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APRESENTAÇÃO Este portfólio tem por finalidade apresentar os trabalhos estruturados na disciplina de Didática do Ensino Fundamental B ministrada no segundo semestre letivo do curso de Pedagogia no ano de 2012 pela Professora Dra. Geisa do Socorro Cavalcanti Vaz Mendes. Também farão parte composicional deste portfólio, os trabalhos desenvolvidos nas disciplinas de Gestão da Educação Infantil, Didática da Educação Infantil, como também Didática do Ensino Fundamental A, ministradas entre fev 2011 a jun 2012. A intenção não é apresentar um arquivo com os trabalhos realizados, mas sim uma seleção através de autoavaliação crítica aqueles que contribuírem para reflexões significativas como atual aluno e futuro educador. Assim, estará explicito e implícito qual a verdadeira importância do estágio, não somente como exigência para a certificação do futuro docente, mas em relação à diversidade de pensamentos e ideias que vão além da teoria. No interior desta edição teremos algumas considerações a respeito da trajetória acadêmica que deve ser “trilhada” pelos alunos do curso de Pedagogia na Pontifícia Universidade Católica de Campinas, bem como as considerações através do olhar do estudante. Saberemos COMO TUDO COMEÇOU, e as confusões entre um primeiro ano que é “só” fundamentação e o momento em que o estudante se indaga: “E AGORA? CHEGOU O ESTÁGIO!”. E com tudo isso ainda continua a fundamentação, através da disciplina de GESTÃO DA EDUCAÇÃO INFANTIL. A DIDÁTICA DA EDUCAÇÃO INFANTIL fundamenta o primeiro estágio em sala de aula, propriamente dita, tentando fazer os alunos perceber que, a VISÃO ASSISTENCIALISTA ainda ronda esta etapa da educação. A ALFABETIZAÇÃO é discutida na disciplina de DIDÁTICA DO ENSINO FUNDAMENTAL A, em que auxilia os educandos a refletir a respeito dessa importante fase escolar. A INTERDISCIPLINARIDADE dos conteúdos relaciona-se nas atividades na DIDÁTICA DO ENSINO FUNDAMENTAL B, já que esta disciplina do curso tem ênfase nos anos finais da primeira etapa do ensino fundamental. Para auxiliar o futuro professor há esclarecimentos sobre TRABALHO COM PROJETO, que tem caráter interdisciplinar e que para ser exemplificado termos uma SEQUÊNCIA DIDÁTICA. Então vamos fazer uma ‘viagem’ junto ao futuro do docente em formação, para que possamos saber quais as significações que o curso traz a seus estudantes. CONTEÚDO COMO TUDO COMEÇOU 2 “E AGORA? CHEGOU O ESTÁGIO!” 3 GESTÃO DA EDUCAÇÃO INFANTIL 3 DIDÁTICA DA EDUCAÇÃO INFANTIL 4 A EDUCAÇÃO INFANTIL – “UMA VISÃO ASSISTENCIALISTA” 4 A ALFABETIZAÇÃO 5 FALANDO SOBRE A ALFABETIZAÇÃO 5 DIDÁTICA DO ENSINO FUNDAMENTAL A 6 A INTERDISCIPLINARIDADE – “QUE COISA É ESSA?” 7 TRABALHO COM PROJETO 9 SEQUÊNCIA DIDÁTICA 10 DIDÁTICA DO ENSINO FUNDAMENTAL B 15 O MAIS ‘BACANA’ DE TUDO ISSO... 20 PORTFÓLIO: DIDÁTICA DO ENSINO FUNDAMENTAL B Dezembro 2012 Volume 1, Edição: Única

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APRESENTAÇÃO

Este portfólio tem por finalidade apresentar os trabalhos estruturados na disciplina de Didática do Ensino Fundamental B ministrada no segundo semestre letivo do curso de Pedagogia no ano de 2012 pela Professora Dra. Geisa do Socorro Cavalcanti Vaz Mendes. Também farão parte composicional deste portfólio, os trabalhos desenvolvidos nas disciplinas de Gestão da Educação Infantil, Didática da Educação Infantil, como também Didática do Ensino Fundamental A, ministradas entre fev 2011 a jun 2012.

A intenção não é apresentar um arquivo com os trabalhos realizados, mas sim uma seleção através de autoavaliação crítica aqueles que contribuírem para reflexões significativas como atual aluno e futuro educador.

Assim, estará explicito e implícito qual a verdadeira importância do estágio, não somente como exigência para a certificação do futuro docente, mas em relação à diversidade de pensamentos e ideias que vão além da teoria.

No interior desta edição teremos algumas considerações a respeito da trajetória acadêmica que deve ser “trilhada” pelos alunos do curso de Pedagogia na Pontifícia Universidade Católica de Campinas, bem como as considerações através do olhar do estudante.

Saberemos COMO TUDO COMEÇOU, e as confusões entre um primeiro ano que é “só” fundamentação e o momento em que o estudante se indaga: “E AGORA? CHEGOU O ESTÁGIO!”. E com tudo isso ainda continua a fundamentação, através da disciplina de GESTÃO DA EDUCAÇÃO INFANTIL.

A DIDÁTICA DA EDUCAÇÃO INFANTIL fundamenta o primeiro estágio em sala de aula, propriamente dita, tentando fazer os alunos perceber que, a VISÃO ASSISTENCIALISTA ainda ronda esta etapa da educação.

A ALFABETIZAÇÃO é discutida na disciplina de DIDÁTICA DO ENSINO FUNDAMENTAL A, em que auxilia os educandos a refletir a respeito dessa importante fase escolar.

A INTERDISCIPLINARIDADE dos conteúdos relaciona-se nas atividades na DIDÁTICA DO ENSINO FUNDAMENTAL B, já que esta disciplina do curso tem ênfase nos anos finais da primeira etapa do ensino fundamental.

Para auxiliar o futuro professor há esclarecimentos sobre TRABALHO COM PROJETO, que tem caráter interdisciplinar e que para ser exemplificado termos uma SEQUÊNCIA DIDÁTICA.

Então vamos fazer uma ‘viagem’ junto ao futuro do docente em formação, para que possamos saber quais as significações que o curso traz a seus estudantes.

CONTEÚDO

COMO TUDO COMEÇOU 2

“E AGORA? CHEGOU O ESTÁGIO!” 3

GESTÃO DA EDUCAÇÃO INFANTIL 3

DIDÁTICA DA EDUCAÇÃO INFANTIL 4

A EDUCAÇÃO INFANTIL – “UMA VISÃO

ASSISTENCIALISTA” 4

A ALFABETIZAÇÃO 5

FALANDO SOBRE A ALFABETIZAÇÃO 5

DIDÁTICA DO ENSINO FUNDAMENTAL A 6

A INTERDISCIPLINARIDADE – “QUE COISA É ESSA?” 7

TRABALHO COM PROJETO 9

SEQUÊNCIA DIDÁTICA 10

DIDÁTICA DO ENSINO FUNDAMENTAL B 15

O MAIS ‘BACANA’ DE TUDO ISSO... 20

PORTFÓLIO: DIDÁTICA DO ENSINO FUNDAMENTAL B Dezembro 2012

Volume 1, Edição: Única

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COMO TUDO COMEÇOU...

Lembro-me de quando criança, meu pai sempre falava “filha, faça as coisas direito. O tempo passa muito depressa.” Incrível é que quando somos jovens temos tantas vontades, tantos desejos, tantos conflitos que muitas vezes acabamos perdidos.

Filha de metalúrgico e uma “faz tudo” (falo assim porque sempre me recordo da minha mãe se virando para ajudar meu pai: costurando, limpando, etc) tenho origem humilde. Seu Antonio terminou o ginásio, atual ensino fundamental, quando eu já tinha seis anos de idade, minha mãe, Dona Dora, a Senhora do seu Destino, só fez até a 4º série. Não posso esquecer-me de falar: vieram para São Paulo, como muitos em sua época, sem ter onde ficar ou trabalho certo, mas com um objetivo: TER UM FUTURO MELHOR!

E foi assim, em meio a muita luta e dificuldades que fui me formando como pessoa, algumas coisas eu não entendia, outras eu fazia questão de não entender. A cada novo desafio, meus pais driblavam dali e daqui, mas conseguiram passar seus valores aos quatro filhos, que me esqueci de falar, eu, o Vagner, o Nei e a Thais, ufa, quanta criança.

Dentro das possibilidades deles tivemos tudo: amor, carinho, atenção, dedicação. Mas a situação financeira acabava se tornado um empecilho a novas possibilidades inclusive para a informação, eu e meus irmãos crescemos sempre escutando que filho de pobre não cursava Universidade, claro que essas falas não eram dos meus pais.

