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DEZEMBRO 2009www.bdo.pt
NOTÍCIAS DA BDO em Portugal
Página 12
ARTIGOS DE OPINIÃO sobre o SNC
Páginas 5 a 11
BOLETIM BDOOBRIGAÇÕES FISCAIS para Dezembro 2009
Página 4
SUMÁRIO
Legislação Publicada em Novembro de 2009
Jurisprudência
Resoluções Administrativas
Feiras Nacionais
Infomações Vinculativas
Obrigações Fiscais
Sistema de Normalização Contabilística - Gestão de uma Mudança
Sistema de Normalização Contabilística - Principais Alterações Contabilísticas - Aspectos Gerais
Sistema de Normalização Contabilística - Principais Alterações Contabilísticas - Grupos
Sistema de Normalização Contabilística - Principais Alterações Fiscais
Sistema de Normalização Contabilística - Conferência
Notícias da BDO
Decorre o processo de transição do sistema contabilístico actual para o
Sistema de Normalização Contabilística (SNC) aplicável às empresas e entidades sujeitas.
A BDO tem vindo a apoiar, com excelentes resultados, os empresários, gestores e quadros, na mudança para o SNC, não só através de acções de formação, mas também na implementação concreta de soluções para o novo SNC.
Sobre esta matéria, o leitor encontrará no presente Boletim BDO, quatro importantes artigos técnicos da autoria de especialistas
SISTEMA DE NORMALIZAÇÃO CONTABILÍSTICA (SNC)DESAFIO PARA AS EMPRESAS
da nossa firma, bem como o anúncio de uma conferência organizada pela Comissão de Normalização Contabilística (CNC) sobre o SNC na óptica da própria CNC.
NOVA IDENTIDADE DA BDO
Com efeitos a partir de 1 de Dezembro de 2009, a BDO introduziu, a nível mundial, mudanças significativas na sua identidade visual e denominação internacional e consequentemente a nível local, isto é, das firmas que fazem parte da rede BDO.
Em Portugal as alterações estão praticamente implementadas como o provam o presente Boletim BDO, designadamente no que respeita ao lógotipo, às cores, ao tipo de letra e às imagens utilizadas.
OUTROS TEMAS
Neste Boletim BDO, o leitor encontrará temas actuais de relevante interesse para as empresas e outras entidades, nomeadamente em matéria de resoluções administrativas, informações vinculativas, obrigações fiscais e ainda algumas notícias sobre a BDO.
2 BOLETIM BDO - DEZEMBRO 2009
LEGISLAÇÃO NOVEMBRO DE 2009
DÍVIDA PÚBLICA
Resolução do Conselho de Ministros n.º 111/2009, de 25 de Novembro
Altera o regime aplicável à emissão e gestão de
certificados especiais de dívida pública, alargando
o âmbito de aplicação da possibilidade da sua
utilização, aumentando o prazo de amortização,
bem como possibilitando a amortização
antecipada e transacção dos mesmos.
PROGRAMA INOV
Resolução do Conselho de Ministros n.º 112/2009, de 26 de Novembro
Cria uma nova medida no âmbito do
Programa INOV, o INOV-Social, destinado
à inserção anual de 1000 jovens quadros
qualificados, designadamente nas áreas da
economia, gestão, direito, ciências sociais
ou engenharia, em instituições da economia
social sem fins lucrativos, tendo em vista
apoiar a modernização das instituições e o
emprego jovem.
PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO RURAL DO CONTINENTE (PRODER)
Resolução do Conselho de Ministros n.º 113/2009, de 26 de Novembro
Procede à segunda alteração à Resolução do
Conselho de Ministros n.º 2/2008, de 7 de Janeiro,
que criou a estrutura de missão para o Programa de
Desenvolvimento Rural do Continente (PRODER),
redefinindo as competências orgânicas e afectando
novos recursos humanos ao Programa, de forma a
agilizar os procedimentos de avaliação e atribuição
de ajudas.
CPPT – CONTRATO DE FACTORING/PENHORA DE CRÉDITOS
Oficio Circulado n.º 60072, de 6 de Novembro de 2009 da Direcção de Serviços de Gestão dos Créditos Tributários
Decreto - Lei no. 171/95, de 18 de Julho
Artigo 224º do Código de Procedimento e de Processo Tributário
Tem chegado ao conhecimento da Direcção de Serviços de Gestão dos Créditos Tributários (DSGCT) que
não é uniforme a actuação dos diversos Serviços Locais de Finanças quando, pretendendo efectuar uma
penhora de créditos, nos termos do artigo 224º, do Código de Procedimento e de Processo Tributário
(CPPT), são confrontados com a existência de um contrato de factoring, cujo regime jurídico se encontra
estabelecido no DL 171/95, de 18 de Julho.
Assim, tendo em vista a uniformização de procedimentos relativamente a esta matéria, foi sancionada
por despacho do Senhor Director-Geral de 20O9/07/01, a divulgação do seguinte entendimento,
relativo à efectivação ou não efectivação da penhora de créditos (artigo 224º do CPPT) tendo em
atenção a natureza jurídica do contrato de factoring e as circunstâncias do caso concreto:
I - NOTIFICAÇÃO DE PENHORA AO DEVEDOR DOS CRÉDITOS CEDIDOS
Na sequência desta notificação o órgão de execução fiscal pode ser confrontado com a existência de um
contrato de factoring. Nesta situação importa ter presente o seguinte:
a. O contrato de factoring consiste na transferência de créditos a curto prazo do seu titular (cedente/
aderente) para um factor (cessionário);
b. A cessão apenas se concretiza com a facturização dos créditos abrangidos pelo que, até ao
RESOLUÇÕES ADMINISTRATIVAS
ENTIDADES ISENTAS DE IRC - PEC
Acórdão do Supremo Tribunal de Justiça n.º 13/2009 publicado no DR 216, I série, de 6 de Novembro
Durante o inquérito, o juiz de instrução
criminal pode determinar, a requerimento
do Ministério Público, elaborado nos termos
do n.º 7 do artigo 188.º do Código de
Processo Penal, a transcrição e junção aos
autos das conversações e comunicações
indispensáveis para fundamentar a futura
aplicação de medidas de coacção ou de
garantia patrimonial, à excepção do termo
de identidade e residência, não tendo aquele
requerimento de ser cumulativo com a
promoção para aplicação de uma medida de
coacção, mas devendo o Ministério Público
indicar nele a concreta medida que tenciona
vir a promover.
