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DIA 02

CRONOGRAMA DE 4H MATERIAL PÁG

Apostila de Direito Constitucional: DIREITO CONSTITUCIONAL; CONSTITUCIONALISMO E NEOCONSTITUCIONALISMO; SENTIDOS DAS CONST.; HISTÓRICO DAS CONST. Tempo aprox.: 2 horas

1 a 27

Legislação:

▪ 1H – ART. 1 AO 23 DO CPP ▪ 1H – ART. 1 AO 39 CC

Tempo aprox.: 2 horas

28 a 41

JURISPRUDÊNCIA CORRELATA

15 EXÉRCÍCIOS + COMENTÁRIOS

41 a 57

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SUMÁRIO 1. DIREITO CONSTITUCIONAL ............................................................................................................................ 4

1.1. NATUREZA ................................................................................................................................................... 4

1.2. CONCEITO .................................................................................................................................................... 4

1.3. OBJETO ........................................................................................................................................................ 5

1.4. FONTES DO DIREITO CONSTITUCIONAL ............................................................................................ 5

2. CONSTITUCIONALISMO E NEOCONSTITUCIONALISMO ........................................................................ 6

2.1. CONSTITUCIONALISMO ANTIGO ........................................................................................................... 6

2.2. CONSTITUCIONALISMO MODERNO ..................................................................................................... 7

2.3. CONSTITUCIONALISMO SOCIAL .......................................................................................................... 9

2.4. NEOCONSTITUCIONALISMO E PÓS-POSITIVISMO ........................................................................ 10

2.5. OUTROS CONCEITOS .............................................................................................................................. 12

3. CONSTITUIÇÃO: SENTIDO SOCIOLÓGICO; SENTIDO POLÍTICO; SENTIDO JURÍDICO; CONCEITO, OBJETOS, ELEMENTOS E HISTÓRICO DAS CONSTITUIÇÕES. ................................................................ 14

3.1. SENTIDO SOCIOLÓGICO (FERDINAND LASSALLE) ....................................................................... 14

3.2. SENTIDO POLÍTICO (CARL SCHMITT) ................................................................................................ 14

3.3. SENTIDO JURÍDICO (HANS KELSEN) .............................................................................................. 15

Aprofundando na doutrina ........................................................................................................................... 15

QUADRO REVISIONAL ............................................................................................................................... 15

3.4. CONCEITO DE CONSTITUIÇÃO ............................................................................................................. 16

3.5. OBJETO ...................................................................................................................................................... 17

3.6. ELEMENTOS .............................................................................................................................................. 18

4. HISTÓRICO DAS CONSTITUIÇÕES .............................................................................................................. 18

4.1. CONSTITUIÇÃO DE 1824 ......................................................................................................................... 18

4.2. CONSTITUIÇÃO DE 1891 ........................................................................................................................ 20

4.3. CONSTITUIÇÃO DE 1934 ....................................................................................................................... 22

4.4. CONSTITUIÇÃO DE 1937 ....................................................................................................................... 23

4.5. CONSTITUIÇÃO DE 1946 ....................................................................................................................... 24

4.6. CONSTITUIÇÃO DE 1967 ........................................................................................................................ 26

4.7. EC Nº. 1, DE 17/10/1969 (“CONSTITUIÇÃO DE 1969”) ...................................................................... 27

ESTUDO DA LEGISLAÇÃO ................................................................................................................................ 28

Artigo ART. 1° AO 23 do CPP ....................................................................................................................... 28

Artigo ART. 1° AO 39 do CC.......................................................................................................................... 36

JURISPRUDÊNCIA .......................................................................................................................................... 41

QUESTÕES DE CONCURSO............................................................................................................................... 41

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QUESTÕES COMENTADAS ............................................................................................................................... 47

1. DIREITO CONSTITUCIONAL

1.1. NATUREZA

O direito constitucional é ramo do direito público interno, que cuida das relações jurídicas envolvendo a figura de Estado.

Não obstante, também se tem entendido pela aplicação do direito

constitucional nas relações privadas, através da: a) disciplina constitucional de alguns institutos de direito privado, como o

casamento, a família e as relações trabalhistas; b) interpretação conforme a conforme a constituição de institutos de direito

privado; c) aplicação dos direitos fundamentais às relações privadas – o que a

doutrina convencionou chamar de eficácia horizontal dos direitos fundamentais.

1.2. CONCEITO A expressão direito constitucional refere-se a três sentidos interligados

(BERNADES e FERREIRA, 2019): a) SENTIDO CIENTÍFICO: ramo de direito público interno responsável por

estudar as normas que organizam e estruturam o Estado e suas relações de poder.

Trata-se, inclusive, da abordagem escolhida por JOSÉ AFONSO DA SILVA,

a saber: “Direito Constitucional é o ramo do Direito Público que expõe, interpreta e sistematiza os princípios e normas fundamentais de Estado”.

b) SENTIDO OBJETIVO: direito constitucional é sistema normativo

encarregado da organização e da estruturação do Estado e das relações de poder que envolvem órgãos estatais.

É nesse sentido o conceito de Direito Constitucional de UADI LÂMMEGO

BULOS: “direito constitucional é o conjunto de normas supremas, encarregadas de organizar a estrutura do Estado e delimitar as relações de poder”.

c) SENTIDO SUBJETIVO: posição jurídica de vantagem que se deve

reconhecer a alguém, em virtude da incidência concreta das normas integrantes do direito constitucional objetivo.

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Essa é a acepção quando alguém afirma ter o direito constitucional de “ir e

vir”.

1.3. OBJETO No SENTIDO CIENTÍFICO, direito constitucional é a disciplina que realiza o

estudo sistematizado dos ordenamentos constitucionais, sobretudo das normas que tratem sobre forma e organização do Estado, divisão das funções entre os órgãos estatais, direitos e garantias fundamentais dos indivíduos.

No SENTIDO OBJETIVO, o direito constitucional tem por alvo a produção de

normas que estabeleçam, integram ou modifiquem determinado ordenamento constitucional, independente do conteúdo (constituição formal); ou disciplinem qualquer matéria cujo estudo interessa à ciência do direito constitucional, independentemente da fonte normativa dessas normas (constituição material).

Ao tratar do objeto do direito constitucional, ainda é possível dividi-lo em TRÊS DISCIPLINAS: a) DIREITO CONSTITUCIONAL POSITIVO: tem por objeto a interpretação, sistematização e crítica das normas constitucionais vigentes em um determinado Estado, como, por exemplo, Direito Constitucional Brasileiro. b) DIREITO CONSTITUCIONAL COMPARADO: tem por objetivo o estudo comparativo e crítico das normas constitucionais positivas, vigentes ou não, de diversos Estados, desenvolvido com o intuito de destacar singularidades e contrastes entre as diversas ordens jurídico-constitucionais. c) DIREITO CONSTITUCIONAL GERAL: compreende a sistematização e classificação de conceitos, princípios e instituições de diversos ordenamentos jurídicos, visando à identificação de pontos comuns.

1.4. FONTES DO DIREITO CONSTITUCIONAL

Utilizando a divisão de fontes consagrada por NORBERTO BOBBIO, pode-se dizer que as fontes de juridicidade do Direito Constitucional podem ser originárias e derivadas:

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a) ORIGINÁRIA: nos países de “civil law”, a fonte originária do direito é a Constituição escrita.

b) DERIVADA: são divididas em delegadas e reconhecidas. As DELEGADAS são as resultantes de competências atribuídas pela

Constituição a órgãos inferiores para a produção de normas jurídicas regulamentadoras. Enquadram-se nessa espécie as leis, os decretos e a jurisprudência.

As RECONHECIDAS são os costumes constitucionais.

Os costumes constitucionais dividem-se em:

Costume praeter constitucionem (“além da constituição”): utilizado na interpretação de dispositivos constitucionais ou na integração de lacunas; Costume secundum constitutionem: estão em consonância com a constituição e contribuem para sua efetividade. São fontes secundárias, pois onde há constituição escrita esta deve ser aplicada; Costume contra constitucionem: conteúdo tem sentido oposto a de uma constituição formal. Não deve ser admitido como fonte para criação de normas (costume positivo), nem para o desuso (costume negativo).

2. CONSTITUCIONALISMO E NEOCONSTITUCIONALISMO

2.1. CONSTITUCIONALISMO ANTIGO 2.1.1. PRIMEIRA FASE: POVO HEBREU

Ainda que tímida, tem-se aqui uma manifestação embrionária de

constitucionalismo. Os hebreus acreditavam que viviam sob o domínio de uma única autoridade

divina. Havia leis sagradas que impunham preceitos morais e religiosos que deveriam ser observados pelos monarcas para evitar a ira de Deus, e cabia aos profetas fiscalizar os atos governamentais que ultrapassassem os limites bíblicos.

2.1.2. SEGUNDA FASE: GRÉCIA E ROMA

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a) GRÉCIA: A Grécia viveu, por dois séculos, um “Estado político plenamente constitucional” (LOWENSTEIN apud BERNARDES e FERREIRA), na qual foi adotada a mais avançada forma de governo: a democracia constitucional.

Nesta época, surgiu o conceito de politeia, um instrumento conceitual que

buscava definir uma forma de governo adequada para a polis (cidade-estado), considerando sua unidade e identidade. A politeia era, como definiu ARISTÓTELES, o “modo de ser” de uma comunidade, sociedade ou Estado. Tratava-se de uma espécie de Constituição em sentido material (real). A partir da politeia, os gregos desenvolveram as características políticas e estruturais da cidade-estado e criaram componentes normativos autônomos (nomoi) para racionalizar o exercício do poder estatal.

b) ROMA: Durante o período republicano, Roma apresentava um sistema

político complexo, prevendo sistema de freios e contrapesos, estrutura colegiada das magistraturas superiores, com estipulação de mandato anual e proibição de reeleição imediata, participação do Senado na nomeação de funcionários públicos e um sistema avançado para tempos de crise. Entretanto, os avanços foram interrompidos com a ascensão de Júlio César ao cargo de Ditador vitalício e o início do período imperial, logo em seguida (BERNARDES e FERREIRA).

2.1.3. TERCEIRA FASE: IDADE MÉDIA

O documento que mais se notabilizou foi a Magna Carta, de 1215, que abriu

terreno para o movimento constitucionalista inglês do século XVII. O instrumento foi utilizado por uma minoria da elite inglesa, mas não se

pode olvidar sua contribuição para os conceitos de segurança jurídica e due processo of law (devido processo legal).

2.2. CONSTITUCIONALISMO MODERNO

2.2.1. MOVIMENTO CONSTITUCIONALISTA INGLÊS

Consolidou-se no século XVII com a Revolução Gloriosa, após um longo

processo de sedimentação que se iniciou com a Magna Carta de 1215 e teve como notáveis instrumentos a Petition of Rights, de 1628, o Habeas Corpus Act e o Bill of Rights, de 1689 e o Act of Settlement (1701), que reconheceram a primazia das liberdades públicas em detrimento do abuso de poder dos monarcas. Todos eram pactos entre súditos e monarcas sobre modo de governo e garantias de direitos individuais.

Além dos pactos, a doutrina (FERREIRA FILHO) também cita os forais ou

cartas de franquia, que também apresentavam a forma escrita e tinham como fundamento a proteção de direitos individuais, mas apresentavam como

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particularidade a outorga de direitos aos súditos para participar do governo local – havia um elemento político.

Todavia, esses instrumentos não tinham pretensão de universalidade –

eram concedidos a homens determinados, e não ao ser humano enquanto tal.

Principais contribuições do MOVIMENTO CONSTITUCIONALISTA INGLÊS: a) supremacia do parlamento; b) monarquia parlamentar; c) responsabilidade parlamentar do governo; d) independência do Poder Judiciário; e) liberdades públicas e garantias constitucionais.

2.2.2. MOVIMENTOS CONSTITUCIONALISTAS ESTADUNIDENSE E FRANCÊS No fim do século XVIII, inicia-se o processo de formalização, com o

surgimento das constituições escritas, rígidas e dotadas de supremacia. As primeiras foram a americana de 1787 e a francesa de 1791. Ambas trabalhavam com a consagração dos direitos fundamentais de primeira geração e a ideia de limitação de poder.

O movimento constitucionalista estadunidense trouxe como principal

contribuição a ideia de supremacia da constituição, atribuindo sua garantia ao Poder Judiciário, que, em razão de sua neutralidade, estaria a margem do debate político. Portanto, foi a partir desta experiência que se desenvolveu a ideia de controle judicial de constitucionalidade.

A constituição de 1787, primeiro documento escrito, também trouxe uma

rígida separação e equilíbrio entre os poderes estatais, a criação do sistema presidencialista, da forma federativa de Estado, da forma republicana de governo e do regime político democrático.

Principais contribuições do MOVIMENTO CONSTITUCIONALISTA ESTADUNIDENSE: a) supremacia da Constituição; b) sistema presidencialista; c) forma federativa de Estado; d) forma republicana de governo; e) regime político democrático;

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f) controle difuso de constitucionalidade. O movimento constitucionalista francês, por sua vez, teve como principal

função o rompimento com o “Antigo Regime”. Permeou-se por duas ideias básicas: garantias de direitos e separação de

poderes, e foi mutuamente influenciado pelo sistema americano. Como principais contribuições, este movimento deixou a limitação dos

poderes do rei, a separação de poderes, ainda que não tão rígida como nos Estados Unidos, e a distinção entre Poder Constituinte Originário e Derivado, a partir da obra do Abade Emmanuel Joseph Sieyès.

Principais contribuições do MOVIMENTO CONSTITUCIONALISTA FRANCÊS: a) limitação de poderes do rei; b) separação de poderes; c) distinção entre Poder Constituinte Originário e Derivado; d) garantias de direitos civis e políticos (Declaração Universal dos Direitos do Homem e do Cidadão);

A PRINCIPAL DIFERENÇA entre os dois sistemas reside na jurisdição

constitucional. Todo o sistema francês foi construído para resguardar a supremacia do

legislativo, que representava a “soberania popular”, e o rompimento com o sistema absolutista. Segundo INGO SARLET, o Poder Judiciário, objeto de desconfiança dos revolucionários, foi relegado a mero aplicador do direito legislado. Os dois primeiros textos constitucionais franceses não dispunham sobre a independência do Poder Judiciário e a proteção da Constituição. Em verdade, apenas no último quarto do século XX o Conselho Constitucional passou a realizar controle de constitucionalidade de leis.

2.3. CONSTITUCIONALISMO SOCIAL

A primeira guerra mundial e as crises econômicas do início do século XX

contribuíram para o colapso do Estado Liberal e o crescimento do constitucionalismo social, iniciado pelas Constituições Mexicana de 1917 e Constituição alemã de Weimar (1919).

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As péssimas condições de trabalho existentes e o agravamento das desigualdades sociais provocou a indignação das classes menos favorecidas, que passaram a exigir do poder público, além das liberdades individuais, a igualdade material, por meio da criação de políticas públicas redistributivas e prestações materiais nas áreas de saúde, educação, trabalho, moradia, seguridade social, dentre outros. Surgiram, então, os direitos fundamentais de segunda dimensão (ou geração), ligados ao valor da igualdade.

2.4. NEOCONSTITUCIONALISMO E PÓS-POSITIVISMO

Apesar das diferenças conceituais quanto ao conceito de

neoconstitucionalismo, entende-se que se trata de um fenômeno que teve seu alicerce após a Segunda Guerra Mundial, com a consagração do Estado Democrático e Constitucional de Direito, em superação ao Estado de Direito dos Séculos XVIII e XIX, a valorização do princípio da dignidade da pessoa humana e o surgimento de Constituições com um extenso catálogo de princípios e normas, em especial direitos fundamentais.

Uma definição muito importante é fornecida pelo Ministro do Supremo

Tribunal Federal LUÍS ROBERTO BARROSO, para quem o neoconstitucionalismo identifica um conjunto amplo de transformações ocorridas no Estado e no Direito Constitucional, estabelecendo os seguintes marcos:

a) marco histórico: a formação do Estado Democrático e Constitucional de

Direito; b) marco filosófico: pós-positivismo, com aproximação entre o Direito e a

Moral; c) marco teórico: conjunto de transformações que envolvem a força

normativa da Constituição, a expansão da jurisdição constitucional e o desenvolvimento de uma nova dogmática de interpretação constitucional.

A doutrina também aponta como perspectivas neocostitucionais (FERNANDES): Constitucionalização do direito, com irradiação das normas constitucionais para todo o ordenamento jurídico; Força normativa dos princípios jurídicos e a valorização de sua importância no processo de aplicação do direito; Rejeição do formalismo e a busca mais frequente de métodos mais abertos de raciocínio jurídico, com a ponderação, tópica, teorias da

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argumentação, metódica estruturante, entre outros; Judicialização da política e das relações sociais, com um significativo deslocamento de poder da esfera do Legislativo e do Executivo para o Poder Judiciário;

Ressalte-se que é muito importante NÃO CONFUNDIR

neoconstitucionalismo com pós-positivismo. Estas expressões, muitas vezes tratadas com sinônimas pela doutrina pátria, assemelham-se por ter surgido no mesmo período histórico e por terem uma plataforma ideológica próxima.

O PÓS-POSITIVISMO, como corrente filosófica, pretende ser uma teoria

geral do direito aplicável a todos os ordenamentos jurídicos – pretensão de universalidade, defendendo a existência de uma conexão necessária entre direito e a moral, em contraponto ao positivismo KELSEN, HART e BOBBIO, que defendiam a separação total entre os dois institutos, e, até certo ponto, surgiram com justificativa metodológica para regimes totalitários.

O NEOCONSTITUCIONALISMO, por sua vez, tem pretensões mais

específicas. Trata-se de uma teoria desenvolvida para enfrentar as complexidades do Estado Democrático de Direito e das constituições normativas e garantistas. Prega que a conexão identificativa entre direito e moral resulta da incorporação de valores morais na Constituição, por meio dos princípios e direitos fundamentes, pontes necessárias entre as duas esferas. Enfim, entende-se que a conexão entre direito e moral é apenas contingente, e não necessária (como no pós-positivismo), pois decorre da incorporação no texto constitucional (NOVELINO).

