônia mg/L 6,43 1,80 - 8,30 14,1 11,0

Fósforo Total mg/L 1,47 1,67 - 1,16 1,39 1,15

Daphnia FD 1 1 - 1 2 1

Coli. Termotolerantes NMP/100ml ≥160000 ≥160000 - ≥160000 ≥160000 43000

Salinidade 0/00 0,2 0,2 - 0,2 0,3 0,3

Classe 357/05 CONAMA 2 2 - 2 2 2

O.D. Saturação % 0 0 - 10 0 0

Qualidade - MP MP - MP MP MP

IET - HE(72) HE(72) - HE(71) HE(72) HE(70)

Ecotoxicidade - NT NT - NT T NT

Risco de salinidade - B B - B B B

Pluviometria - 34 228 493 131 73 147

MP= Muito poluída, NT= Não tóxico e T= Tóxico, HE= Hipereutrófico. Risco de Salinização para o Solo

irrigado: B= Baixo (<750µS/cm). Pluviometria em Olinda, Fonte: ITEP – LAMEPE.

Monitoramento – Bacia hidrográfica do rio Beberibe. Ano: 2010

Estação: BE-30

Local: Rio Morno, na ponte na estrada do Cumbe, acesso à Linha do Tiro, Recife.

Page 103: Diagnóstico da qualidade das águas, percepção de riscos por lançamento de esgotos sanitários e avaliação dos impactos na bacia hidrográfica do rio beberibe

SERAFIM-FILHO, G.L. 2012. Diagnóstico da qualidade das águas, percepção de...

103

15.4 ESTAÇÃO BE-45 (PONTE DA AVENIDA PRESIDENTE KENNEDY)

Na estação BE-45 (Quadro 49), alguns parâmetros enquadrados no conjunto

básico (oxigênio dissolvido, demanda bioquímica de oxigênio, amônia, fósforo e

coliformes termotolerantes), apresentaram valores fora do estabelecido praticamente em

todas as coletas, à exceção da demanda bioquímica de oxigênio com valor dentro do

estabelecido no mês de dezembro, situação explicada pelo aporte de efluentes diretos,

associado a fonte alóctone de contaminação, nos índices e indicadores de qualidade,

observa-se águas muito poluídas, e estado hipereutrófico, não foi observado efeito

tóxico em nenhuma coleta.

Quadro 49 – Variações dos parâmetros do monitoramento da bacia hidrográfica do Rio

Beberibe na estação BE-45, valores em vermelho indicam resultados fora de classe. Dados

extraídos e adaptados de CPRH, 2010.

Parâmetro

Unid.

Meses das coletas

Fev.

18/02

13:50

Abril

22/04

14:00

-

-

-

Ago.

25/08

11:50

Out.

27/10

13:15

Dez.

16/12

12:18

Temperatura °C 30 32 - 29 29 31

pH - 6,5 6,5 - 7,0 6,8 6,9

O.D. mg/L 0,0 0,6 - 1,1 0,6 0,7

D.B.O. mg/L 22,7 14,8 - 11,8 8,3 4,9

Cond. Elétrica µS/cm 544 573 - 561 512 558

Amônia mg/L 8,72 9,00 - 10,4 9,08 11,0

Fósforo Total mg/L 1,16 0,89 - 0,75 0,67 0,52

Daphnia FD 1 1 - 1 1 1

Coli. Termotolerantes NMP/100ml ≥160000 ≥160000 - ≥160000 ≥160000 ≥160000

Salinidade 0/00 0,3 0,3 - 0,3 0,2 0,3

Classe 357/05 CONAMA 2 2 - 2 2 2

O.D. Saturação % 0 8 - 14 8 9

Qualidade - MP MP - MP MP MP

IET - HE(71) HE(69) - HE(68) HE(68) SE(66)

Ecotoxicidade - NT NT - NT NT NT

Risco de salinidade - B B - B B B

Pluviometria - 34 228 493 131 73 147

MP= Muito poluída, NT= Não tóxico, T= Tóxico, HE= Hipereutrófico, SE= Supereutrófico. Risco de

Salinização para o Solo irrigado: B= Baixo (<750µS/cm). Pluviometria em Olinda, Fonte: ITEP – LAMEPE.

Monitoramento – Bacia hidrográfica do rio Beberibe. Ano: 2010

Estação: BE-45

Local: Riacho Lava Tripa, na ponte da Av. Presidente Kennedy, Olinda.

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SERAFIM-FILHO, G.L. 2012. Diagnóstico da qualidade das águas, percepção de...