Fui crescendo, acabei por fazer a ordem inversa da normalidade social: crescer, estudar, casar e ter filhos..., mas sempre trouxe comigo a vontade de efetivamente me formar e encher de orgulho aqueles que me ensinaram a nunca desistir: meus pais. Mostrar para eles que a garra, a força que existe em mim é a mais bela herança que eles me deram ainda em vida. Eu sou como eles.

Então um dia indo trabalhar, vi um outdoor que me chamou a atenção: VESTIBULAR SOCIAL, 30 vagas para o curso de Pedagogia na PUC-Campinas. Decidi: quero só uma vaga!

E foi assim:

Um sonho dos meus pais, que se tornou meu também Naquela época acreditávamos na Impossibilidade de realizá-lo e para Ver esse sonho realizado Então... passaram-se anos Resolvi acreditar que esse Sonho não era tão

Impossível assim Decidi Acreditar: tenho a chance De cursar Pedagogia Enfim...Entrei na PUCC Quando iniciei conheci uma pessoa que me identifiquei, acredito que todos já saibam quem é: a Gilmara. As relações acabaram se mantendo por vários fatores externos: realidade social e uma coincidência: moramos no mesmo município, e ainda no mesmo bairro.

Lógico que nos últimos tempos acredito que fica complicado para as pessoas mais distantes em distinguir quando é a fala da Gilmara e quando é fala da Telma, mas é aí que pega, a relação acabou sendo mantida também por fatores internos: discordamos uma da outra, claro que sim, mas as afinidades de pensamento, concepção, sonhos acabam por serem maiores.

Esse encontro me auxiliou nesse período, árduo e prazeroso, da minha vida. É claro que não posso deixar de falar da compreensão do marido e dos filhos, da ajuda (e que ajuda) dos meus pais que, mesmo morando longe se fazem presentes a todo o momento dando força e me encorajando ainda mais.

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“E AGORA? CHEGOU O ESTÁGIO!”

Para aliviar a tensão relacionada ao estágio a estudante de licenciatura relata suas impressões referentes ao início do estágio na escola.

“Depois de muita fundamentação teórica nos 1º e 2º períodos, de tantos estudos de Filosofia, que está dividida em Geral e da Educação; Psicologia: Geral e Educação; Sociologia: Geral e Educação; História da Educação e Política da Educacional parece não fazer muito sentido quando alguém nos diz que temos que cumprir uma carga horária de estágio. Logo vem: e agora? chegou o estágio.

Mas quando o estudante sai a campo e se depara com as diferentes concepções teóricas que ele pode encontrar e tem condições de estabelecer relações e inclusive lidar com os diversos pontos de vista que a educação nos traz, indica que toda aquela bagagem fundamentada está exercendo exatamente o seu papel: auxiliando o pensamento crítico.

Assim o período de estágio deve ser encarado de uma maneira em que não seja um problema, mas sim a solução que faltava para todos os questionamentos do estudante de licenciatura embasado teoricamente.”

GESTÃO DA EDUCAÇÃO INFANTIL

Na disciplina de Gestão da Educação Infantil, o futuro docente tem contato com um espaço muito importante, mas às vezes frágil da escola.

O estágio nesta fase promove o contato do estudante com equipe gestora e com as relações estabelecidas no interior da escola que são, diretamente, mediadas por esta equipe que deve ser manter atualizada quanto à comunidade escolar e contexto familiar a fim de auxiliar a equipe de educadores da escola.

Zelar pelo cumprimento das metas estabelecidas no projeto político pedagógico também faz parte das tarefas da equipe gestora, uma vez que, geralmente, a escola assume uma postura de compromisso com a comunidade na iniciação à cidadania dos pequenos como também uma educação emancipatória e preparadora de cidadãos conscientes da sociedade que se quer formar. Busca uma relação família escola que seja promotora do trabalho educativo com o foco na criança, observando que este ser humano em formação é um sujeito social histórico, fazendo parte desta família, de uma sociedade e de uma cultura.

Sendo a escola como co-responsável no processo de construção de conhecimento e aprendizagem desses indivíduos, influenciando de

maneira significativa na formação moral dos mesmos, levando em consideração as relações já estabelecidas no meio em que vivem, uma gestão pessoal de qualidade se faz necessária a todo o momento.

Portanto, visando uma educação infantil como primeira etapa da educação básica, e com a finalidade de desenvolver a criança integralmente nos aspectos físico, psicológico, intelectual e social, complementando a ação da família e da comunidade, a escola deve se comprometer, conforme descrito nos Projetos Político Pedagógico da maioria das escolas, com o desenvolvimento promovendo os cuidados no aspecto biológico como: alimentação e saúde, o acesso ao conhecimento, a oportunidade de brincar, todos ligados à dimensão afetiva, partindo da observação, do estímulo, do respeito, do desafio e do cuidado visando futuros cidadãos críticos e inovadores e para isso a Gestão se torna tão importante quanto os educadores de sala de aula, pois deve estar nela, implícito e explícito, essa concepção de educação, uma vez que as metas e ações têm que ser objetivadas por esta equipe, inclusive na aquisição de materiais necessários aos desenvolvimentos dos projetos desenvolvidos na escola.

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DIDÁTICA DA EDUCAÇÃO INFANTIL

No decorrer desta disciplina o aluno do curso de Pedagogia começa a “se sentir professor”, é o que afirma a estudante Telma Cunha, que passou por essa etapa do curso. “Durante os estudos feitos na disciplina de Didática da Educação Infantil, ministrada no 4º Período do curso de Pedagogia, o estudante começa a se sentir professor. Temos que cumprir uma carga horária de 51h de estágio, que foi dividida entre creche, com crianças de dois a três anos de idade, pré-escola com crianças de quatro a cinco anos de idade e intervenções pedagógicas. Podemos observar, tanto em uma faixa etária quanto em outra, as rápidas mudanças que ocorrem nos pequenos. Recordo que fiquei fascinada, e ao mesmo tempo um pouco preocupada, com o “espelho” das crianças menores: o professor. A maior parte do tempo você consegue perceber o educador, pois a imitação é algo constante na comunicação das crianças, desde as palavras até os gestos utilizados. Por isso, considero esta etapa escolar, igualmente, importante a todas as outras, pois as relações que se dão neste momento do desenvolvimento, mesmo sendo as crianças pequenas, irão interferir, positiva ou negativamente, nas relações futuras que elas irão estabelecer. Para que possa ser vislumbrado o que estou falando vou tentar explicitar o que aconteceu nas duas salas em que estagiei: no Mini-grupo C, sala com vinte e duas crianças de dois a três anos, a acolhida dos pequenos era feita pela professora e recreacionista (pessoa que auxilia o professor em salas de crianças de zero a três anos, conforme determinação da Secretaria Municipal da Educação, a qual a instituição estagiada está ligada), ambas cumprimentavam crianças e pais, fazendo-os perceber, em momentos de distração a importância dessa prática social. Enquanto isso no Jardim II C, com crianças de quatro a cinco anos, a acolhida estava mais voltada aos pais do que às crianças que ali permaneceriam por 4 horas. Assim, a bagagem socialmente é construída ou não, de acordo com as concepções do professor, que se torna também responsável pelo pequeno cidadão em formação.”

A EDUCAÇÃO INFANTIL - “FORA VISÃO ASSISTENCIALISTA”

As argumentações contrárias a uma perspectiva assistencialista na educação infantil são várias, mas há de se pensar que uma educação diferenciada será pautada em um planejamento que não traga implícito uma prática de assistência aos pais que trabalham, mas que objetivará o desenvolvimento cognitivo das crianças. Há muitas escolas em que os espaços são variados, e no que diz respeito à utilização, cada turma tem seu horário, com a finalidade de evitar o acesso restrito a um único ambiente que seja mais conveniente para uns do que para outros. Quanto à rotina das salas engloba, de maneira geral, ou seja, em todos os níveis, a roda da conversa, leitura do dia, atividade de letramento, atividade extraclasse, atividades diversificadas e as atividades permanentes, e que ao meu olhar a última é a única que tem papel bem definido. Ressaltando que isso não é um geral das instituições de educação infantil, (ao menos espero que não), se torna relevante referir, pois somente pautado teoricamente teremos condições de refletir sobre práticas pedagógicas que nos parecem tão claras e em dado momento se revelam de acordo com outras concepções. Assim, o planejamento, para alguns, não se trata do ponto de partida para sua prática pedagógica, mas sim um documento que indica o que se deve fazer com as crianças, praticamente uma receita. Outros pontos relevantes são em relação aos materiais didáticos, que em minha avaliação são muito importantes, algumas vezes estão guardados, empilhados, muitas vezes lacrados, livros não são manuseados pelas crianças, jornais e revistas não fazem parte do cotidiano de algumas escolas deste período infantil, a não ser para recorte e colagem, que não pode ser desmerecidos, porém não deve ser reverenciados em detrimento de outros conceitos, como por exemplo, a informação que esse material pode transmitir.

