destinação de enlatados da alimentação escolar ribeirinha brevense

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1 DESTINAÇÃO DE ENLATADOS DA ALIMENTAÇÃO ESCOLAR RIBEIRINHA BREVENSE E PLANEJAMENTO: UMA QUESTÃO PARA DEBATE JOSÉ ALMIR RODRIGUES PEREIRA Doutor em Engenharia Hidráulica e Saneamento (EESC-USP no ano 2000), Mestre em Recursos Hídricos (UFPB 1991) e Engenheiro Sanitarista (UFPA 1989) NEIDE ANDRADE DA SILVA Mestranda em Gestão Pública, Especialista em Planejamento e Gestão do Desenvolvimento Regional e Pedagoga pela Universidade Federal do Pará (UFPA) Resumo: Este artigo apresenta como principal objetivo fomentar um debate sobre a destinação dos resíduos sólidos (enlatados) oriundos da alimentação escolar destinada aos alunos das escolas ribeirinhas do município de Breves, no estado do Pará, tendo como intencionalidade descobrir o que foi pensado e proposto no sistema de gestão municipal para o problema apresentado. Este trabalho foi elaborado por meio de uma pesquisa bibliográfica e de campo, com abordagem qualitativa e análise documental e de conteúdo. Após análise do principal instrumento de planejamento, denominado Plano Diretor constatou-se que neste não há diretrizes para ações de planejamento destinadas ao meio rural deste município. Ao término da análise de conteúdo das falas efetuadas por 30 Agentes de Alimentação Educacional entrevistadas, houve constatação da total ausência de diretrizes e coleta de lixo, efetuadas pelo poder público municipal. Essas constatações são de extrema relevância e remetem a população ribeirinha há uma urgente necessidade de mobilização para debater e efetuar a inclusão das devidas proposições neste relevante instrumento (Plano Diretor), principalmente no que se refere às questões ambientais, em especial a destinação de enlatados da alimentação escolar ribeirinha. Palavras chave: Planejamento. Destinação de Enlatados. Meio Ambiente. . FEEDING OF USE CANNED RIVERSIDE SCHOOL BREVENSE AND PLANNING: A MATTER FOR DEBATE Abstract: This paper presents the main objective to foster debate about the disposal of solid waste (canned) coming school meals intended for students of the riverine schools in the municipality of Breves, in the state of Pará, with the intention to find out what was planned and proposed the municipal management system to the problem presented. This work was done through a literature review and field with a qualitative approach and document analysis and content. After analysis of the main planning tool, called Master Plan it was found that in this there are no guidelines for planning actions aimed at rural areas of this municipality. At the end of the content analysis of the speeches made by 30 Educational Food Agents interviewed, there was finding the total absence of guidelines and garbage collection, made by the municipal government. These findings are extremely important and refer the local population there is an urgent need to mobilize to debate and make the inclusion of appropriate proposals in this important instrument (Master Plan), especially with regard to environmental issues, in particular the allocation of the canned riverside school feeding. Key - words: Planning. Allocation of Canned. Environment. 1. Introdução

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DESTINAÇÃO DE ENLATADOS DA ALIMENTAÇÃO ESCOLAR RIBEIRINHA

BREVENSE E PLANEJAMENTO: UMA QUESTÃO PARA DEBATE

JOSÉ ALMIR RODRIGUES PEREIRA

Doutor em Engenharia Hidráulica e Saneamento (EESC-USP no ano 2000), Mestre em

Recursos Hídricos (UFPB 1991) e Engenheiro Sanitarista (UFPA 1989)

NEIDE ANDRADE DA SILVA

Mestranda em Gestão Pública, Especialista em Planejamento e Gestão do Desenvolvimento

Regional e Pedagoga pela Universidade Federal do Pará (UFPA)

Resumo: Este artigo apresenta como principal objetivo fomentar um debate sobre a

destinação dos resíduos sólidos (enlatados) oriundos da alimentação escolar destinada aos

alunos das escolas ribeirinhas do município de Breves, no estado do Pará, tendo como

intencionalidade descobrir o que foi pensado e proposto no sistema de gestão municipal para

o problema apresentado. Este trabalho foi elaborado por meio de uma pesquisa bibliográfica e

de campo, com abordagem qualitativa e análise documental e de conteúdo. Após análise do

principal instrumento de planejamento, denominado Plano Diretor constatou-se que neste não

há diretrizes para ações de planejamento destinadas ao meio rural deste município. Ao

término da análise de conteúdo das falas efetuadas por 30 Agentes de Alimentação

Educacional entrevistadas, houve constatação da total ausência de diretrizes e coleta de lixo,

efetuadas pelo poder público municipal. Essas constatações são de extrema relevância e

remetem a população ribeirinha há uma urgente necessidade de mobilização para debater e

efetuar a inclusão das devidas proposições neste relevante instrumento (Plano Diretor),

principalmente no que se refere às questões ambientais, em especial a destinação de enlatados

da alimentação escolar ribeirinha.