JURISPRUDÊNCIA
3BOLETIM BDO - DEZEMBRO 2009
RESOLUÇÕES ADMINISTRATIVAS
momento dessa facturização, são penhoráveis os créditos do aderente nos termos do artigo 224º
do CPPT; Assim sendo, são passíveis de penhora, os créditos que, até à data da notificação prevista
no artigo 224º do CPPT, ainda não tenham sido facturizados.
Neste contexto, podem-se verificar as seguintes situações:
i. O “Factor” efectua ao “Aderente” adiantamentos prévios ao vencimento dos créditos e à
recepcão das facturas. Neste caso é possível a penhora de créditos, nos termos do artigo
224º do CPPT, porquanto a cessão de créditos, porque dependente da entrega da facturação
ao cessionário, ainda não se concretizou. Notificado o devedor (cliente do cedente) deverá
este efectuar no prazo de 30 dias, contados da notificação ou da data de vencimento das
facturas, consoante o crédito esteja ou não vencido (als b) e c) do no 1 do artigo 224º do
CPPT), o depósito dos valores assim penhorados.
ii. O "Facto/' efectua o paqamento ao "Aderente" contra a recepção das facturas dos créditos
"cedidos". Estes créditos já não poderão ser objecto de penhora junto do devedor do cedente
(nos exactos termos em que ela se encontra prevista no artigo 224º do CPPT), pois com a
recepção da facturação pelo cessionário, seguida do seu pagamento, tem-se por verificada a
cessão de créditos. Estes encontram-se agora na esfera patrimonial do "Facto/'.
c. No caso de na sequência de uma notificação de penhora nos termos do artigo 224º, a entidade
devedora invocar a existência de um contrato de factoring, deve o órgão de execução fiscal apurar
se, à data daquela notificação, já a entidade aderente (cedente) tinha procedido à facturização dos
créditos junto do factor.
II - NOTIFICAÇÃO DE PENHORA JUNTO DA SOCIEDADE DE FACTORINQ
Neste caso, estes créditos já não poderão ser objecto de penhora junto do devedor do crédito cedido.
Contudo, nesta circunstancia, podemos afirmar que existe aqui um outro crédito. Um crédito que o
cedente detém sobre o cessionário (factor) e que é, também ele, susceptível de penhora nos termos do
artigo 224º do CPPT, devendo a notificação de penhora ser dirigida à sociedade de factoring, que fica
obrigada à entrega dos valores assim penhorados.
IRS - DESPESAS DE SAÚDE - APOIO PSICO-PEDAGÓGICO
Circular n.º 24 /2009, de 18 de Novembro de 2009 da Direcção de Serviços do IRS
Código do IRS - Artº. 82.º
A fim de esclarecer dúvidas suscitadas acerca da admissibilidade da dedução à colecta, a título de
despesas de saúde, dos encargos com o apoio psico-pedagógico prestado a portadores de Transtorno/
Distúrbio do Défice de Atenção e Hiperactividade e Dislexia, ao abrigo do artigo 82.º do Código do IRS
e à luz da doutrina veiculada pela Circular n.º 26/91, de 31 de Dezembro, divulga-se o entendimento
superiormente sancionado sobre a matéria – Despacho do SEAF n.º 1418/2009-XVII, de 14-10-2009.
Assim, as despesas relativas ao apoio prestado por psico-pedagogos, independentemente de profissional
ou formalmente estes se inserirem na área da saúde ou na da educação, a portadores de Transtorno/
Distúrbio do Défice de Atenção e Hiperactividade e Dislexia, desde que a necessidade desse apoio seja
justificada por relatório médico, são qualificadas como despesas de saúde para efeitos do artigo 82.º do
Código do IRS.
FEIRAS NACIONAIS
FEIRA INTERNACIONAL DE
LISBOA (FIL)
5 a 13 de Dezembro
NATALIS – Feira de Natal de Lisboa
FEIRA INTERNACIONAL DO
PORTO (EXPONOR)
4 a 6 de Dezembro
STOCKMARKET
10 a 13 de Dezembro
CONCURSO DE SALTOS INTERNACIONAL DO
PORTO - Concurso de Saltos Internacional do Porto
11 a 13 de Dezembro
EXPONOR AUTO - Exposição Automóvel
4 BOLETIM BDO - DEZEMBRO 2009
INFORMAÇÕES VINCULATIVASOBRIGAÇÕES FISCAIS
DEZEMBRO
Dia 10
IVA - REGIME NORMAL MENSAL
Entrega das declarações relativas às operações
efectuadas no mês de Outubro de 2009, no
exercício das respectivas actividades para os sujeitos
passivos enquadrados neste regime.
Dia 15
IRC – PAGAMENTO POR CONTA
Terceiro pagamento por conta.
SEGURANÇA SOCIAL
Pagamento das contribuições que se mostrem
devidas, com referência ao mês anterior.
Dia 21
IRS / IRC / IMPOSTO DO SELO
Pagamento das Retenções na Fonte de IRS/IRC e
Imposto do Selo, apuradas no mês anterior.
Dia 31
IUC
Data limite do pagamento do Imposto Único de
Circulação - IUC, relativo a veículos à data do
aniversário da matricula que ocorra no presente mês
(substitui os anteriores Imposto Municipal sobre
Veículos e os impostos de circulação e camionagem).
As pessoas singulares poderão solicitar a liquidação
em qualquer Serviço de Finanças.
Diploma: CIMI – Código do Imposto Municipal sobre Imóveis
Artigo: Nº 1 do artigo 15º do Decreto-Lei nº 287/2003, de 12 de Novembro
Assunto: Declaração modelo nº 1 do IMI
Processo: 312/2004, com despacho de concordância de Sua Excelência o Secretário de Estado dos
Assuntos Fiscais nº 1675/2004 – XV, de 16 de Julho de 2004
Os prédios urbanos objecto de contrato de locação financeira imobiliária, transferidos para a sociedade
incorporante em resultado de fusão por incorporação, só deverão ser avaliados nos termos do Código
do Imposto Municipal sobre Imóveis, por força do disposto no nº 1 do artigo 15º do Decreto-Lei nº
287/2003, de 12 de Novembro, quando os locatários exercerem o direito de opção de compra nos
termos dos respectivos contratos de locação.