104

15.5 ESTAÇÃO BE-50 (PONTE DE ACESSO A PEIXINHOS)

Na estação BE-50, os valores correspondentes a oxigênio dissolvido apresentou

mínimo de 0,00 mg/L e valor máximo <0,5 mg/L de O2, caracterizando anoxia, quando

o oxigênio equivale 0,00mg/L, seguido da demanda bioquímica de oxigênio, com

valores excedendo o limite estabelecido em sua totalidade, apresentando mínimo de

17,8mg/L e máximo de 29,5mg/L, em seguida é observado valores fora do padrão para

amônia e fósforo em todas as coletas, tal situação é explicada pelo aporte de efluentes

mistos, os valores excedido para coliformes termotolerantes estão associados ao aporte

de esgoto, com procedência indefinida, podendo ser doméstico e/ou sanitário, nos

índices e indicadores de qualidade observa-se variação entre muito poluído e

hipereutrófico, observa-se ecotoxicidade no mês de dezembro.

Quadro 50 – Variações dos parâmetros do monitoramento da bacia hidrográfica do Rio

Beberibe na estação BE-50, valores em vermelho indicam resultados fora de classe. Dados

extraídos e adaptados de CPRH, 2010.

Parâmetro

Unid.

Meses das coletas

Fev.

18/02

14:50

Abril

22/04

14:20

-

-

-

Ago.

25/08

12:05

Out.

27/10

14:00

Dez.

16/12

12:30

Temperatura °C 29 32 - 28 29 29

pH - 6,4 6,6 - 6,9 6,9 7,0

O.D. mg/L 0,0 0,0 - <0,5 0,0 0,0

D.B.O. mg/L 29,3 29,5 - 21,9 25,9 17,8

Cond. Elétrica µS/cm 494 544 - 301 520 544

Amônia mg/L 8,85 12,6 - 11,9 13,5 15,6

Fósforo Total mg/L 1,73 1,91 - 1,10 1,19 1,27

Daphnia FD 1 1 - 1 1 4

Coli. Termotolerantes NMP/100ml ≥160000 ≥160000 - ≥160000 ≥160000 ≥160000

Salinidade 0/00 0,2 0,3 - 0,1 0,3 0,3

Classe 357/05 CONAMA 2 2 - 2 2 2

O.D. Saturação % 0 0 - 6 0 0

Qualidade - MP MP - MP MP MP

IET - HE(73) HE(73) - HE(70) HE(71) HE(71)

Ecotoxicidade - NT NT - NT NT T

Risco de salinidade - B B - B B B

Pluviometria - 1 240 469 160 40 67

MP= Muito poluída, NT= Não tóxico, T= Tóxico, HE= Hipereutrófico. Risco de Salinização para o Solo

irrigado: B= Baixo (<750µS/cm). Pluviometria em Recife, Fonte: ITEP – LAMEPE.

Monitoramento – Bacia hidrográfica do rio Beberibe. Ano: 2010

Estação: BE-50

Local: Rio Beberibe, após receber o Canal Vasco da Gama, na ponte de acesso a Peixinhos.

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SERAFIM-FILHO, G.L. 2012. Diagnóstico da qualidade das águas, percepção de...

105

15.6 RESULTADOS E DISCUSSÃO

Para o ano de 2010, foram monitoradas 5 estações ao longo da bacia

hidrográfica do rio Beberibe, sendo 2 na zona homogênea habitacional rarefeita

(Camaragibe (BE-01) e Recife (BE-09)), e 3 na zona homogênea habitacional densa

(Recife (BE-30), Olinda (BE-45) e na divida das cidades de Recife/Olinda (BE-50).

Tendo em vista os municípios envolvidos quanto a localização das 5 estações, a

estação BE-01 (Camaragibe) e estação BE-09 (Recife), são as que apresentam maiores

índices e indicadores de qualidade, fato explicado por estarem inseridas na zona

homogênea habitacional rarefeita, as demais estações BE-30 (Recife), BE-45 (Recife) e

BE-50 (Recife/Olinda), estão situadas na estação homogênea habitacional densa e

apresentam padrões de qualidades comprometidos pelos lançamentos de efluentes, que

contribuem com a perda da qualidade da água.

A qualidade da água variou de aceitável a boa nas estações BE-01 e BE-09, os

dados para o conjunto básico apresentaram valores dentro do estabelecido, sem indícios

diretos de fontes de contaminação, sendo consideradas as duas estações com menores

impactos observados, comprovados pelos baixos índices e indicadores de qualidade,

apresentado resultados satisfatório no que rege a resolução CONAMA 357/05.

As demais estações, BE-30, BE-45 e BE-50, apresentaram resultados

insatisfatórios para o conjunto básico em resolução vigente para qualidade da água,

observa-se valores excedendo limites estabelecidos, comprometendo o padrão para a

classe dos corpos hídricos, o aporte de efluentes e as fontes diretas e indiretas de

contaminações, acarretam na perda da qualidade e na intensificação dos impactos.