Palavras – chave: Planejamento. Destinação de Enlatados. Meio Ambiente.

.

FEEDING OF USE CANNED RIVERSIDE SCHOOL BREVENSE AND PLANNING:

A MATTER FOR DEBATE

Abstract: This paper presents the main objective to foster debate about the disposal of solid

waste (canned) coming school meals intended for students of the riverine schools in the

municipality of Breves, in the state of Pará, with the intention to find out what was planned

and proposed the municipal management system to the problem presented. This work was

done through a literature review and field with a qualitative approach and document analysis

and content. After analysis of the main planning tool, called Master Plan it was found that in

this there are no guidelines for planning actions aimed at rural areas of this municipality. At

the end of the content analysis of the speeches made by 30 Educational Food Agents

interviewed, there was finding the total absence of guidelines and garbage collection, made by

the municipal government. These findings are extremely important and refer the local

population there is an urgent need to mobilize to debate and make the inclusion of appropriate

proposals in this important instrument (Master Plan), especially with regard to environmental

issues, in particular the allocation of the canned riverside school feeding.

Key - words: Planning. Allocation of Canned. Environment.

1. Introdução

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Quando se visualiza a questão dos resíduos sólidos numa dimensão macro percebe-se

explicitamente que estes, na atualidade, são contextualizados como graves problemas a serem

desafiados, os quais se tornam mais desafiadores ainda nos países subdesenvolvidos, em

função da insuficiência informativa e diretiva, existente, para a correta gestão desses resíduos

pela população.

A questão supracitada fica muito mais evidente para as pessoas que residem às

margens dos rios amazônicos e marajoaras que em conseqüência da carência de informações e

diretrizes adequadas para o gerenciamento dos resíduos que produzem, praticam

constantemente o ato de depositá-los nos rios, enterrar ou queimar os mesmos, atos estes de

extremo prejuízo para o meio ambiente.

É bastante acentuada, nas comunidades rurais brasileiras, em especial nas localizadas

às margens da Amazônia e do Marajó a ausência de serviços de coleta de lixo e com isso os

moradores dessas localidades (mesmo sem as diretrizes necessárias) assumem a

responsabilidade da destinação desses resíduos, fato este gerador de maiores riscos de

poluição e danos para a saúde dessa população.

E quando nos reportamos aos resíduos oriundos da alimentação escolar ribeirinha e ao

planejamento ambiental, percebemos a ausência de diretrizes, em todos os aspectos, para o

meio rural do município de Breves. Esta é de fato uma questão preocupante, pois temos plena

consciência que a falta de planejamento pode levar a um descarte inadequado e em

consequência sérios problemas ao ambiente poderão ser produzidos.

Diante da relevância desses pressupostos este artigo objetivou fomentar um debate

sobre o destino dos enlatados da alimentação escolar ribeirinha brevense e o planejamento

ambiental, com o intuito de visualizar o que foi planejado e quais as proposições efetuadas no

plano diretor municipal para o problema contextualizado em 30 escolas do meio rural da

cidade de Breves, no estado do Pará, na Ilha do Marajó.

Esta pesquisa apresenta caráter exploratório, descritivo e qualitativo, inicialmente

fizemos um estudo bibliográfico explorando os principais trabalhos publicados sobre o tema,

coletando dados secundários a partir de diversas fontes em sites da internet.

Posteriormente fomos a campo para coletar os dados primários, os quais foram

coletados por meio de entrevistas não estruturadas com 30 Agentes de Alimentação Escolar,

servidoras de 30 escolas do município, às quais explicitamos os objetivos da pesquisa e

garantimos o sigilo de suas identidades. Por isso optamos em denominá-las por escola 01,

escola 02, escola 03, e assim sucessivamente.

