deterioraÇÃo de sementes - esalq.usp.br · para formação de maior quantidade de acetaldeído e...
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DETERIORAÇÃO DE SEMENTES
Julio Marcos FilhoTecnologia de SementesDepto. Produção Vegetal
USP / ESALQ
Sementes maduras não conseguem preservarindefinidamente as suas funções vitais.Inevitavelmente, seres vivos envelhecem e morrem.
Idade cronológica x Idade biológica ou fisiológica
DETERIORAÇÃOSérie de alterações fisiológicas, físicas, bioquímicas,com início a partir da maturidade fisiológica, em ritmoprogressivo, determinando a queda do potencial dedesempenho e culminando com a morte da semente
Processo inevitável? Contínuo? Irreversível ?
DETERIORAÇÃOIntensidade e velocidade variáveis de acordo com aespécie, cultivar, lotes do mesmo cultivar, sementesdo mesmo lote e partes da mesma semente
FORTE INFLUÊNCIA DO GENÓTIPO, COMPOSIÇÃOQUÍMICA, LONGEVIDADE NATURAL, GRAU DEUMIDADE, PRÁTICAS DE MANEJO
AUGE DO POTENCIAL FISIOLÓGICO MATURIDADE (nem sempre é alto)
Manejo pós-maturidade DETERIORAÇÃO
Desequilíbrio funcional de tecidos ativos de
organismos vivos, acarretando inativação gradual
do metabolismo e das funções vitais.
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LONGEVIDADESementes de vida curta: vivem até três anos
maioria das recalcitrantes
Sementes de vida média: vitalidade é mantida detrês a 15 anossoja, girassol, mamona, centeio, trigo, algodão,melão, cebola, floríferas, forrageiras
Sementes de vida longa: vivem mais de 15 anosaveia, beterraba, grão de bico, cevada, feijão,arroz, milho, ervilha, brássicas, tomate, tabaco
100
80
TEMPO
Curva de perda da viabilidade da semente (POWELL, 1986)
FASE 1 FASE 2 FASE 3
A
B
?
Dificuldades para elucidar o processo e suas consequências:
Deterioração tem particularidades que impedemgeneralizaçãosemeadura x armazenamentoinjúrias mecânicas x envelhecimento
Variações metodológicas na pesquisa:envelhecimento natural x artificial
Germinação (%) de sementes de algodão armazenadas em ambiente ecâmara fria e após envelhecimento artificial (Freitas et al., 2007)
Dificuldades para elucidar o processo e suas consequências:
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Germinação (%) sob baixa temp. de sementes de algodão armazenadas emambiente e câmara fria e após envelhecimento artificial (Freitas et al., 2007)
Dificuldades para elucidar o processo e suas consequências:
Influência de fatores bióticos e abióticos
Regiões específicas da semente não deterioram com a mesma velocidade : endosperma x embrião
região da radícula
Das & Sen Mandi (1992) sementes de trigoProgresso da deterioração em sementes de milho: áreas vermelhas(tecidos viáveis) e áreas descoloridas (inviáveis)
Dias (2015)
4
Avançado
Início
Progresso
Alto BaixoMédio
Núm
ero
de S
emen
tes
50
100
150
200
- Proporção de vigorosas decresce
- Ampliação da variação das proporções desementes com diferentes potenciaisfisiológicos, à medida que progride adeterioração
- Germinação não é perdida simultaneamente
Perda da viabilidade com o decorrer do tempo: simulação
MANIFESTAÇÕES DA DETERIORAÇÃO
Plântulas Normais
Sementes Mortas
Sementes vigorosas Plântulas
Anormais
Armazenamento (meses)
Qu
anti
dad
e d
e se
men
tes
(%)
MANIFESTAÇÕES DA DETERIORAÇÃO
Manifestações Bioquímicas
1. Respiração e Síntese de ATP
RESULTADOS DE ALTERAÇÕES EM MITOCÔNDRIOS
MANIFESTAÇÕES DA DETERIORAÇÃO
Manifestações Bioquímicas
1. Respiração e Síntese de ATP
- Queda da taxa respiratóriadeclínio tomada O2 ou aumento liberação CO2
- Menor síntese de ATP
- Acréscimo da liberação de etanol e de aldeídosvoláteis: produtos tóxicos originados da respiração anaeróbica
RESULTADOS DE ALTERAÇÕES EM MITOCÔNDRIOS
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membranaexterna
membranainterna
matriz
DNA, enzimas
cristas
Número, velocidade de formação, estrutura, eficiência
Microscopia eletrônica de mitocôndrios de sementes de ervilhab – sementes embebidas por 22 h; c– deterioradas e embebidas por 22 h.