Diante do exposto, a bacia hidrográfica do rio Beberibe apresenta maior

percentual voltado para o comprometimento da qualidade da água na zona homogênea

habitacional densa, devido ao aporte de esgoto de origem doméstica e por efluentes

mistos, correlacionados ao alto índice de urbanização e centros comerciais, o contrário é

observado na zona homogênea habitacional rarefeita, em que as águas apresentam maior

qualidade, apesar dos baixos índices de poluição das águas, há pequenos indícios de

possíveis contaminações.

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SERAFIM-FILHO, G.L. 2012. Diagnóstico da qualidade das águas, percepção de...

106

Checklist

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SERAFIM-FILHO, G.L. 2012. Diagnóstico da qualidade das águas, percepção de...

107

16. ÍNDICE DE QUALIDADE AMBIENTAL

Conforme os critérios estabelecidos por Rohde (1988), o índice de Qualidade

Ambiental, obtido com base na equação (IQA=(Pt-Pi)/Pt), consiste em uma ferramenta

de identificação de impactos ambientais que agrega valores quanto a interferência e o

grau correlacionado, sendo igual a 0, quando há inexistência da interferência,

correspondente a 1, quando há presença irrelevante ou pouca interferência, valor

equivalente a 2, quando o impacto é perceptível ou de média presença, e valor igual a 3,

quando os impactos são agudos, ou de presença maciça.

Os índices obtidos após a equação, variam entre 0 e 1 (ou 0 e 100%); sendo 0 =

máxima degradação; equivalente a 1 = excelente qualidade ambiental; e valores > 0 < 1

apresentam variações que vão desde melhores condições ambientais até níveis críticos

de qualidade ambiental (Serafim-Filho, 2011; Marcelino et al, 2000; Rohde, 1988).

O quadro abaixo, extraído de Marcelino et al, (2000), faz referência aos valores

atribuídos no índice de qualidade ambiental e sua correspondência ao analisar os dados

finais.

Interpretando a equação (IQA=(Pt-Pi)/Pt), temos IQA: Índice de Qualidade

Ambiental, Pt: somatório dos pesos de todos os elementos do checklist em cada

margem, Pi: somatório real dos pesos dos elementos verificados através do checklist, há

a possibilidade de agregar ao checklist critérios de condições não associada a peso,

Quadro 51 – Intervalo quantitativo e relação com a situação do impacto.

Intervalo Indicador correspondente

0 Inexistência de atributos a ser estudado ou nenhuma interação;

0,1-1,0

O sistema tem poucas alterações antrópicas, sem prejuízos das qualidades

ambientais tais como beleza cênica, produtividade ecológica, valor correspondente

à pouca presença de impactos, que pode ser sanado com pouco esforço;

1,1-2,0

Média presença do fator impactante, visivelmente perceptível a ponto de alterar as

características naturais do ambiente aquático; o sistema está em seu vigor,

contudo, há possibilidade futura de comprometimento, em sua cadeia trófica, e

manutenção de sua flora e fauna; no entanto, já necessita de alguma correção;

2,1-3,0

Presença maciça do fator impactante, pode colocar o sistema em risco e necessita

de ações corretivas; o ambiente está em estado crítico e com perda total das

características naturais. Valor escalar correspondente à grande presença de

alterações.

Adaptação de: Ceotma(1984); Rohde (1988); Queiróz(1993); e Pires (1993).

Fonte: Marcelino et al, (2000)

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SERAFIM-FILHO, G.L. 2012. Diagnóstico da qualidade das águas, percepção de...

108

como por exemplo, aspecto da água, condições de tempo, entre outros, para esses

critérios de condições não são atribuídos valores, apenas o registo associado a uma letra

e/ou sigla representativa, como por exemplo, ENS para a condição do tempo:

ensolarado, L quando a água encontra-se límpida, entre outros.

O checklist é uma ferramenta que vem se tornando bastante útil nos processos de

estudos de impactos ambientais, muito difundida nos processos que identificam e

controlam a erosão costeira (Goda,1995; Cambers, 1998). Permite organizar as

informações coletadas em campo, facilitando a compreensão da área estudada,

características físicas e possíveis desencadeadores de impactos diretos e indiretos.

No presente trabalho, foi elaborado e aplicado um checklist nas estações de

monitoramento do CPRH, para identificação dos possíveis impactos ambientais

associados a ações antrópicas e urbanização, abrangendo lançamento de efluentes,

resíduos sólidos e interferência na qualidade da água.

A seguir estão os dados obtidos por meio do checklist aplicado para cada estação

de monitoramento do CPRH, BE-01, BE-09, BE-30, BE-45 e BE-50. Os resultados

adquiridos com imagens associadas estão discutidos para cada estação.