Diploma: EBF
Artigo: 62.º, n.º 11 e 63.º
Assunto: Donativos em espécie.
Processo: 499/07, com despacho concordante do Director-Geral dos Impostos, de 2008-03-07.
Para efeitos fiscais, os donativos constituem entregas em dinheiro ou em espécie, concedidos, sem
contrapartidas que configurem obrigações de carácter pecuniário ou comercial, às entidades públicas
ou privadas, cuja actividade consista predominantemente na realização de iniciativas nas áreas social,
cultural, ambiental, desportiva ou educacional.
No âmbito do Estatuto dos Benefícios Fiscais (EBF), os donativos em espécie concedidos por pessoas
singulares têm o seguinte regime:
1. se se tratar de bens jurídico-económicos que integrem o património pessoal do doador, quer este
exerça ou não actividade tributada na categoria B do IRS, os donativos não têm relevância fiscal por
não estarem previstos no artigo 63.º do EBF;
2. se se tratar de bens afectos a actividade tributada na categoria B de acordo com as regras do
regime simplificado, poros custos da actividade não terem qualquer expressão na determinação do
rendimento tributável, os donativos não têm relevância fiscal;
3. caso os donativos revistam a forma de “prestações de serviços gratuitas”, mesmo que efectuadas
no âmbito de uma actividade profissional tributada (regime simplificado ou com base na
contabilidade), não têm relevância fiscal, quer por falta de previsão legal, quer por não poderem ser
quantificadas nos termos do n.º 11 do artigo 62.º do EBF;
4. caso se trate de donativos de bens afectos à actividade empresarial ou profissional de um sujeito
passivo da categoria B do IRS, com contabilidade organizada (existências ou imobilizado), cujo valor
fiscal possa ser apurado nos termos do n.º 11 do artigo 62.º do EBF, o respectivo benefício fiscal
reflectir-se-á numa dedução ao lucro tributável da actividade do sujeito passivo.
5BOLETIM BDO - DEZEMBRO 2009
SISTEMA DE NORMALIZAÇÃO CONTABILÍSTICAGESTÃO DE UMA MUDANÇA
INTRODUÇÃO
A implementação do Sistema de Normalização Contabilística (SNC) aplicável já em 1 de Janeiro de 2010 – que sucede ao Plano Oficial de Contabilidade (POC)
oriundo na sua versão original de 1977 e que resulta de um longo processo técnico e legislativo que não vamos aqui abordar - envolve no concreto a gestão
de uma importante mudança para as empresas em Portugal, com oportunidades e riscos e que em termos pragmáticos compreende, fundamentalmente, um
Processo de Transição face às alterações contabilísticas (contas individuais e contas consolidadas) e às alterações fiscais introduzidas pelo SNC, temas estes que
iremos prioritariamente abordar neste artigo.
PROCESSO DE TRANSIÇÃO
Em 13 de Julho de 2009 foram publicados os diplomas que aprovam o novo Sistema de Normalização Contabilística (SNC), substituindo o POC, e que
introduzem as alterações necessárias ao Código do IRC face ao SNC e às Normas Internacionais de Contabilidade (NIC/IFRS), que são aplicáveis às Empresas a
partir do primeiro exercício que se inicie em ou após 1 de Janeiro de 2010.
Enquadrando as exigências das Directivas Contabilísticas Comunitárias e uma progressiva aproximação às NIC/IFRS, o SNC introduz profundas alterações
ao actual POC, com novos Modelos de Demonstrações Financeiras, Códigos de Contas, Estrutura Conceptual, Normas Contabilísticas e de Relato Financeiro
(NCRF), NCRF – Pequenas Entidades e Normas Interpretativas (Portarias e Avisos já publicados em Setembro e Outubro de 2009).
Perante uma mudança tão crítica e com tantas implicações para as Empresas, importa criar as melhores condições para que o respectivo processo de transição
seja desde já assegurado por forma a que o SNC entre em funcionamento em 1 de Janeiro de 2010.
REFERENCIAIS CONTABILÍSTICOS E FISCAIS
Até 31/12/2009 A partir de 1/1/2010
Para efeitos contabilísticos
NIC/IFRS NIC/IFRS
POC SNCRegime Geral
Regime Pequenas Empresas
Para efeitos fiscais POCNIC/IFRS
SNC
PRINCIPAIS DATAS
1 Jan 2009Data de Transicção SNC
31 Dez 2009Data Comparativa SNC
31 Dez 2010Data de relato SNC
Contas POC (31 Dez 2008)Balanço de Abertura SNCReconciliação
POC vs SNC
Contas POCComparativos SNC
Reconciliação POC vs SNCContas SNC
O SNC entra em vigor já em 1 de Janeiro de 2010, data em que também entram em vigor as alterações ao Código do IRC (face ao SNC e às NIC/IFRS).
NIC/IFRS
Para além das Empresas que hoje apresentam contas POC e têm de transitar para o SNC, também as Entidades que apresentem contas NIC/IFRS mas que
tenham contabilidade em base POC, terão de transitar para uma contabilidade em base NIC/IFRS ou SNC, conforme as suas necessidades.
6 BOLETIM BDO - DEZEMBRO 2009
SISTEMA DE NORMALIZAÇÃO CONTABILÍSTICAGESTÃO DE UMA MUDANÇA (cont.)
PEDRO ALEIXO DIASSenior Partner / CEO BDO Portugal
FASES
Tendo por base a nossa profunda experiência
nos anteriores processos de transição para as
NIC/IFRS (obrigatório na União Europeia desde
2005 para determinadas Empresas), a BDO
desenvolveu uma metodologia específica que
contempla todo o Processo de Transição para o
SNC e em que acompanhamos as seguintes fases:
INTERVENÇÕES BDO
A BDO está preparada para acompanhar os
Processos de Transição dos seus Clientes, em três
diferentes níveis de intervenção, sendo decisivo
planear desde já as tarefas a desenvolver e
nomear as equipas de trabalho que irão assegurar
essa transição nos próximos meses por forma
a que o SNC entre em funcionamento em 1 de
Janeiro de 2010:
A QUEM SE APLICA O SNC?
