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12ª Jornada UNIFACS Iniciação Cientifica - JUIC Engenharia Sanitária/ Recursos Hídricos/ Planejamento Integrado dos Recursos Hídricos. Diagnóstico Ambiental da Bacia do Rio Imbassaí no Litoral Norte da Bahia, a partir do Mapeamento de Parâmetros Morfométricos. Priscilla Neves Soares*¹, Anderson Gomes de Oliveira² *1. Estudante de Engenharia Ambiental e Sanitária; Bolsista PIBIC/Fapesb* [email protected] 2. Licenciado e Bacharel em Geografia pela Universidade Católica do Salvador - UCSAL, mestre em Geografia pela Universidade Federal da Bahia – UFBA e Doutorando em Geografia pela Universidade de Santiago de Compostela, Professor Adjunto na Universidade Salvador – UNIFACS. E-mail: [email protected] Palavras Chave: Bacias Hidrográficas; Indicadores Morfométricos; Diagnóstico Ambiental. Introdução A presente pesquisa procurou discutir/identificar os motivos pelos quais os ambientes naturais que compunham a Bacia do Rio Imbassaí foram, com o passar do tempo, sendo apropriados pelos processos de antropização. A bacia hidrográfica do rio Imbassaí possui um papel importante para o desenvolvimento do Litoral Norte do Estado da Bahia, dessa forma, estudos técnicos dos parâmetros físico-naturais, são de suma importância, no sentido de modelar um crescimento pautado na sustentabilidade econômica, social e ambiental. Com o levantamento dos parâmetros morfométricos, associados aos dados socioeconômicos destacaram que as áreas da bacia que apresentam maior fragilidade - face às atividades humanas – estão localizadas ao norte da área da bacia. É imprescindível que se façam inserções antrópicas compatíveis com as potencialidades e as limitações dos diferentes sistemas ambientais. Metodologia A metodologia deste projeto baseou-se na proposta do artigo Análise da fragilidade ambiental da bacia hidrográfica do rio Imbassaí, no litoral norte da Bahia, a partir de parâmetros morfométricos, apresentado e publicado nos Anais do Simpósio Regional de Geoprocessamento e Sensoriamento Remoto na capital Aracaju em novembro de 2014. O mapeamento e a caracterização físico-natural da bacia foram elaborados a partir de variáveis morfométricas consideradas de grande relevância para estudos dessa natureza, tendo em vista suas características e aplicabilidade no subsídio para a gestão ambiental. A priori: área da bacia; coeficiente de manutenção; coeficiente de rugosidade; comprimento da bacia; comprimento do rio principal; comprimento dos canais; declividade média; densidade de drenagem; frequência dos canais de 1ª ordem; hipsometria; perfil topográfico. A caracterização físico-natural da bacia foi complementada com uma abordagem descritiva sobre solos, geologia, geomorfologia e vegetação. Resultados e Discussão A bacia possui uma área de aproximadamente 204,77 km² sendo considerada de porte entre média e pequena. Seu comprimento total (27 km) associado ao seu formato alongado, relevo suave ondulado e boa drenagem evidencia uma bacia com menos possibilidades de provocar enchentes. Na bacia estudada, observa-se a dominância dos Tabuleiros do Recôncavo ocupando cerca de 50% da área da bacia, com valor de vulnerabilidade estimado entre 2,5 seguido de Tabuleiros Pré-Litorâneos, com valor de vulnerabilidade de 2,8 e ocupando cerca de 37% da área, Planície Marinha e Flúvio Marinha ocupando cerca de 15% da área e valor de vulnerabilidade de 2,0 e, por fim, ocupando cerca de 8% da área há uma curta faixa de borda marinha, ao qual atribuiu-se valor de vulnerabilidade de 3,0. A bacia do rio Imbassaí, localizado no centro leste do estado da Bahia, abrange o município de Mata de São João cujos distritos são: Imbassaí, Diogo e Santo Antônio. Segundo o Instituto de Geografia e Estatística (IBGE), em 2010 a população do município de Mata de São João era de 40.183 pessoas e a estimativa para o ano de 2014 era de 45.194; A população da Bacia em estudo é de 6.037 pessoas aproximadamente. O uso do solo na região da bacia do rio Imbassaí encontra - se distribuído principalmente para a agricultura (lavouras de subsistência no interior da bacia) e para empreendimentos imobiliários e turísticos (loteamentos, pousadas e hotéis) no baixo curso/ área litorânea e zona estuarina. Segundo o INGÁ (2014) a cobertura vegetal da bacia é composta predominantemente, pela Mata Atlântica. Nesta região, observa-se, em sua grande extensão, plantações de eucalipto e pinus intercalado com vegetação natural e atividades agropecuárias. Conclusões O Diagnóstico Ambiental tem como objetivo apresentar os principais elementos do meio físico, biótico e sócios- econômicos passíveis de modificações diante das consequências observadas e analisadas. Dentre os parâmetros analisados, destaca-se que a Bacia Hidrográfica do Rio Imbassaí possui um padrão de drenagem dendrítico, o que favorece o acontecimento de inundações, porém possui uma boa eficiência de drenagem o que reduz o risco desse evento, mas não descarta a possibilidade de ocorrência do mesmo. Considerada entre médio e pequeno porte, pode ser facilmente utilizada para realização de atividades de monitoramento, já que a região está em constante crescimento motivado pelo setor de turismo, com a finalidade de se obter melhorias socioecômicas e ambientais. A partir dos pontos visitados, pode-se concluir que há presença de ravinas e voçorocas provocados pela falta de proteção vegetal onde a existência de atividades agrícolas e construção de moradias, e descarte incorreto de resíduos e rejeitos favorecem ainda mais a degradação do solo. O grau de vulnerabilidade mais representativa da bacia em questão define-se como Medianamente Estável-Vulnerável, e encontra-se localizado na região norte da Bacia Hidrográfica. Essa classificação abrange as classes dos Argissolos, Planossolos e Luvissolos (CREPANI, 2011). Dentre os danos ambientais decorrentes do processo de ocupação identificados nos pontos visitados da Bacia destaca-se o descarte incorreto de rejeito e resíduo em solo exposto, a agricultura, o desmatamento, o assoreamento de nascentes e a poluição de afluentes, práticas características do processo de antropização. Diante da problemática, a bacia exige uma gestão ambiental e um planejamento do uso e ocupação do solo para que inserções antrópicas compatíveis com as potencialidades e as limitações dos diferentes sistemas ambientais que compõem a referida bacia, sejam feitas de maneira que se possa alcançar um equilíbrio ambiental. ______________________________

