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Deyvson Natanael dos Santos LIMA ¹
Andrezza Karla de Oliveira SILVA ²
Kétcia Ferreira de SANTANA ³
Universidade Federal de Pernambuco-UFPE
Avaliação dos impactos ambientais na microbacia do rio Arroio Desterro, Abreu e
Lima-Pernambuco
1. INTRODUÇÃO
A água é uma problemática, em todos os países, o Brasil, é um país privilegiado,
pois se encontra a maioria da água superficial, 12% de toda água doce superficial do
mundo, além de encontrar-se a maior parte, do maior aqüífero do mundo, aqüífero
guarani (ANA, 2014). Também esta a maior parte, do maior rio do mundo, rio
Amazonas. O país mesmo sendo o que mais tem água doce superficial do mundo, a
grande problemática, é a distribuição regional, e qualidade desta água. ANA coloca que
a distribuição desta água é desigual, pois o nordeste Brasileiro encontra-se com uma má
distribuição, além de ter vários problemas decorrentes da poluição urbana, e industrial, e
na área rural decorrente da irrigação incorreta, que prejudica o solo, e em locais que
utiliza agrotóxico, “arrasta”, estas toxinas para os aqüíferos e rios próximos.
ANA estudou a qualidade da água nas áreas urbanas, este estudo, foi verificado
que 32% das águas estão ruins, para o consumo, e 30%, regular, e apenas 2% esta em
ótimo estado.
Em Pernambuco, existem 14 bacias, e 9 pequenas bacias de Rios Interiores e 6
pequenas bacias de Rios Litorâneos (APAC-PE), sendo dividido em rios perenes, mais
para o litoral e zona da mata, e intermitente, no sertão e agreste.
Segundo o órgão não governamental, SOS mata Atlântica, o rio Capibaribe
encontra-se ruim, pois este rio passa pelas principais cidades de Pernambuco, e em sua
maioria cidades media, um exemplo é o derramamento de tinta de tecido no rio, nas
partes que passam pelas cidades de Santa Cruz do Capibaribe, e Toritama. Nas cidades
medias e no Recife, as redes coletora de esgoto, estão obstruídas, o tratamento do lixo é
ineficaz, e o ecossistema sofre a cada dia nessas condições
A maioria dos municípios de Pernambuco, Não tem saneamento básico, segundo
o Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS), Pernambuco é o pior
estado em relação ao saneamento básico do nordeste.
No município de Abreu e Lima encontra-se o rio Timbó, uma bacia pertencente
ao grupo das pequenas bacias litorâneas, especificamente o grupo (GL1), que também
tem outras bacias importantes para o abastecimento urbano do grande Recife.
O rio Timbó é um ecossistema estuarino, que fica nos municípios de Abreu e
Lima, Paulista, e Igarassu. Este ambiente encontra-se muito prejudicado pela poluição
urbana, especificamente industrial, pois a maioria dos afluentes deste rio passa por áreas
indústrias. Um dos afluentes é o rio Arroio Desterro, será o rio que este presente artigo
estudará.
2. OBJETIVO
O presente trabalho buscou avaliar os impactos ambientais causados pela
poluição no rio Arroio Desterro, Abreu e Lima, Pernambuco, tendo como forma de
análise a identificação da gênese das fontes poluidoras.
3. LOCALIZAÇÃO DA ÁREA TRABALHADA:
A área de estudo fica no município de Abreu e Lima, que é o Rio Arroio
Desterro (figura 01), um dos afluentis da bacia do Rio Timbó, este rio nasce no proprio
município de Abreu e Lima, na área rural, e passa pela área urbana, que fica no bairro
de Desterro, até desaguar no rio Timbó, como é visto na figura abaixo. Este rio é um rio
Perene (sempre tem água em seu leito), estando enserido em um clima As’ (koppen),
que é ( tropical, com verão seco), no Croqui, pode ser visto em azul claro, o rio Arroio
Desterro, e os oitos pontos, onde foram trabalhados neste presente estudo. Além da
localização da cidade de Abreu e Lima, e o Rio Timbó.
Está figura, (figura 02) abaixo, está à localização dos pontos estudados, mas
detalhadamente, é visto que todos os pontos então em área construída, as áreas negras
no Croqui, é os locais que atualmente está muito modificado, e que esta acarretando
diversos problemas ambientais, como será descrito no decorrer do trabalho.