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SERAFIM-FILHO, G.L. 2012. Diagnóstico da qualidade das águas, percepção de...

109

16.1 CHECKLIST 01 (AÇUDE NO CLUBE SETE CASUARINAS, ALDEIA)

Checklist nº 01

Atividade: Estudo de Impacto Ambiental

Área: Bacia hidrográfica do rio Beberibe

Localização: Estação BE-01

Data: 29.10.2012 Horário: 14:00

Profissional: Serafim-Filho.

1. Condições do tempo ENS ENS -

2. Percepção de impactos na beleza cênica 0 0 0

3. Assoreamento 0 0 0

4. Vegetação 0 0 0

5. Erosão 0 0 0

6. Aspecto da água 0 0 0

7. Materiais flutuantes 0 0 0

8. Óleos e graxas 0 0 0

9. Cornubação com área de mangue A A A

10. Ocupação de áreas de mangue A A A

11. Impactos sobre o manguezal A A A

12. Lixo no manguezal A A A

13. Lixo doméstico 0 0 0

14. Lixo hospitalar 0 0 0

15. Lixo de empresas 0 0 0

16. Lixo de indústrias 0 0 0

17. Lixo comercial 0 0 0

18. Deposição de lixo urbano 0 0 0

19. Material de plástico 1 1 2

20. Despejo de esgotos domésticos 0 0 0

21. Despejo de esgotos industriais 0 0 0

22. Especulação imobiliária 0 0 0

23. Construção urbana 0 0 0

24. Entulho da construção civil 0 0 0

25. Favelas 0 0 0

26. Atividades comerciais 0 0 0

27. Atividades de aquicultura 1 1 2

28. Uso para fins de pesca de subsistência 0 0 0

29. Atividade pecuária 0 0 0

30. Concentração humana 0 0 0

31. Consumo de produtos 1 1 2

32. Uso para fins turísticos 0 0 0

33. Espaço para lazer 1 1 2

TOTAL DE PONTOS 4 4 8

DA

DO

S/L

OC

AL

Marg

em e

squ

erd

a

Tota

l d

e p

on

tos

Margem

dir

eit

a +

Margem

esq

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a

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S –

LE

VA

NT

AM

EN

TO

DE

IM

PC

AT

OS

AM

BIE

NT

AIS

Marg

em d

irei

ta

Inexistência da interferência Presença irrelevante Impacto perceptível e/ou impactos agudos

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SERAFIM-FILHO, G.L. 2012. Diagnóstico da qualidade das águas, percepção de...

110

16.1.1 RESULTADOS E DISCUSSÃO – CHECKLIST 01 (ESTAÇÃO BE-01)

Os pesos atribuídos nos elementos elencados para o estudo de impacto ambiental

através do checklist elaborado para este estudo revelou situações sem ônus para o

recurso hídrico, estação BE-01 (Figura 05), associado ao Índice de Qualidade

Ambiental/IQA, através da equação proposta por Rohde (1998), temos:

Margem direita

IQA=(Pt-Pi)/Pt

Logo, IQA = (99-4)/99 = 0,959595959

O resultado para a margem direita, com valor > 0 < 1, apresenta uma variação

que vai desde melhores condições ambientais até níveis mais críticos de qualidade

ambiental na respectiva margem, no entanto, como o valor correspondido está muito

próximo de 1 pode-se considerar que a margem direita da estação BE-01 apresenta

excelente status de preservação, comprovando o descrito no relatório do CPRH, uma

vez que impactos associados a ação antrópica tem relação direta com a qualidade da

água, quando nas proximidades do recurso hídrico há atividades de potencial impactos

ou dano ambiental.

Margem esquerda

IQA=(Pt-Pi)/Pt

Logo, IQA = (99-4)/99 = 0,959595959

O resultado para a margem esquerda apresentou valor idêntico quando

comparado com a margem direita do recurso hídrico, observa-se uma uniformidade no

reservatório, dessa forma pode-se considerar que ambas as margens possuem um bom

estado de conservação.

Dos valores atribuídos no checklist (ver checklist 01), os pesos destacados em

amarelo estão indicando presença irrelevante ou pouca interferência, de acordo com os

critérios estabelecidos por Rohde (1988). Ações de conscientização a fim de evitar

crescente interferência nível 1, são recomendadas.

Page 111: Diagnóstico da qualidade das águas, percepção de riscos por lançamento de esgotos sanitários e avaliação dos impactos na bacia hidrográfica do rio beberibe

SERAFIM-FILHO, G.L. 2012. Diagnóstico da qualidade das águas, percepção de...

111

Figura 5. (imagens de a – h). Estação BE-01, localizada no açude do Clube Sete

Casuarinas, Camaragibe – PE. (Fonte: Serafim-Filho).