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12ª Jornada UNIFACS Iniciação Cientifica - JUIC

Engenharia Sanitária/ Recursos Hídricos/ Planejamento Integrado dos Recursos Hídricos.

Diagnóstico Ambiental da Bacia do Rio Imbassaí no Litoral Norte da Bahia, a partir do Mapeamento de Parâmetros Morfométricos.

Priscilla Neves Soares*¹, Anderson Gomes de Oliveira²

*1. Estudante de Engenharia Ambiental e Sanitária; Bolsista PIBIC/Fapesb* [email protected] 2. Licenciado e Bacharel em Geografia pela Universidade Católica do Salvador - UCSAL, mestre em Geografia pela Universidade Federal da Bahia – UFBA e Doutorando em Geografia pela Universidade de Santiago de Compostela, Professor Adjunto na Universidade Salvador – UNIFACS. E-mail: [email protected]

Palavras Chave: Bacias Hidrográficas; Indicadores Morfométricos; Diagnóstico Ambiental.

Introdução A presente pesquisa procurou discutir/identificar os motivos pelos quais os ambientes naturais que compunham a Bacia do Rio Imbassaí foram, com o passar do tempo, sendo apropriados pelos processos de antropização. A bacia hidrográfica do rio Imbassaí possui um papel importante para o desenvolvimento do Litoral Norte do Estado da Bahia, dessa forma, estudos técnicos dos parâmetros físico-naturais, são de suma importância, no sentido de modelar um crescimento pautado na sustentabilidade econômica, social e ambiental. Com o levantamento dos parâmetros morfométricos, associados aos dados socioeconômicos destacaram que as áreas da bacia que apresentam maior fragilidade - face às atividades humanas – estão localizadas ao norte da área da bacia. É imprescindível que se façam inserções antrópicas compatíveis com as potencialidades e as limitações dos diferentes sistemas ambientais.