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Iniciamos investigando o documento Plano Diretor e concluímos analisando, por meio

da técnica de análise de conteúdo, as entrevistas, as quais tiveram descritas analiticamente o

teor, e posteriormente interpretarmos os resultados.

A primeira seção aborda o planejamento sob a ótica de Carlos Matus, o qual discute

planejamento com muita propriedade e nos ensina que devemos pensar, planejar e agir

estrategicamente nas diversas dimensões do poder real e monitorar as suas consequências. A

segunda seção traz alguns conceitos teóricos do Plano Diretor. Na terceira seção são

apresentadas as discussões sobre o destino dos enlatados da alimentação escolar ribeirinha do

município de Breves e a ausência de proposições no planejamento do sistema de gestão

municipal.

2. O planejamento sob a ótica de Carlos Matus

O renomado teórico de governo Carlos Matus nos traz relevantes contribuições sobre o

planejamento governamental, nos seus livros Adeus Senhor Presidente: Planejamento,

Antiplanejamento e Governo; Entrevista com Carlos Matus: O Método PES; O Líder Sem

Estado-Maior; dentre outros.

O livro Adeus Senhor Presidente: Planejamento, Antiplanejamento e Governo retrata,

entre vários outros pontos relevantes a questão do repensar da democracia para que possamos

nos liberar e sair da passividade e do imediatismo político, fatos que fazem os povos entrarem

em desespero e não acreditarem na democracia e na própria política. Sobre essa questão

Matus (1989) esclarece que:

À soberbia do pragmatismo político imperante não pode suceder a soberbia do

tecnocratismo determinístico. Os políticos com visão de estadistas serão aqueles que

souberem distinguir que esta é uma opção trágica entre dois males e que o caminho

natural é reencontrar a política com o esforço do homem para resolver seus

problemas. Então, o pensamento situacional encontrará o espaço para demonstrar

sua potencialidade a serviço de uma verdadeira democracia. Talvez um período de

pragmatismo e confusão seja necessário para livrar-nos do peso das ideologias que,

até agora, têm marcado nossas vidas. Temos que pensar tudo de novo. Criar e

refletir sem restrições. Voar sem amarras. Explorar a terra que distribui a miséria e

concentra os privilégios. O fracasso do populismo demagógico e do estatismo

burocrático não decreta o abandono de um projeto social que combine a democracia

econômica com a democracia política. O problema é o tempo porque os povos estão

cansados de esperar, cansados de experiências ineficazes, cansados de demagogia

política e cansados dos intelectuais. (MATUS, 1989, p. 16)

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O autor questiona ainda, nesta obra, “por que o calculo situacional sistemático e

articulado em distintos prazos é mais potente ou eficaz que o calculo situacional imediatista

ou o calculo puramente técnico.” (MATUS, 1989).

Para responder o questionamento acima utiliza seis argumentos: o primeiro nos diz

que “é preciso uma mediação entre o futuro e o presente”; o segundo nos fala que “é preciso

prever quando a predição é impossível”; o terceiro nos relata que “é preciso capacidade de

reação planejada”; nos alerta que “é preciso uma mediação entre o passado e o futuro”. O

quinto nos previne que “é preciso uma mediação entre o conhecimento e a ação”; e o sexto

nos chama a atenção para o fato de que “é preciso uma coerência global frente as ações

parciais dos atores sociais.”

Outro conceito muito importante retratado por Matus neste trabalho é o triangulo de

governo, o qual é constituído pelo projeto de governo, capacidade de governo e

governabilidade do sistema. Na ótica de Matus há necessidade da articulação constante dessas

três variáveis para governar.

Na obra intitulada Entrevista com Carlos Matus: O método PES, este autor idealiza,

partindo de uma crítica ao planejamento tradicional, o Planejamento Estratégico Situacional.

De acordo com Matus o planejamento cria o futuro precedendo e presidindo a ação,

apostando, assim, estrategicamente em possibilidades futuras, apresenta ainda funcionalidade

de libertação. O que fica explicito quando Matus responde a seguinte questão a Franco

Huerta:

FH: ¿Qué es planificación? ¿Por qué es tan importante para usted?