NEOCONSTITUCIONALISMO PÓS-POSITIVISMO Teoria desenvolvida para enfrentar as complexidades do Estado Democrático de Direito e das constituições normativas e garantistas.

Corrente filosófica.

Pretensões mais específicas.

Pretensão de universalidade. Teoria geral do direito aplicável a todos os ordenamentos jurídicos.

Conexão entre direito e moral resulta da incorporação de

Conexão necessária entre direito e a moral.

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valores morais na Constituição (Conexão contingente).

2.5. OUTROS CONCEITOS 2.5.1. TOTALITARISMO CONSTITUCIONAL Por este conceito, UADI LÂMMEGO BULOS se refere aos textos

constitucionais que “trouxeram um importante conteúdo social, estabelecendo normas programáticas (metas a serem atingidas pelo Estado, programas de governo) e ressaltando o sentido de Constituição dirigente defendido por Canotilho” (LENZA, 2016).

2.5.2. TRANSCONSTITUCIONALISMO (MARCELO NEVES) Trata-se da possibilidade de ordenamentos distintos interagirem para a

solução de conflitos em matéria de direitos fundamentais e direitos humanos. “Embora cada Estado continue com soberania e vida próprias, instala-se uma integração harmoniosa entre ordens constitucionais de Estados completamente diferentes, a fim de solucionar conflitos de direitos fundamentais ou direitos humanos” (BULOS apus BERNARDES e FERREIRA).

2.5.3. CONSTITUCIONALISMO PLURALISTA (ANDINO OU INDÍGENA) Outro conceito que tem aparecido em provas. “O denominado novo

constitucionalismo latino-americano (por alguns chamado de constitucionalismo andino ou indígena) culmina com a promulgação das Constituições do Equador (2008) e da Bolívia (2009) e sedimenta-se na ideia de Estado plurinacional, reconhecendo, constitucionalmente, o direito à diversidade cultural e à identidade e, assim, revendo os conceitos de legitimidade e participação popular, especialmente de parcela da população historicamente excluída dos processos de decisão, como a população indígena” (LENZA).

Tem-se, portanto, grupos indígenas vistos não apenas como culturas

diversas, mas como nações originárias ou sujeitos políticos coletivos, com direito a participar dos novos pactos de estado.

ATENÇÃO: Três ciclos de reforma Constitucionalismo pluralista (século XX e XXI) (RAQUEL FAJARDO):

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a) Ciclo multicultural (1982-1988): direito a identidade cultural, junto com a inclusão de direitos indígenas específicos. Revisão Convenção 107/OIT.

b) Ciclo pluricultural (1989-2005): Afirma o direito a identidade cultural e começa a desenvolver o conceito de “nação multiétnica”, “estado pluricultural” e “pluralismo jurídico” em relação aos indígenas e afrodescendentes. Convenção 169 da OIT

c) Ciclo plurinacional (2006-2009): povos indígenas reconhecidos como nações originárias ou sujeitos políticos coletivos, como direito de participar dos novos pactos de Estado. Declaração das Nações Unidas sobre os Direitos dos Povos Indígenas.

2.5.4. SUBSTANCIALIMO E PROCEDIMENTALISMO São dois conceitos de constitucionalismo que tem caído bastante em prova

nos últimos tempos. E o papel do Poder Judiciário no constitucionalismo contemporâneo está no cerne destas correntes.

Os SUBSTANCIALISTAS defendem que a Constituição impõe um conjunto

de decisões valorativas que se consideram essenciais e consensuais. Logo, legitima-se um PAPEL MAIS ATIVO da jurisdição constitucional – neste ponto, não há ofensa ao princípio democrático, já que a solução da controvérsia encontra fundamento na própria constituição.

Baseia-se nas ideias de RONALD DWORKIN. Este doutrinador afirma que o

Poder Judiciário tem essa função porque deve interpretar a lei a partir de critérios morais e valorativos, e que estes critérios não nascem com a legislação, não precisam ser positivados – são preexistentes à criação da norma jurídica. Trata-se justamente o reflexo da aplicação das teses pós-positivistas de vinculação entre o direito e a moral.

Os PROCEDIMENTALISTAS entendem que a Constituição deve garantir o

funcionamento adequado do sistema de participação democrático, ficando a cargo da maioria, em cada momento histórico, a definição de seus valores e suas próprias convicções. Portanto, o papel da Constituição é tão somente definir as regras do jogo político, assegurando sua natureza democrática.

Para seus defensores, decisões sobre temas controvertidos no campo

moral, econômico e político não devem estar contidas na Constituição, cabendo ao povo deliberar sobre estes temas. O argumento principal é o respeito ao princípio democrático. Por isso que a atividade jurisdicional deve ser MAIS

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CAUTELOSA. Essa tese é influenciada pelas na Teoria Discursiva da Constituição, de HABERMAS.

Conforme LEAL (2004), Habermas propõe substituir a moralidade e os

valores preexistentes por um processo comunicativo, de construção de identidades – um processo reconhecidamente aberto. Para o autor, não existem valores predefinidos e absolutos que possam ser “encontrados” ou “descobertos” pelo magistrado; antes pelo contrário, estes conteúdos precisam ser construídos, argumentativa e discursivamente (ação comunicativa) no processo.

SUBSTANCIALISMO PROCEDIMENTALISMO Defendem um papel mais ativo da jurisdição constitucional. Afirma que o Poder Judiciário tem essa função porque deve interpretar a lei a partir de critérios morais e valorativos, e que estes critérios não nascem com a legislação, não precisam ser positivados – são preexistentes à criação da norma jurídica.

Entendem que a Constituição deve garantir o funcionamento adequado do sistema de participação democrático, ficando a cargo da maioria, em cada momento histórico, a definição de seus valores e suas próprias convicções. Entendem que a atividade jurisdicional deve ser mais cautelosa.

RONALD DWORKIN JÜRGEN HABERMAS

3. CONSTITUIÇÃO: SENTIDO SOCIOLÓGICO; SENTIDO POLÍTICO; SENTIDO JURÍDICO; CONCEITO, OBJETOS, ELEMENTOS E HISTÓRICO DAS CONSTITUIÇÕES.

3.1. SENTIDO SOCIOLÓGICO (FERDINAND LASSALLE) A constituição é o produto da soma dos “fatores reais de poder”. Sem a

concorrência destes fatores, a Constituição não passaria de uma “folha de papel”.

Segundo LASSALLE, estes “fatores reais de poder” são a essência da

“constituição real” de um país. A principal crítica a teoria foi a ausência de percepção da constituição como um instrumento de alteração realidade.

3.2. SENTIDO POLÍTICO (CARL SCHMITT)

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A Constituição é uma decisão política fundamental. Surge a partir de um ato constituinte, fruto de uma vontade política fundamental de produzir uma decisão eficaz sobre o modo e a forma de existência política do Estado.

O autor diferencia Constituição de “leis constitucionais”. Para este, a

constituição dispõe apenas de matéria de grande relevância jurídica, relacionadas às decisões políticas fundamentais (organização do Estado, princípio democrático, direitos fundamentais, dentre outros). As demais normas integrantes do texto constitucional seriam meras “leis constitucionais”.

3.3. SENTIDO JURÍDICO (HANS KELSEN)

A constituição é compreendida a partir de uma perspectiva estritamente formal, apresentando-se como norma jurídica fundamental do Estado.

Para HANS KELSEN, constituição possui dois sentidos. Um primeiro lógico-

jurídico, em que a constituição significa a norma fundamental hipotética, fundamento lógico transcendental da validade da constituição jurídico positiva. E outro sentido jurídico-positivo, em que a constituição significa a norma positiva suprema do ordenamento.

Aprofundando na doutrina

a) CONCEPÇÃO CULTURALISTA (J. H. MEIRELLES TEIXEIRA): agrega as três

concepções anteriores, entendendo que a Constituição é um produto da cultura e deve ser fundamentada em fatores sociais, nas decisões políticas fundamentais e também nas normas jurídicas de “dever ser” cogentes.

b) CONCEPÇÃO NORMATIVA (KONHAD HESSE): a concepção normativa

teve papel importantíssimo na superação da constituição como um documento essencialmente político. Hesse busca demonstrar, ao contrário do que defendia Lassalle, que nem sempre os fatores reais de poder devem prevalecer sobre a constituição normativa.

A constituição configura não só a expressão do ser, mas também a do

dever-ser, muito além do simples reflexo das condições fáticas de sua vigência, pois possui força normativa capaz de imprimir ordem e conformação a realidade política e social (NOVELINO, 2016). A constituição real e a constituição jurídica se influenciam mutuamente, embora não dependam, simplesmente, uma da outra.

O reconhecimento da força normativa das constituições é uma das

principais conquistas do constitucionalismo contemporâneo.

QUADRO REVISIONAL

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SENTIDOS (CONCEPÇÕES) DE CONSTITUIÇÃO

SOCIOLÓGICA

Constituição é o produto da soma dos “fatores reais de poder”. Sem a concorrência destes fatores, a Constituição não passaria de uma “folha de papel”.

FERDINAND LASSALLE

POLÍTICA A Constituição é uma decisão política fundamental. Estabeleceu a diferença leis constitucionais x constituição.

CARL SCHMITT

JURÍDICO Constituição sob a perspectiva formal. Norma jurídica fundamental do Estado. Constituição possui dois sentidos. Lógico-jurídico: norma fundamen-tal hipotética. Fundamento lógico transcendental da validade da constituição jurídico positiva. Jurídico-positivo: norma positiva suprema do ordenamento.

HANS KELSEN

CULTURALISTA Agrega as três concepções anteriores. Constituição. Produto da cultura. Fundamentada em fatores sociais, nas decisões políticas fundamentais e também nas normas jurídicas de “dever ser” cogentes.

MEIRELLES TEIXEIRA

NORMATIVO A Constituição possui força normativa capaz de imprimir ordem e conformação a realidade política e social. Constituição real e a constituição jurídica se influenciam mutuamente, embora não dependam, simplesmente, uma da outra.

KONHAD HESSE

3.4. CONCEITO DE CONSTITUIÇÃO

Constituição representa o conjunto de regras e princípios, escritos ou não,

referentes à estrutura fundamental do Estado, à formação dos poderes públicos, à forma de governo e de aquisição de poder, à distribuição de

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competências, bem como aos direitos, garantias e deveres dos cidadãos (BERNARDES e FERREIRA). É a reunião de normas que organizam os elementos constitutivos do Estado, ou, nas palavras de CANOTILHO, “o estatuto jurídico do político”.

ATENÇÃO: Em provas de concursos, costuma-se cobrar o CONCEITO IDEAL

de Constituição para CANOTILHO. Trata-se do conceito moderno (ou ocidental de constituição), típico do iluminismo oitocentista, que é dotado de idealidade. Para este conceito, a constituição ideal é escrita, consagra direitos fundamentais individuais e contempla o princípio da Separação de Poderes.

3.5. OBJETO

O conteúdo das constituições é variável no tempo e no espaço. A ampliação

do objeto com o decorrer dos anos faz surgir a divisão entre constituição em sentido material e constituição em sentido formal.

Do ponto de vista MATERIAL, o que importa para definir Constituição é o

seu CONTEÚDO, pouco importando a forma como foi introduzido no ordenamento jurídico. Portanto, serão constitucionais as normas que tratem das regras estruturais da sociedade, como forma de Estado, forma de Governo e direitos e garantias fundamentais.

Quando se trata de sentido FORMAL, não importa o conteúdo da norma,

mas a FORMA como ela foi introduzida no ordenamento jurídico. Conforme destaca PEDRO LENZA (2016), “as normas constitucionais serão aquelas introduzidas pelo poder soberano, por meio de um processo legislativo mais dificultoso, diferenciado e mais solene que o processo legislativo de formação das demais normas do ordenamento”. Cita-se sempre o art. 242, §2º, da CF, que traz a previsão de que o “Colégio Dom Pedro II, localizado na cidade do Rio de Janeiro, será mantido na órbita federal”. Este dispositivo, na perspectiva formal, será tão constitucional como o direito à igualdade e à liberdade.

BERNARDO GONÇALVES (2019) acrescenta: “é pacífico o entendimento de

que podemos ter, na legislação infraconstitucional (fora da constituição formal), matérias de cunho constitucional (Constituição material). Não é porque o Poder Constituinte deixou de colocar na Constituição formal que elas vão deixar de ser constitucionais. Mas atenção, elas não terão supralegalidade! Ou seja, embora sendo matérias constitucionais, serão legislação infraconstitucional, e estarão sujeitas, por exemplo, ao critério cronológico (podendo ser revogadas por lei ordinária posterior)”.

Como exemplos de constituição material fora da Constituição formal,

podemos citar: Estatuto do Idoso (Lei n. 10.741/2003); ECA (Lei nº. 8.069/90); algumas normas do Código de Defesa do Consumidor (Lei nº. 8.078/90; algumas normas eleitorais, entre outras” (grifos nossos).

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3.6. ELEMENTOS

Em relação aos elementos da Constituição, notabilizou-se a classificação

proposta por JOSÉ AFONSO DA SILVA, que dividiu a Constituição em cinco categorias:

a) ELEMENTOS ORGÂNICOS: normas reguladoras da estrutura do Estado e

do Poder, como as normas que dispões sobre forças armadas, segurança pública, organização do Estado, organização dos Poderes, tributação e orçamento.

b) ELEMENTOS LIMITATIVOS: normas definidoras de direitos e garantias

fundamentais. c) ELEMENTOS SOCIOIDEOLÓGICOS: normas que consagram a ordem

econômico-financeira e a ordem social. d) ELEMENTOS DE ESTABILIZAÇÃO CONSTITUCIONAL: normas destinadas

a solução de conflitos constitucionais (intervenção, arts. 34 a 36 da CF), defesa da constituição (controle concentrado de constitucionalidade, arts. 102 e 103 da CF), defesa do Estado e das instituições democráticas (Título V), bem como as normas que estabelecem as regras de alteração da constituição (art. 60 da CF).

e) ELEMENTOS FORMAIS DE APLICABILIDADE: regras de aplicação da

constituição, como o art. 5º, §1º da CF e o Ato das Disposições Constitucionais Transitórias.

4. HISTÓRICO DAS CONSTITUIÇÕES

4.1. CONSTITUIÇÃO DE 1824 A Constituição Política do Império do Brasil foi outorgada em 25 de março

de 1824. Durante toda a história, foi a que mais vigorou (65 anos). O Governo era monárquico e hereditário e a Forma de Estado era unitária, com nítida centralização político-administrativa.

As capitanias hereditárias foram transformadas em províncias, que eram

subordinadas ao Poder Central. O longa manus do Imperador na província era chamado de “Presidente” – cargo de exoneração ad nutum.

O Império não era laico, e sim confessional. Adotava como religião oficial a

Católica Apostólica Romana. As demais religiões eram permitidas apenas em culto doméstico, em casas destinadas para isso.

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A Organização dos Poderes não seguiu a classificação tripartida de Montesquieu, mas adotou as ideias de Benjamin Constant. Portanto, além das funções legislativa, executiva e judiciária, a Constituição de 1824 trouxe a função moderadora (art. 10, da Constituição Imperial).

O Poder Moderador era o “mecanismo” que serviu para assegurar a

estabilidade do trono do Imperador durante o reinado no Brasil. A definição de Poder Moderador estava previste no art. 98: “O Poder Moderador é a chave de toda a organização Política, e é delegado privativamente ao Imperador, como Chefe Supremo da Nação, e seu Primeiro Representante, para que incessantemente vele sobre a manutenção da independência, equilíbrio, e harmonia dos mais Poderes Políticos”. E no Art. 99 havia a consagração da irresponsabilidade total do Estado: “a Pessoa do Imperador é inviolável, e Sagrada: Ele não está sujeito a responsabilidade alguma”.

Segundo as ideias de Constant, o Imperador tinha a chave (clef) de toda a

organização política. Em relação ao Poder Legislativo, poderia nomear Senadores, convocar a Assembleia Geral extraordinariamente, sancionar e vetar proposições do Legislativo, dissolver a Câmara dos Deputados. Quanto ao Poder Executivo, nomeava e demitia livremente Ministros de Estado. E, por fim, no que tange ao Poder Judiciário, poderia suspender os Magistrados.

O Poder Legislativo era composto por Câmara de Deputados e Senado (ou

Câmara de Senadores). O Senado era composto por membros vitalícios, escolhidos pelo Imperador, dentre uma lista tríplice enviada pela província. A Câmara dos Deputados era eletiva e temporária. As eleições eram indiretas e o sufrágio era censitário (somente poderia votar e ser votado quem preenchesse determinadas condições econômico-financeiras).

O Poder Executivo era composto pelo Imperador e pelos Ministros de

Estado. Inicialmente, para continuar no poder, os Ministros não precisavam da confiança do Parlamento. Após a fase de Regência, instituiu-se o parlamentarismo monárquico no Brasil. Havia um Presidente do Conselho de Ministros (cargo equivalente ao primeiro Ministro), que escolhia os demais Ministros. Os Ministros deveriam ter a confiança dos Deputados e do Imperador, sob pena de serem dissolvidos. Dizia-se que o parlamentarismo era “às avessas” porque o cargo de Presidente do Conselho de Ministros era livremente escolhido pelo Imperador.

O Poder Judiciário era composto por juízes e jurados. A Segunda Instância

era formada pelas “Relações”, nas províncias do Império. O órgão de cúpula do Poder Judiciário era o Superior Tribunal de Justiça. Os juízes possuíam a característica de vitaliciedade, mas não de inamovibilidade. Recorde-se que o Imperador, no exercício de seu Poder Moderador, poderia suspender os Magistrados.

