determinantes da produtividade e da inovação para explicar o
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ISSN 1519-4612
Universidade Federal Fluminense
TEXTOS PARA DISCUSSO
UFF/ECONOMIA
Universidade Federal Fluminense
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* Doutoranda UFF.
** Professora da Faculdade de Economia/UFF. E-mail: [email protected].
Determinantes da produtividade e da
inovao para explicar o crescimento
econmico desigual entre as regies
brasileiras nos anos 1990 e 2000
Edileuza Aparecida Galeano*
Carmem Feijo**
TD 264
Julho/2010
http://www.uff.br/
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Economia Texto para Discusso 264
2
RESUMO
O objetivo desse artigo discutir os determinantes da produtividade e da
inovao nas regies brasileiras nos anos 1990 e 2000. O modelo utilizado
baseia-se na modelagem desenvolvida por Len-Ledesma (2002), onde a
produtividade do trabalho e a inovao, estimuladas pela demanda,
desempenham papel determinante no processo de crescimento econmico. As
equaes do modelo de Len-Ledesma foram modificadas a fim de se adequar
ao conjunto de dados regionais disponveis para anlise brasileira. A base de
dados foi formada com dados dos 26 estados do Brasil. Os resultados
confirmam a influncia positiva do efeito acumulativo do crescimento e do
efeito da demanda sobre a inovao e a produtividade. A influncia positiva da
educao sobre a inovao foi comprovada apenas na regio Sudeste. A taxa
de investimento e o crescimento do PIB foram confirmados como importantes
para o aumento da produtividade. A inovao exerce influncia positiva na
produtividade na maioria das regies.
Palavras-chave: crescimento regional, produtividade, investimento, inovao
ABSTRACT
The aim of this paper is to discuss the determinants of the productivity and
innovation in the Brazilian regions during the 1990s and 2000s. The model
developed is based on Len-Ledesma (2002), where labor productivity and
innovation, stimulated by demand, are important variables to explain growth.
The equations of the Len-Ledesma original model were modified in order to
be applied to the set of available regional data for Brazil. A data base for the
26 states of Brazil was built. These results confirmed the positive influence of
the cumulative effect of growth and of the demand effect on innovation and
productivity. The positive influence of education was confirmed only over
innovation in the Southwest region. The investment rate and the growth of GNP
were confirmed as important variables to explain productive change. Also
innovation showed a positive influence on productive in a great number of
regions.
KEY WORDS: regions growth, productivity, investment, innovation
JEL: R11, E24, O40
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Economia Texto para Discusso 264
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1 Introduo
Modelos de crescimento devem explicar a trajetria das economias ao longo do tempo
considerando tanto fatores ligados oferta como ligados demanda agregada. Mesmo
considerando que estudiosos do tema, em tese, concordem com esta assertiva, a
literatura econmica se desenvolveu a partir de propostas com nfases ou em restries
de demanda ou em restries na disponibilidade de fatores de produo como
determinantes do crescimento. Os modelos de tradio neoclssica deram nfase
disponibilidade dos fatores produtivos na explicao do crescimento de longo prazo.
Entretanto, podemos argumentar, o empresrio no vai produzir se no tiver expectativa
favorvel de demanda. Logo, fatores que expliquem o comportamento da demanda
devem tambm ser considerados. Modelos de tradio kaldoriana, por exemplo, indo em
direo distinta da dos modelos de tradio neoclssica, atribuem especial importncia
aos componentes da demanda agregada para explicar as restries ao crescimento
econmico.
Tendo como fonte de inspirao a rica literatura sobre modelos de crescimento, nosso
objetivo neste trabalho aplicar um modelo que explique a trajetria de crescimento da
economia brasileira, no perodo 1991-2007, levando em considerao componentes da
oferta de recursos, da demanda agregada e que tambm considere especificidades de um
pas em desenvolvimento com acentuada desigualdade regional. A contribuio de
Len-Ledesma (2002) com algumas modificaes, ser nossa principal referncia
emprica.
Alm desta introduo, este artigo est dividido nas seguintes sees. Na seo 2 feita
uma breve reviso da literatura sobre crescimento econmico e a apresentao do
modelo de Len-Ledesma (2002) utilizado na anlise emprica. Na seo 3 feita uma
breve anlise descritiva de algumas variveis que so importantes para caracterizar as
desigualdades econmicas das regies. Na seo 4 apresentada a metodologia
empregada na estimao de um modelo de crescimento que leve em conta
especificidades regionais, e a apresentao dos resultados obtidos na anlise. Por
ltimo, na seo 5 tem-se algumas consideraes finais.
2. A literatura sobre modelos de crescimento endgeno
O objetivo desta seo discutir, de forma seletiva, contribuies teoria do
crescimento endgeno de autores ligados nova teoria do crescimento e autores ligados
tradio kaldoriana. Esta discusso visa dar suporte anlise seguinte sobre os
condicionantes do crescimento da economia brasileira, com enfoque regional, no
perodo 1991 a 2007.
Capital humano na teoria do crescimento endgeno
A nova teoria do crescimento introduz como inovao terica, qual seja, a hiptese de
rendimentos crescentes na funo de produo, avanando assim o debate sobre os
determinantes do crescimento no longo prazo, conforme proposta seminal de Solow
(1956). Neste sentido, consideram a importncia do investimento em capital humano
como um dos fatores relevantes para explicar o crescimento de longo prazo. Romer
(1986, 1990, 1993a, 1993b), dentre outros, assumindo o progresso tcnico como fora
motriz do crescimento, destacou o papel da educao em habilitar os indivduos a
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Economia Texto para Discusso 264
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trabalhar em pesquisa o que permite o desenvolvimento de novos produtos e novas
tecnologias.
No modelo de Romer (1990), o autor parte de premissas de que melhorias na tecnologia
so o centro do crescimento econmico, constituindo-se em incentivo para a
acumulao contnua de capital. Mudanas tecnolgicas so resultado da inovao que
resulta do esforo de investimento em atividade de P&D. Por outro lado, a tecnologia
um bem que no est sujeito rivalidade, gerando efeitos externos positivos. Dada essas
consideraes, prope uma funo de produo, onde os fatores de produo
considerados so: capital fsico, trabalho no qualificado, capital humano, e avano
tecnologico, que, nesse caso, mede o grau do conhecimento da sociedade.
O progresso tcnico corresponde ao acrscimo de tecnologia, e o capital humano a
fonte de crescimento sustentvel no longo prazo. O capital humano est relacionado s
habilidades do trabalhador e, por isso, assume-se que um trabalhador mais qualificado
consegue inovar, criando novos e melhores projetos, com uma produtividade maior. Se
o estoque de capital humano for elevado, a taxa de crescimento ser positiva. Se o
contrrio ocorrer, o crescimento ser pequeno ou quase nulo. Assim, quanto maior a
produtividade do fator capital humano no setor de P&D, maior a taxa de crescimento
econmico. Quanto maior o nvel de capital humano na economia, maior ser a taxa de
crescimento da economia, porque maior ser a oferta de capital humano ao setor de
P&D.
Regies ou pases com nvel mais baixo relativamente de capital humano podem superar
esta deficincia adquirindo tecnologia de outros pases ou regies atravs das
importaes. No entanto, mesmo para usufruir desta tecnologia, necessrio um
estoque mnimo de capital humano para poder usar a nova tecnologia. Assim, segundo
as contribuies de Romer e de outros, as teorias de crescimento endgeno, enfatizam a
importncia do capital humano no crescimento das regies e pases gerando spillovers
(externalidades positivas) que favorecem o crescimento no longo prazo.
As externalidades so capazes de amenizar os rendimentos decrescentes do capital
fsico. Pela teoria do crescimento endgeno, o crescimento da renda per capita
determinado endogenamente pela eliminao dos retornos marginais decrescentes ao
fator capital. Ou seja, enquanto nos modelos de crescimento neoclssicos tradicionais,
como o de Solow, as mudanas tecnolgicas e o crescimento populacional so tratados
exogenamente, na nova abordagem das teorias de crescimento endgeno, essas variveis
so tratadas endogenamente na explicao do diferencial de crescimento de renda entre
os pases.
Romer (1986) defende que o capital de pesquisa ou conhecimento tecnolgico gera
retornos decrescentes escala, mas, por causa das inovaes, deve ser avaliado como
um bem pblico puro e que a criao de um novo conhecimento por uma firma tem um
efeito externo para as outras firmas, fazendo com que estas busquem novas
possibilidades de produo. Essas externalidades positivas atuam de forma a fazer com
que a produo de bens finais apresente rendimentos crescentes e, assim, compense os
retornos decrescentes do capital de pesquisa, com efeitos positivos no crescimento de
longo prazo. Se fosse considerado somente o efeito do capital humano sobre a
produtividade, regies com nvel mais alto de capital humano teriam uma produtividade
maior. Sabe-se, no entanto, que as regies com nvel mais baixo de capital humano
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podem adquirir tecnologias de outras regies. Conforme Romer (1993a, 1993b), as
regies que no conseguem acompanhar o processo de inovao tecnolgica, ou no
conseguem gerar novas tecnologias freqentemente, devem aproveitar as tecnologias
criadas pelas outras regies como resultado da difuso.
