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Diabetes MellitusEtiopatogenia
Dr.Leão Zagury
•Prof. de Pós-graduação em Endocrinologia da PUC RJ•Presidente da Sociedade Brasileira de Diabetes (200 4-2005)•Chefe do Serviço de Diabetes do IEDE (1996-2003)•Vice-presidente da SBEM (2001-2003)•Membro Honorário da Sociedade Argentina de Diabetes•Titular da Academia de Medicina do RJ
Secreção de insulina e Glicemia Secreção de insulina e Glicemia nãonão diabéticos
� Mantida em limites � Pulsátil� Bifásica
Secreção de insulinaGlicemia
� Mantida em limites estritos
� Elevação pp mínima
� Bifásica� Retorno rápido ao basal� Elevação rápida e precoce� Antecipação à hiperglicemia� Bloqueia a gluconeogênese
hepática
Brurttomesso. Diabetes 1999Mitrakou. Diabetes 1990
[email protected]@[email protected]@globo.com
DIABETES TIPO 2120
100
80
PLA
SM
A IR
I
120
100
PLA
SM
A IR
I µU
/ML
Diabetes tipo 2Secreção de insulina
GLICOSE 20g
Ward. Diabetes Care 1984;7:491–502.
80
60
40
20
0–30 0 30 60 90 120 min –30 0 30 60 901 20 min
PLA
SM
A IR
I
µU/M
L 80
60
40
20
0P
LAS
MA
IRI µ
U/M
L
GLICOSE 20g
Infundindo
•Somatostatina - suprimir a produção endógena
•Insulina IV
Natureza bifásica daliberação da insulina
•Insulina IV
% constante (diferente da bifásica)
Concentrações equivalentes de insulina endógena
Elahi. Am J Physiol 1989, 257:E704-E711.
Liberação hepática suprimida parcialmente
43%
NÃO DM
Cerasi .Acta Endocrinol 1967;55:278-304
Mitrakou. N Engl J Med. 1992;326:22-29 [email protected]@[email protected]@globo.com
Lzagury @ globo.com
SISI Hiperglicemia
Hiperinsulinemia
Hipoinsulinemia
Redução da captação
de glicose
Esgotamento do
pâncreas
[email protected]@[email protected]@globo.com
SECREÇÃO X RESISTÊNCIA
DM TIPO 2
SECREÇÃO X RESISTÊNCIACONDIÇÃO SINE QUA NON
EXAUSTÃO DA CÉLULA β
[email protected]@[email protected]@globo.com
Outros mecanismos fisiopatológicos interferem na manutenção dos níveis
glicêmicosglicêmicos
[email protected]@[email protected]@globo.com
1010
Hiperglicemia
Resistência
Captação de glicosereduzida
[email protected]@[email protected]@globo.com
Resistência insulínica
História natural do DM 2
Herda-se genes que tornam os tecidos
No músculo tornam os tecidos resistentes
De Fronzo.Diabetes 1988;37: 667-687Eriksson. N Emgl J Med 1989:321:337-343Kashyap. Diabetes 2003;52:2461– 2474Cnop M. Diabetes Care 2007;30:677 – 682Stride A.. Ann Med 2002;33:207 – 2 1 6
[email protected]@[email protected]@globo.com
Redução da captação da glicose
Ferramini E. Metabolism 1988;37: 79 – 85DeFronzo R. J Clín Invest 1979;63:939-946DeFronzo R. J Clín Invest 1985; 76:149 – 155
MúsculoDM2 magros são resistentes à insulina quando comparados a controles
Cap
taçã
o de
glic
ose
Mg/
Kg.
min
uto
7
6
4
Captação de glicose na perna
Mg/kg de peso da perna por m
in12
8
controles
controles DM2 0 40 60 100 140 180minutos
Cap
taçã
o de
glic
ose
Mg/
Kg.