Algumas vezes a não utilização de materiais diferenciados são justificados pelo estágio maturacional que a criança se encontra, ou a dificuldade em trabalhar com alguns materiais pedagógicos com muitas crianças, ou seja, sempre há um problema, que no meu parecer é um reflexo na educação pública e que está se tornando mais uma das incansáveis desculpas para a falta um ensino de qualidade. Não estou, neste momento, fazendo juízo de valores quanto às indagações de alguns profissionais da educação, acho relevante mencionar, pois acredito, hoje, que a quantidade de alunos na sala de aula é um problema que está posto, porém cabe ao educador encontrar estratégias que sejam funcionais a sua prática pedagógica, portanto, não é porque temos muitas crianças na sala de aula que vamos deixar que todos saiam do mesmo jeito que entraram, já que o como mencionou Saviani o “trabalho educativo é o ato de produzir, direta e intencionalmente, em cada individuo singular, a humanidade que é produzida histórica e coletivamente pelo conjunto dos homens”, portanto, esse é o papel da escola e diretamente o papel do professor.

Telma Cunha – Futura Professora de Educação Infantil

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A ALFABETIZAÇÃO

Conforme Cagliari (2009, p. 114) o professor poderia dispensar o ensino da escrita, mas deve

enfatizar a leitura. Em muitas salas de aula percebe-se que acontece o contrário: o ponto de partida é a escrita para se chegar à decifração (leitura), colocando, a princípio, a leitura como uma consequência da escrita. Opondo-se a justificativa discutida pelo autor que diz que o processo de alfabetização se dará a partir da descoberta, por parte do aprendiz, o funcionamento da escrita, isto é, da decifração do código escrito e, a partir daí sua transcrição no papel dos conhecimentos oferecidos pela leitura. As atividades, geralmente, apóiam-se em ditado, reprodução das famílias silábicas, completar com vogais, completar com sílabas, e algumas vezes, o trabalho também se dá com letras móveis. Pode ocorrer uma leitura diária, momento em que o professor, como leitor, expõe para as crianças a história e há o momento da socialização do texto através de perguntas feitas pelo professor e repostas elaboradas pelos alunos, referente ao entendimento do texto, Cagliari (2009, p. 174) ressalta ser “desnecessário, e mesmo ridículo, querer fazer interpretações de texto nos primeiros anos.”, pois o entendimento dos alunos quanto às análises literárias não deve ser preocupação do professor, uma vez que as primeiras reflexões sobre o texto devem estar ancoradas na estrutura que o material apresenta, não composta somente por palavras, mas há uma variação quanto à pontuação pode auxiliar no entendimento dos alunos de que a escrita não é uma reprodução, propriamente dita, da fala, pois existem vários elementos que a diferenciam.

CONVERSANDO SOBRE A ALFABETIZAÇÃO

Para falar de alfabetização e da contribuição do estágio na formação docente uma aluna do 6º Período do curso de Pedagogia afirma que:

“O estágio em sala de alfabetização se tornou fundamental em minha formação como futuro docente, pois através das observações e experiências vivenciadas, tenho elementos que me possibilitem analisar e discutir quanto aos diferentes métodos de alfabetização. A análise, por parte do professor, dos textos apresentados em sala de aula tem que, no

mínimo, propor reflexões a respeito do material em si, mesmo que os alunos já conheçam o sistema da escrita, que se dá, da esquerda para a direita e de cima para baixo, este instrumento se tornará rico e valorizado pelo educando a partir dos usos que forem feitos por eles, uma vez que, são indivíduos com diferentes saberes e partes atuantes do processo ensino-aprendizagem.”

E quanto à concepção de que conduzir o aluno à decifração do código escrito, conforme Cagliari

(2009, p. 164)1 é:

[…] será preciso descobrir que som a letra tem e ir somando esses sons até descobrir a palavra, como se descobre um número. Um número é a soma de unidades aritméticas e uma palavra é a soma de unidades sonoras na fala e de letras na escrita.

“Conduzir o aluno a uma descoberta. Isso, em minha opinião, é o papel do professor, como também auxiliar o aluno no entendimento dos significados sociais que práticas de leitura e escrita têm na sociedade em que vivem. Dessa maneira, há condições de uma aprendizagem significativa em que o aluno é produto e produtor de conhecimentos. A preocupação com a ortografia deve estar contemplada nos planejamentos do professor para que ele consiga criar situações de escritas espontâneas das crianças a fim de deixar aparecer os possíveis erros ortográficos para que contemple com explicações de como funciona o sistema da gramática normativa, podendo relacioná-la com a história da ortografia da língua portuguesa, levando-os a considerar o que fizeram, promovendo novas situações de escrita das mesmas palavras, pois como o próprio Cagliari menciona que “à medida que os alunos forem escrevendo e forem sendo instruídos a respeito da ortografia, de seus usos e de como tirar dúvidas ortográficas, poderão escrever cada vez mais corretamente [...]”. Portanto, o dicionário também deve fazer parte dessas práticas, pois além da informação, o aluno tem um contato direto com uma ferramenta que irá lhe auxiliará nos momentos em que não se faz a presença do professor. Assim, o estágio mais que algo assustador, para mim como estudante, eu usaria outra palavra: DESAFIADOR, o tempo todo, durante a observação, você consegue visualizar, os pontos positivos e negativos, referentes aos conhecimentos teóricos discutidos em sala de aula. Bom, pelo menos isso acontece na instituição educacional em que estudo.”

Telma Augusta da Cunha – Universitária da PUCC

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DIDÁTICA DO ENSINO FUNDAMENTAL A

A didática do Ensino Fundamental é a disciplina que fundamenta teoricamente o estudante do curso de Pedagogia, para que este possa no período de estágio realizado em salas de primeiro ou segundo ano, considerados os anos iniciais da alfabetização, ele tenha subsídios para reflexões a respeito de sua prática no futuro na tentativa de superar a educação existente.

Para auxiliar na formação dos futuros docentes foi realizado um trabalho de leitura de livro que possibilitou aos alunos o conhecimento concepções educacionais através de socialização. As diferentes pedagogias estudadas trouxeram contribuições significativas quanto a que valores são destacados em cada uma delas.

Todos esses estudos auxiliam na compreensão da alfabetização que instiga o futuro educador, levando-o a pensar novas alternativas significativas para as crianças com a utilização de materiais e métodos diferenciados.

A estagiária Telma relatou para esta edição, alguns momentos de sua intervenção pedagógica em uma sala de aula de primeiro ano em uma escola pública no município de Hortolândia.

“O trabalho com alfabeto móvel com letras maiúsculas de um lado e a mesma letra minúscula do outro, não excluindo o Ç, proporcionou às crianças um contato com duas das possíveis diferenças gráficas, pois é necessário ensinar que uma mesma letra pode ser grafada de formas diferentes. Solicitar que, em duplas, as crianças coloquem o material em ordem alfabética proporcionando uma atividade coletiva e colaborativa, promovendo uma participação coletiva, interação entre os pares de diferentes saberes, serviu para recapitular o que já apreenderam referente aos nomes das letras e refletir quanto aos possíveis sons das letras, claro que “esclarecendo que um dos sons possíveis que as letras têm pode ser encontrado no próprio nome das letras.” (CAGLIARI, 2009, p. 170)1.

Solicitado as duplas para que montem as palavras dos personagens da história, mesmo que a apresentação não esteja mais disponível, unanimemente, foi apontado PATO e SAPO. Para a formação dessas palavras, PATO não apresentou dificuldades, porém a palavra SAPO, para algumas duplas, a partir das discussões dos sons das letras poderia ter duas possibilidades, o “Ç” ou “S”, observando que algumas vezes “encontramos casos nos quais, para um mesmo som, podem corresponder diversas letras, ou inversamente, situações nas quais uma mesma letra pode estar representando diferentes sons.” (ZORZI, 1998, p. 34)2, temos uma situação em que ambas apresentam o som “çê”, estas situações podem ser

1 CAGLIARI, Luiz Carlos. Alfabetizando sem o Bá-Bé-Bi-Bó-Bu. São Paulo: Scipione, 2009.

2 ZORZI, Jaime Luiz. Aprender a escrever: a apropriação do sistema ortográfico. Porto Alegre: Artes Médicas, 1998.

usadas como ponto de partida para reflexões acerca da letra inicial que no caso do Ç não ocorre no início das palavras e nem no fim somente no meio como é o caso de MAÇÃ, o que descartou a possibilidade da representação gráfica ser ÇAPO.