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SERAFIM-FILHO, G.L. 2012. Diagnóstico da qualidade das águas, percepção de...

112

16.2 CHECKLIST 02 (CAPTAÇÃO DA COMPESA, EM GUABIRABA)

Checklist nº 02

Atividade: Estudo de Impacto Ambiental

Área: Bacia hidrográfica do rio Beberibe

Localização: Estação BE-09

Data: 28.10.2012 Horário: 10:15

Profissional: Serafim-Filho.

1. Condições do tempo ENS ENS -

2. Percepção de impactos na beleza cênica 1 1 2

3. Assoreamento 0 0 0

4. Vegetação 0 0 0

5. Erosão 1 1 2

6. Aspecto da água 0 0 0

7. Materiais flutuantes 0 0 0

8. Óleos e graxas 0 0 0

9. Cornubação com área de mangue A A A

10. Ocupação de áreas de mangue A A A

11. Impactos sobre o manguezal A A A

12. Lixo no manguezal A A A

13. Lixo doméstico 1 1 2

14. Lixo hospitalar 0 0 0

15. Lixo de empresas 0 0 0

16. Lixo de indústrias 0 0 0

17. Lixo comercial 0 0 0

18. Deposição de lixo urbano 0 0 0

19. Material de plástico 1 1 2

20. Despejo de esgotos domésticos 1 1 2

21. Despejo de esgotos industriais 0 0 0

22. Especulação imobiliária 0 0 0

23. Construção urbana 1 1 2

24. Entulho da construção civil 0 0 0

25. Favelas 0 0 0

26. Atividades comerciais 0 0 0

27. Atividades de aquicultura 0 0 0

28. Uso para fins de pesca de subsistência 0 0 0

29. Atividade pecuária 1 1 2

30. Concentração humana 1 1 2

31. Consumo de produtos 0 0 0

32. Uso para fins turísticos 1 1 2

33. Espaço para lazer 1 1 2

TOTAL DE PONTOS 10 10 20

DA

DO

S/L

OC

AL

Marg

em e

squ

erd

a

Tota

l d

e p

on

tos

Margem

dir

eit

a +

Margem

esq

uerd

a

ÕE

S/E

TA

PA

S –

LE

VA

NT

AM

EN

TO

DE

IM

PC

AT

OS

AM

BIE

NT

AIS

Marg

em d

irei

ta

Inexistência da interferência Presença irrelevante Impacto perceptível e/ou impactos agudos

Page 113: Diagnóstico da qualidade das águas, percepção de riscos por lançamento de esgotos sanitários e avaliação dos impactos na bacia hidrográfica do rio beberibe

SERAFIM-FILHO, G.L. 2012. Diagnóstico da qualidade das águas, percepção de...

113

16.2.1 RESULTADOS E DISCUSSÃO – CHECKLIST 02 (ESTAÇÃO BE-09)

Para a estação BE-09, os resultados obtidos através do checklist tendo por base

os critérios de Rohde (1988), e equação atribuída, há pouca interferência para alguns

dos elementos elencados e ausência para a maior parte deles, apresentando assim

melhores condições na qualidade ambiental, demonstrado a seguir:

Margem direita

IQA=(Pt-Pi)/Pt

Logo, IQA = (99-10)/99 = 0,898989899

O resultado para a margem direita admite concluir que a qualidade ambiental

para a estação BE-09, está pertinente com os dados para a qualidade da água constados

nos relatórios do CPRH, ainda com as características associadas a qualidade da água

com a zona homogênea habitacional rarefeita, uma vez que há fragmentos de mata

atlântica e indícios de matas ciliares ao longo do trecho do rio até chegar no ponto de

captação (Figura 6), fatores que contribuem com a qualidade ambiental.

Margem esquerda

IQA=(Pt-Pi)/Pt

Logo, IQA = (99-10)/99 = 0,898989899

O resultado para margem esquerda apresentou valores idênticos com a margem

direita do recurso hídrico, em áreas com perturbações irrelevantes, e/ou pouca

interferências, a qualidade ambiental torna-se homogênea a nível local, facilitando

inclusive, no diagnóstico através do procedimento em perícia ambiental.

Logo, pode-se concluir que a estação BE-09, avaliada com base no índice de

qualidade ambiental para a margem direita e esquerda do recurso hídrico, apresentou

valores equivalentes a 0,898989899 (IQA), respectivamente, correspondendo a boas

condições ambientais, apesar de constatado algumas interferências, nada que influêncie

de forma direta no recurso hídrico, ainda assim, é necessário práticas de educação

ambiental e de conscientização a fim de evitar o aumento dos elementos com

interferência nível 1 (ver checklist 02).