Mitocôndrios
Benamar et al. (2003)
Velocidade de germinação
relacionada ao envelhecimento
da semente e eficiência dos mitocôndrios
MANIFESTAÇÕES DA DETERIORAÇÃO
Manifestações Bioquímicas
2. Sistemas enzimáticos (hidro e desmolíticas)
- Alterações na estrutura, síntese e atividadede enzimas
- INATIVAÇÃO PROGRESSIVA OU ACRÉSCIMO DA ATIVIDADE
- REDUÇÃO OU PARALISAÇÃO DA SÍNTESE
- MENOR ATIVIDADE DE ENZIMAS RESPIRATÓRIAS
- SÍNTESE “de novo” TORNA-SE ERRÁTICA
- MENOR EFICIÊNCIA NOS MECANISMOS DE REPARO
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2. Sistemas enzimáticos (hidro e desmolíticas)
DECRÉSCIMO NA ATIVIDADE: menor mobilização de nutrientes ou deficiência de mecanismos de proteção
AMILASE (α e )
ALCOOL DESIDROGENASE (ADH): remoção de acetaldeído(tóxico) durante a respiração anaeróbica
MALATO DESIDROGENASE (MDH): produção de ATP (ciclode Krebs
ESTERASES: prevenção da peroxidação
SUPERÓXIDO DISMUTASE (SOD): primeira linha de defesacontra ataque de radicais livres
CATALASE: proteção contra ataque de radicais livres
ADH (álcool desidrogenase)
Atua diretamente na respiração. A atividade (eficiência) diminui com oprogresso da deterioração (bandas mais escuras); assim, há tendênciapara formação de maior quantidade de acetaldeído e atividade da enzimadeveria ser alta para para tentar reduzir a quantidade desse composto(como é o caso do híbrido C, que foi o de pior desempenho).Timóteo e Marcos Filho (2013)
2. Sistemas enzimáticos (hidro e desmolíticas)
- DECRÉSCIMO NA ATIVIDADE
SUPERÓXIDO DISMUTASE (SOD): primeira linha de defesacontra formas reativas de oxigênio, anulando a ação desuperóxidos (O2
-).Transforma superóxido em H2O2,composto menos reativo
SOD (superóxido dismutase)
Se a atividade da SOD for baixa, isto pode indicar que as sementes estão mais sujeitas ao ataque de radicais livres (bandas indicadas pelas setas brancas). Essas bandas correspondem aos lotes mais deteriorados. Assim, aos 9 e 15 meses de armazenamento, as sementes estão mais deterioradas e sujeitas ao ataque dos radicais livres (Timóteo e Marcos Filho, 2013).
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2. Sistemas enzimáticos (hidro e desmolíticas)
- DECRÉSCIMO NA ATIVIDADE
CATALASE: tem a função de consumir o peróxido de oxigênio (H2O2) produzido em condições de estresse, sendo capaz de realizar desintoxicação.