No momento em que é solicitado que montem as palavras do local onde moram os personagens, a palavra LAGO, remete a reflexões entorno da letra com o nome “gê”, que tem o som “jê”, porém apresenta também o som “guê” o que acontece no caso da palavra montada GATO E GULA, pois estão acompanhadas das vogais A, O e U. Para ilustrar os casos das palavras acompanhadas com E e I foi escrito na lousa: GEMA e GIRAFA, pontuando as diferenças existentes nesses dois casos.

O trabalho com as rimas se apresenta como atividade interessante, tanto para o aprendiz quanto para o professor, pois ao buscar palavras que terminem com a mesma sonoridade, auxilia no exercício de reconhecimento dos segmentos fonéticos, analisando as palavras em sons, como por exemplo, a partir de uma ficha com a imagem (linguagem não verbal) de um SAPO, apareceram na linguagem verbal PATO, GATO, MATO, LAGO, PAPO, etc, a imagem de uma BACIA, tivemos MELANCIA, MARIA, FANTASIA, etc. Assim o professor tem através dessa percepção sonora, novas possibilidades para sua intervenção pedagógica quanto ao processo de aquisição do código escrito.”

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A INTERDISCIPLINARIDADE – QUE “COISA É ESSA”?

Muitas dúvidas surgem quando o assunto é interdisciplinaridade. Os Projetos Políticos Pedagógicos apontam que existem, mas muitos integrantes das escolas a

desconhecem. A única clareza de que se têm notícias é que o trabalho interdisciplinar é importante e deve

proporcionar aos alunos algumas das possíveis relações existentes entre uma disciplina e outra, apoiando-se na premissa que:

A interdisciplinaridade é a interação entre duas ou mais disciplinas, que pode ir desde a simples comunicação de ideias até a integração recíproca dos conceitos fundamentais e da teoria do conhecimento, da metodologia e dos dados da pesquisa. (ZABALA, 1998, p. 143).3

Pensando na necessidade de promover práticas em que o estudante tenha contato com métodos

interdisciplinares há propostas de trabalhos que se tornam significativas à medida que vão sendo executados. São os casos dos recursos didáticos e as sequências didáticas, que são projetos interdisciplinares, e

devem ser desenvolvidos pelos professores em formação. Mais adiante será esclarecido um pouco mais a respeito da sequência didática como projeto interdisciplinar.

Quanto a confecção dos recursos didáticos, elas acontecem nos 5º e 6º períodos do curso de Pedagogia e deve apresentar caráter interdisciplinar. Estes recursos são resultados das atividades criadoras dos estudantes a partir das vivências nas salas de estágio, por isso a instituição opta por executá-la ao final do semestre.

Observando a importância do lúdico na sala de aula, o jogo é forte aliado nos processos de aprendizagem, portanto deve fazer parte do planejamento, tempo e espaço para esse tipo de atividade.

Através do jogo a criança cria um ambiente interessante, pelo desafio das regras impostas e uma situação imaginária levando ao desenvolvimento do pensamento abstrato, assim:

A ação determinada pelo jogo desencadeia a imaginação, dando origem, ou seja, criando uma situação imaginária. Assim, enquanto brinca, a criança aprende a agir numa esfera cognitiva estimulada por tendências internas, ou seja, aprende a agir independente daquilo que ela vê. Os objetos deixam de ser os mais importantes e passam a representar outros objetos e situações imaginárias. (GRANDO, 2004, P.18)4

Dentre algumas produções, destacaram-se:

O Bingo dos Animais criado pelas alunas Telma Cunha e Gilmara Santos em que a proposta consiste em um importante trabalho interdisciplinar, a fim de proporcionar aos alunos algumas das possíveis relações existentes entre uma disciplina e outra, assim o caráter lúdico do jogo é um forte aliado a essa aprendizagem significativa.

Composto por 32 fichas com imagens (fotografia) de animais, previamente dividido nas cores: Verde – Insetos, Azul – Mamíferos, Amarelo – Répteis, Rosa – Anfíbios, Vermelho – Aves, Preto - Aracnídeo; 30 cartelas com oito nomes diferentes de animais e marcadores. O jogo apresenta possibilidades de ser trabalhado nos anos iniciais (1º ao 5º) do Ensino Fundamental, pois dá condições de várias abordagens pelo professor nas várias disciplinas a serem trabalhadas ao decorrer dos estudos como a escrita, hábitos alimentares, habitat, etc.

3 ZABALA. Antonio. A Organização dos conteúdos. A prática educativa: como ensinar. Porto Alegre: Artmed, 1998. P.139-166. 4 GRANDO, Regina Celia. O jogo na educação matemática: aspectos teóricos e metodológicos. IN: O jogo e a matemática no contexto da sala de aula. São Paulo: Paulus, 2004.

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O Dominó: Ação e Reflexão, com imagens abaixo, também aparecem com destaque inovador, podendo ser trabalhado de várias formas, de acordo com os objetivos do professor.

Criado pelas alunas Gilmara, Normeide e Telma, é um jogo que permitirá ao aluno saber mais sobre o que já conhece em relação à operação matemática, multiplicação, como também ser apresentado às novas aprendizagens, através da manipulação do material, leitura das fichas, de modo a interpretá-las, assim como o registro no caderno, a fim de produzir múltiplos sentidos e a percepção de que na matemática também se usa a língua portuguesa para a interpretação de seus dados.

A proposta inicial do trabalho com este jogo nos anos finais da primeira etapa do ensino fundamental focando os conceitos das disciplinas de matemática (multiplicação, adição, unidade, dezena, centena e dúzia) e português (leitura nas fichas do dominó e interpretação das mesmas para dar continuidade ao jogo), auxiliará no processo de compreensão da multiplicação e, concomitantemente, facilitarão o processo de memorização da tabuada, que deve ocorrer assim que o aluno compreender e apropriar-se do conteúdo referido, uma vez que, perceberam-se grandes dificuldades nas possíveis relações entre multiplicação e adição.

LIVRO PARADIDÁTICO

O desafio lançado para criação de um livro paradidático que também deveria contemplar a interdisciplinaridade trouxe novos pensamentos aos estudantes.

Vale destacar o confeccionado pelas alunas Adriana Maria e Telma Cunha, que entre outras coisas aborda temas transversais como: acessibilidade e conteúdos nos aspectos do Letramento e da linguagem escrita; conteúdos matemáticos e formas geométricas; conteúdos sobre objetos e processos de transformação; conteúdos sobre os lugares e suas paisagens; seres vivos e conteúdos de construção da noção de espaço e tempo pela criança.

Inclusive foi exposto na 1º Mostra de Profissões do Shopping Iguatemi Campinas.

Vale à pena ler!

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O TRABALHO COM PROJETOS

Para o esclarecimento do que é um projeto se faz necessários estudos a respeito do tema observando suas particularidades. Por isso, no cronograma da disciplina de Didática do Ensino Fundamental B há um período reservado aos estudos de Projetos de Trabalhos Interdisciplinares, a fim de levar à compreensão dos futuros professores de como se dá um trabalho baseado nesta metodologia, que na concepção de Ventura tem como função “favorecer a criação de estratégias de organização dos conhecimentos escolares em relação ao tratamento da informação e a relação entre os diferentes conteúdos e em torno de problemas ou hipóteses que facilitem aos alunos a construção de seus conhecimentos”. Neste tipo de trabalho devem abordar os conteúdos conceituais, procedimentais e atitudinais estabelecidos pelo docente. O Projeto pode ser dividido em três partes que devem ser trabalhadas de forma simultânea: 1º nível: Parte da formulação de hipóteses individuais para responder a questão elaborada pelo professor;

O projeto é desenvolvido baseado nas hipóteses levantadas pelos alunos, a partir de uma pergunta disparadora;

As hipóteses serão reelaboradas conforme as discussões realizadas e trabalhadas em sala de aula;

Essas discussões têm o objetivo de diferenciar, definir e conceituar o tema proposto. Realização de um trabalho de diferenciação entre hipótese e opinião; As hipóteses levantadas serão organizadas em índices individuais e coletivo.

2º nível: elaboração de um índice coletivo inicial, que poderá ser alterado ou ampliado no decorrer do projeto;

O objetivo do índice é organizar o desenvolvimento do projeto para comprovar as hipóteses levantadas.

Há necessidade de articular o tema do projeto com o índice coletivo; Conforme as discussões realizadas, surgirão novas informações, que iniciarão novos

questionamentos e, consequentemente, ampliarão o índice inicial, readequando-o às novas expectativas.

3º nível: concomitantemente, deve ser elaborado um índice individual, com os aspectos não contemplados pelo grupo classe, gerando também um trabalho individualizado.