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A Constituição era classificada com semirrígida, quanto à “alterabilidiade”, pois algumas normas, para serem alteradas, necessitavam de um procedimento mais rígido, enquanto outras seguiam o processo legislativo ordinário.

Por forte influência das Revoluções Americana (1776) e Francesa (1789), a

Constituição de 1824 trouxe um extenso rol de direitos e garantias fundamentais, que acabou por influenciar as Constituições seguintes. Apesar disso, não se pode olvidar que o Império cometia nítidas violações a direitos e garantias fundamentais, como, por exemplo, mantendo a escravidão durante praticamente todo o seu período – a extinção somente ocorreu em 13 de maio de 1888.

Apesar de ausência de previsão constitucional do habeas corpus, a

Constituição Imperial previa a liberdade de locomoção e vedou qualquer hipótese de prisão arbitrária. O remédio somente foi previsto no Código Criminal de 1830.

4.2. CONSTITUIÇÃO DE 1891

A República foi proclamada em 15 de novembro 1889, e entre 1889 e 1891 se

instalou o Governo Provisório, instituído pelo Dec. nº. 1 da 1889, que tinha por função precípua promulgar a primeira Constituição da República.

A Constituição de 1891 teve forte influência da Constituição Americana de

1787, consagrando a forma de governo republicana, a forma federativa de Estado e o sistema de governo presidencialista.

A capital do Brasil passou a ser o Distrito Federal, que tinha sede na cidade

do Rio de Janeiro. As províncias foram alçadas a Estados-membros, e receberam autonomia constitucional.

O Estado passou de confessional para laico ou não confessional – não havia

mais religião oficial. O Poder Moderador foi extinto, adotando-se finalmente a teoria tripartida

de Montesquieu. O Poder Legislativo era exercido pelo Congresso Nacional, composto pela

Câmara dos Deputados e pelo Senado Federal. Fixava-se, assim, o bicameralismo federativo.

A Câmara dos Deputados era eleita por representantes do povo, eleitos

pelos Estados e pelo Distrito Federal, mediante sufrágio direto, para mandato de 3 (três) anos. Já os Senadores eram eleitos em 3 (três) para cada Estado e 3 (três) para o DF para o para mandato de 09 (nove) anos, com renovação de uma cadeira a cada três anos. Houve precisão de imunidades formais e materiais aos

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congressistas. Pela primeira vez, o Poder Legislativo também foi estabelecido em âmbito estadual.

O Poder Executivo Federal era formado pelo Presidente e Vice, eleitos pelo

sufrágio direto da Nação, por maioria absoluta de votos, para mandato de 04 (quatro) anos, não podendo ser reeleito. Se ninguém obtivesse a maioria absoluta de votos, o Congresso elegeria, por maioria dos votos presentes, um dentre os que tivessem apresentado as duas maiores votações.

Os Ministros de Estado eram de livre nomeação e exoneração. O Presidente

da República passou a ter responsabilidade perante a Câmara dos Deputados – superação da irresponsabilidade estatal, vigente no sistema anterior.

Houve previsão de intervenção federal nos Estados-membros e de estado

de sítio. O Poder Executivo Estadual era formado por “governadores” ou

“presidentes”. Em virtude do federalismo, a Constituição de 1891 nos apresentou pela primeira vez o que chamamos da doutrina de Poder Constituinte Decorrente – cada Estado seria regido pela sua própria Constituição e pelas leis que adotasse.

Houve um fortalecimento do Poder Judiciário, que passou a contar com um Poder Judiciário da União – formado por STF, Tribunais Federais e Juízes Federais distribuídos pelo país. A Justiça Estadual era composta por tribunais e Juízes. Houve previsão constitucional de vitaliciedade e irredutibilidade de vencimentos para os Juízes Federais.

Houve a primeira referência ao MP. No art. 58, §2º, mencionava-se: “o

Presidente da República designará, dentre os membros do Supremo Tribunal Federal, o Procurador-Geral da República, cujas atribuições se definirão em lei”.

Quanto à “alterabilidade”, a constituição passou a ser classificada como

rígida, estabelecendo um processo mais dificultoso de alteração da constituição, e o estabelecimento das primeiras cláusulas pétreas: forma republicana de governo, forma federativa de Estado e igualdade de representação dos Estados no Senado.

Foi instituído o controle de constitucionalidade de leis, nos moldes norte-

americanos – controle difuso-concreto. Em relação aos direitos individuais, houve prevalência das clássicas

liberdades privadas, civis e políticas. Extinguiu-se a pena de banimento e a pena de morte, salvo em tempo de guerra. O habeas corpus recebeu o status constitucional.

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4.3. CONSTITUIÇÃO DE 1934 A Constituição de 1934 surgiu após a revolução de 1930, que acabou com a

República Velha e alçou Getúlio Vargas ao poder, não obstante a derrota nas eleições.

Até 1934, Getúlio ficou a frente do Governo Provisório, que exercia as

funções do Poder Executivo e do Legislativo, até a edição da constituição. Os doutrinadores asseveram que a Revolução Constitucionalista de 1932 foi um fator catalisador para a Constituição de 1934.

A crise econômica de 1929 e os diversos movimentos por melhores

condições de trabalho, sem dúvida, influenciaram na Constituição de 1934, que sofreu influência da Constituição Alemã de Weimar, de 1919, e trazia, em evidência, os direitos humanos de 2ª geração, ou dimensão, e a perspectiva de um Estado Social de Direito.

Foi uma Constituição que teve curtíssima duração, pois foi abolida em

seguida pelo Golpe de 1937. Manteve-se a forma de governo republicana e a forma federativa de

Estado, além do sistema de governo presidencialista. Também se manteve o Estado laico (ou não confessional). Manteve-se a teoria tripartida de Montesquieu.

Criou-se o chamado federalismo cooperativo. Além de competências

privativas e remanescentes entre os entes, também havia as competências concorrentes entre a União e os Estados.

O Poder Legislativo era exercido pela Câmara dos Deputados, com a

colaboração do Senado Federal. Rompe-se o bicameralismo rígido e se estabelece um bicameralismo desigual – também chamado de unicameralismo imperfeito. O Senado Federal era mero colaborador da Câmara dos Deputados.

A Câmara dos Deputados era composta de Deputados eleitos mediante

sistema eleitoral proporcional e sufrágio universal, para o prazo de 4 anos, e de representantes eleitos pelas organizações profissionais na forma que a lei indicasse – lavoura e agropecuária, indústria, comércio e transportes; profissionais liberis e funcionários públicos (representação corporativa de influência fascista).

O Senado Federal era composto por dois representantes de cada Estado e

do Distrito Federal, eleitos mediante o sufrágio universal, para o mandato de 8 anos, renovando-se, pela metade, a cada quatro anos. Conforme ressalta LENZA, ao Senado cabia “a incumbência de promover a coordenação dos Poderes federais entre si, manter a continuidade administrativa, velar pela

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Constituição, colaborar na feitura das leis e praticar os demais atos de sua competência”.

O Poder Executivo era exercido pelo Presidente da República, eleito pelo

sufrágio universal, direto, secreto e maioria de votos para mandato de 4 anos. Os Ministros de Estados passaram a ter responsabilidade pessoal e solidária com o Presidente. Foi suprimida a figura do Vice-Presidente.

O Poder Judiciário era formado pela Corte Suprema, Juízes e Tribunais

Federais, Juízes e Tribunais Militares e pelos Juízes e Tribunais Eleitorais, que foram positivados na constituição após a criação dois anos antes, ainda sob a égide do Governo Provisório. Houve a estipulação da tríplice garantia dos Magistrados (vitaliciedade, inamovibilidade e irredutibilidade de vencimentos).

A Constituição fez referência ao Ministério Público enquanto instituição,

pela primeira vez, definindo-o como órgão de cooperação nas atividades do governo. O Tribunal de Contas também foi definido desta forma.

A Constituição permaneceu sendo rígida, quanto à alterabilidade. O controle de constitucionalidade difuso-concreto foi mantido. A

Constituição de 1934 também trouxe a previsão da REPRESENTAÇÃO INTERVENTIVA, primeiro sistema de CONTROLE CONCENTRADO, mas era exercido de FORMA CONCRETA.

Surgiu a cláusula de reserva de plenário e a competência do Senado para

suspender a execução das normas declaradas inconstitucionais pelo Poder Judiciário.

Em relação aos direitos, destaca-se a constitucionalização do voto

feminino, recebendo igual valor ao do masculino. Outra inovação foi a constitucionalização do voto secreto.

Ademais, houve um grande número de inovações, na medida em que

inaugura o Constitucionalismo Social do Brasil. Instituiu-se o mandado de segurança, a ação popular, a direito de propriedade não poderia ser exercido contra o interesse social ou coletivo – apesar de não utilizar o termo função social da propriedade, a ideia era a mesma. Surgiram títulos próprios com os direitos sociais, direitos econômicos, direitos da família, educação e cultura.

4.4. CONSTITUIÇÃO DE 1937

A Constituição de 1937 foi elaborada com ideais autoritários e fascistas

para servir de fundamento ao golpe de Estado de Getúlio Vargas (“Estado Novo”).

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Manteve a forma federativa de Estado e a forma republicana de governo, mas o federalismo era apenas de cunho nominal, devido ao extremo autoritarismo e centralização do poder existente na constituição. A repartição de competências entre os entes não saiu do papel, prevalecendo, na prática, um Estado Unitário, sobretudo após a nomeação de interventores pelo Presidente da República.

Dissolveu o Poder Legislativo da União, dos Estados e dos Municípios.

Determinou que o Legislativo seria exercido pelo Parlamento Nacional com a colaboração do Conselho da Economia Nacional e do Presidente da República. Enquanto não se reunisse o Parlamento nacional, o Presidente tinha o poder de expedir decreto-leis. Na prática, o Legislativo nunca chegou a se instalar.

No Poder Executivo, o Presidente era escolhido em eleições indiretas para

um mandato de 6 (seis) anos, e, como autoridade suprema do Estado, possuía diversas prerrogativas, como: indicar um dos candidatos e Presidente da República; dissolver a Câmara dos Deputados em determinadas hipóteses; nomear os Ministros de Estado e os membros do Conselho Federal; confirmar o mandato dos Governadores, e, se não o fizesse, nomear interventor; adiar, prorrogar e convocar o parlamento.

Uma delas chamava atenção e tem caído em prova: o Presidente podia, na

hipótese de declaração de inconstitucionalidade, submeter a norma novamente ao parlamento. Se o Parlamento confirmasse a norma por 2/3 dos membros de cada uma das casas, restaria sem efeito a declaração de constitucionalidade.

Havia um catálogo de direitos fundamentais, mas não havia previsão de

mandado de segurança e da ação popular. Os direitos trabalhistas foram objeto da Constituição de 1937, mas havia proibição de direito de greve e lock out. Também há referência a família, educação cultura e ordem econômica.

No âmbito dos Estados, os Governadores confirmados ou os Interventores

deveriam outorgar a Constituição Estadual. Foram designados como órgãos do Poder Judiciário o STF, Juízes e

Tribunais dos Estados, do DF e dos Territórios, Juízes e Tribunais Militares. A Justiça do Trabalho, embora prevista, estava fora do Poder Judiciário.

4.5. CONSTITUIÇÃO DE 1946

A Constituição de 1946 surgiu a partir de um movimento de

redemocratização do pós-guerra. Manteve a forma de governo republicana e a forma de Estado federativa.

Estabeleceu-se competências enumeradas para a União e residual para os

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Estados, bem como competências concorrentes, em que o Estado poderia legislar de forma complementar ou supletiva no que tange a normas da União.

Volta do bicameralismo federativo. Deputados eleitos pelo sistema

proporcional, para um mandato de 04 anos. O número de Deputados seria proporcional a população. Senadores teriam mandato de 8 anos, renováveis com a alternância de 1/3 e 2/3 das vagas.

O Vice-Presidente da República exerceria as funções de Presidente do

Senado, porém só teria voto de qualidade. Câmara e Senado poderiam instalar Comissões de Inquérito para apurar fato determinado, sempre que o requeresse um terço de seus membros.

Houve um prestígio para o municipalismo, especialmente quanto à

repartição de receita tributária. Poder Executivo continuou com o sistema presidencialista e retornou a

figura do Vice-Presidente – extinta nas duas últimas Constituições. Mandato de 5 anos e eleição direta. Era proibida a reeleição para o período imediatamente subsequente. Havia previsão de procedimento para apuração de crimes comuns e de responsabilidade do Presidente da República.

O Poder Judiciário era exercido pelo STF, TFR (Tribunal Federal de

Recursos), Juiz e Tribunais Militares, Juízes e Tribunais Eleitorais e Juízes e Tribunais do Trabalho – que pela primeira vez integravam o Poder Judiciário. Voltou-se a prever a tríplice garantia dos Magistrados e passou-se a prever vedações, como exercer outra função pública, salvo o magistério; receber, a qualquer pretexto, porcentagens nas causas sujeitas a seu despacho e julgamento; exercer atividade político partidária.

O controle difuso de constitucionalidade foi mantido e novamente foi

previsto possibilidade de suspensão, pelo Senado, de lei ou decreto declarado inconstitucional por decisão definitiva do STF. A partir da EC nº. 16/65 (já após o Golpe Militar de 1964) surgiu o controle concentrado-abstrato, através da previsão de ADI.

SURGIMENTO DO CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE NO BRASIL (MUITA ATENÇÃO!)

Controle de constitucionalidade DIFUSO-CONCRETO

Foi o primeiro a surgir. Já na Constituição de 1891.

CONTROLE CONCENTRADO

Surgiu na Constituição de 1934, com a representação

interventiva. Era um controle exercido de forma

concreta.

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Controle de Constitucionalidade

CONCENTRADO-ABSTRATO

EC nº. 16/65.

Garantiu-se direitos e garantias individuais, direitos sociais, direitos

econômicos, direitos da família, educação e cultura. Os direitos trabalhistas continuaram a ser garantidos constitucionalmente, com destaque para a inovação do direito de participação nos lucros e direito de greve. O mandado de segurança retornou a ordem constitucional.

A Constituição era rígida. Durante um breve período, vigorou o sistema

parlamentarista.

4.6. CONSTITUIÇÃO DE 1967 Constituição outorgada pelo Golpe Militar de 1964. Manteve-se a forma de

governo republicana e a forma federativa de Estado. Todavia, na prática houve um golpe ao federalismo, que se aproximava mais de um Estado Unitário. Havia uma enorme concentração de competência para a União em detrimento dos Estados. Aos Municípios foi dada autonomia (art. 16), mas esta foi extremamente relativizada. Além disso, na perspectiva tributária a repartição concentrou recursos na União, deixando os Estados e Municípios em dependência financeira.

A teoria tripartida de Montesquieu foi mantida. O Poder Legislativo era

exercido pela Câmara dos Deputados e pelo Senado Federal. A Câmara com representantes do povo, eleitos pelo sistema proporcional, pelo voto direto e secreto, para mandato de 4 anos. Senado composto por representantes do Estado, para mandato de 8 anos.

O Poder Executivo seria exercido pelo Presidente, com o auxílio dos

Ministros. O Presidente seria eleito por um Colégio Eleitoral, em sessão pública e mediante voto nominal. A eleição era indireta. O Executivo estava extremamente fortalecido e passou a poder editar decretos-leis.

O Poder Judiciário também era composto por STF, TFR (Tribunal Federal de

Recursos) e Juízes Federais (reapareceu a Justiça Federal de 1ª Instância), Juiz e Tribunais Militares, Juízes e Tribunais Eleitorais e Juízes e Tribunais do Trabalho. A tríplice garantia foi mantida.

Também houve previsão de direitos e garantias individuais, previsões

sobre ordem econômica e social e sobre família, educação e cultura. Todavia, esta Constituição teve vida curta. Já em 1968, o AI nº. 5 estabelecia

uma grande quantidade de poderes discricionários ao Presidente da República. Este não tardou em editar o Ato Complementar nº. 38, que decretou o recesso

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do Congresso Nacional, das Assembleias Legislativas e da Câmara dos Vereadores, que só poderiam funcionar quando houve convocação do Presidente.

Permitiu-se a cassação de mandatos de parlamentares, além da

autorização para que o Presidente suspendesse direito de reunião, de associação e instituísse a censura (que foi inserida dentre as atribuições da Polícia Federal). Ministros do STF foram cassados. Ficou claro que o Governo Militar só seguiria a Constituição quando, e como, lhe conviesse.

4.7. EC Nº. 1, DE 17/10/1969 (“CONSTITUIÇÃO DE 1969”)

Para a corrente majoritária (José Afonso da Silva), trata-se de uma nova

Constituição. Foi outorgada pela junta militar que governava o país, já que o Presidente Costa e Silva estava impossibilitado de governar por sérios problemas de saúde.

Além de constitucionalizar todos os Atos Institucionais, a nova ordem constitucional promoveu: a) redução do número de Deputados Federais e relativização da imunidade material; b) mudança da denominação (Constituição do Brasil para Constituição da República Federativa do Brasil); c) rejeição do decreto-lei não implicava nulidade dos atos praticados durante sua vigência; d) alteração do mandato do Presidente para 5 anos (e posteriormente para 6, com a EC n. 8); e) Presidência do Congresso Nacional passou a ser exercida pelo Presidente do Senado (e não mais pelo Vice-Presidente); f) retrocessos nos direitos fundamentais; g) dificultado o processo de reforma Constitucional.

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ESTUDO DA LEGISLAÇÃO 1H – ART. 1 AO 23 DO CPP 1H – ART. 1 AO 39 CC

Artigo ART. 1° AO 23 do CPP

LIVRO I

DO PROCESSO EM GERAL TÍTULO I

DISPOSIÇÕES PRELIMINARES

Atenção, esse dispositivo já caiu para Delegado!