Presente, principalmente, em peroxissomos
A catalase (CAT) atua na desativação do radical livre (H2O2).A alta atividade da catalase (0 mês de armazenamento setas brancas) vaidiminuindo com o decorrer do tempo (setas amarelas). As sementes maisdeterioradas são mais sujeitas ao ataque de radicais livres, devido à reduçãoatividade da CAT, fato demonstrado pela menor intensidade das bandasnesses períodos (Timóteo e Marcos Filho, 2013).
CAT (catalase)
MANIFESTAÇÕES DA DETERIORAÇÃO
Manifestações Bioquímicas
3. Metabolismo de Reservas
CARBOIDRATOS
- Decréscimos teores açúcares totais e solúveis:limitação da disponibilidade de substratos paraa respiração
- Menor proteção à integridade das membranas
- Menor capacidade de utilização de carboidratos
- Reações Maillard e produtos Amadori
MANIFESTAÇÕES DA DETERIORAÇÃO
Manifestações Bioquímicas3. Metabolismo de Reservas
LIPÍDIOS
Instabilidade química é uma das principais causas
Hidrólise de lipídios de reserva: ação de lipases, com acúmulo de ácidos graxos
- redução do pH celular- desnaturação de enzimas- decréscimo da atividade de enzimas
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MANIFESTAÇÕES DA DETERIORAÇÃO
Manifestações Bioquímicas3. Metabolismo de Reservas
LIPÍDIOS
- Degeneração de fosfolipídios de membranas
- Autoxidação de lipídios
-Peroxidação de lipídios (lipoxigenases)
Autoxidação
Sequência de reações não catalisadas por enzimas,quando o G.U. ≤ 6 %, a partir da ação do oxigêniosobre ácidos graxos insaturados, resultando naliberação de radicais livres.
MANIFESTAÇÕES DA DETERIORAÇÃO
MANIFESTAÇÕES DA DETERIORAÇÃO
LIPÍDIOS
Peroxidação
Reações são aceleradas pela lipoxigenase e ocorremquando G.U. ≥ 14%
Principais consequências: formação de produtos tóxicos (ex.: aldeídos voláteis, compostos fenólicos), de radicais livres e danos a membranas (têm componente lipídico)
MANIFESTAÇÕES DA DETERIORAÇÃO
LIPÍDIOS
Ação do oxigênio sobre os lipídios gerando a produção de radicais livres, que são danosos
para as células
Radicais livres resultam em danos biológicos às células, causando deterioração
Peroxidação
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MANIFESTAÇÕES DA DETERIORAÇÃO
LIPÍDIOS
Peroxidação: considerada a principal causa dadeterioração, em conjunto com a produção deradicais livres
Ocorre nos lipídios armazenados e nas membranas
Tem início a partir da ação do oxigênio sobre cadeiasde ácidos graxos insaturados, como os ácidos oleicoe linoleico (muito comuns em membranas)originando radicais livres, hidroperóxidos e váriosprodutos secundários
Lipídios são quimicamente instáveis
Lipídios nas sementes = triglicerídeos e fosfolipídios de membrana
Triglicerídeo = lipídio de reserva
3 ácidos graxosglicerol +
LIPÍDIOS
Peroxidação
Peroxidação de Lipídios
Consiste da oxidação de cadeias de ácidos graxos,produzindo radicais livres, hidroperóxidos ecompostos secundários
Hidroperóxidos são instáveis e degradam-se gerandonovos radicais livres, perpetuando o processo eproduzindo álcoois e aldeídos
Esses compostos são tóxicos e afetam a germinação das sementes
Peroxidação de Lipídios
C – C – C – C – C – C = C = C – C - C – C – C - C
O2
Radical livre: elétron não pareado, muito reativoInicia uma cadeia de reações causando desorganização demoléculas como proteínas/enzimas, ácidos nucleicos, lipídios,alterando suas estruturas e funções
H H
HH
H
H é retirado do grupo –CH2 gerando RL
Ácido graxo
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Peroxidação de lipídios e consequente formação deradicais livres comprometem o funcionamentomolecular da célula
Peroxidação de lipídiosMitocôndrios:
-ampla superfície de membrana (cristas)
- predomínio de lipídios insaturados (mais instáveis)
- sítio da respiração (transporte de elétrons x cristas)
- comprometimento na produção de ATP
- contêm DNA (DNA-mt), mais susceptível aos RL que o nuclear
Peroxidação de Lipídios
Biomembranas e mitocôndrias são mais propensas àperoxidação de lipídios
Alterações na viscosidade, integridade e permeabilidadeAumento na liberação de exsudados
Peroxidação de Lipídios
O átomo de Oxigênio possui 6elétrons externos: forma doispares naturalmente e “procura”complementar os outros doispares
O gás oxigênio (O2)compartilha dois pares (umaligação dupla) de elétronscom outro átomo de oxigênio
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Radical livre: átomo ou grupo de átomos com um elétron
não pareado, em sua órbita externa, produzido por
autoxidação ou via enzimas oxidativas.