Devem ser abordados interesses individuais dos alunos que não apareceram contemplados no índice coletivo;

Deve-se propor exposição dos trabalhos desenvolvidos individualmente; Tratamento nas informações para que facilite a apresentação do tema escolhido ao grupo;

A avaliação deve ser organizada ao final de cada um dos três níveis observando que:

Nível 1: terá como ponto de partida o conhecimento prévio dos alunos e efetivado na ordenação e análise das hipóteses respostas, caracterizando-se em verdadeiras/ falsas ou incompletas;

Nível 2: processo de avaliação formativa, no desenvolvimento do índice inicial, bem como em sua ampliação, comprovando a adequação da seleção dos conteúdos e a organização da sequência. Ainda neste nível, o “contrato didático” deve aparecer à medida que o grupo tenha condições de firmar um acordo, coletivamente, concordando em realizar uma prova final, e com as devolutivas das avaliações dos resultados individuais. Com este procedimento, a professora pode verificar a aprendizagem dos conceitos e procedimentos trabalhados ao longo do projeto.

Nível 3: organização de exposição, juntamente com um debate correspondente as ampliações

individuais do índice;

Claro que esta exposição não nos permite fazer planejamentos de aulas interdisciplinares, nesta primeira leitura, mas já nos dá pistas de como a formação do professor é um compromisso da instituição.

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SEQUÊNCIAS DIDÁTICAS

As produções de sequências didáticas, que são projetos de trabalho, ajudando o estudante entender o que é e

qual a importância da interdisciplinaridade, tornam-se prazerosas e instigantes ao futuro docente à medida ele vai percebendo que, para isso, deve-se haver pesquisa e aprofundamento de conhecimentos ficando ainda mais significativo no 6º período do curso, pois o futuro professor trabalhará em uma sala objetivando o conhecimento de seus alunos nas disciplinas de Português, Matemática, História, Geografia e Ciências, uma vez que estamos falando de anos finais da primeira etapa do Ensino Fundamental.

O trabalho com um tema histórico como escravidão, poderá ser mais bem compreendido se estiver relacionado aos conteúdos de geografia, língua portuguesa e artes, assim como sugere, implicitamente, a sequência a seguir, que foi divida em cinco momentos, mas tem um bimestre de trabalho interdisciplinar, por isso, quanto mais o professor se atualizar em relação ao assunto, mais conhecimento levará a seus alunos. É o que sugere as alunas do 6º Período de Pedagogia em um trabalho de Estudos Sociais, numa sequência sobre Identidade e Cultura Afrobrasileira:

Unidade: O Indivíduo histórico em construção Tema: Construção da identidade nacional com ênfase na cultura Afrobrasileira Ano: 5º Ano Período de trabalho: 1 Bimestre Introdução O trabalho com a identidade pode favorecer a aprendizagem dos conteúdos de história relacionados à cultura afrobrasileira uma vez que:

“Sem dúvida, pluralidade vive-se, ensina-se e aprende-se. É trabalho de construção, no qual o envolvimento de todos se dá pelo respeito e pela própria constatação de que, sem o outro, nada se sabe sobre ele, a não ser o que a própria imaginação fornece.” (BRASIL, p. 57)5

Nesta perspectiva, o presente trabalho tem a intencionalidade de relacionar “quem sou eu” com os aspectos históricos direcionados às crenças, costumes, hábitos trazidos de antepassados através da reativação da memória dos alunos por objetos, imagens, ou de qualquer outro elemento que possa levá-los a compreender o que passou. A construção da identidade dos sujeitos por meio de histórias vividas por seus ancestrais revela uma construção do individual que, uni-se a dos integrantes da nação, caracterizada como identidade social, uma vez que:

A identidade é um movimento da história; Ao significar, o sujeito se significa; Identidade não se aprende, isto é, não resulta de processos de aprendizagem, mas refere,

isso sim, a posições que se constituem em processos de memória afetados pelo inconsciente e pela ideologia.

Trata-se de um movimento da história no sentido de que ela, a identidade, está sujeita a uma historicização e, por isso, está constantemente em processo de mudança e transformação.

5 BRASIL. Parâmetros Curriculares Nacionais: Pluralidade cultural e orientação sexual. Secretaria de Educação Fundamental. Brasília: 1997.

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Sendo assim, o trabalho com identidade proposto nesta sequência didática, que está dividida em momentos e ficarão a critério do professor as adequações estratégicas da sala de aula, justifica-se para a prática de reflexões acerca das diversidades culturais bem como sua valorização, uma vez que, há um resgate da história afrobrasileira, que se iniciará com o estudo do continente africano. Tendo em vista a abertura de novas percepções em relação às heranças culturais que, gradativamente, os alunos vão tendo contato, podem auxiliar na compreensão dos entendimentos relacionados à escravidão dos negros e não dos povos indígenas, bem como as consequências e as particularidades existentes na contemporaneidade que tem matrizes africanas. Portanto, um trabalho aportado em uma teoria não-linear que tem como ponto de partida as experiências de vida dos educandos, deve ser conduzido de modo que ofereça abordagens acessíveis que propiciem reflexões através das diversas áreas do conhecimento com a finalidade de conceituar, nos mais variados contextos a importância de um trabalho sistematizado dos conhecimentos históricos do período da escravidão.

Desta forma, o trabalho com: “eu”, “meus avós”, “meus bisavós”, pode auxiliar na construção de uma identidade que valorize a figura humana. Objetivo Geral Apresentar que a identidade de nação brasileira perpassa pela cultura africana. Objetivos Específicos

• Reconhecer-se indivíduo social; • Compreender o “movimento” na história dos sujeitos; • Observar as influências escravagistas na contemporaneidade; • Produzir textos a partir de imagens ou objetos que façam parte de sua história; • Confeccionar um livro de memórias coletivo; • Conhecer e compreender produtos artísticos presentes na história das diferentes

culturas e etnias. 1º Momento Para iniciar o primeiro momento, o professor deverá ter materiais que auxiliem na explicitação do continente africano como: mapa geográfico do continente, figuras de objetos, danças, festa, comidas, pinturas e acessórios das mais variadas culturas a fim de apresentar a diversidade existente entre os povos deste continente.

A fim de proporcionar reflexões sobre o tema, devem ser elaboradas perguntas para levantamento de hipóteses dos alunos como:

O que é a África? Qual a diferença entre país e continente?

A seleção de imagens deve apresentar a pluralidade cultural existente no cotidiano dos diferentes grupos que habitam o continente africano. Para isso, essas imagens, posteriormente, serão fixadas no mapa de acordo com as regiões de seus países de origem (África Setentrional, Oriental, Ocidental, Central e Meridional).

Para finalizar o primeiro momento a discussão será entorno dos argumentos utilizados para a pergunta: o que é a África? Pois, estamos na realidade falando de um continente rico culturalmente, que apresenta grande diversidade se comparado a outros.

Ao final, dividir a sala em cinco grupos e solicitar que cada grupo faça uma pesquisa com os seguintes temas:

Festas;

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Comidas; Objetos; Dança; Pinturas (gravuras).

Todos relacionados à cultura brasileira, para que possam ser apontadas as possíveis semelhanças existentes entre cultura brasileira e cultura africana. 2º Momento Neste segundo momento o professor deve retomar as questões do dia anterior e possibilitar que os alunos exponham as pesquisas realizadas, assim como a compreensão das relações estabelecidas entre as diversidades culturais no país que vive e a de um continente, territorialmente, maior que o Brasil. Assim, surge a pergunta: Como um país e um continente, que tem entre eles um imenso oceano, o Atlântico, podem apresentar tantas semelhanças culturais?

Logo na sequência, será apresentado um vídeo disponibilizado pelo Governo Federal6 através do Domínio Público, que contextualizará a chegada dos negros ao Brasil, e com eles a sua bagagem cultural. Isso, para que o conteúdo: escravidão, não seja tratado a partir do nada, pois a intenção é conduzir o aluno a uma reflexão sobre sua identidade.

Assim, para a história individual do sujeito é necessária a construção de uma social. Portanto, a identidade de nação brasileira está, intimamente, relacionada a uma identidade africana de nossos antepassados, formando assim uma identidade afrobrasileira.

Para finalizar este momento, com o auxílio da lousa ou data show, deve ser apresentada uma aula expositiva que apresente os elementos históricos da escravidão que auxiliará os alunos nas construções que seguirão esta sequência didática, pois conforme Alencastro:

No total, mais de 4 milhões africanos foram deportados para o Brasil entre 1550 e 1850, tornando o Brasil o agregado político americano que recebeu a maior parte dos africanos desembarcados no Novo Mundo. Para se ter uma ideia, no período citado acima, o Brasil capta 43%, enquanto os Estados Unidos, de 1650 a 1808, recebem 5,5% dos africanos trazidos para as Américas. (2006)7

Por isso, o trabalho com identidade afrobrasileira. 3º Momento Para dar sequência ao trabalho com identidade o professor irá apresentar aos alunos trechos do livro “O menino marrom”, escrito por Ziraldo. Este material tem a intencionalidade de apresentar que dois meninos de diferentes características, fazem parte de um mesmo contexto social que os torna semelhantes e que na construção da identidade de cada personagem prevalece a natureza humana. Enfatizando assim os valores humanos pouco trabalhados no contexto da sala de aula.