CM: Planificar significa pensar antes de actuar, pensar con método, de manera

sistemática; explicar osibilidades y analizar sus ventajas y desventajas, proponerse

objetivos, proyectarse hacia el futuro, porque lo que puede o no ocurrir mañana

decide si mis acciones de hoy son eficaces o ineficaces. La planificación es la

herramienta para ensar y crear El futuro. Aporta la visión que traspasa la curva del

camino y limita con La tierra virgen aún no transitada y conquistada por el hombre,

y con esa vista larga da soporte a las decisiones de cada día, con los pies en El

presente y el ojo en el futuro. Se trata, por consiguiente, de una herramienta vital. O

sabemos planificar o estamos obligados a la improvisación. Es la mano visible que

explora posibilidades donde la mano invisible es incompetente o no existe. Pero

sobre la planificación hay uma confusión costosa y terrible.(MATUS, 2006, p. 18).

Fica claro na fala supracitada que há possibilidades de planejar alternativamente, com

análise das vantagens e desvantagens dessas ações, com estabelecimento de metas e planos

futuros, vivendo o presente, mas pensando em longo prazo, com toda a vasta potencialidade

das incertezas inerentes ao mesmo. Por isso para este teórico o planejamento é vital, sob pena

de sermos forçados ao ato da improvisação.

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Se compararmos o planejamento estratégico tradicional e o PES iremos constatar que

para se efetuar um planejamento estratégico da forma tradicional se faz necessário um

diagnóstico de verdades imutáveis e mensuráveis oriundas da teoria econômica determinista.

Enquanto que o planejamento estratégico situacional, como a própria nomenclatura sugestiona

analisa várias situações, várias verdades.

Com o PES se considera todos os aspectos humanos, a ótica de vários atores é

visualizada e existe a busca por significados, isto é, procura-se compreender o que há de

diferente entre as explicações. Metodologicamente há quatro momentos com delineação bem

definida no PES, sendo eles: o explicativo (noções de problemas, oportunidades e ameaças); o

normativo (destaque dos nós críticos) o estratégico (estudo de cenários e análise dos demais

atores do processo) e o momento das operações e ações (explicitação do como efetuar ou

colocar em prática o plano).

Esses pressupostos nos remetem a profundas e relevantes reflexões sobre o

processamento das mudanças paradigmáticas no mundo e de toda a complexidade envolvida

neste processo, pois os desafios de inclusão, redução da desigualdade, promoção do

desenvolvimento socioeconômico e ambiental sustentável, dentre outros, são extremamente

complexos para os gestores atuais. Daí a necessidade da compreensão de que evoluímos da

sociedade mecanicista, para a sociedade do conhecimento e estamos caminhando a passos

largos para a denominada sociedade da colaboração.

É explícito que necessitamos de uma mudança cognitiva, isto é, não podemos mais

pensar em linha como na época de Taylor, mas o pensamento hoje deve ser em rede, ou

melhor, devemos vislumbrar o todo e não mais as partes isoladas do processo, pois a

globalização nos mostra que estamos cada vez mais integrados e que somos seres de relação

sem espaço nenhum para a ótica da fragmentação e do isolamento vivenciados anteriormente.

Além disso, a velocidade das informações é assombrosa se comparada com a capacidade que

temos de assimilação. Mas se faz mister o conhecimento para a boa governança.

3. Estatuto da Cidade e Plano Diretor: alguns conceitos teóricos

O termo “planejamento urbano” é oriundo da Inglaterra e dos Estados Unidos e

representa uma transformação na maneira de desafiar os problemas pertinentes à cidade.

Segundo Kohlsdorf, 1985 uma relevante transformação foi o fenômeno urbano ser

reconhecido como algo dinâmico, isto é, a cidade passa a ser vista como o resultado de sua

contextualização histórica, ao contrário daquela idealizada pelos urbanistas.

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Inúmeros conceitos e definições têm sido aplicados ao plano diretor e suas

características variam de acordo com o município. Sobre essa questão Villaça (1999)

evidencia que os elaboradores deste instrumento de planejamento (engenheiros, urbanistas,

empreendedores, imobiliários, proprietários fundiários, dentre outros) não apresentam um

consenso sobre esse relevante instrumento, fato este gerador da ausência de um conceito

amplo e aceitável para o plano em questão.

No entanto, Villaça (1999) conceitua plano diretor, como um plano com várias

propostas para desenvolver, no futuro, socioecomicamente o município, tomando como ponto

de partida “um diagnóstico científico da realidade física, social, econômica, política e

administrativa” do referido município.

Na ótica de Silva (1995) é plano porque os objetivos a serem alcançados, as ações a

serem efetuadas e quem será o executor são estabelecidos pelo mesmo. É diretor em função

da fixação das diretrizes para o desenvolvimento urbano municipal.