Art. 1o O processo penal reger-se-á, em TODO O TERRITÓRIO BRASILEIRO, por este Código, ressalvados:

I - os tratados, as convenções e regras de direito internacional;

II - as prerrogativas constitucionais do Presidente da República, dos ministros de Estado, nos crimes conexos com os do Presidente da República, e dos ministros do Supremo Tribunal Federal, nos crimes de responsabilidade (Constituição, arts. 86, 89, § 2º, e 100);

CRIMES DE RESPONSABILIDADE EM SENTIDO AMPLO

CRIMES DE RESPONSABILIDADE EM SENTIDO ESTRITO

▪ Qualidade de funcionário público

funciona como elementar.

▪ Crimes praticados por FP contra AP (Arts. 312

a 326 do CP). ▪ São Crimes Comuns.

▪ Só podem ser praticados por

determinados agentes políticos. Não tem NJ de

crime.

▪ Infraçao Politico-Administrativa, passível

de sançoes político-administrativas.

AMPLO: PPL, PRD... ESTRITO: IMPEACHMENT

III - os processos da competência da Justiça Militar;

IV - os processos da competência do tribunal especial (Constituição, art. 122, no 17);

V - os processos por crimes de imprensa. (Vide ADPF nº 130)

Cuidado: inciso não recepcionado.

Parágrafo único. Aplicar-se-á, entretanto, este Código aos processos referidos nos nos. IV e V, quando as leis especiais que os regulam não dispuserem de modo diverso.

Atenção, esse dispositivo já caiu para Delegado!

Art. 2o A lei processual penal aplicar-se-á desde logo, sem prejuízo da validade dos atos realizados sob a vigência da lei anterior.

LEI PROCESSUAL NO TEMPO

▪ Trata-se do Princípio da APLICAÇÃO IMEDIATA (DESDE LOGO) ou sistema de ISOLAMENTO DOS ATOS PROCESSUAIS

▪ Não vigora princípio da retroatividade benéfica ou irretroatividade, como no direito penal. ▪ Lei Processual Penal (benéfica ou maléfica) é aplicada de pronto, exceto se norma for HÍBRIDA ou HETEROTÓPICA (prevalece o aspecto penal)

▪ Esse artigo (DESDE LOGO) é aplicado a depender da espécie de norma processual. NÃO CONFUNDA!!!

NORMA GENUINAMENTE

PROCESSUAL

NORMA PROCESSUAL

MISTA ou HIBRIDA

NORMAS PROCESSUAIS HETEROTOPICA

S

▪ Cuida de procedimentos, atos, técnicas do processo. ▪ Aplicada imediatamente. Lei nova não retroage nem para beneficiar o réu.

▪ DUPLA NATUREZA – uma parte penal e outra parte processual. ▪ Admite retroatividade se benéfica ao réu.

▪ NATUREZA ÚNICA (penal ou processual), e não dupla. Tópico vem de “lugar”. Hétero de “trocado”. ▪ Ocorre que “norma está no diploma errado”. Normas penais no CPP, ou normas

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NORTE LEGAL – ESTUDO DE LEGILAÇÃO Legislação + Jurisprudência + Observaçoes + “Atenção para os dispositivos cobrados em provas”

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processuais no CP. ▪ Admite retroatividade se benéfica ao réu.

Atenção, esse dispositivo já caiu para Delegado!

Art. 3o A lei processual penal admitirá interpretação extensiva e aplicação analógica, bem como o suplemento dos princípios gerais de direito.

LEI PROCESSUAL PENAL ADMITE

INTERPRETAÇÃO EXTENSIVA

▪ Intérprete amplia conteúdo da lei Ex1: Suspeição do Juiz se aplica aos Jurados Ex2: Hipóteses de RESE. Entenda: a norma existe. Só que o Legislador disse menos do que deveria e deixou de contemplar situações semelhantes.

APLICAÇÃO ANALÓGICA

▪ Autointegração da lei para suprir lacunas. Possível, pois não são normas incriminadoras. Ex: Produção antecipada de Provas do CPC Entenda: a norma não existe. Legislador esqueceu de regulamentar. É o caso da aplicação subsidiária do CPC.

SUPLEMENTO dos PRINCÍPIOS GERAIS DE

DIREITO

▪ Premissas éticas (Liberdade, igualdade) que fundamentam o sistema.

Juiz das Garantias (OBS: SUSPENSÃO – STF)

(Lei nº 13.964, de 2019)

Art. 3º-A. O processo penal terá estrutura acusatória, vedadas a iniciativa do juiz na fase de investigação e a substituição da atuação probatória do órgão de acusação. (Lei nº 13.964, de 2019)

Art. 3º-B. O juiz das garantias é responsável pelo controle da legalidade da investigação criminal e pela salvaguarda dos direitos individuais cuja franquia tenha sido reservada à autorização prévia do Poder Judiciário, competindo-lhe especialmente: (Lei nº 13.964, de 2019)

I - receber a comunicação imediata da prisão, nos termos do inciso LXII do caput do art. 5º da Constituição Federal; (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) (Vigência)

II - receber o auto da prisão em flagrante para o controle da legalidade da prisão, observado o disposto no art. 310 deste Código; (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) (Vigência)

III - zelar pela observância dos direitos do preso, podendo determinar que este seja conduzido à sua presença, a qualquer tempo; (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) (Vigência)

IV - ser informado sobre a instauração de qualquer investigação criminal; (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) (Vigência)

V - decidir sobre o requerimento de prisão provisória ou outra medida cautelar, observado o disposto no § 1º deste artigo; (Lei nº 13.964, de 2019)

VI - prorrogar a prisão provisória ou outra medida cautelar, bem como substituí-las ou revogá-las, assegurado, no primeiro caso, o exercício do contraditório em audiência pública e oral, na forma do disposto neste Código ou em legislação especial pertinente; (Lei nº 13.964, de 2019)

VII - decidir sobre o requerimento de produção antecipada de provas consideradas urgentes e não repetíveis, assegurados o contraditório e a ampla defesa em audiência pública e oral; (Lei nº 13.964, de 2019)

VIII - prorrogar o prazo de duração do inquérito, estando o investigado preso, em vista das razões apresentadas pela autoridade policial e observado o disposto no § 2º deste artigo; (Lei nº 13.964, de 2019)

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NORTE LEGAL – ESTUDO DE LEGILAÇÃO Legislação + Jurisprudência + Observaçoes + “Atenção para os dispositivos cobrados em provas”

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IX - determinar o trancamento do inquérito policial quando não houver fundamento razoável para sua instauração ou prosseguimento; (Lei nº 13.964, de 2019)

X - requisitar documentos, laudos e informações ao delegado de polícia sobre o andamento da investigação; (Lei nº 13.964, de 2019)

XI - decidir sobre os requerimentos de: (Lei nº 13.964, de 2019)

a) interceptação telefônica, do fluxo de comunicações em sistemas de informática e telemática ou de outras formas de comunicação; (Lei nº 13.964, de 2019)

b) afastamento dos sigilos fiscal, bancário, de dados e telefônico; (Lei nº 13.964, de 2019)

c) busca e apreensão domiciliar; (Lei nº 13.964, de 2019)

d) acesso a informações sigilosas; (Lei nº 13.964, de 2019)

e) outros meios de obtenção da prova que restrinjam direitos fundamentais do investigado; (Lei nº 13.964, de 2019)

XII - julgar o habeas corpus impetrado antes do oferecimento da denúncia; (Lei nº 13.964, de 2019)

XIII - determinar a instauração de incidente de insanidade mental; (Lei nº 13.964, de 2019)

XIV - decidir sobre o recebimento da denúncia ou queixa, nos termos do art. 399 deste Código; (Lei nº 13.964, de 2019)

XV - assegurar prontamente, quando se fizer necessário, o direito outorgado ao investigado e ao seu defensor de acesso a todos os elementos informativos e provas produzidos no âmbito da investigação criminal, salvo no que concerne, estritamente, às diligências em andamento; (Lei nº 13.964, de 2019)

XVI - deferir pedido de admissão de assistente técnico para acompanhar a produção da perícia; (Lei nº 13.964, de 2019)

XVII - decidir sobre a homologação de acordo de não persecução penal ou os de colaboração premiada, quando formalizados durante a investigação; (Lei nº 13.964, de 2019)

XVIII - outras matérias inerentes às atribuições definidas no caput deste artigo. (Lei nº 13.964, de 2019)

§ 1º (VETADO). (Lei nº 13.964, de 2019)

§ 2º Se o investigado estiver preso, o juiz das garantias poderá, mediante representação da autoridade policial e ouvido o Ministério Público, prorrogar, uma única vez, a duração do inquérito por até 15 (quinze) dias, após o que, se ainda assim a investigação não for concluída, a prisão será imediatamente relaxada. (Lei nº 13.964, de 2019)

Art. 3º-C. A competência do juiz das garantias abrange todas as infrações penais, EXCETO as de menor potencial ofensivo, e cessa com o recebimento da denúncia ou queixa na forma do art. 399 deste Código. (Lei nº 13.964, de 2019)

§ 1º Recebida a denúncia ou queixa, as questões pendentes serão decididas pelo juiz da instrução e julgamento. (Lei nº 13.964, de 2019)

§ 2º As decisões proferidas pelo juiz das garantias não vinculam o juiz da instrução e julgamento, que, após o recebimento da denúncia ou queixa, deverá reexaminar a necessidade das medidas cautelares em curso, no prazo máximo de 10 (dez) dias. (Lei nº 13.964, de 2019)

§ 3º Os autos que compõem as matérias de competência do juiz das garantias ficarão acautelados na secretaria desse juízo, à disposição do Ministério Público e da defesa, e não serão apensados aos autos do processo enviados ao juiz da instrução e julgamento, ressalvados os documentos relativos às provas irrepetíveis, medidas de obtenção de provas ou de antecipação de provas, que deverão ser remetidos para apensamento em apartado. (Lei nº 13.964, de 2019)

§ 4º Fica assegurado às partes o amplo acesso aos autos acautelados na secretaria do juízo das garantias. (Lei nº 13.964, de 2019)

Art. 3º-D. O juiz que, na fase de investigação, praticar qualquer ato incluído nas competências dos arts. 4º e 5º deste Código ficará impedido de funcionar no processo. (Lei nº 13.964, de 2019)

Parágrafo único. Nas comarcas em que funcionar apenas um juiz, os tribunais criarão um sistema de rodízio de magistrados, a fim de atender às disposições deste Capítulo. (Lei nº 13.964, de 2019)

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Art. 3º-E. O juiz das garantias será designado conforme as normas de organização judiciária da União, dos Estados e do Distrito Federal, observando critérios objetivos a serem periodicamente divulgados pelo respectivo tribunal. (Lei nº 13.964, de 2019)

Art. 3º-F. O juiz das garantias deverá assegurar o cumprimento das regras para o tratamento dos presos, impedindo o acordo ou ajuste de qualquer autoridade com órgãos da imprensa para explorar a imagem da pessoa submetida à prisão, sob pena de responsabilidade civil, administrativa e penal. (Lei nº 13.964, de 2019)

Parágrafo único. Por meio de regulamento, as autoridades deverão disciplinar, em 180 (cento e oitenta) dias, o modo pelo qual as informações sobre a realização da prisão e a identidade do preso serão, de modo padronizado e respeitada a programação normativa aludida no caput deste artigo, transmitidas à imprensa, assegurados a efetividade da persecução penal, o direito à informação e a dignidade da pessoa submetida à prisão. (Lei nº 13.964, de 2019)

TÍTULO II DO INQUÉRITO POLICIAL

Revisão:

▪ Procedimento informativo, ▪ Tem natureza inquisitorial, ▪ É destinado, precipuamente, à formação da opinio delicti do órgão acusatório.

Atenção, esse dispositivo já caiu para Delegado!

Art. 4º A polícia judiciária será exercida pelas autoridades policiais NO TERRITÓRIO DE SUAS RESPECTIVAS CIRCUNSCRIÇÕES e terá por fim a apuração das infrações penais e da sua autoria.

Parágrafo único. A competência definida neste artigo não excluirá a de autoridades administrativas, a quem por lei seja cometida a mesma função.

Atenção, esse dispositivo já caiu para Delegado!

Art. 5o Nos CRIMES DE AÇÃO PÚBLICA o inquérito policial será iniciado:

I - DE OFÍCIO;

OBS: ▪ Art. 3º da Resolução nº 181/2017, do CNMPO Ministério Público também pode instaurar, de ofício, procedimento de investigação criminal (PIC). ▪ É possível a deflagração de investigação criminal com base em matéria jornalística. STJ. 6ª Turma. RHC 98.056-CE, Rel. Min. Antonio Saldanha Palheiro, julgado em 04/06/2019 (Info 652). CAVALCANTE, Márcio André Lopes. Disponível em: <https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/0ef41260a5b096182ee7e45b942cd46d>. Acesso em: 13/04/2020

II - MEDIANTE REQUISIÇÃO da autoridade judiciária ou do Ministério Público, ou a requerimento do ofendido ou de quem tiver qualidade para representá-lo.

§ 1o O requerimento a que se refere o no II conterá sempre que possível:

a) a narração do fato, com todas as circunstâncias;

b) a individualização do indiciado ou seus sinais característicos e as razões de convicção ou de presunção de ser ele o autor da infração, ou os motivos de impossibilidade de o fazer;

c) a nomeação das testemunhas, com indicação de sua profissão e residência.

§ 2o Do despacho que indeferir o requerimento de abertura de inquérito CABERÁ RECURSO PARA O CHEFE DE POLÍCIA.

§ 3o Qualquer pessoa do povo que tiver conhecimento da existência de infração penal em que caiba ação pública poderá, verbalmente ou por escrito, comunicá-la à autoridade policial, e esta, verificada a procedência das informações, mandará instaurar inquérito.

§ 4o O inquérito, nos crimes em que a ação pública depender de representação, não poderá sem ela ser iniciado.

§ 5o Nos crimes de ação privada, a autoridade policial somente poderá proceder a inquérito a requerimento de quem tenha qualidade para intentá-la.

FORMAS DE INSTAURAÇÃO DO IPL

AÇÃO PENAL PRIVADA ▪ Delegado só pode instaurar IPL a requerimento do ofendido ou representante legal

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AÇÃO PENAL PUBLICA

CONDICIONADA A REPRESENTAÇÃO

▪ Delegado só pode instaurar IPL, se houver representação do ofendido ou requisição do Ministro da Justiça.

AÇÃO PENAL PUBLICA INCONDICIONADA

▪ Delegado pode instaurar IPL: ⇒ De ofício ⇒ Requisição do MP ⇒Requerimento do ofendido ou representante legal

NOTITIA CRIMINIS

▪ CONCEITO: Conhecimento da autoridade, espontaneo ou provocado de um fato delituoso.

COGNIÇÃO DIRETA|IMEDIATA ESPONTANEA|INQUALIFICADA

(DE OFÍCIO)

Delegado conhece fato em suas ATIVIDADES ROTINEIRAS. (Instaura IPL por Portaria) Ex: Jornal (matéria jornalística1), informação da PM. 1 STJ entendeu que é possível a deflagração de investigação criminal com base em matéria jornalística (2019)

COGNIÇÃO INDIRETA|MEDIATA

PROVOCADA

Delegado conhece fato por meio de EXPEDIENTE ESCRITO por TERCEIROS. Exs: requisição do MP, requerimento da vítima, notícia por qualquer do povo (por escrito).

COGNIÇÃO COERCITIVA Delegado toma conhecimento do fato pela apresentaçao do preso em flagrante.

NOTITIA|DELATIO CRIMINIS INQUALIFICADA

É a denúncia anonima. Por si só, não serve p/ instaurar IPL.

Antes, Delta deve verificar a procedência das infos.

DELATIO CRIMINIS SIMPLES Qualquer do povo comunica o crime. Ex: BO.

DELATIO CRIMINIS POSTULATÓRIA

Representante nos crimes de APPCR

Atenção, esse dispositivo já caiu para Delegado!

Art. 6o Logo que tiver conhecimento da prática da infração penal, a autoridade policial deverá:

I - dirigir-se ao local, providenciando para que não se alterem o estado e conservação das coisas, até a chegada dos peritos criminais;

II - apreender os objetos que tiverem relação com o fato, após liberados pelos peritos criminais;

III - colher todas as provas que servirem para o esclarecimento do fato e suas circunstâncias;

IV - ouvir o ofendido;

V - ouvir o indiciado, com observância, no que for aplicável, do disposto no Capítulo III do Título Vll, deste Livro, devendo o respectivo termo ser assinado por duas testemunhas que Ihe tenham ouvido a leitura;

VI - proceder a reconhecimento de pessoas e coisas e a acareações;

VII - determinar, se for caso, que se proceda a exame de corpo de delito e a quaisquer outras perícias;

STJ: “1. Segundo a pacífica jurisprudência desta Corte Superior, quando a conduta deixar vestígios, o exame de corpo de delito é indispensável à comprovação da materialidade do crime. O laudo pericial somente poderá ser substituído por outros elementos de prova se os vestígios tiverem desaparecido por completo ou o lugar se tenha tornado impróprio para a constatação dos peritos.

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VIII - ordenar a identificação do indiciado pelo processo datiloscópico, se possível, e fazer juntar aos autos sua folha de antecedentes;

IX - averiguar a vida pregressa do indiciado, sob o ponto de vista individual, familiar e social, sua condição econômica, sua atitude e estado de ânimo antes e depois do crime e durante ele, e quaisquer outros elementos que contribuírem para a apreciação do seu temperamento e caráter.

X - colher informações sobre a existência de filhos, respectivas idades e se possuem alguma deficiência e o nome e o contato de eventual responsável pelos cuidados dos filhos, indicado pela pessoa presa.

☛ ATENÇÃO FUTUROS DELEGAD@S:

O Delegado deverá (e não poderá) proceder ao reconhecimento de pessoas e coisas, fazer acareações, determinar a realização de exame de corpo de delito e outras perícias. Não se trata de mera possibilidade, mas de dever legal. Não precisa de autorização judicial para nenhumas dessas diligências.