As cadeias de ácidos graxos oxidam-se espontaneamente,
produzindo radicais altamente reativosA partir da formação do primeiro, reação em cadeia.
Formas principais-Anion superóxido (O2
-), Peróxido de hidrogênio (H2O2),radicais hidroxil (OH)
MANIFESTAÇÕES DA DETERIORAÇÃO
• Que são radicais livres?- Um átomo ou molécula que possui um elétron não pareado
- Um elétron não pareado em um átomo ou molécula “carrega” maior quantidade de energia que um elétron pareado
Anion superóxido Radical hidroxil
MANIFESTAÇÕES DA DETERIORAÇÃO
• Por que os radicais livres são importantes ?
- Iniciam uma cadeia de reações que causam desorganização significativa em moléculas, alterando sua estrutura e funções
- Se essas moléculas são de proteínas (enzimas), lipídios(membranas) ou ácidos nucleicos, as funções biológicasoriginais são seriamente comprometidas e a deterioração éacelerada
- Nos mitocôndrios:-) As membranas internas (cristas) apresentam grande área exposta
e constituem locais importantes para transferência de elétrons-) A peroxidação de lipídios compromete a produção de energia
(ATP)-) Mitocôndrios contem DNA específico, menos protegido que o
DNA nuclear
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MANIFESTAÇÕES DA DETERIORAÇÃO
Proteção contra Radicais Livres
a) Enzimas removedoras de radicais livres:
Superóxido dismutase, catalase, peroxidase, glutationa peroxidase
b) Compostos que reagem com os radicais livres, inibindo sua ação:
Vitamina C (ácido ascórbico), vitamna E (tocoferol), glutationa
Antioxidantes
Ação da enzima superóxido dismutase (SOD) como antioxidante, gerenciando a formação de peróxido de hidrogênio
Efeitos do grau de hidratação sobre a produção de radicais livres em sementes de milho (Priestley, 1986)
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MANIFESTAÇÕES DA DETERIORAÇÃO
Manifestações Bioquímicas
3. Metabolismo de Reservas
PROTEÍNAS
Decréscimo na síntese de proteínas: maior problema
Queda dos teores de proteínas solúveis
Acréscimos nos teores de aminoácidos livres
Desnaturação de proteínas
MANIFESTAÇÕES DA DETERIORAÇÃO
Manifestações Bioquímicas
4. Taxas de síntese
Processo de germinação envolve reativação de enzimaspreexistentes e síntese de novas enzimas para hidrólise dereservas e síntese de novas células para o crescimento doembrião.
Ação coordenada de enzimas, RNA, ribossomos e mitocôndrias traduz a intensidade e eficiência do metabolismo de síntese
MANIFESTAÇÕES DA DETERIORAÇÃO
Manifestações Bioquímicas
4. Taxas de síntese
Sementes de centeio com 86% de germinação, redução de20% na capacidade de síntese de proteínas, emcomparação a sementes com 95% G.