As teorias de crescimento endgeno buscam, assim, entender as foras que esto por
trs do progresso tecnolgico, ao invs de supor que o crescimento origina-se de
melhorias exgenas. Ou seja, os modelos de crescimento endgeno passaram a
incorporar internamente esses fatores, tentando explicar a dinmica e os efeitos do
diferencial de renda per capita e de crescimento.
Crescimento com restrio de demanda Buscando interpretar o crescimento econmico com nfase nas restries de demanda,
Kaldor (1957), argumentou que a acumulao de capital o componente da demanda
agregada capaz de acelerar as taxas de crescimento econmico de forma sustentada e
duradoura. Pases ou regies com baixas taxas de crescimento relativamente exibiriam
baixas taxas de acumulao de capital. Na hiptese de Kaldor, tambm considerando o
progresso tcnico como fora motriz do crescimento econmico (Kaldor,1957 e Kaldor
Mirrless,1962), este assumido como estando incorporado aos equipamentos de ltima
gerao, e portanto considerado endgeno ao seu modelo de crescimento. Uma
acelerao na taxa de crescimento de um pas ou regio implica acelerao na taxa de
acumulao de capital e consequentemente de absoro de progresso tcnico.
Assim, a abordagem terica com nfase na demanda proposta por Kaldor deu origem a
chamada teoria do crescimento puxado pela demanda. Sob esta perspectiva deu-se
nfase nas estruturas produtivas dos pases para explicar as diferenas nas taxas de
crescimento, e atribuiu-se um papel importante para o setor industrial.
Uma restrio importante ao crescimento econmico para modelos liderados pela
demanda pode surgir pelo lado do balano de pagamentos e desta forma a exportao,
como parte da demanda agregada, o nico dos componentes que pode gerar recursos
para financiar a importao de bens de capital/tecnologia necessrios para elevar a taxa
de crescimento da economia. Mesmo considerando que o aumento do produto e do
emprego podem ser tambm estimulados pelo aumento do investimento, do consumo e
do gasto pblico decorrentes da poltica econmica e/ou melhora nas expectativas dos
empresrios, vale observar que esses componentes da demanda tm contedo
importado. Se no houver aumento do nvel de exportao para cobrir as despesas
adicionais com importaes, a demanda agregada ter que ser contrada, e, por
conseguinte, o produto e o emprego. Desse modo, o crescimento das exportaes
assume um papel essencial para relaxar a restrio ao crescimento econmico de longo
prazo. A nica forma de alcanar taxas de crescimento compatveis com rpido
desenvolvimento seria atravs da implementao de polticas para fomentar um
processo de industrializao competitiva.
Nesta perspectiva, os modelos da linha kaldoriana justificam as diferentes performances
das economias pelo desempenho das exportaes. A hiptese central que a taxa de
crescimento de longo prazo compatvel com o equilbrio do balano de pagamentos
deve ser puxada pelo crescimento das exportaes que leva ao crescimento do produto,
ao qual o consumo e o investimento se ajustam. Assim, as exportaes o nico
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componente da demanda agregada capaz de gerar o empurro necessrio na demanda,
e permitir a expanso dos demais componentes remanecentes da demanda agregada.
Thirlwall (1979), seguindo Kaldor, formalizou um modelo de crescimento restingido
pelo balano de pagamentos.
A equao de crescimento econmico com restrio no balano de pagamentos mostra
que a taxa de crescimento de equilbrio de longo prazo dada pela igualdade da taxa de
crescimento das exportaes dividida pela elasticidade renda da demanda por
importaes. Esta equao ficou conhecida na literatura como a lei de Thirlwall.
Assim, para Thirlwall a dinmica das importaes e exportaes pode ter um papel
crucial no crescimento de uma determinada economia, na medida em que, podem
funcionar como uma restrio ao crescimento, pois dficits sucessivos em conta
corrente se tornam um problema ao crescimento. Primeiro, pelos efeitos negativos sobre
os setores diretamente afetados pelo aumento das importaes. Segundo, nenhum pas
pode crescer mais rpido que a taxa de crescimento com equilbrio no Balano de
Pagamentos, isso porque o dficit crescente na conta corrente financiado atravs da
conta capital aumentaria o risco de desvalorizaes cambiais. Terceiro, um dficit
crescente na conta corrente levaria o pas a praticar taxas de juros mais elevadas para
atrair fluxos de capital, o que de certa forma tenderia a prejudicar o setor produtivo
deste pas.1
Por fim, deve-se considerar que o modelo de Kaldor de crescimento com restrio
externa supe que retornos so crescentes. Tal hiptese se baseia na conhecida lei
Kaldor-Verdoorn, a qual estabelece uma relao causal entre a taxa de crescimento da
produtividade do trabalho e a taxa de crescimento da produo, onde o crescimento da
produo determina o crescimento da produtividade. Assim, o crescimento da
produtividade induzido e o crescimento das exportaes, ao estimular a produo,
pode estabelecer um crculo virtuoso de crescimento. Em outras palavras, um aumento
na demanda agregada, ao induzir uma acelerao da taxa de crescimento da produo,
acaba por acelerar o ritmo de crescimento da produtividade do trabalho. O rpido
crescimento do produto e o rpido crescimento da produtividade reduzem o custo por
unidade de trabalho, e, podem gerar um rpido crescimento das exportaes e do
produto. Segundo Len-Ledesma (2002), uma vez que o pas obtm uma vantagem na
produo de bens com alta elasticidade renda da demanda (atividades com base em
tecnologia), sua taxa de crescimento aumenta em relao s outras economias. Com o
prprio efeito da lei Kaldor-Verdoorn, o crescimento da produtividade ser mais alto e a
vantagem competitiva da economia nestes bens ser reforada, tornando difcil para
outros pases produzir de forma competitiva o mesmo bem.2
Kaldor assumiu que os pases desenvolvidos devem ter uma propenso marginal a
importar menor que um, e a propenso marginal a exportar maior que a unidade.
1 O montante de importaes de um pas depende da demanda interna, que por sua vez uma funo da renda domstica. Se o pas apresenta dficit constantes na balana comercial, chegar um momento em
que ter de reduzir seu crescimento, procurar elevar o montante de bens e servios exportados com o
objetivo de reduzir o dficit. Assim, as economias devem respeitar a restrio do balano de pagamentos. 2 O modelo de Kaldor, sobretudo, o de 1985, busca mostrar que existe uma ligao entre os efeitos de
uma mudana no nvel de produo e no nvel de demanda agregada, de maneira que possa assegurar que
algum crescimento na produo seja acompanhado pelo aumento da demanda agregada suficiente para
sustentar este novo nvel, mais alto, da atividade econmica. nesse sentido que Kaldor enfatiza a
importncia do comrcio internacional como fonte de expanso da demanda agregada.
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Portanto, uma acelerao nas taxas de crescimento das exportaes provocaria um
aumento na taxa de crescimento do produto maior que o aumento na taxa de
crescimento das importaes. A partir desta hiptese possvel argumentar que o
crescimento sob restrio externa no ignora a relevncia de fatores associados oferta
agregada. Se as elasticidades-renda associadas ao saldo comercial por um lado, so
determinantes da demanda agregada, por outro lado, so o reflexo de uma variedade de
fatores em nvel de oferta que condicionam a competitividade estrutural da economia.
Em relao ao progresso tcnico Kaldor (1957) e Kaldor Mirrless (1962), conforme j
mencionado, defendem que o progresso tecnolgico endgeno, de modo que o ritmo
de introduo de inovaes por parte das empresas determinado pelo ritmo de
acumulao de capital. A acelerao da taxa de acumulao de capital aumenta a
demanda agregada. Kaldor (1988) desenvolveu algumas proposies sobre o papel da
demanda efetiva no curto e no longo prazo. Numa primeira proposio, ele considerou
que numa economia capitalista, o nvel de produo no determinado pela
disponibilidade dos recursos, mas pela demanda efetiva, a qual determina quanto dos
recursos potenciais so efetivamente utilizados. Numa segunda proposio, colocou a
demanda agregada como a soma de dois componentes: um endgeno, que varia em
proporo dos custos incorridos pelos empreendedores (os quais constituem as rendas
do salrio), e um componente exgeno o investimento em capital fixo, que
financiado atravs de emprstimos ou pela venda de ativos financeiros. Alm das
condies de financiamento, o comportamento do investimento explicado, seguindo a
tradio keynesiana, pelas expectativas e pelo grau de confiana nas expectativas de
longo prazo que funcionam como importantes indutores de ao de investir na
ampliao da capacidade produtiva.