Atenção, esse dispositivo já caiu para Delegado!

Art. 7o Para verificar a possibilidade de haver a infração sido praticada de determinado modo, a autoridade policial PODERÁ proceder à reprodução simulada dos fatos, desde que esta não contrarie a moralidade ou a ordem pública.

REPRODUÇÃO SIMULADA DOS FATOS ▪ Prova TÍPICA (prevista no CPP), mas INOMINADA (não tem seu procedimento delineado no CPP)

▪ Acusado NÃO é obrigado a participar dela, pois não se pode exigir comportamento ativo.

▪ Delegado NÃO precisa de autorização judicial.

▪ Requisito: não contrarie a moralidade ou ordem pública.

Art. 8o Havendo prisão em flagrante, será observado o disposto no Capítulo II do Título IX deste Livro.

Atenção, esse dispositivo já caiu para Delegado!

Art. 9o Todas as peças do inquérito policial serão, num só processado, reduzidas a escrito ou datilografadas e, neste caso, rubricadas pela autoridade.

ATENÇÃO, esse dispositivo já caiu inúmeras vezes em provas de Delegado!

Art. 10. O inquérito deverá terminar no prazo de 10 dias, se o indiciado tiver sido preso em flagrante, ou estiver preso preventivamente, contado o prazo, nesta hipótese, a partir do dia em que se executar a ordem de prisão, ou no prazo de 30 dias, quando estiver solto, mediante fiança ou sem ela.

PRAZOS DO IPL

RÉU PRESO

▪ 10 dias, improrrogável. ▪ Prazo PENAL: dia do início é computado. ▪ Início do Prazo: ordem de prisão for executada (quer decorra de prisão em fragrante ou preventiva).

RÉU SOLTO

▪ 30 dias, prorrogável. ▪ Prazo PROCESSUAL PENAL: dia do início não é computado. ▪ Início do Prazo: ✓ Expedição da portaria (na instauração de ofício). ✓ Recebimento dos documentos pelo Delegado (na instauração por requisição).

§ 1o A autoridade fará minucioso relatório do que tiver sido apurado e enviará autos ao juiz competente.

STJ: “A jurisprudência consolidou entendimento quanto ao fato de que o Ministério Público não está adstrito às conclusões firmadas pela autoridade policial ou à capitulação jurídica por ela delineada, por ser o dominus litis” (STJ - Sexta Turma - RHC 53266/PR - Rel. Min. Nefi Cordeiro - j. em 09.08.2016 - DJe de 23.08.2016).

§ 2o No relatório poderá a autoridade indicar testemunhas que não tiverem sido inquiridas, mencionando o lugar onde possam ser encontradas.

# VALE SABER

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➱ Relatório NÃO é uma peça obrigatória para oferecimento de denúncia.

➱ Não é necessário que Delegado faça juízo de valor (quem faz é o Ministério Público). O IPL é uma peça descritiva.

Exceção: Na Lei de Drogas, Delta é obrigado a explicar arazoes que levaram a classificação do delito, quantidade e indícios que classifique como usuário ou como traficante.so.

§ 3o Quando o fato for de difícil elucidação, e o indiciado estiver solto, a autoridade poderá requerer ao juiz a devolução dos autos, para ulteriores diligências, que serão realizadas no prazo marcado pelo juiz.

# ATENÇÃO: Delegado não pode pedir a devolução dos autos se o indiciado estiver preso.

Art. 11. Os instrumentos do crime, bem como os objetos que interessarem à prova, acompanharão os autos do inquérito.

Atenção, esse dispositivo já caiu para Delegado!

Art. 12. O inquérito policial acompanhará a denúncia ou queixa, sempre que servir de base a uma ou outra.

Atenção, esse dispositivo já caiu para Delegado!

Art. 13. Incumbirá ainda à autoridade policial:

I - fornecer às autoridades judiciárias as informações necessárias à instrução e julgamento dos processos; II - realizar as diligências requisitadas pelo juiz ou pelo Ministério Público; III - cumprir os mandados de prisão expedidos pelas autoridades judiciárias; IV - representar acerca da prisão preventiva. OBS.: A suspeição de autoridade policial não é motivo de nulidade do processo, pois o inquérito é mera peça informativa, de que se serve o Ministério Público para o início da ação penal. STF. 2ª Turma. RHC 131450/DF, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgado em 3/5/2016 (Info 824).

ATENÇÃO, esse dispositivo já caiu inúmeras vezes em provas de Delegado!

Art. 13-A. Nos crimes previstos nos arts. 148, 149 e 149-A, no § 3º do art. 158 e no art. 159 do Decreto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal), e no art. 239 da Lei no 8.069, de 13 de julho de 1990 (Estatuto da Criança e do Adolescente), o membro do Ministério Público ou o delegado de polícia poderá requisitar, de quaisquer órgãos do poder público ou de empresas da iniciativa privada, dados e informações cadastrais da vítima ou de suspeitos.

Os seguintes crimes: Sequestro ou cárcere privado (art. 148, do CPB); Redução à condição análoga à de escravo (art. 149, do CPB); Tráfico de pessoas (art. 149-A, do CPB); Extorsão com restrição da liberdade da vítima (§3º, do CPB); Extorsão mediante sequestro (art. 159, do CPB); Tráfico internacional de crianças (art. 239, do CPB). Envio de criança ou adolescente p/ exterior

Parágrafo único. A requisição, que será atendida no prazo de 24 (vinte e quatro) horas, conterá:

I - o nome da autoridade requisitante; II - o número do inquérito policial; e III - a identificação da unidade de polícia judiciária responsável pela investigação. ATENÇÃO, esse dispositivo já caiu inúmeras vezes em provas de Delegado!

Art. 13-B. Se necessário à prevenção e à repressão dos crimes relacionados ao tráfico de pessoas, o membro do Ministério Público ou o delegado de polícia poderão requisitar, mediante autorização judicial, às empresas prestadoras de serviço de telecomunicações e/ou telemática que disponibilizem imediatamente os meios técnicos adequados – como sinais, informações e outros – que permitam a localização da vítima ou dos suspeitos do delito em curso.

§ 1o Para os efeitos deste artigo, sinal significa posicionamento da estação de cobertura, setorização e intensidade de radiofrequência.

§ 2o Na hipótese de que trata o caput, o sinal:

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I - não permitirá acesso ao conteúdo da comunicação de qualquer natureza, que dependerá de autorização judicial, conforme disposto em lei;

II - deverá ser fornecido pela prestadora de telefonia móvel celular por período não superior a 30 (trinta) dias, renovável por uma única vez, por igual período;

III - para períodos superiores àquele de que trata o inciso II, será necessária a apresentação de ordem judicial.

§ 3o Na hipótese prevista neste artigo, o inquérito policial deverá ser instaurado no prazo máximo de 72 (setenta e duas) horas, contado do registro da respectiva ocorrência policial.

§ 4o Não havendo manifestação judicial no prazo de 12 (doze) horas, a autoridade competente requisitará às empresas prestadoras de serviço de telecomunicações e/ou telemática que disponibilizem imediatamente os meios técnicos adequados – como sinais, informações e outros – que permitam a localização da vítima ou dos suspeitos do delito em curso, com imediata comunicação ao juiz.

Art. 14. O ofendido, ou seu representante legal, e o indiciado poderão requerer qualquer diligência, que será realizada, ou não, a juízo da autoridade.

Art. 14-A. Nos casos em que servidores vinculados às instituições dispostas no art. 144 da Constituição Federal figurarem como investigados em inquéritos policiais, inquéritos policiais militares e demais procedimentos extrajudiciais, cujo objeto for a investigação de fatos relacionados ao uso da força letal praticados no exercício profissional, de forma consumada ou tentada, incluindo as situações dispostas no art. 23 do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal), o indiciado poderá constituir defensor.

§ 1º Para os casos previstos no caput deste artigo, o investigado deverá ser citado da instauração do procedimento investigatório, podendo constituir defensor no prazo de até 48 (quarenta e oito) horas a contar do recebimento da citação.

§ 2º Esgotado o prazo disposto no § 1º deste artigo com ausência de nomeação de defensor pelo investigado, a autoridade responsável pela investigação deverá intimar a instituição a que estava vinculado o investigado à época da ocorrência dos fatos, para que

essa, no prazo de 48 (quarenta e oito) horas, indique defensor para a representação do investigado.

§ 3º (VETADO). § 4º (VETADO). § 5º (VETADO).

§ 6º As disposições constantes deste artigo se aplicam aos servidores militares vinculados às instituições dispostas no art. 142 da Constituição Federal, desde que os fatos investigados digam respeito a missões para a Garantia da Lei e da Ordem.

Art. 15. Se o indiciado for menor, ser-lhe-á nomeado curador pela autoridade policial.

Atenção, esse dispositivo já caiu para Delegado!

Art. 16. O Ministério Público não poderá requerer a devolução do inquérito à autoridade policial, senão para novas diligências, imprescindíveis ao oferecimento da denúncia.

# VALE SABER

▪ Requisição pode ser feita diretamente ao Delta.

▪ Juiz NÃO pode INDEFERIR o pedido de diligências, sob pena do cabimento de correição parcial.

Atenção, esse dispositivo já caiu para Delegado!

Art. 17. A autoridade policial não poderá mandar arquivar autos de inquérito.

Art. 18. Depois de ordenado o arquivamento do inquérito pela autoridade judiciária, por falta de base para a denúncia, a autoridade policial poderá proceder a novas pesquisas, se de outras provas tiver notícia.

Art. 19. Nos crimes em que não couber ação pública, os autos do inquérito serão remetidos ao juízo competente, onde aguardarão a iniciativa do ofendido ou de seu representante legal, ou serão entregues ao requerente, se o pedir, mediante traslado.

Art. 20. A autoridade assegurará no inquérito o sigilo necessário à elucidação do fato ou exigido pelo interesse da sociedade.

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Crime é de AÇÃO PENAL PUBLICA

Crime é de AÇÃO PENAL PRIVADA

Autos são remetidos ao MP

Autos ficam em cartório aguardando a iniciativa da

vítima.

Parágrafo único. Nos atestados de antecedentes que lhe forem solicitados, a autoridade policial não poderá mencionar quaisquer anotações referentes a instauração de IPL contra os requerentes.

Art. 21. A incomunicabilidade do indiciado dependerá sempre de despacho nos autos e somente será permitida quando o interesse da sociedade ou a conveniência da investigação o exigir.

Parágrafo único. A incomunicabilidade, que não excederá de 3 dias, será decretada por despacho fundamentado do Juiz, a requerimento da autoridade policial, ou do órgão do Ministério Público, respeitado, em qualquer hipótese, o disposto no art. 89, inciso III, do Estatuto da OAB.

# ATENÇÃO: a doutrina majoritária entende que essa incomunicabilidade não foi recepcionada pela CF.

Art. 22. No Distrito Federal e nas comarcas em que houver mais de uma circunscrição policial, a autoridade com exercício em uma delas poderá, nos inquéritos a que esteja procedendo, ordenar diligências em circunscrição de outra, independentemente de precatórias ou requisições, e bem assim providenciará, até que compareça a autoridade competente, sobre qualquer fato que ocorra em sua presença, noutra circunscrição.

Art. 23. Ao fazer a remessa dos autos do inquérito ao juiz competente, a autoridade policial oficiará ao Instituto de Identificação e Estatística, ou repartição congênere, mencionando o juízo a que tiverem sido distribuídos, e os dados relativos à infração penal e à pessoa do indiciado.

Artigo ART. 1° AO 39 do CC

LIVRO I DAS PESSOAS

TÍTULO I DAS PESSOAS NATURAIS

CAPÍTULO I Da Personalidade e da Capacidade

Art. 1 o Toda pessoa é capaz de direitos e deveres na ordem civil.

Atenção, esse dispositivo já caiu para Delegado!

Art. 2 o A personalidade civil da pessoa começa do nascimento com vida; mas a lei põe a salvo, desde a concepção, os direitos do nascituro.

Enunciado n. 1 da I Jornada de Direito Civil: A proteção que o Código defere ao nascituro alcança o natimorto no que concerne aos direitos da personalidade, tais como nome, imagem e sepultura

Art. 3 o São ABSOLUTAMENTE INCAPAZES de exercer pessoalmente os atos da vida civil os menores de 16 (dezesseis) anos.

Atenção, esse dispositivo já caiu para Delegado!

Art. 4 o São incapazes, relativamente a certos atos ou à maneira de os exercer:

I - os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos;

II - os ébrios habituais e os viciados em tóxico;

III - aqueles que, por causa transitória ou permanente, não puderem exprimir sua vontade;

IV - os pródigos.

Parágrafo único. A capacidade dos indígenas será regulada por legislação especial. (Redação dada pela Lei nº 13.146, de 2015) (Vigência)

Art. 5 o A menoridade cessa aos dezoito anos completos, quando a pessoa fica habilitada à prática de todos os atos da vida civil.

Parágrafo único. Cessará, para os menores, a incapacidade:

I - pela concessão dos pais, ou de um deles na falta do outro, mediante instrumento público, independentemente de homologação judicial, ou por

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sentença do juiz, ouvido o tutor, se o menor tiver dezesseis anos completos;

II - pelo casamento;

III - pelo exercício de emprego público efetivo;

IV - pela colação de grau em curso de ensino superior;

V - pelo estabelecimento civil ou comercial, ou pela existência de relação de emprego, desde que, em função deles, o menor com dezesseis anos completos tenha economia própria.

Art. 6 o A existência da pessoa natural termina com a morte; presume-se esta, quanto aos ausentes, nos casos em que a lei autoriza a abertura de sucessão definitiva.

Art. 7 o Pode ser declarada a morte presumida, sem decretação de ausência:

I - se for extremamente provável a morte de quem estava em perigo de vida;

II - se alguém, desaparecido em campanha ou feito prisioneiro, não for encontrado até dois anos após o término da guerra.

Parágrafo único. A declaração da morte presumida, nesses casos, somente poderá ser requerida depois de esgotadas as buscas e averiguações, devendo a sentença fixar a data provável do falecimento.

Art. 8 o Se dois ou mais indivíduos falecerem na mesma ocasião, não se podendo averiguar se algum dos comorientes precedeu aos outros, presumir-se-ão simultaneamente mortos.

Art. 9 o Serão registrados em registro público:

I - os nascimentos, casamentos e óbitos;

STJ: É inadmissível a homologação de acordo extrajudicial de retificação de registro civil de menor em juízo sem a observância dos requisitos e procedimento legalmente instituído para essa finalidade. STJ. 3ª Turma. REsp 1698717-MS, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 05/06/2018 (Info 627).

STJ: É possível alterar o registro de nascimento para nele fazer constar o nome de solteira da genitora,

excluindo o patronímico do ex-padrasto. STJ. 4ª Turma. REsp 1072402-MG, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, julgado em 4/12/2012.

II - a emancipação por outorga dos pais ou por sentença do juiz;

III - a interdição por incapacidade absoluta ou relativa;

IV - a sentença declaratória de ausência e de morte presumida.

Art. 10. Far-se-á averbação em registro público:

I - das sentenças que decretarem a nulidade ou anulação do casamento, o divórcio, a separação judicial e o restabelecimento da sociedade conjugal;

II - dos atos judiciais ou extrajudiciais que declararem ou reconhecerem a filiação;

III - (Revogado pela Lei nº 12.010, de 2009)

CAPÍTULO II Dos Direitos da Personalidade

Atenção, esse dispositivo já caiu para Delegado!

Art. 11. Com exceção dos casos previstos em lei, os direitos da personalidade SÃO INTRANSMISSÍVEIS E IRRENUNCIÁVEIS, não podendo o seu exercício sofrer limitação voluntária.

Art. 12. Pode-se exigir que cesse a ameaça, ou a lesão, a direito da personalidade, e reclamar perdas e danos, sem prejuízo de outras sanções previstas em lei.

Parágrafo único. Em se tratando de morto, terá legitimação para requerer a medida prevista neste artigo o cônjuge sobrevivente, ou qualquer parente em linha reta, ou colateral até o quarto grau.

Atenção, esse dispositivo já caiu para Delegado!

13. Salvo por exigência médica, é defeso o ato de disposição do próprio corpo, quando importar diminuição permanente da integridade física, ou contrariar os bons costumes.

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Parágrafo único. O ato previsto neste artigo será admitido para fins de transplante, na forma estabelecida em lei especial.

Art. 14. É válida, com objetivo científico, ou altruístico, a disposição gratuita do próprio corpo, no todo ou em parte, para depois da morte.

Parágrafo único. O ato de disposição pode ser livremente revogado a qualquer tempo.

STJ: Não há exigência de formalidade específica acerca da manifestação de última vontade do indivíduo sobre a destinação de seu corpo após a morte, sendo possível a submissão do cadáver ao procedimento de criogenia em atenção à vontade manifestada em vida. A criogenia (ou criopreservação) é a técnica de congelamento do corpo humano após a morte, em baixíssima temperatura, a fim de conservá-lo, com o intuito de reanimação futura da pessoa caso sobrevenha alguma importante descoberta científica que possibilite o seu retorno à vida. Em outras palavras, a criogenia consiste no congelamento de cadáveres a baixas temperaturas, com a finalidade de que, com os possíveis avanços da ciência, sejam, um dia, ressuscitados. STJ. 3ª Turma. REsp 1693718-RJ, Rel. Min. Marco Aurélio Bellizze, julgado em 26/03/2019 (Info 645).

Atenção, esse dispositivo já caiu para Delegado!

Art. 15. Ninguém pode ser constrangido a submeter-se, com risco de vida, a tratamento médico ou a intervenção cirúrgica.

Atenção, esse dispositivo já caiu para Delegado!

Art. 16. Toda pessoa tem direito ao nome, nele compreendidos o prenome e o sobrenome.