Para Saboya (2007) Plano diretor é a síntese de um documento com objetivos claros e

“consensuados” para o município, a qual deve estabelecer princípios, diretrizes e normas que

formarão a base para que haja convergência das decisões dos atores que estiverem envolvidos

neste processo com os objetivos almejados.

A Lei 10.257, de 10 de julho de 2001 (a qual regulamenta os artigos 182 e 183 da

Constituição Federal), estabelece diretrizes gerais da política urbana e dá outras providências.

No parágrafo único do artigo 1º disciplina: “Para todos os efeitos, esta Lei, denominada

Estatuto da Cidade, estabelece normas de ordem pública e interesse social que regulam o uso

da propriedade urbana em prol do bem coletivo, da segurança e do bem-estar dos cidadãos,

bem como do equilíbrio ambiental.”

Sobre essa questão Rolnik (2001) acrescenta que somente “depois de 11 anos de

negociações e adiamentos, o Congresso Federal aprovou o Estatuto da Cidade, lei que

regulamenta o capítulo de política urbana (artigos 182 e 183) da Constituição Federal de

1988”, o qual no parágrafo acima foi mencionado e detalhado.

Harada (2004) comenta o inciso I do artigo 2º da Lei supracitada (I – garantia do

direito a cidades sustentáveis, entendido como o direito à terra urbana, à moradia, ao

saneamento ambiental, à infra-estrutura urbana, ao transporte e aos serviços públicos, ao

trabalho e ao lazer, para as presentes e futuras gerações) nos dizendo que o mesmo determina

que a distribuição espacial da população e das atividades econômicas no território municipal

seja efetuado respeitando o meio ambiente, preservando o equilíbrio do mesmo, o qual é

indispensável à qualidade de vida da comunidade.

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Arruda (2001) argumenta que devemos estar cientes que o Estatuto da Cidade não vai,

por si só, garantir que as cidades sejam mais justas. “A nova lei traz o instrumental cirúrgico,

que pode ser bem usado, ou não, de acordo com a habilidade do cirurgião, no caso as

municipalidades.”

A política de desenvolvimento do município apresenta como instrumento básico o

plano diretor, o qual tem como finalidade fornecer diretrizes para o poder público e para a

iniciativa privada atuar na construção dos espaços urbanos e rural, e oferecer serviços

públicos essenciais, objetivando com isso o bem estar da população. É válido evidenciar ainda

que o plano diretor é pertinente ao sistema de planejamento do município, é obrigatório em

municípios com população acima de 20 mil habitantes e há necessidade de sua aprovação no

legislativo.

A resolução nº 34 do ano de 2005, no seu artigo 5º determina que no plano diretor as

comunidades tradicionais (os índios, as comunidades de pescadores, os assentamentos rurais, os

agricultores familiares, os quilombolas, as populações ribeirinhas, as populações extrativistas, entre

outras.) deverão ser consideradas, isto é, o plano diretor deve considerar o que as mesmas têm

de especial, sua cultura, seus hábitos. Por isso a proposta do Conselho Nacional das Cidades é

que seus territórios sejam demarcados como Zonas Especiais para que seus direitos possam ser

garantidos.

Diante dessas considerações constatamos que o plano diretor deve abranger o território do

município como um todo, isto é, as zonas urbanas e também as zonas rurais, pois há uma relação entre

as atividades do meio urbano e as do meio rural, assim os limites da cidade são ultrapassados pelo

urbanismo com o intuito de abarcar um território inteiro com influencias mútuas, o qual deve ser

analisado sistêmica e conjuntamente.

4. Destinação de resíduos sólidos (enlatados da alimentação escolar ribeirinha) e

planejamento: um problema constante no município de Breves

Esta pesquisa foi efetuada no município de Breves, no estado do Pará, o qual,

localiza-se ao sudoeste da Ilha de Marajó. Sua população em 2014 segundo o IBGE estava

estimada em 97.351 habitantes, sendo, portanto a maior e principal cidade da Ilha de Marajó.

Os primeiros habitantes da região foram os índios da tribo dos Bocas. Em 19 de novembro

de 1738, o capitão geral do Pará, João de Abreu Castelo Branco, concedeu aos irmãos

portugueses Manuel Breves Fernandes e Ângelo Fernandes Breves uma sesmaria, localizada

às proximidades do rio Parauhaú. Com a instalação de um engenho, o lugar passou a ser

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chamado de “Engenho dos Breves”, em homenagem aos seus fundadores. Em 25 de

outubro de 1851 foi criado o município de Breves. Atualmente, o município de Breves é

constituído pela sede e distritos de Antônio Lemos, Curumu e São Miguel dos Macacos.