6 BRASIL. Ministério da Educação. A abolição. (Brasil 500 anos: o Brasil – império na TV; parte 1) (vídeo) – disponível em http://www.dominiopublico.gov.br/pesquisa/DetalheObraForm.do?select_action=&co_obra=20501 – acesso em 23 nov. 2012

7 ALENCASTRO, Luiz Felipe. As populações africanas no Brasil. In: Plano Nacional de Cultura. Brasília: 2006

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Nesse sentido a escola deve assumir seu papel de trabalho com as diferenças, já que o espaço escolar é reprodutor de diferenças, positivas ou negativas. Portanto o trabalho com o respeito aparecerá quando:

Ao se enfatizar a dignidade do ser humano, realça-se a necessidade de se fazer justiça, de se respeitarem direitos, o que implica o respeito mútuo. Ao se falar de justiça, de direitos, fala-se de igualdade e, portanto de dignidade. Ao se incentivar o respeito mútuo, incentiva-se o diálogo. E assim por diante. (BRASIL, p. 131)8

Pois através do conhecimento pode-se diminuir o preconceito, uma vez que a informação leva o aluno a novas percepções do mundo que o cerca.

Para finalizar este terceiro momento, será solicitado que os alunos procurem objetos, imagens, ou qualquer outro elemento, familiar ou da comunidade, que possa auxiliá-los na descrição de sua história.

4º Momento A fim de explicitar aos alunos qual a finalidade dos objetos trazidos por eles, o professor deve, com seu objeto, iniciar este quarto momento, contando sua história. E assim, sucessivamente, os alunos devem prosseguir os relatos orais, que possivelmente, não estarão tão ricos em detalhes, trazendo o contexto familiar, e seus antepassados, enfim elementos que deverão compor a produção escrita, que será elaborada na sequência. Essas produções textuais servirão para a confecção de um livro de memórias dos alunos da sala de aula com a finalidade de levar os alunos a uma compreensão ampla de identidade, visto que cada uma possui sua própria história, porém a história do sujeito individual está entrelaçada a história do outro. 5º Momento Este momento, que será o encerramento da sequência didática, deve ser iniciado após a devolutiva das produções escritas dos alunos e suas refacções. O trabalho com diferentes linguagens, como a arte, podem auxiliar no desenvolvimento das competências estéticas e artísticas dos alunos, levando-os a reflexões acerca dos trabalhos individuais e grupais promovendo a autonomia e a compreensão da arte como fato histórico existente no contexto das distintas culturas. Para a edição do livro, o professor deverá ter registrado por meio de imagens fotográficas o desenvolvimento do projeto. Ao final possibilitar a produção de desenhos de máscaras típicas do continente africano que irão compor o livro de memórias confeccionado pelo quinto ano. Avaliação

A avaliação é um instrumento utilizado cotidianamente pelos seres humanos, avalia-se a todo o momento as mais diversas situações de nossas vidas.

No entanto, quando se refere à avaliação escolar, mais especificamente ao espaço da sala de aula, a avaliação deve ter outro foco o de “instrumento educativo que informa e faz uma valoração do processo de aprendizagem seguido pelo aluno, com o objetivo de lhe oportunizar, em todo momento, as

8 BRASIL. Parâmetros Curriculares Nacionais: Apresentação dos temas transversais e ética. Secretaria de Educação Fundamental. Brasília: 1997.

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propostas educacionais mais adequadas” (ZABALA, 1998, p.200)9 para o seu desenvolvimento e avanços com o intuito de “desenvolver ao máximo todas as suas capacidades, e entre elas, evidentemente, aquelas necessárias para chegar a serem bons profissionais” (ZABALA, 1998, p.198).

Nesse contexto, a avaliação utilizada nesta sequência didática passa a ter um caráter processual e diagnóstico, que tem como finalidade a formação integral do aluno. Segundo Zabala, essa avaliação deve ser denominada como avaliação formativa, pois contempla um esquema em que se destacam as três fases da avaliação, a inicial, a reguladora e a final.

Assim, a avaliação inicial permite ao professor identificar qual é a “situação de partida, em função de determinados objetivos” (ZABALA, 1998, p.201) a fim de elaborar e organizar as atividades que suponham o progresso dos alunos. Já a avaliação reguladora supõe introduzir novas atividades que contemplem desafios adequados nos quais os discentes, irão se adaptando às novas necessidades que se estabelecem, devido à inserção de novas atividades. Em relação à avaliação final, pode se destacar os resultados obtidos, alcançados a partir do conjunto de atividades realizadas pelas crianças no processo de ensino e aprendizagem, bem como “as previsões sobre o que é necessário continuar fazendo ou o que é necessário fazer de novo” (ZABALA, 1998, p.201), isto implica no fato do professor estabelecer novas propostas de intervenção (avaliação integradora) para dar continuidade ao processo de ensino aprendizagem.

Desta forma, os instrumentos utilizados para avaliação nesta sequência didática serão: socialização oral, produção escrita e produção literária.

Nos momentos de socialização, serão observadas as elaborações e sintetizações de ideias a partir das argumentações apresentadas.

A produção escrita deverá conter as características do gênero textual memorial, domínio do conteúdo abordado, coesão e coerência na linguagem que deverá estar em concordância com o gênero, assim como a ortografia.

A produção literária que se dará, processualmente, irá explicitar como os alunos trabalharam com todas as informações durante o desenvolvimento da sequência didática, uma vez que a produção escrita será a partir de sua própria história (individual) que fará parte da história dos colegas da sala de aula (social) na construção do livro, que tem como finalidade de apresentar a cultura brasileira baseada na cultura africana, a recém denominada, cultura afrobrasileira.

9 ZABALA, Antoni. A Avaliação. A prática educativa: como ensinar. Trad. Ernani F. da F. Rosa. Porto Alegre: Artmed, 1998. P.195-221.

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DIDÁTICA DO ENSINO FUNDAMENTAL B

A disciplina de Didática do Ensino Fundamental B ocorre no 6º período do curso de pedagogia e tem como objetivo auxiliar o aluno a identificar, analisar e interpretar as formas de atuação do docente nas séries finais da primeira etapa do ensino fundamental.

Para isso a docente que ministrou a disciplina no ano de 2012 utilizou os estudos feitos por Antoni Zabala a fim de fundamentar teoricamente os futuros docentes a respeito da importância do trabalho interdisciplinar, principalmente nesta etapa da educação. Assim os estudos se deram desde a divisão de grupos até os conteúdos trabalhados na escola.

O resgate histórico se faz necessário para o entendimento da contemporaneidade e é isso que o texto “A organização social da classe” explicita para que o leitor consiga entender as práticas existentes na sala de aula, que à medida que surge a necessidade de generalizar o ensino da leitura, da escrita e da “cultura geral” para as camadas menos favorecidas, surgem também às primeiras formas de agrupamento. Inicialmente os agrupamentos eram estruturados de forma homogênea em que cada agrupamento continha de cinqüenta e sessenta alunos do mesmo sexo, da mesma idade em uma única sala de aula, onde os conteúdos conceituais e factuais eram transmitidos pelos professores através de exposições gerais e apreendidos pelos alunos através de memorização, ou seja, o foco do processo de ensino-aprendizagem era o professor e não o aluno. O espaço da sala de aula era organizado em um conjunto de mesas alinhadas de frente para o quadro negro, esta disposição espacial contribuía para manter a ordem no ambiente da sala de aula. Neste contexto, o tempo era considerado um fator irrelevante, pois o que se prioriza era a quantidade de atividades aplicadas.

Esses estudos auxiliam os futuros professores a entender, antes mesmo de criticar, as práticas existentes na sala de aula.

O estágio traz, exatamente, a possibilidade de reflexão entre teoria e prática, através da

análise, problematização e reflexão do ambiente da sala de aula, com professor e alunos, desempenhando papéis importantes, como sujeitos promotores da ação pedagógica. Sendo assim, no plano da disciplina há a especificação da necessidade de realização Estágio em sala de aula do Ensino Fundamental, nas series iniciais, em instituição regulamentada, que proporcione ao estagiário o contato direto com o ambiente escolar.