• Sociedades abrangidas pelo Código das
Sociedades Comerciais
• Empresas individuais reguladas pelo Código
Comercial
• Estabelecimentos individuais de
responsabilidade limitada
• Empresas públicas
• Cooperativas
• Agrupamentos complementares de
empresas e agrupamentos de interesse
económico
• Entidades sem fins lucrativos sujeitas ao
POC (até publicação de normas específicas)
Diagnóstico Preparação Transição Futuro
Análise dos actuais princípios contabilísticos
Preparação de m plano de trabalhos detalhado
Apuramento e processamentos dos dados relevantes Transição completa
Análise do sistema de contabilidade
Preparação das ferramentas e documentos relevantes.
Desenvolvimento e implementação das soluções IT
Melhoria contínua aos processos
Análise dos novos requisitos contabilísticos e fiscais do SNC
Análise dos sistemas informáticos e processos envolvidos
Apresentação das Demonstrações Financeiras em SNC
Melhoria contínua aos sistemas de controlo
Desenvolvimento de um plano de Transição e de um diagrama temporal
Preparação de um draft das Demonstrações Financeiras em SNC, abertura e comparativos
Conversão dos dados dos períodos anteriores
Gestão do negócios numa base SNC
Análise impactos no negócio Mitigar impactos no negócio Testes
Preparação da Formação
Formação
Check-Up do Processo de Transição para o SNC
Na Fase de Preparação Na Fase de Execução
Diagnóstico BDO Monitorização BDO
• Análise dos principais impactos contabilísticos decorrentes da aplicação do SNC
• Análise das diferentes opções previstas nas NCRFs e respectivos impactos contabilísticos e fiscais
• Análise dos impactos organizacionais para o SNC• Criação do Plano de Transição para o SNC
• Supervisão do Projecto de Transição e acompanhamento das respectivas tarefas planeadas
• Check-up regular do Projecto de Transição (semanal, quinzenal, mensal).
Acompanhamento BDO
• Acompanhamento específico de determinadas tarefas do Projecto de Transição (Contabilidade, Fiscalidade, Procedimentos, Sistemas de Informação, Informática, etc.).
• Formação SNC (Workshops) adequada às necessidades específicas da Empresa.
REGIME DE PEQUENAS ENTIDADES
Existe um regime simplificado para Entidades
que não ultrapassem dois dos três limites
seguintes: total do balanço de € 500 000; total
das vendas líquidas e outros rendimentos de € 1
000 000; média do número de trabalhadores de
20. Existem excepções de aplicação do regime
simplificado.
EXCEPÇÃO DE APLICAÇÃO
• Entidades com valores mobiliários admitidos
à negociação num mercado regulamentado
(contas consolidadas e individuais
obrigatoriamente em NIC/IFRS).
• Entidades sujeitas à supervisão do Banco
de Portugal e do Instituto de Seguros de
Portugal.
OPÇÃO POR NÃO APLICAÇÃO
• Entidades que optem pelas NIC/IFRS nas
contas consolidadas.
• Entidades incluídas na consolidação das
entidades anteriormente referidas e optem
pela aplicação das NIC/IFRS nas contas
individuais.
DISPENSA DE APLICAÇÃO
• Pessoas que exercendo a título individual
qualquer actividade comercial, industrial ou
agrícola, não realizem na médias dos últimos
três anos um volume de negócios superior a
€ 150 000.
7BOLETIM BDO - DEZEMBRO 2009
SISTEMA DE NORMALIZAÇÃO CONTABILÍSTICAPRINCIPAIS ALTERAÇÕES CONTABILÍSTICAS – ASPECTOS GERAIS
ESTRUTURA CONCEPTUAL - DEFINIÇÕES
Activo: É um recurso controlado pela entidade
como resultado de acontecimentos passados
e do qual se espera que fluam para a entidade
benefícios económicos futuros. Os benefícios
económicos futuros incorporados num
activo são o potencial de contribuir, directa
ou indirectamente, para o fluxo de caixa e
equivalentes de caixa para a entidade.
Passivo: É uma obrigação presente da entidade
proveniente de acontecimentos passados, da
liquidação da qual se espera que resulte um
exfluxo de recursos da entidade incorporando
benefícios económicos.
Capital Próprio: É o interesse residual nos activos
da entidade depois de deduzir todos os seus
passivos.
Rendimentos: São aumentos nos benefícios
económicos durante o período contabilístico
na forma de influxos ou aumentos de activos
ou diminuições de passivos que resultem em
aumentos no capital próprio, que não sejam
os relacionados com as contribuições dos
participantes no capital próprio.
Gastos: São diminuições nos benefícios
económicos durante o período contabilístico na
forma de exfluxos ou deperecimentos de activos
ou na incorrência de passivos que resultem em
diminuições do capital próprio, que não sejam as
relacionadas com distribuições aos participantes
no capital próprio.
DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS
As entidades sujeitas ao Regime Geral do
SNC são obrigadas a apresentar as seguintes
demonstrações financeiras: Balanço;
Demonstração dos Resultados por Naturezas;
Demonstração das Alterações no Capital Próprio;
Demonstração dos Fluxos de Caixa pelo método
directo; e Anexo. Adicionalmente, pode ser
apresentada uma demonstração dos resultados
por funções.
Recordamos que no Regime POC o conceito
de demonstrações financeiras incluía: Balanço;
Demonstração dos Resultados por Naturezas;
Demonstração dos Resultados por Funções;
Anexo ao Balanço e à Demonstração dos
Resultados; e Demonstração dos Fluxos de
Caixa e respectivo Anexo. A obrigatoriedade de
apresentação da Demonstração dos Resultados
por Funções e da Demonstração dos Fluxos
de Caixa não se aplicava às entidades que não
ultrapassassem, no período de um exercício, dois
dos limites indicados no n.º 2 do artigo 262.º do
Código das Sociedades Comerciais.
No âmbito do SNC, uma entidade deve
apresentar activos correntes e não correntes
e passivos correntes e não correntes, como
classificações separadas na face do Balanço.