min
uto
2
0
Captação de glicose na perna
Mg/kg de peso da perna por m
in
4
0
DM2
De Fronzo RA. Am J Physiol 1976;237:E214-E223De Fronzo RA. Diabetes 1997;5:177-260De Fronzo RA. J Clin Invest 1985;76:149-155
Pendregrass M .Am J Physiol Endocrinol Metab 2007;2 92:E92-E100Groop LC. J Clin Invest 1989;84:205-213
Estados de RI Obesidade e Sedentarismo
1. Genética
2. Aumento da solicitação das células β
3. Aumento da Secreção de insulina (tolerância à glic ose normal)
4. Células β começam a falhar – Glicemia de jejum sobe
5. Progressiva falência das células β
6. Hiperglicemia piora a secreção de insulina
DeFronzo. Diabetes 1988;37: 667-687DeFronzo.Diabetes Rev 1997;5:177-269Diamond. J Soc Gynecol Invest 1995;2:708-715
Bergman.Eur J Clin Inves 2002;32:35-45Lillioja.N Engl J Med 1988;318:1217-1225
Glic
ose
Pla
smát
ica
400
Insu
lina
plas
mát
ica
méd
iadu
rant
e TO
TG
µU/m
l
Captação de G(m
g/m².m
in)
300
250
200
150
100
140
100
60
20
Discreta elevação da glicemia TOTG anormalMenor captação de Glicose
História natural do DM 2História natural do DM 2Aumento absoluto
da Si não significa integridade β
ObesosTGN
MagrosTGN
ObIGT
ObesosDM
InsulinaAlta
ObesosDM
InsulinaBaixa
Glic
ose
Pla
smát
ica
méd
iadu
rant
e TO
TG
mg/
dl
300
200
100
Progressão de uma categoria para outra
Jallut D. Metabolism 1990;39:1068-1075
Tolerância à glicose normal
devido a aumento compensatório da
secreção de insulina
Patogênese da falência celular β
Genes Vários genes envolvidos com a disfunção β
Groop.Current Diab Reports 2008;8:192-197Grant.Nat Genet 2006;38:320-323Steinthorsdottir V.Nat Geet 2007;39:770-775
Idade Idade Declínio β progressivo
Muller. Aging 1996;8:13-21Rosenthal.J Am Geriatrics Soc 1982;30:662-567
Hereditariedade Famílias finlandesas de DM2 ( lócus do cromossomo 1 2 )
Watanabe RM. Hum Hered 1999;39:159-168
Secreção de insulina
RI e falência β
LiipotoxicidadeGlicotoxicidadeIncretinasPolipeptídio amiloide
Papel importante
Secreção de
Comprometimento
Secreção de insulina
Perda acentuada da MASSA DE CÉLULAS β antes do diagnóstico
VOLUME DECÉLULAS β %
ND N D INTOLERÂNCIA DM 2MAGROS OBESOS
43210
-30% -50% FATOR MAISIMPORTANTEAPOPTOSE
GLICEMIA JEJUMmg/dL
Butler et Al Diabetes 2003,52:105 obesosND -DIABETICOS
NDMAGROS
ND INTOLERANCIA DM2
250200150100500
Pré-diabéticos já perderam aproximadamente metade d o volume das células.
Glicotoxicidade
Depleta grânulos secretores reduzindo a disponibili dade de insulina para novos estímulos
Interferem na secreção
insulina para novos estímulosNormoglicemia - regranulação e melhora da resposta a guda
Lipotoxicidade Afeta a conversão de pró- insulina em insulina
Tushuizen. Diabetes Care 2007;30:2916 – 2921
IAPP – polipeptídio amiloide da ilhota
Hipersecreção e deposição
Falência da célula β
Papel patogênico Efeito tóxico
Relação entre depósito / função β em Papel patogênico da amilina não definido
Haataja.L. Endocr Ver 2008;29:303Ohssawa. Biochem Biophy Res Com 1989;160:961
Relação entre depósito / função β em macacos (genoma 98% = humano)
Progressivo declínio do HOMA- β
Função β se correlaciona com a glicemia
Chaves.Diabetes 2008;57:899-908
Mendoza.Diabetes 2008;57(Suppl.1):A 439
Huang. Diabetes 2007;56:2016-2027
Amiloidose
Höppener et al. NEJM 343,411,2000
Hiperglicemia
Glicotoxicidade
Glicotoxicidade Comprometimento da função β pela hiperglicemia crônica
Res
post
a da
insu
lina
plas
mát
ica
Ng/
ml p
or g
de
pânc
reas
6
4
1ª fase0-10 m
2ª fase10-120 m
Ratos DM tratados com inibidor do transporte renal de glicose recuperaram a normalidade
Res
post
a da
insu
lina
plas
mát
ica
Ng/
ml p
or g
de
pânc
reas
2
0
Controle DM DM+
Phlor
Controle DM DM+
Phlor
Rossetti L. J Clin Invest 1987;80:1037-1044)
Lipotoxicidade
Lipólise aumentada
Lipotoxicidade
Hormônios • Leptina• Resistina• Esteroides
Ac. Graxos Livres
Citoquinas