Nesse sentido, o estágio tem por finalidade apresentar ao futuro docente o contato direto com seu objeto de estudo, denominado por Zabala como grupo/classe, “que geralmente implica grupos fixos de idade”, com sujeitos ativos que expressam suas diferenças cotidianas a todo o momento. Considerando que este grupo faz parte de outro maior, que segundo o mesmo autor configura-se como grupo/escola, caracterizada “pela organização e pela estrutura de gestão”, aspectos que interferem na construção de um profissional crítico e transformador de sua prática.

Com os objetivos de compreender a organização, funcionamento, especificidades e a rotina da sala de aula do ensino fundamental, bem como as influências das relações estabelecidas nos grupos; conhecer e observar os trabalhos pedagógicos voltados para os anos finais da primeira etapa do Ensino Fundamental; analisar as relações em uma prática interdisciplinar, que devem estar intrínsecos no planejamento do professor; compreender a interdisciplinaridade na prática pedagógica do professor titular; observar, registrar e analisar as diferentes situações da sala de aula com a finalidade de interpretar a realidade; participar, ativamente, das aulas, assim como planejar e organizar intervenções em conjunto com o docente da sala de aula, após alguns momentos de observação participativa.

Projeto de Intervenção

Ao realizar o estágio no período de setembro, outubro e novembro de 2012 percebeu-se que a escola campo de estágio desenvolve junto à prefeitura do município de Hortolândia o Projeto Água, tanto na educação infantil quanto no ensino fundamental, vinculado ao Consórcio Intermunicipal das bacias dos rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí, portanto o objetivo do trabalho seria promover novas reflexões a respeito da água, uma vez que as crianças têm contato com este projeto todos os anos.

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O projeto de intervenção consiste em uma elaboração do estudante do curso de licenciatura, em conjunto com o docente da sala estagiada e deve apresentar uma proposta de trabalho para dez horas em que a interdisciplinaridade seja parte integrante da unidade de conhecimento, com a intenção de apresentar aos alunos algo novo, para este plano o tema central foi o saneamento básico, uma vez que o título do projeto vai de encontro com a realidade dos alunos e demais habitantes do bairro.

A sequência didática para esta intervenção foi dividida em momentos, e para que possamos entender melhor o que aconteceu durante sua aplicação em sala de aula vamos observar os relatos de uma das alunas do 6º Período de Pedagogia.

Vamos conhecer que momentos foram esses:

Nos dias de observação a Professora Ercilia me deixava bem à vontade, às vezes me chamava para participar da aula e assim como eu as crianças também gostavam, porque se tem uma coisa que criança gosta na escola é isso: coisas diferentes. E naquele momento eu era diferente.

Realizei os estágios nas terças e quintas-feiras e em um comum acordo com a docente da sala planejei minha intervenção com uma previsão de duração de 5 dias. No dia 18 de Outubro (quinta-feira), ao final da aula a professora pediu aos alunos um pouco de atenção, pois eu tinha algo a falar. Sala de 5º ano, crianças querendo entrar na pré-adolescência, alguns não prestão muita atenção na professora, e com tudo isso me pus a falar. E como eu já disse, anteriormente, eles adoram o diferente. Ficaram, por incrível que pareça quietos, ouvindo o que eu falava consegui apresentar o trabalho que iríamos fazer a partir da próxima segunda-feira, conversamos a respeito do projeto água que estavam participando mais uma vez na escola, expliquei que teríamos (duas novidades) a primeira novidade: conhecimento novo, pois falaríamos dessa vez a respeito de Saneamento Básico. A segunda é que eu estaria todos os dias com eles (ehhhhh!!!!), mas somente duas horas por dia (ahhhhhh!) – Adorei isso.

Primeiro momento:

Com os alunos já organizados em duplas, será apresentado um vídeo de aproximadamente nove minutos, disponibilizado pela SABESP, empresa que faz o abastecimento de água do Município de Hortolândia, a respeito do Tratamento da Água. O vídeo é dinâmico, porém não infantilizado, traz uma apresentadora com uma linguagem coloquial e direta que esclarece como a empresa (Sabesp) realiza o tratamento das águas que chegam às residências, indústrias, escolas, hospitais etc.

Utilizando de algumas informações disponíveis no curta, o trabalho se dará a partir de:

Discussão inicial a partir das informações acumuladas pelos alunos, visto que o trabalho com o tema Água faz parte de um Programa de Educação Ambiental para Gestão de Recursos Hídricos, promovido pelo Consórcio Intermunicipal das Bacias dos Rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí, que ocorre anualmente nas escolas do Município;

Situar os 2/3 de água que compõem o planeta no globo e no planisfério;

Com o material de fração disponibilizado pelo estagiário as discussões serão a partir dos conceitos já elaborados referentes à fração, a fim de proporcionar reflexões a respeito da quantidade de água existente no mundo.

Na segunda-feira, quando os alunos chegaram à sala de aula eu já havia ligado o datashow, organizado as carteiras para as duplas e disponibilizado dois materiais de fração em cada uma delas, deixado o globo terrestre encima da mesa e o mapa na parede. Olhavam e sentavam curiosos querendo saber o que ia acontecer. A professora fez a chamada e me passou a palavra. Expliquei a respeito do vídeo. E no maior silêncio assistiram ao curta metragem com uma atenção, um foco que não vejo nem na faculdade. (só às vezes, kkkk!)

Discutimos filme quanto à importância da água para os seres vivos; o que é a Sabesp? (que muitos nem sabiam que é a empresa responsável pelo fornecimento de água no Município).

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Com o auxílio do mapa, do globo terrestre e do material de fração conversamos a respeito do bem finito, a água, que mesmo, visualmente, nos parecendo abundante, tem uma pequena quantidade disponível para tratamento no mundo.

Segundo momento:

Estabelecer comparação através de uma experiência para que se perceba a quantidade de água no planeta. Para isso, com os alunos em grupos de no máximo cinco, e em cada grupo serão utilizados garrafas de 2000 ml, copos de 60 ml e seringas, a fim de visualizar o que foi abordado no vídeo do dia anterior:

Garrafa 2000 ml corresponde aos cem por cento do total de água (planeta);

Copo 60 ml corresponde aos três por cento de água doce e própria para o consumo humano;

Seringa com menos de 6 ml corresponde ao que se tem disponível para o tratamento.

A partir da experiência realizada, as discussões serão conduzidas a partir das percepções estabelecidas entre os recipientes. Conduzindo-os a reflexões sobre a água como um recurso natural, não-renovável e essencial a todos os seres vivos.

Já que o assunto é água, para o terceiro momento será solicitado aos alunos uma pesquisa com os pais a partir das questões, conforme ficha em anexo.

Que bacana foi este dia! Os alunos em grupo de até cinco, cada grupo com uma garrafa, uma seringa e um copinho. Na mesa da professora três recipientes e como as garrafas eram transparentes usamos corantes a fim de fazê-los visualizar melhor a proporção.

Retomamos o dia anterior e fomos conversando a respeito da visível quantidade de água que temos no planeta. Alguns ficaram “chocados” como pode a professora falar que a nossa garrafa fosse o planeta só teríamos aquele “dedinho” da seringa para beber. “Isso é o fim” – indagou um aluno.

Ao final entreguei um formulário de pesquisa para ser feita em casa e expliquei como deveriam fazer, pois naquele momento eles seriam os responsáveis pela informação que seria trazida para a escola.

Neste dia os deixei eufóricos.

Terceiro momento:

Recebimento dos dados pesquisados;

Em círculo, os alunos irão socializar as informações coletadas durante a pesquisa, bem como suas

PARA ONDE VAI A ÁGUA QUE USAMOS? Pesquisa para o aluno realizar em sua residência, solicitando que um adulto responsável responda as questões, que servirão para análise e discussão a respeito do esgoto coletado no Município de Hortolândia. Nome do aluno: ________________________________________________________ Bairro em que reside: ___________________________________________________ Quantas pessoas residem na casa? ( ) adultos ( ) crianças Na residência tem fossa? ( ) sim ( ) não Na residência tem poço artesiano? ( ) sim ( ) não Para onde vão as águas da pia quando lavamos as louças ou alimentos? _____________________________________________________________________ Para onde vão as águas do banho e da pia do banheiro quando escovamos os dentes? _____________________________________________________________________

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impressões a partir das respostas referentes aos destinos diferenciados que podem aparecer.

Assim, como uma avaliação inicial teremos as hipóteses levantas a partir da pergunta problema:

O que é esgoto? Existe possibilidade de limpar as águas sujas que saem das nossas casas?

Em círculo, a socialização se deu a partir das repostas que tínhamos semelhantes e ao final as crianças chegaram à conclusão que a maioria das casas utilizava a fossa, quando não ficaram sem resposta, com os pais dizendo que iam para a rua. _Mas professora se a água vai pra rua, porque eu nunca vejo ela escorrendo suja? (perguntou uma aluna que, por coincidência mora na rua do córrego). Como o momento de conversa foi muito longo os deixei com a dúvida. E aí para onde vocês acham que as águas sujas de nossas casas vão?