Deterioração: comprometimento da mobilização e síntese de novos compostos para a retomada do crescimento do embrião Síntese de proteínas em embriões viáveis e não viáveis de
ervilha (Bray e Chow, 1976)
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MANIFESTAÇÕES DA DETERIORAÇÃO
Manifestações Bioquímicas
5. Cromossomos e Ácidos Nucleicos
Degradação de DNA e de RNA-m
Rupturas em cromossomos
Alterações nucleares e abortamento de grãos de pólen
Ineficiência de mecanismos de reparo Relações entre viabilidade da semente e concentrações de DNA e RNA de sementes de centeio(Adaptado de Osborne et al., 1980/81)
Viabilidade(%)
DNA(mg/g m.s.)
RNA(mg/g m.s.)
95 10,2 46,4
64 9,7 43,0
00 3,1 43,7
CultivarDepósito Câmara Fria
Germinação(%)
DNA(g/mg m.s.)
Germinação(%)
DNA(g/mg m.s.)
Pennyrile 0 1,64(†) 90 4,38
Corsica 0 1,33 88 4,10
Stafford 0 3,35 94 6,40
Essex 0 3,62 92 4,58
Pharaoh 0 3,03 68 3,98
(†) Médias de três épocas.
Germinação (%) e concentrações de DNA (g/mg m.s.) extraído de sementesde cinco cultivares de soja armazenados em depósito normal e em câmarafria e seca (10oC e 50% U.R), após a embebição durante 24 horas(Marcos Filho, McDonald, TeKrony e Zhang 1997).
Manifestações Bioquímicas6. Sistemas de Membranas
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seca
úmida
seca
úmida
a ab
b
c
c
A
B
A orientacão dos fosfolipídios; B orientação de fosfolipídios e de proteínas
Manifestações Bioquímicas
Sistemas de Membranas
Manifestações Bioquímicas6. Sistemas de Membranas
57 867243
200
100
80
pp
mp
orc
enta
gem
Dias após início da frutificação
MF
MF
Germinação
Lixiviação dePotássio
Manifestações Bioquímicas
6. Sistemas de Membranas
Perda da integridade menor permeabilidade seletiva
Perda da compartimentalização celular
Liberação de exsudados
Danos principais provocados por peroxidação
Perda da eficiência de mecanismos de reparoLiberação de eletrólitos de sementes de soja envelhecidas artificialmente, avaliada pela condutividade elétrica(McDonald and Wilson. 1980).
CondutividadeCondutividade
16
Avançado
Início
Progresso
Alto BaixoMédio
Núm
ero
de S
emen
tes
50
100
150
200
- Proporção de vigorosas decresce
- Ampliação da variação das proporções desementes com diferentes potenciaisfisiológicos, à medida que progride adeterioração
- Germinação não é perdida simultaneamente
Perda da viabilidade com o decorrer do tempo: simulação
MANIFESTAÇÕES DA DETERIORAÇÃO MANIFESTAÇÕES DA DETERIORAÇÃO
Manifestações Fisiológicas
REDUÇÃO DA VELOCIDADE DE GERMINAÇÃO
DECLÍNIO DA VELOCIDADE DE CRESCIMENTO
MENOR RESISTÊNCIA A ESTRESSES DO AMBIENTEDURANTE A GERMINAÇÃO E DESENVOLVIMENTO INICIAL DA PLÂNTULA
REDUÇÃO DO POTENCIAL DE ARMAZENAMENTO
REDUÇÃO DA RESISTÊNCIA À AÇÃO DE MICRORGANISMOS
REDUÇÃO DA RESISTÊNCIA À AÇÃO DE MICRORGANISMOS
Manifestações Fisiológicas
REDUÇÃO DA PORCENTAGEM DE EMERGÊNCIA DE PLÂNTULAS EM CAMPO
Manifestações Fisiológicas
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MAIOR ESPECIFICIDADE DAS CONDIÇÕES DE AMBIENTEPARA A GERMINAÇÃO
DESUNIFORMIDADE NO DESENVOLVIMENTO DE PLÂNTULAS
Manifestações Fisiológicas
Algodão
REDUÇÃO DO CRESCIMENTO DE PLÂNTULAS / PLANTAS
Manifestações Fisiológicas
AUMENTO DA TAXA DE ANORMALIDADE DE PLÂNTULAS
Manifestações Fisiológicas
AUMENTO DA TAXA DE ANORMALIDADE DE PLÂNTULAS
Manifestações Fisiológicas
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Manifestações Físicas
MANIFESTAÇÕES DA DETERIORAÇÃO
Alterações na coloração
Alterações no brilho
Alterações na textura
Presença de microrganismos visíveis externamente
SEQUÊNCIA DA DETERIORAÇÃO
Existe uma sequência padrão para todas as espécies, independentemente do genótipo?