Desta forma, Kaldor no via a escassez de mo de obra como limitador do crescimento
no longo prazo. Um setor econmico no qual a demanda por mo-de-obra ameaa
exceder a oferta localmente disponvel, poderia receber imigrao de outros setores.3
Por esta razo, seria equivocado supor que exista uma trajetria de crescimento de
equilbrio de longo prazo dado para um pas ou para o mundo, determinado pelo
crescimento da populao, da acumulao de capital e da taxa de progresso tcnico,
todos exogenamente dados. Visto que os estmulos para atender a uma demanda
crescente de todos os setores devam ser expandidos atravs de investimento adicional,
no h limites de longo prazo ao crescimento devido restries de oferta; tais
restries, se forem devidas escassez de capacidade ou falta de mo-de-obra local so
essencialmente fenmenos de curto prazo, considerados uma herana do passado
recente. A trajetria futura pode ser restringida apenas por limitaes na velocidade de
resposta aos estmulos da demanda, os quais so suscetveis a serem mais rpidos em
algumas direes do que em outras.4
3 Assim, para Kaldor o pleno emprego um conceito de curto prazo, que ignora as mobilidades de mo-
de-obra de longo prazo e a possibilidade de um aumento no treinamento, o qual responde a demanda da
mesma forma que o investimento de capital. 4 Palley (1996) argumenta que os modelos de crescimento do mainstream deram uma contribuio para
endogeneizar o crescimento do estado estacionrio. Porm, a abordagem da nova teoria do crescimento em s permanece mais no paradigma neoclssico do crescimento. Conforme Palley, isso devido
ausncia de consideraes sobre a demanda agregada. Aponta duas influncias keynesianas importantes
que esto ausentes nas construes neoclssicas do processo de crescimento. Primeiro, que a acumulao
de capital direcionado pelo investimento, assim, o gasto com investimento das firmas que determina a
taxa da acumulao de capital. Isso contrasta com a perspectiva neoclssica na qual a acumulao de
capital dirigida pelo comportamento da oferta agregada. Segundo, que no equilbrio, a taxa de
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O modelo de crescimento acumulativo extendido de Len Ledesma
O modelo desenvolvido por Len-Ledesma (2002), de tradio kaldoriana, uma
verso ampliada de Dixon e Thirlwall (1975) (daqui para frente KDT) que introduz as
variveis inovao, investimento, educao e outras. Aqui nos interessa aprofund-lo
pois ser a base de referncia para nosso teste emprico.
As variveis de tecnologia empregadas por Len-Ledesma so semelhantes quelas
enfatizadas na anlise da nova teoria do crescimento, porm uma interpretao
diferente atribuda na sua anlise. Ele demonstrou que existem vrias foras
cumulativas que podem levar a um crescimento divergente que interage com o efeito
que o catching-up, o qual pode conduzir convergncia. Cinco equaes descrevem a
modelagem proposta. A primeira relao (eq. 1) afirma que o crescimento do produto
(y) depende do crescimento das exportaes (x):
(1)
Considera-se que >0. Implicitamente suposto que as exportaes a componente
autnoma mais importante da demanda.
O crescimento das exportaes (eq. 2), expresso como:
(2)
Este crescimento depende negativamente do crescimento dos preos relativos (p-pf),
logo 0,
>0, e >0.
As primeiras duas variveis do lado direito da equao de exportao correspondem
especificao comum de uma funo exportao expressa em taxas de crescimento. A
introduo da proporo investimento-produto como uma varivel proxy para a
acumulao de capital devido ao fato de que a capacidade de uma economia de
distribuir nos mercados internacionais depende do crescimento de equipamentos fsicos
e infra-estrutura. Conforme Len-Ledesma, esta varivel pode tambm capturar o efeito
do progresso tcnico incorporado na performance das exportaes. A inovao,
capturada em K, um fator chave que afeta a competitividade no-preo das economias.
A diferenciao do produto e a competio por qualidade caracterizam o comrcio
internacional moderno. Assim, a habilidade do pas para diferenciar e competir em
qualidade depender de forma crucial do grau de inovao da sua estrutura produtiva.
crescimento do produto deve se igualar taxa do crescimento da demanda agregada, o que implica que a taxa de crescimento da demanda agregada pode potencialmente restringir a taxa de crescimento do
produto. O que tambm contrasta com a perspectiva neoclssica, a qual supe uma verso dinmica da lei
de Say, onde a demanda automaticamente cresce com o produto. Quando essas caractersticas so
combinadas com uma funo de progresso tcnico Kaldoriana (Kaldor, 1957), o resultado uma teoria
keynesiana do crescimento, na qual a taxa de crescimento da demanda agregada afeta a taxa do estado
estacionrio do crescimento do produto.
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Presume-se tambm que os preos so fixados em mercados imperfeitamente
competitivos, onde a regra de precificao um mark-up sobre os custos unitrios do
trabalho. Isto , o nvel de preos P determinado pela relao comum de mark-up
Kalekiana, ou seja, Pt=(W/R)tTt, onde W o nvel de salrios monetrios/nominal, r o
produto mdio do trabalho, e T 1(um) mais o percentual de um mark-up sobre os
custos unitrios do trabalho. Len-Ledesma assume, por simplicidade, um mark-up
constante e obtm que os preos crescem assim como a diferena entre o crescimento
dos salrios monetrio e o crescimento da produtividade (eq. 3):
p=w-r (3)
A determinao da taxa de crescimento da produtividade do trabalho (r) dada por (eq.
4):
(4)
Considera-se que >0, >0, >0, e >0.
O determinante principal do crescimento da produtividade dado pela lei Kaldor-
Verdoon, representada no primeiro termo da equao. Esta lei responsvel pela
natureza circular do processo de crescimento no modelo KDT. O mecanismo Kaldor-
Verdoon reflete a existncia de economias dinmica de escala devido elevada
especializao e ao progresso tcnico incorporado (Kaldor, 1957 e Kaldor- Mirrless,
1962). O progresso tcnico incorporado explicitamente capturado neste modelo pela
introduo da taxa de investimento-produto (I/O) como um segundo determinante do
crescimento da produtividade. O terceiro determinante do crescimento da produtividade
a atividade inovadora (K). A inovao no s leva um maior grau de diferenciao
do produto e maior qualidade, mas tambm leva a inovao em processos que
aumentam a produtividade. O ltimo determinante do crescimento da produtividade o
GAP. O GAP seria a varivel que representa a existncia de diferenas de produtividade
entre a economia de fronteira ou lder e as seguidoras. Isso abre a possibilidade para
imitao e difuso de tecnologias mais avanadas geradas pela lder. Essa considerao
implica um efeito positivo do GAP de produtividade sobre o crescimento da
produtividade das economias seguidoras, levando a um potencial catch-up nos nveis de
produtividade. Esta varivel definida como:
Onde, R a taxa de produtividade do seguidor e R
* a taxa de produtividade da
economia lder. O diferencial de produtividade GAP ser zero se no houver diferena
no nvel de produtividade, e prximo a um se a produtividade no pas seguidor for muito
baixa.
A ltima equao do modelo (eq.5) aquela que determina a atividade inovadora ou o
fluxo de novas inovaes nacionais:
(5)
Considera-se que >0, >0, >0, e
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A atividade inovadora depender de quatro fatores. Primeiro da taxa de crescimento da
produo (y), refletindo a hiptese de inovao liderada pela demanda. Segundo, da
taxa de crescimento da soma acumulativa do produto real (q). Essa varivel uma
proxy para o efeito de learning-by-doing. Tanto os novos produtos desenvolvidos e os
novos processos de produo dependem crucialmente do efeito do aprendizado
adquirido atravs da experincia acumulada dos trabalhadores. Assim, quanto maior for
o crescimento da experincia acumulada, maiores inovaes sero incorporadas nas
atividades de produo. Assim, se Y(t) for o nvel de produto no tempo t, temos:
A varivel q calculada como: q= LogQt-LogQt-1 e Q =tt=0Y(t).O terceiro componente
do sucesso de uma economia para gerar inovaes o nvel de educao da sua
populao ativa (edu). O nvel de educao afeta no apenas a capacidade de inovar
mas, tambm, a capacidade do sistema econmico de assimilar e compreender as novas
tcnicas de produo. O nvel de educao geralmente a proxy usada para capital
humano nos modelos de crescimento. O capital humano importante na determinao
da renda, e seus efeitos podem ser diretos ou indiretos. Os efeitos diretos do capital
humano so aqueles que afetam a renda pela melhora na produtividade marginal do
trabalho, e na habilidade dos trabalhadores para a realizao do trabalho. Os efeitos
indiretos so aqueles que afetam a quantidade de tecnologia disponvel para ser utilizada
no processo de produo. Esses efeitos constituem-se em fatores que influenciam na
criao e difuso de tecnologias. O GAP de produtividade afeta negativamente a
atividade de inovao de uma economia. Com um baixo nvel de desenvolvimento,
poucos recursos so dirigidos para pesquisa e desenvolvimento e atividades de
patenteamento. Em outras palavras, a capacidade de inovar depende do nvel
tecnolgico do pas. Os pases com um baixo nvel tecnolgico so mais suscetveis
para confiar nos beneficios de conhecimentos criados nas economias lderes.
Len-Ledesma identificou vrias foras no modelo, algumas levando divergncia e
outras a convergncia na produtividade.5 Por um lado, o efeito Kaldor-Verdoorn uma
fora cumulativa que refora as vantagens (e desvantagens) do crescimento inicial. Esse
tambm o mesmo para o efeito da inovao liderada pela demanda que afeta tanto a
competitividade preo e a no-preo, e que tem um efeito semelhante ao do mecanismo
Kaldor-Verdoorn. Learning-by-doing uma outra fora atuando positivamente no
crescimento acumulado devido ao efeito positivo da experincia acumulada da
competitividade no-preo e crescimento da produo. A fora, agindo em direo a um
padro de crescimento divergente, o efeito negativo do diferencial de produtividade
sobre a inovao, que tende a perpetuar os baixos nveis de inovao tecnolgica. Por
outro lado, o efeito catch-up surgindo do fluxo de tecnologias das economias lderes
para as seguidoras a fora convergente principal do modelo.