Um activo deve ser classificado como corrente
quando satisfizer qualquer dos seguintes critérios:
espera-se que seja realizado, ou pretende-se
que seja vendido ou consumido, no decurso
normal do ciclo operacional da entidade; esteja
detido essencialmente para a finalidade de ser
negociado; espera-se que seja realizado num
período até doze meses após a data do balanço;
e é caixa ou equivalente de caixa. Todos os
outros activos devem ser classificados como
não correntes. Um passivo deve ser classificado
como corrente quando satisfizer qualquer um dos
seguintes critérios: se espere que seja liquidado
durante o ciclo operacional normal da entidade;
esteja detido essencialmente para a finalidade de
ser negociado; deva ser liquidado num período
até doze meses após a data do balanço; e a
entidade não tenha um direito incondicional de
diferir a liquidação do passivo durante pelo menos
doze meses após a data do balanço. Todos os
outros passivos devem ser classificados como não
correntes.
OUTRAS NOVIDADES DO SNC FACE AO POC
O SNC veio ainda introduzir um conjunto muito
significativo de outras novidades face ao POC,
das quais destacamos: aprofundamento das
divulgações sobre partes relacionadas; alterações
significativas no reconhecimento de activos
intangíveis; novos conceitos, como por exemplo
activos não correntes detidos para venda,
propriedades de investimento, imparidade de
activos e instrumentos financeiros; a possibilidade
de capitalização de custos de empréstimos
obtidos a activos que se qualifiquem (i.e., que
levem necessariamente um período substancial
de tempo para ficarem prontos para o uso
pretendido ou para venda); a não amortização
do goodwill resultante de concentrações de
actividades empresariais e a obrigação de
testá-lo anualmente quanto a imparidade; a
valorização pelo justo valor; a inclusão no custo
dos inventários de outros custos não industriais
(até ao ponto em que estes sejam incorridos
para os colocar no seu local e na sua condição
actuais); a não permissão de utilização do LIFO
como método de custeio para as saídas de
inventários; nas provisões, a obrigatoriedade de
desconto dos respectivos dispêndios quando o
efeito do valor temporal do dinheiro é material;
a introdução de uma norma sobre benefícios dos
empregados (POC: apenas benefícios de reforma);
apresentação dos subsídios relacionados com
activos no capital próprio.
RUI LOURENÇO HELENASenior Manager BDO Portugal / Especialista em IFRS/NIC, POC e SNC
8 BOLETIM BDO - DEZEMBRO 2009
SISTEMA DE NORMALIZAÇÃO CONTABILÍSTICAPRINCIPAIS ALTERAÇÕES CONTABILÍSTICAS – GRUPOS
O SNC, embora norteado pelas NIC/IFRS,
mantém a distinção entre demonstrações
financeiras individuais e demonstrações
financeiras consolidadas.
TRATAMENTO DAS SUBSIDIÁRIAS
Nas demonstrações financeiras individuais
de uma empresa-mãe, a valorização quer
dos investimentos em subsidiárias (entidade
controlada), quer em associadas (influência
significativa) deve ser efectuada de acordo com o
método de equivalência patrimonial.
O método do custo só é permitido quando se
verifiquem restrições severas e duradouras que
prejudiquem significativamente a capacidade de
transferência de fundos para a empresa detentora.
Nas demonstrações financeiras consolidadas
são aplicados os procedimentos de consolidação
às subsidiárias, sendo utilizado o método de
equivalência patrimonial no tratamento das
associadas.
O MÉTODO DE EQUIVALÊNCIA
PATRIMONIAL
O método de equivalência patrimonial mantém
o conceito geral, sendo no entanto de realçar as
seguintes regras na sua aplicação:
• A parte de um grupo numa associada é o
agregado das partes detidas nessa associada
pela empresa-mãe e suas subsidiárias (em
contas individuais e consolidadas).
• Às demonstrações financeiras da associada
(consolidadas caso existam) devem ser feitos
os ajustamentos necessários para garantir a
uniformidade das políticas contabilísticas.
• Os resultados provenientes de transacções
«ascendentes» (vendas de uma associada à
empresa-mãe) e «descendentes» (vendas
da empresa-mãe a uma associada) entre
um investidor (incluindo as suas subsidiárias
consolidadas) devem ser eliminados na parte
do investidor nos resultados da associada
(mesmo nas demonstrações financeiras
individuais).
• Numa aquisição deve ser dado o tratamento
adiante referido sobre as concentrações
de actividades empresariais, o que significa
que qualquer Goodwill reconhecido
tem por base o justo valor líquido dos
activos, passivos e passivos contingentes
identificáveis da associada e deve ser testado
por imparidade, bem como, anualmente
devem ser feitos ajustamentos para
contabilizar, por exemplo, a depreciação dos
activos baseada nos seus justos valores à
data da aquisição.
CONCENTRAÇÃO DE ACTIVIDADES
EMPRESARIAIS (CAE)
No SNC a Concentração de Actividades
Empresariais (CAE) é definida como “a junção de
entidades ou actividades empresariais separadas
numa única entidade que relata”.
Os exemplos mais comuns de CAE são a aquisição
de capital de uma entidade, a fusão, a aquisição
de áreas de negócio e o relato em contas
consolidadas.
Como vimos é também aplicada na contabilização
de aquisições de associadas.
Uma CAE é contabilizada sempre pelo método da
compra o que envolve:
• Adquirente
Identificação da adquirente: A adquirente
é a que obtém controlo das actividades
concentradas.
Existindo emissão de capital próprio, poderá
não ser a emitente a entidade adquirida.
Neste caso, o justo valor das entidades e
a capacidade de gestão ajudarão a definir
quem efectivamente fica com o controlo
da entidade concentrada e, portanto, é a
adquirente.
• Custo da concentração
Mensurar o custo da concentração: A
aquisição poderá envolver fluxos monetários
cedidos, mas também activos cedidos,
passivos incorridos ou assumidos e
instrumentos de capital próprio emitidos.
O custo da aquisição deverá ser mensurado
ao justo valor na data de troca (data de
cada transacção que poderá diferir da data
em que se obtém controlo se for feita por
partes).
São dadas directrizes para apurar esse justo
valor, destacando-se: (i) se a liquidação
for diferida deverá ser feito o respectivo
desconto para data de troca; (ii) o preço de
cotação bolsista é a melhor prova do justo
valor; (iii) o custo da CAE não deve incluir
futuras perdas ou custos que se espera
incorrer em resultado da CAE, custos que
não possam ser imputados directamente à
CAE e custos de angariar passivos financeiros
ou de emitir instrumentos de capital próprio;
e (iv) se custo da CAE estiver dependente
de futuros acontecimentos (por exemplo,
um pagamento apenas ocorrer se o EBITDA
atingir um determinado valor) deverá ser
valorizado esse custo se provável e puder ser
mensurado com fiabilidade.