É válido relembrar que esta investigação teve como foco principal descobrir o que foi

pensado e proposto no sistema de gestão municipal para a destinação de resíduos sólidos,

principalmente dos enlatados oriundos da alimentação das escolas ribeirinhas. Para que

pudéssemos fazer essa descoberta efetuamos entrevistas não estruturadas com 30 Agentes de

Alimentação Escolar, servidoras de 30 escolas do município, às quais explicitamos os

objetivos da pesquisa e garantimos o sigilo de suas identidades. Por isso optamos em

denominá-las por escola 01, escola 02, escola 03, e assim sucessivamente. Fizemos ainda

detalhada análise do plano diretor municipal com o intuito de verificar as diretrizes para

ações de planejamento destinadas ao meio rural do município acima mencionado.

A “priori” fizemos a análise do principal instrumento de planejamento municipal,

denominado Plano Diretor. Nesta análise documental constatamos que a Lei Complementar nº

002/2001, de 12 de novembro de 2001, a qual dispõe sobre o Plano Diretor Urbano de Breves,

o qual estabelece objetivos, instrumentos e diretrizes para as ações de planejamento no

município de Breves e dá outras providências, não apresenta nenhuma diretriz para a

população do meio rural. Este fato é preocupante, pois sabemos que o plano diretor deve

oferecer diretrizes para todo o município e não somente para o meio urbano. Dessa forma um

direito constituído em Lei está sendo negado a essa parcela da população amazônica e

marajoara. Contudo, percebemos também que a população ribeirinha do município de Breves,

em sua grande maioria, não conhece os seus direitos.

Visualizamos assim que a falta de conhecimento dos ribeirinhos aliada a má gestão

dos governantes é a maior causa do problema da destinação dos enlatados oriundos da

alimentação escolar, pois a carência de informações sobre a destinação desse resíduo faz com

que haja o descarte inadequado e a acomodação da maioria que ainda não adquiriu a

sensibilidade necessária para perceber que os seus atos causam prejuízo ao meio ambiente e

em conseqüência a ela mesma. Em contrapartida a falta de “governança” do poder publico

municipal também contribui de forma significativa para que este fato se agrave cada vez mais.

Essa questão fica bem visível ao constatarmos que o plano diretor deste município deveria ter

sido revisto no ano de 2011 e não foi e o fator mais preocupante é que poucos sabem da

existência desse plano que por força da própria Lei deve ser participativo.

Mas não podemos perder de vista que os amazônidas e marajoaras em função de

suas raízes históricas apresentam muita dificuldade para sair do subdesenvolvimento e

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sobre essa questão Costa (2011) nos diz que o planejamento territorial aqui no Pará

necessitava para alcançar seus objetivos plenos de construir e gestar políticas públicas

inovadoras “de um suporte administrativo adequado e adaptado”. Neste sentido, destaca

que os quadros funcionais tanto estadual, quanto municipais não tinham preparo e

qualificação para planejar coletivamente, e que diante disso o investimento, por parte do

governo do estado, em um amplo programa para qualificar e atualizar os servidores

se fazia, naquele momento, e ainda se faz primordial.

Acrescenta ainda que “o planejamento territorial necessita de uma sociedade

esclarecida, amadurecida e possuidora de uma institucionalidade adequada. A cultura, o

capital social e a capacidade de governança são elementos decisivos” Assim, fica explícito

que para que houvesse o rompimento do modelo setorial e a consolidação do modelo

territorial, o qual prima pela integralização das políticas públicas dentro de um paradigma

interventivo com maior amplitude, seria necessário, dentre outros, “desburocratizar os

processos, dando maior agilidade ao processo de tomada de decisão e execução das ações

gestoras”. Talvez este seja o nosso maior problema aqui no município, a falta de

qualificação tanto para os líderes, quanto para os liderados, pois planejar estrategicamente

não é tarefa fácil.

Neste sentido Matus (2006) quando questionado sobre a complexidade de aplicação

do Plano Estratégico Situacional nos diz que:

Fácil não é. Por acaso as coisas complexas podem ser abordadas com métodos

simples? São fáceis os estudos que fundamentam a decisão de construir e fazer a

licitação de uma ponte? Um método é complexo ou adequado na pratica segundo o

valor ou a importância do produto processado e o risco de pagar em custo, se para

processá-lo são utilizados métodos simples que geram ata probabilidade de erros.