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SERAFIM-FILHO, G.L. 2012. Diagnóstico da qualidade das águas, percepção de...

114

Figura 6. (imagens de a – g). Estação BE-09, localizada na captação da COMPESA em

Guabiraba, Recife – PE. (Fonte: Serafim-Filho).

Page 115: Diagnóstico da qualidade das águas, percepção de riscos por lançamento de esgotos sanitários e avaliação dos impactos na bacia hidrográfica do rio beberibe

SERAFIM-FILHO, G.L. 2012. Diagnóstico da qualidade das águas, percepção de...

115

16.3 CHECKLIST 03 (PONTE NA ESTRADA DO CUMBE)

Checklist nº 03

Atividade: Estudo de Impacto Ambiental

Área: Bacia hidrográfica do rio Beberibe

Localização: Estação BE-30

Data: 28.10.2012 Horário: 11:35

Profissional: Serafim-Filho.

1. Condições do tempo ENS ENS -

2. Percepção de impactos na beleza cênica 3 3 6

3. Assoreamento 3 3 6

4. Vegetação 3 3 6

5. Erosão 3 3 6

6. Aspecto da água 3 3 6

7. Materiais flutuantes 3 3 6

8. Óleos e graxas 0 0 0

9. Cornubação com área de mangue A A A

10. Ocupação de áreas de mangue A A A

11. Impactos sobre o manguezal A A A

12. Lixo no manguezal A A A

13. Lixo doméstico 3 3 6

14. Lixo hospitalar 0 0 0

15. Lixo de empresas 2 3 5

16. Lixo de indústrias 0 0 0

17. Lixo comercial 3 3 6

18. Deposição de lixo urbano 3 3 6

19. Material de plástico 3 3 6

20. Despejo de esgotos domésticos 2 3 5

21. Despejo de esgotos industriais 0 0 0

22. Especulação imobiliária 0 0 0

23. Construção urbana 2 3 5

24. Entulho da construção civil 3 3 6

25. Favelas 2 3 5

26. Atividades comerciais 3 3 6

27. Atividades de aquicultura 0 0 0

28. Uso para fins de pesca de subsistência 0 0 0

29. Atividade pecuária 2 3 5

30. Concentração humana 3 3 6

31. Consumo de produtos 3 2 5

32. Uso para fins turísticos 0 0 0

33. Espaço para lazer 3 1 4

TOTAL DE PONTOS 55 57 112

DA

DO

S/L

OC

AL

Marg

em e

squ

erd

a

Tota

l d

e p

on

tos

Margem

dir

eit

a +

Margem

esq

uerd

a

ÕE

S/E

TA

PA

S –

LE

VA

NT

AM

EN

TO

DE

IM

PC

AT

OS

AM

BIE

NT

AIS

Marg

em d

irei

ta

Inexistência da interferência Presença irrelevante Impacto perceptível e/ou impactos agudos

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16.3.1 RESULTADOS E DISCUSSÃO – CHECKLIST 03 (ESTAÇÃO BE-30)

A estação BE-30, apresentou dados preocupantes para os elementos abordados

no checklist, em sua quase totalidade, os pesos atribuídos correspondem a nível 3, que

trata de impactos agudos e/ou presença maciça da interferência, configurando para a

estação máxima degradação ambiental, conforme estabelecido no índice de qualidade

ambiental, demonstrado a seguir:

Margem direita

IQA=(Pt-Pi)/Pt

Logo, IQA = (99-55)/99 = 0,444444444

Tendo como base o resultado do IQA para a margem direita, com próximo de 0,

pode-se concluir que há interferências diretas no recurso hídrico de diversas origens,

através do checklist percebe-se impactos na beleza cênica, no aspecto da água,

problemas agudos com deposição de lixo, tanto na margem, quanto no curso do rio, há

despejo de esgoto doméstico, esgoto industrial de origem alóctone, ainda, presença

maciça de resíduos sólidos e entulho da construção civil, entre outros (ver checklist 03).

Margem esquerda

IQA=(Pt-Pi)/Pt

Logo, IQA = (99-57)/99 = 0,424242424

Observam-se resultados distintos para as margens, após tratamento dos

elementos e pesos atribuídos com base na equação, de certa forma podemos considerar

que a margem esquerda apresenta maior degradação ambiental, no entanto, ambas as

margens apresentam impactos agudos, vale ressaltar que valores > 0 < 1, apresentam

variações, para a margem esquerda, o resultado atribuído está ainda mais próximo de 0,

indicando níveis críticos de qualidade ambiental.

Logo, os impactos ambientais percebidos na estação BE-30 para as margens

direita e esquerda no recurso hídrico, apresentam respectivamente máxima degradação

ambiental, sendo necessário controle e interferência das fontes responsáveis pelos

órgãos competentes.