• Intangíveis
Reconhecer os activos, passivos e passivos
contingentes identificáveis da adquirida:
Neste âmbito especial atenção deve ser
dada a activos intangíveis que no âmbito
da NCRF 6 não são reconhecidos nas
demonstrações da adquirida mas devem
ser na CAE (exemplo de marcas, carteira de
clientes, contratos com clientes).
Os passivos por redução da actividade só são
reconhecidos se à data de aquisição existir
passivo por reestruturação
• Justo valor
Mensurar esses activos e passivos: A
mensuração deve ser feita ao justo valor,
com excepção dos activos não correntes
detidos para venda e unidades operacionais
descontinuadas que são mensuradas ao
justo valor menos custos de vender.
Compreende-se assim a importância de
definir quem é a adquirente.
Na CAE os activos e passivos da adquirida
são os reconhecidos nas suas demonstrações
financeiras conforme valorização
requerida pelas NCRF, enquanto que os da
adquirente poderão não só incluir outros
que não possam ser reconhecidos nas suas
9BOLETIM BDO - DEZEMBRO 2009
SISTEMA DE NORMALIZAÇÃO CONTABILÍSTICAPRINCIPAIS ALTERAÇÕES CONTABILÍSTICAS – GRUPOS (cont.)
CRISTINA SOUSA DIASSenior Manager BDO Portugal / Especialista em Consolidação IFRS/NIC, POC e SNC
demonstrações financeiras, como ainda
todos os adquiridos deverão ser mensurados
ao justo valor.
• Diferença
Tratar diferença entre custo da CAE e
interesse da adquirente no justo valor
líquido desses activos e passivos: Se a
diferença for positiva, reconhece-se o
Goodwill que corresponde a benefícios
económicos (Good…) futuros (…will)
resultantes de activos que não são capazes
de ser individualmente identificados e
separadamente reconhecidos.
O Goodwill não é amortizado mas testado
anualmente por imparidade.
Se a diferença for negativa a norma requer
que se reavalie o processo de identificação e
mensuração dos activos, passivos e passivos
contingentes identificáveis da adquirida,
findo o qual, se a diferença permanecer
reconhece-se o excesso em resultados.
Deixa assim de haver o conceito de Badwill e
passa a haver de ganho na compra.
A lógica é de que se todos os activos e
passivos são registados ao justo valor e se
são reconhecidos os passivos contingentes,
qualquer diferença negativa, não se trata
de prejuízos económicos (Bad…) futuros (...
will), mas de uma boa compra, pelo que se
regista um ganho na data da CAE.
• Grandes alterações
No que respeita ao consolidado, esta norma
vem introduzir grandes alterações em
relação ao preconizado no POC, o qual não
só privilegiava os valores contabilísticos
(e não os justos valores), como ainda
amortizava o Goodwill e registava em
capitais próprios o ganho da compra.
A Directriz Contabilística 1 que no
POC enquadrava as restantes CAE
(nomeadamente fusões), já preconizava
o justo valor (embora sem referências a
activos intangíveis e passivos contingentes),
mas a diferença negativa tinha dois
tratamentos possíveis, ou repartida
pelos activos não monetários individuais
adquiridos ou registada como proveito
diferido e imputada a resultados numa base
sistemática.
CONSOLIDAÇÃO
O Decreto-Lei nº 158/2009, de 13 de Julho, vem
definir quais as entidades que devem elaborar
contas consolidadas e quais são dispensadas, bem
como quais as entidades que devem ser incluídas
e as que podem ser excluídas da consolidação.
A NCRF 15 respeita ao tratamento de
investimentos em subsidiárias e consolidação.
Não existem diferenças significativas face ao
regime POC, sendo apenas de salientar que no
POC as subsidiárias detidas para venda podem ser
excluídas da consolidação e no SNC devem ser
incluídas embora remetendo para a NCRF 8.
O Quadro de Referência Estratégico Nacional
(QREN), em vigor desde 2007 e até 2013, constitui
o enquadramento para a aplicação da política
comunitária de coesão económica e social em
Portugal.
A BDO presta apoio na preparação de candidaturas
a programas de incentivos, no âmbito de:
• Identificação do incentivo susceptível de
candidatura.
• Análise da viabilidade económica e financeira
dos projectos.
• Elaboração dos dossiers de candidatura e
posterior acompanhamento nas fases de pré
e pós concessão do incentivo, apoiando as
empresas na gestão e controlo dos projectos.
QRENQuadro de Referência Estratégico Nacional
SAIBA MAIS Em www.bdo.pt/publicacoes/boletins-bdo/2009/qren
10 BOLETIM BDO - DEZEMBRO 2009
Com a aprovação do Sistema de Normalização
Contabilística pelo Decreto-Lei nº 158/2009, de
13 de Julho, procedeu-se igualmente à alteração
do Código do IRC, pelo Decreto-Lei nº 159/2009,
de 13 de Julho, por forma a adaptar as regras
de determinação do lucro tributável às regras
decorrentes do novo normativo contabilístico.
O presente documento resume os aspectos
fiscais mais importantes constantes deste último
diploma, com entrada em vigor a partir de 1 de
Janeiro de 2010.
MODELO DO JUSTO VALOR
Passa a concorrer para a formação do lucro
tributável a aplicação do modelo do justo valor
em instrumentos financeiros, cuja contrapartida
seja reconhecida através de resultados, mas
apenas nos casos em que a fiabilidade da
determinação do justo valor esteja em princípio
assegurada. Assim, excluem-se os instrumentos
de capital próprio que não tenham um preço
formado num mercado regulamentado. Além
disso, manteve-se a aplicação do princípio da
realização relativamente aos instrumentos
financeiros mensurados ao justo valor cuja
contrapartida seja reconhecida em capitais
próprios, bem como às partes de capital que
correspondam a mais de 5 % do capital social,
ainda que reconhecidas pelo justo valor através
de resultados. Aceita-se, igualmente, a aplicação
desse modelo na valorização dos activos
biológicos consumíveis que não respeitem a
explorações silvícolas plurianuais, bem como nos
produtos agrícolas colhidos de activos biológicos
no momento da colheita.