STJ: O cônjuge pode acrescentar sobrenome do outro (§ 1º do art. 1.565, do Código Civil). Em regra, o sobrenome do marido/esposa é acrescido no momento do matrimônio, sendo essa providência requerida no processo de habilitação do casamento. A despeito disso, não existe uma vedação legal expressa para que, posteriormente, no curso do relacionamento, um dos cônjuges requeira o acréscimo do outro patronímico do seu cônjuge por meio de ação de retificação de registro

civil, especialmente se o cônjuge apresenta uma justificativa.

STF: O transgênero tem direito fundamental subjetivo à ALTERAÇÃO DE SEU PRENOME e de sua classificação de gênero no registro civil, não se exigindo, para tanto, nada além da manifestação de vontade do indivíduo, o qual poderá exercer tal faculdade tanto pela via judicial como diretamente pela via administrativa. . ADI 4275/DF, rel. orig. Min. Marco Aurélio, red. p/ o acórdão Min. Edson Fachin, julgado em 28/2 e 1º/3/2018 (Info 892).

STJ: A regra no ordenamento jurídico é a imutabilidade do prenome (art. 58 da Lei nº 6.015/73). Todavia, sendo o nome civil um direito da personalidade, por se tratar de elemento que designa o indivíduo e o identifica perante a sociedade, revela-se possível, nas hipóteses previstas em lei, bem como em determinados casos admitidos pela jurisprudência, a modificação do prenome. Para que haja, contudo, a retificação de registro civil é necessário que exista uma circunstância excepcional apta a justificar a alteração do prenome. Ex: nome que gere constrangimento. STJ. 3ª Turma. REsp 1728039/SC, Rel. Min. Marco Aurélio Bellizze, julgado em 12/06/2018.

STJ: É admissível o restabelecimento do nome de solteiro na hipótese de dissolução do vínculo conjugal pelo falecimento do cônjuge. STJ. 3ª Turma. REsp 1724718-MG, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 22/05/2018 (Info 627).

Art. 17. O nome da pessoa não pode ser empregado por outrem em publicações ou representações que a exponham ao desprezo público, ainda quando não haja intenção difamatória.

STJ: Não há violação ao direito à imagem no caso em que foi utilizada fotografia de magistrado (pessoa ocupante de cargo público de notória importância social) para ilustrar MATÉRIA JORNALÍSTICA pertinente, sem invasão da vida privada do retratado. STJ. 4ª Turma. REsp 801109/DF, Rel. Min. Raul Araújo, julgado em 12/06/2012.

Art. 18. Sem autorização, não se pode usar o nome alheio em propaganda comercial.

Súmula 403 - STJ: Independe de prova do prejuízo a indenização pela publicação não autorizada da imagem de pessoa com fins econômicos ou comerciais.

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Atenção, esse dispositivo já caiu para Delegado!

Art. 19. O pseudônimo adotado para atividades lícitas goza da proteção que se dá ao nome.

Atenção, esse dispositivo já caiu para Delegado!

Art. 20. Salvo se autorizadas, ou se necessárias à administração da justiça ou à manutenção da ordem pública, a divulgação de escritos, a transmissão da palavra, ou a publicação, a exposição ou a utilização da imagem de uma pessoa poderão ser proibidas, a seu requerimento e sem prejuízo da indenização que couber, se lhe atingirem a honra, a boa fama ou a respeitabilidade, ou se se destinarem a fins comerciais. (Vide ADIN 4815)

STJ: Determinada “farmácia de manipulação” utilizou o nome e a imagem da atriz Giovanna Antonelli, sem a sua autorização, em propagandas de um remédio para emagrecer. O STJ afirmou que, além da indenização por danos morais e materiais, a atriz também tinha direito à restituição de todos os benefícios econômicos que a ré obteve na venda de seus produtos (restituição do “lucro da intervenção”). REsp 1698701-RJ, Rel. Min. Ricardo Villas Bôas Cueva, julgado em 02/10/2018 (Info 634).

Parágrafo único. Em se tratando de morto ou de ausente, são partes legítimas para requerer essa proteção o cônjuge, os ascendentes ou os descendentes.

STF: Jornal divulgou a foto do cadáver de um indivíduo morto em tiroteio ocorrido em via pública. Os familiares do morto ajuizaram ação de indenização por danos morais contra o jornal alegando que houve violação aos direitos de imagem. O STF julgou a ação improcedente argumentando que condenar o jornal seria uma forma de censura, o que afronta a liberdade de informação jornalística. STF. 2ª Turma. ARE 892127 AgR/SP, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgado em 23/10/2018 (Info 921).

Atenção, esse dispositivo já caiu para Delegado!

Art. 21. A vida privada da pessoa natural é inviolável, e o juiz, a requerimento do interessado, adotará as providências necessárias para impedir ou fazer cessar ato contrário a esta norma. (Vide ADIN 4815)

CAPÍTULO III Da Ausência

Seção I Da Curadoria dos Bens do Ausente

Art. 22. Desaparecendo uma pessoa do seu domicílio sem dela haver notícia, se não houver deixado representante ou procurador a quem caiba administrar-lhe os bens, o juiz, a requerimento de qualquer interessado ou do Ministério Público, declarará a ausência, e nomear-lhe-á curador.

Art. 23. Também se declarará a ausência, e se nomeará curador, quando o ausente deixar mandatário que não queira ou não possa exercer ou continuar o mandato, ou se os seus poderes forem insuficientes.

Art. 24. O juiz, que nomear o curador, fixar-lhe-á os poderes e obrigações, conforme as circunstâncias, observando, no que for aplicável, o disposto a respeito dos tutores e curadores.

Art. 25. O cônjuge do ausente, sempre que não esteja separado judicialmente, ou de fato por mais de dois anos antes da declaração da ausência, será o seu legítimo curador.

§ 1 o Em falta do cônjuge, a curadoria dos bens do ausente incumbe aos pais ou aos descendentes, nesta ordem, não havendo impedimento que os iniba de exercer o cargo.

§ 2 o Entre os descendentes, os mais próximos precedem os mais remotos.

§ 3 o Na falta das pessoas mencionadas, compete ao juiz a escolha do curador.

Seção II Da Sucessão Provisória

Art. 26. Decorrido um ano da arrecadação dos bens do ausente, ou, se ele deixou representante ou procurador, em se passando três anos, poderão os interessados

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requerer que se declare a ausência e se abra provisoriamente a sucessão.

Art. 27. Para o efeito previsto no artigo anterior, somente se consideram interessados:

I - o cônjuge não separado judicialmente;

II - os herdeiros presumidos, legítimos ou testamentários;

III - os que tiverem sobre os bens do ausente direito dependente de sua morte;

IV - os credores de obrigações vencidas e não pagas.

Art. 28. A sentença que determinar a abertura da sucessão provisória só produzirá efeito cento e oitenta dias depois de publicada pela imprensa; mas, logo que passe em julgado, proceder-se-á à abertura do testamento, se houver, e ao inventário e partilha dos bens, como se o ausente fosse falecido.

§ 1 o Findo o prazo a que se refere o art. 26, e não havendo interessados na sucessão provisória, cumpre ao Ministério Público requerê-la ao juízo competente.

§ 2 o Não comparecendo herdeiro ou interessado para requerer o inventário até trinta dias depois de passar em julgado a sentença que mandar abrir a sucessão provisória, proceder-se-á à arrecadação dos bens do ausente pela forma estabelecida nos arts. 1.819 a 1.823.

Art. 29. Antes da partilha, o juiz, quando julgar conveniente, ordenará a conversão dos bens móveis, sujeitos a deterioração ou a extravio, em imóveis ou em títulos garantidos pela União.

Art. 30. Os herdeiros, para se imitirem na posse dos bens do ausente, darão garantias da restituição deles, mediante penhores ou hipotecas equivalentes aos quinhões respectivos.

§ 1 o Aquele que tiver direito à posse provisória, mas não puder prestar a garantia exigida neste artigo, será excluído, mantendo-se os bens que lhe deviam caber sob a administração do curador, ou de outro herdeiro designado pelo juiz, e que preste essa garantia.

§ 2 o Os ascendentes, os descendentes e o cônjuge, uma vez provada a sua qualidade de herdeiros, poderão, independentemente de garantia, entrar na posse dos bens do ausente.

Art. 31. Os imóveis do ausente só se poderão alienar, não sendo por desapropriação, ou hipotecar, quando o ordene o juiz, para lhes evitar a ruína.

Art. 32. Empossados nos bens, os sucessores provisórios ficarão representando ativa e passivamente o ausente, de modo que contra eles correrão as ações pendentes e as que de futuro àquele forem movidas.

Art. 33. O descendente, ascendente ou cônjuge que for sucessor provisório do ausente, fará seus todos os frutos e rendimentos dos bens que a este couberem; os outros sucessores, porém, deverão capitalizar metade desses frutos e rendimentos, segundo o disposto no art. 29, de acordo com o representante do Ministério Público, e prestar anualmente contas ao juiz competente.

Parágrafo único. Se o ausente aparecer, e ficar provado que a ausência foi voluntária e injustificada, perderá ele, em favor do sucessor, sua parte nos frutos e rendimentos.

Art. 34. O excluído, segundo o art. 30, da posse provisória poderá, justificando falta de meios, requerer lhe seja entregue metade dos rendimentos do quinhão que lhe tocaria.

Art. 35. Se durante a posse provisória se provar a época exata do falecimento do ausente, considerar-se-á, nessa data, aberta a sucessão em favor dos herdeiros, que o eram àquele tempo.

Art. 36. Se o ausente aparecer, ou se lhe provar a existência, depois de estabelecida a posse provisória, cessarão para logo as vantagens dos sucessores nela imitidos, ficando, todavia, obrigados a tomar as medidas assecuratórias precisas, até a entrega dos bens a seu dono.

Seção III Da Sucessão Definitiva

Atenção, esse dispositivo já caiu para Delegado!

Art. 37. Dez anos depois de passada em julgado a sentença que concede a abertura da sucessão provisória, poderão os interessados requerer a SUCESSÃO DEFINITIVA e o levantamento das cauções prestadas.

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Art. 38. Pode-se requerer a sucessão definitiva, também, provando-se que o ausente conta oitenta anos de idade, e que de cinco datam as últimas notícias dele.

Art. 39. Regressando o ausente nos dez anos seguintes à abertura da sucessão definitiva, ou algum de seus descendentes ou ascendentes, aquele ou estes haverão só os bens existentes no ESTADO EM QUE SE ACHAREM, os sub-rogados em seu lugar, ou o preço que os herdeiros e demais interessados houverem recebido pelos bens alienados depois daquele tempo.

Parágrafo único. Se, nos dez anos a que se refere este artigo, o ausente não regressar, e nenhum interessado promover a sucessão definitiva, os bens arrecadados

passarão ao domínio do Município ou do Distrito Federal, se localizados nas respectivas circunscrições, incorporando-se ao domínio da União, quando situados em território federal.

JURISPRUDÊNCIA

Devido à escassez de julgados sobre os temas trabalhados em apostila, para o dia de hoje separamos um material de Súmula bem legal. Veja lá no finalzinho ou clique aqui!

link: https://www.cejurnorte.com.br/storage/materiais/ZOFiJzZURYxJmVwM3Z4EkGRqKNH17nck11ljgi6D.pdf

QUESTÕES DE CONCURSO 1. (AOCP - 2018 – FUNPAPA) O conceito de “Constituição” como “a somatória dos fatores reais de poder dentro de uma sociedade” relaciona-se a qual concepção de Constituição? a) Sentido político. b) Sentido sociológico. c) Sentido jurídico. d) Sentido culturalista. e) Sentido democrático. 2. (AOCP – Prefeitura de Marilena-PR – 2016) A Constituição da República Federativa do Brasil, promulgada em 1988, traz em seu escopo uma série de obrigações para que o Estado promova a igualdade social. Tais políticas são necessárias, já que o Brasil, do ponto de vista jurídico, é um estado a) Liberal. b) Nacional-Socialista.

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c) de Bem-Estar Social. d) Absolutista. e) Socialista.

ATENÇÃO!!! Em virtude da escassez de questões da Banca AOCP acerca do tema abordado na apostila, a EQUIPE ALTA REVISÃO trouxe questões variadas de bancas diversas, conforme se observa a seguir. Mas aqui vai um RECADO para você que está focado apenas em questões AOCP: a banca nunca fez um concurso de Delegado. Logo, a possibilidade de o banco não ser utilizado é ALTA! É muito comum que bancas contratem equipes para produzir questões para determinados certames. Logo, é necessário se preparar para TODOS os cenários de cobrança (é temerário dizer: só cai letra de lei!). A análise apenas do banco que questões da AOCP pode trazer uma preparação limitada ao candidato!

3. (PC-ES DELEGADO DE POLÍCIA 2019 – INSTITUTO ACESSO) “Para alguns espíritos, ou ingênuos em relação aos fatores reais que influem efetivamente nos governos chamados democráticos, os interessados em transformar os meios em fins, idealizando-os para o efeito de assegurar, pela reverência pública, a sua continuação, a democracia não se define pelos valores ou pelos fins, mas pelos meios, pelos processos, pela máquina, pela técnica ou pelos diversos expedientes mediante os quais os políticos fabricam a opinião ou elaboram os substitutos legais da vontade do povo ou da Nação. Ora, a máquina democrática não tem nenhuma relação com o ideal democrático. A máquina democrática pode produzir e tem, efetivamente, produzido exatamente o contrário da democracia ou do ideal democrático. Dadas as condições de um país, quanto mais se avoluma e aperfeiçoa a máquina democrática, tanto mais o Governo se distancia do povo e mais remoto da realidade se torna o ideal democrático. Não haverá ninguém de boa-fé que dê como democrático um regime pelo simples fato de haver sido montada, segundo todas as regras, a máquina destinada a registrar a vontade popular. Seja, porém, qual for a técnica ou a engenharia de um governo, este será realmente democrático se os valores que inspiram a sua ação decorrem do ideal democrático.” (CAMPOS, Francisco. O Estado Nacional. Editora Senado Federal, 2001)

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Tendo como referência o texto acima citado, podemos afirmar que, o modelo de constitucionalismo defendido pelo autor, mais se aproxima do constitucionalismo A) substancial. B) aberto aos intérpretes da constituição. C) procedimental. D) liberal. E) como integridade. 4. (PC-AC DELEGADO DE POLÍCIA 2017 – IBADE) De acordo com uma das concepções sobre a Constituição, ela “consigna a norma fundamental hipotética não positiva, pois sobre ela embasa-se o primeiro ato legislativo não determinado por nenhuma norma superior de direito positivo” (BULOS, Uadi Lammêgo, Curso de Direito Constitucional, 2015, p. 103). O trecho acima destacado: A) remete aos fatores reais de poder enunciados por Lassale em sua concepção sociológica. B) alude a ideia de que a "essência da Constituição" advém da realidade social em que o texto constitucional estiver inserido. C) tem por base a linha decisionista que funda a concepção política de Schimitt. D) sustenta a concepção de que as leis constitucionais podem conter diversos elementos que não sejam propriamente constitucionais. E) refere-se ao aspecto lógico-juridico da concepção jurídica de Kelsen. 5. (PC-DF DELEGADO DE POLÍCIA FUNIVERSA 2015) Acerca da teoria geral das constituições, assinale a alternativa correta. a) Hans Kelsen concebe dois planos distintos do direito: o jurídico-positivo, que são as normas positivadas; e o lógico-jurídico, situado no plano lógico, como norma fundamental hipotética pressuposta, criando-se uma verticalidade hierárquica de normas. b) Para Hans Kelsen, as normas jurídicas podem ser classificadas como normas materialmente constitucionais e normas formalmente constitucionais. Para o referido autor, mesmo as leis ordinárias, caso tratem de matéria constitucional, são definidas como normas materialmente constitucionais. c) De acordo com o sentido político de Carl Schmitt, a constituição é o somatório dos fatores reais do poder dentro de uma sociedade. Isso significa que a constituição somente se legitima quando representa o efetivo poder social. d) De acordo com o sentido sociológico de Ferdinand Lassale, a constituição não se confunde com as leis constitucionais. A constituição, como decisão política fundamental, irá cuidar apenas de determinadas matérias estruturantes do Estado, como órgãos do Estado, e dos direitos e das garantias fundamentais, entre outros. e) De acordo com o sentido político-sociológico de Hans Kelsen, a constituição está alocada no mundo do “dever ser”, e não no mundo do “ser”. É considerada a norma pura ou fundamental, fruto da racionalidade do homem, e não das leis naturais. 6. (PC-GO DELEGADO DE POLÍCIA UEG 2013) O Constitucionalismo contemporâneo apresenta movimentos teóricos importantes, dentre os quais destacam-se o Neoconstitucionalismo, cuja

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característica é a presença hegemônica dos princípios como critério de interpretação, como fator de onipresença da Constituição Federal, e o Novo Constitucionalismo Democrático Latino Americano, fundado nas novas perspectivas trazidas pelas Constituições da América Latina. Esses movimentos distinguem-se entre si, pois A) o Neoconstitucionalismo valoriza a dimensão jurídica da Constituição Federal, enquanto para o Novo Constitucionalismo Democrático Latino Americano a busca da legitimidade democrática se dá pela maior e mais efetiva participação popular. B) o Novo Constitucionalismo Democrático Latino Americano reconhece e incorpora os princípios do estado moderno, servindo-se dos modelos de freios e contrapesos, enquanto o Neoconstitucionalismo nega tal modelo. C) o Novo Constitucionalismo Democrático Latino Americano reconhece o pluralismo jurídico pautado na jurisdição estatal única, enquanto o Neoconstitucionalismo funda-se em uma jurisdição constitucional separada. D) o Neoconstitucionalismo inaugura um modelo de valorização da diversidade e do plurinacionalismo, enquanto o Novo Constitucionalismo Democrático Latino Americano assume e garante a associação da ideia Estado-nação. 7. (PC-GO DELEGADO DE POLÍCIA UEG 2013) Nos estudos sobre a formação do direito constitucional, verifica-se que o constitucionalismo representou um importante movimento político e filosófico, com manifestações distintas, nos diferentes períodos da história. Os teóricos desse ramo do direito apresentam classificação do constitucionalismo, identificando características próprias a cada período. Assim, o constitucionalismo a) antigo, desenvolvido nas cidades-estado da Grécia, entre os séculos V a III a.C., caracteriza-se por um regime político constitucional ditatorial, cujo poder político é concentrado no chefe político, e o exercício do governo é afastado dos governados. b) na Idade Média, marcado pela Magna Carta Inglesa de 1215, caracteriza-se pelo avanço do absolutismo, tendo em vista que esse documento confere poder ilimitado e absoluto ao Rei, sobretudo nas questões referentes à propriedade. c) moderno, identificado nas Constituições dos Estados Unidos da América de 1787 e da França de 1791, caracteriza-se pela vinculação à ideia de constituição escrita e rígida, com força para limitar e vincular os órgãos do poder político. d) contemporâneo, cujo marco inicial são as Constituições Mexicanas de 1917 e de Weimar de 1919, caracteriza-se por inaugurar o modelo de organização do Estado e por limitar o poder estatal, por meio de uma declaração de direitos e garantias fundamentais. 8. (NUCEPE - 2014 - PC-PI - Delegado de Polícia) Entre os chamados sentidos doutrinariamente atribuídos à Constituição, existe um que realiza a distinção entre Constituição e lei constitucional. Assinale a alternativa que o contempla. a) Sentido político b) Sentido sociológico. c) Sentido jurídico. d) Sentido culturalista.