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SERAFIM-FILHO, G.L. 2012. Diagnóstico da qualidade das águas, percepção de...

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Figura 7. (imagens de a – g). Estação BE-30, localizada na ponte da estrada do Cumbe,

acesso à Linha do Tio, Recife – PE. (Fonte: Serafim-Filho).

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SERAFIM-FILHO, G.L. 2012. Diagnóstico da qualidade das águas, percepção de...

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16.4 CHECKLIST 04 (PONTE DA AVENIDA PRESIDENTE KENNEDY)

Checklist nº 04

Atividade: Estudo de Impacto Ambiental

Área: Bacia hidrográfica do rio Beberibe

Localização: Estação BE-45

Data: 28.10.2012 Horário: 12:10

Profissional: Serafim-Filho.

1. Condições do tempo ENS ENS -

2. Percepção de impactos na beleza cênica 3 3 6

3. Assoreamento 3 3 6

4. Vegetação 3 3 6

5. Erosão 0 0 0

6. Aspecto da água 3 3 6

7. Materiais flutuantes 3 3 6

8. Óleos e graxas 0 0 0

9. Cornubação com área de mangue A A A

10. Ocupação de áreas de mangue A A A

11. Impactos sobre o manguezal A A A

12. Lixo no manguezal A A A

13. Lixo doméstico 3 3 6

14. Lixo hospitalar 0 0 0

15. Lixo de empresas 2 3 5

16. Lixo de indústrias 1 1 2

17. Lixo comercial 2 3 5

18. Deposição de lixo urbano 3 3 6

19. Material de plástico 3 3 6

20. Despejo de esgotos domésticos 3 3 6

21. Despejo de esgotos industriais 0 0 0

22. Especulação imobiliária 1 1 2

23. Construção urbana 3 3 6

24. Entulho da construção civil 3 3 6

25. Favelas 1 2 3

26. Atividades comerciais 3 3 6

27. Atividades de aquicultura 0 0 0

28. Uso para fins de pesca de subsistência 0 0 0

29. Atividade pecuária 0 0 0

30. Concentração humana 3 3 6

31. Consumo de produtos 3 3 6

32. Uso para fins turísticos 0 0 0

33. Espaço para lazer 1 1 2

TOTAL DE PONTOS 50 53 103

DA

DO

S/L

OC

AL

Marg

em e

squ

erd

a

Tota

l d

e p

on

tos

Margem

dir

eit

a +

Margem

esq

uerd

a

ÕE

S/E

TA

PA

S –

LE

VA

NT

AM

EN

TO

DE

IM

PC

AT

OS

AM

BIE

NT

AIS

Marg

em d

irei

ta

Inexistência da interferência Presença irrelevante Impacto perceptível e/ou impactos agudos

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SERAFIM-FILHO, G.L. 2012. Diagnóstico da qualidade das águas, percepção de...

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16.4.1 RESULTADOS E DISCUSSÃO – CHECKLIST 04 (ESTAÇÃO BE-45)

A situação da estação BE-45 para o checklist aplicado não se diferencia muito

do verificado na estação anterior (BE-30), ambas inseridas na zona homogênea

habitacional densa, que por sua vez torna-se alvo dos impactos ambientais associados ao

processo de urbanização crescente, os elementos e pesos atribuídos na estação

configuram quase que em sua totalidade, impactos agudos e/ou presença maciça, de

acordo com o estabelecido em Rohde (1988).

Há certa homogeneidade para as margens direita e esquerda do recurso hídrico, o

índice de qualidade ambiental apresenta níveis máximos de degradação ambiental

(Figura 8), em ambas as margens, demonstrados e discutidos a seguir:

Margem direita

IQA=(Pt-Pi)/Pt

Logo, IQA = (99-50)/99 = 0,494949494

De acordo com o resultado para o índice de qualidade ambiental na margem

direita do recurso hídrico, pode-se concluir que os impactos causados correspondem a

grande presença de alterações ambientais, que por sua vez interferem de forma direta na

perda da qualidade da água, as ações que degradam o ambiente vão desde alterações na

beleza cênica, lançamento de efluentes mistos, resíduos sólidos, deposição de lixo, até

entulhos da construção civil e lixo de empresas.

Margem esquerda

IQA=(Pt-Pi)/Pt

Logo, IQA = (99-53)/99 = 0,464646464

Contudo, é possível ponderar que a margem esquerda da estação BE-45,

encontra-se em situação tão alarmante quanto a margem direita, os impactos são de

caráter homogêneo e causados em sua maioria pelos mesmos elementos contemplados

em checklist para a margem direita e esquerda, a qualidade da água, tendo em vista o

índice de qualidade ambiental, encontra-se totalmente comprometida. Como sugestão,

ações mitigadoras junto aos órgãos competentes e fiscalizadores.