Os principais resultados encontrados por Len-Ledesma so: a varivel inovao afeta
as exportaes positivamente, explicando a importncia dos processos de inovao na
determinao da competitividade no-preo; o efeito catching-up uma varivel
5 Lon-Ledema (2002) estimou o modelo para os pases da OCDE para o perodo de 1965-1994.
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significativa na determinao da produtividade e, por extenso, do crescimento do
produto; o efeito lquido da varivel GAP sobre o crescimento da produtividade
positivo, o qual uma fora que conduz a convergncia da produtividade, e por fim, o
efeito positivo da educao sobre a inovao e o investimento fsico sobre exportaes
foi confirmado pelo modelo.
A interpretao do efeito destas variveis, no entanto, difere daquela dada nas novas
teorias do crescimento, onde elas so introduzidas numa estrutura de funo de
produo supondo uma economia restringida pelos recursos. Em Len-Ledesma o
crescimento da demanda que leva ao crescimento do produto e, assim, a economia no
restringida/limitada pelos recursos. importante notar tambm o impacto forte e
significante do crescimento do produto sobre o crescimento da produtividade (o
coeficiente de Verdoorn foi de 0,642).
Com algumas simplificaes e adaptaes, a seguir o modelo desenvolvido por Len-
Ledesma ser aplicado para as regies do Brasil, com o objetivo de avaliarmos os
determinantes do crescimento desigual nos anos 1990 e 2000.
3. Anlise Emprica para o Brasil A seguir ser feita uma breve anlise descritiva de algumas variveis que so
importantes para caracterizar as desigualdades econmicas das regies de acordo com a
discusso do modelo de Len-Ledesma visto na seo anterior.
Anlise regional dos dados Inicialmente importante mostrar que a elevada concentrao econmica das atividades
nas regies Sudeste e Sul perdurou durante todo o perodo analisado (Tabela 1), apesar
de pequena queda na participao do Sudeste no PIB do pas (de 58,7% em 1995 para
56,4% em 2007). No perodo de 1991 a 2007 as regies Sudeste, Nordeste e Sul
perderam participao no total do PIB, com mdia de crescimento na participao
negativa em -0,24%, -0,13%, e -0,12% respectiviamente. A mdia de crescimento na
participao no total do PIB das regies Norte e Centro Oeste foi de 0,6% e 2,6%
respectivamente.
Tabela 1: Participao % das regies no PIB total e da
Indstria de Transformao 1995 e 2007- Brasil e regies PIB Indstria de
Transformao
1995 2007 1995 2007
Norte 4,6 5,0 4,4 4,8
Nordeste 12,8 13,1 8,8 8,8
Sudeste 58,7 56,4 63,7 62,8
Sul 17,9 16,6 21,1 19,9
Centro Oeste 6,0 8,9 2,1 3,7
Fonte:IBGE, Contas Regionais do Brasil,2010.
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Economia Texto para Discusso 264
12
Considerando a Indstria de Transformao, setor que por suas caractersticas o de
maior dinamismo em termos de crescimento, a participao do Sudeste nos anos 1990 e
nos anos 2000 continuou acima de 60%. No perodo de 1991 a 2007 as regies Sudeste
e Sul perderam participao na Indstria de transformao, com mdia de crescimento
na participao negativa em 0,24% e 0,07% respectiviamente. A mdia de
crescimento na participao nas regies Nordeste, Norte e Centro Oeste foi de 0,05%,
1,8% e 6% respectivamente.
A Tabela 2 mostra a taxa mdia de crescimento do PIB das regies por perodos. A
primeira coluna mostra o crescimento de 1995-2007, e as 2 seguintes sub-divide o
crescimento nos perodos de 1995-2004 e 2004-2007, representando o ano de 2004 um
ponto de inflexo na trajetria de crescimento da economia brasileira. No perodo
completo 1995-2007- as regies de maior crescimento no perodo foram as de menor
peso no PIB Norte e Centro Oeste. No perodo 1995-2004 a regio Sudeste a de
menor crescimento mdio (1,7% aa). No periodo de crescimento mais intenso do PIB
(4,7% aa) a taxa de crescimento do Nordeste mais que dobra em relao ao perodo
anterior, e a da regio Sudeste quase triplica. O surpreendente dinamismo do Sudeste no
perodo comprova a fora do adensamento da estrutura produtiva da regio que
recuperou seu dinamismo de forma vigorosa seguindo o estmulo da demanda agregada.
Tabela 2: Taxa mdia de crescimento anual do PIB do Brasil e regies 1995-2007 em %
1995-2007 1995-2004 2004-2007
Norte 4,7 4,6 5,9
Nordeste 3,1 2,5 5,2
Sudeste 2,4 1,7 4,9
Sul 2,8 2,8 3,4
Centro Oeste 4,2 4,0 5,1
Brasil 2,8 2,3 4,7
Fonte: IBGE, Contas Regionais do Brasil, 2010.
A concentrao econmica na regio Sudeste se reflete tambm na divergncia do PIB
per capita entre as regies. O Grfico 1 mostra que em 2007 o PIB per capita do
Sudeste (R$11.032 ) situava-se 2,8 vezes acima da regio Nordeste (R$3.862), regio
que ganhou peso na estrutura produtiva do pas. O crescimento mdio do PIB per capita
no Sudeste no perodo de 1991 a 2007 foi de 1,5%. So Paulo cresceu 1,2%, e o Espirito
Santo foi o estado que teve o maior crescimento 3,6%. No Centro-Oeste, Mato Grosso
cresceu 5,5%, bem acima da mdia Nacional que foi de 1,7%. O PIB per capita
nacional atingiu uma mdia de R$8.278 em 2007.
O Grfico 2 compara o PIB por trabalhador, medida proxy da produtividade, por
regies. O PIB por trabalhador no Sudeste em 2007 foi de R$22.840, enquanto no
Nordeste foi de R$8.527. Os estados com maior PIB por trabalhador foram Rio de
Janeiro, So Paulo e Espirito Santo com R$26.387, R$26.132 e R$20.693
respectivamente. Os Estados com menor PIB por trabalhador so Piau, Maranho e
Cear com R$5.269, R$6.263 e R$7.586 respectivamente. A mdia nacional do PIB por
trabalhador ficou em R$16.721 em 2007.
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Economia Texto para Discusso 264
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Grfico 1: PIB per capita (mil R$ de 2000) Grfico 2: Produtividade do trabalho (mil R$
de 2000), 1991-2007
0
2
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1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007
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1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007
SE S CO N NE
Fonte: Elaborao prpria, dados do Ipea, 2010
Nota: Excludo o DF da regio CO.
Fonte: Elaborao prpria, dados do Ipea, 2010
Nota: Excludo o DF da regio CO. O Grfico 3 mostra os gastos com Educao e Cultura como percentual do PIB. Os
governos dos estados das regies Norte e Nordeste so os que tem maior despesa com
educao como percentual do PIB. Em 2007 as regies destinaram 3,37% e 2,83% do
PIB para educao respectivamente.
Grfico 3: Despesa com educao e Cultura %
PIB
Grfico 4: Investimento em capital %
PIB
0
0,5
1
1,5
2
2,5
3
3,5
4
4,5
1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007
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3
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SE S CO N NE
Fonte: Elaborao prpria, dados do Ipea e Tesouro Nacional, 2010
Fonte: Elaborao prpria, dados do Ipea e Tesouro nacional, 2010
O Grfico 4 mostra os investimentos dos estados em capital
6 como proporo do PIB
por regio. A regio Norte investiu uma mdia de 3% do PIB no perodo de 1996 a
2007. A regio Nordeste investiu 2,18%, enquanto o Sudeste investiu 1,06%.
No que diz respeito educao, os investimentos ainda tem sido insuficientes para
diminuir os indicadores de analfabetismo, principalmente na regio Nordeste, onde 20%
6 De acordo com a Lei n o 4.320/64, engloba "as dotaes para o planejamento e a execuo de obras,
inclusive as destinadas aquisio de imveis considerados necessrios realizao destas ltimas, bem
como para os programas especiais de trabalho, aquisio de instalaes, equipamentos e material
permanente, e constituio ou aumento do capital de empresas que no sejam de carter comercial ou
financeiro". Enquadram-se nessa conta as despesas com equipamentos e instalaes, dentre outras.
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Economia Texto para Discusso 264
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da populao acima de 15 anos foram consideradas analfabetas em 2007, confome
mostra o Grfico 5. O Sul tem o menor nvel mdio de analfabetos dentre as regies
5,45% em 2007. Os altos nveis de analfabetismo mostram um panorama problemtico
para a formao de mo de obra nas regies menos desenvolvidas. Considerando que
este cenrio leva tempo para ser mudado, o PIB por trabalhador tende a permanecer
mais baixo nas regies onde o nvel de analfabetismo maior.
Grfico 5: Analfabetismo populao acima
de 15 anos de idade
Grfico 6: Anos de estudos populao
acima de 25 anos de idade
0,00
1,00
2,00
3,00
4,00
5,00
6,00
7,00
8,00
9,00
1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007
SE S CO N NE
Fonte: Ebalorao prpria, dados do Ipea, 2010 Fonte: Ebalorao prpria, dados do Ipea, 2010 O Grfico 6 mostra a mdia de anos de estudo da populao acima de 25 anos. A
tendncia em todas as regies de aumento no nvel de escolaridade da mo de obra.