Tecido adiposoNão é responsável apenas pela estocagem de energiaÓrgão endócrino metabolicamente ativoSecreta substâncias que determinam resistência insu línica
• Esteroides• Adiponectna • Visfatin
Fatores de crescimento• IGF-1• TGFΒ
Citoquinas
• TNF-α
• IL-6
Proteínas com ação CV
• PAI-1
• Angiotensinogenio
ObesidadeHipertrigliceridose
HipertrigliceridemiaLIPOTOXICIDADE
Hiper-
CitoquinasAGL
Adipócito normal Armazena gordura
Redução da S. insulinaApoptose e DM2
Esteatose
Ação da insulina
Produção GlicoseT.AdiposoRI
SMDM2
trigliceridose
DeposiçãoEctópica
Pep
tidio
C n
g/m
l
6
4
2Lipídios
Solução salina
2.400
1.600
800
Res
post
a se
cret
ora
dein
sulin
a pm
ol/m
in
Solução salina
* p< 0,05-0,01
*
LipotoxicicidadeFFA comprometem a secreção de insulina
Pep
tidio
C n
g/m
l
0
0 40 80 120
0 Res
post
a se
cret
ora
dein
sulin
a pm
ol/m
in
Lipídios
Quando se infunde FFA, em parentes de DM2, a secreção de PC e de insulina caem
-40 0 40 80 120
Kashyap S. Diabetes 2003; 52:2461-24774
Ação da insulina
Mecanismo molecular da transdução de sinal
Ações fisiológicas da Insulina
Clássicas
• Lipogênese • Efeito antilipolítico• Captação de glicose
Produção hepática de glicose
• Captação de glicose• Síntese de glicogênio• Captação de glicose
Regula•Ingestão alimentar •Secreção de grelina•Produção de óxido nítrico•Vasodilatação
Não clássicos (não envolvidos no metabolismo da gli cose)
Pt hetrotetramerica subunidades 2 alfa 2 beta
I
Auto fosforilação em tirosina PO4
Substrato do
Glut 4
Glicose
BajalM.J Nuclear Cardiol 2003;10:311-323Saltiel AR.Nature 200;414:799-806Musi N.Endocrine 2006;29:73-80Kashyap SR.Diabetes Vasc Dis Res 2007;4:13-19Montagnani M.J Biol Chem 2001;276:30392-30398
Mecanismo molecular de ação da insulina - Transdução de sinal
Capacidade de fosforilar outras pts em tirosina
PO4
Substrato do
receptor de insulina
IRS 1, 2
PO4 PO4
PO4PO4
PI3 quinase
AKTAKT
Glut 4
Múltiplos processosmetabólicos intracelulares
Vasodilatação ON sintetase
I
Glut 4
Glicose
BajalM.J Nuclear Cardiol 2003;10:311-323Saltiel AR.Nature 200;414:799-806Musi N.Endocrine 2006;29:73-80Kashyap SR.Diabetes Vasc Dis Res 2007;4:13-19Montagnani M.J Biol Chem 2001;276:30392-30398
Quando fosforila em serina
IRS 1, 2
PO4 PO4
PO4PO4
PI3 quinase
AKTAKT
Glut 4
Múltiplos processosmetabólicos intracelulares
vasodilataçãoON sintetase
SHC
MAPquinase
• Inflamação• Aterosclerose• Crescimento • Proliferação celular
aumentada
Produção hepática de glicose
PH
G B
asal
m
g / K
g -
min
2.8
2.4
2.0
1.6
PH
G B
asal m
g / Kg -
min
4.0
3.5
3.0
2.5
2.0
P<0,001controleDM2
R=0,85 p<0,001
Apesar da hiperinsulinemia a velocidade da produçã o hepática de glicose aumenta
controle DM2
Glicemia de jejum mg/dl
100 200 300
Jejum - Produção hepática de glicoseNDM - GJ de 90 - velocidade de 2 mg/kg por minuto DM2 - Velocidade de aumentada para 2,5 mg/kg por min uto (3 vezes)
DeFronzo RA.Diabetes 1988;37:667-687DeFronzo RA.Meabolism 1989;38:87-395
Defeito
Incretinas e Glucagon
IncretinasPapel importante na progressão da falência β
DM 2DM 2
GLP1 GLP1 -- Deficiência Deficiência � Aumento na secreção de � Aumento na secreção de
glucagon� Não supressão de produção
hepática de glicose
GIP elevadoGIP elevadoDrucker DJ.Cell Metab 2006;3:153Meier JJ. Current diab Reports 2006;6:194Nauck M.Diabetologia 1986;29:46Jones IR.Diabetologia 1989;32:668Meier JJ. Diabetes 2001;50:2497 Drucker DJ..Lancet 2006;368:1696
Células Lintestino delgado distal
Células Kintestino delgado proximal
Proglucagon Pro GIP
Síntese, secreção e metabolismo das incretinas
GLP-1
GLP-1 INATIVO
GIP
GLP Ativo GIP Ativo
DPP-4 InativaGLP-1 >50% ~1 min GIP - 50% ~7 min
80
60
Insu
lina
(mU
/L)
Controles80
60
Insu
lin (m
U/L
)
DM Tipo 2
Glicose EVGlicose Oral
Redução do efeito incretina no DM 2
Data from Nauck M, et al. Diabetologia. 1986;29:46-52.