Quarto momento:

O que é esgoto? Existe possibilidade de limpar as águas sujas que saem das nossas casas?

Retomada das perguntas problema.

Registro das hipóteses levantadas a partir do disparador a fim de estabelecer relações com o vídeo referente ao esgoto do Município.

Após a apresentação fazer a sistematização do conteúdo com o auxílio da reportagem vinculada em noticiário da região, a respeito do saneamento básico do Município de Hortolândia.

http://globotv.globo.com/eptv-sp/jornal-da-eptv-campinaspiracicaba/v/hortolandia-tem-93-mil-moradores-sem-tratamento-adequado-de-esgoto/1998576/ - exibido em 18 jun. 2012

Retomada a conversa do dia anterior, surgiram novas dúvidas e depois da reportagem muita indignação.

Ao final do vídeo foi dada uma pequena nota da Prefeitura do Município, mas não convenceu a maioria.

Engraçado porque a reportagem de uma TV do canal aberto que todos, pelo menos daquela sala, têm acesso ganhou nova perspectiva naquele momento: Agora sabemos para onde vão as águas do bairro: para os córregos. O lixo que se acumula traz insetos, doenças, mau cheiro e outras coisas mais...

Já os deixei avisados: _Guardem todas as ideias porque amanhã vamos ver o que deve ser feito com as águas que escoam pelos os esgotos e depois faremos uma carta ao Sr. Angelo Peruginni, o Prefeito da cidade.

Quinto momento:

Para sistematizar o conteúdo será apresentado um vídeo que explicitará o que é e para que serve o tratamento do esgoto, suas importâncias e benefícios ao homem e a natureza.

Socialização a respeito das medidas que o grupo poderá tomar (coletivo na escola e individualmente nos grupos em que vivem) a respeito do descarte de lixo e desperdício de água.

Analisando que o gênero textual carta já foi trabalhado com os quintos anos, a atividade escrita será desenvolvida a partir de uma proposta de carta ao Prefeito do Município, refletindo a respeito do que aprenderam e a importância das intervenções do Poder Público no bem-estar da população.

Neste dia fui animadíssima, pois percebi que o assunto estava fazendo todo o sentido para eles. (Pensei como quando estou na faculdade: _ Como é bom quando consigo entender o que estão falando, kkkk!)

_ Meu pai falô que onde limpa o esgoto é o maior fedô! Disse o Antonony, enquanto eu organizava a classe para podermos ver o vídeo sobre o tratamento do esgoto.

Eu disse a ele: “você sabe que seu pai tem razão! E você vai ver agora o porquê.

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Quando terminamos já queriam começar a escrever a carta, alguns tinham anotações a respeito da reportagem, foi aquele auê!

Retomamos a estrutura do gênero textual carta: data, a quem se destina, saudação, apresentação de quem está escrevendo, desenvolvimento do assunto proposto (o que aprenderam e a importância das intervenções do Poder Público para o bem-estar da população), e algo importante: a assinatura.

Avaliação

A avaliação é um instrumento utilizado cotidianamente pelos seres humanos, avalia-se a todo o momento as mais diversas situações de nossas vidas.

No entanto, quando se refere à avaliação escolar, mais especificamente ao espaço da sala de aula, a avaliação deve ter outro foco o de “instrumento educativo que informa e faz uma valoração do processo de aprendizagem seguido pelo aluno, com o objetivo de lhe oportunizar, em todo momento, as propostas educacionais mais adequadas” (ZABALA, 1998, p.200) para o seu desenvolvimento e avanços com o intuito de “desenvolver ao máximo todas as suas capacidades, e entre elas, evidentemente, aquelas necessárias para chegar a serem bons profissionais” (ZABALA, 1998, p.198).

Nesse contexto, a avaliação utilizada nesse plano de intervenção passa a ter um caráter processual e diagnóstico, que tem como finalidade a formação integral do aluno. Segundo Zabala, essa avaliação deve ser denominada como avaliação formativa, pois contempla um esquema em que se destacam as três fases da avaliação, a inicial, a reguladora e a final.

Assim, a avaliação inicial permite ao professor identificar qual é a “situação de partida, em função de determinados objetivos” (ZABALA, 1998, p.201) a fim de elaborar e organizar as atividades que suponham o progresso dos alunos. Já a avaliação reguladora supõe introduzir novas atividades que contemplem desafios adequados nos quais os discentes, irão se adaptando às novas necessidades que se estabelecem, devido a inserção de novas atividades. Em relação a avaliação final, pode se destacar os resultados obtidos, alcançados a partir do conjunto de atividades realizadas pelas crianças no processo de ensino e aprendizagem, bem como “ as previsões sobre o que é necessário continuar fazendo ou o que é necessário fazer de novo” (ZABALA, 1998, p.201), isto implica no fato do professor e/ou estagiário estabelecer novas propostas de intervenção (avaliação integradora) para dar continuidade ao processo de ensino aprendizagem.

Desta forma, os instrumentos utilizados para avaliação neste projeto de intervenção serão: socialização oral, pesquisa e produção escrita.

Nos momentos de socialização, serão observadas as elaborações e sintetizações de ideias a partir das argumentações apresentadas.

Na pesquisa será observado desde os dados coletados até a finalização do processo através de socialização.

A produção escrita deverá conter as características do gênero textual carta, domínio do conteúdo abordado, linguagem em concordância com o destinatário e ortografia.

Nossa eu poderia escrever tantas coisas sobre a avaliação, mas dar ênfase ao que mais me chamou a atenção:

A cada socialização “eu me sentia mais professora”, era o máximo vê aquelas crianças que muitas vezes trabalham individualmente com folhinhas, debatendo, discutindo, elaborando ideias a cada novo argumento que eu trazia.

A produção escrita saiu de tudo um pouquinho, mas como fiquei mais dois dias para finalizar o estágio fizemos uma carta coletiva, eu na lousa e eles um a um, ora completando ideias, ora corrigindo os colegas.

Achei isso tudo o máximo!!!!!

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O MAIS “BACANA” DE TUDO ISSO...

“... Quando penso nos caminhos percorridos na caminhada acadêmica... Momentos alegres... Momentos de confusão, ou melhor, momentos de mal-entendidos... Momentos de sufoco. E que sufoco... Momentos de descontração... Momentos de amizade... Momentos de solidariedade...

Enfim, seriam tantos momentos que acredito passar desta folha, mas o melhor de tudo isso é que esses momentos foram, no meu conceito, importantíssimos para minha formação humana, pois acredito que antes de ser profissional tenho que ser, exatamente, isso: PESSOA.

As relações estabelecidas dentro desse grupo classe acabaram por me fazer (re)pensar várias posturas que, antes poderiam passar por mim despercebidas.

Portanto, posso dizer que ingressei em 2010 como Telma, uma pessoa qualquer, ou melhor, mais uma pessoa que tenta fazer algo diferente de sua vida e sairei em 2013 Telma Augusta da Cunha, que está em um grupo, mas com novos pensamentos e novas atitudes.

Assim vou deixar aqui, destacados, alguns versos da música que fez parte da apresentação de final de ano das crianças do Jardim II na escola de educação infantil em que estagiei. Pois afinal de contas ao final desta primeira etapa da minha graduação: O PÉ NA ESTRADA EU VOU BOTAR QUE JÁ ESTÁ NA HORA DE IR!...”

LÁ VOU EU Filme: Irmão Urso

O pé na estrada eu vou botar que já tá na hora de ir! Um lindo horizonte e um céu azul o que mais eu poderia pedir? O pé na estrada eu vou botar e o coração eu quero abrir! Sob os raios do sol, sigo um sonho meu... Eu não posso deixar de sorrir! Nada é melhor do que amigos rever! Ainda que demore a chegar... As histórias vão fazer você sorrir! Vão fazer você sonhar! Que todos saibam lá vou eu! Por novos caminhos seguir... Uma lua lá no céu a olhar pra mim eu vou sob as estrelas dormir! E, se a chuva cair, não vou parar! Qualquer tempestade tem fim!

E o vento no meu rosto a soprar me faz sonhar! O que eu quero é caminhar assim! Pois eu vou seguindo meu caminho... Eu vou seguindo... Que todos saibam que lá vou eu! E o que eu mais quero é chegar! Com um lindo horizonte e um céu azul, histórias eu quero contar! Mas que todos saibam que lá vou eu! Caminhando, eu vou pro meu lar! Sob os raios do sol, sigo um sonho meu! Histórias eu quero contar! Sim, lá vou eu! Olha, lá vou eu!

TELMA AUGUSTA DA CUNHA Pontifícia Universidade Católica de Campinas Telefone: (19) 92145926 [email protected]