4. METODOLOGIA
Para a realização deste trabalho foi utilizado o modelo de listagem (Checklist) de
impactos ambientais. O método visou a locação de indicadores associados ao peso do
impacto (Pi); a nota de efeito (Ne) e a classificação dos impactos (C), o resultado da
classificação dos impactos foi fornecida pela multiplicação de Pi x Ne. O peso do
impacto variado entre baixo (1), médio (3) e elevado (5). A nota de efeito também varia
nos mesmos parâmetros do peso do impacto, porém neste foi aferido, se o efeito é
positivo ou negativo. Tal fato foi determinante para saber a natureza do impacto por
meio de sua classificação como positiva ou negativa. A classificação dos impactos foi
baseada na relação entre o Pi e Ne, sendo subdivido em pequeno 1 a 3 (+ ou -);
moderado 3 a 9 (+ ou -); elevado 15 a 25 (+ ou -). Foram selecionadas quatro
indicadores para avaliação ambiental do rio Arroio Desterro: cor e odor da água,
canalização de esgoto, estrutura de saneamento e residuos sólidos. Em cada ponto do rio
Arroio Desterro se aplicou o modelo do checklist,
Foram selecionados oito pontos com muitas problematicas, e em loco, verificou-
se estes indicadores, além de utilizar o GPS para georreferenciar, os pontos estudados.
A frente ancontra-se uma tabela (tabela 01) que foi obtido, pelo modelo
Checklist, as notas foram colocado apartir da verificação do pontos anteriormente
mencionado.
TABELA 01: CHECKLIST, DO RIO ARROIO DESTERRO
Pontos estudados Pontos no GPS Peço de impacto (Pi)
Nota de efeito (Ne)
Classificação de impacto
1º Rua Dr. Walter Belian perto da comunidade “sovaco” das cobras.
7°53’39.3”S 34°54’39.4”O
3 * 3 9 Moderado
2º Rua Boa Sorte, perto da associação dos moradores
7°53’31.8”S 34°54’39.2”O
3 * 4 12 Moderado a Elevado
3º Rua Tejipió, parte do rio principal.
7°53’26.7”S 34°54’37.4”O
5 * 4 12 Moderado a Elevado
4º Entrada de Santa Luzia
7°53’19.3”S 34°54’32.8”O
5 * 4 12 Moderado a Elevado
5º Entrada de Abreu e Lima sentido Recife próximo a UPAE
7°53’9.8”S 34°54’16.3”O
5 * 5 25 Elevado
6º Quinta travessa da Rua Tejipió
7°53’23.6”S 34°54’46.6”O
3 * 4 12 Moderado a Elevado
7º Rua Tejipió, próximo ao Texas Bar. Começo da rua.
7°53’20.4”S 34°54’19.6”O
5 * 4 20 Elevado
8º Rua Doutor Walter Belian, próximo à Celpe.
7°53’35.1”S 34°54’22.2”O
5 * 4 20 Elevado
Foi feito também um geral do trabalho (Tabela 02), onde mostra os quatros
pontos verificado e da um resultado sobre estes pontos.
TABELA 02: GERAL DA ÁREA TRABALHADA
Pontos verificados
Canalização de Esgoto estrutura de saneamento e residuos sólidos
Cor Odor
1º ponto Esgoto doméstico todo no Rio Não tem Mediano Médio 2º ponto Esgoto doméstico todo no Rio Não tem Mediano Médio
3º ponto Esgoto doméstico todo no Rio Não tem Ruim Ruim
4º ponto Esgoto doméstico todo no Rio Não tem Ruim Ruim
5º ponto Esgoto doméstico e industrial todo no
Rio e derrame de óleo
Não tem Péssimo Péssimo
6º ponto Esgoto doméstico todo no Rio Não tem Mediano Médio
7º ponto Esgoto doméstico todo no Rio e
derrame de óleo
Não tem Ruim Ruim
8º ponto Esgoto doméstico todo no Rio Não tem Ruim Ruim
5. RESULTADOS PRELIMINARES
No primeiro ponto (figura 03), verificou-se a presença de lixo, bem próximo do
rio, e presença de animais também, é importante mencionar que, em todos os pontos, há
muito mato, e total descaso da prefeitura. Tuda a população que mora próximo ao rio
aponta, estas degradações ambientais. No segundo ponto (figura 04), apresenta poluição
muito parecido com o primeiro ponto; além de encontrar-se muito destruida, e sem área
de vegetação nas bordas do rio.
Já no terceiro ponto (figura 05), apresenta-se com poluição mediana, pois foi
visto total falta de saneamento básico e o leito do rio muito assoreado, muito lixo, e
odor ruim. O mesmo ocorre no quarto ponto (figura 06).
O quinto ponto (figura 07) é o mais crítico, pois se encontra muito poluído
(Elevado), no modelo (Checklist), ao atribuir as notas, como foi colocado. Foi
verificado, poluição por derramamento de óleo, pois a muitas oficinas no entorno do
rio, além de uma cor esbranquiçada, que não identificado. Poluição industrial de duas
empresas, como também foi verificado nos relatória do (CPRH-PE). foi verificado uma
empresa que aparentemente esta fechado, mais que tem diversos dejetos,
(aparentemente resto de cimento), que esta poluindo o rio. além da água, na maioria do
ano, encontrar-se escura e com um odor muito ruim. É importante mencionar que, Está
sendo construido nesta área, uma UPAE, bem perto do rio.