Quero chamar a atenção para um equívoco comum nas práticas e governo. Ninguém

estranha que haja uma enorme quantidade de estudos complexos e custosos para

tomar decisões sobre assuntos duros. Como a licitação e construção de uma ponte,

que é uma obra física. Esses estudos podem levar um ano ou mais, exigir cálculos de

engenharia bem complexos e muito custosos. E isso parece normal porque o produto

merece, já que se aponte cair, haverá um custo político e econômico muito alto e

bem visível. Mas quando se trata de processar os problemas brandos do governo,

aqueles que não representam obras físicas s regulamentos, processos de produção de

bens e serviços, criação ou modernização de instituições e desenho de controles,

assuntos que podem ser muito mais importantes do que construir uma ponte,

exigimos que os métodos sejam simples, que possam ser manejados por qualquer

um que não tenha treinamento especial. Dou-lhe um exemplo: o Presidente de um

país resolveu privatizar uma grande empresa de telecomunicações. A proposta foi

formulada e decidida com métodos que chamaríamos de simples, sem um

processamento tecnopolítico adequado. Não se fez uma análise estratégica de

construção de viabilidade. No momento da ação, os sindicatos, reconhecidamente

fortes, rejeitaram a privatização com uma greve nacional do sistema de

comunicações. O impacto da greve foi inadministrável para o governo e o presidente

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teve de retificar a decisão. Quanto vale o custo político desse erro? Por acaso não

valeria a pena investir, no processamento dessa decisão, três semanas de trabalho de

uma equipe qualificada em PES?

Refletindo sobre as questões apresentadas pelos autores analisados constata-se que

dentre os inúmeros problemas, destacados pelos mesmos, para se fazer gestão de políticas

públicas na Amazônia paraense, a baixa capacidade de governança local é o problema

mais grave, pois somente com uma alta capacidade de governança local os amazônidas e

marajoaras brevenses poderão gerenciar, participar, trazer novas diretrizes e incorporar

novas temáticas ao desenvolvimento da nossa região

A “posteriori” fizemos a análise de conteúdo das falas efetuadas por 30 Agentes de

Alimentação Educacional entrevistadas. Após a mesma constatou-se claramente a falta de

informação e diretrizes para efetuar o gerenciamento da destinação dos enlatados da

alimentação escolar ribeirinha. Fato este perceptível nas falas das entrevistadas que de forma

unânime demonstraram total desconhecimento de como efetuar o descarte dos enlatados e

demais resíduos oriundos da alimentação escolar nas comunidades ribeirinhas. Como

podemos observar nos fragmentos abaixo:

Questionamentos padronizados: Você recebe orientações para o descarte do lixo,

principalmente dos enlatados? O que você faz com esse material? Você já ouviu falar do

plano diretor?

1. Na escola 1 as respostas foram: “Num carece não, me orientá,

porque eu sei muito bem o que fazê cum u lixo, jogo tudo no rio, e

a minha diretora faz planejamento sim. Um dia desse ela disse pra

eu num joga as lata no rio purque pudia um dos minino corta o

pé.”

2. Na escola 2 as respostas foram: “As veze a professora diz pra mim

num joga lixo no rio, mas eu falo pra ela que só jogo os que os

pexe come, o resto eu enterro. Não sei quenhé esse diretor não.”

3. Na escola 3 as respostas foram: “ A minha diretura diz que num é

pa joga no rio, num é pa interrar, intão cumo é muito longe pra

levá pa cidade, pa joga nu lixão, eu queimo tudinho, inté as

latinha. Esse diretu eu num cunheço, ele é daqui desse interiú?

Constata-se nitidamente por meio das falas acima e de outros aspectos observados no

momento das entrevistas, que as trinta Agentes de Alimentação entrevistadas não são

orientadas para fazer o descarte adequado dos resíduos sólidos e por isso fazem da forma que

pensam ser a melhor. Quanto ao Plano Diretor Municipal demonstram total desconhecimento

do mesmo. Este fato nos chama para uma urgente mobilização para debater e incluir as

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devidas proposições da demanda reprimida do meio rural neste importante instrumento que é

o Plano Diretor de nosso município, principalmente as propostas referentes às questões

ambientais, em especial a destinação de enlatados da alimentação escolar ribeirinha, No

entanto, para que isso possa ocorrer necessitamos de conhecimento.