MODELO DO CUSTO AMORTIZADO
Passa a ser aceite o modelo do custo amortizado
para apuramento dos rendimentos ou gastos
decorrentes da aplicação da taxa de juro efectiva,
excepto quanto a vendas e prestações de
serviços, as quais continuam a ser consideradas
na determinação do lucro tributável pelo valor
nominal da contraprestação recebida, evitando,
assim, o diferimento inerente à consideração do
efeito financeiro. Com a aceitação, para efeitos
fiscais, deste modelo elimina-se a obrigação de
diferimento em partes iguais por um período
mínimo de três anos das despesas com emissão
de obrigações, prevista no Decreto Regulamentar
2/90, de 12 de Janeiro.
CONTRATOS DE CONSTRUÇÃO
O apuramento dos resultados nos contratos
de construção passa obrigatoriamente a ser
efectuado segundo o método da percentagem de
acabamento.
BENEFÍCIOS DOS EMPREGADOS
No que respeita aos pagamentos com base em
acções a trabalhadores e membros dos órgãos
estatutários, o respectivo gasto apenas concorre
para a formação do lucro tributável no período
de tributação em que os respectivos direitos ou
opções sejam exercidos, pelas quantias liquidadas
ou pela diferença entre o valor dos instrumentos
de capital próprio atribuídos e o respectivo preço
de exercício pago.
Os gastos relativos a remunerações atribuídas
a título de participação nos lucros passam a
concorrer para a formação do lucro tributável
no período de tributação a que respeita o lucro,
desde que sejam pagas até ao final do período de
tributação seguinte.
INVENTÁRIOS
Os custos dos empréstimos obtidos passam a ser
incluídos no custo de aquisição ou de produção
dos inventários que requererem um período
superior a um ano para atingirem a sua condição
de venda. Aceita-se, ainda, o valor realizável
líquido, para efeitos do cálculo do ajustamento
dos inventários, entendendo-se como tal o
preço de venda estimado no decurso normal da
actividade, deduzido dos custos necessários de
acabamento e venda.
REGIME DAS DEPRECIAÇÕES E
AMORTIZAÇÕES
Mantêm-se as características essenciais do
regime anterior, adaptando-se apenas a definição
do respectivo âmbito de aplicação à nova
terminologia contabilística, incluindo-se nos
elementos do activo sujeitos a deperecimento
os activos fixos tangíveis, os activos intangíveis
e as propriedades de investimento que sejam
contabilizadas ao custo histórico. As despesas de
investigação passam a ser sempre contabilizadas
como gastos no período em que sejam
suportadas.
REGIME DAS MAIS-VALIAS E MENOS-VALIAS
FISCAIS
Identificam-se como activos abrangidos pelo
regime das mais-valias e menos-valias fiscais os
activos fixos tangíveis, os activos intangíveis, as
propriedades de investimento, os instrumentos
financeiros, com excepção daqueles em que
os ajustamentos decorrentes da aplicação do
justo valor concorrem para a formação do lucro
tributável no período de tributação, e ainda os
activos biológicos que não sejam consumíveis.
Foi, ainda, adaptado o regime do reinvestimento
dos valores de realização, o qual passa a abranger
as propriedades de investimento.
PERDAS POR IMPARIDADE
Atendendo às dificuldades de controlo, quer da
razoabilidade da decisão de reconhecimento da
imparidade quer da respectiva quantificação,
apenas são fiscalmente dedutíveis, anteriormente
à efectiva realização, as perdas por imparidade
em créditos, bem como as que consistam em
desvalorizações excepcionais verificadas em
activos fixos tangíveis, activos biológicos não
consumíveis e propriedades de investimento,
provenientes de causas anormais devidamente
comprovadas.
PROVISÕES
Concorrem para a formação do lucro tributável
as provisões relativas a garantias a clientes
previstas em contratos de venda e de prestações
de serviços, cujo limite resulta da proporção
entre os encargos derivados de garantias a
clientes efectivamente suportados nos últimos
três períodos de tributação e a soma das vendas
e prestações de serviços sujeitas a garantia
efectuadas nos mesmos períodos.
SISTEMA DE NORMALIZAÇÃO CONTABILÍSTICAPRINCIPAIS ALTERAÇÕES FISCAIS
11BOLETIM BDO - DEZEMBRO 2009
SISTEMA DE NORMALIZAÇÃO CONTABILÍSTICAPRINCIPAIS ALTERAÇÕES FISCAIS (cont.)
PAULO FONSECA OLIVEIRAAssistant Manager BDO Portugal / Especialista em Fiscalidade IFRS/NIC, POC e SNC
CRÉDITOS INCOBRÁVEIS
Passam a ser dedutíveis como gastos ou perdas
do período de tributação os créditos incobráveis
em resultado de procedimento extrajudicial
de conciliação para viabilização de empresas
em situação de insolvência ou em situação
económica difícil mediado pelo Instituto de
Apoio às Pequenas e Médias Empresas e ao
Investimento (IAPMEI).
FUNDOS DE PENSÕES
As contribuições suplementares para fundos de
pensões e equiparáveis destinadas à cobertura
de responsabilidades com benefícios de reforma
que resultem da aplicação do novo normativo
contabilístico passam a ser dedutíveis como gasto
no próprio período de tributação e nos quatros
períodos de tributação seguintes, sem qualquer
limite.
FUSÕES, CISÕES E ENTRADAS DE ACTIVOS
A aplicação do regime especial de neutralidade
fiscal aplicável às fusões, cisões e entradas de
activos deixa de estar dependente de condições
exigidas quanto à contabilização dos elementos
patrimoniais transferidos e, no caso de haver
correcções ao valor de transmissão de direitos
reais sobre bens imóveis, deixa de ser exigido
ao adquirente desses direitos a respectiva
contabilização pelo valor patrimonial tributário
definitivo para que o mesmo seja considerado
para efeitos de determinação de qualquer
resultado tributável em IRC.