Metodologia A metodologia deste projeto baseou-se na proposta do artigo Análise da fragilidade ambiental da bacia hidrográfica do rio Imbassaí, no litoral norte da Bahia, a partir de parâmetros morfométricos, apresentado e publicado nos Anais do Simpósio Regional de Geoprocessamento e Sensoriamento Remoto na capital Aracaju em novembro de 2014. O mapeamento e a caracterização físico-natural da bacia foram elaborados a partir de variáveis morfométricas consideradas de grande relevância para estudos dessa natureza, tendo em vista suas características e aplicabilidade no subsídio para a gestão ambiental. A priori: área da bacia; coeficiente de manutenção; coeficiente de rugosidade; comprimento da bacia; comprimento do rio principal; comprimento dos canais; declividade média; densidade de drenagem; frequência dos canais de 1ª ordem; hipsometria; perfil topográfico. A caracterização físico-natural da bacia foi complementada com uma abordagem descritiva sobre solos, geologia, geomorfologia e vegetação.

Resultados e Discussão A bacia possui uma área de aproximadamente 204,77 km² sendo considerada de porte entre média e pequena. Seu comprimento total (27 km) associado ao seu formato alongado, relevo suave ondulado e boa drenagem evidencia uma bacia com menos possibilidades de provocar enchentes. Na bacia estudada, observa-se a dominância dos Tabuleiros do Recôncavo ocupando cerca de 50% da área da bacia, com valor de vulnerabilidade estimado entre 2,5 seguido de Tabuleiros Pré-Litorâneos, com valor de vulnerabilidade de 2,8 e ocupando cerca de 37% da área, Planície Marinha e Flúvio Marinha ocupando cerca de 15% da área e valor de vulnerabilidade de 2,0 e, por fim, ocupando cerca de 8% da área há uma curta faixa de borda marinha, ao qual atribuiu-se valor de vulnerabilidade de 3,0. A bacia do rio Imbassaí, localizado no centro leste do estado da Bahia, abrange o município de Mata de São João cujos distritos são: Imbassaí, Diogo e Santo Antônio. Segundo o Instituto de Geografia e Estatística (IBGE), em 2010 a população do município de Mata de São João era de 40.183 pessoas e a estimativa para o ano de 2014 era de 45.194; A população da Bacia em estudo é de 6.037 pessoas aproximadamente. O uso do solo na região da bacia do rio Imbassaí encontra - se distribuído principalmente para a agricultura (lavouras de subsistência no interior da bacia) e para empreendimentos imobiliários e turísticos (loteamentos, pousadas e hotéis) no baixo curso/ área litorânea e zona estuarina. Segundo o INGÁ (2014) a cobertura vegetal da bacia é composta predominantemente, pela Mata Atlântica. Nesta região, observa-se, em sua grande extensão, plantações de eucalipto e pinus intercalado com vegetação natural e atividades agropecuárias.

Conclusões O Diagnóstico Ambiental tem como objetivo apresentar os principais elementos do meio físico, biótico e sócios-econômicos passíveis de modificações diante das consequências observadas e analisadas. Dentre os parâmetros analisados, destaca-se que a Bacia Hidrográfica do Rio Imbassaí possui um padrão de drenagem dendrítico, o que favorece o acontecimento de inundações, porém possui uma boa eficiência de drenagem o que reduz o risco desse evento, mas não descarta a possibilidade de ocorrência do mesmo. Considerada entre médio e pequeno porte, pode ser facilmente utilizada para realização de atividades de monitoramento, já que a região está em constante crescimento motivado pelo setor de turismo, com a finalidade de se obter melhorias socioecômicas e ambientais. A partir dos pontos visitados, pode-se concluir que há presença de ravinas e voçorocas provocados pela falta de proteção vegetal onde a existência de atividades agrícolas e construção de moradias, e descarte incorreto de resíduos e rejeitos favorecem ainda mais a degradação do solo. O grau de vulnerabilidade mais representativa da bacia em questão define-se como Medianamente Estável-Vulnerável, e encontra-se localizado na região norte da Bacia Hidrográfica. Essa classificação abrange as classes dos Argissolos, Planossolos e Luvissolos (CREPANI, 2011). Dentre os danos ambientais decorrentes do processo de ocupação identificados nos pontos visitados da Bacia destaca-se o descarte incorreto de rejeito e resíduo em solo exposto, a agricultura, o desmatamento, o assoreamento de nascentes e a poluição de afluentes, práticas características do processo de antropização. Diante da problemática, a bacia exige uma gestão ambiental e um planejamento do uso e ocupação do solo para que inserções antrópicas compatíveis com as potencialidades e as limitações dos diferentes sistemas ambientais que compõem a referida bacia, sejam feitas de maneira que se possa alcançar um equilíbrio ambiental. ______________________________