O sexto ponto (figura 08) fica em um pequeno riacho que “alimenta” o rio
principal (Arroio Desterro), mas que como no rio, encontre-se também assoreada e suas
marques destruídas, pela presença de casas, e de dejetos urbanos.
O sétimo ponto (figura 09) é um outro riacho que nasce no bairro da Matinha, na
mesma cidade, onde está nascente, encontra-se totalmente destruído, descaracterizando
a presença de um riacho. E um ponto a ser colocado, é os assoreamentos do leito, deste
riacho. Onde um empreendimento, que construiu apartamentos populares, destruiu a
mata que servia como uma “esponja” absorvendo a água e os sedimentos, impedido as
inundações no Bairro do Desterro. Hoje este bairro esta sofrendo com constantes
inundações, pois o riacho esta assoreado, e não tem mais nem uma área de várzea. E no
ultimo ponto (figura 10), esta igual a do ponto seis, mas uma coisa a ser colocado é a
presença de casas em cima do rio.
O bairro do Desterro, não tem rede de esgoto, somente coleta de lixo. As
canaletas de coleta da água das chuvas são utilizadas indevidamente, pelos próprios
moradores, para despejar de água, de uso domestico em geral, e os outros dejetos são
despejados em uma fossa séptica negra, (fossa sem nenhuma proteção para o solo).
Poluindo o lençol freático.
O prefeito da cidade de Abreu e Lima, entre 1996 a 2004, deu terrenos para as
pessoas construírem as casas bem perto do riacho (riacho que nasce no bairro da
Matinha), ou como foi visto, bem em cima do riacho.
O empreendimento anteriormente mencionado tem apenas três anos, e que as
inundações começarão a aparecer depois deste empreendimento, antes para ter
inundação era preciso chover muito, e hoje qualquer chuva o riacho sobe e entra nas
casas das pessoas.
Depois de passar por este bairro, o rio Arroio Desterro, deságua no rio Timbó, e
com ele todas as degradações ambientais, acarretando diversos problemas também no
ecossistema.
6. CONCLUSÃO
A questão da poluição nos rios, é o poder econômico, é a ineficácia do poder
público, pois os políticos estão voltados, somente, em gerar capital, em criar áreas de
interesses econômicos. Sem levar em conta as potencialidades e futuros problemas.
Estas questões foram vistas neste trabalho. Os problemas acarretados pela falta
de saneamento básico, a degradação ambiental, e o total descaso da prefeitura de Abreu
e Lima.
Também é importante ver, que a população que mora no entorno do rio, não
cuida, joga lixo dentro do rio, e muitos vezes os problemas de inundação também é
causas pelos próprios moradores.
É preciso criar políticas públicas, funcionais, não somente voltado para os
interesses do capital, e sim para a população e para a natureza, criar comitês, discutir
com a sociedade, sobre os pontos que querem melhorar, nos rios, punir as empresas
poluidoras e acima de tudo conscientizar a população.
REFERENCIAS:
PAIVA, Marcella Vianna Cabral, SILVA, Janaina Barbosa da, FERNANDES, Josimar
Gurgel; ESTUÁRIO DO RIO TIMBÓ - PE: TERRITORIALIDADE DA PESCA E
IMPACTOS AMBIENTAIS Revista de Geografia. Recife: UFPE – DCG/NAPA, v.
26, n. 2, p. 185-199, 2009.
BRASIL, Diagnóstico do Município de Abreu e Lima, CPRM. 1ª edição, Recife,
2005. Disponível em:
http://www.cprm.gov.br/rehi/atlas/pernambuco/relatorios/AELI001.pdf
Brasil, CONJUNTURA dos RECURSOS HÍDRICOS no BRASIL 2013, disponível
em:
http://arquivos.ana.gov.br/institucional/spr/conjuntura/ANA_Conjuntura_Recursos_Hid
ricos_Brasil/ANA_Conjuntura_Recursos_Hidricos_Brasil_2013_Final.pdf
BRASIL, bacias hidrográfica de Pernambuco, APAC. Disponível em
http://www.apac.pe.gov.br/pagina.php?page_id=5 Acesso em 26/06/2014.
BRASIL, Companhia Pernambucana do Meio Ambiente, CPRH, unidade de gestão de
recursos Hídricos. Rio Timbó. 2009. Disponível em:
http://www.cprh.pe.gov.br/downloads/relatorio_2009/H_Relat09-TB.pdf