VERDADEIRO OU FALSO
Nas últimas semanas têm vindo a público
determinadas posições e tendências que importa
esclarecer por forma a que os Processos de
Transição para o SNC sejam implementados pelas
Empresas com realismo e sem sobressaltos:
A TRANSIÇÃO PARA O SNC FICA RESOLVIDA
PELA CONVERSÃO INFORMÁTICA DAS
CONTAS POC PARA CONTAS SNC EM
31DEZ09 VS 01JAN10 – FALSO
Se é importante assegurar uma conversão rápida
das contas POC para SNC em 31dez09 vs 01jan10
para evitar rupturas de informação – onde a
intervenção informática é decisiva – a realidade
é que a transição para o SNC não se esgota
numa mera conversão de apresentação das
contas POC vs SNC. Com efeito, existem muitas
alterações na valorimetria (independentemente
das contas, os saldos vão variar) e no
reconhecimento (determinadas operações
deixam de ser contabilizadas e outras passam
a ser contabilizadas, de forma diferente POC vs
SNC). Por outro lado, a transição na verdade é
iniciada em 01jan09, data onde os ajustamentos
de transição POC vs SNC são reconhecidos no
balanço de abertura SNC.
AS EMPRESAS ESTÃO PREPARADAS PARA A
TRANSIÇÃO SNC – FALSO
Se é verdade que tem havido um grande
esforço de formação por parte de muitos
dos preparadores da informação financeira, a
realidade é que nem todas as Empresas têm já
em curso os seus Processos de Transição para
o SNC, com grupos de trabalho ou equipas
multidisciplinares dedicadas a identificar
impactos, definir acções, datas e recursos, por
forma a que o SNC entre em funcionamento em 1
de Janeiro de 2010.
O SNC ASSENTA MAIS EM PRINCÍPIOS
ENQUANTO OS POC SE BASEIA MAIS EM
REGRAS – FALSO
Esta é uma discussão de pouca utilidade que já
vem da comparação das NIC/IFRS (alegadamente
mais principles based) com os US GAAP
(claramente mais rules based). A realidade é que
não há princípios sem regras e por isso assistimos
às NIC/IFRS cada vez mais extensas e com mais
guidance e interpretações.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Com base na experiência que retiramos, por
exemplo, da introdução da consolidação de
contas (1989), do Euro (1999-2001), do Ano 2000
e das NIC/IFRS (2005), estamos em crer que o
Processo de Transição para o SNC resultará bem
em termos de implementação se for encarado
como a gestão de uma mudança que deve
envolver todas as partes que contribuem para a
produção e utilização da informação financeira
em cada Empresa, avaliando responsável e
atempadamente impactos, acções, timings e
recursos.
O SISTEMA DE NORMALIZAÇÃO CONTABILÍSTICAna óptica da Comissãode Normalização Contabilística (CNC)
CONFERÊNCIA
15 de Dezembro de 2009
Auditório da Direcção de Finanças de Lisboa
Parque das Nações, Alameda
dos Oceanos, Lote 1.06.1.2 Lisboa
SAIBA MAIS Em www.bdo.pt/noticias/eventos
CONTACTOSObtenha mais informações em [email protected] ou Lisboa +351 217 990 420, Porto +351 226 166 140, Faro +351 289 880 820, Funchal +351 291 213 370.
www.bdo.pt
A BDO internacional é uma rede mundial de firmas de auditoria e consultoria denominadas BDO Member Firms. Cada BDO Member Firm é uma entidade juridicamente independente no seu próprio país. A rede é coordenada pela BDO Global Coordination B.V., constituída na Holanda, com sede em Eindhoven, ali registada, sob o número 33205251, e com escritório no Boulevard de la Woluwe 60, 1200, Bruxelas, Bélgica, onde funciona o International Executive Office.
12 BOLETIM BDO - NOV 2009
NOTÍCIAS DA BDO
SEMINÁRIO - NOVO CÓDIGO CONTRIBUTIVO DA SEGURANÇA SOCIAL - INOVAÇÕES 2010
Organizados pela Divisão de Tax da nossa
firma, BDO & Associados, decorreram
com grande sucesso e elevada participação, os
Seminários subordinados ao tema em epígrafe,
que decorreram em Lisboa, no passado dia 20 de
Novembro e no Porto, no dia 27 de Novembro.
PARCERIA BDO – EBAN
A Dra. Cristina Dias, responsável pelo
Departamento de Corporate Finance da
BDO Portugal, apresentou, em Estocolmo, no
Congresso da EBAN, o survey de 2009 sobre os
incentivos fiscais e fundos de co-investimento
relativos às actividades dos Business Angels.
Isto no âmbito de um contrato de cooperação
assinado entre a BDO Portugal e a EBAN –
European Trade Association for Business Angels,
Seed Funds and Other Early Stage Market Players
(www.eban.org), para o desenvolvimento de
surveys anuais sobre incentivos às actividades dos
Business Angels.
CONFERÊNCIA INTERNACIONAL DO CORPORATE FINANCE
Realizou-se no Hotel Sheraton Lisboa, nos dias
23 e 24 de Novembro, mais uma conferência
internacional do Corporate Finance da BDO com
56 partners e managers da BDO de 26 países.
A forma como decorreu a conferência mereceu
os maiores elogios por parte de todos quantos
estiveram em Lisboa.
CONSELHO GERAL E COMISSÃO EXECUTIVA DA CNC
O senior partner da nossa firma, Pedro Aleixo
Dias, passou a fazer parte, a partir de 12
de Novembro passado, da Comissão Executiva
da Comissão de Normalização Contabilística
que tem como objectivo a emissão de normas
contabilísticas e o estabelecimento de
procedimentos contabilísticos harmonizados com
as normas comunitárias e internacionais. (www.
cnc.min-financas.pt)
BDO INTERNATIONAL – NOVAS FIRMAS
A BDO International anunciou a constituição
de duas novas firmas: uma em África, que
engloba Uganda, Quénia e Tânzania e outra ainda
nas Caraíbas, que compreende Santa Lúcia e São
Vicente.
PRÉMIO AMIGO DO HÓQUEI ATRIBUÍDO À BDO
A BDO Portugal foi distinguida com o prémio
Amigo do Hóquei em Campo, atribuído pela
Federação Portuguesa de Hóquei. A cerimónia de
entrega do Prémio ocorreu no passado dia 7 de
Novembro, em Santa Maria de Lamas, tendo a
nossa firma sido representada pelo sénior partner
Dr. Paulo Sousa Ferreira, do escritório do Porto.