40
20
0
Insu
lina
(mU
/L)
0 30 60 90 120150180Tempo (min)
40
20
0
Insu
lin (m
U/L
)
0 30 60 90 120150180Tempo (min)
** * * * * *
* **
Auxilia a regular o esvaziamento gástrico
Saciedade e redução do apetite
Redução •Glucagon•Liberação hepática de glicose
Efeitos metabólicos
GLP-1Secretado após ingestão de alimentos
Aumenta a secreção de insulina glicose-dependente
Células α•Redução da secreção de glucagon Pp
Dinâmica da Insulina e do Glucagon Alterada no DM 2
Glu
cose
(mg/
100
ml)
DM2 (n=12)Não DM (n=11)
150
360
80
240
120
110
270300330
refeição
Resposta insulínica deprimida
Insu
lin(µ
U/m
l)G
luca
gon
(µµg
/ml)
Adapted from Müller WA et al N Engl J Med 1970;283:109–115.
0
140
90
–60
Time (min)
306090
120
100110120130
Glucagon não suprimido
0 60 120 180 240
deprimida
Aumento da secreção de
Glucagon
Células α
Papel da hiperglucagonemia na patogênese da hiperglicemia de jejum no DM2
Glucagon elevado - maior ritmo de produção hepática de glicose
Glicemia de jejum depende do ritmo da Glicemia de jejum depende do ritmo da produção hepática de glicose
Consoli A.J Clin Invest 1990;86:2038Unger.J Clin Invest 1970;49:837
Baron.Diabetes 1987;36:274Boden.Diabetes 1983;32:1055
Melhora com infusão de somatostatina Matsuda Metabolism 2002;51:1111
Aumento da reabsorção da glicose
Rim e Glicemia
Rim - filtra 162g de Glicose / dia
Reabsorvida pelo transportador
SGLT 2 - 90 %
SGLT 1 - 10%
Glicosúria negativa
Bajaj Internatl J Obesity 2004;28:783-789
5
4X
aum
enta
do
SGLT 2 mRNA
4x
Túbulo renal proximal
Capacidade reabsorção tubular renal de glicose está aumentada
controle
DM 2
3
2
1
0
X a
umen
tado
Tm no DM da Glicemia está aumentado
Noonan WT.Life Sci 2001;68:2967-2977
Rahmoune H.Diabetes 2005;54:3427-3434
Kamran M.J Am Soc Nephol 1997;8:943-948
Disfunção dos neurotransmissores
Cérebro e Glicemia
Cérebro
Insulina é um potente redutor do apetite
Pote D.Diabetes 2006;55(suppl 2):S155Bajal M.Internat J Obesity 2004;28:783
RM após ingestão de Glicose mostra Inibição dos Núcleos ventromedial e paraventricular (regulação d o apetite )Bajal M.Internat J Obesity 2004;28:783 apetite )
Inibição reduzida
Nos obesos
Nos resistentes à insulina com tolerância à glicose normal
Sugerindo que o cérebro pode ser resistente.
Matsuda M.Diabetes 1999:48;1801
This selective decrease in hypothalamic insulin receptor protein was accompanied by rapid onset of hyperphagia and increased fat mass.
Em ratos demonstrou-se que a resistência insulínica cerebral
Obici S. Nat Neurosci 2002;5:566-572Obici S.J Clin Invest 2001;1079-1085
resistência insulínica cerebral leva a aumento da produção
hepática de glicose e redução da captação muscular.
Saúde para todos Saúde para todos Saúde para todos Saúde para todos
ZaguryZaguryZaguryZaguryZaguryZaguryZaguryZagury