Influência de determinado fator é sempre a mesma ?
Atua da mesma forma em sementes armazenadas e após a semeadura?
Sequência de eventos é a mesma em sementes úmidas e nas mais secas?
Associação entre manifestações bioquímicas efisiológicas
Biossíntese incompletaMembranas incompletas
MATURIDADE FISIOLÓGICA
Degeneração das membranas
Atividades respiratórias e biossintéticas
Germinação lenta
Potencial de conservação
Menor taxa de desenvolvimento
Menor uniformidade de desempenho
Maior sensibilidade a adversidades
Redução da emergência de plântulas em campo
Aberrações morfológicas (plântulas anormais)
Perda do poder germinativo
MORTE DA SEMENTE
peroxidação de lipídios
radicaislivres
SEMENTEVIÁVEL
atividade de RNases
perda da integridade do
DNA
queda da síntese de
DNA
queda da síntese de proteínas
SEMENTENÃO VIÁVEL
queda da atividade de
enzimas
perda da integridade de
membranas
ineficiênciano reparo de DNA
redução naatividade demitocôndrios
perda daorganização
celular
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H2O2
O2
O2
OOH
OHFe Peroxidação de Lipídios
DisfunçãoMitocondrial
Inativação de Enzimas
Desorganização deMembranas
DanosGenéticosO2 G
eraç
ão E
nzim
átic
a de
R
adic
ais
Livr
es
Mec
anis
mos
de
Rep
aro
Menor produção de ATP, menor nº de mitocôndrios
Reparo comprometido
Exudados, produção de aldeídos
Lesões em cromossomos,transcrição falha
SementeGerminável
Semente nãoGerminável
Danos CelularesAntioxidantesAutoxidação Antioxidantes
Consequência Fisiológica
ARMAZENAMENTO(Semente Seca)
EMBEBIÇÃO(Semente Hidratada)
Grau de umidade adequado
20
60
80
100
40
Ger
min
ação
(%
)
Período de armazenamento
Grau de umidade elevado
O ESTADO VÍTREO
Como é possível a sobrevivência e conservação dasfunções vitais em organismos que toleram a dessecação?
Vitrificação é o processo através do qual a água sofre umatransição para um estado amorfo, de consistência rígida.O citoplasma assume a consistência de um líquido com altaviscosidade, suficiente para impedir ou dificultar reaçõesquímicas garantia da estabilidade celular
Importante: presença de proteínas LEA, açúcares (rafinose,estaquiose)
20
cristal
vítreo
“borracha”
Estrutura regular, moléculas próximas
Consistência menos rígida, não háorientação espacial das moléculasEstado amorfo
Queda da temperatura ou secagem maior concentraçãoda solução celular: estabilidade e tolerância à dessecação
Consistência barra de chocolate ou “pirulito”sólida, mas com propriedades físicas de um líqüido
Fase liquefeita barra de chocolate “derretida”: adição de água ou elevação da temperatura maioratividade celular deterioração
O ESTADO VÍTREO
O ESTADO VÍTREO
Soja: G.U. < 9,0%; Milho: G.U. < 10,0%
Envelhecimento perda gradual da habilidade dascélulas vivas manterem o citoplasma vitrificado
FORMAÇÃO
- Desidratação e/ou queda da temperatura
- Presença de rafinose, estaquiose
- Presença de proteínas LEA
- Manutenção das membranas no estado“cristalino líquido”
- Sementes recalcitrantes?