No Sudeste a mdia foi de 7,63 em 2007, e no Nordeste foi de 5,43. O estado com a
menor mdia foi Alagoas, com 4,8 anos de estudos, e o com maior mdia foi o Rio de
Janeiro com 8,13. Muitos estados tem planos de desenvolvimento com metas para 2025
e dentre as metas, muitos estados almejam atingir uma mdia de 12 anos de estudo.
O Grfico 7 mostra o gasto dos estados
7 com cincia e tecnologia como percentual do
PIB por regies. O Sudeste investiu uma mdia de 0,063% do PIB no perodo de 1996 a
2007. A regio que menos investiu foi a Centro Oeste, com uma mdia de 0,035% do
PIB.
7 Os dispndios dos estados em cincia e tecnologia representou 15,5% dos dispndios totais no Brasil em
2007.
0
5
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1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007
SE S CO N NE
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Economia Texto para Discusso 264
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Grfico 7: Gasto com Cincia e Tecnologia
% PIB
Grfico 8: Nmero de pedidos de patentes
0
0,02
0,04
0,06
0,08
0,1
0,12
0,14
0,16
1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007
SE S CO N NE
0
1000
2000
3000
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SE S NE CO N
Fonte: Elaborao prpria, dados do Ipea e Tesouro Nacional, 2010 Fonte: Elaborao prpria, dados do INPI, 2010 Grfico 8 mostra o nmero de pedidos de patentes em cada regio. A regio Sudeste
teve uma mdia de 4.308 no perodo de 1997 a 2007, enquanto a regio Norte teve
apenas uma mdia de 62 pedidos de patentes.
A Tabela 3 mostra que os estados participaram com 18,7% nos dispndios com cincia
e tecnologia no ano de 2000, no entanto esse percentual caiu para 15,5% em 2007. A
participao das empresas privadas e estatais nos dispndios com cincia e tecnologia
passou de 43,4% em 2000 para 46,1 em 2007. No total, o Brasil investiu 1,4% do PIB
em Cincia e Tecnologia em 2007.
Tabela 3: Dispndio nacional em cincia e tecnologia, 2000-2008
Ano
PIB Dispndios em C&T % em relao % em relao
Valores (Valores correntes em milhes de R$) ao total ao PIB
correntes Pblicos Empresas
Total Federais
Empresa-
Pblicos
Empresa-
Total Milhes R$ Federais Estaduais Privadas e
estatais Estaduais riais riais
2000 1.179.482 5.795 2.854 6.639 15.289 37,9 18,7 43,4 0,73 0,56 1,3
2001 1.302.136 6.266 3.287 7.710 17.263 36,3 19,0 44,7 0,73 0,59 1,33
2002 1.477.822 6.522 3.473 9.282 19.277 33,8 18,0 48,1 0,68 0,63 1,3
2003 1.699.948 7.393 3.706 10.296 21.394 34,6 17,3 48,1 0,65 0,61 1,26
2004 1.941.498 8.688 3.901 11.452 24.040 36,1 16,2 47,6 0,65 0,59 1,24
2005 2.147.239 9.570 4.027 13.680 27.277 35,1 14,8 50,2 0,63 0,64 1,27
2006 2.369.797 11.477 4.282 14.625 30.383 37,8 14,1 48,1 0,66 0,62 1,28
2007 2.661.344 14.084 5.687 16.889 36.660 38,4 15,5 46,1 0,74 0,63 1,38
2008 3.004.881 16.004 7.138 20.051 43.090 37,1 16,6 46,5 0,77 0,66 1,43
Fonte: Ministrio da Cincia e Tecnologia, 2010.
A Tabela 4 apresenta um resumo da pesquisa de inovao tecnolgica (PINTEC) para
os anos de 2000, 2003 e 2005. No ano de 2000 a regio Sudeste teve uma participao
de 71,7% no total do dos recursos destinados a inovao, enquanto a regio Centro
Oeste participou com apenas 1,4%. As regies destinam a maior parte dos dispndios na
aquisio de mquinas e equipamentos. No ano de 2000, 35,2% dos dispndios foram
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Economia Texto para Discusso 264
16
para aquisio de mquinas e equipamentos, e 12,9% foram destinados a P&D8 na
regio Sudeste.
No ano de 2003 a participao da regio Sudeste caiu para 68,3%, e as regies Norte e
Nordeste aumentaram suas participaes, ficando com 4,7% e 7,2% do total
respectivamente. A participao da atividade de P&D no total dos recursos teve
aumento em quase todas as regies, no Sudeste subiu para de 17,5%.
Tabela 4: Distribuio % dos dispndios em atividades inovativas, nr.de
patentes e pessoal ocupado em P&D, dados da Pintec. ano Discriminao BR SE S NE N CO
RS
1000
Total destinado a inovao 22.343.759 71,7 18,6 4,43 3,99 1,35
mquinas e equipamentos 11.667.339 35,2 11,5 2,74 1,92 0,86
projetos industriais 3.297.406 11,6 1,8 0,45 0,75 0,15
capacitao e treinamento 417.592 1,3 0,4 0,06 0,07 0,04
2000 P&D 3.741.572 12,9 2,4 0,40 0,81 0,13
aquis.P&D e conhec. externos 1.799.070 6,3 0,9 0,48 0,31 0,12
introduo inovao no mercado 1.420.779 4,4 1,5 0,30 0,12 0,06
nr Patentes (1998-2000) 2.023 60,41 33,40 4,38 1,23 0,57
nr Pessoas ocupadas em P&D 41.467 69,3 22,6 4,43 2,44 1,26
RS
10
00
Total destinado a inovao 23.419.227 68,3 18,5 7,15 4,67 1,39
mquinas e equipamentos 11.629.799 31,9 10,3 4,52 1,95 0,95
projetos industriais 3.344.296 8,8 3,1 1,44 0,66 0,26
capacitao e treinamento 474.742 1,4 0,4 0,10 0,09 0,03
2003 P&D 5.098.811 17,5 2,8 0,44 0,90 0,08
aquis.P&D e conhec. externos 1.479.110 5,0 0,7 0,22 0,40 0,02
introduo inovao no mercado 1.392.469 3,7 1,1 0,43 0,67 0,04
nr.Patentes (2001-2003) 2.070 57,6 34,0 5,24 1,43 1,67
nr Pessoas ocupadas em P&D 38.523 68,8 22,6 3,40 4,28 0,98
RS
1000
Total destinado a inovao 34.405.980 75,0 14,1 4,06 4,70 1,68
mquinas e equipamentos 16.645.568 34,7 7,9 2,41 2,27 1,05
projetos industriais 4.422.329 9,8 1,6 0,55 0,61 0,28
capacitao e treinamento 635.392 1,4 0,3 0,06 0,15 0,03
2005 P&D 7.112.928 16,8 2,6 0,47 0,73 0,07
aquis.P&D e conhec. externos 2.585.576 5,8 0,7 0,29 0,37 0,14
introduo inovao no mercado 2.331.630 5,2 0,8 0,21 0,49 0,10
outros(aquis.software) 672.557 1,4 0,4 0,08 0,09 0,02
nr.Patentes (2003-2005) 2.033 56,6 35,5 4,73 1,06 2,05
nr Pessoas ocupadas em P&D 47.628 70,4 21,1 4,69 2,92 0,84
Fonte: Elaborao prpria a partir da PINTEC IBGE, 2010
No ano de 2005 a participao da regio Sudeste volta a subir, ficando em 75%. A
regio Sul que tinha 18,6% em 2000 caiu para 14,1% em 2005. A regio Nordeste
diminuio sua participao de 4,4% em 2000 para 4,1% em 2005. As regies Norte e
Centro Oeste tiveram aumento na participao, ficando com 4,7% e 1,7%
respectivamente em 2005.
8 O valor dos dispndios destinados a P&D informado na PINTEC corresponde a 55,9% do valor dos
dispndios em Cincia e Tecnologia das empresas privadas e estatais informado pelo Ministrio da
Cincia e Tecnologia no ano de 2000.
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Economia Texto para Discusso 264
17
Quanto ao nmero de patentes, a regio Sudeste participou com 59,3% em 2000 e
56,6% em 2005. A regio Sul participou com 20% em 2000 e 35,5% em 2005. A
pesquisa mostra que as demais regies diminuiram sua participao no nmero de
patentes.
Quanto ao nmero de pessoas ocupadas em P&D, a regio Sudeste participou com
70,4%, e a Sul com 21,1% em 2005, no havendo mudanas significativas na
participao destes regies no perodo analisado. A regio Nordeste passou de 3,4% em
2003 para 4,69% em 2005, e a regio Norte passou de 4,3 % para 2,9%. A regio Centro
Oeste diminuiu sua participao de 1,3% em 2000 para 0,8% em 2005. Estes dados so
importantes pois sero usados na construo da srie de nmero de trabalhadores
ocupados em P&D, a qual ser usada como na contruo da proxy para inovao.
Comparando a participao das regies no total do PIB da indstria e a participao nos
recursos destinados inovao, nota-se que a regio Sudeste participou com 75% nos
recursos destinados inovao enquanto participa com 62,8% no PIB da indstria. Nas
demais regies o percentual destinado a inovao bem menor em relao ao
percentual de participao no PIB industrial.
4. Teste emprico para as regies do Brasil O objetivo nesta seo adaptar e aplicar o modelo de Len-Ledesma para explicar o
crescimento das regies brasileiras nas duas ltimas dcadas. Devemos adaptar pois,
diferentemente do exerccio de Len-Ledesma, nossa aplicao foi feita em uma
economia relativamente fechada, mesmo depois da abertura comercial nos anos 1990.