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Figura 8. (imagens de a – g). Estação BE-45, localizada na ponte da Av. Presidente

Kennedy, Olinda – PE. (Fonte: Serafim-Filho).

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16.5 CHECKLIST 05 (PONTE DE ACESSO A PEIXINHOS)

Checklist nº 05

Atividade: Estudo de Impacto Ambiental

Área: Bacia hidrográfica do rio Beberibe

Localização: Estação BE-50

Data: 28.10.2012 Horário: 12:50

Profissional: Serafim-Filho.

1. Condições do tempo ENS ENS -

2. Percepção de impactos na beleza cênica 3 3 6

3. Assoreamento 2 2 4

4. Vegetação 3 3 6

5. Erosão 3 2 5

6. Aspecto da água 3 3 6

7. Materiais flutuantes 3 3 6

8. Óleos e graxas 3 3 6

9. Cornubação com área de mangue 3 3 6

10. Ocupação de áreas de mangue 3 3 6

11. Impactos sobre o manguezal 3 3 6

12. Lixo no manguezal 3 3 6

13. Lixo doméstico 3 3 6

14. Lixo hospitalar 0 0 0

15. Lixo de empresas 2 2 4

16. Lixo de indústrias 2 3 5

17. Lixo comercial 3 3 6

18. Deposição de lixo urbano 3 3 6

19. Material de plástico 3 3 6

20. Despejo de esgotos domésticos 3 3 6

21. Despejo de esgotos industriais 3 3 6

22. Especulação imobiliária 0 0 0

23. Construção urbana 3 3 6

24. Entulho da construção civil 2 3 5

25. Favelas 1 3 4

26. Atividades comerciais 3 3 6

27. Atividades de aquicultura 0 0 0

28. Uso para fins de pesca de subsistência 0 0 0

29. Atividade pecuária 2 3 5

30. Concentração humana 3 3 6

31. Consumo de produtos 2 2 4

32. Uso para fins turísticos 0 0 0

33. Espaço para lazer 0 0 0

TOTAL DE PONTOS 70 74 144

DA

DO

S/L

OC

AL

Marg

em e

squ

erd

a

Tota

l d

e p

on

tos

Margem

dir

eit

a +

Margem

esq

uerd

a

ÕE

S/E

TA

PA

S –

LE

VA

NT

AM

EN

TO

DE

IM

PC

AT

OS

AM

BIE

NT

AIS

Marg

em d

irei

ta

Inexistência da interferência Presença irrelevante Impacto perceptível e/ou impactos agudos

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16.5.1 RESULTADOS E DISCUSSÃO – CHECKLIST 05 (ESTAÇÃO BE-50)

Na estação BE-50, o checklist aplicado traz inexistência de interferência para

alguns dos elementos constados, vale salientar que inexistência está condicionada ao

fato de não ter sido observado no momento da aplicação do checklist o possível impacto

e/ou interferência (direta ou indireta), no entanto devem-se levar em consideração,

fontes alóctones de contaminações, desde que o dano seja perceptível no trecho

analisado.

Para a margem direita, há máxima degradação na maior parte dos elementos

elencados (quase totalidade), com valor 3 atribuído, demostrados e discutidos a seguir:

Margem direita

IQA=(Pt-Pi)/Pt

Logo, IQA = (99-70)/99 = 0,292929292

O resultado da equação bem próximo de 0, indicam condições com níveis

críticos de qualidade ambiental, os impactos envolvem: alterações na beleza cênica,

deposição de lixo urbano, impactos diretos em área de manguezal, incluindo deposição

de lixo e ocupação da área por moradias rudimentares, ainda, sem nenhum saneamento

básico, também de presença maciça de resíduos sólidos, entulho da construção civil,

entre outros (ver checklist 05).

Margem esquerda

IQA=(Pt-Pi)/Pt

Logo, IQA = (99-74)/99 = 0,252525252

Para a margem esquerda, o valor adquirido com base na equação para o índice

de qualidade ambiental, possui valor ainda mais próximo de 0, acarretando em maior

impacto, quando comparado com o resultado para a margem direita, de fato, pode-se

concluir que a estação de monitoramento BE-50, apresenta altos índices de poluição,

com níveis críticos de qualidade ambiental. Ações de conscientização e planos de

controle fazem-se necessário, devido ao atual estado das águas na estação supracitada.

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Figura 9. (imagens de a – f). Estação BE-50, localizada na ponte de acesso a Peixinhos

na divisa das cidades de Recife/Olinda – PE. (Fonte: Serafim-Filho).

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SERAFIM-FILHO, G.L. 2012. Diagnóstico da qualidade das águas, percepção de...

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