O ESTADO VÍTREO
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Secagem Reidratação
HidratadaLíquida-Cristalina
Seca + AçúcaresLíquida-Cristalina
Liquida-Cristalina
Seca-Gel
Transição dos fosfolipídios da membrana:Fase líquida-cristalina: semente hidratada
Fase gel: semente seca
FATORES QUE AFETAM A VELOCIDADE E AINTENSIDADE DE DETERIORAÇÃO
- Condição inicial das sementes
Lotes
Híbrido A
Germinação (%) Envelh. acel. (%)
0 6 9 12 0 6 9 12
1 97 99 98 97 99 97 97 90
2 93 79 76 64 92 66 64 42
3 84 69 60 45 79 41 33 29Germinação e vigor (env. acel.) de sementes de três lotesde sementes de milho híbrido durante doze meses dearmazenamento em condições normais de ambiente(Timóteo e Marcos-Filho, 2013)
FATORES QUE AFETAM A VELOCIDADE E AINTENSIDADE DE DETERIORAÇÃO
- Condições climáticas na maturação
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Ambiente Lotes
Período de armazenamento
Inicial 4 meses 8 meses
G DU G DU G DU
Não controlado(†)
1 97 17 92 36 88 54
2 92 42 87 54 82 54
Câmara seca
1 97 17 90 52 94 54
2 92 42 67 49 68 37
Câmara fria1 97 17 98 50 95 30
2 92 42 87 46 94 46
Germinação (%) e ocorrência de danos por “umidade” (%) avaliadospelo teste de raios X de dois lotes de sementes de soja armazenadasdurante oito meses em três ambientes (Adaptado de Forti et al., 2010).
FATORES QUE AFETAM A VELOCIDADE E AINTENSIDADE DE DETERIORAÇÃO
- Momento de colheita
Momento de Colheita(dias após o
florescimento)
Germinação (%)
Condutividade elétrica(μmho/cm/g)
0 6 0 6
M3: 38 dias 69 62 92 104
M4: 42 dias 64 58 93 116
M5: 45 dias 76 70 53 94
M6: 49 dias 80 75 36 58
M7: 52 dias 71 55 43 75
M8: 56 dias 67 58 62 83
M9: 59 dias 71 60 49 94
Efeito da época de colheita e do período de armazenamento sobre agerminação e o vigor de sementes de feijão (Chamma et al., 1990)
FATORES QUE AFETAM A VELOCIDADE E AINTENSIDADE DE DETERIORAÇÃO
- Injúrias mecânicas
- Secagem da semente
- Beneficiamento
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- Secagem
FATORES QUE AFETAM A VELOCIDADE E AINTENSIDADE DE DETERIORAÇÃO
Efeitos da temperatura de secagem sobre o teor de açúcares lixiviados de sementes de milho com 39% de água, avaliadas durante 4h de embebição (Seyedin e Burris, 1984)
FATORES QUE AFETAM A VELOCIDADE E AINTENSIDADE DE DETERIORAÇÃO
- Condições e período de armazenamento
Germinação inicial e após armazenamento por 18 meses de lotes desementes de soja e milho (Delouche e Baskin, 1979)
Composição química: SOJA x MILHO
Lipídios são mais instáveis
24
40
60
80
100
6 241812
8%
10%
12%
14%
Ger
min
ação
(%)
Armazenamento (meses)
Efeitos do grau de umidade sobre a conservação de sementes da soja (Misra, 1981)
40
60
80
100
6 241812
Ger
min
ação