Neste sentido, as duas primeiras equaes do modelo original no sero estimadas.
Tambm no estimaremos a equao 3, pois no incio da dcada a economia brasileira
ainda enfrentava elevados ndices de inflao, sendo particularmente difcil modelar o
comportamento dos preos no perodo como um comportamento exclusivamente
determinado pela variao de salrios e produtividade.
Nosso objetivo portanto nos concentrarmos nas duas ltimas equaes do modelo que
revelam a fora da integrao das variveis de demanda agregada sobre o
comportamento da produtividade e da inovao no movimento de convergncia ou no
do crescimento entre as regies nas ltimas dcadas. Em suma, nosso objetivo
identificar os determinantes do diferencial de crescimento, lanando luz sobre possveis
estratgias para a reduo da acentuada desigualdade.
Apresentao dos dados e mtodo de estimao
O mtodo de estimao usado foi o de regresses com dados em painel, que so
estimativas que combinam dados em sries temporais com cross-section. As regresses
foram feitas por mnimos quadrados generalizados (Period Weights) o qual leva em
conta a heterocedasticidade nos perodos. Seguindo Morettin (2004), primeiro foram
feitas as transformaes necessrias nas sries para depois utiliza-las. Foi utilizado o
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Economia Texto para Discusso 264
18
Log das variveis para minimizar a varincia. Nas sries com raz unitria9 foi utilizado
a primeira diferena.
Para testar o modelo para o Brasil no perodo de 1991 a 2007, foi utilizado o seguinte
conjunto de dados referente aos 26 estados brasileiros:
- R a produtividade do trabalho, calculado a partir do PIB dos estados em R$ do ano
de 2000 e do nmero de trabalhadores ocupados retirado do Ipeadata e IBGE.
-Q o efeito acumulativo do PIB, conforme descrito no modelo de Len-Ledesma para
a varivel q, calculado a partir do PIB dos estados em R$ do ano de 2000, dados do
IPEA.
- I a proxy para taxa de investimento como % do PIB, calculado a partir do
investimento dos governos dos estados em capital, dados do IPEA e Ministrio da
Fazenda e Tesouro Nacional, e PIB dos estados em R$ do ano de 2000, retirado do
Ipeadata;
- CCI outra proxy para investimento estadual, calculada a partir da soma do PIB da
construo civil dos estados em R$ do ano de 2000, dados do IPEA; e do investimento
dos governos dos estados em capital em R$ do ano de 2000, construdo a partir dos
dados do IPEA e Ministrio da Fazenda e Tesouro Nacional.
- G representando o gap de produtividade entre a economia seguidora e a economia
lder, igual a um menos a proporo do nvel da produtividade do trabalho para
aquela da economia lder (1-R/R*), sendo o R* calculado a partir dos dados de PIB
por trabalhador dos E.U.A retirados do Pen Word Table;
- K uma proxy para a inovao que representa o nmero de trabalhadores em P&D,
foi construda a partir da mdia do nmero de trabalhadores em P&D da Pesquisa
Inovao Tecnolgica PINTEC do IBGE. Verificou-se quanto era o percentual de
trabalhadores em P&D em relao ao total de trabalhadores da indstria em cada
estado. Para o restante da srie foi aplicado o mesmo % sobre nmero de
trabalhadores na indstria, dados da PIA;
- E a proxy para educao, o nmero mdio de anos de escolaridade da populao
acima de 25 anos, dados retirados do Ipeadata.
- Y o PIB de cada estado em R$ do ano de 2000, retirado do Ipeadata.
9 O teste de raiz unitria se encontra no anexo.
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Economia Texto para Discusso 264
19
Resultados
Na Tabela 5 apresenta-se os resultados da equao (4) do modelo de Len-Ledesma, a
qual foi modificada substituindo-se a varivel y por Q. O objetivo da substituio foi
para melhorar o resultado final da regresso. A varivel Q mostra o efeito acumulativo
do crescimento da demanda agregada sobre a produtividade. Outra mudana foi a
substituio da varivel (I/O) pela proxy para investimento (CCI) que a soma do PIB
da construo civil e o investimento dos governos dos estados em capital. Assim, a
equao 4 estimada para a economia brasileira no perodo 1991-2007 foi:
R = f ( Q, CCI, K, G)
O coeficiente que mede o efeito acumulativo (Q) foi o mais expressivo em todas as
regies, positivo e significativo a 5%. Neste conjunto de estimativas esta varivel est
sendo utilizada como proxy da Lei Kaldor-Verdoorn. Novas estimativas so
apresentadas nas Tabelas 7 e 8. A proxy para o investimento CCI apresentou o resultado
esperado na maioria das regies, e na regio Norte foi utilizado a varivel I, sendo todos
os coeficientes positivos e significativos.
O coeficiente para a proxy inovao, K, foi positivo e significativo em todas as
regies, com exceo da regio Norte. O coeficiente da varivel G foi negativo para a
regio Sudeste, indicando que essa varivel nessa regio no conduz a convergncia da
produtividade. Somente nas regies Sul e Nordeste esta varivel se mostrou positiva e
significativa, indicando convergncia da produtividade.
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Economia Texto para Discusso 264
20
Tabela 5: Resultados da regresso da equao (4) modificada, 1991-2007
Brasil R = 0.0526 + 0.7681*Q + 0.0188*CCI + 0.0520*K + 0.0040*G (11,502)* (27,776)* (1,845)** (2,147)* (0,144)
R2=0,71
SSR=1,99
DW=1,78
N=416
Sudeste R = 0.0380 + 0.6397*Q + 0.0856*CCI + 0.0586*K - 0.0542*G (8,174)* (18,404)* (7,424)* (3,301)* (-3,140)*
R2=0,91
SSR=0,04
DW=1,80
N=64
Sul R = 0.0493 + 0.6857*Q + 0.0396*CCI + 0.1161*K + 0.0793*G (8,217)* (16,417)* (4,292)* (3,766)* (1,687)**
R2=0,91
SSR=0,02
DW=1,46
N=48
Nordeste R = 0.0618 + 0.7861*Q + 0.0264*CCI + 0.0852*K + 0.0735*G (10,014)* (17,798)* (1,909)** (2,356)* (1,980)**
R2=0,78
SSR=0,26
DW=2,04
N=144
Centro-Oeste R = 0.04118 + 0.6889*Q + 0.0558*CCI + 0.0621*K - 0.0994*G
(1,657)** (13,373)* (2,341)* (1,853)** (-0,416)
R2=0,89
SSR=0,05
DW=1,74
N=48
Norte R = 0.0263 + 0.7793*Q + 0.0169*I - 0.0137*K + 0.0236*G
(1,556)** (13,721)* (2,545)* (-0,200) (0,304)
R2=0,67
SSR=1,35
DW=1,75
N=112
Fonte: Elaborao prpria a partir dos dados da pesquisa.
Notas: * Significativo a 5%. **Significativo a 10%
Em resumo, os resultados da equao (4) do modelo original de Len-Ledesma para o
Brasil mostram que tanto efeito acumulativo (Q) e o investimento tm uma relao
positiva e significativa com a produtividade do trabalho. A inovao (K) tambm exerce
um efeito positivo e significativo nas regies, com exceo da regio Norte. A varivel
G apresentou resultados bem diferentes entre as regies e pouco significativa, em geral.
Assim, a anlise da produtividade do trabalho, inserindo o investimento e inovao
mostrou que tais variveis so importantes para o aumento da produtividade na
economia, ou seja, contribuem para a convergncia da produtividade.
A equao 5 do modelo de Len-Ledesma foi estimada com as seguintes variveis:
K =f( Q, E, G)
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Economia Texto para Discusso 264
21
Como a varivel Q construda a partir da varivel y, nesta equao para as regies
brasileiras, a varivel y foi retirada. Neste caso, a varivel Q representa o efeito
acumulativo do learning by doing e tambm representa o efeito da demanda. A Tabela 6
mostra os resultados da estimao da equao da inovao, equao 5 do modelo de
Len-Ledesma.
Tabela 6: Resultados da regresso da equao (5) modificada, 1991-2007
Brasil K = 0.0473 + 0.2084*Q + 0.0221*E + 0.0035*G
(17,803)* (11,287)* (0,746) (0,208)
R2=0,62
SSR=4,78
DW=1,70
N=416
Sudeste K = 0.05096 + 0.2740*Q + 0.6388*E + 0.1208*G (4,168)* (4,503)* (1,798)** (2,313)*
R2=0,64
SSR=0,49
DW=1,69
N=64
Sul K = 0.0653 + 0.5532*Q - 0.3691*E + 0.00711*G (5,88)* (7,307)* (-1,407) (0,116)
R2=0,70
SSR=0,37
DW=2,05
N=48
Nordeste K = 0.0541 + 0.4631*Q + 0.1855*E - 0.0239*G
(11,831)* (11,676)* (2,516)* (-0,990)
R2=0,80
SSR=1,48
DW=1,88
N=144
Centro-Oeste K = -0.03257*C + 0.2029*Q + 0.3960*E - 0.5134*G
(-14,550)* (5,755)* (1,867)** (-11,096)*
R2=0,88
SSR=0,53
DW=2,23
N=48
Norte K = 0.03764 + 0.0766*Q - 0.0096*E - 0.0185*G
(6,852)* (3,122)* (-0,282) (-0,586)
R2=0,61
SSR=1,25
DW=1,63
N=112
Fonte: Elaborao prpria a partir dos dados da pesquisa.