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e) Sentido simbólico 9. (MS CONCURSOS - 2012 - PC-PA - Delegado de Polícia) Analise as proposições abaixo: I - Constituição, em sentido sociológico, conforme concepção de Ferdinand Lassale, é a soma dos fatores reais de poder que regem um determinado Estado. II - Em sentido político, Constituição é a decisão política fundamental, considerando-se a teoria de Hans Kelsen. III - Segundo a concepção de Hans Kelsen, a Constituição, no sentido jurídico-positivo, significa a norma hipotética fundamental. IV - Os elementos orgânicos da Constituição dispõem sobre a estruturação e organização do Estado e do Poder. É correto o que se afirma somente em: a) I, II e III. b) I, III e IV. c) II e III. d) I e IV. e) IV. 10. (COPS-UEL - 2013 - PC-PR - Delegado de Polícia) (adaptada) Sobre a classificação das constituições, relacione as letras com os algarismos romanos. (I) Em sentido político. (II) Em sentido jurídico. (III) Em sentido sociológico. (A) A constituição de um país é, em essência, a soma dos fatores reais do poder que regem esse país, sendo esta a constituição real e efetiva, não passando a constituição escrita de uma “folha de papel”. (B) A constituição é considerada norma pura, puro dever-ser, é o conjunto de normas que regula a criação de outras normas. (C) A constituição é considerada como decisão política fundamental, decisão concreta de conjunto sobre o modo e forma de existência da unidade política. a) I-A, II-C, III-B. b) I-B, II-A, III-C. c) I-B, II-C, III-A. d) I-C, II-A, III-B. e) I-C, II-B, III-A. 11. (TJ-MT JUIZ DE DIREITO VUNESP 2019) Assinale a alternativa correta a respeito da Constituição e do Constitucionalismo.

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a) Nos Estados Unidos, diferentemente da França, a constituição americana deu pouca relevância ao papel do juiz, dada a aversão à sua figura pelos revolucionários, reduzindo a função do Judiciário a mero emissor da voz da lei. b) A Constituição francesa de 1791 construiu um sistema fundado na supremacia do legislativo, restando ao executivo a função de dispor dos meios aptos à aplicação da lei. c) O modelo de constitucionalismo praticado no mundo contemporâneo segue, nas suas linhas gerais, o padrão que foi estabelecido pela Constituição francesa de 1791, especialmente no que diz respeito à função do Judiciário. d) A Constituição norte-americana de 1787 e a Constituição francesa de 1791 são os dois marcos mais importantes do Neoconstitucionalismo. e) Influenciada pela revolução francesa e pelas revoluções americanas, a Constituição brasileira de 1824 continha importante rol de direitos civis e políticos, tendo adotado a separação tripartite de Montesquieu na divisão e no exercício do poder político. 12. (Prefeitura de Francisco Morato–SP Procurador VUNESP 2019) Para a doutrina, a Constituição Ideal é A) não escrita, buscando normatizar, juridicizar as forças sociais, e, a partir daí, integrá-las a um plano superior de ação do Estado e da própria sociedade. B) não escrita, desde que seja prioridade o tratamento constitucional das normas e princípios de organização e funcionamento do Estado. C) escrita, contendo o somatório de forças religiosas, políticas, econômicas, militares e culturais atuantes em determinada sociedade. D) escrita, abrangendo determinados valores, determinados princípios políticos, ideológicos ou institucionais. E) escrita, contemplando e especificando o princípio da divisão de poderes e consagrando um regime de garantias de liberdade e direitos individuais. 13. (TCE-RO PROCURADOR CESPE 2019) O conceito de Constituição como documento dotado de superior hierarquia jurídica no ordenamento do Estado, que delimita o parâmetro constitucional para ajuizamento de ação declaratória de inconstitucionalidade no STF, refere-se à ideia de Constituição A) material. B) ideal. C) formal. D) normativa. E) rígida. 14. (TJ-SP Juiz Substituto 2018 – VUNESP) A Carta Constitucional de 1967, o Ato Institucional n° 5/1968 e a Emenda Constitucional n° 1/1969 representaram um período de anormalidade institucional que se prolongou até a Constituição de 1988. Sobre eles, pode-se afirmar que

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A) a Emenda Constitucional n° 1 restaurou as garantias constitucionais cuja suspensão caracterizou o regime de exceção e revogou a prerrogativa do Presidente da República de decretar o recesso do Congresso Nacional. B) o Ato Institucional n° 5 manteve a competência do Presidente da República para decretar intervenção federal nos Estados e Municípios e a previsão de sujeição do Decreto à apreciação pelo Congresso Nacional. C) o Ato Institucional n° 5 suspendeu as garantias constitucionais e legais da vitaliciedade, inamovibilidade e estabilidade e excluiu da apreciação judicial os atos nele fundados. D) a Carta de 1967, cujo projeto foi elaborado pelo Governo e que muitos consideram outorgada e não promulgada, manteve a prerrogativa que a Carta de 1946 conferiu ao Presidente da República para expedir Decretos-leis. 15. (MPE-GO Promotor de Justiça 2019) É incorreto afirmar que: A) A constituição de 1824 foi marcada por forte centralização político-administrativa, tendo como forma de governo a monarquia hereditária constitucional; a religião católica era adotada como oficial; as eleições eram indiretas e censitárias e, dentre todas as constituições da história nacional, foi a que vigorou por mais tempo (1824/1891). B) A constituição de 1891 consagrou o sistema de governo “presidencialista”; instituiu o federalismo e adotou como forma de governo a república. A religião católica foi mantida como oficial da nova República. C) A constituição de 1934 preocupou-se em enumerar direitos fundamentais sociais; manteve a república, a federação, a divisão de poderes, o presidencialismo e o regime representativo. D) A constituição de 1967 mostra grande preocupação com a “segurança nacional”, concentrando o poder no âmbito federal, ampliando os poderes do Presidente da República.

QUESTÕES COMENTADAS 1. (AOCP - 2018 – FUNPAPA) O conceito de “Constituição” como “a somatória dos fatores reais de poder dentro de uma sociedade” relaciona-se a qual concepção de Constituição? a) Sentido político. b) Sentido sociológico. c) Sentido jurídico. d) Sentido culturalista. e) Sentido democrático. GABARITO: B

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COMENTÁRIOS: Conforme abordado hoje, para a concepção (sentido) sociológica, a constituição é o produto da soma dos “fatores reais de poder”. Sem a concorrência destes fatores, a Constituição não passaria de uma “folha de papel”.

Para LASSALLE, criador desta concepção, os “fatores reais de poder” são a essência da “constituição real” de um país. A principal crítica a teoria foi a ausência de percepção da constituição como um instrumento de alteração realidade. 2. (AOCP – Prefeitura de Marilena-PR – 2016) A Constituição da República Federativa do Brasil, promulgada em 1988, traz em seu escopo uma série de obrigações para que o Estado promova a igualdade social. Tais políticas são necessárias, já que o Brasil, do ponto de vista jurídico, é um estado a) Liberal. b) Nacional-Socialista. c) de Bem-Estar Social. d) Absolutista. e) Socialista. GABARITO: C COMENTÁRIOS: Essa questão traz um conceito mais afeto à ciência política, mas que também pode ser abordado na prova de Direito Constitucional. A banca apontou que, do ponto de vista jurídico, nosso Estado é de Bem-Estar Social. Nesse ponto, a conclusão é simples: o Bem-Estar Social está ligado às constituições dirigentes e às normas programáticas, que se contrapõem às constituições liberais. Esses são os dois grandes paradigmas de Estado e de Direito apontados pela doutrina. Observe-se a lição de BERNADO GONÇALVES FERNANDES (2019): “o constitucionalismo de bem-estar social segue por uma rota ideológica oposta ao Estado Liberal. Se, no primeiro paradigma moderno de Estado, a tônica se assentava na defesa das liberdades individuais, compreendendo os direitos fundamentais, essencialmente, como elementos contra (limites) a ação do próprio estado, que se limitava em fornecer segurança e proteção à liberdades e à propriedade (Estado Polícia), após a 1ª Guerra Mundial, assiste-se a uma mudança de mentalidade no Direito Público no mundo todo. É possível visualizar uma mudança de mentalidade que reflete diretamente na postura a ser assumida pelo Poder Público. Os direitos fundamentais passam a ser vistos como incluindo um catálogo de direitos a prestações positivas e, por isso mesmo, caracterizados num fazer por parte das instituições públicas”. É nesse contexto que se enquadra o Estado Brasileiro após a abertura democrática. 3. (PC-ES DELEGADO DE POLÍCIA 2019 – INSTITUTO ACESSO) “Para alguns espíritos, ou ingênuos em relação aos fatores reais que influem efetivamente nos governos chamados democráticos, os interessados em transformar os meios em fins, idealizando-os para o efeito de assegurar, pela

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reverência pública, a sua continuação, a democracia não se define pelos valores ou pelos fins, mas pelos meios, pelos processos, pela máquina, pela técnica ou pelos diversos expedientes mediante os quais os políticos fabricam a opinião ou elaboram os substitutos legais da vontade do povo ou da Nação. Ora, a máquina democrática não tem nenhuma relação com o ideal democrático. A máquina democrática pode produzir e tem, efetivamente, produzido exatamente o contrário da democracia ou do ideal democrático. Dadas as condições de um país, quanto mais se avoluma e aperfeiçoa a máquina democrática, tanto mais o Governo se distancia do povo e mais remoto da realidade se torna o ideal democrático. Não haverá ninguém de boa-fé que dê como democrático um regime pelo simples fato de haver sido montada, segundo todas as regras, a máquina destinada a registrar a vontade popular. Seja, porém, qual for a técnica ou a engenharia de um governo, este será realmente democrático se os valores que inspiram a sua ação decorrem do ideal democrático.” (CAMPOS, Francisco. O Estado Nacional. Editora Senado Federal, 2001) Tendo como referência o texto acima citado, podemos afirmar que, o modelo de constitucionalismo defendido pelo autor, mais se aproxima do constitucionalismo A) substancial. B) aberto aos intérpretes da constituição. C) procedimental. D) liberal. E) como integridade. GABARITO: A. COMENTÁRIOS: A questão se aproxima do substancialismo, quando entende que a máquina democrática não é suficiente para garantir o ideal democrático. Pelo contrário, afirma que a máquina democrática se distancia do povo a medida que se avoluma. Ao final, sugere que o ideal democrático somente será atendido com a adoção dos valores que os inspiram. É justamente o que defendem os substancialistas. Afirmam que os valores não precisam ser positivados – são preexistentes à normas – e só devem ser interpretados pelo Poder Judiciário, que tem a função manter uma postura mais ativa na efetivação do ideal democrático. 4. (PC-AC DELEGADO DE POLÍCIA 2017 – IBADE) De acordo com uma das concepções sobre a Constituição, ela “consigna a norma fundamental hipotética não positiva, pois sobre ela embasa-se o primeiro ato legislativo não determinado por nenhuma norma superior de direito positivo” (BULOS, Uadi Lammêgo, Curso de Direito Constitucional, 2015, p. 103). O trecho acima destacado: A) remete aos fatores reais de poder enunciados por Lassale em sua concepção sociológica. B) alude a ideia de que a "essência da Constituição" advém da realidade social em que o texto constitucional estiver inserido. C) tem por base a linha decisionista que funda a concepção política de Schimitt.

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D) sustenta a concepção de que as leis constitucionais podem conter diversos elementos que não sejam propriamente constitucionais. E) refere-se ao aspecto lógico-juridico da concepção jurídica de Kelsen. GABARITO: E COMENTÁRIOS: O conceito refere-se ao sentido jurídico de constituição proposto por Kelsen. Recorde-se que, para Kelsen, a Constituição possui dois sentidos: lógico-jurídico, em que a constituição significa a norma fundamental hipotética, fundamento lógico transcendental da validade da constituição jurídico positiva. E outro sentido jurídico-positivo, em que a constituição significa a norma positiva suprema do ordenamento. 5. (PC-DF DELEGADO DE POLÍCIA FUNIVERSA 2015) Acerca da teoria geral das constituições, assinale a alternativa correta. a) Hans Kelsen concebe dois planos distintos do direito: o jurídico-positivo, que são as normas positivadas; e o lógico-jurídico, situado no plano lógico, como norma fundamental hipotética pressuposta, criando-se uma verticalidade hierárquica de normas. b) Para Hans Kelsen, as normas jurídicas podem ser classificadas como normas materialmente constitucionais e normas formalmente constitucionais. Para o referido autor, mesmo as leis ordinárias, caso tratem de matéria constitucional, são definidas como normas materialmente constitucionais. c) De acordo com o sentido político de Carl Schmitt, a constituição é o somatório dos fatores reais do poder dentro de uma sociedade. Isso significa que a constituição somente se legitima quando representa o efetivo poder social. d) De acordo com o sentido sociológico de Ferdinand Lassale, a constituição não se confunde com as leis constitucionais. A constituição, como decisão política fundamental, irá cuidar apenas de determinadas matérias estruturantes do Estado, como órgãos do Estado, e dos direitos e das garantias fundamentais, entre outros. e) De acordo com o sentido político-sociológico de Hans Kelsen, a constituição está alocada no mundo do “dever ser”, e não no mundo do “ser”. É considerada a norma pura ou fundamental, fruto da racionalidade do homem, e não das leis naturais. GABARITO: A COMENTÁRIOS: Conforme explicado no material acima, “para HANS KELSEN, constituição possui dois sentidos. Um primeiro lógico-jurídico, em que a constituição significa a norma fundamental hipotética, fundamento lógico transcendental da validade da constituição jurídico positiva. E outro sentido jurídico-positivo, em que a constituição significa a norma positiva suprema do ordenamento”. b) E divisão entre normas materialmente e formalmente constitucionais baseiam-se nas ideias de Carl Schmitt. c) Essa é a concepção (ou sentido) sociológica de Ferdinand Lassalle. d) Essa é a concepção (ou sentido) política de Carl Schmitt. e) O sentido idealizado por Hans Kelsen é o jurídico, e realmente tem como fundamento as normas do dever-ser cogentes.