Sabemos que a mudança se dá a passos lentos, e que a mesma só poderá ser

visualizada a longo prazo. No entanto, há riquíssimas contribuições dos autores aqui

analisados, para todos aqueles que buscam mecanismos para a mudança da trajetória

amazônica, marajoara e porque não brevense.

Vale ressaltar ainda que assim como Armando Mendes acreditava na possibilidade

de mudança para a Amazônia, a qual segundo ele poderia ser reinventada pelos amazônidas,

estes também devem acreditar e buscar uma nova postura para tornarem-se protagonistas do

seu próprio destino.

5. Considerações finais

Sabemos que pesquisas contemporâneas sobre a administração pública brasileira

constataram que a mesma ainda é estruturalmente burocrática e centralizada. E, embora a

globalização esteja bastante visível e demonstrando todos as suas conseqüências e a sociedade

pressionando, a administração pública não tem demonstrado a capacidade de responder, de

forma adequada, assumindo seu papel de organização, às demandas e aos desafios da

atualidade. Assim, devemos atentar para o fato de que a forma de atuação na gestão pública, o

seu paradigma, as suas práticas e os seus valores são delineados pelas escolhas sociais.

Tais escolhas nos remetem a relevância da obra de Matias-Pereira intitulada Efeitos

das mudanças de paradigma na administração pública brasileira, e da sua relevante

contribuição, além da contribuição das obras de Matus, para todos os gestores que desejam

exercer uma boa governança, por meio da teoria das parcerias estratégicas flexíveis, a qual

traz à tona a necessidade de se retomar, tanto no setor público, quanto no setor privado a

administração estratégica e o planejamento estratégico, considerando que para tomarmos

decisão, enquanto gestores necessitamos de parâmetros inovadores para definirmos a melhor

estratégia. A qual deve ser pensada a longo prazo e aplicada às reais e instáveis condições do

novo cenário mundial.

Aqui cabe colocar em foco também a relevante obra de Carlos Matus intitulada O

Líder sem Estado Maior, a qual nos diz que houve progressão de todas as ciências, menos na

de governar: hoje é efetuada um pouco melhor do que há três ou quatro mil anos, o que nos

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revela, dessa forma, o atraso e ao mesmo tempo as possibilidades que os governos e os

partidos políticos latino-americanos têm de valorizar o tema da cúpula de governo. “A tese de

Matus é simples e dramática: os problemas da democracia estão na cúpula, não na base, e o

mal reside na baixa capacidade para governar. É impossível governar com base somente na

experiência, na intuição e na arte: o governante tem de se profissionalizar.”

Por fim, constatamos que não podemos conceituar uma gestão sem o envolvimento das

pessoas, ou sem o relacionamento humano, pois somos seres de relação e o nosso grande desafio,

enquanto gestores hoje, na administração pública, é conseguir responder às expectativas dos cidadãos.

Porém para que possamos atingir esse propósito não devemos visualizar somente a dimensão humana,

mas a dimensão técnica também, considerando que na dinâmica administrativa a subjetividade e a

objetividade se integram. Por isso temos a obrigação, enquanto gestores públicos, de conhecer e

compreender os efeitos oriundos das mudanças de paradigmas, de correntes e de teorias da

administração pública brasileira, para que possamos tomar as decisões necessárias para uma boa

governança, numa sociedade que se torna cada vez mais exigente.

Assim, constatamos, após este trabalho que ainda há uma longa caminhada para

sairmos dessa falta de conscientização ecológica em que nos encontramos atualmente aqui

na Amazônia, em especial aqui na região marajoara, mas temos que dar o primeiro passo

para mudar essa trajetória e a busca do conhecimento para podermos sensibilizar outras

pessoas a mudarem suas postura é um grande passo para esse relevante debate, o qual pode

contribuir de forma significativa para o despertar de gestores e futuros gestores de

organizações, públicas ou privadas para a busca constante de conhecimentos, pois vivemos

em um cenário mutável e instável, isto é, convivemos com as incertezas o tempo todo. Daí a

necessidade de se buscar as estratégias mais viáveis para que obtenhamos sucesso,

principalmente nas questões ambientais, as quais devem ser preocupações constantes para

todos nós amazônidas, marajoaras e brevenses.

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