Notas: * Significativo a 5%. **Significativo a 10%
Para o Brasil e regies o coeficiente da varivel Q positivo e significativo, como
esperado. O coeficiente de E, no significativo para o Brasil, mas significativo e
positivo para as regies Sudeste, Centro Oeste e Nordeste, e nas regies Sul e Norte o
sinal contrrio ao esperado e no significativo. O coeficiente do G, o gap de
produtividade, no siginificativo para o Brasil e maioria das regies. Na regio
Sudeste o coeficiente de G positivo e significativo a 5%, indicando a existncia de
catch-up ou de externalidades da economia lder para a regio Sudeste. Este resultado
-
Economia Texto para Discusso 264
22
interessante, pois indica que a regio Sudeste a que exibe maior poder de inovar. Na
regio Centro Oeste, o sinal da varivel G negativo e significativo a 5%. Esse sinal
negativo no coeficiente de G, que reflete o diferencial de produtividade sobre a
inovao, indica que a regio est indo em direo a um padro divergente e tende a
perpertuar os baixos nveis de inovao tecnolgica. Nessa anlise os Estados Unidos
foi considerada a economia lder10
.
A varivel Q exerce uma influncia positiva sobre K, refletindo a hiptese da inovao
liderado pela demanda. A educao um componente de grande importncia para a
inovao tecnolgica e posteriormente para a acumulao de capital fsico. Como
vimos, o coeficiente da educao, E, positivo e significativo no Sudeste, Centro Oeste
e Nordeste, mostrando a importncia dessa varivel para a criao e difuso de novas
tecnologias. Esse resultado confirma a teoria de crescimento endgeno que a educao
tem tambm um efeito indireto sobre o crescimento do produto. A educao se reflete
na inovao tecnolgica e no acmulo de capital, que so variveis que participam
como determinantes do nvel do produto. A no significncia do coeficiente E na regio
Sul, a segunda de maior peso do setor industrial, deve ser registrada, pois um resultado
no esperado.
Tanto os R2s quanto os DWs dos resultados so considerados bons, no entanto, alguns
problemas foram detectados nas estimaes acima, como um pico na varivel K em
1996, devido a uma mudana na medodologia da PIA, o que resultou numa soma dos
quadrados dos resduos - SSR de 4,78 para a equao 5 para o Brasil; e um pico na
varivel R em alguns estados do Norte no ano de 2004, resultando numa SSR de 1,99
para a equao 4 para o Brasil. Na tentativa de melhorar os resultados foram feitos
alguns ajustes.
Nas Tabelas 7 e 8 apresentamos os resultados para as equaes (4) e (5) com as
seguintes correes: Para a varivel G considerou-se So Paulo como a economia lder.
Para a varivel K foi introduzido dummy 0 para o ano de 1996. Para a varivel R foi
introduzido dummy 0 para os estados do Acre, Amazonas, Rondnia e Par no ano de
2004. A varivel Y foi usada no lugar da varivel Q na equao (4).
10 Tambm foi testado como economia lder o estado de So Paulo, os resultados esto na tabelas 7 e 8.
-
Economia Texto para Discusso 264
23
Tabela 7: Resultados da regresso da equao (4) modificada, 1991-2007
Brasil R = -0.0310 + 0.9573*Y + 0.0132*CCI + 0.05718*K + 0.00945*G (-7,500)* (37,436)* (1,698)** (1,696)** (1,289)***
R2=0,84
SSR=0,84
DW=1,92
N=416
Sudeste R = -0.0201 + 0.8957*Y + 0.0491*CCI + 0.06187*K + 0.0084*G (-6,408)* (20,601)* (4,858)* (1,618)*** (0,935)
R2=0,93
SSR=0,02
DW=2,16
N=64
Sul R = 0.01463 + 0.8841*Y + 0.02832*CCI + 0.05158*K - 0.08929*G (0,721) (14,635)* (2,476)* (0,820) (-1,556)***
R2=0,87
SSR=0,019
DW=1,95
N=48
Nordeste R = -0.01707 + 1.02818*Y + 0.00476*I + 0.05684*K - 0.01330*G (-0,730) (21,663)* (1,418)*** (1,179) (-0,405)
R2=0,84
SSR=0,23
DW=2,32
N=144
Centro-Oeste R = 0.02668 + 0.8882*Y + 0.02737*CCI - 0.02359*K - 0.09025*G (1,478)*** (18,775)* (1,554)*** (-0,375) (-2,560)*
R2=0,96
SSR=0,03
DW=2,22
N=48
Norte R = -0.05401 + 1.0076*Y + 0.02088*CCI - 0.10981*K + 0.01631*G (-5,896)* (22,498)* (1,310)*** (-1,212) (0,918)
R2=0,84
SSR=0,41
DW=1,82
N=112
Fonte: Elaborao prpria a partir dos dados da pesquisa.
Notas: * Significativo a 5%. **Significativo a 10%. ***Significativo a 20%.
Os coeficientes das variveis PIB (Y) e investimento foram positivos e significativos
para todas as regies, exercendo uma influncia positiva sobre a produtividade (Tabela
7). A varivel inovao, K, s positiva a significativa para o Brasil e regio Sudeste,
reforando a estimativa anterior. Nas demais regies a inovao no se mostra
significativa, ou seja a varivel inovao parece no contribuir para o aumento ou
convergncia da produtividade, nesta especificao da equao.
O coeficiente da varivel G s positivo e significativo a 20% para o Brasil, diferente
da outra especificao, quando no foi significativo. No entanto, nas regies Sul e
Centro Oeste o coeficiente negativo e significativo a 20% e 5% respectivamente,
indicando que nestas regies o gap de produtividade no conduz convergncia da
produtividade. Nas demais regies o G no significativo. Os resultados globais e os
R2s so considerados bons.
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Economia Texto para Discusso 264
24
A Tabela 8 apresenta os resultados corrigidos para a equao (5). Novamente os
coeficientes da varivel Q so todos positivos e significativos, refletindo o efeito
learning-by-doing sobre a inovao.
Tabela 8: Resultados da regresso da equao (5) modificada, 1991-2007
Brasil K = 0.02485 + 0.3382*Q + 0.06387*E + 0.001249*G (5,227)* (15,339)* (1,135) (0,1480)
R2=0,36
SSR=0,68
DW=1,23
N=416
Sudeste K = 0.0325 + 0.5494*Q + 0.6251*E - 0.01926*G (3,140)* (7,680)* (1,887)** (-0,920)
R2=0,57
SSR=0,07
DW=1,38
N=64
Sul K = 0.0751 + 0.6251*Q - 0.01991*E - 0.0867*G (1,989)** (7,508)* (-0,051) (-0,775)
R2=0,58
SSR=0,04
DW=1,16
N=48
Nordeste K = 0.0646 + 0.4179*Q + 0.1391*E - 0.05199*G (2,241)* (10,470)* (1,496)*** (-1,269)
R2=0,45
SSR=0,19
DW=1,37
N=144
Centro-Oeste K = 0.1312 + 0.2287*Q - 0.1199*E - 0.21155*G (4,387)* (4,230)* (-0,432) (-3,584)*
R2=0,51
SSR=0,05
DW=1,12
N=48
Norte K = -0.00159 + 0.2055*Q - 0.01718*E + 0.04859*G (-0,188) (6,610)* (-0,246) (2,870)*
R2=0,31
SSR=0,19
DW=1,23
N=112
Fonte: Elaborao prpria a partir dos dados da pesquisa.
Notas: * Significativo a 5%. **Significativo a 10% *** Significativo a 20%
O coeficiente da varivel educao, E, positivo e significativo nas regies Sudeste e
Nordeste, comprovando a importncia da educao para a atividade de inovao. Nas
demais regies esse coeficiente no significativo. Novamente na regio Centro Oeste
o coeficiente da varivel G negativo, confirmando que essa regio tende a perpetuar os
baixos nveis de inovao tecnolgica. O coeficiente do G s positivo e significativo
na regio Norte.
Com as correes, os R2s e o DWs ficaram bem baixos, no entanto ainda esto
prximos ao encontrado por Len-Ledesma (2002) para a equao 5 que foi R2=0,42 .
-
Economia Texto para Discusso 264
25
Esses resultados revelam a dificuldade em se avaliar a atividade de inovao e sua
influncia sobre a produtividade e sobre a produo.
Os resultados confirmam a influncia positiva do efeito acumulativo e do efeito da
demanda sobre a inovao. A influncia positiva da educao sobre a inovao foi
comprovada apenas na regio Sudeste e Nordeste. O investimento e o crescimento do
PIB foram confirmados como importantes para o aumento da produtividade. A inovao
exerce influncia positiva na produtividade principalmente na regio Sudeste. O efeito
da varivel gap de produtividade pode ser considerado inconclusivo.
5. Consideraes Finais
A idia de que tanto os fatores ligados oferta quanto os ligados demanda devem ser
levados em considerao num modelo de crescimento econmico foi a motivao deste
texto. Neste sentido fizemos uma primeira tentativa de aplicar empiricamente a
modelagem proposta por Len-Ledesma (2002) para as regies da economia brasileira.