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6. (PC-GO DELEGADO DE POLÍCIA UEG 2013) O Constitucionalismo contemporâneo apresenta movimentos teóricos importantes, dentre os quais destacam-se o Neoconstitucionalismo, cuja característica é a presença hegemônica dos princípios como critério de interpretação, como fator de onipresença da Constituição Federal, e o Novo Constitucionalismo Democrático Latino Americano, fundado nas novas perspectivas trazidas pelas Constituições da América Latina. Esses movimentos distinguem-se entre si, pois A) o Neoconstitucionalismo valoriza a dimensão jurídica da Constituição Federal, enquanto para o Novo Constitucionalismo Democrático Latino Americano a busca da legitimidade democrática se dá pela maior e mais efetiva participação popular. B) o Novo Constitucionalismo Democrático Latino Americano reconhece e incorpora os princípios do estado moderno, servindo-se dos modelos de freios e contrapesos, enquanto o Neoconstitucionalismo nega tal modelo. C) o Novo Constitucionalismo Democrático Latino Americano reconhece o pluralismo jurídico pautado na jurisdição estatal única, enquanto o Neoconstitucionalismo funda-se em uma jurisdição constitucional separada. D) o Neoconstitucionalismo inaugura um modelo de valorização da diversidade e do plurinacionalismo, enquanto o Novo Constitucionalismo Democrático Latino Americano assume e garante a associação da ideia Estado-nação. GABARITO: A. O neoconstitucionalismo é pautado pela valorização da jurisdição constitucional, enquanto o Constitucionalismo Latino Americano, Andino ou Indígena é pautado pela efetivação da participação popular, através da sedimentação da ideia de Estado Plurinacional como último ciclo de reforma do Constitucionalismo pluralista. b) o objetivo do Constitucionalismo Latino Americano é a inclusão de povos marginalizados na tomada de decisões. Não incorpora princípios do Estado moderno, e sim contemporâneo. O neoconstitucionalismo não nega o sistema de freios e contrapesos – ao revés, fomenta-o. c) pluralismo é pautado é ideia de pluralismo jurídico. O neoconstitucionalismo, por sua vez, entende pela valorização da jurisdição constitucional, que deveria ter um papel mais ativo da implementação de direitos sociais das minorias. d) esse primeiro conceito é do Novo Constitucionalismo Democrático Latino Americano. O neocontitucionalismo trabalha com a ideia de valorizar o Estado Democrático e Constitucional de Direito. 7. (PC-GO DELEGADO DE POLÍCIA UEG 2013) Nos estudos sobre a formação do direito constitucional, verifica-se que o constitucionalismo representou um importante movimento político e filosófico, com manifestações distintas, nos diferentes períodos da história. Os teóricos desse ramo do direito apresentam classificação do constitucionalismo, identificando características próprias a cada período. Assim, o constitucionalismo

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a) antigo, desenvolvido nas cidades-estado da Grécia, entre os séculos V a III a.C., caracteriza-se por um regime político constitucional ditatorial, cujo poder político é concentrado no chefe político, e o exercício do governo é afastado dos governados. b) na Idade Média, marcado pela Magna Carta Inglesa de 1215, caracteriza-se pelo avanço do absolutismo, tendo em vista que esse documento confere poder ilimitado e absoluto ao Rei, sobretudo nas questões referentes à propriedade. c) moderno, identificado nas Constituições dos Estados Unidos da América de 1787 e da França de 1791, caracteriza-se pela vinculação à ideia de constituição escrita e rígida, com força para limitar e vincular os órgãos do poder político. d) contemporâneo, cujo marco inicial são as Constituições Mexicanas de 1917 e de Weimar de 1919, caracteriza-se por inaugurar o modelo de organização do Estado e por limitar o poder estatal, por meio de uma declaração de direitos e garantias fundamentais. GABARITO: C COMENTÁRIOS: As constituições liberais do século XVIII foram as primeiras constituições escritas e rígidas, além de marcadas pela limitação de poder político estatal e pela consagração dos direitos fundamentais de 1ª geração ou dimensão – direitos civis e políticos. a) na Grécia antiga, vigorava o regime da democracia constitucional, e todos os cidadãos participavam da vida política na polis grega. b) a Magna Carta de 1215 é um pacto firmado justamente para limitar o avanço do absolutismo e tratava de modo de governo e garantias de direitos individuais, como o direito a propriedade. d) Constitucionalismo Social, que justamente rompe essa ideia do absenteísmo estatal e passa a trata dos direitos da 2ª geração ou dimensão, firmados na igualdade material. 8. (NUCEPE - 2014 - PC-PI - Delegado de Polícia) Entre os chamados sentidos doutrinariamente atribuídos à Constituição, existe um que realiza a distinção entre Constituição e lei constitucional. Assinale a alternativa que o contempla. a) Sentido político b) Sentido sociológico. c) Sentido jurídico. d) Sentido culturalista. e) Sentido simbólico GABARITO: A COMENTÁRIOS: Ao definir o sentido político, CARL SHCMITT diferencia Constituição de “leis constitucionais”. Segundo o autor, a constituição dispõe apenas de matéria de grande relevância jurídica, relacionadas às decisões políticas fundamentais (organização do Estado, princípio democrático, direitos fundamentais, dentre outros). As demais normas integrantes do texto constitucional seriam meras “leis constitucionais”. 9. (MS CONCURSOS - 2012 - PC-PA - Delegado de Polícia) Analise as proposições abaixo:

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I - Constituição, em sentido sociológico, conforme concepção de Ferdinand Lassale, é a soma dos fatores reais de poder que regem um determinado Estado. II - Em sentido político, Constituição é a decisão política fundamental, considerando-se a teoria de Hans Kelsen. III - Segundo a concepção de Hans Kelsen, a Constituição, no sentido jurídico-positivo, significa a norma hipotética fundamental. IV - Os elementos orgânicos da Constituição dispõem sobre a estruturação e organização do Estado e do Poder. É correto o que se afirma somente em: a) I, II e III. b) I, III e IV. c) II e III. d) I e IV. e) IV. GABARITO: D COMENTÁRIOS: I. CORRETO. Essa é a definição de sentido sociológico, de Ferdinand Lassale. II. ERRADO. Até que a questão caminhou bem quando abordou a decisão política fundamental, mas o equívoco está no idealizador do sentido político – é Carl Schmitt, e não Hans Kelsen. III. ERRADO. A constituição significa norma hipotética fundamental no sentido lógico-positivo (CUIDADO!). No sentido jurídico-positivo, a constituição significa a norma positiva suprema do ordenamento. IV. CORRETO. Conforme abordado no material, são normas reguladoras da estrutura do Estado e do Poder, como as normas que dispões sobre forças armadas, segurança pública, organização do Estado, organização dos Poderes, tributação e orçamento. 10. (COPS-UEL - 2013 - PC-PR - Delegado de Polícia) (adaptada) Sobre a classificação das constituições, relacione as letras com os algarismos romanos. (I) Em sentido político. (II) Em sentido jurídico. (III) Em sentido sociológico. (A) A constituição de um país é, em essência, a soma dos fatores reais do poder que regem esse país, sendo esta a constituição real e efetiva, não passando a constituição escrita de uma “folha de papel”. (B) A constituição é considerada norma pura, puro dever-ser, é o conjunto de normas que regula a criação de outras normas. (C) A constituição é considerada como decisão política fundamental, decisão concreta de conjunto sobre o modo e forma de existência da unidade política. a) I-A, II-C, III-B.

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b) I-B, II-A, III-C. c) I-B, II-C, III-A. d) I-C, II-A, III-B. e) I-C, II-B, III-A. GABARITO: E COMENTÁRIOS: (A) Sentido sociológico, de Ferdinand Lassale (III). (B) Sentido jurídico, de Hans Kelsen (II). Importante observar que a constituição como um instrumento do “dever-ser”, conjunto de normas que regula a criação de outras normas, é um conceito que deriva estritamente da concepção de Kelsen – quem não se recorda da pirâmicde de Kelsen com a Constituição na ponta superior?! É um conceito bastante abordado nos manuais de D. Constitucional e em provas de concurso. (C) Sentido político, de Carl Schmitt. Sempre recordar dos dois pontos principais desse sentido – constituição com decisão política fundamental e divisão entre constituição e leis constitucionais. 11. (TJ-MT JUIZ DE DIREITO VUNESP 2019) Assinale a alternativa correta a respeito da Constituição e do Constitucionalismo. a) Nos Estados Unidos, diferentemente da França, a constituição americana deu pouca relevância ao papel do juiz, dada a aversão à sua figura pelos revolucionários, reduzindo a função do Judiciário a mero emissor da voz da lei. b) A Constituição francesa de 1791 construiu um sistema fundado na supremacia do legislativo, restando ao executivo a função de dispor dos meios aptos à aplicação da lei. c) O modelo de constitucionalismo praticado no mundo contemporâneo segue, nas suas linhas gerais, o padrão que foi estabelecido pela Constituição francesa de 1791, especialmente no que diz respeito à função do Judiciário. d) A Constituição norte-americana de 1787 e a Constituição francesa de 1791 são os dois marcos mais importantes do Neoconstitucionalismo. e) Influenciada pela revolução francesa e pelas revoluções americanas, a Constituição brasileira de 1824 continha importante rol de direitos civis e políticos, tendo adotado a separação tripartite de Montesquieu na divisão e no exercício do poder político. GABARITO B COMENTÁRIOS: A Constituição Francesa de 1791 constituiu todo o seu sistema baseado na supremacia do legislativo. Ao executivo cabia apenas a aplicação da lei. O Judiciário, por sua vez, era visto com desconfiança pelos agentes da revolução, e não recebeu um papel relevante inicialmente. As duas primeiras constituições francesas sequer conferiam autonomia ao Poder Judiciário. O controle de constitucionalidade somente veio a surgir no fim do século XX. a) é justamente o contrário. Os Estados Unidos se notabilizaram por dar bastante relevância ao papel do Juiz, sobretudo como intérprete da constituição. c) esse modelo era do mundo moderno, não contemporâneo. d) marcos importantes do constitucionalismo moderno.

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e) realmente, a Constituição Imperial de 1824 recebeu influência das constituições liberais, sobretudo nas garantias de direitos. Todavia, esta Constituição não adotou a classificação tripartida de Montesquieu. Previu quatro funções: legislativa, executiva, judiciária e moderadora. 12. (Prefeitura de Francisco Morato–SP Procurador VUNESP 2019) Para a doutrina, a Constituição Ideal é A) não escrita, buscando normatizar, juridicizar as forças sociais, e, a partir daí, integrá-las a um plano superior de ação do Estado e da própria sociedade. B) não escrita, desde que seja prioridade o tratamento constitucional das normas e princípios de organização e funcionamento do Estado. C) escrita, contendo o somatório de forças religiosas, políticas, econômicas, militares e culturais atuantes em determinada sociedade. D) escrita, abrangendo determinados valores, determinados princípios políticos, ideológicos ou institucionais. E) escrita, contemplando e especificando o princípio da divisão de poderes e consagrando um regime de garantias de liberdade e direitos individuais. GABARITO E COMENTÁRIOS: Conforme ressaltou no material de vocês, conceito ideal consiste no conceito moderno (ou ocidental de constituição), típico do iluminismo oitocentista, que é dotado de idealidade. Para este conceito, a constituição ideal é escrita, consagra direitos fundamentais individuais e contempla o princípio da Separação de Poderes. 13. (TCE-RO PROCURADOR CESPE 2019) O conceito de Constituição como documento dotado de superior hierarquia jurídica no ordenamento do Estado, que delimita o parâmetro constitucional para ajuizamento de ação declaratória de inconstitucionalidade no STF, refere-se à ideia de Constituição A) material. B) ideal. C) formal. D) normativa. E) rígida. GABARITO C COMENTÁRIOS: Somente a Constituição no sentido formal se mostra como documento dotado de superior hierarquia dentro da ordem jurídica, capaz de servir como parâmetro para o controle de constitucionalidade. O princípio da supremacia da constituição, princípio implícito que fundamenta o controle de constitucionalidade, somente é aplicável nas constituições formais, onde há um escalonamento normativo. Do ponto de vista material, o que importa para definir Constituição é o seu conteúdo, pouco importando a forma como foi introduzido no ordenamento jurídico. Portanto, serão

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constitucionais as normas que tratem das regras estruturais da sociedade, como forma de Estado, forma de Governo e direitos e garantias fundamentais. 14. (TJ-SP Juiz Substituto 2018 – VUNESP) A Carta Constitucional de 1967, o Ato Institucional n° 5/1968 e a Emenda Constitucional n° 1/1969 representaram um período de anormalidade institucional que se prolongou até a Constituição de 1988. Sobre eles, pode-se afirmar que A) a Emenda Constitucional n° 1 restaurou as garantias constitucionais cuja suspensão caracterizou o regime de exceção e revogou a prerrogativa do Presidente da República de decretar o recesso do Congresso Nacional. B) o Ato Institucional n° 5 manteve a competência do Presidente da República para decretar intervenção federal nos Estados e Municípios e a previsão de sujeição do Decreto à apreciação pelo Congresso Nacional. C) o Ato Institucional n° 5 suspendeu as garantias constitucionais e legais da vitaliciedade, inamovibilidade e estabilidade e excluiu da apreciação judicial os atos nele fundados. D) a Carta de 1967, cujo projeto foi elaborado pelo Governo e que muitos consideram outorgada e não promulgada, manteve a prerrogativa que a Carta de 1946 conferiu ao Presidente da República para expedir Decretos-leis. GABARITO C COMENTÁRIOS: Realmente, o Ato Institucional n° 5 suspendeu as garantias constitucionais e legais da vitaliciedade, inamovibilidade e estabilidade e excluiu da apreciação judicial os atos nele fundados. Tanto que, nesta época, alguns Ministros do STF, considerados contrários ao regime, foram cassados, a exemplo de Victor Nunes Leal, Hermes Lima e Evandro Lins e Silva. a) a EC nº. 01/69 constitucionalizou todas as medidas dos Atos Institucionais, além de promover mudanças pontuais. Não houve restauração de garantias constitucionais, ao revés. b) não havia previsão de controle da intervenção federal pelo Legislativo. d) a prerrogativa de emitir decreto-lei estava prevista na Constituição de 1937, e foi regatada pela Constituição de 1967. Trata-se de instituto típico dos ordenamentos jurídicos autoritários. 15. (MPE-GO Promotor de Justiça 2019) É incorreto afirmar que: A) A constituição de 1824 foi marcada por forte centralização político-administrativa, tendo como forma de governo a monarquia hereditária constitucional; a religião católica era adotada como oficial; as eleições eram indiretas e censitárias e, dentre todas as constituições da história nacional, foi a que vigorou por mais tempo (1824/1891). B) A constituição de 1891 consagrou o sistema de governo “presidencialista”; instituiu o federalismo e adotou como forma de governo a república. A religião católica foi mantida como oficial da nova República. C) A constituição de 1934 preocupou-se em enumerar direitos fundamentais sociais; manteve a república, a federação, a divisão de poderes, o presidencialismo e o regime representativo. D) A constituição de 1967 mostra grande preocupação com a “segurança nacional”, concentrando o poder no âmbito federal, ampliando os poderes do Presidente da República.

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GABARITO C COMENTÁRIOS: A Constituição de 1891 tornou o Estado laico ou não confessional. Durante a égide da Constituição de 1824, o Brasil foi um estado confessional, e adotava a religião Católica Apostólica Romana. As demais religiões eram permitidas apenas em culto doméstico, em casas destinadas para isso.

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Súmula Vinculante 14-STF: É direito do defensor, no interesse do representado, ter acessoamplo aos elementos de prova que, já documentados em procedimento investigatório realizadopor órgão com competência de polícia judiciária, digam respeito ao exercício do direito de defesa.

Súmula 524-STF: Arquivado o inquérito policial, por despacho do juiz, a requerimento doPromotor de Justiça, não pode a ação penal ser iniciada, sem novas provas.

ORGÃO: STF

Súmula 498-STF: Compete a justiça dos estados, em ambas as instâncias, o processo e ojulgamento dos crimes contra a economia popular.

Súmula 522-STF: Salvo ocorrência de tráfico para o exterior, quando, então, a competência seráda Justiça Federal, compete a justiça dos estados o processo e o julgamento dos crimes relativos aentorpecentes.

ÓRGÃO: STF

Súmula 714-STF: É concorrente a legitimidade do ofendido, mediante queixa, e do MinistérioPúblico, condicionada à representação do ofendido, para a ação penal por crime contra a honrade servidor público em razão do exercício de suas funções. ÓRGÃO: STJ

Súmula 542-STJ: A ação penal relativa ao crime de lesão corporal resultante de violênciadoméstica contra a mulher é pública incondicionada.

Súmula 234-STJ: A participação de membro do Ministério Público na fase investigatória criminalnão acarreta o seu impedimento ou suspeição para o oferecimento da denúncia.

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Por prerrogativa de função:

Súmula vinculante 45-STF: A competência constitucional do Tribunal do Júri prevalece sobre oforo por prerrogativa de função estabelecido exclusivamente pela Constituição estadual.

Súmula 451-STF: A competência especial por prerrogativa de função não se estende ao crimecometido após a cessação definitiva do exercício funcional.

Súmula 704-STF: Não viola as garantias do juiz natural, da ampla defesa e do devido processolegal a atração por continência ou conexão do processo do co-réu ao foro por prerrogativa defunção de um dos denunciados.

Súmula 702-STF: A competência do Tribunal de Justiça para julgar Prefeitos restringe-se aoscrimes de competência da Justiça comum estadual; nos demais casos, a competência origináriacaberá ao respectivo tribunal de segundo grau.

ORGÃO: STJ

Súmula 208-STJ: Compete à justiça federal processar e julgar prefeito municipal por desvio deverba sujeita a prestação de contas perante órgão federal.

Súmula 209-STJ: Compete à justiça estadual processar e julgar prefeito por desvio de verbatransferida e incorporada ao patrimônio municipal.

Súmula 208-STJ: Compete à justiça federal processar e julgar prefeito municipal por desvio deverba sujeita a prestação de contas perante órgão federal.

Súmula 209-STJ: Compete à justiça estadual processar e julgar prefeito por desvio de verbatransferida e incorporada ao patrimônio municipal.

Súmula 42-STJ: Compete à Justiça Comum Estadual processar e julgar as causas cíveis em que éparte sociedade de economia mista e os crimes praticados em seu detrimento.

Súmula 4-STJ: Compete à Justiça Estadual o processo e julgamento dos crimes de falsificação euso de documento falso relativo a estabelecimento particular de ensino.

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Súmula 107-STJ: Compete à Justiça Comum Estadual processar e julgar crime de estelionatopraticado mediante falsificação das guias de recolhimento das contribuições previdenciárias,quando não ocorrente lesão à autarquia federal.

Súmula 140-STJ: Compete à Justiça Comum Estadual processar e julgar crime em que o indígenafigure como autor ou vitima.

Súmula 38-STJ: Compete à Justiça Estadual Comum, na vigência da Constituição de 1988, oprocesso por contravenção penal, ainda que praticada em detrimento de bens, serviços ouinteresse da União ou de suas entidades.

Súmula 546-STJ: A competência para processar e julgar o crime de uso de documento falso éfirmada em razão da entidade ou órgão ao qual foi apresentado o documento público, nãoimportando a qualificação do órgão expedidor.

Súmula 147-STJ: Compete à Justiça Federal processar e julgar os crimes praticados contrafuncionário público federal, quando relacionados com o exercício da função.

Súmula 200-STJ: O juízo federal competente para processar e julgar acusado de crime de uso depassaporte falso é o do lugar onde o delito se consumou.

Súmula 165-STJ: Compete à Justiça Federal processar e julgar crime de falso testemunhocometido no processo trabalhista.

Súmula 122-STJ: Compete à Justiça Federal o processo e julgamento unificado dos crimesconexos de competência federal e estadual, não se aplicando a regra do art. 78, II, "a", do Códigode Processo Penal.

Súmula 528-STJ: Compete ao juiz federal do local da apreensão da droga remetida do exteriorpela via postal processar e julgar o crime de tráfico internacional.

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