(%)
Armazenamento (meses)
10oC
20oC25oC
15oC
Efeitos da temperatura ambiente sobre a conservação de sementes de soja (Misra, 1981)
- Condições e período de armazenamento – Regras de Manejo
- Redução de 1p.p. no grau de umidade das sementes período seguro
para o armazenamento duplica (graus de umidade entre 5,0% e 14,0%)
G.U. % superior a 14% desenvolvimento de fungos é acelerado
G.U. % inferior a 5% autoxidação de lipídios
- Redução de 5 oC longevidade duplica (válido para o intervalo 0 a 50oC)
- Ambas as reduções longevidade “quadruplica”
a) Variações no grau de umidade das sementes e temperaturab) Combinações To C + U.R. %
- ToC + U.R.% até 80 seguro para 8 - 10 meses
- ToC + U.R.% até 65 - 70 seguro para 12 - 18 meses
- ToC + U.R.% até 55 ideal para 3 - 5 anos (ambiente artificial)
- ToC + U.R.% até 45 para 5 - 15 anos (ambiente artificial)
Em geral, equilíbrio com umidade relativa menor que 65 - 70%é seguro para o armazenamento de sementes de grandesculturas
- Condições e período de armazenamento – Regras de Manejo
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- Sanidade
FATORES QUE AFETAM A VELOCIDADE E AINTENSIDADE DE DETERIORAÇÃO
UMIDADE RELATIVA
(%)
GRAU DE UMIDADE
(%)
FUNGO PREDOMINANTE
TEMPERATURA PARA DESENVOLVIMENTO
MÍNIMA ÓTIMA
50 7 - 8 --------- ---- ----
65 – 70 10 – 12 A. halophilicus ---- ----
70 – 75 12 – 13A. restricuts
A. glaucus0 a 10 30 – 35
75 – 80 13 – 15A. candidus
A. achraceous10 a 15 45 – 50
80 – 85 15 – 17A. flavus
Penicillium sp.10 a 15 40 -50
85 – 90 17 – 19 Penicillium spp. - 5 a 0 20 a 25
> 90 > 19 Fungos de campo Várias Várias
Desenvolvimento de fungos em sementes de soja, em relação à umidade relativa do ar, grau de umidade das sementes e temperatura (Castor, 1983)
- Tratamento químico
FATORES QUE AFETAM A VELOCIDADE E AINTENSIDADE DE DETERIORAÇÃO VIGOR TRATAMENTOS
ARMAZENAMENTO (meses)
0 2 6 10
ALTO
INÍCIO ARMAZ.
SEMEADURA
NÃO TRATADA
94
94
94
88
82
77
84
85
74
22
15
02
BAIXO
INÍCIO ARMAZ.
SEMEADURA
NÃO TRATADA
91
91
91
78
79
46
75
77
61
26
25
01
Efeitos da época do tratamento fungicida (Rhodiauram) sobre a germinação desementes de soja armazenadas em ambiente normal, durante 10 meses (Adaptado deCarvalho e Jacinto)
26
- Embalagem
FATORES QUE AFETAM A VELOCIDADE E AINTENSIDADE DE DETERIORAÇÃO Embalagem Parâmetro
Armazenamento (meses)
0 2 4 8 16 18
PolietilenoGerminação (%) 99 98 99 99 96 81
Teor de água (%) 8,5 8,6 9,1 9,8 12,0 11,2
PapelGerminação (%) 99 30 01
Teor de água (%) 8,5 16,7 15,1
PanoGerminação (%) 99 46 02
Teor de água (%) 8,5 16,0 17,6
Germinação e grau de umidade de sementes de milho armazenadasem diferentes tipos de embalagem a 30oC e 85% de umidade relativado ar (Baskin, 1969)