No perodo objeto de estudo neste trabalho no se observou mudana significativa no
desempenho econmico das regies (Grfico 1), apesar da abertura econmica na
dcada passada que favoreceu a modernizao do parque industrial brasileiro,
contibuindo para a recuperao do crescimento da produtividade da indstria, que se
encontrava estagnada desde meado dos anos 1980. Mesmo com esse estmulo no incio
dos anos 1990 a um setor importante como o industrial, as acentuadas diferenas entre
os nveis de produtividade e de renda per capita continuam a caracterizar a estrutura
produtiva brasileira.
A aplicao emprica deste trabalho se baseou em uma verso ampliada do modelo de
crescimento cumulativo original de Kaldor com a introduo de variveis como
inovao, investimento, e educao, conforme proposto por Len-Ledesma,
incorporando os avanos na literatura sobre crescimento econmico com a nova teoria
do crescimento endgeno. No modelo de Len-Ledesma, o crescimento acumulativo
decorre da Lei Kaldor-Verdoorn e tambm do efeito induzido que a aprendizagem e a
competitividade no-preo tm sobre o crescimento econmico. O artigo trouxe uma
contribuio original ao usar as proxys para inovao, investimento e o gap da
produtividade a nvel regional para explicar o comportamento da produtividade e da
inovao no Brasil.
Sobre a produtividade, a lei Kaldor-Verdoorn se mostrou mais relevante para explicar
seu crescimento em todas as regies. Na 1. especificao da equao da produtividade
a taxa de investimento apresentou o resultado esperado para todas as regies. As demais
variveis tiveram resultado diferenciado entre as regies. Assim, podemos concluir que
o crescimento desigual das regies implicou a persistncia no desempenho desigual da
produtividade e na dinmica do investimento, e portanto contribuindo para a
persistncia da desigualdade regional. Colocando em termos da anlise dos
determinantes da produtividade conforme Len-Ledesma, ao admitir-se que a
produtividade cresce de forma mais intensa que a produo, nota-se que h uma forte
tendncia ao aumento das desigualdades entre as regies mais ricas e pobres, uma vez
que as mais ricas incorporam de forma mais intensa os ganhos de produtividade.
-
Economia Texto para Discusso 264
26
Sobre os determinantes da inovao, as estimativas confirmaram a importancia do efeito
learning by doing, porm no confirmaram a importancia da educao para a maioria
das regies. Assim, nossos resultados preliminares parecem apontar que na ausncia de
uma poltica de desenvolvimento voltada para a reduo das desigualdades regionais,
focada no estmulo demanda agregada, o desempenho econmico nas dcadas de 1990
e 2000 no apresentou tendncia reduo da desigualdade regional, considerando duas
variveis chave para explicar o crescimento econmico.
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http://pwt.econ.upenn.edu/php_site/pwt_index.php
-
Economia Texto para Discusso 264
28
ANEXO
Teste de raiz unitria para dados em painel
O uso de teste de raiz unitria em painel recente, porm, encontram-se na literatura
basicamente dois grupos de testes. No primeiro temos grupo temos os testes propostos
por Levin, Lin e Chu (2002) e o de Breitung (2000) e podem ser considerados como
sendo um teste de Dickey-Fuller Aumentado (ADF) com dados agrupados. Estes testes assumem a existncia de um processo de raiz unitria comum, os parmetros para
persistncia para cada unidade (ou grupo) possuem a mesma estrutura autoregressiva AR
(1), alm de permitir a existncia do efeito individual. A hiptese nula a de que cada srie
do painel seja integrada de ordem um, contra a hiptese em que todas as sries sejam
estacionrias.
No segundo grupo, temos os testes que permitem a existncia de um processo individual
de raiz unitria de forma que os parmetros de persistncia podem variar livremente
para cada unidade (grupo). Por isso tais testes so construdos a partir das estatsticas
individuais. A estatstica de teste proposta por Im, Pesaran e Shin (2003) o resultado
de uma mdia das t-estatsticas de Dickey-Fuller sobre cada unidade do painel, onde a
hiptese nula assume que todas as sries so no estacionrias ao passo que na hiptese
alternativa pelo menos uma srie estacionria. Esse teste adquire a estrutura do ADF
ao permitir que as defasagens para a varivel dependente possam ser inseridas o que
possibilita a autocorrelao do erro para cada srie. J os testes ADF-Fisher e o PP-
Fisher (Baltagi, 2005) no levam em conta as t-estatsticas, mas deriva da combinao
dos valores p de cada teste de raiz unitria individual.
Os testes citados acima foram feitos individualmente para todas as sries, e as sries que
apresentaram uma raz unitria, foram Educao, Inovao e produtividade. Nestas
sries foi feita a primeira diferena. As sries Efeito Acumulativo, Investimento e Gap
no apresentaram raz unitria, portanto so estacionrias e foram usadas normalmente.
Abaixo tem-se o resumo dos testes de raiz unitria. Para no tomar muito espao
optamos por apresentar um resumo com um teste conjunto para as sries com raz
unitria e outro resumo de teste conjunto para as sries que no apresentaram raz
unitria.
-
Economia Texto para Discusso 264
29
Tabela A1: Teste Conjunto de Raiz Unitria
Pool unit root test: Summary
Date: 06/24/10 Time: 23:18
Sample: 1991 2007
Series: Educao (E), Inovao (K), produtividade (R)
Cross-
Method Statistic Prob.** sections Obs
Null: Unit root (assumes common unit root process)
Levin, Lin & Chu t* 3.24832 0.9994 78 1221
Breitung t-stat -2.05267 0.0201 78 1143
Null: Unit root (assumes individual unit root process)
Im, Pesaran and Shin W-stat 7.21051 1.0000 78 1221
ADF - Fisher Chi-square 81.7114 1.0000 78 1221
PP - Fisher Chi-square 75.8822 1.0000 78 1248
Null: No unit root (assumes common unit root process)
Hadri Z-stat 19.6985 0.0000 78 1326 ** Probabilities for Fisher tests are computed using an asympotic Chi
-square distribution. All other tests assume asymptotic normality.
Tabela A2: Teste Conjunto de Raiz Unitria
Pool unit root test: Summary
Date: 06/24/10 Time: 23:24
Sample: 1991 2007
Series: Efeito Acumulativo (Q), Investimento (I) e (CCI), e Gap (G)
Cross-
Method Statistic Prob.** sections Obs
Null: Unit root (assumes common unit root process)
Levin, Lin & Chu t* -14.1737 0.0000 104 1628
Breitung t-stat -2.46994 0.0068 104 1524
Null: Unit root (assumes individual unit root process)
Im, Pesaran and Shin W-stat -10.6888 0.0000 104 1628
ADF - Fisher Chi-square 483.160 0.0000 104 1628
PP - Fisher Chi-square 523.914 0.0000 104 1664
Null: No unit root (assumes common unit root process)
Hadri Z-stat 10.5499 0.0000 104 1768 ** Probabilities for Fisher tests are computed using an asympotic Chi
-square distribution. All other tests assume asymptotic normality.
A estimao da equao (4) resultou a SSR=1,99. Os Pontos abaixo da mdia em 2004
so de estados da regio Norte, Acre, Amazonas, Rondnia e Par. Uma nova regresso
-
Economia Texto para Discusso 264
30
foi feita retirando esses estados, e resultou em uma SSR=0,99, sem grandes mudanas
nos resultados globais da regresso.
Grfico A1: Resduos da equao (4)
-.6
-.4
-.2
.0
.2
.4
1992 1994 1996 1998 2000 2002 2004 2006
RESID_ACRESID_ALRESID_AMRESID_APRESID_BARESID_CERESID_ESRESID_GORESID_MA
RESID_MGRESID_MSRESID_MTRESID_PARESID_PBRESID_PERESID_PIRESID_PRRESID_RJ
RESID_RNRESID_RORESID_RRRESID_RSRESID_SCRESID_SERESID_SPRESID_TO
Para o clculo da varivel inovao K, foram utilizados dados do nmero de
trabalhadores da Pesquisa Industrial Anual do IBGE PIA. Foram usados as PIAs que
compreende os anos 1992 a 1995, e 1996 a 2007. Entretanto, a partir de 1996, houve
uma mudana na metodologia da pesquisa, e os dados no so muito homogneos. Isso
justifica a descontinuidade ocorrida a partir de 1996, um pico em 1996, e a SSR=4,78
para o perodo de 1991 a 2007. Uma nova estimao foi feita para o perodo de 1997 a
2007, onde obteve-se a SSR=0,23 e no houve mudanas significativas nos resultados
globais da regresso. Uma outra estimao foi feita para o perodo de 1992 a 2007,
usando dummy 0 para 1996 onde obteve-se a SSR=0,67, porm o R2 foi igual a 0,37.
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Economia Texto para Discusso 264
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Grfico A2: Resduos da equao (5) com Dummy 0 para 1996
-.15
-.10
-.05
.00
.05
.10
.15
1992 1994 1996 1998 2000 2002 2004 2006
RESID_ACRESID_ALRESID_AMRESID_APRESID_BARESID_CERESID_ESRESID_GORESID_MA
RESID_MGRESID_MSRESID_MTRESID_PARESID_PBRESID_PERESID_PIRESID_PRRESID_RJ
RESID_RNRESID_RORESID_RRRESID_RSRESID_SCRESID_SERESID_SPRESID_TO